Categoria: Empresa
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Bombril tenta desbloquear penhora de fábricas. Venda está no radar
26/03/2025Em recuperação judicial pela segunda vez, a Bombril está tentando derrubar na Justiça…

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Indiana Allana, fabricante de alimentos, ronda o mercado brasileiro
26/03/2025Há informações de que a indiana Allana tem planos de entrar no Brasil….

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Brasil é a aposta da GM Argentina para reduzir seus estoques
25/03/2025A fábrica da General Motors em Alvear, na Argentina, responsável por abastecer o…

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Dexco elege como prioridade reduzir a pressão de sua dívida
25/03/2025A Dexco, leia-se Itaúsa, vai apertar os cintos em 2025. O ciclo de…

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Falta molho à operação do Eataly Brasil
24/03/2025O Eataly Brasil enfrenta dificuldades por todos os lados. Há informações de atrasos…

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Magazine Luiza quer novo aporte na LuizaCred. Mas já tem um Plano B
21/03/2025No que depender do Magazine Luiza, a LuizaCred, sua financeira, vai receber uma…

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Acionistas da Natura cobram uma solução urgente para a Avon International
20/03/2025Fabio Barbosa, CEO da Natura, é um craque. Mas, neste momento, um craque pressionado. Barbosa tem sobre si o descontentamento não apenas dos controladores – Pedro Passos, Guilherme Leal e Luiz Seabra -, mas também de influentes minoritários da empresa, como Dynamo, a norte-americana Pzena e a inglesa Aikya. A cobrança é por uma rápida solução para a venda da Avon International. As negociações com a gestora IG4 não atam nem desatam. O prazo de exclusividade terminou no último dia 5, o que significa que a Natura pode abrir tratativas em paralelo com outros interessados. A questão é se existem outros interessados. A pressão dos acionistas sobre a gestão de Fabio Barbosa cresceu após a divulgação dos resultados de 2024. A empresa teve um prejuízo de quase R$ 9 bilhões, contra um lucro de R$ 29 bilhões no ano anterior. O Ebitda caiu 1,3%, chegando a R$ 1,8 bilhão. Foi uma ducha de água gélida no mercado. Em um único pregão, a Natura perdeu 30% do seu valor de mercado, algo como R$ 5 bilhões. Procurada pelo RR, a empresa não quis se pronunciar.

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Os planos do Advent para aumentar a presença internacional da Skala
19/03/2025
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Klabin é o parceiro dos sonhos do grupo paraguaio Zapag
17/03/2025Emissários do Grupo Zapag, do Paraguai, bateram à porta da Klabin. O conglomerado pertencente à família de mesmo nome, dona de uma das maiores fortunas do país, busca um sócio para a sua controlada na área de celulose, a Paracel. Trata-se de um projeto ainda no nascedouro, que demandará cerca de US$ 4 bilhões, entre ativos florestais e fabris. A Klabin vem de um ciclo de pesados investimentos, da ordem de R$ 36 bilhões na última década. A princípio, não parece ser o momento para se engajar em um empreendimento com uma significativa taxa de risco. Mas há contrapartidas sobre a mesa que podem interessar à empresa. É o caso dos recursos florestais da Paracel, mais de cem mil hectares de eucalipto. A garantia de matéria-prima para suas fábricas no Brasil poderia ajudar em uma eventual equação para a sua associação à companhia paraguaia. A ver. Procurada pelo RR, a Klabin não se pronunciou.

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Energisa deve recarregar baterias no BNDES
17/03/2025O Grupo Energisa, da família Botelho, mantém conversações com o BNDES em torno de um novo financiamento. Os recursos dariam um fôlego de caixa ainda maior para a empresa cumprir seu plano de investimentos. A Energisa mira não apenas em 2025, mas já em 2026, quando os aportes, puxados por projetos de energia renovável, deverão superar o desembolso previsto para este ano (R$ 6,2 bilhões). Em 2024, ressalte-se, o grupo fechou junto ao BNDES um empréstimo de R$ 1,76 bilhão para financiar, sobretudo, seus investimentos em distribuição. Está tudo em casa: por meio da BNDESPar, o banco de fomento é sócio da família Botelho, com 6,4% do capital total da Energisa. Procurada, a empresa não se pronunciou, alegando estar em período de silêncio.

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Mobly prepara contra-ataque a fundadores da Tok & Stok
14/03/2025A direção da Mobly estudar acionar judicialmente o casal Régis e Ghislaine Dubrule. Antes do Carnaval, os Dubrule apresentaram uma oferta para a aquisição do controle da empresa. No entendimento dos dirigentes da Mobly, a proposta não passaria de um blefe, uma manobra de Régis e Ghislaine com o intuito de brecar ou ao menos postergar a fusão da companhia com a Tok & Stok, da qual ambos são acionistas fundadores. Desde a primeira hora, o casal se posicionou contra o M&A. O pano de fundo é o contencioso com a SPX Capital, que, ao assumir a administração dos investimentos da Carlyle no Brasil, herdou o controle da Tok & Stok. Para a Mobly, a principal evidência da real intenção pelos Dubrule seria o valor apresentada para a compra do seu controle. Em uma proposta nada usual, Régis e Ghislaine ofereceram praticamente a metade da atual cotação do papel em bolsa – R$ 0,68, contra R$ 1,30. Procurada pelo RR, a Mobly não retornou.

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GWM injeta combustível em P&D no Brasil
12/03/2025Segundo informações filtradas pelo RR, a montadora chinesa GWM sinalizou ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, que vai aumentar seus investimentos em P&D no Brasil. A empresa já montou uma equipe com aproximadamente 40 profissionais, entre brasileiros e chineses, número que vai aumentar nos próximos meses. Um dos principais projetos é o desenvolvimento de um veículo híbrido, movido a eletricidade e a etanol. O aceno de um volume maior de recursos em P&D funcionou como um cartão de visitas do novo presidente da GWM no Brasil e no México, Andy Zhang, no cargo há cerca de três meses. Os chineses prometem inaugurar sua fábrica de carros elétricos em Iracemápolis (SP) até maio. O Brasil já é o terceiro maior mercado da GWM fora da China, superado apenas por Rússia e Austrália.

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Andrade Gutierrez enfrenta impasse na negociação com bondholders
11/03/2025A Andrade Gutierrez tem encontrado dificuldades em costurar um acordo com os bondholders para a renegociação de uma dívida de US$ 476 milhões. No fim de dezembro, a empreiteira deixou de honrar um pagamento de US$ 19 milhões relativo ao cupom de juros dos bonds, alegando não ter recursos em caixa. Para este ano, a situação tende a ser ainda apertada: a Andrade Gutierrez terá de pagar quase US$ 80 milhões apenas em juros dos papéis.
Os bonds com vencimento em 2029 e 2040 correspondem a quase 80% do passivo total da companhia, em torno de R$ 4 bilhões em setembro. Diante desse cenário, no entorno da companhia, já há quem fale na possibilidade de a Andrade Gutierrez recorrer a uma medida cautelar ou mesmo a uma recuperação extrajudicial para se blindar contra eventuais execuções judiciais.

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Prosus leva para a Decolar sua gula por concentração de mercado
11/03/2025A entrada da holandesa Prosus no mercado brasileiro de agências de viagens online tem sido motivo de preocupação para grandes players do setor, como a CVC, de Guilherme Paulus. Tudo leva a crer que o grupo não vai se limitar à aquisição da Despegar, controlada da Decolar.com no Brasil, um negócio de US$ 1,7 bilhão. A julgar pelo track records, por trás da operação está um projeto de concentração de mercado, com a compra de outras empresas de e-commerce do setor.
É exatamente a receita do iFood, também controlado pela Prosus. Impulsionada por aquisições, a plataforma já acumula mais de 70% de market share no segmento de delivery de refeições no Brasil. É quase impossível concorrer com o iFood, vide a decisão da gigante Uber Eats e do supermercado digital mexicano Justo de deixar o país.
Dificilmente a Prosus vai conseguir chegar a esse patamar no setor de viagens, mais pulverizado. A Decolar tem hoje uma participação de mercado em torno de 15%. Mas muito provavelmente os holandeses vão abrir o caixa para comprar market share. Para não falar da repetição de expedientes controversos usados no iFood, como a imposição de acordos de exclusividade a restaurantes parceiros.

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As diferentes estradas para a capitalização da Ecorodovias
10/03/2025
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Do Grupo Alfa, herdeiras de Aloysio Faria não querem nem a água
6/03/2025As herdeiras de Aloysio Faria buscam um comprador para a Águas Prata. A companhia já foi oferecida ao Grupo Edson Queiroz, dono da marca Minalba, e à Nestlé. É mais um passo no desmanche do conglomerado empresarial construído por Faria. Suas cinco filhas, Lucia, Junia, Flavia, Claudia e Eliana, que jamais demonstraram aptidão ou interesse de seguir com os negócios do pai, já se desfizeram do Banco Alfa, do Hotel Transamérica e da rede de material de construção C&C. Recentemente, fecharam também a venda da Rádio Transamérica e da rede de sorveterias La Basque.

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A difícil caminhada do St. Marché em busca de um novo controlador
27/02/2025Bernardo Ouro Preto e Victor Leal, fundadores e acionistas minoritários do St. Marche, com 30%, têm batido à porta de bancos de investimento e fundos de private equity em busca de um novo sócio para a rede varejista. O fundo L Catterton, dono dos 70% restantes, colocou sua participação à venda em meados do ano passado, mas até o momento não recebeu qualquer oferta.
E não são apenas os norte-americanos que estão no balcão à procura de um comprador. Há informações de que Ouro Preto e Leal também querem reduzir sua posição no negócio. O St. Marche vive um momento delicado.
Na semana passada, a empresa entrou na Justiça com um pedido de cautelar para suspender a execução temporária e o vencimento antecipado de dívidas por um período de 60 dias. É uma antessala para uma eventual recuperação judicial. A rede varejista acumula um passivo de R$ 640 milhões.
O BTG é um dos maiores credores: tem a receber R$ 276 milhões. No mercado há quem fale até da possibilidade de o banco converter o debt em equity, o que lhe daria uma posição relevante no capital. A ver. Com faturamento de R$ 1,3 bilhão, o St. Marche tem operado seguidamente no vermelho. Consultado, o St. Marché não se manifestou.

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Klabin quebra a cabeça para encaixar investimentos e redução de dívida
26/02/2025O dilema da Klabin é cumprir o plano de investimentos traçado para 2025, no valor de R$ 3,3 bilhões, sem pressionar o endividamento. A matemática não é simples. A fabricante de celulose está no meio de intrincadas negociações com bancos para alongar o perfil do seu passivo. Após um pesado ciclo de investimentos, notadamente com a construção da nova fábrica de Piracicaba (SP), o nível de alavancagem subiu consideravelmente, tornando-se um fator de preocupação para os acionistas. A relação dívida líquida/Ebitda saiu de 3,2 vezes para 4 em apenas 12 meses. O objetivo é afrouxar esse torniquete e reduzir esse índice para a casa de 2,5 vezes, ou seja, um patamar próximo ao de 2022. O câmbio não ajuda: ainda que uma parcela expressiva da receita esteja atrelada ao dólar, 85% do endividamento da Klabin são em moeda estrangeira.

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Portas abertas na Ademicon para a chegada de um novo investidor
26/02/2025A família Schuchovsky, controladora da Ademicon, discute a possibilidade de vender uma fatia adicional da empresa, abrindo a porta para a entrada de um novo investidor. A companhia, maior administradora independente de consórcios do Brasil, já conta com duas gestoras no seu capital: a 23S – leia-se Votorantim e Temasek, fundo soberano de Cingapura, e a Treecorp. Os Schuchovsky chegaram a preparar o IPO da Ademicon, mas engavetaram o projeto diante das circunstâncias adversas do mercado. No ano passado, a empresa atingiu um volume de créditos comercializados de R$ 26 bilhões, 40% a mais do que em 2023. Para este ano, trabalha com a projeção de R$ 33 bilhões. Consultada, a Ademicon não se pronunciou.

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Belo Horizonte é o novo alvo da Iguatemi
25/02/2025Os Jereissati não param. O RR apurou que a Iguatemi tem feito movimentos no mercado para ter seu primeiro shopping em Belo Horizonte. Há dois empreendimentos na sua mira. Trata-se de uma capital dominada por concorrentes, como Multiplan e Allos. Os dirigentes da Iguatemi enxergam espaço para uma aquisição na cidade sem riscos em relação ao nível de alavancagem, sempre tratado de forma conservadora pela empresa. Mesmo com a recente compra das participações da Brookfield no Pátio Paulista e no Pátio Higienópolis, um negócio de R$ 2,6 bilhões, a companhia deverá fechar o balanço de 2024 com uma proporção dívida líquida/Ebitda abaixo de dois. É o sarrafo com que os Jereissati costumam trabalhar. Procurada pelo RR, a Iguatemi informou que “não comenta rumores de mercado”.

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Ofensiva da União lança risco sobre cursos de medicina da Ser Educacional
24/02/2025A disputa judicial entre a União e universidades de medicina representa um risco maior para a Ser Educacional, dos irmãos Janguiê e Jânyo Diniz. A liminar do TRF-1 que suspendeu vestibulares do grupo em Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ) lança incertezas sobre cursos já iniciados em algumas de suas faculdades. As vagas foram abertas com base em decisões judiciais obtidas pela empresa, mas não contam com a autorização do Ministério da Educação. São 180 estudantes. A Ser Educacional informa que os “alunos já matriculados continuarão em seus cursos de forma regular com todos os seus direitos garantidos, sem qualquer prejuízo formativo, conforme a legislação vigente quando do início dos cursos”. No entanto, há informações de que AGU estuda medidas judiciais com o objetivo de estender a decisão do TRF-1 também para as vagas abertas sem anuência do MEC. É briga para recurso atrás de recurso.

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CCR quer decolar de seus aeroportos internacionais
21/02/2025
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Derivativos cambiais acendem sinal de alerta entre acionistas da Jalles Machado
20/02/2025Fundos acionistas da Jalles Machado estão debulhando, com alguma dose de preocupação, o balanço da empresa no terceiro trimestre da safra 2024/25, divulgado na semana passada. As demonstrações financeiras trouxeram uma marcação a mercado de hedge e derivativos cambiais e de contratos de açúcar com impacto negativo de R$ 325 milhões. O efeito contábil levou o grupo sucroalcooleiro a registrar um prejuízo de R$ 73 milhões no período, contra um lucro de R$ 75 milhões no mesmo intervalo na safra anterior. A Jalles Machado sempre se notabilizou por uma gestão financeira conservadora e por uma eficaz administração do seu risco cambial – basta dizer que sua dívida em dólar não chega a 3% do passivo total. Mesmo assim, o anúncio do ajuste contábil ainda não foi bem digerido pelos investidores institucionais. A simples menção de perdas com derivativos cambiais causa calafrios em muitos gestores de fundos. Esse instrumento financeiro de hedge já fez estragos no passado, vide Aracruz e Sadia.

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Quem dá mais pelos softwares da Linx?
19/02/2025
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Será que a Minerva consegue ficar com o filé mignon no Uruguai?
19/02/2025A nova proposta encaminhada pela Minerva Foods à Comisión de Promoción Y Defensa de la Competencia (Coprodec) na tentativa de aprovar a compra de três unidades de abate da Marfrig no Uruguai já enfrenta resistências. A empresa se compromete a revender a operação na cidade de Colônia para a indiana Allana Group, ficando apenas com as plantas de San José e Salto. Com essa medida, sua participação no total de abates no Uruguai cairia para menos de 40%. A questão para a autoridade antitruste uruguaia é “Por quanto tempo?” A proposta da Minerva teria um pulo do gato: das três unidades compradas à Marfrig, as de San José e Salto são exatamente aquelas com maior potencial de expansão. Ou seja: logo, logo, a companhia pode subir a montanha e passar novamente dos 40%, ampliando a concentração de compra de gado no Uruguai. Não por acaso pecuaristas locais pressionam o governo local a barrar a compra dos ativos da Marfrig pela Minerva.

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Farm desfila pelas vitrines da Europa
19/02/2025A Azzaz 2154, holding formada pela fusão do Grupo Soma e da Arezzo, busca parceiros para ampliar o número de franquias da Farm no exterior, notadamente na Europa. Hoje, apenas três das 20 lojas fora do Brasil estão nas mãos de franqueados – na Grécia, Turquia e Dubai. Espanha e Portugal pontificam entre os novos mercados na mira do grupo. No entanto, o grande projeto relacionado à grife está reservado para os Estados Unidos: a abertura de até 40 lojas em cinco anos, que se juntariam às seis já existentes. A Farm é tida como a grife brasileira de maior sucesso internacional. No terceiro trimestre do ano passado, por exemplo, as vendas no exterior cresceram 33% em relação a igual período em 2023

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Athena Saúde mira aquisição de hospital da Dasa na Bahia
18/02/2025A Athena Saúde entrou na disputa pela compra do Hospital da Bahia, pertencente à Dasa. O ativo é avaliado em torno de R$ 1 bilhão. Rede D’Or e Hapvida também estariam entre os pretendentes. A unidade ficou de fora da fusão entre a Dasa, da família Godoy Bueno, e a Amil na área hospitalar. Controlada pelo Pátria Investimentos, a Athena reúne sob o seu guarda-chuva três operadoras de plano de saúde, 12 hospitais, seis deles no Nordeste, e 57 centros médicos. No ano passado, faturou cerca de R$ 3,5 bilhões. Procurada, a Dasa não quis comentar o assunto. O RR fez também seguidas tentativas de contato com a Athena, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

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Caramuru passa pente fino no balanço após identificar pagamentos de propina
18/02/2025A Caramuru Alimentos está passando um ancinho na sua contabilidade. A auditoria tem como objetivo descobrir possíveis irregularidades adicionais em seu balanço. No último dia 13, a empresa anunciou ao mercado ter identificado “indícios de pagamentos” por parte de funcionários de R$ 6,2 milhões a um fiscal da Receita. A princípio, a Caramuru vai rever seus balanços de 2021 a 2023, mas, internamente, já se fala na possibilidade de a averiguação retroagir a anos anteriores. Além das evidências de propina, pagamentos a fornecedores também estão na mira. A companhia é uma das maiores originadoras de grãos e fabricantes de alimentos do país, com faturamento anual próximo de R$ 8 bilhões. Consultada pelo RR, a Caramuru afirmou que “todas as informações” sobre o assunto “estão no Fato Relevante divulgado na última quinta-feira (13/02). No momento, não comentaremos informações adicionais”.

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A difícil tarefa de blindar a Fundição Tupy das interferências do governo Lula
17/02/2025Fundos de investimento minoritários da Fundição Tupy estão se insurgindo contra as ingerências do governo na empresa. Há, desde já, uma articulação visando à eleição do Conselho de Administração, no segundo semestre, na tentativa de reduzir a presença direta da gestão Lula na companhia. A Tupy não é a Vale, mas a mão do governo também pesa sobre ela. E sem intermediários. Os ministros da Previdência, Carlos Lupi, e da Igualdade Racial, Anielle Franco, têm assentos no board – seus mandatos vão até agosto. Por maior que seja a reação dos fundos de investimento, vai ser difícil confrontar o governo. Juntos, BNDES e Previ detêm 53% do capital da Tupy. No restante, o capital da companhia é bastante pulverizado: o terceiro maior acionista individual é a Trígono Capital, com 10%. Procurada pelo RR, a Tupy não se manifestou.

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“Risco Cade” paira sobre a recuperação judicial da Intercement
14/02/2025A recuperação judicial da Intercement passa não apenas por duras negociações com os bancos credores, mas também por gestões políticas em Brasília, leia-se uma forte operação de lobby junto ao Cade. O órgão antitruste é um dos maiores fatores de risco à reestruturação do passivo do braço cimenteiro da Mover Participações, no total de R$ 15,6 bilhões. No conjunto de dívidas, a InterCement lista uma obrigação financeira de R$ 7,6 bilhões com o Cade. A cifra se refere a multas aplicadas contra a companhia em processos de investigação de cartel no setor. No entanto, segundo consta no próprio plano de recuperação judicial, a ameaça de uma sanção adicional de R$ 15,9 bilhões paira sobre a cimenteira. O valor envolve uma ação coletiva aberta pelo Ministério Público Federal e outra do MP do Rio Grande do Norte. Na documentação apresentada aos credores e à Justiça, desse valor total a InterCement classifica como risco “provável” de perda apenas R$ 90 milhões. Outros R$ 7,4 bilhões são considerados risco “possível”. É uma dívida-pêndulo que tanto pode desaparecer no meio do caminho ou efetivamente cair no balanço da empresa. Nesse cenário, reduzir o impacto do tacape do Cade é visto como fundamental pelos acionistas da Mover.

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Compra da Tok & Stok ainda não fez bem aos acionistas da Mobly
13/02/2025O mercado pune. Que o digam Victor Noda, Marcelo Marques e Mario Fernandes Filho, fundadores e principais executivos da Mobly. Exatos seis meses após anunciar a compra da Tok & Stok, a plataforma de e-commerce de móveis e decoração idealizada pelo trio já perdeu mais da metade do seu valor de mercado, precisamente 54%. Entre os investidores, ao que parece, ainda mais dúvidas do que certezas quanto ao processo de integração entre as duas companhias. O ponto nevrálgico é a repactuação da dívida da Tok & Stok, de R$ 640 milhões. Em novembro, a Justiça homologou o plano de recuperação extrajudicial da empresa. Mas ainda há uma íngreme ladeira pela frente, leia-se a negociação com os bancos credores, entre os quais Santander e Banco do Brasil.
Outra situação sensível é o imbróglio com o casal Ghislaine e Regis, fundadores da Tok & Stok. Ambos têm uma dívida a receber da companhia. No acordo de M&A foi oferecido à dupla trocar o crédito por debêntures conversíveis em ações da “Nova Mobly”. Até o momento, os Dubrule não aceitaram. E, a julgar pelo track records, não parecem muito dispostos a fazê-lo. O casal chegou a acionar a Justiça com um pedido de suspensão da recuperação extrajudicial da Tok & Stok e da própria transferência do controle da empresa. Nesse cenário, o desafio dos acionistas da Mobly, à frente o grupo alemão Home24, é estancar a perda de valor da companhia pós-fusão. O RR encaminhou uma série de perguntas à Mobly, mas a empresa não se manifestou até o fechamento desta matéria.

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Cosan negocia venda de participação na Compass
13/02/2025A Cosan tem conversado com fundos de private equity em torno da venda de uma participação minoritária na Compass, seu braço na área de distribuição de gás. Um dos candidatos seria a Vinci Partners. A Compass reúne sete distribuidoras, com destaque para a Comgás. Em seis delas, tem a Mitsui como sócia minoritária. A negociação de uma fatia do capital da empresa faz parte do esforço da Cosan para reduzir seu endividamento. Recentemente, o grupo de Rubens Ometto se desfez de sua participação na Vale. Além disso, negocia a venda da Raízen Power, comercializadora de energia renovável, e de operações da Rumo Logística – conforme informou o colunista Lauro Jardim, de O Globo, no último domingo. Procurada pelo RR, a Cosan não quis se pronunciar.

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Sergio Rial vai mandar, e muito, na Cyrela
12/02/2025Quem conhece Elie Horn, controlador da Cyrela, sabe muito bem que Sergio Rial não será um “mero” conselheiro a mais no board da companhia. Indicado para o colegiado, Rial chegará para formar uma espécie de triunvirato na condução estratégica da incorporadora, ao lado do próprio Horn e de Rogério Melzi, atuais copresidentes do conselho da empresa. O dono da Cyrela e o ex-presidente do Santander e efêmero CEO da Americanas tocam de ouvido. Horn foi o responsável pelo ingresso de Rial como sócio da Crescera Capital, a antiga Bozano Investimentos, em maio do ano passado.

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Mudanças à vista no capital da Belagrícola?
11/02/2025
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Alta dos juros freia metas de expansão da C&A no Brasil
11/02/2025A escalada da taxa de juros está forçando a C&A a reconsiderar seus planos expansionistas no Brasil. A ousada meta de abrir até 100 lojas nos próximos anos – propalada aos quatro ventos pelo CEO, Paulo Correa – está “sub judice”. Até o momento, a rede varejista não teria batido o martelo sequer sobre o número de inaugurações programadas para 2025. O ciclo de alta da Selic traz incertezas para as quais o varejo ainda não tem resposta. O impacto das últimas elevações sobre o crédito e consequentemente sobre o consumo deverão começar a ser mais visíveis no segundo semestre. Todo o setor será atingido, mas, no caso da C&A, há uma particularidade: entre as varejistas de moda, a exemplo de Renner e Riachuelo, nenhuma outra empresa tem um projeto de ampliação da rede física dessa magnitude. Procurada pelo RR, a C&A não quis se manifestar.

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Quem vai ficar com a PDG? Basta tirar R$ 17,5 milhões do bolso
11/02/2025A PDG está sendo vista no mercado como uma presa fácil para um take over. A incorporadora imobiliária tem um free float de mais de 99%, um prato cheio para uma tomada hostil. O papel virou pó – somente em 2024, a cotação caiu 97%. O market cap da companhia não passa de R$ 17,5 milhões. Ou seja: quem chegar leva. E o que se ouve nas mesas de operação é que existem investidores ativistas e fundos de distressed assets rondando a PDG. Pode até soar como um paradoxo, tratando-se de uma empresa que carrega um passivo de R$ 1,7 bilhão e soma prejuízo atrás de prejuízo – entre janeiro e setembro de 2024, as perdas passaram de R$ 410 milhões. Mas, entre tanto musgo, há um pérola. A PDG tem um landbank com valor geral de vendas em torno de R$ 3,3 bilhões. Aproximadamente 57% dessa cifra se referem a imóveis voltados a média e alta renda. Ou seja: a estratos menos suscetíveis a intempéries da economia.

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ANS avalia estender regime diferenciado para a Unimed Ferj
10/02/2025Na própria ANS, já se cogita a necessidade de um segundo waiver para a Unimed Ferj, com a extensão do prazo concedido para a cooperativa reequilibrar suas contas. Em dezembro, a operadora de planos de saúde firmou um acordo com a agência reguladora que a livra de punições por pendências financeiras até fevereiro do ano que vem. Ocorre que, passados dois meses, a prometida reestruturação da Unimed Ferj pouco ou nada avançou. A ANS está em uma situação delicada. O que a agência menos quer é ter de decretar intervenção em uma empresa com quase 500 mil vidas. A Unimed Ferj soma uma dívida de R$ 2 bilhões e atrasos no pagamento a médicos e hospitais. A partir deste mês, por exemplo, a Rede D’Or deixará de atender aos beneficiários da empresa.

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Marcos Lutz aumenta seu espectro de poder no Grupo Ultra
7/02/2025Engana-se quem pensa que a saída do cargo de CEO significa um enfraquecimento de Marcos Lutz no comando da Ultrapar. Pelo contrário. Da forma como as peças estão sendo arrumadas, Lutz multiplicará sua influência na condução do grupo. O executivo assumirá a presidência do Conselho das controladas Ipiranga, Ultragaz, Ultracargo e Hidrovias do Brasil. Já existe também uma articulação entre os principais acionistas – o próprio Lutz é um dos minoritários – para que ele seja indicado ao cargo de chairman da holding. O mandato do atual presidente do conselho do grupo, Jorge Marques Camargo, vai até agosto. Na própria Ultrapar, há quem diga até que Lutz deixará de direito, mas não exatamente de fato, a gestão executiva do grupo. Ele foi um dos principais artífices da escolha do futuro CEO da holding, Rodrigo Pizzinatto, atualmente no cargo de CFO. Ambos são bastante ligados. Ou seja: ao menos em um primeiro momento, de transição, é como se o próprio Lutz permanecesse na presidência do grupo.

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Crédito impulsiona resultados da Stone. Mas até quando?
6/02/2025
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Acon quer mais ações da Sapore no seu prato
5/02/2025Segundo informações filtradas pelo RR, o fundo norte-americano Acon poderá aumentar sua participação na Sapore, uma das maiores empresas de alimentação corporativa do Brasil. O private equity se associou à companhia em 2022, com a compra de 19% das ações. O novo aporte de capital forneceria as calorias necessárias para a Sapore, controlada por Daniel Mendez, intensificar o processo de crescimento via M&As – em setembro do ano passado, a companhia adquiriu o Grupo El Dourado, especializado em serviços de alimentação em eventos. Seria também um substitutivo ao plano de IPO, que chegou a ser idealizado e posteriormente engavetado, diante das condições adversas de mercado. Ressalte-se que a Acon vive um momento de apetite em alta no Brasil. Há pouco mais de duas semanas, o private equity norte-americano, que gere mais de US$ 8 bilhões em ativos, comprou a fabricante de alimentos Food Brands, de Jundiaí (SP). Em conversa com o RR, a Sapore reiterou que “tem interesse em fazer aquisições nos segmentos em que já atua, como food, eventos e facilities”. Em relação à hipótese de IPO, a empresa disse que “abertura de capital depende do cenário econômico e do mercado estar favorável”. Sobre possíveis aportes e investimentos, a Sapore informou que “não comenta suas estratégias”.

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Lavvi corre atrás de terrenos na capital paulista
3/02/2025A Lavvi, subsidiária da Cyrela voltada ao público de alta renda, tem adotado uma postura agressiva na compra de terrenos em bairros nobres de São Paulo. Entre os concorrentes, há quem diga que a empresa está inflacionando o mercado tamanho o seu apetite. Segundo informações filtradas pelo RR, a meta é chegar a um landbank de R$ 10 bilhões – hoje, os ativos somam cerca de R$ 8 bilhões. Crise? Que crise? A Lavvi vem do melhor trimestre e ano da sua história. Em 2024, atingiu um valor geral de vendas (VGV) de R$ 3,6 bilhão, sendo R$ 1,4 bilhão apenas entre setembro e dezembro. No ano passado, entre outras aquisições, a grande tacada da incorporadora foi a compra de um terreno de 40 mil m² no Brooklin, com VGV potencial de R$ 3,5 bilhões. Por essas e outras, o Itaú BBA, em relatório divulgado no fim de 2024, apontou um preço-alvo para a ação da Lavvi de R$ 12 – hoje, o papel é negociado em torno de R$ 8,40.

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Mubadala esquenta o café da Starbucks no Brasil
30/01/2025O Mubadala tem planos de abrir aproximadamente 40 lojas do Starbucks no Brasil ao longo dos próximos dois anos. Já há conversações com gestoras de shopping centers e aeroportos. Em números absolutos, não chega a compensar as mais de 50 cafeterias da marca fechadas entre 2023 e 2024, na esteira da crise financeira que abalroou a SouthRock, antiga gestora da rede no país. No entanto, sinaliza uma retomada da atuação do Starbucks no Brasil, que esteve sob risco de continuidade. O Mubadala assumiu a operação não apenas da rede de coffee shops, mas também do Burger King e do Popeyes no Brasil.

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BRF tem apetite por novas aquisições na China
29/01/2025A compra de uma fábrica na cidade de Zhoukou, em novembro do ano passado, foi só o cartão de visitas. A BRF tem mantido negociações para a aquisição de uma nova planta de alimentos processados na China. Ao todo o investimento no país asiático deve chegar a R$ 1 bilhão, já contemplando a ampliação da unidade industrial de Zhoukou. A BRF demorou para entrar na China – era um projeto acalentado há quase uma década. Agora, chegou com apetite para transformar sua operação chinês em um hub de exportação para toda a Ásia. Procurada, a BRF não quis comentar o assunto.

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As incertezas que cercam a sucessão na Vivara
29/01/2025A debandada familiar na Vivara tem alimentado incertezas no mercado em relação ao processo sucessório na rede de joalherias. Na semana passada, Marcio Kaufman e Paulo Kruglensky, filho e sobrinho de Nelson Kaufman, fundador e maior acionista da empresa, venderam toda a sua participação societária e deixaram o acordo de acionistas.
As atenções agora se voltam na direção de Marina Kaufman, filha de Nelson. Marina já ocupou cargos na gestão executiva, como diretora de marcas. Hoje, está restrita ao Conselho. Fontes próximas ao clã sopram que Marina vinha sendo preparada pelo pai para assumir o comando da Vivara. No entanto, o projeto sofreu um abalo diante da notória ojeriza do mercado à possibilidade de retorno da família à gestão executiva.
Vide o que ocorreu em março do ano passado, quando o próprio Nelson Kaufman reassumiu a presidência da rede de joalheiras após 13 anos fora do dia a dia. As ações da companhia desabaram, e Nelson se viu obrigado a renunciar ao cargo apenas dez dias após o seu retorno.
O mercado ainda se ressente da saída de Paulo Kruglensky do posto de CEO, substituído exatamente pelo empresário. Curiosamente, mesmo sendo sobrinho de Nelson, Kruglensky era visto como um executivo profissional. Consultada pelo RR, a Vivara não se manifestou.

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Fundos de investimento são atraídos pela fragrância da Granado
28/01/2025A Granado vem sendo cortejada por fundos de private equity. As sondagens têm como alvo tanto o acionista controlador, Christopher Freeman, quanto a sócia minoritária, a espanhola Puig, dona de 35% do capital. A cobiça dos investidores é alimentada pelos notáveis resultados obtidos pela empresa, sob a gestão de Freeman e de sua filha, Sissi Freeman. Nos últimos cinco anos, a Granado mais do que duplicou seu faturamento. Em 2024, atingiu R$ 1,6 bilhão em vendas, um aumento de 24% em relação ao exercício anterior. O potencial de aumento gradativo da receita em moeda forte é um dos pontos que despertam o apetite de private equities. A centenária companhia de beleza e higiene já tem lojas em Nova York, Londres, Paris, Madri, Lisboa e Cascais.

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Marcopolo faz um hedge com entrada no capital de empresa chilena
27/01/2025No mercado, a compra de 40% da chilena Reborn Eletric pela Marcopolo vem sendo interpretado não exatamente como uma ofensiva, mas, sim, um movimento de defesa da empresa brasileira. A informação no setor é que a companhia chilena vem mantendo tratativas com prefeituras no Brasil para a venda de ônibus elétricos. Entre outras cidades, haveria conversações com Goiânia e Curitiba. Ao colocar um pé no capital da Reborn, a Marcopolo automaticamente passa a ter gestão sobre essas iniciativas e se associa a eventuais contratos que venham a ser firmados pela empresa no país. Em português claro: protege parte do seu território doméstico. Fontes próximas à Marcopolo dizem, inclusive, que a companhia não vai se limitar aos 40%. À medida que os contratos de venda de veículos avançarem, o passo seguinte seria a compra do próprio controle da Reborn. A conferir.

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Suzano busca funding para deal com a Kimberly-Clark
27/01/2025A Suzano vem sondando bancos de investimento para a realização de uma grande captação internacional. A operação estaria ligada a uma possível oferta para a compra da operação de tissue da Kimberly-Clark – informação antecipada pelo RR. O ativo é avaliado em aproximadamente US$ 4 bilhões. Segundo a imprensa internacional, o grupo da família Feffer tem como principais concorrentes ao negócio as asiáticas Royal Golden Eagle e da Asia Pulp & Paper. Em contato com a RR, a Suzano informou que não comenta possíveis aquisições ”.

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Quem vai ser o novo sócio do Teuto?
24/01/2025A família Melo busca um sócio para o laboratório Teuto. Segundo fonte próxima aos acionistas da empresa, há conversas com grupos do setor e com fundos de private equity. Não custa lembrar que o clã já teve a companhia de um gigante da área de medicamentos. A Pfizer foi acionista do Teuto entre 2010 e 2017. Consta que, durante esse período, a relação com a família Melo só foi possível à base de calmantes, dadas as divergências societárias.

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A missão hercúlea que aguarda pela nova nº1 da Amazon no Brasil
24/01/2025Anunciada como a nova country manager da Amazon no Brasil, Juliana Sztrajtman assume o cargo como a missão prioritária de promover ajustes no sistema de logística do gigante do e-commerce. Nos últimos anos, os norte-americanos fizeram pesados investimentos em seus processos de armazenamento e distribuição no país. Os aportes, no entanto, ainda não renderam os resultados esperados em aumento de eficiência e melhoria das margens. Teria sido o pecadilho que custou o cargo ao antecessor de Juliana, Daniel Mazini.

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As múltiplas interpretações da troca de comando na Cruzeiro do Sul
21/01/2025
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Os próximos passos da Natura no mercado de venture capital
20/01/2025
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Aquisição de ativos florestais deve elevar plano de investimentos da Suzano
17/01/2025O mercado aguarda um ajuste, para cima, do plano de investimentos da Suzano em 2025. O valor já anunciado pela empresa gira em torno de R$ 12,4 bilhões. A necessidade de recalibragem se daria, sobretudo, em razão da desvalorização do real frente ao dólar, o que impacta sobre o valuation de ativos florestais. A aquisição de terras é um dos principais pilares do programa de investimentos da empresa da família Feffer para este ano. Em 2024, a Suzano desembolsou um valor maior, de cerca de R$ 17 bilhões. A cifra foi, digamos assim, inflada pelo carry over do Projeto Cerrado, leia-se a construção do novo complexo industrial de Ribas do Rio Pardo (MS).

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BRF oferece um banquete de dividendos a seus acionistas
15/01/2025
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Livraria Leitura entra no radar de fundos de investimento
14/01/2025A Livraria Leitura vem sendo cortejada por fundos de private equity, de acordo com fonte próxima à empresa. As sondagens miram a compra de uma participação minoritária no capital. Por ora, segundo informações filtradas pelo RR, a família Teles, controladora da companhia, resiste à ideia. A Leitura é quase um estranho no ninho em um setor que assistiu, nos últimos anos, à falência da Saraiva e da Cultura. A empresa cresce ano após ano: a projeção para 2025 é de um aumento de receita de 18%. Ao mesmo tempo, segue apostando no varejo físico sem sinais de que a estratégia é passageira. No ano passado, abriu 13 lojas; para este ano, estão previstas pelo menos 15 inaugurações. Pode ser que os fundos apostem que, em algum tempo à frente, as livrarias se tornem cult. Pode ser.

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MRV reduz suas operações nos Estados Unidos
13/01/2025A MRV, de Rubem Menin, parece estar se afastando do seu sonho de fazer a América. Gradativamente, a empresa vem se desfazendo dos ativos imobiliários da Resia, seu braço nos Estados Unidos. A bola da vez seria o Dallas West, prédio residencial localizado na cidade norte-americana com 336 unidades. Destas, mais de 25% ainda estão vazias. Seu Valor Geral de Vendas é de US$ 65 milhões. Em setembro, a MRV já havia negociado um empreendimento em Miami, o Old Cutler, por US$ 118 milhões. Em dezembro, se desfez de um terreno e de outro edifício residencial, ambos no Texas, embolsando US$ 46,5 milhões. A Resia tem se mostrado uma boa ideia que não deu certo. Ao menos até o momento. O braço norte-americano tornou-se um incinerador de caixa da MRV, além de ter aumentado o nível de alavancagem do grupo. No início de dezembro, a família Menin demitiu o CEO da empresa, Ernesto Lopes, e contratou Leonardo Corrêa para ser o CFO e principal executivo – a presidência ficou vago, conforme informou na ocasião o Brazil Journal. Corrêa chegou para ser uma espécie de corretor de imóveis de luxo, passando a liderar a venda de ativos nos Estados Unidos.

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Brasil vira o epicentro da chinesa Weichai na América Latina
13/01/2025O Brasil ganhou um upgrade no mapa de negócios da Weichai, uma das maiores fabricantes de máquinas agrícolas da China. O país se tornará o hub de exportação dos asiáticos para toda a América Latina. O epicentro da operação será a recém-inaugurada fábrica de Itumbiara (GO), um investimento da ordem de R$ 110 milhões. Segundo informações filtradas pelo RR, já existem tratativas comerciais engatilhadas para a venda de equipamentos ao Chile, Uruguai e México. O que se ouve no entorno dos chineses é que a Weichai tem planos, para um segundo momento, de fabricar também caminhões no Brasil. A empresa é um dos braços do Shandong Heavy Industry Group, um conglomerado industrial com faturamento superior a US$ 70 bilhões por ano e controlado pelo governo da província de Shandong.

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Os caminhos da Iguatemi para anabolizar seu caixa
9/01/2025No mercado já se dá como líquido e certo que a Iguatemi vai buscar um reforço de caixa para financiar seu cada vez mais agressivo plano de aquisições. Há informações, inclusive, de que a empresa estuda alguns caminhos para a captação de recursos, notadamente uma emissão de dívida ou um follow on. Na última oferta de ações em Bolsa, realizada em setembro de 2022, a companhia dos Jereissati levantou R$ 720 milhões. Em dezembro, a Iguatemi comprou as participações da Brookfield nos shoppings Pátio Paulista e Pátio Higienópolis, ambos na capital paulista, um negócio de R$ 2,6 bilhões. Em julho, já havia adquirido 17% do Rio Sul, no Rio de Janeiro, por R$ 360 milhões. Quem priva dos planos dos Jereissati sabe muito bem que eles não vão parar por aí. Procurada pelo RR, a empresa informou que “não comenta rumores de mercado”.

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Eneva entra pesado na disputa por blocos da Brava Energia
8/01/2025A Eneva, leia-se BTG e Cambuhy, da família Moreira Salles, é apontada no mercado como a mais forte candidata à compra de um pacote de ativos onshore colocados à venda pela Brava Energia. As ofertas serão recebidas ainda nesta semana. Como se não bastasse o caixa forte de seus acionistas, a Eneva está altamente capitalizada após captar R$ 3,2 bilhões no follow on realizado em outubro. Procurada pelo RR, a empresa não se manifestou.

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Dúvidas sobre futuro da Aeris esquentam assembleia de credores
7/01/2025A Aeris será ou não vendida para a chinesa Sinoma? Os asiáticos vão ou não injetar capital na empresa? Os debenturistas da fabricante de pás para usinas eólicas querem respostas para essas perguntas na assembleia marcada para amanhã. A companhia convocou os credores na tentativa de negociar um waiver de 60 dias para o pagamento da amortização e dos juros de R$ 600 milhões em debêntures emitidas em 2021 – o vencimento está marcado para o próximo dia 15. Muito provavelmente, o beneplácito dos detentores dos papéis estará indexado ao aporte de recursos na Aeris. Em dezembro, a Sinoma fez uma oferta para a compra do controle à família Negrão e ao BTG, os dois principais acionistas da companhia. O que circula no mercado é que os chineses se comprometem a pagar as dívidas de curto prazo, em torno de R$ 550 milhões. Procurada pelo RR, a Aeris não se pronunciou.

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Herdeiras de Silvio Santos engavetam (a contragosto) venda da Jequiti
7/01/2025O destino da Jequiti é ficar onde está, ou seja, nas mãos das herdeiras de Silvio Santos. Ao menos é o que a própria presidente do Conselho de Administração do Grupo, Renata Abravanel, tem dito em petit comité a bancos de investimento, segundo informações filtradas pelo RR. Após a frustrada negociação com a Cimed, no ano passado, a venda do controle da fabricante de cosméticos foi suspensa. A ordem no Grupo Silvio Santos é pedalar o crescimento da empresa por meio de parcerias com novos canais de distribuição no varejo. Pode ser. No mercado, no entanto, o que se diz é que a decisão da família Abravanel em manter a Jequiti não se deu exatamente por convicção, mas pela falta de pretendentes dispostos a pagar o valor pedido pelo clã.

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Minerva Foods entra na mira da autoridade antitruste no Paraguai
2/01/2025O Mercosul parece estar de complô contra a Minerva Foods. Se, no Uruguai, a Comissão de Promoção e Defesa da Concorrência suspendeu a venda à empresa de três unidades de abate do Marfrig, no Paraguai o órgão antitruste local também saiu no encalço do frigorífico brasileiro. A Comissão Nacional de Concorrência apura denúncias de abuso de poder econômico contra a Minerva. A companhia domina cerca de 40% dos abates de carne bovina no país. Os grandes pecuaristas, reunidos em entidades como a Associação Rural do Paraguai (ARP) e a Paraguaia de Produtores e Exportadores de Carne (APPEC), jogam na lenha na fogueira. Têm municiado a Comissão com supostas provas de que a empresa estaria impondo condições draconianas para a compra de gado. Por ora, o órgão antitruste faz um levantamento preliminar de dados. Segundo informações filtradas pelo RR, a Minerva já foi comunicada que até o fim de janeiro a Comissão vai decidir se abre ou não um processo formal de investigação. Consultada especificamente sobre a possível ação da autoridade antitruste do Paraguai, a Minerva não se manifestou.

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Sequoia e acionista fundador se distanciam aos poucos na estrada
2/01/2025No mercado, a já anunciada migração de Armando Marchesan Neto do cargo de CEO da Sequoia para o Conselho de Administração é vista como um rito de passagem. O passo seguinte seria a saída em definitivo do empresário, fundador da companhia. Marchesan teve sua fatia no capital diluída para apenas 2,1% após a Jive Investimentos converter debêntures em participação acionária. Hoje, a gestora de recursos é a principal acionista individual e dá as cartas na gestão. Sob a regência de Marchesan, a Sequoia tornou-se uma das maiores empresas de logística do país. Foram vários M&As em sequência – o mais recente, a fusão com a Move3, que deu origem a um grupo com mais de R$ 2,5 bilhões. Em contrapartida, a agressiva estratégia de expansão fez o endividamento da Sequoia disparar e levou a companhia a uma recuperação extrajudicial.

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Credores da Viveo pressionam acionistas controladores por aumento de capital
20/12/2024A Viveo, fabricante de produtos hospitalares controlada pela família Bueno, atravessa um momento extremamente sensível. Há informações de que alguns credores pressionam os herdeiros de Edson de Godoy Bueno a fazer um aporte de capital na empresa. No entanto, o clã resiste. Pudera! Neste ano, os Bueno já foram obrigados a injetar cerca de R$ 1,5 bilhão na Dasa. A Viveo está no meio de uma complexa negociação com os detentores de suas debêntures na tentativa de obter um waiver para o descumprimento do seu limite de alavancagem financeira e, dessa forma, escapar do pagamento antecipado de R$ 1,9 bilhão aos credores. A relação dívida líquida/Ebitda da empresa está em 3,1 vezes e se aproxima do limite estabelecido para disparar o vencimento – 3,5 vezes. Ao que tudo indica, o Natal dos Bueno não será exatamente dos mais serenos. O Dia D da Viveo está marcado para 26 de dezembro, próxima quinta-feira, quando ocorrerá a assembleia de debenturistas.

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Brasil entra na linha de cortes da Vale Metais Básicos
19/12/2024O fim de ano não tem sido exatamente de festa para os funcionários da Vale, ao menos na área de não-ferrosos. Gestores da subsidiária Vale Metais Básicos chegam para trabalhar todos os dias com o temor de que seja o último. Na empresa, corre a informação de que a “reorganização gerencial” iniciada no Canadá, sede da divisão de metais básicos, está prestes a chegar ao Brasil. Por “reorganização gerencial”, leia-se a eliminação de níveis hierárquicos e demissões em níveis sêniores da gestão que já afeta o escritório da companhia em Toronto – conforme informou a Bloomberg no último dia 5 de dezembro. É o cartão de visitas do sul-africano Shaun Usmar, que assumiu o cargo de CEO global da Vale Metais Básicos em 1º de outubro. Procurada pelo RR, a Vale não se manifestou.

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Privatização da Cemig vira um blefe no escuro
19/12/2024Quanto mais o governador Romeu Zema fala na privatização da Cemig, menos o mercado acredita que o negócio vai sair – ao menos não nos dois anos que lhe restam de mandato. O novo modelo apresentado por Zema para a desestatização da empresa mais confundiu do que animou os investidores.
Usando a Eletrobras como inspiração, o governo mineiro quer transformar a Cemig em uma public company, sem controle definido, com o estado mantendo 17% do capital. Até aí, tudo bem.
Mas, na semana passada, Zema mencionou a possibilidade de transferência da participação remanescente do estado para a União, no âmbito da renegociação da dívida de Minas Gerais. A hipótese de ter o governo federal como sócio – ainda mais este governo federal – causa urticária nos players do setor elétrico. A própria Eletrobras que o diga. No mercado, já há, inclusive, quem enxergue que tudo não passa de um blefe de Zema. Ciente de que dificilmente a Assembleia Legislativa aprovará a privatização da Cemig, o governador estaria jogando para a galera. E, ao mesmo tempo, valorizando o ativo para o caso de uma eventual transferência integral do controle da companhia para a União em troca do perdão de um pedacinho da dívida mineira.

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Os diferentes sons na dança das cadeiras na Oi
18/12/2024As mudanças na gestão da Oi, anunciadas na semana passada, podem ser interpretadas, a um só tempo, como uma vitória e uma derrota do ex-CEO da companhia, Rodrigo Abreu, hoje no Conselho de Administração. O triunfo vem da saída de Mateus Bandeira do cargo de CEO, que passará a ser ocupado por Marcelo Milliet. Consta que Abreu e Bandeira não se bicavam. Em contrapartida, o que se diz é que Rodrigo Abreu tentou articular com os novos acionistas, leia-se fundos credores que converteram debt em equity, sua indicação para o posto de chairman da Oi. Não deu. A presidência do Conselho acabou nas mãos de Paul Aronzon.

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Rede D’Or estuda abrir seu primeiro hospital no Rio Grande do Sul
17/12/2024O Rio Grande do Sul entrou no radar da Rede D’Or. A companhia tem feito estudos para a abertura de seu primeiro hospital no estado, mais precisamente em Porto Alegre. A capital gaúcha e os municípios próximos combinam um número expressivo de beneficiários de planos de saúde e uma reduzida presença de grupos da área hospitalar. O principal player do mercado local é a Unimed Porto Alegre. Paralelamente, a Rede D’Or avalia outras regiões do país com potencial de expansão, como Minas Gerais e o Nordeste. A meta do conglomerado é adicionar mais de cinco mil leitos a sua estrutura até 2027. Consultada pelo RR, a Rede D’Or disse que “não comenta especulações de mercado”.

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A ousada matemática financeira dos sócios da Inspira
16/12/2024Os fundos acionistas da Inspira – um trio pesadíssimo formado pelo Advent, pela canadense CPPIB e pelo BTG – trabalham intramuros com metas ousadas para a holding da área de educação. O que se diz no mercado é que a empresa pretende chegar a um Ebitda de R$ 1 bilhão em até três anos – em 2023, esse indicador ficou em R$ 300 milhões. Os investidores falam também em triplicar o faturamento – em torno de R$ 1,1 bilhão no ano passado. Para encurtar o caminho, a Inspira vai partir para uma agressiva estratégia de aquisições.

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Preservar caixa é o presente de Natal que a Marisa mais quer
16/12/2024O CEO da Lojas Marisa, Edson Garcia, dedica-se neste momento a uma dupla missão, uma mais difícil do que a outra. De um lado, aperta os fornecedores nas negociações para o pagamento dos estoques de Natal; do outro, ele que é apertado pelos bancos nas tratativas para a repactuação das dívidas da rede varejista. Já foi pior, bem pior. Hoje, o passivo de curto prazo gira em torno de R$ 90 milhões, contra mais de R$ 450 milhões há 12 meses. O valor, ressalte-se, só desabou porque a família Goldfarb, acionista controladora, aportou R$ 620 milhões do próprio bolso na Marisa. Ainda assim, a rede varejista segue queimando caixa, com o pagamento de fornecedores e bancos. O desafio de Garcia, no cargo desde março, é debelar as chamas.

Empresa
Recuperação judicial engessa venda da Intercement
13/12/2024O que era uma encruzilhada virou um cadafalso para a Mover Participações. O pedido de recuperação judicial torna a venda da Intercement mais complicada, no limiar do inviável. A CSN já tirou o time de campo, ao anunciar de imediato o encerramento do direito de exclusividade para negociar a possível aquisição. Segundo o RR apurou, nos últimos dias a Mover, ex-Camargo Corrêa, sondou o Grupo Votorantim sobre o seu interesse no ativo. Não foi feliz na abordagem. Interesse os Ermírio de Moraes sempre tiveram – a Votorantim chegou a participar da primeira rodada de tratativas com a Mover -, mas não nas condições atuais. Entre os próprios credores há sérias dúvidas em relação à capacidade da Intercement de honrar suas dívidas. O passivo total gira em torno de R$ 22 bilhões, sendo que apenas R$ 12 bilhões foram incluídos na recuperação judicial. Ou seja: há outros R$ 10 bilhões em dívidas a descoberto.

Destaque
Carroceria do Itaú pode sofrer um risco que não estava no mapa da sua onipotência
11/12/2024O RR disse hoje que a “tunga” dos diretores do Itaú nem sequer tinha arranhado a “credibilidade” da instituição. Mas, quando se trata da banca, qualquer possibilidade de manchinha na tintura faz o vento mudar de lado ao menor instante. A manutenção do assunto no noticiário tende a tornar um risco imperceptível de imagem em uma marca visível de gestão desastrada. Aliás, visível por um prazo bastante incômodo. O RR apurou que tanto os ex-diretores financeiro e de marketing, Alexsandro Broedel e Eduardo Tracanella, quanto o contador Eliseu Martins, que também saiu chamuscado do episódio, vão entrar com ações por perdas e danos contra o Itaú em função de conclusões equivocadas sobre as “constatações” de más práticas. Todos seriam inocentes, e o Itaú teria sido precipitado, para não dizer inconsequente. No caso, a indenização financeira é o que menos importa aos executivos. A questão é a exigência de que o banco faça um pedido de escusas, enviado e divulgado em todos os órgãos que receberam ou publicaram posicionamentos oficiais do Itaú. Mesmo que os acusados venham a ser considerados culpados no futuro, o processo por perdas e danos manterá o Itaú nas mídias por tempo indeterminado como eventual autor de um erro. Existe ainda a possibilidade de o Santander ingressar no circuito, já que Broedel assumiu um cargo na diretoria do banco na Espanha. Uma manifestação do Santander em favor do seu funcionário, a essa altura correndo o risco de ser tachado de “corrupto” pela mídia espanhola, é tudo o que o Itaú não quer, ou seja, um uma contenda corporativa pública.
Até agora, todas as partes perderam. Mas o Itaú, que agiu com precisão para se antecipar a uma situação vergonhosa e parecia ser resistente a qualquer estria, corre o risco de ver sua carroceria arranhada por um risco de ordem moral. É a tal história de que uma faísca é apenas uma pequena luz sem consequência até sofrer o sopro de uma brisa imperceptível. O resultado pode vir a ser um fogaréu na floresta.

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Pão de Açúcar coloca mais lojas sobre o balcão
11/12/2024Há informações no mercado de que o Fundo Guardian Real Estate tem interesse na compra de uma leva de imóveis do Grupo Pão de Açúcar (GPA) onde funcionam supermercados da rede. O que se diz é que o Casino busca levantar em torno de R$ 500 milhões. Na iminência de deixar o Brasil, o conglomerado francês tem intensificado a estratégia de destravar valor dos ativos imobiliários da GPA. O próprio Guardian já é proprietário de lojas da rede varejista. Há pouco mais de um mês, por sinal, o fundo fechou outro importante negócio na área de real estate ao adquirir 15 lojas do Atacadão/Carrefour por R$ 725 milhões.

Empresa
O que fazer com a Avon fora da América Latina?
11/12/2024O RR abre mão do direito autoral: a pergunta acima é feita dentro da própria Natura. E tem suscitado respostas divergentes no alto comando da companhia. O que se diz na empresa é que o CEO, Fábio Barbosa, é favorável à venda da operação, reunida sob a Avon International. No entanto, os acionistas – Pedro Passos, Guilherme Leal e Luiz Seabra – ainda entendem ser possível manter o negócio, talvez por meio de parcerias regionais, não obstante os resultados negativos. Se, no restante do mundo, o desempenho da marca é sofrível, a América Latina é a exceção à regra. A Natura conteve a queda de receita da Avon na região. A expectativa é que a divisão feche o ano com um pequeno aumento do faturamento em relação à 2023.

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Licença ambiental de nova fábrica da Bracell sairá a jato
10/12/2024A Bracell já recebeu sinais do governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, de que o processo de licenciamento ambiental de sua nova fábrica de celulose no estado será apreciado em caráter de “urgência urgentíssima”. O que se diz no em torno de Riedel é que as autorizações do empreendimento devem sair até meados de 2025. O primeiro passo será dado em janeiro, com a apresentação do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório Impacto do Meio Ambiente. Riedel nem pensa em criar obstáculos para o empreendimento previsto para a cidade de Água Clara. Ao todo, a Bracell, controlada pela Royal Golden Eye (RGE), de Singapura, planeja investir R$ 25 bilhões.

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Na Enel Brasil não se acende uma luz sem autorização da Itália
10/12/2024O que se ouve nos corredores da Enel Brasil é que a empresa está sob “intervenção” da matriz. Diante de uma grave crise institucional, que parece não ter fim, todas as principais decisões estratégicas no país têm sido conduzidas com rédeas curtas pelo CEO global do grupo, Flavio Cattaneo. O mesmo se aplica às tratativas com autoridades brasileiras, notadamente o ministro Alexandre Silveira e o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas. O executivo Guilherme Lencastre, há apenas seis meses no comando da Enel São Paulo, epicentro dos problemas do conglomerado no país, seria quase um espectador de luxo das medidas que vêm de fora. A ver agora qual será o papel do novo número 1 da Enel Brasil, Antonio Scala, nomeado no mês passado.

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Os bastidores da saída de Ricardo Mussa da Cosan
6/12/2024A repentina saída de Ricardo Mussa da Cosan tem agitado o “especulômetro” do mercado. O que se diz nos bastidores é que Mussa não se conformou com a dança das cadeiras feita por Rubens Ometto em outubro. Quando a música parou, o executivo – com uma trajetória de 17 anos no grupo – havia perdido o prestigioso cargo de CEO da Raízen, a joint venture com a Shell. Acabou “rebaixado” para a presidência da Cosan Investimentos. Insatisfeito com a mudança, atribuída dentro da empresa a uma decisão do próprio Ometto, Mussa não ficou no novo posto nem por 40 dias. Pediu o boné. Menos mau que sua saída tenha passado longe de qualquer problema de compliance. Diferentemente de outra movimentação que chacoalhou o mundo corporativo nos últimos dias: a demissão de Eduardo Tracanella, CMO (chief marketing officer) do Itaú. Esta, sim, bem mais ruidosa. Mesmo porque, o próprio banco não fez a menor questão de poupar o executivo, apesar de seus 27 anos de casa, confirmando em nota que a sua demissão se deu pelo “mau uso do cartão de crédito corporativo”.

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Banco do Brasil é a pedra no sapato da Agrogalaxy
5/12/2024Emissários da Agrogalaxy têm buscado uma interlocução com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, na tentativa de que ele interceda junto ao Banco do Brasil. O BB é um dos maiores credores da empresa e, até o momento, o principal obstáculo ao seu plano de recuperação judicial.
A instituição financeira entrou na Justiça requerendo que seus créditos não sejam incluídos no processo. O BB tem a receber cerca de R$ 390 milhões. A iniciativa teve um efeito estimulante sobre outros bancos, que também entraram com ações para ficar de fora da recuperação judicial, caso, por exemplo, do Santander e do Sicoob.
Mesmo que queira, vai ser difícil para Fávaro se esquivar do assunto. A Agrogalaxy protagoniza uma das maiores recuperações judiciais do agronegócio, com razoável impacto sobre toda a cadeia de negócios do setor. Ao todo, o passivo da empresa de distribuição de insumos agrícolas passa dos R$ 4 bilhões.

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Mater Dei quer comprar hospitais em São Paulo
4/12/2024São Paulo é, neste momento, o epicentro da estratégia de expansão do Mater Dei. O que se ouve no setor é que o grupo mineiro está prospectando a compra de hospitais na capital paulista – há informações de duas negociações em curso. Ressalte-se que a companhia já está investindo cerca de R$ 600 milhões na construção de uma unidade hospitalar no bairro de Santana. Desde 2021, quando fez seu IPO, o Mater Dei adquiriu ativos em Goiânia, Uberlândia, Feira de Santana e Belém. Neste último caso, foi um investimento bate e volta: o grupo comprou e revendeu o hospital Porto Dias aos antigos controladores.

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Muffato amplia sua operação de atacarejo em São Paulo
3/12/2024O Muffato – sexta maior rede supermercadista do Brasil, com faturamento superior a R$ 12 bilhões – está acelerando o passo em São Paulo. Há informações no setor de que o grupo paranaense teria planos de abrir mais três lojas da bandeira Max Atacadista na capital paulista ao longo de 2025, o que significaria duplicar sua presença na cidade. O projeto de expansão se aplica também ao interior de São Paulo – hoje, a rede atua em 12 cidades no estado. Ao mesmo tempo, a rede da família Muffato, sinônimo de varejo na Região Sul, faz o que sempre fez: investe no Paraná. Há cerca de duas semanas inaugurou mais duas lojas do Max Atacadista no estado, uma em Curitiba e outra em Ponta Grossa, um investimento total da ordem de R$ 120 milhões.

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Itaúsa espreita a porta de saída da Aegea
3/12/2024Há informações no setor de saneamento da disposição da Itaúsa em vender parte ou mesmo a totalidade da sua participação de 13% na Aegea. Nesse caso, é mais do que sintomática a entrevista do diretor-presidente da holding, Alfredo Setubal, ao Valor Econômico, publicada no último dia 13. Na ocasião, Setubal disse que “a Itaúsa vê com bons olhos” o IPO da Aegea. Os mesmos olhos, ao que tudo indica, que querem enxergar uma porta de saída da empresa. Procurada pelo RR, a Itaúsa não se pronunciou até o fechamento desta matéria.

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A peça que falta na repactuação do passivo da Sequoia
2/12/2024No cargo há menos de um mês, o novo CEO da Sequoia, Alexandre Rodrigues, tem uma batata quente nas mãos. Rodrigues assumiu com a missão prioritária de negociar um acordo com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para a renegociação do passivo tributário da empresa de logística. O valor inscrito na dívida ativa da União gira em torno de R$ 150 milhões. Além disso, há outros R$ 230 milhões em débitos abertos junto à Receita Federal. As conversas com a PGFN se arrastam há quase um ano. É a última – e, até o momento, mais complicada – etapa do processo de recuperação extrajudicial da Sequoia.
A companhia, ressalte-se, já contabiliza avanços importantes. Conseguiu repactuar R$ 750 milhões em dívidas financeiras, com bancos e detentores de debêntures. E mais recentemente fechou a renegociação de R$ 295 milhões em passivos não-financeiros, notadamente com fornecedores. Ou seja: os credores deram seu voto de confiança na reestruturação da empresa. Agora, é olhar para a frente. O êxito nas tratativas com a PGFN é fundamental para definir os rumos da gestão de Alexandre Rodrigues. Com o acordo, o cenário será um; sem o acordo, outro bem diferente, talvez com demissões e cortes de investimento. Em contato com o RR, a Sequoia confirmou que ela e sua controlada Transportadora Americana “solicitaram à PGFN o benefício previsto na Portaria 6.757/2022”. Ainda segundo a companhia de logística, “caso a administração finalize rapidamente as negociações com a PGFN, as empresas terão a retomada da sua capacidade de geração de valor.”

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Hidrovias do Brasil avança sobre o território argentino
29/11/2024A Hidrovias do Brasil, leia-se Grupo Ultra, é apontada no setor como pule de dez para disputar a licitação do trecho da hidrovia Paraguai-Paraná em território argentino. O governo Milei iniciou o processo de privatização e anunciou que vai realizar um leilão aberto a investidores nacionais e internacionais. A companhia controlada pelo Ultra já opera os mais de 1,2 mil quilômetros do corredor logístico dentro do Brasil – do lado de cá da fronteira, chamado de hidrovia Paraná-Paraguai. Avançar sobre a porção argentina permitiria à empresa operar cerca de dois terços da mais importante via fluvial para transporte de cargas da América do Sul. Os 1,6 mil quilômetros da Paraguai-Paraná dentro da Argentina, por exemplo, são a grande artéria logística do país, concentrando o equivalente a 80% do seu comércio exterior.

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CCR quer reduzir participações no setor aeroportuário
28/11/2024O que se ouve no setor de infraestrutura é que a CCR abriu conversações com players do setor aeroportuário, como a espanhola Aena e a francesa Vinci Airports, para a venda de participações em concessões. A carteira da CCR no segmento inclui terminais em seis capitais – entre eles os dois aeroportos de BH, Confins e Pampulha -, mas também uma série de operações de menor calibre. A empresa estaria disposta a rever sua presença em concessões como as de Londrina (PR) e Bagé e Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. O presidente da CCR, Miguel Setas, não esconde o jogo. Ao menos, parte do jogo. Tem dito repetidamente que a empresa avalia se desfazer de ativos maduros.

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A árvore de Natal da discórdia em Itaipu
28/11/2024Uma árvore de Natal está provocando um curto-circuito em Itaipu. A informação que circula na estatal é que parlamentares do Paraguai se mobilizam para criar uma comissão para investigar, acredite quem quiser, o apoio da empresa à decoração natalina da cidade de Hernandarias, localizada a 18 km de Foz do Iguaçu. O caso chama a atenção exatamente por sua miudeza. O pedido de investigação mira um desembolso de US$ 700 mil.
As suspeitas de irregularidades residem no fato de que o apoio ao projeto natalino da cidade paraguaia não foi feito diretamente por Itaipu, mas por meio de uma ONG local. Fala-se, inclusive, na convocação de executivos da empresa para depor na Câmara dos Deputados do país vizinho. Bem, os mais rígidos sempre poderão dizer que a Operação Lava Jato começou em um posto de gasolina.

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Grupo canadense desponta como possível parceiro da Raízen no E2G
26/11/2024A canadense Iogen Corporation é apontada no setor como candidata a se associar à Raízen na produção de etanol de segunda geração (E2G). Ambas já se conhecem de outras safras. Em 2014, a empresa foi parceira da joint venture entre a Cosan e a Shell na instalação de uma planta de biomassa para etanol em Piracicaba (SP) – a tecnologia empregada para a produção de biocombustível celulósico foi desenvolvida pelos canadenses. Procurada pelo RR, a Raízen não quis comentar o assunto. Conforme a Bloomberg noticiou na semana passada, a companhia pretende vender uma participação em suas usinas de E2G. Quer ainda se desfazer da sua parte no Grupo Nós, sociedade com a mexicana Femsa, que administra a rede de supermercados Oxxo – informação antecipada pelo RR em 18 de outubro (https://relatorioreservado.com.br/noticias/ate-quando-a-raizen-vai-suportar-os-prejuizos-do-oxxo/).

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Oi é a “rainha da sucata” na telefonia nacional
25/11/2024A Oi está colocando à venda uma pilha de sucata. São centenas de centrais telefônicas e placas de telecomunicações, além de milhares de quilômetros de cabos de cobre etc. Um ferro velho de dar dó. Seria cômico se não fosse trágico. Durante anos, a empresa esteve impedida de vender esses equipamentos por se tratar de bens reversíveis – ou seja, voltariam às mãos da União no caso de fim da concessão. No último dia 14 de novembro, enfim a Anatel aprovou a migração da Oi do modelo de concessão para o de autorização, desobrigando-a a manter essa parafernália de estruturas anacrônicas. Agora, ao menos nesse caso específico, é tarde. Os equipamentos ficaram obsoletos, a maior deles inutilizável. Por essas e outras, a Oi move um processo de arbitragem contra a União reivindicando reparações de até R$ 50 bilhões pela “falta de sustentabilidade e de equilíbrio financeiro” nos contratos de telefonia fixa. Bem, talvez fosse o caso de acionar também os responsáveis por seguidas gestões desastrosas que levaram a companhia a duas recuperações judiciais.

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Vinci Partners prepara dieta de engorda da rede Outback
25/11/2024Os planos da Vinci Partners para a recém-comprada operação da Bloomin’ Brands no Brasil são calóricos. Em sua passagem por Nova York, para fechar a compra da empresa, Carlos Eduardo Martins, co-chefe de private equity da firma de investimentos, mencionou a meta de abrir 30 unidades do Outback no país em 2025. A se confirmar, será o maior projeto de expansão da rede de restaurantes em um só ano. Para efeito de comparação, para este ano estão previstas 18 inaugurações. Em 2023, o número foi ainda menor: 16 novas unidades. A Vinci quer duplicar a rede do Outback em cinco ou seis anos – hoje são 174 restaurantes.

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Private equities querem morder um pedaço da Marilan
21/11/2024A Marilan, uma das maiores fabricantes de biscoitos e bolos do Brasil, tem sido assediada por fundos de private equity. A informação que corre à boca miúda no setor é que duas grandes firmas de investimento, uma brasileira e outra norte-americana, sinalizaram interesse em comprar uma participação minoritária na empresa. A Marilan tem uma gestão redondinha, é rentável e mantém um consistente crescimento ano a ano.
Procurada pelo RR, a companhia não se pronunciou até o fechamento desta matéria.
Não é a primeira vez que fundos flertam com a Marilan, controlada pela família Garla. No ano passado, surgiram notícias de conversas com a Vinci Partners. Na ocasião, houve, inclusive, especulações sobre a venda do próprio controle da empresa, o que foi negado pelos Garla.
Poucos meses depois, em maio deste ano, a Marilan cravou a aquisição da Top Cau, o que representou sua entrada no mercado de chocolates. No setor, a operação foi interpretada por muitos como um movimento dos acionistas controladores para dissipar os rumores de venda da companhia.

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Fundadores da Tok & Stok ainda são a peça solta na fusão com a Mobly
18/11/2024Na prática, a Mobly já assumiu formalmente o comando da Tok & Stok – conforme noticiou o Valor Econômico na edição da última terça-feira. No entanto, a transferência do controle está longe de aquietar os credores da rede varejista. O motivo de preocupação é o impasse em torno dos empresários Regis e Ghislaine Dubrule, fundadores da Tok & Stok e ainda acionistas minoritários, com 40%.
Até o momento, o casal não informou se aceita os termos da proposta e converte sua participação em ações da própria Mobly ou se permanece como acionista da Tok & Stok. Os Dubrule têm até o próximo dia 23 para se manifestar. Caso queiram continuar onde estão, será mais uma evidência de que os fundadores da Tok & Stok pretendem seguir na disputa judicial para reverter a associação com a Mobly – ver RR. Procurada pelo RR, a Mobly não se manifestou.

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Não há remédio na medicina para a venda da Inspirali
12/11/2024As negociações para a capitalização da Inspirali, o braço de faculdades de medicina da Ânima Educação, travaram. O motivo é o imbróglio jurídico que cerca a expansão dos cursos. A Ânima briga na Justiça na tentativa de abrir mais 180 vagas na área médica – ao todo são nove pedidos de liminares à espera de decisão. Ou seja: a Inspirali está em uma camisa de força, ao menos por ora impedida de expandir seu negócio e criar receita nova. Não é um cenário dos mais convidativos para os investidores. Nos últimos meses, a Ânima conduziu conversações tanto com grupos do setor quanto com fundos de private equity para a venda de uma participação na subsidiária. Procurada, a empresa disse que “não comenta especulações de mercado”. Em tempo: a Inspirali não atrai novos sócios e ainda corre o risco de perder o que tem. No setor, fala-se na possibilidade de a DNA Capital, da família Bueno, reduzir ou mesmo vender integralmente sua participação de 25%. Como se sabe, os herdeiros de Edson Bueno têm feito um esforço para capitalizar a Dasa.

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Take over frustrado da Hypera deixa rusgas entre EMS e BTG
11/11/2024Circula à boca miúda entre pessoas próximas ao empresário Carlos Sanchez que a sua relação com o BTG anda azeda. Sanchez, dono da EMS, estaria debitando a fracassada tentativa de fusão com a Hypera na conta do banco, estrategista da operação. Consta que partiu da instituição financeira a ideia de que o empresário montasse uma posição acionária na concorrente – comprou em mercado quase 5% do capital – para chegar com um trunfo à mesa de negociações. Pode ser. Mas quem conhece Sanchez de perto sabe muito bem que a responsabilidade do BTG pela atabalhoada negociação vai até a página 3.
A partir dali pesou o estilo agressivo do empresário, que tentou impor a fusão. Deu no que deu: João Alves de Queiroz Filho, o Junior, acionista de referência da Hypera, raspou o tacho dos papéis em bolsa, aumentou sua participação e fechou às portas à investida da EMS. Ainda assim, no entorno de Sanchez, a aposta é que ele vai voltar à carga. Com ou sem o BTG.

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O arqui-inimigo das apostas esportivas no varejo
7/11/2024As bets já têm um inimigo no 1 entre os empresários do varejo: Luciano Hang, dono da Havan. Hang, conhecido por correr de loja em loja, vem fazendo uma cruzada contra as apostas esportivas junto aos próprios funcionários da rede. Tenta convencê-los a ficar longe da jogatina. Não é por puritanismo, mas pela preservação do seu próprio dinheiro. Há cerca de duas semanas, Hang disse publicamente que dezenas de colaboradores da Havan têm pedido demissão para quitar dívidas contraídas para pagar apostas online. Com isso, a empresa tem sido obrigada a arcar com um volume atípico de rescisões concentradas em um período curto. É um gasto que não estava previsto em nenhum planejamento financeiro da rede varejista. Some-se a isso o fato de que a Havan e suas congêneres do varejo têm perdido faturamento pela transferência de recursos antes destinados ao consumo para as bets. Um estudo recente da CNC aponta que as apostas podem gerar um prejuízo de R$ 117 bilhões por ano ao comércio.

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Será que a loja da Sephora em Belém tem prazo de validade?
7/11/2024A abertura da primeira e única loja da Sephora no Norte do Brasil tem provocado comentários maledicentes da concorrência. Executivos do setor de cosméticos dizem à boca miúda que a marca francesa se instalou em Belém apenas para vincular sua imagem à COP30 e surfar na mensagem de sustentabilidade dos seus produtos. Ou seja: uma espécie de marketing de emboscada. Até novembro do ano que vem, data da conferência, mudanças climáticas e proteção ambiental estarão na crista da onda na capital paranaense. A aposta é que, depois da COP30, a Sephora desmonta acampamento e risca Belém do seu mapa. A conferir.

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Banco do Brasil é a pedra no caminho da Intercement
6/11/2024
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Ketchup da Kraft Heinz ainda carrega o tempero de Lemann e cia.
6/11/2024Mesmo após vender toda a sua participação na Kraft Heinz, o trio Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles ainda orbita ao redor da companhia. Ao menos no Brasil. O que se diz nos corredores da empresa é que Lemann e cia. tiveram forte influência na contratação de Ariel Grunkraut como novo CEO da operação brasileira. O executivo é Lemann de carteirinha. Entre cargos na AmBev e no Burger King, acumulou praticamente 20 anos de serviços prestados a empresas do megainvestidor.
Até junho deste ano, era CEO da Zamp, holding que controle a rede de fast food no Brasil – um legado da época em que Lemann, Telles e Sicupira ainda controlavam o Burger King Brasil, hoje nas mãos do Mubadala. Do hambúrguer ao ketchup, foi um pulo. Grunkraut assume a Kraft Heinz no país com uma missão de peso sobre os ombros: duplicar o tamanho da operação nos próximos cinco anos. É uma incumbência que remete ao melhor da gestão Lemann/Telles/Sicupira. No último quinquênio do trio ainda como acionista da multinacional (2019-2023), a empresa cresceu duas vezes e meia no Brasil.

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Europa e Ásia devem entrar no cardápio da Fogo de Chão
5/11/2024A Bain Capital vai colocar mais carvão na expansão internacional da Fogo de Chão. A informação que corre de mesa em mesa é que o grupo planeja abrir a primeira churrascaria na Europa – provavelmente em Portugal. Os norte-americanos miram também a Ásia, mais precisamente Japão e China. Com faturamento global da ordem de US$ 600 milhões por ano, a Fogo de Chão é o mais internacional dos restaurantes brasileiros. Além dos Estados Unidos, que há muito já ultrapassou o próprio Brasil como maior operação da rede, a companhia está presente também no México, Bolívia, Equador, Emirados Árabes e Arábia Saudita. No entorno da Bain Capital, há quem diga que a meta dos norte-americanos é bater US$ 1 bilhão em receita em três anos. Procurada pelo RR, a gestora não retornou até o fechamento desta matéria.

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O novo “dono” da transição energética e do minério na Cosan
28/10/2024
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Energía Bogotá planeja investir em geração limpa no Brasil
28/10/2024
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Os planos do Assaí para fazer dinheiro com seus ativos imobiliários
25/10/2024O Assaí tem feito estudos e simulações para destravar valor de seus ativos imobiliários. Uma das hipóteses sobre a mesa é recorrer à venda pura e simples de lojas e centros de distribuição. Outra ideia, um pouco mais complexa, é a criação de um fundo que reuniria todas as propriedades imobiliárias da rede, com a posterior venda de cotas em mercado. De certo mesmo é que o Assaí quer fazer caixa para cumprir seu plano de desalavancagem. A meta já divulgada ao mercado é chegar a uma relação dívida líquida/Ebitda de 2,6 vezes até dezembro de 2025. No balanço do segundo trimestre deste ano, o índice reportado pela companhia foi de 3,65 vezes.

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Jequiti vira blue chip para as herdeiras de Silvio Santos
24/10/2024As herdeiras de Silvio Santos subiram o sarrafo para a venda da Jequiti. O que se diz no mercado é que a família só abre negociação com quem chegar à mesa com pelo menos R$ 800 milhões. É um cenário bem distinto das tratativas com a Cimed há cerca de três meses: na ocasião, a fabricante de cosméticos esteve perto de ser vendida por R$ 450 milhões. O salto no valuation reflete a inclusão de “ativos” que não teriam sido devidamente precificados anteriormente. A começar pelo espaço publicitário cativo na grade do próprio SBT, o que sustenta sozinho praticamente toda a estratégia de marketing da Jequiti.

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A aposta da Vai de Bet para higienizar sua imagem
23/10/2024Corre no mercado de apostas que a Vai de Bet, site de apostas controlado pelo empresário José André da Rocha, busca um nome de peso no mundo da bola para ser um híbrido de sócio e embaixador da marca. O preferido seria Ronaldo Fenômeno, uma holding que vai da propriedade de clubes ao pôquer profissional. Trata-se de uma operação greenwashing na veia. A Vai de Bet é uma das plataformas de apostas investigada por participar de um suposto esquema de lavagem de dinheiro.

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Entressafra da Agrogalaxy se espalha pelo agronegócio
22/10/2024
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Mudanças estratégicas à vista na Locaweb
22/10/2024A primeira missão de Rafael Chamas Alves,que assumirá o cargo de CEO da Locaweb em fevereiro de 2025, será consertar equívocos do passado. A prioridade é aumentar a rentabilidade, nem que isso custe rever algumas linhas de negócio. A gestão do atual presidente, Fernando Cirne, no posto há seis anos, foi marcada por uma agressiva política de aquisições, que deu à empresa de serviços de internet maior massa crítica, um salto no faturamento, mas não reverteu em aumento da lucratividade na mesma proporção.
Justiça seja feita, se a administração de Cirne passou do ponto nos M&As, isso se deu muito pela empolgação dos próprios acionistas, a começar pelos sócios fundadores, Gilberto Mautner e Claudio Gora. O IPO em 2020 fez a Locaweb comprar tudo o que podia, mas não necessariamente devia – apenas entre 2020 e 2021 foram 13 aquisições. O que se diz no setor é que Chamas vai reavaliar operações incorporadas nesse período, o que pode levar à venda de ativos.
Um dos investimentos mais contestados no mercado foi a compra da plataforma de influenciadores Squid, em 2021. Procurada pelo RR, a Locaweb não se manifestou.

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Vendas a prazo deixa algumas escoriações no balanço do Atacadão
21/10/2024O mercado está ressabiado com a recém-lançada política de vendas a prazo do Atacadão, leia-se o Carrefour. O expediente de parcelas em até três vezes no cartão teve um impacto positivo sobre a receita, mas com um indesejável efeito colateral. O custo da dívida com recebíveis descontados subiu 13% no segundo trimestre do ano em comparação ao mesmo período em 2023. Há um buchicho no mercado de que o índice do terceiro do trimestre será maior, com o consequente aumento do resultado financeiro negativo – entre abril e junho, essa cifra ficou em R$ 770 milhões. Essa performance é apontada como uma das principais razões para a expressiva queda das ações do Atacadão. Nos últimos 30 dias, a empresa perdeu quase 20% do seu valor de mercado. Procurado, o Atacadão informou que não poderia se pronunciar sobre o tema “devido ao período de silêncio dos resultados financeiros do terceiro trimestre”.

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Enel trata nova crise em São Paulo como “assunto de Estado”
16/10/2024Ontem, nos corredores da Enel, circulou a informação de que o CEO global do grupo, Flavio Cattaneo, deverá vir ao Brasil nos próximos dias. Chegaria com a ingrata missão de tentar amainar a nova crise entre a companhia e autoridades por conta da falta de luz em São Paulo. A presença no país do mais alto dirigente da Enel seria uma forma simbólica de mostrar que o grupo trata a questão como prioridade absoluta.
O risco é acabar desgastando a própria figura de Cattaneo. Em junho, ele esteve no Brasil e rodou por alguns dos principais gabinetes da República anunciando um novo plano de investimentos da Enel no país. De lá para cá, o cenário se agravou ainda mais devido à interrupção do fornecimento de luz em São Paulo no último fim de semana e a politização do apagão às vésperas da eleição municipal na capital. Ontem, por exemplo, o governador Tarcísio Freitas disse, com todas as letras, que a Enel “tem que sair do Brasil”.

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Infracommerce vira a exceção à regra para o Grupo Jereissati
15/10/2024Não se pode acertar todas. Que o diga Pedro Jereissati, CEO do Grupo Jereissati. Do lado do clã, o malsucedido investimento na Infracommerce deve ser debitado na conta do herdeiro de Carlos Jereissati. Pedro teria sido o principal artífice da entrada do Iguatemi no capital da empresa de soluções para a área de comércio eletrônico. Até parecia ser um bom negócio em 2021, quando os Jereissati se associaram à Infracommerce. À época, a companhia estava na crista da onda, prestes a realizar seu IPO. Hoje, o cenário é bem distinto. A empresa vive uma delicada situação financeira. Perdeu receita, sofre com o elevado endividamento e teve de fazer uma baixa contábil de R$ 1,3 bilhão. A história é das mais estranhas: em 2021, a Infracommerce comprou a Synapcom por R$ 1,2 bilhão; três anos depois, o valor da empresa registrado em balanço caiu R$ 1 bilhão. Tudo aconteceu com a presença do próprio Pedro Jereissati no Conselho da companhia – cargo que ele deixou no início deste mês. O Venture Iguatemi Fundo de Investimento ainda detém 4,8% da Infracommerce, um investimento que, a esta altura, virou poeira. Desde o início do ano, a ação da empresa caiu 90%. O Grupo Jereissati tem um notável trackrecords de negócios bem-sucedidos e sempre entra para ganhar muito dinheiro. No entanto, regras têm suas exceções. O RR tentou contato com o Grupo Jereissati/Iguatemi, mas não teve retorno até o fechamento desta matéria.

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Hospitais da Dasa entram no radar da Hapvida
15/10/2024A Hapvida é apontada no setor como candidata à compra dos hospitais São Domingos, em São Luís, e do Hospital da Bahia, em Salvador, colocados à venda pela Dasa. As duas unidades ficaram de fora da fusão acertada entre a empresa da família Bueno e a Amil, de José Seripieri Filho, na área hospitalar. Os ativos são avaliados em aproximadamente R$ 1,3 bilhão. É quase o mesmo valor que a Hapvida está investindo na construção de quatro novos hospitais, dois em São Paulo, um no Rio e outro em Recife, um custo da ordem de R$ 1,5 bilhão.

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Crise do varejo e recuperação judicial formam uma combinação asfixiante para a Polishop
15/10/2024O que se diz à boca miúda no varejo é que a Polishop tem encontrado dificuldades para obter crédito em condições palatáveis. Os bancos estão ressabiados. Não sem motivos. No plano geral, há a crise do varejo como um todo; no particular, a situação financeira da própria Polishop, que entrou em recuperação judicial, com dívidas na casa dos R$ 350 milhões. O aperto para financiar o curto prazo torna ainda mais complexo o trabalho de reestruturação da companhia. A rede varejista de João Appolinário já fechou cerca de 100 lojas e é alvo de aproximadamente 50 ações de despejo por atrasos no pagamento de aluguel. O RR tentou contato com a Polishop, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

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Casino raspa o tacho do Pão de Açúcar até o último dia
14/10/2024O Casino está acelerando o passo para vender ainda neste ano mais uma leva de ativos imobiliários do Pão de Açúcar. O pacote envolveria lojas e outros imóveis. É a reta final da arrumação da casa para a venda da rede varejista. Mas é também a última derrama dos franceses no Brasil. A cada ativo alienado, é dinheiro no caixa, que vira lucro, que vira dividendos. Em contato com o RR, o Pão de Açúcar informou que “comunicou ao final do segundo trimestre a conclusão do seu plano de vendas de ativos não core, iniciado em 2023, com a venda da sua sede administrativa e da rede de postos de

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Troca de comando é mais um passo da transição digital da Intelbras
11/10/2024A sucessão no comando da Intelbras vai além de uma troca de nomes. A escolha de Henrique Fernandez para substituir Altair Ângelo Silvestre, há quase duas décadas na presidência, está sendo interpretada no mercado como uma mensagem de que a companhia vai acelerar a sua transição digital. Fernandez chega com a missão de ampliar os negócios da empresa em tecnologia da informação e comunicação. A área responde atualmente por pouco mais de 20% do faturamento da Intelbras e existem projeções de que essa participação deve passar dos 30% em até dois anos.
Um dos trunfos é o acordo fechado recentemente com a chinesa H3C no segmento de roteadores empresariais. Por sinal, a Intelbras se uniu também à FiberHome, igualmente da China, para comercializar equipamentos voltados ao mercado de provedores de internet. São as primeiras de muitas. O que se fala no setor é que a companhia já tem outras parcerias em negociação.

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Three Gorges usa EDP para investir em startups brasileiras
11/10/2024Segundo uma fonte ligada à empresa, a EDP planeja investir até R$ 800 milhões em venture capital no Brasil pelos próximos três anos. A se confirmar, o volume de aportes vai romper a barreira de R$ 1 bilhão – até o momento, o EDP Ventures já alocou cerca de R$ 350 milhões em recursos no país. Onde está EDP, leia-se a China Three Gorges, acionista controladora do grupo português. Ou seja: é dinheiro barato e abundante a serviço de mais um movimento estratégico dos chineses no tabuleiro da transição energética no Brasil. De milhões em milhões, a EDP, ou melhor, a China Three Gorges pretende montar um amplo colar de participações em startups desenvolvedoras de soluções em energia limpa.

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Tecnisa deve receber novo “aporte de capital”
10/10/2024Corre no mercado que a Tecnisa deverá vender mais uma fatia da Sociedade de Propósito Específico Windsor, responsável pelo Jardim das Perdizes, em São Paulo, um dos principais empreendimentos da empresa. Os compradores? Mais uma vez, seriam Joseph Meyer Nigri, fundador da companhia, e seu filho, Renato Meyer Nigri. Na prática, é um aporte de capital em pele de M&A. Em março, os Nigri adquiriram 5% da mesma SPE, o que permitiu injetar aproximadamente R$ 50 milhões no caixa da Tecnisa. Não que a empresa tenha problemas de liquidez. Muito pelo contrário. Mas o chama a atenção do mercado é o expressivo aumento da sua alavancagem. A relação dívida líquida/patrimônio líquido, métrica usada pela companhia, chegou a 111% no primeiro semestre deste ano, uma alta de 32 pontos percentuais em relação a junho de 2023. Procurada, a Tecnisa não retornou até o fechamento desta matéria.

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Eneva e Brava Energia não enxergam Bacia do Paraná com os mesmos olhos
9/10/2024A Brava Energia, resultante da fusão entre a Enauta e a 3R, ainda vê com razoável cautela os planos da Eleva, sua sócia, de avançar no processo de exploração de quatro campos de gás na Bacia do Paraná, na divisa entre Mato Grosso e Goiás. Há mais de 20 anos não é registrada qualquer campanha exploratória na região. Trata-se, portanto, de um voo às cegas. Cada um dos pilotos tem visões diferentes. A Enauta, sócia majoritária da operação, com 70%, esbanja otimismo, anunciou nesta semana o início das atividades de sísmicas e quer acelerar os trabalhos. A Brava, dona dos 30% restantes, entende ter outras prioridades em seu portfólio. Fora o fato de que a própria fusão entre a Enauta e a 3R ainda está sendo digerida.

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Há muitas linhas cruzadas na sucessão da Oi
8/10/2024A troca na presidência da Oi tem gerado burburinhos dentro da companhia. Há quem diga que a iminente saída de Mateus Affonso Bandeira, apenas dez meses após assumir o cargo, se deve a divergências com integrantes do Conselho. Principalmente com Rodrigo Abreu, justamente o CEO que antecedeu Bandeira. É uma história de frenéticas trocas de posição e uma boa dose de intriga. Abreu foi afastado do comando da companhia em janeiro deste ano, permanecendo apenas no board. Acabou substituído por Bandeira que, à época, era membro independente do Conselho. Talvez, nesse vai e vem, tenham ficado ressentimentos.
A rigor, Mateus Bandeira teria sido nomeado, desde o início, para um mandato temporário. Ainda assim, a nova troca na presidência causou certa surpresa dentro da Oi. O executivo conduziu a venda da Oi Fibra para a V.tal, controlada por fundos do BTG, e, sobretudo, as negociações com a Anatel em torno da migração da empresa do regime de concessão para autorização, movimento fundamental para que a Oi se livre de uma série de amarras regulatórias. Procurada pelo RR, a empresa não quis comentar

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Ânima Educação busca na medicina um remédio para o seu momento de baixa
7/10/2024A Ânima Educação batalha na Justiça para conseguir, ainda neste ano, autorização para a abertura de 180 vagas em seus cursos de medicina. Ao todo, há nove pedidos de liminar da companhia vagando nos tribunais. O grupo tem sido um dos mais impactados pelo imbróglio judicial em torno da legislação para a criação de vagas nas faculdades de medicina.
Desde março, quando o papel atingiu a maior cotação em bolsa do ano até o momento, o valor de mercado da Ânima já despencou quase à metade. Em relatório divulgado no mês passado, o Citi rebaixou a recomendação de compra para neutro, classificando a ação da companhia como de alto risco. A única maneira da Ânima estancar essa sangria e mudar as expectativas do mercado é arrancando na Justiça a permissão para expandir suas turmas de medicina, o negócio mais rentável entre todos os cursos de educação superior. Procurada, a empresa não quis se manifestar.

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Colombiana Promigas prepara seu desembarque no Brasil
4/10/2024
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Shopping Ibirapuera sofre as dores de ser um “outsider” do setor
4/10/2024O Shopping Ibirapuera, um dos mais tradicionais de São Paulo, vive um dilema: tirar ou não da gaveta os planos de expansão e modernização discutidos já há alguns anos? O empreendimento tem uma particularidade que contribui para essa hesitação. Entre os grandes shoppings do país, trata-se do único que não pertence a um grupo do setor.
O controle está nas mãos dos proprietários de lojas, e as decisões são tomadas por uma espécie de condomínio. A ideia de buscar um sócio divide os acionistas e, até o momento, o “não” supera o “sim”. A questão é saber até quando, diante da cada vez mais difícil concorrência com outros grandes shoppings razoavelmente próximos e bem mais modernos O fato é que o modelo societário do Ibirapuera não é um facilitador para a deliberação de investimentos de maior monta. Tanto que os concorrentes, em tom de ironia, costumam se referir ao empreendimento como um shopping “tombado”, tamanha a dificuldade de mudanças estruturais ou reformas.

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Um dia, quem sabe, a Saint Gobain consegue vender a Telhanorte
3/10/2024O bochicho no varejo de material de construção é que a Saint Gobain retomou conversas com a Quero-Quero para a venda da rede lojas Telhanorte. Entre idas e vindas, os franceses buscam um comprador para o negócio há mais de dois anos. A Quero-Quero, que um dia pertenceu ao Advent e hoje tem seu capital pulverizado, é uma das grandes desse setor. São mais de 550 lojas e um faturamento previsto para este ano acima de R$ 2,6 bilhão. Consultada, a Saint Gobain informou que “não comenta especulações de mercado”. A Quero-Quero também não quis se manifestar.

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O Itaú Unibanco está completando 100 anos? Assim é se lhe parece
1/10/2024A comemoração de 100 anos do Itaú Unibanco poderia constar como um ato da peça “Così è (se vi pare)”, do dramaturgo Luigi Pirandello. O marco tem muito mais de apelo publicitário do que de rigor histórico. Afinal, quem está completando um século? Dependendo do critério adotado, são diversas as respostas possíveis. O mais coerente seria a valorização da marca Unibanco. Esta, sim, chegou aos 100 anos cravados – a Casa Bancária Moreira Salles, que deu origem ao Unibanco, foi fundada exatamente em 1924. Outro parâmetro seria levar a marca Itaú Unibanco em consideração. Nesse caso, no entanto, ainda vai demorar muito para o banco celebrar seu primeiro século. A fusão, que criou uma nova marca, um novo conglomerado financeiro e uma nova estrutura de capital, foi realizada há apenas 16 anos. Por sinal, essa combinação de nomes – Itaú Unibanco – é a apresentada na campanha publicitária como o brand centenário. Bem, entre as hipóteses existentes, sobra o Itaú isoladamente. O Banco Itaú propriamente dito foi criado em 1944 por José Balbino Siqueira, no então distrito de Itaú, pertencente ao município de Pratápolis (MG). Apenas em 1964, ele seria incorporado pelo Banco Federal de Crédito, por sua vez sucessor do Banco Central de Crédito, fundado por Alfredo Egydio de Souza Aranha em 1943 e considerado o marco zero do Itaú. Ou seja: independentemente do critério utilizado – se vale a data de surgimento do Itaú original ou do Banco Central de Crédito -, o fato é que nenhum deles completa 100 anos em 2024. Em tempo: curiosamente, o nome de Balbino Siqueira não aparece em nenhum dos materiais institucionais ou reportagens sobre o “centenário” do Itaú Unibanco.
Coincidentemente, a participação do empresário Eudoro Villela na construção do Itaú foi ofuscada na celebração. Não é a primeira vez que Villela, o grande capitalista do banco nos seus primórdios, acaba sendo colocado para escanteio. Em outros idos, o eclipse do banqueiro foi interpretado como uma forma de dissociação do Itaú com a ditadura militar. Villela, para quem não se lembra, foi presidente da Associação Nacional de Programação Econômica e Social (ANPES), o equivalente, em São Paulo, ao Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), sediado no Rio de Janeiro. As duas instituições foram importantes think tanks criados com o objetivo de elaborar projetos para a reestruturação do Estado brasileiro durante o governo militar. Em 2014, um episódio, no mínimo, constrangedor vinculou o Itaú a um tempo que o próprio banco gostaria de apagar. Naquele ano, a instituição financeira distribuiu uma agenda que, no dia 31 de março, mencionava a data como o “aniversário da revolução de 1964”. O Itaú teve de recolher o material às pressas. Os herdeiros do banco não tiveram a mesma dignidade dos irmãos Marinho, que publicaram uma carta aberta fazendo mea culpa e admitindo que o apoio ao regime de 64 foi um “erro”.
A falta desses esclarecimentos em nada afeta a competência, o tamanho e a história de sucesso do Itaú, tenha ela começado em 1924, 1943, 1944 ou 2008. Os Setúbal e os Villela construíram um gigante do setor financeiro. Isso é incontestável. O que é um eventual deslize cronológico ou um artifício publicitário comparado à trajetória do banco? Até porque, como escreveu Pirandello, “La verità? Non esiste una sola verità. Ci sono tante verità quante sono le persone.”

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Votorantim Cimentos deixa África para avançar na Europa
30/09/2024A Votorantim Cimentos está redesenhando o seu mapa de negócios internacionais. O que se diz e o que se ouve no setor é que a empresa avalia a compra de fábricas em Portugal e na Itália. O avanço em território europeu – a companhia já está presente na Espanha, Luxemburgo e Turquia – contrasta com o movimento de retirada da África. No mês passado, a Votorantim vendeu suas operações em Marrocos para o Heidelberg Materials Group, da Alemanha. Em julho, já havia transferido seus ativos na Tunísia para a chinesa Sinoma Cement.

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CPP Investments e AIMCo acertam os ponteiros para aporte na Iguá
27/09/2024Os acionistas da Iguá Saneamento avançaram nas negociações para um aporte de capital na companhia. Segundo fonte próxima à empresa, a injeção de recursos das canadenses CPP Investments e AIMCo poderá ultrapassar a marca de R$ 2,5 bilhões, acima, portanto, da cifra de R$ 2,2 bilhões cogitada inicialmente. A incógnita fica por conta do BNDES, acionista minoritário da Iguá, com 8,6%. Até o momento, o banco não sinalizou se vai ou não acompanhar o aporte – neste segundo cenário, sua participação seria diluída. A única certeza é que a companhia precisa reforçar sua estrutura de capital para fazer frente ao elevado nível de alavancagem. A atual dívida de curto prazo, da ordem de R$ 7 bilhões, equivale a mais de sete vezes o Ebitda. É um fardo difícil de carregar.

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Embraer usa dinheiro da Boeing para reduzir alavancagem
26/09/2024A indenização de US$ 150 milhões que a Boeing pagará à Embraer pelo rompimento unilateral do acordo de fusão entre as duas empresas é dinheiro já “carimbado”. Segundo informações de mercado, a fabricante brasileira usará os recursos para reduzir sua alavancagem.
De acordo com relatório recente do JP Morgan, se a cifra for integralmente usada para o pagamento de passivos, a relação dívida liquida/Ebitda da Embraer poderá cair de 2 para 1,8 vez. Poderia ser melhor. Bem melhor.
A projeção inicial era de que a Embraer receberia entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões no processo de arbitragem contra a Bombardier. No fim das contas, a disputa extrajudicial acabou encerrada por bem menos. Foi o possível.

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Um novo modelito societário para a TVZ?
26/09/2024No mercado da moda, é praticamente consenso que o futuro da grife TVZ, do empresário Michel Zolko, depende da chegada de um novo investidor. A empresa é a mais nova vítima da crise do varejo. A marca chegou a ter mais de 30 lojas, entre unidades próprias e franqueados. Nos últimos meses, todas foram fechadas, e as vendas ficaram restritas ao e-commerce. A TVZ não resistiu ao aumento dos custos, notadamente com o aluguel de lojas em shoppings. Os problemas começaram na pandemia. Em 2020, por exemplo, a grife chegou a obter uma liminar para depositar em juízo os valores da locação da sua loja no Barra Shopping, no Rio. De lá para cá, a situação só se agravou.

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Céu de brigadeiro para empresa da Emirates no Brasil
25/09/2024
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Ascenty entra na disputa por ativo da Coteminas
25/09/2024A Ascenty é apontada no mercado como forte candidata à compra de um grande galpão da Coteminas localizado em São Gonçalo do Amarante (RN). A estrutura, avaliada em mais de R$ 400 milhões, seria usada para a instalação de um data center.
A tecelagem estuda se desfazer ainda de outros dois imóveis similares no Nordeste, um em João Pessoa (PB) e o outro em Macaíba, também no Rio Grande do Norte. É parte do esforço da gestão de Josué Gomes da Silva para fazer caixa e reduzir os graves problemas financeiros da Coteminas, em recuperação judicial com dívidas superiores a R$ 2 bilhões.
A Ascenty é uma das maiores empresas de infraestrutura de data center da América Latina, com 34 unidades no Brasil, México, Colômbia e Chile.

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Família Bueno redobra esforços e recursos para a Dasa
23/09/2024A restruturação da Dasa está exigindo da família Bueno uma realocação de alguns de seus investimentos. Há informações de que o clã colocou à venda imóveis comerciais. Os recursos serão redirecionados para ajudar na capitalização da Dasa – os acionistas controladores já anunciaram um aporte total da ordem de R$ 1,5 bilhão. O que não tem faltado aos herdeiros de Edson Bueno é empenho para reequilibrar a situação financeira da empresa. Além da injeção de capital, a família está prestes a fechar uma fusão com a Amil na área hospitalar e já anunciou a intenção de vender um hospital na Bahia e a divisão de corretagem de seguros do grupo. Consultada, a Dasa não se pronunciou.

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O calo apertou para os acionistas da SideWalk
23/09/2024A informação circula entre os credores da SideWalk: os acionistas da varejista de roupas e calçados, Elizabeth Rizk, Gilbert Azambuja Filho e Luis Gelpi, têm conversado com fundos de investimento em torno da possível venda de uma participação no capital. A empresa entrou recentemente em recuperação judicial, com uma dívida da ordem de R$ 25 milhões. Pode soar como uma quantia pequena, sobretudo quando confrontada com os valores habituais de uma RJ. No entanto, aí é que reside o problema: a SideWalk teve de se proteger judicialmente por não ter recursos suficientes para quitar esse passivo. A rede chegou a ter 40 lojas. Hoje, são apenas 19. Procurada pelo RR, a empresa não se manifestou.

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Brasil e México travam uma disputa consanguínea na GM
19/09/2024
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Votorantim segura plano de investimentos da CBA com rédeas curtas
19/09/2024Mesmo com a alta dos preços do alumínio e o consequente aumento da receita no segundo trimestre deste ano, o Grupo Votorantim enxerga com cautela a recuperação da CBA (Companhia Brasileira de Alumínio). Segundo uma fonte ligada à empresa, o grupo deverá avaliar apenas no início do ano que vem a retomada de investimentos colocados em stand by. O valor total soma algo em torno de R$ 2 bilhões. A receita líquida da CBA cresceu 24% entre abril e junho em comparação ao mesmo período no ano passado. Ocorre que o câmbio tem castigado a empresa. No mesmo intervalo, o prejuízo subiu de R$ 50 milhões para R$ 74 milhões por conta do impacto da dívida em dólar. Procurado, o Grupo Votorantim não se manifestou.

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Chilena Zenta Group prepara chegada ao Brasil
19/09/2024O Zenta Group, uma das maiores empresas de TI do Chile, prepara seu desembarque no Brasil. A companhia presta serviços de desenvolvimento de softwares, análise de dados e machine learning. Entre seus clientes, estão grandes grupos globais de tecnologia, como Google, Amazon e Microsoft. O Zenta Group tem dinheiro chinês correndo em suas veias. E não é pouco. Já recebeu aportes do Shenzhen Angel Fund e da Da An Gene e do Zhongguancun Group – os dois últimos focados em investir em empresas de tecnologia emergentes.

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Vale aumenta a aposta em cobre no Peru
18/09/2024A Vale – por meio da sua subsidiária de metais básicos, a Vale Base Metals – solicitou às autoridades do Peru licenças para explorar duas jazidas de cobre. As minas, conhecidas como Umami e Chaska, estão localizados no sul do país. Havia ainda uma terceira área, chamada de Projeto S, mas o trabalho de sondagem indiciou que a região não tinha potencial para exploração. O mundo gira e a Lusitana roda. Ali por volta de 2010, a Vale saiu vendendo direitos minerários de diversas jazidas de cobre no Peru. Eram tempos pré-transição energética. Hoje, a Vale Base Metals, que soma cerca de 1,7 bilhão de toneladas em reservas de cobre, níquel e cobalto, é avaliada em quase US$ 30 bilhões.

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Advent olha a porta de saída na Fortbras
18/09/2024O Advent, controlador da Fortbras, pretende reduzir sua posição na empresa – uma das maiores distribuidoras de autopeças da América Latina, com receita anual em torno de R$ 3 bilhões. A informação é que os norte-americanos vêm sondando fundos de investimentos. A intenção original do Advent sempre foi a abertura de capital da Fortbras, o que lhe permitiria diminuir gradativamente a sua participação. No entanto, a estiagem de IPOs no Brasil mandou o projeto para o acostamento. Procurado pelo RR, o Advent não se pronunciou.

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Marabraz ainda busca um lugar para a marca Mappin
18/09/2024A Lojas Marabraz estuda lançar uma linha premium de móveis e artigos de decoração com a marca Mappin, arrematada em leilão em 2010. Em conversa com o RR, a empresa confirma informação, afirmando que “os novos projetos estão em análise”. É mais uma tentativa de rentabilizar o brand da mítica loja de departamentos paulista, que foi à falência em 1999 nas mãos do empresário Ricardo Mansur.
Em 2019, a Marabraz lançou um site de e-commerce com a marca Mappin. A operação, no entanto, ainda não deu o retorno esperado. No ano passado, a Marabraz reformulou a plataforma, para transformá-la em um marketplace. A empresa disse ao RR que ainda está “avaliando o desempenho da plataforma após os ajustes realizados para melhoria da experiência do usuário no site, gestão de campanhas digitais, SEO e suporte técnico. A expectativa é alcançar uma boa performance em breve.”

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A Nike vai muito bem, obrigado. No Brasil
17/09/2024
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Startup de idiomas do Uruguai investe no Brasil
17/09/2024Há um zunzunzum na área de educação que a escola de idiomas Learninc, do Uruguai, prepara sua entrada no Brasil. A startup desenvolveu um modelo de negócio focado não apenas em turmas convencionais – tanto no presencial quanto no remoto -, mas também acordos de longo prazo com empresas para aulas a seus funcionários. A investida no mercado brasileiro seria o grande passo no projeto de internacionalização da Learninc, que está chegando agora à Colômbia e à Espanha.

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Carros da antiga Lifan devem voltar ao Brasil pilotados pela Geely
16/09/2024A chinesa Geely pretende comercializar no Brasil veículos elétricos e híbridos da Livan, uma das 14 marcas que compõem seu portfólio. O que se fala à boca miúda no setor é que os automóveis serão vendidos no país em 2025 ou no início de 2026. A Livan, ressalte-se, é a antiga Lifan, montadora chinesa que foi comprada e recauchutada pela Geely. Os automóveis da marca já foram vendidos no Brasil entre 2010 e 2020. Não deixaram saudades em quem se aventurou a comprá-los. A Lifan ficou marcada no país pela baixa qualidade de seus automóveis. O desafio da Geely é convencer os consumidores de que as mudanças na marca não ficaram restritas à troca de uma letra em seu nome.

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Hochschild Mining cava fundo o solo de Goiás
13/09/2024A peruana Hochschild Mining fez chegar ao governo de Goiás a informação de que vai ampliar seus investimentos na jazida de ouro de Mara Rosa. A companhia já desembolsou mais de R$ 1 bilhão no projeto. Em maio deste ano, a mina atingiu o estágio de produção comercial. No setor, há ainda um burburinho de que a Hochschild procura outras jazidas de ouro no estado. Por sinal, Goiás já é uma espécie de condado mineral da empresa peruana. Em fevereiro deste ano, a Aclara Resources, sua controlada, anunciou um investimento de R$ 2,5 bilhões em terras raras na região de Nova Roma. Por trás de todos esses projetos está o empresário Eduardo Hochschild, detentor de uma das maiores fortunas do Peru. Seus negócios se espraiam também pelo setor financeiro e pela indústria cimenteira.

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Brasil se torna hub energético da Karpowership na América Latina
12/09/2024
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Americanas vai ter dois CEOs?
12/09/2024
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Brasil é um diamante de 24 quilates na vitrine da Pandora
12/09/2024A rede de joalheiras Pandora está lapidando seu novo plano de expansão no Brasil. O que se diz no setor é que o grupo dinamarquês pretende abrir até cem lojas no país nos próximos três anos – hoje, são aproximadamente 160. O apetite é mais do que justificável. O Brasil responde pelo segundo maior faturamento da Pandora na América Latina. Mas por pouco tempo. Projeções da própria rede de joalherias indicam que o mercado brasileiro toma a dianteira até o fim de 2025.

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Embraer sobrevoa o Peru com seus Super Tucanos
10/09/2024A Embraer está em conversações com o governo do Peru para a venda de jatos A-29 Super Tucanos. Para a fabricante brasileira, o negócio teria uma razoável importância geoeconômica. Representaria seu avanço sobre mais um mercado sul-americano na área de Defesa.
A Força Aérea do Peru não conta com nenhuma aeronave da Embraer. Não foi por falta de tentativas. Em 2011, o país vizinho esteve muito perto de comprar 12 aeronaves do mesmo modelo, mas, na hora H, recuou. Em 2013, houve uma nova negociação, igualmente frustrada. O A-29 Super Tucano é um relativo sucesso de vendas na América do Sul.
Na semana passada, a Embraer anunciou um contrato com o Uruguai para a entrega de até seis aviões. O modelo é usado também pela Força Aérea do Chile, Colômbia, Equador, Paraguai e, claro, Brasil. Procurada, a Embraer não se manifestou.

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O interminável zigue-zague da Itapemirim na Justiça
6/09/2024O imbróglio da Itapemirim deverá parar no Supremo. Sidnei Piva pretende recorrer ao STF como último cartada para impedir a venda de ativos da empresa de transporte de passageiros. Recentemente, ele chegou a ter uma vitória parcial no STJ, mas logo depois a Corte voltou a autorizar a liquidação de bens para o pagamento de dívidas. O empresário, que comprou a companhia de ônibus de Camilo Cola, em 2016, tenta também retomar na Justiça a posse e a gestão da Itapemirim.
No entanto, Piva é visto como parte do problema e não da solução da companhia. O Ministério Público já conseguiu brecar a devolução da Itapemirim para suas mãos por considerar sua gestão temerária. A EXM, administradora judicial da empresa, também atribui a ele a responsabilidade pela falência da tradicional companhia. Por sua vez, os herdeiros de Camilo Cola, fundador da Itapemirim, acusam Piva de falsidade ideológica.

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Balenciaga desfila por um Brasil próspero
5/09/2024Crise? Que crise? A grife de luxo Balenciaga tem planos de abrir mais uma loja no Brasil, agora em Brasília. Na semana passada, a casa de moda espanhola inaugurou sua terceira boutique no país, no shopping Iguatemi, em São Paulo. Quem conhece a Balenciaga por dentro diz que a marca nunca vendeu tanto no Brasil.

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Sucessivos passos do fundador da Vivara intrigam o mercado
5/09/2024No mercado, há quem enxergue a silhueta de Nelson Kaufman, fundador e principal acionista da Vivara, em recentes operações de compra dos papéis da companhia na B3. O que só aumenta a curiosidade dos investidores em relação aos movimentos feitos pelo empresário.
Na semana passada, Kaufman comprou os 4% do capital que pertenciam ao sobrinho, Paulo Kruglensky. Passou a ter 30,2% da rede de joalheiras, fatia que pula para 46% quando somadas as ações em poder dos seus filhos.
Nessa toada, mais alguns degraus e a família Kaufman chega aos 51%, voltando a ter, de fato e de direito, uma posição majoritária na Vivara. O que Nelson Kaufman estaria mirando mais à frente ainda é algo insondável, mas, nos últimos tempos, qualquer passo do empresário tem servido para colocar minhocas na cabeça dos investidores em relação à governança da empresa.
Em março, Kaufman reassumiu a gestão executiva da Vivara, provocando um rebuliço no mercado. Sua volta foi interpretada como um retrocesso, as ações da companhia despencaram e uma semana depois o empresário renunciou ao cargo.

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Alpargatas pisa firme para ajustar sua logística e recuperar margens de lucro
4/09/2024O executivo Fernando Rosa, recém-contratado para comandar a marca Havaianas no Brasil, é visto dentro da Alpargatas como o homem certo na hora certa. Rosa terá a missão de acelerar a “reforma logística” da fabricante de calçados, leia-se o redesenho do seu sistema de distribuição no país, um processo complexo iniciado pelo CEO, Liel Miranda.
Na mira, revisão de rotas, correções de processos nos centros de distribuição de Extrema (MG) e de Campina Grande (PB) e ajustes ainda mais finos na política de estoques. Tudo em nome do tripé redução do tempo de entrega, corte de custos e, consequentemente, recuperação das margens de lucro. Rosa, ex-CEO da Kraft Foods, carrega toda a experiência que adquiriu em sua antiga casa na logística de produtos para o varejo.
A questão é vista dentro da própria Alpargatas e por investidores como o calcanhar de aquiles da companhia – foi, inclusive, um dos fatores que pesaram na saída do ex-CEO, Roberto Funari. Mesmo com os ajustes que vêm sendo feitos desde o fim de 2023, a empresa ainda teria problemas com a gestão de pedidos e com custos de estoque.
Mesmo que neste último quesito a Alpargatas já apresente melhoras consistentes, conforme consta no balanço do segundo trimestre. O custo dos produtos vendidos caiu 16% YoY (Year over Year). O volume de vendas subiu 22% na comparação com o segundo trimestre de 2023.
A diretoria da Alpargatas, no entanto, ainda vê espaço para cortar despesas e subir as margens. A própria reestruturação tem um impacto financeiro no curto prazo. No segundo trimestre, por exemplo, a margem Ebitda da divisão Havaianas Brasil foi de 11%, contra 14% no trimestre anterior. A queda se deu exatamente por conta da baixa e provisões de estoques.
De qualquer jeito, com ou sem write offs, o índice ainda está muito baixo do esperado pelos acionistas e pelo mercado. O desafio da empresa é voltar aos níveis de 2020. Com pandemia e tudo, a fabricante de calçados chegou a uma margem Ebitda de 25%. Perguntada pelo RR sobre os ajustes, a Alpargatas disse, por meio da assessoria, que “esses tópicos foram abordados durante o balanço da companhia no início deste mês. Seguiremos apenas com o que foi divulgado no relatório e na conferência à época.”
Consultada sobre futuras medidas e sobre o entendimento de analistas do mercado de que a estrutura de custos ainda é um gargalo, a empresa não se pronunciou.
A Alpargatas é uma espécie de Itaú Unibanco do setor calçadista. Seus controladores são as famílias Setúbal e Moreira Salles, por meio, respectivamente, da Itaúsa e da Cambuhy. O paralelo com o banco, no entanto, se limita à interseção societária.
O desempenho recente da empresa não se coaduna com os resultados de excelência com os quais os Setúbal e os Moreira Salles estão habituados. No ano passado, a Alpargatas teve um prejuízo de R$ 1,8 bilhão e um Ebitda negativo de R$ 1,3 bilhão, números que foram impactados pela necessidade de um impairment de R$ 1,2 bilhão relacionado às aquisições da marca de calçados sustentáveis Rothy’s e da empresa de softwares Ioasys.

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Será que o Marfrig vai aterrissar na China?
4/09/2024O RR captou um alarido entre executivos da cadeia da proteína animal: o Marfrig, de Marcos Molina, estaria buscando parceiros locais para se instalar na China. A abertura de uma unidade de abate no país funcionaria como um hedge, ainda que parcial, a eventuais embargos de Pequim a frigoríficos brasileiros.

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Iguatemi já tem novos inquilinos para o lugar da Americanas
4/09/2024O Shopping Iguatemi de São Paulo já tem dois fortes candidatos a assumir a loja ocupada pela Americanas. O que se diz no setor é que um dos pretendes é a rede de artigos esportivos Decathlon. O Iguatemi entrou na Justiça para despejar a Americanas – conforme noticiou o Valor Econômico no último dia 30. A rede varejista tem uma dívida pela locação do imóvel de quase R$ 3 milhões, incluída em seu processo de recuperação judicial. Mas não é só pelo atraso no aluguel que o Iguatemi quer colocar a Americanas na rua. O desempenho de vendas da loja está abaixo do esperado.

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A tensa relação por trás do rompimento entre Rony Meisler e Alexandre Birman
3/09/2024A saída de Rony Meisler da Azzas 2154, empresa criada a partir da fusão da Arezzo com o Grupo Soma, foi o rasgo final de uma relação societária que vinha se esgarçando já há algum tempo. O que se diz no setor é que sua convivência com Alexandre Birman, um dos acionistas controladores da nova holding, era pouco amistosa. Línguas ferinas próximas a Birman chegam a dizer que Meisler, fundador da Reserva, ainda se achava dono da marca, comprada pela Arezzo em 2020. Desde então, ele passou a ocupar o posto de CEO da AR&Co, que reúne a própria Reserva e outras grifes criadas a partir da marca, como Reserva Mini, Reserva Go, Reversa e Oficina. O clima teria ficado mais pesado após a fusão entre a Arezzo e o Grupo Soma, que levou para dentro da companhia novos acionistas controladores, limitando ainda mais os poderes de Meisler na gestão. É difícil mesmo para qualquer um ser mandado na casa onde sempre mandou.

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Será mais uma cena no teatro de Elon Musk?
2/09/2024Apesar das chispas de Elon Musk contra o ministro Alexandre de Moraes, extensivas ao próprio presidente da República, Lula, que foi chamado de “cão de colo do ministro”, as fichas ainda estão sendo jogadas entre o X e o Judiciário. O RR apurou que existem conversações para que a CEO global da empresa, Linda Yaccarino, venha ao Brasil para conversações. Esse movimento diplomático, contudo, diz muito pouco. Nos Estados Unidos, a imprensa especializada diz que Linda não tem o menor poder. O dono e CEO de fato é o próprio Musk. E mandar um preposto ao Brasil não quer dizer que o X voltará a ter uma representação no país. Por enquanto, o episódio segue sob a forma de opereta com um empresário bufão. Mas desde que se cumpra a lei, conforme a decisão referendada nesta manhã pela Primeira Turma do STF, o resto é o resto.

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Inbrands discute reestruturação societária
2/09/2024A decisão da Inbrands de vender sua participação de 50% na Tommy do Brasil, que opera a marca Tommy Hilfiger no país, é tratada na própria companhia como uma forma de ganhar tempo.
Os acionistas já discutem medidas mais profundas para o equacionamento das dificuldades financeiras da empresa. Uma das hipóteses seria um aporte de capital. Outra possibilidade é os sócios controladores, Nelson Alvarenga e Americo Breia, venderem uma parcela da sua participação, de 54%.
O outro grande acionista é o Fundo de Investimento em Participações – PCP / Companhia Bauer, gerido pela Vinci, com 44,9%.
Dona de grifes como Richards, Salinas e Ellus, a Inbrands vive um momento de fragilidade. No primeiro semestre deste ano, sua receita foi de R$ 194 milhões, uma queda de 24% em relação a igual período em 2023.
O prejuízo subiu de R$ 22 milhões para R$ 40 milhões. Mas o que suja mesmo suas roupas é o alto nível de alavancagem. A relação dívida líquida/Ebitda é de cinco vezes.
A direção da Inbrands tenta obter o aval dos credores para suspender o pagamento da amortização de suas debêntures da terceira série. Amanhã será realizada uma assembleia com os investidores para tratar do assunto. Procurada, a Inbrands não se pronunciou.

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Advent quer uma Tigre com dentes de sabre
2/09/2024O Advent, dono de 25% da Tigre, tem defendido internamente que a empresa cresça por meio de aquisições. Os norte-americanos, inclusive, repetem e “re-repetem” o nome de uma importante fabricante de tubos e conexões do país como um alvo em potencial. A gestora é entusiasta também da diversificação do portfólio da companhia. É muito provável que o Advent já esteja pensando lá na frente, ou seja, queira engordar o gado de olho na venda da sua participação. Em tempo: todas as considerações do sócio financeiro, diga-se de passagem, são bem acolhidas pela família Olsen, controladora da Tigre.

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Almeida Junior planeja novo fundo imobiliário
30/08/2024Há um burburinho no setor de shopping centers de que a catarinense Almeida Junior já faz planos de montar seu segundo fundo imobiliário. É grana na veia para financiar novas aquisições e obras de expansão dos shoppings do seu portfólio. Em novembro do ano passado, a empresa lançou o FII AJ Malls, que captou R$ 317 milhões na B3.

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Prologis descarrega um galpão de dinheiro no Brasil
30/08/2024Há informações no setor de logística de que a norte-americana Prologis vai investir mais R$ 1 bilhão em galpões no Brasil. A empresa é um dos maiores players do segmento no país, com uma carteira de ativos da ordem de R$ 7 bilhões. No início deste ano, a Prologis fechou um dos seus maiores deals no mercado brasileiro: pagou R$ 850 milhões pela antiga fábrica da Ford em São Bernardo do Campo. Os norte-americanos vão construir um grande centro logístico no local, um projeto estimado em quase R$ 2 bilhões. Procurada, a Prologis não se manifestou.

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Dasa reduz portfólio de hospitais em busca de mais saúde financeira
30/08/2024A Dasa, da família Bueno, negocia a venda do Hospital da Bahia. No setor, a informação é de que já há dois grupos candidatos. O ativo ficou de fora da proposta de fusão com a Amil no setor hospitalar. O ativo estaria avaliado em torno de R$ 1,2 bilhão. É parte do esforço dos Bueno para reequilibrar a saúde financeira da Dasa – recentemente os acionistas tiveram de fazer um aporte de R$ 1,5 bilhão na companhia. Ao menos, se conseguir o valor que espera, a empresa deve sair do Hospital da Bahia com um lucro razoável. Há três anos, a Dasa comprou a unidade por R$ 850 milhões.

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Americanas separa o joio do trigo em suas marcas digitais
29/08/2024A diretoria da Americanas discute o que fazer com as marcas Submarino e Shoptime – no início de julho, as duas plataformas de e-commerce foram extintas e suas operações, incorporadas à Americanas.com. A companhia já recebeu sondagens de interessados na aquisição dos brands, inclusive de marketplaces chineses. O que se diz no setor é que os executivos da Americanas consideram a Submarino descartável. A dúvida maior se dá em relação à marca Shoptime. O brand ainda pode dar um caldo, por conta do recall conquistado pela TV Shoptime entre 1995 e 2023, quando encerrou suas operações. Umas das ideias cogitada seria usar a marca em um novo formato de canal de vendas, exclusivamente nas redes sociais. A ver o que a varejista de Jorge Paulo Lemann e cia. decidirá fazer com as raspas e restos da maior fraude contábil da história do mercado de capitais brasileiro.

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Em que prateleira a Jequiti vai parar?
27/08/2024A negociação com a Cimed, de João Adibe Marques, já é passado. Os advisers do Grupo Silvio Santos saíram em busca de um novo comprador para a fabricante de cosméticos Jequiti. No mercado, a informação é de que a francesa Coty foi procurada. O ativo também teria sido oferecido à Boticário. A venda para a Cimed já era dada como favas contadas. Mas, aos 44 do segundo tempo, João Adibe resolveu regatear o valor. Deu no que deu. As herdeiras de Silvio Santos encerraram as negociações. Procurado pelo RR, o Grupo Silvio Santos confirmou o fim das tratativas com a Cimed. O grupo afirma que a “Jequiti continuará no seu projeto de transformação iniciado há 2 anos, impulsionada por uma estratégia voltada ao crescimento sustentável.”. Sobre eventuais conversas com outros candidatos, notadamente Coty e Boticário, a companhia não quis comentar.

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Ultra não quer outras mãos no leme da Hidrovias do Brasil
27/08/2024Há informações no mercado de que o Grupo Ultra se movimenta para comprar as ações da Hidrovias do Brasil ainda em poder do Pátria Investimentos. A fatia corresponde a 10% do capital. Tomando-se como base apenas o valor de mercado da empresa, algo equivalente a R$ 280 milhões. A aquisição permitiria ao Ultra saltar para uma participação de 45%, um degrau a mais em sua frenética escalada. Em março, o grupo tinha menos de 5% da Hidrovias do Brasil. Desde então, comprou seguidamente ações em poder do próprio Pátria e do Temasek, fundo soberano de Cingapura. Procurados, Ultra e Pátria não se manifestaram.

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Imbróglio imobiliário põe a Cogna na mira de milhares de investidores
26/08/2024A Cogna, um dos maiores grupos de educação do país, está às portas de um contencioso de razoável proporção. Um grupo de investidores se mobiliza para acionar a empresa na Justiça. O imbróglio remete à decisão da Cogna de rescindir o contrato de locação de um imóvel em Bauru (SP), usado pela Anhanguera Educacional, uma de suas empresas.
Ocorre que os créditos correspondentes ao aluguel foram usados como lastro de um Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) emitido pela Aebauru Administração de Bens Imóveis, dona da propriedade. A empresa alega que a Cogna deixou o imóvel sem pagar os aluguéis restantes, conforme estaria previsto em contrato. A soma seria da ordem de R$ 37 milhões.
O grupo de educação rebate e afirma que a multa se restringe ao valor de três meses. As duas partes abriram um processo de arbitragem, uma contra a outra. Diante do impasse, cotistas dos CRIs resolveram se mexer e discutem acionar a Cogna na Justiça. O caso pode virar uma bola de neve, devido às diferentes camadas de investidores envolvidos. Dos 100 CRIs emitidos, 57 deles estão em mercado, boa parte nas mãos de pessoas físicas. Os demais 43 estão espalhados na carteira de três fundos, que somam 1,1 milhão de cotistas. Procurada, a Cogna não se pronunciou.

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Debêntures da Klabin abrem o apetite do mercado
26/08/2024A Klabin está em alta entre os investidores. Corre no mercado que a demanda por debêntures da empresa já teria superado em mais de 50% o valor previsto para a emissão, R$ 1,5 bilhão. Os recursos estão carimbados: serão destinados à modernização da unidade industrial de Monte Alegre, na região de Telêmaco Borba (PR). No total, o investimento programado chega a R$ 1,7 bilhão. Consultada, a Klabin não se manifestou.

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Minerva Foods se arma para um longo contencioso no Uruguai
22/08/2024A julgar pelos reports encaminhados pelos advogados da Minerva Foods no Uruguai, é grande a probabilidade do imbróglio em torno da compra de três unidades de abate do Marfrig se arrastar 2025 adentro. O gargalo está na Comissão de Promoção e Defesa da Concorrência (Coprodec), o equivalente ao nosso Cade. Em razão do expressivo impacto do negócio sobre a cadeia da proteína no Uruguai, a própria Minerva já trabalha com a hipótese de o órgão antitruste só julgar o seu recurso no ano que vem. Em maio, a Coprodec barrou a transferência dos ativos, o que levou a empresa brasileira não só a recorrer como a formular, desde já, um Plano B. Caso a Comissão mantenha o veto, a Minerva deverá recorrer ao Tribunal do Contencioso Administrativo do Uruguai.

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Com ou sem Moraes, o X já estava de malas prontas para deixar o Brasil
21/08/2024A decisão de Elon Musk de fechar o escritório do “X”, antigo Twitter, no Brasil tem uma dose de teatro. Os problemas de caráter institucional e, sobretudo, jurídico no país certamente pesaram na medida. Mas estão longe de ser a única motivação, como Musk que fazer crer.
No escritório, em São Paulo, segundo o RR apurou, já era sabido por todos os poucos funcionários ainda existentes que o “X” encerraria sua presença física no país até o fim do ano. E não somente como reação a ordens do ministro Alexandre de Moraes, mas também por uma decisão estratégica de corte de custos.
Na prática, a representação brasileira tinha muito pouca importância para a operação propriamente dita, comandada diretamente das sedes da X Corp., em San Francisco, e da Twitter International Unlimited Company, em Dublin, na Irlanda. A própria parte comercial já vinha sendo conduzida pela matriz.
Há quem veja na saída do país uma forma de Musk de dificultar investigações e punições do STF contra o X.
Pode ser. Mas cabe lembrar que a operação no Brasil já vinha se esmigalhando antes mesmo do acirramento dos embates com o Supremo. Desde a compra do então Twitter, no fim de 2022, Musk demitiu quase 90% da força de trabalho no escritório de São Paulo. Ou seja: o fechamento da estrutura in loco era pedra cantada há muito tempo. Mas Elon Musk não perderia a oportunidade de fazer mais uma de suas pantomimas.

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Fabricante chileno tenta emplacar seu ônibus elétrico no Brasil
21/08/2024Representantes da chilena Reborn Electric Motors têm batido à porta de grupos industriais no Brasil, notadamente da área de mineração. A empresa busca mercado para o primeiro modelo de ônibus elétrico que pretende comercializar no país. Trata-se de um veículo com capacidade para 42 passageiros, com autonomia de até 200km. Os chilenos miram a venda para frotas corporativas, destinadas ao transporte de funcionários. Seria uma espécie de test driver no Brasil. A julgar pelo itinerário feito pela Reborn no Chile, o passo seguinte seria disputar o fornecimento de ônibus a Prefeituras de cidades de médio e pequeno porte. O Brasil figura como a primeira tentativa da startup chilena de se estabelecer fora do seu país de origem. A companhia tem planos, para um segundo momento, de entrar também no Peru e no Paraguai.

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Ser Educacional compra o risco na área de medicina
20/08/2024Das duas uma: ou a Ser Educacional será obrigada a enfrentar uma leva de ações na Justiça ou o presidente da empresa, Jânyo Diniz, sabe de algo que ainda não chegou ao conhecimento dos reles mortais. Esta é percepção de investidores e analistas de mercado que têm conversado com o CEO e irmão do fundador do grupo, Janguiê Diniz.
Vide a teleconferência com analistas de mercado da última terça-feira. Quando perguntado sobre a hipótese de ter de pagar indenização a 180 alunos do curso de medicina no caso de uma eventual anulação das vagas, Jânyo foi curto e grosso: “Não cabe reparação legal porque estamos operando dentro da lei”. Há controvérsias.
No início deste ano, a Ser Educacional abriu 360 vagas em medicina, amparada por uma liminar da Justiça. Desse total, a metade já recebeu autorização do Ministério da Educação. O problema são as outras 180. Até agora, não há qualquer sinal de que o MEC dará seu imprimatur. Pelo contrário. Movimentos recentes da Pasta apontam na direção oposta.
O Ministério tem sido rigoroso na aprovação de cursos e vagas em medicina. E a própria Ser sabe bem disso. No começo de agosto, o MEC indeferiu o pedido da empresa para a abertura de uma nova faculdade de medicina em Aracaju. O mesmo aconteceu com solicitações da Cruzeiro do Sul Educacional e da capixaba Faesa. Se a Pasta de Camilo Santana mantiver o jogo duro e a liminar cair, vai ser difícil a Ser Educacional escapar de uma onda de processos movidos pelos estudantes.
Bem, os irmãos Diniz, craques da área de educação, sabem bem o que fazem. De toda a forma, Jânyo tem repetido que, em caso de cassação das vagas, a empresa irá a todas as instâncias judiciais para manter as matrículas já realizadas.

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Colheitadeiras da AGCO estão sobre um solo pouco fértil
20/08/2024A prosperidade do agronegócio não se espalha necessariamente por toda a sua cadeia de valor. Que o diga a AGCO, gigante global de máquinas e equipamentos agrícolas. Há relatos nos setor que o grupo norte-americano avalia adiar mais uma vez a retomada da produção na sua fábrica de colheitadeiras em Santa Rosa (RS). A unidade está parada desde março. A previsão inicial era o retorno das atividades em julho. Mas, quando julho chegou, a AGCO empurrou o prazo para o fim de setembro. Todos os 350 funcionários estão em regime de layoff. A questão é saber até quando. À medida que o tempo passa, maior o risco de demissões. Mesmo porque as notícias que chegam dos Estados Unidos não são nada alvissareiras: a AGCO anunciou recentemente que vai cortar cerca de 6% da sua força de trabalho em todo o mundo. Procurada pelo RR, a empresa não se pronunciou.

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Credores abrem nova frente contra dono da Polishop
19/08/2024
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Pátria e Ig-Neous viram e reviram o passado da Infracommerce
19/08/2024A grave crise financeira da Infracommerce – revelada pelo Valor Econômico, na edição da última quinta-feira – é resultado de decisões estratégicas equivocadas e circunstâncias adversas da economia ou tem algum caroço debaixo desse angu? Essa é a pergunta que ecoa não apenas no mercado, mas entre os próprios sócios da plataforma de serviços logísticos. Há informações de que o Pátria Investimentos e a IG-Neous, os dois principais acionistas da Infracommerce, teriam iniciado uma investigação contábil e jurídica na empresa. As duas gestoras no creen en brujas, pero saben que las hay, las hay.

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Os prós e contras da sucessão na Raia Drogasil
15/08/2024A recém-anunciada sucessão na Raia Drogasil, uma das maiores redes de drogarias do país, tem provocado reações distintas entre os próprios minoritários. Para uns, as decisões tomadas pela companhia trazem a certeza de uma tranquila passagem de bastão; já outros enxergam, com preocupação, a possibilidade, digamos assim, de um futuro recuo nos níveis de governança da empresa.
Os investidores mais otimistas vêm como positiva a solução caseira encontrada pela Raia Drogasil: a nomeação de Renato Raduan para o cargo de CEO – conforme informou o Pipeline, do Valor Econômico, no último dia 6. Raduan, atual vice-presidente de Operações, está na companhia há 11 anos, exatamente o mesmo tempo do executivo a quem irá substituir, Marcílio Pousada.
Ou seja: ao que tudo indica, será uma transição suave, quase imperceptível, como se Pousada ainda permanecesse no cargo e mexesse os condões da companhia – perto ele estará, pois será o novo chairman da Raia Drogasil.
Do outro lado, existem minoritários, notadamente fundos, ressabiados com a ascensão de Marcelo De Zagottis, neto do fundador da Raia, João Baptista Raia, e integrante de uma das famílias controladoras do grupo. Zagottis deixará a vice-presidência de comercial e de marketing para assumir a função de COO, cargo que não existe no organograma e será criado on demand para ele. Como head de Operações, passará a se reportar diretamente a Renato Raduan, novo CEO.
Alguns investidores olham lá para frente, com a leitura de que Zagottis estaria sendo preparado, desde já, para assumir a presidência da rede de drogarias. Pode ser, pode não ser. O fato é que a eventual chegada do acionista herdeiro ao comando da Raia Drogasil significaria a interrupção de longos anos com a presença de um executivo “forasteiro”, ou seja, não-acionista, à frente da gestão.
Se serve de contraponto ao receio dos investidores, com a ida de Marcílio Pousada para o Conselho, a Raia Drogasil terá pela primeira vez um chairman não pertencente às famílias controladoras. A ver as cenas dos próximos capítulos, notadamente a partir de janeiro de 2025, quando as mudanças serão efetivadas.

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Gigante da ração animal entrega os anéis para não perder os dedos
15/08/2024Há informações de que a mineira Indústria de Rações Patense avalia a venda de ativos na tentativa de amenizar sua delicada situação financeira. Um dos negócios na corda bamba seria a Sebbo Passofundense, de ração animal, comprada em 2021. A aquisição é apontada como uma das razões para a crise do grupo.
A empresa recebeu elevados investimentos que não deram o retorno esperado. Outro ativo que pode ser negociado é a unidade de bioprodutos de pescado de Itajaí (SC), adquirida em 2023 junto à GDC Alimentos, que, entre outros produtos, é dona da marca de enlatados Gomes da Costa. O RR tentou ouvir a Rações Patense, mas não conseguiu contato, nem pelo telefone, nem por outros canais de comunicação até o fechamento desta matéria.
A Rações Patense é uma das maiores processadoras de matéria-prima para a fabricação de ração animal do país. Criada há 53 anos em Pato de Minas (MG), a empresa surgiu para reciclar ossos e restos de carnes do açougue de propriedade do seu fundador, Antônio Gonçalves. Cresceu e chegou a faturar mais de R$ 1 bilhão. Hoje, com um passivo de R$ 2,1 bilhões, tem feito malabarismos para evitar uma recuperação judicial. Em junho, a Patense solicitou à Justiça o bloqueio da execução de dívidas por 60 dias, para negociar um acordo com seus credores.

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Grupo Mateus é uma avis rara no varejo
14/08/2024O Grupo Mateus, um das maiores redes de supermercados do Nordeste, vai intensificar o expediente de se financiar por meio da venda de imóveis. A informação que corre boca miúda no varejo é que a empresa estaria negociando um novo pacote de lojas com o fundo TRX Real Estate (TRXF11). Em fevereiro deste ano, o Mateus vendeu cinco imóveis para o TRX, ao valor de R$ 234 milhões. É dinheiro na veia de um dos raros grupos varejistas do país que tem investido pesadamente em sua expansão. Além do crescimento via greenfield, o Mateus fechou, em maio, a compra do Novo Atacarejo, companhia sediada em Pernambuco, com 29 lojas e faturamento anual estimado em R$ 4,5 bilhões. Procurado o Mateus respondeu, por meio de sua assessoria, que por se tratar de uma empresa de capital aberto, “a divulgação antecipada de investimentos ou negociações, não é possível.”

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BP se aproveita da solidão societária para ampliar investimentos em bioenergia
14/08/2024A BP tem planos de elevar sua produção de biocombustíveis no Brasil. O primeiro passo já foi dado, com o investimento de R$ 530 milhões para a ampliação da capacidade de moagem de cana na usina de Pedro Afonso (TO). Não vai parar por aí. O que se diz no setor é que os britânicos já iniciaram estudos para a expansão de outras unidades. Além do etanol, a companhia mira também no aumento da produção de energia a partir do bagaço de cana. Todos os ativos pertenciam à BP Bunge, joint venture desfeita recentemente. Em junho, a BP pagou R$ 1,4 bilhão para ficar com os 50% da então sua sócia. Agora, os ingleses podem aditivar seus investimentos em bioenergia sem depender do aval de ninguém.

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Intercement busca recursos enquanto a CSN não chega
14/08/2024Corre no mercado que a Intercement está tentando obter um novo empréstimo bancário para honrar compromissos de curto prazo. Trata-se de uma tarefa complicada. As portas das instituições financeiras até devem se abrir; o difícil mesmo para a companhia será conseguir crédito em condições que não lhe arranquem um órgão vital.
Neste momento, o “Risco Intercement” é alto. A cimenteira Mover Participações tem rolado sucessivamente o vencimento de US$ 584 milhões em debêntures. Seu caixa vem se deteriorando, o que pode comprometer pagamentos mais imediatos – como informou o RR. A esperança da Intercement está toda depositada na venda do controle para a CSN, que seria vinculada a um acordo com os bancos credores.
O acordo de exclusividade entre as duas empresas vem sendo postergado continuamente. Procurada, a Intercement não se manifestou.

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CDPQ pode desaguar no capital da Iguá Saneamento
13/08/2024O CDPQ (Caisse de Dépôt et Placement du Québec), um dos maiores fundos de pensão do Canadá, estaria em negociações para a compra de uma participação na Iguá Saneamento. A empresa busca um aporte de capital para fazer frente aos seus pesados compromissos financeiros. Somente na concessão do bloco 2 do Rio de Janeiro, a Iguá terá de desembolsar quase R$ 11 bilhões entre investimentos e valor de outorga. Com quase meio trilhão de dólares em ativos, a CDPQ seria o parceiro certo na hora certa. Sua entrada no capital significaria a formação de um triunvirato canadense no comando da Iguá. Os dois maiores acionistas da empresa são o Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) e a Alberta Investment Management Corporation (AIMCo).

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Casas Bahia começa fechar suas cicatrizes internas
12/08/2024“O pior já passou”. Essa é a frase que o CEO da Casas Bahia, Renato Franklin, tem repetido quase como um mantra em encontros reservados com investidores. Nesse caso, Franklin não se refere exatamente à repactuação de R$ 4 bilhões em dívidas com os bancos credores – um feito da sua gestão. Mas, sim, às duras medidas contracionistas adotadas em função do altíssimo custo financeiro que incidia sobre o passivo de curto prazo. Por onde passa, o executivo diz que o ciclo de fechamento de lojas e demissões está encerrado. A partir de agora apenas o turnover natural de pontos de venda do varejo. Talvez o otimismo de Franklin tenha uma dose de wishful thinking. Mas, é bom dizer que, entre março e junho, por exemplo, a Casas Bahia fechou apenas três lojas. Um cenário bem diferente de 2023, o ano da razia, quando a rede varejista desativou 55 pontos de venda, quatro centros de distribuição e demitiu oito mil funcionários, mais de 20% da sua força de trabalho.

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Natura quebra a cabeça com o spin-off da Avon
12/08/2024A Natura está penando mais do que o esperado para concluir a cisão da Avon International. A demora se deve, sobretudo, a questões de ordem contábil e à dificuldade de definir o valuation dos ativos já pensando na nova configuração do negócio. Internamente, o prazo para o fim dos trabalhos vem sendo adiado seguidamente. A expectativa de Fabio Barbosa, CEO da Natura, e de sua diretoria é concluir o trabalho até dezembro, mas, nos corredores da companhia, já se fala que a labuta vai entrar em 2025. O projeto prevê a separação da Avon em duas: uma operação na América Latina e outra para os demais continentes. Barbosa já disse que a intenção da companhia não é vender nenhuma das “Avons”. Mas a própria divisão do negócio sugere o contrário. A América Latina apresenta os melhores resultados da marca. Já o “restante” reúne uma série de países em que a Avon opera no vermelho. Procurada, a Natura não se manifestou.

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A missão da Vivara é voltar a reluzir na bolsa
12/08/2024A Vivara vai acelerar seu plano de expansão, notadamente com a abertura de lojas da marca Life, a linha de entrada da joalheria. A ideia é chegar a 200 pontos de venda até o início do ano que vem – hoje, são 149. No último mês de julho, foram sete inaugurações de uma só tacada, quatro no estado de São Paulo e três no Nordeste. A expansão da rede tem um objetivo subjacente: dar uma chacoalhada nas expectativas do mercado em relação à Vivara. O maior desafio do CEO da companhia, Otavio Lyra, é reverter a percepção negativa dos investidores que se criou após o retorno do empresário Nelson Kaufman, controlador da rede de joalherias, à gestão executiva da empresa após 13 anos apenas no Conselho.
O impacto foi imediato: as ações despencaram e, poucos dias depois, Kaufman foi obrigado a recuar e renunciar ao cargo. Ainda assim, o mercado não retomou a confiança na Vivara. Desde janeiro, as ações acumulam uma queda em torno de 30%. A contar exclusivamente a partir de março, quando da repentina volta e da esbaforida saída de Kaufman da presidência, o recuo soma 22%. São os exageros do mercado. A perda de valor da Vivara contrasta com a sua gestão redondinha e seus resultados financeiros constantemente positivos. Consultada pelo RR, a companhia não se pronunciou.

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O bom e velho crediário ganha os céus na Decolar
9/08/2024
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Petz e Cobasi parecem cão e gato à mesa de negociações
8/08/2024A estranha demora para a conclusão da fusão entre a Petz e a Cobasi tem suscitado as mais diferentes versões no mercado. Ontem, circulou a informação de que há divergências entre as duas empresas em relação à precificação do negócio. Por precificação leia-se o valuation da Petz. A ação foi fixada em R$ 7,10, mais do que o dobro do valor em bolsa no momento do acordo (R$ 3,50).
Agora, no entanto, a família Nassar, controladora da Cobasi, estaria forçando a redução desse valuation, por considerá-lo exagerado. A definição do preço de referência da Petz para efeito de composição acionária da nova companhia já havia sido motivo de atritos no início da negociação entre as duas redes de pet shops. O múltiplo teria sido uma exigência de Sergio Zimerman, maior acionista da Petz.
A família Nassar topou, muito em função da expectativa de que o valor de mercado da empresa subiria com o simples anúncio da fusão, reduzindo, assim, o gap entre o preço do papel em bolsa e os R$ 7,10 acordados. De fato, alguns dias depois a ação da Petz bateu nos R$ 5,34. Depois disso, desceu a ladeira e voltou ao nível pré-M&A, sendo negociada entre R$ 3,50 e R$ 3,70.
Fonte próxima à Cobasi garante que as duas empresas vão aparar as arestas e a fusão será consumada. Ainda assim, o mercado já trabalha com a provável prorrogação dos prazos para o desfecho do deal. A princípio, o acordo para negociação exclusiva entre Cobasi e Petz vence no próximo dia 23 de agosto. No entanto, esta última já comunicou que esse período pode ser estendido em 30 dias.

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O próximo passo da Coteminas após a venda da MMartan
6/08/2024A transferência do controle da MMartan para o fundo Ordenes, leia-se a Farallon Capital, é apenas a ponta do novelo da reestruturação da Coteminas. A companhia de Josué Gomes da Silva deverá se desfazer da Ammo Varejo, onde estão penduradas as marcas Artex, Casa Moysés e Persono, além da própria MMartan. Trata-se de um negócio com cerca de 240 lojas e receita da ordem de R$ 400 milhões.
Sem o prometido apoio da Shein – candidatíssimo a “Fake deal” do ano -, a venda da subsidiária tornou-se um movimento praticamente inexorável para a Coteminas, em recuperação judicial, com uma dívida de R$ 2 bilhões. Procurada, a empresa não se manifestou.
O próprio acordo com a Farallon Capital foi uma peça fundamental em toda a engrenagem. A gestora exigia receber 100% das ações da Ammo, dadas como garantia a R$ 180 milhões em debêntures emitidas pela Coteminas, em 2022 – ver RR.
Ao ficar com o controle da MMartan, os norte-americanos desistiram da disputa. O fim do litígio abre caminho para a Coteminas vender a Ammo, sem qualquer contestação judicial. E com todos os ativos que estão debaixo do seu guarda-chuva. Pelo acordo firmado com a Farallon, mesmo com a transferência do controle da MMartan para os norte-americanos, a marca seguirá sob operação da Ammo. Ou seja: o eventual comprador do braço de varejo da Coteminas terá a gestão das mais de 150 lojas da rede de cama, mesa e banho.

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Enel puxa energia financeira de outros países para abastecer sua operação no Brasil
5/08/2024A crise da Enel em São Paulo está provocando um efeito-dominó sobre os negócios do grupo na América Latina. Os italianos deverão remanejar para o Brasil recursos inicialmente destinados a outras operações na região. Há informações também de que a Enel pretende realocar em sua operação brasileira uma parcela expressiva das cifras amealhadas com a recente venda de suas participações em duas empresas de geração no Peru, um negócio de US$ 1,3 bilhão. É o esforço do grupo para iluminar sua reputação institucional no Brasil, fortemente abalada pelos problemas no fornecimento de energia em São Paulo.

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Novos controladores do Eataly chamam os credores à mesa
5/08/2024Há informações no mercado de que o fundo de investimento Wings, que comprou o Eataly em fevereiro, está em negociações com os credores para repactuar o passivo da empresa, de quase R$ 50 milhões. Ao chegar ao complexo gastronômico da Juscelino, o fundo se deparou com uma delicada situação financeira, sobretudo pelo atraso no pagamento de dívidas e a falta de recursos para investimentos. Nada muito diferente do que ocorreu com outros negócios na área de alimentação da SouthRock, de Kenneth Pope, antigo controlador do Eataly. Em recuperação judicial, com uma dívida de R$ 1,8 bilhão, a empresa já perdeu a operação da Starbucks e do Subway no Brasil.

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Enquanto Ternium e Benjamin Steinbruch duelam, Nippon Steel contabiliza suas perdas
2/08/2024Está difícil segurar a irritação dos japoneses da Nipon Steel com os rumos da Usiminas. Nem poderia ser diferente. Enquanto Ternium e Benjamin Steinbruch se digladiam, a empresa derrete em seu próprio alto-forno, com seguidos prejuízos e queda de receita. Nesse ritmo, os ítalo-argentinos e Steinbruch vão acabar brigando por um pedaço de tarugo. O que se diz no setor é que a Nippon Steel está insatisfeita também com a gestão do CEO da Usiminas, Marcelo Chara, homem de confiança da Ternium – o executivo foi presidente da subsidiária do grupo no Brasil. Por essas e outras, os japoneses já diminuíram sua fatia societária na Usiminas, com a venda de 9,3% para os próprios ítalo-argentinos, em março de 2023. E flertam com a ideia de reduzir ainda mais a sua posição na companhia – vide RR. Cabe lembrar que das quatro grandes siderúrgicas que atuam no Brasil, a Usiminas é aquela que apresenta os piores resultados financeiros da última década, quando comparada com CSN, ArcelorMittal e Gerdau – conforme levantamento feito pelo RR.

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Brinox começa a tirar a ferrugem financeira de suas panelas
2/08/2024
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Carlos Wizard reavalia sua participação no Mundo Verde
1/08/2024
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Que falta faz um Aécio Neves à Andrade Gutierrez
1/08/2024
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Embraer faz rasantes com seu cargueiro militar no Oriente Médio
30/07/2024Ecos da Farnborough International Airshow, uma das maiores feiras da área de defesa do mundo, realizada na Inglaterra na semana passada: a Embraer teria aberto negociações com o Egito para a venda do C-390 Millenium, seu cargueiro militar. A se confirmar, será mais um movimento estratégico da companhia para avançar nos países árabes. Desde o início do ano, a Embraer mantém tratativas com a Arábia Saudita para a venda de até 33 aeronaves C-390 Millenium, um contrato que pode chegar perto dos US$ 3 bilhões.
Para além de um acordo comercial bilionário, a encomenda pode significar também o passaporte para a Embraer se instalar naquele país. O próprio vice-presidente da divisão de Defesa e Segurança, Caetano Spuldaro Neto, já falou publicamente da possibilidade da empresa de produzir o cargueiro de transporte militar na Arábia Saudita. Teria ao seu lado a Sami, companhia da área de defesa controlada pelo PIF, o fundo de investimento público dos sauditas. Procurada, a Embraer não se pronunciou.

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BYD adota uma direção agressiva para aumentar sua rede no Brasil
30/07/2024A BYD vem adotando uma estratégia mais agressiva para aumentar sua rede de revenda no Brasil. O modelo colocado em prática pelos chineses envolve acordos com grandes grupos de concessionárias multimarcas, a exemplo de Itavema e Eurobike. Até aí, nada demais. No entanto, o que se diz no setor é que a BYD tem usado e abusado de manobras, digamos assim, mais arrojadas para jogar concorrentes no acostamento e assumir pontos de venda até então ocupados por outras montadoras. A companhia já chegou a 100 concessionárias no Brasil. E quer dobrar esse número. Consultada, a BYD não se manifestou.

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Até quando o caixa da Intercement vai segurar a barra?
29/07/2024A demora na negociação com a CSN está empurrando a Intercement para um cenário dramático. Segundo fonte próxima à empresa, há o risco de o braço cimenteiro da Mover (ex-Camargo Corrêa) não conseguir honrar compromissos financeiros a partir de setembro. É o tempo estimado para a companhia consumir o que ainda tem em caixa, algo em torno de R$ 1,2 bilhão. O acordo de exclusividade entre a CSN e a Intercement, que venceria no último dia 12 de julho, foi postergado para o próximo dia 31. Mas ambas já admitem prorrogar a data mais uma vez, para 12 de agosto. A complexa negociação depende não apenas do acerto entre as duas empresas, mas de um acordo ainda mais intrincado, com os credores da InterCement. Consultada, a empresa não se manifestou.

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Fundos de investimento rondam a rede Di Santinni
26/07/2024Não faltam investidores dispostos a colocar o pé na Di Santinni. A rede de lojas de calçados tem sido assediada por fundos de private de equity, interessados na compra de uma fatia minoritária. Com mais de 130 pontos de venda, a empresa controlada pela família Tchilian deve bater neste ano seu recorde histórico de faturamento, acima dos R$ 700 milhões. Recentemente, a Di Santinni chamou ainda mais a atenção de bancos de investimento ao fazer a primeira aquisição desde a sua fundação, nos anos 80: pagou R$ 36 milhões para comprar a Capodarte, marca de bolsas, sapatos e acessórios. O que se diz no setor é que outros M&As virão.

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Maple Bear, de Chaim Zaher, prepara sua matrícula na Nasdaq
23/07/2024O empresário Chaim Zaher iniciou a contagem regressiva para o IPO da rede de escolas Maple Bear na Nasdaq. O burburinho no mercado é que dirigentes do grupo têm feito contatos com bancos de investimento e fundos, no Brasil e em Nova York, para aferir a demanda pelos papéis e calibrar o valor da operação. Zaher e seus executivos trabalham com a previsão de listar a Maple Bear – empresa do ensino fundamental e médio que surgiu no Canadá – no primeiro trimestre de 2025. Procurada, a empresa não se manifestou até o fechamento desta matéria.

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Etanol de segunda geração é o novo combustível da BP no Brasil
23/07/2024A BP traça seus próximos movimentos no Brasil após a compra dos 50% da Bunge na joint venture que ambas mantinham na área de bioenergia, avaliada em quase US$ 1,5 bilhão. Há informações no setor do interesse do grupo britânico em instalar duas usinas de etanol de segunda geração, produzido a partir das raspas e restos da cana de açúcar usada na fabricação do etanol de primeira geração. Trata-se de um projeto que chegou a estar no pipeline da companhia há alguns anos, mas acabou engavetado muito em função da inapetência da Bunge. Na contramão, a BP deverá colocar em stand by os planos de produção de diesel renovável.

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Será que o lítio brasileiro vai entrar no mapa da Saudi Aramco?
22/07/2024O nome da Saudi Aramco está provocando um certo frisson no Ministério de Minas e Energia. Chegou aos ouvidos do ministro Alexandre Silveira a informação de que a maior petroleira do mundo tem interesse em extrair lítio na América do Sul. Por hierarquia, a Bolívia, dona das maiores reservas mundiais, estaria na pole position. No entanto, ainda que em escala menor, o Brasil também tem seus atributos para atrair a Saudi Aramco. O país reúne aproximadamente 8% das jazidas globais do mineral. E há um ativo importante sobre a mesa: a Sigma Lithium, que procura um comprador. A empresa já tem capacidade instalada para produzir cerca de 270 mil toneladas de lítio por ano no Vale do Jequitinhonha. E existe a previsão de duplicar esse volume com uma segunda linha de produção. É um bom um ponto de partida para a Saudi Aramco ou qualquer investidor disposto a extrair lítio no país

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Shein levanta suspeitas de um “Brazilian Washing” no varejo nacional
22/07/2024A revelação de que o acordo entre a Coteminas e a Shein não passou de uma obra de ficção, para se dizer o mínimo, levanta uma questão no varejo: até que ponto as parcerias com empresas brasileiras não seriam uma estratégia premeditada dos gigantes do e-commerce chinês apenas para higienizar sua reputação no país? Os olhares se voltaram agora na direção do Magazine Luiza, que fechou recentemente uma parceria comercial com a Aliexpress.
A aliança prevê a venda cruzada de produtos das duas empresas nas respectivas plataformas de comércio eletrônico. Por trás do acordo, além dos potenciais ganhos de receita, está a promessa de potencializar as encomendas a fornecedores locais, notadamente da indústria. Mais ou menos na linha do que seria o dueto entre a Coteminas e a Shein – dois mil confeccionistas da empresa brasileira passariam a fornecer para o e-commerce chinês.
Nada aconteceu, deixando no setor a interpretação de que a Shein usou a companhia de Josué Gomes da Silva para “abrasileirar” sua imagem junto ao governo, algo como um “Brazilian Washing”. Espera-se que não tenha sido o ocorrido. E muito menos que a Magazine Luiza venha a servir de alvejante reputacional.

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Allos quer curar a frustração pelo Rio Sul com aquisições
17/07/2024É tempo de tratar as feridas na Allos, após perder para o Iguatemi um negócio cobiçadíssimo que já dava como certo: a compra do Rio Sul, um dos maiores shopping centers do Rio de Janeiro. No setor, é voz corrente que a empresa – criada a partir da fusão da BR Malls e da Sonae – vai buscar uma aquisição de peso, notadamente nas capitais com mais de um milhão de habitantes. Ressalte-se que a Allos é hoje uma empresa bastante líquida: só no ano passado, colocou em caixa quase R$ 1 bilhão com a venda de ativos. No Rio de Janeiro, especificamente, é que ficou difícil crescer por meio de M&A, uma vez que não há mais nenhum grande shopping na vitrine. Se serve de consolo, a empresa prepara a expansão do Shopping Tijuca, um de seus principais ativos no Rio. Consultada, a Allos não quis comentar o assunto.

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Qualquer dia João Adibe vira a própria logomarca da Cimed
17/07/2024João Adibe Marques, controlador da Cimed, faz por merecer o epíteto de empresário mais exibido do Brasil, como muitos se referem a ele dentro da própria companhia. Marques já confidenciou a pessoas próximas a intenção de relançar seu canal no YouTube, criar um podcast e ancorar conferências e eventos sobre inovação ao melhor estilo TedTalks. Tudo com a pegada de coach empresarial que caracteriza suas postagens nas redes sociais, suas entrevistas e seu livro “Meu sangue amarelo: o sucesso não aceita preguiça”, um best-seller da autoajuda. Marques se vangloria de ter mais de 3,7 milhões de seguidores no Instagram e quase 500 mil no Tik Tok. Com um quê de Eike Batista – na imodéstia e no gosto pelos holofotes, ressalte-se, e não nas promessas megalomaníacas e investimentos fracassados –, o dono da Cimed praticamente takeoverizou a exposição institucional da companhia. Ainda que a empresa seja dona de uma das maiores verbas de publicidade do Brasil – só o patrocínio à Seleção Brasileira gira em torno de R$ 100 milhões –, o marketing do laboratório farmacêutico está cada vez mais personificado na figura de Marques. Procurada, a Cimed não se manifestou.

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Café do “inimigo”: colombiana Juan Valdez planeja entrar no Brasil
17/07/2024A Juan Valdez estuda se instalar no Brasil. Trata-se de uma das maiores marcas de café e uma das grandes redes de cafeterias da Colômbia, com 350 lojas – além de mais de 200 restaurantes no exterior, incluindo Espanha e México. O timing parece sob medida. A Juan Valdez poderia tirar uma casquinha do momento de transição da Starbucks no Brasil, que passou da SouthRock para a Zamp, do Mubadala. De quebra, o investimento tem um certo aroma de provocação: uma fabricante da Colômbia, concorrente histórica do Brasil no mercado internacional de café, fincando sua marca no varejo do lado de cá da fronteira

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Vitru Educação decide o futuro de seu curso de medicina
15/07/2024
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Recompra de ações entra na mira do Carrefour
12/07/2024Há um alarido na bolsa de que o Grupo Carrefour avalia lançar um programa de recompra de ações do Atacadão. A oferta de aquisição das ações seria uma resposta à forte queda do valor de mercado da companhia entre março e junho, da ordem de 35%. Pode ser. Pode não ser. O fato é que o bochicho fez disparar as ordens de compra e as cotações do papel, que já acumulam uma alta de 14% desde o início de julho. Consultado, o Carrefour não se pronunciou.

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As próximas lições da Wiser Educação
12/07/2024A Wiser Educação, Flavio Augusto da Silva, pretende esticar seus tentáculos sobre outros segmentos de negócio. Quem priva dos planos do empresário diz com todas as letras que ele vai partir para a aquisição de cursinhos pré-vestibulares e escolas especializadas em concursos públicos. A constelação da Wiser na área de educação já reúne escola de idiomas, a Wise, e cursos sobre gestão de negócios e liderança empresarial, por meio da startup Conquer.

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RHI Magnesita sente no próprio corpo as dores da siderurgia
12/07/2024A RHI Magnesita sabe a dor e nenhuma delícia de ser o que é, ou seja, indexada à indústria siderúrgica. Segundo fonte próxima à empresa, intramuros a fabricante de refratários trabalha com a estimativa de queda da sua receita no Brasil neste ano. Em 2023, já passou raspando: a RHI Magnesita teve faturamento de 371 milhões de euros, um “empate técnico” com a cifra do ano anterior (367 milhões de euros). O frustrante resultado dói para os executivos da operação brasileira, e mais ainda para a matriz, que concluiu recentemente um ciclo de investimentos de aproximadamente R$ 500 milhões na expansão da fábrica de Brumado (BA). Procurada, a RHI não se manifestou.

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Saint Gobain estuda até vender Telhanorte aos pedaços
11/07/2024
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Andrade Gutierrez busca sua redenção no Peru
11/07/2024A Andrade Gutierrez estaria garimpando negócios em construção pesada no Peru. Na mira, obras que serão realizadas no país a reboque da instalação do Porto de Chancay, um dos maiores investimentos de infraestrutura em curso na América do Sul – o empreendimento, capitaneado pela chinesa Cosco, está orçado em US$ 3,5 bilhões. A Andrade Gutierrez já teve uma importante carteira de contratos no Peru. Mas esse é um passado que a empresa de Sergio Andrade quer apagar. A construtora foi tragada pela versão peruana da Lava Jato, que levou de arrasto quatro ex-presidentes da República pelo recebimento de propinas. Procurada, a Andrade Gutierrez não se manifestou.

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Dobradinha entre Votorantim e CPPIB ganha energia na América do Sul
11/07/2024O interesse dos Ermírio Moraes por transição energética vai além das fronteiras do Brasil. O que se diz no setor é que Auren, joint venture entre a Votorantim e a CPPIB, está prospectando ativos em geração renovável em países vizinhos, notadamente Chile e Colômbia. Ressalte-se que os canadenses já têm um pé no mercado chileno de energia: possuem aproximadamente 27% da Transelec, uma das maiores empresas de transmissão do país. O RR entrou em contato com a Auren, mas a companhia não quis comentar o assunto.

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Grupo Ultra mira contratos mais longos para os antigos postos do Pão de Açúcar
10/07/2024
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BRF aproveita sua posição privilegiada no mercado halal
10/07/2024Informação que circula em um seletíssimo grupo de executivos da cadeia da proteína: a BRF estaria colocando as últimas vírgulas e cifras em um plano de expansão da sua estrutura fabril na Arábia Saudita e na Turquia. São duas operações estratégicas para a companhia, cabeças de ponte para o mercado halal, leia-se produtos permitidos para o consumo por muçulmanos. Faz todo o sentido a BRF anabolizar seus negócios na região. A empresa virou uma espécie de supridor oficial de proteína para países árabes, com o aporte de capital feito no ano passado pelo Salic, braço de investimentos agrícolas da família real saudita. O RR entrou em contato com a BRF, mas a empresa não quis comentar o assunto.

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Mitsui e Rubens Ometto já não falam a mesma língua na sucessão da Vale
9/07/2024Em meio ao intenso disse-me-disse nos corredores da Vale, circula a informação de que a Mitsui teria adotado uma posição de neutralidade no processo de sucessão da mineradora. O recuo é uma ducha de água fria para Rubens Ometto, que via no grupo japonês o principal aliado no lobby para a nomeação de Luiz Henrique Guimarães, ex-CEO da Cosan, para a presidência da Vale. A ver como Ometto vai digerir o distanciamento da Mitsui, sua sócia não apenas na mineradora, mas em uma série de distribuidoras de gás. Procurada, a Mitsui não se manifestou.

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Será que a Inbrands está pendurada na vitrine?
9/07/2024A saída de Nelson Alvarenga Filho, acionista majoritário da Inbrands, da presidência do Conselho de Administração tem alimentado rumores no mercado sobre os próximos passos na companhia. Uma das versões mais repetidas é que Alvarenga, na condição de CEO da empresa, estaria preparando o terreno para uma associação ou mesmo venda para outro grupo do setor. Nesse caso, os olhares do setor se voltam para o Grupo Soma/Arezzo, hoje o maior consolidador do varejo de moda. Ressalte-se que, no passado, a Inbrands – dona de marcas como Ellus, Richards e Salinas, entre outras – chegou a anunciar uma fusão com a antiga Restoque, hoje rebatizada como Grupo Veste, que reúne grifes como Ellus e Dudalina. Mas a costura não se consumou. Consultada pelo RR, a Inbrands não se pronunciou.

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Há mais blefes do que cartas na mudança societária da Multiplan
8/07/2024José Isaac Peres e Ontario Teachers são parceiros de longa data. O que não impede, neste momento, um certo jogo de pôquer em torno da saída do fundo de pensão do capital da Multiplan. Os canadenses pretendem vender o restante da sua participação na empresa, de 18,52%. “Dr. Peres”, como é chamado por todos na Multiplan, tem até o fim de setembro para exercer ou não seu direito de preferência sobre as ações. Nos últimos dias, teriam chegado ao ouvido do empresário informações de que a Ontario Teachers estaria conversando com outros investidores, notadamente fundos de real estate, sobre a possível venda de suas ações.
Na Multiplan, o movimento dos canadenses já foi esquartejado: seria um blefe não apenas para incitar José Isaac Peres a fechar a compra da participação o quanto antes, mas também para negociar um preço melhor pelas ações. Faz sentido. É pouco provável que um “forasteiro” se aventure a ser minoritário na Multiplan, com reduzida ou nenhuma ingerência sobre a gestão e ainda com as amarras impostas pelo acordo de acionistas. Assim como a Ontario, um eventual comprador dos 18,52% da empresa de shopping centers só poderia vender suas ações em bloco a um único investidor. E, na improvável hipótese de não ficar com as ações agora, Peres seguiria com direito de preferência.

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Venda de hospitais serve como um “cashback” para os controladores da Dasa
8/07/2024Corre a boca miúda no mercado que a Dasa já procura compradores para o Hospital da Bahia, em Salvador, e o São Domingos, em São Luís. As duas unidades não entraram no M&A com a Amil, assim como a Amo, rede de clínicas para tratamento oncológico também localizada na Bahia. A família Bueno parece decidida a concentrar seus negócios em gestão hospitalar na Ímpar, resultante da fusão com a Amil. Ao mesmo tempo a venda dos ativos funcionaria como uma espécie de cashback para os herdeiros de Edson Bueno. Ou seja: ajudaria a compensar o aporte de R$ 1,5 bilhão que o clã foi obrigado a fazer recentemente na Dasa. Procurada pelo RR, a companhia informou que “tem como política não comentar quaisquer especulações de mercado.”

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Advent quer ver a Tigre devorando novos negócios
5/07/2024Dono de 25% da Tigre, o Advent seria um entusiasta da ampliação do arco de negócios da companhia. O que se fala aqui e ali no setor é que os norte-americanos têm estimulado dentro do Conselho investimentos vinculados à tecnologia, notadamente soluções em tratamento de água e esgoto – área não muito distante do core business da maior fabricante de tubos e conexões do Brasil. Até porque não há, neste momento, possibilidade de grandes saltos nesse setor por meio de aquisições. De um lado, está a multinacional mexicana Amanco Wavin; do outro, a Corr Plastik, que, até prova em contrário, se apresenta como uma consolidadora. O Advent quer aumentar a massa crítica da Tigre já olhando lá para a frente, ou seja, no processo de desinvestimento da empresa. Não é para já. Mas essa hora vai chegar.

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Volta ao trabalho presencial provoca uma “rebelião” na Petrobras
4/07/2024
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Fraude da Americanas coloca sob suspeição todo o comércio eletrônico
4/07/2024É que a força tarefa de Curitiba foi desbaratada e o próprio Lula fará tudo para que não se repita uma operação congênere à Lava Jato. Mas já existem mais do que indícios para que a Polícia Federal iniciasse uma “Lava Prateleira”. Os documentos contábeis da Americanas levam a diversos fornecedores. Segundo o Valor Econômico, na edição de ontem, estão sob suspeição, para se dizer o mínimo, fornecedores dos mais diversos tipos de produtos, de canetas a pastas de dente. Se a cadeia da felicidade da contabilidade de mentira se limitasse à indústria já seria péssimo, mas ela pode se estender até os demais operadores de e-commerce. A priori, não se pode sequer estimar o número de empresas de comércio eletrônico que use desse artifício contábil fraudulento.
O volume de estabelecimentos do “varejo internético” é quase impossível de ser investigado. Segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), divulgados em maio de 2024, em 2022 já existiam 565.300 sites de comércio eletrônico no Brasil. Há várias plataformas do mesmo dono, o que também, caso a Lei valesse para todos, seria necessário investigar nessa “Lava Prateleira”. O negócio é tão doido que se até mesmo fossem chamadas as “big five” das auditoras (PwC, KPMG, Deloitte etc), com seus escritórios mundiais, seria difícil desatar esse emaranhado de fraudes potenciais. E, mesmo assim, a operação fantasiosa teria de ser feita com um pé atrás em relação às auditorias.
A PwC, conforme é mais do que sabido, não identificou a mutreta do risco sacado nas Americanas. O fato é que as malandragens da empresa de Jorge Paulo Lehman, Beto Sicupira e Marcel Telles fez um mal inominável ao país: criaram a economia da suspeição. O RR entrou em contato com a Abcomm e a Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e net), entidades representativas do e-commerce, mas ambas não se pronunciaram até o fechamento desta matéria.

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Brookfield faz um movimento de mão dupla na VLI Logística
2/07/2024Nem tudo é o que parece ser na recente investida feita pela Brookfield para aumentar sua participação na VLI Logística. Ao adquirir 10% das ações pertencentes à Mitsui, o conglomerado canadense tornou-se o maior acionista individual da holding de concessões, com 36,5%. Uma aposta de longo prazo na empresa? Não necessariamente. No setor, há quem veja, desde já, um segundo movimento na operação.
A VLI está em negociações avançadas com o Ministério dos Transportes para a renovação antecipada da concessão da FCA (Ferrovia Centro-Atlântica). A prorrogação do contrato, um impasse que se arrasta há mais de dois anos, tem tudo para elevar o valuation da VLI. A Brookfield, então, aproveitaria a janela de oportunidade para vender mais à frente parte ou mesmo integralmente a sua participação na companhia. Ressalte-se que, no passado recente, os canadenses chegaram a ofertar as ações em mercado, mas não encontraram comprador. Muito em função exatamente do imbróglio da FCA. Procurada pelo RR, a Brookfield não quis se pronunciar.

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Raízen descobre um filão nos aeroportos brasileiros
2/07/2024Há informações de que a Raízen vem sobrevoando importantes players do setor aeroportuário, a exemplo da francesa Vinci Airports e da suíça Zurich Airports. O grupo de Rubens Ometto vislumbra a possibilidade de fechar novas parcerias para o suprimento de energia a aeroportos. Vinci e Zurich, por exemplo, administram 12 terminais no Brasil, entre os quais oito localizados em capitais. Recentemente, a Raízen fechou um acordo semelhante com a Invepar para o abastecimento de energia do aeroporto de Guarulhos.

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Tenda quer abrir a porta de suas casas de madeira para novos sócios
1/07/2024A construtora Tenda acredita ter uma pequena joia dentro de casa. A informação no setor é que o grupo avalia vender parte do capital da Alea, sua operação de casas pré-fabricadas de madeira. A ideia que ganha corpo é atrair fundos de private equity para o negócio. O aporte de recursos é visto como fundamental para acelerar o crescimento da empresa. Criada há quatro anos, a Alea ainda opera no vermelho. No ano passado, o faturamento superou os R$ 140 milhões. A meta para este ano é bater nos R$ 400 milhões. Além de se tratar de um negócio em ascensão, a Tenda enxerga que a Alea pode se tornar uma espécie de operação de hedge para eventuais solavancos do Minha Casa. Minha Vida, uma das maiores fontes de receita do grupo. Consultada pelo RR na última sexta-feira, a Tenda não se manifestou antes do fechamento da matéria, dentro do prazo solicitado. Em nota enviada hoje à redação, “A Construtora nega o fato apresentado e informa que não avalia vender parte do capital de Alea”. Está feito o registro.

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Pátria engatilha aquisição de empresa de logística no Chile
27/06/2024O Pátria Investimentos avança na América do Sul. A gestora está fechando a compra da chilena Mega Frio, operador logístico especializado em alimentos refrigerados e congelados. A operação foi feita por meio da também chilena IceStar, controlada pelo Pátria. É o segundo movimento de M&A no continente realizado pela empresa no intervalo de oito meses. Em outubro do ano passado, também por intermédio da IceStar, a gestora de recursos brasileira assumiu o controle do grupo logístico Megafin, da Colômbia, um investimento estimado em aproximadamente US$ 100 milhões.

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Shopee sai à caça de centros de distribuição no Brasil
27/06/2024A Shopee está “inflacionando” o mercado de real estate, mais precisamente de galpões industriais. Os chineses abriram o caixa e vêm pagando alto pela locação de estruturas de armazenamento no Brasil, sobretudo no Sudeste. Há informações de que a gigante do e-commerce já teria engatilhada a locação de mais três centros de distribuição (CDs) na região. Em um ano, a Shopee duplicou o número de estoques no país – hoje são 11. A meta que ecoa no setor é chegar a 20 CDs até dezembro. A cada locação que fecha, a Shopee contabiliza como se fossem “duas”. Não apenas fica com mais uma estrutura, mas também tira de circulação um ativo que poderia cair nas mãos da conterrânea Shein ou mesmo do Mercado Livre. Consultada pelo RR, a Shopee não se pronunciou até o fechamento desta matéria.

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Casas Bahia corta na carne para fazer caixa
25/06/2024Entre os credores da Casas Bahia, a informação é que a rede varejista vai fazer novos cortes em sua estrutura de custos. Fala-se no fechamento de até 20 lojas em todo o Brasil. Há especulações também sobre a venda da fabricante de móveis Bartira. A gestão do presidente Renato Franklin escalou uma montanha ao conseguir negociar um acordo com os bancos. A Casas Bahia ganhou uma carência de 24 meses para pagamento dos juros e de 30 meses para a quitação do principal da dívida – seu passivo supera os R$ 4 bilhões. No entanto, há problemas de curtíssimo prazo a serem resolvidos. Com prejuízos em sequência – no primeiro trimestre do ano, as perdas passaram dos R$ 260 milhões -, a companhia não tem conseguido gerar caixa, o que aumenta a necessidade de reduzir despesas. Consultada, a Casas Bahia não se manifestou.

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Atacarejo à francesa: Prêmio ou castigo para o CEO do Carrefour Brasil?
24/06/2024
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Britaldo Soares vai trilhar o caminho de volta à AES Brasil?
21/06/2024
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Mubadala quer mexer lá no fundo da xícara do Starbucks Brasil
21/06/2024Informação soprada por um dos maiores credores da SouthRock: o Mubadala, que assumiu a operação do Starbucks Brasil, avalia fazer uma devassa (e essa é a palavra usada nos bastidores) contábil na empresa. Seguro morreu de velho. O fundo de Abu Dhabi assumiu o negócio após a própria matriz do Starbucks afastar a SouthRock, de Kenneth Pope, da gestão da marca no país. Entre os bancos credores da gestora de Pope, em recuperação judicial, espocam questionamentos à prestação de contas da rede de cafeterias no país. Consultado, o Mubadala não se pronunciou.

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Bertelsmann vai das salas de aula às salas cirúrgicas no Brasil
20/06/2024Não faltam especulações no mercado sobre os próximos passos da alemã Bertelsmann no Brasil. Há quem enxergue a possibilidade de uma inflexão ainda mais aguda do conglomerado de mídia na área de saúde, incluindo até mesmo a entrada em gestão hospitalar. Não seria exatamente uma guinada tão brusca, mas a montagem de um mosaico de negócios complementares a partir da Afya, uma das maiores redes de universidades de medicina do país, com 22 campi apenas na graduação. Os alemães assumiram o controle do grupo de ensino em 2022. O investimento em hospitais próprios teria sinergia não apenas com o braço de educação, mas também com outro eixo de operação da Bertelsmann no Brasil.
Por meio de seu próprio venture capital, o grupo já comprou três startups da área de saúde. A mais recente delas a Caveo, uma plataforma de soluções contábeis para médicos. A agressiva política de M&As é uma marca registrada da Afya antes mesmo do controle parar nas mãos da Bertelsmann. Desde 2019, já foram 21 aquisições no setor de educação. Procurada pelo RR, a Afya disse que “não comenta especulações de mercado”.

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Enchentes gaúchas atingem a Stellantis de forma bilateral
20/06/2024A tragédia do Rio Grande do Sul afetou a operação da Stellantis na Argentina. A holding das marcas Fiat, Peugeot, Citroen, Jeep, entre outras, está paralisando a produção da sua fábrica em Córdoba. O motivo é a falta de peças, devido ao bloqueio de diversas rodovias gaúchas. A maior parte dos componentes é produzida no Brasil. Inicialmente, a estimativa é que a paralisação dure uma semana, mas, a julgar pelas dificuldades ainda existentes para a reposição de peças, é provável que a medida se estenda ainda mais. Por um efeito bumerangue, a tendência é que a paralisação da fábrica de Cordoba afete o mercado brasileiro: o modelo Cronos comercializado pela Stellantis no país é produzido na Argentina. Se não chega peça lá, não chega carro aqui.

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Eletrobras deixa um pé na porta de saída da Celesc
19/06/2024
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Aos credores da InterCement só resta esperar por um novo controlador
19/06/2024A última rodada de negociações com a Mover Participações (ex-Camargo Corrêa) deixou os detentores de debêntures da InterCement com a percepção de que a empresa não tem Plano B. A possibilidade da companhia honrar seus compromissos de curto prazo estaria condicionada a uma única solução: a venda do controle.
Além das restrições de caixa, a cimenteira vem encontrando dificuldades para obter crédito a um custo palatável. Foi o que levou a InterCement a buscar um novo acordo com seus debenturistas para adiar o vencimento de suas remunerações – conforme o RR antecipou em 22 de abril – Em meio ao contínuo processo de desgaste com os credores, as negociações para a venda do controle à CSN prosseguem.
As duas empresas assinaram um acordo de exclusividade válido até o dia 12 de julho. Mas as tratativas são complexas: sobre a mesa, um pacote de fábricas no Brasil e na Argentina, com razoáveis assimetrias de performance, e, sobretudo, uma dívida de R$ 9 bilhões.

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Xiaomi avalia produção de smartphones no Brasil
18/06/2024Os chineses da Xiaomi estudam diferentes cenários para avançar no mercado brasileiro de smartphones. Segundo informação que corre à boca miúda no setor, o grupo avalia a possibilidade de fechar uma parceria com um fabricante local para iniciar a produção de celulares no país. Algo similar ao que fez a também chinesa Oppo, ao selar um acordo com a Multi, antiga Multilaser. Para a Xiaomi, a terceirização da montagem final dos aparelhos serviria como um test driver para um segundo movimento mais à frente: a eventual produção própria no Brasil. Mas, tratando-se de quem se trata, é sempre bom não colocar os chips na frente dos celulares. A estratégia da Xiaomi para o Brasil tem sido marcada por uma constante volatilidade.
A empresa ensaiou sua entrada no país em 2015, mas desistiu no meio do caminho. Quatro anos depois, finalmente, iniciou a venda de smartphones no mercado brasileiro. Desde então, seus planos já oscilaram entre a instalação de uma fábrica própria ou montar seus aparelhos na Argentina e, de lá, abastecer o Brasil. O que não deixa dúvidas é a performance da empresa no país. Em cinco anos, a Xiaomi chegou a 15% de market share na venda de smartphones. Está atrás apenas da Apple (19%) e da Samsung (36%).

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Marfrig já sonda interessados em seus frigoríficos no Uruguai
17/06/2024Ao que tudo indica, a Marfrig não leva muita fé que as autoridades antitruste do Uruguai vão aprovar a venda de três frigoríficos no país para a Minerva Foods, fechada em agosto de 2023. Há informações no setor de que a empresa de Marcos Molina já está sondando outros potenciais candidatos à compra dos ativos, tanto no Brasil quanto no exterior. Um dos nomes citados é o Frigorífico Concepción, um dos maiores produtores de e exportadores de carne bovina do Paraguai.
A companhia é controlada pelo empresário brasileiro Jair Lima. No dia 21 de maio, a Comisión de Promoción Y Defensa de la Competencia (Coprodec), autoridade concorrencial do Uruguai, rejeitou a operação entre Minerva e Marfrig nos termos estabelecidos. Trata-se de uma decisão ainda provisória, contra a qual cabe recurso. No entanto, há uma razoável possibilidade do “provisório” virar definitivo, por conta da forte pressão dos pecuaristas uruguaios contra a concentração das atividades de abate no país nas mãos da Minerva. Procurada, a Marfrig não se pronunciou

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Leader Magazine sob nova direção e velhos problemas
14/06/2024
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Shopping centers lançam ofensiva para despejar Polishop
14/06/2024Informação que corre no mercado de shopping centers: Allos e Iguatemi não parecem dispostas a recuar um milímetro na ofensiva contra a Polishop. Ambas já teriam recusado tentativas feitas pela rede varejista para repactuar dívidas acumuladas referentes à locação de lojas. Tanto Allos quanto Iguatemi já entraram com ações de execução de títulos judiciais, o que na prática significa uma ordem de despejo contra a Polishop. Nos bastidores, executivos das duas grandes administradoras de shoppings não poupam a varejista de eletroeletrônicos. A interpretação é que a Polishop teria agido de má fé ao requerer à Justiça a antecipação dos efeitos da recuperação judicial, de forma a bloquear a execução de qualquer dívida. Procurada, a Iguatemi disse que “não comenta relações comerciais com seus lojistas.” A Allos também não quis se manifestar. O RR entrou em contato com a Polishop, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

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Shopee e Shein prometem uma resposta pesada à Temu
13/06/2024
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Equatorial Energia entra na fila dos leilões de saneamento no Pará
13/06/2024A “Rádio-Corredor” do BNDES informa: a Equatorial Energia tem buscado sistematicamente números sobre a concessão de saneamento do Pará. O governo do estado e o banco de fomento pretendem realizar até dezembro a primeira das licitações – a operação deverá ser dividida em várias áreas. O interesse da Equatorial é pelo filé mignon, Belém. Consultada, a empresa não se manifestou até o fechamento desta matéria.

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BP Bunge está de volta à vitrine?
12/06/2024Há um zunzunzum no setor sucroalcooleiro que a BP Bunge retomou o processo de venda de seus ativos em açúcar e etanol. Trata-se de um negócio estimado em quase R$ 10 bilhões. A onipresente Raízen já demonstrou interesse. Outro nome citado é o da francesa Tereos. O pacote engloba 11 usinas, com capacidade de esmagamento de 32 milhões de toneladas de cana e producao de 1,5 bilhão de litros de biocombustível por ano. A história recente da BP Bunge é cheia de ziguezagues. No ano passado, a empresa foi colocada à venda, mas as tratativas não avançaram – a própria Raízen teria apresentado uma oferta. Depois circulou a notícia de que apenas a “metade” da joint venture, no caso a Bunge, queria deixar o negócio, e a BP topava comprar os 50% do parceiro. Se o interesse houve mesmo, pelo jeito evaporou. Procurada, a empresa não se manifestou.

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Cisão da Avon começa a ganhar corpo na Natura
12/06/2024Fabio Barbosa, presidente da Natura, teria avançado mais alguns passos no processo de spin-off da Avon. Há relatos de que um primeiro esboço para a operação já estaria nas mãos dos acionistas controladores e de integrantes do board. A cisão da Avon seria acompanhada da listagem em separado das ações da empresa – há quem diga que o projeto ousado de Barbosa seria a negociação do papel na Bolsa de Nova York. Não dá para duvidar dos planos do executivo, que já conduziu uma profunda reestruturação da Natura. Consultada, a empresa não se pronunciou.

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Bancos credores querem ejetar CEO da SouthRock
7/06/2024O RR teve informações de que os principais credores da SouthRock, a exemplo de Banco do Brasil e Santander, avaliam entrar na Justiça pedindo o afastamento de Kenneth Pope da gestão da companhia. A relação entre os bancos e Pope, fundador da gestora, se esgarçou devido à dificuldade de renegociação do passivo de R$ 1,8 bilhão. Entre os credores, haveria também a percepção de que o empresário teria omitido informações contábeis sensíveis que sinalizariam, desde o ano passado, a deterioração financeira da empresa. Em abril, os bancos já pediram à Justiça a penhora de parte da remuneração de Pope. Em recuperação judicial, a SouthRock já perdeu a gestão do Starbucks e do Subway no Brasil. O RR fez tentativas de contato com a empresa, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. Também consultado, o Banco do Brasil informou que não comenta o assunto. O Santander não se pronunciou.

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Marfrig aumenta investimentos na Argentina
7/06/2024
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Kroton tira nota baixa na avaliação da Cogna
7/06/2024Entre executivos da área de educação, circula nos últimos dias a informação de que a Cogna vai promover uma nova onda de cortes na Kroton, seu braço de ensino superior. Fala-se na redução da rede de 120 para algo próximo de cem campi, com o fechamento de unidades deficitárias. Seria uma tentativa da Cogna de reduzir os prejuízos decorrentes do desconfortável nível de ociosidade de suas universidades, que já supera os 50% das vagas oferecidas. Poderia ser pior. Ressalte-se que, desde 2020, o grupo já fechou mais de 50 campi da Kroton. Consultada, a Cogna não se manifestou.

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Bracell abre o caixa para comprar ativos florestais
6/06/2024A Bracell, fabricante de celulose controlada pela Royal Golden Eye (RGE), de Cingapura, está provocando um frenesi no balcão de ativos florestais. A informação que corre no setor é que os asiáticos teriam reservado cerca de R$ 2 bilhões para a aquisição de novas plantações de eucalipto no Brasil. O apetite da RGE por matéria-prima é grande. Em abril, o conglomerado comprou 49,9% da AGP Negócios e Participações, do empresário Alexandre Grendene, dona de terras. Toda a “munição” é bem-vinda. No mês passado, a Bracell anunciou que vai ampliar em 50% a capacidade de produção da sua fábrica de tissue em Lençóis Paulista (SP). Em tempo: compra de ativos florestais é sempre um assunto um tanto quanto sensível para a companhia. Há cerca de dois anos, a Justiça de São Paulo delimitou a aquisição de propriedades agrícolas pela Bracell. A controlada da RGE foi acusada de descumprir a legislação pra a compra de terras por estrangeiros no país

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BNDES pode ter um papel valioso em investimento da Arauco
5/06/2024As paredes do BNDES ouvem demais. Ouvem, por exemplo, que o banco poderá financiar a construção da primeira fábrica de celulose da chilena Arauco no Brasil. Trata-se de um dos maiores projetos previstos no setor: a unidade, na cidade de Inocência (MS), demandará investimentos superiores a R$ 15 bilhões. Em contato com o RR, o BNDES informou que “não comenta projetos ainda não aprovados.” Mas executivos do setor comentam e consideram mais do que sintomático o apoio do banco para a ampliação da Malha Paulista, concessionária da Rumo Logística, de Rubens Ometto. O banco subscreveu R$ 750 milhões do total de R$ 1,5 bilhão em debêntures incentivadas emitidas pela empresa. A ferrovia será uma peça importante no quebra-cabeças logístico para o escoamento da produção da fábrica da Arauco. São quase projetos “irmanados”.

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Gerdau aumenta seus investimentos no Peru
3/06/2024
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Indústria siderúrgica anda um pouco refratária aos planos da RHI Magnesita
31/05/2024Há um zunzunzum no setor siderúrgico é que a RHI Magnesita, uma das três maiores fabricantes de refratários do mundo, está refazendo contas e revendo os investimentos programados para este ano. Os relatos apontam, principalmente, na direção da fábrica de Contagem: o que se diz é que a companhia vai fazer novos cortes no projeto de expansão da unidade. No início do ano, o orçamento já havia sido reduzido de R$ 334 milhões para R$ 280 milhões. As mornas temperaturas dos altos-fornos no país, leia-se a queda da demanda da indústria siderúrgica, não justificam maiores desembolsos.

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Que cheirinho de M&A é essa no café da Nestlé?
29/05/2024
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Multiplan vai cozinhar Ontario Teachers em banho-maria
29/05/2024A família Peres quer comprar o restante das ações da Multiplan em poder do Ontario Teachers Pension Plan? Quer. Tem pressa? Não. A aposta no mercado é que José Isaac Peres e seus herdeiros vão partir para um jogo de paciência com os canadenses, para dobrá-los pelo cansaço. Recentemente, o Ontario Teachers vendeu o equivalente a 8,5% da Multiplan, por R$ 1,2 bilhão, a um preço de R$ 22,75 por ação.
A família Peres já teria informações de que os sócios pretendem também vender os 18,5% do capital que ainda estão nas suas mãos. Ocorre que o clã está convicto de que pode pagar bem menos pelos papéis. Conforme informou o Brazil Journal no último dia 30 de abril, pelo acordo de acionistas, o Ontario Teachers não pode dispor dos papéis como bem quiser.
Os canadenses são obrigados a dar direito de preferência a Peres, que tem até 120 dias para igualar uma eventual oferta de terceiros. Além disso, os 18,5% têm de ser negociados em bloco. E um eventual comprador, que não a família Peres, teria de aceitar os termos do acordo de acionistas em vigor. O Ontario parece não ter muito para onde ocorrer.

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Americanas reserva um espaço na prateleira para a Uni.Co
28/05/2024
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YPFB identifica venda ilegal de fertilizantes no Brasil
28/05/2024Há um bafafá no setor de fertilizantes de que a YPFB descobriu uma esquema para a venda de ureia no mercado brasileiro, utilizando ilegalmente a sua marca. A informação é que a estatal boliviana já teria identificado algumas das empresas suspeitas e estaria contratando escritórios de advocacia no país para processá-las.
Os produtos seriam contrabandeados através da divisa com o Mato Grosso e distribuídos, sobretudo, no Centro-Oeste e em São Paulo. Há indícios também da venda de fertilizantes falsificados e adulterados, com o uso do nome da YPFB. A estatal não tem filial do lado de cá da fronteira e negocia diretamente, a partir da Bolívia, a venda de produtos químicos ao Brasil. Trata-se de um mercado fértil para malfeitos. O Brasil é o grande comprador de ureia da Bolívia, importando mais de 70% da produção local.

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Vale deixa a agenda ESG a pé pelo caminho
27/05/2024
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Simpar embala IPO de sua rede de concessionárias
24/05/2024Circula à boca miúda no mercado que a Simpar, uma das maiores holdings de logística e transporte do Brasil, estuda abrir o capital da Automob. Trata-se da rede de concessionárias de veículos do grupo, um negócio com faturamento de quase R$ 10 bilhões no ano passado. Mas nada de pressa. A bolsa de apostas nas mesas de operações é de que o IPO sairia apenas em 2025. Com R$ 14 bilhões em caixa, a Simpar não tem por que correr de forma desenfreada.

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Fábrica de lubrificantes da YPF está na prateleira
24/05/2024No mercado de combustíveis, ouve-se o ronco dos motores e um burburinho de que a petrolífera argentina YPF busca um comprador para a sua fábrica de lubrificantes em Diadema (SP). O ativo já teria sido oferecido a players do setor, como a BP, dona da marca Castrol. Quem comprar leva junto algo como 3% de market share na venda de lubrificantes no Brasil. Procurada, a YPF não retornou.

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Itaú também tem a sua “Americanas” no Chile
23/05/2024
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Credores não poupam dono da SouthRock
23/05/2024Os credores da SouthRock, que operava a Starbucks e o Subway no Brasil, parecem decididos a cercar o empresário Kenneth Pope, dono da gestora, por todos os lados. Há informações, aqui e ali, de que os bancos pretendem pedir à Justiça o bloqueio de bens pessoais de Pope como garantia para as dívidas da empresa. O empresário é tido como responsável direto pela crise da SouthRock, que a levou a entrar em recuperação judicial, com dívidas de R$ 1,8 bilhão. Nos bastidores, pipocam contra ele acusações de negligência e falta de transparência sobre as dificuldades financeiras da gestora. Pode ser, pode não ser. O fato é que os credores têm avançado seguidamente sobre o empresário. Já solicitaram à Justiça a penhora de parte da remuneração de Pope – cerca de R$ 188 mil mensais -, conforme noticiou o Pipeline, do Valor Econômico.

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Os aditivados planos da Raízen para o etanol de segunda geração
23/05/2024Bochicho que correu na inauguração da fábrica de etanol de segunda geração (E2G) da Raízen em Guariba (SP), na última terça-feira. A empresa já teria planos de construir uma terceira unidade no interior de São Paulo, um investimento que poderia chegar a R$ 1,5 bilhão. Com as duas unidades em operação – a primeira está localizada em Piracicaba -, a empresa de Rubens Ometto poderá produzir, na próxima safra, mais de 114 milhões de litros de E2G.

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Varejo já enxerga o controle da Polishop sobre o balcão
22/05/2024Pode ser, pode não ser, mas há um disse-me-disse no varejo que, paralelamente ao processo de recuperação judicial, o empresário João Apolinário busca um comprador para a Polishop. Existem relatos de que a companhia já teria sido oferecida a fundos de investimento e empresas do setor, como a Fast Shop. A Polishop entrou com o pedido de recuperação judicial na semana passada, pressionada por uma dívida de R$ 400 milhões. A erosão já vem faz algum tempo. Há dois anos, a empresa somava 250 lojas. Hoje, tem pouco menos da metade (120). Consultada, a Polishop não se manifestou.

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Que marcas vão seguir no closet da Arezzo e do Grupo Soma?
22/05/2024Nas prateleiras do mercado espoca aqui e ali a informação de que, em até 60 dias, o executivo Paulo Kruglensky vai apresentar ao Conselho da Arezzo/Grupo Soma um detalhado projeto de integração das duas empresas. O principal ponto de interrogação é o que será feito com as 34 marcas de vestuário da nova companhia, muitas delas com sobreposições de mercado. A expectativa é que algumas sejam negociadas, o que teria impacto sobre a rede varejista do grupo, leia-se 560 lojas e mais de 1.500 franquias. Procurada, a empresa não se manifestou.
Kruglensky, ressalte-se, foi contratado para isso mesmo: costurar as operações da Arezzo e do Soma e passar a tesoura no que for necessário. A ponto da empresa criar um cargo taylor made para ele: chief integration officer. O executivo, por sinal, parece conhecer bem onde está pisando. Quando era CEO da Vivara, Kruglensky costumava usar a Arezzo como benchmarking para a transformação da rede de joalherias em uma operação multimarcas.

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Ultra quer ajustar alavancagem da Hidrovias do Brasil a sua imagem e semelhança
22/05/2024Até no terceiro escalão da empresa, é praticamente consenso que o Grupo Ultra vai dar um choque na gestão financeira da Hidrovias do Brasil. A prioridade nº 1 seria a redução do endividamento de curto prazo da empresa – da ordem de R$ 3,3 bilhões. O principal sinal nessa direção veio com a troca imediata do CFO da companhia, cargo entregue ao então diretor de RI e planejamento da Ultrapar, André Hachem. O passivo da Hidrovias do Brasil é visto como um entrave significativo para novos investimentos.
A atual relação dívida líquida/Ebitda está em 4,3 vezes. Pode até ser um nível palatável para os financistas do Pátria Investimentos, ex-controlador da empresa de logística hidroviária. Mas essa alavancagem deve provocar palpitações nos executivos do Ultra, historicamente conhecido pela prudência e conservadorismo na administração do caixa e no grau de endividamento – no grupo, esse índice é de quase um para um (1,3, para sermos mais precisos).

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Eneva põe mais energia na área de venture capital
21/05/2024A Eneva flerta com a ampliação dos seus investimentos em venture capital. Para este ano, a previsão é de aportes de R$ 30 milhões. Mas no mercado a aposta é que esse valor poderá até ser maior, dado o apetite da empresa. A Eneva tem garimpado notadamente startups com soluções para geração renovável e aumento da eficiência energética. Outro foco importante é a área de comercialização de energia. A empresa está investindo alto no segmento, com a transformação da sua startup de mobilidade elétrica, a Voltta, em uma varejista. Procurada, a Eneva não se manifestou.

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Tragédia gaúcha pode ser o segundo “Imposto do Pecado” sobre a BAT
21/05/2024A direção da BAT Brasil está apreensiva com as informações desencontradas sobre o impacto das enchentes nas plantações de tabaco no Rio Grande do Sul. O planejamento da empresa para o próximo ciclo de compra de insumos tornou-se um voo às escuras. Levantamentos ainda preliminares apontam que até um terço das lavouras do Vale do Rio Pardo, uma das principais fronteiras áreas de cultivo do fumo no estado, foram atingidas pelas inundações.
A catástrofe se deu no período em que agricultores entram na reta final dos chamados tratos culturais, ou seja, o preparo da terra para o período de plantio, realizado nos meses de junho e julho. Ressalte-se que o Rio Grande do Sul responde por praticamente 40% da produção nacional de tabaco. Ou seja: qualquer redução razoavelmente significativa na próxima colheita pode ter um efeito considerável sobre o custo da matéria-prima e, consequentemente, o preço final do cigarro para o consumidor.
Em contrapartida, o impacto da crise gaúcha pode gerar uma compensação. No momento, a discussão na BAT é outra: sobre o possível lobby pelo adiamento da entrada em vigor do “Imposto do Pecado”. O novo tributo junto com o eventual aumento dos preços do fumo seria “punição” demais. É tanta flexibilização por conta da tragédia gaúcha, vide a retirada dos gastos extraordinários da meta fiscal, que a BAT também quer um refresco.
Cabe lembrar que a mais recente rodada de negociações entre a BAT e demais fabricantes com os fumicultores gaúchos já foi arrastada, com idas e vindas – conforme o RR informou em janeiro. Imagine se uma parte expressiva da safra gaúcha já tiver virado cinzas…

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Operadora Oi tenta fazer dinheiro com a “imobiliária” Oi
20/05/2024A Oi mais parece um híbrido de empresa de telefonia e imobiliária. Os executivos da operadora estão debruçados sobre a imensa lista de imóveis de propriedade da companhia, com a missão de elencar os mais “vendáveis”. Ao todo, são quase sete mil prédios, terrenos e instalações variadas espalhados pelo país. A ordem na Oi é colocar o maior número possível de propriedades sobre o balcão, na tentativa de fazer caixa e pagar credores – a companhia, não custa lembrar, está na sua segunda recuperação judicial. A garimpagem é complexa, a começar por amarras um tanto quanto anacrônicas de ordem regulatória. As empresas de telecomunicações não podem se desfazer dos chamados bens reversíveis, ou seja, qualquer estrutura considerada indispensável para a prestação dos serviços – esses ativos sequer são contabilizados como patrimônio das companhias. Em dezembro do ano passado, por exemplo, a Oi precisou do sinal verde da Anatel para vender sua sede no Leblon, Zona Sul do Rio, adquirida pela Hemisfério Sul Investimentos (HSI) por R$ 205 milhões.

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Marcopolo quer criar um cinturão elétrico na América do Sul
20/05/2024A Marcopolo, um símbolo de excelência na indústria nacional, acelera no mercado sul-americano de ônibus elétricos. As placas de trânsito apontam na direção de cidades importantes, como Santiago, Buenos Aires e Lima, todas com projetos de eletrificação de frota. Outro alvo, pelo que circula no setor, seria a Colômbia, onde a empresa já tem uma posição estratégica, como fornecedora de veículos para Bogotá. Uma das grandes apostas da Marcopolo é o modelo Attivi Integral, que entrou recentemente na fase comercial após dois anos de testes. A empresa acelera na vizinhança, mas sem se descuidar do front interno. Está de olho no pacote de financiamento para a renovação e eletrificação da frota de ônibus no país anunciado há duas semanas pelo BNDES. Ao todo, serão R$ 4,5 bilhões com recursos do FAT e do Fundo Clima. Procurada pelo RR, a Marcopolo não se manifestou.

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Cerveja da InBev no Uruguai anda meio quente
20/05/2024A InBev enfrenta turbulências no Uruguai. A empresa de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, virou alvo de políticos locais por conta do enxugamento das suas operações no país. A cervejeira decidiu fechar a fábrica de Minas, no departamento de Lavalleja, com a demissão de aproximadamente 200 funcionários. Além do impacto pelos postos de trabalho, há um peso simbólico: a unidade é uma das mais antigas do país, responsável, desde a década de 30, pela produção da tradicional marca de cerveja Patricia. Não é só. Há rumores de que os cortes poderão atingir outras instalações da empresa no Uruguai.
A situação do mercado local não ajuda muito. Em contato com o RR, a InBev confirmou o fechamento da fábrica de Minas pertencente à FNC (Fábricas Nacionales de Cervezas), sua controlada no Uruguai. Toda a produção será concentrada na unidade de Montevidéu. A empresa disse ainda que que a indústria cervejeira uruguaia “enfrenta problemas de competitividade frente aos produtos importados”. A FNC opera com 50% de capacidade ociosa, segundo informação da própria companhia. Em relação especificamente à possibilidade de novos cortes no Uruguai, a InBev não se pronunciou.

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Será possível uma tabelinha entre a XP e a Exa Capital?
17/05/2024O ex-XP Pedro Mesquita tem intrigado a Faria Lima com a informação, propalada aos quatro ventos, de que sua antiga casa bancária poderá se associar ao seu novo negócio, a Exa Capital. O que se diz no mercado é que Mesquita não deixou saudade na instituição financeira comandada por Guilherme Benchimol. Então responsável por negócios da XP no futebol, o gestor acumulou uma sucessão de caneladas que respingaram no próprio banco. Nos bastidores da bola, é famosa a, digamos assim, conversa que Mesquita teve com o empresário Rubem Menin, dono da MRV, do Banco Inter e acionista majoritário da SAF do Atlético-MG. Segundo relatos, os termos usados por ele ao se dirigir a Menin seriam para cartão vermelho direto, sem nem precisar de VAR. Pelo jeito, foi mesmo. Pouco depois, Mesquita deixou de vestir a camisa da XP. Consultado sobre a possibilidade de se associar à Exa, o banco não quis se pronunciar.

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VLI busca um atalho para renovação antecipada da FCA
17/05/2024Pode ser que sim, pode ser que não. Na tentativa de obter a renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica, a VLI teria levado uma proposta sui generis ao Ministério dos Transportes. A empresa – leia-se Vale e Brookfield, com a luxuosa companhia da BNDESPar no capital – estaria disposta a pagar uma compensação financeira à União para devolver o trecho da linha férrea na Bahia. São 2,3 mil quilômetros de pura confusão. As autoridades baianas acusam a VLI de ter sucateado deliberadamente a porção da FCA no estado para jogar a operação de volta no colo do governo. O próprio Ministério dos Transportes cobra da empresa a retomada dos investimentos na Bahia, hoje o principal nó para a prorrogação do contrato, que vence em 2026. Mesmo com o aceno de pagamento de uma indenização, a proposta da VLI encontra resistências dentro da Pasta. A começar pelo próprio Renan Filho. O ministro é o principal defensor no governo da estratégia de repactuação dos contratos de concessão já em vigor em troca de novos investimentos. Procurada pelo RR, a VLI não se pronunciou.

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Enchentes no Rio Grande do Sul afetam a Toyota na Argentina
16/05/2024O impacto econômico da catástrofe das chuvas no Rio Grande do Sul se reflete nos países vizinhos. Que o diga a Toyota na Argentina. A montadora estaria enfrentando problemas no suprimento de peças para a sua fábrica na cidade de Zárate, onde são montados a picape Hillux e o SUV SW4. Um volume expressivo dos componentes é produzido no Brasil. E há sérias dificuldades de entrega por conta das interrupções em boa parte da malha rodoviária gaúcha. O problema pode voltar feito um bumerangue para o lado de cá da fronteira: se as peças não vão, as Hillux e SW que abastecem o mercado brasileiro não vêm.

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Brasil está na mira de rede de joalherias espanhola
15/05/2024Vivara e congêneres podem ter uma nova concorrente. Há um burburinho crescente que a rede de joalherias espanhola PDPaola planeja se instalar no Brasil. A empresa já teria, inclusive, sondado grupos da área de shopping center, como o Iguatemi, para abrir sua primeira loja em São Paulo. Com sede em Barcelona, a PDPaola tem joalherias em Londres, Paris e Milão.

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Allos vive um momento frenético de compra e venda de shoppings
15/05/2024É tudo ao mesmo tempo agora na Allos – criada a partir da fusão da BR Malls com a Aliansce Sonae. Se, por um lado, a empresa acabou de fechar a compra de 15% do Rio Sul, na Zona Sul do Rio, por outro está embalando um novo pacote de ativos para venda. No setor, fala-se ao pé do ouvido que a lista incluiria o Shopping Estação BH, na capital mineira, e mais uma fatia do Carioca Shopping, em Vicente de Carvalho (RJ) – a companhia já negociou 15% do empreendimento. Entre dezembro de 2023 e abril deste ano, a Allos amealhou cerca de R$ 1,5 bilhão com a negociação de participações societárias. A meta da empresa é levantar aproximadamente R$ 1 bilhão em novas vendas até o fim do terceiro semestre. Consultada, a companhia não quis se pronunciar.

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Dasa vende o que não lhe traz saúde
14/05/2024É o que se diz, é o que se comenta no setor de saúde: a Dasa, da família Bueno, já teria saído a campo em busca de um comprador para a sua operação de home care. Seria o primeiro movimento na estratégia de desmobilização de ativos menos rentáveis, que acabam por sobrecarregar o caixa da empresa. A Dasa encerrou 2023 com um prejuízo de R$ 1 bilhão. O aporte de R$ 1,5 bilhão feito no ano passado pelos Bueno e pelo BTG não se mostrou suficiente para reduzir a alavancagem – a relação dívida líquida/Ebitda permanece perto de quatro vezes. No setor, é voz comum que, nesse ritmo, dificilmente o clã conseguirá escapar de uma nova injeção de capital na empresa. Procurada, a Dasa não quis se pronunciar.

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União Química busca a melhor dosagem para a sua capitalização
14/05/2024O que se diz em petit comité no setor farmacêutico é que a União Química, controlada pelo empresário Fernando de Castro Marques, teria sobre a mesa duas fórmulas para a sua capitalização. Em um dos frascos, estaria escrito “IPO”; no outro, o princípio ativo seria a venda de parte das ações para um fundo. No mercado, a leitura é que Marques só deve se movimentar para um lado ou para o outro mais para o fim do ano, apostando em resultados melhores ao longo de 2023, o que ajudaria a dourar a pílula da União Química. Um dos maiores laboratórios farmacêuticos do país, a empresa teve uma receita de R$ 3,9 bilhões no ano passado, alta de 5,5% em comparação a 2022. No entanto, o lucro (R$ 316 milhões) e o Ebitda (R$ 780 milhões) sofreram uma queda – respectivamente de 14% e 1,7%.

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Fundos de investimento ronda a mesa do Outback
13/05/2024A Bloomin’ Brands, dona do Outback no Brasil, está fazendo uma rodada de conversações com fundos internacionais para a venda da empresa. Há relatos de que o Advent teria sido um dos contatados. O pacote engloba mais de 150 restaurantes. A operação brasileira representa aproximadamente 80% da receita da Bloomin´ Brands fora dos Estados Unidos.

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Fusão entre Arezzo e Soma ainda é uma conta de subtração para minoritários
13/05/2024Nas mesas de operação, é possível captar aqui e ali o descontentamento dos minoritários da Arezzo e do Grupo Soma com a condução do processo de fusão entre as duas empresas. A leitura é que ambas não têm dado o devido disclosure ao trabalho de integração entre as marcas. A percepção negativa dos investidores se reflete no desempenho das ações de parte a parte. Desde o anúncio do M&A, em fevereiro, os papéis da Arezzo e da Soma já caíram, respectivamente, 13% e 21%. Há, inclusive, quem esteja tomando prejuízo nas duas pontas. É o caso da BlackRock, maior gestora de recursos do mundo, com mais de US$ 10 trilhões sob a sua guarda. Os norte-americanos têm cerca de 5% das ações tanto da Arezzo quanto do Grupo Soma.

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Companhia Brasileira de Lítio garimpa uma nova temporada de investimentos
13/05/2024Os executivos da Companhia Brasileira de Lítio (CBL) estão debruçados na montagem de um novo plano de investimentos. O que se diz no setor é que as cifras podem bater na casa dos US$ 80 milhões. Fato consumado? Ainda não. A informação é que o martelo só será batido no segundo semestre, com a definição dos projetos a serem executados ou não. Controlada pelos empresários Salustiano Costa Silva e Aguinaldo Couto, a CBL produz cerca de 1,5 mil toneladas de carbonato de lítio e 45 mil toneladas de concentrado de espodumênio. Nos últimos três anos, seu faturamento saltou de R$ 120 milhões para R$ 700 milhões. Procurada, a CBL não se manifestou.

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Será que tem mais um centro de distribuição da Shopee a caminho?
10/05/2024Um grupo de chineses tem visitado cidades do Centro-Oeste, notadamente Goiás e Mato Grosso, e procurado prefeituras locais em busca de áreas para a construção de grandes unidades de armazenamento. Não dizem de onde vêm nem para onde vão, mas deixam para trás especulações de que a Shopee, gigante do e-commerce, pretende instalar mais um centro de distribuição no Brasil. Já são 11, o mais recente inaugurado em março, em Porto Alegre.

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Suzano coloca em standy by expansão internacional na área de tissue
10/05/2024A investida sobre a International Paper (IP) sugere uma guinada na estratégia de expansão internacional da Suzano. No mercado, a leitura é que a empresa dos Feffer vai engavetar, ao menos por ora, os planos de aquisição de uma fabricante de papéis tissue. Há informações de que, nos últimos meses, a Suzano sondou algumas companhias europeias e asiáticas. Uma delas foi a Vinda, de Hong Kong, que, em dezembro passado, acabou vendida para a RGE, de Cingapura. O investimento em uma empresa do segmento de tissue de grande porte não sairia por menos de US$ 3 bilhões. É pouco provável que a Suzano tenha fôlego para um M&A nessa área caso sacramente a compra da International Paper, um negócio avaliado em US$ 15 bilhões. Mas, se a IP não aceitar a proposta, os Feffer caminharão com toda a força para a aquisição de uma companhia de tissue.

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Qual é o preço do “Fusca elétrico” no Brasil?
9/05/2024Talvez haja muito ronco de motor para pouca quilometragem no contencioso entre a chinesa Great Wall Motors (GWM) e a Volkswagen no Brasil. No setor, a aposta é que a GWM está criando dificuldades para, posteriormente, “vender” facilidades à montadora alemã. O litígio em questão envolve o direito de produzir e vender o que já está sendo chamado no mercado de “Fusca elétrico”. Trata-se de um veículo que tem design de Fusca, potência de Fusca, preço de Fusca, mas os chineses garantem que não é Fusca. A Volkswagen entrou na Justiça exigindo a suspensão do projeto, alegando que o automóvel é uma cópia descarada do seu icônico automóvel. A GWM já conseguiu uma primeira vitória no TRF-2. Mas, de repente, em algum ponto da estrada, vai que os asiáticos fazem um acordo, mediante alguma compensação, para repassar à Volkswagen o direito de produzir o Fusca que não é Fusca.

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Um pedágio a mais para a Embraer aterrissar no Paraguai
9/05/2024Aos 46 minutos do segundo tempo, surgiu um entrave que está atrasando a assinatura do acordo entre a Embraer e o Paraguai para a venda de seis tucanos A-29. O RR apurou que o governo do presidente Santiago Peña estaria condicionando o acerto à modernização, a custo , de seis aeronaves Tucano, modelo T-27, pertencentes à Força Aérea local. Além dos US$ 100 milhões pela negociação do A-29, a Embraer teria pedido cerca de US$ 30 milhões pelo serviço de manutenção das velhas aeronaves. Ao que tudo indica, as partes vão chegar a um consenso nos próximos dias. Mas com alguma dose de turbulência que não estava no radar da empresa brasileira. Procurada, a Embraer não se manifestou.

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Raízen refina sua estratégia na Argentina
9/05/2024A Raízen, ao que parece, redescobriu a Argentina. O anúncio de US$ 600 milhões em investimentos na área de refino seria apenas a ponta do iceberg dos planos de Rubens Ometto e Shell para o país vizinho. No mercado, a aposta é que o próximo passo será um projeto para a produção de biocombustíveis. A conferir. Sentido faz. A Raízen tem uma das maiores redes de distribuição da Argentina, com mais de 800 postos. A empresa responde por um quarto das vendas de combustíveis no país. O RR fez contato com a Raízen, mas a companhia não quis se manifestar.

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Emissão de títulos verdes entra nos trilhos da Rumo Logística
6/05/2024Há um forte zunzunzum no mercado de que a Rumo Logística prepara uma emissão de títulos verdes. Seguiria, assim, os passos de outra empresa de Rubens Ometto, a Raízen, que, em fevereiro, lançou US$ 1,5 bilhão em papéis atrelados a metas de sustentabilidade. No road show, talvez a Rumo tenha de dedicar um tempo maior para explicar aos potenciais tomadores dos bonds as acusações de trabalho análogo à escravidão, que a obrigaram a fechar um acordo com o MPT (Ministério Público do Trabalho) em 2022. Ou a multa de R$ 28 milhões aplicada pelo Ibama no ano passado à Malha Oeste, sua concessionária, por crime ambiental. Procurada pelo RR, a Rumo não se manifestou.

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Compra da Extrafarma sai mais caro do que a Pague Menos esperava
6/05/2024Haja Neosaldina! O RR ouviu de uma fonte enfurnada nos negócios do setor varejista que o processo de integração da Extrafarma está causando cefaleia crônica nos executivos da Pague Menos. As sinergias operacionais entre as duas redes não teriam atingido a dosagem estimada pelo grupo cearense. O binômio sobreposição geográfica e baixa lucratividade está obrigando a Pague Menos a ceifar parte da Extrafarma.
Até o momento, a já fechou 36 drogarias da bandeira, comprada ao Grupo Ultra em 2022, e não deve parar por aí. Além disso, a companhia tem sido forçada a lidar com um indesejável efeito colateral: o aumento da alavancagem financeira. A compra da Extrafarma jogou a relação dívida líquida/Ebitda para 3,1 vezes, bem acima do padrão histórico da Pague Menos.
O grupo já conseguiu baixar essa sarrafo para 2,4 vezes. Todo o esforço, segundo a informação que chegou ao RR, é para voltar até o fim do ano aos níveis pré-Extrafarma, ou seja, uma dívida de curto prazo equivalente 1,5 vez o Ebitda. O RR entrou em contato com a Pague Menos, mas a empresa não quis se pronunciar.

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Volta ao passado tem mil e uma utilidades para a Bombril
3/05/2024Às vezes é preciso recuar uma casa para se conseguir avançar duas. Que o diga o executivo Wagner Brilhante, de volta ao cargo de CEO da Bombril. Fontes do setor supermercadista sopram que Brilhante tem buscado uma estratégia comercial mais agressiva com o objetivo de recuperar espaço perdido para concorrentes nos últimos anos. Por estratégia mais agressiva entenda-se uma flexibilidade maior na precificação dos produtos e na negociação com varejistas. No ano passado, a empresa teve uma margem de lucro de 7,1% – cinco pontos percentuais maior do que em 2022. O entendimento é que há uma gordurinha para queimar. A redução média de um ponto percentual não teria impacto negativo. Pelo contrário. Poderia ser compensada com aumento das vendas e do market share, sobretudo nos velhos produtos de guerra, que historicamente sempre carregaram a companhia, como a palha de aço e o amaciante Mon Bijou. Nesse jogo com o varejo, alguns centavos a menos ou a mais podem fazer toda a diferença na colocação de um item em um espaço nobre da loja ou em um “triângulo das bermudas”.
De certa forma, é uma volta ao passado, uma espécie de Bombril old school. As gestões anteriores à de Wagner Brilhante cumpriram a missão de elevar a rentabilidade e a geração de caixa da companhia – entre 2022 e 2023, o lucro líquido saltou de R$ 22 milhões para R$ 100 milhões, e o Ebitda saiu de R$ 189 milhões para R$ 247 milhões. Como nem sempre se pode ter tudo, o aumento das margens custou à Bombril perda de market share – em toneladas, por exemplo, um indicador importante para a empresa, as vendas caíram 11% no ano passado. Entre sístoles e diástoles, Brilhante é tido dentro da própria Bombril como o nome certo na hora certa para fazer o ajuste fino necessário. Procurada pelo RR, a empresa não se manifestou.

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HIG quer os copos da Nadir brilhando para o IPO
3/05/2024Essa informação vem lá do fundo do mercado: a Nadir (ex-Nadir Figueiredo) iniciou a contagem regressiva para o seu IPO. O RR apurou que executivos da empresa, uma das maiores fabricantes de louças e copos da América Latina, têm visitado fundos de investimento e bancos. A abertura de capital marcaria o início do processo de desinvestimento da HIG Capital, controladora da companhia. Em 2019, a gestora norte-americana pagou cerca de R$ 855 milhões para ficar com os 97,6% da família fundadora mais os caquinhos de vidro que ainda estavam em free float. Apenas dois anos depois, a HIG entrou com pedido de um novo IPO da Nadir, mas acabou desistindo. Ao que tudo indica, valerá a pena esperar. Nesse período, o faturamento da empresa saiu de R$ 1 bilhão para mais de R$ 1,5 bilhão. Consultada, a Nadir não se manifestou.

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Horacio Piva enxerga uma Klabin dentro da Klabin
2/05/2024Horacio Lafer Piva reassumiu o cargo de chairman da Klabin com uma meta ousada: duplicar o tamanho do grupo em dez anos, atingindo nove milhões de capacidade instalada. Após a companhia recobrar o fôlego de um dos maiores projetos da sua história – o Puma II, no Paraná, com desembolso de R$ 13 bilhões -, um importante empreendimento já tem o sinal verde de Piva e dos demais conselheiros: a instalação de uma nova linha de celulose de fibra longa em Santa Catarina. Procurada, a Klabin informou que “não comenta rumores de mercado”.

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IPO da CSN Cimentos vai sair do papel neste ano
2/05/2024Segundo informações filtradas da CSN, Benjamin Steinbruch decidiu tirar da gaveta o IPO do braço cimenteiro da companhia. A ideia seria realizar a operação até outubro. O CFO da siderúrgica, Marcelo Ribeiro, que será deslocado para a presidência da própria CSN Cimentos – conforme informou o Pipeline, do Valor -, já tem visitado bancos e fundos de investimento para aferir o apetite do mercado. De acordo com a mesma fonte, a oferta de ações vai sair com ou sem a aquisição dos ativos da Intercement, leia-se Mover Participações (ex-Camargo Corrêa). A diferença é que “com” o múltiplo do valuation será bem maior. Consultada, a CSN não se manifestou.

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Fundos querem se esticar nos colchões da Ortobom
30/04/2024A Ortobom virou objeto de desejo de diversos fundos. A empresa não só está tinindo como é reconhecida pela sua competência em comprar matéria-prima barata, principalmente de origem chinesa, e por sua eficiência na gestão financeira, notadamente no planejamento tributário. Além das lojas próprias, a disseminação dos seus colchões em outras redes de varejo é impressionante. Com mais de 2,5 mil lojas, a marca tem um faturamento superior a R$ 9 bilhões.

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Huawei faz mais um afago ao governo brasileiro
29/04/2024O RR teve a informação de que a Huawei costura com o Palácio do Planalto uma audiência entre seu novo CEO no Brasil, Gao Kexin, e o presidente Lula. O executivo quer apresentar suas “credenciais”. Entre outros temas, a empresa deverá manifestar sua intenção de incluir uma cidade brasileira entre as localidades mundiais em que fará testes com a telefonia 5.5G. Pouco importa se o Brasil ainda está duas casas atrás no tabuleiro da tecnologia e sequer conseguiu implantar o 5G em todo o território nacional. É mais um afago dos chineses em suas aproximações sucessivas com a gestão Lula, a exemplo do projeto de criação de salas 100% digitais na rede pública de escolas da Bahia.

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Quinto Andar sobe mais dois degraus no mercado latino-americano
29/04/2024O RR apurou que o Quinto Andar prepara sua entrada na Colômbia e no Chile. Há negociações em curso para a compra de startups do setor imobiliário nos dois países. Trata-se da mesma estratégia adotada pela proptech em seu primeiro grande movimento no mercado internacional, leia-se a aquisição da Navent, no fim de 2021. A operação foi o passaporte para o seu desembarque, de uma só vez, na Argentina, Peru, Equador, México e Panamá. O Quinto Andar é um unicórnio cravejado de diamantes: na última capitalização, em agosto de 2021, seu valuation ficou em US$ 5,1 bilhões. Procurada, a empresa informou que “não responde especulações de mercado.”

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Plano de investimentos da CBA é mais flexível do que um duto de alumínio
26/04/2024O RR apurou que a diretoria da CBA (Companhia Brasileira de Alumínio) discute uma nova prorrogação do seu plano de investimentos, da ordem de R$ 2,5 bilhões. O horizonte de alocação desses recursos seria postergado, no mínimo, em até dois anos, de 2027 para 2028. Nas demonstrações financeiras do último mês de dezembro, a empresa parece já ter preparado o terreno para más notícias: “Os projetos de CAPEX são plurianuais e possuem flexibilidade para serem revistos de acordo com a geração de caixa operacional e condições de mercado”. Procurada, a CBA não se pronunciou, alegando estar em “período de silêncio”.
Não custa lembrar que o cronograma original previa o desembolso do valor entre 2022 e 2025, mas, em agosto do ano passado, o CEO da CBA, Luciano Alves, anunciou uma primeira extensão desse prazo para 2027. Ocorre que, de lá para cá, as condições mudaram. Para pior. O grau de alavancagem da empresa disparou para níveis desproporcionais ao padrão histórico do Grupo Votorantim.
Entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023, a relação dívida líquida/Ebitda saltou de 1,05 vez para 7,7 vezes. E a alta do dólar nas últimas semanas tem acendido todos os alertas na CBA: 77% do passivo da companhia estão indexados à moeda norte-americana. Fazer caixa para atacar esse endividamento tornou-se tão prioritário quanto produzir um tarugo de alumínio.
Some-se a isso o mau desempenho da CBA no ano passado. A companhia fechou 2023 com um prejuízo de R$ 810 milhões, revertendo o lucro de R$ 957 milhões no exercício anterior – um caso raro de última linha no vermelho no ecossistema empresarial da Votorantim. O último trimestre foi particularmente duro para a CBA: perdas de R$ 586 milhões, 633% a mais do que em igual período em 2022.

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Pátria molda Infracommerce a sua imagem e semelhança
25/04/2024A Infracommerce, uma das maiores fornecedoras de tecnologia para empresas de e-commerce da América Latina, quer ter a sua própria fintech. O foco principal é aumentar a capacidade de oferta de crédito para os próprios clientes. Mas não para por aí. A empresa enxerga espaço para vender soluções de pagamento, entre outros produtos financeiros digitais, para o seu ecossistema de marketplaces, que reúne mais de 420 mil varejistas. O projeto pode ser atribuído aos financistas do Pátria Investimentos, que se tornou o principal acionista e assumiu a gestão executiva da empresa – conforme o RR informou. Uma das possibilidades aventadas é a criação de uma joint venture com a Liber, avançando um casa na parceria anunciada no fim de fevereiro. As duas empresas se uniram para ampliar o volume de financiamento dentro das suas respectivas carteiras de clientes. A Liber, do ex-Pactual Marcelo Serfaty, assumiu a gestão da solução de crédito da Infracommerce. Ou seja: a empresa de tecnologia terceirizou o que, à época, era visto como um problema. No passado recente, a Infracommerce chegou a iniciar um projeto piloto, com capital próprio, para financiar seus clientes. Não deu certo. Agora, com o Pátria no manche, reassumir e turbinar a operação de crédito, em sociedade com a Liber e eventualmente com outros investidores, passou a ser encarado como uma solução. Procurada, a Infracommerce não quis se pronunciar.

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Família Zogbi se livra da Credz, mas não de suas sequelas
25/04/2024A venda da carteira de clientes da Credz para a DM Financeira, anunciada na última segunda-feira, significou o fim da segunda passagem da família Zogbi pela área financeira. A primeira terminou bem, com a negociação do Banco Zogbi para o Bradesco, em 2004, por R$ 650 milhões. Já não se pode dizer o mesmo do remake. A Credz, administradora de cartões, teve um desfecho um tanto quanto melancólico.
A gestão do empresário Fabio Zogbi, sócio da companhia ao lado de dois irmãos, ficou marcada pelo acúmulo de uma dívida de R$ 3,5 bilhões. Além disso, a gestão de Zogbi é alvo de críticas no mercado por uma suposta falta de transparência na condução da empresa. Segundo uma fonte familiarizada com a companhia, uma operação em específico ajudou a alimentar a insatisfação de investidores. Em novembro de 2021, a Credz levantou R$ 100 milhões com uma emissão de debêntures. Pouco tempo depois, começaram a surgir os primeiros sinais de problemas financeiros.
Em tempo: ainda que por vias oblíquas, a Credz marcou o reencontro de dois clãs que um dia foram concorrentes na indústria de papel e celulose. De um lado, os Zogbi, donos da antiga Ripasa: do outro, os Ermírio de Moraes, proprietários da velha VCP, que viria a dar origem à Fibria, posteriormente incorporada pela Suzano – em 2004, por sinal, a Ripasa seria vendida exatamente para a VCP e a Suzano. O revival não foi dos mais felizes para os Zogbi.
Em novembro do ano passado, o BV (ex-Banco Votorantim), controlado pelos Ermírio de Moraes, suspendeu a prorrogação da dívida da Credz e entrou na Justiça pedindo o bloqueio de bens dos seus acionistas.

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RGE abre o caixa para comprar florestas no Brasil
24/04/2024De primeira: a Royal Golden Eye (RGE), de Singapura, reservou cerca de R$ 3 bilhões para a compra de ativos florestais no Brasil. É mais um passo dos asiáticos para garantir o suprimento da fábrica da Bracell em Camaçari (BA) – a controlada é a maior fabricante de celulose solúvel do mudo. Recentemente, a RGE comprou 49,9% da AGP Negócios e Participações, empresa de propriedades agrícolas e florestais de Alexandre Grendene. Consultada, a RGE não se posicionou até o fechamento desta matéria.

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Erro de cálculo custa caro à RHI Magnesita
24/04/2024O rating do presidente da RHI Magnesita na América do Sul, Wagner Sampaio, anda em baixa junto à matriz, na Áustria. Segundo informações filtradas da própria companhia, Sampaio teria sido o principal artífice do aumento da capacidade do novo forno construído pelo grupo em sua fábrica de Brumado (BA). Inicialmente, estava prevista a produção de 85 mil toneladas de sínter de magnesita. No entanto, no meio do caminho, o projeto foi redimensionado para 140 mil toneladas. Com isso, o custo saltou de R$ 180 milhões para R$ 540 milhões. Ocorre que o otimismo da gestão da Magnesita na América do Sul não tem encontrado correspondência nos fatos. O enfraquecimento da indústria siderúrgica nacional reduziu a demanda por refratários, o que forçou a RHI a cortar investimentos previstos para outra fábrica no Brasil, a de Contagem (MG).

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Mudanças à vista em joint venture entre Totvs e Itaú
23/04/2024O RR apurou que existem conversas entre Totvs e Itaú para um aporte de capital na Totvs Techfin, fintech controlada meio a meio pela dupla. Na operação, o banco dos Setúbal passaria a ter uma participação maior no negócio. Há cerca de dois anos, o Itaú pagou R$ 1 bilhão por metade do capital. A fintech, especializada em crédito e soluções de pagamento, ainda está longe de entregar os resultados esperados. No ano passado, por exemplo, seu Ebitda caiu quase 50% em relação a 2022. Consultada, a Totvs informou que “não comenta especulações”.

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Mubadala II, a missão: árabes avançam sobre Invepar
22/04/2024Há informações de que o Mubadala voltou à carga para comprar a Invepar, holding de concessões controlada por Previ, Petros e Funcef. A companhia é uma máquina de triturar dinheiro. Nos últimos dois anos, teve prejuízo consolidado somado de R$ 500 milhões. Em 2021, o poderoso fundo árabe chegou a abrir tratativas com os fundos de pensão para a compra da Invepar. Acabou ficando apenas com a concessão do metrô. De lá para cá, surgiu mais um personagem nesse enredo: a Monte Capital, que, em 2022, assumiu 25% da Invepar. De acordo com a fonte do RR, a gestora tem interesse em manter sua participação.

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Proposta de fusão deixa sócios da Tok & Stok em prateleiras separadas
22/04/2024O Carlyle, sócio majoritário da Tok & Stok, e a empresária Ghislaine Dubrule, acionista minoritária e CEO da empresa, têm se entendido às mil maravilhas. Quer dizer, quase. A gestora norte-americana insiste em promover a fusão da companhia com outro player do setor e conversa com uma plataforma de e-commerce de móveis e artigos de decoração. Já a empresária defende que a Tok & Stok deve andar pelas próprias pernas. Não foi para entregar a empresa fundada por ela e o marido, Regis Dubrule, que Ghislaine topou reassumir a gestão executiva em meio à delicada situação financeira da rede varejista. Procurada, a Tok & Stok não se manifestou.

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Natulab tem remédio. Mas o gosto é amargo
19/04/2024Comprar o controle da farmacêutica Natulab foi a parte mais fácil da história. Agora o fundo Pettra, de Ronnie Motta, vai se dedicar à missão mais complexa: renegociar o passivo da empresa. A tarefa deverá ser acompanhada de alguns remédios amargos, com ajustes na estrutura de custos da empresa. As dívidas bancárias somam cerca de R$ 240 milhões, o que impõe um elevado custo financeiro, agravado pela dificuldade da companhia em gerar caixa. Procurada, a Natulab confirmou as conversas com os bancos, que, segundo ela, “nesse atual momento têm o objetivo e intuito de apresentar o novo controlador da empresa aos atuais credores.”
Em tempo: a Natulab é um raro caso de insucesso do Pátria Investimento, seu acionista anterior. A gestora queimou mais de R$ 400 milhões sem atingir o breakeven. O que se diz no mercado é que o Pátria praticamente “deu” o Natulab para o Pettra. O pagamento será a perder de vista e vinculado a uma série de debêntures emitida pelo laboratório.

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Minerva Foods vai ter de roer o osso no “Cade” uruguaio
19/04/2024As informações que chegam à direção da Minerva Foods reportadas pelos advogados da empresa no Uruguai não são nada alvissareiras. A Comissão de Promoção e Defesa da Concorrência (Coprodeco), órgão antitruste vinculado ao Ministério da Economia local, deverá determinar que a empresa venda plantas frigoríficas no país. Seria a condicionante para a aprovar a aquisição das três unidades de abate que pertenciam à Marfrig, operação fechada no ano passado. Há um fator que joga contra a Minerva. A compra do frigorífico BPU Meat, sacramentada poucos meses antes, foi autorizada pela Coprodeco sem restrições. A decisão aumentou a pressão dos pecuaristas locais por sanções contra o grupo brasileiro. Com a compra das unidades da Marfrig, a Minerva concentrará mais de 60% dos abates de gado bovino no Uruguai. Ressalte-se que a operação também enfrenta resistência do lado de cá da fronteira. No mesmo pacote, a Minerva ficou com 11 frigoríficos da Marfrig no Brasil, operação que a Superintendência Geral do Cade já classificou como “complexa”.

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Johnson & Johnson repele pedidos de exportação por falta de produto
17/04/2024Responsável por quase 80% do mercado brasileiro de repelentes, a Johnson & Johnson não vem conseguindo atender à demanda de outros países da América do Sul. A empresa já teria recusado pedidos de exportação vindos, por exemplo, da Argentina e do Paraguai. Sua produção está sendo sugada pelo mercado interno – as vendas cresceram 200% em comparação ao verão passado. A dengue, uma mazela tipicamente made in Brazil, está se espalhando por outros países da região, na esteira do El Niño. As alterações climáticas causadas pelo fenômeno têm criado circunstâncias perfeitas para a proliferação do Aedes aegypt. Procurada pelo RR, a empresa não se manifestou.

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CEO vira uma peça decorativa na Lojas Marisa
17/04/2024Edson Abuchain Garcia, há apenas um mês no cargo de CEO da Lojas Marisa, já foi devidamente apresentado ao padrão de governança da rede varejista: a família Goldfarb, notadamente Marcio Goldfarb, conselheiro da empresa, manda e ai do executivo que não obedecer os acionistas controladores. Foi assim com a antecessora de Garcia, Andrea Menezes, que ficou exatos 30 dias na cadeira de presidente. Segundo fonte próxima à Marisa, tudo o que os Goldfarb menos querem é um novo João Pinheiro Nogueira Batista. No entendimento da família, Batista teve excesso de carta branca na reestruturação da rede varejista durante o período de um ano em que ficou à frente da gestão executiva. As fricções com os controladores teriam sido constantes. Procurada, a Marisa não quis comentar o assunto.

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Shopee procura um conselheiro de luxo no Brasil
17/04/2024A chinesa Shopee busca um nome para ser um híbrido de chairman e embaixador da marca no Brasil. Alguém capaz de agregar capital reputacional à empresa, que seja respeitado pelo mercado, tenha um profundo conhecimento do varejo brasileiro e possa ser um porta-voz influente junto ao governo. Alguém tipo um… José Galló, que acaba de deixar a Renner após 27 anos.

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Lemann também mira a porta de saída na Salta Educação
16/04/2024O Grupo Salta Educação, ex-Eleva, deverá se juntar à Kraft Heinz na lista de desinvestimentos de Jorge Paulo Lemann. Os acionistas da holding de ensino traçam planos de abrir o capital da empresa em bolsa, o que ocorreria ainda neste ano ou, no mais tardar, no primeiro trimestre de 2025. O IPO serviria como porta de saída para a Gera Capital, de Lemann, vender parte ou mesmo a totalidade da sua participação no Salta. Seria o ato final da reestruturação societária do grupo, iniciada em fevereiro, com a entrada das gestoras Atmos e Mission e o aumento da fatia acionária do Warburg Pincus, que passou a dar as cartas como maior sócio individual, com 28%. Na operação, a Gera Capital reduziu sua posição na empresa de 55% para 23%. A saída por meio de um IPO aumentaria o valuation da participação do fundo.

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Brasil reluz feito um cristal na operação da Svarowski
15/04/2024O Brasil tem tudo para ganhar um upgrade na operação internacional da austríaca Swarovski, sinônimo de excelência em cristais. Segundo o RR apurou, o escritório de São Paulo deverá ser o QG das operações da empresa na América Latina, hoje centralizadas em Miami. Um dos principais projetos que vêm sendo lapidados pelo grupo é a expansão da rede de lojas no México e no Chile. Com 74 lojas da marca, o Brasil é responsável por uma das maiores taxas de crescimento mundial da Swarovski, com uma média de 15% de aumento da receita nos últimos anos.

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ArcelorMittal congela projeto de laminadora no Ceará
15/04/2024O RR apurou que a ArcelorMittal recuou no projeto de instalação de uma laminadora de aços finos Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), no Ceará, comprada junto à Vale e à Dongkuk Steel no ano passado. De acordo com informações filtradas da empresa, o investimento da ordem de R$ 1 bilhão deverá ser reavaliado apenas no ano que vem. E, ainda assim, se as condições de mercado permitirem. É mais uma consequência das perdas causadas pela crescente entrada de aço chinês no Brasil. Recentemente, o grupo reduziu a produção em suas usinas de Resende (RJ), Juiz de Fora (MG) e Piracicaba (SP). Em conversa com o RR, a Arcelor informou que “há contínuos estudos de viabilidade de investimentos de médio e longo prazo, conectados à estratégia de descarbonização e consolidação do máximo desempenho da unidade de Pecém”. Perguntada especificamente sobre a instalação de uma laminadora na CSP, a empresa não se pronunciou. Ressalte-se que, mesmo com a competição assimétrica com o aço chinês, o complexo da ArcelorMittal em Pecém escapou dos cortes de produção feitos pela empresa no país. Pelo contrário. Segundo a própria companhia informou ao RR, a unidade atingiu sua capacidade máxima, com a fabricação de três milhões de toneladas de placas de aço em 2023, um desempenho inédito desde o início da sua operação em 2016.
Em tempo: qualquer solavanco nos investimentos da ArcelorMittal no Ceará é um fator de risco para o mega hub de hidrogênio verde do Pecém, já anunciado pelo governo do estado. A siderúrgica é potencial compradora de parte da produção.
Esclarecimento: Após a publicação da nota, a ArcelorMittal procurou o RR para reafirmar “que o projeto da laminadora está em estudo de viabilidade. Sobre a compra de hidrogênio verde, informamos que há, sim, interesse em energias renováveis, mas não há nenhum compromisso firmado para a compra de hidrogênio verde. Essa informação foi publicada pela imprensa e retificada à época.”

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Walter Schalka é o voto da Mitsui para o comando da Vale
15/04/2024Informação apurada pelo RR junto a um conselheiro da Vale: entre os acionistas de referência da companhia, a Mitsui é quem mais tem se mexido pela indicação de Walther Schalka para o cargo de CEO, em substituição a Eduardo Bartolomeo. De acordo com a mesma fonte, além dos head hunters designados pela mineradora, os próprios japoneses vêm conversando diretamente com Schalka desde janeiro. Para quem correu o risco de ter Guido Mantega na cadeira de presidente, a chegada do executivo seria como trocar escória por minério de altíssimo valor. Schalka vai sair do comando da Suzano em julho deixando para trás números bastante respeitáveis. Sob a sua batuta, a empresa, por exemplo, saltou de dois milhões de toneladas de celulose vendidas em 2013 para mais de dez milhões de toneladas no ano passado. Procurada, a Mitsui não se pronunciou.

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Raia Drogasil reduz a dosagem dos seus investimentos em São Paulo
12/04/2024Um termômetro da perda de apetite momentânea do varejo farmacêutico: segundo informação filtrada da própria empresa, a Raia Drogasil, maior grupo brasileiro do setor, planeja inaugurar não mais do que 30 farmácias em São Paulo ao longo de 2024. Nos anos recentes, o grupo abriu, em média, cerca de 60 lojas. Em 2023, ressalte-se, as vendas de medicamentos no Brasil cresceram 4,7% abaixo dos 6,3% registrados no ano anterior. A Raia Drogasil nem pode se queixar: sua receita líquida subiu 16,8% – quase quatro vezes mais do que a do setor -, chegando a R$ 34 bilhões. Mas a avaliação da companhia é que o momento pede uma puxada no freio de mão e o aumento dos recursos em caixa.

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Ex-ministro dos Transportes é o trunfo dos chineses para aprovação da “Lei BYD”
12/04/2024A BYD é boa de carro elétrico e de lobby de alta voltagem. O chairman da montadora no Brasil, Alexandre Baldy, tem conversado regularmente com deputados e senadores. Do alto do seu prestígio de ex-ministro dos Transportes, Baldy trabalha para acelerar a votação do projeto de lei do senador Ciro Nogueira (PP-PI) que restringe o alcance e os benefícios do Mover, programa do governo federal de estímulo à produção de veículos híbridos. Seria um revés para montadoras como Volkswagen e Toyota, que têm concentrado seus investimentos em transição energética no país em automóveis movidos tanto a eletricidade quanto a combustão. E seria uma vitória da BYD, dedicada exclusivamente à fabricação de veículos elétricos. Não por acaso, no setor automotivo, o projeto já é chamado ironicamente de “Lei BYD”. Consultada, a empresa não se manifestou.

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A mais nova vítima de Guilherme Paulus na CVC?
12/04/2024O que se diz nos corredores da CVC é que a abrupta saída do CFO da empresa, Carlos Wollenweber, foi detonada por atritos com o empresário Guilherme Paulus. Nada muito diferente do script da renúncia de Leonel Andrade Neto, que deixou o cargo de CEO em maio de 2023, quando Paulus reassumiu as rédeas da operadora de turismo. Wollenweber sempre foi bastante respeitado dentro e fora da CVC, notadamente junto ao mercado financeiro. O executivo conduziu o follow on da empresa em junho de 2023, que movimentou R$ 550 milhões. Ao que parece, não foi o suficiente para resistir ao trator Guilherme Paulus. Oficialmente, o fundador da CVC não tem cargo nem no Conselho nem na gestão executiva. Mas a governança corporativa da empresa é uma seta apontada para um só nome: praticamente todas as decisões estratégicas têm de passar pelo crivo de Paulus. Procurada, a CVC não retornou.

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Jean Paul Prates busca apoio dos petroleiros para ficar onde está
11/04/2024A operação de lobby montada por Jean Paul Prates para seguir no comando da Petrobras mira nas mais diversas direções. Enquanto o próprio Prates tem feito um corpo a corpo com lideranças políticas, entre as quais o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, seu chefe de gabinete, Danilo Ferreira da Silva, foi escalado para cuidar do “chão de fábrica”. Com notória influência na área sindical – foi diretor da FUP (Federação Única dos Petroleiros) -, Silva tem buscado o apoio das entidades de classe dos trabalhadores da estatal à permanência de Prates no cargo. Não é tarefa simples. A gestão Prates tem sido alvo de críticas dos representantes de funcionários da Petrobras. Em recente conversa com o RR, o presidente Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobras), Felipe Coutinho, disparou contra a administração de Jean Paul Prates, a começar pelo programa de investimentos da empresa – “muito baixos se comparados ao histórico da companhia e em relação às maiores petrolíferas estatais e privadas estrangeiras”. Na ocasião, Coutinho disse ainda que, até o momento, a gestão Prates mantém “as principais políticas que são contrárias ao interesse nacional, ao crescimento e ao desenvolvimento do Brasil” – (https://relatorioreservado.com.br/noticias/sindicalistas-e-liberais-acirram-divisao-na-petrobras/).

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Andrade Gutierrez prepara seu regresso à África
11/04/2024A Andrade Gutierrez está pavimentando seu retorno à África. O RR apurou que a construtora vem mantendo contatos com o governo de Angola para participar de projetos de infraestrutura no país. Um dos alvos cobiçados seria a construção de uma ferrovia de quase 600 km que ligará o Corredor do Lobito, uma dos eixos logísticos de Angola, à Zâmbia. Ressalte-se que, no ano passado, o CEO da construtora, Carlos Souza, esteve entre os executivos do setor de construção pesada que se reuniram com o ministro Fernando Haddad pedindo financiamento público para contratos em Angola. A empresa de Sergio Andrade teve uma bem-sucedida trajetória no continente africano. Em 2014, por exemplo, por meio da subsidiária Zagope, operava simultaneamente em dez países. A Lava Jato e o consequente extermínio do crédito pública para a exportação de serviços de engenharia varreram a Andrade Gutierrez do mapa da África. Consultada, a empreiteira não quis se pronunciar.

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Novo CEO da WEG desenha projeto de expansão no exterior
11/04/2024O RR apurou que o novo CEO da WEG, Alberto Kuba, já trabalha em um plano de expansão do parque fabril no exterior que deverá será levado ao Conselho ainda neste semestre. Parte expressiva dos investimentos será focada em duas áreas: automação e eletrificação de frotas. De acordo com uma fonte próxima à empresa, a WEG trabalha com a meta de chegar ao fim de 2025 com aproximadamente 60% das suas receitas provenientes das operações internacionais – hoje, a proporção é de 50 a 50 entre o mercado interno e externo. Kuba é visto dentro da WEG como o executivo certo para a missão. Nos últimos anos, foi sendo gradativamente preparado para a tarefa, ao passar pelas operações da companhia na América do Norte, Europa e Ásia. O RR entrou em contato com a WEG, mas a empresa não se manifestou.

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Ourofino se vacina contra queda das suas receitas internacionais
11/04/2024A Ourofino Saúde Animal mantém tratativas para a venda de um pacote de 15 milhões de doses de vacina contra a febre aftosa para a Argentina. Na outra ponta da operação está o laboratório argentino Tecnovax Biofarmacêutica, que também atua no Brasil. Trata-se de um movimento importante da Ourofino no mercado sul-americano. A empresa está se aproveitando da fricção entre os pecuaristas argentinos e os três laboratórios locais que produzem a vacina contra aftosa, acusados de formação de cartel. Em algumas províncias do país, o preço do imunizante subiu 400% ao longo de 2023, acirrando ainda mais a relação entre os grandes proprietários de rebanho e os fabricantes de vacina. Consultada pelo RR, a Ourofino confirma ter sido procurada pela Tecnovax, “interessada na compra de doses da vacina contra a febre aftosa”. A empresa informa que “Até o momento não há negociação efetivada”.
Uma vez confirmado, o contrato cairá dos céus para a Ourofino, que tem o desafio de melhorar a performance das suas operações internacionais. No ano passado, as vendas para o exterior somaram R$ 128 milhões, queda de 5,4% em relação a 2022. De um maneira geral, não foi um ano dos melhores para uma das maiores empresas de saúde animal da América Latina: a Ourofino teve um prejuízo de R$ 50 milhões, contra um lucro de R$ 130 milhões no exercício anterior.

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Operação do Grupo Soma na Europa não cabe nas medidas da Arezzo
10/04/2024Em meio ao processo de fusão entre a Arezzo e o Grupo Soma, o negócios da Farm na Europa têm provocado agulhadas entre os executivos das duas empresas. A Arezzo, de Alexandre Birman, estaria fazendo pressão, desde já, por ajustes profundos na operação da Farm no Velho Continente. Com o perdão do trocadilho, a grife do Grupo Soma está mais para subtração. As lojas abertas em Milão e em Paris têm queimado caixa da companhia, sem previsão de atingir o breakeaven. Do lado do Soma, os executivos garantem que a operação se tornará rentável já neste ano. Não é o que os gestores da Arezzo enxergam à luz dos números sobre a mesa. Para eles, a estrutura da Farma Europa tem problemas de custos elevados, notadamente com manutenção de estoques e gastos em marketing.

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Casino corta alavancagem do Pão de Açúcar de olho na porta de saída
10/04/2024Segundo o RR apurou, o Casino trabalha com a meta de diminuir a relação dívida líquida/Ebitda do Grupo Pão de Açúcar de 3,5 para 2 vezes. A ordem é cortar na própria carne para fazer caixa e abater o endividamento. De acordo com a mesma fonte, além de ajustes na estrutura de custos, a rede varejista vai colocar à venda um pacote de ativos imobiliários, como lojas e centros de distribuição. A companhia já sonda potenciais compradores. Entre os interessados na aquisição estariam o FII CSHG Renda Urbana, fundo do Credit Suisse Hedging Griffo, e o TRX Real Estate.
Os franceses tratam a redução do nível de alavancagem do Pão de Açúcar como fundamental para o passo seguinte – e decisivo: a venda do restante das suas ações na rede varejista e consequentemente a sua saída do Brasil. É um trabalho árduo, feito quase que a conta-gotas. O Pão de Açúcar já colocou seus postos de combustíveis e até mesmo a sua sede, em São Paulo, à venda, com o objetivo de amealhar recursos para abater a dívida. Os R$ 704 milhões arrecadados com a recente oferta de ações tiveram o mesmo destino: diminuir o passivo.

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Abertura de capital divide acionistas da Tigre
9/04/2024Há uma conexão que não está muito bem encaixada na Tigre: o Advent, dono de 25% do capital, quer o IPO da empresa; a família Olsen, acionista controladora, não.

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Mercado Livre expande seus territórios contra invasão chinesa
9/04/2024No que depender do head do Mercado Livre no Brasil, Fernando Yunes, o gigante do e-commerce vai construir mais dois centros de distribuição no Brasil ainda neste ano. Goiás, Mato Grosso e Rio Grande do Sul são os mais cotados a receber as unidades de armazenagem. Com a estrutura já em construção em Pernambuco, a empresa chegará a 13 centros de distribuição. E ainda é pouco. Parte expressiva do mega plano de investimento de R$ 23 bilhões anunciado recentemente por Yunes será para ampliar a capilaridade da estrutura logística do Mercado Livre com o objetivo de reduzir substancialmente o tempo de entrega de mercadorias. Afinal, os concorrentes chineses estão chegando com tudo ao Brasil.

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123 Milhas começa a se desfazer dos anéis para salvar os dedos
9/04/2024Com dificuldades de caixa, a 123 Milhas planeja vender a Maxmilhas, desfazendo a incorporação realizada em janeiro de 2023. A negociação é difícil. Depende de anuência da Justiça e dos credores das duas empresas, ambas em recuperação judicial. Além disso, a Maxmilhas carrega uma dívida da ordem de R$ 240 milhões. “Nada”, se comparada ao passivo da própria 123 Milhas, de aproximadamente R$ 2,4 bilhões. Procurada, a empresa não se manifestou.

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CVC dribla crise econômica da Argentina
8/04/2024Seja onde for, sempre haverá uma casta imune a crises. Que o diga a CVC. Ao menos até o momento, a operadora de turismo de Guilherme Paulus tem passado imune à debacle econômica na Argentina. Nos três primeiros do ano, mesmo com a brutal desvalorização do peso, a subsidiária da empresa no país vizinho registrou aumento de receita da ordem de 15% em relação ao primeiro trimestre de 2023. Há ainda um carry over de vendas fechadas no período de festas, no fim do ano, mas também um volume expressivo de pacotes comercializados nas férias de janeiro. No quarto trimestre de 2023, a CVC já havia registrado uma alta do faturamento de 24% em relação a igual período no ano anterior. Ressalte-se que a Argentina responde por mais da metade da receita da companhia na América do Sul – excluindo-se o Brasil.

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Cyrela busca margens mais altas para conter mau humor do mercado
8/04/2024Segundo informações filtradas da própria Cyrela, a empresa está fazendo ajustes na estrutura de custos de obras em andamento. De acordo com a mesma fonte, a incorporadora pretende subir mais um degrau e atingir uma margem líquida de 16% neste ano, contra 15,1%. Trata-se de um número que chama a atenção. No ano passado, a margem líquida média de todo o setor de incorporação imobiliária desceu a ladeira, caindo de 13,4% para 10,2%. Este é um dos indicadores mais relevantes de rentabilidade no setor. O curioso é que, mesmo com um desempenho tão positivo, o mercado ainda não digeriu bem o balanço de 2023 da Cyrela. Desde o anúncio, no dia 14 de março, a ação acumula uma queda de 7,6%. Até então, o papel vinha de uma alta de 10% no ano. O mau humor decorre, sobretudo, do aumento de 52% da dívida líquida em 2023 na comparação com o ano anterior.

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Taesa é o próximo vale-dividendo do governo Zema
5/04/2024Após a venda da participação na Cemig na Aliança Energia para a Vale, o governo Zema quer sacramentar ainda neste semestre a saída da empresa do capital da Taesa. Tomando-se como base apenas o preço da ação, a fatia de 21% da Cemig na empresa de transmissão está avaliada em torno de R$ 2,6 bilhões. É o que o mercado já chama de “operação raspa dividendo”. O governo mineiro está desmobilizando o que pode antes de uma eventual federalização da companhia.

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Um anti-Eneva a caminho do Conselho da Vibra
5/04/2024A assembleia de acionistas da Vibra marcada para o próximo dia 18 de abril desponta como uma data importante para o andamento – ou não – das tratativas para a fusão com a Eneva. Indicado para um assento no Conselho de Administração, Ronaldo Cezar Coelho pretende usar o duplo chapéu, de membro do board e um dos principais acionistas da empresa, para trabalhar contra a operação.

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Dotz avança na sua transmutação em fintech
4/04/2024A Dotz trabalha em um projeto estratégico guardado a sete chaves: sua entrada no segmento de crédito para pessoas jurídicas, notadamente lojistas e empresas parceiras. É um passo a mais na metamorfose da empresa, que nasceu como um programa de fidelidade e aos poucos vai se transmutando em fintech. A Dotz já oferece financiamento para pessoa física e está desenvolvendo soluções de pagamento. É mudar ou provavelmente ficar pelo caminho. O mercado já “condenou” a companhia, ou, ao menos, o seu modelo de negócio original. Desde o festejado IPO, em junho de 2021, o market cap da Dotz despencou impressionantes 95%. Procurada, a empresa não se manifestou.

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Aporte de capital na ISA CTEEP pode ser a porta de saída da Eletrobras
4/04/2024O RR apurou que a colombiana ISA planeja um aporte financeiro na ISA CTEEP, uma das maiores empresas de transmissão do Brasil. O objetivo é reforçar a estrutura de capital da empresa para a execução do seu programa de investimentos, que prevê um desembolso de R$ 15 bilhões até 2028. A capitalização da CTEEP pode se desdobrar em mudanças ainda mais profundas na composição acionária da companha, eventualmente servindo como porta de saída para a Eletrobras. A ex-estatal parece um pouco zonza em relação ao que fazer com esse ativo. No fim de outubro do ano passado, a Eletrobras anunciou a intenção de vender sua participação na ISA CTEEP, equivalente a 35,7% do capital total. Uma semana depois, comunicou ao mercado ter desistido da operação. Consultada pelo RR, a ISA CTEEP não se pronunciou.

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Copersucar abre as portas da Alvean para um novo parceiro
3/04/2024A Copersucar está a mil por hora. No front interno, acaba de anunciar a compra de 50% da comercializadora de energia Comec; no externo, segundo o RR apurou, busca um parceiro internacional para a Alvean, maior trading de açúcar do mundo. A Copersucar controla 100% da empresa desde 2021, quando comprou a metade que pertencia à Cargill. Procurada, a companhia não se manifestou.

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Quando a recuperação judicial da Eternit vai terminar?
3/04/2024A pergunta acima tem sido repetida pelos próprios fundos minoritários da Eternit. Os acionistas estão com uma pulga atrás da orelha por conta da penumbra que cerca o fim da recuperação judicial da companhia. Em conversas reservadas com os investidores, os executivos da companhia previam o encerramento do processo até dezembro do ano passado. Não aconteceu. Posteriormente, a estimativa passou para março deste ano. De novo, nada ocorreu. Agora, os dirigentes da Eternit falam que o ponto final será “em breve”. Lembrando que já faz quase seis meses que a empresa pediu o encerramento da RJ à 2ª. Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca de São Paulo/SP.

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Brasil é figurinha carimbada nos negócios da Panini
3/04/2024O bom desempenho da seleção brasileira nos recentes amistosos contra Inglaterra e Espanha mudou não apenas o ânimo dos torcedores, mas também dos patrocinadores e parceiros da Copa América. É o caso da italiana Panini. O grupo trabalha, intramuros, com a estimativa de que o Brasil vai responder, sozinho, por aproximadamente 40% das vendas do álbum da competição, marcada para os Estados Unidos nos meses de junho e julho. É o que afirma uma fonte ligada à Panini, com quem o RR trocou figurinhas. O maior investimentos em marketing da companhia foi feito justamente no mercado brasileiro, leia-se a contratação de Endrick, já vendido ao Real Madri, para ser embaixador do álbum da Copa América.
A Panini – gigante mundial com faturamento da ordem de um bilhão de euros por ano – detém o licenciamento de grandes competições internacionais. Desde 1970, é parceira da Fifa e, consequentemente, monopolista dos álbuns da Copa do Mundo. O grupo, no entanto, sofreu uma dura derrota comercial há dois anos, ao perder os direitos sobre a Euro 2024 para a norte-americana Topps. Sob certo aspecto, os italianos foram vítimas da maior disputa na geoeconomia do esporte, protagonizada entre a Fifa e a Uefa, que comanda o esporte na Europa. Quem está com uma não pode estar com a outra. E vice-versa.

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Engie costura com cuidado transferência societária da Usina de Jirau
2/04/2024A matriz da franco-belga Engie e sua controlada no Brasil começam a discutir uma operação razoavelmente delicada: a transferência da participação na Usina de Jirau. A holding, que detém 40% da hidrelétrica, vai repassar essa participação para a Engie Brasil. Esse movimento causa certa apreensão entre os minoritários da subsidiária brasileira, pelas incertezas em relação ao mecanismo de transferência e seu impacto sobre o caixa da empresa. Há a possibilidade de a matriz financiar a operação ou mesmo de uma troca de ações. Além disso, a Jirau carrega um histórico de prejuízos. Foram dez anos seguidos no vermelho, sequência interrompida por um pequeno lucro em 2023.

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Quando a Vale vai “limpar” toda a lama de Mariana?
2/04/2024A tragédia de Mariana não tem fim. O Ministério Público Federal e o Ministério Público de Minas Gerais já se mobilizam para acionar a Justiça, pedindo o aumento da multa imposta à Fundação Renova pelo descumprimento de decisões judiciais anteriores. Na semana passada, a 4ª Vara Federal Cível e Agrária de Belo Horizonte aplicou uma sanção de R$ 250 mil contra a entidade por litigância de má fé e por ignorar reiteradamente determinações da Justiça. A Fundação Renova – biombo atrás do qual os verdadeiros culpados pelo desastre, Vale e sua sócia BHP, se escondem – tem negado indevidamente direitos já concedidos às vítimas da tragédia. A entidade, por exemplo, interrompeu, sem qualquer justificativa, o pagamento do Auxílio Financeiro Emergencial (AFE) aos atingidos que aderiram ao Novo Sistema Indenizatório (Novel). Segundo uma fonte do MPF, a Fundação tem descumprido acordos já firmados com a vítimas e também rechaçado novas reivindicações. Uma delas é que o pagamento do AFE seja estendido, com valores retroativos a 2015, àqueles que nunca receberam o benefício, mas se encaixam nos critérios estabelecidos. Procurada pelo RR, a Fundação Renova limitou-se a dizer que “se manifestará nos autos do processo dentro do prazo legal”.
Enquanto o Ministério Público e a Justiça cobram da Vale e da BHP o que ambas insistem em não pagar, as vítimas fazem o que podem fazer: protestar e jogar foco sobre os responsáveis por 19 mortos e por incontáveis prejuízos socioambientais. A recente manifestação na entrada das instalações da Vale no bairro Jardim Camburi, em Vitória (ES), é apenas o começo. O Movimento dos Atingidos por Barragens estaria organizando atos em diversas sedes e minas da empresa em outros estados. Os mais exaltados falam em paralisar atividades da companhia.

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Divisão de pets está longe de ser um negócio de estimação para a BRF
2/04/2024Para todos os efeitos, a BRF propala que desistiu de vender sua divisão de pets. Seria puro blefe. O que se diz no mercado é que se alguém chegar com uma proposta de R$ 2 bilhões na mão leva o negócio. A crise de caixa da BRF no passado recente – solucionada somente com o aporte do Marfrig e da saudita Salic – fez a companhia reduzir significativamente os investimentos na operação ao longo dos últimos anos. Nesse período, a divisão perdeu tração e competitividade em relação aos grandes players do setor, como Petz e Cobasi.

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Brasil se torna o centro de comando do Coolnaal Group na América do Sul
2/04/2024O escritório da chinesa Coolnaal Group em São Paulo tornou-se o QG da expansão dos negócios da companhia na América do Sul. A operação brasileira está conduzindo a entrada do grupo no setor de mineração no Peru. A Coolnaal vai investir na exploração de uma jazida de minério de ferro na região de Arequipa. O plano prevê a produção de até 22 milhões de toneladas por ano, que serão prioritariamente destinados à China. É um passo a mais na estratégia de diversificação do colar de ativos na América do Sul – a empresa já tem uma mineradora no Chile. No Brasil, a atuação da Coolnaal está concentrada no agronegócio, mais especificamente na produção de soja, milho e trigo. Além de investimentos na extração de minério e agronegócio, o grupo atua também na produção de alimentos industrializados e de vinhos.

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Equatorial entra na disputa pelo saneamento de Pernambuco
1/04/2024De primeira: a Equatorial Energia está em linha direta com o governo de Pernambuco e o BNDES. A empresa já manifestou o interesse em disputar a concessão de saneamento no estado. O leilão está programado para o último trimestre do ano. O pacote de investimentos, que deve ser dividido em blocos, é da ordem de R$ 25 bilhões. Ressalte-se que a Equatorial Energia é apontada também como candidata à privatização da Sabesp. Consultada, a empresa não quis se manifestar.

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Nelson Kaufman recua e leva junto a internacionalização da Vivara
1/04/2024A “operação recuo” da Vivara não se limita à desistência do acionista controlador Nelson Kaufman em ocupar o cargo de CEO. A empresa também pisou no freio em relação aos planos de internacionalização, anunciados de forma açodada pelo próprio Kaufman. O entendimento é que o projeto precisa ser mais bem lapidado. O mercado não digeriu bem a estratégia – aliás, não digeriu bem nada que veio da Vivara nas últimas duas semanas. Os 11 dias que marcaram o efêmero retorno de Kaufman à presidência foram suficientes para a rede de joalherias perder um quinto do seu valor de mercado.

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Vivo e TIM enxergam dumping na promoção da Claro
28/03/2024O RR apurou que Vivo e TIM estudam entrar com uma ação antitruste contra a Claro. No entendimento das duas operadoras, a concorrente estaria montando uma operação de dumping na venda de serviços de telefonia celular. No mês passado, a Claro anunciou negociações com fabricantes de smartphones para vender aparelhos abaixo de R$ 500,00 – valor bem inferior à média dos atuais dispositivos disponíveis no mercado. Na avaliação de Vivo e TIM, a conta não fecha. A Claro estaria, em um primeiro momento, assumindo o prejuízo de subsidiar a venda de smartphones para, mais à frente, compensar as perdas com a oferta de serviços 5G. Procuradas pelo RR, Vivo e TIM não quiseram se manifestar.

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Cedae anuncia resultado positivo na próxima semana
28/03/2024A adoção de uma administração financeira profissional na Cedae começa a render frutos. Pouco mais de um ano após tomar posse como diretor Administrativo-Financeiro e de Relações com Investidores, Antônio Carlos dos Santos entrega na próxima semana o balanço de 2023 da companhia com lucro. A empresa vinha apresentando prejuízo desde 2020, mas já em 2022 registrou uma pequena recuperação. Em 2020, o resultado negativo foi de R$ 262 milhões; em 2021, a perda chegou a R$ 78,8 milhões. No exercício de 2022, a Cedae lucrou R$ 1,1 milhão.

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Petrobras e congêneres não precisam de “mesada” dos cofres públicos
27/03/2024
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Álya e NG GDK também buscam o waiver da Petrobras
27/03/2024Mais duas empresas linchadas pela Lava Jato estão na “fila do perdão” da Petrobras. Álya (como foi rebatizada a antiga Queiroz Galvão Construtora) e NG GDK (Nova Geração GDK) buscam retomar a prestação de serviços para a estatal, juntando-se a outros grandes grupos da construção pesada que voltaram a firmar contratos com a companhia – como Novonor (ex-Odebrecht) e Andrade Gutierrez, conforme informou o Estado de S. Paulo. No caso da Álya, o Grupo Queiroz Galvão, seu controlador, já percorreu algumas casas desse longo tabuleiro. Em 2016, a subsidiária Queiroz Galvão Óleo e Gás, que atua no fornecimento de sondas e embarcações, foi retirada da lista da empresas impedidas de fazer negócio com a Petrobras. Em 2021, o grupo deu um passo ainda mais efetivo: à época, ainda chamada de Queiroz Galvão, a construtora voltou a vencer uma licitação do governo federal após um hiato de sete anos, assumindo as obras de 115 quilômetros de transposição do São Francisco, um contrato de R$ 938 milhões. A NG GDK, por sua vez, ainda se encontra em um processo de rearrumação da própria casa. O RR apurou que a empresa pretende sair da recuperação judicial até outubro. Ressalte-se que, mesmo após o tufão da Lava Jato, a empreiteira manteve todo o seu maquinário, sem vender nenhum equipamento – alguns estão alugados a terceiros.
Quase uma década depois, o setor de construção pesada ainda tenta deixar para trás os escombros da Lava Jato. A Operação dizimou a mais preparada indústria nacional, seja pelo seu capital humano de excelência, seja pelo maquinário de ponta e pela notória competitividade no exterior. Até hoje não há explicação para o fato de a Lava Jato ter punido não apenas os acionistas controladores por práticas de corrupção, mas também os profissionais e o setor como um todo. O caminho de volta é longo e íngreme. Além do retorno ao círculo de fornecedores da Petrobras, a ressurreição da indústria da construção pesada passa também pela retomada do crédito público à exportação dos serviços de engenharia, outro anátema deixado pela “República de Curitiba”. Da Lava Jato para cá, as empreiteiras mudaram suas práticas e, sobretudo, suas marcas. Praticamente todas as grandes construtoras passaram por um rebranding como forma de purgar os pecados do passado. Uma rara exceção foi a Andrade Gutierrez, cujo dono, Sergio Andrade, acompanha a ressurreição da empresa da sua quinta em Portugal.

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Pátria avança no capital e na gestão da Infracommerce
27/03/2024A saída de Kai Schoppen, fundador da Infracommerce, do cargo de CEO e também do Conselho de Administração da empresa é apenas a ponta do iceberg. Outras mudanças já estão sendo discutidas, tanto no board quanto na diretoria. Os novos nomes devem ser indicados pelo Pátria Investimentos, a exemplo de Peter Estermann, sócio da gestora de recursos, que ocupará o lugar de Schoppen no Conselho. Um dos cotados para assumir uma cadeira de conselheiro seria Roberto Cerdeira Filho, associate partner da área de infraestrutura do Pátria.
A reestruturação da Infracommerce, uma das maiores fornecedoras de soluções tecnológicas para o setor de e-commerce da América Latina, reflete o avanço do Pátria na empresa. Conforme o RR antecipou, a companhia de investimentos vinha ampliando seguidamente sua posição no capital, preparando o terreno para aumentar seu poder tanto na gestão executiva quanto no board.
As mudanças se dão após a gestão de Kai Schoppen entregar uma performance de altos e baixos em 2023. No ano passado, a Infracommerce ultrapassou pela primeira vez a marca de R$ 1 bilhão em receita, com uma alta de 20% em relação a 2022. O Ebitda, por sua vez, teve um salto de 101% na comparação com o exercício anterior, chegando a R$ 208 milhões. Em contrapartida, a companhia registrou um prejuízo de R$ 294 milhões, que se somou às perdas de R$ 264 milhões em 2022.

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GAC Motor é mais uma montadora chinesa a caminho do Brasil
26/03/2024O RR apurou que a montadora chinesa GAC Motor prepara o terreno para se instalar no Brasil. A empresa busca um local para construir uma fábrica de veículos convencionais e híbridos. No último dia 16 de março, executivos da GAC estiveram reunidos com o governador do Amapá, Clécio Vilhena, curiosamente um estado sem qualquer tradição industrial, muito menos automobilística, e que representa menos de 1% do PIB. Já não se pode dizer o mesmo de São Paulo e Goiás, também na mira da companhia – os chineses pretendem se reunir com os governadores Tarcísio Freitas e Ronaldo Caiado.

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Minas Gerais se antecipa a federalização e raspa o tacho da Cemig
26/03/2024O pagamento de R$ 533 milhões em dividendos extraordinários anunciado pela Cemig na semana passada é só a ponta do iceberg. No mercado, corre a informação de que a estatal poderá aumentar esse valor com a distribuição de recursos adicionais antes da assembleia geral de acionistas, marcada para abril. O gordo dividendo da Cemig seria uma espécie de “Bolsa Zema”. Ou seja: o acionista controlador, o governo de Minas Gerais, estaria raspando o tacho e aumentando os repasses para o Tesouro do estado antes de uma eventual federalização da companhia. Consultada pelo RR, a Cemig não quis comentar.

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BNDES é o caminho mais curto entre Embraer e Arábia Saudita
26/03/2024Segundo o RR apurou, a Embraer está negociando mais um expressivo contrato de financiamento com o BNDES. O crédito envolveria a venda de 33 cargueiros militares C-390 Millenium para a Arábia Saudita. Dependendo da configuração da aeronave, trata-se de um contrato que pode beirar os US$ 4 bilhões. O BNDES é, historicamente, um dos maiores financiadores da fabricante de São José dos Campos. No ano passado, o banco aprovou sete operações de financiamento para a empresa, um pacote que englobou R$ 10 bilhões e a venda de 67 aeronaves. Procurados, Embraer e BNDES não se manifestaram.
O C-390 Millenium é uma das grandes apostas da Embraer na área de Defesa. A própria empresa calcula haver um mercado potencial de US$ 60 bilhões nos próximos 20 anos. Em tempo: ao que parece, a bolsa já está precificando a encomenda. Ao longo do últimos 30 dias, o papel da Embraer disparou, acumulando uma alta de 50% no período.

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BYD quer inaugurar fábrica com um encontro bilateral
25/03/2024A BYD organiza o seu próprio G-20. Ou melhor: “G-2”. A montadora quer aproveitar a vinda do presidente da China, Xi Jinping, ao Brasil em novembro para inaugurar a sua fábrica de carros elétricos em Camaçari (BA). Pretende reunir no evento Lula e Jinping. Os dois chefes de governo não iriam à Bahia apenas para cortar fita. Segundo o RR apurou, a BYD vai aproveitar a efeméride para anunciar um novo pacote de investimentos no Brasil. Há ainda um fato simbolicamente importante que a montadora quer capitalizar: Brasil e China completam, em 2024, 50 anos de relações diplomáticas e comerciais.

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Shein engole redes de varejo tradicionais
25/03/2024Tamanho da ambição da Shein no Brasil: segundo informações filtradas da própria empresa pelo RR, a plataforma de e-commerce trabalha com a previsão de bater os R$ 15 bilhões em faturamento no país ao fim deste ano. Se alcançado, esse número representará um crescimento de 50% em relação à receita de 2023 – o maior salto desde a sua chegada ao país.
Tamanho do problema para o varejo tradicional: a título de exemplo, a cifra supera o faturamento de grandes redes da área de vestuário, a começar por Renner e Riachuelo, que tiveram, no ano passado, vendas de R$ 13,6 bilhões e R$ 8,7 bilhões, respectivamente. E essas companhias nem de longe têm o ritmo de aumento da receita ostentado pela Shein. O faturamento da Riachuelo subiu 4% no ano passado; o da Renner, 2%.

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Banco do Brasil “intervém” na recuperação judicial da 123 Milhas
25/03/2024O Banco do Brasil decretou “intervenção” no processo de recuperação judicial da 123 Milhas. Nos bastidores, a indicação da KPMG para assumir a auditoria da empresa é atribuída a gestões do BB junto ao Judiciário. No início do mês, a Justiça mineira determinou a contratação da auditoria e a troca de um dos escritórios de advocacia à frente do plano de recuperação judicial da 123 Milhas. Há informações de que o BB – maior credor da plataforma de viagens, com mais de R$ 450 milhões a receber – estava insatisfeito com a condução do processo.

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Plataformas da Petrobras “encalham” sobre o balcão
25/03/2024Por uma via oblíqua, a entrada de aço chinês no Brasil está ricocheteando na Petrobras. A estatal tem encontrado dificuldades para se desfazer de 40 plataformas já em desuso, equipamento normalmente comprado por siderúrgicas para virar sucata e alimentar altos-fornos. Até o momento, a Petrobras conseguiu vender uma unidade para a Gerdau. A ArcelorMittal demonstrou interesse, mas as conversas não andaram. O mesmo vale para a Usiminas. O recuo está ligado aos cortes de produção do setor devido ao ingresso do aço chinês no mercado brasileiro a preços mais baixos. Recentemente, tanto Arcelor quanto Usiminas reduziram atividades e desligaram altos-fornos.

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Fracasso da Etna pesa sobre a ação da Vivara
22/03/2024Muito da reação adversa do mercado ao retorno de Nelson Kaufman à presidência da Vivara está vinculada ao fracasso recente do empresário em outra seara. Há informações de que Kaufman quer levar para a rede de joalheiras executivos que trabalharam com ele na Etna. A simples menção à rede varejista já causa calafrios nos acionistas minoritários da Vivara. A Etna, especializada em móveis e artigos de decoração, teve seu momento. Chegou a 18 lojas e faturamento próximo dos R$ 600 milhões por ano. Mas ficou pelo caminho. Após frustradas tentativas de busca de um novo sócio ou mesmo de venda do controle, a Etna foi a lona em 2022, fechando todas as suas lojas. No setor de varejo, o definhamento do negócio é atribuído a decisões equivocadas de Kaufman. Ainda que não formalmente no cargo de CEO, o empresário tocava diretamente a gestão da Etna.

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Suzano e Rumo Logística ensaiam dobradinha em nova ferrovia
22/03/2024O RR apurou que Suzano e Rumo Logística, leia-se Cosan, têm conversado em torno de uma possível parceria para a construção de um ramal ferroviário de aproximadamente 50 km entre as cidades de Três Lagoas e Aparecida do Taboado, no Mato Grosso do Sul. Essa é uma peça razoavelmente importante no quebra-cabeças logístico da região – e das duas empresas. A Rumo está construindo a Ferrovia de Integração Estadual da vizinha Mato Grosso, uma linha de 700 km que passará por Aparecida do Taboado, ligando Rondonópolis ao Porto de Santos.
Para a Suzano, o novo trecho seria de grande valia para o escoamento de sua produção no Mato Grosso do Sul. E não estamos falando de uma operação qualquer, mas do Projeto Cerrado. Trata-se da mega fábrica que a Suzano está construindo na cidade de Ribas do Rio Pardo, um investimento de mais de R$ 20 bilhões que dará forma à maior linha única de produção de celulose do mundo.
Curiosamente, a Suzano acaba de tirar o CEO da Rumo, João Alberto Abreu, para ser seu novo presidente em substituição a Walter Schalka. A eventual parceria na construção do pequeno trecho de 70 km no Mato Grosso do Sul chama a atenção também pela possibilidade de uma dupla de peso – são dois dos maiores conglomerados empresariais do país – dar as mãos em outros projetos ferroviários. Como diria o personagem de Humphrey Bogart na cena final de Casablanca, pode ser o início de uma bela amizade.

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O big faturamento da Globo no primeiro trimestre
21/03/2024O que o BBB não faz pela Globo. E o que a Globo não faz pelo BBB. A publicidade da maior emissora de TV do Brasil arrebentou nesses dois meses e meio de 2024. O programa teve um papel fundamental nesse resultado. Mas, nem tudo está na conta do Big Brother Brasil. Segundo fonte da empresa, a publicidade aumentou de uma maneira geral, e bem acima do orçado. As assinaturas dos canais pagos também cresceram. E o caixa permaneceu quase intocado, na faixa de R$ 14 bilhões. A expectativa é que o grupo tenha em 2024 um ano para comemorações.

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Brookfield joga sua rede sobre ativos de energia limpa
21/03/2024A Elera Renováveis, leia-se Brookfield, saiu no mercado em busca de ativos em energia limpa. Segundo a fonte do RR, há conversas com a Atlas Renewable, que está em um momento de “rotação” dos seus investimentos, com a venda de projetos já maturados – no fim do ano passado, por exemplo, negociou um pacote de cinco usinas solares para a Engie, por R$ 3,5 bilhões. O apetite da Brookfield tem também, digamos assim, um valor “psicológico”. Há alguns meses circularam no setor informações de que o conglomerado canadense queria se desfazer da Elera. A Brookfield respondeu como de costume, colocando seu poderio financeiro na mesa: de imediato, anunciou mais de R$ 1,2 bilhão em novos investimentos em geração solar no Brasil. Procurada pelo RR, a empresa não quis se manifestar.

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Ricardo Almeida tem um terno sob medida para um novo sócio
21/03/2024O estilista Ricardo Almeida tem pensado com seus botões em mudar o figurino societário da grife que leva o seu nome. A nova coleção envolveria a venda de uma participação minoritária, de até 20%. A empresa reúne 21 lojas em dez estados. Consultada, a companhia não se manifestou.

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As muitas nuvens no caminho da “Azultamgol”
20/03/2024Uma fonte ligada à área regulatória da aviação civil procurou o RR em razão da matéria publicada na edição de ontem, sobre o flerte do governo com a ideia de uma tríplice fusão entre Latam, Gol e Azul. Em conversa com a publicação, ressaltou alguns outros entraves para que a iniciativa ganhe altitude. Um deles seria a dificuldade de misturar culturas de negócio bem distintas. A Latam, após a recente reestruturação acionária, já obedece a uma lógica de capital pulverizado. Azul e Gol, por sua vez, ainda são consideradas empresas de “dono”, tendo no manche, respectivamente, David Neeleman e a família Constantino. Outro óbice tão ou mais difícil de ser superado: o próprio governo teria de entrar na operação com algum aporte de capital junto aos acionistas da Gol e da Azul. Seria a forma de harmonizar a estrutura societária da nova empresa e evitar uma participação excessivamente relevante da Latam e, por consequência, do capital estrangeiro na nova empresa. Isso porque, após a recuperação judicial, o controle da companhia saiu das mãos da família Cueto e passou a ser compartilhado por uma colmeia de fundos internacionais – como os norte-americanos Sixth Street e Sculptor Capital e o inglês Strategic Value – que ficaram com 66% das ações. Isso para não falar da Delta e da Qatar Airlines, que se mantiveram no capital da empresa chilena.
Sem a entrada do governo no equity, os atuais sócios da Gol e da Azul seriam razoavelmente diluídos vis-à-vis a diferença de tamanho entre as três empresas. No ano passado, a Latam teve uma receita total de R$ 55 bilhões. Seu lucro líquido correspondeu a R$ 2,8 bilhões. Gol e Azul, por sua vez, registraram entre janeiro e setembro (último balanço disponível) uma receita combinada de R$ 27,4 bilhões. A dupla somou ainda um prejuízo de R$ 2,4 bilhões nos três primeiros trimestres do ano passado – sozinha, a Gol teve uma sonora perda de R$ 1,3 bilhão no terceiro tri. Em relação às respectivas frotas, a distância pró-Latam também é expressiva. A empresa chilena tem 335 aeronaves de passageiros em operação. A Azul reúne 180 aviões. A Gol, por sua vez, fica ainda mais atrás: 136 aeronaves em uso. Em tempo: nesse quesito, como bem lembra a fonte do RR, a Azul tem um handicap considerando-se a hipótese de uma eventual associação das três empresas. A maior parte da frota da companhia é da Embraer. Pensou Embraer, pensou BNDES, grande financiador de contratos da fabricante de São José dos Campos. Se o governo quiser mesmo que essa ideia decole, difícil pensar em uma fusão desse tamanho sem a participação do banco de fomento para “soldar” a fuselagem societária da nova companhia.

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Ativos da Teck Resources voltam ao radar da Vale
20/03/2024O RR apurou que a Vale retomou conversações com a Teck Resources. As tratativas para uma possível associação envolvem a operação de metais básicos do grupo canadense, notadamente cobre e zinco. São minas no Canadá e no Chile. No primeiro semestre do ano passado, Vale e Teck Resources abriram negociações – conforme a Reuters informou à época. Na ocasião, Anglo American e Freeport-McMoRan também se apresentaram para a compra de um pedaço da divisão de não ferrosos da empresa canadense. De lá para cá, a Vale passou a ter um parceiro de peso para seus investimentos no negócio de metais básicos: o consórcio Manara Minerals, leia-se o FIP, fundo soberano da Arábia Saudita, e a mineradora Ma´adene. Procurada, a Vale não quis se manifestar.

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China Energy busca parceiros em geração renovável no Brasil
19/03/2024O RR apurou que a chinesa China Energy International tem conversado com outros grandes grupos do setor para tocar investimentos conjuntos em transição energética no Brasil. De acordo com a mesma fonte, um dos players sentados à mesa é a Auren, braço de energia da Votorantim e da canadense CPP Investimentos. No ano passado, executivos da China Energy levaram ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a disposição de investir até US$ 10 bilhões no Brasil. O grupo chinês criou também um grupo de trabalho com a Petrobras para analisar possíveis parcerias em energia renovável no Brasil. Por ora, tudo segue onde sempre esteve: no campo das intenções. Ressalte-se que os chineses não estão encontrando mais as facilidades que tinham para avançar em energia renovável no Brasil. Os ativos estão de 50% a 70% mais caros em comparação ao ano passado. Em grande parte, a apreciação se deve à investida dos árabes, que estão entrando em setores no Brasil que sempre foram o xodó dos chineses.

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Marcos Molina avança sobre participação da Previ na BRF
18/03/2024O empresário Marcos Molina tem um novo alvo para avançar no capital da BRF. A informação apurada pelo RR é que Molina conversa com a Previ para a compra da sua participação na fabricante de alimentos. O empresário tem 50,6% das ações ordinárias da BRF. Com o negócio, chegaria aos 56%. Não custa lembrar que Molina arou o terreno a sua afeição: no ano passado, os acionistas da BRF derrubaram a pílula de veneno que obrigava qualquer investidor a comprar todas as ações caso atingisse 33% – à época, a Marfrig, de Molina, estava a poucos centímetros de alcançar essa marca. Procurados pelo RR, Marfrig e Previ não quiseram comentar o assunto.
Em 2021, a Previ reduziu sua participação na BRF, vendendo o equivalente a 3% das ordinárias. Mas, na recente linha do tempo, marcada por arritmias na empresa, este parece ser um bom momento para se desfazer de suas ações. A cotação está no nível mais alto desde fevereiro de 2022 – na casa dos R$ 17. A pergunta que não quer calar: será que não seria mais vantajoso para Molina deixar a Previ com um pezinho dentro da empresa. O fundo de pensão vocaliza o governo. Tê-lo no capital acionário pode ser um hedge para situações de dificuldades imprevistas.

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Totvs injeta mais recursos em sua operação de venture capital
18/03/2024A Totvs, uma das maiores empresas de tecnologia do país, vai anabolizar o seu braço de venture capital. Segundo informações filtradas da própria companhia, o fundo CV Idexo vai receber uma injeção de capital de R$ 100 milhões para acelerar a aquisição de startups. O venture capital seguirá com a estratégia de assinar cheques de, no máximo, R$ 25 milhões nos aportes. A gestão do CV Idexo está nas mãos da Citrino Ventures, controlada pelo family office dos Ermírio de Moraes. Procurada pelo RR, a Totvs informou que “não comenta especulações”.

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É hora de colocar uma lupa sobre os futuros conselheiros da Petrobras
15/03/2024Espera-se que a Abin, o Gabinete Civil, a área de recursos humanos da Petrobras, seja lá qual for a instância responsável, esteja analisando minuciosamente os currículos e a trajetória pretérita dos conselheiros da estatal – no mercado há expectativa de que o rodízio não pare nos nomes já definidos. O alerta é para ser levado a sério, porque não faltam precedentes desabonadores. Nenhuma outra estatal teve tantos senões com os integrantes do seu Conselho. Quer seja por falta de habilitação para o cargo, conforme as determinações estatutárias; quer seja por problemas ainda mais graves de lisura ou conflito de interesses. Seria trágico nesse momento.

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Super Tucano da Embraer está prestes a pousar no Paraguai
15/03/2024A diretoria da Embraer já dá como certa a venda de seis aeronaves A-29 Super Tucano para a Força Aérea do Paraguai. O RR apurou que as negociações avançaram significativamente nas últimas duas semanas. O pacote é de US$ 110 milhões. Consultada, a Embraer não se manifestou.

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Ação de Fábio Barbosa dispara entre acionistas da Natura
15/03/2024Nos últimos dias, o presidente da Natura, Fabio Barbosa, tem sido incensado por fundos acionistas da empresa, a começar pelo Gávea Investimentos, de Armínio Fraga. São mensagens e telefonemas festejando a “virada” da companhia. Por “virada”, entenda-se o doce que Barbosa deu ao mercado. O anúncio do pagamento de R$ 1 bilhão em dividendos, após um longo período de resultados frustrantes e uma dura reestruturação, fez disparar o “valuation” do executivo junto aos shareholders.

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BNDES quer manter posição na Iguá Saneamento mesmo com IPO
14/03/2024O IPO da C – previsto para o último trimestre do ano, conforme informou o Pipeline, do Valor Econômico – já mobiliza o BNDES. O RR apurou que o banco pretende entrar na operação, para evitar a diluição da sua fatia acionaria na empresa – a BNDESPar detém 10,9% do capital. A agência de fomento considera sua posição societária na Iguá estratégica para impulsionar investimentos no setor de saneamento. Vide a emissão de debêntures realizada pela empresa em junho do ano passado: o BNDES subscreveu R$ 1,8 bilhão, ou seja, quase 50% da oferta total (R$ 3,8 bilhões).

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Terras raras e cobre trazem mineradora chilena para o Brasil
14/03/2024O RR apurou que a mineradora chilena Aclara Resources está chegando ao Brasil. Em dose dupla: de um lado, tem um projeto da ordem de R$ 2 bilhões para a exploração de terras raras em Goiás; do outro, está vasculhando reservas de cobre na Bahia.

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Temasek está com um pé fora da Hidrovias do Brasil
13/03/2024Corre no mercado a informação de que o Temasek, fundo soberano de Cingapura, vai desembarcar do capital da Hidrovias do Brasil, uma das maiores empresas de logística do país. Há duas possibilidades sobre a mesa: a venda por meio um leilão direto em bolsa ou por intermédio de uma nova oferta de ações da companhia, o que eventualmente abriria espaço também para uma redução da participação do Pátria Investimentos, maior acionista individual. No ano passado, a dupla vendeu uma parcela expressiva de ações da Hidrovias em Bolsa. O Temasek ainda tem algo em torno de 4%. A valor de mercado, tomando-se como base o fechamento de ontem, trata-se de um pacote de ações em torno de R$ 106 milhões. O RR entrou em contato com o fundo soberano. Por meio de sua área de comunicação, em Cingapura, o Temasek informou que “não comenta especulações de mercado”.

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Buser vai ao mercado em busca de mais combustível
13/03/2024De primeira: a Buser tem planos de realizar uma nova captação neste ano. A oferta pode colocar na empresa o selo de “unicórnio”. A startup de venda de passagens de ônibus é apontada como forte candidata a bater no valuation de US$ 1 bilhão ainda neste ano. A Buser já fez quatro rodadas de captação – a mais recente, em 2021, movimentou cerca de R$ 700 milhões. Procurada, a Buser não se manifestou.

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SouthRock é um grão de café entre o Mubadala e a Starbucks
13/03/2024Há uma pedra no caminho do Mubadala, que está em negociações com a matriz da Starbucks para assumir a operação brasileira. O RR apurou que a SouthRock, antiga responsável pela gestão da rede de cafeterias no país, pretende acionar a Justiça e exigir dos norte-americanos uma indenização pela ruptura unilateral do contrato. A gestora de Kenneth Pope perdeu o posto após entrar em recuperação judicial. Línguas ferinas próximas à Mubadala dizem que a SouthRock quer criar dificuldade para depois “vender facilidade”, ou seja, buscar algum acordo com o fundo árabe para abrir mão do contencioso. O RR fez contato com a SouthRock, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

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Seca do Rio Paraguai atinge embarques da Vale
13/03/2024Quando não é o Palácio do Planalto tentando virar o barco de Eduardo Bartolomeo, CEO da Vale, é a seca que atinge a companhia. A empresa tem sido atingida pelo reduzido nível do Rio Paraguai, uma das principais rotas fluviais de escoamento de minério no país. Nos dois primeiros meses do ano, o volume de minério de ferro da empresa transportado pelo rio caiu 60% em relação a igual período em 2023. A marca d´água na região de Ladário (MT), usada como referência para toda a Bacia do Alto Paraguai, está em torno de um metro, bem abaixo de 1,50 m necessário para as condições ideais de navegabilidade. Muitos navios têm circulado com carga reduzida. E a situação tende a se agravar: a previsão do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) é que as secas aumentem até meados de abril.

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St Marche ganha musculatura e mira Hortifruti
12/03/2024Os acionistas da rede de supermercados St Marche, à frente o fundo norte-americano-americano L Catterton, discutem um aumento de capital na empresa. Qualquer semelhança entre o aporte de recursos e apresentação de uma proposta pela Hortifruti Natural da Terra não seria mera coincidência. Formalmente, a Americanas diz que suspendeu o processo de venda da empresa. Puro jogo se cena. Quem chegar com R$ 800 milhões na mão leva.

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Venda da Mineração Vale Verde volta à pauta da Appian Capital
12/03/2024A inglesa Appian Capital estaria retomando negociações para a venda da Mineração Vale Verde. A empresa é avaliada em algo próximo dos US$ 500 milhões. Seu principal ativo é o Projeto Serrote, uma mina de cobre em Craíbas (AL), na qual a gestora já aportou o equivalente a R$ 200 milhões. A companhia tem uma receita anual na casa dos US$ 180 milhões. No ano passado, a Appian chegou a fechar a venda da Vale Verde e de outra mineradora de sua propriedade no Brasil, a Atlantic Nickel, para a ACG Acquisiton, pertencente ao empresário russo Artem Volynets. No entanto, a operação acabou desfeita.

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Carrefour acelera venda de ativos imobiliários
12/03/2024O Carrefour vai colocar à venda mais dois centros de distribuição em São Paulo, no modelo de sale and leaseback, ou seja, amarrado a um contrato de arrendamento dos imóveis O CSHG Logística – FII, fundo do Credit Suisse Hedging Griffo, é apontado no mercado como um forte candidato ao negócio. A operação confirma a estratégia dos franceses de fazer caixa com a monetização de seus ativos imobiliários. No ano passado, o Carrefour vendeu um pacote de cinco lojas e quatro centros de distribuição para a Barzel Properties por R$ 1,2 bilhão.

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Oakberry leva à China o sabor do açaí brasileiro
11/03/2024O açaí brasileiro está chegando à China. A Oakberry vai abrir neste ano sua primeira loja em Pequim. O copo transborda projetos para a Ásia: a meta é ter 20 pontos de venda na China e no Japão nos primeiros 12 meses. É mais um movimento que faz da Oakberry uma das marcas brasileiras mais internacionais: a companhia já está em 45 países. Dinheiro para a expansão não é problema: no fim do ano, a empresa levantou R$ 325 milhões em uma capitalização liderada por fundos do BTG. Procurada pelo RR, a Oakberry não se pronunciou.

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Lava Jato do Peru ainda respinga em empreiteira da IG4
11/03/2024As negociações conduzidas pela IG4 para a entrada de um novo investidor na empreiteira peruana Aenza têm se arrastado mais do que o previsto. A gestora do ex-GP Paulo Mattos ainda paga o preço pelos malfeitos pregressos da construtora, comprada em 2020. O maior entrave à chegada de um sócio vem da área de compliance, leia-se pendências remanescentes do tempo em que a empresa ainda se chamava Graña y Montero e foi tragada pela versão peruana da Lava Jato.
Somente no último mês de dezembro a Aenza iniciou o pagamento à Procuradoria General del Estado, o equivalente à PGR local, previsto no acordo de colaboração firmado com a Justiça do Peru. Há ainda outro impasse, que se cruza com a punição imposta pelas antigas acusações de corrupção. A Aenza cobra do governo peruano uma indenização da ordem de US$ 28 milhões pelo suposto descumprimento de obrigações contratuais na concessão da Tren Urbano de Lima, da qual a empreiteira tem 75%.
O valor é relativamente pequeno, mas o enrosco é grande. A operadora de trens apresentou ao Ministério dos Transportes do Peru um pedido de arbitragem do contrato. No entanto, o governo alega que o acordo de colaboração assinado com a Justiça impede a Aenza e suas controladas de moverem processos dessa natureza contra o Estado. Procurada, a IG4 não quis se manifestar.

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Mais um looping no management da Lojas Marisa
8/03/2024Nem tudo é o que parece ser na abrupta reestruturação da reestruturação da Lojas Marisa. À frente do recém-criado Comitê do Conselho de Administração para Suporte ao Varejo, a ex-CEO Andrea Menezes vai cuidar de quase tudo – riscos, compliance, serviço financeiro, inovação – menos do que mais importa: varejo. A família Goldfarb parece não saber muito bem o que quer, mas o fato é que, após um único mês de Andrea à frente da gestão, os acionistas da Marisa entenderam ter sido um erro buscar uma executiva egressa do mercado financeiro para comandar a companhia. E olha que a fugaz passagem de Andrea Menezes pela presidência da Marisa foi marcada por uma reduzida autonomia decisória e interferências dos acionistas controladores, conforme o RR noticiou três dias antes da rede varejista anunciar a saída da executiva do cargo.

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Chineses vão fabricar equipamentos de energia solar em Goiás
7/03/2024A chinesa Chint Power está em conversas avançadas com o governo de Goiás para instalar uma fábrica de equipamentos de energia no estado. O investimento gira em torno de R$ 100 milhões. O projeto terá uma razoável voltagem de incentivos fiscais. Com foco na produção de instalações fotovoltaicas, o grupo asiático fatura cerca de US$ 16 bilhões.

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Vale faz prestação de contas on demand para o governo Lula
7/03/2024A diretoria da Vale vai dar visibilidade a diversas ações, mesmo inconclusas, que estejam alinhadas a demandas do governo em relação à companhia, ao menos as previsíveis. Entram nesse rol investimentos na equação de problemas de meio ambiente, uma solução final para Brumadinho, gastos com sustentabilidade e integração regional e apoios a comunidades mais distantes. Tudo que remeta ao ambiental e social.
O que está em discussão, nas interpelações e interferências de Lula, não são exatamente os resultados financeiros da mineradora. O presidente quer afago nas áreas que lhe apetecem e sensibilizam suas bases políticas. Como é de costume, Lula ameaça antes com um Exocet – no caso a indicação extravagante de Guido Mantega para a presidência da companhia – para, mais à frente, obter alguma reciprocidade, ainda que proporcionalmente inferior as suas demandas megalomaníacas e intervencionistas. O fato é que vai ter muito trabalho na Vale para agências de publicidade e assessorias de imprensa.

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Chery passa para o banco da frente nos negócios da Caoa
7/03/2024O Grupo Caoa trata como prioridade a ampliação da joint venture com a chinesa Chery. As conversas entre as duas companhias envolvem a produção de novos modelos na fábrica em Anápolis e o aumento da rede de concessionárias da marca no Brasil. Guardadas as devidas proporções, a Caoa usa a Chery para ocupar o espaço que vem sendo gradativamente deixado pela Hyundai, no processo de distanciamentos sucessivos entre as duas empresas.
No mês passado, o grupo e a montadora sul-coreana assinaram uma reformulação em seu acordo. O empresário Carlos Alberto de Oliveira de Oliveira Andrade Filho, herdeiro da Caoa, anunciou o novo modelo como uma vitória. Não foi bem assim. Foi o contrato possível, na linha do “entregar os anéis para não perder os dedos”. A Hyundai assumiu o controle de todo o processo, da importação à distribuição dos veículos da sua marca no país – que, em parte, estava nas mãos do grupo brasileiro. A Caoa terá uma comissão financeira pelas vendas e montará automóveis em Anápolis sob demanda dos sul-coreanos. O RR entrou em contato com a Caoa, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

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BRF planeja instalação de sua segunda fábrica na Arábia Saudita
6/03/2024O RR apurou que a BRF e a Halal Products Development Company (HPCD) discutem a construção de uma segunda fábrica de alimentos industrializados na Arábia Saudita. O objetivo é avançar sobre o mercado halal, leia-se produtos que atendem a exigências impostas pelas leis islâmicas. Será um passo a mais na joint venture entre a BRF e a HPCD, controlada pelo fundo soberano árabe PIF, dono de mais de US$ 700 bilhões em ativos. A dupla já tem uma fábrica na cidade de Damman, com capacidade para 1,2 mil toneladas de alimentos por ano.

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Startup chilena de aluguel de veículos chega ao Brasil neste semestre
6/03/2024A startup chilena Lolocar vai iniciar operações no Brasil até junho, segundo informação apurada pelo RR. Trata-se de uma plataforma de locação de veículos, seja sua frota própria, seja automóveis particulares que podem ser alugados para terceiros, notadamente motoristas de aplicativos. Neste momento, a companhia está no meio de uma rodada de captação no Chile para financiar sua expansão internacional. Além do Brasil, a Lolocar pretende se instalar no Peru ainda neste ano.

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Cosan desiste de construir porto do Maranhão sozinha
5/03/2024A Cosan busca um sócio para o projeto de construção do terminal de uso privado de São Luís, empreendimento orçado em mais de US$ 700 milhões. O grupo de Rubens Ometto arrematou integralmente o negócio junto à chinesa CCCC (China Communications Construction Company, em 2021, por US$ 800 milhões. Até o momento, no entanto, o projeto não saiu do papel.

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Crise da The Body Shop respinga no Brasil
5/03/2024Executivos da The Body Shop no Brasil têm recebido informações preocupantes que chegam de Munique, sede do fundo de investimento Aurelius. O private equity estaria reavaliando a operação física da empresa de cosméticos no país, com o objetivo de reduzir o número de lojas – hoje são mais de 50, entre próprias e franqueados – para investir nas vendas pela plataforma de e-commerce. Desde que comprou o controle da marca de cosméticos junto à Natura, em novembro do ano passado, o Aurelius tem passado a navalha na The Body Shop. Na Inglaterra, a empresa vai fechar 100 das 198 lojas, após ter entrado em recuperação judicial.

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Cannabis: laboratório canadense prepara sua entrada no Brasil
5/03/2024A startup canadense MediPharm Labs, fabricante de medicamentos à base de cannabis do Canadá, prepara seu desembarque no Brasil. A empresa já recebeu certificação da Anvisa para comercializar seus produtos no país, juntando-se a outros 14 laboratórios com aval da agência. No Brasil, a MediPharm vai entrar em um mercado ainda incipiente, muito em função das amarras regulatórias. O setor movimenta cerca de R$ 700 milhões no país. No Canadá, a companhia tem feito movimentos de consolidação de fabricantes de medicamentos a partir do canabidiol. Em dezembro de 2022, comprou outro laboratório local, a Vivo Cannabis.

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Há um “pouquinho” de Michael Klein na reestruturação da Casas Bahia
4/03/2024O presidente da Casas Bahia, Renato Franklin, suspendeu o “banimento” de Michael Klein, maior acionista individual da companhia. Franklin tem conversado regularmente com Klein sobre a reestruturação em curso na rede varejista – algo impensável na gestão do ex-CEO, Roberto Fulcherberguer, desafeto do empresário. São conselhos valiosos. A “nova Casas Bahia” tem muito da “velha Casas Bahia”. A empresa tem feito um caminho de volta às suas origens, com investimentos em lojas físicas de rua e o direcionamento do portfólio para eletrodomésticos, eletrônicos e móveis.
Para a viagem ao passado ficar completa, só faltou Samuel Klein, falecido em 2014. Nos bons tempos, o fundador da Casas Bahia e pai de Michael estaria na porta das lojas cumprimentando os clientes.

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Governo do Uruguai aperta a marcação sobre a Minerva
4/03/2024As autoridades antitruste do Uruguai determinaram o dia 14 de março como data limite para a Minerva Foods apresentar uma série de informações detalhadas referentes à aquisição das operações de abate do Marfrig no país. Com a operação, a empresa brasileira passou a responder por mais de 50% das compras de gado no Uruguai. O processo está em fase final de análise por parte da Comissão de Promoção e Defesa da Concorrência – o Cade local – , que tem sido fortemente pressionado a impor duras restrições à Minerva para a aprovação do negócio. O tema ganhou tamanha proporção que tem sido usado contra o governo de Lacale Pou na campanha eleitoral – o pleito presidencial no Uruguai está marcado para junho. Procurada, a Minerva não se manifestou.

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Os nomes da Península para o board do Carrefour Brasil
1/03/2024O Conselho de Administração deverá se reunir em abril para eleger o substituto de Abilio Diniz na vice-presidência do colegiado. Os herdeiros do empresário têm dois nomes sobre a mesa: Flavia Almeida, CEO da Península Investimentos e já integrante do Conselho da rede varejista, e Eduardo Rossi, presidente do board da holding da família Diniz.

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É tempo de “intervenção” na gestão da Lojas Marisa
1/03/2024A mudança no management da Lojas Marisa vai muito além da recente demissão de João Pinheiro Nogueira Batista, substituído por Andrea Menezes no posto de CEO. O empresário Marcio Goldfarb, acionista controlador e conselheiro da Lojas Marisa, voltou a dar as cartas na gestão executiva da rede varejista. Em tempo: o que se diz nos corredores da companhia é que Goldfarb decretou a saída de Nogueira Batista com gosto. Há tempos os dois não se bicavam.

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Fabricação de motores elétricos na China é o novo alvo da WEG
29/02/2024O futuro presidente da WEG, Alberto Yoshikazu Kuba, assumirá o cargo, no dia 1º de abril, com um grande projeto à sua frente: iniciar a produção de baterias e motores elétricos para veículos na China. Não começará do zero. A empresa já avançou alguns quilômetros nessa direção, inclusive com o acordo de exclusividade para o fornecimento de carregadores elétricos à montadora chinesa Great Wall Motors no Brasil. Na paralela, segundo o RR apurou, há conversas com o BNDES para o financiamento de pesquisas e desenvolvimento de produtos que poderão ser replicados no exterior. Ressalte-se que recentemente o banco de fomento liberou R$ 118 milhões para o plano de inovação da Weg. De onde saiu esse dinheiro, tem mais. E é merecidíssimo: a Weg é uma das campeãs em P&D no Brasil e um raríssimo case de sucesso da indústria nacional no exterior.

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Suzano sai em busca de mais terras, agora na Bahia
28/02/2024A Suzano está com fome de terra. O RR apurou que a empresa está negociando a aquisição de uma fazenda de eucalipto no sul da Bahia, investimento estimado na casa de R$ 1 bilhão. Recentemente, a companhia desembolsou cerca de R$ 1,8 bilhão para a compra de plantações no Mato Grosso do Sul. A Suzano tem negócios importantes na Bahia: uma fábrica de celulose na região de Mucuri, além da participação na Veracel, joint venture com a Stora Enso. Em tempo: a Bahia é uma região sensível para a companhia da família Feffer. A Suzano tem enfrentado sistematicamente problemas fundiários no estado, com denúncias de invasões do MST a fazendas de sua propriedade nas regiões de Mucuri, Teixeira de Freitas e Caravelas. Procurada, a RR não se manifestou.

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Equatorial Energia entra na mira da Aneel
28/02/2024Vem mais chumbo grosso na direção da Equatorial Energia. Segundo informações obtidas pelo RR, o Ministério Público do Rio Grande do Sul vai solicitar à Aneel a abertura de processo e punição financeira contra a CEEE Equatorial pelas seguidas falhas no fornecimento de energia no Rio Grande do Sul. O MP-RS, cabe lembrar, já ajuizou ação civil pública contra a companhia, exigindo indenizações superiores a R$ 200 milhões para cobrir prejuízos causados pelos apagões no estado. Ressalte-se que a ofensiva vai encontrar a Aneel em um período de apetite punitivo – e arrecadatório. Na semana passada, a agência confirmou multas de mais de R$ 100 milhões contra a Enel por interrupções na distribuição de energia em São Paulo entre 2019 e 2021.

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Dono da Petz se blinda contra um ataque hostil
27/02/2024A aquisição de papéis da Petz anunciada ao mercado no último dia 19 de fevereiro é apenas a ponta do iceberg. O RR apurou que o empresário Sergio Zimmerman, fundador da companhia, está batendo à porta de fundos de investimentos minoritários, entre os quais Atmos e Kapitalo, para comprar mais ações. Trata-se de um movimento defensivo, de quem está sentindo no ar o risco de um take over da rede de pet shops. Nesse caso, todos os caminhos apontam na direção da concorrente Cobasi.
No passado recente, as duas empresas chegaram a negociar uma possível associação. As conversas não andaram. Muito em razão da insistência da família Nassar, controladora da Cobasi, de ter uma participação majoritária no negócio, o que empurraria Zimmerman para uma posição secundária.
A Cobasi tem mesmo mostrado um apetite de rottweiler. Em dezembro de 2022, comprou a Mundo Pet. A eventual fusão com a Petz criaria uma empresa com aproximadamente 15% de market share – um número respeitável, tratando-se de um setor ainda bastante pulverizado – e faturamento anual da ordem de R$ 5 bilhões.

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Viagem de executivos chineses esquenta bastidores da venda da Intercement
27/02/2024O RR apurou que executivos da chinesa Huaxin Cement vão desembarcar em São Paulo na próxima semana. A informação tem causado certo frenesi no setor. O grupo chinês é um dos fortes candidatos à aquisição dos ativos da Intercement, braço cimenteiro da Mover Participações (Ex-Camargo Corrêa). As operações da empresa no Brasil e na Argentina estão avaliadas em torno de US$ 1,6 bilhão. No ano passado, a Huaxin Cement comprou as fábricas da Intercement em Moçambique e na África do Sul.

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BP quer metade da Bunge em joint venture sucroalcooleira
26/02/2024A BP estaria em negociações para a compra da participação da Bunge na joint venture que ambas mantêm no Brasil para a produção de álcool e açúcar. São 11 usinas com faturamento superior a R$ 8 bilhões por safra. No ano passado, a empresa esteve perto de ser vendida para a Raízen, mas o negócio evaporou na hora H. Procurada, a BP Bunge não se pronunciou.

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Uruguai vira uma carne de pescoço para a Minerva
26/02/2024A Minerva Foods vai precisar de muito traquejo para driblar as pressões políticas que tem sofrido no Uruguai após a compra das fábricas do Marfrig no país. Segundo informações já encaminhadas à empresa, o Instituto Nacional de Carne, órgão que representa os interesses dos pecuaristas locais, pediu ao governo que intervenha no negócio. Alega que o frigorífico da família Vilela de Queiroz e do Salic vai deter mais de 50% do mercado, o que pode trazer dificuldades de negociação para os cerca de 45 mil pecuaristas locais. O caso ainda será julgado pela Comissão da Defesa da Concorrência.

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Totvs corta no osso para recuperar margens
23/02/2024Corte, corte e mais corte. A ordem na Totvs é raspar o tacho dos custos operacionais, dos gastos com marketing a comissões de venda. Nos corredores da companhia, há também um forte burburinho de demissões à vista. O management da empresa considera as medidas contracionistas necessárias para dar um choque de expectativas no mercado, após os frustrantes resultados do quarto trimestre de 2023. A margem Ebitda ajustada caiu a 21%, o menor nível desde 2020, ano de pandemia. Por sua vez, o Ebitda, de R$ 257 milhões, ficou 10% abaixo da média das projeções dos departamentos de research. A maior decepção ficou por conta da divisão techfin, joint venture com o Itaú: na comparação entre o quarto trimestre de 2022 e o de 2023, a margem Ebitda despencou de 24,5% para 3,1%. Procurada pelo RR, a Totvs não quis se manifestar.

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Há muita gordura a ser tirada nos pratos do Eataly
22/02/2024O fundo Wings, que fechou a compra do Eataly, em São Paulo, já se dedica a uma indigesta tarefa: renegociar com a matriz, na Itália, a dívida de quase R$ 20 milhões referente ao pagamento de royalties pelo uso da marca. Trata-se de um dos caroços deixados no prato pelo ex-controlador do empreendimento no Brasil, a SouthRock, que entrou em recuperação judicial.

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Jari Celulose adia assembleia de credores e sua própria agonia
21/02/2024A novela da Jari Celulose ganhou novos e incertos capítulos. Os credores da empresa estão sendo convocados para uma assembleia no próximo dia 28, no Hotel Radisson Maiorama, em Belém. A reunião marcada para o último dia 7 – informação antecipada pelo RR – foi cancelada por falta de quórum da classe quatro, que reúne microempresas e empresas de pequeno porte. São fornecedores que têm a receber cerca de R$ 57 milhões. Na paralela, há uma queda de braço nos tribunais entre Sergio Amoroso, fundador do Grupo Orsa e controlador da Jari, e o advogado Mauro Cesar Santos, administrador da recuperação judicial.
O empresário tenta evitar o pior desfecho possível para a agonia da fabricante de celulose. Solicitou à Vara Distrital de Monte Dourado prazo para se manifestar diante do pedido de falência da companhia impetrado por Santos. Mais do que a negociação da dívida de R$ 1,75 bilhão, o maior desafio de Amoroso neste momento é provar que Jari reúne condições para retomar suas atividades, paralisadas desde 31 de julho de 2022. Segundo o RR apurou, a empresa não teria caixa sequer para arcar com a compra do combustível necessário para fazer a fábrica rodar, um custo da ordem de R$ 5 milhões por mês.

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Ana Maria Diniz é pule de dez para assumir o comando dos negócios da família
20/02/2024O vice-presidente do colegiado da Península, empresa de participações do clã Diniz, Eduardo Rossi, ascenderá à posição de presidente executivo – conforme antecipou o colunista Lauro Jardim, de O Globo. Será “um Abílio Diniz com um razoável deságio”. Mas, da família mesmo, o nome que desponta para tomar conta do negócio é o da filha primogênita de Abílio, Ana Maria Diniz. Desde cedo, Ana Maria sempre disputou com o também falecido João Paulo Diniz o lugar de braço direito do pai. Outro herdeiro, Pedro Paulo Diniz, é carta fora do baralho, já que se dedicou a uma vida alternativa, com o cultivo de alimentos orgânicos.
Ana Maria é casada com Luiz Felipe D`Avila, cientista político filiado ao Partido Novo. Pouco se espera de mudanças com a provável ascensão da filha de Abílio Diniz. Talvez um aumento de gastos em filantropia e instituições voltadas para a educação. Um resíduo em uma fortuna de mais de uma dezena de bilhões controlada pela holding Península. Ou seja: Ana tem um DNA humanístico similar ao de Neca Setubal, uma das herdeiras da holding Itausa. Com a ressalva que, do ponto de vista político, a filha de Abilio tem um perfil mais conservador, ao passo que Neca é próxima de Marina Silva.
Ana Maria conhece tudo dos negócios dos Diniz. Quando a família comandava o Pão de Açúcar, ocupou todas as posições da área operacional. É graduada em Administração de Empresas, com especialização pela Harvard Business School. Não há dúvida de que a primogênita de Abilio é a luva do clã Diniz que cabe com maior perfeição no comando da Península.

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Enerside Energy busca comprador para usina eólica
20/02/2024O RR apurou que a Enerside Energy está negociando a venda de uma de suas usinas eólicas no Brasil. A empresa é uma das principais plataformas fotovoltaicas do país, com um portfólio de no mínimo 4,1 GW, em projetos espalhados por cinco estados. Entre os seus grandes clientes está a Raízen. A venda em curso faria parte de uma estratégia global da gigante de energia. A EE quer manter cerca de 30% de ativos na América Latina (Brasil e Chile) e os outros 70% na Itália e na Espanha – seus quatro mercados atuais.

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Allos já “contabiliza” a venda de mais shoppings
19/02/2024Informação fisgada pelo RR dentro da Allos, a super gestora de shopping centers criada a partir da fusão da BR Malls e da Aliansce Sonae: a empresa trabalha com a meta de vender mais R$ 600 milhões em ativos ao longo de 2024. No ano passado, o primeiro após o M&A, o grupo levantou mais de R$ 1,2 bilhão com a alienação de participações em shoppings. Procurada pelo RR, a Allos não se manifestou.

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Luiza Helena Trajano sofre duas vezes no Magazine Luiza
19/02/2024Os recorrentes prejuízos e o endividamento do Magazine Luiza, que exigiram uma capitalização de R$ 1,5 bilhão, são o segundo grande motivo de aflição para a empresária Luiza Helena Trajano neste momento. O primeiro? Que o caso das “incorreções contábeis” de R$ 829,5 milhões, ainda não muito bem explicadas, respinguem em Frederico Trajano, seu filho e CEO da rede varejista. Há um processo na CVM de consequências ainda insondáveis.

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Ri Happy é um brinquedo cada vez mais caro para o Carlyle
15/02/2024O Carlyle dificilmente vai conseguir escapar de um novo aporte na Ri Happy. Os R$ 75 milhões injetados na rede de lojas de brinquedos no último mês de agosto praticamente evaporaram com o pagamento de dívidas mais prementes e a formação de estoques para a Black Friday e o Natal. Consultado pelo RR, o Carlyle não se manifestou.

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Arezzo e Soma multiplicam os planos para o Ceará
15/02/2024A fusão com o Grupo Soma deve mudar os planos da Arezzo no Ceará. Mudar para melhor. A companhia de Alexandre Birman está assumindo as antiga fábricas da Paquetá nas cidades de Uruburetama e Tururu. A princípio, o projeto da Arezzo envolvia apenas a produção de calçados. No entanto, já está no radar a ideia de também usar os dois complexos industriais para a fabricação de peças de vestuário das marcas que compõem o Grupo Soma, como Hering, Farm e Animale, entre outras. No que depender do governo do Ceará, os teares já podem começar a rodar. O governador Elmano Freitas acena com incentivos fiscais tamanho GG para a dobradinha Soma/Arezzo ampliar as fábricas cearenses.

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Gol e cia. ejetam ministro dos Portos e Aeroportos
9/02/2024O CEO da Gol, Celso Ferrer, quer conversar com quem decide: o ministro Fernando Haddad. Ferrer e outros dirigentes do setor estão cansados de voar em círculos: as tratativas com o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, em torno do possível pacote de ajuda às companhias aéreas não saem do lugar. Haddad já disse que não haverá dinheiro do Tesouro para as empresas, mas deixou a porta aberta para o governo “viabilizar a reestruturação do setor”.

Empresa
Linha cruzada nas conversas entre Oi e credores
9/02/2024A Oi quer manter o ex-CEO e ainda conselheiro Rodrigo Abreu participando das negociações com os credores. Falta só combinar com o outro lado da mesa. O Itaú e o Banco do Brasil, dois dos maiores credores, querem outro interlocutor. As negociações com Abreu não saíram do lugar.

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Carteira de fibra óptica da Oi tem um interessado nº 1
8/02/2024A Oi já tem comprador para a sua carteira de clientes de fibra óptica, que reúne cerca de quatro milhões de usuário. Nem Vivo, nem TIM, nem Claro. O candidato sentado na primeira fila é um grande banco de investimentos.

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BB quer um pente-fino na contabilidade da 123 Milhas
8/02/2024A recuperação judicial da 123 Milhas está deslizando do noticiário econômico para o policial. O Banco do Brasil pretende pedir judicialmente a realização de uma auditoria externa na contabilidade da plataforma de turismo. O objetivo é revirar o balanço e buscar eventuais irregularidades que tenham causado prejuízo aos credores – o BB é o maior deles, com cerca de R$ 500 milhões a receber.
A ofensiva do banco se deve, em grande parte, às investigações contra a 123 Milhas por suposta prática de lavagem de dinheiro. A empresa foi alvo recentemente da Operação Mapa de Milhas, do MP-MG. Em contato com o RR, a 123 Milhas informou que “sempre se colocou à disposição das autoridades e forneceu documentos sobre suas operações”.
A empresa diz que “disponibilizou toda a sua documentação bancária, fiscal e contábil, assim como a de seus sócios, à Comissão Parlamentar de Inquérito das Pirâmides Financeiras e à juíza responsável pela recuperação judicial do grupo”. A 123 Milhas “reafirma seus preceitos de responsabilidade e transparência com clientes, credores e autoridades e aguarda mais informações do Ministério Público para prestar os esclarecimentos necessários”. Perguntada especificamente sobre a possível ação do Banco do Brasil, a empresa não se pronunciou. Também procurado, o BB não quis comentar o assunto.

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Pão de Açúcar não consegue remarcar seu próprio valuation
8/02/2024A ação do CEO do Grupo Pão de Açúcar, Marcelo Pimentel, está em baixa no Casino. O executivo não vem sendo bem-sucedido na última missão que lhe resta no cargo: aumentar o valuation da companhia para a venda do controle. Até o momento, mesmo após o anúncio da alienação da sede em São Paulo e das negociações para a venda de 66 postos de combustíveis, o papel do GPA derrapa – no ano, acumula queda de 3%. O market cap do Pão de Açúcar hoje mal passa da marca de R$ 1 bilhão. É uma cifra mais do que convidativa para um take over em bolsa.

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Arezzo e Grupo Soma avaliam judicializar perda de benefício fiscal
7/02/2024Os acionistas da Arezzo e do Grupo Soma estão reunindo uma tropa de tributaristas para trabalhar na fusão das duas empresas. A missão é mitigar ao máximo os efeitos da Medida Provisória 1185 sobre o negócio. A MP muda a tributação no setor e consequentemente elimina benefícios de ICMS até então obtidos pelo Soma no Rio de Janeiro. A estimativa é que as perdas do grupo em 2024 chegarão a R$ 170 milhões. Em conversas reservadas, executivos da Arezzo, que será a acionista majoritária da nova companhia, mencionam a possibilidade de judicializar a questão.

Empresa
Sob nova direção, C&C reduz número de lojas
7/02/2024A C&C entrou em obras. A gestora AGI (Arcos Gestão e Investimento), que comprou o controle da rede varejista junto às herdeiras de Aloysio Faria em outubro, iniciou uma reestruturação na companhia. O RR apurou que a empresa deverá fechar cinco de suas 28 lojas. O enxugamento já está na rua: no mês passado, a C&C desativou um ponto de venda em São Bernardo. A AGI entende do riscado: seus executivos atuaram na reestruturação da Leader e da Casa & Vídeo. Consultada pelo RR, a C&C não se manifestou.

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Antigo braço da Huawei chega ao Brasil para vender smartphones
6/02/2024A Honor, uma das maiores fabricantes de smartphones da China, prepara seu desembarque no Brasil. Segundo o RR apurou, a empresa mantém conversações com uma grande administradora de shoppings para a abertura de suas duas primeiras lojas no país, uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro. Na paralela, negocia parcerias com Vivo, TIM e Claro para a venda de celulares a clientes das três operadoras.
A Honor nasceu de um spin-off da Huawei, que vendeu a marca em 2020. Desde então, a companhia é controlada pela Shenzhen Zhixin New Information Technology, leia-se o governo municipal de Shenzen. Embora, no mercado de telecomunicações, persistam rumores de que a Huawei mantém ligações com o negócio. A partir de um salto de crescimento nos últimos dois anos, especialmente na Ásia e na Europa, a Honor atingiu no fim de 2023 quase 6% das vendas globais de smartphones.

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A reestruturação da Natura ainda não acabou
5/02/2024A firme disposição de Fabio Barbosa, CEO da Natura, de manter a Avon International já não é tão firme assim. A decisão de trazer o centro de P&D da Avon dos Estados Unidos para o Brasil é interpretada dentro da própria companhia como um forte indício de que Barbosa voltou atrás e já considera se desfazer da subsidiária. Ao menos das operações pouco rentáveis, em países do Oriente Médio e da África.

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Enel X carrega as baterias no Brasil
5/02/2024A Enel X, braço do grupo italiano de energia, tem planos de alta voltagem para o Brasil. A empresa está em conversações com a Prefeitura de Salvador e o governo de Goiás. O objetivo é fechar acordos vinculados à eletrificação da mobilidade urbana, nos moldes do contrato já assinado com a Prefeitura de São Paulo.
A Enel X será responsável pela infraestrutura de recarregamento dos primeiros 50 ônibus elétricos que entrarão em operação na capital paulista. Salvador já iniciou testes com um número reduzido de veículos e Goiás vai pelo mesmo caminho. É só o começo.
A empresa italiana pretende também firmar parcerias com montadoras em para a instalação de bases de abastecimento de veículos híbridos ou movidos exclusivamente à eletricidade. Trata-se de uma estratégia já adotada no exterior – a Enel X já tem acordos, entre outras, com Ferrari e Toyota. Consultada pelo RR, a companhia não quis se manifestar.

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Nestlé prepara o terreno para expansão da Kopenhagen
2/02/2024A Nestlé vai adicionar aos chocolates da Kopenhagen um de seus melhores ingredientes: a expertise global em logística. Os executivos da multinacional estão debruçados sobre estudos e projetos para aperfeiçoar o sistema de distribuição da empresa, inclusive com o uso de inteligência artificial. O objetivo é dar suporte ao audacioso plano de expansão da rede, que prevê chegar a duas mil lojas até 2026, somando as bandeiras Kopenhagen e Brasil Cacau. Hoje, são cerca de 1,2 mil estabelecimentos.

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Brasil ganha mais cilindradas na operação da Nissan
2/02/2024A Nissan quer fazer do Brasil um hub de exportação. Em um primeiro momento, o alvo é a América Latina, notadamente México, Argentina, Colômbia e Paraguai. São países com os quais o Brasil mantém acordos automotivos e respondem pela maior parte da balança comercial do setor – especialmente os dois primeiros, destino de 60% das exportações brasileiras de veículos. Mas, segundo o RR apurou, a Nissan vislumbra também a oportunidade de colocar os veículos produzidos em Resende (RJ) em outros mercados, incluindo a África.
Em contato com o RR, a Nissan confirmou que, “com o novo ciclo de investimento, a fábrica passará por sua primeira grande evolução e consolidará sua vocação como um hub de exportação.” Em novembro do ano passado, a montadora anunciou o desembolso de R$ 2,8 bilhões no período 2023-2025 para a produção de dois novos SUVs e um motor turbo. Segundo a Nissan, a unidade “deve passar a exportar um de seus novos veículos para mais de 20 países.”. Perguntada especificamente sobre a possibilidade de atender o mercado africano, a empresa disse que “mais informações serão divulgadas futuramente”.
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Equinor empilha investimentos em energia renovável no Brasil
1/02/2024A norueguesa Equinor abriu conversações com o governo do Ceará para se instalar no hub de hidrogênio do Porto de Pecém. Trata-se de um investimento potencial superior a US$ 2 bilhões. Mais do que isso: a entrada no projeto reforçará o protagonismo do Brasil no processo de transição energética da petroleira. A Equinor já tem um memorando de entendimentos assinado com a Prumo Logística para também produzir hidrogênio verde a partir de energia solar no Porto do Açu, no Norte Fluminense. Além disso, no ano passado, a companhia comprou a Rio Energy, negócio avaliado em R$ 3,5 bilhões. Com a aquisição, incorporou uma carteira de projetos de geração solar e eólica da ordem de 2 GW. Procurada, a Equinor afirmou que “não comenta rumores de mercado”.

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Marisa dá a partida em nova temporada de cortes
1/02/2024A rede varejista Marisa vai fechar nos próximos dias sua loja no Shopping Campo Grande, na capital do Mato Grosso do Sul. Não se trata de uma decisão isolada, mas do início de uma nova etapa no processo de enxugamento da rede varejista – conforme o RR antecipou. Procurada, a Marisa não quis comentar o assunto.
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Even é um termômetro da retomada do setor imobiliário
31/01/2024Número guardado a sete chaves na Even: a incorporadora trabalha internamente com a projeção de bater nos R$ 3,5 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV) ao longo de 2024. Trata-se de um sinal da efervescência no mercado imobiliário, notadamente no segmento de alto padrão em São Paulo. O número representa um alto de 45% em relação ao VGV da Even no ano passado. Em 2022, ainda sob os efeitos da pandemia, as vendas da companhia sequer chegaram a R$ 900 milhões. Procurada, a Even não quis comentar.

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Vinci Partners está de olho em shopping da Iguatemi
30/01/2024A Vinci Partners, de Gilberto Sayão, tem mantido tratativas com a Iguatemi, da família Jereissati. Em pauta, a compra do controle do shopping Iguatemi São Carlos, no interior de São Paulo. O mandato de venda do ativo está nas mãos do Banco Safra.
Em tempo: não é o única “mercadoria” na vitrine dos Jereissati. O grupo também colocou à venda sua participação no Iguatemi Alphaville. Consultada, a Iguatemi disse que “não comenta rumores de mercado”. A Vinci não se manifestou.

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Actis negocia compra de linhas de transmissão da Mez Energia
29/01/2024O fundo inglês Actis estaria em negociações para a compra de um pacote de ativos em transmissão da Mez Energia, controlada pela família Zarzur. A empresa detém 11 concessões no setor, que se espalham por São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia. As tratativas reforçam o apetite dos britânicos pelo setor de energia no Brasil. Em novembro passado, o Actis desembolsou cerca de R$ 2,7 bilhões por quase 900 km de linhas de transmissão adquiridos junto à EDP. Procurado, o Actis não se pronunciou. O RR também entrou em contato com a Mez Energia, mas não teve retorno até o fechamento desta matéria.

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Proposta de fusão cinde acionistas da Tok & Stok
29/01/2024Os sócios da Tok & Stok estão em lados opostos em relação ao próximo passo na reestruturação da companhia. O Carlyle, acionista majoritário, com 60%, defende que é hora de partir para uma operação de M&A, o que abriria caminho para a redução da sua participação ou mesmo sua saída definitiva do negócio. No ano passado, a Tok & Stok manteve conversas com a Mobly, plataforma de venda de móveis e artigos de decoração, para uma possível fusão.
A ideia, no entanto, enfrenta resistências da empresária Ghislaine Dubrule, fundadora da Tok & Stok e dona de 40% do capital, ao lado do marido, Regis Dubrule. Ghislaine é uma minoritária que falta alto dentro da companhia. No ano passado, em meio à crise da rede varejista, reassumiu a presidência da Tok & Stok. Procurada, a empresa não se manifestou.
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Usiminas pega carona na construção do gasoduto Nestor Kirchner
26/01/2024A Usiminas tem tudo para participar da construção da fase 2 do gasoduto Nestor Kirchner, na Argentina. Segundo o RR apurou, a Techint, controladora da siderúrgica mineira, planeja encomendar à empresa parte do aço que será usado na produção dos tubos fornecidos ao pipeline. A não ser que haja uma reviravolta no processo, o grupo argentino será o responsável pelo serviço. A Techint foi a única empresa que formalizou interesse no fornecimento de tubos ao projeto – o prazo para entrega das propostas se encerrou na última segunda-feira, dia 22.

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Energisa tem linha direta com o BNDES
24/01/2024A Energisa, da família Botelho, negocia com o BNDES um novo financiamento para projetos em transição energética. O alvo principal é a construção de usinas eólicas. No ano passado, a companhia obteve um empréstimo de R$ 700 milhões do banco de fomento para a construção de 40 usinas fotovoltaicas em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Está tudo em casa. O BNDES enxerga a possibilidade de usar sua posição estratégica na Energisa – o banco detém 5,8% das ações ordinárias e 15% das preferenciais – para fomentar novos projetos em energia limpa no Brasil. Consultados, Energisa e BNDES não se pronunciaram.

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Novo CEO da OI vai elaborar plano de recuperação judicial
24/01/2024O RR apurou que a primeiríssima missão do novo CEO da Oi, Mateus Affonso Bandeira, será um redesenho no plano de recuperação judicial da companhia. A meta é apresentar uma nova proposta até abril. Seu antecessor, Rodrigo Abreu, caiu, sobretudo, por pressão dos credores, insatisfeitos com o plano atual, que, entre outras condições, propõe um haircut na dívida de até 80%. Em tempo: se, para os credores, Bandeira chega com o figurino de “diplomata”, internamente ele já é visto como um “carrasco”. Nos corredores da Oi, circula a informação de que o executivo terá também a tarefa de promover um expressivo corte de funcionários no que sobrou da companhia. Ressalte-se que, entre outros cargos, Bandeira foi CEO da consultoria Falconi. Ou seja: é um especialista em reestruturações de empresas temperadas a downsizing. Procurada pelo RR, a Oi não se manifestou.

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Shein abre o caixa para instalar centros de distribuição no Brasil
24/01/2024Marcelo Claure, CEO da Shein no Brasil, fez chegar ao ministro Fernando Haddad a informação de que a companhia chinesa vai fazer pesados investimentos para ampliar sua estrutura logística no país. Os planos da plataforma de e-commerce incluiriam a instalação, em uma primeira fase, de cinco centros de distribuição. Segundo o RR apurou, São Paulo, Espírito Santo e Alagoas são os principais candidatos a receber os empreendimentos. A montagem de uma rede própria de armazenamento acompanhará a expansão da produção de artigos têxteis no Brasil. A Shein já fechou acordo com quase 400 fornecedores e pretende chegar a mais de mil confecções até o fim deste ano. Consultada, a empresa não quis se pronunciar.

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Eneva II, a missão: vem aí uma nova oferta de fusão com a Vibra
8/01/2024Há fortes rumores no mercado de que, ainda nesta semana, a Eneva vai apresentar à Vibra uma nova proposta de fusão. A principal mudança em relação à primeira oferta seria uma maior participação da antiga BR Distribuidora no capital da nova empresa. Pelo menos é o que Andre Esteves, dono do BTG, um dos maiores acionistas da Eneva, teria sinalizado nas frequentes conversas que vem mantendo com Ronaldo Cezar Coelho, dono de 15% da Vibra.

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Brasil tem gosto de doce para a Mondelez
5/01/2024A Mondelez está em lua de mel com o Brasil. O RR tem informação de que a dona das marcas Lacta, Oreo, Bis, Halls, entre outras, vai investir algo em torno de R$ 1,4 bilhão no Brasil em 2024. Trata-se de um valor 40% superior ao desembolsado em 2023. A palavra de ordem na Mondelez é diversificar seu portfólio, entrando em novos segmentos no Brasil. Questionada pelo RR, a Mondelez limitou-se a enviar um comunicado com os investimentos já anunciados no início de 2023.

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Planos da CCR no exterior perdem altitude
22/12/2023A CCR está reavaliando seu plano de internacionalização. Nos últimos meses, a empresa foi procurada para participar de concessões aeroportuárias na Colômbia e bidar a compra de rodovias no Chile. Pulou fora em ambas. Além de brecar novos investimentos, a empresa já considera até se desfazer de ativos no exterior – são três aeroportos (em Quito, no Equador, San Juan, na Costa Rica, e Curação). A prioridade da CCR neste momento é tocar o plano de investimentos no Brasil, que soma quase R$ 34 bilhões ao longo dos próximos dez anos.

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Nissan olha para a América do Sul a partir do Brasil
21/12/2023A operação da Nissan em Resende, no sul do Rio de Janeiro, vai ganhar um upgrade dentro da estratégia geoeconômica do grupo. O complexo fabril se tornará gradativamente um hub de exportação de veículos para a América do Sul, como foco, sobretudo, no México e na Argentina – assim, como dez entre dez montadoras, o grupo está na torcida pela manutenção do acordo automotivo com o país vizinho. A nova geração do SUV Kicks já será produzida contemplando o abastecimento de outros mercados. É o ponto de partida para que, no médio prazo, a fábrica de Rezende se torne também um centro exportador de automóveis híbridos.

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Venture capital da Basf avança mais alguns hectares no Brasil
21/12/2023Segundo informação filtrada da própria Basf, o braço de venture capital da multinacional reservou US$ 20 milhões para investimentos em startups. Em uma estimativa conservadora, a companhia trabalha com a meta de apoiar até cinco agtechs no ano que vem. É assim, sem pressa, de grão em grão, que a Basf tem investido em empresas nascentes da área de agrociência no país. Em 2019, foram apenas US$ 4 milhões em desembolsos. No ano passado, o venture capital da Basf já subiu um pouco o sarrafo participando de uma capitalização de US$ 10 milhões na agfintech Traive. Consultada, a Basf informou que “não comenta especulação de mercado”.

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Demissões globais do Spotify baixam na operação brasileira
20/12/2023A playlist dos funcionários do Spotify no Brasil, neste momento, é só sofrência. Nos corredores da empresa, circula a informação de que há um downsizing a caminho, que poderá ceifar até 15% da força de trabalho no país – no total, são cerca de cem funcionários. É a cota do Brasil no plano internacional de enxugamento anunciado recentemente pelo Spotify, que prevê o fechamento de mais de 1.500 postos de trabalho em todo o mundo. Consultada pelo RR, a empresa se limitou a replicar o comunicado sobre as demissões globais, divulgado pela matriz no início de dezembro. Sobre a possibilidade de cortes no Brasil, nenhuma palavra.

Empresa
Nestlé pretende “invadir” e-commerce da Kopenhagen
19/12/2023Entre os planos da Nestlé para a recém-comprada Kopenhagen, um é tratado com especial carinho pela multinacional suíça. O RR apurou que o grupo estuda usar a plataforma de e-commerce da rede brasileira para vender produtos da sua própria marca. Seria um test driver para um movimento similar no varejo físico, ou seja, a distribuição de chocolates Nestlé nas mais de mil lojas da Kopenhagen no país.

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Venda da Amil caminha para o seu desfecho sob o olhar atento da ANS
18/12/2023O epílogo da novela da venda da Amil está muito próximo – conforme o colunista Lauro Jardim informou na edição de ontem de O Globo. O RR apurou que a UnitedHealth pretende anunciar nesta semana o comprador da terceira maior operadora de planos de saúde do Brasil. Em jogo, uma carteira com mais de 5,4 milhões de clientes e uma rede com 19 hospitais e 52 unidades ambulatoriais, ativos avaliados em algo próximo a R$ 15 bilhões.
No início, eram sete candidatos à aquisição da Amil. Após um processo de depuração natural, há três concorrentes no páreo: a Bain Capital, a Dasa e o empresário José Seripieri Filho. Os três já tiveram negócios na área. A Bain Capital foi, por muitos anos, controladora da empresa de medicina de grupo NotreDame Intermédica, que, posteriormente, se fundiu à Hapvida em um dos maiores deals já realizados no setor.
A Dasa pertence aos herdeiros de Edson de Godoy Bueno, fundador da Amil. Seripieri, por sua vez, criou a Qualicorp e a QS Saúde, cuja carteira foi vendida neste ano à healthtech Alice.
A presença de José Seripieri na disputa tem levado a ANS a acompanhar mais de perto as negociações. Na agência reguladora, historicamente um órgão menos politizado e de perfil mais técnico, há objeções à venda da Amil ao empresário. A resistência se deve, em parte, aos fatos controversos que marcam sua trajetória. Em 2020, o fundador da Qualicorp foi preso na operação Paralelo 23, da Polícia Federal, suspeito de participar de um suposto esquema de caixa 2 na campanha de José Serra ao Senado em 2014, que teria movimentado cerca de R$ 5 milhões.
Em novembro do mesmo ano (2020), Seripieri acabou fechando um acordo de delação premiada com a PGR. Outra questão que preocupa a ANS é o futuro da carteira de planos individuais da Amil, com aproximadamente 300 mil vidas. Trata-se de um negócio deficitário e menos atrativo. Para agência reguladora, é fundamental monitorar os planos do futuro dono da Amil para a operação e se antecipar a qualquer risco de interrupção dos serviços aos beneficiários.
Mais uma vez, as atenções se voltam na direção de Seripieri. Informações que circulam na ANS apontam que o empresário teria planos de vender a carteira de contratos individuais. Há especulações sobre o interesse da Golden Cross em ficar com a operação – Seripieri é próximo do comando da empresa. Esse possível vai-e-vem causa apreensão no órgão regulador.
No limite, esta é uma questão que pode cair no colo da própria ANS. Qualquer abalo na gestão ou problema de continuidade obrigaria a agência ou, em última instância, o próprio Estado a assumir esse contingente de 300 mil planos, mesmo que de forma provisória.
Posicionamento: A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) entrou em contato com o RR para esclarecer que “não recebeu nenhuma formalização a respeito de venda da operadora Amil e que, portanto, não se manifestou sobre eventual negociação.
A ANS ressalta ainda que seus critérios analisados para autorizar ou não operações de assunção ou transferência de carteiras são baseados no cumprimento da regulação setorial. Dessa forma, a ANS não é favorável ou desfavorável a nenhum dos players envolvidos em negociações realizadas no setor sem que sejam analisados os critérios técnicos.”

Empresa
Dona do Outback faz dieta de engorda no Brasil
18/12/2023Nem tudo é inapetência no setor de varejo de alimentos no Brasil. Se a Starbucks e a Subway definham no país, o grupo Bloomin´Brands vai abrir dez restaurantes Outback em 2024. A holding aposta também na expansão da marca Aussie Grill – uma espécie de “Outback pocket”. Hoje, são duas lojas. A meta é abrir outras três em 12 meses.

Empresa
Vale e CSN armam uma barricada no Porto de Itaguaí
15/12/2023Vale e CSN, ao que parece, ganharam o primeiro round, ainda que por pontos. O Ministério dos Transportes e a Antaq empurraram para o ano que vem a publicação do edital de licitação do ITG 02, o novo terminal graneleiro do Porto de Itaguaí. O modelo original elaborado pela Antaq prevê que empresas com contratos de arrendamento ou autorização de terminais para minério só poderão participar da licitação caso não haja propostas de outros concorrentes. É uma condicionante feita sob medida para barrar a Vale e a CSN, que mantêm terminais de movimentação de grãos no próprio complexo portuário de Itaguaí. Com o adiamento, as duas empresas ganham tempo para engrossar a articulação em Brasília na tentativa de mudar as regras do jogo.

Destaque
Fundos de pensão e Monte Capital discutem mudança de controle na Invepar
15/12/2023O trio Previ, Petros e Funcef e a Monte Capital, cada uma dona de 25% da Invepar, estão debruçados sobre diferentes cenários para a reestruturação do grupo. Umas das estradas aponta para a venda pura e simples de ativos. Nesse caso, a própria Monte Capital já se apresenta com um duplo figurino: de acionista e de comprador de concessões da Invepar – em uma negociação “intramuros”, a gestora fechou na semana passada a aquisição da Concessionária Litoral Norte, até então pertencente ao grupo. Há ainda um segundo caminho, que passa por mudanças societárias no grupo. Internamente, a Monte Capital teria manifestado interesse em assumir uma participação majoritária na Invepar. As pistas estão liberadas. Diferentemente do que ocorria em outros tempos, Previ, Petros e Funcef não encaram a redução da sua posição acionária como um anátema. Mesmo porque as concessões da holding, entre as quais Aeroporto de Guarulhos, Linha Amarela e VLT do Rio, ainda carregam as marcas da pandemia e despejam prejuízos no bolso dos aposentados do Banco do Brasil, Caixa e Petrobras – a perda consolidada entre janeiro e setembro deste ano passa dos R$ 435 milhões. Procurados, a Monte Capital e os fundos de pensão não se manifestaram.
No caso de uma reestruturação societária, há duas rotas que podem ser percorridas. Uma possibilidade é um aumento de capital, em que os fundos de pensão teriam a sua participação diluída. Outra hipótese é uma venda direta de parte das ações em poder do trio para a Monte Capital. A gestora entrou no capital da Invepar no início de 2022, com a compra das ações detidas pelo fundo Yosemite, basicamente uma reunião de credores da antiga OAS, antiga sócia dos fundos de pensão na companhia. Já naquele momento, a intenção da Monte Capital era concentrar na Invepar seus investimentos em concessões de infraestrutura.

Empresa
Desastre ambiental de Maceió deve ser debitado na conta da Novonor
14/12/2023Se for para ser imputada responsabilidade sobre o desastre com a mina de sal gema na região urbana de Maceió, é melhor dar nome aos bois. O risco da tragédia existe há anos e antecede em muito a associação da Braskem. Quem não deu bola, desde o início, para o colapso anunciado foi a Odebrecht – hoje Novonor -, que há muito tempo cozinhava o desabamento da jazida de sal gema em fogo lento. O patriarca da companhia, Norberto Odebrecht, e já se vão mais de três décadas, visitou o local e demonstrou preocupação com o que viu. O RR acompanhou o assunto de perto. Mas Norberto já havia saído da gestão. O assunto estava na esfera do seu filho, Emílio. O braço da petroquímica da Odebrecht se chamava OPP e seu presidente era o executivo Álvaro Cunha. A Petrobras, é claro, tem sua cota de responsabilidade temporã, por aceitar a associação com uma empresa que carrega um passivo ambiental assassino conhecido por seu sócio e pelos governantes alagoanos que atravessaram diversas gestões – há muito mais culpados do que imagina a vã filosofia do noticiário, o que justifica a abertura da CPI da Braskem, no Senado. A estatal também terá de responder pela calamidade.
Durante todos esses anos, é sabido e temido o custo social do funcionamento da mina. Todo mundo tinha conhecimento. O fechamento da operação foi cogitado inúmeras vezes. Mas quem tocava o empreendimento desde lá de trás era a Odebrecht, seja lá Novonor ou qualquer outro brand que escolha para se esconder de si mesma. A Petrobras deve, juntamente com sua malsinada parceira, seguir o exemplo da Vale, com os escândalos ambientais de Mariana e Brumadinho, e consertar o prejuízo. Depois, sair fora desse péssimo projeto da Braskem, que somente foi levantado para satisfazer o lobby da Odebrecht, manda chuva da Petrobras na época. Em tempo: Lula não vai mais rodar o mundo restrito a sua peroração sobre a exploração ilegal na Amazônia. Agora, terá de carregar nas costas os horrores de Brumadinho e o maior desastre urbano do mundo, em Maceió.

Empresa
Grupo SBF aumenta investimentos na marca Nike
14/12/2023O Grupo SBF/Centauro, dono da operação da Nike no Brasil, aposta suas fichas na expansão das lojas físicas. Segundo o RR apurou, já há cinco inaugurações engatilhadas para 2024, todas em grandes capitais. Entre elas, está a reabertura de uma mega loja no shopping Rio Sul, em Botafogo, Zona Sul do Rio. Neste ano, a SBF abriu dez lojas da marca norte-americana, após um razoável período de redução dos investimentos no varejo físico e fechamento de pontos de venda da Nike. Consultado, o Grupo SBF informou que “não comenta rumores de mercado”.

Empresa
Marcopolo quer levar seus ônibus elétricos para o exterior
14/12/2023A Marcopolo aposta na transição energética para aumentar suas vendas internacionais, notadamente na América do Sul. A empresa já iniciou gestões comerciais em países vizinhos, como Argentina e Colômbia, para a futura exportação do Attivi Integral, seu primeiro ônibus com carroceria, chassi próprio e propulsão totalmente elétrica. A Marcopolo investiu mais de R$ 50 milhões em sua fábrica de São Mateus (ES) para a produção do modelo. Na partida, serão 16 veículos fabricados por dia.

Destaque
Disputa entre APM Terminals e ICTS tem dia decisivo na Antaq
14/12/2023Hoje será o Dia D para um inflamável contencioso entre dois dos maiores operadores portuários do mundo: de um lado, a APM Terminals, leia-se Maersk; do outro, a filipina ICTS. Segundo o RR apurou, a diretoria da Antaq vai analisar a compra de uma área interna no Cais Sul do Estaleiro Atlântico Sul pela APM, no valor de R$ 455 milhões. O dia de ontem já ofereceu uma prévia. Segundo o RR apurou, a véspera do julgamento foi marcada por uma guerra nos bastidores, com acusações cruzadas. O que está em jogo é uma renhida disputa pela movimentação de contêineres no Porto de Suape. A Tecon Suape, controlada pela ICTS, aponta irregularidades na entrada da APM no complexo portuário pernambucano e no seu projeto de instalar um novo terminal de contêineres no local. Os filipinos alegam que a operação fere o contrato firmado com o Porto de Suape e gera insegurança jurídica. Do lado de lá, a APM devolve com chumbo trocado. A empresa acusa a Tecon Suape de querer manter um monopólio na movimentação de cargas em contêineres em Suape. Ao mesmo tempo, pede à Antaq que investigue e fiscalize as taxas cobradas pela controlada da ICTS, que estariam acima dos preços de mercado. Em setembro do ano passado, sem citar o nome da futura concorrente, o vice-presidente de Desenvolvimento da APM, Martin Van Donhen, disse em evento público que a companhia resolveria a “ineficiência de Suape, o porto mais caro do Brasil”. Procurada pelo RR, a APM Terminals disse que “não tem comentários sobre o tema”. A Tecon Suape, por sua vez, não se manifestou.

Empresa
Parceria entre Braskem e SCG Chemicals recua algumas casas
13/12/2023Segundo o RR apurou, as tratativas para uma joint venture entre a Braskem e a tailandesa SCG Chemicals, uma das maiores petroquímicas da Ásia, esfriaram. De acordo com uma fonte próxima às negociações, a SCG está reavaliando sua participação no projeto, que prevê a construção de uma fábrica de desidratação de bioetanol e produção de bioeteno e polietileno na cidade tailandesa de Map Ta Phut. Entre idas e vidas, as negociações entre a Braskem a SCG Chemicals vinham se arrastando há cerca de dois anos. Mas ganharam tração em agosto deste ano, quando as duas empresas firmaram um acordo para a execução do empreendimento. Coincidentemente, ou não, a freada nas conversações se dá no momento em que a Braskem está às voltas com o risco de uma tragédia ambiental em Maceió. O episódio ganhou tamanha repercussão internacional que a companhia se viu forçada a suspender a sua participação em dois painéis da COP28. Consultada pelo RR, a Braskem não se pronunciou até o fechamento desta matéria.
Empresa
Starbucks acelera fechamento de lojas deficitárias no Brasil
13/12/2023O processo de “torrefação” da Starbucks no Brasil ainda não terminou. O RR apurou que a matriz norte-americana vai fechar mais dez lojas no país – até o momento, 43 já fecharam as portas, a maioria delas operava no vermelho. Além disso, a abertura de novas lojas, seja própria ou por franquia, está suspensa. A Starbucks Company, que assumiu a gestão da bandeira no Brasil após o pedido de recuperação judicial da SouthRock, quer arrumar a casa para, posteriormente, buscar um novo operador no país. Consultado, o Starbucks não se manifestou.

Empresa
Cencosud entra no páreo pelas lojas do Dia no Brasil
12/12/2023A chilena Cencosud está no páreo para comprar a operação da varejista espanhola Dia no Brasil. Já houve contatos preliminares com a Lazard, contratada pelos ibéricos para conduzir o processo de venda. São cerca de 600 supermercados no país. A aquisição teria um valor estratégico para a Cencosud: permitiria ao grupo chileno acelerar o crescimento da Spid, sua bandeira no segmento de loja de proximidade – exatamente o perfil do Dia no Brasil. Procurada pelo RR, o Dia disse que “No decurso normal das atividades, avaliamos continuamente diversas oportunidades estratégicas sem ter, até esta data, novidades a comunicar neste sentido. O Grupo informará ao mercado caso se concretize alguma nova operação estratégica.” Já a Cencosud não se pronunciou.
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Redução de alavancagem vira prioridade na CSN
12/12/2023A área financeira da CSN está cortando um dobrado para reduzir o nível de alavancagem da companhia. De um lado, negocia com bancos credores uma repactuação dos prazos; do outro, tem feito estudos para uma emissão de títulos, com o objetivo de alongar o perfil da dívida. Ainda assim, mesmo que os executivos trabalhem a toque de caixa, o tempo está apertado para Benjamin Steinbruch cumprir a meta alardeada ao mercado. Em agosto, o “Barão do Aço” afirmou que o objetivo da CSN era fechar 2023 com uma relação dívida líquida/Ebitda de 1,95 vezes. No entanto, esse índice ainda está em 2,6 vezes. Para efeito de comparação, há exatamente 12 meses a relação dívida líquida/Ebitda da CSN era quase um ponto inferior (1,7). Consultada pelo RR, a empresa não se manifestou.
Empresa
Richemont não vê a hora de voltar para o Brasil
11/12/2023Crise? Que crise? A suíça Richemont, que reúne algumas das mais míticas marcas de relógios do luxo do mundo, estuda retomar sua operação própria no Brasil. O foco está em São Paulo. O RR apurou que a empresa está realizando um levantamento de marketing e do perfil de alguns dos principais shoppings da cidade, notadamente do Iguatemi. O grupo deixou de atuar diretamente no país em 2019. Desde então, suas butiques monomarcas passaram a ser administradas por terceiros. É o caso da Panerai e da IWC – suas lojas são operadas pela rede de joalherias Frattina. O mosaico da Richemont reúne ainda outras marcas que são sinônimo de objetos de cobiça, como Cartier, Montblanc e Vacheron Constantin.

Empresa
TotalEnergies quer avançar no capital da Casa dos Ventos
8/12/2023Há conversações para que a TotalEnergies aumente sua participação na Casa dos Ventos, umas das maiores empresas de geração eólica no Brasil. Os franceses detêm 35% do capital da companhia, controlada por Mario Araripe. Com isso, a TotalEnergies canalizaria para a Casa dos Ventos um volume ainda maior dos seus investimentos em energia renovável no país. No total, o grupo francês já anunciou que vai desembolsar uma dinheirama equivalente a R$ 500 bilhões no Brasil ao longo dos próximos quatro anos. A cifra engloba também os investimentos em exploração e produção de petróleo.
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Um dia chave na recuperação judicial do Grupo João Santos
8/12/2023O RR apurou que o Grupo João Santos – no passado uma das maiores cimenteiras do Nordeste – tem até o fim do dia de hoje para pagar a primeira parcela do acordo judicial de renegociação da sua dívida com a União. O valor da fatura é de R$ 230 milhões. Há uma tensão entre os credores da companhia em relação ao pagamento ou não do valor. Caso não cumpra o prazo, a renegociação firmada com a PGFN (Procuradoria Geral da Fazenda Nacional) é automaticamente anulada. E a dívida, que caiu para R$ 4 bilhões, voltaria à casa dos R$ 11 bilhões. Com esse passivo, a recuperação da empresa e o pagamento dos demais credores se torna uma tarefa de outro mundo. Na paralela, o Grupo João Santos tenta reativar a fábrica da controlada Cimentos Nassau na cidade de Codó (MA). Dali não sai um grânulo de cimento há cerca de sete anos. Procurada, a companhia não se manifestou até o fechamento desta matéria.

Empresa
Uma reação expressa contra o “monopólio” dos Correios
8/12/2023Grandes empresas do setor de encomendas expressas, a exemplo de FedEx e DHL, ensaiam uma reação à lei recém-aprovada pela Câmara que prevê a contratação preferencial dos Correios por órgãos públicas federais. O RR apurou que as companhias discutem questionar a medida judicialmente. Há um entendimento de que a lei vai na contramão das normas de defesa da concorrência, ao criar uma espécie de monopólio para os Correios dentro da gestão pública. Procurada, a DHL Express informou que “não se manifesta publicamente sobre a questão”. O RR também entrou em contato com a FedEx, mas não obteve retorno.

Empresa
Arcos dá um banho de loja no e-commerce da C&C
7/12/2023A Arcos Gestão, que comprou recentemente a C&C, vai reestruturar toda a operação de e-commerce da varejista de material de construção. A gestão do Grupo Alfa, das herdeiras de Aloysio Faria, nunca deu muita bola para o negócio.
Empresa
O venture capital da Andrade Gutierrez vem aí
7/12/2023A Andrade Gutierrez pretende retomar no ano que vem os planos de criação de um braço de venture capital, com recursos próprios. Nos últimos dois anos, o projeto foi e voltou, voltou e foi de novo em pelo menos três ocasiões. A diferença é que agora a empreiteira não vai sair do zero. Em setembro, iniciou um programa de corporate venture builder (CVB), para incubar startups em estágio mais inicial, quase embrionário. Dentro da própria Andrade Gutierrez, o projeto foi idealizado desde o início como uma proxy para o lançamento de um fundo de VC.

Empresa
Suzano quer aumentar munição financeira para a compra de florestas
6/12/2023A Suzano tem conversado com fundos de investimentos sobre parcerias para a compra de ativos florestais. A medida aumentaria o poder de fogo da empresa em meio à acirrada disputa por florestas que vem sendo travada entre os grandes fabricantes do setor. Há um déficit de madeira para a produção de celulose de fibra curta, vis-à-vis os projetos de expansão da capacidade em curso na indústria brasileira.

Empresa
Tembici leva suas bicicletas a Equador e Peru
6/12/2023A Tembici, aplicativo de aluguel de bicicletas, vai aumentar sua quilometragem na América do Sul. A empresa está acelerando estudos para entrar no Peru e no Equador. Além do Brasil, a Tembici já atua na Argentina, Colômbia e Chile. Boa parte dos recursos para a companhia pedalar sua expansão veio do BNDES, por meio do empréstimo de R$ 160 milhões fechado em fevereiro. Procurada, a empresa não se manifestou.
Empresa
3R Petroleum prepara novo corte de preços dos combustíveis
6/12/2023Há informações no setor de que a 3R Petroleum vai anunciar até a próxima semana uma nova redução nos preços do diesel e da gasolina comercializados pela refinaria Clara Camarão. Será o terceiro corte desde o fim de outubro. As seguidas quedas servem para aumentar a pressão política sobre o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, notadamente por parte do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. A temperatura voltou a subir na semana passada, com o anúncio da Petrobras de uma redução de R$ 0,26 por litro no preço do combustível de aviação. O Ministério defendia uma diminuição maior, de R$ 0,56 por litro. No caso dos cortes realizados pela 3R Petroleum, há todo um contexto simbólico que aditiva as cobranças sobre Prates. A refinaria Clara Camarão foi comprada da própria Petrobras em junho deste ano e está localizada no Rio Grande Norte, onde se encontra o combustível político do ex-senador e atual presidente da estatal.
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Pleito da Petrobras paira sobre os futuros integrantes do Cade
5/12/2023Os quatro indicados pelo Palácio do Planalto para o Cade – Diogo Thomson, Carlos Jacques, José Levi e Camila Alves – já têm recebido ao pé do ouvido mensagens de como seria “importante” para a Petrobras a revisão do acordo firmado com o órgão antitruste em 2019. O Termo de Compromisso de Cessação (TCC) obriga a estatal a se desfazer de oito ativos na área de refino – entre elas a Refinaria Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor). Na semana passada, a Petrobras rescindiu o contrato de venda da Lubnor para a Grepar Participações. O pedido da Petrobras de revisão do TCC está parado no Cade, como de resto todos os demais julgamentos, por falta de quórum mínimo. O que dá tempo à estatal para intensificar seu trabalho de persuasão junto aos futuros conselheiros.
Empresa
Braskem se torna um pária na COP28
5/12/2023Há uma determinação tácita entre os integrantes do governo, notadamente ministros, presentes à COP28 de evitar encontros e consequentemente imagens ao lado de executivos da Braskem. A empresa está prestes a protagonizar um dos maiores desastres ambientas do país com o iminente desmoronamento de sua mina em Maceió, que afetará diversos bairros da capital alagoana. Na próxima sexta-feira, dia 8, representantes da Braskem vão participar de um painel em Dubai sobre o “O papel da indústria na economia circular de carbono neutro”. Isso, provavelmente, se até lá não ocorrer uma tragédia em Maceió.

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Subway americana arruma a cozinha no Brasil
4/12/2023A matriz do Subway está chamando todos os franqueados no Brasil para reavaliar contratos e zerar pendências. Lojas deficitárias serão fechadas. É o tratamento de choque dos norte-americanos para arrumar a casa após retomar a operação brasileira, até então nas mãos da SouthRock – do investidor Kenneth Pope -, que entrou em recuperação judicial. O Subway EUA não quer ficar muito tempo cuidando dessa cozinha. O objetivo é fazer uma gestão de transição para entregar os restaurantes no Brasil a um novo operador. Consultado, o Subway não se manifestou até o fechamento desta matéria.

Empresa
Um “nada consta” para os acionistas de referência das Americanas
1/12/2023Há uma razão principal para o Safra não ter aceitado o acordo com o trio Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, que prevê a conversão de dívidas a capitalização da Americanas. Na leitura dos advogados do banco, existe uma sutileza jurídica na proposta. O entendimento é que, mais à frente, o próprio trio poderá usar o acordo como uma espécie de concordância legal dos credores de que os sócios de referência da Americanas não tiveram participação na fraude contábil. Procurado, o banco não se pronunciou.
Os Safra jamais utilizariam publicamente o termo com que tratam os “Lemann Brothers”. Mas, nas internas, o epiteto comum é “fora da lei”. Não obstante a nomenclatura ser forte, os Safra não estão errados. Deixar de enxergar durante 20 anos as fraudes nos balanços da sua própria empresa merecia uma segunda Lava Jato, na versão varejo. Mas o trio calafrio tem um marketing impecável.
Lemann, Telles e Sicupira se tornaram vítimas nesse episódio de referência internacional. By the way: a Americanas não está sozinha. Não faltariam casos para entrar no radar de uma eventual “Lava Jato varejista”. O Magazine Luiza admitiu recentemente que cometeu um “erro contábil” no balanço de março, referente ao reconhecimento das receitas de bonificações a fornecedores.
Em 2019, investigação independente constatou fraudes contábeis nas demonstrações da ViaVarejo relacionadas à “manipulação da provisão para processos trabalhistas”.

Empresa
Nova CEO da Tok & Stok deixa Carlyle da loja para fora
30/11/2023Ghislaine Dubrule cobrou “caro” para retornar à presidência da Tok & Stok. A principal condição foi o Carlyle ficar de fora da gestão executiva, não obstante o fundo norte-americano ser o acionista majoritário, com 60%. Dona de 40% da Tok & Stok – ao lado do marido, Regis Dubrule -, Ghislaine tem dito intramuros que voltou para arrumar a bagunça deixada pelos últimos CEOs, todos escolhidos pelo Carlyle.

Empresa
BB deve pedir à justiça republicação dos balanços da 123 Milhas
29/11/2023Credores da 123 Milhas, à frente o Banco do Brasil, pretendem exigir na Justiça que a empresa republique seus últimos cinco balanços. O objetivo é levantar possíveis irregularidades contábeis no período. Relatório técnico recém-concluído pela KPMG apontou inconsistências nas demonstrações financeiras que teriam permitido a distribuição indevida de R$ 44,4 milhões em dividendos aos acionistas no período entre 2020 e 2023. Procurado pelo RR, o Banco do Brasil disse que não comenta o assunto.

Empresa
Por que Sicupira foi o mais castigado entre os sócios da Americanas?
28/11/2023Um operador contumaz do trio de acionistas de referência da Americanas considera um enigma que a maior responsabilidade pelo assalto contábil na empresa tenha sido depositada sobre as costas de Carlos Alberto Sicupira. Sobrou para Sicupira capitalizar a companhia com R$ 6 bilhões, mesmo valor que será dividido por Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles. Hipóteses existem aos quilos: “Beto” era do Conselho, o principal entusiasta da empresa; ele não foi capaz de segurar a língua de Sérgio Rial por um pouco mais de tempo; ou até mesmo que a “punição” é uma forma de manter intacta a fama de acertadores dos demais integrantes da trinca. Parece tudo pouco verossímil. Primeiro, porque o dinheiro dos Lemann Brothers se mistura em várias operações; a grana é cheia de capilaridades. Por isso, se fosse o caso de imputar um “castigo” maior a Sicupira, isso poderia ter sido feito sem estorricar o sócio e sem dar visibilidade à partilha. Segundo, porque o histórico do trio é exatamente o contrário, como demonstram os episódios do Banco Garantia (à época de grande repercussão) e Kraft Heinz. Como esse pessoal não dá ponto sem nó, tem alguma coisa mal explicada. Que os favorece, é claro.

Empresa
Usiminas é a lanterninha do aço brasileiro
27/11/2023A indústria siderúrgica brasileira sofre. Mas ninguém sofre mais do que a Usiminas. A partir de um recorte da última década, todos os principais indicadores financeiros apontam a empresa minera atrás de suas companheiras de “quadruopólio”, leia-se o quarteto que regula e comanda toda a cadeia produtiva do aço no Brasil. Para exercício de comparação – os números a seguir não estão deflacionados -, a Usiminas teve uma receita acumulada de R$ 175 bilhões de 2013 a setembro deste ano. Esse número corresponde a apenas 60% do faturamento da terceira colocada, a CSN, com um total de R$ R$ 288 bilhões no mesmo intervalo de tempo. Um pouco acima aparece a ArcelorMittal. Entre 2013 e 2022 (a empresa não divulga resultados trimestrais no Brasil), sua receita somada no país foi de R$ 331 bilhões. A líder do ranking, disparada, é a Gerdau. O grupo registrou uma receita de R$ 544 bilhões de 2013 a setembro deste ano, impulsionado pelo seu bem-sucedido projeto de internacionalização – a operação norte-americana, já responde por quase 40% das vendas.
Em termos de rentabilidade, mais uma vez a Usiminas surge no fim da fila. O lucro acumulado ao longo da última década foi de R$ 11,6 bilhões. A cifra corresponde a apenas um quarto do ganho somado da Gerdau no mesmo intervalo, de 2013 a setembro deste ano – R$ 43,8 bilhões. Por sinal, no terceiro semestre, a Usiminas foi a única integrante do top four da siderurgia nacional a fechar seu balanço no vermelho, com prejuízo de R$ 166 milhões. No quesito retorno financeiro, a segunda colocada do período é a Arcelor Brasil, com lucro somado de R$ 31,3 bilhões de 2013 a 2022 (lembrando, mais uma vez, que os resultados trimestrais de 2023 não estão disponíveis). A CSN, por sua vez, teve um ganho total de R$ 29,8 bilhões de janeiro de 2013 a setembro de 2023.
Em relação à geração de caixa, adivinhem quem ficou em último? No período analisado, a Usiminas teve um Ebitda acumulado de R$ 29,8 bilhões. Ficou a léguas de distância da terceira colocada, a Arcelor Brasil, com R$ 64,2 bilhões, entre 2013 e 2022. Há método na hierarquia financeira do setor siderúrgico no Brasil. Mais uma vez, a Gerdau desponta na primeira posição. A siderúrgica do kaiser do aço Jorge Gerdau teve um Ebitda somado de R$ 98,7 bilhões de 2013 a setembro deste ano. Neste quesito, foi seguida razoavelmente de perto pela CSN. A companhia de Benjamin Steinbruch registrou um Ebitda acumulado de R$ 90,5 bilhões em igual período.

Empresa
Shein não tem tempo a perder no Brasil
24/11/2023A Shein tem planos de se unir a fundos de real estate no Brasil. Dinheiro não é exatamente o problema do gigante global do e-commerce, mas tempo, sim. A ideia da varejista é se associar a fundos que já tenham em seu portfólio centros de distribuição em operação, o que permitiria aos chineses acelerar a montagem de uma rede de logística e armazenamento no país, paralelamente à construção de novas estruturas de estocagem. Hoje, os chineses têm cinco centros de distribuição no país. De acordo com informações filtradas da própria Shein, a empresa quer duplicar esse número ainda no primeiro semestre de 2024.
Empresa
Healthtech americana procura substituto para a Qualicorp
24/11/2023A startup Escale Health Seguros saiu em busca de um novo parceiro no Brasil. Já está em conversações com duas empresas de plano de saúde. Especializada na captação de clientes para seguradoras e empresas de medicina de grupo, a empresa norte-americana rompeu recentemente sua associação com a Qualicorp.
Empresa
Minerva pega carona no imprimatur americano à carne paraguaia
24/11/2023O frigorífico Minerva, controlado pela família Vilela de Queiroz e pelo fundo saudita Salic, saiu na frente e já negocia a exportação de dez mil toneladas de carne produzidas em suas plantas no Paraguai para os Estados Unidos. Deve ser o primeiro grande contrato fechado após a decisão do governo norte-americano de liberar a compra de carne bovina paraguaia.

Empresa
O futuro da Natura está no seu passado
23/11/2023Após concluir o longo processo de venda da Aesop e a The Body Shop, a Natura vai se dedicar agora a ajustes na sua operação doméstica. Segundo informações apuradas pelo RR, uma das medidas será a redução do número de lojas próprias no Brasil. A ideia é gradativamente transferir uma expressiva parcela dos 105 pontos de venda operados pela companhia para terceiros, por meio de franquias. É uma volta no tempo. Trata-se de um movimento para fortalecer a boa e velha figura das consultoras de venda, que, de porta em porta, fizeram a Natura ser o que é. Atualmente, cerca de 700 lojas franqueadas já pertencem a antigas promotoras de venda. É o que o CEO da empresa, Fabio Barbosa, chama de “back to basics”, ou seja, concentrar a operação comercial nas mãos das consultoras. O próprio Barbosa tem dito internamente que a Natura não sabe fazer varejo. Consultada pelo RR, a Natura não se manifestou.
Empresa
Scania pisa fundo na venda de caminhões a gás no Brasil
23/11/2023A entrega de 100 caminhões movidos a biodiesel para a Amaggi é só a partida. A Scania lançou mão de uma agressiva estratégia comercial para tracionar as vendas do modelo 500 R 6×4 Super ao agronegócio. As negociações envolvem a garantia de financiamento do Scania Banco a taxas de juros próximas das oferecidas por bancos de fomento – BNDES, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia. Os caminhões a gás são a grande aposta da montadora sueca em seu processo de transição energética. Nas projeções da empresa, eles representarão 10% das suas vendas no Brasil até 2028. Ao contrário de concorrentes, a Scania se baseia na premissa de que ainda vai demorar para que o mercado de veículos pesados movidos a eletricidade amadureça no Brasil.

Empresa
Kopenhagen é laboratório para entrada da Nestlé no varejo
22/11/2023A Nestlé tem feito estudos com o objetivo de levar a Kopenhagen, comprada por R$ 4,5 bilhões, para o exterior. A ideia é replicar o modelo de lojas, notadamente na Europa. Trata-se de um grande tubo de ensaio. Com a aquisição da empresa brasileira, a Nestlé passou a ter um canal direto de vendas, conceito este que poderá ser espelhado pelos suíços para a distribuição de produtos com a sua própria marca. Mais do que uma fabricante de chocolates, a multinacional comprou uma expertise que não tinha.

Empresa
Assaí quer ver seus consumidores em outro mercado
22/11/2023O Assaí encontrou um jeito curioso de aumentar a base de acionistas. A rede atacadista prepara uma sequência de campanhas com o objetivo a transformar consumidores em sócios. A primeira delas já está na rua: um QR Code nas notas fiscais para que o cliente acesse informações sobre o mercado de capitais e como comprar ações da companhia. Só não menciona que, neste ano, o papel acumula uma queda de 32%.
Empresa
Kora Saúde busca um santo remédio para o seu endividamento
22/11/2023A Kora Saúde está passando por uma terapia intensiva para a redução do seu nível de alavancagem. Além da venda de imóveis os acionistas da empresa, à frente o fundo Fuji Brasil Partners, discutem a realização de uma emissão de dívida, com o objetivo de alongar o perfil do passivo. Hoje, o endividamento de curto prazo da companhia equivale a 5,8 vezes o Ebitda. Em março deste ano, a Fitch rebaixou o rating da Kora, muito em função da sua dívida.
Empresa
SouthRock volta no tempo para se desfazer do Eataly
17/11/2023Em grave crise financeira, a SouthRock Capital, de Kenneth Pope, já teria fechado um acordo com a Panza&Co para a venda do Eataly, complexo de restaurantes em São Paulo. Com a recuperação judicial da companhia, o negócio terá de passar pelo crivo da Justiça e dos credores. O mundo dá voltas. Em agosto do ano passado, a Panza&Co, dona do Café Suplicy e da hamburgueria The Fifties, disputou a compra do Eataly, então pertencente ao fundo norte-americano L Catterton. Perdeu o duelo para a SouthRock. Pouco mais de um ano depois, o jogo virou: a empresa de Kenneth Pope, operadora do Starbucks no Brasil, enfrenta um duro processo de recuperação judicial, com mais de R$ 1,8 bilhão em dívidas.

Destaque
Reviravolta à vista no take over da GetNinjas?
16/11/2023O roteiro da disputa societária na GetNinjas está ganhando novos personagens, que podem provocar uma reviravolta no enredo. Segundo o RR apurou, um grande grupo da cadeia de material de construção e uma seguradora, especializada no segmento residencial, manifestaram interesse em se associar à plataforma de contratação de serviços. De acordo com fonte próxima à empresa, as conversas se intensificaram nas últimas semanas.
As tratativas se dão em um momento nevrálgico da GetNinjas, em meio a uma belicosa contenda entre os principais acionistas. De um lado, está o fundador e CEO da companhia, Eduardo L’Hotellier, dono de 24,99% do capital; do outro, Reag Investimentos, Arc Capital, de Sergio Firmeza Machado, filho do ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, e o fundo Artic – o trio soma aproximadamente 42% das ações. A Reag atingiu 25% do capital, disparou a pílula de veneno prevista no estatuto e, a rigor, terá de lançar uma oferta pública pelo restante dos papéis em mercado.
Antes disso, no entanto, há uma batalha programada. A pedido da gestora de recursos, a GetNinjas convocou uma assembleia de acionistas para o próximo dia 21 de novembro. A Reag pretende destituir o atual Conselho de Administração e eleger um novo board, indicando a maioria dos integrantes.
O que se diz nos bastidores é que o próximo passo será o afastamento de L’Hotellier e a indicação de um nome para substitui-lo no cargo de CEO. Consultada pelo RR, a Reag informou que “a prerrogativa de eleição da diretoria é do Conselho de Administração”.
A eventual fusão com um parceiro estratégico poderia abrir caminho para a permanência de Eduardo L’Hotellier à frente da gestão. De acordo com a fonte do RR, as conversações tanto com a empresa do ramo de material de construção quanto com a companhia de seguros contemplam dois caminhos possíveis para um M&A com a GetNinjas. O primeiro deles seria o uso de uma SPAC (Special Purpose Acquisition Company). Basicamente, trata-se de uma sociedade de propósito específico criada exclusivamente com o objetivo de levantar recursos por meio de um IPO para a aquisição ou fusão com uma empresa já existente.
Em março deste ano, por exemplo, a Ambipar se utilizou deste modelo para a associação de uma subsidiária, a Emergência Participações, com a HPX. A outra hipótese teria uma engenharia ainda mais complexa e pouco comum no mercado brasileiro: a apresentação de uma OPA concorrente, ou seja, uma oferta pública de ações com valor superior à que terá de ser feita pela Reag Investimentos. Em 2018, Neoenergia e Enel usaram do expediente na disputa para comprar a Eletropaulo, lançando, cada qual, uma proposta de recompra das ações – no fim, os italianos levaram a melhor. Procurada pelo RR, a GetNinjas não se manifestou.

Empresa
O jogo de blefe na venda do Hortifruti
16/11/2023Há uma boa dose de jogo de cena na desistência da Americanas em se desfazer da rede Hortifruti Natural da Terra. Segundo o RR apurou, a companhia mantém conversações com Pátria Investimentos e Advent com o objetivo de trazê-los de volta à disputa. As duas gestoras saíram do páreo durante as negociações e nem chegaram a formalizar uma proposta. A Americanas recebeu apenas uma oferta firme pelo Hortifruti, do fundo norte-americano Catterton, no valor de R$ 700 milhões. Um terço do que a empresa de Jorge Paulo Lemann e cia. pagou pelo ativo há dois anos. Consultada, a Americanas não quis se manifestar.
Empresa
Do carro elétrico ao porto, BYD abre o cofre na Bahia
16/11/2023O RR apurou que a BYD vai investir na modernização e ampliação do Terminal Portuário Privativo Miguel Oliveira, no Porto de Aratu. Trata-se do hub de exportações de veículos da antiga fábrica da Ford, em Camaçari, adquirida pela companhia chinesa. O terminal era administrado pela própria montadora norte-americana, que devolveu a concessão ao governo da Bahia ao encerrar sua operação no estado. As instalações estão desativadas desde 2021.
Empresa
Eternit acerta os ponteiros com credores trabalhistas
10/11/2023A direção da Eternit conta os dias para o encerramento da recuperação judicial. Os credores trabalhistas já deram aval à proposta apresentada pela empresa na semana passada com alterações no formato de pagamento da dívida. Funcionários e ex-funcionários da empresa concordaram também em esperar pela venda de ativos da companhia para a quitação dos débitos. Em parte, porque receberam a garantia de que poderão converter os passivos em ações caso a Eternit não levante os recursos necessários; mas também porque não tinham muito para onde correr.

Empresa
Cade leva ainda mais turbulência à 123 Milhas
10/11/2023Segundo informações filtradas do Cade, conselheiros do órgão já identificaram evidências de concentração de mercado a partir da fusão da 123 Milhas com a MaxMilhas, realizada no início deste ano. Ressalte-se que as duas empresas não apenas estão em recuperação judicial como ambos os processos foram unificados em um só, por decisão da juíza Cláudia Helena Batista, do TJ-MG. Uma eventual reversão do M&A pelo Cade resultaria não apenas na cisão entre a 123 Milhas e a MaxMilhas, mas também das respectivas RJs, embolando ainda mais o cenário.

Empresa
MRV planeja venda de ativos para reequilibrar caixa
9/11/2023A MRV, de Rubens Menin, está passando um pente fino em seu bancos de terrenos. O objetivo é vender ativos com menor potencial de geração de receita para recompor o caixa. No trimestre passado, a empresa consumiu R$ 653 milhões, bem acima das previsões do mercado – o Goldman Sachs, por exemplo, estimava esse gasto em menos de 350 milhões. No pregão imediatamente após a divulgação do balanço, a ação da construtora chegou a cair 10%.

Empresa
Acionistas da Hapvida olham para o setor de real estate
9/11/2023A família Pinheiro, dona da Hapvida, tem conversado com investidores do setor em torno do projeto de criação de um fundo de real estate. Entre outros ativos, o portfólio seria composto pelos 10 imóveis que o clã comprou da própria empresa em março. Foi a contrapartida para o aporte de capital de R$ 1,25 bilhão que os acionistas da Hapvida precisaram fazer para equilibrar a situação financeira da operadora de planos de saúde.

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Do Rio para o Brasil: Cencosud acelera expansão da Spid
8/11/2023A Cencosud está apostando suas fichas na expansão da Spid, um formato de lojas de bairro, com tamanho e portfólio reduzidos. O RR apurou que o grupo chileno pretende inaugurar 30 lojas da bandeira no Rio de Janeiro ao longo de 2024. Hoje, são 12 pontos de venda. O Rio tem funcionado como um test driver: a ideia da Cencosud é levar o Spid para outros estados a partir do ano que vem, a começar por São Paulo.
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O próximo passo da Votorantim no setor de real estate
8/11/2023Segundo o RR apurou, a Altre, o braço de real estate do Grupo Votorantim, está garimpando ativos residenciais na Flórida. A estratégia da empresa é investir em imóveis no conceito multifamily – basicamente condomínios ou edifícios com um único proprietário em que todos os moradores são locatários. Os planos da Altre para os Estados Unidos não estão se desenrolando no ritmo traçado pela empresa. Há mais de um ano, por exemplo, a companhia de real estate da Votorantim busca um sócio no país. Procurada pelo RR a Altre afirmou que “não comenta especulações de mercado”.
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Venture capital é a próxima parada da VLI
7/11/2023A VLI – o conglomerado de logística controlado por Vale, Mitsui e Brookfield – vai criar um braço de venture capital. Já teria reservado cerca de R$ 30 milhões para dar a partida no fundo. Na mira, startups ligadas ao agronegócio e à área de logística. A VLI – dona das ferrovias Centro-Atlântica e Norte- Sul – já fez uma espécie de teste driver ao aportar R$ 1,5 milhão na agtech Brasil Agritest. Procurada pelo RR, a VLI não quis se manifestar.
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Novos controladores preparam reestruturação na C&C
6/11/2023A AGI, que comprou a C&C das herdeiras de Aloysio faria, vai fazer uma reforma na empresa. As mudanças passam, sobretudo, pelo fechamento de lojas deficitárias da rede de material de construção. Em parte, vai incorporar o plano que havia sido feito pela Galeazzi para o Grupo Alfa, focado no enxugamento da companhia. Não que os sócios da AGI não tenham expertise na matéria: são quase todos egressos da Legion Goldings, do investidor Fabio Carvalho, responsável pela reestruturação da Casa & Vídeo e da Leader Magazine. Tanto em uma quanto na outra, o cartão de visitas foi o mesmo: cortes, cortes e cortes.

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CEO da Shein desponta na interlocução entre o varejo e o governo
3/11/2023Bastaram nove meses no setor para Marcelo Claure, vice-presidente global e CEO da chinesa Shein no Brasil, se tornar um dos mais influentes interlocutores entre o varejo e o governo. Segundo o RR apurou, Claure tem mantido canal direto com o ministro Fernando Haddad, notadamente para tratar de questões relacionadas à tributação das empresas de e-commerce – em especial as visadas plataformas chinesas. O executivo teve um papel importante nas tratativas em torno da criação do Remessa Conforme, o programa especial de taxação das importações feitas por marketplaces. Sete dias após Haddad dizer “Eu não conheço a Shein, só a Amazon porque compro um livro por dia”, o VP do grupo chinês estava em Brasília, reunido com o ministro da Fazenda. Claure saiu do encontro com o aceno de que as remessas com valor de até US$ 50 não seriam taxadas; Haddad, com a promessa da companhia de e-commerce de investir R$ 750 milhões no Brasil.
O prestígio de Marcelo Claure pode ser medido pela sua exposição associada ao ministro Fernando Haddad e à elaboração do Remessa Conforme. Segundo levantamento realizado a partir de uma base de 212.840 veículos do país, neste ano Claure soma 403 menções vinculadas a Haddad. Está à frente, por exemplo, de Luiza Helena Trajano, que carrega um longo histórico de interlocução com o governo, especialmente em gestões petistas – a dona do Magazine Luiza contabiliza 252 citações junto a Haddad. Claure supera também outro empresário tradicional do setor, Flavio Rocha, da Riachuelo, que, no mesmo período, somou 253 referências relacionadas ao ministro da Fazenda.
As menções à elaboração do Remessa Conforme também ajudam a aumentar a percepção de proeminência de Marcelo Claure. O executivo da Shein soma 259 registros relacionados ao programa especial de tributação. Deixa para trás outros executivos de grandes plataformas de e-commerce, como Fernando Yunes, do Mercado Livre (111 menções), ou Briza Bueno, da também chinesa Aliexppress (100 citações).

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O tempo de Fabio Barbosa na Natura
3/11/2023O que se diz nos corredores da Natura é que Fabio Barbosa deixará o cargo de CEO e voltará ao Conselho de Administração após a venda da The Body Shop e da Avon Internacional. Retornaria ao Natura board com os louros – e algumas farpas – por ter comandado uma das maiores reestruturações empresariais na história recente do país. Consultada, a Natura não se pronunciou.

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AmBev faz seu hedge contra o “imposto do pecado”
3/11/2023A Ambev estuda a produção de um vinho vegano, com baixíssimas taxas de açúcar e calorias. A bebida é para ser tomada geladíssima no verão. Na verdade, seria uma resposta à queda da demanda por bebida alcoólica e à ameaça permanente do “imposto do pecado”. Consultada, a empresa não se manifestou.

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Makro tenta se desfazer de seus últimos vestígios no Brasil
3/11/2023O Makro negocia com fundos de real estate a venda das suas últimas sete lojas no Brasil – todas localizadas em São Paulo e já fechadas. A holandesa SHV, controladora da rede, chegou a oferecer os imóveis a outros grupos do setor, como o próprio Carrefour, que, em 2020, já havia adquirido 20 pontos de venda da empresa.

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Livraria Cultura deixa um rastro de dívidas na Avenida Paulista
1/11/2023De primeira: como se não bastassem as dívidas de mais R$ 280 milhões incluídas na recuperação judicial, a Livraria Cultura está sendo cobrada pelos proprietários de sua antiga loja na Avenida Paulista. O imbróglio envolve o imóvel do Condomínio Nacional, onde funcionava um dos maiores e mais conhecidos pontos de venda da rede. A Cultura fechou um acordo com a Paisagem, distribuidora de livros que vende títulos de grandes editoras. Esta última passou a ocupar o espaço de quatro mil metros quadrados. Em troca, a Cultura estaria recebendo 10% de todas as vendas da Paisagem no local. É como se a companhia tivesse sublocado o imóvel. Ocorre que os proprietários da loja já teriam denunciado à Justiça que não estão recebendo um centavo pelo uso da loja. A história é ainda mais enrolada: a Cultura chegou a ser despejada do imóvel, mas conseguiu suspender a decisão no TJ-SP. Procurada pelo RR, a empresa não respondeu até o fechamento desta matéria.

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Mubadala traça plano de expansão para a Bluefit
31/10/2023O Mubadala vai anabolizar a rede de academias Bluefit, adquirida há cerca de dois meses. Segundo fonte próxima à empresa, a meta é triplicar o número de unidades até dois anos – hoje, são aproximadamente 130. A estratégia do fundo árabe para o negócio prevê um duelo tanto com a Smartfit quanto com a Bodytech. No caso da primeira, será uma disputa por mercado – ambas operam na mesma faixa de público, como “academias de entrada”. Em relação à segunda, o duelo será territorial. Com a musculatura fortalecida pelo aporte do Mubadala, a Bluefit pretende brigar pela compra de espaços em shopping centers, um dos principais segmentos da Bodytech.

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Embraer negocia venda de aeronaves militares para a Coreia do Sul
30/10/2023O RR apurou que a Embraer abriu conversações com o governo da Coreia do Sul para a venda de um lote do cargueiro militar KC-390. É provável que a companhia brasileira precise de munição de alto calibre para essa disputa, leia-se, mais uma vez, o apoio do BNDES no financiamento da encomenda. O principal concorrente da Embraer é a Airbus Defense and Space, com o seu modelo A400M – militares sul-coreanos já visitaram a fábrica da companhia na Espanha para vistoriar a aeronave. Outro competidor é a Lockheed Martin, que ofereceu o cargueiro C-130J. A Força Aérea da República da Coreia do Sul (ROKAF) busca um substituto para a sua frota de C-130H Hercules.
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Allos acelera venda de ativos para reduzir alavancagem
30/10/2023O RR apurou que a Allos tem engatilhadas mais duas vendas de participações acionárias em shopping centers, que devem ser fechadas ainda neste ano. Não vai parar por aí. Desde o fim do ano passado, quando da conclusão do M&A entre BR Malls e Aliansce, a companhia já amealhou cerca de R$ 700 milhões com a alienação de ativos. Intramuros, os executivos da Allos trabalham com a meta de gerar R$ 1 bilhão de caixa com a redução da sua carteira de participações. Uma das prioridades é reduzir a alavancagem para níveis mais confortáveis. Hoje, a dívida líquida, mais de R$ 4,5 bilhões, corresponde a 2,5 vezes o Ebitda. Consultada pelo RR, a Allos não se manifestou.

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Um imbróglio a mais na recuperação judicial da Candido Mendes
27/10/2023O processo de recuperação judicial da Universidade Candido Mendes (UCAM) teve mais um capítulo. Na última quarta-feira, o Condomínio do Edifício Candido Mendes requereu à 5ª Vara Empresarial do TJ-RJ a falência da Associação Sociedade Brasileira de Instrução – mantenedora da UCAM. O pedido se deu poucos dias após a instituição de ensino protocolar em Juízo um aditamento ao seu plano de recuperação judicial – conforme o RR informou.
O Condomínio alega que, no adendo, os gestores da universidade omitiram um acordo firmado com os administradores do prédio. O compromisso, firmado antes mesmo do início da recuperação judicial, envolveu a cessão de imóveis da UCAM para o pagamento de dívidas com o Condomínio, no valor total de R$ 57 milhões. As salas e andares já estão de posse do Edifício. No entanto, a troca de titularidade ainda não foi realizada. Segundo o RR apurou, os administradores do prédio da Rua Assembleia, 10, no Centro do Rio, sede da universidade, alegam que a instituição não pagou o ITBI dos imóveis, o que impede a conclusão da transferência.
E as pendências não param por aí. A UCAM ainda teria uma dívida de R$ 14 milhões para quitar com o prédio referente a taxas de condomínio desde abril de 2020.
No aditamento do plano de recuperação judicial, a Candido Mendes estima que pode arrecadar cerca de R$ 162 milhões com a venda de ativos imobiliários, entre os quais escritórios ainda de sua propriedade exatamente no Edifício da Rua Assembleia 10. A negociação dos imóveis é uma etapa fundamental para a tradicional e respeitada universidade carioca quitar suas dívidas. Os credores que têm a receber até 150 salários-mínimos somam cerca de R$ 64 milhões.
Neste grupo encontram-se majoritariamente funcionários e ex-funcionários, contrários à falência da UCAM. Entre aqueles acima da faixa dos 150 salários-mínimos, o passivo beira os R$ 70 milhões. Curioso lembrar que o prédio da rua da Assembleia foi “dado” pelo general Golbery do Couto e Silva a Cândido Mendes como contribuição do governo a um projeto de educação exemplar – e, o não dito, para ajudar o empresário, que sempre esteve pendurado nas franjas do poder.
Consultada pelo RR, a Universidade Candido Mendes afirma que “não fomos formalmente intimados de qualquer requerimento de falência por parte do Condomínio do Edifício Candido Mendes.” Em relação ao acordo com o Edifício, a UCAM esclarece que ele “já foi homologado judicialmente e as partes aguardam decisão do MM. Juízo da 5ª Vara Empresarial, por petição feita em conjunto, para que se expeça alvará para averbação da transmissão da propriedade para o referido condomínio.” A instituição afirma ainda que “não houve omissão do acordo. Ocorre que o referido acordo não é abarcado pelo aditivo recentemente apresentado, na medida que já foi homologado por decisão transitada em julgado. Em verdade o referido condomínio recebeu antes dos demais credores estando já na posse das salas que foram dadas em pagamento, o que se aguarda é apenas a formalização do registro imobiliário.” Sobre os pagamentos ao Edifício, a Universidade Candido Mendes diz que “Estamos em discussão com o condomínio quanto à forma correta de cálculo das quotas condominiais, na medida em que as despesas comuns da universidade são muito reduzidas e os valores cobrados excedem claramente o custo efetivo com o pagamento das despesas comuns.”

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Placa de “vende-se” está pendurada na porta da Ri Happy
26/10/2023O Carlyle procura um comprador para a Ri Happy, a maior rede de lojas de brinquedos do Brasil. Segundo o RR apurou, a decisão pela venda da empresa já teria sido levada ao conhecimento dos principais credores, notadamente Santander, Banco do Brasil e BV – o trio concentra 75% do passivo da companhia. De acordo com a mesma fonte, a Starboard Partners, contratada para conduzir a renegociação do passivo da Ri Happy, também assessora o Carlyle na venda da rede varejista. Recentemente, a gestora norte-americana fez dois movimentos fundamentais para arrumar a casa e, ato contínuo, colocá-la à venda.
O primeiro deles foi o aporte de capital de R$ 75 milhões. O segundo, o acordo fechado com os bancos credores para a repactuação de R$ 289 milhões em dívidas. Santander, BB e BV tiveram um papel determinante para aliviar o garrote sobre a Ri Happy, ao aceitar um prazo de carência de um ano para o pagamento dos passivos. Os vencimentos foram postergados para o fim de 2027 e 2028. Consultados pelo RR, Carlyle e Starboard não se pronunciaram.
Em tempo: a crise financeira da Ri Happy – além do passivo, a empresa acumulou prejuízos de R$ 96 milhões nos últimos dois anos – é mais um revés do Carlyle no varejo brasileiro. O script é praticamente uma cópia do que ocorre na Tok & Stok: a gestora norte-americana teve de fazer uma capitalização emergencial de R$ 100 milhões e enfrentou uma dura negociação com os bancos credores para o alongamento da dívida.
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GM do Brasil é acionada para socorrer fábricas do grupo na Argentina
26/10/2023A crise econômica na Argentina está ricocheteando na General Motors do Brasil. O RR apurou que a subsidiária brasileira deverá despachar componentes para as fábricas da GM nas províncias de Santa Fé e Rosário. Trata-se de uma medida emergencial. As duas unidades na Argentina estão paralisadas devido à falta de peças, consequência da escassez de dólares e da política do governo local de restringir as licenças para importação. A solução interna encontrada pela matriz da GM, de tirar de uma mão para colocar na outra, permitiria a retomada da produção na Argentina, sobretudo da montagem do Tracker, o SUV mais vendido no país vizinho. Procurada pelo RR, a montadora informou, por meio de sua subsidiária argentina, que “continua trabalhando para recompor a cadeia de fornecimento de vários provedores que suspenderam o envio de peças devido à falta de pagamentos externos.”. Perguntada especificamente sobre o suprimento de peças para as fábricas na Argentina, a GM não se manifestou.

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Eternit traça seu primeiro passo pós-recuperação judicial
25/10/2023A iminente saída da recuperação judicial é determinante para a Eternit destravar um importante projeto: uma nova ampliação da sua fábrica de polipropileno em Manaus. A empresa já fez sondagens ao Banco do Nordeste em busca de um novo empréstimo. O Basa foi o principal financiador da construção do complexo industrial e é um dos maiores credores da companhia, com R$ 33 milhões a receber. O polipropileno é o substituto da crisotila, proveniente do amianto, insumo banido por decisão do STF. Nesse quesito, a briga da Eternit é outra: manter a produção da sua jazida de amianto em Goiás de olho na receita com exportações. A operação na mina já foi paralisada algumas vezes por decisão judicial. Consultada, a Eternit não se pronunciou.

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GM coloca seu primeiro carro elétrico nas ruas do Brasil
24/10/2023A General Motors bateu o martelo: vai lançar seu primeiro veículo elétrico no Brasil até junho de 2024. A partida deverá ser dada com a venda do modelo Blazer. A SUV tem uma característica fundamental, feita sob medida para o mercado brasileiro: uma bateria maior, com capacidade para 105 kWh e autonomia de até 515 quilômetros. Na comparação com os automóveis elétricos já homologados pelo Inmetro, a Blazer fica atrás apenas do BMW iX 50, com carga para 528 quilômetros.
Trata-se de uma escolha feita a dedo pela GM. Um dos maiores entraves para a comercialização de carros elétricos ou híbridos no país é a ainda incipiente rede de estações de recarga disponível. A média mundial é de uma unidade de reabastecimento para cada veículo em circulação; no Brasil, a relação é de um para 14.
Empresa
Pátria esquenta concorrência com gigante do varejo no Nordeste
23/10/2023A julgar pelos seus planos para a Atakarejo, o Pátria Investimentos tem um duelo marcado com o Grupo Mateus nas gôndolas do Nordeste. A estratégia traçada pela gestora de recursos, que assumiu 56% da rede baiana, prevê a expansão do negócio para outros estados da Região. Os primeiros alvos, de acordo com as informações apuradas, são Ceará e Pernambuco. Ao menos cinco lojas deverão ser abertas nos dois estados em 2024 – de um total de 15 pontos de venda que o Pátria pretende criar por ano. Ceará e Pernambuco são exatamente as duas áreas em que o Grupo Mateus, sediado no Maranhão, tem concentrado seus maiores investimentos. Apenas na semana passada, a companhia inaugurou de uma só vez três lojas na Grande Recife. Procurado, o Pátria não quis comentar o assunto.

Empresa
BYD quer montar sua “Chinatown” em Camaçari
20/10/2023Após comprar a fábrica da Ford em Camaçari (BA), a BYD se dedica a um segundo movimento: ampliar a cadeia de suprimento de autopeças e componentes na região. A intenção da montadora é trazer alguns de seus principais fornecedores chineses. Nas conversas mantidas com o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, a BYD colocou sobre a mesa a possibilidade de bancos de fomento chineses financiarem a instalação de fabricantes de insumos automotivos na região de Camaçari. O arco de projetos da montadora é amplo: a BYD já anunciou que vai produzir veículos elétricos e híbridos, caminhões e ônibus elétricos e baterias no antigo complexo industrial da Ford, um investimento estimado em R$ 3 bilhões.

Empresa
Ômega Energia dá a largada em novo parque eólico nos Estados Unidos
19/10/2023A Ômega Energia está em busca de recursos para a construção do seu segundo complexo de geração eólica no Texas, o Goodnight 2. Há conversas avançadas com a Goldman Sachs, que investiu cerca de US$ 180 milhões na instalação do Goodnight 1. A exemplo do primeiro empreendimento, o novo parque eólico também terá capacidade instalada da ordem de 265 MW. Ao todo, os dois projetos deverão consumir mais de US$ 800 milhões. A ômega não para por aí. A empresa, que tem a Tarpon e o fundo inglês Octis como maiores acionistas, planeja também investir em energia solar nos Estados Unidos. Consultada, a ômega não se manifestou.

Destaque
Europa vira uma pedra no caminho da Alpargatas
18/10/2023A Alpargatas, controlada pela família Moreira Salles, prepara uma reestruturação em seus negócios na Europa, com mudanças na própria gestão. Segundo informações filtradas da empresa, as medidas devem atingir a vice-presidência para Europa, Oriente Médio e África, comandada por Leandro Medeiros. Com o apoio de uma consultoria externa, a Alpargatas já identificou falhas de planejamento que são debitadas na conta de Medeiros e de sua equipe.
De acordo com a fonte do RR, houve um superdimensionamento da demanda para o primeiro semestre deste ano, com projeções comerciais que acabaram não se concretizando. No segundo trimestre, por exemplo, as vendas na Europa foram 22% inferiores ao volume registrado em igual período de 2022. Como resultado, a fabricante da Havaianas ficou com um nível de estoques significativamente acima da média, com a consequente disparada dos custos operacionais.
Uma dimensão do impacto sobre os resultados da Alpargatas: o aumento das despesas fixas com armazenagem corroeu 4,7 pontos percentuais da margem bruta da operação internacional da companhia. O RR encaminhou uma série de perguntas à Alpargatas, mas a empresa não quis se manifestar. A reorganização da divisão internacional, com foco notadamente na Europa, é desdobramento de mudanças no topo da cadeia de comando da Alpargatas, que agora começam a se espraiar por outras áreas.
Em maio deste ano, Roberto Funari deixou o cargo de CEO. Desde então, a função vem sendo ocupada interinamente por Luiz Fernando Edmond. Caberá a Edmond a missão de arrumar a casa para o seu sucessor. Tudo isso em meio a resultados negativos e à desconfiança dos investidores. No primeiro semestre deste ano, a Alpargatas teve um prejuízo de R$ 252 milhões, contra um lucro de R$ 97 milhões no mesmo período em 2022. No mesmo intervalo, o Ebitda despencou de R$ 344 milhões para R$ 69 milhões. A bolsa não perdoa: desde o início do ano, a Alpargatas já perdeu quase 50% do seu valor de merca

Empresa
Candido Mendes faz ajustes em seu plano de recuperação judicial
18/10/2023A Universidade Candido Mendes (UCAM) prepara um adendo ao seu plano de recuperação judicial na 5ª Vara Empresarial do TJ-RJ. Segundo a fonte do RR, o objetivo é propor mudanças em prazos e condições de pagamento do seu passivo, em torno de R$ 400 milhões. A UCAM estaria encontrando dificuldades para honrar os termos pactuados há três anos, notadamente em relação aos créditos trabalhistas e às dívidas quirografárias.
A Candido Mendes tenta ganhar tempo para lançar um novo edital de venda das suas Unidades Produtivas Isoladas (UPIs), que reúnem operações e ativos – o plano de recuperação judicial prevê o uso dos recursos para pagamento dos credores. Em meio à complexa situação financeira, uma das mais tradicionais e respeitadas instituições de ensino do Rio enfrenta ainda incertezas quanto a sua própria administração.
Recente decisão da ministra Nancy Andrighi, do STJ, restabeleceu os efeitos de um acórdão na Terceira Câmara de Direito Público do TJ-RJ, o que na prática devolveu os “poderes de gestão plena” à reitora Andreya Mendes de Almeida Scherer Navarro, sobrinha do saudoso professor Candido Mendes. O RR fez seguidas tentativas de contato com a universidade, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
Empresa
Governo do Ceará abre o caixa para evitar demissões na Paquetá
17/10/2023A Paquetá Calçados deverá receber até o fim do mês cerca de R$ 14 milhões do governo do Ceará. Trata-se da segunda parcela referente à antecipação de incentivos fiscais à empresa. Na prática, uma espécie de “SOS Paquetá”. Os recursos estão condicionados à manutenção da fábrica da companhia no estado, mais precisamente na cidade de Uruburetama, e à consequente preservação de mais de três mil postos de trabalho. Desde o início do ano, há denúncias de sindicatos locais de que a fabricante de calçados tem atrasado sistematicamente o pagamento de salários. A Paquetá está em recuperação judicial desde 2019, com dívidas acima de R$ 600 milhões.
Empresa
“Cade uruguaio” vira uma carne de pescoço para a Minerva Foods
16/10/2023A Minerva Foods está no meio de uma intrincada negociação com as autoridades antitruste do Uruguai. A empresa da família Queiroz e do Salic, fundo soberano da Arábia Saudita, abriu conversações com a Comissão de Defesa da Concorrência para garantir a aprovação da compra da Breeders and Packers Uruguay (BPU Meat), um dos maiores frigoríficos locais. Acena com um pacote de investimentos no país e garantia de manutenção de empregos para dobrar as resistências locais. Os pecuaristas uruguaios têm pressionado o governo do presidente Luis Lacalle Pou a conter o avanço da Minerva no Uruguai. Em pouco mais de um mês, a companhia adquiriu não apenas a BPU Meat, mas outros três frigoríficos locais. Com esses movimentos, passou a dominar cerca de 55% dos abates de gado bovino no país.
Empresa
Intercement negocia mais um perdão com seus credores
16/10/2023A Intercement deverá pedir um novo waiver a seus credores. O braço cimenteiro da Mover (a antiga Camargo Corrêa) sinalizou aos debenturistas a necessidade de adiar para 2024 o vencimento dos títulos. Já teria a concordância do Banco do Brasil, um dos principais detentores dos papéis. O prazo para o pagamento tem sido sucessivamente postergado: já passou de 8 de junho para 8 de setembro e, mais recentemente, para 8 de dezembro. São cerca de R$ 570 milhões em debêntures. A Intercement tenta ganhar tempo para fazer caixa. A empresa contratou o BTG para conduzir a venda de mais ativos no Brasil e na Argentina, leia-se a subsidiária Loma Negra. A cimenteira já acertou a negociação de três fábricas de concreto para a Votorantim, mas os recursos ainda não caíram na sua conta. Consultados pelo RR, Intercement e Banco do Brasil não quiseram se manifestar.

Destaque
Cosan e TIAA desatam seus nós fundiários no Brasil
13/10/2023A Cosan negocia a compra de participações do TIAA (Teachers Insurance and Annuity Association of America), fundo de pensão dos funcionários dos Estados Unidos, em investimentos conjuntos no setor fundiário no Brasil. Segundo o RR apurou, o pacote engloba terras na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) – apenas duas das fazendas, localizadas no oeste baiano, somam mais de dez mil hectares. Essas áreas passariam integralmente ao controle da Radar, o braço de propriedades agrícolas do grupo de Rubens Ometto.
A operação poderá levar ao descruzamento definitivo das demais participações da Cosan e do TIAA em terras no país, um processo iniciado há cerca de dois anos. Em setembro de 2021, o conglomerado brasileiro comprou o equivalente a 47% da própria Radar, então pertencentes à Mansilla Participações, veículo de investimento do fundo de pensão. Consta que os norte-americanos ainda mantêm uma participação minoritária na empresa.
Os negócios fundiários da Cosan e da TIAA têm arranhado a reputação institucional de ambas. Não é de hoje que pairam suspeições sobre os investimentos da dupla. Uma das acusações é que o fundo de pensão teria montado, em parceria com o grupo brasileiro, uma complexa teia de empresas (Radar Propriedades Agrícolas, Radar Propriedades Agrícolas II, Tellus Brasil Participações e Janus Brasil Participações) para camuflar suas participações e driblar as restrições legais à presença de estrangeiros no setor. Há suspeitas também de que Cosan e TIAA teriam comprado terras – exatamente na região do Matopiba – do Grupo De Carli, citado em denúncias de grilagem.
São acusações especialmente delicadas para um fundo de pensão obrigado a cumprir rígidas regras de compliance, como é o caso do TIAA, um potentado com mais de US$ 1,3 trilhão em ativos e cerca de seis milhões de contribuintes ativos e aposentados. O RR encaminhou uma série de perguntas à Cosan, mas o grupo não quis comentar o assunto. O TIAA, por sua vez, afirma que “Através de parcerias locais, todas as estruturas de investimento cumprem a legislação brasileira para a propriedade de terras por estrangeiros”.
O fundo diz que “leva a sério o investimento sustentável e somos investidores de longo prazo em terras agrícolas. Avaliamos o impacto dos nossos investimentos nas comunidades locais e garantimos que as terras que adquirimos e mantemos cumprem todos os requisitos governamentais para proteção de florestas e habitats naturais.”. Perguntado especificamente sobre a venda de terras para a Cosan na região do Matopiba, o TIAA não se manifestou.

Empresa
J&F investe R$ 2,3 bilhões para aumentar frota de barcaças
11/10/2023O apetite de Joesley e Wesley Batista pela área de mineração pode ser medido pelos investimentos paralelos em logística. O RR apurou que a J&F, holding do clã, vai construir 400 barcaças para o escoamento de minério, ao custo total de aproximadamente R$ 2,3 bilhões. A montagem das embarcações ficará a cargo de quatro estaleiros: Juruá e Eram, ambos no Amazonas, Maguari, no Pará e Enseada, na Bahia. De acordo com a mesma fonte, o Fundo de Marinha Mercante (FMM) já aprovou o projeto. Na prática, o FMM poderá financiar até 90% do valor, mas a tendência é que o BNDES também participe da operação. Com a encomenda, a J&F Mineração vai triplicar sua frota de barcaças. A empresa tem planos ainda de comprar outros 20 rebocadores, um investimento estimado em R$ 800 milhões. A princípio, a expansão da frota mira a ampliação da produção de minério de ferro e manganês no Mato Grosso Sul, nas reservas compradas junto à Vale no ano passado. Essa é a ponta do iceberg à vista de todos. Abaixo da linha d´água, há planos ainda maiores. O aumento da estrutura logística daria suporte à ampliação dos negócios em mineração, por sua vez, ligados ao projeto dos irmãos Batista de investir em transição energética, com a extração de lítio – conforme o RR noticiou hoje pela manhã.

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Grupo Sada larga na pole position por cobiçado contrato da BYD
10/10/2023O Grupo Sada e a chinesa BYD têm feito aproximações sucessivas. O conglomerado mineiro – que reúne negócios nas áreas de logística, autopeças, revenda de veículos e biocombustíveis – saiu na frente na disputa para assumir a operação de transporte e distribuição dos veículos que serão produzidos pela montadora chinesa em Camaçari. A Sada está em “casa”. O grupo, com faturamento anual superior a R$ 6 bilhões, era responsável pela logística de grande parte da produção da Ford na fábrica baiana, posteriormente vendida à BYD. O transporte de veículos – leia-se os chamados “caminhões cegonha” – é um dos segmentos mais concorridos e rentáveis do mercado de logística industrial. No ano passado, movimentou cerca de R$ 10,7 bilhões. Somente Fiat, Volkswagen e General Motors, as três maiores fabricantes de automóveis do país, desembolsam por ano mais de R$ 4,5 bilhões no transporte de veículos. A Sada disputa esse segmento cabeça a cabeça com a Tegma, controlada por Itavema e Coimex.
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Andrade Gutierrez quer avançar na gestão de estádios
6/10/2023A Andrade Gutierrez está olhando com atenção para um negócio que parecia jogado para escanteio dentro do grupo: a gestão de arenas esportivas. A companhia vem mantendo conversas com clubes que têm projetos para reformar seus estádios, a exemplo do São Paulo e do Santos – este último, inclusive, com memorando de entendimentos já assinado com a construtora WTorre. Outro alvo seria o Independência, em Belo Horizonte, hoje administrado pelo América-MG. A Andrade Gutierrez, ressalte-se, já tem ao seu lado um potencial parceiro de ataque para novos investimentos no setor: o BTG. O banco de André Esteves é sócio da empreiteira na Brio, a empresa responsável pela gestão do Beira-Rio, em Porto Alegre. Consultada, a Andrade Gutierrez não se manifestou.

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Casas Bahia vai ao mercado para afrouxar o garrote da dívida de curto prazo
5/10/2023O RR apurou que a Casas Bahia prepara uma nova emissão de dívidas, muito provavelmente com o lançamento de debêntures. A captação deverá ocorrer ainda neste ano. O alongamento do perfil do passivo é prioridade absoluta na rede varejista. A relação dívida líquida/Ebitda é hoje a mais alta entre as companhias abertas do setor de varejo: 4,7 vezes – a média do segmento é um múltiplo de 3,7. E esse múltiplo poderia ter chegado a quase 9 não fosse a bem-sucedida negociação fechada com credores nesta semana. A decisão dos detentores certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) em não antecipar o pagamento de R$ 30 milhões evitou o exercício dos covenants que disparariam o vencimento de quase R$ 3 bilhões em dívidas. Procurada, a Casas Bahia não se manifestou até o fechamento desta matéria.
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Governo de Minas avança mais alguns passos no IPO da Gasmig
5/10/2023O projeto de IPO da Gasmig está ganhando tração. Nas últimas semanas, a Cemig tem sondado bancos e investidores sobre o interesse na possível abertura de capital da distribuidora de gás. Segundo o RR apurou, a ideia é fechar ainda neste ano com a instituição financeira que será adviser da operação. A Cemig e consequentemente o governo mineiro trabalham com a ideia de ofertar até 25% da Gasmig. Seria uma forma de destravar valor e iniciar um processo gradativo de privatização da empresa. Por ora, a colocação em mercado de uma parte das ações, se não é o ideal, seria o possível, diante das resistências na Assembleia Legislativa de Minas Gerais à desestatização da companhia de gás.
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Telhanorte entra em reforma antes de ser vendida
4/10/2023A Telhanorte está em obras. A Saint Gobain, controladora da rede de material de construção, deu a partida em uma reestruturação do negócio, com mudanças de formato e, sobretudo, fechamento de pontos de venda. Três deles, no modelo conhecido como loja de proximidade, já foram desativados, todos em São Paulo. São estabelecimentos de tamanho menor, o que antigamente seria chamado de comércio de bairro.
Segundo o RR apurou, os cortes traçados pela Saint Gobain deverão atingir até dez das 41 lojas da companhia. A reforma deve ser interpretada como uma arrumação da casa para a chegada de um novo morador. Só está difícil encontrá-lo. Desde o ano passado, o conglomerado francês busca um comprador para a Telhanorte, mas a empresa não tem despertado interesse no mercado. A redução de lojas menos rentáveis e de custos é uma tentativa da Saint Gobain de deixar a rede varejista mais atrativa.

Empresa
Vale e sindicatos começam negociação já em desacordo
4/10/2023As negociações para o novo acordo coletivo de trabalho da Vale, que começam formalmente hoje, prometem algum grau de tensão. Há, desde já, um cabo de guerra entre a mineradora e os nove sindicatos que representam seus mais de 53 mil funcionários. A companhia já sinalizou a disposição de encurtar as rédeas de alguns benefícios dos trabalhadores. A Vale quer aumentar a participação dos empregados no pagamento do plano de saúde. Acena também com cortes no adicional de insalubridade, incluindo os trabalhadores que atuam diretamente nas minas. Os sindicatos, por sua vez, já avisaram que vão rechaçar tais condições. Já existem até ameaças de paralisação. Sob certo aspecto, trata-se de uma postura que contrasta com a fragilidade encontrada pela Vale do outro lado da mesa nos últimos anos. Procurada pelo RR, a companhia não quis se manifestar.

Empresa
Cosan reserva lugar para um sócio em futuro porto de São Luís
29/09/2023Mudança de rota na Cosan: segundo o RR apurou, a empresa de Rubens Ometto pretende buscar um parceiro para tirar do papel a construção do Porto de São Luis (MA), um investimento de quase R$ 4 bilhões apenas em sua primeira etapa. O grupo sucroalcooleiro comprou o projeto da chinesa CCCC no fim de 2021 e, desde então, deixou o empreendimento em stand by. A busca por um sócio lança dúvidas sobre a possível associação com a Aura Minerals. A Cosan assinou um memorando de entendimentos com a mineradora de Paulo Brito para a montagem de um joint venture que assumiria o próprio porto e três reservas de minério de ferro no Pará. No entanto, de acordo com a fonte do RR, as tratativas estão devagar, quase parando.

Empresa
Seacrest avança sobre novos campos maduros da Petrobras
29/09/2023A Seacrest, petroleira com sede nas Bermudas, está garimpando novos campos maduros no Brasil, notadamente nas Bacias do Espírito Santo e de Campos. Segundo o RR apurou, haveria conversas com a própria Petrobras. A estatal tem ativos em fase declinante de produção em áreas como Barracuda e Albacora, no Norte Fluminense. Neste ano, a Seacrest já desembolsou US$ 426 milhões na compra de quatro campos terrestres da Petrobras no Polo Norte Capixaba, com produção diária da ordem de 4,6 mil barris. No início deste ano, a petroleira levantou US$ 260 milhões com uma emissão de ações na Bolsa da Noruega. A Seacrest tem planos de triplicar sua produção no país até 2025.
Empresa
Camil Alimentos avança em sua dieta de engorda
28/09/2023A Camil caminha a passos largos em sua estratégia de se tornar um grande conglomerado da área de alimentos, com atuação nos mais diferentes setores. Segundo o RR apurou, o novo alvo da empresa é o mercado de produtos congelados – um segmento dominado por gigantes como JBS e BRF. Trata-se de um negócio com margens de lucro maiores. Este é justamente um calcanhar de Aquiles da Camil neste momento.
No primeiro trimestre deste ano, as margens líquidas do grupo caíram de 4% para 2,4%, na comparação com igual período em 2022. Maior processadora de arroz do Brasil, a Camil já desembolsou mais de R$ 1,6 bilhão para ampliar seu cardápio de negócios. Nos últimos dois anos, mais especificamente, ingressou na indústria de torrefação de café e no segmento de biscoitos, com a compra, respectivamente, da Seleto e da Mabel. Neste ano, a receita líquida da Camil deve bater nos R$ 12 bilhões, contra aproximadamente R$ 11 bilhões em 2022.

Empresa
Maxmilhas repete o roteiro de sua controladora
27/09/2023A Maxmilhas segue a rota da 123 Milhas, sua controladora. Após entrar com pedido de recuperação judicial e realizar uma leva de demissões, há relatos de ex-funcionários de que a empresa não estaria honrando todas as obrigações trabalhistas. Além do passivo de R$ 226 milhões, a Maxmilhas tem sofrido com a queda de receita, no rastro da crise de credibilidade no mercado de turismo. Nos últimos 30 dias, a perda de faturamento com a venda de passagens aéreas chegou a 70% em relação ao mês anterior.

Empresa
Casas Bahia busca acordo com detentores de CRIs
27/09/2023A direção da Casas Bahia está quebrando a cabeça para elaborar uma proposta de negociação com os detentores de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), no valor total de R$ 420 milhões. Trata-se de uma bomba relógio que precisa ser desarmada o quanto antes. A rede varejista descumpriu regras do contrato de emissão, o que permite aos investidores anteciparem o vencimento dos papéis. A companhia pretende repactuar os prazos de pagamento. Em troca, será forçada a aumentar as taxas de remuneração dos CRIs. A Casas Bahia, ressalte-se, corre contra o tempo: o martelo terá de ser batido no dia 3 de outubro, para quando está prevista uma assembleia dos detentores dos Certificados.

Destaque
Passagem da Merqueo pelo Brasil vira um litígio transnacional
26/09/2023A efêmera atuação da startup colombiana Merqueo no Brasil está prestes a se transformar em um contencioso internacional. O RR apurou que ex-funcionários da plataforma de delivery se mobilizam para acionar a empresa na Justiça da Colômbia. O objetivo seria cobrar diretamente da matriz o passivo trabalhista da finada operação brasileira.
A Merqueo encerrou suas atividades no país em julho, deixando para trás mais de uma centena de demitidos e uma dívida de R$ 12 milhões. Uma das hipóteses aventadas é incluir esses débitos no processo de recuperação empresarial da startup aberto na Câmara de Comércio de Bogotá. De acordo com um advogado que atua no caso, o primeiro passo deve ser o pedido de declaração da falência da companhia à Justiça brasileira. A abertura do chamado juízo falimentar teria o condão de acelerar o rito do processo junto ao Judiciário da Colômbia.
Os credores têm um trunfo a seu favor. O país vizinho adota em seu ordenamento jurídico a lei da UNCITRAL (Comissão das Nações Unidas para o Direito Comercial Internacional) sobre insolvência transnacional), mais precisamente no Título III (“De la Insolvencia Transfronteriza”) dos artigos 85 a 116 da Lei 1.116, de 27 de dezembro de 2006. O Brasil segue as mesmas regras para o tratamento de falências e recuperações empresariais com implicações transnacionais, o que abre caminho para a cooperação entre o Judiciário dos dois países. O RR fez seguidas tentativas de contato com a Merqueo, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
A Merqueo chegou ao Brasil, em julho de 2021, com o status de maior supermercado 100% digital da América Latina. A empresa empreendeu uma expansão internacional na região após captar quase US$ 90 milhões no mercado. Entre os seus investidores, figuram fundos internacionais – como o norte-americano Digital Bridge, e a o dinamarquês IDC Ventures – e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A entressafra global no mercado de venture capital atingiu duramente a companhia, que não conseguiu realizar uma nova capitalização. No Brasil, a empresa sucumbiu à competição com o Rappi e, sobretudo, o iFood, um dizimador de concorrentes – vide a saída do Uber Eatsdo país. Além do revés no mercado brasileiro, a Merqueo encerrou também suas atividades no México. A crise abalroou os planos de startup colombiana de fazer seu IPO na Bolsa de Nova York. A empresa chegou a entrar com o pedido, mas cancelou a operação no mês passado.

Empresa
Marisa prepara o lento e gradual fechamento de sua financeira
26/09/2023A Lojas Marisa vai desativar gradativamente o MBank, sua financeira. Segundo o RR apurou, a rede varejista chegou a ser procurada por empresas de recuperação de crédito interessadas em comprar a carteira da instituição, da ordem de R$ 420 milhões. Mas a família Goldfarb, controlada da rede varejista, rechaçou as ofertas colocadas sobre a mesa, que previam um deságio de até 70% sobre o valor de face. A ideia da Marisa, agora, é esperar o vencimento de todos os empréstimos para, então, encerrar as atividades do MBank. O negócio perdeu sentido para o grupo após o acordo firmado com a Credsystem. A instituição financeira será responsável, com exclusividade, por todas as futuras operações de crédito ao consumidor da Marisa. Ou seja: o MBank não poderá fazer novas originações. Procurada, a Marisa não se manifestou.

Empresa
Brasil ganha um upgrade no mapa de negócios da Arauco
26/09/2023A futura fábrica de celulose da Arauco em Inocência (MS), que começará a ser construída em 2025, ganhou uma importância ainda maior no tabuleiro geoeconômico do próprio grupo. A unidade deverá assumir uma parcela das exportações hoje a cargo do complexo industrial de Licancel, no Chile, notadamente para a China. O grupo avalia o encerramento definitivo da operação, suspensa temporiamente desde o fim de agosto. A fábrica tem acumulado seguidos prejuízos por conta de uma terrível combinação de fatores climáticos. Mais recentemente, as inundações obrigaram a Arauco a paralisar o funcionamento. Nos últimos dois anos, o problema foi uma terrível seca, que provocou seguidos incêndios na região, afetando as reservas florestais da empresa. A fábrica de Inocência é o maior projeto em curso na Arauco, um investimento estimado em US$ 3 bilhões.

Empresa
Tencent prepara uma nova fornada de investimentos em startups brasileiras
25/09/2023A Tencent, gigante chinesa da tecnologia, prepara uma nova rodada de investimentos no Brasil. Segundo o RR apurou, o grupo reservou algo em torno de US$ 50 milhões para aportes em startups no país. Os chineses estariam em conversações com uma fintech especializada em soluções de pagamento digital. A Tencent já investiu em empresas como Nubank, Omie, que desenvolveu um software de gestão, educação e serviços financeiros, e Quinto Andar, de compra e venda de imóveis.

Empresa
H&M negocia abertura de lojas em shoppings da Multiplan
25/09/2023A varejista sueca H&M, que já anunciou sua chegada ao Brasil em 2025, abriu conversações com a Múltipla para a possível abertura de lojas em shopping centers da empresa. Segundo informações apuradas pelo RR, o foco seria São Paulo e Belo Horizonte, onde a companhia da família Peres tem, respectivamente, quatro e três empreendimentos. A aproximação com a Multiplan indica a intenção da H&M de iniciar suas operações no país com um número expressivo de lojas. A gigante do varejo de moda na Europa mantém negociações também com o Grupo Iguatemi, dos Jereissati. Com operação em quase 80 países, a H&M faturou no ano passado cerca de US$ 23 bilhões. Procurada, a Multiplan não se manifestou.
Empresa
Itaminas deixa uma porta entreaberta para a venda do controle
25/09/2023A família Paz, dona do Grupo Itaminas, vem mantendo conversações com investidores interessados na compra do controle da empresa. Segundo fonte próxima à companhia, a antiga relutância do clã à venda da mineradora arrefeceu. A realidade tem falado mais alto. Nos últimos anos, a Itaminas, que produz mais de 6,5 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, passou a enfrentar uma difícil situação financeira, com um passivo da ordem de R$ 1,6 bilhão.
Há cerca de dois anos, a empresa firmou um Negócio Jurídico Processual (NJP) com a AGU para a repactuação de R$ 1,2 bilhão em dívidas, a maior parte de natureza previdenciária. Ainda que a duras penas, o acordo vem sendo cumprido. O termo assinado com a AGU afastou o risco de penhora de bens do clã, entre os quais o Instituto Inhotim, em Brumadinho (MG), a menina dos olhos do empresário Bernardo Paz, acionista da Itaminas e fundador do museu.
Em contato com o RR, a mineradora confirma que “com frequência, aparecem interessados em comprarem a Itaminas”.
A empresa diz ainda que “o presidente da Itaminas, Cristiano Paz, é que tem conversado e representado os interesses da família.” Na última semana, em Minas Gerais, circularam informações de uma possível negociação com Argeu Géo. Empresário influente no estado, Géo mantém investimentos no setor agrícola e na área de seguros e foi um dos fundadores do Banco Pottencial, que posteriormente deu origem ao Banco Neon. Procurado pelo RR, Argeu Géo disse “não ter conhecimento do assunto”. A Itaminas, por sua vez, negou as tratativas com o empresário.

Empresa
Stellantis dá a partida no projeto de veículos híbridos no Brasil
22/09/2023
Empresa
Embraer negocia venda de aviões militares para a Arábia
22/09/2023A Embraer teria aberto negociações para a venda de aeronaves militares KC-390 para a Arábia Saudita. A Força Aérea local pretende substituir seus aviões de transporte Lockheed C-130 Hercules, produzidos no fim da década de 1970. As tratativas são um desdobramento da aproximação entre os dois países e do recente encontro entre Lula e o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.
Por sinal, o itinerário diplomático do presidente tem sido uma boa bússola das investidas comerciais da Embraer. A companhia negocia a venda de quatro KC-390 para a Angola, onde Lula também esteve recentemente. Consultada, a companhia não se manifestou.

Empresa
123 Milhas prepara contra-ataque contra decisão judicial
21/09/2023O RR apurou que a 123 Milhas pretende entrar ainda hoje com um recurso na tentativa de derrubar a decisão da 21ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que suspendeu a tramitação do processo da recuperação judicial da empresa. A determinação, proferida ontem, atendeu a um agravo de instrumento do Banco do Brasil, maior credor da companhia. A decisão é provisória até o resultado da chamada constatação prévia da situação financeira da 123 Milhas. Para todos os efeitos, a Justiça manteve o “stay period”, o período de blindagem que impede a execução de dívidas. No entanto, a empresa teme que outra instância do Judiciário interprete o caso de forma diferente, abrindo brecha para a cobrança de passivos.
Empresa
Neoenergia aumenta sua aposta no Porto do Açu
21/09/2023O Rio de Janeiro está se tornando um lócus importante para os investimentos da Neoenergia em transição energética. A empresa tem feito estudos para a instalação de usinas eólicas offshore no litoral norte do estado. A companhia, ressalte-se, já assinou um memorando de entendimentos com a Prumo (MoU, na sigla em inglês) para a produção de hidrogênio verde no Porto do Açu. Segundo avaliações técnicas, o próprio complexo portuário que um dia pertenceu a Eike Batista está em área de ótima influência eólica. Em outras latitudes, a Neoenergia firmou também acordos com os governos do Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte para projetos em geração renovável.

Destaque
Votorantim negocia compra de cimenteira no Uruguai
20/09/2023Quase um ano após comprar a espanhola Heidelberg Materials, a Votorantim Cimentos ensaia uma nova aquisição no exterior. O alvo é a uruguaia Cementos del Plata, colocada à venda pela petroleira estatal Ancap. As negociações são conduzidas pela Cementos Artigas, que reúne as operações da Votorantim Cimentos no Uruguai – os Ermírios de Moraes são os controladores, com 51%, e os 49% restantes pertencem à espanhola Cementos Molins.
Não se trata de uma operação em linha reta. Na semana passada, o governo uruguaio tentou privatizar a Cementos del Plata, mas a licitação foi suspensa, por falta de candidatos. Segundo o RR apurou, a Artigas estava entre os 11 candidatos que acessaram o data room e foram pré-qualificados para o leilão. Na hora H, não apresentou lance.
De acordo com uma fonte próxima à Votorantim, foi um recuo calculado, uma estratégia para pressionar o preço do ativo. A Artigas joga com um trunfo. A legislação uruguaia permite que o governo abra negociação direta para a venda de uma estatal, sem a necessidade de uma nova licitação, quando um leilão de privatização é suspenso pela ausência de propostas.
A empresa do Grupo Votorantim já mantém conversas nessa direção. Segundo a fonte do RR, há, inclusive, a possibilidade de a Artigas ficar com a Cementos del Plata sem pagar pela aquisição. O “pedágio” seria a assunção do seu passivo, da ordem de US$ 35 milhões. Consultada pelo RR, a Votorantim Cimentos informou que “não comenta rumores nem especulações de mercado.”
Sob certo aspecto, a investida da Artigas/Votorantim sobre a Cementos del Plata é um movimento de defesa. Seria uma forma de fechar a porta para a entrada de um novo player no Uruguai ou mesmo para o crescimento de concorrentes que já operam no país. É o caso da Cielo Azul, do empresário Ernesto Correa, que investiu US$ 140 milhões em uma fábrica inaugurada em 2021, na cidade de Treinta y Tres. Outro competir emergente é a Cementos Charrúa, que tem entre seus sócios dois nomes célebres – os ex-jogadores de futebol Diego Lugano e Diego Godín.
A Artigas já domina algo em torno de 40% do mercado local. Com a compra da Cementos del Plata, chegaria perto dos 70%, o que talvez exija a negociação de ativos para que a operação seja aprovada pelas autoridades antitruste locais. Proporcionalmente, a operação no Uruguai é um grânulo nos resultados da Votorantim Cimentos: representa cerca de 2% da receita global da empresa. Mas cabe enfatizar que o grupo tem feito seguidos investimentos no país. Recentemente, desembolsou cerca de US$ 40 milhões para a construção de uma nova fábrica na cidade de Minas.

Empresa
China Petroleum quer aumentar participação em sociedade com a Petrobras
20/09/2023A China National Petroleum Corporation (CNPC) abriu conversações com a Petrobras em torno do aumento da sua participação no bloco Aram, uma parceria com a estatal na Bacia de Santos. Os chineses detêm 20% do consórcio; os 80% restantes estão nas mãos da empresa brasileira. Trata-se de um dos maiores e mais promissores ativos do grupo chinês em águas profundas em todo o mundo.
Em maio, a Petrobras anunciou a segunda descoberta de óleo no bloco. O diretor executivo de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Carlos Travassos, já disse publicamente que a empresa declarar “em breve” sua comercialidade. O apetite da CNPC não se limita ao bloco de Aram.
Os chineses despontam como candidatos a outros investimentos conjuntos com a Petrobras, inclusive na área de refino. Seria um passo a mais na aproximação entre a estatal e petroleiras da China. No fim de agosto, a Petrobras assinou memorandos de entendimento com quatro grupos chinesas para possíveis investimentos em exploração e produção, refino e energia renovável.Procurada pelo RR, a estatal não se manifestou.

Empresa
Allos quer “despejar” Americanas de seus shoppings
19/09/2023A Allos, leia-se a empresa criada com a fusão entre BR Malls e Aliansce, está no meio de intrincadas conversações com a Americanas. O objetivo é negociar um acordo para que a rede varejista entregue algumas lojas localizadas em shopping centers da companhia. Seria uma espécie de “despejo consensual”. Segundo o RR apurou, vários contratos de locação estão com os pagamentos atrasados.
No entanto, a Americanas está protegida pela recuperação judicial: mesmo com a inadimplência, a Allos não pode obrigar a empresa a devolver as lojas. A ideia seria acertar algum tipo de acordo envolvendo um waiver de parte das dívidas. A administradora de shoppings tem outros planos para esses imóveis, a começar pela sua locação a clientes que paguem em dia. Procuradas pelo RR, Americanas e Allos não quiseram se pronunciar.
Empresa
Mato Grosso ou São Paulo: quem vai ficar com a fábrica da Sinomach?
19/09/2023A China National Machinery Industry Corporation (Sinomach) é objeto de uma disputa federativa. Os governos do Mato Grosso e de São Paulo duelam pelo direito de sediar a primeira fábrica de máquinas agrícolas da companhia chinesa no Brasil. Representantes da empresa já visitaram áreas para a instalação da unidade industrial em Cuiabá e na região do ABC.
Segundo o RR apurou, o Mato Grosso leva uma pequena vantagem. O próprio governador Mauro Mendes tem conduzido as negociações – recentemente, esteve reunido com a cúpula da Sinomac. A empresa já atua no Brasil, mas apenas importando equipamentos produzidos em suas fábricas na China. A Sinomac é um dos grandes conglomerados da indústria pesada chinesa, com faturamento próximo dos US$ 50 bilhões por ano.
Empresa
Suzano vai ao mercado em busca de munição para M&A na China
18/09/2023A Suzano tem feito consultas no mercado, notadamente junto a fundos internacionais, com o objetivo de realizar uma grande captação de recursos. A operação se daria por meio do lançamento de uma nova tranche de bônus atrelados a metas de sustentabilidade. A Suzano tem um track records recente de notório êxito na oferta de títulos ESG. Nos últimos três anos, amealhou US$ 2,25 bilhões com duas emissões de Sustainability Linked Bonds (SLB). Consultada pelo RR, a Suzano não quis se manifestar.
A movimentação da Suzano em busca de recursos tem causado frisson no mercado. A leitura é de que a empresa estaria perto de fechar a aquisição do controle da chinesa Vinda, fabricante de papel tissue. A companhia brasileira é apontada pela mídia internacional como forte candidata à compra da participação de 51,59% da sueca Essity no grupo asiático, avaliada em torno de US$ 1,4 bilhão. Em fato relevante publicado em agosto, a Suzano confirmou que “teve contatos com informações e pessoas envolvidas com a empresa Vinda International Holdings”.
Empresa
Vibra Energia aumenta a aposta no seu venture capital
18/09/2023A Vibra Energia vai anabolizar o seu braço de venture capital. Segundo informações filtradas do RR, o Vibra Ventures receberá um novo aporte da empresa, saindo de R$ 150 milhões para algo em torno de R$ 200 milhões em recursos disponíveis para o financiamento de startups. No entanto, há outro projeto em discussão capaz de alavancar ainda mais o negócio: a companhia estuda abrir o fundo para a entrada de “forasteiros”, ou seja, para a captação de recursos de terceiros. O reforço de capital permitiria à Vibra acelerar a montagem de um ecossistema de startups, em áreas prioritárias como transição energética, mobilidade e meios de pagamento. Uma das grandes apostas do grupo é a EZVolt, empresa que oferece infraestrutura de abastecimento de carros elétricos para pessoas físicas. O Vibra Ventures já fez dois aportes na companhia. Procurada, a Vibra não quis se pronunciar sobre o assunto.

Empresa
IPO da Descarbonize já está na mira da Brookfield
15/09/2023A recente criação da Descarbonize foi apenas o primeiro raio de sol. A Brookfield já faz planos de abrir o capital da nova empresa, focada no desenvolvimento de soluções em energia solar. Trata-se de um negócio que nasceu com faturamento superior a R$ 4 bilhões. Na partida, a Descarbonize reúne a Aldo Solar, que opera no mercado de geração distribuída com a venda de equipamentos fotovoltaicos, a Sol Agora, fintech que atua no financiamento de projetos no setor e deve fechar neste ano cerca de R$ 500 milhões em operações de crédito. A ideia da Brookfield é usar a nova holding para a compra de outras energytechs da área de geração solar.

Empresa
Minoritários do Pão de Açúcar contestam acordo caseiro com Casino
15/09/2023Um grupo de minoritários do Grupo Pão de Açúcar (GPA) está se mobilizando para acionar a companhia junto à CVM. O objetivo é exigir da empresa detalhes das negociações para a venda da sua participação na Cnova para o próprio Casino. O GPA anunciou ter criado uma comissão independente para analisar a proposta. Mas, até o momento, trata-se de uma caixa preta: não há qualquer detalhe dos termos e condições do possível acordo.
O Pão de Açúcar detém 34% na Cnova, empresa de comércio eletrônico do próprio Casino – o restante das ações pertence ao grupo francês. A valores de mercado, essa participação é estimada em aproximadamente 340 milhões de euros. O Casino está nas duas pontas da operação. Em última instância, na condição de controladores da GPA, os franceses terão o poder de aprovar a oferta apresentada por eles próprios. O receio dos minoritários do Pão de Açúcar é que o conglomerado pague um valor subapreciado. Consultada pelo RR, a GPA não se manifestou.
A CVM, por sua vez, afirmou que “acompanha e analisa informações envolvendo companhias abertas, tomando medidas cabíveis, sempre que necessário.” Disse ainda que “que reclamações e consultas encaminhadas à entidade são devidamente verificadas, recebendo o tratamento adequado.” Perguntada sobre o Pão de Açúcar, a autarquia informou que “não comenta casos específicos”.
Empresa
Parisotto vence queda de braço pelo comando da Eternit
15/09/2023A recente mudança no comando da Eternit é mais um capítulo na disputa por maior poder na gestão entre dois dos grandes investidores ativistas do país, Lírio Parisotto e Luiz Barsi – donos, respectivamente, de 8% e 5,6% da empresa. Na companhia, a nomeação do então conselheiro Paulo Andrade para o cargo de CEO é tida como uma vitória de Parisotto. O investidor teria trabalhado nos bastidores para a substituição de Luis Augusto Barbosa.
Passa, assim, a ter uma influência maior sobre a gestão executiva em um momento fulcral para a fabricante de telhas. A missão de Andrade é encerrar o processo de recuperação judicial da Eternit. Esta, por sinal, é uma história encruada. A empresa afirma ter quitado todas as suas dívidas e, há pelo menos um ano, diz estar prestes a sair da RJ.
Mas nada da 2ª. Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo encerrar o processo. O RR fez contato com Parisotto e Barsi, mas não teve retorno até o fechamento desta matéria. A Eternit também não se manifestou.

Empresa
O e-commerce do TikTok chegou aos EUA. Para o Brasil, será um pulo
14/09/2023O China Daily acaba de noticiar que o TikTok lançou seu serviço de e-commerce nos Estados Unidos (http://www.chinadaily.com.cn/a/202309/14/WS65025a80a310d2dce4bb5a0e.html). O jornal chinês cita o interesse da plataforma de trazer seu braço de comércio eletrônico para o Brasil. O TikTok Shop começou a ser testado em 2021 na Indonésia, Reino Unido, Malásia, Tailândia e Vietnam, e será disponibilizado gradualmente para os usuários norte-americanos. A funcionalidade permite a compra direta de produtos mostrados em transmissões ao vivo e em vídeos curtos. Junto ao serviço, a rede também oferece o programa “Fulfilled by TikTok”, para auxiliar a logística dos vendedores.
OBS RR: Não é de hoje que há especulações sobre o lançamento do TikTok Shop no Brasil. A chegada aos Estados Unidos para ser o primeiro passo nessa direção, uma operação geoeconômica de “conquista” da América. Ou das Américas. A entrada do TikTok no mercado brasileiro de e-commerce colocaria ainda mais combustível no setor, justo no momento em que seus conterrâneos chineses, como Shopee, Shein e AliExpress, fazem pesados investimentos no país. O potencial de alcance da rede social de vídeos é imensurável: o TikTok já partirá de uma base com mais de 80 milhões de usuários ativos no Brasil. É quase 10% do total de inscritos em todo o mundo. Para efeito de comparação, a Shein tem cerca de 45 milhões de clientes cadastrados no mercado brasileiro.

Destaque
Herdeiras de Aloysio Faria avançam na venda de ativos do Grupo Alfa
14/09/2023Um dos maiores conglomerados empresariais do Brasil se foi junto com o seu criador. Gradativamente, as herdeiras de Aloysio Faria avançam no desmonte do Grupo Alfa. Após a venda da joia da coroa, o Banco Alfa, para o Safra, Lucia, Junia, Flavia, Claudia e Cristiane Faria estariam em busca de um comprador para mais dois negócios da família: o hotel Transamérica, de Comandatuba, e a Águas Prata. Segundo o RR apurou, a engarrafadora de água mineral já teria sido oferecida à Coca-Cola e ao Grupo Edson Queiroz, dono das marcas Minalba e Indaiá. No caso da Transamérica, a venda do hotel na Bahia é o último ato do desmonte do que já foi uma das maiores redes do setor no Brasil. Em outubro de 2021, menos de um ano após a morte de Aloysio Faria, o Alfa transferiu a gestão de 24 hotéis para a Atlantica Hospitality International. Dos dois empreendimentos restantes de propriedade do grupo, o mítico Transamérica de São Paulo foi desativado, e o terreno vendido para o BTG. Sobrou a unidade de Comandatuba, colocada agora sobre o balcão. Procurado pelo RR, o Grupo Alfa não se manifestou.
Historicamente, as cinco filhas de Aloysio Faria pouco ou nada se envolveram na gestão das empresas. Pouco depois da morte do patriarca, passaram a integrar uma espécie de conselho híbrido, ao lado de executivos profissionais, para decidir o destino dos negócios do clã. Ao que tudo indica, a decisão já está mais do que tomada. Além do Transamérica e da Águas Prata, as herdeiras de Faria já colocaram à venda a rede de material de construção C&C, empresa com faturamento superior a R$ 2 bilhões. Entre os ativos de maior valor do Alfa, ficaria faltando apenas a Agropalma, fabricante de biocombustível com receita na casa de R$ 2,5 bilhões. Talvez só uma questão de tempo

Empresa
Bayer e Citi despejam crédito no agronegócio
14/09/2023A Bayer e o Citi vão adubar sua parceria no crédito ao agronegócio. Segundo o RR apurou, a multinacional e o banco trabalham na criação de um segundo FIDC para financiar a cadeia de produção e distribuição de insumos agrícolas, no valor de R$ 1 bilhão. O primeiro fundo lançado pela dupla em março, no montante de R$ 600 milhões, atendeu a mais de 50 parceiros da Bayer no Brasil. O negócio vai crescer nas cifras e no modelo. O banco norte-americano tem planos de vender cotas do FIDC em mercado. Procurados, Bayer e Citi não quiseram se pronunciar
Empresa
Fundo inglês negocia aquisição da Austral Seguros
14/09/2023A gestora inglesa Actis entrou no páreo pela compra da Austral, companhia de seguros e resseguros pertencente à Vinci Partners, de Gilberto Sayão. As tratativas para a venda da empresa são conduzidas pela consultoria Seneca Evercore. A Austral tem mais de R$ 6 bilhões em ativos. No ano passado, registrou um faturamento da ordem de R$ 3 bilhões. Seria a primeira investida do private equity inglês no mercado de seguros no Brasil. Entre outros negócios no país, o Actis detém participações na Cruzeiro do Sul Educacional e na rede de escolas de idiomas CNA. Os britânicos reservaram cerca de US$ 400 milhões para novos investimentos no país.

Empresa
Starboard e Perfin querem colocar mais carvão na matriz energética
13/09/2023As gestoras Starboard e Perfin caminham na contramão da energia limpa. A dupla não apenas comprou a térmica a carvão Pampa Sul, que pertencia à Engie, como planeja ampliar a usina – a geradora, localizada em Candiota, (RS) tem capacidade instalada de 345 MW. Uma das premissas é que a termelétrica poderá assumir um pedaço do mercado hoje atendido por energia importada da Argentina e do Uruguai. Há também a expectativa de que o Paraguai passe a usar um volume maior da sua cota na produção de Itaipu, hoje vendida como excedente para o Brasil. Com isso, haverá uma redução na oferta de energia, notadamente na Região Sul.
O desafio dos novos controladores da térmica é garantir contratos de longo prazo que justifiquem a expansão da capacidade. Até porque a usina tem, a longo prazo, um descasamento entre o prazo de concessão e os acordos em vigor. A atual licença de Pampa Sul vai até 2050. No entanto, o contrato firmado no leilão de geração n° 6/2014, da Aneel, encerra-se em 2043, portanto, sete anos antes. Esse acordo corresponde a 91% da garantia física da térmica.
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Demissões à vista na Goldman Sachs Brasil
13/09/2023Nos corredores da Goldman Sachs, no Itaim Bibi, circula a informação de que o banco de investimentos fará uma série de demissões no país. Os cortes atingiriam notadamente a área de investment banking, em decorrência da estiagem de M&As e, sobretudo, de IPOs no Brasil. O enxugamento da operação brasileira é parte um contexto dramático ainda maior, pautado pela pressão da matriz pela redução global de despesas. Segundo a mídia internacional, a ordem na Goldman Sachs é cortar mais de US$ 1 bilhão em custos operacionais, leia-se gente, gente e mais gente. Consultada, Goldman Sachs preferiu não se manifestar.

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Eletrobras cerca a última ilha no capital da usina de Santo Antônio
13/09/2023A Eletrobras estaria negociando com a Caixa Econômica a compra da participação de 5% do FI-FGTS na Madeira Energia, controladora da hidrelétrica de Santo Antônio. Trata-se da fatia que falta para a ex-estatal assumir 100% do capital da usina. Neste ano, a empresa adquiriu as participações que pertenciam à Cemig, Andrade Gutierrez e Novonor, antiga Odebrecht. A estratégia é um legado da gestão Wilson Ferreira Jr., que vinha trabalhando para a Eletrobras assumir integralmente o controle de seus maiores ativos em geração. É o caso de Belo Monte, onde a companhia tenta, há alguns meses, adquirir o pedaço pertencente à Aliança Energia, leia-se Vale e Cemig.
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Dafiti é mais uma vítima da crise argentina
12/09/2023A plataforma de comércio eletrônico Dafiti vai encerrar suas operações na Argentina. A varejista da área de moda tem sido duramente afetada pela grave crise econômica local e pela consequente retração do consumo. Além disso, a escassez de dólares na Argentina tornou-se um dificultador para a importação de produtos têxteis. É o mesmo problema que levou a Renner a fechar temporariamente duas lojas no país vizinho. Procurada pelo RR, a empresa não se manifestou até o fechamento desta matéria.
Há cerca de dois anos, a Dafiti ampliou sua operação na Argentina, com investimentos em tecnologia e acréscimo de novas marcas ao portfólio. Pouco antes, a companhia inaugurou um centro de distribuição de .500 metros quadrados, capaz de armazenar cerca de 800 mil itens. Segundo o RR apurou, o imóvel está disponível para venda. A decisão de expandir os negócios no país acabou se revelando um tiro n´água, com o acelerado definhamento da economia local. Atualmente, as vendas na Argentina representam menos de 5% da receita da empresa de e-commerce.
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Marfrig vai mais uma vez ao mercado para reduzir sua dívida
12/09/2023Após o aporte de capital na BRF, a redução do passivo tornou-se uma obsessão na Marfrig. A empresa deverá realizar um lançamento de títulos ainda neste ano. Diferentemente da emissão de R$ 1,1 bilhão em debêntures, aprovada em julho e voltada exclusivamente para a aquisição de gado, a operação terá como objetivo o alongamento da dívida. A meta é reduzir a relação dívida líquida/Ebitda de três para algo próximo de 2,5 vezes. Já foi pior: antes da venda de 16 frigoríficos para a Minerva Foods, esse índice estava em 3,76 vezes.

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PagBank mira no cobiçado setor de contas internacionais
11/09/2023O PagBank, do Grupo UOL, vai ampliar seu raio de atuação. Segundo o RR apurou, a fintech pretende entrar no negócio de contas digitais internacionais, leia-se a possibilidade de depósitos em real com a consequente conversão em moeda estrangeira para gastos no exterior. A operação depende de autorização do Banco Central. Trata-se de um movimento razoavelmente arrojado. Ao ingressar nesse segmento, o PagBank vai disputar um mercado em que outras fintechs já nadam de braçada. É o caso da Wise, de origem inglesa, e do Nomad, fintech brasileira criada por Patrick Sigrist, um dos fundadores do iFood, Marcos Nader e Eduardo Haber.
Recentemente, a Revolut, também fundada na Inglaterra, passou a operar no Brasil, permitindo a abertura de contas internacionais com a possibilidade de conversão de reais para dólar, euro e libra. Procurado pelo RR, o PagBank não quis se manifestar.
O desafio do PagBank, o antigo PagSeguro, é criar novas verticais de negócio para compensar a retração do segmento de adquirência, leia-se as maquininhas de pagamento. O setor fez, literalmente, a fortuna da fintech. Em 2018, a então PagSeguro realizou o maior IPO de uma empresa brasileira na Bolsa de Nova York, movimentando US$ 2,6 bilhões – esse valor só seria superado três anos depois com a oferta de ações do Nubank, que levantou US$ 2,8 bilhões.
O negócio de adquirência ainda representa mais de 90% do faturamento da fintech. Trata-se de uma dependência preocupante para o PagBank a médio prazo. O segmento deve perder importância gradativamente com a profusão de possibilidades de pagamento digital.

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Nossa Eletro: a marca é nova, mas os problemas são antigos
11/09/2023O empresário Pedro Bianchi estaria em busca de um sócio para a Nossa Eletro, leia-se a antiga Ricardo Eletro. Segundo informações apuradas pelo RR, Bianchi tem conversado com fundos de investimentos em torno da venda de uma participação minoritária na empresa. O negócio está recomeçando praticamente do zero. E sem um aporte financeiro, as chances de decolar são pequenas.
Até o momento, o máximo que Bianchi conseguiu foi abrir três lojas em Minas Gerais. E não muito mais do que isso. Chama a atenção, por exemplo, a ausência da Nossa Eletro do ambiente digital. Por ora, a empresa está fora do e-commerce. Por sinal, sequer montou um site ou criou perfis nas redes sociais. Nem parece que existe.
Em nada lembra a velha Ricardo Eletro, que chegou a ter quase 500 lojas e faturar mais de R$ 10 bilhões por ano. Da antiga rede varejista da qual é sucessora, a Nossa Eletro só carrega uma “lembrança”: o passivo em torno de R$ 3 bilhões. O RR não conseguiu contato com a empresa até o fechamento desta matéria.

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Natura tem Plano B para a venda da The Body Shop
8/09/2023A Natura trabalha com diferentes cenários para a venda da The Body Shop (TBS). Segundo o RR apurou, a companhia avalia a possibilidade de fatiar a operação da marca de cosméticos inglesa, com a alienação de ativos por região. Seria uma alternativa às dificuldades já esperada pela Natura para se desfazer em bloco de uma empresa com resultados tão díspares em diferentes mercados, como é o caso da TBS.
Essa venda em pedaços seria puxada pelos negócios da The Body Shop no Leste Europeu, China e, sobretudo, Reino Unido. Este último é um dos maiores problemas da empresa. A marca de cosméticos tem acumulado seguidos prejuízos na região por conta da má performance do sistema de vendas diretas – o At Home.
Em pouco mais de dois anos, a receita proveniente desse modelo teria recuado mais de 60%. A Natura estuda, inclusive, extinguir o AT Home antes mesmo da venda da operação, em uma tentativa de valorizar o ativo. Procurada, a empresa não se manifestou

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123 Milhas tenta se livrar do excesso de bagagem
6/09/2023Em recuperação judicial, com uma dívida superior a R$ 2 bilhões, a 123 Milhas procura um comprador para a sua controlada Hotmilhas. O objetivo é mais se livrar do excesso de peso, leia-se os custos da operação, do que exatamente fazer caixa. Basicamente, a empresa tem um único ativo de algum valor: sua base de usuários, com mais de meio milhão de cadastrados. No mais, a Hotmilhas é hoje um ativo depreciado, pela crise de confiança que atinge as plataformas de compra e venda de milhagem. Além disso, também tem seus enroscos, como os créditos em balanço contra outras empresas controladas pela família dos irmãos Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, donos da 123 Milhas.
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Great Wall vai produzir mais dois veículos híbridos no Brasil
6/09/2023Enquanto o presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite, sobe o tom contra a “invasão” de veículos chineses no Brasil com benefícios fiscais, a Great Wall Motors já está lá na frente, traçando a segunda etapa de seus investimentos no país. Segundo informações apuradas pelo RR, a montadora chinesa planeja a produção de mais duas SUVs híbridas na fábrica de Iracemapólis (SP) a partir de 2025. Vão se juntar à picape de motor flex Poer, que, conforme já anunciado pela companhia, começará a ser fabricada no interior de São Paulo em maio de 2024. Até lá – e provavelmente depois também – a Great Wall seguirá importando outros modelos para o Brasil, aproveitando-se da isenção do IPI para carros 100% elétricos, benefício tão combatido pela Anfavea, leia-se, basicamente, Volkswagen, General Motors e Fiat/Stellantis.

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Ceará é a próxima parada do Mercado Livre no Nordeste
5/09/2023A expansão dos negócios no Nordeste tornou-se uma prioridade na estratégia do Mercado Livre. Segundo o RR apurou, a companhia decidiu instalar mais um centro de distribuição na região ao longo de 2024. O local escolhido é o Ceará. A companhia já tem uma unidade de armazenamento na Bahia, na cidade de Lauro de Freitas. Hoje, o Mercado Livre já consegue fazer entregas no mesmo dia em Salvador.
O objetivo é repetir a dose nas capitais de Pernambuco e Ceará ainda no primeiro semestre de 2024. O delivery praticamente just in time tornou-se uma vantagem ainda mais valiosa com o acirramento da concorrência entre as plataformas de comércio eletrônico. Em contato com o RR, o Mercado livre confirmou o “interesse em um centro de distribuição no Ceará”.
A empresa ressaltou ainda que os projetos “confirmados seguem sendo as operações no Rio de Janeiro e em Pernambuco” – na semana passada, a plataforma de e-commerce anunciou um novo centro de distribuição no Rio e outro em Recife.
Uma combinação de fatores alimenta os planos de crescimento do Mercado Livre no Nordeste, a começar pelo desempenho do setor de e-commerce. Segundo pesquisa da NielsenIQEbit, as vendas na região cresceram 3% no ano passado, acima da performance verificada no Sudeste (0,3%). A expansão da rede de 5G no país é outra alavanca. Ela tende a impulsionar as operações de compras digitais no Nordeste, área do país que, assim como o Norte, tem uma cobertura de banda larga inferior ao do Sudeste e do Sul. Além disso, o Mercado Livre corre para ocupar território diante da investida dos grandes conglomerados chineses de e-commerce no Brasil, como Shein e Shopee.
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Bajaj aumenta as cilindradas de seus investimentos no Brasil
5/09/2023Rajiv Bajaj – herdeiro de Rahul Bajaj, que era dono de uma das maiores fortunas da Índia e faleceu no ano passado – fez chegar ao governo brasileiro sua intenção de visitar o país no início de 2024. O empresário viria ao Brasil para se reunir com o presidente Lula e o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, e anunciar a instalação de uma fábrica de motocicletas da Bajaj na Zona Franca de Manaus. A companhia já comercializa no país três modelos de motos, todos produzidos na unidade industrial da Dafra na capital do Amazonas.
Esse número será ampliado com o início da produção própria. Controlada pelo Bajaj Group, um conglomerado com atuação na indústria automobilística, fabricação de eletrodomésticos, siderurgia e setor financeiro, a fabricante de motocicletas tem um faturamento global na casa dos US$ 3 bilhões por ano.
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Prioridade na CBA é reduzir alavancagem para o “padrão Votorantim”
4/09/2023A CBA (Companhia Brasileira de Alumínio) tem feito alguns movimentos cirúrgicos com o intuito de reduzir o peso do seu passivo de curto prazo. A empresa vem mantendo tratativas com bancos credores para alongar o perfil de sua dívida. Segundo o RR apurou, também com o mesmo objetivo, a CBA pretende realizar uma nova captação.
A ideia é lançar títulos atrelados à sustentabilidade. Na mais recente emissão de títulos verdes, em novembro do ano passado, a companhia levantou US$ 96,5 milhões.
O desafio da CBA é trazer seu endividamento para o que se pode chamar de “padrão Votorantim”, que historicamente sempre procurou trabalhar com níveis de alavancagem bastante conservadores. É uma das marcas da gestão de excelência das empresas dos Ermírio de Moraes. O grupo, por exemplo, fechou o ano de 2022 com uma relação dívida líquida/Ebitda pouco acima do um para um (1,2). A CBA está alguns metros acima.
No primeiro semestre deste ano, o múltiplo entre passivo de curto prazo e Ebitda chegou a 3,88 vezes, contra apenas 0,68 em junho de 2022. Baixar esse sarrafo tornou-se prioridade.

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A China está elétrica: Leapmotor é mais uma montadora a caminho do Brasil
4/09/2023Depois da Great Wall Motors e da BYD, mais uma fabricante de carros elétricos chinesa prepara o terreno para entrar no Brasil: a Leapmotor, sediada na cidade de Hangzhou. Segundo o RR apurou, a própria Embaixada da China em Brasília fez chegar ao vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, o projeto da montadora de ter uma fábrica no país. A partida se daria com a produção de um modelo mais popular, possivelmente o T03, comercializado na China ao valor correspondente a US$ 13 mil. Trata-se de um dos quatro modelos movidos a energia produzidos pela companhia.
Fundada em 2015, a Leapmotor recebeu US$ 1,8 bilhão em aportes de 20 investidores chineses e fundos internacionais. Em setembro do ano passado, levantou US$ 800 milhões com o seu IPO na bolsa de Hong Kong

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Ex-funcionários da 123 Milhas viram passageiros da agonia
1/09/2023Os ex-funcionários da 123 Milhas estão sendo jogados de um avião sem paraquedas. Segundo o RR apurou, a empresa não pagou as indenizações e demais encargos à maior parte das centenas de colaboradores demitidos ao longo dos últimos dias. Os trabalhadores dispensados não têm recebido sequer uma previsão para a quitação dos valores. O mais provável é que todos sejam lançados no balaio da recuperação judicial. O RR entrou em contato com a 123 Milhas, mas a empresa não retornou até o fechamento desta matéria.
Em tempo: a área de marketing foi uma das mais devastadas pelas demissões em massa. A 123 Milhas praticamente dizimou o setor, com mais de 20 demissões durante a semana. O corte dá uma dimensão do quanto a situação da empresa é delicada. Nos últimos anos, a plataforma de venda de milhas tornou-se uma máquina de marketing. Em 2022, gastou mais de R$ 1,1 bilhão com publicidade, contabilizando-se apenas a compra de espaço em mídias impressas e online. Alguns rankings do setor chegaram a apontar a 123 Milhas como a segunda maior anunciante do país no ano passado.
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André Esteves permanece como um “barão da mídia” de uma nota só
31/08/2023A contratação do ex-ministro das Comunicações Fabio Faria, no início deste ano, acendeu no mercado a certeza de que o BTG estava preparando a criação de um império na área de mídia. Alarme falso. A operação de André Esteves no setor ficará circunscrita à revista Exame. Palavra do próprio banco. Em contato com o RR, o BTG foi enfático ao dizer que “não está analisando qualquer investimento adicional em mídia”. E o SBT? A resposta é uníssona: a instituição financeira descarta a aquisição da emissora paulista. No setor, havia até quem cravasse a pedida de Silvio Santos: em torno de R$ 1 bilhão. Tudo parecia se encaixar com a chegada ao banco de Fabio Faria, marido de Patricia Abravanel e genro do Homem do Baú. Caberia ao ex-ministro de Bolsonaro colaborar com Esteves na estruturação de seus negócios em mídia. O uso do plural, no entanto, não cabe mais. A julgar pelo que diz o BTG, Esteves parou na Exame

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Shein pretende ressuscitar a Forever 21 no Brasil
31/08/2023A Shein, que fechou a compra de uma participação na Forever 21, vai trazer a marca de volta ao Brasil. Ao menos no que depender do CEO da companhia no país, Marcelo Claure. Com esse movimento, a gigante do e-commerce passaria a ter uma operação física no varejo brasileiro. Um dos problemas que marcaram a primeira e malsucedida passagem da rede pelo país, as dificuldades de distribuição, certamente não voltarão a ocorrer. A Shein está investindo centenas de milhões na montagem de uma estrutura logística no Brasil. Desafio maior será descontaminar a marca Forever 21, entre os consumidores e, sobretudo, entre grandes empresas de shopping centers. Ao quebrar nos Estados Unidos, a companhia encerrou suas operações no Brasil, em 2022, deixando para trás dívidas referentes ao aluguel de lojas.

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IMC quer vender rede de restaurantes Viena
30/08/2023A IMC (International Meal Company) procura um comprador para a Viena, rede com 39 restaurantes e faturamento anual na casa dos R$ 300 milhões. Segundo informações apuradas pelo RR, entre os candidatos está um fundo norte-americano já com negócios em gastronomia e varejo no Brasil. A IMC, que tem entre seus sócios o empresário Carlos Wizard e seus filhos, vem passando por uma dieta no país. Na semana passada, anunciou a venda do Olive Garden para a Wow Restaurantes. O grupo estaria disposto a manter apenas três marcas em seu cardápio de negócios no Brasil: Pizza Hut, KFC e Frango Assado.
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Contencioso entre empresas de banda larga e Telefônica deve parar na Justiça
30/08/2023Entidades como a NEO e a Telcomp, que representam mais de 200 empresas independentes de banda larga, TV paga e telefonia, já preparam uma ofensiva jurídica com o objetivo de barrar o acordo entre a Telefônica e a Winity, leia-se Pátria Investimentos e Blackstone. A operação é objeto de uma disputa no âmbito administrativo, mais precisamente na Anatel. No entanto, entre as associadas da NEO e da Telcomp, há um entendimento de que as chances de vitória na agência reguladora ficaram pequenas após o voto do conselheiro Alexandre Freire, relator do processo.
A leitura é que Freire apontou o caminho das pedras para o Conselho aprovar o negócio, ao se posicionar favoravelmente ao acordo, respeitando-se algumas contrapartidas para “evitar a concentração de mercado”. Em novembro de 2021, a Winity ganhou a licitação para operar a faixa de 700 MHz em 1,1 mil municípios brasileiros. Nove meses depois, a Telefônica fechou uma parceria com a empresa para o compartilhamento da rede.
Ocorre que o edital do leilão proibia que as quatro três operadoras de telefonia celular do país – Vivo/Telefônica, Claro e TIM – disputassem o certame. As empresas independentes de banda larga acusam a Winity de ter servido quase como um laranja dos espanhóis.

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O próximo alvo da Gerdau nos Estados Unidos?
29/08/2023Notícia publicada agora há pouco pelo Market Watch, veículo da Dow Jones & Company, que edita o The Wall Street Journal: a Gerdau é apontada como candidata à compra da US Steel. A siderúrgica norte-americana comunicou ao mercado que está firmando acordos de confidencialidade com interessados na sua aquisição. A Cleveland-Cliffs (CLF), também dos Estados Unidos, já apresentou uma oferta. Além da própria CLF e da Gerdau, grupos como Thyssen Krupp e Posco também são citados como possíveis compradores da US Steel. A empresa produz 16 milhões de toneladas de aço por ano.
Obs RR: A Gerdau já tem uma forte operação na América do Norte, com 13 usinas nos Estados Unidos e Canadá. No ano passado, sua receita na região atingiu o equivalente a R$ 31 bilhões, algo em torno de 37% do faturamento global do grupo. Proporcionalmente é a área que mais cresce no “mapa mundi” da Gerdau: há seis anos, os Estados Unidos e Canadá respondiam por 8,8% do Ebitda da empresa; em junho deste ano, esse índice bateu nos 28,3%. No primeiro trimestre deste ano, pela primeira vez na história a operação na América do Norte contribuiu mais para a geração de caixa da Gerdau no acumulado de 12 meses do que os negócios no Brasil: 53,5%, contra 24,2%.

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Huawei cresce ainda mais aos olhos do presidente Lula
29/08/2023A Huawei está dando os últimos retoques em um projeto para a expansão de sua fábrica em Jundiaí (SP). O grupo chinês vai ampliar a produção de antenas no rastro dos investimentos em 5G no país, capitaneados por TIM, Claro e Vivo. A ideia entre a cúpula da Huawei é se reunir com Lula para apresentar formalmente o plano de investimentos. Ressalte-se que, em abril, o presidente visitou o centro de pesquisa da companhia em Xangai. À época, ficou célebre a foto de Lula usando um óculos virtual produzido pela Huawei. A imagem foi postada nas redes sociais do presidente e posteriormente apagadas – o que, à época, foi relacionado às acusações de espionagem contra a Huawei feitas pelo governo Biden. O fato é que hoje as relações entre a empresa e o governo brasileiro são as melhores. Nada que lembre as traulitadas aplicadas por Jair Bolsonaro e seu chanceler Ernesto Araújo.

Empresa
Mubadala raspa as ações do Burger King no prato de Gilberto Sayão
29/08/2023A guerra fria entre os acionistas da Burger King Brasil vai ganhar mais tensão nos próximos dias. O RR apurou que a Vinci Partners pretende sair definitivamente do capital da Zamp, a holding controladora da rede de fast food. Leva um Mega Cheddar 3.0 quem acertar o nome do comprador: o de sempre, o Mubadala, que já engoliu um pedaço das ações que pertenciam ao private equity de Gilberto Sayão. Ao adquirir o restante dos papéis em poder da Vinci, o fundo soberano de Abu Dhabi passará de 17,4% para 21%, aumentando a fricção com a Mar Asset. Dona de pouco mais de 5% da Zamp, a gestora vem tentando ser um caroço no hamburguer do Mubadala. No próximo dia 31, os acionistas da companhia vão realizar uma assembleia geral extraordinária para votar a criação de uma pílula de veneno. A proposta partiu da Mar Asset. O objetivo é obrigar qualquer investidor com mais de 25% do capital a fazer uma oferta pelo restante das ações em mercado. O Mubadala está quase batendo a cabeça nesse teto. Procurados, o fundo soberano e a Vinci não se manifestaram.
Empresa
A nova identidade das velhas empreiteiras baianas
29/08/2023Devagar e paulatinamente as empreiteiras que foram devastadas pela Lava Jato estão se recuperando, ainda que as obras do governo federal sigam em ritmo bem inferior do que antes do carrasco Sérgio Moro. As construtoras baianas tocaram os atabaques, capricharam no compliance e mudaram suas marcas. A OAS virou Coesa; a Odebrecht tornou-se OEC; e a GDK adicionou duas letras ao seu nome, o NG (de Nova Geração). O mercado que tem crescido mais para as empreiteiras da Bahia é o de obras dos governos estaduais.
Com a mudança da Petrobras macarthista, a cassação de contratos com a estatal e multa paga pelos “cleptobrasmaníacos” e as exigências cada vez mais radicais de governança e transparência das empreiteiras, os deserdados pulam animadamente atrás do trio elétrico. A GDKNG, por exemplo, previa levantar a recuperação judicial só em novembro, mas já antecipou a suspensão para o início de outubro. A expectativa agora é a retomada do acesso às obras federais, em ritmo acelerado.

Destaque
Stéphane Maquaire é um CEO com os dias contados no Carrefour?
28/08/2023O que os franceses estão preparando para o Carrefour Brasil? Esta é a pergunta que tem sido feita entre os próprios executivos da empresa diante dos sinais de ingerência da matriz na condução da operação brasileira. Nas últimas semanas, Abílio Diniz, acionista do grupo e vice-presidente do Conselho de Administração do Carrefour Brasil, tem participado ativamente de assuntos e decisões na esfera da gestão executiva, como venda de ativos e negociações com fornecedores. Coincidência ou não – dentro da companhia, a aposta é que não –, a presença de Abílio se cruza com a recente reaparição de Noël Prioux. Ex-presidente do Carrefour Brasil, Prioux passou quase uma semana no país durante o mês de julho, cumprindo uma série de reuniões com as mais diversas áreas da companhia.
Sua vinda foi interpretada com uma intervenção direta do CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, na gestão da empresa no Brasil – Prioux é homem de confiança de Bompard. Mais do que isso: dentro do Carrefour Brasil, a vinda do executivo francês foi vista como uma antessala para a própria troca de comando na subsidiária, com a saída de Stéphane Maquaire do cargo de CEO. O próprio Prioux seria o nome cotado para reassumir o cargo, ainda que de forma temporária, leia-se o tempo necessário para arrumar a casa. Mais uma vez, só para não variar, Abílio Diniz é uma das mãos que movimenta as peças no tabuleiro. No jogo de poder do grupo, além de Bompard, Prioux conta também como o apoio do empresário brasileiro. Não vem de hoje. Consta que, em 2017, Diniz não só foi um dos principais artífices da saída do então presidente do Carrefour Brasil, Charles Desmartis, como trabalhou pela indicação de Prioux para o posto. O RR fez várias tentativas de contato com o Carrefour, mas a empresa não se pronunciou.
Há pouco mais de dois anos no cargo, Stéphane Maquaire vive o período mais turbulento da sua gestão. No acumulado do primeiro semestre, o Carrefour Brasil teve um prejuízo de R$ R$ 362 milhões, contra um lucro de R$ 990 milhões em igual período em 2022. No mesmo intervalo, o Ebitda caiu 19%. A integração das lojas do Grupo Big, comprada junto ao Advent em 2021, cobrou um preço mais alto do que o esperado, elevando os custos operacionais. O processo de incorporação teve um efeito caixa negativo de R$ 500 milhões no período de 12 meses entre junho de 2022 e junho deste ano. Os números calaram fundo em Paris. Recentes movimentos do Carrefour no Brasil já se deram por pressão da matriz. É o caso da venda de quatro centros de distribuição e cinco lojas para a Barzel Properties. Segundo informações apuradas pelo RR, a rede varejista deve negociar outros ativos imobiliários ainda neste ano. Talvez já não sob a regência de Maquaire.

Empresa
Syngenta aduba o agronegócio no Brasil
25/08/2023A Syngenta vai despejar ainda mais recursos no agronegócio brasileiro. A meta da Syde, a fintech do grupo suíço, é duplicar o volume de linhas de crédito nos próximos 12 meses, chegando à casa dos R$ 2 bilhões. Além de recursos próprios, a instituição funciona como uma espécie de agregador de serviços financeiros, fazendo uma ponte entre outras fintechs e produtores rurais. Por meio de parcerias, a Syde pretende também trazer para o país startups da área financeira que ainda não operam no mercado brasileiro. Soma daqui, junta dali, a Syngenta já tem uma posição razoável como financiadora do agronegócio no Brasil. No ano passado, suas operações de crédito no país somaram algo em torno de R$ 6 bilhões, notadamente por meio da emissão de FIDCs (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios.

Destaque
Crise da 123 Milhas coloca sob risco associação com MaxMilhas
25/08/2023O RR apurou que o empresário Max Oliveira, fundador e CEO do MaxMilhas, já consultou assessores jurídicos sobre a possibilidade de desfazer a associação com a 123 Milhas, fechada no início deste ano. Há cláusulas contratuais que permitiriam a ruptura do acordo e o consequente descruzamento societário a partir do agravamento da crise desta última. De acordo com a mesma fonte, a relação entre Oliveira e os acionistas originais da 123 Milhas, os irmãos Augusto e Ramiro Madureira, entrou em turbulência diante de toda a sequência de fatos relacionados ao imbróglio da companhia. Nos bastidores, corre a informação de que a decisão da 123 Milhas de cancelar passagens e pacotes da linha Promo já comercializados e pagos teria partido dos seus próprios gestores, sem a participação de executivos da MaxMilhas. Ressalte-se que, mesmo após a associação, as duas empresas não apenas mantiveram suas respectivas marcas como seguem atuando de forma independente e distinta, cada qual com a sua administração. Procurada, a MaxMilhas informou que não comentaria o assunto. O RR fez seguidas tentativas de contato com a 123 Milhas, por meio de sua assessoria, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
Sabe-se onde a crise da 123 Milhas começou, com o abrupto e mal explicado cancelamento de vendas já realizadas, mas não se sabe onde pode terminar. Nesta semana, por exemplo, a CPI das Pirâmides Financeiras aprovou as quebras de sigilo bancário e fiscal da companhia. Por si só, a ligação societária com a 123 Milhas já coloca o MaxMilhas na linha de tiro de eventuais sanções do governo e da Justiça. De quebra, há um inevitável contágio reputacional. Esta é uma variável que também pesa nos cálculos de Max Oliveira para uma eventual ruptura do acordo. Nos últimos dias, o MaxMilhas tem recebido uma enxurrada de contatos de clientes receosos de que compras já realizadas possam ser afetadas pela crise da 123 Milhas. Na segunda-feira passada, a MaxMilhas se viu forçada a soltar um comunicado explicando que “nunca vendeu produtos ‘flexíveis´”, em uma referência ao modelo de negócio de sua parceria societária.

Empresa
Minerva Foods constrói uma ponte Uruguai-China
25/08/2023A Minerva Foods vive um momento de contrastes no Mercosul. Se, por um lado, estuda paralisar uma fábrica em Rosário, na Argentina, por outro já trabalha no projeto de expansão do frigorífico uruguaio Breeders and Packers, comprado em janeiro. A capacidade de abate deverá subir de 1,2 mil para quase dois mil animais por dia. A empresa foi adquirida por US$ 40 milhões, mas pode valer muito mais caso o Uruguai avance nas tratativas para um acordo bilateral com a China. Seria uma cabeça de ponte perfeita para o Minerva. Ressalte-se que 85% da produção da Breeders são exportados, a maior parte para o país asiático. Procurada pelo RR, a Minerva não se pronunciou.
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Intelbras expande seus negócios para a América Latina
24/08/2023A Intelbras vai romper as fronteiras do Brasil. O RR apurou que a empresa trabalha em um plano de investimentos no exterior. Ao menos em um primeiro momento, a ideia é expandir as operações na América Latina, com produção própria em outros países. O principal foco é a área de equipamentos de segurança, setor que responde por 58% do faturamento total da companhia. Em contato com o RR, a Intelbras confirmou “os planos de internacionalização, de forma gradual e estruturada, buscando participação na América Latina de nossas linhas de negócio.”
A América Latina é logo ali do lado. Mas a Intelbras tem tudo para ir mais longe. Um caminho natural é a China, onde a empresa tem uma representação há 20 anos. Trata-se de um dos maiores centros de inovação da companhia: são 60 colaboradores envolvidos em atividades de pesquisa e desenvolvimento. Sobre a possibilidade de produzir equipamentos na China, a Intelbras diz que sua estrutura no país asiático “se mantém de acordo com as necessidades dos negócios, sem alteração da forma de trabalho existente atualmente.”
No ano passado, a Intelbras anunciou investimentos de R$ 300 milhões na expansão do parque fabril e em uma nova linha de equipamentos 5G. Também tem aumentado a produção de painéis solares – o faturamento no setor de energia rompeu a barreira de R$ 1 bilhão no ano passado.

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Ser Educacional tem um segundo tempo a jogar no STF
24/08/2023Mal ganhou uma batalha jurídica na Suprema Corte, a Ser Educacional já reúne munição para o próximo embate. Para o grupo, o que está em jogo é a possibilidade ou não da criação de dez novos cursos de medicina, um dos negócios mais cobiçados do setor de educação. O enrosco é grande. No início do mês, o ministro do STF Gilmar Mendes decidiu que as empresas que já tiveram deferimento de pedidos de liminar e documentos analisados pelo Ministério da Educação estão legalmente aptas a seguir adiante com o processo de abertura dos cursos. No entanto, há um ponto cego na sentença. No entendimento do próprio MEC, a decisão só se aplica às universidades que já receberam a visita técnica da Pasta e contam com aprovação prévia. Nesse caso, a porta se fecha para a Ser, do empresário Janguiê Diniz. A companhia tem pedidos para a abertura de dez cursos, todos aguardando a inspeção do MEC em suas instalações.

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Ibitu Energia entra no radar do Mubadala
23/08/2023O apetite do Mubadala é insaciável. O fundo soberano estaria em conversações com a norte-americana Castlelake para a compra da Ibitu Energia. A empresa reúne uma carteira de ativos em geração renovável com cerca de 970 MW já em operação e mais de 1 GW em projetos ainda na fase de desenvolvimento. A Ibitu está sobre o balcão há quase dois anos. A Castlelake começou pedindo mais de US$ 1 bilhão, mas já teria cedido diante da falta de candidatos.

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ADM está no páreo por braço de nutrição animal da BRF
23/08/2023A norte-americana ADM estaria na disputa pela divisão de alimentos pet da BRF. São cinco fábricas e um portfólio de 20 marcas, avaliados em R$ 1,8 bilhão. O principal concorrente da ADM é a Nestlé – em março, a imprensa internacional chegou a noticiar que o grupo suíço já havia apresentado uma oferta. Mais conhecido pela sua atuação como uma das maiores tradings de grãos do mundo, o conglomerado norte-americano elegeu o mercado de nutrição animal como uma de suas grandes apostas no Brasil. Recentemente, o grupo cindiu a área em dois segmentos de negócio: pets (cães e gatos) e animais de produção (notadamente gado bovino e aves).

Empresa
ISA CTEEP está perto de assumir investimento de R$ 3,4 bi em transmissão
22/08/2023A ISA CTEEP deverá ser homologada ainda hoje como vencedora do Lote 1 do leilão de transmissão da Aneel no último dia 30 de junho. A diretoria da agência está reunida neste momento em Brasília. O órgão regulador desclassificou da licitação o Consórcio Gênesis, que havia levado não apenas o Lote 1, mas também o Lote 8. A Aneel deparou-se como inconsistências na documentação apresentada pelo consórcio, formado pelas empresas The Best Car Transporte de Cargas e Entec Empreeendimentos Eireli. O que se diz nos bastidores é que o Gênesis não conseguiu comprovar capacidade financeira para honrar os investimentos – conforme o RR informou. O Lote 1 foi o segundo maior colocado em disputa no leilão de junho. Ao ser alçada à condição de vencedora da licitação, a colombiana ISA CTEEP assumirá investimentos da ordem de R$ 3,4 bilhões.
Empresa
Minerva Foods estuda paralisar fábrica na Argentina
22/08/2023A Minerva Foods estuda a paralisação temporária de sua fábrica na cidade de Rosário, na Argentina. Trata-se de uma das maiores plantas de alimentos industrializados do país, com mais de 2,5 mil funcionários. A decisão amarga se deve à crise do setor na Argentina, sobretudo em razão da disparada dos custos. Em uma semana, o preço do boi aumentou 50%. Há outros fatores que pesam sobre a Minerva. Na última terça-feira, o governo argentino suspendeu por 15 dias as exportações de carne para garantir o abastecimento do mercado interno a preços mais baixos. Há sinais de que a medida poderá ser estendida por mais tempo, impondo graves prejuízos ao setor. As exportações são muito mais lucrativas do que as vendas domésticas. Ressalte-se que a Minerva tem outras quatro unidades industriais na Argentina, mas nenhuma é tão afetada quanto a fábrica de Rosário pelo seu tamanho. Consultada pelo RR, a companhia não se manifestou.
Empresa
BYD engata um investimento atrás do outro no Brasil
22/08/2023O CEO mundial da BYD, Wang Chuanfu, vai se reunir com o presidente Lula e o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, durante a sua visita ao Brasil em outubro. Ao que tudo indica, não será para falar “apenas” da fábrica de Camaçari, onde os chineses vão investir R$ 3 bilhões para produzir carros elétricos. Há fortes sinais de que Chuanfu deverá anunciar o projeto de instalação de uma nova planta industrial, no Pará, para a fabricação de chassis de ônibus elétricos

Empresa
Renner reformula seu braço financeiro
21/08/2023A ex-Banco Safra Paula Mazanék está assumindo a presidência da Realize CFI, braço financeiro da Renner, com a missão de reestruturar o negócio. A performance da empresa abaixo do esperado é apontada no setor como a principal razão para a saída de Gustavo Guedes Maniero do cargo, na primeira semana de agosto. No segundo trimestre deste ano, a unidade financeira teve um prejuízo de R$ 53,7 milhões, contra um lucro de R$ 11,9 milhões em igual período no ano passado. Uma das tarefas de Paula será a “digitalização” da Realize, com o desenvolvimento de soluções de pagamento. Muito provavelmente terá os valiosos aconselhamentos de José Galló, presidente do board da Renner. Galló é simplesmente um craque.

Destaque
Fleury segue o passo da concorrência e mira em faculdades de medicina
21/08/2023O Fleury vai entrar no setor de educação. Segundo o RR apurou, o projeto envolve a criação de uma faculdade de medicina e também de cursos para a formação de profissionais do setor de saúde. Um dos modelos avaliados pelo grupo é montar uma empresa à parte, o que permitiria a entrada de investidores no capital. Algo similar ao formato da Inspirali, holding de universidades da área médica controlada pela Ânima Educação e pela família Bueno. O Fleury já teria iniciado gestões junto ao Ministério da Educação, em busca de autorização para a abertura de uma instituição de ensino superior. Ressalte-se que, após cinco anos sem aprovar qualquer novo pedido – um ano de governo Temer e quatro da gestão Bolsonaro -, a Pasta voltou a permitir a criação de faculdades de medicina no país. Outro fator que motiva o Fleury a entrar no negócio de educação é a retomada do Fies. Há dois meses, inclusive, o MEC aumentou o teto do financiamento para alunos de medicina de R$ 42,8 mil para R$ 60 mil por semestre. Procurado pelo RR, o Fleury informou que “ não comenta rumores de mercado.”
Nos últimos dois anos, o Fleury enfileirou nove aquisições. Recentemente, protagonizou uma das maiores operações de M&A na área de saúde, a fusão com o Hermes Pardini, criando uma empresa com receita anual de R$ 6,5 bilhões e Ebitda combinado de R$ 1,7 bilhão. A partir de agora, há pouco espaço para grandes saltos na área de medicina diagnóstica. Já o setor de educação é um eldorado a ser desbravado pelo Fleury, em razão das altas cifras que giram em torno das universidades de medicina. Nas últimas aquisições realizadas no país, o valuation médio precificou cada aluno na casa dos R$ 2 milhões – 20% a 30% a mais do que nos demais cursos. Há estimativas de que cada aluno “comprado” equivale a cerca de R$ 2,9 milhões em valor de mercado para os grupos de capital aberto. Não por acaso, um número cada vez maior de empresas da área de saúde, notadamente grandes hospitais, casos de Sírio Libanês e Rede D´Or, têm enveredado pelo setor de educação.

Empresa
BRF inicia sua grande marcha rumo à China
21/08/2023A BRF busca um parceiro na China, com o objetivo de montar um fábrica no país asiático. A ideia é replicar um modelo semelhante ao adotado pela companhia na Arábia Saudita. A empresa tem uma joint venture com o Public Investment Fund (PIF), fundo soberano saudita, que está investindo US$ 500 milhões na produção de frango. A instalação de um complexo industrial na China permitirá atender não apenas ao gigantesco mercado doméstico, mas a outros países da Ásia. De quebra, o investimento também é visto na BRF como uma espécie de hedge. A operação chinesa seria uma forma de “driblar” por dentro eventuais embargos do país à carne brasileira. Consultada, a companhia não se manifestou.
O peso chinês no faturamento da BRF tem crescido ano a ano. Em 2022, o país asiático correspondeu a 3,76% de toda a receita global da companhia. No primeiro trimestre deste ano, esse número avançou para 4,6%. Já é o terceiro maior mercado internacional da empresa, atrás apenas da própria Arábia Saudita e da Turquia, onde os resultados são alavancados pela venda de frango halal, destinado à população muçulmana
Empresa
Medicamentos injetáveis entram no receituário da Cimed
21/08/2023A Cimed prepara-se para entrar no segmento de medicamentos injetáveis. O laboratório farmacêutico controlado pela família Marques já iniciou as tratativas junto à Anvisa. Trata-se de um negócio que tem crescido, em média, 15% a cada ano – no ano passado, por exemplo, a venda de remédios como um todo no Brasil teve uma queda de receita de 3%. O avanço dos injetáveis se deve, principalmente, à maior incidência de doenças crônicas. A produção deverá ficar a cargo da mais nova fábrica da Cimed, em Pouso Alegre (MG), onde a companhia investiu R$ 300 milhões.
A Cimed tem passado por uma série de ajustes de governança com o objetivo de fazer seu IPO. A entrada no segmento de injetáveis funcionará como uma dose a mais no valuation da companhia. Neste ano, a Cimed deverá atingir a faixa de R$ 3 bilhões de faturamento pela primeira vez em sua história.

Destaque
Saída de Wilson Ferreira dá mais voltagem à campanha pela reestatização da Eletrobras
18/08/2023Por uma via transversa, o Conselho da Eletrobras deu munição ao governo, que se movimenta no Supremo para ter mais poder na gestão da empresa, e, por extensão, ao discurso em defesa da sua reestatização. A abrupta saída de Wilson Ferreira Jr. da presidência alimenta a ideia de instabilidade no modelo de gestão e de uma permanente cacofonia entre o board e a diretoria executiva, decorrente do modelo “public company tupiniquim” – pulverização do capital acionário, com “pílula de veneno. Ao mesmo tempo, inverte o argumento de que uma gestão profissional e um “Conselho Independente” impedem a companhia de servir a outra finalidade ou interesses. Um personagem importante nesse enredo é Pedro Batista, sócio da 3G Radar – de Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, além de outros investidores. A gestora é um dos mais influentes, se não o mais influente dos acionistas da Eletrobras, tanto que Batista foi responsável pela indicação de boa parte dos conselheiros. Era ele também um dos principais interlocutores de Ferreira junto ao board. E vice-versa. Natural, Batista tinha quase um mandato informal para ser o interlocutor oficial de Ferreira. Era ele quem, predominantemente, levava as decisões do Conselho não aceitas por Ferreira. Para efeito do melhor julgamento da governança da companhia, o ideal a se pensar é que o Conselho tomava suas decisões por critérios estritamente técnicos, pensando sempre no retorno da Eletrobras, não obstante, em algumas vezes, os interesses do país se colidirem com os seus interesses empresariais.
Sim, seria bom se o mundo fosse virtuoso. Ocorre que Wilson Ferreira Jr. é considerado por ranking especializados, nos últimos 20 anos, no mínimo, o mais capacitado executivo na sua área de atuação. Foi convidado para assumir o comando da companhia para ser exatamente um “gestor profissional”. Algo parecido aconteceu na Petrobras, na gestão Bolsonaro. O ex-presidente Roberto Castello Branco foi defenestrado por não cumprir as ordens do “Conselho”- leia-se o presidente Jair Bolsonaro. Ocorre que Castello não foi alçado a titular da Petrobras por qualquer clausula do estatuto de uma empresa privada que exigia uma gestão profissionalizante. Sem qualquer juízo de valor sua competência era uma premissa. Com Ferreira Jr. era uma exigência.
O presidente da Eletrobras foi admoestado diversas vezes por não cumprir “ordens” que contrariavam a “gestão profissional” para a qual foi contratado. Em alguns casos, com decisões incomuns, para não dizer estapafúrdias. Após contratar uma consultoria, o Conselho da Eletrobras criou 18 vice-presidências, um número exagerado que acabou impondo amarras. Talvez nem nos tempos de Eletrobras estatal Ferreira tenha se sentido tão engessado para tomar decisões. Há um ingrediente a mais nessa novela. O board da ex-estatal foi constituído à imagem e semelhança da 3G. Trata-se de executivos que rezam no altar dos sócios de referência das Americanas. São profissionais que prezam o resultado financeiro acima de quase tudo, e as bonificações acima de tudo. No compromisso de Ferreira Jr. com o board estava a obrigação de que o resultado seria melhor do que o realizado quando o executivo tomou posse.
Por ora, existem apenas estilhaços dessa história. Da galeria de retratos dos ex-presidentes à demissão do então vice-presidente de comercialização da Eletrobras, João Carlos Guimarães, por denúncias de supostas fraudes, já se falou de tudo um pouco. O fato é que os reais motivos para o agastamento da relação entre Wilson Ferreira Jr. e o Conselho da Eletrobras ainda não são conhecidos. A transparência, que é um dos atributos mais graves de um modelo de “public company” foi rasgado. Seja como for, o acontecimento fortalece o argumento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), impetrada por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), contra a limitação do poder de voto de 10%. Querem mais? Pois há mais. Um total de 13 parlamentares do PT, liderados pelo deputado Carlos Zarattini, entrou com denúncia na CVM contra a influência do Grupo 3G Radar no Conselho de Administração da Eletrobras. O grupo é acionista minoritário. No entanto, é acusado pelos deputados de agir para participar de forma direta no controle da governança da Eletrobras. O documento pede que, caso seja identificada a infração ou outras possíveis irregularidades, sejam adotadas medidas cautelares, no sentido de bloquear a continuidade das ações do Conselho de Administração da Eletrobras. Fica a batata quente também nas mãos da CVM.

Empresa
AmBev está empenhada em se tornar uma marca líder em ESG
16/08/2023A Ambev sabe que tem um passivo vinculado à saúde de um dos seus produtos: a bebida alcóolica. Vá lá. Não se trata da única companhia que produz cerveja, para não falar das empresas que fabricam outras bebidas alcóolicas. No Brasil, atuam 16 produtores de cerveja. No mundo, excluindo a cerveja, um estudo da Intangible Business e da Drinks Power Brands alcançou o número de 10 mil marcas de destilados que, pelo seu teor alcoólico, seriam capazes de transformar uma Brahma em um guaraná Antarctica. Mas, verdade seja dita, são pouquíssimas as empresas que têm feito um esforço tão grande para fazer uma guinada em sua imagem. Nos últimos 12 meses, as mídias do país publicaram, em média, oito menções à AmBev vinculada a alguma ação ESG. No Anuário Integridade ESG, que analisou as práticas das 500 maiores empresas do país, a companhia foi a pole position. Disparada.
O RR não é de alisar o ego de corporações. Mas a iniciativa de abrir cursos gratuitos de capacitação profissional com certificado garantido, anunciada no início da semana, é uma pérola. Ela é meio caminho para um projeto do genial Eliezer Batista, criador, em parceria com o banqueiro suíço Stephan Schmidheiny, do conceito do “desenvolvimento sustentável” e o da “gestão integrada de Obras”. A ideia da sustentabilidade foi construída a partir do Projeto Carajás, outra criatura de Eliezer, que já era ESG muito antes do ESG nascer. Pois bem, Eliezer burilou um projeto em que as grandes companhias levantariam faculdades próprias. Assim teríamos uma faculdade Petrobras, uma outra Vale, uma Bradesco, e assim por diante. Esses centros de ensino superior, assim como o projeto da Ambev, teriam currículo em sintonia com as atividades e necessidades da empresa, de forma além de capacitar, poder contratar mão de obra on demand, digamos assim. Infelizmente, Eliezer se foi e em algum momento à frente, sua genialidade será esquecida. Mas a Ambev, talvez até sem ter ciência da homenagem ou não, deu uma contribuição para que um dos mais brilhantes construtores do Estado moderno venha a ser lembrado. Falta avançar. E fazer a Faculdade Ambev.
Empresa
Hengtong quer fabricar no Brasil de braços dados com a State Grid
16/08/2023A chinesa Hengtong, um dos grandes fornecedores globais de equipamentos para a área de transmissão, tem planos de instalar uma fábrica de cabos de alumínio no Brasil. É quase um projeto on demand para a State Grid. A chegada da Hengtong estaria indexada a contratos de fornecimento para a empresa conterrânea, um de seus maiores clientes na Ásia. A State Grid está investindo cerca de R$ 9 bilhões na implantação de redes de transmissão no país.
Parte de um grande conglomerado industrial, a Hengtong fatura quase US$ 30 bilhões por ano com a venda de cabos de transmissão e outros equipamentos. Ao ter uma base de produção no país, passará a competir diretamente com players como a brasileira Alubar e a italiana Prysmian, as duas maiores fabricantes de cabos de alumínio locais. Trazendo munição de alto calibre. Mais do que uma decisão estritamente corporativa, uma operação casada com essa, envolvendo State Grid e Hengtong, é um movimento estratégico de ocupação com o apoio do próprio governo chinês. Muito provavelmente contando com o suporte de agências de fomento para financiar encomendas.
Empresa
Suzantur quer esticar arrendamento da Itapemirim
16/08/2023A Suzantur, um dos grandes grupos de transporte interestadual do país, já sinalizou ao Tribunal de Justiça de São Paulo o interesse em renovar o arrendamento das marcas Itapemirim e Kaissara por mais 12 meses para além do prazo previsto no atual contrato, que se encerra em março de 2024. Além do brand, o pacote engloba outros ativos, como guichês em terminais rodoviários, oficinas e alguns imóveis. Desde que assumiu as marcas, a Suzantur vem retomando gradativamente várias linhas que eram operadas pela Itapemirim e pela Kaissara.
É, no momento, a única aposta para a sobrevivência das duas empresas. O pano de fundo é uma grave crise financeira associada a escândalos com acusações de ordem criminal. Como se não bastasse o processo de recuperação judicial do Grupo Itapemirim, afundado em um passivo de mais de R$ 2 bilhões, a Justiça ainda afastou o empresário Sidnei Piva de Jesus do controle das companhias.
Piva é investigado por supostos crimes falimentares e gestão fraudulenta. Para piorar os herdeiros de Camilo Cola, o fundador da Itapemirim, morto em 2021, ainda contestam na Justiça a venda das empresas para Sidnei Piva, realizada em 2017.

Empresa
Os planos de Ometto e da Shell para alavancar a Payly
15/08/2023A Payly é a nova menina dos olhos de Rubens Ometto e da Shell. A ideia é que a startup de meios de pagamento se torne uma empresa-mãe, aglutinando todos os investimentos da Raízen em fintechs, inclusive aquisições. O grupo já vislumbra outros movimentos mais à frente: a engorda da Payly permitiria o IPO da empresa. Há projeções de que em até dois anos a fintech poderá gerar um Ebitda de até R$ 500 milhões para a Raízen. A startup tem um valioso ativo. O vínculo societário com a Raízen, sociedade entre a Cosan, de Ometto, e a Shell, funciona quase como uma renda fixa. A fintech poderá ofertar soluções de pagamento para os quase 3,5 mil postos de combustíveis do conglomerado. Procurada, a Raízen não se pronunciou.

Destaque
Guilherme Paulus costura acordo de acionistas para comandar a CVC
15/08/2023Não basta retornar ao capital da empresa que fundou e da qual foi ejetado em 2018, em meio a uma investigação da Polícia Federal. Guilherme Paulus voltou à CVC decidido a ocupar cada centímetro de poder e não deixar dúvidas sobre quem manda na companhia. Segundo o RR apurou, Paulus articula com outros investidores à elaboração de um acordo de acionistas. Com o recente aporte de R$ 100 milhões na CVC, o empresário tornou-se individualmente o segundo maior sócio, com 6,8%. Está atrás apenas do Opportunity, que soma 18%, por meio de diversos fundos de investimento. Pelo peso da sua participação, qualquer costura societária idealizada por Paulus passa quase que obrigatoriamente pela gestora carioca. A criação deste bloco de acionistas daria sustentação ao segundo movimento do empresário: assumir a presidência do Conselho de Administração, de quebra com peso suficiente para indicar também outros nomes para o board. Ou seja: no que depender de Guilherme Paulus, a CVC tem tudo para ser uma espécie rara de empresa de capital pulverizado com “dono”. Um novo (velho) dono.
Guilherme Paulus foi praticamente escorraçado da CVC, em 2018. Àquela altura, havia se tornado um sócio “infectocontagioso” após confessar o pagamento de propina para se livrar de uma cobrança de R$ 161 milhões em impostos. Cinco anos depois, Paulus volta à empresa pela porta da frente em circunstâncias que lhe são bem favoráveis. Foi responsável por quase 20% da injeção de capital recebida pela CVC em junho (R$ 550 milhões no total) e já chegou com grande peso decisório, ao fazer de Fabio Godinho, executivo de sua confiança, presidente da companhia.
Em meio à escalada de poder de Guilherme Paulus, a CVC enfrenta um momento de turbulência financeira, o que exigiu o recente de capital. A empresa tem enfileirado resultados negativos. No segundo trimestre deste ano, reportou um prejuízo de R$ 167 milhões, 76% a mais do que as perdas contabilizadas em igual período no ano passado. No mesmo período, a empresa teve ainda um Ebitda negativo de R$ 1,5 milhão. Guilherme Paulus construiu um dos maiores grupos do setor de turismo da América Latina. Agora, será o responsável por colocar esse Boeing novamente nas alturas.
Empresa
Eternit tenta tapar as goteiras no seu plano de recuperação judicial
15/08/2023A direção da Eternit estaria trabalhando em um novo plano a ser apresentado aos credores, com mudanças relacionadas a prazos e condições de pagamento dos passivos, sobretudo financeiros. É mais um movimento da fabricante de telhas com o objetivo de encerrar sua recuperação judicial, que se arrasta desde 2017. A queda da demanda por material de construção e o consequente declínio dos resultados da empresa têm sido entraves ao cumprimento de todos os termos do plano original. Some-se a isso as incertezas trazidas pelo vai-e-vem da legalidade ou não da extração de amianto. A Eternit tem se amparado em uma lei de Goiás para manter a produção do mineral no estado, todo ele voltado à exportação – ver RR.

Empresa
Mesmo com aporte de capital, Tok & Stok fecha mais lojas
14/08/2023Segundo informações obtidas pelo RR, a Tok & Stok deverá fechar mais três lojas até o fim do ano. Desde janeiro, 17 pontos de venda já foram desativados. Os novos cortes mostram o quanto a situação da rede varejista é complexa. Significa dizer que, mesmo com o recente aporte de R$ 100 milhões do Carlyle e dos acionistas minoritários, o casal Regis e Ghislaine Dubrule, a Tok & Stok ainda precisa recorrer a medidas mais duras. O cenário só não é pior por que a gestora norte-americana conseguiu fechar um acordo com os bancos para o alongamento de um passivo de R$ 350 milhões. Mas a um preço alto. A empresa teve de redefinir o sarrafo dos covenants, os indicadores financeiros que precisam ser cumpridos para evitar uma antecipação de vencimento de dívidas, aceitando limites mais duros impostos pelos credores. Enquanto isso, os acionistas da Tok & Stok prosseguem nas negociações para uma possível fusão com a Mobly. As tratativas se arrastam desde o início do ano.

Empresa
Estados Unidos é a próxima parada da Afya
14/08/2023A Afya, um dos grandes grupos educacionais brasileiros, quer fazer a América. O RR apurou que a empresa vai abrir universidades de medicina nos Estados Unidos. A investida da Afya tem notórias sinergias com negócios de seu acionista majoritário, a alemã Bertelsmann. Os germânicos estão presentes no mercado norte-americano, com faculdades de medicina e plataformas de treinamento na área de saúde. Há ainda outro handicap: a Afya tem ações negociadas na Nasdaq, o que pode vir a ser um facilitador para a eventual tomada de recursos em dólar. Ressalte-se que a companhia tem um folgado colchão financeiro: um caixa da ordem de R$ 1,2 bilhão. A entrada nos Estados Unidos é a nova grande aposta do grupo para manter um ritmo de crescimento da ordem de 30% ao ano. Em 2022, a Afya faturou R$ 2,3 bilhões. Procurada, a empresa não quis e manifestar.
Empresa
Venture capital da Falabella avança sobre fintechs brasileiras
14/08/2023O Falabella Ventures – braço de venture capital da varejista chilena Falabella – já saiu à caça de “outras” Pismo no Brasil. No coldre, algo em torno de US$ 50 milhões para investir em fintechs no país. Na mira, plataformas de pagamentos digitais e startups desenvolvedoras de soluções para e-commerce. Os alvos são sugestivos: o que se diz no mercado é que o venture capital vai preparar o terreno e montar um colar de fintechs para dar suporte à chegada da própria Falabella no Brasil. Não é de hoje que o grupo, um dos maiores conglomerados de varejo da América Latina, ensaia entrar no país. Ressalte-se que a Falabella Ventures participou recentemente da maior transação feita até hoje envolvendo uma fintech brasileira: a venda da plataforma de pagamentos Pismo para a Visa por US$ 1 bilhão. O fundo chileno integrava o afortunado grupo de investidores da empresa, que reunia ainda Redpoint eVentures, Softbank, Amazon, entre outros. Uma grande tacada: o valuation de saída do negócio representou quatro vezes a precificação da Pismo quando do aporte do Falabella Ventures.
Empresa
Zurich Airport e Inframérica têm um contencioso à vista
14/08/2023O ex e o futuro concessionários do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN) estão às portas de um contencioso. A Zurich Airport, que arrematou a licença do terminal no último mês de maio, pretende entrar na Justiça para se livrar de uma dívida deixada para trás pela Inframérica, leia-se a Corporación America, do empresário Eduardo Eurnekian – diga-se de passagem, dono de uma das maiores fortunas da Argentina. Trata-se de um passivo da ordem de R$ 30 milhões referente ao pagamento do IPTU entre 2012 e 2017. A Inframérica contestava na Justiça a cobrança do tributo pela Prefeitura de São Gonçalo do Amarante. O caso foi bater no STF, e, na semana passada, o ministro Luis Roberto Barroso decidiu que o município tem direito de recolher o imposto. A questão é: quem paga?
A Inframérica entende que a dívida pertence à concessão, agora nas mãos da Zurich Airport. Os suíços, por sua vez, vão tentar provar na Justiça que a responsabilidade pelo débito não cabe ao Aeroporto, mas, sim, aos seus antigos acionistas, a Corporación América e a própria Infraero, minoritária do consórcio. Procuradas pelo RR, Zurich Aiports e Inframérica não quiseram se pronunciar. Esta é mais uma nuvem espessa que paira sobre uma das mais turbulentas concessões do setor aeroportuário. Após uma longa queda de braço, a Inframérica conseguiu devolver a licença à União e chegar a um valor de consenso pela indenização a que tinha direito, fechada em R$ 550 milhões. O dinheiro, por sinal, vai sair do bolso da própria Zurich, que descontará a cifra do preço de outorga do aeroporto.

Empresa
Arteris recebe um reforço financeiro de seus acionistas
11/08/2023Os acionistas da Arteris – a espanhola Abertis e a canadense Brookfield – bateram o martelo: vão realizar um aumento de capital na empresa. A holding de infraestrutura atravessa um momento delicado, com o caixa excessivamente justo para honrar o plano de investimentos de suas sete concessões rodoviárias. Há outro fator de pressão sobre a companhia e seus sócios: o elevado endividamento. O passivo de curto prazo soma quase R$ 10 bilhões, o equivalente a quatro vezes o Ebitda.

Destaque
Minoritários do Pão de Açúcar querem barrar spin-off do Éxito
11/08/2023Segundo o RR apurou, minoritários do Pão de Açúcar acionaram a CVM na tentativa de barrar o iminente spin-off da participação da GPA (Grupo Pão de Açúcar) na rede de supermercados colombiana Almacenes Éxito. Alegam que a operação é danosa aos investidores e feita sob medida para beneficiar um único acionista da companhia: o próprio Casino, seu controlador. Não estão sozinhos. Internamente, executivos do próprio Pão de Açúcar já se manifestaram contra a cisão entre as duas redes varejistas, conforme informou o jornal Valor Econômico. No entanto, a operação tem o apoio – para não dizer a imposição – da maior parte dos conselheiros da companhia, não por acaso indicados pelo Casino. Trata-se de uma engenharia idealizada por Jean Charles Naouri, uma de suas últimas demonstrações de poder antes de perder o controle do grupo francês.
Em contato com o RR, a CVM informou que “não comenta casos específicos”. Por sua vez, o Pão de Açúcar afirma que a “distribuição de ações do Almacenes Êxito a acionistas do GPA foi proposta pelo Conselho de Administração e aprovada em assembleia de acionistas na data de14/02/2023 com amplo apoio de acionistas minoritários”. Não deixa de ser verdade, ainda que parcialmente. Para começar, nem todos os minoritários votaram a favor da proposta. Além disso, de lá para cá, um fato novo, que não estava na mesa no momento em que ocorreu a assembleia de acionistas, embaralhou todas as cartas e mexeu com o racional da operação: a entrada em cena do empresário colombiano Jaime Gilinski. Dono da terceira maior fortuna da Colômbia, Gilinski já fez duas ofertas por 51% das ações do Éxito em poder do Pão de Açúcar – no total, a participação da empresa brasileira é de 96,5%. O conselho do GPA rechaçou ambas as ofertas, a mais recente de US$ 586,5 milhões.
A acusação de parte dos minoritários é que a recusa não passa de uma manobra do Casino e, em particular de Jean Charles Naouri, para se beneficiar, lesando os demais investidores do Pão de Açúcar. Com o spin-off e a consequente distribuição da participação no Éxito proporcionalmente entre os acionistas da GPA, o grupo francês vai ficar com 34% da empresa colombiana. E poderá vender esses papéis imediatamente – antes mesmo de qualquer definição sobre sua saída do Brasil. Ou seja: o Casino vai embolsar um dinheiro que poderia entrar no caixa do Pão de Açúcar, seja para abater dívida, seja para ser distribuído sob a forma de dividendos, caso a proposta de Gilinski fosse aceita, e o spin=off da participação no Éxito, suspenso.
Os minoritários contrários à operação estão pressionados. Neste momento, travam uma corrida contra o relógio. Conforme o próprio Pão de Açúcar informou ao RR, aoperação de distribuição de ações do Éxito “já obteve devidas aprovações regulatórias e está em fase final de conclusão.”
Na última terça-feira, o Pão de Açúcar teve autorização do órgão regulador do mercado de capitais na Superintendência Financeira de Colômbia, órgão regulador daquele país. para a transferência das ações do Éxito aos seus acionistas. No mesmo dia, GPA e Casino firmaram um acordo prevendo a data de 22 de agosto para a distribuição dos ADRs e BDRs da empresa colombiana.

Empresa
Dados confidenciais vazados da Andrade Gutierrez se espalham na deepweb
10/08/2023É grande a tensão na Andrade Gutierrez, notadamente nas áreas de compliance e jurídica. Empresa de segurança cibernética contratada pela construtora teria identificado a disponibilização na deepweb de dados sigilosos vazados da companhia. Entre as informações disseminadas no submundo criminoso da internet estariam CPFs e pagamentos a executivos e informações confidenciais de contratos. Segundo reportagem publicada em junho pelo site The Brazilian Report, a Andrade Gutierrez foi alvo de um ataque hacker entre setembro e outubro de 2022. Estima-se que os cibercriminosos tiveram acesso a mais de três terabytes em dados da companhia. Todo esse tumulto coincidentemente ocorre no momento em que a Andrade Gutierrez celebra seus 75 anos. Parece um “presente” feito sob encomenda. O RR fez diversas tentativas de contato, mas a empresa não retornou até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para o posicionamento da companhia.
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Inovação e transição energética ditam o ressurgir da Gradiente
10/08/2023A Gradiente está morta! Viva a Gradiente! Após uma recuperação judicial que durou cinco anos, a tradicional fabricante de equipamentos de áudio e vídeo renasce com um pé na inovação e o outro na transição energética. Essas duas variáveis vão conduzir os futuros negócios da “Nova Gradiente”. Dois deles já estão engatilhados. A companhia vai entrar em energia limpa, com serviços de distribuição e instalação de sistemas de geração solar. A operação terá como foco o segmento residencial e o comércio. Em outro front, a Gradiente vai investir no desenvolvimento e fabricação de drones. O alvo inicial é o setor agrícola, notadamente o monitoramento de lavouras. Mas a empresa já vislumbra a oportunidade de aterrissar em outros segmentos. Um exemplo: dispositivos para o mapeamento de biomas. A Gradiente já investiu cerca de R$ 20 milhões em pesquisa e desenvolvimento de drones.
A Gradiente encerrou o processo de recuperação judicial no último mês de maio. A empresa zerou todo o seu passivo, após negociar com os credores o pagamento à vista de quase R$ 140 milhões. Além de quitar suas dívidas, a companhia saiu da recuperação com um respeitável caixa, que lhe dará fôlego para os futuros investimentos.
A reestruturação da Gradiente é um capítulo a mais na extensa biografia empresarial de Eugênio Staub, um dos últimos representantes de uma notável estirpe de industrialistas brasileiros, capazes de pensar o setor – e o Brasil – 50 anos à frente. Ao lado de Paulo Cunha, Claudio Bardella e Paulo Francini, Staub foi um dos fundadores do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial). A julgar pelo seu histórico e contribuição na discussão das políticas industriais, Eugênio Staub pode ser chamado de imbatível.

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Zema quer ir muito além de Minas Gerais
9/08/2023A Lojas Zema, controlada pela família do governador Romeu Zema, vai turbinar sua operação fora de Minas Gerais. A empresa pretende ampliar o número de lojas no Nordeste. O alvo principal é a Bahia, onde estão 14 dos quase 500 pontos de venda da rede varejista. A proximidade com Minas Gerais é um dos handicaps, dadas as facilidades logísticas. A Zema estuda ainda ampliar sua estrutura de armazenamento em outros estados, o que permitiria a abertura de lojas em novos mercados. Recentemente, a companhia anunciou planos de construir um centro de distribuição em São Paulo e outro no Espírito Santo. Procurada pelo RR, a Zema não retornou.
Em tempo: Romeu Zema dirigiu o Grupo Zema por 26 anos. Hoje, como governador, pode ser acusado de tudo menos de facilitar a vida das empresas da família. Pelo contrário. Romero Zema, irmão de Romeu e hoje no comando do grupo, já deixou claro que os investimentos em outros estados se devem, em grande parte, à elevada carga tributária em Minas Gerais. Some-se a isso as recentes declarações do governador mineiro contra o Nordeste justamente no momento em que a Lojas Zema faz planos de expandir sua atuação na região. Romeu Zema é um péssimo garoto-propaganda de sua própria empresa.

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Mais demissões à vista na Loggi
9/08/2023Segundo informações filtradas da própria Loggi, a startup estaria preparando uma nova leva de demissões. Em fevereiro deste ano, a empresa cortou 7% do seu efetivo; seis meses antes, já havia dispensado o equivalente, àquela altura, a 15% dos seus quadros. Em 2021, a empresa captou US$212 milhões em sua sétima rodada de investimentos. Uma parcela expressiva desses recursos já teria sido usada para cobrir investimentos e custos operacionais. A Loggi é tida no mercado como uma das empresas da carteira do Softbank que mais consomem caixa, fator decisivo para as sucessivas demissões. E o que se diz no mercado é que os principais investidores – além do Softbank, um rol que inclui CapSur, Dragoneer e Monashees – não estariam dispostos a injetar mais recursos na companhia, ao menos neste momento. A Loggi é tida no setor como uma empresa “redondinha” e com boa gestão. Mas tem sido obrigada a encarar um setor com uma concorrência cada vez mais pulverizada e com uma carga de problemas na área trabalhista.
Em contato com o RR, a Loggi informou que “Diante de um contexto global desafiador, nos últimos meses fez os ajustes necessários para seguir crescendo com eficiência.” A empresa ressalta ainda sua estrutura de capital, “sem dívidas e com caixa líquido positivo.” A Loggi afirmou também ao RR que não descarta “aquisições estratégicas que estejam em linha com o seu objetivo de conectar o Brasil.” Perguntada especificamente sobre a possibilidade de novas demissões como forma de redimensionar sua estrutura de custos, a companhia não se manifestou.
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Hidrovias do Brasil sobe o tom contra o governo argentino
9/08/2023A Hidrovias do Brasil vai acionar a Justiça com o objetivo de derrubar a tarifa extra cobrada pela Administração Geral de Portos da Argentina aos navios que trafegam no Rio Paraná entre Santa Fé e Confluência. Segundo informações apuradas pelo RR, outras empresas de navegação e operadores logísticos devem seguir o mesmo caminho. O “pedágio” é considerado ilegal. Consultada, a Hidrovias do Brasil confirmou que “tratará o assunto judicialmente”. A empresa diz que “em seu entendimento a cobrança da taxa é indevida por ferir o acordo da hidrovia Paraguai Paraná de livre circulação”.
Conforme o RR antecipou, no fim de julho um rebocador da Hidrovias do Brasil foi apreendido pela autoridade portuária da Argentina pelo não pagamento da tarifa. A embarcação foi liberada na última sexta-feira, após a companhia pagar o valor cobrado “sob protesto”. O próprio Palácio do Planalto tem feito gestões junto ao governo argentino na tentativa de suspender a cobrança da taxa.

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China entra no mapa da transição energética da WEG
8/08/2023A WEG avança a passos largos na transição energética – tanto no Brasil quando no exterior. A empresa pretende produzir equipamentos de energia solar na China, onde já tem quatro parques fabris. O projeto, ainda guardado a sete chaves, prevê a possibilidade de parceria com um fabricante local. O segmento de energia limpa está no topo das prioridades da WEG, uma das empresas que mais investe em inovação no Brasil. Dentro da companhia, contabilizando-se as unidades no exterior, há uma tropa de mais de quatro mil engenheiros craneando novas soluções em transição energética. São 32 centros de pesquisa e desenvolvimento em todo o mundo, 21 deles no exterior. A WEG já produz instalações fotovoltaicas no Brasil, com foco no segmento residencial e comercial. Os negócios de geração, transmissão e distribuição de energia já respondem por quase 40% do faturamento global do grupo, que, neste ano, deve romper a barreira dos R$ 30 bilhões. Consultada, a empresa não se manifestou.
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Decolar.com vai aterrissar no varejo físico
8/08/2023A Decolar.com, gigante no e-commerce, prepara sua aterrissagem aterrissar no bom e velho varejo físico. Segundo o RR apurou, a plataforma tem como meta abrir 100 lojas no país nos próximos 12 meses. São Paulo e Rio de Janeiro deverão concentrar a maior parte das agências. Trata-se de um Plano B que está sendo colocado em marcha. O Plano A era a fusão com a CVC, um potentado do setor com mais de 1,2 mil pontos de atendimento físico. As conversas, no entanto, não avançaram.
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Marfrig congela investimento no Paraguai
7/08/2023O Marfrig está colocando no freezer o projeto de construção de um frigorífico no Paraguai, investimento estimado em aproximadamente US$ 100 milhões. Trata-se de um movimento com uma certa dosagem, digamos assim, política. O governo do Paraguai tem criado um ambiente pouco friendly no setor de proteína animal. A Comissão Nacional de Concorrência, equivalente ao Cade, já sinalizou a disposição de abrir um procedimento para investigar eventuais casos de concentração de mercado. O alvo principal é a também brasileira Minerva Foods, que já responde por 50% das exportações paraguaias em determinados cortes de carne congelada. Há o risco, inclusive, de a empresa ser obrigada pelas autoridades antitruste do Paraguai a vender operações da antiga Frigonorte, grupo local que adquiriu em 2020. São sinais que frearam os planos do Marfrig. Hoje, é o Minerva; amanhã, pode ser a empresa de Marcos Molina. Consultado, o Marfrig não se manifestou.

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Credores do Hortifruti abrem um novo flanco judicial contra a Americanas
3/08/2023Em meio à reformulação do plano de recuperação judicial, por imposição dos bancos (especialmente Santander, Safra e BTG), a Americanas enfrenta uma nova queda de braço. Credores da Hortifruti Natural da Terra estão se mobilizando para entrar na Justiça. Vão exigir que os recursos amealhados com a eventual negociação da rede de supermercados, colocada à venda pela Americanas, sejam obrigatoriamente destinados a cobrir o pagamento dos Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) emitidos pela empresa. Os CRAs do Hortifruti somam pouco mais de R$ 210 milhões. A Virgo Securitizadora é a principal credora, como detentora da maior parte das debêntures lançadas como lastro dos Certificados. Consultada sobre o tema, a Virgo informou que “a estratégia jurídica está sendo conduzida juntamente com o escritório de advocacia contratado para representar os interesses dos investidores, conforme deliberado e aprovado em assembleia.”. A Americanas, por sua vez, não quis se manifestar.

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Via abre temporada de demissões e fechamento de lojas
3/08/2023A Via, dona das Casas Bahia e do Ponto Frio, atravessa uma temporada de demissões e fechamento de lojas em temporada de cortes. Segundo o RR apurou, a empresa tem feito demissões, notadamente nas áreas de marketing e comercial. Nos corredores da companhia circula à boca miúda a informação de que a rede varejista prepara um plano para o fechamento de lojas deficitárias. Consultada, a Via não se manifestou até o fechamento desta matéria. A exemplo de suas principais concorrentes, como Magazine Luiza e Americanas, a empresa tem acusado os efeitos da crise no varejo. No primeiro trimestre deste ano, teve um prejuízo de R$ 297 milhões, contra um lucro de R$ 18 milhões no mesmo período em 2022. A verdade é que as Americanas mereciam até uma punição extraordinária. A companhia criou quase uma crise sistêmica no varejo. Por enquanto, está sendo tratada quase a pão de ló vis-à-vis o mal que causou ao setor.
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Controladores da Amaro colocam rede varejista na vitrine
2/08/2023Os empresários Dominique Oliver, Ludovico Brioschi e Roberto Thiele, acionistas da Amaro, buscam um comprador para a varejista de moda online. O trio estaria disposto a se desfazer do controle acionário, mantendo uma participação simbólica no negócio. No ano passado, Oliver Brioschi e Thiele chegaram a conversar com fundos de investimento para a venda de até um terço do capital. De lá para cá, no entanto, o cenário se agravou. Com um passivo de aproximadamente R$ 240 milhões, a Amaro entrou em recuperação extrajudicial em abril. Com a crise de crédito no varejo, na esteira da fraude da Americanas, a empresa vem encontrando dificuldades para se financiar, o que estaria afetando, inclusive, a reposição de estoques. Não obstante todo esse cenário desfavorável, a Amaro é vista no setor como uma marca valiosa. De uma startup inicialmente restrita ao e-commerce, os três empresários construíram uma rede com 20 lojas físicas em cobiçados pontos de venda, notadamente em São Paulo

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“Petroverde” pode comer ainda mais dividendos da Petrobras
1/08/2023Jean Paul Prates vai ter de contentar a União e seus acionistas majoritários. O presidente da Petrobras vai secar os dividendos da estatal para cumprir a política de investimentos com um pé firme na renovação da matriz energética. Parcerias com outras empresas em projetos de energia verde já estão sendo tratados. Além de empreitadas da companhia no greenfield. A produção de hidrogênio verde é a parada final. O ânimo é tão grande que até se pensa em criar uma empresa subsidiária ou coligada com um nome diferente. A Petrobras manteria sua denominação de batismo. A experiência amarga de tentativa de mudança da marca, na gestão de Henri Philippe Reichstul, que passaria a se chamar Petrobrax, jogou uma pá de cal na tentativa de repetir a iniciativa. Mas uma Petroverde, anexada à holding, faz brilhar os olhos de Prates.
E a grande Petrobras, a dona do petróleo brasileiro? Pois vai ter menos dividendos e mais recursos, não somente para expandir a exploração do pré-sal, mas para iniciar o épico da extração de óleo da Margem Equatorial, tida com a maior reserva petrolífera do país. Prates trabalha para que Lula possa dizer: “Eu estou fazendo um novo pré-sal, o que ninguém fez no mundo”. Agora, há muita gente gulosa entre Prates e suas intenções. Que o comandante da Petrobras se cuide.
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A dupla investida da chinesa Pinduoduo no Brasil
31/07/2023O conglomerado chinês Pinduoduo pretende desembarcar com artilharia pesada no Brasil. O RR apurou que, além da chegada da plataforma de e-commerce Temu, prevista para o início de 2024, o grupo vai trazer seu braço financeiro para o país. A principal peça dessa engrenagem será o Duoduo Pay, sua carteira de pagamentos digitais. Segundo as informações apuradas, os planos do Pinduoduo envolvem também o financiamento de parceiros comerciais com o objetivo de acelerar a montagem de um marketplace.
Impulsionado pelos seus negócios em e-commerce, o Pinduoduo é um fenômeno na China. Não só na China. O grupo fundado pelo empresário chinês Colin Huang abriu seu capital na Nasdaq em 2018 e hoje vale em mercado mais de US$ 110 bilhões. Com 900 milhões de clientes ativos, a Temu já trisca nos calcanhares de suas maiores concorrentes no e-commerce chinês, a Shein e o Alibaba – ambos na casa de um bilhão de usuários cadastrados.

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Fechamento de lojas causa atritos na Marisa
28/07/2023Existem algumas arestas a serem aparadas na relação entre a família Goldfarb, dona da Marisa, e a Galeazzi Associados e a BR Partners, contratadas pelos próprios acionistas controladores para conduzir a reestruturação da rede varejista. O que se diz nos corredores da empresa é que as divergências estariam ligadas ao plano de fechamento de lojas da Marisa. A partir do planejamento traçado pela Galeazzi e pela BR Partners, 88 pontos de venda foram desativados em pouco mais de cinco meses, quase um terço dos 330 estabelecimentos existentes em janeiro. Poderiam ter sido até mais. O plano original previa o encerramento de 92 lojas. Em comunicado ao mercado, a Marisa citou “a preservação de pontos em que foram identificadas melhorias e que deverão resultar em maior eficiência operacional”. No entanto, os próprios acionistas teriam colocado um freio, ainda que leve ou tardio, no enxugamento do número de lojas. Entre os acionistas controladores, a leitura é que Galeazzi e BR Partners exageraram na dose, tratando-se de uma rede varejista que depende maciçamente do varejo físico. No primeiro trimestre deste ano, as lojas físicas responderam por mais de 90% do faturamento total da empresa. Procuradas pelo RR, Marisa, Galeazzi e BR Partners não se pronunciaram.
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Stellantis acelera rumo à transição energética
27/07/2023A Stellantis dará um passo importante em seus planos em transição energética no Brasil. O RR apurou que o grupo vai apresentar na próxima segunda-feira as tecnologias que adotará para a produção de veículos híbridos no Brasil. Todos combinarão propulsão elétrica e a biocombustível. As três fábricas do grupo no país estão preparadas para produzir a nova linha de automóveis. O grupo – dono das marcas Fiat, Jeep, Peugeot, Citroen e Ram, entre outras – já anunciou a meta de que, até 2030, 20% do seu portfólio no Brasil serão compostos por veículos eletrificados. Globalmente, a companhia vai investir 30 bilhões até 2025 em eletrificação e desenvolvimento de softwares e soluções correlatos a uso de novas matrizes energéticas.
A Stellantis, ressalte-se, tem feito importantes movimentos para acelerar sua transição para fontes limpas, incluindo investimentos na área de mineração. A companhia é sócia da Glencore e do fundo La Mancha Resource Capital na Spac ACG Acquisition Company. Esta última comprou recentemente a Atlantic Nickel e a Mineração Vale Verde, até então pertencentes à gestora inglesa Appian. As duas empresas detêm, respectivamente, reservas de níquel na Bahia e de cobre e ouro em Alagoas

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CNova é um fardo sobre a venda do Pão de Açúcar
27/07/2023Há uma peça solta na engrenagem de venda do Grupo Pão de Açúcar (GPA): a CNova, braço de e-commerce do Casino. O GPA tem 34% do capital – o restante pertence ao grupo francês. Entre os próprios executivos da rede brasileira, há um consenso de que essa participação mais atrapalha do que ajuda no valuation para a venda do controle da rede varejista. A CNova carrega mais de 600 milhões de euros em dívidas e está no meio de um intrincado processo de conciliação com seus credores no Tribunal Comercial de Paris. Nos últimos dois anos, a companhia perdeu 75% do seu valor de mercado.
- Some-se o fato de que o cruzamento societário com a CNova só faz sentido enquanto o Casino for o dono do Pão de Açúcar – o que não deve durar muito. A princípio, o futuro dono da rede de supermercados brasileira não teria vantagens em carregar uma participação em uma empresa que reúne as operações digitais do grupo francês. A alternativa sobre a mesa é resgatar um projeto que os franceses chegaram a ensaiar em meados de 2021: a venda separada da participação do Pão de Açúcar na CNova. Antes o Casino tivesse levado o plano adiante há dois anos: de lá para cá, o valor da participação da GPA na companhia de e-commerce caiu de aproximadamente R$ 7 bilhões para R$ 1,9 bilhão. Procurado pelo RR, o Pão de Açúcar não quis se manifestar.

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BAT Brasil faz um ótimo movimento antes do “imposto do pecado”
25/07/2023A BAT Brasil deu um salto à frente. Consciente de que dessa vez dificilmente escapará de um aumento da sua carga tributária, com o propalado “Imposto do Pecado”, está em uma super campanha para transformar os cigarros eletrônicos em um substituto clean do cigarro movido a tabaco. A lógica é que, com o imposto pecaminoso, os cigarros terão de ficar mais caros e, consequentemente, o contrabando aumentará, estimulado pela expansão do diferencial de preços. O “Cigarros Eletrônicos Festival” teve início hoje, nas redes sociais, às 9:30, com diversos especialistas “isentos” falando sobre a alternativa de risco reduzido para os fumantes, como coibir o mercado ilegal, regras para fabricação, fiscalização e comunicação (todas vantajosas à BAT Brasil). O convite para o evento pode ser visto em anúncio publicado em jornais de grande circulação. Enquanto isso, lá fora, o pau come, com a comunidade médica e cientistas colocando em dúvida as tais vantagens do cigarro eletrônico. De qualquer forma, a BAT Brasil merece pelo menos um aplauso. Mais digno fazer o lobby à luz do dia do que através de articulações subterrâneas, com cheiro de nicotina de má qualidade.
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Telhanorte deve entrar em obras para ser vendida
25/07/2023A julgar pelas frustradas conversações para a venda da Telhanorte, a Saint Gobain vai ter de cortar na própria carne e fechar algumas lojas se quiser se desfazer da rede de material de construção. O considerável número de pontos de venda deficitários ou com baixa rentabilidade tem sido um entrave à venda da empresa. Advent e Pátria Investimentos são citados no mercado como dois candidatos à compra da Telhanorte que teriam recuado diante dos números apresentados. Procurada pelo RR, a Saint Gobain informou que “não comenta especulações de mercado”.

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Oi busca um armistício com trinca de concorrentes
24/07/2023O presidente da Oi, Rodrigo Abreu, tenta construir um atalho para encerrar o litígio referente à venda dos ativos em telefonia móvel da empresa. Abreu tem feito gestões junto à Claro, à Vivo e à TIM com o objetivo de fechar um acordo à latere do processo arbitral em curso na Câmara de Arbitragem da B3. A trinca exige um abatimento de R$ 3,1 bilhões no valor total da operação (R$ 16,5 bilhões), sob o argumento de que a Oi não cumpriu diversas obrigações contratuais. Nos bastidores, segundo o RR apurou, Claro, Vivo e TIM já sinalizaram que aceitam rever esse valor e negociar um desconto menor. O problema é que ainda um gap considerável entre um lado e outro. A OI deve, não nega, mas contesta os cálculos. Nas suas contas, o deságio não pode ser superior a R$ 1 bilhão. Procuradas, Oi, Vivo, TIM e Claro não quiseram se manifestar.

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O bilionário roteiro da China Energy no Brasil
21/07/2023Corre à boca miúda no Ministério de Minas e Energia que um grupo de representantes da Energy China International vai desembarcar no Brasil em agosto. Entre outros compromissos, os chineses deverão se reunir com a diretoria da Petrobras. Ressalte-se que, em maio, as duas empresas criaram um grupo de trabalho para avaliar possibilidades de investimentos conjuntos em geração eólica e solar e produção de hidrogênio verde. Outra escala prevista é o Ceará: os chineses avaliam entrar no projeto de implantação do hub de hidrogênio verde do Porto de Pecém. Se as promessas já feitas forem cumpridas, é dinheiro que não acaba mais: em abril, o presidente da Energy China International, Lyu Ze Xiang, se reuniu, em São Paulo, com Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, e Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia. Na ocasião, os executivos da companhia manifestaram a intenção de investir até US$ 10 bilhões em projetos de transição energética no Brasil.

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InBrands negocia entrada de bancos credores no seu capital
21/07/2023A InBrands, uma das maiores holdings do varejo de moda do Brasil, estaria negociando com os bancos credo
res a conversão de parte da dívida em participação acionária. Do outro lado da mesa encontram-se instituições financeiras como Itaú Unibanco e Votorantim. Na linha do “entregar os anéis para não perder os dedos, os controladores da InBrands, Nelson Alvarenga Filho e Americo Fernando Rodrigues Breia, tentariam, assim, reduzir a pressão do seu nível de alavancagem. A relação dívida líquida/Ebitda é de 5,2 vezes. Com um passivo de curto prazo superior a R$ 600 milhões, o grupo enfrenta turbulências financeiras já há algum tempo, inclusive com rumores de uma recuperação judicial. Dona de grifes como Ellus, Richards, Salinas, VR e Alexandre Herchcovitch, a holding chegou a oferecer algumas das marcas como garantia aos credores. Procurados, Inbrands, Itaú e Banco Votorantim não quiseram se pronunciar.
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Sócios da Ferbasa vivem a ferro e fogo
20/07/2023O contencioso societário da Companhia de Ferro Ligas da Bahia (Ferbasa) subiu de temperatura nas últimas semanas. Nos bastidores circula a informação de que o empresário José Eduardo Cabral de Carvalho, herdeiro da Ferbasa, estaria ameaçando fazer denúncias de irregularidades na gestão da companhia. Em círculos restritos do empresariado baiano, corre a boca a miúda que Carvalho teria, inclusive, documentos que comprovariam as supostas acusações. Pode ser, pode não ser. A disputa familiar em torno do controle da Ferbasa tornou-se um folhetim em que é cada vez mais difícil distinguir a realidade da ficção; o fato do boato. O RR encaminhou uma série de perguntas a José Eduardo Cabral de Carvalho. No entanto, seu advogado informou que “Considerando que o caso está sendo julgado pelo Tribunal de Justiça da Bahia, José Eduardo e a sua defesa entendem que, neste momento, ele se manifestará nos autos do processo.” Da mesma forma, o RR solicitou o posicionamento da Ferbasa, mas a empresa também não quis se manifestar.
O litígio remonta a 2015, quando da morte de José de Corgosinho de Carvalho Filho, fundador da Ferbasa e pai de José Eduardo Cabral de Carvalho. O herdeiro questiona a doação de ações da companhia para a Fundação José Carvalho, feita em vida pelo patriarca. A operação, realizada há mais de 50 anos, só foi revelada no testamento de José de Corgosinho de Carvalho Filho. Seu filho alega que a transferência foi ilegal e batalha na Justiça para assumir o controle da Ferbasa.
Uma das maiores fabricantes de ferroligas do Brasil, a Ferbasa parece ser blindada com titânio. A despeito do contencioso entre José Eduardo Carvalho e a Fundação José Carvalho, a companhia se mantém em um acelerado ritmo de crescimento. No ano passado, teve uma receita líquida de R$ 3,1 bilhões, 31% acima do faturamento em 2021. No mesmo intervalo, o lucro saltou de R$ 642 milhões para R$ 1 bilhão. A Ferbasa segue tão redondinha que o próprio mercado parece dar de ombros ao contencioso entre os herdeiros. Nos últimos 12 meses, em meio ao acirramento da disputa judicial, o valor de mercado da companhia acumula uma alta em torno de 10% – no fechamento do pregão de ontem, estava em R$ 4,27 bilhões.
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A Forever 21 se foi, mas as dívidas ficaram
20/07/2023Enquanto celebra o anunciado desembarque da sueca H&M no país, o varejo brasileiro tenta cicatrizar as feridas da efêmera passagem de outra gigante global da área de moda, a Forever 21. Grandes administradoras de shopping center, a exemplo de BR Malls e Multiplan, cobram judicialmente do grupo norte-americano pagamentos atrasados referentes ao aluguel de lojas. A empresa, que encerrou suas atividades no país há pouco mais de um ano, também deixou para trás um emaranhado de ações trabalhistas. Há mais de 320 processos contra a Forever 21 e a Highland Park Comércio e Importação Ltda., sua razão social, na Justiça do Trabalho, de acordo com o site Jusbrasil.

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E se o BNDES costurasse a fusão da Americanas e do Magazine Luiza?
19/07/2023Em outras épocas, para ser mais preciso durante o regime militar, no caso de uma empresa que estivesse virtualmente quebrada e impactasse estruturalmente o setor, o ritual era convocar os outros players que pudessem assumir seus escombros e fazê-la renascer. Foi assim com o Projeto Jari: Azevedo Antunes, Antônio Ermírio de Moraes, João Fortes e outros tantos foram chamados para salvar a empresa. Os tempos mudaram e os generais não regem mais os destinos da iniciativa privada. Mas há casos e casos. Como perguntar não ofende, será que uma força tarefa, constituída pelos bancos credores das Americanas, que em última instância são os mesmos do Magazine Luiza – também altamente endividado -, com o fundamental apoio do BNDES, não poderia criar as condições para a fusão de ambas? Existem sinergias entre as duas, os bancos teriam um prejuízo menor e a agência de fomento poderia, de repente, estar criando uma “JBS do varejo”, guardadas as devidas proporções. É bom que se ressalte o indiscutível ótimo negócio que o BNDES fez participando intensamente da construção da maior empresa de proteína do mundo. E como se essas motivações não fossem suficientes, a operação teria um inegável impacto social. Americanas e Magazine Luiza somam aproximadamente 73 mil funcionários. É um Maracanã apinhado de gente em dia de clássico. A Luiza Americanas ou Americanas Luiza teria pelo menos o mérito de salvar milhares de empregos.
Tudo bem, tem o Cade, CVM e outras pedras no caminho. Mas levantar essa catedral, como dizia o saudoso engenheiro Eliezer Batista, pelo tamanho da obra merecia chutar até paralelepípedos. Ah, mas é o risco moral? E o compromisso com a livre iniciativa? Procurem ver o histórico recente do que faz o governo norte-americano quando as suas empresas mais relevantes estão se afogando e prestes a ir à bancarrota. Fica aqui a provocação.

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Falabella é mais um gringo a caminho do varejo brasileiro
18/07/2023Circula no varejo a informação de que a chilena Falabella, uma das maiores redes de varejo da América Latina, retomou o projeto de se instalar no Brasil. O grupo deverá focar no setor de vestuário, inicialmente com uma operação restrita ao e-commerce. A ideia é montar uma plataforma de marketplace, com a venda de produtos próprios e de terceiros. Seria um teste para o passo seguinte: a abertura de lojas físicas. Em meio à crise do varejo brasileiro, no rastro do escândalo da Americanas, não deixa de ser um sinal de alento para o setor. Ontem, por exemplo, a sueca H&M, também do segmento de moda, anunciou planos de operar no Brasil a partir de 2025.

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A “tempestade perfeita” para a Embraer na África
18/07/2023O RR apurou que a Embraer pretende montar o KC-390 em Portugal, em sua fábrica localizada em Évora. O cargueiro é atualmente a joia da coroa no portfólio da companhia na área de defesa. Trata-se de um passo a mais no projeto da empresa de transformar sua operação em Portugal em cabeça de ponte para a venda de aeronaves militares a países africanos, um jogo predominantemente dominado por Rússia e China. O eixo central desse projeto é o acordo firmado em abril com duas empresas aeroespaciais locais – a Empordef Tecnologias de Informação e GMVIS Skysof – para a produção do Super Tucano em Portugal. A princípio, o foco é o fornecimento de aeronaves militares para países da OTAN, da qual Portugal faz parte. No entanto, já existem entendimentos para a ampliação do escopo da parceria. Procurada pelo RR, a Embraer não quis se manifestar.
Há, neste momento, uma combinação de fatores feita quase sob encomenda para os planos da Embraer em relação à África. Entram nessa alquimia elementos de ordem geopolítica e diplomática com razoável peso no tabuleiro das negociações com países africanos. O principal deles talvez venha da política externa do governo Lula. Entre as empresas brasileiras, a Embraer tem tudo para ser uma das mais beneficiadas com a reaproximação entre o Brasil e África. Um evento importante está no radar da companhia brasileira. Em agosto, Lula irá à África do Sul para a reunião de cúpula dos Brics. Na ocasião, vai se reunir com o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa. Nesse encontro deverá ser sacramentado um acordo entre a Embraer e o governo sul-africano para a produção e reparo de aeronaves. Com mais um pouquinho de combustível, há possibilidade também da África do Sul confirmar a encomenda de um lote do KC-390. Outros alvos da empresa são Moçambique e Angola. Ressalte-se que a Força Aérea angolana tem em sua frota o Super Tucano, produzido pela fabricante brasileira.
A Embraer pretende ocupar o vácuo no comércio internacional de equipamentos de defesa deixado pela Rússia. A guerra contra a Ucrânia fragilizou a posição russa nessa disputa pelo mercado africano, e nem poderia ser diferente. A indústria bélica local está hegemonicamente concentrada no suprimento das próprias Forças Armadas da Rússia, consequentemente com dificuldades de honrar encomendas externas. Há registros de atrasos no cumprimento de contratos internacionais. Em março, a Rússia comunicou à Índia que não seria possível honrar a entrega de duas baterias do sistema antiaéreo S-400. Segundo um relatório recente do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, o país não tem conseguido até mesmo repor equipamentos e armas às Forças Armadas locais no ritmo necessário. Esse apagão abre oportunidades comerciais para a Embraer na África. Ressalte-se que os já citados Moçambique e Angola, contam com um expressivo número de aeronaves russas em suas respectivas Força Aérea. A oportunidade faz a hora para o governo brasileiro e a Embraer.

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WEG Motores acelera seus investimentos em transição energética
18/07/2023A direção da WEG Motores está debruçada em um plano de investimentos para o setor de carros elétricos. O projeto passa pela compra de participações em startups de toda a cadeia de produção do segmento, especialmente a última milha, ou seja, fabricantes de veículos movidos a eletricidade. Um dos alvos, segundo o RR apurou, é a Hitech Electric, que instalou uma fábrica de carros elétricos, utilitários e veículos comerciais de zero emissão no Paraná. A companhia já tem um pé no empreendimento, como fornecedora de baterias e motores da Hitech. A ideia é pular da posição de “carona”, como parceira, para ocupar um pedacinho do banco do piloto, na condição de sócia da empresa.
A WEG, um caso raro de multinacional brasileira, tem feito movimentos focando no processo de transição energética. Recentemente, fechou um contrato de exclusividade com a montadora chinesa Great Wall Motors para o fornecimento de carregadores elétricos no Brasil. Inicialmente, trata-se de equipamentos residenciais, a serem instalados na casa dos clientes. Mas a companhia catarinense já olha lá para a frente. De acordo com a fonte do RR, um dos projetos no visor é investir na montagem de postos de recarga no país, hoje um dos principais gargalos para a expansão da produção de veículos híbridos ou elétricos no mercado brasileiro. Consultada pelo RR, a Weg não se manifestou.

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Vibra vai pegar carona nas montadoras de carros elétricos
17/07/2023A Vibra avança no seu processo de transição energética. O RR apurou que a companhia vem conversando com empresas do setor automotivo, como Stellantis e BYD, em torno de parcerias para a instalação de uma rede de postos de recarga de veículos elétricos. A estratégia permitiria avançar paripassu a investimentos de montadoras, movimento que poderia ser ainda mais vantajoso com o fechamento de acordos de exclusividade. A BYD, por exemplo, vai desembolsar R$ 3 bilhões para produzir ônibus elétricos em Camaçari. A empreitada deverá envolver também a startup de eletromobilidade EZVolt, que já tem investimentos em conjunto com a Vibra no Rio de Janeiro. Procurada, a Vibra não quis se pronunciar.
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Pátria Investimentos vai saltar do barco da Hidrovias do Brasil
17/07/2023O Pátria Investimentos deverá deixar definitivamente o capital da Hidrovias do Brasil até dezembro, levando junto o Temasek, fundo soberano de Singapura. A gestora planeja uma segunda oferta de ações para se desfazer do restante da sua participação na empresa de logística. Com o follow on concluído na semana passada, o Pátria manteve ainda algo em torno de 22% do capital por meio de dois fundos – o Pátria Fund II e o Pátria Fund IV. A casa de investimentos prepara seu desembarque da Hidrovias aproveitando-se de uma maré razoavelmente positiva: desde o início do ano, o papel registra uma alta de 63%. No entanto, quando se amplia o horizonte de análise, os números não são tão favoráveis. Desde o IPO, em setembro de 2020, a Hidrovias acumula uma perda de 55% em seu valor de mercado. Procurado pelo RR, o Pátria não quis comentar a informação.

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Total Energies acelera seus investimentos em energia verde no Brasil
17/07/2023A francesa Total Energies prepara uma nova leva de investimentos em transição energética no Brasil. O grupo vem mantendo conversações com a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, para a instalação de uma usina de hidrogênio verde no estado. As tratativas envolveriam incentivos do governo potiguar – da possível cessão de um terreno para o empreendimento a benefícios fiscais. Segundo o RR apurou, a Total tem feito estudos também para investimentos em eólicas offshore no próprio Rio Grande do Norte e no Espírito Santo. Os projetos deverão ser conduzidos pela Casa dos Ventos, da qual os franceses compraram 34% do capital no fim do ano passado. A empresa, ressalte-se, já tem engatilhado um memorando de entendimentos com o governo do Ceará para a construção de uma planta de hidrogênio verde e amônia no Porto de Pecém.

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Aegea negocia novo crédito do BNDES
14/07/2023A Aegea Saneamento estaria em conversações com o BNDES, com o objetivo de fechar um financiamento para a Corsan, arrematada em leilão em dezembro do ano passado. O plano de investimentos na ex-estatal gaúcha prevê um desembolso de R$ 16 bilhões até 2033. Nas contas da Aegea, o primeiro ano de investimentos, da ordem de R$ 1,5 bilhão, cabe no seu caixa. Daí para a frente, o grupo vai precisar de munição extra. Ressalte-se que a Aegea já firmou um empréstimo de longo prazo com o BNDES, no valor de R$ 19,3 bilhões, para o pagamento das outorgas e o financiamento das duas concessões adquiridas no leilão da Cedae

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Carlyle negocia um armistício com os credores da Tok & Stok
13/07/2023Em delicada situação financeira, a Tok & Stok tem experimentado um certo alívio nas últimas semanas. Graças ao poder de convencimento do Carlyle, seu principal acionista. O gigante norte-americano do private equity conseguiu costurar uma espécie de armistício com os principais bancos credores da rede varejista, a começar por Santander e Banco do Brasil. Há conversações em torno de um waiver de um ano para a retomada do pagamento da dívida da companhia, da ordem de R$ 350 milhões. O distensionamento das negociações está diretamente ligado ao aporte de capital feito pelo Carlyle na Tok & Stok, estimado em R$ 100 milhões. Não é só. Nas conversas com os bancos, os norte-americanos já sinalizaram que de onde veio esse dinheiro pode vir mais. Ou seja: a gestora está disposta a aportar mais recursos caso necessário para equilibrar as contas de curto prazo da empresa, dando sustentação a um novo plano de pagamento do passivo.

Destaque
Centrais sindicais sobem ao palco da venda da Braskem
13/07/2023Nunca antes na história houve tamanho alinhamento entre a direção da Petrobras e sindicalistas. As grandes centrais de trabalhadores do país – à frente CUT e CTB – estão entrando de cabeça em um movimento de apoio à compra da Braskem pela estatal. A coalizão, ressalte-se, ainda não é um monolito. Há uma fissura localizada: a Força Sindical teria se negado a participar da iniciativa. Nos bastidores, a recusa é atribuída ao próprio Paulinho da Força, não exatamente pelo tema em questão, mas por divergências políticas e disputas de poder, notadamente dentro da IndustriaALL Brasil – entidade criada pela CUT e pela Força Sindical em 2020 e inspirada na IndustriALL-Global Union, que reúne mais de 50 milhões de trabalhadores em 140 países. Dissensos à parte, as grandes centrais discutem algumas iniciativas em defesa da “estatização” da Braskem. CUT, CTB e cia. costuram um manifesto para endossar a carta aberta publicada na semana passada por nove entidades de trabalhadores dos setores petroleiro e químico, à frente o poderoso Sindipetro. O documento diz que a Petrobras deve assumir o controle da Braskem e transformá-la em um “instrumento estatal para o desenvolvimento nacional”. Segundo informação apurada pelo RR junto ao presidente de uma das centrais de trabalhadores, os líderes sindicais engajados no movimento cogitam também a realização de uma grande manifestação no Rio, sede da Petrobras. Ou seja: a venda da Braskem – quem diria? – pode parar nas ruas.
A mobilização dos sindicalistas vai ao encontro do interesse da Petrobras em assumir o controle da Braskem, já manifestado pelo presidente da companhia, Jean Paul Prates. Na última segunda-feira, a estatal informou que solicitou acesso virtual ao data room da empresa petroquímica para o eventual exercício do tag along ou do direito de preferência sobre a participação da Novonor. Ontem, a J&F ingressou oficialmente no rol de candidatos à aquisição da Braskem, com uma proposta de R$ 10 bilhões, juntando-se a outros interessados – Unipar e um consórcio formado por Apollo e Adnoc, praticamente descartados. Nesse contexto, a entrada em cena das centrais sindicais com a sua pressão sintonizada com a direção da Petrobras vai colocar ainda mais combustível nessa disputa. Quase que como um “referendo” interno, será a força de trabalho legitimando a decisão da estatal.
Empresa
Ânima Educação arruma a casa à espera de um M&A
13/07/2023Átila Simões Cunha, um dos acionistas da Ânima Educação, assumiu o cargo de CFO da companhia com uma missão principal: arrumar a casa para uma fusão com outro grupo do setor. Segundo o RR apurou, existem algumas conversações em marcha. Do outro lado da mesa estão a Ser Educacional, do empresário Janguiê Diniz, e a Cruzeiro do Sul, que tem como maior acionista o GIC, fundo soberano de Singapura. A Ânima tem uma vulnerabilidade que arranha seus planos de M&A: seu nível de alavancagem. A relação dívida líquida/Ebitda da companhia está em quase quatro vezes. Para efeito de comparação, no caso da Ser Educacional, esse múltiplo é de 2,3 vezes. Já a Cruzeiro do Sul tem um índice de alavancagem ainda mais confortável: um para um. Procurada pelo RR, a Ânima disse que “não comenta especulações de mercado”. Ser Educacional e Cruzeiro do Sul também não quiseram comentar o assunto.

Destaque
Do mercúrio às finanças, uma megaoperação para asfixiar o comércio ilegal de ouro
12/07/2023“Follow the gold”. Essas palavras de ordem estão por trás de uma operação complexa, que congrega vários órgãos dos aparelhos de segurança, justiça e controle, com o objetivo de combater os garimpos clandestinos e o comércio ilegal de ouro no Brasil. Polícia Federal, Ministério da Justiça, Ministério Público e Receita avançam sobre uma ampla rede de conexões, que passa por contrabando na fronteira, associação do crime organizado com garimpeiros, extração ilegal, venda do metal a instituições financeiras de fachada que atuam como intermediárias e, na última milha, acordos com receptadores em grandes mercados internacionais. Um dos próximos passos contra essa bem azeitada linha de montagem do crime deve ser dado pela PF. Segundo o RR apurou, a Polícia Federal estaria preparando uma ação contra um esquema de contrabando de mercúrio da Bolívia para o Brasil. De acordo com a mesma fonte, mais de cem agentes já teriam sido destacados para a operação em Rondônia. O inimigo, nesse caso, já está identificado: investigações do setor de Inteligência da PF apontam na direção da Família do Norte (FDN), uma das maiores facções criminosas da região.
A principal rota de entrada do produto no país, comandada pela FDN, está na divisa entre a cidade boliviana de Guayaramerín e a vizinha Guajará-Mirim, em Rondônia. Consultada, a Polícia Federal disse que “não se manifesta sobre eventuais investigações em andamento”. A PF mapeou, nos últimos três meses, a entrada de mais de 200 quilos de mercúrio no país. Mas, na própria corporação, o número é tratado como uma amostragem residual. O produto é indispensável para separar o ouro de rochas ou areia, sobretudo na mineração a céu aberto ou de lavra. Além de ser preocupante per si, o aumento do contrabando de mercúrio traz um alerta para a PF: significa que, mesmo com todo o cerco aos garimpeiros ilegais, especialmente em territórios indígenas, caso do Yanomami, a extração clandestina de ouro na Região Amazônica está crescendo. Por sinal, na manhã da última segunda-feira, a própria PF deflagrou uma operação contra um grupo suspeito de movimentar ao menos R$ 80 milhões por meio de uma rede de extração clandestina de ouro em território Yanomami. Essa ponta leva a investigações iniciadas em 2019, a partir da apreensão de cinco quilos do metal no Aeroporto de Boa Vista.
Diversos fios se entrelaçam na teia da extração e do comércio ilegal de ouro. O crime organizado está na importação de insumos para a lavra, na manutenção de uma rede de milhares de garimpeiros e, na última ponta, no contrabando do metal para o exterior. As investigações revelam também conexões entre facções criminosas e instituições financeiras que atuam na evasão do ouro para o mercado internacional. Procuradores do Ministério Público Federal estão debruçados sobre uma relação de empresas suspeitas. Essa linha da teia criminosa começou a ser puxada há pouco mais de dois anos. Em 2021, o MPF pediu a suspensão das atividades de três instituições financeiras acusadas de despejar tanto no Brasil quanto no exterior mais de quatro toneladas de ouro ilegal entre 2019 e 2020.
Os números são razoavelmente impactantes. Segundo levantamento do Instituto Escolhas, em 2021 mais de 52 toneladas do produto extraído no Brasil apresentaram “graves indícios de ilegalidade”. O número correspondeu a aproximadamente 54% da produção nacional naquele ano. Quase todo o ouro extraído no país é exportado. Uma parcela expressiva – as estimativas indicam mais de um terço – sai ilegalmente do Brasil. Nesse fluxo está mais uma ligação na cadeia de conexões do crime: facções e instituições financeiras de fachada operam em parceria com quadrilhas internacionais. Mais de 70% das exportações vão para o Canadá, Reino Unido e Suíça. Em agosto do ano passado, as grandes refinarias de ouro suíças assinaram uma declaração pública comprometendo-se a rastrear a origem do metal importado do Brasil.
O Ministério da Justiça se junta ao MPF e à PF como o terceiro vértice dos órgãos federais que estão na linha de frente do combate à cadeia criminosa do ouro. Neste momento, os esforços do ministro Flavio Dino estão concentrados em duas áreas. Dino tem trabalhado junto a parlamentares para acelerar a votação do “PL do Ouro”, projeto de lei encaminhado ao Congresso pela Presidência da República com o objetivo de regular a compra, venda e transporte do metal no país. Como principal mudança, a proposta extingue a chamada presunção de boa-fé na comprovação da origem do ouro e torna obrigatória a emissão de nota fiscal eletrônica nas operações de compra e venda, além de exigir a transferência bancária como forma de pagamento. Enquanto a nova regulação não sai, a Receita Federal, que também integra a tour de force, usa os instrumentos que tem à mão. A partir de 1º de agosto será obrigatória a emissão da Nota Fiscal Eletrônica do Ouro Ativo Financeiro (NF-e Outo Ativo Financeiro), destinada ao registro de operações com o metal.
Ao mesmo tempo, o ministro da Justiça tem mantido tratativas com outros países, a começar exatamente por Canadá e Suíça, para que esses grandes importadores do metal imponham também regras mais rígidas para a entrada do produto em seu território. Na prática, seria uma forma de conter na ponta final da esteira o que o próprio Brasil não consegue barrar na partida.
Ressalte-se que todo esse cerco sincronizado das autoridades brasileiras se dá justamente em um momento em que bancos centrais de diversos países, especialmente China e Turquia, têm aumentado suas reservas físicas de ouro, na esteira da guerra entre Rússia e Ucrânia e como forma de proteção contra a inflação elevada. A demanda mundial pelo produto atingiu o ponto mais alto em 11 anos – mais de 4,7 mil toneladas em 2022. O Brasil, de certa forma, está na contramão desse “ciclo do ouro”, dada a enorme evasão criminosa do metal extraído no país.

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Assaí vai colocar seus imóveis na gôndola
12/07/2023O Assaí, agora definitivamente desvinculado do Casino, pretende fazer caixa com a venda de imóveis, tanto hipermercados quanto centros de distribuição. O grupo atacadista já vem mantendo conversações com fundos de real estate, entre os quais o TRX e a Barzel Properties. O primeiro acaba de fechar uma nova captação, da ordem de R$ 130 milhões. A Barzel, por sua vez, tem protagonizado alguns dos principais deals do setor, com números ainda mais robustos. No mês passado, fechou a aquisição de quatro centros de distribuição e cinco lojas do Carrefour por R$ 1,2 bilhão. Em fevereiro de 2022, comprou, de uma só tacada, 17 imóveis pertencentes ao Pão de Açúcar e ao próprio Assaí, à época ainda pertencente ao Casino. Procurado pelo RR, o Assaí disse não comentar boatos.

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Mais demissões à vista no PagBank?
12/07/2023Há um burburinho nos corredores do PagBank, ex-PagSeguro, de que a empresa prepara novas demissões. Em janeiro, a fintech de pagamentos do Grupo Uol cortou 500 funcionários, algo em torno de 7% da sua força de trabalho. A medida afetaria, sobretudo, as áreas de tecnologia e inovação, não por coincidência aquelas onde houve um maior número de contratações nos últimos anos. Procurado pelo RR, o PagBank não quis se manifestar. A navalhada na própria carne denota um sinal de fragilidade da fintech? Muito pelo contrário. O mais provável é que o mercado reaja positivamente, como fez no início do ano – entre fevereiro e maio, pouco depois do anúncio das demissões, as ações chegaram a subir mais de 30%. O downsizing e outros ajustes na estrutura de custos têm sido vistos como fundamentais para conter uma queda maior de rentabilidade. No primeiro trimestre, o lucro de R$ 392 milhões, 5% a menos do que o registrado entre janeiro e março de 2022, foi bem recebido pelo mercado.

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Carrefour prepara nova oferta de ações do Atacadão
11/07/2023Enquanto o concorrente Casino está com um pé e meio fora do Brasil, o Carrefour pretende fortalecer sua posição no país. Há informações no mercado de que os franceses preparam um follow on do Atacadão. O grupo tem folga para ofertar um novo lote de ações na Bolsa: detém 66% do capital. Afetado pela crise que se abateu sobre todo o setor de varejo, na esteira do escândalo das Americanas, o papel não está no seu melhor momento: é negociado em torno de R$ 11,55, cerca de 11% abaixo da cotação registrada há exatamente um ano. Nos últimos dois meses, no entanto, a ação tomou um novo fôlego impulsionada por análises positivas de departamentos de research – o Citibank, por exemplo, recomendou a compra e estabeleceu um preço-alvo de R$ 15. Consultado, o Carrefour não se pronunciou.

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Mineradora chilena sai em busca de ouro no Brasil
10/07/2023A chilena Antofagasta Minerals está em busca de licenças de pesquisa e lavra de ouro no Brasil, com foco no Tocantins. A região tem atraído grandes grupos internacionais. A Aura Minerals, por exemplo, está investindo mais de US$ 80 milhões no projeto Almas, no estado, de onde espera extrair mais de 50 mil onças de ouro por ano. A Atofagasta pertence ao Grupo Luksic, da família de mesmo nome, dona de uma das maiores fortunas do Chile. Além da mineração, o clã tem negócios no setor financeiro, telecomunicações e alimentos.

Destaque
Petrobras avança no mapa da América do Sul
10/07/2023O projeto da Petrobras de retomar os investimentos na América do Sul começa a sair do papel. Segundo o RR apurou, a estatal pretende disputar as próximas rodadas de licitações de campos de petróleo na Guiana. A primeira delas ocorre nesta semana: as propostas devem ser enviadas até o dia 15 de julho – ao todo, serão ofertados 14 blocos. A investida teria uma motivação principal: a Margem Equatorial, que se estende ao país vizinho e também ao Suriname. Estudos mostram que há uma grande similaridade do ponto de vista geológico entre os campos petrolíferos existentes na Guiana e aqueles localizados no lado brasileiro, na faixa litorânea entre o Amapá e o Rio Grande do Norte. Há notórias sinergias, tanto que pesquisas e descobertas já realizadas na Guiana e no Suriname têm servido de referência para estudos da Petrobras – a estatal já furou mais de 700 poços na Margem Equatorial.
Além das razões de ordem estratégica, sob certo aspecto a investida da companhia no país vizinho pode ser vista também como uma questão de Estado. A julgar pelos acenos e declarações já feitos pelo próprio presidente Lula, a Petrobras será uma peça importante para o governo fazer política externa na América do Sul, somada a boas oportunidades de investimento. Não por coincidência, segundo uma qualificada fonte do Itamaraty, Lula e o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, deverão ter uma conversa telefônica ainda nesta semana. Ao que tudo indica, a licitação de blocos de exploração e produção será um dos temas abordados. Em contato com o RR, consultada sobre a possível participação no leilão da Guiana, a Petrobras disse que “Por meio da nossa gestão ativa de portfólio, estamos constantemente avaliando oportunidades, dentro e fora do Brasil. No exterior, estamos atentos tanto às licitações que acontecerão quanto a possíveis parcerias com outras empresas.”. A empresa afirmou ainda que “Inscrições em rodadas de licitação de blocos e acesso aos dados fazem parte do processo de avaliação de novas oportunidades de negócio. A participação no processo não garante a efetiva formalização de proposta no dia do leilão.”
Em outro front, a Petrobras já teria iniciado também conversas com a YPFB para investimentos conjuntos na Bolívia. Entre outras possibilidades de parceria, a YPFB busca parceiros, por exemplo, para a campanha de exploração e produção de gás na área de Vitiacua, no Departamento de Chuquisaca. Trata-se da mais nova e promissora fronteira exploratória da Bolívia. As reservas estimadas somam mais de 56 bilhões de metros cúbicos de gás. É a maior aposta dos bolivianos para aumentar o suprimento interno e as exportações do insumo. Ao RR, a Petrobras informou que “Conversações com a YPFB, contraparte nos Contratos de Serviços operados na Bolívia, são parte da rotina de gestão dos ativos que a companhia detém no país, por meio de uma subsidiária.” Consultada especificamente sobre a nova área de exploração de gás, a estatal afirmou que “Não há, no momento, nenhuma conversa em andamento com a YPFB em relação ao bloco Vitiacua.”

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Vale começa a pagar o pedágio por renovação antecipada de ferrovias
10/07/2023A Vale sinalizou à ANTT e ao governo do Espírito Santo que vai apresentar até o fim do mês o projeto final para a construção da fase 1 da ferrovia entre Santa Leopoldina e Anchieta. Já não era sem tempo. A implantação do trecho de aproximadamente 80 km foi um dos compromissos assumidos pela mineradora em troca da renovação antecipada das concessões das estradas de ferro de Carajás e Vitória-Minas. O acordo foi assinado em dezembro de 2020. Desde então, o governo capixaba tem pressionado a Vale a cumprir a promessa. A companhia comprometeu-se ainda a construir um segundo trecho, de Anchieta a Presidente Kennedy. Procurada pelo RR, a mineradora não quis comentar o assunto.
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Combustível extra para os investimentos da BYD na Bahia
7/07/2023Os investimentos decorrentes da chegada da chinesa BYD na Bahia, inicialmente estimados em R$ 3 bilhões, vão ganhar combustível extra. Além da já anunciada instalação de três fábricas em Camaçari, a montadora pretende montar um cinturão de fornecedores, trazendo, inclusive, indústrias de autopeças e componentes da própria China. A BYD quer também fomentar a instalação de startups, com foco no desenvolvimento de soluções para motores elétricos. No próprio governo da Bahia, a estimativa é, junta daqui, soma dali, os investimentos podem chegar perto dos R$ 4 bilhões.

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Omega Energia articula uma recarga de capital
6/07/2023Os acionistas da Omega Energia discutem um novo aporte de capital na empresa. A operação seria liderada pelo fundo inglês Actis, sócio majoritário, que já injetou mais de R$ 1 bilhão na companhia. A nova capitalização teria como objetivo fazer frente aos projetos da Omega tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Os investimentos previstos passam de R$ 1,2 bilhão. Tudo saindo do próprio caixa. Em território norte-americano, por exemplo, a empresa está à frente de novos empreendimentos de energia eólica, que somam mais de 500 MW. O RR entrou em contato com a Omega, mas a companhia não se manifestou.

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Sami está esbanjando saúde
6/07/2023Corre no mercado que a healthtech Sami, especializada em planos de saúde para micro e pequenas empresas, vai iniciar uma intensa temporada de aquisições. Na mira, startups voltadas tanto a próprio segmento de medicina de grupo como plataformas de telessaúde. A Sami está com fôlego redobrado. Acaba de receber um aporte de R$ 90 milhões encabeçado pelo Redpoint eventures e pelo Mundi Ventures. Consultada, a Sami não se pronunciou.
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Renault acelera o projeto do veículo híbrido no Brasil
6/07/2023O RR apurou que a Renault tem feito estudos de mercado com o objetivo de iniciar a fabricação de veículos híbridos no Brasil até 2025. A ideia seria vender modelos importados a partir de 2024, como um “test driver” para o passo seguinte, ou seja, a produção in loco. Gradativamente, a Renault vem preparando o terreno para a “eletrificação” das suas vendas no país. A montadora já comercializa dois modelos elétricos, o Zoe e o Kwid E-Tech. Na paralela, o grupo está desenvolvendo um projeto de veículos carbono zero em Fernando de Noronha. Consultada pelo RR, a Renault informou que “está desenvolvendo motores híbridos flex. No momento oportuno daremos mais informações sobre este tema.”

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Aegea desperta o apetite do GIC e da Itaúsa
5/07/2023Mudanças à vista na estrutura de capital da Aegea: o GIC, fundo soberano de Singapura, está disposto a aumentar sua participação acionária na empresa de saneamento, hoje de 34%. Não é só: há informações de que a Itaúsa, dona de 12,8% do capital total e 10,2% das ordinárias, também se movimenta para ter uma posição maior na companhia. Nos dois casos, o caminho seria a compra de parte das ações em poder da Equipav, o acionista majoritário da Aegea. Consultadas, Itaúsa e Aegea não quiseram se manifestar sobre o assunto.

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Risco de demissão paira sobre a Volkswagen no ABC
5/07/2023A direção da Volkswagen já teria na mão um plano de demissões na fábrica de São Bernardo do Campo. Seria uma reação ainda mais drástica à crise no setor. Na semana passada, a montadora anunciou a suspensão, por alguns dias, de toda a sua produção de automóveis no Brasil, com a paralisação das atividades não apenas no ABC, mas também nas unidades de fábricas de Taubaté (SP) e São José dos Pinhais (PR). Procurada, a Volkswagen não se pronunciou.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, diz que essa decisão muda a iniciativa do governo de conceder subsídio para os carros populares, pelo menos no cronograma da operação. A impressão é de que o governo dá um torrão de açúcar à montadora com uma das mãos e a empresa dilacera a outra mão com a sua bocarra cheia de dentes, ávida por lucros. Gleisi fala, fala, mas ninguém vai ouvi-la. Um possível recuo no benefício criaria, entre outras fricções, uma divergência direta com Geraldo Alckmin. O vice-presidente e ministro da Indústria é o principal defensor do programa dos veículos populares e nem sequer cogita a reversão da medida.
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GP mira a porta de saída na BR Properties
5/07/2023Há um forte burburinho no mercado de que a GP Investimentos está preparando o terreno para vender o controle da BR Properties. Nos últimos meses, a gestora tem feito movimentos que apontam nessa direção. Em abril, lançou uma oferta pública de aquisição (OPA) que lhe permitiu chegar a uma participação de 96%. E já anunciou uma nova OPA para raspar o tacho dos papéis ainda mercado e fechar o capital da companhia de real estate. Mas a medida mais sugestiva veio na semana passada: a BR Properties informou que vai fazer uma redução do capital e pagar cerca R$ 732 milhões em dividendos a seus acionistas. O mais correto seria dizer ao seu acionista: mais de R$ 700 milhões vão para a GP. A distribuição do caixa da BR Properties seria o último ato antes da companhia ser colocada à venda. Consultada pelo RR, a GP não se pronunciou.
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WestRock abre o caixa para aumentar produção de embalagens no Brasil
5/07/2023A norte-americana WestRock, que já tem quatro fábricas de papel ondulado no Brasil, está decidida a ampliar suas operações no país. Segundo informações que circulam no setor, o grupo trabalha com dois cenários: a construção de mais uma unidade industrial ou a compra de ativos. Os norte-americanos têm analisado algumas possibilidades de aquisição, entre elas a Penha, fabricante de embalagens com operações em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Bahia.
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México é a próxima parada da healthtech da família Bueno
4/07/2023A Genera, healthtech controlada pela Dasa, da família Bueno, prepara seu desembarque no México. Será o próximo passo do plano de internacionalização da empresa, especializada em testes de ancestralidade e estudos genéticos voltados à saúde preventiva. Após comprar o negócio, em 2019, os herdeiros de Edson de Godoy Bueno têm se empenhado em acelerar a expansão da startup para novos mercados. A Genera já está presente na Argentina, Uruguai e, mais recentemente, o Chile. Ainda que preliminares, já existem estudos também para o ingresso na Colômbia, Equador e Peru, possivelmente em 2025. Hoje, cerca de 8% do faturamento da healthtech vem das operações internacionais. Consultada, a Genera não se manifestou.
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Chinesa Sinomach vai instalar fábrica de equipamentos agrícolas no Brasil
4/07/2023A Sinomach (China National Machinery Industry Corporation) vai ampliar seus investimentos no Brasil. A empresa pretende instalar uma fábrica de equipamentos agrícolas no Centro-Oeste – segundo o RR apurou, Goiás e Mato Grosso estão na disputa e acenam com fartos incentivos fiscais. O objetivo dos chineses é aumentar a oferta de implementos não só para o Centro-Oeste, mas também para a região de Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), onde há uma forte demanda por equipamentos para a agricultura, notadamente a produção de grãos.

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Leitura avança sobre os escombros de suas antigas concorrentes
3/07/2023A Leitura pretende acelerar a expansão de sua rede de lojas físicas. Segundo informações apuradas pelo RR, o grupo quer chegar a 115 livrarias até o fim do ano – hoje são 99. Ao menos três inaugurações já estão engatilhadas para ocorrer ainda neste mês. A Leitura vem se aproveitando do derretimento da Saraiva e da Cultura. Um dos principais benefícios da crise financeira das duas concorrentes é o maior poder de barganha na negociação com administradoras de shopping centers. A empresa tem obtido condições mais vantajosas em contratos de locação de lojas. E as sondagens para a abertura de pontos de venda não param de chegar. O caso mais recente teria sido do Shopping Midway Mall, em Natal, pertencente ao Grupo Guararapes, dos mesmos controladores da Lojas Riachuelo. A empresa tenta atrair a Leitura para ocupar o espaço deixado pela Saraiva, que fechou recentemente sua livraria no shopping.

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Chineses aceleram seu caminho elétrico no Brasil
30/06/2023A montadora chinesa Dongfeng Motor está rodando o mercado brasileiro. O grupo pretende trazer seus caminhões elétricos para o país. O projeto de longo prazo, segundo o RR apurou, prevê a instalação de uma fábrica. Antes, no entanto, a Dongfeng conversa com um dos maiores grupos de revenda de veículos do Brasil para uma parceria voltada à distribuição dos seus modelos. Seria um test driver para a futura produção local.
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Quero-Quero negocia com bancos para reduzir pressão da dívida de curto prazo
30/06/2023A direção da Quero-Quero, maior rede de material de construção do Brasil, está empenhada em reduzir a dívida de curto prazo. O RR apurou que já há conversas em curso com bancos para o alongamento do passivo. Em termos absolutos, o endividamento líquido da companhia até caiu: de R$ 266 milhões em março de 2022 para R$ 180 milhões em março deste ano. Ocorre que a redução dos resultados serviu como uma gangorra que jogou o nível de alavancagem da empresa para o alto: no mesmo intervalo, a relação dívida líquida/Ebitda subiu de 1,4 para 2,1 vezes.

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Quem vai ficar com o Pão de Açúcar?
28/06/2023Grupos do setor de varejo se alvoraçaram todos hoje com a notícia de que o Casino vai vender o Grupo Pão de Açúcar. Diversos players foram citados como prováveis compradores. Um nome automaticamente aventado é o de Abílio Diniz, com sua Península Participações. Há contra-argumentos à volta de Diniz ao Pão de Açúcar: sua idade e a própria manifestação do empresário de que não pretende mais imprimir um ritmo de vida similar ao do passado e de que vai se dedicar a sua família, noves fora a sua posição acionária no Carrefour. Um cruzamento societário ou uma fusão envolvendo Pão de Açúcar e Carrefour parece mais do que improvável. Nesse cenário, seria o caso de acabar com o Cade. Em um momento anterior à fraude das Americanas, o nome de Jorge Paulo Lemann surgiria naturalmente, devido às sinergias. Seria criado um gigante do varejo. Absolutamente fora de questão.
Mas quem, então, vai ficar com o Pão de Açúcar?
Segundo as fontes do RR, três corredores estariam no grid de largada, todos eles de fora do setor supermercadista: Grupo Ultra, Itaúsa e J&F. Do trio, o que parece ter mais sinergia com o Pão de Açúcar é o Ultra, que mantém uma operação de lojas de conveniência casada à rede de postos Ipiranga. A GPA tem mais de 600 pontos de venda. É dentro desse universo que caberia a reconstituição de uma rede de postos. A Itaúsa, por sua vez, tem feito uma ampla diversificação de seus negócios: está na fabricação de sandálias (Alpargatas) e de painéis de madeira e louças e metais (Dexco), em concessões de infraestrutura (CCR), no saneamento (Aegea), em energia (Copa) e no transporte de gás natural (NTS). Já a J&F, que parece querer comprar o mundo, também tem demonstrado enorme apetite em ampliar seu raio de atuação. Os irmãos Joesley e Wesley Batista, notórios pelo controle da JBS, são donos também do Banco Original, de parte da Eldorado Celulose, da PicPay, de ativos na área de mineração, do Canal Rural, da Âmbar Energia e da Flora, de material de higiene e limpeza. E, neste momento, estudam fazer uma oferta para a compra da Braskem. Grupo Ultra, Itaúsa e J&F têm algo em comum: um nível de alavancagem confortável e caixa para suportar uma aquisição do porte do Pão de Açúcar. O Ultra tem uma relação dívida líquida/Ebitda de 1,7. O Itaúsa apresenta uma situação ainda mais folgada: um múltiplo de apenas 0,53. Dos três candidatos à compra do Pão do Açúcar, a J&F é quem carrega a maior proporção entre o passivo de curto prazo e o Ebitda (2,7). Mas ninguém tem dúvida sobre o poder de fogo do grupo em levantar crédito no mercado.
No meio do caminho, certamente vão surgir outros interessados. Por enquanto, o futuro do Pão de Açúcar é pura especulação.
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ArcelorMittal prepara duplicação da Siderúrgica do Pecém
27/06/2023A recém-adquirida Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) virou a menina dos olhos da ArcelorMittal no Brasil. O grupo já teria iniciado os estudos para a duplicação da produção de placas. A meta seria atingir a capacidade de seis milhões de toneladas ano até 2028. Em paralelo, os executivos da ArcelorMittal estão debruçados sobre uma série de ações capazes de transformar a CSP em uma das maiores referências em ESG da companhia em todo o mundo. Gradativamente a empresa substituirá o carvão metalúrgico por gás natural e outras fontes alternativas. Será uma espécie de aquecimento. O projeto de longo prevê a utilização de hidrogênio verde. Não poderia haver lugar mais adequado. Ressalte-se que logo ali do lado, a pouco mais de 10 km de distância, no Porto de Pecém, o governo do Ceará promete instalar um dos maiores hubs de produção de hidrogênio verde da América Latina.

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Carrefour agita mercado de real estate
26/06/2023O Carrefour vai colocar à venda um novo pacote de ativos imobiliários. Segundo o RR apurou, a negociação englobará lojas e centros de distribuição (CD) em São Paulo, parte herdados com a aquisição da rede varejista Big junto ao Advent. De acordo com a mesma fonte, a companhia trabalha com a estimativa de amealhar algo em torno de R$ 800 milhões. Recentemente, o Carrefour anunciou estar em negociações com a Barzel Properties para a transferência de cinco CDs e cinco lojas, avaliados em R$ 1,3 bilhão. Também fechou a venda de um imóvel na Zona Sul de São Paulo para a incorporadora Tegra. Essa sucessão de negociações no “varejo”, ou seja, de forma avulsa, sugere um recuo no plano original do Carrefour, de buscar um sócio minoritário para o seu braço imobiliário. Aos poucos, os franceses estão reduzindo o seu portfólio e consequentemente diminuindo o valuation da sua carteira de real estate visando a eventual venda de uma participação. Procurado pelo RR, o Carrefour não se manifestou.
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A próxima lição de Chaim Zaher
26/06/2023Ao mesmo tempo que avança na Yduqs (antiga Estácio), Chaim Zaher mira no ensino básico. O empresário trabalha em um plano de expansão da rede Maple Bear no Brasil. A meta, segundo fonte próxima ao Grupo SEB, holding de Zaher, é chegar a 400 escolas até 2025. Hoje, são aproximadamente 170. Zaher foi responsável por trazer a escola bilingue de origem canadense para o Brasil. Não só para o Brasil. O empresário já anunciou o projeto de abrir 50 colégios da rede no Oriente Médio. Consultado, o Grupo SEB não se pronunciou.

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Cencosud empurra IPO para 2024
23/06/2023O Cencosud jogou a toalha. Segundo fonte próxima à empresa, a rede varejista teria desistido de realizar seu IPO na B3 neste ano, diante das condições pouco propícias do mercado. A oferta deverá ficar para o primeiro trimestre de 2024 – trata-se do segundo adiamento desde o ano passado. Olhando o copo meio cheio, o conglomerado chileno ganharia tempo para avançar na estratégia de aquisições de redes regionais, vide a compra da rede atacadista Giga, de São Paulo, no ano passado. Em contato com o RR, a Cencosud informou que só fala “sobre planos estratégicos por meio de comunicados ao mercado”.

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Acionistas da Renner só pensam em um nome: José Galló
22/06/2023Há um zunzunzum nos corredores da Renner de que fundos acionistas da companhia estariam tentando convencer José Galló a reassumir a presidência, ainda que em caráter temporário. A volta de Galló à cadeira de CEO, hoje ocupada por Fabio Faccio, teria como objetivo dar um choque de expectativa no mercado neste momento em que o varejo vive uma notória crise de crédito, no arrasto das fraudes da Americanas. Ou seja: Galló, com todo o seu justificável prestígio, seria uma espécie de avalista da Renner, junto notadamente a bancos e fornecedores. O executivo, que hoje comanda o Conselho de Administração da rede varejista, é uma reserva de competência e reputação da companhia.
Segundo informações filtradas da Renner, ainda que não formalmente, na prática é como se José Galló já estivesse assumindo aos poucos as funções de presidente. Nos últimos meses, o chairman passou a ter uma interlocução mais frequente com os diretores. Estaria, inclusive, participando diretamente de algumas decisões estratégicas nevrálgicas, como o fechamento de lojas do grupo – só da bandeira Camicado, 13 pontos de venda encerraram suas atividades desde janeiro. Na esteira das turbulências que afetam o varejo como um todo, a Renner não vive um momento dos mais alvissareiros. No primeiro trimestre do ano, reportou um lucro de R$ 46,8 milhões, 75% inferior ao resultado obtido em igual período em 2022. A companhia enfrenta ainda problemas em sua operação internacional, como o fechamento temporário de lojas na Argentina, conforme o RR já noticiou. Na visão dos acionistas, Galló é o comandante certo para a Renner atravessar essas tormentas. Em contato com o RR, a empresa afirmou “José Galló é o presidente do Conselho de Administração da Lojas Renner S.A. e, assim como os demais conselheiros, atua próximo do negócio, dentro do seu papel.” Perguntada especificamente sobre a eventual volta de Galló ao cargo de CEO, a companhia não se pronunciou.

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Americanas vai colocar suas lojas na vitrine
21/06/2023Corre no mercado que a Americanas tem conversado com o CSHG Renda Urbana FII, leia-se Credit Suisse Hedging Griffo (CSHG), entre outros grandes fundos de real estate. Em pauta, a venda de lojas. O CSHG é do ramo: em 2020, por exemplo, comprou em uma só tacada 66 pontos de venda das Casas Pernambucanas, por R$ 450 milhões. A proposta que ganha corpo na Americanas é montar “pacotes” agrupando imóveis em grandes capitais. A rede varejista tem aproximadamente 1.800 lojas próprias, algo como metade da sua rede. Consultados, Americanas e CSHG não se manifestaram.
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Ultrapar quer exorcizar o “risco sacado” do seu balanço
21/06/2023A Ultrapar trabalha para zerar suas operações de “risco sacado” até o fim do ano. Segundo informações apuradas pelo RR, o plano é reduzir o valor à metade até setembro – o saldo atual gira em torno de R$ 900 milhões. O restante da faxina contábil se daria no balanço do último trimestre. O Ultra tem reduzido gradativamente sua exposição a “risco sacado” – em março, o valor total era da ordem de R$ 1,7 bilhão. Essa cifra tem sido gradativamente convertida em dívida de longo prazo. É conservadorismo na veia, na esteira da fraude contábil da Americanas, que usou e abusou do “risco sacado”. Tratando-se de quem se trata não poderia se esperar nada diferente. Historicamente, esse rigor na gestão fez com o que o Ultra passasse a ser percebido como um dos grupos empresariais mais sólidos do país. Procurada pelo RR, a empresa não quis se preocupar.

Empresa
Governadores disputam cada peça de roupa da Shein
20/06/2023O híbrido de investidor e head da Shein no Brasil, Marcelo Claure, tem sido assediada por emissários dos governadores de Minas Gerais, Romeu Zema, e do Ceará, Elmano de Freitas. Os dois estados acenam com mundos e, principalmente, fundos – leia-se benefícios fiscais – para que a gigante do e-commerce instale fábricas para a produção de peças de vestuário. Ressalte-se que a Shein já firmou um memorando de entendimentos com a Coteminas para a compra de artigos têxteis de mais duas mil confecções parceiras da empresa de Josué Gomes da Silva.

Empresa
EMS planeja aquisição no mercado de dermocosméticos
20/06/2023A EMS, conglomerado farmacêutico controlado por Carlos Sanchez, vai avançar no mercado de dermocosméticos por meio de aquisições. Segundo o RR apurou, o alvo prioritário é um importante laboratório brasileiro do setor, que já esteve à venda há cerca de cinco anos. Dentro da EMS, a investida é tratada como mais um movimento para diversificar o portfólio e reduzir a dependência dos medicamentos com prescrição e genéricos, segmentos que ainda respondem por mais de 70% do faturamento. A estratégia da empresa prevê investimentos mais pesados na divisão de OTC (Over the Counter) – leia-se remédios sem prescrição – que hoje corresponde a apenas 12% das vendas do grupo. Nesse sentido, há pouco mais de dois meses a companhia comprou a Dermacyd, marca de sabonetes íntimos que pertencia à francesa Sanofi. Procurada pelo RR, a EMS não quis se manifestar.

Empresa
Nestlé quer aglutinar fundos internacionais de sustentabilidade
19/06/2023A Nestlé quer ser um hub não apenas de startups, mas também de investidores. A ideia da companhia é atrair outros grandes fundos internacionais ligados à área da sustentabilidade para investir na aquisição de agtechs no Brasil. Na mira, empresas que desenvolvam soluções para a produção de embalagens sem impacto ambiental, sistemas de reciclagem ou projetos de agricultura regenerativa, entre outros. O primeiro parceiro da empreitada é o Yield Lab Latam, gestora de venture capital. Procurada pelo RR, a Nestlé não se pronunciou até o fechamento desta matéria.

Empresa
Petrobras e Ecopetrol ensaiam um dueto dos dois lados da fronteira
19/06/2023A colombiana Ecopetrol já fez chegar à Petrobras o interesse em montar um “bem bolado” com a companhia. De um lado, a retomada dos investimentos da estatal brasileira em exploração e produção de óleo e gás na Colômbia; do outro, uma parceria para o desenvolvimento de projetos de transição energética do lado de cá da fronteira. De certa forma, a primeira parte da dobradinha já começou, com a recente decisão da Petrobras de suspender a venda da sua participação de 44% no bloco de Tayrona, na Colômbia.

Destaque
Ânima e DNA Capital pretendem vender parte da Inspirali
19/06/2023Ânima Educação e DNA Capital saíram em busca um novo sócio para a Inspirali. Os dois acionistas estão dispostos a reduzir sua participação para viabilizar um aporte de capital na empresa, que reúne um colar de universidade de medicina com aproximadamente 14 mil alunos. Entre os prováveis interessados estariam o Grupo Votorantim e o Temasek. Os Ermírio de Moraes e o fundo soberano de Singapura são sócios em um fundo de R$ 3,6 bilhões, voltado a investimentos em saúde e educação. A Inspirali é um negócio em franca ascensão. Criada a partir de uma cisão de ativos da Ânima, responde por aproximadamente um terço do faturamento do grupo. No ano passado, sua receita bateu a cifra de R$ 1 bilhão, crescendo 47% em relação a 2021. Seu maior atrativo é a alta rentabilidade dos cursos de medicina. A Inspirali registra uma margem superior a 60% – para efeito de comparação, as demais operações da Ânima têm uma margem média em torno de 35%.
Os dois acionistas da Inspirali vivem um momento de pressão, o que aumenta a necessidade de venda de parte da Inspirali para fazer caixa. A Ânima Educação busca recursos para reduzir seu nível de alavancagem: a dívida de curto prazo, em torno de R$ 2,9 bilhões, equivale a 3,9 vezes o Ebitda. No mercado, há especulações de que o próprio grupo pode buscar um novo investidor. Por sua vez, os herdeiros de Edson de Godoy Bueno, controladores da DNA Capital, precisam se recapitalizar após o recente aporte na Dasa. A família teve de injetar R$ 1 bilhão na companhia para dar suporte ao follow on, que totalizou R$ 1,6 bilhão. Consultada pelo RR sobre a venda de parte da Inspirali, a Ânima não comentou o assunto. Em relação à possibilidade de entrada de um novo investidor no seu capital, a empresa foi protocolar e afirmou que “está sempre avaliando oportunidades que possam destravar valor para seus acionistas. A DNA não se manifestou.

Empresa
BRK tem de filtrar sua dívida para ser vendida
19/06/2023Com o cancelamento do IPO, a BRK Ambiental, segundo o RR apurou, está na seguinte situação. A Aegea quer comprar a companhia de saneamento, controlada pela Brookfield. Conta, inclusive, com o apoio financeiro do GIC, um dos fundos soberanos de Singapura, que já e seu acionista e está disposto a fazer um novo aporte para viabilizar a aquisição. O senão: a dívida da BRK. Como está, a Aegea não topa o negócio. A alavancagem da companhia está nas alturas: a relação dívida líquida/Ebitda é de sete vezes. Consultadas, as duas empresas não quiseram se manifestar.
Empresa
Cosan pretende disputar arrendamento de terminal em Itaguaí
19/06/2023A Cosan avalia disputar o arrendamento do novo terminal de granéis sólidos minerais do Porto de Itaguaí (RJ), área conhecida ITG-02. Uma das hipóteses é entrar na licitação em parceria com a Vale, da qual é acionista. A mineradora, ressalte-se, já opera no Porto de Itaguaí por meio da Companhia Portuária de Sepetiba (CPSB). O arrendamento do terminal é uma peça que se encaixa na crescente atuação da Cosan na área de mineração. Além da posição estratégica no capital da Vale, a companhia de Rubens Ometto mantém uma joint venture com o empresário Paulo Britto, fundador da Aura Minerals, para atuar no segmento de minério de ferro. De mãos dadas ou cada qual separadamente, Cosan e Vale deverão enfrentar a concorrência da CSN no leilão. A siderúrgica também já atua em Itaguaí, por meio da Sepetiba Tecon.

Empresa
Kaszek mira em energia renovável
15/06/2023O Kaszek, maior fundo de venture capital da América Latina, teria planos de investir em startups focadas em transição energética. A gestora quer a sorte de um investimento tranquilo. O setor de energia renovável é visto pela Kaszek como uma área de menor risco diante das turbulências que afetam o mercado global de venture capital. Dinheiro não falta: a gestora dos ex-Mercado Livre Niclas Szekazy e Hernan Kazah captou dois novos fundos, no valor total superior a US$ 900 milhões.

Destaque
JBS quer barrar a possível coalizão entre BRF, Marfrig e Minerva
15/06/2023O aporte de R$ 4,5 bilhões na BRF liderado pela Marfrig e pela Salic, fundo soberano da Arábia Saudita, chacoalhou o setor. O RR tem informações de que a JBS estuda acionar o Cade contra a operação. O motivo é a interseção societária que a Salic passará a ter como acionista tanto da BRF quanto da Minerva Foods. O fundo árabe já tem uma posição relevante nesta última, com 30,5%. Após a injeção de capital, deverá ser dono também de algo em torno de 16% da BRF. Para os irmãos Batista, o que estaria por trás dessa engenharia é muito mais do que um mero investimento de portfólio. A dupla presença da Salic não passaria de um biombo para encobrir uma tríplice associação. Se não de direito, ao menos de fato. Concentração nos olhos dos outros é refresco. Sob a ótica dos irmãos Batista, donos de um império que soma mais de 60% dos abates de gado no Brasil, Minerva, BRF e, consequentemente, sua controladora, a Marfrig, teriam a faca e a carne na mão para discutir estratégias em conjunto e, sobretudo, operar em parceria na formação de preços. De alguma maneira, essa argumentação encontra eco em uma decisão anterior do próprio Cade. Em 2014, o Conselho aprovou com restrições a troca de ações realizada entre BRF e Minerva. O órgão antitruste questionou, inclusive, a presença de um representante da primeira no Conselho da segunda. Procurada pelo RR, a JBS não se pronunciou até o fechamento desta matéria. Marfrig, BRF e Minerva também, não quiseram comentar o assunto.
Este é mais um round no duelo entre os irmãos Joesley e Wesley Batista e Marcos Molina, dono do Marfrig e apontado no mercado como o principal artífice da entrada da Salic na BRF. Os dois lados têm diferenças históricas que se acirraram mais recentemente. A própria JBS tinha interesse na incorporação da BRF. No entanto, Molina levou a melhor, com a estratégia de comprar seguidamente ações da companhia em bolsa.

Empresa
Americanas faz demissões em sua operação digital
15/06/2023O lado mais fraco da corda segue pagando a conta das fraudes na Americanas. Como se não bastasse o fechamento de loja atrás de loja, a empresa estuda uma leva de demissões na operação do Submarino e do Shoptime, canais de vendas digitais. No caso deste último, há dúvidas até sobre a continuidade do negócio. Ressalte-se que a Americanas já encerrou as atividades do Shoptime na TV aberta e fechada. Os programas estão disponíveis apenas nas redes sociais.

Empresa
Casa dos Ventos procura parceiro para investir em energia solar
14/06/2023A Casa dos Ventos está em busca de um parceiro para investimentos em geração solar. Segundo informações que circulam no setor, um dos grupos com quem mantém conversações é a Echoenergia, leia-se Equatorial Energia. A Casa dos Ventos pretende tornar seus parques geradores híbridos, concentrando no mesmo complexo produção eólica e fotovoltaica. Procurada, a Equatorial disse ao RR que “não comenta sobre possibilidades específicas de negócios ou aquisições”. A Casa dos Ventos, por sua vez, não se pronunciou.
Comprada no ano passado pela Equatorial, por R$ 7 bilhões, a Echoenergia está investindo agora em seus primeiros empreendimentos em energia solar: são dois parques em construção, um na Bahia e outro no Piauí. Em tempo: o RR recomenda que a Casa dos Ventos comece a bater devagarinho na porta da Petrobras. Dica das entranhas.

Empresa
Marcopolo quer internacionalizar produção de ônibus elétricos
14/06/2023A Marcopolo trabalha em um projeto para produção de ônibus elétricos no exterior. O alvo prioritário é a China, onde a empresa já tem uma fábrica. Segundo informações apuradas pelo RR, a investida poderia se dar em parceria com a chinesa BYD, uma das maiores fabricantes de veículos movidos a energia elétrica do mundo. O passo seguinte seria o México, onde a Marcopolo também tem um complexo industrial. A operação mexicana funcionaria como cabeça de ponte para a venda de ônibus elétricos nos Estados Unidos. Por ora, a atuação da empresa no segmento está restrita ao Brasil: a meta da Marcopolo é entregar aproximadamente 130 veículos dessa categoria no mercado interno. Procurada, a empresa não se manifestou.
Empresa
Panvel quer reduzir a dosagem da sua dívida
13/06/2023A direção da Panvel, maior rede de drogarias da Região Sul, está envolvida em negociações com bancos e fornecedores para negociar o alongamento da sua dívida. Entre dezembro de 2022 e março deste ano, o passivo de curto prazo pulou de R$ 77 milhões para R$ 161 milhões. A relação dívida/Ebitda saiu de 0,4 para 0,8. É o menor nível de alavancagem entre os grupos do varejo farmacêutico de capital aberto. Ainda assim, trata-se de um índice que incomoda a família Mottin, principal acionista da Panvel e conhecida no mercado pela alta dosagem de conservadorismo na gestão da empresa. Na média, a companhia costuma operar com um índice de alavancagem inferior a 0,4.

Destaque
Como a BAT pretende reagir à mordida do Imposto Seletivo
12/06/2023Dessa vez, o medão do Fisco chegou ao topo do termômetro da BAT (British American Tobacco). Os funcionários, o elo frágil da correia, já se organizam para ver o que fazer com a inevitável demissão em massa na companhia. O ministro Fernando Haddad anunciou que o governo vai mesmo lançar o Imposto Seletivo (IS), que grava os produtos prejudiciais à saúde. No balaio do IS cabem baratas e lagartixas. Entre elas, com certeza estarão os cigarros. O RR acompanha de perto essa novela desde 2016, no governo Temer, quando surgiram os primeiros raios de uma tributação mais pesada sobre o tabaco. Posteriormente, na gestão Bolsonaro, o então ministro Paulo Guedes chegou a ensaiar a criação do “Imposto do Pecado”, que incidiria sobre cigarros, cigarros, bebidas alcoólicas e produtos com adição de açúcar. A antiga Souza Cruz conseguiu se safar de todas as investidas. Agora, ao que tudo indica, não há mais rota de escape. O Imposto Seletivo, segundo fonte do RR, levará a três movimentos reativos por parte da BAT Brasil: os dois primeiros, de curto prazo, serão intensificar o lobby – legítimo diga-se de passagem – para combate ao contrabando de cigarros pelo Paraguai (que caiu, por sinal) e sofisticar suas operações de arbitragem nas exportações e importações. Sabe-se que depois de Lula e das falecidas empreiteiras, quem tem mais carinho por Cuba é a BAT. A empresa às vezes importa mais para o Brasil, as vezes exporta, e tem uma joint venture com o governo cubano – à Brascuba Cigarrillos, em associação com a Tabacuba. A Brascuba é uma caixa preta. A empresa também produz os cigarros da mítica marca Cohiba.
O terceiro movimento, esse mais estratégico e trancado a sete chaves, é como surfar a inexorável disseminação da cultura do cânhamo – leia-se maconha. Não se trata de um pensamento simplório de que a BAT vai fazer o “lobby do baseado”, para produzir e comercializar cigarros da erva. Até pode ser em algum dia, mas não está na mira agora. O que está no foco é o canabidiol, substância extraída da maconha, cujas várias bulas possíveis indicam da cura da isquemia ao calo do pé, entre dois milhões e quinhentas enfermidades. Ironias à parte, o canabidiol tem base científica e vai invadir o mercado. A BAT é que tem a melhor estrutura já montada para plantio, escoamento e logística do insumo do novo super remédio. Pode ficar somente nesta atividade primária como também verticalizar a produção e fabricar o canabidiol, em uma empresa subsidiária ou associada com um dos laboratórios que estão surgindo com vocação de líderes no setor. Consultada pelo RR, a BAT Brasil não se pronunciou.
Ressalte-se que a BAT já tem feito investidas nessa direção em diversos países. No ano passado, por exemplo, comprou uma participação na empresa alemã Sanity Group, fabricante de produtos à base de cannabis. Em 2021, adquiriu um pedaço da Organigram, uma das líderes do setor no Canadá. É essa combinação de fatores que Aldous Huxley não teve tempo de incluir na sua obra “Admirável Mundo Novo”. Cuba, BAT, maconha, canabidiol e Brasil e uma eventual maresia entorpecedora. Seria cômico se não estivesse próximo de se transformar em real.

Empresa
Oi vai cortar na própria carne
12/06/2023A direção da Oi estaria preparando um plano de demissões. Nos corredores da empresa, o que se diz é que a navalhada poderá atingir de 10% a 15% do número de funcionários. Atualmente a companhia soma cerca de 34 mil colaboradores – há quatro anos, eram quase 60 mil. O downsizing teria, sobretudo, o objetivo de adequar os custos operacionais à queda de receita após a venda da operação de telefonia móvel, há pouco mais de um ano. O faturamento total da empresa caiu quase a um terço – de R$ 29 bilhões a algo e torno de R$ 30 bilhões. Consultada, a Oi não quis se manifestar.

Empresa
Ford deixa fábrica para trás e ainda faz exigências
12/06/2023A Ford colocou uma condicionante sobre a mesa de negociações para fechar o acordo de transferência de sua antiga fábrica de Camaçari (BA) para a chinesa BYD. A montadora norte-americana quer garantias do governo da Bahia de que não receberá qualquer cobrança futura nem será acionada na Justiça pela suspensão da produção de veículos na unidade. Trata-se de uma questão fulcral para o acordo. O governo baiano já sinalizou diversas vezes a intenção de processar a Ford e exigir uma indenização pela cessão de benefícios fiscais que não tiveram as devidas contrapartidas por parte da companhia.

Empresa
Alfa tenta empurrar a C&C no colo do Advent
9/06/2023Há informações de que o Grupo Alfa mantém conversações com o Advent em torno da possível negociação do controle da C&C. Há mais vontade das herdeiras de Aloysio Faria em vender do que da gestora norte-americana em comprar. O Alfa busca um candidato à aquisição da varejista de material de construção há quase um ano. Ressalte-se que o Advent já teve um pé no setor no Brasil: foi dono da rede de lojas Quero-Quero. Ao deixar o negócio, com o IPO da empresa, em agosto de 2020, colocou mais de R$ 1,6 bilhão no bolso. Procurados pelo RR, o Grupo Alfa e o Advent não quiseram se manifestar.

Destaque
Governo Lula faz contorcionismos para a “reestatização” da Eletrobras
9/06/2023O governo está quebrando a cabeça para achar uma solução no mínimo coerente para conter os arroubos e satisfazer minimamente o presidente Lula em seu desejo de romper o estatuto da Eletrobras e comprar ações compatíveis com a participação da União na empresa. Na prática, o Estado detém 40,18%, mas seu poder de voto está restrito a 10%. Na visão do presidente, a União ficou na empresa como boi de piranha, para ser espoliada e contribuir com parcela maior dos investimentos quando for a decisão do Conselho – do qual a União faz parte. Os missionários de Lula na Fazenda e no Planejamento estudam a criação de uma classe de ações diferenciadas ou a transformação do capital excedente em um bloco só de golden share, a instituição de uma “holding de fachada” ou mesmo fazer um spin off de parte da companhia. Lula talvez tenha razão em alguns pontos que ele deduziu. A pílula de veneno é um bom invento, tudo bem. Mas para quem entra na companhia, sabendo as regras desde a decisão de capitalização. Quem está dentro com um caminhão de ações é “takeoverizado” na marra, na forma mais hostil existente no mercado.
O discurso de Lula de “estatizar” a Eletrobras é velho e desinformado. A privatização com o modelo de public company, com uma pitada de golden share é o estado da arte. Faltam ao presidente as lições do professor Octávio Gouvea de Bulhões, ex-ministro da Fazenda, para quem não sabe ou não se lembra. Dizia o sábio professor: “O mercado de ações é um instrumento de democratização e não de concentração do capital. Quanto mais pessoas forem acionistas, melhor, porque amplia a base do mercado. Eu criaria uma lei para que fossem dadas, sob a forma de bonificação, ações a todos os trabalhadores de empresas que tivessem um porte compatível com esse programa.” Bulhões, com palavras mais escorreitas, definiu o modelo e a intenção da “pílula de veneno” – expediente que limita as decisões da empresa a um percentual de ações até certo patamar.
A medida foi adotada justamente para pulverizar a base do capital acionário e evitar que um grupo detentor de um número de ações maior assuma o controle e faça do comando da companhia um feudo similar ao que é visto em várias estatais, cuja governança responde mais aos grupos de interesse do que às verdadeiras prioridades da corporação. A governança de qualquer empresa decente tem de ser profissional. Ponto. Além do mais, a Eletrobras é uma empresa madura, o governo está sem recursos e, portanto, sem condições de investimentos. E mais: o Estado possui instrumentos regulatórios que podem corrigir a rota da empresa – estratégica, sem dúvida – caso seja necessário.
Em tempo: há uma questão que Lula traz à tona e o RR não sabe responder. A parte excedente aos 10% das ações permitidos seguirão recebendo dividendos similares ou haverá também uma “pílula de veneno” para a remuneração dos acionistas? O discurso de reestatização da Eletrobrás soa tão inconveniente como as loas a Nicolau Maduro e a sua “democracia incompreendida”. Mas pode até ser que no varejo Lula tenha algumas pequenas questões pertinentes.

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O ceifador de lojas da Tok & Stok
9/06/2023Há pouco mais de um mês no cargo, o novo CEO da Tok & Stok, Roberto Szachnowicz, já chegou com uma navalha em cada mão. Uma de suas principais missões deverá ser a condução de um plano de fechamento de lojas da rede, que atravessa uma delicada situação financeira, com dívidas da ordem de R$ 600 milhões. A julgar pelo seu currículo recente, é a especialidade de Szachnowicz. Até demais. Durante a sua passagem pela presidência da Etna, a varejista de móveis e artigos de decoração fechou suas portas de vez.

Empresa
O novo papel da Oji Holdings no Brasil
6/06/2023Circula, entre um petit comité da indústria de papel e celulose, a informação de que a japonesa Oji Holdings estuda instalar uma fábrica no Brasil. O foco seria a produção de papel tissue. Ressalte-se que o grupo nipônico chegou a disputar a compra dos ativos da Kimberly-Clark no Brasil, mas a Suzano venceu o duelo. A OJi, não custa lembrar, é a maior acionista da Japan Brazil Paper and Pulp Resources. Trata-se do conglomerado de empresas japonesas que controla a Cenibra, fabricante de celulose com mais de 1,2 milhão de toneladas de capacidade instalada.

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Weg pega carona na Great Wall para crescer no mercado chinês
5/06/2023A Weg Motores e a montadora Great Wall Motors (GWM) negociam a possibilidade de replicar na China a parceria firmada no Brasil. Ou seja: a companhia brasileira passaria a fornecer equipamentos de recarga para os carros elétricos produzidos pela GWM no país asiático. O acordo representaria um considerável salto na operação da Weg na China, onde já tem quatro parques fabris. Ao pegar carona com a Great Wall, a multinacional brasileira poderá montar uma posição estratégica no maior mercado de veículos elétricos do mundo. Somente no primeiro trimestre, mais de 1,5 milhão de carros movidos a eletricidade foram emplacados na China, o equivalente a 59% de todas as vendas globais no mesmo período. O RR entrou em contato com a Weg, mas a empresa não quis se pronunciar.
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A Escolha de Sofia da Cimed
5/06/2023Os acionistas da Cimed, à frente o empresário João Adibe Marques, têm discutido caminhos para a capitalização da companhia. Há dois cenários sobre a mesa: um IPO em bolsa ou a venda direta de uma participação para um investidor. No momento, a balança pende levemente para essa segunda opção. Como se não bastasse as condições adversas do mercado para uma oferta de ações, a Cimed tem despertado o interesse de fundos de private equity. Ressalte-se que, nos últimos meses, a empresa tem feito ajustes em sua governança que indicam uma mudança na estrutura de capital. O movimento mais contundente neste sentido foi a nomeação de um “forasteiro”, o executivo Nicola Callichio, para a presidência do Conselho, em substituição ao próprio Adibe Marques.

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Marketplace da Americanas perde fôlego após fraude contábil
1/06/2023A crise financeira da Americanas está afetando a sua operação de marketplace, um dos negócios mais rentáveis do varejo. Segundo o RR apurou, desde o estouro da fraude contábil, em janeiro, a rede varejista teria perdido mais de 10 mil sellers, como são chamados os parceiros comerciais. Em termos absolutos pode parecer um ferimento leve: a Americanas ainda reúne cerca de 140 mil vendedores em sua plataforma. No entanto, em termos proporcionais, o corte é bem mais profundo: nos primeiros cinco meses do ano, as vendas do marketplace caíram cerca de 30% em relação a igual período em 2022. Consultada, a Americanas não se pronunciou.
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Grupo Mateus traça os novos números da sua expansão no Nordeste
31/05/2023O Grupo Mateus avança a todo vapor no Nordeste. A rede varejista maranhense tem planos de abrir mais sete lojas em Pernambuco e outras seis na Bahia até o próximo ano. Atualmente, o grupo soma 238 pontos de venda, entre supermercados e o modelo atacarejo. A meta ousada dos controladores é duplicar esse número até 2025. O fôlego para a expansão vem do IPO realizado em 2020, quando o Grupo Mateus captou R$ 4,6 bilhões. Os acionistas da companhia são conhecidos no setor por aversão a fazer dívida. O Mateus tem um dos menores níveis de alavancagem entre todas as empresas de capital aberto do Brasil: a relação dívida líquida/Ebitda é de 0,1, uma poeira no balanço.
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Startup chilena mira o varejo no Brasil
31/05/2023A startup chilena Almacén Gurú prepara-se para entrar no Brasil. Trata-se de uma plataforma B2B, voltada à gestão e reposição de estoques de redes varejistas. A empresa tem mantido conversas com fundos de venture capital, inclusive brasileiros, para uma nova rodada de aportes, com o objetivo de financiar seu projeto de expansão internacional. Na capitalização mais recente, no ano passado, a companhia levantou cerca de US$ 4 milhões. O ingresso no Brasil será o movimento mais contundente da startup chilena no mercado latino. Até o momento, a Almacén Gurú já se instalou no Peru e no México, onde montou uma rede com mais de nove mil parceiros comerciais no varejo
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Cade quer respostas sobre os desinvestimentos da Compass
31/05/2023O Cade vai cobrar da Compass, leia-se Cosan, um prazo para a venda de parte dos seus ativos em distribuição de gás no Nordeste. Entre os conselheiros do órgão antitruste, há um entendimento de que a empresa está postergando deliberadamente o cumprimento do acordo firmado com o órgão para a aquisição da Gaspetro junto à Petrobras, no ano passado. Como condicionante à aprovação do negócio, a Compass se comprometeu a vender 12 das 18 distribuidoras. Já negociou, mas, na semana passada, ao responder consulta do próprio Cade, saiu pela tangente e não definiu um prazo para a alienação das cinco restantes. A história é ainda mais enroscada. A insatisfação dos conselheiros do órgão com a postura da empresa de Rubens Ometto é alimentada também pela tortuosa negociação para a venda das participações nas distribuidoras de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. A Compass firmou um acordo de venda com a Infra Gás e Energia, mas, sem qualquer explicação, tem postergado indefinidamente a conclusão do negócio. A ponto da própria Infra tem entrado com uma representação junto ao Cade. Consultada, a Compass não quis comentar o assunto.

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Pátria Investimentos entra na fila do caixa do Hortifruti
30/05/2023Há informações no mercado de que o Pátria Investimentos abriu conversações com a Americanas para a compra do Hortifruti Natural da Terra. A empresa de Jorge Paulo Lemann e cia. está pedindo cerca de R$ 2 bilhões pelo ativo, basicamente o que pagou para comprar a rede de supermercados há menos de dois anos. O Pátria tem enfileirado aquisições na área de varejo. A gestora já controla quatro cadeias supermercadistas – a Boa Supermercados, de Jundiaí (SP), Superpão, do Paraná, Germânia, em Santa Catarina, e a Avenida, no interior de São Paulo. No setor, há relatos também do interesse do Pátria na CSD (Companhia Sulamericana de Distribuição), rede de lojas do Paraná, controlada pelas famílias Nogaroli e Cardoso e pela inglesa Actis. Consultados, Pátria e Americanas não quiseram se manifestar.
Com 80 lojas, o Hortifruti tem um faturamento anual da ordem de R$ 1,6 bilhão. A eventual venda para o Pátria Investimentos engrossaria a lista dos controladores pesos-pesados da companhia. Antes de pertencer a Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, a rede varejista foi da gestora suíça Partners Group. E, uma etapa antes, foi controlada pela dobradinha Paulo Guedes e Julio Bozano.

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Petroleira indiana pretende investir em transição energética no Brasil
29/05/2023A Bharat Petroleum, uma das maiores petroleiras da Índia, sinalizou a autoridades brasileiras o interesse em investir também em projetos de geração renovável no Brasil, a começar por hidrogênio verde. Os aportes da estatal seriam feitos no âmbito do projeto do governo de indiano de desembolsar mais de US$ 2 bilhões para incentivar a produção de energia verde em outros países. O Brasil, com a sua vocação natural para o negócio, é candidatíssimo a receber parte da bolada. A Bharat Petroleum já tem operações no Brasil. No ano passado, anunciou um investimento de US$ 1,6 bilhão em exploração e produção de petróleo no país. A empresa é dona de 40% do campo BM-Seal-11, na Bacia de Sergipe-Alagoas.

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Twitter prepara mais demissões no Brasil
29/05/2023A rádio-corredor do Twitter no Brasil informa: há um forte burburinho de que a companhia fará novas demissões no país. No fim do ano passado, a plataforma cortou aproximadamente 150 funcionários no país, dentro de um processo global de downsizing que já custou mais de quatro mil postos de trabalho. Não é uma exclusividade do Twitter. Na semana passada, a Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, também fez uma série de cortes no Brasil. Consultado, o Twitter não se manifestou.

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Mais um gigante asiático do e-commerce chega ao Brasil
29/05/2023Mais uma grande plataforma asiática de e-commerce prepara sua entrada no Brasil. No rastro da Shein, Shopee e Aliexpress, a chinesa Banggood fez chegar a autoridades brasileiras o interesse de montar uma operação no país. Calejada pela recente crise entre suas concorrentes e o governo, a companhia já iniciou, inclusive, um trabalho de aproximação diplomática com o Ministério da Fazenda, acenando com investimentos. A Banggood fala em montar, na partida, dois grandes centros de distribuição no país. A companhia já vende para clientes brasileiros desde 2014, valendo-se do mesmo expediente por todas as grandes plataformas do setor: milhões de pacotes enviados da China que surfam na incapacidade da Receita Federal de monitorar e fiscalizar essa torrente de encomendas.
Além de afagar o governo, com promessas de investimentos, o desembarque presencial da Banggood no Brasil talvez tenha de ser acompanhado também de ações para melhorar seu capital reputacional entre os próprios clientes. No site Reclame Aqui, por exemplo, a empresa tem uma avaliação de apenas 4,2 (de uma escala que vai de um a dez) e soma somente 31% das queixas resolvidas. Para efeito de comparação, a Shein tem um índice de solução de 68% e um rating de 5,9 entre os consumidores.
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O mapa da mina da Aguia Resources no Brasil
26/05/2023A mineradora australiana Aguia Resources Limited está garimpando direitos minerários de potássio e fosfato no Brasil. A empresa mira em Minas Gerais e Bahia. A companhia já tem um pé no Brasil: explora uma jazida de fosfato em Lavras do Sul (RS), com reservas estimadas em mais de cem milhões de toneladas. A Aguia Resources possui ainda um depósito de fosfato na Paraíba, com cerca de 55 milhões de toneladas, e busca parceiros para desenvolvê-lo

Destaque
Petrobras registra vazamento de óleo na Região dos Lagos
25/05/2023O RR recebeu, há cerca de uma hora, a informação de um vazamento de óleo em instalações da Petrobras na cidade de Arraial do Cabo, mais precisamente na Praia do Pontal. O assunto é tratado com gravidade pelas autoridades da Região. Em contato agora há pouco com o RR, a Petrobras confirmou que “foram identificados resíduos de material oleoso em algumas praias do município de Arraial do Cabo (RJ).” A empresadiz que “recolheu as amostras e encaminhou para análise da procedência do material oleoso.” A Petrobras afirma que “está realizando limpeza da área atingida, mesmo que não haja confirmação da origem do material.” Em meio às discussões sobre a Margem Equatorial, era tudo o que não podia acontecer para a companhia.
ATUALIZAÇÃO (18h23): A Petrobras procurou o RR para prestar esclarecimentos adicionais. A empresa informou que “ainda não há confirmação desse vazamento ser da Petrobras.”. A companhia informa também que “não possui instalação em Arraial do Cabo.”

Destaque
BRK Ambiental pode ser o passaporte de entrada da Votorantim no saneamento
25/05/2023A Votorantim estaria em conversações com a Brookfield para a compra da sua participação de 70% na BRK Ambiental. Trata-se de uma operação estimada em aproximadamente R$ 6 bilhões, tomando-se como base o valuation da companhia para o IPO que seria realizado no ano passado e acabou engavetado. Na ocasião, os 100% da BRK foram precificados em torno de R$ 9 bilhões. No caso da Votorantim, o M&A representaria a entrada dos Ermírio de Moraes na área de saneamento, um passo a mais no acelerado processo de diversificação dos negócios do conglomerado. A julgar pelos movimentos recentes, há uma considerável possibilidade de o grupo investir no setor de mãos dadas com um parceiro ainda mais parrudo. Nos últimos tempos, a Votorantim tem se notabilizado por se associar a grandes investidores internacionais. Uniu-se ao Temasek, o trilhardário fundo soberano de Cingapura, para negócios em saúde, educação e tecnologia. Ao lado da canadense CPP Investments, criou a Auren, empresa de energia renovável. A própria CPP, por sinal, já tem um pé no setor de saneamento: está entre os maiores acionistas da Iguá. Como não poderia deixar de ser, os protagonistas do enredo se esquivam. Perguntada, a Votorantim diz que “não comenta especulações de mercado.” A Brookfield também não quis se pronunciar. O fato é que não é de hoje que os canadenses buscam uma porta de saída da BRK Ambiental. A princípio, seria por meio do IPO. Desde o fim de 2022, após a suspensão da abertura de capital, a Brookfield passou a oferecer sua participação no mercado. De acordo com a mesma fonte, mantém tratativas também com fundos de investimentos internacionais. A BRK é umas grandes holdings de saneamento do país. Presente em 13 estados e em mais de 100 municípios, teve uma receita líquida da ordem de R$ 4,5 bilhões e um Ebitda da ordem de R$ 1,2 bilhão no ano passado.

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Eneva busca um parceiro de alta voltagem para a transição energética
25/05/2023Além de grupos da área de energia, a Eneva vem mantendo conversações com grandes gestoras internacionais em torno de uma possível associação em geração renovável. De acordo com uma fonte próxima ao grupo, do outro lado da mesa estão nomes como a BlackRock, o potentado norte-americano da área de private equity, que tem um fundo da ordem de US$ 5 bilhões para o setor de energia, e a inglesa Actis, já com investimentos no Brasil, mais precisamente na Ômega Energia. A Eneva pretende vender uma participação minoritária de sua plataforma de ativos em geração eólica e solar.
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Brasil entra no mapa de expansão internacional da colombiana Klaxen
25/05/2023A colombiana Klaxen, fabricante de produtos de limpeza, prepara sua entrada no Brasil. Segundo um alto executivo de uma grande rede de supermercados, representantes da empresa já têm mantido contatos com empresas varejistas no país para “vender” seu peixe. A briga é dura: a Klaxen terá adversários pesos-pesados, como as multinacionais Unilever e P&G, com as quais já está acostumada a concorrer na Colômbia, e marcas nacionais, como a Minuano, pertencente ao conglomerado de marcas da J&F, dona da JBS. O Brasil é um dos pontos cardeais do processo de internacionalização da empresa colombiana. Com faturamento anual em torno de US$ 2,5 bilhões, a Klaxen está entrando nos Estados Unidos e prepara também seu desembarque no México.
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As diversas linhas cruzadas da Telebras
25/05/2023A Telebras, ao que parece, tem mil e uma utilidades. Em Brasília, circulam informações de que o governo estuda usar a estatal para absorver parte das operações da Oi, em uma engenharia para evitar a interrupção de serviços da empresa.
A possível utilização da Telebras para incorporar os eventuais despojos da Oi, que atravessa sua segunda recuperação judicial, coincide com uma turbulenta troca de comando na estatal. Na prática, é como se o contestado Juscelino Filho, do União Brasil, já tivesse sido degolado do Ministério das Comunicações. O RR apurou que a escolha de Frederico de Siqueira Filho, atual diretor de vendas corporativas da Oi Soluções, para o comando da estatal passou ao largo de Juscelino. A indicação é atribuída a Cezar Alvarez, uma espécie de eminência parda da área de Comunicações. Alvarez, que participou da equipe de transição, foi assessor direto da Presidência da República no primeiro mandato de Lula e secretário executivo da Pasta das Comunicações na gestão de Dilma Rousseff. Por sinal, é tido como forte candidato a assumir o Ministério no lugar de Juscelino, que há meses balança no cargo.
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Império coloca um pedaço do seu capital na vitrine
24/05/2023O empresário Richard Saunders cogita vender um pedaço do capital da Império, rede varejista sediada em Pernambuco. Há conversas preliminares com fundos de investimento. Trata-se de um Plano B diante do frustrado projeto de IPO da companhia. A oferta de ações em bolsa estava prevista para 2020, mas a pandemia abalroou as pretensões de Saunders. A ideia era retomar a operação neste ano, No entanto, o empresário deparou-se com a tempestade perfeita: as condições adversas do mercado potencializadas, no caso específico, pela crise do varejo, na esteira das fraudes contábeis da Americanas.
A chegada de um novo sócio daria fôlego para a Império avançar no seu projeto de expansão. Os planos, ao que parece, travaram. A meta era chegar a 50 lojas no fim de 2022. Por ora, o grupo estacionou nas 39, com faturamento total na casa dos R$ 700 milhões. Richard Saunders conhece bem os dois lados da moeda no varejo. Esteve à frente de um negócio bem-sucedido, como fundador da rede Eletroshopping. Ao vender a empresa, acabou embarcando em uma canoa furada, ao se tornar sócio da Máquina de Vendas/Ricardo Eletro.

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Aumento da alavancagem acende sinal de alerta na Randon
23/05/2023O Grupo Randon elegeu como prioridade o alongamento do perfil da sua dívida. O conglomerado industrial deverá buscar os principais credores financeiros para uma renegociação dos prazos. Em março, a relação dívida líquida/Ebitda chegou a 1,6. A distância, pode soar como um número palatável, mas não para o conservadorismo com a que a família Randon costuma administrar seu caixa. Em dezembro, por exemplo, o passivo de curto prazo representava apenas 1,08 o Ebitda. Na média do Grupo Randon, esse múltiplo sempre esteva abaixo de 1,2 vez ao longo dos últimos três anos. Como se não bastasse, o aumento da dívida com vencimento em 12 meses veio acompanhado de uma alta das despesas financeiras, como reflexo dos juros elevados. No primeiro trimestre deste ano, por exemplo, o custo do endividamento subiu 10% em relação ao mesmo período em 2022.
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Flixbus busca parceiros para operar ônibus elétricos no Brasil
23/05/2023A alemã Flixbus, startup de transporte rodoviário, teria planos de fechar parcerias com empresas de energia no Brasil. O objetivo é instalar centrais de recarregamento em suas principais rotas para operar com ônibus elétricos no país. Os veículos podem fazer uma viagem de seis a sete horas – ou seja, uma rota Rio-São Paulo – com uma recarga. A Flixbus, que concorrente diretamente com Buser e outras startups do gênero, chegou ao Brasil em 2021, com um plano de investimentos da ordem de US$ 100 milhões em cinco anos. O unicórnio alemão já recebeu mais de US$ 700 milhões em aportes de grandes fundos de venture capital global, como General Atlantic, Permira, Blackrock e SilverLake. Na última capitalização, seu valuation foi estimado em US$ 3 bilhões.

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Brasil retorna ao mapa de investimentos da Huawei
22/05/2023A Huawei deverá investir cerca de R$ 500 milhões na expansão de suas fábricas no Brasil, em Jundiaí (SP) e a Manaus. A companhia vai ampliar a produção de antenas e outros equipamentos para 5G, além de componentes para banda larga e fibra ótica. O desembolso pode ser creditado na conta da aproximação diplomática entre Brasil e China e do mosaico de acordos que vêm sendo costurados entre os governos Lula e Xi Jinping. Durante a gestão Bolsonaro, a Huawei encontrou um território extremamente hostil no Brasil e quase foi proibida de fornecer equipamentos para a tecnologia 5G. À época, a empresa foi tratada como uma ameaça à segurança da informação no Brasil, uma reprodução do discurso do então presidente Jair Bolsonaro.

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Bancos podem assumir participação no capital da Marisa
22/05/2023A família Goldfarb, controladora da Lojas Marisa, abriu conversações com os bancos credores sobre a possível conversão de dívidas em participação no capital da rede varejista. Com um passivo de R$ 600 milhões, a proposta surge como uma tentativa da companhia de evitar o que hoje é praticamente inevitável: uma recuperação judicial. A transformação de debt em equity seria uma maneira de contornar a posição pouco maleável dos bancos em relação à renegociação dos valores e dos prazos de pagamento das dívidas. Entre os maiores credores da Marisa estão o Banco Fibra, da família Steinbruch, e o Safra. Este último, segundo uma fonte envolvida nas negociações, é quem tem se mostrado mais inflexível nas conversações com os acionistas da Marisa e seus advisers, como a BR Partners e a Galeazzi Associados. Pudera! O Safra figura também entre os maiores credores da Americanas, correndo o risco de levar um calote de R$ 2,5 bilhões – o banco, ressalte-se, já provisionou metade desse valor no seu balanço.
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Editoras voltam a sofrer com inadimplência da Saraiva
22/05/2023Há relatos no mercado editorial de que a Saraiva voltou a atrasar o pagamento de fornecedores. Segundo uma fonte do setor, nos últimos dias grandes editoras teriam, inclusive, recolhido livros de estoques e das lojas físicas da companhia. Em contato com o RR, a empresa confirmou o atraso no pagamento, alegando se tratar de “uma questão pontual” e que “acontece no âmbito pós concursal, ou seja, pós RJ.” Disse ainda que “todos os compromissos firmados no Plano de Recuperação Judicial estão sendo cumpridos.” A Saraiva garantiu “que o recolhimento dos livros se restringe a lojas onde as atividades estão sendo descontinuadas”. Entre 1º de março e 3 de abril, a Saraiva fechou mais seis pontos de venda, no Nordeste, São Paulo e Rio Grande do Sul.
Os resultados recentes da Saraiva aumentaram a apreensão no mercado. No primeiro trimestre deste ano a empresa teve um prejuízo de R$ 17,5 milhões, inferior às perdas registradas entre janeiro e março de 2021 (R$ 21 milhões). Em contrapartida, teve um Ebitda negativo de R$ 8 milhões, contra R$ 1,8 milhão positivos no primeiro trimestre de 2022. Em recuperação judicial, a Saraiva ainda carrega uma dívida de mais de R$ 300 milhões.

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A Vale é bem maior do que seus números da superfície revelam
19/05/2023É difícil saber o que a Vale tem feito para ampliar o seu arsenal mineral. Está fazendo pesquisas? Em que áreas? Há descobertas novas? A companhia divulga de forma meio mequetrefe o seu estoque de reservas medidas e inferidas. Historicamente, a empresa sempre deteve áreas geológicas riquíssimas. Não houve nada que tenha feito isso mudar. A Vale tinha uma subsidiária, a Docegeo, voltada exclusivamente para a pesquisa e prospecção mineral. Foi extinta há exatos 20 anos. Era uma espécie de “mini CPRM” – Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais – só que com um portfólio de maior valor. Ficavam na Docegeo os alvarás de pesquisa, ou seja, a subsidiária funcionava como responsável pelas atividades geológicas e uma espécie de banco das potenciais jazidas da companhia. No intervalo entre os anos 70 e 90, a companhia atualizava duas a três vezes por ano descobertas e investimentos, através de comunicados e entrevistas à imprensa.
Lá nos idos da privatização da Vale, o histórico ex-presidente da empresa, Eliezer Batista, se levantou contra o modelo de venda em função da precificação indevida desses ativos. Na época dizia-se que somente as jazidas da companhia somavam R$ 100 bilhões, enquanto a mineradora foi privatizada por “somente” R$ 3,3 bilhões. Só para se ter um aperitivo dessa riqueza, apenas em Carajás a Vale tem grandes reservas inferidas de quase todos os minérios mais relevantes. No agregado, certamente elas são maiores e mais valiosas do que as pertencentes a qualquer outra empresa no Brasil, à exceção da Petrobras. Duvida-se que essa fortuna esteja contida no valor de mercado da companhia ou mesmo seja auditada nos seus balanços sociais. Aliás, quanto vale esse estoque? E por que a empresa, que atualiza seus dados minerais na CVM e na SEC, não divulga oficialmente os valores do seu maior ativo, aquele que está guardado debaixo da terra? Métodos para aferição existem. É só fazer conta. O RR encaminhou uma série de perguntas à Vale e fez seguidos contatos com a companhia, mas não teve retorno até o fechamento desta matéria.

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Tereos semeia sua porção de venture capital no Brasil
18/05/2023A francesa Tereos reservou cerca de R$ 30 milhões para investimentos em startups no Brasil. Num momento em que o setor de venture capital atravessa um deserto do Saara financeiro não é pouca coisa. A empresa, um dos maiores produtores de açúcar e etanol do mundo, busca soluções para aumentar a produtividade de seus canaviais. O setor sucroalcooleiro ainda sofre os efeitos da sua “pandemia” particular, leia-se a forte estiagem registrada em 2021, que causou severos danos nas principais áreas produtoras do país. Na safra passada, os franceses planejavam renovar cerca de 35 mil hectares de lavouras, mas, dessa vez, foram as chuvas que atrasaram o processo.
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Fundição Tupy só tem olhos para a América
18/05/2023A Fundição Tupy planeja, para este ano, o grande passo do seu processo de internacionalização: a compra de um ativo nos Estados Unidos. A empresa já avalia alguns fabricantes de componentes de ferro fundido locais. A existência de uma operação industrial nos Estados Unidos daria suporte ao acordo firmado entre a Tupy e fabricantes de caminhões pesados norte-americanos, um negócio da ordem de R$ 650 milhões em receita/ano. A primeira entrega de componentes está prevista para o ano que vem e, a princípio, seria atendida pelas operações da empresa no México.

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Alibaba faz um afago de alguns milhões ao governo brasileiro
17/05/2023O Alibaba subiu o sarrafo dos seus investimentos no Brasil. O grupo chinês de e-commerce sinalizou a autoridades do governo o projeto de construir 12 centros de distribuição no Brasil até 2025, três a mais do que o inicialmente previsto. Os investimentos do Alibaba no país devem passar dos US$ 300 milhões. As cifras podem ser atribuídas ao trabalho diplomático que tem sido feito em bloco pelas grandes plataformas chinesas de e-commerce para aparar as arestas com o governo Lula, após o imbróglio do possível aumento da tributação de compras feitas em sites no exterior.

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Fabio Faria pode estar num dos próximos tweets de Elon Musk
16/05/2023O ex-ministro das Comunicações, Fabio Faria, hoje à frente da área de Relações Institucionais do BTG, estaria cotado para assumir o comando do Twitter no Brasil. O cargo encontra-se vago desde março, quando a executiva Fiamma Zarife deixou a empresa. Faria tem notória proximidade com Elon Musk, dono do Twitter, a começar por questões de ordem ideológica. Foi um dos articuladores da visita de Musk ao Brasil e do seu encontro com Jair Bolsonaro, em maio do ano passado. Notabilizou-se também por costurar uma parceria entre o governo brasileiro e a Starlink, a companhia de conectividade por satélite do empresário sul-africano. Ainda no cargo, chegou a visitar a sede do grupo, na Califórnia. À época, houve pressões do Ministério das Comunicações sobre a Anatel para acelerar a autorização à operação dos satélites da Starlink no país. Diante de tantas trocas de afagos, no fim do governo Bolsonaro, houve rumores de que Faria poderia comandar a operação da própria Starlink no Brasil. O ex-ministro acabou no BTG. Talvez seja apenas um rito de passagem.

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Acionistas fundadores vão diluir sua participação na Tok & Stok
16/05/2023O RR apurou que o casal Régis e Ghislaine Dubrule, fundadores e acionistas da Tok & Stok, não deverá acompanhar o aporte de capital do Carlyle. No mercado, o movimento já é visto como um preâmbulo da futura saída de ambos do negócio. Com a capitalização, a participação acionária de Régis e Ghislaine, hoje de 40%, deverá cair para menos de 30%. O Carlyle – acionista majoritário da rede varejista, com 60% – informou aos bancos credores que vai injetar cerca de R$ 100 milhões na companhia. O aporte tem como maior objetivo, neste momento, afastar a ameaça de uma recuperação judicial, hipótese que está na mesa dos acionistas da Tok & Stok, conforme o RR já informou.

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Bancos credores estudam tomar parte do capital da Amaro
15/05/2023Os controladores da Amaro – os empresários Dominique Oliver, Ludovico Brioschi e Roberto Thiele – parecem dispostos a seguir a velha máxima de “entregar os anéis para não perder os dedos”. Há conversações com os bancos credores em torno da possível conversão de debt em equity, com a consequente entrada das instituições financeiras no capital da rede varejista de moda. Entre os principais credores estão Itaú, Santander e BTG. A Amaro entrou em recuperação extrajudicial com um passivo da ordem de R$ 240 milhões. Desse total, mais de R$ 150 milhões correspondem a dívidas bancárias. Itaú, Santander, BTG somam aproximadamente 70% desse valor. Ou seja: o futuro da Amaro passa obrigatoriamente por essa trinca bancária.
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GM estuda demissões em São José dos Campos
15/05/2023O chão de fábrica está fervendo na General Motors em São José dos Campos. Segundo o RR apurou, a direção da montadora no Brasil discute a retomada das demissões na fábrica. Na primeira semana de março, a GM chegou a iniciar um processo de dispensas, suspenso, de forma temporária, após um acordo com o sindicato dos metalúrgicos. No entanto, os executivos da GM consideram os cortes inevitáveis, como forma de readequar os níveis de produção. Ressalte-se que os ânimos já estão exaltados em São José dos Campos, assim como em São Caetano do Sul. Os trabalhadores das duas fábricas da GM iniciaram um movimento de paralisação por discordarem da proposta de Participação nos Lucros e Resultados apresentada pela companhia. Procurada, a GM não se manifestou.

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Águas do Brasil quer beber na fonte do BNDES
15/05/2023A Águas do Brasil vem mantendo tratativas junto ao BNDES em torno de um empréstimo. Os recursos seriam usados fundamentalmente para refinanciar o empréstimo-ponte fechado com um pool de bancos em 2021 para o pagamento da outorga do bloco 3 da Cedae, arrematado por R$ 2,2 bilhões. A Águas do Brasil tem estudado outros caminhos para a repactuação desse passivo, como uma nova emissão de dívida ou o lançamento de debêntures. No entanto, as condições não vêm se mostrando as mais propícias. O financiamento do BNDES daria tempo ao tempo para a companhia adiar a ida ao mercado e manter o cronograma de investimentos. Procurada pelo RR, a empresa não quis se pronunciar.

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Os novos planos do St Marche
12/05/2023A rede de supermercados St Marché engavetou, por ora, seus planos de IPO, que vêm e voltam e voltam e vão desde 2021. A abertura de capital interessaria, particularmente, ao fundo norte-americano L Catterton, que enxerga a oferta em bolsa como porta para a venda de uma parcela da sua participação. No momento, a palavra de ordem no St Marché é engordar sua operação – e consequentemente seu valuation. Com 29 lojas em São Paulo e um faturamento superior a R$ 1 bilhão por ano, a rede tem como meta chegar a 45 estabelecimentos até o fim de 2025. Em contato com o RR, a empresa afirma que no momento está “focando esforços no crescimento orgânico. Inclusive, no final do mês temos uma nova loja em Santos”.
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Carlos Wizard perde o apetite pela IMC
12/05/2023O empresário Carlos Wizard Martins e seus filhos estariam se movimentando para vender sua participação na IMC (International Meal Company), holding que reúne 16 marcas de redes de restaurante em quatro países. O clã soma 18,6% do capital – atrás apenas da UV Gestora, maior acionista, com 28,9%. A relação entre Martins e a empresa não é das mais azeitadas. Em 2021, as partes protagonizaram uma discussão arbitral da ordem de R$ 85 milhões envolvendo a operação, pela IMC, das marcas Pizza Hut, KFC e Taco Bell no Brasil – originalmente, os direitos pertencem ao Grupo Sforza, de Wizard. Talvez tenha chegado a hora do empresário pedir a conta. Pelos mais diversos motivos. Tomando-se como base o valor de mercado da IMC, a participação dos Wizard no capital gira em torno de R$ 110 milhões. Em uma conta rápida, daria, por exemplo, para pagar 46% da cobrança judicial de R$ 266 milhões que a Alpargatas está fazendo contra Carlos Wizard. A companhia acusa o empresário de não ter quitado o pagamento das parcelas referentes à compra da Topper na Argentina, fechada em 2018.

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Americanas aumenta o número de lojas no “corredor da morte”
11/05/2023O RR apurou que a direção da Americanas discute o fechamento de aproximadamente 120 lojas até o fim do ano. São 50 unidades a mais do que o número inicialmente estimado pela rede varejista para minimamente equilibrar os custos operacionais. A guilhotina é geral: incluiria pontos de venda de rua, em shoppings e estabelecimentos no conceito Express, de menor porte. O número equivale a cerca de 6% do total de lojas da bandeira Americanas. Desde o estouro da fraude contábil, em janeiro, a empresa já desativou 17 unidades. Procurada, a Americanas não quis se manifestar.

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ArcelorMittal busca mais parceiros no setor de energia
11/05/2023O acordo com a Casa dos Ventos, para um projeto de geração eólica de R$ 800 milhões no Ceará, foi apenas a primeira lufada. A ArcelorMittal pretende fechar outras parcerias para a produção de energia verde. A prioridade é por empreendimentos próximos aos sites da companhia siderúrgica no país, notadamente em Minas Gerais. Gradativamente a ArcelorMittal pretende “limpar” a maior parte da energia consumida por suas usinas no Brasil. De uma só tacada, o acordo com a Casa dos Ventos garantirá o equivalente a 38% das necessidades da siderúrgica até 2030.
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Sócios da família Setubal querem aumentar produção de celulose no Brasil
10/05/2023A austríaca Lenzing tem planos de aumentar sua produção de celulose solúvel no Brasil. A operação está dentro da LD Celulose, joint venture com a Dexco – leia-se a antiga Duratex, controlada pela Itaúsa. A fábrica, situada no Triângulo Mineiro, já está operando no limite da sua capacidade, de aproximadamente 500 mil toneladas/ano. A Lenzing tem interesse em aumentar o suprimento para suas fábricas na Europa. Pelo contrato firmado com a Dexco, o grupo austríaco compra a totalidade da produção da LD. A expansão da fábrica pode vir acompanhada de mais investimentos na aquisição de florestas no Brasil.
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CVC prepara capitalização para pagar credores
10/05/2023Os principais acionistas da CVC estão acertando os ponteiros para um aumento de capital até novembro. O aporte evitará a conversão de aproximadamente R$ 200 milhões em dívidas da companhia em participação societária, segundo acordo firmado com os credores. Segundo o RR apurou, a injeção de capital poderá passar dos R$ 150 milhões, acima portanto do piso de R$ 125 milhões acertado com os bancos e fornecedores. Metade do valor irá para o pagamento das dívidas da empresa de viagens. A CVC está reestruturando um passivo da ordem de R$ 1 bilhão.
Empresa
Montadora indiana acena com produção de motos elétricas no Brasil
10/05/2023O RR apurou que representantes da indiana Revolt Motors vêm mantendo conversações com o governo do Amazonas e, mais especificamente, com autoridades da Zona Franca de Manaus. A montadora tem planos de instalar uma fábrica de motos elétricas no Brasil. Na Índia, a Revolt se notabiliza não apenas como umas das três maiores empresas do segmento, mas, principalmente, pela produção de motos populares. Um dos modelos mais baratos de motocicleta elétrica da companhia custa o equivalente a R$ 6 mil.

Destaque
Petrobras estuda manter um pé na petroquímica com ressurreição da antiga Rio Polímeros
9/05/2023A Petrobras pode sair integralmente da Braskem, mas não da petroquímica. Entre os diferentes cenários contemplados pela direção da companhia está a ressurreição da Rio Polímeros – ou RioPol. Neste caso, a venda da participação da Petrobras na Braskem seria atrelada a um spin off das instalações do antigo Polo Gás Químico, localizado em Duque de Caixas (RJ). A estatal não apenas assumiria as instalações como voltaria a desenvolver a segunda geração a partir do site da velha RioPol, com capacidade instalada de 540 mil toneladas de polietileno por ano. Esse movimento poderia provocar uma guinada nos planos da Petrobras para a petroquímica, notadamente com o congelamento do Polo Gaslub, nada mais do que o rebrand do Comperj – um nome e um projeto que remetem a tempos escabrosos no compliance da estatal.
Em março deste ano, a empresa anunciou a assinatura de contrato com a Toyo Setal Empreendimentos para a conclusão das obras da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do complexo, instalado em Itaboraí (RJ). Ainda assim, os movimentos da gestão de Jean Paul Prates em relação ao Gaslub não têm sido assertivos. Trazem mais dúvidas do que certezas. Em fevereiro, durante reunião com lideranças do PT no Rio, entre quais os deputados Lindbergh Farias e Washington Quaquá, Prates acenou com a conclusão integral das obras, incluindo a implantação de unidades de produção de combustíveis e lubrificantes. O “anúncio” chegou a ser celebrado por Quaquá em um vídeo postado em suas redes sociais, no qual aparece ao lado do presidente da Petrobras. Mais recentemente, no entanto, em meados de abril, a Petrobras informou ao mercado que avalia mudar o escopo do Polo Gaslub, concentrando-se apenas na produção de insumos petroquímicos de segunda geração. Estima-se que somente esse projeto demandaria mais de US$ 2 bilhões em investimentos. Na ponta do lápis, faria mais sentido apostar e impulsionar um negócio já pronto e em operação, como o site da antiga Rio Polímeros – ainda que isso venha custar à Petrobras um deságio no valor de venda da sua participação na Braskem. Importante ressaltar que, do ponto de vista geográfico e político, o resultado seria o mesmo: a Petrobras garantiria investimentos e geração de emprego no Rio de Janeiro.
Há poucos projetos com tamanha capacidade de contar a história recente da indústria petroquímica brasileira quanto a antiga Rio Polímeros. Tal qual uma bola de fliperama, o projeto ricocheteou entre as diversas idas e vindas societárias do setor ao longo das últimas duas décadas. Quando inaugurada, em 2005, a RioPol tinha como sócios Unipar, Suzano, Petrobras/Petroquisa e BNDES. Em 2007, a estatal comprou a Suzano Petroquímica, automaticamente aumentando sua participação no empreendimento. Em 2008, a Rio Polímeros passou ao guarda-chuva da Quattor, criada a partir da associação entre a Unipar e a Petrobras. Essa configuração durou não mais do que dois anos. Em 2010, a Quattor foi comprada pela Braskem. Naquele mesmo ano, a Rio Polímeros acabaria incorporada pela própria Braskem, desaparecendo definitivamente como empresa para ser um site a mais entre os ativos da companhia.

Empresa
JSL quer encher sua boleia de startups
8/05/2023A JSL planeja se tornar gradativamente um hub de startups da área de logística. Há informações no mercado de que a empresa estaria em negociações para a compra de mais duas logtechs, que se juntariam à Truckpad, comprada no ano passado por R$ 10 milhões. A empresa da família Simões, um dos maiores grupos de logística da América Latina, pretende entrar pesado na oferta de serviços digitais a seus clientes. No momento, por exemplo, por meio exatamente da TruckPad, está montando uma plataforma que conecta contratos de transporte de carga a caminhoneiros autônomos. Também estão na mira sistemas inovadores de geoposicionamento e monitoramento, notadamente para mercadorias de maior valor agregado.

Empresa
Saúde da Hapvida depende da redução da alavancagem
5/05/2023A família Pinheiro, controladora da Hapvida, está obcecada em reduzir a alavancagem da companhia. A empresa de plano de saúde e gestão hospitalar vai chamar os principais bancos credores com o objetivo de alongar ainda mais o perfil da sua dívida. Os acionistas controladores querem reduzir a relação dívida líquida/Ebitda para próximo de uma relação um para um. Ressalte-se que os recursos amealhados com o recente follow on de R$ 1 bilhão, no qual a família Pinheiro entrou com R$ 360 milhões, já serão quase que integralmente utilizados para o abatimento do passivo de curto prazo, com uma diminuição estimada da relação dívida/Ebitda de 2,1 para algo em torno de 1,4. O clã considera a redução do nível de endividamento um fator importante para chacoalhar as expectativas do mercado. No intervalo de um ano, o market cap da Hapvida acumula uma queda de 67%.

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Minerva Foods quer um lugar à mesa no Oriente Médio
5/05/2023É grande o apetite da Minerva Foods pelo chamado mercado halal. A empresa estuda montar um centro de produção no Oriente Médio para atender aos países de população muçulmana, que tem padrões próprios par ao consumo de proteína animal. O projeto seria conduzido com parceiros locais. Ressalte-se que há cerca de três meses o CEO da Minerva, Fernando Galetti de Queiroz, esteve em Dubai, onde teria mantido contatos com potenciais investidores. Sob certo aspecto, a empresa vai seguir os passos da BRF, agora Marfrig, que tem uma fábrica na Arábia Saudita, com capacidade para produzir cerca de 50 mil toneladas de alimentos processados por ano.
Além da sua importância per si, a investida no mercado halal teria uma função geoeconômica para a Minerva: ajudaria a compensar, ao menos em parte, eventuais tremores no comércio com a China. No quarto trimestre do ano passado, por exemplo, a empresa teve um prejuízo de R$ 25 milhões (contra um lucro de R$ 150 milhões em igual período em 2021), pressionada pela queda da demanda chinesa. Os resultados do primeiro trimestre deste ano devem ser ainda mais fracos, devido ao recente embargo de Pequim à carne bovina brasileira, após a confirmação de um caso de “vaca louca” no Pará, em fevereiro.

Empresa
Weg quer produzir motores para carros elétricos na China
4/05/2023O plano da WEG de construir uma fábrica de baterias elétricas para veículos em Jaraguá do Sul (SC) é só o aquecimento. A empresa pretende fazer do projeto uma espécie de test driver para avançar na “eletrificação” de sua operação internacional, a começar pela Ásia. Segundo o RR apurou, a WEG pretende produzir baterias e sistemas de armazenamento de energia na China, onde já tem quatro fábricas. O país asiático é uma peça vital na estratégia da WEG de acompanhar a transição energética da indústria automobilística: trata-se do país que mais vende carros elétricos no mundo. No ano passado, foram quase seis milhões de automóveis, um aumento de 83% em relação a 2021.

Destaque
Petroleiros cobram de Jean Paul Prates a “desbolsonarização” da Petrobras
4/05/2023Há uma intentona em curso na Petrobras. Os petroleiros estão cobrando do presidente da companhia, Jean Paul Prates, a “desbolsonarização” da diretoria da estatal, leia-se a saída de executivos identificados como apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o RR apurou, o movimento, liderado pela FUP (Federação Única dos Petroleiros), exige a cabeça do diretor executivo de Exploração e Produção, Joelson Falcão Mendes. Cobra também a demissão de Carlos José Travassos, que comanda a diretoria de Desenvolvimento da Produção. Ambos estariam abrigando em suas respectivas diretorias executivos que teriam feito campanha internamente a favor da reeleição de Bolsonaro. Mais do que isso: os representantes dos petroleiros acusam alguns desses gestores de terem perseguido funcionários apoiadores do presidente Lula. Nos corredores da Petrobras circula, inclusive, uma lista com dez nomes, notadamente de gerente executivos, classificados como “bolsonaristas”. Em contato com o RR, a Petrobras disse, como não poderia deixar de ser, que “Não há qualquer intenção da companhia ou do presidente Jean Paul Prates de substituir os diretores executivos de Exploração e Produção, Joelson Falcão Mendes, e de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Carlos José Travassos.”. Garante também que não foi entregue “à companhia uma suposta lista de gerentes executivos, com base em seus posicionamentos políticos.” Pode até ser que a relação não tenha chegado formalmente à direção da empresa. O RR, no entanto, teve acesso à lista de dez nomes de gerentes executivos apontados como “bolsonaristas” e compartilhada no último fim de semana em grupos de WhatsApp de gestores da empresa. O RR fez também seguidas tentativas de contato com a FUP, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
A pressão maior recai sobre Joelson Mendes, que praticamente já assumiu o cargo com o status de “persona non grata” junto ao “chão de fábrica” da Petrobras. Mendes foi escolhido à revelia das lideranças sindicais. O nome de preferência dos petroleiros para a diretoria de Exploração e Produção sempre foi o do geólogo Guilherme Estrella, que ocupou o cargo nos governos de Lula e Dilma Rousseff. Os petroleiros não desistem: exigem de Jean Paul Prates a substituição de Mendes por Estrella. A ofensiva contra o atual diretor de Exploração e Produção cresceu, sobretudo, nos últimos dez dias. De acordo com uma das fontes ouvidas pelo RR, representantes da FUP foram cobrar de Mendes a saída de gerentes apoiadores de Bolsonaro. Teriam ouvido, como resposta, que não haverá caça às bruxas. Em alguns setores da empresa já é dada como certa a queda de Mendes “para o lado”. Ou seja: a direção da empresa já estaria avaliando uma “missão” para ele em uma subsidiária da Petrobras.
Independentemente das consequências, por si só a mobilização dos petroleiros contra os bolsões pró-Bolsonaro na estatal já refletem o aumento da força dos sindicatos com a volta do PT ao governo. Essa onda tem chegado às mais diversas praias. O sindicalista João Fukunaga, funcionário de carreira do Banco do Brasil, assumiu a presidência da Previ; o ex-deputado Decio Lima, também de origem sindical, foi o escolhido para comandar o Sebrae Nacional; o ex-presidente da CUT Vagner Freitas aterrissou na presidência do Conselho de Administração do Sesi. Na Petrobras, a FUP já cravou uma vitória que denota poder. A Federação teve um papel importante para brecar o aumento da remuneração da diretoria da Petrobras. A primeira proposta levada ao Conselho de Administração previa um reajuste de 44%. A repercussão negativa, potencializada pelas gestões políticas feitas por petroleiros, levou o governo a interferir e barrar o aumento. No fim, o índice ficou em apenas 9%.
Empresa
INPI sofre com restrições orçamentárias
4/05/2023O INPI está vivendo uma asfixia orçamentária. Os recursos previstos para este ano, da ordem de R$ 52 milhões, são insuficientes para cobrir os gastos com custeio e os programas de investimento em curso no Instituto, notadamente em infraestrutura tecnológica. Há riscos de paralisação de atividades ao longo do ano. Segundo o RR apurou, a diretoria do INPI dificilmente conseguirá escapar de medidas mais agudas para reduzir os custos. Uma das hipóteses seria o retorno à antiga sede na Praça da Bandeira, Zona Norte do Rio – prédio herdado da Embratur. Hoje, o Instituto ocupa um edifício comercial moderno na Rua Mayrink Veiga, no Centro da cidade. Somente as despesas com aluguel (R$ 8,4 milhões), condomínio (R$ 7,5 milhões) e manutenção (R$ 1,3 milhão) equivalem a 15% do orçamento total de 2023.

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CEO do Carrefour Brasil também vai para a guilhotina?
3/05/2023Nos corredores do Carrefour há um forte burburinho de que Stéphane Maquaire poderá deixar a presidência da empresa no Brasil. O executivo francês está no cargo há menos de dois anos – assumiu em setembro de 2021. Sua saída seria motivada, sobretudo, pela lentidão no processo de integração da rede Big, comprada em março de 2021. Além da demora, os custos operacionais para a incorporação estão acima das estimativas. A mudança de CEO seria o movimento mais agudo nas mudanças em série que vêm sendo feitas no alto escalão do Carrefour Brasil. Ao que parece, há uma insatisfação quase generalizada dos franceses com a gestão da subsidiária. Desde janeiro, quatro executivos já deixaram o grupo, entre os quais o então diretor financeiro, David Murciano, e Carlos Mauad, que ocupava a presidência do Banco Carrefour.

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Rede baiana pode sumir do mapa da Cencosud no Brasil
2/05/2023A chilena Cencosud estuda diferentes cenários para a rede Perini, um híbrido de delicatessen e rede de fast food baiana, adquirida em 2010. As propostas sobre a mesa, segundo o RR apurou, vão da venda do ativo a uma decisão radical, com o fechamento das últimas quatro lojas sobreviventes. Os movimentos mais recentes da Cencosud parecem apontar na direção dessa segunda hipótese: nos últimos três meses, os chilenos fecharam outras quatro unidades da marca, todos localizados em shoppings de Salvador.
De acordo com a fonte do RR, a Perini opera seguidamente no vermelho, e a aposta de seus controladores nos serviços de delivery não rendeu os resultados esperados. Às perdas financeiras soma-se o fato de que a rede baiana se torno um negócio pequeno demais e quase sem sentido no todo das operações dos chilenos no Brasil. Um dos maiores grupos varejistas da América do Sul, a Cencosud tem feito investimentos pesados, notadamente no “atacarejo”: no ano passado, desembolsou mais de R$ 500 milhões na compra da rede Giga, de São Paulo. O RR entrou em contato com a Cencosud, mas a empresa saiu pela tangente: “Só comentamos nossa estratégia de negócio por meio de comunicados públicos ao mercado.”

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Uber quer lançar seu serviço carros elétricos no Brasil
28/04/2023A Uber tem feito estudos para lançar no Brasil o seu serviço de veículos elétricos, o “Uber Green”. A operação já está disponível em 14 países. No caso do Brasil, uma das ideias em discussão na empresa é buscar parcerias com grupos da área de energia. A falta de estações de recarregamento das baterias no país é um dos maiores desafios. O outro é a ainda reduzida frota de automóveis dessa natureza. Estima-se que existam no Brasil pouco mais de 130 mil veículos com algum tipo de eletrificação, sendo que apenas 14 mil deles são 100% movidos a energia elétrica. Nesse caso, uma saída cogitada na Uber seria acordos com empresas de locação de automóveis para facilitar o acesso de motoristas cadastrados aos veículos. Ou seja: é muito fio que a plataforma ainda terá de encapar para lançar o Uber Green no Brasil. De qualquer forma, seria um ganho intangível de imagem enorme. É só imaginar a Uber posando de grande promotor da renovação da matriz energética do país.
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Fechamento de fábrica azeda relação entre Guararapes e o governo do Ceará
28/04/2023A recente decisão do Grupo Guararapes de fechar uma fábrica em Fortaleza tornou-se um ponto de fricção entre o governo do Ceará e o empresário Flavio Rocha. Segundo o RR apurou, o governador Elmano de Freitas (PT) tem feito pressão para que a companhia retome ao menos parte das atividades na unidade industrial. O estado usa dos instrumentos que tem à mão. Nos bastidores, há informações de que a Secretaria de Fazenda estaria passando um pente fino na situação fiscal da Guararapes. O objetivo seria checar se o conglomerado, dono das Lojas Riachuelo, tem pendências com o Fisco ou descumpriu as contrapartidas referentes aos incentivos fiscais que o estado concedia à fábrica. O fechamento da unidade foi um presente de grego de Flavio Rocha logo nos primeiros meses do governo de Elmano Freitas. A decisão representou mais de duas mil demissões. Ressalte-se que a Guararapes chegou a ter três fábricas em Fortaleza. Hoje, resta apenas uma.

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Mercado Livre aumenta sua munição na batalha contra asiáticos
26/04/2023O Mercado Livre tem planos de construir até cinco novos centros de distribuição no Brasil. O aumento da estrutura logística no país é um dos tópicos mais importantes do programa de investimentos da companhia em 2023, que prevê um desembolso da ordem de R$ 19 bilhões. Ao mesmo tempo, a instalação dos novos centros de armazenagem tem um forte valor simbólico, assim como o recente anúncio da empresa de que pretende abrir mais seis mil postos de trabalho no país ao longo deste ano. O forte investimento no Brasil se dá justamente em meio à queda de braço com as grandes plataformas asiáticas, como Shopee, Shein e Alibaba, que conseguiram reverter rapidamente o que se anunciava como uma grande derrota na área tributária. O Mercado Livre, assim com outras varejistas mais tradicionais, caso do Magazine Luiza, é uma das empresas que mais tem feito pressão sobre o governo para o aumento da taxação sobre os grupos de e-commerce de origem asiática.
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Pernambuco dá a largada na privatização de empresa de saneamento
26/04/2023Assessores da governadora de Pernambuco. Raquel Lyra, iniciaram entendimentos com o BNDES para a elaboração do modelo de venda da Compesa, a companhia estadual de saneamento. O governo pernambucano pretende privatizar a empresa ainda neste ano, ou no mais tardar no primeiro trimestre de 2024. Para isso, Raquel Lyra terá de pisar em um campo minado. O que se diz nos bastidores é que a governadora quer encerrar a Parceria Público Privada entre a Compesa e a BRK Ambiental, responsável pela operação de água e esgoto em 15 municípios. O objetivo é agregar esses ativos à companhia, aumentando seu valuation para a privatização. Raquel tem o apoio de algumas das Prefeituras locais, que pressionam pelo fim da PPP alegando que as melhorias previstas em contrato não sendo realizadas. O problema é que o contrato com a BRK vai até 2049 e não há qualquer sinal de que a empresa queira deixar o negócio.

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CSU estuda abertura de capital de sua maior unidade
25/04/2023A CSU, do empresário Marcos Ribeiro Leite, estuda formas de captação de recursos. Uma das ideias sobre a mesa seria a cisão e a consequente venda de uma participação minoritária na CSU Pays. Trata-se do braço da companhia responsável pelas soluções em serviços financeiros, meios de pagamento e fidelidade. Um braço musculoso, diga-se de passagem: o negócio responde por mais de 60% do faturamento total da CSU, que totalizou R$ 537 milhões no ano passado.

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Chegou a hora da Dasa cortar na própria carne
25/04/2023Revigorada pela captação de R$ 1,67 bilhão no follow on fechado na semana passada, a Dasa vai se dedicar agora a uma reestruturação dos seus negócios. Segundo o RR apurou, além da já anunciada venda de imóveis, o fechamento de hospitais e laboratórios pouco rentáveis ou deficitários entrou no radar da companhia. A direção da empresa considera prioritário aumentar as margens do negócio. A Dasa tem operado com índices de rentabilidade abaixo da média do setor hospitalar. Na paralela, outro desafio é a redução do nível de alavancagem. A informação é que o grupo já iniciou conversas com credores, notadamente bancos, para renegociar dívidas e alongar o perfil do passivo. Entre dezembro de 2021 e dezembro de 2022, a relação dívida líquida/Ebitda disparou, saindo de 2,02 para 3,87 vezes.
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Sociedade entre Aegea e NX Saneamento está por uma gota
25/04/2023A parceria entre a Aegea e a NX Saneamento, responsável pela concessão de água e esgoto em 19 cidades do Mato Grosso, caminha para uma traumática ruptura, com acusações mútuas e processos cruzados na Justiça. Segundo o RR apurou, as duas empresas estudam entrar com ações, uma contra a outra, para romper com a sociedade. A relação entre ambas oxidou com o contencioso referente à Água de Sinop. A NX, controlada pelo Grupo Dias, alega ter direito a comprar 49% da concessionária, a partir de um acordo firmado em 2014. No entanto, a Aegea, dona da Águas de Sinop, não abre mão da participação. Em outro front, a NX acusa a sua sócia de burlar regras de compliance nas concessionárias controladas pela dupla.

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Energisa desponta como candidata à compra da Coelce
24/04/2023O RR apurou que a Energisa, da família Botelho, entrou no páreo para a aquisição da Coelce, colocada à venda pela italiana Enel. A distribuidora de energia do Ceará está avaliada em aproximadamente R$ 6 bilhões. A operação tem mobilizado alguns dos grandes grupos do setor. A Equatorial também está na disputa. A Neoenergia chegou a abrir conversas com a Enel, mas recuou. A compra da Coelce colocaria um pingente a mais no colar de ativos da Energisa na área de distribuição, que já reúne concessões em dez estados. A companhia capitaneada por Ivan Botelho e seu filho, Maurício, sairia de uma receita líquida de R$ 21 bilhões para algo próximo dos R$ 30 bilhões por ano, além de um Ebitda combinado em torno de R$ 7,5 bilhões – a números de 2022. Talvez o mercado já esteja precificando o avanço da Energisa sobre a Coelce: nas últimas três semanas, o papel acumula uma alta de 16%. No mesmo período, o índice de energia elétrica da B3, que reflete o comportamento de 18 empresas do setor, subiu pouco mais da metade (algo como 9%). Procurada, pelo RR, a Energisa informou que “está sempre atenta em relação às oportunidades de mercado, mas não comenta aquisições ou possível interesse em ativos.”. A Enel, por sua vez, não se manifestou.

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BB e Caixa enxergam além das janelas da Rossi Residencial
20/04/2023A mudança de governo veio a calhar para a Rossi Residencial. Segundo o RR apurou, as novas gestões tanto do Banco do Brasil quanto da Caixa Econômica passaram a adotar uma postura mais flexível na renegociação das dívidas da incorporadora, em recuperação judicial desde o ano passado. Segundo o RR apurou, os dois bancos já se mostraram favoráveis à aprovação do plano apresentado pela companhia, que prevê deságios escalonados de até 75% sobre o passivo. Consultado, o Banco do Brasil disse que “não comenta o assunto”. A Caixa também não quis se manifestar.
O posicionamento da Caixa e do BB sinaliza um receio do governo de que um revés na recuperação judicial da empresa venha a causar abalos sísmicos no setor imobiliário como um todo. A Rossi está majoritariamente focada na classe média, segmento em que a operações de crédito imobiliário não têm, por exemplo, a rede de proteção do Minha Casa, Minha Vida – o financiamento é subsidiado pelo governo e as taxas de juros são fixas. A Caixa é o maior credor da Rossi: a dívida soma cerca de R$ 450 milhões. No caso do BB, o passivo é bem mais miúdo – em torno dos R$ 30 milhões.

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Amazon deverá fazer cortes de pessoal no Brasil
19/04/2023Há um burburinho no mercado de que a Amazon – onde Fernando Haddad diz comprar um livro por dia – prepara uma leva de demissões no Brasil. Os cortes se dariam na esteira da onda global de downsizing na companhia de Jeff Bezos, que anunciou recentemente o fechamento de nove mil postos de trabalho em todo o mundo. Nos últimos dois anos, a Amazon ampliou consideravelmente sua operação no Brasil, saltando de apenas um para 12 centros de distribuição. Talvez tenha chegado a hora da freada de arrumação, sobretudo com a notória perda de mercado no Brasil para os sites de e-commerce asiáticos.

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Controladores da Marisa estudam venda de parte do capital
19/04/2023Há informações de que a família Goldfarb vem conversando com fundos sobre a possibilidade de venda de um pedaço da Lojas Marisa. Um dos investidores que teria se aproximado da rede varejista está a Starboard, gestora que, durante pouco mais de três anos, controlou e comandou a reestruturação da Ricardo Eletro. Para os Goldfarb, a venda de uma participação no capital funcionaria como uma saída intermediária, com o objetivo de evitar uma solução mais radical: a venda do próprio controle da Marisa. A rede varejista atravessa uma delicada situação financeira, com insistentes rumores de uma recuperação judicial. Pressionada por uma dívida de curto prazo de quase R$ 600 milhões, a Marisa mergulhou em uma profunda reestruturação, que deve, entre outras consequências, resultar no fechamento de um terço de suas lojas.
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Governador da Bahia quer despejar Ford de terminal portuário
19/04/2023O impasse na transferência da fábrica de Camaçari para a chinesa BYD – ver RR –não é o único ponto de fricção entre o governo da Bahia e a Ford. Segundo uma fonte da equipe do governador Jerônimo Rodrigues, o Estado quer retomar o terminal portuário na Baía de Aratu administrado pela montadora. Há uma grande probabilidade de a questão parar nos tribunais. O entendimento do governo baiano é que a cessão da área estava vinculada à produção de automóveis em Camaçari, interrompida pela Ford em 2021. Segundo o RR apurou, não é esse o entendimento da companhia, que exige o cumprimento do contrato. O acordo original concedeu o terminal de uso privativo à Ford por um período de cem anos, a contar a partir de 2005. Ou seja: a montadora entende que ainda será a dona do pedaço por mais 82 anos. O “Porto da Ford”, como é conhecido na Bahia, é um ativo considerável. Tem um pátio de 119 mil m2, com capacidade para a estocagem de até seis mil automóveis. Trata-se do único porto privado da montadora em todo o mundo.
Em 2021, o antecessor de Jerônimo Rodrigues – o agora ministro da Casa Civil, Rui Costa – chegou a sinalizar que partiria para a briga com a Ford com o objetivo de retomar o terminal. Não partiu. Talvez porque não tivesse o motivo que Rodrigues tem agora: o firme interesse da BYD em assumir não apenas a fábrica de Camaçari, mas também a área portuária em Aratu. O assunto foi discutido no recente encontro entre o governador e executivos da montadora em Pequim

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Grupo Soma acelera planos de expansão da Farm
19/04/2023O Grupo Soma deposita na Farm sua maior aposta de crescimento. Segundo o RR apurou, a holding tem planos de abrir aproximadamente 50 lojas ao longo dos próximos dois anos. O maior número, cerca de 30 unidades, estaria reservado para 2024, quando se espera um cenário econômico mais propício para o varejo, especialmente no segmento de moda. Uma das 10 grifes do portfólio da Soma, a Farm faturou no ano passado R$ 1,2 bilhão. Ou seja: respondeu, sozinha, por mais de 20% da receita líquida do grupo.

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Minoritários querem brecar remuneração de conselheiros da Americanas
18/04/2023A próxima assembleia de acionistas da Americanas, marcada para o dia 29 de abril, promete ser quente. Segundo o RR apurou, o mesmo grupo de minoritários que entrou na Justiça requisitando o sequestro de bens dos acionistas de referência e gestores da empresa vai tentar barrar o aumento da remuneração de membros dos Conselhos de Administração e Fiscal. De acordo com a mesma fonte, esses investidores já estudam a possibilidade de outra ação judicial. A Americanas prevê, para 2023, um reajuste de 10% no pagamento aos integrantes do board. Entre os componentes do colegiado estão Carlos Alberto Sicupira, um dos sócios majoritários, e Paulo Lemann, filho de Jorge Paulo Lemann. No caso do Conselho Fiscal, a proposta já divulgada pela empresa causou ainda mais rebuliço entre os minoritários: o valor da remuneração triplica na comparação com o ano passado. Nem mesmo o corte de 30% nos salários e bônus da gestão executiva, sugerido pela rede varejista, deve ser suficiente para acalmar os ânimos.

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Bayer não dá alívio a produtores de soja no Brasil
18/04/2023A Bayer acha que não deve e, portanto, não quer pagar. A multinacional estuda caminhos para reverter a recente decisão monocrática do ministro do STF Kaio Nunes Marques, determinando que a empresa deposite em juízo R$ 1,3 bilhão. Uma das hipóteses é entrar com um agravo na própria Corte. A companhia cogita também um processo de arbitragem em corte internacional contra a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), sua adversária no contencioso. O valor em questão representa um terço dos royalties recebidos pela companhia de produtores de soja brasileiros pelo uso da semente transgênica Intacta RR2 PRO desde 2018. A alegação da Aprosoja-MT é que a patente expirou naquele ano e, portanto, desde então a Bayer tem cobrado ilegalmente o uso da tecnologia. No processo, a multinacional alemã bate na tecla de que a tecnologia Intacta RR2 PRO está protegida por direitos de propriedade intelectual de natureza ampla e diversa, que justificariam a derrama de royalties. Procurada pelo RR, a Bayer não se manifestou.
Para os agricultores brasileiros, ao contrário do que dizia o velho slogan, se é Bayer não é bom. Essa, ressalte-se, não é a única disputa entre a companhia e os grandes produtores de soja do país nos tribunais. Há uma segunda ação movida pela Aprosoja-MT, essa relativa à cobrança de royalties sobre uma segunda patente, expirada em dezembro de 2020. Nesse caso, o valor reclamado gira em torno de R$ 1,2 bilhão. A Bayer talvez cobre o maior “imposto” pago pelo agronegócio brasileiro.

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CCR pode levar proibição de precatórios à Justiça
18/04/2023O RR apurou que a CCR estuda entrar na Justiça contra a decisão do governo de barrar o pagamento de concessões por meio de precatórios. O grupo quer fazer uso desses títulos para quitar a sua parcela anual referente à outorga do aeroporto de Confins (MG), da ordem de R$ 110 milhões. Provavelmente é só a ponta do iceberg jurídico que se movimenta na direção da governo. Outras empresas deverão adotar o mesmo procedimento e judicializar a questão. A determinação da AGU brecando a utilização de precatórios atinge grandes grupos do setor. O caso mais complexo é o da espanhola Aena. O grupo, que em agosto do ano passado arrematou um bloco com 11 concessões aeroportuárias, incluindo Congonhas, que quitar metade do valor – cerca de R$ 1,2 bilhões – com esses papéis.

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Centauro estuda emissão para alongar passivo
14/04/2023Corre no mercado a informação de que o Grupo SBF, dono da rede de lojas Centauro, vem sondando bancos e fundos de investimento para uma possível emissão de dívida. A operação não seria para já, mas para o segundo semestre. Ou seja: a empresa daria tempo ao tempo à espera de uma descontaminação do efeito Americanas. A fraude contábil da empresa infectou fortemente o risco de crédito das companhias de varejo. O SBF elegeu como prioridade o alongamento do perfil da dívida. Tem, inclusive, mantido negociações nesse sentido com alguns bancos credores. Os números de 2022 acenderam um sinal de alerta. O nível de alavancaram do grupo ainda parece ser relativamente baixo – a relação dívida líquida/Ebitda está em 1,1 vez. No entanto, há pouco mais de um ano, o múltiplo era de apenas 0,6. E o pior: entre 2021 e 2022, o passivo de curto prazo praticamente dobrou: subiu 94%. Consultada, a Centauro não se manifestou.
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Ford engata uma marcha lenta nas negociações com a BYD
14/04/2023Nas reuniões com sua equipe, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, não esconde a irritação com a Ford. A montadora é apontada como a principal responsável pela demora na transferência de sua antiga fábrica em Camaçari para a chinesa BYD. Segundo uma fonte do governo baiano, os norte-americanos estariam fazendo uma série de exigências de última hora, mais precisamente em relação aos valores e às condições de pagamento, para fechar a venda do complexo industrial. Os chineses esperam anunciar oficialmente o negócio ainda neste mês. No entanto, as próprias autoridades baianas já consideram que será difícil cumprir esse prazo. Aliás, nessa operação, todas os prazos já foram jogados para o acostamento. As tratativas entre BYD e Ford se arrastam há mais de seis meses. Os chineses acenam com investimentos da ordem de R$ 3 bilhões para produzir carros e ônibus elétricos em Camaçari. Cerca de 1,2 mil trabalhadores aguardam ansiosamente para que o projeto saia do papel: esse é o número de empregos diretos prometidos pela BYD.
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Raízen entra no páreo para ficar com postos da IMC
14/04/2023A Raízen teria entrado na disputa pela compra dos 18 de postos de combustíveis pertencentes à IMC (International Meal Company), holding que controla as redes de fast food Pizza Hut, Viena, Frango Assado, entre outros. Há grupos menores do setor no páreo, como a Rede Duque, de São Paulo. O pacote é avaliado em cerca de R$ 200 milhões. Os 18 postos somam um faturamento anual próximo dos R$ 400 milhões. Proporcionalmente, trata-se de um negócio pequeno para a Raízen. No entanto, a joint venture entre a Cosan e a Shell tem algumas razões para ficar com os ativos. O grupo já mantém uma parceria com a IMC para a instalação de restaurantes nos postos com a bandeira Shell. Outra motivação seria bloquear o mercado, ou seja, evitar a presença de um concorrente em áreas próximas a seus próprios estabelecimentos.
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Coelba aciona Plano B para captação de recursos
11/04/2023A Coelba, leia-se Neonergia, estuda novos caminhos para alongar seu passivo. Segundo informações que circulam no mercado, uma das hipóteses é buscar um empréstimo junto a um pool de bancos. Seria uma operação-estepe após a suspensão da emissão de R$ 1,5 bilhão em debêntures. Entre dezembro de 2021 e dezembro de 2022, o passivo de curto prazo da companhia subiu 19%. No mesmo período, a relação dívida líquida/Ebitda saiu de 2,8 para 3,1 vezes. A Coelba quer empurrar esse índice para baixo de 2,5.

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Casai deixa seus credores sem chão e sem teto
10/04/2023A startup mexicana encerrou suas atividades no Brasil e deixou para trás uma série de credores enfurecidos. Segundo o RR apurou, dois meses após deixar o país a empresa, especializada na oferta de hospedagens, ainda não teria quitado todas as dívidas com fornecedores e com proprietários de imóveis anunciados em sua plataforma. A Casai desembarcou no Brasil em 2021 com a perspectiva de disputar mercado com o AirBNB, gigante do setor. No ano passado, chegou a comprar a Nomah, até então pertencente à Loft, mas os projetos para o mercado brasileiro derreteram. O RR entrou em contato com a Casai, mas não teve retorno da empresa até o fechamento desta matéria.

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Eletrobras é nome certo no leilão de transmissão
10/04/2023Em meio aos arroubos reestatizantes do governo Lula, a Eletrobras vai entrar pesado no leilão de transmissão marcado para junho. Segundo o RR apurou, a empresa olha com especial apetite para os ativos no Nordeste, que terão um papel fundamental no mapa energético brasileiro. As futuras linhas da região serão responsáveis pelo transporte de boa parte da energia gerada nas usinas eólicas e solares já em operação ou em construção na região. Um dos trunfos da companhia para a disputa está sentado na cadeira de presidente. Wilson Ferreira Junior, CEO da Eletrobras, conhece de cor e salteado cada quilômetro dos novos empreendimentos em transmissão. Na sua primeira passagem pelo cargo, entre 2016 e 2021 – portanto, ainda nos tempos da Eletrobras estatal – Ferreira tinha um papel importante na formulação de projetos no setor elétrico no país, tocando de ouvido com a Aneel e a EPE (Empresa de Pesquisa Energética). Em contato com o RR, a Eletrobras informou que “avalia constantemente oportunidades que estejam de acordo com sua estratégia”.

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Com que roupa a Renner vai na Argentina?
10/04/2023A Renner está penando para manter suas operações na Argentina. A companhia tem buscado um número maior de fornecedores locais na tentativa de abastecer suas duas lojas que ainda permanecem abertas no país – na Avenida Santa Fé, em Buenos Aires, e no Patio Olmos, em Córdoba. Segundo o RR apurou, ambas estão funcionando com níveis de estoques bastante reduzidos. A rede varejista, assim como outras empresas do setor, tem sido duramente impactada pela decisão do governo Alberto Fernández de sobretaxas as importações de uma série de itens, entre quais produtos têxteis. Proporcionalmente a participação da indústria local sempre foi pequena no catálogo da companhia no país. Mais de 70% dos produtos de vestuário vendidos pela Renner na Argentina são importados, notadamente do Brasil – a maior parcela – e da Ásia.
Neste momento, o ambiente econômico é bastante hostil à permanência da Renner na Argentina. No seu segmento específico, o “tarifaço” do governo de Alberto Fernández provocou um “inflacionaço” – na média, os preços dos itens de vestuário subiram mais de 120% em 2022. A falta de mercadorias já levou a Renner a fechar – para todos os efeitos, “temporariamente” – outros dois pontos de venda na Argentina, conforme o RR revelou em janeiro. Ressalte-se que, por motivos similares, a chilena Falabella, um gigante do varejo, encerrou suas atividades na Argentina. Em contato com o RR, a Renner informou que “desde que chegou ao país vem desenvolvendo fornecedores argentinos”. A empresa confirmou que “as lojas na Calle Florida, em Buenos Aires, e no shopping Paseo del Jockey, em Córdoba, estão fechadas temporariamente, desde o começo do ano, devido à falta de estoque de produtos por motivos alheios à empresa.”

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Petrobras e estatal boliviana ensaiam parceria na transição energética
10/04/2023Os governos do Brasil e da Bolívia têm mantido tratativas em torno de investimentos conjuntos na área de transição energética. As conversas envolvem a Petrobras. Segundo informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, uma das ideias sobre a mesa é uma parceria entre a companhia e a estatal boliviana Empresa Nacional de Electricidad (Ende) para projetos conjuntos em energia limpa nos dois países. Ressalte-se que a Ende está construindo a linha de transmissão Puerto Quijarro-San Juan del Mutún-Puerto Busch, esta última na fronteira com o Brasil. A estrutura pode ser envolvida na operação – por exemplo, na distribuição de energia na Região Centro-Oeste.
A gestão Lula enxerga duas serventias no possível acordo entre a Petrobras e a Ende. Em primeiro lugar, seria um passo a mais no projeto recolocar a estatal nos trilhos da geração renovável. Nesse caso específico, a Petrobras não apenas cumpriria o desígnio traçado pelo atual governo – ser a principal propulsora de investimentos em transição energética no país – como também ampliaria sua influência no segmento dentro da América do Sul. Além disso, o acordo poderia funcionar com uma moeda de troca para a entrada do Brasil na “Opep do Lítio”, como vem sendo chamado o bloco organizado pela Bolívia, Argentina e Chile – ver RR.

Empresa
A guilhotina está afiada na diretoria da Vibra
6/04/2023Dois meses após assumir o cargo, o CEO da Vibra Energia, Ernesto Pousada, começa a moldar a diretoria da empresa à sua imagem e semelhança. Segundo o RR apurou, dois executivos estão de saída: Leonardo de Castro Burgos, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios e Marketing, e Ricardo Moraes, que comandava a área de Corporate Venture Capital. De acordo com a mesma fonte, a degola não terminou. Haverá mais mudanças na gestão da Vibra. Procurada, a empresa não quis se pronunciar. O troca-troca se dá em um momento de queda dos resultados da antiga BR Distribuidora. No ano passado, a empresa teve um lucro de R$ 1,5 bilhão, um número ainda expressivo, mas 38,4% abaixo do ganho obtido em 2021. Olhando-se apenas para o quarto trimestre de 2022, o recuo foi ainda mais expressivo: a Vibra registrou lucro de R$ 566 milhões, uma perda de 44,8% em comparação com igual período em 2021.
Atualização (19h45): A executiva Vanessa Gordilho, com passagens por GetNet/Santander, QSaúde e a startup Raketo, será a substituta de Leonardo Burgos e assumirá a vice-presidência de Desenvolvimento de Negócios e Marketing da Vibra na próxima semana.

Destaque
Petrobras avança na venda do Polo Potiguar
6/04/2023De acordo com informações filtradas da Petrobras, a estatal deverá concluir até maio a transferência dos 22 campos onshore e offshore do Polo Potiguar à 3R Petroleum, um negócio de US$ 1,3 bilhão. Segundo o RR apurou, a direção da 3R teria sido comunicada sobre o prazo para o fechamento do contrato. Trata-se de uma operação sensível, com potencial de provocar mais faíscas na já chamuscada relação de Jean Paul Prates, presidente da companhia, com o Ministério de Minas e Energia e o próprio Palácio do Planalto. Faíscas que eventualmente podem vir a se tornar labaredas caso a Petrobras adote o mesmo procedimento com os demais ativos negociados na reta final do governo Bolsonaro – as vendas da refinaria Lubnor para a Grepar Participações; dos campos terrestres do Norte Capixaba para a Seacrest; e dos campos marítimos dos polos Golfinho e Camarupim para a BW. São os campos minados da gestão Prates.
A Petrobras se encontra sob forte pressão política. O Ministério de Minas e Energia solicitou formalmente a suspensão da venda dos ativos por meio de dois ofícios, que chegaram ao Gabinete da Presidência e foram direcionados internamente à diretora executiva de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade, Clarice Coppetti – um nome, por sinal, que suscita fagulhas políticas dentro da própria empresa. Ordem similar veio ainda mais de cima: o próprio presidente Lula declarou textualmente em entrevista ter determinado ao “companheiro Jean Paul” que interrompesse todas as operações em curso. Consultada pelo RR, a Petrobras não se manifestou especificamente sobre o timing para a conclusão da venda do Polo Potiguar e de outros ativos. A companhia limitou-se a replicar comunicados divulgados nos últimos dias. Na segunda-feira, dia 3, por meio de nota, a estatal reafirmou que a revisão dos processos de alienação de ativos “não deverá incluir desinvestimentos já em fase de assinatura e fechamento de contratos, de forma a cumprir plenamente os direitos e as obrigações já assumidas pela companhia e não causar qualquer dano às partes envolvidas nas negociações, em especial à Petrobras”.

Empresa
Americanas e Vibra a caminho dos tribunais
6/04/2023O desenlace forçado entre a Americanas e a Vibra Energia pode parar na Justiça. O RR apurou que a área jurídica da rede varejista estuda acionar a ex-parceira exigindo o pagamento de uma indenização pelo rompimento da joint venture mantida entre as duas empresas no negócio de lojas de conveniência. A Americanas alega ter direito ao ressarcimento pela decisão unilateral da Vibra de encerrar a associação. De acordo com a mesma fonte, até agora as gestões feitas junto à empresa de energia deram em nada. A antiga BR Distribuidora não reconhece qualquer dívida. Nos bastidores, o clima entre as duas ex-parceiras é tenso. De acordo com a mesma fonte, executivos da Vibra dizem, em conversas reservadas, que a Americanas estaria agindo de má fé, com o objetivo de acenar aos seus credores e acionistas com uma suposta receita adicional. Procuradas pelo RR, as duas empresas não quiseram se manifestar.

Empresa
General Shopping pode cair na rede da Aliansce
3/04/2023Há fortes especulações no mercado de que a família Veronezi procura um comprador para a General Shopping. Um dos candidatos seria a Aliansce, que acaba de concluir a fusão com a BR Malls. No último trimestre de 2022, a General Shopping conseguiu reverter uma longa sequência de prejuízos. A empresa, no entanto, carrega um nível de alavancagem estratosférico: a dívida líquida de R$ 1,7 bilhão equivale a 26 vezes o Ebitda.

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Crise estaciona em mais uma fábrica da General Motors
3/04/2023A crise da indústria automobilística parece não ter freio. Segundo informações apuradas pelo RR, a General Motors avalia conceder férias coletivas na fábrica de São Caetano do Sul, que emprega aproximadamente 7,5 mil trabalhadores. A medida se deve à perversa combinação entre queda nas vendas e falta de componentes. Ressalte-se que, no início da semana, a montadora anunciou a paralisação da unidade de São José dos Campos até 11 de abril. No caso de São Caetano do Sul, a situação é ainda mais delicada pelo recente histórico de fricção com o sindicato local. Nas últimas semanas, há fortes rumores de que a companhia estaria preparando uma leva de demissões na fábrica. O recente anúncio de que a GM vai cortar US$ 2 bilhões em custos globais até o fim de 2024 tem servido como combustível para as tensões em São Caetano do Sul. Procurada, a GM não se pronunciou.
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Metalfrio sai em busca de um novo sócio
3/04/2023O empresário Marcelo Faria de Lima, acionista majoritário da Metalfrio, tem conversado com fundos de private equity para a venda de parte da companhia. Um dos candidatos é uma gestora de recursos que, mais recentemente, esteve à frente da reestruturação de uma grande rede de varejo. No ano passado, a Metalfrio esteve perto de receber um aporte da IG4, mas, na hora H, o negócio travou. Uma das maiores fabricantes de equipamentos de refrigeração da América Latina, a Metalfrio carrega um iceberg em seu balanço: uma dívida superior a R$ 1 bilhão.

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Dasa estuda spin off dos seus ativos imobiliários
31/03/2023Além do follow on estimado em R$ 1,5 bilhão e da venda de imóveis, a família Bueno estuda outros caminhos para capitalizar a Dasa. Segundo o RR apurou, uma das ideias passa também por uma operação de real estate: trata-se da criação de um fundo com ativos imobiliários do grupo – hospitais, clínicas, laboratórios etc. O passo seguinte seria a venda de parte das cotas para investidores. O fundo ficaria responsável também pela construção de futuros hospitais no modelo built to suit. De acordo com a mesma fonte, alguns investidores do setor já teriam sido sondados. Um nome forte nesse segmento é o Tellus, que recentemente levantou cerca de R$ 1,4 bilhão no mercado para projetos de real estate na área de saúde. Procurada pelo RR, a Dasa não quis se manifestar.

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Aegea quer fechar o cerco no saneamento gaúcho
31/03/2023O RR apurou que a Aegea Saneamento é nome certo na disputa pela privatização do Departamento Municipal de Água e Esgotos de Porto Alegre (Dmae). A Iguá também avalia o ativo. No caso específico da Aegea – leia-se Itaúsa, GIC (fundo soberano de Cingapura) e Equipav -, o negócio transborda sinergia: a empresa já controla a Corsan, responsável pela operação de saneamento em 317 municípios do Rio Grande do Sul. O que se diz nos bastidores é que o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, quer realizar o leilão até agosto. Trata-se de um prazo razoavelmente ousado, uma vez que a operação ainda precisa ser aprovada pela Câmara de Vereadores. Ao menos, o BNDES já fez a sua parte: toda a modelagem da concessão está concluída.
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Arezzo quer pisar mais forte nos Estados Unidos e Europa
30/03/2023Os executivos da Arezzo discutem os próximos passos da expansão das operações no exterior. Segundo o RR apurou, a empresa estuda a abertura de mais duas lojas próprias da marca Schutz nos Estados Unidos – hoje são duas unidades, um em Nova York e outro em Los Angeles. A inauguração de pontos de venda da grife na Europa, mais precisamente na Itália e na França, também está nos planos. Ressalte-se que no início do mês a empresa de Alexandre Birman fez um movimento no mercado italiano ao comprar 65% da fabricante de calçados femininos Paris Texas, por 25 milhões de euros. A aquisição é um passaporte para cerca de 400 lojas multimarcas que já vendem produtos da grife italiana. Consultada pelo RR, a empresa não quis se pronunciar.
Embora ainda tenham um peso proporcionalmente reduzido no balanço do grupo, as operações internacionais da Arezzo apontam viés de alta. No ano passado, os negócios no exterior representaram pouco mais de 9% do faturamento total. Segundo informações filtradas da companhia, a meta é chegar a 15% até o fim de 2024. Somente nos Estados Unidos, a receita cresceu 40% no ano passado.

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Está faltando conexão entre os acionistas da Tigre
29/03/2023Há uma certa dissintonia entre a família Olsen, controladora da Tigre, e o Advent, dono de 25% da empresa. O que se diz no mercado é que a gestora norte-americana quer o IPO da fabricante de tubos e conexões. Já os acionistas controladores resistem à oferta de ações, o que, na prática, significaria abrir mão de mais um pedaço da empresa.

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Gigante do etanol quer comprar startups no Brasil
29/03/2023A francesa Tereos teria planos de montar um fundo de venture capital no Brasil. Há informações no setor de que o grupo teria reservado cerca de US$ 30 milhões para a empreitada. O objetivo é formar um colar de participações em agtechs especializadas em soluções para a indústria sucroalcooleiro. Trata-se de um passo além em relação feito pela Tereos no ano passado, quando firmou uma parceria AgTech Garage, hub de startups do agronegócio localizado em Piracicaba (SP).
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Oi entra na Justiça para vender V.tal
29/03/2023A Oi pretende entrar na Justiça contra a decisão da Anatel, que proibiu a empresa de vender integralmente o restante da sua participação de 42% na V.tal. O presidente da agência reguladora, Carlos Baigorri, já sinalizou que os ativos da empresa de rede de fibra ótica são considerados bens reversíveis. A figura remonta aos primórdios da privatização da telefonia no Brasil. São considerados bens reversíveis equipamentos, infraestrutura ou qualquer outro ativo, móvel ou imóvel, “essenciais e efetivamente empregados para assegurar a continuidade e a atualidade da prestação”. O entendimento da Anatel é que a Oi, pelo contrato de concessão, tem de manter o “controle” sobre esses bens, ou seja, uma participação de pelo menos 20%. Para a companhia, em sua segunda recuperação judicial, a determinação da Anatel é o pior dos mundos. A V.tal, controlada por fundos do BTG, é o último grande ativo da Oi. Sua participação estaria avaliada em aproximadamente R$ 8 bilhões. Procurada pelo RR, a Oi não quis se pronunciar.

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Health Meds faz a cabeça de investidores estrangeiros
28/03/2023A Health Meds está em conversas avançadas com laboratórios internacionais para receber um novo aporte de capital. Segundo o RR apurou, os valores sobre a mesa giram em torno dos R$ 60 milhões. Será a segunda rodada de capitalização da labtech carioca, especializada no desenvolvimento de produtos à base de cannabis. Na Série A, realizada em julho do ano passado, o Grupo Profarma, dono das redes de drogarias Drogasmil e Farmalife, comprou o equivalente a 10% da companhia. Os recursos darão mais gás aos planos de expansão internacional da Health Meds. O foco principal são os Estados Unidos, onde a empresa já mantém um laboratório próprio, em Coral Springs, na Flórida. De acordo com as informações apuradas pelo RR, o próprio diretor de pesquisa e desenvolvimento da companhia, Flavio Rezende, está de mudança para os EUA para conduzir mais de perto os projetos da Health Meds no mercado norte-americano.
A Health Meds tem planos audaciosos: ser uma indústria farmacêutica made in Brazil com atuação em diversos países. Em alguns locais, como os Estados Unidos, a legislação já é mais flexível para o segmento de negócio da empresa. No Brasil, a labtech e suas congêneres enfrentam amarras regulatórias, apesar dos avanços propostos pela Anvisa. Atualmente, as empresas estão autorizadas a desenvolver e comercializar produtos à base de canabinoides para fins medicinais. Esse é o termo utilizado pela agência reguladora. Ou seja: são remédios, mas não podem ser chamados de remédios, por determinação da agência. A Health Meds tem trabalhado junto ao órgão para obter o registro de medicamentos, enquanto acelera seus investimentos em pesquisa e desenvolvimento. A empresa destina 25% do seu faturamento para a área de P&D.

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Brookfield está com meio corpo fora da BRK
28/03/2023O RR apurou que a Brookfield está conversando com fundos internacionais para a venda da sua participação de 70% na BRK Ambiental. Trata-se de um Plano B que virou A. A ideia original era aproveitar o IPO da empresa de saneamento como porta de saída do capital. No entanto, a BRK engavetou sua oferta de ações por conta das condições adversas do mercado. E os canadenses não estão dispostos a esperar por um momento propício para a abertura de capital, que pode demorar muito ainda. Procurada, a Brookfield não quis se manifestar.
O valuation da BRK Ambiental no IPO seria da ordem de R$ 9 bilhões. Mantida a cifra, a participação da Brookfield está avaliada em algo como R$ 6,3 bilhões. O gigante canadense, por sinal, vive uma fase de desinvestimento de alguns importantes ativos no Brasil. A empresa colocou à venda o equivalente a R$ 6 bilhões em ativos da Elera Renováveis, sua operação na área de energia eólica e solar.

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Klabin busca reforço de caixa para investimentos e redução de dívida
27/03/2023De acordo com informações filtradas da Klabin, a empresa estaria preparando o terreno para uma emissão de títulos no exterior de alto calibre. A captação teria um duplo objetivo: dar suporte à execução do plano de investimentos e assegurar a continuidade do processo de desalavancagem iniciado há cerca de dois anos. Entre dezembro de 2020 e dezembro de 2022, a relação dívida líquida/Ebitda caiu de quatro para 2,7 vezes. Segundo o RR apurou, a Klabin quer trazer esse múltiplo para duas vezes. E sem desacelerar os principais projetos da companhia. Somente neste ano, os investimentos previstos giram em torno de R$ 5,4 bilhões. Uma das prioridades é a conclusão da segunda fase do Projeto Puma II, no Paraná, com a instalação de uma nova máquina para a produção de cartões. Trata-se de um dos maiores empreendimentos da história da fabricante e celulose: até agora, o Projeto Puma já consumiu mais de R$ 11 bilhões.
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Dobradinha entre Aegea e Kinea pode se repetir no Rio de Janeiro
27/03/2023A Aegea Saneamento estaria conversando com a Kinea – gestora do Itaú – sobre a venda de uma participação minoritária no “Projeto Cedae”. A companhia arrematou dois blocos no leilão da antiga estatal fluminense, assumindo a operação de água e esgoto em várias regiões da cidade do Rio e em 28 municípios do estado. Ao todo, a Aegea terá de investir mais de R$ 30 bilhões, o que justifica a busca de um sócio. Ressalte-se que a empresa e a Kinea já são parceiros na Corsan, a empresa de saneamento do Rio Grande do Sul, comprada no último mês de dezembro.
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99 vai deixar mais gente na pista?
24/03/2023Há um rebuliço entre os funcionários da 99: nos corredores da empresa circula a informação de que a startup de transporte urbano prepara uma nova leva de demissões no Brasil. Em setembro do ano passado, a empresa dispensou cerca de 100 profissionais. Os cortes se dariam na esteira da decisão de encerrar as atividades do 99 Food – braço de delivery do grupo – no Brasil. No bojo de tudo está o recuo da chinesa Didi Chuxing, controladora do 99. Um dos maiores investidores em venture capital do mundo, o grupo asiático está revendo seus investimentos no Brasil, conforme o RR já noticiou.

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Petrobras segura venda de subsidiária e já estuda novos investimentos na Argentina
22/03/2023Segundo informações apuradas pelo RR, a Petrobras estuda suspender o processo de venda da Petrobras Operaciones (Posa), sua subsidiária na Argentina. Por trás da medida estariam planos de retomada dos investimentos no país vizinho – uma decisão que viria de cima para baixo. Os presidentes Lula e Alberto Fernández têm conversado sobre a possibilidade de negócios conjuntos na área de energia, a começar pelo financiamento para a construção do gasoduto Nestor Kirchner. Nesse cenário, a Posa seria ponta de lança para futuras parcerias com a estatal YPF. Ressalte-se que a subsidiária da Petrobras e a petroleira argentina são sócias no campo de Rio Neuquén.
Para além da Argentina, a freada na venda da Posa indica uma disposição da Petrobras de travar, ao menos em parte, o plano de alienação de ativos herdado da gestão anterior. São mais de 20 processos em aberto, alguns já em fase de recebimento de ofertas vinculantes e outros em estágio menos avançado, como é o caso da própria subsidiária argentina. Ao menos a gestão de Jean Paul Prates exorcizou o fantasma de que a estatal rasgaria contratos já assinados.
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Falabella a caminho do Brasil?
22/03/2023Há um burburinho no setor de varejo de que a chilena Falabella retomou os planos de entrar no Brasil. O grupo seria candidato à compra de redes locais, especialmente na Região Sul. A loja de departamentos ensaiou seu desembarque no país há cerca de três anos, ou seja, pouco antes da pandemia, mas o projeto ficou pelo caminho. Com um faturamento em torno de US$ 16 bilhões e lucro de quase US$ 900 milhões no ano passado, a Falabella tem negócios em outros países da América do Sul, como Argentina, Peru e Colômbia.
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Um novo player pisa na indústria brasileira de cerâmica
22/03/2023Os maiores fabricantes de pisos de cerâmica do país, como a Dexco, leia-se a antiga Duratex, dos Setubal, e a Portobello, vão ganhar um concorrente. Há informações no setor de que a peruana Piso Park vai se instalar no Brasil. A empresa deverá atuar em parceria com a francesa Tarkett, uma das líderes mundiais no segmento de pisos vinílicos. A entrada no mercado brasileiro é o ponto alto do projeto de expansão da companhia peruana na região. A Piso Park já opera em seis países da América do Sul e Central.

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Light busca uma porta de saída de Belo Monte
21/03/2023A Light busca um comprador para a sua participação na Usina de Belo Monte. Ao lado da Cemig, a distribuidora detém 9,7% da Norte Energia – a holding controladora da hidrelétrica, da qual a Eletrobras é a maior acionista. A Light tem pressa. A fatia acionária em Belo Monte é um dos ativos que a empresa pretende vender. A distribuidora fluminense vai catar tudo que é caquinho para fazer caixa frente a sua delicada situação financeira.
No último balanço divulgado, em setembro de 2022, a dívida líquida estava em R$ 8,7 bilhões, o equivalente a três vezes o Ebitda. No terceiro trimestre do ano anterior, esse múltiplo era de 2,4. Além da excessiva alavancagem, a Light enfrenta notórios problemas de fluxo de caixa devido à erosão do seu faturamento. Entre janeiro e setembro de 2022, a companhia reportou receita líquida de R$ 9,4 bilhões, uma queda de 6,6% no comparativo com igual período em 2021. As ligações clandestinas de energia são um grave problema, com forte efeito corrosivo sobre o faturamento. Estima-se que o nível de perda de energia no que é fornecido a comunidades chegue a 80%, trocando em miúdos algo como R$ 600 milhões em prejuízo – conforme o RR já informou.

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Compass busca uma rota de escape da Petrobras
21/03/2023A Compass, leia-se Cosan, quer reduzir sua dependência do gás boliviano e, consequentemente, da Petrobras. A estratégia da companhia criar alternativas às amarras de preço impostas pela estatal, que concentra a maior parte das importações do insumo da Bolívia. A Compass pretende aumentar gradativamente a compra de gás da Argentina. A Sulgás, uma das controladas do grupo, já tem feito gestões neste sentido. Segundo a mesma fonte, há projetos, inclusive, de investimentos no porto de Rio Grande (RS) para o armazenamento do combustível.
Trata-se de um movimento de razoável peso no tabuleiro do setor. A Compass, de Rubens Ometto, reúne o maior portfólio de distribuidoras de gás do país. Além da Sulgás, controla a Comgás e a Gas Brasiliano, gigantes do mercado paulista, e tem participações em outras nove empresas por meio da Commit, a antiga Gaspetro, comprada junto à própria Petrobras.
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Equatorial estuda emissão de títulos para recarregar suas baterias
21/03/2023O RR tem informações de que a Equatorial Energia estuda uma captação em mercado. A principal opção sobre a mesa é uma emissão de títulos no exterior. O principal objetivo é reduzir a pressão da dívida de curto prazo sobre o caixa, potencializada pelas últimas aquisições, como a compra da concessão de saneamento do Amapá e a incorporação da distribuidora goiana Celg D, um dispêndio de R$ 1,5 bilhão. Entre setembro de 2021 e setembro de 2022, o nível de alavancagem medido pela relação entre dívida de curto prazo e Ebitda saltou de 2,1 para 3,4 vezes. E não deve parar por aí. Segundo relatório da Fitch, o balanço do último trimestre do ano passado vai apontar um múltiplo de 4,5 vezes. Isso para não falar que o grupo, ainda que indiretamente, sofrerá os efeitos do elevado endividamento da Celg D. A distribuidora carrega um passivo de curto prazo de altíssima voltagem, da ordem de R$ 6,3 bilhões, o correspondente a quase seis vezes a sua geração de caixa. Ainda assim, ressalte-se, o mercado vê a Equatorial por boas lentes, sobretudo em caso de repactuação do passivo. No mês passado, o Itaú BBA elevou o preço-alvo da ação de R$ 28,50 para R$ 37,10

Empresa
Montadora sino-americana estuda produzir carros elétricos no Brasil
20/03/2023O RR apurou que a montadora sino-americana Seres planeja produzir veículos elétricos no Brasil. A companhia estuda a instalação de uma fábrica no Nordeste. Segundo a mesma fonte, o governador do Ceará, Elmano Freitas, deverá se encontrar no fim desta semana com representantes da montadora – Freitas é um dos integrantes da comitiva do presidente Lula na viagem a Pequim. O Ceará não está sozinho no páreo. O governo baiano também mantém conversações com a empresa. A Seres tem uma genética acionária curiosa. Foi fundada na Califórnia, mas, no meio do caminho, recebeu pesados aportes de dois grupos chineses, Dongfeng e Sokon. Com isso, mudou seu centro de decisões e passou a concentrar sua produção no país asiático.
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ArcelorMittal já chega em Pecém com planos de expansão
20/03/2023A ArcelorMittal tem planos de expandir a produção de placas de aço na Usina Siderúrgica do Pecém, comprada junto à Vale, Posco e Dongkuk por US$ 2,2 bilhões. Segundo informações filtradas da empresa, estudos apontam para um aumento da capacidade em até 20%. O projeto é estimulado, principalmente, pelos acenos do governador do Ceará, Elmano Freitas, de contrapartidas fiscais para o investimento. Há ainda um combustível adicional: a Arcelor já mira a possibilidade de reduzir significativamente os custos na compra de energia diante da anunciada instalação do hub de hidrogênio verde no Porto de Pecém.
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Raízen e Femsa avançam no mercado de conveniência
20/03/2023Segundo o RR apurou, a Raízen e a mexicana Femsa – sócias na joint venture Grupo Nós – planejam abrir mais de 200 lojas de conveniência da bandeira Shell Select ao longo deste ano. De acordo com a mesma fonte, a meta é chegar a dois mil pontos de venda em três anos – hoje são aproximadamente 1,2 mil unidades espalhadas pelos postos de combustíveis da Raízen. Ressalte-se que a principal concorrente da Shell Select, a BR Mania, vive um momento de incertezas. Na esteira da fraude contábil da Americanas, a Vibra Energia rompeu a joint venture que mantinha com a rede varejista para a gestão do seu negócio de conveniência. A antiga BR Distribuidora está no mercado em busca de um novo sócio para a operação – conforme o RR antecipou.

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Rede varejista espanhola espreita a porta de saída do Brasil
17/03/2023
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Europa veste à perfeição para o Grupo Soma
17/03/2023O Grupo Soma estuda um passo adiante em seu plano de internacionalização. Segundo o RR apurou, a holding planeja abrir lojas próprias da Farm na Europa ainda neste ano. Já há uma espécie de “operação test driver” em curso desde o ano passado. Em 2022, o Soma abriu uma loja pop up (temporária) da marca dentro do Le Bom Marché, em Paris. Ainda neste semestre, deverá inaugurar também um espaço no interior da La Samaritaine, outra loja de departamentos da capital francesa. É tudo aquecimento. A Farm é a grande aposta do Grupo Soma para crescer na Europa, mas não apenas a única. De acordo com a mesma fonte, há planos também para a abertura de pontos de venda da grife Hering.

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Gigante das milhas vai abrir capital em Nova York
16/03/2023123 Milhas e Maxmilhas vão aterrissar em Nova York. Segundo o RR apurou, a nova empresa resultante da fusão entre os dois sites de vendas de passagem planeja fazer uma oferta de ações na Nyse. O novo conglomerado chega com o cartaz de ter destronado o Decolar.com, tornando-se a maior plataforma de e-commerce da área de viagens na América do Sul, com receita da ordem de R$ 6 bilhões ao ano.
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Movimento sindical trabalha para derrubar presidente da Embrapa
16/03/2023A Embrapa virou um caldeirão, apimentado por questões de ordem política e sindical. A CUT pressiona o governo a demitir o presidente da estatal, Celso Moretti. Segundo o RR apurou, a entidade já teria enviado ofícios a autoridades do governo, entre os quais o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro da Secretaria Geral de Governo, Marcio Macedo, com denúncias contra Moretti. A atual diretoria da Embrapa é acusada de perseguir profissionais de carreira da estatal com participação ativa no movimento sindical, entre os quais Arnaldo Santos Rodrigues. Trata-se de uma das lideranças do Sinpaf (Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário), entidade que representa os servidores da Embrapa. Funcionário de carreira da empresa há quase três décadas, Moretti é visto por parte dos funcionários como um enclave bolsonarista no Ministério da Agricultura. Ele assumiu a presidência da Embrapa por indicação direta da então titular da Pasta, Teresa Cristina.
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Changi International e governo vivem um constante looping
15/03/2023As demonstrações públicas de boa vontade tanto de um lado, a Changi International, quanto do outro, o ministro dos Portos e Aeroportos, Marcio França, não tem se refletido à mesa de negociações. A permanência do grupo de Cingapura à frente do Galeão tem esbarrado em exigências de parte a parte. A Changi quer ser ressarcida por investimentos já realizados no aeroporto – nos bastidores, fala-se em uma indenização de até R$ 2 bilhões. Insiste também na exigência de que o número de voos do Santos Dumont seja limitado, para evitar a canibalização do Galeão. Do seu lado, a conta do governo é outra: para o ministro Marcio França, a Changi não teria realizado todos os investimentos previstos no edital. Os asiáticos querem ficar; o governo quer que os asiáticos fiquem, até porque realizar uma nova licitação do Galeão agora seria uma barafunda. Ou seja: os dois lados vão ter de ceder.

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Hapvida busca investidores como remédio para a sua crise
14/03/2023Além da venda de ativos, os acionistas da Hapvida discutem a possibilidade de um aumento de capital e a entrada de um novo investidor na companhia. Segundo o RR apurou, nos últimos dias houve sondagens junto à Advent. A gestora tem demonstrado interesse em voltar ao setor de healthcare no Brasil – até 2017, foi acionista do Fleury. Há poucas semanas, os norte-americanos chegaram a conversar com a família Bueno em torno de um possível aporte na Dasa – conforme o RR antecipou – mas as tratativas não avançaram.
O aumento de capital e a entrada de um investidor do porte da Advent teriam como objetivo dar um choque de expectativa no mercado. Entre os acionistas da Hapvida, há um consenso de que é necessária uma resposta rápida para reverter a percepção negativa em relação à empresa. As ações da companhia estão derretendo. Somente neste ano, o valor de mercado da Hapvida caiu de R$ 30 bilhões para a casa dos R$ 17 bilhões. Em único pregão, no dia 1º deste mês, o papel despencou 32%. Após a conclusão da fusão com a Intermédica, em setembro do ano passado, a Hapvida entrou em parafuso. Os últimos resultados da empresa de planos de saúde e gestão hospitalar ficaram bem abaixo das projeções dos analistas.
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Estatal boliviana despeja energia entre as mineradoras do Centro-Oeste
14/03/2023A boliviana Empresa Nacional de Eletricidade (ENE) cruzou a fronteira, disposta a tomar mercado de grandes grupos de geração. A estatal tem feito uma agressiva investida comercial para fornecer energia a companhias do Centro-Oeste, notadamente do setor de mineração. Estaria em negociações, por exemplo, com a 4B Mining Participações e a 3A Mining, que se estabeleceram em Ladário e Corumbá, no Mato Grosso, para explorar ferro e manganês. Também na mira a J&F Investimentos, que comprou operações de minério de ferro e manganês da Vale em Corumbá.
A ENE enxergou uma oportunidade no Centro-Oeste a partir do investimento que está fazendo para a construção de uma linha de transmissão até Puerto Suárez, na divisa com o Brasil. O empreendimento foi concebido originalmente para atender o megaprojeto boliviano de extração de minério de ferro na reserva de Mutún. Corumbá fica a apenas 60 km e o custo da distribuição de energia até a região será proporcionalmente pequeno. Ressalte-se ainda que ´hoje a Bolívia consome apenas metade dos 3.600 MW que gera internamente.

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Marisa pode fechar até 15% das suas lojas
13/03/2023Segundo o RR apurou, discussões internas na Marisa apontam para a possibilidade de fechamento de até 50 lojas ainda neste ano. Esse número equivale a algo em torno de 15% do total de pontos de venda da rede varejista da família Goldfarb. Os estudos são conduzidos em parceria com a consultoria Galeazzi, uma especialista em guilhotinar custos e cabeças. A Marisa enfrenta uma delicada situação financeira, com dívidas de quase R$ 600 milhões. Procurada, a empresa não quis se manifestar

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Petrobras deve aumentar investimentos na Margem Equatorial
13/03/2023O RR apurou que a Petrobras pretende aumentar o volume de investimentos previstos para a Margem Equatorial, nova fronteira do óleo e gás no Brasil e uma das maiores apostas da estatal. As cifras contempladas no Plano de Negócios de 2023 a 2027 subiria de US$ 3 bilhões para US$ 4 bilhões. Além acelerar a campanha exploratória na região, de quebra o aumento das cifras teria também um caráter político. Serviria como um instrumento de pressão sobre o Ibama. A dificuldade de obtenção do licenciamento ambiental é o maior entrave ao avanço das operações na Margem Equatorial, a ponto do próprio Jean Paul Prates, presidente da empresa, estar à frente das tratativas com o Instituto. O impasse vem desde os tempos em que os blocos FZA-M-57, FZA-M-86, FZA-M-88, FZA-M-125 e FZA-M-12, hoje pertencentes à Petrobras, estavam nas mãos da Total. A empresa francesa tentou obter a licença por quatro vezes. Em todas elas, o Ibama negou o pedido.

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Um nome de risco na diretoria da Petrobras
10/03/2023A indicação da economista Clarice Coppetti para a diretoria executiva de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade da Petrobras já provoca desconforto entre os futuros conselheiros da estatal, a quem caberá referendar ou não a escolha. O nome de Clarice, funcionária de carreira da Caixa Econômica, remete a um passado nebuloso e a um dos maiores escândalos dos governos do PT, o “mensalão”. Em 2005, no primeiro mandato de Lula, surgiram denúncias de participação da economista em um suposto esquema de arrecadação de recursos para o partido montado dentro da Caixa. À época, um relatório da Gerência Nacional de Segurança da própria CEF apontou a existência de fraudes na área de tecnologia que teriam como objetivo encobrir desvios de recursos da instituição. No ano seguinte, quando já ocupava a Vice-Presidência de Tecnologia da Caixa, Clarice teve seu nome envolvido em outro episódio rumoroso. A economista foi acusada de participar da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa, testemunha central do caso do “Mensalão”, notadamente das investigações contra o ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci. As suspeitas jamais foram comprovadas. Ainda assim, pelo currículo de Clarice e por todas as lembranças que a Petrobras evoca, a indicação da economista tem tudo para ser um prato cheio para a oposição.
A área de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade é a mais política das diretorias da Petrobras. Lado a lado com o próprio gabinete da presidência da companhia, é responsável direta pela interlocução com autoridades e parlamentares. Clarice Coppetti é um nome de confiança do PT. Além dos cargos que ocupou na Caixa em governos do PT, é casada com Cezar Alvarez, que foi assessor da presidência da República no primeiro mandato de Lula e secretário executivo do Ministério das Comunicações na gestão de Dilma Rousseff. Mais recentemente, Alvarez integrou o Comitê de Transição de Lula exatamente na área de comunicações.
Sob certo aspecto a indicação de um nome tão enraizado no PT como o de Clarice Coppetti representa uma espécie de choque térmico na diretoria de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade da Petrobras. Atualmente, a área é comandada por Rafael Chaves, considerado dentro da própria estatal o mais bolsonarista entre todos os diretores da companhia. Chaves se notabilizou pelo vazamento de um vídeo em janeiro de 2022. Em um evento interno da Petrobras, o diretor fez um discurso inflamado sobre a corrupção na empresa “nos tempos do PT”.
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MedSênior acirra disputa pela terceira idade em São Paulo
9/03/2023A MedSênior, plano de saúde focado na terceira idade, planeja expandir sua operação em São Paulo. Segundo o RR apurou, a empresa de origem capixaba pretende abrir mais dois hospitais na capital paulista, onde já tem quatro unidades próprias de atendimento. A saúde financeira para o projeto de expansão vem, sobretudo, do aporte feito pelo Temasek, fundo soberano de Cingapura, que comprou 15% da companhia no ano passado. O avanço em São Paulo é estratégico. A MedSênior quer bater de frente com a Prevent Senior. Com a vantagem de não ter as nódoas reputacionais desta última, que ainda carrega o peso das acusações sobre o suposto uso indevido de cloroquina em pacientes com Covid no auge da pandemia.
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Brasil vira prato principal para foodtech chilena
9/03/2023A foodtech chilena NotCo vai expandir seus negócios no Brasil, trazendo sua recém-criada divisão de B2B. Com os novos projetos, os investimentos no país devem subir dos R$ 150 milhões já aportados para algo próximo dos R$ 200 milhões. A startup produz alimentos à base de plantas. Seu sistema de inteligência artificial desenvolvido pela NotCo é capaz de mapear a estrutura molecular de alimentos de origem animal e montar receitas integralmente a partir de vegetais. A companhia chilena se notabiliza por investidores de alta caloria financeira, a exemplo da Princeville Capital, empresa de venture capital que tem entre seus acionistas Jeff Bezos, fundador da Amazon. Na sua mais recente capitalização, no fim do ano passado, a NotCo foi avaliada em US$ 1,5 bilhão.

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Copersucar abre as portas da Alvean para um novo sócio
8/03/2023A Copersucar vem mantendo conversações com outros grandes grupos globais para uma possível parceria na comercialização global de açúcar. Segundo o RR apurou, um desses nomes seria a alemã Nordzucker, segunda maior produtora da commodity na Europa. As tratativas passam pela entrada no capital da Alvean, a trading da Copersucar. Na prática, seria um substituto para a Cargill que, há cerca de dois anos, vendeu sua parte no negócio para o grupo brasileiro. A Alvean é uma das maiores tradings de açúcar do mundo, movimentando quase cinco milhões de toneladas na última safra.

Destaque
Sucessão coloca Multiplan na vitrine dos M&As
8/03/2023A saída de José Isaac Peres da presidência da Multiplan tem tudo para desencadear importantes mudanças não apenas na companhia, mas no próprio mercado brasileiro de shopping centers. Segundo o RR apurou, a ascensão de Eduardo Kaminitz Peres ao cargo que seu pai ocupou por 48 anos deverá levar a empresa para o jogo das grandes consolidações do setor. De acordo com fontes ouvidas pela publicação, Eduardo já avalia diferentes cenários e possibilidades de fusão. No mercado, há fortes rumores de conversas com o Iguatemi, de Carlos Jereissati, que teriam se intensificado nas últimas semanas. Um eventual M&A entre Multiplan e Iguatemi seria uma sonora resposta à recente fusão entre BR Malls e Aliansce, hoje um conglomerado com 69 shoppings sob gestão e um faturamento em torno de R$ 2 bilhões por ano. A operação criaria um grupo com 38 shoppings, sendo dois outlets, receita anual de quase R$ 3 bilhões e Ebitda em torno de R$ 1,8 bilhão, além de um valor de mercado combinado da ordem de R$ 20 bilhões. Consultada pelo RR, a Multiplan disse que “está sempre aberta a analisar novas oportunidades de negócios, mas que, por ser uma companhia de capital aberto, não irá comentar este tema.” O Iguatemi, por sua vez, informou que “não tem perspectiva de adquirir nenhum ativo no mercado atualmente.” Perguntada especificamente se mantém conversas com a Multiplan, a empresa não respondeu.
A hipótese de fusão com outro grupo do setor sempre soou como uma espécie de heresia aos ouvidos do “Dr. Peres”, como o empresário José Isaac Peres costuma ser chamado pelos funcionários da Multiplan. De acordo com fontes próximas à família, o tema, ressalte-se, jamais provocou desavenças entre pai e filho. No entanto, há o que se pode chamar de um choque geracional na forma de olhar para o futuro da empresa. De um lado, o criador, apegado à criatura e historicamente resistente à ideia de dividir o controle dos seus negócios com alguém de fora do clã: do outro, o herdeiro, com uma visão mais pragmática.
Empresa
Stellantis planeja produzir veículos híbridos a partir de 2025
8/03/2023O RR apurou que a Stellantis, leia-se Fiat e Peugeot, planeja produzir seu primeiro modelo híbrido no Brasil em 2025 – informação guardada a sete chaves dentro da empresa Ainda neste ano, o grupo deverá anunciar a revisão do seu plano de investimentos no país, com um aumento considerável em relação ao último orçamento – R$ 16 bilhões para o período entre 2015 e 2025. A Stellantis pretende fechar um colar de parcerias com universidades, centros de pesquisa e indústrias de autopeças com o objetivo de “nacionalizar” o maior volume possível dos componentes dos futuros veículos, movidos tanto a motor de combustão quanto elétrico. Consultada, a Stellantis afirmou que “se prepara para anunciar o maior ciclo de investimentos automotivos da indústria brasileira”. A companhia lançou, em janeiro, “o projeto Bio-Electro, que trabalhará em parcerias estratégicas para implementar, entre outras frentes, a tecnologia de motopropulsão baseada na hibridização, combinando etanol e eletrificação.” Perguntada especificamente sobre o início da produção de automóveis híbridos no país, a empresa não se manifestou. Informou que “é uma ação alinhada com o plano estratégico de longo prazo da companhia, o Dare Forward 2030, que projeta a descarbonização da Stellantis até 2038, com redução de 50% já em 2030.”
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Weg esquenta os motores da sua operação no exterior
8/03/2023A Weg Motores trabalha em um alentado plano de expansão internacional. A empresa estuda entrar em novos países por meio de aquisições. Segundo o RR apurou, entre outras regiões, a Weg está garimpando ativos no Canadá e no Egito. O mercado africano, por sinal, é uma das grandes apostas: nos últimos anos, a companhia desembarcou na África do Sul, Argélia e Gana. Na linha do “tudo ao mesmo tempo agora”, a Weg pretende também expandir a sua produção em Portugal e na Turquia. No ano passado, pela primeira vez na história as vendas internacionais superaram a receita doméstica da empresa, chegando a 50,3% do faturamento total. A tendência é a diferença se abrir ainda mais. Em dois anos, segundo estimativas do mercado, a receita internacional da empresa deve bater nos 55%.

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Mais uma renúncia à vista no comando da Light?
2/03/2023Circula de forma elétrica nos corredores da Light a informação de que Octavio Pereira Lopes poderá deixar a presidência da companhia. Sua saída se daria em um momento crítico: a distribuidora fluminense atravessa uma delicada situação financeira, com um passivo de R$ 12 bilhões. Todos os caminhos apontam para um pedido de recuperação judicial. Consultada sobre a possível saída de Pereira Lopes da presidência, a Light não quis se pronunciar. Não seria o primeiro executivo a deixar abruptamente a empresa nos últimos meses no meio de uma tentativa de reestruturação. No ano passado, Firmino Sampaio e Raimundo Nonato de Castro abandonaram, respectivamente, os cargos de chairman e de CEO da distribuidora. Substituto de Nonato de Castro, Pereira Lopes está no cargo há apenas sete meses. Justamente os piores da história da Light.
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Venda de parque eólico esquenta contencioso familiar na Ferbasa
1/03/2023Há muita mágoa e desamor societário na forja da Companhia de Ferro Ligas da Bahia (Ferbasa). Segundo uma fonte próxima à empresa, José Eduardo Cabral de Carvalho, herdeiro da metalúrgica, estuda entrar na Justiça para brecar a eventual venda do parque eólico BW Guipará, na Bahia, para a AES Brasil. As duas companhias assinaram um memorando de entendimentos no início do ano e negociam a transferência de parte ou mesmo do controle do empreendimento. O novo processo seria mais um capítulo de uma disputa que teve início em 2015, ano da morte de José Corgosinho de Carvalho Filho, pai de José Eduardo Cabral de Carvalho e fundador da Ferbasa e da Fundação José Carvalho. O herdeiro contesta a doação de ações da metalúrgica para a Fundação, iniciada por seu pai nos anos 70. Aparteado da gestão, José Eduardo afirma que a transferência foi ilegal e tenta, por vias judiciais, anular a operação e assumir o controle da companhia.
Em novembro do ano passado, a sede da Ferbasa foi alvo de uma operação de busca e apreensão de documentos a partir do processo movido por José Eduardo. O que está em jogo é o mando sobre uma das maiores fabricantes de ferroligas do Brasil, com valor em bolsa de R$ 5 bilhões. Em contato com o RR, a Ferbasa diz que “não comenta sobre qualquer medida judicial que esteja em curso”. Em referência à operação de novembro do ano passado, a empresa afirma que “a referida ordem padece de vícios processuais graves e que viola seus direitos e os de terceiros. As medidas necessárias para corrigir os equívocos e restabelecer a ordem processual, com vistas a resguardar a defesa dos seus interesses, já foram adotadas pela Ferbasa”. A empresa disse ainda que “desconhece a existência de qualquer medida judicial envolvendo o Sr. José Eduardo Cabral e o parque eólico da BW Guirapá.” O RR também entrou em contato com José Eduardo Cabral, mas o empresário não se pronunciou até o fechamento desta matéria.

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JBS avança sobre frigorífico da Rio Branco Alimentos
1/03/2023A JBS negocia a compra do complexo industrial da Rio Branco Alimentos na cidade de Palmeiras de Goiás (GO). A planta tem capacidade para o abate de aproximadamente 200 mil frangos por dia. Ou pouco mais de 70 milhões por ano. O movimento do conglomerado dos irmãos Batista tem um forte componente defensivo: evitar que a unidade caia nas mãos de um concorrente, notadamente a BRF. O negócio permitiria à JBS ampliar ainda mais a sua posição como maior produtora e exportadora de frangos do mundo, com mais de 4,4 bilhões de cabeças ano, o dobro da capacidade da BRF. Por sua vez, a Rio Branco Alimentos, dona da marca Pif Paf, segue a velha máxima de se desfazer de um anel para preservar os dedos. A negociação do complexo industrial de Goiás – uma das seis unidades de produção do grupo – tem como objetivo fazer caixa para reduzir o passivo. O que mais a Rio Branco quer abater nesse momento é sua dívida, em torno de R$ 1 bilhão.

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Cargill decide ser mais credora do que acionista da Paranapanema
1/03/2023A Cargill virou uma espécie de “inimigo íntimo” da Paranapanema. Segundo o RR apurou, a trading norte-americana – ao mesmo tempo acionista e credora da companhia – tem sido um osso duro de roer à mesa de negociações. De acordo com a mesma fonte, a Cargill já teria sinalizado ser contra a proposta de recuperação judicial apresentada pela empresa há cerca de duas semanas. A Paranapanema ofereceu aos credores da Classe III, onde os norte-americanos estão listados, um haircut de 50% sobre o valor do passivo e o pagamento em 48 parcelas, com dois anos de carência. Dona de pouco mais de 8% da empresa, a Cargill tem aproximadamente R$ 25 milhões em créditos a receber. Dito assim, pode soar como um valor pequeno. No entanto, a trading é a maior credora dessa categoria.
A Paranapanema, ressalte-se, não está de braços cruzados, somente à espera de um “waiver” de seus credores. A empresa colocou à venda as fábricas de cobre da Eluma, sua controlada, em Santo André (SP) e Serra (ES), com o objetivo de fazer caixa e pagar os credores. Os recursos amealhados com a alienação dos ativos deverão ser destinados a um fundo de diretos creditórios e usados para o pagamento de credores financeiros.

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União em contencioso contra gigante asiático da celulose
28/02/2023A asiática Royal Golden Eagle (RGE), gigante global da celulose, deve ganhar um adversário de peso no país: o próprio Estado brasileiro. Segundo o RR apurou, a Advocacia Geral da União (AGU) estuda entrar na disputa judicial que envolve a RGE e a compra de terras no Brasil. O grupo asiático, sediado em Cingapura, é acusado de usar de uma intrincada teia de participações societárias para ocultar o controle de terras no país e driblar a Lei nº 5.709/1971, que estabelece restrições para investimentos estrangeiros nesse setor. Um dos biombos utilizados pela RGE para camuflar as aquisições seria a Bracell, sua controlada. De acordo com informações filtradas da Advocacia Geral da União, entre os advogados do órgão há um entendimento de que as supostas ilegalidades vão de encontro a pareceres anteriores da própria AGU sobre o tema, notadamente o Parecer nº LA-01 de 2010. Consultada pelo RR, a Bracell informou que “seus negócios no Brasil estão de acordo com todas as normas legais vigentes”.
A entrada em cena da AGU daria maior dimensão e gravidade a um contencioso que se arrasta há mais de um ano, mas ainda restrito à Justiça de São Paulo. Em outubro do ano passado, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve uma liminar exigindo que a Bracell respeite os limites previstos na Lei nº 5.709/1971 para a compra de terras por estrangeiros. No processo, a empresa é acusada de descumprir a legislação em três cidades do interior de São Paulo – Vera Cruz, Oriente e Álvaro de Carvalho.

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Plataforma de delivery do Magazine Luiza faz dieta forçada
27/02/2023A recente demissão de 70 funcionários é apenas o sintoma mais visível da indigestão do Aiqfome, aplicativo de entregas controlado pelo Magazine Luiza. Segundo o RR apurou, a rede varejista de Luiza Helena Trajano não demonstra apetite para fazer novos aportes no negócio, comprado em 2020. Ao mesmo tempo, o Aiqfome estaria sofrendo com a baixa rentabilidade. Apesar do esforço para expandir sua área de atuação – já são mais de 800 municípios -, a empresa não tem conseguido transformar o avanço territorial em aumento dos lucros. Ressalte-se, sobretudo, a dificuldade de entrar em cidades maiores, com mais de 500 mil habitantes. Na maioria dos casos, são regiões blindadas pelo iFood, com suas controversas e agressivas estratégias comerciais, notadamente acordos de exclusividade com restaurantes. Neste mês, a plataforma fechou um acordo com o Cade. Comprometeu-se a encerrar contratos de exclusividade com redes de restaurante que tenham mais de 30 lojas. A interferência do órgão antitruste chegou tarde demais para diversos concorrentes do iFood que não conseguiram sobreviver nesse mercado e encerraram suas atividades, inclusive o gigante Uber Eats. A ver se ainda veio a tempo para o Aiqfome manter seu lugar à mesa. Procurado pelo RR, o Magazine Luiza não se pronunciou.

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Equatorial Energia negocia compra da Coelce
24/02/2023De primeira: a Equatorial Energia está na disputa pela compra da Coelce, a distribuidora de energia elétrica do Ceará. A empresa foi colocada à venda pela italiana Enel. As conversações são intermediadas pelo BTG. A Coelce está avaliada em aproximadamente R$ 6 bilhões. Coincidentemente, ou não, os dois grupos protagonizaram uma das principais operações de M&A do setor elétrico realizadas recentemente no Brasil: no fim do ano passado, a Equatorial comprou da Enel a concessão de distribuição de energia em Goiás, por aproximadamente R$ 1,6 bilhão. Consultada pelo RR, a Equatorial informou que “não comenta sobre possibilidades específicas de negócios ou aquisições”. A Enel disse também que “não comenta o tema”.
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Cade quer acabar com a folia das cervejeiras
24/02/2023As cervejarias atravessaram o samba das leis antitruste. De acordo com informações filtradas do Cade, o Conselho deverá apurar denúncias contra a AmBev e a Heineken por supostas práticas anticoncorrenciais. Os alvos são os contratos de patrocínio do Carnaval firmados, respectivamente, com as Prefeituras de Salvador e de Olinda. Segundo acusações já encaminhadas ao órgão, as duas companhias fecharam acordos de exclusividade danosos à livre concorrência. Ambas teriam se aproveitado da condição de patrocinadoras oficiais do Carnaval para tirar adversários do jogo, coibindo a venda de cervejas de outras marcas, inclusive nos bares localizados em áreas próximas a eventos carnavalescos. Em Olinda, o episódio chegou a parar na Justiça. O Ministério Público de Pernambuco pediu à Justiça a suspensão do contrato entre a Prefeitura e a Heineken, assim como com outros fabricantes de bebidas alcoólicas. No entanto, a requisição foi negada.
As denúncias encaminhadas ao Cade vão colocar levedura em um processo de investigação que já corre no órgão desde 2019. Não é de hoje que os Conselheiros avaliam medidas mais drásticas, como impedir a assinatura de contratos de patrocínio entre cervejarias e o Poder Público, que acabam se transformando em um biombo para ocultar expedientes contra a concorrência. As novas acusações devem acelerar decisões dentro do Cade. Em contato com o RR, o Conselho confirmou que já tem “um inquérito administrativo aberto no qual estão sendo investigadas denúncias de suposto abuso em contratos de exclusividade nesse mercado”. Perguntado especificamente sobre as denúncias contra AmBev e Heineken, o Cade afirmou que “para preservar a investigação, não comenta casos em andamento.” Também consultada pelo RR, a AmBev informou que “os contratos são públicos e todos os termos deles também”. A empresa diz ainda que “30 mil ambulantes e catadores tiveram a oportunidade de renda extra em Recife, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador”, em referência à venda de seus produtos nessas cidades durante o Carnaval. A Heineken, por sua vez, não se manifestou.
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Grupo indiano planeja investir em energia verde no Brasil
24/02/2023A indiana ReNew Power estuda se instalar no Brasil. A empresa já sinalizou ao Ministério de Minas e Energia a intenção de investir em geração eólica e solar no país. A aterrissagem em solo brasileiro se daria no âmbito de um grande projeto global dos indianos, que prevê o desembolso de mais de US$ 9 bilhões até 2025 para triplicar sua capacidade de produção de energia verde. Além da Ásia, a estratégia do grupo passa por investimentos na Europa e na América Latina. Voltagem financeira não deverá faltar: a ReNew tem entre seus acionistas a Goldman Sachs e o Canada Pension Plan Investment Board.

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Fábrica de carros elétricos da Chery perde velocidade
24/02/2023Circula no setor automotivo a informação de que a chinesa Chery estuda instalar uma fábrica de veículos elétricos na Argentina. Má notícia para o Brasil. A se confirmar, o projeto pode empurrar para o acostamento os planos da Caoa Chery – associação entre o Grupo Caoa e a montadora asiática – de reabrir a fábrica de Jacareí (SP). No ano passado, a companhia demitiu os mais de 400 trabalhadores da unidade, prometendo reabri-la em 2025, com a produção de carros elétricos. O Grupo Caoa é acionista majoritário da joint venture. No entanto, é pouco provável que o investimento em Jacareí seja levado adiante caso a Chery decida produzir seus automóveis elétricos na Argentina. Nesse caso, a planta no país vizinho teria o papel de abastecer outros países da América do Sul.
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Mubadala quer morder uma participação na IMC
23/02/2023O Mubadala tem fome de Brasil. Se, de um lado, não desistiu da compra das operações do Burger King no país, do outro tem feito sondagens para a aquisição de uma participação na International Meal Company (IMC). A holding reúne 14 bandeiras do mercado de fast food, entre as quais Pizza Hut, KFC e Viena. A principal acionista da IMC é a UV Gestora. Entre os acionistas está também o empresário Carlos Wizard, fundador da escola de idiomas de mesmo nome.
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A segunda crise de Josué Gomes da Silva
17/02/2023Depois de conter um movimento golpista para tirá-lo da presidência da Fiesp, Josué Gomes da Silva enfrenta um período turbulento na Coteminas. O RR apurou que a empresa vem atrasando o pagamento de salários, notadamente em Minas Gerais. Denúncias já foram encaminhadas ao Ministério Público do Trabalho e ao Tribunal Superior do Trabalho. A Coteminas deve e não nega. Em contato com o RR, o diretor de Relações com Investidores João Bomfim, informou que “a situação será imediatamente normalizada e agradecemos compreensão dos dedicados colaboradores da empresa.”. O grupo fundado pelo ex-vice-presidente da República José Alencar vive tempos difíceis. No último balanço publicado até o momento, a Coteminas reportou um prejuízo de R$ 151 milhões no primeiro semestre de 2022, mais do que o triplo das perdas registradas entre janeiro e junho de 2021.

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Vale ganha um privilegiado maquinista para os seus “assuntos regulatórios”
17/02/2023A contratação do ex-ministro da Infraestrutura Marcelo Sampaio como diretor de assuntos regulatórios da Vale, apenas um mês meio após a sua saída da Pasta, ameaça criar uma perigosa jurisprudência. É como se não houvesse mais conflito de interesses entre o público e o privado. Segundo uma fonte da ANTT, Sampaio já estaria se movimentando junto a órgãos em Brasília, notadamente a própria agência, em temas de interesse da Vale no setor de transportes. Ou seja: com o oportuno beneplácito da Comissão de Ética da Presidência da República, que liberou Sampaio da necessidade de quarentena, a companhia passou a ter em seus quadros alguém que ainda cheira a ministro e carrega informações do aparelho de Estado extremamente atualizadas e, por isso mesmo, mais valiosas, além de acessos privilegiados. Guardadas as devidas proporções, é como se Roberto Campos Neto deixasse hoje o comando do BC e, daqui a 45 dias, não mais do que isso, já estivesse batendo ponto em um banco privado.
O ex-ministro cruza a porta giratória do governo para a iniciativa privada justo no momento em que a VLI, das quais a Vale é uma das principais acionistas, está envolvida em uma agenda das mais complexas: as tratativas para a renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica. Conforme o RR já informou (https://relatorioreservado.com.br/noticias/vli-tera-de-pagar-um-alto-pedagio-para-renovar-concessao-da-ferrovia-centro-atlantica/), há um impasse em torno do assunto. O governo exige pesados investimentos da VLI para estender o contrato de concessão. O RR perguntou à Vale qual será a área de atuação de Sampaio e se ele conduzirá assuntos relacionados a concessões ferroviárias do grupo. A empresa, no entanto, não se pronunciou até o fechamento desta matéria.
A contratação de Marcelo Sampaio, braço direito de Tarcísio Freitas, abre brecha para as ilações não apenas em relação ao futuro, mas também ao passado. Foi com Sampaio na secretaria executiva do Ministério da Infraestrutura que a Vale conseguiu, em 2020, fechar acordo com o governo para a renovação antecipada das concessões da Estrada de Ferro de Carajás e da Vitória-Minas. É a velha e surrada máxima da mulher de Cesar: não basta ser honesta; é preciso parecer honesta.

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GIP quer montar um colar de ativos em energia no Brasil
16/02/2023A Global Infrastructure Partners (GIP) pretende usar a Atlas Renewable Energy, sua controlada, como ponta de lança para a consolidação de ativos em energia no Brasil. O alvo principal da gestora norte-americana, que administra uma teia de fundos em infraestrutura, com investimentos somados de US$ 80 bilhões, é o segmento de geração eólica. A Atlas, ressalte-se, já possui um portfólio com oito projetos de energia solar no Brasil. Em janeiro, obteve um financiamento de R$ 1,1 bilhão do BNDES para a construção da usina Boa Sorte, em Minas Gerais.

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A última dança do Makro no Brasil
16/02/2023A holandesa SHV avalia um movimento radical: fechar as oito lojas do Makro que ainda restam no Brasil. O grupo está penando na busca de um comprador para os imóveis, localizados em São Paulo. São unidades deficitárias em áreas pouco atrativas para outras redes varejistas. Enfim, uma espécie de xepa do Makro. A rede atacadista está encerrando suas operações no Brasil por etapas. Em 2021, negociou 21 lojas para o Carrefour. No início deste ano, vendeu outra leva de 16 imóveis para o grupo paranaense Mufatto.
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Corsan deve bater novamente na porta do IFC
16/02/2023A Aegea Saneamento, que arrematou a Corsan, estuda alguns caminhos para injetar recursos na empresa de saneamento gaúcha. Uma das ideias que ganha corpo, segundo informações apuradas pelo RR, é um novo financiamento do IFC, o braço do Banco Mundial para a iniciativa privada. Em 2021, a Corsan obteve da agência de fomento um empréstimo de R$ 300 milhões. De lá para cá, o sarrafo subiu e a necessidade de funding da empresa aumentou consideravelmente. O plano de investimentos da Corsan já anunciado pela Aegea gira em torno de R$ 16 bilhões nos próximos dez anos.
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Credores da Cultura avançam sobre patrimônio de acionista
15/02/2023O RR apurou que, um grupo de credores da Cultura, notadamente editoras, está se mobilizando com o objetivo de bloquear o patrimônio pessoal do empresário Sergio Herz, acionista majoritário da rede de livrarias. Não é uma tarefa simples: a lei brasileira prevê essa medida apenas quando o próprio acionista ofereceu bens de sua propriedade como garantia a créditos, o que não ocorreu nesse episódio, ou em caso de fraude. Nesta segunda hipótese, há um precedente por onde os credores pretendem caminhar. Em 2019, a pedido do Banco Original, dos irmãos Batista, a Justiça de São Paulo suspendeu a transferência de dois apartamentos de Herz para sua esposa. A doação, ressalte-se, ocorreu apenas 21 dias antes da Cultura entrar com pedido de recuperação judicial. Na semana passada, a Justiça decretou a falência da rede de livrarias, deixando no prelo mais de R$ 285 milhões em dívidas.

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Casino pode vender mais um pedaço do Assaí
14/02/2023Desde a última sexta-feira, há um forte zunzunzum no mercado de que o Casino poderá ofertar em mercado mais um bloco de ações do Assaí. No fim de novembro, o grupo francês se desfez de aproximadamente 140 milhões de papéis, reduzindo sua participação na rede de atacarejo de 41% para 30,5%. Embolsou pouco mais de R$ 2,7 bilhões. Consultado pelo RR sobre uma nova oferta, o Casino não negou com todas as letras. Disse apenas que “não confirma” a informação. No mercado, ressalte-se, as atenções estão voltadas para o próximo dia 28 de fevereiro, data em que se encerra o lockup de 90 dias previsto na oferta anterior. Ou seja: já no dia 1 de março, o Casino estará livre para realizar uma nova venda em bolsa.

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Votorantim e CPP Investments podem assumir a Iguá
14/02/2023A dobradinha entre os Ermírio de Moraes e a CPP Investments na área de energia pode se estender para o setor de saneamento. O RR apurou que o fundo canadense estuda assumir o controle da Iguá Saneamento, da qual já é acionista, com 14,91%. Na operação, levaria junto o Grupo Votorantim, seu sócio na Auren Energia. Ambos comprariam ações da IG 4 Capital, atual controladora da Iguá. A gestora de recursos detém 58% do capital, por meio dos FIPs Iguá e Mayim. No setor há um forte burburinho de que a IG 4 estaria trabalhando com dois cenários: a redução da sua participação ou a venda integral das ações em seu poder.

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Musk planeja “intervenção” no Twitter Brasil
13/02/2023Depois de mais de uma centena de demissões, Elon Musk estaria preparando uma “intervenção” da matriz no Twitter Brasil. Nos corredores da empresa corre a informação de que um executivo do grupo será enviado a São Paulo para conduzir uma reestruturação na operação brasileira. Trata-se de um movimento que levanta dúvidas sobre a permanência de Fiamma Zarife no comando do Twitter no Brasil. Em meio ao turbilhão Musk, marcado por demissões em várias partes do mundo, mudanças nas regras de postagem na plataforma e flexibilização dos mecanismos de combate a fake news, o mercado brasileiro segue no topo das prioridades da companhia. O Brasil detém a quarta maior base de usuários do microblog, com aproximadamente 20 milhões de contas, atrás dos Estados Unidos, Japão e Índia.
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Actis avança na Ômega Energia
13/02/2023O fundo inglês Actis tem planos de ampliar sua participação na Ômega Energia e assumir uma posição majoritária na empresa. Hoje, os britânicos detêm 26%, atrás apenas da Tarpon Investimentos, principal acionista, com 31%. No ano passado, além de comprar ações em bolsa, o Actis injetou cerca de R$ 1,2 bilhão na empresa por meio de um aumento de capital. Ainda neste ano, o portfólio de ativos da Ômega deverá atingir a capacidade somada de 2,5 GW. A meta da companhia é chegar a 4 GW até o início de 2025.
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PPSA ganha novo gás no governo do PT
9/02/2023O governo Lula não apenas suspendeu a privatização da PPSA (Pré–Sal Petróleo) como bateu o martelo para a ampliação dos quadros da empresa. O Ministério do Planejamento já trabalha na montagem do concurso público para a contratação de até 120 funcionários para a estatal do pré-sal. Curiosamente, mesmo com os planos de privatização e toda a má vontade de Paulo Guedes, durante o governo Bolsonaro o efetivo da PPSA cresceu um pouco, de 44 para 58 profissionais.