Caixa aposta suas fichas na venda de loterias online

  • 15/07/2019
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Após o quarto adiamento do leilão da Lotex, a popular “raspadinha”, a diretoria da Caixa Econômica coloca suas fichas na privatização das demais loterias do banco. Para isso, prepara medidas com o objetivo de alavancar a plataforma de apostas online. O projeto mais importante é o desenvolvimento de um aplicativo para celular – tanto para o sistema Android (Google) ou iOS (Apple). Hoje, as apostas online estão restritas ao site da Caixa. O banco estuda ainda reduzir o piso fixado para as apostas online, de R$ 30.

Esse valor é visto na Caixa como um muro para os apostadores de baixa renda e o público jovem. A cifra é seis vezes superior à média do montante gasto pelos brasileiros nas casas lotéricas. Consultada sobre a privatização, a Caixa informou que “estuda oportunidades quanto à monetização de ativos, dentre eles loterias.” Para bom entendedor… O modelo de venda das demais loterias ainda não está definido. Além dos produtos tradicionais, como a Mega-Sena, o pacote poderá incluir também um novo braço de apostas esportivas, informalmente chamado no banco de “SportBeting”.

A criação deste último ainda depende da aprovação do projeto de lei que libera esse tipo de jogo no Brasil – atualmente o brasileiro pode apostar nessa modalidade apenas em sites registrados no exterior. Certo mesmo é que a venda desses ativos depende de uma chacoalhada na atual plataforma de apostas online da Caixa. Pouco mais de sete meses após o seu lançamento, a operação está longe de ser um atrativo para os potenciais investidores do setor.

Pelo contrário. Segundo o RR apurou, o volume gerado pelo site estacionou na marca dos 3% da receita total arrecadada pela Caixa com as apostas. Ou seja: loteria no Brasil ainda é um negócio para ser feito no balcão físico – na Europa e nos Estados Unidos, a média de apostas eletrônicas é superior a 60%. No banco, a leitura é que a diretoria anterior sucumbiu à pressão das casas lotéricas ao lançar uma operação online meia-sola. Durante o governo Temer, a Federação Brasileira das Empresas Lotéricas, que representa mais de 13 mil correspondentes da Caixa, notabilizou-se por um intenso lobby para restringir os investimentos do banco no ambiente digital.

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