Categoria: Judiciário

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Conselho da Justiça Federal breca o “fura-fila” no pagamento de precatórios
29/09/2023Enquanto o governo trabalha junto ao STF na tentativa de mudar as regras para o pagamento de precatórios, o assunto provoca celeuma também no próprio Judiciário. O Conselho da Justiça Federal (CJF) está advertindo os tribunais pelo descumprimento de normas para o repasse dos créditos. As cortes vêm quitando precatórios comuns, sem considerar as prioridades previstas em lei, como créditos alimentares para portadores de doenças graves ou deficiência e para pessoas com mais de 60 anos. Segundo o RR apurou, um caso recente, com forte repercussão dentro do CJF, foi o pagamento de R$ 1.801.468.713,95 em favor da Petrobras autorizado pela 27a Vara Federal do Rio de Janeiro e, como manda a regra, corroborado pela presidência do TRF 2. O desembolso teria furado a fila, atropelando uma série de pagamentos prioritários.

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Barroso já imprime sua marca na presidência do STF
20/09/2023Luis Roberto Barroso vai cumprir uma intensa agenda institucional até o próximo dia 28, quando assumirá a presidência do STF. Após o encontro com Rodrigo Pacheco, na segunda-feira, pretende se reunir com o presidente Lula, ainda nesta semana. A peregrinação prevê ainda visitas a Arhur Lira, ao ministro Flavio Dino e ao presidente do TCU, Bruno Dantas.
Estas duas últimas conversas carregam um componente peculiar: tanto Dantas quanto, sobretudo, Dino figuram entre os nomes cotados para o Supremo, em substituição a Rosa Weber, prestes a se aposentar. Para além de uma agenda protocolar pré-posse, os movimentos de Barroso devem ser interpretados como uma sinalização interna corporis. A gestão de Rosa Weber como presidente do STF é objeto de críticas entre seus próprios pares na Corte.
A interpretação é que a postura excessivamente low profile da ministra acabou por esmaecer, em alguns momentos, a representatividade institucional do Supremo junto aos demais Poderes.
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As cartas do TST para o Conselho Nacional de Justiça
24/08/2023No Tribunal Superior do Trabalho, o ministro Guilherme Caputo Bastos é considerado pule de dez para ser o representante da Corte no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O martelo será batido em outubro. O TST escolherá ainda outros dois indicados ao CNJ nas vagas que cabem à Justiça Trabalhista – uma destinada ao primeiro grau (juiz) e outra ao segundo grau (desembargador). A disputa nos bastidores é grande. A lista de candidato inscritos para as duas cadeiras tem 33 nomes (13 desembargadores e 20 juízes). Ressalte-se que este não é um processo de sucessão dos mais corriqueiros. Ele se dá em meio a divergências dentro da Justiça do Trabalho. Um grupo de magistrados, notadamente de São Paulo, defendeu que o TST adotasse o instituto da reeleição ao CNJ, o que é permitido pelas regras do Conselho. A mudança abriria caminho para a recondução da desembargadora Jane Granzoto, do TRT-2. No entanto, os ministros do TST brecaram o lobby.
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A vez de uma mulher negra no STF?
7/06/2023Confirmada a indicação de Cristiano Zanin para o STF, as atenções se voltam agora à sucessão de Rosa Weber, que se aposentará em outubro. Um nome que tem circulado com força no Palácio do Planalto é o da jurista Silvia Souza, presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) da OAB. Silvia tem um importante apoiador dentro do governo: o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. A advogada é uma das figuras mais proeminentes do grupo de trabalho criado pela Pasta para o enfrentamento ao discurso de ódio. Sua nomeação para o STF teria um forte caráter simbólico: Silvia seria a primeira mulher negra na Suprema Corte. Há um forte pleito de movimentos étnicos e da própria OAB neste sentido. Durante o processo de escolha do substituto de Ricardo Lewandowski, um dos nomes levados ao presidente Lula foi o da jurista Vera Lucia Santana, ligada à Frente de Mulheres Negras do Distrito Federal e Entorno e à ABJD (Associação Brasileira de Juristas pela Democracia).

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STF mira em agentes da Polícia Rodoviária Federal
30/05/2023Desde ontem no fim da tarde, circula no STF a informação de que a PF prepara uma operação referente ao inquérito que investiga as blitze da Polícia Rodoviária Federal contra eleitores de Lula no dia do segundo turno da eleição presidencial. Os alvos seriam agentes da PRF responsáveis por comandar as diligências na Bahia, Pará e Minas Gerais. São estados onde o petista já havia vencido no primeiro turno e, proporcionalmente, houve uma maior convocação de policiais de folga para trabalhar nas estradas. No Pará, por exemplo, o efetivo extra chamado no próprio domingo, dia da eleição, envolveu 45 agentes, o equivalente a 160% do número de agentes de plantão (28). Em Minas Gerais, por sua vez, esse índice chegou a 108%.
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Uma queda de braço entre magistrados no CNJ
29/05/2023Há uma contenda entre togados no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O desembargador do TJ-RJ Siro Darlan entrou no CNJ com um pedido de suspeição contra o ministro do STJ, Luis Felipe Salomão. Na condição de corregedor nacional de Justiça, Salomão conduziu o processo no próprio Conselho que resultou na aposentadoria compulsória de Darlan, no último mês de março. No pedido de dez páginas endereçado à ministra Rosa Weber, presidente do CNJ, o desembargador joga querosene na fogueira, acusando Salomão de “perseguição e inimizade, com uso de provas ilícitas duas vezes”. Darlan sustenta que o corregedor deveria ter se declarado impedido de atuar no processo que culminou na sua punição, uma vez que ambos se frequentavam familiarmente. O magistrado menciona, inclusive, a relação de amizade com o irmão do ministro, o também desembargador Paulo Cesar Salomão.
Todo o episódio é cercado de polêmicas. Siro Darlan foi julgado no CNJ pela suspeita de “transgressões funcionais” em razão da “concessão indevida de liminar em plantão noturno”. Um termo eufemístico para a grave acusação de participar de um esquema de venda de sentenças no TJ-RJ. Ocorre que apenas um mês depois o ministro Ricardo Lewandowski suspendeu a punição aplicada a Darlan alegando que as provas utilizadas para o seu afastamento definitivo eram de uma ação penal já arquivada pelo ministro Edson Fachin.

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Decisão “trabalhista” de Moraes provoca ruídos entre STF e TST
26/05/2023A decisão do ministro Alexandre de Moraes ao negar o vínculo de emprego entre um motorista e a plataforma de transporte Cabify causou mal-estar entre os integrantes do Tribunal Superior do Trabalho (TST). A sentença monocrática de Moraes, derrubando uma decisão do TRT-MG, ocorreu apenas uma semana após os presidentes do STF, Rosa Weber, e do TST, Lelio Bentes, firmarem um acordo de cooperação técnica para compartilhamento de informações e apreciação de processos. Entre os membros do TST, a decisão de Moraes foi interpretada como uma interferência exagerada da Suprema Corte na esfera da Justiça Trabalhista. Dias antes, ao julgar um agravo de instrumento, a 6ª Turma do TST, por unanimidade, chancelou o voto do relator, ministro Augusto César de Carvalho, reconhecendo o vínculo entre um motorista e a 99, outra empresa de transporte.

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Advogada do PT entra na disputa por vaga na Justiça Eleitoral
23/05/2023A “petetização” dos tribunais superiores pode não ficar restrita à indicação de Cristiano Zanin para o STF. O nome da advogada Edilene Lobo circula no Palácio do Planalto como forte candidata a uma das vagas abertas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Edilene advoga para o próprio PT há mais de 20 anos. No ano passado, chegou a se candidatar ao cargo de ministra substituta do TSE, mas seu nome, como não poderia deixar de ser, não passou pelo crivo do então presidente, Jair Bolsonaro.
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Coalizão baiana por vaga no STJ
16/05/2023O ministro da Casa Civil e ex-governador, Rui Costa, trabalha dentro do Palácio do Planalto pela indicação do advogado baiano André Godinho ao STJ, na vaga deixada por Felix Fischer. Godinho é um dos 34 nomes da lista inicial apresentada pela OAB para a cadeira. Trata-se de uma família próxima a lideranças petistas. Seu irmão, Bruno Godinho, foi procurador-chefe da AGU na Bahia durante o governo de Jaques Wagner. Em 2016, já na gestão de Dilma Rousseff, Bruno esteve cotado para assumir a própria AGU.

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Justiça do Trabalho fecha o cerco à Uber
13/03/2023Além da pressão do governo, notadamente do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, a Uber começa a se deparar com um ambiente hostil aos seus interesses também na Justiça do Trabalho. Segundo o RR apurou, entre os ministros do TST está se consolidando o entendimento de há, sim, vínculo trabalhista entre os motoristas da plataforma e a companhia. A 4ª, 5ª e 8ª Turmas da Corte já proferiram decisões neste sentido. Segundo fonte do próprio TST, a 6ª Turma também já teria formado maioria na mesma direção. Em um julgamento recente, o ministro Alexandre Agra Belmonte se recusou a referendar uma proposta de acordo oferecida pela Uber e considerou que a empresa agia de má fé. De acordo com a mesma fonte, a tendência é que as sentenças favoráveis a motoristas estabeleçam jurisprudência quanto ao vínculo trabalhista.