Brookfield espalha seus shoppings sobre o balcão

  • 17/08/2017
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O mercado de shopping centers é uma ilha entre os negócios da Brookfield no Brasil. Com mais de R$ 60 bilhões em investimentos no país, os canadenses planejam reduzir drasticamente ou, no limite, até mesmo encerrar suas operações no setor. A decisão é emblemática, não só pelo presente, mas, sobretudo, pelo passado. A Brookfield está na gênese deste mercado no país, quando ainda atendia pelo nome de Brascan e ergueu alguns dos primeiros centros de compras brasileiros, a começar pelo Rio Sul.

No início do ano, segundo o RR apurou, a Brookfield iniciou estudos para a venda de até três dos seus oito shoppings. De lá para cá, no entanto, com a crise econômica e a retração do consumo, passou a contemplar a hipótese de desmonte total da área. No momento, todos os estão os shoppings estão na vitrine, e alguns já na boca do caixa. De acordo com uma fonte que participa das negociações, os canadenses pretendem fechar até o fim do ano a venda do próprio Rio Sul e do Pátio Higienópolis, em São Paulo, conjuntamente avaliados em mais de R$ 2 bilhões.

Há conversas com BR Malls e a norte-americana General Shopping. A fonte do RR faz uma ressalva: a rigor, a Brookfield não matou a possibilidade de uma fusão com outro grupo do setor – há dois meses surgiram especulações sobre uma associação com a BR Malls e a Aliansce. Essa hipótese, no entanto, está restrita a condições especiais, leia-se uma participação minoritária em uma carteira de ativos enxuta e rentável – a segunda parte é o mais difícil em um setor que deverá crescer, no máximo, 5% neste ano.

Não é de hoje que a Brookfield ensaia um homeopático desmanche de sua carteira de shoppings no Brasil: em 2012, por exemplo, vendeu de uma só tacada o Brascan Open Mall, o Botafogo Praia Shopping e o Itaú Power Shopping. Na mesma época, o grupo enfrentou um episódio que só aumentou seu dissabor pelo setor: a Polícia Civil de São Paulo investigou a participação do presidente da Brookfi eld Gestão de Empreendimentos, Bayard de Lima, em um suposto esquema de pagamento propinas para a liberação de obras.

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