Bertin se arrasta entre venda de ativos, contenciosos e Lava Jato

  • 24/05/2018
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Com uma dívida de R$ 8 bilhões, o Grupo Heber, holding da família Bertin, está sendo esquartejado e colocado em pedaços sobre o balcão. O clã tenta se desfazer da SPMar, concessionária dos trechos Sul e Leste do Rodoanel de São Paulo. Segundo o RR apurou, as negociações para a transferência do controle aos credores teriam esfriado, por conta de divergências com o maior deles, a Caixa Econômica, à qual a companhia deve mais de R$ 3 bilhões.

A concessionária paulista teria sido oferecida à CCR e à Ecorodovias. Os Bertin buscam também um comprador para a sua participação na Rodovias do Tietê, que, ao contrário da SPMar, não está incluída na recuperação judicial. Mas poderia: a concessionária carrega um passivo de R$ 1,5 bilhão e já sinalizou aos credores a dificuldade de honrar débitos de curto prazo. O pano de fundo dessa desconstrução mistura disputas consanguíneas e Lava Jato.

Os irmãos Fernando e Reinaldo Bertin estariam travando um duelo pelo comando das raspas e restos do grupo. O primeiro foi apeado da presidência do Conselho há cerca de quatro anos e agora tenta retomar o espaço que perdeu e dar as cartas no processo de recuperação judicial do Grupo Heber. Reinaldo foi o responsável por desmontar a megalômana pirâmide de empresas
que o irmão ergueu.

Fernando teria o apoio de dois dos três irmãos, mas enfrenta resistência na segunda geração da família, que o responsabiliza pelo malfadado processo de diversificação do grupo, que torrou bilhões de reais do patrimônio dos Bertin no setor de energia e ajudou a empurrar o sobrenome para as páginas policiais. O doleiro Lucio Funaro acusa o grupo de ter pago propina a Michel Temer e Moreira Franco. A família é suspeita também de ter contribuído para a reforma do célebre sítio de Atibaia, cuja propriedade é atribuída ao ex-presidente Lula.

#Grupo Heber #Lava Jato

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