Categoria: Infraestrutura
Infraestrutura
Silvo Costa Filho é o dono do pedaço na Codevasf
8/12/2023O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, está montando uma pequena…

Infraestrutura
Costa Filho navega rumo à DP World
1/12/2023Durante a passagem da comitiva presidencial por Dubai, o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, deverá se reunir com a direção da DP World. Em pauta, novos empreendimentos portuários no Brasil. O problema é que Costa Filho não colocará sobre a mesa o projeto mais cobiçado pelo grupo: a desestatização do Porto de Santos, suspensa pelo governo Lula. A DP World, um dos maiores conglomerados de infraestrutura portuária do mundo, opera um dos terminais de contêineres de Santos – a antiga Embraport.

Infraestrutura
Invepar e Monte Capital articulam uma transfusão de ativos
30/11/2023A Invepar, ao que parece, encontrou uma engenhosa solução caseira para fazer caixa e reduzir seu endividamento. Por solução caseira entenda-se a venda de ativos para a Monte Capital, sua acionista. A Invepar estaria em negociações com a gestora para a transferência da Bahia Norte, concessão com 132 km de rodovias na Bahia. Ressalte-se que ambas estão perto de fechar outro deal: a Monte Capital já fez uma proposta de R$ 200 milhões pela Concessionária Litoral Norte (CLN), também na Bahia. Procurados, Invepar e Monte Capital não se manifestaram.

Infraestrutura
Renan Filho quer vender ferrovias brasileiras na China
23/11/2023O ministro dos Transportes, Renan Filho, está costurando uma viagem à China no início de 2024. O objetivo é “vender” alguns dos principais projetos da sua área incluídos no Novo PAC. Um dos alvos de Renan é a China Railway. A estatal chinesa é vista no governo como uma potencial candidata a tocar um dos maiores empreendimentos ferroviários do país: a construção da Fico (Ferrovia de Integração Centro Oeste). O governo estuda licitar o projeto no mesmo pacote da concessão do trecho 3 da Fiol (Ferrovia de Integração Oeste Leste). Nesse caso, o investimento somado chegaria a R$ 15 bilhões.
Infraestrutura
Imbróglio do Porto de Itajaí ganha mais um protagonista
23/11/2023Entrou mais água na operação de arrendamento do Porto de Itajaí, em Santa Catarina. A Livramento Holding, quarta colocada na licitação realizada em 13 de setembro, entrou com recurso junto à Antaq contestando o resultado da disputa. Junta-se, assim, à MMS Empreendimentos Logísticos e à Mada Araújo Asset Management, que ficaram, respectivamente, na primeira e na segunda posições, mas acabaram desclassificadas pela agência reguladora.
Com isso, a concessão caiu nas mãos da Teconnave. Conforme o RR antecipou, além do processo na Antaq, a MMS entrou com uma ação no TCU e pretende também recorrer à Justiça para anular o resultado do leilão. Com tantos recursos, dentro da própria agência reguladora a leitura é que dificilmente o contrato com a Teconnave será assinado em dezembro, conforme previsto.
O atraso, por sua vez, deverá provocar um efeito dominó no cronograma de retomada das atividades no Porto de Itajaí, programada para ocorrer até março do ano que vem.
Infraestrutura
Perfin coloca o pé na estrada para o leilão da BR-381
20/11/2023Os financistas da Perfin estão debruçados sobre os números da BR-381. A gestora de recursos pretende disputar o leilão de concessão da rodovia, que liga Belo Horizonte a Governador Valadares – o governo promete realizar a licitação ainda neste ano. Deve ter ao lado a Equipav, sua sócia em outros negócios no setor. A Perfin está de tanque cheio. Recentemente, levantou mais R$ 500 milhões para o fundo Voyager, voltado a investimentos em infraestrutura. Em outra pista, já iniciou o processo de captação de mais R$ 1 bilhão para os segmentos de rodovias e saneamento. Procurada pelo RR, a Perfin informou que “não comenta estratégias de investimentos”.
Infraestrutura
Grupo chinês se aproxima de acordo para fábrica de máquinas agrícolas no MT
20/11/2023O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, avançou algumas casas nas tratativas com a China National Machinery Industry para a instalação de uma fábrica de máquinas agrícolas no estado. Mendes já colocou sobre a mesa incentivos fiscais e contrapartidas em infraestrutura. As conversas abrangem apoio da Agência de Fomento do MT para incrementar a construção de silos, um negócio atraente para uma região que sofre com problemas de estocagem.

Infraestrutura
Governo discute a compra de mais energia da Venezuela
17/11/2023Entre outras medidas preventivas que vêm sendo debatidas no governo, o Ministério de Minas e Energia discute a possibilidade de aumentar a importação de energia da Venezuela. A decisão será tomada até dezembro, em função do ritmo de demanda, do nível dos reservatórios hidrelétricos e da necessidade de geração térmica adicional. Com a onda de calor, o próprio ONS já prevê a necessidade de aumento da produção das termelétricas até o fim do ano. Nesta semana, a demanda por energia no país bateu dois recordes históricos seguidamente. Nesse cenário, recorrer à energia venezuelana seria uma solução mais à mão, motivada, em grande parte, pela relação de proximidade entre os governos Lula e Maduro. Em agosto, o presidente Lula autorizou a retomada da compra do insumo produzido na Hidrelétrica de Guri para abastecer Roraima, que está fora do Sistema Interligado Nacional. A importação estava suspensa desde março de 2019, no início do governo Bolsonaro.

Destaque
Disputa judicial coloca sob risco licitação do Porto de Itajaí
14/11/2023A primeira e única concessão portuária realizada até o momento pelo governo Lula está ameaçada de adernar nos tribunais. Segundo o RR apurou, a MMS Empreendimentos entrou, na semana passada, com um processo no TCU com o objetivo de anular o resultado do leilão de arrendamento do Porto de Itajaí. De acordo com informações obtidas junto a um dos ministros do Tribunal de Contas, três dos nove integrantes da Corte já teriam identificado inconsistências na decisão final da Antaq.
A MMS apresentou a melhor oferta no certame, mas foi desclassificada pela agência reguladora, com a justificativa de que não apresentou a documentação necessária para a comprovação da sua competência técnica. A segunda colocada, a Mada Araújo Asset Management, também foi desqualificada – segundo a Antaq, sua proposta “não teve sua exequibilidade demonstrada”. Com a dupla eliminação, a vitória caiu no colo do terceiro lugar no leilão, a Teconnave Terminal de Contêineres, de Navegantes. Esta última é controlada pelo Grupo TiL, por sua vez pertencente à MSC, um dos maiores conglomerados globais da área de navegação.
O imbróglio não deverá ficar restrito ao TCU. O RR apurou que a MMS vai recorrer à Justiça caso não consiga anular o resultado da licitação no âmbito do Tribunal de Contas. Deve levar junto a Mada Asset Management. Se a MMS for vitoriosa no TCU, o jogo vira de lado e dificilmente a Teconnave vai aceitar a decisão. Além da batalha judicial, outro fator aumenta a temperatura nos bastidores.
A decisão da Antaq tem alimentado ilações e teorias da conspiração. Nove entre dez executivos do setor portuário apontam o Grupo TiL, dono da Tecconave, como o player com maior prestígio dentro do governo. Diogo Piloni é visto como a personificação dessa influência. Atual diretor-superintendente da Portonave, também pertencente à TiL, Piloni comandou a Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários durante quase toda a gestão Bolsonaro, de janeiro de 2019 a julho de 2022.
Em contato com o RR, a Til informou que “acompanha todas as movimentações do processo seletivo transitório para operação do Terminal de Contêineres do Porto de Itajaí”. A TiL e o corpo jurídico da Teconnave “apresentaram, voluntariamente, suas contrarrazões para os recursos administrativos à Comissão Permanente de Licitação da Antaq e aguardam com tranquilidade o tramitar do processo.”
- A empresa afirmou ainda que “Em relação às ilações sobre a lisura do processo, não possuem qualquer comprovação e não há nada que possa comprometer a qualificação de nossa proposta.”. Perguntada especificamente se Diogo Piloni teve alguma participação no processo de arrendamento, a Til não se manifestou. Também procurada, a MMS não se pronunciou.
Em meio a tensões, o RR apurou que a Antaq pretende formalizar o resultado do arrendamento temporário do Porto de Itaguaí por dois anos na próxima reunião de diretoria, prevista para quinta-feira, dia 16. A Teconnave já entregou ao órgão regulador toda a documentação exigida para atestar sua capacidade operacional.

Infraestrutura
Dívida trava transferência de concessão para a Zurich Airport
14/11/2023A Inframérica fez, na semana passada, uma nova consulta ao Ministério dos Portos e Aeroportos sobre o pagamento da indenização a quem tem direito pela devolução do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN). Até o momento, nem sinal de resposta ou de uma previsão para a quitação do débito. A concessionária, leia-se a argentina Corporación América Airport, tem a receber do governo R$ 185,8 milhões. O impasse gera uma bola de neve. Enquanto o dinheiro não sai, a Zurich Airport, que arrematou a concessão do aeroporto potiguar, não pode assumir formalmente a operação.

Destaque
Nova Ferroeste ganha tração como iminente sinal verde do Ibama
13/11/2023Um dos maiores projetos de infraestrutura do Brasil está perto de sair do papel. Segundo o RR apurou, o Ibama vai aprovar até o fim de dezembro o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da Nova Ferroeste, o que, na prática, significará o fim de um impasse e o imprimatur para a construção da ferrovia. Consultado pelo RR, o órgão confirmou que “as complementações do EIA estão em análise, o que deve ser concluído ainda este ano”.
Em jogo, um investimento superior a R$ 35 bilhões – um dos maiores empreendimentos incluídos no Novo PAC. De acordo com as informações obtidas pela publicação, o governo do Paraná pretende realizar a licitação do empreendimento no primeiro semestre de 2024. O vencedor do leilão ficará responsável pela construção da ferrovia e terá a concessão por 99 anos.
São mais de 1,5 mil km de trilhos entre Maracaju (MS) e o Porto de Paranaguá (PR), passando ao todo por 66 municípios. A informação sobre o iminente imprimatur do Ibama já circula nos bastidores do setor de infraestrutura e atiça pretendentes ao negócio. A Rumo Logística, de Rubens Ometto, é tida como a mais forte candidata.
O aval do Ibama vai colocar um ponto final em um roteiro de ziguezagues. Em janeiro de 2022, o próprio Instituto deu seu aval ao Estudo de Impacto Ambiental. Mas o MPF considerou o trabalho incompleto, notadamente em relação à mitigação dos efeitos sobre as terras indígenas localizadas ao longo do percurso. Ao todo, os procuradores exigiram 48 alterações no Estudo.
Infraestrutura
O Brasil vai entrar no mapa dos super navios não poluentes?
13/11/2023O RR apurou que o Ministério dos Portos e Aeroportos vai apresentar até o fim desta semana o estudo técnico para as obras de dragagem do Porto de Natal. O projeto é importante não apenas per si. No próprio governo, é considerado o ponto de partida para um plano nacional de adequação dos portos públicos a navios movidos por combustíveis limpos. Olhando-se para o médio prazo, este se anuncia como um dos maiores entraves logísticos do país. O sistema portuário brasileiro está à margem da transição energética do setor de navegação, por não estrutura para receber grandes embarcações não poluentes.
Infraestrutura
Renan Filho quer hidrovia do Tocantins. Só falta combinar com ambientalistas
10/11/2023O ministro dos Transportes, Renan Filho, quer anunciar a construção da hidrovia do rio Tocantins ainda neste ano. No entanto, nem seus assessores mais próximos têm convicção de que isso será possível. Há forte resistência de ambientalistas e pescadores de 22 comunidades ribeirinhas. A retirada por explosão de 35km de rochas, entre Itupiranga e Nova Ipixuna, no Pará, acabaria com um berçário de peixes, inclusive algumas espécies raras. ONGs alegam que o relatório de impacto ambiental contratado pelo Ibama no já longínquo ano de 2016 está defasado. Não contempla novos povoados que surgiram desde então e tampouco mapeou várias espécies de peixe existentes no manancial. O Ministério dos Transportes poderá ter um termômetro em relação ao timing da operação nos próximos dias 21 e 24, quando estão previstas as audiências públicas marcadas pelo MPF.
Infraestrutura
Governo do Mato Grosso bate à porta de fundos árabes
8/11/2023O governador Mauro Mendes tem conversado com um grupo de investidores do Oriente Médio sobre a criação do Parque Novo Mato Grosso. É mais uma tentativa de Mendes de tirar o empreendimento do papel. Até o momento, as conversas com potenciais parceiros brasileiros não deram em nada. O projeto consiste na construção de um grande complexo para eventos esportivos e entretenimento em uma área de aproximadamente 300 hectares na margem da rodovia MT-251. Entre outras instalações, o espaço, com capacidade para até cem mil pessoas, terá um autódromo. As obras estão orçadas em R$ 100 milhões.
Infraestrutura
Licitação do Porto de Itajaí deve atracar nos tribunais
3/11/2023O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e seus assessores estão apreensivos com o risco de judicialização do arrendamento provisório do Porto de Itajaí. No Ministério há informações de que as duas candidatas desclassificadas da disputa pretendem recorrer da decisão da Antaq. MMS Empreendimentos e Mada Araújo foram desqualificadas pela agência reguladora sob a alegação de que não comprovaram capacidade operacional para assumir a instalação portuária.
A concorrência acabou vencida pela Teconnave, pertencente à TIL (Terminal Investment Limited), leia-se a gigante da navegação MSC. O arrendamento do Porto de Itajaí é um problema deixado ainda pela gestão de Tarcísio de Freitas no Ministério da Infraestrutura. A situação se agravou em junho deste ano, quando a APM Terminals deixou a operação. Restou ao Ministérios dos Portos e à Antaq realizar uma licitação às pressas para um contrato temporário de dois anos.

Destaque
Risco de desabastecimento da Zona Franca mobiliza o governo
25/10/2023O risco de desabastecimento de componentes para as empresas da Zona Franca de Manaus virou assunto de Estado. O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, discutem um plano emergencial para garantir o fornecimento de insumos, afetado pelas secas nos rios da Amazônia. As tratativas envolvem também pelo governador do Pará, Helder Barbalho. A solução encontrada é ampliar a distribuição de cargas a partir do Porto de Vila do Conde, em Barcarena (PA).
O governo federal já solicitou ao Pará o reforço de funcionários da Companhia Docas do estado para acelerar a movimentação e, sobretudo, o despacho de mercadorias. Os insumos estão sendo levados até Manaus por balsas, que, ao contrário de grandes navios, ainda conseguem chegar à capital amazonense mesmo com a redução do nível dos rios e as condições de navegabilidade desfavorável. Ocorre que a capacidade dessas embarcações corresponde a apenas 10% do volume de um cargueiro, o que vai exigir um ritmo frenético no porto de Vila do Conde para assegurar o abastecimento da Zona Franca.
Alckmin e Costa Filho têm recebido dados diários da Suframa, que monitora o ritmo de suprimento das indústrias locais. A preocupação aumenta por conta da proximidade das encomendas do varejo para o Natal. Na última segunda-feira, 33 empresas da Zona Franca paralisaram suas atividades e iniciaram um período de férias coletivas por falta de insumos. Há informações de que, até o fim de semana, outras fábricas também vão suspender a produção.

Infraestrutura
Changi cobra uma alta “taxa aeroportuária” para ficar no Galeão
25/10/2023A Changi International está cobrando um preço alto para seguir à frente do Galeão. Segundo o RR apurou, o grupo de Cingapura condiciona sua permanência à repactuação do contrato de concessão e ao recebimento de uma indenização de mais de R$ 2 bilhões. Os asiáticos calculam que este é o valor aproximado a que teriam direito por conta de investimentos no aeroporto carioca.
Sobre a mesa de negociações, a Changi coloca ainda a carta da judicialização do caso se não houver um acordo no âmbito administrativo. Procurado, o consórcio Rio Galeão, controlado pelos asiáticos, não se manifestou.
Há um certo clima de guerra fria nas tratativas entre a Changi e o governo federal. Sobretudo após a carta de intenções encaminhada pelo grupo ao Ministério dos Portos e Aeroportos e à Anac há cerca de dez dias. No documento, os asiáticos reafirmaram o interesse de manter a concessão do Galeão.
Só não citaram as contrapartidas. No Ministério, a carta foi interpretada como a uma manobra da Changi para constranger publicamente o governo, pressionando para que as suas condições sejam aceitas.
Infraestrutura
BNDES garante o “asfalto financeiro” para ponte entre Brasil e Bolívia
24/10/2023Segundo o RR apurou, o governo brasileiro confirmou às autoridades bolivianas que o BNDES vai financiar a construção da ponte entre a cidade de Guayaramerín e Guajará-Mirim (RO). A informação foi transmitida pelo Itamaraty na semana passada. O banco de fomento deverá entrar com a maior parte dos US$ 52 milhões necessários para a obra.
O DNIT pretende publicar o edital até a primeira semana de novembro. A obra consiste em apenas 1,2 quilômetro de pista, mas o suficiente para abrir um novo corredor logístico aos exportadores brasileiros, notadamente para o escoamento de produtos da Região Norte para Bolívia, Peru e Chile. Trata-se de uma pendência bilateral centenária. A construção da ponte está prevista desde o Tratado de Petrópolis, em 1903, quando da anexação do Acre pelo Brasil.
Infraestrutura
Ministro destrava negociações com BTP no Porto de Santos
17/10/2023As negociações entre a Brasil Terminal Portuário (BTP) e o governo para a renovação antecipada do seu contrato de arrendamento no Porto de Santos avançaram nas últimas semanas. A empresa, uma associação entre a APM Terminal, controlada pela Maersk e a Terminal Investment Limited (TIL), leia-se MSC, teria se comprometido a ampliar os investimentos no terminal de contêineres, inicialmente fixados em R$ 2,2 bilhões. Além das cifras colocadas sobre a mesa, a mudança na Pasta de Portos e Aeroportos também vem se mostrando determinante para o novo rumo das tratativas. O ministro Silvio Costa Filho tem defendido dentro do governo a extensão do contrato, diferentemente de seu antecessor, Marcio França. Por sinal, o bom trânsito dos acionistas da BTP junto a Costa Filho já destravou outro projeto: a construção do novo terminal de contêineres do Porto de Suape (PE), anunciada formalmente ontem. A APM Terminal vai desembolsar R$ 1,6 bilhão no empreendimento.

Infraestrutura
O trem-bala pode reencontrar sua “maquinista”
16/10/2023O trem-bala entre Rio e São Paulo não conseguiu assento no “Novo PAC”, mas continua no radar do governo. Renan Filho, ministro dos Transportes, e Bernardo Figueiredo, CEO da TAV Brasil – a estatal responsável pelo empreendimento – pretendem buscar o apoio de agências de fomento multilaterais para garantir o financiamento de parte do projeto, orçado em R$ 50 bilhões. Uma parada obrigatória é o chamado “Banco dos Brics”. Lá está aquela que talvez tenha sido a maior entusiasta do trem-bala, a ex-presidente Dilma Rousseff, hoje no comando do NDB (Novo Banco de Desenvolvimento). Quase todo o projeto foi desenvolvido no governo Dilma, quando o próprio Figueiredo comandava a EPL (Empresa de Planejamento Logístico).
Infraestrutura
Grupo chinês avança na construção da Ferrovia do Pará
9/10/2023As tratativas para a participação da China Communications Construction Company (CCCC) na construção da Ferrovia do Pará avançaram mais alguns quilômetros. Segundo o RR apurou, representantes da CCCC deverão vir ao Brasil ainda neste mês para encontros com o governador Helder Barbalho e outras autoridades locais. De acordo com as informações apuradas, a companhia, um gigante com faturamento anual da ordem de US$ 150 bilhões, já sinalizou a possibilidade de financiamento do China Development Bank (CDB). Não custa lembrar que o CDB e o BNDES assinaram um acordo neste ano para investimentos em infraestrutura no Brasil. A Ferrovia do Pará, que prevê a ligação de Marabá ao porto de Vila do Conde, em Barcarena, é um dos maiores projetos logísticos da Região Norte. Seu custo total é estimado em quase R$ 10 bilhões.
Infraestrutura
Seca na Amazônia já afeta exportação de grãos no Pará
4/10/2023Os efeitos da seca na Amazônia sobre o agronegócio se agravaram nas últimas horas. Empresas de navegação que atuam na região enviaram comunicados a grandes tradings do setor agrícola, a exemplo de Bunge e Cargill, informando sobre as dificuldades para a retirada de grãos, notadamente milho, das Estações de Transbordo de Carga (ETCs) do Rio Tapajós. Ontem, no fim da tarde, os estoques nas ETCS estavam aproximadamente 20% acima dos volumes normais. Segundo o RR apurou, já existem atrasos na entrega de produtos nos portos de Santarém (PA) e Barcarena (PA), de onde são embarcados para o exterior. Nem tudo é culpa da natureza. Além da estiagem, o corredor fluvial é duramente afetado pelo assoreamento de diversos trechos do Tapajós. No ano passado, o Ministério da Infraestrutura anunciou um plano de dragagem do manancial. Nada aconteceu e tampouco se sabe o que o atual Ministério dos Transportes fez do projeto.
Infraestrutura
Governo corre para colocar Brasil no mapa dos corredores verdes marítimos
27/09/2023O Ministério dos Portos e Aeroportos e a Antaq vão realizar um estudo conjunto na tentativa de equacionar um dos maiores gaps do sistema portuário brasileiro. O objetivo é montar um plano e levantar o volume de investimentos necessários para adaptar os portos públicos a navios movidos a combustíveis alternativos. Os portos de Santos e de Paranaguá, que concentram a maior parte exportações brasileiras de grãos, estão no topo das prioridades. Hoje o Brasil é praticamente um pária da transição energética no setor. O país está fora dos chamados corredores verdes marítimos, leia-se rotas logísticas para grandes embarcações não poluentes. Entre os terminais públicos não há nenhum capaz de receber esses navios. Apenas o Porto do Açu está construindo estruturas apropriadas de atracação de cargueiros movidos a biometano, hidrogênio verde, biogás, entre outros.
Infraestrutura
Ponte entre Brasil e Bolívia tem tudo para ficar no papel
26/09/2023Está entrando água no projeto de construção de uma ponte entre Guajará-Mirim, em Rondônia, e Guayaramerín, na Bolívia. Segundo informações filtradas do Ministério dos Transportes, o governo boliviano tem feito novas exigências, como o aumento do vão livre para a passagem de embarcações no Rio Mamoré e a previsão de mais uma pista. Técnicos da Pasta estimam que tais mudanças vão atrasar o início das obras em pelo menos um ano e meio. A ponte é o principal projeto bilateral da área de infraestrutura na Região Norte do Brasil. Sua construção está orçada em torno de US$ 60 milhões. Entre idas e vindas, o projeto perambula pela pauta diplomática de Brasil e Bolívia há mais de um século: o empreendimento está previsto desde o Tratado de Petrópolis, de 1903, como uma das compensações pela compra do Acre pelo Brasil.

Infraestrutura
CRCC desponta como a “maquinista” da Ferrovia de Integração Centro-Oeste
25/09/2023Representantes da Representantes da China Railway Construction Corporation (CRCC) mantiveram contato há pouco mais de duas semanas com o ministro dos Transportes, Renan Filho. Em pauta, o interesse dos chineses em participar da construção da Fico 2, como é chamado no governo o segundo trecho da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico) – a implantação da Fico 1 está a cargo da Vale. São 505 quilômetros entre as cidades de Água Boa e Lucas do Rio Verde, ambas no Mato Grosso, um investimento total próximo dos R$ 3 bilhões. Trata-se de um dos empreendimentos ferroviários do ‘Novo PAC”. A CRCC foi responsável pela construção de mais de 50 mil quilômetros de linhas férreas em aproximadamente 30 províncias chinesas. Além da disposição de entrar no projeto da Fico 2, há informações de que o grupo chinês vem mantendo conversações com governos estaduais que têm projetos de concessão ferroviária, como Mato Grosso. (CRCC) mantiveram contato há pouco mais de duas semanas com o ministro dos Transportes, Renan Filho. Em pauta, o interesse dos chineses em participar da construção da Fico 2, como é chamado no governo o segundo trecho da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico) – a implantação da Fico 1 está a cargo da Vale. São 505 quilômetros entre as cidades de Água Boa e Lucas do Rio Verde, ambas no Mato Grosso, um investimento total próximo dos R$ 3 bilhões. Trata-se de um dos empreendimentos ferroviários do ‘Novo PAC”. A CRCC foi responsável pela construção de mais de 50 mil quilômetros de linhas férreas em aproximadamente 30 províncias chinesas. Além da disposição de entrar no projeto da Fico 2, há informações de que o grupo chinês vem mantendo conversações com governos estaduais que têm projetos de concessão ferroviária, como Mato Grosso.

Infraestrutura
CSN e governo costuram novo acordo para construção da Transnordestina
18/09/2023A CSN está costurando com o governo uma intrincada fórmula financeira para a conclusão das obras da Transnordestina entre Eliseu Martins (PI) e Pecém (CE). Além das tratativas para um empréstimo adicional de R$ 3,5 bilhões do FDNE (Fundo de Desenvolvimento do Nordeste) e outro de R$ 600 milhões do BNDES, o acerto de contas envolve também a renegociação de uma dívida de R$ 1,5 bilhão. A CSN articula com o Ministério dos Transportes para que a União assuma o passivo da Transnordestina Logística S/A (TLSA), subsidiária da siderúrgica responsável pelas obras. O valor se refere ao custo de construção de parte do trecho entre Salgueiro e Suape, em Pernambuco, devolvido pela CSN à União – a intenção do governo é transferir a concessão desse ramal para outro investidor. Na última linha, somando os novos empréstimos do BNDES e do FDNE daqui e a renegociação da dívida dali, serão R$ 5,6 bilhões em recursos públicos, ou seja, algo em torno de 70% do valor total necessário para a conclusão das obras (R$ 7,8 bilhões).
Infraestrutura
Arábia Saudita pode ser a locomotiva do Trem Intercidades
8/09/2023São Paulo-Campinas-Arábia Saudita. Este é o “trajeto” traçado pelo governador Tarcísio Freitas para o Trem Intercidades, um dos maiores projetos de infraestrutura do estado e recém-integrado ao PAC. Freitas e seus assessores vêm mantendo conversações com o governo árabe para a entrada da Saudi Arabia Railways (SAR) na disputa pela construção e gestão da linha ferroviária. O assunto teria sido tratado diretamente pelo governador paulista no encontro com o ministro de Investimentos da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih, no início de agosto.
As negociações bilaterais passam também pelo embaixador do país asiático em Brasília, Faisal bin Ibrahim Ghulam.
O Trem Intercidades pode ser a primeira estação do acordo de cooperação firmado recentemente entre a InvestSP, agência vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, e a Saudi Invest, ligada ao governo árabe. Orçada em mais de R$ 12 bilhões, a linha com 101 km de extensão prevê a ligação ferroviária entre São Paulo e Campinas, atendendo ainda a outras oito cidades. A Saudi Arabia Railways é a estatal responsável pela gestão da maior parte da malha ferroviária do país. É controlada diretamente pelo PIF (Public Investment Fund).
A empresa administra mais de 4,4 mil km de linhas férreas na Arábia Saudita, somando transporte de cargas e de passageiros.

Infraestrutura
Investimentos do Brasil em infraestrutura arrancam elogio do BID. Apesar dos pesares
5/09/2023A América Latina terá de investir US$ 2,2 trilhões até 2030 em saneamento, energia, transportes e telecomunicações para cumprir os ODSs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) fixados pela ONU. É o que diz um estudo do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), publicado há pouco pelo La República, um dos principais jornais da Colômbia (https://www.larepublica.co/finanzas/estudio-del-bid-asegura-que-se-necesitan-us-2-2-billones-hasta-2030-para-los-ods-3696430). O documento foi apresentado hoje durante evento do Finance in Common, rede que reúne bancos públicos de desenvolvimento de todo o mundo. O Brasil aparece bem na foto: é citado ao lado do México, Colômbia e Chile no rol dos países em que as agências de fomento são mais ativas no financiamento de projetos de infraestrutura.
Obs RR: A menção ao Brasil no estudo do BID é um elogio, ainda que não explícito, ao BNDES e o seu peso nos investimentos em infraestrutura. Vide o PAC. O banco já tem reservados cerca de R$ 270 bilhões para financiar projetos do Novo Plano de Aceleração do Crescimento. Esse valor representa 75% do total de financiamentos públicos previstos no programa. Ainda assim, a ladeira é íngreme. Muito íngreme, como mostra estudo recente da consultoria Inter.B, de Claudio Frischtak, uma das maiores autoridades no assunto no Brasil. Em 2022, o Brasil investiu em infraestrutura o equivalente a 1,86% do PIB. Para este ano, a estimativa é que esse índice chegue a 1,94% do PIB. Pouco. Segundo o estudo, o Brasil precisaria de um investimento médio de 4,2% do PIB ao longo das próximas duas décadas para a efetiva modernização do setor.

Destaque
Governo quer fundos de pensão de volta à infraestrutura
24/08/2023Na esteira do PAC, há discussões no governo em torno da ideia de que os fundos de pensão voltem a ter um papel relevante nos investimentos em infraestrutura. A questão é burilar um formato de negócio em que as fundações e consequentemente seus beneficiários não sejam expostos aos mesmos riscos do passado, tanto em relação ao retorno financeiro, quanto, principalmente, aos malfeitos que pulverizaram bilhões de reais. Uma das hipóteses que ganha corpo é condicionar os investimentos em novos projetos ou concessões à emissão de debêntures incentivadas, com a garantia firme de que o BNDES ficaria com uma parcela expressiva dos papéis. Ressalte-se que há um projeto de lei (2.426/2022) em tramitação no Congresso que cria um novo modelo de debêntures para infraestrutura e prevê redução de tributos às empresas emissoras do papel. A proposta já foi aprovada na Câmara, e a articulação política trabalha para acelerar a votação no Senado.
Ainda que como um chiste, há quase um PAC inteiro dentro dos fundos de pensão. O setor de previdência privada soma hoje mais de R$ 1,5 trilhão em recursos, praticamente o volume de investimentos previstos no novo Plano de Aceleração do Crescimento (R$ 1,7 trilhão). Previ, Petros e Funcef respondem por quase 30% desse valor, com algo em torno de R$ 480 bilhões em patrimônio. O governo entende que essa fonte de recursos – ou seja, os fundos de pensão – precisa ser trazida para o “project finance” do PAC. Sobretudo em um país que entre 2019 e 2022 investiu, em média, o pífio índice de 0,35% do PIB em infraestrutura.
Segundo estudo do Ipea, de abril de 2021, as fundações de previdência privada brasileiras investem, em média, apenas 2,2% do seu patrimônio em infraestrutura. De acordo com a mesma pesquisa, é metade da média verificada nos 39 maiores fundos de pensão do mundo (4,5%). A Previ é um bom exemplo do eclipse dos fundos de pensão na área de infraestrutura ao longo dos últimos anos. Em 2014, a entidade investia no setor o equivalente a 10,9% do seu patrimônio total. Em 2017, esse índice já havia caído a 5,1%. Hoje, estima-se que esteja abaixo dos 3%.

Infraestrutura
Rumo Logística pode permanecer na Malha Oeste ao lado de novo sócio
18/08/2023Há uma guinada nas tratativas envolvendo a Malha Oeste, que cruza o Mato Grosso do Sul e São Paulo. Nas conversas mantidas com o ministro dos Transportes, Renan Filho, os executivos da Rumo Logística já admitem a possibilidade de a empresa seguir à frente da concessão. A mudança de rota estaria condicionada à entrada de novos investidores no negócio. Nos bastidores, há informações de que a Suzano já demonstrou interesse. A empresa tem duas fábricas de celulose em Três Lagoas (MS). No caso de uma associação com a Rumo na Malha Oeste, a Suzano poderia engavetar o projeto de construção de uma ferrovia de 231 quilômetros entre Ribas do Rio Pardo e Inocência, ambas no Mato Grosso do Sul, livrando-se, assim, de um desembolso superior a R$ 1,6 bilhão. Procuradas, Rumo e Logística não se pronunciaram.
O Ministério dos Transportes já teria um caminho traçado no caso de um entendimento com a Rumo Logística. A entrada da Suzano ou eventualmente de outro investidor na concessão da Malha Oeste se daria mediante garantia de um reequilíbrio do contrato, o que depende da anuência da TCU. Mas, nesse caso, o caminho parece pavimentado. Não custa lembrar que a Corte já deu aval para que a Rumo negocie sua permanência na concessão sem a necessidade de um processo de relicitação por parte da ANTT.
Infraestrutura
PPP vira solução para a transposição do Velho Chico
14/08/2023O governo deverá lançar mão de PPPs para concluir um projeto que é pessoalmente caro ao presidente Lula: a transposição do Rio São Francisco. Os estudos estão sendo feitos a quatros mãos, entre o Ministério do Desenvolvimento Regional e o BNDES. A estimativa do governo é que ainda sejam necessários aproximadamente R$ 2 bilhões para terminar as obras – ao todo, já foram investidos R$ 12 bilhões. Do projeto original, falta mísero 1% para a conclusão do empreendimento. Ou quase: a área técnica da Pasta do Desenvolvimento Regional identificou problemas nos 99% de obras já entregues. O principal deles é a baixa vazão do rio em alguns trechos, especialmente na Paraíba, que está impedindo a distribuição da água em diversos municípios.

Infraestrutura
Governo paulista formata o primeiro lote de concessões metroviárias
8/08/2023O plano de concessões de Tarcísio Freitas começa a ganhar forma e prazo. O RR apurou que o governo de São Paulo quer licitar no primeiro semestre de 2024 um pacote de concessões do Metrô, englobando as linhas 10, 11, 12 e 13. A estatal Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) trabalha na modelagem dos leilões, que deverá ser submetida ao Tribunal de Contas do Estado até dezembro. As estimativas iniciais indicam que esse primeiro lote de concessões somará algo próximo de R$ 10 bilhões em investimentos.
Infraestrutura
Socicam estica seus tentáculos na área de transportes
31/07/2023O RR apurou que a Socicam vai disputar o leilão de privatização do terminal de passageiros no Porto de Fortaleza, marcado para 11 de agosto, na B3, em São Paulo. Mira, sobretudo, no potencial turístico do negócio: a capital cearense é o quarto maior destino do turismo doméstico no país. Em contato com o RR, a Socicam confirmou que “está em processo de avaliação da viabilidade do projeto e sua aderência à estratégia da empresa.”. O grupo é um potentado do setor de infraestrutura de transportes: detém as concessões da Rodoviária do Tietê, em São Paulo, e Novo Rio, no Rio de Janeiro, além de uma carteira com mais de 30 outros terminais rodoviários e urbanos no país. Nos últimos anos, fez uma forte investida também no setor aeroportuário: já são 26 terminais de pequeno e médio porte, 19 deles arrematados desde 2019. O portfólio de ativos da Socicam soma atualmente cerca de R$ 10 bilhões em investimentos em curso
Infraestrutura
Governo corre para se livrar (temporariamente) do Porto de Itajaí
27/07/2023A equipe do ministro Marcio França está montando o quebra cabeças para definir o modelo de concessão temporária do terminal de contêineres do Porto de Itajaí. Segundo informações apuradas junto a fonte da Pasta de Portos e Aeroportos, o modelo que começa a ganhar corpo no Ministério é o de uma licitação baseada no volume de investimentos, sem valor de outorga. Esse formato atenderia a duas preocupações do governo: assegurar um mínimo de modernização e expansão do terminal durante os dois anos de concessão e funcionar como uma espécie de “cláusula de barreira”, afastando candidatos de menor porte. O Porto de Itajaí tornou-se uma das pedras mais incômodas no sapato de Márcio França. O contrato de arrendamento do terminal de contêineres para a APM Terminals, do Grupo Maersk, se encerrou no último dia 30 de junho – isso depois de um longo imbróglio que se arrasta desde o ano passado. O governo optou, então, por uma solução-tampão: um arrendamento provisório por dois anos e, ao fim desse prazo, uma nova licitação, por 35 anos.
Infraestrutura
Uma solução à vista para o nó da BR-163
25/07/2023O governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, vem mantendo conversações com o ministro dos Transportes, Renan Calheiros, na tentativa de equacionar o impasse em torno da BR-163, um dos grandes imbróglios rodoviários do país. A informação é que o governo sul-mato-grossense trabalha com dois cenários. Uma das hipóteses é o estado comandar o processo de relicitação da rodovia, no lugar da União. O outro caminho é o próprio governo do Mato Grosso do Sul assumir a concessão dos 847 quilômetros da via dentro do seu território. Nesse caso, o estado poderia criar uma estatal específica para a operação e, mais à frente, buscar parceiros privados. Seria um modelo similar ao adotado pelo vizinho Mato Grosso, que constituiu a MTPar para controlar o trecho da própria BR-163 no estado. Ressalte-se que as duas possibilidades negociadas com o Ministério dos Transportes dependem de uma autorização do TCU. As probabilidades do Tribunal de Contas dar o seu aval são expressivas, diante do tamanho do problema. A CCR, concessionária da BR-163 no Mato Grosso do Sul, já solicitou a devolução do trecho e a rescisão do contrato.

Infraestrutura
Afinal, a Transnordestina vai chegar a Pernambuco?
24/07/2023O ministro dos Transportes, Renan Filho, tem sido pressionado pela governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, a encontrar uma solução para o impasse da Transnordestina, especificamente o trecho entre Salgueiro e Suape. Raquel reivindica o apoio financeiro do governo federal para o projeto, a começar por um empréstimo do Banco do Nordeste. O custo de implantação do trecho, de 206 quilômetros, está estimado em aproximadamente R$ 5 bilhões. O empreendimento depende ainda de uma renegociação do contrato com a CSN. A siderúrgica comprometeu-se a concluir as obras entre Eliseu Martins (PI) e Pecém (CE), mas empurrou para o lado o ramal entre Salgueiro e Suape. No entanto, ainda há uma amarra: pelo aditivo firmado com a CSN, há uma espécie de algema: o trecho dentro de Pernambuco só pode ser entregue a um investidor privado em 2027. Ou seja: até lá, o projeto tem de ser tocado exclusivamente pelo governo federal, a menos que a companhia de Benjamin Steinbruch abra mão definitivamente da concessão entre Salgueiro e Suape. A julgar pela inapetência histórica da CSN em avançar com o empreendimento, talvez seja isso mesmo que ela queira.
Infraestrutura
Grupo português deve disputar leilão do Trem Intercidades
21/07/2023O nome do Grupo Brisa circula no Palácio dos Bandeirantes como candidato à concessão do Trem Intercidades, que o governador Tarcísio Freitas pretende leiloar ainda neste ano. Em junho, o próprio Freitas manteve contatos com representantes da companhia durante viagem a Lisboa. O empreendimento é um dos quindins do governador dentro do plano de concessões em São Paulo. Trata-se de um dos maiores projetos de infraestrutura do país: o investimento previsto beira os R$ 13 bilhões.

Infraestrutura
Gigante chinês vai mostrar a Lula seu apetite pelo Brasil
19/07/2023Em sua visita à África do Sul, no mês que vem, para participar da reunião de cúpula dos Brics, Lula dará uma relevância especial à letra “C” do acrônimo. O Itamaraty está costurando um encontro do presidente com representantes da CRCC (China Railway Construcion Corporation). Os chineses já sinalizaram o interesse em aumentar seus investimentos em logística e mineração no Brasil. A companhia já tem projetos em minério de ferro no Amapá e estuda investimentos também na Bahia e no Rio Grande do Norte. A CRCC é um dos maiores conglomerados de infraestrutura da China, um potentado com negócios em construção pesada, ferrovias, rodovias e mineração.

Infraestrutura
Mato Grosso vai vender suas ferrovias na China
17/07/2023O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, pretende viajar a China até setembro. O objetivo é realizar um road show do programa de concessões ferroviárias no estado, que engloba um pacote de investimentos da ordem de R$ 15 bilhões. O principal alvo é a China Railway. A empresa, ressalte-se, é um osso duro de roer. Já analisou uma série de projetos ferroviários no Brasil, sempre impondo condicionalidades para investir. Em 2016, chegou a assinar um memorando de entendimentos com o próprio governo do Mato Grosso para a construção da Fico (Ferrovia de Integração Centro-Oeste). Mas pulou fora por falta de garantias.
Infraestrutura
Porto de Itajaí é um maremoto político e empresarial
13/07/2023Guardadas as devidas proporções, o Porto de Itajaí virou uma versão marítima do Galeão. A exemplo do aeroporto internacional do Rio de Janeiro, o complexo portuário catarinense tornou-se um vetor de tensões políticas e corporativas para o governo Lula. O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, tem pressionado o ministro de Portos e Aeroportos, Marcio França, a voltar atrás e retomar a privatização da Autoridade Portuária local. O coro é engrossado por grupos privados que operam em Itajaí, a exemplo da Portonave, leia-se Terminal Investments Limited (TIL), controlada pelo Grupo MSC. Ressalte-se o bom acesso da empresa a gabinetes do Ministério e da Antaq: seu diretor-superintendente, Diogo Piloni, ocupou a Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários entre 2019 e 2022. O ministro Marcio França fez chegar ao governo de Santa Catarina e aos players privados a proposta de transferir linhas marítimas do Porto de Santos para Itajaí. Seria uma tentativa de alavancar as operações no porto e amainar as pressões pela privatização. No entanto, a emenda saiu pior do que o soneto, criando um problema colateral. Armadores e exportadores que concentram suas operações em Santos reagiram negativamente à ideia. De acordo com a fonte do RR, uma grande companhia de navegação já sinalizou a disposição de levar o caso à Justiça caso o ministro insista na mudança.
O pano de fundo é a crise que assola o Porto de Itajaí nos últimos meses. No primeiro semestre deste ano, a movimentação de cargas caiu em mais de 90% na comparação com os seis primeiros meses de 2022. O declínio é resultado, em grande parte, do impasse em torno dos dois principais berços de atracação do complexo. O contrato de arrendamento para a APM Terminals, do Grupo Maersk, se encerrou no último dia 30 de junho. O governo estuda duas opções: uma concorrência para um contrato provisório, com duração de até 24 meses, ou uma licitação definitiva.

Infraestrutura
Bamin busca um sócio para dividir a locomotiva da Fiol
12/07/2023O entusiasmo do presidente Lula no lançamento da pedra fundamental da Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste), semana passada, em Ilhéus, contrasta com a preocupação entre os executivos da Bahia Mineração (Bamin). Responsável pela obra, a mineradora controlada pela Eurasian Resources Group (ERG), do Cazaquistão, busca um sócio para o empreendimento. O investimento total está estimado em R$ 3,3 bilhões, uma conta razoavelmente salgada com um agravante: a Bamin estima que utilizará apenas 40% da carga da Fiol para escoar sua produção de minério de ferro de Caetité (BA). O RR fez contato com a Bamin, que não quis comentar o assunto.
Infraestrutura
IG4 Capital mira concessões de saneamento no Peru
11/07/2023A IG4 Capital está prospectando ativos no setor de saneamento no Peru. As tratativas têm sido conduzidas pelo executivo Roberto Barbuti, ex-CEO da gaúcha Corsan. A IG4, que já é controladora da Iguá Saneamento, pretende montar um colar de participações em empresas do setor, tanto no Brasil quanto no exterior. Tratando-se de Peru, a gestora de Paulo Mattos está em casa: é a principal acionista da Aenza, um dos grandes grupos de infraestrutura daquele país. O RR entrou em contato com a IG4, que não quis comentar o assunto.
Infraestrutura
Casa Civil “municipaliza” conversas sobre o Novo PAC
11/07/2023Além da rodada de reuniões com governadores, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, terá nos próximos dias uma série de conversas com prefeitos para definir a lista final de projetos incluídos no “Novo PAC”. As discussões serão travadas com as principais lideranças da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), entre os quais Eduardo Paes, do Rio de Janeiro, Ricardo Nunes, de São Paulo. Além de ampliar a relação de obras contempladas, Costa vai fazer o que mais tem feitos ultimamente: política. O Palácio do Planalto enxerga a aproximação com os chefes do executivo municipal fundamental para adensar o apoio de partidos do Centrão no Congresso. O esforço não vem de hoje. Em março, o próprio presidente Lula compareceu à posse da nova diretoria da FNP, quando anunciou investimentos de mais de R$ 23 bilhões em infraestrutura nesse ano

Infraestrutura
Minas e Energia corre para reduzir o gargalo no setor de transmissão
6/07/2023O Ministério de Minas e Energia e a Aneel discutem uma espécie de fast track para acelerar os novos leilões de transmissão. No momento, há apenas uma licitação confirmada, em 15 de dezembro. No mais, existem apenas estudos na agência reguladora. O governo entende que é possível realizar mais dois grandes certames já no primeiro semestre de 2024. Há duas fortes razões para imprimir um ritmo mais veloz às licitações. O leilão do último dia 30 de junho, quando foram contratados mais de R$ 15 bilhões, mostrou que há uma significativa demanda dos investidores. Além disso, o ministro Alexandre Silveira e sua equipe quebram a cabeça para reduzir os gargalos em transmissão no país, hoje um grande entrave para a execução de projetos em energia renovável. Um exemplo: dos mais de R$ 160 bilhões em investimentos já contratados na geração eólica, quase um terço está parado por falta de redes de distribuição.

Infraestrutura
As sístoles e diástoles na negociação do Galeão
3/07/2023A Changi International tem adotado uma estratégia de “morde e assopra” em relação ao Galeão. Publicamente, os dirigentes da empresa manifestam interesse de permanecer à frente do Aeroporto Internacional do Rio; por trás da coxia, no entanto, o grupo de Cingapura subiu o tom das conversas com o Ministério dos Portos e Aeroportos e a Casa Civil, colocando sobre a mesa os valores do pedido de indenização. A Changi alega ter direto algo em torno de R$ 2,4 bilhões por investimentos realizados no Galeão caso deixe a operação. Há ainda uma discussão relativa ao valor de outorga: os asiáticos condicionam a possibilidade de permanência no negócio a uma renegociação do montante a ser pago neste ano – em torno de R$ 1,3 bilhão. O governo federal é contra. O RR entrou em contato com a Rio Galeão, mas a empresa não se manifestou.

Infraestrutura
Governo e Rumo Logística buscam um “encontro de contas”
28/06/2023Há um jogo sutil de cessões e concessões sendo jogado entre a Rumo Logística, leia-se Cosan, e o governo Lula. De um lado, o Ministério dos Transportes e a ANTT passariam a adotar uma postura mais flexível em relação à renovação antecipada da Malha Sul; do outro, a empresa aceitaria ficar à frente da gestão da Malha Oeste ao menos até que o governo conseguisse relicitar a licença. Em tese, seria uma solução ganha-ganha. A Rumo poderia, enfim, viabilizar a extensão do contrato da Malha Sul, que vence em 2026. O pedido está travado na ANTT há mais de dois anos. Além do órgão regulador, que cobra a apresentação de um plano de investimentos, há pressão também de governadores dos estados cortados pela ferrovia, notadamente Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul. Nesse caso, o ministro dos Transportes, Renan Filho, estaria disposto a trabalhar junto aos estados para reduzir a resistência à renovação da licença da Malha Sul. A ideia do governo é que, em contrapartida, a Rumo ajude a impedir que a Malha Oeste caia no colo do DNIT. A companhia quer devolver a concessão. Sua permanência à frente do negócio até o novo leilão poderá livrar o governo federal de um custo extra para a manutenção da ferrovia.
Infraestrutura
Rota de voo da Aena aponta para o mercado de capitais
23/06/2023A espanhola Aena vem discutindo diferentes possibilidades para buscar funding e financiar os investimentos que terá de fazer no Brasil. Segundo o RR apurou, uma das ideias que começa a ganhar corpo é enfeixar seus ativos aeroportuários em uma nova empresa e abrir o seu capital no Brasil. São 17 concessões ao todo. A joia da coroa é o aeroporto de Congonhas. Somente no terminal paulista os espanhóis precisarão investir mais de R$ 2 bilhões.
Infraestrutura
“Novo PAC” é uma fotocópia esmaecida do “Velho PAC”
19/06/2023O primeiro grande desafio do “Novo PAC” é vencer a desconfiança ao seu redor. Segundo o RR apurou, os governadores do Nordeste e do Centro-Oeste que já se reuniram com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, para tratar do assunto saíram do encontro com a sensação de que o programa não passa de um arremedo do “velho PAC”. Até o momento, o que existe basicamente é um refogado de obras antigas. Sabe-se que existem no país cerca de 14 mil obras paradas. Algumas estão contempladas no plano do governo. Mas os critérios de retomada são difusos. Não está claro, por exemplo, quais as paralisias que se deram por motivos técnicos, financeiros ou mesmo políticos, assim como as que têm sinergia com eixos regionais mais longos, facilidade logística e integração social-ambiental e geração de valor adicionado nas localidades.
Trata-se de um amontado de intenções agrupadas por setores que o governo acha relevante, mas sem racionalidade econômica. Não há plano, cronograma e muito menos definição das fontes de onde virão os recursos necessários. Este é um dos pontos que mais preocupa os governadores: não se sabe, por exemplo, que papel o BNDES terá no “Novo PAC” – ainda que escala menor, o mesmo se aplica a agências de fomento locais, como Banco da Amazônia e Banco do Nordeste, e aos fundos de desenvolvimento regional, tais quais o FDNE (Nordeste), FDA (Amazônia) e FDCO (Centro-Oeste).
Outro ponto que causa apreensão entre os governadores é a ausência de critérios para a escolha dos projetos prioritários nos respectivos estados. Há unidades da federação que somam mais de 60 empreendimentos relacionados na pré-lista elaborada por Rui Costa, sem que a Casa Civil tenha estabelecido uma hierarquia ou um senso do que é mais urgente ou não.
Infraestrutura
Um programa meia sola de concessões portuárias
9/06/2023Nada de Porto de Santos ou de qualquer outro peixe graúdo do setor. Por ora, o programa de concessões portuárias do governo Lula só tem bagrinho: o ministro dos Portos e Aeroportos, Marcio França, vai lançar até setembro o edital de licitação de quatro terminais pesqueiros – Aracaju (SE), Cananéia (SP), Natal (RN) e Santos (SP). Diferentemente do projeto inicial, de leiloar as quatro concessões em um único bloco, a ideia é negociar os ativos separadamente. As regras estão passando pelos últimos ajustes e, ao contrário do ano passado, quando houve uma tentativa de venda em bloco, a ideia agora é negociar um a um. Uma fonte do Ministério revelou ao RR que haverá redução nos preços mínimos em comparação às licitações realizadas no ano passado – os terminais de Vitória e Manaus. O objeto é reduzir os riscos de licitações desertas, ou seja, sem ofertas. O TCU, ressalte-se, já deu sinal verde para os leilões.

Destaque
Edital da BR-040 é um entulho bolsonarista que provoca reações em Minas Gerais e no Rio
7/06/2023Os prefeitos de Minas Gerais e do Rio de Janeiro estão em rota de colisão com o ministro dos Transportes, Renan Filho. O motivo é a sua virada de mesa no processo de relicitação da BR-040, impondo o leilão da rodovia como uma concessão única. Renan tem sido pressionado por Prefeituras das cidades no entorno da rodovia a jogar esse modelo no acostamento e manter o desenho atual, em vigor há mais de duas décadas, com a divisão da rodovia em dois trechos – do Rio a Juiz de Fora e de Juiz de Fora a Belo Horizonte. O ministro está colocando a mão em uma casa de marimbondos. Entre as lideranças políticas, há um consenso de que o açodamento de Renan em realizar o leilão ainda neste ano, juntando as duas operações em um único pacote, vai trazer sérios prejuízos aos municípios da região.
A modelagem defendida por Renan Filho vai impor a um único grupo um pesado pacote de investimentos, que, mantida a estrutural atual, poderia ser compartilhado por dois concessionários. Resultado: desde já, sabe-se que obras fundamentais serão postergadas e, o que é mais incrível, com o beneplácito do próprio Poder Concedente. É o que mostra o edital preliminar do Ministério dos Transportes. Dois dos projetos mais importantes de toda a BR-040 – a Nova Subida da Serra, em Petrópolis (RJ), e a abertura das multivias em Minas Gerais, fundamental para a redução de acidentes graves com mortes -, serão adiados. As respectivas obras somente seriam executadas no sexto e no oitavo ano do novo contrato. As duplicações da via em cidades como Congonhas do Campo, Ewbank da Câmara, Nova Lima e Itabirito, por sua vez, seriam empurradas para o sexto e o sétimo ano após a relicitação. São obras que, na atual estrutura, podem ser iniciadas já no primeiro ano da nova concessão. No caso dos trechos da BR-040 em Barbacena, a situação é ainda pior: não há qualquer obra prevista no novo edital. É uma das regiões mais críticas da rodovia. A área registra um elevado índice de acidentes, com mais de 60 óbitos por ano.
Não são apenas os prefeitos de Minas Gerais e do Rio que cobram de Renan Filho mudanças no edital. Dentro do próprio governo, há um desconforto de ordem política com a insistência de Renan. Isso porque a modelagem da relicitação leva a assinatura do governo Bolsonaro e foi idealizada durante a gestão de Tarcísio Freitas à frente da Pasta. A decisão do ministro em seguir com uma só concessão para duas realidades tão díspares da BR-040 também enfrenta resistências entre o próprio corpo técnico da área de Transportes. O modelo de unificação das duas concessões é visto como um entulho do governo anterior.
Além do adiamento de importantes obras, pesa contra a proposta a disparada no preço do pedágio. Hoje, o valor cobrado no trecho entre Juiz de Fora e Belo Horizonte é de R$ 6,30. No caso da Rio-Juiz de Fora, a cifra é de R$ 12,60. O novo contrato prevê que o valor único para toda a rodovia, logo na largada da nova concessão, chegue a R$ 15 (em valores correntes), atingindo R$ 22 após o oitavo ano de concessão. Ou seja: um aumento, respectivamente, de 230% e de 60% em comparação aos preços atuais.
Por ora, as prefeituras de Minas Gerais são as mais insatisfeitas com a modelagem da BR-040. O estado possui a maior malha viária do país e lidera o ranking nacional de custos de acidentes em rodovias federais registrado em 2022, com participação de R$ 1,69 bilhão, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT). Foram 8.272 acidentes ocorridos em 2022 nas rodovias federais que cortam Minas Gerais, com 7.095 com vítimas (mortos ou feridos). No período acumulado de 2007 a 2022, Minas registrou 283.896 acidentes, com 143.475 com vítimas, acrescenta o “Painel CNT de Consultas Dinâmicas dos Acidentes Rodoviários”. Essa é uma das razões para a insatisfação dos prefeitos mineiros. Com a relicitação unificada da BR-040, os recursos arrecadados em Minas não seriam integralmente utilizados no estado. Seriam usados também para financiar obras no trecho da rodovia no Rio de Janeiro. Com indicadores tão trágicos de acidentes, quem vai dizer aos mineiros que seu pedágio vai pagar obras em outro estado?

Infraestrutura
Financiamento para a Transnordestina demora a entrar nos trilhos
6/06/2023Mal foi definido pela CSN, o novo cronograma das obras da Transnordestina já corre o risco de descarrilar. Até o momento, o governo federal não estabeleceu qualquer prazo para a liberação do financiamento de R$ 3,5 bilhões do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FNDE), já autorizado pelo TCU. Sem esses recursos, o project finance para a construção do trecho entre Eliseu Martins (PI) e Pecém (CE), a cargo da CSN, não fecha. O custo total está orçado em R$ 7,9 bilhões. A siderúrgica se compromete a alocar R$ 3 bilhões, mas só coloca o dinheiro sobre a mesa mediante a liberação do empréstimo do FNDE e de uma linha de crédito do Banco do Nordeste, ainda em negociação. O RR apurou que, diante do impasse, os governadores do Ceará, Elmano de Freitas, e do Piauí, Rafael Fonteles, pretendem solicitar, nos próximos dias, uma audiência com o próprio presidente Lula.
Infraestrutura
Governo lança plano emergencial para desobstrução de hidrovias
6/06/2023O Ministério dos Transportes, mais precisamente o DNIT, está elaborando um plano emergencial de dragagem de hidrovias. A situação é extremamente crítica em algumas das principais rotas fluviais do país. É o caso do Rio Paraguai. Em alguns dos trechos, há mais de três dezenas de embarcações paradas pelo assoreamento do manancial. Outra prioridade é a dragagem da hidrovia Brasil-Uruguai, também conhecida como hidrovia do Mercosul. A falta de navegabilidade em importantes vias fluviais é resultado direto dos seguidos cortes de verba para o setor. Segundo um estudo recente da Universidade de Brasília (UnB) e do próprio Dnit, entre 2014 e 2021, mais de R$ 238 milhões em verbas originalmente destinadas a serviços de dragagem de hidrovias foram contingenciados.

Infraestrutura
Um diagnóstico desalentador sobre o futuro do Brasil
5/06/2023A Carta de Infraestrutura do estrategista Claudio Frischtak – talvez o mais renomado analista de investimentos e da formação de capital fixo -, divulgada hoje, é uma ducha de água fria nas expectativas de um país mais industrializado e com investimentos que atendam a um crescimento do PIB menos medíocre nas próximas duas décadas. Segundo Frischtak, que dirige a consultoria Inter.B, “No período 2019-22, os investimentos se expandiram em 0,35% do PIB, chegando a 1,86% do PIB em 2022, e projeta-se que alcancem 1,94% do PIB em 2023. Apesar dos ganhos, há uma necessidade estimada de 4,2% do PIB ao longo das próximas duas décadas para a modernização do setor, sob a premissa de um potencial de crescimento não inflacionário próximo a 2%. Estamos ainda distantes.”
Frischtak faz as perguntas que não querem calar: “Como fazer frente a uma brecha de investimentos de cerca de 2,3% do PIB? E em que horizonte de tempo seria factível expandir os investimentos para um novo ´estado estacionário´ consideravelmente acima da média de anos recentes?”. O próprio consultor tem as respostas, e elas machucam quem espera mais do país. De acordo com ele, “não há alternativa realista a um esforço liderado pelo setor privado, seja pelas restrições fiscais que o país enfrenta num contexto de múltiplas demandas, seja pelas limitações de governança dos investimentos públicos. Estes se situam próximos a 0,6% do PIB, e caberia ampliá-los em cerca de 0,4% do PIB para um volume em torno de 1% do PIB nos próximos anos, de forma cautelosa, estabelecendo prioridades alicerçadas nas necessidades mais prementes e com base em projetos comprovadamente de elevadas taxas sociais de retorno.”
Frischtak enfatiza que “ampliar os investimentos públicos irá demandar com toda a probabilidade uma reforma do Estado, criando espaço fiscal de forma responsável e rechaçando tentações populistas. Já o salto do setor privado necessitaria ser da ordem de 2% do PIB, factível num ambiente de maior estabilidade e previsibilidade, e menores custos de transação.” O consultor conclui afirmando que “não há como avançar sem perseguir uma agenda centrada em dois grandes temas: melhoria da governança e dos investimentos públicos.”
A Carta de Infraestrutura de Frischtak vale como um epitáfio para o Brasil que já foi do futuro. E não há força nem unidade política para combater o patrimonialismo com a coisa pública e o clientelismo orçamentário. O Congresso está se tornando crescentemente um balcão de negócios. O Judiciário não garante segurança jurídica e previsibilidade regulatória. Aliás, os “Donos do Direito” têm volta e meia sua seriedade e probidade questionada, o que fragiliza ainda mais a confiança na Corte Maior. Finalmente, o Executivo está manietado, com as mãos que deveriam agir em nome da vontade soberana do povo, amarradas, fazendo dos governos mercadores de apoios e não tocadores de obras e agentes de redução da miséria.
E o país como fica? Vai seguir oscilando entre a 10ª e a 16ª posições no ranking mundial do PIB – como tem sido nos últimos anos – em função de ser uma “Nação baleia”, ter um enorme mercado interno, água, terra, a hileia Amazônica. Ou seja: mais do mesmo, atributos que não são mérito de ninguém. Seguem juntos a africanização da indústria, a queda da renda per capita, a crescente disfuncionalidade do Estado, a captura da política pelas milícias, a ausência de um projeto nacional e o apequenamento de todas as instituições, inclusive as da sociedade civil. O RR torce para que esta análise esteja errada, em nome do Brasil e de todos os brasileiros. Por enquanto, apenas lamentamos. É o que temos.
Infraestrutura
Grupo português mira concessões no Brasil
1/06/2023A Engexpor, uma das maiores empresas de engenharia de Portugal, tem planos de disputar concessões de infraestrutura no Brasil, notadamente rodovias e aeroportos. A companhia já tem um pé no país, como prestadora de serviços. Foi contratada recentemente pela francesa Vinci Airports para tocar as obras de modernização dos aeroportos do grupo na Região Norte – nas cidades de Manaus, Tefé, Tabatinga, Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Porto Velho e Boavista). A Engexpor atua também no megaprojeto da italiana Enel Green Power de instalar um milhão de painéis solares em Arinos (MG).

Infraestrutura
Banco do Nordeste manda um trem-pagador para Transnordestina
30/05/2023Estão bem adiantadas as negociações políticas para que o Banco do Nordeste financie a construção do trecho da Transnordestina em Pernambuco, entre as cidades de Salgueiro e Suape. O projeto envolve a instalação de aproximadamente 206 quilômetros de trilhos, a um custo aproximado de R$ 5 bilhões. Trata-se, ressalte-se, do trecho devolvido à União pela CSN, responsável pela construção dos 1,2 mil km da linha férrea entre Eliseu Martins (PI) e o Porto de Pecém, no Ceará. Ou seja: a princípio, o dinheiro do BNB ficará restrito as obras a cargo do DNIT. Mas, no que depender das notórias relações entre Benjamin Steinbruch e integrantes do governo Lula, a começar por Aloizio Mercadante, vai que o funding do Banco do Nordeste não é estendido também para a parte da Transnordestina que cabe ao empresário. A CSN ainda precisa de quase R$ 8 bilhões para concluir as obras.
Infraestrutura
Será que dessa vez a Hidrovia Tocantins-Araguaia sai da prancheta?
19/05/2023O governo Lula quer arrancar do fundo do rio um projeto que, entre idas (muitas) e vindas (poucas), já leva mais de 50 anos: a construção e posterior concessão da hidrovia Tocantins-Araguaia. O Ministério da Infraestrutura e o DNIT pretendem realizar, ainda neste semestre, as três primeiras audiências públicas, ponto de partida para o empreendimento deslanchar. São quase dois mil quilômetros navegáveis, cortando seis estados. A implantação da nova via fluvial é um pleito, sobretudo, do agronegócio e do setor de mineração. Do lado dos possíveis candidatos à gestão, a Hidrovias do Brasil, leia-se Pátra Investimentos, já sinalizou o interesse no negócio.
No ano passado, o transporte de cargas na bacia do Tocantins-Araguaia cresceu 13% em relação a 2021. Estima-se que esse indicador pode ser multiplicado por quatro com a implantação da hidrovia. Mas há os senões: o empreendimento enfrenta a resistência de ambientalistas, pelo impacto da construção da via sobre ribeirinhos, quilombolas e territórios indígenas.

Infraestrutura
Depois do lítio, Zema quer vender a Copasa e as rodovias mineiras
17/05/2023O governador Romeu Zema voltou animado de Nova York. Depois do “Lithium Valley Brazil”, para propagandear as reservas de lítio de Minas Gerais a investidores estrangeiros, assessores de Zema já trabalham em um novo road show. O governador pretende fazer um tour pela China e pelo Oriente Médio em busca de candidatos à privatização da Copasa, a estatal de saneamento, e ao programa de concessões de estradas do estado. No caso das licitações de rodovias, Zema e sua equipe trabalham com a estimativa de R$ 10 bilhões em investimentos.

Infraestrutura
Quem vai aterrissar no leilão do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante?
12/05/2023Como se não bastasse todo o imbróglio do Galeão, o ministro dos Portos e Aeroportos, Marcio França, está tenso com o risco de um fracasso de bilheteria na relicitação do aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN), marcado para o próximo dia 19. Por fracasso de bilheteria entenda-se um número reduzido de candidatos e um ágio rasante ao chão – próximo do lance mínimo de outorga (R$ 227 milhões). Nos últimos dias, França intensificou a interlocução com grupos do setor na tentativa de atrair candidatos ao leilão. No entanto, o road show informal foi preocupante. No Ministério, até ontem, apenas os nomes da espanhola Aena e da alemã Fraport eram considerados como cartas certas para o leilão.
Infraestrutura
Agronegócio e Vale cobram do governo dragagem do Rio Paraguai
10/05/2023A dragagem do Rio Paraguai está na proa das prioridades da Antaq. Segundo o RR apurou, o diretor-geral da agência, Eduardo Nery, tem feito gestões junto ao próprio presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, com o objetivo de obter as licenças ambientais para o projeto. O pedido se arrasta no Instituto há mais de dois anos. O Ibama concedeu uma autorização, e ainda assim provisória, apenas para chamado trecho norte, entre Cáceres (MT) e Corumbá (MS). Contudo, o Ministério da Infraestrutura julga contraproducente fazer a dragagem somente em um pedaço e deixar o outro com riscos à navegação. Mesmo porque a Coordenada Sul, entre Corumbá e a foz do Rio Aja, na fronteira com o Paraguai, é justamente o ponto mais estratégico. É utilizado por barcaças com grandes quantidades de minério de ferro e bauxita, extraídos em Mato Grosso e em geral levados para o Porto de Imbituba, em Santa Catarina. Trata-se do trecho com as situações de navegabilidade mais críticas. Em 27 de dezembro de 2021, o DNIT encaminhou um ofício ao Ibama pedindo autorização para a obra em todos os 700 quilômetros do rio no lado brasileiro. Não teve resposta até hoje.
A pressão dos grandes exportadores pela dragagem vem, sobretudo, do agronegócio e do setor de mineração, leia-se Vale, os maiores usuários da hidrovia do Rio Paraguai. No ano passado, o transporte total de cargas pelo manancial subiu 45% em relação a 2021. No caso específico do minério de ferro, o volume cresceu 60%, chegando a quase quatro milhões de toneladas. A cobrança dos exportadores sobre as autoridades brasileiras cresceu nos últimos meses. Isso porque, em janeiro, o governo paraguaio iniciou os trabalhos de dragagem do rio Paraguai do lado de lá da fronteira.
Infraestrutura
TCU vai subir a “cancela” para a transferência de concessões aos estados
9/05/2023A BR-163 firmou “jurisprudência” no TCU. Segundo uma fonte da Corte, há um entendimento entre os ministros no sentido de flexibilizar as exigências para a transferência de concessões de infraestrutura da União para estados. O objetivo é facilitar soluções como a da Rota do Oeste, pertencente à antiga Odebrecht: o governo do Mato Grosso acaba de assumir os 850 quilômetros da BR-163 no estado. A próxima parada deve ser no Espírito Santo. O governador Renato Casagrande pretende encampar a concessão da BR-101 no estado, que está sendo devolvida pela Eco101. Casagrande tem feito gestões junto ao TCU em busca do sinal verde para a operação. Em contrapartida, acena com investimentos da ordem de R$ 1 bilhão.
Infraestrutura
Governadores do Nordeste vão à China buscar financiamento para infraestrutura
9/05/2023O Consórcio do Nordeste – notadamente os governadores da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e do Ceará, Elmano de Freitas – estão articulando uma viagem conjunta à China. O objetivo é buscar investidores para concessões de infraestrutura, notadamente rodoviárias e no setor de saneamento. As articulações têm sido conduzidas com o apoio do embaixador chinês em Brasília, Zhu Qingqiao. Rodrigues é hoje uma das autoridades brasileiras com maior interlocução junto ao diplomata, por conta das tratativas para a instalação da montadora chinesa BYD na antiga fábrica da Ford em Camaçari.
A busca conjunta por investidores na área de infraestrutura é mais um sinal da ressurreição do Consórcio Nordeste, que esteve quase nas últimas entre 2020 e 2021, abalado pelas denúncias de desvios de recursos destinados à gestão da pandemia. Conforme o RR antecipou, os governadores têm discutido também projetos em parceria na geração de energia limpa, notadamente hidrogênio verde. Na última sexta-feira, os chefes de governo da região se reuniram em Fortaleza para tratar do tema.
Infraestrutura
Governo pisa no freio na concessão da CBTU e da Trensurb
8/05/2023A licitação das concessões da CBTU e da Trensurb perdeu velocidade. O RR apurou que a Casa Civil – responsável pela gestão do PPI (Programa de Parcerias de Investimento) – está reavaliando o leilão das duas licenças. A avaliação é que as circunstâncias atuais do mercado são desfavoráveis à operação. Sondagens feitas junto a grupos do setor de infraestrutura mostraram que os leilões podem ser um fracasso de bilheteria, dada a inapetência das empresas por novos investimentos na área. O imbróglio da Supervia, com a decisão da Mitsui de devolver a empresa ao governo do Rio, aumentou essa percepção dentro do governo. Some-se a isso os recorrentes prejuízos das operadoras de metrô e trens urbanos. O Metrô de São Paulo teve perdas de R$ 1,1 bilhão no ano passado. Por sua vez, a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) fechou 2022 com um déficit da ordem de R$ 430 milhões. A CBTU – ou que sobrou da velha CBTU – reúne a operação de trens urbanos de Recife, Maceió, João Pessoa e Natal. A Trensurb, por sua vez, é responsável pelo transporte ferroviário de passageiros em Porto Alegre. Comparados às concessões de Rio e São Paulo, são ativos de menor porte e escala, o que os torna ainda menos atrativos.
Há ainda outro fator para o governo recuar em relação à licitação das duas concessões: a pressão dos sindicatos. Os trabalhadores da Trensurb convocaram uma greve geral para hoje, com o objetivo de cobrar a retirada da companhia do PPI. Receituário similar tem sido adotado entre os funcionários da CBTU. Em 20 de abril, os metroviários do Recife entraram em estado de greve permanente por 30 dias, também exigindo que a empresa saia da lista de possíveis concessões na área de infraestrutura. O governo tem informações de que os funcionários de Natal e João Pessoa preparam atos semelhantes.
Infraestrutura
ANTT tenta lustrar os trilhos da Malha Oeste
5/05/2023A ANTT quer fazer um pacotão em torno da relicitação da Malha Oeste, cuja concessão está sendo devolvida à União pela Rumo Logística, de Rubens Ometto. A ideia da agência reguladora é incluir no leilão os trechos de conexão com os portos de Itaguaí (RJ) e Santos (SP) e com as cidades de Ladário e Porto Esperança, ambas no Mato Grosso do Sul. A justificativa para esse embrulho de trilhos é aumentar a escala e atratividade do negócio, que, se fosse bom, não estaria sendo largado pela Rumo. O futuro concessionário terá de investir cerca de R$ 18 bilhões na ferrovia.

Infraestrutura
Tem muito trilho retorcido no caminho da VLI
28/04/2023Os planos da VLI de selar a renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro-Atlântico (FCA) neste ano não encontram eco nas mais diversas esferas de Poder. Segundo o RR apurou, tanto no Ministério da Infraestrutura quanto no TCU há resistências à proposta apresentada pela companhia, notadamente no que diz respeito às contrapartidas financeiras – a promessa de investir R$ 14 bilhões em 30 anos é considerada baixa. Além disso, há pressões na mão contrária dos estados cortados pela FCA, sobretudo da Bahia, Rio de Janeiro e, mais recentemente, Espírito Santo.
Neste último caso, a broca maior do governador Renato Casagrande é em relação à Vale, o principal nome do comboio de acionistas da VLI – que inclui ainda Brookfield, Mitsui, FI-FGTS e BNDESpar. Quando da renovação antecipada das concessões das ferrovias Vitória-Minas e Carajás, fechada no mesmo pacote, a mineradora se comprometeu a pagar R$ 11,8 bilhões em outorgas. No entanto, a maior parte – quase R$ 9 bilhões – foi destinada à construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO). Coube ao Espírito Santo uma fatia irrisória do valor. Além disso, até o momento a Vale ainda não honrou o compromisso de iniciar as obras de construção da EF-118 entre as cidades capixabas de Cariacica e Ubu. A companhia tem postergado sucessivamente o cronograma do projeto. Ou seja: ao menos por ora, não há nenhum motivo para o governo de Renato Casagrande ter boa vontade com a VLI, uma espécie de braço ferroviário da mineradora. O RR enviou uma série de perguntas à Vale, mas a empresa não se manifestou.

Destaque
Estranhas turbulências marcam licitação do Aeroporto de Cabo Frio
19/04/2023A nova licitação do Aeroporto Internacional de Cabo Frio deverá aterrissar nos tribunais. Segundo o RR apurou, grupos candidatos ao leilão pretendem judicializar o certame, a cargo da Prefeitura local – por delegação da União. O processo está cercado de nuvens cinzentas. A Portaria da Secretaria Nacional de Aviação Civil com a autorização para a concorrência foi publicada no Diário Oficial da União no dia 8 de março. No entanto, a administração municipal não lançou o edital de licitação no prazo obrigatório – até 30 dias antes do término do contrato em vigor, que expirou ontem. A procrastinação abriu uma brecha para que tudo fique como está no Aeroporto de Cabo Frio. Segundo a mesma fonte, a Prefeitura já teria estendido a atual concessão por mais seis meses. Entre os investidores, a medida alimentou suspeições de favorecimento ao atual operador do Aeroporto, a Costa do Sol, pertencente ao Grupo Aeropart. O RR fez várias tentativas de contato com a Prefeitura de Cabo Frio e a Costa do Sol Operadora Portuária, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para o posicionamento de ambas.
Segundo informações apuradas pelo RR, além da própria Costa do Sol/Aeropart, entre os interessados no ativo estão a suíça Zurich Airport, que administra os aeroportos de Macaé, no Norte Fluminense, e de Vitória (ES), a Socicam e o Consórcio Mar Azul, leia-se o Grupo Infra. Este último, inclusive, foi o escolhido para elaborar os estudos para a licitação no regime de PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse). Hoje, todos compartilham da sensação de que entraram em um voo às cegas. Não é de hoje que movimentos feitos pela Prefeitura de Cabo Frio têm suscitado ilações entre os investidores. Em 30 de janeiro deste ano, a administração do prefeito José Ferreira Novellino (PDT) excluiu das regras do leilão a exigência de que os concorrentes tivessem experiência na operação de heliportos. Nos bastidores, correm rumores de que esta teria sido uma decisão on demand para beneficiar um empreiteiro do Rio, cujas empresas mantêm uma série de contratos com o governo do estado e prefeituras.
Inaugurado em 1998 e sob gestão privada desde 2001, o Aeroporto Internacional de Cabo Frio é um negócio que jamais atingiu a altitude esperada. Entre janeiro e fevereiro deste ano, portanto na alta temporada do verão, apenas 5.142 passageiros embarcaram no terminal, segundo dados do site especializado Aviação Brasil. Trata-se de uma média mensal de pouco de 2,5 mil pessoas, muitos pés abaixo da capacidade do aeroporto. O empreendimento foi projetado para receber 570 mil passageiros por ano, ou uma média de 47,5 mil/mês. O terminal está mais para um heliporto do que para um aeroporto: a principal atividade no local é a movimentação de helicópteros que prestam serviço para a Petrobras e outras petroleiras que atuam na região.
Infraestrutura
Leilão da Malha Oeste fica para o ano que vem
4/04/2023Apesar de toda a pressão do agronegócio e também do governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, o Ministério dos Transportes já jogou a toalha sobre a possibilidade da nova licitação da Malha Oeste ser realizada ainda neste ano. De acordo com um assessor da Pasta, o ministro Renan Filho e sua equipe trabalham com o prazo de março de 2024 para o leilão. A pá de cal nas esperanças da licitação sair neste ano veio com um parecer técnico da ANTT. A agência exigiu a realização de uma série de novos estudos antes do envio do projeto para o TCU. A única certeza é de que a futura concessionária terá de investir uma fortuna na ferrovia de dois mil quilômetros, devolvida pela Rumo Logística à União. A previsão é de um desembolso superior a R$ 18 bilhões.
Infraestrutura
Governo da Bahia bate à porta do China Development Bank
30/03/2023O RR apurou que o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, deverá se reunir, em Pequim, com representantes do China Development Bank (CDB). Em pauta, um empréstimo da agência de fomento para destravar uma das maiores obras de infraestrutura da Bahia, a construção da ponte Salvador-Itaparica, orçada em R$ 9 bilhões. Ou seja: Rodrigues vai buscar uma solução chinesa para um problema chinês. As obras deveriam ter começado em 2020, mas, até o momento, o consórcio responsável– formado por China Communications Construction Company, CCCC South America Regional Company e China Railway 20 Bureau Group Corporation – não ergueu um pilar sequer. O trio alega que os custos de construção dispararam e pede uma revisão do contrato. Até o momento, o governo baiano conseguiu um financiamento de R$ 1,5 bilhão junto ao Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). Além, do CDB, o petista Jerônimo Rodrigues já foi aconselhado a bater também na porta do Banco do Brics, agora presidido por Dilma Rousseff.
Infraestrutura
Governo prepara um “retrofit” nos terminais portuários públicos
28/03/2023O ministro dos Portos e Aeroportos , Marcio Franca, e sua equipe estão elaborando um plano de reestruturação dos terminais de cargas públicos do país. O arco de propostas é razoavelmente largo. A ideia é que o governo federal faça investimentos para a modernização de algumas dessas instalações. No entanto, já se cogita o arrendamento de alguns desses ativos à iniciativa privada. Muitos deles têm sofrido com a perda de competitividade. Um exemplo são os quatro terminais do Porto de Salvador. No ano passado, o volume de cargas movimentado caiu 6% em relação a 2021. Um desempenho pífio se comparado aos terminais privados do estado: na média, essas operações tiveram um aumento de quase 30% nos embarques e desembarques.
Infraestrutura
Hidrovia Brasil-Uruguai ganha seus primeiros contornos
23/03/2023Os governos dos presidentes Lula e Luis Alberto Lacalle Pou começam a tirar do papel o projeto da implantação de uma hidrovia entre Brasil e Uruguai. O primeiro passo mais agudo nessa direção será dado até o fim de abril: segundo o RR apurou, o Ministério dos Portos e Aeroportos vai abrir licitação para contratar a empresa que ficará responsável pela dragagem da bacia da Lagoa Mirim, na divisa entre os dois países. O trabalho se concentrará no canal de São Gonçalo, que conecta a Lagoa Mirim e a Lagoa dos Patos.
O projeto dará fôlego ao complexo portuário de Rio Grande, pertencente à Uniao, mas sob administração do governo gaúcho. Há estudos de que a abertura da hidrovia poderá aumentar em 20% o volume de cargas exportadas pelo porto. Entre idas e vindas, há mais de 50 anos que a ideia de criação da hidrovia povoa as relações entre Brasil e Uruguai. Durante a gestão de Jair Bolsonaro, a proposta avançou razoavelmente. A hidrovia faz parte do PPI (Programa de Parcerias de Investimento), herdado pelo governo Lula. A execução do empreendimento depende mais de uma decisão política dos dois países do que de exatamente de funding. O projeto é barato: está estimado em R$ 30 milhões. E há costuras para que a CAF (Banco de desenvolvimento da América Latina) financie uma parte.

Infraestrutura
Zurich AG compra seu bilhete para o leilão de aeroporto potiguar
16/03/2023Informação que aterrissou no Ministério dos Portos e Aeroportos: a Zurich AG estuda disputar a licitação do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN), previsto para 19 de maio. Seria a volta do grupo suíço aos leilões aeroportuários no país. Operadora do Aeroporto de Zurique, a empresa detém as concessões dos terminais de passageiros de Florianópolis, Vitória e Macaé. Seu maior negócio, no entanto, está em Minas Gerais: em sociedade com a CCR, administra o Aeroporto de Confins.

Infraestrutura
Goiás prepara programa de concessões no setor ferroviário
15/03/2023Assessores do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, estão debruçados sobre a criação de um programa estadual de ferrovias. Segundo fonte do próprio governo, a meta é lançar o plano de concessões até junho. Os técnicos da Companhia de Desenvolvimento Econômico ainda não definiram os trechos que serão ofertados à iniciativa privada, mas a equipe de Caiado já tem consultado potenciais investidores, como a Rumo Logística e a Vale. A mineradora é responsável pela construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), que cortará o estado de Goiás. Na tentativa de atrair grandes players do setor, a ideia do governo é oferecer contratos de longa duração, de até 50 anos.
Infraestrutura
Rumo Logística enfrenta resistências no governo
8/03/2023A Rumo Logística, leia-se Cosan, enfrenta um ambiente hostil dentro do governo para a renovação antecipada da concessão da Malha Sul. Segundo o RR apurou, até o momento a companhia não apresentou um plano de investimentos para a ferrovia. Tampouco teria cumprido aportes acertados anteriormente. De acordo com informações filtradas do próprio Ministério dos Transportes, estudos da área técnica indicam que metade da Malh8a Sul se encontra em mau estado de conservação. A Rumo tem de administrar também a oposição de governos estaduais. Um dos mais agressivos é o governador do Rio Grande do Eduardo Leite. Segundo informações apuradas pelo RR, Leite tem feito gestões em Brasília não só contra a extensão do contrato da companhia, que vence em 2027, mas até mesmo pela cassação da licença e a relicitação da ferrovia. Em tempo: na balança das pressões políticas, não se pode esquecer que o controlador da Cosan, Rubens Ometto, tem um fator que pesa muito para o seu lado: a relação direta e próxima com o presidente Lula.
Infraestrutura
Trem-bala ressurge com um incômodo passageiro
6/03/2023Uma das primeiras missões de Bernardo Figueiredo à frente da TAV Brasil será resolver um contencioso internacional. A estatal já cogita a (re) contratação da italiana Italplan Engineering como consultora do projeto do trem-bala – fetiche do governo Dilma ressuscitado no Lula III. Seria uma forma de fazer um acordo para encerrar um litígio que se arrasta há quase uma década. A empresa cobra do governo brasileiro algo em torno de 260 milhões de euros. A suposta dívida se refere a serviços de consultoria técnica prestados à EPL (Empresa de Planejamento Logístico) no governo Dilma. No ano passado, o Brasil teve uma vitória na própria Justiça italiana. A Corte de Cassação da Itália, correspondente ao STJ, reverteu decisões de instâncias inferiores favoráveis à empresa. A Italplan não desiste de cobrança e já sinalizou que vai recorrer a uma Corte de Arbitragem internacional. Figueiredo conhece bem toda a história. Era o presidente da EPL quando dos primeiros estudos para a implantação do trem-bala

Infraestrutura
O outro “Censo” que o governo Bolsonaro sequer começou
6/03/2023O governo Bolsonaro também empurrou o “Censo da aviação” para o seu sucessor. O Ministério da Infraestrutura não contratou a tempo uma empresa especializada para produzir a Pesquisa Nacional de Satisfação do Passageiro e do Desempenho Aeroportuário de 2022, custo que “contabilmente” deveria ter sido incluído no orçamento do ano passado. O levantamento serve de base para a Secretaria Nacional de Aviação e a Anac avaliaram a infraestrutura dos principais aeroportos do país, com base em 17 itens.
Infraestrutura
Correios é uma presença indesejada em aeroporto
3/03/2023Anunciada há menos de um mês, o projeto do governo de instalar um hub dos Correios no Aeroporto de São Gonçalo do Amarante perdeu altitude. A proposta enfrenta resistência entre potenciais candidatos ao leilão do terminal, marcado para 19 de maio. O banho de água fria veio em contatos que o ministro dos Portos e Aeroportos, Marcio França, manteve nos últimos dias com players do setor – segundo o RR apurou, a lista inclui a francesa Vinci, a suíça Zurich e a CCR. Na ponta do lápis, a instalação dos Correios tiraria área do aeroporto que poderá ser destinada a atividades mais rentáveis, notadamente o transporte de cargas.

Destaque
Governo Lula e Benjamin Steinbruch se encaixam nos trilhos da Transnordestina
28/02/2023O governo vai abrir o cofre para financiar a conclusão das obras da Transnordestina, a cargo da CSN. Segundo o RR apurou, a ideia é lançar mão de uma tríplice injeção de capital, com empréstimos do BNDES, do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDN) e do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) – os dois últimos vinculados à Pasta da Integração e do Desenvolvimento Regional. Segundo a mesma fonte, paralelamente o Ministério dos Transportes estuda uma nova mudança no modelo de construção da ferrovia. De acordo com as discussões travadas dentro da Pasta, a ideia é usar a liberação de dinheiro público como moeda de troca para que a CSN reassuma integralmente a concessão do empreendimento e consequentemente a construção de todo o traçado original. No ano passado, a partir de um acordo com o governo Bolsonaro, houve uma cisão do projeto. A siderúrgica permaneceu responsável apenas pelas obras entre Eliseu Martins (PI) e o Porto de Pecém (CE), um trecho de aproximadamente 1,2 mil quilômetros, devolvendo à União a concessão do ramal de 520 quilômetros entre Salgueiro e o Porto de Suape, ambos em Pernambuco. Essa fratura da Transnordestina serviu apenas para jogar um problema no colo do governo Lula: estudos feitos pelo Ministério do Transporte indicam que a operação desse segundo pedaço até Suape de forma isolada, sem a garantia de conexão e os ganhos de escala do trecho entre Piauí e Ceará, torna o negócio praticamente inviável.
Além da promessa de financiamento público, há um outro fator tão ou mais importante para colocar toda essa operação nos trilhos: a notória conexão entre Benjamin Steinbruch e o governo do PT surge como um potencial facilitador para o reencaixe entre as duas “Transnordestinas”. O dono da CSN é bastante próximo, sobretudo, de Aloizio Mercadante, presidente do BNDES. No fim do ano passado, inclusive, Mercadante chegou a sondar o empresário para que ele assumisse o Ministério do Desenvolvimento e da Indústria – conforme o RR noticiou. Essa sintonia poderá ajudar a contornar entraves de ordem técnica que levaram a CSN a devolver à União parte da ferrovia. A siderúrgica alega que o governo pernambucano impactou o projeto, ao autorizar a construção de uma barragem no antigo leito dos trilhos. A obra exigiu um aumento de 42 quilômetros na extensão da ferrovia e, com isso, gerou um gasto extra de algumas centenas de milhões de reais com desapropriações.
O acordo com a CSN e a reintegração dos dois trechos da Transnordestina sob uma única operação contribuiriam para destravar o empreendimento junto ao Tribunal de Contas da União. No início de fevereiro, o TCU apontou irregularidades na cisão da concessão em duas, autorizada pela ANTT no ano passado. Como consequência, a Corte suspendeu a liberação de qualquer recurso do governo federal para o empreendimento – tanto a parte nas mãos da CSN, quanto o trecho hoje sob responsabilidade da União. Ou seja: a engenharia financeira que vem sendo traçada em Brasília, com aportes do BNDES e dos fundos regionais, depende do nihil obstat do TCU.
Atualmente, há pouco mais de 800 quilômetros de trilhos já instalados. Faltam quase mil quilômetros para a execução de todo o projeto conforme a sua concepção original. Estima-se que sejam necessários mais de R$ 8 bilhões para a conclusão da Transnordestina. Parte desses recursos poderão vir, por exemplo, por meio de uma emissão de debêntures incentivadas de infraestrutura, com a garantia de subscrição por parte do BNDES. O governo Lula trata o projeto como prioritário, não apenas pela sua importância econômica e social para a região – as obras deverão gerar cerca de cinco mil postos de trabalho diretos e indiretos -, mas também pelo seu “traçado político”. A Transnordestina corta estados governados por petistas ou aliados. Consta que os governadores do Ceará e de Pernambuco, respectivamente Elmano de Freitas e Raquel Lyra, têm mantido conversas frequentes com o ministro do Desenvolvimento Regional, Wellington Dias, em busca de apoio do governo federal para a retomada das obras. Nesse contexto, há ainda disputas federativas alimentadas pela própria divisão da Transnordestina em duas, na gestão de Jair Bolsonaro. Parlamentares de Pernambuco alegam que a manutenção desse formato vai criar um desequilíbrio concorrencial entre os dois maiores portos do Nordeste, beneficiando o Porto de Pecém, no Ceará, em detrimento do Porto de Suape.
Tudo muito bom, tudo muito bem… Até se entende que o governo tenha as mais variadas motivações – seja de ordem econômica, seja de ordem política – para se engajar no projeto. No entanto, a Transnordestina é um benchmarking às avessas, um exemplo de como uma concessão não deve ser feita. Sua construção já torrou um enorme montante de recursos públicos. Há concessões que notoriamente não deram certo e hoje estão às portas de serem devolvidas à União – como, por exemplo, o Aeroporto do Galeão ou a Malha Oeste. No entanto, nenhuma delas consumiu tanto dinheiro e nem de perto apresenta o histórico de idas e vindas da ferrovia. Por muito menos, concessões foram tomadas ou relicitadas pelo governo.
Infraestrutura
Natal quer virar um hub para exportações de frutas
28/02/2023A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, pretende transformar o Porto de Natal no principal hub do Nordeste para a exportação de frutas. Segundo o RR apurou, a ideia é oferecer incentivos fiscais e reduzir as taxas portuárias para atrair grandes empresas de navegação. Na paralela, Fátima mantém conversações em Brasília em busca de verbas para as obras de infraestrutura necessárias à execução do projeto. Há tratativas também com o Ministério dos Transportes para investimentos na reforma da BR-364, principal via de acesso ao terminal de Natal. Ressalte-se que um pleito de Fátima Bezerra não é um pedido de qualquer um, mesmo se tratando de questões um tanto quanto provincianas. A governadora tem prestígio e acesso junto ao presidente Lula, tendo sido uma personagem importante na articulação da sua campanha no Nordeste.
Com esse projeto, o governo do Rio Grande do Norte espera preencher o vazio deixado pela CMA CGM. O grupo francês, que operou no Porto de Natal por mais de uma década, encerrou suas atividades no local no fim do ano passado, transferindo suas operações para o Porto de Pecém (CE). A empresa era responsável pela maior parte dos embarques de frutas no terminal de Natal.

Infraestrutura
Fraport sobrevoa aeroporto do Rio Grande do Norte
14/02/2023O RR apurou que a alemã Fraport AG planeja disputar o leilão do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN), prevista para 19 de maio. Seria o retorno do grupo às licitações do setor no Brasil depois de seis anos. Operadora do Aeroporto de Frankfurt, o maior da Alemanha, a Fraport administra o Salgado Filho, em Porto Alegre, e o Pinto Martins, em Fortaleza, arrematados em 2017. O leilão do terminal de São Gonçalo do Amarante é uma das licitações do setor aeroportuário que o governo Bolsonaro deixou engatilhadas para o seu sucessor. Nesse caso, trata-se, na verdade, de uma relicitação: o consórcio Inframérica, leia-se a argentina Corporación América, devolveu a concessão à União no ano passado.

Infraestrutura
Governo pretende colocar uma leva de concessões na estrada
9/02/2023O Ministério dos Transportes pretende avançar no programa de concessões rodoviárias herdado do governo Bolsonaro. Segundo o RR apurou, as primeiras da fila são as BRs 262 e 267. Na paralela, o ministro Renan Filho iniciou conversações com governadores que já manifestaram interesse em assumir a operação de rodovias em seus estados. É o caso de Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul, que está disposto a “estadualizar” a gestão do trecho da BR-163 – a CCR MSVia, atual operadora, já sinalizou que pretende devolver a concessão.

Infraestrutura
Tarcísio Freitas vai “vender” seu pacote de concessões no Oriente Médio
30/01/2023O governador Tarcísio Freitas costura uma viagem ao Oriente Médio para reuniões com investidores locais. Um dos alvos é o Qatar Invesment Authority – durante sua recente passagem por Davos, Freitas teve um encontro com o CEO do fundo soberano, Mansoor Ebrahim Al-Mahmoud. O objetivo do road show é apresentar o pacote de concessões do governo de São Paulo, que envolve notadamente projetos rodoviários e ferroviários. A joia da coroa é o Trem Intercidades, um megaempreendimento orçado em mais de R$ 11 bilhões que ligará São Paulo a Campinas, cruzando ainda outros sete municípios.

Infraestrutura
Planos de Alckmin passam longe de gasoduto argentino
24/01/2023O possível apoio do BNDES ao projeto de construção do gasoduto Nestor Kirchner, na Argentina, sinalizado ontem pelo presidente Lula, encontra, a princípio, um foco de resistência dentro do governo. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, alimenta outros planos para o setor. Segundo o RR apurou, em encontro na quarta-feira passada, com dirigentes de centrais sindicais, o também ministro da Indústria e do Comércio disse que está empenhado em acabar com a desindustrialização do Brasil e que, para tanto, além da reforma tributária, é preciso oferecer às empresas juros mais baixos, crédito e infraestrutura. Ato contínuo, mencionou a necessidade de investimentos internos na oferta de gás. De acordo com a fonte do RR, Alckmin citou, com eloquência, o gasoduto Rota 1 e Rota 2 da Petrobras (a Rota 3 atrasou e tem previsão de entrada em operação em 2024), que levará o gás do pré-sal à costa brasileira, com alguns trechos passando pelo mar. Alckmin defendeu a construção da Rota 4 e revelou já ter conversado com o seu colega Márcio França, ministro de Portos e Aeroportos, sobre a importância dos investimentos em gasodutos. Foi além, afirmando que ambos esperam a posse de Jean Paul Prates na estatal, para tratarem deste assunto. Segundo ainda o vice e ministro, não faz sentido a reinjeção de gás nos campos petrolíferos, em função da falta de gasodutos que leve o produto às empresas consumidoras.
O governo de Alberto Fernández solicitou um financiamento do BNDES da ordem de US$ 700 milhões para a construção de uma linha do gasoduto Nestor Kirchner, com cerca de 500 km, entre Vaca Muerta, na Patagônia, até a Província de Santa Fé, a nona cidade mais populosa daquele país, na região centro-leste. A partir dali, com outro aporte, o empreendimento traria o gás a Uruguaiana (RS), para em seguida abastecer Porto Alegre. Em dezembro, o banco admitiu que havia conversas sobre a operação de crédito, mas não confirmou o aporte.

Infraestrutura
Renan Filho tenta colocar o Mato Grosso do Sul nos seus trilhos
24/01/2023O ministro dos Transportes, Renan Filho, abriu um canal de interlocução com o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, com o objetivo de discutir conjuntamente projetos rodoviários locais. O Marco Regulatório Estadual de Ferrovias, aprovado recentemente pelo governo estadual, é motivo de incômodo na Pasta. Primeiro, porque o estado puxou para si a iniciativa de licitar novos empreendimentos ferroviários, tirando poder da esfera federal. Além disso, na área técnica há um receio de superposição de trechos.
Infraestrutura
Fundo Macquire Asset pode investir em infraestrutura no Brasil
20/01/2023O Grupo CCR, que já administra mais de uma dezena de aeroportos no país, como o de Confins, em Minas Gerais, e o de Curitiba, no Paraná, poderá servir de ponte para o fundo de investimentos australiano Macquire Asset Management, baseado em Sydney, empreender em infraestrutura no Brasil. É que o player asiático acaba de virar sócio na administração e operação do Aeroporto Internacional de Quito, o principal do Equador. O grupo CCR atua ali há dez anos.

Infraestrutura
Renan Filho quer atravessar terras indígenas com BR-101
18/01/2023No pacote de medidas para os primeiros 100 dias de gestão que o ministro Renan Filho pretende anunciar, uma deve ser o compromisso de duplicar a BR-101, no trecho que corta o Nordeste. O projeto, com toda a certeza, vai exigir muita conversa com sua colega Sônia Guajajara. Isto porque as obras de ampliação cortariam as terras de diversas etnias. Vai ser uma primeiro e bom teste sobre a convivência, no governo, entre os interesses indígenas e de outros grupos.

Destaque
Governo estuda o fim do regime de autorizações ferroviárias
9/01/2023O governo Lula vai rever o modelo de outorgas ferroviárias idealizado pela gestão Bolsonaro. Segundo informações apuradas pelo RR, o Ministério dos Transportes estuda extinguir o regime de autorizações – leia-se o Pro Trilhos –, preservando apenas os contratos já assinados. O entendimento é que esse formato criou um ambiente cenográfico, com números superlativos na teoria e pouco exequíveis na prática. Até mesmo os acordos já firmados são motivo de preocupação, pelas dúvidas que cercam as empresas e consórcios contemplados. Dos 80 requerimentos de autorização feitos ao antigo Ministério da Infraestrutura e à ANTT, já foram assinados 27 contratos, com promessa de investimentos da ordem de R$ 133 bilhões. Ocorre que, de acordo com levantamento feito pela equipe de transição e já encaminhado ao ministro Renan Filho, a maior parte dos players ainda não apresentou garantias firmes de financiamento para tirar os projetos do papel. Algumas das autorizações já realizadas apontam uma enorme discrepância entre o porte dos investidores e as cifras dos respectivos empreendimentos – conforme o RR já informou. Um exemplo: a empresa autorizada a construir as ferrovias Presidente Kennedy (ES)-Sete Lagoas (MG) e Sete Lagoas- Anápolis (GO) informou ter um capital social de R$ 10 mil. Os dois projetos exigirão investimentos da ordem de R$ 30 bilhões.
As novas regras para o setor ainda serão discutidas pela equipe do ministro Renan Filho, mas a ideia do governo é concentrar os investimentos no modal ferroviário sobre dois pilares: de um lado, licitar futuros projetos pelo tradicional modelo de concessões: do outro, acelerar a renovação antecipada de licenças, condicionada ao aumento dos aportes na modernização e expansão das malhas já privatizadas. E esses dois caminhos se cruzam. Uma das propostas aventadas é condicionar a extensão de concessões em vigor à implantação de novas ferrovias, algo que já foi feito no governo Bolsonaro. A Vale está construindo o primeiro trecho da Fico (Ferrovia de Integração Centro Oeste), entre Mara Rosa e Água Boa, no Mato Grosso, como contrapartida à renovação antecipada das concessões de Vitória-Minas e Carajás.
Infraestrutura
Portugueses miram o setor de saneamento no Brasil
9/01/2023Lula fará uma visita oficial à Lisboa em abril. Segundo fonte do Itamaraty, o setor de infraestrutura será uma das pautas tratadas nos encontros com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo, e o primeiro-ministro, António Costa. Entre outras possibilidades de negócio, o governo luso já sinalizou o interesse da Águas de Portugal de retornar ao setor de saneamento no Brasil. A empresa foi controladora da Prolagos, concessionária de água e esgoto da Região dos Lagos (RJ). Deixou o país em 2007 com prejuízos da ordem de cem milhões de euros.
Infraestrutura
Risco de nova inundação acende alerta na Bahia
9/01/2023A Agência Nacional de Águas e o governo da Bahia vão fiscalizar conjuntamente a abertura das comportas da hidrelétrica de Pedra do Cavalo, pertencente à Votorantim Cimentos – a manobra foi autorizada pela agência reguladora na última quinta-feira. A medida segue a velha história do cadeado depois da porta arrombada. Nos últimos dias, várias cidades do Nordeste foram inundadas pela vazão de barragens da Chesf, subsidiária da Eletrobras, o que deve desembocar em um contencioso. Os governadores da região estudam acionar a companhia na Justiça cobrando uma indenização pelos danos – ver RR.

Destaque
VLI terá de pagar um alto “pedágio” para renovar concessão da Ferrovia Centro-Atlântica
4/01/2023A VLI – leia-se Vale, Mitsui e Brookfield – terá de abrir o caixa para conseguir a renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica por mais 30 anos – o acordo em vigor vence em 2026. O governo vai condicionar a prorrogação do contrato à realização de expressivos investimentos na operação, notadamente no trecho que corta a Bahia. O “pedágio” será alto. Segundo o RR apurou, com base em cálculos feitos ainda pela equipe de transição, as cifras pode chegar perto dos R$ 20 bilhões, acima dos R$ 13 bilhões originalmente negociados entre a companhia e a ANTT. Em conversa com o RR, a VLI afirma que o “processo de renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica, desde seu início, é pautado por discussões e análises em nome do interesse público. O plano de investimentos apresentado e ora em análise prevê grandes obras de infraestrutura, aquisição de vagões e locomotivas, obras de solução de conflitos urbanos, entre outros pontos.” A companhia informou ao RR ter mantido “diálogo com a equipe de transição do governo federal e com os governos estaduais, assim como o fez ao longo de todo o processo, além de outras partes interessadas, a fim de ouvir as necessidades de cada região envolvida”.
As tratativas com a ANTT já se arrastam há meses. No entanto, a chegada do PT ao poder tende a tornar a negociação ainda mais dura e complexa para a VLI. A empresa terá um forte “adversário” no primeiro escalão da gestão Lula: o ex-governador da Bahia e novo ministro da Casa Civil, Rui Costa, um dos mais influentes aliados de Lula. A VLI e o governo baiano vivem uma relação bastante conturbada. A gestão de Costa apertou o cerco à companhia pelo mau estado de conservação da Ferrovia Centro-Atlântica no estado e pelos diversos trechos inoperantes no estado, notadamente de Alagoinhas a Juazeiro. Entre outros impactos, o governo baiano alega que a falta de manutenção na ferrovia tem inviabilizado investimentos, por exemplo, na área de mineração. A estatal Companhia Baiana de Pesquisa Mineral chegou a acionar a Procuradoria Geral do Estado e a Secretaria de Infraestrutura e a enviar ofícios à ANTT questionando a gestão da VLI – conforme o RR informou.
Infraestrutura
Ponte inacabada pesa sobre o caixa de Itaipu
2/01/2023Mais uma obra inacabada do governo Bolsonaro vai cair no colo da gestão Lula. A equipe de transição da área de infraestrutura já calcula que Itaipu Binacional terá de arcar com um custo adicional da ordem de R$ 100 milhões para concluir a construção da ponte de integração Brasil-Paraguai, projeto conduzido pela estatal. O novo cronograma prevê o fim das obras apenas para 2025. O aumento dos custos e o atraso na construção fizeram com que a atual direção de Itaipu desistisse de inaugurar a ponte ainda neste ano, conforme estava previsto. “Inaugurar”, ressalte-se, é mera força de expressão. A rigor, seria uma cerimônia cenográfica para Jair Bolsonaro posar como responsável pelo empreendimento.

Destaque
Futuro governo quer acelerar novo arrendamento do Porto de Itajaí
29/12/2022O novo ministro dos Portos e Aeroportos, Marcio França, e sua equipe trabalham para desatar o nó do Complexo Portuário de Itajaí. O futuro governo já se decidiu por suspender o processo de privatização da autoridade portuária local, a exemplo do Porto de Santos. Em contrapartida, França pretende acelerar o lançamento do novo edital para o arrendamento da chamada Área A, onde estão os berços de atracação 1 e 2. Segundo o RR apurou, o ministro quer anunciar as regras até março. Há motivos de sobra para dar celeridade ao processo. Em primeiro lugar, a Área A é o filé do complexo, responsável pela movimentação de 100% dos contêineres que passam pelo Porto de Itajaí – que, por sua vez, responde por quase 4% da carga conteinerizada do país. Além disso, a operação está no meio de um imbróglio, o que exige uma rápida solução por parte da Antaq e do novo Ministério, que será criado a partir da cisão da atual Pasta da Infraestrutura.
Em agosto, a CTIL Logística venceu a licitação para o arrendamento dos berços 1 e 2. Ganhou, mas não levou. A autoridade portuária cancelou a concorrência. Para todos os efeitos, o argumento foi de que não haveria tempo hábil para a entrada de um novo operador até a privatização do Porto – conforme o script traçado pelo governo Bolsonaro. No entanto, segundo a fonte do RR, nos bastidores houve forte pressão de armadores contra a entrada da CTIL Logística no Porto de Itajaí, por dúvidas em relação a sua capacidade de administrar uma instalação desse porte. Com isso, a administração da Área 1 permaneceu nas mãos da APM Terminals, pertencente à dinamarquesa Maersk, um dos maiores grupos de navegação e gestão portuária do mundo. Foi uma solução-tampão, mas que também já não é mais solução por conta da troca de governo. A APM assinou um contrato de arrendamento transitório, com validade de seis meses. Ou seja: o tempo é exíguo – ainda que o acordo provisório possa ser estendido. Como não haverá mais privatização do Porto, o novo governo terá de lançar uma nova licitação para os berços 1 e 2 se quiser uma solução definitiva para o caso. No setor há informações de que assessores de França já teriam sondado a APM sobre o seu interesse em participar da concorrência e permanecer como arrendatária da Área A do Porto de Itajaí. Em conversa com o RR, a empresa apenas confirmou a assinatura do contrato temporário. Perguntada especificamente sobre conversas com membros do futuro governo, a APM não quis se manifestar.
Infraestrutura
Obra do DNIT no Amazonas entra no radar do TCU
29/12/2022O TCU apura denúncias em relação ao acesso improvisado feito pela DNIT para a travessia sobre o rio Autaz Mirim, na BR-319, no Amazonas. Há relatos de que a construção está ameaçada de ruir. Entre outros problemas, as manilhas utilizadas pelo DNIT para o escoamento da água fluvial são muito pequenas e podem romper sob a estrutura. Ressalte-se que a ponte fixa, de concreto, desabou no início de outubro por falta de manutenção. A região é recheada de problemas de infraestrutura. O MPF já move uma ação contra o governo federal em razão da instalação de uma usina de asfalto na mesma BR-319. Segundo os procuradores, a unidade extrapola todos os limites na emissão de poluentes. A Justiça já concedeu uma liminar, suspendendo suas operações.

Infraestrutura
Tarcísio Freitas busca um armistício com consórcio ViaMobilidade
26/12/2022Tarcísio Freitas tenta afastar, desde já, a ameaça de um contencioso no transporte urbano logo no início do seu governo. Freitas tem buscado uma solução de consenso com a ViaMobilidade, leia-se CCR e Grupo Ruas, em relação à operação das linhas 8 e 9 dos trens metropolitanos de São Paulo. Por solução de consenso entenda-se o compromisso do consórcio em aumentar os investimentos para afastar o risco de cassação das duas concessões. As tratativas têm sido conduzidas pelo atual secretário de Transportes Metropolitanos, Marco Antonio Assalve, que seguirá no cargo no próximo governo e já fala em nome de Freitas. O Ministério Público recomendou ao governo paulista o rompimento do contrato com a ViaMobilidade em razão de falhas recorrentes na operação das duas linhas. É justamente o que Freitas menos quer neste momento: iniciar seu mandato com uma acefalia na gestão dos dois trechos, com risco de interrupção dos serviços, e, sobretudo, com a obrigação de ter de fazer uma nova licitação.

Infraestrutura
Solução do Aeroporto de Natal fica para 2023
22/12/2022O governo Bolsonaro chega ao fim sem uma solução para o impasse em torno do Aeroporto de Natal. O RR apurou que o Tribunal de Contas da União adiou para janeiro a conclusão da análise do processo de devolução da concessão. Com isso, o caso só deverá ser votado em plenário em fevereiro. Isso se houver acordo entre a Anac e o consórcio Inframérica sobre o valor da indenização. A agência fixou o valor em R$ 549 milhões. Já a argentina Corporación América, líder do consórcio, estaria pedindo cerca de R$ 700 milhões por investimentos realizados no aeroporto.
Infraestrutura
Governo capixaba corre para assumir concessão da Eco101
14/12/2022O governo do Espírito Santo e a Ecorodovias devem fechar até fevereiro um acordo para a transferência da concessão da Eco101 para o estado. No mês passado, as duas partes assinaram um acordo de confidencialidade e iniciaram formalmente as negociações. O que está à mesa é um modelo similar ao da Rota do Oeste: a Odebrecht Transport repassou a concessão para o governo do Mato Grosso por um valor simbólico – simbólico em termos, uma vez que o estado terá de arcar com o plano de investimentos da rodovia, de R$ 1,2 bilhão. No caso do Espírito Santo, a Eco101 administra um trecho de 480 km da BR-101 dentro do estado.

Infraestrutura
Sobrou o Plano B para o Aeroporto de Fernando de Noronha
30/11/2022A Dix Aeroportos vai assinar nos próximos dias a renovação do contrato de concessão do Aeroporto de Fernando de Noronha. Em troca da extensão do acordo por mais 25 anos, o grupo se comprometeu a duplicar a pista. Recentemente, a ANAC proibiu o pouso de jatos na ilha, em função do precário do estado do piso. Para o governo de Pernambuco, a renovação do contrato com a Dix tem sabor de derrota. O estado chegou a abrir um processo licitatório, apostando suas fichas, sobretudo, na participação da Aena, concessionária do Aeroporto de Recife. No entanto, a empresa espanhola arremeteu e desistiu de entrar na concorrência – informação antecipada pelo RR . Na falta de outros candidatos, o governo pernambucano cancelou a licitação e deixou tudo como dantes.

Infraestrutura
Um dos últimos legados do governo Bolsonaro
29/11/2022O Ministério de Minas e Energia informou ao Palácio do Planalto que a nova ponte entre o Brasil e o Paraguai deverá ser inaugurada em dezembro. Os R$ 420 milhões para a obra saíram dos cofres de Itaipu Binacional. Os 5% que faltam para conclusão da via são os acessos e trevos em terra, o que não impede a inauguração oficial. Por quem, não se sabe. O projeto sempre foi tratado como prioridade por Jair Bolsonaro, dada a boa relação com o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benitez – um dos raros chefes de governo da América do Sul mais próximos a Bolsonaro. Só que agora, contando os dias para deixar o Palácio do Planalto, é pouco provável que o presidente queira saber de cortar fita de ponte.

Infraestrutura
O “Tarcísio” do Tarcísio
4/11/2022O ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, está cotado para integrar o governo de Tarcísio de Freitas em São Paulo. Uma das hipóteses é Sampaio comandar uma supersecretaria que seria criada a partir da fusão das Pastas de Infraestrutura e de Logística e Transportes. Entre outras missões, caberia a Sampaio conduzir o programa de concessões rodoviárias no estado. Outros importantes projetos de Freitas ficariam sob o guarda-chuva de Sampaio. É o caso do trem intercidades, uma linha que ligaria a capital à cidade de Americana, passando ainda por Campinas, Jundiaí e o Grande ABC.
Infraestrutura
Herança para o próximo governo
4/11/2022O Ministério da Infraestrutura está preparando um estudo sobre a transferência das áreas aquaviária e ferroviária do DNIT para a Infra S/A – estatal criada com a fusão da Valec e da EPL. O DNIT ficaria exclusivamente com o departamento de infraestrutura rodoviária. Bem, a essa altura, o estudo ficará de legado para o próximo governo.

Infraestrutura
Ferrovia sem rumo
1/11/2022O cronograma de construção da malha central da ferrovia Norte-Sul, a cargo da Rumo Logística, descarrilou. Segundo informações apuradas pelo RR, a conclusão das obras deve ocorrer apenas em meados de 2023, ou seja, com pelo menos um ano de atraso em relação à previsão inicial. O projeto tem sido uma dor de cabeça para a empresa de Rubens Ometto. Em abril, o consórcio SCNE, formado por Sacyr, Neopul e ETC), interrompeu as obras. A Rumo levou quatro meses até fechar com uma nova construtora, a CCB. No setor, há informações, inclusive, de que a ruptura do acordo entre a companhia e o SCNE deve parar na Justiça. Procurada pelo RR, a Rumo não quis se pronunciar sobre o assunto.

Infraestrutura
Uma ponte que ficou para 2023
31/10/2022A inauguração da nova ponte entre o Brasil e o Paraguai, prometida pelo governo Bolsonaro para antes das eleições, deve ficar para 2023. Os testes com carga estão previstos apenas para o fim de novembro. Se tudo der certo, o fluxo de veículos e de pessoas só será liberado em janeiro.
Infraestrutura
Um verniz na lataria
31/10/2022Entidades da área de transporte de cargas têm pressionado o Ministério da Infraestrutura. Cobram a regulamentação do Programa Renovar, criado há mais de um mês para estimular a renovação da frota de veículos pesados no Brasil. Sem as normas, nada anda, a começar pela disponibilização das linhas de crédito pelo BNDES.
Infraestrutura
Trilhos e mais trilhos
26/10/2022Além dos quatro projetos firmados nesta semana, o Ministério da Infraestrutura planeja assinar até dezembro mais dois contratos para a construção de ferrovias sob o regime de autorização. Com mais esta fornada, os investimentos totais devem passar de R$ 160 bilhões.
Infraestrutura
Especialidade da casa
27/04/2022O Advent estaria em conversações para a compra da operação do Makro no Brasil. Os valores sobre a mesa giram em torno de R$ 3 bilhões. O fundo norte-americano já tem um case de sucesso no varejo brasileiro: comprou o Walmart no país por cerca de R$ 2 bilhões e, três anos depois, vendeu a empresa por R$ 7,5 bilhões.
Infraestrutura
Um teto para os grãos brasileiros
14/09/2021A HNA Modern Logistic, uma das maiores empresas de armazenagem de grãos da China, tem planos de construir silos no Brasil. Os asiáticos já teriam mantido contatos com autoridades do Mato Grosso e de Goiás. O Brasil tem um déficit de armazenagem da ordem de cem milhões de grãos por safra.
Infraestrutura
Pouso autorizado
18/01/2019A próxima vinda de Maurício Macri ao Brasil poderá ser para celebrar um investimento de R$ 3 bilhões de um patrício na área de infraestrutura. A argentina Corporación América pretende montar um consórcio turbinado para disputar o leilão de concessões aeroportuárias marcado para o dia 15 de março. O alvo é o chamado Bloco Nordeste, que inclui, entre outros os aeroportos de Recife, João Pessoa e Aracaju. O grupo do empresário portenho Eduardo Eurnekian já detém as concessões dos terminais de Brasília e Natal.
Infraestrutura
Cartão vermelho
20/09/2018O fundador do Netshoes, Marcio Kumruian, tornou-se persona nom grata tanto para os atuais sócios como para os potenciais compradores da empresa. As negociações para a venda da companhia de e-commerce – informação antecipada pelo RR na edição de 14 de agosto – passam pela saída de Kumruian do capital e da gestão.
Infraestrutura
Quem paga a conta?
10/07/2018O acordo de leniência assinado ontem pela Odebrecht foi cozido em banho maria por 830 dias. A empreiteira vai ter de pagar R$ 2,7 bilhões. O prejuízo do Brasil pela lerdeza do processo será bem mais alto.
Infraestrutura
Acefalia
18/04/2016A título de curiosidade: exatamente hoje a BR Distribuidora completa sete meses sem um presidente efetivo.