Caixa busca uma solução para um Porto nada Maravilha

  • 21/06/2018
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A sobrevivência do projeto do Porto Maravilha, que corre sério risco de ter suas obras e serviços paralisados nos próximos dias por falta de recursos, passa inevitavelmente pela Caixa Econômica Federal. Pressionado pela Prefeitura do Rio, o banco estuda saídas para o impasse financeiro que cerca o empreendimento. Uma das ideias é buscar um fundo de real estate para se associar ao projeto e dividir a responsabilidade pelo financiamento dos serviços na região, hoje a cargo apenas do Fundo de Investimento Imobiliário Porto Maravilha (FIIPM), administrado pela Caixa. Outra hipótese sobre a mesa é um novo aporte do FI-FGTS  – em 2015, o FIIPM recebeu cerca de R$ 1,5 bilhão do Fundo de Garantia.

Esta alternativa é tratada pela própria diretoria da Caixa como a última linha, a bala de prata, tamanho o desgaste e a repercussão negativa que uma nova injeção de recursos da poupança dos trabalhadores certamente vai gerar. Procurada, a Caixa não se pronunciou até o fechamento desta edição. Sem receber, a Concessionária Porto Novo estendeu por mais sete dias a prestação de serviços na região, a exemplo de operação do tráfego, coleta de lixo e conservação e manutenção das vias que compõe o chamado Porto Maravilha. O prazo termina exatamente hoje. Até ontem à noite, no fechamento desta edição, ainda não havia uma solução para o impasse.

A Concessionária é a última ponta do efeito-dominó que começa no Fundo de Investimento Imobiliário Porto Maravilha. A carteira é lastreada pelos Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs), títulos emitidos pela Prefeitura para custear o projeto do Porto Maravilha. Em 2011, o FIIPM comprou todos os Cepacs, ao valor de R$ 3,5 bilhões. De lá para cá, no entanto, o valor do título só fez despencar, afetando a rentabilidade da carteira. Resultado: o fundo gerido pela Caixa deve R$ 198 milhões à Prefeitura referente a compromissos com o projeto. No intervalo de um ano e meio, tem também atrasado recorrentemente os pagamentos à Concessionária Porto Novo, que, sem alternativa, chegou a suspender a prestação dos serviços na região.

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