Embrapa se vira para escapar da entressafra orçamentária

  • 17/07/2017
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A Embrapa é um dos raros exemplos de estatal em que o funcionalismo público gostaria de ser privado. A empresa tem feito o possível e o impossível para preservar seus principais projetos e até mesmo manter suas atividades de rotina. Está difícil fechar a conta com tamanha estiagem orçamentária. A dotação prevista neste ano é de R$ 3,370 bilhões.

No entanto, a Embrapa sofreu um contingenciamento de 27,48% sobre o orçamento das despesas discricionárias, número confirmado pela própria estatal. As cifras não cobrem, nem de longe, os gastos totais estimados para 2017, da ordem de R$ 3,6 bilhões. Segundo o RR apurou, o presidente da companhia, Mauricio Lopes, tem feito seguidas gestões junto ao ministro Blairo Maggi na tentativa de recuperar parte dos recursos ceifados com o contingenciamento de verbas.

Consultada, a estatal confirma as tratativas com o Ministério da Agricultura no sentido de buscar uma “possível recomposição orçamentária”. Diz ainda que tem procurado “outras formas de financiamento externo”. Uma parte dos problemas da Embrapa estaria equacionada se o Congresso ajudasse. A criação da EmbrapaTec é vista como fundamental, não apenas pelo aspecto financeiro, mas também tecnológico.

A nova subsidiária permitirá à estatal ter um braço para a comercialização de seus produtos e serviços, além de abrir caminho para parcerias com grandes multinacionais da área de agrociência. No entanto, o projeto de lei 5243/2016 caminha a passos de quelônio na Câmara dos Deputados. Havia a expectativa de que, na última quarta-feira, dia 12 de julho, a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Serviços aprovasse a proposta. No entanto, o assunto foi retirado de pauta por conta do requerimento do deputado Helder Salomão, solicitando a realização de audiência para debater o projeto.

Como quase sempre, o timing dos parlamentares não bate com o do mundo real. Nos últimos dois anos, a Embrapa teve um prejuízo acumulado de mais de R$ 900 milhões. O RR apurou que as perdas projetadas para este ano já superam os R$ 300 milhões. A empresa não confirma este número, mas ressalta que seu objetivo não é “dar lucro financeiro”. A direção da estatal prefere destacar outros indicadores que refletem melhor sua importância. No ano passado, a Embrapa ofereceu ao país um lucro social de R$ 34 bilhões, “com base nos impactos econômicos de uma amostra de 117 tecnologias e 200 cultivares desenvolvidos pela empresa e por seus parceiros”, responsáveis pela geração de mais de 43 mil postos de trabalho.

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