Falência da Galileo Educacional é um livro de páginas trocadas

  • 18/05/2017
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A quem lhe pergunta sobre o assunto, o juiz Fernando Viana, da 7a Vara Empresarial do Rio, comenta, bem humorado, que vem tendo mais trabalho com a falência da Galileo Educacional do que com a recuperação judicial da Oi, também sob sua alçada. Comandada pelo advogado Marcio Andre Mendes Costa e pelo híbrido de empresário e pastor evangélico Adenor Gonçalves dos Santos, a sociedade era dona da extinta Universidade Gama Filho, que, apesar de ter vendido ao Postalis e à Petros cerca de R$ 100 milhões em debêntures sem lastro, não tinha qualquer patrimônio. Todos os prédios estão em nome dos irmãos Gama, ex-controladores da Gama Filho. Conhecidos por sua, digamos assim, criatividade, os administradores judiciais da Galileo, Cleverson de Lima Neves, Gustavo Licks e Frederico Costa Ribeiro, encontraram uma forma torta de preencher esse vazio. Jogaram para dentro da massa falida do grupo o patrimônio da Associação São Paulo Apóstolo, dona da UniverCidade, também mantida pela Galileo. O objetivo é alugar os imóveis e gerar uma receita para os credores. Ocorre que a Galileo e a São Paulo Apóstolo não faziam parte do mesmo grupo econômico. Além disso, o patrimônio da UniverCidade está garantindo o pagamento das indenizações trabalhistas de seus funcionários. O juiz Fernando Viana deve se sentir como um “magistrado da Terra do Nunca”, onde nada é o que parece ser.

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