BNDES em dois tempos

  • 16/01/2017
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O BNDES vai restringir a distribuição de dividendo acima do mínimo de 25% para as empresas que tomarem crédito subsidiado. Mas não disse o que fará com a transferência de lucros através dos Juros sobre Capital Próprio (JCP). Se ficar como está, ninguém paga mais dividendo e libera um caminhão de dinheiro por meio do JCP. O expediente é bastante utilizado pelas empresas para elisão fiscal. Vai ver, o BNDES está esperando a decisão da Fazenda de gravar o JCP para também restringi-lo. A decisão do BNDES de podar a TJLP é uma faca de três legumes, como se diz nas feiras livres do Rio: reduz o subsídio e seu impacto sobre a dívida pública, potencializa a política monetária e diminui o intervalo de diferença entre as empresas premiadas e as não-premiadas com a generosa taxa. Tudo certíssimo. A dúvida é se este era o melhor timing para a medida. Em um momento em que se quer propulsionar o investimento e as empresas estão endividadas e de pires na mão, o banco sobe seus juros para empréstimos. Parece a aplicação de uma dieta saudável, sem lipídios e carboidratos, em um doente que sofre de inanição. Olha aí o risco do BNDES virar o “Banco Nacional do Ajuste Fiscal”.

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