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Baía Blanca é uma luva nas mãos da "Nova Braskem"

  • 25/01/2010
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A aquisição do complexo petroquímico de Baía Blanca pela “Nova Braskem” é mais do que uma mera conjectura. Trata-se de um movimento absolutamente natural para uma empresa que já nasce com a pretensão de ser a grande potência petroquímica da América Latina. Aos olhos da Petrobras e da Odebrecht, a compra dos ativos da Dow Chemical em Baía Blanca seria fundamental para transformar a “Nova Braskem” em uma operação geopolítica de relevância no continente. Ressalte-se que uma eventual investida sobre a central de matérias-primas argentina ainda está no plano das intenções. É um fruto que, para nascer, ainda depende de que a árvore seja plantada. O caule, neste caso, é a concretização da própria “Nova Braskem”. Diante da sua importância no tabuleiro petroquímico e, sobretudo, político da América Latina, esta é uma investida que vai além de uma simples negociação de empresa para empresa. É um assunto de Estado, jogo para ser jogado de governo para governo. Não obstante a complexidade política da operação, a aquisição dos ativos da Dow em Baía Blanca é um sonho que já foi compartilhado, em outras épocas, por diversos players da indústria petroquímica brasileira ? a começar pela própria Petrobras. Agora que a estatal voltou a ter uma posição de destaque no setor petroquímico, o negócio faz ainda mais nexo. Até porque, do outro lado da fronteira, há sinais cada vez mais fortes de que a Dow pretende deixar a operação. A participação na central de matérias-primas argentina sempre foi uma espécie de pé sem perna na anatomia corporativa do grupo norte-americano. Nunca houve muita sinergia entre o complexo de Baía Blanca e os demais ativos petroquímicos da Dow na América Latina, leia-se, principalmente, Camaçari. Ao englobar os polos de Triunfo, Camaçari e São Paulo, além das antigas operações da Suzano e da Ipiranga, a “Nova Braskem” se consolidará como um dos gigantes da petroquímica mundial. Logo na partida, assumirá a 11ª posição no ranking dos produtores globais de eteno, com capacidade em torno de 3,7 milhões de toneladas ao ano, segundo estudo divulgado recentemente pela consultoria Maxiquim. Levando-se em consideração projetos em andamento na Braskem, como a construção de um complexo petroquímico no México, a instalação de duas plantas na Venezuela e a compra de ativos nos Estados Unidos, a empresa poderá atingir a casa de cinco milhões de toneladas/ano. Fisgando a participação da Dow na central petroquímica de Baía Blanca, a “Nova Braskem” alcançaria a marca de seis milhões de toneladas de eteno por ano. Passaria a ser a quinta maior produtora do mundo, bem perto da quarta colocada, a Shell, com capacidade em torno de 6,5 milhões de toneladas. Como diria o presidente Lula, nunca na história desse país… A “Nova Braskem”/Baía Blanca deve, inclusive, anteceder a incorporação do Comperj. Com um projeto cada vez mais ajustado para o pré-sal, o polo de Itaboraí parece não ter limites. Sem sair da prancheta, já teve expansão atrás de expansão. O próprio diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, mencionou na semana passada a possibilidade de novo aumento na capacidade projetada do empreendimento.

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