Categoria: Internacional
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Internacional
Risco de embargo americano à carne paraguaia preocupa Minerva Foods
3/01/2024A ameaça de os Estados Unidos suspenderem as importações de carne bovina do Paraguai está mobilizando a Minerva Foods. Nos últimos dias, a empresa tem feito contatos com autoridades do país vizinho e também brasileiras. O respaldo diplomático dos dois países, notadamente do Brasil, pode pesar na balança para brecar um eventual embargo norte-americano à carne paraguaia.
Na prática, um embargo à própria Minerva. A companhia, que tem como acionistas a família Queiroz e o fundo árabe Salic, domina mais de 50% das exportações de carne do Paraguai. Os Estados Unidos liberaram as importações do Paraguai no início de novembro. Os frigoríficos paraguaios ganharam o direito de embarcar até 6,5 mil toneladas por ano, o equivalente a 10% da cota tarifária para os países sem acordos individuais. A Minerva foi rápida no gatilho e imediatamente fechou um primeiro embarque.
No entanto, mal abriu, essa janela comercial já pode ser fechada, a julgar pelas pressões do Congresso norte-americano, que, inclusive, unem as forças políticas antípodas dos Estados Unidos. Na semana passada, os senadores Jon Tester (Democrata) e Mike Rounds (Republicano) apresentaram um projeto bipartidarista propondo a suspensão das importações de carne bovina do Paraguai. A alegação são questões de ordem fitossanitária e de segurança alimentar.
Destaque
Governo Lula quer retomar fabricação de chips. Só não sabe como
26/07/2023A China está gastando mais de US$ 140 bilhões para ser autossuficiente em semicondutores. A União Europeia lançou um programa de investimentos de 43 bilhões de euros para dobrar sua produção de chips até 2030. Enquanto isso, no Brasil… o governo Lula quebra a cabeça em busca de uma saída para o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), fabricante de semicondutores localizada no Rio Grande do Sul. A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos (PC do B), defende a retomada das atividades da Ceitec. Com base em estudos da área técnica da Pasta, prega ainda um upgrade da empresa. Por upgrade entenda-se o desenvolvimento de uma tecnologia mais avançada para a produção de chips de 350 a 180 nanômetros, segmento que atende a um mercado consumidor maior. A estatal foi concebida originalmente para fabricar insumos de 600 a 350 nanômetros. Quanto menor a medida, maior a capacidade de processamento. A mudança exigiria um investimento significativo para a modernização da planta. Um exemplo: os atuais equipamentos da Ceitec não permitem a filtragem de partículas das tecnologias de 350 a 180 nanômetros.
A questão é: de onde virá o dinheiro para a conversão da fábrica da Ceitec se não há orçamento previsto sequer para a retomada das atividades da estatal? Esse é um ponto central das discussões travadas dentro da comissão interministerial criado com o objetivo de estudar soluções para a estatal. Esse grupo de trabalho tem até o dia 14 de agosto para apresentar um relatório. Mas as conversas comumente esbarram nas cifras. Estima-se que a empresa precise de algo em torno de R$ 1 bilhão para se tornar um centro de produção competitivo – praticamente o mesmo valor que recebeu entre 2008 e 2020, quando o governo Bolsonaro freou os aportes e incluiu a empresa no programa de privatizações. A estatal, ressalte-se, é historicamente deficitária. Seu primeiro lucro foi registrado apenas em 2021 – R$ 1,7 milhão, resultante em sua maior parte devido aos cortes draconianos que Bolsonaro fez no seu orçamento. Seu recorde de faturamento foi registrado em 2019 – R$ 155 milhões.
O Brasil, diga-se de passagem, simplesmente não fabrica semicondutores avançados. Existem 11 empresas produzindo chips, mas todas concentradas no chamada backend, que é algo parecido com as “maquilas” ou montadoras – que fazem teste, afinamento e corte de componentes e não livram o país de uma dependência quase absoluta das importações. O país não atua no frontend, etapa que compreende a fabricação do componente. Como há um déficit global de chips, o Brasil fica refém da escassez global dos semicondutores. Recentemente, a Volkswagen anunciou que ia parar suas fábricas no país por falta de chips.
Segundo informação apurada pelo RR, dentro do grupo interministerial, uma das propostas discutidas para aumentar a receita da Ceitec é ampliar seu escopo de atuação. Uma das ideias é entrar no desenvolvimento de tecnologias e equipamentos para a médica. Não é necessariamente um segmento estranho para a Ceitec. A empresa desenvolveu projetos de7 pesquisa no setor de saúde, para a detecção precoce de câncer.
Outra hipótese sobre a mesa é buscar parcerias internacionais para financiar o “grande salto” da Ceitec. Pelas circunstâncias, o caminho mais óbvio é a China. Em abril, os presidentes Lula e Xi Jinping assinaram um acordo de cooperação para pesquisas e transferência de tecnologia na área de semicondutores. Na ocasião, em entrevista à Reuters, Celso Amorim, principal assessor de política externa do governo Lula, disse textualmente que o Brasil não se oporia “à instalação de uma fábrica chinesa de chips em solo nacional”. Talvez ela já exista e fique no Rio Grande do Sul.
De toda a forma, a retomada da Ceitec é um trabalho hercúleo. Nos dois últimos anos do governo Bolsonaro, a estatal perdeu mais de 90% dos seus projetistas de chips – exatamente a alma do negócio. Projetos e pesquisas foram suspensos por falta de verbas
Destaque
Até quando o Brasil vai apanhar calado nos rankings internacionais?
22/06/2023O ex-presidente da Xerox do Brasil, Carlos Salles, tinha verdadeiras crises de raiva quando via esses rankings elaborados por institutos de pesquisa internacionais ou mesmo agências multilaterais, detonando o Brasil em uma série de atributos. Dizia que o governo deveria constituir uma comissão de alto nível para levantamento dos critérios, variáveis e modelos usados para determinar os tais ranqueamentos, que fazem muito sucesso junto àqueles que cultivam eternamente o complexo de vira-latas. Ou seja: a síndrome de que somos sempre piores do que os outros lá de fora. Salles era daqueles industrialistas, que, a despeito de presidir uma multinacional, respirava o Brasil por todos os poros. Simplesmente não aceitava as estatísticas que, quase sem exceção, destinavam ao país vergonhosas posições nos comparativos do concerto das nações.
Pois bem, Salles estaria dando um murro em cima da tela do computador, do recorte de jornal ou do noticiário da TV a cabo que estão divulgando o Anuário de Competividade Mundial 2023/IMD, que conta com a parceria da Fundação Dom Cabral. Na publicação consta um ranking da competitividade em que o Brasil figura em 60° em uma amostragem de 64 países. É razoável se imaginar que a competitividade internacional do Brasil seja, entre outros, inferior à da Tanzânia, El Salvador, Nicaragua, Zimbábue, Somália, Bolívia, Venezuela e Argentina, que tem sua economia derretida por mais uma crise cambial assustadora? Não é nada, não é nada, o Brasil é a nona economia do mundo, segundo os dados fechados e correspondentes a 2022.
A agência de risco Austin Rating, classificadora respeitada no mercado, informa que, com um aumento de 1,9% do PIB, nos primeiros três meses do ano, o país ocupou a quarta posição em um ranking de 48 nações que já divulgaram o crescimento das suas economias no período citado. O avanço brasileiro ficou muitos degraus acima da média do grupo de nações que integram o ranking, cuja expansão do PIB foi de 0,2%. Ora, ninguém nem sequer suspeita desses parâmetros. Não é de hoje, há algo de muito estranho nessas metodologias. Sabe-se que modelos econométricos aceitam de tudo, dependendo das variáveis usadas para eles rodarem. Talvez tenham de ser construídas metodologias alternativas, fundadas em outros critérios. Não faz sentido nenhum a colocação do país na rabeira dos rankings mundiais. É o que dizia Salles inconformado. É o que pensa o RR. O Brasil não sabe se vender, como também não sabe se defender.
Internacional
Petrobras acelera conversas com YPFB para investimentos na Bolívia
6/06/2023A retomada dos projetos da Petrobras em países vizinhos é para ontem. O RR apurou que executivos da diretoria de Exploração e Produção deverão viajar à Bolívia ainda neste mês. Na agenda, conversas com a diretoria da YPFB para discutir projetos conjuntos de exploração de gás. O próprio no1 da estatal, Jean Paul Prates, conversou sobre o assunto com o presidente da Bolívia, Luiz Arce, na semana passada, em Brasília.
Destaque
Maduro desponta como o “fiador” da entrada do Brasil na Opep
31/05/2023Há pelo menos duas versões para as loas de Lula a Nicolás Maduro, que excederam qualquer expectativa de exagero na recepção – Maduro teve honrarias de um grande chefe de Estado. A primeira das versões, um tanto quanto simplória, interpreta a apoteose de saudação a Maduro em terras brasileiras como mais um ato de pragmatismo. Lula pretendeu dar um sinal amigável as suas bases de apoio mais à esquerda. Por essa ótica, comprada por quase todas as mídias, os festejos para o presidente venezuelano foram planejados para afagar a bolha dos petistas e aliados mais ideológicos. A segunda versão é mais ambiciosa. Ela segue em linha com o projeto de Lula de levar o Brasil a um patamar de protagonismo na discussão e decisões da geopolítica. O presidente da Venezuela é visto no Palácio do Planalto como um aliado fundamental para o projeto acalentado pelo petista e seus principais assessores da área internacional, notadamente Celso Amorim: a entrada do Brasil na Opep. Maduro funcionaria como uma espécie de embaixador do pleito brasileiro junto aos demais integrantes das Organização dos Países Exportadores de Petróleo – da qual os venezuelanos são membros fundadores. Guardadas as devidas proporções, o presidente da Venezuela estaria para a causa como Donald Trump esteve, em certo momento, para as tratativas em torno do ingresso do Brasil na OCDE.
Os números credenciam o Brasil a entrar na Opep. Na média, o país produz atualmente algo em torno de 3,2 milhões de barris de petróleo por dia. Esse volume seria suficiente para colocar o Brasil em quarto no ranking dos países membros da Organização, atrás apenas da Arábia Saudita, Iraque e Irã. Olhando-se para as reservas comprovadas, o poder de fogo brasileiro seria menor se comparado aos integrantes da entidade. Atualmente, o país tem cerca de 15 bilhões de barris, o que lhe daria apenas o décimo lugar no rol da Opep – por sinal, quem lidera nesse quesito é exatamente a Venezuela, com aproximadamente 300 bilhões de barris. Ressalte-se, no entanto, que o Brasil pode, em breve, dar um salto com a Margem Equatorial – o que, de certa forma, explica a disposição de Lula de levar adiante os projetos da Petrobras nessa nova fronteira petrolífera, não obstante os óbices de ordem ambiental. Estudos mais recentes, como o do Centro de Infraestrutura (CBIE), indicam uma estimativa em torno de 30 bilhões de barris em reservas estimadas na região.
O governo Bolsonaro, não custa lembrar, chegou a ensaiar articulações internacionais para o ingresso do Brasil na Opep. Na viagem que fez à Arábia Saudita, em 2021, o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tratou do assunto com as autoridades locais. Como quase tudo na política externa da gestão Bolsonaro, a pauta não saiu do lugar.
Destaque
Governo negocia acordo com a China para reduzir déficit de estocagem de grãos do Brasil
24/05/2023Cofco e Sinograin, dois gigantes do agronegócio chinês, sinalizaram o interesse de intensificar investimentos na ampliação da estrutura de armazenagem de grãos no Brasil. As tratativas envolvem tanto a construção de estruturas próprias de estocagem como uma parceria para a reforma e gestão de armazéns da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), subordinada à própria Pasta da Agricultura. Mais de 20 unidades armazenadoras da estatal estão fechadas por falta de investimentos. O governo Bolsonaro chegou a ensaiar um processo de venda dessas instalações, mas o projeto não andou. A notória escassez de estruturas de estocagem é um dos mais graves problemas do agronegócio brasileiro. Somente no Mato Grosso, o déficit de armazenagem equivale à metade de toda a safra do estado: são mais de 40 milhões de toneladas de grãos sem teto. Só para não variar, o cobertor dos recursos públicos é curtíssimo. Do Plano Safra 2023-2024, que totaliza mais de R$ 340 bilhões, apenas R$ 5 bilhões, ou algo como 1,5%, estão reservados para financiar a construção de silos e armazéns.
Por ora, os investimentos da Cofco e da Sinograin estão na categoria das intenções. Trata-se de uma operação que depende de um acordo entre os governos do Brasil e da China, a partir de uma semente plantada durante a recente passagem de Lula por Pequim. A possível parceria junta a fome com a vontade de comer. O Brasil precisa de dinheiro: estudos indicam a necessidade de mais de R$ 15 bilhões de investimentos em estocagem para acompanhar o ritmo de crescimento da produção agrícola. A China, por sua vez, tem tratado a gestão de estoques agrícolas com algo estratégico, tanto dentro quanto fora de suas fronteiras.
No ano passado, a Cofco e a Sinograin, ambas estatais, criaram uma joint venture para administrar todas as reservas locais de commodities agrícolas. No caso específico do Brasil, além de motivações de ordem geoeconômica, a China precisa resolver um problema que atinge diretamente a atuação da própria Cofco no país. O grupo já investiu entre 2019 e 2021 cerca de US$ 200 milhões na construção de estruturas próprias de armazenagem. Com uma crescente atuação na originação de grãos no Brasil, vai precisar de mais. Muito mais.
Internacional
Um passinho a mais para o acordo entre UE e Mercosul
16/05/2023Uma delegação da União Europeia (EU) vai circular por Brasília até o próximo fim de semana. Chefiada pelo deputado espanhol Jordi Cañas, relator do acordo comercial entre o Mercosul e a EU, a comitiva vai se reunir com o chanceler Mauro Vieira. No encontro, deverão discutir o instrumento adicional elaborado exaustivamente ao longo dos últimos dois anos que envolve questões sensíveis como desmatamento, mudanças climáticas e condições de trabalho. Segundo o RR apurou, em conversas reservadas com diplomatas brasileiras por telefone na semana passada, Cañas fez elogios ao teor da proposta e à retomada dos compromissos ambientais do governo brasileiro.
Destaque
Imigração ilegal vira uma prioridade na agenda entre Estados Unidos e Brasil
11/05/2023A imigração tornou-se uma pauta razoavelmente sensível na agenda entre os governos Lula e Joe Biden. Segundo uma fonte do Itamaraty, Brasil e Estados Unidos têm discutido medidas conjuntas para apertar o cerco à entrada ilegal de cidadãos brasileiros em território norte-americano. Washington tem solicitado das autoridades do Brasil maior agilidade na identificação e no processo de deportação dos imigrantes clandestinos. O governo Lula, por sua vez, já emitiu sinais de cooperação. Um dos principais gestos nesse sentido tem sido a manutenção dos procedimentos mais severos implantados pela gestão Bolsonaro a partir de 2019. Um exemplo: contra todas as apostas de que a medida seria rapidamente derrubada, o consulado brasileiro permanece encaminhando ao governo norte-americano documentos de brasileiros deportáveis à revelia. Imigrantes clandestinos costumam destruir passaporte ou mesmo carteira de identidade para retardar o processo de deportação.
As discussões diplomáticas vêm ganhando mais tração nos últimos meses, à luz de fatos novos. De acordo com as informações apuradas pelo RR, é o caso do “fator Belize”. Autoridades norte-americanas identificaram um novo esquema de “tráfico” de imigrantes a partir do país da América Central. Segundo as investigações, compartilhadas com o Ministério das Relações Exteriores, cerca de 80 brasileiros foram presos pelo serviço de imigração dos Estados Unidos nos últimos três meses após usarem essa nova rota, que parte de Belize, atravessa o México pela faixa leste e chega ao Texas, em regiões próximas à cidade de Laredo. Segundo um diplomata em conversa com o RR, o grupo em questão partiu de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. A logística é complexa e envolve múltiplas conexões. Além de mexicanos e de belizenhos, há indícios da participação de haitianos no esquema, que se valeriam das ligações com parentes no Brasil. Estima-se que mais de 130 mil cidadãos do Haiti vivam em território brasileiro.
Em 2021, já sob a presidência de Joe Biden, os Estados Unidos solicitaram ao governo Bolsonaro ajuda para conter a entrada de brasileiros clandestinos em território norte-americano. Na ocasião, o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, chegou a tratar diretamente do assunto com o então ministro das Relações Exteriores, Carlos França. Naquele momento, por conta da grave crise econômica decorrente da pandemia, o fluxo de imigrantes bateu recordes históricos. Em 12 meses, mais de 47 mil brasileiros foram presos pela guarda de fronteira norte-americana.
Internacional
Maduro é o ponto de interrogação no renascimento da Unasul
8/05/2023A reunião de cúpula da Unasul, programada para o dia 30 de maio, em Brasília, tem causado certa tensão no Itamaraty. Até o momento, de acordo com informações filtradas do Ministério das Relações Exteriores, o presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, não confirmou sua presença. Segundo o RR apurou, por ora, o governo de Caracas sequer sinalizou o envio de uma delegação para cuidar dos preparativos da visita e do esquema de segurança, praxe em viagens de chefe de Estado. No Itamaraty, há dúvidas se o silêncio venezuelano é uma má ou uma boa notícia. Os governos do Paraguai e do Equador já teriam sinalizado alguma resistência à participação de Maduro na reunião. O encontro é um evento relevante para a política externa do governo Lula, que praticamente ressuscitou a Unasul com o retorno do Brasil ao bloco. Em 2019, o presidente Jair Bolsonaro retirou o país do organismo multilateral.
Internacional
JBS e Marfrig contam com a renovação de acordo tarifário com o México
27/04/2023As atenções dos dirigentes da JBS e da BRF, leia-se Marfrig, estão voltadas, neste momento, para o México. Nos bastidores do setor a informação é que o governo brasileiro – mais precisamente o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e o chanceler Mauro Vieira – tem feito gestões junto às autoridades mexicanas para a renovação do regime especial adotado pelo país para a compra de carne de frango. O México suspendeu por um ano as tarifas de importação do produto para os países que já tinham frigoríficos habilitados pelas autoridades sanitárias locais. A princípio, a isenção expira no fim de maio. O Brasil tem sido o maior beneficiado pela medida. No ano passado, as exportações de frango para o mercado mexicano totalizaram 140 mil toneladas, 35% a mais do que em 2021.
JBS e BRF são, disparadamente, as duas empresas mais favorecidas pelo abate tarifário mexicano: a dupla responde por mais de 70% da produção avícola brasileira. A empresa dos irmãos Batista se encontra em uma posição ainda mais privilegiada, dado o seu volume de exportações e sua notória força no tabuleiro das grandes negociações internacionais na cadeia da proteína.
Um fator aumenta a probabilidade do governo do presidente Manuel Lopez Obrador renovar o regime especial: o México está entre os dez países latino-americanos que registraram casos de gripe aviária entre animais domésticos, o que levou ao abate e descarte de milhares de aves. A crise fitossanitária aumenta a necessidade de importações. Ressalte-se que mais de 20% da carne de frango consumidas no México são importados.
Internacional
China quer uma cabeça de ponte portuária para escoar proteína brasileira
25/04/2023Ecos da recente visita de Lula a Pequim: a estatal chinesa Sino-Lac Supply Chain retomou o projeto de investir no setor portuário brasileiro. O RR apurou que há conversas com os governos do Maranhão e do Pará. O que está por trás do negócio é mais um movimento do governo chinês para assegurar o suprimento de proteína para a população do país. O objetivo central da Sino-Lac é a montagem de uma estrutural transversal de logística, envolvendo armazenamento, desembaraço aduaneiro, atestação fitossanitária e transporte de grãos e carne para o mercado chinês. Pela posição geográfica, os portos de Barcarena, no Pará, e de São Luís, no Maranhão, despontam como os principais candidatos a receber os investimentos.
Destaque
China vira fator de risco para a venda de blindados Guarani à Argentina
20/04/2023Há várias peças se movimentando de forma cruzada no tabuleiro da geopolítica global. A China que se aproxima do governo Lula é a mesma que pode deslocar interesses brasileiros na área de defesa. O Ministério das Relações Exteriores monitora, com alguma dose de preocupação, as tratativas entre Pequim e o governo argentino em torno de um acordo comercial para a negociação de equipamentos militares. Segundo uma fonte da própria Pasta, o Itamaraty tem informações de que os chineses estariam tentando atravessar a venda de 156 blindados Guarani, produzidos pela Iveco em Sete Lagoas (MG), para o Exército argentino. Trata-se, a um só tempo, de um negócio estratégico tanto para a indústria de defesa brasileira quanto para a política externa do governo Lula. Melhor dizendo: para o próprio Lula. Em janeiro, durante sua visita a Buenos Aires, o presidente tratou diretamente do assunto com Alberto Fernández. Na ocasião, ambos assinaram um acordo para destravar a venda dos blindados da Iveco, um negócio que se arrasta há mais de quatro anos. O que está em jogo é um contrato que pode chegar a R$ 1,8 bilhão.
Além da relação entre Lula e Alberto Fernández, é importante dizer que o Brasil e a Iveco têm alguns handicaps em uma eventual disputa com a China: o motor e alguns dos componentes mecânicos já são fabricados em uma unidade da companhia na Argentina, o que ajudaria a reduzir o custo de produção dos veículos militares. Some-se ainda o fato de que o embaixador argentino em Brasília, Daniel Scioli, é um incentivador do acordo. Em contrapartida, o risco é o governo de Pequim jogar o fornecimento de blindados dentro de um pacote maior de cooperação, que envolveria a venda de outros equipamentos bélicos, além da transferência de tecnologias. Nesse caso, o Brasil teria menor poder de barganha à mesa de negociações.
Fatos recentes aumentaram o estado de alerta do governo brasileiro em relação ao assunto. Na semana passada, uma delegação da Administração Estatal de Ciência, Tecnologia e Indústria de Defesa Nacional da China (SASTIND), chefiada pelo vice-ministro Zhan Bin Xu, esteve em Buenos Aires. Entre outras autoridades, a comitiva se reuniu com o ministro da Defesa da Argentina, Jorge Taiana. Desde janeiro, quando Lula e Alberto Fernández apertaram as mãos em Buenos Aires, algumas nuvens mudaram de lugar. Como se não bastasse a aproximação entre chineses e argentinos, há ainda um fator de risco que vem do atual jogo de tensões na geopolítica global, agravado pelos conflitos entre Rússia e Ucrânia. Em fevereiro, o Federal Office for Economic Affairs and Export Control, escritório governamental que controla as exportações da Alemanha, embargou a venda de 28 blindados Guarani para as Filipinas. Os veículos possuem sistemas e peças de origem alemã, sujeitas ao controle de exportação da agência. No Itamaraty, o veto da Alemanha foi interpretado como uma retaliação a negativa do governo brasileiro – tanto na gestão de Jair Bolsonaro quanto de Lula – de fornecer equipamentos militares à Ucrânia.
Internacional
Governo Lula não admite “penetras” em sua liderança na América do Sul
19/04/2023O governo Lula está tratando a chamada conferência sobre os diálogos na Venezuela como uma agenda prioritária na área de política externa. Segundo o RR apurou, o presidente pretende enviar o embaixador Celso Amorim, seu assessor especial, a Bogotá no próximo dia 25. Trata-se da primeira rodada de negociações multilaterais com o objetivo de intermediar um acordo entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição. O próprio Lula empenhou-se na formação dessa espécie de colegiado diplomático para buscar a pax venezuelana – ao todo, 15 países, incluindo os Estados Unidos, participarão do encontro. No entanto, nas últimas semanas, a Colômbia, anfitriã da reunião, assumiu um certo protagonismo sobre a pauta. Lula, ao que parece, não quer arredar um milímetro no propósito de que o Brasil seja o grande condutor da política externa na América do Sul. Ressalte-se que, no início de março, o próprio Amorim esteve reunido com Maduro em Caracas, para “renovar as relações com a Venezuela”.
Destaque
Brasil busca parceiros internacionais para aumentar produção de fertilizantes
12/04/2023O governo pretende fazer movimentos mais contundentes no mapa geopolítico para reduzir o déficit de fertilizantes no Brasil. A estrada principal leva à Rússia. Lula tem feito aproximações sucessivas com Vladimir Putin no intuito de aumentar os investimentos de empresas russas na produção de adubo no país. Nenhuma outra nação tem uma posição tão expressiva na indústria brasileira de fertilizantes quanto a Rússia. O principal player é a Eurochem, que já comprou a Tocantins e Heringer e, segundo o RR apurou, está em busca de novas aquisições no país. Isso para não falar dos projetos greenfield da companhia, como o aumento da produção de concentrado fosfático no Complexo Mineroindustrial de Serra do Salitre (MG) – a meta é saltar de 400 mil toneladas para um milhão de toneladas por ano. No governo, há, inclusive, quem enxergue a Eurochem como um potencial parceiro da própria Petrobras, que, conforme o próprio Lula já declarou reiteradamente, voltará a ter um papel estratégico no aumento da produção interna de fertilizantes. A estatal, ressalte-se, tem importantes empreendimentos no pipeline. O maior deles é a conclusão da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN III), de Três Lagoas (MS). A companhia também planeja desengavetar a instalação da UFN V, em Uberaba. No caso da UFN III, não custa lembrar que outra empresa russa, a Acron, esteve perto de comprar a unidade em 2021.
A Rússia é o principal, mas não o único caminho. Na cartografia dos fertilizantes, o governo Lula pretende pegar também uma estrada vicinal. A China surge como uma alternativa de parceria para aumentar a produção de adubo no Brasil. De acordo com informações filtradas do Itamaraty, autoridades diplomáticas dos dois países vêm discutindo a possibilidade de investimentos conjuntos no setor. O tema, inclusive, poderá ser incluído na pauta do encontro entre Lula e o presidente Xi Jinping, nesta semana. Ainda que não seja um grande player global da área de fertilizantes, a China teria interesses específicos para investir nesse segmento em solo brasileiro. Uma das motivações seria garantir o suprimento da Cofco International, um gigante do agronegócio. A estatal chinesa já investiu mais de US$ 1 bilhão na produção de grãos no Brasil. A empresa é hoje a sexta maior exportadora de soja do país. Não custa lembrar também que a China fez recentemente um movimento importante no tabuleiro sul-americano: a mineradora Shaanxi Coal Group anunciou investimentos de US$ 1,2 bilhão na instalação de uma fábrica de amônia e ureia na Argentina.
A aproximação com a China seria uma forma de o governo brasileiro equilibrar a balança dos acordos internacionais de forma a não ficar excessivamente indexada à Rússia. Ou melhor: mais indexado à Rússia. O Brasil importa 85% dos fertilizantes que consome. Dessa montanha de adubo, mais de um terço vem do país de Vladimir Putin.
Internacional
Lula e Fernández constroem uma ponte para a União Europeia
11/04/2023Lula deverá se reunir com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, até o início de maio. Entre outras pautas, segundo o RR apurou, vão discutir os próximos passos para a finalização do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. No momento, o governo argentino ocupa o comando pro tempore do bloco econômico. O tratado, assinado em junho de 2019, ainda precisa ser ratificado pelos quatro membros do Mercosul e pelos 27 países da UE. Lula e Fernández tentarão aparar arestas relacionadas ao setor agrícola e ao meio ambiente, o maior entrave para que o acordo seja sacramentado. Os dois presidentes têm certa pressa. A ideia é levar uma nova proposta aos europeus até meados de junho, quando será realizada a Cúpula UE-Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, em Bruxelas.
Internacional
Contencioso da Three Gorges vai para a pauta de Lula e Xi Jinping
4/04/2023A China Three Gorges (CTG) terá um lugar de destaque nas conversas entre Lula e o presidente da China, Xi Jinping, na visita a Pequim, remarcada para o dia 11. Segundo fonte do Itamaraty, o governo chinês já sinalizou que pretende discutir uma solução para o contencioso entre a CTG Brasil, subsidiária do grupo, e a União. A companhia entrou na Justiça contra uma medida do Ministério de Minas e Energia. No ano passado, a Pasta reduziu em 4,9% a garantia física das hidrelétricas Capivara, Chavantes, Taquaruçu e Rosana, pertencentes aos chineses. Ou seja: reduziu a quantidade de energia que as três usinas podem entregar ao sistema. A medida provocou um curto-circuito que vai além da Justiça. A CTG estaria condicionando a realização do seu já anunciado IPO no Brasil à reversão da medida.
Internacional
As águas do Rio Paraguai estão turbulentas
31/03/2023De acordo com informações apuradas pelo RR, representantes dos governos do Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia deverão se reunir na próxima semana, em Montevidéu, na tentativa de equacionar um imbróglio multilateral. O alvo é a tarifa extra cobrada de forma unilateral pela Argentina para os navios que circulam pelo Rio Paraguai, no trecho entre Santa Fé-Confluência. O governo Lula já fez chegar às autoridades argentinas que é contra o “pedágio”. Uruguai e Paraguai também exigem a suspensão da taxa. Segundo o RR apurou, os paraguaios já subiram o tom: prometem recorrer a uma corte de arbitragem internacional caso a Argentina insista na cobrança. Do lado brasileiro, a tarifa de US$ 1,47 por tonelada de carga afeta, sobretudo, o agronegócio e o setor de mineração, notadamente a Vale. A hidrovia do Rio Paraguai tem sido uma rota importante para as exportações de minério de ferro, além de grãos.
Destaque
Itamaraty trabalha para debelar um “motim” na OEA
30/03/2023A diplomacia brasileira está trabalhando nos bastidores para desarticular uma espécie de intentona sul-americana na Organização dos Estados Americanos (OEA). Segundo o RR apurou, o Itamaraty tem feito gestões junto aos países vizinhos para barrar um movimento liderado pelo Chile e pela Argentina. De acordo com informações filtradas do Ministério das Relações Exteriores, a dupla tem buscado o apoio de governos da região para pressionar o secretário-geral da OEA, o uruguaio Luis Almagro, a antecipar o fim do seu mandato, que se encerra apenas em 2025. Dessa vez, a gestão Lula está na mão contrária dos presidentes da Argentina, Alberto Fernández, e do Chile, Gabriel Boric, seus aliados. Um dos principais motivos atende pelo nome e sobrenome de Joe Biden. Nos meios diplomáticos, a informação é de que a Casa Branca é contrária a uma ruptura institucional na OEA – ainda que Almagro tenha sido reconduzido ao cargo, em 2020, com o apoio do então presidente, Donald Trump. Ressalte-se que os Estados Unidos têm o maior número de votos dentro do órgão multilateral. Praticamente nada é aprovado sem o seu aval. Nesse contexto, qualquer movimento para tirar o diplomata uruguaio da presidência da OEA pode gerar um ruído diplomático desnecessário com o governo Biden. Além disso, Almagro teve um papel de razoável relevância para Lula na eleição. Logo após o resultado do segundo turno, a OEA não apenas atestou a segurança das urnas eletrônicas, por intermédio de uma comissão enviada ao Brasil, como foi uma das primeiras vozes internacionais a reconhecer formalmente a vitória do petista.
Segundo informações que circulam no Itamaraty, Argentina e Chile alegam que Luis Almagro vem negligenciando pautas de interesse da América do Sul na OEA. No caso específico do governo de Alberto Fernández, há um fator adicional que acirra a oposição ao diplomata: ainda que indiretamente, seria uma vendeta contra o próprio Uruguai, por divergências no âmbito do Mercosul. O presidente uruguaio, Luis Alberto Lacalle Pou, é um notório defensor da flexibilização as regras do bloco para que os participantes possam negociar individualmente acordos comerciais internacionais. A Argentina é contra. Argentinos e chilenos tentam se aproveitar também do momento de vulnerabilidade de Luis Almagro. Desde o fim do ano passado, ele é alvo de uma investigação aberta pela própria OEA. O diplomata é acusado de promover indevidamente a um alto cargo na entidade uma funcionária com quem teria mantido um relacionamento amoroso.
Destaque
Brasil tenta cavar um lugar na “Opep do lítio”
28/03/2023A proposta da Bolívia de criação de uma “Opep do lítio” com a Argentina e o Chile, deixando o Brasil fora de um jogo tão estratégico quanto esse, causou forte estranheza no Itamaraty. Seja por todos os acenos de parceria que têm sido feitos por Lula ao presidente Luiz Arce, seja pelo tamanho das reservas brasileiras. Estima-se que o país tenha o equivalente a 8% de todo o lítio existente no mundo. Ainda que o poderio de Argentina, Chile e Bolívia à mesa de negociações seja muito maior – o trio detém algo em torno de 68% das reservas globais -, o Brasil carrega um ativo nada desprezível, que lhe permite pleitear um assento nesse “Country Club do lítio”. Por isso mesmo, a ordem em Brasília é reagir com a velocidade e a ênfase que a situação exige. O embaixador brasileiro em La Paz, Luís Henrique Sobreira Lopes, já teria sido acionado para costurar a visita de uma comitiva oficial do governo brasileiro à Bolívia. O Brasil tem moedas de troca razoavelmente valiosas. É o maior comprador de gás boliviano. Além disso, Lula já disse repetidas vezes que pretende liderar um grande projeto conjunto entre os países sul-americanos rumo à transição energética, tema de encontros recentes entre o presidente e Luiz Arce.
O surgimento de uma aliança multilateral entre os grandes produtores de lítio do mundo já era pedra cantada há algum tempo. No ano passado, a Bolívia abriu conversações com outros países em busca de parceiros para a extração do mineral no seu próprio território. Argentina, Chile, Rússia e China saíram na frente. Os asiáticos, por sinal, já conseguiram fincar sua bandeira no solo, ou melhor, no subsolo boliviano. Há pouco mais de um mês, o governo de Luiz Arce anunciou uma parceria com o consórcio chinês CBC – liderado pela Contemporary Amperex Technology (Catl), uma das maiores fabricantes de baterias para automóveis do mundo – para investimentos de US$ 1 bilhão para a produção de lítio.
Natural que o Brasil tenha ficado para trás no tabuleiro sul-americano do lítio. O governo Bolsonaro pouco ou nada vez para colocar o país em uma posição privilegiada. Ignorou a “chamada pública” da Bolívia e não levou adiante qualquer negociação diplomática a respeito do assunto – conforme o RR já noticiou. Jair Bolsonaro, como se sabe, estava mais preocupado com o grafeno, por muito tempo um inexplicável fetiche mineral do ex-presidente. Em agosto do ano passado, por exemplo, durante a Cúpula das Américas, nos Estados Unidos, Argentina e Chile lançaram o Grupo de Trabalho Binacional sobre Lítio e Salinhas, um dos primeiros movimentos mais agudos de parceria multilateral na América do Sul em torno do mineral. Não há notícia de que o Brasil tenha buscado uma participação nesse bloco. Isso em um momento em que a demanda global tende a disparar. O mundo consome atualmente algo em torno de 350 quilotoneladas (kt) de carbonato de lítio por ano. Há estimativa de que esse número passará das duas mil quilotoneladas em 2030.
Internacional
Brasil vota com Joe Biden na eleição do Banco Mundial
23/03/2023Segundo fonte do Ministério das Relações Exteriores, o governo brasileiro deverá formalizar nos próximos dias o apoio à candidatura de Ajay Banga para a presidência do Banco Mundial. De acordo com informações apuradas pelo RR, o Itamaraty já tem, inclusive, trabalhado junto a outros países da América do Sul angariando votos para Banga. Trata-se de mais um sinal do alinhamento entre o presidente Lula e a Casa Branca. O empresário de origem indiana, que comandou a Mastercard entre 2010 e 2022, foi indicado para o cargo pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Os países membros do Banco Mundial têm até o próximo dia 29 para apresentar outras candidaturas. Os Estados Unidos concentram o maior poder de voto na entidade, seguido por Japão, China, Alemanha e Reino Unido.
Internacional
Peso argentino made in Casa da Moeda?
15/03/2023Entre outros negócios, a sintonia entre Lula e o presidente Alberto Fernández pode acabar gerando um “troco” para a Casa da Moeda. Segundo o RR apurou, há gestões entre os dois países para que a estatal brasileira participe da concorrência para a produção de novas cédulas do peso argentino. O país vizinho vai imprimir mais dinheiro na esteira do lançamento da nota de dois mil pesos.
Destaque
Brasil vai pleitear aos EUA reabertura de regime especial para importações
3/03/2023O RR apurou que o governo Lula pretende liderar uma negociação junto aos Estados Unidos para a reabertura do Sistema Geral de Preferências (SPG). Trata-se do regime tributário especial que permite o acesso de produtos de nações em desenvolvimento ao mercado norte-americano com isenção tarifária. De acordo com informações filtradas do Itamaraty, o Brasil estará à frente de um bloco composto por mais de 20 países da América Latina, mobilizados em torno do tema. Segundo a mesma fonte, há cerca de dez dias a Embaixada Argentina em Washington chegou a promover uma teleconferência com diplomatas não apenas da região, mas de outras economias em desenvolvimento – como Filipinas, Paquistão, Tunísia e Tailândia – em torno da questão. O SPG, que precisa ser renovado anualmente pelo Congresso dos Estados Unidos, está suspenso desde 2020. Naquele ano, o Brasil foi um dos três maiores beneficiados pelo regime especial, atrás apenas da Tailândia e da Indonésia. Na ocasião, as exportações brasileiras pelo SPG atingiram US$ 2,2 bilhões. Essa cifra, ressalte-se, foi achatada pelo impacto da pandemia e o consequente colapso na economia mundial. Estimativas do Ministério das Relações Exteriores e da Camex indicam um potencial para que esse valor chegue a US$ 5 bilhões a partir de 2024.
O governo Lula pretende usar do seu prestígio junto à gestão de Joe Biden para vocalizar o interesse desse bloco latino-americano. Trata-se, no entanto, de uma missão intrincada. As negociação passam não apenas pela Casa Branca, mas, sobretudo, pelo Congresso dos Estados Unidos. Mais precisamente pela Câmara dos Representantes, hoje de maioria republicana, sabidamente mais protecionista e hostil à flexibilização de barreiras comerciais. Em contrapartida, a reativação do SPG pode ser uma moeda de troca dos Estados Unidos para impor aos países beneficiados uma redução do comércio com a China.
Destaque
Estados Unidos pretendem garimpar metais estratégicos no Brasil
24/02/2023A agenda bilateral com os Estados Unidos, impulsionada pela recente visita de Lula a Washington, vai passar pelo subsolo brasileiro. Segundo informações filtradas do Itamaraty, os dois países estão alinhavando um acordo na área mineral. As tratativas envolvem, notadamente, níquel, cobalto e lítio. Em relação a este último, a Casa Branca já teria manifestado a disposição de financiar a atuação de mineradoras norte-americanas no Brasil – o país reúne cerca de 8% das reservas de lítio conhecidas do mundo. No caso do níquel e do estanho, o caminho já está mais bem desenhado. Trata-se de uma operação triangular, cujo terceiro vértice é a mineradora inglesa TechMet. Em novembro do ano passado, o governo norte-americano anunciou a liberação de aproximadamente US$ 30 milhões para financiar operações da companhia no Piauí. Foi apenas a primeira tranche. Na Embaixada brasileira em Washington, já se fala em um segundo aporte, desta vez na casa dos US$ 100 milhões.
Fundada pelo sul-africano Brian Menell, a TechMet é um istmo do Departamento de Estado norte-americano. Um dos seus principais acionistas é o DFC (Development Finance Corporation), a agência de desenvolvimento do governo dos Estados Unidos. O presidente do Conselho Consultivo é o almirante Mike Mullen, ex-comandante do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas norte-americanas e principal conselheiro militar dos presidentes George W. Bush e Barack Obama. A TechMet atua como uma espécie de ponta de lança na iniciativa privada dos interesses geoeconômicos dos Estados Unidos na área de mineração.
Trata-se de um acordo ganha-ganha. Ao montar uma cabeça de ponte mineral no Brasil, financiando projetos no setor mediante a garantia de suprimento, os Estados Unidos fazem mais um movimento no tabuleiro global para reduzir sua dependência de cadeias de valor dominadas pela China. Foi o que motivou o presidente Joe Biden a anunciar no ano passado a liberação de US$ 2,8 bilhões para estimular a produção de minerais estratégicos e a fabricação de baterias de veículos elétricos, uma forma de conter a excessiva presença chinesa nesses dois setores dentro dos Estados Unidos. Por sua vez, o Brasil passa a ter um aliado na produção de metais estratégicos na transição para um futuro de baixo carbono. Projeções da Agência Internacional de Energia indicam que a demanda por lítio deve crescer 40 vezes até 2040; e a procura por cobalto e níquel, entre 20 e 25 vezes.
Internacional
Bolívia também quer dinheiro do BNDES
14/02/2023Além do gasoduto Nestor Kirchner, na Argentina, outro projeto da “vizinhança” poderá cair no colo do BNDES. Segundo fonte do Itamaraty, o governo da Bolívia já fez uma primeira consulta ao Brasil sobre a possibilidade de o banco de fomento financiar a construção de usinas de biodiesel no país. A primeira leva envolveria a instalação de três plantas, um investimento previsto da ordem de US$ 150 milhões. A ideia dos bolivianos é que a primeira planta, com capacidade de produção de 1.500 barris de biodiesel/dia, entre em operação ainda neste ano. No Ministério das Relações Exteriores, há informações de que o próprio presidente da Bolívia, Luiz Arce, pretende se reunir com Lula para tratar do assunto.
Internacional
Rio Paraguai vira uma rara rusga entre Brasil e Argentina
7/02/2023Um pequeno ruído na sintônica relação entre os governos Lula e Alberto Fernández: o Brasil enviou a autoridades argentinas um pedido formal de explicações sobre a nova taxa que passou a ser cobrada de embarcações no trecho do Rio Paraguai entre as cidades de Santa Fé e Influência. Sem mais nem menos, a Argentina passou a morder US$ 1,47 por tonelada transportada. Não há procedimento semelhante em nenhum dos outros três países cortados pelo rio – Brasil, Paraguai e Bolívia. Estes dois últimos também já cobraram explicações, segundo o RR apurou junto a fonte do Itamaraty. Até o momento, o governo argentino não deu qualquer explicação e muito menos suspendeu a cobrança da taxa. Empresas de navegação já pressionam o governo brasileiro a levar o caso a uma corte de arbitragem se o impasse persistir. A hidrovia do Rio Paraguai tem sido uma importante rota de escoamento para exportações brasileiras, notadamente de minério de ferro e soja.
Internacional
Comissária de segurança da União Europeia virá ao Brasil
31/01/2023Segundo informações filtradas do Itamaraty, a comissária europeia de Assuntos Internos, Ylva Johansson, virá ao Brasil em março. Entre outras atribuições, a política sueca é responsável por questões de segurança e combate ao terrorismo dentro da União Europeia. Sua vinda ao país ganha uma maior dimensão em razão do timing: a visita se dará dois meses após os atos criminosos em Brasília e, sobretudo, os ataques a torres de transmissão de energia.
Internacional
O milagre dos peixes vem da China
18/01/2023O fim da restrição ao embarque de produtos pesqueiros perecíveis para a China, que acaba de ser tomada, vai impulsionar a cadeia da produção de peixes no Brasil. Em 2021, o setor alcançou receita da ordem de R$ 8 bilhões e o número do ano passado está sendo finalizado. As medidas de limitação foram decorrentes da pandemia de Covid-19 naquele país. A tilápia, que tem o Brasil entre os cinco maiores produtores do mundo, deve ser uma das espécies mais favorecidas. O grande desafio para alavancar as exportações é o frete dos produtos refrigerados, que se mantém elevado.
Internacional
A acefalia forçada do Ministério da Agricultura em Pequim
16/01/2023A Covid-19 atravessou os planos do ministro Carlos Fávaro de acelerar a indicação do futuro adido agrícola na Embaixada do Brasil em Pequim. Com a nova onda da doença, as autoridades chinesas suspenderam as autorizações para a nomeação e chegada de representantes diplomáticos no país. Fávaro já estava com tudo engatilhado para enviar o engenheiro agrônomo Carlos Goulart para o cargo. Com a trava, Goulart ficará no Brasil, mas não ao relento: assumirá a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério.
Internacional
Novo preço da energia de Itaipu cria faíscas diplomáticas com o Paraguai
4/01/2023O governo Lula terá de administrar um curto-circuito bilateral herdado da gestão Bolsonaro. O governo do Paraguai fez chegar ao Itamaraty e ao Ministério de Minas e Energia (MME) sua discordância com o preço da tarifa da energia fixado pelo Brasil para 2023. Em 20 de dezembro, a Pasta de Minas e Energia anunciou o valor de US$ 12,67/kW, uma redução de 38,9% em relação ao preço em vigor no ano passado. Assessores do presidente Mario Abdo Benitez alegam que o corte não foi discutido com o governo paraguaio. O país vizinho defendia uma redução conjunta de 15% dos dois lados da fronteira. A divergência é uma fagulha mais entre Brasil e Paraguai às vésperas da complexa negociação do novo Tratado de Itaipu – o atual, em vigor desde 1973, expira em agosto.
Internacional
Ministro da Palestina vai pisar em um território sensível no Brasil
29/12/2022A visita do ministro das Relações Exteriores da Palestina, Ryad Al-Maliky, ao Brasil está causando preocupação nos meios diplomáticos. Segundo informação que circula no Itamaraty, após comparecer à posse de Lula, Al-Maliky fará uma visita ao sul do país, notadamente à Tríplice Fronteira com Argentina e Paraguai. Lá, terá reuniões com lideranças da comunidade árabe da região. Inevitavelmente, a viagem de Ryad Al-Maliky vai colocar foco sobre uma área que já está no radar de autoridades internacionais. Nos últimos anos, investigações conjuntas entre os governos dos três países e também dos Estados Unidos apontam para a existência de células ligadas a grupos terroristas árabes na Tríplice Fronteira.
Internacional
Peru ganha peso no tabuleiro diplomático de Lula
26/12/2022O futuro chanceler Mauro Vieira prepara uma viagem de Lula ao Peru, possivelmente em fevereiro. A Amazônia será um tema central no encontro com a nova presidente peruana, Dina Boluarte. A agenda ganhou relevância com a recente crise política no país vizinho e a queda do presidente Pedro Castillo, mais alinhado ao petista. O próprio Vieira teve um papel importante na estratégia de aproximação de Lula com Dina Boluarte. O presidente eleito foi um dos primeiros líderes latino-americanos a se manifestar e reconhecer o governo de Dina Boluarte, na contramão de países como Argentina, Colômbia e México, que inicialmente condenaram a deposição de Castillo pelo Congresso.
Internacional
Novo embaixador chileno finalmente terá seu agrément
21/12/2022O futuro chanceler Mauro Vieira fez chegar à ministra de Relações Exteriores do Chile, Antonia Urrejola, que, já nos primeiros dias de governo, o presidente Lula vai conceder o agrément a Sebastián Depolo, indicado para assumir a Embaixada chilena no Brasil. Depolo foi colocado na geladeira por Jair Bolsonaro. O pedido de autorização para a sua posse está mofando sobre a mesa do presidente há mais de quatro meses. É o troco de Bolsonaro a críticas feitas por Depolo ao seu governo nas redes sociais.
Internacional
Brasil vai liderar a “refundação” da Unasul
20/12/2022O novo chanceler, Mauro Vieira, pretende anunciar até março o regresso do Brasil ao Unasul (União de Nações Sul-Americanas). Mais do que um mero retorno, o futuro governo Lula vai trabalhar pelo revigoramento da organização intragovernamental, que praticamente entrou em hibernação desde 2019, quando Jair Bolsonaro determinou a saída do Brasil do bloco. A Unasul chegou a ter 12 nações; hoje, são apenas quatro, não por acaso países de menor representatividade internacional – Bolívia, Venezuela, Guiana e Suriname. Vieira defende a tese de que a refundação da Unasul dará mais voz à América do Sul em pautas multilaterais, a começar pela discussão ambiental.
Internacional
Colômbia quer apoio militar do Brasil para combater dissidência do ELN
16/12/2022Assunto relevante que aguarda pelo futuro ministro da Defesa, José Múcio, e pelo novo comandante do Exército, general Júlio César Arruda: o governo da Colômbia já fez chegar a assessores de Lula a intenção de discutir um plano de ação conjunta entre as Forças Armadas dos dois países para combater uma dissidência do “Exército de Libertação Nacional” (ELN) que está atuando na região de fronteira. Essa espécie de spin-off da organização guerrilheira associou-se a narcotraficantes e garimpeiros ilegais. O governo do presidente Gustavo Petro quer costurar um acordo de paz com o ELN e conta com a participação do governo Lula nas tratativas – conforme o RR informou. Porém, no caso da dissidência que atua na divisa entre os dois países, não há acordo possível.
Internacional
Casa Branca em dose dupla na posse de Lula
8/12/2022O esquema de segurança que está sendo preparado para a posse de Lula passou a contemplar a participação tanto da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, quanto do secretário de Estado norte-americano Anthony Blinken. No encontro que teve com o presidente eleito na última segunda-feira, em Brasília, conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, praticamente confirmou a presença de ambos. Kamala e Blinken chegariam ao Brasil no dia 31 de dezembro e voltariam a Washington na tarde do dia 1º de janeiro, logo após a cerimônia de posse.
Internacional
Exportadores de arroz reivindicam prorrogação de acordo comercial com México
8/12/2022Grandes produtores de arroz têm mantido conversações com Neri Geller e Carlos Fávaro, dois dos principais assessores de Lula para o agronegócio. Em pauta, o pleito para que o futuro governo negocie a renovação do acordo tarifário com o México para a exportação do cereal. O tempo é curto: o tratado vence em fevereiro, já no segundo mês da gestão do petista. Graças ao acordo, que dá isenção ao arroz em casca brasileiro, as exportações do produto para o México saltaram de 32 mil toneladas em 2021 para 60 mil toneladas, volume estimado para este ano. Geller e Fávaro já sinalizaram aos ruralistas a possibilidade de Lula viajar ao México em janeiro, para uma visita oficial ao presidente Manoel Lopez Obrador. O agronegócio brasileiro torce para a conversa acabar com um bom risoto tributário.
Internacional
Portugueses miram investimentos em infraestrutura no Brasil
5/12/2022O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, vai aproveitar sua vinda à posse de Lula, em janeiro, para entabular uma agenda de encontros com o futuro governo. O pedido já foi encaminhado a assessores de política externa do PT. Segundo uma fonte da equipe de transição, no encontro que tiveram em Lisboa no mês passado, Costa externou a Lula o interesse de grupos privados portugueses de infraestrutura de investir no Brasil.
Internacional
A busca de um waiver para o Uruguai
2/12/2022Celso Amorim e Aloisio Nunes Ferreira, os principais formulares da política externa do futuro governo, passaram o dia de ontem em intensos contatos com o Itamaraty e canais diplomáticos da Argentina, Uruguai e Paraguai. O desafio é costurar uma solução “compartilhada” para a crise no Mercosul, deflagrada pelo Uruguai. Amorim e Ferreira buscam garantir um acordo para que o Brasil não defenda punições aos uruguaios durante a reunião de Cúpula dos Chefes de Estado do bloco econômico, programada para a próxima terça-feira, justamente em Montevidéu. A intenção é que o assunto seja retomado apenas no ano que vem, quando a maior liderança do bloco econômico, o Brasil, já terá novo governo.
O encontro em Montevidéu promete ser quente. Brasil, Argentina e Paraguai já fizeram advertências formais ao Uruguai após o país iniciar tratativas para a assinatura de tratados bilaterais com a China e a Parceria Transpacífica fora do acordo do Mercosul. Em nota conjunta, sinalizaram a possibilidade de adotar sanções legais e comerciais contra o Uruguai.
Internacional
Colômbia quer participação de Lula no acordo de paz com guerrilheiros
1/12/2022O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, fez chegar a assessores de Lula o convite para que o futuro governo brasileiro participe das negociações para um acordo de paz com o Exército de Liberação Nacional (ELN). Petro está retomando as tratativas com a organização guerrilheira colombiana, suspensas há quatro anos – curiosamente, em sua juventude, ele próprio participou de um grupo similar, o extinto M19. Venezuela, Cuba e Noruega já participam do processo de diálogo. No entanto, a atuação direta do Brasil, maior liderança geopolítica da América do Sul, daria outro peso à condução das negociações. Some-se o fato de que o acordo de paz é do interesse brasileiro.
Ainda que as principais bases de operação do ELN, última guerrilha ativa na Colômbia, se concentram na fronteira com a Venezuela, a organização tem ramificações no Brasil há tempos investigadas por órgãos de Inteligência. Há suspeitas de ligações com o Comando Vermelho, maior facção criminosa do Rio de Janeiro. Trata-se de um tema que, não é de hoje, mobiliza a Defesa dos dois países. Em novembro de 2019, por exemplo, o então comandante do Exército da Colômbia, general Nicácio Martínez Espinel, reuniu-se, em Brasília, com o general Edson Pujol, à época no Comando do Exército brasileiro. Consta que, entre outros assuntos, discutiram ações conjuntas de enfrentamento do ELN.
Internacional
Lula poderá visitar presidente mexicano em dezembro
29/11/2022Lula foi convidado pelo presidente Andrés Manuel López Obrador para uma visita “pré-oficial” à Cidade do México em dezembro. O encontro entre ambos deveria ter ocorrido na sexta-feira passada, por ocasião da reunião de cúpula da Aliança do Pacífico. No entanto, Lula cancelou a viagem por recomendação médica, após a cirurgia na garganta. A interlocução do presidente eleito com López Obrador é, desde já, um sinal promissor para os exportadores brasileiros. O Brasil responde hoje por apenas 3% de todas as importações mexicanas. A baixa inserção comercial é alimentada por uma série de travas alfandegárias. Cerca de 60% dos produtos vendidos pelo Brasil ao México são sobretaxados.
Internacional
Portugal vê em Lula um atalho para o Mercosul
18/11/2022Segundo o RR apurou, a agenda do encontro entre Lula e o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, previsto para hoje, vai passar muito pelo Mercosul. De acordo com um dos principais assessores do petista na área internacional, o governo português vai solicitar o apoio do presidente eleito para incrementar negócios com o bloco econômico. No ano passado, o Mercosul representou apenas 1,2% de todas as exportações portugueses. Isso por causa do Brasil. Tirando-se a antiga “Terra de Vera Cruz”, as vendas para a região praticamente inexistem.
Internacional
Brasil e Bolívia em uma caçada a quatro mãos
14/11/2022O RR apurou que o governo da Bolívia já encaminhou a assessores de Lula na área de política externa um amplo dossiê sobre as investigações contra o ex-ministro da Defesa Luis Fernando López. Segundo os órgãos policiais bolivianos, López está foragido no Brasil. Conforme o RR antecipou, o presidente Luiz Arce vai pedir apoio ao futuro governo Lula na caçada ao ex-ministro, acusado de corrupção e crimes de terrorismo em seu país.
Internacional
Dilma vai para Portugal ou Bulgária?
4/11/2022Dentro do PT há uma aposta de que Lula delegará a Dilma Rousseff o posto de embaixadora do Brasil em Portugal. Nas internas, no entanto, tem quem defenda que Dilma seja enviada para a Bulgária, terra natal do pai da ex presidente.
Internacional
Mais direto, impossível
25/10/2022O encontro preparatório para a XXXII Reunião Especializada de Ministérios Públicos do Mercosul, realizado na semana passada em Montevidéu, reservou momentos constrangedores para os dois representantes do MPF brasileiro, os procuradores Hindemburgo Chateaubriand e Anamara Osório. Os representantes dos países vizinhos bateram fortemente na tecla de que Ministérios Públicos não podem servir a fins políticos. Parecia até um evento feito sob encomenda contra Augusto Aras.
Internacional
Vai faltar iPhone?
13/02/2020A direção da Apple no Brasil teme atrasos na reposição de seus estoques. O Coronavírus obrigou a companhia a fechar fábricas na China, responsáveis por abastecer as Apple Store em centenas de cidades do mundo, inclusive Rio e São Paulo.
Internacional
Classe econômica
16/07/2018O presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, teria sido um dos últimos a ser informado dos detalhes sobre o modelo da negociação entre a Embraer e a Boeing. Na própria área técnica do banco, não faltam ataques à forma como a operação foi conduzida. Acionista da Embraer, o BNDES foi praticamente uma testemunha distante das tratativas.