Bolsonaro cria manual de etiqueta para presidenciáveis

  • 30/08/2018
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A entrevista de Jair Bolsonaro ao Jornal Nacional acendeu uma luz para os marqueteiros das campanhas presidenciais. O Capitão criou um padrão: fatura o evento quem é mais rude com os entrevistadores. Ou seja: é mais importante contraditar duramente do que ser convincente nas respostas. A própria Globo engendrou essa receita.

Em parte por transmitir a mensagem de que o entrevistado enfrentou um poder até então imbatível; em outra, devido à postura arrogante e antipática dos âncoras Willian Bonner e Renata Vasconcellos. O primeiro candidato entrevistado, Ciro Gomes, não tinha descortinado esse caminho, e, preocupado com sua fama de destemperado, manteve-se demasiadamente manso frente a perguntas intimidatórias e com cerca de um minuto de duração. Daqui para frente, após Bolsonaro, as próximas entrevistas no JN serão sessões de tiro livre.

É muito mais divertido ver tapas e revides na Globo do que a resposta a temas complexos ou que já embutem uma desculpa ou desmentido na arquitetura da pergunta. Em tempo: o entorno de Jair Bolsonaro passou o dia de ontem exultante com os resultados da entrevista ao Jornal Nacional. Levantamento feito pela campanha do Capitão mostrou que o número de menções ao candidato nas redes sociais triplicaram em relação ao debate da Rede TV. Mais do que isso: cerca de 70% das citações foram favoráveis a Bolsonaro. O pico veio com o “embate” travado com a apresentadora Renata Vasconcellos sobre a questão dos salários das mulheres.

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