Você buscou por: petrobras bolívia

Energia

Gás da Argentina provoca um impasse tripartite

9/04/2024
  • Share

Brasil, Argentina e Bolívia não saíram do lugar na primeira rodada de negociações em relação ao gás de Vaca Muerta. A equação tripartite é complexa. Os governos do Brasil – por meio de assessores do ministro Alexandre Silveira e do Itamaraty – da Argentina acenaram à Bolívia com o pagamento de uma taxa. Ela funcionaria como uma espécie de pedágio pela passagem do combustível extraído da reserva argentina pelo território boliviano até chegar ao Brasil. Seria uma solução provisória e necessária, até que a construção do gasoduto entre Santa Fé e Uruguaiana saísse do papel. No entanto, segundo informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, a estatal boliviana YPFB não topou e contrapropôs comprar o produto e revendê-lo aqui, naturalmente colocando uma bela margem de lucro. As partes voltarão a conversar nas próximas semanas, segundo a fonte do RR. No Ministério de Minas e Energia comenta-se que a postura da YPFB também pode embutir algum ranço bilateral, já que a Argentina deixará de utilizar o gás boliviano em outubro próximo. É possível um acordo, na ótica de negociadores brasileiros. A Bolívia precisa de recursos para manutenção e exploração de suas reservas. Os volumes de exportação caíram, inclusive obrigando um ajuste no contrato com a Petrobras, exatamente pela falta de recursos no país vizinho.

#Vaca Muerta #YPFB

Destaque

Governo e empresas de energia se juntam para reduzir dependência do gás boliviano

23/02/2024
  • Share

O governo discute diferentes cenários capazes de viabilizar a integração energética entre Brasil e Argentina. Segundo o RR apurou, uma das propostas sobre a mesa é a costura de uma espécie de PPP – um movimento, ressalte-se, com potencial para alterar razoavelmente o tabuleiro geoeconômico do gás na América do Sul. Por PPP entenda-se a possibilidade de o BNDES, Petrobras e empresas privadas brasileiras se juntarem no financiamento para a construção do gasoduto entre a Província de Santa Fé, na Argentina, e Uruguaiana (RS), obra orçada em mais de US$ 1 bilhão.

Segundo uma fonte da própria Pasta, uma comitiva de representantes do Ministério e da iniciativa privada vai viajar para Buenos Aires no mês de março, para conversas com a Secretaria de Energia do país vizinho. Paralelamente, empresas brasileiras têm feito gestões, inclusive com o apoio da própria embaixada brasileira na Argentina, interessadas em firmar contratos de importação de gás. O RR apurou que uma das companhias à frente das negociações é a Transportadora Sul Brasileira (TSB) – diga-se de passagem, a TSB, por si própria, já é uma “Parceria Público-Privada”, uma vez que seus acionistas são Petrobras, TotalEnergies, Ipiranga/Ultra e Repsol.

A negociação é intrincada e depende de que várias pontas sejam amarradas. Uma delas é um encontro de contas, para que parte do custo de financiamento do futuro gasoduto seja abatido no preço do gás comercializado para o Brasil. Além disso, há uma peça fundamental para a montagem desse quebra-cabeças bilateral: a construção de um gasoduto de 615 km entre Porto Alegre (RS) e Uruguaiana (RS). O projeto, a cargo da TSB, vai e volta, volta e vai, há mais de 25 anos.

Tanto entre as autoridades brasileiras quanto entre as empresas privadas, há um certo senso de premência nas conversas com o governo argentino. A Bolívia, maior supridora de gás para o Brasil, sofre com a escassez de recursos para investir na exploração de novas jazidas. Os campos atuais enfrentam queda de desempenho. Um estudo da consultoria internacional Wood Mackenzie mostra que haverá um declínio na produção do gás boliviano mais acelerado do que o previsto, e o país deixará de ser superavitário para se tornar importador do insumo até 2030.

Há dúvidas, inclusive, até quando a Bolívia conseguirá honrar o contrato firmado com a Petrobras, que prevê o envio de até 20 milhões de metros cúbicos por dia. Esse cenário exige que o Brasil busque alternativas. E a que mais se desenha é o acordo com a Argentina. A produção no campo de Vaca Muerta aumenta a passos largos – a reserva é estimada em 600 trilhões de metros cúbicos.

#BNDES #Petrobras #PPP

Destaque

Lula usa seus créditos com a Bolívia para negociar parceria no lítio

16/02/2024
  • Share

Assim como os constantes afagos a Nicolás Maduro miram o apoio da Venezuela à entrada do Brasil na Opep, o empenho de Lula para o ingresso da Bolívia no Mercosul também está eivado de segundas intenções. Principal articulador da adesão do país andino ao bloco econômico, o presidente quer usar o crédito acumulado para destravar um assunto estratégico: um acordo com os bolivianos na produção de lítio. Segundo o RR apurou, Lula deverá se encontrar com o presidente boliviano, Luis Arce, no mês que vem, em La Paz – o Itamaraty já trabalha nos preparativos da reunião.

Além do fator Mercosul, o presidente brasileiro tem outras moedas de troca para colocar sobre a mesa. Desde dezembro, a Petrobras tem ampliado gradativamente o volume de gás da Bolívia, flexibilizando o limite de 20 milhões de metros cúbicos diários previstos no contrato com a YPFB. Na conversa com Arce, Lula deverá também reafirmar o compromisso do Brasil em financiar projetos bilaterais na área de infraestrutura, a começar pela Ponte Internacional Guajará-Mirim.

Até o momento, o lítio é sinônimo de insucesso na política externa do governo Lula. Nem mesmo o “soft power pessoal” do presidente junto aos países da América do Sul tem sido suficiente para dar ao Brasil uma posição privilegiada nesse jogo. Muito pelo contrário. Outras nações têm ocupado esse espaço geoeconômico na região, notadamente em território boliviano, onde estão quase 30% das reservas globais de lítio.

Em dezembro, a estatal russa Uranium One Group fechou um acordo com o governo da Bolívia para a exploração do mineral. Poucos meses antes, a Citic Guoan, da China, já havia firmado parceria semelhante com a gestão de Luis Arce. Ao todo, russos e chineses vão investir cerca de US$ 1,4 bilhão na construção de duas fábricas para a produção e exportação de 50 mil toneladas anuais de lítio a partir de 2025.

#Bolívia #Lula #Mercosul #Petrobras

Energia

Cemig e Eneva na rota do gás boliviano

23/01/2024
  • Share

A Bolívia está despejando seu gás no Brasil por tudo que é lado. Após fechar um novo contrato com a Petrobras, que prevê o fornecimento de 20 milhões de metros cúbicos por dia, a YPFB tem batido à porta de grandes grupos brasileiros da área de geração de energia. Segundo o RR apurou há conversas com Cemig e Eneva. Esta última, ressalte-se, produz gás natural no Brasil. No entanto, o consumo do combustível deve aumentar significativamente diante dos seus planos de expansão. Além das negociações para uma fusão com a Vibra, a Eneva – leia-se BTG e a Cambuhy, de Pedro Moreira Salles – é apontada no setor como uma forte candidata à compra de térmicas a gás da Eletrobras.

#Bolívia #Cemig #Eneva #Petrobras #YPFB

Política externa

Alckmin corre países vizinhos para negociar acordos na área de energia

23/01/2024
  • Share

Geraldo Alckmin é mesmo um vice-presidente para toda obra. Lula pretende enviar Alckmin para uma viagem à Bolívia e Equador em fevereiro. Em pauta, a negociação de acordos no setor de energia com os dois países. O assunto envolve diretamente a Petrobras e a possibilidade de parcerias para investimentos em exploração e produção de óleo e gás nos dois países. A visita de Alckmin aos países vizinhos corrobora a ideia de que o vice-presidente deverá ter, a partir deste ano, um papel mais relevante na área de relações internacionais. Até pela necessidade de Lula se concentrar mais na política interna.

#Bolívia #Energia #Equador #Geraldo Alckmin #Lula #Petrobras

Energia

Brasil faz “doação” de gás para evitar desabastecimento na Argentina

11/01/2024
  • Share

O governo Lula pretende fazer um gesto de boa vizinhança com a Argentina por meio da Petrobras. A estatal deverá liberar uma parcela do gás que recebe da Bolívia para a Enarsa, estatal de energia do país vizinho. A boliviana YPFB também vai entrar no “rachucho”. Fechado o acordo, o insumo desviado para a Argentina seria abatido do valor pago pela Petrobras à Bolívia. Toda essa engenharia tem o objetivo de reduzir o risco de desabastecimento de gás em território argentino.

 

Trata-se de uma solução temporária, até que o governo Milei consiga tirar do papel a reversão do fluxo do Gasoducto Norte, um investimento em torno de US$ 700 milhões. O projeto permitirá a distribuição de gás da bacia de Neuquén para o norte da Argentina, reduzindo a necessidade de importações da Bolívia.

#Argentina #desabastecimento #gás #Petrobras

Política externa

Brasil e Bolívia avançam em discussões na área de fertilizantes

8/12/2023
  • Share

Informação que circulava ontem, em petit comité, no Ministério de Minas e Energia: o governo da Bolívia e a diretoria da estatal YPFB deverão enviar ainda neste ano um esboço de proposta de parceria com a Petrobras na produção de fertilizantes. No mês passado, executivos da companhia brasileira estiveram no país vizinho para tratar do assunto.

#Bolívia #Governo #Petrobras #YPFB

Mercado

Parceria com YPFB para produção de ureia e amônia enfrenta resistências na Petrobras

21/11/2023
  • Share

A proposta do governo da Bolívia para a construção conjunta de uma fábrica de amônia e ureia em Puerto Quijaro, na fronteira com o Brasil, é vista com ressalvas na Petrobras. Segundo informações filtradas da empresa, um dos principais motivos seria o modelo societário apresentado pelos bolivianos, que prevê o capital dividido fifty to fifty entre a estatal brasileira a YPFB. O projeto está orçado em aproximadamente US$ 2,5 bilhões. Em contato com o RR, a Petrobras confirmou que uma missão de executivos esteve recentemente na Bolívia para encontros com representantes da YPFB. Segundo a estatal, os “executivos da Petrobras ouviram oportunidades apresentadas pelos representantes da YPFB, sendo que nenhuma destas oportunidades foi analisada, não havendo, portanto, qualquer encaminhamento entre as empresas para instalação de uma fábrica de fertilizantes na Bolívia.” A companhia diz ainda que “eventuais decisões de investimentos deverão, dentro da governança estabelecida na Petrobras, passar pelos processos de planejamento e aprovação previstos nas sistemáticas aplicáveis, tendo sua viabilidade técnica e econômica demonstrada.”

#Petrobras #YPFB

Destaque

Petrobras viabiliza fornecimento de gás para retomada de investimentos em fertilizantes

7/11/2023
  • Share

Quem pensa que as conversas entre executivos da Petrobras e autoridades bolivianas, há duas semanas, em La Paz, ficaram circunscritas a investimentos no país vizinho, notadamente em E&P, não conhece da missa a metade. Os emissários da estatal cumpriram uma missão tão ou mais importante: obter do governo da Bolívia garantias de fornecimento de gás para a Unidade de Nitrogenados de Três Lagoas (UFN III), no Mato Grosso do Sul. Ao que tudo indica, foram bem-sucedidos. Nos corredores da própria Petrobras, circula a informação de que a empresa deverá anunciar nos próximos dias a retomada da construção da UFN III, projeto que marcará o retorno da estatal ao setor de fertilizantes. Um forte indício nesta direção é a presença de uma estrelada comitiva nesta semana em Três Lagoas. Está prevista para amanhã uma visita ao local do vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, e da ministra do Planejamento, Simone Tebet, além do próprio presidente da estatal, Jean Paul Prates. Tebet, por sinal, tem a sua cota de contribuição para a retomada do projeto. Ainda que o retorno da Petrobras ao setor de fertilizantes tenha sido uma promessa de campanha do próprio Lula, Tebet tornou-se uma voz de peso dentro do governo para a retomada da construção da UFN III. Procurada pelo RR, a Petrobras não se pronunciou.

#Bolívia #Fertilizantes #Geraldo Alckmin #Jean Paul Prates #Petrobras #Simone Tebet

Energia

As aproximações sucessivas entre Brasil e Bolívia

25/10/2023
  • Share

O presidente Lula vai enviar o próprio ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, à La Paz para conduzir as negociações sobre a retomada dos investimentos da Petrobras na Bolívia. A visita de Silveira deverá resultar em uma espécie de memorando de entendimentos com a YPFB. O terreno para a viagem do ministro de Minas e Energia está sendo preparado pelos executivos da Petrobras que desembarcaram na capital boliviana no fim da semana passada. Os representantes da estatal manterão uma agenda de reuniões com a direção da YPFB para possíveis investimentos conjuntos na extração de óleo e gás e também na produção de lítio – – conforme o RR antecipou.

#Alexandre Silveira #Bolívia #Lula #Ministério de Minas e Energia #Petrobras #YPFB

Política externa

Lula e Luiz Arce conversam sobre investimentos da Petrobras na Bolívia

9/10/2023
  • Share

Segundo uma fonte do Itamaraty, Lula terá, nesta semana, uma conversa por telefone com o presidente da Bolívia, Luiz Arce. Vai tratar da retomada dos investimentos da Petrobras na exploração de gás natural no país vizinho. E do interesse do Brasil em estender o atual contrato de fornecimento do insumo, que vence em 2025. Os preparativos para a conversa entre os dois presidentes começaram na semana passada, quando o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se reuniu com o seu congênere boliviano, o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Franklin Molina Ortiz. Na segunda quinzena de outubro, representantes da Pasta de Minas e Energia e da própria Petrobras são aguardados na Bolívia, mais precisamente em Santa Cruz de La Sierra, para encontros com autoridades locais. A ideia é que sejam discutidos projetos para as reservas de San Alberto, Sábalo, Itaú e San Telmo Norte, no departamento de Tarija.

#Bolívia #Itamaraty #Lula #Petrobras

Política externa

O Brasil ganha ainda mais gás nas relações com Argentina e Bolívia

4/09/2023
  • Share

Economía Negócios, tradicional publicação chilena, trouxe agora uma notícia que mexe consideravelmente com o tabuleiro geoeconômica da área de energia na América do Sul. O presidente da estatal YPFB, Armin Dorgathen, afirmou que, ao longo dos anos, a Bolívia deixará de exportar gás natural à Argentina. A declaração parte de uma premissa razoavelmente óbvia: a produção no campo de Vaca Muerta, que reduzirá gradativamente a necessidade de a Argentina importar gás boliviano. No entanto, o que mais chama a atenção é a declaração mais enfática e de viva-voz de Dorgathen sobre um assunto que tem sido tratado com certo cuidado, quando não através de um jogo de dissimulações cruzadas entre Bolívia e Brasil. Parece até que o executivo quis dar um recado a outro país da América do Sul… 

Obs RR: Os desdobramentos de Vaca Muerta sobre o mercado sul-americano não serão imediatos. Mas, olhando-se para o médio prazo, o Brasil começa a ficar em uma posição mais confortável em relação ao gás sul-americano. Ao reduzir as exportações para a Argentina, a Bolívia terá de vender esse volume em outro mercado. E que outro mercado seria se não a maior economia da América Latina? Os movimentos da Petrobras para retomar investimentos em óleo e gás em território boliviano aumentam o poder de negociação do Brasil em relação aos bolivianos. E ainda Vaca Muerta. A possibilidade de o BNDES financiar a construção do gasoduto, vinculada a uma extensão do pipeline ao Rio Grande do Sul, colocam o país em uma posição privilegiada para negociar com a Argentina o fornecimento de gás de Vaca Muerta. E se a Margem Equatorial sair, aí, então, o Brasil fica em uma situação ainda mais positiva à mesa de negociações com seus vizinhos.  

#Argentina #Bolívia #YPFB

Destaque

Petrobras pode ser o ponto de fusão entre Brasil e Bolívia no lítio

30/08/2023
  • Share

A retomada dos investimentos da Petrobras em terras bolivianas vai além da exploração de petróleo e gás. A estatal poderá ser uma ponte entre Brasil e Bolívia para uma parceria na produção de lítio. Ainda que incipientes, já existem alguns passos nessa direção.

Segundo o RR apurou, uma comitiva da Petrobras viajará ao país vizinho no mês que vem para visitar reservas do mineral pertencentes à estatal YLB (Yacimientos de Lítio Bolivianos). A delegação deverá percorrer as jazidas de Uyuni, Coipasa e Pastos Grandes, que somam cerca de 23 milhões de toneladas de lítio já comprovadas. De acordo com a mesma fonte, a agenda incluiria também encontros com representantes da chinesa Citic Guoan Corporation e da russa Uranium One Group.

Ao lado da YLB, ambas estão construindo dois complexos industriais opara a extração e processamento do mineral nas reservas de Uyuni e Coipasa, um investimento da ordem de US$ 1,5 bilhão. Em contato com o RR, a Petrobras informou que “está, no momento, desenvolvendo estudos sobre os investimentos para seu Plano Estratégico 2024-2028.” Segundo a companhia, “o direcionador estratégico para a área de gás e energia e renováveis é atuar de forma competitiva e integrada, otimizando o portfólio e atuando na inserção de fontes renováveis, com um indicativo de investir entre 6% e 15% do total previsto em projetos de baixo carbono.

” A Petrobras lembra que “baterias e outras tecnologias de armazenamento de energia fazem parte do contexto da transição energética”. Mas é cautelosa e diz que “atualmente não há nenhuma definição quanto a investimentos ou parcerias neste segmento nem acerca de seu posicionamento no segmento de extração de lítio.”

O próprio ministro de Energia da Bolívia, Franklin Molina, já andou dando spoiler sobre o assunto. Há pouco mais de um mês, em entrevista a uma TV local, deixou escapar a possibilidade de a Petrobras investir em lítio no país. O script idealizado pelo Brasil vai ainda mais longe. O governo brasileiro vislumbra a oportunidade de trazer parceiros internacionais para a produção do mineral do lado de cá da fronteira. Mais do que isso: a parceria com a Bolívia seria o passaporte para um movimento multilateral sabidamente almejado pela gestão Lula: a entrada do Brasil na “Opep do Lítio”, o bloco que está sendo costurado por bolivianos, chilenos e argentinos, detentores de quase 70% das reservas globais do insumo. O governo brasileiro acreditar estar empilhando créditos para que isso aconteça: além da retomada dos projetos da Petrobras na Bolívia, há conversações para o aumento dos volumes de gás adquiridos do país vizinho.

#Bolívia #Lítio #Lula #Petrobras

Energia

Negociações sobre o gasoduto de Vaca Muerta avançam

18/08/2023
  • Share

Segundo informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, uma comitiva do governo argentino vai desembarcar no Brasil até o fim de agosto. Na agenda, reuniões em Brasília e na Petrobras. É mais uma etapa do processo de negociação para o possível financiamento do Brasil à construção do gasoduto de Vaca Muerta. O apoio está condicionado à garantia de fornecimento de gás. A Secretaria de Energia da Argentina acena com duas possibilidades para o suprimento do insumo. A primeira é a construção de um ramal saindo do Noroeste da Argentina, do trecho do pipeline entre Sallequieló e San Gerônimo para se conectar com o gasoduto Bolívia-Brasil. A outra é a abertura de um ramal do Sul argentino até Uruguaiana, seguindo posteriormente para Porto Alegre

#Ministério de Minas e Energia #Petrobras

Política externa

Bolívia pede apoio do Brasil para construir fábrica de fertilizantes

25/07/2023
  • Share

A Bolívia tem feito sondagens junto ao governo Lula sobre o eventual interesse do Brasil em participar do projeto de construção de uma fábrica de amônia e ureia na região de Cochabamba. Os dois insumos são fertilizantes nitrogenados – a dependência brasileira do nitrogênio é de 95,7% da demanda interna. O empreendimento, a cargo da estatal boliviana YPFB, está orçado em aproximadamente US$ 1,3 bilhão. O governo do presidente Luiz Arce mira, sobretudo, na Petrobras. Ressalte-se que a companhia já anunciou o plano de retomar investimentos nos países vizinhos. Assim como sinalizou o seu retorno ao setor de fertilizantes. O projeto da YPFB juntaria uma coisa com a outra. A questão é como o governo Lula justificaria um investimento como esse em território boliviano com o Brasil tendo que importar 85% do fertilizante que consome.   

#Bolívia #Fertilizantes #Lula #YPFB

Destaque

Petrobras avança no mapa da América do Sul

10/07/2023
  • Share

O projeto da Petrobras de retomar os investimentos na América do Sul começa a sair do papel. Segundo o RR apurou, a estatal pretende disputar as próximas rodadas de licitações de campos de petróleo na Guiana. A primeira delas ocorre nesta semana: as propostas devem ser enviadas até o dia 15 de julho – ao todo, serão ofertados 14 blocos. A investida teria uma motivação principal: a Margem Equatorial, que se estende ao país vizinho e também ao Suriname. Estudos mostram que há uma grande similaridade do ponto de vista geológico entre os campos petrolíferos existentes na Guiana e aqueles localizados no lado brasileiro, na faixa litorânea entre o Amapá e o Rio Grande do Norte. Há notórias sinergias, tanto que pesquisas e descobertas já realizadas na Guiana e no Suriname têm servido de referência para estudos da Petrobras – a estatal já furou mais de 700 poços na Margem Equatorial.  

Além das razões de ordem estratégica, sob certo aspecto a investida da companhia no país vizinho pode ser vista também como uma questão de Estado. A julgar pelos acenos e declarações já feitos pelo próprio presidente Lula, a Petrobras será uma peça importante para o governo fazer política externa na América do Sul, somada a boas oportunidades de investimento.  Não por coincidência, segundo uma qualificada fonte do Itamaraty, Lula e o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, deverão ter uma conversa telefônica ainda nesta semana. Ao que tudo indica, a licitação de blocos de exploração e produção será um dos temas abordados. Em contato com o RR, consultada sobre a possível participação no leilão da Guiana, a Petrobras disse que “Por meio da nossa gestão ativa de portfólio, estamos constantemente avaliando oportunidades, dentro e fora do Brasil. No exterior, estamos atentos tanto às licitações que acontecerão quanto a possíveis parcerias com outras empresas.”. A empresa afirmou ainda que “Inscrições em rodadas de licitação de blocos e acesso aos dados fazem parte do processo de avaliação de novas oportunidades de negócio. A participação no processo não garante a efetiva formalização de proposta no dia do leilão.” 

Em outro front, a Petrobras já teria iniciado também conversas com a YPFB para investimentos conjuntos na Bolívia. Entre outras possibilidades de parceria, a YPFB busca parceiros, por exemplo, para a campanha de exploração e produção de gás na área de Vitiacua, no Departamento de Chuquisaca. Trata-se da mais nova e promissora fronteira exploratória da Bolívia. As reservas estimadas somam mais de 56 bilhões de metros cúbicos de gás. É a maior aposta dos bolivianos para aumentar o suprimento interno e as exportações do insumo. Ao RR, a Petrobras informou que “Conversações com a YPFB, contraparte nos Contratos de Serviços operados na Bolívia, são parte da rotina de gestão dos ativos que a companhia detém no país, por meio de uma subsidiária.” Consultada especificamente sobre a nova área de exploração de gás, a estatal afirmou que “Não há, no momento, nenhuma conversa em andamento com a YPFB em relação ao bloco Vitiacua.” 

#Margem Equatorial #Petrobras #YPFB

Internacional

Petrobras acelera conversas com YPFB para investimentos na Bolívia

6/06/2023
  • Share

A retomada dos projetos da Petrobras em países vizinhos é para ontem. O RR apurou que executivos da diretoria de Exploração e Produção deverão viajar à Bolívia ainda neste mês. Na agenda, conversas com a diretoria da YPFB para discutir projetos conjuntos de exploração de gás. O próprio no1 da estatal, Jean Paul Prates, conversou sobre o assunto com o presidente da Bolívia, Luiz Arce, na semana passada, em Brasília.  

#Bolívia #Óleo e Gás #Petrobras #YPFB

Política externa

Argentina busca apoio do governo Lula para compras gás

2/06/2023
  • Share

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, aproveitou sua passagem por Brasília para negociar com o governo Lula um acordo para a compra de gás. A operação envolveria a transferência de aproximadamente 10 milhões de metros cúbicos por dia, em um acordo pelo menos até o fim do ano. Na prática, o Brasil atuaria quase como um trader, um intermediário na venda do gás boliviano. O país andino estaria atrasando a entrega de insumo já contratado pela Argentina, algo não muito diferente do que a estatal boliviana YPFB fez com a Petrobras entre 2019 e 2020.

#Alberto Fernández #Argentina #gás #Lula #Petrobras #YPFB

Destaque

Petrobras desata mais uma “amarra” herdada do governo Bolsonaro

26/04/2023
  • Share

A Petrobras está desmontando, peça por peça, o arcabouço liberal que ditou sua estratégia de negócios nos últimos quatro anos. Além da revisão dos Termos de Compromisso de Cessação (TCC) firmados com o Cade em 2019 – o que, na prática, significará a manutenção do monopólio da estatal no transporte de gás –, a direção da estatal pretende esvaziar o indicador Delta EVA (Economic Value Added). De 2019 para cá, a ferramenta de gestão tem sido usada pela Petrobras como balizador para a aprovação ou não de novos investimentos, e até mesmo para a decisão de abandonar projetos e hibernar plantas industriais. Mais do que uma mera medida administrativa, o EVA serve como instrumento de apoio ao compliance, pois obriga que a diretoria executiva ou o conselho de administração registre em ata a aprovação de um projeto não rentável de acordo com o indicador.

O fim da utilização desse instrumento permitirá à nova diretoria da empresa a retomada de projetos que foram deixados de lado pelo governo Bolsonaro por não se enquadrarem nos índices de geração de valor apontados pelo EVA. A Petrobras poderá, por exemplo, voltar ao setor de fertilizantes e resgatar antigos empreendimentos, como a construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III) – algo tratado pelo governo Lula como prioridade estratégica.

Ao mesmo tempo, a quebra desse “teto de gastos” da estatal abre brecha também para movimentos com alguma dose de motivação política. Entram neste rol a exploração de campos terrestres na Bahia, o Comperj, no Rio de Janeiro, e as refinarias Abreu Lima e Clara Camarão, respectivamente em Pernambuco e Rio Grande do Norte – por sinal, terra do presidente da empresa, Jean Paul Prates.

O EVA começou a ser utilizado na gestão de Roberto Castello Branco para calcular o valor adicionado das operações da Petrobras, buscando mensurar a lucratividade real dos negócios para seus acionistas. Deste então, o indicador passou a fazer parte das métricas de topo da companhia, foi inserido como meta no Balanced Scorecard (BSC) das gerências e passou a ser critério para o pagamento de bônus a executivos e empregados.  

Guardadas as devidas proporções, para as últimas gestões da Petrobras, o EVA teve serventia similar ao próprio acordo com o Cade. O TCC com o órgão antitruste acabou se transformando em uma conveniente justificativa para a petroleira acelerar a venda de ativos de refino e da participação na TBG, a transportadora do Gasoduto Bolívia-Brasil. Da mesma forma, o EVA tornou-se uma cômoda muleta para embasar internamente a desmobilização de ativos e a reprovação de projetos com a motivação da baixa rentabilidade para os acionistas.  

Jean Paul Prates sabe que terá desgaste junto ao mercado para implementar essa mudança e já avalia maneiras de substituir um indicador por outro de natureza semelhante. Internamente, também haverá desconforto com o quadro gerencial da estatal, que já está matriculado no EVA. Dentro da Petrobras já se sabe que os responsáveis por administrar o incômodo gerencial serão os executivos de Estratégia e Planejamento, Maurício Tolmasquim, e de Desempenho Empresarial, Eduardo de Nardi Ros.  Procurada pelo RR, a empresa não se manifestou.

#Cade #Comperj #Jean Paul Prates #Petrobras #UFN III

Energia

Déficit de petróleo na Bolívia pode dar gás para a Petrobras

13/04/2023
  • Share

A YPFB tem consultado a Petrobras e companhias privadas para a compra de petróleo no Brasil. A estatal boliviana estaria disposta a importar cerca de 200 mil toneladas em uma primeira encomenda e outras 300 mil toneladas nos próximos seis meses. No caso da Petrobras, a operação abre brecha para uma negociação ainda mais ampla. Na estatal, já se discute a possibilidade de um “bem-bolado”, leia-se uma composição envolvendo a importação de gás boliviano. O país andino vive um déficit de petróleo. Suas refinarias estão operando bem abaixo da capacidade.

#Petrobras #YPFB

Empresa

Petrobras e estatal boliviana ensaiam parceria na transição energética

10/04/2023
  • Share

Os governos do Brasil e da Bolívia têm mantido tratativas em torno de investimentos conjuntos na área de transição energética. As conversas envolvem a Petrobras. Segundo informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, uma das ideias sobre a mesa é uma parceria entre a companhia e a estatal boliviana Empresa Nacional de Electricidad (Ende) para projetos conjuntos em energia limpa nos dois países. Ressalte-se que a Ende está construindo a linha de transmissão Puerto Quijarro-San Juan del Mutún-Puerto Busch, esta última na fronteira com o Brasil. A estrutura pode ser envolvida na operação – por exemplo, na distribuição de energia na Região Centro-Oeste.  

A gestão Lula enxerga duas serventias no possível acordo entre a Petrobras e a Ende. Em primeiro lugar, seria um passo a mais no projeto recolocar a estatal nos trilhos da geração renovável. Nesse caso específico, a Petrobras não apenas cumpriria o desígnio traçado pelo atual governo – ser a principal propulsora de investimentos em transição energética no país – como também ampliaria sua influência no segmento dentro da América do Sul. Além disso, o acordo poderia funcionar com uma moeda de troca para a entrada do Brasil na “Opep do Lítio”, como vem sendo chamado o bloco organizado pela Bolívia, Argentina e Chile – ver RR. 

#Bolívia #Lula #Ministério de Minas e Energia #Petrobras

Empresa

Compass busca uma rota de escape da Petrobras

21/03/2023
  • Share

A Compass, leia-se Cosan, quer reduzir sua dependência do gás boliviano e, consequentemente, da Petrobras. A estratégia da companhia criar alternativas às amarras de preço impostas pela estatal, que concentra a maior parte das importações do insumo da Bolívia. A Compass pretende aumentar gradativamente a compra de gás da Argentina. A Sulgás, uma das controladas do grupo, já tem feito gestões neste sentido. Segundo a mesma fonte, há projetos, inclusive, de investimentos no porto de Rio Grande (RS) para o armazenamento do combustível.  

Trata-se de um movimento de razoável peso no tabuleiro do setor. A Compass, de Rubens Ometto, reúne o maior portfólio de distribuidoras de gás do país. Além da Sulgás, controla a Comgás e a Gas Brasiliano, gigantes do mercado paulista, e tem participações em outras nove empresas por meio da Commit, a antiga Gaspetro, comprada junto à própria Petrobras.  

#Compass #Cosan #Petrobras

Destaque

Petrobras retoma investimentos na área de fertilizantes

1/03/2023
  • Share

A Petrobras voltará a ser um instrumento do Estado para a redução do déficit de fertilizantes no Brasil. Segundo o RR apurou, a nova diretoria da estatal já estaria trabalhando em um cronograma para a reabertura de fábricas e a retomada de projetos paralisados durante o mandato de Jair Bolsonaro. De acordo com a mesma fonte, uma das primeiras medidas será o reinício das obras de construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN III) de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. Há pouco de mais um mês, a estatal suspendeu o processo de venda do complexo. O custo previsto para a conclusão da UFN III gira em torno de R$ 3 bilhões. A companhia também pretende tirar da gaveta o projeto de construção da UFN V, em Uberaba (MG). Outra iniciativa seria a reabertura da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), fechada desde 2020. Hoje, as importações de fertilizantes respondem por aproximadamente 85% do consumo total no Brasil. Estima-se que, em plena operação, as três fábricas possam reduzir esse índice em algo próximo a dez pontos percentuais. É apenas o início. Internamente, segundo informações apuradas pelo RR, Prates já sinalizou que, sob sua gestão, a Petrobras vai desenvolver outros projetos no setor.

Mais do que uma resolução corporativa, a volta da Petrobras à área de fertilizantes é uma decisão de governo. Durante a campanha, o próprio Lula criticou duramente a saída da estatal desse setor. Noves fora questões de ordem política, as circunstâncias até fundamentavam a posição da Petrobras durante o mandato de Jair Bolsonaro. Mesmo considerando o custo do frete o imposto de importação, houve um momento em que comprar fertilizante no exterior, notadamente da Rússia, era mais barato do que adquirir o insumo produzido no Brasil. A guerra contra a Ucrânia mudou essa dinâmica do mercado e reduziu o gap de oportunidade. Some-se a isso o surgimento de outras variáveis que podem tornar a retomada dos projetos em fertilizantes um bom negócio para o Brasil e para a própria Petrobras. A produção de petróleo na Margem Equatorial, nova fronteira energética no país, deverá provocar um aumento da produção interna de gás, o item mais relevante na estrutura de custos para a produção de adubo. Além disso, tratativas em curso com a Bolívia e a Argentina – neste caso envolvendo a construção do gasoduto Nestor Kirchner – também podem aumentar a oferta do combustível a preços mais vantajosos. De quebra, há ainda um ganho político para Lula: a retomada dos investimentos da Petrobras no setor dá ao presidente uma valiosa moeda de troca com governadores. 

#Jair Bolsonaro #Petrobras #UFN III

Energia

YPFB tem gás de sobra para vender no Brasil

28/12/2022
  • Share

Emissários da estatal boliviana YPF têm procurado grandes grupos brasileiros nas últimas semanas, oferecendo contratos de fornecimento de gás natural. A empresa diz ter produto para pronta entrega. Quem te viu quem te vê. No primeiro semestre deste ano, a YPFB reduziu unilateralmente o suprimento de gás para a Petrobras, descumprindo o contrato entre ambas. Á época, aproveitou a oportunidade de vender o produto a preços maiores para a Argentina. Só que nos últimos meses, com o fim do inverno, o governo de Alberto Fernandez reduziu substancialmente as encomendas. E a YPFB voltou a olhar o Brasil com outros olhos, a ponto, inclusive, de assinar um aditivo contratual com a Petrobras após o imbróglio. 

#Petrobras #YPF

Maranhão busca o seu “vale gás”

14/10/2022
  • Share

A equipe do governador reeleito do Maranhão, Carlos Brandão, estuda comprar gás diretamente da estatal boliviana YPFB a partir de janeiro de 2024. Exatamente nessa data, a Gasmar começará a fornecer gás natural à usina de pelotização da Vale no estado. Trata-se de um contrato estratégico para a distribuidora maranhense. O volume previsto é expressivo: cerca de 250 mil metros cúbicos por dia. O acordo com a YPFB seria um hedge. No cálculo do governo do Maranhão, a Petrobras não terá capacidade para suprir a demanda adicional da Gasmar já no início de 2024. A petroleira ainda não iniciou a perfuração da chamada Margem Equatorial Brasileira, cinco bacias sedimentares que se estendem da costa do Rio Grande do Norte ao Amapá.

#Petrobras #Rio Grande do Norte #YPFB

Mais gás para a Petrobras

11/10/2022
  • Share

Em conversas reservadas com a direção da Petrobras, o presidente da YPFB, Armin Dorgaten Tapia, acenou que mais da metade da produção dos cinco novos campos de gás natural da empresa, nas regiões centro e sul da Bolívia, será destinada ao Brasil. Sinal de cumprimento do contrato com a estatal brasileira. Neste ano, não custa lembrar, a YPFB cortou unilateralmente cerca de 30% do fornecimento de gás para a Petrobras.

#Petrobras #YPFB

Gás aditivado

24/08/2022
  • Share

Segundo o RR apurou, o aditivo no contrato de compra de gás firmado com a boliviana YPFB custará à Petrobras US$ 200 milhões até o fim do ano. A extensão garantirá à estatal o fornecimento de até 20 milhões de metros cúbicos de GLP por dia.

#GLP #Petrobras #YPFB

Diplomacia do “bateu, levou”

4/08/2022
  • Share

Há um Jair Bolsonaro no caminho entre a Bolívia e o Mercosul. O Palácio do Planalto articula com Rodrigo Pacheco para que o Senado cozinhe em banho-maria a votação da entrada do país vizinho como membro do bloco econômico. Entre os integrantes do Mercosul, falta apenas o imprimatur do Congresso brasileiro. No que depender de Bolsonaro, o sinal verde não sairá tão cedo.

A postura do governo brasileiro não deve ser atribuída apenas a uma má vontade de ordem ideológica do presidente Bolsonaro. A Bolívia também tem feito por onde, especialmente por meio da YPFB. A estatal boliviana está reduzindo o fornecimento de amônia e ureia ao Brasil, para privilegiar outros mercados. A medida tem tudo para afetar a produção interna e, consequentemente, o fornecimento de fertilizantes para o agronegócio nos próximos meses. Some-se a isso o fato de que, recentemente, a YPFB cortou em 30% a venda de gás para a Petrobras, descumprindo seu contrato com a estatal brasileira. É outra medida que também atinge a indústria de fertilizantes, intensiva no uso do insumo.

#Jair Bolsonaro #Mercosul #Petrobras #Rodrigo Pacheco #YPFB

YPFB vira um problema coletivo

21/07/2022
  • Share

A YPFB está criando condições cada vez mais hostis para o suprimento de gás ao mercado brasileiro. Como se não bastasse o descumprimento do contrato com a Petrobras e a redução de 30% nos volumes entregues, a estatal boliviana jogou seu preço nas alturas. Em conversa com o RR, o CEO de um dos maiores grupos de geração de energia do Brasil revelou que a YPFB está cobrando de térmicas brasileiras mais do que o dobro do valor pago pela estatal brasileira. O preço chega a US$ 16 por milhão de BTU. A Petrobras paga entre US$ 6 e US$ 7, pelo mesmo volume.

Hora da Petrobras dar o troco?

17/06/2022
  • Share

A estatal boliviana YPFB está tentando comprar óleo diesel no Brasil em meio a uma crise no abastecimento local. O caminho natural é a Petrobras. No entanto, como se sabe, as relações entre as duas empresas estão estremecidas devido à redução no fornecimento de gás da Bolívia.

#Petrobras #YPFB

Petrobras quer acionar YPFB por “calote” na entrega de gás

9/06/2022
  • Share

O RR apurou que a Petrobras estuda uma ação de arbitragem contra a YPFB pelo descumprimento do contrato de venda de gás à estatal brasileira. Nos últimos meses, a empresa boliviana reduziu, unilateralmente, o volume fornecido em 30%, para vender o insumo a preços mais altos à Argentina. A estatal deve exigir da YPFB um ressarcimento pelos prejuízos causados, notadamente o custo referente à importação de GNL, para cobrir o buraco deixado pelos bolivianos. Em contato com o RR, a Petrobras informou que “vem exercendo seu papel diligentemente, reivindicado o cumprimento do contrato com a YPFB e adotando as medidas para assegurar o fornecimento de gás aos seus clientes”. Consultada especificamente sobre o processo de arbitragem, a companhia não se manifestou. A relação comercial entre as duas empresas é marcada por turbulências. Em 2007, por exemplo, a Petrobras ameaçou recorrer a uma Câmara de Arbitragem após a expropriação de duas refinarias na Bolívia. Depois de tensas negociações, a YPFB aceitou ressarcir a empresa, pagando US$ 112 milhões. É o desfecho que a direção da Petrobras espera ver de novo.

#GNL #Petrobras #YPFB

PT ronda reestatização de ativos da Petrobras

18/03/2022
  • Share

O balão de ensaio soprado por Lula na semana passada, associando os altos preços dos combustíveis à privatização da BR Distribuidora, ecoou o pensamento do núcleo duro do PT. Segundo o RR apurou, determinadas lideranças do partido próximas ao ex-presidente, a começar por Gleisi Hoffmann, têm defendido internamente a reestatização de alguns dos ativos vendidos pela Petrobras. Há quem pregue, inclusive, que a proposta conste do programa econômico de Lula. A medida seria embalada pelo discurso de que o retorno de operações estratégicas para as mãos da estatal contribuiria para a redução do custo dos combustíveis.

Alguns petistas chegam a mencionar ativos que deveriam ser reestatizados de forma prioritária. Entre eles figuram exatamente a Vibra Energia, antiga BR Distribuidora, a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, e a Nova Transportadora do Sudeste (NTS), leia-se a malha de dutos que liga Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo ao gasoduto Bolívia-Brasil. Nas hostes petistas, há quem acredite que essas recompras seriam facilitadas por pressões políticas e pelo peso leviatânico da Petrobras e do próprio governo.

Assim é se lhe parece. Na semana passada, além de vincular os sucessivos aumentos dos combustíveis à privatização da BR Distribuidora, Lula ainda soltou uma frase de efeito relacionada ao tema: “Se preparem, porque vamos ganhar as eleições e vamos recuperar a Petrobras para o povo brasileiro”. Ao que tudo indica, é o velho jogo de Lula: a declaração foi um afago para os seus, ou seja, muito mais um recado para dentro do partido do que exatamente para o eleitorado. Interlocutores que conhecem bem o petista sabem que a ideia de reestatização de operações da Petrobras nem passa pela cabeça do ex-presidente.

Ainda assim, ao que parece, Lula deixou uma pulga atrás da orelha do mercado. Pelo sim, pelo não, o zunzunzum em torno do assunto já provoca mobilizações no meio empresarial. Segundo o RR apurou, o investidor Ronaldo Cezar Coelho, principal acionista da Vibra Energia, acionou o ex-senador Aloysio Nunes Ferreira, solicitando sua interveniência junto a Lula e a formuladores do programa econômico do PT com o objetivo de dissuadi-los da proposta.

#BR Distribuidora #Gleisi Hoffmann #Lula #Petrobras #PT

YPFB entra na disputa por fertilizantes da Petrobras

14/03/2022
  • Share

A Petrobras já trabalha com um Plano B para a venda da Unidade de Nitrogenados (UFN III) de Três Lagoas (MS). Segundo o RR apurou, a boliviana YPFB manifestou interesse em assumir o projeto e concluir a construção da fábrica de fertilizantes. É o efeito Putin. A guerra entre Rússia e Ucrânia atingiu o processo de venda da UFN III.

O acordo fechado com a russa Acron há cerca de um mês virou uma incógnita. De acordo com uma fonte ligada à Petrobras, as tratativas estão congeladas desde a eclosão dos conflitos na Europa. Ressalte-se que a Acron, assim como outras grandes corporações russas, foi bloqueada no sistema de pagamentos internacionais, o Swift. Ou seja: está impossibilitada de fechar transações financeiras, no rastro das sanções globais impostas ao regime de Vladimir Putin.

Procurada, a Petrobras não quis se manifestar. A YPFB já tem negócios em fertilizantes na Bolívia, notadamente à base de ureia e amônia, e pretende aumentar sua presença no setor na América do Sul. A estatal vem sendo utilizada pelo governo do presidente Luiz Arce como um agente para reduzir a dependência boliviana de nutrientes importados. Algo que a gestão Bolsonaro e a Petrobras deveriam estar fazendo. A YPFB, ressalte-se, carrega um handicap para assumir a UFN III: ela própria seria a fornecedora de gás para a fábrica, equacionando um dos maiores custos do empreendimento.

#Acron #Petrobras #Vladimir Putin #YPFB

Os próximos passos da Acron no Brasil

16/02/2022
  • Share

Há um movimento cruzado de afagos diplomáticos entre Brasil e Rússia. Em meio à visita de Jair Bolsonaro a Moscou, uma delegação da russa Acron desembarcará no Mato Grosso no Sul nos próximos dias. A empresa fechou recentemente a compra da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III da Petrobras em Três Lagoas – a negociação foi antecipada pelo RR em 10 de dezembro de 2021. Segundo a newsletter apurou, executivos da Acron pretendem se reunir com o governador Reinaldo Azambuja. Em pauta, a manutenção dos incentivos fiscais concedidos à Petrobras para a construção da fábrica – as obras estão paradas desde 2014. Outro desafio dos russos é garantir o fornecimento de gás para a UFN III. De acordo com a mesma fonte, o mais provável é que a companhia feche um contrato com a estatal boliviana YPFB.

#Acron #Jair Bolsonaro #Petrobras

YPFB quer lugar da Petrobras no Gasbol

6/08/2021
  • Share

O RR apurou que a YPFB entrou na disputa pela participação de 51% da Petrobras na TBG (Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil- Gasbol). O ativo está avaliado em aproximadamente US$ 1 bilhão. Segundo uma fonte envolvida nas negociações, a estatal boliviana estaria, inclusive, conversando com a belga Fluxys sobre a possibilidade de uma oferta conjunta pelas ações. Ambas já estão no capital da TBG: a Fluxys detém 29% da companhia; os bolivianos, por sua vez, aumentaram recentemente sua participação de 12% para 19%. A investida da YPFB pode não apenas representar uma reviravolta no processo de venda da TBG como dar aos bolivianos um peso ainda maior no mercado brasileiro de gás. A empresa passaria a ter uma posição relevante nas duas pontas da operação: como grande fornecedora do insumo para o Brasil e como controladora da principal malha de transporte de gás do país. Ressalte-se que a YPFB tem feito movimentos também para fechar a venda direta do combustível para estados, vide o recente acordo firmado com o governo do Mato Grosso.

#Petrobras #TBG

Nova ordem

7/06/2021
  • Share

O monopólio da Petrobras no gás começa a ser quebrado na prática. Dois meses após a entrada em vigor da nova regulação, o governo do Mato Grosso está prestes a fechar um contrato com a estatal boliviana YPFB para a compra do insumo. O acordo passará a vigor em janeiro de 2022.

#YPFB

O gás que vem da Bolívia

11/03/2021
  • Share

Em meio ao turbulento processo de sucessão, a Petrobras negocia um novo contrato para a importação de gás da Bolívia. O acordo terá validade de três anos. Segundo o RR apurou, o volume negociado será da ordem de 20 milhões de metros cúbicos/dia. Em tempo: de acordo com a mesma fonte, a estatal boliviana YPFB receberá ainda em março cerca de US$ 20 milhões referentes ao contrato temporário firmado com a Petrobras, em vigor neste momento.

#Petrobras

Um partido família

13/01/2021
  • Share

O governo do Mato Grosso do Sul vai enviar uma comitiva à Bolívia. Missão: negociar a compra direta de gás boliviano, sem depender da Petrobras/TBG. A medida é vista como prioritária para reduzir o custo do insumo e atrair indústrias para o estado.

#Petrobras

Um pedaço a mais

8/01/2021
  • Share

A belga Fluxys já manifestou à Petrobras o interesse em comprar a participação de 51% da estatal na TBG, operadora brasileira do gasoduto Bolívia-Brasil. Os europeus fecharam na última semana a aquisição de outros 27,5% da empresa, que pertenciam à norte- americana EIG Energy.

#TBG

De grão em grão…

10/08/2020
  • Share

A Petrobras está conseguindo um ganho mensal médio da ordem de US$ 5 milhões com o novo formato do contrato de fornecimento de gás da Bolívia para o Brasil, firmado em março. A economia vem, sobretudo, do ato de a estatal boliviana YPFB ter assumido o custo de transporte do insumo dentro daquele país, numa linha de aproximadamente 550 km, de Rio Grande a Porto Suarez, na fronteira com o Brasil. O volume contratado diário varia de 14 milhões de metros cúbicos a 20 milhões de metros cúbicos.

#Petrobras #YPFB

Muito gás e pouco contrato

11/05/2020
  • Share

A boliviana YPFB vem procurando grandes grupos industriais e empresas privadas de geração no Brasil para vender gás a preço de ocasião. Até agora, as boas relações da presidente interina, Jeanine Áñez, com o governo brasileiro não tem adiantado muito. Ressalte-se que a YPFB amarga perdas expressivas com a decisão da Petrobras de reduzir a importação de gás boliviano, no rastro da retração da atividade econômica.

#Petrobras #YPFB

A culpa é da Bolívia

28/11/2019
  • Share

Não foi apenas o risco de desabastecimento de gás que levou a Acron a desistir da compra da fábrica de nitrogenados da Petrobras em Três Lagoas (MS). A crise na Bolívia também jogou por terra o acordo que vinha sendo alinhavado entre os russos e a YPFB. Segundo o RR apurou, a estatal boliviana seria sócia na aquisição, com 12%. Agora, a Petrobras volta à estaca zero, em busca de um comprador.

#Acron #Petrobras

Uma apólice contra a crise boliviana

14/11/2019
  • Share

No momento que a crise boliviana se torna um fator de risco ao fornecimento de gás para o Brasil, a Petrobras lança mão de um hedge. Está prevista ainda para esta semana a chegada ao porto de Salvador do navio Excalibur, que transporta 138 mil metros cúbicos de gás liquefeito contratado pela estatal junto à argentina YPF. O insumo foi extraído do xisto produzido na Patagônia.

#Petrobras

Sucesso de bilheteria

10/10/2019
  • Share

O RR apurou que 14 empresas nacionais e estrangeiras, entre elas a boliviana YPFB e a espanhola Repsol, demonstraram interesse no contrato de transporte de gás pelo Gasoduto Bolívia-Brasil, no vácuo que será deixado pela Petrobras. O acordo entre a estatal e o Gasbol para a passagem de 18 milhões de metros cúbicos/dia se encerra em 31 de dezembro.

#Repsol #YPFB

Acervo RR

Gás boliviano

3/10/2019
  • Share

O governo do Mato Grosso proclamou independência antecipada do monopólio da Petrobras no gás. Está prestes a fechar com a Bolívia um contrato de longo prazo para a compra de energia térmica. O insumo virá de uma termelétrica a gás estatal em Santa Cruz de la Sierra.

#Petrobras

Gás 1

6/09/2019
  • Share

A russa Acron já “quebrou” o monopólio da Petrobras no gás. O grupo, que comprou a unidade de nitrogenados da própria estatal em Três Lagoas (MS), vai entrar pesado na aquisição do insumo diretamente da Bolívia, sem intermediários. O gás é o maior custo estimado do empreendimento, cujas obras ainda serão concluídas pela Acron.

#Acron #Petrobras

Putin & Morales na terra de Bolsonaro

15/08/2019
  • Share

Uma dobradinha “comunista” poderá se formar sob o teto da Unidade de Fertilizantes de Nitrogenados de Três Lagoas (MS). Prestes a comprar o empreendimento da Petrobras por aproximadamente R$ 8 bilhões, a russa Acron estaria em conversações com a boliviana YFB para a sua entrada no negócio. Em troca do fornecimento de gás para a unidade – cerca de 2,3 milhões de m3 por dia – a estatal do país andino assumiria até 30% do capital da empresa. Sempre há o risco de os anticorpos ideológicos de Jair Bolsonaro reagirem à negociação. Mas o presidente da Bolívia, Evo Morales, e Bolsonaro têm trocado alguns afagos recentes.

#Acron #Petrobras

Conexão Moscou

16/07/2019
  • Share

A russa Gazprom desponta como candidata à compra da participação da Petrobras no Gasoduto Bolívia-Brasil. Em acordo firmado com o Cade, a estatal comprometeu-se a vender sua fatia de 51% no negócio.

#Gazprom #Petrobras

Petrobras espreme seu monopólio no gás até a última molécula

22/08/2018
  • Share

O absolutismo da Petrobras no setor pode até estar com os dias contados, mas, ao que tudo indica, os grandes compradores de gás do país ainda terão de pagar um custo severo até que a alforria comercial se consume. A companhia tem adotado uma política de preços draconiana no fornecimento do insumo, na visão de térmicas e indústrias com o deliberado objetivo de espremer a laranja do monopólio até o bagaço. Para tanto, a Petrobras está empurrando em praticamente todos os contratos custos referentes à suposta importação, transporte e regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL), o que automaticamente aumenta a formação do preço final do produto.

Os grandes consumidores de gás acusam a estatal de não dar disclosure sobre a sua composição de custos e tampouco comprovar a fração de GNL contida nos volumes fornecidos. Ou seja: quem compra não sabe se está efetivamente levando o gás natural liquefeito, mais caro, ou o combustível proveniente de outras fontes, seja da Bolívia, seja a produção local. A diferença é considerável. A estatal paga cerca de US$ 6 por milhão de BTU pelo gás boliviano. Com o argumento do uso de GNL, o preço cobrado pela empresa ao mercado chega a mais do dobro do valor pago aos bolivianos.

A formação dos preços da Petrobras é uma caixa-preta quase sagrada. Na semana passada, a ANP se manifestou sobre o tema com a habitual cautela e quase reverência à empresa.  Propôs – e sublinhe-se o “propôs” – que a estatal e demais companhias do setor apresentem as variáveis utilizadas na composição das tarifas de combustíveis. Uma consultoria pública sobre o tema já foi aberta, mas, por ora, tudo tem um ar de jogo de cena. Enquanto isso, a Petrobras aproveita os anos que ainda tem para encurralar o mercado e impor sua estratégia de preços sem que os consumidores tenham para onde correr.

Na prática, a quebra do monopólio da estatal, já contemplada na Lei do Gás, só se consumará no início da próxima década, quando os grandes grupos internacionais que arremataram blocos no Brasil iniciarem a produção em maior escala e não mais venderem o gás para a Petrobras em alto-mar. Algumas destas companhias, inclusive, já se associaram a projetos de termelétricas para dar vazão ao próprio gás, casos da Shell e da BP. Antes disso, em dezembro de 2019, chegará ao fim o atual contrato da Petrobras com o governo boliviano – ressalte-se que a relação comercial ainda durará, segundo os próprios bolivianos, até 2024, período no qual a estatal poderá importar uma cota referente ao volume de gás já pago e ainda não recebido.

#Petrobras

Um pouco mais de adubo no caixa da Petrobras

25/06/2018
  • Share

Estão avançadas as negociações entre a Petrobras e a russa Acron para a venda da unidade de nitrogenados de Três Lagoas (MS). A operação gira em torno dos US$ 600 milhões, além do investimento que os russos terão de fazer para concluir a construção do empreendimento. Segundo o RR apurou, a própria Petrobras mantém gestões com o governo da Bolívia para garantir o fornecimento de gás e, assim, viabilizar a venda da unidade e a retomada das obras.

#Petrobras

Petrobras e o reverso do compliance

12/06/2017
  • Share

É no mínimo contraditório que, ao suspender o fornecimento de gás para a Âmbar, alegando violação de contrato, a Petrobras tenha divulgado publicamente os valores do acordo. Compliance por compliance, a própria estatal acabou quebrando cláusulas de confidencialidade, abrindo caminho para que a empresa de energia da J&F entre com um pedido de indenização na Justiça. A Petrobras comprou ainda outro risco: ao informar tanto o valor pago pelo gás importado da Bolívia (US$ 4,29/MMBtu) quanto a cifra cobrada da J&F (US$ 6,07/MMBtu), descortinou suas margens no setor, dando margem para que outros clientes contestem seus respectivos contratos.

#Petrobras

Eike é o fator mais imponderável da Lava Jato

31/01/2017
  • Share

O risco Eike Batista não tem limite. Devido a componentes megalômanos notórios e a uma ética peculiar – “tudo é mercado, as pessoas têm direito a cobrar por tudo” – a delação do empresário pode se tornar uma bomba mais explosiva do que o testemunho de Marcelo Odebrecht. Eike vai de A a Z. A crônica de regalias obtidas junto ao empresário registra o nome dos peixões José Dirceu, José Sarney, Aécio Neves, Delcidio do Amaral e o notório Sérgio Cabral.

Ele teve relações próximas com Lula, que foi requisitado pelo empresário durante e após o seu mandato para contornar problemas em países da América do Sul. Mas Eike tornou-se ainda mais próximo de Dilma Rousseff, de quem foi publicamente um entusiasta. Dilma ajudou o empresário em diversas vezes, pedindo celeridade à burocracia e facilitando seus pedidos na esfera da administração pública. Eike teve o que quis da Petrobras (vendeu uma termelétrica, a “Termoluma”, por um preço três vezes maior do que o valor de mercado), do BNDES (o banco tornou-se sócio de seus projetos “no papel”), da Fazenda (a “delação não premiada” sobre Guido Mantega é uma amostra de como os pedidos eram feitos e atendidos) e do Gabinete Civil, de Gleisi Hoffmann.

Os Conselhos das empresas de Eike também eram constituídos de luminares com trânsito diferenciado, a exemplo da ex-ministra do STF Ellen Gracie e de Pedro Malan. Todos os conselheiros nas diversas empresas de Mr. Batista foram agraciados com a honraria de processos na CVM. Eike sempre considerou que o “vil metal” resolve tudo. E não por distorção de caráter ou amoralidade, mas por patologia mesmo.

Ele acredita que comprar o que for é um caminho natural para resolver qualquer coisa. Aliciou mais de 40 geólogos e engenheiros da Petrobras (todos detentores de informações estratégicas e confidenciais) simplesmente triplicando ou quadruplicando seus salários. Com a Vale, usou o mesmo expediente do “vem para MMX, você também”. Arrumou um inimigo, o então presidente da mineradora Vale Roger Agnelli, para o resto da vida. Agnelli bem que tentou, mas não conseguiu equiparar os salários alucinantes oferecidos pelo empresário, que se apoderou de dezenas de funcionários seus, igualmente detentores de segredos vitais da Vale.

Quem conhece Eike Batista – tais como Bradesco, Itaú, Ricardo K, BTG, Rodolfo Landim, José Luis Alqueres, entre tantos e tantos – pode avalizar que ele age como se sofresse da Doença de Huntington, enfermidade em que as pessoas se comportam de forma inadequada e dizem coisas sem pensar. Sua megalomania o levou a contenciosos com governos da Rússia, Venezuela, Bolívia e Grécia, neste último é persona non grata. Quando tinha seus R$ 25 bilhões, Eike distribuiu muito dinheiro pelos critérios mais e menos imagináveis. Se for levado à delação, imbuído das virtudes que sempre encontra em tudo que faz, vai falar cobras e lagartos. Será o momento mais imponderável da Lava Jato.

#BNDES #Eike Batista #Vale

Por que Mr. Batista chora e ri com a Lava Jato

27/11/2015
  • Share

  Os fatos da última quarta-feira devem ter despertado em Eike Batista as lembranças e os sentimentos mais antagônicos. Tanto André Esteves quanto Delcídio do Amaral estão indissociavelmente ligados a sua trajetória, ainda que em polos opostos. O banqueiro remete a alguns dos maiores insucessos de Eike. Em sua biografia, Esteves aparece como o adviser de dupla face, por vezes mais empenhado em ludibriá-lo e tirar proveito dos problemas do empresário do que ajudar a solucioná-los. Já Delcídio é o parceiro fiel que o conduziu pela mão entre os corredores mais estreitos do poder e ajudou Eike a se livrar do complexo de não ser um “empresário do PT”, como ele mesmo dizia.  Para Eike, André Esteves foi quase sempre sinônimo de operações sinuosas e malsucedidas. Foi Esteves quem expôs o empresário a uma situação constrangedora ao convencê-lo a visitar o Bradesco e externar sua disposição de comprar a participação do banco na Vale. Poucos dias depois, o banqueiro vazava aos jornais o interesse de Eike e a fictícia negociação. Aliás, não foram poucas as vezes em que as reais intenções de Esteves só se revelariam posteriormente. Assim foi por ocasião do IPO da OSX, em 2010. Só bem mais tarde Eike identificou que o BTG usava um duplo chapéu. Adviser da operação, o banco trabalhou na ponta contrária e forçou a oferta a um piso mais baixo, com o propósito de ele próprio encarteirar os títulos. Algo similar ocorreu em 2013, quando os negócios de Eike já derretiam. Convocado para assessorar a EBX na venda de ativos, o banco avaliou a LLX a um preço três vezes menor do que, posteriormente, o grupo viria a conseguir no mercado. Mais uma vez, o BTG estava nas duas pontas. Esteves teria subapreciado o negócio com o objetivo de fazer uma oferta pela LLX por meio de um fundo. Antes da ruptura em definitivo, o banqueiro ofertou a Eike um crédito de R$ 1 bilhão e pediu participação nos resultados das empresas, um modelo que se revelaria um trampolim para uma tentativa de take over do grupo.  Já Delcídio sempre se notabilizou-se por ser um grande facilitador para os negócios da EBX. A relação começou por conta do projeto de Eike de construir um complexo minero-siderúrgico em Corumbá (MS). Ainda no governo FHC, antes de deixar a diretoria de gás e energia da Petrobras, Delcidio modelou, juntamente com Nestor Cerveró, o controverso contrato que beneficiaria a EBX e, em especial, a Termoluma com um retorno inusitado para o setor. Gradativamente, o petista se tornou um dos mais importantes canais de interlocução entre Eike e o governo Lula. Com o tempo, passou a recrutar executivos para o grupo, sobretudo na Petrobras. Paulo Monteiro, que formalmente cuidava da área de sustentabilidade, transformou-se em uma extensão do parlamentar na EBX tanto quanto uma extensão do empresário no gabinete de Delcídio. Foi o senador também quem aproximou Eike de José Dirceu, na frustrada tentativa de equacionar um imbroglio com o governo boliviano. Por todos estes fatos, os novos capítulos da Lava Jato deixaram Eike dividido. Os sentimentos difusos não somam um resultado conclusivo. Nessa pororoca de emoções, talvez o melhor mesmo é que nem Esteves nem Delcídio tivessem passado por sua vida.

#André Esteves #BTG Pactual #Delcídio do Amaral #EBX #Eike Batista #Lava Jato #OSX

Gasoduto paulista pega desvio para longe do “petrolão”

11/03/2015
  • Share

O vácuo deixado pela Petrobras em alguns negócios de médio porte começa a ser preenchido. Ao menos é o caso do projeto de construção de um gasoduto entre a Bacia de Santos e Cubatão, orçado em aproximadamente R$ 2 bilhões. Shell, Total e Galp são fortes candidatas a ocupar o lugar da estatal. A tríade está em negociações com o governo de São Paulo para desembarcar no empreendimento, assumindo a instalação e a operação do pipeline. O projeto, conduzido pela Secretaria de Energia do estado, foi originalmente concebido para ser pendurado na Petrobras, a principal fornecedora de gás para as três distribuidoras que operam em terras paulistas – Comgás, Gás Natural Sul e Gas Brasiliano, da qual, inclusive, a estatal é uma das sócias. No entanto, havia um “petrolão” no traçado do gasoduto – como, aliás, de tantos outros investimentos da companhia sob risco de serem carregados pela Lava Jato. Na reta final da gestão Graça Foster, a Petrobras formalizou sua saída do negócio, alegando não se tratar de um empreendimento estratégico. O que está em jogo é a instalação de uma estrutura com capacidade para o transporte de 16 milhões de metros cúbicos diários de gás, praticamente metade do Bolívia-Brasil. Caso Total, Shell e Galp assumam o investimento, este será um dos poucos entre os tantos projetos de gasodutos tracejados nos últimos anos que efetivamente sairão da prancheta. De igual porte, até o momento, só deve vingar o pipeline de 450 quilômetros no Triângulo Mineiro, que será usado para abastecer a fábrica de amônia da própria Petrobras em Uberaba. Os três grupos europeus entrarão no negócio com uma dupla identidade: atuarão tanto com o chapéu de operadores do duto quanto o de fornecedores de matéria-prima – todos têm participação em blocos de gás na Bacia de Santos. O projeto passa obrigatoriamente pelo Palácio Bandeirantes. Além de responsável pela cessão da chamada faixa de servidão por onde passará o gasoduto, o governo paulista poderá ter uma participação no equity do negócio. Muito provavelmente seu ingresso na operação se dará por meio da Empresa Metropolitana de aguas e Energia (EMAE), que, inclusive, já dispõe de uma área de servidão próxima ao traçado idealizado para o gasoduto, por onde passam tubulações de água.

O Ashmore Energy negocia

19/08/2014
  • Share

O Ashmore Energy negocia a venda de 50% da térmica de Cuiabá para a Petrobras. Seu maior objetivo é assegurar o contínuo abastecimento do gás. A termelétrica já foi o patinho feio entre os ativos do grupo norte-americano no Brasil pela falta de gás boliviano. Depois que a Petrobras passou a fornecer o insumo, o negócio virou pepita porque a demanda pela energia é garantida.

Mitsui cresce Á  imagem e semelhança da Petrobras

18/08/2014
  • Share

A Mitsui já se enxerga como a empresa-espelho da Petrobras no Sul do Brasil. Está em curso uma negociação que poderá transformar o grupo japonês em sócio das três distribuidoras de gás da região, controlador de um dos maiores gasodutos do país e acionista de uma nova planta de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL). Em todos os casos, quem olhar para a Mitsui verá refletida a imagem da estatal, e vice-versa. O ponto de partida é o Rio Grande do Sul. A Mitsui articula a compra de parte das ações da Petrobras na Sulgás – a estatal é dona de 49% da companhia. A operação envolve a transferência de até 20% da distribuidora gaúcha, controlada pelo governo do estado. O negócio permitiria a  Mitsui fincar bandeira nas três concessionárias de gás da Região Sul, uma condição que hoje pertence exclusivamente a  Petrobras, sua sócia na paranaense Compagás e na catarinense SCGás. A entrada da Mitsui no capital da Sulgás está vinculada a outras duas importantes negociações. A Petrobras vislumbra no interesse dos japoneses a oportunidade de fisgar um sócio para dois projetos que há anos repousam sobre sua prancheta: a instalação de uma planta de regaseificação de GNL no Paraná e, sobretudo, a construção de um gasoduto para atender aos três estados da região. Ao se associar também a  Sulgás, a Mitsui passará a ser mais do que candidata natural ao negócio; sua participação nos dois empreendimentos se tornará quase que obrigatória. A trading japonesa terá motivos de sobra para se unir a  Petrobras com o intuito de equacionar os problemas que cercam o abastecimento de gás no Sul do país. A capacidade de entrega do insumo por meio do gasoduto Bolívia-Brasil, principal fonte de suprimento na região, está no limite do limite. A situação é ainda mais delicada no Rio Grande do Sul. O Gasbol só tem condições de entregar 2,8 milhões de metros cúbicos por dia, e este volume já está totalmente contratado pela Sulgás. E, ainda assim, há uma demanda reprimida pelo insumo equivalente a 40% deste volume. Ou seja: na mais conservadora das hipóteses, considerando-se apenas o atual déficit no abastecimento, o Rio Grande do Sul precisa de praticamente de “meio Gasbol”. A construção do pipeline e a instalação de uma unidade de regaseificação em torno de quatro milhões de metros cúbicos dia dariam uma folga mais do que confortável para atender a todos os estados da região. Ou seja: ao que tudo indica, Mitsui e Petrobras têm um tríplice encontro marcado.

Gás boliviano vira a carta-trunfo de Dilma Rousseff

18/02/2014
  • Share

Em meio ao tiroteio de informações e de prognósticos alarmistas que tomou conta do setor elétrico nos últimos dias, um ponto em especial tem passado praticamente despercebido: o fator Bolívia. O Brasil nunca esteve em uma posição tão privilegiada para renegociar as condições que regem o fornecimento do gás boliviano, responsável por suprir quase a metade da demanda nacional pelo insumo. Segundo alta fonte do Ministério de Minas e Energia, Evo Morales vem tentando de todas as formas antecipar a renovação do acordo de venda e transporte do combustível pelo Gasoduto Bolívia-Brasil, que só vence em 2019. De acordo com o informante do RR, a questão foi discutida no recente encontro entre Morales e Dilma Rousseff em Cuba, por ocasião da realização da II Cúpula da Celac. O presidente boliviano, que também enfrentará as urnas em outubro, quer criar um fato político relevante capaz de estancar a perda de popularidade entre os seus. Este fato seria a extensão do atual acordo com o Brasil por mais 20 anos, garantindo, desde já, uma receita imprescindível para as contas públicas da Bolívia. A disposição do governo Dilma Rousseff é estressar as negociações, de forma a arrancar o máximo possível de vantagens, notadamente no que diz respeito a s tarifas e ao prazo do acordo. Em vez dos 20 anos previstos no acordo original, o Brasil quer esticar a corda por mais 30 anos, o que daria uma folga ainda maior para o planejamento de longo prazo da matriz energética. Em relação aos preços, de acordo com a fonte do RR, haveria espaço para uma redução de até 20% para as distribuidoras, o metro cúbico do gás boliviano custa algo em torno de R$ 0,86. As tratativas, ressalte-se, deverão ser conduzidas pela Petrobras, oficialmente a parte compradora do combustível produzido no país andino. Não custa lembrar que, na condição de Secretária de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia e de diretora de petróleo e gás da estatal, Maria das Graças Foster participou de alguns dos momentos mais críticos nas negociações entre os dois países desde a construção do gasoduto Bolívia-Brasil. Diferentemente do que ocorreu na década de 1990, quando a Bolívia deu as cartas e praticamente ditou as regras para a assinatura do contrato de venda do gás, o Brasil se encontra hoje em uma situação de flagrante superioridade. Além da esquálida situação da economia boliviana, o governo brasileiro tem a  mão outros instrumentos de pressão. Poderá alegar que a YFPB não tem conseguido aumentar a produção de gás na velocidade prevista, a ponto de colocar em risco o pleno cumprimento do acordo. Outro trunfo são as recentes descobertas de reservas de gás natural, sobretudo o Campo de Libra, que, a médio e longo prazos, deverão reduzir a dependência do Brasil em relação ao combustível boliviano.

Menos gás

17/12/2013
  • Share

O Gasoduto Bolívia-Brasil entrou na lista de cortes da Petrobras. A estatal planeja reduzir a participação na TBG, responsável pelo pipeline do lado brasileiro. Permaneceria no bloco de controle, seguiria sendo a principal acionista, só que com uma fatia bem inferior aos atuais 51%. Afinal, se o gasoduto é estratégico, o présal é muito mais.

Acervo RR

Sinal de alerta 2

7/02/2013
  • Share

Em outo front, a Petrobras negocia com o governo boliviano a compra de um lote extra de gás de 80 milhões de metros cúbicos. A estatal faz pressão para que o combustível chegue até março. Normalmente, os bolivianos não garantem a entrega. Mas, depois que venceu a licitação para explorar um campo de gás de 1,1 milhão de hectares na Bolívia, o poder de barganha da Petrobras está lá nas alturas, acima de La Paz.

Acervo RR

Petrobras redesenha os dutos societários no mercado de gás

6/11/2012
  • Share

A Petrobras está rearrumando a teia das suas empresas de logística do gás para dobrar o tamanho da sua controlada Transportadora Associada de Gás (TAG). A operação permitirá um salto do faturamento da TAG dos R$ 4,5bilhões registrados no ano passado para algo próximo de R$ 8 bilhões. Mais do que um mero remanejamento acionário, a engenharia é tratada na empresa como um movimento estratégico. A estatal espera abrir caminho para ampliar sua participação na Transportadora Brasileira do Gasoduto Bolívia Brasil(TBG) e, por extensão,aumentar seu poder sobre a logística do gás boliviano em solo brasileiro. É neste ponto da história que entra a TAG. A Petrobras vai concentrar na subsidiária todas as suas participações no setor. O ponto chave é justamente a incorporação das ações da estatal na TBG – operadora do lado brasileiro do gasoduto- e na Gas Transboliviano(GTB) – responsável pelo lado de lá da fronteira. A reboque, a TAG vai assumir também as participações da Petrobras nas menos votadas Transportadora Norte brasileira de Gás (TNG), na Transportadora do Meio Norte(TMN) e na Transportadora Sul Brasileira (TSB). A operação terá de passar pelo crivo dos demais acionistas da TBG e da GTB,uma lista formada por diversas etnias empresariais e credos estratégicos. Estão neste rol Shell, Transredes,Prisma Energy – que herdou os ativos da Enron -,BG, EL Paso, Total e a sempre complicada estatal boliviana YPFB. Em meio a este processo, a Petrobras pretende costurar também a ampliação da sua fatia societária na TBG. Hoje, a participação é de 51%. Sua intenção é avançar para algo próximo dos 70%, comprando parte das ações hoje pertencentes a  BG e a  YPFB.Procurada, a Petrobras não quis se pronunciar. Em tempo: o modelo de toda esta operação repousava há cerca de cinco anos em alguma gaveta da Petrobras.Ele foi originalmente concebido em 2007, durante a gestão de Ildo Sauer na diretoria de energia e gás da estatal. Não por coincidência,o projeto ressuscita pelas mãos de Maria das Graças Foster, que sucedeu o executivo na diretoria de gás e energia e conhece de cor cada vírgula e cada ponto da proposta.

Gás boliviano

25/10/2012
  • Share

A direção da Petrobras deu início a uma intrincada negociação com o governo da Bolívia. Em jogo, o novo plano de investimentos da estatal no país andino, notadamente na exploração de gás. A preocupação do governo brasileiro é garantir, desde já, o fornecimento do produto a partir de 2020, quando vencem os atuais contratos de venda de gás.

Petrobras

17/05/2012
  • Share

Segundo uma alta fonte da Petrobras, Maria das Graças Foster alçou ao patamar de prioridade estratégica a redução da dependência da estatal em relação ao gás boliviano. Consultada, a Petrobras negou o corte. No entanto, segundo a mesma fonte, a empresa calcula que conseguirá reduzir o volume importado em 30% até 2015, graças aos blocos já em fase inicial de produção no Brasil.

Acervo RR

Gás da discórdia

15/02/2012
  • Share

A Compagás, distribuidora de gás do Paraná, está batendo de frente com a Petrobras. Alega que a estatal não atendeu ao seu pleito de ampliação do fornecimento de gás natural boliviano. As reclamações da diretoria da Compagás são ouvidas pela diretoria da Petrobras como o zumbido de um mosquito.

Acervo RR

Dupla do gás

20/01/2012
  • Share

A Petrobras e a boliviana YPFB negociam um acordo para a compra da Termelétrica Governador Mário Covas, em Mato Grosso. A usina é controlada pela Pantanal Energia, subsidiária da norte-americana Ashmore Energy. A geradora está arrendada a  Petrobras até o fim do ano. Ao atrair a empresa boliviana para o negócio, a estatal busca a garantia de fornecimento de matéria- prima, a cargo da YPFB.

Acervo RR

Maria das Graças usa TAG como currículo

16/11/2011
  • Share

A diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, segue firme na sua campanha para se tornar a sucessora de José Sérgio Gabrielli na presidência da estatal. A executiva escolheu como vitrine a Transportadora Associada de Gás (TAG). A empresa foi criada por seu antecessor, Ildo Sauer, para aglutinar os gasodutos operados pela Petrobras. Maria das Graças gostou da centralização e decidiu ir além, transformando a TAG em uma das cinco maiores controladas do grupo Petrobras. A executiva negocia com os sócios privados na Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) a transferência das ações da Gaspetro – que detém 51% do capital da empresa – para a TAG. Maria das Graças pretende aproveitar o ensejo para aumentar a participação da estatal na TBG. O novo desenho daria mais força para negociar uma flexibilização da compra de gás boliviano. A tarefa não será nada fácil. Os investidores privados, a  frente a inglesa BG e a norte-americana AEI, além da estatal boliviana Transredes, estão fazendo jogo duro para aceitar a mudança. Enxergam a entrada da TAG como uma oportunidade de ouro para arrancar da Petrobras um novo acordo de acionistas que aumente a ingerência dos sócios minoritários na estratégia e na gestão da TBG. O ponto principal é a discordância no que diz respeito a  negociação de valores das tarifas e ao volume de gás a ser transportado. A Petrobras tem usado e abusado da sua condição de controladora para impor seus interesses comerciais.

Acervo RR

Brasil sopra para longe parte do gás boliviano

3/06/2011
  • Share

Os tucanos vivem reclamando de Evo Morales, Hugo Chávez e cia. Mas foi o governo do PT que herdou dos tempos de FHC uma herança maldita: o contrato para o fornecimento de gás boliviano por meio do Gasbol. Contrato este, aliás, que está prestes a ser implodido. A batata incandescente caiu no colo de Edison Lobão e do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Ambos vêm mantendo conversações com o governo da Bolívia para uma revisão do acordo, que vence apenas em 2019. A decisão do governo é resultado de uma pressão ensurdecedora da Petrobras. José Sergio Gabrielli, uma espécie de ministro da Avenida Chile, tem usado de todo o seu poder junto ao Planalto para forçar uma série de mudanças no contrato com os bolivianos, considerado lesivo a  estatal. O acordo prevê a importação de 24 milhões de metros cúbicos por dia, volume acertado no fim da década de 90, quando o país sofria com a escassez na oferta de gás. Hoje, a demanda brasileira é de apenas 15 milhões de metros cúbicos/dia. Este número, no entanto, se reduzirá ano a ano, graças a  entrada em operação de novos campos de petróleo e gás no país, notadamente na camada do pré-sal, e a  instalação de unidades de regaseificação. Para 2019, a previsão é de que haverá necessidade de se importar menos de dez milhões de metros cúbicos diários. Nos três anos seguintes, esta demanda deverá cair a  metade, não obstante o potencial do pré-sal ainda ser uma caixa-preta. O governo brasileiro quer detonar pontos polêmicos do acordo. É contrário a  manutenção do modelo take or pay. Por este sistema, a Petrobras é obrigada a pagar pelo gás mesmo sem consumir integralmente o volume importado. O Brasil foi forçado a engolir esta cláusula em um período de extrema vulnerabilidade quanto a  oferta de gás. Gabrielli exige também a redução da quantidade mínima que a Petrobras é obrigada a comprar dos atuais 24 milhões de metros cúbicos para 16 milhões de metros cúbicos/dia, o que permitiria uma folga em relação a  atual demanda. Lobão e Patriota sabem que estão pisando em um braseiro. Evo Morales já sinalizou que vai lutar com unhas e dentes pela manutenção do sistema de take or pay. Além disso, quer condicionar a renegociação do contrato a  ampliação do seu prazo de validade em 30 anos, contando a partir de 2019. O governo brasileiro, no entanto, pretende arrancar um prazo de 20 anos a partir da data de eventual assinatura de um novo acordo.

Acervo RR

Ampliação do Gasbol se desmancha no ar

13/12/2010
  • Share

A escolha de Edison Lobão para o Ministério de Minas e Energia dá uma pista do que o destino reserva para um dos principais projetos do Brasil no setor: a duplicação do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol). A indicação praticamente joga uma pá de cal sobre o investimento. Na semana passada, em conversa com assessores de Dilma Rousseff, Lobão reafirmou ser contra a expansão do pipeline posição que ele já defendia, com certa discrição, em sua primeira passagem pelo Ministério. Não está sozinho. A própria presidente eleita não morre de amores pelo empreendimento. Orçado em mais de US$ 1 bilhão, o projeto é considerado caro, vis-a -vis a  perda de importância relativa no âmbito da política energética do governo. A duplicação foi acordada entre os dois países em um momento em que o Brasil era excessivamente dependente do gás boliviano. Edison Lobão é partidário da ideia de que a Petrobras deve privilegiar a produção de gás natural em seu próprio território, que ganhará uma dimensão ainda maior com as descobertas no pré-sal. De quebra, o projeto esbarra ainda em desavenças societárias. A TBG e a GTB responsáveis, respectivamente, pela gestão do gasoduto no lado brasileiro e no lado boliviano é controlada por vários grupos estatais e privados, cujos interesses se esbarram recorrentemente. É praticamente inevitável que o cancelamento do projeto crie algumas rusgas diplomáticas entre os dois países. Se, do lado brasileiro, a ampliação do Gasbol é vista com certo desdém, na Bolívia, trata-se de um empreendimento visceral. Sua suspensão joga uma bomba no colo de Evo Morales. A Bolívia não tem hoje a quem vender a produção excedente de gás natural.

Acervo RR

MT Gás

2/12/2010
  • Share

A Petrobras recuou na negociação com o governo de Mato Grosso para comprar a MT Gás. A distribuidora depende integralmente do gás boliviano e tem ainda resultados muito modestos.

Acervo RR

Petrobras redesenha seu figurino na distribuição de gás

18/05/2010
  • Share

A estratégia da Petrobras para o mercado de gás varia conforme a semana. Todos os modelos são inteligentes, racionais e coisa e tal, mas o custo político da decisão e do descontentamento dos grupos de interesse empata a escolha. No momento, há na companhia um crescente questionamento ao atual modelo de participações societárias, ao menos na atual proporção ? por meio da Gaspetro, a estatal está no capital de 18 concessionárias estaduais. A diretoria da Petrobras, por enquanto, é favorável a  redução da exposure no setor. Uma das prováveis medidas é a venda das participações em concessionárias de menor porte ou pouco rentáveis. Enquadram-se nesta categoria a Copergás (PE), a Algás (AL) e a Sergás (SE). Nas três empresas, a Petrobras detém a mesma fatia do capital: 41,5%. O único senão é encontrar um investidor disposto a ser sócio minoritário dos governos estaduais. No radar da companhia, a Mitsui é vista como um dos poucos grupos que caberia neste figurino. A trading japonesa controla a Gaspart, holding com participação em sete distribuidoras estaduais de gás ? em algumas, é sócia da própria Petrobras. Uma das razões para a insatisfação da Petrobras é o alto custo para a manutenção deste colar de ativos no setor. A exigência de aportes nas distribuidoras tem crescido, em média, 30% nos últimos anos. Do ponto de vista estratégico, a operação também se revelou um tiro no pé. Mesmo com todo o seu poder, a Petrobras não conseguiu transformar sua onipresença societária em uma maior influência no tabuleiro da distribuição de gás no país, ainda controlado pelos governos estaduais. A companhia está presente em 90% das concessionárias do país ? na origem, a intenção era garantir mercado para o insumo importado pelo gasoduto Bolívia-Brasil. No entanto, no que diz respeito ao número de consumidores atendidos, a empresa atinge apenas metade da população. A principal lacuna é o mercado paulista, no qual a empresa não está presente. Em outros casos, a Petrobras pretende permanecer no capital, mas reduzindo sua participação. O maior exemplo é a distribuidora do Espírito Santo, 100% controlada pela estatal. Uma das possibilidades é uma costura com o próprio governo estadual para que ele assuma parte das ações. Cálculos feitos pela Petrobras indicam que a redução da sua presença no setor poderá gerar um caixa extra da ordem de R$ 3 bilhões nos próximos cinco anos, apenas com a diminuição dos aportes em algumas concessionárias. Agora, resta esperar se a proposta vinga ou vai se juntar a s demais na gaveta das boas intenções.

Acervo RR

Petrobras aposta suas fichas na exportação de gás natural

6/05/2010
  • Share

Enquanto o projeto de lei tramita no Congresso, a diretoria da Petrobras está debruçada sobre um dos principais investimentos vinculados ao pré-sal. A estatal negocia com Repsol, BG, Galp e Exxon uma associação voltada a  exportação de gás natural. O foco maior será exatamente o combustível extraído dos futuros blocos do pré-sal. O investimento, orçado em aproximadamente US$ 1 bilhão, será incluído no planejamento estratégico da Petrobras para o período 2009-2014. O projeto prevê a construção de até cinco unidades de liquefação de gás natural embarcada, conhecido pela sigla GNLE. As estruturas serão montadas em alto-mar próximas aos maiores blocos de exploração. A previsão é que três delas fiquem na Bacia de Campos e outras duas na Bacia de Santos. As cinco unidades terão capacidade total para o processamento de 70 milhões de metros cúbicos de gás por dia, volume superior ao combustível transportado pelo Gasoduto Bolívia-Brasil. A maior parte do gás processado será exportada no chamado mercado spot. A Petrobras deverá ficar com 51% da operação. O restante do capital será dividido entre Repsol, BG, Galp e Exxon, todas sócias da estatal em blocos na camada do pré-sal. A expectativa é que a primeira planta de liquefação comece a ser construída ainda neste ano na Bacia de Santos, próxima aos blocos BM-S-9 e BM-S-11. A segunda unidade será instalada em 2011, também na Bacia de Santos. A negociação entre Petrobras, Repsol, BG, Galp e Exxon é uma decorrência da decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Recentemente, o CNPE autorizou as companhias de exploração presentes no Brasil a exportar o excedente da produção não comercializado no mercado interno. A princípio, a resolução se referia apenas ao combustível importado pela Petrobras para ser usado nas termelétricas, nem sempre acionadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Posteriormente, se estendeu também para o gás produzido no país.

Acervo RR

Petrobras distribui seu investimentos na vizinhança

25/03/2010
  • Share

A Petrobras prepara uma nova fornada de investimentos na América Latina. Os recpxursos aplicados ao longo dos próximos quatro anos deverão chegar a US$ 5 bilhões. Como de praxe, o mapeamento dos futuros projetos envolve decisões de ordem técnica e intrincadas costuras políticas. Bolívia e Venezuela, por exemplo, receberão um volume de investimentos proporcionalmente inferior aos recentes e expressivos aportes feitos pela Petrobras. A decisão se deve a  instabilidade política e a s perdas que a estatal sofreu nos dois países, ao ser obrigada a reduzir margens e a se desfazer de alguns ativos. Na Argentina, por sua vez, os investimentos deverão ficar na casa dos US$ 400 milhões. A prioridade é alavancar as operações da subsidiária Petrobras Energia na distribuição de combustíveis. Nos últimos dois anos, a empresa perdeu preciosos pontos de market share, principalmente para a Repsol YPF. Na gangorra dos investimentos internacionais da Petrobras, um dos países que mais sobem é a Colômbia. Ela receberá em torno de 15% do valor total, a maior fatia individual. Não por coincidência, o governo colombiano é aquele que tem oferecido as maiores contrapartidas a  estatal. A principal delas é uma linha de financiamento oficial em torno de US$ 500 milhões, que será acompanhada de apoio na infraestrutura de transporte de combustíveis. Há também conversas adiantadas para uma parceria entre a Petrobras e a estatal colombiana Ecopetrol. Os investimentos no país vão no embalo da recente descoberta de petróleo no bloco Balay, na Bacia de Llanos. Os testes iniciais indicam grande probabilidade de a reserva ser comercialmente explorável. Além da Petrobras, dona de 45%, o consórcio tem ainda as empresas Cepcolsa, Sorgenia E&P Colômbia e Petroamericana. Os blocos já operados pela estatal na Colômbia somam produção diária de 400 mil barris. Os planos da Petrobras na Colômbia passam também pelo aumento da sua rede de postos. Com 74 pontos de venda, a companhia pretende abrir ou comprar cerca de 100 postos até o fim de 2011, o que a deixaria como uma das três principais distribuidoras locais.

Acervo RR

Blairo Maggi barra os planos da Petrobras na MTGás

10/03/2010
  • Share

O governador Blairo Maggi está dando uma canseira na Petrobras. O motivo é a negociação para a compra do controle da MTGás, a distribuidora de gás do estado. A operação revelou-se mais complexa do que supunha a diretoria da Petrobras. Maggi desistiu da venda integral das ações. Quer que o estado mantenha uma participação de 49% no capital. Ao mesmo tempo, está condicionando a venda a um acordo de acionistas que garanta ao governo mato-grossense a nomeação de três diretores, incluindo a área operacional, e poder de veto em decisões estratégicas. Na atual circunstância, Blairo Maggi não tem opções a  associação com a Petrobras. De um lado, precisa de um sócio capaz de capitalizar a MTGás; do outro, tem de encontrar a toque de caixa uma solução para os constantes problemas no abastecimento de gás no estado, altamente dependente do insumo que vem pelo gasoduto Bolívia-Brasil. Volta e meia, o governo boliviano interrompe o fornecimento sem maiores explicações. Ainda assim, Blairo Maggi quer ficar com alguns anéis. Vender integralmente o controle da MTGás significa abrir mão de poder político. Um dos maiores receios de Maggi é que, sob o mando da Petrobras, haja um descolamento excessivo entre a estratégia de negócios da distribuidora e as próprias políticas públicas do estado. A intenção da holding federal seria privilegiar o fornecimento de gás para grandes clientes, leia-se fábricas e termelétricas, em detrimento da oferta de Gás Natural Veicular (GNV), considerada prioridade pelo governo mato-grossense. Outra bola dividida é o programa de expansão do uso do gás natural em residências, menina dos olhos de Blairo Maggi. A Petrobras não está muito disposta a manter o projeto em suas bases atuais. O investimento está orçado em R$ 1 bilhão.

Acervo RR

Petrobras aduba interesses políticos do governo

22/02/2010
  • Share

Sempre cabe mais um projeto no Plano Estratégico da Petrobras, principalmente se o objetivo for aparar arestas políticas. Cresce no governo a disposição de construir não apenas uma, como prevê o Plano de Negócios da estatal, mas, sim, duas fábricas de fertilizantes nitrogenados (amônia e ureia). Uma delas deverá ficar em Minas Gerais; a outra, no Mato Grosso do Sul. Desta forma, nem Aécio Neves e, principalmente, o peemedebista André Puccineli terão do que reclamar. Desde o início, estava previsto que a fábrica ficaria na cidade de Três Lagoas (MS), por conta, sobretudo, da forte expansão do agronegócio no Centro- Oeste. Porém, Aécio atravessou o caminho como se fosse uma divisão panzer. Negociou diretamente com Lula e José Sergio Gabrielli a transferência do projeto para Minas Gerais. Em dezembro, o governo mineiro comunicou que iria construir um ramal do gasoduto Bolívia-Brasil, ligando as cidades de São Carlos (SP) e Uberaba (MG). O pipeline é fundamental para garantir o abastecimento de gás para a fábrica. Os respectivos estudos de viabilidade ainda não foram realizados, mas, no governo, a expectativa é que os projetos tenham pesos e medidas diferentes. A fábrica de fertilizantes do Mato Grosso do Sul deverá ter capacidade de produção inferior. Ainda assim, o duplo agrado do governo poderá custar a  Petrobras um desembolso de quase R$ 4 bilhões.

Todos os direitos reservados 1966-2024.