Aumento de capital racha a Kepler Weber

  • 10/05/2018
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A Assembleia Geral Extraordinária da Kepler Weber marcada para hoje será realizada sob um clima de tensão. Um grupo de acionistas – entre os quais o Banco Clássico, de Juca Abdalla – contesta o novo estatuto proposto pela administração. O ponto de fricção é o possível aumento do capital social da Kepler Weber, que tem como principais acionistas Previ e Banco do Brasil. O valor poderá chegar a R$ 1,8 bilhão, mais de sete vezes o atual (R$ 234 milhões).

Para os minoritários, a direção da companhia, presidida por Anastácio Fernandes Filho, estaria preparando o terreno para uma chamada de capital com o objetivo de diluir a participação dos atuais acionistas e permitir que um novo investidor assumisse uma posição majoritária. Desde já um dos investidores que possivelmente não acompanharia o aumento de capital é Fernando Heller Brochado, dono de 13% da empresa. O BC declarou seus bens indisponíveis após a liquidação da TOV Corretora. E Previ e BB? Atenderão à possível chamada ou terão suas participações diluídas? Consultados, ambos não se pronunciaram.

A Kepler Weber e o Banco Clássico também não se manifestaram. A história recente da Kepler Weber tem sido marcada por guinadas bruscas e suspeitas operações no mercado. No fim do ano passado, a AGCO, um dos maiores fabricantes de máquinas agrícolas do mundo, fez uma oferta pelos 34% da companhia pertencentes à Previ e ao BB – que seria estendida aos demais acionistas. A CVM, no entanto, questionou a operação e os norte-americanos desistiram do negócio. Pouco depois, a partir do mês de novembro, fundos de investimentos passaram a realizar negociações cruzadas com as ações da Kepler Weber em bolsa, o que fez o preço do papel desabar – ver RR edição de 21 de março. De lá para cá, a ação caiu de R$ 21 para R$ 11. Parece o cenário propício para o bote de um forasteiro.

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