Minas Gerais dá um “desconto” à Vale por Brumadinho

  • 26/10/2020
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A crise fiscal dos estados tornou-se um “atenuante” para a mais grave tragédia ambiental e maior acidente de trabalho da história do Brasil, com 259 mortos. O RR apurou que o governo de Minas Gerais baixou o sarrafo e vai abrandar o valor da indenização a ser cobrada da Vale pelo rompimento da Barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho. Segundo a fonte da newsletter, o acordo deverá ser fechado até dezembro no valor de R$ 23 bilhões, cerca de R$ 7 bilhões a menos do que o governo mineiro havia estipulado inicialmente.

O deságio está vinculado à delicada situação financeira do estado. Minas Gerais precisa de dinheiro para ontem, ainda que isso signifique uma penalização menor pela catástrofe de Brumadinho. Melhor para a Vale. Em contrapartida ao “desconto”, a mineradora teria se comprometido a desembolsar ainda neste ano a primeira parcela da indenização, recursos estes que ajudariam o governo de Romeu Zema no pagamento do 13º salário do funcionalismo. A Vale está nadando em dinheiro, graças à alta dos preços do minério.

No primeiro semestre deste ano, teve um lucro líquido de R$ 5,5 bilhões, contra um prejuízo de quase R$ 7 bilhões entre janeiro e junho de 2019. Ou seja: a mineradora poderia ser magnânima em relação ao estrago que causou e não barganhar nem o valor nem o prazo de quitação da multa. Segundo a fonte do RR, a indenização deverá ser divida em até cinco pagamentos anuais. Procurado, o Governo de Minas informou que, em audiência realizada na última quinta-feira, “as partes evoluíram em premissas e nos fundamentos do acordo.” Uma nova audiência está marcada para 17 de novembro. Perguntado sobre valores e prazos de pagamento da indenização, o governo mineiro não se pronunciou. Também consultada, a Vale não se manifestou

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