Carrefour monta sua lista de compras pós-IPO

  • 24/07/2017
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O IPO do Carrefour deverá desencadear uma movimentação das placas tectônicas do varejo brasileiro. A injeção de recursos associada à depreciação dos ativos forma a combinação perfeita para o grupo liderar um novo ciclo de
consolidação do setor. Aos olhos dos próprios franceses, há dois cavalos encilhados passando à sua frente: o Cencosud e o Makro.

Ambos têm em comum os maus resultados e a dificuldade de posicionamento no mercado brasileiro, fatores que parecem empurrá-los gradativamente para a porta de saída do país. A escolha da montaria ficaria por conta da estratégia de expansão dos franceses no Brasil. A compra dos ativos do chileno Cencosud daria ao Carrefour à possibilidade de ampliar sua atuação no varejo convencional e fortalecer sua presença em regiões
chave, especialmente Minas Gerais e no Rio de Janeiro – neste último, os franceses mantêm apenas cinco
lojas. Por sua vez, a eventual aquisição do Makro consolidaria o Atacadão como a grande operação de atacarejo do país, com um faturamento próximo dos R$ 40 bilhões, mais do que o dobro da receita do maior concorrente, o Assaí (R$ 15 bilhões).

Procurado, o Carrefour não comentou o assunto. Por sua vez, Makro e Cencosud negaram sua
saída do país. Está feito o registro. O que ambas não podem negar são as suas dificuldades no Brasil. Os dois grupos vêm em uma espiral de reestruturações, trocas de comando, ajustes no modelo de operação, sem conseguir converter tanto esforço e energia em rentabilidade. No caso dos holandeses, os prejuízos acumulados nos últimos três anos chegam à marca de R$ 100 milhões. O Cencosud teve um lucro de R$ 35 milhões em 2016, nada que apague a perda de R$ 550 milhões registrada no ano anterior.

#Carrefour #Cencosud #Makro

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