Cemig provoca mais um curto circuito na Light

  • 9/12/2015
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 A conturbada saída de Paulo Roberto Pinto do comando da Light é apenas a ponta mais visível do fio desencapado que se estica entre o Rio de Janeiro e Minas Gerais. A distribuidora fluminense está rachada ao meio pelas disputas de poder entre os governos dos dois estados. O mais novo round passa pela composição societária da empresa. À revelia do governo do Rio, Fernando Pimentel decidiu vender uma parcela da participação da Cemig na Light. Dona de 26% do capital, a estatal mineira pretende se desfazer de até 10% da companhia. A operação poderá envolver também uma parte das ações da Cemig alocadas na Parati, veículo de investimento criado com o único objetivo de diluir a presença da empresa mineira e, assim, evitar a estatização do controle da Light. Segundo o RR apurou, há três candidatos ao negócio: a Endesa , dona da Ampla, a canadense Brookfield e a Equatorial Energia – não por coincidência de onde saiu a executiva Ana Marta Horta Veloso, que ocupa interinamente a presidência da Light e deverá ser nomeada em definitivo para o cargo na reunião do Conselho de Administração marcada para a próxima sexta-feira. Consultada sobre a venda de ações, a Cemig disse que “não confirma a informação”.  O temor do governo do Rio é que o novo acionista da Light não assuma, na devida proporção, os aportes financeiros que hoje cabem à Cemig. O plano de investimentos da distribuidora fluminense para 2016 soma cerca de R$ 1,2 bilhão. Quase um terço deste valor sai da conta da estatal mineira. Há ainda uma questão em particular: se o governo do Rio já não simpatiza com a chegada de um novo sócio tem ainda menos motivos para simpatizar com o ingresso da Endesa no capital da Light. As autoridades do estado têm cobrado permanentemente da empresa a melhoria dos serviços prestados. No ano passado, a Ampla foi considerada pela Aneel a pior distribuidora de energia da Região Sudeste e a quinta pior do Brasil. Em tese, esta é uma corrida em que Luiz Fernando Pezão já sai alguns corpos atrás de Fernando Pimentel. O governo do Rio tem poder político sobre a Light, mas não societário, uma vez que vendeu integralmente suas ações. Para brecar a venda de um naco das ações da Cemig, Pezão precisa buscar o apoio de outros sócios da distribuidora, como, por exemplo, o BNDES, dono de 9% do capital.

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