Categoria: Segurança
![](https://relatorioreservado.com.br/wp-content/uploads/2023/03/Ricardo-Lewandowski.png)
Segurança
Lewandowski encontra resistências ao “rebranding” da Polícia Rodoviária Federal
16/07/2024A proposta do ministro Ricardo Lewandowski de mudar o nome da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para Polícia Ostensiva Federal (POF) já enfrenta fortes resistências entre a própria cúpula da corporação e a bancada bolsonarista-raiz no Congresso. Para todos os efeitos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) elaborada por Lewandowski prevê a ampliação do raio de atuação da PRF. No entanto, dentro da Polícia Rodoviária a interpretação é de que o “rebranding” não passa de um castigo pela excessiva vinculação da corporação com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
![](https://relatorioreservado.com.br/wp-content/uploads/2022/11/Carro-PF.png)
Segurança
PF investiga esquema criminoso na extração de diamantes
12/01/2024A Polícia Federal investiga um esquema criminoso de razoável proporção envolvendo a extração de pedras preciosas na Amazônia. Há fortes indícios de que integrantes do Cartel do Norte, maior facção da região, estariam se valendo de laranjas para comprar e explorar minas diamantíferas locais. De acordo com uma fonte da própria PF, algumas das bases de atuação da organização criminosa seriam o sul do Amazonas e áreas próximas ao município de Barcelos, norte do Estado, ambas regiões ricas em diamantes. As investigações apontam que os bandidos operam também nas franjas do território indígena dos Cinta Larga, na divisa entre Rondônia e Mato Grosso, onde está uma das maiores jazidas de diamantes do Brasil. Trata-se de um local de tenebrosa memória: em 2004, guerreiros Cinta Larga mataram 29 garimpeiros, massacre atribuído a disputas por jazidas de diamante. De acordo com a mesma fonte, parte das pedras preciosas extraídas estaria sendo levada para o Peru, de onde seriam despachadas para outros países, notadamente Europa.
Há uma certa ironia no esquema. Sob um certo ângulo, a operação ganhou mais corpo após a ofensiva das autoridades sobre os garimpos ilegais na Amazônia. Expulsos das lavras clandestinas, uma boa parcela em territórios indígenas, os garimpeiros passaram a ser recrutados por componentes do Cartel do Norte – guardadas as devidas proporções, uma espécie de PCC local – para atuar nas minas de pedras preciosas compradas em nome de laranjas
Segurança
Polícia Federal e Mossad acertam os ponteiros
17/11/2023Está tudo certo entre a Polícia Federal e o Mossad. Segundo o RR apurou, a PF e o serviço de Inteligência de Israel vão retomar a cooperação para investigar a possível atuação de terroristas ligados ao Hezbollah no Brasil. A Operação Trapiche, deflagrada no último dia 8 de novembro, gerou ruídos bilaterais. Na ocasião, a conta oficial do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no Twitter publicou que o Mossad havia apoiado a investigação e impedido “atentados contra judeus no Brasil”. No dia seguinte, a própria PF emitiu um comunicado de repúdio ao governo de Israel, afirmando que “manifestações dessa natureza violam as boas práticas da cooperação internacional e podem trazer prejuízos a futuras ações nesse sentido”.
![](https://relatorioreservado.com.br/wp-content/uploads/2023/10/Design-sem-nome-9.png)
Destaque
G20 aumenta a tensão do governo com o crime no Rio de Janeiro
26/10/2023As discussões no governo federal sobre os ataques criminosos no Rio de Janeiro não estão circunscritas às áreas da Justiça e Segurança e de Defesa. O tema transbordou para o âmbito da Comissão Nacional para a Coordenação da Presidência do G20, comandada pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira – da qual fazem parte ainda diversos outros ministros e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Há dois níveis de apreensão.
No aspecto reputacional, o que preocupa é a repercussão internacional da onda de violência no Rio a pouco mais de um ano do encontro do G20 na capital fluminense, em novembro de 2024. Existe o receio de uma repetição dos ataques no curto prazo, o que desmoralizaria o aparelho de segurança do Brasil, seja na esfera estadual ou federal. Ao mesmo tempo, os graves episódios da última segunda-feira, quando 35 ônibus e um trem foram queimados por criminosos, aumentam a tensão em torno do esquema de segurança que será montado para os sucessivos eventos oficiais do G20 programados para o ano que vem.
O momento crucial é a reunião de cúpula, com a presença na cidade dos chefes de Estado das 19 maiores economias do mundo e de altas autoridades da União Europeia. O temor é que o crime organizado aproveite as circunstâncias e a visibilidade global para dar uma demonstração de poder, com atos de violência no Rio durante o encontro dos líderes mundiais.
O governo dispõe de dados que permitem medir um pouco da temperatura no exterior em relação aos atos criminosos no Rio de Janeiro. A Secom vem monitorando o impacto que a violência na cidade tem na mídia internacional. Levantamento realizado a partir de uma base com mais de 614 mil veículos estrangeiros apontou, entre a noite da última segunda-feira e o início da tarde de hoje, 1.252 menções vinculando o Rio de Janeiro à criminalidade.
Os termos mais utilizados foram “mortes” e “homicídios” (427 registros), milícias (295) e violência (207). Ressalte-se que este é um recorte inferior a 48 horas. O mesmo trabalho de mineração traz outros indicadores ainda mais expressivos.
Considerando-se a mesma base, ao longo deste ano os veículos internacionais já publicaram 48.023 citações sobre o Rio associadas ao crime. Para se ter uma melhor noção do que representa, esse número corresponde a 39,8% da soma de todas as menções às outras 26 capitais do Brasil relacionadas à segurança pública (120.448). Destrinchando-se o mapeamento é possível observar as expressões mais associadas ao Rio.
Desde janeiro, são 25.418 referências vinculadas aos termos “homicídios” e “assassinatos”. Há 12.183 menções com a expressão “violência”. Além de 3.623 registros alusivos a “crime organizado” e “milícias”.
Em meio às conversas transversais entre diferentes áreas do governo, Lula adota manobras diversionistas, tentando ganhar tempo até encontrar medidas mais efetivas contra à crise na segurança pública. O primeiro movimento foi o envio de uma segunda leva de integrantes da Força Nacional de Segurança (FNS), uma solução que nada soluciona. No total, são 300 agentes, ou seja, na média um único homem para cada 25 quilômetros quadrados da Região Metropolitana do Rio. Outro balão de ensaio, que de tão usado por seus antecessores mal sai do chão, é o ressurgimento da proposta de criação do Ministério da Segurança Pública – ideia que já passou pelas gestões de Michel Temer, de Jair Bolsonaro e pela campanha eleitoral do próprio Lula.
Não passa de mais um truque de prestidigitação retórica para desviar o foco da plateia. Difícil achar uma saída que não passe por um movimento mais radical: muito provavelmente, a questão vai cair, mais uma vez, no colo dos militares.
Entre auxiliares próximos a Lula, existem vozes que defendem a intervenção federal como única medida possível para o enfrentamento do crime organizado no Rio de Janeiro. Há, inclusive, quem pondere que o envio de tropas das Forças Armadas para o Rio deveria ser feito logo agora, o mais longe possível de novembro de 2024, de forma a descolar a ação militar da reunião do G20. No entanto, independentemente do timing, Lula rechaça a ideia. Na última terça-feira, em entrevista, negou a intenção de decretar intervenção no Rio.
A recusa se deve a motivos óbvios: o presidente resiste a repetir Michel Temer e levar para dentro do Palácio do Planalto a responsabilidade pela crise na segurança pública, em última instância algo que compete aos governos estaduais.
Do ponto de vista político, os riscos são muito maiores do que o ganho potencial. Que o diga o próprio Temer. Durante a intervenção federal de 2018 no Rio, muitos dos índices de criminalidade regrediram. Mas os efeitos benéficos duraram pouco. Alguns meses após os militares se retirarem das ruas, os números voltaram ao patamar antigo.
É mais um motivo que pesa na balança e contribui para a resistência de Lula. Se 2018 deixou uma lição é que os oito meses de intervenção federal do governo Temer no Rio serviram apenas para varrer um pouco da poeira na superfície. Para ter de fato um impacto profundo, o Exército teria de permanecer um longo tempo à frente da segurança pública no Rio.
Em meio a pressões da opinião pública, assessores políticos do presidente Lula já monitoram também cobranças políticas, notadamente do Congresso, para a adoção de medidas mais duras e de caráter estrutural. Além de ações para a área de segurança stricto sensu, os ataques criminosos do início da semana fizeram recrudescer entre os parlamentares discussões em torno da proposta de que o Rio de Janeiro volte a ter o status de capital federal, coexistindo com Brasília. Em 2020, o então deputado federal bolsonarista Daniel Silveira chegou a divulgar a minuta de uma PEC sobre o tema. Mas o projeto não foi protocolado na Câmara. Diante das circunstâncias, o tema reaparece, mais atual e premente do que nunca. Seria uma medida de efeito reparador, na tentativa de fechar as chagas abertas com a transferência da capital. Foi um ato de violência do qual o Rio jamais se recuperou.
Segurança
PF sai na caçada de garimpeiros fugitivos da Venezuela
19/09/2023Segundo o RR apurou, no último fim de semana o Ministério da Justiça reforçou o efetivo de policiais federais no Amazonas e em Roraima, mais precisamente em áreas de fronteira com a Venezuela. O setor de inteligência da própria PF identificou uma crescente presença de garimpeiros clandestinos na região. Em sua maioria, são brasileiros fugitivos da recente operação feita pelas Forças Armadas da Venezuela contra garimpos ilegais no país, que se espalhou por 320 mil hectares de floresta amazônica. De acordo com uma fonte do próprio Ministério, informes passados pelas autoridades venezuelanas estimam que mais de 12 mil garimpeiros ilegais fugiram do país, não apenas para o Brasil, mas também para a Colômbia e Guiana.
![](https://relatorioreservado.com.br/wp-content/uploads/2023/06/PF.png)
Segurança
PF e Forças Armadas se unem contra ataques piratas na Amazônia
23/08/2023A Polícia Federal prepara uma ação para combater ataques criminosos contra embarcações nos rios do Amazonas. Segundo uma fonte da corporação, a PF terá o apoio logístico e de Inteligência das Forças Armadas, notadamente da Marinha. O plano prevê o aumento do efetivo da Polícia Federal, especialmente nas bacias dos rios Madeira e Solimões, no período que vai do fim de agosto ao início de dezembro.
Tradicionalmente, esta é a estação das secas na região. Neste ano, há um agravante: segundo informes do Inmet (Instituo Nacional de Meteorologia), a redução do nível dos rios será ainda mais intensa devido aos efeitos do El Niño. Com isso, as embarcações são obrigadas a diminuir drasticamente a velocidade, o que facilita a abordagem dos criminosos. O RR entrou em contato com a PF, mas a corporação não retornou até o fechamento desta matéria.
As empresas de navegação que atuam na Amazônia perdem por ano cerca de R$ 150 milhões com o roubo de cargas e de combustível. O custo dos ataques piratas vai ainda mais além: segundo um executivo do setor ouvido pelo RR, as despesas com segurança privada cresceram 20% nos últimos dois anos. E seria muito mais não fosse a crescente presença das Forças Armadas, notadamente da Marinha, na região. Parte dessas ações têm ocorrido no âmbito da Operação Ágata, coordenada pelo Ministério da Defesa, com o objetivo de combater crimes fronteiriços e ambientais.
Em contato com o RR, a Marinha informou que “Em 2023, a Operação Ágata – Comando Conjunto Uiara – apreendeu 1,6 tonelada de entorpecentes e neutralizou 51 dragas de garimpo ilegal.” Para a Força Naval, “O crime de pirataria tem alto grau de ofensividade, por colocar em risco fatores como a soberania e a economia dos estados”.
![](https://relatorioreservado.com.br/wp-content/uploads/2023/06/PF.png)
Segurança
PF e Receita lançam ofensiva sobre o contrabando de combustível
21/06/2023O RR apurou que a Polícia Federal e a Receita estão preparando uma operação para combater o contrabando de combustível da Bolívia para o Brasil. O produto vem, principalmente, das cidades bolivianas de Beni, Pando e Santa Cruz de La Sierra. Os principais alvos são o PCC e a Família do Norte, maior organização criminosa da Região Norte e com ramificações no Centro-Oeste. Segundo o RR apurou, investigações da PF indicam que a dupla responde por mais de 60% do volume de gasolina, diesel e querosene de aviação distribuído ilegalmente do lado de cá da fronteira. Em parte, esse combustível alimenta a própria cadeia do crime, abastecendo de aeronaves destinadas ao tráfico de drogas a postos de combustível de propriedade de “laranjas”, usados pelas facções criminosas para lavar dinheiro. Estima-se que o PCC, por exemplo, controle mais de 200 deles em São Paulo.
![](https://relatorioreservado.com.br/wp-content/uploads/2022/11/Carro-PF.png)
Segurança
Crime organizado expande sua atuação na fronteira com o Uruguai
24/04/2023A geoeconomia do crime organizado está avançando sobre novas regiões na América do Sul. De acordo com informações filtradas da Polícia Federal, a área de Inteligência da corporação identificou uma crescente atuação de facções criminosas na fronteira entre o Brasil e o Uruguai. Segundo as investigações, o onipresente Primeiro Comando da Capital (PCC) tem operado em conjunto com umas das maiores organizações do Rio Grande do Sul, conhecida como “Os Manos”. O próprio PCC já teria mais de 1,5 mil integrantes no estado. Em conluio com grupos criminosos do Uruguai, as duas facções vêm ampliando o tráfico de drogas entre os dois países, sobretudo a partir de voos clandestinos. Segundo fonte da PF, o crescente uso dessa rota tem sido, digamos assim, a solução logística encontrada pelo crime organizado diante do maior controle dos órgãos de segurança nas divisas do Brasil com a Bolívia e o Paraguai, historicamente as maiores portas de entrada de drogas no país. Além disso, a liberação da maconha no Uruguai é uma facilidade a mais para que a erva entre de forma ilegal e em quantidades cada vez maiores em território brasileiro.
O aumento da movimentação de drogas entre o Uruguai e o Brasil tem se refletido na sangrenta disputa entre facções criminosas no Rio Grande do Sul. A maior parte dos conflitos se concentra no município de Rio Grande, localizado a 240 km da fronteira com o Uruguai. No ano passado, a cidade registrou um recorde histórico de 90 homicídios, a maioria deles ligada à guerra entre grupos criminosos. “Os Manos”, com o reforço do PCC, tem sido também o principal responsável pelas seguidas rebeliões em presídios gaúchos, notadamente o de Charqueadas.
![](https://relatorioreservado.com.br/wp-content/uploads/2023/04/rr-13-04.png)
Destaque
Ministério da Educação prepara plano emergencial para conter ataques a escolas
13/04/2023O ministro Camilo Santana pretende discutir com empresas da área de educação e entidades representativas do setor, a exemplo da Federação Nacional das Escolas Particulares, medidas para mitigar o risco de ataques em colégios. Santana pretende elaborar, com o apoio do Ministério da Justiça, um plano de ações padronizado, que possa ser adotado em todo o país tanto na rede pública quanto em escolas privadas. A iniciativa vem no rastro da sequência de tragédias em estabelecimentos de ensino, como o recente assassinato de uma professora em São Paulo e de quatro crianças em uma creche em Blumenau (SC).
A questão é tratada com enorme senso de urgência pelo ministro Camilo Santana. Mesmo porque a experiência internacional, notadamente dos Estados Unidos, mostra que há um efeito alimentador em crimes dessa natureza: uma invasão costuma estimular outra invasão. No Brasil, os casos recentes deixaram um temor no ar, vide o que ocorreu na última terça-feira. Durante o dia, surgiram rumores sobre um possível ataque sincronizado a diversas escolas, que estaria sendo organizado em sites na deep web. A informação chegou à mídia: ao longo do dia, segundo o RR apurou, veículos como UOL, Folha de S. Paulo e O Globo consultaram instituições de ensino, notadamente do eixo Rio-São Paulo, sobre a existência de possíveis ameaças. Os boatos se espalharam também em grupos no WhatsApp, com mensagens, vídeos e áudios alertando sobre uma suposta invasão em massa de escolas nos próximos dias.
Fatos novos contribuem para aumentar a tensão. Ontem, um homem de 19 anos foi preso após entrar com uma faca em uma escola na cidade de Morungaba (SP). Também no dia de ontem, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul informou que, na véspera, apreendeu um adolescente na cidade de Maquiné, suspeito de planejar um ataque a um colégio da região. Na última segunda-feira, a Polícia Militar do Rio de Janeiro deteve, em Barra do Piraí, um jovem de 20 anos, acusado de publicar em uma rede social ameaças de ataques a escolas na cidade.
Na esteira dessa sequência de registros policiais, as discussões entre o Ministério e escolas privadas terão de tocar em questões polêmicas, a começar pela presença ou não de vigilância armada dentro dos colégios. A Federação Nacional das Escolas Particulares, por exemplo, já teria sinalizado ser contra a medida.
![](https://relatorioreservado.com.br/wp-content/uploads/2022/11/Carro-PF.png)
Segurança
PF monitora ameaça de novos ataques criminosos
12/04/2023Segundo o RR apurou, a área de Inteligência da Polícia Federal identificou o risco de novos ataques de facções criminosas, a exemplo da barbárie ocorrida no mês passado no Rio Grande do Norte. Os estados visados seriam Amazonas e Pernambuco. Ressalte-se que, na semana passada, a PF prendeu em Recife dois integrantes da organização Sindicato do Crime, suspeitos de terem atuado no planejamento dos atos criminosos em Natal e em outras cidades potiguares. De acordo com a mesma fonte, as investigações da PF indicam que um dos objetivos dos possíveis ataques em Pernambuco e na Amazônia seria a morte por encomenda de alguns policiais. O assunto já teria sido levado pelo próprio ministro Flavio Dino a secretários estaduais de segurança.
Segurança
PF prepara novo ataque ao garimpo ilegal nas terras Yanomami
10/04/2023A Polícia Federal está preparando uma nova megaoperação contra o garimpo ilegal no território Yanomami, que deverá ser deflagrada nos próximos dias. Segundo uma fonte da própria corporação, nos últimos dias a PF abasteceu todas as viaturas e barcos posicionados próximos às aldeias. Um número maior de agentes deve ser enviado a Roraima na semana que vem. Ressalte-se que, há poucos dias, o governo editou uma MP liberando mais de R$ 640 milhões para ações de proteção a comunidades indígenas. A verba extra atende a uma decisão do ministro do STF Luis Roberto Barroso. O magistrado determinou que a União adote uma série de medidas emergenciais de assistência aos povos Yanomami, Karipuna e Kayapo, entre outros. Desse total, o Ministério da Justiça e Segurança Pública ficará com R$ 126 milhões, que serão gastos em operações da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança.
![](https://relatorioreservado.com.br/wp-content/uploads/2023/03/flaviodino-rr-29-03.png)
Destaque
Governo federal poderá ter duas “guardas nacionais”
29/03/2023Os ataques criminosos ao Rio Grande do Norte ricochetearam nos planos traçados por Flavio Dino. Segundo o RR apurou, secretários estaduais de segurança pública levaram ao ministro da Justiça a proposta de manutenção da Força Nacional de Segurança (FNS) mesmo com a eventual criação da Guarda Nacional, já anunciada pelo ministro. O projeto original de Dino previa a extinção da FNS para dar lugar à nova corporação, de caráter permanente. No entanto, os governos estaduais defendem a coexistência das duas corporações. Há um receio de que a Guarda Nacional deixe lacunas na segurança pública devido ao amplo espectro de atribuições previstas. Uma das ideias levadas pelos secretários ao ministro é que a nova força se concentre no combate a crimes federais, atuando em terras indígenas, nas fronteiras e em unidades de conservação ambiental – atividades já incluídas no projeto alinhavado pelo Ministério da Justiça. A FNS, por sua vez, seria mantida com a sua principal função: apoiar as polícias militar e civil na segurança pública nos estados.
Nas conversas mantidas com os secretários de segurança, Flavio Dino até tem se mostrado disposto a acolher o pleito dos estados. No entanto, há um entrave: como encaixar duas forças nacionais de segurança no orçamento? Estima-se que a Guarda Nacional custará mais de R$ 100 milhões. A FNS, por sua vez, tem um orçamento previsto para 2023 de R$ 186 milhões. E o governo Lula já apertou o furo do cinto. A cifra é 23% inferior ao valor do orçamento no ano passado, R$ 244 milhões – ainda que apenas R$ 107 milhões tenham sido efetivamente executados.
As ações criminosas no Rio Grande do Norte – 298 ataques registrados em 15 dias – têm alimentado um temor entre as autoridades da área de segurança: o de que facções criminosas estejam tramando algo similar em outros estados. De acordo com informações filtradas da Justiça, duas áreas em especial são mencionadas com maior preocupação nas conversas de Dino e sua equipe com secretários estaduais: Ceará e Amazonas. Ambos sofreram ataques semelhantes nos últimos anos.
![](https://relatorioreservado.com.br/wp-content/uploads/2023/02/gusa-rr-09-02.png)
Destaque
Ferro gusa é o novo core business do crime organizado
9/02/2023O crime organizado é o setor da “economia” que mais diversifica seus negócios no Brasil. Ao portfólio de ativos soma-se agora o ferro gusa. Segundo o RR apurou, a área de Inteligência da Polícia Federal identificou a atuação de grandes facções criminosas no roubo e na venda clandestina do produto. Como não poderia deixar de ser, o problema é particularmente mais grave em Minas Gerais, que reúne cerca de 300 usinas de ferro gusa e concentra algo em torno de 80% da produção nacional. De acordo com uma fonte da própria PF, organizações criminosas, a exemplo do PCC e da Família Monstro, de forte atuação no estado e no Centro-Oeste, estariam atacando trens utilizados para o transporte do produto. As abordagens se dão, principalmente, em áreas urbanas, onde os comboios são obrigados a reduzir a velocidade, o que traz a reboque o risco de vítimas no caso de eventuais confrontos armados. Na esteira da criminalidade, os custos dos fabricantes e distribuidores de ferro gusa com segurança privada teriam subido cerca de 40% no ano passado. E, ainda assim, é como enxugar gelo: em 2022, a Polícia Civil de Minas registrou um furto ou ao menos uma tentativa de roubo a cada dois dias.
Investigações mais recentes apontam para a existência de uma intrincada rede de comercialização e distribuição do ferro gusa roubado. Além do mercado doméstico, a partir do Centro-Oeste o produto chega também à Bolívia e ao Paraguai e alcança até a América Central. Essa indústria criminosa do ferro gusa é estimulada pela crescente majoração do valor do insumo. A guerra entre Rússia e Ucrânia impulsionou os preços no mercado internacional. No ano passado, as cotações mais do que duplicaram, chegando a alcançar o equivalente a R$ 6 mil por tonelada. Atualmente, o valor médio gira em torno de R$ 3,5 mil, o que ainda torna o ferro gusa um bom negócio – no oficial e no paralelo do crime.
![](https://relatorioreservado.com.br/wp-content/uploads/2022/12/aviao-rr-site-23-12.png)
Destaque
Segurança de aeroportos mobiliza Ministério da Justiça
1/02/2023Circula no Ministério da Justiça um documento reservado que alimenta ainda mais as preocupações em relação à segurança institucional. Trata-se da pauta da última reunião do Conselho Nacional de Autoridades Aeroportuárias (Conaero) realizada no dia 7 de dezembro do ano passado. Segundo o RR apurou, o colegiado do Conaero – instância consultiva e deliberativa formado por representantes de nove órgãos do governo federal que atuam diretamente na gestão dos aeroportos do país – alertou sobre os riscos de segurança nos grandes terminais brasileiros. Mais do que isso: os conselheiros recomendaram que a Abin e outros órgãos de Inteligência do governo passassem a produzir relatórios periódicos sobre os 20 maiores aeroportos de passageiros do Brasil. De quebra, o Conaero propôs ainda uma maior integração entre a Polícia Federal e PMs na segurança dessas instalações.
O documento do Conaero – vinculado à Secretaria de Aviação Civil, por sua vez, subordinada ao recém-criado Ministério dos Portos e Aeroportos – tem um tom bastante cuidadoso: não faz menção explícita a eventuais riscos ou situações que poderiam ameaçar a segurança nos grandes aeroportuários brasileiros. No entanto, a abordagem do assunto pelo Conaero chama a atenção especialmente em razão do timing: a reunião, curiosamente a última sob a presidência de Jair Bolsonaro, ocorreu exatos cinco dias após o estranho episódio registrado no aeroporto de Brasília. Aproximadamente cem indígenas invadiram uma área restrita do terminal para protestar contra Lula e o STF. Segundo as primeiras investigações à época, os manifestantes estavam ligados a grupos pró-Bolsonaro que acampavam na porta do Quartel General do Exército, na capital federal. Outro fato confere maior gravidade às recomendações do Conaero: a reunião do colegiado foi realizada 17 dias antes da Polícia do DF encontrar uma bomba em um caminhão cheio de querosene, estacionado nas proximidades do próprio Aeroporto de Brasília. A descoberta, ressalte-se, se deu a oito dias da posse do presidente Lula, que reuniu milhares de pessoas na capital e naturalmente provocou um enorme aumento do fluxo de passageiros no terminal.
Em contato com o RR, o Ministério dos Portos e Aeroportos confirmou que “o assunto foi abordado durante reunião da Comissão Nacional de Autoridades Aeroportuárias (Conaero) em 7 de dezembro, após invasão de área restrita no Aeroporto Internacional de Brasília ocorrida cinco dias antes pelo acesso ao embarque doméstico”. Ainda segundo a Pasta, “após uma série de reuniões com órgãos de regulação, inteligência e segurança, ocorreu um alinhamento das ações entre os atores responsáveis, que contribuiu para a identificação e mitigação dos impactos do artefato explosivo que foi colocado em um caminhão-tanque que entraria no terminal aeroportuário, em 24 de dezembro de 2022.” Também consultada pelo site, a Abin informou que “a segurança das infraestruturas estratégicas do país é objeto de permanente monitoramento e avaliação de ameaças por parte da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). Neste cenário, a Agência mantém interação constante com órgãos integrantes do Conaero para troca de informações.” Ainda assim, a Abin afirma que “não houve a produção de relatórios específicos sobre possíveis atentados contra aeroportos brasileiros”. Pode ser. Ainda que caiba a ressalva de que o papel da Agência Brasileira de Inteligência não é exatamente o de revelar o que faz ou deixa de fazer. A máxima parece se aplicar também ao Ministério da Justiça. Consultada, a Pasta saiu pela tangente, dizendo ao RR que “a Polícia Federal é o órgão representante do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), no Conaero, cabendo a ela, portanto, eventuais elucidações do que é tratado no Conselho.” No entanto, também procurada, a PF não quis se manifestar sobre o assunto.
![](https://relatorioreservado.com.br/wp-content/uploads/2022/12/flaviodino-rr-16.png)
Segurança
Flavio Dino quer manter Força Nacional no DF
31/01/2023Mesmo que a intervenção na segurança pública do Distrito Federal não seja prorrogada, o ministro da Justiça, Flavio Dino, cogita manter a Força Nacional na capital até o fim de março. O motivo é a 24ª Marcha dos Prefeitos, que ocorrerá em Brasília, entre 27 e 30 de março. Na Pasta da Justiça, há uma forte preocupação com o esquema de segurança em torno do evento, organizado pela Confederação Nacional dos Municípios. De acordo com a mesma fonte, a área de Inteligência da Polícia Federal já alertou o Ministério sobre o risco de infiltração de manifestantes pró-Bolsonaro e da realização de novos protestos. O enorme fluxo de autoridades em Brasília aumenta a complexidade da estrutura de segurança. A estimativa é que mais de dois mil prefeitos circulem pela capital durante os quatro dias de reuniões e seminários. Some-se a isso o expressivo contingente de assessores que acompanharão os chefes do Executivo municipal.
![](https://relatorioreservado.com.br/wp-content/uploads/2022/11/Pf.png)
Segurança
Um nome forte para a Polícia Federal
30/11/2022O delegado Andrei Passos Rodrigues vem ganhando força para assumir a direção da Polícia Federal. Rodrigues conta com dois apoiadores importantes: Flavio Dino, nome mais cotado para o Ministério da Justiça, e Dilma Rousseff. O delegado se aproximou da ex-presidente quando comandou o esquema de segurança da então candidata, em 2010.