Credores da Itapemirim se tornam passageiros da agonia

  • 22/03/2018
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A Itapemirim mudou de motorista, mas não de destino. Entre os mais de dois mil credores, cresce o temor de que a companhia acabe trafegando sem freio rumo à falência. Até o momento, os empresários paulistas Sidnei Piva de Jesus e Camila de Souza Valdivia, que compraram a Itapemirim de Camilo Cola, não teriam aportado os recursos prometidos para a reestruturação do grupo, da ordem de R$ 200 milhões. As negociações com os credores tampouco avançaram.

Outra curva brusca: no fim do ano passado, os administradores da recuperação judicial foram subitamente afastados. Em meio a tantos ziguezagues, Sidnei e Camila estariam se movimentando para passar o negócio adiante. Segundo informações filtradas de um dos bancos credores, a Itapemirim teria sido oferecida a empresários de ônibus de São Paulo. Outro caminho aventado seria a transferência do controle aos credores.

Procurada, a Itapemirim não se pronunciou. A conturbada situação lança mais interrogações sobre o processo de recuperação judicial da Itapemirim, que acumula uma dívida de R$ 1,3 bilhão. Ao mesmo tempo, a passagem de Sidnei Piva e Camila Valdivia pela empresa é tão cercada de mistérios quanto sua entrada no negócio – a dupla chegou a ser processada por herdeiros de Camilo Cola por supostamente não ter quitado valores referentes à compra da companhia.

Mesmo credores e concorrentes da Itapemirim pouco sabem sobre a trajetória empresarial de Sidnei e Camila, novatos em um setor fechado, no qual antiguidade é posto. Há dúvidas também sobre a capacidade financeira de ambos. Sem os aportes, os planos de modernização e ampliação da frota ainda não saíram do papel. Nos últimos meses, o número de viagens canceladas teria crescido devido à falta de ônibus em condições operacionais.

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