Categoria: Agronegócio
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Agronegócio
Ministério da Agricultura busca aditivos para aumentar produção de etanol de milho
3/01/2025Assessores do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, estão debruçados sobre propostas para turbinar a produção de etanol de milho. O objetivo é não apenas atrair investimentos de empresas nacionais de biocombustíveis, mas também de grupos estrangeiros. Um dos nomes citados na Pasta é o da BP. O conglomerado britânico tem feito estudos para produzir etanol à base de milho no país. Seu potencial de investimento no setor é exponencial, a começar pela estrutura que já tem à mão.
A BP comprou recentemente a participação da Bunge na joint venture que ambos mantinham em bioenergia no Brasil. São 11 usinas de açúcar e etanol. As principais ideias que pululam no Ministério da Agricultura precisam do chapéu alheio, leia-se de decisões de outras esferas do governo. Uma delas é o apoio do BNDES para um programa de financiamento ao etanol de milho. Outra é o aumento do índice de mistura de álcool na gasolina. Fávaro trabalha para que o governo anuncie ainda neste mês a subida desse sarrafo dos atuais 27% para 30%.
Cabe lembrar que em outubro o presidente Lula sancionou a Lei do Combustível do Futuro, permitindo que a adição de etanol a gasolina oscile em um sistema de bandas entre 22% e 35%.
Nessa equação misturam-se fatores de mercado, de ordem ambiental e, como não poderia deixar de ser, de natureza política. As medidas seriam um afago aos grandes produtores de milho do país. Na safra 2023/24, o Brasil produziu seis bilhões de litros de etanol a partir do cereal, 35% a mais do que no ciclo anterior.
No Ministério da Agricultura, há estimativas de que esse volume poderá chegar a dez bilhões de litros em apenas dois anos. Já se fala na possibilidade de o Brasil antecipar em dois anos a projeção anterior de fabricar 15 bilhões de litros até 2032. O Brasil tem no seu solo uma vantagem, quase um presente divino, na comparação com outros grandes produtores mundiais, a começar pelos Estados Unidos, o maior deles: a segunda safra anual de milho, a “safrinha”.
Agronegócio
Marcos Molina investe alto para aumentar rebanho próprio
12/12/2024Marcos Molina, o controlador formal da Marfrig e informal da BRF, já investiu ao longo deste ano mais de R$ 1 bilhão para a compra de gado. Outro tanto deverá ser desembolsado nos próximos meses. A maior parte dos negócios tem se concentrado no Centro-Oeste e em São Paulo – neste último, o empresário vem adquirindo gado de outro sobrenome famoso da pecuária nacional, a família Bertin. Molina quer ampliar seu poder na cadeia do agronegócio e, para isso, considera estratégico aumentar seu rebanho próprio para reduzir a dependência de terceiros no suprimento das plantas da Marfrig. E da BRF.
Agronegócio
Ruralistas pedem renegociação de dívidas junto ao BB e à Caixa
28/11/2024O agronegócio também quer “anistia”. Não exatamente para o 8 de janeiro, mas para a sua inadimplência. A bancada ruralista pressiona o governo para que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica abram um programa de renegociação de dívidas de produtores rurais. A alegação é que os extremos climáticos, notadamente as enchentes no Rio Grande do Sul, são a grande praga que atingiram o campo na safra atual. Os balanços dos dois bancos estatais mostram o quanto a erva daninha cresceu. No BB, a inadimplência na carteira de crédito rural subiu de 0,71% para 1,97% nos últimos 12 meses. Na Caixa, o problema é ainda maior. Em comparação com novembro do ano passado, os empréstimos com atraso de 90 dias ou mais saltaram de 0,75% para 3,35%.
Agronegócio
Uma nova multinacional brasileira começa a quebrar a casca do ovo
22/11/2024A Granja Faria, que anunciou na semana passada a compra do Grupo Hevo, na Espanha, avança a passos largos em seu plano de internacionalização. O que se ouve no setor é que a empresa está em negociações avançadas para sua primeira aquisição em Portugal. A companhia vem prospectando também ativos na França e Itália. Sediada em Santa Catarina, a Granja Faria é a maior produtora de ovos do Brasil. Neste ano, deverá romper pela primeira vez a marca de R$ 2 bilhões em faturamento. O foco da empresa neste momento é aumentar a geração de receita em moeda forte. Com a aquisição do Grupo Hevo, seu faturamento em dólar passou de 15% para 40% das vendas totais. É por essas e outras que fundos de private equity têm ciscado na porta da Granja Faria interessados em comprar uma participação no capital.
Agronegócio
Agrivalle pode receber adubo financeiro internacional
30/10/2024Agronegócio
Amerra Capital espreita a porta da saída da Fiagril
29/10/2024Agronegócio
Frigoríficos brasileiros aguardam o “nada consta” da Coreia do Sul
21/10/2024Há um frenesi na indústria da proteína animal. Segundo o RR apurou, autoridades sanitárias da Coreia do Sul vão desembarcar no Brasil na próxima semana para uma série de inspeções a frigoríficos produtores de carne bovina e suína. No Ministério da Agricultura, a expectativa é que, já no início de 2025, o governo sul-coreano autorize uma nova leva de abatedouros a exportarem para o país. A Coreia do Sul é um dos cinco maiores importantes mundiais de carne bovina.
Agronegócio
Quebra de safra obrigará governo a aumentar importações de trigo
17/10/2024Agronegócio
Exportação para o Equador deve garantir uns trocados a mais para os produtores de milho
3/10/2024O governo do Equador solicitou ao Ministério da Agricultura apoio para a importação de aproximadamente cem mil toneladas de milho do Brasil. Lá como cá, a produção caiu significativamente, em função das secas. Segundo informações apuradas pelo RR, existe ainda a possibilidade de o Equador comprar outra tranche semelhante no início do próximo ano.
A venda vai colocar uns poucos grãos a mais no bolso dos produtores brasileiros, duramente afetados por extremos climáticos, quebra de safra e disparada dos custos. Mas a operação está longe de resolver grave cenário do setor. A estimativa é que as exportações de milho neste ano não passem dos 38 milhões de toneladas. Nem de perto, lembra o espetacular desempenho de 2023, quando o país atingiu um volume recorde de vendas no mercado externo, de 55 milhões de toneladas. Significa dizer que o Brasil deverá perder o posto de maior exportador de milho do mundo, feito conquistado apenas duas vezes – no ano passado e em 2013.
Agronegócio
Terras da União no Tocantins mobilizam bancada ruralista
17/09/2024A bancada ruralista faz pressão no Congresso para que o projeto de lei 1.199, da senadora Dorinha Rezende (União-TO) seja votado ainda neste ano. A proposta prevê a transferência de terras em Tocantins pertencentes à União para o governo do estado. Em tese, o projeto é eivado de boas intenções. A maior parte das áreas é ocupada por famílias que, no passado, receberam títulos fundiários, registros estes que mais recentemente passaram a ser cancelados por decisões judiciais.
Mas, nesse caldeirão, há também grandes produtores rurais. Um dos argumentos dos parlamentares é que a transferência da propriedade para o estado permitirá uma melhor fiscalização ambiental. Há controvérsias. Em 2021, os governos do Amapá e Roraima assumiram terras repassadas pela União. No primeiro caso, coincidência ou não, a coisa funcionou. O desmatamento no Amapá subiu apenas 0,35% no ano passado. Em Roraima, no entanto, a área derrubada cresceu 115% entre 2022 e 2023.
Agronegócio
Brasil caminha para o recorde nas importações de fertilizantes
16/09/2024Segundo o RR apurou, a Conab trabalha com a estimativa de que as importações de fertilizantes vão atingir o patamar de 42 milhões de toneladas em 2024. A se confirmar, será o recorde histórico, superando as 41,5 milhões de toneladas em 2021. Tanto em junho quanto em julho, o volume ultrapassou 4,1 milhão de toneladas, maior marca para um único mês já registrada. A boa notícia é que o agronegócio segue de vento em popa e os produtores transbordam otimismo com a safra 2024/25. A má notícia é que a produção interna de fertilizantes dará conta de apenas 8% da demanda para o próximo ciclo. Novidade…
Agronegócio
Brasil é um terreno dos mais férteis para a Donmario
11/09/2024O grupo argentino Donmario, da área de agrociência, já está arando o terreno para seus próximos projetos no Brasil. A empresa pretende avançar no mercado de genética de sementes. Uma das ideias é fechar acordos diretamente com grandes cooperativas agrícolas, oferecendo mudas adaptadas aos mais diferentes tipos de solo e resistentes aos mais variados tipos de insetos.
Trata-se de um mercado que movimenta cerca de R$ 25 bilhões por ano. Em março deste ano, a Donmario fechou a compra das operações de sementes de milho e sorgo da alemã KSW no Brasil – o pacote envolveu ainda Argentina, Paraguai e Uruguai. Em 2023, já havia adquirido outra empresa no Brasil, a Biotrigo.
Agronegócio
Lula entra na mira dos grandes produtores de arroz
30/08/2024Mais um caroço no relacionamento entre Lula e o agronegócio: a bancada ruralista e grandes produtores de arroz estão articulando uma campanha de alcance nacional, que deverá englobar de anúncios publicitários a eventos. Para todos os efeitos, o mote será valorizar a rizicultura nacional e a importância do arroz para a segurança alimentar no Brasil. No entanto, o que se diz no setor é que a iniciativa mira diretamente em Lula. Seria uma resposta às recorrentes críticas do presidente aos produtores do cereal, vista por muitos como mais uma tentativa do petista de vilanizar o agronegócio e jogar para o setor a culpa pelo aumento de preços. Lula, de fato, não tem poupado os agricultores. Nesta semana, disse publicamente que “está no pé” do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para baixar o valor do arroz. Em maio, Lula já havia afirmado que ficou “nervoso” ao ver o preço do arroz no supermercado.
Agronegócio
Alto endividamento é uma erva daninha no solo da AgroGalaxy
23/08/2024A AgroGalaxy – uma das maiores distribuidoras de insumos agrícolas do Brasil, com faturamento de quase R$ 10 bilhões por ano – teria iniciado conversações com os bancos credores para a renegociação do seu passivo de curto prazo, da ordem de R$ 1,5 bilhão.
O nível de alavancagem da companhia está se tornando um fardo difícil de carregar. A relação dívida líquida/Ebitda bateu em 8,5 vezes no segundo trimestre deste ano. A situação já está passando do “desconfortável” para o preocupante.
A AgroGalaxy tem contratos de financiamento e empréstimos com covenants que preveem um endividamento de curto prazo igual ou inferior a 2,8 vezes o Ebitda. Ou seja: tecnicamente, esses credores já poderiam executar a dívida antecipadamente. Em tempo: o mercado vem punindo a AgroGalaxy da forma que melhor sabe fazer.
Somente neste ano, a companhia perdeu cerca de 65% do seu market cap. Consultada pelo RR, a AgroGalaxy disse que “os efeitos das mudanças que fez nos últimos meses, em busca de mais eficiência e agilidade, se tornaram mais evidentes no 2T24”.
A empresa afirmou ainda que “permanece dedicada em melhorar diariamente sua produtividade e eficiência operacional. Tais medidas são essenciais para enfrentar a volatilidade e os desafios do mercado.” Sobre a dívida e a negociação com os credores, nenhuma palavra
Agronegócio
Uma potência agrícola frutifica no Nordeste
19/08/2024Agronegócio
Será que depois da enchente o agro gaúcho terá de enfrentar gafanhotos?
5/08/2024O Ministério da Agricultura está trabalhando com vigilância fitossanitária em grau máximo na Região Sul. A área técnica da Pasta monitora a praga de gafanhotos que se espalha por lavouras de diversas províncias da Argentina e levou o governo daquele país a decretar estado de emergência. Segundo informações filtradas do Ministério, neste momento não há indicativos de que a nuvem de insetos esteja se deslocando em direção à fronteira com o Brasil. Há, no entanto, o risco de que essa situação se altere em função de mudanças climáticas. Em 2020, não custa lembrar, em meio à pandemia, diversas áreas de plantio do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina foram duramente atingidas por uma invasão de gafanhotos. A repetição de uma praga em proporções similares era só o que faltava para o agronegócio gaúcho, que ainda contabiliza as perdas da tragédia das chuvas no estado.
Agronegócio
Terra Santa quer cortar sua alavancagem pela raiz
25/07/2024Há informações no mercado de que a Terra Santa Propriedades Agrícolas estuda uma emissão de títulos com o objetivo de alongar o perfil do seu endividamento. O passivo de curto prazo tornou-se uma erva daninha que tem crescido em ritmo preocupante para os acionistas da companhia, a começar pelo principal deles, o notório Silvio Tini – um dos maiores investidores ativistas do mercado de capitais brasileiro. Entre dezembro de 2022 e março deste ano, a relação dívida líquida/Ebitda saltou de 0,4 para 1,9 vez. Significa dizer que a Terra Santa, uma das maiores proprietárias de terras do Brasil, perdeu gordura e já não está mais em uma posição tão confortável no que diz respeito a seus covenants financeiros. Os contratos de empréstimo da empresa preveem execução automática caso a relação dívida líquida/Ebitda chegue a três vezes. Procurada, a Terra Santa não se manifestou.
Agronegócio
Canaviais brasileiros entram no radar da China
27/06/2024Agronegócio
Leilão de arroz deve provocar mais uma degola na Agricultura
18/06/2024O conturbado leilão de arroz deve derrubar mais um no governo. Nos corredores do Ministério da Agricultura, o entendimento é que o destino do diretor de Operações e Abastecimento da Conab, Thiago José dos Santos, já está selado, e sua demissão em definitivo é apenas questão de tempo.
Na semana passada, a Pasta anunciou que Santos afastou-se temporariamente do cargo em licença remunerada. Entre os próprios assessores mais próximos do ministro Carlos Fávaro, o que se diz é que essa foi uma saída para inglês ver, como forma de evitar o desgaste político de duas demissões pelo mesmo motivo em menos de três dias – o escândalo do arroz já derrubou Neri Geller, secretário de Política Agrícola. Ressalte-se que Thiago José dos Santos, teólogo de formação, teria chegado ao cargo por indicação do próprio Geller.
Agronegócio
Operação tartaruga breca importações de fertilizantes e defensivos
24/05/2024As orelhas do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, devem estar vermelhas feito pimentão. Fávaro tem ouvido um bocado de reclamações de importadores de fertilizantes e defensivos agrícolas. Nas últimas semanas, agentes da Secretaria de Defesa da Pasta têm feito uma operação padrão em alguns portos, como forma de pressão por um novo plano de carreira. Inspeções normalmente realizadas em uma semana estão levando quase um mês, com duplo prejuízo aos importadores. Eles não recebem pela venda da carga e ainda têm de pagar um custo maior de demurrage ao operador portuário, pelo uso de contêiners por prazos além do previsto em contrato.
Agronegócio
Estimativa sobre a produção de trigo no sul ainda é um voo no escuro
20/05/2024A estimativa de que a área plantada de trigo no Rio Grande do Sul será 11% menor na próxima safra ainda é tratada no Ministério da Agricultura como um cálculo preliminar e pouco preciso. A demora na descida dos níveis da água nas principais regiões produtoras é um obstáculo para a área técnica da Pasta aferir o tamanho do estrago. Na verdade, são duas medições em uma só: a extensão de terras que já havia sido semeada – o período de plantio começou exatamente no início do maio, estendendo-se até julho – e o impacto das chuvas sobre essas regiões. Na própria equipe de Carlos Fávaro, não falta quem considere as declarações do ministro, dizendo que o governo não pretende aumentar as exportações e que não existe perspectiva de impacto das enchentes sobre os preços do trigo, demasiadamente otimistas e precipitadas.
Agronegócio
Um nome de prestígio para ser o “embaixador” da carne brasileira
3/05/2024A cadeia da proteína animal ganhou um reforço de peso, capaz de amplificar ainda mais sua representatividade no exterior. O embaixador Roberto Azevedo, ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), está prestando consultoria à Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Na entidade, a aposta é que a “consultoria” seria apenas um rito de passagem para Azevedo assumir a presidência da Abiec – o burburinho nos corredores da associação é que o atual nº 1, Antônio Camardelli, deve deixar o cargo neste ano.
Agronegócio
Ministério da Agricultura rechaça pressão por barreiras à importação de leite
11/04/2024Há um novo ponto de azedume nas relações entre o agronegócio e o governo Lula. Produtores de leite, notadamente do Sul do país, levaram ao ministro Carlos Fávaro uma lista de reivindicações. Mas Fávaro já cortou a principal delas: a aplicação de medidas antidumping contra as importações de leite e derivados da Argentina e do Uruguai. É hora de tolerância à lactose alheia. Neste momento, a criação de barreiras alfandegárias só levaria mais tensão à já instável relação entre os membros do Mercosul.
Agronegócio
Recuperações judiciais acirram fricção entre governo e agronegócio
10/04/2024A onda de pedidos de recuperação judicial no campo está provocando mais um tiroteio cruzado entre o agronegócio e o governo Lula. De um lado, os proprietários rurais atiram contra o Ministério da Agricultura e cobram medidas emergenciais de apoio ao setor, como o aumento do subsídio ao crédito rural – proposta já em estudo na Pasta, conforme o RR informou hoje pela manhã. Do outro, o ministro Carlos Fávaro e seu secretário de Política Agrícola, Neri Geller, disparam na direção da Aprosoja, uma das maiores poderosas entidades representativas do agronegócio. Em conversas reservadas com parlamentares, Fávaro e Geller atribuem parte da culpa pelo aumento das recuperações judiciais à falta de uma regulamentação específica para o Fiagro (Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais). A dupla alega que, há três anos, quando da aprovação da Lei do Fiagro, a Aprosoja orientou a bancada ruralista a não votar a regulação do novo instrumento de crédito para agilizar sua entrada em vigor. A própria CVM incluiu o tema na lista de prioridades da sua Agenda Regulatória para 2024.
Agronegócio
Experimento da Embrapa promete aumentar a produtividade da cafeicultura brasilera
8/04/2024O RR apurou que a Embrapa vai anunciar nesta semana os primeiros resultados de um novo experimento tecnológico com potencial de ampliar ainda mais o peso do Brasil no mercado internacional de café. Os dados do estudo, realizado em oito regiões diferentes de Minas Gerais, indicam a possibilidade de um significativo salto de produtividade para as próximas colheitas. De acordo com a mesma fonte, os testes com 16 tipos de arábica demonstraram a possibilidade de uma produção de 33 sacas por hectare – a atual média nacional é de 26,7 sacas por hectare. A Embrapa utilizou pés de café com características agronômicas superiores, com maior resistência a pragas e doenças, como ferrugem e nematóide.
O Brasil já é líder mundial no plantio de café, tanto no volume quanto na produtividade. Os novos avanços tecnológicos devem não apenas aumentar essa distância para os principais concorrentes internacionais como dificultar o ingresso de outros países no clube dos produtores da commodity, tanto para variedade arábica como também para a robusta. A Embrapa é o Brasil que deu muito certo.
Agronegócio
Produtores de carne suína dos Estados Unidos vasculham aquisições no Brasil
26/03/2024Um grupo de donos de frigoríficos dos Estados Unidos, reunidos sob a égide da National Pork Producers Council (NPPC), tem circulado discretamente no Brasil. Segundo a fonte do RR, já visitou unidades de abate em São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A agenda prevê também compromissos com autoridades. O objetivo dos suinocultores é colocar um pé na cadeia da proteína no Brasil, com a aquisição de frigoríficos. A National Pork Producers Council tem um papel importante nessa investida. A entidade é um híbrido de aparelho de lobby e de agência de negócios para os produtores de suínos norte-americanos, tanto dentro quanto fora dos Estados Unidos. A NPPC administra um fundo de investimentos próprio, com recursos aportados pelos próprios suinocultores, que repassam um percentual do seu faturamento.
Agronegócio
Governo Lula bate cabeça até para anunciar medidas positivas
18/03/2024A apresentação do plano emergencial de apoio ao agronegócio, que será lançado ainda neste mês, está gerando discussões no governo que sequer deveriam existir. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, quer levar o jogo para a casa do “adversário”, organizando um grande evento com a presença de Lula na região de Rondonópolis (MT), uma das maiores produtoras de grãos do Brasil. Seria uma forma de reunir agricultores, proprietários de terras, dirigentes de entidades empresariais do setor e membros da bancada ruralista ao redor do presidente. No entanto, colaboradores no entorno de Lula, a começar pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, defendem que a divulgação seja feita no próprio Palácio do Planalto, pelo temor de protestos contra o presidente.
Agronegócio
Ministro da Agricultura veste o figurino de árbitro entre produtores e tradings
16/02/2024O ministro Carlos Fávaro encampou uma ideia levada a ele pela Frente Parlamentar da Agricultura e pela influente Aprosoja. Trata-se da proposta de que o próprio Ministério da Agricultura atue como mediador junto a grandes tradings para a renegociação de contratos firmados com agricultores. O ponto mais sensível é a cláusula de washout.
O dispositivo permite a recompra de uma posição de venda a futuro, em razão da impossibilidade de honrar a entrega do produto. Por conta dos extremos climáticos, notadamente o El Niño, há o risco de que o gatilho seja acionado em razoável escala no agronegócio brasileiro. Uma parcela significativa dos produtores não conseguirá atender os volumes determinados em contrato, o que daria às tradings o direito de cobrar pesadas multas.
O receio no Ministério é que, dependendo da proporção, a cobrança das indenizações aos agricultores provoque um efeito-dominó, gerando uma espiral de inadimplência no setor.
Agronegócio
Tabaco divide governo brasileiro na COP-10
6/02/2024A posição do Brasil na COP-10 (Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco), que vai até o próximo sábado, no Panamá, é objeto de divergências dentro do governo. Segundo o RR apurou, ainda ontem os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, trabalhavam nos bastidores para suavizar o relatório final que será apresentado na conferência. O Ministério da Saúde, que será representado pela secretária-executiva da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro, Vera Luiza da Costa e Silva, defenderá o rígido fortalecimento do controle do tabagismo.
Fávaro e Teixeira querem contrabalançar o posicionamento da área da Saúde evitando qualquer compromisso que afete diretamente os produtores de cultura. De fato, não é simples se chegar a um denominador comum. Trata-se de um assunto sensível, devido a questões de ordem econômica e social: há mais de 70 mil famílias no Brasil que atual na fumicultura.
Agronegócio
Embrapa vira um importante instrumento de política externa
29/01/2024Os governos do Brasil e de Angola negociam um parceria para o desenvolvimento e plantio de sementes geneticamente modificadas no país africano, a começar por soja. As tratativas se dão no âmbito dos acordos de cooperação firmados entre os dois países durante a visita oficial de Lula a Luanda, em agosto do ano passado. O projeto passa diretamente pela Embrapa, com o fornecimento de tecnologia e o envio de técnicos da empresa ao país africano. Ressalte-se que a estatal já tem um papel importante nas relações entre Brasil e Angola, mais precisamente no desenvolvimento de genética avícola. Recentemente, a Embrapa enviou para Luanda um carregamento de quatro mil pintos.
Agronegócio
Transgênicos: um avanço exemplar em duas décadas
22/01/2024Em novembro deste ano, o governo federal vai celebrar 20 anos do desenvolvimento e posterior liberação no uso de sementes geneticamente modificadas no Brasil. A data não vai passar em branco. O feito deve motivar uma campanha publicitária promovida pelos Ministérios da Agricultura e da Ciência, Tecnologia e Inovação, este último a quem o CTNBio está subordinado. Nestas duas décadas, o país avançou bastante nessa área. Estima-se que 100% das sementes de algodão plantadas no Brasil no ano passado eram geneticamente modificadas, assim como 95% das de soja e 80%, das de milho.
Agronegócio
Cazaquistão quer parceria com a Embrapa para a produção de soja
19/01/2024A Embrapa pode mostrar a qualidade do serviço que realiza em um continente bem distante do Brasil. O Governo do Cazaquistão procurou a estatal interessado em investir no cultivo de soja. A ex-República da União Soviética é grande produtora de petróleo, gás natural e urânio. Mas importa praticamente toda a soja que consome, inclusive com aquisições do cereal no Brasil.
O cultivo comercial em larga escala da soja foi uma das primeiras experiências bem sucedidas da Embrapa no Brasil. Em contato com o RR, a estatal confirmou que “foi procurada, entre os anos de 2019 e 2021, pelo governo do Cazaquistão, que manifestou interesse em parcerias sobre vários temas: recursos naturais e mudanças climáticas; nanotecnologia e biotecnologia; automação, agricultura de precisão, tecnologia da informação; segurança zoofitossanitária; tecnologia agroindustrial e química verde; segurança dos alimentos, nutrição e saúde.”. Segundo a estatal, até o momento não foi efetivado Projeto de Cooperação Técnica específico. O acordo referente a soja pode ser o adubo que falta para uma parceria mais ampla.
Agronegócio
Inpasa consegue licença ambiental para usina de etanol de milho
16/01/2024O RR apurou que o Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) vai emitir este mês a licença ambiental para a usina de etanol de milho que a Inpasa começou a construir em setembro do ano passado, em Sidrolândia. A unidade terá capacidade também de transformar sorgo em biocombustível. Cada armazém a ser erguido pode estocar cerca de 1 milhão de toneladas de milho. Com o aval do Imasul, o plano de iniciar as operações em dezembro deste ano está valendo. A Inpasa quer se embriagar de etanol no estado. A empresa opera uma outra planta em Dourados, com capacidade para cerca de 1 bilhão de litros de etanol por ano e mais 57 mil toneladas/dia de óleo de milho.
Agronegócio
Agricultores e a indústria do fumo tem semana decisiva na venda do produto
15/01/2024A British American Tobacco (ex-Souza Cruz) é uma das sete empresas fumageiras que têm reunião marcada com representantes das federações de agricultura do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, mais a Associação dos Fumicultores do Brasil, amanhã, para tratar da compra de fumo da safra 2023-2024. Conforme o RR antecipou, em dezembro a Japan Tobacco International (JTI) saiu na frente da concorrência, colocou uma proposta na mesa e um acordo deve ser selado até sexta-feira. Além da BAT, vão iniciar tratativas com os produtores a China Brasil, a Continental Tobaccos Aliance, a Alliance One, a Tabacos Marasca, a Universal Leaf e a Brasil Indústria e Comércio de Tabaco. As conversas vão acontecer no Vale do Rio Pardo (RS), maior região produtora de fumo do Brasil.
Agronegócio
Uruguai deve aumentar importações de frango brasileiro
9/01/2024O Ministério da Agricultura e grandes grupos frigoríficos brasileiros têm recebido saborosas informações de bastidores da diplomacia brasileira no Uruguai. O relato, em petit comité, é que o governo do país vizinho deverá liberar novas licenças para a importação de carne de frango do Brasil. Há uma pressão do varejo local pelo aumento das compras externas, em reação ao aumento dos preços do produto – 15% desde outubro.
Agronegócio
Frente da Agricultura prepara a terra para o aumento do seguro-rural
5/01/2024A Frente Parlamentar da Agricultura está conduzindo uma engenhosa operação para garantir o aumento do seguro-rural em 2024. O primeiro passo se deu com a inclusão de uma emenda na Lei de Diretriz Orçamentária (LDO), assegurando que os recursos destinados ao Programa de Subvenção do Seguro Rural (PSR) não poderão sofrer contingenciamento.
Agora, vem a segunda parte da estratégia. O RR apurou que a bancada ruralista negocia com o ministro Carlos Fávaro uma significativa elevação do valor previsto no orçamento para o PSR. Alguns parlamentares falam até na duplicação da cifra, hoje de R$ 1,06 bilhão. Valem-se do argumento de que o governo terá de esticar o cobertor para cobrir os danos dos extremos climáticos sobre alguns segmentos do agronegócio. O El Niño, por exemplo, que age intensamente há quase seis meses, deverá perdurar até abril, com efeitos ainda incertos sobre a próxima safra. Com o gatilho estrategicamente incluído na LDO, caso consigam dobrar o orçamento do seguro-rural, os ruralistas teriam a sua disposição o valor integral de R$ 2 bilhões sem risco de cortes.
Consultado, o Ministério da Agricultura e Pecuária corroborou a apuração do RR, embora sem falar em valores, salientando que “a partir da abertura dos devidos prazos, mediante a confirmação de valores na Lei Orçamentária, poderá ser solicitada a recomposição e acréscimo de dotações para o custeio das referidas atividades”.
Agronegócio
Estimativas para a próxima safra de soja são pouco animadoras
2/01/2024O RR apurou que a Conab vai divulgar na segunda semana de janeiro uma estimativa para a safra de soja 2023/24. De acordo com uma fonte do Ministério da Agricultura, a expectativa é de uma projeção próxima de 158 milhões toneladas. Ou seja: sem grande variação em relação à safra ora em curso, de 154,6 milhões de toneladas. O empate com a safra anterior já é uma derrota. E as sucessivas reduções da estimativa de produção reforçam o revés. Não custa lembrar que o ciclo atual foi duramente atingido por extremos climáticos, notadamente o El Niño. O fenômeno, por sinal, ainda impacta o agronegócio, com excessos de chuva no Rio Grande do Sul.
Agronegócio
Bancada ruralista exige aumento de subsídios para produtores de trigo
19/12/2023Líderes da Frente Parlamentar da Agricultura têm cobrado do ministro Carlos Fávaro um aumento das subvenções aos produtores de trigo. Entre os pleitos da bancada ruralista está o aumento do número de leilões da Conab para o apoio à comercialização do cereal da safra 2023/24. Nos últimos 40 dias, a estatal já realizou seis rodadas para subsidiar o escoamento do produto e garantir um preço mínimo ao agricultor. Nesse período, mais de 700 mil toneladas de trigo foram vendidas com o financiamento do governo. O pleito é justo. As secas atingiram duramente a produção de trigo – no Rio Grande do Sul, a quebra de safra passa dos 30%. O problema é que o custo dessa ajuda não está previsto no Orçamento de 2024. E os R$ 400 milhões liberados ao Ministério da Agricultura para subsidiar a comercialização já foram quase todos consumidos.
Agronegócio
Embrapa cria aplicativo de medição de emissões de carbono
12/12/2023De primeira: no rastro da COP 28, a Embrapa vai lançar hoje um aplicativo para a medição de estoques de carbono e emissões de gases de efeito estufa (GEE) nas plantações de erva-mate. A ferramenta foi desenvolvida em parceria com a Fundação Soledad. A ideia da estatal é elaborar sistemas similares para outras culturas agrícolas. A erva-mate está entre as 13 práticas mitigadoras de GEE dentro do Plano ABC+, elaborado pelo Ministério da Agricultura para estimular a adoção de sistema e processos de produção sustentável no agronegócio.
Agronegócio
Grupo chinês ensaia investimento bilionário em amido no Brasil
8/12/2023A Ningxia Eppen, empresa de agrobiotecnologia da China, já bateu o martelo: vai instar uma fábrica de aminoácidos a partir do milho no Brasil. A questão é onde? Mato Grosso saiu na frente. Mas, nas últimas semanas, os governos de Goiás e Rio Grande do Sul entraram na disputa. Emissários da empresa devem visitar os dois estados ainda neste ano. A queda de braço federativa se justifica pelo tamanho da “colheita”. Tem governador disposto a ajoelhar no milho para fisgar o projeto, orçado em aproximadamente R$ 3 bilhões.
Agronegócio
Fávaro vai in loco buscar recursos na China
4/12/2023O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, está articulando uma viagem à China no início de 2024. Fávaro quer voltar de lá com um acordo assinado para investimentos na recuperação e conversão de pastagens em áreas plantáveis. Há ironias no Ministério que Fávaro é capaz de ir a China e ficar por lá mesmo. Aqui seu cargo seria entregue a algum outro postulante do Centrão com uma moeda de troca mais valiosa.
Agronegócio
Blairo Maggi constrói pontes entre o Planalto e o campo
28/11/2023O presidente Lula vem mantendo interlocução permanente com Blairo Maggi. O ex-ministro da Agricultura tem atuado nos bastidores para distensionar as relações entre o governo e o agronegócio. É uma missão cheia de sensibilidades, como a agenda das invasões de terra. Em uma das conversas mais recentes, segundo o RR apurou, Maggi levou ao presidente da República o pleito do agro para que “Lula segure o MST”.
Agronegócio
Brasil fecha um arco de investimentos soberanos para ampliar sua área agrícola
21/11/2023O governo Lula quer aproveitar a COP 28, entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro, em Dubai, para anunciar um cinturão de parcerias bilaterais voltadas à recuperação e conversão de pastagens no Brasil. Segundo o RR apurou, além do acordo já engatilhado com o Salic (Saudi Agricultural and Livestock Investment Company), fundo da família real da Arábia Saudita, há negociações avançadas com os Emirados Árabes e a China. No primeiro caso, os aportes serão feitos pelo ADQ (Abu Dhabi Developmental Holding Company).
O fundo soberano, que administra aproximadamente US$ 170 bilhões em ativos, tem sido o veículo usado pelos Emirados Árabes para investimentos globais em projetos vinculados a metas ESG. Nos últimos dois anos, o ADQ vem se notabilizando por aportes em empresas e iniciativas da cadeia de abastecimento alimentar. Do lado chinês, de acordo com informações que circulam no Ministério da Agricultura, o projeto deverá ter a participação da Cofco.
Maior processador e fabricante de alimentos da China, a companhia estatal tem expressivos investimentos no Brasil na produção de grãos. No Ministério da Agricultura, a estimativa é que os acordos com Arábia Saudita, Emirados e China permitirão a recuperação e conversão de até 30 milhões de hectares para a agricultura, o equivalente à metade de toda a área plantada do país. Ressalte-se que Lula chegará à Dubai, para a COP 28, na crista da onda.
Um ano após a sua participação na COP 27 como presidente eleito, quando assumiu uma série de compromissos ambientais, vai capitalizar aos olhos do mundo a queda de 22% do desmatamento na Amazônia Legal.
Agronegócio
Governo avalia propostas para mitigar prejuízos dos produtores de trigo
17/11/2023A Frente Parlamentar da Agricultura pressiona o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para que o governo lance medidas de apoio aos produtores de trigo, notadamente do Rio Grande do Sul. Após as secas do ano passado, a safra atual foi duramente atingida pelas chuvas provocadas pelo El Niño. O principal pleito da bancada ruralista é para que a Conab faça leilões públicos para a compra do trigo tipo exportação. Seria uma forma de conter a queda dos preços e cobrir parte das perdas impostas aos agricultores. Nos últimos 12 meses, o valor do trigo acumula uma redução em torno de 25% no mercado interno. Estimativas da própria Conab indicam uma queda de 30% na produção no comparativo com a safra anterior. O El Niño é duplamente danoso: além de afetar o desenvolvimento das plantas, as fortes chuvas impedem o acesso de máquinas às lavouras, atrasando o cronograma de colheita.
Agronegócio
Minerva e Marfrig buscam no Paraguai uma cabeça de ponte para os EUA
16/11/2023Minerva e Marfrig têm se movimentado para comprar frigoríficos no Paraguai. A corrida por ativos se deve à recente decisão dos Estados Unidos de liberar as importações de carne in natura do país sul-americano a partir do mês que vem. Os paraguaios estavam fora do mercado norte-americano desde 1998.
Agronegócio
China vai irrigar as lavouras de Goiás
14/11/2023Uma comitiva enviada pelo ministro da Agricultura e Assuntos Rurais da China, Han Changfu, é aguardada em Goiás na primeira semana de dezembro. Em pauta, um grande projeto de manejo sustentável de lavouras e recuperação de terras para plantio com recursos do governo chinês. Trata-se do primeiro fruto da recente viagem do governador Ronaldo Caiado a Pequim.
Agronegócio
Produtores brasileiros de óleo de soja acirram disputa pelo mercado indiano
6/11/2023O agronegócio brasileiro fez um movimento pontual, mas absolutamente estratégico. Segundo informação publicada há pouco pelo veículo indiano The Economic Times (https://economictimes.indiatimes.com/industry/cons-products/food/indias-sea-sign-mou-with-brazils-abiove-for-soyabean-oil-imports/articleshow/105014585.cms), a Solvent Extractor’s Association of India (SEA) assinou um memorando de entendimento com a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) para a importação do óleo de soja. A SEA é a principal entidade representativa do segmento de óleos vegetais da Índia, respondendo por mais de 800 empresas locais. O país asiático é o maior comprador de óleos comestíveis do mundo – 15 milhões de toneladas por ano. Em 2022, o Brasil exportou 1,4 milhão de toneladas do óleo para a Índia, número que deverá ser suplantado neste ano. Até setembro, as vendas somam a 1,2 milhão de toneladas.
Obs RR: O acordo com os indianos é um importante movimento defensivo da agroindústria brasileira. O objetivo é proteger seu mercado, que começa a ser ameaçado por outros grandes produtores globais. Players como Malásia, Indonésia e Tailândia têm comercializado volumes cada vez maiores de óleo de palma na Índia, o que, no médio prazo, pode afetar significativamente as vendas de óleo de soja do Brasil. Trata-se de uma disputa razoavelmente acirrada. Os produtores da Malásia e da Indonésia costumam adotar uma política agressiva de descontos, quase um dumping, para ganhar mercado na Índia. Para não falar dos custos logísticos mais competitivos, em razão das menores distâncias.
Agronegócio
“COP do tabaco” provoca divisões dentro do governo
6/11/2023Há fissuras no governo em relação à posição que o Brasil adotará na 10ª Conferência das Partes (COP 10) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, de 20 a 25 de novembro, no Panamá. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defende uma postura de neutralidade, devido à importância econômica do fumo para o agronegócio. O Brasil é o maior exportador mundial do produto, para não falar mais de 70 mil famílias dependentes da fumicultura. Do lado oposto, está Marina Silva. No que depender da ministra do Meio Ambiente, o Brasil vai referendar o voto dado na COP 27, no Egito, a favor de restrições à cadeia produtiva. Marina tem um histórico de pouca simpatia, para dizer o mínimo, pelo setor tabagista. Em 2014, então candidata à Presidência da República, negou-se a receber doações de campanha de fabricantes de cigarros e bebidas alcoólicas.
Agronegócio
Governo amplia o socorro aos produtores de trigo
30/10/2023O Ministério da Agricultura decidiu aumentar o pacote de ajuda aos produtores de trigo. Segundo o RR apurou, além dos dois leilões de compra do cereal previstos para amanhã, a Conab vai realizar ao menos mais duas operações semelhantes na primeira quinzena de novembro. Os recursos reservados pelo governo para a aquisição de trigo, por meio do Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), deverão subir dos R$ 400 milhões previstos inicialmente para cerca de R$ 600 milhões.
Nos leilões de amanhã, a estatal pagará R$ 79,17 pela saca de 60 kg, mas há forte pressão da bancada ruralista para que esse valor seja aumentado nas próximas aquisições, como forma de compensar os agricultores pelas fortes perdas acumuladas. Atualmente, a saca do trigo no mercado interno está cotada por volta dos R$ 55. Trata-se de um preço muito abaixo do patamar mínimo estabelecido pelo Ministério da Agricultura para a safra de 2023: R$ 87,77 para o trigo Tipo 1 e R$ 75,19 para o Tipo 2.
Agronegócio
Brasil e China semeiam acordo bilateral para produção e exportação de milho
24/10/2023A estratégia da China de fazer do Brasil o seu grande supridor de alimentos agrícolas vai avançar mais alguns hectares. Os dois países negociam um acordo com o objetivo de aumentar a área de plantio de milho em terras brasileiras e consequentemente as exportações do cereal. As tratativas, conduzidas pelo Ministério da Agricultura, envolvem investimentos chineses em manejo sustentável de lavouras e pesquisas em agrociência, que poderão ser realizadas em conjunto com a Embrapa.
De acordo com a mesma fonte, companhias da China deverão participar do projeto. É o caso da Ningxia Eppen Biotech, uma das maiores empresas locais de agrobiotecnologia. Um importante passo para a parceria será dado nesta semana. O RR apurou que uma comitiva com quatro emissários do governo chinês e representantes de empresas do país asiático está no Brasil para reuniões e visitas técnicas. Hoje, o grupo terá uma agenda em Goiás.
O milho é a semente de um projeto ainda maior, que começou a ser cultivado em abril, quando da visita de Lula a Xi Jinping, em Pequim. Os chineses já sinalizaram o interesse em investir na conversão de grandes extensões de pastagens brasileiras em áreas de plantio de grãos, mediante a garantia de fornecimento de parte da produção. Trata-se de um movimento bastante engenhoso de Pequim em seu projeto de ocupação de espaços no agronegócio brasileiro.
A China não vai se limitar à importação do produto final. O país está literalmente comprando o Brasil na raiz, colocando dinheiro em agrociência, no manejo de terras e na expansão das lavouras, de onde sairão alimentos para a população chinesa.
A China tem fome de Brasil e o milho representa bem esse apetite comercial. Que o diga a balança comercial. Apenas um ano após o início dos embarques, a China já é o maior importador de milho do Brasil, deixando para trás “clientes” que há anos ocupavam as primeiras posições do ranking, como Japão, Vietnã e Coreia do Sul. Neste ano, os chineses deverão comprar algo em torno de sete milhões de toneladas do cereal. Com isso, o Brasil passou a ocupar um lugar privilegiado, deslocando países como Estados Unidos e Ucrânia, que, até o ano passado, lideravam o fornecimento de milho para o país asiático.
Agronegócio
Depois da carne, fundo árabe avança sobre a soja brasileira
23/10/2023O Salic, fundo soberano da Arábia Saudita para o agronegócio, já elegeu sua próxima investida no Brasil. Vai financiar projetos de manejo sustentável do solo para a produção de soja. O ponto de partida será o Centro-Oeste. É mais um movimento do Salic para fazer do Brasil uma grande base de suprimento alimentar para a Arábia Saudita. Na cadeia da proteína animal, os árabes já são acionistas da Minerva Foods e da BRF. Recentemente, fecharam também um acordo com o governo brasileiro para financiar a recuperação de mais de 40 milhões de hectares de pastagens no país.
Agronegócio
Agricultura prepara campanha para conter avanço da gripe aviária
19/10/2023No rastro do aumento dos casos de influenza aviária, o Ministério da Agricultura planeja uma campanha nacional de alerta contra a doença. Com a proximidade das férias de fim de ano, o fluxo de turistas, notadamente em reservas ambientais, passa a ser uma preocupação adicional para os órgãos de controle fitossanitário. O receio da Agricultura é que o vírus se espalhe a partir do contato de viajantes com aves silvestres. Até ontem, o Ministério da Agricultura contabilizava 127 focos comprovados, ou seja, com ao menos um caso confirmado de contaminação. Trata-se de uma ameaça ao agronegócio e à balança comercial. À medida que o número de registros cresce, sobe junto o risco de embargos a frigoríficos brasileiros. Entre julho e setembro, o Japão, segundo maior comprador de carne de frango do Brasil, chegou a suspender as importações de Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Agronegócio
Fumo ganha mais peso nas relações comerciais entre Brasil e China
3/10/2023O Brasil negocia um acordo com a China para aumentar as exportações de fumo a partir de 2024. As tratativas se dão no âmbito do protocolo bilateral de comércio entre os dois países. Segundo informações filtradas do Ministério da Agricultura, nas últimas três semanas técnicos do governo chinês conduziram uma inspeção das lavouras brasileiras, notadamente no Rio Grande do Sul, que responde por pouco mais da metade da safra brasileira de tabaco. A partir da auditoria, a China deverá habilitar novos produtores. No ano passado, as exportações de fumo para o país asiático totalizaram 62 mil toneladas (ou cerca de US$ 400 milhões), 19% a mais do que em 2021. Na Pasta da Agricultura, a estimativa é de um aumento médio de 30% nos próximos dois anos, o que colocará o Brasil em condições de tirar o lugar do Zimbábue, hoje o maior vendedor de tabaco para os chineses.
O acordo, ressalte-se, não mexe apenas com a balança comercial brasileira. O aumento das vendas para a China pode ter um impacto razoável no mercado interno, com a alta dos preços cobrados pelos agricultores aos dois grandes compradores de fumo no país: a Philip Morris e, sobretudo, a BAT Brasil. Neste ano, os produtores conseguiram, a duras penas, arrancar um reajuste de 6,5% à mesa de negociações com os dois fabricantes. No setor, há projeções de que esse índice pode chegar perto dos 10%, puxado pela maior demanda por parte da China.
Agronegócio
Produtores de fumo tentam brecar queda dos preços na próxima safra
20/09/2023Os grandes produtores de fumo do Brasil estão recalibrando o tamanho da safra 2023-24. A própria Associação dos Fumicultores do Brasil tem orientado agricultores a não elevaram a área plantada e o número de pés por hectare. O objetivo é evitar um aumento excessivo da oferta e consequentemente uma forte queda das cotações no próximo ciclo. Além das exportações, os produtores miram também na sempre dura negociação de preço com as fabricantes de cigarros do país, leia-se BAT, Philip Morris e o “resto”.
A medida tem um caráter emergencial diante dos pesados prejuízos que os fumicultores têm acumulado na atual safra. Em algumas regiões do Rio Grande do Sul, onde estão as maiores plantações do país, mais de 20% das lavouras foram devastadas pelo ciclone que passou pelo estado há duas semanas. Na atual safra, a situação só não foi pior por conta do aumento das exportações para a Índia – algo em torno de 6% – devido à seca que assolou o país asiático.
Agronegócio
Camil e Josapar correm atrás de cada grão de arroz
13/09/2023As maiores processadoras de arroz do país, a exemplo da Camil e da Josapar, enfrentam problemas para manter seus níveis de estoque, notadamente para o fim do ano. De um lado, está a queda da safra brasileira 2022-2023, cerca de 7% menor do que a anterior; do outro, as dificuldades encontradas para a importação do produto. No Paraguai, o maior fornecedor de arroz para o Brasil (quase 60% do volume total), os preços subiram 20% nos últimos 12 meses. No Uruguai, de onde vêm aproximadamente 25% das importações brasileiras, as empresas brasileiras também se deparam com um cenário adverso. As cotações dispararam e praticamente não há arroz disponível. “Culpa” da Índia, comprou uma parcela expressiva dos estoques uruguaios.
Agronegócio
A Índia está trocando de óleo. O que pode ser uma má notícia para o agro brasileiro
4/09/2023Segundo notícia publicada há pouco pelo The Times of India, um dos grandes jornais locais, o país asiático importou em agosto cerca de 1,12 milhão de óleo de palma, o maior volume em nove meses. O produto veio, sobretudo, de Indonésia, Malásia e Tailândia. O número tende a crescer nos próximos meses, em razão dos preços globais mais baixos se comparados aos “concorrentes” óleo de soja e óleo de girassol. Some-se o fato de que a Índia teve o agosto mais seco em um século, com 36% a menos do que a média histórica de chuvas no mês. A seca afetou a produção local de soja, aumentando a necessidade de importações.
Obs RR: As notícias que vêm da Índia são um alerta para o agronegócio brasileiro. Os preços mais baixos e a alta oferta de óleo de palma nos países asiáticos podem levar os indianos a reduzirem as importações globais de óleo de soja, com impacto direto sobre o Brasil. Seria um revés justo no momento em que a agroindústria brasileira vive – ou vivia – um momento bastante favorável nas vendas da commodity para aquele país. No ano passado, as exportações de óleo de soja do Brasil para a Índia duplicaram em relação a 2021 – saindo de 642 toneladas para 1,2 mil toneladas. Na comparação com 2020, o salto chega a 235%. O Brasil é o quinto maior fornecedor de óleo vegetal comestível para os indianos. Agora, no entanto, corre o risco de ser deslocado pelos grandes produtores asiáticos de óleo de palma. Com os valores mais baixos, Indonésia, Malásia e Tailândia tendem a se beneficiar da decisão do governo indiano de reduzir as alíquotas para a importação de óleo de 24,5% para 5,5%, tomada no ano passado. O Brasil se aproveitou muito bem dessa janela em 2022. Agora são os asiáticos que começam a ocupar esse espaço.
Agronegócio
Embate entre Marina Silva e agronegócio vai parar no Supremo
1/09/2023A ministra Marina Silva e o “ogronegócio” – como ela própria costuma se referir ao setor agropecuário – têm um novo embate marcado. Segundo o RR apurou, a Frente Parlamentar da Agricultura (FPA) já se articula para entrar com uma ação no STF contra o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), presidido por Marina. A reação é liderada por pesos-pesados do Congresso, a começar pela ex-ministra da Agricultura e senadora Tereza Cristina (PL-MS) e pelo senador Jayme Campos (União-MT). O objetivo é questionar a constitucionalidade da resolução já elaborada e prestes a ser editada pelo Conama com o intuito de brecar o desmatamento no Pantanal.
Na prática, a normativa suspende os efeitos do decreto estadual nº 14.273/2015, no Mato Grosso do Sul, e da Lei Estadual nº 8.390/2008, do Mato Grosso, que flexibilizou as regras para o plantio de grãos e a atividade pecuária na bacia pantaneira. A bancada ruralista alega que o Conama, vinculado à Pasta do Meio Ambiente, não tem poderes para interferir em legislações estaduais. Não é o entendimento do Ministério, que se ampara em consulta feita à AGU.
A ministra Marina Silva envolveu-se diretamente na elaboração da resolução. Para levar o projeto adiante, já comprou briga dentro de “casa”, ou seja, entre os próprios integrantes do Conama, um ecossistema da mais alta biodiversidade, que reúne ministérios, governos estaduais, prefeituras, entidades da área ambiental e representantes do próprio agronegócio. Os conselheiros indicados pela Confederação Nacional da Agricultura já se opuseram à determinação do órgão.
O governo do Mato Grosso também. Curiosamente, o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, tem adotado uma postura conciliadora: já sinalizou à ministra Marina Silva a intenção de rever pontos da legislação ambiental do estado. Só não disse o que e quando.
Como de hábito, Marina Silva não está disposta a ceder um palmo de terreno em suas convicções. Quer aprovar a resolução ainda na primeira quinzena de setembro. A ministra leva na ponta da língua os números que justificam a interferência sobre a legislação do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Segundo levantamento do próprio Conama, do total de área desmatada no Pantanal nos últimos sete anos, mais de 90% foram registrados a partir de 2021, quando os respectivos decretos entraram em vigor nos dois estados.
Agronegócio
Produtores de leite vão ao Confaz em busca de um alívio tributário
31/08/2023A Frente Parlamentar da Agricultura e a Abraleite (Associação Brasileira dos Produtores de Leite) vão encaminhar um pleito ao Confaz. Em pauta, o pedido de redução do ICMS na cadeia do leite, ainda que de forma temporária. O alvo principal é Minas Gerais, responsável por aproximadamente 22% da produção brasileira. A pecuária leiteira aravessa uma grave crise. Os preços ao produtor acumulam queda de quase 40% no ano em razão da enxurrada de importações. Neste mês, o governo federal anunciou a compra de aproximadamente R$ 200 milhões em leite em pó com o objetivo de reduzir os estoques em circulação.
Agronegócio
Embrapa se cerca de startups para afinar o monitoramento de lavouras
17/08/2023A Embrapa vai partir para uma forte estratégia de parcerias com agtechs. O objetivo principal é intensificar o mapeamento de lavouras em todo o Brasil. Além de guiar investimentos da própria estatal, os dados coletados serão de grande serventia também para a Conab. Servirão de subsídios para a produção das estimativas de safra. Nos últimos anos, há seguidas críticas no agronegócio à descalibragem das projeções feitas pela Conab, especialmente no segmento de café.
A Embrapa tem feito avanços significativos no uso de alta tecnologia. Ao lado da Visiona Tecnologia Espacial, da Faped (Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento) e de uma miríade de outros parceiros, atuou no desenvolvimento do nanossatélite VCUB 1. Lançado em abril pela Space X, de Elon Musk, o equipamento está em um período de testes, com o monitoramento de lavouras de milho e soja no Maranhão.
Agronegócio
Agricultura vai retomar estoques reguladores de leite
9/08/2023O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, discute com a sua equipe a retomada dos estoques públicos de leite. A médio e longo prazo, seria uma forma do governo voltar a ter alguma dose ingerência sobre a formação de preços no mercado interno. A curtíssimo prazo, a medida teria um caráter emergencial de frear as fortes perdas dos produtores brasileiros de leite e derivados. É subsídio na veia. O setor tem sofrido duras perdas com a disparada das importações. No primeiro trimestre, as compras no mercado internacional cresceram 240% em relação ao mesmo período no ano passado. A maior parcela vem da Argentina e do Uruguai, que vivem hoje uma super oferta do produto. As importações de leite em pó, por sua vez, subiram quase 300%.
A própria bancada ruralista tem feito pressão sobre o governo para que a Conab volte a formar estoques de leite. A crise do setor, ressalte-se, tem um forte impacto econômico, mas também social. Mais de 60% da produção vêm da pecuária familiar. Em março de 2019, no terceiro mês de mandato de Jair Bolsonaro, a Conab zerou os estoques reguladores de leite. Desde então, não comprou sequer uma gota. Na série histórica dos últimos 18 anos, as reservas lácteas da estatal atingiram seu pico em agosto de 2010, último ano do Lula II, com quase 3,8 mil toneladas.
Agronegócio
Queda nas importações de fertilizantes acende alerta na Agricultura
3/08/2023A três meses do início do plantio da safra 2023-2024, um dado preocupante circula entre nos gabinetes do Ministério da Agricultura. Segundo levantamento feito pela Pasta, entre janeiro e junho deste ano houve uma queda de 5% no desembarque de fertilizantes em portos brasileiros na comparação com os primeiros seis meses de 2022. Esse declínio deve pressionar para cima os preços do insumo para o começo do período de plantio.
A principal razão para a queda é a guerra entre Rússia e Ucrânia. Só no primeiro trimestre do ano, a produção russa caiu 8,3%. Na Agricultura, há um receio de que a redução da oferta na Rússia, de onde vem um quarto do fertilizante consumido no Brasil, afete o agronegócio em um momento-chave. O pico das importações brasileiras ocorre justamente entre agosto e outubro. Os números do segundo semestre costumam superar com alguma folga os desembarques dos seis primeiros meses do ano. Tanto que o relatório Visão Agro, do Itaú BBA, divulgado na última segunda-feira, prevê um aumento das importações de adubo de 7% a 10% no acumulado de 2023. Ocorre que há fatores que ameaçam essa estimativa. A Rússia rompeu um acordo com a Ucrânia que permitia o escoamento de insumos agrícolas pelo Mar Negro. O governo Putin acusa a Ucrânia de não ter cumprido termos do tratado que permitiam a exportação de fertilizantes russos, o que pode pressionar ainda mais a oferta global do produto.
Agronegócio
Produtores de leite batem à porta de Carlos Fávaro
21/07/2023Grandes produtores de leite, notadamente de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, articulam uma reunião, para a próxima semana, com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Vão levar a Fávaro reivindicações e propostas na tentativa de reduzir a crise no setor. Na proa dos pedidos, estará a elevação da tarifa de importação de leite, notadamente dos países do Mercosul. Entre janeiro e maio, as compras no mercado externo cresceram 214% em comparação com igual período no ano passado, como resultado da forte queda dos preços do produto no Uruguai e na Argentina. No rol das medidas emergenciais, o setor vai sugerir ainda que o governo aumente a aquisição de leite para a merenda escolar na rede pública, uma forma de subsídio cruzado.
Em tempo: a reação dos produtores, segundo o RR apurou, não ficará restrita à mesa de negociações com o ministro Carlos Fávaro. Entidades do setor, à frente da Fetag-RS (Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul), está organizando uma manifestação em Brasília, provavelmente para o dia 1º de agosto.
Agronegócio
Ministério da Agricultura entra em cena para “regular” os preços do milho
7/07/2023O Ministério da Agricultura deverá autorizar, ainda neste mês, o aumento dos volumes de milho comprados pela Conab. Há duas motivações, até certo ponto paradoxais: brecar as perdas dos produtores rurais com a forte redução dos preços do cereal e aproveitar justamente essa queda para a formação de estoques oficiais – uma política praticamente abolida no governo Bolsonaro. Nos últimos 12 meses, o valor médio da saca de 60 quilos caiu da casa dos R$ 82 para algo ao redor de R$ 55. E a tendência é de mais reduções com a segunda safra, estimada em mais de 100 milhões de toneladas. Técnicos do Ministério da Agricultura temem que as perdas financeiras levem os produtores, notadamente do segmento de agricultura familiar, a reduzir o cultivo de milho na safra 2023-24, pela incapacidade de comprar insumos ou de arcar com empréstimos.
Agronegócio
Governo aumenta verba para enfrentar a gripe aviária
22/06/2023O governo estuda aumentar a linha de crédito para o combate à gripe aviária, originalmente de R$ 200 milhões. A situação é mais preocupante do que o Ministério da Agricultura calculou inicialmente. Até o momento já foram identificados 36 focos da doença em aves silvestres, número que deve aumentar nos próximos dias. De acordo com informações obtidas pelo RR, a Pasta espera resultados para cinco testes já realizados em animais suspeitos de contrair influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1). Diante do estado de emergência zoossanitária em vigor no país, o ministro Carlos Fávaro tem sido pressionado tanto por produtores de frango como por grandes grupos frigoríficos do país, a exemplo de JBS e BRF, a ampliar as verbas para detecção e enfrentamento da doença. A balança comercial brasileira agradece.
Agronegócio
Produtores vão a Haddad pedir sobretaxa para leite importado
21/06/2023Uma rara união entre o “capital” e o “trabalho” no campo: a bancada ruralista e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura estão reivindicando ao ministro Fernando Haddad uma sobretaxa para as importações de leite. O pedido é para que o governo adote, em caráter temporário, uma Tarifa Externa Comum (TEC) para o produto oriundo dos demais países do Mercosul. Com a redução da demanda da China, Argentina e Uruguai estão despejando seus estoques de leite no Brasil. Entre janeiro e maio, por exemplo, as importações brasileiras de lácteos cresceram 38% em relação a igual período em 2022. O resultado é uma derrubada dos preços e fortes prejuízos para os produtores locais. A situação é delicada, sobretudo, na Região Sul. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura fez chegar ao governo que centenas de famílias que atuam na pecuária leiteira não estão conseguindo pagar fornecedores e honrar seus financiamentos por conta da queda das vendas.
Como se não bastasse essa questão de ordem social, há ainda a pressão dos grandes produtores para “sensibilizar” o governo. No passado recente, o setor já deu demonstrações de sua força. Que o diga o antecessor de Haddad. Em 2019, Paulo Guedes decidiu não renovar a taxa de antidumping para as importações de leite em pó da União Europeia e da Nova Zelândia. Teve de voltar atrás após levar um puxão de orelhas de Jair Bolsonaro.
Agronegócio
Bancada ruralista se arma contra possível taxação de commodities agrícolas
9/06/2023O imposto disfarçado sobre a exportação de petróleo – como são chamadas as medidas que a Receita prepara para aumentar a arrecadação do comércio exterior da commodity em R$ 30 bilhões – acendeu a luz vermelha do lobby do agrobusiness – disparado o maior do Congresso. A preocupação dos ruralistas tem motivos de sobra. Não é de hoje que os elevadores da Receita sobem e descem com a proposta de tributar as exportações agrícolas e pecuárias. Não seria nada que reduzisse a competitividade dos nossos campeões. Afinal, a diferença entre o Brasil e seus concorrentes é larga. Mas um pouquinho ali e um pouquinho acolá de imposto poderiam contribuir para o ajuste fiscal com uma soma maior do que os R$ 30 bilhões carreados com as exportações de petróleo.
A medida de gravar as vendas externas da commodity tem sido vista como um potencial destampatório para a tributação do agro, que é pop, mas paga pouco imposto. O argumento do lobby é que a cadeia de valor adicionado do agrobusiness é imensa, portanto haveria um grande imposto pago, indiretamente, pelos fornecedores. Por essa lógica, o agro pode ter o lucro que for que não pagará mais imposto nunca, já que o argumento da cadeia de valor permanece para sempre. O RR tem acompanhado de perto essa discussão. No mundo inteiro há países com vocação agrícola, muito menos competitivos do que o Brasil, que contribuem com um quinhão maior que o nosso. O agro é “popíssimo”, gera divisas, faz crescer o PIB e incrementa a venda de bens de capital (tratores, colheitadeiras etc), mas é avaro como só ele quando se trata de pagar uns trocados para reduzir o buraco fiscal do país.
Agronegócio
Frente Parlamentar da Agricultura pressiona governo por um “Bolsa Pecuária”
5/06/2023Informação que circula a boca miúda nos corredores da Câmara: a bancada ruralista vai formalizar ao Ministério da Agricultura um pedido de auxílio financeiro aos pecuaristas. Entre os pleitos estão a antecipação de recursos do Plano Safra e a ampliação do Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária), do Banco do Brasil. A alegação é que os pecuaristas têm sofrido fortes prejuízos, em meio a uma tempestade perfeita: aumento dos insumos, notadamente ração, e queda dos preços do boi. Desde o início do ano, o valor da arroba cedeu de R$ 290 para a casa dos R$ 240, uma queda acumulada de 17%.
Agronegócio
Brasil busca um waiver fitossanitário para a América do Sul
29/05/2023O governo brasileiro, mais precisamente o Ministério da Agricultura, está liderando a formação de uma força-tarefa fitossanitária na América do Sul. A ideia é negociar em bloco junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para que toda a região seja declarada área livre da febre aftosa. O último caso da doença registrado em território brasileiro data de 2006. Desde 2018, o país é reconhecido como zona livre da febre aftosa. Ainda assim, há mais de 40 países que não compram carne bovina do Brasil e de nenhum outro país da América do Sul devido à falta do imprimatur da OIE. Nesse caso, o maior fator de risco aos interesses comerciais do Brasil e dos países vizinhos é a Venezuela. O país tem notórias fragilidades em sua política fitossanitária e é visto como o principal óbice para a OIE declarar toda a região como área livre da febre aftosa. O Brasil tem feito o que pode: já doou aos venezuelanos mais de 20 milhões de doses de vacina contra a moléstia.
Agronegócio
Próxima safra de café deve bater nas 57 milhões de sacas
23/05/2023Informação extraída pelo RR de fonte graduada do Ministério da Agricultura: o próximo levantamento da safra brasileira de café, previsto para setembro, deverá apontar uma estimativa de produção da ordem de 57 milhões de sacas. A se confirmar, será um avanço de 4% sobre a projeção divulgada pela Conab na semana passada (54,7 milhões de sacas). Mais importante ainda: em relação à última safra, o número representará um aumento de 12%. Olhando-se para a geoeconomia global do café, a circunstância é ainda mais positiva devido aos recentes problemas climáticos na Colômbia, de forte impacto sobre a produção local. Em 2022, a safra colombiana caiu 12% em relação à colheita anterior, atingindo o menor volume em nove anos.
Agronegócio
Prosperidade da agricultura pode ser o pavio para a tributação do setor
8/05/2023O jornal Valor de hoje deu a dica para uma iniciativa que está no gatilho do governo desde a gestão Bolsonaro: gravar o agrobusiness. O jornal divulga estimativas de que a renda agropecuária vai alcançar R$ 1 trilhão neste ano. É um dinheiro que sacode uma economia andando devagar. Mas são recursos que passam praticamente ao largo do Fisco. A estrutura tributária do país no que concerne ao agrobusiness é tremendamente regressiva. O setor é um dos grandes colaboradores para concentração da renda nacional. O ministro Fernando Haddad está de olho na baixa colaboração fiscal do agro, que não é pop para a Receita Federal. Um imposto ou contribuição está sendo estudado pela equipe econômica. A questão é que a resistência é grande. O lobby do agrobusiness é o maior do Congresso. Não é por outro motivo que os gigantes do setor não dão pelota para a Receita. São proporcionalmente poucos e cada vez mais ricos.
Agronegócio
Mais um campo minado entre o governo e o agronegócio
4/05/2023Além da CPI do MST, surge um novo ponto de fricção entre a bancada ruralista e o governo no Congresso. A Frente Parlamentar da Agricultura vai apresentar um projeto de lei determinado a recomposição do Ministério da Agricultura, cindido no governo Lula em três – Agricultura e Pecuária, Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e Pesca e Aquicultura. O presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (Progressistas-PR), já sondou o presidente da Câmara, Arthur Lira, sobre a possibilidade de o PL ser votado em regime de urgência antes do recesso do meio do ano, ou seja, até a primeira quinzena de julho. Entidades do setor, como a Sociedade Rural Brasileira e a Aprosoja, se empenharam em apoiar publicamente o projeto, aumentando o barulho em torno da proposta. Entre os principais argumentos para o meia-volta, volver, a FPA alega que a cisão do Ministério da Agricultura enfraquece a Secretaria de Política Agrícola e a definição de estratégias transversais para o setor. Pode ser. Mas, na prática, a semente do movimento, ao que tudo indica, é mesmo política.
Agronegócio
Uma semente chinesa em solo brasileiro
28/03/2023A estatal Hope Full Grain, um dos grandes grupos agroindustriais da China, estaria em busca de terras no Centro-Oeste. A prioridade da empresa é o cultivo de soja, de olho no abastecimento do seu mercado doméstico. Há também a possibilidade da companhia investir em logística de armazenagem de grãos. Há cerca uma década, a Hope Full ensaiou se instalar em Goiás e no Mato Grosso, mas o projeto não andou. De lá para cá, a demanda chinesa por grãos cresceu mais de 50%.
Agronegócio
Agricultura tenta destravar crédito extra para produtores de fumo
22/03/2023O RR apurou que o Ministério da Agricultura está articulando junto à equipe econômica a liberação de recursos adicionais, via Banco do Brasil, para os produtores de fumo da Região Sul. A falta de chuvas está impondo severos prejuízos aos fumicultores, especialmente no Rio Grande do Sul. Há um apelo de ordem social para o crédito extra: parte expressiva da produção é proveniente da agricultura familiar. O setor, ressalte-se, já vem uma safra esfumaçada. No ciclo 2021/22, a produção brasileira de fumo caiu 11%, também afetada por condições climáticas. A queda afeta também o desempenho do Brasil no mercado internacional. Quarto maior produtor de fumo do mundo, o Zimbábue vem adotando uma agressiva estratégia comercial. O país africano tem avançado em mercados consumidores importantes, especialmente Bélgica e Estados Unidos, os dois maiores importadores do fumo brasileiro. O RR apurou que o Ministério da Agricultura está articulando junto à equipe econômica a liberação de recursos adicionais, via Banco do Brasil, para os produtores de fumo da Região Sul. A falta de chuvas está impondo severos prejuízos aos fumicultores, especialmente no Rio Grande do Sul. Há um apelo de ordem social para o crédito extra: parte expressiva da produção é proveniente da agricultura familiar. O setor, ressalte-se, já vem uma safra esfumaçada. No ciclo 2021/22, a produção brasileira de fumo caiu 11%, também afetada por condições climáticas. A queda afeta também o desempenho do Brasil no mercado internacional. Quarto maior produtor de fumo do mundo, o Zimbábue vem adotando uma agressiva estratégia comercial. O país africano tem avançado em mercados consumidores importantes, especialmente Bélgica e Estados Unidos, os dois maiores importadores do fumo brasileiro.
Agronegócio
Agricultura sofre com a falta de fertilizantes da Bolívia
20/03/2023O RR apurou que o Ministério da Agricultura e o Itamaraty têm feito gestões junto ao governo da Bolívia na tentativa de equacionar um gargalo no fornecimento de fertilizantes para o Brasil. Segundo informações filtradas da Pasta da Agricultura, a estatal Depósitos de Lítio da Bolívia vem atrasando os embarques de cloreto de potássio, notadamente para a região Centro-Oeste. A companhia vem tendo sistemáticas interrupções na sua produção devido aos protestos da população da região de Potosí, onde fica sua fábrica. Os manifestantes têm feito bloqueios em estradas próximas, atrapalhando a chegada de matérias-primas e o escoamento da produção. O Brasil é um dos cinco maiores importadores de cloreto de potássio da Bolívia. No Ministério da Agricultura, já se discute um Plano B, com a importação do fertilizante de outros países, notadamente do Canadá.
Agronegócio
Colômbia quer ter um cluster cafeeiro no Brasil
16/03/2023A rede de cafeteiras colombiana Juan Valdez planeja se instalar no Brasil. Segundo informações que circulam no setor cafeeiro, as primeiras lojas serão abertas em São Paulo. Esta é uma operação que vai além das raias do varejo. Trata-se de um movimento eivado de simbolismo. Os colombianos vão fincar bandeira no Brasil, um dos seus maiores concorrentes no mercado mundial de café. De certa forma, é para isso que a Juan Valdez existe. A marca de cafeterias é controlada pela Procafecol, por sua vez vinculada à poderosa Federação de Cafeicultores da Colômbia. A entidade responde por mais de um terço das exportações colombianas de café, o equivalente a US$ 1,2 bilhão por ano. Nesse contexto, a Juan Valdez é uma peça de marketing da própria indústria cafeeira colombiana. Durante os Jogos Olímpicos do Rio, por exemplo, a marca foi distribuída na Casa Colômbia, representação oficial do país no evento.
Agronegócio
Plano Safra vira adubo em campo minado
10/03/2023O governo quer usar o anúncio do Plano Safra 2023/24 para adubar o relacionamento entre Lula e o agronegócio. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, está articulando um grande evento, provavelmente em maio, fora do Palácio do Planalto, onde tradicionalmente se dá a cerimônia de lançamento do programa agrícola. A ideia é que Lula, simbolicamente, anuncie o Plano Safra em alguma “capital” do agronegócio – a favorita é a cidade de Sorriso (MT), considerada a maior produtora de soja do mundo. O valor do Plano Safra 2023/24 deverá superar os R$ 400 bilhões. Até lá, o Ministério da Agricultura tenta arrancar da área econômica recursos suplementares para o crédito rural. No momento, o ministro Fávaro negocia a liberação de R$ 1 bilhão para retomar a oferta de linhas de financiamento para investimento e custeio. Parte expressiva será destinada ao Moderfrota, programa de incentivo à compra de máquinas e equipamentos.
Agronegócio
Ministério da Agricultura reforça segurança sanitária nas fronteiras
16/02/2023O Ministério da Agricultura vai reforçar o esquema de vigilância sanitária nas fronteiras. Segundo a mesma fonte, a Pasta pretende também emitir um alerta aos governos estaduais em regiões de divisa recomendando a adoção de procedimento semelhante. A ameaça da gripe aviária, que parecia razoavelmente distante, chegou às franjas do território brasileiro, com a confirmação dos primeiros casos da doença no Uruguai e na Argentina, anunciados ontem pelas autoridades dos dois países. As ações profiláticas do Ministério da Agricultura se somam a medidas que já vinham sendo adotadas pelos maiores frigoríficos do país, entre as quais a suspensão de visitas em aviários. O Brasil tem uma invencibilidade para defender: jamais foi registrado um caso de gripe aviária no país. A balança comercial agradece.