Crivella conclama uma legião de servidores da fé

  • 9/11/2016
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 O Rio de Janeiro deverá ter uma experiência de governança compartilhada de uma cidade e de uma igreja sem precedentes na história brasileira. Marcelo Crivella pretende criar, pelo lado da fé, um contingente de “funcionários públicos” não remunerados. Não é difícil imaginar de onde viriam esses servidores. Evangélicos, notadamente os fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus, seriam recrutados para ajudar em trabalhos civis voluntários. Em uma cidade com os problemas do Rio, o naipe de possibilidades é incontável: distribuição de roupas, alimentos e remédios, campanhas de vacinação, construção e reforma de habitações populares, orientações básicas de saúde e higiene em comunidades carentes… Um mutirão que talvez só encontre paralelo nos serviços sociais prestados pelas Forças Armadas em regiões remotas do Brasil. Quando Crivella repete que sua gestão terá menos obra e mais gente, está contando do culto apenas a metade.  A proposta começou a ser discutida ainda durante a campanha eleitoral e, nos últimos dias, ganhou corpo na formação do plano de governo de Crivella. O novo prefeito não precisa de assessoria no assunto. Mas, se precisasse, não custa lembrar que na Câmara dos Vereadores há um personagem com conhecimento de causa: o ex-prefeito Cesar Maia participou de trabalhos voluntários durante seu exílio no Chile de Salvador Allende. Lá o culto era a Marx. Não deu certo.

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