Categoria: Tecnologia

Tecnologia
Brasil vira QG de fabricante alemã de softwares
21/11/2023A Suse, uma das grandes desenvolvedoras de software da Alemanha, está desembarcando no Brasil. Vai abrir um escritório em São Paulo, de onde comandará seus negócios na América do Sul. Além do Brasil, a companhia mira, na partida, o Chile e a Colômbia. Um de seus principais focos é a produção de aplicativos para gestão corporativa nas nuvens.

Tecnologia
Governo Lula empurra decisão sobre fabricante de chips
8/09/2023O governo, ao que parece, não tem ideia do que fazer com a Ceitec (Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada), fabricante de semicondutores instalada no Rio Grande do Sul. Segundo o RR apurou, no fim de agosto, o grupo interministerial criado com o objetivo de estudar soluções para a empresa encaminhou seu relatório à Presidência da República e à Pasta da Ciência e Tecnologia. O documento recomenda a retomada das atividades, com novos projetos, como a produção de chips de 350 a 180 nanômetros, de tecnologia mais avançada e maior valor de mercado – informação antecipada pelo RR. É o modelo defendido pela ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos. O Palácio do Planalto, no entanto, está longe de bater o martelo.
De acordo com a mesma fonte, sem qualquer justificativa ou sentido, o governo prorrogou os trabalhos da comissão interministerial por mais três meses, empurrando qualquer decisão para o fim do ano. Até lá, se o Centrão levar tudo que pede, a própria Luciana Santos provavelmente já nem estará mais no Ministério.
A julgar pelo Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2024, o Palácio do Planalto talvez até já tenha tomado a sua decisão. Só não anunciou. O valor reservado para a Ceitec no ano que vem é de R$ 46 milhões, um corte de R$ 7 milhões em relação ao orçamento deste ano.
Não é verba de governo que quer levantar o negócio. Com essa cifra, qualquer plano de retomada das operações da estatal se torna inviável. Muito menos de reestruturação e ampliação das suas atividades. Estima-se que a Ceitec precisaria de investimentos da ordem de R$ 1 bilhão para produzir semicondutores com tecnologia mais sofisticada.
Tecnologia
Startup argentina cruza a fronteira
28/06/2023A startup argentina Moova, especializada na área de logística, prepara sua entrada no Brasil. A empresa desenvolveu uma plataforma voltada à contratação de motoristas e caminhões ociosos. Uma espécie de “Uber do transporte de cargas”. Os argentinos já têm feito sondagens junto a empresas de logística brasileira para possíveis parcerias. A Moova recebeu um aporte de recursos da Toyota e uma série de fundos de venture capital, entre eles os norte-americanos Kalei e FJ Labs e o britânico Aybe Investments.

Destaque
Conglomerados bancários lideram consolidação das fintechs
16/02/2023As fintechs não vão entrar em extinção, podem até aumentar numericamente, mas uma parcela expressiva da espécie acabará nas mãos dos grandes conglomerados bancários do país e verá reduzida sua participação no total de ativos do sistema financeiro. Os próximos meses deverão ser marcados por uma sequência de aquisições sem precedentes desde o surgimento desses bancos que não são bancos, mas são. Ou seja: a tão esperada consolidação das fintechs virá, sim, mas não exatamente entre elas, como muitos acreditavam. Há uma combinação de fatores empurrando essas instituições para o colo da banca puro-sangue, a começar pela estiagem de funding.
Assim como as startups de uma maneira geral, as fintechs surfaram na onda de investimentos de venture capital no país. O Softbank, por exemplo, teve um papel determinante no boom do segmento, investindo em dez empresas, entre as quais Nubank e Creditas. No entanto, a maré desceu. Assim como o banco japonês, outros importantes players da indústria de VC no país têm reduzido seus aportes, caso do Tiger Global e Monashees, entre outros. Em 2022, as fintechs brasileiras captaram US$ 2,3 bilhões, 44% abaixo do valor recebido no ano anterior (US$ 4,1 bilhões). O recuo foi superior à queda de investimentos registrada na América Latina como um todo (31%). Indicadores recentes do setor apontam que algo em torno de 70% das startups do setor financeiro no país têm sido bancadas exclusivamente com recursos dos próprios acionistas fundadores. A tendência é que esse cenário se acentue ao longo deste ano, com pretensos predadores transformando-se em presas.
O próprio Nubank ilustra bem o momento de vulnerabilidade das fintechs. Por ocasião do seu incensado IPO, em dezembro de 2021, alardeou aos quatro cantos que havia destronado a banca raiz e se tornado a instituição financeira com maior valor de mercado do Brasil – e da América Latina. À época, seu market cap chegou a US$ 41,7 bilhões, então equivalente a R$ 232,4 bilhões. Um brilho efêmero. De lá para cá, a ação do Nubank despencou a ladeira. Seu valor de mercado caiu praticamente à metade – US$ 22,5 bilhões ou aproximadamente R$ 116 bilhões. Está abaixo do Itaú e do Bradesco.
Por outro lado, o aumento da bancarização não direcionou, conforme se imaginava, uma parcela maior dos meios de pagamento para as fintechs. O dinheiro procurou os grandes bancos, que mantêm o monopólio da percepção de segurança, uma das variáveis mais relevantes quando se trata do depósito do salário e das micro poupanças. O “entrante” no sistema bancária, com raras exceções, pertence a um público de baixa ou baixíssima renda, que quer olhar o banco na rua, saber que ele existe. Portanto, é possível fazer uma projeção de que o crescimento contínuo da bancarização aumentará a participação dos grandes conglomerados no volume total dos depósitos.
As novas regras impostas pelo Banco Central às fintechs, que começaram a entrar em vigor no mês de janeiro e serão gradativamente implantadas até 2025, também vão impor um processo de seleção natural no setor. O arcabouço normativo elaborado pelo BC ainda está longe de eliminar as assimetrias regulatórias em relação aos bancos convencionais, sujeitos a um ordenamento muito mais rigoroso. Ainda assim, muito provavelmente uma parcela expressiva das fintechs não conseguirá atender às exigências. Trata-se de um ecossistema inteiro de instituições financeiras que nasceram e cresceram em um limbo regulatório, quase que à margem do alcance do Banco Central. Mas há importante ressalva a ser feita: o espaço de crescimento para as fintechs é imenso, porém, proporcionalmente, elas decrescerão sua participação em relação aos grandes bancos no estoque de capital do setor financeiro.
Há cerca de quatro anos, o RR produziu um trabalho para bancos comerciais intitulado “Sistema bancário no Brasil desafio dos grandes conglomerados”. À época, apesar do incômodo demostrado na sondagem com o desequilíbrio regulatório e, consequentemente, concorrencial, os bancos convencionais consideravam que, no tempo, acabariam por absorver o impacto da enxurrada de fintechs. Não deu outra. Desde então, os grandes grupos têm feito sucessivos movimentos neste sentido. O Itaú investiu R$ 1 bilhão para comprar 50% da fintech da Totvs. No mercado, a aposta é que em algum momento, não muito distante, assuma o controle do negócio. O banco dos Setúbal adquiriu 35% da Avenue Securities, corretora digital norte-americana. O Santander incorporou 80% da Gira, especializada em recebíveis do agronegócio, e a Mobills e a Monetus, especializadas no desenvolvimento de aplicativos financeiros. O Bradesco, por sua vez, comprou empresas como a 4ward e a Aarin, focadas em meios de pagamento – a segunda por meio do Next, seu banco digital. Também cravou uma aquisição no exterior, a BCP Global, sediada em Miami. Estes são apenas alguns exemplos de fintechs que caíram na rede dos tradicionais conglomerados bancários brasileiros. Vem muito mais pela frente.