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Destaque

Casas Bahia pode passar o Ponto para pagar suas dívidas

30/04/2024

A recuperação extrajudicial anunciada pela Casas Bahia no último fim de semana, com…

#Casas Bahia

Destaque

Crise entre varejo e bancos se espalha um Dia após o outro

29/04/2024

A varejista espanhola Dia está se revelando uma “mini-Americanas”, guardadas as devidas proporções….

#Daycoval #Jorge Paulo Lemann

Futebol

BRB é um banco de muito coração

24/04/2024
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O Banco Regional de Brasília (BRB) negocia um acordo de patrocínio com o Santa Cruz, de Recife. Em meio às conversações, os cartolas do tradicional clube pernambucano sonham alto. Querem que o BRB assessore a criação da SAF do Santa Cruz. E sonham mais alto ainda, com o banco estatal comprando uma parte das ações. Tanto otimismo talvez seja alimentado pela presença de um ilustre torcedor do “Santinha” na mesa de negociações: o próprio presidente do BRB, Paulo Henrique Bezerra Rodrigues Costa. Ressalte-se que o banco do Distrito Federal assinou recentemente um contrato com o Flamengo, que pode render ao clube carioca até R$ 155 milhões. Nesse caso, o coração que bate pelo rubro-negro carioca é o do próprio governador do DF, Ibaneis Rocha. Bate tanto que Ibaneis é dono de uma franquia de uma loja oficial do Flamengo em Brasília.

 

#BRB #futebol #Santa Cruz

Judiciário

BB tenta salvar o seu quinhão no Tribunal de Justiça de São Paulo

24/04/2024
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O RR teve a informação de que o Banco do Brasil recuou e apresentou ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) uma nova proposta para renovar o contrato de gestão dos depósitos judiciais da Corte, uma montanha de dinheiro de quase R$ 120 bilhões. A oferta envolve taxas de remuneração mais altas. Pode ser tarde. Diante da inflexibilidade do BB nas primeiras rodadas de conversações, o TJ-SP abriu negociações com instituições financeiras privadas.

 

#Banco do Brasil

Mercado

Bancos credores pressionam Intercement

22/04/2024
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A demora em fechar a venda da Intercement está colocando uma espada sobre a cabeça dos dirigentes e acionistas da Mover Participações, a antiga Camargo Corrêa. A companhia já procurou Banco do Brasil e Itaú para renegociar uma nova prorrogação do vencimento de suas debêntures, série com valor total de US$ 584 milhões. A dívida vem sendo rolada seguidamente, mas tudo tem um limite. O novo vencimento está previsto para 8 de maio. O RR apurou que o Itaú vem adotando uma postura menos flexível nas tratativas. O banco dos Setúbal estaria condicionando uma nova extensão à venda da Intercement, com garantias já apresentadas pelo futuro controlador. Mas onde está ele? As negociações tanto com a Votorantim quanto com a CSN prosseguem a passos lentos. Consultado, o Itaú disse que “não comenta casos específicos de clientes”. Já a Intercement não se manifestou.

#Banco do Brasil #Camargo Corrêa #InterCement #Itaú

Economia

Para que servem as estimativas do Banco Mundial?

11/04/2024
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O Banco Mundial divulgou ontem suas previsões para a economia. A julgar pelo track records, quem usar as projeções para seus estudos e simulações vai perder tempo. A agência multilateral carrega um impressionante histórico de equívocos em suas estimativas. Ao longo da última década, o Banco Mundial não acertou sequer uma única vez a sua projeção para o Produto Interno Bruto no Brasil. Segundo levantamento feito pelo RR, somando-se todas as suas estimativas no período em 2014 e 2023, o PIB brasileiro teria um crescimento acumulado nesse intervalo de 7%. Na prática, no entanto, o que se viu foi um aumento de apenas 3,4%. Uma dispersão de 50% na década é mais do que suficiente para desacreditar os economistas do Banco Mundial. Ressalte-se que, para efeito de cálculo, o RR utilizou sempre a primeira estimativa divulgada pelo Banco Mundial a cada ano, de forma a dar uniformidade à pesquisa – à exceção de 2020, quando, em função da circunstância extraordinária, foi computada a primeira revisão já após o estouro da Covid-19. Como se sabe, ao longo do ano, a instituição vai dançando conforme a música e moldando as suas estimativas a uma série de outros dados que vão sendo gradativamente divulgando.

Em 2023, por exemplo, a primeira estimativa do Banco Mundial para a alta do PIB do país foi de 0,8%; ao final do ano, o que se viu foi um aumento de 2,9%. Em 2022, outro abismo: projeção de 1,5% e, na prática, crescimento de 3%. Em 2021, a bola de cristal da agência apontou 3% de avanço do produto interno; deu 4,6%. A bússola do Banco Mundial é tão descalibrada que, às vezes, aponta para o Norte, quando vento sopra para o sul. Foi assim em 2015. A projeção do Banco Mundial indicava um aumento do PIB no Brasil de 2,7%. Não podia ter errado mais: o índice desabou 3,8%.

As falhas preditivas do Banco Mundial não se limitam ao Brasil. Utilizando-se o mesmo critério, da primeira projeção divulgada ano a ano – mais uma vez, exceção feita a 2020 – as estimativas anuais da instituição indicavam um crescimento médio acumulado do PIB mundial de 24%. Na realidade, porém, o aumento médio do PIB mundial beirou os 31%, ou seja, uma dispersão, de 30%.

 

Destaque

“Mr. Oil Junior” sai na frente para comandar o conselho da 3R/Enauta

11/04/2024
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Da porta para fora, a fusão entre a Enauta e a 3R Petroleum está definida. Intramuros, o entanto, há uma corrida pelos cargos de comando na nova companhia. Nesse quesito, ninguém estaria mais acelerado do que Paulo Thiago Mendonça. Segundo uma fonte envolvida nas negociações, nos últimos dias Mendonça tem se dedicado a articulações internas para assumir a presidência do Conselho da futura empresa. Ou seja: quer ampliar sua posição de poder na nova companhia. Mendonça é o chairman da Maha, uma das acionistas da 3R, e mantém ascendência sobre a petroleira por meio do fundo de participações Turmalina, gerido pelo seu asset management Starboard. O empresário tem moedas de troca. Pela intrincada costura societária de criação da nova empresa, a Maha se compromete a vender à companhia a sua participação de 15% na 3R Offshore, dona dos campos de Peroá e Papa-terra. Em troca, receberá 2,17% da futura petroleira. Com isso, passará a ter 4,5% da empresa resultante da fusão entre 3R e Enauta, tornando-se um dos cinco maiores acionistas.

No entanto, mais até do que o seu peso societário, o que conta a favor da Paulo Thiago Mendonça são as alianças. Um dos principais apoiadores da sua nomeação como presidente do board da nova petroleira seria o banqueiro André Esteves, de acordo com uma fonte que participa das negociações. O BTG detém uma participação de 5% na Maha e teria feito um acordo com Mendonça para brecar a intenção de outros sócios de referência da petroleira de indicar o chairman. A proximidade entre o banco e Mendonça não vem de hoje. Segundo informações apuradas pelo RR, Esteves teria indicado, em outubro de 2022, Bernardo Monteiro Lobato para administrar as finanças da Starboard, meses antes de a Maha vender seus campos no país para a PetroRecôncavo por cerca de R$ 1 bilhão. Outro importante aliado de Mendonça é Fabio Vassel, partner da Starboard e conselheiro tanto da Maha quanto da 3R Petroleum. Ou seja: joga em duas pontas da operação.

O protagonismo de Paulo Thiago Mendonça traz para a fusão entre a 3R e a Enauta e a criação da terceira maior produtora de petróleo do Brasil um gene da velha OGX. O investidor é filho de Paulo Mendonça, o “Mr. Oil”, como Eike Batista se referia ao estrategista da sua petroleira. Como se sabe, a empresa foi um fracasso. Por sinal, Paulo Thiago Mendonça é alvo de críticas de alguns sócios da 3R por ter levado para a companhia sete ex-funcionários da Petrobras com altos salários – entre eles, o diretor de E&P Maurício Diniz -, reproduzindo o modelo adotado por seu pai na OGX. Os acionistas da nova empresa resultante da fusão entre a Enauta e a 3R esperam que as similaridades com a petroleira de Eike Batista parem por aí.

Destaque

Subsídio ao seguro rural vira antídoto contra risco de quebradeira no agronegócio

10/04/2024
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O governo está quebrando a cabeça e fazendo conta atrás de conta para aumentar os subsídios ao prêmio do seguro rural. O entendimento é que, sem essa medida, será muito difícil conter a onda de inadimplência no agronegócio e a consequente disparada dos pedidos de recuperação judicial no setor – o número de casos cresceu 535% em 2023. A iniciativa exigirá um contorcionismo fiscal. O orçamento do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) para este ano é de aproximadamente R$ 1 bilhão. Cálculos preliminares do Ministério da Agricultura indicam a necessidade de, no mínimo, se triplicar esse valor. Um dos mecanismos em estudo, que tem o apoio do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, seria a transfusão de R$ 2 bilhões em recursos do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Outra ideia discutida é despir parte de um santo para cobrir o outro, tirando o dinheiro do Plano Safra 2024/2025, que deverá ser anunciado até junho.

O mundo caminha inexoravelmente nessa direção. Tanto a Europa quanto, sobretudo, os Estados Unidos têm ampliado significativamente a subvenção ao seguro rural, já prevendo uma maior recorrência de extremos climáticos e o aumento do impacto sobre a produção agrícola. No Brasil, o cenário é saárico. Os subsídios públicos são ínfimos, assim como o próprio mercado de seguro rural. Nos Estados Unidos, na média, mais de 90% da produção agrícola estão cobertos por algum instrumento de securitização. No Brasil, estima-se que apenas 18% da safra de soja – a commodity de maior peso na balança comercial do agro – tenham seguro rural. No setor cafeeiro, esse índice não chega a 1%. Ou seja: dos 55 milhões de sacas produzidas por safra, apenas 550 mil estão protegidas de secas, inundações, pragas ou qualquer outro fenômeno que impeça o cafeicultor de entregar a mercadoria contratada. Haja fé em São Pedro e nos herbicidas!

Há uma série de circunstâncias cruzadas que aumenta a preocupação do governo – e a pressão dos produtores rurais por recursos públicos. Na década passada, o setor saiu de uma crise circular para um período de opulência e de oferta quase desmedida de crédito privado. No ano passado, o patrimônio do Fiagro (Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais) atingiu a marca de R$ 21,3 bilhões, um salto de 103% em relação a 2022 – conforme o Valor Econômico informou na edição do último dia 2 de abril. Os mecanismos de financiamento correram em velocidade muito maior do que os de garantia e proteção. As mudanças climáticas e a frustração de safra, notadamente no Sul, pegaram o setor em um momento de elevada alavancagem. No governo, o temor é que o aumento da inadimplência nos contratos de financiamento tenha um efeito dominó na cadeia do agronegócio e leve a uma espiral de contenciosos no setor. Há uma preocupação específica com o tamanho da contaminação dos Fiagros. O sinal de alerta veio com os recentes pedidos de recuperação judicial do Grupo Elisa Agro e da Agropecuária Três Irmãos Begarmasco e com o consequente risco de as duas empresas não honrarem o pagamento de seus respectivos CRAs (Certificados de Recebíveis Agrícolas), títulos que compõem a carteira de Fiagros.

As discussões dentro do Ministério da Agricultura levam em consideração outras variáveis preocupantes. Existem sinais no mercado de que gestoras de investimento administradoras de Fiagro já se movimentam para executar os contratos de crédito. Muitos desses financiamentos têm como garantia primária a entrega de produto físico e/ou terras. Com a quebra de safras, o risco de instituições financeiras tomarem propriedades rurais em troca da quitação da dívida aumenta. Este é um campo extremamente sensível. A começar pelo impacto simbólico. O agro no Brasil sempre trabalhou com a tese de que não perderia terras em caso de inadimplência. Até porque boa parte do crédito agrícola sempre esteve pendurada no Banco do Brasil e não faria sentido um agente público sair executando garantias e tomando plantações de agricultores, muitos deles de pequeno porte. Com o Fiagro, essencialmente nas mãos de instituições financeiras privadas, esse tabu tende a cair por terra. Literalmente. O que o governo teme é um efeito cascata, com bancos e gestoras de recursos assumindo propriedades rurais. Essa pode ser a semente de uma safra de litígios, com agricultores entrando na Justiça para evitar a perda de suas terras. Haveria ainda outros desdobramentos jurídicos. Por exemplo: a quem caberia o pagamento de dívidas trabalhistas de uma fazenda? Outra consequência é a ameaça de depreciação desses ativos. O que as instituições financeiras fariam com hectares e mais hectares de terras em suas mãos? Essas propriedades teriam liquidez imediata? Uma fazenda abandonada vira pó, no máximo, em dois anos. No mercado, a proporção do valor de uma terra preparada (ou seja, pronta para o plantio) e de terra nua é de cinco para um.

LEIA AINDA HOJE: Recuperações judiciais acirram fricção entre governo e agronegócio

#Agronegócio

Análise

Apesar do “risco petróleo” sobre a inflação, queda da Selic poderia ser maior

9/04/2024
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Bendita a hora que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conseguiu “mudar a meta de inflação sem mudar a meta de inflação”, com o regime de meta contínua. Caso contrário, o CMN (Conselho Monetário Nacional) já teria alterado o centro da meta de 3% para um patamar maior, com impacto sobre a credibilidade da política monetária. Há uma possibilidade de a inflação pipocar devido ao risco iminente de um choque na oferta do petróleo. De acordo com análise do Radar do Banco Itaú, se tornaram realidade “a extensão de cortes voluntários na produção de petróleo da OPEP+, além do maior prêmio de risco devido ao cenário geopolítico (na Ucrânia e em Israel), que causam temores de redução de oferta. Isso porque os ataques ucranianos nas refinarias russas reduzem a capacidade de produção de petróleo (o risco de uma escalada implicaria uma subsequente disrupção de mais refinarias). Além disso, há o risco de o Irã, que produz o equivalente a 3% da produção global, reduzir a oferta apor conta na escalada no Oriente Médio).”

Mesmo sem a batata da oferta das commodity ter assado, o petróleo atingiu o patamar mais alto desde outubro do ano passado, para cerca de US$ 90 o barril (Brent) no início deste mês. Do lado da demanda, o fortalecimento da economia global, o resiliente crescimento americano, além da recuperação em andamento na China, são fatores que jogam para cima os preços da commodity. By the way: segundo os dados do BC, o petróleo é a variável que tem mais efeito sobre a inflação no Brasil, seguido pelas commodities agrícolas. O cálculo aproximado é que um aumento de 10% no preço do barril de petróleo tem impacto de 0,66 ponto percentual no IPCA, após quatro trimestres, segundo estimativas apresentadas no último Relatório Trimestral de Inflação.

Amanhã, quando o índice de inflação for divulgado, é possível que a alta do petróleo já tenha provocado algum resíduo de aumento na medição da carestia. O resultado de abril confirmará ou não com maior consistência essa previsão, lembrando que o preço da gasolina já está com uma defasagem de 17% em relação aos valores de venda internacionais. Mas, com a santa meta contínua de inflação, o problema poderia ser mitigado e os juros prosseguirem sua marcha de queda a um patamar mais razoável em relação às taxas cobradas no exterior. Muito provavelmente, com um novo presidente do Banco Central.

O debate sobre a majoração da meta e o nível das taxas de juros necessárias para atingir o target esteve presente durante os dois últimos anos do governo Bolsonaro e parte do primeiro ano do governo Lula III. Já estava dado pelo mercado que a meta definida seria modificada. A mágica de Haddad foi a instituição da “meta contínua”. Explica-se a engenharia: na nova metodologia, o BC terá de perseguir a manutenção da inflação dentro da meta por prazos mais flexíveis e mais longos do que o calendário gregoriano. Assim o sistema de metas deixa de ter um “ano-calendário”. Mas o novo regime não é tão flexível a ponto de virar uma bagunça.

O ministro Fernando Haddad disse que o horizonte para o cumprimento da meta continua, na prática, será de 24 meses. Parece um estelionato monetário, mas é o contrário. Além do Brasil, somente Filipinas, Indonésia, Tailândia e Turquia usavam o calendário anual conforme nosso regime anterior à meta contínua. O motivo de toda essa rememoração é que, com Roberto Campos Neto na proa do BC, a promessa de baixar a Selic com mais intensidade foi contida. Ou seja: a sinalização de um ciclo maior de baixa dos juros foi suspensa. Com a meta contínua, talvez essa tenha sido uma medida demasiadamente conservadora. De qualquer forma, se o sistema de meta anual fosse mantido, Campos Neto teria acertado com o seu “devagar com o andor”, devido ao perigo de um choque do petróleo que se avizinha. A preocupação do presidente da autoridade monetária está ligada a algo a que o BC tem quase ojeriza: baixar os juros e, logo depois, precisar elevar as taxas rapidamente por razões que não estavam no script. De toda a maneira, atualmente analistas do mercado somente acreditam que a inflação ficará no centro da meta em 2025 caso a Selic saia dos atuais 10,75% e chegue a 9% no fim de 2024 e a 8,5% no ano que vem. Um cenário difícil.

#Inflação #Petróleo #Selic

Mercado

Movida quer encher o tanque com emissão de US$ 750 milhões

8/04/2024
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As primeiras reuniões com bancos e fundos de investimentos animaram a Movida. O RR apurou que a empresa de locação de veículos já identificou demanda suficiente para colocar em mercado o valor máximo previsto para a sua emissão de títulos no exterior, de US$ 750 milhões. Se confirmado, a operação responderá sozinha por quase 7% do volume total de títulos dívida emitidos por companhias brasileiras no exterior entre janeiro e a primeira semana de abril. Consultada pelo RR, a Movida informou que “não comenta rumores de mercado”.

#Movida

Governo

Rui Costa, um head hunter no Palácio do Planalto

8/04/2024
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O espaçoso ministro da Casa Civil, Rui Costa, tem criado alguns embaraços dentro do governo por ‘invadir” territórios alheios. Costa vem tentando influenciar na indicação de cargos para estatais e autarquias federais na Bahia. As investidas do ministro são transversais. Estão na sua mira postos no Banco do Brasil e na Caixa, vinculados ao Ministério da Fazenda, na Codevasf, ligada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, e na Codeba (Companhia das Docas do Estado da Bahia), que pertence à jurisdição do Ministério de Portos e Aeroportos.

#Rui Costa

Política

Guilherme Mello surge como candidato à presidência do BNDES

5/04/2024
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Agora no fim da tarde, surgiu um bochicho em Brasília na esteira da eventual ida de Aloizio Mercadante para a presidência da Petrobras. O nome que desponta para substitui-lo no comando do BNDES é o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello. Ele seria para o banco no governo Lula o que Gustavo Montezano representou na gestão Bolsonaro, com sinais trocados. Ambos são jovens e com excelente formação. Mello é também primo de um influente consultor histórico do PT e de Lula, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo. Há, no entanto, um pequeno senão, que poderia dificultar sua transferência para o BNDES, uma razão prosaica: Mello carrega o piano para Fernando Haddad na Fazenda. Com a saída de Gabriel Galípolo da Secretaria Executiva da Pasta para o Banco Central, acabou ganhando ainda mais importância na estrutura do Ministério. Abrir mão desse auxiliar deixaria Haddad ainda mais assoberbado.

Negócios

Ibaneis Rocha tem um time de coração. E o BRB também

5/04/2024
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O acordo entre o BRB e o Flamengo anunciado nesta semana seria apenas o primeiro tempo da partida. O presidente do banco estatal de Brasília, Paulo Henrique Bezerra Costa, já manifestou a Rodolfo Landim o interesse de fechar o naming & rights do estádio que o clube carioca pretende construir. Na verdade, Costa dubla o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. A longeva e bem remunerada parceria entre o BRB e o Flamengo está mais para um projeto político de Rocha do que exatamente para uma estratégia de marketing delineada pelo banco. O próprio contrato divulgado há três dias chama a atenção por termos poucos usuais, notadamente em relação ao “banco” Nação BRB Fla, plataforma de venda de produtos financeiros voltada à torcida rubro-negra. A vigência do acordo é de 20 anos. Ou seja: pelos próximos quatro governos do DF, o banco estatal estará amarrado ao clube carioca. O Flamengo receberá ainda 45% dos lucros. E se der o negócio der prejuízo? Para o clube, tanto faz. 100% das perdas desaguarão no balanço do BRB. E perdas é o que a parceria mais tem produzido. No ano passado, o Nação BRB Fla chegou a acumular uma inadimplência de quase R$ 450 milhões, ou 25% da carteira de crédito. Nessa, o Acordo de Basiléia foi chutado para escanteio. Bem, imagina-se que o contrato tenha sido visto, revisto e re-revisto pelo compliance do BRB.

#BRB #Flamengo #Parceria

Mercado

Flourish Ventures joga sua rede sobre fintechs brasileiras

4/04/2024
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A Flourish Ventures está garimpando fintechs das áreas de crédito e de soluções de pagamento no Brasil. Segundo a fonte do RR, há conversas em curso com três startups. A Flourish é a gestora venture capital do multibilionário Pierre Omidyar, fundador do eBay. Com aproximadamente US$ 600 milhões sob administração, a gestora já contabiliza aportes no Brasil, o principal deles no Banco Neon.

#Fintechs #Flourish Ventures #startups

Governo

Caixa Econômica faz uma aposta arriscada

2/04/2024
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Vá lá que seja um negócio promissor, mas a própria diretoria da Caixa Econômica está preocupada com o projeto de entrada do banco no segmento de bets esportivas. Um dos maiores fatores riscos é o futuro sócio – o próprio presidente da CEF, Carlos Vieira, já anunciou que vai buscar um parceiro para assumir a operação das apostas. Internamente, a área de compliance da Caixa já teria, inclusive, recomendando que qualquer acordo tenha o imprimatur do próprio TCU. O setor de apostas é sabidamente um terreno pantanoso, com empresas sediadas em paraísos fiscais e camadas e mais camadas em sua estrutura societária que, na maioria dos casos, torna quase impossível saber quem está por trás desse jogo.

Em tempo: a exemplo do que ocorre no próprio governo, com suas otimistas previsões de arrecadação fiscal, as apostas esportivas também são cercadas de números mágicos na Caixa. Em recente entrevista ao Poder 360, Carlos Vieira disse que o banco espera arrecadar até R$ 18 bilhões já no segundo ano de operação. É quase um quinto do que todo o setor – com uma miríade de plataformas extremamente avançadas – movimenta por ano no Brasil.

#Caixa Econômica

Destaque

Corretoras de criptomoedas pintam e bordam com a falta de regulamentação

26/03/2024
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O Banco Central e a CVM estão batendo cabeça sobre a regulação das criptomoedas. As duas entidades não conseguem chegar a um arcabouço normativo para o mercado de ativos digitais no país. Muito menos têm se mostrado capazes de fiscalizar a movimentação dessas moedas e rastrear os passos dos agentes que atuam nesse segmento. Há duas semanas, ao divulgar a sua lista de prioridades para a regulamentação do Sistema Financeiro Nacional em 2024, o BC citou “Estudo sobre a necessidade de regulação nos processos de emissão/escrituração e negociação de ativos tokenizados” e “Ajustar o arcabouço prudencial para incorporar o tratamento da exposição a ativos virtuais”. Não poderia ter sido mais genérico e evasivo. Assim como o diretor de regulação da entidade, Otávio Damaso, tem sido em relação ao assunto. Damaso costuma dizer que a regulação das criptomoedas deverá ser concluída ainda no primeiro semestre. Sem data, sem detalhes, sem responder às principais perguntas. A CVM também parece tatear o problema no escuro. Em outubro, anunciou o início de um “mapeamento” do ecossistema de criptoativos no Brasil. Até o momento, pouco ou nada se sabe sobre essa “cartografia”.

No fim de 2022, ao apagar das luzes do seu governo, Jair Bolsonaro sancionou o marco legal das criptomoedas, que entrou em vigor em meados do ano passado. No entanto, na prática, nada mudou. O marco legal praticamente não tem qualquer efetividade sem as devidas regulações. Quando elas virão? Em contato com o RR, o BC informou que o tema “passou por consulta pública” recentemente. De acordo com a instituição, “após o encerramento da consulta pública, a equipe técnica iniciará o processo de análise das contribuições para a construção de um arcabouço regulatório do mercado de prestação de serviços de ativos virtuais (criptoativos), em consonância com as diretrizes estabelecidas na Lei nº 14.478, de 2022.” E o prazo? O Banco Central não dá nenhum. Diz que “Oportunamente, haverá uma segunda consulta pública, na qual serão compartilhadas as minutas de Resolução BCB que regulamentarão esse mercado.” A CVM, por sua vez, afirmou ao RR que vem trabalhando em conjunto com o Banco Central (BC) nesta pauta, “com diálogo e cooperação entre os dirigentes das instituições, reconhecendo que a criptoeconomia demandará atuação tanto do BC quanto da CVM, dentro das suas respectivas esferas de competência.”. A autarquia afirma ainda que o Parecer de Orientação CVM 40 consolida o seu entendimento “sobre as normas aplicáveis aos criptoativos que forem considerados valores mobiliários. Além disso, o documento também apresenta os limites de atuação do regulador, indicando as possíveis formas de normatizar, fiscalizar, supervisionar e disciplinar agentes de mercado.” Mais uma vez, a exemplo do Banco Central, nada de prazos ou detalhes. Apenas generalidades.

Enquanto isso, as criptomoedas se tornaram uma mistura de casino e pseudo-moeda. Com a falta de regulamentação, o mercado brasileiro faz jus ao prefixo “cripto”, do grego kruptós – escondido, secreto, oculto. Plataformas de bitcoins e congêneres agem livres, leves e soltas, sem maiores preocupações com fiscalização e punição de eventuais fraudes. E os crimes se acumulam. Mais de 20 empresas estão sob investigação acusadas de golpes e montagem de esquemas de pirâmides com criptoativos, que teriam movimentado cerca de R$ 100 bilhões.

Não por outro motivo, corretoras do mercado de moedas digitais têm buscado formas de assear sua imagem institucional, com a contratação de estruturas de lobby e de comunicação poderosas. Uma das mais empenhadas nesse processo de higienização é a Binance, que opera no Brasil desde 2019. A instituição carrega um pesado histórico de acusações. No mês passado, para encerrar um processo que se arrastava há anos nos Estados Unidos, o fundador da empresa, Changpeng Zhao, se declarou culpado pelo descumprimento de leis norte-americanas, renunciou ao cargo de CEO e aceitou pagar uma multa de US$ 4,3 bilhões. Mais recentemente, a corretora optou por descontinuar depósitos em moeda nigeriana para estancar o debate sobre os impactos monetários que criptomoedas podem causar em economias nacionais. O naira amarga o menor valor histórico em relação ao dólar. Autoridades nigerianas atribuem o desmoronamento da sua moeda a operações da Binance no país. Na França, a empresa é alvo de investigação por suposta prestação ilegal de serviços e lavagem de dinheiro. No Brasil, à luz do dia, a Binance diz ser a favor da regulamentação. Na penumbra, estaria trabalhando contra a normatização.

Enquanto os órgãos reguladores brasileiros não regulam, o mercado de criptomoedas segue em efervescência. O Bitcoin tem batido recordes sucessivos. E curva é de alta. A liberação de ETFs (exchange-traded fund) de Bitcoins vai colocar para dentro do mercado uma enxurrada de “capital limpo” de grandes investidores globais, com o aval da SEC. Os fundos superam o volume de US$ 10 bilhões, puxados pelo BlackRock. Esses recursos estão se misturando com o estoque de moedas na blockchain e servirão como alvejante. Os agentes do mercado cripto serão embaixadores triple A desse clareamento.

#Banco Central #Criptomoedas #CVM

Empresa

Banco do Brasil “intervém” na recuperação judicial da 123 Milhas

25/03/2024
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O Banco do Brasil decretou “intervenção” no processo de recuperação judicial da 123 Milhas. Nos bastidores, a indicação da KPMG para assumir a auditoria da empresa é atribuída a gestões do BB junto ao Judiciário. No início do mês, a Justiça mineira determinou a contratação da auditoria e a troca de um dos escritórios de advocacia à frente do plano de recuperação judicial da 123 Milhas. Há informações de que o BB – maior credor da plataforma de viagens, com mais de R$ 450 milhões a receber – estava insatisfeito com a condução do processo.

#123 Milhas #Banco do Brasil

Financiamento

Banco dos Brics despeja um caminhão de dinheiro no Brasil

22/03/2024
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Dilma Rousseff, presidente do novo Banco de Desenvolvimento também chamado de Banco dos Brics, já está dizendo ao que veio. Dilma aprovou o que será um dos maiores empréstimos da instituição (R$ 4 bilhões) ao Programa de Modernização e Transformação Ecológica dos Correios. A liberação do estupendo ervanário depende da aprovação do Senado Federal, que ninguém duvida que virá. A Cofiex (Comissão de Financiamento Externo) do Ministério do Planejamento publicou no Diário Oficial a autorização do governo ao empréstimo. Mas nem o DO nem o release do Planejamento explicam para que servirá tanta grana. Imagina-se que tenha algo a ver com logística ou sistemas ou sistemas avançados de digitalização, segmentos que estão mais relacionados aos Correios. A operação é toda peculiar. De janeiro a setembro de 2023, os Correios acumularam prejuízo de R$ 824 milhões. O resultado contábil do ano passado ainda não está fechado e espera-se que o saldo negativo não decresça. Em 2022, o resultado também foi negativo e praticamente siamês, da ordem de R$ 809 milhões. O ministro da Economia do governo passado, Paulo Guedes, colocou os Correios no top five das estatais que deveriam ser privatizadas. As reações corporativas e políticas fizeram-no tirar o time de campo. O fato é que R$ 4 bilhões é muito dinheiro. O que Dilma e Tebet sabem que o Brasil ignora?

#Banco dos Brics #Dilma Rousseff #empréstimos

Economia

Copom embaralha política econômica e reacende ofensiva contra Campos Neto

21/03/2024
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A sinalização do colegiado do Copom de que a Selic pode não cair abaixo de 10% neste ano, afeta, por via direta, o diálogo entre o presidente Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. A taxa de 9% em dezembro que estava sendo prevista pelo Boletim Focus – ainda elevada, mas já digerida por Lula – volta ao epicentro do debate sobre a política econômica. Para o presidente, é ruim e bom. Ruim porque atinge desde já as expectativas de um crescimento do PIB de 3%, em 2024, que vinha sendo acalentado pelo mandatário e permitiria alcançar, ainda que fora do radar do mercado, uma taxa de expansão do Produto, em média e da mesma grandeza, durante seu governo – ver RR (https://relatorioreservado.com.br/noticias/governo-lula-flerta-com-um-pib-medio-de-3/). O percentual atenuaria as dificuldades da política fiscal já em 2025, e nos anos subsequentes. Como se sabe o crescimento do PIB foi meio que indexado ao fiscal. Se este último anda mal, em tese, a economia seguirá a toada de um crescimento medíocre. Bom, porque Lula, se mantiver a postura crítica do passado, responsabilizando o presidente do BC pela previsão de uma menor queda da Selic – uma besteira, porque a decisão cabe a um colegiado de 11 integrantes – terá mais um elemento para atribuir a culpa dos equívocos eventuais da sua gestão a Campos Neto. É aquela história: sempre que pode, o passado captura o futuro, já que não existe o presente.

Já Haddad não vai e não tem por que mudar a orientação de acompanhar os dizeres do chefe. Na verdade, o ministro acha que mesmo uma taxa de 9% já seria alta. Mas hoje tem acompanhado as decisões do Copom de forma intestina, devido à presença no Comitê de um agente “infiltrado”, o diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, seu ex-diretor executivo, cuja indicação para o BC é 100% de sua responsabilidade. Galípolo tem votado junto com o colegiado. E Haddad deve conhecer cada detalhe que motivou a decisão da autoridade monetária. Talvez por saber o que viria pela frente, antecipou suas críticas à mudança da sinalização do Copom em relação a queda dos juros há alguns dias atrás. Saiu batendo no órgão e afirmando que seu compromisso era com o Brasil e não com o mercado. Esse ente abstrato, é bem verdade, em muitas vezes atrapalha decisões que interferem no andamento da economia. Mas, na maior parte, é fetiche de analistas que temem em expor suas opiniões sinceramente.

E o papel de Mercadante nessa história? O presidente do BNDES tem o DNA do ex-titular da instituição, o falecido Carlos Lessa, que passou sua gestão no governo quase toda brigando com o então presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Mais uma vez, o “adversário” está no BC. Mas porque Campos Neto levará os cascudos? O BC troca chumbo com o BNDES afirmando que seus gastos reduzem a potência da política monetária, ampliando a liquidez, que é tudo aquilo que ele quer reduzir com uma Selic mais alta. Mercadante acha isso uma loucura, pois o dinheiro do BNDES irriga a economia, gerando investimentos que ampliarão a renda, o consumo e o emprego. Com essa sinalização, o Copom fere todo o ciclo de prosperidade devido a distribuição do dinheiro público a custo mais barato, além de impactar o presente devido ao efeito da curva de juros futuros sobre o custo do dinheiro quase que imediatamente, ao contrário do efeito dos juros no curto prazo. Este é quase o contrário, pois sofre de uma inércia em torno de seis meses para produzir o impacto desejado de aperto maior no PIB. Inevitavelmente Mercadante e Campos Neto vão bater boca. A diferença maior, no caso, deverão ser os fatores intensidade e elegância. Campos Neto mais parece um lorde inglês, inabalável. E Mercadante, desde sua passagem como professor da Unicamp e ingresso no PT, está acostumado a vociferar, espernear e bater sem luvas de box. Não são boas as prováveis relações futuras entre os principais responsáveis pela performance da nossa economia.

#Campos Neto

Destaque

Alckmin redobra os esforços para aumentar as exportações

21/03/2024
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Mais um pouco e Geraldo Alckmin acaba ressuscitando o slogan “Exportar é o que importa”, cunhado por Delfim Netto no início dos anos 80. O vice-presidente da República trabalha em duas frentes com o objetivo de turbinar a venda de produtos e serviços no exterior. Com o chapéu de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Alckmin costura uma parceria entre a ApexBrasil, vinculada a sua Pasta, e o Banco do Brasil. A ideia é que a entidade e o BB atuem conjuntamente no exterior com a abertura simultânea de representações na mesma cidade.

Caberá ao banco dar suporte financeiro a novas frentes de negócio abertas pela Apex. Alckmin já mostrou a importância que dá à Agência ao indicar Aloysio Nunes Ferreira, outro quadro histórico do PSDB e amigo de longa data, para chefiar a área de assuntos estratégicos da entidade. Caberá a Ferreira comandar, de Bruxelas, a expansão internacional da Apex.

A “pressão” de Alckmin deve acelerar o cronograma da parceria entre Apex e BB. Segundo o RR apurou, a primeira parada será em Lisboa. No ano passado, o presidente da Apex, Jorge Vianna, anunciou a intenção de instalar um escritório na capital portuguesa. De acordo com a fonte do RR, o projeto vai sair do papel até junho. Nesse mesmo período, o BB deverá abrir uma agência na cidade.

A estação seguinte seria a Arábia Saudita, mais precisamente a capital, Riad. Outro alvo, de acordo com a mesma fonte, é a Tailândia. Em contato com o RR, a Apex confirmou que “vem trabalhando na ampliação de suas representações” e que “Portugal e o Sudeste Asiático estão entre as prioridades.” Segundo a Agência, é possível que a estrutura física em Portugal “venha a ser compartilhada com outros órgãos e parceiros institucionais que também pretendem ter representação no país.” A entidade afirma que “A definição exata de tais parcerias ainda está sob análise e será anunciada em breve.” Também procurado, o Banco do Brasil não quis comentar o assunto.

O segundo movimento de Alckmin para alavancar as exportações passa pelo Congresso. O vice-presidente da República negocia diretamente com o presidente da Câmara, Artur Lira, na tentativa de acelerar a tramitação do Projeto de Lei 5.719/2023, encaminhado pelo governo no fim do ano passado. A proposta cria novas normas para o financiamento de exportações de bens e serviços pelo BNDES.

Mira, sobretudo, a retomada do crédito a obras tocadas por empreiteiras brasileiras no exterior. Até o momento, o projeto não se moveu um centímetro sequer na Câmara. Está parado desde o dia 27 de novembro, à espera de um despacho de Lira para iniciar seu périplo nas comissões da Casa. O desafio do governo é vencer o barulho – com acordes lavajatistas – feito pela oposição, que evoca os casos de corrupção de empreiteiras brasileiras no exterior durante os dois primeiros mandatos de Lula para brecar a proposta.

LEIA AINDA HOJE: Alckmin transforma ABDI no xerife do “Nova Indústria Brasil”

#Geraldo Alckmin

Economia

Futuro de Roberto Campos Neto alimenta sórdidas insinuações

19/03/2024
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Começou ontem em Brasília uma “campanha torpe” contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, segundo palavras de um assessor da própria diretoria do BC. As especulações vão todas na mesma direção: qual será o destino de Campos Neto, depois de 2024, prazo do encerramento do seu mandato. As apostas vão da criação de uma fintech nos Estados Unidos, a abertura de uma gestora de fortuna e venture capital, em sociedade com o ex-ministro da Economia Paulo Guedes, até a ida para o Banco Itaú. Mas, com relação a este último, não haveria conflito de interesse? Há precedentes em relação à promiscuidade do banco dos Setúbal com egressos da autoridade monetária. Para quem não se lembra, Fernão Bracher Botelho, que foi presidente do BC, em 1985, ao sair do banco, abriu o BBA Creditanstalt, uma associação com o grupo austríaco homônimo. Posteriormente, fundiu sua instituição financeira com o Itaú, tornando-se o braço de atacado deste último. Dizia-se na época que a associação costurada por Bracher havia sido o melhor negócio feito por um banqueiro no Brasil.

Apesar de ter sido vítima dos maus tratos de Lula, não falta quem diga que Campos Neto poderia renovar seu mandato caso assim quisesse. Desde que começou a baixa dos juros, o presidente da República parece ter esquecido sua pinimba com o titular do BC. E vozes da equipe econômica garantem que Fernando Haddad e Campos Neto hoje se entendem às mil maravilhas. Por outro lado, segundo especulações já antigas, Haddad teria seu candidato para a presidente do BC aguardando a vaga na própria instituição: o diretor de política monetária Gabriel Galípolo. Seja como for, fazer futrica contra Campos Neto, a essa altura, é um desserviço ao país.

 

#Banco Central #Roberto Campos Neto

Institucional

Brasil tem lugar cativo no banco dos réus dos Direitos Humanos

19/03/2024
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O Brasil está mal na fita em uma das mais importantes entidades de direitos humanos do mundo. Segundo o RR apurou, até julho o país deverá ser alvo de 11 julgamentos na CIDH – a Corte de Interamericana de Direitos Humanos da OEA. A maior parte dos casos envolve conflitos fundiários, uma lamentável “especialidade da casa”. Na semana passada, o Brasil foi duplamente condenado pelo Tribunal pelo assassinato de um integrante do MST no Paraná, em 2000, e pela morte de 12 pessoas pela PM de São Paulo em uma operação realizada em, 2002. O Brasil ocupa a nada honrosa liderança no ranking de processos em tramitação na CIDH, ao lado da Venezuela.

#OEA

Política

Haddad dá sinais de incômodo com as seguidas trapalhadas do governo

13/03/2024
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A “reestatização” da governança da Vale e a interferência aberta na Petrobras têm incomodado Fernando Haddad. O ministro da Fazenda vem sendo o fiador das invencionices do grupo palaciano, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, à frente, seguido do inoperante ministro da Secom, Paulo Pimentel, e do ministro de Assuntos Institucionais, Alexandre Padilha, que, fora sua interlocução anódina com o Congresso, não consegue dar uma declaração capaz de distender as falas trapalhonas do chefe. Some-se a isso a resistência dos dirigentes das estatais em aderir a uma comunicação integrada e facilitadora da gestão do presidente Lula. No fim do dia, Haddad é o avalista quase solitário de toda essa disfuncionalidade.

Segundo uma fonte da cúpula do PT, é Rui Costa o principal responsável pelo anúncio das medidas intervencionistas do presidente Lula, que se embanana todo quando tem de explicar mudanças na política econômica. Haddad e Costa se bicam elegantemente, como se estivessem em uma mesa de chá de lordes ingleses. O fato é que toda a comunicação do governo relacionada à economia resulta em problema. Não que o eleitor dê pelota ao que acontece no andar de cima, mesmo porque as medidas populistas de Lula visam quase sempre a transferência direta ou indireta de renda para o bolso da população ou facilidades na qualidade de vida. Mas o ambiente, de uma maneira geral, fica permanentemente contaminado com a ideia de que o presidente está errando na mão – problema este agravado pela incapacidade da Secom de mudar a percepção da opinião pública – ver RR.

A orientação de que as ações do governo sejam todas direcionadas para adequação à energia renovável simplesmente é ignorada. Esse deveria ser o maior mote da comunicação do governo, justificando até a ida do mandatário aos canais de televisão no horário nobre. O “Brasil Verde” é um ativo de enorme valor que está sendo depreciado. A incompetência impera. E “amassa” Haddad, que pode vir a se tornar um ministro mais poderoso do que Paulo Guedes, não por atitude própria, mas por circunstâncias que fogem ao seu controle, notadamente a ausência de outros quadros de prestígio na gestão Lula. O ministro da Fazenda carrega sobre os ombros a missão de representar o governo em todos os caldeirões fumegantes. Haddad já dá sinais de cansaço. Seu incômodo é alimentado por vários fatores: por um lado, o ego da tecnoburocracia do PT; por outro, o trabalho de desconstrução permanente dos ministros palacianos; e, finalmente, a incompetência da comunicação do governo.

Um teste será a decisão e capacidade do BNDES de fazer do “Nova Indústria Brasil” um “Plano Real” do setor. Caberá ao banco explicar, analisar, destrinchar em minudências a estratégia para a indústria, tal qual fizeram os pais do Real por quase um mês – ver RR. Por enquanto, a nova política industrial é só uma carta de intenções. E tome lambada por parte dos ortodoxos, da Faria Lima e da classe média, que reproduz o que lê e ouve nas mídias. Mas, Senhor, esta última não sabe o que faz. Pelo menos, se serve de consolo, Janja está calada.

#Fernando Haddad #Petrobras #Reestatização #Vale

Empresa

Chery passa para o banco da frente nos negócios da Caoa

7/03/2024
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O Grupo Caoa trata como prioridade a ampliação da joint venture com a chinesa Chery. As conversas entre as duas companhias envolvem a produção de novos modelos na fábrica em Anápolis e o aumento da rede de concessionárias da marca no Brasil. Guardadas as devidas proporções, a Caoa usa a Chery para ocupar o espaço que vem sendo gradativamente deixado pela Hyundai, no processo de distanciamentos sucessivos entre as duas empresas.

No mês passado, o grupo e a montadora sul-coreana assinaram uma reformulação em seu acordo. O empresário Carlos Alberto de Oliveira de Oliveira Andrade Filho, herdeiro da Caoa, anunciou o novo modelo como uma vitória. Não foi bem assim. Foi o contrato possível, na linha do “entregar os anéis para não perder os dedos”. A Hyundai assumiu o controle de todo o processo, da importação à distribuição dos veículos da sua marca no país – que, em parte, estava nas mãos do grupo brasileiro. A Caoa terá uma comissão financeira pelas vendas e montará automóveis em Anápolis sob demanda dos sul-coreanos. O RR entrou em contato com a Caoa, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

#Chery #Grupo Caoa

Mercado

Apesar do resultado superior, valor da marca do Itaú cai o dobro do Bradesco

6/03/2024
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Os apostadores da valoração das marcas bancárias terão enigmas de sobra para decifrar, a julgar pela edição 2024 do Banking 500 da Brand Finance, disponível na internet desde a manhã de hoje. Há números que chamam a atenção. Em primeiro lugar, as dobradinhas: a marca do Bradesco teve uma queda no seu valor (-2%) menor do que a do Itaú (-4%). É possível inferir que o melhor resultado financeiro comparativo do segundo, e vice-versa, não foi suficiente para reduzir o recall da marca do Bradesco junto ao correntista nacional. Já na outra dobradinha clássica, das duas grandes instituições financeiras estatais, o brand do Banco do Brasil chegou na frente (+11%). A Caixa Econômica ficou a quilômetros de distância (-7%). Essa diferença colossal deixemos para as três bruxas de Macbeth, de Shakespeare, explicarem.

O que já era previsto: o Nubank teve uma megavaloração no seu brand de 30% em relação à edição anterior. O BTG permanece em sua escalada – sua marca valorou 23%. A grande surpresa é o Banco do Nordeste, que cresceu 27% na comparação com 2023. Fica a dica caso o governo Lula dê uma guinada radical e decida privatizar um de seus bancos públicos.

A Brand Finance é uma instituição que mede o valor das marcas bancárias do mundo inteiro. Ressalvadas as enormes diferenças, funciona como as agências de rating ou o Boletim Focus, que faz previsões macroeconômicas todas as semanas. Ambos têm critérios difusos, mas são referência.

#Bradesco #Brand Finance #Itaú #valoração

Destaque

Governo Lula flerta com um PIB médio de 3%

4/03/2024
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Mesmo que a implicância com o presidente da República seja a mesma, já existe na Faria Lima quem esteja comemorando a gestão da política econômica de Fernando Haddad até o final do governo Lula. As pitonisas consultadas pelo RR consideram que está cada vez mais provável a mediana do crescimento do PIB até 2026 superar os 3%. Trata-se de um percentual que vem sendo considerado uma fronteira inatingível pela maioria dos analistas de mercado.

Ele estaria pelo menos 1 p.p acima do PIB potencial do Brasil calculado pelas instituições financeiras – entre 1,5% e 2%. O Ministério da Fazenda aumenta a aposta e estima que o PIB potencial é de 2,5%. Entenda-se como PIB potencial o patamar de crescimento da economia que não pressiona a inflação.

O Boletim Focus,  em sua última rodada (23 de fevereiro),  projeta um PIB de 1,75% para 2024. Parece baixo, mas, tratando-se do conservadorismo dos analistas, é um bom piso para o início do ano. Vale recordar que, em 2023, a previsão para o crescimento do PIB, nesse mesmo período, era de apenas 0,5%. No fim das contas, a economia cresceu 2,9% no ano passado, ou seja, quase seis vezes o índice esperado pelos analistas.

É provável que um erro tão grande do Focus não ocorra neste ano, mas os números do primeiro mês de 2024 foram bastante positivos e interpretados como um indicador de que a economia está andando dentro da pista, com baixa possibilidade de descarrilhar. Até 2026, o Boletim projeta uma mediana do PIB de 2%. Vale o registro de que o Focus estima o mesmo PIB de 2% para 2025 há 11 semanas e para 2026 há 29 semanas.

Arrisca até uma previsão dos mesmos 2% até 2027 – depois, portanto, do atual mandato presidencial – há 31 semanas.

Como foi dito antes, esses 2% podem ser considerados um piso. Com a confirmação desses índices, o resultado primário ficaria dentro da meta sem pirotecnias fiscais, quase que por inércia. A arrecadação deve garantir o cumprimento do arcabouço fiscal.

As projeções que fundamentam o otimismo são a combinação de uma atividade produtiva aquecida – com o aumento da renda e do consumo -, PIB em alta e inflação em baixa, e mais e mais investimentos públicos e privados. Antes que se esqueça, há ainda o fator Haddad, talvez a maior âncora atual da economia e o novo querido da Faria Lima.

A manutenção de um PIB mediano na casa dos 3% reposiciona o Brasil no patamar do crescimento global da economia – as estimativas para a alta do PIB mundial em 2024 vão de 2,4% (Banco Mundial) a 3,1% (FMI). Na última década, o país passou longe do Planeta Terra. Entre 2013 e 2022 (os dados gerais de 2023 ainda não estão consolidados), o PIB global subiu, em média, 2,74% por ano. No mesmo período, a economia brasileira cresceu (se é que o termo pode ser usado) ao ritmo de 0,46% ao ano.

Portanto, em relação à base de comparação, a mediana de 3% ao ano que se anuncia para o governo Lula soa como alvissareira. Mas, quando a referência são as necessidades do país, esse índice ainda é muito baixo. O Brasil precisaria crescer, ao menos, 5% ao ano para fazer frente às demandas em infraestrutura, saúde, educação, segurança etc, algo que hoje ainda não é possível devido às restrições do PIB potencial.

Além disso, não é só uma questão de aumentar o tamanho do bolo, mas também a forma como ele é dividido. O crescimento do PIB terá de vir acompanhado de uma alocação correta dos recursos, mesmo porque se espera uma presença maior do Estado em investimentos estruturantes cruciais.

#Fernando Haddad #Lula #PIB

Destaque

BYD acelera seus ônibus elétricos em São Paulo

29/02/2024
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A chinesa BYD está em conversações com a Prefeitura de São Paulo para o que pode vir a ser um de seus maiores contratos no Brasil. Segundo o RR apurou, as tratativas envolvem o fornecimento de até 500 ônibus elétricos. Ressalte-se que essa é apenas a primeira etapa do programa de renovação da frota de transporte público de passageiros da capital paulista. A meta já anunciada pelo prefeito Ricardo Nunes é adquirir cerca de 2,5 mil veículos movidos a eletricidade até o fim deste ano – encomendas que devem totalizar mais de R$ 8 bilhões.

A BYD está muito bem-posicionada da disputa. Em parte, por ter largado na pole position: 18 ônibus elétricos produzidos pela companhia chinesa já circulam em São Paulo. A empresa tem um modelo feito sob medida para as condições de trânsito da cidade, os chassis D11B, com carroceria de até 22 metros. Some-se a isso a munição financeira que a BYD carrega no coldre. O grupo deverá contar com um financiamento do Banco da China para a venda dos veículos à Prefeitura de São Paulo. Procurada, a BYD não se pronunciou.

Uma vez confirmado, o fornecimento para a Prefeitura de São Paulo vai colocar ainda mais combustível na já aditivada operação da BYD no Brasil. De acordo com a fonte ouvida pelo RR, além do megaprojeto de R$ 3 bilhões para a produção de carros elétricos em Camaçari (BA), os chineses avaliam a expansão da sua fábrica de ônibus em Campinas, hoje com capacidade para a montagem de dois mil veículos/ano.

#BYD

Empresa

Fabricação de motores elétricos na China é o novo alvo da WEG

29/02/2024
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O futuro presidente da WEG, Alberto Yoshikazu Kuba, assumirá o cargo, no dia 1º de abril, com um grande projeto à sua frente: iniciar a produção de baterias e motores elétricos para veículos na China. Não começará do zero. A empresa já avançou alguns quilômetros nessa direção, inclusive com o acordo de exclusividade para o fornecimento de carregadores elétricos à montadora chinesa Great Wall Motors no Brasil. Na paralela, segundo o RR apurou, há conversas com o BNDES para o financiamento de pesquisas e desenvolvimento de produtos que poderão ser replicados no exterior. Ressalte-se que recentemente o banco de fomento liberou R$ 118 milhões para o plano de inovação da Weg. De onde saiu esse dinheiro, tem mais. E é merecidíssimo: a Weg é uma das campeãs em P&D no Brasil e um raríssimo case de sucesso da indústria nacional no exterior.

#BNDES #Weg

Economia

Consignado do INSS: novas divergências à vista entre governo e bancos

28/02/2024
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A reunião do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), que começa daqui a pouco, às 14h30, em Brasília, promete novas discordâncias entre governo e instituições financeiras. O ministro da Previdência, Carlos Lupi, vai propor a redução dos juros do consignado para aposentados e pensionistas do INSS de 1,76% para 1,72% ao mês. Os bancos são contra. Por sua vez, as instituições deverão pleitear o uso da taxa do DI como referência para o cálculo dos juros do consignado. A proposta esbarra em Lupi e nos demais representantes do Ministério da Previdência Social no CNPS, favoráveis à manutenção da Selic como balizador. Para completar a lista de desencontros entre os dois lados da mesa, uma questão de ordem: os conselheiros ligados ao setor financeiro se queixam de que têm sido convocados para as reuniões do colegiado em cima da hora. Segundo o RR apurou, o chamamento para o encontro de hoje só foi formalizado no fim da tarde de ontem.

#Carlos Lupi #CNPS #INSS #Ministério da Previdência

Destaque

BTG e Pátria ensaiam associação no setor de telecomunicações

28/02/2024
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O RR apurou que BTG e Pátria Investimentos vêm mantendo conversas para uma possível fusão entre seus negócios em telecomunicações. De um lado, está a V.tal, dona de uma rede com mais de 400 mil km de fibra ótica e cerca de 26 mil km de cabos submarinos; do outro, a Winity Telecom, focada na construção e compartilhamento de infraestruturas de comunicação, notadamente 4G e 5G. As duas empresas estão em estágios bem distintos. Criada a partir da cisão dos ativos em fibra ótica do Oi e posteriormente adquirida pelo banco de André Esteves, a V.tal registrou no ano passado receita líquida em torno de R$ 5,5 bilhões e Ebitda próximo dos R$ 3 bilhões. A Winity, por sua vez, ainda tenta se encontrar no mercado de telecomunicações em meio à brusca mudança de estratégia imposta pelo Pátria.

O plano de se tornar uma operadora de telefonia celular foi repentinamente abandonado. No fim do ano passado, a empresa devolveu à Anatel a licença de 700 MHz adquirida no leilão de 5G de 2021. No setor, a decisão chegou, inclusive, a alimentar dúvidas sobre o interesse do Pátria de seguir à frente da companhia. Consultados pelo RR, BTG e Pátria não quiseram se manifestar.

Nesse contexto, a fusão entre V.tal e Winity teria motivações diferentes para dois dos gigantes da gestão de recursos no Brasil. O BTG daria mais um passo para transformar a V.tal em uma das maiores, se não a maior, prestadora de serviços de telecomunicações do país. Com um craque do setor à frente da sua gestão, – ex-CEO da GVT, Vivo e TIM, Amos Genish -, a companhia está avaliada hoje em torno dos R$ 25 bilhões. Ao se unir à Winity, colocaria um pé na implantação de infraestruturas de telefonia.

O maior ativo da empresa do Pátria é a sua carteira de contratos nessa área. O principal deles, firmado em dezembro, prevê a implantação de rede 4G e 5G no Metrô de São Paulo. Por sua vez, no caso do Pátria, a negociação pode ser interpretada como um recuo calculado.

A gestora deixaria de ser controladora de uma empresa que, até o momento, não emplacou, como é o caso da Winity, para se unir não apenas ao BTG, mas também ao GIC, fundo soberano de Cingapura, e à canadense CPPIB, outros acionistas da V.tal, em um negócio de proporções bem maiores.

#BTG #Oi #Pátria Investimentos #Vivo

Política

Lula desdenha da Avenida Paulista e aposta na agenda internacional

26/02/2024
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O presidente Lula não vê com preocupação o mal-estar causado pela menção a Hitler ao condenar o massacre realizado por Israel na Faixa de Gaza, seus efeitos negativos junto à comunidade internacional ou mesmo seu uso como insumo para a volta de Jair Bolsonaro às ruas e o resgate do bordão do impeachment. Pelo contrário. Lula considera que esses fatos aumentaram sua centralidade. O presidente talvez seja a pessoa no país que mais acredita na máxima “falem mal, mas falem de mim”. Na história recente do Brasil, ninguém teve sua imagem tão triturada quanto ele. Ontem, segundo informações filtradas do Palácio do Planalto, o presidente acompanhou com desdém a passeata do seu principal opositor, recebendo relatórios da área da Inteligência e telefonemas que só confirmavam seu ponto de vista. Lula é um especialista em amenizar discursos anteriores que foram “mal interpretados”. O presidente tem um Judiciário alinhado, está afinando as relações com o Congresso, tem uma economia que anda mais favoravelmente do que o esperado e vai usufruir da melhor agenda internacional que um mandatário recebeu de bandeja.

Segundo informa o jornal Valor Econômico na edição de hoje, só nas próximas semanas, Lula participa como destacado chefe de Estado da Cúpula da Comunidade do Caribe (onde certamente vai meter sua colher no conflito entre a Venezuela e Guiana), o encontro de chefes de Estado da Comunidade de Chefes de Estado Latino-Americanos e Caribenhos e do encontro dos presidentes dos Bancos Centrais em São Paulo. Mais à frente, tem presença garantida em reunião da Una-África. Depois, ainda vão rolar o encontro dos chefes de Estado do G20 e o discurso de abertura dos trabalhos na ONU. Ano que vem ainda terá o presentão da COP-30, em Belém (PA), um palco sob medida para Lula. No meio dessa miríade de eventos, a diplomacia brasileira está encaixando visitas consideradas estratégicas. No mais, Lula vai aguardar que a Polícia Federal, STF e aliados deem conta de Bolsonaro. O ex-presidente, conforme já se viu, não sabe lidar com uma “centralidade que lhe é negativa”. E Lula ainda guarda munição para ser usada na hora certa. Um exemplo: a palavra “genocídio” pode ser resgatada para se referir à gestão da pandemia no governo Bolsonaro.

O script é positivo. Ainda assim, é sempre provável que o Lula faça da limonada um limão, tropeçando nas próprias palavras. Seu histórico de tombos verbais é razoável. Há também o risco de que aliados cometam suas bobagens – Gleisi Hoffmann, por exemplo, é campeã em declarações desastrosas. Mas, para contrabalançar, sempre haverá Bolsonaro, um expert em discursos politicamente incorretos.

#Faixa de Gaza #Israel #Jair Bolsonaro #Lula

Governo

BNDES requenta o lançamento do Nova Indústria Brasil

22/02/2024
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O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, recebeu recomendações expressas do Palácio do Planalto para que o plano Nova Indústria Brasil seja reapresentado, com informações bem mais detalhadas e fartura de números e dados. Por enquanto, o banco divulgou praticamente um programa de intenções. A orientação é que Mercadante disponibilize seus técnicos à mídia e use o bom e velho modelo do power point.

O Nova Indústria Brasil, que era para ser um dos trunfos do governo, se tornou um saco de pancadas devido à pouca transparência das suas efetivas ações, prazos e números. Em tempo: a sugestão para que o BNDES corrija sua comunicação foi feita por agência que presta serviços à Secom.

#Aloizio Mercadante #BNDES #Nova Indústria Brasil

Futebol

Corinthians está na marca do pênalti

15/02/2024
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Um grande banco de investimentos está rondando a pequena área do Corinthians. A aposta é que mais dia ou menos dia a bola vai sobrar no seu pé. Ou seja: o clube paulista será forçado a criar sua SAF e vender parte do capital na bacia das almas. Sua dívida disparou nos últimos meses e já teria superado a marca de R$ 2 bilhões – a maior do futebol brasileiro. Só o passivo com a Caixa Econômica referente à construção da Arena Itaquera passa dos R$ 700 milhões.

#Caixa Econômica #Corinthians #SAF

Empresa

Linha cruzada nas conversas entre Oi e credores

9/02/2024
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A Oi quer manter o ex-CEO e ainda conselheiro Rodrigo Abreu participando das negociações com os credores. Falta só combinar com o outro lado da mesa. O Itaú e o Banco do Brasil, dois dos maiores credores, querem outro interlocutor. As negociações com Abreu não saíram do lugar.

#Oi

Empresa

BB quer um pente-fino na contabilidade da 123 Milhas

8/02/2024
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A recuperação judicial da 123 Milhas está deslizando do noticiário econômico para o policial. O Banco do Brasil pretende pedir judicialmente a realização de uma auditoria externa na contabilidade da plataforma de turismo. O objetivo é revirar o balanço e buscar eventuais irregularidades que tenham causado prejuízo aos credores – o BB é o maior deles, com cerca de R$ 500 milhões a receber.

A ofensiva do banco se deve, em grande parte, às investigações contra a 123 Milhas por suposta prática de lavagem de dinheiro. A empresa foi alvo recentemente da Operação Mapa de Milhas, do MP-MG. Em contato com o RR, a 123 Milhas informou que “sempre se colocou à disposição das autoridades e forneceu documentos sobre suas operações”.

A empresa diz que “disponibilizou toda a sua documentação bancária, fiscal e contábil, assim como a de seus sócios, à Comissão Parlamentar de Inquérito das Pirâmides Financeiras e à juíza responsável pela recuperação judicial do grupo”. A 123 Milhas “reafirma seus preceitos de responsabilidade e transparência com clientes, credores e autoridades e aguarda mais informações do Ministério Público para prestar os esclarecimentos necessários”. Perguntada especificamente sobre a possível ação do Banco do Brasil, a empresa não se pronunciou. Também procurado, o BB não quis comentar o assunto.

#123 Milhas #Banco do Brasil

Destaque

Jari Celulose cambaleia entre o BNDES e a ameaça de falência

31/01/2024
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Em meio ao lançamento do “Nova Indústria Brasil”, uma velha, aliás, velhíssima empresa do setor atormenta o BNDES. Há uma pressão de parlamentares da Região Amazônica, liderada pelo senador David Alcolumbre (União-AP), para que a agência de fomento injete recursos na Jari Celulose, em recuperação judicial desde 2019. O apoio financeiro do banco é tratado como a única solução capaz de dar sobrevida a um dos mais conturbados projetos industriais da história do país.

O pleito, no entanto, não encontra eco dentro do BNDES, ao menos não na área de crédito. No ano passado, com o auxílio de uma consultoria externa, o banco fez um estudo sobre a fabricante de celulose encravada na fronteira do Amapá com Pará, às margens do Rio Jari. O trabalho apontou a necessidade de um aporte de R$ 360 milhões apenas assegurar a retomada das operações, interrompidas desde 2022.

De lá para cá, no entanto, o assunto esfriou e está parado dentro do BNDES. A agência de fomento, não custa lembrar, é um dos maiores credores da produtora de celulose, com exatos R$ 932 milhões a receber. Em contato com o RR, o banco informou que “está em fase de discussão com a empresa sobre o seu plano de recuperação judicial e não comenta negociações em curso”.

Perguntado especificamente sobre o pleito de lideranças políticas para um apoio financeiro à companhia, o BNDES não se manifestou. É importante ressaltar que um novo empréstimo do banco à Jari Celulose estaria condicionado à saída da companhia da RJ. As normas internas do BNDES vedam a liberação de recursos para empresas em recuperação judicial, como a própria instituição confirmou ao RR.

Bem, há caminhos e caminhos, alguns diretos; outros, oblíquos. Em 2016, a agência de fomento chegou a criar uma linha de crédito de R$ 5 bilhões específica para financiar a compra de ativos de empresas em recuperação judicial. No ano passado, no auge do escândalo contábil da Americanas, o próprio presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, cogitou a possibilidade de um financiamento especial para fornecedores da rede varejista impactados pelo escândalo contábil da empresa.

Já se vão quase 60 anos desde que o empresário Daniel Ludwig resolveu colocar uma fábrica de celulose inteira em uma balsa e transportá-la do Japão até os confins da Floresta Amazônica. De lá para cá, o empreendimento esteve ameaçado por diversas vezes, mas talvez nunca como agora. O lobby pró-Jari junto ao BNDES é impulsionado por justificativas de ordem social e econômica.

O reinício das operações representaria a salvação de aproximadamente 2,5 mil postos de trabalho. Além disso, mesmo com o estado permanente de crise da Jari Celulose, a economia de municípios da região – como Laranjal e Vitória do Jari, no Amapá, e Monte Dourado e Almeirim, no Pará – é bastante dependente da empresa. A mobilização política em torno de mais um transfusão financeira do BNDES é uma corrida contra o tempo.

Há pouca areia na parte da cima da ampulheta. No próximo dia 7 de fevereiro, às 11 horas, no Hotel Radisson Maiorana, em Belém, haverá uma assembleia de credores para avaliar o novo plano de recuperação judicial da companhia. A reunião ocorrerá sob um clima de tensão, alimentada pelas crescentes dúvidas sobre a continuidade da operação. No último dia 20 de dezembro, o advogado Mauro Cesar Santos, administrador da recuperação judicial de Jari, pediu à Vara Distrital de Monte Dourado (PA) a falência da empresa.

Em conversa com o RR, Santos disse que, se o plano de RJ, nos termos atuais, for aprovado no dia 7 de fevereiro, será uma decisão “surreal”. O advogado aponta alguns fatores, além do passivo total de R$ 1,75 bilhão, que tornam praticamente inviável a retomada das atividades. Um deles é a própria obsolescência do complexo industrial. Segundo Santos, a fábrica precisa ser feita totalmente.

Há outro grave problema: a falta de matéria-prima na região. “A questão do insumo não saltou aos olhos até agora porque Jari produziu muito pouco enquanto esteve operacional – cerca de cinco mil toneladas por mês. Caso fosse uma fábrica de celulose para valer, teria que trazer eucalipto de longe”.

O RR não conseguiu contato com a Jari Celulose até o fechamento desta matéria. Segundo o administrador judicial, há rumores de que na assembleia de credores haverá um movimento forte para alongar o pagamento da dívida por 25 anos, com 36 meses de carência. Seria uma forma dos credores e do atual controlador da companhia, o empresário Sergio Amoroso, fundador do Grupo Orsa, ganharem tempo na tentativa de buscar um novo investidor.

#BNDES #Daniel Ludwig #David Alcolumbre #Jari Celulose

Justiça

Lesa Pátria avança sobre os “impulsionadores” do 8 de janeiro nas redes

30/01/2024
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A Operação Lesa Pátria avança em uma nova frente. Nos gabinetes do STF circula à boca miúda que o ministro Alexandre de Moraes e a PF investigam possíveis financiadores de postagens nas redes sociais relacionadas ao 8 de janeiro. O objetivo é puxar o fio da meada de quem bancou o custo de impulsionamento de mensagens convocando seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro para as manifestações em Brasília.

#8 de janeiro #Alexandre de Moraes #Operação Lesa Pátria #PF #STF

RR Destaques

RR Destaques – 30/01/2024

30/01/2024
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Lula e Tarcísio, Tarcísio e Lula

O acordo entre o presidente Lula e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, visando a construção conjunta (somada a uma PPP) do túnel Santos-Guarujá, tem significado para ambos.

Seria possível identificar, apenas, uma manobra do petista, no entanto, dado o histórico recente do governador de São Paulo (e a pressão que fez sobre o ministro de Porto e Aeroporto, do seu partido, o Republicanos) difícil crer que ele tenha sido “manipulado”, como se insinuou (Bolsonaro à frente) durante a Reforma Tributária.

De certa forma, os dois saem com o que queriam:

> Lula põe as digitais do governo federal e do PAC na obra, mesmo que “partilhada” com Tarcísio. E alimenta tanto a imagem de presidente “de todos os brasileiros” quanto a de fortes investimentos em São Paulo.

Sem falar em que instiga novo “racha” na oposição, tanto ao alinhar o Republicanos ao seu governo (Tarcísio chegou a ameaçar sair do partido de a obra fosse tocada apenas pelo Planalto/ministério) quanto ao “ganhar” outra foto com o governador de São Paulo;

> Tarcísio, por sua vez, mostra que aposta, sim, em manter a base do ex-presidente (daí as constates demonstrações marcando fortes diferenças com a esquerda e acenos a Bolsonaro, em áreas que vão da segurança à educação e saúde), mas conquistando parte do centro. Algo que Bolsonaro não conseguiu fazer – ou, na verdade, nem tentou.

A ver se a manobra de Tarcísio, consciente, provocará reações do ex-presidente, justamente em um momento no qual ele acusa a PF e o STF (e o governo Lula, por tabela) de exercerem uma perseguição política.

Enquanto isso, também em Brasília

Outro pé da estratégia presidencial, além de por o PAC na rua e dividir a oposição, conquistando os núcleos “pragmáticos” de centro e centro direita, é negociar em posição de mais força no Congresso.

Nesse âmbito, o adiamento da reunião de líderes, e consequentemente do posicionamento de Arthur Lira, dificulta as leituras de como o presidente da Câmara reagirá.

No entanto, como já ressaltou o Destaques, tem se falado muito pouco na “entrega” das vice presidencias da Caixa. Qualquer que seja a posição de Lira – e mesmo que venha na ofensiva – difícil crer que isso não seja um fator nas negociações a seguir.

Outro ponto em aberto será a movimentação de Rodrigo Pacheco. O presidente do senado vinha se aproximando da oposição, particularmente na pauta visando diminuir poderes do STF.

Mas, além de dar sinais favoráveis ao governo, vê-se compelido, agora, a enfrentar os ataques públicos do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Também pode contribuir para esfriar os ânimos a investigação da Abin, ainda que continue e embutir riscos importantes para o governo (e oportunidades para o ex-presidente Bolsonaro).

Do Fed ao BC

Os olhos estarão mais voltados amanhã para a decisão – e os recados – do Fed do que do BC, acerca da taxa de juros. Isso porque, aqui, as apostas são muito fortes não apenas em novo corte de 0,5pp quanto na sinalização da mesma tendência para a próxima reunião do Copom.

Ainda assim, o foco estará no que o Banco Central indicará como leitura acerca dos números abaixo do esperado no IPCA e sobre a questão fiscal.

Já nos EUA, as projeções de que o BC sinalizará um horizonte para a queda dos juros explodiram, em um primeiro momento, para depois se arrefecer. E o Fed tem mostrado conservadorismo. Mas os números e análises mais recentes apontam, efetivamente, para o arrefecimento da inflação e o “pouso suave” da economia norte americana. A conferir.

Emprego no Brasil e nos EUA

Em paralelo, destaque amanhã para a divulgação da PNAD de dezembro, que fechará os números anuais de desemprego – dado importante para a economia, claro, mas também para a comunicação do governo. E, nos EUA, sai a Variação de Empregos Privados ADP de janeiro.

Destaque

Fragilidade de tradings abre espaço para agronegócio avançar na comercialização

30/01/2024
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O escândalo contábil da ADM, nos Estados Unidos, traz a reboque um risco e uma oportunidade para o agronegócio brasileiro. No curto prazo, a investigação sobre supostas irregularidades na gigante norte-americana acende um sinal de alerta entre os grandes bancos internacionais. Até que o receio de uma crise sistêmica no segmento se dissipe, as instituições financeiras deverão adotar critérios mais rígidos na liberação de recursos, com impacto sobre a oferta global de crédito para as trading companies.

Trata-se de um efeito cascata preocupante para o setor agrícola no Brasil, devido ao possível impacto sobre o financiamento dos contratos de exportação. Esse é o copo meio vazio. Em contrapartida, de acordo com especialistas ouvidos pelo RR, dentro da má notícia há uma boa nova. O abalo da ADM deve acelerar um processo de fragilização das tradings que já se anunciava, até então em ritmo mais lento.

Esses potentados globais seguirão tendo um peso expressivo no financiamento de exportações e na circulação mundial de commodities agrícolas, mas com uma participação relativa menor. Nesse jogo de ocupação de espaços, nada mais natural que o Brasil, quarto maior produtor de grãos do mundo e responsável por mais de metade do mercado internacional de soja, seja um dos potenciais beneficiados. Esse fenômeno abre caminho para o agronegócio brasileiro avançar algumas casas e conquistar um terreno maior na cadeia comercial, apropriando-se de um negócio que hoje está majoritariamente nas mãos da própria ADM, Bunge, Louis Dreyfus, Cargill, entre outros. Ou seja: há uma oportunidade da “lavoura”, leia-se os próprios originadores, assumir ao menos uma parcela do processo de frete e colocação do produto no mercado internacional, absorvendo margens que hoje são contabilizadas pelas tradings.

Essa metamorfose, ressalte-se, não vai ocorrer de um dia para a noite. Trata-se de um rearrumação gradativa de participações entre os elos da cadeia global do agronegócio. Mas, de um lado ou de outro, há uma interseção de fatos e circunstâncias que empurram o setor nessa direção. Por parte das tradings, as supostas irregularidades contábeis da ADM, que já levaram o grupo a perder mais de 20% do seu valor de mercado, não são um ponto isolado de vulnerabilidade do setor.

Outro exemplo impactante é a Mercon Coffee Group, sediada na Holanda. A empresa, uma das maiores comercializadoras de café do mundo, entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, com uma dívida de quase US$ 400 milhões. No passado recente, a Louis Dreyfus vendeu 45% de suas ações para a ADQ, companhia de investimentos de Abu Dhabi – operação interpretada no mercado menos como uma oportunidade de negócio e mais como uma busca forçada de capital.

Na mão contrária, já é possível verificar avanços de originadores de grãos sobre outras casas do tabuleiro. No Brasil, por exemplo, o empresário Antônio Francischini, um dos maiores produtores de café do mundo, comprou recentemente 63% da Ipanema Coffees, grande exportadora de grãos. Não é de hoje que os grandes bancos vêm apertando as linhas de financiamento para tradings.

Na média, estas empresas operam hoje com uma alavancagem de 18 a 30 – ou seja, US$ 18 a US$ 30 em crédito para cada dólar de capital das tradings companies. Há cerca de 30 anos, notadamente no segmento de café, esse índice chegou a ser de 120 para um. Para que os produtores possam ocupar esse espaço, uma nova estrutura de crédito terá de ser construída no tempo. Ressalte-se que, no agronegócio, não é tão simples financiar a origem.

Pelas regras do BIS, o “Banco Central dos Bancos Centrais”, o crédito para o setor agrícola exige um nível de provisionamento maior, dados os riscos do negócio. O mesmo não ocorre nas linhas de empréstimo para tradings, considerado um crédito comercial. No caso específico do Brasil, a falta de grau de investimento também é um entrave.

Por essas razões, no melhor dos mundos, caberia ao governo dar um empurrão, via subsídios, para que o produtor possa avançar sobre o latifúndio das trading companies na colocação de commodities no mercado internacional. Um exemplo: o Funcafé tem cerca de R$ 4 bilhões para financiar a cafeicultura no campo. O descolamento de algo como 20% desse funding para financiar contratos de exportação já representaria um fôlego da ordem de R$ 800 milhões. Ou seja: no futuro, para que o agronegócio brasileiro possa ampliar seu raio de ação e incorporar margens das tradings, além do “Plano Safra”, um “Plano Entrega” viria muito a calhar.

#ADM #Bunge #Cargill #Louis Dreyfus

Futebol

Vitória prepara o terreno para criação da sua SAF

26/01/2024
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O Vitória da Bahia prepara-se para entrar no “Clube da SAF”. A agremiação abriu conversações com bancos de investimentos para a cisão do futebol e a venda de parte do capital. Segundo informações apuradas, a intenção é se desfazer de uma fatia minoritária e não do controle acionário. No ano passado, o Vitória chegou a receber sondagens para aportes da ordem de R$ 250 milhões. Agora, com a subida para a Série A do Brasil, os cartolas do clube só topam começar a conversa de R$ 600 milhões para cima.

#SAF #Vitória

Infraestrutura

Governo busca financiamento internacional para o trem-bala

25/01/2024
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O presidente da estatal TAV Brasil, Bernardo Figueiredo, tem mantido conversações com diretas com bancos de fomento multilaterais. A missão é buscar financiamento para o projeto do trem-bala entre Rio e São Paulo, projeto que vem e vai, vai e vem há mais de uma década. Nos cálculos mais recentes, o empreendimento é orçado em R$ 60 bilhões. Duas das instituições com as quais Figueiredo vem dialogando de forma mais recorrente são o Banco Europeu de Investimentos (BEI) e o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o “Banco dos Brics”. Nesse último, o presidente da TAV Brasil está em “casa”. Figueiredo foi presidente da EPL (Empresa de Planejamento e Logística) e um personagem influente na área de infraestrutura durante o governo de Dilma Rousseff, presidente do NDB.

#Banco Europeu de Investimentos #NDB #TAV Brasil

Empresa

Energisa tem linha direta com o BNDES 

24/01/2024
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A Energisa, da família Botelho, negocia com o BNDES um novo financiamento para projetos em transição energética. O alvo principal é a construção de usinas eólicas. No ano passado, a companhia obteve um empréstimo de R$ 700 milhões do banco de fomento para a construção de 40 usinas fotovoltaicas em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Está tudo em casa. O BNDES enxerga a possibilidade de usar sua posição estratégica na Energisa – o banco detém 5,8% das ações ordinárias e 15% das preferenciais – para fomentar novos projetos em energia limpa no Brasil. Consultados, Energisa e BNDES não se pronunciaram.

Destaque

Banco do Brasil surge como uma rota de escape para Guido Mantega

23/01/2024
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A Vale continua sendo a prioridade. No entanto, diante das notórias dificuldades para emplacar Guido Mantega como CEO da mineradora, o governo cogita um Plano B. Ou melhor: um Plano BB. A presidência do Banco do Brasil seria uma alternativa para a obsessão do PT e do próprio Lula em encontrar um cargo de prestígio para o ex-ministro da Fazenda.

O governo teria de fazer muito pouco ou quase nenhum contorcionismo para aninhar Mantega no comando do banco estatal, na cadeira hoje ocupada por Tarciana Medeiros – funcionária de carreira da instituição e ligada ao Sindicato dos Bancários de São Paulo. Formalmente, cabe ao Conselho de Administração do Banco do Brasil aprovar a nomeação do presidente executivo. Conselho este em que cinco dos oito integrantes são indicados pelo acionista majoritário, o próprio governo. Ou seja: na prática, a governança do BB é a seguinte: a escolha do CEO se dá por uma canetada do presidente da República e ponto.

Há demandas do PT – e não são poucas – para as quais Lula costuma fazer ouvidos de mercador. Não é esse o caso. Seja por compromisso partidário, por lealdade, por razões de ordem afetiva ou por algum outro motivo insondável, tudo leva a crer que Guido Mantega não vai ficar ao relento.

Mesmo sendo um estorvo para o governo. Nesse contexto, além da maior flexibilidade para a nomeação, a indicação para o Banco do Brasil seria até mais fácil de justificar. Mantega continuaria sendo um contrabando, mas, ao menos, o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BNDES estaria na sua praia. Não consta que entre as suas expertises esteja o mercado mundial de minério de ferro.

Por essas e outras, fica até difícil entender o fetiche do governo pela Vale, uma manobra que mobiliza da Presidência da República a membros da cúpula petista. A escolha da mineradora parece ser a menos adequada. O que o Palácio do Planalto ganha ao assumir o desgaste político de praticamente takeoverizar o comando de uma empresa privada?

O governo teria de quebrar fortes resistências – na Vale já se fala até na extensão do mandato do atual presidente, Eduardo Bartolomeo, ainda que por um período mais curto, apenas para barrar a ofensiva pró-Mantega. Outra hipótese, a nomeação do ex-ministro para o Conselho, também seria um movimento intrincado. Ele dependeria da renúncia de um dos integrantes do board, cujo mandato vai até 2025.

#Banco do Brasil #Guido Mantega #Lula #Ministério da Fazenda #PT #Vale

Governo

FAT não vai gerar mais empregos por culpa do próprio governo

10/01/2024
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O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, vai dirigir, amanhã, reunião do grupo de trabalho criado para potencializar o Fundo de Aval para Geração e Renda. O Banco do Brasil é o gestor do Funproger, cujo objetivo é ajudar potenciais empreendedores sem condições de oferecer todas as garantias exigidas pela rede bancária para que possam implantar suas empresas, aumentando a oferta de emprego na economia.

Dentro do próprio GT é grande a incerteza sobre a real possibilidade do fundo ser turbinado por ora, com dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador. De acordo com um dos participantes da reunião de de amanhã, a falta de lastro do Funproger, deve-se à decisão do governo federal de financiar gastos da Previdência Social com recursos do FAT. O fundo destinou à Previdência R$ 11 bilhões em 2021, R$ 18,6 bilhões em 2022, R$ 22,7 bilhões em 2023 e deve repassar R$ 24 bilhões este ano. “Infelizmente não há margem para avalizar projetos de geração e renda com essa política que suga o caixa do FAT”, desabafou a fonte do RR.

#FAT #Ministro do Trabalho

Infraestrutura

Paraguai busca investidores para a área de saneamento no Brasil

9/01/2024
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Está surgindo uma nova privatização na área de saneamento no Brasil. Bancos com mandato do governo da província paraguaia do Alto Paraná têm sondado empresas privadas do lado de cá da fronteira sobre o interesse em participar do leilão do serviço de água e esgoto local. Aegea e Iguá estão entre as companhias procuradas. 

#Aegea #Iguá #privatização #saneamento

Destaque

Fazenda e BC discutem mudança no cálculo da dívida pública

8/01/2024
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O Ministério da Fazenda e o próprio Banco Central, tradicionalmente mais resistente à mudança do conceito, estão trabalhando para alterar a referência maior da relação dívida bruta/PIB por dívida líquida/PIB. O melhor medidor do passivo, do ponto de vista técnico, é uma discussão eterna. Trata-se de uma opção do condutor das políticas econômicas do governo  já que o mundo usa os dois critérios , e nem o FMI nem o BIS, que adotam a dívida bruta/PIB, consideram que as nossas contas foram postas em algum liquidificador, misturando os ativos do BC e do Tesouro Nacional. Mas por uma questão um tanto quanto óbvia, a dívida líquida aparenta ser o critério mais correto, pois incorpora as reservas cambiais. No critério da dívida bruta, é como se as reservas não existissem. Ou seja: se o país enriquece com as vendas do comércio exterior, do ponto de vista da dívida bruta, ele continua piorando. Ainda mais se o crescimento dos juros for acima da expansão do PIB – caso brasileiro a perder de vista.  

As autoridades do governo pretendem, portanto, mudar a comunicação formal dos dados. Trata-se quase de um trabalho de alterar hábitos linguísticos, porque ambos os indicadores servem para a medição da qualidade fiscal do país. A diferença é que a relação dívida bruta/PIB, por ignorar o ativo cambial do governo, assim como outros ativos menores junto ao sistema bancário, joga o indicador lá para cima, permitindo a manipulação sobre a política fiscal. Assim, o problema da dívida bruta/PIB se torna quase eterno, porque, para alterá-lo significativamente, seria preciso um Brasil com juros bem baixos, PIB bem alto e um superavit primário permanente. No mercado financeiro, essa atrofia é usada permanentemente para piorar o quadro das contas públicas. É o grupo que vê uma insolvência potencial permanente do Brasil. A medição do Prisma Fiscal – espécie de Boletim Focus alternativo do Ministério da Fazenda – vai ter que mudar. O Instituto Financeiro Independente (IFI) – órgão do Congresso Nacional – também alterará a relevância do indicador. 

O mercado, curiosamente, leia-se Boletim Focus, já usa o conceito de dívida líquida/PIB. Pois bem, há dois Brasis conforme a forma de avaliação das contas públicas. Há o Brasil da dívida líquida, cujo passivo estaria sobre um controle maior e nós teríamos um maior alinhamento com o mundo. De acordo com o Focus da última terça-feira, a projeção para a dívida líquida do setor público passou de 61,20% para 61,05% do PIB em 2023, enquanto a de 2024 foi de para 64,50% para 64,45% do PIB. Nos anos subsequentes, ela permanece praticamente estável, porque o governo leva em consideração avanços modestos na área fiscal, um aumento de reservas bastante tímido e um PIB na faixa de 3%. 

Já a dívida bruta do governo geral subiu para 73,8% do PIB (Produto Interno Bruto) em novembro de 2023, alcançando R$ 8 trilhões. Em comparação ao mês anterior, houve um aumento de 0,1 p.p., quando atingiu 73,7%. Já é um indicador mais alarmante. A dívida bruta do governo geral inclui a União, Previdência e governos estaduais e municipais. Algumas instituições mais desinibidas, a exemplo do IFI, chegaram a prever uma dívida bruta da ordem de 100% do PIB antes de 2026. O fato é que toda a contabilidade deveria, pelo menos em tese, levar em consideração ativos e passivos. No Brasil não é bem assim.

#Banco Central #dívida #Ministério da Fazenda #PIB

Política Monetária

Selic parece estar de costas para os juros do crédito

3/01/2024
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A Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, deveria ser a régua para os juros de linhas de crédito como o empréstimo pessoal e o cheque especial, entre tantos outros. O empréstimo pessoal não consignado é popularmente conhecido como CDC (Crédito Direto ao Consumidor), tipo de financiamento utilizado em compras de bens duráveis como carros, casas e eletrodomésticos, sendo ofertado por bancos, financeiras ou pelas próprias lojas, no caso de crediários. Na prática, os juros dessas linhas de crédito deveriam ser influenciados diretamente pela Selic, mas a taxa básica acaba sendo pouco decisiva para a variação do custo desses produtos financeiros. Não raras vezes, parecem até descoladas. Isso pode ser analisado a partir dos dados do Relatório Anual de Taxa de Juros, divulgado anualmente pelo Procon-SP. 

Ao final de 2015 (à época, a Selic estava no patamar de 14,25%), a Taxa Média Mensal equivalente ao ano do empréstimo pessoal terminou em 110,29%.  Em dezembro de 2016, a Selic já havia recuado para 13,75%, enquanto a Taxa Média Mensal equivalente ao ano do empréstimo pessoal subiu para 113,07%.  Nos anos subsequentes, a taxa recuou, mas não proporcionalmente à Selic: em 2017, os juros equivalentes ao ano do empréstimo pessoal encerraram em 110,80%.  A Selic estava em 7,50%. Já em 2018, a taxa ficou em 107,73%, com a Selic no patamar de 6,50%. A taxa caiu uma migalha em relação a queda da Selic. 

Usando o período de julho de 2015 como referência, quando a taxa Selic estava no patamar de 13,75% e a Taxa Média Mensal equivalente ao ano do Empréstimo Pessoal em 106,42%, é possível comparar os índices e verificar na prática a dissociação entre eles. Quatro anos depois, em 01/07/2019, a taxa Selic estava em 6,00% e a Taxa Média Mensal do Empréstimo Pessoal, anualizada, ficou em 108,51%. Analisando os dados mais recentes, referentes a dezembro de 2022, quando a Selic estava no patamar de 13,75%, mesmo índice de julho de 2015, os juros anualizados do empréstimo pessoal eram de 139,73%. Um aumento de 33% na comparação entre os dois momentos. 

Não há uma norma ou lei que defina a cobrança dos juros no Brasil por parte das instituições que oferecem crédito pessoal. É assim que funciona. Só que no resto do mundo a dispersão é menor e a Selic impacta de forma expressiva as taxas das demais linhas de crédito. O órgão regulador do mercado de crédito (incluindo o Cheque Especial) é o Conselho Monetário Nacional (CMN), composto pelo Ministro da Fazenda, que também é o presidente do Conselho, e a Ministra do Planejamento (atualmente, estes cargos são ocupados por Fernando Haddad e Simone Tebet, respectivamente); além do presidente do Banco Central. Roberto Campos Neto, atual dirigente do BC, afirmou recentemente que os juros altos do crédito pessoal são influenciados pelo parcelamento sem juros oferecido pelos cartões de crédito: o primeiro estaria “pagando” pelo juro do segundo, que não o possui. 

Argumentos, desculpas, justificativas existem aos montes. Fala-se que a imprevisibilidade da economia brasileira é um dos motivos dos empréstimos serem tão caros. Diz-se que o fator inadimplência pesa muito nessas bandas. Outros falam que é a alta tributação uma das variáveis responsáveis. Seja como for, as décadas se sucedem e os juros continuam lá, firmes nas alturas. 

A jabuticaba dessa história é que, em nenhum lugar do mundo, a Selic é tão descolada das demais linhas de crédito, o empréstimo pessoal especialmente. Há algo de muito diferente na política monetária brasileira, que produz, entre outras estranhezas, a maior taxa de juros reais do mundo. 

#Crédito Direto ao Consumidor #Juros #Selic

Destaque

BNDES despeja mais recursos para estimular debêntures de infraestrutura

3/01/2024
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O BNDES vai abrir o cofre em 2024 para turbinar os investimentos em infraestrutura no país. A liberação dos recursos se dará prioritariamente por meio de debêntures incentivadas. Segundo o RR apurou, o banco deverá disponibilizar algo em torno de R$ 30 bilhões para a compra desses papéis.

Esse valor representa um salto de 130% em relação ao total desembolsado pelo BNDES para a aquisição de debêntures incentivadas ao longo de 2023 – aproximadamente R$ 13 bilhões. Para se ter uma dimensão ainda maior do que o número representa, significa dizer que o BNDES vai alocar para a compra desses títulos privados 50% a mais do que todo o volume de financiamentos liberados para projetos de infraestrutura ao longo de 2023, da ordem de R$ 20 bilhões. Procurado pelo RR, o BNDES não quis comentar. 

Em 2023, as debêntures incentivadas corresponderam a aproximadamente 65% dos empréstimos do BNDES para a área de infraestrutura. No banco, a estimativa é que esse índice possa chegar perto dos 75% em 2024. Esta é uma modalidade de crédito ainda pouco explorada pelas empresas privadas no Brasil, o que aumenta a importância do BNDES como seu principal fomentador.

Devagarinho, esse cenário tem mudado. Em agosto do ano passado, a Aegea Saneamento realizou a maior oferta de debêntures de infraestrutura já feita no mercado brasileiro, com a venda de R$ 5,5 bilhões. O próprio BNDES ficou com cerca de um terço dos papéis, ou R$ 1,9 bilhão. A boa notícia foi a forte demanda: havia comprador firme para R$ 9,6 bilhões. 

#Aegea Saneamento #BNDES

Destaque

Grupo turco entra no páreo para a compra da InterCement

21/12/2023
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A disputa pela InterCement virou uma Torre de Babel. Segundo o RR apurou, a turca Oyak é a nova candidata à compra do braço cimenteiro da Mover Participações (a velha Camargo Corrêa). Entra em uma disputa multilateral que já reúne as brasileiras Votorantim e CSN, a chinesa Huaxin Cement, a grega Titan e a francesa Vicat.

De acordo com a mesma fonte, o interesse dos turcos envolveria apenas os ativos da companhia no Brasil. Ou seja: a Loma Negra, subsidiária argentina, ficaria de fora do negócio. As duas partes já se conhecem de outros M&As. Em 2018, os turcos pagaram US$ 800 milhões pelas fábricas da InterCement em Portugal e Cabo Verde. A Oyak – ou Ordu Yardımlaşma Kurumu – é um bicho esquisito.

Na origem de tudo está o fundo de pensão dos militares, da Gerdarmaria – a Guarda Nacional -, e da Guarda Costeira da Turquia, com mais de 400 mil beneficiários. Abaixo, vem um dos maiores conglomerados industriais do país, com empresas de mineração, metalurgia, química, energia, alimentos, construtoras e banco. No meio desse emaranhado, está a Okay Cement, maior cimenteira turca, com capacidade instalada de 22 milhões de toneladas/ano – quase o dobro da produção potencial somada de todas as fábricas da InterCement no Brasil (12 milhões de toneladas).

Votorantim e CSN são apontadas no mercado como as mais fortes candidatas à aquisição da InterCement. A companhia de Benjamin Steinbruch, inclusive, contratou o Morgan Stanley para conduzir as tratativas. No entanto, nos dois casos, há um entrave importante nas negociações. O RR teve informações de que tanto CSN quanto Votorantim condicionam suas respectivas propostas à repactuação prévia do endividamento da InterCement.

Nem Steinbruch nem os Ermírio de Moraes querem jogar para dentro dos balanços de suas empresas uma dívida líquida da ordem de R$ 8 bilhões sem um acordo firmado com os credores. Desse valor, cerca de um terço são compromissos em dólar. O banco norte-americano Houlihan Lokey tem auxiliado a InterCement na negociação com os credores.

Um trabalho formiguinha. Recentemente, a companhia conseguiu adiar para maio de 2024 o pagamento de US$ 124 milhões em debêntures que venceriam no último dia 8 de dezembro. Trata-se de menos de 10% do passivo com vencimento em 12 meses. Procurada pelo RR, a InterCement não se manifestou.

#Benjamin Steinbruch #Camargo Corrêa #CSN #InterCement #Morgan Stanley #Mover Participações #Votorantim

Futebol

Fundo inglês ensaia entrada nos gramados brasileiros

20/12/2023
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Um grande banco de investimentos brasileiro, que carrega um punhado de mandatos para a venda de SAFs (Sociedade Anônima do Futebol), vem mantendo conversações com a Aethel Partners, sediada em Londres. Em pauta, não apenas a possibilidade de compra de participações em clubes brasileiros, mas também a aquisição de direitos comerciais, como licenciamento de marca e contratos com TV. A gestora pertence ao investidor português Ricardo Santos Silva e à norte-americana Aba Schubert. No ano passado, a Aethel fez uma proposta de 2,4 bilhões de euros para comprar o Chelsea, então controlado pelo magnata russo Roman Abramovich. Mas perdeu o jogo para o empresário norte-americano Todd Boehly.

#Aethel Partners #futebol #SAFs

Mercado

BRB prepara lançamento de ações em Bolsa

15/12/2023
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O BRB (Banco Regional de Brasília) vai tirar da geladeira o seu follow on, que chegou a ser anunciado em junho e acabou cancelado. A oferta de ações deverá ocorrer em março. No banco estatal, fala-se na captação de algo em torno de R$ 1,5 bilhão.

#banco estatal #BRB #oferta de ações

Destaque

Fundos de pensão e Monte Capital discutem mudança de controle na Invepar

15/12/2023
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O trio Previ, Petros e Funcef e a Monte Capital, cada uma dona de 25% da Invepar, estão debruçados sobre diferentes cenários para a reestruturação do grupo. Umas das estradas aponta para a venda pura e simples de ativos. Nesse caso, a própria Monte Capital já se apresenta com um duplo figurino: de acionista e de comprador de concessões da Invepar – em uma negociação “intramuros”, a gestora fechou na semana passada a aquisição da Concessionária Litoral Norte, até então pertencente ao grupo. Há ainda um segundo caminho, que passa por mudanças societárias no grupo. Internamente, a Monte Capital teria manifestado interesse em assumir uma participação majoritária na Invepar. As pistas estão liberadas. Diferentemente do que ocorria em outros tempos, Previ, Petros e Funcef não encaram a redução da sua posição acionária como um anátema. Mesmo porque as concessões da holding, entre as quais Aeroporto de Guarulhos, Linha Amarela e VLT do Rio, ainda carregam as marcas da pandemia e despejam prejuízos no bolso dos aposentados do Banco do Brasil, Caixa e Petrobras – a perda consolidada entre janeiro e setembro deste ano passa dos R$ 435 milhões. Procurados, a Monte Capital e os fundos de pensão não se manifestaram.

No caso de uma reestruturação societária, há duas rotas que podem ser percorridas. Uma possibilidade é um aumento de capital, em que os fundos de pensão teriam a sua participação diluída. Outra hipótese é uma venda direta de parte das ações em poder do trio para a Monte Capital. A gestora entrou no capital da Invepar no início de 2022, com a compra das ações detidas pelo fundo Yosemite, basicamente uma reunião de credores da antiga OAS, antiga sócia dos fundos de pensão na companhia. Já naquele momento, a intenção da Monte Capital era concentrar na Invepar seus investimentos em concessões de infraestrutura.

#Funcef #Invepar #Monte Capital #Petros #Previ

Destaque

Acordo com Argentina mobiliza montadoras brasileiras

7/12/2023
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Daniel Scioli, embaixador da Argentina em Brasília, tem sido procurado, nos últimos dias, por dirigentes da indústria automobilística. A pergunta é uma só: se o futuro presidente Javier Milei vai manter ou não o acordo automotivo com o Brasil. Scioli, que permanecerá no cargo no próximo governo, vem sinalizando que a resposta é sim. Como abrir mão de um tratado comercial com o país que, neste ano, comprou mais de um terço de toda a produção automobilística argentina, como é o caso do Brasil? Do lado de cá da fronteira, a continuidade do acordo também interessa. É bem verdade que as vendas de veículos para o país vizinho engataram uma preocupante marcha a ré. Entre janeiro e novembro, caíram 15% na comparação com igual período no ano passado. A participação argentina nas exportações brasileiras de automóveis desceu ao menor nível em 30 anos. Ainda assim, no meio de uma crise sem tamanho e com uma brutal escassez de dólares, é um destino que responde por 27% das vendas das montadoras brasileiras no exterior. Ah, e mais: de uma forma sinuosa, Scioli tem feito o lobby pela moeda comercial do Brasil e Argentina. Isso resolveria o problema da falta de dólares. Mas a medida não é um “alakabum, mexicabum”. Ela tem outras implicações, que passam pelo Banco Central.

Dentro da Anfavea, o tema ganha ainda mais importância e premência pela perda de competitividade da indústria automobilística brasileira na América Latina como um todo. No ano passado, o Brasil perdeu para a China a liderança nas exportações de veículos na região. Em dez anos, o share dos asiáticos subiu de 4,6% para 21,2%, enquanto o das montadoras brasileiras caiu de 22,5% para 19,4%. De antemão, já se sabe que a diferença vai crescer neste ano: estimativas da própria Anfavea apontam para uma queda nas exportações de 12% em relação a 2022.

#América Latina #Argentina #Brasília #Daniel Scioli #embaixador #Indústria Automobilística

Destaque

BNDES pode ser o fiel da balança na capitalização da Iguá

6/12/2023
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A Iguá Saneamento é um pêndulo que balança entre dois modelos de capitalização. De um lado, está a proposta de um IPO, que contemplaria, em um segundo momento, a transformação em uma public company; do outro, uma solução “caseira”: os acionistas da empresa vêm mantendo conversações em torno de um possível aumento de capital. Esta segunda hipótese conta com um personagem-chave: o BNDES. Segundo o RR apurou, o banco já deu o firme que, em caso de aporte, acompanhará a chamada, assim como os dois maiores acionistas da Iguá, as canadenses CPP Investments e AIMCo (Alberta Investment Management Corporation). Consultado pelo RR, o BNDES informou que não comenta o assunto. A Iguá também não se pronunciou.

Do ponto de vista estratégico, o aporte talvez seja o formato mais conveniente para a dupla de gestoras do Canadá. Hoje, por meio da BNDESPar, o banco de fomento tem 10,9% do capital total da holding de saneamento. No entanto, sua importância para a empresa é proporcionalmente maior. O BNDES usa um duplo figurino na Iguá: acionista e um dos maiores financiadores da companhia. Em junho, por exemplo, o banco comprou R$ 1,8 bilhão de um total de R$ 3,8 bilhões em debêntures emitidas pela empresa. Foi o maior lançamento incentivado de papéis do setor de infraestrutura já realizado no Brasil.

#BNDES

COP28

O clima está bom para o meio ambiente no BID

5/12/2023
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Informação que circulou agora há pouco entre membros do governo brasileiro que participam da COP28: Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, sinalizou uma expansão expressiva do BID Clima em 2024. Trata-se do programa recém-criado pela agência multilateral, que prevê recompensas a países pelo cumprimento de metas climáticas e ambientais. Em linhas gerais, o “cash back” se dará com um desconto de 5% sobre o valor de face de empréstimos contraídos junto ao BID. Na primeira leva, o banco contemplará dez projetos-piloto em nove países, incluindo o Brasil, no valor total de US$ 1 bilhão. Essa cifra deverá ser duplicada em 2024.

#BID #COP28 #Ilan Goldfajn

Meio ambiente

BID irriga Amazônia com mais um empréstimo

1/12/2023
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O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), sob o comando de Ilan Goldfajn, tem sido um financiador regular da Amazônia. O Basa (Banco da Amazônia) negocia com a agência multilateral um empréstimo para projetos de bioeconomia e manejo sustentável na região. Recentemente, por meio de um acordo com o Banco do Brasil, o BID liberou cerca de US$ 250 milhões para o bioma amazônico.

#Amazônia #Banco Interamericano de Desenvolvimento #Ilan Goldfajn

Política

Ruralistas querem novo nome no Banco do Brasil

1/12/2023
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A bancada ruralista está tentando emplacar João Pinto Rabelo Junior na vice-presidência de agronegócio do Banco do Brasil, hoje ocupada por Luiz Gustavo Lage. Funcionário de carreira do BB, Rabelo já comandou a Pasta no governo Temer. Extremamente cobiçado, o cargo dá ao seu titular poder sobre um dos maiores orçamentos da República: só o Plano Safra 2023/24 soma R$ 240 bilhões.

#Banco do Brasil

Empresa

BB deve pedir à justiça republicação dos balanços da 123 Milhas

29/11/2023
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Credores da 123 Milhas, à frente o Banco do Brasil, pretendem exigir na Justiça que a empresa republique seus últimos cinco balanços. O objetivo é levantar possíveis irregularidades contábeis no período. Relatório técnico recém-concluído pela KPMG apontou inconsistências nas demonstrações financeiras que teriam permitido a distribuição indevida de R$ 44,4 milhões em dividendos aos acionistas no período entre 2020 e 2023. Procurado pelo RR, o Banco do Brasil disse que não comenta o assunto.

#123 Milhas #Banco do Brasil #KPMG

Futebol

SAF do Santos vai entrar em campo quase a fórceps

28/11/2023
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Grupos políticos de oposição pressionam o presidente do Santos, André Rueda, a dar a partida no projeto de criação da SAF. O assunto vai pegar fogo tão logo termine o Campeonato Brasileiro. Segundo o RR apurou, um banco de investimentos já está na porta da Vila Belmiro, pronto para tocar a operação. Rueda passou o ano dizendo que negociava uma parceria com a Qatar Sports Investments (QSI), dona do PSG, sem a necessidade de transformação do futebol em SAF. Nunca revelou como seria o modelo mágico e nem precisou, porque as conversas não avançaram.

#Qatar Sports Investments #Santos

Política

Mesmo longe, Dilma está perto de Jean Paul Prates

23/11/2023
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Um dos esteios do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, no cargo encontra-se do outro lado do mundo: Dilma Rousseff, que está aboletada na cadeira de presidente do Banco dos Brics, na China. Do pouco que existe de Dilma no governo Lula, há muito dela na escolha do ex-senador para o comando da estatal. Apesar de pequenas rusgas, Dilma, então ministra da Casa Civil, tocava de ouvido com Prates, que, à época, comandava a Secretaria de Energia do Rio Grande do Norte. A sintonia permaneceu através dos anos. Há poucos meses, o CEO da Petrobras prestigiou a ex-presidente da República em reunião para troca de informações. Enquanto Dilma toca o Banco dos Brics em Xangai, por aqui, em Terra Brasilis, a oposição a Prates tem usado o expediente de que o presidente da estatal já foi consultor de uma penca de multinacionais petroleiras. Quando se trata do comando da Petrobras, vale tudo: dedo no olho, puxão de cabelo e chutes abaixo da linha de cintura.

#Dilma Rousseff #Jean Paul Prates #Petrobras

Empresa

Scania pisa fundo na venda de caminhões a gás no Brasil

23/11/2023
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A entrega de 100 caminhões movidos a biodiesel para a Amaggi é só a partida. A Scania lançou mão de uma agressiva estratégia comercial para tracionar as vendas do modelo 500 R 6×4 Super ao agronegócio. As negociações envolvem a garantia de financiamento do Scania Banco a taxas de juros próximas das oferecidas por bancos de fomento – BNDES, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia. Os caminhões a gás são a grande aposta da montadora sueca em seu processo de transição energética. Nas projeções da empresa, eles representarão 10% das suas vendas no Brasil até 2028. Ao contrário de concorrentes, a Scania se baseia na premissa de que ainda vai demorar para que o mercado de veículos pesados movidos a eletricidade amadureça no Brasil.

#Amaggi #BNDES #Scania

Energia

Brasil é rota obrigatória do Standard Bank em geração renovável

16/11/2023
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O sul-africano Standard Bank está prospectando ativos em energia renovável no Brasil. O RR apurou que emissários do banco sul-africano têm feito contato com dois grupos do setor que tocam empreendimentos em geração eólica e solar no Nordeste. O Brasil é peça relevante de um grande projeto global do banco, que pretende investir aproximadamente US$ 14 bilhões em transição energética até 2026.

#Energia renovável #Standard Bank

Política

Ibaneis quer chutar “CPI do BRB” para longe

10/11/2023
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O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, entrou em campo para matar pela raiz a ameaça de uma “CPI do BRB”. Nos últimos dias, conversou diretamente com as principais lideranças da Câmara Legislativa do DF para desarmar a proposta. Só não conseguiu impedir a reunião fechada que o presidente do Banco Regional de Brasília, Paulo Henrique Costa, terá com os 24 deputados distritais na próxima segunda-feira. Costa foi “convidado” para explicar os termos da venda da carteira de consignado a aposentados e pensionistas para o Banco Pine e a Byx Capital. Outro polêmico são os contratos de patrocínio do BRB, em especial o acordo com o Flamengo. O banco estatal teve já perdeu quase meio bilhão de reais com a plataforma de empréstimos Nação BRBFla, criada em parceria com o clube.

#BRB #Ibaneis Rocha

Política externa

Brasil dá um tiro no pé ao dificultar exportações de armas

9/11/2023
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O controle de armas de fogo no Brasil é algo abilolado. Quando é bom para o país, prejudica-se a indústria; quando a circunstância é ruim, prejudica-se também. Há teses esquisitas. Por que a Polícia Federal é tão leniente na captura de armas de fora? Por que não faz um disclosure contábil do seu paiol? O que tem lá? Armas estrangeiras ou nacionais? Há uma incompreensão de que as três fabricantes existentes no país ganham dinheiro mesmo vendendo para o exterior.

A grana do armamento vem lá de fora. O que fica aqui dentro é proveniente de roubo de caminhões de entrega, arma velha herdada, furto de armas dos próprios policiais e a crescente demanda do “exército” das milícias e do tráfico. É claro que não é só isso. Mas é muito disso. Pois a política abilolada do governo, para variar, vai na mão inversa. Em um momento em que os bancos europeus aumentaram o financiamento para as indústrias de armas – não falta guerra, não falta cliente – notadamente os alemães, o Banco do Brasil suspendeu suas linhas de crédito.

O motivo seria um acordo com a ONU, que ninguém sabe, ninguém conhece, ninguém segue. A hora era de estimular a exportação de armas, com aumento ainda maior do controle dos artefatos. E botar os dólares no bolso. Imaginem se a Argentina tivesse essa condição. Com zero de moeda forte nas reservas, fabricaria até espingarda de rolha. O que é mais incrível é que a decisão final da indústria das armas foi tomada depois do mais democrático referendo da História do país. Era melhor conter essa tara legiferante e colocar balas, revólveres, pistolas e espingardas em um contêiner e mandar tudo lá para fora. A medida aumentaria o calibre da balança comercial.

#Banco do Brasil #ONU #Polícia Federal

Futebol

São Paulo sai a campo em busca de recursos para o Morumbi

8/11/2023
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O São Paulo procura parceiros para tirar do papel a reforma do Morumbi. Há conversas com um grande banco de investimentos, já presente nos gramados brasileiros. O clube também teria mantido contatos com a WTorre, mas, nesse caso, a tabelinha é mais difícil. A construtora deverá concentrar seus esforços na reconstrução da Vila Belmiro – o contrato com o Santos foi assinado em setembro.

#Estádio do Morumbi #futebol #São Paulo

Mercado

CTG Brasil estuda emissão de títulos ESG

7/11/2023
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A CTG Brasil, subsidiária da chinesa Three Gorges, estuda uma emissão de green bonds. Segundo o RR apurou, a empresa já tem feito sondagens junto a fundos e bancos de investimento internacionais. O lançamento de títulos verdes funcionaria como uma alternativa ao IPO. Desde o início do ano, o grupo de geração de energia já adiou por duas vezes a abertura de capital na B3.

##CTG Brasil #ESG

Futebol

Libertadores vai jogar o valuation do Fluminense nas alturas

1/11/2023
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Se o Fluminense ganhar a Taça Libertadores, vai chover SAF em cima do clube. É que o Flu já entra em 2024 como uma das maiores agremiações em recebíveis do Brasil. O RR adianta que tem um banco paulista namorando a ideia.

#Fluminense #SAF

Destaque

Banco do Brasil fecha o cerco aos acionistas da 123 Milhas

30/10/2023
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O Banco do Brasil, maior credor da 123 Milhas, está adotando uma postura agressiva no que diz respeito à recuperação judicial da empresa. Segundo o RR apurou, o BB vai pedir à Justiça para entrar como parte interessada na ação movida pelo Ministério Público de Minas Gerais que levou a 15ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte a determinar o bloqueio de R$ 900 milhões em bens dos sócios da companhia. Com esse movimento, o banco estatal fecha o cerco aos irmãos Ramiro Julio Soares Madureira e Augusto Julio Soares Madureira, aumentando a pressão no Judiciário para que o patrimônio pessoal de ambos eventualmente venha a ser utilizado para cobrir o passivo da empresa.  Procurado, o Banco do Brasil disse que não comenta o assunto. O RR também encaminhou uma série de perguntas à 123 Milhas, mas não teve retorno até o fechamento desta matéria. 

Em outro front, de acordo com a mesma fonte, o Banco do Brasil pretende questionar judicialmente a inclusão da recuperação judicial da Maxmilhas, pertencente aos mesmos investidores, no processo da 123 Milhas. O pedido de unificação, aceito pela Justiça, partiu dos próprios acionistas das duas companhias. Trata-se de um expediente previsto desde 2020, quando da mudança na Lei de Falências (nº 11.101). Na ocasião, a legislação tutelou alguns critérios de jurisprudência nas RJs, entre os quais a possibilidade de consolidação de processos distintos quando existe risco de contaminação entre empresas de um mesmo grupo econômico. Esse instrumento é motivo de polêmica entre os próprios juristas. Há companhias que se aproveitariam desse expediente legal para confundir credores. Em alguns casos, o passivo de uma empresa acaba por afetar o da outra, dificultando o pagamento das dívidas.

A posição do Banco do Brasil traz um grau de tensão adicional ao processo de recuperação judicial da 123 Milhas e Maxmilhas, que somam mais de R$ 2,6 bilhões em dívidas. O banco estatal é, ao mesmo tempo, o maior credor individual da 123 Milhas, com R$ 74,3 milhões a receber, e da Maxmilhas, com créditos de R$ 18,9 milhões.

#123 Milhas #Banco do Brasil #Ministério Público de Minas Gerais

Destaque

G20 aumenta a tensão do governo com o crime no Rio de Janeiro

26/10/2023
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As discussões no governo federal sobre os ataques criminosos no Rio de Janeiro não estão circunscritas às áreas da Justiça e Segurança e de Defesa. O tema transbordou para o âmbito da Comissão Nacional para a Coordenação da Presidência do G20, comandada pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira – da qual fazem parte ainda diversos outros ministros e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Há dois níveis de apreensão.

No aspecto reputacional, o que preocupa é a repercussão internacional da onda de violência no Rio a pouco mais de um ano do encontro do G20 na capital fluminense, em novembro de 2024. Existe o receio de uma repetição dos ataques no curto prazo, o que desmoralizaria o aparelho de segurança do Brasil, seja na esfera estadual ou federal. Ao mesmo tempo, os graves episódios da última segunda-feira, quando 35 ônibus e um trem foram queimados por criminosos, aumentam a tensão em torno do esquema de segurança que será montado para os sucessivos eventos oficiais do G20 programados para o ano que vem.

O momento crucial é a reunião de cúpula, com a presença na cidade dos chefes de Estado das 19 maiores economias do mundo e de altas autoridades da União Europeia. O temor é que o crime organizado aproveite as circunstâncias e a visibilidade global para dar uma demonstração de poder, com atos de violência no Rio durante o encontro dos líderes mundiais.

O governo dispõe de dados que permitem medir um pouco da temperatura no exterior em relação aos atos criminosos no Rio de Janeiro. A Secom vem monitorando o impacto que a violência na cidade tem na mídia internacional. Levantamento realizado a partir de uma base com mais de 614 mil veículos estrangeiros apontou, entre a noite da última segunda-feira e o início da tarde de hoje, 1.252 menções vinculando o Rio de Janeiro à criminalidade.

Os termos mais utilizados foram “mortes” e “homicídios” (427 registros), milícias (295) e violência (207). Ressalte-se que este é um recorte inferior a 48 horas. O mesmo trabalho de mineração traz outros indicadores ainda mais expressivos.

Considerando-se a mesma base, ao longo deste ano os veículos internacionais já publicaram 48.023 citações sobre o Rio associadas ao crime. Para se ter uma melhor noção do que representa, esse número corresponde a 39,8% da soma de todas as menções às outras 26 capitais do Brasil relacionadas à segurança pública (120.448). Destrinchando-se o mapeamento é possível observar as expressões mais associadas ao Rio.

Desde janeiro, são 25.418 referências vinculadas aos termos “homicídios” e “assassinatos”. Há 12.183 menções com a expressão “violência”. Além de 3.623 registros alusivos a “crime organizado” e “milícias”.

Em meio às conversas transversais entre diferentes áreas do governo, Lula adota manobras diversionistas, tentando ganhar tempo até encontrar medidas mais efetivas contra à crise na segurança pública. O primeiro movimento foi o envio de uma segunda leva de integrantes da Força Nacional de Segurança (FNS), uma solução que nada soluciona. No total, são 300 agentes, ou seja, na média um único homem para cada 25 quilômetros quadrados da Região Metropolitana do Rio. Outro balão de ensaio, que de tão usado por seus antecessores mal sai do chão, é o ressurgimento da proposta de criação do Ministério da Segurança Pública – ideia que já passou pelas gestões de Michel Temer, de Jair Bolsonaro e pela campanha eleitoral do próprio Lula.

Não passa de mais um truque de prestidigitação retórica para desviar o foco da plateia. Difícil achar uma saída que não passe por um movimento mais radical: muito provavelmente, a questão vai cair, mais uma vez, no colo dos militares.

Entre auxiliares próximos a Lula, existem vozes que defendem a intervenção federal como única medida possível para o enfrentamento do crime organizado no Rio de Janeiro. Há, inclusive, quem pondere que o envio de tropas das Forças Armadas para o Rio deveria ser feito logo agora, o mais longe possível de novembro de 2024, de forma a descolar a ação militar da reunião do G20. No entanto, independentemente do timing, Lula rechaça a ideia. Na última terça-feira, em entrevista, negou a intenção de decretar intervenção no Rio.

A recusa se deve a motivos óbvios: o presidente resiste a repetir Michel Temer e levar para dentro do Palácio do Planalto a responsabilidade pela crise na segurança pública, em última instância algo que compete aos governos estaduais.

Do ponto de vista político, os riscos são muito maiores do que o ganho potencial. Que o diga o próprio Temer. Durante a intervenção federal de 2018 no Rio, muitos dos índices de criminalidade regrediram. Mas os efeitos benéficos duraram pouco. Alguns meses após os militares se retirarem das ruas, os números voltaram ao patamar antigo.

É mais um motivo que pesa na balança e contribui para a resistência de Lula. Se 2018 deixou uma lição é que os oito meses de intervenção federal do governo Temer no Rio serviram apenas para varrer um pouco da poeira na superfície. Para ter de fato um impacto profundo, o Exército teria de permanecer um longo tempo à frente da segurança pública no Rio.

Em meio a pressões da opinião pública, assessores políticos do presidente Lula já monitoram também cobranças políticas, notadamente do Congresso, para a adoção de medidas mais duras e de caráter estrutural. Além de ações para a área de segurança stricto sensu, os ataques criminosos do início da semana fizeram recrudescer entre os parlamentares discussões em torno da proposta de que o Rio de Janeiro volte a ter o status de capital federal, coexistindo com Brasília. Em 2020, o então deputado federal bolsonarista Daniel Silveira chegou a divulgar a minuta de uma PEC sobre o tema. Mas o projeto não foi protocolado na Câmara. Diante das circunstâncias, o tema reaparece, mais atual e premente do que nunca. Seria uma medida de efeito reparador, na tentativa de fechar as chagas abertas com a transferência da capital. Foi um ato de violência do qual o Rio jamais se recuperou.

#Banco Central #Fernando Haddad #G-20 #Lula #Rio de Janeiro #Secom

Empresa

Placa de “vende-se” está pendurada na porta da Ri Happy

26/10/2023
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O Carlyle procura um comprador para a Ri Happy, a maior rede de lojas de brinquedos do Brasil. Segundo o RR apurou, a decisão pela venda da empresa já teria sido levada ao conhecimento dos principais credores, notadamente Santander, Banco do Brasil e BV – o trio concentra 75% do passivo da companhia. De acordo com a mesma fonte, a Starboard Partners, contratada para conduzir a renegociação do passivo da Ri Happy, também assessora o Carlyle na venda da rede varejista. Recentemente, a gestora norte-americana fez dois movimentos fundamentais para arrumar a casa e, ato contínuo, colocá-la à venda.

O primeiro deles foi o aporte de capital de R$ 75 milhões. O segundo, o acordo fechado com os bancos credores para a repactuação de R$ 289 milhões em dívidas. Santander, BB e BV tiveram um papel determinante para aliviar o garrote sobre a Ri Happy, ao aceitar um prazo de carência de um ano para o pagamento dos passivos. Os vencimentos foram postergados para o fim de 2027 e 2028. Consultados pelo RR, Carlyle e Starboard não se pronunciaram.

Em tempo: a crise financeira da Ri Happy – além do passivo, a empresa acumulou prejuízos de R$ 96 milhões nos últimos dois anos – é mais um revés do Carlyle no varejo brasileiro. O script é praticamente uma cópia do que ocorre na Tok & Stok: a gestora norte-americana teve de fazer uma capitalização emergencial de R$ 100 milhões e enfrentou uma dura negociação com os bancos credores para o alongamento da dívida.

#Carlyle #Ri Happy

Infraestrutura

BNDES garante o “asfalto financeiro” para ponte entre Brasil e Bolívia

24/10/2023
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Segundo o RR apurou, o governo brasileiro confirmou às autoridades bolivianas que o BNDES vai financiar a construção da ponte entre a cidade de Guayaramerín e Guajará-Mirim (RO). A informação foi transmitida pelo Itamaraty na semana passada. O banco de fomento deverá entrar com a maior parte dos US$ 52 milhões necessários para a obra.

O DNIT pretende publicar o edital até a primeira semana de novembro. A obra consiste em apenas 1,2 quilômetro de pista, mas o suficiente para abrir um novo corredor logístico aos exportadores brasileiros, notadamente para o escoamento de produtos da Região Norte para Bolívia, Peru e Chile. Trata-se de uma pendência bilateral centenária. A construção da ponte está prevista desde o Tratado de Petrópolis, em 1903, quando da anexação do Acre pelo Brasil. 

#BNDES #Dnit

É proibido proibir: Banco do Brasil volta atrás e mantém crédito para o tabaco

20/10/2023
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A pressão do agronegócio não tardou e tampouco falhou. O Banco do Brasil voltou atrás e reverteu a decisão que havia tomado na última terça-feira, quando homologou um acordo com a ONU em que se comprometia a não liberar crédito para a produção de tabaco – informação antecipada ontem pelo RR. Prevaleceu o argumento de que a medida teria um impacto expressivo sobre a agricultura familiar. Conforme o RR destacou, são mais de 70 mil famílias no Brasil diretamente envolvidas com a cultura do tabaco. O recuo do BB deixa no ar um sinal de fumaça: o episódio só reforça a dificuldade que o governo terá para impor o imposto do pecado, que mira, sobretudo, no cigarro e na bebida. Se o argumento da agricultura familiar vale para o Banco do Brasil por que não valeria também para brecar o novo tributo, um gravame que terá impacto sobre toda a cadeia de produção da indústria tabagista?

#Banco do Brasil #ONU

Economia

Banco do Brasil cria zonas esfumaçadas no agronegócio e nas armas

19/10/2023
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O Conselho do Banco do Brasil homologou na última terça-feira um acordo firmado com a ONU que proíbe a liberação de crédito para tabaco e armas e munições. A decisão vai na contramão do mundo inteiro. No caso do fumo, o grande problema é o impacto da medida sobre o Rio Grande do Sul, que responde por mais de 40% da produção nacional. O plantio representa muito para a economia local, para não falar do seu forte aspecto social: são quase 70 mil famílias que atuam na cultura do tabaco. Com relação às armas, o Banco do Brasil ignora as vantagens conjunturais das exportações para a balança comercial. O mar não está para peixe, mas, sim, para munição, pistolas e metralhadoras. Com os conflitos em curso na Europa e no Oriente Médio, o mercado está extremamente comprador desses artefatos. Parece que só o BB não vê.

#Agronegócio #Armas #Banco do Brasil #BB

Destaque

Iveco corre contra o relógio para colocar seus blindados na Argentina

19/10/2023
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Às vésperas das eleições presidenciais na Argentina, uma negociação comercial com o país vizinho agita os bastidores nas áreas diplomática e militar. A Iveco mantém gestões junto ao governo, notadamente ao ministro da Defesa, José Múcio, para que o Brasil feche até o fim de novembro os termos da venda dos blindados Guarani produzidos em Sete Lagoas (MG) ao Exército argentino. Por termos, entenda-se, principalmente, o financiamento do BNDES, condição fundamental para que a Argentina consiga sacramentar o pedido.

Segundo o RR apurou, na tentativa de viabilizar a operação, a companhia e o próprio governo brasileiro já trabalham com a hipótese de uma cisão na encomenda. Nesse caso, o banco financiaria uma primeira tranche, envolvendo a venda de metade dos 161 veículos previstos originalmente – o que significaria um contrato da ordem de R$ 1 bilhão.  

O timing é fundamental. A negociação está diretamente ligada ao pleito do próximo dia 22, na Argentina. A Iveco tenta criar um fato consumado, um hedge para o caso do oposicionista Javier Milei vencer as eleições. Durante a campanha, o candidato de extrema direita tem repetido que vai aumentar consideravelmente os gastos na área de Defesa.

Fala, inclusive, em retornar a níveis de 30 anos atrás, quando o país investia quase 2,5% do PIB no setor – hoje, esse índice não passa de 0,8%. No entanto, em relação especificamente ao projeto de compra dos novos blindados para o Exército, Milei é uma incógnita. Até agora, não deu pistas do que pretende fazer.

O risco é que, uma vez eleito, ele enxergue a operação mais seu fardamento político do que militar. O negócio ficou razoavelmente carimbado como um acordo entre Lula e Alberto Fernandez, sobretudo pela garantia de financiamento do BNDES. 

As tratativas para o fechamento do contrato são complexas. Passam não apenas pela Iveco, fabricante dos blindados, e também por canais diplomáticos e militares entre os dois países. O Exército brasileiro está diretamente envolvido nas negociações.

Em maio, o próprio comandante da Força, general Tomás Miguel Paiva, esteve em Buenos Aires, quando teria tratado do assunto com o seu congênere argentino, o general Guilherme Pereda. Além de trabalhar por uma operação importante para a indústria de defesa brasileira, o Exército tem um interesse especial no acordo: detentor dos direitos sobre o Guarani, a instituição pode arrecadar até R$ 140 milhões em royalties caso os 161 veículos sejam vendidos.  

Em tempo: há ainda um componente adicional nesse enredo. Na leitura da Iveco, o governo Lula tem um “débito” para honrar. Em julho deste ano, o Departamento de Assuntos Estratégicos, de Defesa e de Desarmamento do Itamaraty vetou a negociação de 450 viaturas Guarani para a Ucrânia. Os veículos seriam transformados em ambulâncias blindadas.

  Até hoje, as razões para a decisão não foram esclarecidas pelo governo brasileiro. A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados já requereu ao Itamaraty que explique os motivos do veto. O fato é que a Iveco viu escapar um contrato que poderia chegar a R$ 3,5 bilhões.  

#Argentina #Blindados #BNDES #Iveco #Lula

Finanças

O chairman da “digitalização” no Banco do Brasil

17/10/2023
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A nomeação do secretário-executivo da Fazenda, Dario Carnevalli Durigan, para a presidência do Conselho do Banco do Brasil vai além da função protocolar de representante da União e do próprio ministro Fernando Haddad no board. Durigan deverá ter um papel relevante na discussão de novas estratégias do BB para a para a área digital. O braço de direito de Haddad entende do riscado. Durigan foi diretor do WhatsApp em 2020, exatamente o ano em que o aplicativo lançou seu sistema de pagamentos e transferências no Brasil. Até o momento, o BB tem apostado mais na tática do “comprar pronto”, leia-se investimentos em startups da área financeira. Em menos de um ano, o banco estatal adquiriu participações na Pagaleve, fintech especializada em soluções de pagamento, na Yorus Bank, banco digital voltado a menores de 18 anos, e na Bitfy, da área de blockchain.

#Banco do Brasil #Dario Carnevalli Durigan #Fernando Haddad

Infraestrutura

O trem-bala pode reencontrar sua “maquinista”

16/10/2023
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O trem-bala entre Rio e São Paulo não conseguiu assento no “Novo PAC”, mas continua no radar do governo. Renan Filho, ministro dos Transportes, e Bernardo Figueiredo, CEO da TAV Brasil – a estatal responsável pelo empreendimento – pretendem buscar o apoio de agências de fomento multilaterais para garantir o financiamento de parte do projeto, orçado em R$ 50 bilhões. Uma parada obrigatória é o chamado “Banco dos Brics”. Lá está aquela que talvez tenha sido a maior entusiasta do trem-bala, a ex-presidente Dilma Rousseff, hoje no comando do NDB (Novo Banco de Desenvolvimento). Quase todo o projeto foi desenvolvido no governo Dilma, quando o próprio Figueiredo comandava a EPL (Empresa de Planejamento Logístico).

#Novo PAC #TAV Brasil #trem-bala

Mercado

BTG monta fundo de investimentos lastreado em nova liga de futebol

16/10/2023
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O BTG estuda a criação de um fundo de investimentos atrelado à Libra (Liga Brasileira de Futebol). Entre os ativos estariam os direitos comerciais, notadamente publicidade e contratos de direitos de transmissão, dos 17 clubes que compõem a Liga, entre os quais Flamengo e Corinthians. Ao lado da Kodajás Sports Kapital, o BTG é um dos advisers da criação da Liga, que tem o Mubadala como o seu maior investidor.

  • O novo fundo, ressalte-se, é mais um capítulo da disputa particular entre o banco de André Esteves e a XP por negócios relacionados ao futebol. Esta última joga com a camisa da LFF (Liga Forte do Futebol). A XP já anunciou a criação de um fundo similar e pretende captar no mercado R$ 800 milhões para investimentos nos 18 clubes integrantes da LFF e mais as quatro SAFs com as quais já fechou acordo para a compra de 20% dos direitos comerciais por 50 anos (Botafogo, Coritiba, Cruzeiro e Vasco). Procurado pelo RR, o BTG não quis se manifestar.

#Botafogo #BTG #Corinthians #Flamengo #futebol #Libra #Mubadala #SAFs #Vasco #XP Investimentos

Empresa

Intercement negocia mais um perdão com seus credores

16/10/2023
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A Intercement deverá pedir um novo waiver a seus credores. O braço cimenteiro da Mover (a antiga Camargo Corrêa) sinalizou aos debenturistas a necessidade de adiar para 2024 o vencimento dos títulos. Já teria a concordância do Banco do Brasil, um dos principais detentores dos papéis. O prazo para o pagamento tem sido sucessivamente postergado: já passou de 8 de junho para 8 de setembro e, mais recentemente, para 8 de dezembro. São cerca de R$ 570 milhões em debêntures. A Intercement tenta ganhar tempo para fazer caixa. A empresa contratou o BTG para conduzir a venda de mais ativos no Brasil e na Argentina, leia-se a subsidiária Loma Negra. A cimenteira já acertou a negociação de três fábricas de concreto para a Votorantim, mas os recursos ainda não caíram na sua conta. Consultados pelo RR, Intercement e Banco do Brasil não quiseram se manifestar.

#Banco do Brasil #InterCement #Mover

Política

PSD quer mandar no agronegócio do Banco do Brasil

10/10/2023
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O PSD, de Gilberto Kassab e Rodrigo Pacheco, entrou na disputa por uma cadeira no Banco do Brasil. O partido trabalha pela indicação de Gustavo Junqueira para a vice-presidência de Agronegócio, dona de um orçamento de fazer inveja a muitos estados e à maior parte dos municípios brasileiros. A área é a responsável pelo Plano Safra, ou verbas de R$ 240 bilhões a valores de 2023. Junqueira foi presidente da Invest-SP e atualmente é conselheiro da Sociedade Rural Brasileira, entidade que já comandou. Em 2016, no governo Temer, o PSD também tentou emplacar seu nome na diretoria do Banco do Brasil, sem sucesso.

#Banco do Brasil #Gilberto Kassab #PSD #Rodrigo Pacheco

Destaque

Governo estuda usar BNDES e Petrobras como “avalistas” dos green bonds brasileiros

9/10/2023
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O governo reserva um papel importante para o BNDES e a Petrobras no lançamento de títulos verdes já anunciado pelo ministro Fernando Haddad. A ideia em discussão na equipe econômica é usar o banco de fomento e a petroleira para garantir a emissão na Bolsa de Nova York, estimada em R$ 10 bilhões pela própria Pasta da Fazenda. BNDES e Petrobras entrariam comprando parte dos títulos, como forma de estimular a demanda e assegurar a colocação dos green bonds.

Seria quase uma operação de tesouraria soberana. As duas estatais funcionariam como uma espécie de avalistas do lançamento, em um gesto eivado de simbolismo. Ao investir nos papéis, as duas estatais, ou seja, o próprio governo afiançaria os títulos soberanos com selo ESG. Seria a União comprando a União. De quebra, BNDES e Petrobras colocariam em sua carteira papéis com um razoável potencial de rentabilidade.

A petroleira, ressalte-se, tem em tesouraria cerca de R$ 4,7 bilhões em títulos públicos. Já o BNDES é um tradicional financiador da União: carrega em carteira aproximadamente R$ 66 bilhões em papéis emitidos pelo Tesouro.

A medida é vista na equipe econômico como um “seguro emissão” ou algo que o valha. A necessidade do BNDES e da Petrobras entrarem ou não na operação e o volume de títulos adquiridos por ambos dependeriam da procura pelos papéis. O cuidado é mais do que justificável. Haddad e seus assessores tratam esse primeiro lançamento de green bonds do Tesouro fundamental, quando não determinante para o êxito de futuras operações similares. Conforme o RR já informou, a equipe econômica já tem planos de lançar outras duas tranches de títulos ESG: uma voltada à Europa e outra especificamente para o que seria um sindicato de fundos soberanos do Oriente Médio. A equipe econômica considera o lançamento dos bônus verdes como uma de suas iniciativas mais relevantes, algo capaz de mudar o patamar do Brasil na captação de recursos internacionais. O objetivo é engendrar um mercado permanente, com potencial de resiliência, que permita emissões com alguma regularidade.

#BNDES #ESG #Fernando Haddad #Petrobras

Política

Com Haddad, está quase tudo dominado

6/10/2023
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A Faria Lima não comprou Lula. Nem vai comprar. Mas votaria em Fernando Haddad se ele trocasse de partido. Mesmo achando que a mistura de ortodoxia e heterodoxia econômica tem uma combinação maior do que a recomendável – o mercado sempre quer no mínimo uma pitada a mais de ortodoxia –, a política econômica está sendo bem aceita pelas instituições financeiras, conforme o RR apurou junto a três executivos do alto escalão dos seus respectivos bancos. Há senões. A insuficiência do corte de gastos para equilibrar o arcabouço fiscal, todo centrado na receita do governo, é um desses senões. A reforma tributária da renda, a que mexe com dividendos, redução do imposto de renda para pessoa física e aumento para empresas, taxação dos juros sobre capital próprio e etc são outros. No entanto, o que mais incomoda a banca é o timing. Os executivos acham que o governo Lula e, mais especificamente, Fernando Haddad se perdem em negociações muito longas de medidas econômicas que existem presteza.

O arcabouço, por exemplo, que chegou a ser festejado pela bolsa e pelo mercado de câmbio, não foi aprovado ainda. A reforma tributária, que está no Congresso há quatro anos e no início do governo Lula estava pronta para ser aprovada, ainda vem sendo revolvida por comissões e lideranças do Congresso. A disputa sobre quem perderá seus gravetos no inevitável rouba-montinho sobre o resultado das empresas – um arcabouço construído sobre a arrecadação exige que alguém pague mais – interessa menos à Faria Lima, mas está sendo acompanhada com atenção.

Fora uma ou outra lacuna menos expressiva, Haddad faz muito do que Paulo Guedes fez e faria. A principal diferença não é nem a miríade de medidas liberais que o ex-ministro tentaria emplacar, como a privatização, mas que Guedes achava que o Brasil não cabia nas suas necessidades e o governo Lula pensa o contrário. A conjuntura, se não vai muito bem, vai muito razoável. A questão dos juros, que deixava a Faria Lima com os nervos à flor da pele, já está resolvida. Já se sabe o quanto as taxas devem cair neste ano (1 pp a 1,5 pp, chegando a uma Selic entre 10% e 11%). Já está devidamente digerida a estratégia de que os juros podem cair menos do que se previa, ou seja, taxas “menos baixas” não receberão o ataque do governo. A relação entre Roberto Campos Neto e o Palácio do Planalto virou um namoro – o RR já publicou que Campos Neto é candidato e permanecer no cargo, em novembro de 2024. A inflação pode dar um ou outro repique, mas não sobe ao patamar de 5%. O desemprego, que está em 8%, pode chegar a 7% até o fim do ano. O PIB cresce bem em relação às previsões. Vai a 3% neste ano – no início de 2023, a projeção era de 1% – e pode passar um pouco desse índice, sem que o mercado acuse pressão inflacionária com o crescimento da economia. Está sendo construído com parcimônia o monte de dinheiro que o governo vai jogar na economia – BNDES, estatais, orçamento da União, corte de incentivos, fundos do exterior etc.

Que o governo vai gastar mais é líquido e certo. A emenda constitucional do arcabouço prevê aumento de despesa todo ano. Talvez a lentidão nas negociações com o Centrão e outros grupos de interesse tenha a ver também com a conta dos recursos a serem investidos. Lula quer garantir o PIB, que é um grande formador de expectativas no modelo de política econômica do seu governo. A nomeação do novo presidente da CEF, partilha de ministérios, dinheiro a ser distribuído para parlamentares gastarem aqui e acolá, tudo estaria na dependência do total dos dízimos a serem pagos aos mercadores do templo. É preciso ver quanto vai se dispender com os “emolumentos” para calcular os recursos que irão sobrar para fazer a economia crescer mais neste ano e, principalmente, no próximo. O fato é que, na aurora de 2023, quando os mais otimistas ficavam com um crescimento do PIB entre 0,5% e 1,5%, o RR dobrou a estimativa para 3%. Pois bem, a previsão já está dada como certa. Para 2024, o mercado não chega a 2%. O RR repete sua previsão de 3%. Quem quer fazer uma aposta?

O enigma, verdade seja dita, tem muito do fiscal. Só que o mercado acredita que o espaço para aumento de receita não é suficiente para fechar o resultado primário das contas públicas. A publicação considera o contrário. Entre cortes de incentivos, reonerações, dívidas transitadas e julgadas e outras judicializações, além do espaço enorme para medidas criativas, há dinheiro, sim, para se enquadrar nos limites do arcabouço e auferir uma receita adicional para aquecer a economia neste ano e em 2024. Um dos executivos consultados, contudo, considera que, se emplacar os bons índices de 2023 em 2024, arrumar um bocado o lado fiscal e conseguir fazer a reforma administrativa, Lula já garantiu números positivos até o fim do governo. Só não acerta no milhar se a economia mundial entrar em uma espiral de crise. Mas aí, não só o governo Lula, mas todos perdem.

#Faria Lima #Haddad #Lula

Mercado

Softbank não vê mais benefício algum na Dotz

6/10/2023
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O Softbank quer se desfazer de sua posição na Dotz, plataforma de benefícios. A ideia é vender a participação em bloco no mercado secundário. E digerir as perdas. O investimento na empresa brasileira é responsável por um amargo prejuízo na carteira do SoftBank Latin America Fund LP, o principal fundo do banco japonês na região. O venture capital entrou na Dotz em junho de 2021, como âncora do IPO da companhia. Na ocasião, o papel foi precificado a R$ 13,20. Ontem, fechou o pregão da B3 a R$ 1,12, uma queda de 91%. Por sinal, o SoftBank, maior investidor em venture capital do mundo, é um exemplo gritante da crise que atinge o segmento. No último ano fiscal, registrou um prejuízo de mais de US$ 4 bilhões

#Dotz #SoftBank

Destaque

Credores querem exumar balanços da Americanas até 2002

5/10/2023
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O escândalo contábil da Americanas pode ganhar uma proporção ainda maior, com consequências mais graves para a empresa e seus acionistas de referência na esfera criminal. Segundo o RR apurou, Santander e Safra se mobilizam para exigir judicialmente que a rede varejista reapresente suas demonstrações financeiras até 2002. De acordo com a mesma fonte, há indícios de que a Americanas começou a adotar a prática do “risco sacado” a partir desse período, ainda que de forma incipiente.

A exumação das contas da companhia nesse intervalo de duas décadas tornou-se um movimento essencial para atestar ou não a suspeita e, consequentemente, para a estratégia jurídica dos bancos. Os credores trabalham com a tese de que, enquanto não for comprovado o momento exato do início do ilícito – ou seja, quando a Americanas começou a fraudar seus balanços – o crime não prescreve. Guardadas as devidas proporções, é como nos casos em que há ocultação de um corpo.

Na jurisprudência consagrada pelo direito penal brasileiro para alguns desvios cometidos durante o período militar, o crime de ocultação de corpos é considerado permanente, isto é, a prescrição somente começaria a fluir depois que o cadáver fosse encontrado. O direito criminal, ressalte-se, não pode julgar por analogia. Porém, advogados ligados ao caso cogitam lançar mão de tal equivalência. E uma das estratégias jurídicas por trás da exigência é a republicação dos antigos balanços da Americanas.

Em uma livre comparação, enquanto não aparecer o “cadáver” – ou seja, o momento em que a empresa passou a usar o risco sacado e consequentemente a fraudar suas demonstrações financeiras -, o crime não seria passível de prescrição. Ou seja: o caso não acaba enquanto não for resolvida a investigação contábil. O objetivo dos credores é evitar que a Americanas e seus sócios de referência, Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, consigam se livrar dos processos criminais. Procurada, a rede varejista não quis se pronunciar. Santander e Safra também não se manifestaram.

Há uma intrincada construção jurídica que está sendo feita neste momento pelos credores, a partir da investigação das antigas demonstrações contábeis da Americanas. A ofensiva do Santander e do Safra, à qual outros bancos ainda poderão aderir – se deve, em grande parte, à demora da própria empresa em examinar e averiguar suas demonstrações financeiras passadas. Até o momento, passados oito meses da revelação da fraude contábil, a companhia não republicou seu balanço de 2021, conforme havia se comprometido junto aos credores.

Tampouco divulgou seus resultados de 2022. A retificação das demonstrações financeiras é um processo chave, que pode ter grandes consequências no âmbito administrativo (CVM) e nas esferas cível e criminal.

A comprovação de fraude colocaria em xeque as contas aprovadas e, potencialmente, a legitimidade dos dividendos distribuídos a partir de lucros apurados a partir do uso de contabilidade criativa. Ou seja: caso a irregularidade contábil seja identificada, os credores poderão pedir na Justiça que os acionistas que receberam indevidamente dividendos restituam a companhia da participação nos lucros. Cabe enfatizar que a Lei de Recuperação Judicial não possui dispositivo específico determinando a devolução de dividendos distribuídos antes da recuperação judicial, ainda que baseados em lucros artificiais.

De acordo a própria Lei das S/A, em seu artigo 134 §3º, a aprovação sem ressalvas das contas pela Assembleia significa que os acionistas concordaram com as demonstrações apresentadas pelos administradores, dando a eles quitação e exonerando-os de eventual responsabilidade futura. É o chamado quitus, ato irrevogável e irretratável. Há uma única exceção, prevista no mesmo artigo: quando constado “erro, dolo, fraude ou simulação”, o que seria o caso da Americanas. No entanto, de acordo também com a Lei das S/A, em seu artigo 286, a ação para anular deliberações em assembleia geral decairia em dois anos. Ou seja: a rigor, os credores ou mesmo acionistas da Americanas só poderiam pedir a anulação das assembleias – e, consequentemente, da aprovação das demonstrações financeiras – até 2021. É pouco. Os bancos querem ir muito mais longe. Têm evidências de que devem ir muito mais longe.

Segundo o advogado Matheus Sousa Ramalho, especializado em litígios empresariais e presidente da Comissão de Assuntos Legislativos da OAB-RJ, alguns credores já estão se movimentado para anular a aprovação das contas da companhia como forma de viabilizar pedidos de restituição dos dividendos potencialmente distribuídos indevidamente. De acordo com Ramalho, a eventual republicação dos balanços e a consequente confirmação de que a contabilização correta da dívida financeira reverteria o resultado apurado teriam importantes implicações práticas.

Abririam uma brecha para que os credores burlassem o quitus e pleiteassem a devolução de dividendos distribuídos indevidamente referente a exercícios anteriores a 2021.

LEIA AINDA HOJE NO RR: Os balões de ensaio de Lemann e cia. para desviar o foco da Americanas

#Jorge Paulo Lemann #Lojas Americanas #Safra #Santander

Justiça

STF mergulha nas relações entre o general Lourena Cid e o BB Americas

5/10/2023
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Segundo uma fonte do STF, o ministro Alexandre de Moraes pretende convocar para depoimento executivos do Banco do Brasil Americas que tiveram quatro reuniões com o general Mauro Cesar de Lourena Cid, quando este chefiava o escritório da Apex em Miami. Entre eles está João Fruet, então CEO da subsidiária do BB, que se encontrou com o militar em dezembro do ano passado. Pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, o general da reserva tem uma conta no BB Americas investigada peplo STF por suspeitas de lavagem de dinheiro.

#Banco do Brasil #STF

Contencioso

Disputa judicial entre Lalamove e Vuxx vai além das fronteiras brasileiras

3/10/2023
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O RR apurou que a Lalamove, startup de entregas com sede em Hong Kong, pretende acionar a brasileira Vuxx em uma Corte internacional. Seria uma estratégia na tentativa de enfraquecer a oponente e, de quebra, criar uma manobra diversionista em relação ao litígio na Justiça do Brasil, mais precisamente na 1ª Vara Empresarial do Tribunal de São Paulo. O caso é rumoroso e agita o mercado de startups no Brasil.

A Lalamove é acusada de ter se apropriado indevidamente de um banco de dados sigiloso da Vuxx, com informações corporativas e de clientes. Onde está Vuxx, leia-se a gigante do delivery Rappi, que comprou a plataforma no ano passado e conduz a ofensiva judicial contra os asiáticos. A Lalamove já recebeu uma sentença desfavorável em primeira instância: a 1ª Vara Empresarial julgou procedente o pedido de indenização feito pela startup brasileira.

O que reforça a sua estratégia de arrastar o caso para um tribunal internacional. O contencioso e a acusação pegam a Lalamove em um momento sensível: sua holding está no meio do processo de abertura de capital na Bolsa de Hong Kong, uma operação que poderá movimentar cerca de US$ 1 bilhão. Consultada pelo RR, a Lalamove disse que “Referente à recente decisão da justiça brasileira em relação ao caso envolvendo a Vuxx, a empresa reitera sua posição de que não utiliza qualquer tipo de informação confidencial de terceiros em suas operações.”

A companhia afirmou que segue “cooperando totalmente com as autoridades legais neste processo, na expectativa de que a verdade seja revelada.” Diz ainda que “a sentença não é definitiva e, respeitando o sigilo do processo, informa que irá recorrer às instâncias cabíveis.” Perguntada sobre a estratégia de abrir um processo internacional, a Lalamove não se manifestou. Também procurada, a Vuxx não se pronunciou até o fechamento desta matéria.

#Lalamove #Rappi #Vuxx

Política

Ciro Nogueira só pensa dentro da Caixa

3/10/2023
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O PP que diz que não é governo entrou firme na disputa por cargos na Caixa Econômica. Ontem, no fim da tarde, corria em Brasília a informação de que o senador Ciro Nogueira, ex-ministro de Jair Bolsonaro, trabalha junto à articulação política do Palácio do Planalto para ocupar as vice-presidências de Governo e de Negócios de Varejo do banco. Um dos nomes colocados na mesa é o de Marcelo Lopes da Ponte, que presidiu o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) em 2022, no último ano de mandato de Bolsonaro.

Ponte é unha e carne com Nogueira. Foi chefe de gabinete do ex-ministro no Senado. E seu filho, Marcelo Henrique Ponte, integra o time de assessores do ex-ministro da Casa Civil. Em tempo: ressalte-se que Ciro Nogueira também pode aterrissar um dos seus na própria presidência da Caixa, neste caso em uma espécie de code share com Arthur Lira.

Gilberto Occhi, um dos cotados para assumir o comando do banco, é considerado um personagem bivolt dentro do PP: opera tanto na faixa de tensão de Nogueira quanto de Lira. 

#Caixa Econômica #Ciro Nogueira #PP

Destaque

Ameaça de take over paira sobre as negociações entre Petz e Cobasi

29/09/2023
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As negociações para o M&A entre a Petz e a Cobasi, as duas maiores redes de pet shops do Brasil, se transformaram em um jogo de cão e gato. Nos bastidores, as tratativas têm sido marcadas por movimentos sinuosos e uma certa dose de tensão. Nas últimas semanas, segundo o RR apurou, as conversas esfriaram pelo lado da Cobasi.

Para todos os efeitos, o motivo seriam divergências em relação à participação societária dos atuais acionistas das duas empresas na futura companhia. A família Nassar, controladora da Cobasi, não abre mão de uma posição majoritária. Por sua vez, o empresário Sergio Zimerman, fundador, CEO e maior investidor individual da Petz, com 27,5%, reluta em ter sua fatia diluída.

No entanto, há outra questão que traz uma voltagem adicional às negociações. Na Petz, o temor é que o recuo da Cobasi não passe de um blefe, uma camuflagem. A preocupação de Zimerman é que a concorrente esteja ganhando tempo para preparar uma oferta hostil pela companhia em bolsa. Há circunstâncias que facilitariam essa investida.

A Petz tem o controle pulverizado em mercado. E seu estatuto não prevê pílula de veneno, o que a deixa em uma posição vulnerável para uma proposta não solicitada – apenas a título ilustrativo, seu valor de mercado hoje é de R$ 2,1 bilhões. Ou seja: no tal jogo de cão e gato, a própria Petz se vê na incômoda posição de possível caça.

Existe ainda um terceiro e importante ator neste enredo: a Kinea Investimentos. O braço de private equity do Itaú Unibanco, dono de 8% da Cobasi, é apontado no mercado como um dos principais artífices do M&A. A gestora tem participado ativamente das conversações. É mais um motivo de atenção para a Petz, que enxerga uma postura um tanto quanto dúbia na Kinea. O private equity tanto pode ser um facilitador da fusão, incluindo a hipótese de um aporte de recursos na nova empresa, como um aliado da Cobasi em uma eventual tentativa de aquisição hostil. Procuradas pelo RR, Petz e Kinea não quiseram se manifestar.

A Cobasi, por sua vez, diz que “apesar de ter havido no passado conversas entre as companhias, não houve evolução e interesse para um acordo.” Perguntada especificamente sobre uma possível oferta não requisitada pela Petz, a companhia não se pronunciou sobre o tema.

Entre sístoles e diástoles, as conversas entre a Petz e a Cobasi ocorrem desde o fim do ano passado, quando esta última comprou a Mundo Petz e acirrou a concorrência pela liderança do segmento. O que está em jogo é a criação de um grupo com mais de 450 lojas, faturamento anual próximo dos R4 5 bilhões e uma participação de 15% no mercado de pet shops. Para efeito de comparação, a Petlove, a concorrente mais próxima da dupla, ficaria a léguas de distância, com uma receita da ordem de R$ 1 bilhão.

#Cobasi #Petlove #Petz

Mercado

Venture capital de Pierre Omidyar abre o caixa no Brasil

28/09/2023
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O norte-americano Flourish Ventures prepara uma nova fornada de aportes em startups no Brasil. O fundo teria reservado cerca de US$ 50 milhões. Segundo o RR apurou, o primeiro investimento deve ser fechado em até duas semanas. O Flourish pertence ao empresário Pierre Omidyar, fundador do site de leilões eBay e dono de uma fortuna estimada em mais de US$ 10 bilhões. Com uma carteira em torno de meio bilhão de dólares, o fundo já aportou recursos em oito startups no Brasil, entre as quais o Banco Neon, Swap e Kamino. Desde o ano passado, o venture capital mantém uma representação em São Paulo, capitaneada pela colombiana Diana Narváez

#Flourish Ventures

Destaque

Valor Capital reduz seus investimentos em startups brasileiras

27/09/2023
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A Valor Capital Group está enxugando seus investimentos no Brasil. O RR apurou que a gestora pretende vender uma parcela expressiva de suas participações em startups brasileiras, notadamente investimentos feitos por meio do Valor Venture Fund I. De acordo com a mesma fonte, o venture capital teria decidido zerar suas posições na Gympass, Rocket Chat, Descomplica e Beep Saúde, entre outras empresas no país. Na Gympass, por exemplo, o Valor Capital foi um dos líderes do aporte de US$ 220 milhões.

No Descomplica, esteve à frente de uma das rodadas de capitalização, da ordem de US$ 82 milhões. O desmonte de parte da sua carteira no Brasil é consequência direta das perdas globais sofridas pelo Softbank. O banco japonês é o principal investidor do Valor Venture Fund I e já avisou que não vai aportar mais capital.

Ressalte-se que a Valor Capital Group e o Softbank estão umbilicalmente ligados. Ligados até demais. Há pouco mais de um mês, Paulo Passoni tornou-se sócio da gestora norte-americana, com o cargo de managing partner. Há informações no mercado de que a sua chegada foi mal-recebida por investidores da Valor Capital por conta do conflito de interesses.

Passoni foi sócio do Softbank e um dos principais responsáveis pelos aportes do banco japonês no Valor Venture Fund I. O RR fez seguidas tentativas de contato com a Valor Capital, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

Com ativos da ordem de US$ 2 bilhões, a Valor Capital Group já tem uma vinculação natural com o Brasil. Seu fundador é o diplomata Clifford Sobel, que foi embaixador dos Estados Unidos em Brasília entre 2006 e 2009. Ele administra a gestora ao lado do filho, Scott Sobel. Ao contrário de suas congêneres na área de venture capital, a Valor Capital opera mais como um family office do que no modelo convencional de partnership. A excessiva pessoalidade não tem sido bem-vista no mercado, o que vem dificultando a captação de novos recursos.

#Beep Saúde #Descomplica #Gympass #Valor Capital Group

Destaque

Passagem da Merqueo pelo Brasil vira um litígio transnacional

26/09/2023
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A efêmera atuação da startup colombiana Merqueo no Brasil está prestes a se transformar em um contencioso internacional. O RR apurou que ex-funcionários da plataforma de delivery se mobilizam para acionar a empresa na Justiça da Colômbia. O objetivo seria cobrar diretamente da matriz o passivo trabalhista da finada operação brasileira.

A Merqueo encerrou suas atividades no país em julho, deixando para trás mais de uma centena de demitidos e uma dívida de R$ 12 milhões. Uma das hipóteses aventadas é incluir esses débitos no processo de recuperação empresarial da startup aberto na Câmara de Comércio de Bogotá. De acordo com um advogado que atua no caso, o primeiro passo deve ser o pedido de declaração da falência da companhia à Justiça brasileira. A abertura do chamado juízo falimentar teria o condão de acelerar o rito do processo junto ao Judiciário da Colômbia.

Os credores têm um trunfo a seu favor. O país vizinho adota em seu ordenamento jurídico a lei da UNCITRAL (Comissão das Nações Unidas para o Direito Comercial Internacional) sobre insolvência transnacional), mais precisamente no Título III (“De la Insolvencia Transfronteriza”) dos artigos 85 a 116 da Lei 1.116, de 27 de dezembro de 2006. O Brasil segue as mesmas regras para o tratamento de falências e recuperações empresariais com implicações transnacionais, o que abre caminho para a cooperação entre o Judiciário dos dois países. O RR fez seguidas tentativas de contato com a Merqueo, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

A Merqueo chegou ao Brasil, em julho de 2021, com o status de maior supermercado 100% digital da América Latina. A empresa empreendeu uma expansão internacional na região após captar quase US$ 90 milhões no mercado. Entre os seus investidores, figuram fundos internacionais – como o norte-americano Digital Bridge, e a o dinamarquês IDC Ventures – e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A entressafra global no mercado de venture capital atingiu duramente a companhia, que não conseguiu realizar uma nova capitalização. No Brasil, a empresa sucumbiu à competição com o Rappi e, sobretudo, o iFood, um dizimador de concorrentes – vide a saída do Uber Eatsdo país. Além do revés no mercado brasileiro, a Merqueo encerrou também suas atividades no México. A crise abalroou os planos de startup colombiana de fazer seu IPO na Bolsa de Nova York. A empresa chegou a entrar com o pedido, mas cancelou a operação no mês passado.

#Colômbia #Merqueo #UNCITRAL

Política

Uma nova peça no quebra-cabeças da Caixa Econômica

22/09/2023
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O nome de Nelson Antônio de Souza tem sido repetidamente citado por Arthur Lira nas conversas para a montagem da nova diretoria da Caixa Econômica. É o nome do PP para a vice-presidência de Governo do banco, hoje ocupada por Marcelo de Paula Bonfim, ligado ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. O cargo é cobiçado pela gestão de programas públicos. São cerca de R$ 4 bilhões em recursos disponíveis neste ano. Ex-presidente da própria Caixa, Souza ocupa hoje o comando da Brasilcap, braço de capitalização do Banco do Brasil.

#Caixa Econômica #Caixa Econômica Federal

Empresa

123 Milhas prepara contra-ataque contra decisão judicial

21/09/2023
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O RR apurou que a 123 Milhas pretende entrar ainda hoje com um recurso na tentativa de derrubar a decisão da 21ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que suspendeu a tramitação do processo da recuperação judicial da empresa. A determinação, proferida ontem, atendeu a um agravo de instrumento do Banco do Brasil, maior credor da companhia. A decisão é provisória até o resultado da chamada constatação prévia da situação financeira da 123 Milhas. Para todos os efeitos, a Justiça manteve o “stay period”, o período de blindagem que impede a execução de dívidas. No entanto, a empresa teme que outra instância do Judiciário interprete o caso de forma diferente, abrindo brecha para a cobrança de passivos.

#123 Milhas

Finanças

A “fintech” WhatsApp lança novo sistema de pagamentos no Brasil

21/09/2023
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O RR apurou que o WhatsApp vai lançar seu serviço de pagamento para grandes empresas no Brasil até dezembro. Desde abril, o aplicativo já oferece um sistema semelhante para pequenas e médias corporações. Trata-se de um passo a mais na escalada da empresa na área financeira no país, iniciada há dois anos, quando o híbrido de plataforma de mensagens e fintech passou a permitir a transferência de dinheiro entre pessoas físicas. Ainda assim, apesar da base de 170 milhões de usuários no Brasil, o WhatsApp está longe de concorrer com os bancos ou mesmo com o Pix. No ano passado, o aplicativo somou 56 milhões de transações financeiras, o que representou uma nano-participação de 0,03% no total de operações realizadas no país.

#WhatsApp

Destaque

Governo embala medidas para estimular investimentos em eólicas offshore

19/09/2023
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Enquanto o marco regulatório não sai, o governo está quebrando a cabeça em busca de medidas para estimular investimentos em usinas eólicas offshore. Uma das propostas em discussão no Ministério de Minas e Energia é vincular a cessão das áreas a contratos de venda de energia de até 20 ou 30 anos, ancorados no mercado cativo. Ou seja: o investidor teria, já na partida, a garantia de compra do insumo por acordos de longo prazo e com o chamado preço definido, ou seja, fixado pela Aneel, regime no qual os consumidores não têm liberdade para negociação das tarifas.

Segundo estudos da área técnica do Ministério de Minas e Energia, as eólicas offshore em funcionamento no mundo somente atingiram seu breakeven entre 15 e 20 anos. Os contratos de longo prazo seriam uma maneira de assegurar o retorno do investimento. Outra medida que ganha corpo no governo é a participação direta do BNDES no financiamento dos projetos.

Uma das ideias é o uso de debentures incentivadas de infraestrutura. As empresas ou consórcios à frente dos projetos emitiriam os papéis com a garantia firme de que o banco de fomento ficaria com uma parcela mínima. Seria um considerável reforço, além das linhas de crédito já criadas pelo BNDES para financiar projetos em energia renovável, que somam até o momento algo em torno de R$ 15 bilhões.

Um dos maiores óbices à construção de eólicas em alto-mar é justamente o seu elevado custo. Para cada 1 GW de capacidade instalada, estima-se que é necessário um investimento da ordem de US$ 2,5 bilhões, mais de duas vezes maior valor exigido em usinas onshore.

As discussões dentro do governo vêm sendo conduzidas diretamente pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira – à frente também das articulações junto ao Congresso para a aprovação do marco regulatório das eólicas offshore ainda neste ano. Um dos principais colaboradores de Silveira na formulação de propostas para o setor é Mauricio Tolmasquim, gerente de Estratégia e Planejamento da Petrobras. Durante o período de transição, Tolmasquim foi quem elaborou boa parte das diretrizes do governo Lula para a área de transição energética.

Na Petrobras, é o executivo responsável pelos projetos para o segmento. A própria estatal, conforme já anunciado pelo governo, terá um forte papel como indutora de investimentos em energia renovável e, mais especificamente, em geração eólica offshore. Na semana passada, a empresa divulgou já ter protocolado junto ao Ibama estudos para licenciamento ambiental em dez projetos na costa brasileira, com capacidade somada de 23 GW.

#Aneel #Energia Eólica #Ministério de Minas e Energia #Petrobras #Usina eólica

Destaque

Ser Educacional quer gabaritar a prova na área de medicina

15/09/2023
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A Ser Educacional guarda a sete chaves um projeto com potencial de alavancar consideravelmente o valuation de seus negócios voltados à área de saúde. Trata-se da cisão dos seus cursos de medicina em uma nova empresa. Segundo o RR apurou, um grande banco de investimento brasileiro já estaria trabalhando na operação. O spin-off poderá abrir caminho para a capitalização do braço de medicina da Ser Educacional, seja por meio de uma oferta em bolsa, seja pela entrada direta de um investidor no negócio.

Neste último caso, seria um modelo similar ao da Inspirali, empresa que reúne as universidades de medicina da Ânima Educação e tem como sócia a DNA Capital, da família Bueno. A Ser Educacional, do empresário Janguiê Diniz, mira em um setor que atraído investimentos não só dos maiores grupos de educação do país, mas de grandes fundos internacionais. É o caso do Mubadala, que, no ano passado, comprou duas faculdades de medicina na Bahia. Consultada, a Ser Educacional não se manifestou.

Em 2022, os cursos de medicina responderam por aproximadamente 75% do Ebitda da Ser Educacional, que foi de R$ 290 milhões. A empresa opera com uma taxa de ocupação no segmento superior a 80% das vagas – nos demais cursos, a média é em torno de 60%. Nos últimos três anos, a participação da área no faturamento do grupo mais do que duplicou, chegando a 15% do total. Este número tende a dar um salto.

A Ser tem dez pedidos de liminares para a abertura de universidades de medicina, incluindo grandes mercados, como Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O enrosco judicial remete a uma decisão do governo Temer, em 2018, proibindo a criação de novos cursos na área por cinco anos. Desde então, diversos grupos do setor entraram na Justiça para derrubar o veto. A questão foi parar no Supremo. Em agosto, o ministro Gilmar Mendes decidiu que grupos que já tiveram liminares deferidas e as análises de documentos concluídas pelo MEC poderão seguir com o pedido de abertura de cursos de medicina. É o caso da Ser Educacional. Não por acaso, nos últimos 30 dias, a ação da empresa acumula uma alta de 10%.

#Gilmar Mendes #MEC #Ser Educacional

Destaque

Herdeiras de Aloysio Faria avançam na venda de ativos do Grupo Alfa

14/09/2023
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Um dos maiores conglomerados empresariais do Brasil se foi junto com o seu criador. Gradativamente, as herdeiras de Aloysio Faria avançam no desmonte do Grupo Alfa. Após a venda da joia da coroa, o Banco Alfa, para o Safra, Lucia, Junia, Flavia, Claudia e Cristiane Faria estariam em busca de um comprador para mais dois negócios da família: o hotel Transamérica, de Comandatuba, e a Águas Prata. Segundo o RR apurou, a engarrafadora de água mineral já teria sido oferecida à Coca-Cola e ao Grupo Edson Queiroz, dono das marcas Minalba e Indaiá. No caso da Transamérica, a venda do hotel na Bahia é o último ato do desmonte do que já foi uma das maiores redes do setor no Brasil. Em outubro de 2021, menos de um ano após a morte de Aloysio Faria, o Alfa transferiu a gestão de 24 hotéis para a Atlantica Hospitality International. Dos dois empreendimentos restantes de propriedade do grupo, o mítico Transamérica de São Paulo foi desativado, e o terreno vendido para o BTG. Sobrou a unidade de Comandatuba, colocada agora sobre o balcão. Procurado pelo RR, o Grupo Alfa não se manifestou. 

Historicamente, as cinco filhas de Aloysio Faria pouco ou nada se envolveram na gestão das empresas. Pouco depois da morte do patriarca, passaram a integrar uma espécie de conselho híbrido, ao lado de executivos profissionais, para decidir o destino dos negócios do clã. Ao que tudo indica, a decisão já está mais do que tomada. Além do Transamérica e da Águas Prata, as herdeiras de Faria já colocaram à venda a rede de material de construção C&C, empresa com faturamento superior a R$ 2 bilhões. Entre os ativos de maior valor do Alfa, ficaria faltando apenas a Agropalma, fabricante de biocombustível com receita na casa de R$ 2,5 bilhões. Talvez só uma questão de tempo

#Grupo Alfa

Empresa

Bayer e Citi despejam crédito no agronegócio

14/09/2023
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A Bayer e o Citi vão adubar sua parceria no crédito ao agronegócio. Segundo o RR apurou, a multinacional e o banco trabalham na criação de um segundo FIDC para financiar a cadeia de produção e distribuição de insumos agrícolas, no valor de R$ 1 bilhão. O primeiro fundo lançado pela dupla em março, no montante de R$ 600 milhões, atendeu a mais de 50 parceiros da Bayer no Brasil. O negócio vai crescer nas cifras e no modelo. O banco norte-americano tem planos de vender cotas do FIDC em mercado. Procurados, Bayer e Citi não quiseram se pronunciar

#Bayer #Citi

Destaque

BTG busca aliados para aumentar seu poder na Eneva

13/09/2023
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Há uma espécie de guerra fria na Eneva, protagonizada pelos Moreira Salles e por André Esteves, as duas forças antagonistas no controle da empresa. Segundo o RR apurou, o BTG Pactual tem buscado o apoio de outros investidores para montar um bloco de acionistas e, dessa forma, ampliar seu poder na companhia. Entre os minoritários capazes de fazer diferença na balança figuram nomes como o norte-americano The Vanguard Group e a gestora brasileira SPX Capital.

O que está em jogo é uma disputa do BTG contra a Cambuhy, veículo de investimento da família Moreira Salles. Em dezembro do ano passado, em um movimento cirúrgico no tabuleiro societário da Eneva, o clã fechou um acordo com três outros investidores: Dynamo, Atmos e Velt Partners. Com isso, a Cambuhy, dona de uma participação de 19,5% na Eneva, passou a liderar um bloco com poder de voto de 35,7%.

Foi um duro golpe para o BTG. A instituição financeira perdeu peso decisório na empresa, mesmo sendo ainda o maior acionista individual, com 27,3% – somadas sua participação direta e as ações em nome do Partners Alpha, ligado ao próprio banco. Agora, o BTG tenta dar o troco na mesma moeda, formando uma coalizão societária que lhe permita sobrepujar os Moreira Salles. Procurados, BTG e Cambuhy não se pronunciaram. 

Há divergências entre BTG e Cambuhy no que diz respeito à gestão da Eneva, empresa que nasceu dos escombros da antiga MPX, de Eike Batista. Segundo informações apuradas pelo RR, o banco de André Esteves seria defensor de uma política mais agressiva de investimentos. Já os Moreira Salles estão na direção oposta.

Não abrem mão de uma estratégia conservadora, dando prioridade à redução do nível de alavancagem e à revisão do portfólio de ativos. Nesse segundo quesito, uma operação em específico teria acirrado ainda mais as divergências entre BTG e Cambuhy. Em junho, a Eneva vendeu 15% do Complexo Parnaíba – um conjunto de seis termelétricas no Maranhão – para o Itaú Unibanco. Ou seja: um negócio em que os Moreira Salles atuaram nas duas pontas, a vendedora e a compradora.  

#André Esteves #BTG Pactual #Eneva #Moreira Salles

Empresa

Demissões à vista na Goldman Sachs Brasil

13/09/2023
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Nos corredores da Goldman Sachs, no Itaim Bibi, circula a informação de que o banco de investimentos fará uma série de demissões no país. Os cortes atingiriam notadamente a área de investment banking, em decorrência da estiagem de M&As e, sobretudo, de IPOs no Brasil. O enxugamento da operação brasileira é parte um contexto dramático ainda maior, pautado pela pressão da matriz pela redução global de despesas. Segundo a mídia internacional, a ordem na Goldman Sachs é cortar mais de US$ 1 bilhão em custos operacionais, leia-se gente, gente e mais gente. Consultada, Goldman Sachs preferiu não se manifestar.

#Goldman Sachs

Futebol

Grêmio procura um parceiro de ataque para comprar estádio

13/09/2023
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O Grêmio aposta em uma nova estratégia para, enfim, comprar o “seu” estádio, em Porto Alegre. A diretoria do clube gaúcho busca um investidor, notadamente da área de real estate, para ser seu parceiro na operação. A arena pertence à Coesa, ex-OAS, e ao FI-FGTS, administrado pela Caixa Econômica. A negociação com o banco estatal seria a parte menos complexa. Mas as relações entre o Grêmio e a empreiteira andam pouco amistosas, sobretudo porque nos últimos meses o clube não tem cumprido compromissos financeiros referentes ao uso do estádio. Para embolar ainda mais o meio de campo, há outros três protagonistas neste enredo: Banrisul, Banco do Brasil e Santander. A trinca de bancos conseguiu recentemente na Justiça a penhora da arena por uma dívida de R$ 220 milhões ainda referente ao empréstimo para a construção do empreendimento.

#Caixa Econômica #FI-FGTS #futebol #Grêmio

Finanças

SoftBank sai de mais uma empresa brasileira

11/09/2023
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O SoftBank vai vender sua participação na Arco Educação, da família Sá Cavalcante. A saída em definitivo do capital se dará no âmbito da oferta lançada pela General Atlantic e pela Dragooner para o fechamento de capital da empresa na Nasdaq. Mau sinal. Trata-se de mais um movimento de retirada do banco japonês de empresas brasileiras. Maior investidor em venture capital do mundo, o SoftBank se desfez recentemente de suas posições na Avenue, corretora de valores digital, e na Pismo, empresa de tecnologia financeira vendida à Visa por US$ 1 bilhão. 

#Arco Educação #Dragooner #General Atlantic #SoftBank

Destaque

IG4 abre as comportas da Iguá Saneamento para um novo investidor

11/09/2023
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A recente venda de 11 concessões para Norte Saneamento, por R$ 466 milhões, é apenas a camada mais visível da reestruturação em curso na Iguá. Há mudanças mais profundas em gestação, que passam pela entrada de um novo investidor no capital. Segundo o RR apurou, a IG4 – maior acionista individual da Iguá, com 48,4% – tem mantido conversações para a venda de parte das ações em seu poder.

De acordo com uma fonte próxima à empresa, um dos nomes do outro lado da mesa é o Pátria Investimentos, que está montando um novo fundo de infraestrutura, da ordem de US$ 2,5 bilhões, e já anunciou seu ingresso no setor de saneamento. Há informações também de gestões junto ao International Finance Corporation (IFC), braço de investimentos privados do Banco Mundial. Ressalte-se que o IFC já teve uma posição em outra grande empresa privada de saneamento no Brasil, a Aegea Saneamento – a participação de 5,5% foi vendida para a Equipav em 2019. Procurados pelo RR, IG4 e Pátria não quiseram se pronunciar. 

A venda direta de parte do capital surge como opção às frustradas tentativas de IPO da Iguá conduzidas pela IG4. Já foram duas, em 2019 e 2020. Em seu acordo de acionistas, a empresa assumiu o compromisso de empenhar “seus melhores esforços” para lançar ações em bolsa até abril de 2024.

Não se trata de uma obrigatoriedade, mas do que pode ser chamada de uma carta de intenções. Intenções estas, no entanto, que não têm sido muito respaldadas pelo mercado. As primeiras sondagens para um possível IPO no ano que vem têm sido recebidas com frieza entre os investidores.  

Há uma razoável pressão pela entrada de capital novo na Iguá. A empresa precisa cumprir um plano de investimentos em suas concessões da ordem de R$ 6 bilhões – cerca de R$ 800 milhões apenas neste ano. Isso em um momento de reduzida margem de manobra devido ao elevado nível de alavancagem.

A relação dívida líquida/Ebitda da Iguá é de oito vezes – a maior entre as grandes empresas privadas do setor, leia-se também Aegea e BRK Ambiental. Há cerca de três meses, a companhia fez um movimento importante para aliviar o torniquete e alongar o perfil da sua dívida, com a emissão de R$ 3,8 bilhões em debêntures. A conclusão da operação, por sinal, se deve muito à presença do BNDES. Acionista da companhia, por meio da BNDESPar, o banco de fomento foi o tomador de R$ 1,8 bilhão em papéis, garantindo o fechamento da emissão

#Iguá #Norte Saneamento

Empresa

PagBank mira no cobiçado setor de contas internacionais

11/09/2023
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O PagBank, do Grupo UOL, vai ampliar seu raio de atuação. Segundo o RR apurou, a fintech pretende entrar no negócio de contas digitais internacionais, leia-se a possibilidade de depósitos em real com a consequente conversão em moeda estrangeira para gastos no exterior. A operação depende de autorização do Banco Central. Trata-se de um movimento razoavelmente arrojado. Ao ingressar nesse segmento, o PagBank vai disputar um mercado em que outras fintechs já nadam de braçada. É o caso da Wise, de origem inglesa, e do Nomad, fintech brasileira criada por Patrick Sigrist, um dos fundadores do iFood, Marcos Nader e Eduardo Haber.


Recentemente, a Revolut, também fundada na Inglaterra, passou a operar no Brasil, permitindo a abertura de contas internacionais com a possibilidade de conversão de reais para dólar, euro e libra.
 Procurado pelo RR, o PagBank não quis se manifestar.

O desafio do PagBank, o antigo PagSeguro, é criar novas verticais de negócio para compensar a retração do segmento de adquirência, leia-se as maquininhas de pagamento. O setor fez, literalmente, a fortuna da fintech. Em 2018, a então PagSeguro realizou o maior IPO de uma empresa brasileira na Bolsa de Nova York, movimentando US$ 2,6 bilhões – esse valor só seria superado três anos depois com a oferta de ações do Nubank, que levantou US$ 2,8 bilhões.

O negócio de adquirência ainda representa mais de 90% do faturamento da fintech. Trata-se de uma dependência preocupante para o PagBank a médio prazo. O segmento deve perder importância gradativamente com a profusão de possibilidades de pagamento digital.  

#Banco Central #Grupo Uol #PagBank

Destaque

Tiger Global reduz sua carteira de participações em startups brasileiras

8/09/2023
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O Tiger Global Management, uma das maiores gestoras do mundo, colocou à venda uma parcela significativa do seu portfólio no Brasil. Segundo o RR apurou, os norte-americanos buscam comprador para suas participações na Nuvemshop, especializada no armazenamento de lojas de e-commerce na nuvem, e na Jokr/Daki, do setor de delivery. São dois dos maiores investimentos feitos pela gestora na América Latina.

O Tiger Global pretende também se desfazer de sua posição na Zak, plataforma de gestão e pagamento para restaurantes, e na Swap, de soluções financeiras. As negociações têm sido conduzidas pelo banco de investimentos norte-americano Evercore.  Procurado pelo RR, o Tiger Global não se pronunciou.

O recuo do Tiger Global representa mais um abalo sísmico na indústria de venture capital no Brasil, já afetada pela crise global no segmento. Ao lado do Softbank, a gestora norte-americana notabilizou-se como uma das maiores impulsionadoras de startups brasileiras nos últimos três anos. Sua importância no ecossistema como um todo pode ser medida pelo seu peso nas próprias empresas investidas.

O Tiger Global foi o líder da capitalização de R$ 80 milhões da Zak, em novembro de 2021. Capitaneou também o aporte de R$ 135 milhões na Swap, realizado em outubro do mesmo ano. A gestora norte-americana foi também a investidora-líder da capitalização da Jokr/Daki, em julho de 2021, uma operação de R$ 870 milhões. No caso da Nuvemshop, o tamanho da sua participação é ainda mais expressivo. O Tiger Global liderou a Série E da empresa, em agosto de 2021, que cravou o valuation em mais de US$ 3 bilhões.

Desde o ano passado, o Tiger Global já vinha reduzindo o ritmo e o volume de novos aportes no Brasil – conforme o RR informou. Não foi o suficiente. O agravamento da situação exige medidas mais radicais.

O enxugamento da carteira de participações no Brasil se dá na esteira dos ruidosos prejuízos acumulados pela gestora de venture capital criada pelo bilionário norte-americano Chase Coleman III. Somente o fundo hedge perdeu aproximadamente 55% do seu patrimônio no ano passado. Em 2022, o valor somado de todas as participações globais do Tiger caiu US$ 23 bilhões. Nesse cenário, a gestora tem enfrentado dificuldades na captação de seu 16º fundo de VC. A meta era amealhar US$ 6 bilhões. Segundo a mídia internacional, os norte-americanos não conseguiram chegar sequer à metade

#Tiger Global Management

Banco Europeu aporta US$ 52 milhões em fundo de sustentabilidade da Vinci

6/09/2023
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Informação publicada há pouco pelo O Jornal Económico, uma das principais publicações de negócios e finanças de Portugal: o Banco Europeu de Investimentos (BEI) anunciou que vai investir US$ 52,5 milhões em projetos de infraestrutura ligados à área de sustentabilidade no Brasil. Entre os setores escolhidos estão energia renováveis e saneamento. Os recursos serão destinados ao Vinci Climate Change, fundo de investimento administrado pela Vinci Infraestrutura Gestora de Recursos – leia-se a Vinci Partners, de Gilberto Sayão. Em paralelo, o Fundo para Ação Climática em Mercados Emergentes (EMCAF), gerido pela Allianz Global Investors, anunciou investimentos de US$ 25 milhões em projetos sustentáveis no Brasil.  

Obs RR: A Vinci Partners está se consolidando como uma importante catalisadora de fundos para projetos de sustentabilidade. Dentro e fora do Brasil. Em novembro do ano passado, o Vinci Climate Change recebeu US$ 10 milhões da Corporación Andina de Fomento (CAF). Pouco mais de um mês depois, o sarrafo subiu consideravelmente. O BNDES injetou R$ 500 milhões de no fundo.  

#Banco Europeu de Investimentos #O Jornal Económico #Vinci Partners

Destaque

Alemanha quer fazer do Brasil o seu “hub” de energia limpa

6/09/2023
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O acordo bilateral entre Brasil e Alemanha para investimentos em transição energética começa a sair do papel. Segundo uma fonte do Ministério de Minas e Energia, há negociações para que o governo alemão seja um dos financiadores do futuro hub de hidrogênio verde no Porto de Pecém, no Ceará. Trata-se de um dos maiores projetos de geração renovável em curso no país. A previsão de aportes beira os R$ 70 bilhões.

A Alemanha surge como o primeiro investidor soberano a se associar ao empreendimento – unindo-se a mais de 20 grupos privados que já assinaram memorandos de entendimento para participar do projeto, entre os quais se destacam a Eneva e a australiana Macquarie. Os recursos deverão sair do Fundo para o Clima e a Transformação, criado pelo governo alemão. São mais de 210 bilhões de euros reservados para financiar projetos de transição energética em todo o mundo.  

De parte a parte, há outras pontas que se juntam nessa costura bilateral. De acordo com a mesma fonte, as conversações passam também pelo KfW, o banco de fomento alemão. A instituição deverá entrar no projeto de criação do hub de Pecém financiando a compra de equipamentos. O fio dessa meada leva ao próprio BNDES. Na última segunda-feira, o banco brasileiro e o KfW IPEX-Bank, braço de exportações da agência de fomento alemã, assinaram um acordo para expandir sua cooperação comercial, com foco exatamente em projetos de transição energética, clima e preservação ambiental.  

O Porto de Pecém deve ser apenas o ponto de partida. O Brasil tem tudo para ser um dos principais se não o grande hub de fornecimento de energia limpa para que a Alemanha consiga cumprir suas metas de descarbonização. Estima-se que o país europeu terá de importar o equivalente a 70% da sua demanda interna por hidrogênio verde para alcançar a neutralidade climática até 2045.  

#Alemanha #Energia #Energia Limpa #Hidrogênio verde

Infraestrutura

Investimentos do Brasil em infraestrutura arrancam elogio do BID. Apesar dos pesares 

5/09/2023
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A América Latina terá de investir US$ 2,2 trilhões até 2030 em saneamento, energia, transportes e telecomunicações para cumprir os ODSs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) fixados pela ONU. É o que diz um estudo do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), publicado há pouco pelo La República, um dos principais jornais da Colômbia (https://www.larepublica.co/finanzas/estudio-del-bid-asegura-que-se-necesitan-us-2-2-billones-hasta-2030-para-los-ods-3696430). O documento foi apresentado hoje durante evento do Finance in Common, rede que reúne bancos públicos de desenvolvimento de todo o mundo. O Brasil aparece bem na foto: é citado ao lado do México, Colômbia e Chile no rol dos países em que as agências de fomento são mais ativas no financiamento de projetos de infraestrutura.

Obs RR: A menção ao Brasil no estudo do BID é um elogio, ainda que não explícito, ao BNDES e o seu peso nos investimentos em infraestrutura. Vide o PAC. O banco já tem reservados cerca de R$ 270 bilhões para financiar projetos do Novo Plano de Aceleração do Crescimento. Esse valor representa 75% do total de financiamentos públicos previstos no programa. Ainda assim, a ladeira é íngreme. Muito íngreme, como mostra estudo recente da consultoria Inter.B, de Claudio Frischtak, uma das maiores autoridades no assunto no Brasil. Em 2022, o Brasil investiu em infraestrutura o equivalente a 1,86% do PIB. Para este ano, a estimativa é que esse índice chegue a 1,94% do PIB. Pouco. Segundo o estudo, o Brasil precisaria de um investimento médio de 4,2% do PIB ao longo das próximas duas décadas para a efetiva modernização do setor.

Mercado

Grupo árabe se torna maior acionista da Telefónica. E, por tabela, da Vivo

5/09/2023
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O jornal espanhol El Mundo acaba de noticiar que a STC (Saudi Telecom Company) fechou a compra de 9,9% da Telefónica, tornando-se a maior acionista individual da companhia (https://www.elmundo.es/economia/2023/09/05/64f77b2de85ece4b058b4592.html). O STC é o maior grupo de telecomunicações da Arábia Saudita e um dos principais do Oriente Médio. Talvez não seja exagero dizer que a Telefónica está deixando de ser uma empresa espanhola. Não obstante o capital pulverizado, até então o Banco BBVA era o maior acionista individual, com 4,8%.

Obs RR: O negócio tem ligação direta com o Brasil. Ainda que por via indireta, a Arábia Saudita passa a ter uma posição estratégica no mercado brasileiro de telecomunicações, por meio da Vivo, controlada pela Telefónica. Isso no momento em que o setor vive a chegada do 5G, o que aumenta significativamente a oportunidade de negócios em banda larga e áreas correlatas, como a produção e distribuição de conteúdo. Há seis anos, outro país árabe ensaiou entrar no setor de telefonia no país. A Orascom, do bilionário egípcio Naguib Sawiris, fez uma oferta para comprar a Oi, então em sua primeira recuperação judicial.

#Saudi Telecom Company

Destaque

BNDES é o combustível financeiro da parceria entre Embraer e Saab

5/09/2023
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O BNDES terá um papel relevante para turbinar a operação da Embraer no setor de Defesa, notadamente a partir da parceria firmada com a sueca Saab. Segundo o RR apurou, há negociações para que o banco de fomento financie contratos de exportação do F-39 Gripen “made in Brazil”. Trata-se das aeronaves militares que serão montadas na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto (SP) e comercializadas conjuntamente pela companhia brasileira e pela Saab.

Estudos preliminares feitos pelas duas empresas indicam um potencial de encomendas da ordem de US$ 1,5 bilhão na América do Sul em um período de até três anos. A primeira parada deverá ser a Colômbia. Existem tratativas para a venda dos F-39 Gripen à Força Aérea Colombiana, que pretende substituir gradativamente suas 22 aeronaves israelenses IAI Kfir, em uso há mais de 40 anos. De acordo com a mesma fonte, as Forças Armadas do Equador e do Chile também já demonstraram interesse pelo F-39.

Os equatorianos querem tirar de linha os Atlas Cheetah, criados na África do Sul nos anos 1980 a partir de uma atualização do francês Mirage III. Já a Força Aérea chilena pretende desativar os caças norte-americanos Northrop F-5 E/F. Procurados pelo RR, Embraer e BNDES não quiseram se manifestar.

O BNDES, além de acionista, é historicamente um dos maiores financiadores da Embraer. Os números são hiperativos. Nos últimos 25 anos, a agência de fomento liberou cerca de US$ 25 bilhões para a companhia, que resultaram na venda de mais de 1,2 mil aeronaves.

No momento, a carteira do banco soma 26 operações ativas de empréstimo para a empresa. A mais recente foi firmada em novembro do ano passado: um crédito de R$ 2,2 bilhões para a produção e venda de jatos comerciais. Ao financiar a venda dos F-39 Gripen montados em Gavião Peixoto, o BNDES dá propulsão a um acordo bilateral costurado diretamente pelos governos do Brasil e da Suécia. Inicialmente, a fábrica de Gavião Peixoto seria responsável apenas pela montagem de 15 dos 36 caças F-39 Gripen comprados para a Força Aérea Brasileira.

A associação entre as duas empresas passou a ter contornos maiores após o memorando de entendimentos firmado em abril, com o objetivo de “buscar novas oportunidades de negócio”. Por novas oportunidades de negócio, entenda-se o que tem tudo para ser uma relação de ganha-ganha. A Saab passa a ter uma cabeça de ponte na América Latina, valendo-se do poder de influência do Brasil na região para a venda de aeronaves militares.

A Embraer, por sua vez, tem a chance de dar um novo impulso a suas vendas no setor, operação que perdeu alguma altitude nos últimos dois anos. Em 2021, a área de Defesa & Segurança respondeu por 13,7% do faturamento total da companhia. No segundo trimestre deste ano, esse índice caiu praticamente à metade (6,8%).

#BNDES #Embraer #Força Aérea Brasileira

Destaque

Cervejaria Petrópolis e Santander disparam ataques cruzados

4/09/2023
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A recuperação judicial da Cervejaria Petrópolis virou um cabo de guerra entre a companhia e o Santander. Segundo o RR apurou, as tratativas entre os representantes da empresa e do banco estão travadas. Os espanhóis recusam a proposta de deságio de 70% do passivo apresentada pela empresa de Walter Faria.

E essa é a parte menos complexa e mais “amistosa” do enredo. Nos bastidores, a relação entre ambos é tensa e marcada por ataques recíprocos. O Santander acusa a empresa de pressionar credores menores, com reduzido poder de barganha, como fornecedores, para que aceitem o plano de recuperação. O banco estaria também vasculhando o patrimônio de Faria no Brasil e no exterior.

O objetivo é descobrir se o empresário estaria ocultando bens de forma deliberada, com o intuito de lesar os credores da cervejaria. O RR fez seguidas tentativas de contato com a Petrópolis e o Santander, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

O Santander é personagem central na recuperação judicial da Petrópolis. A cobrança de uma dívida de R$ 107 milhões feita pelo banco espanhol foi a gota d´água para a empresa entrar com o pedido de recuperação judicial. Esse valor, ressalte-se, é apenas uma parte do problema. Ao todo, a Petrópolis deve mais de R$ 450 milhões ao Santander, que, diga-se de passagem, não tem sido lá muito eficiente na análise de crédito de seus clientes – vide Americanas.

Em meio ao processo de recuperação judicial, Petrópolis e Santander deixaram de ser apenas devedor e credor para se tornarem litigantes. Em março, a empresa de Walter Faria protocolou uma queixa crime na Polícia Civil do Rio contra o banco, com graves acusações. A Petrópolis afirma que a instituição espanhola reteve mais de R$ 30 milhões em recursos da empresa e quebrou o sigilo de suas contas bancárias para usar os dados em ações judiciais.

Em tempo: a negociação entre a cervejaria e os demais bancos caminham vagarosamente. A Petrópolis teve algumas vitórias recentes, com avanços nas tratativas com o BMG, Daycoval e Banco do Uruguay. No entanto, a briga com o Santander tem o efeito de contaminar as conversas com outras grandes instituições financeiras, notadamente por conta das acusações cruzadas.

#BMG #Cervejaria Petrópolis #Santander #Walter Faria

Empresa

Prioridade na CBA é reduzir alavancagem para o “padrão Votorantim”

4/09/2023
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A CBA (Companhia Brasileira de Alumínio) tem feito alguns movimentos cirúrgicos com o intuito de reduzir o peso do seu passivo de curto prazo. A empresa vem mantendo tratativas com bancos credores para alongar o perfil de sua dívida. Segundo o RR apurou, também com o mesmo objetivo, a CBA pretende realizar uma nova captação.

A ideia é lançar títulos atrelados à sustentabilidade. Na mais recente emissão de títulos verdes, em novembro do ano passado, a companhia levantou US$ 96,5 milhões.  

O desafio da CBA é trazer seu endividamento para o que se pode chamar de “padrão Votorantim”, que historicamente sempre procurou trabalhar com níveis de alavancagem bastante conservadores. É uma das marcas da gestão de excelência das empresas dos Ermírio de Moraes. O grupo, por exemplo, fechou o ano de 2022 com uma relação dívida líquida/Ebitda pouco acima do um para um (1,2). A CBA está alguns metros acima.

No primeiro semestre deste ano, o múltiplo entre passivo de curto prazo e Ebitda chegou a 3,88 vezes, contra apenas 0,68 em junho de 2022. Baixar esse sarrafo tornou-se prioridade. 

#CBA #Votorantim

Destaque

Governo Lula costura aliança entre BRICs e banco de fomento da América Latina

31/08/2023
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O governo Lula está empenhado em redesenhar o mapa da geopolítica global. Após ser um dos artífices da entrada de novos membros no clube dos BRICs, ainda que em escala menor o Brasil quer fazer algo similar na CAF (Corporación Andina de Fomento). Segundo o RR apurou, o governo pretende liderar gestões para o ingresso de países dos BRICs no banco de desenvolvimento latino-americano. Já existem tratativas para a chegada dos Emirados Árabes e do Catar. Seria só um aquecimento.

O grande objetivo do Brasil é trazer, sobretudo, a China e a Índia, o que aumentaria o poder de fogo da CAF, hoje um organismo de pequeno calibre se comparado a outras agências de fomento multilaterais. Ressalte-se que os dois países já têm um pé na entidade: China e Índia, esta por meio do Eximbank of India, figuram entre os aliados globais da CAF.  

Tão ou mais importante do que o efeito concreto dessa parceria é o seu impacto simbólico. O governo Lula tem sido uma força motriz importante para a reconfiguração das alianças multilaterais, a partir de uma nova análise combinatória entre países e blocos. Trata-se de uma construção que tem sido erguida gradativamente, como neste caso específico. Em junho, por exemplo, o New Development Bank (NDB) – o Banco dos BRICs – e a CAF renovaram um acordo de cooperação firmado originalmente em 2016. Na ocasião, Dilma Rousseff, presidente do NDB, e Sergio-Diaz Granados, presidente-executivo da agência latino-americana, citaram textualmente a disposição de “co-financiar projetos de desenvolvimento públicos e privados em países de interesse mútuo”. 

Este é um movimento visto como estratégico dentro do Itamaraty. O apoio dos BRICs à CAF reforçaria a posição de liderança do Brasil na América Latina, colocando o país em uma posição ainda mais privilegiada nas relações de troca regionais. Ao mesmo tempo, evidenciaria a proeminência do Brasil entre os próprios BRICs. A inclusão dos Emirados Árabes Unidos e do Catar vai por este caminho. Sob certo aspecto, o ingresso dos endinheirados do petróleo no banco latino-americano seria uma espécie de contrapartida tácita ao empenho do Brasil para inclusão dos dois países entre os BRICs.

De acordo com uma alta fonte diplomática em Brasília, a iniciativa tem também o apoio da Argentina, um membro razoavelmente influente dentro do CAF. Nesse caso, em relação especificamente ao Catar, não há nada de tácito: o voto argentino seria mesmo uma retribuição ao recente empréstimo de US$ 775 milhões do país árabe para o governo de Alberto Fernández quitar obrigações financeiras junto ao FMI.

Como de hábito, não há jogo só de ida na geoeconomia global. Para nações como China e Índia, assim como outros membros dos BRICs, a associação à CAF seria um caminho para aumentar a influência em uma região chave para a economia do futuro. Na América Latina, a começar pelo próprio Brasil, estão alguns dos maiores projetos de transição energética em curso no mundo. O Mercosul, com sua produção de grãos, é um dos grandes fiadores da segurança alimentar no mundo. E quem quiser cobre, cobalto e, sobretudo, lítio terá de fincar bandeira na América do Sul.  

Em tempo: além dos BRICs, o Itamaraty trabalha também pela inclusão de países menos abonados da América Latina na CAF. Os dois primeiros seriam Belize e Martinica. O assunto deverá ser discutido na reunião de cúpula da CAF prevista para o próximo dia 14 de setembro, em Madri. 

#Brics #CAF #Lula

Governo

Paulo Caffarelli é o nome novo na disputa pela presidência da Caixa

28/08/2023
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Há uma nova carta para embaralhar ainda mais a disputa pela Caixa Econômica: nos últimos dias, o nome de Paulo Caffarelli circula no Palácio do Planalto como um forte candidato a assumir o comando do banco. Caffarelli, funcionário de carreira do Banco do Brasil, tem apoios dentro do PT e do MDB, partidos nos quais sempre circulou com desenvoltura. No primeiro mandato de Dilma Rousseff, ocupou a secretaria executiva do Ministério da Fazenda durante a gestão de Guido Mantega; no governo Temer, foi presidente do BB. Por sinal, línguas ferinas no PT dizem que o próprio Mantega seria o maior interessado em emplacar o ex-colaborador na Caixa Econômica, no lugar de Rita Serrano. Recentemente, o nome do Caffarelli chegou a ser cogitado em Brasília para a presidência da Vale, cargo cobiçado pelo próprio Mantega. 

#Caixa #Caixa Econômica #Paulo Caffarelli

Finanças

BB é mais um a precificar em balanço o possível calote da Americanas

28/08/2023
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A demora na aprovação do plano de recuperação judicial da Americanas está empurrando o Banco do Brasil para a ponta extrema do conservadorismo. O banco deverá provisionar 100% da dívida da rede varejista – R$ 1,6 bilhão – já a partir do balanço do terceiro trimestre. Ou seja: o passivo da Americanas passará a ser grau H, o pior nível de acordo com a classificação de risco de operações de crédito adotada pelo Banco Central. Atualmente, o Banco do Brasil provisiona o equivalente a 70% da dívida da Americanas, aproximadamente R$ 1 bilhão. O BB não será a primeira instituição a considerar a hipótese de não receber um centavo da companhia de Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles.  

Ressalte-se que o Itaú e Bradesco já provisionou 100% dos créditos contra a companhia. Procurado pelo RR, o BB não quis comentar o assunto. 

#Banco do Brasil #Carlos Alberto Sicupira #Jorge Paulo Lemann #Lojas Americanas #Marcel Telles

Destaque

Intercement pode ser o passaporte para a entrada da Argos no Brasil

23/08/2023
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Os Ermírio de Moraes e Benjamin Steinbruch poderão ganhar um concorrente de peso no mercado brasileiro de cimento. Segundo o RR apurou, a colombiana Argos vem mantendo conversas com a Mover, leia-se a antiga Camargo Corrêa, em torno da possível aquisição dos ativos da Intercement. Do lado brasileiro, a aproximação teria sido feita pelo banco norte-americano Houlihan Lokey; pelos colombianos, as gestões são representadas pelo Banco de Bogotá.

Há duas hipóteses sobre a mesa: a aquisição apenas da Loma Negra, leia-se a operação na Argentina, ou de todos os negócios da Intercement – modelo que mais agrada às herdeiras de Sebastião Camargo. Ao todo, são 23 fábricas – 15 no Brasil e oito na Argentina. A Intercement teve, no ano passado, uma receita em torno de R$ 8 bilhões, sendo R$ 3,7 bilhões decorrentes da operação brasileira.

A Argos é um dos maiores fabricantes de cimentos da América Latina, com fábricas não apenas na Colômbia, mas também nos Estados Unidos e Caribe. Esta não é a primeira vez que a empresa – controlada pelo maior conglomerado industrial da Colômbia, o Grupo Empresarial Antioqueño – ensaia entrar no Brasil. Há 10 anos, chegou a negociar a aquisição de ativos colocados à venda por ocasião da fusão entre Lafarge e Holcim. Procurados, Mover Participações e Argos não se pronunciaram.

A venda da Intercement para a Argos, assim como para qualquer outro grupo ainda não presente no Brasil, surge como uma solução mais palatável para as autoridades antitruste. Votorantim e CSN também têm, como sempre tiveram, interesse na operação cimenteira da Mover.

O problema é que muito provavelmente uma negociação com os Ermírio de Moraes ou Benjamin Steinbruch obrigaria a antiga Camargo Corrêa a esquartejar a subsidiária brasileira e vender fábricas em separado. Com a eventual aquisição integral da Intercement no Brasil, a Votorantim pularia de 35% para 52% de market share; a CSN, por sua vez, iria de 20% para 37%, com fatias ainda maiores em regiões específicas do país. Ressalte-se que, há pouco mais de um ano, a empresa de Steinbruch adquiriu os ativos da LafargeHolcim sem restrições do órgão antitruste. Pouco provável que o Cade dê sinal verde para uma operação ainda maior.

A Mover já se desfez das operações da Intercement na África. Não passou de um hors d’oeuvres. O que realmente fará diferença para o caixa da holding é a venda dos ativos no Brasil e na Argentina. Até porque ao negociar a Intercement, o grupo se livraria uma dívida líquida da ordem de US 1,5 bilhão. O elevado passivo foi o principal fator que levou a Fitch a rebaixar a nota de crédito da Intercement de CC para C. O downgrade se deu logo após a cimenteira pedir a credores um prazo adicional de 90 dias para pagar um passivo de US$ 180 milhões.

#Argos #Benjamin Steinbruch #Ermírio de Moraes #InterCement

Política externa

Lula vai à Angola e Angola vem ao Brasil vender o seu petróleo

21/08/2023
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O petróleo terá um papel central na pauta da visita de Lula a Angola, nos próximos dias 25 e 26.Os angolanos pretendem buscar investidores no Brasil para atuar na exploração e produção de óleo e gás. Segundo tratativas preliminares entre os dois países, a própria Agência Nacional de Petróleo, Gás e Bicombustíveis de Angola pretende realizar um road show no Brasil para promover suas futuras rodadas de licitações. Há uma marcada logo ali na frente, em 30 de setembro, quando a agência vai leiloar as bacias terrestres de Kwanza e do Congo. Em tempo: cabe recordar que, em um passado recente, a Petrobras já teve operações de exploração e produção no continente africano, mais precisamente em Angola, Benin, Gabão, Tanzânia e Namíbia, por meio de uma joint venture com o BTG. Um negócio de incômoda lembrança tanto dentro da estatal quanto para André Esteves. Em 2019, a Lava Jato investigou suspeitas de irregularidades na venda dos ativos ao banco. 

#Angolana #BTG #Lula #Petrobras

Meio ambiente

Fundo da União Europeia financia projetos de conservação no Cerrado

18/08/2023
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O governo brasileiro abriu negociações com a União Europeia para o apoio do Fundo Euroclima+ a projetos de manejo sustentável no Cerrado. É mais um acordo que deve ser creditado na conta do prestígio de Marina Silva. A ministra tem mantido um canal de interlocução direto com o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Frans Timmermans, que lidera a UE nas negociações de clima e assuntos congêneres. Os recursos devem ser destinados ao Programa Cerrado Sustentável, que engloba uma série de ações para conservação e restauração do bioma local. Entre outras institucionais internacionais, o projeto conta também com recursos do Banco Mundial. O Euroclima+ já desembolsou mais de 200 milhões de euros no Brasil em iniciativas que vão da gestão de riscos em lavouras a projetos de mobilidade urbana.

Mercado

Advent quer largar os chocolates da Kopenhagen aos poucos

17/08/2023
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A Kopenhagen está sobre o balcão. Mas talvez não inteira. Nas últimas semanas, a ideia de um IPO da fabricante de chocolates ganhou força na Advent, controladora da companhia. Executivos do fundo norte-americano e da Goldman Sachs, seu adviser, já teriam, inclusive, iniciado consultas a fundos de private equity e bancos de investimento para medir o interesse pela operação. A abertura de capital seria uma alternativa à venda integral do capital da Kopenhagen, comprada pelo Advent há menos de três anos. Os norte-americanos manteriam uma participação minoritária no capital, não deixando completamente um investimento que ainda não atingiu seu ponto de maturação. Essa saída se daria mais à frente, de forma gradativa. Procurado pelo RR, o Advent não se pronunciou.

Em 2020, quando da chegada do Advent, a rede tinha 800 lojas; hoje, são mil e a meta da gestora da private equity é chegar a 1,6 mil até 2027, ou seja, uma média de 150 inaugurações por ano. O Grupo CRM – a holding onde está não apenas a marca Kopenhagen, mas também a Brasil Cacau – faturou cerca de R$ 2 bilhões no ano passado. A meta do Advent é bater nos R$ 4 bilhões em quatro anos.

#Advent #Brasil Cacau #Kopenhagen

ESG

Starbucks faz nova emissão atrelada a metas ESG

17/08/2023
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O RR apurou que o Starbucks Brasil estaria preparando uma nova captação vinculada a metas de sustentabilidade. A operação seria fechada até outubro, com um valor superior à emissão de R$ 20 milhões realizada em novembro do ano passado. Uma tacada pioneira, diga-se de passagem: na ocasião, a empresa lançou a primeira nota comercial privada verde, em parceria com o Banco Votorantim. Mais uma vez, a Starbucks pretende lançar mão de Unidades de Crédito de Sustentabilidade (UCS), uma espécie de commodity ambiental ESG, com representação digital (em blockchain), que financia a conservação de florestas. Entre outras metas, a companhia se compromete a reduzir as emissões de suas operações direitas e de sua cadeia de fornecedores em 50% até 2030.

#Banco Votorantim #ESG #Starbucks

Política

Uma agenda sob medida para estreitar a distância entre Lula e o agro

16/08/2023
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Os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e da Fazenda, Fernando Haddad, têm discutido medidas emergenciais de apoio aos produtores de leite, que atravessam uma forte crise. É tudo a toque de caixa. A ideia é que Lula capitalize o “pacote” de ajuda. O anúncio seria feito pelo próprio presidente no próximo dia 26 de agosto, em Esteio (RS), na abertura da Expointer, um dos maiores eventos do agro no Brasil. Uma das propostas sobre a mesa é a criação de uma linha de crédito especial do BNDES, algo similar aos R$ 2 bilhões que o banco de fomento deverá liberar para financiar o setor de proteína animal. Fávaro também busca junto à equipe econômica verba suplementar que permita à Conab retomar os estoques oficiais de leite – conforme o RR já informou. O ministro da Agricultura tem pressa. Além da delicada situação enfrentada pela pecuária leiteira, devido ao boom das importações e à forte queda dos preços no mercado interno, Fávaro enxerga uma oportunidade política.

No cálculo tanto de Fávaro quanto do próprio Palácio do Planalto, seria um gesto importante de aproximação com o agronegócio. A Frente Parlamentar da Agricultura tem feito seguidas reivindicações para que o governo restrinja as importações de leite e libere recursos para o setor. Hoje mesmo, segundo o RR apurou, produtores vão se reunir com o presidente da Câmara, Arthur Lira. Vai ter mais pressão sobre Carlos Fávaro.

Em tempo: à medida em que a Expointer se aproxima, maior a preocupação de Fávaro e seus assessores com os movimentos do MST. Uma eventual escalada de invasões nas próximas duas semanas criaria uma ambiência inamistosa para a participação de Lula no evento.

#Agronegócio #Carlos Fávaro #Fernando Haddad #Lula

Finanças

Governo abre as comportas do microcrédito no Nordeste

15/08/2023
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A recente redução dos juros anunciada na semana passada pelo Banco do Nordeste (BNB) é apenas o ponto de partida do que está por vir. Por meio do BNB, o governo Lula vai colocar em marcha uma série de ações para turbinar a oferta de crédito a micro e pequenas empresas do Nordeste – uma promessa de campanha repetida reiteradas vezes pelo presidente. As medidas já foram levadas pelo presidente do BNB, o ex-governador de Pernambuco, Paulo Câmara, a Lula em Brasília. O banco está fazendo um grande estudo em todos os estados do Nordeste para mapear as regiões e com maior carência de acesso a microcrédito. Essa varredura servirá de balizador para definir as áreas que receberão um maior volume de recursos, especialmente do Crediamigo, o maior programa de microfinanciamento do BNB. Já existe um projeto-piloto exatamente em Pernambuco, que será estendido a outros estados ainda neste ano. Outra missão do banco é ampliar a capilaridade da rede de atendimento do Crediamigo. A premissa é de que não basta mais dinheiro; ele também precisa chegar mais longe. Hoje, são 472 unidades avançadas do programa nos nove estados do Nordeste, além de parte de Minas Gerais e Espírito Santo. A meta, segundo o RR apurou, é chegar a mil pontos em três anos, ou seja, praticamente o fim do atual mandato do presidente da República. Em tempo: o próprio Lula quer ir ao Nordeste para anunciar as medidas. Nos bastidores já há, inclusive, uma “disputa” entre governadores para ser o anfitrião das boas novas.

Há pouco mais de dois meses, Paulo Câmara declarou publicamente que “Lula quer mais crédito para o povão”. Dito e feito. Só por meio do Crediamigo, o BNB deverá liberar cerca de R$ 13 bilhões neste ano, 30% a mais do que em 2022. É dinheiro na veia de uma parcela da população que trafega entre o microempreendedorismo e a informalidade, com pouco acesso a crédito em bancos privados. Cerca de 90% dos beneficiados pelo programa são empresas não formalizadas. Mais de 70% são famílias com renda de até R$ 5 mil por mês. Entre janeiro e julho, o tíquete médio dos empréstimos foi de R$ 2,9 mil, contra R$ 3,1 mil no ano passado. É um sinal de que os recursos estão alcançando empresas ainda menores.

Destaque

Marco das criptomoedas e Drex vão embalar discurso de Lula contra o crime

14/08/2023
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O presidente Lula fez chegar a Roberto Campos Neto que gostaria de participar de evento que conjugasse o lançamento do Marco Legal das Criptomoedas e na nova moeda digital, o Drex.  Lula até já assinou a regulamentação de ambos os decretos. Mas enxerga o gancho político por um outro prisma: o combate à criminalidade e à lavagem de dinheiro. O crime de fraude com criptomoedas estará incluso no Código Penal Brasileiro. O presidente da República poderá dizer que prenderá tantos e recuperará zilhões em recursos. Afinal, esses números não existem. O slogan é mais ou menos o mesmo: “Nunca antes na história desse país um presidente fez tanto para combater o crime”. No caso, o crime digital, o mais difícil de ser identificado.

Do ponto de vista do Marco das Criptomoedas, faz sentido. A regulamentação organiza algumas ações de compliance meio mequetrefes, mas se esmera em tipificações de criminalidades das chamadas exchanges. Será complicado alcançar todas as corretoras – algumas delas operando na deep web. A maior dificuldade para fiscalização será bloquear as exchanges que custodiam criptomoedas de terceiros sem garantias e prestação de contas sobre os investidores. Afinal, uma das premissas das criptos é a não identificação do “verdadeiro dono”, com a existência somente de um “código de identificação”. Está nesse caso, por exemplo, o jogador Gustavo Scarpa, que teve prejuízo milionário ao aplicar seu dinheiro em uma empresa que não tinha autorização para operar no mercado.  

O Marco das Criptomoedas virá em 2024/25, como um pé de galinha. Falta acertar com a CVM, a Susep, a B3, costurar um acordo com os países que têm legislação diferentes para as exchanges – o ideal seria um acordo que nem o feito com os bancos para troca de dados sobre depósitos irregulares, que gerou a repatriação de recursos. Lula, se quiser, terá subsídios de sobra para falar, ao lado do seu “novo companheiro”, Campos Neto, sobre o alvo e as medidas de controle. A estimativa é que o valor detido por brasileiros em criptomoedas seja da ordem de R$ 270 bilhões. A previsão é de que esse bolo seja de propriedade de apenas 3% da população brasileira. Nesse meio há “dinheiro bom”, reconhecido e negociado na B3, por exemplo. Mas o “dinheiro ruim” não é sequer estimável, tamanha a quantidade de elos da blockchain pelos quais ele trafega ilegalmente. O patrimônio líquido dos fundos de investimentos com exposição a criptoativos, o “dinheiro bom”, soma cerca de R$ 700 milhões. Um tiquinho.   

Mas com ou sem o aperfeiçoamento da legislação, e testes necessários, o mercado vai mostrando que a banda toca à revelia do maestro. A previdência privada, por exemplo, por se tratar de captação de poupança popular, justifica uma maior vigilância sob os investimentos. Já a Susep ainda está emaranhada nas especificidades. A CVM, outro órgão regulador, responsável pelo enquadramento dos cripto em valores mobiliários, anunciou que ainda vai publicar um arcabouço regulatório neste ano – mais de metade do calendário já passou. Mas, como foi dito, o mercado não quer saber e já saiu na frente, incorporando as “cripto do bem” na sua carteira de investimentos ofertados. Em parceria com o BTG, a Empiricus lançou o Cripto Prev, antes de maiores costuras no Marco Legal. Uma parcela de até 20% do patrimônio desse fundo pode ser alocada em criptomoedas. A Hashdex, por sua vez, é a primeira gestora de um fundo, em parceria com a XP e a SulAmérica,  que replica um índice específico e tem em seu portfólio dois fundos de previdência com criptos. Não faltarão fundos com a criptomoeda.  

Com relação ao Drex, a moeda digital, Lula pode muito bem capturá-la como a segunda e mais avançada etapa da digitalização da economia brasileira, que se iniciou no Pix. No momento, ela está em teste com a participação de mais de uma dezena de instituições financeiras. Segundo a nota do BC, o Drex, ou seja, o Real Digital, propiciará “um ambiente seguro e regulado para geração de novos negócios e o acesso mais democrático aos benefícios da digitalização da economia e cidadãos e empreendedores”. Democratização será uma palavra-chave. O Drex terá paridade com o real. Ele vem sendo desenvolvido por 90 países, além do Brasil. Os bancos é que terão de rebolar. Os governos poderão enviar dinheiro diretamente para o cidadão sem intermediação bancária. A moeda digital promete também mudar conceitos na política monetária.  

Em síntese, o Drex vai funcionar assim: Drex Digital, para o atacado ou interbancário; Drex Tokenizado, para o varejo, ou seja, versões tokenizadas do depósito bancário – o dinheiro em sua versão digital do que a pessoa física tem no banco; e títulos do tesouro direto, com possibilidade de compra e venda de títulos públicos federais no mercado primário e secundário. Separando as tecnicalidades, trata-se de uma revolução do sistema de pagamentos e do controle legal das criptomoedas. Basta arrumar a narrativa. E haveria melhor garoto propaganda para colocar esse bloco na rua do que Luiz Inácio Lula da Silva? 

#Criptomoedas #Drex #Lula #Roberto Campos Neto

Mercado

Nem só de denúncias contra Bolsonaro vive o BB Americas

14/08/2023
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O Banco do Brasil está fazendo uma reestruturação no BB Americas, sediado em Miami. Os planos incluem a criação de novas diretorias e a abertura de um braço de operações digitais. Outro projeto sobre a mesa é a abertura de escritórios em outras regiões, a começar por Nova York e pela California. Em tempo: a repaginação do BB Americas ocorre justamente no momento em que o braço do Banco do Brasil é tragado pelo noticiário sobre as investigações contra Jair Bolsonaro. Foi lá que Bolsonaro abriu conta ao deixar o governo e por onde passaram movimentações suspeitas. Em todo esse enredo, ressalte-se, há ainda uma incrível coincidência. Conforme já informado pelo Banco do Brasil, o ex-diretor de Marketing e Comunicação da instituição, Delano Valentim, vai assumir presidência do BB Americanas. Em 2019, Valentim renunciou ao comando da área de marketing após pressão direta do então presidente Jair Bolsonaro, que implicou como um anúncio publicitário do BB que falava de diversidade. São as voltas que o mundo dá. 

#Banco do Brasil #BB Americas #Jair Bolsonaro

Destaque

Fator Mantega provoca forte mal-estar no comando da Vale

10/08/2023
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As sinalizações de que o governo Lula quer emplacar Guido Mantega na presidência da Vale têm provocado um grande mal-estar no comando da companhia. O mais incomodado é o atual CEO da mineradora, Eduardo Bartolomeo, que seria “sacrificado” para dar lugar ao ex-ministro. Segundo o RR apurou, conselheiros da empresa também já se manifestaram, intramuros, contra a possível mudança – em tese, a eventual indicação de um novo presidente da Vale teria de ser submetida ao board. Como se não bastasse a tentativa de ingerência do governo em uma empresa privada, a reação adversa é alimentada por outras informações que chegaram ao conhecimento de dirigentes da mineradora. Mantega já teria falado a terceiros de pelo menos dois nomes que levaria para as vice-presidências da Vale. O ex-ministro é boquirroto. Ele também teria dito que, se estivesse à frente da companhia, não faria agora a venda de parte da operação de metais básicos, leia-se a Vale Base Metals (VBM). Há cerca de duas semanas, a empresa anunciou a transferência de 13% do negócio para a Manara Minerals, joint-venture entre o fundo soberano da Arábia Saudita e a companhia de mineração estatal Ma’adene, e o fundo californiano Engine No.1. Ressalte-se que o mercado considerou o acordo bastante positivo para a Vale. A companhia amealhou US$ 3,4 bilhões, o que significou um valuation de US$ 26 bilhões para 100% da VBM. O RR enviou uma série de perguntas à Vale, mas a empresa não se manifestou. 

Mantega prega a ideia de que a Vale Base Metals tem um valor ainda não mensurado de seus ativos, que permitiria uma precificação maior. Mais uma do ex-ministro: Mantega defende que a VBM ou a própria Vale seja um agente do Brasil para a costura de acordos multilaterais, a começar pela entrada do país na “Opep do Lítio”. Trata-se do grupo que está sendo criado por Bolívia, Argentina e Chile, detentores de quase 70% das reservas globais do metal. Até o momento, o Brasil, dono de algo em torno de 8% das jazidas já comprovadas, está fora da mesa de negociações. Hoje, por sinal, já haveria tentativas do governador Romeu Zema para que a Vale se tornasse um dos investidores no Vale do Jequitinhonha, onde estão concentrados cerca de 85% do lítio brasileiro. Ressalte-se que a VBM tem ainda outro ativo estratégico e com potencial de grandes reservas, o cobalto, também valioso para a transição energética.  

Na Vale, a leitura é que as “confidências” de Guido Mantega foram feitas sob medida para serem vazadas. Elas quase que configuram um programa de campanha de Mantega na tentativa de emplacar seu nome na presidência da mineradora com o apoio ou talvez seja mais adequado dizer a intervenção direta de Lula. É como se o ex-ministro já estivesse atropelando o Conselho da companhia de antemão. Além disso, as afirmações atribuídas a Mantega foram interpretadas dentro da Vale como mais uma evidência da disposição do governo de “reestatizar” a empresa, sem necessariamente mexer na sua composição societária, mas, sim, com um take over da sua gestão. Desde 2020 a Vale deixou de ter um bloco de controle com a pulverização do seu capital. Ainda assim, o governo tem um certo peso decisório. A Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, é o maior acionista individual, com 8,72%. Não seria nada improvável que o fundo de pensão tivesse capacidade de aglutinar outros sócios relevantes para a construção de um bloco de influência, capaz, entre outras decisões, de impor mudanças na gestão da empresa.  

#Argentina #Bolívia #Chile #Guido Mantega #Lula #Romeu Zema #Vale do Rio Doce

Destaque

Queda nos dividendos das estatais já está “precificada” no ajuste fiscal

9/08/2023
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Haja aposta eletrônica, cassino, “imposto do pecado” e o que mais estiver ao alcance. O governo vai ter de cortar um dobrado para aumentar a arrecadação e cumprir as metas do novo arcabouço fiscal. Um dos grandes desafios da equipe econômica neste momento é encontrar formas de compensar a queda no pagamento de dividendos das estatais, que, nos últimos anos, se tornou uma importante fonte de receita para a União. A redução da derrama está dada, em razão de uma combinação de fatores, a começar pela própria redução da lucratividade das empresas, vide a Petrobras.

O lucro de R$ 28,7 bilhões no segundo trimestre representou uma queda de 47% em relação a igual período no ano passado. A petroleira não está sozinha. Ainda que não na mesma proporção, a Caixa Econômica também amargou um resultado decepcionante no primeiro trimestre – o ganho de R$ 1,9 bilhão representou um recuo de 5% na comparação com o mesmo intervalo em 2022. 

Outro fator determinante para a queda da receita com os repasses de dividendos vem de uma decisão do próprio governo: é líquido e certo que, na gestão Lula, as grandes estatais – leia-se, sobretudo, Petrobras, BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica – voltarão a ter um forte papel na indução de investimentos e na ampliação de programas com impacto social. Em suma: vai sobrar menos dinheiro para remunerar os acionistas. Não faltam movimentos que apontam nessa direção. A Petrobras já sinalizou seu retorno ao setor de fertilizantes e a retomada dos projetos para a renovação da matriz energética – neste último caso, com a possibilidade de criação de uma subsidiária específica. 

O Banco do Brasil, por sua vez, está abrindo o cofre para a agricultura. O Plano Safra 2023/24 será o maior da história, com R$ 240 bilhões, 27% a mais do que na edição anterior. Já na Caixa Econômica, a ordem é impulsionar o crédito habitacional. Só no primeiro semestre, o banco destinou R$ 85 bilhões para o financiamento da casa própria, 15% a mais do que em igual período no ano passado. A conta deve crescer nos próximos meses, diante da disposição do governo de turbinar o recentemente relançado Minha Casa, Minha Vida. 

Somente em 2021 e 2022, a soma dos dividendos pagos à União pelas estatais foi de R$ 131,4 bilhões. Ressalte-se que o repasse correspondeu a 3,6 vezes a cifra prevista no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) totalizando-se os dois anos (R$ 36 bilhões). Na média, a Petrobras, sozinha, foi responsável por quase 70% do que o Tesouro arrecadou com a participação nos lucros das estatais. Em seus cálculos, o governo estima que terá de aumentar a arrecadação em até R$ 150 bilhões para cumprir as metas do arcabouço fiscal.

Para efeito de comparação, trata-se do equivalente a quase três vezes o montante que a Petrobras repassou à União em 2022 a título de participação nos lucros – em torno de R$ 55 bilhões. Valores como esse ficarão no passado. A locomotiva dos dividendos já começou a desacelerar. Na semana passada, a petroleira anunciou a distribuição aos acionistas de R$ 14,9 bilhões, relativos ao segundo trimestre deste ano.

O valor é 83% inferior aos dividendos pagos pela estatal em referência ao segundo trimestre de 2022. Banco do Brasil, Caixa e BNDES vão seguir a mesma toada. No caso da agência de fomento, a nova política nem esperou por 2023, retroagindo ao ano passado. O banco já anunciou que pagará à União o equivalente a 25% do lucro de 2022, e não mais 60% com estava previsto originalmente. Com isso, o repasse caiu de R$ 24 bilhões para R$ 10 bilhões.

#arcabouço fiscal #Banco do Brasil #BNDES #Caixa Econômica #Petrobras

Futebol

Um nome além-mar para a gestão da nova liga de futebol

8/08/2023
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O ex-CEO do Benfica, Domingos Soares de Oliveira, foi sondado por um grande banco de investimentos brasileiro para entrar no projeto de criação da nova liga de futebol no país. Oliveira é visto, inclusive, como um nome neutro, capaz de assumir a gestão do negócio. Antes, caberia ao executivo português a difícil tarefa de unir a Libra e a Liga Forte do Futebol (LFF). Do lado da primeira, estão 15 clubes, com o apoio financeiro do Mubadala; a LFF, por sua vez, reúne 26 agremiações, mais o fundo norte-americano Serengeti e a gestora brasileira Life Capital Partners (LCP).  

Domingos Oliveira comandou a SAD (Sociedade Anónima Desportiva) do Benfica – equivalente à brasileira SAF – entre 2004 e este ano. Em sua longeva gestão, conduziu não apenas o IPO da empresa, em 2007, mas outras 13 ofertas públicas de ações subsequentes. Oliveira também teve seu nome associado a escândalos: já foi acusado pelo Ministério Público português de crimes de fraude fiscal e falsificação. Ainda assim, é um nome em alta no setor. Além das sondagens vindas do Brasil, a imprensa portuguesa especula que Oliveira teria um convite para assumir a direção executiva do Al-Ittihad, um dos quatro grandes clubes da Arábia Saudita que contam com o apoio do trilhardário fundo soberano local. 

#Benfica #futebol #Mubadala #SAD

Negócios

Ebury vira uma importante aposta do Santander no Brasil

4/08/2023
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O Santander tem feito estudos para ampliar a atuação da Ebury, sua fintech, no Brasil. A ideia é estender os serviços da plataforma de transferências internacionais para pessoas físicas – hoje, a operação está restrita a empresas exportadoras de pequeno e médio porte. Os espanhóis miram em um mercado cada vez mais efervescente, de contas digitais internacionais. Fintechs como Wise, Avenue e Nomad têm nadado de braçada nesse segmento. O Santander tem apostado fichas cada vez mais altas na Ebury, startup de origem inglesa adquirida pelo conglomerado espanhol em 2020 por 400 milhões de euros. No ano passado, a fintech adquiriu o Bexs, banco digital brasileiro especializado em pagamentos internacionais. Consultado pelo RR, o Santander não se pronunciou.  

Destaque

Bons ventos da economia levam Haddad até Nova York

3/08/2023
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Fernando Haddad já arrefeceu a desconfiança da Faria Lima. Agora, terá a oportunidade de fazer o mesmo com Wall Street. De acordo com informações provindas do Ministério da Fazenda, investidores estão organizando uma agenda de encontros de Haddad em Nova York. A ida aos Estados Unidos deverá se dar após a votação do arcabouço fiscal na Câmara, prevista para ocorrer até a segunda semana de agosto. Trata-se de um movimento eivado de simbolismo. Seria a primeira viagem internacional do ministro da Fazenda após a recente elevação do rating do país pela Fitch – informação antecipada com exclusividade pelo RR. Não poderia haver momento mais propício para o tête-à-tête. Além da melhora da nota de crédito do Brasil, Haddad terá a chance de capitalizar também outras importantes conquistas do governo na área econômica, a exemplo da própria aprovação do arcabouço fiscal e da reforma tributária. Como se não bastasse, o ministro chegará a Nova York embalado pelo aumento das projeções para o PIB. O FMI já elevou sua estimativa de 1,2% para 2,1%, além de elogiar a política econômica brasileira.

Fernando Haddad deverá aproveitar a viagem para mitigar dúvidas que ainda persistem em relação à economia brasileira. A reforma tributária em suas duas fases – a atual, sobre o consumo, e a próxima etapa, focada na renda – ainda enseja interrogações. Apesar dos inequívocos sinais de melhora e do avanço em medidas estruturantes nos sete primeiros meses do governo Lula, os indicadores mostram que os investidores estrangeiros ainda mantêm alguma dose de receio. De acordo com o Banco Central, o IDP (investimento direto no país) somou US$ 31,6 bilhões no primeiro semestre deste ano, ou seja, uma queda nominal (sem correção pela inflação) de 26,7% em comparação ao mesmo intervalo em 2022. De qualquer forma, Haddad passa a ser o primeiro-ministro da Fazenda celebrado pela banca estrangeira com 200 dias no governo.

#Fernando Haddad #IDP #Ministério da Fazenda #Nova York

Economia

Haddad ataca os juros com violência porque vê risco de resiliência no Copom

31/07/2023
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Entende-se a mais nova e aguda pressão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o Banco Central – e não só sobre Roberto Campos Neto –, defendendo uma queda da taxa Selic de 0,5 ponto percentual em cada reunião do Copom, até o final do mandato do presidente do BC, em novembro de 2024. Essa repetição corresponderia a 11 reuniões seguidas de revisão da Selic em 0,5 pp – ou algumas com menos e outras com 0,75 pp. A cobrança sobre Campos Neto diminuiu, porque ele tinha um significado simbólico maior – vinha do governo Bolsonaro. Haddad sabe que quem fixa os juros é o colegiado de 11 membros do Copom. O Comitê, aliás, se reúne nesta quarta-feira. Provavelmente já com a presença de um diretor de política monetária (segundo cargo mais importante do BC) de inteira confiança do governo.  O colosso de Rhodes da redução dos juros que o ministro defende é uma queda consecutiva da taxa neutra da Selic, aquela que mantem a inflação na meta, em 0,5 pp a cada mês durante 10 meses. 

Haddad pressiona porque está pressionado pelo novo arcabouço fiscal, ainda não aprovado pelo Senado. E na eventual resiliência do Copom em reduzir a taxa residualmente (de acordo com pesquisa do jornal Valor Econômico de hoje, 64% das instituições financeiras em uma mostra de 84 casas bancárias, projetam um corte da Selic de apenas 0,25%). Cabe lembrar que, nas últimas 182 reuniões do Copom, desde 2022, só houve um máximo de 3% de divergência nos votos da diretoria para fixação da taxa. E mais: o Boletim Focus, em sua última edição, ainda cravava uma Selic de 12% em dezembro deste ano. Um espanto! 

Com juros altos, a economia tende a arrefecer o ritmo de crescimento. Com um crescimento menor, a arrecadação cai. Se não arrecadar, Haddad não gasta o limite que está previsto nova regra fiscal. E se não gastar o que está previsto, não atinge, exceto fatores atípicos ou acidentalidades, um PIB maior, principal variável que lhe permitirá um ciclo virtuoso da economia, até 2026. Não custa rememorar o imbricamento entre o resultado primário, a liberdade de gastos e o PIB.  

Segue a cartilha: “O resultado primário agora tem de estar contido dentro da banda de 0,6% e 2,5%. Sempre que ele crescer dentro da banda estabelecida, ano seguinte, o crescimento real da despesa será igual a 70% do crescimento real da receita primária, acumulada em 12 meses até junho. Se, por acaso, o resultado primário ficar abaixo da banda inferior da meta, o crescimento do teto no ano seguinte ficará limitado a 50% do crescimento da receita, também limitado a um crescimento real mínimo de 0,6% ao ano e máximo de 2,5% ao ano. Para concluir, suponha que o crescimento real da receita foi de 2,5%. Caso cumprida a meta de superavit primário, o aumento real da despesa poderá ser no máximo 1,75%. Se o superavit não for cumprido, o governo poderá gastar no máximo 1,25% a mais que a despesa do ano anterior”. São dados extraídos do PLP 93/203, substitutivo aprovado pela Câmara dos Deputados.  

Mas voltemos à noite dos desesperados. Haddad sabe que entramos em um regime de deflação e que se os juros, causadores desse regime, caírem de forma expressiva comprimirão a atividade produtiva em 2024, provavelmente jogando o PIB de 2% já contratado para este ano (o Focus prevê 2,24%; a maioria das casas bancárias já projeta de 2,5% para um pouco acima; e o FMI já crava 3%) para aquém de resultados até mais auspiciosos. 

Não há dúvida que trabalhar com projeções é dançar no escuro. O Banco Mundial, por exemplo aposta em um PIB de 1,2%, neste ano e 1,4%, em 2024. O Copom, que previu 0,02% para o índice do Produto, já subiu para 1,3% do PIB. Ainda há casas bancárias que acreditam em um PIB inferior a 1%. Vá lá que entre os pessimistas lúgubres e os otimistas que querem ser mais felizes que todos, haja um intervalo razoável. Mas alguma estimativa sempre surge e, mal ou bem, é necessária como balizador. É como se fossem as marés. O RR se sente confortável em manter sua previsão de pouco acima de 3%, tendo em vista que há mais de 45 dias previu que, em 2023, um PIB de 3% já estava no radar.  

Em 2024, contudo, o buraco pode ser bem mais embaixo. O longo período de juros na faixa de 13,75% deve se demonstrar na sua plenitude a partir do segundo semestre do ano, invadindo 2024. O estágio de deflação em que o país se encontra é um motivo para preocupação em relação a atividade produtiva. A deflação é sempre uma antessala de queda do Produto. Lula quer esfregar na cada da oposição que os números positivos de 2023 não são obra da captura do último ano da gestão Bolsonaro, ou, seja lá, Paulo Guedes. E o presidente não quer a mesma folha de jornal do último ano de Bolsonaro para esfregar na sua própria cara se o resultado de 2024 for a metade, para dizer o mínimo, da performance de 2023.

Neste ano, praticamente todos os indicadores serão superiores à média do governo Bolsonaro (é claro que tem de se levar a consideração os efeitos da pandemia). Nesse caso a recuperação deste ano, poderia se dever mesmo à política acertada de Bolsonaro em 2022, um ano de aperto que teria deixado “uma herança positiva”, de assunção dos sacrifícios que antecedem a bonança. De uma forma ou de outra, Lula está meio que recuperando um conceito criado pelo falecido e saudoso Raphael de Almeida Magalhães, em artigo na antiga do Conselho Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CBDES): o development target. Ou seja: o PIB seria o sol.  De acordo com o atual arcabouço fiscal, depende do maior ou menor crescimento do PIB a maior ou menor arrecadação fiscal, que permitirá o maior ou menor gasto, que, por sua vez, permitirá ao Brasil ingressar em um ciclo virtuoso de expansão da atividade econômica com inflação baixa. Esta última, é claro, se não tivermos novamente um BC tétrico, verdade seja dita, com uma política fiscal que não conseguiu cumprir sua meta de compressão dos gastos uma única vez.

#Banco Central #Copom #Fernando Haddad #PIB

Destaque

Casa da Moeda terá um novo valor no governo Lula

31/07/2023
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No que depender do arco de propostas em estudo no Ministério da Fazenda para alargar o raio de atuação da Casa da Moeda, a estatal pode voltar a ser o potentado que já foi um dia. Um dos projetos sobre a mesa soa como uma maviosa canção para Lula e Marina Silva. Trata-se da criação de uma espécie de certificado de sustentabilidade, um selo a ser aplicado em embalagens de produtos de consumo, atestando o cumprimento das melhores práticas ao longo de toda a cadeia de produção. No entendimento do governo, além da tecnologia própria, a Casa da Moeda teria autoridade suficiente para ser essa certificadora. Para não falar da notória qualificação do seu corpo técnico. 

As discussões travadas no Ministério da Fazenda passam também por ampliar os serviços da estatal em rastreabilidade. Na Pasta, há quem vislumbre, inclusive, um entroncamento entre o upgrade da Casa da Moeda e a reforma tributária. Com a iminente criação do chamado “imposto do pecado”, a estatal pode vir a ser uma valiosa parceira da Receita Federal para rastrear bebidas alcoólicas e cigarros, itens que muito provavelmente estarão entre os atingidos pelo novo tributo. Ressalte-se que, no passado recente, a Casa da Moeda foi a responsável pelo Sicobe, uma ferramenta de acompanhamento da produção de bebidas. O serviço vigorou entre 2008 e 2016. No governo Temer, foi suspenso pela Receita Federal sem muita explicação. Na ocasião, a Casa da Moeda acenou com o lançamento de uma tecnologia substituta, o que nunca ocorreu. Ressalte-se que o Sicobe deixou saudade na estatal: em determinado momento, o serviço chegou a ser responsável por mais de 60% da receita da empresa – em 2015, rendeu mais de R$ 1,5 bilhão em faturamento. 

A ideia do governo é que a Casa da Moeda passe a ter um papel transversal dentro da estrutura de Estado, participando de projetos estratégicos em diversas esferas do governo, alguns dos quais já em curso. É o caso do Real Digital, a versão tokenizada da moeda brasileira, cujo projeto-piloto está sendo tocado pelo Banco Central em parceria com 16 instituições financeiras. No governo, há o entendimento também de que a Casa da Moeda deve ser uma peça-chave na implantação da nova Carteira de Identidade Nacional (CIN), a cargo do Ministério da Gestão e Inovação. Nesse caso, a proposta é que a estatal forme consórcios com empresas privadas com o objetivo de disputar contratos para a produção do documento – as licitações são de competência dos governos estaduais. A medida teria o efeito de corrigir uma estranha herança deixada pela gestão Bolsonaro. No fim do ano passado, a Câmara Executiva Federal de Identificação do Cidadão (Cefic), então subordinada à Secretaria Geral da Presidência, proibiu a formação de consórcios para a elaboração da CIN. Pelas regras, as empresas responsáveis pela confecção da nova identidade teriam de dominar todas as etapas de produção. As normas causaram perplexidade dentro do próprio governo, uma vez que alijavam a Casa da Moeda da operação. Além disso, há apenas duas companhias privadas no país que seriam capazes de atender a todos os requisitos.

Os estudos para a repaginação da Casa da Moeda partem da premissa de que a estatal tende a ser uma espécie em extinção caso permaneça majoritariamente concentrada na impressão de cédulas. A decadência desse setor é inexorável, por dois motivos principais: a brutal queda da circulação de dinheiro em espécie e a maior durabilidade das notas, por conta dos novos materiais e tecnologias empregados. Um exemplo didático do definhamento desse negócio vem daquela que é considerada a maior “Casa da Moeda” do mundo. A britânica De La Rue, que é responsável pela impressão das notas de libra e esterlina e mantém parceria com governos e bancos centrais de mais de 140 países, vem reportando seguidas quedas de rentabilidade. Em recente comunicado ao mercado, o grupo informou que a demanda por cédulas está nos níveis mais baixos em mais de 20 anos. 

A Casa da Moeda do Brasil vai em uma toada ainda pior. Nos últimos anos, a estatal tornou-se uma linha de montagem de prejuízos. Entre 2017 e 2020, as perdas somadas chegaram a R$ 545 milhões. A empresa voltou a ter lucro em 2021 e 2022, mas os ganhos foram modestos – respectivamente R$ 30 milhões e R$ 23 milhões. No ano passado, o faturamento da Casa da Moeda subiu 15%, chegando a R$ 1,3 bilhão – muito em função das encomendas do governo argentino para a produção de cédulas de pesos. Ainda assim, olhando-se para um período mais longo, as receitas da Casa da Moeda são cadentes. Em 2016, a estatal chegou a faturar mais de R$ 2,6 bilhões.

#Banco Central #Casa da Moeda #CIN #Lula #Marina Silva #Ministério da Fazenda

Futebol

Mais um gringo a caminho dos gramados brasileiros

28/07/2023
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Um grande banco de investimentos brasileiro tem mantido conversações com a Kapital Football Group, do norte-americano Joseph Dagrosa. O objetivo é atrair a gestora para a compra de SAFs (Sociedade Anônimas do Futebol). Dagrosa é dono de um patrimônio pessoal da ordem de US$ 3 bilhões. Fez fortuna com negócios na área de fast food. Entre outros negócios, a Kapital já foi proprietária do clube francês Bordeaux.

#Joseph Dagrosa

Negócios

Flamengo e BRB já ensaiam sua próxima tabelinha

27/07/2023
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O Flamengo e o Banco Regional de Brasília (BRB), que renovaram sua parceria até dezembro, já ensaiam o passo seguinte. A direção do clube, à frente Rodolfo Landim, e o banco estatal conversam sobre novos modelos de negócio para 2024. O formato que começa a ganhar corpo é a substituição do atual contrato de patrocínio pela associação no Nação BRB, banco digital criado para sócios e torcedores rubro-negros. Além dos 50% da fintech, o Flamengo teria ganhos variáveis em função da performance do negócio. A instituição soma hoje aproximadamente três milhões de contas abertas. A meta é duplicar o número em 12 meses. Os planos sobre a mesa passam também pelo IPO do Nação Rubro-Negra, o que consolidaria a parceria entre o clube e o banco estatal como um negócio até o momento sem paralelo no futebol brasileiro. Noves fora o inegável valor da marca Flamengo, em parte toda essa engenharia pode ser creditada à relação de proximidade entre Landim e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.

#BRB #Flamengo #Nação BRB #Rodolfo Landim

Destaque

Qual será a próxima jogada de Marcos Molina no tabuleiro da BRF?

21/07/2023
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Marcos Molina, dono do Marfrig, já está debruçado sobre seu próximo movimento no xadrez societário da BRF. O empresário trabalha com dois cenários:  o primeiro é a formalização de um bloco de controle e a elaboração de um acordo de acionistas, buscando, para isso, o apoio dos principais minoritários da companhia; a segunda hipótese é a compra em bloco de ações da empresa junto a outros investidores, de forma a atingir uma posição majoritária no capital. Em ambos os caminhos, há duas peças-chave nessa engrenagem: Previ e BlackRock, detentores, respectivamente, de 6,2% e 6% da BRF. Os dois investidores passaram a ter uma relevância maior no concerto de acionistas da companhia diante dos números finais do recente aumento de capital. Inicialmente, o Marfrig, de Molina, e o Salic, fundo soberano da Arábia Saudita e aliado do empresário, miravam uma participação de 53% na BRF. Na hora H, porém, a dupla subscreveu um número de ações menor do que o esperado, ficando com uma fatia somada de 43% – individualmente, a participação de Marcos Molina é de 33%. 

Marcos Molina está com o caminho aberto tanto para costurar um bloco de controle ou para adquirir mais ações da BRF até atingir os 51%. Não custa lembrar que a “cláusula de barreira” que impedia as duas hipóteses, especialmente a segunda, caiu por terra. Recentemente, os acionistas da BRF derrubaram a pílula de veneno que obrigava qualquer investidor com mais de 33,33% da empresa a fazer uma oferta pública pelo restante das ações em mercado. Ou seja: Molina pode aumentar sua participação sem a obrigatoriedade de comprar o restante free float da BRF. Há um detalhe que não deve ser desprezado. Inicialmente, Molina aportaria R$ 2,5 bilhões no aumento de capital da BRF. No fim das contas, desembolsou apenas R$ 1,8 bilhão. Ou seja: guardou uma gordura financeira que, em tese, pode ser usada mais à frente para ampliar sua participação. De toda a forma, seja por meio de um acordo de acionistas e de mãos dadas com Previ e BlackRock, seja com a compra de mais ações, na prática as duas jogadas levariam ao mesmo lugar, dando a Molina maioria absoluta nas assembleias de acionistas e no Conselho de Administração da BRF. Procurado, por meio da assessoria do Marfrig, o empresário não quis se manifestar.

Em tempo: independentemente do movimento a ser realizado, a aproximação entre Marcos Molina e Previ pode levar a uma aliança entre dois antigos desafetos. Inicialmente, quando Molina começou a avançar no capital da BRF, ainda no governo Bolsonaro, o fundo de pensão demonstrou resistência a uma possível associação com o Marfrig. Posteriormente, no ano passado, a Previ se opôs à chapa de conselheiros apresentada pelo Marfrig, numa disputa por poder dentro do board da BRF. Aos poucos, os dois lados baixaram as armas. Um personagem importante no armistício foi Aldo Mendes, funcionário de carreira do Banco do Brasil e ex-diretor de Política Monetária do Banco Central entre 2009 e 2016 e hoje um dos mais influentes conselheiros da BRF.

#BRF #Marcos Molina #Marfrig #Previ

Empresa

InBrands negocia entrada de bancos credores no seu capital

21/07/2023
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A InBrands, uma das maiores holdings do varejo de moda do Brasil, estaria negociando com os bancos credo 

res a conversão de parte da dívida em participação acionária. Do outro lado da mesa encontram-se instituições financeiras como Itaú Unibanco e Votorantim. Na linha do “entregar os anéis para não perder os dedos, os controladores da InBrands, Nelson Alvarenga Filho e Americo Fernando Rodrigues Breia, tentariam, assim, reduzir a pressão do seu nível de alavancagem. A relação dívida líquida/Ebitda é de 5,2 vezes. Com um passivo de curto prazo superior a R$ 600 milhões, o grupo enfrenta turbulências financeiras já há algum tempo, inclusive com rumores de uma recuperação judicial. Dona de grifes como Ellus, Richards, Salinas, VR e Alexandre Herchcovitch, a holding chegou a oferecer algumas das marcas como garantia aos credores. Procurados, Inbrands, Itaú e Banco Votorantim não quiseram se pronunciar.

#InBrands #Itaú Unibanco #Votorantim

Empresa

WEG Motores acelera seus investimentos em transição energética

18/07/2023
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A direção da WEG Motores está debruçada em um plano de investimentos para o setor de carros elétricos. O projeto passa pela compra de participações em startups de toda a cadeia de produção do segmento, especialmente a última milha, ou seja, fabricantes de veículos movidos a eletricidade. Um dos alvos, segundo o RR apurou, é a Hitech Electric, que instalou uma fábrica de carros elétricos, utilitários e veículos comerciais de zero emissão no Paraná. A companhia já tem um pé no empreendimento, como fornecedora de baterias e motores da Hitech. A ideia é pular da posição de “carona”, como parceira, para ocupar um pedacinho do banco do piloto, na condição de sócia da empresa.  

A WEG, um caso raro de multinacional brasileira, tem feito movimentos focando no processo de transição energética. Recentemente, fechou um contrato de exclusividade com a montadora chinesa Great Wall Motors para o fornecimento de carregadores elétricos no Brasil. Inicialmente, trata-se de equipamentos residenciais, a serem instalados na casa dos clientes. Mas a companhia catarinense já olha lá para a frente. De acordo com a fonte do RR, um dos projetos no visor é investir na montagem de postos de recarga no país, hoje um dos principais gargalos para a expansão da produção de veículos híbridos ou elétricos no mercado brasileiro. Consultada pelo RR, a Weg não se manifestou.

  

#Great Wall Motors #WEG Motores

Economia

A quem interessa uma projeção de câmbio tão divorciada da realidade?

17/07/2023
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Há mistérios a borbulhar no interior de caldeirões efervescentes de cifras, morcegos e lagartixas. A projeção do câmbio, estabelecida em graníticos R$ 5 até quase o final dos tempos, parece as profecias das três feiticeiras que levaram Macbeth ao seu cadafalso. A apreciação do câmbio não resultará em nada tão trágico, mas, convenhamos, poderia haver um pouco mais de método nessa loucura. Pois, senão, vejamos. O Brasil praticamente alcançou um superávit estrutural na balança comercial. O Focus prevê três anos com taxas Selic altas, a despeito das quedas projetadas. Acabou o tempo do presidente do BC, Alexandre Tombini, e sua Selic a 2%. Vamos conviver com taxas de juros reais de 4% a 5%, no barato. Esse percentual garante que o fluxo financeiro, o pessoal do carry trade, ou o jocosamente chamado o capital moteleiro, vai continuar achando o Brasil uma boa pousada para arbitragem entre os juros externos e internos. Em tempo: mesmo com toda a disposição do Fed e a cada vez mais desimportante interferência do Banco Central da Europa, não há no front de dois mil anos, como diria Nelson Rodrigues, uma previsão de taxas reais de 5% ou 6%, disparatando o mercado internacional.  

Com o país caminhando para a estabilização, torna-se ainda mais digno de estranheza esse câmbio nas alturas. No balanço de riscos não consta tensão política, descontrole fiscal ou uma inflação recalcitrante. Diversos analistas calculam o câmbio de equilíbrio em R$ 4,50, mas caminhando para R$ 4,30 ou R$ 4,00. E o maná da produção do agrobusiness não vai secar. Se Jair Bolsonaro estivesse por aí, poderia se dizer até que o câmbio estava capturando alguma tentativa de golpe. Mas o vulgo já foi. Por que, então, as projeções do câmbio estão tão descoladas – já há quem diga que voltam logo para R$ 5,30 a R$ 5,50? Talvez, com todas as análises fundamentalistas e modelos econométricos, haja um componente nas projeções intrinsicamente despreocupado com o acerto. Afinal, sejamos tautológicos, uma projeção não passa de uma projeção. E como a maior parte das estimativas tem um componente menor de ciência do que feeling, até o RR se sente confortável apostar em um câmbio de R$ 4,30 neste ano e um câmbio médio de R$ 3,90 nos três anos seguintes, inclusive o atual. Se acertarmos, vai valer a gozação. 

#projeção de câmbio

Destaque

BC inicia estudos para uso de reservas cambiais em concessões

17/07/2023
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A pedido de Fernando Haddad, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vai realizar diversas simulações para encontrar o ponto ótimo de uso das reservas cambiais no fomento da economia. Serão chamados economistas do Brasil e do exterior para discutir o tema, que há mais de duas décadas vem sendo tratado de “forma irresponsável”, digamos assim. Já se falou, inclusive, em usar as reservas “jogando dinheiro de helicóptero na economia” sem ponderar que isso levaria ao crescimento da dívida pública. O atual projeto, mais precisamente, seria utilizar uma pequena parcela do lastro em moeda forte como garantia cambial para os investimentos em concessões de infraestrutura. A expectativa, ainda na base do “chutômetro”, é que o volume de recursos poderia triplicar, chegando a mais de R$ 300 bilhões – a estimativa para 2024 é que esses valores fiquem na casa de R$ 126 bilhões.  

O lobby a favor da medida é forte, dentro e fora do governo. Na quinta-feira, dia 13 de julho – último dado disponibilizado pelo Banco Central -, as reservas cambiais estavam em US$ 346, 7 bilhões. Um pedacinho de 10% significaria, portanto, garantias da ordem de US$ 34,6 bilhões – o equivalente a R$ 166 bilhões. Parece pouco dinheiro frente ao montante de dólares entesourados no cofre do BC. Mas pode ser que não. Não existe na academia um modelo das “reservas ótimas”. O FMI considera que são suficientes recursos correspondentes a seis meses das importações. Mas os economistas mais sofisticados, aqui e no mundo, classificam essa “sacada” como algo desprovida de base científica. A China teria um modelo próprio, com argumentação teórica, mas muito influenciado pela atipicidade do país. As demais nações tocam o assunto ao ritmo de suas próprias orquestrações cambiais. Não têm um modelo científico.  

O BC pretende se aprofundar no assunto, antes de dar um passo em falso. Uma das preocupações é o fluxo de recursos financeiros, inclusive de brasileiros com dinheiro no exterior. O investidor externo pode tirar seu capital do país em função da redução dos ganhos com a arbitragem das taxas de juros ou até mesmo por motivos sem uma fundamentação consistente, provocando o chamado efeito manada. Mas será que o uso de um tiquinho das reservas, algo na faixa de 10% ou 7%, até pouco menos, faria essa diferença toda? Qualquer afirmação é um pensar desejante. O BC nas suas gestões desde o primeiro mandato de Lula, quando o caixa de reservas começou a ficar mais cheio, repete que não há um modelo de referência que autorize o uso de um valor específico das reservas em relação ao estoque de dólares.  

Sabe-se que Campos Neto não tem apreço pela ideia, até por considerar o mercado de câmbio extremamente arrítmico e sensível a especulações de toda ordem.  Foi o atual presidente do BC que segurou insistentes pedidos do então ministro da Fazenda, Paulo Guedes, para meter a colher nas reservas. A discussão do uso ou não uso do lastro em moeda forte, portanto, é matusalêmica e até agora sem nenhuma conclusão. Mas com o argumento de que recursos serão para hedgear as concessões e o setor privado batendo bumbo atrás, pode ser que tenha chegado a hora de descascar um pouquinho do montante. Lula quer. E quer muito. 

#Banco Central #Lula #Roberto Campos Neto

Economia

Banco do Brasil entra na lista de Arthur Lira

14/07/2023
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Além da presidência da Caixa Econômica, o PP, de Arthur Lira, quer aterrissar também na diretoria do Banco do Brasil. O partido já teria indicado o nome de Jorge Bastos para a vice-presidência de governo, hoje ocupada por José Ricardo Sasseron, funcionário de carreira do BB e ex-diretor da Previ. Ex-diretor-geral da ANTT, Bastos ocupa atualmente a presidência da Infra S/A, estatal criada a partir da fusão da Valec com a EPL. No governo Bolsonaro, ele esteve próximo do então ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI). Pragmaticamente, deslocou-se dentro do partido, aproximando-se do grupo liderado por Arthur Lira. 

O apetite de Arthur Lira, como se sabe, é insaciável. O presidente da Câmara já dá como certa a conquista da presidência da Caixa, com a entrada do ex-ministro Gilberto Occhi no lugar hoje ocupado por Rita Serrano. Quer também esticar seus tentáculos no Banco do Brasil. Vai ser difícil cravar essa dupla vitória. Mesmo tratando-se de uma vice-presidência, no caso do BB, o governo entende que é dar espaço em demasia para Lira e o mando de campo em dois dos maiores bancos federais.

#ANTT #Arthur Lira #Caixa Econômica

Empresa

Carlyle negocia um armistício com os credores da Tok & Stok

13/07/2023
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Em delicada situação financeira, a Tok & Stok tem experimentado um certo alívio nas últimas semanas. Graças ao poder de convencimento do Carlyle, seu principal acionista. O gigante norte-americano do private equity conseguiu costurar uma espécie de armistício com os principais bancos credores da rede varejista, a começar por Santander e Banco do Brasil. Há conversações em torno de um waiver de um ano para a retomada do pagamento da dívida da companhia, da ordem de R$ 350 milhões. O distensionamento das negociações está diretamente ligado ao aporte de capital feito pelo Carlyle na Tok & Stok, estimado em R$ 100 milhões. Não é só. Nas conversas com os bancos, os norte-americanos já sinalizaram que de onde veio esse dinheiro pode vir mais. Ou seja: a gestora está disposta a aportar mais recursos caso necessário para equilibrar as contas de curto prazo da empresa, dando sustentação a um novo plano de pagamento do passivo.

#Carlyle #Tok & Stok

Destaque

Do mercúrio às finanças, uma megaoperação para asfixiar o comércio ilegal de ouro

12/07/2023
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“Follow the gold”. Essas palavras de ordem estão por trás de uma operação complexa, que congrega vários órgãos dos aparelhos de segurança, justiça e controle, com o objetivo de combater os garimpos clandestinos e o comércio ilegal de ouro no Brasil. Polícia Federal, Ministério da Justiça, Ministério Público e Receita avançam sobre uma ampla rede de conexões, que passa por contrabando na fronteira, associação do crime organizado com garimpeiros, extração ilegal, venda do metal a instituições financeiras de fachada que atuam como intermediárias e, na última milha, acordos com receptadores em grandes mercados internacionais. Um dos próximos passos contra essa bem azeitada linha de montagem do crime deve ser dado pela PF. Segundo o RR apurou, a Polícia Federal estaria preparando uma ação contra um esquema de contrabando de mercúrio da Bolívia para o Brasil. De acordo com a mesma fonte, mais de cem agentes já teriam sido destacados para a operação em Rondônia. O inimigo, nesse caso, já está identificado: investigações do setor de Inteligência da PF apontam na direção da Família do Norte (FDN), uma das maiores facções criminosas da região.  

A principal rota de entrada do produto no país, comandada pela FDN, está na divisa entre a cidade boliviana de Guayaramerín e a vizinha Guajará-Mirim, em Rondônia. Consultada, a Polícia Federal disse que “não se manifesta sobre eventuais investigações em andamento”. A PF mapeou, nos últimos três meses, a entrada de mais de 200 quilos de mercúrio no país. Mas, na própria corporação, o número é tratado como uma amostragem residual. O produto é indispensável para separar o ouro de rochas ou areia, sobretudo na mineração a céu aberto ou de lavra. Além de ser preocupante per si, o aumento do contrabando de mercúrio traz um alerta para a PF: significa que, mesmo com todo o cerco aos garimpeiros ilegais, especialmente em territórios indígenas, caso do Yanomami, a extração clandestina de ouro na Região Amazônica está crescendo. Por sinal, na manhã da última segunda-feira, a própria PF deflagrou uma operação contra um grupo suspeito de movimentar ao menos R$ 80 milhões por meio de uma rede de extração clandestina de ouro em território Yanomami. Essa ponta leva a investigações iniciadas em 2019, a partir da apreensão de cinco quilos do metal no Aeroporto de Boa Vista.  

Diversos fios se entrelaçam na teia da extração e do comércio ilegal de ouro. O crime organizado está na importação de insumos para a lavra, na manutenção de uma rede de milhares de garimpeiros e, na última ponta, no contrabando do metal para o exterior. As investigações revelam também conexões entre facções criminosas e instituições financeiras que atuam na evasão do ouro para o mercado internacional. Procuradores do Ministério Público Federal estão debruçados sobre uma relação de empresas suspeitas. Essa linha da teia criminosa começou a ser puxada há pouco mais de dois anos. Em 2021, o MPF pediu a suspensão das atividades de três instituições financeiras acusadas de despejar tanto no Brasil quanto no exterior mais de quatro toneladas de ouro ilegal entre 2019 e 2020.  

Os números são razoavelmente impactantes. Segundo levantamento do Instituto Escolhas, em 2021 mais de 52 toneladas do produto extraído no Brasil apresentaram “graves indícios de ilegalidade”. O número correspondeu a aproximadamente 54% da produção nacional naquele ano. Quase todo o ouro extraído no país é exportado. Uma parcela expressiva – as estimativas indicam mais de um terço – sai ilegalmente do Brasil. Nesse fluxo está mais uma ligação na cadeia de conexões do crime: facções e instituições financeiras de fachada operam em parceria com quadrilhas internacionais. Mais de 70% das exportações vão para o Canadá, Reino Unido e Suíça. Em agosto do ano passado, as grandes refinarias de ouro suíças assinaram uma declaração pública comprometendo-se a rastrear a origem do metal importado do Brasil.  

O Ministério da Justiça se junta ao MPF e à PF como o terceiro vértice dos órgãos federais que estão na linha de frente do combate à cadeia criminosa do ouro. Neste momento, os esforços do ministro Flavio Dino estão concentrados em duas áreas. Dino tem trabalhado junto a parlamentares para acelerar a votação do “PL do Ouro”, projeto de lei encaminhado ao Congresso pela Presidência da República com o objetivo de regular a compra, venda e transporte do metal no país. Como principal mudança, a proposta extingue a chamada presunção de boa-fé na comprovação da origem do ouro e torna obrigatória a emissão de nota fiscal eletrônica nas operações de compra e venda, além de exigir a transferência bancária como forma de pagamento. Enquanto a nova regulação não sai, a Receita Federal, que também integra a tour de force, usa os instrumentos que tem à mão. A partir de 1º de agosto será obrigatória a emissão da Nota Fiscal Eletrônica do Ouro Ativo Financeiro (NF-e Outo Ativo Financeiro), destinada ao registro de operações com o metal.  

Ao mesmo tempo, o ministro da Justiça tem mantido tratativas com outros países, a começar exatamente por Canadá e Suíça, para que esses grandes importadores do metal imponham também regras mais rígidas para a entrada do produto em seu território. Na prática, seria uma forma de conter na ponta final da esteira o que o próprio Brasil não consegue barrar na partida.  

Ressalte-se que todo esse cerco sincronizado das autoridades brasileiras se dá justamente em um momento em que bancos centrais de diversos países, especialmente China e Turquia, têm aumentado suas reservas físicas de ouro, na esteira da guerra entre Rússia e Ucrânia e como forma de proteção contra a inflação elevada. A demanda mundial pelo produto atingiu o ponto mais alto em 11 anos – mais de 4,7 mil toneladas em 2022. O Brasil, de certa forma, está na contramão desse “ciclo do ouro”, dada a enorme evasão criminosa do metal extraído no país. 

#Instituto Escolhas #Ministério da Justiça #MPF #Ouro #Polícia Federal

Futebol

Grêmio quer dar ordem de despejo à antiga OAS

11/07/2023
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O Grêmio está tentando aproveitar o momento conturbado da Coesa, empresa criada a partir de uma das costelas da antiga OAS, para negociar a compra do seu estádio. A Arena é avaliada em aproximadamente R$ 700 milhões, mas os dirigentes do clube gaúcho trabalham com a premissa de que a companhia teria pouco a receber. Além disso, a aposta é que a Coesa não está em condições de endurecer as conversas. No fim do mês passado, a empresa teve sua recuperação judicial revertida em falência pelo TJ-SP. No total, a companhia carrega mais de R$ 4,5 bilhões em dívidas herdadas da OAS. A própria relação societária com a Arena do Grêmio é enrolada. O estádio pertence ao FI-FGTS, administrado pela Caixa, e à Coesa. Esa última comprou a KPE Engenharia, que reunia ativos imobiliários da própria OAS. Ainda que a investida do Grêmio surta efeito, os derivativos empresariais da antiga construtora baiana estão longe de ser o maior enrosco do estádio. Há uma dívida de R$ 226 milhões com o Banrisul, Banco do Brasil e Santander, referente ainda à construção da Arena. Recentemente, os três bancos conseguiram a penhora judicial do complexo esportivo por conta do endividamento.

#Grêmio #OAS

Destaque

A comédia de Lula com o BC de comédia não tem nada

7/07/2023
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O presidente Lula, por desígnios do destino, mais fortuna do que virtù, pode faturar dobrado a mudança do horizonte de aferição da meta de inflação, a queda da taxa de juros e, finalmente, um IPCA mais comportado e dentro da margem de tolerância (4,75%), no final do ano. Os juros devem cair, mesmo que pouco. O Focus dessa semana prevê uma Selic de 12% em dezembro, mas já há instituições financeiras projetando uma taxa de 11%. É um índice extremamente alto, mas de serventia na arena política. O suficiente para o presidente provavelmente dizer que venceu o braço de ferro com Campos Neto. A guerra pelo aumento da meta de inflação Lula não ganhou, mas mudou a temporalidade, o que permite, com jeitinho, dizer que teve mais uma vitória contra o “BC do Bolsonaro”. Se der o samba que promete, o presidente vai tirar uma onda porque conseguiu o que seu antecessor tentou e não teve êxito – apesar dos méritos pelos atuais feitos, na maior parte, pertencerem à política monetária efetuada na gestão do ex-presidente.    

O terceiro ato tem muito mais ressonância: é a inflação ficar dentro da meta em dezembro deste ano. A conquista é positiva por si só, mas ela soma em dobro, pois tem efeito simbólico de forte impacto político: a redução da carestia. Lula vai dizer que domou o monstro remarcador de preços. É uma inverdade, mas vai dizer. No quesito inflação, Bolsonaro e Campos Neto entrarão juntos na roda. Ambos receberão cocorotes em dosagem correspondente à importância que têm no jogo da política. O presidente do BC teve de assinar duas cartas de desculpas ao Congresso pelo não cumprimento da meta de inflação, todas, é claro, no governo Bolsonaro. Ou seja: precisou pedir arrego ao Parlamento nos atípicos anos de 2021 e 2022, período da pandemia. Mas Lula sempre poderá dizer que Bolsonaro somente cumpriu as outras duas metas, nos anos de 2019 e 2020, devido às margens de tolerância mais altas, respectivamente, 5,75% e 5,5%. E poderá dizer também que ele ficou com os ossos de bandas superiores das metas de 4,75%, neste ano, e 4,50%, em 2024.   

Ainda existe a possibilidade de a fatura de Lula ser acrescida de um imprevisto crescimento do PIB de 3%, em 2023, conforme a expectativa do secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello. No início do ano, a previsão era de um aumento de apenas 0,8%. Depois a estimativa foi corrigida um pouquinho, para 1,2%. Agora o BC subiu o sarrafo para 2%. O diretor do FGV Ibre, Luiz Schymura, acha factível ser maior. Por que não? Ele lembra, conforme artigo publicado na última terça-feira no Valor Econômico, que, em 2022, a projeção inicial de elevação do PIB era de pífio 0,3%, e o crescimento verificado fechou em notáveis 2,9%. Previsão do PIB é um exercício de grande imprevisibilidade. Mas o show do agrobusiness e a gastança do governo ajudam a acreditar que os 3% do PIB estão na caçapa neste final de ano. 

Se o crescimento da economia for nesse patamar, o que cada vez mais parece que vai acontecer, Lula fatura também em duas variáveis bastante vinculadas à política monetária: a dívida bruta pública interna e o resultado primário das contas públicas. Na lei orçamentária, o governo tinha previsto um déficit primário de 2,2% em relação a um PIB 2,5%. O que se dizia na ocasião é que seria no mínimo improvável alcançar essa projeção de crescimento da economia contida no PLOA. Hoje, no mercado se considera que chegar ao percentual de 2,5% não é nada demais. O Ministério da Fazenda já revisou sua projeção de déficit primário para 1% neste ano e não conta nessa alteração com os benefícios de uma reforma tributária e da aprovação do arcabouço fiscal. Se o PIB subir para 3% ou até um tiquinho mais, também, em grande parte, devido à sorte do presidente – e ao fato de Bolsonaro ter contribuído com a parte dura da tarefa – o déficit primário pode ficar próximo de zero, em dezembro. Fernando Haddad promete, formalmente, zerar o déficit só em 2024. Mas um número tão baixo, neste ano, não estava no radar do mercado.  

A dívida bruta do Brasil vai subir para o equivalente a 73,63% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme dados divulgados pelo Banco Central na última sexta-feira. Mas também deve ficar abaixo desta previsão. O crescimento do PIB estimado pelo BC é de 2%. Portanto, é razoavelmente provável que, com o PIB subindo mais, a relação dívida bruta/PIB caia mais neste ano, até porque terá ainda uma ajuda da redução da taxa de juros, que impacta diretamente o custo do passivo interno.   

Neste ponto da história em que estamos, o ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, teve sua nomeação como diretor de Política Monetária aprovada na última terça-feira pelo Senado Federal, e além de manda chuva da área, já está sendo empoderado, informalmente, como substituto de Campos Neto em dezembro de 2024, quando termina o mandato do atual presidente do BC. Lula nomeou também o diretor de fiscalização, Ailton Aquino dos Santos. Em 2024, com as mudanças já acertadas e as quatro alterações programadas, o presidente não terá ainda a maioria absoluta da diretoria colegiada do BC, que somente será conquistada em 2025, mas conseguirá a maioria simples. Por mais que todos os diretores tenham sido indicados devido sua competência técnica, o BC independente ficará, no mínimo, levemente inclinado em favor do governo. A elevação da meta de inflação de 3% seria algo para 2025. Isso se o cenário não mudar muito. É muito provável até que daqui para frente o presidente alivie Campos Neto das suas bordoadas. Afinal, está tudo dominado, como se diz na linguagem do funk. Essa é a comédia por trás da política monetária, que de comédia não tem nada.  

#Banco Central do Brasil #IPCA #Lula #Ministério da Fazenda

Destaque

Falta transparência no processo de criação do real digital

5/07/2023
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O real digital já nasce debaixo de polêmica. A decisão do Banco Central de reabilitar a Caixa Econômica e o Mercado Bitcoin (MB) para o projeto-piloto da versão tokenizada da moeda brasileira causou mal-estar entre os demais participantes da iniciativa e, principalmente, entre as empresas que foram excluídas ou não puderam participar da seleção. De acordo com a fonte do RR, que participou do certame, tinha certeza da inclusão e foi desclassificada, dois dias depois do prazo limite para apresentação dos recursos – cinco dias a partir de 24 de maio, quando foram anunciados pelo BC os felizes participantes – já se sabia, no intra-mercado, que a CEF tinha sido reabilitada. O anúncio oficial só veio mesmo a público no dia 22 de junho. É uma acusação grave. Os mais incomodados relutam em fazê-la porque acreditam ter uma chance de repescagem no processo. Ao trazer a Caixa de volta para o game, o BC politizou um assunto que, até então, vinha sendo conduzido de forma eminentemente técnica, pelo menos nas aparências. O que se diz nos bastidores é que a instituição cedeu a pressões de dentro do próprio governo para aceitar o retorno do banco estatal. Para piorar a situação, todo o processo tem sido conduzido com baixa ou nenhuma transparência. O Banco Central não explicou os motivos para a exclusão da Caixa e do MB da seleção original e muito menos os recursos que permitiram a repentina reabilitação da dupla. Formalmente, limitou-se a dizer que “foram selecionadas aquelas instituições que conseguiram atender de forma mais clara e completa os requisitos estabelecidos no regulamento do piloto do real digital.”    

É também motivo de incômodo que, em um primeiro momento, o BC tenha optado por não incluir consórcios liderados por tokenizadoras ou plataformas de ativos financeiros digitais. De repente, tudo mudou com o reaparecimento do grupo capitaneado pela Mercado Bitcoin, que reúne ainda a Mastercard, a corretora Genial, a registradora Cerc e a fintech Sinqia.   

Outro fato atiça o ambiente do “disse me disse” entre as demais instituições financeiras envolvidas na iniciativa. Em abril, o coordenador do projeto para versão digital da moeda, Fabio Araújo, afirmou que “chegou-se ao número de 10 participantes porque o prazo é curto e o processo demanda recursos do banco”. Araújo, contudo, fez um hedge ao afirmar que “se houvesse demanda, o número poderia crescer.” Segundo uma das instituições que ficou de fora do grupo aprovado pela autoridade monetária, o Banco Central, deixou entender, nas consultas realizadas, posteriormente, que iria escolher 12 instituições, individuais ou reunidas em consórcios, para atuar no projeto-piloto do real digital. Ou seja: a despeito dos critérios de seleção, havia um limite máximo de participantes. O BC, porém, ampliou esse número para 14 – de um total de 36 candidatos inscritos, muito acima das expectativas iniciais. No meio do caminho, portanto, a definição de um contingente máximo de selecionados sumiu do processo. Seguiu-se a máxima de Araújo, que a demanda também determinaria a quantidade de escolhidos. Isto é: os estudos para o real digital poderiam ser feitos por um número maior de participantes desde que fossem habilitados conforme os critérios técnicos.   

Por fim, com o recredenciamento da Caixa e da MB, são 16 grupos habilitados. Segundo a fonte do RR, não está claro se o jogo pode mudar a qualquer hora e sem sinalização prévia,  em função de algum outro recurso ou “expediente temporão”. O choro é válido porque o processo é realmente confuso. Há consórcios que pressionam para serem reabilitados. Por exemplo: o Banco do Nordeste (BNB) se inscreveu para participar do projeto-piloto e ficou de fora. A previsão é que os testes durem 18 meses. Há motivos óbvios para que os excluídos dessa fase de estudos estejam com a irritação à flor da pele. Os bancos, fintechs e demais empresas envolvidas no projeto terão vantagem comparativa para começar a pensar antes em como monetizar o real digital e os serviços financeiros que poderão ser criados a partir da “nova” moeda. O BC diz que manterá um fórum aberto e sem limite de participantes para que se acompanhe a evolução do desenvolvimento do real digital.   

Mas, como está tudo confuso, inclusive em relação a detalhes técnicos e cronograma, os excluídos consideram que os vencedores terão enormes vantagens para desenvolver seus negócios próprios. Faz sentido. Por enquanto o que se tem é uma nebulosa encobrindo detalhes para a escolha dos eleitos. Além das eventuais vantagens desse grupo caso no futuro sejam feitas outras chamadas para colaboração com o BC no desenvolvimento da moeda digital. Até agora, vale a tautologia: quem está dentro está dentro, quem está fora está fora. 

Quais os critérios adotados pelo Banco Central para, inicialmente, desabilitar a Caixa Econômica e o Mercado Bitcoin do projeto-piloto do real digital? Que razões levaram o BC a reconsiderar a decisão e autorizar a participação da Caixa Econômica e da Mercado Bitcoin no projeto? Houve alguma gestão de ordem política junto ao BC, notadamente no que diz respeito à Caixa? Por que o BC decidiu aumentar o número de participantes? Diversos candidatos desabilitados estão fazendo pressão para serem integrados ao projeto. O Banco Central cogita aumentar o número de participantes mais uma vez? São perguntas que o RR fez ao próprio BC. A instituição, no entanto, não retornou até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para o posicionamento do Banco Central. 

#Banco Central #Caixa Econômica #Real digital

Destaque

Ame Digital está na mira do Mercado Pago

3/07/2023
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O RR apurou que o Mercado Pago está na disputa pela compra da Ame Digital, fintech colocada à venda pela Americanas em meio ao seu processo de recuperação judicial. Com a aquisição, o braço financeiro do Mercado Livre poderá se consolidar como um dos maiores bancos digitais do país, notadamente em soluções de pagamento e crédito ao consumidor. O Mercado Pago mira no que há de mais valioso da Ame: uma carteira com mais de 30 milhões de contas ativas. A fintech nasceu, em 2018, como um apêndice da Americanas, quase que exclusivamente para atender o ecossistema de vendas da rede varejista. Hoje, no entanto, é uma operação independente, que soma ainda cerca de dois milhões de cartões e um volume de movimentações financeiras da ordem de R$ 35 bilhões no ano passado. Ainda assim, está longe de ser um negócio rentável: em 2022, teve um prejuízo de R$ 696 milhões. Procurados pelo RR, Mercado Pago e Americanas não quiseram comentar o assunto.

Além de ser um negócio importante per si, com mais de 45 milhões de contas cadastradas, o Mercado Pago tende a ter um peso cada vez maior para a própria operação do Mercado Livre no Brasil. Principalmente por conta do ambiente de maior concorrência no e-commerce, diante dos investimentos já anunciados pelas chinesas Shein e Shopee no Brasil. Gradativamente, o Mercado Pago tem ampliado seu escopo de atuação: da conta digital e das soluções de pagamento, seus negócios originais, já espraiou sua atuação para a área de segurança, criptomoedas e, mais recentemente, investimentos, com a criação de fundos próprios. 

#Lojas Americanas #Mercado Livre #Mercado Pago

Destaque

Contencioso entre os Safra deve ter novo capítulo na Justiça de Nova York

30/06/2023
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Há uma tensa expectativa na família Safra. É esperada para a próxima semana alguma decisão da Suprema Corte do Estado de Nova York sobre o processo aberto pelo bilionário Alberto Safra contra a matriarca da família, Vick Safra (viúva do antigo manda chuva, Joseph Safra) e seus irmãos, Jacob Safra, que comanda a operação internacional do grupo, e David Safra – responsável pelos negócios do clã no Brasil. A briga é feia. A família, à exceção da irmã Esther, quer deserdar Alberto, praticamente expulsando-o da SNBNY – holding que controla o banco americano Safra National Bank. Alberto afirma que foi diluído na SNBNY quando estava muito enfermo. A família diz que “pouco depois de receber a doação do Sr. Joseph como antecipação da herança, Alberto deixou o Banco Safra, sem atender os apelos feitos pessoalmente pelo seu pai, e iniciou negócio concorrente, tendo, inclusive, assediado e contratado vários executivos do Grupo.” Em nota oficial, os Safra em bloco chamam Alberto de conspirador. O fato é que quem deserdou Alberto foi o próprio Joseph.  

Alberto Safra descarrega nos irmãos, dizendo que eles foram responsáveis por ações ilegais. Nas internas, fala-se que Vick Safra é a mais incomodada com o comportamento de Alberto e quem está apertando o torniquete da alienação do filho de todos os negócios. Pode ser. As mulheres da família Safra são notórias pela força e determinação, vide a falecida Lily Safra, duríssima na queda. Lily, mulher do também falecido Edmond Safra, deixou uma fortuna de US$ 1,3 bilhão para a caridade. Muita água – ou sangue metaforicamente – ainda vai rolar nessa guerra.  

Os Safras são detentores de um império detentor de ativos estimados em US$ 90 bilhões em ativos. Alberto, sozinho, teria mais de US$ 8 bilhões, sem contar o quinhão em disputa. É uma pena todo o episódio. Apesar das recorrentes brigas em família, os Safra são reconhecidos pela elegância. O publicitário Nizan Guanaes define o marketing do banco com uma palavra: “silêncio”. Agora é torcer para que Hollywood não se anime com o enredo. Por enquanto, o relevante é aguardar o que dirá a Justiça de Nova York. Depois, é inevitável que uma enxurrada de ações seja impetrada. É muito, mas muito dinheiro em jogo. 

#Alberto Safra #Banco Safra #Nova York #Safra National Bank

Empresa

Quero-Quero negocia com bancos para reduzir pressão da dívida de curto prazo

30/06/2023
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A direção da Quero-Quero, maior rede de material de construção do Brasil, está empenhada em reduzir a dívida de curto prazo. O RR apurou que já há conversas em curso com bancos para o alongamento do passivo. Em termos absolutos, o endividamento líquido da companhia até caiu: de R$ 266 milhões em março de 2022 para R$ 180 milhões em março deste ano. Ocorre que a redução dos resultados serviu como uma gangorra que jogou o nível de alavancagem da empresa para o alto: no mesmo intervalo, a relação dívida líquida/Ebitda subiu de 1,4 para 2,1 vezes.

#Quero-Quero

Finanças

Banco do Brasil amplia sua rede no exterior

29/06/2023
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Reviravolta no Banco do Brasil. A presidente Tarciana Medeiros não apenas engavetou a venda de subsidiárias e controladas internacionais – como o BB Américas, em Miami, ou o Patagonia, na Argentina -, como pretende ampliar a presença do BB no exterior. Entre os planos estariam a abertura da segunda agência na China e a instalação de um escritório no Oriente Médio. Há estudos também para o aumento da rede de operações na América do Sul, com a possível entrada em países como Colômbia e Peru

#Banco do Brasil #BB Americas #Tarciana Medeiros

Energia

Banco de fomento alemão vai financiar projetos em geração renovável no Brasil

27/06/2023
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O Banco do Nordeste está em conversações com o KFW – banco de desenvolvimento da Alemanha – para obter uma linha de crédito voltada a projetos de transição energética na região. A operação tem como pano de fundo as tratativas entre os governos do presidente Lula e do primeiro-ministro Olaf Scholz para investimentos conjuntos em energia renovável no Brasil. Em janeiro deste ano, após reunião com Lula, Scholz falou textualmente do interesse da Alemanha em financiar projetos em hidrogênio verde no país.

#Energia renovável #KFW

Futebol

Investidor português pisa nos gramados brasileiros

26/06/2023
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Um grande banco de investimentos brasileiro está trabalhando com o objetivo de trazer a portuguesa Codecity Sports Management para os gramados brasileiros. Na mira, a aquisição de uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Uma possibilidade sobre a mesa é uma operação com o Sport, de Recife, que está ultimando os preparativos para a cisão da sua operação de futebol. A Codecity, do investidor Rui Pedro Soares, tem investimentos em Portugal, mas também alguns negócios controversos. Um deles tornou-se uma grande batalha judicial: a aquisição do Belenenses, tradicional clube de Lisboa.

#Codecity Sports Management #Sport

Política

Mudanças à vista no Banco do Brasil?

23/06/2023
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O ministro da Educação e ex-governador do Ceará, Camilo Santana, trabalha com afinco para abrigar Nelson Martins, funcionário de carreira do Banco do Brasil, em uma das diretorias da instituição. No início do governo, Santana já havia tentado emplacar Martins – assessor especial do atual governador cearense, Elmano Freitas – na presidência do Banco do Nordeste. Mas o cargo acabou nas mãos do ex-governador de Pernambuco, Paulo Câmara. Martins tem uma longa história de militância no movimento sindical: por dois mandatos seguidos, presidiu o Sindicado dos Bancários do Ceará. 

#Banco do Brasil #Camilo Santana #Nelson Martins

Destaque

O setor de construção pesada vai voltar. E quem diz é José Dirceu

21/06/2023
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Ainda sobre a breve, mas fulgurante, passagem de José Dirceu pelo Rio, na última sexta-feira, dia 16 de junho. Em palestra noturna, seguida de jantar com o grupo Prerrogativas – conforme noticiou o RR  – Dirceu deitou falação no que considera o maior tumor produzido pela Lava Jato: a destruição da construção pesada. O ex-ministro diz que o presidente Lula tem a mesma opinião. Afirmou que tem contatos na América Latina, a mais atingida pelo escangalhamento do setor – “na verdade, quem foi mais atingido fomos nós mesmos”, sublinhou. Dirceu informou que vai trabalhar pelo soerguimento da construção pesada. Só não disse como. Seja lá como vai poder ajudar esse segmento, que já teve suas grandes empresas todas ranqueadas no topo das maiores do Brasil, a verdade é que a premissa de Dirceu está certa, certíssima.  

Com a Lava Jato foi construída uma narrativa para “criminalizar” também as empreiteiras e não somente os dirigentes e sua rede de operadores, que cometeram falcatruas. Verdade seja dita: no desmonte da construção pesada, os juízes deram o kick off e se acumpliciaram, com omissões e associações indevida, aos demolidores da construção pesada. Mas não foram os protagonistas da destruição das companhias, papel que coube aos órgãos de controle, liderados pelo TCU. Este cometeu uma espécie de macartismo empresarial. Praticamente quebrou o top ten das empreiteiras. Atrocidades foram cometidas, como o cancelamento de contratos de obras e a suspensão do crédito público. Uma a uma, empresas como Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, que vinham, inclusive, investindo na diversificação das suas atividades, tiveram de vender todos os novos projetos. Um braço importante do seu core business, a comercialização no exterior de serviços de engenharia, simplesmente se desmilinguiu. Ao mesmo tempo, acabaram sendo “expulsas” das centenas de obras que construíam no Brasil.  

Para bom observador, José Dirceu veio dar este recado como ventríloquo de Lula. O ex-ministro, apesar da grande discrição, toca de ouvido com o presidente, que já disse pública e enfaticamente que vai recuperar a construção pesada nacional e retomar a exportação de serviço. Lula tem, inclusive, relações de afeto no setor, a exemplo de Emílio Odebrecht.  

De acordo com Dirceu, o presidente está, sim, decidido a destruir o legado do lavajatismo. E o resgate das grandes empreiteiras é uma das ações que vão nesta direção. O ex-todo poderoso chefe da Casa Civil observou que um dos eixos da geopolítica de Lula é justamente retomar o protagonismo nos continentes, sobretudo na América Latina e na África, contendo também a expansão da China nas mesmas regiões. A exportação de serviços assim como a defesa da inclusão ou fortalecimento da participação dos países de ambos nos foros multilaterais são instrumentos com os quais o assessor de Lula, Celso Amorim, conta para fazer valer a geopolítica brasileira. Segundo José Dirceu, as condições presentes são ainda mais favoráveis para o Brasil retomar seus mercados.  

O movimento imediato no xadrez da defesa é a desmontagem na CCJ da PEC esdrúxula que vem sendo articulada pela oposição para impor a exigência de aval do Congresso Nacional em caso de financiamento de bancos públicos federais a engenharia de obras no exterior. Em tempo: Dirceu não gastou tempo falando em Cuba, um dos pivôs do discurso de satanização da venda de serviços de engenharia, apesar das sabidas fortes relações com a pequena ilha. Se Lula é eminentemente um pragmático, conforme já foi dito, Dirceu disputa com ele o posto de referência nesse quesito. O Grupo Prerrogativas é um coletivo de juristas e magistrados mais ativos no combate à Lava Jato e na defesa da democracia. 

#Andrade Gutierrez #Camargo Corrêa #José Dirceu #Lava Jato #Odebrecht #TCU

Destaque

Minoritários do Santander querem destrinchar as relações entre o banco, Sergio Rial e Americanas

16/06/2023
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O executivo Sérgio Rial, que já é réu em processo administrativo na CVM, por sua atuação no comando das Americanas, pode se se tornar igualmente réu em um processo bem mais desestabilizador, agora pelo lado do Santander. Um grupo de minoritários do Santander Brasil, segundo fonte do RR, já solicitou à CVM a abertura de outro procedimento para investigar as operações financeiras do banco com a Americanas. Os investidores estudam entrar também na Justiça para solicitar uma auditoria nos empréstimos. Seja no âmbito administrativo, seja na esfera judicial, a intenção dos minoritários, segundo a mesma fonte, é apurar o envolvimento de Rial na aprovação dos financiamentos e responsabilizá-lo por eventuais prejuízos impostos aos acionistas do Santander em razão das linhas de crédito concedidas à rede varejista. Os empréstimos totalizam cerca de R$ 3,6 bilhões.

Sérgio Rial assumiu o cargo de CEO do Santander em 2016. Ficou no comando do banco até 2022, quando subiu para a presidência do Conselho. É nesse intervalo de tempo que moram as suspeições. Os minoritários querem esmiuçar os contratos de empréstimo firmados entre o banco e a rede varejista ao longo da jornada de Rial frente às principais decisões do Santander. Olhando para um período mais recente, os investidores focam no que eles próprios chamam de relações promíscua entre a Americanas e Sergio Rial. Essa é a diferença crucial entre os demais grandes bancos credores, tais como Bradesco e Itaú, e a subsidiária brasileira do banco espanhol: o principal executivo tinha um pé no lado do credor e o outro do lado do devedor, além de manter uma relação “diferenciada” com os sócios de referência das Americanas (Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles), que estão igualmente tentando se livrar de qualquer envolvimento com as operações fraudulentas. Um dos objetivos dos reclamantes, por exemplo, é verificar se eventualmente a instituição financeira concedeu algum crédito à companhia a partir de agosto de 2022, quando já se sabia que Rial iria assumir o comando da rede varejista dali a quatro meses. Na ocasião, o executivo ainda era presidente do Conselho do Santander Brasil.

Conta a favor de Rial que, ao contrário de César, com seu célebre  “veni, vidi e vici”, o executivo veio para as Americanas, viu e perdeu. Tanto não saberia das operações, que, ao se deparar com elas, teria saído batido do banco. É um bom argumento. Mas há outras hipóteses: se o propósito era ajudar por dentro a mitigar as inconsistências e fraudes, sua rápida – e amedrontada – saída da presidência somente serviu para piorar a percepção da crise. Segundo um dos acionistas, o criador teria tremido ao ver sua criatura de perto, o que justificaria a partida da varejista quase ao mesmo tempo da chegada. Talvez os malfeitos pudessem ser escondidos mais uns anos, o que abrandaria a eventual culpabilidade do executivo. De acordo com o acionista do Santander ouvido pelo RR, “simplesmente não dá para desresponsabilizar Rial nesse episódio. Ele controlava de perto tudo que ocorria no banco. Imagina um empréstimo dessa magnitude”.

Em contato com o RR, a CVM informou que acompanha e analisa informações e movimentações no âmbito do mercado de valores mobiliários brasileiro, tomando as medidas cabíveis, sempre que necessário.” Perguntada especificamente sobre o pedido de abertura de processo contra Sergio Rial por parte dos minoritários do Santander, a autarquia disse que “não comenta casos específicos.”. Cabe lembrar que a CVM já tornou o executivo réu ao menos em um dos processos administrativos instaurados para investigar a fraude contábil da Americanas – ao todo são 12 ações. Na condição de CEO da rede varejista, Rial será julgado por supostas irregularidades na forma de divulgação do rombo da companhia, quando ele teria infringido artigos da Lei das S/A. O RR enviou também uma série de perguntas ao Santander, mas o banco não se pronunciou.

#Beto Sicupira #CVM #Jorge Paulo Lemann #Marcel Telles #Santander #Sergio Rial

Mercado

Alckmin tenta destravar dívida da Argentina com transportadoras brasileiras

16/06/2023
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O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento e da Indústria, Geraldo Alckmin, tem feito gestões junto a autoridades argentinas na tentativa de equacionar um impasse na área de comércio exterior. Uma série de exigências impostas pelo governo de Alberto Fernández tem provocado seguidos atrasos no pagamento de frete a companhias brasileiras de logística que transportam carga para o país vizinho. A bola de neve acumulada entre abril e junho soma aproximadamente US$ 150 milhões. E vai aumentar. Segundo o RR apurou junto a uma das maiores empresas do setor, outros US$ 40 milhões em faturas emitidas vencem até o próximo dia 20 e, por ora, não há qualquer sinal de que serão quitadas.

Geraldo Alckmin e seus assessores têm feito gestões junto ao ministro das Relações Exteriores e Comércio Internacional da Argentina, Santiago Andrés Cafiero. O assunto, segundo o RR apurou, já foi levado também ao embaixador argentino em Brasília, Daniel Scioli. Historicamente, a remuneração pelo transporte de carga para a Argentina sempre se deu no ato da entrega. Agora, no entanto, os importadores locais têm demorado até 90 dias para quitar o débito. E jogam a culpa para cima do governo. A última novidade veio do Banco Central da Argentina, que passou a exigir das transportadoras uma licença prévia – na prática, um calhamaço de documentos emitidos tanto por autarquias federais quanto provinciais.

#Alberto Fernández #Geraldo Alckmin #Lula #Santiago Andrés Cafiero

Mercado

Bancos tentam costurar venda da Tok&Stok

15/06/2023
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Os maiores credores da Tok&Stok, notadamente Banco do Brasil e Santander, vestiram o figurino de advisers e saíram a campo em busca de um comprador para a empresa. As instituições financeiras mantêm conversas especialmente com a Mobly, plataforma de venda de móveis e artigos de decoração. A empresa chegou a manter tratativas para uma fusão com a Tok&Stok, mas recuou diante da grave crise financeira da companhia, às voltas com uma dívida de R$ 600 milhões. A diferença agora é que os bancos estariam dispostos a entrar no negócio, convertendo uma parcela dos créditos contra a Tok&Stok em participação acionária na nova empresa como forma de viabilizar o M&A. Nestes tempos de Americanas, o que as instituições financeiras mais temem é ter de fazer novas baixas contábeis com seus empréstimos ao varejo. Consultada, a Tok&Stok não quis se pronunciar.  

#Tok&Stok

Governo

Haddad pressiona Banco do Brasil por solução para o Pronampe

13/06/2023
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O RR apurou que o ministro da Economia, Fernando Haddad, cobrou diretamente da presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, uma solução para o impasse do Pronampe. Em março, o Congresso aprovou Medida Provisória do governo estendendo de 48 para 72 meses o limite para a quitação de financiamentos no âmbito do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. No entanto, quase três meses depois, tudo segue como antes: os tomadores de empréstimo não conseguem alongar os prazos de pagamento. Tudo por conta da morosidade do BB, responsável pela gestão do Fundo de Garantia da Operação (FGO) – como o nome sugere um instrumento garantidor de financiamentos para pequenas e médias empresas. Até o momento, o Banco do Brasil não alterou o estatuto do FGO, condição necessária para a prorrogação dos prazos de pagamento do Pronampe. 

#Banco do Brasil #Fernando Haddad #Ministério da Economia #Pronampe #Tarciana Medeiros

Política externa

Casa da Moeda vai rodar mais dinheiro para a Argentina

12/06/2023
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Se há uma empresa brasileira que, literalmente, deve fazer ainda mais dinheiro com as boas relações entre Lula e Alberto Fernández é a Casa da Moeda. Há negociações para que a estatal brasileira fabrique uma nova remessa de pesos argentinos ainda neste ano. Por ora, as tratativas estão trancadas a sete chaves na empresa. Mas, segundo informações filtradas pelo RR, seria um contrato ainda maior do que o executado no ano passado, quando a Casa da Moeda produziu mais de 600 milhões de cédulas de pesos. A empresa brasileira deverá avançar atendendo uma parcela da demanda do Banco Central da Argentina que, nos últimos dois anos, foi suprida por encomendas a outros países, notadamente a China. Consultada pelo RR sobre o novo pedido, a Casa da Moeda disse que as “informações solicitadas sobre o contrato com a Casa da Moeda da Argentina são sigilosas”.

#Alberto Fernández #Casa da Moeda #Lula

Esportes

Grêmio procura um parceiro de ataque para comprar estádio

7/06/2023
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O Grêmio busca um parceiro, leia-se um fundo de investimento, para comprar o seu estádio. Seu, em termos. A propriedade da Arena, em Porto Alegre, é um enrosco só. Atualmente, o estádio pertence ao FI-FGTS, administrado pela Caixa, e à Coesa, que, em abril, comprou a KPE Engenharia. Esta última reunia os ativos imobiliários da antiga OAS, responsável pela construção do empreendimento. No entanto, a empreiteira baiana ainda pisa nesse gramado. A gestão do complexo é feita pela Arena Porto Alegrense, empresa pertencente à Metha, novo nome da velha OAS. Ou seja: a bola rola, rola e parece voltar ao mesmo lugar. O Grêmio quer tirar todos esses players do negócio. Até porque o atual modelo contratual para a utilização do estádio corre sério risco. Em abril, Banrisul, Banco do Brasil e Santander entraram com uma ação na Justiça pedindo a penhora da Arena por conta de uma dívida de R$ 226 milhões ainda referente ao crédito para a construção do empreendimento. 

#Banco do Brasil #Banrisul #FI-FGTS #Grêmio #Santander

Crédito

Equipe econômica elabora uma versão do “Desenrola” para os fornecedores da Americanas

6/06/2023
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Um dos novatos da Fazenda, levado por Fernando Haddad para o governo, sugeriu uma reunião com o Banco Central para propor a redução do recolhimento compulsório sobre os depósitos a prazo e à vista como uma solução temporária para o desengargalamento do crédito, provocado pela crise das Americanas. Os recursos que deixariam de ser recolhidos ao BC serviriam para cobrir a inadimplência da empresa junto aos fornecedores. Ou seja: essa espécie de “Desenrola” versão Americanas daria fôlego para os próprios bancos refinanciarem essas dívidas. Ressalte-se que a companhia e seus acionistas não ficariam livres de pagar um centavo do que devem. Na proposta idealizada pelo jovem economista da equipe econômica, o próprio BC ou a União passaria a ser o detentor dos créditos contra a rede varejista. Teria de ser feito um encontro de contas ou algum expediente que levasse em consideração a liberação dos recursos do recolhimento para o sistema financeiro e, em contrapartida, a assunção da cobrança da dívida por parte do Estado.  

Trata-se de uma engenharia intrincada, mas com significativo impacto para aliviar o garrote da crise no crédito. O calote da Americanas atingiu mais de oito mil fornecedores, o equivalente a mais de 85% da lista total de credores apresentada pela empresa em seu plano de recuperação judicial (em torno de 9,4 mil). Em termos financeiros, o passivo com essa classe corresponde a aproximadamente 11% das dívidas totais inscritas na recuperação, de R$ 50,1 bilhões. Nesse rol, figuram grandes corporações, com fôlego para aguentar o tranco, como a Samsung, a quem a Americanas deve mais de R$ 1,2 bilhão. No entanto, a fila de fornecedores é, em grande parte, composta por empresas de menor porte, sem gordura para financeira para suportar a inadimplência da rede varejista.  

No caso do recolhimento agir como funding, seria uma forma dos bancos resolverem o problema abrindo, indiretamente, o seu próprio bolso, porque os depósitos retidos no BC são, em última instância, das instituições financeiras. Caso a geringonça ande para frente, há que se ver o que acha o BC, que tem mantido os juros lá em cima para apertar a liquidez e cumprir a draconiana meta de inflação de 3,25%, neste ano, e 3% em 2024. A autoridade monetária teria de fazer um movimento contraditório de fechar a mão que fere com o ferro da Selic e abrir a outra mão, que afaga e irriga com o compulsório.   

Atualmente, conforme a agência de rating Fitch divulgou ao jornal O Globo, o número de empresas no Brasil com chance real de calote subiu de três para 10. Na Fazenda, há quem compare – como a fonte do RR – o episódio das Americanas a uma versão pocket da crise da Federal Home Loan Mortgage Corporation – ou Freddie Mac – e da Federal National Mortgage Association Fannie Mae, os dois pilares do refinanciamento imobiliário dia Estados Unidos. A hecatombe levou o FED a intervir nas empresas e bancos afetados por um risco de quebra generalizado.  

 

#Banco Central #FED #Fernando Haddad #Lojas Americanas

Agronegócio

Frente Parlamentar da Agricultura pressiona governo por um “Bolsa Pecuária”

5/06/2023
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Informação que circula a boca miúda nos corredores da Câmara: a bancada ruralista vai formalizar ao Ministério da Agricultura um pedido de auxílio financeiro aos pecuaristas. Entre os pleitos estão a antecipação de recursos do Plano Safra e a ampliação do Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária), do Banco do Brasil. A alegação é que os pecuaristas têm sofrido fortes prejuízos, em meio a uma tempestade perfeita: aumento dos insumos, notadamente ração, e queda dos preços do boi. Desde o início do ano, o valor da arroba cedeu de R$ 290 para a casa dos R$ 240, uma queda acumulada de 17%.

#Banco do Brasil #Ministério da Agricultura

Negócios

Seguradora da Vinci Partners entra no radar do BTG

2/06/2023
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O BTG é um dos candidatos à compra da Austral, companhia de seguros e resseguros controlada pela Vinci Partners, de Gilberto Sayão. O mandato de venda da empresa está nas mãos da consultoria Seneca Evercore. A Austral fechou 2022 com R$ 5,2 bilhões em ativos, um aumento de 33% em relação ao ano anterior, além de um faturamento de R$ 3 bilhões. O interesse do banco de André Esteves repousa, sobretudo, na carteira de resseguros da empresa. Os prêmios ganhos somaram R$ 1,4 bilhão no ano passado, um salto de 65% na comparação com 2021. Por falar em salto, a eventual compra da Austral permitiria ao BTG galgar várias posições no ranking brasileiro do setor de resseguros, saindo da 9ª posição para o top four, atrás apenas do IRB, Munich Re e Mapfre. Procurado pelo RR, o BTG informou que não comentaria o assunto. A Vinci, por sua vez, não retornou. 

Ressalte-se que esta não é a primeira vez que a Vinci coloca a Austral sobre o balcão. Nos últimos cinco anos, a gestora fez ao menos duas tentativas de negociar a empresa. Em uma dessas ocasiões, esteve perto de fechar negócio a chinesa Fosun, mas, na hora H, o acordo micou. 

#BTG #Gilberto Sayão #Vinci Partners

Negócios

Ex-sócio do SoftBank é candidato à compra de clubes de futebol no Brasil

31/05/2023
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Marcelo Claure, ex-sócio diretor do SoftBank na América Latina, tem sido assediado por dois grandes bancos de investimento brasileiros com mandatos para a venda de SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol). Na mesa, surgem os nomes do Juventude e do Guarani. Claure é visto pelas instituições financeiras como um player natural a entrar nesse jogo no Brasil, seja pelos negócios que mantém no país, seja por suas conexões internacionais e pelos investimentos já realizados no futebol. Nascido na Guatemala e filho de pais bolivianos, ele é dono do Bolívar, clube de La Paz, e sócio do Inter Miami e do Girona, na Espanha. Claure é uma holding. Acumula também o cargo de CEO da Shein no Brasil e está montando uma nova operação de venture capital no país, projeto, por sinal, que enfrenta alguns percalços, conforme o RR já noticiou (https://relatorioreservado.com.br/noticias/softbank-corta-investimentos-no-brasil/).

#Marcelo Claure

Mercado

Jive entra na disputa por precatórios da BRF

30/05/2023
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A Jive Investments, uma das maiores gestoras de ativos distressed do Brasil, está fazendo suas contas para ver a fatia na pilha de precatórios que a BRF colocou à venda. São mais de R$ 2 bilhões em valor de face, somando-se recebíveis judiciais e créditos tributários. Ainda que, indiretamente, a entrada em cena da Jive representa um duelo entre XP e BTG. O banco de André Esteves, que atua fortemente no mercado de aquisição de precatórios e congêneres, também está na disputa pela compra dos créditos da BRF. Do outro, a Jive tem como sócio a XP, dona de 20% do seu capital. O RR entrou em contato com a gestora e a BRF, mas ambos não quiseram se manifestar.

#Jive

Negócios

Mubadala negocia com bancos credores para avançar no capital da Atvos

26/05/2023
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Após fisgar a participação do fundo norte-americano Lone Star, o Mubadala vai partir para o segundo tempo da aquisição do controle da sucroalcooleira Atvos (antiga Odebrecht Agroindustrial). O fundo árabe, dono de 31% da companhia, pretende comprar parte das ações em poder dos bancos credores. As instituições financeiras ficaram com aproximadamente 60% do capital ao trocar debt por equity. A engenharia societária e o avanço do Mubadala no capital da Atvos passam, ainda que indiretamente, pelo governo. Os dois principais bancos antes credores e agora sócios da empresa são o BNDES e o Banco do Brasil. Procurados pelo RR, os dois bancos estatais não quiseram comentar o assunto.

#Mubadala

Especial

Decálogo das fatalidades na política econômica do governo Lula

23/05/2023
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Passados 144 dias de mandato do presidente Lula, é incontestável que pouco foi feito de efetivo, não obstante haver planos em gestação e medidas sendo refogadas pelos Poderes. Há dúvida se o governo se preparou para administrar o país ou se está capturado pela crescente dominação dos grupos de interesse. Mas, de favorável, a democracia pulsa com vigor e o Brasil tem condições bastante propícias para o fortalecimento da sua imagem junto ao concerto das Nações, muito em função da elogiável diplomacia da gestão Lula. Todas as previsões elencadas abaixo não estão muito acima ou muito abaixo do que dizem as diversas pitonisas do mercado e instituições acadêmicas. O RR não vai fazer juízo de valor. Apenas, à luz das notícias publicadas no seu site e nas mídias, colocar foco naquilo que parece irresolvível ou inexorável, mantido o caráter “impositivo” da atual conjuntura. Todas as afirmações estão ancoradas em diversas fontes – é fácil reconhecê-las na simples leitura -, mas o RR prefere não citá-las para não fazer uma competição entre os emissores de opiniões. Vamos ao decálogo do que deve acontecer, para o bem ou para o mal.

  1. Os juros não deverão descer de forma significativa, mantendo-se acima do 8% no final do mandato do presidente Lula, quem quer que seja o presidente do Banco Central. Mas, o BC dará alguma sinalização de queda, ainda que pequena, já em 2023.Em qualquer hipótese aventada na atual conjuntura, os juros brasileiros em 2026 ficarão no top ten dos maiores do mundo.
  2. A taxa de juros nominal vai se manter elevada, em 2026, entre 8,5% e 9%. A Selic real ficará entre 4% e 5%. As médias das duas taxas de 2023 a 2026 serão elevadíssimas.
  3. O regime de metas de inflação será alterado, provavelmente na reunião do Conselho Monetário Nacional dos dias 19 e 20 de setembro. Para esse ano, a meta será mantida, afinal mais um ou outro “furo” não fará tanta diferença assim frente ao histórico de descumprimentos pelo Banco Central. A mudança se dará no próximo ano no horizonte de aferição do cumprimento da meta.
  4. A taxa de inflação fechará o quatriênio na faixa de 4% no mínimo. Para o Brasil não é muito. Mas vamos suar juros altos para chegar nesse patamar. A discussão se a sua causa é de demanda ou devido a outras variáveis seguirá incontornável até o final do mandato de Lula. É provável que o fator indexação, maior responsável pela inércia inflacionária, seja citado aqui e acolá, sem que saia do limbo onde se encontra.
  5. Não é provável um crescimento da atividade produtiva além do resultado medíocre dos últimos 20 anos – de 2002 a 2022 –, quando o Brasil teve uma média de expansão do PIB de 2,2%. Esse indicador é o teto para o PIB, lembrando que é “impossível” um crescimento médio de 4,6%, o recorde desde 1990, conforme o realizado no segundo governo Lula, entre 2007 e 2010. A exceção é a prática de heterodoxias. Nesse terreno, quase ficcional, vale tudo. A desindustrialização permanecerá na pauta e o Brasil será um país agrícola.
  6. A renda per capita permanecerá como um retrato do “padrão iníquo da política econômica do país”. A projeção é que o PIB per capita recue entre 0,2% e 0,4% em 2023. Para 2024, a estimativa é de um crescimento de 0,3%. Em 2024, o Brasil teria um crescimento do PIB per capita da ordem de – oxalá – 1%. É tudo pouquinho.
  7. A concentração de renda vai aumentar em linha com o ocorrido – por incrível que pareça – nos últimos 100 anos. Entre 1822 e 2022, a população brasileira cresceu 46,3 vezes, o PIB aumentou 704 vezes e a renda per capita subiu apenas 15,2 vezes. O Brasil é o segundo do mundo no quesito concentração de renda, situando-se atrás apenas do Catar ou de Moçambique, segundo as diferentes fontes consultadas. O segmento de 1% detentor de mais de 50% da renda de toda a população vai crescer sua parcela em relação ao restante.
  8. Mesmo com os salários caindo em termos reais, o emprego deverá se manter no mínimo estável ou mesmo crescente no período entre 2023 e 2026, criando uma assimetria em relação à mediocridade da performance da atividade econômica, devido à redução dos salários e à desobrigação dos cumprimentos trabalhistas. São fatores estruturais e de acomodação de vetores que levam a essa dessintonia. A massa do rendimento do trabalho cresce. A expansão do consumo das famílias cai e a inadimplência aumenta.
  9. É inexorável que o ajuste fiscal, seja lá o que for considerado na prática “ajuste”, se dará por meio de aumento da arrecadação. A sociedade vai pagar o maior quinhão pelo equilíbrio das contas públicas.
  10. De bom, a garantia de tranquilidade da área cambial.

#Lula

Destaque

BNDES estuda relançar a eterna ideia do mercado de acesso para as PMEs

23/05/2023
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BNDES pensa em resgatar uma ideia que vai e volta aparece entre os projetos cotados do banco. Trata-se do mercado de acesso, iniciativa que se coaduna perfeitamente com as prioridades de apoio à pequena e média empresa, estímulo ao mercado de capitais e atração para as operações de valores mobiliários de companhias que ainda não têm as condições para a capitalização em bolsas. Todas as iniciativas estariam em sintonia com a prioridade ESG do banco. É como se fosse criada uma nova instância na economia: a dos jovens entrantes no mercado de capitais que podem ter uma alternativa a venture capital ou a outros fundos empresariais, além do BNDES, é claro. Seria uma maneira de reduzir o risco dessas operações, que já teriam passado pelo crivo da avaliação do risco de rentabilidade e sustentabilidade pelos advisers (O próprio BNDES, por que não?). Serão menos subsídios do banco e mais garantias aos underwriting dessas companhias de menor porte, além de ampliação da base de investidores do mercado acionário. O mercado de acesso é uma ideia que se arrasta pelos governos brasileiros como um réptil invertebrado. Volta e meia a ideia retorna, mas destituída da necessária vertebração para que caminhe com estratégia, objetivo e apoio. No site do BNDES consta que o “conceito de mercado de acesso” teve sua primeira ocorrência registrada com o lançamento do Alternative Investment Market – AIM, constituído pela bolsa de valores da Inglaterra, em 1995. Aqui, no vai e vem das boas intenções, a ideia, chamada muitas vezes de “mercado de balcão”,  já rodou por todas as entidades do setor, tendo sido considerada de imprescindível até desnecessária. No mundo, inúmeros mercados de acesso foram estruturados, inspirados na bem-sucedida experiência inglesa. Alguns exemplos que servem de referência são os mercados de acesso do Canadá, Espanha, Coréia, China, Austrália e Polônia.   

BNDES, nos idos dos anos 90, criou um grupo de trabalho formado pela BM&F, CVM, BNDES, ABDI e Finep. Fizeram um diagnóstico e esse documento deve estar desaparecido, como tantos projetos estatais, em alguma das empoeiradas gavetas do tempo. Ainda na ocasião, o banco conseguiu que algumas empresas se tornassem companhias abertas e listassem suas ações no então segmento “Bovespa Mais”, sem a imediata oferta pública de ações – entre elas, a Altus Sistema de Automação, Biomm, Nortec Química, Nutriplant, Quality Software e Senior Solution.  

A ideia que volta à tona é a de fazer algum mix entre os subsídios necessários ao financiamento dessas companhias de menor porte e a criação das condições para viabilidade delas ingressarem no estágio da capitalização. No momento, com juros de 13,75%, o projeto parece um sonho fugaz frente a longa noite de rentismo e concentração de renda. Mas a iniciativa do BNDES, caso se concretize, é muito bem-vinda. No fundo, o banco está tirando um atraso de década. É hora também de trazer o setor bancário para contribuir no projeto. 

#ABDI #Alternative Investment Market #BNDES #CVM #Finep

Justiça

Novo presidente do Basa teve disputa judicial contra o BB

22/05/2023
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Dentro da própria estrutura da Fazenda, a indicação de Luiz Claudio Moreira Lessa para comandar o Banco da Amazônia causou surpresa. Isso porque a longa passagem de Lessa como funcionário da carreira do Banco do Brasil – de 1982 a 2017 – terminou com um processo trabalhista. O executivo acionou o BB, requerendo pagamento das diferenças do FGTS quando atuou no exterior, mais precisamente na subsidiária Banco Brasil Américas Miami, devolução de valores descontados a título de Imposto de Renda sobre auxílio moradia, e férias não quitadas O Banco do Brasil foi condenado pela juíza Margarete Dantas Duque, da 9ª Vara do Trabalho de Brasília. Procurado, o Banco do Brasil não quis comentar o assunto. A Casa Civil, responsável pela checagem do currículo de nomeados para cargos no governo, disse ao RR que “a pesquisa se restringe a processos administrativos, judiciais e de contas relacionados aos indicados.” O Banco da Amazônia não retornou até o fechamento desta matéria. 

#Banco Brasil #Banco da Amazônia #FGTS

Empresa

A Vale é bem maior do que seus números da superfície revelam

19/05/2023
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É difícil saber o que a Vale tem feito para ampliar o seu arsenal mineral. Está fazendo pesquisas? Em que áreas? Há descobertas novas?  A companhia divulga de forma meio mequetrefe o seu estoque de reservas medidas e inferidas. Historicamente, a empresa sempre deteve áreas geológicas riquíssimas. Não houve nada que tenha feito isso mudar. A Vale tinha uma subsidiária, a Docegeo, voltada exclusivamente para a pesquisa e prospecção mineral. Foi extinta há exatos 20 anos. Era uma espécie de “mini CPRM” – Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais – só que com um portfólio de maior valor. Ficavam na Docegeo os alvarás de pesquisa, ou seja, a subsidiária funcionava como responsável pelas atividades geológicas e uma espécie de banco das potenciais jazidas da companhia. No intervalo entre os anos 70 e 90, a companhia atualizava duas a três vezes por ano descobertas e investimentos, através de comunicados e entrevistas à imprensa.  

Lá nos idos da privatização da Vale, o histórico ex-presidente da empresa, Eliezer Batista, se levantou contra o modelo de venda em função da precificação indevida desses ativos. Na época dizia-se que somente as jazidas da companhia somavam R$ 100 bilhões, enquanto a mineradora foi privatizada por “somente” R$ 3,3 bilhões. Só para se ter um aperitivo dessa riqueza, apenas em Carajás a Vale tem grandes reservas inferidas de quase todos os minérios mais relevantes. No agregado, certamente elas são maiores e mais valiosas do que as pertencentes a qualquer outra empresa no Brasil, à exceção da Petrobras. Duvida-se que essa fortuna esteja contida no valor de mercado da companhia ou mesmo seja auditada nos seus balanços sociais. Aliás, quanto vale esse estoque? E por que a empresa, que atualiza seus dados minerais na CVM e na SEC, não divulga oficialmente os valores do seu maior ativo, aquele que está guardado debaixo da terra? Métodos para aferição existem. É só fazer conta. O RR encaminhou uma série de perguntas à Vale e fez seguidos contatos com a companhia, mas não teve retorno até o fechamento desta matéria.

#CPRM #CVM #Eliezer Batista #Petrobras #Vale do Rio Doce

Venture capital

SoftBank limpa seu portfólio após perdas bilionárias

16/05/2023
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Corre no mercado que o Softbank pretende reduzir suas participações no Mercado Bitcoin e na MadeiraMadeira, duas das empresas do seu portfólio no Brasil. Os japoneses estudam ainda zerar sua posição em outras companhias – seriam os casos da Loggi e da Loft. Trata-se de uma reação aos resultados extremamente negativos do banco na América Latina. O Softbank – a maior máquina de venture capital do mundo – perdeu US$ 4,1 bilhões na região no ano fiscal terminado no último mês de março.  

#SoftBank

Finanças

Política de boa vizinhança com a Argentina chega ao BB

16/05/2023
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O Banco do Brasil não apenas suspendeu o processo de venda da sua participação de 80% no Banco Patagônia como pretende fortalecer sua participação na instituição financeira argentina. Um dos projetos é transformar o Patagônia em ponta de lança para o financiamento de empresas brasileiras que atuam no país vizinho. Outra ideia é que o banco preste serviços a outras províncias argentinas. O Patagônia é o agente financeiro de Río Negro, administrando as contas e a folha de pagamentos de funcionários públicos da região. Em boa parte, a guinada estratégica do BB em relação à instituição financeira deve ser creditada na conta das siderúrgicas relações entre Lula e o presidente da Argentina, Alberto Fernández.

#Alberto Fernández #Argentina #Banco do Brasil #Banco Patagônia #Lula

Empresa

Águas do Brasil quer beber na fonte do BNDES

15/05/2023
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A Águas do Brasil vem mantendo tratativas junto ao BNDES em torno de um empréstimo. Os recursos seriam usados fundamentalmente para refinanciar o empréstimo-ponte fechado com um pool de bancos em 2021 para o pagamento da outorga do bloco 3 da Cedae, arrematado por R$ 2,2 bilhões. A Águas do Brasil tem estudado outros caminhos para a repactuação desse passivo, como uma nova emissão de dívida ou o lançamento de debêntures. No entanto, as condições não vêm se mostrando as mais propícias. O financiamento do BNDES daria tempo ao tempo para a companhia adiar a ida ao mercado e manter o cronograma de investimentos. Procurada pelo RR, a empresa não quis se pronunciar.

#Águas do Brasil #BNDES #Cedae

Justiça

Esposa de Anderson Torres é um pote até aqui de mágoas

11/05/2023
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No clã Bolsonaro há uma forte preocupação com Flavia Michele Torres, mulher do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. Segundo informações que chegaram ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ela está bastante exaltada com a prisão do marido e faz pressão para que ele “conte tudo o que sabe”. Flavia teria dito reiteradas vezes a pessoas próximas que tanto o marido quanto ela própria teriam sido traídos e abandonados por Bolsonaro. Ressalte-se que ela ocupava um cargo de confiança na presidência da Câmara Legislativa do Distrito Federal, por influência direta do próprio ex-presidente junto ao governador do DF, Ibaneis Rocha. Em 30 de janeiro, portanto 22 dias após os atos do “8 de janeiro” e 16 dias após a prisão de Torres, foi exonerada, voltando ao posto de assistente operacional junior do Banco do Brasil, onde é funcionária de carreira.  

#Anderson Torres #Banco do Brasil #Flavia Michele Torres #Jair Bolsonaro

Mercado

Venture capital de fundador do e-Bay faz nova rodada de investimentos no Brasil

4/05/2023
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Corre no mercado que a norte-americana Flourish Ventures prepara uma nova rodada de aportes em fintechs brasileiras, com foco em operações de microcrédito. A gestora já tem um portfólio com oito startups no país, entre as quais o Banco Neon. A Flourish tem por trás o bilionário Pierre Omidyar, fundador do Ebay e dono de uma fortuna acima dos US$ 10 bilhões. O “projeto Brasil” é comandado pelo sócio de Omidyar, radicado em Miami. 

Destaque

Petroleiros cobram de Jean Paul Prates a “desbolsonarização” da Petrobras

4/05/2023
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Há uma intentona em curso na Petrobras. Os petroleiros estão cobrando do presidente da companhia, Jean Paul Prates, a “desbolsonarização” da diretoria da estatal, leia-se a saída de executivos identificados como apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o RR apurou, o movimento, liderado pela FUP (Federação Única dos Petroleiros), exige a cabeça do diretor executivo de Exploração e Produção, Joelson Falcão Mendes. Cobra também a demissão de Carlos José Travassos, que comanda a diretoria de Desenvolvimento da Produção. Ambos estariam abrigando em suas respectivas diretorias executivos que teriam feito campanha internamente a favor da reeleição de Bolsonaro. Mais do que isso: os representantes dos petroleiros acusam alguns desses gestores de terem perseguido funcionários apoiadores do presidente Lula. Nos corredores da Petrobras circula, inclusive, uma lista com dez nomes, notadamente de gerente executivos, classificados como “bolsonaristas”. Em contato com o RR, a Petrobras disse, como não poderia deixar de ser, que “Não há qualquer intenção da companhia ou do presidente Jean Paul Prates de substituir os diretores executivos de Exploração e Produção, Joelson Falcão Mendes, e de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Carlos José Travassos.”. Garante também que não foi entregue “à companhia uma suposta lista de gerentes executivos, com base em seus posicionamentos políticos.” Pode até ser que a relação não tenha chegado formalmente à direção da empresa. O RR, no entanto, teve acesso à lista de dez nomes de gerentes executivos apontados como “bolsonaristas” e compartilhada no último fim de semana em grupos de WhatsApp de gestores da empresa. O RR fez também seguidas tentativas de contato com a FUP, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.  

A pressão maior recai sobre Joelson Mendes, que praticamente já assumiu o cargo com o status de “persona non grata” junto ao “chão de fábrica” da Petrobras. Mendes foi escolhido à revelia das lideranças sindicais. O nome de preferência dos petroleiros para a diretoria de Exploração e Produção sempre foi o do geólogo Guilherme Estrella, que ocupou o cargo nos governos de Lula e Dilma Rousseff. Os petroleiros não desistem: exigem de Jean Paul Prates a substituição de Mendes por Estrella. A ofensiva contra o atual diretor de Exploração e Produção cresceu, sobretudo, nos últimos dez dias. De acordo com uma das fontes ouvidas pelo RR, representantes da FUP foram cobrar de Mendes a saída de gerentes apoiadores de Bolsonaro. Teriam ouvido, como resposta, que não haverá caça às bruxas. Em alguns setores da empresa já é dada como certa a queda de Mendes “para o lado”. Ou seja: a direção da empresa já estaria avaliando uma “missão” para ele em uma subsidiária da Petrobras. 

Independentemente das consequências, por si só a mobilização dos petroleiros contra os bolsões pró-Bolsonaro na estatal já refletem o aumento da força dos sindicatos com a volta do PT ao governo. Essa onda tem chegado às mais diversas praias. O sindicalista João Fukunaga, funcionário de carreira do Banco do Brasil, assumiu a presidência da Previ; o ex-deputado Decio Lima, também de origem sindical, foi o escolhido para comandar o Sebrae Nacional; o ex-presidente da CUT Vagner Freitas aterrissou na presidência do Conselho de Administração do Sesi. Na Petrobras, a FUP já cravou uma vitória que denota poder. A Federação teve um papel importante para brecar o aumento da remuneração da diretoria da Petrobras. A primeira proposta levada ao Conselho de Administração previa um reajuste de 44%. A repercussão negativa, potencializada pelas gestões políticas feitas por petroleiros, levou o governo a interferir e barrar o aumento. No fim, o índice ficou em apenas 9%.  

#CUT #Jair Bolsonaro #Jean Paul Prates #Lula #Petrobras #PT

Mercado

Santander sai em busca de fintechs da área de crédito

3/05/2023
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O Santander abriu a temporada de caça a fintechs na área de crédito pessoal no Brasil. Segundo o RR apurou, o banco espanhol mira em plataformas de empréstimo dedicadas a segmentos específicos, como turismo (compra de passagens, hospedagens etc) e saúde (pagamento de procedimentos médicos e hospitalares). Este último setor tem crescido seguidamente. Estima-se que, no ano passado, o volume de crédito para consultas, cirurgias e internações cresceu mais de 150% no país. As aquisições serão feitas por meio da SIM, fintech de empréstimos pessoais controlada pelo Santander que começa a ganhar contornos de um hub dos espanhóis no Brasil. A empresa já tem mais de oito milhões de clientes cadastrados. No ano passado, somou cerca de R$ 4 bilhões em empréstimos. A meta é chegar a R$ 10 bilhões até o fim de 2024. 

#Santander

Destaque

Governo estuda medidas para impulsionar a produção de lítio

3/05/2023
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O RR apurou que o Ministério das Minas e Energia estuda a criação de um departamento nacional do lítio, que terá recursos para induzir a pesquisa e exploração do mineral estratégico. O departamento assumiria os estudos para a prospecção das reservas do metal no país, hoje conduzidos pelo Serviço Geológico do Brasil. Seria responsável, sobretudo, por estimular novos projetos de exploração do lítio, em parceria com grupos privados nacionais e estrangeiros. Atuaria em dobradinha com o BNDES. O banco teria um papel importante no financiamento de futuros empreendimentos – o que, aliás, se encaixaria na estratégia da agência de fomento de focar em setores ligados à inovação. 

Entre as grandes nações produtoras de lítio, há um poder cada vez maior do Estado sobre o setor. O Chile, por exemplo, não apenas anunciou a criação da Empresa Nacional do Lítio como já sinalizou a intenção de nacionalizar toda a produção do metal, inclusive restringindo a atuação do capital privado a participações minoritárias em projetos de controle estatal. Antes dos chilenos, o México já havia nacionalizado, no ano passado, todos os seus depósitos de lítio. O governo brasileiro pensa distante das decisões políticas dos seus companheiros da América Latina. Quer fomentar, mas não quer controlar. 

A produção de lítio no Brasil ainda é incipiente. Os poucos projetos já existentes são tocados por empresas privadas. A Companhia Brasileira de Lítio explora a Mina da Cachoeira. A AMG Brasil tem uma operação em Nazareno. O player mais novo é a canadense Sigma Lithium, que promete iniciar neste mês a produção em sua mina, na divisa entre os municípios de Araçuai e Itinga. Todos estão concentrados em Minas Gerais, que reúne as maiores reservas já conhecidas de lítio do Brasil. Não por acaso, Romeu Zema vem tentando atrair o protagonismo do estado no setor, sob certo aspecto saindo na frente até mesmo do governo federal. Na semana passada, Zema anunciou a criação do Lithium Valley Brazil, projeto que será apresentado na Nasdaq no próximo dia 9 e tem como meta atrair mais de R$ 5 bilhões em investimentos na cadeia do lítio em cidades mineiras. 

Se, no front interno, o governo estuda a criação de uma autarquia para o setor, da fronteira para fora todos os esforços da política externa do governo Lula têm como prioridade a entrada do Brasil na “Opep do Lítio”. Trata-se do bloco que está sendo formado por Bolívia, Chile e Argentina, trio que detém quase 70% das reservas globais do metal. O Brasil tenta conquistar um lugar à mesa, ainda que com um poder de barganha bem menor do que seus vizinhos – estima-se que o país tenha algo com 8% de todo o lítio existente no mundo.  

#Companhia Brasileira de Lítio #Lítio #Ministério das Minas e Energia #Romeu Zema

Empresa

CEO do Carrefour Brasil também vai para a guilhotina?

3/05/2023
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Nos corredores do Carrefour há um forte burburinho de que Stéphane Maquaire poderá deixar a presidência da empresa no Brasil. O executivo francês está no cargo há menos de dois anos – assumiu em setembro de 2021. Sua saída seria motivada, sobretudo, pela lentidão no processo de integração da rede Big, comprada em março de 2021. Além da demora, os custos operacionais para a incorporação estão acima das estimativas. A mudança de CEO seria o movimento mais agudo nas mudanças em série que vêm sendo feitas no alto escalão do Carrefour Brasil. Ao que parece, há uma insatisfação quase generalizada dos franceses com a gestão da subsidiária. Desde janeiro, quatro executivos já deixaram o grupo, entre os quais o então diretor financeiro, David Murciano, e Carlos Mauad, que ocupava a presidência do Banco Carrefour.  

#Banco Carrefour #Carrefour #Rede Big

Destaque

Risco de recuperação judicial bate à porta da Tok & Stok

28/04/2023
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O RR apurou que a direção da Tok & Stok avalia a hipótese de entrar com um pedido de recuperação judicial da companhia. A medida vem sendo discutida com a consultoria Alvarez & Marsal, praticamente sinônimo de processo de RJ no Brasil. Segundo o RR apurou, o próprio retorno da empresária Ghislaine Dubrule à gestão executiva, formalizado na semana passada, estaria diretamente ligado ao possível pedido de recuperação judicial. A presença da acionista majoritária na linha de frente do processo seria uma tentativa de angariar o apoio dos credores à reestruturação da Tok & Stok e, ao mesmo tempo, estancar a desconfiança dos bancos e dos parceiros comerciais em relação à própria continuidade das atividades da companhia.    

De acordo com a mesma fonte, dois fatores principais empurram a Tok & Stok na direção da recuperação judicial: a recusa dos maiores credores – entre os quais figuram Banco do Brasil e Santander – em renegociar o passivo e o impasse nas tratativas para uma possível fusão com a Mobly, varejista também especializa em móveis e artigos de decoração. Segundo informações apuradas pelo RR, as conversas prosseguem, mas a hipótese de associação tem esbarrado justamente no tamanho da dívida da Tok & Stok, na casa dos R$ 600 milhões. Consultada pelo RR, a Mobly limitou-se a repetir o que já divulgou ao mercado por meio de fato relevante. Confirmou que “esteve em conversas recentes com a Tok & Stok, porém, no momento, não possui qualquer acordo vinculante, de exclusividade ou envio de qualquer oferta referente a uma fusão com a referida empresa.” A Mobly diz ainda que “manterá seus investidores e o mercado informados sobre eventuais desdobramentos referentes ao assunto em questão.” O RR fez várias tentativas de contato com a Tok & Stok, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para o posicionamento da empresa. 

#Alvarez & Marsal #Banco do Brasil #Mobly #Santander #Tok & Stok

Empresa

BB e Caixa enxergam além das janelas da Rossi Residencial

20/04/2023
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A mudança de governo veio a calhar para a Rossi Residencial. Segundo o RR apurou, as novas gestões tanto do Banco do Brasil quanto da Caixa Econômica passaram a adotar uma postura mais flexível na renegociação das dívidas da incorporadora, em recuperação judicial desde o ano passado. Segundo o RR apurou, os dois bancos já se mostraram favoráveis à aprovação do plano apresentado pela companhia, que prevê deságios escalonados de até 75% sobre o passivo. Consultado, o Banco do Brasil disse que “não comenta o assunto”. A Caixa também não quis se manifestar. 

O posicionamento da Caixa e do BB sinaliza um receio do governo de que um revés na recuperação judicial da empresa venha a causar abalos sísmicos no setor imobiliário como um todo. A Rossi está majoritariamente focada na classe média, segmento em que a operações de crédito imobiliário não têm, por exemplo, a rede de proteção do Minha Casa, Minha Vida – o financiamento é subsidiado pelo governo e as taxas de juros são fixas. A Caixa é o maior credor da Rossi: a dívida soma cerca de R$ 450 milhões. No caso do BB, o passivo é bem mais miúdo – em torno dos R$ 30 milhões.  

#Banco do Brasil #Caixa Econômica #Rossi Residencial

Finanças

Estados Unidos “volta” ao mapa do Banco do Brasil

17/04/2023
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O RR apurou que o Banco do Brasil estuda abrir três escritórios nos Estados Unidos – um deles em Nova York. A ideia é prioritariamente atender brasileiros que moram em território norte-americano. Trata-se de um passo a mais na estratégia de fortalecimento da operação do BB nos EUA. O primeiro movimento nesse sentido foi a recém-anunciada fusão entre o BB Americas e o BB Miami, que funcionavam como duas unidades de negócio distintas e distantes. Curiosamente, a associação, que saiu do papel na gestão da nova presidente do BB, Tarciana Medeiros, era um projeto de seu antecessor, Fausto Ribeiro. Só que com finalidade diferente: Ribeiro queria vender a operação do banco nos Estados Unidos. Só não foi adiante porque não apareceu uma proposta satisfatória. 

#Banco do Brasil #Estados Unidos

Destaque

Empréstimo do BNDES para gasoduto argentino será vinculado a encomendas no Brasil

14/04/2023
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O financiamento do BNDES para a construção do gasoduto de Vaca Muerta, na Argentina, deve trazer algumas variáveis diferentes em relação a operações similares fechadas por governos petistas no passado. Uma delas é uma amarra que pode trazer dividendos para a indústria brasileira. Segundo o RR apurou, a ideia que começa a ganhar corpo no banco é vincular o empréstimo à garantia de aquisição junto a fabricantes no Brasil de parcela dos insumos empregados na obra. Ou seja: uma regra de “conteúdo local” por vias oblíquas. Seria a contrapartida para a liberação de aproximadamente US$ 700 milhões, cm o objetivo de financiar a construção do segundo trecho do pipeline, entre Buenos Aires e a província de Santa Fé, onde já existe uma rede de dutos até Uruguaiana, no Rio Grande do Sul.  

Outro dispositivo seria buscar uma solução de funding – via Tesouro ou o próprio BNDES – para que essas indústrias efetivamente recebam pelo fornecimento de produtos. Há um histórico de não pagamento de empréstimos internacionais da agência de fomento, vide Cuba e Venezuela, que devem mais de R$ 4 bilhões à instituição. Ressalte-se que, no caso da Argentina, a classificação de risco é ainda maior. O país vive uma delicada situação financeira e uma crise cambial. Em matéria publicada pelo site Brazil Journal na última quarta-feira, o diretor de finanças da Suzano, Marcelo Bacci, descortinou um pedacinho do problema ao mencionar que o lucro de exportadoras brasileiras fica retido na Argentina.

Essa tentativa de hedge seria uma forma de aplainar as críticas ao governo Lula pelo financiamento de obras no exterior, algo, inclusive, que poderia vir a ser replicado em outros projetos. Ocorre que anteriormente, mesmo a condicionalidade não estando presente, o propósito da exportação de serviços sempre foi aumentar a demanda por produtos brasileiros. De uma forma ou outra, isso foi feito. Não deverá ser muito diferente.

Caso o acordo seja levado adiante, uma das potenciais beneficiadas com a medida seria a Tenaris Brasil, leia-se o grupo ítalo-argentino Techint. Desde já, a empresa, uma dos maiores fabricantes de dutos da América Latina, desponta como forte candidata ao fornecimento para Vaca Muerta, a partir de sua fábrica em Pindamonhangaba (SP). Ressalte-se que o grupo já atua na construção do primeiro trecho do pipeline, entre Neuquén e Buenos Aires.  

#BNDES #Marcelo Bacci #Suzano #Techint #Tenaris Brasil

Economia

Fazenda já projeta alta do PIB superior à do governo Bolsonaro

11/04/2023
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Em conversa antes da reunião de Lula com todos os ministros, ontem, Fernando Haddad animou o presidente com projeções do Ministério da Fazenda sobre a grande probabilidade de o PIB crescer, em 2023, acima da média de 1,5% do governo Bolsonaro. Todos os ministérios estão convocados para a realização de projetos e medidas que impactem positivamente o PIB sem arranhar o fiscal. As iniciativas serão consolidadas pela Fazenda e servirão de guia para projeções consolidadas das ações governamentais em relação ao PIB. Lula quer bater não só Bolsonaro, mas iniciar o primeiro ano de governo respondendo à “herança maldita” do Capitão, com um PIB superior à média dos últimos 20 anos, de 2,2%. A meta para valer, não dita, é superar os 2,9% de crescimento do Produto no último ano de gestão do ex-presidente.

Há cerca de quatro meses essa missão parecia impossível. Falava-se, inclusive, em uma pequena recessão técnica para 2023. Com o arcabouço fiscal e a decisão de que os recursos extraordinários – não previstos no orçamento – serão dirigidos para investimentos, a percepção em relação ao PIB tem gradualmente mudado para melhor. Isso para não falar da temporada de concessões, que deverá se iniciar antes do primeiro semestre. O Focus, cuja mudança das estimativas anda a passos de cágado – essa é a dinâmica natural do Boletim – subiu pela terceira vez a previsão do PIB para este ano. Atualmente está em 0,9%. Levando-se em consideração somente as 39 respostas nos últimos cinco dias úteis, a projeção para o PIB, em 2023, sobe para 1,0%. É devagar, devagarinho, como diz a canção de Martinho da Vila. O FMI também melhorou a estimativa para o crescimento do Brasil: 1,2%, frente a 1% da previsão anterior. O Banco Central seguiu na mesma direção, elevando a projeção do PIB, de 2023, de 1% para 1,2%. O IPEA foi além, e manteve sua estimativa de 1,4%.

Os cenários futuros indicam que as projeções positivas do Ministério da Fazenda para o PIB não são improváveis. Há uma combinação de fatores favoráveis, a saber: sinalização de crescimento da economia global; início do ciclo de queda de juros nos países centrais; apreciação do real; aumento do fluxo cambial para o Brasil; superávits recordes da balança comercial; início do plano de concessões com ênfase nos estados e municípios; envio da reforma tributária ao Congresso; apresentação do programa Desenrola; ações de fomento do BNDES; redução, ainda que paulatina, do índice de preços; e colocação na prática da cesta de projetos do governo voltados para o aumento da renda e do emprego. Falta o BC reduzir os juros. Mas isso vai acontecer de qualquer maneira, logo à frente.

#Fernando Haddad #PIB

Destaque

Atrasos do INSS causam prejuízos a bancos responsáveis pelo pagamento de aposentados

11/04/2023
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Como se não bastasse a polêmica redução dos juros do consignado para aposentados e pensionistas, há um novo ponto de fricção entre o governo e a banca privada relacionado ao INSS. Instituições financeiras responsáveis pelo pagamento dos benefícios da Previdência Social têm cobrado uma solução para o enorme volume de pedidos de aposentadoria represados na autarquia. São mais de cinco milhões de solicitações que estão paradas à espera da análise do INSS. Trata-se de um expressivo contingente de potenciais clientes que escapam entre os dedos dos bancos em razão da morosidade da máquina pública. Em 2019, Santander, Crefisa, Agibank. Itaú, BMG e Mercantil do Brasil venceram o leilão e assumiram o pagamento de todos os novos benefícios concedidos entre 2020 e 2024. No total, 23 bancos disputaram a licitação, realizada estado por estado. O sexteto vencedor ofereceu, em média, um ágio de 612%, número que dá a dimensão do interesse da banca pelo negócio.  

As seis instituições financeiras se comprometeram a pagar ao INSS cerca de R$ 24 bilhões ao longo de cinco anos. O valor do dote foi calculado com base na estimativa de que cinco milhões de novos aposentados e pensionistas entrariam na base de dados dos bancos a cada ano. Bulhufas. Entre 2020 e 2022, dos mais de 15 milhões de beneficiários projetados, apenas a metade ingressou no sistema, ou seja, uma média de 2,5 milhões por ano. Tudo em razão da letargia do Instituto em analisar os pedidos de benefício, uma bola de neve que cresceu durante o governo Bolsonaro – e, até agora, ainda não deu qualquer sinal de que derreterá na gestão Lula. Ou seja: os seis bancos que ganharam a licitação estão pagando por algo que não vêm recebendo. Com isso, a conta não fecha. O grande apelo para administrar a folha do INSS é justamente a possibilidade de oferecer produtos financeiros a aposentados e pensionistas. Consultado pelo RR sobre as perdas causadas pela lentidão da Previdência Social, o Mercantil do Brasil disse que “essas informações são de uso e controle interno e que não divulga esse tipo de dado. Por essa razão, a instituição não irá se manifestar sobre o assunto.” Também procurados, os demais bancos responsáveis pelo pagamento dos benefícios do INSS não se manifestaram.

#Agibank #BMG #Crefisa #INSS #Itaú #Lula #Previdência Social

Negócios

Caixa Econômica entra no game do venture capital

11/04/2023
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O RR apurou que a diretoria da Caixa Econômica discute a criação de um fundo de venture capital. O passo seguinte seria a montagem de um ecossistema de participações em startups e fintechs. Na mira, soluções inovadoras para a área de crédito habitacional. A Caixa é, sabidamente, a maior financiadora da casa própria no Brasil, com uma carteira de empréstimos imobiliários próxima a R$ 650 bilhões. O banco busca também startups especializadas em sistemas de pagamento e soluções na área de crédito, entre outros segmentos. Seria algo similar ao que fez o Banco do Brasil, por meio do BB Ventures, lançado no ano passado. O fundo já aportou recursos em duas fintechs – a Pagaleve, startup de pagamentos, e na Bitfy, de criptomoedas. Procurada pelo RR, a Caixa não quis se manifestar sobre o assunto.

#BB Ventures #Caixa Econômica #Fintechs

Economia

Governo monitora o humor do mercado em relação ao arcabouço fiscal

4/04/2023
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O governo está medindo diariamente a temperatura do mercado em relação ao anúncio do novo arcabouço fiscal. É como se tivesse criado o seu próprio Boletim Focus. A equipe econômica tem feito sondagens junto a bancos e grandes assets com o objetivo de aferir a receptividade às medidas divulgadas na semana passada. Os resultados até o momento revelam que as novas regras ainda não foram digeridas pelo mercado. A percepção é que a leitura dos agentes financeiros é eivada de ressalvas e desconfiança. A preocupação do governo pode ser resumida numa frase – segundo o RR apurou – dita pelo secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galipolo, em conversa com outros membros da equipe econômica: “Teremos de explicar mais, mais e mais”. Ressalte-se que Galipolo é egresso do mercado. Ele foi presidente do Banco Fator. Entre os assessores de Haddad, talvez seja aquele com maior capacidade de decodificar as mensagens e humores da Faria Lima.

A preocupação de Fernando Haddad e de seus quadros é amainar o pé atras do mercado antes do anúncio das mordidas tributárias. Não se sabe onde exatamente o governo vai cravar seus caninos; mas está dado que isso acontecerá. As propostas de gravame anunciadas até agora não dão nem para a saída. Por exemplo: segundo estimativas da própria Fazenda, a tributação do e-commerce e das apostas eletrônicas vão gerar uma arrecadação de até R$ 23 bilhões por ano, ou seja, não mais do que 15% dos R$ 150 bilhões em receita extra que o governo terá de arrumar para cumprir a nova regra fiscal. 

As percepções captadas pela equipe econômica se refletem na cobertura jornalística. Por meio de uma ferramenta de busca, o RR verificou o sentimento expresso na mídia, que, na prática, em grande medida reproduz o discurso dos agentes financeiros. Entre quinta-feira e ontem, às 20h35, os 30 maiores veículos do êxito Rio, São Paulo e Brasília haviam publicado 1.372 citações ao novo arcabouço fiscal. Termos como “pessimismo”, “preocupação”, “incerteza”, “temor” e “desconfiança” apareceram em 21,1% das citações. Por sua vez, expressões como “otimismo”, “confiança” e “reação positiva” foram identificadas em apenas 15,2% das matérias. Trata-se de uma análise de sentimento absolutamente em cima de números, sem rigor científico. De toda a forma, sugere que o governo terá que gastar mais saliva para convencer o mercado. 

#arcabouço fiscal

Destaque

BNDES é a ponta de lança do governo para a reestatização da Eletrobras

24/03/2023
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A gestão Lula pretende usar o BNDES como instrumento para a polêmica reestatização da Eletrobras. A ideia em discussão no governo passa pelo aumento da posição do banco no capital da empresa, seja com a aquisição de papéis em mercado, seja com a compra em bloco de ações pertencentes a outros sócios relevantes. Hoje, somando sua participação direta e os títulos na carteira do BNDES e da BNDESPar, a União detém 40,18% das ordinárias da Eletrobras. Apenas como um exercício meramente ilustrativo: a compra das ações em poder do BlackRock (5,1%) e do GIC, fundo soberano de Cingapura (6,4%), permitiria ao governo ter mais de 51% do capital da companhia – mais precisamente 51,6%. Significa dizer que a União voltaria a ser, matematicamente, a controladora da Eletrobras. Mas essa aritmética não basta. No quebra-cabeças petista da reestatização da Eletrobras, toda essa operação precisa estar encaixada com outra peça: a ofensiva do governo para modificar o estatuto da empresa.  

Conforme noticiou a jornalista Malu Gaspar, de O Globo, a Casa Civil e a AGU planejam entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) no STF. O objetivo principal é retirar o dispositivo que limita o poder de voto dos acionistas da Eletrobras a 10% mesmo que sua participação seja superior a esse patamar. Com essa barreira, tanto faz um investidor ter 10% ou 40%: vai mandar igual. A derrubada desse teto abriria caminho para o Estado retomar as rédeas na companhia, seja como o maior acionista individual, status que já possui, seja novamente em uma posição de controle, isto é, com 50% mais um das ações ordinárias. Esse segundo cenário é um motivo a mais para o governo tentar dinamitar o atual estatuto da Eletrobras. O governo Bolsonaro criou uma “cláusula de barreira” ou uma espécie de “trava anti-PT” – como se vê, com certa dose de razão. Trata-se da pílula de veneno estabelecida no Artigo 10 do estatuto: “O acionista ou grupo de acionistas que, direta ou indiretamente, vier a se tornar titular de ações ordinárias que, em conjunto, ultrapassem 50% do capital votante da Eletrobras e que não retorne a patamar inferior a tal percentual em até 120 (cento e vinte) dias deverá realizar uma oferta pública para a aquisição da totalidade das demais ações ordinárias, por valor, no mínimo, 200% (duzentos por cento) superior à maior cotação das respectivas ações nos últimos 504 (quinhentos e quatro) pregões”. Ou seja: pelas regras do jogo em vigor, se a União ultrapassar a marca de 50% das ONs, terá de pagar três vezes pelo restante das ações. Em sua sanha reestatizante, o governo quer dar um cálice de cicuta para essa poison pill, o que lhe permitiria reassumir o controle da companhia sem ter de desembolsar uma fortuna. 

Toda essa complexa arquitetura, que vai do mercado de capitais à Suprema Corte, junta a fome com a vontade de comer. De um lado, a disposição do governo de que o BNDES volte a ser um agente de participação do Estado em empresas ou setores estratégicos; do outro, a notória intenção do presidente Lula de promover a reestatização da Eletrobras, manifestada recorrentemente durante a campanha eleitoral. O governo teria novamente uma máquina para fazer políticas públicas na área de energia. Ao lado da Petrobras, a empresa seria também uma propulsora de investimentos em transição energética. Pelo menos é a lógica petista que rege todo esse movimento. Uma lógica tão tortuosa quanto contestável, em razão dos riscos que traz a reboque. 

As manobras do governo Lula para reestatizar a Eletrobras geram automaticamente insegurança jurídica. Caso a retomada do controle da empresa se concretize, estará aberta a porteira para outros casos similares. É como se o Brasil inventasse o modelo das privatizações por temporada, que poderão valer para um determinado governo, mas não para outro. Ao mesmo tempo, a investida joga por terra a ideia de public company, que poderia ser adotada para outras estatais. Não poderia haver recado pior para os investidores, já ressabiados. Recentemente, por exemplo, surgiram rumores de que a Petrobras poderia cancelar vendas de ativos fechadas na reta final do mandato de Bolsonaro. Se há um partido que deveria se preocupar em afastar a pecha de “rasga contratos” é o PT. 

Em tempo: sob certo aspecto, o Lula III está bebendo na fonte do Lula I. Guardadas as devidas proporções, a estratégia de usar o BNDES como ponta de lança para o Estado retomar seus antigos poderes na Eletrobras remete a uma operação conduzida pelo próprio banco em 2003. Na ocasião, sob o comando do economista Carlos Lessa, o BNDES comprou uma participação de 8,5% na Valepar, holding controladora da Vale, que pertencia à Investvale – fundo de investimento dos funcionários da mineradora. Com esse movimento estratégico, à época muito contestado pelos privatistas puro-sangue, Lessa fechou a porta para uma eventual desnacionalização da companhia e até mesmo uma transferência da sua sede para o exterior. Àquela altura a Vale tinha um bloco de controle definido. A Mitsui, por exemplo, poderia assumir o mando da empresa caso adquirisse as ações em poder da Investvale. Ainda que as circunstâncias não sejam exatamente as mesmas, a Vale da vez se chama Eletrobras. E o BNDES vai voltar a ser aquele BNDES.

#BNDES #Eletrobras #Lula #Petrobras #PT #STF #Valepar

Negócios

Mercado Livre despeja crédito para crescer no Brasil

23/03/2023
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O Mercado Livre vai lançar uma estratégia agressiva para ampliar seu marketplace no Brasil. Os planos passam pelo Mercado Pago, fintech do grupo, e pelo aumento da oferta de crédito para os sellers – parceiros comerciais que operam na plataforma de e-commerce. Segundo o RR apurou, a meta do banco digital é chegar a dezembro com uma carteira de empréstimos no Brasil de US$ 2,5 bilhões, um aumento de quase 60% em relação a 2022. O salto vem sendo preparado há alguns meses. Em dezembro, o Mercado Pago praticamente duplicou o capital da Mercado Crédito, sua financeira, passando de R$ 615 milhões para R$ 1,1 bilhão.

O fortalecimento da operação financeira e da oferta de crédito acompanha o crescimento da base de vendedores do Mercado Livre no Brasil. Somente em 2022, a empresa adicionou 170 mil sellers ao seu marketplace. Para este ano, o avanço tem tudo para ser ainda maior. A crise da Americanas deverá provocar um êxodo de parceiros comerciais da plataforma Americanas.com para outras empresas de e-commerce.

#Mercado Livre #Mercado Pago

Internacional

Brasil vota com Joe Biden na eleição do Banco Mundial

23/03/2023
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Segundo fonte do Ministério das Relações Exteriores, o governo brasileiro deverá formalizar nos próximos dias o apoio à candidatura de Ajay Banga para a presidência do Banco Mundial. De acordo com informações apuradas pelo RR, o Itamaraty já tem, inclusive, trabalhado junto a outros países da América do Sul angariando votos para Banga. Trata-se de mais um sinal do alinhamento entre o presidente Lula e a Casa Branca. O empresário de origem indiana, que comandou a Mastercard entre 2010 e 2022, foi indicado para o cargo pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.  Os países membros do Banco Mundial têm até o próximo dia 29 para apresentar outras candidaturas. Os Estados Unidos concentram o maior poder de voto na entidade, seguido por Japão, China, Alemanha e Reino Unido.

#Banco Mundial #Joe Biden #Ministério das Relações Exteriores

Infraestrutura

Hidrovia Brasil-Uruguai ganha seus primeiros contornos

23/03/2023
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Os governos dos presidentes Lula e Luis Alberto Lacalle Pou começam a tirar do papel o projeto da implantação de uma hidrovia entre Brasil e Uruguai. O primeiro passo mais agudo nessa direção será dado até o fim de abril: segundo o RR apurou, o Ministério dos Portos e Aeroportos vai abrir licitação para contratar a empresa que ficará responsável pela dragagem da bacia da Lagoa Mirim, na divisa entre os dois países. O trabalho se concentrará no canal de São Gonçalo, que conecta a Lagoa Mirim e a Lagoa dos Patos. 

O projeto dará fôlego ao complexo portuário de Rio Grande, pertencente à Uniao, mas sob administração do governo gaúcho. Há estudos de que a abertura da hidrovia poderá aumentar em 20% o volume de cargas exportadas pelo porto. Entre idas e vindas, há mais de 50 anos que a ideia de criação da hidrovia povoa as relações entre Brasil e Uruguai. Durante a gestão de Jair Bolsonaro, a proposta avançou razoavelmente. A hidrovia faz parte do PPI (Programa de Parcerias de Investimento), herdado pelo governo Lula. A execução do empreendimento depende mais de uma decisão política dos dois países do que de exatamente de funding. O projeto é barato: está estimado em R$ 30 milhões. E há costuras para que a CAF (Banco de desenvolvimento da América Latina) financie uma parte.

#Luis Alberto Lacalle Pou #Lula #Uruguai

Destaque

BNDES, BB e Caixa lideram o “frentão” da pequena e média empresa

22/03/2023
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O governo pretende descarregar um caminhão de recursos para as pequenas e médias empresas (PMEs). A ideia é usar a trinca BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica, de forma conjunta, para aumentar consideravelmente a oferta de crédito para esse segmento. É quase como se o governo estivesse criando um banco específico para as PMEs, a partir da atuação integrada das três instituições federais. O projeto vem sendo tratado pela equipe econômica como prioridade. Um dos objetivos é possibilitar a redução do elevado endividamento dessas empresas, com a concessão de linhas especiais de crédito a custo mais baixo. Nos três últimos anos, esse universo foi duramente penalizado pela pandemia e pela disparada dos juros, que jogou a inadimplência nas alturas. Há cerca de 5,5 milhões de micro, pequenas e médias empresas envidadas, segundo o mais recente levantamento da Serasa, divulgado em outubro do ano passado. Trata-se do maior número desde o início da série histórica, em 2016.  

Durante a campanha, não custa lembrar, Lula fez seguidas promessas de medidas para aliviar o endividamento das PMEs. Esse “frentão” da pequena e média empresa, capitaneado pelos bancos federais, é também uma tour de force do governo para a redução do desemprego. Os pequenos e médios negócios representam geração de postos de trabalho na veia. Esse segmento foi responsável por mais de 70% dos novos empregos com carteira assinada criados no país em 2022. 

De acordo com os balanços de setembro de 2022, as pequenas e médias empresas respondem por aproximadamente 15% da carteira de crédito dos grandes bancos brasileiros. Trata-se de uma fatia desproporcional ao seu peso na economia: as PMEs têm uma participação de aproximadamente 27% do PIB. Entre os bancos públicos, há um considerável espaço de crescimento. O BNDES é aquele em que os pequenos e médios negócios aparecem com maior representatividade entre os empréstimos totais (23%). No Banco do Brasil e na Caixa, esse índice é bem menor: respectivamente de 10% e 8%. Se serve de alento, todos os três bancos estatais ampliaram o volume de crédito para pequenas e médias empresas no comparativo entre setembro de 2022 e setembro de 2021 – BNDES (7%), Caixa (10%) e BB (18%). Ainda assim, trata-se de um ritmo insuficiente para dar fôlego às PMEs. 

A disposição do governo em aumentar o crédito para as pequenas e médias empresas terá razoável impacto na estratégia dos grandes bancos federais, a começar pelo BNDES. O banco, por exemplo, já estuda tomar recursos no exterior para aumentar sua capacidade de concessão de crédito, muito com foco nas PMEs. O próprio presidente da agência de fomento, Aloizio Mercadante, já defendeu publicamente que o BNDES pague menos dividendos à União, passando a ter isonomia com o Banco do Brasil. Atualmente, o banco da Avenida Chile distribui 60% dos seus lucros aos acionistas, contra 40% do BB.   

#Banco do Brasil #BNDES #Caixa Econômica #PIB #PMEs

Agronegócio

Agricultura tenta destravar crédito extra para produtores de fumo

22/03/2023
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O RR apurou que o Ministério da Agricultura está articulando junto à equipe econômica a liberação de recursos adicionais, via Banco do Brasil, para os produtores de fumo da Região Sul. A falta de chuvas está impondo severos prejuízos aos fumicultores, especialmente no Rio Grande do Sul. Há um apelo de ordem social para o crédito extra: parte expressiva da produção é proveniente da agricultura familiar. O setor, ressalte-se, já vem uma safra esfumaçada. No ciclo 2021/22, a produção brasileira de fumo caiu 11%, também afetada por condições climáticas. A queda afeta também o desempenho do Brasil no mercado internacional. Quarto maior produtor de fumo do mundo, o Zimbábue vem adotando uma agressiva estratégia comercial. O país africano tem avançado em mercados consumidores importantes, especialmente Bélgica e Estados Unidos, os dois maiores importadores do fumo brasileiro. O RR apurou que o Ministério da Agricultura está articulando junto à equipe econômica a liberação de recursos adicionais, via Banco do Brasil, para os produtores de fumo da Região Sul. A falta de chuvas está impondo severos prejuízos aos fumicultores, especialmente no Rio Grande do Sul. Há um apelo de ordem social para o crédito extra: parte expressiva da produção é proveniente da agricultura familiar. O setor, ressalte-se, já vem uma safra esfumaçada. No ciclo 2021/22, a produção brasileira de fumo caiu 11%, também afetada por condições climáticas. A queda afeta também o desempenho do Brasil no mercado internacional. Quarto maior produtor de fumo do mundo, o Zimbábue vem adotando uma agressiva estratégia comercial. O país africano tem avançado em mercados consumidores importantes, especialmente Bélgica e Estados Unidos, os dois maiores importadores do fumo brasileiro. 

#Banco do Brasil #Ministério da Agricultura

Destaque

BNDES quer usar Biomm para reduzir déficit de insulina no Brasil

21/03/2023
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O RR tem informações de que o BNDES planeja aumentar sua participação na fabricante de medicamentos Biomm. Com 8,6% do capital, a agência de fomento é hoje o terceiro maior acionista da companhia – atrás da TMG Capital (12,8%) e do Lab Fundo de Investimentos (9,45%). Trata-se de um movimento feito com os dois olhos na saúde pública. A principal motivação do BNDES para o aporte na Biomm é acelerar a produção de insulina na fábrica da empresa em Nova Lima (MG), com o objetivo de reduzir a extrema dependência do Brasil em relação às importações. Atualmente, o país compra no exterior 100% da insulina glargina que consome. Esta é a última geração do medicamento. Hoje, a empresa atua basicamente na comercialização do insumo, a partir de parcerias com laboratórios internacionais. A Biomm distribui aproximadamente 10% da insulina glargina utilizada no país. Esse mercado é um duopólio concentrado nas mãos da Sanofi (64% de share) e da Lilly (26%). Procurado pelo RR, o BNDES não quis se pronunciar. 

Para além da insulina, o entendimento no BNDES é que a Biomm pode vir a ser um dos maiores produtores de medicamentos biotecnológicos e também de vacinas da América Latina. Neste último caso, a atuação da empresa poderia ser potencializada a partir de uma parceria com a Fiocruz, referência na fabricação de imunizantes no país. Ressalte-se que a atual ministra da Saúde, Nísia Trindade, foi presidente da instituição. O aporte de capital do BNDES permitiria à Biomm avançar em outros projetos, como o desenvolvimento de remédios para tratamento de câncer e a fabricação própria de imunizantes, a começar pela Covid-19. Neste último caso, a empresa tem feito movimentos para entrar nesse setor, mas ainda por meio de parcerias. Recentemente, solicitou à Anvisa o registro definitivo da Convidencia, vacina contra o coronavírus produzida pela chinesa CanSino, mas o pedido foi negado pela agência.  

Curiosamente, o BNDES olha para o futuro fazendo uma volta ao passado. O banco foi um dos primeiros financiadores da criação da Biomm, nascida a partir de uma costela da Biobrás, vendida em 2002 para a dinamarquesa Novo Nordisk. Nos primórdios, a agência de fomento chegou a ter 15% do capital, um negócio à época pautado por suspeições. Um dos idealizadores da Biomm é o empresário Walfrido dos Mares Guia, ainda hoje acionista da empresa, com 5,9%. Mares Guia foi ministro do Turismo no primeiro mandato de Lula. 

#Biomm #BNDES #Fiocruz

Finanças

Itaú entra na disputa pelo Credit Suisse no Brasil  

13/03/2023
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Agora, no final da tarde, circulou no mercado que o Itaú vai comprar a operação brasileira do Credit Suisse. O banco helvético seria o BBA da vez – uma alusão ao BBA Creditanstalt, adquirido pelos Setúbal em 2002. Pode ser. Mas lembremos que o BTG já andou estudando a mesma operação e estaria no páreo, segundo fonte bem posicionada do RR. E o Credit Suisse não dá demonstrações de que pretende deixar o país. Mas a verdade é que o banco suíço atravessa um momento difícil, no exterior. Consultado pelo RR, o Itaú não quis comentar o assunto. O Credit Suisse, por sua vez, afirmou que “não confirma a informação de que o Itaú está em negociações para comprar a operação brasileira. 

Se for sério o boato de aquisição, a hora seria essa. A investida provocaria mudanças no capital societário de um outro badalado asset: o Credit Suisse detém 25% Fundo Verde, do falante Luis Stuhlberger. Agora, segundo a newsletter Brazil Journal, a Lumina Capital Management, de Daniel Goldberg, estaria comprando um pedaço do Fundo Verde. A aquisição do Credit Suisse, portanto, faria um rolo na consolidação do setor. O RR acha que o negócio estaria mais para o BTG, pois o Itaú já tem uma operação de atacado consolidada. E também pode ser uma fofoca provinda do próprio pessoal do Itaú ou do Credit Suisse. Aguardemos o desenrolar do fio dessa meada.  

#Banco Itaú #BTG #Credit Suisse #Itaú

Política

Sindicalistas param no gabinete de Haddad e Alckmin

10/03/2023
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Segundo o RR apurou, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, deverão ter, nos próximos dias, encontros com lideranças sindicais. Há reuniões engatilhadas com os presidentes da Força Sindical, Miguel Torres, e da CUT, Sergio Nobre. A presença de Alckmin se justifica pela pauta principal das conversas: os sindicalistas vão encaminhar propostas na tentativa de acelerar a geração de emprego, o que passa pelo aumento dos postos de trabalho na indústria. No entanto, sua importância vai além dos temas tratados. Durante a campanha eleitoral, o ex-tucano teve um papel relevante na interlocução com o movimento sindical, aproximando-se dos principais dirigentes do setor. No entorno do governo, há quem diga que essa relação tem um pé em 2026. Alckmin não quer ser identificado apenas com as questões e pleitos do empresariado.  

Em tempo: as conversas de Haddad e Alckmin com os representantes da classe trabalhadora chamam atenção também pelo timing. Ocorrerão às vésperas dos protestos convocados pelas centrais sindicais para o próximo dia 21 de março. As entidades prometem manifestações contra os juros altos não apenas em frente à sede do Banco Central em Brasília, mas também em todas as demais cidades que tiverem representações da instituição. Um assessor próximo a Alckmin arrisca que todo esse fuzuê vai bater na porta do presidente do BC, Roberto Campos Netto, a quem é atribuída a responsabilidade dos juros altos e por zelar pelo pleno emprego. Todos os movimentos emanados do PT acabam desaguando também em pressão pela saída de Campos Neto.

#Fernando Haddad #Geraldo Alckmin #PT

Destaque

Bolsonaro pretende contra-atacar o escândalo das joias na mesma moeda

7/03/2023
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Olho por olho, dente por dente. Assim o clã Bolsonaro planeja contra-atacar o escândalo das joias. O RR apurou junto a fontes próximas à família de que o ex-presidente e seus filhos pretendem lançar um pedido de auditoria dos bens valiosos ofertados a Lula durante os seus dois primeiros mandatos. Por intermédio de Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, parlamentares aliados já teriam sido acionados para requisitar formalmente no Congresso uma devassa dos presentes recebidos pelo petista de outros chefes de governo entre 2003 e 2010. A ideia é atribuída, principalmente, a Carlos Bolsonaro, a quem caberia a missão de inflamar a militância “bolsonarista” nas redes sociais em torno da investigação. O objetivo não é apenas criar um fato diversionista, para eclipsar a denúncia de que Jair Bolsonaro supostamente tentou trazer irregularmente para o país joias doadas à ex-primeira-dama, Michele Bolsonaro, no valor de aproximadamente R$ 16 milhões. Os filhos do ex-presidente entendem que é possível enredar Lula na teia que seus próprios assessores lançaram ao vazar informações da Receita Federal contra Bolsonaro.  

No fim de semana, segundo as fontes ouvidas pelo RR, os filhos de Bolsonaro já começaram a levantar munição contra Lula. A premissa é que o telhado do atual presidente é de vidro. Em março de 2016, por exemplo, a Lava Jato determinou a busca e apreensão de itens ofertados ao petista que estavam guardados em um cofre do Banco do Brasil em São Paulo. Os bens teriam sido indevidamente incorporados ao acervo pessoal de Lula e não ao da Presidência da República. Não consta entre esses itens a presença de joias ou de bens de notório valor. A parte não é necessariamente o todo. O entorno de Bolsonaro aposta que uma auditoria pode trazer à tona fatos ainda não devidamente apurados. Um exemplo: até hoje não ficou claro o papel da OAS nessa história. Tão logo Lula deixou o governo, a empreiteira teria ajudado a bancar o armazenamento de algumas das doações ao petista. Há ainda uma questão de escala que pode ajudar na vendeta dos Bolsonaro: estima-se que Lula tenha recebido cerca de 1,4 mil objetos de chefes de estado classificados como de “cunho pessoal” ao longo de oito anos.   

Está claro que o governo Lula decidiu garimpar fatos e cifras para criminalizar Jair Bolsonaro. Foi assim, logo no início de mandato, com o vazamento de dados do cartão corporativo do ex-presidente. A família Bolsonaro quer pagar na mesma moeda, ainda que a sua esteja um pouco “depreciada”. 

#Jair Bolsonaro #Lula #PL #Valdemar da Costa Neto

Negócios

Agronegócio ganha campo na Caixa Econômica

7/03/2023
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A presidente da Caixa Econômica, Rita Serrano, estuda criar uma vice-presidência de Agronegócio. A nova área viria acompanhada de uma forte estratégia para ampliar ainda mais a operação do banco no crédito rural. No fim do ano passado, a Caixa chegou à marca de R$ 40 bilhões em financiamento agrícola, um salto de mais de 220% no intervalo de 12 meses. Segundo informações filtradas do próprio banco, a meta é romper a barreira dos R$ 100 bilhões em empréstimos até o fim do ano, acelerando um movimento iniciado na gestão de Pedro Guimarães. Mas sem a empáfia do ex-presidente da instituição, que costumava desafiar publicamente o Banco do Brasil e dizer que a Caixa seria líder do crédito rural – o BB, ressalte-se, tem uma carteira no segmento da ordem de R$ 300 bilhões. De quebra, além do business em si, a criação da vice-Presidência de Agronegócio teria ainda uma serventia política. A área funcionaria como um canal de interlocução com o Congresso, administrando os pleitos da bancada ruralista, o que significa administrar os pleitos dos grandes empresários do agronegócio. 

#Agronegócio #Banco do Brasil #Caixa Econômica

Governo

Neri Geller entra na disputa por vice-presidência do BB  

1/03/2023
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O RR apurou que o ex-deputado federal Neri Geller está cotado para assumir a vice-presidência de Agronegócio do Banco do Brasil, cargo vago desde a saída do executivo Renato Naegele, há duas semanas. Caso se confirme, Geller será o único forasteiro no primeiro escalão do BB – todas as demais cadeiras estão ocupadas por funcionários de carreira. Sua indicação tem o apoio do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e de lideranças da bancada ruralista. Geller é uma das principais pontes entre o presidente Lula e o agribusiness. Chegou, inclusive, a ter seu nome cotado para a própria Pasta da Agricultura. A ida para o BB seria um downgrade dos mais honrosos. A vice-presidência de Agronegócios é um posto bastante cobiçado, pelas cifras que costuma movimentar. A carteira de crédito agrícola do Banco do Brasil soma mais de R$ 300 bilhões. Na safra 2022/23, o BB vai desembolsar mais de R$ 100 bilhões no âmbito do Plano Safra. Não por acaso, há uma disputa nos bastidores pela nomeação. Um dos principais concorrentes de Geller é Jayme Pinto Junior, funcionário de carreira do BB. Ele tem o apoio da presidente da instituição, Tarciana Medeiros.

Política

Campos Neto lança um sinal de trégua ao presidente Lula

28/02/2023
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O que tem a ver o Pix internacional com a moeda do Mercosul? Dependendo da ótica, muito ou nada. A priori, a despeito da lógica ou prioridade, a medida não deixa de ser um agrado do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a Lula, que ouve como música qualquer manifestação favorável ao fortalecimento do bloco sul-americano, com o protagonismo do Brasil. O Pix internacional significaria, portanto, o aceno de Campos Neto para uma trégua com o Palácio do Planalto e o próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que apoiam a moeda comum do Mercosul – o “sur real”, como vem sendo chamada pelo mercado e internamente pelo próprio BC.  

Chama a atenção o prazo estimado para a implementação do novo sistema: são dois anos, praticamente o prazo para o vencimento do mandato do presidente do BC. O Pix internacional é um meio de pagamento, sem os inconvenientes do “sur real”. Além do mais, é bem mais abrangente, porque atrai outros países além das fronteiras do Mercosul, a exemplo da Colômbia, Equador e Chile, conforme antecipou o presidente do BC. É curioso a Argentina não aparecer nas citações de Campos Neto. O seu presidente, Alberto Fernandez, foi o maior entusiasta da criação da moeda comum entre os países do bloco. Só falta agora, Campos Neto ceder e reduzir a Selic em um dedinho, buscando a partir daí um acordo de redução dos juros nos países do Mercosul. Mesmo em um tempo no qual pululam propostas hiper-heterodoxas, seria efetivamente surreal, não obstante o gáudio de Lula.

#Banco Central #Mercosul #Roberto Campos Neto

Esportes

V Sports estuda a compra de clubes brasileiros

28/02/2023
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Ainda que de forma incipiente, o futebol começa a despontar como um setor da economia importante para a atração de capital estrangeiro. O fundo V Sports, sediado no Reino Unido, surge como novo candidato à compra de clubes no país. O meio de campo tem sido feito por um grande banco de investimentos brasileiro, que vem assessorando a venda de SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol). Não faltam ativos sobre o balcão. Há mais de 20 clubes que já se transformaram em SAF e ainda buscam compradores. E a lista vai aumentar, não obstante as zonas cinzentas da nova legislação, sobretudo em relação à responsabilidade pelo pagamento de dívidas das antigas associações. Coritiba, São Paulo, Fortaleza, Atlético-MG estão entre as agremiações que já iniciaram estudos ou estão em processo avançado para a conversão em sociedade anônima e a consequente abertura do capital.  

O V Sports pode se juntar a um clube ainda seleto de investidores que já fincaram sua bandeira nos gramados brasileiros, como o City Group, do sheik Mansour bin Zayed, de Abu Dhabi, que comprou o Bahia. Ou o fundo norte-americano 777, controlador da SAF do Vasco. Artilharia financeira não falta ao V Sports. Dono do Aston Villa, um dos clubes mais tradicionais da Inglaterra, o fundo tem avançado para novos territórios. Recentemente fechou a aquisição de 46% do Vitória de Guimarães, de Portugal. Ao mesmo tempo, mantém tratativas com a Major League Soccer, a liga de futebol dos Estados Unidos, para abrir uma equipe na cidade de Las Vegas. Por trás dessas múltiplas investidas estão os bilionários Nassef Sawiris e Wes Edens, fundadores do V Sports. O egípcio Sawiris tem um patrimônio estimado em mais de US$ 9 bilhões. É irmão de Naguib Sawiris, todo-poderoso das telecomunicações no país africano e dono da Orascom, que, em 2017, ensaiou a compra da Oi. O norte-americano Edens, por sua vez, é um dos fundadores da gestora de recursos Fortress Investment Group, que soma cerca de US$ 50 bilhões em ativos.

#SAFs #V Sports

Destaque

O próximo ataque na guerra dos Safra

23/02/2023
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A disputa entre os herdeiros de Joseph Safra reserva ainda mais fel e fúria para os próximos capítulos. O RR apurou que Alberto Safra autorizou seus advogados a iniciar os procedimentos para a transformação da ASA Investments, sua gestora de recursos, em banco. De acordo com a mesma fonte, com o upgrade da ASA, Alberto passaria a ter a sua própria casa bancária, um lócus que lhe permitiria iniciar um segundo movimento: cooptar para a nova instituição uma parcela dos clientes do Safra. A genealogia bancária do clã guarda um episódio similar. No início dos anos 2000, Joseph, pai de David e Alberto, e seu irmão Moise travaram uma briga igualmente eivada de rancor e mágoa pelo comando do Banco Safra. Joseph abriu uma nova instituição financeira, o J. Safra, e carregou consigo uma parcela da carteira de clientes do Safra. O êxodo surtiu o efeito desejado, forçando o irmão a um “acordo”. Em 2006, enfim, “seu José”, como gostava de ser chamado pelos próprios funcionários, comprou a parte de Moise e assumiu sozinho o controle do Safra.  

Alberto Safra tem feito seguidos movimentos para aumentar a musculatura da ASA Investments, que administra cerca de R$ 4,3 bilhões em ativos, segundo o ranking da Ambima. Há cerca de duas semanas, comprou a Tower Three, gestora especializada em renda variável, com aproximadamente R$ 90 milhões em ativos. No ano passado, incorporou a CORE Real Estate, como o nome sugere focada em fundos imobiliários. A metamorfose para virar um banco seria o passo mais agudo dessa escalada, passo este que ganharia uma dimensão maior em razão do timing. Alberto e David Safra, como se sabe, estão no meio de um ruidoso litígio. Deserdado pelo pai, Alberto entrou na Justiça contra a própria mãe, Vicky Safra, e David, assim como seus outros dois irmãos, Jacob e Esther. Jacob responde pelo banco suíço J. Safra Sarasin e pelo Safra National Bank de Nova York. David é o condutor de todos os negócios da família no Brasil, acirrando ressentimentos nutridos desde antes da morte de Joseph. Em 2019, em outro momento de fortes tensões, Alberto renunciou à sua posição no Conselho do Safra. Foi nesse momento que fundou a ASA Investments. Na semana passada, o litígio entre Alberto e David teve um novo capítulo: o Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou os conselheiros do Banco Safra indicados por Alberto, André Franco de Moraes e Ricardo Tepedino, a terem acesso a informações financeiras detalhadas do banco. Moraes e Tepedino alegam que só ficaram sabendo da exposição do Safra à Americanas pela imprensa. Segundo os conselheiros, o assunto teria sido levado ao board apenas no dia 18 de janeiro, uma semana após a fraude contábil da rede varejista vir à nota. Os representantes de Alberto no Conselho afirmam ainda que o Safra teria ainda elevada exposição a outras nove empresas. 

Marx dizia que a história se repete, na primeira vez, como tragédia e, na segunda, como farsa. Neste caso, há só tragédia no jogo de repetições dos Safra. A história de um dos mais longevos e míticos clãs de banqueiros – iniciada em meados do Século XIX, com o Safra Frères & Cie, em Alepo, na Síria – é recorrentemente marcada por cismas e diásporas. No Brasil, essa saga teve início nos anos 50, com a chegada de Jacob Safra. A dinastia teve continuidade com seus filhos, Edmond, Joseph e Moise. Edmond se separou dos dois irmãos e, de certa forma, viraram concorrentes. No início dos anos 60, Edmond vendeu sua parte nos negócios no Brasil e se mudou para a Suíça. Abriu o Trade Development Bank e, posteriormente, o Republic National Bank. Ficou com o filé das operações bancárias dos Safra. Edmond vendeu o Republic Bank em 1999. Àquela altura, a relação entre os três irmãos estava deteriorada. Joseph já iniciara o momento de investir sozinho em negócios paralelos. Mais de duas décadas depois, Alberto mostra que não foi de todo deserdado. Joseph deixou-lhe como herança o ensinamento de como atacar um irmão tentando minar os seus negócios. 

#Alberto Safra #ASA Investments #Joseph Safra #Ricardo Tepedino

Empresa

Vale ganha um privilegiado maquinista para os seus “assuntos regulatórios”

17/02/2023
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A contratação do ex-ministro da Infraestrutura Marcelo Sampaio como diretor de assuntos regulatórios da Vale, apenas um mês meio após a sua saída da Pasta, ameaça criar uma perigosa jurisprudência. É como se não houvesse mais conflito de interesses entre o público e o privado. Segundo uma fonte da ANTT, Sampaio já estaria se movimentando junto a órgãos em Brasília, notadamente a própria agência, em temas de interesse da Vale no setor de transportes. Ou seja: com o oportuno beneplácito da Comissão de Ética da Presidência da República, que liberou Sampaio da necessidade de quarentena, a companhia passou a ter em seus quadros alguém que ainda cheira a ministro e carrega informações do aparelho de Estado extremamente atualizadas e, por isso mesmo, mais valiosas, além de acessos privilegiados. Guardadas as devidas proporções, é como se Roberto Campos Neto deixasse hoje o comando do BC e, daqui a 45 dias, não mais do que isso, já estivesse batendo ponto em um banco privado.  

O ex-ministro cruza a porta giratória do governo para a iniciativa privada justo no momento em que a VLI, das quais a Vale é uma das principais acionistas, está envolvida em uma agenda das mais complexas: as tratativas para a renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica. Conforme o RR já informou (https://relatorioreservado.com.br/noticias/vli-tera-de-pagar-um-alto-pedagio-para-renovar-concessao-da-ferrovia-centro-atlantica/), há um impasse em torno do assunto. O governo exige pesados investimentos da VLI para estender o contrato de concessão. O RR perguntou à Vale qual será a área de atuação de Sampaio e se ele conduzirá assuntos relacionados a concessões ferroviárias do grupo. A empresa, no entanto, não se pronunciou até o fechamento desta matéria. 

A contratação de Marcelo Sampaio, braço direito de Tarcísio Freitas, abre brecha para as ilações não apenas em relação ao futuro, mas também ao passado. Foi com Sampaio na secretaria executiva do Ministério da Infraestrutura que a Vale conseguiu, em 2020, fechar acordo com o governo para a renovação antecipada das concessões da Estrada de Ferro de Carajás e da Vitória-Minas. É a velha e surrada máxima da mulher de Cesar: não basta ser honesta; é preciso parecer honesta. 

#ANTT #Brasília #Comissão de Ética da Presidência da República #ex-ministro #Infraestrutura #Marcelo Sampaio #setor de transportes #Tarcísio Freitas #Vale #VLI

Destaque

Conglomerados bancários lideram consolidação das fintechs

16/02/2023
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As fintechs não vão entrar em extinção, podem até aumentar numericamente, mas uma parcela expressiva da espécie acabará nas mãos dos grandes conglomerados bancários do país e verá reduzida sua participação no total de ativos do sistema financeiro. Os próximos meses deverão ser marcados por uma sequência de aquisições sem precedentes desde o surgimento desses bancos que não são bancos, mas são. Ou seja: a tão esperada consolidação das fintechs virá, sim, mas não exatamente entre elas, como muitos acreditavam. Há uma combinação de fatores empurrando essas instituições para o colo da banca puro-sangue, a começar pela estiagem de funding.  

Assim como as startups de uma maneira geral, as fintechs surfaram na onda de investimentos de venture capital no país. O Softbank, por exemplo, teve um papel determinante no boom do segmento, investindo em dez empresas, entre as quais Nubank e Creditas. No entanto, a maré desceu. Assim como o banco japonês, outros importantes players da indústria de VC no país têm reduzido seus aportes, caso do Tiger Global e Monashees, entre outros. Em 2022, as fintechs brasileiras captaram US$ 2,3 bilhões, 44% abaixo do valor recebido no ano anterior (US$ 4,1 bilhões). O recuo foi superior à queda de investimentos registrada na América Latina como um todo (31%). Indicadores recentes do setor apontam que algo em torno de 70% das startups do setor financeiro no país têm sido bancadas exclusivamente com recursos dos próprios acionistas fundadores. A tendência é que esse cenário se acentue ao longo deste ano, com pretensos predadores transformando-se em presas.     

O próprio Nubank ilustra bem o momento de vulnerabilidade das fintechs. Por ocasião do seu incensado IPO, em dezembro de 2021, alardeou aos quatro cantos que havia destronado a banca raiz e se tornado a instituição financeira com maior valor de mercado do Brasil – e da América Latina. À época, seu market cap chegou a US$ 41,7 bilhões, então equivalente a R$ 232,4 bilhões. Um brilho efêmero. De lá para cá, a ação do Nubank despencou a ladeira. Seu valor de mercado caiu praticamente à metade – US$ 22,5 bilhões ou aproximadamente R$ 116 bilhões. Está abaixo do Itaú e do Bradesco.    

Por outro lado, o aumento da bancarização não direcionou, conforme se imaginava, uma parcela maior dos meios de pagamento para as fintechs. O dinheiro procurou os grandes bancos, que mantêm o monopólio da percepção de segurança, uma das variáveis mais relevantes quando se trata do depósito do salário e das micro poupanças. O “entrante” no sistema bancária, com raras exceções, pertence a um público de baixa ou baixíssima renda, que quer olhar o banco na rua, saber que ele existe. Portanto, é possível fazer uma projeção de que o crescimento contínuo da bancarização aumentará a participação dos grandes conglomerados no volume total dos depósitos.  

As novas regras impostas pelo Banco Central às fintechs, que começaram a entrar em vigor no mês de janeiro e serão gradativamente implantadas até 2025, também vão impor um processo de seleção natural no setor. O arcabouço normativo elaborado pelo BC ainda está longe de eliminar as assimetrias regulatórias em relação aos bancos convencionais, sujeitos a um ordenamento muito mais rigoroso. Ainda assim, muito provavelmente uma parcela expressiva das fintechs não conseguirá atender às exigências. Trata-se de um ecossistema inteiro de instituições financeiras que nasceram e cresceram em um limbo regulatório, quase que à margem do alcance do Banco Central. Mas há importante ressalva a ser feita: o espaço de crescimento para as fintechs é imenso, porém, proporcionalmente, elas decrescerão sua participação em relação aos grandes bancos no estoque de capital do setor financeiro.  

Há cerca de quatro anos, o RR produziu um trabalho para bancos comerciais intitulado “Sistema bancário no Brasil desafio dos grandes conglomerados”. À época, apesar do incômodo demostrado na sondagem com o desequilíbrio regulatório e, consequentemente, concorrencial, os bancos convencionais consideravam que, no tempo, acabariam por absorver o impacto da enxurrada de fintechs. Não deu outra. Desde então, os grandes grupos têm feito sucessivos movimentos neste sentido. O Itaú investiu R$ 1 bilhão para comprar 50% da fintech da Totvs. No mercado, a aposta é que em algum momento, não muito distante, assuma o controle do negócio. O banco dos Setúbal adquiriu 35% da Avenue Securities, corretora digital norte-americana. O Santander incorporou 80% da Gira, especializada em recebíveis do agronegócio, e a Mobills e a Monetusespecializadas no desenvolvimento de aplicativos financeiros. O Bradesco, por sua vez, comprou empresas como a 4ward e a Aarin, focadas em meios de pagamento – a segunda por meio do Next, seu banco digital. Também cravou uma aquisição no exterior, a BCP Global, sediada em Miami. Estes são apenas alguns exemplos de fintechs que caíram na rede dos tradicionais conglomerados bancários brasileiros. Vem muito mais pela frente.    

#América Latina #Banco Central #BCP Global #Bradesco #Brasil #conglomerados bancários #Creditas #Fintechs #Itaú #Nubank #SoftBank #startups

Empresa

Credores da Cultura avançam sobre patrimônio de acionista

15/02/2023
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O RR apurou que, um grupo de credores da Cultura, notadamente editoras, está se mobilizando com o objetivo de bloquear o patrimônio pessoal do empresário Sergio Herz, acionista majoritário da rede de livrarias. Não é uma tarefa simples: a lei brasileira prevê essa medida apenas quando o próprio acionista ofereceu bens de sua propriedade como garantia a créditos, o que não ocorreu nesse episódio, ou em caso de fraude. Nesta segunda hipótese, há um precedente por onde os credores pretendem caminhar. Em 2019, a pedido do Banco Original, dos irmãos Batista, a Justiça de São Paulo suspendeu a transferência de dois apartamentos de Herz para sua esposa. A doação, ressalte-se, ocorreu apenas 21 dias antes da Cultura entrar com pedido de recuperação judicial. Na semana passada, a Justiça decretou a falência da rede de livrarias, deixando no prelo mais de R$ 285 milhões em dívidas.  

 

#Banco Original #credores #Cultura #fraude #irmãos Batista #Justiça de São Paulo #lei brasileira #Livrarias #Sergio Herz

Negócios

Itaú cinde as perdas com a Americanas para alardear um passivo menor

14/02/2023
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O Itaú tem usado de prestidigitação para enevoar o óbvio: o banco é o maior credor da Americanas no sistema financeiro do país. A instituição dos Setúbal e dos Moreira Salles soma aproximadamente R$ 6,1 bilhões em créditos contra a rede varejista, uma exposição de altíssimo risco duplamente tonificada. De um lado, são R$ 2,7 bilhões em empréstimos; do outro, cerca de R$ 3,4 bilhões pendurados em 30 fundos do Itaú Asset, a maior parte dessa cifra referente a debêntures da Americanas. Como não poderia de ser, todas as 30 carteiras estão negativas no mês. Entre os fundos mais carregados de papéis da empresa despontam: Itaú Diferenciado FIC Renda Fixa Crédito Privado, Itaú Corp Plus Renda Fixa Referenciado DI – FICFI, Itaú Active FIX 5 RF CP FICFI, Itaú Empresa MIX FIC Renda Fixa Crédito Privado, Itaú Top Renda Fixa Referenciado DI FIC, Itaú Excellence Renda Fixa Referenciado DI FIC. É o top 6 da exposição dos Setúbal e Moreira Salles à maior fraude contábil da história do Brasil.   

O objetivo desse truque de ilusionismo foi criar a percepção no mercado de que o Itaú foi menos impactado pela fraude da Americanas do que seus congêneres. De fato, olhando-se apenas para as operações de empréstimo, assim parece ser: nesse quesito, os R$ 2,7 bilhões que o banco tem a receber estão abaixo das cifras contabilizadas por BTG (R$ 3,4 bilhões), Santander (R$ 3,5 bilhões) e Bradesco (R$ 4,5 bilhões). Ocorre que, para o Itaú, este número tem cumprido o papel da assistente de palco do mágico, que está ali apenas para desviar a atenção da plateia. De alguma forma, a cortina de fumaça até permitiu uma visão mais otimista, que, no entanto, não encontra eco nos números consolidados.  

#Americanas #Banco #Itaú #Moreira Salles #Setúbal #sistema financeiro

Internacional

Bolívia também quer dinheiro do BNDES

14/02/2023
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Além do gasoduto Nestor Kirchner, na Argentina, outro projeto da “vizinhança” poderá cair no colo do BNDES. Segundo fonte do Itamaraty, o governo da Bolívia já fez uma primeira consulta ao Brasil sobre a possibilidade de o banco de fomento financiar a construção de usinas de biodiesel no país. A primeira leva envolveria a instalação de três plantas, um investimento previsto da ordem de US$ 150 milhões. A ideia dos bolivianos é que a primeira planta, com capacidade de produção de 1.500 barris de biodiesel/dia, entre em operação ainda neste ano. No Ministério das Relações Exteriores, há informações de que o próprio presidente da Bolívia, Luiz Arce, pretende se reunir com Lula para tratar do assunto.

#Argentina #Biodiesel #BNDES #Bolívia #gasoduto #Itamaraty #Luiz Arce #Ministério das Relações Exteriores #Nestor Kirchner #usinas

Análise

Lara Resende desponta como favorito para a presidência do BC

13/02/2023
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Há uma disposição ferrenha do presidente Lula para levar André Lara Resende à presidência do Banco Central. Não há ninguém entre os colaboradores do governo que diga com tanta maviosidade o que Lula quer ouvir: taxa de juros, mudança da meta e, nas entrelinhas, uma autoridade monetária que toque o barco de forma afinada com a Presidência. Mas, sendo a versão válida, para que a substituição ocorra é preciso que Roberto Campos Neto jogue a toalha no chão. A blitzkrieg de Lula contra Campos Neto seria parte da operação para antecipar sua saída, prevista para ocorrer somente em dezembro de 2024, quando vence seu primeiro mandato, ou ainda em 2028, se ele decidir pela sua recondução. Pelo estatuto do Banco Central Independente, Campos Neto tem direito a oito anos de permanência no cargo, que somente podem ser abortados por desistência do titular do BC ou uma mudança sancionada pelo Congresso Nacional. Esta última hipótese é mais difícil: sondagens revelam a falta de apoio congressista à alteração da Lei Complementar n°179, de 2021, que sancionou a independência da autoridade monetária.  

Lula, que se sente mais emponderado que nunca, adotou, ao que tudo indica, a tática de throwing in the towel, ou seja, de levar o regulador a pedir demissão com uma massa de críticas permanente a política da autoridade monetária. Trata-se de uma estratégia sistematizada por analistas políticos norte-americanos. Mario Shapiro, professor da FGV Direito SP, em artigo publicado no Valor Econômico em sua edição de hoje, avança na argumentação da malhação do judas no BC. Segundo ele, “diante das restrições impostas pelo BC, é típica a atribuição de culpa a autoridade monetária pelos infortúnios do governo (blame-shifting)”. Lula comprou a fórmula integral para retirar Campos Neto do cargo. É pau puro na política monetária inteira.  

Do outro lado, Lara Resende tem sido tratado como um príncipe por Lula, Fernando Haddad e o comando do partido. Apoiou o presidente na primeira hora de campanha, participou do grupo de transição do governo na área de economia, integra o comitê de aconselhamento do BNDES, foi cogitado para ministro da Fazenda – quando chegou a se imaginar que Fernando Haddad poderia ser uma candidatura competitiva ao governo de São Paulo – e é nome cotado para um Conselho de Economistas para o Assessoramento Econômico da Presidência. Em tempo: nem Haddad, nem Simone Tebet, e aparentemente Geraldo Alckmin – que não dá um pio nessa discussão –, tem simpatia pelo tal Conselho.  

Durante todo o período da campanha eleitoral à posse de Lula, Lara Resende foi um cruzado pela redução de taxas de juros, uma meta de inflação equilibrada, uma menor preocupação com a dívida pública e um diferimento maior da meta de inflação no tempo para avaliação da eficácia no cumprimento da política monetária. Tudo que Lara Resende diz é música para Lula. O presidente não suporta essa relação fria, equidistante, sem uma prestação de contas mais intima, que Campos Neto imprimiu à gestão do BC independente. Na verdade Campos Neto reza por uma cartilha única, sem improvisações. Lula detesta essa “autonomia” sem beija mão. É como se o presidente do BC fosse um cluster no seu governo. Quanto aos juros, são realmente inaceitáveis.  

As fontes do RR arriscam a dizer que Lula quer romper com as algemas da ortodoxia. Gostaria de ter o seu “Plano Real monetário”. Para isso, teria de comprar a independência do BC, sem a qual Lara Resende não toparia a missão. Mas iriam de mãos dadas para a empreitada, já que um estaria mais ou menos sabendo como o outro se comportaria. 

   

O BC precisa ser blindado 

Em tese, um BC protegido constitucionalmente de interferências não é bom nem mau; apenas defende a autoridade monetária de virar um joguete dos interesses políticos dos governos. Quando o Banco Central eleva as taxas de juros, busca cumprir em sintonia fina sua tripla missão: controlar a inflação, perseguir o pleno emprego e zelar pela estabilidade do sistema financeiro. O sistema de metas de inflação procurou criar uma forma de definir e alcançar a carestia “razoável”. O Banco Central estabelece uma meta para a inflação e passa a persegui-la. É forçar a barra dizer que o BC ignora completamente o “pleno” emprego nos seus cenários, resultantes de centenas de variáveis que rodam nos seus modelos econométricos. A atual taxa de juros siderais está razoavelmente alinhada com uma subida do emprego formal e redução expressiva do desemprego – a taxa caiu de 14% para cerca de 8%. A percepção coletiva é que a autoridade monetária coloca o emprego no fim da fila, e a inflação à frente. Não há target para o nível “desejável” de desemprego.   

Antes da criação do hoje anatematizado Banco Central independente, a autoridade monetária era instada a tomar decisões motivadas ou estimuladas por uma hierarquia de poder superior, ou seja, o Ministério da Fazenda e, em um andar ainda mais alto, a Presidência da República. O resultado, não raras vezes, eram medidas inconsistentes ou enviesadas, que, mesmo atingindo positivamente alguns dos seus objetivos – inflação mais baixa e/ou “pleno” emprego –, careciam de sustentabilidade. As decisões eram políticas e não técnicas, não obstante haver algum componente político em qualquer poeira do universo, quanto mais em uma gestão técnica do BC.   

O assunto é complexo no mundo inteiro. Nem todas as coisas boas, contudo, estão condicionadas aos cânones da política econômica. Muitas vezes uma mudança na correlação de variáveis na lógica monetária e macroeconômica surpreende a todos com uma solução inesperada. Foi o caso do Plano Real, que, durante o seu período de formulação técnica, só tinha uma referência de efetiva operacionalização em Israel. Os jovens gênios da PUC, Persio Arida e o festejado André Lara Resende, trouxeram a ideia de inflação inercial para o campo de batalha da carestia e inventaram URV (Unidade Real de Valor). A sacada deu certo. A URV, planejada para ser transitória, teve como objetivo equilibrar preços relativos e remuneração de ativos. Ela funcionou como um transplante para adoção do real como moeda oficial do Brasil.   

Não há nada mais óbvio do que afirmar que juros dependem do movimento de várias placas tectónicas da economia. Para tomar decisão sobre o a elevação, manutenção ou redução da Selic várias camadas do BC são acionadas. Um conjunto de técnicos altamente qualificados analisa previamente um oceano de dados, que serão rodados em modelos econométricos sofisticados, gerando os cenários variados para que o presidente do BC independente, juntamente com sua diretoria – todos indicados pelo presidente da República e aprovados pelo Congresso Nacional – batam o martelo. Todos esses atributos constam do “estatuto do BC independente”, que tanto incomoda Lula no presente.   

  

Lembrai-vos de Henrique Meirelles 

O presidente Lula é um animal político da estirpe mais elevada da sua espécie. Deve ter razões, certas ou erradas, que não são sua idade elevada e a irritação decorrente dos muitos anos já vividos – versão Faria Lima –, nem o poder superlativo concedido pelo 8 de janeiro, para bater de frente, publicamente, com Roberto Campos Neto. A impressão é que ele atira no pé do próprio governo. Lula insiste, com todos os exageros de retórica, o que o BC tem de fazer ou não. Parece não saber que suas declarações mais pressionam a taxa de juros de longo prazo, que é a que importa, do que resultam em um aumento de meio ponto da Selic.  

No seu primeiro mandato, do qual se jacta de ter tido um BC autônomo e não independente, o presidente buscou intervir nas decisões do então titular da autoridade monetária, Henrique Meirelles. A literatura mais recente daquele período revela que Lula fritou Meirelles, ameaçou demiti-lo, mandou recados irritados, tinha até um candidato na manga do colete – o economista Luiz Gonzaga Belluzzo – tudo em função da taxa de juros. Achava que o elevado custo da moeda detonaria com a sua reeleição. Na época, não usou a estratégia do fazer barulho nas mídias:  encomendou a Antônio Palocci que desse um jeito de rifar Meirelles sem as suas digitais. Mas a inflação começou a cair e os juros também. E, quando perguntado nas internas se o tempo de Meirelles já tinha se esgotado, respondeu: “Não me fale mais desse assunto, agora está dando tudo certo”. Essa era a “autonomia” do BC que Lula considerava adequada, sujeita ao vai e vem da circunstância e da sua visão política.   

Lula piorou em relação ao passado ou está enxergando algo que ninguém viu, esbravejando diariamente contra a taxa de juros, o BC independente e a meta de inflação. A novidade é considerar o BC um bunker de Jair Bolsonaro porque o comandante da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, teria sido indicado pelo ex-presidente. Bobagem. Como demonstra o cientista político Alberto Almeida, Campos Neto poderia não ter elevado a taxa de juros pelo menos seis vezes no período relevante de campanha, mas fez o contrário, aumentando recorrentemente a Selic. 

O presidente terá direito a indicar neste ano dois diretores do BC, nas áreas de Fiscalização e Política Monetária – este último talvez o cargo mais importante do colegiado, depois do comandante da instituição. Nem por isso, os técnicos serão espiões do presidente, ou muito menos seus paus mandados. Lula até pode acertar no atacado com a cantilena dos juros altos, mas erra na forma. Todos os seus incômodos na área monetária – juros e meta de inflação – são legítimos e, alguns, até comprováveis empiricamente por acadêmicos.  São o caso dos juros, cuja taxa real da Selic, batendo já os 8,5%, e meta de inflação, fixada em 3%, podem, sim, ser chamadas “politicamente” de inaceitáveis ou inviáveis. 

A Selic é a mais alta do mundo. A taxa de real de 8,5% é o dobro do segundo maior índice real do planeta. Olhando de fora do BC, o nível dos juros não faz o menor sentido. Quanto à meta de inflação, ela parece ser construída para que o Brasil tenha uma taxa de juros nas alturas permanentemente. Como se sabe, o nível de juros no modelo de inflation target é o principal instrumento para levar o índice de preços permanentemente para dentro da meta: em 2024, o centro está fixado em 3%, com uma banda superior de 4,5%. A meta ambiciosa faz com que os juros sejam pouco flexíveis, na medida em que qualquer choquezinho de oferta ou pressão atípica sobre o fiscal, forçam as taxas a saírem de dentro da casca. Um exemplo: no governo Bolsonaro a meta de inflação nunca foi cumprida. 

No caso, curiosamente, Lula estaria alinhado com a discussão atual dos Bancos Centrais europeus, que deliberam sobre a redução do centro da meta para 4% a 4,5%, tendo em vista as previsões de que a inflação estrutural irá aumentar nos próximos anos. Ou seja: o mesmo percentual que o presidente defende para essas bandas. 

  

Mais “indemissível” do que um general 

A questão central é que Lula está misturando vários elementos ao mesmo tempo, repetindo esbravejando em praça pública contra seus novos inimigos figadais: Banco Central independente, meta de inflação, taxa de juros, Roberto Campos Neto, etc. Cabe dar ao presidente, um velho atirador de facas, o benefício de ter visto o que ninguém viu. Nesse caso, estaria mesmo precipitando uma eventual decisão de Campos Neto de não renovar seu mandato no BC, no fim de 2024. Lula quer que ele saia antes. De preferência, já! Deseja um experimento, melhor um invento de política monetária para chamar de seu. Um Plano Real do Banco Central. Mas, parece às vezes, que o presidente está carregando demais na estratégia do throwing in the towel. 

Com a apresentação do pacote fiscal pelo ministro da Fazenda, os impactos do efeito inercial dos juros já se manifestando nas expectativas do aumento de preços, e o inevitável reequilíbrio das cadeias de produção mais fragilizadas pela pandemia, a Selic vai baixar, com Campos Neto ou Lara Resende. No caso, Lula poderá ficar enroscado no mesmo enredo da gestão Meirelles: demorou para sacar o seu presidente do BC “autônomo” e foi obrigado a mantê-lo porque os resultados prometidos surgiram, conforme relata Maria Cristina Fernandes, colunista política do Valor Econômico.   

A mesma jornalista chama a atenção de que arrancar de forma autoritária Campos Neto do cargo que constitucionalmente ocupa pode ser mais difícil do que demitir oficiais de alta patente, a exemplo do que Lula fez com o comandante do Exército, general Júlio Cesar de Arruda. Campos Neto tem a claque do mercado financeiro, passagem entre os congressistas, respaldo na Lei e apoio corporativo. 

Lula detesta quem não preste contas. Um bom exemplo do que arrepia o presidente da República é um tecnocrata com a autoridade do professor Octávio Gouvea de Bulhões, presidente da Superintendência de Moeda e Crédito (Sumoc) – o BC dos anos 60 – e titular do Ministério da Fazenda no governo do general Castello Branco. Consta que, durante a fase mais dura do ajuste econômico do primeiro ano do golpe de 1964, Bulhões recebeu uma visita do então maior empreiteiro do país, Sebastião Camargo. O empresário relatou as queixas e mais queixas dos dirigentes do setor privado em relação ao arrocho monetário. Bulhões, que tinha fama de não se alterar jamais, ouviu calado, com sua expressão de monge. Camargo, então, carregou nas tintas. Disse que dezenas de grandes empresas iriam quebrar, a economia iria pifar e os empresários iriam se jogar pela janela, como aconteceu no período do crash da bolsa de Nova York. Ao que Bulhões respondeu, serenamente: “A janela está logo ali”.  Lara Resende, caso ungido, jamais teria uma atitude igual sem conversar com seu ministro ou o presidente. O economista tem o jogo de cintura, aprimorado por passagem bem mais agitada pelo governo no que diz respeito à adoção de teorias monetárias fora da caixa.  

De qualquer forma, um sinal da disposição mudancista do presidente é quando ele lança mão do discurso do “nós contra eles”. Se Lula escalar, não é improvável que ele misture bolsonarismo, militarismo e “independentismo” do BC.  O bordão da hora é “Autonomia, já, independência, nunca mais!” O presidente não quer só o cargo de Campos Neto ou juros mais baixos, mas um inventor na política do Banco Central que possa marcar sua gestão. A medida parece estar encomendada. 

Aguardemos o embate político entre os dois candidatos. André Lara Resende expôs suas ideias há menos de 24 horas, no Programa Canal Livre, da Bandeirantes. Teve espaço para dar uma aula e argumentar, com sua teoria monetária alternativa, que é possível atender tudo o que Lula almeja, mudando o arcabouço do pensamento econômico que hoje rege as decisões do BC. Para Lula deve ter sido uma ópera. 

Hoje, daqui a aproximadamente seis horas, Roberto Campos Neto dará entrevista no ao programa Roda Viva, da TV Cultura. É como se o curto intervalo de tempo tivesse sido combinado pelas partes. Vai servir de verificação da maior ou menor flexibilidade do presidente do BC. Sabe-se que Campos Neto já acena com uma meta menor – ainda que o seu menor seja residual, isto é, a manutenção da taxa de 3,25% deste ano para o ano que vem, contra os 3% fixados pelo Conselho Monetário Nacional. Pode ser que Campos modere o tom e acene com um tempo político mais razoável para a queda da inflação e dos juros. Pode ser. Mas os sinais vindos do entorno de Lula indicam que a preferência por Lara Resende é firme. Se não for agora, 2024 promete. 

#André Lara Resende #Banco Central #Lula #Roberto Campos Neto

Política

Lula vai tatuar o 8 de janeiro na pele de Bolsonaro

13/02/2023
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O 8 de janeiro passou demais do ponto. Esta é a reflexão que vem sendo feita no bunker bolsonarista, notadamente por Eduardo Bolsonaro. Segundo o RR apurou junto a interlocutores do parlamentar, o “03” tem pregado intramuros que os ataques em Brasília tiveram um grande vencedor: Lula. E, por consequência, um grande perdedor: o próprio Jair Bolsonaro. Em uma espécie de mea culpa interna corporis, Eduardo, principal responsável por levar a “Cartilha Bannon” para dentro do clã político, tem defendido a tese que o estímulo aos protestos foi um enorme erro de cálculo. O raciocínio é que os protestos deram ao presidente da República munição de sobra para bombardear Jair Bolsonaro e colar nele a pecha de “golpista”, “conspirador” e “criminoso”. A barbárie na capital federal produziu cenas que poderão ser fartamente usadas por Lula na campanha do “terceiro turno”, “ quarto turno” etc.  

O presidente não vai deixar o 8 de janeiro e seus mentores intelectuais caírem no esquecimento. Vide o discurso na reunião com líderes de partidos da base aliada na última quarta-feira, quando, mais uma vez, o presidente voltou à data: “Hoje não tenho dúvida de que isso foi arquitetado pelo responsável maior de toda pregação do ódio, da indústria de mentiras, de notícias falsas, que aconteceu nesse país nos últimos quatro anos”.  

Na guerra de narrativas, trata-se de um enredo de difícil desconstrução por parte de Bolsonaro e de seus. Assim como Lula afugenta o eleitorado flutuante – ou seja, aqueles que não são nem “lulistas” nem “bolsonaristas” – com suas declarações raivosas contra o presidente do Banco Central ou ao recorrer à anacrônica e puída mensagem da “guerra de ricos contra pobres”, o mesmo se aplica a Bolsonaro quando seu nome é indexado a depredações, vandalismo e destruição. 

A leitura dos fatos que Eduardo Bolsonaro tem verbalizado junto aos seus é eivada de pragmatismo. A essa altura, pouco importa quem financiou, quem mandou, quem viralizou ou quem depredou: o 8 de janeiro serviu para unir ainda mais os principais adversários de Jair Bolsonaro na República, com consequências políticas e, sobretudo, jurídicas ainda insondáveis. Os atos criminosos amalgamaram a coalizão entre os Três Poderes, notadamente entre o Palácio do Planalto e o STF – ou, dando nome aos bois, entre Lula e Alexandre de Moraes. Não se sabe se Bolsonaro chispou para a Flórida porque já tinha spoilers do 8 de janeiro, mas certamente não volta de lá muito em razão do 8 de janeiro. 

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Lula

Destaque

Contratos em aberto ameaçam o setor cafeeiro no Brasil

13/02/2023
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A ameaça de safras com “inconsistências contábeis” em cadeia paira sobre o setor cafeeiro no Brasil. O risco em questão vem da crescente exposição dos players centrais – produtores, tradings e bancos – a contratos mercantis de entrega futura em aberto. Segundo uma fonte do setor, o estoque atual soma cerca de 10 milhões de sacas ou aproximadamente US$ 1 bilhão – o equivalente a pouco mais de 25% das exportações brasileiras do produto no ano passado. Essa cifra tem causado apreensão no mercado, especialmente nas instituições financeiras, a ponta final onde está pendurada toda a estrutura de crédito que faz a roda girar. Como o nome sugere, essa modalidade de contrato prevê a entrega física do café a futuro com base em projeções de produção e preço para os anos subsequentes. Esse tipo de operação, existente apenas no Brasil e na Colômbia, carrega riscos consideráveis e coloca toda a indústria sobre o fio da navalha. Hoje há um razoável grau de alavancagem, que deixa o setor à mercê do imponderável. Uma eventual repetição das condições climáticas adversas registradas no país em safras recentes pode afetar consideravelmente a capacidade de entrega do café e cumprimento do contrato, criando um efeito dominó nos balanços das tradings e, sobretudo, dos bancos.   

O compliance das grandes trading companies não permite que elas trabalhem com um risco excessivo. Essas multinacionais são obrigadas a fazer operações de hedge para o risco de preço e do não recebimento do produto. Ainda assim, não deixa de ser uma potencial bomba relógio: as tradings carregam o hedge para a frente e vão lançando sucessivamente em seus balanços a entrega do café a futuro. Com isso, a ameaça maior recai sobre as instituições financeiras. Não por acaso, diante do excessivo volume de contratos em aberto no país, já circulam rumores no setor de que bancos poderão brecar o crédito a tradings.   

A preocupação dos agentes do mercado cafeeiro no Brasil tem sido alimentada pelo alerta que vem da Colômbia. A modalidade dos contratos mercantis de entrega a futuro criou um rombo no setor no país vizinho. Neste momento, há algo em torno de US$ 200 milhões em acordos não honrados. Essa cifra tende a ser ainda maior. O volume em questão corresponde apenas a exportações firmadas no âmbito da Federação de Cafeicultores da Colômbia, uma espécie de “grêmio cafeeiro” com vinculações paragovernamentais. A Federação responde por aproximadamente um terço das vendas internacionais de café da Colômbia ou algo como US$ 1,2 bilhão. Significa dizer que os contratos mercantis em aberto representam cerca de 18% das vendas feitas pelos membros da instituição. Em tese, a Colômbia tem um hedge natural. Em razão da ligação da Federação com o governo, muito provavelmente o Tesouro colombiano entrará em ação para cobrir as perdas. No Brasil, esse colchão estatal não existe.   

O contrato mercantil para entrega física de café a futuro é um “produto” made in Brazil. A modalidade foi copiada do mercado de petróleo. Só que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Na indústria petrolífera, a imprevisibilidade é muito menor. Cada produtor tem suas reservas quantificadas e auditadas, com a garantia de que terá óleo para entregar. Além disso, um ponto fundamental: não tem seca ou geada a dois ou três mil metros de profundidade.    

#bancos #Brasil #Café #Colômbia #condições climáticas #exportações brasileiras #Mercado #sacas #setor cafeeiro

Análise

Lula precisa reduzir o spread das suas bravatas

9/02/2023
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Lula não tem que falar sobre política monetária. Se quer influenciar no assunto, que aja em silêncio, através dos seus ministros do setor, sem tumultuar o mercado. Simplesmente faça. Sem usar a opinião pública para politizar assuntos técnicos. Todas essas considerações já foram pontuadas pelo RR e também por economistas de diversas correntes e matizes ideológicos. Mas Lula não mentiu quando se referiu a um tempo em que industriais se amotinaram contra bancos, cindindo as partes mais dinâmicas da economia à época – hoje o agronegócio assumiu um protagonismo que não tinha. O bunker dos industriais era o Instituto Brasileiro do Mercado de Capitais (Ibmec), à ocasião um instituto de pesquisas vinculado às bolsas de valores do Rio e São Paulo, que aprimorava o argumento dos empresários. Vivia-se os idos do final dos anos 70. Eram tempos curiosos em que as entidades e instituições do mercado de valores mobiliários confrontavam os bancos comerciais. O presidente do Ibmec era o ex-diretor do Brasil no FMI Herculano Borges da Fonseca, antecessor das gestões de Roberto Castello Branco e Paulo Guedes, respectivamente. Apesar da predominância da tecnocracia liberal no comando da entidade, a instituição seguia um modelo ideologicamente plural, a exemplo do Ipea, liderado por João Paulo dos Reis Velloso.   

Pois bem, foi nesse período que empresários paulistas encomendaram ao Ibmec uma pesquisa sobre a visão dos industriais em relação ao papel dos bancos na economia. Por trás da demanda estavam ícones da indústria manufatureira e de bens de capital, todos de capital nacional, tais como Paulo Vellinho, José Mindlin, Paulo Francini, Paulo Villares, Cláudio Bardella e Antonio Ermírio de Moraes. Lula não mentiu quando disse que Antônio Ermírio esculachava os bancos em função das taxas de juros elevadas. Aliás, todos os industrialistas de proa esculachavam.  

A pesquisa, coordenada pelo cientista político José Luiz de Mello, era caudalosa. E o Ibmec divulgava as conclusões do trabalho aos poucos. A cada rodada – e elas duraram meses – Antônio Ermírio ia aos jornais e deitava falação contra a taxa de juros, acompanhado pelos seus pares da indústria. O embate com os bancos foi enorme. O país vivia o auge da ditadura, e esses empresários brigões enfrentavam diariamente os generais do regime militar. Tudo isso aconteceu há muito tempo.   

Lula parece ter estacionado nessas priscas eras, quando a indústria representava mais de 30% do PIB, e Antônio Ermírio era o leão da economia nacional. Na época, o BC era apêndice do Ministério da Fazenda, com um papel coadjuvante como autoridade monetária. A roda girou e o país evoluiu para regulamentação de um BC independente, despolitizando um órgão que tem de ser de Estado e eminentemente técnico. Lula, assim como “Dom” Antônio no passado, estão certos quando se incomodam com o nível das taxas de juros. Afinal, há algo de demasiadamente estranho no ar quando o custo do dinheiro está entre os maiores do mundo durante décadas e décadas. Mas os dois miravam alvos diferentes com o mesmo objetivo.   

Lula quer responsabilizar uma das grandes conquistas institucionais do país, a independência do BC, como detentora de uma perversão na área monetária: a disposição de manter a Selic nas alturas mesmo sem necessidade. Antônio Ermírio, quase que obsessivamente, batia firme no spread bancário, sua bête noire. Difícil imaginar Lula arrumando animosidade com a banca. O que diferencia o empresário e o velho político é uma certa dose de oportunismo. O presidente trouxe à baila a memória do antigo leão do Grupo Votorantim para engrossar seu proselitismo contra os juros altos. Mas evitou dizer que seus inimigos eram diferentes. “Dom” Antônio batia nos spreads absurdos do sistema bancário. O presidente quer associar o BC independente a Bolsonaro, não obstante uma coisa não ter nada a ver com outra. A briga de Lula é bravateira e serve tão somente para manter aceso o seu palanque permanente.  

#Lula

Política

Lula faz da posse de Mercadante o “8 de janeiro da política monetária”

7/02/2023
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Um dos ensinamentos do ex-ministro Mario Henrique Simonsen era o seguinte aforismo: “Quem não tem o que dizer não tem nada que falar”. Lula não deve ter lido ou ouvido Simonsen. O presidente está falando sobre o que não sabe e não deveria dizer sobre Banco Central independente, juros, câmbio e meta de inflação. O terreno é sensível e envolve uma corrente de transmissão terrível para os mais pobres: baixar a Selic no grito aumenta os juros futuros, afasta os investidores e deprecia o câmbio, o que eleva a inflação.  

Desde o início do seu mandato, o impacto das declarações de Lula sobre política monetária e meta de inflação nas mídias foi muito superior ao das declarações moderadas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, buscando apagar os incêndios. Segundo levantamento exclusivo feito pelo RR, as declarações de Lula descendo a lenha no target de inflação geraram 7.102 notícias desde a posse, contra 2.739 de Haddad tentando acalmar a fúria do patrão. Com relação à Selic, foram 1.884 notícias com o presidente dizendo que os juros teriam de ser reduzidos na marra porque “são uma vergonha”, contra 253 matérias de Haddad tratando suavemente do nível da taxa básica.  

Lula fala da ata do Copom e do relatório de inflação do BC. Ele não entende do assunto e nunca leu qualquer uma dessas peças. As intenções do presidente podem até ser boas. Os juros do Brasil estão entre os cinco maiores do mundo há décadas – atualmente estão em 1° lugar. Deveriam, sim, ser motivo de um debate acadêmico consistente. Mas isso teria de ser feito sem arroubos e não com gritaria no auditório do BNDES, como Lula fez, ontem, durante a posse de Aloizio Mercadante.  

Lula descasca também a meta de inflação. Outro assunto que não foi feito para ser tratado pela Presidência da República. A meta deveria ser revista, sim. O RR, aliás, tem batido nesta tecla há tempos. Alguns dos maiores especialistas em política monetária defendem a iniciativa. Mas o assunto não deve ser motivo de bravata. Todas essas questões não podem ser antecipadas. Não há por que falar sobre meta de inflação excitando os mercados. Se o CMN (Conselho Monetário Nacional) entender que ela deve ser mudada, troca-se a meta e pronto. Sem alarido prévio.  

Os juros, por sua vez, não são um desejo pessoal do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A fixação da Selic é resultante da análise de um modelo que roda centenas de variáveis no campo macroeconômico. O acompanhamento da evolução dos preços de cada produto pelo BC é mais amplo do que a apuração do índice de preços do IBGE. Quem decide sobre o patamar da Selic não é Campos Neto, mas ele e um colegiado. Lula quer que a decisão sobre os juros seja política, o que será um desastre. Era melhor que pensasse que os juros somente aguardam o novo arcabouço fiscal, a reforma tributária e a segunda fase das medidas de equilíbrio das contas públicas para caírem naturalmente.  

É difícil entender o que o presidente pretende. Se quer fritar Campos Neto e tirá-lo do cargo, dessa forma hostil vai criar uma confusão nos mercados que pode levar, inclusive, a um ataque especulativo. O Banco Central independente é um assunto para o Congresso e não para o Palácio do Planalto. Aliás, BC independente ou autônomo é um eufemismo que, em última instância, quer dizer que o primeiro não é manipulável e o segundo, sim. O presidente tem tratado desses temas como se estivesse em um palanque de campanha, esbravejando e gesticulando furiosamente. Deveria falar dessa forma sobre a fome, a gestão hídrica no Nordeste e a tragédia humanitária nas aldeias Yanomami para as plateias respectivas. A postura de Lula é inexplicável. Pode fazer muito mal ao país. E amansar a memória dos desserviços que seu antecessor fez ao Brasil.

#Fernando Haddad #Lula #Mario Henrique Simonsen

Negócios

Klim chega ao Brasil faminta por fintechs

6/02/2023
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A fintech colombiana Klim está desembarcando no Brasil com apetite redobrado. Além de trazer sua plataforma própria de negócios, tem planos de adquirir startups da área financeira no país. A instituição oferece crédito a empresas para capital de giro. Recentemente, recebeu um aporte de quase US$ 30 milhões do JP Morgan e do IFC, braço financeiro do Banco Mundial.  

#Klim

Economia

O Paulo Guedes de agora tem muito mais bilhões na cachola

2/02/2023
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Para onde vai Paulo Guedes? That´s the question. Segundo fontes ligadas ao ex-ministro, ele esperará o prazo da quarentena e voltará à parceria com o irmão, Gustavo Guedes. A mesma fonte do RR diz que o aconselhamento dado a Guedes é para que ele recauchute a antiga operação, tornando-a mais modesta e menos visível. O ex-ministro e seu irmão foram sócios na BR Investimentos. Ambos foram investigados por supostos crimes contra o sistema financeiro no uso de dinheiro de fundos de pensão estatais: Previ, Funcef, Petros e Postalis. A lambança foi enorme. A Previc, órgão fiscalizador dos fundos de pensão, descascou os investimentos feitos pelos “Guedes” na empresa HSM, que gerou um prejuízo de R$ 16 milhões. À época, Gustavo prestou depoimento ao Ministério Público, envolvendo megaempresas, que seriam partners no FIP BR Educacional. Tudo passou como se nada houvesse havido.    

A nomeação de Paulo Guedes para o Ministério da Economia teve um papel cleaner em relação aos estranhos acontecimentos que envolviam sua ex-empresa e seu irmão. Gustavo continua sendo o porto de referência, mas Paulo pode muito bem dizer: “Sempre terei Serfaty”. O ex-ministro tem uma história de tapas e beijos – mais beijos, para ser verdadeiro – com o ex-sócio no Banco Pactual, Marcelo Serfaty. Foi no Pactual, ícone dos bancos de investimentos na década de 80, que Paulo Guedes converteu a sua murcha exposição na academia (um complexo que o ex-ministro sempre carregou) em um sucesso estelar na área financeira.   

As idas e vindas da trajetória de Guedes como financista daria um filme candidato ao Oscar. O ex-ministro saiu do Pactual, ingressou como sócio na asset JGP – essa, sim, uma história de mais tapas do que beijos. Saiu da empresa e, em um período “de baixa”, foi acolhido pelo “parça” Serfaty. Reza a lenda que foi no escritório do ex-sócio que Paulo, ansioso e sequioso por resultados, perdeu e ganhou uma fortuna. Serfaty foi fundador e CEO da Fidúcia Asset Management. Pouco tempo depois criou o fundo de private equity G5 Partners. Paulo Guedes teria se tornado sócio deste fundo. É nesse ponto que começa um segundo episódio rumoroso. Já em pleno governo Bolsonaro, sem medo de qualquer responsabilização ou dilema ético, o então ministro indicou Serfaty para conselheiro do Banco do Brasil e logo depois para a presidência do Conselho do BNDES. A área de integridade do banco de fomento levantou objeções à nomeação. Mas quem naquele tempo bateria de frente com o todo poderoso ministro da Economia?  

Em paralelo, já corria a investigação sobre as relações do fundo G5 Partners – private equity do qual o ex-ministro teria sido sócio com Serfaty – e o BNDES. Ou seja, o dono de um private equity, sócio ou ex-sócio de um ministro poderoso, conselheiro principal do maior banco de desenvolvimento do país, estaria se locupletando com contratos desse mesmo banco. O atual presidente da Petrobras e então senador, Jean Paul Prates, no dia 1° de agosto de 2020, entrou com requerimento de informações pelo Senado Federal sobre o conflito de interesse envolvendo toda a operação. De acordo com fontes ligadas a Prates, o Comitê de Ética do BNDES teria sentado em cima do processo. Pode-se concluir que interesses mais musculosos do que o tímido pedido do senador se levantaram, matando, juntamente com o auge da pandemia, a demanda por esclarecimentos. Naquele momento, Paulo Guedes mais parecia um foguete decolando em direção ao sol.    

Recuando alguns anos e retornando ao período de parcerias com o mano Gustavo, ocorre mais uma daquelas coincidências que fazem do mercado financeiro um simulacro das famílias aristocráticas do século XVIII e XIX: todo mundo se conhece e os parentes se casam um com os outros. Serfaty tinha sido coordenador das áreas de planejamento estratégico e pesquisa macroeconômica do Banco Bozano Simonsen, um potentado dos anos 80 e 90. Ele teria feito uma ponte entre Paulo Guedes e Júlio Bozano, um verdadeiro mito entre os banqueiros. Bozano, além de ser uma águia, é um charme só. Mas quem conhece o ex-ministro sabe que na primeira hora ele é simplesmente irresistível. Paulo já estava mexendo com projetos de educação além de operações diversificadas de private equity. Apresentou, então, seu pacote a Bozano. Foi a mistura da fome com a vontade de comer.    

Em 2013, faltando pouco mais quatro anos para se tornar o “posto Ipiranga”, Paulo Guedes deixou sua BR Investimentos ser incorporada pelo Grupo Bozano, associando sua grife de enfant terrible à do tradicional banqueiro. A partir daí, já sócio de Bozano, saboreou de tudo um pouco: fundos de ações, multimercados, quantitativos. E mais: operações de private equity nas empresas Estapar, Oba Hortifruti, Hospital Vera Cruz, Ânima Educação, Abril Educação e Amor aos pedaços, só para citar as mais votadas. O resultado desse refogado entre competência e rede de relacionamentos foi que a Bozano, gestora de recursos da qual Paulo era sócio, já administrava recursos da ordem de R$ 2,7 bilhões quando o futuro ministro despontou na aurora da campanha de Bolsonaro. Como há sempre um instrumento desafinado para atrapalhar a orquestra, a Lava Jato entrou no circuito associando o nome da Bozano a compra de dólares no paralelo, através de uma conta no banco Morgan Stanley, em Nova York. Até a Operação ser deflagrada, comprar dólares no black era tão simples como comer um biscoito de polvilho.    

Não chegou a faiscar Paulo Guedes, mas para Bozano, o incomodo foi muito maior devido à prisão de um diretor na Operação “Câmbio, desligo”, que apontou o suposto envolvimento da instituição na compra e entrega das verdinhas. Como sempre, tudo se resolveu com bons advogados. Mas e agora José? – corrija-se para e agora Paulo? Para onde vai o performático ex-czar da economia, tão simbiótico com Jair Bolsonaro, que podia ser considerado praticamente uma costela do ex-presidente. Conforme é sabido, o poder de Guedes era tão grande, mas tão grande, que ele se negou a mostrar sua conta bancária offshore não declarada ao Congresso, e ficou tudo por isso mesmo. Paulo Guedes vale hoje um “pré-sal” em termos de informações guardadas na cachola e acessos acumulados durante o seu reinado no Ministério da Economia. Isso ninguém lhe tira.  

Mesmo que a quarentena virasse uma década, ninguém proibiria o ex-ministro de recorrer ao bordão de Rick Blaine, no eterno Casablanca: “Sempre terei o mano Gustavo”. Um porto seguro onde Paulo Guedes poderá voltar a operar o mercado, agora com uma potência que vai além da sua decantada inteligência. Sim, a força de quem enxergou tudo, aprendeu tudo, conheceu tudo e todos. Em condições normais, vai ser difícil conter o poder de fogo do financista. O mercado que aguente. 

#Paulo Guedes #Previc

Negócios

Governo português trava venda da Caixa Geral no Brasil

31/01/2023
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O governo português suspendeu o processo de venda da operação da Caixa Geral de Depósitos no Brasil. Segundo o RR apurou, trata-se de uma decisão temporária. De acordo com uma fonte ligada ao banco, as autoridades portuguesas pretendem fazer ajustes no modelo de venda e retomar as negociações no segundo semestre. O governo de Portugal recebeu mais de 20 ofertas pela subsidiária da CGD no Brasil, mas nenhuma atingiu o valor estipulado. Entre os candidatos que apresentaram propostas estariam os bancos ABC Brasil e Luso-Brasileiro. 

A Caixa Geral tem uma história de altos e baixos – mais baixos do que altos – no Brasil. Em 1998, comprou o Banco Bandeirantes, com a promessa de se tornar uma consolidadora do setor. Não fez mais nenhuma aquisição. Ainda assim, manteve uma posição estratégica ao vender o Bandeirantes ao Unibanco e se tornar sócia do então banco dos Moreira Salles, com uma participação de 12,3%. Em 2005, negociou suas ações e deixou o país. Retornaria em 2009, mas, desde então, mantém uma operação acanhada, basicamente restrita a clientes do grupo em Portugal com negócios no Brasil. 

#Caixa Geral

Destaque

Governo Lula ensaia um arriscado remake na indústria naval

27/01/2023
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A gestão Lula ensaia um preocupante volta ao passado. O governo pretende usar o BNDES e, mais especificamente, o Fundo da Marinha Mercante (FMM) na proa de um projeto de ressurreição da indústria naval brasileira. A ideia é aumentar o orçamento do FMM e, consequentemente, os empréstimos feitos pelo banco de fomento com recursos do Fundo. O governo enxerga uma oportunidade de estimular a produção de plataformas e equipamentos destinados à instalação de eólicas offshore, segmento que deverá ter uma pesada onda de investimentos no Brasil. Outra proposta em discussão é usar o FMM para fomentar a renovação da frota de apoio à Petrobras – medida que, a julgar pelo track records dos governos do PT, viria acompanhada do aumento dos índices de conteúdo local.  

A missão caiu no colo de Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. No que depender da sua vontade, Alckmin tem outras prioridades à frente da Pasta, como, por exemplo, o complexo industrial de saúde e área de defesa. No entanto, cumprindo os desígnios de Lula, que já manifestou por diversas vezes a disposição de reativar a indústria naval no país, Alckmin tem mantido interlocução com o setor. Segundo o RR apurou, representantes da construção naval já fizeram chegar a Alckmin a proposta de criação de um projeto nos moldes do antigo Prorefam (Programa de Renovação da Frota de Apoio Marítimo da Petrobras). 

Ao longo do governo Bolsonaro, o Fundo da Marinha Mercante aguou. Entre 2019 e 2022, os repasses do FMM somaram aproximadamente R$ 3,3 bilhões. A cifra liberada em 2020, por exemplo (R$ 350 milhões), foi a mais baixa dos 13 anos anteriores. Nos quatro anos anteriores (de 2015 a 2018), o Fundo da Marinha Mercante havia financiado cerca de R$ 12,6 bilhões em projetos. Isso em um período em que a Lava Jato já havia destroçado boa parte da indústria naval.  

Tudo muito bom, tudo muito bem, mas é difícil entender o que o governo pretende. Por mais que mire em novas oportunidades de impulso à indústria local – como no caso das eólicas offshore -, o projeto de apoio da indústria naval com dinheiro do FMM repete uma política adotada nos governos de Lula e Dilma que deu errado. Muito errado. Mais do que isso: a investida remete a episódios escabrosos com a aplicação de recursos públicos em empresas como Sete Brasil e OSX.  

#BNDES #Lula

Negócios

Santander estuda provisionar até 70% do risco Americanas

26/01/2023
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O Santander, a ex-casa bancária de Sergio Rial, deverá tratar os créditos contra a Americanas com dose extra de conservadorismo. O banco já avalia provisionar até 70% da dívida da rede varejista, que soma R$ 3,7 bilhões. Cerca de R$ 1,8 bilhão desse valor se refere à modalidade do “risco sacado”, para o pagamento de fornecedores, justamente o terreno em que brotou a fraude contábil das Americanas. Ressalte-se que Sergio Rial acumulou por dez dias os chapéus de CEO da rede varejista e de chairman do Santander Brasil, cargo ao qual renunciou na última sexta-feira, dia 20. Essa interseção, ou promiscuidade, só reforça o cuidado com o que o Santander precisa administrar o caso Americanas.

#Lojas Americanas #Santander

Destaque

Americanas é a campeã de empréstimos do BNDES ao varejo

26/01/2023
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Entre tantos outros pontos até então na penumbra, o escândalo contábil da Americanas joga luz sobre a excessiva generosidade do BNDES com a companhia de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcelo Telles. A enorme diferença entre o volume de recursos disponibilizado pelo banco para a empresa e para suas principais concorrentes causa estranheza. Segundo levantamento feito pelo RR, entre 2002 e 2018 o BNDES liberou para a Americanas R$ 5,529 bilhões, em 12 operações de empréstimo. No mesmo período, Carrefour, Pão de Açúcar, Magazine Luiza e Via Varejo, somadas, receberam do banco um total de R$ 2,497 bilhões, ou seja, menos da metade do crédito concedido à companhia de Lemann, Sicupira e Telles. Entre as big five do varejo, quem chegou mais “perto” nesse intervalo foi o Carrefour, com um total de R$ 1,193 bilhão em financiamentos. Significa dizer que a rede francesa tomou junto ao BNDES apenas 21% da dinheirama obtida pela Americanas entre 2002 e 2018, como mostra a tabela abaixo.

 

De imediato, os números deixam no ar algumas perguntas: por que coube ao BNDES financiar a instalação de quiosques, por exemplo? Afinal não são as empresas de Lemann e sócios um exemplo de capitalização via mercado? A crítica ao acesso do dinheiro bom e barato do BNDES pelas empresas do varejo não deveria ser feita pelas próprias instituições financeiras que dinamitam o banco desde o governo Lula 2? Por que tanta condescendência com o trio? Não faz sentido desviar recursos de pequenas e médias empresas, infraestrutura e de todo o setor secundário da economia para o varejo. E o que é pior, praticamente uma única empresa do varejo. Trata-se de um setor responsável por mais de 26% do PIB brasileiro, enquanto a indústria segue a passos largos em seu processo de africanização – a indústria de transformação afunda na casa dos 11% do PIB, menor índice desde 1947.

Há outro número que salta aos olhos, conforme o gráfico abaixo. Os acordos firmados entre os “Lemann Brothers” e o BNDES cresceram significativamente ao longo das últimas duas décadas, até chegar à soma de R$ 4 bilhões obtidas em duas operações entre 2013 e 2108.  

 

 

 

A maior soma anual de empréstimos foi registrada em 2018, no valor de R$ 2,4 bilhões – do valor contratado, segundo o RR apurou, a rede varejista utilizou efetivamente R$ 1,2 bilhão. A cifra bate o recorde anterior, de 2014, que, por sua vez, bate o recorde de 2010, que, por sua vez, bate o recorde anterior, de 2009. Outro dado chama a atenção e escancara ainda mais o abismo que separa a Americanas de suas concorrentes no ranking de empréstimos da agência de fomento. A partir de 2011, não há registro de novos empréstimos para Magazine Luiza, Via Varejo, Pão de Açúcar e Carrefour.  

Ao se colocar uma lupa sobre o volume de recursos liberados pelo BNDES à Americanas, crescem também as dúvidas sobre a própria viabilidade do modelo de negócio da companhia. O objetivo dos empréstimos sugere uma crescente necessidade da empresa de Lemann e cia. de ir ao mercado para financiar o seu dia a dia. Das duas grandes operações de crédito fechadas entre 2014 e 2018, no já citado valor somado de R$ 4 bilhões, aproximadamente R$ 1,6 bilhão tiveram como finalidade declarada, de forma integral ou em parte, o financiamento ou reforço do capital de giro da rede varejista. É justamente onde foi depositado o ovo da serpente das “inconsistências contábeis” traduzidas em um rombo no balanço de ao menos R$ 20 bilhões. Talvez a maior esquisitice nessa relação materna do BNDES com a Americanas não seja especificamente a deferência do banco à varejista, e, sim, o intervalo de tempo em que esses empréstimos se realizaram. A transferência da grana do banco para o bolso corporativo de Lemann e seus sócios, digamos assim, se deu majoritariamente nos governos do PT. Ou seja, os ícones do financismo mamaram nas mesmas tetas que alimentaram, por exemplo, Marcelo Odebrecht e os irmãos Batista, da JBS. No momento, cabe aprumar o BNDES de forma a evitar que esses desvios de prioridade aconteçam e o dinheiro que deveria irrigar a economia física e estratégica do país vá parar nos dutos das “inconsistências contábeis” de espertos que se autointitulam os reis do mercado.

#BNDES #Lojas Americanas

Política

Bancada ruralista quer permanência de vice-presidente do BB

25/01/2023
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Há uma articulação da bancada ruralista pela permanência de Renato Naegele na vice-presidência de Agronegócio do Banco do Brasil. Sob sua gestão, a carteira de crédito rural do BB chegou à marca de R$ 300 bilhões, com um acréscimo de R$ 100 bilhões em um período de um ano e meio. O lobby pró-Naegele tem algumas curiosidades. Um dos principais articuladores para que o executivo siga no cargo é o senador Wellington Fagundes (PL-MT), até outro dia um bolsonarista de carteirinha, que tem feito tentativas de aproximação com o governo Lula. Além disso, em certo momento da gestão Bolsonaro, a bancada ruralista chegou a ter entreveros com Naegele por dificuldades de ter alguns de seus pleitos junto ao BB atendidos. Pelo jeito, esse problema deixou de existir.

#Banco do Brasil

Destaque

Herdeiras de Aloysio Faria preparam seu check out no Transamérica

24/01/2023
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O desmonte do Grupo Alfa deverá ter um novo capítulo. Além da venda do Banco Alfa para o Safra e da busca de um comprador para a rede de materiais de construção C&C, as herdeiras de Aloysio Faria pretendem também se desfazer do Transamérica. Trata-se de uma das maiores cadeias hoteleiras do Brasil, com 26 unidades, a maior parte concentrada em São Paulo. Segundo o RR apurou, já haveria conversas com grupos do setor e fundos de private equity. Há pouco mais de um ano, as filhas de Aloysio Faria fizeram um movimento que apontava para a porta de saída do negócio: o Alfa fechou um acordo com a Atlantica Hospitality International, que assumiu a operação de todos os hotéis da bandeira Transamérica, à exceção do Transamérica Resort Comandatuba e Transamerica São Paulo, os dois únicos empreendimentos próprios do grupo. O RR entrou em contato com o Grupo Alfa, mas não teve retorno até o fechamento desta edição. 

Historicamente, o Transamérica sempre foi tratado como um negócio de menor relevância dentro do Grupo Alfa. O que se diz no setor é que a decisão de venda da empresa já estava tomada pelas herdeiras de Aloysio Faria há mais de dois anos. No entanto, a pandemia e grave crise do setor hoteleiro em 2020 e 2021 adiaram a operação. 

#Aloysio Faria #Banco Alfa #Grupo Alfa #Transamérica

Infraestrutura

Planos de Alckmin passam longe de gasoduto argentino

24/01/2023
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O possível apoio do BNDES ao projeto de construção do gasoduto Nestor Kirchner, na Argentina, sinalizado ontem pelo presidente Lula, encontra, a princípio, um foco de resistência dentro do governo. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, alimenta outros planos para o setor. Segundo o RR apurou, em encontro na quarta-feira passada, com dirigentes de centrais sindicais, o também ministro da Indústria e do Comércio disse que está empenhado em acabar com a desindustrialização do Brasil e que, para tanto, além da reforma tributária, é preciso oferecer às empresas juros mais baixos, crédito e infraestrutura. Ato contínuo, mencionou a necessidade de investimentos internos na oferta de gás. De acordo com a fonte do RR, Alckmin citou, com eloquência, o gasoduto Rota 1 e Rota 2 da Petrobras (a Rota 3 atrasou e tem previsão de entrada em operação em 2024), que levará o gás do pré-sal à costa brasileira, com alguns trechos passando pelo mar. Alckmin defendeu a construção da Rota 4 e revelou já ter conversado com o seu colega Márcio França, ministro de Portos e Aeroportos, sobre a importância dos investimentos em gasodutos. Foi além, afirmando que ambos esperam a posse de Jean Paul Prates na estatal, para tratarem deste assunto. Segundo ainda o vice e ministro, não faz sentido a reinjeção de gás nos campos petrolíferos, em função da falta de gasodutos que leve o produto às empresas consumidoras.  

O governo de Alberto Fernández solicitou um financiamento do BNDES da ordem de US$ 700 milhões para a construção de uma linha do gasoduto Nestor Kirchner, com cerca de 500 km, entre Vaca Muerta, na Patagônia, até a Província de Santa Fé, a nona cidade mais populosa daquele país, na região centro-leste. A partir dali, com outro aporte, o empreendimento traria o gás a Uruguaiana (RS), para em seguida abastecer Porto Alegre. Em dezembro, o banco admitiu que havia conversas sobre a operação de crédito, mas não confirmou o aporte. 

#Argentina #BNDES #Geraldo Alckmin

Destaque

Complexo industrial da saúde está na lista de prioridades do BNDES

20/01/2023
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A ministra da Saúde, Nísia Trindade, receberá um presente do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Um dos setores escolhidos como prioridade na política de investimentos do banco é o complexo industrial da saúde. Nísia é presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Não é de hoje que defende a expansão da instituição para que ela se torne a maior exportadora de vacinas da América Latina. Agora, está há dois passos do paraíso. Ressalte-se que a Fiocruz já tem uma notória inserção no mercado internacional. Por intermédio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), a Fundação figura entre os 15 maiores fabricantes de vacinas para países-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2021, por exemplo, exportou mais de 7,4 milhões de doses de imunizantes contra meningite meningocócica e febre amarela. No caso desta última, estima-se que a Fiocruz já tenha comercializado mais de 180 milhões de unidades para aproximadamente 70 países. O apoio do BNDES poderá permitir um salto na fabricação desses produtos, mas, sobretudo, transformar a Fundação em uma fornecedora mundial de vacinas contra a Covid-19, globalmente competitivas.  Atualmente, a Fiocruz tem capacidade de produzir, por ano, algo em torno de 180 milhões de doses e exportar até 75 milhões de unidades desse volume. 

Nísia Trindade é a pessoa certa no lugar certo para comandar um plano de fortalecimento do complexo industrial da saúde no Brasil. Além da produção de vacinas, a injeção financeira do BNDES poderá se espraiar pela produção de equipamentos e de outros insumos. Um dos projetos com maior potencial de crescimento já está dentro de casa: a fabricante de insulina Biomm, da qual o banco de fomento tem 8,6%. A empresa tem ainda como acionistas uma miríade de fundos e investidores, entre os quais, por sinal, um velho conhecido do PT: o empresário Walfrido dos Mares Guia, que comandou o Ministério do Turismo no primeiro mandato de Lula. Após um início titubeante e uma longa demora para entrar na fase operacional, a Biomm já produz quatro tipos de insulina, além de medicamentos utilizados no tratamento de câncer de mama em estágio inicial e metastático e trombose venosa profunda. 

#BNDES

Negócios

BB fica no Banco Patagônia

20/01/2023
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Circula no Banco do Brasil a informação de que a nova diretoria desistiu de vender a participação da instituição no Banco Patagônia, na Argentina. O que se diz nos corredores do BB é que não se trata exatamente de uma decisão corporativa, mas, sim, uma determinação de cima para baixo, ancorada nas boas relações entre os presidentes Lula e Alberto Fernández. Em contato com o RR, o Banco do Brasil preferiu não comentar.

#Banco do Brasil

Economia

Inflation target abaixo do razoável tem seus dias contados

19/01/2023
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Cada coisa na sua hora, e em seu devido lugar. Assim será com a meta de inflação de 2024. Uma fonte do RR, posicionada no ventre da equipe econômica, garantiu que a deliberação sobre a mudança do target da inflação do próximo ano já foi tomada. Lula emitiu um primeiro sinal na entrevista de ontem. A meta vai ser subir dos 3% fixados no governo Bolsonaro para 4% ou até 4,5% ( a meta deste ano está definida em 3,25% ), com intervalo mantido em 1,5% – o RR apoia a medida desde meados do ano retrasado, quando o ex-diretor do BC, Sergio Werlang, implementador do sistema de metas no Brasil passou a defender a ampliação do target. A ideia é que a mudança seja feita em reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN),  nos meses de junho, julho ou agosto.

A escolha do final do primeiro semestre tem relação direta com o timing considerado para apresentação da segunda fase do plano de melhoria do resultado primário, apresentação do novo arcabouço fiscal – com o substituto do teto de gastos – e votação da primeira rodada da reforma tributária. Os ministros da área econômica, Fernando Haddad e Simone Tebet, estão de acordo sobre a necessidade de uma demonstração firme de que o governo vai perseguir o equilíbrio das contas públicas para que a meta seja então alterada. A área econômica do governo estaria agindo em consonância com o Banco Central, que, em todas as suas atas de reunião do Copom, chama a atenção para o impacto do desajuste fiscal na resiliência inflacionária.

A mudança da meta reduziria a pressão sobre a política monetária, permitindo o BC praticar uma taxa Selic mais baixa e reduzindo a curva da taxa de juros futura. Na verdade, mexer na meta é uma forma dos Ministérios da Fazenda e Planejamento influenciarem na política monetária, a despeito da independência do BC. Se a Selic é fixada de forma a que a meta de inflação seja atingida, um target mais alto, em tese, permitiria juros mais baixos. Para que eles não venham acompanhados da manutenção ou alta da carestia, a receita é um “fiscal mais responsável, sinalizando um superavit estrutural”. Juros mais baixos são o insumo número 1 para reduzir a dívida pública, reaquecer a economia e obter o tão almejado crescimento sustentável.

A história da mudança da meta é tão antiga quanto cowboy que dá 100 tiros de uma vez. Até Paulo Guedes balançou com relação ao aliviar o arrocho do target. O economista Aloísio Araujo, do Impa e da FGV, uma espécie de sumidade unânime nos assuntos da área monetária e em microeconomia, já está cantando essa pedra há tempos. Roberto Campos Neto empacou com uma meta de inflação no nível dos países desenvolvidos. Ora, países desenvolvidos tem uma melhor distribuição de renda, economia robusta, menos desempregados e até mesmo bomba atômica. Noves fora o chiste, a equiparação com o nosso target não parece razoável. Campos Neto seria voto vencido em uma reunião do CMN com a atual composição. Além dele, lá estão Fernando Haddad e o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello. Muito provavelmente a composição do CMN será alterada para o ingresso de Tebet. Mas os exageros em relação ao inflation target têm seus dias contados. 

#Banco Central #Economia #Fernando Haddad #Lula

Negócios

Fundação Zerrener teme que a cerveja da Ambev fique choca devido as estrepolias de Lemann e seus associados

17/01/2023
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O estado de abalo no ecossistema empresarial criado pelo trio Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles avança trepidante. Agora quem tem mostrado tensão nas reuniões internas é a Fundação Zerrener, antigamente vinculada à Companhia Antártica Paulista, que, posteriormente, já sob os auspícios de Lemann, viria a se fundir com a Brahma, constituindo a Ambev. Pois bem, a Fundação Zerrener, também chamada de Fundação Ambev,  possui 10% das ações da cervejeira. Os episódios de compliance duvidoso nas empresas do trio (Garantia, ALL, Kraft e Americanas), no decorrer da história, deixaram dúvidas inevitáveis se as mesmas práticas não poderiam estar sendo usadas em outras companhias de Lemann e seu grupo. 

A Ambev seria uma dessas galinhas gordas que poderiam estar sendo depenadas há muitos anos, a exemplo das Americanas. A cervejeira já valeu ouro. Há cerca de pouco mais de década, o ADR chegou perto de US$ 10; hoje na bolsa estava cotado a US$ 2,70. Uma fantástica destruição de valor para quem se anunciava como um Midas. Certamente não era esse case de gestão que Lemann e sua turma queriam ensinar na Eleva, empresa de ensino já vendida pelo trio, cuja proposta era uma educação de excelência para a formação de futuros homens públicos e empresários. Mas a Eleva é um capítulo passado. No momento é a Fundação Zerrener que se contorce em interrogações com o risco que cerca seu principal patrimônio  a instituição também é dona de 3% da Itaúsa. 

Lemann sempre teve um escudeiro na companhia, o conselheiro e co-presidente do Conselho de Administração, Victorio De Marchi. Reza a lenda que foi De Marchi, então diretor-presidente da Antártica, o maior articulador, junto aos funcionários da empresa, da fusão, com pele de aquisição, entre a Brahma e a Antártica. Consta também que De Marchi tem conversado internamente sobre o assunto com os ares de quem já deixou para trás o papel de escudeiro dos “Lemann Brothers”. Talvez surja algum escriba para produzir um livro sobre a “A solidão da queda”, um derivado do que foi feito com Eike Batista. Mas, de qualquer forma, é melhor não subestimar a frieza e capacidade do trio em dar a volta por cima. Afinal, como tem sido demonstrado, auditoria independente, Conselhos de Administração e Fiscal, xerife do mercado de capitais, agências de rating e bancos que ficam escarafunchando as empresas para avaliar a compra das suas ações, no Brasil, são facilmente dribláveis. Que o digam os sócios de referência.

#Ambev #Carlos Alberto Sicupira #Jorge Paulo Lemann #Marcel Telles

Negócios

Fosun estuda vender seus ativos financeiros no Brasil

17/01/2023
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A chinesa Fosun está reavaliando seus negócios na área financeira no Brasil. Segundo o RR apurou, o grupo estuda reduzir ou até mesmo vender integralmente suas participações na Guide Investimentos e na Rio Bravo, de Gustavo Franco. Os asiáticos detêm, respectivamente, 70% e 50,1% das duas instituições financeiras. Não é a primeira vez que o Fosun ensaia esse movimento: há quase três anos chegou a buscar compradores para seus ativos financeiros no Brasil. Desta vez, no entanto, o cenário é mais delicado: o grupo chinês se vê forçado a vender ativos internacionais para fazer liquidez e reduzir seu enorme passivo. A dívida é estimada em aproximadamente de US$ 35 bilhões. O elevado endividamento gerou uma crise de credibilidade, potencializada pela redução da nota de crédito do grupo pela Moody´s, em outubro. Nos últimos meses, o Fosun já vendeu mais de US$ 5 bilhões em ativos. O noticiário internacional aponta, inclusive, para a possível negociação do Club Med, um dos negócios mais míticos e representativos do seu portfólio. O Brasil é só uma ponta nos planos de redução dos negócios. Em Portugal, por exemplo, há informações de que os chineses poderão se desfazer da participação de 30% no banco Millennium BCP e de 85% na seguradora Fidelidade. 

#Club Med #Fosun #Guide Investimentos

Negócios

Americanas cria um efeito dominó sobre os demais negócios de Lemann

12/01/2023
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O escândalo contábil da Americanas já não pertence apenas à Americanas. A “inconsistência” de R$ 20 bilhões no balanço da rede varejista desencadeia uma crise em cascata, de proporções ainda imensuráveis, colocando em xeque a lisura e a credibilidade das demais empresas pertencentes a Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. É possível confiar na gestão e, mais especificamente, nas demonstrações contábeis dessas companhias? Esta é a pergunta que grandes investidores internacionais têm feito nas últimas horas, desde o anúncio do “desaparecimento” de um passivo descomunal no balanço da Americanas. As primeiras consequências mais graves já começam a despontar. Desde cedo, corre no mercado que a Altria, dona de 10% da AB Inbev, vai pedir uma auditoria especial na contabilidade do grupo. 

Além de inevitavelmente lançar dúvidas e suspeições sobre os demais negócios de Lemann, Sicupira e Telles, o rombo da Americanas dispara uma série de questionamentos e alimenta ilações que só aumentam o nervosismo nos mercados. Recentemente, o trio de investidores vendeu oito escolas do Grupo Eleva para a inglesa Inspired Education por R$ 2 bilhões. A erupção da possível fraude fiscal da Americanas suscita as interpretações mais perturbadoras. Há relação entre um fato e outro? Não obstante sua notória capacidade financeira, Lemann e seus sócios teriam negociado os ativos para gerar liquidez? Ou haveria a intenção de criar uma reserva com o objetivo de cobrir o rombo em suas empresas? Outras vendas de ativos estariam engatilhadas? 

O track records de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles mais impulsiona do que aplaca a apreensão dos investidores e do mercado. Há estranhas coincidências ou aproximações entre o case Americanas e outros negócios do trio. Em 2021, a Kraft Heinz – também pertencente a Lemann e seus sócios – e dois ex-executivos da companhia aceitaram pagar US$ 62 milhões para encerrar uma investigação na SEC, a Comissão de Valores Mobiliários norte-americana. A gigante mundial da área de alimentos foi acusada de irregularidades contábeis por três anos seguidos, envolvendo a falsificação de contratos com fornecedores. Curiosamente, o possível rombo fiscal da Americanas também passa pela conta de fornecedores.  

Bem antes disso, o Banco Garantia, que ajudou a construir a fama de Lemann, Sicupira e Telles, foi para o vinagre devido a operações perigosas. A instituição foi investigada e multada pela CVM devido à prática de fraude cambial e remessa ilegal de dinheiro para o exterior. Uma sucessão de operações heterodoxas levou à debacle do Garantia, vendido na bacia das almas para o Credit Suisse em 1998. Quase 25 anos depois, Lemann, Sicupira e Telles estão novamente na berlinda, como protagonistas do que pode vir a ser a maior fraude contábil de uma companhia aberta na história do mercado de capitais brasileiro. O festejado trio de investidores, tal como Midas, toca com uma mão os ativos e eles viram ouro. Com a outra, faz com que eles se tornem escândalos financeiros. Quem paga o pato são os acionistas, a credibilidade dos auditores independentes e a fé pública no mercado de capitais.  O poder destrutivo dos “Lemann´s Brothers” é incalculável. 

#Beto Sicupira #Grupo Eleva #Inspired Education #Jorge Paulo Lemann #Lojas Americanas

Negócios

GetNet passa o cartão para comprar fintechs no Brasil

9/01/2023
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A Getnet, leia-se o Banco Santander, vai partir para a compra de fintechs no Brasil especializadas em novas soluções de pagamento. O mercado de maquininhas, principal negócio da empresa, tende a perder cada vez mais espaço para as transações por celular e congêneres.

#Banco Santander #GetNet

Negócios

Mastercard vai lançar pagamentos por WhatsApp no Brasil

4/01/2023
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O RR apurou que a Mastercard pretende lançar até o fim deste semestre o novo serviço de pagamentos de compras via WhatsApp no Brasil. A administradora de cartão de crédito já recebeu autorização do Banco Central para implantar essa modalidade de transação financeira no país. Será um passo a mais no cardápio de operações por meio da plataforma de mensagens: desde o ano passado, os clientes da companhia já podem fazer transferências usando o WhatsApp. Em conversa com o RR, a matriz da Mastercard, nos Estados Unidos, informou que “continua trabalhando com o Banco Central brasileiro para disponibilizar essa nova ferramenta em nosso ecossistema de pagamentos”. Perguntada especificamente sobre o timing, a empresa não se manifestou. 

#Banco Central #Mastercard

Política

Fávaro quer esticar seu latifúndio de poder até o BB

3/01/2023
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O senador Carlos Fávaro (PSD-MT), futuro ministro da Agricultura, tenta avançar mais algumas jardas na estrutura de Poder do governo Lula. Favaro quer emplacar o futuro vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, em substituição a Renato Naegele. O titular do cargo está sentado sobre uma dinheirama, leia-se a carteira de crédito rural do BB, acima dos R$ 300 bilhões.  

#Banco do Brasil

Política

Vice do BB pode ter sobrevida no governo Lula

28/12/2022
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Assessores de Fernando Haddad cogitam a permanência do atual vice-presidente corporativo do Banco do Brasil, Ênio Mathias, no cargo. Mathias ganhou pontos entre os petistas durante a transição. Foi o principal interlocutor do BB junto ao próprio Haddad e também Aloizio Mercadante e Gleisi Hoffmann.

#Banco do Brasil #Fernando Haddad #Gleisi Hoffmann

Negócios

Lone Star cobra um pedágio milionário para deixar a Atvos

27/12/2022
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O Lone Star vai vender caro sua posição na Atvos, antigo braço sucroalcooleiro da Odebrecht. O fundo norte-americano até está disposto a encerrar o contencioso para reassumir o controle da empresa. Mas, para isso, valendo-se do chapéu de credor, quer direito de preferência no pagamento das dívidas da companhia. Os norte-americanos alegam ter mais de R$ 1 bilhão a receber da Atvos. A briga é encarniçada.  Conforme o RR antecipou, o Lone Star entrou na Justiça para brecar a transferência do controle da empresa para o fundo Mubadala, costurada pelos bancos credores, notadamente BNDES e Banco do Brasil. Por trás do Lone Star encontra-se o investidor norte-americano de origem irlandesa John Grayken, conhecido no mercado por transformar uma mesa de negociações em um campo de batalha, de onde quase sempre sai como vencedor.

#Atvos #Banco do Brasil #BNDES #Lone Star #Odebrecht

Meio ambiente

Governo Lula estuda “Auxílio Lixo” para reduzir impacto dos resíduos orgânicos

27/12/2022
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O comitê de transição da área de meio ambiente elaborou um documento com propostas para a redução das emissões por resíduos orgânicos. A ideia principal é a criação de um programa para aumentar os índices de compostagem de dejetos, notadamente na indústria e no agronegócio. O grupo de trabalho propõe, inclusive, a concessão de crédito subsidiado, por meio dos bancos estatais e dos fundos regionais.

Algo como um “Auxílio lixo”. A compostagem permite a degradação da matéria orgânica no próprio local em que ela é gerada. Mais de 60% dos resíduos gerados no Brasil ainda vão para aterros sanitários, um processo custoso e com razoável impacto ambiental. Mas não é o pior: quase 18% da matéria orgânica produzida na indústria e no agronegócio vão parar em lixões irregulares, transformando-se em uma bomba irradiadora de gases efeito estuda.

Na América do Sul, o Brasil é o principal emissor de metano, com cerca de 4% do volume global. Na última Conferência do Clima das Unidas (COP27), realizada em novembro, reverter a tendência de crescimento das emissões de gás metano foi um dos assuntos debatidos. 

#COP27 #Lula

Política

Um pedacinho de Henrique Meirelles no BNDES

26/12/2022
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A indicação de Alexandre Abreu para uma das diretorias do BNDES deve ser creditada na conta de Henrique Meirelles. Ambos são próximos desde o governo Temer. Foi Meirelles, ex-presidente do Conselho de Administração da J&F Investimentos, quem levou Abreu para ocupar o cargo de CEO do Banco Original, braço financeiro dos irmãos Batista. Antes, quando assumiu o Ministério da Fazenda, Meirelles trabalhou pela permanência do executivo na presidência do Banco do Brasil. Mas, na ocasião, acabou sendo voto vencido: Temer optou pela nomeação de Paulo Rogerio Caffarelli.  

#BNDES #Henrique Meirelles

Negócios

Não falta clube querendo ser o Orlando City brasileiro

22/12/2022
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O empresário Flavio Augusto da Silva, controlador da Wiser Educação, tem sido sondado por um grande banco de investimentos para comprar participações em Sociedades Anônimas do Futebol (SAF). Silva é profundo conhecedor desses gramados: fundou o Orlando City, vendido no ano passado pelo equivalente a R$ 2 bilhões à família norte-americana Wilf. 

#Flavio Augusto da Silva #Wiser Educação

Negócios

Brookfield coloca venda da BRK Ambiental em “modo espera”

19/12/2022
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A Brookfield ainda não bateu o martelo sobre  o IPO da BRK Ambiental e sua saída do capital. A empresa avalia esperar o governo Lula assentar para decidir o que e quando vai fazer. Ainda que de forma indireta, os próximos movimentos do grupo canadense passam por Brasília, mais precisamente pelo que ocorrerá com a participação de 30% do FI-FGTS, administrado pela Caixa, no capital da empresa de saneamento. Por ora, são apenas conjecturas. Mas a eventual possibilidade de uma venda conjunta com o banco estatal aumentaria o valuation das ações em poder tanto da Brookfield quanto do FI-FGTS. A única certeza é que o grupo canadense quer se desfazer do controle da BRK, negociando parte expressiva ou mesmo a totalidade da sua participação, de 70%.

#BRK Ambiental #Brookfield

Negócios

Um amargo contencioso na Atvos

15/12/2022
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O fundo norte-americano Lone Star avalia medidas jurídicas para evitar a transferência do controle da sucroalcooleira Atvos ao fundo Mubadala. A operação conta com o apoio dos principais bancos credores da empresa, entre os quais BNDES e Banco do Brasil. Toda a negociação tem sido conduzida à margem da Lone Star, atual controlador da fabricante de açúcar e etanol. O fundo norte-americano tem uma relação conflituosa com os bancos desde que assumiu a Atvos, graças a uma decisão judicial, em dezembro de 2020.  

#Atvos #Lone Star #Mubadala

Economia

Uma boa notícia para a indústria nacional: Abdib retorna ao palco do Poder

14/12/2022
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De uma forma transversa, digamos assim, pode-se dizer que a Abdib – Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base – voltou às cercanias do poder. O presidente da entidade, Venilton Tadini, é companheiro de outras viagens de Gabriel Galípolo, já confirmado na Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda. Ambos foram presidentes do Banco Fator. Acima de Galípolo só mesmo Fernando Haddad. Tadini e Galípolo são afinadíssimos nas ideias e tocam de ouvido com o  futuro presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. A palavra de ordem do trio é investimento público na infraestrutura como forma de alavancar capital privado, e não afastá-lo. A amálgama serão as PPPs e as concessões. A engenharia dessa operação é que são elas. Será necessário previsibilidade para que recursos privados fluam mesmo com o dinheiro público usado como garantia, por exemplo. A Abdib já foi uma das entidades mais importantes do Brasil na década de 70. A partir dos anos 80, com as sucessivas crises e o abandono da prioridades às obras, foi esmaecendo pouco a pouco. O ingresso de Tadini na presidência da Abdib já foi um up na entidade. Sem querer massagear o ego do executivo, trata-se de um fora de série. Quem diz isso não é o RR. O mercado sabe da competência e criatividade de Tadini. Em tempo: a Abdib e o IEDI, que já foi comandado por Josué Gomes da Silva, atual presidente da Fiesp e candidatíssimo a se tornar ministro da Indústria e Comércio, são primos-irmãos na causa de reativação da indústria nacional. Pode dar um bom caldo.

Negócios

Acionistas da Metalfrio preparam venda do controle

14/12/2022
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Corre no mercado que os empresários Marcelo Faria de Lima e Erwin Russel procuram um comprador para a Metalfrio, maior empresa de refrigeração do Brasil. Nos últimos meses, a companhia passou por um desgastante processo de renegociação de suas dívidas com grandes bancos, no valor aproximado de R$ 1 bilhão. 

#Metalfrio

Política

Economistas do PT são candidatas ao comando do BB

14/12/2022
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Os nomes de duas economistas do PT entraram na pauta de especulações para a presidência do Banco do Brasil: Juliane Furno e Laura Carvalho. Ambas pesam como chumbo nas ações do banco. Talvez seja melhor fechar o capital do BB.

#Banco do Brasil #PT

Negócios

Venda da Paranapanema é o próximo capítulo de uma saga de fracassos

7/12/2022
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Os principais acionistas da Paranapanema estudam caminhos para a venda da companhia, que acaba de entrar com um pedido de recuperação judicial. O RR apurou que uma das hipóteses sobre a mesa é a transferência para uma empresa do segmento de não ferrosos. A Paranapanema seria oferecida a preços muito apetecíveis. A título de exemplo: o estatuto social prevê que “a alienação, direta ou indireta, de controle da companhia, tanto por meio de uma única operação, como por meio de operações sucessivas, deverá ser contratada sob a condição de que o adquirente do controle se obrigue a realizar oferta pública de aquisição de ações tendo por objeto as ações de emissão da companhia”. Ou seja: um novo investidor teria de lançar uma OPA para comprar o que ainda restasse de ações em bolsa – a empresa é uma public company, com 100% de free float.

 

Uma pechincha. Com base na cotação de ontem, o valor de mercado da Paranapanema é de apenas R$ 200 milhões. O papel é negociado ao preço mais baixo dos últimos cinco anos. Apenas nos últimos dois dias, após o anúncio do pedido de recuperação judicial, a ação caiu 23%. Procurada pelo RR, a Paranapanema informou que “não comenta especulações de mercado”. 

 

Qualquer que seja o formato da operação, a transferência do controle da Paranapanema depende de uma costura complexa. O maior desafio é cerzir esse M&A a partir da intrincada teia societária da companhia. Trata-se de um balaio que mistura, entre outros, um banco estatal, a Caixa Econômica, investidores ativistas – Silvio Tini de Araújo e Luiz Barsi Filho -, um grupo da área de mineração, a Buritirama, e uma das maiores tradings do mundo, a Glencore. No entanto, entre os próprios acionistas, há um entendimento de que a recuperação judicial é apenas um paliativo. A Paranapanema precisa de um novo dono e de uma nova gestão. Precisa, sobretudo, de uma forte injeção de capital, algo que os atuais sócios não estariam dispostos a fazer.   

 

Está para surgir no Brasil uma corporação com tamanha coleção de ziguezagues e de fracassos quanto a Paranapanema, ao menos nas últimas duas décadas.  A exceção à regra são os primeiros anos, quando a companhia ainda estava nas mãos de seus fundadores, Octávio Lacombe, José Carlos de Araújo e Aloysio Ramalho Foz. Originalmente, a empresa era voltada à construção civil. A inflexão para a mineração veio na segunda metade dos anos 1960, notadamente a partir de 1969 com descoberta de minério de estanho na Amazônia. No início da década de 1970, a holding criou a Taboca, voltada à extração de cassiterita, e a Mamoré, dedicada à metalurgia do estanho e suas ligas. Em 1974, veio a primeira grande reviravolta, com a compra do grupo pelo BNDES. A promessa de construção de um grande grupo privado da área de mineração dava lugar a um projeto de Estado. Ou, como se veria nos anos seguintes, um projeto às custas do Estado.   

 

Em 1995, na gestão de Fernando Henrique Cardoso, ocorreu a segunda grande rearrumação da Paranapanema sob a regência do governo federal e com recursos públicos, ainda que indiretamente. A “operação salvação” foi conduzida por um consórcio de fundos de pensão, à frente Previ, Petros e Funcef. Contando apenas o intervalo entre 1995 e 1997, as fundações e o próprio BNDES injetaram algo em torno de US$ 600 milhões para garantir a sobrevivência da empresa. À época, essa intervenção hospitalar do governo FHC foi acompanhada ainda da incorporação da Caraíba Metais e da Eluma, ambas do segmento do cobre, e da Paraibuna, que operava no mercado de zinco, pela Paranapanema. Àquela altura, a companhia já havia consolidado a fama de “mico” tamanho King Kong, um poço de dívidas e prejuízos.  

 

Mais recentemente, um a um os fundos de pensão foram abandonando o barco – a Previ, dona da maior participação, deixou o negócio em 2019. Nos últimos anos, os gestores da Paranapanema foram adiando o inadiável, até que, na semana passada, a empresa entrou com o pedido de recuperação judicial. A companhia busca a proteção da justiça para negociar um passivo da ordem de R$ 450 milhões – no início do ano, já havia fechado um acordo com dez credores financeiros para o alongamento de uma dívida de R$ 2,6 bilhões. Contabilizando-se apenas os últimos cinco anos, a empresa teve um prejuízo acumulado de R$ 2,1 bilhões. A Paranapanema de hoje é igual à Paranapanema de quase sempre.  

#Paranapanema

Negócios

Shopee mira a compra de fintechs no Brasil

2/12/2022
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Os planos da Shopee para o Brasil vão além do e-commerce. A gigante do varejo online, sediada em Cingapura, é candidatíssima à compra de fintechs, notadamente da área de soluções de pagamento. Os asiáticos têm adotado como prática adquirir startups do setor financeiro e bancos digitais em mercados estratégicos. Foi assim na Indonésia, com a compra do Bank BKE, no ano passado, e em Cingapura, com a incorporação das seguradoras AA Guaranty Assurance e Reliance Surety and Insurance, especializadas em proteção ao crédito. A Sea Limited, holding controladora da Shopee, já anunciou que vai destinar boa parte dos US$ 3 bilhões captados com uma recente oferta de ações, para a compra de fintechs. No Brasil, os asiáticos fizeram um movimento que sinalizam seus planos para a área financeira: recentemente, a empresa recebeu autorização do Banco Central para aumentar de R$ 4 milhões para R$ 44 milhões o capital da SHPP Brasil, sua instituição de pagamento no país.
Todos estes passos andam lado a lado com a forte expansão da operação de e-commerce da Shopee no Brasil. A empresa já conta com seis centros de distribuição no país. No setor, estima-se que os asiáticos tenham movimentado mais de R$ 16 bilhões em vendas no mercado brasileiro no ano passado.

#Shopee

Negócios

Destino da Oi deve ficar nas mãos de quem a criou

24/11/2022
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O mundo dá mesmo muitas voltas. Por um capricho do destino, o futuro da Oi deverá ficar nas mãos do governo do PT – onde nasceu o projeto da “supertele” brasileira, idealizado por José Dirceu ainda na gestão Lula. O fim ou não da recuperação judicial (RJ) da Oi depende basicamente da posição do Banco do Brasil e da Caixa, ou seja, na última linha, de uma decisão do governo brasileiro. Nestas últimas semanas da gestão Bolsonaro, não tem muita conversa. Segundo o RR apurou, a disposição da direção dos dois bancos federais, credores da companhia, é uma nova ofensiva na Justiça para brecar o levantamento da recuperação judicial nas atuais condições. Ambos alegam que a operadora não estaria cumprindo cláusula do plano de recuperação judicial que prevê o uso de recursos provenientes da alienação de ativos móveis para quitar dívidas quirografárias. Travam, portanto, uma queda de braço com o Ministério Público do Rio, que quer encerrar a RJ.  

#José Dirceu #Lula #Oi #PT

Negócios

Credit Suisse é alvo de um tiroteio de rumores

22/11/2022
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Nos últimos dois dias, circularam no mercado insistentes rumores de que o Credit Suisse prepara mudanças no primeiro escalão da sua operação brasileira. A informação que correu entre agentes financeiros é que um dos primeiros a deixar a instituição seria Enio Shinohara, head de Funds Solutions & Institutional Business Development. Sua saída se daria em razão de algumas operações não tão bem-sucedidas, como as capitalizações da Loft e do C6 Bank. O RR, como não poderia deixar de ser, consultou o banco. No contato com a publicação, o Credit Suisse Brasil fez questão de rebater os boatos, negando mudanças na administração, em especial a saída de Shinohara. Está feito o registro. O fato é que as circunstâncias não favorecem um dos mais míticos bancos de investimento do mundo. A grave crise global do Credit Suisse é terreno fértil para especulações das mais variadas naturezas. 

Negócios

Uma fertilidade de soluções financeiras na Mosaic

22/11/2022
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A nomeação do ex-presidente da Copersucar João Teixeira para o Conselho de Administração da Mosaic no Brasil dá algumas pistas da estratégia que os norte-americanos estão bolando. No setor, a chegada de Teixeira é vista como um forte sinal de que a fabricante de fertilizantes pretende oferecer soluções de financiamento para tanto para a sua cadeia de fornecedores quanto para o próprio agronegócio. Teixeira é respeitado no mercado como um criador de engenhosas soluções financeiras. Entre outras experiências, foi CEO do Banco Votorantim e ocupou cargos na direção do Grupo Santander e no ABN Amro.

#Copersucar #Mosaic

Negócios

Empréstimo da Embraer já estava “precificado”

18/11/2022
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Corre no mercado que um grande banco de investimento brasileiro entrou pesado na ponta compradora de ações da Embraer na quinta e sexta-feira da semana passada. Nesses dois dias, a média de negócios com o papel foi de R$ 184 milhões. Esse valor foi 74% superior à média do volume movimentado nos dez pregões anteriores (R$ 105,6 milhões). A forte investida da instituição financeira chamou ainda mais a atenção do mercado pelo seu, digamos assim, poder preditivo: na segunda-feira seguinte, dia 14, o BNDES anunciaria um empréstimo de R$ 2,2 bilhões à Embraer. Desde a quinta passada, dia 10, quando o premonitório banco iniciou a pescaria de ações, o papel acumula uma alta de 12%.

#BNDES #Embraer

Política

Guedes e Mantega fazem do BID a rinha dos seu despautérios

14/11/2022
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O ex-presidente do BC, Ilan Goldfajn, foi sabatinado ontem para a presidência do BID. Deverá ser eleito no próximo domingo. Goldfajn é um quadro altamente qualificado. Esse é o novelo da história. O Valor Econômico de hoje praticamente bate o martelo do assunto. Mas o fio desencapado está no processo de indicação e no comportamento dos atores envolvidos.  A história é tão non sense que vale a pena explorar suas nuances e despautérios. Guardadas as devidas ressalvas, Ilan Goldfajn e Elizabeth Guedes estão no mesmo balaio – o RR noticiou as vergonhosas minisagas de ambos em primeira mãover.

 Assim como no caso da nomeação da própria irmã para o Conselho Nacional de Educação, nos estertores do governo, a mesma corrida para indicação e a insistência no nome de Goldfajn para a presidência do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) só demonstra a gula do ministro Paulo Guedes para a ocupação de cargos ao apagar das luzes da sua gestão. Ressalte-se que essa sofreguidão começou duas semanas antes das eleições. Nesse afã aparelhista, Guedes está atropelando praxes que deveriam ser respeitadas nesse processo, sobretudo tratando-se de um governo já com prazo de validade estabelecido. Primeiramente, o ministro e o presidente Jair Bolsonaro registraram oficialmente a candidatura de Goldfajn sem qualquer consulta à oposição. Há exemplos muito mais civilizados vindos do exterior, em que governantes, em períodos eleitorais, aguardaram o resultado do pleito, combinando devidamente com a agência multilateral, ou consultaram seus oponentes antes de uma indicação dessa natureza. Foi o caso do então presidente Nicolas Sarkozy, de direita, que indicou Dominique Strauss-Kahn, um socialista, para a presidência do FMI.

Em mais um procedimento fora dos padrões, o governo brasileiro indicou Ilan Goldfajn sem consultar outros países da região. Historicamente, candidaturas como essa são construídas em consenso, por meio de costuras diplomáticas. Segundo o RR apurou, o Brasil sequer analisou nomes indicados por outras nações latino-americanas, dentro do critério de analisar a melhor opção para a região como um todo.  

Ressalte-se ainda que a pressa e a teimosia de Paulo Guedes jogam contra o próprio potencial de representatividade do Brasil em grandes organismos multilaterais. Ilan Goldfajn dirige atualmente o departamento do FMI responsável pelos programas do Fundo para todas as Américas. Trata-se de um posto estratégico. Seria mais proveitoso ter indicado ou trabalhado a candidatura de outro nome para o BID, sem abrir mão da presença de Goldfajn no FMI. Diante da oportunidade de fazer o próximo presidente do Banco Interamericano, o país passaria a ter dois representantes em altos postos internacionais. Por outro lado, é inacreditável a participação bizarra e deselegante do ex-ministro Guido Mantega, que sem ter nenhuma representatividade ou função definida no futuro governo – oremos que faça parte só do grupo de transição –  escreveu uma carta de punho próprio à secretaria do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, condenando o nome de Goldfajn, como se tivesse autoridade para tal. Quem é Mantega para proceder dessa maneira?. Como pode isso? O resultado é que a tacanha iniciativa fortaleceu o nome de Ilan Goldfajn junto aos Estados Unidos e demais grandes sócios do BID. 

De qualquer forma, Inês é morta. A eleição será na próxima semana, e, independentemente de trololó ou patati patatá na imprensa, o ex-presidente do BC e atual diretor do FMI, Ilan Goldfajn, já está eleito. Agora é permanecer atento e forte, como cantava Gal Costa, vigiando se Paulo Guedes seguirá loteando os cargos do governo em causa própria e torcendo para que Mantega seja interditado em alguma embaixada distante, no governo do PT.

#BC #BID #Conselho Nacional de Educação #Ilan Goldfajn #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Política

O que falta a Fernando Haddad para ser digerido pelo mercado?

8/11/2022
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Causa estranheza o mau humor do mercado com a possível indicação do ex-prefeito Fernando Haddad para o Ministério da Fazenda. Haddad tem mestrado em economia, experiência em gestão pública e foi professor do Insper, celeiro de economistas como Marcos Lisboa e Samuel Pessôa. Haddad seria uma espécie de Fernando Henrique de Lula, feitas as devidas ressalvas em relação à excepcionalidade do citado. Ontem, o dólar subiu 2,2%, com a alta bastante atribuída às especulações em torno do nome de Haddad para o cargo. Hoje, até o início da tarde, declinava em 0,5%. Pode sempre ser um ajuste de posições, pois existe uma série de variáveis influenciando no momento nas cotações – eleição norte-americana, guerra entre Rússia e Ucrânia, variação do preço das commodities, situação institucional do país e mesmo as dúvidas em relação a formação da própria equipe econômica. O Ibovespa, ontem, parece ter combinado sua variação com o câmbio: caiu pouco mais de 2%. Hoje, já sobe 1,29%, com a alta explicada pelas boas notícias vindas da Vale. Os índices e cotações de hoje foram registrados no horário de 14h23.

O RR fez um exercício para identificar o espaço de Fernando Haddad na mídia, em citações positivas e negativas, cobrindo 30 mil veículos entre impressos, onlines e TVs, no intervalo de 11 de maio até hoje. Haddad disparou na curva, com 113.350 menções, mais do que o dobro do segundo colocado, o ex-governador da Bahia, Rui Costa, com 51.720 citações. Sim, é isso mesmo: Rui Costa é o segundo da lista. Outra visão é que o mercado não é um ente tão intangível e estaria trabalhando colegiadamente para um outro nome para a Fazenda. Detonar Haddad seria uma forma de influir a indicação, não esquecendo que o personagem que está na língua dos agentes financeiros é Persio Arida.

Arida parece o mais talhado para o cargo de ministro da Fazenda. O economista, um dos pais do Plano Real, tem uma excelente formação acadêmica no Brasil e no exterior, passagem pela presidência do BNDES, foi conselheiro formal e informal em toda a gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, foi banqueiro – há quem diga que banqueiro, assim como general, padre e juiz, mesmo deixando a função jamais perde o nome de tratamento. Tanto participou de reuniões do comitê econômico da campanha de Lula como está escalado para o comitê de transição do governo Bolsonaro para o do presidente eleito.

Há quem diga que Pérsio Arida não é o que se chama de “operacional”. Mas, nos últimos tempos, o que conta é a equipe econômica do ministro, o que virá em um segundo tempo da partida. Outra curiosidade: a pesquisa do RR revela que a indicação de Pérsio Arida não é um sentimento geral – ele está no fim da fila entre os ministeriáveis especulados para o comando da economia, com apenas 8.181 citações no mesmo período supracitado. Portanto, somente competência pretérita e salamaleques, na prática, não são necessariamente os atributos que contam para a indicação do ministro.

Outros nomes têm sido insistentemente citados para a gestão da política econômica do país. São eles: Henrique Meirelles, Wellington Dias, Alexandre Padilha, Rui Costa e Camilo Santana, não necessariamente nessa ordem de presença constante na mídia. Meirelles dispensa apresentações, mas vamos lá: banqueiro, presidente do Banco Central e ministro da Fazenda. Outra curiosidade: Meirelles, com 18.992 citações, está, em um para lá de inesperado, terceiro lugar no fim da fila, sentado somente na cadeira da frente de Pérsio Arida e atrás de Alexandre Padilha, com 10.787 menções. Wellington Dias, ex-governador do Piauí, assina seu currículo de forma suscinta: bancário, político e escritor. É quem mais dá declarações sobre a futura política econômica do governo Lula. Alexandre Padilha tem em comum com o ex-ministro Antônio Palocci o fato de ser médico. Foi ministro de Relações Institucionais no governo Lula e ministro da Saúde na gestão Dilma Rousseff. Sabe tudo de política. É o terceiro colocado na pesquisa do RR para o cargo de ministro, com 22.771 citações na sondagem.

O “segundão do ranking”, Rui Costa é graduado em economia, trabalhou como consultor de projetos na petroquímica e é um político” PT de raiz”. Ao que indica a pesquisa, pode já estar com um pé na Fazenda. Finalmente Camilo Santana, que segue no último lugar da fila. Santana tem características especiais para o cargo em um momento que o meio ambiente e as commodities parecem ser um quesito importante para qualquer função. É engenheiro agrônomo, professor, foi secretário de desenvolvimento agrário e posteriormente formou-se como mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente, além é claro o posto de governador do Ceará. Santana ficou na fila do meio na sondagem, com 17.555 citações.

O que pode se depreender da análise é que os nomes para a Fazenda que estão na “boca do povo”, aliás, na boca da mídia, têm forte trajetória política e não são os medalhões do mercado financeiro. De qualquer forma Lula e Alckmin tem a palavra final.

Negócios

Itaú mantém um pé em Lula e outro em Bolsonaro

8/11/2022
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Curioso. Os donos do Itaú correram para apoiar Lula quando viram que a candidatura de Jair Bolsonaro ia fazer água. Mas a mesa de operações do banco permanece bolsonarista até a alma. Só falta usar a camisa do Brasil enquanto vendem e compram posições no mercado.

#Itaú

Destaque

Lula embaralha as cartas do seu Ministério

7/11/2022
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Lula pode “quebrar” as casas de apostas. Nos cenários traçados para a montagem do seu futuro gabinete surge a possibilidade de um Ministério de ponta cabeça, uma análise combinatória diferente do que vem sendo especulado até o momento. Em todas as listas de candidato à Fazenda, Henrique Meirelles assumiria o Ministério das Relações Exteriores. Caberia a ele comandar as grandes negociações no exterior, voltadas à captação de recursos internacionais. O ex-ministro e ex-presidente do Banco Central cuidaria também da pauta ambiental, cada vez mais geminada com a agenda econômica. Meirelles teria a missão de destravar, por exemplo, os investimentos de fundos soberanos para grandes projetos vinculados à Amazônia – dinheiro esse que sumiu do mapa devido à, literalmente, devastadora gestão de Bolsonaro no meio ambiente. Os governos da Alemanha e da Noruega já anunciaram a intenção de retomar os aportes no Fundo Amazônia. Ou seja: sob certo ângulo, Meirelles teria um pé na economia, ainda que da fronteira para fora do Brasil. Não custa lembrar que não seria a primeira vez que um banqueiro ocuparia o cargo. O “Barão” do Banco Itaú, Olavo Setúbal, também exerceu a função de ministro das Relações Exteriores, durante o governo Sarney. 

A ida de Henrique Meirelles para o Itamaraty traz a reboque uma espécie de efeito dominó para a montagem novo Ministério, impactando diretamente em outras escolhas. Segundo um graduado assessor de Lula, nesse cenário crescem as probabilidades de Fernando Haddad assumir o Ministério da Fazenda. Sua nomeação atenderia o perfil idealizado por Lula, desde sempre, para o cargo: ter um político à frente da Pasta. Além disso, registre-se que Haddad não é um neófito no tema: o ex-ministro é mestre em Economia pela USP.  

Por sua vez, com a indicação de Meirelles para as Relações Exteriores, Celso Amorim iria para o Palácio do Planalto. De acordo com a fonte do RR, seu nome é especulado dentro do próprio PT para ser um secretário especial de Lula ou até mesmo assumir a Casa Civil. Ainda que a maior expertise de Amorim não seja exatamente a articulação política, o presidente eleito tem profunda confiança em seu ex-chanceler. Mas ressalte-se que são apenas especulações colhidas em meio às feéricas discussões ocorridas no seio do PT.

#Henrique Meirelles #Lula #Ministério da Fazenda #Ministério das Relações Exteriores #PT

Destaque

Um abismo fiscal espera pelo presidente Lula

31/10/2022
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Acabou a eleição. Agora é que são elas. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva terá de administrar um rombo nas contas públicas que pode superar os R$ 3 trilhões, nos quatro anos de governo. Trata-se de um abismo que foi praticamente ignorado na campanha eleitoral, talvez pelo medo dos candidatos de que, parafraseando Friederich Nietzche, o abismo olhasse de volta.  De forma extremamente conservadora e deixando de lado qualquer aumento do salário-mínimo para além da inflação, está em pauta um fosso já na casa dos R$ 450 bilhões, não contemplados pela Proposta de Lei Orçamentária (PLOA) 2023. Para chegar a esse valor leva-se em conta o aumento do Auxílio Brasil; a postergação do pagamento de precatórios; os prometidos reajustes ao funcionalismo público; a revisão da tabela do imposto de renda; o peso dos juros sobre a dívida pública; a suspensão de dívidas e compensação aos estados pela redução do ICMS; a garantia do piso da enfermagem e o risco imediato com decisões prejudicais ao governo na Justiça.  Caso esses gastos se concretizem, seria quase uma segunda pandemia nas contas públicas. Nada que um precatório hiper vitaminado não resolva ou – quem sabe? – a “milésima” PEC. Mas o problema permanece pendente como uma espada sobre a cabeça da Nação. Os precatórios apenas adiam os passivos, mas não a percepção de que há um risco de insolvência diferido no tempo.    

Não é preciso nenhuma devassa no governo para entender a dimensão da encrenca criada, em boa parte para “financiar” a reeleição, como se não houvesse amanhã. Ou como se o amanhã decorresse, por geração espontânea, da cabeça do “Posto Ipiranga”, cuja inegável capacidade – e interminável autoconfiança – só podem ser superadas pela verve diante de plateias que querem ouvir o que ele quer dizer, independentemente do que ele diga.     

A Proposta de Lei Orçamentária (PLOA) 2023 tem mais buracos do que um queijo suíço – ver RR de 20 de outubro. E olha que, para viabilizá-la, sem mexer no orçamento secreto, já foram desencavados tostões de todos os lugares possíveis e inimagináveis, como o programa Farmácia Popular e até os recursos para a merenda escolar; além de previsto um déficit de R$ 63,7 bilhões. Façamos os cálculos. De acordo com os boletins macro do FGV Ibre, a soma do aumento de R$ 200 no Auxílio Brasil, o reajuste do funcionalismo do Executivo pela inflação e a revisão das despesas discricionárias significarão um gasto de R$ 120 bilhões, cerca de 1,2% do PIB. Desse total, foram incluídos na PLOA apenas R$ 11,6 bilhões para os servidores do Executivo, valor insuficiente até para um aumento linear de 5% (que custaria entre R$ 14 bilhões e R$ 17 bilhões). Vale lembrar que o governo enfrentou, em 2022, greves de funcionários do BC e da Receita, que buscam reajustes na casa dos 20%, e prometeu para o ano que vem a restruturação de carreiras da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.      

A PLOA 2023, é verdade, prevê a manutenção das desonerações sobre os combustíveis, para a qual destina R$ 52,9 bilhões, junto a uma reserva de R$ 27,2 bilhões para “demais desonerações”, em um total de R$ 80,1 bilhões. Ocorre que, além engessar ainda mais o orçamento, eliminando qualquer flexibilidade possível, os valores ficam abaixo das projeções e não incluem a prometida revisão na tabela do imposto de renda para pessoas físicas. Também segundo o FGV Ibre, esse total daria, por baixo, R$ 86 bilhões.     

Não para por aí – longe disso. Mesmo com a interrupção no ciclo de alta, a elevação da taxa de juros já implementada pelo BC aumenta pesadamente o custo da dívida pública, fator que, “acoplado” à suspensão de pagamentos de parcelas da dívida dos estados com a União, pode ter um custo fiscal de R$ 77 bilhões. Segundo a projeção mais recente do FMI, a relação dívida bruta/PIB vai fechar 2022 em 88,2%, abaixo do índice de 93% registrado em 2021. No entanto, também de acordo com a estimativa do Fundo Monetária, voltará a subir em 2023 (89,9%) e vai se manter acima dos 90% nos quatro anos seguintes. O aumento percentual não chega a assustar quando no início do governo se esperava que ela batesse em 100% do PIB. Mas, com a disparada da inflação e alta dos juros pelo Banco Central, o passivo interno bruto se tornou 49% mais caro. Há quem diga que dívida é para se rolar. Mas, na percepção da insolvência do país e na avaliação das agências de rating, não é assim que se joga o jogo.      

Como desgraça pouca é bobagem, ainda estão pendurados nessa conta o pagamento de precatórios, postergados via PEC, e a compensação aos entes federativos pela redução do ICMS sobre combustíveis, energia, transportes e telecomunicações. Uma facada da ordem de módicos R$ 144 bilhões. Sem falar nos custos para garantir o piso da enfermagem, que contam com mobilização do presidente do senado, Rodrigo Pacheco, declaradamente em busca de ao menos mais R$ 7 bilhões para compensações. Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, para tanto serão necessários repasses de R$ 10,5 bilhões da União, por baixo.   

Ao mesmo tempo, a peça orçamentária apresentada pelo governo, para lá de otimista no que se refere ao crescimento do PIB em 2023, que estima em 2,5%, diante de uma projeção de 0,63% do último Boletim Focus, prevê uma queda de arrecadação de 22,9% do PIB, em 2022, para 21,2%, no ano que vem.   

Para não se cometer uma injustiça, importante salientar que a PLOA projeta a redução do preço das commodities e só inclui receitas de concessões de ativos já destinados ao setor privado. Frente à instabilidade internacional e, sobretudo, à lentidão das privatizações no atual governo – e sua virtual paralisação na gestão Lula – é melhor do que nada, mas está a anos luz de ser motivo para tranquilidade.     

Tudo isso, entretanto, abarca somente questões já consolidadas. O abismo pode atingir profundezas insondáveis. Explica-se: o risco fiscal calculado pelo próprio governo federal, em função de decisões judiciais negativas no radar, atingiu seu momento mais delicado dos últimos dois anos. De acordo com balanço de agosto, chega-se a um montante de potenciais R$ 2,6 trilhões de prejuízos aos cofres públicos, o que significa um aumento de 66% em relação ao estimado em março. É claro que o valor seria diferido no tempo, mas funcionará como uma guilhotina sobre a cabeça do Executivo – qualquer um que venha a assumir em 2023.     

Para piorar, o principal componente desse montante vem da chamada “revisão da vida toda”, que muda o cálculo das aposentadorias no INSS no período anterior a julho de 1994. O STF ainda não oficializou o resultado do julgamento, mas já formou maioria em benefício dos aposentados. Uma facada de R$ 480 bilhões no pior cenário, segundo os técnicos do governo, e de R$ 48 bilhões no melhor.    

A equação não fecha, independentemente do prisma em que se observe. O STF decidiu por unanimidade destravar mais de 15 mil processos para assegurar vagas de educação infantil a todas as crianças de zero a cinco anos, seja em creches, seja pré-escolas. A União vai sofrer, porque a arrecadação dos entes federativos no final também cai no seu colo, mas menos do que os municípios. O total da conta alcança R$ 120 bilhões. A garfada vai se somar às perdas dos estados, cuja redução de R$ 84 bilhões na receita com as perdas do ICMS promete prosseguir arrombando o cofre das unidades federativas, principalmente devido à manutenção da medida, em 2023, a esperada redução da inflação no futuro calendário e a aguardada desaceleração da economia.    

Tem-se ainda alguns outros amargos acepipes; coisa pequena, mas não desprezível. Uma Medida Provisória aprovada pela Câmara, e em discussão no Senado Federal, joga um custo extra de pelo menos de R$ 4,5 bilhões por ano, durante três décadas, na conta de luz dos brasileiros. Originalmente, a medida tratava apenas do ICMS sobre combustíveis, mas foi serpenteando na Câmara até aumentar os subsídios nas contas de energia.    

Em tese, não há mais termômetro fiscal no governo. O Ministério da Economia afirma que as contas vão bem, obrigado, projetando um superávit para este ano. Mas que superavit? Com a receita dos estados inflada pela carestia? Com a última parcela da mesada do BNDES, de R$ 50 bilhões, decorrente de uma interpretação ainda controversa das operações entre o Tesouro e o banco (é a penúltima tranche, que o governo correu para que fosse paga antes do fim das eleições)? Com PECs e mais PECs e dinheiro que é transferido para cá e para lá. Há ainda uma dívida passiva, cujos números até mesmo as autoridades fiscais têm dificuldade de esquartejar.    

Haja PEC.    

#Auxílio Brasil #Lula #Ministério da Economia #PIB

Destaque

O sonho helvético de André Esteves

21/10/2022
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André Esteves pretende ou não comprar o Credit Suisse? Essa era a pergunta feita ontem por executivos do próprio BTG. A crise do banco helvético reavivou um antigo sonho de Esteves: colocar os dois pés na Suíça e ter uma operação bancária de abrangência global. Há alguns caminhos para o negócio, uns mais curtos outros mais longos. A hipótese de compra de ações em bolsa seria a menos provável, uma vez que levaria um certo tempo para o BTG montar uma posição relevante. Outra possibilidade, essa com maior chance de êxito, seria o banco de André Esteves entrar aportando capital no Credit Suisse, em um voo solo ou ao lado de eventuais parceiros. De acordo com a Bloomberg, Abu Dhabi e Arábia Saudita estudam fazer uma injeção de recursos na instituição suíça por meio de seus respectivos soberanos, Mubadala e o Public Investment Fund (PIF). Procurados pelo RR, o BTG e o Credit Suisse não quiseram se manifestar.

O Credit Suisse precisa de um aporte no curtíssimo prazo. O banco tem hoje um rombo de capital da ordem de US$ 4,5 bilhões. Um relatório da Goldman Sachs aponta que, no ritmo atual, esse buraco pode chegar a US$ 8 bilhões em 2024, devido ao momento de “geração de capital mínima”. Para ganhar tempo, o Credit Suisse estuda se desfazer de participações acionárias, como uma fatia no Six Group, que administra a bolsa de valores de Zurique, 8,6% da gestora espanhola Allfunds e uma joint venture com a American Express, conforme publicou o Financial Times.

O Credit Suisse soma cerca de US$ 700 bilhões em ativos totais, ou algo em torno de R$ 3,9 trilhões. O BTG, por sua vez, tem pouco mais de R$ 450 bilhões em ativos totais. Dito assim, pode soar como uma mordida grande demais para a embocadura do banco brasileiro. No entanto, não obstante esses números, é importante ressaltar que o Credit Suisse não é mais aquele e vive um momento de notória vulnerabilidade, que se reflete na atual discrepância entre o valor de mercado das duas instituições. Desde o início do ano, com o agravamento dos rumores sobre a sua situação financeira, o banco suíço perdeu mais 50% do seu market cap. Hoje, tomando-se como base a cotação em bolsa, o Credit Suisse vale apenas meio BTG – no fechamento de ontem, o banco brasileiro estava avaliado em quase R$ 125 bilhões. Mais do que isso: hoje, o Credit Suisse é tido como um banco à beira do precipício.

Não é de hoje que André Esteves acalenta o desejo de iniciar uma saga helvética. Pouco após recomprar o velho Pactual do UBS, em 2009, tentou adquirir o controle do próprio banco suíço. Passados 13 anos, e alguns percalços pelo caminho, o BTG encontra-se em um momento de notória prosperidade. Entre março e junho deste ano, registrou os maiores resultados trimestrais da sua história. O lucro de R$ 2,1 bilhões foi 26% superior ao registrado em igual período em 2021., A receita, por sua vez, subiu 19,7% no mesmo intervalo, chegando a R$ 4,5 bilhões. Entre junho de 2021 e junho deste ano, o volume de ativos de terceiros sob gestão subiu de R$ 880 bilhões para aproximadamente R$ 1,1 trilhão.

A eventual compra do Credit Suisse faria jus à ousadia e à competência de André Esteves que o caracterizam desde os primeiros passos no velho Pactual. Ao mesmo tempo, a entrada na Europa diferenciaria o BTG do movimento de outros bancos brasileiros que miram notadamente a América Latina e a aquisição de instituições de menor porte. O Credit Suisse é um dos mais míticos bancos de investimento do mundo. Fundado em 1856, carrega um capital humano de alta qualificação, tem uma vasta capilaridade e é um brand que consta em qualquer lista do top ten do setor. É um dos líderes globais do cobiçado segmento de gestão de fortunas.

#BTG #Credit Suisse #Mubadala

Acervo RR

Saneamento 1

20/10/2022
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O IFC teria reservado algo em torno de R$ 1 bilhão para novas operações de crédito ao setor de saneamento no Brasil. Recentemente, o braço do Banco Mundial emprestou R$ 760 milhões à Sabesp.

#Banco Mundial #Sabesp

Destaque

Há um Bolsonaro vs. Lula na eleição do Banco Interamericano

19/10/2022
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Ilan Goldfajn não é o único brasileiro no páreo para assumir a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Segundo o RR apurou, há uma articulação em torno do nome do também economista Luiz Awazu Pereira da Silva, atualmente diretor-geral adjunto do BIS (Banco de Compensações Internacionais) – uma espécie de Banco Central dos Bancos Centrais. Sua candidatura ganha corpo de fora para dentro do Brasil. De acordo com a fonte do RR, Awazu conta com o apoio de países de peso, como Estados Unidos e Canadá.

A eleição está marcada para 20 de novembro – os candidatos devem ser indicados até 11 de novembro. O colégio eleitoral é composto pelos próprios diretores do BID, com peso proporcional à representatividade dos respectivos países. O governo norte-americano responde, sozinho, por 30% dos votos. O sistema para a eleição do presidente do BID estimula ou, mais do que isso, exige uma ampla articulação diplomática.

O Brasil, por exemplo, tem junto com o Suriname 11,4% de poder de voto. A representante do país na diretoria do BID é Martha Seillier, ex-secretária de PPI do governo Bolsonaro. Sob um determinado ângulo, não seria exagero dizer que a eventual disputa entre Ilan Goldfajn e Luiz Awazu reproduz o embate eleitoral entre Jair Bolsonaro e Lula. Goldfajn é o candidato da gestão Bolsonaro. Tem o apoio explícito de Paulo Guedes, que levou o nome do economista a Nova York na semana passada.

Ressalte-se que Bolsonaro quer fazer o presidente do BID mesmo que não venha a ser reeleito. Ou seja: no intervalo entre o segundo turno e a eleição no banco, vai seguir trabalhando pela candidatura de Goldfajn. Awazu, por sua vez, tem uma trajetória interligada aos governos do PT. Comandou a Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda no primeiro mandato de Lula. Posteriormente ocupou o cargo de diretor de Política Econômica e Assuntos Internacionais do Banco Central no primeiro governo Dilma.

#Banco Central #BID #Jair Bolsonaro #Lula #Ministério da Fazenda #PT

Bolsonaro e Lula miram na redução do câmbio

17/10/2022
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Um refresco cambial é o que os arautos da área econômica de ambos os candidatos à Presidência pretendem usufruir no início do seu governo. Todos preconizam uma inflexão no valor da moeda. Um dólar cotado na faixa de R$ 4,00 seria a meta. Mas ninguém pensa em mexer no tripé macroeconômico. Nem apreciar o real artificialmente, vendendo um pouquinho das reservas cambiais, usando de operações de swap, ou coisas assim. Não é disso que se trata. O governante que vier vai vender Brasil. Na equipe econômica de Lula há o entendimento de que o anúncio de medidas ambientais fortes – inclusive, com projetos de investimentos “limpos” na Amazônia – e um pacote vultoso de empreendimentos voltados à área de energia renovável, tendo a Petrobras e o BNDES como parceiros, trarão um caminhão de dinheiro.

Ainda mais se o petista for o garoto propaganda das medidas no exterior. Lula vende bem. A lógica virtuosa é a mesma de sempre: dólar entrando, real valorizando e inflação caindo. Bolsonaro já iniciou o mesmo movimento. Paulo Guedes aproveitou a reunião do FMI, em Nova York, para vender o Brasil. Apresentou, em diversos encontros com os bancos, a “espetacular” agenda de resultados macroeconômicos do governo: PIB subindo, desemprego e inflação caindo, superavit primário e dívida bruta sob controle.

Se o câmbio cair, melhoram todas as variáveis. Guedes quer que o governo faça marketing no exterior, que trate com ufanismo nossos triunfos: energia renovável e commodities agrícolas, principalmente – o ministro já pisou e repisou que o Brasil é o garantidor da segurança alimentar do mundo. Mas o tiro de maior calibre que Paulo Guedes pretende dar é a privatização da Petrobras. A equipe econômica considera que a operação amassaria o câmbio. O combo inclui também um número de concessões superior ao do “primeiro” governo Bolsonaro. Guedes sempre repete que tem muito dinheiro voando no mundo e que o Brasil, além de ter feito seu MBA em concessões na gestão do coronel Tarcísio Freitas no Ministério da Infraestrutura, reúne os ativos naturais que todos querem. Boas intenções, ideias animadoras, mas de complexa execução. Um real comportadamente apreciado todo mundo quer. A ver quem saca do coldre a tão difícil previsibilidade.

#BNDES #Lula #Ministério da Infraestrutura #Paulo Guedes #Petrobras #PIB

Dias de turbulência para a Captalys

13/10/2022
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Circulam no mercado rumores sobre a forte insatisfação dos investidores com a governança do fundo Captalys Orion, da Captalys. Os boatos ganharam corpo após as notícias de que cotistas do Captalys Orion fizeram solicitações de resgate de cerca de 75% do patrimônio líquido. Diante da delicadeza do assunto, o RR consultou a Captalys. A empresa afirmou que o “fundo e seus investimentos são administrados por instituições financeiras reguladas pelo Banco Central do Brasil, sendo estes responsáveis pelo provisionamento dos ativos, todos com o mais alto padrão de integridade, diligência e compliance. O fundo e todos seus investimentos são auditados por empresas independentes de primeira linha, e também passam por auditoria de conformidade pelo PwC.” Disse ainda que o “Captalys Orion é um fundo de crédito high yield voltado para investidores institucionais experientes que fazem diligências próprias e profundas no fundo e sua carteira.” A newsletter procurou também a CVM. Perguntada se há algum processo em andamento relacionado ao Captalys Orion, a autarquia afirmou que “não comenta casos específicos”. Ficam os devidos registros, de parte a parte.

#Banco Central do Brasil #Captalys Orion

Praça de pedágio

13/10/2022
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O governador reeleito do Mato Grosso, Mauro Mendes, bateu à porta da Caixa Econômica e do Banco do Brasil em busca de um acordo para a renegociação das dívidas da Rota do Oeste, operadora da BR-163. Em conversa com o RR, o governo mato-grossense confirmou as tratativas com os dois bancos federais. O passivo da empresa junto ao BB e à CEF soma R$ 458 milhões. O governador Mauro Mendes aposta na proximidade com o presidente Jair Bolsonaro para fechar a repactuação das dívidas ainda neste ano. O acordo é de suma importância para o governo do estado, que está assumindo a concessão da BR-163, por meio da MTPar. Na semana passada, o TCU deu o sinal verde para a transferência da Rota da Oeste, leia-se Odebrecht Transport (OTP), ao estado pelo valor simbólico de R$ 1. No pacote, o governo herdará uma dívida de quase R$ 2 bilhões. Mendes, ressalte-se, já prometeu investimentos de aproximadamente R$ 1,2 bilhão na rodovia

#Banco do Brasil #Caixa Econômica Federal #Mauro Mendes #MTPar

O teto da Caixa

6/10/2022
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A RR apurou que a Caixa pretende fixar em 3%/mês a taxa de juros para empréstimos consignados a beneficiários do Auxílio Brasil. Ou seja: vai ficar abaixo do teto estipulado pelo governo na semana passada, de 3,5%. Consultado, o banco saiu pela tangente: “As condições do crédito consignado serão oportunamente divulgadas e oferecidas aos clientes.”

#Auxílio Brasil #Caixa Econômica

Lula vai soltar algum spoiler na economia?

5/10/2022
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O comitê da campanha petista pressiona Lula a antecipar nomes da sua equipe econômica e anunciar propostas concretas, tudo o que o candidato não fez até o momento. Essa mobilização é um reconhecimento de um equívoco. Sob certo aspecto, Lula desdenhou da realidade eleitoral ao não assumir riscos e não dar pistas de sua política econômica na disputa do primeiro turno. Não são discussões em linha reta. Dentro do PT, há estratégias e propostas distintas, defendidas pelas diferentes correntes de pensamento econômico que foram se aninhando na campanha de Lula. A eminência parda da área econômica no partido, Aloizio Mercadante, defende que o candidato anuncie medidas mais afeitas ao ideário histórico do PT. Entrariam nesse rol o aumento do salário-mínimo, a promessa de correção da remuneração do funcionalismo público e a garantia de constitucionalização do Bolsa Família, que Lula promete recriar no lugar do Auxílio Brasil. Ou seja: o benefício passaria a ser uma ação de Estado e não do governo da ocasião. Mercadante entende, inclusive, que Lula deve explorar ao máximo essas propostas nos debates eleitorais do segundo turno. A premissa é que são medidas que Jair Bolsonaro não seria capaz de “bidar”. Ou seja: seriam ativos quase exclusivos do candidato do PT.

Por sua vez, Geraldo Alckmin defende um discurso mais ameno, voltado a crescimento, linha que encontra eco em Andre Lara Resende e Pérsio Arida, colaboradores na formulação do programa econômico petista. O duo “Larida” seria da opinião que Lula deve esmiuçar propostas para estimular investimentos, especialmente na área de infraestrutura, e fomentar a criação de frentes de trabalho.

Lula sempre foi da opinião que nome de ministro e política econômica só se anuncia depois da eleição. Foi o que fez em seu primeiro mandato, divulgando a nomeação de Antonio Palocci somente no dia 12 de dezembro de 2002, portanto um mês e meio após a vitória nas urnas. No entanto, a redução da diferença para Jair Bolsonaro no primeiro turno – bem inferior à apontada pelas pesquisas – joga um fator de pressão para que o petista antecipe fatos. Até como forma de conter especulações que, a essa altura, levam mais tensão à campanha petista. Nos últimos dias, surgiram rumores no mercado de que Lula estaria propenso a indicar um economista “puro-sangue” do PT para o Ministério da Fazenda. Nesse caso, o futuro ministro sairia da “lista tríplice” formada por Aloizio Mercadante, Guilherme Mello e Gabriel Galípolo.

Mercadante é uma espécie de decano dos economistas do PT, colaborador histórico de Lula e, por isso mesmo, talvez o nome com maior suporte político dentro do partido. Mello e Galípolo, por sua vez, são estrelas em ascensão. Com a mesma idade, 39 anos, ambos se destacaram durante a campanha como dois dos principais formuladores do programa econômico de Lula. Mello, da Unicamp, já disse que o governo Lula pretende revogar o teto de gastos e criar um novo arcabouço fiscal. O que isso significa? Pouco ou nada se sabe, o que só ajuda a alimentar tensões no mercado.

Já Galípolo tem uma trajetória, digamos assim, menos convencional para o perfil dos economistas historicamente próximos ao PT – ainda que seja um colaborador de Mercadante há mais de dez anos. Formado pela PUC, foi CEO do Fator, o que, em tese, talvez o coloque em uma situação de vantagem, como um nome um pouco menos rascante para o mercado. Galípolo também é próximo de Luciano Coutinho, o que em parte explicaria as especulações do seu nome para um BNDES vitaminado – ver RR de 5 de setembro.

Em conversas com assessores próximos a Lula, o RR apurou que, apesar de eventuais pressões do partido, Lula pende para a saída mais desejável pelo mercado, leia-se um Ministério “PTucano”. Na prática, a construção desse staff já vem surgindo aos poucos, de forma gradativa – em uma combinação antecipada pelo RR ao longo dos últimos meses. Geraldo Alckmin segue como forte candidato ao Ministério da Fazenda – como informou a newsletter no dia 19 de setembro. Dentro do próprio PT, ressalte-se, há focos de resistência ao nome de Geraldo Alckmin – e, consequentemente à “tucanização” da economia. Um dos argumentos é que o vice-presidente da República não seria um ministro demissível. Tudo tem seu jeito. Alckmin pode até não ser “demissível”, mas seria perfeitamente “deslocável”, caso assim fosse necessário. Por essa linha, Lula formalizaria também a presença de André Lara Resende e Pérsio Arida em sua equipe econômica. É outro movimento que não vem de hoje. Em março de 2021, mais precisamente na edição do dia 16, o RR foi o primeiro veículo a noticiar a aproximação de Lara Resende e Lula e a possibilidade do ex-tucano integrar um eventual governo petista.

O RR não acredita que Lara Resende seja o escolhido para o cargo de ministro. O mercado financeiro se ressentiria da escolha, em razão das suas “novidadeiras” teorias monetárias. Mas ele será um importante colaborador de Lula na formulação da política econômica, o que já foi endossado pelo próprio petista. O mesmo se aplica a Pérsio Arida, outro nome egresso do ninho tucano, que também confirmou sua colaboração com o comitê responsável pelo programa econômico e igualmente se achegou a Lula pelas mãos de Alckmin. A presença de Lara Resende e Arida traz para o governo petista o ativo da maior revolução monetária do país, com o fim da hiperinflação. Ou seja: Lula pode capitalizar o fato de que arregimentou das antigas fileiras tucanas a dobradinha que ajudou a idealizar o Plano Real e a resolver o maior problema do povo: a carestia. Mesmo que o petista não tenha apoiado o Real na sua origem.

O regra três da área econômica de Lula é, como sempre foi, seu ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Seu apoio a Lula não teria sido uma decisão destituída de qualquer acordo ou interesse. Meirelles é quindim do mercado. A newsletter aposta que seu nome está guardado para a saída de Roberto Campos Neto da presidente do BC daqui há dois anos – ver RR de 9 de setembro. Campos Neto já afirmou que não se recandidatará, o que também é o desejo do PT. Meirelles estaria sentado no Conselho da controversa corretora de criptomoedas Binance, aguardando a convocação. Será, então, o mais longevo presidente do BC e joia rara dos três governos Lula. Mas Meirelles não é papo para a campanha eleitoral. Os atores agora são outros.

#Auxílio Brasil #Banco Central #BNDES #Geraldo Alckmin #Henrique Meirelles #Jair Bolsonaro #Lula #Ministério da Fazenda #PT

O rating de Paulo Guedes caiu

29/09/2022
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A ala política do governo e os próprios filhos de Jair Bolsonaro debitam na conta de Paulo Guedes um erro de timing grosseiro. O entorno de Bolsonaro atribui a Guedes a excessiva demora para a fixação do teto de juros dos empréstimos consignados a beneficiários do Auxílio Brasil. O entendimento é que o ministro da Economia e sua equipe dormiram no ponto e cometeram uma falha grave, tanto do ponto de vista da política econômica quanto, sobretudo, da política-política. A Portaria, com o limite de juros de 3,5%, foi publicada somente na terça-feira, a apenas cinco dias das eleições. Ou seja: Bolsonaro praticamente não terá tempo algum para capitalizar a medida, tratada no comitê de campanha como um valioso ativo eleitoral – ver RR do dia 16 de agosto. Nessa mesma edição, a newsletter já alertava que os bancos não emprestariam dinheiro sem a definição de um teto de juros. E não emprestaram mesmo. O teto veio. Mas, para Bolsonaro, talvez tarde demais.

#Auxílio Brasil #Economia #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Poliana

29/09/2022
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O secretário-executivo do Ministério da Infraestrutura, Bruno Eustáquio, diz que o Porto de Santos vai ser privatizado na segunda metade de dezembro. Claro, claro… Certamente o governo vai vender também o Banco do Brasil no Natal e a Petrobras no Réveillon…

#Banco do Brasil #Ministério da Infraestrutura #Petrobras #Porto de Santos

O ESG do Credit Suisse

22/09/2022
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O Credit Suisse está montando um novo fundo ESG para o Brasil. Em todo o mundo, o banco tem mais de 50 veículos de investimentos em projetos de sustentabilidades, três deles voltados ao mercado brasileiro.

#Credit Suisse #ESG

Os dados já estão rolando para o Ministério de Lula

19/09/2022
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Ainda que seja eminentemente especulativo, devido à decisão do próprio Lula de omitir os nomes dos candidatos, o futuro Ministério de um eventual governo do PT já tem uma costura inicial. O ex-presidente é useiro e vezeiro em afirmar que ministro se anuncia depois que se ganha a disputa. Não é um consenso nem entre seus assessores mais próximos. Trata-se de uma das informações mais relevantes desse período eleitoral. Ela é determinante para sancionar a maior ou menor credibilidade de Lula, pelo menos junto a um espectro com grande poder decisório na iniciativa privada. Mas o candidato petista não larga o osso. O coletivo mais quente dos mais votados vai de um “museu de velhas novidades” até um balaio de “surpresas surpreendentes” – o RR de 30 de agosto antecipou alguns poucos nomes. O mais recente rumor é uma “velha e oportuníssima novidade”:  o upgrade de Marina Silva após seu apoio à candidatura Lula. Desde que Marina deixou o ministro do Meio Ambiente, no primeiro governo do PT, os dois políticos se tornaram bicudos. O bordado para o desposório da ex-ministra e Lula antecedeu em algumas semanas o apoio de Marina ao candidato. Marina retornaria, segundo apurou o RR, como ‘’ministra ESG”, com força total, incluindo na sua pasta as mulheres, negros, índios e demais grupos sociais minoritários, além é claro do meio ambiente.

A ex-seringueira teria uma secretaria especial a parte para tratar dos aspectos e demonstrativos referentes à governança, dirigida por um especialista renomado em práticas e contabilidade das políticas de integridade, conformidade e compliance – fala-se em um técnico do Banco Mundial.  Mas uma das funções mais nobres de Marina seria dar firmeza à demonstração do governo do PT em combater o desmatamento da Amazônia. O acrônimo ESG colado em Marina teria como um dos objetivos melhorar a imagem do Brasil no mundo. Queira-se ou não, ela é uma representação do país bastante positiva no exterior, notadamente na Europa, continente que se tornou o principal crítico do descaso ambiental e social do Brasil.

Marina Silva faz parte do time estelar do “ministério Lula”, mas não seria o astro de primeira grandeza. O n° 1 do primeiro time, como não poderia deixar de ser, será o ministro da Economia. A julgar pelo que apurou o RR, este está em fase de escolha entre o virtual vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e o candidato do PT para assumir o governo do Estado de São Paulo, Fernando Haddad. Como se sabe, Haddad está para o governo de São Paulo como Lula está para a Presidência, ou seja, bem à frente nas pesquisas, o que reduz suas possibilidades de assumir o Ministério mais nobre do país. Lula quer ter os dois maiores PIBs do país, o do Brasil e o de São Paulo, sob seu comando. Mais provável é que o candidato a ministro da Economia para valer seja mesmo o “Geraldo”.

Lula tem gratidão pelo “picolé de chuchu” ter aceitado o convite para compor sua chapa à Presidência e ser sua âncora junto ao centro e ao centro-direita. Há pistas já lançadas de que o “Geraldo” será recompensado. Lula já disse que não convidará nenhum dos quadros dos seus antigos governos e que a preferência para o Ministério da Economia recai sobre um quadro que não precisa ser um economista, mas sim que tenha habilidade política. “O que não quer dizer que não seja economista e político”, ressaltou o ex-presidente. Mas, a maior demonstração de que Alckmin tem tudo para ser o “cara” foi uma nada sutil declaração “daquelas bem Lula”. Em evento realizando em uma entidade patronal, um dos empresários presentes perguntou de chofre se o candidato do PT escreveria uma outra carta ao povo brasileiro. Lula respondeu igualmente de pronto, apontando para Alckmin: “Minha carta ao povo brasileiro está ali”.

Os assessores palacianos são uma grande incógnita mesmo no espaço amplo das especulações. Durante algum tempo, o senador Jaques Wagner foi cotado para a chefia do Gabinete Civil, mas a decisão de Lula de não repetir seus ex-colaboradores no atual governo meio que o tira de uma virtual competição. Segundo fontes bem próximas a Wagner, ele não gostaria de ter um papel de grande protagonismo no futuro governo. Junta pouca fome com a indisposição em comer. Nesta semana, o nome que ascendeu para os cargos de Gabinete Civil ou Secretaria Geral da Presidência foi o de Gleisi Hoffmann. Lula tem apreço pela presidente do PT, que lhe foi fiel em todos os minutos. Além do mais, o pequeno grande critério de não pertencer a seus governos passados não a atinge: Gleisi foi ministra do governo Dilma, não da gestão Lula. E um dado comportamental que o ex-presidente adora: Gleisi quer trabalhar o tempo inteiro, o que, portanto, lhe tira uma enorme bagagem das costas.

Há ainda uma possibilidade de um outro pé de boi, o economista Aloísio Mercadante, assumir um cargo no Planalto: o de secretário particular da Presidência. Trata-se de uma escolha pessoal, da qual Lula pode se proteger afirmando que a função não é a de ministro, nem que ele tenha comparecido em governo anterior, mas, sim, de um assessor pessoal. Quem sabe? Coisas de Lula.

Com Alckmin, conforme tudo indica que ocorrerá, ou mesmo Fernando Haddad, o ministério Frankenstein da Economia de Paulo Guedes, será desmembrado. O Ministério da Indústria e Comércio voltará à cena. O nome mais forte para a missão é o do atual presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, filho do vice-presidente de Lula, José Alencar. Essa é uma pule de dez. O pacote de Josué traz gratidão, lealdade, reconhecimento da competência e indiscutível representação de classe. Chegou-se a cogitar, inclusive, seu nome para o ministério da Economia. Ou mesmo da Infraestrutura.

Uma das outras pernas da centopeia criada por Guedes, o Ministério do Planejamento, iria para o economista Luiz Guilherme Schymura, atual presidente do Ibre, da Fundação Getulio Vargas, e ex-presidente da Anatel, ainda no governo Lula. Schymura não é o que se poderia chamar de um liberal clássico ou um neoliberal, mas um liberal modernizante ou progressista, com pensamento praticamente antagônico ao do atual gestor da Economia. Receberia o afortunado retorno do BNDES para a Pasta do Planejamento. Trata-se de uma questão em aberto. Também Josué deseja o banco debaixo do guarda-chuva do Ministério da Industria e Comércio. Como já foi dito e redito,  Lula quer turbinar o banco e recolocá-lo no centro de importantes decisões econômicas. E o presidente do BC? Como o RR ressaltou no dia 13 de setembro, até meados do provável governo Lula – ou aliás, qualquer outro governo – Roberto Campos Neto será o titular da autoridade monetária. E daí para frente? Campos Neto já disse que não pedirá sua recondução.

Pelo menos 80% das cartas do baralho constroem as canastras que levam ao nome de Henrique Meirelles. O ex-presidente do BC no governo Lula tem a confiança do candidato do PT. Já sinalizou que ficará na moita, acumulando a participação em conselhos de empresas, fazendo hora até que seu tempo chegue. Ou não, conforme todas as hipóteses aventadas nesse texto. Até porque, só Lula escolhe quem vai, para onde vai e em qual hora anunciar.

Para o Ministério do Trabalho, extinto e recriado pelo governo Bolsonaro, três nomes de alta envergadura no PT são comentados para o cargo: Ênio Verri, Rui Costa e Wellington Dias. Verri é economista, atual vice-líder do PT na Câmara, tem excelentes relações com Roberto Requião – de quem foi secretário do Planejamento. Costa sucedeu a Jaques Wagner no governo da Bania. Teria o apoio de José Dirceu. Já Wellington Dias é considerado um dos quadros mais preparados e moderados do PT. Dias é especializado em políticas públicas. Foi vereador, deputado estadual, deputado federal, senador e governador do Piauí, todos os mandatos pelo PT. Atualmente – e bem provável que seja temporariamente – busca uma cadeira de senador.

Lula teria ainda uma novidade para a Educação, que pretende tornar uma das Pastas mais prestigiadas da constelação de ministérios do seu governo. Para o cargo seria convidado o economista Claudio Haddad, dono do Insper.  O patrono da indicação de Haddad seria o candidato a governador e homônimo, Fernando Haddad, que, inclusive, deu aula no Insper – ver RR de 25 de julho. O economista assumiria um papel de “gestor da educação”, dando ordem nos gastos e sua destinação. Há muito dinheiro do governo dirigido à educação. O retorno, porém, é baixo porque sua alocação é ineficiente. Haddad seria o nome indicado para a missão.

Se depender do kaiser do PT, o suspense seguirá até o fim do provável segundo turno. Lula fez praticamente o mesmo no seu primeiro mandato. Sua festejada intuição parece dizer que é melhor jogar como um poste fincado na pequena área. Ele dificilmente criará fatos políticos capazes de deslocar o seu mando de campo. Fica tudo em suspense, para anunciar depois. Aguardemos.

#Fernando Haddad #Gleisi Hoffmann #Lula #Marina Silva #PT

Brasil é a pedra de toque na sustentabilidade da Cofco

16/09/2022
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A Cofco vai intensificar os investimentos para monitorar sua cadeia de fornecedores no Brasil. A intenção dos chineses é  antecipar a meta de rastreamento de 100% da soja comprada no país – inicialmente prevista para dezembro de 2023. O impulso vem, como em boa parte dos casos, de fora para dentro, do mercado. O Brasil é uma peça fundamental no empréstimo de US$ 1,6 bilhão obtido recentemente pela Cofco International junto a um pool de 19 bancos da China, Austrália, Europa, Japão, Cingapura e Estados Unidos. O financiamento está atrelado a metas de sustentabilidade, por sua vez relacionadas a três indicadores: nota de gestão ESG, medida pela agência de classificação Sustainalytics, a rastreabilidade e a análise socioambiental de seus fornecimentos diretos de soja brasileira.

#Cofco #ESG

Softbank corta investimentos no Brasil

12/09/2022
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O Softbank – um dos grandes players mundiais do mercado de venture capital, com uma carteira de ativos de US$ 350 bilhões – está repaginando sua operação no Brasil. Marcelo Claure, head do Latam Fund, principal veículo de investimento no país, deixou a instituição. É a segunda baixa desde abril, quando outro executivo, Paulo Passoni, que se reportava diretamente a Claure, saiu do banco japonês.

Além das mudanças no management, o Softbank, que desembolsou mais de US$ 2 bilhões no país nos últimos dois anos, vai reduzir o volume e o ritmo de novos aportes em empresas brasileiras. Segundo o RR apurou, a medida vai afetar startups das quais a instituição financeira já é acionista. O banco não pretende participar de novas rodadas de capitalização de companhias como a Rappi e a healthtech Alice. Procurado, o Softbank não se manifestou.

O recuo do Softbank terá um inevitável efeito-dominó sobre a indústria de venture capital no Brasil. Entre janeiro e abril deste ano, por exemplo, a instituição respondeu por 20% de todos os investimentos em startups no país, com aportes de R$ 2,4 bilhões. A freada de arrumação no país se dá na esteira dos fortes prejuízos globais sofridos pelo banco japonês.

Entre abril e junho deste ano, a instituição registrou o maior prejuízo trimestral de sua história – US$ 23 bilhões. No mesmo período, o Vision Fund, fundo do Softbank focado em techs, reportou perdas equivalentes a US$ 21,6 bilhões – ressalte-se que agora o Latam Fund é parte justamente do Vision. Os prejuízos abalaram a reputação não só do banco, mas de seu fundador, Masayoshi Son. O banqueiro japonês é conhecido por ser centralizador e conduzir com rédeas curtas todas as estratégias de investimento do Softbank.

#Latam Fund #SoftBank

BNDES será o “Ministério da Indústria” de Lula

5/09/2022
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O governo Lula já tem definido que voltará a fazer política industrial. O comitê de assuntos econômicos do candidato do PT, contudo, tem outros planos para a instância responsável pela indústria. Quem receberá esta competência não fica em Brasília nem é sequer um ministério. O dono da bola, ou para ser preciso, da indústria é um banco de fomento e está situado na Av. Chile, no Rio de Janeiro, quase em frente à Petrobras.

Trata-se do BNDES, que receberá uma verdadeira reparação do estrago cometido na gestão Bolsonaro e voltará a gerir a política do setor secundário da economia. A missão deixa de ser do Ministério da Economia – coisa que nunca foi mesmo -, e o antigo Ministério da Indústria e Comércio permanece extinto. É uma missão hercúlea para o banco: reduzir o hiato entre o crescimento do Produto Industrial de pouco mais de 30% do PIB, há cerca de 40 anos, para 11% do PIB, na atual gestão.

Apesar de Lula insistir em afirmar que o BNDES financiará primordialmente as pequenas e médias empresas – declaração comum a todos os candidatos porque dá voto – nas internas do comitê econômico do PT o programa para ressureição da indústria já ganhou os retoques finais. O banco vai financiar, sim, as PMEs, com a transferências dos Sebraes nacional e regionais e mais foco e aportes nessa operação. Mas não são as PMEs a pedra de toque do BNDES idealizado pelos petistas. A divisão de funções é bem mais ampla.

O BNDES voltará a atuar na substituição de importações – adubo, chips, aparelhos eletrônicos sofisticados, satélites aeroespaciais, complexo industrial de saúde, entre outros (ver RRs de 28 de janeiro e 28 de julho) – com financiamento ou cofinanciamento a empresas que se dispuserem a ingressar nesses setores. O banco se dedicará também às concessões, tocando o mesmo diapasão que permitiu a Paulo Guedes amealhar centenas de bilhões de compromissos de investimentos até 2030. Todos os projetos deverão estar em linha com a agenda ESG e a renovação da matriz energética. A ideia é que a combinação desses vetores potencialize a indústria e inverta a rota de “africanização” do setor. O BNDES é o órgão de governo mais abalizado para cumprir essa tarefa. Se vai conseguir, somente o futuro dirá.

#BNDES #ESG #Lula #Ministério da Indústria e Comércio #PT

Uma gordurinha a mais na inflação

5/09/2022
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Segundo informações filtradas do Ministério da Agricultura, o custo de produção de suínos no Brasil registrou nova alta em agosto – os números serão divulgados nos próximos dias. No acumulado do ano, a elevação já beira os 10%. É o suficiente para o governo já temer um aumento da inadimplência entre os suinocultores em empréstimos de bancos públicos.

#Ministério da Agricultura

A cautela consignada do BB e da Caixa

2/09/2022
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Há ruídos entre o Palácio do Planalto e o Banco do Brasil e a Caixa. O motivo é a demora dos dois bancos em iniciar a oferta de crédito consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil. As duas instituições ainda parecem tratar o assunto com prudência. Em contato com o RR, o BB disse que “avalia condições técnicas e negociais com base na regulamentação definida pelo governo federal.” A Caixa, por sua vez. informou que “as condições do crédito consignado, destinado aos beneficiários do Auxílio Brasil, serão divulgadas e oferecidas após a publicação de portaria do Ministério da Cidadania, com as normas complementares sobre a operação.”

#Auxílio Brasil #Banco do Brasil #Caixa Econômica #Ministério da Cidadania

Comício rubro-negro

25/08/2022
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O governador Ibaneis Rocha, candidato à reeleição, quer levar um jogo do Flamengo no Campeonato Brasileiro para a Brasília. Ressalte-se que o banco estatal BRB já é o patrocinador master do clube.

#BRB #Flamengo #Ibaneis Rocha

Bolsonaro quer destravar consignado para o Auxílio Brasil

16/08/2022
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A bondade de Jair Bolsonaro não acaba. No rol das propostas em estudo, a equipe econômica discute a construção de uma fórmula que viabilize o crédito consignado aos participantes do Auxílio Brasil utilizando-se uma combinação até então inédita: a criação de um teto de juros vinculado à garantia de um benefício mensal de R$ 500 pelos próximos quatro anos – tempo do “futuro” mandato do atual presidente. Ressalte-se que tanto Lula quanto Bolsonaro já prometeram a manutenção do valor de R$ 600 até o fim de 2023.

O presidente triplicaria a aposta, trocando 12 parcelas de R$ 600 por 48 meses de R$ 500. A conta dos assessores de Paulo Guedes leva em consideração uma redução dos benefícios fiscais, de forma a compensar os gastos adicionais com o Auxílio. Na verdade, a equipe econômica encontraria uma justificativa social e de forte apoio popular para cortar uma parcela das renúncias fiscais – são mais de R$ 300 bilhões por ano distribuídos àqueles que menos precisam.

Ao mesmo tempo, o governo usaria a medida para mitigar a resistência da banca privada em conceder crédito consignado aos que recebem o Auxílio Brasil. Os bancos não querem emprestar sem um teto de juros, com o risco de corrosão da assistência à pobreza. Com a proposta, Bolsonaro condicionaria o discurso de Lula à sua promessa de melhoria do padrão de renda dos mais pobres. Restaria ao petista aumentar a dose ou imitar o adversário. Seria a maior das “bondades” apresentadas por Bolsonaro no seu pacotão eleitoral. Difícil para a oposição criticar a concessão de dinheiro adicional aos mais pobres. Já que “Bolso” estaria dando os recursos e dizendo de onde eles vão sair, não haveria, a priori, comprometimento de ordem fiscal. Além de o governo garantir quatro anos de Auxílio Brasil na casa de R$ 500 e dar uma solução para o “microcrédito emergencial”. Seria um presentão para o 7 de setembro. Menos para Lula, Ciro Gomes e Simone Tebet.

#Auxílio Brasil #Jair Bolsonaro #Lula #Paulo Guedes

Pax federativa

15/08/2022
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O Banco Regional de Brasília tem se revelado um financiador da federação. A um só tempo, está negociando empréstimos aos estados do Maranhão e Sergipe para investimentos em infraestrutura. As duas operações somam cerca de R$ 360 milhões.

#Banco Regional de Brasilia #Maranhão #Sergipe

Telecom Italia já pensa em colocar a TIM sobre o balcão

8/08/2022
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Há fortes rumores no mercado de que a Telecom Italia prepara sua saída do Brasil. Os italianos estariam apenas esperando a conclusão da compra da rede móvel da Oi – compartilhada com a Claro e a Vivo – para iniciar o processo de venda da TIM Brasil, maior operação do grupo fora da Europa. A incorporação desses ativos é fundamental para aumentar o valuation da empresa. Outro trunfo dos italianos para alavancar o preço de venda da companhia é a instalação da rede 5G, a começar pelo maior mercado do país: a operadora foi a primeira a ativar a nova frequência em 100% dos bairros da cidade de São Paulo.

Tomando-se como base apenas o valor em bolsa, a TIM Brasil é uma empresa da ordem de R$ 30 bilhões. Procurada, a TIM não quis se pronunciar. Na atual circunstância, a venda da companhia não é um negócio dos mais simples. Claro e Vivo, em tese candidatas naturais à aquisição, estão sobrecarregadas não só pela compra conjunta da rede da Oi, mas, sobretudo, pelos pesados investimentos feitos na implantação do 5G no Brasil. A empresa de Carlos Slim está desembolsando apenas neste ano cerca de R$ 11 bilhões no país; no caso do grupo espanhol, a cifra gira em torno de R$ 9 bilhões.

A alternativa para a Telecom Italia seria buscar um comprador fora do mainstream, leia-se um novo entrante no mercado. Seria, por exemplo, o caso da dupla BTG e Amos Genish? O banco de André Esteves e o executivo se associaram recentemente na vTal, criada a partir do spin-off da rede de fibra óptica da Oi. Genish conhece a TIM de forma intestina: entre 2017 e 2018 foi CEO da própria Telecom Italia. Não é a primeira vez que a venda da TIM Brasil entra na pauta da Telecom Italia. Agora, no entanto, a situação apertou.

A negociação da TIM daria fôlego ao grupo italiano para resistir a eventuais investidas de forasteiros, como a recente tentativa de compra pela gestora norte-americana KKR. Há forte pressão política na Itália para que a companhia permaneça sob controle nacional. A Telecom Italia é quase uma ex-estatal. O “quase” fica por conta da “golden share” que dá consideráveis poderes ao governo italiano sobre a companhia. A eventual negociação da operação brasileira é um movimento tão importante que teria pautado a própria sucessão do grupo, leia-se a nomeação de Pietro Labriola para o cargo de chairman. Labriola desponta como o nome certo para conduzir o processo de alienação da TIM Brasil: por pouco mais de dois anos e meio, ocupou a presidência da empresa brasileira.

#Claro #Oi #Telecom Italia #TIM #Vivo

Dois pra lá, dois pra cá

8/08/2022
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A aprovação no Senado do empréstimo de US$ 500 milhões do Bird (Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento) para o estado de Goiás deve ser creditada na conta de Ronaldo Caiado. O governador costurou diretamente com Jair Bolsonaro o apoio da base aliada para acelerar a votação no Congresso. A contrapartida? Caiado já trabalha dentro do União Brasil para afastar qualquer movimento de aproximação do partido com Lula, como o que vem sendo ensaiado por Luciano Bivar.

#Bird #Jair Bolsonaro #Lula #Ronaldo Caiado

Baterias carregadas

29/07/2022
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A Guaimbê Solar Holding está formatando uma nova leva de projetos que devem somar investimentos da ordem de R$ 2 bilhões. A empresa de geração solar e eólica da AES Brasil recebeu recentemente uma carga extra com um aporte do Itaú. O banco passou a ser dono de 24% da companhia.

#AES Brasil #Guaimbê Solar Holding #Itaú

Programa de Lula reserva um novo figurino para o BNDES

28/07/2022
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Bye Bye “cavalos vencedores” ou “campeões nacionais”. A política industrial que se discute no PT não acende sequer uma vela para as prioridades das gestões de Lula I e II e Dilma I e II. Não sobrou saudade do projeto de inserção internacional do BNDES nos tempos de Luciano Coutinho na presidência do banco.

Pelo contrário. A nova proposta é focar em produto e não em empresa. Coutinho, como se sabe, elevou à enésima potência o apoio a companhias como JBS, Odebrecht (e outras indústrias da construção pesada), Oi, BRF, Marfrig, entre as mais votadas. Não que tenha errado de todo. O estímulo à JBS, Marfrig e BRF permitiu que o Brasil se tornasse um gigante da cadeia da proteína e praticamente o player formador de preços no setor de carnes. Rememorando a origem dos “campeões nacionais”: a tese foi a resultante de uma disputa acadêmica entre Coutinho e o ex-presidente do BNDES Antônio Barros de Castro que defendia o financiamento a setores – o que não deixa de ser um apoio a produtos – e não a empresas. O PT vai resgatar o pensamento de Barros de Castro, colocando no centro da política industrial os insumos estratégicos, ou seja, os setores escolhidos.

As informações vazadas ao RR permitem algumas conclusões: primeiramente, vai ter política industrial, sim, com um BNDES proativo; em segundo, há um crossover da política de substituição de importações com a “nova política industrial do PT”; terceiro, os economistas que têm debatido o programa petista acreditam que ingressamos em uma era de “desglobalização”; quarto, as consequências geoeconômicas da guerra entre Rússia e Ucrânia podem estar apenas começando, com impactos enrustidos na cadeia global de suprimentos; quinto, o Brasil é dependente em demasia de produtos como fertilizantes, chips e itens essenciais do complexo industrial de saúde; Portanto, estes últimos estão entre os primeiros da fila de prioridades.

#BNDES #BRF #Lula #PT

Mudança de rumo

28/07/2022
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O BNDES decidiu não operar, a partir do ano que vem, a linha de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador. O banco vai seguir com empréstimos às atividades agropecuárias do pequeno produtor rural, mas utilizará dinheiro próprio. Com a decisão, o R$ 1,5 bilhão da rubrica Depósitos Especiais do FAT, a ser aplicado em 2023, que o BNDES utilizaria nos financiamentos, estará nas mãos de outra instituição financeira federal, talvez o Banco do Brasil ou o Banco do Nordeste.

#BNDES #FAT

Uma “criptobolsa” para a negociação de commodities

19/07/2022
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Imaginem café, minério e petróleo sendo citados em moeda digital. Pois esta novidade está sendo aventada entre os agentes do comércio exterior. Trata-se da comercialização de commodities em uma bolsa de criptomoedas. Apenas mais uma ação disruptiva nos mercados a partir da ascensão do novo “meio de pagamento”.

Por ora, há uma disputa no mercado mundial de criptomoedas sobre quem vai regulamentar as operações com o ativo digital. No Brasil, de um lado estão o Banco Central, CVM e Susep, entre outros menos votados; do outro, Ambima e Abrapp, favoráveis à autorregulamentação. Outras entidades estão de olho nesse debate, querendo meter sua colher na definição das regras desse novo mercado. Todos querem fincar sua bandeira no mar revolto das criptomoedas, que, ao contrário dos fatos pretéritos, têm sido tratadas pelas consultorias e bancos espertos como águas plácidas de um estuário de lucros esplêndidos.

Os Bancos Centrais do mundo consideram que as criptomoedas são uma questão monetária dos Estados nacionais, na medida em que discutem as bases para criação de moedas digitais oficiais. Os autorreguladores, porém, entendem que a iniciativa é dar murro em ponta de faca, pois a tecnologia do blockchain torna no mínimo improvável que os BCs consigam deslocar a “soberania do mercado” sobre o livre trânsito desses ativos. A depender dessa contenda está a maior ou menor inserção dos bancos comerciais nas criptomoedas, hoje os maiores perdedores com a expansão das moedas digitais, desreguladas, deslastreadas e mal tributadas.

O que está em jogo é uma expansão, mais ou menos arriscada, das criptomoedas, com ou sem um marco regulatório, no mercado de aplicações financeiras. É desse caldo que surgirão novas fronteiras para negociação com as cripto, a exemplo das commodities. Por enquanto, corretoras que criaram o seu próprio limbo, como a XP e a QR Asset e agora também o Banco Itaú, seguem vendendo fundos em moeda digital sem medo de ser feliz. Os investidores que se cuidem. Entre os dois pontos que ligam a festa dos lucros e a ressaca dos prejuízos há uma linha reta que pode ser muito curta.

#Banco Central #Criptomoedas #CVM #Susep

Vai dar namoro?

14/07/2022
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Há rumores que o Nubank e o Banco do Brasil conversam sobre o futuro da BB DTVM. Se rolar o namoro, será um susto para todo o mercado.

#Banco do Brasil #BB DTVM #Nubank

Duplo chapéu

12/07/2022
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O papel de Amos Genish na V.tal, criada a partir da compra da rede de fibras ópticas da Oi, não se limitará ao cargo de CEO. Genish, ex-CEO da TIM Brasil, está buscando investidores internacionais para a empresa, controlada pelo BTG. O banco diz que a informação não procede.

#Amos Genish #Banco BTG #TIM Brasil #V.tal

O golpe não sai da cabeça de José Dirceu

8/07/2022
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José Dirceu só pensa no golpe. Cogita, inclusive, fazer contato com parlamentares democratas norte-americanos com o objetivo de sensibilizá-los evocando a Carta Democrática Interamericana da OEA. Dirceu ressalta que a democracia é, implicitamente, uma cláusula pétrea da Constituição brasileira. O ex-ministro considera que os Estados Unidos, em caso de golpe de Estado, poderiam congelar as reservas cambiais brasileiras, uma iniciativa similar à que foi feita com a Rússia por conta da invasão da Ucrânia. Como se sabe, Dirceu tem algum trânsito com os políticos norte- americanos. Foi ele o responsável pela articulação com o então vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, em torno da nomeação de Henrique Meirelles para o comando do Banco Central. À época, Meirelles era presidente do FleetBoston. Mas nem Dirceu, chamado pelos petistas de “Comandante de Ferro”, resiste aos prosaicos golpes do dia a dia. No momento, encontra-se recolhido em casa com Covid. Mesmo assim, pensando no golpe sem parar.

#Banco Central #Henrique Meirelles #José Dirceu #OEA

O encontro das águas da Iguá e da BRK Ambiental

7/07/2022
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Faria Lima, 4.300 – 14° andar. No escritório da canadense CPP Investments no Brasil está sendo arquitetada o que pode vir a ser a maior operação de M&A já realizada no setor de saneamento no Brasil: a fusão da BRK Ambiental e da Iguá Saneamento. A gestora de recursos – braço do Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB), um potentado com mais de meio trilhão de dólares em ativos – negocia a compra de até metade das ações da Brookfield na BRK.

A conterrânea canadense tem 70% do capital. Estima-se que a fatia total da Brookfield valha algo próximo de R$ 6 bilhões. Uma vez dentro do capital da BRK, a CPP Investments estaria em uma posição privilegiada para o segundo movimento: costurar a fusão da companhia com a Iguá Saneamento, da qual a gestora canadense já é acionista, com 15%. Da associação poderá emergir um grupo com faturamento da ordem de R$ 5 bilhões e Ebitda combinado de R$ 1,1 bilhão, a números de 2021. A própria Brookfield seria um aliada importante da CPP nessa intrincada engenharia.

Ainda assim, não se trata de uma operação das mais simples. Algumas pontas precisam ser atadas de parte a parte. Do lado da BRK, uma incógnita é a posição da Caixa Econômica. O FI-FGTS, ad- ministrado pelo banco estatal, detém 30% da empresa – participação está avaliada em R$ 2,7 bilhões. Do outro lado, a CPP já mantém conversações com a BNDESpar, sua sócia na Iguá. Dona de 13% da empresa, a agência de fomento é vista pelos canadenses como um agente facilitador da operação. Dentro do banco há uma preocupação com o elevado nível de alavancagem tanto da BRK quanto da Iguá e seu impacto sobre a capacidade de investimento das duas empresas e sobre o próprio setor.

A primeira tem uma dívida de curto prazo equivalente a sete vezes o seu Ebitda. No caso da Iguá, esse peso é ainda maior: 14 vezes. Em fevereiro, a S&P rebaixou o rating tanto da companhia quanto de suas debêntures devido ao elevado endividamento. O aporte da CPP e a consequente fusão dariam o fôlego necessário à nova companhia. Sede de Brasil, por sinal, é o que não falta aos canadenses. Somente nos últimos meses, a gestora uniu-se à Votorantim para criar a Auren Energia, empresa com R$ 15 bilhões de valor de mercado. O próprio Canada Pension Plan, por sua vez, costurou por dentro outra grande operação de M&A: a recente fusão da BR Malls e da Aliansce. A Faria Lima, 4.300 – 14° andar – crepita.

#BNDESPar #BRK Ambiental #Brookfield #Canada Pension Plan Investment Board #CPP Investments #Iguá Saneamento

Cesta de três

6/07/2022
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Um grande banco de investimentos está buscando um fundo para comprar o NBB, a liga brasileira de basquete.

#NBB

Brisa forte

4/07/2022
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Emissários do Grupo Brisa, de Portugal, têm percorrido bancos de investimentos e empresas de concessões rodoviárias no Brasil. Buscam parceiros para entrar nos próximos leilões do setor no país. Seria a volta do Brisa ao Brasil: o conglomerado português foi sócio da CCR até 2010.

#CCR #Grupo Brisa #Portugal

A segunda chance da Elektra

1/07/2022
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A varejista mexicana Elektra ensaia seu retorno ao Brasil. Grandes fabricantes de eletrodomésticos já estão sendo procurados pelo grupo. Desta vez, a Elektra deverá se limitar ao e-commerce, diferentemente da sua primeira e mal sucedida investida no país. Em 2008, a rede do magnata mexicana Ricardo Salinas chegou ao Nordeste em uma operação casada com o Banco Azteca, do mesmo grupo. Era o auge do estímulo ao crédito e ao consumo no governo Lula. Ainda assim, o plano de montar uma grande operação com mais de mil pontos de venda em todo o Brasil naufragou. A Elektra chegou no máximo a 35 lojas, todas fechadas em 2015.

#Elektra #Lula #Ricardo Salinas

BNDES na Defesa

30/06/2022
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O projeto de construção do novo Navio de Apoio Antártico (NApAnt) da Marinha do Brasil tem tudo para avançar mais alguns nós. Há tratativas para que o BNDES financie fabricantes de peças e equipamentos da indústria naval. Procurado, o banco confirma que “poderá apoiar os fornecedores da cadeia de suprimentos necessários para a construção do NApAnt”. A cargo da Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron), o projeto de montagem da embarcação está orçado em quase R$ 700 milhões. Depois do Prosub, o novo programa de submarinos da Marinha, é um dos maiores investimentos em curso na Força Naval. A construção do navio será feita pelo estaleiro Jurong Aracruz (EJA) e pela Sembcorp Marine Specialised Shipbuilding.

#BNDES #Marinha do Brasil

O curto-circuito no papo dos “Economistas do Brasil”

28/06/2022
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A leitura da lavação de roupa suja do grupo “Economistas do Brasil”, vazada nas mídias no último fim de semana, não revela nada muito explosivo, além de teses fascistoides do ex-presidente do Banco do Brasil Rubem de Freitas Novaes. O RR teve acesso ao conteúdo das conversas. O ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco, que se desentendeu com Novaes no grupo de economistas, não disse nada de tão novo que já não tenha dito antes, por ocasião da sua conturbada saída do cargo. Castello, em vários pontos da conversa, reforça o que já tinha falado: a tentativa permanente de Bolsonaro em intervir na Petrobras e sua disposição de não ceder às demandas despropositadas. No mais, são pedidos do presidente para mudar a regra de correção dos preços dos combustíveis e queixas da comunicação da estatal. Quem posa de Darth Vader no lado negro da força é Novaes, com sugestões horrorosas para o combate à inflação e, diga-se de passagem, a busca obsessiva de fazer de uma afamada jornalista inimiga no 1 não só dos economistas interlocutores no grupo, mas de todo o Brasil.

#Banco do Brasil #Petrobras #Roberto Castello Branco #Rubem de Freitas Novaes

Nova roupagem

23/06/2022
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Após desistir da venda do BB Americas, o Banco do Brasil pretende dar uma guinada na operação, com foco na área de private banking e alta renda. Além disso, a controlada deixará de ser um negócio insular e será absorvida pelo próprio BB, em Miami.

#Banco do Brasil #BB Americas

Acervo RR

Campanha

22/06/2022
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Rodolfo Landim estuda levar alguns jogos do Flamengo para o Estádio Mané Garrincha, em Brasília. O governador Ibaneis Rocha, candidato à reeleição, agradece. Não custa lembrar que o Banco Regional de Brasília é o patrocinador master do rubro negro.

#Flamengo #Ibaneis Rocha #Rodolfo Landim

Bola longa

20/06/2022
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Um grande banco de investimentos vêm tentando fazer uma tabelinha com o fundo americano RedBird, que acaba de comprar o Milan. Ao menos é o que a instituição em questão tem vendido para os clubes brasileiros que assessora.

#RedBird

O bye, bye, Brasil da Vale?

15/06/2022
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Há na Vale um “manda chuva” que defende a mudança da sede fiscal da companhia para Bruxelas. O assunto é sério. E pode ir ao Conselho. Em seus idos de empresa estatal, a Vale, então conhecida pelas iniciais do seu nome, CVRD, tinha uma cabeça de ponte naquele país, a Rio Doce Europa. A subsidiária era comandada por Eliezer Batista, um mito entre os “valerianos”, o que por si só já justificava ser considerada uma segunda sede.

A partir de Bruxelas, a Vale lançava seus tentáculos pelo mundo, fazendo daquele país um corredor para suas vendas. A sede da Vale só não se foi de vez porque Carlos Lessa, em sua polêmica gestão na presidência do BNDES, comprou ações suficientes da empresa para evitar a medida. De certa forma, guardadas as devidas proporções, é o que acontece com a JBS. A expressiva presença do banco no capital da empresa (cerca de 20%) é um impeditivo ao velho projeto dos irmãos Batista de transferir o centro de decisões da companhia para o exterior.

No caso da Vale, ressalte-se, essa trava não existe mais: em fevereiro do ano passado, o BNDES zerou sua participação societária na mineradora. Consultada pelo RR, a Vale não se manifestou. Um ex-diretor da Vale afirmou ao RR que a ideia é muito difícil, quase impossível, devido a resistências de ordem política. Mas, se fosse para ser implementada, a escolha não deveria ser Bruxelas, mas, sim, Pequim, pois a China é o grande comprador de minério de ferro do Brasil e, portanto, o hub natural para vendas no Oriente.

#BNDES #Eliezer Batista #Vale do Rio Doce

Os bons pagadores

15/06/2022
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Um indicador alvissareiro: o Banco do Brasil – administrador do Fundo de Garantia de Operações do Pronampe – projeta novas quedas no nível de inadimplência do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. O BB, segundo o RR apurou, já trabalha com uma estimativa para os pagamentos em atraso próxima dos 3% em agosto. Ressalte-se que, entre janeiro e abril, o índice de inadimplência do Pronampe já recuou de 5,3% para 4%.

#Banco do Brasil #Pronampe

Créditos à vista

15/06/2022
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A Enforce, leia-se BTG, é forte candidata à compra da carteira de créditos duvidosos do BRB (Banco Regional de Brasília), da ordem de R$ 1,2 bilhão.

#Banco Regional de Brasilia #BTG #Enforce

Cofres abertos 2

14/06/2022
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A entrada no capital do Banco Neon foi apenas o ponto de partida. O espanhol BBVA pretende comprar participações em outras fintechs no Brasil. A área de crédito é o alvo.

#Banco Neon

Uma longa jornada cambial noite adentro

14/06/2022
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O dólar fechou ontem a R$ 5,10. É grande a probabilidade que acorde hoje a um valor maior. Trata-se de uma resposta do mercado à sinalização de que o “minivolcker” está a caminho – uma alusão à disparada dos juros americanos liderada pelo então presidente do FED, Paul Volcker. As expectativas estão voltadas para amanhã, quando o banco central norte-americano anunciará sua taxa de juros. Ainda ontem, o mercado já projetava o dólar a R$ 5,50 no fim deste ano e a R$ 6 para 2023.

O BC tem bala na agulha para se proteger de incômodos cambiais. Desde 2011, as reservas estão acima de US$ 300 bilhões, valor bem acima do recomendado pelo FMI como colchão. O Brasil é credor líquido em títulos da dívida norte-americana. Já eliminou o imposto sobre o investidor estrangeiro que comprar títulos públicos. E as commodities não deixam de ser um hedge natural. Ou seja: a autoridade monetária tem espaço para outras desonerações na área cambial. As questões maiores parecem surgir na inflação e no endividamento empresarial.

Na inflação, porque o BC, provavelmente, será obrigado a elevar os juros acima dos 14% neste ano. Juros altos, como se sabe, é um “come-PIB”. Também deterioram a situação fiscal pela via do endividamento público e da redução da arrecadação. Pode estar chegando um novo tempo de heterodoxias na política econômica – vide a PEC do ICMS. Do lado do endividamento empresarial, há menos risco do que no passado, tempos de Aracruz e Sadia, que praticamente quebraram. Quase todas as companhias fazem hedge. A questão é que umas mais e outras menos.

Fora o fato de que o tamanho do passivo em dólar tem variações enormes em cada uma delas. São previsíveis, portanto, uma gangorra das cotações no mercado e a suspensão do pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio. No primeiro trimestre, a desvalorização cambial foi de cerca de 15%. Empresas com dívida em dólar elevada – como a Suzano, que tinha quase 85% do passivo tomado naquela moeda – ganharam muito no período em consideração. Aquelas que têm hedge natural, como a Vale, vão prosseguir surfando na onda. Tudo depende da força de vontade do BC e de até onde vai a disposição de ajuste fiscal por parte do Ministério da Economia. Esta última bastante improvável. Além, é claro, do impacto das eleições na tomada de decisão. Seja como for, todos os olhos estão voltados para o Norte. Na maior parte das vezes o que é bom para a América não é bom para o mundo.

#FED #FMI #Ministério da Economia #Paul Volcker

PEC do ICMS atinge o setor bancário na veia

9/06/2022
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Em primeiro, o Banco do Brasil; em segundo, a Caixa Econômica; em terceiro, o Itaú; em quarto, o Bradesco; e depois, a uma larga distância os outros. Esse é mais ou menos o ranking dos bancos que mais vão perder com a PEC do ICMS, segundo um integrante do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). O setor bancário – leia-se os quatro bancos citados, que representam cerca de 80% do segmento – é quem mais vai sofrer com a derrama dos estados e alguns municípios, caso a PEC venha a ser aprovada.

Há dúvidas maiores sobre a ordem da sangria entre o terceiro e o quarto lugares. Mas a dupla de bancos que está no pódio é campeoníssima nas perdas futuras e deverá, portanto, pagar bem menos dividendos à União. O Confaz já atualizou suas projeções para a queda da arrecadação dos estados: o rombo estimado subiu de R$ 83 bilhões para até R$ 110 bilhões. Mesmo que a União repasse entre R$ 25 bilhões e R$ 50 bilhões, esse dinheiro não cobre metade do buraco.

São 27 entes federativos que não terão solução a não ser o corte de despesas, incorrendo, em hipótese contrária, na Lei da Responsabilidade Fiscal por improbidade administrativa. Todos passam a ter teto de ICMS sobre combustíveis para compensar o furo no teto das despesas do governo. A partir de outubro a maior parte deles ficaria com o caixa negativo. Essa situação de crash estadual será, inevitavelmente, repassada à rentabilidade bancária, quer seja através da redução de floating, quer seja sobre impacto no caixa ou mesmo em função da queda do PIB dos estados. O RR perguntou à Febraban se há algum cálculo em relação ao impacto potencial da PEC do ICMS sobre a rentabilidade futura do setor. A entidade disse não ter “a informação solicitada”.

#Banco do Brasil #Bradesco #Caixa Econômica #Confaz #ICMS #Itaú

Tabelinha

6/06/2022
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Um grande banco de investimentos brasileiro deve se unir ao Flamengo no projeto de compra de um clube de futebol
em Portugal. As conversas têm sido conduzidas diretamente por Rodolfo Landim, com o apoio de um ex-dirigente do clube que atua no mercado financeiro.

#Flamengo #Rodolfo Landim

Stone e Getnet querem passar o cartão na mesma maquininha

2/06/2022
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A reestruturação societária anunciada pela Stone – com a redução do poder do sócio fundador Eduardo Pontes – é vista na própria empresa como antessala para uma operação maior, leia-se uma fusão com outro grande player do setor financeiro. Além do decantado interesse do BTG, há algum tempo apontado como candidato ao negócio, o RR apurou que a companhia estaria mantendo conversações com a Getnet, pertencente ao Santander. No mercado, há, inclusive, quem enxergue mais do que uma mera coincidência no fato da Stone ter anunciado mudanças no bloco de controle simultaneamente ao fechamento de capital da Getnet, já divulgado pelo banco espanhol.

As operações seriam movimentos societários geminados, um preparativo para a posterior associação entre as duas companhias. Procuradas pelo RR, Stone e Getnet não se manifestaram. A eventual combinação de negócios das duas empresas de meios de pagamentos daria origem a um gigante do mercado de “maquininhas”. Stone e Getnet somam receita líquida da ordem de R$ 7 bilhões e um Ebitda superior a R$ 1 bilhão – a números de 2021. Tudo, ressalte-se, potencializado por um sem-número de possibilidades de sinergia com os demais negócios do Santander no Brasil.

Stone e Getnet têm um ponto fundamental em comum: ambas precisam encontrar uma resposta rápida para enfrentar a concorrência de espécies cada vez mais distintas do ecossistema financeiro, de empresas de adquirência a startups com novas soluções de pagamento. O Pix é outro adversário brutal. Não por acaso, as ações das empresas de “maquininhas” derretem. De junho de 2021 para cá, o valor de merca- do da Stone caiu impressionantes 86% – o equivalente a mais de R$ 130 bilhões. A Getnet não chega a tanto. Mas apenas sete meses depois da sua listagem direta em bolsa, o valor da ação da empresa acumula uma retração de 58%.

#BTG Pactual #GetNet #Santander #Stone

Cemitério de bancos

1/06/2022
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Apesar da concentração do sistema financeiro em seis instituições, o Brasil anda possui 183 bancos. Segundo uma análise feita por uma raposa colaboradora do RR, dá para diminuir muito, pois quase 60% deles estão desativados.

#Economia

Ano eleitoral

19/05/2022
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O governador Ibaneis Rocha acenou ao Flamengo com a possibilidade de antecipar a renovação do contrato de patrocínio do Banco Regional de Brasília (BRB), que vence apenas em 2023.

#Flamengo #Ibaneis Rocha

Haddad é a carta na manga para o Ministério da Economia

12/05/2022
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Se não emplacar na eleição para o governo de São Paulo, Fernando Haddad é candidataço ao posto de ministro da Economia caso Lula venha a ser eleito. A expectativa criada pelo ex-presidente em relação ao programa econômico e ao nome do seu  ministro da Fazenda – Lula disse que só anunciará ambos “depois que ganhar as eleições” – é compreendida nas internas como “Operação Esperando Haddad”. O ex-ministro de Lula, e quem sabe futuro, não é o Godot da peça de Samuel Beckett.

Está com meio pé na missão. Haddad é entrosado com a turma do Insper, notadamente o presidente, Marcos Lisboa, que perfilou como secretário de política econômica no governo Lula. Já tem staff para a eventual missão. Haddad circula na área empresarial, tem uma pegada acadêmica e é tido como um negociador político plácido e conciliador.

É quase um liberal, um “mini FHC”. Ah, mas diria o mercado, em uma imaginária peça de Beckett: esperar Haddad tanto tempo é uma eternidade. Talvez não. Lembrais-vos do anúncio de Henrique Meirelles para o Banco Central. Lula só confirmou a escolha no dia 12 de dezembro de 2002, ou seja, apenas 20 dias antes de assumir a Presidência. Em tempo: o petista já tem seu presidente do BC, que atende por Roberto Campos Neto. Mas, para Haddad assumir o comando da política econômica, o PT terá de perder São Paulo, o maior PIB do Brasil.

#Fernando Haddad #Insper #Lula #Ministério da Economia

Lula e Alckmin planejam um choque regulatório

10/05/2022
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Lula e Geraldo Alckmin já estão trocando ideias para um futuro programa econômico. O petista e o ex-tucano estudam lançar uma espécie de choque de reafirmação regulatória. Esta pode ser uma das grandes surpresas da campanha. O projeto consistiria no fortalecimento da figura das agências. As atribuições de todos os órgãos reguladores do Estado passariam a ser definidas na própria Constituição. Hoje, apenas a Anatel (Artigo 21) e a ANP (Artigo 177) estão previstas na Carta Magna, ainda assim de forma superficial. As demais – a exemplo da ANAC, Aneel e ANTT, entre outras – nem isso.

Vivem em um limbo legal. Seu papel é definido de forma dispersa, a partir de uma algaravia de leis, portarias e decretos. A constitucionalização teria como objetivo tornar os órgãos reguladores independentes, a exemplo do Banco Central. Lula e Alckmin embalariam a medida com o discurso de que é necessário dar autonomia de fato às agências como forma de garantir o cumprimento de contratos em setores regulados da economia, como óleo e gás, energia elétrica, telefonia, concessões de infraestrutura etc. Ou seja: a dupla pretende passar um recado forte aos agentes de mercado de que, em seu governo, haverá segurança jurídica.

Tudo muito bom, tudo muito bem, mas, muito provavelmente, Lula não fará a autocrítica de que esse intervencionismo começou no governo de Dilma Rousseff, com sua nova matriz econômica. Entre outros artificialismos, Dilma segurou os preços da energia na marra. Deu no que deu. Como sempre, Lula vai mimetizando as circunstâncias. Há um algoritmo político na ideia de revigoramento dos órgãos reguladores. Seria um gesto exatamente na contramão do que o governo Bolsonaro tem feito. O presidente Jair Bolsonaro vem provando que é possível desacreditar as agências. Umas das marcas da sua gestão é que qualquer área regulada está à mercê dos caprichos do Executivo.

Trata-se da mesma e tortuosa lógica que pauta as seguidas intervenções do Palácio do Planalto na Petrobras, uma sociedade de economia mista. Isso quando a ameaça de descumprimento das regras do jogo não vem do Legislativo. Neste momento, por exemplo, o Congresso está acelerando a tramitação de um projeto que adia para 2023 o reajuste das tarifas de energia no Ceará, previsto para este ano. Uma vez aprovada, a proposta abre brecha para que o mesmo ocorra em outros estados.

Não haveria uma Carta ao Povo Brasileiro II. Lula e Alckmin apresentariam de forma picada propostas para a economia, notadamente com o intuito de acalmar os mercados. E, nesse caso, conforme já sinalizado, o ex-tucano terá um papel fundamental nessas inflexões ao centro e à direita. Uma das funções de Alckmin será testar esses projetos, medir a aceitação dos agentes privados e até mesmo abordá-los publicamente, de forma a diluir a vinculação do ex-presidente a temas menos afeitos ao seu eleitorado. É um dos temperos do “Risoto de Lula com Chuchu”.

#Anac #Aneel #ANTT #Dilma Rousseff #Geraldo Alckmin #Lula #Petrobras

Cesta de três

10/05/2022
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A XP Investimentos não avança somente nos gramados. O banco estaria em busca de um sócio internacional para o NBB, a liga brasileira de basquete.

#XP Investimentos

Há uma inegável química entre a Unipar e a Braskem

6/05/2022
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O RR crava que a Unipar tem sido procurada por fundos de investimento para apresentar uma oferta conjunta pela participação da Novonor (antiga Odebrecht) na Braskem. A premissa é que a proposta atenda aos bancos credores da holding e à Petrobras, com a aquisição também das ações em poder da estatal. A Unipar tem sinergias com a Braskem e solidez empresarial para se tornar a sócia operacional da empresa, sem precisar de ajuda financeira do Estado. No ano passado, a companhia teve receita recorde de R$ 6,2 bilhões e lucro líquido de R$ 2 bilhões.

Ou seja: seria um projeto bem diferente da Quattor, empresa criada em associação com a Petrobras, que, à época, incorporou os ativos da Suzano Petroquímica. Na ocasião, em 2008, a Unipar foi praticamente forçada a entrar no negócio mais por razões de ordem política do que estratégica. A Unipar leva notórias vantagens sobre o refogado de empresas apontadas como candidatas à compra da Braskem. O Ultra, por exemplo, enfrenta sérios dilemas. Ao contrário da Unipar, está longe de concluir sua sucessão. Há divergências entre Pedro Wongtschowski, presidente do Conselho, e Marcos Lutz, CEO, em relação à estratégia para o grupo.

Wongtschowski, um industrialista raiz, defende que a empresa troque de posições em alguns ativos, a exemplo da Ipiranga, e assuma a Braskem. A rede de postos ampliou o endividamento e tirou foco do grupo. A J&F, por sua vez, até tem fôlego financeiro de sobra para levar a Braskem. E, ao contrário do Ultra, não enfrenta impasses sucessórios. A intenção nem tão velada da companhia seria levar a sede da petroquímica para o exterior, em linha com os seus planos para a JBS – conforme informou o RR em 10 de março. Porém, no setor há dúvidas quanto ao real interesse dos irmãos Batista pela Braskem. Nos últimos meses, espocam notícias sobre o avanço do grupo em negócios fora do seu core business.

Fontes próximas à J&F apontam que essas supostas investidas parecem atender a uma operação de “M&A Washing”. Seriam vazamentos oficialmente consentidos de aquisições que nunca se consumam. Fundos, como o norte-americano Apollo, também despontam como candidatos à compra da Braskem. No entanto, analisam o negócio com alta dose de prudência. Os fundos temem comprar Brasil neste momento, de incertezas institucionais. Além disso, carregam dúvidas do quanto ainda há de politização na Braskem. Ao comprar a empresa, teriam de sentar-se para negociar com a Petrobras, sabe-se lá em que ambiente político.

#Braskem #Novonor #Suzano Petroquímica #Unipar

BTG joga em todas as posições nos gramados brasileiros

27/04/2022
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Como se não bastasse a ferrenha disputa por agentes autônomos e pela aquisição de fintechs, XP e BTG estão duelando também pela consolidação da indústria do futebol. O mais novo movimento vem do banco de André Esteves. Segundo o RR apurou, o BTG teria planos de se unir a outros investidores no negócio de reformas e gestão de arenas esportivas. O campo é largo: vai dos estádios públicos – Maracanã, Fonte Nova, Mineirão, Arena Pantanal, entre outros – aos particulares.

Neste segundo caso, ressalte-se, a operação poderá se dar tanto em tabelinha com as novas SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol) quanto os “velhos” clubes associativos. Consultado, o BTG não se pronunciou. O desenho tático do BTG passa pela verticalização de seus negócios no futebol. De acordo com a mesma fonte, o banco estuda entrar também no licenciamento de marcas, um segmento que ainda engatinha no Brasil vis-à-vis a indústria global do esporte. Um dos alvos é o e-s- ports; outro é o lançamento de NFTs (non-fungible tokens).

O mercado dos chamados fan tokens é um dos mais promissores no futebol brasileiro. Parte desses negócios deverá ser conduzida sob o guarda-chuva da Win, empresa criada pelo BTG no ano passado em sociedade com Claudio Pracownik, ex-sócio do próprio banco e ex-CFO do Flamengo. Esse amplo arco de negócios não deixa de ser um contra-ataque do BTG à ofensiva do XP em áreas específicas do business futebol. A instituição assessorou Cruzeiro e Botafogo na constituição e venda de suas respectivas SAFs. Ao mesmo tempo, a XP está buscando investidores para bancar a criação de uma liga de futebol no Brasil.

#BTG Pactual #XP Investimentos

Último capítulo?

25/04/2022
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A saga da família Saraiva à frente da rede de livrarias de mesmo nome parece caminhar para o seu epílogo. Há tratativas para que a Travessia Securitizadora assuma o controle da empresa, em recuperação judicial. A Travessia se tornou a maior credora da Saraiva ao comprar a dívida da companhia junto ao Banco do Brasil, no valor de R$ 120 milhões. Consultada, a Travessia Securitizadora confirmou ser “credora de determinados créditos no âmbito da recuperação judicial da Saraiva.” Já a rede de livrarias não se manifestou.

#Banco do Brasil #Saraiva

Dono do pedaço

13/04/2022
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Segundo fonte do RR, o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, descartou em alto e bom som a quatro deputados da bancada ruralista a demissão do vice-presidente de agronegócios, Renato Luiz Naegele. O executivo é tido pelos parlamentares como um osso duro de roer.

#Banco do Brasil #Fausto Ribeiro

Presidente da Fiesp movimenta suas peças no tabuleiro eleitoral

11/04/2022
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O novo presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, joga em duas posições. Aquela que tem uma ex-posição maior é o distanciamento público do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, de quem seu pai, José Alencar, foi vice-presidente nos dois mandatos. Josué assumiu a entidade como um reformista, que pretende atrair a nata do setor para colaborar em propostas de política industrial.

O presidente da Fiesp, ao contrário do seu antecessor Paulo Skaf, não quer saber da candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro. Se depender dele, Bolsonaro é passado. Mas, a outra posição no tabuleiro de Josué é a discreta colaboração com Lula para construção de uma política industrial “rebelde”, conforme os dizeres de Roberto Mangabeira Unger, que não siga apenas a receita única de incentivos, renúncias fiscais e dinheiro barato. Um dos interlocutores do manda-chuva da entidade é o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho.

Apesar do desgaste dos últimos anos do governo do PT, quando a política de fomento do banco foi associada a práticas pouco ortodoxas de financiamento, Coutinho é um dos maiores, senão o maior, economista industrialista do Brasil, posto que dividia, mano a mano, com os saudosos Arthur Candal e Antônio Barros de Castro. Josué sabe que Lula e Ciro Gomes são os candidatos mais sensíveis ao revigoramento da indústria, que hoje representa cerca de 12% do PIB. Só que a candidatura de Ciro desidratou. Lula é a alternativa, não porque “papai” era colado com ele, mas porque é o único sensível à causa entre os postulantes à Presidência que devem chegar ao segundo turno das eleições. Há muito tempo que a Fiesp é uma bola murcha, para não dizer furada. Cabe a Josué mudar isso. Agora, é aguardar a hora em que ele vai sair do armário.

#BNDES #Ciro Gomes #Fiesp #Jair Bolsonaro #Lula #PT

À beira do gramado

8/04/2022
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De primeira: o grupo chinês Fosun estuda investir na compra de clubes de futebol no Brasil. O meio de campo tem sido feito por um grande banco de investimentos brasileiro. A Fosun é um potentado, com tentáculos que se esticam pelas áreas de seguros, mídia, bancos e real estate. No futebol, é dono do clube inglês Wolverhampton.

#Fosun

Os inseparáveis irmãos Weintraub

6/04/2022
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Arthur Weintraub, ex-assessor especial do presidente Jair Bolsonaro, está com um pé fora da OEA. Já confidenciou a pessoas próximas que deverá se desligar do cargo de Secretário de Segurança Multidimensional, em Washington, até o fim deste mês. É mais um indício de que seu irmão, o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, deixará o Banco Mundial para voltar ao Brasil e disputar as eleições. Caberia a Arthur a missão de coordenar a campanha. Ainda falta definir se Abraham vai concorrer ao governo de São Paulo ou a uma vaga na Câmara.

#Abraham Weintraub #Arthur Weintraub #Banco Mundial #Jair Bolsonaro

A política monetária de dois gumes do BC

5/04/2022
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O presidente do BC, Roberto Campos Neto, pode bater com o pé no chão, gesticular, esbravejar, desmentir, mas a verdade é que a política monetária está voltada mais para o câmbio do que para a inflação. O que, na atual circunstância, não chega a ser um crime de lesa macroeconomia, e, sim, uma reedição do enigma galináceo de quem nasceu antes: o ovo ou a galinha. O BC diz que só mira a inflação e não o câmbio, que desabou para R$ 4,60.

Dois motivos teriam impactado o dólar: os preços das commodities e a astronômica taxa de juros real, que namora os 7% – a expectativa de instituições financeiras, como o Barclays, é de que a Selic alcance 13,75% em junho. O BC não tem influência sobre os preços das commodities. Mas manda e desmanda nos juros. A priori o que se diz é que os juros elevados são para baixar a carestia. Pode ser. Mas é curioso o remédio de juros altos quando a economia rasteja, há uma quebra das cadeias de produção e não se identifica pressão de demanda.

Só se o BC considerar que os auxílios dados por Jair Bolsonaro provocarão algum frenesi sobre o consumo, principalmente nos bens de primeira necessidade. Parece difícil. Há quem diga que o BC faz uma política de dois gumes. Combate a inflação através do câmbio, o que ajudaria também a reduzir a transmissão das cotações das commodities para os preços internos. De quebra, a autoridade monetária afastaria o risco de histerese provocado por uma insegurança crescente em relação às contas públicas. Lembrando que histerese é quando juros altos deixam de ter efeito na inflação.

Mas não deixam de ter no câmbio, pois o fluxo de moeda segue como uma manada para os países que oferecem taxas mais altas. Os únicos juros no planeta mais altos do que no Brasil são as taxas praticadas na Rússia. Mas aí não conta, pois o país está em guerra e sofrendo sanções de toda a ordem, inclusive o congelamento das suas reservas em bancos estrangeiros. Com o real fortalecido, as importações tendem a aumentar, e os preços a cair.

Tudo muito bom, tudo muito bem. No entanto, a cadeia de transmissão dos juros, câmbio e inflação, mesmo dando certo, também deixa mortos no caminho: a atividade produtiva e o emprego. Sob esse aspecto vamos mal, com projeções de um PIB inferior a 1% e um desemprego de 12%. A festa é só para o baronato das commodities, com rentabilidade superior a até 300%. Talvez fosse a hora de instituir um imposto sobre o setor, como fazem vários países do mundo, transferindo dinheiro para o combate à pobreza, investimentos em obras públicas e o próprio ajuste fiscal.

#Banco Central #Jair Bolsonaro #PIB #Roberto Campos Neto

Sem açúcar e sem afeto

31/03/2022
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O fundo norte-americano LoneStar busca um comprador para a Atvos, o antigo braço sucroalcooleiro da Odebrecht. O negócio, no entanto, é complexo, seja pela dívida da companhia – em torno de R$ 12 bilhões -, seja pela disputa jurídica entre os norte-americanos e os grandes credores financeiros. A LoneStar assumiu o controle da Atvos, mas enfrenta forte resistência do Banco do Brasil e do BNDES, entre outras instituições.

#Banco do Brasil #BNDES #LoneStar #Odebrecht

Agricultores devem ter seu “auxílio emergencial”

25/03/2022
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O governo estuda medidas para mitigar os prejuízos impostos pela seca aos médios e grandes produtores rurais.  Uma das ideias discutidas é a concessão de uma linha de crédito emergencial do Banco do Brasil. Outra iniciativa em análise é um waiver temporário para o pagamento de empréstimos realizados no âmbito do Plano Safra 2021-22, leia-se um volume total de R$ 250 bilhões – medida similar foi adotada em 2020 por causa da pandemia. A suspensão dos pagamentos beneficiaria ruralistas das áreas mais afetadas pela estiagem, notadamente a Região Sul.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, a quebra da safra de grãos foi a maior em dez anos. Os prejuízos apenas dos produtores de soja e milho superam os R$ 35 bilhões. No Centro-Oeste, por sua vez, as perdas somente com a soja chegam a R$ 15 bilhões. Não obstante os efeitos das secas, sob certo aspecto os agricultores estão pedindo ajuda de gulosos. O carry over é positivo: em fevereiro, por exemplo, as exportações do agronegócio subiram 65% em relação ao mesmo mês em 2021.

Ressalte-se que o governo já deu um refresco para os pequenos agricultores, com a liberação de R$ 1,2 bilhão por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). No entanto, há uma grande pressão do agronegócio, potencializada pela bancada ruralista, por medidas voltadas ao médio e grande produtor. Os pleitos têm sido levados ao presidente Jair Bolsonaro notadamente pelo senador Luiz Carlos Heinze, um dos próceres da Frente Parlamentar da Agricultura.

#Banco do Brasil #Jair Bolsonaro #Pronaf #Rio Grande do Sul

Muito barulho por nada

25/03/2022
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Os US$ 9,5 milhões de Paulo Guedes depositados em uma offshore no Caribe correspondem a míseros 0,0017% do total de recursos de brasileiros no exterior – cerca de US$ 558 bilhões. Isso, claro, levando-se em consideração apenas a conta revelada nos Pandora Papers. Cabe lembrar que, inicialmente, o ministro se recusou a apresentar os números de seus investimentos ao Congresso, com a alegação de que já tinha declarado toda a documentação à Receita e ao Banco Central. No final da história, foi muita palha queimada à toa.

#Banco Central #Pandora Papers #Paulo Guedes

Nova roupagem

23/03/2022
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Dentro do Banco do Brasil, começa a ganhar força a ideia de transformar o BB Americas em um banco digital. Seria uma forma de pedalar o crescimento do negócio, seja para permanecer sob o guarda-chuva do BB, seja para finalmente deslanchar a sua venda. O BB Americas, sediado em Miami, está sobre o balcão há mais de três anos.

#Banco do Brasil #BB Americas

Próxima fatura

11/03/2022
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O Softbank está prestes a se tornar sócio de uma das maiores fintechs da área de pagamentos do Brasil, com mais de 20 milhões de usuários ativos. O banco japonês já investiu mais de US$ 3 bilhões na América Latina, a maior parte no Brasil.

#SoftBank

JBS prepara mudança da sede fiscal para os EUA

10/03/2022
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O RR apurou que a JBS retomou o processo de transferência da sua sede fiscal para o exterior, mais precisamente para os Estados Unidos. Ontem, de acordo com uma fonte do próprio BNDES, a mudança já era dada como praticamente certa nos corredores do banco, segundo maior acionista da companhia. Ressalte-se que a JBS USA, que engloba as divisões JBS USA Beef, JBS USA Pork e Pilgrim’s Pride, já responde por mais de 75% da receita do grupo. Ou seja: na prática, não é de hoje que o Brasil se tornou um satélite nos negócios dos irmãos Batista.

Além do tamanho da operação, outras questões empurram a JBS para os Estados Unidos, como menor risco sistêmico, redução do custo de financiamento e simplificação tributária. Ressalte-se que um movimento como este pode extrapolar os limites da companhia. A decisão da JBS de tirar sua sede do Brasil cria um estímulo para que outras empresas de commodities, a começar pela Vale, façam o mesmo. Levar a sede fiscal da JBS para o exterior é um plano antigo de Joesley e Wesley Batista.

Em 2016, a companhia tentou se transferir para a Irlanda. O movimento, no entanto, foi barrado pelo BNDES, então presidido por Maria Silvia Bastos Marques. Em 2019, sob o codinome de Projeto Hidra, o assunto voltou à baila na companhia. Na ocasião, a JBS trabalhou com a possibilidade de se mudar para a Holanda ou Luxemburgo. Mais uma vez, ficou no papel. Agora, no entanto, as circunstâncias são favoráveis aos irmãos Batista. O BNDES não tem mais o mesmo poderio de antes.

E, pelo jeito, nem quer ter. Nos últimos meses, vem se desfazendo de ações da JBS, no que parece ser um movimento de retirada gradativa da companhia. Além disso, o banco paga também o preço de ter comido mosca nas gestões anteriores. Não obstante o peso societário do BNDES, segundo maior acionista, atrás apenas da família Batista, não há no acordo de acionistas qualquer trava formal que dê à agência de fomento poder de veto sobre a transferência do centro de decisões da empresa. O RR fez várias tentativas de contato com a JBS, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. Também procurado, o BNDES informou que “não comenta nenhum tipo de especulação a respeito de transações envolvendo suas participações no mercado.”. Igualmente consultada, a CVM disse que “não comenta casos específicos.”

#BNDES #JBS #Wesley Batista

Curtinhas de Brasília

7/03/2022
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O RR teve a informação de que, nos últimos dez dias, o deputado Marcos Pereira, presidente do Republicanos, tentou por duas vezes agendar um encontro com Jair Bolsonaro. Levou bomba em ambas. Por essas e outras, o partido tem ameaçado deixar a base do governo.

A relação entre o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o secretário executivo da Pasta, Rodrigo Otávio da Cruz, anda adoentada.

O secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Luiz Antonio Nabhan, vem propalando aos quatros cantos que já foi sondado por Jair Bolsonaro para assumir a Pasta após a saída de Tereza Cristina.

Após defenestrar Romildo Rolim do comando do Banco do Nordeste, Valdemar da Costa Neto trabalha agora para derrubar também o CEO interino da instituição, José Gomes da Costa. Valdemar não vai sossegar enquanto não colocar alguém seu na cadeira.

#Banco do Nordeste #Jair Bolsonaro #Marcelo Queiroga #Ministério da Agricultura #Tereza Cristina #Valdemar da Costa Neto

A seca dos pequenos agricultores

23/02/2022
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Entidades que representam pequenos e médios agricultores – a exemplo da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Contraf) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) – estão articulando uma reunião para amanhã. O objetivo é discutir reivindicações que serão levadas à ministra da Agricultura, Tereza Cristina. O segmento cobra ações do governo para mitigar os prejuízos sofridos pelos produtores rurais em função das secas nas principais regiões agrícolas do país. Segundo o RR apurou, um dos pleitos é uma linha de crédito emergencial do Banco do Brasil para cobrir as perdas, notadamente nas Regiões Sul e Centro-Oeste.

O afago de Bolsonaro ao campo

O Palácio do Planalto planeja lançar uma campanha para propagandear os resultados da política de concessão de propriedades rurais do governo Bolsonaro – de acordo com a fonte do RR, os três primeiros anos de mandato totalizam cerca de 278 mil títulos rurais concedidos. Não é só: a partir de março, o presidente Jair Bolsonaro deverá cumprir uma intensa agenda de entregas de documentos de posse a pequenos agricultores, notadamente no Nordeste. O governo trabalha com a meta de conceder até 200 mil títulos neste ano, grande parte, como seria de se imaginar, antes das eleições.

#Contraf #Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto #Tereza Cristina

O day after do IPO do BV

21/02/2022
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Com anos-luz de atraso, o BV (antigo Banco Votorantim) pretende correr atrás da XP e do BTG. O banco dos Ermírio de Moraes tem planos de se tornar um consolidador de escritórios e plataformas de agentes autônomos. Uma parte dos investimentos necessários para a empreitada viria do seu IPO. Aliás, não custa lembrar que o RR antecipou, na edição de 9 de fevereiro, a abertura de capital do BV e as negociações para o fim da sociedade com o Banco do Brasil – informação publicada pelo jornal O Globo na última sexta-feira.

#Banco Votorantim #BTG #Ermírio de Moraes #XP Investimentos

Abilio Diniz é a porta de entrada da Auchan no Carrefour

15/02/2022
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O RR apurou que Abílio Diniz está disposto a negociar suas ações no Carrefour para a Auchan, outra das grandes redes varejistas da França. Diniz tem aproximadamente 8% do capital do grupo francês. A valor de mercado, sem contabilizar qualquer prêmio de controle, sua participação equivale a algo em torno de um bilhão de euros.

O empresário, ressalte-se, é peça chave na possível venda do Carrefour à Auchan, negociação que se arrasta desde setembro do ano passado. Trata-se do segundo maior acionista da companhia, atrás apenas da família Moulin. Procurada pelo RR, a Península Participações, holding da família Diniz, não se pronunciou.

As tratativas, ressalte-se, contemplam a possibilidade tanto de Abilio Diniz quanto da família Moulin receberem parte do seu pagamento em ações da própria Auchan. De toda a forma, aos poucos, Diniz está se tornando um dos empresários mais líquidos do Brasil, uma espécie de Aloisio Faria, que passou a ter parte da sua fortuna em dinheiro vivo após a venda do Banco Real. Entre outros negócios, o ex-controlador do Pão de Açúcar embolsou cerca de R$ 900 milhões com a venda da sua participação na BRF. Há cerca de três anos, amealhou também outros R$ 800 milhões ao se desfazer do equivalente a 2,5% do Carrefour Brasil.

#Abilio Diniz #Auchan #Carrefour

Banco do Brasil e Votorantim discutem seu divórcio societário

9/02/2022
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O RR apurou que os Ermírio de Moraes e o Banco do Brasil retomaram conversações para o IPO do BV (ex-Banco Votorantim). Segundo uma fonte do próprio BB, o banco estatal pretende aproveitar a oferta pública para reduzir substancialmente sua participação acionária, de 49,99%. Seria um primeiro movimento rumo à porta de saída. Posteriormente, de acordo com a mesma fonte, o BB colocaria o restante das ações em mercado, ou os papéis seriam recomprados pelo próprio Grupo Votorantim. Procurados pelo RR, o Banco do Brasil e o BV não quiseram se manifestar.

O fato é que o desenlace entre os Ermírio de Moraes e o BB tornou-se o caminho natural, tanto para um lado quanto para o outro. Para o BB, essa operação paralela não significa uma vantagem competitiva. Pelo contrário. Banco do Brasil e BV concorrem em diversas áreas, como, por exemplo, na concessão crédito para a compra de veículos. Não há nada que o antigo Banco Votorantim faça que o BB não possa fazer sozinho e com uma escala muito superior.

Por sua vez, os Ermírio de Moraes também têm motivos para aumentar sua participação no BV. O que antes era um patinho feio hoje se consolidou como um ativo estratégico no leque de operações do Grupo Votorantim. Mais do que isso: o banco virou um negócio bem azeitado e rentável. No ano passado, o BV teve lucro de R$ 1,5 bilhão – entre setembro e dezembro, registrou o maior ganho trimestral da sua história (R$ 421 milhões).

Nos três anos anteriores, o banco manteve um resultado médio sempre superior a R$ 1 bilhão, com um retorno sobre patrimônio também médio de 12%. Em nada lembra o BV do início da década: entre 2011 e 2013, a instituição teve um prejuízo acumulado de R$ 2,7 bilhões. Guardadas as devidas proporções, a associação entre o Banco do Brasil e o BV se assemelha ao ingresso da Caixa no Banco PanAmericano, ambas no governo Lula. Foram operações de ajuda. O BB entrou no capital do então Banco Votorantim, em 2009, em um momento em que a instituição passava por um delicado momento, no rastro da crise dos subprime. São águas passadas. Hoje, o divórcio societário é um jogo de ganha e ganha para o BB e para a Votorantim.

#Banco do Brasil #Banco Votorantim #Ermírio de Moraes

Tiroteio político na gestão da Gocil

8/02/2022
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A recente demissão de praticamente toda diretoria da Gocil – um dos maiores grupos de segurança privada do Brasil, com faturamento de R$ 1,2 bilhão -, é atribuída nos corredores da companhia a uma explosão do empresário Washington Cinel. A razia teria se dado, sobretudo, por questões de ordem política. Cinel é um notório apoiador de Jair Bolsonaro. Em meio aos preparativos para a abertura de capital da Gocil, os executivos passaram a insistir que o empresário desvinculasse sua imagem de Bolsonaro. Em conversas internas teriam relatado o desconforto de bancos e investidores em participar do IPO dada a excessiva “politização” da companhia. Foram todos limados. Procurada pelo RR, A Gocil informou que “iniciou um processo de transição na sua diretoria.”. Segundo a empresa, “as mudanças foram conduzidas de maneira planejada e não impactam as operações”.

#Gocil #Jair Bolsonaro

Olavo de Carvalho não morreu

7/02/2022
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De acordo com uma fonte do RR no Itamaraty, o diplomata Henri Carrières, genro do recém-falecido Olavo de Carvalho, está cotado  para substituir Abraham Weintraub no Banco Mundial – o ex-ministro da Educação deve voltar ao Brasil para disputar o governo de São Paulo ou uma vaga no Senado. Ex-assessor de Jair Bolsonaro, Carrières trabalha atualmente na Embaixada do Brasil em Washington.

Filipe Martins, assessor direto de Jair Bolsonaro para a área de política externa, trabalha junto ao presidente pela nomeação do diplomata Roberto Goidanich para uma Embaixada, mais precisamente na África. É mais um round na disputa entre “olavistas” e “itamaratecas” puro-sangue. Assim como Martins, Goidanich é um dos principais discípulos de Olavo de Carvalho no Itamaraty. Logo que assumiu o posto de chanceler, um dos primeiros atos de Carlos Alberto de França foi tirá-lo da presidência da Fundação Alexandre de Gusmão, think tank do Ministério das Relações Exteriores.

#Banco Mundial #Jair Bolsonaro #Olavo de Carvalho

BC estuda usar reservas para abater dívida bruta

3/02/2022
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O governo, leia-se o Banco Central, discute se desfazer de um volume maior das reservas internacionais do Brasil com o objetivo de abater a dívida bruta interna. Entre outros aspectos, a redução do lastro cambial contribuiria para o discurso de campanha do presidente Jair Bolsonaro. Para todos os efeitos, do ponto de vista fiscal, a dívida interna continuaria caindo mesmo que o resultado primário em 2022 seja menor do que no ano passado e as despesas aumentem em razão do calendário eleitoral.

As reservas brasileiras foram engordadas no dia 23 de agosto de 2021 com o aporte do FMI de US$ 15 bilhões, decorrente da distribuição de DES (Direitos Especiais de Saque) aos países membros da instituição. Esses recursos ficam contabilizados tanto no lastro cambial do país quanto na dívida externa. O governo, ressalte-se, quer dar uma cambalhota e abater não somente os US$ 15 bilhões da dívida interna, mas uma cifra ainda mais expressiva. Esse movimento, diga-se de passagem, vem sendo defendido por economistas de diversas correntes.

As reservas permanecem em um patamar confortável – US$ 358 bilhões na última terça-feira – mesmo tendo reduzido em relação ao fechamento de 2021 (US$ 362 bilhões). O colchão é bem superior à soma de três meses das importações brasileiras – na média, algo em torno de US$ 54 bilhões, tomando-se como base números de 2021. Trata-se do lastro mínimo necessário que o FMI adotou por mais de uma década para definir o risco cambial de um país. A título de exemplo: o eventual abatimento de US$ 50 bilhões das reservas – ou seja, cerca de R$ 265 bilhões ao câmbio de ontem – permitiria uma redução de 3,8% na dívida pública bruta (em torno dos R$ 6,9 trilhões no fechamento de 2021).

Também a números de dezembro, significaria um recuo na relação dívida/PIB de 80,3% para 78%. Para se ter uma ideia do que o valor representa, basta dizer que, desde 2010, último ano do governo Lula, o setor público acumula um déficit primário em torno de R$ 791 bilhões. Nesse período, ressalte-se, a relação dívida bruta/PIB saltou de 55% para os já citados 80,3%. A medida é tratada com todos os cuidados devido ao cenário externo de aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, conforme já sinalizado pelo FED. Ao mesmo tempo, haja sangue frio para adotar uma ação como essa em um ano de absoluta incerteza política, conjuntura internacional ameaçadora e sem uma análise precisa sobre o nível adequado de lastro cambial. Em tempo: o Banco Central está fazendo estudos econométricos para balizar qual seria esse montante na medida em que os parâmetros do FMI caducaram há muito tempo.

#Banco Central #FMI #Jair Bolsonaro

Os planos de Lula para o futuro do BNDES

28/01/2022
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O BNDES vai completar 71 anos quando o futuro presidente assumir seu mandato. Mantido Jair Bolsonaro, pode-se esperar que o processo de desconstrução do banco prossiga. Caso o eleito seja Lula, a expectativa é de um banco de fomento fortalecido, diferente das gestões anteriores do PT, quando o crédito era uma função quase monotemática da instituição. O RR conversou com assessores de campanha do ex-presidente para a área econômica.

Do que a newsletter pode capturar das cercanias de Lula, a ideia é que o BNDES se torne em uma usina de projetos, dos mais diversos segmentos. O candidato da oposição pretende buscar recursos em todas as partes, mas para isso não considera suficiente a política de concessões do governo Bolsonaro. Concorda com o rumo, segundo assessores próximos, mas faz a velha crítica de que é preciso muito mais projetos greenfield.

O Brasil transfere muita coisa velha e oferta pouca coisa nova. Hipoteticamente, o BNDES se transformaria em algo como o BNDESP – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômica e Social e Projetos. Afinal, que outra instituição tem no país a capacidade de se tornar uma linha de montagem de propostas para novos investimentos além do BNDES? Quanto à carteira de ações do banco, que em grande parte será desfeita antes das eleições, o ex-presidente não é contrário à medida, de acordo com seus auxiliares ouvidos pelo RR. Ele entende se tratar de empresas maduras, que não precisam mais de apoio do BNDES.

Mas não renega a possibilidade de a BNDESPar vir a constituir uma nova carteira, resgatando o papel da instituição de capitalizar as empresas. Segundo assessores de campanha, Lula deixaria de lado a estratégia de apoiar o cavalo vencedor, ou seja, as megacorporações. Esses grupos podem se financiar através do mercado de capitais. Lula quer apoiar consolidações de empresas, criando novas companhias da indústria pesada, do complexo industrial médico-hospitalar e de tecnologia com porte competitivo no mercado. Tudo o que Bolsonaro não fez no seu governo.

#BNDES #Jair Bolsonaro #Lula

Mais um português no futebol brasileiro?

27/01/2022
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O fundo português Codecity Sports Management, liderado por Rui Pedro Soares, tem sido sondado para investir no futebol brasileiro. Ao menos dois bancos já contataram Soares. O investidor português carrega uma trajetória polêmica. No futebol, comprou o futebol do Belenenses, tradicional time de Lisboa, uma operação que deu origem a uma acirrada batalha judicial com o clube associativo. Foi ainda um dos principais executivos da Portugal Telecom durante o governo do primeiro-ministro José Socrates, preso posteriormente por corrupção. Sua gestão à frente da empresa de telefonia também é eivada de aquisições.

#Codecity Sports Management #futebol

Passivo tributário é uma bola dividida entre SAF e investidores

24/01/2022
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Quem vai pagar a dívida dos clubes brasileiros junto à União – uma cifra total da ordem de R$ 5 bilhões? Segundo o RR apurou, esta é uma bola dividida que tem provocado tensão e gerado atrasos nas negociações para a compra tanto do Botafogo quanto do Cruzeiro. Isso porque a Lei das SAF (Sociedade Anônima do Futebol) criou um perigoso ponto cego em relação ao passivo tributário dos clubes. A princípio, em caso de venda do de apartamento de futebol, esses débitos permaneceriam nas mãos do devedor original, isto é, os clubes associativos.

No entanto, de acordo com a mesma fonte, bancos e investidores envolvidos nas duas negociações já estão de posse de pareceres jurídicos que apontam na direção contrária. Ou seja: existe, sim, o risco de os acionistas da SAF serem futuramente responsabilizados pelas dívidas tributárias caso a agremiação não honre os pagamentos junto à União. Significa dizer que, no fim das contas, a parte “boa” e a parte “podre” da laranja continuariam sendo uma fruta só. Esse entendimento se baseia, sobretudo, no Código Tributário Nacional, mais precisamente em seus Artigo 131, 132 e 133, que tratam da responsabilidade dos sucessores sobre débitos.

O Art. 133, em seu parágrafo I, por exemplo, diz que a pessoa jurídica que adquirir “estabelecimento comercial” assume as dívidas tributárias “integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade”. É exatamente o caso em questão: ao criar e vender o controle da SAF, o clube associativo “cessa” a atividade, ou seja, o futebol. Diante dessa ameaça, os assessores do norte-americano John Textor e do ex-Ronaldo Fenômeno, candidatos, respectivamente, à compra do Botafogo e do Cruzeiro, estão quebrando a cabeça.

Buscam um modelo de negócio que afaste ou ao menos reduza esse risco fiscal e encaixe essas dívidas no valuation dos ativos. Não é uma conta simples de ser feita. O clube carioca tem cerca de R$ 175 milhões em débitos fiscais. O Cruzeiro, R$ 300 milhões. Recentemente, ressalte-se, ambos fecharam acordos com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para reduzir esses valores. No entanto, a renegociação cai por terra se os pagamentos deixarem de ser honrados. Em tempo: no limite, a conta pode cair no colo de sempre, o da Viúva, se os clubes associativos e os donos das respectivas SAFs mergulharem em uma disputa judicial empurrando um para o outro o pagamento de dívidas tributárias. Não é um cenário que deva ser desprezado.

#Botafogo #Cruzeiro #Sociedade Anônima do Futebol

O dono da bola

17/01/2022
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O empresário Flavio Augusto da Silva, controlador da escola de idiomas WiseUp, tem sido procurado por bancos de investimento com mandato para a venda de SAFs (Sociedade Anônima de Futebol). Ele tem vários handicaps: é do ramo, tem bala na agulha para se associar a clubes brasileiros e ótimo trânsito junto a investidores norte-americanos. Flavio Augusto fundou o Orlando City, que disputa a Major League Soccer, nos Estados Unidos. No ano passado, vendeu o clube por US$ 400 milhões.

#Sociedade Anônima de Futebol #WiseUp

Acervo RR

Terras chinesas

11/01/2022
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Um grupo de investidores chineses liderados pelo banco Haitong está prospectando terras no Brasil, notadamente na Região Centro-Oeste.

#Haitong

UBS aposta suas fichas na privatização do Banco do Brasil

4/01/2022
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A missão é difícil, mas não impossível. É o que pensa o UBS sobre a privatização do Banco do Brasil. O lobby do banco suíço em Brasília é feito à luz do sol, quer seja no Congresso, quer seja no Ministério da Economia. Neste último, conta com um aliado declarado: o ministro Paulo Guedes, que, na aurora do governo Bolsonaro, anunciou sua intenção de que o BB fosse desestatizado e que seu futuro dono fosse o UBS.

O banco helvético já está com um pé dentro da estatal. É sócio majoritário (50,01%) do banco de investimento e de uma corretora de valores, que operará em cinco países latino-americanos – Argentina, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai -, conforme comunicado feito à CVM. Com a associação, o UBS passa a dividir com o BB a administração de grandes fortunas, além das operações no mercado de capitais.

Procurados, o UBS e o Ministério da Economia não quiseram se pronunciar. O UBS tem usado essa “cabeça de ponte” para convencer o próprio funcionalismo do BB. Os suíços têm ainda no deputado Eduardo Bolsonaro seu maior aliado no Palácio do Planalto. Eduardo meio que comanda o lobby dos helvéticos no Congresso. Mas mesmo que seu pai, Jair Bolsonaro, se torne carta fora do baralho em 2023, o UBS acredita que poderá sensibilizar Lula, caso o candidato petista seja eleito, com uma “privatização meia bomba”, ou seja, com golden share, diferença mínima no controle acionário e restrição à venda para outra empresa.

Um dos argumentos usados pelos defensores da venda da instituição é matusalênico. Com a Caixa Econômica cada vez mais ingressando em áreas que eram circunscritas ao BB, como o crédito agrícola, não faria sentido a União controlar duas instituições financeiras. A privatização do BB, portanto, seria diferente da Petrobras. A questão é tirar do imaginário brasileiro o simbolismo de um Banco do Brasil estatal. Provavelmente, nem Lula consegue.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica #Lula #Petrobras

Que venham 2022 e o “furos” nossos de cada dia

30/12/2021
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Ao longo de 2021, o RR foi a dose de reforço contra a desinformação. Ao todo foram 273 edições, com 3.986 notas e matérias. A newsletter levou seus assinantes para os bastidores do Poder, antecipando as notícias mais relevantes dos meios político e empresarial. A seguir, elencamos alguns dos principais acertos em 2021 – não caberiam todos aqui. No que talvez seja o grande fato macroeconômico do ano, o RR antecipou o desmoronamento do teto fiscal.

A publicação tratou do tema de forma mais aguda nas edições de 2 de setembro e de 20 de outubro. Nesta última, na matéria “Auxílio Brasil abre caminho para nova régua fiscal”, antecipamos uma guinada na política econômica, com a relativização do teto. Em 16 de novembro, o RR revelou também os estudos da equipe econômica para liberar um espaço de até R$ 150 bilhões nos gastos orçamentários – R$ 90 bilhões exatamente com a mudança na regra do teto, com a PEC dos Precatórios e a acomodação do Auxílio Brasil. Apenas três dias depois, o relatório final do Orçamento de 2022 era apresentado, com uma folga fiscal da ordem de R$ 113 bilhões.

O Auxílio Brasil, por sinal, é peça fundamental de toda essa reengenharia fiscal. Em 3 de março, o RR divulgou, com exclusividade, as discussões no Palácio do Planalto e no Ministério da Economia para que o benefício fosse estendido até o fim de 2021 ou transformado em benefício permanente, com valor entre R$ 250 e R$ 300. Dito e feito! O programa de transferência de renda perdurou até o final do ano e serviu de proxy para o Auxílio Brasil, com o pagamento fixo de R$ 400.

O assinante do RR soube também com exclusividade dos estudos de Paulo Guedes e cia. para a criação de uma espécie de fundo patrimonial, composto por imóveis da União, ações e dividendos de estatais, entre outros ativos. O RR tratou do assunto nas edições de 19 de agosto e 25 de outubro. No início de dezembro, Guedes falaria publicamente da medida, anunciando, inclusive, a intenção do governo de criar um Ministério do Patrimônio. Em 27 de julho, mais uma informação de primeira: a newsletter divulgou que o Ministério da Economia havia retomado os estudos para a fusão do IBGE e do IPEA. O “IBGEPea” tardou, mas não falhou: em dezembro, Paulo Guedes anunciava os planos de criação de uma Supersecretaria, juntando os dois institutos.

O fim do “golpe”

O RR acompanhou de perto – para não dizer de dentro – as tensões e distensões no relacionamento entre o presidente Jair Bolsonaro e as Forças Armadas. Em 6 de abril, poucos dias após a inédita saída conjunta dos três Comandantes das Forças Armadas, maquiada sob a forma de demissão, a newsletter já relatava articulações nos bastidores para o desmantelamento do “blefe do golpe” – leia-se a fantasia de uma ruptura institucional, com o apoio do Exército, alimentada por Bolsonaro. Ao longo do tempo, o esfriamento das relações entre os militares e o presidente se confirmaria.

À mercê dos hackers

O RR foi pioneiro em descortinar a fragilidade da defesa cibernética do Estado brasileiro, agravada pela concentração de dados pessoais nas mãos do governo. Em 12 de fevereiro, a publicação revelou a preocupação do GSI e da Secretária de Assuntos Estratégicos com possíveis ataques a sistemas de órgãos públicos. Em 8 de outubro, o RR divulgou, com exclusividade, que o TCU faria uma auditoria na estrutura de TI do Ministério da Saúde após detectar 24 “riscos significativos” de invasão da plataforma da Pasta. Estava escrito: no dia 10 de dezembro, cibercriminosos invadiram os sistemas da Saúde, tirando o Conect SUS do ar.

Pária nos direitos humanos

Além da catástrofe da Covid-19, com seus mais de 600 mil mortos, o presidente Bolsonaro também colocou o país na contramão das grandes nações e entidades multilaterais na agenda dos direitos humanos. Em 21 de setembro, a newsletter revelou que o Conselho de Direitos Humanos da ONU estava preparando um relatório com duras críticas às políticas do governo brasileiro para as populações indígenas. Assim foi: o documento viria à tona uma semana depois. Outras flechadas se seguiram. Em 27 de outubro, a publicação informou que a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira estava preparando um manifesto contra o presidente Bolsonaro a ser apresentado na COP 26. Somente dois dias depois, a notícia seria divulgada por outros veículos.

Roleta de cargos

A capacidade do RR de antever os movimentos do Poder permitiu também aos assinantes saber, com exclusividade, de mudanças em cargos importantes do governo. Em 27 de janeiro, a newsletter já tratava das articulações feitas pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, para defenestrar o presidente do Banco do Nordeste, Romildo Rolim. Custou até que Costa Neto conseguisse seu intento, mas Rolim acabaria afastado do cargo em setembro. Em 5 de fevereiro, o RR noticiou que Jair Bolsonaro estava prestes a dar um “cartão vermelho” ao presidente do Banco Brasil, André Brandão. O executivo deixaria o posto em meados de março. Na edição de 15 de setembro, o assinante da newsletter soube, em primeira mão, que o destino de Leonardo Rolim, então presidente do INSS, estava selado: ele seria demitido pelo ministro Onyx Lorenzoni. Bingo! A exoneração foi oficializada em 5 de novembro. Em 19 de outubro, o RR informou que mais dois auxiliares de Paulo Guedes estavam prestes a deixar seus cargos, apesar do apelo do ministro para que permanecessem. O fato se consumaria de forma ainda pior: dois dias depois, não apenas dois, mas quatro assessores diretos de Guedes deixaram o governo.

Por dentro das empresas

Como de hábito, o RR destacou-se também por antecipar algumas das principais informações do universo corporativo de 2021. Em 19 de janeiro, a newsletter cravou que o IPO da Caixa Seguridade seria realizado em abril, o que se confirmou três meses depois. Em 10 de fevereiro, a newsletter revelou o interesse da cearense Pague Menos em comprar a rede de drogarias Extrafarma, até então pertencente ao Grupo Ultra.

O negócio se consumaria em 18 de maio. Em 25 de março, o assinante do RR soube que a Equatorial Energia entraria na disputa pela Companhia Energética do Amapá. Não só entrou como arrematou a empresa. Em 14 de maio, a publicação revelou não apenas o interesse da CSN em comprar as operações da LafargeHolcim no Brasil, mas também as tratativas entre Votorantim e InterCement, leia-se o Grupo Mover (antiga Camargo Corrêa) para adquirir os ativos de forma fatiada. Em 30 de junho, outros veículos confirmariam as gestões entre Votorantim e Mover.

No fim das contas, a CSN sairia vencedora na disputa pelos negócios da LafargeHolcim. Em 13 de agosto, o RR publicou, de forma exclusiva, as negociações para a venda da fabricante de fertilizantes Heringer à russa Eurochem. Não deu outra: a operação seria fechada pouco antes do Natal. Em 8 de setembro, a newsletter antecipou que dificilmente o IPO da Unigel seria realizado em razão das condições financeiras da empresa.

Dois meses depois, a abertura de capital foi suspensa. Ao apagar das luzes de 2021, mais um furo. Em 22 de dezembro, o RR informou que a Petrobras estava prestes a fechar a venda de mais um ativo ainda neste ano. No dia seguinte, a estatal anunciou a alienação de um pacote de participações no Polo Carmópolis, em Sergipe, por US$ 1,1 bilhão. Por razões óbvias, 2022 promete ser um ano de fortes emoções. Mas, com o RR, não há polarizações. O único lado da newsletter é o compromisso de levar a seus assinantes informações e análises exclusivas. A todos, um Feliz Ano Novo!

#Auxílio Brasil #Equatorial Energia #Extrafarma #Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #Onyx Lorenzoni #Paulo Guedes #TCU #Votorantim

Dinheiro para o algodão

27/12/2021
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Pode ter sido só para encerrar a choradeira. Mas Jair Bolsonaro comprometeu-se com parlamentares baianos a liberar recursos, via Banco do Brasil ou Banco do Nordeste, a produtores de algodão do estado. As fortes chuvas no centro-sul da Bahia das últimas semanas impuseram perdas consideráveis aos produtores locais. As inundações coincidiram com a fase de plantio.

#Banco do Brasil #Banco do Nordeste #Jair Bolsonaro

Confissão de culpa?

8/12/2021
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O Ministério da Economia estuda transferir a gestão do Crediamigo, sob responsabilidade do Banco do Nordeste (BNB), para a Caixa ou o Banco do Brasil. A medida permitiria a expansão do programa de microcrédito para todo o país. Funcionaria também como uma resposta mais dura às suspeições que cercam a administração da carteira de R$ 7,5 bilhões. As denúncias, levantadas pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, custaram a demissão do então presidente do BNB, Romildo Rolim. Desde então, ressalte-se, o assunto virou uma novela dentro do próprio banco. A instituição abriu nova concorrência para a cogestão do Crediamigo, em substituição ao Instituto Nordeste Cidadania, alvo de denúncias de Costa Neto. Ocorre que as três empresas que se candidataram à licitação já foram inabilitadas. Procurado, o Ministério da Economia não quis se manifestar.

#Banco do Brasil #Banco do Nordeste #Crediamigo #Ministério da Economia

A integridade de um economista candidato a ministro

30/11/2021
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O colunista de O Globo, Lauro Jardim, que costuma acertar quase todas, cantou a pedra, na edição do último domingo, sobre a nova predileção da avenida que é sinônimo do rentismo no Brasil. A Faria Lima já começou a oferecer seu rico apoio a Sergio Moro. Sabe-se que um banco especializado em estar muito próximo, às vezes dentro do governo, já teria corrido para ofertar recursos de campanha Moro, especialmente devido à presença do professor Affonso Celso Pastore como futuro ministro da Economia. Pastore é um inegável chamariz para a Faria Lima, por sua respeitabilidade e laços com o mercado financeiro. Mas não pensem que ele é o caminho para essas conversas. Se forem falar com o professor de dinheiro, provavelmente vão ouvir: “Porra, que papo é esse? Não estou entendendo. Esse assunto não é comigo, porra!”. O RR acha Pastore um personagem tão íntegro que deveria ser condecorado pela República.

#Affonso Celso Pastore #Lauro Jardim #Ministério da Economia #O Globo #Sérgio Moro

A indelicadeza de um economista que “está” ministro

30/11/2021
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Historieta contada por um investidor participante de seminário do Banco Itaú, onde Paulo Guedes era conferencista. Diz o fabulador que Guedes, em meio a uma palestra para potentados offshore, cismou de falar, sem motivo algum, que deu “bomba”, ou seja, reprovou a economista Elena Landau em um curso ministrado por ele na PUC-RJ. Guedes foi além: falou que ela não tinha privatizado nada e que Elena apenas pegou carona na turma dos economistas do Plano Real.

Os investidores teriam ficado perplexos, perguntando-se entre si: “Quem é Elena Landau? Deve ser uma pessoa importantíssima no Brasil para o palestrante abrir uma lacuna na sua apresentação e incluir menções a ela”. É por essas e outras que Pérsio Arida jogaria um paralelepípedo em Paulo Guedes. Elena Landau foi esposa de Pérsio, o que dá uma ideia da raiva do economista em relação ao ministro.

É difícil que Pérsio Arida não tenha sabido da deselegância cometida por Guedes. Ele tem relações próximas com o Itaú – inclusive, já presidiu o Conselho de Administração do banco. A bronca já rendeu alguns cascudos. Pérsio, que juntamente com André Lara Resende foi o autor do Plano Larida, embrião do Plano Real, já disse que Guedes “nunca escreveu um artigo acadêmico de relevo e tornou-se um pregador liberal que só fala, fala…”. Afirmou ainda que o ministro é “mitômano e cria falsas narrativas”. Chumbo de lá, chumbo de cá. Não é de hoje que Guedes faz suas piadinhas sobre o ex-casal Pérsio e Elena ou sobre cada um deles, individualmente. Essa é a crônica não dita de dois policy makers aclamados no país, vá lá, com toda a justiça.

#Elena Landau #Itaú #Paulo Guedes

…Recuo na bolsa

29/11/2021
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2021 já acabou. A oferta de ações do Banco Regional de Brasília (BRB), com valor estimado em cerca de R$ 1,5 bilhão, vai ficar para o segundo trimestre de 2022. Se o mercado ajudar.

#BRB

“Cripto-lavagem de dinheiro” pressiona CVM e Banco Central

23/11/2021
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A Comissão de Valores Mobiliários e o Banco Central estão se contorcendo com a regulamentação das criptomoedas. Trata-se de uma discussão de alcance mundial. As corretoras desse mercado de moedas alternativas estão crescendo barbaramente. O passo natural seguinte será o underwriting, com a capitalização das empresas em bolsas de valores.

Entre essas companhias, há candidatas a se tornarem as maiores instituições financeiras mundiais. Só que o mundo do blockchain ainda é um labirinto. São dezenas de criptomoedas, com operações de compra e venda desreguladas. Existem complicações tremendas para a prática do disclosure dessas corretoras.

Por outro lado, há uma pressão do Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi) para que essas operações sejam disciplinadas por lei. Se for possível “para ontem”. Procurada pelo RR, a CVM informa que “nos termos da Lei 6.385/76 os criptoativos não são, a princípio, considerados valores mobiliários.”. A autarquia, no entanto, afirma que “tem acompanhado e participado de diversas discussões a respeito dos criptoativos, debates esses que podem gerar eventuais aprimoramentos na legislação que disciplina o mercado de capitais brasileiro.”

O BC, por sua vez, foi lacônico: disse ao RR que “está acompanhando o andamento dos projetos de lei sobre o tema no Congresso”. O recado do Gafi é peremptório na cobrança da regulamentação do mercado de criptoativos para evitar ilícitos financeiros. O risco de vendas sem lastro algum, com a formação de “pirâmides”, é crescente, vide o caso do corretor da região de Cabo Frio que movimentou mais de R$ 30 bilhões em poucos meses. A mensagem foi para a CVM e, no caso, especialmente para o Banco Central. Os BCs planetários estão debruçados sobre como controlar as plataformas abertas e sem um controlador central. Por enquanto, as autoridades monetária e de valores mobiliários estão patinando. E as criptomoedas crescendo como provavelmente nenhum outro ativo “financeiro” no mundo.

#Banco Central #Criptomoedas #CVM

Wiz é a nova apólice da Vinci Partners na área de seguros

18/11/2021
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A Vinci Partners, de Gilberto Sayão, entrou na disputa pela participação de 25% da Caixa Seguridade – leia-se Caixa Econômica e a francesa CNP – na Wiz. O ativo é avaliado em aproximadamente R$ 600 milhões. As tratativas são conduzidas pelo Bank of America. A Vinci vislumbra a possibilidade de montar uma operação verticalizada na área de seguros.

A gestora de recursos já é controladora da seguradora Austral e da resseguradora Austral Re – ambas somaram pouco mais de R$ 2 bilhões em prêmios no ano passado. Ao colocar o pé na Wiz, passaria a operar também no segmento de distribuição. Nascida de uma costela da própria Caixa, a Wiz sofreu um duro golpe em 2019 quando deixou de ser o balcão exclusivo para a distribuição de seguros do banco estatal.

Aos poucos vem tentando preencher o vazio deixado pelo fim do acordo com a CEF. No ano passado, a corretora fechou uma parceria e assegurou exclusividade para a distribuição de seguros no balcão do BRB (Banco Regional de Brasília). Firmou ainda uma associação com o Itaú para a comercialização de produtos de consórcio.

#Caixa Econômica #Caixa Seguridade #Vinci Partners

Governo patrocina uma “pandemia fiscal” em 2022

16/11/2021
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O governo não quer revelar essa conta, mas os seus arranjos e desarranjos fiscais buscam um espaço para gastos orçamentários e extraorçamentários da ordem de R$ 150 bilhões em 2022, segundo uma fonte do RR. É dinheiro que não acaba mais e um reforço enorme para o interesse declarado do presidente Jair Bolsonaro de se candidatar à reeleição. Uma parcela de R$ 90 bilhões surgirá com a sabida mágica da mudança na regra do teto, onde serão acomodados os passivos transitados em julgado e o Auxílio Brasil.

O espaço fiscal será preenchido também com algumas estranhezas, tais como o auxílio aos caminhoneiros e as emendas do “orçamento secreto”, esta última sob a fuzilaria do STF. Mas há a PEC do Imposto de Renda – que ainda repousa no Congresso – e o pedido para que os parlamentares relancem a CPMF. A nova contribuição, que desagrada o presidente Bolsonaro, mas tem o aval de Paulo Guedes, traria R$ 60 bilhões de novos recursos e seria a fonte financiadora da desoneração da folha de salários, que está prestes a ser aprovada sem que ninguém saiba de onde sairão as verbas pagadoras. Inicialmente os congressistas são contrários à CPMF, mas como tudo reverte para os seus interesses, leia-se o Centrão, a exemplo do “orçamento secreto” e aumento do fundo partidário, não há nada mais plástico do que a convicção dos políticos.

Quanto à defesa da velha contribuição por Paulo Guedes, trata-se de uma trucagem. O ministro diz que somente seria uma troca: o tributo entra pela porta da CPMF e sai pela da desoneração. Há também a tentativa de aprovar, no apagar das luzes de 2022, a reforma administrativa, que contribuiria para o fechamento da conta de gastos no nível esperado pelo Palácio do Planalto, e, é claro, pela equipe econômica, noves fora o mérito da iniciativa em si mesmo. O governo tem ainda no seu arsenal o Imposto do Pecado (açúcar, álcool e tabaco). E não custa rememorar que uma mordidinha já foi dada com o Imposto sobre Operações Financeira (IOF) e o aumento temporário da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido dos Bancos (CSLL). Ambos podem ser relançados no próximo ano. Sim, vai ter mais tributo, gasto e farra. Ah, e um aumento de juros indigesto e provavelmente muito maior do que o necessário para dar conta da carestia. Não há nada de neoliberal nessa geringonça fiscal.

#Auxílio Brasil #CPMF #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Banco do Brasil Power

16/11/2021
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O Banco do Brasil pretende chegar ao fim de 2024 com nove usinas solares “próprias”, construídas em parcerias com grupos do setor elétrico – segundo informação confirmada pelo próprio BB. Hoje, são sete geradoras fotovoltaicas que abastecem as próprias agências da instituição. A meta fixada pelo banco é atingir, até 2024, 90% do seu consumo de energia provenientes de fontes renováveis.

#Banco do Brasil

Padrão ESG

28/10/2021
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Sergio Rial, que deixa a presidência do Santander Brasil para assumir o board em janeiro, está submerso em projetos na área socioambiental e em conversas com ONGs. Rial quer ser o chairman mais ESG da história do banco no país.

#ESG #Santander #Sergio Rial

Auxílio Brasil abre caminho para nova régua fiscal

20/10/2021
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O atraso no anúncio do valor do Auxílio Brasil – uma combinação do Bolsa Família com o auxílio emergencial, em R$ 400, até o final de 2022 – posterga a decisão de empurrar parte dos recursos para fora do teto de gastos. A medida assistencialista e “fura teto” não significa somente uma decisão eleitoreira, conforme parte do mercado interpretou. Mas, sim, uma provável guinada na política econômica, com a relativização do teto, foco no crescimento da relação dívida pública/PIB e um diferimento da meta do primário com acompanhamento bianual.

A equipe econômica quebrou a cabeça na frente do próprio presidente Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, para chegar à conclusão de que é preciso corrigir a arquitetura da política econômica, dando brecha para a redução do protagonismo fiscalista. No novo modelo, algumas das metas fiscais teriam um período de apuração mais longo. O tempo para aferição seria o biênio ou o triênio. Paulo Guedes tem piscado o olho para a estratégia de recuar um pouco para depois avançar novamente.

Uma fresta no teto de gastos, mesmo contrariando a lógica do ajuste fiscal, seria um exemplo de como dois passos atrás às vezes se revelam dois passos para frente. Em meio a esse recuo tático, Guedes prossegue sua cruzada pela privatização da Petrobras, uma medida que, a seu ver, teria um impacto positivo em todas as ramificações e capilares do ajuste econômico. A relativização do teto já estaria no radar das instituições financeiras há algum tempo. Elas já tinham pescado a moratória seletiva dos precatórios. Enxergaram agora o Auxílio Brasil no valor de R$ 400. A conta fiscal não fecha.

Pelo menos segundo os critérios vigentes. O Itaú, que tem um departamento de research prestigiado, preconiza que os riscos em torno da manutenção da disciplina fiscal estão elevados, “principalmente no que tange a possibilidade das despesas excederem a regra do teto de gastos”. Ontem, o mercado enlouqueceu com saltos no câmbio, queda das bolsas, tudo em função de um vácuo na narrativa do governo. Ou seja: a proposta que a equipe econômica anunciaria para suportar o auxílio de R$ 400 não foi apresentada. O cenário macroeconômico do Itaú foi preparado antes do anúncio do novo valor do Auxílio Brasil, bem mais elevado do que a expectativa.

O banco dá um bom subsídio para refletir sobre a vantagem de transformar a relação dívida bruta/PIB em novo target da política econômica. Mesmo com uma projeção de câmbio de R$ 5,25 até 2021 e 2022, uma taxa Selic no alto, na faixa de 9%, e crescimento medíocre de 0,5%, a dívida bruta alcançaria 81,8% do PIB, em 2021, e 83,2%, em 2022. Com um pouco mais de crescimento do PIB e aumento dos recursos extraordinários que possam abater a dívida interna (privatizações, venda de imóveis, tributação de dividendos e seja mais o que for), essa nova referência para a política fiscal torna-se inteiramente exequível.

Não se pode esquecer que a meta do primário, para 2022, deve atingir irrisório 0,7% na comparação com uma previsão que já chegou a 2%. Imagine se esse resultado é progressivo. O primário diferido em dois anos permitiria com muito mais facilidade o planejamento de um superávit fiscal. Isso mesmo com um suave relax no que diz respeito ao torniquete nos gastos públicos.

#Auxílio Brasil #Bolsa Família #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Persona non grata

13/10/2021
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A bancada ruralista está pedindo a cabeça do vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Renato Naegele. O executivo não tem sido, digamos assim, sensível às demandas dos parlamentares.

#Banco do Brasil

Mudança de rota

7/10/2021
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O RR apurou que o Banco do Brasil estuda o IPO da BB DTVM. Seria uma inflexão em relação à venda de parte do capital para um sócio, notadamente estrangeiro, proposta sobre a mesa desde o início da gestão Jair Bolsonaro/Paulo Guedes.

#Banco do Brasil #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Casa própria

6/10/2021
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O Banco do Brasil planeja aumentar consideravelmente a oferta de crédito imobiliário em 2022. Segundo informações filtradas da própria instituição, a meta é chegar a uma carteira da ordem de R$ 60 bilhões ao fim do ano que vem, contra os atuais R$ 46 bilhões.

#Banco do Brasil

Trabalho de campo

30/09/2021
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O fundo de pensão holandês APG busca parceiros para a compra de terras no Brasil. Ressalte-se que a fundação é sócia do BTG em reservas florestais no Chile. E que o banco lançou recentemente um fundo para a compra de terras. De repente, dá match.

#BTG

O reincidente Weintraub

29/09/2021
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Segundo uma fonte do RR da área diplomática, funcionários do Banco Mundial, em Washington, estariam solicitando à entidade uma punição a Abraham Weintraub. O motivo são recentes postagens em defesa de políticos presos pela Justiça brasileira, como Daniel Silveira e Roberto Jefferson. Não custa lembrar que, em março, executivos do Banco Mundial pediram que o ex- ministro fosse investigado internamente por ataques à vacinação e pela defesa da cloroquina. Procurados, o Banco Mundial e Weintraub não se pronunciaram.

#Abraham Weintraub #Banco Mundial

Uma fatura previdenciária para o BB

10/09/2021
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A federalização de bancos estaduais, a maioria dos fim dos anos 1990, traz ônus ao governo até hoje. A Primeira Turma do TST reconheceu a competência da Justiça do Trabalho para julgar a ação civil pública em que funcionários do Banco do Brasil egressos dos antigos Banco do Estado do Piauí, Nossa Caixa e Banco do Estado de Santa Catarina reivindicam o direito de associação retroativa aos planos da Previ. Segundo fontes do TST, seriam grandes as chances de que a Corte dê ganho de causa aos trabalhadores. Com isso, o Banco do Brasil teria de arcar com parte da contribuição previdenciária desses funcionários. O prejuízo chegaria a algumas centenas de milhões de reais. Procurado, o BB disse ter conhecimento da posição do TST “por meio de publicação oficial” e que “está recorrendo da decisão.”

#Banco do Brasil #Previ #TST

É “caro” demais ser um BRIC?

3/09/2021
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Um dos fiscalistas de plantão da equipe de Paulo Guedes fez as contas e chegou à conclusão de que, do ponto de vista dos gastos públicos, seria melhor se o Brasil deixasse o Banco dos Brics. À luz da sua planilha, o país economizaria nas obrigações financeiras que tem como sócio da instituição multilateral – onde se senta em condições paritárias com Rússia, China, Índia e África do Sul. Essa é a cabeça do time de Paulo Guedes.

#Banco dos Brics #Paulo Guedes

Será que agora vai?

2/09/2021
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O Banco do Brasil estaria em conversações com o UBS para a venda do controle do Banco Patagônia, na Argentina. A instituição argentina mofa sobre o balcão há pelo menos três anos. Até agora, as poucas propostas apresentadas teriam ficado abaixo do esperado pelo BB. Os suíços, ao menos, já conhecem razoavelmente o negócio. O UBS tem uma parceria comercial com o Patagônia. Procurados, Banco do Brasil e UBS não se pronunciaram.

#Banco do Brasil #Banco Patagônia

O “rebatismo” do BRB

2/09/2021
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Nos corredores do BRB, a sigla que dá nome à instituição financeira já ganhou um novo e sarcástico significado: “Banco dos Rolos do Bolsonaro”. O banco financiou tanto a mansão comprada pelo “01” Flavio Bolsonaro quanto a casa recém-alugada pelo “04” Jair Renan, também em Brasília.

#BRB #Flavio Bolsonaro

Bolsonaro incomoda o empresariado de cima a baixo

31/08/2021
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O manifesto “A Praça é dos Três Poderes”, que será lançado nos próximos dias, revela uma metamorfose do presidente da Fiesp, Paulo Skaf. No lugar do Mr. Hyde, apoiador de primeira hora do presidente da República, surge um Dr. Jekyll empenhado em fazer um revisionismo da sua posição de bolsonarista raiz – ainda que o comunicado tangencie a conduta e a gestão de Jair Bolsonaro. A guinada de Skaf indica a influência do futuro presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, eleito para o cargo com o apoio do atual mandatário. Josué endossou o manifesto elaborado pela entidade.

Esse Skaf repaginado tenta, inclusive, dar um caráter mais plural à iniciativa. Segundo o RR apurou, emissários do presidente da Fiesp sondaram a CUT e a Força Sindical para que ambas assinem o documento. Na realidade, com a devida discrição, o próprio Josué estaria conduzindo os entendimentos para buscar o diálogo com a “esquerda”. Skaf não está tentando reinventar a roda. O Brasil tem uma história de união entre o capital e o trabalho em situações limítrofes, vide o movimento pela redemocratização nos anos 80.

O objetivo do empresariado, com esses atos, não é pautar o governo e muito menos mudar sua direção, mas, sim, apontar um novo rumo para 2022. E esse rumo não passa por Jair Bolsonaro. E tampouco por Lula. O próximo passo será a elaboração de um programa de governo. De certa forma, esse movimento já está em curso no âmbito do “Imagine Brasil”, iniciativa liderada pelo empresário Pedro Passos, que tem o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore como um de seus principais formuladores. Feito isso, o desafio seguinte das elites empresariais será encontrar o candidato da terceira via.

O RR não arrisca palpite, mas, neste momento, as setas parecem apontar para o governador João Doria. Paulo Skaf jamais pertenceu às elites empresariais, mas entendeu o Zeitgeist. O que ele está fazendo neste momento, no crepúsculo de seu longo mandato na entidade, é guiar seu rebanho “fiespiano” na direção dos seus parceiros do andar de cima. O espírito do tempo conduz também outro segmento empresarial que até então era um reduto fiel ao presidente Jair Bolsonaro. Ontem, diversas entidades do agribusiness – entre as quais a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Associação Brasileira dos Produtores de Óleo de Palma (Abrapalma) e Associação Brasileira dos Industriais de Óleos Vegetais (Abiove) – divulgaram uma nota conjunta em defesa da democracia e contra “aventuras radicais”.

Os produtores rurais também estão atendendo ao clamor silencioso dos mais poderosos. Essa junção entre diferentes castas do empresariado não chega a ser uma novidade no Brasil. A principal referência histórica são as Conferências Nacionais das Classes Produtoras (Conclaps), enormes congregações empresariais realizadas entre 1945 e 1977. A quarta e última Conclap reuniu mais de dois mil empresários no Hotel Nacional, no Rio, sob a coordenação técnica de Carlos Langoni. Na ocasião, a Conferência aprovou a divulgação da Carta do Rio de Janeiro, com propostas para a área econômica que foram encaminhadas ao então ministro da Fazenda, Mario Henrique Simonsen. O RR previu o óbvio: a entrada das elites no jogo – ver edição de 11 de agosto. Os manifestos dos empresários não vão se circunscrever ao documento encabeçado por Paulo Skaf ou à nota das entidades do agronegócio, que, por sua vez, se unem à peça “Eleições serão respeitadas”, lançada no início de agosto com o apoio, entre outros, de Roberto Setubal, Pedro Moreira Salles, Pedro Passos e Carlos Jereissati. Vem mais por aí, sejam manifestações multissetoriais, sejam ações conduzidas por segmentos específicos da economia. Como cravou o RR, as elites estão conversando.

#Fiesp #Jair Bolsonaro #Paulo Skaf

Governo estuda um “Bolsa Semente”

23/08/2021
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Vem aí o “auxílio emergencial do campo”. O governo está costurando um projeto para a renegociação de dívidas do agronegócio junto aos bancos públicos, sobretudo o Banco do Brasil. Os estudos vêm sendo conduzidos dentro da Casa Civil, com a participação do Ministério da Agricultura. A medida beneficiaria notadamente pequenos produtores rurais, contemplando passivos contraídos ao longo dos últimos 12 meses. Estima-se que o estoque de dívidas seja da ordem de R$ 10 bilhões. São mais de três milhões de agricultores. É gente que planta. E, principalmente, que vota. O alvo da proposta é certeiro: os compromissos em questão não estão cobertos pelo programa lançado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional no ano passado para a renegociação de débitos de agricultores familiares inscritos na Dívida Ativa da União. Procurada pelo RR, a Casa Civil não quis se manifestar.

#Banco do Brasil #Ministério da Agricultura

BRICs terão lugar especial na diplomacia de Lula

20/08/2021
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Devagar, devagarinho, Lula vai fazendo uma inflexão por trás dos panos no seu programa de governo para a política externa. O ex-presidente vem mantendo conversações tanto no âmbito doméstico quanto na esfera internacional – onde tem uma reconhecida rede de contatos – em torno de uma proposta para redesenho dos BRICs e da participação do Brasil no grupo dos países emergentes. A ideia orbita ao redor de dois eixos. O primeiro deles, nada original, é o alargamento dos BRICs, trazendo para o “clube” outas nações que não apenas as quatro originais do acrônimo (Brasil, Rússia, Índia e China), além da já incorporada África do Sul – cuja letra ainda não foi adicionada à sigla.

O segundo ponto é a transformação do Banco dos BRICs em algo mais próximo do Banco Mundial. A instituição teria um braço nos moldes e com a agilidade operacional do IFC (International Funding Corporation), passando, assim, a financiar não apenas Estados soberanos e entes subnacionais, mas também empresas privadas. Para Lula, a incorporação dos BRICs remodelados traria uma lufada de ar fresco a sua política externa. Não quer dizer que o petista esteja brigando com o passado. Tampouco negando a estratégia de intensificação das relações dentro da própria América Latina e com a África, que pautou o Itamaraty durante os oito anos do seu governo. No entanto, novos tempos pedem novas soluções.

Lula entende que há uma super oferta de liquidez no mundo e parte desses recursos poderia ser catalisada com o apoio do Banco dos BRICs e destinada às nações emergentes que fazem parte do grupo. Lula tem sido convencido de que o escopo do bloco precisa ser ainda mais ampliado. Hoje os BRICs são tudo, menos um mercado comum, com um tratado multilateral capaz de potencializar o comércio exterior entre os países. A proposta é de que o candidato pode usar seu prestígio internacional para galvanizar as conversas em torno dessa agenda.

Da mesma forma, o ex-presidente considera que o Brasil pode potencializar suas relações comerciais com os demais membros dos BRICs. Se o “MercoBRICs” fosse criado hoje, a situação comercial entre os países seria a seguinte: no ano passado, o Brasil teve déficit nas transações comerciais tanto com a Rússia (US$ 1,2 bilhão) quanto com a Índia (R$ 1,3 bilhão). No caso da China, por sua vez, o Brasil tem batido sucessivos recordes de superávit. Em 2020, o saldo a favor foi de US$ 33,6 bilhões, o correspondente  dos terços do superávit da balança comercial brasileira. No acumulado dos últimos cinco anos, as exportações para o país asiático superaram as importações em R$ 120 bilhões. Em tempo: Lula pretende usar mais as reservas do Brasil depositadas nas demais agências multilaterais, ou seja, Banco Mundial, BID e CAF.

#Brics #Lula

Terrorista paquistanês entra na mira de autoridades brasileiras

18/08/2021
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O Ministério da Justiça estaria investigando a possível ligação entre o terrorista paquistanês Mohammed Masood Azhar Alvi e células de grupos radicais em território brasileiro, mais precisamente na região da Tríplice Fronteira com a Argentina e o Paraguai. De acordo com a mesma fonte, as autoridades apuram supostas movimentações financeiras de Azhar no país. No último dia 28 de junho, a Susep emitiu uma carta circular às sociedades supervisionadas com o assunto “Lista de sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU)”.

No documento, a Superitendência alerta para a “continuidade do seguinte indivíduo (Masood Azhar) na lista de sanções (da ONU) prevista por meio das resoluções 1267, 1989 e 2253, relativas à Al-Qaeda e ao auto- denominado Estado Islâmico do Iraque e do Levante”. A Susep informa ainda que “em caso de identificação”, deve ser feita uma “comunicação imediata ao Ministério da Justiça”. Procurada pelo RR, a Susep informou que “a divulgação da carta circular atende à orientação do Ministério da Justiça, que encaminhou lista atualizada de sanções do CSNU”. Diz ainda que “não foi reportada atividade financeira de Mohammed Masood Azhar Alvi nas áreas e mercados sob sua regulação e fiscalização, até a presente data.”

Também consultado, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) afirmou que “por força de disposições legais, não comenta casos específicos, sem prejuízo do devido acompanhamento”. Já o Banco Central informou que “o Ministério da Justiça distribui a informação do Conselho de Segurança das Nações Unidas a diversos órgãos reguladores e fiscalizadores, incluindo o BC”. A autoridade monetária ressalta ainda que não cabe a ela “identificar movimentações financeiras sobre as pessoas identificadas pela resolução do CSNU.” O Ministério da Justiça, por sua vez, não se pronunciou.

Masood Azhar é hoje um dos terroristas mais procurados do mundo. Ele é acusado de ter participado de uma série de atentados – um dos mais graves, o ataque ao parlamento indiano em 2001. Ressalte-se que já há algum tempo as autoridades brasileiras rastreiam possíveis conexões de terroristas internacionais no país. Em 2019, Brasil, Argentina, Paraguai e Estados Unidos criaram um grupo de coordenação antiterrorista para monitorar  Tríplice Fronteira. Um dos nomes na mira seria o de Samuel Salman El Reda, apontado como o chefe de inteligência do Hezbollah na América Latina – ver RR de 18 de agosto de 2020. Há indícios de que El Reda teria tentáculos na região e estaria vinculado a crimes como lavagem de dinheiro e venda de armas para cartéis do tráfico.

#Ministério da Justiça #ONU #Tríplice Fronteira

Rota de escape

13/08/2021
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O Banco do Brasil pressiona pela retomada do IPO do Banco Votorantim. O BB enxerga a operação como trampolim para a venda, ao menos, de uma parcela da sua participação de 49,99% das ações ordinárias. Mas, os Emírio de Moraes dão pinta de que não têm a menor pressa para abrir o capital. Consultados, BB e Votorantim não se manifestaram.

#Banco do Brasil #Banco Votorantim #Emírio de Moraes

As elites finalmente entraram no jogo

11/08/2021
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Está definitivamente aberta a temporada de conspiração na República. Chegou quem faltava: as elites nacionais, leia-se banqueiros, empresários e intelectuais vinculados aos donos das riquezas do país. O manifesto “Eleições serão respeitadas”, divulgado na última quarta-feira, é apenas a espuma dessa articulação. O que interessa está por debaixo, não é visível ainda e é mais relevante do que aparições em jornais ou nas redes sociais. O anúncio nas principais publicações do país, com 260 signatários, não deve ser interpretado como uma peça de marketing institucional e tampouco como uma mera operação de “democracy washing”.

Há dois recados nas entrelinhas do manifesto. O primeiro é que os grandes empresários do Brasil estão conversando. Não apenas entre si, mas com grupos de poder capazes de promover ou dar respaldo a uma mudança nos rumos políticos da Nação. A segunda mensagem está igualmente acasalada com a defesa da democracia: agora há uma costura a sério pela construção da terceira via. As eleições passaram a ter três candidatos: Jair Bolsonaro, Lula e a terceira via, seja quem for.

Portanto, não se trata de um manifesto por democracia com Lula ou com Bolsonaro. A mobilização teria como objetivo tácito criar as condições para um novo projeto de poder, encabeçado por uma liderança política de fora dos dois espectros que polarizam o país. Toda vez que essas “elites orgânicas” entram no jogo, a prática conspiratória é quase obrigatória no xadrez das articulações com os estamentos republicanos. A história ensina que em decorrência dessa agitação surgirá um programa de governo. Sempre foi assim. Nessas ocasiões, a plutocracia tupiniquim costuma ter um projeto modernizante no bolso do paletó.

Historicamente, não se trata da defesa de um ou de outro regime político, mas apenas da preservação da ordem desejada. A magnitude e as ambições por trás desse projeto podem ser medidas pelos signatários originais do manifesto. Uma boa parte dos figurões que assinaram o documento deve estar agora em alguma sala de estilo inglês, combinando com seus pares os próximos passos. Eles têm a conspiração no DNA. Para dar um exemplo: o principal acionista do Banco Itaú Unibanco, Roberto Setubal. Seu pai, Olavo Setubal, apoiou, financeiramente, as alquimias praticadas para a deposição de Jango. O sócio de “Olavão” no Itaú era o potentado Eudoro Villela, fundador e patrocinador da organização paulista Associação Nacional de Programação Econômica e Social (Anpes), irmã gêmea da carioca Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), comandado por um general cujo pseudônimo era “Gol”.

A Anpes revelaria para o país um jovem gordinho que usava óculos do tamanho de uma tela de televisão. O rapaz foi chamado para ser o secretário executivo da entidade, seu primeiro emprego. Atendia pelo nome do meio, Delfim. Outros tempos; outros propósitos. Posteriormente, “Olavão” participou de forma ativa das campanhas para a deposição da ditadura, que ele próprio havia apoiado anteriormente. Outros signatários do manifesto possuem a mesma pegada genética. O fato é que, enquanto os donos poder ficam, os demais atores institucionais passam. É natural que eles estejam preocupados. Como se sabe, o empresariado e seu círculo de colaboradores íntimos, que chamam a atenção no manifesto, só colocam a cabeça para fora do mar de invisibilidade criado por eles mesmos quando alguma coisa está fora da ordem, está se quebrando. Tudo indica, é o que está ocorrendo. Mãos à obra, pessoal

#Anpes #Itaú #Jair Bolsonaro #Lula

From Honório Gurgel

6/08/2021
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Depois de Berlim, Lisboa deverá receber o próximo escritório do Nubank na Europa. Quem sabe a inauguração não será celebrada
com um show de Anitta, “sócia” do banco, para o enorme contingente de brasileiros na cidade.

#Anitta #Nubank

Era Ciro Nogueira

6/08/2021
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O vice-presidente de Varejo do Banco do Brasil, Carlos Motta, balança no cargo. O PP, de Ciro Nogueira, estaria trabalhando para emplacar em seu lugar o nome do atual presidente do Banco Regional de Brasília, Paulo Henrique Costa.

#Banco do Brasil #Ciro Nogueira

Controle remoto

3/08/2021
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Sergio Rial foi voz determinante na escolha de seu sucessor na presidência do Santander Brasil, o atual VP de empresas, Mario Leão. No banco, a aposta é que o entrosamento entre ambos é tão grande que o Santander terá dois “presidentes” no país.

#Santander

Compra da Cimento Tupi pode ser a nova obra da CSN

30/07/2021
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Nem bem fechou a aquisição da Elizabeth Cimentos, a CSN já teria um novo alvo: a Cimento Tupi. Segundo o RR apurou, a empresa de Benjamin Steinbruch estaria em conversações com alguns dos principais credores da Tupi, a exemplo da suíça Tupacta AGT, que tem a receber quase US$ 230 milhões da companhia. É como se a estratégia da CSN fosse fisgar a cimenteira de “fora para dentro”.

O futuro da Tupi passa pelos credores, que hoje, sob certo aspecto, têm tanto ou até mais poder do que os próprios donos da empresa, a família Koraniy Ribeiro. Com um passivo de R$ 3,5 bilhões, a cimenteira está no meio de uma complexa negociação para a aprovação do seu plano de recuperação judicial. De acordo com a mesma fonte, entre bancos e fornecedores há dúvidas se a Tupi conseguirá se reerguer na mão dos atuais acionistas.

Procurada pelo RR, a CSN não quis se pronunciar sobre o assunto. Consultada sobre o interesse da companhia de Benjamin Steinbruch, a Tupi disse que “desconhece o assunto”. Perguntada se tem ciência de conversas entre credores e a CSN, a empresa disse que não iria comentar. Há uma natural sinergia entre as duas cimenteiras, a começar pelo fator geográfico. Uma das três fábricas da Tupi fica em Volta Redonda, onde está uma das unidades de produção de cimento da CSN.

Com a aquisição, a empresa de Benjamin Steinbruch passaria de uma capacidade de seis milhões para mais de nove milhões de toneladas/ano. Em tempo: tanto a incorporação da Elizabeth Cimentos quanto uma eventual aquisição da Tupi não passariam de aquecimento. Conforme o RR antecipou em 14 de maio, a CSN mira, sobretudo, na compra de ativos da LafargeHolcim no Brasil.

#CSN #Tupi

Hackers se tornam o pesadelo do Estado brasileiro

22/07/2021
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A criação da Rede Federal de Gestão de Incidentes Cibernéticos, anunciada na última sexta-feira, pode ser muito mais uma reação do que uma ação profilática do governo. Segundo o RR apurou, a nova estrutura foi instituída a toque de caixa como uma resposta a quatros novos ataques cibernéticos que teriam sido identificados pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) nos últimos dois meses. De acordo com a fonte da newsletter, os alvos teriam sido o INSS, a Receita Federal, o Banco Central e o TSE.

O RR conversou com o GSI através de uma troca de e-mails. Consultado sobre os eventuais ataques, o Gabinete de Segurança Institucional disse que “cada órgão é responsável pela segurança de seus ativos de informação” e que “tais questionamentos deveriam ser dirigidos aos respectivos órgãos”. Consultado sobre a eventual invasão e os danos causados, a Receita, por meio de sua assessoria, respondeu com um sucinto “Nada a comentar”. O INSS disse que “Não há confirmação desses ataques”. O BC, por sua vez, garantiu que “a informação não procede”.

Já o TSE afirmou que “não há registros de qualquer ataque recente aos seus sistemas”. Ressalte-se que, em novembro de 2020, houve uma tentativa de invasão do banco de dados do Tribunal, confirmada pelo próprio presidente da Corte, Luis Roberto Barroso. Já o INSS está na berlinda devido às denúncias de vazamento de dados de aposentados e pensionistas, usados para empréstimos consignados irregulares. Em junho, a Câmara dos Deputados realizou uma audiência pública para discutir a questão. Neste momento, um dos receios do GSI seria a hipótese da proximidade do calendário eleitoral estimular ataques cibernéticos diretamente contra a Presidência da República.

No diálogo com o RR, o órgão negou que esta tenha sido uma das preocupações que levaram à criação da Rede Federal. Porém, não custa lembrar que, em 2017, o então ministro do GSI, general Sergio Etchegoyen, recomendou ao presidente Michel Temer a aquisição de equipamentos capazes de interferir no funcionamento de dispositivos eletrônicos e, com isso, impedir gravações e escutas no Palácio do Planalto e no Palácio Jaburu – ver RR de 18 de maio de 2017. A orientação foi ignorada. Resultado: Temer acabou sendo gravado por Joesley Batista na garagem do Jaburu. O GSI rebate também a informação de que a Rede Federal foi instituída a toque de caixa como resposta a novos ataques cibernéticos: “Toda norma do GSI é fruto de estudo meticuloso, que inclui oitiva, no mínimo, de cada órgão da administração pública federal”.

É importante ressaltar que a nova estrutura será circunscrita ao Executivo Federal, ainda que, segundo o Gabinete de Segurança Institucional, “é facultado aos demais Poderes, bem como ao Poder Executivo nos níveis estadual e municipal, sua adesão à rede”. Há um dado curioso no decreto 10.748. O artigo 3 cita que um dos objetivos da Rede Federal é “divulgar informações sobre ataques cibernéticos”. Quer dizer que antes eles não eram revelados? Segundo o GSI, “as informações sobre ataques cibernéticos que já eram divulgadas na rede dizem respeito ao método do ataque e às suas características, para que os demais componentes da rede possam se defender.

Os alertas e as recomendações sobre ataques cibernéticos que são de caráter geral já são difundidas há anos na página eletrônica do CTIR Gov (https://ctir.gov.br/)”. A deterioração das condições de defesa cibernética do Estado brasileiro têm sido motivo de atenção por parte de diferentes esferas de Poder. No fim de 2020, o TCU produziu um relatório de mais de 200 páginas sobre segurança da informação na Administração Pública Federal. Entre uma série de fragilidades, o Tribunal demonstrou especial preocupação com o armazenamento de dados da máquina pública nas nuvens. Em janeiro deste ano, a CGU, por sua vez, identificou vulnerabilidades na estrutura de segurança digital do próprio INSS. Segundo o relatório, havia perfis de estagiários menores de idade, servidores aposentados e ex-funcionários terceirizados ainda com acesso válido à plataforma.

#Gestão de Incidentes Cibernético #INSS #TCU

Justiça

A prova dos nove da Candido Mendes

22/07/2021
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A proposta de recuperação judicial da Universidade Candido Mendes (UCAM) já teria recebido dez pedidos de impugnação por parte de credores, entre os quais o Banco do Brasil e escritórios de advocacia que atenderam a instituição. Segundo o sócio de uma dessas bancas, há divergências em relação aos valores das dívidas da empresa. A fonte do RR calcula, por exemplo, que o passivo da Universidade Candido Mendes com o condomínio do Edifício Assembleia 10, no Centro do Rio, chega perto dos R$ 80 milhões. Consultada, a instituição reconhece os atrasados, mas garante que a soma, “incluída no plano”, é de R$ 52 milhões.

#Banco do Brasil #Universidade Candido Mendes

Divórcio elétrico

19/07/2021
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O BNDES planeja vender sua participação de 9,9% na AES Brasil. Tomando-se como base o valor em bolsa, a fatia do banco está estimada em torno de R$ 500 milhões.

#BNDES

IFC despeja mais grana no Brasil

14/07/2021
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O IFC, o braço de investimentos do Banco Mundial, sinalizou ao Ministério da Infraestrutura a intenção de alocar recursos em projetos rodoviários no Brasil. O Brasil, ao que parece, está mesmo no radar da instituição. O IFC já anunciou que vai investir mais de US$ 6 bilhões no setor de saneamento no país até 2023.

#Banco Mundial #Ministério da Infraestrutura

Ponto final

13/07/2021
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Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil, GAA Investments e CBF.

Uma história cada vez mais enrolada

8/07/2021
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A enroscada saga da Usina São Fernando – ver RR de 25 de junho – teve um novo capítulo. Funcionários da sucroalcooleira vêm fazendo gestões junto ao BNDES e ao Banco do Brasil, os dois maiores credores da empresa, na tentativa de aprovar a venda do controle à Millenium Holdings. Esta última teria se comprometido a contratar parte dos 1,2 mil trabalhadores demitidos da usina. Ocorre que a Millenium venceu o leilão judicial, mas não levou. Foi desclassificada pela Justiça, que aceitou a oferta da segunda colocada, a Energética Santa Helena – pelo que se diz nos bastidores, com o apoio do BNDES e do BB.

#Banco do Brasil #BNDES

Ponto final

8/07/2021
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Não retornaram ou não comentaram o assunto: Sinopec, LyondellBasell, Banco do Brasil, BNDES, Great Wall, Presidência da República e Secretaria Geral da Presidência.

Meia, volta, volver

7/07/2021
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A fintech inglesa Revolut, focada na abertura de contas correntes internacionais sem tarifas, está revendo sua operação no Brasil. Quase dois anos após desembarcar no país, o banco digital não conseguiu um parceiro local nem tampouco emplacar seu modelo de negócio.

#Revolut

Da Anitta ao Gabigol

2/07/2021
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Entre os dirigentes à frente do projeto, o Nubank é apontado como um potencial patrocinador da nova liga de clubes que está sendo criada para organizar o Campeonato Brasileiro. A “sócia” Anitta poderia muito bem ser convocada para ser a cheerleader isolada do banco nas principais partidas do campeonato.

#Anitta #Campeonato Brasileiro #Nubank

Mourão no banco de reservas

1/07/2021
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Jair Bolsonaro vem sendo aconselhado a reforçar o time brasileiro que participará da Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP26), em novembro. O reforço em questão seria a escalação do general Hamilton Mourão, comandante do Conselho da Amazônia, ao lado do novo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite. A julgar pela distância cada vez maior entre Bolsonaro e Mourão, trata-se de uma hipótese pouco provável.

#Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro #Ministério do Meio Ambiente

Chineses querem colocar seu carimbo na moeda brasileira

30/06/2021
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Há uma possibilidade dos chineses imprimirem a moeda brasileira. Segundo informações filtradas pelo RR junto ao Ministério da Economia, a Aisino, um dos maiores grupos de documentação digital do país asiático, demonstrou interesse em participar da privatização da Casa da Moeda. A empresa identifica a estatal como uma janela de oportunidade para entrar no Brasil, peça-chave de um movimento geoeconômico mais amplo.

Após se espraiar pelo Oriente Médio e pela África, a Aisino elegeu a América Latina como prioridade. A companhia já atua no Chile e está na disputa para assumir dois serviços igualmente estratégicos naquele país: a impressão das carteiras de identidade e dos passaportes dos chilenos. Consultado, o Ministério da Economia não se pronunciou. A privatização da Casa da Moeda está prevista no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) e tem no ministro Paulo Guedes o seu principal defensor.

Ocorre que, historicamente, a venda da empresa sempre enfrentou resistência, devido ao seu forte simbolismo. Para se ter uma ideia da “sacralização” da estatal, há 50 anos, o ministro Roberto Campos chegou a preconizar a privatização do Banco Central, mas a Casa da Moeda era intocável até para os mais liberais entre os liberais. Neste momento da história, há ainda outro fator: a Aisino teria de enfrentar a “sinofobia” do governo Bolsonaro. Some-se o fato de que o próprio presidente tem uma postura pendular em relação à venda da Casa da Moeda. Talvez seja menos por razões de ordem estratégica e de segurança nacional e mais por escambo político. O Centrão, notadamente o PTB, está ávido para sentar na cadeira da presidência da estatal, hoje nas mãos do vice-almirante Hugo Cavalcante Nogueira.

#Banco Central #Casa da Moeda #Jair Bolsonaro #Ministério da Economia

Menin multimídia

28/06/2021
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Rubens Menin, dono da MRV Engenharia e do Banco Inter, estaria envolvido no projeto de criação de uma plataforma de streaming focada em esportes. Ressalte-se que Menin tem feito avanços sucessivos na área de mídia. Dono da CNN Brasil, comprou recentemente a Rádio Itatiaia, de Minas Gerais.

#Banco Inter #MRV Engenharia

Uma vez Flamengo…

17/06/2021
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No governo do Distrito Federal já se cogita a possibilidade de o Banco Regional de Brasília (BRB) renovar antecipadamente o contrato de parceria ao Flamengo, que vence em 2023. Procurado, o banco informou que o acordo “possui cláusula de renovação automática e permite, ainda, a criação de uma nova empresa no futuro”.

Em tempo 1: segundo as pesquisas mais recentes, o clube carioca tem a maior torcida do Distrito Federal – com quase 50% da população local. Em tempo 2: o governador Ibaneis Rocha é candidato à reeleição em 2022.

#Flamengo #Ibaneis Rocha

A nova fritura de Waldery Rodrigues

16/06/2021
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Há uma pressão dos senadores da base governista – a exemplo de Ciro Nogueira e Eduardo Girão – pela saída de Waldery Rodrigues Junior do Conselho de Administração do Banco do Brasil. Rebaixado de secretário especial da Fazenda para assessor de Paulo Guedes, Rodrigues fez desafetos no Senado durante a conturbada negociação do Orçamento. Ressalte-se que o Centrão está mandando e desmandando no BB: sancionou a nomeação de Fausto Ribeiro para a presidência do banco e emplacou Renato Naegele na vice presidência de agronegócio – indicação atribuída ao senador Wellington Fagundes (PL-MT).

#Banco do Brasil #Ciro Nogueira #Eduardo Girão

Itaú entra de sola em Rogério Caboclo

10/06/2021
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O RR teve a informação de que o Itaú ameaça romper o contrato de patrocínio à seleção brasileira caso Rogério Caboclo não seja afastado em definitivo da presidência da CBF. Caboclo se licenciou do cargo por 30 dias após ser acusado de assédio sexual contra uma funcionária. Consultado, o Itaú diz que “acompanhará de perto a apuração do caso e espera que a investigação seja profunda e célere.” Perguntado especificamente sobre a possível ruptura do contrato, o banco não se pronunciou. Itaú entra de sola em Rogério Caboclo.

Nos bastidores da CBF, um dos principais articuladores políticos do afastamento de Rogério Caboclo do cargo é Fernando Sarney. Guardadas as devidas proporções, a confederação é uma espécie de “Maranhão da bola” para o filho de José Sarney. Vice-presidente da CBF, Fernando manda e desmanda na entidade há mais de duas décadas.

 

#Itaú

Os corpos que caem

2/06/2021
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Além da iminente mudança no comando da BB Seguridade, o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, deverá
estender à dança das cadeiras à Brasilprev. Ressalte-se que a atual presidente da empresa, Angela de Assis, está no cargo há apenas seis meses.

#Banco do Brasil

Nome em alta

26/05/2021
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O nome do ex-presidente do Banco do Brasil Paulo Rogério Caffarelli, que acaba de deixar o comando da Cielo, circula nos corredores do Santander como candidato a assumir um cargo no banco.

#Paulo Rogério Caffarelli

“Petrobolso”, o petrolão às avessas

24/05/2021
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A declaração de Jair Bolsonaro de que “gente de dentro da Petrobras ganhou dinheiro” em Bolsa com a mudança no comando da empresa faz parecer que o presidente tem um arsenal de denúncias para a criação de diversas CPIs. A afirmação mereceria, no mínimo, uma investigação da CVM, uma vez que a fala de Bolsonaro coloca sob suspeição do Conselho de Administração aos vários escalões executivos da companhia. Para os observadores mais íntimos do estilo de Bolsonaro, o próximo da fila é o Banco do Brasil. Não há motivo para desacreditar que, a qualquer momento, o presidente saque do bolso alguma acusação similar referente ao banco. Na última quinta-feira, em sua live, quando falou da Petrobras, Bolsonaro voltou a mencionar o fechamento de agências do BB. No fundo, no fundo, é tudo estratégia diversionista.

#CVM

Mais adubo financeiro para o Plano Safra

21/05/2021
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A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, está fazendo gestões junto ao Banco do Brasil para garantir que a instituição aumente o volume de recursos para o próximo Plano Safra – no ano passado, o BB liberou R$ 103 bilhões.

#Banco do Brasil

Carrefour digital

18/05/2021
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O Carrefour planeja lançar um banco digital no Brasil. A ideia dos franceses é montar um colar de fintechs em torno da instituição.

#Carrefour

O retorno de Weintraub

14/05/2021
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Abraham Weintraub, hoje no Banco Mundial, tem dito a interlocutores no governo que está se preparando para voltar ao Brasil no fim do ano. Ou seja: não cumpriria seu mandato na instituição, que vai até outubro de 2022.
O motivo não é nada lisonjeiro: Weintraub está sendo investigado pelo conselho de ética do banco em função de sua conduta nas redes sociais. Apesar disso, não faltam partidos, a exemplo do PSL e do PTB, querendo emplacá-lo como candidato a deputado ou mesmo ao governo de São Paulo em 2022.

#Abraham Weintraub #Banco Mundial

Faxina de ativos no Banco do Brasil

15/04/2021
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O presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, está decidido a levar adiante duas operações que seu antecessor, André Brandão, deixou em banho-maria: as vendas da participação no Banco Patagonia e do BB Américas, em Miami. O que se diz no banco é que Ribeiro pretende selar os dois negócios até outubro. Nada que faça muita diferença: os dois ativos têm baixo valor ou relevância para o BB.

#Banco do Brasil #Fausto Ribeiro

Ponto final

15/04/2021
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Não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil, Multiplan e Forever 21.

Nova fornada

13/04/2021
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O japonês SoftBank prepara uma nova e bilionária rodada de investimentos em startups no Brasil. Tudo sob o comando do ex-Amazon Alex Szapiro, que assumiu recentemente o comando do banco no país. Os japoneses reservaram algo como US$ 1 bilhão para aportes na América Latina.

#SoftBank

Embraer volta ao radar da diplomacia brasileira

9/04/2021
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A demissão de Ernesto Araújo do Ministério das Relações Exteriores reacendeu uma luz no painel da Embraer. Segundo informações auscultadas pelo RR no Itamaraty, o novo chanceler, Carlos Alberto França, está disposto a reabrir conversações no âmbito da OMC em torno da fixação de novas regras multilaterais para a concessão de subsídios do governo ao setor de aviação. O assunto é uma batalha aérea de parte a parte. Assim como a Embraer se queixa de subvenções para concorrentes, sobretudo a Bombardier, há um incômodo lá fora por conta das relações viscerais entre a empresa e o BNDES. O banco costuma financiar a venda de produtos da companhia, de jatinhos a aviões maiores. No início deste ano, por exemplo, o BNDES aprovou uma linha de crédito de R$ 450 milhões para a Embraer, mais precisamente para a exportação de aeronaves modelo E175 à norte-ame­ricana SkyWest Airlines. Por essas e outras, no exterior há quem veja a fabricante brasileira como uma “semiestatal”, com garantia de financiamento do governo – ainda que indiretamente – a taxas, no mínimo, competitivas.

Trata-se de uma questão complexa, dada a miríade de interesses comerciais cruzados, envolvendo países como França, China e Rússia. Além da Airbus – principal adversária da Embraer após assumir a divisão de jatos regionais da Bombardier -, a chinesa Comac e a russa Sukhoi despontam como ameaças emergentes à empresa brasileira. Ambas aditivadas com subsídios governamentais de alta octanagem. Ainda assim, cabe lembrar que existe um experimento diplomático razoavelmente bem-sucedido nessa área: o Entendimento Setorial sobre Aviação Civil (ASU), firmado na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2007, considerado um tento da diplomacia brasileira. Embora não seja membro da OCDE, o país participou do acordo, renovado quatro anos depois.

Por falar em Itamaraty: a primeira missão – ou embate – de Carlos Alberto França nas Relações Exteriores está prevista para a próxima segunda-feira. França levará para a reunião do Mercosul a proposta de redução da Tarifa Externa Comum (TEC) do bloco econômico. Segundo o RR apurou, mesmo com a resistência do Paraguai e, sobretudo, da Argentina, o governo brasileiro vai defender o corte da TEC entre 15% e 20%. O projeto está sendo alinhavado pelo Ministério da Economia, mais precisamente pela equipe do secretário especial de Comércio Exterior, Roberto Fendt.

#Carlos Alberto França #Embraer

“Operação casada”

9/04/2021
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Após a Caixa Econômica fechar a venda da sua participação no Banco Pan, agora é a vez do Banco do Brasil botar pressão para acelerar o IPO do Banco Votorantim. Se não será uma porta de saída em definitivo, a oferta de capital ao menos permitirá ao BB reduzir significativamente a sua fatia na instituição financeira dos Ermírio de Moraes. O Banco do Brasil estima arrecadar até R$ 2 bilhões com a venda de parte de suas ações no Votorantim.

#Banco do Brasil

Ponto final

9/04/2021
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Não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil, Banco Votorantim, Gocil, João Doria e Americanas.

Primeira baixa

7/04/2021
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O que se diz no Banco do Brasil é que o novo presidente da instituição, Fausto Ribeiro, já procura um nome para substituir o vice-presidente de gestão financeira e de relações com investidores, Carlos da Costa André. Com quase 40 anos de banco, o executivo chegou ao cargo em novembro pelas mão do ex-presidente do BB, André Brandão.

#Fausto Ribeiro

Ponto final

7/04/2021
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Não retornaram ou não comentaram o assunto: Ministério da Justiça, Banco do Brasil e Shandong Haiying.

Desgosto pessoal

31/03/2021
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Segundo uma fonte próxima a Helio Magalhães, sua renúncia à presidência do Conselho do Banco do Brasil teria menos a ver com uma reação à interferência de Jair Bolsonaro na instituição e mais com uma decepção particular. Magalhães era um dos cotados para assumir o comando do BB com a saída de André Brandão. Tinha, inclusive, o apoio de Paulo Guedes.

#Banco do Brasil #Jair Bolsonaro

Ponto final

31/03/2021
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O seguinte citado não comentou o assunto: Banco do Brasil.

Pandemia 1

17/03/2021
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Enfim, o RR teve uma boa notícia: o governador da Bahia, Rui Costa, negocia com o Banco do Brasil um empréstimo de R$ 1,5 bilhão para a compra de aproximadamente dez milhões de doses da vacina russa Sputnik V.

Pandemia 2

Não que Jair Bolsonaro vá se preocupar com isso. Mas a cardiologista Ludhmila Hajjar tem uma grande rede
na comunidade dos médicos. Nos últimos dias, chegou-se a discutir um manifesto de desagravo a Ludhmila.

Pandemia 3

Mais um indicador do avanço da Covid-19 no Rio: a Rede D´Or, dona dos principais hospitais particulares da cidade, está recrutando médicos recém-formados para dar conta do atendimento dos infectados em UTIs.

#Banco do Brasil #Ludhmila Hajjar #Rede D'Or #Rui Costa

O Weintraub de sempre

15/03/2021
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O Banco Mundial já teria pedido ao Itamaraty a substituição do ex-ministro Abraham Weintraub como representante do Brasil na instituição. Os próprios funcionários do banco solicitaram que Weintraub seja investigado por disseminar informações falsas sobre a pandemia.

#Abraham Weintraub #Banco Mundial

Operação-abafa

12/03/2021
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Paulo Guedes tem procurado asserenar os ânimos entre os conselheiros do Banco do Brasil para evitar uma “Petrobras 2”, leia-se a renúncia de integrantes do board após as ingerências de Jair Bolsonaro na instituição.

André Brandão está disposto a deixar a presidência do BB antes do governo definir seu substituto. Virou uma questão de honra.

#Banco do Brasil #Paulo Guedes

Ponto final

12/03/2021
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Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil e Arena das Dunas.

Sai Paulo, fica Pedro

10/03/2021
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Paulo Guedes tirou o corpo fora e abandonou o lobby pela indicação de Eduardo Dacache, atual presidente da Caixa Seguridade, para o comando do Banco do Brasil. Pedro Guimarães, presidente da Caixa, ficou sozinho na campanha pela nomeação de Dacache.

#Banco do Brasil #Paulo Guedes

Private banking

5/03/2021
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Após o polêmico empréstimo de R$ 3,1 milhões para Flavio Bolsonaro comprar uma mansão em Brasília, os funcionários do BRB cunharam, nos corredores da instituição, um novo significado para a sigla: “Banco Regional dos Bolsonaro”. Não custa lembrar que foi por influência de Jair Bolsonaro que o banco do Distrito Federal fechou um contrato milionário com o Flamengo.

#BRB #Flamengo #Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro

“O BB é meu”

5/03/2021
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O recado já está com Paulo Guedes: Jair Bolsonaro quer que o novo presidente do Banco do Brasil, seja ele quem for, reavalie o plano de fechamento de 300 agências em todo o país. Qualquer corte razoável nesse número já será uma festa para Bolsonaro.

#Banco do Brasil #Paulo Guedes

Corrida sucessória

4/03/2021
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Além do presidente da Caixa Seguridade, Eduardo Dacache, outro nome corre por fora, ou melhor, por dentro para assumir a presidência do Banco do Brasil: Hélio Magalhães, ex-no 1 do Citi no Brasil e atual presidente do Conselho do BB.

#Banco do Brasil #Caixa Seguridade

Estilhaços da intervenção de Bolsonaro na Petrobras

23/02/2021
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  • Até o fechamento desta edição (ontem, às 20h) Paulo Guedes completou 72 horas sem se pronunciar sobre a demissão de Roberto Castello Branco. Muy amigo…
  • Depois do que fez na Petrobras, Jair Bolsonaro não deve estar mais querendo a aprovação da autonomia do Banco Central. Seria a única instância da República em que ele não poderia demitir o subordinado.
  • Ontem, circulou a informação de que Jair Bolsonaro está consultando seu conselho militar em busca do nome de um oficial para a Eletrobras. Não é difícil de entender que a privatização foi para a o espaço.
  • Também ontem, correu no mercado a informação de uma substituição da substituição na BR. Wilson Ferreira Junior, que deixou a Eletrobras e ganhou como prêmio de consolação a presidência da distribuidora, não assumiria mais o cargo. O novo indicado seria o ministro Bento Albuquerque. Sua missão seria tocar uma “nova BR”, com a reestatização da empresa. Segundo informação que circulou em uma grande corretora, a Petrobras compraria, até junho, 15% das ações da distribuidora que pertencem a fundos e bancos internacionais, reassumindo o controle.
  • A possível indicação do almirante Bento Albuquerque para a BR enseja ainda duas interpretações. A primeira é que Bolsonaro quer colocar alguém seu na empresa para fazer política de preços e tarifas dos combustíveis. A segunda é que o presidente pretende abrir espaço no Ministério de Minas e Energia para o Centrão.
  • A explosão de Jair Bolsonaro deverá atingir, ainda que de leve, a cota de Paulo Guedes. O secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues Junior, está na linha de tiro do presidente.
  • O presidente do Banco do Brasil, André Brandão, já está espanando a cadeira. Sabe que sua demissão pode não ser agora. Mas será mais à frente, conforme já sinalizou Bolsonaro.
  • Ontem era tido como certo no mercado que o programa de privatização do governo vai ficar restrito à xepa das estatais. A insegurança jurídica alimentada por Bolsonaro é um repelente para os investidores.
  • O que se considerava, ontem, em Brasília é até que ponto a aprovação da PEC Emergencial será suficiente para mitigar o estrago feito com as mexidas conduzidas por Bolsonaro. Tá tudo dominado, mas não por Paulo Guedes…

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Petrobras

Bolsonaro atira em Castello Branco e bala ricocheteia no ministro Paulo Guedes

22/02/2021
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A forma impolida e desrespeitosa com que o presidente Jair Bolsonaro defenestrou do cargo o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, l coloca o ministro da Economia com um pé fora do governo. Mesmo que seja procedente uma suposta covardia de Paulo Guedes, ligando na madrugada para suplicar que Castello renunciasse da sua posição, os dois estão indexados. Para início de conversa, a intervenção de Bolsonaro na companhia, impondo um subsídio aos combustíveis, vai na mão inversa de tudo o que Guedes vem defendendo.

Na realidade, ela foi “assinada” pelo ministro durante todo o tempo. A medida já seria um bom motivo para que o ministro começasse a arrumar seus apetrechos. Mas digamos que Guedes seja subserviente ao chefe ao ponto de negar o que disse durante toda a sua gestão. Pois bem, vai carregar uma cruz: terá ressuscitado Dilma Rousseff com sua política de intervenção nos preços dos derivados de petróleo – só falta interferir nas tarifas de energia elétrica.

Dilma estará arrastando correntes, à meia-noite, pelos corredores da Petrobras sussurrando que a captura da estatal não foi um episódio exclusivo do seu tempo. Não bastasse isso, a diatribe do presidente cria uma situação de risco jurídico e regulatório que praticamente joga uma pá de cal no plano de desinvestimentos da Petrobras. Quem vai querer comprar um ativo da estatal se a qualquer momento Bolsonaro pode ter um faniquito e cismar de reduzir os preços? Muito provavelmente toda a diretoria deixará a empresa por ocasião da saída de Castello.

O Conselho de Administração ficará em uma situação constrangedora, pois sequer poderá discutir se renovaria ou não o mandato do atual gestor, conforme decisão que seria tomada em sua reunião de amanhã. Melhor acabar logo com o Conselho ou substituí-lo por um colegiado de generais. Se Paulo Guedes não aceitar a humilhação, ao contrário do que vem ocorrendo em sua gestão, teria chegado o momento do ministro da Economia afivelar as malas e voltar à paz do seu apartamento do Leblon.

Castello não é só o executivo mais renomado que Guedes trouxe para o governo como também é a mais perfeita tradução do seu pensamento. Não bastasse, há uma longa história de amizade e colaboração profissional entre ambos. Castello era presidente do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) nos idos dos anos 80, quando trouxe Paulo Guedes, então na Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex), para o cargo de diretor técnico. Logo a seguir, Castello foi para a diretoria bancária do Banco Central e fez de Guedes seu sucessor.

Ambos estudaram na Universidade de Chicago, uma fraternidade que envolve, além das ideias, a fidelidade entre seus discípulos. Castello tem feito uma gestão elogiada por todo o mercado. Conseguiu domar a fúria da corporação contrária a sua política liberal. Seu projeto sempre foi tornar a companhia enxuta, hiper focada e resistente às intempéries. Não previu que os raios e trovoadas viriam do Palácio do Planalto. Castello foi estorricado. E sua fritura flamba o ministro da Economia. É um desatino escangalhar a Petrobras e afastar o mais próximo colaborador de Paulo Guedes. A não ser que Bolsonaro queira flechar pelas costas o principal ministro do seu governo.

#Petrobras

Negacionismo rubro-negro

19/02/2021
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A diretoria do Flamengo caprichou no negacionismo. Originalmente, a previsão orçamentária do clube para 2021 estabelecia a volta do público aos estádios no início de abril. Com a campanha de vacinação a passos de cágado e a média móvel de mais de mil mortos por dia no Rio, os dirigentes rubro-negros acabaram refazendo a previsão e empurrando a data para setembro.

Por falar no Urubu, dirigentes do Banco Regional de Brasília e do Flamengo já cogitam a possibilidade de prorrogar o contrato de patrocínio que vence em 2023. O curioso é que até lá quem hoje manda tanto de um lado quanto de outro pode nem estar mais lá: o clube tem eleição neste ano; em 2022, será a vez do governador do DF, Ibaneis Rocha, enfrentar as urnas.

#Flamengo

Ao Deus dará

18/02/2021
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Assessores mais próximos de Paulo Guedes apostam que ele não vai mover um dedo para salvar a pele do presidente do Banco do Brasil, André Brandão, das garras do Centrão. Já bastou o desgaste que Guedes teve ao segurar Brandão no banco depois do recente anúncio das cinco mil demissões.

#Banco do Brasil #Paulo Guedes

Pendurado

5/02/2021
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“Ele está pendurado. Mais uma e leva cartão vermelho”. Em conversas reservadas, é assim que Jair Bolsonaro se refere ao presidente do Banco do Brasil, André Brandão.

#Banco do Brasil

“Mengalomania”

3/02/2021
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Dirigentes do Flamengo e do Banco Regional de Brasília têm falado que o patrocínio da instituição financeira ao rubro-negro pode atingir R$ 1,5 bilhão em até três anos com base na abertura de contas digitais. Nenhum contrato similar no futebol brasileiro chegou sequer a um décimo desse valor.

#Flamengo

Crédito de sobra

2/02/2021
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A ministra Tereza Cristina vem pleiteando ao presidente do Banco do Brasil, André Brandão, a redução dos juros para o financiamento rural. O foco é o Plano Safra 2021/22, que será anunciado em junho. Tereza, por sinal, está com crédito na casa: foi uma das responsáveis por interceder junto ao presidente Jair Bolsonaro para evitar a demissão de Brandão.

#Banco do Brasil #Tereza Cristina

Ninguém enxerga que a indústria está morrendo?

1/02/2021
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O RR apurou que a Secretaria do Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério da Economia monitora, com preocupação, a situação da Audi no país. O receio é que a montadora alemã seja a próxima a encerrar sua produção no Brasil. Os movimentos recentes reforçam essa percepção. Em dezembro passado, a empresa suspendeu a fabricação do A3 Sedan, único modelo que era montado na unidade de São José dos Pinhais (PR). Ouvida pelo RR, a Audi foi diplomática. Afirmou que estuda um novo modelo para ser produzido no Brasil. Diz ainda que “boa parte dessa decisão passa pela definição do que irá ocorrer com os créditos de IPI acumulados durante os anos de Inovar Auto, que não foram integralmente devolvidos”.

O RR, contudo, reitera que a empresa estuda cair fora do país. Caso atravesse a porta de saída, a Audi se juntará a Ford, Ford Caminhões, Roche, Eli Lilly, Sony, Mercedes-Benz e Nikon, empresas que encerraram suas atividades industriais no Brasil desde o início do governo Bolsonaro. Diante do crescente êxodo de multinacionais, talvez tenha chegado a hora de rever o “super” Ministério da Economia. A “sub-pasta” da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação, colocada sob o guarda-chuva de Paulo Guedes tornou-se um apêndice menor e ineficaz, com graves reflexos para a economia, geração de empregos, retenção de talentos e mesmo estímulo à educação mais sofisticada no país. Com Guedes não vai haver policy para o segmento. O ministro despreza qualquer tipo de política industrial. Há uma bifurcação de motivos para esse “bye, bye, Brazil”.

De um lado, existe uma variável estrutural: o elevado Custo Brasil, uma questão que exige tempo para ser equacionada. Por outro, há um forte componente conjuntural. A gestão Bolsonaro não acena com PIB crescente, aumento de investimentos e muito menos incentivos – que não precisam, necessariamente, ser fiscais. O Chile, por exemplo, exige o compromisso de permanência de uma empresa por 10 anos para a concessão de benefícios. Por aqui, o governo Bolsonaro adota a política do “cada um por si”.

O BNDES hoje é tudo: estruturador de operações financeiras, adviser de privatizações, trem pagador do Tesouro, menos banco de fomento. Paulo Guedes diz que a indústria está crescendo. Como de hábito, ergue suas verdades sobre um terreno arenoso. Esse crescimento ao qual ele se refere se deve a três variáveis. Em primeiro lugar, a base de comparação usada – o mês imediatamente anterior – é baixa. Em novembro de 2020, a atividade industrial avançou 1,2% em relação a outubro. Por esse critério, foi a sétima alta consecutiva. No entanto, quando a comparação se dá com o mesmo período em 2019, foram 10 meses seguidos de baixa. Apenas em outubro e novembro de 2020 a indústria voltou a crescer frente aos mesmos meses no ano anterior.

Além disso, o auxílio emergencial e as políticas de cobertura de pagamento de salários dos trabalhadores durante a pandemia tiveram um impacto positivo circunstancial. Ressalte-se ainda o divórcio de boa parte dos brasileiros com as regras sanitárias: mais da metade da população determinou, com o apoio do presidente Bolsonaro, que o isolamento não precisava ser cumprido, o que antecipou a retomada da economia – ao custo de milhares de mortos a mais. Hoje, a indústria de transformação responde por 11% do PIB, o menor nível desde 1947. Há estimativa que chegue a 9% em 2024.

Segmentos vitais vão recuar ainda mais. A formação bruta de capital fixo deve cair 2,3% no quarto trimestre de 2020 em comparação com o terceiro, segundo projeção do Boletim Macro do Ibre-FGV. A construção civil, que tem peso no cálculo do PIB industrial, deu um piparote em dezembro, com a maior utilização de capacidade operacional desde 2014. Mas, a previsão da Câmara Brasileira da Indústria da Construção é de uma queda de 2,8% do PIB do setor em 2020. Esse cenário provoca efeitos colaterais que podem demorar anos para serem curados. Há uma crescente exportação de talentos no país, notadamente para países como Estados Unidos, Alemanha e Suécia. São profissionais de alta formação que potencialmente teriam de ser absorvidos pela indústria nacional. E daí.

#Audi #BNDES #Ford #Mercedes-Benz #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Adeus China

22/01/2021
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Depois de quase ser degolado, o presidente do Banco do Brasil, Andre Brandão, parece querer agradar Jair Bolsonaro. O BB está ultimando os preparativos para fechar seu escritório em Xangai. Curiosamente, mesmo com a patrulha bolsonarista, seu antecessor, Rubem Novaes, ampliou as atividades do BB na China.

#Banco do Brasil

Escolha ou falta de escolha?

20/01/2021
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Mantido no cargo – ao menos, por ora -, o presidente do Banco do Brasil, André Brandão, pretende manter a operação do BB Americas, nos Estados Unidos. Não se sabe se é por convicção no negócio ou pela falta de comprador – o ativo está sobre o balcão há mais de um ano.

#Banco do Brasil

Um xerife de olhos vendados

19/01/2021
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A CVM foi no mínimo omissa no caso do Banco do Brasil. Como pode haver interferência externa na decisão de fechamento de agências e cortes de pessoal já aprovada pelo Conselho de Administração? Assim como não é permitida a presença de ministros no board do BB, não cabe a ingerência do acionista controlador para criar embaraços à gestão. Se André Brandão, presidente da instituição, tivesse um pouco de juízo, pegava seu banquinho e saia de mansinho, como diria Raul Gil.

#Banco do Brasil #CVM

A caminho da bolsa

6/01/2021
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O RR apurou que o governo do Distrito Federal estuda a abertura de capital da BRB Financeira, braço do Banco Regional de Brasília. Seria a missão prioritária do novo presidente da financeira, o ex-n.1 da Funcef Carlos Antonio Fernandes.

#BRB Financeira

Contramão

4/01/2021
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As seguidas declarações do novo presidente do Banco do Brasil, André Brandão, tratando a venda de subsidiárias como algo não prioritário, têm provocado um crescente incômodo no ministro Paulo Guedes.

#Banco do Brasil #Paulo Guedes

RR é a melhor vacina contra a desinformação

23/12/2020
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Em meio ao “novo normal” imposto pelo terrível ano de 2020, ao menos um ponto não mudou: o assinante do RR teve acesso irrestrito aos corredores do Poder. Em 20 de abril, um mês após Jair Bolsonaro decretar estado de calamidade pública, o RR foi o primeiro veículo a noticiar os estudos dentro do governo para a criação de uma espécie de “Plano Marshall” brasileiro, um amplo programa emergencial de geração de investimento e de empregos. Poucos dias depois, o ministro da Casa Civil, general Braga Netto, surgiria no noticiário confirmando os estudos e fazendo referência exatamente ao termo “Plano Marshall”. O RR antecipou o flerte entre Jair Bolsonaro e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Em 3 de julho, a newsletter informou que Marinho estava montando uma intensa agenda de viagens de Bolsonaro para inaugurar obras no Nordeste, o que de fato ocorreu nos meses seguintes.

O poder em marcha

Em 5 de maio, o RR descortinou o incômodo dentro das Forças Armadas diante da insistência do presidente Jair Bolsonaro em associar a corporação a um discurso de intimidação e de risco de ruptura institucional, tema que ganharia o noticiário nos dias seguintes. O RR também antecipou a importante missão que o general Hamilton Mourão passou a ter no governo: em 22 de julho, noticiou, em primeira mão, que o vice-presidente se tornaria uma espécie de “embaixador do meio ambiente” da gestão Bolsonaro. Em 20 de agosto, o RR publicou, também com exclusividade, que o governo estenderia a “Operação Verde Brasil 2”, prorrogando a presença de militares no combate aos incêndios na Amazônia até o fim do primeiro trimestre de 2021 – o que se confirmaria em novembro.

Militares x “olavistas”

Os assinantes da newsletter tiveram também informações exclusivas sobre a disputa de poder entre os generais palacianos e a ala olavista do governo. Em 12 de maio, o RR cravou que os militares se movimentavam para ter um número maior de assentos no Conselho Nacional de Educação (CNE), tradicional área de influência de Olavo de Carvalho desde o início da gestão Bolsonaro. Em 25 de setembro, o RR revelou articulações para a possível saída do “olavista” Ernesto Araújo do Ministério das Relações Exteriores. Desde então, o noticiário tem tratado da hipótese de substituição do chanceler. Na última semana, a mídia passou a abordar também a possibilidade de demissão do embaixador brasileiro em Washington, o igualmente “olavista” Nestor Forster, informação antecipada pelo RR em 7 de dezembro.

Laços de família

Em 7 de agosto, o RR revelou que, ao criar o Centro de Inteligência Nacional na Abin, o presidente Jair Bolsonaro estava instituindo um “Family office” dentro da agência, com o objetivo de usar o aparato de Inteligência do Estado em benefício de si próprio e dos seus. Em dezembro, estouraria a denúncia de que a Abin produziu relatórios para Flavio Bolsonaro. Em 8 de junho, o RR informou, com exclusividade, que o deputado federal Eduardo Bolsonaro estava trabalhando para viabilizar o desembarque no Brasil da Sig Sauer, fabricante de armamentos de origem suíça. Mais: a newsletter antecipou as articulações conduzidas com o auxílio do “03” para uma parceria entre a empresa e a Imbel. Três dias depois, o assunto estaria em toda a mídia.

Despedida antecipada

O leitor da newsletter acompanhou de muito perto o processo de sucessão do Itaú Unibanco. Em 9 de setembro, o RR informou que Marcio Schettini deixaria o banco caso não fosse o escolhido para suceder Candido Bracher na presidência. Dito e feito! No início de novembro, preterido em detrimento de Milton Maluhy Filho, Schettini, diretor geral de varejo, anunciou sua saída do Itaú. No dia 9 do mesmo mês, o RR voltou ao tema para detalhar os bastidores da escolha, conduzida pelo próprio Bracher, e o mal estar que ela causou junto aos acionistas do Itaú.

Em janeiro, o RR informou com exclusividade que a Petrobras lançaria um plano de redução de despesas da ordem de R$ 1 bilhão, o que se confirmaria pouco depois. Também em janeiro, a newsletter revelou que Embraer e Boeing haviam desmobilizado um grupo de trabalho que discutia o desenvolvimento conjunto de aeronaves comerciais, apontando a medida como um indício de iminentre rompimento da fusão. Três meses depois, a associação entre as duas companhias foi para o espaço. Ainda sobre a Embraer, em julho o RR antecipou que a empresa estava negociando um empréstimo do BNDES, operação oficialmente confirmada em dezembro.

Em março, o RR foi o primeiro a noticiar os estudos no BNDES para a compra de participações em companhias aéreas, como forma de reduzir os efeitos da pandemia sobre o setor. Menos de 15 dias depois, o projeto se tornaria público, ainda que, na prática, não tenha decolado. Outro furo que veio dos céus foi a notícia de que o empresário David Neeleman, fundador da Azul, venderia sua participação na portuguesa TAP, antecipada pelo RR em 12 de fevereiro. O RR antecipou também o que poderia ter sido uma das maiores operações de M&A do ano no país. Na edição de 26 de agosto, informamos que a Ser Educacional estava levantando recursos para fazer uma oferta de compra do controle dos ativos da Laureate no Brasil.

Menos de um mês depois, a proposta de R$ 4 bilhões estava sobre a mesa dos acionistas do grupo norte-americano. A Ser acabou perdendo a disputa empresarial para a Ânima Educação. Em 5 de novembro, mais um furo no noticiário corporativo: o RR antecipou que os principais acionistas da Qualicorp se movimentavam para comprar o restante da participação de José Seripieri Filho, fundador da operadora de planos de saúde, devido às denúncias de corrupção contra ele. Menos de um mês depois, os sócios da companhia e o empresário fecharam um acordo para a transferência das ações, quase no mesmo período em que o STF homologava a delação premiada de Seripieri.

Cortes no Ministério Público

No dia 8 de dezembro, a newsletter revelou os planos do procurador geral da República, Augusto Aras, para fechar escritórios de representação do MPF e reduzir custos operacionais devido à escassez orçamentária da instituição – informação que acabou confirmada pelo próprio Ministério Público.

Gol atrás de gol

Em 16 de março, o RR informou, com exclusividade, que o início do Campeonato Brasileiro seria adiado por conta da pandemia. Uma semana depois, a newsletter antecipou que os clubes haviam pedido ao governo a suspensão dos pagamentos do Profut, o programa de refinanciamento de dívidas das agremiações esportivas junto à União – medida que seria implantada pouco depois. Que 2021 seja um ano muito diferente em quase tudo, menos na capacidade do RR de entregar a seu assinante um conteúdo qualificado e exclusivo.

#Anima Educação #BNDES #Eduardo Bolsonaro #Forças Armadas #Jair Bolsonaro #Olavo de Carvalho #Qualicorp #Sig Sauer

“Minha terra, minha vida”

11/12/2020
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O Ministério da Agricultura, mais precisamente o Incra, vai lançar um programa de crédito fundiário voltado à venda de lotes para agricultores familiares. Em contrapartida, os produtores terão de se comprometer a negociar parte da sua colheita para o Programa de Aquisição de Alimentos da Pasta da Agricultura. O Banco do Brasil vai ser o agente financeiro do projeto, segundo as negociações do Incra. A primeira área prevista para ser ofertada está em Mato Grosso. No governo Lula, uma iniciativa semelhante fez grande sucesso. Mas, isso, claro, não será lembrado.

#Banco do Brasil #Ministério da Agricultura

Acervo RR

Além-mar

10/12/2020
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A exemplo da XP, o Nubank estuda atravessar o Atlântico e abrir um escritório em Portugal. Procurado pelo RR, o banco diz que “no momento, não tem nenhuma expansão internacional para comentar ou confirmar”. Mas “que está sempre analisando oportunidades”. Ora, pois, pois, os mais de 150 mil brasileiros em Portugal são uma respeitável oportunidade.

#Nubank

Troca de guarda à vista na Embaixada em Washington

7/12/2020
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O RR apurou que já estão sendo discutidas dentro do governo hipóteses para a substituição de Nestor Forster na Embaixada do Brasil em Washington. O nome mais cotado para o posto é o do diplomata Marcos Troyjo, ex secretário especial de Comércio Exterior e Internacionais do Ministério da Economia e, desde maio, na presidência do Banco dos BRICs. Sua indicação teria o apoio, sobretudo, do ministro Paulo Guedes, além de ser uma figura bem vista pela ala militar do governo. Troyjo tem muito bom trânsito junto à alta diplomacia internacional – como ficou patente na sua eleição por unanimidade para o comando do banco dos países emergentes.

Cofundador do centro de estudos dos BRICs na Universidade Columbia, nos Estados Unidos, é conhecido também pela capacidade de  interlocução com os democratas. Pela tradição do Itamaraty, há uma entrave para a possível nomeação de Marcos Troyjo. Diplomata de carreira, Troyjo ainda não chegou aos níveis de ministro de primeira ou de segunda ordem, de onde normalmente saem os indicados para os postos de maior relevância no exterior. No entanto, a própria nomeação de Forster, ministro de segunda ordem, já quebrou um precedente no Itamaraty: nunca antes a Embaixada de Washington foi ocupada por um diplomata de carreira que não ministro de primeira ordem.

By the way: além de Troyjo, correm por fora outros dois nomes para o posto: Luis Fernando Serra, atual embaixador do Brasil em Paris, e Maria Luiza Viotti, ex-embaixadora do Brasil na Alemanha e hoje chefe de gabinete do secretário geral da ONU, Antonio Guterres. As discussões em torno da substituição de Nestor Forster partem da premissa de que sua permanência à frente da Embaixada será um dificultador para o diálogo entre o Brasil e a Casa Branca após a posse do governo Biden. Trata-se da mesma lógica que alimenta a pressão dentro do governo pela saída de Ernesto Araújo das Relações Exteriores – ver RR de 25 de setembro. Forster é tido como um diplomata até mais ideológico, ou seja, “olavista”, do que o próprio Araújo. Por sinal, foi ele quem apresentou o atual chanceler brasileiro a Olavo de Carvalho.

#Ministério da Economia #Nestor Forster #Olavo de Carvalho #ONU

Au revoir, Paris

1/12/2020
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Uma fonte do Banco do Brasil cravou com todas as letras: após desativar os escritórios de Milão e Madri, o BB vai fechar sua representação em Paris. Segundo o informante do RR, funcionários da filial já teriam sido comunicados da decisão. O motivo da medida é a baixa performance da operação. Consultado especificamente sobre o encerramento das suas atividades na capital francesa, o banco não se pronunciou. O Banco do Brasil informou que “promove, desde o início do ano, processo de reestruturação de suas unidades no exterior com o objetivo de ganhar mais eficiência para sua atuação internacional”.

#Banco do Brasil

IPO no BRB

26/11/2020
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O governo do Distrito Federal prepara a abertura de capital do braço de cartões do Banco Regional de Brasília.

#Banco Regional de Brasilia

BB Digital

9/11/2020
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Projeto tocado pelo novo presidente do Banco do Brasil, André Brandão, e ainda guardado a sete chaves: a cisão da carteira digital do BB e a criação de um novo a banco a partir dessa costela.

#Banco do Brasil

Ponto final

9/11/2020
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Não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil, Vivo, Vale e Cemig.

Banco Central cogita um PIX para transações internacionais

5/11/2020
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Nos corredores do Banco Central há quem defenda um PIX em camadas. O próximo passo seria a adoção do sistema de pagamentos eletrônicos na área de transações internacionais. A medida teria impacto positivo para o comércio exterior. Hoje, toda a movimentação financeira em torno das exportações é uma barafunda. Da emissão do “conhecimento de embarque”, documento feito pelo comandante do navio, até a cobrança e o pagamento internacional, a média é de quatro dias para companhias de navegação estrangeira. No caso de uma empresa brasileira, esse prazo pode chegar a 10 dias. Isso para não falar da burocracia e dos custos que ela traz a reboque. Um exemplo: um armador relatou ao RR a via crucis que teve de atravessar no mês passado, ao embarcar três contêineres para o Porto de Hamburgo. O Bill of Landing (BL) – o “conhecimento de embarque” emitido pelo transportador – só foi expedido um dia antes da chegada do navio à Alemanha. Resultado: o armador teve de arcar com um gasto extra de 700 euros para bancar a estadia da carga no terminal até que toda a documentação fosse liberada e o pagamento, concluído. Com o “PIX das transações internacionais”, toda a operação financeira poderia ser feita em questões de minutos, sem a necessidade de qualquer documento físico. O sistema poderia ainda reduzir os custos bancários que incidem sobre o comércio exterior. Essa despesa é debitada diretamente no valor da fatura do exportador. Chega a custar até 1% do valor da carga.

Por falar em comércio exterior: grandes exportadores brasileiros têm cobrado do ministro Paulo Guedes que o Ministério da Economia entre em campo para solucionar a lentidão do governo argentino na expedição de guias de importação para produtos brasileiros. Em alguns casos, um procedimento que levava menos de uma semana tem demorado cerca de um mês. O governo Alberto Fernández estaria conduzindo uma espécie de operação tartaruga na autorização das importações para frear a escassez de dólares no país.

#Banco Central #Ministério da Economia #Paulo Guedes #Pix

Banco Central cogita um PIX para transações internacionais

5/11/2020
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Nos corredores do Banco Central há quem defenda um PIX em camadas. O próximo passo seria a adoção do sistema de pagamentos eletrônicos na área de transações internacionais. A medida teria impacto positivo para o comércio exterior. Hoje, toda a movimentação financeira em torno das exportações é uma barafunda. Da emissão do “conhecimento de embarque”, documento feito pelo comandante do navio, até a cobrança e o pagamento internacional, a média é de quatro dias para companhias de navegação estrangeira. No caso de uma empresa brasileira, esse prazo pode chegar a 10 dias. Isso para não falar da burocracia e dos custos que ela traz a reboque. Um exemplo: um armador relatou ao RR a via crucis que teve de atravessar no mês passado, ao embarcar três contêineres para o Porto de Hamburgo. O Bill of Landing (BL) – o “conhecimento de embarque” emitido pelo transportador – só foi expedido um dia antes da chegada do navio à Alemanha. Resultado: o armador teve de arcar com um gasto extra de 700 euros para bancar a estadia da carga no terminal até que toda a documentação fosse liberada e o pagamento, concluído. Com o “PIX das transações internacionais”, toda a operação financeira poderia ser feita em questões de minutos, sem a necessidade de qualquer documento físico. O sistema poderia ainda reduzir os custos bancários que incidem sobre o comércio exterior. Essa despesa é debitada diretamente no valor da fatura do exportador. Chega a custar até 1% do valor da carga.

Por falar em comércio exterior: grandes exportadores brasileiros têm cobrado do ministro Paulo Guedes que o Ministério da Economia entre em campo para solucionar a lentidão do governo argentino na expedição de guias de importação para produtos brasileiros. Em alguns casos, um procedimento que levava menos de uma semana tem demorado cerca de um mês. O governo Alberto Fernández estaria conduzindo uma espécie de operação tartaruga na autorização das importações para frear a escassez de dólares no país.

#Banco Central #Ministério da Economia #Paulo Guedes #Pix

Guilhotina afiada no Santander

4/11/2020
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É grande o zunzunzum no Santander de que o banco terá uma nova leva de demissões até o fim do ano. A rádio-corredor fala em até 500 cortes. Em tempo: em teleconferência com analistas na última terça-feira, quando consultado sobre as 1,2 mil demissões feitas no terceiro trimestre, o vice-presidente financeiro do Santander Brasil, Angel Santodomingo, disse que “ainda há espaço para melhorias no índice de eficiência do banco”.

#Santander

Tyson ganha calorias no Brasil

4/11/2020
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A Tyson Foods avança gradativamente no Brasil. Segundo fonte de um banco de investimentos que trabalha para os norte-americanos no Brasil, os norte-americanos estão em negociações para se associar a um grande produtor de carne de frango, com sede em Santa Catarina. No ano passado, o grupo comprou 40% do frigorífico mineiro Avibra. Os negócios da Tyson no Brasil são sempre cercados de muitas dúvidas pela volatilidade de humor dos norte-americanos. A companhia já esteve aqui com a sua marca própria e depois vendeu todos os ativos.

#Tyson Foods

Legado Novaes

29/10/2020
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Rubem Novaes ainda “manda” no Banco do Brasil. A nomeação de Marcio Hamilton Ferreira para a presidência da BB Seguridade deve ser creditada na conta do ex-presidente do banco. Ferreira foi um dos executivos mais próximos de Novaes durante a sua gestão. Também por indicação do ex-presidente do BB, comandou antes a Brasilprev.

#Banco do Brasil

Fator de depreciação

28/10/2020
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Os bancos advisers do IPO do Grupo Big, ex-Walmart Brasil, temem que os pálidos números do e-commerce achatem o valuation da empresa. Após um ano desativada, a operação digital só voltou ao ar no início de 2020. Hoje, responde apenas por 2% do faturamento total. Longe ainda dos indicadores da concorrência, como Carrefour (8%) ou do Pão de Açúcar (6%).

#Pão de Açúcar #Walmart

A Trump tudo, a Bolsonaro nada

26/10/2020
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De acordo com um informante do RR no Itamaraty, havia um acordo tácito para que o Brasil indicasse o vice-presidente do BID. Seria a contrapartida ao apoio brasileiro à eleição do norte-americano Maurício Claver-Carone para o comando do banco. Dito, mas não feito. A promessa caiu por terra na semana passada, quando Carone convidou para o cargo Benigno López, ex-ministro da Fazenda do Paraguai.

#BID

Já não era sem tempo

26/10/2020
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O Ministério da Família vai lançar um banco nacional de dados de crianças desaparecidas. A plataforma integrará informações das secretarias de Segurança. Até hoje, o Brasil está no medievo nesse assunto, com cadastros dispersos e índices de identificação de desaparecidos inferiores à média mundial.

#Ministério da Família

ANPD é mais um braço do Leviatã dos dados pessoais

23/10/2020
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No que depender da ala militar do governo, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), autarquia criada pelo presidente Jair Bolsonaro no rastro da Lei Geral de Proteção de Dados, ficará vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A ideia é moldar a ANPD como um órgão do aparelho de Inteligência do Estado, uma espécie de istmo da Abin. Segundo fonte do RR, a proposta teria a simpatia do general Augusto Heleno, ministro-chefe do GSI.

A ANPD, ressalte-se, vai se juntar ao que pode ser chamado do “Grande Irmão” da identidade do brasileiro, uma fraternidade que congrega ainda o Pix, Dataprev, Serpros, entre outros. Ou seja: um Leviatã dos dados pessoais. Trata-se de um princípio de monopólio que traz a reboque efeitos colaterais preocupante. Qualquer invasão de uma base tão concentrada como essa daria acesso a uma imensidão de dados dos cidadãos brasileiros.

O Pix é um exemplo didático dos riscos envolvidos. Celebrado por proporcionar redução do custo e ampliar a velocidade das transações, o sistema de pagamentos do Banco Central já exibe algumas porosidades. Vide as acusações de que instituições financeiras, como o Nubank e o Mercado Pago, estariam cadastrando indevidamente informações pessoais de seus usuários como chaves de identificação no Pix. A título de esclarecimento, o GSI ressaltou ao RR que, “por dispositivo legal”, a ANPD não trata de dados do Estado brasileiro, “uma vez que sua competência restringe-se a dados pessoais”.

O Gabinete de Segurança Institucional nega também que o general Augusto Heleno defenda a transferência da ANPD para o âmbito do GSI. O fato é que já existe uma notória ascendência militar sobre a autarquia. Três dos nomes escolhidos para o Conselho da ANPD são egressos das Forças Armadas: o coronel reformado do Exército e atual presidente da Telebras, Oswaldo Ortunho Junior; o tenente coronel da reserva Joacil Basilio Rael e o coronel Arthur Sabbat, diretor do Departamento de Segurança da Informação do GSI. Segundo informações filtradas pelo RR do Palácio do Planalto, Sabbat teria sido indicado pelo próprio general Heleno. Consultado pelo RR, o GSI informou que o “General Heleno não indicou ninguém. O Cel Sabbat, como os demais escolhidos pelo Presidente, tem vasto currículo nessa área e é reconhecido em âmbito nacional e internacional como autoridade em segurança cibernética, em especial, segurança de dados pessoais

#Abin #ANPD #General Augusto Heleno #Jair Bolsonaro #Pix

A obsessão de Esteves

22/10/2020
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O RR já cantou a bola: o BTG quer ser o maior banco do Brasil. As palavras foram ditas pelo próprio André Esteves, que, muito modesto, desmentiu o RR. Agora, mais recentemente, a profecia foi feita novamente, em uma reunião do Conselho. Esteves disse que a mudança do paradigma bancário decorrente das oportunidades do universo digital favorece o banco, que será o maior do Brasil. Buona fortuna, signore Esteves!

#BTG Pactual

Aposta mais alta

20/10/2020
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A International Game Technology (IGT) engrossou o lobby no Congresso Nacional pela liberação dos cassinos no Brasil. Controlada pela italiana GTech, a IGT é uma das maiores fabricantes mundiais de máquinas de jogos eletrônicos. No início do mês, ressalte-se, a empresa devolveu a concessão das “raspadinhas” da Caixa após divergências com o banco. O que a IGT quer mesmo no Brasil é cassino.

#Gtech #IGT

Cofco instala uma colônia de proteína no Brasil

16/10/2020
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O RR apurou que banco de investimentos recebeu mandato da chinesa Cofco para estudar diversas alternativas de negociação com a BRF, desde participação minoritária até uma joint venture com o controle da empresa. Maior demandante global de commodities brasileiras, a China passaria a ter uma posição privilegiada em uma empresa que figura entre as cinco maiores produtoras de carne de frango do mundo. A BRF soma aproximadamente 9% de todas as exportações globais de proteína animal.

É responsável por cerca de 12% de todos os embarques de carne de frango brasileira para o exterior, algo como 500 mil toneladas/ano. O apetite chinês pelo produto é considerável: a demanda do país asiático por frango brasileiro vem crescendo à média de 30% ao ano. Ressalte-se ainda o peso da BRF no mercado de suínos: a companhia concentra praticamente um terço das vendas brasileiras do produto para a China. A associação permitiria ainda à Cofco ampliar sua presença nos países árabes. As vendas para o chamado mercado halal (cerca de R$ 8  bilhões) representaram aproximadamente 25% da receita da BRF em 2019.

Se for considerado o valor de mercado da BRF, trata-se de um negócio sob medida para o tamanho da Cofco. A empresa brasileira está avaliada em Bolsa em R$ 15 bilhões. Para se ter uma ideia da diferença de peso entre uma e outra, a receita da Cofco é mais de 10 vezes superior à da BRF. No ano passado, o grupo chinês, que tem negócios em mais de 50 países, faturou quase US$ 80 bilhões, o equivalente, portanto, a mais de R$ 400 bilhões.

Já a receita da empresa brasileira em 2019 foi de R$ 34 bilhões. Qualquer tratativa envolvendo a BRF passa, ainda que indiretamente, pelo governo brasileiro. Os dois maiores acionistas individuais da companhia são Petros e Previ, respectivamente com 11,4% e 9,3%. A investida da Cofco poderia ser uma porta de saída para os dois fundos de pensão. Até porque os chineses não são muito afeitos a democratizar gestão e mando. Se bem que, se Donald Trump baixar em Jair Bolsonaro, é possível que a Cofco tenha problemas para avançar em suas pretensões. Guardadas as de- vidas proporções, do ponto de vista estratégico a cadeia da proteína está para o Brasil assim como a tecnologia para os Estados Unidos – não custa lembrar que Trump baniu a Huawei do país.

#BRF #Cofco #Jair Bolsonaro

O Big Brother do Banco Central

13/10/2020
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O Pix é a coisa mais próxima do Grande Irmão, previsto por George Orwell, no livro 1984. Por enquanto, tudo são flores com as transações instantâneas e custos mais baixos. Mas as condições para que o Pix se torne o dono da identidade dos brasileiros estão dadas. Só ir exigindo mais chaves para cadastramento – atualmente são cinco – o que inevitavelmente acabará ocorrendo. E daí? – diria Bolsonaro. E daí pode ser nada. Mas também pode materializar os riscos dos 3M: monopolizar, monitorar e manipular. O RR acredita que só os paranoicos sobrevivem.

#Pix

Prioridades

13/10/2020
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O governo do Distrito Federal está tão empolgado com o patrocínio do Banco Regional de Brasília (BRB) ao Flamengo que já cogita a aquisição do naming rights de uma grande competição, como a Copa do Brasil.

#Flamengo

Imposto sobre commodities entra no menu de Guedes

30/09/2020
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Entre a miríade de ideias e estudos para a construção de uma nova arquitetura tributária, uma proposta voltou à tona: a criação de um imposto sobre as exportações de commodities. Tomando-se como base números de 2019, o novo gravame incidiria sobre um manancial da ordem de US$ 118 bilhões – o total de itens básicos exportados pelo país no ano passado. Ainda que a taxação atinja também minério de ferro, petróleo, entre outros, o foco maior de Paulo Guedes e cia. é mesmo o agribusiness. Desde já é de se imaginar que o governo teria de domar a reação contrária de toda a cadeia do agronegócio e da bancada ruralista, importante pilar da base de sustentação de Bolsonaro no Congresso. Dentro de casa, seria necessário enfrentar ainda a discordância da ministra Tereza Cristina, hoje uma das mais influentes figuras do governo. Mas seria um custo marginal diante do ganho que a medida teria: essa espécie de “CPMAgro” seria uma tributação mais justa, por exemplo, do que a CPMF, um imposto em cascata e de impacto desigual que atinge toda a população.

O argumento de que a competitividade das exportações seria afetada pelo novo tributo é visto pela equipe econômica como conversa para boi dormir. Mesmo em longos períodos de preços em alta ou em queda, o volume de vendas das seis principais commodities comercializadas pelo Brasil (responsáveis por 52% das exportações do país no ano passado) permaneceu sempre crescente. Ao mesmo tempo, nenhuma outra atividade econômica do país está ganhando mais dinheiro do que o setor agropecuário.

Nem a pandemia tem sido capaz de frear esse avanço: no primeiro semestre do ano, o PIB do agronegócio cresceu 5,26% em relação a igual período em 2019. No mesmo intervalo, o PIB brasileiro despencou 5,9%. Não é exagero dizer que o campo assumiu o lugar dos bancos em ternos de rentabilidade. Ainda que indiretamente, não deixaria de ser uma forma de o governo Bolsonaro taxar grandes fortunas. Um indicador curioso da riqueza do campo: no embalo do agronegócio, o Paraná é o estado onde a Porsche mais vende seus automóveis de luxo no Brasil.

Nos últimos anos, vez por outra a proposta de taxação das exportações de commodities pulula por estas bandas. Em 2017, o governo Temer estudou o assunto – ver RR edição de 24 de agosto de 2017. O tema também foi discutido na campanha de Ciro Gomes, sob a batuta de Luis Carlos Bresser Pereira e Roberto Mangabeira Unger (edição de 5/9/18). Ao contrário do que muitos possam pensar, a medida está longe de ser uma jabuticaba. Vários países do mundo adotam a tributação sobre exportação de commodities. Os Estados Unidos taxam as vendas de trigo; a Argentina tributa todos os grãos que exporta desde 2018; países como China, Índia, Rússia, e Ucrânia aplicam tarifas de até 30% sobre produtos minerais; a tributação de arroz é uma importante fonte de arrecadação fiscal da Tailândia.

#Ciro Gomes #Paulo Guedes #PIB #Porsche

Menos cérebro e mais fígado

25/09/2020
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A diplomacia do rancor conduzida pelo presidente Jair Bolsonaro está fazendo mais uma das suas. O RR teve a informação de que o governo brasileiro, na condição de um dos “acionistas” do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), tem criado óbices dentro da instituição para a concessão de um empréstimo de até US$ 500 milhões à Argentina. Seria uma vendetta à tentativa do governo de Alberto Fernández de adiar a recente eleição do BID, que escolheu o norte-americano Mauricio Claver-Carone, o candidato de Trump, para o comando do banco. Coitada da Argentina.

#Banco Interamericano de Desenvolvimento #Jair Bolsonaro

Acervo RR

Moeda de troca

15/09/2020
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O governo vai tentar empurrar Arthur Weintraub, irmão do ex-ministro Abraham Weintraub e assessor especial de Jair Bolsonaro para o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Seria a contrapartida pelo apoio do Brasil à eleição de Mauricio ClaverCarone, candidato de Donald Trump, para a presidência do BID. É queimar um cartucho diplomático para nada.

#Abraham Weintraub #Arthur Weintraub #Jair Bolsonaro

Moeda de troca

15/09/2020
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O governo vai tentar empurrar Arthur Weintraub, irmão do ex-ministro Abraham Weintraub e assessor especial de Jair Bolsonaro para o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Seria a contrapartida pelo apoio do Brasil à eleição de Mauricio ClaverCarone, candidato de Donald Trump, para a presidência do BID. É queimar um cartucho diplomático para nada.

#Abraham Weintraub #Arthur Weintraub #Jair Bolsonaro

Cadeira cativa

31/08/2020
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Dois grandes clubes brasileiros bateram à porta do Banco Regional de Brasília (BRB) em busca de patrocínio. Foram jogados para escanteio. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, só quer saber do Flamengo.

#Banco Regional de Brasilia #Ibaneis Rocha

Porta de saída

26/08/2020
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O Banco do Brasil espera apenas a pandemia dar uma trégua para vender sua participação de 17% na Kepler Weber. Procurado, o BB informa que “avalia periodicamente seu portfólio, na premissa de estudar todas as opções disponíveis”. Para bom entendedor…

#Banco do Brasil

Agronegócio brasileiro fica ainda mais dependente dos chineses

25/08/2020
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Um motivo a mais para Jair Bolsonaro rever sua postura belicosa em relação à China: a indexação do agronegócio brasileiro aos chineses tende a crescer consideravelmente nos próximos meses. A Ásia, de um modo geral, desponta como a única grande alternativa ao vazio que a Europa começa a deixar no mercado global de commodities agrícolas. Importantes bancos europeus, a exemplo do ABN
Amro, BNP Paribas e Société Generale, já anunciaram o fade out de seus financiamentos para contratos de compra e venda de açúcar, grãos, café, entre outros, tanto a futuro quanto à vista.

Essas instituições respeitarão acordos em vigor, mas não vão disponibilizar novas linhas de crédito. A decisão afeta, sobretudo, as principais tradings europeias, como Louis Dreyfus, Glencore e EDF Man, todas com significativa exposição no Brasil. ABN, BNP e Société respondem por quase 30% de todo o credit finance – o mecanismo que faz a roda do agronegócio global girar. O movimento dos europeus aumenta a sino-dependência do agronegócio brasileiro. Somente uma maior participação dos asiáticos, tanto na concessão de financiamentos quanto na ponta compradora, será capaz de amortecer o impacto da escassez de crédito europeu sobre a cadeia agrícola.

A expectativa no setor é que parte desse vazio venha a ser ocupada pela chinesa Cofco, que traz a reboque dinheiro a perder de vista de bancos conterrâneos e do próprio Estado chinês. O mesmo se aplica a outros mercados players asiáticos, que não apenas a China. É o caso da Olam, maior trading de commodities agrícolas de Cingapura, vinculada ao GIC, o fundo soberano daquele país. O recuo das instituições financeiras da Europa já começa a provocar soluções na liquidez do mercado de commodities agrícolas.

Na semana passada, a própria EDF Man recorreu à Justiça para refinanciar créditos da ordem de US$ 1 bilhão, alegando que seu plano de venda de ativos para reduzir o endividamento foi dizimado pela pandemia e pela consequente depreciação do valor de seu patrimônio. O grupo inglês opera no Brasil principalmente em contratos de açúcar e de café, neste último com a marca Volcafé. A cadeia cafeeira, por sinal, é um dos setores que mais deverá acusar o golpe do movimento feito pelas instituições financeiras europeias. O Brasil já estava vendendo contrato de café a futuro para o prazo de três anos. Esses prazos deverão encurtar drasticamente até o mercado global encaixar o novo cenário e recalibrar suas taxas de juros.

#ABN #Agronegócio #China #Cofco #GIC #Jair Bolsonaro

Cartão fidelidade

18/08/2020
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Em meio a tantas deserções na equipe econômica, o presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, tem repetido que seguirá com Paulo Guedes até o fim. Vá lá que a mocidade de Guimarães ajuda, mas também era o que Rubem Novaes, de saída da presidência do Banco do Brasil, costumava dizer.

#Caixa Econômica #Paulo Guedes

Santander Brasil pode ser o arrimo de família da matriz

17/08/2020
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O Banco Central acompanha com prudência o delicado momento do Santander. Segundo banco da Zona do Euro em valor de mercado, o grupo espanhol registrou entre março e junho o maior prejuízo trimestral da sua história, de aproximadamente 11 bilhões de euros. O rombo decorreu da baixa contábil de 12,6 bilhões de euros que o banco foi obrigado a lançar em balanço para cobrir possíveis perdas nos Estados Unidos, Espanha, Polônia e, principalmente Reino Unido.

O caso da Inglaterra é o mais grave, conforme destacado pela mídia especializada internacional: o Santander teve de fazer um impairment da ordem de 6 bilhões de euros. Junto com os resultados desabou também a confiança dos investidores. Desde o início do ano, o valor de mercado do Santander na bolsa de Londres despencou 45%, atingindo os níveis mais baixos em uma década. São números que levaram a presidente mundial do banco, Ana Botín, a dizer, consternada, que “os últimos seis meses estão entre os mais desafiadores da nossa história”.

A direção mundial do Santander garante que as perdas globais são não monetárias e não recorrentes, sem impacto sobre a liquidez ou as posições de risco de crédito. Ainda assim, o Banco Central monitora a possibilidade de efeitos colaterais sobre o Brasil. Antes que alguém faça ilações precipitadas, no BC não há preocupação de que algo similar ocorra com a operação brasileira. Neste caso, o “problema” é justamente o inverso: a notória saúde financeira da filial.

O receio é que o Santander Brasil seja convocado para cobrir perdas internacionais do grupo por meio de uma maior transfusão de lucros para a matriz, no limite sendo forçado até mesmo a reduzir sua exposure no país. Tomando-se como base o tamanho do banco no Brasil, essa cota de sacrifício seria absolutamente natural. A subsidiária brasileira é hoje a maior operação dos espanhóis no mundo, respondendo por mais de um terço dos ganhos globais do Santander. Não por acaso, sem qualquer modéstia, o próprio Sergio Rial, CEO do Santander no país, costuma dizer que já é o presidente mundial do grupo, tamanho o peso do Brasil no conglomerado. Nessa toada, talvez o próprio Rial seja uma das “remessas” da subsidiária brasileira para a matriz na tentativa de acertar os rumos do conglomerado financeiro.

#Banco Central #Santander #Sergio Rial

Canto do cisne

17/08/2020
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Na reta final de sua gestão à frente do Banco do Brasil, Rubem Novaes tenta insistentemente junto ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, acelerar a autorização para a parceria entre o Banco do Brasil Investimentos e o UBS. Está difícil.

#Banco do Brasil

Mengão e Menguinho

12/08/2020
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Embalado pela parceria com o Flamengo, o governador Ibaneis Rocha já fala no IPO do braço digital do Banco do Brasília (BRB).

Em tempo: a maior torcida do país não é necessariamente garantia de recorde de público para bancos digitais. Que o diga o BS2, dos Pentagna Guimarães. Quando encerrou o contrato com o Flamengo, o banco não havia atingido nem 40% do número de contas previsto para os primeiros (e últimos) 12 meses da parceria.

#Flamengo #Ibaneis Rocha

Banco do Brasil na malha fina do TCU

7/08/2020
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A compra de carteiras de crédito do Banco Votorantim pelo Banco do Brasil está na mira do Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo informações filtradas do TCU, a Corte deverá questionar os critérios utilizados pelo BB, sócio do Votorantim, para fechar a operação, no valor de R$ 395 milhões. O negócio, ressalte-se, foi sacramentado no apagar das luzes da gestão de Rubem Novaes à frente do banco estatal. Procurado, o BB informa que não recebeu “até o momento, notificação do TCU para o assunto mencionado”.

#Banco do Brasil #Banco Votorantim

Uma “praga” ronda o mercado brasileiro de café

4/08/2020
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O mercado brasileiro de café está em estado de alerta. A pandemia começa a atingir importantes players globais do setor, desencadeando um efeito cascata no fluxo financeiro de toda a cadeia internacional. O caso mais agudo e preocupante até o momento vem dos Estados Unidos: o colapso da Coex Coffee International, uma das principais tradings norte-americanas. A empresa entrou em bancarrota com uma dívida declarada de US$ 200 milhões.

Desse total, segundo o RR apurou, cerca de US$ 60 milhões são referentes a operações de compra de café brasileiro a preços fechados. Estima-se que um terço desse valor esteja pendurado em uma única exportadora nacional, que vendeu e muito provavelmente nunca vai ver a cor do dinheiro. O tamanho do buraco, no entanto, pode ser ainda maior. A Coex carrega uma caixa preta de operações contratadas a futuro, sem emissão de notas de débito e de crédito.

À primeira vista, o valor das perdas com a Coex pode parecer um grão se comparado ao total de exportações brasileiras de café – algo em torno de US$ 5 bilhões/safra. No entanto, é preciso lembrar que este já é o segundo baque mais forte sofrido pelo mercado em pouco mais de um ano. Em 2019, a Terra Forte, uma das maiores exportadoras do país, entrou em recuperação judicial com um passivo de R$ 1,1 bilhão. A ameaça maior, no entanto, vem mesmo de fora para dentro.

Entre os grandes exportadores e produtores brasileiros, o temor é de que outras tradings internacionais estejam indo pelo mesmo caminho, sufocadas por falta de liquidez. Há evidências nesta direção. Um exemplo: é cada vez maior o número de exportadores e importadores que estão recorrendo a bancos para fazer a liquidação dos documentos da operação de compra e venda. Em condições normais de temperatura e pressão do mercado, o comandante do navio é o fiel depositário da mercadoria, cabendo à companhia de navegação emitir um bill landing (BL), ou o conhecimento de embarque – um atestado que comprova a existência e envio do produto físico.

Ou seja: não há intermediação bancária. Ocorre que, nas últimas semanas, grandes exportadores e importadores, inclusive brasileiros, estão recorrendo a bancos para fazer a liquidação da operação – nesse caso, a instituição financeira se torna a avalista do negócio. É o tipo de movimento que costuma anteceder grandes “ventanias”. O procedimento sugere um aumento da percepção de risco no mercado internacional de café.

#Coex Coffee International

Embraer recorre ao velho dono enquanto o novo não surge

28/07/2020
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A Embraer está voltando ao útero materno. A empresa vai bater novamente à porta do BNDES. O rompimento do acordo com a Boeing e a pandemia, com os consequentes atrasos na entrega de pedidos, formaram a tempestade perfeita. Até que as nuvens se dissipem, a empresa não vê outra saída se não buscar o calor e a segurança do ventre do Estado, seu ex-controlador, combinado a novas linhas de crédito de bancos privados. Mesmo porque o que já está ruim pode piorar. Entre os executivos da Embraer e os fornecedores, há um crescente temor com o risco de cancelamento de encomendas, o que provocaria um efeito-dominó sobre toda a cadeia de produção em torno da empresa – em São José dos Campos, são mais de quatro mil empregos diretos.

A Embraer já acusa as primeiras sequelas mais sérias do coronavírus: no primeiro semestre deste ano, apenas 17 aeronaves foram entregues, um terço do volume registrado entre janeiro e junho de 2019. Não por acaso, somente no primeiro trimestre, a empresa teve prejuízo de R$ 1,2 bilhão. A busca por crédito é um remédio apenas para o curto prazo. Na Embraer, o consenso é de que o longo prazo só será equacionado quando o vazio deixado pela Boeing na aviação comercial for preenchido. O novo CEO da área, o holandês Arjan Meiker, se debruça sobre o tabuleiro internacional em busca de um parceiro. O cancelamento da venda para a Boeing deixou a fabricante brasileira em corner, com um leque de opções reduzidas e menos atrativas.

A Airbus já tem a Bombardier. Não precisa mais da Embraer. O caminho, portanto, aponta para o Oriente. Na China, uma hipótese seria um acordo com a Comac. A empresa conta com farta ajuda do governo chinês. O problema é que sua atuação está praticamente restrita ao mercado local, que responde por 90% das suas vendas. Uma alternativa seria uma associação com a japonesa Mitsubishi. A companhia está desenvolvendo uma linha de aviões comerciais de menor porte, o Jet Star. Já gastou mais de US$ 6 bilhões no projeto. No entanto, o programa está sete anos atrasado. A Mitsubishi enfrenta ainda dificuldades na certificação internacional de suas aeronaves. Esse é justamente uma das grandes specialidades da Embraer. Os sinais que vêm do mercado internacional aumentam a apreensão. As duas grandes concorrentes globais da Embraer já amargam a suspensão de pedidos.

A Boeing acumula o cancelamento de 307 aeronaves. Na Airbus, são 67 encomendas suspensas. A diferença entre o trio é o lastro financeiro obtido por cada um em meio à pandemia. A Boeing levantou US$ 25 bilhões em uma oferta de títulos. E ainda tem como a possibilidade de recorrer à linha de crédito de US$ 17 bilhões aberta pelo governo dos EUA para o setor aeroespacial. Já a Airbus conseguiu um financiamento de 15 bilhões de euros. A Embraer, por sua vez, só teve até o momento a linha de US$ 600 milhões disponibilizada pelo BNDES e por um pool de bancos privados. Consultada sobre tratativas para um novo empréstimo da agência de fomento, a empresa não se pronunciou. A Embraer também não revelou se já teve alguma encomenda cancelada. A companhia informou que “tem hoje um backlog de US$ 15,4 bilhões, que corresponde a encomendas firmes” e que “na aviação comercial, acreditamos que os jatos regionais liderarão a recuperação do setor”.

#Airbus #Comac #Embraer

O sinal de alerta que vem do STF

28/07/2020
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É grande a apreensão na área de marketing do Banco do Brasil, comandada por Ana Kakinoff. O pedido de demissão de Rubem Novaes no mesmo dia em que o ministro Alexandre de Moraes notificou o banco a prestar esclarecimentos sobre anúncios em sites acusados de disseminar fake news alimentou a percepção de que algo mais grave está por vir. O temor na cúpula do marketing do BB é pagar com o CPF por eventuais erros no CNPJ.

#Alexandre de Moraes #Banco do Brasil

Crônica de uma demissão anunciada

27/07/2020
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Nos corredores do Santander, circula a informação de que o presidente do banco no Brasil, Sergio Rial, vai assumir o comando mundial do grupo já a partir de 2021. Se bem que, modesto, Rial costuma dizer que já é o “presidente global” do banco, uma vez que o Brasil responde por mais de um terço dos resultados do grupo espanhol.

#Banco do Brasil #Santander

BID é de Trump e ninguém tira

20/07/2020
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O Brasil jogou a toalha em relação à possível candidatura de Rodrigo Xavier, ex-UBS, para a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Primeiro porque o governo Bolsonaro não vai bater de frente com Donald Trump: os Estados Unidos quebraram a tradição e indicaram um candidato próprio ao cargo, Maurício Claver-Carone, diretor sênior do Conselho de Segurança Nacional para Assuntos do Hemisfério Ocidental. Além disso, segundo fonte do Itamaraty, o Brasil ficou isolado na América do Sul. Argentina e Chile, que poderiam liderar um apoio do continente à candidatura brasileira, não vão se aliar à indicação de Xavier.

#Donald Trump #Rodrigo Xavier

Os indesejados irmãos Weintraub

9/07/2020
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O embaixador do Brasil na OEA, Fernando Simas Magalhães, já captou as primeiras reações contrárias dentro da entidade à iminente nomeação de Arthur Weintraub. Exonerado do posto de assessor especial da Presidência da República na semana passada, o irmão de Abraham Weintraub deverá ser formalmente indicado pelo governo brasileiro nos próximos dias para ocupar um cargo na OEA. Fará companhia ao mano em Washington.

Por falar nos Weintraub Brothers: o próprio Abraham estaria alimentando o boato de que sua nomeação para o Banco Mundial teve o
apoio do presidente norte-americano Donald Trump. Puro nonsense.

#Abraham Weintraub #Arthur Weintraub

Promessa vazia

7/07/2020
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Jair Bolsonaro acenou ao novo secretário de Cultura, Mario Frias, com a possibilidade de ingerência sobre verbas de grandes estatais, como Banco do Brasil e Caixa Econômica. Tem jeito de ser mais uma invencionice retórica de Bolsonaro. Ele fez a mesma promessa a Regina Duarte e nada ocorreu. Nem mesmo sua gestão.

#Jair Bolsonaro #Secretaria da Cultura

Cabo eleitoral

6/07/2020
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No papel, o contrato entre o Banco Regional de Brasília e o Flamengo não prevê jogos no Distrito Federal. Apenas no papel. O acordo tácito entre o governador Ibaneis Rocha e o presidente do clube, Rodolfo Landim, é que o rubro-negro leve algumas de suas partidas para o estádio Mané Garrincha, em 2021 – quando, espera-se, os jogos voltem a ser disputados com a presença de público. Mas o grande alvo de Ibaneis é mesmo o calendário de 2022, quando ele disputará a reeleição. O Mané Garrincha vai virar palanque.

#Banco Regional de Brasilia #Flamengo

Capital de giro que não gira

2/07/2020
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O Proger Urbano/Capital de Giro, programa do Banco do Brasil para pequenas e médias empresas, está devagar, quase parando, mesmo com o funding adicional de R$ 2 bilhões em recursos do FAT. Em pouco mais de duas semanas, apenas oito operações foram fechadas, totalizando R$ 508 mil. Seis outros empréstimos deverão ser formalizados nos próximos dias, somando algo como R$ 864 mil. Em tempos de pandemia e morticídio de empresas, é pouco. Talvez seja o caso de o BB rever as condições para a concessão do empréstimo: a maioria das empresas não estaria conseguindo atender as exigências fixadas.

#Banco do Brasil #FAT

Ponto final

2/07/2020
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Não retornaram ou não comentaram o assunto: Renner e Banco do Brasil.

O FMI não está à altura de Guedes

30/06/2020
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Segundo o RR apurou, o Brasil foi convidado a participar da teleconferência realizada na última quarta-feira entre países da América Latina, Espanha, FMI e Banco Mundial para discutir os impactos econômicos da pandemia. Mas, Paulo Guedes preferiu ficar de fora. No que diz respeito ao FMI, Guedes acha que seus economistas “chutam demais” e “vão errar” na previsão de queda do PIB brasileiro de 9% em 2020. Quem conhece bem o ministro garante que, em outras circunstâncias, ele iria a Washington dar uma aula magna aos “meninos” do FMI.

#Banco Mundial #Paulo Guedes

As portas se fecham para Romeu Zema

24/06/2020
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Apesar do alinhamento com Jair Bolsonaro, Romeu Zema não tem tido muito sucesso nas tratativas com o governo federal para vender recebíveis da Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais). Zema tentou pendurar o negócio no BNDES, mas não conseguiu. Agora, o alvo é o Banco do Brasil. Também vai ser difícil. Os créditos da Codemig são lastreados na venda de nióbio da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), dos Moreira Salles, que paga royalties para a estatal. Procurado, o governo de Minas Gerais informou que “mantém a intenção de disponibilizar para venda parte da Codemig ao Governo Federal”.

#Codemig #Jair Bolsonaro #Romeu Zema

Urubu

23/06/2020
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As negociações entre Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, e o Banco Regional de Brasília, novo patrocinador do rubro-negro, passaram diretamente pelo gabinete do presidente Jair Bolsonaro. Dali para o governador do Distrito Federa, Ibaneis Rocha, foi um pulo. Desce o pano.

#Banco Regional de Brasilia #Flamengo

PIX do BC ameaça criar um monopólio estatal

22/06/2020
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O ex-governador do então estado da Guanabara Carlos Lacerda, em uma das suas impagáveis tiradas, dizia que Roberto Campos, à época ministro do Planejamento do governo Castelo Branco, queria matar os pobres de fome e os ricos de raiva. Descendente da mesma linhagem, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, parece querer matar os bancos comerciais com frouxidão regulatória e concorrência predatória. Ressalte-se que a concorrência mais assustadora não vem
da epidemia do “coronatech”, mas do “ultraliberalismo estatizante” do próprio governo. Sem um debate maior com sistema financeiro, o BC criou o “big banco” – em uma referência ao Big Brother, clássico do escritor George Orwell. Trata-se do PIX, uma empresa de meio de pagamento, na sua mais resumida definição.

O PIX é uma plataforma que promete transferir valores em até 10 segundos e funciona 24 horas por dia e sete dias por semana. O BC disponibilizará esse serviço para todas as instituições financeiras com mais de 500 mil clientes – são palavras da própria autoridade monetária. Vai passar o rodo em todos os bancos médios e nos novos animais digitais carnívoros da floresta financeira. A questão é que o PIX vai abranger – e diga-se por enquanto – praticamente todas as operações: pagamento
de contas, boletos, recolhimento de taxas de serviços (a exemplo da emissão de passaportes) e impostos. O aplicativo precisa somente da chave de endereçamento para transferir os valores.

Os bancos estão incomodadíssimos porque, com sua vantagem comparativa, o BC poderá, em futuro
breve, fazer todo o sistema de pagamentos do país. E bem pior ainda: estender sua malha de atuação para outras áreas, tais como concessão de crédito, depósito bancário etc, atividades fim e, por definição, exercidas pelos grandes bancos. Lembra de forma impressionista o monopólio para compensação de cheques exercido pelo Banco do Brasil em tempos jurássicos do sistema financeiro.

O PIX é a maior, mas não é a única ameaça à solidez do sistema bancário nacional e sua rede social.
O BC é um associado benemérito de todas as iniciativas concorrenciais com a banca comercial, uma
nuvem de gafanhotos que vai da nova ferramenta de pagamentos do WhatsApp, lançada na última
semana, à revoada de fintechs que não param de entrar no mercado. Ninguém discute que as big techs chegaram para ficar. O que chama atenção é a leniência do BC com as assimetrias competitivas no sistema financeiro e o seu descompromisso com o papel social do setor.

A banca comercial gera mais de meio milhão de empregos diretos e aproximadamente um milhão
de indiretos. Recolhe mais de R$ 70 bilhões em impostos por ano. Investe algo em torno de R$ 25
bilhões em tecnologia a cada ano, fora gastos com agências, fornecedores, segurança etc. Uma unidade bancária alvo de explosão, por exemplo, custa R$ 600 mil para ser reconstruída – criminosos mandam pelos ares mais de dois mil caixas eletrônicos por ano.

Fora, Weintraub!

22/06/2020
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Ao que parece, tirar Abraham Weintraub do Brasil era mesmo a prioridade. Antes da decisão de
asilar o ex-ministro no Banco Mundial, Jair Bolsonaro cogitou nomeá-lo para uma embaixada.
Diante do grau de beligerância entre Weintraub e o Congresso e do risco da indicação ser reprovada
no Senado, desistiu da ideia.

Capital sem giro

4/06/2020
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A direção do Banco do Brasil tem sido alvo de críticas dos conselheiros do Codefat. Em março, o colegiado autorizou o repasse ao banco de aproximadamente R$ 2 bilhões em recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para socorro às empresas de médio porte. O dinheiro foi destinado a engordar o orçamento do Proger Urbano Capital de Giro – programa de crédito para empresas com faturamento de até R$ 10 milhões por ano. Só que até agora o capital não girou: mais de dois meses depois, o BB ainda não disponibilizou um centavo desse dinheiro.

#Banco do Brasil #Codefat

Falta adubo financeiro no Plano Safra

4/06/2020
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Já que a batalha maior está difícil – leia-se o aumento do crédito rural de R$ 10 bilhões para R$ 13,5 bilhões –, a ministra Tereza Cristina tenta arrancar da equipe econômica uns cascalhos a mais para o Plano Safra 2020/2021. Um dos pleitos é a redução das taxas de juros praticadas pelo Banco do Brasil e pela Caixa em suas linhas de crédito agrícola. Há uma preocupação particular no setor com a agricultura familiar, especialmente no Sul, por conta da rigorosa seca. Segundo o RR apurou, agricultores reivindicaram ao Ministério da Agricultura o aumento do teto do financiamento por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), hoje de R$ 250 mil. No entanto, a Pasta informou que “a medida não está em discussão”. Sobre os demais pleitos, o Ministério diz que “não temos conclusão das negociações com o Ministério da Economia a respeito dos valores para a próxima safra agrícola”.

#Pronaf #Tereza Cristina

Uma porta de entrada para o Wells Fargo?

26/05/2020
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O quarto maior banco norte-americano, o Wells Fargo, poderia estrear no Brasil caso o governo decidisse privatizar o Banco do Brasil. O rumor circulou no próprio BB, imerso em uma epidemia de boatos desde a divulgação do juízo de valor e das intenções privatistas do ministro Paulo Guedes em relação à instituição financeira. Guedes já declarou que sua preferência é o Bank of America, segundo maior no ranking dos EUA. O líder é o JP Morgan Chase, que não consta ter interesse em se tornar um banco varejista no Brasil. O Citigroup, que já teve uma operação até expressiva como banco de varejo, foi vendido para o Itaú afoito para deixar o mercado brasileiro. Difícil que voltasse.

#Banco do Brasil #Bank Of America #Citigroup #JP Morgan Chase

Reforma patrimonialista pode ser o respirador da economia no pós-coronavírus

25/05/2020
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Há razões e mais razões para que o governo se dedique à montagem de uma reforma patrimonialista. O lançamento de um amplo programa de desmobilização de ativos da União seria o pé de apoio para a retomada econômica no pós-pandemia. A medida seria acompanhada de soluções engenhosas. O governo poderia criar um orçamento específico para investimentos, notadamente em infraestrutura, a partir do funding obtido com concessões, privatizações e venda de imóveis.

Os recursos ficariam circunscritos ao financiamento de projetos novos. Outro ponto importante seria a modelagem do plano, que ganha ainda mais relevância no momento em que o mercado pode até estar líquido, mas com pouco apetite e uma dose maior de aversão ao risco. O êxito do programa dependeria da utilização de sofisticados instrumentos financeiros, como recebíveis e debentures com garantias públicas, combinados com a garantia de participação nos leilões de agentes indutores ligados ao próprio Estado, como BNDESPar e os fundos de pensão.

Em algum momento, a ideia de uma reforma patrimonialista já transitou pelas cabeças da equipe econômica, mas, assim como o imposto sobre transações financeiras, ficou pra trás, em alguma esquina. A pandemia e a grave crise econômica colocam o assunto mais uma vez sobre a mesa, com novas possibilidades. A medida, vinculada a investimentos e geração de empregos, abriria caminho, por exemplo, para a venda de uma grande estatal, trazendo para o game empresas cuja simples menção nesse contexto já costuma ser um anátema. Não custa relembrar que, no início do governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a mencionar estudos para a privatização do Banco do Brasil. O rompante de Guedes em relação ao BB, flagrado no vídeo da polêmica reunião ministerial do dia 22 de abril, deixa claro que seus planos em relação ao banco não mudaram.

#Banco do Brasil #BNDESPar #Paulo Guedes

Vidas secas

12/05/2020
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A bancada ruralista gaúcha pressiona o governo pela criação de uma linha de crédito, via Banco do Brasil, específica para a agricultura
familiar do estado. Os pequenos produtores estão de pires na mão com o binônio seca e coronavírus. Mas dificilmente o pleito vai ser atendido.

#Banco do Brasil

Três em um

29/04/2020
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O coronavírus infectou, de uma só vez, três operações que estavam no radar do Banco do Brasil: a venda da participação no Banco Patagonia, a negociação do BB Americas e a saída do capital do Banco Votorantim, vinculada ao seu IPO, já cancelado. São os uns R$ 4 bilhões que, por ora, viraram poeira.

#Banco do Brasil #Banco Patagônia #Banco Votorantim

Ponto final

29/04/2020
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Os seguinte citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil e Goldwind.

Cobrança mantida

24/04/2020
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O governo não vai cumprir, ao menos neste mês, a decisão do juiz Renato Borelli, da 9a Vara Federal de Brasília, que suspendeu a cobrança de créditos consignados a aposentados por quatro meses. O INSS já havia encaminhado aos bancos a folha de pagamento de abril, que começa hoje e se estende até o dia 8, contemplando os descontos. Procurado, o Instituto confirmou a informação.

#INSS

“Plano Marshall” começa a ganhar forma

20/04/2020
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O governo já discute possíveis modelos para o financiamento de um amplo programa emergencial de geração de investimento e emprego – o “Plano Marshall” brasileiro, como vem sendo informalmente chamado por economistas, entidades empresariais e pelas próprias autoridades. Segundo a newsletter Insight Prospectiva, que circula junto a um público seleto de empresários e formadores de opinião, um dos cenários mais prováveis envolveria investimentos da ordem de  R$ 1,2 trilhão na execução de grandes projetos de infraestrutura. Nesse modelo, a maior parte dos recursos, aproximadamente US$ 100 bilhões – ou R$ 500 bilhões –, sairia da venda de reservas  cambiais.

Entre outras fontes de receita estariam o BNDES, o Tesouro Nacional e os fundos de pensão. O banco de fomento, por exemplo, poderia entrar com R$ 200 bilhões – a esta altura, os pagamentos à União não fazem qual- quer sentido. Cerca de R$ 300 bilhões viriam da aplicação direta do Tesouro. Dentro do próprio governo, a percepção é que, para ser efetivo, o Plano de Recuperação Econômica  precisa ser praticamente um Estado dentro do Estado.

Ainda segundo Insight Prospectiva, sua gestão  caberia a um gabinete supraministerial, com orçamento separado e longe dos grilhões impostos pela PEC do Teto. E o governo nem precisaria perder tempo  em busca de um nome para o comando dessa missão. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, é considerado um executivo talhado para o desafio. Além da competência, Freitas reúne outros predicados. É jeitoso, não deixa arestas políticas e goza de prestígio no Congresso.

Oriundo do Exército, teria o apoio do núcleo militar do Palácio do Planalto. Ressalte-se que já existem projetos avançados nas Forças Armadas, notadamente no âmbito do Centro de Estudos Estratégicos do Exército (Ceeex), para um grande plano de recuperação dos investimentos na área de infraestrutura. O déficit de investimentos no setor é um problema antigo: o Brasil soma mais de 14 mil obras públicas paradas; cerca de 48% da população brasileira não têm acesso a rede de esgoto; a competividade logística do comércio exterior se deteriora a cada dia; o programa de expansão energética entrou em blecaute.

Com a pandemia da Covid-19, a questão ganha contornos ainda mais sérios. Será necessária uma grande cruzada pela retomada da economia e da geração de empregos. O plano de recuperação econômica incorporaria toda a agenda de concessões, PPPs e privatizações do governo. Teria ainda  um apêndice de política industrial.Se, há cerca de uma década ou mais, o Brasil tivesse um programa estratégico para o setor, parte do obsoleto e subaproveitado parque industrial poderia ter sido convertido para a produção de equipamentos de saúde, a exemplo de tomógrafos, aparelhos de raio-x e ultrassom.

#BNDES #Covid-19 #PEC do Teto #Tesouro Nacional

Coronavírus aumenta a espera pela aposentadoria

15/04/2020
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O coronavírus tornou-se um fator de risco adicional para os dois milhões de brasileiros que, desde outubro do ano passado, esperam para se aposentar. A Covid-19 ameaça atrasar ainda mais a análise e a liberação dos pedidos represados no INSS. O principal gargalo agora está na Dataprev. A partir desta semana, o sistema da estatal estará sobre-carregado com o processamento de todas as solicitações do “coronavoucher”, o benefício de R$ 600 que o governo concederá a trabalhadores informais.

Ao todo, a previsão do Ministério da Economia é que 54 milhões de pessoas se cadastrem para receber o auxílio – na semana passada, em um único dia, a Caixa Econômica recebeu 23 milhões de pedidos de inscrição. Trata-se de um trabalho formiguinha. A Dataprev terá de cruzar uma série de bancos de dados, que vão do Cadastro Único à Receita Federal, passando pelo próprio INSS.

Com essa sobre-carga, é pouco provável que todos os pedidos de aposentadoria acumulados há mais de seis meses no INSS sejam liberados entre agosto e outubro, conforme as previsões mais otimistas do próprio Instituto de Seguridade Social. Há outro empecilho também como sequela do coronavírus: todos os funcionários da Dataprev e do INSS em grupo de risco, notadamente com mais de 60 anos, estão em casa, o que reduz a força de trabalho das duas estatais – ressalte-se que ambas já sofrem com um déficit de pessoal. Some-se a isso o fato de que apenas na semana passada os sistemas da Previdência Social foram integralmente adaptados às novas regras estipuladas pela reforma das aposentadorias, em vigor desde 14 de novembro.

#Caixa Econômica Federal #Covid-19 #Dataprev #INSS

Agricultura cobra supersafra de benefícios dos bancos públicos

14/04/2020
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A bancada ruralista, uma das principais bases de apoio de Jair Bolsonaro, cobra do governo medidas mais contundentes de ajuda aos produtores agrícolas. A principal reivindicação é um waiver amplo, geral e irrestrito dos bancos públicos, com a suspensão da cobrança de todos os empréstimos contraídos para a compra de sementes, defensivos e máquinas. O agronegócio classifica como tímidas as ações anunciadas até o momento, notadamente no âmbito do Banco do Brasil e da Caixa. Os dois bancos prorrogaram por 60 dias o pagamento de operações de crédito por parte dos pequenos e médios produtores rurais. No entanto, o benefício é restrito aos agricultores que estavam em dia. Os inadimplentes ficaram de fora. A Frente Parlamentar da  Agropecuária e entidades representativas do setor alertam que o “apartheid” vai provocar um efeito bola de neve sobre os produtores que já enfrentavam dificuldades financeiras. O agronegócio também pressiona o governo por uma maior liberação de recursos novos pelos bancos públicos – o BB já anunciou que vai destinar R$ 25 bilhões para o setor. Os pleitos estão sobre a mesa dos ministros Tereza Cristina, sensível às reivindicações, e Paulo Guedes, nem tanto.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica #Jair Bolsonaro

Compasso de espera

31/03/2020
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As negociações para a venda do Banco do Brasil Americas, em Miami, travaram. A pandemia da Covid-19, associada ao fato de que a operação está longe de ser um ativo de primeira linha, jogaram os valores sobre a mesa lá para baixo. Entre os interessados que mantém conversações com o BB está a XP Investimentos – ver RR edição de 6 de fevereiro.

#Banco do Brasil #Covid-19

Sem perdão para os armadores

31/03/2020
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Os planos do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima de reduzir as taxas cobradas no reescalonamento de empréstimos por meio do FMM (Fundo de Marinha Mercante) naufragaram. Caixa Econômica e Banco do Brasil, que repassam recursos do Fundo, brecaram a manobra. Valeram-se de uma resolução do Conselho Monetário Nacional de 2009, que permite a cobrança de um percentual de até 0,5% sobre o valor do financiamento.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica #Fundo de Marinha Mercante

Ponto final

31/03/2020
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Não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil, Apple e Paranapanema.

Banco de solidariedade

30/03/2020
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Os grandes bancos privados, capitaneados pelo Bradesco, assinaram uma página de humanidade em sua história. O banco da Cidade de Deus, o Itaú e o Santander vão ceder cinco milhões de testes rápidos de detecção do coronavírus, tomógrafos e respiradores. É uma iniciativa inédita que poderia se tornar frequente em um Brasil desigual, onde a miséria grassa e a saúde é uma dádiva de algumas minorias. Afinal, não dói nadinha, como está comprovando a banca. Palmas para todos eles.

#Bradesco #Itaú #Santander

Falta um recolhimento compulsório do ajuste fiscal

17/03/2020
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, brecou a proposta de liberação da totalidade do recolhimento compulsório. A ideia, que passeou no circuito do Congresso Nacional ao Palácio do Planalto, triplicaria a disponibilidade de recursos no sistema, dando um choque de liquidez. A medida, contudo, teria restrição para o saque dos recursos. Os médios bancos e as pequenas e médias empresas, por exemplo, teriam prioridade, assim como outras companhias diretamente afetadas pelo novo coronavírus. Hoje, o estoque de compulsórios sobre depósitos à vista no BC é superior a R$ 400 bilhões.

Recomendável para situações de crise em qualquer cartilha da teoria econômica, a medida causa calafrios no ministro Paulo Guedes. Não obstante a circunstância emergencial por conta da pandemia do coronavírus, no caso de Guedes a proposta significa ceder a uma de suas maiores aversões: liberar dinheiro carimbado. Em uma segunda leva, a concessão de dinheiro com endereço certo pode vir não pelo Banco Central, mas pelo BNDES. A agência de fomento tem cerca de R$ 100 bilhões disponíveis no caixa. Esses recursos seriam liberados para as unidades federativas com a maior carteira de obras públicas atrasadas – único caminho viável para a geração de empregos em maior escala, sobretudo em um ambiente de retração da economia.

O Brasil soma mais de 14 mil projetos de infraestrutura parados. Segundo o próprio Ministério da Infraestrutura, a retomada dessas obras demandaria algo em torno de R$ 90 bilhões. Os recursos aprovados pelo Ministério da Economia, por meio do FGTS, PIS-Pasep e Bolsa Família, têm sua função e importância. É dinheiro direto no bolso do brasileiro. Mas, é um remédio passageiro, a exemplo do que ocorreu no último trimestre do ano passado. O que falta à população é emprego.

Falta um recolhimento compulsório do ajuste fiscal, quanto mais sustentável melhor. O governo estuda outras medidas, além do aumento de crédito da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil já concedidos, de preferência que não o levem a desconstruir a arquitetura fiscal, ou seja, meta de déficit primário e teto dos gastos. Uma das iniciativas certas será o remanejamento de recursos do orçamento para a área da saúde – já foram aprovados R$ 5 bilhões, ou, ao preço médio de R$ 15 por frasco, o equivalente a um vidrinho e meio de álcool gel para cada brasileiro. Como o cobertor é curto, ou seja, as verbas discricionárias são justas, outros setores serão sacrificados. Não há outro jeito. Não há? Cresce no governo quem defenda a mudança da meta do déficit primário. No teto, há um buraco regulatório que permite gastos excepcionais em situações de emergência nacional. Portanto, o teto pode ser furado. A questão é aumentar o gasto e lembrar que o ajuste fiscal não salva vidas.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica Federal #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Sete Brasil é um poço sem fundo

12/03/2020
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A velha novela da Sete Brasil promete novos capítulos. O STJ reúne indícios de que boa parcela das dívidas da companhia foi contraída em operações firmadas no exterior, e não no Brasil. Caso se confirme, uma parte do passivo deverá sair da esfera judicial brasileira, abrindo caminho para uma nova saraivada de ações de bancos e fundos de investimentos internacionais contra a malfadada fabricante de sondas criada e inflada no governo Lula.

#STJ

PIB sofre sequela estatística

4/03/2020
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O RR conversou com uma fonte no IBGE, mais precisamente da área de revisão estatística do PIB: os resultados não serão tão alvissareiros quanto no passado. Nos anos anteriores, a revisão chegou a promover um aumento de 5% no PIB. Em 2019, a mudança no índice foi dividida, com uma parte já tendo sido realizada. O coeficiente tende a ficar em torno de 1%.

O número do PIB de 2019 deverá ser divulgado pelo IBGE hoje. A expectativa quanto ao índice do crescimento não mudou. Deve ficar entre 1% e 1,1%, mantendo o mesmo patamar de crescimento de 2018 e 2017, respectivamente, 1,1% e 1%. A probabilidade do teto de 1% não ser quebrada é baixa, mesmo lembrando que o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), uma espécie de indicador antecedente do PIB calculado pelo IBGE, registrou um crescimento de 0,89% da economia brasileira, em 2019.

Qualquer migalha no PIB tem importância no ano seguinte, na medida em que implica menor ou maior herança estatística. Por enquanto, a previsão do carregamento do ano passado para 2020 é o onipresente número de 1%. Trata-se de um percentual que não deve ser erodido tendo em vista um cenário de coronavírus, com todas as previsões do PIB sendo rebaixadas.

#IBGE #PIB

O dia em que o BC tratou os bancos como inimigos

21/02/2020
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A divulgação pelo Banco Central de estudo sobre a estratégia “atraia e extraia”, por meio da qual os grandes bancos usam a fidelização do cliente para aumentar o spread, incomodou a gregos e troianos. Aos bancos, essencialmente, por serem acusados formalmente de vilões, que usam seu poder de mercado para encurralar os tomadores de crédito. As instituições financeiras estranharam que o BC não tivesse realizado uma reunião prévia com a banca, o que seria mais eficaz para promover uma queda do spread, caso confirmada a tese dos economistas do BC.

Historicamente a autoridade monetária trata com os bancos previamente sobre assuntos que podem afetar a imagem coletiva das instituições financeiras. Mas, dessa vez, preferiu divulgar o estudo, meio que criminalizando os bancos. Uma parte da equipe econômica, na qual se inclui especialmente o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, também desgostou da divulgação. O motivo, porém, é exatamente o inverso dos grandes bancos privados. Ao informar que BB e Caixa Econômica atraem os clientes para baixar o spread na medida em que as operações de empréstimo se sucedem, o BC proporcionou uma forte argumentação antiprivatista.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, está entre aqueles que acreditam ser possível privatizar pelo menos um dos bancos públicos. Após a divulgação do documento, a autoridade monetária correu para dizer que o pensamento dos autores não representa necessariamente a sua opinião. Mas a atitude com o vazamento do “atraia e extraia” não significa um caso isolado. Faz parte de uma tendência. O Banco Central não perde oportunidade para demonstrar que agora tem um lado.

A velocidade com que são facilitadas as regras de acesso das fintechs ao mercado é muito maior do que a da regulação das startups bancárias. Os grandes bancos estão vivendo em um limbo, como se a regulação só valesse para eles. A Febraban, a quem caberia um papel de proeminência nesse debate, junto ao BC e à opinião pública, tem sido recorrentemente surpreendida com a vinda à tona das alterações no sistema, tais como a portabilidade dos créditos para fintechs. Em meio à dificuldade de nadar em um oceano regulatório na maior escuridão, os bancos têm pela frente ainda o open banking, que o próprio Banco Central considera uma obra aberta. Além da devassa nos números bancários, não se sabe que coelho pode sair daquela cartola.

#Banco Central #Banco do Brasil #Caixa Econômica #Paulo Guedes

Quanto pesa cada integrante do time de Paulo Guedes?

19/02/2020
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Os Chicago´s Oldies e afins que gravitam em torno do ministro Paulo Guedes têm pesos diferentes no ranking de prestígio e aprovação no governo. Guedes universalizou ideologicamente sua equipe. São todos ortodoxos, egressos da universidade de Milton Friedman, mercado financeiro, Ibmec e Instituto Millenium. Destes dois últimos participam, respectivamente, o secretário geral de Produtividade e Competitividade, Carlos Costa, que privou com o ministro na unidade do Ibmec-SP quando ele era o dono da universidade, e Paulo Uebel, secretário geral de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, oriundo do Millenium. Também do Instituto é egresso o secretário de Comércio Exterior e Relações Internacionais, Marcos Troyjo. Com perfil de diplomata, trabalhou com Mario Garnero e Nelson Tanure, empresários que caracterizaram sua trajetória por operações ousadas.

Costa, Uebel e Troyjo mostram serviço e são prestigiados. No ranking da aprovação poderiam estar em um 3° lugar todos os três. O secretario do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, que já estava no governo antes da gestão Bolsonaro e chegou a aspirar a pole position nas categorias de prestígio e aprovação, teve uma queda drástica nos últimos cinco meses. Por pouco escapou a uma
fritura. Deixaria o Tesouro, por qualidade claudicante dos serviços, e cairia para cima, assumindo a diretoria executiva do Conselho Fiscal da República. Guedes, contudo, estancou a saída, brindando-o com a acumulação dos dois cargos. Mansueto poderia muito bem se situar no 5° lugar, com viés de baixa. Na gangorra do ranking estão o secretário de Desestatização e Desmobilização, Salim Mattar, e o Secretário Adjunto da Secretaria Especial de Fazenda, Esteves Colnago.

Mattar desceu para um 6° lugar, sem louvor. Era uma das novidades de Guedes: colocar um empresário para tocar a desestatização. Colnago, ao contrário, tinha pouca visibilidade, imerso na burocracia, mas mostrou grande proficiência e tomou conta do gabinete. Sai de um 7° para um 5°, com viés de alta. Empatados no 2° posto estão o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, e o secretário geral de Fazenda, Waldery Rodrigues Júnior. Os dois são os mastins de Guedes. Autorizadíssimos a falar com a imprensa, são os reis das planilhas com os dados macroeconômicos e de finanças públicas. Defendem o governo com unhas e dentes. Em franco descenso está o presidente do BNDES, Gustavo Montezano. Não acerta uma. Por pouco não foi demitido pelo próprio Bolsonaro, que o conhece desde criança.

Montezano também tem o coração de Guedes. Mas entregar o serviço, que é o que interessa, até agora não se viu. O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, é um quadro anódino. Parceiro de Guedes desde os tempos do Pactual e Chicago Old puro sangue, foi investigado pelo MP no caso Marka – e absolvido, diga-se de passagem – e se especializou em dar declarações defendendo a venda do BB e maltratando seu corpo de funcionários. Mas parece ter aprendido que o silêncio vale ouro, principalmente para quem não sabe lidar com as palavras. Leva um 6° lugar e olhe lá. O presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, é exatamente o contrário de Novaes.  Tirou a CEF da condição de instituição abúlica e injetou eletricidade na gestão. Baixou os juros mais do que todos os bancos, demonstrando que é possível adotar a medida com sustentabilidade. Usa das palavras com grande eficiência. Um craque. Vai para o “2,5°” lugar. Empatados na mais alta posição estão os presidentes do Banco Central, Roberto Campos Neto, e da Petrobras, Roberto Castello Branco. Ambos são sacerdotes do silêncio. Falam pouco, erram pouco. BC e Petrobras não têm mesmo que ficar na ribalta. Castello toca a empresa que nem um violino e conseguiu um feito raro: lidar com a corporação se opondo ao que ela pensa. Campos Neto desabou com os juros e tem se comunicado com o mercado de forma cristalina e na medida certa. Os dois vão para o “1,5º” lugar. A 1ª posição ninguém leva.

#Ibmec #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Ponto final

19/02/2020
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Procurados, os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Samsung e Banco do Brasil.

BB Americas na mira da XP

6/02/2020
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A XP Investimentos avalia a compra do BB Americas, filial do Banco do Brasil em Miami. As tratativas são conduzidas pelo Citi, adviser do banco estatal – segundo o RR apurou, os norte-americanos mantém ainda conversações com outros dois candidatos ao negócio. O BB Americas tem cerca de US$ 600 milhões em ativos e uma rentabilidade baixinha. É quase um farelo para quem tem do lado a operação do Itaú em Miami, com seus mais de US$ 12 bilhões em ativos. Tem mesmo? De qualquer forma, a XP parece ter aberto sua temporada de aquisições – nesta semana anunciou a compra de um terço da gestora Augme, especializada em fundos de crédito de alto risco.

#BB Americas #Citi #XP Investimentos

Ponto final

6/02/2020
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Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: XP Investimentos, Banco do Brasil e Santander.

Assim é se lhe parece…

29/01/2020
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O que o mercado não faz? A XP, até outro dia era um puxadinho, ultrapassou a casa dos R$ 100 bilhões de valor em Bolsa. Para efeito de comparação, o Banco do Brasil vale cerca de R$ 140 bilhões. Pelo andar da carruagem, talvez seja o caso de Paulo Guedes convocar a XP para participar de futuras privatizações no sistema financeiro.

#Banco do Brasil #Paulo Guedes #XP Investimentos

Em busca de energia

29/01/2020
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O empréstimo de R$ 94 milhões do Banco Regional de Brasília para a CEB é apenas um balão de oxigênio. O governo do Distrito Federal calcula que, por baixo, seriam necessários mais R$ 250 milhões para a distribuidora de energia arrumar a casa antes da sua privatização.

#CEB

Interventora?

28/01/2020
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No pacote de mimos que ofereceu a Regina Duarte, Jair Bolsonaro acenou com a possibilidade da atriz “aconselhar” na destinação das verbas de estatais para a área de cultura. Deve ser da boca para fora, como tantas promessas de Bolsonaro. Se bem que o Capitão até já tirou do ar propaganda do Banco do Brasil.

#Jair Bolsonaro #Regina Duarte

O papel do BNDES

17/01/2020
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Nem tudo vai tão mal assim na política do governo Bolsonaro para o meio ambiente. Graças ao BNDES, o Brasil produzirá seu primeiro papel higiênico com selo ambiental. A novidade virá da fábrica da Copapa, de Santo Antônio de Pádua (RJ), que recebeu um empréstimo de R$ 33,9 milhões do banco de fomento. O papel carregará menos produtos químicos em sua composição, e todo o processo de fabricação terá emissão neutra de carbono. No país em que o desmatamento da Amazônia cresceu 85% em 2019 e a água marrom da Cedae leva a população do Rio ao hospital, não deixa de ser um alento.

#BNDES

“Banco dos réus”

14/01/2020
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As empresas reunidas na Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa já elegeram os “culpados” pela morosidade na abertura de novas PCHs no país. Os players do setor entregaram à Pasta de Minas e Energia e à Casa Civil um estudo atacando a Aneel e a ANA pela burocracia na gestão dos recursos hídricos.

#Aneel

A “Delaware” de Sergio Cabral

8/01/2020
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Ministério Público Federal do Rio de Janeiro vai pedir à Justiça a suspensão de pagamentos da Rio Previdência ao Banco do Brasil, referentes a operações de antecipação de recebíveis de royalties do petróleo. Montada durante o governo de Sergio Cabral, a engenharia financeira é alvo de investigação na CPI da Rio Previdência, na Alerj. À época, o fundo de pensão dos funcionários do estado fechou acordos similares nos Estados Unidos, operação que ficou conhecida pelo sugestivo nome de “Delaware”. O estado recebeu R$ 8 bilhões. Já pagou mais de R$ 19 bilhões.

#Banco do Brasil #Sérgio Cabral

ABC Brasil já está com meio corpo na Caixa Geral

2/01/2020
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O Banco ABC Brasil – leia-se o Arab Banking Corporation, do Bahrein – está perto de fechar a compra das operações da Caixa Geral de Depósitos (CGD) no Brasil. São cerca de R$ 2 bilhões em ativos. As negociações são conduzidas diretamente pela matriz do banco português, em Lisboa. A saída da CGD do país estava escrita nas estrelas, ou melhor, no RR, que antecipou a informação na edição de 28 de novembro de 2018. Além da perda de fôlego no mercado brasileiro, a decisão se deve ao escândalo protagonizado pelo grupo. Auditoria conduzida pelo governo português, acionista controlador da CGD, descortinou desvios de recursos e passivos a descoberto na contabilidade da instituição.

#ABC Brasil

Um afago ao Nordeste

2/01/2020
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O ministro Paulo Guedes bateu o martelo: a gestão do Crediamigo, o programa de microcrédito do governo federal, permanecerá com o Banco do Nordeste. Banco do Brasil e Caixa Econômica cobiçavam a carteira de R$ 4,6 bilhões.

#Banco do Nordeste #Paulo Guedes

O carrasco da Av. Chile

2/01/2020
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O BNDES de Gustavo Montezano tem sido o mais duro credor à mesa de negociações da Renova Energia, leia-se Cemig. Vem do banco a maior pressão para que a empresa se desfaça da sua participação na Brasil PCH. O BNDES é contrário também ao período de carência de dois anos para o início do pagamento das dívidas. O passivo da Renova é superior a R$ 2,5 bilhões.

#BNDES #Cemig #Renova Energia

2019 foi um ano de acertos dobrados no RR

30/12/2019
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4 de janeiro. O ano de 2019 e a era Bolsonaro nem bem tinham raiado quando o RR cravou não apenas a decisão do novo governo de privatizar a Eletrobras, mas também os movimentos de Jorge Lemann para comprar a empresa, por meio do 3G Radar. Poucas semanas depois, as duas informações estavam em toda a mídia. Foi o primeiro dos incontáveis furos aos quais o assinante do Relatório Reservado teve acesso, com exclusividade, ao longo deste ano – boa parte deles antecipando passos do Poder, notadamente do presidente Jair Bolsonaro e de sua equipe. Na edição de 8 de janeiro, a newsletter destrinchou o projeto da gestão Bolsonaro para murchar o Ibama e demais órgãos da área ambiental por dentro.

Não deu outra: o meio ambiente se tornaria um nervo exposto no primeiro ano de seu governo, como se veria mais à frente, em um dos episódios de maior repercussão de 2019. Em 21 de agosto, o RR informou, em primeira mão, que o Itamaraty tinha a informação de que governos da Europa preparavam um forte ataque à política ambiental do presidente Bolsonaro, com ênfase no desmatamento da Amazônia. A matéria do RR informava, inclusive, o Dia D e o lócus da ofensiva: 24 de setembro, data de abertura dos chamados debates de alto nível da 74ª Assembleia Geral da ONU. Dito e feito. O Brasil sofreu um bombardeio sem precedentes de grandes líderes globais por conta das queimadas na Amazônia, e o tema ditou o discurso de Bolsonaro nas Nações Unidas. Em 4 de setembro, o RR também foi o primeiro veículo a noticiar a coalizão entre a bancada ruralista e grandes tradings para evitar a moratória da soja, assunto que estouraria na imprensa duas semanas depois.

Nos primeiros dias de mandato do Capitão, precisamente em 9 de janeiro, o RR trouxe em primeira mão a determinação do Planalto de abrir a “caixa-preta” da Previdência, com uma devassa nos bancos de dados da Dataprev e nos pagamentos de benefício do INSS, que seria formalmente anunciada semanas depois. Em 17 de janeiro, a publicação revelou os planos de Bolsonaro de espalhar escolas cívico-militares pelo país – projeto que só seria formalmente divulgado em setembro, com o anúncio da construção de 216 colégios até o fim do atual mandato. Ainda em janeiro, no dia 21, o RR informou sobre a disposição de Paulo Guedes em rasgar a camisa de força do Orçamento, com a desvinculação das receitas. O ministro abriu essa guerra, ainda que, até o momento, sem vitória. Por dever de ofício, auscultar os gabinetes de Paulo Guedes e da equipe econômica foi um exercício quase diário do RR, o que permitiu antecipar decisões ou projetos ainda que no seu nascedouro.

Em 15 de fevereiro, o RR foi o primeiro veículo a colocar sobre a mesa que o Ministério da Economia cogitava um shutdown, ou seja, a suspensão geral dos pagamentos dos gastos públicos. O risco estava diretamente vinculado à não aprovação da reforma da Previdência e chegou a ser tratado em conversas entre Guedes e o presidente Jair Bolsonaro, conforme revelou a newsletter. O tema somente começou a aparecer na mídia em maio. Em novembro, o próprio ministro viria a falar na possibilidade de um “shutdown à brasileira”, com a adoção de medidas combinadas para “estancar a sangria de despesas até que o equilíbrio fiscal seja restabelecido”, como suspensão de reajustes para o funcionalismo, reestruturação de carreiras no serviço público etc etc.

Em 13 de junho, o RR noticiou a intenção de Paulo Guedes de soltar recursos pingados para adoçar a boca dos brasileiros e injetar uns trocados na economia – no que a newsletter chamou de uma estratégia “rouba montinho”, ou seja, tira um pouquinho de moedas daqui e empurra para ali. Pouco tempo depois, as migalhas começaram a cair sobre a mesa, com a liberação de dinheiro do FGTS, um pequeno puxadinho no orçamento do Minha Casa, Minha Vida e até um cata-cata de grana para honrar o pagamento de bolsas do CNPq. O drama fiscal foi acompanhado no detalhe do detalhe pelos assinantes do RR, a partir de informações exclusivas e análises argutas. O RR seguiu cada pegada do Copom, especialmente a sua intenção de acelerar a redução da Selic, tendo como meta juros reais de 1% neste ano, conforme a newsletter informou em 17 de setembro. Por falar em juros, o Relatório Reservado foi o primeiro veículo a chamar a atenção para a dissintonia entre os dois grandes bancos estatais diante da forte queda da Selic.

No dia 7 de outubro, a publicação abordou a posição do Banco do Brasil, de Rubem Novaes, nome historicamente vinculado a Paulo Guedes, de não reduzir suas taxas de juros, diferentemente da Caixa Econômica. Poucos dias depois, o restante da mídia abriu os olhos para o assunto e o próprio BB acabaria por anunciar um corte em suas taxas. Ainda percorrendo os bastidores das grandes decisões da economia, o assinante do RR soube antes, no dia 19 de agosto, que o governo estava prestes a lançar um programa de privatizações como o “país nunca viu”. Dois depois, a notícia se confirmava – ainda que sem fazer jus à expressão hiperbólica cunhada dentro do próprio Ministério da Economia. Em 21 de agosto, o secretário especial de Desestatização, Salim Mattar, divulgava oficialmente o plano de venda de nove estatais – à exceção dos Correios, e olhe lá, nenhuma de fechar o comércio. Por ora, o explosivo programa de privatizações anunciado por Bolsonaro e Guedes não passa de um estalinho.

Ainda na seara das concessões públicas, nos estertores de 2019, mais precisamente em 4 de dezembro, o RR noticiou um mutirão interministerial do governo para aprovar o marco regulatório do saneamento – condição sine qua nom para destravar a venda de estatais do setor. Cinco dias depois o próprio ministro Paulo Guedes confirmava que o governo havia intensificado a articulação política para acelerar a aprovação da lei no Congresso. Seguindo na agenda econômica, o RR foi o primeiro a puxar uma questão que somente dias depois seria fisgada pela mídia de um modo geral. Na edição de 8 de novembro, após consultar importantes juristas, a newsletter trouxe a informação de que o Conselho Fiscal da República – o ornitorrinco criado por Paulo Guedes juntando partes do Executivo, Legislativo e Judiciário – é inconstitucional. Do fiscal para o câmbio, em 22 de novembro o RR trouxe à tona a crescente preocupação do Banco Central com a escalada do dólar.

Quatro dias depois, a autoridade monetária entrou no mercado vendendo a moeda americana para segurar as cotações, expediente que ainda se repetiria mais algumas vezes. Em 20 de fevereiro, o RR esmiuçou o grande projeto do “governo digital” que começava a ser engendrado no Ministério da Economia, mais precisamente na área comandada pelo Secretário Paulo Uebel, com o objetivo de arrumar a máquina pública tanto para dentro quanto para fora, leia-se o atendimento à população. Somente mais para o fim do ano, o tema cairia no radar da mídia, com direito a capa de revista semanal. Ainda no âmbito da economia, em 11 de fevereiro, a newsletter informou sobre o convite do então presidente do BNDES, Joaquim Levy, a Gustavo Franco para assumir a presidência do Conselho de Administração, formalizado apenas no fim daquele mês.

Da mesma forma, em 19 de junho, o RR antecipou que o economista deixaria de ser o chairman da agência de fomento antes mesmo de assumir o cargo. Àquela altura, oficialmente Gustavo Franco e o próprio BNDES negavam o meia volta, volver, garantindo que o processo de indicação transcorria normalmente e a demora na posse se devia à burocracia do rito. Pois bem… Somente no fim de julho, mais de um mês após a notícia do RR, o economista e o banco admitiram o desenlace antes mesmo do casório. Em 16 de dezembro, o RR colocou foco sobre o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto de Almeida, antecipando os preparativos para a sua saída do governo.

Uma semana depois, Paulo Guedes e toda a equipe econômica fizeram um desagravo público a Mansueto. Chamou a atenção do empenho do ministro em garantir a permanência do economista no cargo por “pelo menos mais um ano”. Mais sintomático, impossível. Guedes desmentiu e o RR reafirmou e reafirma o que disse: Mansueto vai deixar o governo em breve. Ao longo de 2019, o RR manteve a tradição de acompanhar amiúde a área de Defesa, que, não bastasse sua importância per si, ganhou um  destaque ainda maior no noticiário devido ao notório imbricamento entre o estamento militar e o governo Bolsonaro.

Em 25 de fevereiro e 13 de março, período marcado pelo agravamento da crise institucional na Venezuela e por forte tensão na fronteira, a newsletter revelou a preocupação das Forças Armadas com a fragilidade do sistema brasileiro de defesa, resultado da contínua asfixia orçamentária comum a todos os últimos governos brasileiros. Em 5 de abril, o RR abordou a tensão entre militares, ainda que da reserva, e o Judiciário. A publicação destacou o editorial da Revista do Clube Militar, por meio do qual o presidente da instituição, General de Divisão Eduardo José Barbosa, fez duras críticas ao STF. Na ocasião, o oficial da reserva classificou como uma “evidente ofensiva contra a Lava Jato” a decisão do Supremo de que processos de “caixa 2” migrem para a Justiça Eleitoral. Nos dias a seguir, o assunto ganharia evidência na mídia.

O RR também foi um intérprete das tensões institucionais que cercam o governo Bolsonaro. Em 2 de maio, em matéria intitulada “FHC é o maior conspirador da República”, a newsletter desvendou as movimentações do ex-presidente junto aos principais grupos de poder do país em um período de efervescência por conta dos seguidos episódios de quebra de decoro protagonizados por Jair Bolsonaro. Menos de duas semanas depois, FHC não se fez de rogado e verbalizou publicamente a palavra que tanto vinha sussurrando na penumbra: “O impeachment às vezes é inevitável”. Entre as várias “guerras” abertas por Bolsonaro em seu primeiro ano de mandato, está o embate com a própria mídia. Em 9 de agosto, o RR trouxe a informação de que o presidente da República determinaria o corte de assinaturas de grandes jornais e revistas nos órgãos federais. Bingo! Em 31 de outubro, o governo anunciava o cancelamento da assinatura da Folha de S. Paulo.

O ministro Sergio Moro e, por extensão, o Judiciário estiveram no centro de outros importantes furos do RR ao longo de 2019. Em 1 de abril, a newsletter divulgou a movimentação de Moro para aumentar o orçamento da sua Pasta e aumentar o efetivo da Polícia Federal. Um mês depois, Paulo Guedes soltou a grana, e o ministro da Justiça anunciou a convocação de 1.200 aprovados em concurso para a PF realizado no ano passado. Em 11 de junho, o RR antecipou uma grande ação da Justiça, notadamente da Polícia Federal, para combater a atuação do crime organizado, sobretudo do PCC, no contrabando de ouro. Sete dias depois, a PF deflagrava a Operação Ouro Perdido, desbaratando uma quadrilha que havia movimentado cerca de R$ 145 milhões. No agitado ano de Sergio Moro, talvez nenhuma outra agenda supere o vazamento dos seus diálogos com os procuradores da Lava Jato, iniciado pelo The Intercept Brasil. O assinante do RR soube, com exclusividade, das movimentações de Moro nos bastidores para administrar o escândalo.

Em 29 de julho, por exemplo, a publicação antecipou que o ministro, em uma ardilosa estratégia, ligou para uma relação de 26 autoridades dos Três Poderes para informar e “tranquilizá-los” sobre o hackeamento de seus celulares e computadores. Por falar em Lava Jato, ao longo de 2019, por diversas vezes o RR chamou a atenção para o desmonte do setor de construção pesada com a insistência do aparelho de Justiça em punir as empresas e não apenas seus controladores. Em 10 de outubro, na esteira da criação do Instituto Brasileiro de Autorregulação do Setor de Infraestrutura, o RR enfatizou que a redenção das empreiteiras e a salvaguarda de seus milhares de empregos – os que ainda restaram – deveriam ser tratadas como assunto de Estado. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Em 26 de dezembro, a imprensa divulgou um relatório da CGU levantando o risco de calote em acordos de inadimplência devido à falta de retomada da atividade no setor de construção pesada. Eureka!

No âmbito do Judiciário, o RR revelou a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de criar varas especializadas para o julgamento de integrantes do crime organizado, informação que somente seria divulgada pelos grandes jornais em 1 de julho. Em 23 de agosto, a newsletter antecipou a união entre os Ministérios Públicos do Brasil e do Paraguai para investigar o doleiro Dario Messer e sua abastada clientela nos dois países. Em 11 de outubro, o RR divulgou que os dois MPs tinham à mão uma lista de 36 clientes do doleiro. Mais uma vez, no alvo: em 20 de dezembro, o Ministério Público do Brasil indiciou 18 pessoas ligadas a Messer, entre elas o ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes. Os outros 18 que esperem. A sua hora vai chegar… Como não poderia deixar de ser, não obstante o peso do noticiário político institucional, a seleta rede de informantes do RR no ambiente corporativo permitiu à newsletter antecipar importantes fatos do universo empresarial em 2019.

Em 14 de fevereiro, a publicação noticiou os preparativos para a saída de Fabio Schvartsman da presidência da Vale, na esteira da tragédia de Brumadinho. No dia 2 de março, a mineradora anunciava o afastamento “temporário” de Schvartsman do cargo. Mero jogo de palavras: o executivo deixava o posto em definitivo, carregando no currículo 270 mortes. Em 29 de maio, o RR informou, com exclusividade, da parceria entre Starboard e Apollo para a compra da ViaVarejo. Dois dias depois o assunto estava estampado nos principais jornais do país. No fim, a dupla de gestoras perdeu o negócio. Michael Klein foi mais rápido no gatilho e ficou com a ViaVarejo. Em 30 de maio, o Relatório Reservado publicou, em primeira mão, a condenação da Volkswagen pelo TJ-RJ pelo escândalo da adulteração de resultados de emissão de poluentes em veículos a diesel. Outros veículos só noticiaram o veredito, no valor total de R$ 460 milhões, quatro dias depois.

Na edição de 24 de junho, o RR antecipou um movimento decisivo no processo de recuperação judicial da Saraiva: uma “rebelião” dos credores, condicionando a aprovação do plano ao afastamento da família da gestão da empresa. Mais um tiro certeiro: em 29 de agosto, a saída de Jorge Saraiva Neto do comando da companhia foi confirmada. Em 14 de agosto, o RR publicou, com exclusividade, a retomada dos planos da JBS de abrir o capital nos Estados Unidos. No apagar das luzes de 2019, o RR levantou ainda um caso inusitado: sete donos de embarcações incendiadas na Marina de Angra dos Reis (RJ) aguardam há meses pelo pagamento de seus seguros. Por ora, nem a BR Marinas, concessionária do atracadouro, nem a Tokyo Marine, responsável pela apólice coletiva do local, pagaram um centavo pelo sinistro.

Dez dias depois, o assunto estava em coluna de prestígio de uma revista semanal. Essa seleta de acertos foi apenas uma pequena amostra do número elevado de furos e análises premonitórias com que a newsletter brindou seus assinantes durante 2019. O leitor do RR não tem dúvida de que em nossas páginas pode enxergar o noticiário mais à frente. Em 2020, esperamos ter a honra de que nossos assinantes permaneçam nos prestigiando. Ainda em 2019, o Relatório Reservado adensou o volume de informações disponibilizadas ao seu assinante com o lançamento do Observatório RR – uma nota técnica diária sobre assunto específico e relevante – e o Termômetro RR, que antecipa a temperatura da agenda política e econômica do dia seguinte. Em 2020, podem esperar, teremos muito mais. Que venham novos acertos e muito mais assinantes!

#Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #Paulo Guedes #Selic

O que a XP faz pelo Brasil?

19/12/2019
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O Banco Central, independente ou não, deveria seguir os modelos internacionais de referência que monitoram os preços e o emprego. O exemplo destacado é o Federal Reserve, dos Estados Unidos. No Brasil, o BC não se preocupa nem com o emprego do país nem com o emprego do próprio setor financeiro. Com essa omissão, vai estimulando o surgimento de uma matilha do que poderia se chamar de “big smart banks”, ou numa tradução quase literal, os bancos espertalhões. O campeão desse grupo do valuation da esperteza é a XP Investimentos, geradora de dinheiro a rodo e roedora de emprego a granel.

Não há nada demais que a instituição fature uma grana. Mas a assimetria que a XP e seus congêneres trazem para o setor bancário dá a entender que o BC é mais dependente do que parece. A autoridade monetária não leva em consideração que os bancões gastam centena de bilhão com agências, segurança, funcionários e toda uma cadeia de fornecedores de A a Z. A XP não gasta nem com A nem com Z, tem 1,2 mil funcionários e opera em um prédio.

O futuro potencializado trazido pela instituição é o fim do valor adicionado na economia. A XP custa caro para o sistema financeiro porque seu gasto é baixo demais. Já os bancos arcam com uma carga tributária de 45%, pagando mais de R$ 70 bilhões em impostos por ano. Isso para não falar de gastos aparentemente residuais que somam uma pequena fortuna. Um exemplo: uma agência alvo de explosão por criminosos custa R$ 600 mil para ser reconstruída – são mais de dois mil caixas eletrônicos dinamitados por ano. Os “new banks” operam com reduzido nível de exigência e raquítica estrutura de compliance vis à vis os grandes bancos.

A XP e seus pares se escoram no Fundo Garantidor de Crédito (FGC), constituído e alimentado pelos bancões. Ou seja: se uma delas pegar um resfriado ou tiver um enfisema pulmonar, caberá ao FGC, portanto, aos grandes bancos, impedir que os clientes sejam lesados. Não custa lembrar que foi a banca puro-sangue que evitou uma crise sistêmica sem precedentes no rastro da crise dos subprimes, em 2008, e da consequente quebra de instituições financeiras – como Cruzeiro do Sul, PanAmericano etc etc. Não é por acaso que a XP começou sua sinuosa trajetória vendendo papéis ao valor máximo de R$ 250 mil, justamente o teto assegurado pelo FGC aos investidores em caso de liquidação da instituição financeira. A XP diz que seu grande mérito é promover a educação financeira. Mas como isso sai caro…

#Banco Central #XP Investimentos

Vale ensaia um bye, bye, Brasil para sua sede fiscal

13/12/2019
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A Vale está negociando todas as suas fichas com o governo para a mudança de sua sede fiscal para um paraíso tributário. A expectativa
da empresa é que a gestão liberal da economia e a nova política do BNDES de venda de participações da carteira da BNDESPar facilitem a iniciativa. Hoje, o que emperra a exportação da sede fiscal é a titularidade pela União das ações de classe especial, as golden share. Segundo o artigo 3.2.1 do edital de licitação da Vale, as golden share têm poder de veto sobre as seguintes matérias: alteração da denominação social, mudança da sede social, mudança no objeto social no que se refere à exploração mineral, liquidação, entre outras.
Um dos fatores que, no passado, poderiam dificultar essa medida é a participação expressiva da BNDESPar no capital, além da qualidade de titular das golden share, em nome da União.

Ressalte-se que a transferência da sede da Vale chegou a ser cogitada no governo FHC, responsável pela sua privatização, e, por incrível que pareça, até mesmo na gestão Lula, ambas sem êxito. A mudança de status do BNDES no capital acionário se deu justamente no mandato do petista, quando o presidente do banco era Carlos Lessa. O economista ampliou a participação da BNDESPar para evitar a desnacionalização da mineradora e consequentemente a transferência da sede. O tempo passou e o BNDES mudou. A expectativa agora é de venda expressiva de ações da Vale em poder do banco, o que facilita os entendimentos para o “bye, bye, Brasil” da companhia. Se for realizado, as ações disparam.

A priori, as prerrogativas da golden share não parecem existir para serem levadas tão a sério quanto outrora. As chamadas ações de “Classe A”, em uma de suas cláusulas, impediam a troca da razão social da empresa. A mudança de Vale do Rio Doce ou CVRD para a nomenclatura diminuta da Vale, em 2007, passou ao largo da golden share. E, se a aprovação ocorreu formalmente, o silêncio e a discrição deram a tônica do acordo. O RR enviou uma série de perguntas à Vale e estendeu seguidamente o prazo para pronunciamento, devido à gravidade do assunto. A companhia limitou-se a dizer que “as informações disponíveis estão no relatório anual 20F”, publicado em seu site.

A resposta representou a mesma coisa que fugir do assunto: a Vale não quer falar sobre a mudança de sede. Cabe o registro histórico de que, nos idos dos anos 70, a operação da então Vale do Rio Doce em Bruxelas, comandada por Eliezer Batista, era tão importante do ponto de vista estratégico e político quanto a própria sede da corporação no Brasil. Todos os contratos internacionais e mesmo projetos de economia física em solo brasileiro – a começar pelo maior de todos, Carajás – foram formulados a partir do QG na Bélgica. Hoje, a mudança da sede fi scal para o exterior seria bem-vinda também para a descontaminação da Vale em relação aos malefícios ambientais e mortes causadas pela responsabilidade da companhia em duas das maiores tragédias sociais da história do país – Mariana e Brumadinho.

Os acidentes têm dimensão para serem recordados ainda por muitos anos, e não custa lembrar que a mineradora pode estar sentada ainda sobre outras áreas de risco. Por isso, diz uma fonte estratégica, uma rearrumação de ativos seria bem vista. A medida seria uma forma de blindar a companhia contra possíveis e bilionárias indenizações e eventuais probabilidades de novos rompimentos de barragens. Do ponto de vista da lógica econômica, a diretoria da Vale estaria coberta de razão em sua blitzkrieg para a mudança da sede fiscal. Se não conseguir passaporte para um paraíso tributário, a empresa ainda poderia migrar para a Suíça, transformando a sua subsidiária internacional naquele país em sede. A Suíça já não é mais a mesma do ponto de vista fiscal, mas quebraria um galho

#Vale do Rio Doce

Assunto encerrado

12/12/2019
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Nas palavras de Rubem Novaes, a privatização do Banco do Brasil é “assunto encerrado”. Só não disse que a venda do BBBanco de Investimentos é assunto aberto…

#Banco do Brasil #Rubem Novaes

Bye, bye, Votorantim

11/12/2019
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Rubem Novaes, presidente do Banco do Brasil, bateu o martelo. O IPO do Banco Votorantim, previsto para o início de 2020, será a porta de saída do BB do Banco Votorantim.

#Banco do Brasil #Banco Votorantim #Rubem Novaes

Ponto final

11/12/2019
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Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Magazine Luiza, Livraria Cultura e Banco do Brasil.

E os bancos?

10/12/2019
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O Pay Pal – o gigante global dos pagamentos eletrônicos – vai avançar duas casas de uma só vez no Brasil. Prepara-se para fazer operações de crédito tanto para o consumidor quanto para varejistas. Nos Estados Unidos, o Pay Pal já tem uma carteira de empréstimos da ordem de US$ 12 bilhões.

#Pay Pal

Torneiras fechadas

2/12/2019
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Principais credores da PDG, Banco do Brasil e Caixa Econômica têm se negado a liberar dinheiro novo para a incorporadora. O temor na empresa é que a postura dos dois bancos provoque um efeito dominó, inspirando instituições privadas a seguir o mesmo caminho. O que está em jogo é o plano da PDG de retomar os lançamentos imobiliários no primeiro trimestre de 2020.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica #PDG

Ponto final

2/12/2019
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Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Heringer, PDG, Banco do Brasil e Caixa.

As líquidas convicções de Paulo Guedes

29/11/2019
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O ministro Paulo Guedes, “caso as labaredas do continente cheguem ao Brasil”, conforme os dizeres da jornalista Maria Cristina Fernandes, no jornal Valor, de ontem, pode muito bem bater continência ao capitão Jair Bolsonaro e dar um cavalo de pau na política econômica. Compartilhada por muitos, a aposta que Guedes não é pragmático e irá até a morte com esta política econômica é equivocada e desconhece a essência do personagem.
Nos episódios passados de aquisição do Ibmec do ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso – uma história à procura de um bom narrador – e da saída do Banco Pactual, Guedes mostrou malemolência e jogo de corpo. O ministro da Economia é, sim, um liberal convicto, mas, antes de tudo, é maquiavélico e não abre mão de poder. Guedes se preparou a vida toda para implementar no governo um experimento liberal. Está tentando. Mas já demonstrou que é capaz de engolir sapos para ficar onde está. Ou mesmo fazer atalhos que a sua igreja condena, tal qual estipular um teto mensal
para o juro do cheque especial. É liberal sim, pero no mucho se es necesario, así lo exige.

É bem provável que variáveis sociais resilientes, como o desemprego, combinadas com a agenda de uma eleição atrás da outra, e vá lá, o fogaréu de protestos nos países hermanos, levem o Capitão a ordenar a Guedes um meia volta volver na política econômica. Seria, então, procurada uma Ilhas Malvinas ou qualquer coisa que valha, quer dizer uma externalidade onde depositar o motivo da mudança. A guerra comercial entre os EUA e China,
que está comendo as exportações do Brasil, é um bom exemplo. Em nome da situação excepcional e da crise social decorrente, e ancorado nas suas “grandes conquistas”, o ministro poderia decretar uma pausa na política de ajuste e irrigar o social com recursos orçamentários e extraorçamentários.
Afinal, como gosta de dizer Guedes, citando seu grande ídolo Karl Popper, só é irrefutável aquilo que é dogma. E ele – quem foi que disse? – não é dogmático.

Seria, então, a hora de Guedes seguir o seu maior desafeto intelectual, John Maynard Keynes: “Se a realidade muda, eu mudo”, recitaria o ministro, ressalvando que é um liberal convicto, o momento é passageiro e logo à frente retornaria à ortodoxia que vinha salvando o país. Ao contrário do que vaticinou Maria Cristina Fernandes, que provavelmente não conhece o economista, a opção do Capitão não está restrita à repressão ou à demissão do ministro, caso o continente pegue fogo. Ambos já mostraram que sabem voltar atrás. Guedes, apesar das frases de efeito mostrando desapego ao cargo, não quer largar o osso de jeito nenhum. Basta perguntar a qualquer um que o conheça bem. O RR, por exemplo.

#Paulo Guedes

Uma trava na porta giratória

28/11/2019
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Há uma discussão no Ministério da Economia em torno da possibilidade de conselheiros de estatais e sociedades de economia mista também terem de passar por quarentena antes de assumir novo cargo executivo na iniciativa privada. Hoje, apenas presidente, vice e diretores estão sujeitos a essa obrigatoriedade. Não por acaso, a questão ganha fôlego na esteira de um caso razoavelmente emblemático. Até o mês passado, Guilherme Horn ocupava uma cadeira no Conselho de Administração do Banco do Brasil. Agora, assumiu a operação digital do Banco Votorantim sabendo de cor e salteado a estratégia de um senhor concorrente.

#Ministério da Economia

Câmbio acende o sinal no painel do BC

22/11/2019
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O problema pode não ser para o curto prazo, mas já acendeu a luz amarela na área cambial do Banco Central. São quedas de reservas (devido à venda de moeda para tentar segurar as cotações), o risco de formação de um déficit estrutural da balança comercial e o pior fluxo cambial para o mês de outubro desde o início da série histórica. Nunca saiu tanto dinheiro do Brasil. O Brasil está perdendo dinheiro com swaps cambiais e com as reservas internacionais, devido à desvalorização do real. A saída de capital estrangeiro das bolsas acumula o maior volume desde 1999, o pior ano da série.

Superou com razoável distância o êxodo de 2008, ano da famigerada crise dos subprimes. O dinheiro tende a sair mais devido ao ciclo de saúde monetária. Como todo bem traz seu mal junto também, a queda expressiva da taxa de juros está secando o dinheiro que vinha buscar as altas rentabilidades do carry trade. O nó pode aumentar na medida em que, à exceção das velhas e boas commodities, o Brasil está reduzindo sua pauta de produtos industriais tradables e parece ter desistido de vez de outros negócios geradores de divisas, a exemplo da exportação de serviços. Sob esse aspecto, o investimento direto em infraestrutura é benéfico no curto prazo e arriscado no longo, na medida em que as concessões e privatizações, passado o tempo, em sua esmagadora maioria, são exportadoras de dinheiro do Brasil, por intermédio da remessa de lucros, e não trazem nada do exterior.

Quanto ao impacto na competitividade das exportações, talvez o maior benefício econômico do investimento em infraestrutura, é preciso aguardar para ver o quanto de mau trato o governo ainda vai proporcionar à indústria. Segundo dados do jornal Valor Econômico de 18 de novembro, o déficit comercial da indústria, neste ano, deve ser quase 10 vezes maior do que o de 2018 – o déficit total da balança comercial deve encolher pelo terceiro ano. O perigo de um caráter estrutural é que o déficit cambial fabril não se deve às importações, que estão baixas, mas às exportações industriais, que estão baixíssimas.

O déficit, a depender de Bolsonaro & Guedes, tendem a largar, com o estigma da política industrial, o homicídio do BNDES e a suspensão de tarifas sobre importações. Para o ministro da Economia é tudo bullshit. Quem tem reservas cambiais do tamanho das nossas não tem porque se preocupar. Antes mesmo do presidente do BC, Roberto Campos Neto, sentar-se à cadeira, Paulo Guedes já tinha disparado que se o dólar subir entre “R$ 4,00 e R$ 5,00,” ele injetaria reservas no mercado, comprando moeda e ganhando uma grana para o país. O dólar está cotado a R$ 4,20. Resta ver o tamanho do intervalo a que se referiu o ministro e se ele tem mesmo garrafas para vender.

#Banco Central

Mil e uma utilidades

20/11/2019
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O oligopólio bancário tem multiuso. Um estudo que estaria sendo produzido por técnicos do Banco Central compara o Brasil com 10 países e aponta que a banca privada nacional (cinco bancos) é a que tem maior resistência à invasão das fintechs.

#Banco Central

As peças da Tencent

11/11/2019
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Após comprar um pedaço do banco digital Nubank, o gigante chinês Tencent busca ativos de e-commerce no Brasil. Depois é juntar seis com meia dúzia e oferecer uma miríade de soluções de pagamento digital.

#Nubank #Tencent

Os senhores do destino

1/11/2019
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Congressistas baianos – capitaneados pela deputada Dayanne Pimentel (PSL), presidente da Frente Parlamentar da Indústria Marítima – têm feito uma romaria junto aos presidentes do Banco do Brasil, Rubem Novaes, e da Caixa, Pedro Guimarães. Buscam um acordo que contemple a redução da dívida do estaleiro Enseada. A empresa, pertencente à Odebrecht e à OAS, entrou em recuperação judicial com um passivo de R$ 2,3 bilhões. Juntos, BB e Caixa são credores de quase 70% desse montante.

#PSL

“Cartel airlines” cruza os céus brasileiros

28/10/2019
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Fala-se muito de oligopólio bancário e de acordos que vão da fixação dos valores das tarifas às altas taxas de juros praticadas no mercado. Não que a satanização do setor financeiro seja de todo infundada, mas as companhias aéreas não ficam nada a dever aos bancos. O RR flagrou um exemplo irretocável de perfeita sintonia na formação de preços entre as duas maiores empresas de aviação do país, Latam e Gol. A amostragem em questão é a rota Brasília-São Paulo (Congonhas). A cotação de passagem para amanhã, 29 de outubro, apontava rigorosamente os mesmos valores, centavo por centavo, para as duas concorrentes. Para voos no início da tarde, 12h25 no caso da Latam, e 12h40 e 13h55 para a Gol, a tarifa light estava em R$ 1.065,90 (excluídas taxas de serviço e de embarque). A “coincidência” se repetiu para todos os demais horários. Entre 15h10 e 20h40, a passagem para todos os seis voos da Latam e quatro da Gol, sem exceção, custava R$ 1.248,90. É como se a clássica lei da oferta e da procura ou o horário de rush sequer existissem. Tamanha sintonia de preços entre “concorrentes” só é vista entre os vendedores de água de coco na orla do Rio de Janeiro. Talvez esteja se constituindo um novo normal na formação de preços do setor de aviação. Será que os conselheiros do Cade não andam de avião?

#Gol #Latam

Banca busca vacina para juros negativos

17/10/2019
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O eventual ingresso do Brasil no circuito dos países que trabalham com taxas de juros negativas tem gerado especulações de toda a ordem. O único consenso é o de que será enrolado fazer com que o investidor se acostume emocionalmente com a redução do valor da sua poupança no extrato das aplicações. Uma instituição beligerante, tenaz e genial (coincidência pura o acrônimo do BTG) chegou a pensar sobre a hipótese de agrados e mimos para atrair o aplicador, ou mesmo alguma derivada dos sorteios realizados nas operações de capitalização. Não bastasse o embrulho das taxas negativas, correm em paralelo as fintechs, com uma capacidade competitiva superior à dos grandes bancos em ambientes de retorno mais baixo. Se a banca não reagir com ligeireza, sua monumental rentabilidade vai para o museu dos ex-lucros espetaculares.

#Economia

Histerese é a palavra que Paulo Guedes não ousa dizer

16/10/2019
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Um banco paulista e uma revista de economia negociam a realização de um seminário com a pergunta que ninguém quer fazer: “E se não der certo?”. Afloram dúvidas se a nossa enfermidade resiste aos choques da ortodoxia. Até o ministro da Economia, Paulo Guedes, começa a suspeitar que surgiu um anticristo não previsto no seu catecismo liberal. O canhoto atenderia pela nomenclatura “histerese” e, mesmo constando dos livros-textos, é algo que a Universidade de Chicago sempre considerou mais próximo da literatura de terror de Stephen King do que dos cânones da teoria econômica.

Tecnicamente, a histerese se refere à resiliência de um sistema conservar sua propriedade mesmo na ausência do estímulo que o gerou. Caso emblemático da histerese econômica brasileira é o mercado de trabalho, que permanece oscilando nos mesmos patamares da recessão de Dilma Rousseff, dezenas de meses depois. Histerese que também atinge a atividade produtiva, que se arrasta como uma lagarta há pelo menos três anos. Nesse tempo, a taxa de juros Selic desabou, fenômeno que deveria se refletir na produção e na taxa de ocupação. Mas foi como se os juros tivessem plantados no céu.

Desemprego e estagnação permaneceram inalterados. Centros conservadores do pensamento econômico já estão alertando para a histerese. O Ibre, da FGV, recomendou formalmente um estímulo fiscal, além do monetário. Ironia da história: o Brasil vai se empanturrar de inflação baixa, possivelmente até com taxas negativas. Os departamentos de pesquisa já trabalham com projeções de taxa de juros real negativa e inflação correndo abaixo da meta, além de queda do PIB para 2020. As perspectivas mais otimistas são de melhoria residual dos índices, o que constituiria uma espécie de “estagdeflação”.

Enquanto Paulo Guedes declara que o fiscal é sagrado e intocável, crescem os riscos de que a manutenção prolongada da mediocridade do mercado de trabalho e do PIB afete o seu potencial futuro de crescimento. Quanto pior hoje pior amanhã. O fenômeno da histerese pode ser traduzido como uma crise sem crise. Não há desajuste cambial, hiperinflação, juros siderais ou quebras de safra. Mas a economia anda mal, sem querer levantar da cama, como em um quadro de depressão psicológica. A histerese é também decodificada através da expressão estagnação secular. Trata-se de uma concepção do professor de Harvard Alvin Hansen, que prevê a ocorrência do fenômeno quando se juntam as circunstâncias de queda da produtividade, perda de fôlego da demanda agregada, e a demografia passa a ser um ônus.

Só essa última variável nos incomoda menos. O ministro Paulo Guedes sequer arrisca a menção do termo histerese. Não cabe no seu credo. Não há novidade nas escolhas de Guedes. O que causa espécie é a incorporação do credo neoliberal exacerbado no entorno militar do presidente da República, o que de alguma forma refletiria também o pensamento dos generais da ativa, tradicionalmente desenvolvimentistas. Talvez a guinada ideológica dos fardados e “apijamados” do Palácio do Planalto e dos Clubes Militares seja uma “aliança” contra um inimigo maior.

Como disse o presidente Bolsonaro na ONU, “o socialismo quase nos apanhou.” E permanece sendo a grande ameaça ao país, na visão desse agrupamento. A coalizão entre Forças Armadas e neoliberais seria a fórmula para explodir os pilares do comunismo, erigidos por Lula sobre uma base de Estado Forte, que foi construída pelos militares de 64, antimarxistas, mas nacional desenvolvimentistas. Dilma Rousseff pavimentou a ameaça aos quartéis com a Comissão da Verdade. Portanto, além da histerese econômica, é possível que estejamos atravessando o risco de uma histerese militar. Não se sabe bem qual das duas é a mais perigosa.

#Paulo Guedes #PIB

Alibaba avança sobre o .com da Saraiva

15/10/2019
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O RR traz em primeiríssima mão o que pode vir a ser a primeira aquisição da chinesa Alibaba no Brasil. O potentado do varejo online estaria em negociações para a compra da plataforma de e-commerce da Saraiva. A operação responde por aproximadamente um terço do faturamento da rede de livrarias, algo como R$ 260 milhões por ano. As tratativas estariam sendo conduzidas diretamente por bancos credores da empresa, os mesmos que conseguiram afastar a família Saraiva da gestão executiva.

#Alibaba

Banco do Brasil e Caixa ainda têm o mesmo dono?

7/10/2019
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Se não houver um alinhamento entre Caixa Econômica e Banco do Brasil no que diz respeito à redução das taxas de juros, muito provavelmente o divórcio será motivado pelas diferenças de perfil entre seus respectivos presidentes, sobretudo em relação a políticas do próprio governo. As semelhanças entre Pedro Guimarães e Rubem Novaes se limitam à proximidade com o ministro Paulo Guedes, patrocinador da indicação de ambos ao governo. Se Guimarães é, digamos assim, permeável a ordens superiores, Novaes é um muro de resistência. O “Chicago Old” tem voz própria e reduzida maleabilidade política, como já ficou patente em episódios nos quais bateu de frente com o próprio Palácio do Planalto. Em abril, por exemplo, Jair Bolsonaro pediu publicamente que o BB reduzisse os juros do crédito rural.

Novaes desconversou, classificou o puxão de orelhas como “brincadeira” e ficou o dito pelo não dito. Ao que tudo indica, Rubem Novaes está levando a ortodoxia ao pé da letra, ainda que a postura possa lhe custar caro. Segundo o RR apurou, ele vem sofrendo pressões dentro do governo para anunciar ainda no início desta semana a redução dos juros do Banco do Brasil. Por ora, segue como a antítese de Pedro Guimarães. Ao contrário do que disse o próprio presidente da Caixa, é difícil imaginar que a agressiva mudança do banco tenha se dado por uma decisão estratégica com “base na matemática” e não por uma política de governo.

Nada justifica uma mudança solitária da CEF nas taxas oferecidas ao cliente se não uma determinação vinda de cima para baixo. Independentemente do motivo, caso o Banco do Brasil mantenha a atual postura, vai se abrir uma inexplicável fenda concorrencial entre os bancos federais. Para além da questão política, a Caixa Econômica se tornará mais competitiva e atraente do que o BB, algo inusitado. Não se tem notícia de um diferencial tão largo de taxas de juros entre as duas instituições.

Neste momento, por exemplo, a taxa média anual praticada pela Caixa para o crédito pessoal não consignado é de 37,7%, ao passo que, no caso do BB, esse custo chega a 54%. No cheque especial para pessoa física, o Canyon é ainda maior: a CEF cobra 194%; o Banco do Brasil, 300%! Este hiato teria o Banco do Brasil e Caixa ainda têm o mesmo dono? beneplácito do governo? O objetivo é cindir os bancos públicos do ponto de vista da sua capacidade financeira? Hipótese ainda mais desnorteante seria o Banco do Brasil se perfilar ao lado do oligopólio privado.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica

“Consultoria” do BID

1/10/2019
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O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) vai divulgar nos próximos dias um estudo apontando a “baixa produtividade” como maior obstáculo ao crescimento do Brasil. O diagnóstico tem gosto de iogurte vencido: uma rápida consulta ao Google mostra que o BID chegou à mesma e óbvia conclusão em relatórios similares datados de 2010, 2014 e 2018. A novidade, desta vez, fica por conta do compêndio de 48 recomendações, que vão da reavaliação do papel dos bancos públicos à reforma regulatória para fomentar o mercado de capitais, passando pela veemente defesa da redução do funcionalismo público.

#Banco Interamericano de Desenvolvimento

Credores do Mappin na cola de Mansur

27/09/2019
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Um grupo de credores do antigo Mappin – entre os quais um gigante norte-americano da indústria de eletrodomésticos – está tentando dar algum gás ao antigo contencioso contra Ricardo Mansur. Duas décadas após a quebra da rede varejista, bancos e fornecedores voltaram a investigar possíveis propriedades de Mansur nos Estados Unidos que não teriam sido não declaradas à Receita Federal no Brasil.

#Mappin #Ricardo Mansur

A federação brasileira faz fila na porta do BID

26/09/2019
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O “ajuste fiscal” dos estados brasileiros está vindo não de Brasília, mas de Washington. Já chega a 16 o número de unidades da federação que fecharam ou negociam um empréstimo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no âmbito do Profisco II. Trata-se da linha de crédito do BID para financiar projetos de melhoria da gestão fiscal no Brasil. Segundo o RR apurou, dos pedidos na fila Santa Catarina deve ser o próximo a sair do forno, no valor de US$ 50 milhões. A maior solicitação (US$ 87 milhões), feita pelo governo Doria, ainda aguarda autorização. A carreata ao BID traz uma boa nova especialmente para a turma do comércio exterior. Entre outras obrigações, os estados que beberem na fonte do Profisco II terão de automatizar todos os impostos sobre exportações e importações.

#BID

Plano B para o Banco de Brasília

23/09/2019
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O governo do Distrito Federal está traçando uma nova rota para o Banco Regional de Brasília (BRB). A privatização prevista para este ano daria lugar a uma oferta de ações em Bolsa, sem a venda do controle. O Distrito Federal reduziria sua participação de 75% para 51% das ordinárias.

#Banco Regional de Brasilia

Bancos públicos deixam a proa do FMM

12/09/2019
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O governo Bolsonaro pretende reduzir o peso dos bancos públicos na gestão do Fundo de Marinha Mercante (FMM). A proposta tem como defensores os ministros Paulo Guedes e Tarcisio Freitas. A ideia é que Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES passem a ter, cada um, apenas um representante no Conselho do FMM – atualmente, são duas cadeiras. A medida seria mais um movimento do governo Bolsonaro para se distanciar dos governos do PT. BB, Caixa e BNDES passaram a ter maior interferência na gestão do FMM na era Lula, por ocasião dos grandes projetos para a indústria naval que surgiram no rastro da descoberta do pré-sal. Dali saíram mais de R$ 5 bilhões para estaleiros denunciados na Lava Jato, além do empréstimo para a malfadada Sete Brasil. É até surpreendente que Bolsonaro ainda não tenha falado em “abrir a caixa-preta” do FMM, que tem um orçamento para 2020 de R$ 6,3 bilhões.

#Fundo de Marinha Mercante #Paulo Guedes #Tarcísio Freitas

Ponto final

12/09/2019
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Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: BNDES, Banco do Brasil, Caixa, Alibaba e Hortifruti.

As curvas de Witzel

6/09/2019
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Diante da reduzida probabilidade de tirar o Grande Prêmio Brasil de São Paulo, Wilson Witzel busca um novo traçado: negociar com a F-1 a realização de uma segunda prova no país, no Rio de Janeiro, que levaria o nome de GP da América do Sul. A manobra não é simples, embora tenha a seu favor o fato de que a categoria vem ampliando a cada ano o número de provas: em 2020, serão 22 etapas.

Emerson Fittipaldi estaria em conversações com os organizadores da Fórmula-E para realizar uma prova da categoria no Brasil. A F-E reúne apenas carros elétricos de grandes marcas como Jaguar, Audi e Renault. O ex-piloto acena, inclusive, com a possibilidade de uso do futuro autódromo do Rio. O problema é que Fittipaldi não anda com muito crédito na praça. A bordo de uma grave crise financeira, é réu em 20 ações judiciais movidas por credores e somente para bancos deve algo como R$ 23 milhões.

#Wilson Witzel

O que se esconde nos contêineres das agências de navegação?

5/09/2019
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O governo Bolsonaro está disposto a abrir uma caixa-preta do comércio marítimo: a das taxas cobradas pelas agências das companhias de navegação que embarcam contêineres nos portos brasileiros. O segmento é uma balbúrdia, a começar pela própria natureza jurídica destes agentes. As agências atuam como intermediárias, têm jeito de intermediárias, mas, na verdade, não passam de filiais dos próprios armadores, a exemplo de Maersk, Hamburg Süd, Mediterranean Shipping Company (MSC), entre outros. Os critérios de precificação de seus serviços são insondáveis. Estas empresas costumam cobrar taxas diferentes para embarques feitos no mesmo dia e no mesmo porto.

Responsáveis pelo pagamento do bill of lading – o Conhecimento de Embarque Marítimo – e de todas as demais despesas portuárias, a do uso dos terminais a mais misteriosa, as agências não abrem para os contratantes o valor discriminado de cada rubrica. Ao mesmo tempo, operam praticamente à margem da Receita: não costumam emitir nota fiscal, apenas um recibo após o exportador enviar o comprovante de depósito. Uma caixa-preta dentro da caixa preta é o cálculo da taxa de câmbio praticada pelas agências das companhias de navegação. As seis empresas que atuam no transporte de contêineres nos portos brasileiros fazem o que bem entendem. Segundo o RR apurou, estas companhias têm praticado, em média, uma cotação 8% superior à taxa Ptax calculada pelo Banco Central. Um exemplo: na última segunda-feira, 2 de setembro, segundo informação disponível no próprio site da empresa, a MSC trabalhava com uma cotação de R$ 4,4696. Naquele mesmo dia, a Ptax estabelecida pelo BC estava em R$ 4,1575.

Para se ter uma ideia do que esse overprice significa, somente os exportadores de café, responsáveis pela movimentação de 110 mil contêineres por ano, têm um prejuízo da ordem de R$ 100 milhões. Contabilizada toda a carga conteinerizada do país (550 mil unidades/ano), as perdas passam dos R$ 500 milhões. Em função da sua complexidade, o assunto ainda é tratado com cautela e discrição pelo governo. Segundo o RR apurou, em junho o ministro Tarcisio Freitas teria se reunido com a Antaq e estipulado um prazo de 60 dias para a apresentação de propostas de regulação dos preços praticados pelas agências de navegação no Brasil. Consultado, o Ministério diz desconhecer a informação. Está feito o registro. A agência, por sua vez, diz que não “há nenhuma determinação ministerial nesse sentido”, mas “que está estudando a matéria”. Para bom entendedor…

#Jair Bolsonaro #MSC

Argentina opõe ideológicos e pragmáticos do governo Bolsonaro

30/08/2019
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Há uma divisão no governo Bolsonaro em relação à Argentina, leia-se a maneira como o Capitão deve conduzir a agenda diplomática vis-à-vis a eleição presidencial de outubro no país vizinho. Uma parte do núcleo duro da gestão defende que Jair Bolsonaro precipite acordos bilaterais, ainda que a iniciativa venha a ser interpretada como uma manifestação de apoio à reeleição de Mauricio Macri. Despontam nesse grupo Eduardo Bolsonaro, principal condutor da política externa do governo, e o ministro Ernesto Araújo, na prática a segunda voz no Itamaraty.

Eles pregam que Bolsonaro deve, sim, manter a viagem a Buenos Aires que vem sendo preparada pelo Ministério das Relações Exteriores. Programada para outubro – não por coincidência pouco antes das eleições presidenciais argentinas do dia 27 – a visita teria como objetivo a assinatura do acordo para a construção de uma hidrelétrica binacional. Trata-se da primeira das duas usinas contempladas no Tratado de Aproveitamento Hídrico firmado entre os dois países em 1980. Os estudos para a instalação das duas geradoras foram iniciados em 1972, atravessaram quatro décadas e acabaram suspensos em 2015, pelo governo Dilma.

Não é difícil imaginar, desde já, o tom do discurso de Bolsonaro, dizendo que esse e outros investimentos conjuntos estão sob risco caso a “esquerdalha”, leia-se a chapa Alberto Fernández/Cristina Kirchner, ganhe as eleições. Do lado oposto está o Ministério da Economia, favorável a uma postura mais contida de Bolsonaro em relação à Argentina. Esta corrente é personificada, sobretudo, por Marcos Troyjo, secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais da Pasta. Troyjo não deixa de ser um adepto da “diplomacia ideológica”, mas, neste caso, age por puro pragmatismo. A batalha eleitoral na Argentina é vista como caso perdido.

As prévias indicaram que, salvo uma virada histórica de Macri, Fernández e Cristina estarão na Casa Rosada a partir de 2020. O que o governo Bolsonaro ganhará anatematizando o futuro presidente do terceiro maior parceiro comercial do Brasil? Por esta linha de raciocínio, a viagem do presidente a Buenos Aires e a consequente “ideologização” do acordo na área de energia trariam mais ônus do que bônus – ainda que as motivações para a campanha pró-Macri sejam perfeitamente compreendidas na Pasta da Economia. A julgar pelas últimas declarações de Jair Bolsonaro, a ala da “diplomacia do embate”, liderada por Eduardo Bolsonaro, vai prevalecer.

No Twitter, Bolsonaro publicou recentemente que “com o possível retorno da turma do Foro de São Paulo, agora o povo saca, em massa, seu dinheiro dos bancos. É a Argentina, pelo populismo, cada vez mais próxima da Venezuela”. Pouco depois, Eduardo também mandou o recado na rede social: “Nós que estamos aqui de fora olhando o que está acontecendo com a Argentina nem acreditamos. Mas ainda creio que a Argentina não naufragará em outubro”.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Mauricio Macri

“Banco de Brasília”

26/08/2019
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Só dá BNDES no Distrito Federal. Ou vice-versa. Além da privatização da Companhia Energética de Brasília e do metrô da cidade, o banco vai atuar também na formatação de uma Parceria Público-Privada para a Rodoviária do Plano Piloto. O local está um caos, devido à falta de investimento público. Para se ter uma ideia, parte das escadas rolantes está parada há mais de três meses. Por dia, cerca de 60 mil pessoas circulam pela Rodoviária.

#BNDES

Venda casada

26/08/2019
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O Banco do Brasil articula com a Previ uma oferta para a venda conjunta de suas participações na Kepler Weber. Está longe de ser um movimento arrasa-quarteirão no plano de desmobilização de ativos do BB. A valor de mercado, sua fatia gira em torno dos R$ 80 milhões.

#Banco do Brasil #Previ

Ponto final

26/08/2019
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Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Ministério da Economia e Banco do Brasil.

Questão de timing

22/08/2019
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A venda da participação de 80% no Banco Patagonia voltou à pauta no BB. Mesmo com a crise na Argentina, a ação subiu 30% nos últimos quatro meses. O valor de mercado atingiu o segundo maior patamar em cinco anos.

#Banco do Brasil #Banco Patagônia

Ponto final

22/08/2019
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Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil e CJ CheilJedang.

BNDES ainda é o banco do desenvolvimento nacional?

21/08/2019
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O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, deveria desviar sua mira dos empresários que compraram jatinhos com financiamentos do banco – afinal, quem compra jatinho são empresários – e colocar foco na produtora dos jatinhos. Bingo para quem falou Embraer. Aos neófitos vale o esclarecimento sobre a informação que Montezano se esmerou em deixar em terceiro plano: a linha de financiamento do BNDES para compra das aeronaves tem sido há vários anos um dos seus diferenciais de competitividade. Sem esses recursos, a Embraer perderia mercado para seus rivais, a exemplo da Bombardier, que teria condições de financiamento bem mais generosas para as três linhas que negocia no Brasil: Learjet, Challenger e Global. Certamente, a Embraer não teria chegado aonde chegou sem essa “parceria” com o banco. Todo mundo sabe disso no mercado de aviação executiva. E ao que consta, mesmo para o credo liberal, não é nenhum desatino uma agência de fomento financiar a comercialização dos produtos da companhia nacional – por enquanto – com o maior coeficiente tecnológico agregado. Essa história de caixa preta já está fazendo mal a todo mundo. Depois de empréstimo “não validado” à JBS, lá nos idos de 2005 – que todo mundo sabia, o TCU já tinha aprovado, e para o qual o banco já havia preparado sua argumentação considerando a operação lisa – agora surgem os jatos da Embraer como suspeita de comportamento inadequado. Fica um singelo conselho: melhor todo mundo começar a trabalhar e deixar essa “caixa malsinada” para quem não tem o que fazer a não ser ameaçar moinhos de vento.

#BNDES #Embraer #Gustavo Montezano

Turbulência

21/08/2019
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O Banco do Brasil é um dos principais opositores ao plano de recuperação apresentado pela ABV, concessionária de Viracopos. A dívida com o BB gira em torno dos R$ 160 milhões.

#ABV #Banco do Brasil

Ponto final

21/08/2019
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Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Lojas Zema e Banco do Brasil.

Mattar embala um plano de privatizações superlativo

19/08/2019
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O secretário especial de Desestatização, Desinvestimentos e Mercados, José Salim Mattar, está insone, obsessivo com uma única missão: apresentar um pacote de desmobilização de ativos e privatizações “como o país nunca viu” – palavras do próprio. O plano é anunciar as medidas nos próximos dias. A pressão de Bolsonaro para privatização de ao menos uma “estatal pequenininha” é um sinal combinado. Mattar vai entregar bem mais do que isso. Mas que não se espere a venda de nenhuma big company.

É consenso no governo que não há ainda amadurecimento político para a privatização da Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica. Mas as subsidiárias e coligadas do BB e da CEF devem seguir o mesmo caminho das empresas satélites da Petrobras, a exemplo da BR Distribuidora. A privatização da Eletrobras são favas contadas. A data da venda da estatal, em 2020, será anunciada ainda neste mês. Por sua vez, o Correios é considerado um estorvo – vai para o pregão das empresas indesejáveis. As novidades virão através dos mercados de valores mobiliários e capitais.

Mattar estuda com carinho formas de securitização de terras e imóveis. A ideia é constituir fundos lastreados pelo menos em parte nos ativos imobiliários, e ofertar cotas a fundos de pensão do Brasil e exterior. Os grandes imóveis e terrenos – existem, inclusive, alguns das Forças Armadas – seriam vendidos em leilões. Está em estudos um surpreendente fundo da Amazônia. Paulo Guedes pediu ao seu secretário inovações. Não quer ficar preso ao modelo clássico de editais e leilões. A ideia é dar agilidade e trazer para o balcão ativos cuja venda nunca foi cogitada. Não custa lembrar, a título de chiste, que o ministro da Economia propôs recentemente a securitização do oxigênio da Amazônia. Virão novidades na área da desestatização, podem apostar.

#Jair Bolsonaro #José Salim Mattar

JBS prepara um banquete no maior silêncio

13/08/2019
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Mesmo para quem enxerga apenas os notórios contratempos da JBS, não há como negar que a empresa se tornou o maior colosso empresarial do país. A JBS venceu, playboy! O ano de 2019 promete ser o melhor da sua história.O grupo vai romper a barreira dos R$ 200 bilhões em faturamento – contra R$ 182 bilhões em 2018 –, consolidando-se como a maior receita entre as companhias privadas não-financeiras do Brasil. A emblemática cifra deverá ser celebrada com a extinção de todas as pendências junto às autoridades norte-americanas. Segundo o RR apurou, a JBS USA, responsável por mais de 80% do faturamento do grupo, estaria em negociações avançadas para fechar ainda neste ano um acordo com o Departamento de Justiça norte-americano (DOJ).

Guardadas as devidas proporções, o imprimatur do DOJ funciona como uma leniência, um atestado de que a empresa está quite com a legislação local. Com a vantagem de que, ao contrário do Brasil, todos os processos e eventuais punições ficam concentrados em um único órgão. O acordo com o Departamento de Justiça é a peça que falta para o grande salto do conglomerado: o tão aguardado IPO da JBS USA nos Estados Unidos. A operação deverá ocorrer no primeiro trimestre de 2020. O timing seria feito sob medida para evitar qualquer tipo de entrave junto ao BNDES, sócio do grupo.

A rigor, no entendimento dos acionistas controladores da JBS, a oferta de capital do braço norte-americano não precisaria da anuência do banco. No entanto, o atual acordo de acionistas da empresa – firmado em 2009 e renovado automaticamente em 2014 – vence no dia 22 de dezembro deste ano. Uma série de circunstâncias no mercado internacional conspira para o crescimento dos resultados da JBS. As vendas para os Estados Unidos vão de vento em popa com o impulso da economia local – o PIB norte-americano subiu 3,1% no primeiro trimestre. A companhia surfa também no surto da chamada febre africana que afeta as criações de porcos na China. A doença já dizimou mais de 10% dos animais no país asiático, detentor do maior rebanho suíno do mundo.

Na esteira da moléstia, há previsões de que o preço da carne de porco no mercado chinês deverá subir até 70% neste ano. A JBS ganha duas vezes. Além do efeito direto, com o crescimento dos embarques de carne de porco para a China, a companhia tem feito um banquete devido ao aumento do consumo de carne de boi no país asiático para compensar a queda na oferta de suínos. Nos primeiros quatro meses do ano, a subsidiária da JBS na Austrália ampliou em quase 80% as exportações de produtos de origem bovina para o mercado chinês. A JBS tem anticorpos naturais que lhe permitiram, do ponto de vista do business, passar praticamente incólume aos momentos mais conturbados da sua história recente. Ao contrário das empreiteiras, a empresa não foi atingida no plexo pela Lava Jato. É a vantagem de não ter o Estado brasileiro como cliente.

Seu mercado é o mundo. Desta forma, mesmo com os efeitos da Operação sobre seus acionistas controladores, a companhia conseguiu caminhar a latere. A título de comparação, se a Lava Jato atingisse a Vale, o efeito seria o mesmo da JBS. Apesar de todas as controvérsias e da instrumentalização política em torno dos aportes do BNDES, a participação na JBS é, com o perdão do trocadilho, o filé mignon da carteira da BNDESPar e, consequentemente, do já anunciado plano de desmobilização de ativos da instituição. Em 2007, quando o banco fez a primeira injeção de capital na empresa, a ação estava em R$ 7. Hoje, é negociada na casa dos R$ 28. Nesse intervalo, houve um natural período de queda pelos motivos mais do que óbvios, mas, nos últimos 12 meses, o papel acumula uma alta de 223%. Significa dizer que só nesse espaço de tempo o valor da participação do BNDES saltou de R$ 5 bilhões para mais de R$ 16 bilhões. Se houvesse uma simetria da Lava Jato, nivelando o impacto da operação sobre todos os cavalos vencedores, a JBS não seria a única a mostrar a potência da big company nacional. Faltou pensar no bem do Brasil, com maior amplitude.

#JBS

Montezano escuta os gritos da África no BNDES

12/08/2019
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O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, vai ter uma surpresa e se deparar com um problema quando abrir a suposta “caixa preta” do banco. A surpresa é verificar que a aposta geopolítica do Brasil em ocupar o mercado africano fazia total sentido, mesmo incorrendo em algum risco de inadimplência daqueles países – o que, por sinal, aconteceu. O problema vai ser como comunicar, ou omitir, que a exportação de engenharia para aquele rincão do mundo deveria ser, inclusive, resgatada, ao contrário de tornar-se um anátema.

A questão é como separar a imagem de setor corrupto por excelência dos serviços da engenharia nacional, conhecidos pela adição de valor tecnológico? Entre outras informações disponibilizadas no BNDES, Montezano passará a saber que: a conta da exportação de serviço de engenharia somente é inferior à da venda de commodities; o efeito multiplicador de renda é maior do que a da exportação de commodities – a cadeia de fornecedores ultrapassa 2.000 empresas, das quais 76% são pequenas e médias; o impacto sobre a interação dos negócios entre os países é de mais de 1,6 milhão de postos de trabalho diretos; desses, cerca de 600 mil já foram perdidos devido ao macarthismo com que o governo tratou o setor; foram gerados e/ou mantidos no Brasil 19.200 empregos a cada US$ 100 milhões exportados; à parte os referidos ganhos, acrescente-se o valor intangível da “Marca Brasil”, disseminada internacionalmente. É pouquíssimo provável que a China seja uma incapaz no jogo geopolítico.

A maior nação do Oriente apoiou as suas empresas exportadoras com US$ 70 bilhões em 2016. As exportações da China representam 45% do mercado africano. O Brasil não tinha praticamente nenhuma participação no mercado exterior africano em 2004. Com o dito apoio “nefasto” do BNDES, alcançou 4,1% em 2012. Em condições normais de temperatura, deveria estar detendo 7% do bolo do comércio daquele continente. Montezano chegou ao banco sabendo que uma parcela dessas operações foi realizada com o uso de práticas criminosas por parte dos acionistas controladores e gestores. Bingo! Ressalte-se que estão todos devidamente condenados e punidos. Talvez o presidente do BNDES não tenha evidências das perdas decorrentes do estigma das exportações de serviços e – por que não dizer? – da própria África. Mas, se tiver honestidade intelectual, Montezano dá meia volta e confessa a tintura ideológica. O RR aposta que ele se perfila entre os burocratas que ingressaram no BNDES para dignificar suas carreiras.

#BNDES #Gustavo Montezano

CastleLake não passa pela agulha do BB

9/08/2019
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A área de crédito do Banco do Brasil teria travado a renegociação de um passivo de aproximadamente R$ 800 milhões do fundo CastleLake. A pendência se refere a um empréstimo contraído originalmente pela Queiroz Galvão Energia, que vendeu a dívida aos norte-americanos. A sinuosa proposta do CastleLake para o banco previa um desconto de 40% sobre o valor de face e o pagamento de R$ 240 milhões mediante cotas de fundos de terceiros. Não passou pelo funil do BB.

#Banco do Brasil #Castlelake

Ponto final

9/08/2019
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Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Karoon, General Atlantic, Banco do Brasil e CastleLake.

Acervo RR

Sol nascente

8/08/2019
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A japonesa SoftBank tem mais US$ 1 bilhão no coldre para investir em fintechs e startups brasileiras. Entre o Banco Inter, o aplicativo Rappi e a Creditas, os nipônicos já aportaram mais de US$ 1,5 bilhão por estas bandas.

#SoftBank

Bilionários brasileiros também vão pedir maior tributação sobre sua fortuna

7/08/2019
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Reconheçamos: os americanos representam boa parte da alegria existente neste mundo (apud Caetano Veloso). Contudo, se depender de alguns notórios magnatas norte-americanos, os yankees vão exportar muito mais do que diversão e arte, e, sim, cases hiperbólicos de distributivismo tributário e de sua régia filantropia imperialista. O “tubaronato” de boutique dos EUA quer pagar mais imposto. O desejo dos plutocratas é de contribuir mais com o Fisco. Ele serve também ao interesse de publicizar uma elite hegemônica que, pelos sinais de desprendimento, “deve ser melhor do que as congêneres internacionais” – é batata que vão dizer isso no devido tempo.

Mas mentiras sinceras nos interessam. Os americanos revelam compreensão de que o caro sai barato quando se trata de conter futuras erupções sociais. Sim, alguma coisa se quebrou ou está se quebrando na engrenagem da acumulação primária de capital. Mas quebrando para melhor. Os 19 bilionários do Tio Sam, que querem porque querem ser taxados, são em sua maioria de segunda geração. Os sobrenomes são reluzentes: Soros, Hughes e Disney. A jovem Liesel Pritzker Simmons, uma das bilionárias dedicadas à causa, pretende inaugurar uma diplomacia distributivista na Europa. Pois saibam que uma fonte do RR no Itaú Unibanco confidenciou a boa nova: um grupo de empresários graúdos tupiniquins estaria seguindo o exemplo e arregimentando signatários para uma carta ao governo brasileiro. O quanto a decisão é firme, porém, ainda se trata de uma incógnita.

Por ora, devido à concentração geográfica da riqueza brasileira, o documento pode ser chamado de “Carta da Av. Paulista”. O informante revela que o Itaú Unibanco é o hub dos ricaços dispostos a ceder parte da sua fortuna. Mas nem todos os biliardários têm convicções tão profundas sobre a importância de uma distribuição de renda mais aguda entre os segmentos polares da sociedade. O RR fez uma leitura diagonal do perfil de cada um. O médico José Luiz Setúbal, um dos donos da instituição financeira, prega a doação como uma obrigatória medida de consciência. Atualmente, o médico já doa cerca de um terço dos seus rendimentos. Faz ainda filantropia nas áreas hospitalar e de startups para o setor de saúde. Se depender dele, o Leão da Receita pode rasgar os seus bolsos com garras afi adas e levar boa parte da grana.

Neca Setúbal está bem próxima do irmão em sensibilidade para a pobreza e a tributação regressiva do Brasil. Os irmãos Walter Moreira Salles Jr., João Moreira Salles, Pedro Moreira Salles e Fernando Moreira Salles são todos príncipes, habitués no exercício da cidadania empresarial. Sua eventual disposição de apoiar uma maior justiça nos impostos estaria perfeitamente em linha com sua postura na vida pública. A mais aristocrática representante da casa bancária fundada por Eudoro Villela e Olavo Setúbal, a socialite Milu Villela, não está perto de configurar um modelo de ricaça preocupada com o social. A filantropia da Sra. Villela é a das bienais e do Museu de Arte Moderna de São Paulo, contribuições tão importantes quanto estereotipadas, que cabem à perfeição em seus vestidos de grife da Av. Champs Élysées. Guilherme Leal, da Natura, veste as medidas certas da visão corporativa social. A uma segunda vista, porém, Leal pende mais para o lado corporativo do que o social.

Digamos que mais para o ambiental. Sócios da Península, Abilio Diniz e Ana Maria Diniz estariam fracionadamente, em menor e maior condição, prontos para abrir a carteira. Abílio não exibe, em sua história empresarial, qualquer atitude que mostre coerência com a decisão de se imolar frente ao Fisco com o objetivo de ser mais justo. Se confirmada sua intenção, estaria surpreendendo mesmo os parentes mais próximos. Que Abílio é esse? Bem ao contrário da filha, Ana Maria, cuja dedicação à área de ensino e compreensão da diferença abissal que separa as classes abastadas e as mais sofridas tornam naturalmente crível sua opção por uma tributação social. A empresária Luiza Trajano tem uma physique du rôle dúbia para fazer parte do time. É conhecida pelo estilo de gestão humanitária, já perfilou do lado do PT e por pouco não foi ministra de Dilma Rousseff.

Suas características tendem mais para uma colecionadora de coletivos identitários, a exemplo do Grupo Mulheres do Brasil, que lidera desde 2012. Mas fica o benefício da dúvida para Luiza. Miguel Krigsner e Artur Grynbaum, sócios da Boticário, se enxergam em um espelho e veem Guilherme Leal. Não se sabe bem quem é a cópia, quem é o original. Jaime Garfinkel e Bruno Garfinkel são pai e filho, controladores da Porto Seguros. O clã não tem lá grande empatia com o social. Espanta sua presença na lista. Além da associação com o Itaú Unibanco, não há muito mais que os vincule aos empresários elencados. Quem os conhece afirma que ambos estão na ponta adversa, ou seja, querem pagar menos à Receita. O RR, frente ao inusitado da informação, procurou, é claro, cada um dos nomes citados na lista dos bilionários dispostos a contribuir mais junto ao governo.

Fez seguidas tentativas de contato, por telefone e e-mail, com todos. Nenhum deles quis comentar o assunto. Tampouco negou a iniciativa. Ao que parece, os afortunados preferem manter discrição sobre a tour de force distributivista. Ao menos, espera-se que o silêncio não seja sinal de recuo. Na ponta dos dedos, a carta prótributo dos brazucas tem somente cinco signatários a menos do que a dos norte-americanos, ou seja, 14 bilionários. Segundo a consultoria PwC, os abastados brasileiros pagam menos tributos do que os seus congêneres no G-20. Os seis maiores biliardários do país, com patrimônio de R$ 280 bilhões e fortuna equivalente à soma de 100 milhões de brasileiros, não constam da lista dos defensores da justiça tributária.

Na ordem decrescente são eles: Jorge Paulo Lemann, Joseph Safra, Marcel Telles, Carlos Alberto Sicupira, Eduardo Saverin e Ermírio Pereira de Moraes. Desde que a direita trumpista e a bolsonarista transformaram qualquer ato de solidariedade fiscal na ameaça de um comunismo degenerado, Brasil e Estados Unidos não se viam alinhados em uma boa causa. Talvez nunca tenham se alinhado em boa causa nenhuma. Mesmo que as conversas fi quem restritas a gatos gordos pingados do andar de cima, vale a torcida para que o desprendimento seja convicto e se irradie em todas as direções. E que ele não se repita em nossas plagas sob a forma de fraude. A verdade é que a newsletter ficou cheia de orgulho com a simples hipótese de uma depurada parcela da  nossa elite, porta bandeira secular do atraso, estar pensando em uma atitude tão bacana.

#Economia #Jorge Paulo Lemann

O case às avessas de Ilan Goldfajn

6/08/2019
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O ex-presidente do BC Ilan Goldfajn encabeça a lista de palestrantes coroados do seminário “Futuro do Trabalho”. O evento será realizado pelo Massachusetts Intitute of Technology (MIT), no dia 29 de agosto, em São Paulo. A esfinge, ávida leitora de dilemas cognitivos, apresentaria de bate pronto enigma: o que faz Goldfajn palpitando sobre uma categoria que, muito antes do porvir, sofreu seus golpes de foice enquanto autoridade monetária. O ex-presidente do BC sempre digladiou contra a tese de que o banco deveria ter uma dupla meta: a emissão de moeda e a geração do emprego. Com sua política de juros desnecessariamente altos, a taxa de desocupação da mão de obra escorreu como água do balde de roupa suja chamado Brasil.

#BC #Ilan Goldfajn

Grupo inglês avança no câmbio

6/08/2019
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A britânica Moneycorp, que comprou recentemente a corretora de câmbio Novo Mundo, desponta como forte candidata a novas aquisições no Brasil. O setor passa por um inexorável processo de consolidação em meio à dura competição com os grandes bancos e o aperto regulatório imposto pelo BC nos últimos anos. Isso para não falar de players menos ou nada ortodoxos varridos do mercado pela Lava Jato.

#Moneycorp

Criminosos nas nuvens

26/07/2019
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O CNJ montou uma força-tarefa para agilizar a implantação do Sistema Eletrônico de Execução Unificado (SEEU) nos Tribunais de Justiça estaduais. A cinco meses do prazo final estipulado pelo próprio CNJ, 14 Cortes ainda não instalaram a ferramenta, que integrará o banco de dados de execuções penais em todo o país. A força-tarefa, sob comando do juiz Eduardo Fagundes, vai concentrar seus esforços no Nordeste. Por ora, apenas um Tribunal da região conta com o sistema, o do Rio Grande do Norte. Hoje, há uma zona cinzenta no Judiciário brasileiro acerca do mapa das condenações em todo o país. Quando o SEEU estiver plenamente instalado, todos os TJs saberão quem cumpre pena e em que presídio está.

#CNJ #SEEU

Coreia do Norte

24/07/2019
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Depois da interferência direta na publicidade do Banco do Brasil, agora chegou a vez da Caixa Econômica. Segundo informações filtradas da própria CEF, o Palácio do Planalto teria exigido do presidente da instituição, Pedro Guimarães, a substituição de toda a equipe responsável por alimentar as redes sociais do banco – seja funcionários da casa, seja terceirizados. Paralelamente, de acordo com a mesma fonte, a direção da Caixa definiu que o acesso aos perfis da instituição nas mídias sociais será restrito a não mais do que cinco funcionários. São as trancas que o banco vai usar depois que a porta digital foi arrombada. Na semana passada, o Twitter oficial da Caixa postou um vídeo satirizando a indicação de Eduardo Bolsonaro para a Embaixada do Brasil em Washington. A publicação ficou no ar por alguns minutos, o tempo suficiente para fazer um estrago nas redes sociais. Procurada, a Caixa não quis se pronunciar.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica

Dívida sem remédio

23/07/2019
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O Banco do Brasil vai fazer o write off do crédito de cerca R$ 50 milhões contra a BR Pharma. Com a decisão da Justiça de decretar a falência da rede de drogarias, o BB não acredita nem na possibilidade de venda de algum ativo para cobrir a dívida. O rombo total da empresa é de R$ 1,5 bilhão.

#Banco do Brasil #BR Pharma

Ponto final

23/07/2019
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Procurados pelo RR, os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Record, Previ e Banco do Brasil.

André Esteves minera o maior banco de blockchain do mundo

18/07/2019
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A volta de André Esteves ao comando do BTG promete ser cesarista. Os planos incluem a aposentadoria do modelo mais radical de partnership, que caracterizou o regime societário do banco desde os tempos em que se chamava Pactual. Esteves pretende ser controlador “mesmo”, no estilo dos Setúbal e dos Moreira Salles com o Banco Itaú, com um domínio societário absolutista dos negócios, algo que durante décadas ele considerou uma fórmula ultrapassada.

O BC já está avisado sobre seu mimetismo, assim como devidamente informado sobre o seu projeto de tornar o banco um gigante de criptomoedas e fundos ativos digitais. Na visão do mais ousado dos banqueiros de investimentos tupiniquim desde Jorge Paulo Lemann, do Banco Garantia, a arquitetura de blockchain permite que uma instituição financeira brasileira almeje o protagonismo internacional. Consultado pelo RR sobre os planos de André Esteves, o BTG negou o projeto de ser uma das maiores instituições do mundo em ativos digitais.

Nega também que esteja buscando parcerias em blockchain e afins. Curioso! Parece que o banco esqueceu que acaba de fechar um acordo com a Dalma Capital, de Dubai, para a emissão de US$ 1 bilhão em ativos “tokenizados” no exterior. A ideia de um BTG full cyber money, uma gigantesca fintech mineradora de moedas digitais, faz nexo e tem todo sentido. André Esteves sempre esteve mais para matemático do que para banqueiro. Ele acredita que o país tem vantagem na estruturação combinada de lastros não convencionais, tais como ativos da natureza e criptomoedas. Esteves não quer desacelerar de jeito nenhum. Vai virar a própria mesa. A jato.

#André Esteves #BTG

Consolidação da construção pesada pode ser a grande obra de Montezano no BNDES

17/07/2019
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O engenheiro Gustavo Montezano, que tomou posse na presidência do BNDES ontem, vai surpreender os que apostavam unicamente no seu perfil estripador. A abertura da “caixa-preta” do banco já são favas contadas. Mas, de dentro dela, pode emergir uma gentil consolidação entre as maiores empresas de construção pesada do país. O pupilo de Paulo Guedes está convencido de que esse movimento é o mais indicado para robustecer o setor de forma higienizada.

As grandes empreiteiras já foram um cartel antes de se tornarem uma máquina de corrupção. Talvez esteja na hora de se concentrarem ainda mais para sobreviver às sequelas do “petrolão” e da Lava Jato. O governo excomungou as chamadas big five da construção pesada – hoje circunscritas a Odebrecht, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. Praticamente inviabilizou as empresas. Hoje as três construtoras, que já estiveram pela hora da morte, melhoraram seus fundamentos e estão reiniciando sua carteira de obras. Ao BNDES, que pariu o Mateus da exportação de serviço, caberia embalá-lo de forma sustentável, sólida, sem favorecimentos.

Questões à frente de Montezano: o maior impeditivo à consolidação corporativa não é econômico-financeiro, mas de diferença das culturas; a exemplo do que ocorreu na conglomeração final do setor bancário – Bradesco, Itaú e Unibanco – há lugar para a fusão de dois, o terceiro ficará sem a cadeira; o ideal é que a empresa nascente seja uma public company, o que vem a ser uma verdadeira alquimia societária em um setor marcado pelo controle familiar. O presidente do BNDES sabe que as mal faladas empreiteiras concentram o melhor capital humano da República – a Odebrecht é quase uma universidade. Rearrumar o setor e trazê-lo para o game da infraestrutura nacional representaria a remissão de um dos maiores desatinos com a indústria brasileira.

#BNDES #Gustavo Montezano

Caixa aposta suas fichas na venda de loterias online

15/07/2019
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Após o quarto adiamento do leilão da Lotex, a popular “raspadinha”, a diretoria da Caixa Econômica coloca suas fichas na privatização das demais loterias do banco. Para isso, prepara medidas com o objetivo de alavancar a plataforma de apostas online. O projeto mais importante é o desenvolvimento de um aplicativo para celular – tanto para o sistema Android (Google) ou iOS (Apple). Hoje, as apostas online estão restritas ao site da Caixa. O banco estuda ainda reduzir o piso fixado para as apostas online, de R$ 30.

Esse valor é visto na Caixa como um muro para os apostadores de baixa renda e o público jovem. A cifra é seis vezes superior à média do montante gasto pelos brasileiros nas casas lotéricas. Consultada sobre a privatização, a Caixa informou que “estuda oportunidades quanto à monetização de ativos, dentre eles loterias.” Para bom entendedor… O modelo de venda das demais loterias ainda não está definido. Além dos produtos tradicionais, como a Mega-Sena, o pacote poderá incluir também um novo braço de apostas esportivas, informalmente chamado no banco de “SportBeting”.

A criação deste último ainda depende da aprovação do projeto de lei que libera esse tipo de jogo no Brasil – atualmente o brasileiro pode apostar nessa modalidade apenas em sites registrados no exterior. Certo mesmo é que a venda desses ativos depende de uma chacoalhada na atual plataforma de apostas online da Caixa. Pouco mais de sete meses após o seu lançamento, a operação está longe de ser um atrativo para os potenciais investidores do setor.

Pelo contrário. Segundo o RR apurou, o volume gerado pelo site estacionou na marca dos 3% da receita total arrecadada pela Caixa com as apostas. Ou seja: loteria no Brasil ainda é um negócio para ser feito no balcão físico – na Europa e nos Estados Unidos, a média de apostas eletrônicas é superior a 60%. No banco, a leitura é que a diretoria anterior sucumbiu à pressão das casas lotéricas ao lançar uma operação online meia-sola. Durante o governo Temer, a Federação Brasileira das Empresas Lotéricas, que representa mais de 13 mil correspondentes da Caixa, notabilizou-se por um intenso lobby para restringir os investimentos do banco no ambiente digital.

#Caixa Econômica

O “Paulo Guedes do Paulo Guedes”

12/07/2019
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O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, é considerado dentro do BNDES o maior adversário da instituição. Quem lhe grudou a pecha de carrasco do banco foi o ex-presidente da agência de fomento, Joaquim Levy, bombardeado por Sachsida desde o primeiro minuto no cargo. O secretário de Política Econômica foi quem mais cobrou de Levy o pagamento antecipado de R$ 100 bilhões ao Tesouro, a venda da carteira da BNDESPar e a abertura da enigmática “caixa preta” do banco. Sachsida nunca fez segredo de que, entre reestruturar o BNDES e extinguir a instituição, preferia a segunda hipótese. O secretário de Política Econômica é chamado de o “Paulo Guedes do Paulo Guedes”, devido à combinação de racionalidade, ímpeto e radicalismo ideológico. Mas há quem diga, em Brasília, que ele lembra mais, no estilo, o ex-secretário do Tesouro, Arno Augustin, colocadas as enormes ressalvas em relação às preferências políticas de ambos. Augustin era chamado por Dilma Rousseff de seu “malvado favorito”. Quem assistiu ao seriado Game of Thrones vai entender a associação: Sachsida é a “mão” (hand of the king) de Paulo Guedes no Ministério da Economia.

#BNDES #Ministério da Economia

BB Tecnologia abre a venda de ativos do Banco do Brasil

8/07/2019
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A venda da BB Tecnologia e Serviços, braço de TI do Banco do Brasil, começa a sair do papel. De acordo com informações filtradas do próprio banco, grupos do setor já vêm sendo contatados pelo BB, a exemplo das norte-americanas Diebold e Unisys. A ideia é realizar a operação ainda neste ano. A principal isca para o negócio é a garantia de manutenção do contrato cativo com o BB, responsável por 95% das receitas da empresa, no valor aproximado de R$ 1 bilhão. O novo controlador teria ainda a possibilidade de oferecer serviços no mercado para terceiros. Hoje, a BB Tecnologia está integralmente indexada ao grupo: o restante do faturamento vem de contratos menores com Brasilprev, BB Previdência, Previ etc.

#Banco do Brasil #BB Tecnologia

Ponto final

8/07/2019
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Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil, Diebold, Unisys e Cargill.

Gigante chinês avança sobre o Nubank

3/07/2019
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A chinesa Tencent, uma das maiores plataformas financeiras eletrônicas do mundo, negocia um novo aporte no Nubank. De acordo com a fonte do RR, o valor será superior aos US$ 200 milhões injetados em outubro de 2018, permitindo ao grupo asiático pular de
5% para mais de 10% de participação no banco digital. A Tencent deverá ampliar sua influência não apenas na gestão, mas na própria operação do Nubank. A fintech passaria a ser uma espécie de tubo de ensaio de luxo para os chineses testarem produtos e serviços no mercado brasileiro. A Tencent desenvolveu uma das maiores plataformas de pagamento digital do mundo. O sistema funciona no WeChat, o “WhatsApp chinês”. O WeChatPay reúne 700 milhões de clientes. Procurados, Nubank e Tencent não se pronunciaram.

#Nubank #Tencent

60 mil pagantes e uma empreiteira inadimplente

27/06/2019
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Os movimentos do Grêmio para a compra de sua Arena junto à OAS têm esbarrado nos credores da empreiteira. Santander, Banco do Brasil e Banrisul exigem uma série de garantias para autorizar a operação. A OAS deve aos bancos mais de R$ 150 milhões referentes à construção do estádio. O Grêmio tenta fechar acordo com um grande fundo de investimento que assumiria o passivo. O contrato original prevê que a Arena só passará para o controle do clube em 2032. No entanto, o tricolor gaúcho tenta mandar o acordo para escanteio e assumir a propriedade o quanto antes devido ao esfarelamento financeiro da OAS, em recuperação judicial.

#Banco do Brasil #OAS #Santander

Um ex-futuro chairman no BNDES?

19/06/2019
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O episódio da demissão do ex -presidente do BNDES Joaquim Levy ainda vai render dividendos. A forma atabalhoada e deselegante como se deram o afastamento de Levy e a nomeação do novo titular do cargo, Gustavo Montezano, poderá provocar a defecção de outro colaborador do governo. Na verdade, candidato a colaborador. Gustavo Franco, convidado por Paulo Guedes para ocupar a presidência do Conselho de Administração, ainda não teve sua nomeação formalizada.

O economista, muito provavelmente, deve estar se perguntando: o que eu estou fazendo nessa posição? Franco tinha ouvido os ventos sussurrantes de Brasília soprando o seu nome para a direção do BNDES. O convite não passou sequer de raspão. O virtual presidente do Conselho foi comunicado da decisão da escolha de Montezano em tom marcial. Nada a consultar. Difícil imaginar que Franco aceite integrar um board que dispensa o chairman. O novo presidente do BNDES é tido como um “geniozinho”, mas nem de longe tem a senioridade do seu xará.

Gustavo Montezano adentra os corredores do banco com a pior imagem entre qualquer um dos presidentes que pisaram os tapetes da instituição. Trader de formação, tido como um cold killer no mercado, Montezano chega para cortar, desmontar, demolir, demitir. Mas, a pior missão destinada ao jovem é abrir em praça pública os contratos do banco. Pode expor a área técnica como ideológica somente por ter aprovado financiamentos à exportação de serviços de engenharia a países hoje degredados pelo governo. Esses dados já tinham sido divulgados no Livro Verde (um balanço de atividades da instituição de 2001 a 2016), com os cuidados para não gerar uma espécie de macarthismo com o pessoal do banco. Joaquim Levy não teve estômago para “construir” a demandada caixa-preta. Ele e seu antecessor, Paulo Rabello, ambos doutores pela Chicago University, não resistiram à densidade de conhecimentos e à competência do quadro técnico do banco. Passaram de carrascos a defensores. A ver o que acontece com o jovem Montezano.

#BNDES #Joaquim Levy

Descarga elétrica

19/06/2019
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A EDP vai ao mercado. Prepara uma emissão de debêntures para financiar seus investimentos em transmissão no Brasil – o pacote prevê um desembolso de R$ 3,5 bilhões nos próximos três anos. A captação deve chegar à casa de R$ 1 bilhão. Na busca por funding, o grupo sino-português, controlado pela Three Gorges, chegou a sondar o BNDES. Mas, na atual fase saárica do banco, as conversas sequer avançaram.

#EDP

O que Bolsonaro não disse sobre o projeto de atualização do valor dos imóveis no IR

28/05/2019
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O projeto de atualização dos valores de imóveis no Imposto de Renda pode ir muito além do que foi superficialmente soprado pelo presidente Jair Bolsonaro na semana passada. O governo tem à disposição um estoque de possibilidades para ampliar o escopo da medida e aumentar o potencial de antecipação de receita tributária, a partir da reavaliação do patrimônio imobiliário declarado no IR. Uma das hipóteses seria estender a proposta a fundos fechados com ativos imobiliários em seu portfólio. Outro manancial considerável são os bancos de terreno de incorporadoras. Neste caso, as empresas do setor teriam duas motivações para aderir à proposta.

Além de pagar um tributo menor no caso de eventual venda de terrenos, as incorporadoras teriam a possibilidade de lançar o reajuste de ativos em balanço como conta capital, o que, na prática, funcionaria como um aporte na companhia. O governo também poderia aumentar consideravelmente a antecipação de receita fiscal com a aplicação da medida sobre imóveis rurais. Além do desconto na tributação sobre o eventual ganho de capital em caso de alienação do ativo, os donos de fazendas, terras e outras propriedades no campo teriam a possibilidade de obter empréstimos bancários em condições mais vantajosas ao oferecer como garantia imóveis com avaliação maior. Há um senão, que precisaria ser avaliado pelo governo.

O valor da propriedade no campo serve como base para o ITR – Imposto Territorial Rural. Ou seja: ao atualizar o preço de seu imóvel no Imposto de Renda, o agricultor ou investidor seria obrigado a recolher automaticamente um tributo maior. Esta “punição” poderia ser evitada com algum tipo de dispositivo ou isenção aos proprietários rurais que aceitassem antecipar o pagamento sobre ganho de capital. Ainda que de forma indireta, a própria União, estados e municípios poderiam se favorecer com a medida. O reajuste de ativos imobiliários beneficiaria, por exemplo, sociedades de economia mista de controle estatal, caso de Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, além de um sem-fim de concessionárias estaduais.

A valorização do ativo seria, por exemplo, uma isca a mais para os investidores em caso de privatização. Por ora, todas estas são opções sobre as quais a equipe econômica pode avançar ou não. Intramuros, o governo sabe que precisa dinamizar a economia de qualquer maneira. A queda nas projeções de crescimento do PIB do próximo ano são dadas como certas, a despeito da aprovação da reforma da Previdência. Os recursos fiscais e extrafiscais para 2020 precisam ser encomendados agora. Todo o empenho no sentido de antecipar arrecadação tributária é pouco diante da conjuntura. É importante ressaltar que, por se tratar de mudança tributária, todas estas medidas não apenas exigiriam legislação específica como entrariam em vigor somente no ano seguinte a sua aprovação.

#Imposto de Renda #Jair Bolsonaro

Ingerência institucionalizada

27/05/2019
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Após dizimar os patrocínios da Caixa no futebol e determinar que a Petrobras rompa a parceria com a McLaren na Fórmula 1, o Palácio do Planalto mira no Banco do Brasil. O alvo é o contrato com a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), de aproximadamente R$ 55 milhões por ano. O acordo vai até o fim de 2020. Mas, no que depender do Planalto, a CBV deverá levar uma cortada antes disso. Não custa lembrar que o presidente Jair Bolsonaro já meteu a colher no marketing do BB ao vetar uma recente campanha publicitária.

#Banco do Brasil

Mercosul policial

27/05/2019
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Vem aí uma espécie de “Interpol dos desaparecidos”. O Brasil vai propor na reunião do Grupo de Direitos Humanos do Mercosul, nesta semana, a criação de um comitê especializado na busca de pessoas desaparecidas, com o compartilhamento do banco de dados policiais de cada país.

#Mercosul

Ponto final

27/05/2019
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Procurados, os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: GP, Netshoes e Banco do Brasil.

Curto circuito bilateral

21/05/2019
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Há um novo round na disputa entre Brasil e Paraguai pela energia de Itaipu. Na semana passada, o presidente Mario Abdo Benítez autorizou a construção de duas novas linhas de transmissão interligando a hidrelétrica à região de Colonia Iguazu, onde se concentra a maior produção de soja do país vizinho. Abdo, inclusive, já solicitou à CAF – o banco de desenvolvimento da América Latina – um empréstimo de US$ 170 milhões para financiar a obra. A construção das duas linhas de transmissão corrobora a disposição do governo do Paraguai em exigir o aumento da energia fornecida para o país, principal ponto de discórdia na renegociação do Tratado de Itaipu.

#CAF #Itaipu Binacional

Transfusão de sangue na Cassi

15/05/2019
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Os funcionários e aposentados do Banco do Brasil vão às urnas. A partir da sexta-feira, começarão a decidir se aprovam ou não a proposta de mudança do custeio do Plano de Associados da Cassi, a empresa de medicina de grupo da instituição. Vai doer no bolso de todos: no caso dos beneficiários, a cobrança passará dos 3% para 4%; o banco, por sua vez, contribuirá com 4,5%. Com mais de 600 mil participantes, a Cassi tem um déficit de R$ 377 milhões, número confirmado pelo BB. Sobre o risco de intervenção que paira sobre a empresa há algum tempo, o banco diz que “a ANS acompanha a situação financeira da Cassi e cabe à agência analisar os procedimentos a serem adotados”.

#Banco do Brasil #Cassi

“Samsung Bank”

15/05/2019
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A Samsung já pode ser considerada uma das grandes fintechs do país. Projeções da própria companhia indicam que o número de usuários do Samsung Pay, serviço de pagamentos eletrônicos, deverá crescer 600% no Brasil em 2019. É um salto sobre o salto de 400% registrado em 2018. Os sul-coreanos já fecharam acordos com mais de uma dezena de bancos no país.

#Samsung

Bancos disputam a pole position no Autódromo do Rio

13/05/2019
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Três grupos financeiros disputam a condição de financial adviser do projeto de construção do novo autódromo no Rio de Janeiro: Credit Suisse, Santander e Rothschild. A negociação em curso com a Liberty Media previa que o circuito estivesse pronto no início do ano que vem, para uso a partir de 2021. Mas, diante da demora do prefeito do Rio, Marcelo Crivella, em topar a empreitada – as conversas com os governos estadual e federal foram mais fluídas), os organizadores brasileiros reviram as projeções. Estimam que o autódromo ficará pronto no segundo semestre de 2020. O investimento é de R$ 850 milhões. A construtora que tocará a obra é a espanhola Acciona.

#Credit Suisse #Rothschild #Santander

Campanha do BB deixa uma cicatriz em Rubem Novaes

3/05/2019
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O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, balançou no cargo. Não fosse pela intervenção do ministro Paulo Guedes, Novaes poderia até ter deixado o banco. A primeira reação do Palácio do Planalto contra a já famosa campanha de marketing do BB para o público jovem levou em consideração uma reprimenda pública ao melhor estilo Jair Bolsonaro. Novaes seria chamado ao Planalto para dar explicações. A medida evoluiu na direção da ideia de afastamento do presidente do BB. O grupo palaciano não é de hoje implica com Novaes. Guedes, porém, tratou da questão em um âmbito mais amplo: o presidente do BB foi nomeado não só por ter a sua confiança, como também pelo perfil talhado para a gestão privatizante do banco. Sim, o BB seria a estatal que, nas palavras do ministro, ninguém fala, ninguém pensa, ninguém imagina que será privatizada. Segundo informações filtradas do BB, a malfadada peça publicitária foi aprovada em reunião de diretoria com a presença de Novaes e dos nove vice-presidentes da instituição. Nada, portanto, foi decidido à revelia do alto-comando. Feitos os reparos e pedidos, ficou para o diretor de marketing, Delano de Andrade, pagar o pato sozinho. Na quinta-feira da semana passada, quando o caso estourou, sua cabeça já estava em um cesto ao lado da guilhotina. O RR enviou uma série de perguntas ao BB, que não quis se pronunciar.

#Banco do Brasil #Jair Bolsonaro #Rubens Novaes

Governo Bolsonaro ajoelha no milho

29/04/2019
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Como se não bastassem os iminentes cortes no crédito agrícola por parte do BB e os atritos diplomáticos com os países árabes, surge mais um ponto de tensão entre a gestão Bolsonaro e os ruralistas. Produtores de milho, escoltados pela Frente Parlamentar da Agricultura, pressionam o governo a adotar medidas emergenciais para compensar o que se anuncia como uma das maiores quedas dos preços da commodity dos últimos cinco anos. Segundo a fonte do RR, as reivindicações vão de um pacote de subsídios para o segmento e incentivos fiscais para o aumento da fabricação de etanol de milho. Os produtores cobram também garantias de compra de parte da próxima safra. Procurado, o Ministério da Agricultura diz “desconhecer as reivindicações”. A Pasta informa que a produção de etanol “de milho ou de cana já possui forte apoio do governo federal, com a mistura obrigatória de 27% na gasolina”. O Ministério disse que “tem a responsabilidade de garantir o preço mínimo, mas não necessariamente pela de compra do produto, mas preferencialmente por equalização de preços”. Curiosamente, no momento, há falta de milho em algumas regiões. É o caso do Mato Grosso, onde a Conab tem feito leilões de estoques públicos. No entanto, o cenário tende a mudar significativamente nos próximos meses. Estudos do Ministério da Agricultura apontam que a colheita de milho na safra 2018-19 será recorde, com mais de 94 milhões de toneladas. Caso a projeção se confirme, serão 14 milhões de toneladas a mais do que no ano passado. Há estimativas de que os preços possam cair até 20% ainda neste ano.

#Banco do Brasil #Etanol #Jair Bolsonaro

Na bola e nos palcos

18/04/2019
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Após fechar as portas aos grandes clubes do futebol brasileiro, agora a Caixa Econômica está passando o pente fino em todos os contratos de patrocínio na área cultural. São mais de 260 projetos sob risco de degola. Procurada, a Caixa confirmou que todos os contratos de patrocínio do banco estão “sob análise”.

#Caixa Econômica

Renda mínima é carta-trunfo no bolso de Guedes

12/04/2019
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem um trunfo oportuno, flexível e capaz de unir críticos da Zona Norte à Zona Sul. Trata-se do imposto de renda negativo, uma invenção da Escola de Chicago, que lapidou um pensamento original de Friedrich Hayek, um dos expoentes da Escola Austríaca, junto com Carl Menger e Ludwig Von Mises. Guedes tangenciou a medida, também traduzida como renda mínima ou renda básica universal, durante a campanha eleitoral. Em algum momento, disse que Jair Bolsonaro poderia incluir a iniciativa entre os futuros feitos do seu governo.

Mais recentemente, em meio ao pau puro da luta pela aprovação da PEC da Previdência, soltou que o governo poderia instituir o imposto de renda negativo para complementar as contribuições no regime de capitalização. O ministro circunscreveu-o à reforma da Previdência. O anúncio, que devidamente explicado daria um empurrão na aprovação da reforma au grand complet, a julgar pelas perguntas que foram feitas na Comissão de Justiça da Câmara, passou batido – para ser mais preciso, nenhuma pergunta foi feita.

No dia seguinte, a mídia publicou a declaração do ministro de forma pouco entusiasmada. E nada mais se disse. A implementação da renda mínima no seu modelo clássico, no qual ricos e pobres são remunerados pelo Estado com o mesmo valor – forma de reduzir a burocracia e apropriações indébitas tão comuns no Bolsa-Família, por exemplo – simplificaria toda a política assistencialista praticada no Brasil, que tem uma dezena de rubricas e programas diferentes. Bastaria a renda mínima como pagamento, ao invés de uma miríade de benefícios sociais.

Imagine uma renda mínima de R$ 1.300,00, um valor que já foi calculado por técnicos do Banco Mundial. Nada mau para que todos os cidadãos no país tivessem esse piso como garantia de uma vida mais digna. Na revista Insight Inteligência – da Insight Comunicação, responsável pela edição do Relatório Reservado –, que começa a circular nesta sexta-feira, é republicada uma entrevista, originalmente de 2000, de Milton Friedman, Prêmio Nobel de Economia, ícone da Universidade de Chicago e ídolo de Paulo Guedes, sobre o imposto negativo. Friedman é entrevistado, por mais inusitado que pareça, pelo ex-senador Eduardo Suplicy, que carrega essa bandeira solitariamente há 20 anos.

O mais monetarista dos professores de Chicago considera a medida a mais eficiente política compensatória. Simples e universal. Seria bom que o ministro da Economia revisitasse a ideia do velho mestre em toda a sua amplitude. A implementação da renda mínima deixa o Bolsa-Família na traseira da História – mesmo com o 13º e outros eventuais aditivos. Ela ajudaria a azeitar as difíceis negociações que terão de ser feitas para a aprovação das reformas estruturais. Hoje, a torcida por Guedes é quase uma obrigação. Sua racionalidade é um das poucas divisórias entre a reorganização de uma economia esfacelada e a desorientação generalizada que provem do Palácio do Planalto. No modelo de Guedes, a purga e a dor sociais são quase que inevitáveis no processo de estabilização. A renda mínima pode minorar esse sofrimento e levá-lo a um reconhecimento que até os seus mais aguerridos combatentes terão de aceitar como merecido.

#Ministério da Economia #Paulo Guedes #PEC da Previdência

A “despedalada” e a fritura de Joaquim Levy

10/04/2019
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A pressão do Ministério da Economia para que o presidente do BNDES, Joaquim Levy, devolva à União, “para ontem”, recursos da ordem de R$ 126 bilhões está deixando de ser uma guerra fria para se tornar uma guerra suja. Paulo Guedes saiu do front para evitar o desgaste de prosseguir apertando Levy. Seus assessores assumiram a missão de quebrar a resistência da “despedalada” dos recursos, com o pagamento antecipado ao Tesouro Nacional dos empréstimos realizados no passado. O presidente do BNDES, por sua vez, pretende que a operação seja coberta de todas as garantias, de forma a evitar mais um constrangimento pessoal junto às autoridades fiscalizadoras.

Levy permanece arrolado em inquérito civil de improbidade administrativa que tramita na Procuradoria da República no Distrito Federal. Segundo o inquérito, ele teria realizado de modo disfarçado e ilícito “suposta operação de crédito entre o Tesouro e os bancos públicos”. Levy teria pedalado em 2015, melhorando artificialmente as contas do governo. Assessores de Paulo Guedes foram escalados como tropa de choque do ministro da Economia. À frente, Daniella Marques Consentino, chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos da Pasta e uma espécie de “cão de guarda” de Guedes, acompanhada dos secretários da Fazenda, Waldery Rodrigues Júnior, e do Tesouro, Mansueto Almeida.

Os três colocam em xeque a permanência de Levy no cargo. Daniella ataca por todos os flancos. Waldery bate forte publicamente, dando declarações que diminuem o presidente do BNDES; Mansueto opera conversando com os jornalistas em off the records e criticando a falta de um compromisso firme em relação aos recursos solicitados. Levy, por sua vez, diz que o ressarcimento à União é uma prioridade, “mas que o retorno dos aportes deve estar atrelado ao pagamento dos financiamentos que a instituição concedeu com esses recursos, incluindo estados, municípios, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.”

Só para constar, são esses mesmos bancos que estão incluídos no inquérito contra o presidente do BNDES. Levy sabe que a operação é extremamente politizada. Há também o risco dela ser interpretada como um financiamento disfarçado do banco ao seu controlador. Por essa ótica, ele cairia nas garras da Lei de Responsabilidade Fiscal. A proposta implicaria redução de lucros e menos dividendos, impostos e contribuições. Ou seja: redução de receita primária para o Tesouro. Com relação às pedaladas de 2015, o presidente do BNDES diz que ocorreu exatamente o contrário. Ele não só conteve a prática como teria “despedalado” no final do ano fatídico. Por uma dessas travessuras do destino, Joaquim Levy experimenta no BNDES agruras parecidas com as vividas por Paulo Rabello de Castro, quando era presidente do banco. A diferença é que o ministro da Fazenda era Henrique Meirelles, uma verdadeira dama quando comparado ao obstinado Paulo Guedes e sua furiosa tropa de choque.

#BNDES #Joaquim Levy #Paulo Guedes

Rebelião ruralista

10/04/2019
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A ministra Teresa Cristina foi escalada pelo Planalto para debelar um motim. A bancada ruralista ameaça votar em bloco contra a reforma da Previdência caso o Banco do Brasil leve adiante o projeto de reduzir substancialmente sua carteira de crédito agrícola. Mais de 60% do financiamento rural vêm do BB.

#Banco do Brasil #Reforma da Previdência

Acervo RR

Boca do caixa

5/04/2019
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A executiva Paula Cardoso, que assumiu o comando do Carrefour e-Business no Brasil, recebeu carta branca dos franceses para encher o carrinho de compras de startups e plataformas de pagamento eletrônico. O próprio Carrefour Soluções Financeiras tende a virar um banco digital.

#Carrefour

Breakpoint contra o Itaú

4/04/2019
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Ganha uma entrada para o Hard Rock Stadium quem decifrar o enigma de Miami: por que o Itaú vem gastando tanto dinheiro com o patrocínio ao Master Series 1000 da cidade? Pode ser que a resposta seja uma exclusividade da esfinge do banco, Fernando Beyruti, CEO do International Private Bank do Itaú. O desembolso – estima-se que de aproximadamente US$ 6 milhões por ano – é considerado no mercado desproporcional vis-à-vis o custo-benefício, sobretudo pelo target a ser atingido. A maioria dos clientes do private bank do Itaú em Miami não seriam norte-americanos, mas, sim, brasileiros residentes na Flórida. Fica a impressão de que a instituição está descarregando uma verba excessiva para se “apresentar” a um público que já a conhece. Ressalte-se que o banco dos Setúbal já renovou o contrato de patrocínio com o Masters de Miami até 2024.

#Itaú

Bolsonaro dá um carinhosa freada no discurso de Paulo Guedes

2/04/2019
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É um caso típico do roto falando do esfarrapado. O presidente Jair Bolsonaro e o seu chefe da Casa Civil, Ônix Lorenzoni, se juntaram para aconselhar o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre suas declarações e a melhor condução política para aprovação da reforma da Previdência. Ficou decidido que Guedes vai negociar a mudança nas aposentadorias no Congresso, mas trará a decisão sobre a aprovação dos pleitos para o Palácio do Planalto. O ministro da Economia não será uma chave mestra, que abre as portas do Orçamento quando deveria fechar.

Ele vai ouvir os parlamentares, ponderar e levar as propostas para o grupo palaciano. Segundo a fonte do RR, Bolsonaro disse que Guedes deve se concentrar na Previdência e parar de prometer medidas que afetam antipaticamente diversos grupos de interesse. É a abertura da economia, com a queda das barreiras tarifárias, em uma hora; é mudança na lei do salário mínimo, em outra hora. São ameaças sobre a condução do Sistema “S”, em mais outra.

No momento, o que interessa mesmo são as grandes mudanças institucionais. “Não vai fazer diferença para a economia se o sujeito vai comer um iogurte francês mais barato do que aquele produzido com o leite das vacas de Minas Gerais”, teria dito Lorenzoni. O presidente Bolsonaro e o minitro da Casa Civil recomendaram também como desnecessárias as declarações recorrentes dos desejos liberais mais profundos, tais como a privatização da Petrobras e do Banco do Brasil e a terceirização do funcionalismo público.

Esses sonhos não se tornarão realidade. Pelo menos no horizonte da aprovação das reformas estruturais prioritárias. Paulo Guedes, de acordo com a fonte, assente a todas as recomendações de Bolsonaro e de seu colega de Ministério. Ao contrário do que aparenta em suas perfomances, de perto o ministro da Economia é manso, agradável e ponderado. Mas o próprio Guedes conhece a sua natureza. É difícil conter naquele frasco uma ebulição ideológica, que, tecnicamente correta ou não, vem buscando uma fresta de escapamento há muitas décadas. Bolsonaro, Lorenzoni, Guedes e outros ministros que não fazem parte desse enredo são uma combinação que desafia a lógica dos princípios ativos. Espera-se que os alquimistas estejam chegando.

#Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni #Paulo Guedes

Paulo Guedes busca inspiração em Simonsen para relançar refinanciamento compensatório

27/03/2019
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Os elogios recentes do ministro da Economia, Paulo Guedes, ao professor Mario Henrique Simonsen podem revelar a atualidade e a inspiração em uma das ideias do mestre. Corriam os anos 70, e a economia derretia com a inadimplência de pessoas físicas e jurídicas. Simonsen, que nunca rezou pela cartilha da ortodoxia econômica, bolou uma forma de estimular a liquidez sem emissão monetária ou endividamento. Batizou o engenhoso instrumento de refinanciamento compensatório.

A receita de Simonsen determinava que o Banco Central liberasse recursos do compulsório bancário para que as instituições financeiras pudessem renegociar dívidas de empresas e pessoas físicas, evitando, assim, uma quebradeira em massa. Guedes, que à época não comungava com a medida, está tentando utilizá-la para sacudir o consumo. O assunto está em estudos pela equipe econômica. Sem expectativas de novos investimentos e com as despesas do governo contidas, o papel de desfibrilador da economia, neste ano, ficou restrito a algum aquecimento do mercado interno.

E qualquer resíduo a mais no PIB conta ponto. Durante a campanha presidencial, Ciro Gomes plagiou Simonsen e defendeu o refinanciamento de todas as pessoas físicas penduradas no SPC. No modelo original estavam incluídas as pessoas jurídicas. Hoje dar essa guarida para as empresas seria cometer um haraquiri político. Atualmente, mais de 60 milhões de brasileiros estão inadimplentes, sendo que a maior parte são idosos. A medida atinge, portanto, grande parte do público que é impactado pelas mensagens sobre a reforma da Previdência.

O “refinanciamento compensatório” vai direto na veia da taxa de desemprego, que está quase imóvel na faixa de 12%; suaviza a impopularidade das mudanças na Previdência; reconhece que os bancos, mesmo abarrotados de dinheiro, não acreditam mais na clientela, que se encontra com o nome sujo. O dinheiro seria carimbado. Somente poderia ser usado para renegociar as dívidas daqueles que penam no SPC e estão excluídos do mercado de consumo. Uma garantia para que os bancos voltem a emprestar. Seria uma iniciativa com impacto direto no bolso dos brasileiros que mais se ressentem da marcha lenta da economia. O fato de Paulo Guedes estudar a adoção da medida revela não só a atualidade do pensamento do mestre, mas também a inspiração em uma das suas ideias, que poderá ser relançada em breve. É um sincero, ainda que tardio, elogio a Mario Henrique Simonsen.

#Mario Henrique Simonsen #Paulo Guedes

Venda de reservas cambiais fica em stand by

20/03/2019
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Apesar das manifestações públicas em relação ao tamanho excessivo das reservas cambiais e as vantagens de trocar parte delas pelo abatimento de dívida pública bruta, os ministros da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Netto, interditaram a discussão sobre a medida. O assunto somente será retomado se a reforma da Previdência for aprovada. Mesmo assim, a probabilidade dela vir a ser adotada se tornou remota no médio prazo. Com a esperada redução mais agressiva da taxa de juros – sempre condicionada à votação da reforma e a manutenção de um cenário externo de risco baixo – e a queda do custo do carregamento das reservas, juntamente com a diminuição do déficit primário, o ritmo de crescimento da dívida pública bruta tende a diminuir.

Se o PIB subir mais, ela tende a cair em relação ao Produto Interno. As reservas também apontam viés de queda se comparadas ao PIB. Portanto, elas permaneceriam altas em termos absolutos, mas mais baixas em relação ao PIB e às importações, que aumentariam como razão direta do crescimento do Produto Interno. Valeria a pena reduzir o lastro cambial do país e subtrair a aura de fortaleza que o atual volume de US$ 380 bilhões oferece em nome de uma redução até certo ponto inexpressiva da dívida bruta?

Roberto Campos Neto, nos primeiros pronunciamentos após sua posse no BC, achava que sim, pois a baixa do custo de carregamento insinuava serem desnecessários tantos dólares estocados. Paulo Guedes pensava igual. Até o final de outubro do ano passado, um mês e pouquinho antes da sua posse, tinha até a cifra de quanto de reserva ele venderia: US$ 100 bilhões. Repetiu algumas vezes sua intenção. Em meados de novembro, mudou de opinião. Disse que mexeria nas reservas somente se houvesse um ataque especulativo e o dólar atingisse o patamar de R$ 5,00. Agora, sabe-se que a conversa foi para a geladeira. O volume de reservas brasileiras acima do que o FMI recomenda fica como insígnia da capacidade larga de solvência do país.

#Banco Central #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Sempre alerta

12/03/2019
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O presidente do Banco do Brasil, Rubens Freitas Novaes, vai mudar o discurso, sempre crítico sobre o quadro de pessoal, corporativismo e controle da instituição pelo Estado. Novaes continua pensando a mesma coisa. Mas recebeu um conselho daqueles que devem ser seguidos.

#Banco do Brasil

Financiamento capital

7/03/2019
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O governador Ibaneis Rocha abriu conversas com o BNDES em busca de financiamento para o programa de privatizações do Distrito Federal. No pacote, o metrô local e a Companhia de Saneamento do DF, além de ativos do Banco Regional de Brasília (BRB), que deverá se transformar em uma agência de fomento. Este último é o caso mais complexo. O MPF investiga, no âmbito da Operação Circus Maximus, um suposto esquema de pagamento de propinas a executivos do BRB em troca da liberação de recursos para projetos como o antigo Trump Hotel, no Rio de Janeiro.

#BNDES

Acervo RR

Tiro ao alvo

27/02/2019
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O governo Bolsonaro prepara uma espécie de “Lava Jato do esporte“. A ideia é realizar uma devassa na concessão de recursos públicos para federações e confederações desportivas, por meio de contratos de patrocínio. Somente no ano passado, sete estatais, a começar pelo trio Caixa Econômica, Banco do Brasil e Eletrobras, desembolsaram quase R$ 400 milhões em mais de sete dezenas de acordos de patrocínio.

#Jair Bolsonaro #Lava Jato #Ministério dos Esportes

Ponto final

27/02/2019
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Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Vale, Banco do Brasil, Caixa e Eletrobras.

O último uivo

21/02/2019
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Quanto custa para se livrar de Marcio Lobão? No caso do Banco do Brasil, a conta pela saída do filho de Edison Lobão da presidência da Brasilcap deverá chegar perto dos R$ 3 milhões, entre bônus e outros penduricalhos. “Lobinho” ficou dez anos na presidência da empresa. É um arquivo-vivo. Procurada, a Brasilcap informou que “o Conselho de Administração ainda não deliberou sobre qualquer pagamento ao ex-presidente da companhia”.

#Banco do Brasil #Brasilcap #Edison Lobão #Marcio Lobão

Agricultura x Economia

18/02/2019
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Após vencer a queda de braço pela manutenção das tarifas de importação do leite em pó, a ministra Tereza Cristina e a bancada ruralista já abriram nova frente de batalha com Paulo Guedes. A missão da vez é a manutenção dos subsídios rurais, notadamente dos programas de crédito agrícola do Banco do Brasil, responsável por quase 50% do financiamento do setor.

#Bancada Ruralista #Tereza Cristina

Carrefour digital

24/01/2019
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O Carrefour vai transformar seu banco no Brasil em uma gôndola de fintechs. Os franceses estão garimpando o mercado em busca de soluções digitais, notadamente para crédito e pagamentos eletrônicos.

#Carrefour

Cortar é o esporte preferido da Caixa

23/01/2019
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O corte nas verbas publicitárias da Caixa Econômica para o esporte irá além dos gramados. O banco já sinalizou ao Novo Basquete Brasil a suspensão do contrato de patrocínio da liga nacional ao término da temporada, em junho – o acordo que iria até 2020 é da ordem de R$ 5,5 milhões por ano. Segundo o RR apurou, a Caixa deverá podar também os patrocínios às Confederações Brasileiras de Ginástica e Atletismo, respectivamente cerca de R$ 5 milhões e R$ 14 milhões anuais. Informações filtradas na instituição revelam ainda um impasse em relação ao contrato com o Comitê Paralímpico Brasileiro (R$ 20 milhões/ano). Procurado, o banco informou que “os patrocínios para 2019 estão sob análise.”

#Caixa Econômica

BB vs. BR Pharma

23/01/2019
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O Banco do Brasil deverá entrar na Justiça para suspender o plano de recuperação judicial da BR Pharma, holding do varejo farmacêutico que soma uma dívida de R$ 1 bilhão. A área jurídica do BB elencou uma série de irregularidades na proposta apresentada pela companhia.

#Banco do Brasil #BR Pharma

Ponto final

23/01/2019
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Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil, BR Pharma.

Caixa Econômica põe todos os pingentes sobre o balcão

22/01/2019
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Uma das orientações de Paulo Guedes ao presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, é a venda de todos os penduricalhos do banco. Entenda-se como desmobilizar as loterias da CEF, empresas de seguros, capitalização e também sua participação no Banco Pan, do qual é sócia junto com o BTG. A boa nova é a movimentação na XP Investimentos para aquisição da parte da Caixa Econômica no Pan (49%).

A engenharia é complexa, pois pressupõe que o BTG venda parte ou totalidade das suas ações no Pan (51%), acompanhando a Caixa. Por outro lado, a XP deveria acertar a saída do Itaú do seu capital, assumindo plenamente a função de banco múltiplo – em dezembro o BC autorizou a XP Investimentos a operar nesta modalidade. Há quem diga que essa hipótese está prevista no acordo de acionistas. O contrário seria um banco com capital tripartite, composto por BTG, Itaú e XP, que se tornariam sócios diretos e indiretos.

Essa hidra de três cabeças provavelmente ninguém deseja. A torcida da equipe econômica é que venham candidatos de fora do clube dos cinco – Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Santander e CEF. O BTG poderia ser um deles, consolidando a participação acionária hoje pertencente à CEF. Mas o banco de André Esteves tem mostrado inapetência para tocar o Pan. Já a XP é sangue novo e vibração pura. É previsível que um banco estrangeiro venha azeitar o novo X-Pan. Fala-se, inclusive, no Bank of America Merrill Lynch. A associação daí resultante produziria um player marcado para concorrer pau a pau com os grandes em um horizonte de médio prazo.

#Caixa Econômica Federal

JAC busca um acostamento para Habib

22/01/2019
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A JAC Motors estaria em busca de um novo copiloto no Brasil. Por copiloto leia-se um substituto para Sergio Habib, sócio e representante da marca no país. Trata-se de uma manobra contratualmente complexa: a rescisão unilateral do acordo prevê pesadas multas de parte a parte. Os asiáticos, no entanto, temem que as derrapagens financeiras do empresário contaminem a reputação da JAC e dificultem seus planos de expansão no mercado brasileiro. Em novembro de 2018, o Grupo SHC, controlado por Habib, entrou com pedido de recuperação judicial com uma dívida superior a R$ 500 milhões. Os chineses têm dúvidas quanto à capacidade financeira do empresário de seguir no banco do carona da JAC e acompanhá-la no projeto de expansão da sua rede de distribuição. Hoje, os asiáticos estão umbilicalmente ligados a Habib: das 25 concessionárias no Brasil, 17 pertencem ao Grupo SHC. Não é de hoje que a JAC Motors trafega ao lado de Sergio Habib com o pisca-alerta ligado, por conta de episódios polêmicos protagonizados pelo empresário. Em 2017, o governo da Bahia denunciou Habib a autoridades chinesas. Em 2012, ele assinou um acordo comprometendo-se a construir uma fábrica da JAC. Em contrapartida, teria se beneficiado com cerca de R$ 200 milhões em créditos de ICMS. A fábrica ficou no papel.

#JAC Motors

BB e Previ ensaiam saída da Kepler Weber

15/01/2019
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O Banco do Brasil já mantém conversações com a Previ para a venda conjunta de suas ações da Kepler Weber. O banco e o fundo de pensão detêm 35% do capital da empresa, maior fabricante de silos da América Latina. Em um mero exercício, tomando-se como base apenas o atual valor de mercado da Kepler, o quinhão da dupla vale algo como R$ 130 milhões. A operação poderá se dar por meio de uma venda direta ou por intermédio de um leilão em bolsa. Ressalte-se que no ano passado a norte-americana AGCO – uma das maiores fabricantes de implementos agrícolas do mundo – lançou uma oferta para comprar as participações do BB e da Previ. No entanto, a operação foi suspensa pela CVM.

#Banco do Brasil #Kepler Weber

Ponto final

14/01/2019
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As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil, Caixa Econômica, Modal e Aché.

Banco do Brasil busca uma cura para seu plano de saúde

10/01/2019
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A nova gestão do Banco do Brasil, comandada por Rubem Novaes, está convicta de que terá de lançar mão de medidas duras e impopulares se quiser conter o crescente rombo financeiro da Cassi (Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil). Uma das principais ações discutidas é a equiparação das contribuições entre os participantes e o mantenedor. Hoje, trabalhadores e aposentados do BB arcam com o equivalente a 4% do que recebem; já o banco entra com 5,85%.

A ideia em estudo é uniformizar as contribuições pelo índice mais alto. A maior derrama junto aos beneficiários aumentaria a arrecadação em algo próximo a R$ 100 milhões por ano. A premissa é que o sacrifício deve ser de todos – guardadas as devidas proporções, uma mensagem que guarda semelhanças com o discurso adotado pelo governo para a reforma da Previdência. A medida tiraria do BB a responsabilidade de bancar solitariamente o déficit do plano de saúde.

Em fevereiro do ano passado, o banco fez um aporte emergencial de R$ 324 milhões na Caixa de Assistência. Quatro meses depois, a entidade já acumulava um novo prejuízo de R$ 385 milhões. Procurado pelo RR, o BB não se pronunciou. Outra medida sobre a mesa promete ser tão ou mais inflamável do que o aumento da contribuição dos participantes. A nova direção do Banco do Brasil estaria disposta a ressuscitar uma agenda que causou razoável desgaste entre a gestão anterior e os beneficiários ao longo do segundo semestre do ano passado.

Trata-se da mudança do estatuto da Cassi, de forma a aumentar o poder de voto de veto do próprio BB na gestão executiva e nos Conselhos do plano de saúde. Em setembro, a diretoria do banco, à época ainda presidido por Paulo Rogério Caffarelli, levou à votação uma proposta de reforma do estatuto. No entanto, as mudanças não alcançaram os dois terços necessários entre os associados da Caixa de Assistência.

Neste momento, há um ingrediente a mais: a manifesta intenção do governo Bolsonaro de vender subsidiárias do BB traz a reboque o fantasma da terceirização da carteira da Cassi, com a contratação de uma administradora independente. Por mais amargas que sejam as medidas a caminho, a nova direção do BB não tem muita margem de manobra. A Cassi é uma bomba-relógio amarrada ao banco. Opera no vermelho desde 2011. No ano passado, o déficit teria batido na marca de R$ 1 bilhão. O descasamento entre receitas e despesas é cada vez mais grave, entre outros motivos devido ao envelhecimento da carteira. Em 2013, a fatia de participantes com mais de 59 anos era de 19%. Em 2017, esse índice chegou a 24%.

#Banco do Brasil

Bolsonaro revela os “segredos” dos bancos públicos

8/01/2019
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De uma forma ou de outra, o governo vai flexibilizar a lei do sigilo bancário. A medida se aplicará somente aos bancos públicos. Mas não está decidido se valerá só para contratos pretéritos ou se tornará uma regra geral. Mesmo em relação aos financiamentos já acordados há dúvida se o disclosure seria aplicado de uma forma ampla ou somente nas operações com empresas envolvidas em investigações criminais.

No passado, o BNDES recusou-se a abrir os contratos de financiamentos de companhias envolvidas na Lava Jato, alegando a lei do sigilo bancário. A tendência é que apenas os termos dos empréstimos às empresas empepinadas sejam divulgados. Se dependesse de ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe, todos os grandes contratos de financiamento feitos junto ao Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social seriam abertos. A transparência seria um requisito para o financiamento público amplo, geral e irrestrito.

A medida pode até ter um anteparo de fundo ético, representando uma prestação de contas ao contribuinte, que é quem paga uma boa parte desses empréstimos. Mas ela tende a reforçar a desconfiança nos atos de governo, que diz uma coisa e faz outra. A Receita Federal recentemente ensaiou a tese de que a anistia em relação à origem dos recursos repatriados deveria ser suspensa, contrariando compromisso firmado em lei. Mexer no sigilo bancário, ainda que de forma estanque, pode suscitar insegurança regulatória.Outras operações financeiras legítimas poderiam ser abertas, sabe-se lá por quais critérios. A quebra de contratos e o devassamento da privacidade são dois corvos voando sobre a democracia. É bom que não se confunda liberalismo econômico e radicalização da transparência com aborto da fé pública.

#BNDES #Jair Bolsonaro #Lava Jato

Privatização da Eletrobras é a sintonia perfeita

4/01/2019
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, bem pode estar recitando curtos solilóquios que demonstram o seu estado de espírito. Um deles seria: “Vinde a mim sucesso pertencido”. Uma dessas muitas vitórias foi determinada pelo destino: a indicação do almirante Bento Albuquerque para ministro de Minas e Energia. Albuquerque era a peça que faltava para amalgamar a privatização da Eletrobras e amolecer as resistências que ainda existem no governo contra a venda das maiores estatais. O recado é soberba pura: Bolsonaro disse que não venderia a Eletrobras. Pois bem, agora ele aceita privatizar a companhia.

Bolsonaro disse que não se desfaria da Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica. Será? Guedes tomou conhecimento com antecedência da posição do almirante. As conversas se deram em meio à troca de informações sobre a complexa gestão e áreas de influência da Petrobras. O ministro da Economia queria eliminar qualquer ruído pelo fato de ter nomeado o presidente da estatal, Roberto Castello Branco. O almirante Albuquerque é o dono do setor. Ponto final. A identificação do presidente da Petrobras com o ministro remete à Marinha.

Ontem, em seu discurso de posse, Castello Branco fez questão de ressaltar sua passagem pelo Colégio Naval. A coincidência de pensamento em relação ao futuro da Eletrobras, estimulado pela evidência de que a empresa está financeiramente com a língua de fora, alinhou os ministros da Economia e de Minas e Energia, fortalecendo a argumentação para que o presidente Bolsonaro recuasse em sua posição contrária. A calda do pêssego foi a confirmação da permanência de Wilson Ferreira Jr. na presidência da Eletrobras.

A primeira função de Ferreira Jr. será vender a empresa; a segunda, vender a empresa; e a terceira, vender a empresa. A operação tanto pode ser uma privatização hard, com a transferência para um novo controlador, ou uma privatização soft, com a capitalização da empresa através do modelo corporation. O certo é que ela ocorrerá. Os entendimentos iniciais levam a crer que a área nuclear será separada da Eletrobras e inteiramente reestruturada. Os pruridos foram mitigados.

É possível, inclusive, a formação de uma joint venture com capital estrangeiro e gestão a cargo da Marinha. Bolsonaro tem planos especiais para o setor. Vale reiterar que o almirante Albuquerque exerceu os postos de diretor geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha e diretor do Programa de Submarinos da Força. Nesse ínterim, há sinalizações de que o 3G Radar permanece candidatíssimo à compra da Eletrobras. O fundo fez chegar a Paulo Guedes que, inclusive, estaria disposto a participar em modelos menos convencionais de privatização. Jorge Paulo Lemann, que hoje é um minoritário do 3G Radar, também colaborou acenando com o seu apoio. Pelo lado do capital estrangeiro, a italiana Enel já teria assoprado o seu interesse. Parece que os astros conspiram para transformar em realidade os sonhos mais lindos do ministro da Economia. A começar, quem diria, pelo presidente Bolsonaro, todos tocam de ouvido a mesma sinfonia privatizante.

#Eletrobras #Ministério de Minas e Energia #Paulo Guedes

Caixa Econômica entra duro nos clubes brasileiros

3/01/2019
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A nova direção da Caixa Econômica, à frente o presidente Pedro Guimarães, vai bater de frente com o futebol brasileiro. De um lado, deverá rever os acordos de patrocínio com 24 clubes das Séries A e B, que somam aproximadamente R$ 180 milhões de desembolso por ano; do outro, vai apertar o cerco ao Corinthians. Em jogo, a cobrança do empréstimo de R$ 400 milhões concedido para a construção da Arena Itaquerão – um caso rumoroso e envolto em suspeições que, guardadas as de vidas proporções, está para o banco assim como a política de cavalos vencedores para o BNDES.

Segundo o RR apurou, o clube paulista vinha negociando com a antiga direção da Caixa uma revisão dos valores pagos pelo empréstimo. Chegou, inclusive, a conseguir uma diminuição pontual das parcelas referentes aos meses de dezembro e janeiro, que caíram de R$ 5,9 milhões para R$ 2 milhões. A nova cifra passaria a valer para o restante das prestações. No entanto, a nova diretoria do banco deve não apenas interromper as negociações mantidas até o fim do ano passado como cobrar do clube o pagamento imediato da diferença de R$ 7,8 milhões relativa a dezembro e janeiro.

Consultada, a Caixa informou que “em cumprimento ao sigilo previsto na Lei Complementar no 105 de 10/01/2011, não fornece informações a respeito de operações de crédito específicas.” Com relação à atuação no futebol de uma forma geral, o banco esclarece que “está em fase de definição de estratégia.” O Corinthians, por sua vez, disse que “não se manifesta sobre negociações em andamento com cláusula de sigilo”. A nova gestão da Caixa Econômica não tem alternativa. Sua missão é cortar gordura de tudo que é lado e preparar o terreno para a venda de subsidiárias do banco. É a nova regra do jogo.

De quebra, no caso específico do Corinthians, o aperto nas negociações pode render algum dividendo político ao governo Bolsonaro. Ainda que por vias oblíquas, barrar qualquer tipo de waiver para o Corinthians significa entrar de trava alta no cartola do futebol brasileiro mais identificado com Lula: o presidente do clube, Andrés Sanchez. O dirigente está prestes a encerrar seu mandato de deputado federal pelo PT. A notória relação entre Sanchez e o corintiano Lula teria sido determinante para a construção do Itaquerão para a Copa do Mundo, com o empréstimo de R$ 400 milhões do BNDES – repassados pela Caixa, responsável pela gestão e cobrança do empréstimo.

#Caixa Econômica

O candidato de Bolsonaro

26/12/2018
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Parlamentares que estiveram com Onyx Lorenzoni no Centro Cultural Banco do Brasil pouco antes do Natal ouviram que o martelo está batido e o governo Bolsonaro apoiará a candidatura de Davi Alcolumbre (DEM-AP) para a presidência do Senado. O mesmo Lorenzoni, inclusive, articula para que as lideranças dos partidos aliados voltem a Brasília no dia 28 de janeiro, três dias antes do fim do recesso parlamentar para trabalhar a favor de Alcolumbre.

#Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni

Picadinho

14/12/2018
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O radar da CVM teria rastreado movimentações atípicas com ações da Marfrig, dias antes do anúncio da compra de ativos da BRF no Brasil e na Argentina. Um grande banco norte-americano teria atuado intensamente nas duas pontas do mercado.

#BRF #CVM #Marfrig

Caixa Econômica na mira do privatista Paulo Guedes

13/12/2018
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O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, está disposto a relançar pela enésima vez a tese de que o país não precisa ter duas mega instituições financeiras estatais; e que pode muito bem privatizar uma delas. Estamos falando da Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, primeiro e segundo lugar no ranking de maiores instituições pelo critério de ativos financeiros. Desde o governo Collor, vai e volta, a ideia surge em algum lugar. Passou por FHC, por Lula e, mais recentemente, foi defendida por Henrique Meirelles.

Agora mesmo, na era Jair Bolsonaro, já surgiu algumas vezes com colorações diferentes. Primeiro, foi no afã privatista de Guedes, que queria se desfazer da Petrobras, CEF, Eletrobras e tudo mais o que estivesse pela frente. Bolsonaro fechou a porta para os excessos do ministro. As principais estatais não seriam privatizadas. Depois, Guedes cometeu uma inconfidência: comentou com um amigo e dirigente do sistema financeiro que queria ver o Bank of América Merrill Lynch associado ao Banco do Brasil. Ou seja: o Estado brasileiro venderia a sua parte. Ninguém mais sério quis comentar o desvario.

Agora, Guedes voltaria a mirar o seu alvo. A bola da vez seria a CEF. Qual o motivo? A União tem 100% do capital da instituição. Portanto seria mais dinheiro para redução da dívida pública bruta. Uma lufada de ares privatistas colaboraria para higienizar a CEF, uma instituição cercada de interesses políticos por todos os lados. Guedes também quer se livrar da coleção de riscos bancários. Prefere ficar, na área comercial, com o BB – se pudesse não ficava com nenhum. A CEF volta e meia precisa de injeções de capitalização do governo. Seu maior ativo é a vasta rede bancária. A proposta de vitaminar o BB em paralelo com a venda da CEF pode ser um estímulo para sensibilizar Bolsonaro que, no caso das instituições financeiras, reduzir é aumentar, mesmo que por via transversa. Se Guedes emplacar essa, vai para a galeria dos ministros que quebraram paradigmas.

#Caixa Econômica Federal #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Superávit de apoios

7/12/2018
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O que há em comum entre o ministro Eliseu Padilha e o ex-presidente do Banco do Brasil Paulo Rogerio Caffarelli? Ambos fazem campanha pela permanência de José Mauricio Coelho à frente da Previ. Seu trunfo é o superávit da fundação de R$ 15,4 bilhões.

#Eliseu Padilha

ABC digital

6/12/2018
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Mais um banco digital vai surgir na praça. O ABC Brasil, controlado pelo Arab Banking Corporation, do Bahrein, está montando uma nova plataforma de investimentos.

#ABC

Kepler Weber rodopia nas bolas

5/12/2018
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A roleta gira freneticamente no cassino da bolsa. Desde o início de novembro, quando o superministro Paulo Guedes sinalizou a venda de participações societárias do Banco do Brasil em empresas, a ação da Kepler Weber já subiu mais de 35%. Segundo o RR apurou, um grande banco norte-americano tem atuado freneticamente nas duas pontas do balcão. O BB tem 17,4% do capital ordinário da fabricante de silos. A Previ, outro tanto

#Paulo Guedes

O último uivo

5/12/2018
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O longo reinado de 11 anos de Marcio Lobão na presidência da Brasilcap está chegando ao fim. A substituição do fi lho de Edison Lobão é uma das prioridades do futuro presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes. Junto com “Lobinho” vão embora as acusações de corrupção que pesam contra ele no âmbito da Operação Leviatã, que investiga suposta propina na construção de Belo Monte.

#Brasilcap

Um tiro pela culatra na concentração bancária

28/11/2018
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Se uma das justificativas de Paulo Guedes para esquartejar e vender pedaços do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal é reduzir a concentração bancária, como ele próprio afirma, a medida deve ter exatamente o efeito contrário. Diante da histórica dificuldade dos bancos estrangeiros, notadamente do segmento de varejo, de entrar e permanecer no mercado brasileiro, tudo leva a crer que os três maiores grupos privados do país – Bradesco, Itaú e Santander – serão os grandes absorvedores das operações da Caixa e do BB. Hoje, os cinco grandes bancos do país somam cerca de R$ 6,2 trilhões em ativos, ou mais de 80% do total do sistema financeiro – há pouco mais de uma década esse índice era de aproximadamente 60%.

Reúnem ainda 80% dos empréstimos e depósitos, 50% do mercado de seguros e 70% da área de cartões de crédito/débito. Com a venda de ativos do BB e da Caixa Econômica, estes percentuais provavelmente passariam a ser condensados nas mãos dos três maiores bancos privados. Em um exercício meramente especulativo, mas factível, caso o governo decida se desfazer integralmente das carteiras das seguradoras ligadas ao Banco do Brasil e à Caixa, a participação de Bradesco, Itaú e Santander poderia chegar a 70% do ramo de automóveis e a 80% no segmento de vida e previdência. No mercado de crédito, esta simulação é mais complexa, pois dependeria da extensão que a venda da carteira comercial da Caixa alcançaria.

De antemão, é possível dizer que a disposição da equipe econômica é tirar a CEF de todos os setores que possam representar risco para o governo e não sejam relevantes para as políticas públicas. Sob certo ângulo, o avanço dos grandes grupos financeiros não foi necessariamente de todo mal. Pelo contrário. Essa concentração sempre foi um fator de proteção do sistema financeiro nacional, permitindo que o país saísse ileso de grandes crises bancárias internacionais, notadamente a hecatombe dos subprimes, em 2008.

De qualquer forma, assim como há uma boa dose de exagero na manutenção pétrea de US$ 380 bilhões em reservas cambiais, talvez a concentração bancária não precisasse ser tanta. Existiria uma hipótese não mais tão remota de atração de banco estrangeiro para o mercado brasileiro por meio de privatizações. O próprio ministro Paulo Guedes deixou vazar que uma futura fusão entre o Bank of America Merrill Lynch e o Banco do Brasil seria benéfica para o setor financeiro nacional. Ocorre que a medida pode levar ao mesmo dilema, ou seja, mais concentrar do que elevar a competição bancária.

#Banco do Brasil #Paulo Guedes

Um estrangeiro a menos no sistema bancário

28/11/2018
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Por falar na difícil resiliência de instituições financeiras ao mercado brasileiro, a Caixa Geral é a “regra que confirma a regra”. Segundo o RR apurou, o banco português está se preparando para deixar o país. A instituição já iniciou tratativas para a venda de sua carteira de crédito corporativo. Além da perda de musculatura no mercado brasileiro, pesam na despedida os graves problemas enfrentados pela matriz. Auditoria conduzida pelo governo português, acionista controlador, desvendou a existência de passivos a descoberto na contabilidade da instituição. Apenas uma destas operações, com o empresário Joe Berardo, da Ilha da Madeira, soma cerca de 280 milhões de euros. Embora se trate de um figurante, com pouco mais de R$ 1,5 bilhão em ativos, o caso da Caixa Geral exemplifica o quanto o Brasil é um mercado refratário à banca estrangeira. Em 1998, o grupo português comprou o Banco Bandeirantes. O ímpeto durou apenas dois anos: em 2000, os lusos venderam sua operação de varejo para o então Unibanco.

#Caixa Geral

Acervo RR

Exumação

27/11/2018
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O economista Rubem de Freitas Novaes, futuro presidente do Banco do Brasil, carrega uma missão espinhosa. A pedidos vai desencavar esqueletos no armário das gestões de Antonio Palocci e Guido Mantega. As ossadas já estão todas mapeadas.

#Banco do Brasil

Exumação

27/11/2018
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O economista Rubem de Freitas Novaes, futuro presidente do Banco do Brasil, carrega uma missão espinhosa. A pedidos vai desencavar esqueletos no armário das gestões de Antonio Palocci e Guido Mantega. As ossadas já estão todas mapeadas.

#Banco do Brasil

Está chegando a hora da onça beber água

26/11/2018
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O grande desafio do governo Jair Bolsonaro no ano da graça de 2019 não será a reforma da Previdência, que representará, sem dúvida, um tento, mas já está dada como pré-condição para o ajuste fiscal. O teste de força será a apresentação, nos primeiros seis meses do ano, da “agenda do incômodo”. São as medidas que baterão de frente com os grupos de interesse e lobbies mais poderosos do país. O RR considera que são três os maiores espinheiros: a desregulamentação, que envolve cortes de subsídios, renúncias fiscais, barreiras tarifárias e desonerações tributárias; o choque anticorporativista, que prevê alterações no fim da estabilidade dos cargos do funcionalismo público, demissões, um pacto pela produtividade, mudanças no Sistema S, entre outras medidas dolorosas; e o ajuste fiscal dos estados e municípios. É no interior desse mosaico que será capturado o complemento para zerar estruturalmente o déficit primário. As privatizações maciças são mais um discurso de campanha, já que a equipe econômica sabe que não é simples a venda de estatais a granel. Mas empresas vinculadas às estatais poderão ser vendidas sem a burocracia das licitações clássicas, tais como os ativos de distribuição e refino da Petrobras e subsidiárias do Banco do Brasil. Os grupos de interesse já estão se movendo para defender os seus territórios. Algumas federações de indústria já buscaram dar o seu apoio de praxe, para depois negociar alguns pontos. Isso teria provocado, inclusive, algumas rachaduras entre essas entidades. Espera-se que os cortes e fim das tarifas alfandegárias estejam vinculados, em alguns casos, a contrapartidas do aumento da produtividade. Haveria métricas próprias e prazos para que fossem cobrados os compromissos, algo que nunca foi feito nesses de distribuição farta de benefícios.

#Jair Bolsonaro #Petrobras

O head hunter de Bolsonaro

26/11/2018
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Paulo Guedes recebeu carta branca de Jair Bolsonaro para indicar também os vice-presidentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Serão mais 20 integrantes da área econômica com o imprimatur do superministro. No caso da Caixa, que responde à Lei das Estatais, a rigor os nomes dos 11 VPs terão de ser submetidos ao Conselho de Administração. Trata-se de um mero detalhe.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Sonhos de uma noite de dizimação

22/11/2018
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No mundo perfeito idealizado por Paulo Guedes, o sistema bancário público sofreria uma semi-extinção. O Banco do Brasil perderia o seu sobrenome e seria associado a um grupo estrangeiro. A Caixa Econômica, por sua vez, deixaria de ser uma instituição bancária para se transformar em uma certificadora e garantidora de empréstimos imobiliários, uma espécie de Fannie May tropicalizada – em alusão a uma das maiores empresas de hipoteca dos Estados Unidos. Mesmo com a inexorável concentração bancária decorrente da eventual fusão do BB com um estrangeiro, o argumento é que ela pelo menos se daria entre entes privados. Nesse universo lúdico ultraliberal, o Banco da Amazônia (Basa) seria incorporado pelo Banco do Brasil. Já o Banco do Nordeste e a Finep seriam agregados
ao BNDES. Nos prováveis devaneios do ministro da Economia, tudo são possibilidades. A única certeza é que o BNDES será desidratado. Esta dimensão paralela que permeia as divagações de Paulo Guedes buscaria tirar totalmente o governo do risco da atividade financeira, vista como uma potencial fonte de perdas de recursos. Isso incluiria alguns pingentes pendurados no sistema bancário estatal. Em tese, a gestão do FGTS e do FAT, a cargo da Caixa Econômica, e o financiamento agrícola, cujo repasse é de responsabilidade do BB, seriam licitados para a banca privada. O Fundo de Garantia, por sinal, seria gradativamente transferido para uma carteira de previdência complementar.

#Paulo Guedes

A “ressurreição” do velho Pactual

21/11/2018
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O ex-banqueiro Luiz Cezar Fernandes, que viveu momentos de glória e caiu no ostracismo, passou a ter um canal privilegiado com o governo. O superministro Paulo Guedes tem por Fernandes uma consideração toda especial. O banqueiro foi buscá-lo no mercado quando ainda era um economista sem renome para fundar o Banco Pactual. Mesmo quando saiu do banco, Guedes não se incompatibilizou com Fernandes. Agora, nem que seja só para tomar um cafezinho, a velha amizade ganhou um novo valuation. Paulo Guedes é a “Estrela Dalva” do firmamento brasiliense.

#Banco Pactual

Decolagem forçada

14/11/2018
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Os bancos credores de Viracopos – à frente Banco do Brasil e Itaú BBA – vêm intercedendo junto a autoridades do setor na tentativa de acelerar a transferência da concessão à dobradinha Zurich Airport e IG 4 Capital. A dívida bancária da operadora do aeroporto de Campinas passa de R$ 1 bilhão.

#Banco do Brasil

Ponto final

14/11/2018
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As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil, Itaú BBA e Nordeex-Acciona.

BB vs. BR Pharma

5/11/2018
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Um dos principais credores da BR Pharma, o Banco do Brasil está entrando na Justiça para derrubar o plano de recuperação judicial da rede de drogarias aprovado pelos credores. Deverá ser acompanhado por pesos-pesados da indústria farmacêutica, que apontam irregularidades no plano. Sobre a mesa um passivo da ordem de R$ 1,2 bilhão.

#Banco do Brasil #BR Pharma

Ponto final

5/11/2018
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As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil, BR Pharma, Bertin e Polícia Federal

Bancada ruralista e lobby privado duelam pela Pasta da Agricultura

31/10/2018
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O Ministério da Agricultura – dono de um orçamento de R$ 12 bilhões e por onde passam quase 24% do PIB – desponta como uma das esferas de Poder mais disputadas do governo Bolsonaro. A novidade é a entrada na arena da indústria da agrociência, que duela com a bancada ruralista pela indicação do futuro titular da Pasta. Segundo o RR apurou, grandes companhias do setor teriam feito chegar a Bolsonaro os nomes de Laércio Giampani e Rodrigo Santos.

O primeiro deixou a presidência da subsidiária brasileira da Syngenta, uma das maiores fabricantes mundiais de sementes, em julho deste ano. Santos, por sua vez, é o todo poderoso CEO da divisão de CropScience da Bayer-Monsanto na América Latina. De acordo com a fonte do RR, as indicações teriam chegado por intermédio do deputado estadual eleito Frederico D ´Avila (PSL-SP), que durante a campanha serviu de ponte entre o Capitão e empresários e grupos da cadeia do agronegócio.

A eventual escolha de um destes dois nomes seria um sinal de que o governo Bolsonaro pretende dar ênfase à agrotecnologia em suas políticas para a área da Agricultura. Em contrapartida, poderia ser encarada também como uma influência excessiva de grandes multinacionais da cadeia do agronegócio na futura gestão da Pasta. Não custa lembrar que embaixo do Ministério da Agricultura estão a Embrapa e seu cobiçado banco de patentes estimado em mais de US$ 1 bilhão – noves fora seu valor intangível.

Do lado da bancada do agronegócio, o presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan, que chegou a ser tido como favorito para o cargo, perdeu fôlego. De domingo para cá surgiram à mesa os nomes de Antonio Galvan, vice-presidente da Aprosoja, e do deputado Valdir Colatto (MDB-SC). Por sua vez, a Frente Parlamentar da Agricultura (FPA) intensificou o lobby pela escolha de Luiz Carlos Heinze, eleito para o Senado pelo Rio Grande do Sul.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Agricultura

Eunício de Oliveira espalha seus anéis sobre o balcão

9/10/2018
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Derrotado nas urnas, o senador Eunício de Oliveira parece empenhado em virar determinadas páginas do passado. O RR apurou que, além da transferência da Transfederal Transporte de Valores para a espanhola Prosegur, o emedebista também teria colocado à venda outra de suas empresas, a Corpvs – Corpo de Vigilantes Particulares. De acordo com uma fonte próxima ao senador, há conversas com
um grande grupo brasileiro da área de segurança patrimonial, com sede no Rio.

Assim como a Transfederal, a Corpvs pertence à Remmo Participações. Segundo sua declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral, Eunício é dono de 99,99% da holding. Consultado por meio de sua assessoria, o senador não se pronunciou sobre a venda da Corpvs. Informou apenas que “está afastado da administração das empresas desde que foi eleito deputado federal pela primeira vez, em 1998”. Tanto a Transfederal quanto a Corpvs estão indexadas ao setor público.

Consta que as duas empresas somam mais de R$ 700 milhões em contratos de prestação de serviços de vigilância, limpeza e transporte de valores a estatais no intervalo entre 2011 e 2019, coincidentemente o período do mandato de Eunício, prestes a se encerrar. Com o Banco do Brasil, os acordos somariam R$ 542 milhões. No caso da Caixa Econômica, as cifras passariam dos R$ 147 milhões. Consultado sobre estes contratos, o senador não se pronunciou. O desafio dos compradores das empresas é manter a boa entrada junto ao setor público. E o de Eunício é seguir em segurança a partir de 1o de janeiro, sem a marquise do foro privilegiado.

#Eunício de Oliveira

Bolsonaro não sabe que seu ministro é um furão

8/10/2018
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Nos idos dos anos 80 – quase 90 – o ex-governador Antônio Carlos Magalhães, em um dos seus raros intervalos fora do poder, decidiu criar um instituto de estudos na Bahia com o objetivo de manter seu nome em voga. ACM “fora do poder” é um eufemismo para ACM “com um pouco menos de poder”. O político baiano mandava à beça e os maiores nomes da academia iam discursar no instituto. ACM era muito amigo de Mário Henrique Simonsen – que foi discursar duas vezes no “think thank do Pelourinho”.

Pausa para uma ressalva: a iniciativa original do ex-governador da Bahia era quase informal, completamente distinta do atual Instituto Antônio Carlos Magalhães Ação, Cidadania e Memória, uma espécie de ONG voltada para iniciativas sociais e criada emm2010, três anos após o falecimento do orixá da política. Retornando a Simonsen, o ex-ministro era muito amigo do professor Moyses Glatt, seu fiel escudeiro. Glatt, que era criador – e excepcional vendedor – dos primeiros MBAs da FGV flertava com Paulo Guedes, à época presidente do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec). Negociavam fazer um MBA piloto das duas instituições – ressalte-se que Glatt não tinha autorização para isso; era apenas uma das suas travessuras.

Guedes, por sua vez, nutria uma relação de amor e ódio com Simonsen, que não lhe dava a menor pelota. O fato é que para agradar Simonsen, que queria agradar ACM, Glatt trouxe para si a missão de convocar economistas e empresários para palestrar no instituto baiano. Glatt consultou Simonsen sobre o nome de Paulo Guedes. O ex-ministro aquiesceu com um muxoxo. Guedes vibrou. Tudo certo e combinado. Quando chegou a vez da palestra de “Paulinho”, em Salvador, com convidados ilustres e empresários na plateia, o economista simplesmente sumiu. Guedes não foi, nem deu satisfação.

Glatt, lívido, tentou localizá-lo por dias sem êxito, mas ele não atendia o telefone. Tornou-se seu desafeto para o resto da vida. ACM rugiu que, quando o encontrasse, ia mostrar-lhe o que se faz com um “garoto sem palavra”. Simonsen, que desdenhava do economista, tomou-se de antipatia eterna por ele. As portas da FGV se fecharam de vez para Guedes. Durante anos, quando ouvia que Glatt o odiava e pintava e bordava com seu nome na imprensa, Paulo Guedes fazia cara de espanto e respondia: “Não consigo o entender o porquê disso. Eu até gosto dele. Quase fizemos negócios juntos”. Glatt nunca mais falou com Guedes, que foi obrigado a vender a contragosto o Ibmec e partiu para fazer fortuna no Banco Pactual. Mas o virtual ministro de Bolsonaro ainda daria muitos bolos homéricos em sua trajetória de furão. O último sabido foi no evento da corretora XP. É da sua natureza.

#ACM

IPO congelado no BB

4/10/2018
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A grave crise da economia argentina levou o Banco do Brasil a engavetar o plano de IPO do Banco Patagónia, do qual tem mais de 80% do capital. A operação fica para 2019 e, consequentemente, para o sucessor de Paulo Rogério Caffarelli no comando do BB.

#Banco do Brasil

Cemig limpa balanço

1/10/2018
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Além do empréstimo de R$ 740 milhões pago ao BB, que venceria em 2021, a Cemig planeja quitar antecipadamente ainda neste ano cerca de R$ 1 bilhão em dívidas. Consultada, a empresa diz que “sempre considera a possibilidade de pré-pagar dívidas, se em condições satisfatórias”. Líder nas pesquisas ao governo de Minas, Antonio Anastasia agradece.

#Banco do Brasil #Cemig

Paulo Guedes conquistou a Goldman, aliás, Goldmann

20/09/2018
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A consultora financeira Goldmann tem feito uma certa confusão no mercado com a divulgação de um vídeo sobre as eleições. A empresa afirma que Paulo Guedes – “espetacular” – será o “melhor ministro da Fazenda de todos os tempos”. E aposta uma cerveja que Jair Bolsonaro ganha no primeiro turno. Não falta quem diga que a opinião é do megabanco de investimentos (e quase homônimo) Goldman Sachs, comandado no Brasil pela ex-presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, que prima pela discrição na área política.

#Goldmann

Banco do Brasil é Multishow

18/09/2018
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O Banco do Brasil – dono da maior verba publicitária do governo Temer – vai ser um dos astros do Prêmio Multishow de Música, no próximo dia 25. O BB patrocinará a performance de dois influenciadores digitais, que serão desafiados a realizar uma coreografia. A ativação será o mote para uma agressiva campanha nas mídias digitais, vinculada ao perfil do Multishow. E assim o BB vai tentando construir a imagem de uma instituição financeira mais descolada, com um toque de fintech aqui e outro acolá. Não falta verba de marketing para isso – cerca de R$ 500 milhões/ano.

#Banco do Brasil #Multishow

A intrigante sucessão na Kepler Weber

3/09/2018
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A escolha do novo CEO da Kepler Weber, Piero Abbondi, deixou os fundos de investimento que coabitam o capital da companhia bastante intrigados. Os minoritários da fabricante de silos se perguntam se o Conselho de Administração não poderia ter tido o cuidado de optar por outro nome, nem que fosse para evitar as interpretações enviesadas que agora circulam entre os investidores. Até o início deste mês, Abbondi comandava a operação sul-americana daGSI, controlada pela AGCO – gigante mundial do setor de máquinas e equipamentos agrícolas.

Trata-se exatamente do mesmo que grupo que, no ano passado, lançou uma oferta pública para comprar os 34% da Kepler Weber pertencentes ao Banco do Brasil e à Previ. A proposta seria posteriormente estendida aos demais acionistas, mas não deu tempo. A operação foi questionada pela CVM, e a AGCO retirou a proposta, no fim de 2017.

O enredo, no entanto, não se encerraria neste ponto. Nos meses seguintes, a ação da Kepler Weber passou a ser alvo de inusitadas negociações. Fundos de investimento iniciaram sucessivas operações cruzadas de compra e venda que derrubaram a cotação – ver RR edição 10 de maio. Desde janeiro a Kepler Weber perdeu mais de 50% do seu valor de mercado, tornando-se uma presa vulnerável para um take over hostil. Os minoritários esperam que o Cavalo de Troia já não esteja dentro de casa.

#Kepler Weber

Fintechs

27/08/2018
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Por meio do fundo Santander InnoVentures, o banco espanhol tem cerca de R$ 300 milhões para montar um cinturão de fintechs no Brasil. Os primeiros R$ 50 milhões já caíram na conta da Creditas, plataforma de empréstimos. Há outros 20 projetos sobre a mesa dos espanhóis neste momento.

#Santander

BTG e Mitsubishi manobram em direções opostas

24/08/2018
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A relação societária entre o BTG e a Mitsubishi Motors percorre seus últimos quilômetros. O RR apurou que os sócios do banco pretendem vender sua participação na companhia, representante da marca japonesa no Brasil e controlada pelo empresário Eduardo Souza Ramos. Mesmo que de forma indireta, o movimento pode ser associado ao esforço de higienização da imagem do BTG e de seus acionistas, uma árdua escalada que teve início após a prisão de André Esteves.

A Mitsubishi é considerada um ativo tóxico para a reputação do banco. A montadora desliza a instituição financeira na direção da Operação Zelotes. A Mitsubishi é uma das principais citadas no esquema de compra de sentenças no Carf. Paulo Ferraz e Robert de Macedo Rittcher, ex-executivosda MMC Automotores do Brasil (empresa que detém a licença técnica para comercializar os automóveis da marca Mitsubishi no Brasil), foram condenados em primeira instância. Acabaram funcionando como um escudo para o seu patrão.

Até o momento, Eduardo Souza Ramos tem escapado da Zelotes apenas com algumas escoriações. Foi absolvido em primeira instância por falta de provas. A coabitação entre o BTG e a Mitsubishi Motors é cercada por pontos de interrogação. As partes nunca divulgaram formalmente o tamanho da fatia societária – a informação no mercado é que ela é de 25%. Além disso, o BTG sempre negou ser acionista da montadora. Garante que a participação pertence a sócios do banco reunidos na empresa BTG MB Investments. Não há por que duvidar. De toda a forma, o negócio sempre foi visto dentro da instituição financeira menos como um investimento e mais como uma ação entre amigos, notadamente de André Esteves, chapa de Eduardo Souza Ramos.

#BTG #Mitsubishi Motors

Cenografia

20/08/2018
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O Banco do Brasil escolheu a sua namoradinha. A atriz Giovanna Antonelli será a garota propaganda de um aplicativo que o banco pretende caracterizar como fintech. Aliás, pode ser que esta seja uma tendência dos big bankers: chamar de fintech coisas tão díspares como uva, banana, abacaxi e mamão. La bella Antonelli vai mostrar, com sua graça, como o App facilita seguir os investimentos

#Banco do Brasil

A difícil reconstrução da PDG

10/08/2018
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Após resolver parte do seu passado, com a aprovação do plano de recuperação judicial, o problema maior da PDG é equacionar o futuro. A incorporadora reabriu conversações com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica, entre outras instituições, em busca de financiamento para retomar as obras que estão paralisadas. Há mais de uma dezena de empreendimentos que dependem de dinheiro novo. As tratativas com a alta direção dos bancos são conduzidas pelo próprio presidente da companhia, Vladimir Ranevsky. No entanto, BB e Caixa, dois dos maiores credores da PDG, resistem a reabrir as torneiras para a incorporadora.

#PDG

O 7×1 ainda cobra o seu preço no bolso da Viúva

8/08/2018
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A Copa do Mundo da Rússia já terminou e os cofres públicos brasileiros ainda pagam a conta da gastança de 2014. No quesito “imobiliário”, o Itaquerão e a Arena Pantanal despontam como os campeões de problemas. Segundo o RR apurou, uma nova tentativa de acordo entre o Corinthians e a Caixa Econômica naufragou.

O clube paulista não conseguiu renegociar o valor das parcelas e o prazo de financiamento feito pelo BNDES com recursos repassados pela CEF, responsável pela cobrança do crédito. O banco federal tem usado chuteiras com travas de alumínio nas negociações, até em função do tamanho da bola de neve. O passivo acumulado já estaria na casa de R$ 1,3 bilhão, quase três vezes o valor original do empréstimo (R$ 500 milhões).

Procurados, Corinthians e Caixa não se pronunciaram. Em outros gramados, o governo do Mato Grosso tenta dar um destino à Arena Pantanal. O governador Pedro Taques definiu o mês de novembro como o novo prazo para entregar o estádio a um operador privado. Que assim seja. No entanto, a concessão – a princípio, sob o regime de Parceria Público Privada (PPP) – já foi adiada duas vezes por falta de interessados.

Segundo o governo, uma empresa apresentou uma Manifestação de Interesse Privado (MIP) para a administração da Arena, mas a proposta ainda está em estudo. A Arena Pantanal parece ter sido erguida para dar errado. O Ministério Público investiga denúncias de propinas na construção; a Mendes Junior, responsável pelo empreendimento, abandonou os canteiros sem concluir as obras, e o estádio é um monumento ao desperdício de recursos públicos. Com poucos eventos no ano, o governo do Mato Grosso é obrigado a gastar R$ 300 mil por mês para cobrir os custos de manutenção.

#BNDES #Copa do Mundo

Azeite e vinagre

26/07/2018
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O ex-diretor do BNDES, Darc Costa, estaria flertando com o capitão Jair Bolsonaro. Darc, que era apelidado no banco de Darth Vader, é egresso dos quadros da Escola Superior de Guerra (ESG). É difícil, contudo, imaginar qualquer análise combinatória com Darc, o embaixador informal da Bolívia e Venezuela no Brasil, e Paulo Guedes, o coordenador da campanha de Bolsonaro.

#BNDES #Jair Bolsonaro

Meirelles quer fazer do governo Lula seu avalista eleitoral

20/07/2018
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O marqueteiro de Henrique Meirelles, Chico Mendez, já definiu uma linha para a campanha do candidato. A ideia é usar ao máximo possível a imagem de Lula, com o propósito de pegar carona na bonança econômica do seu governo e vinculá-la à gestão de Meirelles no Banco Central. Desta forma, o ex-ministro tentaria surfar nas boas lembranças da gestão do petista ainda resilientes na memória de um terço do eleitorado. O “Chame o Meirelles”, slogan bombardeado desde a semana passada na TV e nas redes sociais, ganharia, então, uma segunda linha: ao chamar Meirelles, o eleitor traria de volta a estabilidade econômica, distribuição de renda, emprego.

A iniciativa, é bom que se diga, tem prazo de duração: Lula não vai ficar calado até as eleições. Mas, ao menos, funcionaria como um ponto de partida para a campanha de Meirelles. No mundo paralelo concebido pelos publicitários do pré-candidato emedebista, o discurso implícito será na seguinte linha: o governo Lula só foi o que foi porque Meirelles fez parte dele durante cada um dos seus 2.921 dias. E os seus 694 dias à frente do Ministério da Fazenda de Michel Temer, com o desemprego na casa dos 13%? Será apenas um detalhe.

Não obstante o risco de soar como um cinismo escancarado, chega-se a dizer, entre os estrategistas de Meirelles, que ele poderia explorar sua saída da Fazenda, tratando-a como um sinal de discordância e oposição ao governo Temer. Conciliador como só ele, Meirelles teria adiado ao máximo seu desligamentdo Ministério para não aumentar a instabilidade política e institucional. A lógica é que a propaganda eleitoral suportaria o photoshop na realidade.

Segundo informações filtradas do comitê de campanha do emedebista, uma das peças de comunicação mais contundentes, que deverá ser veiculada antes da convenção do partido e da eventual homologação da cambaleante candidatura Meirelles, tem como base um discurso feito por Lula em 2010. A fala seu deu em Anápolis (GO), terra natal do ex-ministro da Fazenda. “Vocês já ouviram muitas pessoas falarem mal do Meirelles, porque os juros estão altos. Eu quero dizer ao povo de Anápolis que sou agradecido a este companheiro e à equipe econômica pela estabilidade e pelo respeito que o Brasil tem hoje no mundo”.

#Henrique Meirelles #Lula

Acervo RR

Banco chinês

3/07/2018
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O chinês Haitong Bank está em busca de novos ativos bancários no Brasil. Os asiáticos desembarcaram no país em 2015, ao herdar o espólio do Banco Espírito Santo.

#Haitong Bank

Banco chinês

3/07/2018
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O chinês Haitong Bank está em busca de novos ativos bancários no Brasil. Os asiáticos desembarcaram no país em 2015, ao herdar o espólio do Banco Espírito Santo.

#Haitong Bank

Investidor russo caça fintechs no Brasil

19/06/2018
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Sócio do Nubank, um dos primeiros bancos digitais brasileiros, o magnata russo Yuri Milner tem se movimentado para comprar novas participações em fintechs no país. Mira, notadamente, em plataformas digitais de pagamento. Milner já teria sinalizado também o interesse em aumentar sua participação no próprio Nubank, do qual é acionista por meio do fundo DST Global. Procurado, o banco brasileiro disse “não confirmar a informação”. Dono de uma fortuna estimada em US$ 4 bilhões, o investidor carrega uma biografia pautada por controvérsias em torno da origem do seu patrimônio. Entre 2009 e 2011, o DST comprou participações no Facebook e no Twitter. Na ocasião, circularam informações na mídia internacional de que Milner era uma espécie de “front” do banco estatal russo VTB e do fundo Gazprom Investholding, ligado à estatal Gazprom, que teriam entrado no negócio camuflados sob uma rede de empresas offshore penduradas na DST.

#Nubank

Complexo de Elektra

12/06/2018
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Três anos após a Elektra fechar suas lojas no Brasil, ex-funcionários da varejista mexicana ainda cobram na Justiça dívidas trabalhistas que somariam cerca de R$ 20 milhões. É o legado do bilionário Ricardo Salinas, que passou como um cometa pelo país e também deixou para trás o Banco Azteca, liquidado pelo BC. Talvez Salinas não tenha seguido os conselhos do consultor José Dirceu. Segundo as investigações da Lava Jato, o grupo mexicano pagou cerca de R$ 1,7 milhão à JD, a consultoria do ex-ministro

#Elektra

Risco de ataque ao real deixa BC em estado de alerta máximo

11/06/2018
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O Banco Central não diz e nem vai dizer, mas está preocupadíssimo com a possibilidade de um ataque especulativo ao real. Os principais motivos, igualmente inconfessáveis, são o avançar da campanha eleitoral – na qual os candidatos vão apresentando seus programas de governo, que simplesmente desmontam a gestão Temer –, e as trapalhadas do atual mandatário e equipe, que perderam o controle das reformas, das medidas microeconômicas e das negociações com as entidades de classe. Existem ainda as externalidades, tais como um inconveniente rebaixamento da nota do Brasil pelas três irmãs – Fitch, S&P e Moody’s –, algum relatório de análise de uma dessas pitonisas do mercado de capitais, e ,um default mais grave desses países que estão com a corda no pescoço.

O BC tem munição pesada, não há dúvida, mas o mundo é um oceano de liquidez. Nunca foi tão perigoso dar brechas para o capital internacional. E o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, está cansado de saber desses perigos. As casas bancárias e o noticiário estão tratando o risco da disparada do dólar como algo corriqueiro, “coisas do câmbio flutuante”. Em ordem de artilharia, Ilan lançaria mão de uma bateria intensa de swaps – a despeito do previsível custo fiscal da medida e das críticas esperadas que a iniciativa vai lhe custar –, elevação dos juros Selic, imposto fiscal nas remessas para o exterior (o presidente do BC já ensaiou a mordida, aumentando a cunha fiscal de 0,38% para 1,1%), e, finalmente, a venda à vista de dólares das reservas internacionais.

Na visão do BC, apesar de o Brasil ter uma batelada de reservas, a última medida é a venda do lastro cambial. Ela sinalizaria uma enorme fragilidade do país. Seria como se uma pessoa vendesse o seguro do carro – ou abrisse mão de parte do seu valor – justamente quando sabe que vai irreversivelmente bater com ele. A compreensão é que a situação está pior porque ela tem de vender hedge na “hora da morte”.

É possível que nada aconteça, que as irrigações com swaps no mercado cambial sejam suficientes, que o câmbio seja só um espirro. Ou não. Para todos os efeitos, é preciso desviar a ideia de que a política monetária do BC está mais voltada para os juros do que para os preços. E que as decisões do Copom priorizarão os perigos de desvalorização da moeda. Seria uma confissão do que o BC não quer confessar sob risco de que o que não é pareça que é e se torne o que não deve ser. A questão é como administrar esse “coeficiente de Pinóquio” na condução das expectativas.

#Banco Central

Ciro Gomes acena com proposta de devassa patrimonial dos presidenciáveis

8/06/2018
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Ciro Gomes estuda propor publicamente aos demais concorrentes à Presidência da República que aceitem passar por uma rigorosa auditoria do seu patrimônio pessoal. A medida funcionaria como uma espécie de amplo inventário da idoneidade dos candidatos ao Palácio do Planalto, com a anuência e cooperação de diversos órgãos competentes, a exemplo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Receita Federal, Banco Central, Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) etc. Entre outras sugestões, Ciro discute com seus assessores a possibilidade de aproveitamento dos acordos operacionais feitos entre o Brasil e autoridades de outros países para a troca de informações financeiras e fiscais com o objetivo de gerar salvo-condutos para os presidenciáveis.

A medida, ressalte-se, teria um grau de profundidade e extensão muito maior do que o historicamente adotado em outros processos eleitorais. A perquirição se aplicaria não apenas ao candidato, mas também a parentes de primeiro e segundo graus. A investigação teria o devido, com a disponibilização pública das informações financeiras coletadas. A proposta embalada por Ciro Gomes pode até soar como demasiadamente invasiva. No entanto, há que se considerar que circunstâncias excepcionais pedem e justificam soluções excepcionais.

O país viverá um processo eleitoral sem precedentes, dado o grau de criminalização da política trazido – ou desvendado – pela Lava Jato. Um número de candidatos jamais visto chegará à urna eletrônica com a imagem encardida por acusações de corrupção, quando não com denúncias já formalizadas à Justiça – para não falar que o líder virtual das pesquisas à Presidência está na carceragem da PF, em Curitiba. Aos olhos da opinião pública, a premissa que prevalece hoje é a de que todos são culpados até que se prove o contrário.

Some-se a isso o fato de que o atual modelo de prestação de contas estabelecido pela legislação eleitoral revelou-se uma malha de trama larga demais, incapaz de reter devidamente indícios de enriquecimento ilícito e de eventuais malfeitos na vida pública. Em 2010, por exemplo, quando se reelegeu para o governo do Rio, Sérgio Cabral declarou ao TSE um patrimônio de R$ 843.094,42. O futuro desvendaria outras cifras. Originalmente, Ciro Gomes pensou em recuar da proposta de devassa patrimonial dos candidatos devido aos constrangimentos que ela poderia provocar junto ao PT, eventualmente um potencial aliado até mesmo para o primeiro turno. Mas, se hoje existe uma liderança política que já teve suas contas escancaradas e seus problemas assumidamente revelados é o ex-presidente Lula.

#Ciro Gomes

Caminhoneiros atropelam GSI e aceleram aumento do efetivo da Abin

5/06/2018
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A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não passou na prova da greve dos caminhoneiros, ainda que não necessariamente apenas por sua culpa. A incapacidade de antecipar um movimento de tamanha magnitude expôs as fragilidades da agência e acentuou sua enorme demanda reprimida pelo aumento do quadro de funcionários, insuficiente para fazer frente às suas responsabilidades e atribuições. Segundo fonte da própria Abin e colaboradora do RR, a agência trabalha atualmente com um déficit de pessoal estimado em aproximadamente 1,5 mil agentes.

Por hierarquia, a percepção da opinião pública de que a área de Inteligência do governo não cumpriu seu dever, independentemente dos motivos, vai para a conta do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Não por acaso, o ministro-chefe do GSI, general Sergio  Etchegoyen, tem se empenhado pessoalmente para aumentar o efetivo da Abin, acelerando a contratação dos candidatos que passaram no recente concurso para o órgão. A intenção do ministro é que ao menos 60 dos 300 aprovados sejam admitidos ainda neste ano. Outras 120 vagas seriam preenchidas no prazo máximo de 12 meses.

Está longe de ser o ideal, tanto nos números, quanto nos prazos, mas é o possível diante dos trâmites que precisam ser percorridos. Todos os aprovados ainda terão de passar por exames médicos e físicos, além do curso preparatório, que dura de três a quatro meses. Procurado pelo RR, o GSI não se pronunciou até o fechamento desta edição. O maior receio do GSI é que o próximo governo, tamanho o número de prioridades que o aguarda, sente sobre a questão e não autorize todas as contratações previstas para a Abin. O risco seria o fechamento da porta que se abriu com o recente concurso, válido somente por dois anos, ou seja, até maio de 2020. O temor é mais do que justificado diante do processo de esvaziamento dos serviços de Inteligência ao longo de sucessivos governos.

Criada em 1999, no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, a Abin é o órgão central, o músculo que bombeia o sangue para todo o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), que reúne as áreas de inteligência militares, das Polícias Federal e Rodoviária Federal, Banco Central, Ministério da Fazenda, Relações Exteriores e várias outras esferas de governo. No total, são 38 órgãos de 16 ministérios. No entanto, esse coração tem batido em ritmo cada vez mais fraco desde o governo Lula, quando teve início um gradativo processo de esvaziamento da Agência, acentuado durante a gestão de Dilma Rousseff.

Em 2015, no primeiro ano de seu segundo mandato, o desmonte do serviço de Inteligência teve o seu momento mais agudo, com a desativação do próprio GSI, reaberto pelo presidente Michel Temer. Não obstante a medida e os sucessivos gestos de aproximação das Forças Armadas feito pelo governo Temer, incluindo a própria nomeação do general Etche goyen para o comando do GSI e o aumento do orçamento militar, a Abin continuou recebendo menos do que o necessário. A manifestação dos caminhoneiros escancarou as limitações operacionais da Agência devido às restrições financeiras.

#Abin #GSI

BB e Mapfre passam por teste de fogo

30/05/2018
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A sociedade entre o Banco do Brasil e a Mapfre enfrenta o que talvez seja o seu momento de maior tensão em oito anos. Divergências em relação ao novo modelo societário e aos valores que os espanhóis terão de pagar para recomprar parte da antiga operação vêm atrasando sucessivamente a renovação da parceria. Outro ponto de fricção são os limites que cada um terá para fechar associações com outras companhias de seguro.

O contrato venceu em fevereiro, sob a promessa de que um novo acordo seria sacramentado até abril. Maio já foi para as calendas e até agora as partes ainda estão debruçadas sobre a mesa de negociações. Procurada pelo RR, a BB Seguridade não se manifestou sobre o assunto. Já a Mapfre informou ter assinado com o Banco do Brasil “um acordo de intenções, de caráter não vinculante”.

Ainda segundo os espanhóis, “esse documento se desdobrará em um contrato, que será aprovado por todos os envolvidos, Cade e Susep”. A Mapfre diz, no entanto, que “não há um prazo estipulado para essas ações.” Em vez das duas subsidiárias existentes desde o início da aliança, a nova estrutura prevê a existência de apenas uma joint venture com 75% nas mãos do Banco do Brasil e o restante pertencente à Mapfre.

#Banco do Brasil

Aliados de aço

24/05/2018
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A passagem de Ciro Gomes pela CSN poderá ter um peso importante na montagem de seu eventual governo. Além da hipótese do próprio Benjamin Steinbruch ser o vice de Ciro em uma aliança com o PP, outro nome ligado à empresa e recorrentemente citado na campanha do pedetista é o do atual presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli. O executivo é visto como um forte candidato a integrar a equipe econômica de Ciro em caso de vitória na eleição. Ambos foram contemporâneos na CSN – Ciro como presidente da Trans-nordestina e Caffarelli na diretoria de RI da siderúrgica. Por sinal, coincidência das coincidências, entraram juntos, em março de 2015, e saíram juntos, em maio de 2016.

#Ciro Gomes #CSN

Apple Pay

23/05/2018
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Os bancos e suas maquininhas de cartões vão ganhar um concorrente arisco. A Apple está entrando pesado no efervescente mercado brasileiro de pagamentos eletrônicos. Por meio do Apple Pay, a meta é chegar a mil estabelecimentos credenciados no país até o fim do ano.

#Apple

Segue o tango no Banco do Brasil

23/05/2018
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Em meio à crise argentina, o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, foi pessoalmente a Buenos Aires dissipar os rumores sobre uma possível venda do Banco Patagonia. Há cerca de duas semanas, participou de um evento com mais de 280 executivos e funcionários para afirmar que o BB mantém os planos de uma oferta de ações do banco, mas mantendo sua posição de acionista controlador. Hoje, sua participação é de 59%. Consultado, o Banco do Brasil informou que “a operação é rentável e o Banco Patagonia, promissor, e o que se avalia é a possibilidade do re-IPO.”

#Banco do Brasil #Banco Patagônia

Em caso de derrota

14/05/2018
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Com a adesão do Banco do Brasil, da Caixa e de outras instituições financeiras, o processo de arbitragem coletiva contra a Petrobras poderá passar dos R$ 25 bilhões. Esta é a estimativa com a qual a própria estatal trabalha em caso de derrota.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica #Petrobras

As fintechs do Votorantim

10/05/2018
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A liquidação do Banco Neon é um limão que vai virar limonada nas mãos dos Ermírio de Moraes e do Banco do Brasil, seu sócio. O Banco Votorantim não só fechou a compra da Neon Pagamentos como pretende fazer um aporte de cerca de R$ 40 milhões no negócio. A ideia é transformar a empresa em ponta de lança para a aquisição de outras fi ntechs.

#Banco do Brasil #Banco Votorantim

Aumento de capital racha a Kepler Weber

10/05/2018
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A Assembleia Geral Extraordinária da Kepler Weber marcada para hoje será realizada sob um clima de tensão. Um grupo de acionistas – entre os quais o Banco Clássico, de Juca Abdalla – contesta o novo estatuto proposto pela administração. O ponto de fricção é o possível aumento do capital social da Kepler Weber, que tem como principais acionistas Previ e Banco do Brasil. O valor poderá chegar a R$ 1,8 bilhão, mais de sete vezes o atual (R$ 234 milhões).

Para os minoritários, a direção da companhia, presidida por Anastácio Fernandes Filho, estaria preparando o terreno para uma chamada de capital com o objetivo de diluir a participação dos atuais acionistas e permitir que um novo investidor assumisse uma posição majoritária. Desde já um dos investidores que possivelmente não acompanharia o aumento de capital é Fernando Heller Brochado, dono de 13% da empresa. O BC declarou seus bens indisponíveis após a liquidação da TOV Corretora. E Previ e BB? Atenderão à possível chamada ou terão suas participações diluídas? Consultados, ambos não se pronunciaram.

A Kepler Weber e o Banco Clássico também não se manifestaram. A história recente da Kepler Weber tem sido marcada por guinadas bruscas e suspeitas operações no mercado. No fim do ano passado, a AGCO, um dos maiores fabricantes de máquinas agrícolas do mundo, fez uma oferta pelos 34% da companhia pertencentes à Previ e ao BB – que seria estendida aos demais acionistas. A CVM, no entanto, questionou a operação e os norte-americanos desistiram do negócio. Pouco depois, a partir do mês de novembro, fundos de investimentos passaram a realizar negociações cruzadas com as ações da Kepler Weber em bolsa, o que fez o preço do papel desabar – ver RR edição de 21 de março. De lá para cá, a ação caiu de R$ 21 para R$ 11. Parece o cenário propício para o bote de um forasteiro.

#Kepler Weber

Amazon quer fazer um strike com a Saraiva e a Livraria Cultura

27/04/2018
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A Amazon está rascunhando o que pode vir a ser um best seller das operações de M&A no Brasil. A obra em questão passa pela aquisição conjunta da Saraiva e da Livraria Cultura e a consequente criação de uma rede com mais de 120 lojas e faturamento anual da ordem de R$ 2,5 bilhões. Segundo a fonte do RR, executivo de uma editora nacional credora das duas livrarias, as conversas são conduzidas por um grande banco europeu.

Por sinal, além do papel de adviser, essa instituição encarna outros dois personagens neste enredo: é credora das duas empresas e, desde fevereiro, vem comprando seguidos lotes de ações da Saraiva. A situação de vulnerabilidade das duas redes de livrarias joga a favor da Amazon. A Cultura, é bem verdade, ainda tem conseguido se aprumar graças à capitalização de R$ 150 milhões feita pela francesa Fnac no ano passado. O caso da Saraiva é bem mais complicado.

Com uma dívida superior a R$ 300 milhões, a companhia passa neste momento por uma dura negociação com 31 editoras para o pagamento de atrasados. Na semana passada, cortou à metade o número de diretorias. Não é de hoje que a Amazon ronda a Saraiva. Desta vez, no entanto, há uma série de variáveis que aumentam o interesse não só pela empresa, mas também pela Cultura.

O primeiro deles é aproveitar a “pechincha”. O valor de mercado da Saraiva hoje não passa de R$ 140 milhões – já foi de quase R$ 1,5 bilhão. Ao mesmo tempo, a Amazon considera estratégico montar uma grande estrutura física, diante de recentes movimentos feitos no Brasil. Há cerca de seis meses, iniciou a venda de eletroeletrônicos. No início deste mês, abriu sua plataforma de marketplace no país para livrarias e distribuidores. Há ainda um caráter defensivo na possível aquisição da Saraiva e da Cultura. O Alibaba, outra gigante do e-commerce global, também está se instalando no Brasil.

#Amazon #Livraria Cultura #Livraria Saraiva

Bancos precisam reduzir os juros antes que algum interventor o faça

2/04/2018
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A pressão que tem sido realizada sobre os bancos para que reduzam as taxas de juros é legítima e já vem tarde. O custo dos empréstimos no país é uma espécie de carcinoma que ignora ciclos, crescimento econômico, conjuntura internacional, lucratividade bancária e medidas de ajuste favoráveis ao setor. Os juros simplesmente não caem, ou, para ser mais preciso, invariavelmente sobem. A recente elevação das taxas, mesmo com a Selic baixando para seu piso histórico, é uma prova de que o sistema bancário se descolou dos fundamentos. Curioso, entretanto, é que a pressão para que os bancos reduzam as taxas surge justamente no momento em que as externalidades fortalecem sua motivação para manter os juros altos ou até avançar “ ”.

As discussões mais reservadas na Febraban indicam que as próximas eleições presidenciais serão as mais ameaçadoras para as instituições financeiras desde a abertura democrática. Nem mesmo com Fernando Collor e Lula houve tamanha imprevisibilidade. O primeiro, é bem verdade, surpreendeu o país com um plano de confsco da base monetária, que ninguém no planeta acreditaria se fosse avisado antes. Collor, contudo, devolveu as avarias causadas aos bancos com ganhos de rentabilidade. Lula garantiu a tranquilidade do sistema antes mesmo de assumir, assinando uma duplicata política na qual assegurava que tudo o que tinha dito não valia mais.

A partir daí passou a se gabar de que em seu governo o povo e os bancos foram grandes ganhadores. Nesse interim, a banca privada nacional mostrou solidez adquirindo quase uma dezena de gigantescas instituições estrangeiras que ousaram tentar a sorte no mercado brasileiro. O infortúnio de alguns concorrentes que quebraram no meio do caminho e a adoção de um Programa de Estímulo à Reestruturação do Sistema Financeiro (Proer) permitiram que cinco instituições viessem a se tornar donas de mais de 70% dos ativos bancários do país. Um relatório confidencial de 82 páginas elaborado no ano passado pela Insight Comunicação mostra a concentração bancária em terceiro lugar na sondagem feita a especialistas sobre os principais motivos para juros tão elevados.

Em meio a essa cobrança da sociedade e ao indiscutível reconhecimento da oligopolização bancária é que se darão as eleições de 2018. Neste certame, pela primeira vez o financiamento direto de campanha não será uma variável tão determinante nos resultados e nos compromissos dos candidatos. Os bancos tinham uma tradição de investirem grandes verbas nas campanhas. A redução dos juros deverá estar presente nos programas de todos os candidatos. Quem não considerar o assunto será acusado de omissão suspeita.

Dois candidatos bem situados, Ciro Gomes, pela esquerda, e Jair Bolsonaro, pela direita, são promessas de intervenção no intocável sistema financeiro. Por essas e por outras, os acionistas do Itaú fizeram a maior distribuição de dividendos da história. Melhor o dinheiro no bolso agora antes que surja algum percalço depois. Por uma outra lógica que não a bancária, o momento seria o de baixar os flaps dos juros, fazendo uma sinalização de boa política. Só que o sistema funciona ao contrário. Ao se depararem com o risco de serem abalroados, os bancos sobem ainda mais os juros. Tem nexo. Haverá um novo teste na próxima reunião do Copom, quando é prevista mais uma redução da Selic, desta vez para 6,25%. Se os juros bancários não descerem, e não deverão descer, não será provocação, mas, sim, a lógica do sistema em movimento. Em algum momento é fundamental quebrar essa inércia. Se não forem os próprios bancos a corrigirem suas disfunções, é temerário o que pode acontecer.

#Febraban

José Marcio Camargo surge como alternativa para que o BNDES não se torne o “Banco do Jucá”

29/03/2018
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Aparentemente está tudo certo na sucessão da equipe econômica. O secretário executivo da Fazenda, Eduardo Guardia, assumiria a Pasta. O secretario de Acompanhamento Econômico, Mansueto de Almeida, iria para o Ministério do Planejamento. E o atual titular do Planejamento, Dyogo de Oliveira, que ameaçava sair se não fosse nomeado ministro da Fazenda, iria para o BNDES. Uma solução ao contento do que desejava Henrique Meirelles.

Em Brasília, comenta-se que a dança do miudinho, ritmo nordestino em que as partes se sacolejam com passos curtos, tem sido praticada, dia sim, dia não, por Michel Temer e Meirelles. Na sucessão da equipe econômica, Temer prometeu a Meirelles que pedido feito seria pedido aprovado. Teve de contornar as demandas de parte do MDB. O partido pleiteava o cargo de ministro da Fazenda para Dyogo de Oliveira.

A carga contra Guardia e Mansueto, por sua vez, era porque ambos estariam mais identificados com o PSDB do que com o MDB. Seria um contrassenso entregar o filé da reforma ministerial ao inimigo em um ano eleitoral. Até ontem, o senador Romero Jucá – um dos articuladores da campanha contra os pupilos de Meirelles, chamando-os de quinta coluna a serviço dos tucanos – trabalhava nos bastidores para que seu apadrinhado Oliveira emplacasse na Fazenda. O BNDES, segundo ele, seria um prêmio de consolação. O problema de Oliveira é que, em qualquer dos cargos, ele carregará o DNA de Jucá e, portanto, a marca da Lava Jato como legado do seu protetor.

Com a virtual confirmação de Guardia na Fazenda, a presidência do BNDES virou motivo de comemoração entre os emedebistas. Em meio às intrigas da Corte, um nome surgiu ontem como tertius: o do economista José Marcio Camargo. Sua indicação para a presidência do BNDES repetiria o modelo adotado na escolha de Paulo Rabello de Castro. Ou seja: seria da cota pessoal do presidente Temer. A medida teria por objetivo blindar o banco neste período eleitoral, desassociando-o de nomes e fatos políticos.

Camargo tem serviços importantes prestados ao Palácio do Planalto e à presidência da Câmara dos Deputados. Esteve presente em todas as reuniões com empresários e parlamentares para explicar as reformas. O ex-professor da PUC-RJ tem bom relacionamento com o núcleo duro do governo e é afinadíssimo com Guardia e Mansueto. Atualmente é economista da gestora de recursos Opus. Trata-se de uma candidatura eminentemente técnica, sem mácula de qualquer ordem. Um predicado de valor inestimável para um presidente do BNDES.

#BNDES #Secretaria da Fazenda

Genso, o “imexível”

27/03/2018
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Apesar da sua ligação com Ademir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil, e de ter sido indicado para o comando da Previ por Dilma Rousseff, Gueitiro Matsuo Genso permanece prestigiado pelo Palácio do Planalto. Genso tem dito para os diretores do fundo de pensão que será reconduzido ao cargo em abril.

#Banco do Brasil #Dilma Rousseff #Previ

Apoio mútuo

26/03/2018
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O diretor da GRT Partners e fundador do Banco Pactual, Luiz Cezar Fernandes, tem conversado com o controlador do BTG, André Esteves. Os dois, que já se detestaram, hoje mantêm uma relação afetuosa. Fernandes previu no ano passado que o Brasil decretaria o calote da dívida interna em breve. E Esteves permanece encalacrado com processos na Lava Jato.

#Banco Pactual #BTG

BB e Previ sofrem ataque especulativo na Kepler Weber

20/03/2018
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Banco do Brasil e Previ, os dois principais acionistas da Kepler Weber, têm fortes motivos para acreditar que estão no meio de um bombardeio especulativo. Nos últimos dois meses, fundos de investimento têm feito seguidas negociações cruzadas com os papéis da fabricante de silos, derrubando o preço da ação. Coincidência ou não, a blitzkrieg começou pouco mais de um mês depois da abrupta desistência da norte-americana AGCO em comprar o controle da Kepler Weber.

Segundo o RR apurou, um grande banco norte americano e uma importante gestora de recursos brasileira estão entre os operadores mais agressivos do papel. De meados de janeiro para cá, a cotação já caiu 40% – no mesmo intervalo, o Ibovespa subiu em torno de 6%. Tomando-se como referência o valor de mercado da Kepler Weber e suas respectivas participações acionárias, BB e Previ já perderam R$ 80 milhões nesse período. Segundo o RR apurou, BB e Previ já teriam acionado a CVM.

A velocidade de compra e venda das ações da Kepler Weber caracteriza operações atípicas com o papel, com considerável impacto sobre as cotações. O título da empresa é negociado ao menor preço dos últimos dois anos – ou o segundo menor desde 2013. Esse valor, ressalte-se, pode cair ainda mais por conta de outra variável que se entrelaça com as recentes operações em bolsa. No mercado circula a informação de que o liquidante da massa falida da corretora TOV deverá vender em leilão as ações pertencentes ao dono da instituição, Fernando Heller Brochado: trata-se de 12% do capital da fabricante de silos, um volume considerável, que, ao chegar à bolsa, muito provavelmente pressionará ainda mais as cotações.

Tudo parece conspirar para um bote sobre o capital da Kepler Weber. Procurado, o BB disse “não confirmar as informações”. Já a Previ não se pronunciou. Por sua vez, a CVM afirmou que “não comenta casos específicos, inclusive para não afetar trabalhos de análise ou apuração que entenda pertinentes.” No ano passado, quando a ação estava cotada na casa dos R$ 17, a AGCO, um dos maiores fabricantes de máquinas e implementos agrícolas do mundo, fez uma oferta de R$ 22 pelos papéis da Previ e do BB – que seria estendida aos demais acionistas. A CVM, no entanto, questionou a operação, uma vez que a proposta de recompra do restante dos papéis só poderia ser feita pela própria Kepler Weber ou por um acionista majoritário, o que, àquela altura, não era o caso dos norte-americanos. Sem conseguir dobrar o órgão regulador, a AGCO desistiu do negócio. Será que desistiu mesmo? Consultada, a empresa reafirma que sim.

#Banco do Brasil #CVM #Previ

Credores triscam nos calcanhares de Benjamin

14/03/2018
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O acordo de alongamento da dívida da CSN, fechado em fevereiro, não trouxe o sossego esperado por Benjamin Steinbruch. Os principais credores, entre os quais Banco do Brasil e Caixa Econômica, pressionam o empresário a apresentar um plano de desmobilização de ativos. O temor dos bancos é que a bola de neve volte a crescer no curto prazo sem a adoção de medidas mais agudas para a redução da dívida. O passivo da CSN beira os R$ 29 bilhões.

#Banco do Brasil #Benjamin Steinbruch #Caixa Econômica #CSN

Previ sem sucessão

12/03/2018
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O presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, trabalha nos bastidores para assegurar a permanência de Gueitiro Genso no comando da Previ. O mandato de Genso se encerra neste ano. No Planalto, o encarregado do assunto é o ministro Eliseu Padilha.

#Banco do Brasil #Previ

Térmicas a carvão renascem das cinzas com dinheiro do BNDES

9/03/2018
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O carvão vai sair do index do BNDES. O banco iniciou estudos para retomar o financiamento de termelétricas desta modalidade, praticamente banidas na gestão de Maria Silva Bastos. O projeto em discussão passaria pelo lançamento de um programa de renovação do parque térmico a carvão no país, cuja capacidade instalada caiu de 1,7 mil MW para 1,2 mil MW no intervalo de um ano devido ao fechamento de plantas obsoletas. O assunto já está sendo tratado com investidores do setor, representados pela Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM).

Segundo o RR apurou, o presidente da ABCM, Fernando Luiz Zancan, teria tido dois encontros recentes com o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro. Procurado, o banco confirmou ter recebido propostas da ABCM, que ainda serão “apreciadas em reuniões internas para avaliação de alternativas.” A proposta principal dos investidores é complexa: a substituição de todo o parque gerador por seis novas térmicas de 350 MW cada uma, ao custo total de US$ 5 bilhões.

O argumento é que é mais barato recomeçar do zero do que apostar nas plantas em operação, em sua maioria com alto grau de obsolescência. Como contrapartida, além da perspectiva de redução do custo da energia, com a construção de usinas mais eficientes, a proposta chega revestida por um apelo ambiental. As térmicas seriam construídas com tecnologia de captura de carbono.

Até onde é possível separar uma coisa da outra, a suspensão dos financiamentos a térmicas a carvão se deu mais por uma decisão de diretoria do BNDES do que por uma política de governo. O próprio Plano Decenal de Expansão de Energia, da Empresa de Pesquisas Energéticas, prevê o aumento da oferta de energia a carvão de 20% entre 2016 e 2026. Em que pese o risco ambiental, maior fator para a anatematização do mineral, dois pontos estimulam o aumento dos investimentos no setor: as expressivas reservas da matéria-prima no país e o fato de se tratar de uma energia não indexada a moeda estrangeira.

#BNDES

Ecovix ganha fôlego

8/03/2018
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Contra todos os prognósticos, a Ecovix começa a submergir da grave crise que quase a levou ao naufrágio. Segundo o RR apurou, os principais credores do estaleiro já deram seu aval para a aprovação do plano de recuperação judicial da companhia na assembleia programada para o próximo dia 15. Trata-se de um passo decisivo para o equacionamento da dívida de R$ 8 bilhões. Além dos credores financeiros, a começar pelo Banco do Brasil, o plano conta com o apoio da própria Petrobras. A estatal foi parte diretamente envolvida na crise da Ecovix ao suspender, em 2016, a encomenda para a construção de três cascos para navios-plataforma. A recuperação do estaleiro significa a manutenção de aproximadamente três mil postos de trabalho. Não é pouca coisa.

#Ecovix

O fim de uma estruturadora de projetos

7/03/2018
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Discretamente, o BNDES e o pool de bancos privados associados à iniciativa desativaram a Estruturadora Brasileira de Projetos (EBP). A empresa foi criada em 2008 com a finalidade de elaborar estudos e modelos para concessões públicas, notadamente na área de infraestrutura. Teve alguma valia nas licitações realizadas no primeiro mandato de Dilma Rousseff. No governo Temer, no entanto, praticamente sumiu do mapa. No fi m de 2016, a Empresa de Planejamento Logístico, vinculada ao Ministério dos Transportes, assumiu a coordenação dos estudos para concessões rodoviárias, ferroviárias e portuárias, esvaziando consideravelmente a EBP.

#BNDES #Dilma Rousseff

Safra flerta com um déjà vu na celulose

2/03/2018
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A eventual fusão da Suzano com a Fibria poderá trazer um gostinho de passado ao futuro da indústria brasileira de celulose. O Banco Safra estaria assessorando a empresa dos Feffer nas conversas com o Grupo Votorantim. Mais do que isso: para além da função de adviser, o banco de Joseph Safra já teria demonstrado interesse em vestir também o figurino de sócio na operação, com uma participação minoritária na nova companhia. Seria um tonitruante retorno ao setor. O Safra era sócio dos Ermírio de Moraes e do empresário Erling Lorentzen na antiga Aracruz, que posteriormente foi incorporada pela Votorantim Celulose e Papel para dar origem à Fibria. A Aracruz não terminou bem, mas essa é outra história.

#Banco Safra #Suzano

Cassi faz mal à “saúde” dos funcionários do Banco do Brasil

1/03/2018
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A reestruturação da Cassi, o deficitário plano de saúde do Banco do Brasil, tem provocado um tiroteio de informações desencontradas dentro da instituição. A questão que causa maior rebuliço envolve a possível mudança no modelo de contribuição para o caixa de assistência médica. A direção do BB estaria fazendo estudos e simulações para a equiparação dos percentuais pagos pelos  trabalhadores e pelo banco.

Hoje, cada funcionário recolhe um adicional de 3% sobre o salário. A instituição financeira, por sua vez, entra com 4,5%. Procurado, o BB nega alteração das regras. Está feito o registro. No entanto, segundo o RR apurou, proposta nessa linha consta do plano de ações apresentado pela consultoria Accenture à diretoria do BB. O próprio tamanho do rombo da Cassi é uma incógnita. No ano passado, estava na casa dos R$ 150 milhões. Em poucos meses, no entanto, já teria superado os R$ 220 milhões.

O banco informa que os dados estão sendo apurados e serão divulgados até 31 de março. Até lá, o assunto deverá ganhar ainda mais decibéis dentro do BB, amplificado pelo clima eleitoral na Cassi. Entre os dias 16 e 28 de março, os funcionários do banco vão escolher
dois diretores, quatro integrantes para o Conselho Deliberativo e outros dois para o Conselho Fiscal da entidade. A direção do BB conseguiu amalgamar uma coalizão integral: todas as quatro chapas que disputam o pleito bombardeiam a má gestão gestão da Cassi e
o déficit acumulado.

#Banco do Brasil

Credores caçam as contas de João Lyra no exterior

5/02/2018
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Os credores da Laginha Agro Industrial, a finada holding de João Lyra, estão com a faca entre os dentes diante da revelação da Justiça de que o usineiro mantém contas secretas naquele país. Bancos e fornecedores vão solicitar à Justiça brasileira o bloqueio de recursos do empresário no exterior para cobrir as dívidas deixadas pela Laginha. O passivo total é de mais de R$ 2 bilhões. Lyra, não custa lembrar, também está na mira da Lava Jato, que investiga possíveis irregularidades em empréstimos feitos pela BR Distribuidora às suas usinas, com a intermediação do senador Fernando Collor.

#Agro Industrial #João Lyra

Temporada de IPOs

30/01/2018
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O Credit Suisse é um bom termômetro do reaquecimento dos IPOs na bolsa brasileira. Entre ofertas de ações prestes a sair do forno e prospects bem engatilhados, o banco está envolvido com oito operações. A fila deverá ser puxada com a abertura de capital da RiHappy, rede de lojas de brinquedos controlada pelo fundo norte-americano Carlyle.

#Carlyle #Credit Suisse #RiHappy

Uma mensagem de alerta para o BC e a CVM

19/01/2018
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A notícia de que o Telegram vai lançar sua própria moeda virtual já mobiliza o Banco Central e a CVM. Tudo indica que a criptonovidade não tardará a chegar ao Brasil, dada a importância do mercado para o negócio – estima-se que o país concentre algo em torno de 20% dos usuários do aplicativo de mensagens em todo o mundo. O poder de alcance da nova moeda é justamente uma das questões que preocupam as autoridades e tornam o trabalho de fiscalização ainda mais complexo. Calcula-se que o Telegram tenha de 15 milhões a 20 milhões de usuários cadastrados no Brasil, todos potenciais investidores da futura divisa eletrônica. Ressalte se ainda que o aplicativo russo é conhecido por ser uma muralha inviolável, com um grau de sigilo das mensagens superior ao de seus congêneres, como o próprio WhatsApp. Tem a fama de ser o preferido daqueles que não querem ser lidos e vistos em hipótese alguma – segundo investigações, terroristas utilizaram o Telegram para organizar o atentado ao metrô de São Petersburgo, em abril do ano passado, que deixou 15 mortos.

#Banco Central #CVM #Telegram

Privatização será a agenda do próximo quadriênio

18/01/2018
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Não é possível dizer com absoluta certeza que as estatais têm um encontro marcado com a privatização no quadriênio 2019/2022, mas essa probabilidade é enorme. À exceção óbvia de Lula, que tem como bandeira a preservação do status quo das grandes empresas do Estado, os demais candidatos à Presidência ou defendem a desestatização abertamente ou se mostram ao menos sensíveis à medida. A julgar pelas suas próprias declarações ou de seus assessores, Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Eletrobras e Embrapa, só para citar as mais votadas, se tornarão public company ou serão simplesmente transferidas para o setor privado.

O ambiente político, segundo o discurso desses candidatos, estaria maduro para a privatização dos ícones do Estado. O exemplo da Eletrobras é convincente. Não houve nenhuma reação à medida além dos entraves de praxe na burocracia e na área jurídica. O candidato Jair Bolsonaro já afirmou que privatizaria a Petrobras, para início de conversa. Seu virtual ministro da Fazenda, Paulo Guedes, teria vendido todos os ativos da União há meio século. O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, o “Chuchu”, é mais cauteloso; murista conforme a tradição tucana. Mas seus assessores econômicos Marcos Lisboa, Roberto Gianetti e José Roberto Mendonça de Barros não deixam dúvida sobre suas convicções privatistas. Mesmo que alguma parte do estoque seja preservada.

Se Luciano Huck vier candidato, a desestatização já é dada como certa. Seu inconteste futuro ministro da Fazenda, Armínio Fraga, está rouco de defender a medida. Igualmente enfático é o principal assessor de João Amoedo, candidato do Partido Novo, o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco. O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, que namora uma candidatura pelo PSB, não tem dúvidas: “Tem que privatizar”. Ele enxerga na medida uma forma de coibir as práticas ilícitas que grassam no Estado. Marina não fala sobre o assunto, aliás, pouco fala sobre qualquer coisa. Mas seu vistoso assessor da área econômica, Eduardo Gianetti, está no time da privatização. Henrique Meirelles – o pré-candidato “dois em um”, que traz a tiracolo ele próprio como seu Ministro da Fazenda – já disse que a privatização é uma “agenda nacional” e “ainda tem muita a coisa a vir nesta área”. Sobra quem? Ciro Gomes, que oscila entre meter o pau nas estatais e afirmar que elas são fundamentais para alavancar o  projeto de desenvolvimento nacional.

Digamos que Ciro pouparia a Petrobras. Para o mal ou para o bem, o mercado já está valorando as estatais. A consultoria estrangeira Roland Berger estima que está entre R$ 400 bilhões e R$ 500 bilhões o preço de 168 estatais e 109 subsidiárias da União. Há razões ideológicas e até fetichistas na pulsão de venda ou destruição das estatais. Mas a verdade é que ela explicita o desespero em relação ao trade off entre as demandas legítimas da democracia – e suas despesas respectivas – e a incapacidade de cortar os gastos até o osso, atendendo ao mesmo tempo à exigência de crescimento com justiça social. É um enrosco e tanto a banalização do ajuste fiscal, quer seja pelos argumentos de direita ou de esquerda.

#Banco do Brasil #Eletrobras #Lula #Petrobras

Herança maldita

15/01/2018
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A venda da Continental para a Electrolux está longe de resolver o problema da multidão de credores da mexicana Mabe, antiga proprietária da marca de eletrodomésticos. O valor arrecadado, da ordem de R$ 70 milhões, será prioritariamente destinado ao pagamento dos débitos trabalhistas. Pouco sobrará para fornecedores e bancos – o passivo original do grupo supera os R$ 400 milhões. Uma das maiores fabricantes de eletrodomésticos da América Latina, a Mabe praticamente virou as costas para o Brasil da noite para o dia, deixando para trás duas fábricas e mais de dois mil trabalhadores.

#Electrolux

A cartilha de Levy

9/01/2018
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O documento encomendado pelo ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy ao Banco Mundial, que criou celeuma por sugerir uma dura “agenda liberal” para o país cumprir a PEC do Teto, está sendo usado a torto e a direito pela assessoria de Lula. Como se sabe, o ex presidente prometeu que seu governo será disciplinado do ponto de vista fiscal. Mas, não quer apenas repetir Michel Temer e Henrique Meirelles. Pretende buscar ideias novas de diversas origens. O documento do Banco Mundial é abundante em propostas para o equilíbrio das contas públicas. E grande parte delas extingue com benefícios dos, digamos assim, endinheirados do país. No mesmo documento, há uma proposta detalhada para a adoção do imposto de renda negativa, entenda-se como uma política de renda mínima para todos os brasileiros.

#Joaquim Levy #Lula #PEC do Teto

Há mais do que aviões de carreira nos céus brasileiros

5/01/2018
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A Líder Aviação, empresa de táxi aéreo, estaria na prateleira. A companhia, que atravessou um período de resultados crescentes fazendo transporte para as plataformas de petróleo offshore, viu esse mercado desabar. As operações offshore ocupavam mais de 100 helicópteros no país e a projeção era de que esse número chegaria a 200 aeronaves em 2020. Hoje são menos de 70. Procurada pelo RR, a Líder nega a venda do controle. Está feito o registro. De toda a forma, a empresa está lustrada para a venda. Na feira da Labace, a Líder anunciou que tinha fechado quatro negócios que não se realizaram. A empresa está preocupada com sinalizações de que sua situação é decadente. E tome de marketing e ações confeitivas. É ver até quando dá.

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Se o governo topar e o Congresso aprovar a participação de 100% de capital estrangeiro nas companhias aéreas, o país não terá mais empresa nacional no setor. Todas as aerolinhas já sinalizaram que venderão integralmente suas ações. Dependendo da forma que se olhe, é bom à beça, pois as companhias serão capitalizadas; ou ruim, porque é mais uma parcela da burguesia nacional que se escafede e um centro de decisões que é exportado.

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O apoio de pai para filho do BNDES, assim como sua participação no capital e verbas de fomento concedidas à Embraer nestes anos todos, além da presença quase exclusiva no financiamento de aeronaves, são alguns pontos discutidos em um dos mais altos andares de Brasília. Gente que quer ordenhar os recursos do banco. O consenso é que a operação de maior envolvimento com a Boeing, quer seja uma amizade colorida ou matrimônio, pode ter senões de diversas ordens, mas é boa para o banco, que vai ter um dos seus ativos bastante valorizados.

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O chinês HNA Group, acionista do Galeão, teria aberto tratativas para a compra da participação da Triunfo no aeroporto de Viracopos. A companhia brasileira é dona de 45% da Aeroportos do Brasil, controladora da concessão. Ressalte-se que a Triunfo está com a corda no pescoço: carrega uma dívida de R$ 2,5 bilhões e segue às voltas com um intrincado processo de recuperação extrajudicial.

#BNDES #Embraer #Líder Aviação

Prazo de validade

5/01/2018
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A permanência de Conrado Engel no Conselho do Santander Brasil e no posto de chairman da Olé Consignado, subsidiária do banco, seria apenas um rito de passagem. Segundo o RR apurou, Engel, que está deixando a vice-presidência de varejo da instituição, se desligaria em definitivo das demais funções até o meio do ano. Para os espanhóis, o tempo de Engel, que foi também presidente do HSBC Brasil, estaria chegando ao fim.

#Santander

Na esteira

2/01/2018
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A CSN já faz planos para uma emissão no exterior, na esteira do iminente acordo de repactuação de sua dívida com a Caixa e o BB, da ordem de R$ 14 bilhões.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica #CSN

Segunda chance

28/12/2017
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BB e Previ reabriram negociações para a venda da Kepler Weber. A empresa de silos chegou a ser negociada com a norte-americana AGCO, mas a operação foi subitamente suspensa.

#Banco do Brasil #Previ

“Chefão de Macau” tenta a sorte no leilão das loterias da Caixa Econômica

14/12/2017
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O governo atirou no que não viu e pode acabar acertando. Há indicações de que o “chefão de Macau”, Lui Che Woo, poderá participar da disputa pela concessão da Loteria Instantânea da Caixa Econômica Federal (Lotex). Trata-se de um peso pesado da jogatina internacional. É o segundo maior dono de cassinos do mundo, e controla corridas de galgo e apostas de cavalo, entre outros jogos de azar. Tem um singelo patrimônio líquido de US$ 21 bilhões.

O governo esperava o interesse dos players mundiais, até porque o Brasil sempre esteve fechado ao capital estrangeiro e há excesso de liquidez internacional para apostas no mercado brasileiro. Mas a expectativa era da vinda de operadores do segundo time, empresários mais focados na área de loteria. Segundo informações do próprio governo, dos 10 maiores principais grupos lotéricos mundiais, pelo menos cinco concorreriam pela concessão da Lotex. O coordenador do road show em Londres e Las Vegas foi o secretário de Acompanhamento Econômico, Mansueto de Almeida. Trata-se de um técnico fiscalista, que, com certeza, enxerga na privatização da Lotex uma avenida para concessões de diversas naturezas na área do jogo de azar.

É dinheiro que vai financiar o déficit público e adubar o investimento. A previsão para o leilão da lotérica é em fevereiro, no mais tardar em março. O governo, contudo, torce para que o Senado Federal aprove, no encerramento do ano, o projeto do senador Ciro Nogueira (PP), que legaliza o jogo do bicho, bingo, vídeo-bingo, apostas esportivas e não esportivas, cassinos on line e complexos de lazer integrados em torno da atividade do jogo. Em novembro, 15 governadores se reuniram em Brasília para aprovar o projeto. Eles agora já somam 19. O que uma história tem a ver com a outra? Elementar, meu caro Watson. Primeiramente, a sinalização da abertura ampla, geral e irrestrita do jogo do Brasil para o mundo aumenta sobremaneira o apetite em relação ao leilão da Lotex nessa primeira fase. Quem chegar primeiro ao mercado brasileiro acabará por ter vantagens em termos de futura integração dos jogos de azar. Segundo, porque a loteria é só um biscoito perto das demais operações, a começar pelos cassinos – ou complexos de lazer – de onde o governo espera uma arrecadação tributária de R$ 20 bilhões ano.

Além de Meirelles, Mansueto e outros paladinos do ajuste fiscal, quem está vibrando com a Las Vegas brasileira é a Caixa Econômica, que vai encontrar uma função nova e um fonte de receita em valores que jamais estiveram no seu radar. O banco participaria da jogatina através da Caixa Participações (CaixaPar) – criada para estimular projetos estruturantes. Assim, como hoje existe a Lotex, não há nada que impeça, futuramente, a existência da “Caixa Cassino”. A CEF, assim como o ministro Moreira Franco, o maestro das privatizações, pensa obsessivamente nessa janela de oportunidade.

Essas intrincadas configurações que, sob certa ótica, levam o país para o primeiro mundo, onde o jogo é legalizado na maior parte das nações, curiosamente acontecerão no Brasil em um ano eleitoral, quando se testará a legislação que proíbe o financiamento de campanha através de doações de empresas privadas. Fica uma pergunta no ar: o que tem a ver Moreira Franco com Sam Giancana, um dos capos das cinco famílias mafiosas que ajudaram a eleger John Kennedy? Simplesmente nada, nadinha. Pura provocação! Moreira é grande artificie das concessões e entusiasta da vinda dos “chefões do jogo” para o Brasil. Não tem aspirações presidenciais, mas de ser eminência parda. Por sua vez, Sheldon Adelson, presidente e CEO da Las Vegas Sands, e Stanley Ho, o “rei de Macau”, são chamados de godfathers dos grandes cassinos mundiais, mas não têm qualquer tipo de associação com a Yakuza, Vozdovac, Surcin, Carteis de Cali e Medelín, Cosa Nostra, Fratellanza Soincevskaja Mafi ya, Sun Yee On, Ndrangheta e outras organizações do gênero. A turma do jogo é tutti buona gente.

#Caixa Econômica

Caixa paga menos a clubes

14/12/2017
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A Caixa Econômica promete entrar com o pé alto nas negociações dos contratos de patrocínio a times de futebol em 2018, entre eles Flamengo, Vasco, Atlético-MG e cia. O banco estuda um corte de até 10% no valor total dos acordos. Em 2017, o desembolso com os 26 clubes que estampam a logomarca da Caixa em suas camisas foi de R$ 145 milhões. Para a maioria dos times, sempre com o pires na mão, não há para onde correr. A Caixa se tornou praticamente monopolista no patrocínio ao futebol brasileiro.

#Caixa Econômica

A hora é agora

13/12/2017
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A direção do Banco do Brasil avalia uma nova emissão de títulos no exterior. Os ventos sopram a favor das instituições bancárias brasileiras. Nas últimas semanas, Itaú e BTG captaram, respectivamente, US$ 1,25 bilhão e US$ 500 milhões. O próprio BB emitiu em outubro cerca de US$ 1 bilhão em bônus. Foi pouco vis-à-vis à demanda de investidores por papéis, que passou de US$ 5,5 bilhões. Procurado, o banco informou que “analisa regularmente oportunidades de captação em mercado”.

#Banco do Brasil #BTG #Itaú

Clima tenso

8/12/2017
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Nos corredores do JP Morgan circula a informação de que o banco vai limar boa parte da equipe de asset management no Brasil. A medida se daria depois de concluída a transferência da gestão dos fundos locais para o Santander, anunciada nesta semana. A administração dos fundos internacionais passaria a ser feita quase toda lá de fora.

#JP Morgan #Santander

Triste corrida

6/12/2017
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Emerson Fittipaldi está levando mais uma fechada de seus credores. O Banco ABC Brasil teria solicitado à Justiça o leilão de um novo lote de bens do ex-piloto, incluindo dois dos itens mais preciosos do seu patrimônio: um Copersucar original da temporada da F-1 de 1977 e o Penske com o qual Fittipaldi conquistou o campeonato de F-Indy em 1989. Certamente, vai doer mais no ex-piloto do que a perda da fazenda de 410 hectares em Araraquara, no valor de R$ 10 milhões, leiloada pela Justiça no fim de novembro.

#Banco ABC Brasil #Copersucar

Ponto final

6/12/2017
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Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco ABC Brasil, Emerson Fittipaldi, Carlyle e Polícia Federal.

Kepler Weber entra no radar dos chineses

28/11/2017
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A fila andou e a chinesa Zeng Chang surge no caminho da Kepler Weber. Segundo o RR apurou, dentro da própria Previ e do Banco do Brasil, acionistas da fabricante de silos, o grupo asiático é apontado como forte candidato à compra da companhia. A bola está quicando à sua frente depois que a norte-americana AGCO supreendentemente desistiu de adquirir as participações do fundo de pensão e do Banco do Brasil – Banco de Investimentos (BBBI) na Kepler Weber – a operação já havia sido, inclusive, aprovada pelo Cade. Uma das grandes indústrias de equipamentos de armazenagem da China, a Zeng Chang já tem uma fábrica em Curitiba, na qual investiu pouco mais de R$ 100 milhões. A compra da Kepler Weber daria outra dimensão à operação dos asiáticos, que passariam a ter massa crítica para atender a toda a América do Sul.

#AGCO #Kepler Weber #Zeng Chang

Ponto final

28/11/2017
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As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: PDG, Previ, Banco do Brasil e Zeng Chang.

BB busca uma cura para o seu enfermo plano de saúde

24/11/2017
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O presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, prepara duras medidas na tentativa de sanear as finanças da Cassi, plano de saúde dos funcionários do BB, e, com isso, afastar o fantasma de uma intervenção por parte da ANS. Segundo o RR apurou, a proposta mais aguda e que certamente provocará maior celeuma no banco prevê um novo reajuste na contribuição obrigatória feita por funcionários e aposentados para a empresa de medicina de grupo. O remédio é amargo, sobretudo pela reincidência da dose.

No ano passado, o BB aumentou em 1% o repasse para a Cassi. A medida resultou em um valor adicional de aproximadamente R$ 40 milhões mensais – R$ 17 milhões egressos dos participantes e o restante, do caixa do próprio banco. A transfusão financeira, no entanto, não deu nem para a saída. A Cassi não consegue garantir sequer sua própria saúde. Nos últimos anos, tem acumulado déficit atrás de déficit.

Somente em 2015 e 2016, a hemorragia beirou os R$ 400 milhões. O descompasso atuarial é flagrante. No ano passado, o Plano de Associados, o maior da operadora, arrecadou R$ 1,7 bilhão e gastou R$ 2,1 bilhão. A reestruturação da Cassi prevê outras ações impopulares, como regras mais rígidas para a autorização de exames e demais procedimentos médicos.

Segundo informações filtradas do próprio BB, todas as medidas deverão ser levadas ao Conselho de Administração do banco ainda neste ano, tão logo a consultoria Accenture conclua a tomografia que está realizando nas contas do plano de saúde – o que está previsto para as próximas duas semanas. Consultado, o BB confirmou que o estudo está prestes a ser apresentado, mas disse que “não é possível falar sobre as conclusões e nem sobre medidas a serem implementadas.” Sobre o risco de intervenção da ANS na Cassi, o banco afirmou que “não vislumbra essa situação”.

#ANS #Banco do Brasil

Parente prepara o descarrego da Braskem

22/11/2017
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O presidente da Petrobras, Pedro Parente, bate todo o dia na madeira e repete a ladainha: pé de pato, mangalô, três vezes. Parente pensa na umbanda, na Bahia e na petroquímica. Pensa, sobretudo, em como se livrar da Braskem. O executivo tem dez milhões de motivos para querer bem longe a companhia monopolista da petroquímica brasileira: as enroscadas negociações do preço da nafta, nas quais a estatal, sócia da Braskem, acaba quase sempre se dando mal; o risco Odebrecht, intrínseco ao negócio; a expectativa de resultados financeiros cadentes da empresa; e, principalmente, a necessária desmobilização de ativos da Petrobras. Os 47% que a estatal detém na Braskem podem valer mais do que a abertura de capital da BR Distribuidora.

Há ainda outra vantagem em relação ao underwriting da subsidiária: a companhia pularia fora por inteiro da petroquímica, que tem um histórico repleto de nebulosas transações. O Ministério Público denunciou perdas de R$ 6 bilhões da Petrobras em tenebrosos contratos de venda da nafta para a Braskem, no período de 2009 a 2014. O presidente da petroquímica, Carlos Fadigas, disse que se tratava de uma alucinação. Não fosse por uma delação premiada, estaria mofando na prisão. Eparrei, minha mãe Yansã. O medo, contudo, generalizou-se.

A Itaúsa, holding da família Setubal, e a Dow Chemical, grupos que demonstraram interesse, pularam fora antes mesmo das controladoras, Petrobras e Odebrecht, definirem a  modelagem da venda. A Shell também foi cogitada e fingiu-se de morta. Os sócios da petroquímica depositam sua esperança em uma operação complexa de abertura do capital na NYSE e transferência da sede para os EUA.

A engenhosa tacada, a cargo do Santander, permitiria a redução dos riscos Brasil e Odebrecht, com consequente destravamento do preço da companhia, dando porta de saída para os controladores – pelo menos a Petrobras – com a pulverização das ações. Mas até mesmo o banco espanhol, bastante empenhado em faturar sua comissão, sabe que é uma pedreira exportar o centro de decisão de um monopólio, cuja existência se deve em grande parte a largos favorecimentos estatais. Some-se a isso o fato de a Braskem sofrer as agruras de um acordo de leniência que pode ser suspenso a qualquer momento pela miríade de órgãos fiscalizadores e reguladores envolvidos, Ministério Público, TCU, AGU, PGR. Por enquanto, Parente, com seus rasos e ouriçados fios de cabelos, faz até mais do que pode. Resta observar o horizonte, de onde provem o tam-tam dos atabaques no terreiro da Odebrecht. Valei-me, meu santo Atotô Obaluaê.

#Braskem #Pedro Parente #Petrobras

“Facemoney”

20/11/2017
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Os bancos brasileiros terão a concorrência de uma “fintech” de peso. O Facebook planeja lançar no país até junho de 2018 sua plataforma de pagamentos móveis. O serviço é utilizado nos Estados Unidos e chegou recentemente à Inglaterra.

#Facebook

Lula deixa o mercado com os nervos à flor da pele

17/11/2017
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Dirigentes do mercado financeiro estiveram, ontem (16/11), à beira de um ataque de nervos. O motivo foram os rumores de que Lula daria uma entrevista anunciando a espinha dorsal do seu programa econômico: anular todas as reformas realizadas pelo governo de Michel Temer, a exemplo da trabalhista e da PEC do Teto. O ex-presidente já arranhou o
assunto antes, mas um pronunciamento formal seria bem diferente de declarações a esmo.

O aumento da tensão não se refletiu no prêmio de risco dos ativos. No entanto, a verdade é que a temperatura vem subindo nas últimas duas semanas com a crescente probabilidade de Lula vir a se candidatar. As mesas de operações, que o consideravam alijado das eleições, trabalham principalmente com a hipótese de ele ser condenado em segunda instância, mas obter uma liminar no STF, o que garantiria, mesmo na condição de réu, sua presença no certame. O ex-diretor de política monetária do BC, Luiz Fernando Figueiredo, resume o sentimento: “Voltamos a dançar na borda do abismo”. O “fator Lula” pode não provocar a histeria de 2002. Mas incomodam as evidências de que a “margem de reconciliação” do ex-presidente com os mercados está se tornando mais estreita.

Lula não emitiu nenhuma mensagem ao empresariado. A ausência de comunicação tem preocupado, sobretudo, ao mercado financeiro, que enxerga o risco das agências de rating rebaixarem o Brasil. Ao contrário do primeiro mandato, o recurso a uma nova “Carta ao Povo Brasileiro” é descartado pelo próprio Lula, segundo apurou o RR. A interpretação é que o expediente seria considerado uma fraude.

Lula também tem pouca “gordura” de onde tirar o argumento para uma guinada à direita. Em 2002, o dólar estava a R$ 4,20 e dizia-se que o Brasil ia quebrar. Havia espaço para justificar a “Carta”. Hoje, o dólar está a R$ 3,20 e os juros Selic adormecem na faixa de 7,5%. Um cenário econômico bem mais suave do que o da primeira eleição. Também é bem diferente o naipe da sua equipe. Lula tinha Antônio Palocci, à frente, que era sua voz junto ao mercado. Isto para não falar de Henrique Meirelles, cuja presença no BC começou a ser cogitada antes da eleição. Lula agora está só.

Os bancos que lhe deram guarida estão assustados. As empreiteiras são peças fora do tabuleiro. E o empresariado da indústria nacional, atraído pelo vice-presidente José de Alencar, se sobreviveu, está retraído. O pavor é que o ex-presidente não acene com uma distensão até janeiro ou fevereiro. Este período seria a data limite para que as conquistas feitas na inflação, juros e câmbio fossem dinamitadas. O problema, contudo, é o que Lula vai dizer. Hoje é mais provável que nem mesmo ele saiba.

#Lula #Michel Temer

BB Tecnologia é candidata a puxar o segundo time das privatizações

14/11/2017
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O governo discute a venda da BB Tecnologia e Serviços (BBTS), mais conhecida por seu nome de batismo: Cobra Computadores. A privatização da subsidiária do Banco do Brasil seria o pontapé inicial em um processo de alienação de estatais de médio porte, que formam uma espécie de segundo grupo da infraestrutura nacional, a exemplo da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O projeto está a cargo da Casa Civil.

Os estudos para a venda da BBTS ainda se encontram em fase de gestação, mas há um ponto pacífico no governo: qualquer que venha a ser o modelo, ele terá de contemplar a garantia de manutenção do contrato com a própria instituição financeira. O BB evitaria, assim, qualquer risco de continuidade na sua plataforma tecnológica; por sua vez, o futuro controlador da empresa teria assegurada a permanência de um cliente âncora, responsável por mais de 80% do faturamento da BBTS. Por um paradoxo, a dependência do BB seria um colchão que daria tempo ao novo dono da empresa de TI para pedalar o negócio, buscar clientes no mercado e justamente reduzir a dependência do banco estatal.

Procurado, o BB informou “que não há estudo no banco para a venda da BBTS.” Está feito o registro. Nos últimos anos, a negociação do braço de tecnologia do Banco do Brasil é um assunto que já foi e voltou no governo algumas vezes. A BBTS está longe de ser um primor em termos de resultado para o grupo. Nos últimos dois anos, deu um retorno médio de apenas 2% sobre o seu faturamento total (próximo de R$ 1 bilhão).

Além disso, desde os tempos da Cobra, a companhia de TI sempre foi terreno fértil para malfeitos. A BBTS não passou incólume à Lava Jato. A subsidiária do Banco do Brasil já foi citada em investigações sobre suposta fraude em licitações e desvio de recursos em contratos com empresas de TI, como a CTIS. Consultado sobre o tema, o BB disse que colabora “com qualquer investigação que envolva fatos relacionados às suas atividades.”

#Banco do Brasil #Conab

Preleções sobre o banco de reservas da candidatura Lula

13/11/2017
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O presidente do PDT, Carlos Lupi, e o ex-governador Jaques Wagner têm proseado sobre a candidatura do campo da esquerda se Lula for impedido de participar da disputa. Não são muitas as alternativas. O nome de Wagner surgiu, é claro, em várias combinações. É um notório candidato a pré-candidato se o titular não for para a eleição. As outras hipóteses levam a Ciro Gomes. Na primeira, ele encabeçaria a chapa com o ex-prefeito Fernando Haddad como vice-presidente. Outra derivada seria Ciro sair para a presidência com um empresário como vice, repetindo o modelo dos Lula I e II. O nome ideal é o filho de José Alencar, vice de Lula. O dono da Coteminas, Josué Gomes da Silva, esteve cotado para ser ministro por pelo menos três vezes nos governos de Lula e Dilma Rousseff. E uma chapa com Haddad na presidência? O consenso é que o político paulista não agrega à esquerda e ainda fraciona o monolítico e majoritário eleitorado do PT no Nordeste. O que ambos querem é que Lula supere a Lava Jato. Se isto acontecer, sua eleição para presidente é a única coisa praticamente certa na política brasileira.

#Carlos Lupi #Fernando Haddad #Jacques Wagner #PDT

Corretores de seguros fazem um “takeover” da Susep

7/11/2017
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A Susep está dominada por aqueles que deveria regular e fiscalizar. Os corretores de seguros tomaram a autarquia, colocando em xeque sua independência. Há uma concentração de representantes da área de corretagem nos postos de comando sem precedentes na trajetória do órgão regulador, a começar pelo superintendente, Joaquim Mendanha de Ataídes, presidente licenciado do Sindicato dos Corretores de Goiás. Ao seu lado, na diretoria de Administração, está Paulo dos Santos, que, até ser nomeado para o cargo, ocupava a presidência do Instituto Brasileiro de Autorregulação do Mercado de Corretagem de Seguros (Ibacor).

O trio de ferro dos corretores é completado por Marcelo Augusto Camacho Rocha, ex-assessor jurídico da Fenacor, que assumiu neste ano a diretoria de Organização do Sistema de Seguros Privados. Nos bastidores da entidade, é flagrante o mal-estar causado pela situação, notadamente junto à área técnica. O poder dos corretores na Susep tem criado situações de tensão entre agentes do mercado de seguros.

O caso mais ruidoso gerou uma crise dentro da própria estrutura de Estado, devido ao embate entre a entidade e a Caixa Econômica Federal, ambas subordinadas ao Ministério da Fazenda. A Susep negou o pedido da Youse – plataforma online de venda de apólices criada pela CEF – para atuar também como seguradora. A situação causou irritação na diretoria do banco, que enxergou a postura da Susep como uma represália ao canal de distribuição direta de seguros sem corretagem – um projeto no qual a Caixa Seguradora, leia-se a francesa CNP Assurances (52%) e CEF (48%), investiram mais de R$ 500 milhões.

Segundo o RR apurou, houve pressão em Brasília para a demissão de Joaquim Mendanha. Consta que quem segurou as pontas foi o deputado federal Lucas Vergílio (SD-GO), filho de Armando Vergílio, presidente da Fenacor. Procurada pelo RR, a Susep esclareceu que “só se manifesta formalmente em relação a fatos concretos, com origem confirmada, e não sobre boatos ou informações correntes em bastidores.”

#Fenacor #Ibacor #Susep

Alcateia

7/11/2017
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Mencionado nas delações da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, Edison Lobão segue inabalável. Já iniciou sua campanha de reeleição ao Senado pelo PMDB, sempre com as bênçãos de José Sarney.
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Não é só: no Banco do Brasil, já se dá como certo que Marcio Lobão, filho do ex-ministro, terá seu mandato renovado à frente da Brasilcap. “Lobinho” também está citado na Lava Jato. Mas isso não passa de um detalhe.

#Andrade Gutierrez #José Sarney #Odebrecht #PMDB

Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa se unem contra Odebrecht

17/10/2017
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O oligopólio das empreiteiras vai ruir de vez. Agora, com um confronto aberto no setor de exportação de serviços de engenharia. De um lado do ringue, acusando golpes violentos, encontra-se a Odebrecht, até 2016 disparado o maior player brasileiro deste mercado; do outro, competindo em dupla estão Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa. As duas empreiteiras – por sinal, sócias na CCR – pretendem concorrer nesse segmento, agora sem o apoio do BNDES, por meio de consórcio, uma forma de otimizar as condições de financiamento.

Um dos alvos de Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez é Angola, historicamente um importante mercado da Odebrecht. Na semana passada, inclusive, surgiu na imprensa a informação de que a companhia baiana está fechando um pacote de obras no país africano da ordem de US$ 1,8 bilhão, sem detalhes sobre os projetos e, muito menos, a fonte de financiamento. Procuradas pelo RR, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez negaram a parceria para a exportação de serviços de engenharia. Está feito o registro.

A direção da Camargo Corrêa tem feito um lobby descarado, no Brasil e no exterior, para piorar ainda mais a imagem da Odebrecht. O slogan vai na linha “A reputação é fundamental nos quatro cantos do mundo”. Não é preciso explicar a quem se dirige. Já a Andrade Gutierrez divulgou que em até três anos os contratos no exterior deverão responder por metade do volume de negócios de sua construtora.

A novidade é a combinação entre ambas para isolar a Odebrecht, que teve seu nome mais danificado do que as rivais no mercado internacional. No fim do ano passado, por exemplo, autoridades do Panamá suspenderam um contrato de US$ 1 bilhão com a empreiteira baiana. O governo do Peru, por sua vez, proibiu a construtora de participar de licitações para obras públicas no país. Na teia dos acordos de leniência com os órgãos de controle, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez se encontram em estágio mais avançado – não obstante o recente recall de suas delações.

A Odebrecht tem a desvantagem de ser a única com o dono preso. Em contraposição, quando o assunto é o ranking das exportações de serviços de engenharia, os baianos sempre estiveram a léguas de distância de vantagem. Segundo estudo do Ipea, entre 2012 e 2016, antes, portanto, do banco praticamente zerar os empréstimos neste segmento, o BNDES financiou um volume de contratos de empreiteiras brasileiras no exterior da ordem de US$ 14 bilhões. A Odebrecht somou US$ 9 bilhões. A Andrade Gutierrez veio bem atrás, com US$ 2,8 bilhões. A Camargo Corrêa, então, comeu poeira, com US$ 441 milhões.

#Andrade Gutierrez #Camargo Corrêa #CCR #Odebrecht

Crônica da elite minúscula e ausente

11/10/2017
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Deu nas mídias, em pesquisa divulgada pela Oxfam, que 50% da riqueza da população brasileira são concentrados por seis brasileiros. Chama mais a atenção o envolvimento raso e fugaz dos biliardários com o Brasil. Os magnatas e suas respectivas empresas atendem por Jorge Paulo Lemann (AB Inbev), Joseph Safra (Banco Safra), Marcel Telles (AB Inbev), Carlos Alberto Sicupira (AB Inbev), Eduardo Saverin (Facebook) e Ermírio Pereira de Moraes (Votorantim).

O que une quase todos os biliardários é o desconforto com o Brasil. Em vários casos em sua origem, amadurecimento e ápice da acumulação o país foi plataforma ou rito de passagem. Melhor sem o epíteto nacional, diriam, pelo menos cinco deles. O mais emblemático, Jorge Paulo, é cidadão suíço, mora no exterior, seus negócios foram conduzidos para uma migração global, e certamente mais transferem divisas do que as remetem na mão inversa.

No momento se dedica a uma escola para superdotados, no Brasil. Pode ser seu reencontro com a função social, ainda que em benefício de poucos. A ver se não será uma cervejaria do ensino com capital aberto em bolsa. Os demais “AB Inbevnianos”, Marcel e Carlos Alberto, não enxergam além do perímetro que seu chefe alcança. Torcem para o Brasil como vaca leiteira, aliás, cervejeira. O banqueiro Joseph vem de uma família de linhagem no setor financeiro. Foram financiadores do mercado da seda há aproximadamente 200 anos. Uma parte da família, a menos próspera, veio para cá.

O manda-chuva, Edmond, foi tratar dos negócios pelo mundo. Morreu tragicamente em um incêndio em Monte Carlo. As joias dos Safras são bancos espalhados pelos Estados Unidos, Suíça e Mônaco. São cosmopolitas e estão de passagem onde quer que estejam. Não se sentem muito bem nessa terra. Saverin, por sua vez, é um ilustre desconhecido da torcida brasileira, até porque nunca esteve presente por estas bandas. Tornou-se biliardário ajudando no funding de Mark Zuckerberg, nos primórdios da criação do Facebook; brigou com o parceiro; ganhou uma bolada e foi viver em Cingapura. Exceção à regra é Ermírio.

Todos os donos do Votorantim podem ostentar as três estrelas de empresários nacionais. Nunca fugiram da raia, o capital é originado aqui, o ativo físico se encontra aqui e o lucro é reinvestido aqui. O máximo que se pode dizer é que sugaram em demasia as divinas tetas do Estado. Mas quem não o fez? A pesquisa da Oxfam inclui, correndo fora do páreo, em sétimo lugar na constelação dos endinheirados, o empresário João Roberto Marinho. O dono da Globo, junto com seus irmãos Roberto Irineu e José Roberto, milita em uma faixa de risco, dividida entre entreter a malta e cimentar uma ideologia. Deve ser difícil ser João Roberto Marinho. Mas, pelo menos, não foi morar em Mônaco e bate ponto no Rio de Janeiro todos os dias.

#Jorge Paulo Lemann #Oxfam

Letrinhas miúdas

11/10/2017
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Cabe tudo no Banco do Brasil. O Conselho de Administração da instituição foi remexer caixas, pastas e escaninhos eletrônicos a achou novidades do arco da velha. O BB tem uma academia brasileira de letras e ninguém sabia. Com acadêmicos eleitos, e ninguém sabia. Quanto custa? Ninguém sabe.

#Banco do Brasil

Rubens Ometto e Shell se alimentam do bagaço alheio

10/10/2017
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A Raízen tem se aproveitado como nenhum outro grupo da crise do setor sucroalcooleiro, que atingiu o número recorde de 81 empresas em recuperação judicial ou em processo de falência. A companhia, que, em julho, comprou duas usinas da encalacrada Tonon por R$ 820 milhões, avança agora sobre a Abengoa Bioenergia. O alvo seriam as unidades de Pirassununga e São João da Boa Vista, duas das três usinas dos espanhóis no interior de São Paulo.

Mais uma vez, a Raízen aposta na fragilidade da presa. A Abengoa Bioenergia entrou em recuperação judicial, com uma dívida superior a R$ 800 milhões. As investidas da Raízen sobre as enfermas do setor têm seguido um mesmo roteiro. Ele passa pela conquista do apoio dos credores – na prática, em um setor com oito dezenas de empresas à beira do precipício quem manda mesmo são os bancos. Assim foi na Tonon, assim deve ser no caso da Abengoa Bioenergia. Entre os credores da companhia espanhola no Brasil está o conterrâneo Santander, que, em julho, chegou a pedir a falência do grupo.

A Raízen mira também na operação da indiana Shree Renuka, que entrou em recuperação judicial no Brasil com uma dívida em torno de R$ 3 bilhões. São duas usinas em São Paulo, Madhu e Revati. Desde 2010, o grupo asiático fez significativos investimentos e ampliou a capacidade de ambas para mais de dez milhões de toneladas. Ainda assim tem sofrido para vendê-las. Os dois leilões foram suspensos a pedido do BNDES. Tanto em um quanto em outro, a Raízen fez que entraria na disputa, mas, na hora H, saiu do páreo. Segundo a fonte do RR, na paralela a empresa estaria tentando angariar o apoio dos credores – entre os quais figuram Itaú, Votorantim e Bank of America – para assumir os ativos da Renuka no Brasil. Procuradas pelo RR, Raízen, Abengoa Bioenergia e Shree Renuka não se pronunciaram.

#Abengoa #Raízen #Shree Renuka

Temer abre as portas da Caixa para a banca estrangeira

9/10/2017
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O governo pretende atrair bancos estrangeiros para participar da privatização da Caixa Econômica Federal. A decisão de venda da CEF será anunciada em pronunciamento do presidente Michel Temer, no final do ano, junto com diversas outras medidas de reestruturação da máquina do Estado, além da comunicação solene de que o governo pretende incluir o Bolsa-Família na Constituição. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já confirmou que está estudando a operação.

A responsabilidade pelo desenho da privatização está nas mãos do presidente da Caixa, Gilberto Occhi. O governo quer tratar da comunicação com cuidado, devido à delicadeza política do assunto. A venda da CEF é uma das raras operações capazes de gerar os recursos extraordinários para o equilíbrio das contas públicas, em 2018, um ano em que os calendários fiscal e eleitoral se entrechocam.

Entre os cinco bancos do governo – Banco do Brasil, BNB, Basa, BNDES e a própria CEF – a Caixa sempre foi a instituição financeira preferencial para efeito de privatização. Muito provavelmente devido ao seu maior grau de superposição com o Banco do Brasil. A venda da CEF viria na esteira da anunciada privatização da Eletrobras. O modelo de negócios, contudo, seria o da privatização do controle em leilão, ao contrário da holding do setor elétrico. O motivo é que as instituições financeiras têm de ter dono; não podem ter seu controle pulverizado.

No passado, diversos bancos estrangeiros tentaram a sorte no mercado brasileiro. Não tiveram êxito. Sobrou apenas um de mais de uma dezena: o Banco Santander. A CEF faz parte de um seleto grupo de cinco instituições financeiras que detém 80% dos ativos bancários nacionais. A Caixa tem 95 mil funcionários, mais de quatro mil pontos de atendimento e aproximadamente 80 milhões de clientes. A expectativa é que venha um candidato chinês por ai. Vai ter de descascar um abacaxi social e político de dimensões épicas.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica #Michel Temer

BR Insurance luta para evitar o próprio sinistro

5/10/2017
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A BR Insurance nasceu com a pretensão de ser uma das maiores distribuidoras de seguros do Brasil. Hoje, tenta garantir uma apólice de vida para si própria. Os principais acionistas, à frente Edgar Safdié, filho do banqueiro Edmond Safdié, estariam à procura de um comprador para a companhia – criada em 2010 a partir da fusão de quase três dezenas de corretoras de seguros. Segundo o RR apurou, Pátria Investimentos e o norte-americano Carlyle chegaram a manter interlocução com os acionistas da empresa. No entanto, as conversas não avançaram. E como haveriam de avançar em meio à atual situação da companhia?

A BR Insurance chacoalha entre disputas societárias e as graves denúncias que pesam contra Safdié. No final de agosto, minoritários da BR Insurance, entre os quais fundos de pensão canadenses e uma gestora britânica, registraram uma denúncia judicial contra os acionistas controladores, acusando-os de gestão fraudulenta e estelionato. Não vão parar no primeiro tiro. De acordo com a fonte do RR, pretendem pedir à Justiça e à CVM o afastamento dos administradores indicados por Safdié e seu sócio Marcelo Faria de Lima – ambos detêm 35% da BR Insurance. Para isso contam com o apoio de uma parcela dos corretores que participam do capital, com 26%. Procurada pelo RR, a empresa não se pronunciou.

As acusações contra Edgar Safdié se cruzam com o escândalo que abalou o governo Temer. A Polícia Federal investiga a suposta participação do empresário no esquema de propina envolvendo a JBS e o deputado Rodrigo Rocha Loures. Seria ele o personagem citado no questionário de 82 perguntas enviado pela PF ao presidente Michel Temer em junho, – “Vossa Excelência tem alguém chamado ‘Edgard’ no universo de pessoas com quem se relaciona com certa proximidade?”

Edgar Safdié nega ser o “Edgard” a quem Rocha Loures se referia, nos grampos da JBS, como “homem de confiança do presidente”. O que o filho de Edmond Safdié não pode negar é a crise que ameaça o futuro da BR Insurance. A empresa, que captou R$ 645 milhões em seu IPO, em 2010, desandou. Nos últimos dois anos, teve um prejuízo acumulado de mais de R$ 200 milhões. A receita caiu 30% em 2016. A ação da BR Insurance chegou a valer R$ 477; hoje, não passa dos R$ 16. Fosse em outros tempos, Edgar daria uma passadinha na sala do general Golbery do Couto e Silva, diretor do Banco Cidade de São Paulo, do seu “papi”. Se Golbery não quisesse dar uma mão, andaria um pouquinho mais até a sala do Brigadeiro Delio Jardim de Matos, também diretor. E assim por diante. Época boa.

#BR Insurance #CVM #JBS

Bendine II

4/10/2017
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Aldemir Bendine é um colecionador de proventos. Se, no Banco do Brasil, instituiu e se beneficiou da aposentadoria “cheia” – que hoje é alvo de questionamentos dentro da instituição (ver RR de ontem) –, também deixou sua marca na Petrobras. Como presidente da estatal, Bendine foi o maior defensor da proposta de quarentena remunerada, de seis meses, para os dirigentes que deixassem a empresa. O figurino lhe vestiu muito bem. Ele próprio foi o primeiro executivo favorecido pela regra. E, até agora, o único.

#Aldemir Bendine #Banco do Brasil

Aposentadoria de Bendine na berlinda

3/10/2017
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A direção do Banco do Brasil e o Conselho Deliberativo da Previ têm sido pressionados por associações de funcionários e aposentados a rever o pagamento da chamada aposentadoria “cheia” a Aldemir Bendine. O assunto sempre causou incômodo dentro do BB. Ocorre que a Lava Jato e as graves denúncias contra a gestão de Bendine amplificaram os questionamentos à legitimidade dos valores recebidos pelo hoje hóspede da carceragem da PF em Curitiba. Foi justamente durante a sua administração que o BB alterou as regras de aposentadoria e permitiu a incorporação de benefícios (como férias e vale-alimentação) ao salário-base. A alteração favoreceu diretamente o ex-n. 1 do banco, além de aproximadamente 30 outros executivos que conseguiram pendurar uma série de pingentes na sua aposentadoria. Calcula-se que Bendine receba hoje algo próximo dos R$ 65 mil. Por falar em benefícios indiretos, consta que o ex-presidente do BB solicitou à instituição que custeasse a sua defesa na Lava Jato, alegando que as acusações contra ele se referem a atos administrativos no exercício da presidência da instituição – seus advogados negam o pedido.

#Aldemir Bendine #Banco do Brasil #Lava Jato #Previ

Ponto final

3/10/2017
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Procuradas, as seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil, Previ, BM&F Bovespa, Aneel e Isolux.

Proteína é o que interessa

29/09/2017
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O China-Latin America Industrial Fund (Clai Fund) está em busca de ativos no agribusiness brasileiro, notadamente na área de grãos. A garimpagem é conduzida pelo Banco Haitong, seu conterrâneo.

#Clai Fund

Força-tarefa contra o crime organizado é uma missão sob medida para Sérgio Moro

28/09/2017
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Se o diretor Brian de Palma filmasse uma versão brasílica de Os Intocáveis, o juiz Sérgio Moro seria um candidato imbatível para interpretar o papel do incorruptível policial Eliot Ness. Na vida real, Moro também cabe no figurino de paladino contra o crime. Só que dessa vez despido da toga de juiz. Como não poderia deixar de ser, o nome de Sérgio Moro foi citado repetidas vezes na reunião entre a Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen.

O encontro teve por objetivo discutir a criação de uma força-tarefa, no modelo da Lava Jato, para o combate ao crime organizado e ao estado paralelo financiado por ele. Veja-se que o enunciado da missão é extenso. O futuro Eliot Ness, que ficará subordinado ao Ministério Público, vai centralizar ações dispersas junto a diversos órgãos do governo. Porém, mais importante é que abaterá dois coelhos com uma única cajadada: criará uma efetiva operação integrada de combate ao crime e livrará as Forças Armadas do inconveniente abacaxi de serem chamadas a toda hora para fazerem figuração no palco de uma guerra na qual sua presença é indesejada pelos próprios militares.

O Rio de Janeiro é o foco da força-tarefa. Não somente em função do crime e da violência registrados na cidade, mas devido a sua capilaridade com todo o Brasil e suas fronteiras. Haja poder para o delegado que colocar essa estrela no peito. O juiz Sérgio Moro está acostumado a deter o mando absoluto na sua esfera de atuação. Teria de acrescer ainda mais em força e autoridade. Algo como um presidente de um Banco Central formalmente independente, com poder sobre tropas, serviços de Inteligência e ingerência sobre as unidades federativas. Um justiceiro judicializado, votado no Congresso.

Moro realizou cursos na CIA – sabe-se lá do que, é bem verdade; tem sua própria patota no Ministério Público, que vibraria em entrar nesse campo; e é obsessivo no combate à criminalidade. Para o governo, deslocá-lo para o centro das ações de segurança do país seria uma demonstração de desprendimento e isenção muito acima das investigações e suspeitas que pairam sob a cabeça de ministros e do próprio presidente. Coisa de estadista, diria a base aliada. E a Lava Jato? Não seria uma sinalização do seu final? Nada!

O próprio Moro validaria sua saída e a ascensão de quem fosse para o seu cargo. Continuariam presentes Marcelo Bretas, Deltan Dallagnol e companhia. E mesmo Lula já estaria tão enforcado que não precisaria de Moro para o golpe final. O juiz já afirmou que não irá para a política. Para o STF dificilmente um novo presidente o indicará. Melhor um juiz mais amigável. E a aposentadoria vem aí. O papel de Eliot Ness lhe caberia como uma luva. Contudo, por enquanto o que existe é um nome ao vento, puro wishful thinking. Já, já a resposta será dada.

#Forças Armadas #Lava Jato #Sérgio Moro

O jogador Bendine

25/09/2017
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O entorno de Dilma Rousseff interpretou a inclusão da ex-presidente entre as testemunhas de defesa do ex-Banco do Brasil e Petrobras Aldemir Bendine como um gesto na fronteira entre a pressão e a coação. Algo similar ao que fez Eduardo Cunha ao arrolar o nome de Michel Temer.

#Aldemir Bendine #Banco do Brasil #Dilma Rousseff #Petrobras

Meirelles já está com um pé fora da Fazenda

22/09/2017
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Henrique Meirelles está morto! Viva Henrique Meirelles! Ou vice-versa. O enigma tem prazo de validade: dia 1° de abril de 2018, data limite para que o ministro da Fazenda se desincompatibilize do cargo com o objetivo de disputar as eleições para a Presidência da República. Meirelles não solta um pio sobre o assunto. Um interlocutor bastante próximo do ministro disse ao RR que a balança estava equilibrada sobre a decisão de deixar a pasta e subir nos palanques. Por ora, Meirelles mantém um pé cá e outro acolá. Mas o risco de contaminação com o mar de lama da Lava Jato tem pesado a favor da aventura.

Na contramão, não o temor da derrota, mas o ônus de deixar ao abandono o mercado, esse senhor de todos os oceanos, e ser a peça central da desintegração de um governo do qual representa rara reserva de valor moral e tecnocrático. A economia pode reagir mal a sua saída e ele ser acusado, em sua decisão frívola, da desancoragem das expectativas. A questão é ambígua, pois a mudança de humor da economia também pode ser interpretada como um trunfo da sua importância presente e futura. Henrique Meirelles ronda os palanques não é de hoje: esteve cotado para ser o vice da chapa de Dilma Rousseff em 2010 e flertou com a ideia de disputar o governo de Goiás.

Na semana passada, Gilberto Kassab se adiantou aos fatos e “lançou” sua candidatura à Presidência pelo PSD. Meirelles agradeceu afirmando que está concentrado na sua atual missão, e abriu um sorriso metálico cheio de dentes. Em nenhum momento, disse que não será candidato. Para todos os efeitos, o suspense permanece. O RR consultou uma pequenina amostra de um segmento do eleitorado bastante afinado com o ministro da Fazenda. Fez uma sondagem com 28 empresários e perguntou se, em sua opinião, Meirelles será ou não candidato. O “não” ganhou com alguma vantagem: 71% a 29%.

Questionados sobre as chances de vitória do “guardião da economia”, 83% afirmaram que Meirelles não será eleito caso entre na disputa. Não por falta de atributos. O RR perguntou aos entrevistados quem era mais habilitado para o exercício da Presidência da República, num confronto direto entre o ministro da Fazenda e todos os principais candidatáveis citados nas pesquisas eleitoras. Meirelles venceu todos eles, com índice acima de 70% das respostas. Seus três resultados mais baixos se deram na comparação com João Doria (78%), Geraldo Alckmin (76%) e Lula (71%).

Nas comparações com Ciro Gomes, Jair Bolsonaro, Marina Silva e o próprio Michel Temer, Meirelles disparou na sondagem. Se Henrique Meirelles, de fato, embarcar na viagem eleitoral, é razoável que leve um bilhete de volta cuidadosamente guardado no bolso do paletó. Esta segunda perna seria um eventual retorno à cadeira de ministro da Fazenda. Ou seja: Meirelles entraria na disputa à Presidência jogando por dois resultados. Mesmo perdendo nas urnas, seu segundo turno particular seria a recondução ao posto de maestro e fiador da economia.

Não é uma hipótese improvável. Sabidamente, o titular da Fazenda tem excelente trânsito entre correntes político-partidárias distintas. Tem o handicap de ser sócio de inegável impacto eleitoral: com Lula, entregou distribuição de renda; com Temer, assegurou a queda da inflação. Leva ainda consigo a marca de recordista de tempo na cabine de comando da economia – até ontem, contabilizando-se o período na presidência do Banco Central e na cadeira de Ministro da Fazenda, somava 3.420 dias ou 82.080 horas de horas de voo.

Henrique Meirelles é um homem abastado – sua fortuna pessoal se aproxima da casa de R$ 1 bilhão – e pode tranquilamente financiar sua campanha. Enricou acima de qualquer suspeita. Se ficar parado no mesmo lugar, corre o risco de ver seus ternos de corte bem talhados respingados pelos fluidos pútridos do entorno político. Cabe monitorar os bastidores. Faltam 4.608 horas para, no mais tardar, o Brasil saber se terá mais um candidato à Presidência e um novo ministro da Fazenda

#Gilberto Kassab #Henrique Meirelles #Lava Jato

Banco Central e CVM estão de olho no mercado de bitcoins

15/09/2017
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Os órgãos reguladores, notadamente Banco Central e CVM, estão atentos ao crescimento do mercado de bitcoins e outras moedas digitais no país. Ambos criaram grupos de trabalho para acompanhamento e estudo destes novos ativos monetários. A CVM, inclusive, tem promovido encontros com agentes financeiros para debater o tema. O RR não conseguiu apurar se a Polícia Federal também está debruçada sobre o assunto.

Nos Estados Unidos, as questões criminais que assolam esse mercado são tratadas pelo FBI. Os riscos vêm dos mais diversos lados: ausência de regulação, falta de lastro físico, esquemas de pirâmides, bolsas falsas, ataques cibernéticos, roubo de dados. Procurada pelo RR, a CVM fez questão de deixar claro que não é de sua competência “a regulamentação de moedas”. Mas que é da sua alçada “atuar sempre que houver ofertas públicas de valores mobiliários ligados ou relacionados, de alguma forma, à aplicação em moedas”.

Consultada se já existe algum processo em tramitação ou análise referente a aplicações em bitcoins, a autarquia não se pronunciou. Estima-se que o total de moedas digitais em circulação no país passe de R$ 1 bilhão. A “olho nu”, trata-se de uma fatia pequena do bolo global: mais de US$ 140 bilhões. No entanto, o Brasil já é o quarto maior mercado do mundo em volume negociado, segundo dados do Bitcoin Average. A FoxBit, a maior bolsa local, tem mais de 50 mil registros de investidores – em seu site, é possível acompanhar em tempo real o frenético ritmo de compra e venda de moedas, com a “identificação” dos negociantes.

As autoridades reguladoras têm monitorado as empresas de investimento, corretoras e consultorias que estão invadindo a internet com propostas de intermediação ou “aconselhamento” para aplicações em bitcoins e congêneres. A mais conhecida é a Empiricus, pertencente à norte-americana Agora. A empresa diz possuir, “entre outros conteúdos, um estudo sobre cripto-moedas em que apresenta aos seus assinantes o potencial e os riscos deste novo mercado”.

E os órgãos reguladores, perguntou o RR? A Empiricus garante “ainda não ter recebido qualquer consulta sobre o tema”. O bitcoin é apresentado como se fosse o mercado mais seguro do mundo, embora seja uma terra de ninguém. Volta e meia surgem casos de assaltantes dos ativos digitais. Um dos episódios mais famosos foi o roubo de 96 mil bitcoins, avaliadas em US$ 56 milhões, realizado por hackers no site Sheep Marketplace. Mais recentemente, uma casa de câmbio de Hong Kong, a Bitfinex, foi furtada em moedas digitais no valor equivalente a US$ 72 milhões.

#Banco Central #CVM

Banco escolar

8/09/2017
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O Castor Ventures, fundo de venture capital norte-americano que nasceu nas salas de aula do MIT, é candidato à compra de fintechs no Brasil.

#Castor Ventures

Caixa Econômica é a estatal mais “privatizável”, dizem assinantes do RR

6/09/2017
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A Caixa Econômica Federal é a primeira da fila entre as grandes estatais que deveriam ser imediatamente privatizadas, segundo enquete realizada pelo RR junto a uma parcela dos seus assinantes. A amostragem atingiu 269 nomes, distribuídos entre empresários, executivos, advogados, parlamentares, militares e dirigentes de variadas entidades de classe. Foram escolhidas as quatro estatais que não constam de qualquer programa de privatização e são consideradas as mais cobiçadas pelo mercado.

Os assinantes receberam um breve questionário com as seguintes perguntas: “Que estatal deveria ser imediatamente privatizada?”; “De acordo com sua resposta, qual o principal motivo para a privatização?”; “Que empresa teria mercado comprador mais fácil?” A sondagem foi feita no modelo de respostas fechadas – cabe enfatizar que a Eletrobras não foi incluída na relação, uma vez que sua venda já foi anunciada pelo governo. A CEF despontou com 41% das preferências, seguida da Embrapa, 26%; Petrobras, 24%; e Banco do Brasil, 9%. O principal motivo apontado pelos assinantes do RR para a privatização da CEF foi o fisiologismo, com 38% – ou seja, aos olhos dos entrevistados, o banco tem sido um “cabide de emprego”.

A geração de caixa para o governo surgiu a seguir, com 20%. Logo depois, vieram ganhos de eficiência, 12%; e aumento de competitividade (8%). A corrupção foi votada por 5%. Na opção “outros”, quando o entrevistado pode citar um fator não apresentado nas respostas, chamou a atenção o expressivo número dos que indicaram a superposição de funções como razão para a venda da Caixa (12%). Ressalte-se ainda o índice residual de 3% que mencionaram a irrelevância estratégica da instituição.

No caso do BB, o quesito “ganhos de eficiência” foi o mais votado, com 52%. O item “geração de caixa para o governo” foi apontado como a razão maior por 18%. O aumento de competitividade somou 11%. Ressalte-se que o fisiologismo recebeu só 9% dos votos, um número muito inferior ao atribuído à Caixa. A corrupção teve 4%. Curiosamente, 2% dos entrevistados descartaram a privatização do banco, sugerindo, no item “outros”, a fusão do BB com a CEF.

Na Embrapa, considerada uma das joias do setor público, o motivo disparado para sua privatização foram os ganhos de eficiência, com 85% das respostas. A concentração nesse quesito é tamanha que os entrevistados parecem ignorar o fato da empresa ser um case de eficiência mundial – ou consideram que, mesmo sendo referência, a Embrapa poderia ser muito melhor caso estivesse sob controle privado. Um dado chama a atenção: juntos, fisiologismo e corrupção não somaram 1%.

No caso da Petrobras, para 41% dos entrevistados, a razão para uma venda imediata também seriam os ganhos de eficiência, livrando a estatal da burocracia e demais amarras do Estado. Em segundo lugar, ficou a corrupção, com 23% – certamente um reflexo dos fatos recentes. O critério do aumento de competitividade foi indicado por 12%. Ao contrário do esperado, o item venda imediata da Petrobras visando geração de caixa para o Estado somente foi assinalado por 7% dos consultados. Provavelmente, os assinantes consideram que o momento não é o melhor para a privatização, estando a empresa em processo de reestruturação e seu valor de mercado bem abaixo dos preços históricos.

O fisiologismo teve 6% das indicações. Quando consultados sobre que empresa teria mercado comprador mais fácil, a Embrapa surgiu como o bombom da enquete, com 34% de interesse na aquisição, seguida da Petrobras (29%). Depois aparecem Caixa (21%) e BB (15%). A fusão BB e CEF surge novamente nessa questão, com 1% dos consultados sugerindo que um banco resultante das duas estatais teria o maior mercado comprador entre todos os demais. Faltaria combinar a junção com o Cade, o que parece uma hipótese fora de consideração.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica #Embrapa #Petrobras

Os “herdeiros” de Bendine

5/09/2017
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A eventual delação de Aldemir Bendine é um risco que paira sobre alguns dos atuais dirigentes do Banco do Brasil ligados ao executivo. A começar pelo próprio presidente da instituição, Paulo Rogerio Caffarelli, que quase chegou ao comando da Previ com a ajuda de Bendine. Sintomaticamente, Caffarelli tem se esforçado para se distanciar da figura do ex-presidente do BB. Entre seus pares, não se cansa de repetir que rompeu com Bendine antes mesmo de ele trocar o banco pela Petrobras. Outro executivo que tinha uma relação estreita com o agora detento é o atual vice-presidente de Negócios de Atacado do BB, Antônio Maurício Maurano. Consta que, mesmo já estando na Petrobras, Bendine também tentou emplacar o nome de Maurano no comando da Previ. Mas, pelo jeito, fazer presidentes do fundo de pensão não era o seu forte.

#Aldemir Bendine #Banco do Brasil #Previ

Delação empurra Lava Jato para a lavoura

4/09/2017
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Guardadas as devidas proporções, Silval Barbosa está para o agribusiness como Antonio Palocci para o sistema financeiro. A delação do ex-governador do Mato Grosso tem causado forte apreensão entre grandes grupos agrícolas do país. Por dever de ofício, Silval semeou uma forte relação com as empresas do setor – muitas delas fizeram pesados investimentos no estado durante a sua gestão. Um capítulo especial é o Fundo de Financiamento do Centro Oeste (FCO), administrado pelo Banco do Brasil. Ao longo do seu mandato, o peemedebista Silval valeu-se da proximidade com o governo federal para aumentar o volume de recursos do FCO destinados ao Mato Grosso e, em especial, ao agronegócio. Grandes conglomerados como Cargill e Louis Dreyfus tiveram projetos financiados pelo fundo. Segundo o relato de uma fonte do RR, à época Silval tinha por costume se vangloriar em reuniões com executivos do setor privado, afirmando que os recursos não sairiam se não fosse ele o governador. A velha técnica
de vender dificuldades…

#Antônio Palocci #Banco do Brasil #Cargill

Temer mostra aos chineses programa nuclear brasileiro

31/08/2017
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O memorando de entendimentos com a China National Nuclear Corporation (CNNC) para a conclusão de Angra 3 é apenas a ponta do iceberg. Segundo alta fonte do Ministério de Minas e Energia, em sua visita a Pequim Michel Temer terá conversas reservadas com o governo chinês sobre um projeto maior: a ressurreição do programa nuclear brasileiro. Os planos passam pela construção de quatro usinas nucleares, divididas entre o Nordeste e o Sudeste – duas a menos do que a proposta elaborada e engavetada ainda no primeiro mandato de Dilma Rousseff.

O reavivamento do projeto está visceralmente ligado à firme disposição do Palácio do Planalto de quebrar o monopólio estatal na produção de energia nuclear e abrir as portas do setor para o capital estrangeiro – ver RR edição de 9 de agosto. Como tudo que diz respeito à era Temer, o tempo é curto. O governo teria de aprovar a PEC 122/07 do deputado Alfredo Kaefer, que autoriza o ingresso de investidores privados na construção e operação de reatores nucleares, rever o programa, encaminhar as conversas com os chineses e fazer conta, muita conta.Por maior que seja o interesse dos asiáticos, um projeto dessa dimensão não se viabiliza apenas no plano privado. Inexoravelmente o Estado terá de entrar com alguma fatia dos recursos.

Não será simples encaixar esse gasto de longo prazo em um orçamento com projeção de déficit para os próximos cinco anos. Apesar de todos os pesares, o governo identificou uma janela de oportunidade com vista para Pequim. O término de Angra 3, um projeto de aproximadamente R$ 7 bilhões, é pouco para o apetite e o rol de interesses que a CNCC representa. A companhia carrega atrás de si toda uma cadeia de negócios, que engloba bancos de fomentos, empresas de construção pesada, fornecedores de equipamentos e tecnologia e até mesmo a oportunidade de trazer mão de obra chinesa para o Brasil.

Para os asiáticos a exclusividade no programa nuclear seria altamente estratégica em função desse múltiplo pacote de variáveis. Sob a ótica do governo, a ressurreição do programa nuclear é uma engenharia com impacto sobre a autoestima nacional. Ela seria embalada com um discurso de Brasil Grande, na mão inversa do regime militar, ou seja, com menor presença do Estado e consequentemente reduzido endividamento público. A abertura do setor ao capital estrangeiro seria acompanhada do instrumento da golden share, que desde já começa a assumir o papel de pau para toda obra nos planos de privatização do governo Temer.

#CNNC #Michel Temer #Ministério de Minas e Energia

O duplo papel do Santander

29/08/2017
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O Santander foi um excelente adviser para si próprio na operação de venda da marca Fnac no Brasil. Contratado pelos franceses, o banco espanhol fez força para que a companhia fechasse negócio com a Livraria Cultura – a Saraiva também estava na disputa. Mais do que isso: a instituição financeira ajudou a formatar o inusitado modelo da operação. Pelo acordo, a Fnac transferiu o uso de sua bandeira no país e ainda repassou R$ 130 milhões à Cultura, que vai usar os recursos para o pagamento de dívidas. Um negócio sob medida para o Santander, ele próprio um dos credores da rede de livrarias paulista. Procurados pelo RR, Cultura e Santander não quiseram se pronunciar.

#Fnac #Livraria Cultura #Livraria Saraiva #Santander

Dedo de prosa sobre o bazar das estatais

25/08/2017
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Se o governo está fazendo piruetas para misturar concessão com privatização e obter uma receita extra orçamentária de R$ 30 bilhões com a Eletrobras, só resta uma conclusão: o déficit primário projetado para o próximo ano não é de R$ 159 bilhões, mas, sim, de R$ 189 bilhões. Privatizações feitas a toque de caixa são a tradução perfeita para um buraco orçamentário maior do que o previsto. E o estouro dos fogos de artifício no céu do mercado leva a crer que o governo deu somente a sua primeira estocada mortal no triângulo das grandes estatais.

As 49 empresas elencadas no PPI têm um efeito mais confeiteiro. Várias delas já tiveram sua venda anunciada anteriormente inúmeras vezes. Mas a inclusão da Eletrobras muda o enredo completamente. O mencionado expediente da golden share tem mil utilidades, inclusive a de eventualmente não ter utilidade alguma ou ser uma trucagem eficaz. Sua insuficiência imunológica já forçou o BNDES a ingressar no capital de ex-estatal para evitar que fosse descumprido o escrito e o combinado.

Fica acertado, portanto, que a golden share funciona como uma apólice de segurança junto à sociedade para a venda de ativos com maior sensibilidade política. Alguém aí falou Petrobras? O Banco do Brasil e a Caixa Econômica já podem ir para a prateleira. A engenharia de privatização da Eletrobrás tem serventia para todo o triângulo das grandes estatais.

A Petrobras, sem dúvida, seria a missão mais difícil, pois necessitaria de negociação complexa no Congresso para a mudança constitucional que veda sua alienação. BB e CEF estão à disposição. A transferência de empresas públicas para a iniciativa privada é sempre desejável em termos de ganho de eficiência. Mas vender monopólios ou quase monopólios é uma contradição do capitalismo.

Em qualquer hipótese, a desmobilização deve ser feita com o maior retorno para a sociedade. Vender na baixa é condenável segundo cláusula pétrea das leis do mercado. O ex-ministro Mário Henrique Simonsen dizia: se por acaso privatizar, a receita tem de ir para abater dívida pública e não para saldar o gasto corrente. Ou seja: não é boa medida vender as estatais e esterilizar os recursos cobrindo o déficit primário.

O decano das privatizações, o economista Ignacio Rangel, pregava que o retorno das vendas de ativos maduros deveria ser aplicado em setores nos quais o país estivesse demasiadamente atrasado. Que tal tecnologia hospitalar, inovações, para não dizer da velha senhora, a infraestrutura? Há quem diga ainda que a privatização contribuiria para reduzir a cultura de corrupção no país. Mais ou menos.

A criação de empresas monumentais aumentaria a capacidade de corrompimento e captura do Estado por esses agentes. Ah, mas a urgência do ajuste fiscal justificaria atos de coragem. Pode ser. Mas, quando se trata de patrimônio público, é um despropósito fazer da correria uma estratégia para a alienação dos ativos. Para quem já chegou até aqui, melhor seria menos açodamento

#BNDES #Eletrobras #Petrobras

BB faz mutirão anti-inadimplência

18/08/2017
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O Banco do Brasil prepara um mutirão para reduzir os atrasos em sua carteira de crédito imobiliário. A ideia é convocar clientes de todo o país para renegociar os pagamentos em aberto em condições especiais, válidas apenas por um determinado período. O chamamento deverá ser feito por meio de campanha publicitária e nas redes sociais. Será uma versão ampliada de ações pontuais que o BB tem realizado em cidades específicas para saldar pagamentos em atraso. Os números mais recentes da carteira de crédito imobiliário dispararam o alarme dentro do banco e convenceram a direção do BB da necessidade de medidas de maior calibre. No trimestre passado, o índice de inadimplência bateu em 3,4% – há dois anos, estava em 2%. Consultado, o banco não se pronunciou.

#Banco do Brasil

Exumação

15/08/2017
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A Lava Jato está revirando as vísceras da gestão de Aldemir Bendine no Banco do Brasil. O BB já encaminhou aos procuradores documentação sobre as maiores operações de empréstimo fechadas entre abril de 2009 e fevereiro de 2015, período em que Bendine estava na presidência. Consultado, o BB disse “reafirmar seu compromisso de colaborar com as investigações.”

#Aldemir Bendine #Banco do Brasil #Lava Jato

Território de Jacob Barata começa a ser invadido

10/08/2017
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O iminente desmanche do baronato das empresas de ônibus do Rio, personificado na figura do empresário Jacob Barata, deverá abrir espaço para a chegada de outro nome não menos notório da área de transporte público: o empresário português José Ruas Vaz, radicado em São Paulo há quase 60 anos. Ruas é uma espécie de avatar luso-bandeirante de Jacob Barata, seja pela hegemonia na operação de ônibus urbanos – domina mais de 50% da frota paulistana –, seja pela relação de proximidade com políticos e autoridades. A “Operação Rio” começou há cerca de um mês.

O empresário comprou a participação de 58% da Odebrecht TransPort na Otima, assumindo o controle da concessionária de pontos e abrigos de ônibus no Rio e em São Paulo. Ao assumir o comando da Otima, o empresário passa a ter uma posição estratégica na Cidade Maravilhosa. Esse bilhete lhe permitirá estreitar relações com a Prefeitura e o governo do estado e aumentar seu poder de fogo para disputar concessões de ônibus locais, notadamente na Região Metropolitana. Como de hábito, Ruas está no lugar certo, na hora certa. Sua investida em terras cariocas se daria no momento em que a Lava Jato começa a rasgar a teia de esquemas no transporte público do Rio.

O empresário aposta que importantes empresas de ônibus ficarão pelo caminho, abrindo espaço para novos protagonistas. Consultado sobre a aquisição da Otima e os planos para o Rio de Janeiro, o Grupo Ruas disse que “não possui nenhum interesse em investir na cidade.” A Odebrecht TransPort, no entanto, confirmou a venda da participação para o grupo.

Aos 89 anos, José Ruas Vaz comanda uma frota com mais de 15 mil ônibus na cidade de São Paulo, que transportam aproximadamente dez milhões de passageiros por dia. Por meio da RuasInvest Participações, é acionista também de fabricantes de carrocerias, como a Caio-Induscar. Em março, adquiriu a montadora catarinense Busscar, com a promessa de retomar ainda neste ano as operações da empresa, que entrou em falência há três anos. Seus investimentos se ramificam ainda pela área financeira: é sócio do Banco Luso Brasileiro, onde tem a companhia do patrício Américo Amorim, um dos homens mais ricos de Portugal.

Os desafetos de Ruas o acusam de crescer à base do expediente de abrir e fechar empresas ao longo de décadas, deixando um rastro de dívidas. Consta que em determinado momento suas companhias chegaram a ter mais de R$ 750 milhões em débitos com a Previdência, como chegou a ser noticiado na imprensa paulista. Perguntado sobre eventuais fechamentos de empresa e dívidas já apontados pela mídia, o Grupo Ruas disse apenas que “se reserva em sigilo”.

#Jacob Barata #Odebrecht

Banco imobiliário

10/08/2017
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Em recuperação judicial, a PDG tenta arrancar de seus dois maiores credores, Banco do Brasil e Caixa Econômica, uma dose extra de financiamento para acelerar obras em curso. Por ora,só tem ouvido “não”.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica #PDG Realty

Ponto final

10/08/2017
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As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Qualicorp, Golden Cross, PDG, Caixa, Banco do Brasil e Equatorial.

Cultura e Fnac: um livro em busca de um epílogo

7/08/2017
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A Cultura comprou a Fnac no Brasil ou foi a Fnac que comprou a Cultura? Os credores da rede de livrarias paulista acreditam que é apenas uma questão de tempo para que a segunda hipótese venha à tona. Entre as editoras e os bancos, circula a informação de que o grupo francês teria acertado com a família Herz uma opção de aquisição futura
da companhia. Consultadas pelo RR, as duas empresas não quiseram falar sobre o assunto. Uma futura transferência ao avesso justificaria o inusitado pagamento de R$ 130 milhões que o “vendedor”, a Fnac, fez ao “comprador”, a Cultura. Oficialmente, os recursos serão usados pela rede paulista para saldar parte dos seus passivos.

#Fnac #Livraria Cultura

Cargill vende seu bagaço no Brasil

4/08/2017
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A Cargill busca um comprador para a sua fatia de 63% na Cevasa, usina de açúcar e álcool no interior de São Paulo. O RR apurou que um grande conglomerado agrícola chinês que atua no Brasil demonstrou interesse pelo negócio. Com um passivo de aproximadamente R$ 500 milhões junto a bancos e fornecedores, a Cevasa teria a necessidade de uma injeção de recursos da ordem de R$ 200 milhões. Nos últimos meses, a Cargill e seu sócio, a paulista Canagril, entabularam tratativas para um aporte, mas não houve consenso. Segundo informações filtradas da própria Cargill, a ordem para fazer o stop loss e bater em retirada veio diretamente dos Estados Unidos. Consultada, a companhia norte-americana não quis se pronunciar.

#Cargill

Fresta aberta

1/08/2017
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O BB já enxerga a iminente oferta de ações da NeoEnergia como uma janela para reduzir sua participação ou mesmo deixar a empresa. A conferir.

#Banco do Brasil #NeoEnergia

GranBio evapora no ar

1/08/2017
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Bernardo Gradin está vendendo a GranBio, produtora de etanol celulósico criada em parceria com o BNDES. A empresa é um daqueles projetos que foi sem nunca ter sido. Recebeu financiamento do banco no melhor modelo Eike Batista, em que o empréstimo ia para algo que nunca existiu fora do papel. Gradin aparenta querer se livrar de tudo no Brasil para ir viver sem riscos no exterior como bilionário que é. Permanecerá, a distância, em sua disputa judicial encarniçada com Marcelo Odebrecht pelo valor justo para a venda de parte minoritária da holding baiana. Mas é melhor mesmo ficar fora daqui. Gradin já foi citado por Paulo Roberto Costa na Lava Jato.

#Bernardo Gradin #BNDES

Reserva Nacional do Cobre reluz feito ouro para os Moreira Salles

28/07/2017
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A família Moreira Salles está acompanhando de perto a decisão do governo de privatizar a Reserva Nacional do Cobre – uma gigantesca área metalogenética encrustada no estado do Pará, com enorme potencial de minerais não ferrosos e radioativos. A Reserva do Cobre ainda é um resquício do enrosco entre o empresário Daniel Ludwig,
idealizador do Jari, e os governos militares. A região pertencia a Ludwig, mas acabou sendo tomada na mão grande pelo então comandante do Grupo Executivo do Baixo Amazonas (Gebam), Almirante Roberto Gama e Silva. Foi fechada, lacrada e transformada em uma espécie de ativo estratégico da União.

Agora, Temer quer vender tudo. Na Reserva do Cobre, além do minério que lhe empresta o nome, encontram-se em abundância quase todas as matérias-primas: cassiterita, ferro, níquel, manganês, zinco, tungstênio, ouro – muito ouro, aliás – anatásio e nióbio. Os Moreira Salles querem comprar as reservas deste último minério e somá-las ao portfólio da Companhia Brasileira de Mineração e Metalurgia (CBMM), detentora do monopólio mundial de nióbio e localizada na região de Araxá (MG).

A monumental jazida foi repassada de bandeja pelo então ministro de Minas e Energia, Antonio Dias Leite, a Walther Moreira Salles, que sempre dizia que seu melhor negócio não era o banco, mas a CBMM. Recentemente, os Moreira Salles venderam 15% do seu latifúndio de nióbio para um grupo de empresas chinesas, que deverá acompanhar a tradicional família banqueira na incursão para abocanhar o nióbio amazônico. A Reserva Nacional do Cobre é cheia de lendas e histórias.

O general João Baptista Figueiredo dizia que, se alguém quisesse explorá-la, ele prendia e arrebentava. Mais recentemente, o empresário Eike Batista moveu montanhas junto a Dilma Rousseff no afã de comprar a região inteira de uma tacada só. As negociações estavam até se encaminhando bem quando Eike foi seduzido pelo canto da sereia do petróleo. O resto todo mundo sabe.

#Michel Temer #Ministério de Minas e Energia #Moreira Salles

Risco Bendine paira sobre a WTorre

28/07/2017
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A prisão de Aldemir Bendine ameaça empurrar um pouco mais a Lava Jato na direção da WTorre. Entre as operações de Bendine no radar da República de Curitiba, os procuradores investigam em que circunstâncias se deu o empréstimo de aproximadamente R$ 150 milhões do Banco do Brasil para a empresa, feito em 2010. Os recursos se destinaram à construção do Allianz Parque, o estádio do Palmeiras.

À época, Bendine – por sinal, palmeirense – estava na presidência do BB. O RR apurou que o financiamento à WTorre já teria sido objeto de auditoria interna no Banco do Brasil. O BB teria identificado indícios de irregularidades no empréstimo. Consultado, o banco disse que “as operações de clientes estão protegidas por sigilo bancário”. Afirmou ainda que “irá colaborar com qualquer investigação que envolva sua atuação”.

Consultado sobre a auditoria, o BB não quis se pronunciar. A WTorre, por sua vez, informou ao RR que “não há qualquer processo relacionado a empréstimos tomados junto a bancos e que não está envolvida na Operação Lava Jato, não tendo sido incluída em qualquer denúncia.” A empresa, no entanto, já foi citada no “petrolão“. Segundo o empreiteiro Ricardo Pernambuco Junior, da Carioca Engenharia, a empresa teria recebido propina de R$ 18 milhões para deixar de participar de uma licitação do Cenpes, o Centro de Pesquisas da Petrobras. Há cerca de um ano o empresário Walter Torre chegou a ser alvo de um mandado de condução coercitiva expedido por Sérgio Moro.

#Aldemir Bendine #Banco do Brasil #Petrolão #WTorre

Fado da despedida

28/07/2017
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O Banif já dispensou boa parte dos funcionários e vendeu seus imóveis no Brasil. Até o início de setembro, deverá encerrar suas operações no país, dentro do plano acordado com o Banco Central. No início do ano, o BTG chegou a negociar a compra das operações do banco português no Brasil, mas recuou. O Banif deixa o mercado brasileiro manchado pelos escândalos na matriz, que levaram à sua intervenção.

#Banco Banif #Banco Central #BTG

Cadeira cativa

27/07/2017
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A Lava Jato não afetou as capitanias de Edison Lobão no governo. Que o diga o presidente do Banco do Brasil, Paulo
Rogerio Caffarelli, que tenta, tenta, tenta e não consegue tirar Marcio Lobão, filho do senador, do comando da Brasilcap.

#Brasilcap #Lava Jato

BB e Caixa pegam PDG no contrapé

26/07/2017
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A PDG enfrenta resistências de onde menos esperava. Banco do Brasil e Caixa Econômica têm se mostrado mais refratários do que as próprias instituições financeiras privadas ao pedido feito pela incorporadora para adiar a entrega do plano de reestruturação do seu passivo. Em recuperação judicial, a PDG carrega mais de R$ 5,75 bilhões em dívidas.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica #PDG Realty

Natura espalha o verde pelas capitais

24/07/2017
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A Natura é inovação pura. O laboratório de bolações sustentáveis da empresa estaria idealizando um projeto que vai dar o que falar: a adoção de parques urbanos para transformação das áreas em ambiente seguros, com cultura ambientalista e abertos a esporte e lazer. Algo assim como os “parques temáticos Natura”. O projeto seria compartilhado com o Banco do Brasil e o Sebrae. A grande novidade, contudo, é o convite de um grande clube de futebol local como parceiro. As quadras de futebol do Rio, por exemplo, teriam a assinatura do Flamengo. As de São Paulo seriam assinadas pelo Corinthians. E assim por diante. A ideia parece boa demais para ser verdade. Procurado, o Sebrae disse “não ter informações” sobre o assunto. O Flamengo, por sua vez, afirmou que “não há nenhuma negociação com a Natura”. A empresa, o Corinthians e o BB não se pronunciaram.

#Banco do Brasil #Flamengo #Natura #Sebrae

Chinatown 1

20/07/2017
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Mais um gigante chinês está em busca de ativos bancários no Brasil. A bola da vez é o Industrial Bank Co.. Trata-
se de um dos dez maiores conglomerados financeiros da China, com aproximadamente US$ 800 bilhões em ativos.

#Banco Industrial

Henrique Meirelles já não consegue nem ser âncora de si próprio

14/07/2017
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A lua de mel de Henrique Meirelles com Michel Temer, os empresários e próceres da base aliada, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, eclipsou, ou, melhor, tornou-se pontilhada de fel. O ministro da Fazenda tem feito exigências, dificultado a liberação de verbas e mostrado soberba, inclusive nas reuniões com o grupo palaciano. A estratégia de Meirelles é capciosa: mantém sua palavra de permanecer no governo desde que suas diretrizes na economia sejam mantidas e ninguém o ofusque na sua esfera de atuação. O que em outras palavras quer dizer: “Não me contrariem que eu me mando”. Ocorre que a intocabilidade do ministro não é mais a mesma.

Meirelles é uma âncora em processo de corrosão e imersa em um chão viscoso. As reformas estruturais, sustentáculo do governo, já deixaram há muito de ser “As reformas que dependem do Meirelles”. A julgar pela velocidade dos fatos, caminham para serem as reformas de Rodrigo Maia ou de qualquer um que se apresente. O ministro reduziu bastante sua agenda de encontros com políticos – que já foi intensa quando a parte técnica da reforma da Previdência estava sob sua alçada. Sua presença no Congresso era algo de marcial.

Hoje a maior interlocução com os parlamentares é realizada pelo Secretário de Acompanhamento Econômico, Mansueto Almeida. Os políticos acham chato o papo com Meirelles. O sucesso na política anti-inflacionária e na redução dos juros já foi depositado na conta do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Na área fiscal, os números obtidos na gestão do ministro são os piores da história republicana. O Brasil vai acumular um déficit primário de cerca de R$ 500 bilhões no triênio que se encerra em 2018, o maior já registrado no país.

A dívida pública interna alcançará cerca de 90% do PIB. De âncora fiscal, portanto, o ministro não tem nada. Desemprego, recessão, atraso nas concessões, não há nada para ser mostrado na vitrine. Há ainda a presença de Paulo Rabello de Castro no BNDES, avaliada por Temer e pela Fiesp. Há o aconselhamento de José Marcio Camargo e Marcos Lisboa a Rodrigo Maia. Existe também a expectativa de respingo da delação de Antônio Palocci. E mais: foi iniciada a safra despudorada de Medidas Provisórias para compensar os parlamentares que votarem atendendo aos interesses palacianos.

A torrente de MPs corresponde a algo como “Não me enche o saco com política fiscal”. Finalmente, há o recurso ao aumento de impostos, que, na linguagem do mercado, pode ser traduzido como “Vai para casa, Meirelles”. Aos poucos, portanto, o ministro vai se transformando em uma cópia enrugada de Joaquim Levy, que, pelo menos, podia atribuir a calamidade a Dilma Rousseff. Meirelles é um busto encrostado em praça pública em homenagem ao ministro que ele foi um dia, sobrevoado por passarinhos prontos para fazer xixi na sua cabeça.

#Henrique Meirelles #Ilan Goldfajn #Michel Temer

A casa caiu no BTG e no Banco do Brasil

11/07/2017
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O desmoronamento do mercado imobiliário não poupa ninguém, do mais modesto senhorio a algumas das maiores instituições financeiras do país. Que o digam o BTG Pactual e o Banco do Brasil, também inquilinos da crise, como mostram as informações abaixo:


Maior fundo imobiliário listado em bolsa do país, o BC Fund, do BTG, acaba de sofrer duas baixas em sua carteira. Uma delas, doméstica, inclusive. O Banco Pan, associação do BTG com a Caixa Econômica, encerrou antecipadamente o contrato de locação de um andar inteiro do Edifício BFC, torre de escritórios triple A encravada na Avenida Paulista. Não foi o pior. A BV Financeira devolveu quatro dos cinco andares que ocupava no prédio. No início do ano, o BC Fund já havia sofrido um baque com a decisão da Petrobras de entregar toda a Torre do Almirante, no Centro do Rio. Por essas e outras, a vacância financeira do portfólio do fundo quase duplicou nos últimos 12 meses, saltando de 15% para 28,8% do portfólio.


O BB FII Progressivo, fundo imobiliário lastreado em contratos assinados com o Banco do Brasil, caminha para o seu epílogo. O banco decidiu não renovar a locação dos dois imóveis que compõem a carteira: o prédio do Centro Administrativo do BB no bairro do Andaraí, no Rio de Janeiro, e o Edifício Sede I, em Brasília. Nesse segundo caso, o BB FII negocia a venda de parte do imóvel para a norte-americana Tishman Speyer. Procurado pelo RR, o BB passou a bola para a Caixa Econômica, gestora do fundo, que também não se pronunciou.

#Banco do Brasil #BTG Pactual

Padrão Itaú

7/07/2017
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A XP Investimentos vai ampliar sua operação internacional, com a abertura de novos escritórios no exterior – hoje, são cinco (dois nos Estados Unidos e três na Europa). Trata-se de uma estratégia à feição do Itaú, o banco que mais estimula os brasileiros a levar seu dinheiro para o exterior.

#Itaú #XP Investimentos

Compliance derruba as paredes da Petrobras

4/07/2017
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A diretoria executiva da Petrobras, um colegiado capitaneado por Pedro Parente, autorizou que sejam tomadas providências para jogar abaixo os muros que separam as salas da empresa. A encomenda foi feita a um grupo interno, principalmente pelos diretores que vieram do mercado financeiro, a exemplo de Nelson Silva (Estratégia), João Elek (Compliance) e Ivan Monteiro (Finanças). Os motivos que mais contam pontos são os ganhos de produtividade previstos com os diretores bufando no cangote dos gerentes; e o fortalecimento das políticas de compliance e de integridade, uma verdadeira obsessão em uma companhia que se tornou benchmark mundial em corrupção. Nelson Silva, o mais avançado da turma, encomendou a esse grupo de trabalho que analise as práticas de open space (layout sem paredes) em outras grandes empresas. A iniciativa parece correta. Com a medida, além de ampliar o contato entre os empregados e os gestores que ficarão sem sala particular, a estatal poderá reduzir a quantidade de andares que aluga no Centro do Rio, cujo metro quadrado está entre os mais caros do Brasil. Recomenda-se, contudo, cuidado com os modelos de disclosure, notadamente no encaixe do capital humano. No Bradesco, pioneiro do grande salão sem parede, não se consegue pensar mais o banco de outra maneira. Já no BNDES, Maria Silvia Bastos Marques teve uma experiência tétrica quando jogou por terra os muros que a separavam da corporação que nunca a tolerou.

#Pedro Parente #Petrobras

Nem a Lava Jato desmata as florestas de André Esteves

29/06/2017
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André Esteves está acumulando um tesouro em recursos naturais, à espera que o Congresso Nacional aprove o projeto de lei que autoriza a venda de terras para o capital estrangeiro. Por meio da Timberland Investment Group (TIG), o BTG Pactual tem se mostrado um agressivo comprador de ativos florestais. Segundo o RR apurou, a Timberland entrou na disputa pelas reservas da Eldorado, a fabricante de celulose da J&F Investimentos – seus concorrentes são a chilena Arauco e a canadense Brookfield.

Em outro front, mantém negociações para a compra de bases florestais no país que somam mais de 200 mil hectares. Neste caso, contabilizando-se também a eventual aquisição dos ativos da Eldorado, o portfólio da Timberland no Brasil mais do que dobraria, pulando de 300 mil para aproximadamente 740 mil hectares. Consultado pelo RR, o BTG não quis se pronunciar sobre o assunto. Já a Eldorado informou que “não há qualquer discussão em andamento para a venda de florestas”. Está feito o registro.

Ao mesmo tempo, o BTG é comprador de terras em geral, notadamente áreas agrícolas, com negociações engatilhadas no Norte e Nordeste. A agressiva política de aquisições deixará o banco em uma posição privilegiada para negociar com os fundos internacionais que já aquecem as turbinas para desembarcar no Brasil. O projeto de lei no 2289/07, que permite a venda de terras e bases florestais para estrangeiros, deveria ter sido votado ainda no primeiro semestre. Esta era a expectativa do relator, o deputado Newton Cardoso Junior, e dos partidos aliados.

No entanto, a crise política e as reformas empurraram a questão. Enquanto a votação não ocorre, André Esteves vai adubando sua carteira de ativos florestais no país, que já estaria precificada em mais de US$ 1 bilhão. A Lava Jato não foi capaz de incinerar as árvores do BTG. Este é um dos raros negócios que passou incólume ao desmonte das participações societárias do banco após a prisão de André Esteves, em novembro de 2015.

Trata-se de uma operação que vai além das fronteiras brasileiras. A Timberland está ampliando seu cinturão de ativos florestais em todo o continente americano. Segundo o RR apurou, neste momento o fundo também está envolvido em negociações para a compra de áreas na América Central e, sobretudo, nos Estados Unidos, onde já tem quase 300 mil hectares. Recentemente, ao lado de outros investidores, o Timberland desembolsou cerca de US$ 400 milhões para comprar as reservas da norte-americana Weyerhaeuser no Uruguai. Foram mais de 300 mil hectares.

#André Esteves #BTG Pactual #Lava Jato

Temer avança

26/06/2017
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O Banco do Brasil vai aumentar o volume de recursos disponíveis para o financiamento habitacional, em todas as faixas do mercado. Seguirá, assim, os passos da Caixa Econômica – ver RR de 13 de junho. Consultado, o BB não se pronunciou sobre o assunto.

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Por falar em banco público, a Caixa Econômica deverá se juntar ao BNDES no apoio à privatização de concessionárias de saneamento.

#Banco do Brasil #BNDES #Caixa Econômica

Compra casada

23/06/2017
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Após fechar acordo com Previ e BB, a AGCO tenta selar a compra da participação da Geração Futuro na Kepler Weber. Com isso, chegaria a 45% do capital. O grupo norte-americano só ficará com a fabricante de silos se conseguir raspar mais de 60% das ações.

#AGCO #Banco do Brasil #Previ

Quem aprova a recuperação da Sete Brasil?

16/06/2017
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Se alguém ainda acredita na aprovação do plano de recuperação judicial da Sete Brasil, basta acompanhar a sequência de no shows da assembleia de credores. Segundo o RR apurou junto a um dos sócios da companhia, é grande o risco de que a reunião prevista para 26 de junho seja novamente postergada. A se confirmar, será o sexto adiamento desde janeiro. De acordo com a fonte, a ameaça se deve à falta de consenso entre acionistas e credores. Os bancos exigem um aporte de capital para dar o imprimatur ao plano de recuperação. No entanto, entre os sócios – uma colmeia que inclui Petrobras, Petros, Funcef, Previ, Santander, BTG etc – ninguém está disposto a colocar mais dinheiro em um projeto carcomido pela inviabilidade econômica e pela Lava Jato. Além disso, falta o salvo-conduto da própria Petrobras. O plano prevê a construção de quatro sondas para a estatal, o que ajudaria a abater 25% da dívida total, de R$ 20 bilhões. Procurada, a Sete Brasil reafirmou que a assembleia está marcada para 26 de junho. Disse ainda que “o processo de recuperação prevê a necessidade de novos recursos para a conclusão das sondas”. O RR torce para que, desta vez, a assembleia se realize.

#Funcef #Petrobras #Previ #Sete Brasil

A “novíssima” matriz econômica de Henrique Meirelles

9/06/2017
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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, retorna de Paris com a missão de irradiar boas notícias para a economia. O governo acha que sobrevive ao tormento político e aprova as reformas, ainda que aos trancos e barrancos. Mas precisa de alimento para os empresários e para a base aliada no Congresso, noves fora a população, órfã de novidades favoráveis.

Portanto, pelo menos por um tempo, sai o “Meirelles lobo mau”, entra o “Meirelles vovozinha”. A razão principal dessa guinada na política e na postura do ministro da Fazenda é a certeza de que a economia vai abortar sua tênue recuperação. Os cenários para o crescimento e o desemprego – efetivamente o que interessa – estão nublados.

O investimento em formação de capital fixo deve cair, assim como o consumo das famílias. E não adianta o governo ficar falando que “o país está saindo da recessão” – porque não está. Tampouco adiante dizer que o “PIB vai crescer 1%” – porque não vai. É preciso contrabalançar esse ambiente econômico ruim com boas novas, a exemplo do que foi o saque antecipado do FGTS para as contas inativas.

Henrique Meirelles é o “cara limpa” do governo Temer – pelo menos até agora. Servirá de anteparo para a presença espectral do presidente. Seria bom se as concessões pudessem ser agilizadas, sem dúvida. Algumas sairão até o fim do ano, mas bem menos do que o esperado. Há travas estruturais para que se chegue ao ritmo adequado dos leilões. Meirelles tem basicamente os instrumentos de crédito na mão. E é com eles que vai a animar a economia na medida do restrito possível. Vai ter BNDES para os empresários – o banco tem um caixa livre ainda razoável.

Vai ter recurso para as pequenas e médias empresas. Vai ter Caixa Econômica e Banco do Brasil para os consumidores. Vai ter financiamento para habitação e construção civil. Algo de parecido com o que fez o desesperado governo de Dilma Rousseff pouco antes do impeachment. Sem o disparate fiscal, é claro. Henrique Meirelles vai jogar um “rouba montinho” dos orçamentos. Talvez deixe algum esqueleto para ser somado ao déficit primário de R$ 122 bilhões já projetado para 2018. Talvez antecipe um recurso ali e dê acesso a outro acolá. O certo é que o ministro da Fazenda vai entregar algum alívio. Do jeito que está, não dá! O país está insuportável!

#Henrique Meirelles

Coelho da cartola

9/06/2017
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Apenas três meses após assumir, o diretor de relações institucionais da Brasilcap, Alberto Pinto Coelho, balança no cargo. Não deve resistir ao desmoronamento de Aécio Neves, que o indicou para o braço de capitalização do BB.

#Aécio Neves #Banco do Brasil #Brasilcap

Milonga bancária

5/06/2017
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O Itaú já teria feito uma oferta pela parte do BB e da família Stuart Milne no Banco Patagonia. A dupla aquisição lhe daria 78% da instituição argentina. Consultado, o BB afirma que “continua estudando oportunidades que agreguem valor ao acionista”. Já o Itaú disse que “sempre avalia oportunidades, com foco na geração de valor ao acionista”. Quanta sintonia…

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Por falar em Itaú, o bancão assumiu o papel de grande expatriador de capitais. Seu private bank e a área de asset são pródigos na recomendação de remessas bancárias para o exterior. A agência do Itaú em Miami se tornou um ponto de encontro dos brasileiros nos EUA.

#Banco do Brasil #Banco Patagônia #Itaú

Meirelles aposenta as pedaladas e inova com precatórios para o ajuste fiscal

2/06/2017
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O governo estuda recorrer a um valor maior, entre R$ 10 bilhões e R$ 12 bilhões, dos precatórios depositados há mais de dois anos e não sacados pelos credores para reduzir seu buraco fiscal. Nas contas iniciais da Fazenda, a cifra ficaria em R$ 8,6 bilhões. Ninguém sabe de onde saiu esse número de precatórios ainda não resgatados, já que as estatísticas são de difícil precisão.

O total previsto para pagamento neste ano na proposta do Orçamento era de R$ 17 bilhões. Desconhece-se quais são os valores exatos disponibilizados referentes a ações já julgadas e depositadas há dois anos. Não se entende também porque os precatórios vencidos e julgados há três, quatro, cinco anos não entram na conta dos recursos disponíveis para mitigar o déficit fiscal. Essa receita extraordinária com o usufruto do dinheiro alheio é considerada relevante para que o governo tenha maior folga nas verbas contingenciadas no Orçamento, consiga arcar com suas despesas e ainda possa gerar alguma sobra de recursos para soprar uma brisa no péssimo ambiente econômico.

Sem um déficit primário nos eixos, a reforma da Previdência, caso ocorra, terá um impacto desagiado sobre as expectativas do mercado. Se o uso do estoque de R$ 8,6 bilhões com um biênio de descaso por parte dos titulares dos depósitos já era uma medida ousada tecnicamente e passível de contestação pelo TCU, o aumento da parcela de precatórios vencidos torna o expediente ainda menos convencional. O governo toma o risco político de estar cometendo um estelionato fiscal, ou algo interpretado como tal.

Quem se lembra das pedaladas de Dilma? As gestões anteriores já tinham pedalado seus orçamentos. Parecia bobagem quando foram feitas. Acabaram dando em um impeachment. A utilização como gatilho fiscal dos precatórios vencidos, já transitados em julgado, depositados em benefícios de quem de direito, para cobertura fiscal é inédita e inusitada, para dizer o mínimo. Ninguém utilizou essa prática.

Advogados consultados pelo RR disseram não entender esse fenômeno de um credor acompanhar um processo de 10, 11 e 12 anos e, depois de ter vencido a causa, simplesmente deixar o dinheiro no caixa do Tesouro por dois anos, como se tivesse desistido da quantia. Uma das hipóteses é que algumas sentenças já transitadas em julgado com precatório emitido podem ter problemas de execução por conta da lentidão dos procedimentos administrativos nas varas judiciais. Na conta da Fazenda, os que deixam abandonado o seu dinheiro legal, limpinho e disponível formam um exército de milhares.

Se fosse o Banco do Brasil, por exemplo, que tivesse uma ação judicial contra si ganha pela outra parte, ele teria de depositar o montante em uma conta bancária em benefício do credor, e não pegar os recursos e aplicar em operações ativas no mercado. A AGU tem colaborado para retirar a impressão de estranheza. Emitiu uma portaria determinando que os juizados estaduais intimem os credores a buscar o dinheiro que é seu.

Caso, nem assim, os beneficiários destes recursos saquem os valores, a AGU irá requerer a devolução para o erário. A julgar pela excelência da burocracia quando se trata de avisar os contribuintes e credores sobre seus direitos, tudo indica que o ajuste fiscal será feito, pelo menos em parte, com a trilha sonora de fundo: “Ei, você aí, me dá teu dinheiro aí, me dá teu dinheiro aí”.

#Reforma da Previdência #TCU

Pé na porta da PDG

2/06/2017
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Os grandes credores da PDG –notadamente BB, Caixa e Itaú – fecham o cerco. Exigem que os acionistas aportem dinheiro na construtora. Sem isso, não aprovam o plano de recuperação judicial.

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A propósito: a PDG promete apresentar seu plano de recuperação, no máximo, em até dez dias – o prazo inicial era a primeira semana de maio.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica #Itaú #PDG Realty

Carne muito bem passada

31/05/2017
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No lado B da delação de Joesley Batista consta um negócio babilônico que estaria sendo urdido junto com Abílio Diniz e uniria a parte de alimentos industriais da JBS, notadamente de frango, e a BRF. O operador na montagem do “titã da proteína” seria o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, Aldemir Bendine, que até março ocupava um assento no Conselho da BRF. Caberia a ele costurar tudo com a Previ e a Petros. Com o BNDES, como se sabe, não haveria problema.

#BNDES #BRF #JBS #Joesley Batista

Aécio Neves “vendeu” a Vale que não tinha

26/05/2017
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Em sua primeira reunião com o Conselho de Administração da Vale, na quarta feira (24), por volta de 9h30, na sede da companhia, Fabio Schvartsman, despiu-se dos constrangimentos que o acometeram no decorrer dos últimos oito dias, e disse, firme, a que veio. As diretrizes da sua gestão são: desempenho, estratégia, governança e sustentabilidade. Também não houve meias palavras em relação às prioridades.

Elas são duas: integridade das barragens e transformação da empresa em uma public company. Schvartsman foi atingido por um estilhaço da delinquência de Aécio Neves. Para alguém que, nos últimos cinco anos, esteve nos rankings dos 20 melhores executivos do país, frequentou todas as listas dos mais bem sucedidos dirigentes empresariais, conforme a avaliação da nata dos head hunters, e somente deu sete entrevistas no período (quase uma por ano), é possível imaginar a violência do impacto da notícia. A serena explanação de Schvartsman no Conselho é um ponto de partida para que o RR relate mais um capítulo da criminosa tentativa do ex-governador de Minas de usar a Vale como uma de suas falsas moedas de troca.

As primeiras conversas sobre a substituição de Murilo Ferreira da presidência da Vale começaram entre os acionistas-chave da companhia, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli. O assunto nunca foi tratado com Michel Temer, mas com o seu “entorno” no Palácio do Planalto. As “pressões” sempre se resumiram a assuntar como o processo estava sendo conduzido. As menções a influências de políticos mineiros, Aécio à frente, vinham de meados de 2016, antes da decisão de Ferreira de abdicar do cargo, antecipando-se, inclusive, ao próprio Conselho.

Em ordem decrescente de grandeza, o deputado Fabio Ramalho (o popular “Fabinho Liderança”), o deputado Newton Cardoso Jr., e Aécio fizeram chegar aos acionistas o interesse da “mineirada” que a solução para a presidência da Vale passasse pelo estado. Até então, Aécio falava com o “entorno do Planalto” e por meio da imprensa. Com a ampliação da Lava Jato e o aumento de operações da Polícia Federal, todos os sócios da Vale (os supracitados, mais BNDESPAR e Mitsui) entenderam que a nomeação do novo presidente deveria ser inteiramente blindada. A decisão foi levada ao “entorno do Planalto” há pouco mais de 60 dias.

O gabinete do Palácio, então, “autorizou” que fosse formado um comitê, presidido por Caffarelli, para definir a sucessão. Foi escolhida a Spencer Stuart, por consenso entre os sócios. A empresa de head hunter foi encarregada de apresentar diversas opções com um perfil desejado. A Spencer levantou 20 nomes. A lista, posteriormente, foi afunilada para cinco candidatos, entre os quais o presidente da Suzano Papel e Celulose, Walter Schalka, e o presidente da Nissan, Carlos Ghosn. O nome de preferência de Joesley Batista, o ex-presidente da Petrobras e do BB, Aldemir Bendine, sequer constou da relação inicial de 20 executivos.

A escolha de Schvartsman foi feita  por unanimidade entre os acionistas. O processo estava sacramentado, por assim dizer, em 22 de março. No dia 23 de março, Aécio procurou os acionistas da Vale, pedindo uma reunião urgente, tendo em vista a “importância da decisão para Minas”. O encontro foi marcado para o dia seguinte. Na sexta-feira, 24 de março, às 10 horas, o senador foi ao encontro de Trabuco e Caffarelli, nasede do Banco do Brasil, no quarto andar do prédio localizado na Av. Paulista, n° 1.200.

A reunião durou pouco mais de uma hora. Aécio somente queria assuntar como estava o processo da sucessão na Vale. Não arriscou qualquer sugestão de nome. Sabia que os dados já tinham sido jogados. De lá seguiu para o Hotel Unique, onde foi gravado por Joesley Batista, bravateando que “tinha feito o presidente da Vale”. Levou os R$ 2 milhões que queria sem entregar a moeda que não tinha. No dia 27 de março foi anunciada a escolha de Fabio Schvartsman para a presidência e, ao que tudo indica, o bem da Vale.

#Aécio Neves #Joesley Batista #Vale

Heróis da resistência

24/05/2017
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Há uma história a ser contada sobre a sucessão de Murilo Ferreira na presidência da Vale. Um capítulo já foi revelado, com a divulgação da conversa indecente de Aécio Neves e Joesley Batista tentando lotear o comando da companhia. Outros capítulos igualmente indecorosos ainda virão à tona – o RR pretende contá-los. O raro destaque positivo nessa inescrupulosa articulação foi a heroica resistência dos acionistas da mineradora, notadamente Bradesco e Banco do Brasil, que evitaram a ocupação não somente da presidência, mas de qualquer cargo de diretoria.

#Aécio Neves #Joesley Batista #Murilo Ferreira #Vale

Sob medida

19/05/2017
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O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, que vinha se caracterizando por aparecer suado, ofegante e amarfanhado, falou ontem com a imprensa na porta da autoridade monetária, em Brasília, com o terno impecável, descansado e o rosto fresquinho feito bumbum de bebê. A exposição pública de Ilan é contracíclica.

#Banco Central #Ilan Goldfajn

Palocci empurra Lava Jato na direção das montadoras

16/05/2017
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Assim como andou tirando o sono dos bancos, agora a possível delação de Antonio Palocci inquieta também as montadoras, que teriam participado de um suposto esquema de propina para a obtenção de benefícios fiscais. Segundo a fonte do RR, um dos operadores da indústria automobilística seria o empresário Carlos Alberto Oliveira Andrada, da Caoa. Ressalte-se que, de acordo com dados disponibilizados pela Receita Federal, o grupo desembolsou mais de R$ 12 milhões pelos serviços da Projeto, consultoria de Palocci. Os contratos foram firmados por meio de duas empresas – Hyundai Caoa do Brasil e Caoa Montadora de Veículos. Foi uma época bastante próspera para a Caoa. O RR entrou em contato com a Caoa, mas a empresa não quis se pronunciar.

#Antônio Palocci #Grupo Caoa #Lava Jato

A missão de Temer na “Operação Troca Dono”

16/05/2017
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A operação Lava Jato e o governo de transição de Michel Temer têm objetivos complementares declarados e não declarados. O combate à corrupção e a caracterização de Lula e do PT como núcleo central da roubalheira são bandeiras explícitas do Ministério Público. No caso do governo Temer, há concordância plena com a punição dos entes privados envolvidos na Lava Jato.

O alvo não declarado, contudo, é a mudança da titularidade e da geografia no controle societário dos grandes grupos empresariais. Digamos que Lula e o PT tenham aparelhado o Estado brasileiro, com a nomeação dos cargos de primeiro, segundo, terceiro, quarto e outros escalões de estatais e do setor público. Temer, por sua vez, quer aparelhar a grande burguesia nacional. Está dito no não dito.

A inação sobre o imbróglio da leniência é eloquente. Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União, AGU, TCU e MP divergem em relação ao acordo, atrasam o processo de salvação das empresas e ninguém se apresenta para arbitrar o impasse. Com isso, BNDES, Petrobras, Banco do Brasil e governos importadores de serviço matam os principais conglomerados. Michel Temer et caterva não podem vocalizar oficialmente o projeto de “mudança societária na marra”. Mas, há francos porta-vozes à disposição. Exemplo: para o tucano Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, a Odebrecht deveria ser vendida.

No caso das empresas envolvidas na Lava Jato, ele sugere um modelo similar ao Proer, em que os controladores dos bancos foram afastados. A bola da vez dessa escalada para criação de um empresariado novo, cosmopolita – e, preferencialmente, sob o mando do capital estrangeiro – é a indústria da proteína (há sites que insistem irresponsavelmente que os bancos virão a seguir). Quando se fala nesse setor, fala-se da JBS. Há uma sequência de acontecimentos que induzem a pensar que os objetivos declarados da Justiça, do Ministério Público e da Polícia Federal e os não declarados do governo Temer se reencontram agora na cadeia da proteína e, mais especificamente, na empresa dos irmãos Batista.

Nessa linha do tempo, não obstante seu impacto nocivo sobre o setor e as contas externas brasileiras, a Carne Fraca teria sido apenas um aquecimento para a operação deflagrada na última sexta-feira, com as diligências na sede da JBS e no BNDES e os mandados de condução coercitiva contra o empresário Joesley Batista e o ex-presidente do banco, Luciano Coutinho. Grandes empresas do país podem ter cometido práticas condenáveis e devem ser punidas por elas. Isso não quer dizer que há de se concordar com um projeto de poder cujo objetivo seria deslocar o controle de algumas das maiores corporações do país que deram certo.

No caso da JBS, em 2009 a empresa empregava aproximadamente 19 mil pessoas. Cinco anos depois, esse número já beirava os 120 mil, contando apenas os postos de trabalho diretos no Brasil – hoje são 160 mil. Em 2007, as exportações da JBS somavam US$ 3,8 bilhões. No ano passado, bateram nos US$ 14 bilhões. Do ponto de vista do investimento em si, poucas vezes na história o BNDES fez um negócio tão rentável.

Se tivesse vendido sua participação na JBS quando a ação bateu nos R$ 17, em setembro do ano passado, o banco realizaria um lucro da ordem de R$ 6 bilhões – no momento do primeiro aporte da agência de fomento na empresa, em 2007, a cotação era de apenas R$ 7. O Brasil ganhou em todos os sentidos com a hegemonia no mercado mundial de proteína, o que tacanhamente é reduzido à aposta em um “cavalo vencedor”. Pode ser que haja um projeto em curso para desnacionalizar a JBS, entre outras corporações. Assim é, se lhe parece.

#Lava Jato #Lula #Michel Temer #PT

BB com um pé fora do Banco Patagonia

15/05/2017
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A expectativa do BB é anunciar a venda dos 58,9% do Banco Patagônia até meados de junho, no lugar da oferta de ações em Bolsa que chegou a ser cogitada. BBVA e Banco Macro já apresentaram propostas. O BB informou ao RR que “novos fatos sobre o assunto serão prontamente comunicados ao mercado.”

#Banco do Brasil #Banco Patagônia

A admirável elegância do silêncio

15/05/2017
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Na noite de sexta-feira, no Rio, por volta de 21 horas, o restaurante Gero espocava de jovens financistas, celebridades e noveaux riches. Em meio ao frenesi e afetação, os comensais dispostos em uma mesa localizada à direita do generoso bar se destacavam pela extrema discrição. Os dois senhores de avançada idade, acompanhados de duas moças, falavam baixo e com gestos contidos.

O mais idoso vestia uma espécie de colete de nylon, desses usados em competições esportivas. Um senhor vistoso, distinto, que lá ficou sem que ninguém se apercebesse de quem se tratava. O RR rastreou o poder imanente e se manteve em alerta. A certa altura, o senhor se levantou com seus acompanhantes. Caminhou até a porta. O RR pensou em uma abordagem sorrateira, como de praxe.

O senhor virou-se, com instinto felino, e mirou com os olhos claros o jornalista indeciso. Era o ex-banqueiro e acionista da Embraer, Julio Bozano, a lenda. Dono de uma das maiores fortunas do país, estimada em R$ 5,5 bilhões, Bozano criou o mais emblemático banco de investimentos brasileiro em uma época em que Jorge Paulo Lemann ainda engatinhava. Quando saiu de cena, cobriu-se com o manto da elegância e do silêncio absoluto. A newsletter, normalmente intrusona, recuou em prudente atitude de respeito. Quem sabe em outra vez. São raros esses tipos, mas alguns personagens mitológicos merecem ser bem guardados. Até mesmo pelo RR.

#Embraer

O quarto de despejo de Michel Temer na economia

2/05/2017
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Michel Temer não quer saber do povo – e a recíproca é verdadeira. Ponto final. Vai governar de forma impopular junto aos ministros que sobrarem e os novos colaboradores que estão por vir, enfurnado com políticos da base aliada e enfeitando fóruns, seminários e eventos festivos do empresariado. É o que tem. As reformas serão à meia bomba. É o que pode.

Agora que alguns cortes de subsídios foram realizados, removeu-se o marco do conteúdo local – notadamente no setor de óleo e gás – e flexibilizaram-se algumas tarifas de importação, além da vitoriosa mudança das leis trabalhistas, é hora dos ajustes microeconômicos. Temer fará a rearrumação da malha de benefícios creditícios e incentivos fiscais, impondo contrapartidas em pesquisa e tecnologia. O mesmo será exigido para a manutenção da desoneração das folhas de salários de alguns setores acarinhados.

No automotivo, o rearranjo dos benefícios contemplaria a produção de carros elétricos, mas é amplo o ceticismo sobre o êxito da medida. A Lei de Falência terá uma nova atualização – a bilionésima primeira. Um dos empresários paparicados por Temer sugeriu que ele criasse uma zona de esforço compartilhado entre as estatais – Petrobras, BNDES, BB, Eletrobras etc. – para puxar o investimento em algumas áreas onde a geração de emprego fosse emergencial.

Uma espécie de “Sudene das estatais”. Temer aquiesceu, naquele seu estilo de quem concorda discordando profundamente. Mexer com estatais nesse momento, nem morto! O presidente vai entregar a simplificação do sistema tributário e a agilização das licenças obrigatórias para novos investimentos, mas ninguém acredita muito que os pequenos consertos despertem o espírito animal do empresariado. De qualquer forma, pretende chamar tudo de reforma. Já encomendou a entrega de um pacotão de pequenas correções e aperfeiçoamentos na engrenagem da economia. É preciso dar na vista.

A novidade é que serão terceirizados profissionais da academia e tecnocratas do setor privado para participar desse mutirão econômico. Uma leva desses luminares de fora do governo irá para a conta da Fazenda. Seus nomes já foram, inclusive, publicados no Diário Oficial. Diversas medidas vão na direção certa, mas significam o mesmo que lustrar os móveis de uma casa soturna, empoeirada e assombrada por uma legião de larápios de dentro e de fora do governo; um desemprego que teima em aumentar; um crescimento que, não fosse a revisão das contas pelo IBGE, beiraria o negativo neste ano, e uma nada redentora taxa de expansão do PIB entre 0,5% e 1%, em 2018. Tudo miúdo. A gestão Temer na economia cabe em uma quitinete. Melhor, cabe em um quarto de despejo.

#BNDES #Michel Temer #Petrobras #Reforma da Previdência

Credores da Arena do Grêmio dão cartão vermelho para a OAS

28/04/2017
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Enquanto o ex-presidente da OAS Leo Pinheiro inflama as arquibancadas da Lava Jato, o cerco se fecha contra a empreiteira no gramado da Arena Grêmio. Os credores, à frente Santander e Banco do Brasil, vestiram a camisa do tricolor gaúcho e pressionam a construtora a aceitar a oferta do clube pelo estádio, hoje controlado pela empresa. O Grêmio já colocou as cartas sobre a mesa: topa assumir o financiamento de R$ 113 milhões obtido pela OAS para a construção da Arena.

Propõe ainda pagar diretamente aos bancos um valor mensal entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões pelos próximos 19 anos, dinheiro que inicialmente seria repassado à empreiteira. E a construtora? Para ela não sobraria nem uma moeda para tirar o cara ou coroa. A tabelinha entre os bancos e o Grêmio pode ser a pá de cal na esperança da OAS de fazer dinheiro com a venda da Arena.

As tratativas para a transferência da Arena se arrastam desde 2015. A OAS chegou a pedir mais de R$ 400 milhões, mas foi perdendo fôlego em meio à recuperação judicial. No mês passado, o clube suspendeu as conversas. Segundo uma fonte que acompanha as negociações, a última reunião entre os dirigentes do Grêmio e representantes da OAS se deu em meados de março. Do lado dos gaúchos, trata-se de um recuo mais do que calculado. A nova estratégia do Grêmio é jogar no desespero do “adversário”, valendo-se do apoio dos bancos para empurrar a empreiteira contra a parede.

#Grêmio #Lava Jato #Leo Pinheiro #OAS

BR Pharma busca um remédio para a dívida

24/04/2017
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Fechar a compra da BR Pharma e de suas 822 drogarias foi a parte mais simples da história. A Lyon Capital, gestora do ex-CEO da WTorre Paulo Remy, já começou a peregrinação por bancos e fornecedores para renegociar as dívidas de curto prazo da rede de drogarias, na casa dos R$ 600 milhões. Entre os maiores credores estão Itaú, Santander e Banco do Brasil. Na tentativa de mostrar que “as coisas mudaram na BR Pharma”, a Lyon Capital vai apresentar um plano para a redução dos prejuízos da empresa, incluindo o aperto dos custos operacionais e o fechamento de drogarias deficitárias. É o que não falta: no ano passado, a BR Pharma teve um prejuízo de R$ 630 milhões. Por essas e por outras é que o BTG Pactual praticamente pagou para se desfazer da rede. O banco transferiu a BR Pharma para a Lyon por um valor simbólico e ainda se comprometeu a financiar a varejista com a compra de até R$ 400 milhões em debêntures nos próximos 30 anos.

#BR Pharma #BTG Pactual #WTorre

Avibras busca munição no BNDES

17/04/2017
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Ao menos um setor da economia não tem mais motivos para atirar contra o BNDES e sua contida política de crédito. Que o diga a Avibras, que saiu na frente e já mantém gestões com o banco para ter acesso à linha de crédito recém criada pela instituição com o objetivo de financiar exportações da indústria de defesa. A companhia tem novos pedidos engatilhados para o fornecimento dos lançadores de foguetes Astro II e Astros 20, notadamente para países da Europa e do Oriente Médio.

O valor potencial dos contratos gira em torno dos US$ 200 milhões – cada equipamento custa, em média, de US$ 8 milhões a US$ 10 milhões. O BNDES é peça-chave da estratégia do governo para aumentar a inserção da indústria bélica brasileira no mercado global, que inclui um esforço integrado das representações diplomáticas. A Avibras é muito bem cotada no exterior, sobretudo na produção de munição de fragmentação, que tem alto poder destrutivo.

O Brasil não assinou a Convenção sobre Munições Cluster (CMM), de 2008 – mais de cem países baniram a fabricação deste tipo de projétil. Não por acaso, a Avibras está sempre na linha de tiro de organizações antiarmamentistas. Recentemente a Anistia Internacional anunciou ter encontrado munição de fragmentação da empresa brasileira em ataques do Exército da Arábia Saudita contra o Iêmen.

#Avibras #BNDES

Caixa e BB no caminho de Benjamin

12/04/2017
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Como se não bastasse a Transnordestina, com seus atrasos e processos no TCU, Benjamin Steinbruch tem outra aresta pontiaguda com o governo. Trata-se da complexa e arrastada renegociação do endividamento de curto prazo da CSN com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica. Neste momento, a siderúrgica tenta alongar os passivos com vencimento em 2017 e 2018, que somam R$ 4,9 bilhões. É a menor parte do problema. A chapa esquenta ainda mais quando o assunto são as dívidas que vencem em 2019 e 2020, em torno de R$ 15 bilhões. No caso específico do BB, não custa lembrar, Benjamin tem do outro lado da mesa um ex-colaborador: o atual presidente do banco, Paulo Rogério Caffarelli, que foi diretor executivo da própria CSN. O que isso quer dizer? Até agora, nada!

#Benjamin Steinbruch #CSN #Transnordestina

Ilan Goldfajn vira a âncora de Henrique Meirelles

10/04/2017
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Os cérebros dos luminares do BC crepitam em um dilema “shakespearmonetário”: Selic em queda de 1,25 ponto (quiçá 1,50 ponto percentual) e manutenção da meta de inflação em 2018 ou queda de um ponto e redução do inflation target no próximo ano? Quem lê o RR antecipou esse dilema, que se tornou um “trilema” com o pedido tácito ao BC para dar uma mãozinha à Fazenda devido à disenteria fiscal. Então, ficamos assim na bolsa da política econômica: Henrique Meirelles em baixa; Ilan Goldfajn em alta.

A previsão de um PIB mais baixo neste ano – a Fazenda cortou sua projeção de 1% para 0,5%, mas o mercado já acha que 0,3% será uma dádiva – encurralou a relação dívida pública/produto interno, que deverá receber mais sal grosso com o provável estouro do teto de R$ 139 bilhões para o déficit primário. O próprio Meirelles já admitiu elevar a estimativa do buraco orçamentário de 2017. Como se sabe é a relação dívida/PIB que as agências de rating enxergam. A Moody’s já tinha manifestado sua simpatia. Isto foi antes da lassidão fiscal – mimetizada como baixa arrecadação – ser revelada. Para as agências de rating, por tanto, o que interessa é o déficit nominal, tratado nessas plagas como mercadoria de segunda classe.

Caso o fiscal estivesse dentro do programado, a dívida pública bruta subiria dos atuais 70% para 77% do PIB. Agora vai a 79%, 80%, 81% do PIB e Deus for realmente brasileiro. Ou se o presidente do BC for “dovish”, conforme o jargão estereotipado do mercado. Ilan, depois uma maré de excessos, com juros altos por mais tempo do que o necessário (quem diz é a maioria dos analistas), criou um novo padrão de confiabilidade. “Ancorou”, como se diz. É ele, em última instância, quem decide a taxa Selic na reunião do Copom.

As instituições financeiras, estimuladas pelo próprio relatório de inflação do BC, começaram a projetar uma taxa mais baixa no final do ano, que, para os mais ousados, poderia chegar a 8%, contra as previsões majoritárias de 8,5%. A título de referência: cada queda de um ponto na Selic significa uma economia de R$ 26 bilhões nos juros. E cada redução de três pontos percentuais representa um encolhimento de 1% no resultado nominal.

Os três pontos já estão superados, pois 70% das instituições baixaram para a faixa de 8% a 8,75% a Selic de dezembro, contra os 9,25% que reinaram a maior parte do ano. Se cravar 8% de Selic no final do ano, isso significará uma redução de quatro pontos na taxa, ou seja, uma compensação do fracasso fiscal de Meirelles e seu efeito na relação dívida/PIB. Ilan tem bons motivos para puxar a Selic mais para baixo – 1,25 a 1,50 ponto – e outros igualmente respeitáveis para ir devagar com o andor.

A favor da queda acentuada estão as previsões de inflação na faixa de 3%, abaixo do piso da meta, a recessão econômica e um acerto de contas com os bancos, que, mesmo com as recorrentes reduções da Selic, não estão baixando os spreads. Com a Selic bem comprimida, a banca ficaria em corner. Essa alternativa ensejaria uma meta de inflação mais baixa para 2018, até para compensar a eventual interpretação de um BC moleirão.

Os riscos parecem baixos já que a inflação está mergulhando para o reino abissal (as apostas chegam a um IPCA de 3%, transformando o target de 4,5%, em uma espécie de objeto de desejo ultrapassado). A correção da Selic em módico um ponto, por sua vez, poderia ser interpretada por um BC insensível ao desemprego, sinalizando um recrudescimento da inflação e indisposto a alterar a meta e ser obrigado a uma política monetária errática caso haja qualquer repique da carestia. Nesse caso, a dívida pública que espere a sua vez. Nos dias 11 e 12, datas do Copom, e 27 de abril, quando o Conselho Monetário Nacional se reúne, parte do “trilema” será respondida.

#Henrique Meirelles #Ilan Goldfajn #PIB

Forças Armadas são a instituição mais confiável do país; Congresso, a mais corruptível

6/04/2017
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Parece até que o Brasil voltou no tempo: as Forças Armadas são a instituição mais confiável do país, enquanto o Congresso Nacional é visto como a mais propensa de todas a corrupção. É o que revela sondagem realizada pelo Relatório Reservado junto a uma parcela da sua base de assinantes. A enquete, no modelo de respostas espontâneas, foi feita entre 27 e 31 de março.

Entre os 142 assinantes que participaram do levantamento, 67% apontaram a tríade Exército, Marinha e Aeronáutica como o estamento de maior credibilidade. A boa imagem das Forças Armadas não chega a ser uma novidade. O que chama a atenção é a diferença para os demais. A segunda instituição mais lembrada foi o MP, com distantes 10%. STF e Polícia Federal ficaram em terceiro e quarto, respectivamente com 7% e 5%. A seguir, a Igreja (4%), a imprensa (3%) e o TCU, com 2%. Por fim, apareceram o governo federal e o Congresso, cada um com apenas 1%. A reputação do Parlamento está mesma em baixa.

O Congresso foi citado por 36% dos entrevistados como a instituição mais propensa a atos de corrupção. O governo do Rio ficou em um nada honroso segundo lugar, com 13%. A Petrobras veio logo a seguir, com 10%, um indício de que a estatal ainda terá de trabalhar muito para recuperar sua imagem. Receita Federal e Polícia Militar empataram, cada uma com 6% dos votos. Ressalte-se a presença da própria Presidência da República na relação das instituições mais suscetíveis a corrupção, com 5%, mesmo percentual de citações ao Judiciário.

Na sequência, apareceram o Detran, a Polícia Civil e o governo de Minas Gerais, cada um com 4%. Com 3% surgiu o BNDES, possivelmente por conta das ilações que cercaram algumas operações do banco no governo do PT. Foram votados ainda a Fazenda, 2%, e o BB e a Polícia Federal, cada um com 1%. O RR também perguntou: “Qual é a autoridade que mais honra seu cargo?” Pule de dez: deu Sérgio Moro na cabeça, com 34%. Cármen Lucia ficou em segundo, com 17%. João Doria recebeu 15%; Jair Bolsonaro, 9%. Logo a seguir, Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato (7%).

O top five é uma evidência de que o Brasil está cada vez menos “político” e mais “judicializado”. Se não vinculados ao Judiciário, Doria e Bolsonaro personificam em seus discursos o “político que não é político”. Os assinantes do RR mencionaram ainda o presidente da Petrobras, Pedro Parente, com 5%, e ACM Neto (4%). Apenas 2% citaram Henrique Meirelles como um personagem que honra seu cargo público, certamente um reflexo da crise econômica.

Os entrevistados mencionaram ainda Rodrigo Janot e Geraldo Alckmin, com 2% cada um, além da presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos, e de Gilmar Mendes, cada um com 1%. E Michel Temer? Ele aparece no rodapé da enquete, também com 1%. Michel Temer “brilhou” também na quarta e última pergunta: “Se possível, quem você tiraria de um cargo público?”. Entre os entrevistados, 38% cravaram o nome de Temer, mais do que o dobro do segundo colocado, Eliseu Padilha (15%).

Aliás, o Planalto pontificou nos três lugares mais altos do indesejável pódio: Moreira Franco chegou em terceiro, com 11%. Logo atrás, Luiz Fernando Pezão, com 10%. A relação dos “impeacháveis” seguiu com Romero Jucá e Aécio Neves, cada um com 5%. Henrique Meirelles recebeu 4% das respostas. Certamente por outros motivos, o presidente do Senado, Eunício de Oliveira, também foi citado por 4%. Entre os assinantes, 3% disseram que gostariam de ver Maria Silvia fora da presidência do BNDES. Rodrigo Maia foi outro lembrado por 3% dos consultados. Por fim, um fato curioso. Para 2% dos entrevistados, Sérgio Moro é que deveria ser afastado de suas funções. Devem ter lá seus motivos.

#Cármen Lucia #João Doria #Michel Temer #Sérgio Moro

…E partidas

4/04/2017
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As ações do Banco ABC Brasil já acumulam alta de 37% no ano. A disparada só aumenta o burburinho no mercado sobre o fechamento de capital da instituição, controlada pelo Arab Banking Corporation.

#Arab Banking Corporation #Banco ABC Brasil

Crônicas do calote contra a previdência e o trabalho

13/03/2017
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Ao contrário do Campeonato Carioca, no qual ocupa até o momento o nada honroso último lugar entre os times grandes, o Botafogo de Futebol e Regatas ascende, devagar e sempre, no ranking dos maiores devedores do FGTS no país. Segundo levantamento feito pela Advocacia Geral da União (AGU), o clube alvi-negro passou de 12° para 11° lugar na lista dos 20 maiores inadimplentes da poupança de garantia trabalhista, com um débito de R$ 49 milhões. Da lista dos 20 maiores caloteiros do FGTS, não consta nenhum outro clube de futebol.

Notório caloteiro, já devidamente criminalizado e condenado, o Instituto Candango de Solidariedade (ICS) continua aumentando espetacularmente sua dívida com a Previdência Social. No último levantamento da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional sobre os 500 maiores devedores, chegou ao 8° lugar, com um passivo previdenciário de R$700,351 milhões. O Candango, que já foi até fechado, ficou famoso por ser “laranja” de Joaquim Roriz, que desviava recursos públicos através da egrégia instituição. Roriz foi governador do DF por quatro mandatos.

Um trio fabuloso de bancos espera a regularização dos leilões da dívida ativa do governo para fazer suas ofertas por três dos maiores parasitas tributários do país: as massas falidas da Varig, Transbrasil e Vasp. As três ocupam posição de destaque entre as maiores devedoras de impostos. Mas possuem, em média, cerca de R$ 6,5 bilhões para receberem cada uma, com sentenças já transitadas em julgado no TRF 1a Região, relacionadas à defasagem tarifária. Os precatórios podem valer bem mais dependendo do desconto que o governo vier a conceder à divida ativa.

#Botafogo de Futebol e Regatas #FGTS

Concórdia, Spinelli e Planner podem somar seus valores

10/03/2017
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A luta pela sobrevivência no mercado de capitais brasileiro poderá ter um novo capítulo, protagonizado por três das mais tradicionais instituições do país. As corretoras Concórdia, Spinelli e Planner estariam mantendo conversações guardadas a sete chaves para uma fusão. Na prática, são três corpos que já têm um só coração.

Em setembro, do ano passado, a tríade criou uma empresa de infraestrutura de dados, a Nucleos. Desde então, todas as suas operações financeiras estão integradas em uma mesma plataforma digital. Procuradas, Concórdia e Planner negam as negociações e a Spinelli não se pronunciou. Está feito o registro. O que não dá para negar é que praticamente todas as corretoras de valores têm sido atropeladas pelos grandes bancos ou por instituições independentes com estratégias extremamente agressivas, como a XP Investimentos.

É o caso da trinca. Juntas, as três somam pouco menos de R$ 300 milhões em recursos administrados. A Planner ainda tentou desempenhar o papel de consolidadora – entre 1999 e 2009, comprou outras três corretoras, Sanvest, DC e Theca. Ainda assim, não conseguiu ganhar massa crítica suficiente. Do trio que negocia a fusão é a menor, com cerca de R$ 86 milhões sob sua gestão.

Nem mesmo a Concórdia, que nasceu de uma costela da antiga Sadia e carrega a grife Furlan – por um período, o ex-ministro Luiz Fernando Furlan chegou a dividir a gestão do negócio com o filho Luiz Gotardo Furlan e o genro Caio Villares – tem resistido à desigual concorrência com os grandes conglomerados financeiros. No ano passado, não chegou sequer a R$ 20 milhões em receitas com intermediação financeira. Em junho de 2016 (último balanço disponível), a Concordia amargava um prejuízo de R$ 204 mil. No ano anterior, já havia contabilizando cerca de R$ 700 mil em perdas.

#Concórdia #Planner #Spinelli

BNDES asperge tristeza sobre um governo carente de contentamento

2/03/2017
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Um relatório sobre a geração de boas notícias na área econômica, com base em anotações de clipping, foi enviado para poderosas salas da Esplanada dos Ministérios. A conclusão não insinua qualquer dúvida: as notícias que emanam do BNDES são espartanas, rigorosas, sob medida para nutricionistas adeptos da dieta da inanição. O banco se vestiu de cinza quando o Ministério da Fazenda, do Dr. Meirelles e o Banco Central, do Dr. Ilan, baluartes do mau humor monetário, se esforçam para espremer do limão da ortodoxia uma limonada de medidas microeconômica e abençoar as reduções da taxa básica de juros.

O BNDES dinamitou sua ponte com o empresariado, talvez o grupo que mais decididamente tenha apoiado o presidente Michel Temer. Com a sensibilidade à flor da pele, Maria Sílvia Bastos Marques fez, na terça-feira pré-carnavalesca, uma tour de force em Brasília, com uma providencial reunião com Temer seguida de entrevista pré-combinada para divulgar o que foi dito no encontro. Os dirigentes privados, não é de hoje, reclamam que o crédito se tornou mais seletivo, burocrático e com custos mais altos, justamente quando os potenciais investidores ardem sedentos de liquidez.

A direção do banco diz que está aberta a bons projetos, mas o empresário, elevadamente endividado, operando com capacidade ociosa, com os pátios cheios de estoques e ainda com uma ponta de dúvida sobre as reformas, se ressente dos maus tratos nesse momento de calvário. Um não leva projetos porque não se sente acolhido; o outro não empresta porque não recebe projetos. Há bons argumentos para ambos os lados. O BNDES, sem dúvida, teve de limpar a casa do tsunami da gestão anterior. No entanto, parece que se empenha em demasia na cruzada contra o crédito direcionado, que precisa ser reduzido, mas sem fúria religiosa.

Caso o seu mais longevo presidente, Marcos Vianna, estivesse vivo, desempataria a questão: “Se o BNDES estiver com o caixa cheio significa que não cumpriu sua missão. Se tiver lucro maior, tem que trocar a gestão”. Não falta quem reclame que o banco, em vez de caçar empreendedores de boa cepa, preferiu adotar o discurso da opção pelo saneamento, que não cria empregos no curto prazo, só atrai empresas periféricas – que não agregam valor frente ao eleitorado – e do mesmo modo que os governantes de entes federativos vai ter de justificar a venda de ativos em condições pouco transparentes.

Talvez mais recomendável fosse a agência de fomento sair garimpando projetos de engenharia básica para congregar os empresários reclusos em torno deles. O BNDES tem R$ 100 bilhões parados em caixa, e está lá aguardando, funéreo, que algum endinheirado com um “bom projeto” o convide para empinar a pipa. Gente que normalmente não precisaria do BNDES. Maria Silvia Bastos é uma pessoa solar. Por onde passa, deixa fileiras de sorrisos. Imagina-se que ela seja detentora de segredos, que o seu timing seja diferente, que dentro das paredes envidraçados da instituição ela esteja ultimando uma reviravolta para sacudir esse banco melancólico e fomentador do desânimo. Definitivamente, não combina ver Maria Silvia comandando o órgão mais triste do país.

#Banco Central #BNDES #Maria Sílvia Bastos #Ministério da Fazenda

Um tiro no Lobo mau

22/02/2017
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O presidente do BB, Paulo Sergio Caffarelli, já teria indicado o ex-Previ Dan Conrado para o lugar de Marcio Lobão na Brasilcap. O que faltava era Lava Jato atravessando a porta giratória do banco. Procurado, o BB nega.

#Banco do Brasil #Brasilcap #Lava Jato

Um réquiem para o “empresário-estadista”

22/02/2017
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O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, não é apenas um dos dirigentes da entidade. Francini foi um dos artífices do “Manifesto dos Oito”, juntamente com Antônio Ermírio de Moraes, Claudio Bardella, José Mindlin, Jorge Gerdau, Paulo Vellinho, Paulo Villares, Laerte Setubal Filho e Severo Gomes. Eram idos de 1978, quando os empresários enfrentaram a linha dura do governo Ernesto Geisel escrevendo um dos capítulos mais notáveis – e são tão poucos – da defesa da produção, da indústria e do emprego.

Hoje, Francini não esconde o desencanto com a abulia de seus pares, que abandonaram o front da luta política e se retiraram do debate público. Em conversa com o RR, Paulo Francini, diz que o empresário foi esvaziado e se esvaziou, paripassu ao derretimento da indústria nacional. “Não temos mais a representatividade do passado. A capacidade de associações e federações de interferir na condução do país desapareceu. Isso quer dizer que nós falhamos? Lógico que nós falhamos.” Com elogiável franqueza e boa dose de autocrítica, Francini não poupa sequer a própria casa ao condenar a paralisia de seus congêneres, notadamente a partir dos anos 90, quando o modelo de substituição das importações já se mostrava esgotado.

“A Fiesp e o IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) não foram capazes de apresentar um discurso alternativo ao pensamento neoliberal, então dominante. As entidades patronais não demonstraram ser capazes de uma articulação semelhante à apresentada pela classe trabalhadora. Há quase 10 anos, realizamos na Fiesp um seminário sobre desindustrialização, e sabe qual foi o resultado? Críticas e acusações de que o modelo de crescimento defendido pela entidade estava ultrapassado. O discurso era de que só os países subdesenvolvidos continuavam a depender da indústria para atingir o crescimento.”

O empresário é o lobo do empresário. Na opinião de Francini, com a sua omissão, a classe está abrindo mão de um patrimônio conquistado “a duras penas” durante mais de 50 anos. Se, na década de 80, a participação da indústria no PIB passava de 21%, hoje esse índice derrapa entre 10% e 11%. “É uma vergonha! Esse declínio começa com Fernando Collor, que já assume demonstrando seu rancor em relação à indústria, e ganha velocidade com Fernando Henrique Cardoso. Ninguém vai me dizer que o ministro Pedro Malan e o presidente do Banco Central, Gustavo Franco, defendiam a indústria.

A equipe econômica do Fernando Henrique era formada basicamente por economistas do Rio de Janeiro pró-mercado, praticava uma política voltada para os interesses do setor financeiro e das empresas estrangeiras no Brasil. A partir de então, os industriais que, associados a segmentos da alta burocracia, haviam dado suporte à estratégia da industrialização por substituição das importações, foram atropelados por uma nova coalizão dominante, formada pelo setor financeiro e as empresas e interesses multinacionais”. O BNDES, claro, tem lugar cativo em qualquer diatribe abalizada sobre a desindustrialização do país. Paulo Francini enfatiza que a tese de uma instituição mais voltada ao mercado do que à indústria já vem se desenhando há muito tempo.

“A nova política de financiamento na qual o banco transfere o seu papel de fomento para o setor privado é hoje uma realidade. A participação do BNDES no processo de industrialização do país foi fundamental, mas o banco abandonou esse papel já há alguns anos.” Francini vocaliza o desalento de uma espécie que parece fadada à extinção. “O nosso sonho de desenvolvimento do país falhou. Quando falávamos de um processo de desindustrialização, todos, incluindo o governo, nos consideravam alarmistas. Hoje ninguém tem mais dúvida disso. Só não reconhece isso quem é míope. Ou estúpido”.

#Fiesp

Ouh là là

21/02/2017
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O quarteto de bancos à frente do IPO do Carrefour no Brasil já disse o que os franceses mais queriam ouvir: a precificação da empresa vai superar o valor de mercado do Pão de Açúcar, hoje de R$ 21 bilhões.

#Carrefour #Pão de Açúcar

Essentium quer distância dos fantasmas da Delta

9/02/2017
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A espanhola Essentium procura um comprador para a Allianza Infraestruturas do Brasil. Para quem não associou o nome à pessoa, trata-se da casca criada para abrigar os ativos e os despojos da antiga Delta Engenharia, a célebre empreiteira de Fernando Cavendish, praticamente um irmão siamês de Sergio Cabral durante o seu governo. Segundo o RR apurou, um dos candidatos ao negócio seria a China Communications Construction Company (CCCC), gigante da construção pesada que recentemente comprou o controle da Concremat Engenharia.

Coincidência ou não, a inapetência da Essentium pela empreiteira cresce à medida que a Justiça avança sobre Sergio Cabral e seus múltiplos avatares na iniciativa privada. A troca de identidade da Delta não apagou seu passado. E, o que é pior, talvez o seu presente. De acordo com uma fonte do RR que conhece as entranhas da companhia, ainda haveria algo de Cavendish nos negócios da Allianza.

O RR fez várias tentativas de contato com a empresa por telefone e e-mail, mas não obteve retorno até o fechamento da edição. A Essentium fechou a compra da antiga Delta há menos de dois anos. Pagou cerca de R$ 450 milhões para ficar com o chamado acervo técnico, incluindo uma carteira de sete contratos – entre eles a construção de um centro de processamento de dados da Caixa Econômica em Brasília e a manutenção de uma rodovia em São Gonçalo (RJ). No entanto, a operação não deslanchou como os espanhóis esperavam, até porque eles tiveram a má sorte de pegar pela frente a grave crise financeira do Rio e a escassez de grandes obras no estado. Mas o que pesaria mesmo na decisão da Essentium é o “Risco Cavendish”.

A rigor, a Essentium nem precisava atravessar o Atlântico para se atolar em obscuros canteiros de obra. Já bastam os problemas que tem em sua terra. O grupo acumula dívidas com bancos, com trabalhadores e com a própria Seguridad Social, a previdência espanhola. Nos últimos meses, seus empregados têm feito seguidas manifestações contra a empresa. A crise do grupo chegou até o futebol. Acionista da Essentium, Susana Monje foi recentemente “convidada” pelo Barcelona a deixar o cargo de vice-presidente de finanças do clube catalão.

#Allianza Infraestruturas do Brasil #China Communications Construction Company (CCCC) #Essentium

BTG poda suas florestas

9/02/2017
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O BTG Pactual pretende vender seus ativos florestais na Estônia, na Hungria e na África do Sul. Coisa de US$ 200 milhões. São folhas de outono se comparadas à carteira total do banco no setor, avaliada em US$ 3 bilhões. A maior parte do 1,5 milhão de hectares sob gestão do fundo BTG Pactual Timberland está concentrada no Brasil, Estados Unidos e Uruguai.

#BTG Pactual

Banco de reservas

24/01/2017
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Se as negociações com o Casino para a compra do controle da ViaVarejo não decolarem, a chilena Falabella tem um Plano B para o Brasil: a Máquina de Vendas, leia-se Ricardo Eletro.

#Casino #Falabella #Ricardo Eletro #ViaVarejo

Reforma da Tecnisa avança em clima de guerra fria

20/01/2017
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A reestruturação da Tecnisa tem sido extraída a fórceps pelos minoritários. É cada vez maior o incômodo com o empresário Meyer Joseph Nigri, fundador e principal acionista da construtora. As críticas, por ora feitas à boca pequena, vêm principalmente de Elie Horn, dono da Cyrela, que, desde junho do ano passado, já aportou mais de R$ 200 milhões na construtora.

Com 13,6% do capital, Horn tem o apoio de outros investidores pesos-pesados, a Dynamo e a Geração Futuro, de Lírio Parisotto, para mudar a gestão arcaica da Tecnisa. Nesse caso, sua força duplica: junto, o trio detém 26% da companhia. Mas todos esbarram em uma rocha: Meyer Nigri e suas idiossincrasias.

Nos últimos meses, meio que premido pelos números, pelas circunstâncias do mercado e pela pressão dos minoritários, Nigri fez algumas concessões. A Tecnisa fechou o escritório de Fortaleza e, em breve, fará o mesmo com as representações de Curitiba, Brasília e Manaus. Devolveu um andar inteiro na sede da Faria Lima, que estava ocioso. Boa parte dos projetos previstos para fora de São Paulo foi cancelada – a ordem é dar prioridade a empreendimentos na capital paulista voltados ao público de mais alta renda.

Como quem tomou um remédio amargo e não quer repetir a dose, Meyer Nigri acha que as decisões adotadas já estão de bom tamanho. Só que, do lado oposto, Elie Horn e os fundos de investimento querem muito mais, como a redução do banco de terrenos da empresa, hoje da ordem de R$ 6,5 bilhões. Se neste momento tal possibilidade estivesse ao seu alcance, o dono da Cyrela já teria partido para o take over da Tecnisa.

#Cyrela #Tecnisa

Bye-bye, Brazil?

18/01/2017
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Há um zunzunzum no mercado de que o Arab Banking Corporation pretende vender o Banco ABC Brasil e deixar o país.

#Arab Banking Corporation #Banco ABC Brasil

Briga de vizinho

17/01/2017
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Os advogados do empresário Luiz Estevão estão solicitando a transferência de seu cliente para outra cela no presídio da Papuda. O motivo é prosaico: Estevão não suporta mais a convivência com o seu, digamos assim, room mate, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. Há discussões quase diárias sobre a arrumação do ambiente e o barulho feito por Pizzolato.

#Banco do Brasil

Usina da Renuka encalha sobre o balcão

13/01/2017
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Os credores da Renuka do Brasil – encabeçados pelo Banco Votorantim e pelo Itaú – já discutem alternativas para a Usina Madhu, localizada em Promissão (SP). Uma das hipóteses é assumir o empreendimento, reestruturá-lo e vendê-lo mais à frente. Colocar para dentro de seus balanços uma moedora de cana-de-açúcar está longe de ser a solução ideal para os bancos. O problema é que, por ora, ainda não surgiu qualquer candidato no leilão da unidade sucroalcooleira, que foi prorrogado até o dia 23 de janeiro. Na primeira tentativa, no último dia 20 de dezembro, também não houve lances pela usina, avaliada em R$ 700 milhões. A negociação é fundamental para o abatimento da dívida com os bancos. Em recuperação judicial, a Renuka, de origem indiana, tem um passivo total superior a R$ 2 bilhões. Procurada, a companhia confirmou que, até agora, não “apareceram interessados”. Como desta vez não haverá preço mínimo, a Renuka espera que a venda da usina “seja concluída no leilão”.

#Banco Votorantim #Itaú #Renuka do Brasil

“Não te disse, meu filho?”

5/01/2017
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Mesmo com o fantasma da Lava Jato, o senador Edison Lobão começou 2017 aliviado. A dança das cadeiras que atingiu o Banco do Brasil na virada do ano poupou o seu rebento, Marcio Lobão, presidente da Brasilcap desde 2008. Ao menos, por ora.

#Banco do Brasil #Brasilcap #Lava Jato

BB dança seu último tango no Banco Patagonia

3/01/2017
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O Banco do Brasil pretende vender integralmente a sua participação de 58% no bloco de controle do argentino Banco Patagonia. A direção do BB trabalha com dois modelos para a operação. O primeiro deles é uma oferta de ações na Bolsa de Buenos Aires em conjunto com os demais sócios relevantes, notadamente a família Stuart Milne, dona de aproximadamente 21% do capital.

A segunda possibilidade sobre a mesa é a venda direta da sua participação. Os espanhóis do Santander e BBVA, que têm uma expressiva presença no mercado bancário argentino, surgem como potenciais candidatos ao negócio. Procurado, o BB confirmou que, “em conjunto com alguns acionistas, avalia a possibilidade de, eventualmente, propor a realização de uma oferta pública de ações” do Banco Patagonia. Consultado sobre eventuais tratativas com o Santander e o BBVA, o banco não se pronunciou.

A venda da participação no Banco Patagonia está relacionada à necessidade do BB de melhorar os níveis de capitalização para atender às novas regras de Basileia 3. Seu índice de capital próprio é de 9,07%, segundo o balanço do terceiro trimestre. A partir de 2019, o Banco Central exigirá um patamar mínimo de 10,5%. Se não partir para a desmobilização de ativos, dificilmente o BB conseguirá atingir este piso sem um aporte do Tesouro, fato, inclusive, asseverado por recente avaliação da Fitch Ratings.

Tomando-se como base o atual valor de mercado da instituição, a participação total do Banco do Brasil equivale a algo em torno de R$ 3 bilhões. O Banco Patagonia tem o correspondente a R$ 13,2 bilhões em ativos e uma rentabilidade bastante expressiva. Os números de janeiro a setembro indicam um retorno anualizado sobre o patrimônio da ordem de 38%. Para efeito de comparação, o índice de rentabilidade do BB projetado para 2016 é de 15%.

#Banco Central #Banco do Brasil #Banco Patagônia #Santander

Classificados

3/01/2017
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Está reaberta a temporada de caça a cargos públicos. No governo estima-se que mais de uma centena de distintos dirigentes do Banco do Brasil, Caixa, Petrobras, Correios, Infraero etc. não atendam às novas regras da recém-promulgada Lei de Responsabilidade das Estatais.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica #Correios #Petrobras

O déficit da discórdia na Previ

2/01/2017
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Os funcionários e aposentados do Banco do Brasil aprovam os fins, mas não necessariamente os meios que começam a ser utilizados pela Previ para amortizar seu déficit atuarial e, com isso, evitar a necessidade de um aporte extra dos próprios beneficiários. O caso mais controverso diz respeito à recente venda da participação de 29,4% na CPFL. Entidades que representam os associados da fundação contestam a decisão da Previ de usar os recursos arrecadados na operação para cobrir o rombo atuarial. Ao todo, o fundo de pensão obteve R$ 7,5 bilhões ao vender suas ações da CPFL para a chinesa State Grid. Como o ativo estava marcado no balanço de 2015 ao valor de R$ 4,6 bilhões, a negociação rendeu contabilmente um ganho adicional de R$ 2,9 bilhões.

A Previ vai utilizar este saldo para abater o déficit atuarial de R$ 13,9 bilhões, registrado em 2015. Entre os beneficiários, a percepção é que o fundo de pensão vai fazer uma espécie de “pedalada”, usando ativos em balanço para cobrir as perdas. Ressalte-se que não há qualquer impropriedade na decisão da Previ. No entanto, a expectativa entre os beneficiários da fundação era que o próprio mantenedor, ou seja, o Banco do Brasil, entrasse com a maior parte dos recursos para tampar o buraco atuarial.

O temor é que o caso CPFL crie “jurisprudência” e a direção da Previ decida se desfazer de outros ativos em carteira para cobrir as perdas. Neste caso, ainda que de forma indireta, é como se os associados da Previ fossem chamados a pagar o pato, não com uma contribuição adicional, mas com a queima de patrimônio da própria fundação.

#Banco do Brasil #CPFL #Previ

RR escreve certo em um ano de linhas tortas

30/12/2016
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No dia 4 de julho, o Relatório Reservado foi a primeira publicação a cravar que haveria uma segunda rodada de repatriação de recursos. Na ocasião, quando as estimativas mais otimistas giravam em torno dos R$ 30 bilhões, o RR informou também que Henrique Meirelles trabalhava com uma projeção acima de R$ 50 bilhões para o total arrecadado com a tributação dos recursos trazidos de volta ao país. Dito e feito! Estas foram apenas algumas das inúmeras informações que o assinante do RR soube na frente ao longo de 2016.

Durante o ano, em 247 edições, a newsletter publicou 2.584 notas e matérias. Desse total, 81% das notícias veiculadas se consumaram ou, ao menos, foram alvo de especulação na mídia. As informações que não se confirmaram posteriormente podem ser atribuídas, em grande parte, ao espírito agressivo da publicação e à busca da informação exclusiva na sua gênese, por vezes no limiar entre o fato e a boa especulação. O Relatório Reservado é adepto da máxima de Samuel Beckett: “Tente de novo, erre de novo, erre melhor”. Este foi o ano em que a política obscureceu a economia, o que se refletiu no noticiário do Relatório Reservado. Em 2016, a newsletter acompanhou amiúde o processo de impeachment de Dilma Rousseff, a chegada ao Poder de Michel Temer e de seu governo sub judice, as delações da Lava Jato que fizeram Brasília tremer.

Ainda nas raias da macroeconomia, o RR antecipou uma série de medidas que viriam a ser anunciadas ou, ao menos, estudadas pelo governo, como desonerações fiscais, securitização da dívida ativa, suspensão temporária do pagamento das dívidas das unidades federativas com os bancos públicos federais no âmbito de uma “Lei de Recuperação Judicial” para os estados – esta última tema de reportagem na edição de 5 de dezembro. Na edição de 2 de março, ainda no governo Dilma Rousseff, o RR informou que o Congresso aprovaria o projeto de lei do senador José Serra desobrigando a Petrobras de participar de todas as concessões no pré-sal. A estatal, aliás, foi a companhia mais mencionada na publicação em 2016, com 145 citações.

O RR publicou, com exclusividade, algumas das primeiras medidas adotadas por Pedro Parente na empresa, inclusive com a criação de novos instrumentos de compliance. No dia 16 de junho, a newsletter antecipou que GP Investimentos, Advent e a suíça Vitol haviam apresentado propostas para comprar uma participação minoritária na BR Distribuidora. Menos de uma semana depois, o próprio Parente confirmaria o recebimento das ofertas. Ficou o dito pelo não dito. O modelo de venda da BR foi revisto, o processo, reaberto e, até agora, nem sinal de que a operação vá sair do papel. Em 2016, apesar da abulia generalizada do empresariado, o RR seguiu de perto Jorge Paulo Lemann, Abilio Diniz, Benjamin Steinbruch, Roberto Setubal, entre outros nomes que comandam, do lado privado, a economia nacional. Cobriu no detalhe do detalhe a área de infraestrutura, as concessões e “desconcessões” do setor, o desmonte da indústria da construção pesada e a desmobilização de ativos da Camargo Corrêa.

Em um ano pautado por estratégias defensivas, suspensão de investimentos e seguidos passos para trás, é sintomático que algumas operações de M&A antecipadas pelo Relatório Reservado e posteriormente tratadas pela mídia tenham, ao menos por ora, ficado no quase, casos da venda da participação da OAS na Invepar para a Brookfield e da negociação dos ativos da japonesa Kirin no Brasil. A etapa que se encerra, no entanto, não foi feita apenas de recuos. Pelo menos não no caso do próprio Relatório Reservado. 2016 foi o ano em que o RR intensificou sua presença nas redes sociais, reformulou seu site e lançou um novo layout em sua versão newsletter, agora com duas páginas e mais informações diárias. Que venha 2017!

#Brookfield #Camargo Corrêa #OAS #Petrobras

As variáveis que a econometria não pega

30/12/2016
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Os laboratórios de pesquisas dos grandes bancos de investimentos, independentes ou vinculados à área de research do Banco Central, em Brasília, e os nerds da academia deveriam empreender uma tour de force para testar modelos sobre as duas variáveis que podem jogar por terra a produção de cenários econômicos no Brasil. Uma delas é a crise política, um vetor nos dias de hoje completamente fora de controle. Não há econometria que consiga matematizar e capturar a dinâmica e os efeitos do Lava Jato.

Outra variável imprevisível é o impacto que as instituições “grandes demais para quebrar” – importantes empresas, estados, municípios etc. – podem ter na economia. Até há indicadores antecedentes da probabilidade de quebra, a exemplo do ocorrido com as unidades federativas, mas inexistem modelos econométricos que precisem o timing e seus efeitos macroeconômicos. O mais provável, como têm feito historicamente os economistas, é que o “too big to fail” seja sublimado dos cenários econômicos.

Haveria uma terceira variável permanentemente fora dos modelos: a hipótese do trabalhador não concordar, como um boi de orelha murcha, com certos experimentos macro e microeconômicos que lhe retiram a capacidade de pagar a escola do filho, quitar o aluguel e manter a alimentação da família. Os modelos não levam em consideração a indignação do povo.

#Banco Central #Lava Jato

O “ciclo olímpico” do ajuste

29/12/2016
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Foi dada a largada na temporada de cortes nos patrocínios estatais aos esportes olímpicos – conforme antecipou o RR na edição de 7 de novembro. Quem saiu na frente foi o Banco do Brasil, que fechou um novo acordo com a Confederação Brasileira de Vôlei no valor de R$ 218 milhões para o próximo quatriênio, 25% a menos do que o contrato anterior. Nos primeiros dias de 2017, será a vez de os Correios anunciarem os novos termos da parceria com a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA): os valores para o próximo ciclo olímpico deverão girar em torno de R$ 45 milhões, menos da metade dos R$ 95 milhões investidos entre 2012 e 2016.

Essa também deverá ser a linha de corte da Caixa Econômica: a área de marketing do banco trabalha com uma cifra 50% inferior para a parceria com as confederações de atletismo, ginástica, ciclismo e lutas, que receberam R$ 250 milhões nos últimos quatro anos. Procurada, a Caixa informou que sua “estratégia para o próximo ciclo olímpico só será definida em janeiro”. Os Correios, por sua vez, disseram que o acordo com a CBDA ainda está em negociação.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica #Correios

Ecovix aguarda por uma boia de salvação da Petrobras

27/12/2016
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O futuro de quase 10% dos empregos no setor de construção naval dependerá, em grande parte, da boa vontade da Petrobras. Caberá à estatal o papel de árbitro da sobrevivência ou não da Ecovix, que teve seu pedido de recuperação judicial aprovado pela 2a Vara Federal de Rio Grande na semana passada. O estaleiro tenta convencer a Petrobras a retomar o pedido de três cascos para navios-plataforma, suspenso recentemente. Neste caldeirão entra também a pressão do ambiente psicossocial. Segundo o RR apurou, os metalúrgicos de Rio Grande, sede do estaleiro, preparam uma série de manifestações na tentativa de sensibilizar a Petrobras.

Se a investida der certo, a Ecovix ganha um sopro de vida e um contrato da ordem de US$ 800 milhões, uma garantia de fluxo de caixa pelo menos para os próximos dois anos – prazo estimado para a entrega das estruturas. No entanto, se a Petrobras fizer jogo duro, provavelmente o estaleiro gaúcho afundará de vez, levando consigo mais de 3,5 mil trabalhadores. Haja metalúrgico nas ruas para convencer a Petrobras a retroceder de sua decisão. Os três benditos cascos fazem parte de uma encomenda originalmente de oito unidades, feita em 2010.

Destas, apenas três foram efetivamente entregues. Por decisão da Petrobras, a construção das duas restantes foi transferida para estaleiros da China quando a crise financeira da empresa gaúcha se acentuou. Procurada, a estatal alega que, no passado recente, manteve várias negociações com a Ecovix com o objetivo de concluir o contrato. “Contudo, devido à grave situação financeira enfrentada pela empresa e a situação deficitária dos contratos”, as tratativas resultaram em um “distrato amigável”. Para não dizer que o peso sobre o destino da Ecovix recai apenas sobre a Petrobras, há ainda o Banco do Brasil e a Caixa Econômica, coadjuvantes de luxo deste folhetim naval.

Os dois bancos são considerados o fiel da balança para a renegociação das dívidas bancárias do estaleiro. Ambos concentram cerca de R$ 700 milhões, metade do passivo financeiro da companhia. Se BB e Caixa concordarem com uma expressiva renegociação deste valor, no âmbito da recuperação judicial, o entendimento é que as demais instituições financeiras seguirão o mesmo caminho. Mas até lá a Ecovix precisa continuar com as escotilhas acima do nível do mar.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica #Ecovix #Petrobras

Literatura policial

23/12/2016
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O sistema penitenciário brasileiro ainda vai acabar formando uma nova geração de escritores. A exemplo de Eduardo Cunha, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, condenado no julgamento do mensalão, aproveita o cárcere para rascunhar suas memórias. Antes do BB, Pizzolato passou pela Previ e trabalhou na campanha de Lula em 2002.

#Banco do Brasil #Eduardo Cunha #Previ

Votorantim Corretora é uma interrogação no mercado

21/12/2016
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A forte concorrência no mercado financeiro, mais precisamente na corretagem de valores, não poupa sequer a dobradinha dos Ermírio de Moraes com o Banco do Brasil. A Votorantim Corretora, braço do Banco Votorantim, teria desativado sua área de research, com a dispensa de todos os analistas. Segundo o RR apurou, desde o início da semana os profissionais que trabalhavam na unidade vêm comunicando informalmente aos clientes sua saída da empresa. Ressalte-se que, em fevereiro deste ano, a corretora do Banco Votorantim já havia fechado seu home broker, o “Sagaz”, encerrando o atendimento a clientes pessoa física. Não por acaso, esta sequência de fatos tem alimentado especulações sobre o próprio futuro da instituição.

No mercado, é voz corrente que os Ermírio de Moraes e o BB estariam preparando o terreno para o fechamento em definitivo da Votorantim Corretora. Procurado, o Banco Votorantim garantiu que seu braço de corretagem “segue operando normalmente”. Questionado especificamente sobre o fechamento da área de research, não se pronunciou. Hoje, praticamente todas as principais instituições em volume financeiro estão ligadas a grandes bancos, casos de Bradesco, Itaú, BTG e JP Morgan.

A exceção fica por conta das corretoras independentes que operam com agressivas estratégias comerciais e estruturas enxutíssimas, como a XP Investimentos. Para completar há a concorrência do mercado eletrônico, no qual o investidor opera diretamente, sem a necessidade de corretagem. O próprio BB migrou suas operações com títulos públicos para o ambiente eletrônico. Os números da Votorantim Corretora comprovam o quanto este mercado ficou difícil. No primeiro semestre deste ano, ela teve uma receita com intermediação financeira de apenas R$ 20 milhões. Em 2013, o faturamento total chegou a R$ 170 milhões.

#Banco do Brasil #Banco Votorantim

O fado da Lava Jato

20/12/2016
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A denúncia atribuída ao ex-executivo da Odebrecht, Leandro Azevedo, de que contas do Banco Banif em paraísos fiscais foram usadas para o pagamento de propina a políticos aflige duplamente os portugueses. Além do risco jurídico, há o temor de que a Lava Jato incinere de vez as chances de venda dos ativos do Banif no Brasil. Este, inclusive, teria sido o fator primordial para o BTG ter desistido da aquisição, em julho deste ano. Procurado pelo RR, o Banif não quis se pronunciar sobre a negociação da operação brasileira nem sobre a citação no âmbito da Lava Jato.

#Banco Banif #Lava Jato #Odebrecht

Axa avança sobre seguradora da Vinci Partners

9/12/2016
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Um ano e meio após a aquisição da carteira de apólices de grandes riscos da SulAmérica, a francesa Axa estaria em negociações para a compra da seguradora Austral. A operação envolveria a transferência dos 80% pertencentes à Vinci Partners, de Gilberto Sayão – o IFC, leia-se Banco Mundial, detém o restante das ações. A Austral está avaliada em aproximadamente R$ 300 milhões – ou seja, um múltiplo de quase quatro vezes o patrimônio líquido, na casa dos R$ 80 milhões, segundo o balanço de junho.

As negociações para a venda da Austral têm sido conduzidas pelo JP Morgan. Há cerca de três meses, o grupo chinês Fosun, o mesmo que comprou a gestora de recursos Rio Bravo, de Gustavo Franco, chegou a abrir conversações com a Vinci, mas as tratativas perderam temperatura. Com foco no segmento de grandes riscos, notadamente seguro garantia, a Austral fechou 2015 com cerca de R$ 750 milhões em prêmios. Com ativos da ordem de 1,3 trilhão de euros em todo o mundo, a Axa tem se notabilizado por uma agressiva estratégia de aquisições globais: foram 20 nos últimos cinco anos, boa parte na Europa.

A investida sobre a Austral deixa claro o especial interesse dos franceses pelo mercado brasileiro de seguros de grandes riscos. O segmento de seguro garantia, que movimentou cerca de R$ 5 bilhões no ano passado, deverá ter um novo impulso com o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). O pacote de 34 concessões de infraestrutura anunciado pelo governo para 2017 é promessa de aumento da demanda pela cobertura de grandes obras de engenharia. Não custa lembrar que o projeto de lei 559/2013, que está em tramitação no Congresso, prevê o aumento dos limites para a contratação de seguro garantia.

#Austral #AXA Investment Managers #JP Morgan

O decálogo de “cacarecos” de Henrique Meirelles

7/12/2016
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O embrulho de medidas contra a recessão em fase de finalização na Fazenda é constituído pelo que Henrique Meirelles chama de “cacarecos”. Até a marketada de lançá-lo como um decálogo para o resgate do crescimento econômico remonta à época dos pacotes, quando os governos em desespero despejavam, emergencialmente, um toró de medidas salvacionistas. As ações pré-natalinas pretendidas, à exceção de uma ou duas, são uma colcha remendada com retalhos do passado e sugestões de terceiros.

Para quem assumiu a Pasta da Fazenda como um esteio para a credibilidade tíbia de Michel Temer, as derrotas dos últimos dois meses são mesmo de aumentar a calvície. Mas é o que se tem. E Meireles é um pragmático. O decálogo de medidas milagrosas em linhas gerais seria o seguinte:

  1. Redução do compulsório sobre os depósitos bancários para refinanciamento da dívida de empresas e pessoas físicas. Sugestão de Roberto Setubal, que vai contra a contenção da liquidez planejada por Henrique Meirelles como núcleo do ajuste.

 

  1. Queda mais acentuada da Selic. Sugestão de Deus e o mundo. Pressupõe uma série de reduções de 0,5% na Selic a partir do próximo Copom.

 

  1. Recuo progressivo das altas na TJLP. Uma taxa mais baixa estimularia os empresários a buscarem o dinheiro empoçado no banco. Sugestão de Paulo Skaf.

 

  1. Desonerações tributárias seletivas. O objetivo seria atrelar as bondades aos novos investimentos e aumento de empregos. A medida seria financiada com a extinção das “más desonerações” e parte dos impostos e multas da segunda parte da repatriação. Sugestão do IEDI e do pessoal da indústria.

 

  1. Utilização dos recursos do FGTS no financiamento de obras de infraestrutura. Sugestão de Guido Mantega, ontem, hoje e sempre.

 

  1. Emissão de títulos públicos para garantia cambial dos investimentos. Não se sabe ainda quem emitiria esses títulos, se o BNDES, Banco do Brasil etc. Sugestão da Câmara de Comércio Americana e de 10 entre 10 investidores estrangeiros.

 

  1. Novas facilidades para o crédito consignado. O governo quer aumentar o crédito popular. O FGTS, via Caixa Econômica Federal, seria usado como hedge do trabalhador. Há quem diga que a medida pode levar o trabalhador a trocar poupança por consignado.

 

  1. Lei de Recuperação Judicial dos Estados. Algo na linha, devo, não nego, pago quando puder, o que faria o dinheiro fluir nas unidades federativas. Tem de ser feita, não é um retalho. Sugestão de Pezão, em primeiro, e dos demais governadores, em segundo.

 

  1. Securitização da dívida ativa. Trata-se de uma iniciativa para ontem, pois seus recursos podem financiar algumas das outras medidas já citadas. Sugestão de Joaquim Levy, na sua gestão na Fazenda.

 

  1. Rodada de investimentos sociais (habitação popular, energia para todos, bolsa família etc.). Algum recurso seria pescado do orçamento deste ano (como se sabe, Henrique Meirelles inflou a projeção de déficit primário para ter alguma sobra para os restos a pagar e os “cacarecos”). A medida seria anunciada com pompa e um reforço do compliance, ou seja, na gestão anterior era dado e desviado, agora é dado, fiscalizado e usufruído. Sugestão de Geddel Vieira Lima.

Obs: As medidas microeconômicas em gestação no governo – ajustes regulatórios, extinção da obrigatoriedade da compra de equipamentos de fabricação doméstica, desapropriação de imóveis, revisão de incentivos fiscais etc – são corretas e podem mexer positivamente nas expectativas, ainda que não tenham maior impacto antirrecessivo no curto prazo. O risco é o governo incorrer na quebra de contratos. Se depender de opiniões como a do economista Marcos Lisboa, o governo deve ir com tudo porque não há recursos. Mas devagar com o andor. Não há receita de ajuste fiscal nem monetário que rearrume uma economia ferida pela quebra de contratos juridicamente perfeitos.

#Henrique Meirelles

“Lei da RJ” do setor público bate direto nos bancos estatais

5/12/2016
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A “lei de recuperação judicial” dos estados e municípios que está sendo estudada pelo governo federal representa, na prática, uma moratória no pagamento das dividas junto com os bancos estatais – Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES. Antes que o leitor do RR se espante com a ousadia da proposta, trata-se de uma moratória com hedge. O projeto prevê a restituição dos recursos às instituições financeiras, após a conclusão da recuperação, em qualquer circunstância.

Uma novidade é que o projeto deverá ser abençoado pelo Supremo Tribunal Federal para dar garantia legal à implementação da medida. O Congresso e a Secretaria do Tesouro também participarão do processo. A lei está sendo construída desde a reunião dos governadores com o presidente Michel Temer, no último dia 22 de novembro. Desde então, foi guardada a sete chaves e sob o manto do teatro encenado por Henrique Meirelles et caterva. As metas que os estados terão de cumprir serão rigorosas, à semelhança da própria lei de recuperação judicial de companhias. Comparativamente, a PEC do Teto soará como brincadeira. Procurados, o Banco do Brasil e a Caixa informaram que não comentam projetos ou estudos em discussão. Já o BNDES não se pronunciou.

Tudo indica que os cortes radicais que estão sendo feitos por Banco do Brasil e Caixa, com fechamento de agências e planos de demissão voluntária, não são apenas para atender à Basileia. Ambos já estariam se preparando para o pior, tamanha a exposição ao setor público. Os dois bancos negam que exista relação entre as medidas adotadas e a eventual moratória de estados e municípios. O débito do setor público com bancos estatais é de R$ 120 bilhões – ou cerca de um quarto de todo o estoque da dívida das províncias e das cidades com a União, em torno dos R$ 480 bilhões.

O maior credor é o BNDES, com R$ 49,6 bilhões – para efeito de comparação, praticamente a metade dos R$ 100 bilhões que a agência de fomento está devolvendo ao Tesouro Nacional. Seguem Banco do Brasil (R$ 38 bilhões) e Caixa Econômica (R$ 33 bilhões). Esses valores aumentaram razoavelmente desde o ano passado, quando as finanças dos estados e municípios já derretiam a olhos vistos. A maior parcela dessas faturas recentes caiu no colo da Caixa. Entre setembro de 2015 e setembro de 2016, seus empréstimos para o setor público subiram 22,1%.

No caso do BNDES, a alta foi de 11%. Só o BB puxou o freio de mão. Sua carteira de crédito a estados e municípios ficou praticamente congelada nesse período, crescendo apenas 1,7%. O estrago, no entanto, já estava feito. Os fatos e dados revelam que a crise dos estados é muito mais grave do que as partes envolvidas deixam transparecer.

#Banco do Brasil #BNDES #Caixa Econômica

Temer ensaia um esbarrão de leve no topo da renda nacional

1/12/2016
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 Com a popularidade em queda livre, o presidente Michel Temer tem se debruçado sobre conselhos até então inimagináveis, tudo para se livrar da pecha de “vampiro do social”. Nas salas mais fechadas do Planalto, são ponderadas todas as combinações possíveis assim como as perdas e ganhos do impacto sobre públicos essenciais de um imposto sobre fortunas e o aumento da taxação sobre heranças e doações. A medida, que era tratada como uma agenda intocável, tem sido discutida pelo staff presidencial e, ainda que com uma certa azia, pelo Ministério da Fazenda. Seria uma reação aos declinantes índices de aprovação da gestão Temer e ao insucesso predominante na comunicação do governo. A rigor, a mexida na alíquota do imposto sobre heranças e a criação do tributo sobre fortunas farão cócegas no andar de cima da renda nacional. Os gravames não chegarão a ter um efeito redistributivo para valer. Mas, no aspecto simbólico, seria uma maneira de o Planalto lançar um contraponto a medidas que, à primeira, segunda e terceira vistas, vão contra o social, notadamente a reforma da Previdência e a PEC do Teto. Seria também uma sinalização de que a conta do ajuste não ficará restrita a idosos, mulheres e, sobretudo, ao pé da pirâmide social. Temer daria uma demonstração de que também consegue ir contra a sua base de apoio e não tem receio de ser odiado por ninguém, conforme reza a cartilha de definição do verdadeiro estadista.

 Ressalte-se que o imposto sobre fortunas é um dos sete tributos federais previstos na Constituição brasileira, mas nunca foi regulamentado. Especialistas em tributação estimam que uma taxação de 1% sobre patrimônios superiores a R$ 1 milhão poderia gerar uma arrecadação de até R$ 100 bilhões por ano. No caso do imposto sobre heranças, a alíquota atual é de 3,86%. Um aumento residual ainda manteria esta taxa longe dos patamares praticados, por exemplo, na França (32,5%), na Inglaterra (40%) ou mesmo no Chile (13%).

 De todo o modo, a medida tem seus inconvenientes. Há quem diga que a tributação de fortunas e o imposto adicional sobre as heranças poderiam afetar o espírito animal do capital – espírito animal esse que não anda lá muito arisco. A combinação da medida com a presença de Henrique Meirelles na Fazenda também é complicada. Tratando-se de um ministro que representa os bancos no poder – ainda que ele jure de pés juntos o contrário –, seria como se Meirelles estivesse traindo a sua gente. Entre os prós e os contras, o prato da balança parece pesar um pouco mais para o segundo lado. Nem tanto pelos possíveis óbices à medida, mas pela natureza do governo. No que depender da vocação de Michel Temer para tomar medidas mais agudas com celeridade, o RR tem todos os motivos para acreditar que nada ocorrerá.

#Henrique Meirelles #Michel Temer #PEC do Teto

Já é Natal no UBS

29/11/2016
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A saída de André Laloni da chefia do UBS na América do Sul foi comemorada pela equipe do banco no Brasil como antecipação das festas natalinas. Quem mais vibrou com o bye bye foi a presidente da operação brasileira do UBS, Sylvia Coutinho.

#UBS

Venda do Banrisul é o botão de emergência do governo gaúcho

23/11/2016
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Com o Rio Grande do Sul em estado de calamidade financeira, o governador José Ivo Sartori vem mantendo conversações preliminares com o ministro Henrique Meirelles em torno da venda do Banrisul. A operação se daria no modelo de leilão. Banco do Brasil e Caixa Econômica seriam o fiel da balança na operação. Em tese, a presença dos bancos estatais aumentaria a disputa e a probabilidade de um ágio maior sobre o valor mínimo de venda do Banrisul. Parte dos recursos arrecadados estaria previamente vinculada à amortização da dívida com a União. No ranking da penúria das províncias, o Rio Grande do Sul ocupa o quarto lugar (atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais), com um endividamento total de R$ 53 bilhões junto ao Tesouro Federal.

 O governo gaúcho nega a venda do Banrisul. É assim desde que Sartori assumiu, em 2015. No Palácio Piratini, a hipótese de abrir mão do banco sempre foi tratada como a última linha, uma espécie de “Bomba H” na hierarquia das medidas contra a crise fiscal. As circunstâncias se encarregaram de aproximar o indicador de Sartori do botão vermelho. Se o decreto de estado de calamidade anunciado ontem permite a adoção de “medidas excepcionais”, a venda do Banrisul talvez seja a maior delas. O rombo fiscal do Rio Grande do Sul neste ano deverá superar os R$ 6,5 bilhões. O sistema de previdência pública do estado tem o pior resultado entre todas as unidades da federação: a estimativa para este ano é de um déficit de R$ 9 bilhões, que se somarão às perdas de R$ 7,5 bilhões em 2015. Os salários do funcionalismo têm sido pagos de forma parcelada desde fevereiro. Nas ruas, o caos na segurança pública: os índices de criminalidade dispararam. Diante deste cenário, o governo gaúcho está convencido de que não dá mais para guardar o Banrisul em uma redoma.

 A venda do Banrisul não provocará mudanças significativas no topo do ranking bancário. Seus R$ 68 bilhões em ativos são insuficientes para mexer com as posições tanto dos três maiores bancos privados – Itaú, Bradesco e Santander – quanto dos próprios BB e Caixa Econômica. Ressalte-se ainda que a instituição está longe de seus melhores dias. No ano passado, a rentabilidade sobre o patrimônio foi de 13,5%, um pouco melhor do que os 12,1% de 2014, mas ainda longe dos 20,3% registrados em 2011. Ainda assim, o Banrisul tem seus atrativos, a começar pelo fato de se tratar do último grande banco estadual. Outro aspecto importante é o fator geoeconômico, leia-se a capilaridade na segunda região mais rica do país: são 525 agências nos três estados do Sul. À exceção talvez do BB, que já conta com 1.057 unidades de atendimento, o Banrisul faria uma razoável diferença para a operação dos outros quatro grandes bancos nos três estados do Sul – Bradesco (716 agências), Caixa (646), Itaú (586) e Santander (376).

#Banco do Brasil #Caixa Econômica #José Ivo Sartori

Banco Postal

23/11/2016
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Os Correios farão uma segunda tentativa de licitação do Banco Postal, desta vez reduzindo à metade o lance mínimo, originalmente de R$ 600 milhões. Ainda assim, a mais otimistas das expectativas é de um leilão de um candidato só: o Banco do Brasil.

#Banco do Brasil #Banco Postal

Fora da bolsa

21/11/2016
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O Arab Banking Corporation estaria preparando o fechamento de capital do Banco ABC Brasil.

• Procuradas, as seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: ABC Brasil.

#Bovespa #Magnesita #RHI

Acervo RR

Sete Brasil

16/11/2016
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A Sete Brasil caminha para fechar o ano com uma dívida de R$ 20 bilhões, cerca de R$ 2 bilhões a mais do que em abril, quando entrou com pedido de recuperação judicial. Desse montante, cerca de R$ 13 bilhões são passivos junto a bancos públicos e fundos de pensão de estatais.

• Procuradas, as seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Sete Brasil.

#Sete Brasil

Sete Brasil

16/11/2016
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A Sete Brasil caminha para fechar o ano com uma dívida de R$ 20 bilhões, cerca de R$ 2 bilhões a mais do que em abril, quando entrou com pedido de recuperação judicial. Desse montante, cerca de R$ 13 bilhões são passivos junto a bancos públicos e fundos de pensão de estatais.

• Procuradas, as seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Sete Brasil.

#Sete Brasil

Dinheiro das pedaladas pode salvar os estados

14/11/2016
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 O presidente Michel Temer poderá tornar-se um defensor do diferimento dos recursos devidos pelo BNDES ao Tesouro Nacional. Para ser mais preciso, Temer tem sido pressionado pelos governadores a amortecer uma potencial crise federativa, ajudando as unidades estaduais em dificuldade com recursos triangulados entre o Tesouro e o banco de fomento. Pelo menos três governadores “sugeriram enfaticamente” a medida ao presidente. O dinheiro viria do montante de R$ 100 bilhões decorrentes das pedaladas, que a presidente do banco, Maria Sílvia Bastos Marques, insiste em pagar a toque de caixa como contribuição ao ajuste fiscal do governo.

 Ninguém está cobrando de Maria Sílvia tanta celeridade. Nem Henrique Meirelles. Mais pressa têm o gari, o bombeiro, o policial, o médico e a professorinha que não recebem seus salários. O Rio é o cartão postal da falência das províncias brasileiras. Se o BNDES transferisse para um fundo de emergência metade do valor devido ao Tesouro – R$ 50 bilhões –, essa quantia já seria o correspondente à soma das multas e impostos sobre o total dos recursos repatriados. Algum tipo de acerto patrimonial seria feito entre as partes. Um termo de compromisso garantiria a transferência de ativos dos estados para o Tesouro. Posteriormente, eles seriam repassados à iniciativa privada por meio de privatizações e concessões.

#BNDES #Michel Temer

Uma dura derrota para Daniel Dantas

11/11/2016
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O banqueiro Daniel Dantas está remoendo uma de suas maiores derrotas. De acordo com informação veiculada pelo Latin Lawyer, uma das mais prestigiosas publicações jurídicas do mundo, o Opportunity perdeu o bilionário processo de arbitragem que movia contra a ex-sócia Telecom Italia. A Câmara de Comércio Internacional (ICC) decidiu rejeitar os pedidos apresentados por Dantas, seu sócio Dório Ferman e empresas do grupo, que cobravam dos italianos uma indenização de US$ 15 bilhões. A alegação do Opportunity é que a Telecom Italia teria cometido crimes de suborno e pirataria, manobrado investigações policiais e financiado uma campanha na imprensa para forçá-lo a desistir do controle da Brasil Telecom. O RR entrou em contato com o Opportunity, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.  O contencioso remonta a 2005, quando a Telecom Italia rompeu a conturbada sociedade com o Opportunity na Brasil Telecom. O banco alega que os italianos interceptaram informações sigilosas da operadora de telefonia e posteriormente as repassaram a autoridades policiais brasileiras, o que resultou em investigações criminais contra Dantas, mais precisamente as Operações Chacal e Satiagraha – ambas anuladas pela Justiça. Segundo a decisão da ICC, Dantas e Opportunity “não eram vítimas passivas na batalha corporativa com a Telecom Italia” e eles mesmos haviam tomado “medidas agressivas para proteger seus interesses”, inclusive através da contratação de empresa de espionagem Kroll Associates para investigar a Telecom Italia.

#Daniel Dantas #Opportunity

Estatais mandam a conta do ajuste para os atletas olímpicos

7/11/2016
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 O governo Temer está prestes a servir um tira-gosto da sua nova política para o esporte. O prato raso será colocado à mesa no fim deste mês, quando se encerra o atual contrato de patrocínio dos Correios com a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). A estatal vai anunciar uma drástica redução nos valores repassados à entidade. No último ciclo olímpico, os Correios desembolsaram cerca de R$ 95 milhões. Estima-se que a cifra cairá a menos da metade. Trata-se de uma medida com forte impacto simbólico: a empresa patrocina a natação brasileira desde 1991, naquela que é a mais longeva parceria entre uma estatal e uma confederação esportiva no país. É apenas o começo: o ministro dos Esportes, Leonardo Picciani, já sinalizou a dirigentes de outras entidades que, nos próximos três meses, todas as estatais vão rever ou mesmo rescindir seus respectivos contratos de patrocínio esportivo. Será a suada “contribuição” dos atletas brasileiros para o ajuste nas contas públicas.  Na prática, as estatais se tornaram agentes de políticas públicas para o esporte, com forte peso na formação de atletas. Nos últimos quatro anos, elas injetaram quase R$ 2,5 bilhões em mais de duas dezenas de confederações. Ou seja: foram praticamente R$ 600 milhões por ano, mais de três vezes o valor total do Bolsa Atleta – R$ 160 milhões em 2016. É praticamente impossível encontrar uma modalidade olímpica que não seja visceralmente dependente de uma empresa pública. O BNDES apoia a canoagem e o hipismo. A Caixa é o banco pagador do atletismo, da ginástica, do ciclismo, entre outros. A Petrobras garante o judô e o boxe. A Eletrobras tem uma longa parceria com o basquete. O Banco do Brasil patrocina a vela, o pentatlo e, sobretudo, o vôlei. Todos levarão uma cortada do ajuste econômico. • Procuradas, as seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Correios.

#CBDA #Correios

Banco do Brasil e Caixa são o chão e o teto da PDG

1/11/2016
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 Ainda que indiretamente, o futuro da PDG Realty virou assunto de governo. Está nas mãos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal a decisão de dar um fôlego extra à maior incorporadora imobiliária do país ou lançá-la de vez no alçapão de uma recuperação judicial. É grande a pressão para que o BB e a Caixa acolham o pedido de um empréstimo emergencial feito pela companhia aos seus bancos credores, no valor aproximado de R$ 400 milhões. As duas instituições são vistas pela própria PDG como o fiel da balança na operação. Ambas respondem por mais de 30% da dívida de curto prazo da companhia, da ordem de R$ 5,5 bilhões. Se BB e Caixa concordarem com a proposta de refinanciamento, a expectativa da incorporadora é que os bancos privados – mais de uma dezena, entre eles Itaú e BTG – sigam em bloco o mesmo caminho. Assim tem sido durante as seguidas etapas de repactuação do passivo da PDG. A mais recente se deu em junho, quando a incorporadora conseguiu alongar por quatro anos o vencimento de R$ 2,3 bilhões em dívidas financeiras. Procurada, a Caixa não quis se manifestar, alegando que as “operações envolvendo a PDG são protegidas por sigilo bancário”. A incorporadora e o BB também não se pronunciaram.  O risco de uma iminente recuperação judicial é exatamente o maior – e único – instrumento de pressão da própria PDG sobre o BB e a CEF. Não há muito tempo para uma decisão dos dois bancos e, por extensão, dos demais credores. A contagem regressiva para a RJ é breve, talvez questões de dias – consta que a PDG já mantém conversações com a Alvarez & Marsal, especialista no assunto. O processo colocaria um ponto de interrogação sobre a capacidade da incorporadora de entregar os imóveis aos seus compradores. A companhia tem 35 projetos em andamento, o equivalente a mais de seis mil unidades. No entanto, a PDG teria em caixa pouco mais de R$ 200 milhões, recursos que não cobririam seus compromissos sequer até dezembro. O empréstimo emergencial dos bancos permitiria à incorporadora chegar até o primeiro trimestre de 2017, contando ainda com os recebíveis previstos até março do ano que vem – algo em torno de R$ 700 milhões.  Ainda assim, à luz dos números, fica a sensação de que a PDG tenta tratar de uma fratura exposta com arnica e band-aid. No mercado, a percepção é que mesmo um eventual acordo com os bancos para um novo aporte apenas adiará o inevitável: a recuperação judicial. Se o balanço do terceiro trimestre trouxer um prejuízo superior a R$ 1 bilhão – no primeiro semestre, as perdas foram de R$ 1,2 bilhão –, a empresa passará a ter patrimônio líquido negativo.

#Banco do Brasil #BTG Pactual #Caixa Econômica #Itaú #PDG Realty

Ronaldo Fenômeno é um empresário no banco de reservas

28/10/2016
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  O que está acontecendo com o empresário Ronaldo Luiz Nazário? De uma hora para a outra, o ex-jogador Ronaldo Fenômeno parece ter perdido o faro de artilheiro para os negócios. Um ano e meio após o seu lançamento, a Ronaldo Academy – parceria com o empresário Carlos Wizard – enfrenta dificuldades para manter seu projeto de expansão. A meta de atingir 50 escolinhas nos dois primeiros anos de operação já foi chutada para escanteio. Da primeira leva de 22 franquias vendidas no Brasil, apenas 13 unidades teriam sido efetivamente inauguradas. Alguns dos investidores que compraram o direito de utilizar a marca tentam romper o contrato e devolver a licença, temendo prejuízos.  Nos últimos meses, Ronaldo Fenômeno tem aparecido no noticiário econômico mais pelos gols perdidos do que marcados. A 9ine, a agência de marketing esportivo que criou em parceria com Marcus Buaiz, está sendo desativada pela britânica WPP, atual controladora. A sociedade com o próprio Carlos Wizard no Fort Lauderdale Strikers, time de futebol nos Estados Unidos, está chegando ao fim. Mesmo com todo o nome e influência, Ronaldo não conseguiu seu maior objetivo: assegurar um lugar na Major League Soccer (MLS), o principal campeonato dos Estados Unidos – o Strikers disputa uma liga paralela.  No caso da Ronaldo Academy, a mais recente delas, a do Espírito Santo, foi inaugurada no mês passado apenas com metade das 800 vagas preenchidas. Ressalte-se que, além de pagar cerca de R$ 400 mil pela licença, o franqueado ainda precisa dispor de um terreno de, no mínimo, mil metros quadrados. A expansão global também está aquém do planejado. Por ora, só a China comprou a ideia em maior escala: já são mais de 30 franquias fechadas, embora apenas oito já em operação. Nos Estados Unidos, são apenas cinco contratos firmados. As negociações para o desembarque do projeto nos Emirados Árabes, Arábia Saudita, Qatar e Rússia ainda são incipientes.  Uma coisa pode não ter nada a ver com a outra. Mas, já há algum tempo, Ronaldo vem sendo aconselhado por seus assessores a reduzir sua exposição política e a proximidade com áreas, digamos assim, minadas. No seu staff, é consenso de que sua enigmática participação no Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014 e a relação com cartolas como José Maria Marin e Marco Polo Del Nero trouxeram um desgaste a sua imagem. • A seguinte empresa não comentou o assunto: Ronaldo Academy.

#9ine #José Maria Marin #Marco Polo Del Nero #Ronaldo Academy #Ronaldo Fenômeno

Natixis

27/10/2016
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? O francês Natixis deverá liderar um pool de bancos europeus para financiar exportações de pastilhas de urânio brasileiras. Estima-se que a operação poderá chegar a US$ 80 milhões. Não é a primeira investida do Natixis no programa nuclear brasileiro. O banco é um dos financiadores do projeto de desenvolvimento de submarinos da Marinha. • Procuradas pelo RR, as seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto:  Banco Natixis.

#Natixis

Uber já é mais rentável no Brasil do que nos EUA

19/10/2016
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  O Uber anda em alta velocidade no Brasil, apesar dos percalços na Justiça e da interminável briga com prefeituras e taxistas. A operação brasileira já rendeu aos cofres da companhia R$ 100 milhões no primeiro semestre do ano. Deverá chegar a R$ 300 milhões até dezembro em função do aumento de 500% no número de corridas no Rio de Janeiro em agosto por causa da Olimpíada, além do acréscimo que ocorre normalmente nos últimos dois meses do ano. O faturamento será equivalente a 5% da receita mundial do Uber. Procurada, a empresa não confirmou os números relativos à sua receita no país.  O resultado colocará o Brasil na décima posição no ranking da companhia entre os 70 países atendidos. São mais de quatro milhão de clientes ativos e cerca de 50 mil motoristas associados, contra 10 mil no ano passado – números confirmados pela própria Uber. O número é equivalente à metade da frota de táxis nas doze cidades em que o Uber está presente no país. Pelo ritmo de crescimento apurado, em 2018 o grupo chegará ao mesmo tamanho dos concorrentes. Para chegar a esses resultados, o investimento, do próprio caixa, foi de R$ 150 milhões para montagem principalmente do aparato tecnológico.  Segundo a fonte do RR, que fez um estudo sobre o Uber no mercado brasileiro para um banco de investimentos norte-americano, o breakeven se dará neste ano, com um Ebtida de 10% sobre o faturamento de R$ 400 milhões. A performance é muito melhor do que a apurada nos Estados Unidos, base mundial da empresa e responsável por metade da receita. O negócio deu um baita prejuízo de US$ 1,2 bilhão no primeiro semestre. O Uber começou a operar no mercado norte-americano em 2009 e no Brasil iniciou sua operação em 2013. A projeção é de a receita chegue a R$ 1 bilhão em três anos, com um Ebtida de 20% desse total. A ampliação do faturamento se dará com a multiplicação por três do número de cidades atendidas, todas com mais de 500 mil habitantes.

#Uber

Nome para a Prev

10/10/2016
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 O presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, articula a indicação de Ricardo Oliveira para o comando da Previ. O executivo ocupou a vice-presidência de Governo do BB até maio de 2012, quando foi afastado após uma suposta manobra para derrubar o então nº 1 da fundação, Ricardo Flores. Do ponto de vista político, Oliveira é o que se pode chamar de uma fonte bivolt: consegue a proeza de transitar do PSDB ao PT.

#Banco do Brasil #Previ #Ricardo Oliveira

Bullets

6/10/2016
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 Henrique Meirelles e Ilan Goldfajn mantêm a relação de chefe e subordinado que tinham no Banco Central, no governo Lula. Melhor não mexer: talvez seja assim que as coisas funcionam bem. •••  Joseph Safra, que se mudou para Mônaco há cerca de seis meses, não tem planos de voltar tão cedo para o Brasil. •••  Comentário de um tucano de alta plumagem sobre a promessa de João Doria de não disputar a reeleição: “Ele vai repetir o Serra e deixar a Prefeitura em 2018 para disputar o governo do estado.” Vale o dito e o desdito. •••  Derrotado nas eleições, Pedro Paulo deve retomar seu mandato na Câmara dos Deputados antes mesmo do fim do governo de Eduardo Paes.

#Eduardo Paes #Eleição Estadual SP -2018 #Eleição Municipal RJ -2016 #Eleições #Henrique Meirelles #Ilan Goldfajn #João Doria #Pedro Paulo

Rebatida

5/10/2016
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 Com a desistência do BTG, o banco português Banif está tentando empurrar suas operações no país para o Brasil Plural . • As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Banif e Brasil Plural.

#Banif #BTG Pactual

Novos tempos

3/10/2016
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 Com os seguidos lucros trimestrais do Banco Votorantim, os Ermírio de Moraes já acham que não precisam tanto do Banco do Brasil por perto.

#Banco do Brasil #Banco Votorantim

Uma pedra a mais no caminho da OAS

30/09/2016
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 Os principais credores da OAS, entre os quais Banco do Brasil, Deutsche Bank e Société Générale , estão apreensivos com o desenrolar do bilionário contencioso entre a empreiteira e o governo de Trinidad e Tobago. A disputa diz respeito a um contrato da ordem de US$ 1,5 bilhão para a construção de uma rodovia no país caribenho, obra que não foi concluída. As autoridades trinitinas abriram um processo de arbitragem contra a empreiteira baiana, com a alegação de que ela descumpriu termos do contrato. Por essa razão, exigem da OAS o equivalente a R$ 400 milhões, como execução das garantias previstas no acordo. A penalidade seria mais um duro baque para a empreiteira, submersa em uma recuperação judicial.  Procurada, a OAS não quis comentar o assunto. De acordo com informações filtradas junto a um dos bancos, os executivos da empresa têm procurado seus maiores credores com um discurso otimista. A OAS assegura que honrou todas as cláusulas do acordo e só paralisou as obras porque o governo de Trinidad e Tobago atrasou seguidamente os pagamentos. Garante ainda ter direito a uma indenização de algumas centenas de milhões de reais, recursos que seriam usados para a amortização de suas dívidas. Por ora, os bancos estão com o pé atrás.

#Banco do Brasil #Deutsche Bank #OAS #Société Générale

Reservas cambiais ganham nova função

29/09/2016
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 O Banco Central e o BNDES estão acertando os ponteiros para utilizar parcela das reservas do país como hedge cambial. O mecanismo cambial seria restrito aos investimentos de capital estrangeiro, notadamente de infraestrutura. O governo destinaria US$ 100 bilhões para operações de hedge nos aportes de capital em projetos de economia física.  Essa medida é vista como a manifestação mais firme de estímulo aos investimentos externos em infraestrutura, ou seja, o Brasil pretende tomar riscos junto com o capital estrangeiro. A decisão também define uma antiga questão conceitual: as reservas cambiais – da ordem de US$ 376 bilhões, com um custo de financiamento elevadíssimo – devem ou não ter qualquer outra função? O hedge cambial para os investimentos estrangeiros em capital fixo é a resposta.

#Banco Central #BNDES

BB envia para os funcionários a conta do déficit da Cassi

28/09/2016
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 A conta da crise financeira da Cassi, o plano de saúde do Banco do Brasil , vai cair no colo dos próprios funcionários e aposentados da instituição. O novo presidente do BB, Paulo Rogério Caffarelli, recebeu carta branca do governo para adotar um amargo remédio e, assim, afastar qualquer risco de insolvência da operadora de medicina de grupo. Por amargo remédio entenda-se a cobrança de uma taxa adicional de 1% sobre os salários ou benefícios dos 400 mil participantes do deficitário Plano de Associados para cobrir os buracos financeiros na carteira. Na ponta do lápis, significa que os funcionários e aposentados do BB pagarão um terço a mais em relação ao atual desembolso – a contribuição regular é de 3% sobre os proventos. Pela proposta, a cota extra vai vigorar entre janeiro de 2017 e dezembro de 2019. A medida representará uma receita adicional de quase R$ 20 milhões por mês, ou de aproximadamente R$ 720 milhões no acumulado dos 36 meses. Segundo o RR apurou, a proposta já foi encaminhada aos associados e a decisão deverá ser anunciada até o fim de outubro.  Como seria de se esperar, o plano de reestruturação foi mal recebido pelos beneficiários. Os associados da Cassi ainda tentam uma última cartada, pleiteando que o próprio Banco do Brasil participe do rateio da cota extra na mesma proporção das contribuições ordinárias, prevista no estatuto da Cassi: 40% para os funcionários e aposentados e 60% para a instituição. No entanto, segundo o RR apurou, são reduzidas as chances de que a diretoria do banco acolha a reivindicação. O BB não pretende comprometer seus próprios resultados para tirar o plano de saúde da UTI. Segundo estudos realizados pela área financeira, cada ponto percentual de aumento na contribuição do banco exigiria uma provisão adicional de quase R$ 1,5 bilhão em balanço.  Há cerca dois anos, o fantasma de uma intervenção por parte da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) paira sobre a Cassi. Sistematicamente, o braço de medicina de grupo do BB gasta mais do que arrecada, mesmo com critérios cada vez rigorosos para a aprovação de exames e outros procedimentos médicos. O déficit acumulado já estaria na casa dos R$ 400 milhões, ou seja, no mesmo patamar das reservas livres do plano de saú- de. Os problemas, ressalte-se, concentram-se no Plano de Associados. Há ainda outra carteira, o Cassi Família, com cerca de 450 mil beneficiários, que está com a situação financeira razoavelmente equilibrada. Menos mal. • As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil.

#ANS #Banco do Brasil #Cassi #Paulo Rogério Caffarelli

Camarguianas

27/09/2016
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 A Camargo Corrêa incluiu a Santista, uma das líderes no mercado têxtil da América Latina, na lista de ativos à venda. A companhia já sondou dois bancos, entre eles, o Itaú, para atuarem como advisers. A Santista, com fábricas no Brasil e Argentina, responde por 5% da receita do grupo, de R$ 30 bilhões. •••  Por falar em Camargo Corrêa, a companhia e a Queiroz Galvão deverão fazer um aporte de aproximadamente R$ 300 milhões no Estaleiro Atlântico Sul (EAS). A capitalização é fundamental para o estaleiro cumprir o acordo firmado com a Transpetro para a conclusão de oito petroleiros. O contrato deu ao EAS uma sobrevida de pelo menos dois anos. • As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Camargo Corrêa e EAS.

#Camargo Corrêa #EAS #Itaú #Queiroz Galvão #Santista #Transpetro

Itaú menos exposta

15/09/2016
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 O Itaú avalia baixar no balanço do terceiro trimestre ao menos parte do investimento que fez na encalacrada Sete Brasil. Ao todo, a exposição do banco na companhia beira os R$ 2,5 bilhões. Muito em razão da provisão desse crédito, a inadimplência da carteira de pessoas jurídicas do Itaú saiu de 1,5% para 2,3% no primeiro semestre. • As seguintes empresas não se pronunciaram ou não comentaram o assunto: Banco Itaú.

#Itaú #Sete Brasil

Por que não uma “Operação M&A”?

8/09/2016
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 A Operação Greenfield, deflagrada pela Polícia Federal na última segunda-feira, começa com o nome trocado. Deveria se chamar “Operação Investimentos Maduros”. A obsessão pelas estatais Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica e Correios, e seus respectivos fundos de pensão, assim como o desejo de achar algum petista envolvido em qualquer tramoia, acaba por dirigir a investigação para desequilíbrios atuariais ou irregularidades no trade. Melhor seria se a PF colocasse a lente na pilha de associações de rentabilidade inaceitável, revolvendo os investimentos de M&A, onde se encontram as piores e inexplicáveis participações das fundações. É lá que está o mapa das propinas. É pesquisa para mais de 30 anos.  No governo FHC despachar o mico para os fundos de pensão virou lugar comum. É bem verdade, nem tudo foram urtigas: houve aquisições positivas, como a Vale. Mas uma grande parcela das compras foi de companhias em situação lastimável, que vêm sugando as reservas dos fundos até hoje. Em algumas delas, as fundações, mais especificamente a Previ, não poderiam participar por determinação estatutária. E mesmo assim entravam ilegal e desarvoradamente no capital de empresas deficitárias. O RR não vai nominar nem uma das centenas de companhias passíveis de um “Lava Fundos”. Mas o mercado todo sabe. Tanto quanto sabia das propinas das empreiteiras em obras públicas.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica #Correios #FHC #Operação Greenfield #Petrobras #Previ #Vale

Chinês no páreo

1/09/2016
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 Além do Itaú e do Santander, o China Construction Bank entrou na disputa pelos ativos do Citi no Brasil. O grupo já tem um pé no país desde 2013, quando comprou 72% do BicBanco. Independentemente do vencedor do páreo, o Citi espera anunciar a operação até o fim de setembro.

#BicBanco #China Construction Bank #Citi #Itaú

A hora e a vez de Temer ser picado pela saúva

25/08/2016
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 O presidente interino, Michel Temer, já sabia o texto inteiro da missa. Mas, quando rezado de viva voz, no latim do empresariado, o impacto da burocratização nacional é ainda mais desolador. Desde sempre, o setor empresarial é refém do Estado, que, por sua vez, é refém das corporações, que se nutrem das dificuldades que elas próprias criam. Essa simbiose, contudo, está piorando cada vez mais. O mau corporativismo tem ganhado todas as pelejas disputadas. Ele está na raiz da baixa produtividade do país. É um canibal do Estado. Representa um coeficiente da inflação renitente. É a zika da ineficiência produtiva. Os potentados empresariais Carlos Alberto Sicupira, Jorge Gerdau, Luiz Carlos Trabuco e Pedro Moreira Salles, entre outros, fizeram para Michel Temer uma apresentação de como essa saúva tem corroído o Brasil.  Os casos são bastante minuciosos e impactantes. O presidente do Conselho Administrativo do Itaú-Unibanco, Pedro Moreira Salles, colaborou na exposição detalhada dos péssimos exemplos com a menção à insanidade tributária do país, que está menos no tamanho da carga do que na esquizofrenia de mudanças frenéticas dos gravames. Segundo Moreira Salles, o banco tem de estar preparado para dar conta de uma modificação na legislação de impostos a cada duas horas, em média. Esse número tem sido crescente.  O empresário Carlos Alberto (Beto) Sicupira, quarto homem mais rico do Brasil, segundo o ranking da Forbes, e um dos controladores da Ambev, informou que a companhia cervejeira tem de gerar 23 mil processos por lata ou garrafa produzida no mercado brasileiro, somente em função da mixórdia criada pela legislação do ICMS. A Ambev opera em todos os 27 estados e nos quase 5,5 mil municípios do Brasil. Nos Estados Unidos, ela também atua de ponta a ponta no território norte-americano, mas precisa gerar somente 1.300 processos por lata ou garrafa. E isto levando em consideração todos os impostos que são cobrados, e não apenas um único.  O presidente da Natura , Pedro Passos, reclamou do fluxo de processos trabalhistas, um montante superior a quatro milhões por ano. Um dado bastante estarrecedor: o fluxo se altera pouco. Ao contrário do que seria recomendável, a legislação vai se tornando mais nebulosa com o passar do tempo. E todo ano são pedidas na Justiça a criação de mais e mais Varas do Trabalho. Pedro Passos deu outro exemplo nada edificante: a fabricante de produtos de beleza gasta R$ 15 milhões por ano somente para manter sua máquina de atendimento da burocracia funcionando. Os números são grandiloquentes e bastante atualizados, mas, à primeira leitura, a sensação é de um grande déjà vu.  Consta que o presidente interino ouviu atentamente, franziu o cenho, pousou a mão sobre os joelhos e com um olhar grave fez aquilo que se esperava dele. Temer pediu sugestões dos empresários para resolver os problemas e uma maior interação junto ao governo federal para uma colaboração conjunta. Por ora, é só. Mas o filme parece muito antigo.

#Ambev #Itaú #Michel Temer #Natura

Mabe deixa uma cilada para os seus credores

23/08/2016
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 A quebra da Mabe Brasil, ao que tudo indica, vai muito além de um episódio clássico de falência, causado por condições econômicas adversas ou mesmo má gestão do negócio. Os credores, fornecedores e os quase dois mil funcionários da fabricante de eletrodomésticos têm todos os motivos para acreditar que foram vítimas de um golpe empresarial. Segundo informações obtidas junto a um dos bancos, assim que as fábricas de Hortolândia e Campinas pararam de produzir, em dezembro do ano passado, os mexicanos da Mabe simplesmente sumiram do mapa. Todos os executivos de primeiro escalão enviados pela matriz voltaram para a Cidade do México. Deixaram para trás banqueiros sem resposta, trabalhadores sem salários, estoques quase zerados, um sem-número de queixas nos órgãos de defesa do consumidor, acordos não cumpridos com a própria Justiça e uma espessa nuvem de fumaça em torno das informações administrativas e financeiras da companhia. Segundo o RR apurou, a 2ª Vara Judicial da Comarca de Sumaré, onde corre o processo de falência, vem tendo dificuldades para localizar os antigos gestores da empresa e enviar ofícios e notificações de praxe.  Segundo sentença da 2ª Vara Judicial, os mexicanos não honraram uma série de itens do plano de recuperação judicial. Não pagaram todos os credores trabalhistas e tampouco quirografários. A Mabe Brasil tornou-se figurinha carimbada nos cartórios de São Paulo: de acordo com certidão expedida pelo 1° Tabelião de Notas e Protestos de Letras e Títulos de Sumaré, a empresa soma 2.234 protestos. Não restou outro caminho à Justiça: a companhia teve sua falência decretada em 10 de fevereiro. A partir de então, os administradores da massa falida se depararam com uma caixa-preta. Segundo a fonte do RR, os dados financeiros e operacionais da empresa estavam incompletos. Os relatórios de estoques de matéria-prima, peças de reposição e mercadorias não batiam com a realidade dos fatos. Os mexicanos também não forneceram aos administradores judiciais os documentos exigidos e tampouco cumpriu a decisão da Justiça, que havia determinado a verificação inversa dos créditos devidos. Entre os bancos, fornecedores e funcioná- rios, tais fatos só reforçam a convicção de que a Mabe agiu deliberadamente com o intuito de passar a bola entre as pernas dos credores.  O que mais causa perplexidade neste enredo é a dimensão do seu protagonista vis-à-vis o tamanho do passivo em questão. Como é possível que um dos maiores fabricantes de eletrodomésticos da América Latina, com um faturamento superior a US$ 4 bilhões, não se disponha a honrar uma ninharia de aproximadamente R$ 50 milhões, montante das dívidas incluídas no processo de recuperação judicial? Simples, diriam os mexicanos: talvez porque a Mabe não seja da Mabe. Entenderam? Segundo o RR apurou, consultada recentemente pela Justiça brasileira, a Mabe México informou ter apenas uma participação minoritária na Mabe do Brasil, “portanto, sem controle sobre as decisões da organização”. E na porta de quem, então, os credores devem bater? Segundo o contrato social, a companhia pertence a três empresas: Mabe Mercosur Participações Ltda, Cocinas Mabe S/A e Exinmex S/A. A primeira está registrada em Campinas. As duas últimas, vejam só, ficam no mesmo endereço da sede da Mabe na Cidade do México. • As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Mabe.

#Mabe

Questão de target

22/08/2016
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 O governo vai usar os bancos públicos para alavancar o crédito imobiliário, de olho notadamente na classe média. O próximo passo neste sentido é o aumento dos limites de financiamento habitacional do Banco do Brasil, a exemplo do que já fez a Caixa Econômica. A meta é subir o teto dos empréstimos no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) de R$ 750 mil para R$ 2 milhões. Consultado, o BB nega a mudança.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica

BB Seguridade

16/08/2016
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 O Banco do Brasil estuda a venda de parte de suas ações na BB Seguridade. O banco calcula que poderá arrecadar até R$ 3 bilhões com a negociação de aproximadamente 15% da seguradora. Consultado, o BB negou a venda.

#Banco do Brasil

Maia serve um aperitivo do parlamentarismo branco

12/08/2016
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 Os principais empresários do país experimentaram as delícias de um semi-parlamentarismo, na última quarta-feira, em Brasília. O Instituto Talento, híbrido de centro de pesquisas e núcleo de articulação política dos dirigentes do setor privado, conduziu sua caravana para uma reunião histórica entre a nata do empresariado e o novo estamento pós-PT. As reuniões com Henrique Meirelles, na parte da manhã, e Michel Temer, à tarde, foram fartamente noticiadas. Pouco se falou, contudo, da reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, esta, sim, a grande surpresa do dia. Antes de colocar tintas mais vivas no episódio, é bom situar quem estava presente na comitiva do Instituto Talento, em ordem decrescente por vulcanização dos neurônios – avaliação por conta e risco do RR: Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), Beto Sicupira (Ambev), Pedro Moreira Salles (Itaú -Unibanco), Pedro Passos (Natura), Carlos Jereissati (Jereissati Participações), Vicente Falconi (Consultoria Falconi) Josué Gomes da Silva (Coteminas), Edson Bueno (Dasa) e Jorge Gerdau Johannpeter (Gerdau). O empresário José Roberto Ermírio de Moraes deveria estar presente, mas, por motivos de agenda, deixou ficar para outra oportunidade. Sim, porque deverão ocorrer outros encontros, inclusive para evitar que este inicial se caracterize como um espasmo tão somente.  A primeira das novidades foi a transferência da reunião formal que estava prevista com Rodrigo Maia, na sala da presidência da Câmara dos Deputados, para um almoço descontraído em sua residência oficial. O que estava por vir seria ainda mais surpreendente. Maia recebeu os presentes ao lado do deputado Orlando Silva (PCdoB), ex-ministro dos Esportes de Dilma Rousseff. Exatos dois minutos após as mesuras de praxe, adentrou ao gramado o deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), uma das vozes mais aguerridas contra a presidente que vai ser julgada pelo Senado Federal, mas também envolvido em caso de propina. O desfile dos líderes seguiu embalado e com intervalos curtos de chegada: André Moura (PSC-SE), líder do governo na Câmara; Heráclito Fortes (PSB-PI); Weverton Rocha (PDT-MA); Rubem Bueno (PPS-PR); e, pasmem, Vicente Cândido (PT-SP). O líder do PT na Câmara é assim e assado com Luiz Inácio Lula da Silva. Os empresários interpretaram sua presença no evento como uma representação do próprio Lula. Mas Maia foi quem deitou e rolou.  Jorge Gerdau, o mais escolado nas práticas de Brasília, disse em bom tom que nunca viu um presidente da Câmara dos Deputados que tivesse convidado todas as lideranças partidárias para uma reunião com empresários – algumas só faltaram porque o convite foi feito de véspera. “No máximo, chamavam uma ou duas”. Não houve conversa de pé de ouvido. Todos sem exceção fizeram uma breve exposição. Os empresários foram convocados a se fazer mais presentes em debate de mérito. Estes, por sua vez, anunciaram que entendem não ser possível reduzir a carga tributária nesse cenário e defendem a preservação das políticas sociais como premissa no ajuste fiscal. O ponto mais alto: os líderes se comprometeram a apoiar todos os projetos voltados a suspender a recessão que assola o país. Depois do almoço, a sensação dos presentes era que o clima seco de Brasília tornou-se arejado, civilizadíssimo. Pelo menos por um dia. Não entrou em pauta a tão almejada revogação de direitos constitucionais em prol da eficiência e da produtividade empresarial. O resultado já estava de bom tamanho.

#Ambev #Bradesco #Consultoria Falconi #Coteminas #Dasa #Gerdau #Itaú #Jereissati Participações #Natura

Acervo RR

Troca-troca

9/08/2016
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 Logo após a votação final do impeachment, Michel Temer vai concluir a dança das cadeiras nas diretorias da Caixa Econômica e do Banco do Brasil. Na CEF, por exemplo, praticamente todos os vice-presidentes ainda são os mesmos do governo Dilma.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica

Ilan Goldfajn tira uma onda com Meirelles

4/08/2016
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 Henrique Meirelles é o primeiro ministro da Fazenda em décadas a colocar o galho dentro diante do presidente do Banco Central. Ilan Goldfajn deixou claro, na ata da última reunião do Copom, que é ele quem manda na política monetária. Já na política fiscal? Grosso modo, o titular do BC disse que Meirelles fizesse o seu dever de casa, pois não se sentia confortável em sinalizar com a redução da taxa de juros enquanto medidas mais robustas não forem adotadas na direção do ajuste fiscal. Meirelles já esteve sentado na cadeira de Ilan e pertenceu à dinastia rara dos comandantes do BC que tiveram status de ministro. Ele sabe o que significa o recado de “segura que o filho é teu, que o meu filho está sob meus cuidados”.  Meirelles voltou ao governo para enfeixar toda a administração da política econômica. Agora mesmo pediu para que a Secretaria do Orçamento seja transferida para sua alçada. Colocou debaixo da asa, inclusive, a gestão da Previdência Social. Quando achava que iria fazer barba, cabelo e bigode na área sob seu domínio, defrontou-se com a dura realidade: promessas poderia fazer as pencas, mas a aprovação que são elas. A PEC do Teto, tirada da cartola como solução universal, já está prevista para o primeiro trimestre de 2017, podendo ser votada apenas no segundo trimestre. A reforma da previdência é uma incógnita, até para o próprio governo. As concessões e privatizações carecem de resposta às perguntas iniciais do jornalista iniciante: O que? Onde? Quando? Como? Por que? A repatriação deve dar um caraminguá, devido a intransigências em não fazer mudanças no texto legislativo e uma comunicação inspirada nos tempos de Dilma Rousseff.  Ilan Goldfajn é um sujeito dócil. Meirelles, não. De repente pode estar enxergando que o presidente do BC é a âncora, sentado em juros absolutamente absurdos, que são vendidos como mercadoria de combate à inflação. O mercado aplaude a coerência. A outra face dos juros siderais é a insolvência do país, devido ao inchaço da dívida bruta interna que cresce na velocidade da luz – aliás, na velocidade dos juros. Para Ilan, fica fácil dizer que a insolvência à brasileira não se deve à Selic, mas, sim, aos déficits primários monumentais sob gestão da Fazenda. Meirelles diria o mesmo. Os juros não seriam causa, mas consequência. Aliás, alguém explique, neste caso, o que é causa e o que é consequência.  Dizem as najas do Planalto que a estranha intervenção do presidente interino, Michel Temer, na política do BC, afirmando que iria defender a queda dos juros, foi feita frente ao rosto escanhoado de Meirelles. Em condições de clima e temperatura diferente, o ministro da Fazenda corre o risco de encarnar um Guido Mantega soft em sua relação com Alexandre Tombini. A comparação é maldosa, pois tanto Meirelles quanto Ilan pensam muito diferente. Mas, na selva da política econômica, só há lugar para vitorioso.

#Banco Central #Dilma Rousseff #Henrique Meirelles

Seguro chinês

1/08/2016
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 Na esteira dos bancos chineses, a People’s Insurance Company of China, uma das maiores seguradoras do país asiático, vem rondando o mercado brasileiro.

#People's Insurance Company of China

Ordem dos fatores

27/07/2016
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 A venda do banco argentino Patagônia pode esperar um pouco mais. Neste momento, a prioridade do Banco do Brasil é a negociação da participação no Votorantim. A direção do BB está convicta de que os resultados positivos da instituição são passageiros. • Procuradas, as seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: BB.

#Banco do Brasil #Patagônia #Votorantim

Jogo de cena

15/07/2016
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 Apesar de dizer que “analisa tecnicamente a oportunidade”, a diretoria da Previ já articula a venda de sua participação de 30% na CPFL. O nº 1 da fundação, Gueitiro Genso, tratou do assunto na semana passada com o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli. A fonte do RR é muito próxima do segundo. • Procuradas pelo Relatório Reservado, as seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Previ.

#Banco do Brasil #CPFL #Previ

O crepúsculo dos deuses da estatização

14/07/2016
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 O secretário Moreira Franco parece ter lido a Filosofia do Martelo, de Friedrich Nietzsche. Moreira, assim como o filósofo alemão, quer bater na estátua de barro das concessões e privatizações para que ela tilinte como moeda, mesmo com o risco de quebrá-la. O tempo das marteladas no Estado brasileiro vai ter início com a votação do impeachment de Dilma Rousseff. A partir daí, às favas com os pruridos. O governo terá de emitir uma sinalização aguda. Entregar dedos e anéis. Pode ser redução do valor cobrado pela outorga, alívio na Taxa Interna de Retorno (TIR), diminuição das restrições à liberdade tarifária, apoio financeiro ao seguro garantia, desobstrução dos entraves ambientais, muita grana barata (não há mais dúvida que o BNDES voltará a ser o banco das privatizações) e desembaraço regulatório. A percepção é que Dilma deificou as dificuldades, afastando os investidores e construindo uma rota de fuga para aqueles que da boca para fora queria atrair.  O governo Temer só tem essa bala de prata: contratar o maior número de concessões e privatizações jamais visto na história deste país. Ou seja, fazer o Dilma III, só que com êxito. Dilma tentou o PAC e leilões e licitações, mas deixando o investidor na sala dos fundos. Temer, levado nas asas do querubim Moreira, vai alojar o investidor na sua cama. Há nessa decisão afinidade ideológica, racionalidade política e acerto com o empresariado pelo apoio ao impeachment. Uma parcela do ajuste fiscal teria de ser paga com a privatização e transferência do Estado. A lógica da desestatização é oportuna, no caso também oportunista, mas não tem nada a ver com fantasias lisérgicas de que o FBI estaria por trás de tudo – apud PT. Temer pretende entregar mais do que o bureau norte-americano jamais teria imaginado. Isso vale tanto para o número de projetos quanto para a intensidade dos leilões de oferta de ativos, cobranças mais baixas pelo Estado e liberdade de ações para os vencedores dos certames.  Mesmo nas áreas onde há resistência corporativa forte, a exemplo de Petrobras e Eletrobras, a ideia é forçar a venda de 100% de empresas controladas, tais como BR e Furnas, que, por serem emblemáticas, entrariam também na conta do efeito demonstração. Para os que pensam na contramão, más notícias: os preços de liquidação dos ativos no Brasil vão trazer, sim, interessados; uma grande parte desses investidores será composta por aqueles grupos esquisitos russos, chineses, árabes e africanos; o tal choque de eficiência previsto será grande parte em cima do emprego; e a dinheirama com a venda será impressionante em termos absolutos e decepcionante em termos relativos. Essas preocupações primitivas com entreguismo, qualidade dos parceiros e preço de banana estão banidas do governo Temer. Se depender do secretário Moreira Franco, que parece ter lido Nietzsche, mais precisamente o Crepúsculo dos Deuses – a outra face da Filosofia do Martelo – mitos existem para serem quebrados. E ele o fará a golpes de malho.

#BNDES #BR Distribuidora #Eletrobras #Furnas #Petrobras

Pedaço a pedaço

14/07/2016
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 Ainda há Deutsche Bank no Brasil? Após transferir para Nova York as equipes de operações estruturadas e renda variável, o banco alemão estaria extinguindo a área de M&A no país. • As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Deutsche Bank.

#Deutsche Bank

Embrulho do Citi

7/07/2016
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 O Itaú apresentou uma oferta apenas pelos ativos do Citi no Brasil. No entanto, o banco norte-americano ainda tenta empurrar para os Setúbal sua operação argentina, com o objetivo de amealhar um valor maior pelo pacote. Isso porque, segundo o RR apurou, proporcionalmente a proposta do Itaú pelo Citi Brasil foi superior à do Santander pelos ativos nos dois lados da fronteira. O Safra corre por fora. • As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Citi, Itaú e Santander.

#Citi #Itaú #Safra #Santander

CBF entra de sola nos ex-patrocinadores

6/07/2016
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 O sinal de alerta está aceso no Banco Itaú, Nike , Vivo, Samsung e demais patrocinadores da seleção brasileira. O motivo é a truculência com que a CBF vem tratando seus ex-parceiros. A entidade entrou na Justiça contra a BRF, com quem manteve contrato até o início deste ano. A justificativa é que a Sadia está fazendo “marketing de emboscada” em sua campanha publicitária para a Olimpíada ao vestir seu tradicional mascote com uma camisa verde e amarela. Ou seja: ao que tudo indica, Marco Polo Del Nero e cia. entendem que a CBF tem a primazia sobre as cores da bandeira. A BRF não está sozinha. Segundo o RR apurou, a Confederação também está abrindo um processo contra a Michelin, que patrocinava a seleção brasileira até fevereiro. A alegação é de que a empresa francesa não teria cumprido cláusulas do contrato relativas ao prazo e aos valores da rescisão. Procurada, a BRF confirmou o processo e disse lamentar a “postura da CBF”. Como apoiadora oficial da Rio 2016, a empresa afirma ter o direito contratual de usar os uniformes das equipes brasileiras, cujas cores “não são exclusivas da entidade”. A CBF não quis comentar o assunto. A Michelin também não se pronunciou.  Ao olhar para a BRF e a Michelin, os atuais patrocinadores da CBF temem o efeito do “eu sou você amanhã”. A percepção é de que a entidade iniciou uma caça às bruxas em represália aos ex-parceiros. E não são poucos. A escalação inclui ainda nomes como Gillette e Unimed. Não por coincidência, o turnover publicitário cresceu consideravelmente nos últimos dois anos, em meio aos seguidos escândalos envolvendo os ex e atuais cartolas da entidade. Ricardo Teixeira sumiu do mapa. O também ex-presidente José Maria Marin cumpre regime de prisão domiciliar em Nova York. Já Marco Polo Del Nero não sai do Brasil nem a decreto, temendo ter o mesmo destino de Marin, seu antecessor, preso na Suíça e extraditado para os Estados Unidos.

#BRF #futebol #Gillette #Itaú #José Maria Marin #Marco Polo Del Nero #Michelin #Nike #Samsung #Unimed #Vivo

Uma esperança chinesa para os credores do Grupo João Lyra

5/07/2016
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 Surge um fiapo de esperança para os fornecedores, credores financeiros e os mais de dez mil funcionários do Grupo João Lyra, vítimas da má gestão e dos escândalos que culminaram na falência da companhia. A possível solução vem da China. Um dos maiores produtores de açúcar e etanol da Ásia e ainda sem negócios no Brasil, o Rui Feng Group tem interesse em assumir as cinco usinas do conglomerado alagoano. Para tanto, negocia com os bancos e os administradores da massa falida uma considerável redução na dívida do João Lyra, que totaliza cerca de R$ 2 bilhões – mais de metade do valor se refere aos passivos financeiros. A relação das instituições bancárias chama a atenção pela biodiversidade: entre os principais credores estão o Banco do Nordeste, o inglês Calyon, o belga Alcotra e o francês Natixis. A venda de boa parte dos 40 mil hectares em terras em Alagoas e Minas Gerais, avaliados em aproximadamente R$ 500 milhões, permitiria o pagamento dos funcionários com alguma folga. Estima-se que as dívidas trabalhistas estejam na casa dos R$ 200 milhões.  O próprio processo de falência do Grupo João Lyra é tão nebuloso quanto a trajetória final da companhia. Desde 2012, dois juízes e dois desembargadores já passaram pelo caso e se afastaram posteriormente. Três administradores da massa falida também renunciaram ao posto, em todos os casos sem maiores justificativas para a decisão. Nesse intervalo, a dívida, que começou em R$ 1 bilhão, duplicou. No mesmo período, multiplicaram-se também as denúncias contra o usineiro e ex-deputado João Lyra. O empresário está citado na Lava Jato. A Justiça investiga as sinuosas relações entre o grupo e a BR Distribuidora, sempre costuradas por Fernando Collor. As denúncias envolvem ainda um empréstimo do Banco do Brasil ao usineiro, no valor de R$ 50 milhões, que só teria se consumado graças à intervenção do ex-presidente da República. • As seguintes empresas não se pronunciaram ou não comentaram o assunto: João Lyra.

#Agronegócio #Alcotra #Banco do Brasil #Banco do Nordeste #BR Distribuidora #Calyon #Grupo João Lyra #Natixis #Rui Feng Group

Au revoir

5/07/2016
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 O Société Générale negocia a venda de sua operação de arrendamento mercantil para o Itaú. Com a transação, o banco se despedirá do mercado brasileiro. • As seguintes empresas não se pronunciaram ou não comentaram o assunto: Société Générale e Itaú.

#Itaú #Société Générale

Estreitando novas relações

23/06/2016
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 A russa Rosoboronexport , que tinha ótimo trânsito no governo de Dilma Rousseff, está tentando reconstruir suas pontes em Brasília. Representantes da empresa vêm mantendo tratativas com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, na tentativa de emplacar a venda de blindados para o Exército. Sobre a mesa, um pacote de financiamento de bancos russos. Para a Rosoboronexport, o que está em jogo é a sua própria operação na América Latina. A companhia acaba de levar um petardo na Venezuela, ao perder boa parte dos contratos de US$ 3 bilhões com as Forças Armadas locais

#Forças Armadas #Ministério da Defesa #Raul Jungmann #Rosoboronexport

Hora da verdade

23/06/2016
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A diretoria do Banco do Brasil está disposta a fazer a baixa contábil de boa parte dos créditos contra a Sete Brasil, que totalizam R$ 3,5 bilhões. Seguiria, assim, os passos do BTG e da Petrobras, que já lançaram em balanço, respectivamente, R$ 1 bilhão e R$ 900 milhões em dívidas da companhia. Procurado, o BB não quis se pronunciar, alegando sigilo comercial e financeiro.

#Banco do Brasil #BTG Pactual #Petrobras #Sete Brasil

Crise da Petrobras provoca estiagem na Bambuí Bioenergia

21/06/2016
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 A Bambuí Bioenergia é uma daquelas empresas que a Petrobras deverá vender apenas para não ter mais prejuízo – e não para fazer caixa. Trata-se de um ativo em combustão. Dos três grupos sucroalcooleiros dos quais a estatal é acionista, ninguém tem sofrido mais com a decisão da Petrobras de virar as costas para o setor. A Bambuí – uma associação entre a Petrobras (44%) e a Turdus Participações (56%), do usineiro José Geraldo Ribeiro – está no limite da sua capacidade de sobrevivência. Segundo o RR apurou, desde o início do ano a companhia estaria atrasando o pagamento de salários e de fornecedores. Ao mesmo tempo, vem encontrando dificuldades para assegurar o suprimento de matéria-prima a sua usina na cidade de Bambuí (MG): os agricultores da região estariam condicionando a venda de cana-de-açúcar ao recebimento à vista.  A usina tem operado apenas à metade da sua capacidade, com impacto direto sobre a receita e a geração de caixa da companhia. Entre os próprios executivos, cresce a percepção de que a recuperação judicial seria a única saída. Sua dívida já está na casa dos R$ 450 milhões, sendo aproximadamente R$ 160 milhões com vencimento ao longo dos próximos 12 meses. O maior credor financeiro é o Banco do Brasil. Procurada pelo RR, a Petrobras limitou-se a informar que cumpriu todas as obrigações contratuais do acordo com a Bambuí Bioenergia. A estatal não se pronunciou sobre as dívidas e a hipótese de recuperação judicial da sucroalcooleira.  A Petrobras é o paradoxo da Bambuí, razão da existência e do esfarelamento da companhia mineira. Sem o aporte de R$ 150 milhões da estatal, provavelmente a usina não teria saído do chão. Em contrapartida, a crise da Bambuí é, em essência, a crise da Petrobras, que, no último ano, estancou seus investimentos no setor de bioenergia. Os outros dois grupos sucroalcooleiros com participação da Petrobras Biocombustíveis – Guarani e Nova Fronteira /São Martinho – têm uma razoável musculatura, o que lhes permite suportar a estiagem financeira da acionista e o impasse que cerca o próprio futuro das operações da estatal na área sucroalcooleira. Não é o caso da Bambuí. José Geraldo Ribeiro se vira como pode. No início do ano, viu-se forçado a fazer um aporte emergencial de R$ 50 milhões, recursos insuficientes para cobrir as obrigações de curto prazo da empresa. Por duas vezes, o usineiro tentou vender sua participação, mas ninguém se arriscou a se sentar ao lado da Petrobras, hoje muito mais um ponto de interrogação do que um sócio. A seguinte empresa não se pronunciou: Bambuí Bioenergia

#Bambuí Bioenergia #Banco do Brasil #Guarani #Nova Fronteira #Petrobras #Turdus Participações

Temer entra de carrinho nos patrocínios esportivos das estatais

20/06/2016
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 Após gerar indignação na classe artística com a extinção do Ministério da Cultura, Michel Temer corre o risco de despertar a revolta de zagueiros, cabeças de área, e, no limite, ginastas, judocas e remadores – para não falar da cartolagem em geral. Há uma crescente disposição do Planalto de rever o volume de recursos estatais destinados a patrocínios esportivos. A justificativa para a antipática medida combinaria argumentos técnicos e políticos. Na visão de Temer, muitos dos contratos de publicidade mantidos por empresas públicas não trazem o retorno esperado em termos de exposição da marca e teriam como principal motivação beneficiar aliados do PT. Um caso emblemático é o do patrocínio da Caixa Econômica ao Corinthians, do deputado federal petista Andrés Sanchez, ex-presidente do clube e muito ligado a Lula. Não por acaso, os maiores cortes atingiriam exatamente as verbas de marketing da Caixa para o futebol. Para este ano, o banco fechou acordos de patrocínio com 12 clubes brasileiros, entre eles Corinthians, Flamengo, Vasco, Atlético-MG e Cruzeiro, com um investimento somado da ordem de R$ 125 milhões.  Por ora, os esportes olímpicos seriam preservados. No entanto, entre os próprios dirigentes das mais diversas confederações apoiadas por empresas estatais, o receio é que o dead line para a trégua seja a Olimpíada. Logo após o evento, as torneiras começariam a ser fechadas. Independentemente do timing, o governo está cutucando um vespeiro. Caso os cortes se confirmem, a economia será extremamente pequena vis-à-vis o desgaste político – mais um – que a medida poderá proporcionar. Tome-se como exemplo os esportes olímpicos. Ao longo de todo o ciclo 2012-2016, estima-se que as empresas estatais desembolsarão cerca de R$ 2,5 bilhões, ou pouco mais de R$ 600 milhões/ano, em patrocínios a diversas modalidades. O Banco do Brasil, por exemplo, gasta por ano R$ 70 milhões com a Confederação Brasileira de Vôlei – diga-se de passagem, contrato que já esteve no centro de um escândalo de desvio de recursos públicos. Os Correios investem por ano outros R$ 68 milhões, a maior parte endereçada à Confederação de Desportos Aquáticos. Neste cesto, é bom que se diga, há recursos fundamentais para a formação de atletas, verbas que trafegam no limite entre o esporte e a educação.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica #Correios #Jogos Olímpicos

Calmon de Sá colhe sua última safra de cacau

8/06/2016
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 A saga dos coronéis no ciclo cacaueiro contada por Jorge Amado, que reúne nomes como Frederico Pinto, Horácio da Silveira e Sinhô Badaró, provavelmente incluiria mais um personagem se a vasta prosa do escritor pudesse ter seguido o rastro imortal do tempo. O candidato ao enredo literário é o octogenário Ângelo Calmon de Sá, famoso nacionalmente por sua atuação como político e banqueiro. Ângelo, conforme é chamado na Bahia, desfilou arrogância e subserviência durante 21 anos do regime militar de 1964 e ficou para sempre conhecido por ter protagonizado a quebra do Banco Econômico, à época um dos maiores do país. O ex-banqueiro é um coronel do cacau tardio a um passo de deixar para trás uma empreitada que nunca lhe disse a que veio. Ângelo sempre foi o banqueiro. Mas agora é o fruto relegado que pode ajudá-lo a ter algum descanso no crepúsculo amargo da vida, quando o engolfam as dívidas e o desamor daqueles que jogou na rua do desemprego. Ângelo é o controlador da Cacau Cantagalo, líder nacional no segmento e proprietária de 15 fazendas na Bahia, com capacidade de produção de 100 mil arrobas do fruto.  O coronel banqueiro age como se não estivesse há 20 anos respondendo na Justiça pela insultuosa falência do Banco Econômico, com um rombo avaliado em R$ 16 bilhões. Ângelo aproveitou a brecha do desbloqueio de seus bens, obtida junto ao Judiciário, e colocou à venda a companhia cacaueira por um valor que, segundo especialistas, pode chegar a R$ 500 milhões. A principal interessada é a Olam, com 25% do mercado de moagem de cacau no Brasil e dona de uma fábrica em Ilhéus. O grupo de Cingapura é o maior produtor da Ásia, fatura US$ 20 bilhões ao ano e tem operações em 65 países. Se fechar o negócio, passará a ter metade do mercado brasileiro e 60% das exportações de cacau do país. As conversações estão sendo entabuladas por Ângelo Calmon de Sá Júnior, filho do ex-banqueiro e um dos sócios da Cantagalo. Da rede em que se embalança, o patriarca acompanha o negócio em curso. Está chegando o fim da estação. As seguintes empresas não se pronunciaram ou não comentaram o assunto: Olam e Cantagalo.

#Cacau Cantagalo #Olam

Fundos de pensão pegam um desvio para longe da Invepar

1/06/2016
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 Gueitiro Genso, Henrique Jäger e Sérgio Mendonça, presidentes da Previ, Petros e Funcef, estão encaminhando aos seus respectivos mantenedores uma proposta que beneficia a todos: a venda conjunta de suas participações na Invepar , uma das maiores holdings de concessões do país – dona, entre outros ativos, da Linha Amarela e do Metrô do Rio. O projeto deve receber as bênçãos do Palácio do Planalto. E nem poderia ser diferente, na medida em que a saída do capital da problemática holding de concessões de infraestrutura tira um fardo das costas do Banco do Brasil, da Petrobras e da Caixa Econômica Federal (CEF). Na última linha, quem agradece são os próprios trabalhadores e aposentados dos dois bancos e da petroleira. Com um déficit atuarial somado da ordem de R$ 40 bilhões, os fundos se veem forçados a desembarcar o quanto antes de uma companhia que, somente nos próximos 12 meses, exigirá aportes de mais R$ 3 bilhões para arcar com investimentos e passivos de curto prazo. Não custa lembrar que, no fim de 2015, Previ, Petros e Funcef foram obrigadas a injetar cerca de R$ 1 bilhão na Invepar para que a empresa pudesse honrar o pagamento de dívidas a descoberto.  Além do mais, até comprador já apareceu. Segundo informações filtradas junto à companhia, a trinca já teria oferecido sua fatia de 75% para a Brookfield. No ano passado, o grupo canadense esteve perto de ficar com os 25% que pertenciam à OAS, mas desistiu do negócio, curiosamente por divergências com as próprias fundações, que, àquela altura, não consentiram em revisar o acordo de acionistas da Invepar. Posteriormente, as ações da OAS acabaram transferidas para credores da empreiteira baiana – operação que deverá ser referendada em assembleia marcada para o próximo dia 7. Tomando-se como base a proposta feita pela Brookfield à construtora em 2015, estima-se que a compra dos 75% de Previ, Petros e Funcef giraria em torno de R$ 4 bilhões.  Em tempo: além de se livrar de um fardo financeiro, a venda do controle da Invepar permitiria à Previ, Petros e Funcef dar um passo para longe da Lava Jato. O presidente da companhia, Gustavo Nunes da Silva Rocha, é investigado por suspeita de interceder junto ao exsenador Gim Argello para que a CPI da Petrobras não convocasse executivos da OAS, “mediante pagamentos indevidos travestidos de doações eleitorais”. As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Invepar e Brookfield.

#Banco do Brasil #Brookfield #Funcef #Invepar #OAS #Petros #Previ

“Governo Cunha” avança novas jardas

20/05/2016
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  A cada dia que passa, Eduardo Cunha amplia seu raio de ação e estende um novo tentáculo no governo Michel Temer. Cunha mira agora nos bancos estatais. Na Caixa Econômica Federal, a bola da vez é o deputado Manoel Junior (PMDB-RJ), forte candidato à vice-presidência de Operações Corporativas. O parlamentar carrega como maior credencial para o cargo o fato de ser um dos mais fiéis aliados de Cunha no Congresso. Ao mesmo tempo, o presidente afastado da Câmara estaria cavando uma diretoria do Banco do Brasil para o executivo Joaquim Cruz, funcionário de carreira da instituição. Neste caso, a indicação pode ser atribuída a um “consórcio” entre Cunha e Ciro Nogueira, presidente do PP. Foi o próprio Nogueira que há cerca de dois meses garantiu a nomeação de Joaquim Cruz para a diretoria de negócios do Banco do Nordeste .  O que mais chama a atenção é a investida de Eduardo Cunha sobre a Caixa Econômica. Caso se confirme, a nomeação de Manoel Junior configurará caso de reincidência. Durante o governo Dilma Rousseff, Cunha manteve os dois pés no banco com a presença de Fabio Cleto na vice-presidência de Governo e Loterias. Deu no que deu. Hoje, Cleto negocia um acordo de delação premiada com a Lava Jato. Ele já teria confirmado aos procuradores de Curitiba que Eduardo Cunha recebia propina de empresas beneficiadas com recursos do FI-FGTS, fundo administrado pela Caixa.

#Banco do Nordeste #Caixa Econômica #Eduardo Cunha #FI-FGTS #Lava Jato #Michel Temer

Furada

3/05/2016
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 Entre os acionistas da Sete Brasil, o BTG foi o principal artífice do pedido de recuperação judicial da empresa protocolado na última sexta-feira. Foi o banco quem levou para dentro da companhia a consultoria Alvarez & Marsal.

#Alvarez & Marsal #BTG Pactual #Sete Brasil

São Michel

2/05/2016
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 No momento em que vários bancos de investimento reduzem seus times no Brasil, o ScotiaBank está montando uma operação de private equity no país. O alvo prioritário é o setor de infraestrutura. Na certa, os canadenses apostam que vai chover privatização no governo de Michel Temer. Procurada pelo RR, a ScotiaBank não comentou o assunto.

#ScotiaBank

Meirelles vale por uma orquestra na Fazenda

29/04/2016
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 Henrique Meirelles é o candidato a ministro da Fazenda com o maior número de utilidades entre os disponíveis no mercado. Não se trata de fazer campanha em seu nome. Mas, sob qualquer critério, Meirelles tem mais serventia na pasta. Vamos aos fatos.  Ele não fez lobby em causa própria, ao contrário de Armínio Fraga, que, por diversas vezes, só faltou se esfregar na cadeira da Fazenda. Apesar de ser um banqueiro de estirpe, fez uma passagem estratégica pelo setor do agribusiness se descolando assim da pecha de representante strictu sensu do sistema financeiro no governo. Fala com políticos, faz política e é político. Para se ter uma ideia da sua versatilidade, migrou de um mandato de deputado federal pelo PSDB – logo pelo PSDB – direto para a presidência do BC no primeiro governo Lula. Lá permaneceu intocável durante oito anos. Por pouco não saiu um pouquinho antes – ficou a pedido de Lula – para disputar as eleições ao governo de Goiás pelo PMDB, e, veja só, logo pelo PMDB. Não é preciso, portanto, explicar por que Meirelles exercerá também o cargo de embaixador junto ao PT em um eventual governo Temer. No BC, é considerado o arquétipo da autoridade monetária, até pelo biotipo, timbre de voz, cerimônia e cálculo das palavras. É o mais bem-sucedido dirigente financeiro brasileiro no exterior. Comandou o FleetBoston Financial, um potentado no final da década de 1990. Era figurinha fácil na corte de Bill Clinton. Foi convidado para ser presidente do Banco Barclays e do Goldman Sachs no Brasil. No Fórum Econômico Mundial, em Davos, só é menos incensado entre os brasileiros do que Paulo Coelho. Antes de Dilma Rousseff virar a bola da vez no processo do impeachment, era tido como nome certo na cota de Lula para o ministério. Reza a lenda que a nomeação de Meirelles para a Fazenda, em qualquer governo, garante na entrada uma razoável apreciação da moeda e valorização das bolsas. Se Meirelles não emplacar no probabilíssimo governo Temer, ainda assim permanecerá candidato a ministro da Fazenda no pós-2018. Seja qual for o partido e seja quem for o presidente da República. Isso se não for ele mesmo o indicado pelo PMDB para a disputa ao Planalto.

#Banco #Banco Barclays #Dilma Rousseff #FleetBoston Financial #Goldman Sachs #Henrique Meirelles

Tribanco

14/04/2016
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 O Grupo Martins, um dos maiores atacadistas do Brasil, busca um sócio para o Tribanco, seu braço financeiro. A instituição tem uma carteira de crédito da ordem de R$ 1,5 bilhão, leia-se clientes e fornecedores do grupo. Procurado pelo RR, o Grupo Martins não comentou o assunto.

#Grupo Martins #Tribanco

Saída ligeira

6/04/2016
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 No Citi, a aposta é que Helio Magalhães não ficará para o último baile da ilha fiscal e deixará a presidência do banco no Brasil o mais rapidamente possível.

#Banco #Citi

Braspress se blinda contra a concorrência

1/04/2016
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 A Braspress é um herói da resistência do mercado de encomendas expressas no Brasil. Apesar do assédio de grandes grupos internacionais, a empresa segue dizendo “não” às investidas que recebe – as mais recentes, segundo o RR apurou, da FedEx e da UPS. Em seu voo solo, a companhia está investindo cerca de R$ 250 milhões na instalação do novo hub no Aeroporto de Guarulhos. Com as inaugurações desse ano, o número de filiais baterá a marca de 100 unidades, um terço do que tem a FedEx, líder dos grupos privados do setor – os Correios são um caso à parte. A receita, que fechou em R$ 860 milhões no ano passado, deverá triscar na marca de R$ 1 bilhão nesse ano, segundo informou ao RR o próprio presidente da Braspress, Urubatan Helou.  O aumento de quase 15% no faturamento está sendo vitaminado pela entrada em outros países do Mercosul e pela atuação em novos nichos de mercado, como o farmacêutico, o de artigos de luxo e o e-commerce, ao qual a empresa voltou após dez anos de ausência. Por ora, está descartada a entrada de um investidor porque a controladora H&P tem caixa suficiente para bancar os investimentos. A holding tem, além da Braspress, a Aeropress, o Banco Urbano, uma empresa de logística, uma de locação de equipamentos e o Terminal de Cargas de Guarulhos. O faturamento da holding está perto de R$ 1,5 bilhão.

#Aeropress #Banco Urbano #Braspress #FedEx #H&P #Terminal de Cargas de Guarulhos #UPS

Casa de praia

31/03/2016
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 O fundo imobiliário chinês Level Constellation está desembarcando no Brasil com planos de construir um condomínio de luxo no Nordeste. Deverá ter como parceiro o português Novo Banco. O foco é a venda de imóveis para europeus.

#Level Constellation #Novo Banco

Acervo RR

Casa de praia

31/03/2016
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 O fundo imobiliário chinês Level Constellation está desembarcando no Brasil com planos de construir um condomínio de luxo no Nordeste. Deverá ter como parceiro o português Novo Banco. O foco é a venda de imóveis para europeus.

#Level Constellation #Novo Banco

“Proer das empreiteiras” quica na mesa do ministro da Fazenda

29/03/2016
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  A proposta surgiu nos idos de janeiro do ano passado. Foi levada ao então ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Bateu na trave e voltou. A criação de um “Proer das empreiteiras” ressurge agora no gabinete de Nelson Barbosa, partindo da premissa de que os acordos de leniência não são sequer um curativo para a crise de liquidez que se alastra pelas empresas. Há, sim, o risco de contaminação do sistema financeiro. Atualmente, a construção pesada já contabiliza quase 300 mil demissões, o que afeta direta ou indiretamente 5% da população. Há pagamentos suspensos de obras realizadas sem qualquer suspeita de irregularidade. A inidoneidade ou risco de inidoneidade veda o mercado financeiro para novos financiamentos ou torna os juros proibitivos. Uma solução é a venda de ativos, mas, como seus preços estão na bacia das almas, a medida se transforma em um placebo. E mais: como essas empresas caminham para a recuperação judicial, os compradores desses ativos temem que as vendas sejam consideradas fraudulentas.  Um documento produzido pelo advogado Maurício Portugal Ribeiro, que circulou em todo o setor há pouco mais de um ano, estima que as 10 maiores empresas de construção pesada do país e seus grupos econômicos tenham pelo menos R$ 130 bilhões em dívidas com o mercado bancário e de capitais. Esses números têm de ser deflacionados e acrescidos da elevação do custo da rolagem dos financiamentos. O montante é astronômico. Não é preciso muita matemática para se notar as consequências que uma quebra terá sobre o sistema bancário. Não custa lembrar que diversas dessas empresas têm compromissos internacionais, o que afeta a imagem do Brasil. Fosse o governo FHC, com sua base de apoio, “o Proer das empreiteiras” seria favas contadas.  A proposta que circula no governo é inspirada no texto de Portugal Ribeiro e prevê que os bancos públicos estruturem linhas de crédito com uma política de exigências de garantias diferenciadas, usando os ativos dos grupos. As cláusulas de vencimento antecipado e de inadimplementos cruzados seriam interpretadas com extrema parcimônia pelas instituições financeiras, particularmente pelo BNDES. Por sua vez, a estruturação e realização dos financiamentos das concessões e das PPPs seriam consideradas em regime especial, com a utilização em caráter extraordinário do project finance pleno. O “Proer das empreiteiras” tem muitos outros detalhes. Mas, nas atuais condições políticas, provavelmente será mais um chute em gol desperdiçado. Fica o registro.

#BNDES

Invepar é um risco para os fundos de pensão

23/03/2016
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 A venda de parte da Invepar deverá deflagrar uma sangrenta batalha nos tribunais. Segundo o RR apurou, as principais entidades que representam os participantes dos três maiores fundos de pensão do Brasil – Associação de Mantenedores-Beneficiários da Petros (Ambep), Associação de Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil (AAPBB) e Associação Nacional Independente dos Participantes e Assistidos da Funcef (Anipa) – pretendem entrar na Justiça. O objetivo é impedir que as fundações exerçam o direito de preferência sobre a participação da OAS e aumentem sua fatia no capital da Invepar. Procurada, a Ambep confirmou que “está participando de ações que defendem o patrimônio do Petros e mantém contatos para mobilizar os participantes da Previ e da Funcef”. A Anipa, por sua vez, disse “não participar da referida articulação”. Já a AAPBB não quis se pronunciar.  No caso de um novo aporte de capital na Invepar, a conta a ser compartilhada pelos três fundos de pensão seria de R$ 1,3 bilhão. Entre os beneficiários das fundações, o temor é que Previ, Petros e Funcef sejam quase que obrigadas a engolir esse batráquio pelas mais variadas motivações. Uma delas: por vias oblíquas, a compra da participação da OAS na Invepar permitiria à construtora honrar uma dívida de R$ 330 milhões com o FIFGTS, administrado pela própria Caixa Econômica. A probabilidade de a batata quente da Invepar cair no colo dos três fundos de pensão aumentou consideravelmente nos últimos dias, após uma sequência de frustradas negociações. Primeiro, a Brookfield desistiu de assumir a participação da OAS. As ações foram a leilão na semana passada, mas não apareceu um só candidato. O plano de recuperação judicial da OAS prevê a hipótese de transferência do ativo para os credores da empreiteira. Antes, no entanto, as ações terão de ser oferecidas a Previ, Petros e Funcef, que possuem direito de preferência. As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Previ, Petros e Funcef.

#Brookfield #Caixa Econômica #FI-FGTS #Invepar #OAS

CPI do Carf lança seus holofotes sobre o UBS e o BTG

18/03/2016
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  O UBS deve lamentar profundamente o dia em que André Esteves cruzou o seu caminho. A compra do Pactual revelou-se uma enorme furada e sua venda de volta para o banqueiro, um fracasso ainda maior: na ocasião, os suíços perderam dinheiro e sofreram com a desleal captura de profissionais. Como se não bastassem essas subtrações, cinco anos depois essa antiga convivência com Esteves arrasta o grupo para um dos escândalos em cartaz no Brasil. É o que revela o primeiro ato oficial da recém-instaurada CPI do Carf. A recomendação para a convocação de executivos do UBS, que consta do plano de trabalho apresentado pelo relator João Carlos Bacelar (PR-BA) na última terça-feira, foi interpretado em Brasília como uma espécie de “vazamento oficial”. Trata-se de uma forte evidência de que o grupo suíço e o próprio BTG vêm sendo investigados no âmbito da Operação Zelotes – conforme antecipou o RR na edição de 17 de fevereiro. Procurados, UBS e BTG não quiseram se pronunciar.  Tudo leva a crer que o alvo da Polícia Federal é o processo nº 16682.720614/ 2012-61, por meio do qual o BTG contesta um auto de infração da Receita no valor de R$ 2,2 bilhões. No dia 19 de setembro de 2014, a 3ª Turma da 1ª Câmara da 1ª Seção do Carf confirmou a autuação do banco e sua condenação ao pagamento da multa pelo uso indevido de ágio na venda do Pactual para o UBS, em 2006. O BTG recorreu à Câmara Superior de Recursos Fiscais e aguarda novo julgamento.  Além de colar o UBS no escândalo do suposto esquema de compra de sentenças no Conselho de Recursos Fiscais, a CPI do Carf também traz à tona a disputa travada entre os pró- prios bancos. Desde a autuação da Receita Federal, um tenta jogar no colo do outro a responsabilidade pelo pagamento da multa – responsabilidade esta que, num sentido mais amplo, se estenderia a eventuais procedimentos pouco ortodoxos adotados na tentativa de reverter a condenação junto ao Carf. O BTG alega que o UBS era o controlador do Pactual na época da autuação e, portanto, confirmada a condenação, cabe a ele o pagamento da multa. Os suíços, no entanto, têm outro entendimento sobre o caso: ao recomprar o Pactual, o BTG teria assumido integralmente seu passivo e eventuais pendências fiscais.

#BTG Pactual #UBS

Geleira

17/03/2016
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 Mais um sinal do congelamento da economia: março chegou à segunda quinzena e até agora o Deutsche Bank Brasil não contabiliza sequer um mandato para operações de M&A acima de US$ 500 milhões. No ano passado, o banco alemão participou como adviser de 20 negócios acima desse patamar no país. Procurada pelo RR, a Deutsche Bank não comentou o assunto.

#Deutsche Bank

Walter Faria prepara o trono para a filha

16/03/2016
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  Na segunda maior cervejeira do país, a palavra “sucessão” ainda é pronunciada com extrema cautela, quase aos sussurros – mesmo porque são muitas as leveduras que podem interferir na fermentação deste processo. No entanto, salta aos olhos dos executivos da companhia a rápida ascensão de Giulia Faria, filha de Walter Faria, no comando do Grupo Petrópolis. Em um espaço de tempo razoavelmente curto, a empresária de 24 anos teria ampliado seu raio de ação na gestão dos negócios, ainda que, em alguns casos, dividindo espaço com outros diretores ou com o próprio pai. Antes restrita à área de marketing, onde deu seus primeiros passos na Petrópolis há pouco mais de dois anos – hoje, todas as campanhas publicitárias passam pelo seu crivo –, Giulia estaria à frente dos planos de expansão da empresa em novos segmentos, notadamente o de cerveja premium. Walter Faria também a teria encarregado de buscar novas marcas no exterior, sobretudo nos Estados Unidos. Se o objetivo do empresário é submeter a filha a uma espécie de vestibular de gestão, deu-lhe uma prova na qual executivos bem mais experientes já fracassaram. A Petrópolis praticamente inexiste no segmento de cervejas premium, no qual a empresa acumula alguns fracassos. O mais recente foi a tentativa de uma parceria com a SABMiller para engarrafar marcas da companhia no país. No meio do caminho, a cervejaria sul-africana foi comprada pela AmBev e as negociações viraram espuma.  Gradativamente, Walter Faria também teria dividido com a herdeira a responsabilidade de capitanear a expansão territorial da Petrópolis, com foco no mercado nordestino. Ao lado do pai, Giulia Faria vem participando das negociações com prefeitos na escolha do local que abrigará a terceira fábrica da empresa na região – o Ceará é o candidato mais forte. Em dois anos, a cervejaria instalou suas duas primeiras unidades industriais no Nordeste, uma em Alagoinhas (BA) e outra em Itapissuma (PE). Aquele é um pedaço do mapa estratégico para o grupo: no ano passado, a empresa teve um crescimento na região superior a sua performance no restante do país. Em pouco mais de um ano, pulou de 9% para 15% de share, tomando mercado principalmente da Brasil Kirin.  Procurada, a Petrópolis nega que exista qualquer processo de sucessão em curso. Afirma também que Giulia segue circunscrita ao marketing. Talvez o marketing tenha engolido outras áreas da empresa, o que explicaria a constante presença da executiva em reuniões das quais não costumava participar, com distribuidores, bancos e possíveis parceiros. A escalada de Giulia Faria na gestão da Petrópolis suscita diferentes interpretações mesmo entre privilegiados espectadores do processo. Há quem diga que tudo acontece dentro do tempo natural das coisas, de acordo com os planos e o ritmo traçados por Walter Faria. Neste caso, sequer passaria pela cabeça do empresário deixar a linha de frente da gestão, mesmo porque a Petrópolis tem suas sutilezas e particularidades – caso, por exemplo, das relações comerciais com os distribuidores, um caminho cheio de atalhos e trilhas que só o patriarca sabe percorrer. Para outros, no entanto, tudo se deu de forma rápida demais. É como se Walter Faria tivesse a firme preocupação de acelerar o ciclo de maturação da herdeira, antevendo um tempo, neste momento de ciladas mil para o empresariado brasileiro, em que ele próprio possa não estar pessoalmente à frente dos negócios.

#Ambev #Brasil Kirin #Grupo Petrópolis #SAB Miller

Bendine deixa Sete Brasil a ver navios

15/03/2016
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  Carlos Lacerda dizia que Roberto Campos ia matar os pobres de fome e os ricos de raiva. Aldemir Bendine, por sua vez, vai matar os bancos tanto de fome quanto de raiva. O presidente da Petrobras não aceitou as propostas feitas até agora pelas instituições financeiras credoras da Sete Brasil. Ele descartou a recuperação judicial defendida pelo BTG. Não foi o único pleito da instituição financeira que esbarrou em Bendine. O executivo brecou também a proposta do BTG para que a Sete Brasil fosse incorporada pela própria estatal. Neste caso, a Petrobras emitiria um lote de ações especiais, que ficariam em poder dos credores. A engenharia foi recebida na petroleira com escárnio.  Aldemir Bendine já fez chegar aos acionistas e bancos que a Petrobras provavelmente precisará de apenas cinco das 28 sondas inicialmente contratadas junto à Sete Brasil. É mais uma ducha de água fria nos sócios e credores da companhia. Antes, havia a expectativa de que a Petrobras confirmaria a compra de, ao menos, dez equipamentos. Na visão dos acionistas da Sete Brasil, está claro que Bendine quer jogar o abacaxi no colo dos bancos, eximindo a estatal de qualquer responsabilidade sobre a recuperação da empresa. Procurada pelo Relatório Reservado, a seguinte empresa não retornou ou não comentou o assunto: Petrobras

#Aldemir Bendine #BTG Pactual #Petrobras #Sete Brasil

Sombra de Putin ronda a Petrobras

11/03/2016
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 Há um novo e inusitado candidato à compra dos campos de produção da Petrobras. Trata-se do magnata ucraniano Mikhail Fridman, prócer de um seletíssimo grupo de empresários que fez fortuna à sombra de Vladimir Putin. A LetterOne, sua companhia de investimentos, abriu conversações com a estatal e, segundo o RR apurou, já teria acessado o banco de dados disponibilizado pela petroleira.  Dono de um patrimônio tão gigantesco quanto misterioso, Fridman não é um personagem qualquer. A possibilidade de a LetterOne adquirir ativos da Petrobras causa calafrios na própria ANP e no mercado em geral. Fridman carrega um extenso histórico de operações controversas, litígios societários e nebulosas relações com o poder – é suspeito de ligações com a KGB e boa parte da sua fortuna veio da venda da petroleira TNK-BP para a estatal russa Rosneft por US$ 14 bilhões. No ano passado, foi expulso do Reino Unido. O governo do primeiro-ministro David Cameron o obrigou a vender ativos no Mar do Norte por temor de sanções da União Europeia após a invasão russa na Ucrânia. Não por acaso, segundo fontes do RR, o Ministério Público já acompanha os passos de Fridman no Brasil. Em vez de solução, sua presença pode acabar se tornando um problema a mais para a Petrobras e seu plano de desmobilização de ativos.

#LetterOne #Petrobras #Rosneft #TNK-BP

Bancários do HSBC sofrem com o risco Cade

9/03/2016
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 Seria bom se fosse criado um Cade para o Cade. A demora do órgão antitruste em aprovar a venda do HSBC Brasil para o Bradesco é um revés não apenas para o grupo de origem inglesa e seus acionistas, mas também para outros protagonistas deste enredo. Trata-se de uma derrota compartilhada pelos clientes do HSBC, pela cidade de Curitiba, centro de decisões do banco e sua sede histórica desde os idos do Bamerindus, e, sobretudo, pelos próprios funcionários. O clima no banco é de crescente apreensão. A morosidade do Cade atinge diretamente os quase 20 mil profissionais do grupo no país, que hoje se encontram numa espécie de limbo trabalhista.  Segundo o RR apurou, os funcionários do banco paralisarão suas atividades nos próximos dias. O protesto deverá ser estender a diversas capitais do país, portanto com abrangência superior à da manifestação do dia 29 de fevereiro. Na ocasião, os bancários do HSBC fizeram uma greve de 24 horas em agências de Curitiba cobrando uma definição quanto ao pagamento da participação nos resultados referentes a 2015. Pior do que a interrogação sobre o pagamento ou não do benefício é a desorientação dos funcionários quanto a quem cobrar: de um lado um acionista que já dá o banco como vendido; do outro, um comprador, que é impedido de assumir o controle e, portanto, do ponto de vista legal, nada tem a ver com o impasse.  Neste roteiro non sense, o mais paradoxal é que a ausência de veredito do Cade já traz embutido um juízo de valor. O simples impasse significa a manutenção de um status quo. No limite, qualquer compra feita por Bradesco, Santander e Itaú leva ao aumento de concentração de mercado. Ao pé da letra, o sucesso no próprio greenfield também resultaria em concentração. O ideal para o Cade, então, seria que os cinco maiores do ranking (90% do setor bancário nacional) ficassem onde estão ou, melhor ainda, perdessem market share para as instituições menores. Ao que consta, entre as missões do Cade não figura ser o retratista de um mercado estático, nem congelador do ranking bancário.

#Bradesco #Itaú #Santander

Só falta Dilma Rousseff parir o calote

4/03/2016
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  O alerta está nas redes sociais, à vista de todos. Cresce de forma exponencial o número de menções na Internet ao risco de uma moratória do Brasil. Segundo estudo de uma empresa especializada na análise do ROI (Return on investment) nas mídias digitais, ao qual o RR teve acesso, o total de referências ao assunto aumentou 38% nos últimos 15 dias de fevereiro. E bom que se diga que não se trata de paranoia pura e simples. Os principais indicadores que medem o Risco-País – CDS e EMBI+ – apontam para uma relação desconfortável, para se dizer o mínimo.  O CDS, que mede o risco de calote da dívida soberana para o período de cinco anos, está em 445 pontos – nos últimos seis meses, subiu mais de 150 pontos. Para se ter uma ideia, numa lista de 50 países permanentemente monitorados pelo Deutsche Bank, o CDS para os títulos brasileiros só é superado pelo do Egito (523 pontos), Ucrânia (1.892) e Venezuela (6.197). Entre os nossos pares no rol dos emergentes, o risco para os títulos chineses e indianos estão, respectivamente, em torno dos 135 e 180 pontos. Por sua vez, o EMBI+, índice do JP Morgan que mede o retorno de instrumentos de dívida externa de nações emergentes, vai na mesma direção. O EMBI+Br está em 502 pontos – há um ano, era de 316 pontos. Para efeito de comparação, o EMBI+ da Argentina marca neste momento 454 pontos.  O temor quanto ao risco de um calote não decorre apenas de uma fotografia de momento. Essa percepção embute uma tendência de piora acentuada das contas públicas brasileiras. As previsões para a dívida bruta, hoje em torno de 67% do PIB, são alarmantes. A Tendência Consultoria crava que em 2018 o endividamento bruto chegará a 78,3% do PIB. O Bradesco projeta 79,2%. O Itaú Unibanco vai ainda mais longe e enxerga uma dívida equivalente a 84% do PIB. Ressalte-se que as estimativas dos bancos levam em conta um cenário mais ou menos razoável das taxas de juros, não muito distante do atual patamar, uma inflação meia bomba e um resultado fiscal pouco auspicioso. Ou seja: qualquer fagulha, a dívida bruta bate em 100% do PIB.  O vaticínio das agências de rating também reflete, corrobora e alimenta a percepção negativa. A trilogia da perda do investment grade, que se completou em fevereiro com o rebaixamento da Moody´s, escancarou a falta de credibilidade dos agentes financeiros em relação à condução da política econômica e abriu caminho para previsões ainda mais pessimistas. Nesta semana, o ex-banqueiro Luiz Cesar Fernandes afirmou que o risco de calote no pagamento da dívida pública é alto, inclusive com a ameaça de contaminação do sistema financeiro e a quebra de instituições. 1, 2, 3, isola…Deus queira que suas projeções sejam tão eficientes quanto a sua gestão da própria carreira. A consultoria Empiricus, conhecida terrorista digital, publicou um estudo dizendo que o país está tecnicamente quebrado e recomendando que os brasileiros protejam seu patrimônio com aplicações no exterior.  Pessimismo gera pessimismo. Ou profecias auto realizáveis. Quanto mais se fala em moratória, mais se estimula a sua realização. Até porque o Brasil tem experiência no assunto: no ranking internacional do calote, ocupa o terceiro lugar histórico, com 10 defaults da dívida pública, atrás apenas da Espanha (14) e dos vizinhos Venezuela e Equador, empatados com 11. Se o governo não sair do estado de astenia em que se encontra vai materializar o fantasma do calote. É a última mancha que falta à coleção de Dilma Rousseff.  

#Bradesco #Deutsche Bank #Empiricus #Itaú #JP Morgan #Moody´s #Tendência Consultoria

Ativos nacionais em tempos de Black Friday

23/02/2016
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 O governo federal vai incluir no seu esforço para atrair investidores internacionais um pacote de mudanças em áreas em que ainda há restrições ao capital estrangeiro ou, ao menos, obrigatoriedade de associação com estatais. O cenário não poderia ser mais propício. Misturando-se o dólar valorizado e a depreciação das empresas com uma demanda reprimida do capital estrangeiro em alguns setores, o negócio vai ser uma verdadeira Black Friday dos ativos nacionais. A missão foi delegada a um grupo interministerial coordenado pela Fazenda. O projeto será inserido no plano que está sendo desenhado pelo secretário de Acompanhamento Econômico da Fazenda, Paulo Corrêa, com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Banco Mundial e da Global Infrastructure Facility, criada pelo G-20 para desenvolver projetos de infraestrutura. O Ministério da Justiça, com o auxílio do Cade, fez um mapeamento de setores em que há limitações à participação de grupos internacionais, mas restringiu o grupo a áreas prioritárias em que haja condições políticas de mudanças na legislação. Ficaram de fora, por ora, os setores nuclear e aeroespacial, afinal não é momento de melindrar os quartéis. Do que sobrou, o governo federal vai priorizar imóveis rurais, serviços postais, radiodifusão e aviação.  As tratativas do grupo interministerial estão mais avançadas na questão dos imóveis rurais, que não exige mudança constitucional ou mesmo na legislação específica. O que há mais precisamente é um imbróglio jurídico a partir de uma revisão do posicionamento da Advocacia Geral da União (AGU) sobre a aplicação da Lei 5.709/71, que estabelece restrições à compra de terras por empresas sediadas no exterior. O parecer da AGU é mais restritivo porque classifica a empresa estrangeira pelo critério do efetivo poder de controle, mesmo que não detenha a maioria do capital social e, para piorar, a análise deve ser estendida a toda a cadeia societária. A proposta em estudo pelo grupo interministerial é que a AGU simplesmente reconsidere seu posicionamento e deixe o assunto a cargo do Supremo Tribunal Federal (STF), que julga uma ação sobre o assunto apresentada pela Sociedade Rural Brasileira. Nos setores de serviços postais, radiodifusão e aviação, por sua vez, que exigem alterações na legislação ou na Constituição, o que está em estudo no Ministério da Justiça é embalar tudo em um mesmo pacote de propostas de emenda à Constituição (PEC) e projetos de lei que deverão ser apresentados no Congresso no segundo semestre desse ano.  Cada situação está sendo estudada separadamente porque existem diferenças jurídicas e regulatórias, mas a ideia é que em todos esses setores haja um aumento expressivo da participação do capital estrangeiro, inclusive com a desnacionalização integral, como é o caso da aviação civil. Do grupo liderado pela Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) partiu a ideia de retirar a obrigatoriedade da participação da Infraero em concessões privadas aeroportuárias, o fim da proibição à fusão entre distribuidoras de energia elétrica – o que está em análise na Aneel – e a abertura do segmento hospitalar.

#AGU #Banco Mundial #BID #Global Infrastructure Facility

Combustível do Walmart chega ao fim

18/02/2016
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 Ao menos por ora, o título acima não se trata de uma metáfora fatalista para a própria operação do Walmart no Brasil. Os norte-americanos estão decididos a sair do negócio de postos de combustíveis no país. A intenção é vender as 10 unidades espalhadas em seus hipermercados no país ou, no limite, simplesmente esvaziar o tanque, encerrar a operação e lançar mais este prejuízo em balanço.  Assim como outras redes varejistas, o Walmart apostou na abertura de postos de gasolina no Brasil na expectativa de ampliar o leque de serviços e atrair público para seus hipermercados. O negócio, no entanto, jamais alcançou a escala necessária e, muito menos, a rentabilidade esperada – hoje, praticamente todos os estabelecimentos operam no vermelho. É por essas e outras que o Walmart é visto por muitos como uma espécie de HSBC do varejo, leia-se um gigante global disposto a manter uma operação no país por critérios geoeconômicos, mesmo acumulando seguidos anos de baixa rentabilidade. No caso do banco, deu no que deu. Procurada pelo RR, a empresa Walmart não comentou o assunto

#Walmart

Estre Ambiental é um copo cheio de impurezas

11/02/2016
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  Acusação de sonegação de impostos da ordem de R$ 110 milhões pelo Ministério Público Federal em São Paulo, cadeira cativa na Operação Lava-Jato, queda de receita, prejuízos, alto endividamento. A água da Estre Ambiental é imprópria para consumo humano. O empresário Wilson Quintella vê o que já foi um dos maiores grupos privados de serviços ambientais do país se evaporar sem encontrar uma solução para a encruzilhada em que o negócio se encontra. Uma parte expressiva dos contratos de concessão vence nos próximos 12 meses. A dívida de quase R$ 2 bilhões exige novos aportes de capital no curto prazo. De “dentro de casa”, o dinheiro dificilmente virá. A Angra Partners, dona de 8% do capital, não está disposta a colocar mais recursos na Estre e dá sinais de que quer pular fora do negócio. O BTG, então, nem se fala. Neste momento, o banco, que detém 32% da companhia, mal consegue ajudar a si próprio. Quintella foi buscar uma saída da porta para fora da empresa. Nos últimos meses, vem tentando fisgar um novo investidor, até o momento sem sucesso. As recentes gestões com a GP Investments e a espanhola GS Inima, que comprou recentemente ativos de saneamento do grupo OAS, esbarram na intransigência do empresário, que quer permanecer no negócio como um acionista relevante e tomar conta da gestão.  Wilson Quintella não se dá por vencido. Cria do ex-rei da soja, o falecido Olacyr de Moraes, de quem foi sócio na Constran – posteriormente comprada pela UTC (incrível como as águas da Lava-Jato sempre se encontram em algum ponto) –, o empresário já virou o jogo diversas outras vezes na vida. Às vezes, quando o jogo sequer havia começado. Do zero construiu uma holding na área de saneamento e serviços ambientais com 17 centros de tratamento de resíduos no Brasil, Argentina e Colômbia e faturamento de R$ 2,5 bilhões ao ano. Mas hoje as circunstâncias lhe são cada vez menos favoráveis. O alívio poderia vir do fundo FIFGTS, ao qual a Estre Ambiental solicitou um aporte da ordem de R$ 500 milhões. No entanto, o processo está parado no conselho curador do Fundo desde 2014 e não há qualquer previsão para ser concluído, ainda mais com a Lava-Jato no encalço da Estre e de Quintella.  A empresa Estre Ambiental não retornou ou não comentou o assunto.

#Angra Partners #BTG Pactual #Estre Ambiental #GP Investimentos #Lava Jato

BTG atola no capital da Mitsubishi

1/02/2016
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  Vai ser preciso muita tração nas quatro rodas para o BTG desatolar do capital da Mitsubishi Motors do Brasil (MMC). Guardadas as devidas proporções, os próprios acionistas do banco tratam a participação de 15% na montadora como um ativo tão difícil de ser passado adiante quanto as deficitárias Leader Magazine e BR Pharma – a incomparável Sete Brasil, claro, nem entra nesta conta. O BTG já ofereceu as ações ao sócio controlador da MMC, Eduardo de Souza Ramos, mas o empresário e amigo de longa data de André Esteves se recusa a recomprar a participação, mesmo com um expressivo deságio. O Plano B, a transferência para a própria Mitsubishi do Japão, também já foi descartado.  Sem uma solução caseira, o BTG partiu em busca de um comprador no mercado. Consultado, o banco nega a venda das ações. Mas, segundo fonte próxima à empresa, o problema é que uma série de circunstâncias joga contra o negócio, a começar pela performance da Mitsubishi do Brasil. Desde que desembarcou na empresa, em 2010, o banco já teria acumulado um prejuízo de quase US$ 150 milhões com o investimento. Além disso, se associar à montadora neste momento significa cair de paraquedas na Operação Zelotes. A MMC é uma das empresas suspeitas de participar do esquema de pagamento de propina a conselheiros do Carf.

#BR Pharma #BTG Pactual #Leader Magazine #Mitsubishi Motors #Sete Brasil

O santo não bate

22/01/2016
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 Quando ainda estava no Conselho do Santander Brasil, Sergio Rial já posava como presidente do banco, passando por cima do então nº 1, Jesus Zabalza. Agora, após assumir de fato e de direito a gestão executiva, Rial nem ouve o que Zabalza, novo comandante do Conselho, lhe diz.

#Santander

Cabo de guerra

20/01/2016
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 Além da pressão pela montagem de um novo Conselho, os bancos e fundos acionistas da Sete Brasil – notadamente Santander, Previ e Funcef – querem destituir o presidente, Luiz Eduardo Carneiro, e tirar da Petrobras a prerrogativa de indicar o nº 1 da companhia. Consultada, a empresa disse “desconhecer” tal exigência.

#Funcef #Petrobras #Previ #Santander #Sete Brasil

Carlyle e GIC avançam sobre o controle da Rede D´Or

19/01/2016
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 A estratégia do Carlyle e do GIC para a Rede D’Or vai além da Rede D’Or. A companhia será a ponta de lança de um abrangente projeto de consolidação na área de saúde. A estratégia da gestora norte-americana e do fundo soberano de Cingapura é transformar a Rede D’Or em um grande grupo de healthcare, uma holding com participações em hospitais, laboratórios de medicina diagnóstica e clínicas especializadas em doenças de alta complexidade. Carlyle e GIC pretendem jogar para dentro da empresa suas futuras aquisições na área médica no Brasil. Antes, no entanto, querem se assegurar de que terão as rédeas do negócio. Para isso, estariam articulando um novo aporte de capital na Rede D’Or com o objetivo de assumir o controle. Segundo uma fonte que acompanha as conversações, as cifras podem chegar a R$ 3 bilhões. A operação envolveria a transferência de aproximadamente 15% das ações. Com a nova capitalização, a participação da família Moll – fundadora e maior acionista da Rede D’Or – seria diluída dos atuais 64% para 49%. Consequentemente, a dupla GIC e Carlyle sairia de 36% para 51%, assumindo o controle da companhia. Assim como ocorreu nas recentes capitalizações realizadas pelos dois investidores internacionais, os novos recursos iriam direto para o caixa da Rede D’Or, com o objetivo de financiar futuras aquisições e também os projetos greenfield. Para este ano, estão programados investimentos da ordem de R$ 500 milhões na expansão e modernização da rede hospitalar.  Consultada pelo RR, a Rede D´Or garantiu que “não há negociação em andamento neste momento”. Está feito o registro. No entanto, os fatos recentes sugerem que a transferência do controle da empresa vem se desenhando gradativamente, com os seguidos avanços do Carlyle e do GIC sobre a participação dos demais sócios. Em abril do ano passado, no embalo da nova legislação que permitiu a entrada de investidores estrangeiros na área hospitalar, os norte-americanos pagaram cerca de R$ 1,75 bilhão ao BTG para ficar com 8,3%. Um mês depois, foi a vez de o fundo soberano de Cingapura comprar 14% junto à própria instituição financeira e à família Moll. Em dezembro, os asiá- ticos fisgaram os 11,7% que ainda estavam em poder do BTG. Esta operação, ressalte-se, já estava engatilhada, mas a intenção do banco era seguir na mesma toada e vender o restante das suas ações ao longo do primeiro semestre deste ano. A Lava Jato precipitou os fatos.

#BTG Pactual #Carlyle #GIC #Rede D'Or

Acervo RR

Corretora chinesa

19/01/2016
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 No rastro dos bancos chineses que avançam no mercado brasileiro, a Guosen Securities ensaia seu desembarque no país. Trata-se de uma das cinco maiores corretoras de valores da China, com ativos totais de US$ 50 bilhões.

#Guosen Securities

Galp coloca seus blocos na gôndola ao lado da Petrobras

18/01/2016
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 No momento em que os bancos de investimento povoam o mercado com soturnos relatórios e já projetam o brent abaixo dos US$ 20, a Galp Energia decidiu seguir os passos da Petrobras. Seguir os passos, neste caso, não é mera força de expressão. Os portugueses pretendem pegar carona no plano de desmobilização de ativos da estatal para vender participações em blocos de óleo e gás de braços dados com a companhia. O comensalismo também é visto com bons olhos na Petrobras: a expectativa é que a operação casada permita à dupla fechar acordos em condições um pouco mais favoráveis. Para a Galp, o foco principal é o campo de Carcará (BM-S-8), na Bacia de Santos. Dona de 14% do consórcio, a companhia já teria oferecido uma parcela de suas ações à Sinopec e à PetroChina, que vêm mantendo conversações para a compra de uma fatia da participação da Petrobras – a estatal é sócia majoritária, com 66%. A intenção dos portugueses é ficar com menos de 10% e reduzir seu risco em um dos projetos do pré-sal mais promissores e, ao mesmo tempo, mais afetados pela crise do setor e pela arritmia financeira de seu maior acionista e operador. A Petrobras suspendeu todos os investimentos no campo de Carcará, sendo seguida pela Galp e os demais sócios – Queiroz Galvão e Barra Energia.  Em outro front, a Galp quer reduzir sua presença no bloco BM-S-24, atualmente de 20%. É mais um ativo no pré-sal para o qual a Petrobras, detentora dos 80% restantes, busca comprador. Segundo informações filtradas junto à companhia, a indiana Videocon Industries manifestou interesse em assumir parte das ações. Sócio da própria estatal em blocos no Sergipe, o grupo controlado pelo empresário Venugopal Dhoot já anunciou a disposição de investir US$ 2,5 bilhões no Brasil, aproveitando-se da depreciação dos ativos de exploração e produção. No vácuo da Petrobras, a Galp também espera tomar o caminho das Índias.  Não obstante as circunstâncias serem extremamente adversas para a venda de ativos de E&P, a Galp vem sofrendo pressão de seus acionistas para reduzir a exposure no Brasil. O grupo não vive um momento dos mais auspiciosos do ponto de vista da sua liquidez. Enfrenta ainda um período de turbulência institucional, agravado por conflitos trabalhistas em Portugal. Na semana passada, inclusive, funcionários da empresa chegaram a convocar uma paralisação, acusando a Galp de descumprir acordos firmados com sindicatos locais. A empresa Galp não retornou o assunto.

#Barra Energia #Galp #Petrobras #PetroChina #Queiroz Galvão #Sinopec #Videocon Industries

Azteca deixa um rastro de dívidas trabalhistas

11/01/2016
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   O derretimento do Banco Azteca no Brasil não é uma ameaça apenas para seus clientes – o correspondente a 32% dos depósitos não conta com cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). A liquida- ção extrajudicial da institui- ção, anunciada na última sexta-feira pelo BC, aumenta também a agonia de funcionários e ex-empregados. O banco do empresário mexicano Ricardo Salinas acumula uma extensa folha corrida na esfera trabalhista. Quase um ano após demitir quase 500 pessoas, o Azteca ainda não teria honrado o pagamento de todas as verbas rescisórias.  Os processos contra o banco se multiplicam na Justiça do Trabalho, não apenas em Recife, onde o Azteca está sediado, mas também em outras cidades do Nordeste. As denúncias vão de dispensa sem negociação coletiva com os sindicatos a atrasos no pagamento das indenizações e assédio moral. Na capital pernambucana, os ex-funcionários têm feito manifestações recorrentes em frente à sede da instituição, na Avenida Domingos Ferreira, e em outros pontos da cidade. Na Paraíba, o Ministério Público do Trabalho já ajuizou uma ação civil pública na 2ª Vara do Trabalho pedindo que o Azteca pague uma multa em torno de R$ 5 mil por cada trabalhador que tenha sido demitido sem acordo coletivo e quitação O Banco Azteca não comentou o assunto.

#Banco Azteca

Clubes fazem romaria na porta da Caixa

8/01/2016
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 Nada de Renato Augusto, Lugano ou Fred. O nome mais repetido pelos cartolas brasileiros neste início de temporada é o da presidente da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior. Em meio ao cenário de recessão e à forte queda dos investimentos privados em marketing esportivo, o banco tornou-se peça chave no “esquema tático” de alguns dos maiores clubes do país para 2016. A fila de times que tentam se proteger sob a marquise da Caixa não para de crescer. Nos próximos dias, Atlético-MG e Cruzeiro deverão selar formalmente o acordo de patrocínio com o banco. Segundo o RR apurou, dirigentes dos dois clubes e executivos da CEF estiveram reunidos na última segunda-feira para acertar os detalhes finais dos contratos: cada um receberá, ao longo do ano, cerca de R$ 13 milhões.  Outro clube em avançadas negociações com a Caixa é o Santa Cruz, que subiu para a Série A do Campeonato Brasileiro. As cifras sobre a mesa giram em torno dos R$ 6 milhões, o mesmo valor que o banco paga ao outro time pernambucano da primeira divisão, o Sport. Segundo o RR apurou, nos últimos dias, Bahia, América-MG e Goiás também abriram conversações com a instituição financeira. Estima-se que os três contratos somados beirem os R$ 12 milhões ao ano. Em tempo: o próprio governador Fernando Pimentel teria intercedido junto ao banco a favor do América-MG.  A Caixa Econômica ainda não fechou o valor destinado ao futebol em 2016. Mas, somando-se as novas parcerias e a eventual manutenção de todos os contratos atuais, o orçamento poderá passar dos R$ 160 milhões, o que representaria uma alta de 45% sobre as cifras do ano passado. A renovação dos contratos com Corinthians, Flamengo e Vasco já está bem encaminhada. A tendência é que sejam mantidos os valores de 2015, respectivamente R$ 30 milhões, R$ 25 milhões e R$ 15 milhões. O mesmo se aplica à prorrogação dos acordos com nove clubes restantes da atual carteira de patrocínios da Caixa. A  Caixa Econômica não retornou o assunto.

#Caixa Econômica #Recessão

Ecovix a um passo da recuperação judicial

7/01/2016
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 A decisão da Mitsubishi Heavy Industries de deixar o capital da Ecovix, anunciada na última segunda-feira, vai precipitar a “solução final”. A subsidiária da Engevix, dona do estaleiro Rio Grande (ERG), deverá formalizar em breve seu pedido de recuperação judicial. Na visão dos acionistas da empresa, trata-se da última linha, a derradeira tentativa de equacionar as dívidas do ERG, atrair um novo sócio e garantir a retomada das operações no complexo naval gaúcho, que emprega cerca de seis mil trabalhadores. Caso se confirme, a recuperação judicial será uma abrupta guinada em relação à nova etapa de reestruturação do estaleiro, iniciada há menos de dois meses com a contratação do Banco Brasil Plural . Sem os japoneses, tudo muda de figura. O trabalho da instituição financeira estava diretamente interligado ao aumento da participação da Mitsubishi no negócio. Procurada, a Ecovix negou que vá entrar com pedido de recuperação judicial.  Dono de 30% da Ecovix, o consórcio de cinco estaleiros japoneses encabeçado pela Mitsubishi vinha negociando o aumento da sua participação desde o ano passado. No entanto, conforme o RR antecipou na edição de 6 de novembro, os asiáticos foram aconselhados por seus advogados no Brasil a não ampliar sua fatia societária por conta do risco de assumir o passivo da Ecovix. A dívida conhecida gira em torno de R$ 100 milhões, mas o valor não inclui os débitos trabalhistas, uma caixa-preta que a Mitsubishi e seus parceiros não quiseram abrir.

#Banco Brasil Plural #Ecovix #Engevix #ERG #Mitsubishi Heavy Industries

Em 2016, vem aí a Operação “Furo Certo”

30/12/2015
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 Millôr Fernandes costumava dizer “Viva o Brasil, onde o ano inteiro é primeiro de abril”. Pois o ano de 2015 foi ainda mais desafiador para aqueles que se dedicam a separar a verdade da burla e o fato da ficção. O Relatório Reservado está convicto de que realizou esta decantação com êxito em suas 246 edições de 2015. Aliás, foi exatamente em abril, não no dia 1º, mas no dia 30, que o RR abordou pela primeira vez a regularização dos recursos de brasileiros no exterior. Àquela altura, o assunto sequer estava na ordem do dia. Ninguém apostava também na substituição de Joaquim Levy no seu período de apogeu. O RR cantou a bola que o novo ministro da Fazenda seria Nelson Barbosa. Dito e feito. O RR acompanhou de perto o esforço de Joaquim Levy para tocar o ajuste fiscal. Ao mesmo tempo, trouxe à tona uma série de ideias discutidas pela equipe econômica que sequer chegaram a ser colocadas em prática, como o ajuste patrimonial (privatizações, leilões de concessão em marcha forçada e securitização de ativos dispersos), o limite para o gasto público e a implantação de um regime de bandas fiscais, tema de matéria na edição de 5 de março e que viria a ser alvo de intenso debate nos meses seguintes. Há outras propostas que o RR antecipou e, por ora, deixa de bandeja para que se concretizem em 2016.Uma delas é a securitização da dívida ativa da União. Outras medidas são a ampliação da capacidade de solvência, com a liberação de cheques em branco do FMI, Bird, Banco dos Brics e CAF, e a utilização das reservas na suspensão da rolagem de swaps cambiais e abatimento da dívida pública bruta. O uso do lastro em moeda forte poderia também ser usado para o reequilíbrio da Petrobras por meio da criação de uma SPE no exterior capitalizada com recursos da União, o que permitiria a compra dos passivos de curto prazo da estatal, reduzindo seu custo financeiro.  Por falar em Petrobras, entre as 2.180 matérias e notas veiculadas pelo Relatório Reservado em 2015, nenhuma outra empresa foi mais citada do que a estatal – 185 menções. Em muitas das vezes, o RR trouxe notícias que não gostaria de dar. Foi o caso da edição de 16 de junho, quando antecipou o draconiano programa de cortes da estatal, com a previsão de redução de 70 mil a 100 mil postos de trabalho. Em contrapartida, os leitores do RR puderam acompanhar de perto o processo de higienização da companhia. Em 23 de setembro, informamos com exclusividade as novas medidas implantadas pela estatal para melhorar sua estrutura de compliance. Além disso, o RR antecipou, na edição de 20 de julho, a saída de José Andrade de Lima Neto da presidência da BR Distribuidora. Ainda que a política econômica tenha espremido o noticiário corporativo, o Relatório manteve seu compromisso de perscrutar os passos dos maiores grupos empresariais brasileiros. Apenas para refrescar a memória, alguns exemplos de notícias que chegaram primeiro no RR. Em 9 de março, a newsletter antecipou mudanças na gestão da Telefônica Brasil, com o afastamento do então diretor geral, Paulo Cesar Teixeira. Em 2 de junho, informamos que Abilio Diniz compraria mais 2% do Carrefour Brasil, o que se confirmou logo à frente. Em 16 de outubro, o RR cravou que o governo derrubaria a participação obrigatória da Infraero nas licitações aeroportuárias. Na edição de 24 de novembro, dissemos que a situação do então presidente da Light, Paulo Roberto Pinto era insustentável. Seis dias depois, o executivo deixou o comando da distribuidora. Em 11 de dezembro, o Relatório revelou a necessidade da Rumo ALL vender ativos para honrar compromissos financeiros, fato que ganharia os jornais uma semana depois. Nas edições de 26 de maio e 28 de outubro, a publicação tratou das perdas do Walmart no Brasil e do risco de fechamento de mais lojas. Ao longo do ano, o RR contou em detalhes a saga da saída do HSBC do Brasil, com sua venda para o Bradesco. No dia 15 de setembro, o RR antecipou a assembleia de credores da OAS que abriria caminho para a iminente venda de sua participação na Invepar à Brookfield. O Relatório também saiu na frente contando detalhes do derretimento da indústria siderúrgica nacional, notadamente da CSN e da Usiminas. Da mesma forma, a publicação desvendou os planos da Camargo Corrêa de liquidação de seus ativos. Falta fôlego aos autores do RR para elencar o total de acertos em 2015. Seria preciso muitas edições como esta. A Lava Jato, como não poderia deixar de ser, mereceu um RR dentro do RR. Nos últimos 12 meses, foram 159 notícias, esquadrinhando a operação pelo ângulo das empresas e dos personagens envolvidos. Em 2015, o RR citou mais de 450 nomes entre corporações, empresários, executivos e autoridades. Não faltou, no entanto, quem quisesse silenciar o Relatório Reservado, a começar pelo ex-maior banqueiro de investimentos do Brasil. André Esteves tentou constranger o RR das mais diversas maneiras. Chegou a entrar na Justiça com o claro propósito de evitar a divulgação de informações contrárias aos seus interesses, como a mal explicada compra de blocos da Petrobras na África e a não menos polêmica aquisição de postos da BR Distribuidora. O tempo mostrou de que lado estava a verdade. Que assim seja em 2016. O RR renova o compromisso de levar até o seu assinante informações exclusivas com base em seus três princípios basilares: independência, destemor e isenção. O RR voltará a circular na próxima segunda-feira, dia 4 de janeiro. A todos os assinantes, um Feliz 2016!

Banco de carona

28/12/2015
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 Apesar de toda a polêmica que cerca o aplicativo, o fundo de private equity inglês Actis deverá pegar uma carona no Uber e se associar à operação brasileira. A maior parte dos recursos será destinada a investimentos em tecnologia. As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Uber e Actis.

#Actis #Uber

Chineses esticam seus fios no setor elétrico brasileiro

23/12/2015
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 No rastro da State Grid , que já investiu quase US$ 3 bilhões por estas bandas, mais um grande grupo chinês da área de energia está fincando bandeira no Brasil. A Power China Sepco vai instalar uma térmica a carvão no Rio Grande do Sul, um investimento total da ordem de R$ 4 bilhões – a maior parte será financiada por bancos de fomento chineses. Com capacidade de 600 MW, a usina Ouro Negro será a segunda maior da modalidade no país, atrás apenas da termelétrica de Pecém (CE) com 720 MW. A expectativa dos chineses é que o Ibama conceda a licença prévia ambiental até o fim de janeiro, o que permitiria ao grupo participar do leilão A-5 de energia térmica programado para março. Os planos da Power China para o Brasil vão além da térmica gaúcha. Segundo o RR apurou, os investimentos previstos chegam a R$ 12 bilhões. A meta do grupo é ter em até cinco anos cerca de 1,5 mil MW de capacidade instalada no país, o que, a números de hoje, significaria ter o maior parque térmico privado do país, à frente da Suez .

#Power China Sepco #State Grid #Suez

O desabafo de Joaquim Levy ao RR

18/12/2015
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Goste-se ou não de Joaquim Levy, o fato é que ele nunca conseguiu implementar seu ajuste fiscal. O que fez foi tentar sinalizar ao mercado alguma meta de superávit primário para não parecer que o governo se comportava como um lunático em relação ao ritmo de crescimento da dívida bruta/PIB. Levy acabou por entregar uma arrumação das contas fiscais bem inferior ao que sempre considerou necessário, sabendo que as circunstâncias políticas impediam o recomendável. A realidade foi madrasta e o superávit primário deverá ser ainda mais irrisório. Fez o que pôde. Talvez esteja esperando demais para sair, o que pode ser uma prova de elevado espírito cívico. Com seu jeito cauteloso de tratar das questões de fundo político, ele conversou com o RR explicando que o ajuste ficou na sua trajetória como uma incômoda cicatriz. A resistência a medidas óbvias lhe empurraram para uma cruzada monotemática. Levy queria bem mais do que impostos e corte de despesas. Mas justiça seja feita: enquanto o público assistia à novela das nove sobre o ajuste, Levy foi tocando uma programação de baixo apelo e grande efetividade. Deixará um legado.   AGENDA DO CRESCIMENTO “Ao contrário do que é disseminado, a agenda do Ministério da Fazenda nunca foi o ajuste fiscal. A proposta apresentada desde a posse é consertar equívocos e avançar nas reformas para preparar o Brasil pós-commodities. A Fazenda tem sido um baluarte contra a deriva fiscal, cujo custo ficou evidente depois do orçamento de 2016, deficitário, e o downgrade que ele gerou. A agenda de crescimento começa com o combate ao patrimonialismo, mostrado na reforma do Carf. O fortalecimento da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, focando em processos com mais chance de sucesso, também progrediu, apesar da distração provocada por algumas pautas da AGU. Cobrar de quem deve, diminuindo a necessidade de novos impostos, ajuda na eficiência da economia.”  ARRECADAÇÃO “Junto com o Planejamento, a Fazenda reformou os empréstimos do PSI, que haviam aberto um rombo de R$ 30 bilhões nas contas públicas. Com a Agricultura, reequilibrou os juros no plano safra, que haviam gerado pedaladas bilionárias no Banco do Brasil. O ministério mudou a atitude com o TCU, diminuindo tensões e aumentando a transparência das contas da União. Em parceria com o Ministério de Minas e Energia, vieram o realismo tarifário e as reformas para o setor eletrointensivo do Nordeste, com tarifas compatíveis com a expansão da oferta e reajustes usando a inflação implícita nas NTN-Bs, o primeiro passo em 20 anos para a desindexação da economia. As reformas permitiram levantar R$ 17 bilhões em um leilão de hidrelétricas, que, pela primeira vez, não teve a presença do BNDES.” RETOMADA DO CRÉDITO “A Fazenda vem redesenhando os editais de licitação de concessões e desenvolvendo novas debêntures para a infraestrutura, abrindo espaço para o BNDES atender mais às pequenas e médias empresas, uma vez que as grandes podem ir ao mercado. Na mesma linha, o Conselho Monetário Nacional mudou os limites de investimento das seguradoras e fundos de pensão fechados para estimular o crédito de longo prazo. Como prometido em janeiro, a Fazenda continua negociando o realinhamento da tributação dos instrumentos financeiros, desorganizada nos últimos anos.” TRIBUTAÇÃO SIMPLIFICADA “Na área tributária, o objetivo sempre foi simplificar e diminuir distorções, avançando na convergência das alíquotas do ICMS e introduzindo o crédito financeiro no PIS-Cofins. O financiamento da transição do ICMS com os recursos da repatriação foi descarrilhado na Câmara, mas deve voltar aos trilhos com a PEC proposta pelo Senado. A Fazenda também tem aumentado a progressividade do Imposto de Renda, como na alíquota crescente para o ganho de capital e as mudanças nos juros sobre capital próprio, além da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido dos bancos. Essas mudanças discretas fazem mais pela justiça tributária do que muita proposta ideológica na praça. Propusemos também, com o BC, uma nova lei de punição do sistema financeiro, criando um conselho de recursos especiais para o setor de mercado de capitais, separado da área bancária. Editamos ainda o decreto reformando o conselho recursal da Susep.” COMÉRCIO EXTERIOR “A liberação do câmbio, apesar do impacto nos preços domésticos, permitiu ao setor externo voltar a funcionar, reduzindo o déficit na conta corrente à metade. A Fazenda tem apoiado o Ministério do Desenvolvimento nos acordos de livre comércio e de investimento, notadamente no México. Também tem trabalhado duro para diminuir as distorções nas tarifas, que prejudicam o setor intermediário da indústria, como os segmentos de autopeças e mesmo de máquinas e equipamento. Apesar do aperto fiscal, a Fazenda garantiu o dinheiro do Proex, pagando também contas penduradas.” PRINCIPAIS ÓBICES “Nem tudo é sucesso: as incertezas no Congresso deram um tombo na economia e principalmente na arrecadação, inviabilizando as metas do superávit primário em 2015. O setor de óleo e gás continua bloqueado, dificultando a recuperação da Petrobras. A reforma da Previdência, essencial para desobstruir outras pautas no Congresso, não avança, apesar do interesse manifesto da presidente Dilma Rousseff. O quadro é tão conturbado que há, inclusive, quem considere que a presidente Dilma está no núcleo da resistência aos ajustes, o que jamais correspondeu à realidade dos fatos. O ambiente de exacerbada intriga, contrainformação, propagação de inverdades, diversionismo e desprezo pela adoção de medidas prioritárias ao desenvolvimento empurra para o atraso. O quadro de entropia política continua cobrando um altíssimo pedágio à população. Mas, estou convicto de que cenário mais agudo passará, pelo simples fato de que ninguém quer o impeachment à vera. Meu estilo é técnico. Sou um funcionário do Estado. O folhetim não me interessa, mas, sim, as policies.”

#Ajuste fiscal #Joaquim Levy #Ministério da Fazenda

Quem será o novo ministro da Fazenda?

17/12/2015
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  Agora, parece que vai mesmo. Sem as propaladas cartas de demissão, Joaquim Levy deve deixar o governo agastado, após trabalhar que nem um mouro sem contar com um minuto sequer de apoio do governo. Mas, rei morto, rei posto. O RR faz seu ranking de candidatos ao cargo, com o respectivo par no Ministério do Planejamento. Não se espantem com o brutal coeficiente de dispersão. Ele reflete a atual geleia brasileira.  Otaviano Canuto na Fazenda com Nelson Barbosa no Planejamento: 69%. Canuto seria um desagravo ao próprio Levy, que o teria indicado para o cargo. Hoje, se encontra esquentando cadeira no Banco Mundial. Contra sua indicação a indisposição de trabalhar com Barbosa em permanente estado de fritura.  Nelson Barbosa e Luiz Guilherme Schymura: 65%. Uma dobradinha cantada já há algum tempo. Schymura tem um bom temperamento e afinou as ideias com Barbosa no Ibre, quando o convidou para trabalhar na casa durante um interstício da sua missão do governo. Dá Barbosa na Fazenda.  Luiz Gonzaga Belluzzo: 30%. Tem lá suas convicções cepalinas, com a vantagem de mudar de ideia conforme a circunstância. De sorte, pode se acasalar bem com Barbosa. Uma dica: Dilma Rousseff adora Belluzzo.  Aloizio Mercadante: 4%. É um coringa: tanto pode ser um “aspone” quanto titular da Fazenda. Levará o Congresso à loucura e a mídia ao delírio. As negociações políticas avinagrarão e os vazamentos transformarão Watergate em jardim da infância. Até dá para ser com Barbosa, mas ele preferiria um empresário. Quem? Quem?  Luciano Coutinho: 2%. De temperamento zen, qualificadíssimo, com a confiança de Dilma, é bem capaz de alinhar com Barbosa. A contraindicação é o papel que lhe foi confiado de tourear os pepinos do governo  Henrique Meirelles: 0,5%. Essa última operação de contrainformação lançando-o como candidato a ministro de Michel Temer o transformou de solução em proscrito. De qualquer forma, fica uma fezinha, porque, com Dilma, tudo é possível. A aposta é em qualquer nome para o Planejamento, menos Barbosa.  Jorge Gerdau: 0,5%. Entoaria os versos de “Trabalho”, uma das orações preferidas de Lutero (Senhor, meu Deus, meus bens e meu cargo não estão sob o meu poder). Carregaria Vicente Falconi para o governo, onde ele se destacaria por falar invariavelmente a mesma coisa.  Abílio Diniz: 0,2%. Montaria uma academia de ginástica no gabinete da Fazenda e levaria o Tarpon para fazer o planejamento do governo.   Luiz Carlos Trabuco: – 100%. Um sonho tão inviável como sempre foi.  José Serra: – 1.000.000%. Delírio total! Pura provocação.

#Joaquim Levy

Boa nova

10/12/2015
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 O governo chinês está selecionando projetos agrícolas no Brasil. O Banco Popular da China tem quase US$ 10 bilhões para financiar o agronegócio em toda a América Latina.

#Banco Popular da China

JBS desmoraliza o “impeachment” do BNDES

7/12/2015
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 O processo de “impeachment” da JBS está fadado a morrer por inanição de argumentos. O conglomerado de empresas construído com o apoio do BNDES vai fechar o ano com um faturamento superior a R$ 180 bilhões e entra em 2016 como candidato a liderar o mais furioso processo de consolidação multissetorial do país. A recente aquisição da Alpargatas não deve ser vista como fato isolado. A J&F vai avançar em sua estratégia de diversificação. Entre os alvos estão construção pesada, agronegócio, energia e  celulose, segmento em que o grupo já atua por meio da Eldorado. Neste caso, todos os caminhos apontam para a fusão da empresa com a Fibria, da Votorantim – a operação de M&A mais decantada e aguardada no setor.  Os grupos de interesse que fazem oposição ao BNDES sempre apostaram no “impeachment” da JBS como uma ponte para  o“impedimento” do próprio banco. Mas não há Eduardo Cunha capaz de se contrapor a fatos e números tão superlativos. Principal negócio da J&F, o frigorífico vai romper neste ano a barreira dos R$ 165 bilhões em faturamento, 37% a mais do que em 2014, consolidando-se como a maior empresa privada do país. A dimensão destas cifras se estende à balança comercial. Ao fim deste ano, a JBS responderá por mais de 40% das exportações brasileiras de carne bovina, que deverão somar US$ 6bilhões. Em um exercício meramente hipotético, mantidas as respectivas taxas médias de crescimento nos últimos quatro anos, até 2020 a JBS superaria a própria Petrobras, tornandose o maior faturamento do Brasil entre as companhias não financeiras. Ressalte-se que esta é uma projeção extremamente conservadora, uma vezque, na ponta do lápis, a estatal promete um encolhimento para os próximos anos. Ou seja: a ultrapassagem pode vir antes.  Na área técnica do BNDES, há quem diga que o Brasil estaria em outro patamar se a cada dez operações de financiamento do banco houvesse uma JBS. Poucos negócios na história da instituição se revelaram tão lucrativos. Em 2007, quando o BNDES fez seu primeiro aportenna companhia, a ação estava em torno de R$ 7. Em setembro deste ano, a cotação atingiu seu maior patamar histórico – R$ 17,20. Se, nesse momento, a agência de fomento eventualmente tivesse vendido em mercado toda a sua posição na JBS, realizaria um ganho superior a R$ 6 bilhões. A J&F talvez seja hoje o que existe no Brasil de mais próximo dos chaebols, os grandes conglomerados industriais sulcoreanos, com negócios nos mais variados setores, formados a partir de uma empresamãe. O BNDES está indissociavelmente ligado à gênese deste cavalo vencedor. Em 2007, a JBS era um frigorífico com umareceita de R$ 4 bilhões por ano. Hoje, todos os negócios da J&F faturam essa soma a cada oitodias. O financiamento do banco à JBS teve um efeito multiplicador ao permitir que o grupo aumentasse seu nível de alavancagem para investir em outras áreas. À época, além da produção de carne bovina, a família Batista tinha apenas um negócio mais relevante, a Flora, fabricante de produtos de higiene e limpeza. De lá para cá, entrou nos setores de laticínios, celulose, financeiro, calçadista e até mesmo em mídia, com a aquisição do Canal Rural. Essa miríade de empresas soma 270 mil postos de trabalho – 150 mil no Brasil. A incorporação da Fibria aumentaria esse efetivo em 15 mil funcionários. O “impeachment” da JBS ou do BNDES seria também o“impeachment” dessa gente.

#Alpargatas #BNDES #Eldorado #Fibria #Flora #J&F #JBS #Votorantim

Pfizer conta as pílulas que faltam para controlar o Teuto

30/11/2015
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  Em meio ao estardalhaço gerado pela aquisição da Allergan, a maior operação de M&A da história da indústria farmacêutica, discretamente a Pfizer retomou uma conturbada negociação no mercado brasileiro: a compra dos 60% restantes do Teuto pertencentes aos quatro filhos do fundador da empresa, Walterci de Melo, que morreu em maio do ano passado. As duas partes concordaram em contratar um banco para definir o valuation da companhia e, consequentemente, da participação em poder da família. Trata-se não apenas de um passo fundamental para a transferência do controle, mas, sobretudo, um sinal de trégua numa tensa relação societária, que se acicatou ainda mais após o falecimento de Walterci. Do lado da Pfizer, quem está à frente desta intrincada operação é o próprio presidente da subsidiária brasileira, Victor Mezei. O executivo traz o handicap de ter conduzido a negociação com Walterci de Melo para a compra dos 40% do Teuto. Pela companhia goiana, as tratativas têm sido lideradas por Marcelo Leite, presidente do laboratório e homem de confiança de Walterci, e por um dos filhos do empresário, Ítalo Melo. Consultada, a Pfizer não quis se manifestar. Já a Teuto disse que “as partes avaliam o melhor momento” para concluir a transferência do controle.  Ao fechar a aquisição de 40% do Teuto, em 2010, a Pfizer acertou com o empresário uma opção de compra do restante do capital que poderia ser exercida em 2014 – posteriormente, o prazo foi estendido para 2016. À época, ficou acordado que os norte-americanos pagariam, pelos 60%, o valor proporcional de 14,4 vezes a geração anual de caixa do laboratório goiano. O que era para ser um balizador para o ato final da operação se tornou um cabo de guerra após a morte do patriarca. Desde então, a Pfizer passou a acusar os filhos de Walterci de Melo de inflar o Ebitda do Teuto para forçar a venda do controle em condi- ções irreais. A rigor, a multinacional não tinha qualquer obrigação de tomar uma decisão: bastaria esperar por 2016 e a opção de compra estaria automaticamente desfeita. Só que, do outro lado, a família subiu o tom: desde o ano passado, ameaça entrar na Justiça para retomar os 40% em poder dos norte-americanos, sob a alegação de que o acordo firmado por Walterci de Melo era lesivo aos interesses dos herdeiros. Neste clima de guerra fria, a Pfizer permanece onde sempre esteve. O que mudou foi a capacidade bélica dos herdeiros de Walterci de Melo. Seu paiol se esgotou e hoje a família se encontra em uma posição de fragilidade. Os R$ 400 milhões pagos pela Pfizer em 2010 praticamente se evaporaram no pagamento de dívidas e em malsucedidos investimentos da famí- lia em outros negócios, notadamente no setor agrícola.

#Allergan #Pfizer #Teuto

Citi desce dos palcos brasileiros

30/11/2015
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 O show tem de continuar, mas com o Citibank bem longe do palco. Após entregar o Citi Hall da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, o banco prepara também seu desembarque da versão paulistana da casa de espetáculos, localizada na Avenida das Nações Unidas. Os norte-americanos já teriam comunicado à T4F, responsável pela administração dos dois empreendimentos, a disposição de romper o contrato de naming & rights do Citi Hall de São Paulo, que vence apenas em 2019. Procurado, o Citi não se pronunciou. A T4F, por sua vez, nega o rompimento do contrato. Está feito o registro. Mas, segundo o RR apurou, a empresa de entretenimento já estaria em busca de uma nova placa para o lugar do Citi – um dos cotados seria a Vivo. A T4F detém os direitos de gestão e comercialização da casa de shows até 2019. Talvez, na atual conjuntura, não faça mesmo sentido gastar quase R$ 5 milhões ao ano com uma única ação de marketing; talvez a aposta na área de entretenimento já tenha dado o retorno esperado em termos de imagem. No entanto, tratando-se de quem se trata, todos esses argumentos soam como frá- geis e secundários. Caso se concretize, a ruptura do contrato com a T4F só reforçará a percepção de que o Citi é um banco que não para de encolher no Brasil.

#Citibank #T4F #Vivo

Como Esteves tentou forçar o silêncio do RR

26/11/2015
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  André Esteves sempre foi um vencedor, mas não necessariamente um bom desportista. Quando contrariado, o banqueiro tentou invariavelmente pressionar o RR. Em abril deste ano, entrou com uma ação na Justiça com o claro propósito de coagir, da pior maneira, a publicação e evitar a divulgação de novas informações eventualmente avessas aos seus interesses. No processo, além de um pedido de indenização na casa dos seis dígitos, Esteves evocou a figura do crime contra o Sistema Financeiro Nacional, com menção à possível reclusão de dois a seis anos, o que tornou ainda mais flagrante o objetivo de constranger a newsletter. O RR jamais fez menção ou levantou qualquer dúvida em relação à saúde financeira do BTG. Muito pelo contrário. Uma busca no site da publicação revela uma série de notas e matérias vinculando o banco a importantes negociações de M&A ou a investimentos na área de private equity. Em todos os casos, ressalte-se, o RR abriu espaço para o posicionamento da instituição, que, na maioria das vezes, optou por não se pronunciar. Agora, sabe-se por quê.  No processo, André Esteves faz menção fundamentalmente à matéria veiculada na edição de 27 de março, com o título “Esteves mergulha nas águas viscosas da Petrobras”. O banqueiro questionou a veracidade de informações que, hoje, à luz dos fatos, no mínimo são objeto de averiguação da força-tarefa da Lava Jato, como a compra de 50% de uma série de blocos de óleo e gás da Petrobras na África. Em sua defesa, Esteves afirmou que pagou o “nada módico” preço de US$ 1,525 bilhão. Depende do ponto de vista. Há fartas evidências de que os ativos foram subapreciados – inicialmente, os blocos estavam avaliados em US$ 7 bilhões. Curiosamente, deve-se dizer, tais operações estavam sob a esfera da diretoria internacional da Petrobras, no passado recente ocupada por Nestor Cerveró, personagem central dos fatos que levaram a Justiça a decretar a prisão de André Esteves. A operação lembra, por vias tortas, o caso da refinaria de Pasadena, pois o contrato permitia a Esteves abandonar o negócio sem aportar os investimentos acordados.  André Esteves contestou também informações relacionadas à compra de postos da BR Distribuidora pela Derivados do Brasil (DVBR). Como não poderia negar a existência da operação, o banqueiro procurou o expediente do diversionismo ao dizer que a DVBR “não integra o Grupo BTG” e é controlada pela “BTG Alpha, companhia de um grupo de acionistas do BTG Pactual”. Neste ponto, o banqueiro tentou fazer crer que a publicação creditava ao BTG Pactual a participação no episódio, como se tal associação colocasse em risco a credibilidade da instituição financeira. Só que em nenhum momento o RR atribuiu o negócio ao banco, mas, sim, ao próprio Esteves. O banqueiro negou também qualquer relação com o doleiro Alberto Youssef, desmentindo todos os veículos de comunicação do país. Nota  O RR não se jacta do desenrolar dos fatos e, como todos, espera que as denúncias relacionadas à Lava Jato sejam investigadas a fundo. Diante das circunstâncias, apenas se sente no dever de esclarecer algumas questões, em respeito aos seus leitores e a sua própria história, prestes a completar meio século. André Esteves não precisa constranger um veículo jornalístico cuja função é produzir subsídios para analistas argutos, a exemplo do que dizia o saudoso ex-ministro Mario Henrique Simonsen. O banqueiro sempre foi um vencedor. Ao menos até ontem.

#Alberto Youssef #André Esteves #BR Distribuidora #BTG Pactual #Lava Jato #Nestor Cerveró

Itaú sofre as sequelas do “Fator HSBC”

24/11/2015
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  Roberto Setubal está convencido de que o Itaú poderia ter pago mais pelo HSBC. Blindaria de vez a Região Sudeste, a mais rica do Brasil, onde seu banco lidera em volume de ativos e número de agências. Mas Setubal deixou a oportunidade passar e agora assiste ao movimento da roda do tempo que determinará quando seu maior concorrente se tornará hegemônico nesta zona enricada do país. As outras regiões já estão todas dominadas pelo Bradesco.  Para andar com passadas mais largas, o banco da Cidade de Deus espera que o Cade libere a aquisição. Ato contínuo, a dupla Bradesco-HSBC partirá para a inexorável missão de acumular o maior nú- mero de ativos em todas as regiões do país – a soma das agências dos dois bancos já os deixa maiores no Sudeste do que a casa bancária dos Setubal. Nessa, o Itaú perdeu.

#Bradesco #HSBC #Itaú

A indiferença sem vergonha da burguesia nacional

17/11/2015
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 Rubens Ometto, Jorge Gerdau, Abilio Diniz, Pedro Passos, Roberto Setubal e Benjamin Steinbruch, só para dizer o nome de alguns dos mais destacados empresários do país que, ao menos, se dizem interessados nos rumos do Estado Nacional. Digamos que esses acumuladores de dinheiro buscam colocar uma pitada de organicidade e interesse público naquilo que é seu mantra individual: incentivos, crédito direcionado, barreira protecionista, redução dos gastos públicos, subsídios e câmbio subvalorizado. Nenhuma dessas variáveis representa, solta, o interesse nacional, ou sequer o bordado de uma política setorial consistente. As experiências governamentais anteriores revelam que o surgimento de tecnocracias eficientes somente ocorreu em sintonia com a existência de grupos influentes de empresários orgânicos, que queriam moldar o Estado a sua semelhança e ocupá-lo virtualmente. Os empresários citados no início deste texto não operam em grupo, não falam grosso, não conspiram em bloco, não têm um projeto de país que acomode bem seus negócios, e, sim, uma dúzia de pleitos de suas empresas que ignoram o Brasil.  Os empresários têm sido a elite que traz a inovação capaz de quebrar a inércia após ciclos de dinamismo. FHC foi se pendurar em uma penca de financistas, ligados à aristocrática banca privada brasileira – Itaú, Safra e Unibanco – e a instituições do mercado de capitais, travestidos de acadêmicos independentes, ou seja, Luiz Carlos Mendonça de Barros, Ricardo Sérgio de Oliveira, André Lara Resende, Gustavo Franco, Pérsio Arida, Armínio Fraga e outros. No início do regime militar, Jorge Oscar de Mello Flores, Walter Moreira Salles, Antônio Gallotti, Gastão Bueno Vidigal e Eudoro Villela trabalharam com afinco no apoio à dupla estereotípica da tecnocracia, Roberto Campos e Otávio Gouveia de Bulhões. No Lula I e Lula II, o próprio Henrique Meirelles, saído do BankBoston, com a anuência de Antônio Palocci, era criatura e criador. Antes, é bem verdade, tinham vindo as empreiteiras – até a estigmatização pela Lava Jato, donatárias do melhor capital humano existente no país –, a Coteminas, de José de Alencar, e o Bradesco, única instituição financeira do país com uma preocupação nacional. Com o apoio desse núcleo ascenderam Marcos Lisboa, Murilo Portugal e Joaquim Levy.  Os mais bem favorecidos perderam a amarra cívica, aquele tesão pelo país, a vontade de modelar o Estado até que ele fosse objeto de orgulho. A política empresarial é tímida, pífia e egoísta. Em pouco tempo, muitos deles sairão daqui, transferindo seus negócios para o exterior, de forma a que eles estejam protegidos naturalmente em dólar. Vai nos restar lembrar um dia 1º de janeiro, quando três anciões subiram a rampa do Palácio do Planalto esbaforidos e de braços dados, ajudando-se mutuamente, para uma frugal visita matinal ao então presidente da República, o general João Baptista Figueiredo. Roberto Marinho, Amador Aguiar e Azevedo Antunes eram a metáfora da fibra empresarial daqueles tempos. Tinham ido cumprimentar o presidente e conversar sobre o Brasil. Simbolicamente, os empresários morreram.

#Abilio Diniz #Benjamin Steinbruch #Jorge Gerdau #Pedro Passos #Roberto Setubal #Rubens Ometto

Toyota expande seus domínios no agronegócio brasileiro

12/11/2015
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  Não por acaso, o agronegócio será um dos temas fulcrais da visita que a presidente Dilma Rousseff fará ao primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, na primeira semana de dezembro. Com uma produção agrícola local incapaz de atender à demanda interna, as grandes tradings japonesas têm investido cada vez mais no Brasil em busca do grão de cada dia. Que o diga a Toyota, certamente um nome que estará sobre a mesa de negociações durante a passagem de Dilma Rousseff por Tóquio. Um ano após pagar US$ 900 milhões pela NovaAgri, a Toyota Tsusho Corporation, divisão agrícola do grupo, semeia mais uma aquisição no Brasil: o nome da vez é a Cantagalo General Grains (CGG), controlada por Josué Gomes da Silva e demais herdeiros de José de Alencar. A negociação envolve a compra não apenas dos 48,5% pertencentes aos acionistas da Coteminas, mas também dos 46% compartilhados entre outros três investidores, o fundo americano Valor Grais e as brasileiras Agrícola Estreito e GFN Agrícola. Dos sócios atuais, permaneceria apenas a também nipônica Sojitz.  O que está por trás da investida é o firme propósito da Toyota de montar uma grande operação verticalizada no Brasil, aproveitando-se dos incentivos que virão dos bancos de fomento do Japão. Segundo uma fonte familiarizada com os números e movimentos do grupo no país, os japoneses estão dispostos a investir mais de US$ 1,5 bilhão em um projeto integrado que combina propriedade de terras, produção e distribuição de grãos e logística portuária. Caso a compra da Cantagalo seja sacramentada, a Toyota adicionará mais 150 mil hectares à sua base de produção no país, em sua maioria áreas utilizadas no plantio de soja, milho e algodão. Herdará também a CGG Trading, subsidiária da empresa que movimenta mais de US$ 1,2 bilhão por ano em contratos de exportação de grãos – a Sojitz responde por mais de um terço dessas operações, o que justifica a sua permanência no negócio. Além disso, os japoneses reforçarão sua posição societária no consórcio que controla o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), no Porto de Itaqui, onde desembarcaram no ano passado com a compra da NovaAgri. As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Cantagalo e NovaAgri.

#Agrícola Estreito #Agronegócio #CGG #Coteminas #Dilma Rousseff #GFN Agrícola #Nova Agri #Sojitz #Toyota

Avant première

11/11/2015
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 Oficialmente, o ex-Barclays André Laloni chegou ao UBS para comandar o braço de investimentos do grupo na América do Sul. Mas, no banco, o consenso é que tudo não passa de um jogo de cena e que logo, logo, Laloni tomará o lugar de Sylvia Coutinho como CEO do UBS no Brasil. O banco nega a troca

#UBS

Laticínios

10/11/2015
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 A suíça Emmi, um dos grandes fabricantes de laticínios da Europa, escalou o Credit Suisse para prospectar ativos no Brasil. O banco já bateu à porta da paulista Shefa e da catarinense Tirol. A primeira nega a venda do controle; a segunda não comenta o assunto, assim como a própria Emmi.

#Credit Suisse #Emmi #Indústria de laticíneos

Acervo RR

Laticínios

10/11/2015
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 A suíça Emmi, um dos grandes fabricantes de laticínios da Europa, escalou o Credit Suisse para prospectar ativos no Brasil. O banco já bateu à porta da paulista Shefa e da catarinense Tirol. A primeira nega a venda do controle; a segunda não comenta o assunto, assim como a própria Emmi.

#Credit Suisse #Emmi #Indústria de laticíneos

Renuka promete uma colher de açúcar para os credores

3/11/2015
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  O que era para ser o fim de uma história triste ganhou um capítulo extra com a disposição da indiana Shree Renuka de negociar um aporte de capital na Renuka do Brasil. Trata-se de um sinal de boa vontade em um momento decisivo da companhia, que teve aceito o seu pedido de recuperação judicial em 5 de outubro. A empresa terá de apresentar um plano de pagamento das dívidas de R$ 3,3 bilhões e com 70% de seu passivo em moeda estrangeira. Os credores, entre eles Santander, Banco do Brasil, Votorantim e Itaú, agradecem e apostam que a sinalização positiva deverá facilitar bastante o processo. O aporte de capital terá um peso maior nas tratativas com os bancos do que a suspensão das cobranças de débitos e a obrigatoriedade de apresentação de uma solução para as dívidas, premissas da recuperação judicial. O aporte permite ainda a retomada das negociações para a entrada de um investidor. Fonte ligada ao escritório Dias Carneiro Advogados, que assessora juridicamente o grupo indiano, informou ao RR que o plano de recuperação judicial será apresentado no início de dezembro. A capitalização – conduzida pelo empresário Narenda Murkumbi e a trading asiática Wilmar International, controladores da Shree Renuka – deverá ser realizada no mesmo período.  Seja qual for o caminho escolhido, a Shree Renuka tem de correr com a solução, pois a situação financeira e operacional da subsidiária brasileira vem se deteriorando rapidamente. Os recursos em caixa mal seriam suficientes para cobrir os custos fixos até dezembro. A sucroalcooleira estaria atrasando o pagamento de salários. Ao mesmo tempo, suas quatro usinas no país estariam operando de maneira irregular. O motivo seriam as dificuldades de a Shree Renuka obter matéria-prima. Produtores de cana-de-açúcar estariam se negando a fornecer o insumo enquanto a companhia não quitar antigos débitos. Segundo o RR apurou, a empresa cogita desativar temporariamente uma de suas plantas industriais no Brasil como forma de reduzir os custos operacionais e os prejuízos. Somente as duas usinas paulistas torram por mês quase R$ 60 milhões. A Shree Renuka nega o aumento de capital, assim como os atrasos de pagamento e o fechamento de usinas.  A agonia financeira da Shree Renuka é resultado de uma tempestade perfeita. O grupo indiano acumula equívocos de gestão, altos investimentos de baixo retorno, queda do consumo e dos preços do etanol e intempéries climáticas. Faltava apenas uma chicotada do câmbio. Não falta mais.

#Banco do Brasil #Itaú #Renuka do Brasil #Santander #Shree Renuka #Votorantim #Wilmar International

AES Tietê se emancipa e volta a investir

28/10/2015
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  A AES Tietê, finalmente, está “reprivatizada”. Foi com este sentimento que, na tarde da última segunda-feira, os norte-americanos deixaram a Torre II do Condomínio Castelo Branco Office Park, em Barueri (SP), onde pouco antes havia sido realizada a assembleia de acionistas da Companhia Brasiliana de Energia. Após uma longa e intrincada reestruturação societária, a AES “retomou” o controle do seu braço de geração, que, de maneira indireta, era compartilhado com o BNDES. Era a senha que faltava para o grupo deslanchar um novo ciclo de investimentos no país. Além das negociações para a compra de uma participação nas térmicas da Petrobras – antecipada pelo RR na edição de 16 de setembro –, os norte-americanos pretendem participar do leilão de relicitação das 29 hidrelétricas que tiveram suas licenças vencidas. Ontem, aliás, o governo anunciou o adiamento do leilão, com a promessa de que ele será realizado no fim de novembro. A AES tem especial interesse nas usinas de Jupiá e Ilha Solteira, que pertenciam à Cesp.   A reorganização societária desatou o nó da AES Tietê, que estava amarrada à Brasiliana e, consequentemente, ao BNDES. A holding, controlada pela AES e pelo banco de fomento, detinha 71% das ações ordinárias da Tietê. Com a reestruturação, a AES Brasil se tornará a maior acionista, com 61% do capital votante. Desvinculada da Brasiliana, e, por extensão, do BNDES, a AES Tietê deixa para trás o ranço de uma empresa mezzo privada, mezzo estatal, o que facilitará a tomada de crédito, notadamente no exterior. Não por acaso, os norte-americanos já decidiram que a companhia concentrará todos os investimentos em geração do grupo no Brasil.

#AES #BNDES

Os moradores da mansarda da Rua México, 663

26/10/2015
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Os contendores no leilão judicial pela mansarda da Rua México, no Jardim América, realizado na última quarta-feira, às 14h45, não aparentavam estar disputando um prêmio. Pareciam velhos conhecidos, poderia se dizer até satisfeitos com quem quer que fosse o vencedor do duelo pelo belo casario, que um dia pertenceu a José Ermírio de Moraes. De um lado, Carlos Alberto Mansur, ex-controlador da Vigor e dono do Banco Industrial, irmão de Ricardo Mansur, ex-Mappin e ex-Mesbla. De outro, o dono da gigantesca empresa de segurança Gocil, Washington Cinel. A disputa foi cifrão a cifrão. Os 20 lances, boa parte na casa de R$ 100 mil, se sucediam freneticamente até que Carlos Alberto jogou a toalha – mais provável que tenha sido um lenço de seda. Cinel sacou do bolso a oferta de R$ 39 milhões, com um deságio estimado em R$ 11 milhões em relação ao valor de mercado. Continuaria morando na mansão, da qual é inquilino desde o confuso arresto dos bens de Ricardo Mansur. Tinha se tornado proprietário da sexta mais cara mansão do país, ensanduichado, em ordem de valor, por não menos controversas companhias – a sétima propriedade mais bem avaliada pertence a Paulo Maluf e a quinta a João Dória. A título de ilustração, a mansarda mais valiosa do Brasil é de Joseph Safra. Cinel virou-se para Mansur, com sua calvície luzidia pelas gotículas de suor devido à tensão, e cumprimentou o “adversário”. Jogador de polo, aristocrata paulistão, Mansur devolveu o cumprimento inabalável. Pareciam a própria antítese entre as classes sociais. Mansur e Ricardo não eram bem o que pode se chamar de unha e carne, mas estavam muito longe da beligerância existente entre Abilio Diniz e Alcides Diniz, o Cidão, só para dar um exemplo entre dois fraticidas também praticantes de polo. Mas há quem diga que estava tudo em família, inclusive com Washington Cinel. O dono da Gocil tem uma trajetória de vida bem diferente. Era cana dura da Polícia Militar. Comia e dormia no quartel. Um dia recebeu um chamado da Rede Globo de São Paulo. Um meliante queria explodir a rede de transmissão. Resolveu a parada e foi trabalhar na Globo, que virou vitrine dos seus serviços. Daí à criação da empresa de segurança foi um passo. No Tribunal de Justiça de São Paulo circula uma maldosa versão de que os Mansur e Cinel são mais que fidalgos, são parceiros em uma empresa off shore no Uruguai, a Compañia Administradora de Valores Sociedad. Cinel teria entrado no negócio com os créditos que possuía contra os Mansur na holding Barnet. Antes a mansão teria passado pela H.I.C. Hermann Beteilingunsgesellschaft e pela Market Consultoria, pertencentes às filhas de Ricardo, Paola e Marie. Por tudo que se vê, todos poderiam morar juntos em perfeita harmonia no n° 663 da Rua México.

#Banco Industrial #Barnet #Gocil #H.I.C. #Vigor

Mea culpa

20/10/2015
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José Berenguer, nº 1 do JP Morgan no Brasil, e a direção do grupo estão se estranhando. O motivo é a inclusão do banco no cartel investigado pelo Cade de manipulação das taxas de câmbio. Berenguer quer que o JP Morgan faça um acordo de leniência como foi feito nos Estados Unidos. Se conseguir convencer os chefes, não será o primeiro. O UBS saiu na frente.

#JP Morgan

O terrorismo da dominância fiscal

14/10/2015
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Os tucanos vão dizer que é mais uma fantasia conspiratória, no entanto a teoria da dominância fiscal é em tudo parecida com as macarronadas acadêmicas grudentas que a Casa das Garças lança no ventilador. A grosso modo, a dominância fiscal se caracteriza por uma circunstância em que a fragilidade da política fiscal e o crescimento acentuado da dívida pública fazem os agentes econômicos preverem que o Banco Central chegou ao seu limite para promover uma política monetária ativa. Nesse momento, o mercado anteciparia a inflação a cada rodada de aumento de juros. Se o BC continuar o receituário clássico de subir os juros, teríamos a hiperinflação. Não há concordância em relação à tese de que o Brasil está dominado nem na PUC-RJ, bunker dos economistas emplumados.O Banco Central e a Fazenda, mesmo reconhecendo o astucioso pensamento dos defensores da dominância, discordam que a situação tenha chegado a esse ponto. Aliás, a sacada maior é ter feito desse espaguete teórico uma nova forma para excitar as expectativas do mercado. A técnica dos tucanos é jogar a pensata enlouquecidamente na mídia e, a partir daí, encurralar o governo, obrigando-o a responder overnight se estamos ou não em dominância fiscal. Diria o coro dos ingênuos: “Ó, descrente newsletter, não estariam os melhores entre os melhores da oposição querendo ajudar o ministro Joaquim Levy, descortinando a dramaticidade da situação e facilitando a aprovação das duras medidas do ajuste? Não estariam abrindo os olhos do presidente Alexandre Tombini sobre o limite do regime de metas e a urgência de bandas cambiais?” Se houvesse qualquer interesse cooperativo, ele se daria em outros foros, nos quais a oposição exerce seu papel de retaliar, dificultar e buscar o impedimento do governo. A maior disseminação da dominância provém da incansável economista Monica De Bolle, um híbrido de pavão com garça,cercada de nuvens de mídia por todos os lados. Monica tem o luxuoso auxílio intelectual de Gustavo Franco, o economista tucano mais bem aquinhoado encefalicamente. Até prova em contrário, não está nada dominado. Os economistas da oposição ignoram as reservas cambiais, acham um ajuste patrimonial desimportante e o superávit primário impossível ainda por um longo tempo. A dominância fiscal está mais para conversa fiada, com objetivo claro de desestabilizar a política econômica, fazendo terrorismo com a hiperinflação

#Banco Central #Joaquim Levy #Tombini

Um governo de espécies exóticas

9/10/2015
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O que esperar de um governo esquisito se não atos estranhos, dúbios, que despertam as mais variadas interpretações? A gestão Dilma Rousseff apresenta uma generosa fauna de decisões, no mínimo, inquietantes. Dois novos exemplos desta biodiversidade saltam aos olhos neste momento. O primeiro deles, a edição da Medida Provisória 695, que autoriza o Banco do Brasil e a Caixa Econômica a adquirirem participações em instituições financeiras até 2018. O objetivo principal é permitir que os bancos públicos disputem ativos no mercado em condições de igualdade com instituições privadas. Tem todo o nexo, sobretudo no momento em que o governo se esforça para valorizar seus ativos. O problema é que a paranoia está no ar. A iniciativa tem servido de combustível para as mais temerárias ilações: o que o governo sabe e ainda não foi revelado? Há instituições precisando de socorro? Estas são algumas das indagações que têm circulado no mercado nos últimos dois dias, desde que a MP foi anunciada. A segunda estranheza que entrou em cartaz na semana foi a proposta do Ministério da Fazenda de se criar um seguro contra mudanças regulatórias, como forma de estimular a entrada de capital estrangeiro em projetos de infraestrutura. Sentido até faz: todos sabem que o governo quebra regras. O que chama a atenção é o sincericídio prévio no convite ao investidor externo, na linha “Nós vamos, sim, mudar a regra do jogo. Tenha à mão o número da sua seguradora”. Talvez fosse o caso também de se estabelecer uma apólice para aumento de impostos, redução de renda mediante confiscos, cortes em programas sociais. Fica a sugestão.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica #Dilma Rousseff

CorreiosPar é resgatada entre os achados e perdidos

5/10/2015
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O governo decidiu ressuscitar um projeto que estava praticamente esquecido na caixa postal dos Correios. Trata-se da CorreiosPar, o braço de participações da estatal. Em tese, a empresa já existe. Foi formalmente instituída em julho do ano passado, com a premissa de reunir um colar de subsidiárias que seriam montadas a partir da diversificação das atividades dos Correios. Tem até diretor-presidente: Jorge Luiz Gouvêa, no cargo há cerca de um ano. Na prática, porém, jamais saiu do papel, um pouco pelas frustradas tentativas de parceria nas mais variadas áreas de negócio, um pouco pela própria inércia que viceja em Brasília. Agora, a proposta da CorreiosPar é reavivada com pretensões que vão além do projeto original. O governo vislumbra a possibilidade de rechear esse envelope ainda vazio com participações nos mais variados negócios e, posteriormente, abrir o capital da nova companhia, seja por meio de um IPO em Bolsa, seja com a oferta de ações para um sócio estratégico. A venda de 51% do controle a investidores privados permitiria à CorreiosPar se livrar das amarras de uma empresa estatal, com os ganhos de praxe: desde agilidade na tomada de decisões a condições mais favoráveis para a obtenção de crédito. Oficialmente, os Correios garantem que o projeto jamais foi abandonado e continua em andamento. De fato, a CorreiosPar já poderia até ter decolado, carregando como seu primeiro ativo a participação societária na Rio Linhas Aéreas. No entanto, o tão sonhado projeto dos Correios de ter uma frota própria de aviões está sub judice. O TCU suspendeu a compra de 49,99% da Rio por entender que a estatal burlou a lei de licitações. Sem aeronaves, mas com os pés no chão, a direção dos Correios trabalha em cima de dois negócios que faziam parte do escopo original da CorreiosPar e foram engavetados junto com o projeto. A companhia deverá anunciar até o fim do ano a criação de uma subsidiária de serviços digitais, com foco em certificação e impressão e emissão eletrônica, notadamente contas de concessionárias públicas. Em outro front, pretende montar também uma operadora de telefonia móvel virtual (MVNO). O MVNO consiste na prestação de serviços de transmissão de dados e voz por meio do aluguel da rede de grandes empresas de telefonia, portanto sem a necessidade de uma estrutura própria de telecomunicações. É bem verdade que o segmento de MVNO ainda não emplacou no Brasil. Bancos e redes de varejo, como Pão de Açúcar, chegaram a estudar a criação de operadoras próprias, mas não levaram o projeto adiante. Os Correios, no entanto, consideram que, no seu caso, o negócio é viável. A estatal enxerga uma demanda reprimida dentro de casa, leia-se corporações de médio e grande portes que já utilizam seus serviços postais. Em um só pacote, a companhia poderá oferecer a um único cliente transporte de encomendas expressas, impressão e postagem de documentos certificados e serviços de telefonia.

#Correios #Rio Linhas Aéreas #TCU

Private equity

29/09/2015
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O banco de investimento norte-americano MTS, que há poucos meses se instalou em São Paulo, está trazendo para o Brasil sua operação de private equity. A instituição financeira é conhecida nos Estados Unidos por uma agressiva política de aquisições na área de saúde.

#MTS

Leader é um problema a mais na prateleira do BTG

28/09/2015
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O que colocaram na água de André Esteves? Como se não bastassem o iminente naufrágio da Sete Brasil e os seguidos problemas financeiros da BR Pharma, a Leader Magazine está com o nome sujo na praça. Controlada pelo BTG, a rede varejista tem encontrado dificuldades para honrar seus compromissos. Desde o início do ano, estaria atrasando sistematicamente o pagamento de salários e, sobretudo, de fornecedores. Os casos mais graves envolveriam a Seller, rede com 50 lojas em São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul comprada pela Leader em junho de 2013. Há indústrias do setor têxtil, particularmente do segmento de cama e mesa, e fabricantes de utensílios domésticos que estariam há mais de quatro meses sem receber. O grupo varejista teria se comprometido a normalizar os pagamentos em julho, quando seria concluída a integração contábil entre a Leader e a Seller. Mas, segundo dois fornecedores ouvidos pelo RR, isso não ocorreu. Dívida, como se sabe, é bala que ricocheteia. Há casos de empresas têxteis de pequeno e médio porte que estariam com dificuldade de manter suas próprias operações em função dos atrasos da Leader – alguns destes credores têm a receber não mais do que R$ 200 mil. De acordo com uma das fontes do RR, um grupo de fornecedores já se articula para entrar na Justiça contra o grupo varejista. À medida que o tempo passa maior a pressão sobre o BTG, dono de 70% da Leader – os 30% restantes pertencem aos acionistas fundadores, a família Gouvêa. No início do ano, o banco acenou com um aporte de até R$ 300 milhões na rede varejista, mas recuou com o agravamento da crise financeira da companhia. Nos últimos meses, o BTG vem tentando arrumar a casa com o objetivo de vender a empresa e se livrar de um aumento de capital que cairia integralmente na sua conta – os Gouvêa não têm interesse em acompanhar o desembolso. No entanto, até o momento, a reestruturação conduzida pelo ex-Pão de Açúcar Enéas Pestana não surtiu o efeito esperado. O próprio Pestana desembarcou no negócio com a intenção de fazer uma oferta pelo controle – ver RR edição nº 5.147 –, mas teria recuado ao constatar que o braseiro é muito mais incandescente.

#BTG Pactual #Leader Magazine

Tiros de festim

24/09/2015
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Executivos da Rosoboronexport estiveram reunidos com o ministro da Defesa, Jaques Wagner. Apresentaram garantias firmes de financiamento de bancos russos para a venda de equipamentos às Forças Armadas brasileiras. Com orçamento militar à míngua, Wagner ouviu, ouviu e apenas ouviu.

#Forças Armadas #Jaques Wagner #Ministério da Defesa #Rosoboronexport

Uma ficção na fronteira de uma realidade repetida

22/09/2015
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Era noite aberta quando o engenheiro Henrique Meirelles adentrou no seu closet. A sua frente dezenas de ternos de fino corte luzidios, praticamente todos da cor cinza-chumbo, sua marca registrada. Queria escolher com calma qual deles iria vestir em sua posse. Em meio ao passar de vista, deparou-se com o costume que usou ao entrar pela primeira vez no Banco Central como presidente da instituição. Alisou a manga do paletó repleto de pensamentos. O desafio agora seria bem maior. Meirelles assumiria o Ministério da Fazenda com a responsabilidade de ancorar as expectativas de toda a nação. Tinha a palavra da presidente Dilma Rousseff de que receberia carta-branca para tomar as decisões necessárias ao ajuste. A fricção mais grave entre ambos, ocorrida no fim do governo Lula em função de um telefonema não respondido, tinha sido superada pela gravidade das circunstâncias. Meirelles gesticulou como se estivesse com uma batuta entre os dedos, regendo uma orquestra. Parte do receituário já tinha sido proposta por seu antecessor, Joaquim Levy. Outra parcela encontrava-se nos escaninhos da Fazenda pronta para ser implementada. Levy havia cumprido a tarefa de elaborar e anunciar as medidas mais desgastantes e vê-las serem torpedeadas pelos grupos de interesse e pelo Congresso Nacional. Em nove meses, tornara-se titular da “Pasta do Sacrifício”. Renunciara ao Ministério por vontade própria. Tinha chegado ao seu limite. O ex-presidente do BC se tornaria ministro com o waver das metas descumpridas em 2015. Isso também ficaria na conta de Levy. A extensão da crise econômica chegara a um ponto em que medidas antes politicamente inviáveis passaram a ser palatáveis. Todas as reformas – da Previdência, tributária, administrativa – ingressaram na agenda da estabilização. Meirelles lembrou-se da voz roufenha do padrinho. Lula tinha indicado alguns atalhos, tais como os impostos sobre heranças e doações e sobre fortunas. O futuro ministro sorriu com a ideia de que um banqueiro anunciaria medidas para taxar os ricos. Dos pobres, Levy e Alexandre Tombini já tinham se encarregado. Quanto às futuras decisões para o aumento da austeridade, que deixassem com ele. A crise engendraria uma maior tolerância dos empresários e dos políticos com Meirelles. E a mídia? Como se sabe, ele tiraria de letra. O novo ministro da Fazenda antecipava em suas elucubrações o roteiro da mudança de expectativas. Após cumprir a liturgia da posse no novo cargo e desfilar com sua voz de barítono velhas medidas como se fossem novas, Meirelles partiria para Nova York. Na Meca dos banqueiros, reuniria financistas de todas as estirpes para ser celebrado como filho pródigo e arauto da mudança. Sorriu ainda mais largo ao imaginar as manchetes do Wall Street Journal, The Economist, Financial Times, entre outros, saudando sua nomeação. Pelo menos naquele salão do Plaza Hotel o Brasil já tinha recuperado seu investment grade.

#Ajuste fiscal #Banco Central #Henrique Meirelles #Joaquim Levy

Duratex tem um espaço reservado para os tubos da Tigre

18/09/2015
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O Itaú é o artífice de uma operação que poderá dar origem ao maior fabricante integrado de materiais de construção do país. Existem indícios de que o banco estaria em negociações com a família Hansen para a compra do controle da Tigre, líder do mercado brasileiro de tubos e conexões de PVC. A aquisição se daria por meio da Duratex, braço industrial da holding Itaúsa e controladora da Deca. Ao atarraxar todos estes canos numa só estrutura societária, os Setubal consolidariam um conglomerado industrial com faturamento da ordem de R$ 8 bilhões ao ano. O novo grupo seria líder absoluto em três segmentos da indústria de materiais de construção no país, com um terço das vendas de louças e metais sanitários, 40% de share na área de pisos e painéis de madeira e mais de 50% do mercado de tubos e conexões. A aquisição da Tigre é um desejo antigo do Itaú. A primeira investida se deu há cerca de três anos, mas as conversas não progrediram. Desta vez, há fortes indícios de que o desfecho será diferente. Em abril, Felipe Hansen, neto do fundador da Tigre, João Hansen Junior, ascendeu à presidência do Conselho de Administração. Desde então, a companhia teria mergulhado em um processo de reestruturação, cujo objetivo seria arrumar a casa para o futuro proprietário. Hansen está limpando antigos “passivos” da empresa. Segundo o RR apurou, a Tigre estaria demitindo vários funcionários com mais de 20 anos de casa. Ao mesmo tempo, o presidente executivo, Otto Von Sothen, vem implantando novas políticas de gestão e de meritocracia trazidas do setor financeiro. Outro sinal de que há algo maior prestes a acontecer na companhia. A família Hansen batizou de CRH o condomínio empresarial onde está localizada a matriz da fabricante de tubos. A medida denota uma preocupação em desvincular o empreendimento, que abriga outras empresas, da marca Tigre. Caberia ao Itaú/Duratex a missão de recuperar o elã da Tigre, que já rugiu bem mais alto no mercado brasileiro. Não obstante manter a liderança histórica do setor, o felino catarinense perdeu uma parcela expressiva do seu território – a companhia chegou a controlar quase 80% das vendas de tubos e conexões de PVC no país. A primeiríssima tarefa da Duratex seria frear a ascensão da Amanco. Em uma década, a multinacional de origem mexicana conquistou mais de 30% de share, seja por meio de uma agressiva política de aquisições de empresas de pequeno e médio porte, seja tirando mercado da própria Tigre. * A Tigre e a Dutarex não nos retornaram.

#Duratex #Itaú #Tigre

Sala de espera

15/09/2015
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 O economista Otaviano Canuto, ex-Banco Mundial e hoje representante do Brasil no FMI, é tido como nome certo na reforma ministerial. Vai errar quem tirar conclusões precipitadas.

#Banco Mundial #FMI

Segunda via

14/09/2015
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A norte-americana Discover, dona da bandeira Diners, estaria buscando um banco para fazer a emissão do cartão de crédito no Brasil. O Citi, seu atual parceiro, diz que não.

#Citibank #Diners #Discover

Renner e Caixa Econômica desafiam a conjuntura adversa

2/09/2015
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 No momento em que o varejo atinge temperaturas cada vez mais baixas e os índices de inadimplência fervem, Lojas Renner e Caixa Econômica Federal costuram a primeira grande associação na área de crédito ao consumidor desde que o “finado” HSBC Brasil se uniu à Máquina de Vendas (Ricardo Eletro e Insinuante), em 2012.  O que está em jogo é a montagem de uma operação que, no seu primeiro ano, deverá movimentar cerca de R$ 1 bilhão. O ponto de partida é a criação da nova financeira da Renner. Segundo o RR apurou, o pedido de autorização será encaminhado ao Banco Central nos próximos dias. A Caixa ficaria com 50% do capital da nova empresa. Teria ainda participação direta na gestão, com a indicação de um ou até dois diretores.  Procuradas, Renner e CEF negaram as negociações. Caso a operação se consume, a Renner, voltada às classes B e C, contará com a escolta financeira de um banco que entende de povo como poucos. A Caixa Econômica, por sua vez, terá acesso a um balcão que não para de crescer. Hoje, são 180 lojas, número que ganha um reforço se computados os 30 pontos de venda da Camicado, especializada em artigos para o lar. Sabe-se, no entanto, que a Renner pretende duplicar sua rede, com a abertura de 200 lojas nos próximos cinco anos.  E a crise no varejo? Por ora, a empresa é a exceção que confirma a regra. No ano, acumula um aumento de 10% no tíquete médio, um avanço de 20% na receita e um crescimento do lucro na casa dos 30% – o maior entre as redes do segmento de vestuário. Para a Caixa Econômica, o acordo com a Renner teria anda um forte valor simbólico.  A CEF é uma instituição financeira em busca do tempo perdido. No auge do crédito direto ao consumidor, no governo Lula, a Caixa não entrou para valer na briga pelo balcão das grandes redes varejistas, um duelo protagonizado pela banca privada. Nesse período, amarrada às atribuições de agente público, a CEF se concentrou, notadamente, na tarefa de injetar recursos em pequenas e médias redes do comércio. Agora, põe o pé na Renner em um momento de provação do varejo e do crédito ao consumo. O comércio acumula queda de 1,2% no ano e, nos últimos 12 meses, o número de inadimplentes no Brasil saltou de 51 milhões para quase 57 milhões.

#Caixa Econômica #Renner

Depois de Washington, as línguas viperinas de Brasília

25/08/2015
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A viagem de Joaquim Levy a Washington, no último fim de semana, desencadeou um pipocar de ruidosos boatos. Tudo foi dito, a começar pela sua própria saída do cargo, passando por uma crise de estresse e uma missão secreta junto ao Banco Mundial para a negociação de uma linha especial de financiamento às concessões de obras públicas. Todos os tiros passaram longe do alvo. As motivações reais foram bem mais prosaicas. A ida aos Estados Unidos teve um objetivo regenerativo. Levy é disparadamente o ministro mais sacrificado do governo, seja pela agenda extensa e pressões políticas, seja por se manter afastado da família, que reside na capital norte-americana. Espera-se que a breve passagem por Washington tenha sido revigorante. Ao regressar ao Brasil, não restará outra alternativa ao ministro da Fazenda se não se reencontrar com a realidade que tanto tem lhe nauseado. A cada tentativa de avanço em direção ao equilíbrio fiscal, tome uma saraivada de metralhadora. Para cada pequena redução de despesa, parte integrante do grande mosaico da política fiscal, há um Mansueto de Almeida ou um Armínio Fraga reclamando a sua insuficiência – mesmo sabendo seu valor no somatório. A medida pontual de criação de uma linha de crédito do BB para o destroçado setor automobilístico é destratada como um subsídio inspirado na nova matriz econômica, quando os recursos foram captados no mercado e não houve sequer o repasse de um grão do Tesouro. A reoneração, por sua vez, é vilipendiada como novo gravame, quando, na verdade, é simplesmente o retorno às condições anteriores à efeméride de Guido Mantega. De todas as agruras, contudo, não são as aleivosias e trapaças o que mais incomoda o ministro. Joaquim Levy detesta quando lhe põem o epíteto de “ministro da derrama”. É dez milhões de vezes melhor ser chamado de “mãos de tesoura”. Até porque este último apelido é verdadeiro. O ministro é disparado o mais ortodoxo do governo e só não desbasta mais os gastos por saber que um superávit estrutural exigirá mudanças constitucionais. Agora, como é notório, a política econômica tem de pedir bênção ao estamento parlamentar. Nesse ambiente ardido, Levy dá sua permissão para que duvidem de qualquer afirmação de que ele planeja aumentar a carga tributária nacional. A bola da vez são medidas que aumentem a produtividade do país e a desmobilização de ativos do Estado. Imposto mesmo só na sua massacrante rotina. É por essas e por outras que Levy foi a Washington adoçar um pouco a vida.

#Banco do Brasil #Banco Mundial #Joaquim Levy

BNDES inicia sua longa jornada noite adentro

20/08/2015
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O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, desembarca hoje no Congresso Nacional com a missão inglória de impedir o estupro da instituição. A CPI do BNDES é uma cortina de fumaça para aleijar o banco. Não bastará à instituição purgar em praça pública a averiguação de eventuais desmandos financeiros, a exemplo da Petrobras. O banco, não sendo extinto, precisa ser descaracterizado em sua essência, ou seja, uma agência de fomento que tem por função prioritária a concessão de financiamentos ao setor industrial. O RR apurou que a presidente Dilma Rousseff abandonou a causa da integridade do BNDES. O que Dilma não quer é que o banco se constitua em mais um escândalo, uma espécie de segunda Petrobras. Seu empenho é empurrar para longe as acusações de corrupção e malversação de recursos. Essas denúncias recaem na direção do expresidente Lula, sinônimo de CPI do BNDES. Lula precisa ser preservado, o governo precisa ser preservado, mas o banco, na ótica palaciana, poderia entregar dedos e anéis. A pressão é para que o BNDES encolha, reduza seu enraizamento com a política industrial, se torne uma espécie de Sebrae tonificado, perdendo o seu protagonismo estratégico. Nesse contexto, a palavra subsídio é tida como um anátema. Coutinho adentra a CPI empunhando três bandeiras: a defesa da probidade e lisura das operações do banco, a preservação do que for possível na sua estrutura de funcionamento e salvar sua própria pele. O curioso da CPI é que existem apenas suspeições, algumas delas bisonhas. O caso das privatizações no governo FHC, notadamente da Telebras, BNDES inicia sua longa jornada noite adentro em que a corrupção foi pública, sequer é mencionado. Ao contrário do escândalo da “telegangue”, neste momento não há um nome acusado de desvio de recursos ou de aceitação de propina na inquisição do BNDES. Afinal, quem é o Paulo Roberto Costa do banco? Algumas denúncias sugerem uma CPI do aparelho de Estado brasileiro, devido à amplitude de participação do governo. Por exemplo: o financiamento à prestação de serviços em outros países é chancelado pelo Ministério das Relações Exteriores, conta com a participação do Ministério do Desenvolvimento e a permissão do BC, para citar somente três órgãos governamentais. E o repasse dos recursos do Tesouro? Ora, o banco somente aceitou a decisão da Fazenda, que o escolheu como instrumento da sua política contracíclica para enfrentar a crise internacional. E os “cavalos vencedores”? Pode ser uma decisão questionável, mas já foi provado que as operações não incorreram em prejuízo. A CPI pretende propor medidas no melhor estilo do senador Joseph McCarthy, tais como a criação de um “grupo de inteligência” do Senado, que vai investigar as informações mais intestinas do banco. Os critérios para seleção dos investimentos também seriam escolhidos pelos parlamentares. Ninguém sabe o que ficará fazendo a melhor equipe técnica do país. A impressão é que o real objetivo da CPI do BNDES está encoberto pelo mar de lama no qual pretende se afogar o banco. O nome da CPI deveria ser a do “fim do BNDES”. Ou melhor, a CPI de Ignácio Rangel, Roberto Campos e Celso Furtado, os mentores da existência do BNDES e de seus melhores propósitos.

#BNDES #Dilma Rousseff #FHC #Lava Jato #Luciano Coutinho #Lula #Ministério da Fazenda

Santander e OAS duelam no tapetão

14/08/2015
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O Grenal do momento, o clássico que realmente está mexendo com o Rio Grande opõe a OAS e o Santander. Trata-se de um duelo desigual prestes a parar no tapetão. Calçados com suas chuteiras de travas mais altas, os espanhóis preparamse para entrar na Justiça contra a empreiteira de Cesar Mata Pires. Da canela para cima, é tudo cifrão. O motivo do iminente contencioso é a dívida da OAS Arenas de R$ 190 milhões referente ao empréstimo para a construção do novo estádio do Grêmio. No mesmo time do Santander por sinal, colorado , estão o Banco do Brasil e o Banrisul, que também integram o pool de bancos financiadores do projeto. Procurado, o Santander não quis comentar o assunto, por conta do “sigilo na relação com os clientes”. Já a OAS informou que “as negociações com os bancos e o clube avançam”. Santander, BB e Banrisul ouvem apenas um grito vindo das arquibancadas: “Calote! Calote! Calote!” Até agora, o trio não tem a menor ideia de onde virá o dinheiro para o pagamento do empréstimo. Dona de 100% do empreendimento, a OAS quer empurrar a arena para o Grêmio. Só que com a dívida dentro. Para o clube, tão ruim ou até pior do que engolir o passivo é o pesadelo de não ter casa. A direção do clube já cogita, inclusive, convocar torcedores ilustres e afortunados para arcar com a dívida e afastar o fantasma do despejo. Seria o caso, por exemplo, de Alexandre Grendene, gremista absolutamente doente e dono de uma fortuna superior a US$ 2,5 bilhões.

#Grêmio #OAS #Santander

Dívida externa a R$ 4 custará uma Petrobras

7/08/2015
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Se o dólar realmente vier a ser comercializado a R$ 4,00 no fim do ano, conforme indicam as previsões do mercado, as empresas que atuam no país vão gastar adicionalmente na amortização de seus débitos externos quase uma Petrobras inteira em 2015. O volume a mais de gastos para quitar o passivo em dólar será o recorde de todos os tempos, ou seja, R$ 130 bilhões. As sequelas mais prováveis são uma redução bruta do estoque de investimentos, rebaixamento do rating de diversas companhias – notadamente as que não são exportadoras -, o encarecimento do custo financeiro e a desnacionalização da economia. Para se ter uma ideia da exposição das empresas ao mítico dólar de R$ 4,00, segundo informações do Banco Central, 16% do total de empresas não contam com qualquer forma de hedge e outros 16% têm um hedge considerado imperfeito. O número é gigantesco sob qualquer aspecto de comparação. Ele representa quatro vezes o orçamento do Bolsa Família para este ano e 14 vezes a meta de superávit primário ajustada para 2015. A oneração dos custos de pagamento das dívidas externas das empresas no Brasil ainda terá o efeito colateral de dificultar a redução da oferta de swap cambial, que hoje tem um estoque total de US$ 102 bilhões, resultado em maior pressão sobre os custos fiscais do governo federal.

#Petrobras

Quantos Armínios vale um Paulo Leme?

6/08/2015
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Paulo Leme não é um ressentido. Mas, intramuros, jamais se conformou com os festejos ao gestor Armínio Fraga. Até porque a rentabilidade histórica dos recursos administrados pelo Gávea vis-à-vis a montanha de recursos recebida está longe de ser benchmarking do mercado. “Por que não eu? Por que não eu?” Não foram raras as vezes em que Leme flagrou-se pensando nos resultados que entregaria – e embolsaria – caso fosse dono do boteco e tivesse tamanhas cifras sob sua administração. No entanto, há similitudes marcantes entre os dois gestores, que compartilham uma avaliação da economia muito parecida. Em algumas questões, aliás, ambos parecem irmãos siameses: Leme está para o BC tal qual Armínio para a Fazenda: sai eleição, entra eleição, surge como ex-futuro presidente da autoridade monetária (noves fora que o segundo foi titular do BC). A correlação não se limita aos repetidos rasantes sobre cargos públicos. Assim como Armínio – no momento dedicado à missão de recomprar a participação do JP Morgan no Gávea –, Leme só tem olhos para esquentar as áreas de gestão de recursos  e private equity da Goldman Sachs no Brasil. Presidente da operação brasileira há apenas nove meses, Leme sabe que esta é uma aposta dos norte-americanos, cuja performance esperada jamais foi alcançada. Um retorno parco, bem parecido com o dado por Armínio para o JP Morgan. A preferência do economista é por uma solução caseira, juntando forças com o Oppenheimer Funds. A gestora nova-iorquina é acionista do próprio Goldman Sachs e já tem uma operação de private equity bem mais estruturada no Brasil. Entre outras importantes participações, é sócia da Dasa e da incorporadora Cyrela Brazil Realty. A investida na área de gestão de recursos se dá num momento de guinada da Goldman Sachs no Brasil. Depois de sete anos seguidos de prejuízo, o banco voltou ao azul: fechou o balanço de 2014 com lucro de R$ 120 milhões. É por aí que Leme quer se diferenciar de Armínio.

#Armínio Fraga #Goldman Sachs

O inferno astral de Eduardo Plass

5/08/2015
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Uma conjugação de fatos inconvenientes, para se dizer o mínimo, trouxe o banqueiro Eduardo Plass de volta aos holofotes com uma intensidade que não se via desde os seus tempos de Pactual. De um lado, Plass vê seu nome citado no SwissLeaks, como um dos brasileiros que supostamente mantiveram contas irregulares no HSBC da Suíça; do outro, o TG Bank, banco de sua propriedade com sede no Panamá, foi intimado pela PF a prestar esclarecimentos sobre as empresas Golden Rock e Blue Diamond, suas clientes – ambas suspeitas de fazer pagamentos ilícitos a políticos brasileiros. E, no meio de tanta tormenta, a reestruturação em curso na sua gestora de recursos, a Opus, parece não ter fim. Nos últimos meses, a Opus praticamente exterminou a equipe de renda fixa e reduziu à metade a divisão de renda variável. O alvo agora seria a operação de private equity. Segundo uma fonte bem próxima a Plass, além de novas demissões, a Opus vai reduzir gradativamente sua carteira de participações. Oficialmente, a gestora nega o enxugamento da área de private equity. No entanto, de acordo com a mesma fonte, Plass estaria em busca de um comprador para a sua fatia de 16% na Ideiasnet. As ações já teriam sido oferecidas à Itaú Asset Management, também acionista da incubadora de empresas de internet.

#BTG Pactual #Eduardo Plass #Ideiasnet #Opus #SwissLeaks

Grande marcha I

31/07/2015
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Mais um banco chinês está em busca de ativos financeiros no Brasil. A bola da vez é o Agricultural Bank of China, um potentado com valor de mercado de US$ 190 bilhões.

#Agricultural Bank of China

Só Neeleman enxerga a TAP em céu Azul

29/07/2015
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 A pressa com que David Neeleman expandiu seus negócios de aviação tem deixado um rastro de dúvidas na Azul. A maior oposição vem da Texas Pacific Group (TPG), que lidera um grupo de minoritários disposto a questionar o projeto de Neeleman de usar a Azul para capitalizar a TAP, comprada por ele no mês passado e com dívida de um bilhão de euros. O principal acionista da companhia aérea brasileira tem uma proposta pronta para que a Azul se torne sócia do consórcio Gateway, novo controlador da voadora portuguesa. Se depender de Neeleman, a Azul será uma das maiores sócias da TAP. A operação tem não somente o apoio como o incentivo explícito da United, que tem 5% da Azul. O grupo norte-americano enxerga na operação o caminho mais rápido para a internacionalização da empresa brasileira, que passaria a ter uma operação própria na Europa. Difícil será convencer o TPG, que enxerga mais dúvidas do que certezas na operação, em função dos números ruins da TAP. A Azul teria que necessariamente se capitalizar. Pelos cálculos do fundo, a brincadeira não sairia por menos de R$ 1,5 bilhão. David Neeleman tenta convencer os sócios com a ideia de atrair o BNDES para o financiamento, já que seria a terceira aérea brasileira a ter presença forte no exterior. Terá que gastar muita lábia, pois o banco tem estado arredio a operações de tão grande risco.

#Azul #BNDES #David Neeleman #TAP #TPG

Fora da meta

28/07/2015
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Em apresentações a bancos de investimento, a Dufry AG tem colocado sobre a mesa a promessa de chegar a 150 lojas no Brasil até 2017. O problema é que o plano anterior previa 120 pontos de venda em 2014, e os suíços pararam em 70 lojas. Procurada, a Dufry não se pronunciou alegando estar em período de silêncio.

#Dufry

Darwin dita o futuro da siderurgia nacional

20/07/2015
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O BNDES anda meio por baixo, mas, se pudesse fazer política industrial como em outros tempos, partiria para estimular a consolidação do setor siderúrgico. Pelo que se diz na área técnica do banco, o encolhimento do mercado brasileiro de aço é estrutural: veio para ficar. Portanto, pode tirar o cavalinho da chuva quem pensa se tratar apenas de um ciclo de retração da indústria siderúrgica condizente com o quadro de demanda internacional reduzida, ou mesmo com a recessão que assola o Brasil. O problema é sério, de tirar o sono. Os analgésicos que a siderurgia quer tomar nessa hora são os mesmos de sempre: câmbio e incentivos fiscais. Mas o momento não é bom sequer para obter esses paliativos. A percepção é de que não há mais lugar para tantos protagonistas na indústria do aço. Teria chegado a hora da seleção natural: entre Gerdau, ArcelorMittal, CSN e Usiminas, uns e outros teriam de ser incorporados. A racionalidade neste setor, contudo, é mais difícil. Há um clash de culturas empresariais e um desfile de personalidades de impossível combinação. Imagine misturar no tubo de ensaio Benjamin Steinbruch, Jorge e André Gerdau e os visigodos da Techint, só para mencionar os mais idiossincráticos. Esses barões do aço terão de conviver entre si ou, então, pular fora do barco – sempre existe a possibilidade de um investidor externo olhar para o negócio à  medida que o Brasil vai ficando mais barato. Ainda que a produção brasileira de aço tenha subido um bocadinho no primeiro semestre (2%), no geral os indicadores da indústria são desalentadores. O parque siderúrgico nacional opera com uma ociosidade da ordem de 30%: no momento, há 20 usinas completamente paradas no país, número que não pode ser dissociado da retração do mercado interno. No primeiro semestre, as vendas de aço no Brasil caíram 12,9% em relação a igual período no ano passado. Não surpreende que o setor tenha se tornado um laminador de empregos: foram mais de 11 mil demissões nos últimos 12 meses. Essa conta vai aumentar. E a má notícia vem de fonte insuspeita. O próprio Instituto Aço Brasil prevê que mais 3,9 mil postos de trabalho irão para o altoforno até dezembro. As condições que levaram a siderurgia a vicejar não existem mais. O preço da energia é alto demais. O câmbio dificilmente voltará a ficar desvalorizado como no tempo da corrida do aço – na relação com o salário, então, é melhor esquecer. E mesmo as injeções de dinheiro barato do BNDES parecem coisa do passado. Estão mesmo se materializando as catastróficas projeções do legendário economista industrialista Arthur Candal. No início dos anos 90, ele dizia: “A indústria brasileira africanizou. Setores como a petroquímica e a siderurgia estão derretendo. Vamos voltar à  extração primitiva primária.” Parecem hoje sentenças bem razoáveis.

#BNDES

Fazenda peneira novas pepitas no veio do ajuste fiscal

13/07/2015
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Em sua busca para extração de riquezas, o garimpo do Ministério da Fazenda já identificou na bateia duas pepitas, pequenas é bem verdade, que, devidamente polidas, podem prestar sua colaboração para o ajuste fiscal. A pepita menos opaca, que aparece bem a  vista em meio ao cascalho das demais ideias, é a instituição do imposto sobre heranças. Não se trata de uma descoberta nova, nem de uma grande jazida. O governo nem considera expressiva a arrecadação proveniente. Mas a medida pode ter uma utilidade maior para a negociação de joias bem mais raras no Congresso Nacional. Seria especialmente um aceno para o PT, que considera o imposto uma resposta fundamental para o programa de austeridade econômica. No arrastão tributário, poderiam ser negociadas outras medidas microeconômicas capazes de ampliar a arrecadação do Estado. O salto percentual do imposto não seria tão acanhado. A proposta é que a alíquota média do tributo sobre as heranças suba dos atuais 3,86% para 8% a 10%. Um número vistoso a  primeira vista, mas conservador se comparado com outros países, tais como o Chile (13%), França (32,5%) e Inglaterra (40%). O discurso de sustentação é justo, justíssimo: o Brasil é um dos últimos do ranking das contribuições do imposto sobre herança – Suécia, Noruega e Austrália não gravam a transmissão de riquezas. Se a medida fiscal já se encontra quase reluzente, a pepita inesperada é a venda de carteiras de créditos maduros do BNDES e da Caixa Econômica Federal a  banca privada. O Banco do Brasil não poderia ser incluso no programa devido a sua condição de companhia aberta, o que exigiria a  realização de um aumento de capital. A ideia é devolver parcela dos repasses do Tesouro a essas instituições. Bancos como Bradesco, Itaú e Santander – somente para citar os privados, longe de qualquer ilação de caráter político – seriam compradores potenciais desses créditos. Trata- se de uma mina de altíssimo teor. A carteira de empréstimos e repasses do BNDES soma R$ 698 bilhões. Desse total, cerca de 41%, ou R$ 286 bilhões, se referem a operações com os 10 maiores clientes do banco. A clientela do segundo andar é bem mais pulverizada é constituída de muitas empresas líderes nos seus mercados. A Caixa Econômica, por sua vez, que sempre teve uma atuação mais voltada para a pessoa física, tem ampliado significativamente a carteira de crédito a empresas. Os empréstimos a pessoa jurídicas somam hoje cerca de R$ 125 bilhões. Com esta medida, os dois bancos públicos fariam caixa e antecipariam receita. Ambos estariam comprando ativos creditícios valiosos. O Tesouro agradeceria, sensibilizado. Um bom negócio para gregos e troianos. Não há consenso ainda sobre o timing de uso das duas pepitas. As pedras, inclusive, ainda estão sendo valoradas. A expectativa é que sejam lustradas e, em breve, venham a público.

#Ajuste fiscal #BNDES #Caixa Econômica

Empreiteiras precisam de garantia para as concessões

3/07/2015
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As maiores empresas de construção pesada do país estariam se articulando para levar ao governo uma reivindicação que pode ser decisiva para o êxito ou não do novo programa de concessões. Segundo fonte de uma das empreiteiras, é necessário um instrumento legal e definitivo capaz de separar as companhias da interdição de seus controladores e gestores, medida que revogaria os óbices para a participação nos próximos leilões de infraestrutura. A alegação é que a falta de uma garantia firme praticamente inviabilizará sua presença nas licitações. Nas atuais circunstâncias, as empresas de construção pesada terão notórias dificuldades para obter financiamento e atrair investidores para os consórcios. Afinal, quem vai apostar em um cavalo sub judice ou com o risco de ser alvejado por alguma delação? Ainda não há uma definição da figura jurídica que poderá fundamentar tal decisão. O certo é que se trata de uma negociação complexa, tanto do ponto de vista político quanto legal, que terá de passar por diversas esferas, como Poder Executivo, notadamente o Ministério da Justiça e a Casa Civil, Ministério Público e Judiciário. Imagina-se que o próprio governo tenha o maior interesse na matéria. Difícil que o novo programa de concessões saia do chão sem a participação de Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e de boa parte das 300 grandes e médias empresas de construção pesada no Brasil. Onde o governo vai encontrar investidores dispostos a desembolsar quase R$ 200 bilhões em 15 concessões rodoviárias, 11 aeroportos, cinco ferrovias e 45 terminais portuários? As empreiteiras estão num voo a s cegas. Até o momento, sua participação no programa de concessões tem sido objeto de declarações assimétricas ou mesmo dúbias. Recentemente, o juiz Sergio Moro disse que as empreiteiras citadas no escândalo não estão proibidas de firmar contratos com a administração pública, mas – sublinhe-se o “mas” – falou também que o futuro plano de concessões pode ser uma nova fonte de corrupção para as construtoras reincidirem em crimes. Uma frase como esta não passa despercebida a bancos, agências de fomento, empresas de classificação de risco ou investidores internacionais. Quando confrontado com as declarações de Moro, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, limitou-se a dizer, com certa timidez, que era “descabido” lançar suspeitas sobre o plano de concessões. Pouco, muito pouco. Mesmo porque, segundo notícias na mídia, o próprio Moro chegou a considerar que, no caso da Odebrecht, o ideal seria a suspensão de todos os contratos e atividades da construtora. O risco é que a declaração indique o embrião de uma jurisprudência. Qualquer restrição a  presença das grandes e médias empreiteiras nos próximos leilões é interferir diretamente no futuro destas companhias. Investir em infraestrutura é um processo em cadeia: novos projetos aumentam a curva de retorno dos empreendimentos já em curso graças a  captura de sinergias. Portanto, caso as construtoras venham a ser impedidas de entrar nos novos leilões, tal restrição terá impacto na performance de concessões das quais elas já participam. Ou seja: cassar o porvir das empresas de construção pesada também significa alijar o seu presente e o seu passado.

#Andrade Gutierrez #Camargo Corrêa #Lava Jato #Odebrecht #Queiroz Galvão

Mitsui é o curto-circuito da vez na hidrelétrica de Jirau

30/06/2015
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Com a Lava Jato a triscar nos seus calcanhares e em meio a um contencioso com a Aneel, o consórcio responsável pela construção da hidrelétrica de Jirau tem mais um fio desencapado pelo caminho. Dois anos após embarcar no negócio, a Mitsui quer vender sua participação de 20% na Energia Sustentável do Brasil (ESBR) – holding que abriga ainda Engie, antiga GDF Suez, Camargo Corrêa, Eletrosul e Chesf. A coabitação entre espécies corporativas tão distintas e com interesses tão díspares não deu liga. Os demais acionistas da ESBR teriam instaurado um apartheid societário, alijando a trading de praticamente todas as decisões estratégicas. Não foi para virar uma mera passageira sentada no banco de trás do consórcio que a Mitsui pagou quase US$ 530 milhões e ingressou na usina. A julgar pelo desprezo da Engie, da Camargo Corrêa e das duas estatais em relação aos japoneses, a decisão da Mitsui poderia soar até como uma boa notícia. No entanto, a iminente saída da trading do consórcio traz um problema a reboque: periga os demais integrantes da ESBR terem de colocar a mão no bolso para recomprar a participação nipônica. Afinal, quem se habilita a entrar num negócio marcado por sucessivos atrasos nas obras, riscos ambientais e declaradamente na alça de mira da Lava Jato? As relações entre a Mitsui e seus sócios em Jirau se deterioraram, sobretudo, neste ano. Recentemente, a trading não teria participado das gestões com o Ministério de Minas e Energia em torno do possível aumento da capacidade de geração em 420 MW durante os meses de estiagem – negociação que envolve também o governo da Bolívia. O mesmo ocorreu quando da decisão da ESBR de abrir um contencioso contra a Aneel. O consórcio conseguiu uma liminar contra a determinação da agência reguladora, segundo a qual as grandes usinas em construção na Amazônia não poderiam mais evocar problemas como greves, revoltas trabalhistas e dificuldades de obtenção de licenças ambientais para se eximir de atrasos nos cronogramas dos projetos.

#Aneel #Camargo Corrêa #Jirau #Mitsui

Campo minado

23/06/2015
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O festejado aumento de 9% da carteira de crédito rural do Banco do Brasil nos últimos doze meses é uma rosa com um espinho no meio. A taxa de inadimplência cresceu pelo quarto trimestre seguido. Saiu de 0,69% para 0,82%. Pode parecer pouco, mas se trata do maior aumento trimestral em quase cinco anos.

#Banco do Brasil

O rating dos cenários pós-Odebrecht e Andrade

22/06/2015
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Os fatos da última sexta-feira já pertencem ao Google – o guardião do passado de tudo e de todos. A questão é o porvir. Potencialmente, quais são as consequências mais graves dos acontecimentos que chocalharam todas as grandes empreiteiras e estressaram as expectativas em relação ao destino nacional? O Relatório Reservado se veste de agência de rating e se propõe a classificar o risco de cenários possíveis. Quanto maior a nota maior a probabilidade da ocorrência. Em alguns dos casos, oxalá o RR incorpore para valer esses oráculos e erre o máximo possível. * A Lava Jato esterilizou os grandes grupos nacionais, historicamente, os grandes investidores em infraestrutura. O cenário é de terra arrasada. Sem saída, o governo cancela todos os leilões. Rating: CCC- * Diante das circunstâncias, o governo salva o que é possível dos leilões de infraestrutura, recorrendo a empreiteiras do segundo grupo e a empresas estrangeiras. Temos um plano de concessões padrão “banco de reserva”. É o que dá para o momento. Rating: BBB+ * A paralisia das grandes empreiteiras afeta não apenas as futuras concessões, mas também as obras já em andamento. Os pagamentos atrasam; tratores param e operários cruzam os braços a  beira de estradas que começam, mas não terminam! Rating: BB+ * A discussão volta a  baila com força total: até quando o governo assistirá, inerte, a  débâcle de um setor que responde por 7% do PIB e por oito milhões de empregos? A indústria da construção pesada não é grande demais para quebrar? Rating: AAA+ * O setor de construção pesada enverga, mas não quebra e volta a sua normalidade, afinal o capital, uma vez mutilado, se regenera como os répteis. Rating: DDD- ? Todos se dão conta de que, para o bem do próprio Brasil, é preciso conter esse macarthismo “tucano-juridicano”. O caso sai da esfera jurídica e um grande pacto político-institucional surge a  mesa: as grandes empreiteiras assinam um acordo de leniência coletiva, purgam seus excessos e voltam ao game. Rating: CC * A seleção natural entra em cena: grandes empreiteiras quebram e levam consigo toda uma cadeia de fornecedores. Algumas espécies se transmutam e sobrevivem por meio de fusões. Concentração de mercado em estado puro, com o que ela tem de mais cruel: perda da competitividade e desemprego. Rating: B * Cresce a percepção de insegurança no que diz respeito a s relações de parceria no Brasil. Afinal, ser preso torna-se um fato comum, que pode acontecer a qualquer momento. A gringalhada, que não é boba, se retrai. O investimento direto estrangeiro despenca. Rating: BB+ * O cerco se fecha; peças da Operação 2018 se juntam num quebra cabeças de encaixes marcados. A Lava Jato, enfim, cumpre seu desígnio e chega ao cume do Everest: Lula está na cadeia. Rating: A+ Obs: Se alguém perguntar, não confirmamos essa nota. * Um dos mais populares líderes políticos da história do Brasil está preso. O tecido social se esgarça rapidamente e o risco de ruptura é iminente. As tensões de classe chegam a níveis intoleráveis, levando a um quadro de conflagração política e social. O asfalto ferve e o RR pergunta: e o ajuste fiscal? Rating: b+ (a mais paradoxal nota do rating, tão alta quanto minúscula e acanhada).

#Lava Jato

Banco Azteca

17/06/2015
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Além de fechar a rede varejista Elektra no Brasil, o empresário mexicano Ricardo Salinas deverá também encerrar as operações do Banco Azteca, que, a princípio, passaria imune a  tormenta. Um não sobrevive sem o outro.

#Elektra

Pedágio

16/06/2015
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Enfim, uma dentro do HSBC. A multa para encerrar as investigações do SwissLeaks, equivalente a R$ 135 milhões, vai custar ao banco menos de 1,5% do valor que os ingleses esperam arrecadar com a venda da operação brasileira. Ou seja: vale o investimento.

#HSBC

Começou a revoada

12/06/2015
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Começou a revoada. Circula pelo HSBC a informação de que André Brandão deve deixar a presidência do banco no Brasil antes mesmo da venda da operação.

#HSBC

HSBC bate seu recorde de trapalhadas

10/06/2015
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O HSBC é o passarinho que faz caca na entrada, faz caca durante todo o voo e, não satisfeito, faz caca na saída. O anúncio feérico da venda da operação brasileira – coisa sabida há meses – foi um desastre. Ontem, entrevistas e um comunicado, no qual não faltou a genial lembrança de “tranquilizar o correntista de que o banco seguirá funcionando normalmente” – e quem disse o contrário?- precipitaram um noticiário histérico. Os telejornais da noite abriram espaço para sindicalistas e órgãos de defesa do consumidor, chamando a atenção para o que deveria ficar quietinho. Tudo isso com um refogado de informações velhas e avisos que pedem para ser lidos ao contrário. Voa passarinho, vai fazer caca lá em Hong Kong!

#HSBC

Falta fair play ao ex-futuro ministro da Fazenda

2/06/2015
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O ex-ministro Mario Henrique Simonsen estava longe de ser um primor de elegância na sua apresentação pessoal. Costumava usar ternos amarrotados e nós de gravata que ora parecia o de uma forca, ora estavam tão frouxos que quase abriam. Mas, na postura e na atitude, Simonsen era de uma distinção imbatível. Quando deixou o Ministério da Fazenda por discordância com a orientação do governo, chegou ao Rio e foi logo para a praia. Detalhe: Simonsen nunca ia a  praia, que fica logo ali, em frente ao prédio onde ele morava, em Ipanema. Foi deitado na areia que deu uma entrevista coletiva para todos os veículos da imprensa. E depois não mais falou. Simonsen cunhou um aforismo que deveria ser talhado em bronze e pendurado nos gabinetes de ministérios e autarquias: ex-integrantes do governo têm de pensar no que falam, pois são formadores de expectativas. Quanto mais elevado for o prestígio do manda-chuva, maior o cuidado que precisa ter com o que diz. Comparar Simonsen com Arminio Fraga é um desatino, por tudo o que foi dito e muito mais. No entanto, as entrevistas regulares do ex-presidente do Banco Central, desancando a gestão econômica, merecem registro. Arminio é um ex-futuro ministro da Fazenda, que, durante a campanha, performava mais nos jornais do que o seu próprio ex-futuro presidente. Os seus méritos acadêmicos são reconhecidos. Foi administrador de recursos na Casa George Soros. Não chegou a ser um festejado ganhador de dinheiro naquelas plagas. Veio para o BC agradar ao mercado. Como autoridade monetária, vestiu a fantasia de criador do regime de metas de inflação, quando, na verdade, foi o então diretor do BC Sergio Werlang quem colocou a mão na massa. Voltou ao mercado e criou sua própria administradora de recursos. Choveram fortunas inabituais em circunstâncias do gênero. Contudo, a alta rentabilidade, que era o promessa do Gávea Investimentos, acabou virando case de marketing: a melhor não entrega do mercado. Em síntese: Arminio ainda considera ser aquilo que nunca foi. O próspero financista, em suas regulares entrevistas, decreta em tom de epitáfio a morte agonizante da economia brasileira. Sova Joaquim Levy com seus punhos de pilão. Segundo a Cassandra tucana, o superávit de 1,2% não dá nem para a saída – teria de ser de 3% no mínimo -, a dívida bruta vai a 100% daqui a quatro ou cinco anos, não voltaremos a crescer a 4% tão cedo, com a atual política a inflação não recua para a meta de 4,5% de jeito nenhum. Não há fato novo: Arminio entoa essa cantilena a toda hora. No seu caso, convém lembrar que foi um reputado presidente do BC, o que lhe cobra certas responsabilidades. Formar expectativas sendo maquinista de um trem financeiro exige pruridos ainda maiores. Sem censura, mas com atenção ao seu papel histórico. N.R. Pela média histórica, a próxima entrevista de Arminio Fraga deve ocorrer entre 20 ou 30 dias.

#Joaquim Levy

Enquanto isso, no país do ajuste fiscal…

28/05/2015
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 O enevoado empresário Miguel Ethel está pilotando uma operação mágica para surgirem dezenas de usinas de energia eólica no Brasil. Ethel, que já fez milagres com pequenas centrais hidrelétricas, agora quer abraçar o meio ambiente. Toda essa ventania será feita sem que o empresário saia das brumas, como sempre.  O ex-senador Gilberto Miranda, tido pelos profissionais do ramo como o homem mais rico do Brasil, e o Bispo Macedo, o afortunado dono da Record, vão se associar na construção de um shopping em Manaus. Segundo a fonte do RR, será o primeiro a ter como “loja âncora” um templo da Igreja Universal. Aliás, um baita templo. A decisão do STF de circunscrever ao TCU o acesso ao financiamento do BNDES – no caso as operações com a JBS – teve cuidado de expor menos o banco e a empresa. O STF sabe que tem maluco no Congresso querendo colocar os dados nas redes sociais. De qualquer forma, fica o risco da “Rádio TCU” e do vazamento de informações para a mídia.

#BNDES #STF #TCU

Ternium já está com um pé na porta da Usiminas

25/05/2015
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A Ternium está prestes a se tornar o HSBC da siderurgia. O grupo já não consegue mais manter entre quatro paredes as discussões em relação ao seu futuro no Brasil. Por uma fresta da Usiminas vaza a informação de que os ítalo-argentinos amadurecem a ideia de vender sua participação e deixar o país. As semelhanças com o banco inglês, é bom ressaltar, param por aí. Se o maior adversário do HSBC no Brasil sempre foi o próprio HSBC e sua impressionante letargia, no caso da Ternium o inferno são mesmo os outros. Poucas vezes uma corporação conseguiu reunir contra si um exército de inimigos tão poderoso: Nippon Steel, Benjamin Steinbruch, minoritários e empregados da Usiminas e o governo. Cada um a seu modo, todos odeiam a Ternium e trabalham para ejetá-la da companhia mineira. Por maior que sejam a musculatura financeira e a disposição para o embate dos herdeiros do mítico siderurgista Agostino Rocca, como duelar com uma conjunção de forças dessa magnitude? Para os ítaloargentinos, está difícil encontrar uma solução que não seja uma honrosa saída do front. Os ataques a  Ternium vêm de todos os lados. A Nippon Steel usa farta munição para fazer valer a sua histórica posição na Usiminas. Trata-se de um negócio absolutamente estratégico, que transcende as fronteiras corporativas e carrega forte simbolismo. O desembarque na empresa, ainda na década de 50, foi um dos primeiros grandes investimentos do Japão na área de siderurgia após a Segunda Guerra Mundial. A associação é tratada por Tóquio como um assunto de Estado. O primeiro-ministro Shinzo Abe tem feito intensas gestões junto ao governo brasileiro para salvaguardar os interesses da Nippon Steel na Usiminas. Além do apoio de importantes minoritários da Usiminas, como Lírio Parisotto, a Nippon Steel tem a seu lado Benjamin Steinbruch. O empresário manobra de um lado para o outro da pista com o objetivo de driblar os obstáculos impostos pelo Cade. Dona de 12% das ONs da companhia mineira, a CSN está impedida de exercer seu voto no bloco de controle e ainda terá de se desfazer da sua participação até 2018. Seria um impeditivo intransponível não fossem as pressões que vêm do Olimpo. O governo também não morre de amores pela Ternium. Até porque a contrapartida para a desafeição é das mais convenientes: a saída do grupo ítaloargentino e o aumento da participação de Steinbruch abririam espaço para a associação entre a CSN e a Usiminas e a criação de uma grande produtora de aços planos. Seria um cavalo vencedor a  feição das políticas praticadas pelo BNDES. Não satisfeita em ter tantos rivais, a Ternium também arruma os seus próprios problemas. Os sucessores de Agostino Rocca, um homem forjado na Itália de Mussolini, não são os anjos da Capela Sistina. A imagem do grupo ítalo-argentino no Brasil está vinculada ao que há mais de reprovável na história recente da Usiminas: manobras jurídicas abaixo da linha da cintura, gastos demasiadamente altos com gestores que ela própria indicou, denúncias de superfaturamento na venda de aço. Há quem diga que a própria tática da Ternium de estressar ao máximo a contenda com os demais acionistas teria como objetivo aumentar o problema para valorizar o preço da solução, ou seja, a venda de suas ações na companhia. A convivência se tornaria tão insuportável que o ágio a ser cobrado compensaria, e muito, a redução do valor patrimonial. A conferir.

#Ternium #Usiminas

Armando Falcão

21/05/2015
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Se André Esteves pudesse, tirava o Google do ar. Na reta final das negociações para a compra do Banco BSI, sediado em Lugano, Esteves não aguenta mais ouvir as mesmas perguntas dos suíços: “E a Lava Jato? E a Sete Brasil? E a Brazil Pharma?”.

Réquiem para o herói da Avenida Chile

20/05/2015
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 “A verdade é um estranho que não nos olha nos olhos. É mais difícil de entender, mais complicada de se aceitar. Mais difícil de acreditar, e mais ainda de se dizer.” A tirada filosófica é da pouco divulgada Jéssica F., “pensadora” do segundo time para muitos. Pois saiba que os dizeres rasos bem poderiam dar a medida do calvário do BNDES. Sim, é difícil de dizer e mais complicado de se aceitar. O banco sofre, solitário, o maior atentado a  sua integridade desde o nascedouro. E os empresários, a quem cabe o seu usufruto, são os estranhos que não lhe olham nos olhos. A burguesia – aquela que o bardo Cazuza dizia “feder” -, inebriada pela tentação de afogar o capitalismo de Estado, quer apagar da memória coletiva o banco do fomento, do desenvolvimento da indústria de base, da inserção competitiva internacional, do “S” do social, da privatização, da criação da empresa brasileira de porte global e do financiamento a s concessões de obras públicas. Restaria a lembrança ingrata do BNDES representante do populismo da era Vargas, da megalomania do regime militar, da corrupção da venda das estatais, da transferência de renda para a iniciativa privada e, agora, do repasse das pedaladas do Tesouro. Sim, a burguesia nacional prefere se despir das vantagens concorrenciais em troca da morte da sua ama de leite. Há diversas formas de matar uma agência de renome internacional: asfixia financeira; legiferação predatória; e o insuperável estupro moral. O BNDES sofre das três. Terá seu orçamento drasticamente cortado, afinal serviu de agente da União para injetar dinheiro na veia da economia fragilizada; purgará os financiamentos a grandes empresas – um contraditório, pois a estigmatizada JBS, o mais emblemático “cavalo vencedor”, apresentou um espetacular resultado de R$ 1,4 bilhão no primeiro trimestre; se transformará em uma agência recalcada de suporte do mercado de capitais e, finalmente, será o único banco do país a abrir compulsoriamente suas vísceras para Deus e o diabo. No que depender dos liberais de má cepa, o BNDES, ao contrário do BB, da CEF, do Basa e do BNB, estará em breve publicando detalhes dos contratos de financiamentos. É difícil de acreditar e complicado de aceitar. A prioridade a  capacidade de competição da empresa nacional, assim como a constitucionalidade do sigilo bancário, vão escorrer como água suja. Qualquer empresa que tomar recursos no BNDES terá que informar detalhes sobre o seu projeto. A concorrência que se locuplete. Se vivos estivessem, Ignácio Rangel, Roberto Campos, José Luiz Bulhões Pedreira, Marcos Vianna, Arthur Candal, Rômulo Almeida e outros tantos maestros da supliciante agência diriam perplexos: é mais difícil de entender, mais complicada de aceitar. “A verdade é um estranho que não nos olha nos olhos”.

#BNDES

Uma nova química contra a sinistrose brasileira

13/05/2015
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Há um truísmo que deve ser guardado no bolso. É a máxima que conclui não existir “bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe”. O governo Dilma Rousseff, na contramão do ambiente gerado pela mídia, pode estar ensaiando uma virada benigna. Usando a feliz expressão do cientista político Edson Nunes, há micro-transformações em andamento, esse, aliás, um processo contínuo. Outro truísmo: o país engendra suas soluções por maiores que sejam os problemas. A presença discreta da presidente pode ser um movimento mais significativo do que parece. Dilma deixou simplesmente o pessoal trabalhar. Joaquim Levy e Alexandre Tombini apertam o torniquete para quebrar as expectativas inflacionárias, ambos com um target invisível de índice máximo de desemprego, precondição para o arrocho. E todos os ministros, secretários, bancos públicos e agentes reguladores que têm maior envolvimento com a equipe econômica estão centrados em destravar o maior número de concessões de obras públicas. O novíssimo vem de fora e combina como a azeitona com o gim, ou o vermute no dry martini. A disposição do investidor estrangeiro em aportar mais recursos no Brasil, mesmo em um ambiente conturbado, podia até ser previsível. Mas a dimensão das cifras sobre a mesa sequer era cogitada. Da China, fala-se abertamente em US$ 54 bilhões. Há expectativa de que a viagem aos EUA seja capaz de atrair entre US$ 50 bilhões e US$ 100 bilhões em investimentos diretos e, principalmente, linhas de financiamento para os projetos de infraestrutura. Os japoneses têm investimentos anunciados em energia e estão dispostos a colocar recursos em grandes projetos agrícolas. Coisa de US$ 20 bilhões. E uma informação de cocheira: interlocutores do governo russo estiveram com uma figura muito querida e prestigiada, poliglota de sete línguas, para aplainar sua entrada em campo com uma sacola de dinheiro. Ao que tudo indica, há uma percepção dos donos de dinheiro do mundo que a rentabilidade pós-crise de 2008 vai se estender mais do que previa o capital. A hora seria de afrouxar a aversão ao risco. O Brasil, por sua vez, remunera alto e ficou barato, além de ser o mais saboroso pomo a ser conquistado nessa corrida geoeconômica que começa a ganhar velocidade. Nada sai tão barato, é claro. Virão junto com os investimentos a exigência de contrapartidas. A primeira será uma cajadada no Mercosul. É a mais simples, já que a Argentina colaborou com o desmonte do bloco comercial fazendo um acordo bilateral com a China pelas nossas costas. Depois, teremos um pedaço do setor de engenharia básica, um pedação da construção pesada, a importação de mão de obra (notadamente chinesa) e mudanças na legislação do pré-sal. Parece muita efervescência, tudo ao mesmo tempo agora. Mas não de hoje que essas nanoreformas e mudanças moleculares vêm se dando no organismo enfermo da economia brasileira. São as micro-transformações de que fala Edson Nunes. Um dia, elas aparecem.

#Dilma Rousseff

Esteves quer levar o HSBC sem concorrência

8/05/2015
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 André Esteves é incorrigível. O balão de ensaio plantado na mídia de que ele é o ?cavalo vencedor? na disputa pelo HSBC é um filme trash já visto por todos. O enredo é autotélico. Esteves acha que somente o BTG pode disputar o certame pela compra do HSBC porque o sistema bancário brasileiro é concentrado. E ponto final. Só não diz concentrado em relação a quem? Confrontado com os Estados Unidos, o mercado brasileiro é super concentrado. Na comparação com a França, estamos mais ou menos ao par. Quando a referência é a Espanha, a correlação numérica de instituições bancárias é a mesma. Agora, se o parâmetro for a andia, o Brasil tem o dobro de bancos.  O argumento de André Esteves é casuísta e atende unicamente ao seu próprio interesse. A compra do HSBC permitiria a ele alavancar seus negócios, saindo de uma situação, digamos assim, desconfortável. Como é sabido, o banqueiro não tem sido exitoso em diversas das suas operações. O modelo para colocar o HSBC no bolso, Esteves conhece de cor. É uma derivada da fórmula vendida a Eike Batista para juntar a Vale com o Grupo X, desafogando este último em função do aumento da alavancagem. Sim, a palavra chave é esta: alavancagem. É em nome do abate desta presa que ele busca imobilizar a banca comercial mais bem equipada e situada no ranking do setor. Em vez de dizer solidez, Esteves esfaqueia com a palavra concentração. Espera-se que não seja mais um logro. Em tempos recentes, André Esteves ajudou a aumentar a concentração bancária com a compra do Banco Pan-Americano. Parceira no negócio, a Caixa Econômica deu mais uma engordada com o aperitivo. Ou seja: o manda-chuva do BTG diz uma coisa e faz outra. Apesar das semelhanças, contudo, ainda é muito cedo para dizer que André Esteves é um Eike II.

#André Esteves #Banco Pan-Americano #BTG Pactual #Eike Batista #Grupo X #HSBC #Vale

Aldemir Bendine é o artilheiro dos sonhos da Camargo Corrêa

6/05/2015
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 Aldemir Bendine pode muito bem ficar na Petrobras – na avaliação do Planalto, sua performance na divulgação do balanço foi impecável. Pode também ir para o BNDES, intenção inicial da presidente Dilma Rousseff, conforme informou o RR. Mas, talvez, o porvir de Bendine não esteja nem de um lado nem de outro da Avenida Chile e muito menos no próprio governo. O executivo do momento teria uma proposta da iniciativa privada para um ponto futuro: Bendine iria para a Camargo Corrêa com a tarefa de comandar a reconstrução de um dos maiores grupos empresariais do país. Guardadas as devidas proporções, após conduzir o processo de higienização da Petrobras, ele replicaria a missão na outra face da Lava Jato, dedicando- se a  reestruturação de uma das empreiteiras protagonistas do escândalo.  Aldemir Bendine é um craque sob os mais diversos aspectos. Em quase cinco anos na presidência do Banco do Brasil, enfrentou dois episódios espinhosos que poderiam ter lhe custado o cargo. Em 2010, Bendine foi questionado pela aquisição de um imóvel no interior de São Paulo, no valor de R$ 150 mil, pagos em dinheiro vivo. No ano passado, num caso ainda mais rumoroso, veio a  tona o empréstimo de R$ 2,7 milhões do BB a  socialite e empresária Val Marchiori, amiga pessoal do executivo. Em ambos os casos, Bendine mostrou ter o corpo fechado. O placar de momento na Petrobras marca dois a zero a favor de Bendine. Em apenas um bimestre a  frente da estatal, o executivo conseguiu fechar o valor da baixa contábil decorrente dos episódios de corrupção e apresentar o balanço de 2014. O artilheiro Bendine já prepara o próximo chute, leia-se o anúncio de um programa de investimentos mais enxuto, adequado a s circunstâncias e ao próprio processo de desmobilização de ativos da estatal. Sai de cena a versão anterior, marcada por cifras demasiadamente anabolizadas e inexequíveis, e surge, em seu lugar, um plano de negócios factível, em linha com a realidade e com o choque de gestão em curso na estatal. Trata-se de mais um movimento que tem tudo para cair no gosto do mercado. E, no placar da Petrobras, lá estará: três a zero para Bendine. Não é a  toa que a Camargo Corrêa teria uma camisa a  sua espera.

#Aldemir Bendine #Banco do Brasil #BNDES #Camargo Corrêa #Dilma Rousseff #Petrobras

Acervo RR

Cadeira elétrica

5/05/2015
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Um raro momento de convergência entre a AES e o BNDES, sócios da Brasiliana: Jerson Kelman, presidente da Sabesp, é o nome de consenso para comandar a AES Eletropaulo. O atual nº 1, Britaldo Soares, está desgastado junto aos norte-americanos e ao próprio banco.

#AES #BNDES

BTG e Safra disputam ativos do Société Générale

29/04/2015
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Justamente no momento em que têm seus nomes citados em dois grandes escândalos da República – o primeiro na Lava Jato e o segundo, no caso Carf -, BTG Pactual e Safra travam uma disputa particular no ranking bancário nacional. Esta trama tem um coadjuvante de luxo: o Société Générale. O encerramento das atividades do Cacique e do Pecúnia e a consequente saída do varejo foram apenas o início do fim do banco francês no país. Segundo informações filtradas junto ao próprio Société, o grupo procura um comprador para o que restou das suas operações no Brasil – leia-se a unidade de corporate & investment banking. É justamente neste ponto do enredo que entram em cena o BTG e o Safra. As duas instituições estariam mantendo conversações com o Société Générale. Ambas olham para o banco francês e enxergam a possibilidade de avançar uma casa no tabuleiro da banca nacional. O interesse do BTG e do Safra traz um ingrediente extra para a operação. A saída do Société Générale do Brasil poderá ter um impacto sobre o ranking bancário nacional que provavelmente não teria caso fossem outros os candidatos ao negócio. Com a aquisição, a casa bancária dos Safra pularia de R$ 140 bilhões para aproximadamente R$ 158 bilhões em ativos, ultrapassando no photochart o BTG, que atualmente soma cerca de R$ 154 bilhões. Por sua vez, ao ficar com as operações do grupo francês no Brasil, o banco de André Esteves não apenas abriria distância do Safra como ainda tomaria a posição do HSBC no ranking bancário, tornando-se o quarto maior banco privado do país em ativos. Além do avanço no tabuleiro do setor, a operação teria uma mais-valia tanto para o BTG quanto para o Safra. O eventual vencedor do duelo poderá dar uma lustrada na sua imagem no momento em que seu nome aparece nos jornais associado a investigações policiais. O Société Générale protagoniza uma das mais anunciadas – e negadas – despedidas do setor. Mesmo após anunciar o fechamento de seus dois bancos de varejo, em fevereiro deste ano, os franceses desmentiram que estivessem prestes a deixar o país. a€quela altura, no entanto, provavelmente já arrumavam as malas. Aliás, o próprio CEO do banco no Brasil, Francis Repka, já teria acertado seu retorno a  Europa para dirigir outra subsidiária do grupo.

#BTG Pactual #Société Générale

Presente de grego

29/04/2015
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As “celebrações” pelos 100 anos do Citi no Brasil devem incluir o fechamento de toda a área de leasing. Formalmente, o banco nega o encerramento da operação.

Sinopec ganha um bilhete premiado para o pré-sal

27/04/2015
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 O empréstimo no valor de US$ 3,5 bilhões obtido pela Petrobras junto ao Banco de Desenvolvimento da China (CDB) passa ao largo da cessão de petróleo ao país asiático, como disse o próprio presidente da estatal, Aldemir Bendine. Os chineses querem, sim, o óleo brasileiro, mas in loco. A principal contrapartida ao financiamento é a possibilidade de um avanço ainda maior dos asiáticos no pré-sal. Mesmo que informalmente, a Sinopec passará a ter o status de parceira preferencial da Petrobras tanto em novas investidas quanto nas operações já em curso. Significa dizer que a companhia chinesa sai na frente na disputa pelos ativos que poderão ser negociados pela estatal, a começar justamente pelas participações nos blocos em que os dois grupos já estão juntos.  É o caso do BMC-33. Por meio da Repsol Sinopec, os chineses detêm 35% do consórcio, mesma fatia da norueguesa Statoil – o restante está nas mãos da Petrobras. Até o momento, já foram perfurados três poços no local, com reservas estimadas em aproximadamente 1,4 bilhão de barris. Os asiáticos querem também beliscar uma participação maior no BM-S-9, na Bacia de Santos. No momento, a Sinopec detém a menor fatia do bloco: 25%. O maior pedaço pertence justamente a  Petrobras (45%). Os outros 30%, originalmente do BG Group, estão sendo herdados pela Shell. Este é um dos ativos mais importantes da estatal e, não por acaso, um dos mais cobiçados pelos chineses. O interesse maior recai sobre o campo de Sapinhoá, que hoje responde por quase 20% da produção total de petróleo no pré-sal brasileiro. O aumento da participação da Sinopec neste bloco já pagaria, com juros e correção monetária, uma parcela expressiva do empréstimo do CDB a  Petrobras.

#Aldemir Bendine #Petrobras #Pré-Sal #Repsol Sinopec #Statoil

O estaleiro sul-coreano DSME

27/04/2015
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 O estaleiro sul-coreano DSME candidatou-se ao fornecimento de 11 navios de superfície para a Marinha do Brasil, dentro do Programa de Obtenção de Meios de Superfície (Prosuper), um contrato que pode chegar a US$ 4,3 bilhões. O grupo pretende entrar no negócio de mãos dadas com a holandesa Damen. Os sul-coreanos acenam ainda com a garantia de financiamento de um pool de bancos asiáticos. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas até agora não há qualquer previsão para a licitação. O próprio ministro da Defesa, Jaques Wagner, já anunciou que dificilmente o projeto vai zarpar ainda neste ano por conta do ajuste fiscal.

#DSME #Forças Armadas #Jaques Wagner #Ministério da Defesa

Rosoboronexport chega ao Brasil em um veículo blindado

23/04/2015
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Há uma “corrida armamentista” em direção ao Brasil. Alguns dos principais parceiros comerciais do país, notadamente nações emergentes, vêm travando uma intensa disputa nos espelhados salões da diplomacia, tendo ao fundo, como trilha sonora, os mais diversos interesses econômicos e geopolíticos. O que está em jogo é a primazia no fechamento de contratos na área de defesa. É o caso dos chineses, que tentam emplacar a venda de aeronaves de treinamento e ataque, como o K-8, comercializado pela Catic. No entanto, ao que tudo indica, a bola da vez no momento são os russos, mais precisamente a Rosoboronexport, que traz consigo a promessa de farta munição financeira. Escoltada por bancos de fomento conterrâneos, a companhia fez chegar a  Casa Civil e ao Ministério da Defesa o projeto de instalar uma fábrica de veículos blindados no Brasil. As negociações orbitam em torno dos acordos bilaterais assinados nos últimos meses entre os governos dos dois países. Vai carne, vem tecnologia para a produção de gás natural; vai soja, vêm blindados, helicópteros e outras parafernálias bélicas. Segundo fonte do governo, o investimento gira em torno dos US$ 200 milhões – São Paulo e Minas Gerais são os estados mais cotados para receber o empreendimento. A planta industrial teria capacidade para produzir 350 veículos por ano. Em um segundo momento, seria possível montar também caminhões de apoio a tropas terrestres, como o Kamaz e o Ural. A contrapartida para o investimento da Rosoboronexport seria um contrato de venda de blindados GAZ Tiger para o Exército. Além de fincar sua bandeira em território brasileiro e abastecer o mercado interno, a companhia vislumbra no projeto a possibilidade de montar uma cabeça de ponte para outras regiões, notadamente a América Latina e a africa. As negociações passam também por São José dos Campos. Com as bênçãos dos governos Dilma Rousseff e Vladimir Putin, a Rosoboronexport poderá selar um acordo estratégico com a Embraer Defesa & Segurança para o desenvolvimento de tecnologias voltadas a aviões de combate e aeronaves de carga.

Citi e HSBC encenam a volta dos que não foram

22/04/2015
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Será a oportunidade pela qual o Citi tanto esperou ou uma piada de salão? A provável saída do HSBC do Brasil, tratada pela mídia internacional como fato consumado, põe sobre a mesa a possibilidade de o banco norte-americano sair do seu longevo estado de prostração, chacoalhar sua operação no país e, mais do que isso, justificar a sua permanência por estas bandas. A aquisição dos ativos do grupo inglês no país representaria a ressurreição do Citi no Brasil, recolocando-o numa posição que há tempos o banco não ocupa. É bem verdade que, por ora, a negociação é vista pelo andar de cima da banca nacional como uma hipótese que beira o surrealismo, algo como um conto de Gabriel Garcia Marquez num quadro de Salvador Dalí. Desprestígio gera desprestígio. Entre os grandes grupos financeiros internacionais presentes no Brasil, não há ninguém que seja visto por seus pares com tamanho descrédito e até mesmo uma boa dose de indiferença quanto a dupla anglo-americana. Há quem diga até que uma eventual venda das operações do HSBC no país para o Citi seria um negócio feito de zumbi para zumbi. Que seja, mas piorar, porém, é para lá de difícil. HSBC e Citi figuram entre os 12 maiores conglomerados financeiros do planeta, somando mais de US$ 4,4 trilhões em ativos. No mundo, portanto, qualquer negociação entre estes dois colossos seria tratada como uma final de Champions League. No Brasil, contudo, ambos são vistos como times de segunda divisão. O Citi, que um dia chegou a ter uma razoável presença no varejo bancário nacional, definha lentamente em praça pública. O banco, que lá fora nunca dorme, por aqui hiberna e perde importância relativa ano após ano. No início do século, os norte-americanos respondiam por 1,7% do total de ativos bancários no Brasil. Hoje, o tamanho da sua fatia não passa de 0,8% do bolo. Por sua vez, o HSBC também reúne uma série de insuficiências – não obstante ter o triplo do tamanho do Citi no país. Enquanto seus congêneres nadam de braçada e colhem lucros cada vez mais expressivos, os ingleses conseguiram a proeza de registrar um prejuízo de R$ 549 milhões no Brasil em 2014. Por essas e outras, hoje a imagem do HSBC no país é a de um banco pequeno, quase provinciano, o que, aliás, se reflete no baixo interesse da concorrência pelos seus ativos no mercado brasileiro. Apesar de todos os pesares, contra um e contra outro, quando o Citi terá uma chance como esta para alavancar sua posição no ranking bancário nacional? Com a aquisição do HSBC Brasil, os norte-americanos saltariam da marca de R$ 60 bilhões para quase R$ 230 bilhões em ativos no país. Significa dizer que a operação permitiria ao Citi ultrapassar, em um só sprint, Votorantim, Safra e BTG, consolidandose como o quarto maior banco privado do Brasil – atrás apenas de Itaú, Bradesco e Santander. Ao Citigroup o que não falta é capital para uma investida como essa. Até porque o eventual leilão pelos ativos do HSBC no país promete ser bem murcho. Além do mais, a operação teria um valor simbólico intangível, ao recolocar o Citi no game no maior mercado da América Latina. Se os norteamericanos não tomarem esse bonde que passa a  sua frente, aí o melhor mesmo seria imitar o HSBC e pegar o primeiro voo de volta para casa.

#HSBC

Reprise

22/04/2015
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Dez anos após pedir a conta e encerrar suas operações no Brasil, o banco italiano Intesa Sanpaolo está de volta. Já abriu escritório em São Paulo e aguarda autorização do BC para atuar como banco múltiplo. Vai concentrar sua atividade na área de crédito corporativo. Que tenha melhor sorte dessa vez.

Petrobras dá um passo para longe do setor sucroalcooleiro

20/04/2015
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No que depender da Petrobras, a participação do álcool na matriz energética brasileira vai cair ainda mais. A companhia vai decretar uma espécie de moratória sucroalcooleira, fechando as torneiras para os investimentos no setor. A primeira a receber o impacto da decisão será a Tereos, sócia da estatal na Açúcar Guarani. Os franceses podem esperar sentados pelo Godot da Avenida Chile. A Petrobras não pretende sequer efetuar o último dos cinco aportes anuais de R$ 300 milhões na Guarani, referentes a  compra de 46% da empresa – negócio selado em 2010. O prazo limite para o desembolso é outubro. Mas, desde já, a estatal busca mecanismos para se livrar da quitação da derradeira parcela e se desfazer da sua participação na sucroalcooleira antes mesmo dessa data. Ressalte- se que a associação com a Tereos foi a maior operação feita pela Petrobras Biocombustíveis. Ao todo, a petroleira já injetou mais de R$ 1,2 bilhão na Guarani. O desembarque da Petrobras no capital da Açúcar Guarani remete ao segundo mandato de Lula, quando a estatal e o próprio BNDES entraram em campo para fomentar a indústria sucroalcooleira nacional: a petroleira, com a compra de participações em usinas; o banco, com uma farta temporada de empréstimos ao setor. A joint venture com o Grupo São Martinho, que deu origem a  Nova Fronteira Bioenergia, também data dessa época – a operação foi fechada em junho de 2010. Aliás, o ramo da família Ometto que controla a São Martinho já pode ir se acostumando com a ideia de olhar para o lado e não enxergar a Petrobras. O meia-volta, volver da Petrobras se dá justo no momento em que o governo faz um novo movimento para aumentar as vendas de etanol e aliviar o garrote que aperta as usinas sucroalcooleiras. Em março, o índice de álcool misturado a gasolina passou de 25% para 27%. A medida tem a melhor das intenções: proteger uma indústria que fechou mais de 60 mil postos de trabalho nos últimos dois anos. A Petrobras, no entanto, está fora desse mutirão pró-etanol. Neste momento, não há nada mais anacrônico e deslocado na carteira de ativos da estatal do que os penduricalhos societários no setor. Até porque essa é uma área que só deu prejuízo a  companhia. A própria Guarani, por exemplo, acumula perdas de R$ 140 milhões nos últimos anos. A esse desencaixe estratégico soma-se também a necessidade da companhia de vender participações para fechar as feridas financeiras abertas pelo “petrolão”.

#Petrobras

Mitsubishi Motors é mais um prejuízo na conta do BTG

16/04/2015
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Em meio ao naufrágio da Sete Brasil e a  delicada situação financeira da Brasil Pharma e da Eneva, um novo fracasso paira sobre André Esteves. Cinco anos após se associar a  Mitsubishi Motors do Brasil, o BTG Pactual prepara- se para deixar o negócio. O banco já teria oferecido sua participação na montadora aos próprios japoneses da Mitsubishi e a private equities internacionais. Vai sair pela garagem dos fundos, levando no bagageiro um razoável prejuízo. Segundo informações filtradas junto ao próprio banco, as perdas chegam a US$ 150 milhões. A ocasião não poderia ser menos propícia para o desinvestimento. Quando se uniu a  Mitsubishi Motors, no início de 2010, o setor automotivo estava na crista da onda e a montadora havia acabado de concluir a expansão da sua fábrica em Catalão (GO). a€ época, a companhia acenava com investimentos de R$ 1 bilhão para aumentar a produção, mas, ao que consta, não chegou a desembolsar sequer a metade deste valor. A meta de duplicar a capacidade de produção da fábrica goiana perdeu sentido diante das circunstâncias do mercado. Entre janeiro e março deste ano, as vendas da Mitsubishi caíram 25% em relação aos três primeiros meses de 2014. Mesmo entre os demais acionistas do BTG, a associação com a montadora sempre foi vista mais como uma ação entre amigos do que exatamente como um investimento puro-sangue do banco. André Esteves e o empresário Eduardo de Souza Ramos, controlador da Mitsubishi Motors do Brasil e representante da marca japonesa no país desde a década de 90, se conhecem há mais de 15 anos e mantêm outros investimentos conjuntos. a€ época, não obstante o momento de pujança da indústria automobilística, sócios de Esteves teriam, inclusive, questionado a operação, mas manda quem pode e obedece quem tem juízo. De todo o modo, sempre chamou a atenção o extremo sigilo em torno da negociação entre o BTG e a Mitsubishi. Até hoje, as duas partes jamais confirmaram oficialmente o valor do aporte e sequer o tamanho da participação societária envolvida no acordo.

#BTG Pactual

Hering se equilibra entre a paz financeira e a guerra societária

15/04/2015
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Fabio Hering, herdeiro e CEO de um dos maiores grupos do setor de vestuário do país, vive um paradoxo. Há três anos, ele faz tudo sempre igual: entrega aos acionistas um lucro médio acima dos R$ 300 milhões, uma rentabilidade sobre a receita em torno dos 20% – bem superior aos índices da indústria têxtil – e algo perto de R$ 100 milhões em dividendos. Ainda assim, não tem paz. Um grupo de minoritários da Hering, liderado pelos atiradores de elite BlackRock e Credit Suisse, está em pé de guerra com o empresário e sua gestão. Esta tropa de investidores acusa Fabio Hering, erigido pela família a  presidência há cinco anos, de ter transformado o grupo numa caixa preta. Os minoritários insurretos cobram maior transparência e exigem uma participação mais ativa na administração da companhia, incluindo a indicação de mais um conselheiro. Atualmente, eles têm apenas um representante direto no board – Marcio Guedes Pereira Junior, ex-diretor de investment banking do próprio Credit Suisse no Brasil. No ano passado, o BlackRock chegou a apresentar um nome para o Conselho, mas a iniciativa foi rechaçada pelos acionistas controladores. Os minoritários cobram maior disclosure em relação ao planejamento estratégico e a  política de investimentos conduzida por Fabio Hering. No ano passado, o empresário acenou com a abertura de 100 novas lojas com as bandeiras Hering, Hering For You e Dzarm. Não inaugurou sequer a metade. Não obstante os seguidos lucros obtidos pela companhia, os acionistas questionam a queda das margens, notadamente na operação de varejo. No ano passado, a retração chegou aos dois pontos percentuais – número que poderá ter maior impacto sobre a última linha do balanço em um período de estiagem no consumo. Em tempo: o mercado, de um modo geral, parece fazer coro a  insatisfação dos bancos e fundos minoritários da Hering. Mesmo com os resultados apresentados pela empresa, a gestão de Fabio Hering tem merecido bola preta nas bolsas. No ano passado, o valor de mercado da Hering caiu 37% – no mesmo período, o Ibovespa recuou 2,91%.

#Hering

Santander

10/04/2015
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No Santander, muitos já se perguntam quem efetivamente é o manda-chuva do grupo no Brasil: Jesús Zabalza, presidente da subsidiária desde 2013, ou Sergio Rial, que assumiu o comando do Conselho de Administração há apenas dois meses? Rial chegou ao banco com um grau de ingerência sobre a gestão executiva raras vezes visto entre seus antecessores.

Sob a bênção e a inspiração de Ignácio Rangel

2/04/2015
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Essa fica na cota de um economista carioca próximo da equipe econômica, mas que mantém discrição em relação a esta intimidade: o governo precisa temperar o ajuste fiscal com um pacote de desmobilização de ativos públicos. A medida tem pelo menos dois bons motivos. O primeiro, mais prosaico, é que a desmobilização ajudaria no alcance da meta fiscal. Com o reforço das verbas decorrentes da alienação patrimonial, o target poderia – quem sabe? – ser superado, glória das glórias. O segundo motivo seria de caráter psicológico. A demonstração de que o governo não está somente disposto a fazer o corte linear de despesas – o chamado corte “burro”, que acaba atingindo mais os investimentos, devido a  proteção constitucional de alguns custos e engessamento de outros – seria uma sinalização e tanto. O ajuste fiscal levaria em conta a privatização e a venda de ativos da União. Muito já foi dito sobre essas joias da coroa: ações da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Embrapa, algum percentual da carteira do BNDESPar, direitos minerais, usinas nucleares, investimentos imobiliários. Nos exemplos mais agudos de risco político, seria garantido o controle nacional, quer seja através da manutenção de 51% do capital, quer seja pelo uso da experiência bem-sucedida da golden share. Uma questão que surge é o tempo exíguo para que se monte uma operação dessa magnitude. Sim, o tempo é justo, o que só valorizaria a disposição do governo em fazer um ajuste metade sangrento, metade cicatrizante, com um fortíssimo apelo na formação de expectativas favoráveis. Caberia a  Fazenda e ao Planejamento montar forças- tarefas para a precificação e desenho do modelo de alienação dos ativos. Pode ser que não haja mais uma sumidade como José Luiz Bulhões de Pedreira disponível na praça, mas tem muita gente boa que daria conta do desafio. O tal espírito animal seria desperto, os investimentos cresceriam, o ajuste fiscal ocorreria de forma menos áspera, as empresas se beneficiariam de um entrelaçamento maior com o setor privado e Levy sairia consagrado. Há muito de idealização nessa proposta e suas conclusões. Mas o autor garante que ela teria de estar na mesa de discussões do governo. Afinal, novidade é a mercadoria mais escassa da nossa política econômica.

Petrobras é sinônimo de ficha suja para estaleiros

1/04/2015
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Foi-se o tempo em que a Petrobras era uma boa companhia que fique bem entendido o jogo de palavras da afirmação. Se, ao longo da história, ter uma relação comercial com a petroleira sempre foi uma demonstração de prestígio e um atestado de proficiência, hoje há um claro receio dos prestadores de serviço em aparecer na mesma foto em que a estatal. Aos poucos, estes fornecedores ensaiam um processo de descolamento da companhia. É o caso da QGI Brasil, a antiga Quip, controlada pela Queiroz Galvão (80%) e pela Iesa a“leo e Gás (20%) e dona do estaleiro Honório Bicalho, na cidade de Rio Grande (RS). No melhor estilo “Toma que o filho é teu”, a empresa está devolvendo a  Petrobras o contrato para a construção de duas plataformas, a P-75 e a P- 77. Os equipamentos deveriam ser entregues ainda neste ano, mas, até o momento, apenas 30% do processo de montagem estão concluídos. A QGI ganhou a licitação para o fornecimento das duas plataformas em 2013, ao preço de US$ 800 milhões cada uma. A dobradinha OSX/Mendes Junior vai pelo mesmo caminho da QGI e também se mexe para se desgrudar da Petrobras. Neste caso, a dupla parece ter encontrado uma “solução de mercado”. Com a concordância da própria estatal, está repassando a um grupo chinês o contrato para a integração dos módulos e montagem de dois FPSO (embarcações para o armazenamento e transferência de óleo), cuja licitação ocorreu em 2012. Ao todo, o projeto está orçado em aproximadamente US$ 900 milhões. Ao contrário do que as circunstâncias possam sugerir, o descolamento da Petrobras não é motivado (apenas) pela inadimplência da companhia. O que move os prestadores de serviço é, notadamente, o risco de crédito. Ter contrato com a estatal virou um estigma. Hoje, o fato de uma empresa carregar em sua carteira contratos futuros e performados da Petrobras tornou- se, por si só, um óbice para a obtenção de recursos. Nem é necessário ser um ficha suja. Vide o caso da própria QGI. A empresa cometeu o “pecado” de ter tido entre seus sócios a UTC Engenharia e a Camargo Corrêa, encalacradas até o pescoço com a Lava Jato. Ambas já deixaram o negócio: a primeira em julho de 2013; a segunda, sete meses depois. No entanto, o estaleiro paga o preço pelo malfeito alheio. Ou seja: a maldição do “petrolão” inverteu a ordem natural das coisas: hoje, um fornecedor da Petrobras precisa provar, de antemão, que não tem culpa no cartório. Há ainda outro fator que estimula a devolução dos contratos. Os prestadores de serviço sabem que, na atual conjuntura, pleitos absolutamente dentro das regras do jogo como ampliação dos prazos de entrega e aditivos para cobrir aumento de custos do projeto não serão aceitos pela Petrobras. Sendo assim, melhor passar o bastão para outro corredor. A questão é que a bola de neve não para de crescer: empreiteiras, estaleiros, bancos… Aos poucos, os mais diversos setores têm sido carregados pela avalanche da Lava Jato, o que só aumenta a necessidade de uma emergencial freada de arrumação neste processo. Se não houver uma pronta intervenção por parte do governo, crescem consideravelmente as chances de uma debandada em massa dos fornecedores de capital nacional, deixando a porta escancarada para a chegada de forasteiros. É tudo o que a gringolândia mais deseja.

#Camargo Corrêa #Petrobras #Queiroz Galvão

Poucos metros separam o Safra do HSBC

31/03/2015
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Só a título de ilustração: a sede do Banco Safra em Mônaco fica ao lado do suntuoso Hotel Café de Paris de Monte Carlo, bem em frente ao badalado cassino. Um bocadinho que seja daquelas fortunas depositadas no Safra devem sair de lá direto para girar nas roletas ou evaporar nas mesas de bacará. A sua direita, descendo uns 200 metros de ladeira fica o HSBC de Mônaco. Segundo informações obtidas por um correntista internacional, o Safra está sugando os clientes do HSBC, principalmente brasileiros. A instituição lavadora de dinheiro tupiniquim que alugou as páginas da mídia elevou a s alturas as taxas de administração de “pequenas fortunas” – leia-se US$ 2 milhões a US$ 3 milhões. Por esta razão, muitas contas mais “modestas” foram fechadas. Mas o HSBC que nos perdoe! Respira-se Safra no Principado. Não é preciso dizer o perfil do seu cliente. Ele é fiel e atravessa em média três vezes por ano o corredor bucólico, coberto de plantas que leva a  fortaleza dos Safra. Se você quiser esquecê-los, cuidado para o lado que vira. Se for a  direita, a uns setecentos metros do HSBC, de frente para Marina, está incrustado o prédio em cujo apartamento foi vitimado Edmond, o Safra manda-chuva – Joseph e Moses eram “Safrinhas”. A debandada para o banco de Joseph enseja um possível risco de “SafraLeaks”. Que seja, pois depois de tanto rolo nos últimos anos o banco deve estar cuidadosíssimo. Do jeito que anda, o êxodo do ervanário caminha em sua direção, apesar da concorrência de uns bancos badalados, tais como o Jules Bere e o Union Bancaire Privé. Nessas circunstâncias, não parece haver outro conselho: “Ei, você aí, que tem US$ 5 milhões e quer esse dinheiro bem distante e na moita, não tenha dúvida: vem para o Safra você também!”

#Banco Safra #HSBC

A morte e a morte do capitalismo de Estado

23/03/2015
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O quartel-general do Insper, instituição de ensino da ciência econômica, administração e direito, nessa ordem de importância, fica localizado na Rua Quatá, Vila Olímpia, endereço nobre de São Paulo. Nas proximidades, no Ibirapuera, respirase o pouco ar puro que sobrou na cidade. O bucolismo do parque, contudo, não encontra qualquer associação com a usina efervescente de ideias que funciona nos porões do Insper. Naquela casa, o vice-presidente da instituição, Marcos Lisboa, é o maestro de uma sinfonia wagneriana sobre economia aplicada, cuja inspiração é o assassinato do capitalismo de Estado.”Marquinhos”, conforme é chamado na academia e no mercado, já jogou em vários times -pertenceu, por exemplo, aos quadros da FGV e foi secretário de política econômica na gestão de Antônio Palocci na Fazenda. Mas parece ter se encontrado no Insper, sobre os auspícios do ex-banqueiro Claudio Haddad, o menos parlapatão dos economistas conservadores do país. O discreto Haddad foi o quarto mosqueteiro do trio de ouro do Garantia -Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira. Não aparecia na foto e ganhava muito menos, o que, ainda assim, significava muito. Decidiu tirar o Ibmec do economista Paulo Guedes e depois extraiu o Insper das entranhas do Ibmec, deixando uma marca de ódio entre ambos os acionistas. É ele o grande patrono da nova agenda macro e microeconômica que vem sendo forjada por um batalhão de economistas. “Marquinhos”, seu regente eleito, constituiu uma joint venture informal com a faculdade de economia da PUC-RJ, celeiro do Plano Real, onde hoje se encontram os economistas reflexos do Insper. A agenda, assumidamente liberal, pretende desmontar a estrutura que deu ao PIB brasileiro 60 anos seguidos de crescimento médio em 7%. Será entregue ao futuro mandatário, em 2018 -ou antes, se for o caso. Os economistas do Insper sabem que trabalham sobre um cenário de terra arrasada. Não se trata de caracterizar o ajuste fiscal como uma política liberaloide. Até o professor Celso Furtado, que está sentado a  esquerda do deus exdesenvolvimentista, praticou um bruto arrocho com seu Plano Trienal, em idos hiperinflacionários. Mas o estrago que a presidente Dilma Rousseff provocou, com seu esquizofrênico ativismo estatal, não tem paralelo. O sistema de propulsão da economia brasileira sempre foi constituído de uma gigantesca companhia, a Petrobras -com funções de agência de interiorização e desenvolvimento -, um banco de fomento, o BNDES, dois grandes bancos varejistas, com impacto social e poder de mediação no mercado de crédito, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal e o Complexo Eletrobras. Construí- lo demorou mais de seis décadas. Destruí-lo, custou só um quinquênio. A dizimação foi tamanha que eliminou os anticorpos contra a conquista pelos grupos de interesse. E os decantados investimentos sociais também serão reduzidos a título de melhoria da qualidade das políticas. O Insper vai fazer a sua agenda; outros farão também, homólogas. É o início apoteótico do ciclo conservador no Brasil, meio que na contramão do mundo. Tá tudo dominado!

Nova Cimangola já chega ao Brasil com o concreto armado

20/03/2015
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Dona de uma das maiores fortunas da africa e de uma extensa lista de controversos negócios, a empresária angolana Isabel dos Santos ensaia seu primeiro grande investimento no Brasil. Ao desembarcar, deverá pisar com seu scarpin da grife Roberto Cavalli – de quem chegou a ser sócia em uma boutique em Luanda – numa pista de cimento fresco. Os planos de Isabel para o lado de cá do Atlântico passam pela Nova Cimangola, uma das maiores cimenteiras da africa. A companhia é forte candidata a  compra de ativos no Brasil. Não poderia haver momento mais oportuno para a investida. Os angolanos vão deitar e rolar com a depreciação das empresas do setor, por causa do câmbio e da retração na construção civil. As atenções da Nova Cimangola estão especialmente voltadas para as fábricas que os cinco maiores players do setor, condenados por formação de cartel, terão de vender para atender a  determinação do Cade. No total, Votorantim, Camargo Corrêa, Holcim, Cimpor e João Santos serão obrigados a se desfazer de até 20% da sua capacidade instalada. Como se vê, são muitas as estradas a  disposição dos angolanos – os cinco maiores fabricantes do país terão de oferecer ao mercado o equivalente a quase 20 milhões de toneladas em produção. Ainda assim, não obstante as múltiplas opções, os caminhos da Nova Cimangola no Brasil parecem apontar para uma só direção: a Camargo Corrêa. Em uma eventual bolsa de apostas, a negociação com a construtora seria considerada pule de dez. A companhia brasileira tem ótimo trânsito junto ao governo de Angola, o que, na prática, significa dizer um homem só: o todo-poderoso José Eduardo dos Santos, pai de Isabel e presidente do país africano há mais de três décadas e meia. Nos últimos anos, a Camargo Corrêa atuou em importantes projetos de infraestrutura em terras angolanas, como a reconstrução da rodovia Lubango- Benguela e a implantação da linha de transmissão entre as cidades de Uíge e Maquela do Zombo. Reza a lenda que, para fechar alguns destes contratos, a Camargo Corrêa contou com os valiosos serviços de consultoria de José Dirceu. Este, não por acaso, mantém boas relações com a própria Isabel dos Santos, praticamente uma condição sine qua non para fazer negócios naquele país. Difícil encontrar um setor da economia em que a empresária não esteja presente. Além da Nova Cimangola, uma sociedade com o próprio governo, o naipe de empresas controladas por Isabel vai de bancos a postos de gasolina, passando pela área de telefonia, pela construção civil e por uma ampla rede de veículos de comunicação. Esta morena d’angola não leva um chocalho amarrado na canela, mas, sim, um patrimônio pessoal avaliado em mais de US$ 2 bilhões.

Acervo RR

Banpará

19/03/2015
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Mais de uma década após a última privatização de um banco estadual no Brasil – o maranhense BEM -, o governador do Pará, Simão Jatene, tem flertado com a ideia de vender o controle do Banpará.

Banpará

19/03/2015
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Mais de uma década após a última privatização de um banco estadual no Brasil – o maranhense BEM -, o governador do Pará, Simão Jatene, tem flertado com a ideia de vender o controle do Banpará.

O dia em que o dólar bateu nos R$ 4

12/03/2015
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Em um dia qualquer de maio, junho ou julho, o extraordinário Orson Welles, que, em 1938, apavorou a Costa Leste dos Estados Unidos ao narrar pelo rádio uma suposta invasão de marcianos, incorporou em um brasileirinho. O guri, vendedor de jornais, bravejava pelas ruas da cidade com a voz tonitruante de Welles: “Extra! Extra! O dólar chegou aos R$ 4.” O overshooting já se delineava desde o princípio de março com a moeda alcançando os R$ 3,15. Desde então, os extraterrestres invadiram o mercado de câmbio. Tudo ao mesmo tempo agora. Standard & Poor’s, Moody’s e Fitch rebaixaram o rating do Brasil. O Federal Reserve retirou os estímulos monetários de uma forma mais agressiva do que a prevista. Bancos internacionais recusaram as baixas contábeis no balanço da Petrobras, que teve de antecipar pagamentos dos seus débitos para não entrar em default. O Banco Central se viu forçado a vender US$ 50 bilhões das suas reservas cambiais, que baixaram para algo em torno de US$ 320 bilhões. A queima de moeda física foi necessária devido ao insucesso do lançamento de US$ 35 bilhões em swaps cambiais, cujo estoque saltou de US$ 113 bilhões, em março, para US$ 148 bilhões, o equivalente a 46% das reservas. Esse movimento de redução do lastro cambial, em vez de acalmar o mercado, deixou-o frenético. As remessas de lucros atingiram US$ 16 bilhões – o correspondente a 61% do valor total de 2014 -, com as empresas preocupadas que o dólar não tenha teto. O temor de um ataque especulativo atingiu o governo na fronte. Antes disso, o BC já tinha puxado a Selic para 18%, com viés de alta, em reunião extraordinária do Copom. O INPC anualizado ultrapassava os 10%, segundo previsão das instituições do mercado. De repente, o Brasil empobreceu de forma brutal. O valor de mercado das companhias abertas caiu de R$ 2,1 trilhões para R$ 1,5 trilhão. A título de comparação, trata-se do equivalente a 6,8 vezes as baixas contábeis de R$ 88 bilhões do balanço bastardo da Petrobras assinado por Maria das Graças Foster. A dívida privada em moeda estrangeira subiu de R$ 651 bilhões para R$ 826 bilhões. A Petrobras, que, de alguma forma, estava na origem do cataclismo, viu seu valor de mercado desabar de R$ 111 bilhões, em meados de março, para R$ 81 bilhões. Ou seja: mais do que o orçamento do Bolsa Família inteiro em 2014 (R$ 25 bilhões). Começaram a surgir boatos por toda a parte de que operações de hedge malsucedidas, a exemplo do que ocorreu no passado com as finadas Aracruz e Sadia, pululavam no mercado como lambaris no rio. Num intervalo de 15 dias, Joaquim Levy já havia contabilizado 27 entrevistas a diversos veículos garantido a firmeza do ajuste econômico. O alto-comando do governo reuniu-se com a presidenta Dilma Rousseff para decidir se ela faria um pronunciamento de rádio e TV em caráter emergencial. Xô, Orson Welles! Como se já não bastasse a realidade…

Chinese wall

10/03/2015
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Isso, sim, é independência do Banco Central. Ou, ao menos, do seu fundo de pensão. Helio Cesar Brasileiro, ligado ao DEM, está a s portas de emplacar o terceiro mandato no comando do Centrus.

UBS Brasil

27/02/2015
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A presidenta do UBS no Brasil, Sylvia Coutinho, tem se cobrado dia e noite pelos modestos resultados do banco. Nem precisava. De cobranças, já basta as que tem recebido dos suíços.

Sempre cabe mais um escudo na camisa da CEF

26/02/2015
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A nova presidente da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior, já entra em campo com a obrigação de espanar uma bola perigosa que ronda sua área. As verbas de marketing do banco destinadas a times de futebol têm sido alvo de intensas disputas, que misturam interesses políticos e uma certa dose de rivalidade clubística. Um exemplo é o Ba-Vi que está sendo jogado não na Fonte Nova, mas nos bastidores da Caixa. O próprio governador baiano, Rui Costa, tem feito longos lançamentos até Brasília com o intuito de acelerar o fechamento do acordo de patrocínio do banco ao Bahia. As negociações se arrastam há mais de seis meses. A CEF alega que o clube não apresentou todas as certidões negativas para débitos fiscais, condição sine qua non imposta pela instituição para liberar os recursos. A pressão na terra de todos os santos é grande, uma vez que o Vitória, o maior rival do Bahia, é patrocinado pela Caixa desde julho de 2013. O contrato gira em torno dos R$ 6 milhões ao ano. As caneladas na Caixa Econômica vêm também de Santa Catarina, terra de João Raimundo Colombo (PSD), o único dos governadores eleitos no Sul do país que apoiou a candidatura de Dilma Rousseff. O banco tem sido pressionado a estampar sua marca nas camisas do Avaí e do Joinville, que acabam de subir para a primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Mais uma vez, tudo em nome da isonomia. A CEF já patrocina o Figueirense e a Chapecoense, que disputaram a Série A no ano passado. A direção da Caixa chegou a cogitar a suspensão dos patrocínios a clubes de futebol em 2015. A confirmação da continuidade do apoio só veio há cerca de duas semanas. O suspense agora fica por conta do valor que será desembolsado pelo banco. No ano passado, os patrocínios a 15 clubes somaram cerca de R$ 105 milhões.

#CEF

Até onde é possível envernizar a imagem do HSBC no Brasil?

25/02/2015
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O HSBC já sente o fantasma da consolidação bancária bufando na nuca a  sua revelia. Mas, dessa vez, pelo menos dessa vez, não pretende deixar como está para ver como é que fica. O pequeno polegar da banca estrangeira no Brasil – o Citi é o dedo mindinho – vai reagir na base da pancada publicitária. Uma fonte do RR informou que o mandarinato do HSBC está debruçado sobre os numerários disponíveis para colocar no ar algo com a intensidade da campanha da “superação” feita pela Petrobras. A ideia força da publicidade, obviamente, seria outra. A preocupação maior do HSBC não é com a sova que vem levando no varejo bancário, razão tangível dos seus prejuízos em um momento em que a banca de um modo geral realiza gordos lucros. O HSBC teme a eventual mancha que a profusão de suas contas bancárias inconfessáveis possa produzir sobre sua imagem. O “SwissLeaks”, que traz a reboque a possível devassa de mais de cem mil contas movimentadas ilegalmente no HSBC da Suíça entre 1998 e 2007, ameaça jogar por terra a garantia de sigilo da instituição. Que ativo maior um banco pode ter se não a confiança de seus clientes? Se a Receita Federal e o Coaf conseguirem esticar a mão e alcançar os supostos 8.867 correntistas brasileiras, entre pessoas físicas e jurídicas, envolvidos no esquema, a imagem da instituição no país pode descer o ralo de vez. Caso seja fixada a mensagem de que o HSBC é o banco da contravenção, operações como a do consignado, cuja timidez contribuiu para borrar o seu balanço, serão o menor dos problemas do banco. O HSBC tem a tradição de ser sólido como uma rocha. No Brasil, contudo, o calcário dessa pedra vem erodindo. Os gastos com publicidade são baixos, o investimento em capital humano, diminuto, e as verbas com expansão, muito aquém da concorrência. O HSBC Brasil acaba de anunciar que, no ano passado, teve perdas, antes de impostos, de US$ 247 milhões, o pior desempenho do grupo em toda a América Latina. O prejuízo estava mais do que cantado pela sequência de números cadentes ano após ano. Em 2012, a instituição teve um lucro de R$ 1,3 bilhão. No ano seguinte, a última linha caiu para R$ 411 milhões. O pior estava reservado para 2014. Aliás, terá sido mesmo o pior? Se não meter a mão no bolso e acertar na mensagem da publicidade institucional, o HSBC pode procurar seu lugarzinho na prateleira de venda. “O banco dos meliantes” é um epíteto forte demais até para esse potentado sino-britânico.

#Citi #Coaf #HSBC

Concessões rodoviárias trafegam sobre o meio fio

23/02/2015
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A Operação Lava Jato não está sozinha. Uma conjugação de fatores ameaça jogar para o acostamento as licitações de rodovias realizadas pela ANTT em 2013 e 2014, tão festejadas por Dilma Rousseff. Há um risco real de defecções por parte dos investidores e, no limite, até mesmo de revisão ou cancelamento dos leilões. Os buracos na pista começam pelo funding dos projetos. O BNDES assegurou o financiamento de até 70% dos investimentos obrigatórios previstos no edital. Até agora, no entanto, não há qualquer compromisso contratual firmado entre os concessionários e o banco. Por ora, os consórcios vencedores da licitação receberam do BNDES apenas um term sheet, com as condições previstas para o desembolso dos empréstimos. Ou seja: tudo ainda está somente no campo das boas intenções. E boas intenções não pagam máquinas e equipamentos, fornecedores, cimento, operários etc. Outro fator de risco para a continuidade dos projetos são as draconianas condições impostas nos editais de licitação. Quando as concessões foram levadas a leilão, ainda não havia ?petrolão?, empreiteiras engessadas, dólar a  beira dos R$ 3,00, retenção de financiamentos públicos e ameaça de recessão. Tampouco havia a perspectiva de uma disparada no custo do asfalto, produto de preços administrados. No fim do ano passado, mais precisamente entre os dias 24 de novembro e 22 de dezembro, a Petrobras promoveu dois aumentos do insumo, que representaram uma alta acumulada de quase 40%. A realidade, portanto, mudou brutalmente desde o momento em que o governo definiu as regras para os leilões realizados nos últimos dois anos. Naquele momento, em meados de 2013, a exigência de duplicação das rodovias em cinco anos parecia palatável. Na atual conjuntura, tornou-se inexequível. Guardadas as devidas proporções, tal regra está para as concessionárias de rodovias assim como a obrigatoriedade de ter 30% de todos os blocos do pré-sal está para a Petrobras. Trata-se de uma exigência absolutamente despropositada para as circunstâncias, um bode que o governo colocou no meio da estrada e agora será obrigado a retirar sob o risco de assistir a  desistência de alguns investidores e, consequentemente, ao cancelamento de concessões já realizadas. O temor maior é com relação aos espécimes de menor porte. Um exemplo é o Consórcio Planalto, que arrematou a licença para operar a rodovia BR-050, entre Goiás e Minas Gerais. Nenhuma das nove empreiteiras que compõem o condomínio de investidores figura entre o primeiro time da construção pesada no Brasil. As concessionárias reivindicam também a adequação das exigências e metas de investimento a s particularidades de cada projeto. Os editais não levam em consideração especificidades e diferenças técnicas entre uma rodovia e outra. O modelo atual é uma peça monocromática, igual para todas as concessões, o que só agrava as distorções de custo. Já está mais do que na hora de o governo ouvir um velho pleito do ex-ministro Delfim Netto, para quem o Brasil deve parar de improvisar nas concessões públicas e recorrer a  moderna teoria dos leilões, com seus mecanismos de proteção para impedir que processos como esse naufraguem. Voluntarismo dá nisso: é muito buraco na estrada.

#ANTT #BNDES

BTG Pactual se esquiva dos respingos da Lava Jato

20/02/2015
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Das duas uma: ou André Esteves acredita que a situação da Petrobras vai piorar ainda mais ou, então, avalia que o risco político não compensa qualquer proximidade da companhia neste momento. Só isso explica a decisão do BTG Pactual de se despir do figurino de fornecedor da estatal e vender suas empresas na área de óleo e gás mesmo com a forte depreciação dos ativos do setor. O banco procura um comprador para a DSB Investimentos, holding que controla a Deep Sea Supply BTG (Dess BTG) e a Bravante. As duas empresas são donas de uma das maiores frotas de apoio a atividades offshore do país, que atende, notadamente, a  Petrobras. São 60 embarcações, entre equipamentos próprios e de terceiros. O principal candidato a  aquisição está sentado bem ao lado do BTG. Trata-se do FIP Brasil a“leo & Gás, fundo administrado pela Valora Gestão de Investimentos, que, desde maio deste ano, detém uma participação minoritária na DSB. Quem corre por fora é a Goldman Sachs. O banco norte-americano está montando um fundo de participações na América Latina com foco na área de energia, notadamente petróleo e gás e atividades afins. Com a venda da DSB, André Esteves enterra de vez a pretensão de montar uma grande operação integrada de supply chain. Na outra ponta, o BTG Pactual já jogou a toalha em relação a  recuperação da Sete Brasil, da qual é acionista. A empresa, que fornece sondas para a Petrobras, vive uma situação dramática. Precisa levantar cerca de R$ 2 bilhões para honrar dívidas que vencem no curto prazo. Não é de hoje que o BTG sinaliza a disposição de pular fora do setor. A evidência mais aguda veio em 2013, quando o banco desistiu da compra da Companhia Brasileira de Offshore (CBO), então pertencente ao Grupo Fischer e posteriormente arrematada pelas gestoras Vinci e P2. Desde então, Esteves e cia. têm reduzido consideravelmente os aportes na Dess BTG e na Bravante. Originalmente, o plano de investimento das duas empresas para o biênio 2014/2015 girava em torno dos US$ 600 milhões – a maior parte destes recursos destinada a  compra de dez navios. Metade seria construída nos Estados Unidos e o restante, no estaleiro da própria Bravante, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. Até agora, no entanto, apenas um terço da cifra foi efetivamente desembolsada e a direção da DSB trabalha com a expectativa de encomenda de apenas cinco novas embarcações. Em tempo: e os campos de petróleo na africa que o BTG adquiriu junto a  Petrobras em condições de mãe para filho? Nesses, o banco não mexe. Trata-se de um operação rentável, cujo risco político já está devidamente amortizado.

#BTG Pactual #DSB #Petrobras

“Síndrome de Bendine” marca a sucessão no Marfrig

12/02/2015
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 Guardadas as devidas ressalvas e proporções, o Marfrig também tem seu Aldemir Bendine. Recém-escolhido para o cargo de CEO do frigorífico, Martín Secco Arias terá de suar sangue para convencer o mercado de que é o homem certo no lugar certo. A pré-estreia não foi das mais promissoras. No melhor estilo Bendine, a confirmação do seu nome já foi o suficiente para irradiar uma onda de mau humor entre os investidores, acentuar a desconfiança em relação a  companhia e jogar para baixo o valor da ação. Nos últimos 20 dias, o papel caiu 12% – no mesmo período, o Ibovespa subiu quase 1,5%. Mas por que tamanha má vontade com o substituto de Sergio Rial, que está deixando a empresa para presidir o Conselho de Administração do Santander no Brasil? Aos olhos dos fundos de private equity e demais minoritários do Marfrig, a indicação de Secco é um forte indício de que o acionista controlador, Marcos Molina, voltará a dar as cartas na gestão da empresa, dizimando o processo de profissionalização implantado nos últimos dois anos e personificado na figura de Rial. É aí que mora o perigo. Para os investidores, Marcos Molina é sinônimo de gestão ineficiente, pouca transparência, erros de estratégia, compra de ativos duvidosos e, sobretudo, aumento do passivo. Este talvez seja o ponto que mais aflige os acionistas do Marfrig. O temor é que a saída de Rial e o retorno de Molina a  linha de frente da gestão executiva coloquem em risco a reestruturação da dívida da companhia. É bem verdade que o frigorífico contou com um cafuné do BNDES. O banco adiou de junho desse ano para janeiro de 2017 o vencimento de R$ 2,5 bilhões em debêntures da empresa. Nada que desmereça a gestão de Sergio Rial, reconhecida pelo alongamento do perfil da dívida, fechamento de ativos deficitários, aumento da geração de caixa e cumprimento das metas de receita e rentabilidade. Sergio Rial e Marcos Molina sempre tiveram um relacionamento marcado por altos (poucos) e baixos (muitos). Em dois anos e meio da gestão Rial, foram muitas as divergências, a maioria delas decorrente do apetite do executivo em cortar, cortar e cortar. A percepção é que Martín Secco – que entrou para o grupo há oito anos, quando o frigorífico de sua família no Uruguai, o Tacuarembó, foi adquirido pelo Marfrig – não tem uma carapaça suficientemente dura para resistir a s interferências do empresário. Aliás, os investidores consideram sintomática a decisão anunciada pelo Marfrig de manter o frigorífico de Alegrete aberto por mais um ano – no início de janeiro, a empresa havia anunciado a desativação da unidade. Consta que Rial era o principal defensor do fechamento da operação. Será um sinal de novos tempos no Marfrig?

#Aldemir Bendine #Marfrig

Trem pagador

11/02/2015
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Em meio ao deserto de fatos positivos na área de infraestrutura, enfim uma boa notícia: o Eximbank norte-americano deverá liberar uma linha de crédito de US$ 1 bilhão para a financiar a construção de ferrovias no Brasil. Durante sua recente passagem por Davos, o próprio ministro Joaquim Levy teve uma conversa com representantes do banco para tratar do assunto.

Descrédito

11/02/2015
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O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, tenta reabrir as negociações com o governo brasileiro para a criação do Banco do Sul. O problema é que nem mesmo Marco Aurélio Garcia, assessor de Dilma Rousseff para assuntos venezuelanos e afins, leva fé no tamborete bolivariano.

Société Générale

5/02/2015
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Em 14 de maio de 2014, o RR já antecipava a intenção do Société Générale de vender o Cacique e deixar o segmento de varejo no Brasil. Essa é uma daquelas horas em que o RR preferia ter errado feio: segundo informações que chegam da Europa, o banco poderá fazer mais de mil demissões no país.

Ao relento

3/02/2015
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O ex-senador Osmar Dias anda se sentindo meio órfão. O motivo não está muito claro, mas seu partido, o PDT, não tem feito lá muita força para assegurar sua permanência na vice-presidência de Agronegócio do Banco do Brasil.

A “morte e vida joaquina” da microeconomia

27/01/2015
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A agenda microeconômica de que o Brasil precisa já deveria ter começado há um século. Em um mundo idealizado, Joaquim Levy faria imediatamente uma convocação cívica ao economista Marcos Lisboa – o tucano José Roberto Mendonça de Barros também é talhado para o cargo, mas seu custo político o inviabiliza. “Marquinhos” tocou uma espécie de gabinete de desatar nós microeconômicos durante a gestão Antônio Palocci, herdando o portfólio de ideias da chamada “agenda perdida”. Foi levado por Palocci, tal qual Levy por Dilma Rousseff, sem lenço nem ideologia, por puro pragmatismo. É bom de ouvir que a agenda micro não dói; já a macro machuca. Por isso tudo, ajuste austero deve ser amaciado com um programa microeconômico. Enquanto o “Darth Vader Levy” está mandando bala, cortando aqui e estripando acolá, esse outro rincão do Ministério da Fazenda, ou quiçá do Planejamento, estaria dedicado a trabalhar para o lado bom da força, lubrificando a engrenagem econômica, sem subsídios financeiros ou incentivos fiscais. A agenda micro desburocratizaria a economia, resgataria o programa draw back verde amarelo, ao mesmo tempo em que reduziria os entraves a s importações consideradas fundamentais para o aumento da produtividade. Livraria a Petrobras da obrigatoriedade de participação da exploração em todos os campos de petróleo. Com base na moderna teoria de leilões, simplificaria as licitações para as concessões, instituiria o project finance pleno, reestruturaria o sistema de financia- mentos do BNDES, compartilhando suas operações com a banca privada, de forma a estimular sua participação em empréstimos de longo prazo. A agenda micro iria além. Criaria um sistema de prestação de contas dos bancos públicos – BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica etc – obrigando a divulgação de argumentos socioeconômicos pelas quais estas instituições decidiram emprestar eou participar do capital de empresas. Agilizaria os licenciamentos ambientais. Levaria para o Palácio do Planalto alguns gabinetes que deveriam ser plenipotenciários, tais como o de regulação das obras e concessões prioritárias. O ex-presidente da Vale Eliezer Batista, em entrevista ao RR publicada na edição nº 4.999, disse que o gabinete da Agência Nacional de aguas (ANA) deveria ser transferido para a própria Presidência da República. Um sapecão de boas notícias permitiria a Joaquim Levy praticar as necessárias perversões sem parecer que a economia está circunscrita somente a cortes e despesas torturantes. O ministro da Fazenda, caso decida caminhar nessa direção, tem um naipe de ouro em suas mãos. Basta ir buscar o bom e velho professor Aloisio Araújo, que veste a camisa 10 nesse assunto, e os professores Ruben Penha Cysne, Roberto Castello Branco e Sergio Werlang, uma turma da FGV, que, em nome da amizade e respeito a Levy, provavelmente aceitaria colocar as mãos na massa. O Brasil só perde mais essa oportunidade para dar uma melhoria na sua produtividade se quiser. Ou se Dilma não deixar.

#BNDES

Correios montam fundo imobiliário em casa

13/01/2015
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Revoluções por minuto nos Correios. Além dos planos de entrar em telefonia e de fazer um spinoff de suas operações de logística – ver RR, respectivamente, edições nºs 5.022 e 4.998 -, a estatal estuda reunir seus ativos imobiliários em uma nova empresa. Formalmente, a companhia nega o projeto. Mas, segundo o RR apurou, os Correios pretendem criar um fundo lastreado nessa carteira de imóveis, avaliados em torno de R$ 1,5 bilhão. A operação já nasce como um dos arranha- céus do segmento. A nova subsidiária dos Correios terá 50% das cotas do fundo – o restante será oferecido a investidores. Contabilizando-se apenas os imóveis próprios da estatal, o novo fundo será um dos cinco maiores do país, atrás apenas de gigantes como o BB Progressivo II, lastreado em agências e prédios comerciais do Banco do Brasil, e o BTG Pactual Corporate Office Fund. Para efeito de comparação, o fundo dos Correios representará quase metade da carteira do BTG, com patrimônio em torno de R$ 3,5 bilhões.

Walgreens busca um biotônico nas prateleiras da Panvel

5/01/2015
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Há uma invasão estrangeira em curso no varejo farmacêutico nacional. Se, de um lado, a norte-americana CVS já comprou a Onofre e há meses tenta fisgar também a Drogarias Pacheco São Paulo (DPSP), por outro a não menos gigantesca Walgreens estaria em negociações para a compra da Panvel. Tratase da maior rede de drogarias da Região Sul, com 350 lojas e um faturamento anual próximo dos R$ 2,3 bilhões. Estima-se que o valor do negócio possa chegar a 15 vezes o Ebitda da Panvel, o equivalente a algo em torno de R$ 1,4 bilhão. A rede gaúcha é controlada pelo Grupo Dimed, do empresário Julio Mottin Neto, um dos maiores distribuidores de medicamentos do país. Uma fatia minoritária do capital – aproximadamente 16% – está nas mãos da gestora de recursos Investidor Profissional. A Walgreens não deverá entrar sozinha no negócio. Traz a reboque o grupo varejista europeu Alliance Boots, numa parceria doméstica: os norte-americanos são acionistas da empresa de origem anglo-suíça, com 45% do capital. Desde 2012, quando houve a associação, a dupla tornou- se a maior rede de distribuição e comercialização de medicamentos do mundo, um colosso com mais de 11 mil farmácias e uma receita superior a US$ 120 bilhões. A rigor, Walgreens e Alliance Boots já têm um pé no Brasil: em maio, ao comprarem o controle da rede de drogarias mexicana Saba, herdaram as lojas da GNC no país. O negócio, no entanto, é uma pilulazinha no fundo da prateleira do varejo farmacêutico. A empresa reúne somente 18 lojas especializadas na venda de vitaminas e produtos naturais. A Panvel, por sua vez, se encaixa perfeitamente no perfil do ativo que Walgreens e Alliance Boots procuram no Brasil: redes de forte presença regional, mas sem o fôlego financeiro necessário para montar uma operação em escala nacional. Em tempo: do lado específico da Walgreens, esta não é a primeira tentativa de cravar uma aquisição de peso no Brasil. No ano passado, os norte-americanos fizeram uma oferta pela BR Pharma, holding controlada pelo BTG Pactual, que congrega seis redes de drogarias. Na época, o banco rechaçou a proposta. Se fosse hoje… O BTG não vê a hora de deixar a empresa, que vive grave crise financeira e se tornou um sugadouro de recursos: neste ano, André Esteves e cia. tiveram de fazer um aporte emergencial de R$ 400 milhões na BR Pharma.

#BTG Pactual

Brasil e BolÁí‚­via espetam duas hidrelétricas em suas fronteiras

2/01/2015
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Dilma Rousseff e Evo Morales vão finalmente viabilizar a construção de duas hidrelétricas entre o Brasil e a Bolívia, projeto que repousa nas gavetas palacianas (em ambos os lados da fronteira) há cerca de cinco anos. Os dois países vão criar, ainda no primeiro trimestre deste ano, uma comissão bilateral. Caberá a este comitê elaborar o tratado energético que definirá as regras do jogo para a operação e gestão das usinas. O acordo é visto em Brasília como um movimento fundamental para garantir a oferta de energia no país a médio prazo. A capacidade total das duas hidrelétricas será equivalente a algo em torno de um terço de Itaipu, a segunda maior hidrelétrica do mundo, com 12 mil megawatts. O acerto com a Bolívia ainda carrega um componente diplomático: ajudará a reduzir os atritos por conta da construção das usinas de Santo Antonio e Jirau, no rio Madeira, muito próximas ao país vizinho. O governo de Evo Morales sempre se queixou que não havia qualquer compensação para o impacto ambiental que as duas hidrelétricas terão sobre o território boliviano. A contrapartida, ao que parece, tardou, mas chegou. O controle das duas usinas será dividido fifty to fifty. A comparação com o modelo bipartite adotado para a gestão de Itaipu é inevitável, mas o que o governo brasileiro mais quer é fugir desse benchmarking a s avessas. Até hoje a hidrelétrica é alvo de questionamentos entre o Brasil e o Paraguai, seja no que diz respeito a  partilha da energia gerada, seja em relação ao pagamento do passivo ainda referente a  construção da usina – os paraguaios devem mais de US$ 18 bilhões. Na tentativa de evitar futuros imbró- glios, a intenção do governo brasileiro é que o contrato das duas hidrelétricas tenha a chancela de uma instituição multilateral reconhecida pelos dois países, como o Mercosul. Da mesma forma que ocorreu em Itaipu Binacional, a Eletrobras participará como sócia pelo lado brasileiro. Parte do financiamento deverá ficar a cargo do BNDES e com bancos de fomento internacionais, como IFC e BID. As duas geradoras vão injetar no sistema elétrico brasileiro mais quatro mil megawatts em até cinco anos. A usina Ribeirão deverá ser erguida em Nova Mamoré (RO), com capacidade para três mil megawatts. Já a Cachoeira Esperança, com 780 megawatts, ficará localizada entre Guajará-Mirim, em Rondô- nia, e Riberalta, na Bolívia.

Em 2015, RR promete notícias de arrepiar

30/12/2014
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O assinante do Relatório Reservado não precisou esperar pelo café da manhã de Dilma Rousseff com os jornalistas que cobrem o Palácio do Planalto. A notícia sobre a abertura de capital da Caixa Econômica chegou primeiro no RR, mais precisamente no dia 24 de outubro, dois meses antes de Dilma anunciar o projeto. E quantos ministros da Fazenda cabem no noticiário? Bem mais do que os dedos das mãos podem contar. Em meados de novembro, já eram 18 os cotados pela mídia para assumir o posto de Guido Mantega. Pois no dia 17 de novembro, o RR trouxe em primeira mão o nome de Joaquim Levy como o mais forte candidato ao Ministério da Fazenda. Quando todos especulavam sobre a possível indicação de Luiz Carlos Trabuco, esta publicação dizia que o personagem “egresso do mercado, com o aval de Lula e capaz de mexer com as expectativas do empresariado” estava, sim, no Bradesco, mas “alguns andares abaixo da presidência do banco”. Levy era o “Trabuco possível” para o Ministério, cravou o RR. Dez dias depois, o ex-secretário do Tesouro era formalmente anunciado como o substituto de Mantega. Ao longo de 2014, o RR fez o que faz há mais de 40 anos: antecipou informações, revelou hoje o M&A de amanhã, descortinou a intimidade decisória das maiores corporações do país, escreveu a crônica do desamor societário, anteviu os movimentos de grandes líderes empresariais, auscultou os principais gabinetes da República. _____________________________________________________________________________________ O RR noticiou o IPO da Caixa Econômica dois meses antes de Dilma anunciar o projeto _____________________________________________________________________________________ Acompanhou o processo eleitoral sem jamais se esconder atrás dos fatos. Opinou sem ser partidário, interveio sem perder a independência. Tudo com o olhar atento e privilegiado dos que caminham nas coxias. O Relatório Reservado orgulha-se dos seus números. Em 2014, publicamos 2.110 notícias. Entre corporações, empresários, executivos e autoridades, a galeria de citados somou mais de 500 nomes. Destrinchar tais estatísticas é como gerar um eletrocardiograma do noticiário corporativo no ano. E, neste caso, nenhuma outra empresa teve tantos episódios de taquicardia quanto a Petrobras, por razões mais do que óbvias – e lamentáveis – a companhia mais mencionada no RR em 2014, com 82 registros. _____________________________________________________________________________________ Em 2014, publicamos 2.110 notícias, com mais de 500 nomes citados _____________________________________________________________________________________ O RR, ressalte-se, não caiu na armadilha do linchamento corporativo que, em muitos momentos, tem pautado a cobertura sobre o “petrolão”. Ao longo do ano, procurou separar a Petrobras, um símbolo do Brasil, da quadrilha que lá se instalou, por mais que os meliantes tenham se empenhado para evitar esta decantação e emporcalhar o nome da companhia. Entre as empresas mais citadas em 2014 figuram ainda nomes como Itaú, Eletrobras, Cemig, Previ, Votorantim e… BTG Pactual, o segundo no ranking de assiduidade no RR. E como uma publicação especializada em negócios e finanças poderia escrever sobre fusões, aquisições ou grandes costuras societárias sem mencionar o banco de André Esteves, quase que onipresente nas maiores operações de M&A no país? Entre os nomes mais poderosos do país, ninguém foi mais citado do que justamente o nome mais poderoso do país. Dilma Rousseff contabilizou 125 menções. O segundo? Ora, o segundo: Aécio Neves surgiu no RR em 54 edições. A diferença, claro, reflete o período do “mandato” de cada um. As referências a  presidente da República se espalham ao longo do ano. No caso de Aécio, as notícias ficaram concentradas durante o período eleitoral. Se bem que o tucano, por vezes, parece realmente acreditar que as eleições ainda não acabaram. Se Petrobras e BTG Pactual pontificaram no noticiário, nada mais natural que Maria das Graças Foster e André Esteves estejam entre os mais citados no RR em 2014. Este rol inclui ainda figuras como Benjamin Steinbruch, Jorge Paulo Lemann, Rubens Ometto, Jorge Gerdau, Roberto Setúbal e Abílio Diniz. Por falar em Abílio, ao apagar das luzes de 2014, no dia de 16 de dezembro, o RR informou que o empresário preparava “sua ceia de Natal no Carrefour”. Dois dias depois, era anunciada a venda de 10% do Carrefour Brasil para o ex-controlador do Pão de Açúcar. Há também o caso daqueles que estão se despedindo do ranking dos mais citados. Muito provavelmente Guido Mantega não estará entre os “mais mais” do RR em 2015. Já Joaquim Levy… Em 2015, o Relatório Reservado espera ser ainda mais Relatório Reservado: informativo, analítico, ácido, pero sin perder la ternura jamás, e, acima de tudo, “furão”, como diz o jargão jornalístico. Como qualquer publicação que carrega o compromisso com a antecipação do fato, o RR convive permanentemente com o risco do erro, até porque seu perfil editorial abre espaço para notícias com algum componente especulativo. _____________________________________________________________________________________ Em 16 de dezembro, o RR informou que Abílio Diniz preparava sua “ceia de Natal no Carrefour”. Bingo! _____________________________________________________________________________________ No entanto, o índice de acertos é muito superior a  coluna dos passivos. Arthur Hays Sulzberger, que comandou o The New York Times de 1935 a 1961, costumava dizer que “a notícia é um relatório de conflitos, e, a s vezes, os jornalistas, em seu ofício, tornam o fundo mais escuro e as sombras mais profundas do que realmente são”. O que fazer, se a melhor notícia, na maioria das vezes, está nas sombras… O que não está nas sombras é o agradecimento do Relatório Reservado a seus assinantes. O RR volta a circular na sexta feira, 2 de janeiro. A todos, um Feliz 2015!

No apagar das luzes de 2014

26/12/2014
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No apagar das luzes de 2014, circulou dentro do Citi Brasil a informação que o banco seria incorporado ao Itaú, em uma repetição do que ocorreu com o BankBoston. O interesse no negócio seria mais do Citi do que do Itaú. Os norte-americanos não estariam mais aguentando a decadência da subsidiária. Os funcionários do Citi Brasil mostraram-se descrentes com os rumores. A boa nova não passaria de um balão de ensaio. No Itaú, a simples menção a  ideia é recebida com o sinal da cruz.

Já murcharam a festa, pá, da Caixa Geral no Brasil

19/12/2014
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O que o dia 1º de janeiro de 2015 reserva para a Caixa Geral de Depósitos (CGD) no Brasil? Para os próprios executivos do banco – vista pelo mercado como uma instituição nanica no país – o anúncio de que a CGD Securities, a corretora de valores do grupo, encerrará suas operações de atacado em 31 de dezembro teve o som de um fado. O fado da despedida. Não são poucos os fatores que apontam para a porta de saída. Em julho deste ano, a CGD Securities já havia transferido sua plataforma de atendimento a  pessoa física, a DirectaInvest, para uma nova corretora, formada a partir da associação com a Octo Investimentos. Desde então, circula pelo mercado a informação de que os portugueses aguardam apenas a aprovação da fusão pelo Banco Central para se desfazer de sua participação de 51% no negócio. Esta operação seria o prenúncio da posterior negociação de todos os seus ativos no país. Consultada pelo RR, a própria direção da Caixa Geral em Portugal negou a venda do seu braço de corretagem e garantiu não ter planos de deixar o Brasil. A melancolia grassa pelos corredores da instituição, em São Paulo. De Portugal também chegam evidências de que a Caixa Geral estaria arrumando as malas para deixar o Brasil. Em meio a uma profunda reestruturação, o grupo vem negociando uma série de ativos para alavancar seus resultados. Em fevereiro, por exemplo, os portugueses venderam 80% de seu braço de seguros para a chinesa Fosun. No meio do caminho, há ainda o risco Banco Espírito Santo (BES). A Caixa Geral já reconheceu no balanço do primeiro semestre que poderá ter “perdas associadas a  exposição a entidades diversas de um grupo econômico nacional”, numa clara alusão ao BES. No total, os empréstimos concedidos a empresas do Grupo Espírito Santo passam de 300 milhões de euros. As guitarras portuguesas choram em acordes ainda mais agudos diante dos próprios números da Caixa Geral no país. Apesar dos esforços em contrário, notadamente no segmento de atacado, a CGD segue como uma nota de rodapé no setor bancário nacional. Seus resultados estão longe do que os portugueses esperam. No ano passado, o banco teve um prejuízo de R$ 29 milhões. Já há algum tempo o volume de ativos permanece estagnado na casa de R$ 1,5 bilhão.

Água de Cheiro é um frasco de estranhas fragrâncias

12/12/2014
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Os credores da agua de Cheiro, uma fila de bancos encabeçada por Itaú e Santander, estão cada vez mais apreensivos. Para as instituições financeiras, o processo de recuperação judicial da companhia tem se revelado um voo a s cegas, marcado pela falta de transparência e por crescentes dúvidas em relação a  atual situação operacional da fabricante de perfumes. Quantas lojas a agua de Cheiro tem? Qual o número de pedidos em carteira? Qual o faturamento da companhia? Os credores gostariam de saber. No entanto, a agua de Cheiro é um frasco com a tampa atarraxada. De lá não sai nem uma leve fragrância de informação. Tanto que, na última terça-feira, atendendo a uma solicitação da própria administradora judicial, a KPMG Corporate Finance, a 2a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo determinou que a empresa entregue nos próximos dias uma vasta documentação, a começar pela Relação de Credores Analítica, sem a qual é impossível formalizar qualquer plano de repactuação da dívida. A companhia também não tem apresentado os relatórios mensais de atividades e os demonstrativos com os pedidos e o volume de vendas das lojas franqueadas. O RR fez várias tentativas de contato com a agua de Cheiro, por telefone e por e-mail, mas a empresa não retornou até o fechamento desta edição. A rigor, a nuvem de interrogações que cerca a agua de Cheiro não se limita ao processo de recuperação judicial, deflagrado em setembro. A própria trajetória recente da companhia tem sido pautada por uma série de informações desencontradas e histórias mal contadas. Em 2013, a Brasil Beauté chegou a anunciar a compra da empresa. No entanto, o negócio foi desfeito poucos meses depois sem maiores explicações e a agua de Cheiro seguiu nas mãos do empresário mineiro Henrique Alves Pinto, fundador da construtora Tenda – posteriormente vendida para a Gafisa. Logo depois circulou no mercado a informação de que o Grupo Rothemberg estaria negociando a aquisição da fabricante de perfumes. Mais uma história que teve começo, meio, mas ficou faltando o fim. O Grupo Rothemberg, dono da RR Perfumes, veio a público desmentir a operação, dizendo ser apenas fornecedor de produtos para a empresa mineira. As informações desencontradas sobre a agua de Cheiro envolvem os próprios números da companhia. A empresa divulgou recentemente que tem cerca de 700 lojas em operação, entre unidades próprias e franqueadas. Revendedores, no entanto, garantem que esse total não chega a 300 pontos de venda. Entre 2009, ano em que Henrique Alves Pinto comprou o controle, e 2013, o número de lojas passou de 250 para mais de 800. O salto, ao que parece, foi maior do que a perna. O desenfreado plano de expansão trouxe a reboque não apenas o aumento da dívida – oficialmente, na casa dos R$ 70 milhões – como também sérios problemas logísticos.

Uma conveniente trégua na Sanepar

2/12/2014
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Depois de um ano de atritos com os acionistas privados da Sanepar, reunidos no consórcio Dominó, o governador reeleito do Paraná, Beto Richa, está disposto a seguir a linha do “Betinho, paz e amor”. O discurso dúbio em relação aos sócios da companhia, feito sob medida para um ano eleitoral, vai ficar no passado. Richa já sinalizou que está disposto a acolher uma série de reivindicações da Dominó, dona de 25% da estatal. A mais emblemática seria a venda de um novo lote de ações da empresa, o equivalente a até 24% do capital ordinário. Diante das circunstâncias, trata-se de uma operação que atenderia aos interesses de lado a lado. Os acionistas privados aumentariam seu poder na gestão da Sanepar; já o governo asseguraria o funding necessário para ampliar a rede de saneamento no estado sem raspar o caixa do Tesouro. O plano de investimentos da Sanepar prevê o desembolso de R$ 2,5 bilhões no biênio 2015/16. Nos quatro anos de mandato de Beto Richa, a conta pode chegar aos R$ 6 bilhões. É bem verdade que Beto Richa nunca foi Roberto Requião, que, em seus anos de governo, alijou os acionistas privados da Sanepar e fez de tudo para apeá-los do negócio. No entanto, o governador paranaense deu algumas estocadas nos investidores reunidos no consórcio Dominó. Em 2013, a renegociação do acordo de acionistas reduziu o poder dos sócios. O enfraquecimento se acentuou em maio deste ano, quando BNDES, Copel, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil deixaram a Dominó.

Banco chinês

2/12/2014
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O Agricultural Bank of China deverá aterrissar em breve no mercado brasileiro.

Um PAC feito sob medida para as circunstâncias

1/12/2014
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O governo vai lançar um “Programa de Aceleração do Crescimento meia dose” para estimular os investimentos em 2015. Os PACs I e II prosseguirão sendo tocados, só que com redefinição das prioridades, assim como da velocidade de conclusão entre as obras. São previstas dificuldades burocráticas e de ordem jurídica devido a  Operação Lava Jato, além dos cortes orçamentários feitos por Joaquim “Mãos de Tesoura” Levy. Não há da parte do governo a intenção de importar serviços de construção pesada. Essas empresas são competitivas em custo, mas não têm vocação tradable. Parecem uma nuvem de gafanhotos no trigal do câmbio: destroçam o balanço de transações correntes, que já anda dando sinais de enfermidade. As empreiteiras gringas vão chegando, fecham contratos vultosos e remetem montanhas de divisas para seus países de origem. A saída ofertada pelo “PAC meia dose” são obras menores e concessões mais modestas. Os empreendimentos terão menor taxa de ambição, menos complexidade regulatória, projetos de engenharia básica mais simples e inclusão de empreiteiras e firmas de engenharia médias. Estas empresas, em diversos casos, foram excluídas da primeira fase dos PACs devido a  escala das obras. Atenção: a Petrobras, com pré-sal e tudo mais, também está inclusa nessa receita de projetos bem menos grandiloquentes. O “PAC meia dose” está sustentado na promessa de que o BNDES, não obstante a previsão de menos recursos para investimentos, será redesenhado para tornar- se basicamente um banco de infraestrutura. Nesse novo modelo, finalmente teria chegado a hora da turma do meio. Projetos menores, menos recursos necessários. As empreiteiras da segunda divisão correm um grande risco porque os estados e municípios estão atrasando os pagamentos. O desafio será buscar a sintonia fina capaz de equilibrar a implementação do “PAC meia dose” com o andamento do que ainda resta a construir dos PACs de Lula II e Dilma I. É bom lembrar que este último foi splitado em um programa de concessões apelidado de “kit felicidade”, que promoveu apenas uma alegria miúda. Talvez seja o caso de se dar um desconto uma vez que o governo era neófito no assunto e foi obrigado a colocar na praça um bloco de dezenas de concessões. O “PAC meia dose” nasce com chance de chegar ao fim no tempo programado, uma conquista ímpar em se tratando de obras públicas. Serão aeroportos regionais, terminais portuários medianos, estradas na medida justa e pequenas centrais hidrelétricas, entre outros projetos do tamanho do senador Romário. Não é o Brasil estonteante que nos venderam. Mas é formação de capital fixo de primeira, na veia, com princípio, meio e fim, e não o gigantismo malhado que teimam em impingir por estas plagas. Um caso em que menos pode muito bem ser mais.

Verticalização

21/11/2014
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Um nome ilustre poderá se juntar aos mais de 800 passageiros da agonia demitidos pelo HSBC no Brasil. O que se diz no banco é que Juan Parma, diretor da área de varejo, está balançando no cargo. Parma, ressalte- se, não tem sequer um ano na função.

Unilever está de volta aos tempos do sabão de coco

18/11/2014
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Numa célebre entrevista concedida em 2012, ao se referir a s políticas de distribuição de renda e responder a queles que defendiam uma freada no consumo, Delfim Netto saiu-se com mais uma de suas impagáveis tiradas: “A dona de casa trocou o sabão de coco pelo Dove. Só um economista “maluco” acha que fará ela voltar atrás aumentando os juros”. A Unilever surfou nessa onda e alcançou alguns de seus melhores resultados no Brasil. Agora, no entanto, a fabricante do Dove e de mais uma centena de produtos de higiene e limpeza vive seus dias de sabão de coco. A empresa está sentindo na pele os efeitos da maré contrária na economia. As projeções da Unilever indicam para este ano um faturamento no país da ordem de US$ 2,8 bilhões, 6% inferior ao de 2013. A se confirmar a estimativa, será a primeira vez em quatro anos que a receita dos anglo-holandeses no Brasil ficará abaixo dos US$ 3 bilhões. Assim como outras grandes fabricantes de bens de consumo, a Unilever tem carregado em seu balanço as marcas da retração do varejo. As estimativas mais otimistas para o setor indicam para este ano um aumento das vendas de 3,5%, contra 4,3% em 2013 e saudosos 8,4% em 2012. Mas, no caso da Unilever, os maus resultados não se devem apenas a questões conjunturais. A companhia tem alguma culpa no cartório. Ao longo do ano, o grupo reajustou os preços de seus produtos de higiene e limpeza. Em algumas linhas, notadamente no segmento de cuidados pessoais, o aumento passou dos 15%. A decisão chegou a ser contestada por alguns executivos, mas o presidente da Unilever Brasil, Fernando Fernández, bancou a aposta. Acabou por lançar um bumerangue que agora volta, com força redobrada, na sua direção. Fernández deverá alcançar a proeza de fechar seu quarto ano no comando da Unilever com uma receita em moeda estrangeira quase US$ 500 milhões inferior ao que a empresa contabilizava quando ele assumiu. Um caso emblemático é o sabão em pó Omo. Em três anos, o market share caiu de 60% para 50%. Boa parte da diferença foi parar na prateleira da rival P&G. Uma nova majoração de preços está prevista para depois do Carnaval. Mas, a julgar pelo efeito dominó desencadeado pela última rodada de reajustes, talvez o certo seja dizer “estava”. Por ora, de certo mesmo só a temporada de cortes de custos que está por vir, segundo fontes próximas a  Unilever. A guilhotina deverá atingir, notadamente, as despesas administrativas e comerciais e a área de marketing. As verbas publicitárias para 2015, originalmente fixadas em cerca de R$ 2 bilhões, sofrerão uma redução expressiva. A cortada atingiria, inclusive, os investimentos da empresa no time de vôlei feminino do Rexona-Ades.

Dilma faz varredura nos processos das estatais

10/11/2014
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Dilma Rousseff pretende aproveitar o bonde do saneamento das despesas públicas para implementar uma ampla auditoria de processos nas principais empresas estatais do país. O objetivo não revelado da varredura é evitar a repetição dos desastres ocorridos na Petrobras. A motivação a ser dita, por sua vez, é que Dilma planeja levar a ferro e fogo o discurso de campanha, ou seja, de que vai investigar e punir. Desta forma, espera não ser mais surpreendida com o vazamento de procedimentos criminosos somente apurados muito depois da consumação do dolo. Isso não significa dizer que Banco do Brasil, Caixa Econômica, as estatais do setor elétrico, entre outras, tenham incubado um serpentário similar ao da Petrobras. Mas Dilma não quer e nem pode correr o risco de que as oposições tomem a dianteira e, num ambiente politicamente conturbado, chamem para si o pedido dessas auditorias como resultado da sua suspeição. A própria Petrobras é a nascente deste rio que desaguará nas demais estatais. O Conselho de Administração da companhia já anunciou medidas similares, na esteira das supostas revelações feitas por Paulo Roberto Costa. O governo pretende avançar em relação a  auditoria convencional, que avalia tãosomente a correção das demonstrações financeiras a  luz dos padrões contábeis. A ideia é mergulhar no sistema circulatório das estatais e vasculhar todas as práticas e procedimentos realizados nestas companhias. A medida é tão elementar que o mais curioso, neste caso, não é a decisão do governo, mas, sim, o fato de que as empresas do setor público ainda não tenham adotado este tipo de conduta. A auditora de processos é uma ação absolutamente de praxe na iniciativa privada, notadamente em casos de mudanças de gestão e de controle. Ressalte-se que, no caso das estatais, há ainda outro efeito colateral positivo neste expediente. Por tabela, estes procedimentos possibilitarão um melhor azeitamento dos controles fiscais, ao permitir uma apuração mais eficiente de desperdícios e incongruências organizacionais. Essa tomografia das estatais ganha ainda mais sentido por conta do sistema político brasileiro. Com o presidencialismo de coalizão, há uma inexorável distribuição de cargos em razão de acordos partidários. Uma forma de tentar proteger essas empresas é se antecipar a  nova gestão com o mapeamento de todos os processos. Com a iniciativa, ganham as estatais, a democracia e o Brasil. Mas ganham também – e muito – as grandes empresas de auditoria internacionais, como Ernst & Young, KPMG, PwC e Deloitte, naturalmente os agentes a serem contratados para essa inspetoria.

Acervo RR

JP Morgan

10/11/2014
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Quem manda mais no JP Morgan Brasil? O no 1 do banco no país, José Berenguer, ou o norte-americano Martin Marron, em tese a última palavra do grupo para toda a América Latina? A julgar pelas brigas que Berenguer vem comprando, não há dúvidas em relação a  resposta.

JP Morgan

10/11/2014
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Quem manda mais no JP Morgan Brasil? O no 1 do banco no país, José Berenguer, ou o norte-americano Martin Marron, em tese a última palavra do grupo para toda a América Latina? A julgar pelas brigas que Berenguer vem comprando, não há dúvidas em relação a  resposta.

Ação em alta

5/11/2014
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Ao que tudo indica, o resultado das eleições fez bem ao Banco do Brasil. Do primeiro turno para cá, o valor de mercado do BB acumula uma alta em torno de 12%. No mesmo período, o Ibovespa está no zero a zero.

Total e Raízen disputam cada litro de combustível da Ale

29/10/2014
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Quem vai ficar com a Ale? A resposta só virá ao fim do leilão em que se transformou a venda da quarta maior rede de postos de combustíveis do Brasil. A companhia, controlada pelos empresários Marcelo Alecrim e Sergio Cavalieri, permanece sobre o balcão desde o fim de 2013. A francesa Total e a Raízen, leia-se Cosan e Shell, estão na disputa. Segundo fonte do setor, o BTG Pactual também demonstrou interesse pela empresa – no mercado, desconfia-se que o banco apenas representaria os interesses de um grupo estrangeiro ainda não presente no Brasil. Se a Ale estivesse exposta na Sotheby’s, talvez o martelo já tivesse sido batido. No entanto, as conversações têm sido marcadas por uma série de idas e vindas. Na visão dos pretendentes a  compra da Ale, Cavalieri e Alecrim são dois leiloeiros com uma dose de ganância além da conta. Procurada pelo RR, a Ale não confirmou as informações e garantiu que segue com o “plano de crescimento previsto para 2014”. A Total esteve muito perto de fechar a aquisição da Ale. Chegou, inclusive, a firmar um contrato de exclusividade para negociar a compra da empresa, que venceu em fevereiro deste ano. Os franceses aceitaram pagar a cifra de R$ 1 bilhão estipulada pelos donos da Ale. No entanto, de acordo com a mesma fonte, Alecrim e Cavalieri teriam inflacionado a pedida para algo perto de R$ 1,2 bilhão. Foi a vez da Raízen concordar com as novas condições, mas a novela teria se repetido: na hora H, os controladores da Ale regatearam. Segundo a fonte do RR, as conversações tanto com a Total quanto com Rubens Ometto prosseguem, porém num tom bem mais rascante. Alecrim e Cavalieri valorizam ao máximo o mais cobiçado ativo do setor, a última das grandes distribuidoras nacionais ainda imunes ao processo de consolidação do setor. Para a Total, de modesta presença no mercado brasileiro, a aquisição significaria o passaporte para o topo do comércio retalhista. No caso da Raízen, por sua vez, a operação valeria um empate técnico com a Ipiranga, na vice-liderança do ranking. Ambas passariam a ter cerca de 14 mil postos, atrás apenas da BR, dona de 20 mil postos.

Credores empurram Shree Renuka contra a parede

28/10/2014
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Até quando a indiana Shree Renuka terá estômago para perder tanto dinheiro e suportar tamanho martírio no Brasil? A extensa lista de sinistros do grupo sucroalcooleiro parece não ter fim. O mais novo revés diz respeito a  renegociação das dívidas da subsidiária Renuka do Brasil, processo fundamental para o próprio futuro da companhia. Até o momento, menos da metade dos credores teria concordado com as condições propostas pela companhia. A maioria das instituições financeiras rechaça a hipótese de um período de carência para o início do pagamento das dívidas, prazo este que poderia chegar a 30 meses. Os bancos também condicionam um acordo a um aporte de capital da Shree Renuka na subsidiária. Nas entrelinhas, exigem dos indianos uma espécie de carta-fiança: a injeção de recursos seria uma garantia em relação a  própria continuidade das operações da empresa no Brasil. Os credores da Renuka do Brasil – uma lista que inclui Santander, Banco do Brasil, Banco Votorantim, entre outros – sabem bem onde estão pisando. No início do ano, um dos acionistas controladores da Shree Renuka – a Wilmar, trading com sede em Cingapura – acenou com um aporte na operação brasileira. O dinheiro nunca chegou. Ressalte-se ainda que esta é a terceira vez, em quatro anos, que os indianos sentam frente a frente com as instituições financeiras para renegociar seus passivos. No intervalo entre um acordo e outro, a bola de neve só faz crescer. Uma das maiores produtoras de açúcar e etanol da asia, a Shree Renuka não sabe o que é ganhar dinheiro desde que chegou ao Brasil. Em quatro safras, perdeu mais de R$ 850 milhões. No último exercício, encerrado em março, bateu o recorde de prejuízo em um único ciclo: R$ 306 milhões. O passivo, em torno de R$ 1 bilhão, já equivale a uma vez e meia o faturamento anual.

IPO da Caixa Econômica entra na agenda de 2015

24/10/2014
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Guido Mantega já está arrumando os seus pertences, mas vai deixar sobre a mesa, a  espera do próximo titular do Ministério da Fazenda, um projeto já devidamente apreciado pela presidente Dilma Rousseff: a abertura de capital da Caixa Econômica Federal. A inspiração da iniciativa vem do BTG Pactual, candidatíssimo a assumir a modelagem da operação. Aliás, o banqueiro André Esteves já tem um pé na Caixa, sua sócia no Pan Americano. Trata-se de um projeto que cabe tanto em um segundo mandato de Dilma Rousseff, que naturalmente ampliará os programas sociais pendurados no banco, quanto em um governo de Aécio Neves, levando-se em consideração o gene privatista dos tucanos – ainda que, a rigor, não seja exatamente este o caso. Independentemente do resultado das urnas, não faltam motivações para o IPO da CEF. O governo precisará de funding para tocar os pesados investimentos em infraestrutura. Para 2015, a estimativa é de que o banco financie quase R$ 40 bilhões em projetos estruturantes. A capitalização da Caixa via mercado contribuiria também no amealhamento de recursos para a redução do passivo para-fiscal produzido pelas operações do Tesouro com o BNDES. Ressalte- se ainda que o custo dos programas sociais bancados pelo banco tende a subir, a  medida que o governo avance nessa área. Um exemplo é o “Minha Casa Minha Vida”. Neste ano, os empréstimos no âmbito do programa somarão cerca de R$ 16 bilhões. Para o próximo ano, a conta prevista passa dos R$ 19,3 bilhões. O desafio seria conjuminar as duas “Caixas” que sempre coabitaram sob o mesmo teto – o banco comercial e a agência de fomento social – dentro de um novo ambiente societário, que traria a reboque exigências ainda maiores em relação a  governança corporativa. Não chega a ser uma hidra de sete cabeças. O exemplo mora ao lado. Historicamente, salvo um ou outro encontrão mais brusco, o Banco do Brasil sempre conseguiu harmonizar os interesses do acionista majoritário, a União, e dos investidores minoritários. Seu próprio figurino acionário serve de referência para um eventual IPO da CEF. O governo manteve a participação mínima necessária para seguir no mando do BB: 50,73% – ainda que muitos incluam nesta conta os 10% do banco pertencentes a  Previ. Em tempo: sob a ótica do mercado de capitais, o que todo investidor cobiça a Caixa tem de sobra, ou seja, lucro. Se quisesse, a CEF poderia até adotar o slogan “O banco social mais rentável do mundo”. Na última década, o retorno sobre o patrimônio marcou uma média anual de 26,1%, com pico de 30,6% em 2008.

Vírus do Ebola se espalha por Wall Street

22/10/2014
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Wall Street está disseminando mais o Ebola do que a própria africa. A banca não tem poupado munição para inocular o vírus na corrente sanguínea dos mercados financeiros. Nos últimos dias, diversas instituições financeiras dispararam relatórios alertando seus clientes para os possíveis impactos do alastramento da doença sobre a economia global e, consequentemente, a própria bolsa. Sem mencionar especificamente o Ebola – e nem seria necessário -, o BofA citou de forma explícita o risco de uma pandemia. Um outro relatório menciona o impacto sobre a aviação civil, devido a  suspensão de voos, e seu efeito gerador de uma recessão internacional. A recomendação geral é aguardar, aguardar, aguardar. Há quem veja sinais do pânico na decisão, na última segunda-feira, quando o Banco Central Europeu iniciou a compra de títulos lastreados em ativos, para injetar fôlego na economia da Zona do Euro. Há ainda a expectativa de que o FED decida estender o programa de recompra de títulos da dívida norte-americana, previsto para ser encerrado neste mês. Neste tubo de ensaio entra também a decepção dos investidores com a menor projeção de crescimento da economia alemã neste ano. Ou seja: os mercados financeiros não estão no melhor da sua imunidade. Não custa lembrar que, na semana passada, o índice do medo – contrato baseado na volatilidade do Standard & Poor`s 500 – atingiu o maior patamar desde agosto de 2011. No Brasil, certamente por conta das eleições, o Ebola ainda não contaminou o disse-me-disse dos mercados. Nos Estados Unidos, no entanto, o fato está na ordem do dia, até em razão da repercussão que o caso tomou no país. O “surto” em Wall Street reflete a percepção de que as autoridades norte-americanas falharam. Quase duas centenas de pessoas que tiveram contato com o liberiano Thomas Duncan, primeira pessoa a ser diagnosticada com o vírus e a morrer por causa da doença no país, foram colocadas sob quarentena. Na última segunda-feira, 43 delas foram liberadas, mas outras 120 permaneceram sob observação. O risco de pandemia tem gerado uma série de teorias conspiratórias. O pânico em torno da doença estaria sendo usado para diluir questões fundamentais no xadrez da geopolítica , tais como o acirramento dos conflitos na Síria, a greve dos estudantes em Hong Kong, a descoberta de armas químicas no Iraque. Isso para não falar das eleições legislativas nos Estados Unidos, marcadas para 4 de novembro, que ocorrem em um momento politicamente delicado para o presidente Barack Obama.

Caramuru entrega um pedaço de suas terras

22/10/2014
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Uma das maiores tradings agrícolas do país, com faturamento anual de R$ 7 bilhões, a Caramuru tem tudo para se tornar um enclave estrangeiro em terras brasileiras. Um pool de fundos internacionais liderados pelo alemão KfW Bakengruppe e pelo holandês Rabobank estaria negociando sua entrada no capital da empresa. As conversações passam pela transferência de até 20% da empresa. Oficialmente, a Caramuru nega a operação. No entanto, não custa lembrar que o Rabobank é um dos principais credores da companhia. Nos últimos quatro anos, o banco holandês emprestou mais de US$ 500 milhões para a empresa. Segundo o RR apurou, parte da operação envolve exatamente a conversão em ações de créditos da instituição financeira. Com a operação, o empresário César Borges de Souza, principal acionista da Caramuru, acertará dois alvos com uma só bala. De um lado, a empresa receberá uma injeção de capital; do outro, equacionará quase 90% das suas dívidas com vencimento até 2018, de acordo com a fonte do RR. Ressalte-se que o peso desse passivo, não é de hoje, vem limitando a capacidade da Caramuru de fazer novos investimentos de porte. Com o fôlego redobrado, espera-se que a trading paranaense tire da gaveta o maior dos seus projetos: o processo de internacionalização. Os planos da companhia preveem a construção de uma unidade de esmagamento de soja, de um centro de distribuição e de um porto na China, estrutura que permitiria o acesso a outros mercados asiáticos.

Aecianas

17/10/2014
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Surgiu um novo candidato a  presidência do Banco Central caso Aécio Neves seja eleito. Trata- se de Pedro Bodin, economista da PUC-Rio, amicíssimo de Armínio Fraga e dono de considerável fortuna construída no mercado financeiro. *** Mais Aécio: desta vez a candidatura é para a Embaixada do Brasil em Washington. O nome não vem do Itamaraty. O provável escolhido é o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan. Como se sabe, Malan morou por muito tempo na capital norte-americana. *** Industriais, tremei! Na lista Aécio, um dos nomes cogitados para o comando do BNDES é o do economista Armando Castelar, que já pertenceu aos quadros do banco. Castelar já disse ser favorável a cortar pela metade o volume de empréstimos do BNDES. *** A campanha de Aécio Neves cogita enviar uma equipe a  Venezuela com a missão de colher imagens para o horário eleitoral. As câmeras tucanas focariam especialmente em bairros pobres. A ideia é atribuída a Andrea Neves. Nem é preciso dizer aonde ela pretende chegar.

Santander é uma máquina de triturar presidentes

14/10/2014
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O Santander não tem um minuto de paz. As recentes modificações na diretoria – deflagradas com a transferência de Pedro Coutinho da vice-presidência de novos negócios para o comando da GetNet, credenciadora de cartões do grupo – são apenas a ponta do iceberg. No banco circulam informações de que a herdeira do conglomerado financeiro, Ana Patricia Botín, vai promover mudanças ainda mais drásticas na operação brasileira. Por mais drásticas entenda-se a substituição do próprio presidente do Santander Brasil, Jesus Zabalza. A troca seria consumada no fim de janeiro, logo após a divulgação dos resultados de 2014. Assim como Zabalza, o novo presidente viria da própria matriz. Oficialmente, o Santander nega a saída de Jesus Zabalza. No entanto, o histórico recente do banco aponta na direção contrária. Quando o assunto é Brasil, os espanhóis estão habituados a trocar de presidente como quem muda de roupa: Zabalza é o terceiro ocupante do cargo em quatro anos. Para efeito de comparação, desde 2007 o comando do Santander na instável Argentina está nas mãos do mesmo executivo – Jose Luis Enrique Cristofani. A substituição de Jesus Zabalza seria uma demonstração de força de Ana Patricia Botín perante os demais acionistas do grupo na Espanha. Ana, que assumiu o cargo de CEO Global com a morte de seu pai, Emílio Botín, teria sido contrária a  indicação de Zabalza para o comando da operação brasileira, em junho do ano passado. Mas acabou sendo voto vencido, como, aliás, eram todos que ousassem se opor a  vontade de Dom Emílio. Se o objetivo de Ana Botín é demarcar território, nada melhor do que começar uma era mudando o comando de uma subsidiária que responde por um quarto do lucro global do grupo. Caso o troca-troca se confirme, o substituto de Jesus Zabalza terá espinhosas missões. A maior delas é o desafio de sempre: elevar a rentabilidade. Nos últimos cinco anos, em média, o Santander Brasil registrou um lucro sobre patrimônio da ordem de 13%. Os resultados do primeiro semestre apontam para um balanço desalentador. O lucro de R$ 1 bilhão projeta uma rentabilidade anualizada da ordem de 3,5% sobre o patrimônio. O Santander, portanto, segue longe da nota de corte de 20% que o próprio Zabalza chegou a anunciar como meta para o banco no Brasil. Essa nem Jesus.

BNDES e GP avançam na desconstrução da Lácteos Brasil

9/10/2014
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Por que insistir em um negócio que, na prática, já passou desta para pior? Essa é a pergunta que ricocheteia na cabeça dos dirigentes do BNDES, dos gestores da GP Investimentos e do empresário gaúcho Wilson Zanatta, controladores da Lácteos Brasil (LBR). Entre tentar soerguer a companhia e resgatar o projeto de criação do grande grupo brasileiro do setor – uma tarefa com baixa perspectiva de êxito – ou voltar no tempo e desfazer um equívoco estratégico, o trio pende para a segunda opção. Os acionistas da LBR estariam aguardando apenas a conclusão da venda de 14 unidades industriais para dar a partida no processo de desmanche da empresa – ressalte-se bem, ao menos no atual modelo societário. Cabe destacar que tanto a GP quanto o BNDES fizeram o write off do investimento – o banco de fomento, por exemplo, lançou em balanço perdas de R$ 657 milhões. Ou seja: do ponto de vista contábil, ambos já viraram a página da LBR, aproximando a mão da maçaneta da porta de saída. Ainda assim, não é fácil girá-la. O que está em pauta não é a extinção da LBR, mas, digamos assim, sua adequação a uma nova realidade. Com o fim do modelo tripartite e a venda de ativos, a tão decantada “maior fabricante de laticínios do Brasil” sairia de cena para dar lugar a uma empresa bem mais modesta. É o que as circunstâncias permitem a uma companhia em recuperação judicial, a s voltas com uma dívida de R$ 1 bilhão, perda de faturamento, dificuldades para obter financiamento e, acima de tudo, esmigalhada pelo descrédito de seus dois principais acionistas. Recentemente, o próprio chefe do departamento de agroindústria do BNDES, Jaldir Lima, chegou a declarar textualmente que o aporte na LBR foi uma “falha de diagnóstico” do banco. Imaginem, então, o que os executivos e investidores da GP devem pensar sobre o assunto. A questão fulcral é amarrar um novo formato que contemple os interesses dos credores e do próprio Wilson Zanatta, homem do ramo e candidato mais do que natural a ficar com os ativos remanescentes da companhia. A venda das 14 fábricas – a maioria para a francesa Lactalis – deverá gerar algo em torno de R$ 530 milhões. Essa cifra cobrirá o pagamento de boa parte do passivo. O acordo firmado com os credores contempla um significativo deságio da dívida – no caso dos empréstimos bancários, os descontos chegam a 80%. A partir daí, caberia a Zanatta recomeçar, se não do zero, a partir das sete fábricas remanescentes. Certamente terá sobre a mesa uma operação menor do que a Laticínio Bom Gosto, companhia que ele fundou e, misturada aos ativos da GP, deu origem a  LBR. Mas Zanatta prefere nem se lembrar disso.

Casa própria

7/10/2014
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Ontem, na sede da Caixa Econômica, em Brasília, já se dava como certo que o banco anunciará um impulso na oferta de crédito imobiliário para 2015. A medida, logicamente, sairia do forno antes do dia 26 de outubro.

Banco escocês

6/10/2014
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O Royal Scotland Bank está a  procura de ativos bancários no Brasil. É ciceroneado por um ex-executivo de alta patente do finado Banco Real.

Há 11 anos no Banco Mundial

6/10/2014
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Há 11 anos no Banco Mundial, o economista Otaviano Canuto estaria arrumando as malas para deixar Washington e regressar definitivamente ao Brasil em dezembro. Ex-secretário de Assuntos Internacionais da Fazenda, Canuto é regularmente cotado para integrar a equipe econômica em um eventual segundo mandato de Dilma Rousseff.

AES negocia compra da Brasiliana em fatias

2/10/2014
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A AES está lançando mão de uma nova estratégia na tentativa de desatar o nó societário da Brasiliana. Os norte-americanos, que dividem o controle da companhia com o BNDES, negociam com o banco a compra da AES Tietê. Terceira maior geradora privada do país, a empresa é um dos ativos pendurados na Brasiliana. A operação se daria em dois atos: primeiro, haveria a separação entre a AES Tietê e a holding; após o spin off, o grupo norteamericano incorporaria os 50% do capital pertencentes ao banco de fomento. Tomando-se como base a cotação da geradora em Bolsa – sem considerar um eventual prêmio de controle -, a participação do BNDES está avaliada em mais de R$ 3 bilhões. *** O andamento das negociações entre AES e BNDES – como quase tudo no país neste momento – depende dos resultados das urnas. O governo Dilma Rousseff sempre se mostrou favorável a  descostura da sociedade, criada em 2000, no segundo mandato de FHC. Se este fio ainda não foi puxado, isso se deve fundamentalmente a  postura errática da AES. Ora, os norte-americanos sinalizam o desejo de deixar a companhia – e, até mesmo, sair do país; ora, demonstram interesse em ficar com a participação do BNDES. No momento, ao que tudo indica, prevalece a segunda porção. A AES entende que o fatiamento da Brasiliana, com a consequente negociação caso a caso de cada um dos ativos, pode viabilizar o descruzamento societário com o BNDES. Provavelmente, a última e mais complexa operação seria a transferência da Eletropaulo, a joia da coroa da holding, com seus 20 milhões de consumidores e faturamento anual próximo dos R$ 10 bilhões.

Crônica do desamor com a banca privada

2/10/2014
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Recomenda-se que a Febraban promova rapidamente uma campanha para lustrar a imagem da banca. Os últimos três anos foram particularmente negativos para a estampa das instituições financeiras privadas, que se viram confrontadas com o discurso da beatitude dos bancos públicos, o ataque dos ostrogodos e visigodos das manifestações de junho e as ofensas recentes da campanha eleitoral. Os mercadores de moeda estão entre os arquétipos mais abissais da vilania empresarial. É velha como o pão aziago a associação do banqueiro ao agiota. Velha, injusta e ofensiva! O ex-ministro Mario Henrique Simonsen dizia que a missão de uma instituição financeira é ser sólida. A banca privada nacional cumpre com louvor esse papel. Pelos índices da Basiléia figura entre as mais graníticas do mundo. Entre suas boas ações está ter salvaguardado o mercado brasileiro da invasão dos bancos estrangeiros, o que deveria ser motivo de orgulho do gentio. Ah, “mas existem os juros estratosféricos”, diriam os renitentes. É verdade! A culpa, contudo, é comparti- lhada com o governo, que contribui mais para as altas taxas do que toda a banca privada nacional. Um banqueiro das antigas alerta que a profissão somente perdeu quando fez política a  luz do dia, a exemplo da família Setúbal, dona do Itaú, em suas tucanagens e marinagens. Papel de banqueiro é lubrificar a circulação do dinheiro. Em sua primeira versão, o velho e bom Ibmec, sob gestão de Horácio Mendonça Neto, realizou a mais completa pesquisa de opinião sobre o pensamento do empresariado do setor real. A ciclópica sondagem, conduzida pelo saudoso cientista político José Luiz Melo, nos anos 1970, revelava que empresário não-financeiro tem raiva de banqueiro. A pesquisa dava nome aos bois. E o empresário mais furioso com a banca atendia pelo nome de Antônio Ermírio de Moraes. Décadas depois Dom Antônio se acomodaria folgadamente com o chapéu de banqueiro. Aliás, não poderia haver melhor epitáfio para o antibanqueirismo que assola o país: lembrai- vos do Votorantim!

A TAP agradece

29/09/2014
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Enquanto o Banif vai – a venda da subsidiária brasileira deve sair até dezembro (ver RR edição nº 4.943) -, os patrícios do BPI vêm. Os portugueses pretendem abrir um banco de investimentos no Brasil em 2015.

De partida?

26/09/2014
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Corre pelo mercado a informação de que o Banco ABC Brasil, controlado pelo Arab Banking Corporation, está arrumando as malas para deixar o país. A ver.

As negociações entre a Rosatom e o Ministério de Minas e Energia

26/09/2014
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As negociações entre a Rosatom e o Ministério de Minas e Energia avançaram consideravelmente. A estatal russa apresentou garantias de bancos conterrâneos para financiar 100% da construção de uma usina nuclear no Brasil – lembre-se de que já existem três projetos aprovados pelo Conselho Nacional de Política Energética. O valor do empréstimo gira em torno dos US$ 6 bilhões. Tudo, claro, vai depender das urnas.

PSB rechaça a letra “D” em seu nome

24/09/2014
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Ontem, logo após deixar a poltrona 7C do voo 1025 da Gol, que o levou do Rio a São Paulo, o presidente do PSB, Roberto Amaral, demonstrava visível ansiedade. Ao desembarcar no Aeroporto de Congonhas, Amaral tamborilava seus dedos agitadamente sobre o livro “Socialismo e Democracia”. Mais inquieto ainda ficou com a aproximação do Relatório Reservado. A primeira pergunta alvejou-o de chofre: “Dr. Roberto, o senhor leu a entrevista do economista Eduardo Giannetti ao Valor Econômico, na qual ele chama a atenção para a convergência entre as propostas de Marina Silva e de Aécio Neves? A resposta veio de pronto: “Não li. Ainda bem”. O RR insistiu: “Mas o que o senhor acha dessa aproximação da campanha de Marina com o partido que representa o liberalismo, os interesses financeiros e o conservadorismo?” Amaral franziu o cenho e decretou: “Um tiro no pé. A Marina está fazendo concessões demais”. Ou seja: rechaçou explicitamente a letra “D” que as circunstâncias insistem em enfiar no meio da sigla do PSB. O RR avançou: “Então, o senhor acha que tem gente dando entrevista mais do que deveria?”. O presidente do PSB não titubeou diante da provocação: “Acho que sim! E me lembro das minhas conversas com o Lula, quando ele dizia que alguns aliados não podiam nem abrir a geladeira. Eles viam aquela luzinha, achavam que era televisão e logo queriam dar uma entrevista”. Antes das despedidas, uma última pergunta: “Dr. Roberto, o senhor não acha que o debate eleitoral está muito voltado para questões que passam ao largo da população, tais como política fiscal, política monetária, Banco Central autônomo?”. Mais uma vez, Amaral nem esperou a bola quicar: “Só cem pessoas no país sabem do que está sendo dito nesses assuntos. Para a maioria dos eleitores, Banco Central independente e Banco do Brasil independente são a mesma coisa”. E lá se foi Roberto Amaral pelo terminal de desembarque, carregando o “Socialismo e Democracia”. Sempre na mão esquerda.

Voz de Slim

15/09/2014
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Quando anuncia o plano de investir em infraestrutura no Brasil por meio de fundos de private equity, o banco espanhol La Caixa não fala apenas por si. Dubla também a voz de Carlos Slim, seu discretíssimo parceiro na empreitada. Slim, aliás, já tem negócios com o banco na Europa.

Moody’s desclassifica sua própria conduta

15/09/2014
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A ameaça de rebaixamento da avaliação do Brasil pela agência de classificação de risco Moody’s, praticamente a s vésperas das eleições, revela falta de respeito com a soberania do país. Seria de bom tom que a agência não exercesse esse intrusivo papel de grande eleitora. Com mais algumas semanas de diferença, ela poderia se certificar sobre a renitência no abalo da confiança do investidor. Checaria também as expectativas e novas sinalizações na macroeconomia. Os critérios da Moody’s parecem ter um viés de implicância quando se trata de Brasil. O crescimento do PIB e a deterioração das contas públicas não são levados tão a sério nos países da Europa, por exemplo. Quando o foco é a América Latina, então, a avaliação beira a birutice. Diversos “paisecos” têm um rating acima do nosso. A Moody’s estranhamente parece não levar em consideração a “mãe de todos os critérios”, a solvência. Pelo conceito de liquidez, estamos com US$ 379 bilhões em reservas, somos o quinto do mundo em lastro cambial e o terceiro maior investidor em títulos do Tesouro norte-americano. Se fossem considerados os quase ativos de liquidez parcial, mas não necessariamente realizáveis, teríamos mais US$ 22 bilhões, referentes a s cotas do Banco dos Brics e da CAF. Não foram computados as linhas de crédito do FMI sem condicionalidades e o Fundo Soberano Pré- Sal, que, em 2026, alcançará US$ 26 bilhões. Para se ter ideia do salto na disponibilidade cambial, basta lembrar que no final do governo FHC o total de reservas atingia somente US$ 39 bilhões. Hoje, o Brasil está sentado em um poço de solvência, em posição certamente superior a sua participação na economia mundial, 7° PIB do planeta. Se a Moody’s fosse brasileira, ela seria tachada de oportunista, interesseira, até corrupta, por fechar os olhos para tantas evidências. Mas, protegida pela infantaria do capital internacional, a agência, um anjo do pau oco da globalização, posa de santa padroeira dos bem comportados.

Azul é a cor mais cruel para a Embraer

3/09/2014
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 O executivo que multiplicou os resultados da Embraer e abriu novas fronteiras, entre elas o cobiçado mercado chinês, ou o dirigente que comandava a empresa em uma de suas mais humilhantes derrotas comerciais? A julgar pelas circunstâncias, a gestão de Frederico Curado será lembrada pela bipolaridade de seus feitos. A companhia está prestes a sofrer um duríssimo golpe – pessoalmente, talvez o maior dos fracassos de Curado em seus quase oito anos a  frente da presidência. A Bombardier deverá anunciar em breve um acordo com a Azul para a venda de seu jato CSeries, com capacidade para 120 passageiros. De acordo com fontes que acompanham as negociações, a operação envolve o fornecimento de até 20 aeronaves – o contrato pode passar de US$ 1,5 bilhão. Segundo o RR apurou, os canadenses já colocaram sobre a mesa garantias firmes de financiamento. Mas não são apenas as vantagens financeiras que giram esta turbina. Avião por avião, o da Bombardier é muito mais completo e com uma tecnologia mais moderna do que a aeronave montada pela Embraer. Palavra de um técnico da própria Azul. Por si só, a abertura de um canal de comunicação entre a Bombardier e a Azul já revela uma falha grave no aparato de defesa institucional da Embraer. Desde a sua fundação, a companhia de David Neeleman é praticamente um território cativo da fabricante brasileira, jamais ameaçado por seus maiores concorrentes. Das 144 aeronaves usadas pela Azul, 82 delas, exatamente as de maior porte, saíram de São José dos Campos – o restante da frota é composto por turboélices produzidos pela franco-italiana ATR. Consta que a alta direção da Embraer tomou conhecimento das primeiras tratativas entre a Bombardier e a companhia aérea no início do ano. Talvez tenha subestimado o perigo; talvez tenha sido induzida pela própria Azul a fazê-lo, ao receber a sinalização de que a empresa não faria novas encomendas neste ano. De qualquer forma, a ordem das parcelas não altera o resultado final. A Embraer está perto de ter seu espaço aéreo invadido pela maior rival. Nas últimas semanas, Curado teria batido a  porta de sempre: o BNDES. Com o apoio do banco, a Embraer poderia oferecer a  Azul um vantajoso acordo para a venda de aeronaves E-195, que concorrem na mesma faixa do CSeries. Oficialmente, o BNDES afirmou que “só comenta operações já aprovadas”. Também procurada, a Embraer negou que tenha procurado o banco para tratar do assunto. Está feito o registro. Digamos, então, que os contatos ainda estivessem por ser feitos. Neste caso, Curado acabaria jogando no colo de um acionista da Embraer uma questão comercial que ele próprio e os demais dirigentes da companhia não teriam sido capazes de resolver. Cutucaria um vespeiro justo no momento em que a abelha rainha está mais abespinhada. O momento político reduz consideravelmente a margem de manobra do banco. Além disso, no próprio BNDES, há um crescente questionamento ao peso da Embraer na carteira de crédito da instituição. Não obstante a importância da fabricante de aeronaves para a própria balança comercial, a área técnica do banco considera que o nível de exposição a  companhia já está exageradamente alto. Atualmente, a empresa soma 40% de todo o volume de empréstimos do BNDES vinculados a contratos de exportação. O imbróglio da Azul só alimentou as discussões sobre a dependência da Embraer em relação ao banco.

#BNDES #David Neeleman #Embraer

Dafiti pendura os sócios mais antigos no fundo do armário

28/08/2014
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Quanto tempo leva para se ir do céu ao inferno? Para os sócios fundadores da Dafiti, uma das mais conhecidas varejistas de moda online do país, não mais do que três anos. Este intervalo foi o suficiente para o brasileiro Philipp Povel, o francês Thibaud Lecuyer e os alemães Malte Horeyseck e Malte Huffman conhecerem os dois extremos desta indesejável travessia: ontem, os quatro jovens investidores egressos de alguns dos mais respeitados bancos escolares do mundo eram coroados como os novos darlings do e-commerce; hoje, são vistos como um estorvo dentro de sua própria casa. O quarteto estaria sendo pressionado pelos demais sócios – uma alcateia de vorazes fundos internacionais – a se desfazer de mais um pedaço da sua participação e ocupar definitivamente um quartinho dos fundos no capital da empresa. Hoje, Ontario Teachers Pension Plan (OTPP), JP Morgan e Quadrant Capital Advisors detêm aproximadamente 60% do capital. Ao fim desta negociação – se que é que as circunstâncias suportam o uso deste termo -, esta fatia poderá ser superior a 80%. Procurada, a Dafiti garante que não haverá mudanças em sua composição societária. O RR não tem por que duvidar da palavra da empresa, ainda que o passado recente aponte na direção contrária. Povel, Lecuyer, Horeyseck e Huffman têm reduzido seguidamente suas participações no capital em favor dos fundos de investimento. É o preço que pagam pela incessante necessidade de novos aportes na Dafiti, uma máquina de moer dinheiro. Há quase um ano, o Ontario Teachers injetou cerca de US$ 70 milhões na companhia. Quase que simultaneamente, a empresa recebeu um empréstimo de aproximadamente US$ 25 milhões do International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial para o setor privado. Centavo por centavo, os recursos já teriam sido integralmente triturados para cobrir os seguidos déficits. Fontes do setor calculam que, só no ano passado, a Dafiti teria perdido mais de R$ 200 milhões. Jovens – com idades variando de 31 a 34 anos -, Philipp Povel, Thibaud Lecuyer, Malte Horeyseck e Malte Huffman têm pela frente uma longa estrada. Mas, no caso da Dafiti, a questão é saber se eles continuarão na pista ou serão empurrados para o acostamento. Os fundos de investimento jogam sobre as costas do quarteto a responsabilidade pelos maus resultados da companhia. A Dafiti é um sucesso de bilheteria. Suas vendas crescem, em média, 20% ao ano. Em 2014, deve faturar mais de R$ 800 milhões – metade vem dos pedidos feitos no Brasil e o restante, da Argentina, Chile, México e Colômbia. No entanto, a empresa não consegue transformar receita em rentabilidade. Desde a sua criação, em 2011, os sócios já aportaram mais de R$ 700 milhões no negócio e a companhia segue distante do breakeven.

Banco Mercantil

28/08/2014
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Tomara que a família Araújo esteja cuidando muito bem dos mais de R$ 300 milhões que embolsou, em 2008, com a venda da seguradora Minas Brasil para a Zurich. O Mercantil do Brasil não tem garantido o sustento do clã. O prejuízo acumulado neste ano já teria passado dos R$ 100 milhões.

Sal da terra

27/08/2014
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O Commerzbank está de olho espichado para o agronegócio brasileiro. O banco alemão está mapeando companhias exportadoras de grãos para comprar participações. A instituição financeira usará um fundo de investimentos para essas operações.

No tabuleiro da Cutrale tem banana, laranja e maçã

26/08/2014
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A investida sobre a Chiquita Brands, em parceria com o Banco Safra, é apenas a parte mais visível dos planos de José Cutrale. Pressionado pela contínua queda da demanda mundial por suco de laranja e pela necessidade de diversificar seus negócios, Cutrale não quer só bananas; Cutrale quer também maçãs. Neste caso, bendito é o fruto plantado e colhido pela gaúcha Schio, uma das três maiores produtoras do mundo. A aquisição colocaria no cesto de Cutrale cerca de 40% das vendas de maçã no mercado brasileiro, que movimenta por ano mais de R$ 1,5 bilhão. O empresário herdaria ainda uma recheada carteira de contratos de exportação e uma rede de distribuição internacional que se espraia pelos cinco continentes. Consultada, a Schio negou a venda do controle. Nada de novo! Quem é do setor sabe que a simples menção a esta possibilidade costuma despertar o furor da família. No entanto, nem mil desmentidos deverão ser suficientes para aplacar o apetite de José Cutrale. Para o empresário, os caminhos que levam aos pomares da empresa gaúcha são bem menos oblíquos se comparados a s estreitas vielas que conduzem a  Chiquita. Se a compra da companhia norte-americana depende de uma intrincada negociação com uma miríade de acionistas, o próprio José Cutrale acredita que uma conversa olho no olho com os integrantes da família Schio pode lhe abrir as portas para o mercado de maçãs. O fato é que Cutrale tem pressa. Maior exportador mundial de suco de laranja, o empresário tem visto o seu histórico latifúndio ser invadido por uma praga difícil de ser debelada. A queda da demanda mundial pelo produto é vista como um fenômeno praticamente irreversível. As projeções mais conservadoras apontam para uma redução global do consumo em torno de 25% nos próximos cinco anos. O empresário nem precisa ir tão longe; basta olhar para o seu próprio pomar. A receita da Cutrale tem caído cerca de 5% ano a ano. Neste cenário, caso mantenha sua monocultura estratégica, o grupo estará condenado a um contínuo processo de encolhimento.

Banif conta os dias para deixar o Brasil

26/08/2014
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O Banif vai deixar o Brasil até o fim do ano. Palavra do próprio presidente mundial do grupo, Jorge Tomé, transmitida aos executivos do banco no país na semana passada. Segundo o RR apurou, os portugueses pretendem anunciar a venda, em um só pacote, das operações no Brasil, Malta e Cabo Verde antes da primeira assembleia geral de acionistas de 2015, prevista para meados de janeiro. Daqui a pouco até os próprios dirigentes da subsidiária brasileira vão torcer para que o prazo dado por Tomé não seja uma promessa de festim. O que está por vir ainda é uma incógnita, mas, entre os executivos, a sensação é de que nada pode ser pior do que o atual momento do banco, marcado por um vazio estratégico, queda do volume de negócios e resultados declinantes. O Banif Brasil nunca chegou perto dos andares mais altos da banca nacional, mas por longo tempo conseguiu manter uma curva ascendente em suas operações, sugerindo até voos mais altos no país. Tudo começou a mudar em 2012, quando o grupo vendeu sua corretora para os patrícios da Caixa Geral de Depósitos, num prenúncio do que estava a caminho. A partir de então, a instituição entrou num estado de catalepsia, que se acentuou depois que os portugueses anunciaram a intenção de vender todas as suas operações no país, novela que se arrasta há exatamente um ano. Nesse período, mais preocupada em se livrar de suas colônias bancárias ultramarinas, Lisboa teria virado as costas para a Terra de Vera Cruz. A paralisia se reflete nos indicadores do banco, que encolhem mês a mês. No período de aproximadamente um ano, o volume de ativos do Banif caiu de R$ 1,7 bilhão para R$ 1,2 bilhão. No mesmo intervalo, o banco perdeu quase 30% dos seus depósitos, que recuaram de R$ 1 bilhão para algo próximo de R$ 700 milhões.

Crise do etanol bate até em George Soros

18/08/2014
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 Nem George Soros, com seus mais de US$ 20 bilhões de patrimônio, resistiu a  crise da indústria sucroalcooleira no Brasil. Controlada pelo megainvestidor, a Adecoagro já teria contratado um banco de investimentos norte-americano para conduzir a venda de suas três usinas de álcool e açúcar no país. As unidades – duas no Mato Grosso do Sul e uma em Minas Gerais – somam uma capacidade de moagem da ordem de sete milhões de toneladas de cana por safra.  A operação sucroalcooleira foi responsável por boa parte do prejuízo de R$ 60 milhões contabilizado pela Adecoagro em 2013. Nos últimos tempos, assim como diversos outros grupos industriais, a companhia vem ganhando mais dinheiro com a venda de energia no mercado livre do que no seu próprio core business. A produção do insumo cresceu mais de 600% desde 2012. Em março deste ano, a Adecoagro acionou sua mais recente unidade de cogeração, instalada na usina de cana de Angélica (MS).  Não obstante os prejuízos e a crise que afeta o setor, a Adecoagro tem feito sucessivos investimentos em suas usinas. A decisão de venda, no entanto, lança dúvidas sobre a continuidade dos principais projetos, a começar pela duplicação da unidade de Ivinhema (MS), orçada em mais de R$ 500 milhões.

#Adecoagro

Soja da Vanguarda Agro cresce sobre campos minados

13/08/2014
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Dois anos. Esse foi o período que durou o cessar-fogo societário na Vanguarda Agro. Após uma trégua calculada ao longo do processo de reestruturação, o fundador da companhia, Otaviano Pivetta, está de volta ao front com munição redobrada. Se, em 2012, o fuzilado foi o investidor espanhol Enrique Baa±uelos, obrigado a vender sua participação após atritos com o empresário, o alvo agora é Helio Seibel, dono de 12,6% do capital ordinário. Pivetta estaria articulando a compra das ações da Vanguarda em poder do Gávea Investimentos e da Pollux Capital, que, juntos, detêm cerca de 19%. Trata-se de um tiro em ricochete: o empresário mira nos fundos de investimentos para acertar Seibel. Com a dupla aquisição, Pivetta saltaria dos atuais 16% para mais de 30% do capital votante, tornando-se disparadamente o maior acionista individual da empresa. Nesta posição privilegiada, teria maiores chances de compor com os minoritários, isolar seu antagonista na administração da Vanguarda Agro e, no que seria o grand finale, forçar sua saída da companhia ? um script que guarda semelhanças com o processo que culminou no expurgo de Enrique Baa±uelos. Este é um duelo de alto calibre. Um dos maiores produtores rurais do Centro- Oeste e prefeito de Lucas do Rio Verde (MT), onde brota soja até no asfalto, Otaviano Pivetta quer recuperar o espaço que perdeu na Vanguarda Agro após a abertura de capital da empresa. Tem do outro lado um adversário de respeito: Helio Seibel é um dos maiores acionistas da Duratex, ao lado dos Setúbal, e sócio da francesa Leroy Merlin no Brasil. A rigor, Pivetta não enfrenta apenas um, mas dois Seibel. Na Vanguarda Agro, Helio tem a seu lado o irmão, Salo. Juntos, os Seibel Bros. controlam 20,5% da empresa produtora de grãos. Salo, inclusive, é o presidente do Conselho de Administração da empresa. O duelo societário, não por acaso, se dá em um momento decisivo para a Vanguarda Agro. A companhia está a s voltas com um de seus maiores projetos de expansão, que prevê a criação de um braço de investimento em propriedades rurais – ver RR edição nº 4.872. Este movimento combina, a um só tempo, diversificação estratégica e reforço do core business. Ao ter suas próprias terras, a empresa espera duplicar sua área plantada, hoje em torno de 300 mil hectares. Parte dos recursos para a empreitada deverá vir de financiamentos do Banco do Brasil e do BNDES. O pedetista Otaviano Pivetta tem ótimo trânsito no governo federal. Aliás, na companhia, chegou-se a cogitar a possibilidade de aumento de capital para bancar a criação da nova subsidiária. No entanto, entre os acionistas, a sensação é que o real objetivo de Pivetta seria aproveitar a capitalização para diluir a participação dos minoritários.

Banco de papel

12/08/2014
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A operação do banco de investimentos Moelis & Co. no Brasil ainda não decolou. A rigor, sequer saiu do hangar. No início do ano, os norte-americanos abriram um escritório em São Paulo, com a promessa de entrar pesado no mercado de M&A. Até agora, no entanto, o banco não fechou um único contrato relevante. Todo mês o escritório precisa de recursos da matriz, em Nova York, para fechar as contas.

Alguém sabe qual é a do HSBC no Brasil?

6/08/2014
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Se o Santander tiver um mínimo de visão estratégica e senso de oportunidade para transformar o limão das críticas ao governo de Dilma Rousseff numa limonada, saca do coldre uma oferta pela operação do HSBC no Brasil. Nem que seja apenas para ver o que vai dar. Se, de um lado, há um conglomerado financeiro que precisa, o quanto antes, dar uma demonstração de força e reconstruir sua reputação institucional no país, do outro o que se vê é apenas uma silhueta, o contorno cada vez mais pálido de uma caricatura bancária. O tempo passa, o tempo voa, e o HSBC Brasil parece fadado a ser uma carta fora do baralho da banca nacional. Sua operação no país não lembra nem de longe o porte e a importância do grupo no mercado bancário internacional. Com apenas R$ 170 bilhões em ativos, o HSBC se distanciou de vez do topo do ranking bancário. Para enxergar o mais próximo a  sua frente – o próprio Santander, com R$ 500 bilhões em ativos – só com binóculos. Mas para ver quem vem logo atrás basta um óculos de grau: o Safra tem R$ 131 bilhões em ativos; o BTG Pactual, R$ 125 bilhões. No atual ritmo, não vai demorar muito para o HSBC perder o posto de quarto maior banco privado do país. Os próprios concorrentes têm dificuldade em decifrar a estratégia do grupo no país. A percepção é que o HSBC é um banco sem foco no mercado brasileiro, desnorteado com os cadentes ativos que possui. Um exemplo é a Losango. A financeira está sobre o balcão há várias liquidações. Como não aparece um comprador, o que resta ao HSBC é canibalizar a operação cada vez mais. Por essas e outras, sua atual imagem no Brasil é a de uma instituição apequenada, provinciana. O HSBC é visto como um banco curitibano, e não um banco brasileiro. Para efeito de ilustração, o HSBC de hoje é proporcionalmente menor do que o próprio Bamerindus. E lá se vão 17 anos desde que os ingleses compraram o antigo banco de José Eduardo Andrade Vieira. De lá para cá, a instituição tem perdido seguidamente importância relativa no país. Em dezembro de 2008, o banco detinha cerca de 3,3% de todos os ativos do sistema financeiro nacional. De lá para cá, este índice caiu para 2,4%. No mesmo período, sua participação sobre o total de depósitos bancários do país recuou de 5,1% para 2,9%. Quando o assunto é rentabilidade, aí vira até covardia. Em 2013, os dez maiores bancos privados do país tiveram um retorno médio sobre patrimônio de 11,6%, mais do que o dobro da esquálida rentabilidade do HSBC: 4,5%. No primeiro semestre deste ano, o banco manteve a toada: seu lucro caiu 65% em comparação a janeirojunho de 2013. Anualizado, o resultado de US$ 55 milhões representa uma rentabilidade de apenas 2,5%. Sem comentários. O HSBC perdeu até mesmo espaço territorial. Hoje, suas agências respondem por 3,8% da rede bancária brasileira, contra 4,5% no fim de 2008. O HSBC Brasil é minúsculo dentro do próprio HSBC. A operação brasileira equivale a 2,7% do total de ativos do grupo no mundo. Para efeito de comparação, no caso do próprio Santander, maior banco estrangeiro do país, a subsidiária local é responsável por 14% dos ativos globais. O que mesmo o HSBC está fazendo no Brasil?

CEF cerca Homex por todos os lados

5/08/2014
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A Caixa Econômica Federal não vai dar sossego a  Homex. A área jurídica do banco já está com o dedo no gatilho, pronta para acionar duplamente a construtora – na Justiça do Brasil e do México. A empresa abandonou o país deixando para trás obras inacabadas e clientes sem receber imóveis já pagos – parte expressiva deles financiados pela CEF. Procurado, o banco não confirmou oficialmente a decisão de entrar na Justiça. Mas informou que seus créditos contra a Homex Brasil estão incluídos no plano de recuperação judicial da companhia. A Caixa disse ainda que vai habilitar a dívida na massa falida, caso o plano de recuperação da construtora mexicana não seja aprovado pelos credores e a Justiça venha a decretar a falência. Ou seja: a instituição já trabalha com o pior dos cenários. Ressalte- se que a Caixa incluiu a Homex em seu cadastro negativo, informação confirmada ao RR pelo próprio banco – ver edição nº 4.901. Todas estas medidas contra a Homex carregam forte caráter didático. A Caixa Econômica pretende dar um firme recado a s construtoras que operam no segmento de habitação popular, exatamente o segmento de atuação dos mexicanos. Entre as companhias financiadas pela Caixa no âmbito do “Minha Casa, Minha Vida”, não se tem notícia de qualquer caso similar ao da Homex. 1, 2, 3, isola… No entanto, não são poucas as empresas que têm descumprido cronogramas e atrasado a entrega de imóveis, o suficiente para acender o sinal de alerta na Caixa.

Acervo RR

Abu Dhabi

4/08/2014
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 O National Bank of Abu Dhabi (NBAD), que acaba de receber o imprimatur do Banco Central, tem como meta movimentar cerca de US$ 1,5 bilhão em seu primeiro ano de operação no Brasil. A maior parte desta cifra se refere a financiamentos para empresas de comércio exterior.

#Abu Dhabi #Banco Central

Abu Dhabi

4/08/2014
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 O National Bank of Abu Dhabi (NBAD), que acaba de receber o imprimatur do Banco Central, tem como meta movimentar cerca de US$ 1,5 bilhão em seu primeiro ano de operação no Brasil. A maior parte desta cifra se refere a financiamentos para empresas de comércio exterior.

#Abu Dhabi #Banco Central

Santander é um cartão em busca de crédito

4/08/2014
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A leseira do Santander ao contaminar suas análises econômicas com pitacos de ordem política e eleitoral não está invadindo seu core business. Menos mal. O banco prepara uma forte investida no mercado brasileiro de cartões de crédito. No varejo, o avanço se dará por meio da GetNet, credenciadora comprada no ano passado; na área corporativa, o Santander negocia com grandes grupos industriais parcerias similares a  fechada recentemente com a AmBev – distribuidores da cervejeira podem efetuar seus pagamentos usando as maquinetas de cartão. Puxa daqui, estica dali, o Santander pretende atingir 10% do setor em 2015 – hoje, detém aproximadamente 6% de market share. E de onde virão esses tão cobiçados pontos percentuais? A estratégia do Santander é avançar sobre o território do Itaú, aproveitando-se do mau momento do banco neste segmento. Um momento, aliás, que já dura mais de quatro anos. Nesse período, a participação do Rede, a credenciadora dos Setúbal, caiu de 45% para 38%. Estudos de mercado feitos pelos espanhóis mostram que este processo de erosão ainda está longe de terminar. Em tempo: em condições normais de temperatura e pressão, talvez o Santander repetisse o matreiro expediente já usado em outras ocasiões. O presidente da instituição no Brasil, Emilio Botín, iria ao Planalto comunicar os novos planos e a área de comunicação corporativa do banco faria a festa, usando o encontro com Dilma Rousseff para dar publicidade a  marca. Desta vez, no entanto, Botín vai ter de buscar outra garota-propaganda.

Trilhos da RZD levam ao BNDES e ao InfraBrasil

1/08/2014
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A recém-anunciada parceria com a brasileira Progen é apenas uma ferrovia vicinal. A chegada da RZD ao país passa por trilhos de bitola muito mais larga. O grupo russo está em negociações avançadas com o BNDES e o InfraBrasil – que reúne Previ, Petros e Funcef, entre outros fundos de previdência privada. O trio articula a formação de um consórcio com altíssimo poder de fogo para disputar a concessão da linha entre Lucas do Rio Verde (MT) e Uruaçu (GO). Para muitos, trata-se da licitação mais importante em curso no setor. Com investimento previsto de quase R$ 2,5 bilhões, este será um dos principais trechos da futura Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico) – projeto orçado em R$ 6,5 bilhões. Este emaranhado de mais de 4,4 mil quilômetros de trilhos, que cortará 52 municípios do Centro- Oeste, será fundamental para reduzir o tempo e os custos de escoamento da produção agrícola na região. Um dos maiores operadores mundiais do setor, a RZD administra mais de 90 mil quilômetros de ferrovias. Seu desembarque no país se dá no âmbito dos múltiplos acordos bilaterais assinados entre os governos do Brasil e da Rússia, que vão desde o setor de infraestrutura até a área de energia nuclear – ver RR edição nº 4.916. O grupo deverá trazer a reboque o apoio de um pool de bancos conterrâneos, a começar pela agência de fomento Vnesheconombank. Paralelamente a s licitações de novos trechos, os russos têm interesse também em concessões que foram devolvidas pelos operadores privados e serão novamente levadas a leilão pela ANTT. Estes projetos passam também pelas negociações com o BNDES e o InfraBrasil. No caso do banco de fomento, sua participação deverá se dar com um duplo figurino: acionista minoritário do consórcio e financiador da construção da linha ferroviária. Para o governo brasileiro, o apoio ao grupo russo vale cada centavo. A expectativa é que a presença de um candidato do porte da RZD no leilão da linha Rio-Verde – Uruaçu abra o apetite dos investidores e aumente a disputa pela concessão.

Credores da Imcopa abrem guerra pela venda do controle

28/07/2014
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Há uma rebelião em curso na Imcopa, uma das maiores produtoras de soja do Brasil. Os principais credores, entre os quais figuram HSBC, Credit Suisse e ING, estariam pressionando o empresário Frederico Busato Junior a vender a companhia paranaense. Na visão dos bancos, a transferência do controle para um grande grupo do setor, com maior escala de produção e notória capacidade de captar recursos no exterior, é condição sine qua non para a empresa sair da recuperação judicial e quitar sua dívida, superior a R$ 1 bilhão. Os próprios credores vestiram o figurino de adviser. Segundo o executivo de um dos bancos envolvidos na operação, haveria conversações com as norte-americanas ADM e Cargill. Ressalte- se que, no fim do ano passado, a Penido Holdings, companhia de investimento criada pelos fundadores da construtora Serveng Civilsan, apresentou uma proposta pelo controle da Imcopa. Na ocasião, o grupo chegou a esboçar um plano para a quitação dos passivos incluídos na recuperação judicial, da ordem de R$ 300 milhões. No entanto, as tratativas não andaram. Além de óbices de ordem jurídica e financeira, a operação esbarrou na recusa dos credores, que, a quela altura, já defendiam a venda da Imcopa para uma trading agrícola puro sangue. A recuperação judicial da Imcopa se desenrola sobre terrenos pantanosos. As relações entre os bancos e Frederico Busato Junior se deterioraram muito em razão dos sinuosos negócios entre o empresário e um personagem – chave de todo este enredo: Walter Faria, dono da Petrópolis. Desde 2008, a cervejaria e a Imcopa mantém uma parceria cercada de névoa. Oficialmente, as duas empresas sempre sustentaram ter apenas um acordo comercial para o fornecimento de soja, utilizado pela Petrópolis na produção de bebidas. No entanto, os bancos acusam Faria de ser acionista oculto da Imcopa e, portanto, corresponsável pelo passivo da companhia. Desde o ano passado, travam uma batalha jurídica contra o empresário, de quem cobram o pagamento de aproximadamente R$ 530 milhões em dívidas da processadora de soja. A temperatura subiu ainda mais no início do ano, quando a Petrópolis anunciou o arrendamento das duas plantas industriais da Imcopa. Na visão dos bancos, a operação é mais uma evidência de que Faria seria muito mais do que um mero parceiro comercial da empresa. Entre os credores da Imcopa também há articulações para a suspensão do contrato de arrendamento das fábricas a  Petrópolis. A avaliação é que a simples presença de Walter Faria no negócio inibe o interesse dos candidatos a  compra da companhia.

Queijo elástico

25/07/2014
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A família Carneiro transformou a CPQ Brasil, dona da Casa do Pão de Queijo, em um iô-iô. O clã estaria em busca de um novo sócio para o negócio. Já teria conversado com fundos ligados a  Goldman Sachs. Procurada, a CPQ negou a negociação. Não custa lembrar que os Carneiro já venderam a empresa para o Banco Pátria, que depois a repassou ao Standard Bank até voltar a s mãos da própria família.

Putin deixa sua assinatura no programa nuclear brasileiro

18/07/2014
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Vladimir Putin virou o jogo. A russa Rosatom deverá ser parceira do programa nuclear brasileiro – lugar que, até então, parecia destinado a  francesa Areva. Segundo uma alta fonte do Ministério de Minas e Energia, Dilma Rousseff e o presidente russo alinhavaram os pontos centrais do acordo no encontro que tiveram no início da semana. A palavra de Putin fez a diferença. Ao contrário dos franceses, que, até agora, acenaram apenas com promessas e intenções, ele chegou a Brasília com fatos objetivos, prazos e, sobretudo, cifras. Por meio do Eximbank local, o governo russo apresentou garantias firmes para o financiamento de projetos de geração nuclear no Brasil. De acordo com a mesma fonte, os valores sobre a mesa giram em torno de US$ 2 bilhões. O RR apurou ainda que, em setembro, uma delegação de engenheiros da Rosatom vai desembarcar no país. Os russos farão visitas técnicas a s usinas Angra 1 e 2 e a s obras de construção de Angra 3. Está programada também a formação de um grupo de estudos com representantes da Eletronuclear e da Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Em dezembro, será a vez de técnicos das duas empresas visitarem instalações da Rosatom no Leste Europeu. Até lá é provável que a estatal russa já tenha aberto um escritório no Brasil. As negociações com a Rosatom passam pela transferência de tecnologia e pela própria entrada da companhia na operação das três usinas de Angra dos Reis. Por outro lado, o acordo envolve as contrapartidas de praxe, a começar pela venda de equipamentos e serviços de engenharia e a consequente instalação de um cinturão de fornecedores de origem russa no país. A Rosatom pretende também participar da exportação de urânio. O Brasil poderá se aproveitar da ampla rede comercial da companhia, notadamente na Europa, para acessar novos mercados. E o processo de enriquecimento de urânio, uma questão absolutamente nevrálgica, que envolve a própria segurança nacional? Os russos não terão qualquer ingerência sobre a operação, a cargo da Marinha. Melhor assim. Será uma forma de evitar eventuais resistências da área militar, que, por razões óbvias, sempre se mostrou mais simpática a um acordo com a Areva. Por falar em Areva, os franceses estrão perdendo uma partida que já davam como ganha. Em dezembro do ano passado, em meio a uma série de acordos bilaterais, os governos do Brasil e da França assinaram um convênio de cooperação na área nuclear. No entanto, de lá para cá as tratativas com a Areva praticamente não saíram do lugar. A promessa dos franceses de farto financiamento de um pool de bancos europeus segue no papel. Os estudos técnicos com a Eletronuclear e o INB pouco avançaram. Melhor para os russos, que souberam se aproveitar deste vácuo.

Caixa Geral redesenha seus negócios no Brasil

14/07/2014
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A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vive dias agitados no Brasil. A associação com a Octo Investimentos e a consequente incorporação da Rico Corretora – informação antecipada pelo RR na edição 4.873 – são apenas o pelo do coelho. Os portugueses preparam mudanças ainda mais profundas na operação brasileira, que deverão combinar troca de executivos e redefinição das áreas de atuação no país. A reestruturação será o batismo de fogo do presidente da CGD Brasil, Henrique Cabral Menezes. Ele próprio é resultado destes novos tempos: Menezes assumiu o cargo há apenas três meses. Chegou trazendo consigo uma guilhotina. Na bolsa de apostas do banco, o nome mais forte para estrear a lâmina é o de Eduardo Ippolito, CEO da CGD Investimentos, a corretora de valores do grupo. Egresso do Banif, o executivo está no posto há pouco mais de um ano. Questionada sobre a reestruturação e a saída de Ippolito, a Caixa Geral disse que “não confirma a informação”. Para os portugueses, está mais do que na hora de dar uma chacoalhada na subsidiária brasileira. Com R$ 1,3 bilhão em ativos, a CGD não figura sequer entre os 60 maiores bancos do país. A associação com a Octo Investimentos pouco mais de dois anos após a compra da Banif Corretora reforça a disposição do grupo de aumentar sua atuação no mercado de capitais e na área de gestão de recursos. Em contrapartida, os portugueses planejam um recuo em algumas operações de atacado, como empréstimos corporativos em moeda estrangeira. Ao mesmo tempo, Henrique Cabral Menezes terá pela frente o desafio de promover a integração entre as plataformas de investimento da CGD e da Rico sem repetir os contratempos registrados na aquisição do Banif. Segundo informações filtradas da própria Caixa Geral, os custosde incorporação da corretora teriam estourado as projeções em quase 30%.

Construtoras chinesas querem invadir o Brasil

11/07/2014
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A possível parceria entre Brasil e China no transporte ferroviário é apenas o espelho d’água. As negociações entre os dois países devem atingir camadas bem mais profundas. Os chineses estão dispostos a financiar um amplo pacote de obras em infraestrutura no país. Os valores sobre a mesa são superlativos: giram em torno dos US$ 30 bilhões. Além da logística ferroviária, o acordo envolveria investimentos em concessões públicas nos mais diversos segmentos – rodovias, portos, terminais aeroportuários, geração e transmissão de energia etc. No entanto, as contrapartidas são draconianas. O financiamento seria condicionado ao desembarque de uma tropa de construtoras chinesas, que ficariam responsáveis por alguns dos maiores projetos de infraestrutura do país. Os efeitos colaterais são ainda mais graves. Estas empresas trariam a reboque um grande aparato de ocupação, com a vinda de fornecedores e, sobretudo, de mão de obra. Milhares de operários chineses invadiriam os canteiros de obras, deslocando a força de trabalho local. As negociações se desenrolam desde o início do ano e vêm sendo conduzidas pelo próprio Planalto. Muito provavelmente, o assunto entrará na pauta do encontro entre Dilma Rousseff e o presidente da China, Xi Jinping, previsto para a próxima semana em Brasília. A possibilidade de um acordo, como não poderia deixar de ser, é motivo de grande preocupação entre as construtoras nacionais. O temor mais do que natural é que se repita o fenômeno já observado em outros países da América Latina e na africa, notadamente Angola, onde a sino-ofensiva praticamente esmagou a indústria de construção pesada local. Para onde quer que se movam, as construtoras chinesas levam consigo uma brutal capacidade de financiamento de bancos e agências de fomento estatais, que lhes permite praticar uma agressiva política de dumping. O Planalto não tem o menor interesse de que o assunto se torne público antes das eleições – na área de comunicação do Palácio existe uma forte preocupação em evitar o vazamento de valores, condições e termos de um eventual acordo. O assunto é extremamente delicado. Ninguém discute a necessidade de atração de investimentos para a área de infraestrutura, uma fatura que não cabe mais no caixa do BNDES. No entanto, até que ponto o governo está disposto a pagar o alto preço cobrado por uma eventual parceria com os asiáticos? As empresas brasileiras de construção pesada ocupam uma posição singular na institucionalidade nacional. Participam praticamente de toda a estrutura de investimentos em capital fixo – estão nas áreas de energia, telecomunicações e concessões em transporte, entre outros. Fragilizar esse papel é dar um tiro na capacidade de inclusão da mão de obra local. Até porque a história mostra que empresas chinesas são useiras e vezeiras em desembarcar nos lugares com uma multidão de operários, ir embora e não levá-los de volta. Recentemente, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) divulgou documento elaborado pela LCA Consultores explicitando sua preocupação com a invasão de construtoras chinesas no país. Não custa lembrar que já há precedentes, exemplos que mostram ser factível a entrada no Brasil de um grande número de operários vindos da China. Foi o caso da construção da Companhia Siderúrgica do Atlântico, feita por empresas de engenharia chinesas com a contrapartida do envio de dois mil trabalhadores.

Trem pagador

2/07/2014
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O governo promete usar de tudo que é alavanca financeira para desemperrar a licitação da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico). Além da garantia de financiamento do BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica, há uma articulação para que o FI-FGTS entre no equity do consórcio vencedor do leilão. O fundo administrado pela própria Caixa deverá ter algo entre 10% e 15% do capital.

Homex deixa o Brasil pela porta dos fundos

27/06/2014
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Feliz é o caracol que leva a casa a s costas e não precisa esperar por um imóvel da Homex, diferentemente das centenas de clientes que a construtora deixou sem teto e sem chão no Brasil. A empresa, que chegou ao país prometendo replicar em escala ainda maior o bem-sucedido modelo de habitação popular desenvolvido no México, vendeu promessas e entregou terrenos baldios, contratos não cumpridos e dívidas. Das mais de 3,5 mil unidades anunciadas para São Paulo e Mato Grosso do Sul, a Homex não teria concluído sequer a metade. Em Campo Grande, capital sul-mato-grossense, os mexicanos abandonaram o conjunto habitacional que estavam construindo no bairro Paulo Coelho Machado – no local, há vazamentos de esgoto por tudo quanto é lado. A situação chegou a tal ponto que a Câmara dos Vereadores da cidade abriu uma CPI para investigar o caso. Vai ser difícil encontrar alguém da empresa. Segundo o RR apurou, nas últimas semanas a Homex fechou seus escritórios no Brasil, e todos os executivos regressaram ao México. Além dos antigos clientes, hoje inquilinos da agonia, o grupo deixou para trás dívidas com fornecedores das mais diversas áreas – de empresas de engenharia a  assessoria de imprensa. Desde o fim do ano passado, a matriz vinha reduzindo consideravelmente o repasse de recursos para a Homex Brasil. A situação se agravou com as dificuldades da empresa para obter crédito no país. Pouco antes de desativar suas instalações no Brasil, a Homex entrou para a lista negra da Caixa Econômica Federal em virtude do descumprimento de condições contratuais. Procurada pelo RR, a CEF confirmou oficialmente que a construtora foi incluída em seu cadastro negativo, o que deixou a empresa “impossibilitada de realizar qualquer negócio com o banco e também impedida de operar em qualquer programa habitacional do governo federal”. O RR tentou fazer contato com a Homex por meio dos antigos escritórios no Brasil e da própria matriz, mas não obteve retorno. Não obstante a debandada de executivos e o abandono das obras, formalmente a Homex sinaliza a intenção de seguir no Brasil. A companhia entrou com um pedido de recuperação judicial, inclusive já deferido pela 1a Vara de Falências de São Paulo/SP. No setor, há quem diga que tudo não passa de jogo cena dos mexicanos, numa tentativa de ganhar tempo e evitar uma saraivada de ações judiciais por parte dos clientes e fornecedores. É até difícil compreender o que minou as fundações da Homex no Brasil. A companhia é um dos grandes nomes do setor imobiliário no México. Com faturamento de US$ 1,5 bilhão, chegou a entregar mais de 50 mil imóveis em um único ano. Seu modelo de habitação para a baixa renda é regularmente estudado por grandes construtoras brasileiras. Com toda esta fama na bagagem, a Homex desembarcou no Brasil em 2007. Os primeiros projetos foram conduzidos diretamente pela direção do grupo no México. Somente em agosto de 2009, a empresa efetivamente abriu sua subsidiária brasileira. Na ocasião – e o Google não deixa mentir -, Gerardo Nicolas, presidente e um dos principais acionistas da companhia, disse: “Queremos mostrar a  sociedade brasileira que temos palavra, quando dissemos que entregaríamos casa ainda neste ano”. Os clientes da Homex também têm algumas palavras para a empresa. Mas todas impublicáveis neste ou em qualquer horário.

Chineses tiram gasoduto da Cemig do papel

24/06/2014
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Nos últimos dias, Belo Horizonte tornou-se a capital do gás natural no Brasil. Além de liderar as negociações que culminaram na associação entre a Cemig e a Gás Natural Fenosa e a consequente criação do maior grupo do setor no país, o governo mineiro está a  frente de outra operação com razoável poder de combustão. Há gestões com um heterogêneo grupo de investidores chineses – que vai de fundos de investimento a bancos estatais de fomento – para a construção de um gasoduto de quase 500 km de extensão entre as cidades de Betim e de Uberaba. O projeto está orçado em quase R$ 2 bilhões. O empreendimento é de grande interesse para a Petrobras, dona de uma fábrica de fertilizantes no Oeste mineiro. Neste momento, ressalte-se, é de bom tom que o governo de Minas Gerais faça este agrado a  estatal. Sócia tanto da Cemig quanto da CEG, controlada pela Gas Natural, a Petrobras é uma peça fundamental na recém-anunciada associação entre as duas companhias. Autoridades mineiras deverão ir a Pequim nas próximas semanas para avançar nas negociações com os chineses. Uma das responsáveis por ligar as duas pontas é a XCMG, uma das maiores fabricantes de equipamentos para gasodutos da asia. O empreendimento é vital para a Cemig, e, a partir de agora, por extensão a  própria Gas Natural. O gasoduto cortará uma região com expressiva atividade industrial e, consequentemente, grande potencial de consumo de gás.

JAC Motors empurra seu sócio brasileiro para o acostamento

20/06/2014
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A JAC Motors do Brasil está sob intervenção. Os chineses decidiram assumir o volante da operação, empurrando para o banco de trás o empresário Sergio Habib, seu sócio e, até então, todo poderoso da montadora no país. Quem viu a recém-anunciada inversão das participações societárias – a matriz, que detinha apenas 34% da subsidiária, passará a ter 66% do capital – não sabe da missa a metade. Os asiáticos preparam mudanças ainda mais drásticas, que refletiriam o esgarçamento de suas relações com Habib, responsável por trazer a marca para o Brasil. Segundo fontes ligadas a  JAC, a montadora vai designar um executivo chinês para comandar toda a operação brasileira. Sua missão prioritária será conduzir a construção da fábrica de Camaçari (BA), projeto que, desde o início, sempre esteve concentrado nas mãos de Habib. Há fortes indícios de que a JAC estaria preparando o terreno para ejetar Sergio Habib da operação brasileira e assumir integralmente o controle da subsidiária. No entanto, este é um movimento extremamente delicado, que teria de ser consumado em doses homeopáticas. Os chineses não podem prescindir, da noite para o dia, da presença de Habib no projeto. Do ponto de vista comercial, a JAC depende integralmente do empresário, dono de todas as 50 concessionárias da marca no país. Antes de selar o eventual divórcio, a montadora precisaria de um certo tempo para criar uma nova estrutura de distribuição no Brasil. O RR apurou que a JAC já teria mantido contatos com um dos maiores grupos revendedores de automóveis do país, dono de concessionárias das mais diversas bandeiras. Nos últimos meses, os desentendimentos entre a JAC e Sergio Habib, ex-presidente da Citroa«n no Brasil, aumentaram consideravelmente. O principal foco de estresse é justamente a construção da fábrica de Camaçari, a primeira da empresa no Brasil. Os atrasos nas obras provocaram sucessivos adiamentos da inauguração da unidade. No mais recente, a data para o início das operações passou de dezembro deste ano para junho de 2015. No entanto, convictos de que Habib não conseguiria cumprir o novo prazo, os chineses decidiram intervir e assumir o empreendimento. Até porque os atrasos vêm sendo acompanhados de recorrentes aumentos dos custos do projeto. Procurada pelo RR, a JAC Motors do Brasil negou qualquer desentendimento entre a JAC China e o empresário Sergio Habib. Assegurou que não existe possibilidade de rompimento do contrato, em vigor até 2025. A companhia informou ainda que a vinda de executivos chineses para a fábrica “não só é prevista como natural.”

Armínio dobra seu ativo intangível na Fazenda

13/06/2014
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 A candidatura de Armínio Fraga a ministro da Fazenda de um virtual governo Aécio Neves parece inspirada no desabafo do coronel Jarbas Passarinho na reunião ministerial que sancionou a promulgação do Ato Institucional nº 5. Na ocasião, para que não ficassem dúvidas sobre a radicalidade amoral da sua convicção, Passarinho bradou a todos os presentes que estava mandando seus escrúpulos a s favas. Armínio não vai mandar nada a s favas, mas quer aposentar seus escrúpulos na banca privada, o que é muito mais rentável e menos truculento do que o destempero do velho coronel. Os pruridos do festejado economista já tinham sido pendurados no cabide por ocasião da sua primeira – e, por sinal, bem-sucedida – passagem pelo Banco Central, em sintonia fina com Wall Street e a faculdade de economia da PUC. Prova de que sucesso independe de valores mais rígidos. Provém dessa era do absolutismo tucano o estímulo franco a s incestuosas relações das instituições financeiras com acadêmicos. Jamais os bancos foram tão felizes. Armínio vinha de uma fase de aprendizagem, quando era um frade e George Soros, a Igreja. O jovem e bem apetrechado economista nunca foi um destacado operador na máquina de fabricar ouro do biliardário. Há quem diga que o fascínio de Armínio por Soros resultou de um sentimento pagão. Ele presenciou e se encantou com o milagre de multiplicar fortunas que não se imiscuirão na economia real. É bem verdade que, com Lula, a ?finançolândia? também fez o seu banqueiro central. Em favor de Henrique Meirelles pode-se afirmar que, ao aceitar o cargo, já era meio carta fora do baralho no Fleet Boston e tinha decidido tornar-se congressista no Brasil. Armínio Fraga já traz tatuados os nomes dos hedge funds e dos doutores aliados. Quem viu o filme Inside Job sabe como uma pseudoverdade pode ser sancionada por professores universitários. Como outros destacados economistas tucanos – quase todos financistas -, ele saiu do governo e foi fazer seu pé de meia na sua zona de interesse. Não faltaram agraciamentos pelas boas relações do passado. O Unibanco prestigiou seus fundos com uma montanha de dinheiro ? não obstante a boa norma não recomendar aplicação tão vultosa em um único gestor, e ainda mais sem ele ser um craque para os padrões internacionais de multiplicação do capital. Armínio, que agora se candidata a repetir a experiência como czar da economia, tem um novo sócio, FHC os banqueiros do J.P. Morgan. Aterrissaria com uma algema de ouro – poderá largar o governo, mas não o banco. Nessas circunstâncias melhor deixar a toalha branca suja das digitais e procurar a maior aderência possível entre o interesse do Estado nacional e o da Casa Morgan. Tudo em sintonia com a “ética weberiana” na distinta versão de Fernando Henrique Cardoso. No final, é lavar a toalha branca e fingir que ela nunca esteve suja. Os escrúpulos é que mesmo lavados não serão limpos jamais.

#Aécio Neves #Armínio Fraga #FHC

Abengoa refina sua cana no BNDES

9/06/2014
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Após várias tentativas frustradas de vender suas usinas de açúcar e álcool no Brasil, a Abengoa bateu a  porta do BNDES. Os espanhóis buscam o apoio do banco para revigorar sua deficitária operação sucroalcooleira. Um dos caminhos aventados é a conversão de créditos do BNDES em participação acionária na Abengoa Bioenergia – a agência de fomento fez empréstimos a  companhia para financiar a construção de uma usina de bioetanol e biobutanol a partir de palha e bagaço de cana de açúcar. A operação seria acompanhada de um aumento de capital da companhia. Se dependesse exclusivamente da sua vontade, é provável que os espanhóis já nem estivessem mais no negócio. Nos últimos dois anos, a Abengoa Bioenergia fez várias gestões para a venda de suas três usinas localizadas nas cidades de Pirassununga, São João da Boa Vista e Santo Antônio da Posse, todas em São Paulo. Em 2007, quando comprou as duas primeiras plantas junto a  Dedini, o grupo espanhol pagou o equivalente a quase US$ 150 por tonelada de capacidade instalada. Nos últimos meses, chegou a oferecer as usinas a um terço deste valor. E, ainda assim, não encontrou comprador para os ativos, cuja maior especialidade, ao que parece, é moer dinheiro. Na safra passada, a Abengoa Bioenergia teve prejuízos superiores a R$ 150 milhões. No balanço anterior, já havia registrado perdas de R$ 72 milhões. Só no último ano, a dívida de longo prazo da sucroalcooleira cresceu 40%, chegando perto dos R$ 600 milhões.

Bateria fraca

6/06/2014
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A direção de Itaipu Binacional, que fabrica baterias para carros elétricos, conversa com o BNDES sobre um possível apoio do banco a  produção deste tipo de veículo no Brasil. Resolveria apenas parte do problema. Tão ou mais difícil quanto o funding é encontrar uma montadora disposta a entrar no negócio. No setor, o consenso é que ainda não há demanda suficiente para justificar a fabricação de carros elétricos em larga escala no país.

Espírito Santo

5/06/2014
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Dois anos após um aumento de capital, o Banco Espírito Santo prepara novo aporte na filial brasileira. A injeção, que permitiria aos portugueses dar uma chacoalhada em sua operação no país, deve chegar a R$ 300 milhões.

Acervo RR

Espírito Santo

5/06/2014
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Dois anos após um aumento de capital, o Banco Espírito Santo prepara novo aporte na filial brasileira. A injeção, que permitiria aos portugueses dar uma chacoalhada em sua operação no país, deve chegar a R$ 300 milhões.

Santander pode cancelar recompra de ações

3/06/2014
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Os acionistas que queriam se livrar do pouco rentável Santander Brasil, aceitando a oferta do banco para a recompra das ações a um preço nanico, podem colocar suas barbas de molho. Os espanhóis estariam prestes a suspender a operação, pouco mais de um mês após o seu anúncio. Um acionista minoritário, que já formalizou sua decisão de não aceitar o valor aviltado, informou ao RR a intenção do banco em cancelar a oferta, manobra que transformaria um provável fracasso em um soberano recuo estratégico. Nos últimos dias, diversos fundos internacionais fizeram chegar ao comando do grupo, em Madri, sua recusa ao valor ofertado pelos ibéricos: R$ 15,31 por ação. Muitos destes investidores mantêm sua posição no Santander Brasil desde o IPO do banco, em 2009, quando pagaram R$ 23,50 pelo papel. Ou seja: para esta turma, entregar as ações ao preço estipulado pelos espanhóis significaria realizar um prejuízo de quase 40% sobre o valor original do investimento. Questionado pelo RR sobre a suspensão da oferta, o Santander não foi objetivo em sua resposta. Afirmou apenas que “a adesão é voluntária” e a “operação depende das autorizações legais e societárias exigíveis e deverá estar concluída até outubro deste ano”. O fato é que existem fortes indícios de que o banco deverá cancelar a oferta de recompra de ações. A instituição, ressalte- se, não tem adotado qualquer postura incompatível com os ritos e os procedimentos que precedem operações desta natureza no mercado de capitais, segundo a própria CVM. Mas encontrou uma fórmula para fazer do seu quiet period uma talk season. Há evidências de que a ordem no banco é abusar do marketing institucional, um caminho que permite driblar o que pode ou não ser dito sem deslocar as expectativas de mercado. Esta nova conduta é personificada pelo próprio presidente do Santander Brasil, Jesús Zabalza. O executivo parece ter vestido o figurino de jogral. Nos últimos dias, vem entoando publicamente uma série de planos, promessas e intenções. Uma regra imutável em operações desta natureza é que os compradores não podem pedalar o valor de mercado das ações para aumentar sua diferença em relação ao preço ofertado. Seria pura tontearia ou masoquismo. Diante do recente show off promovido pelo Santander, o mais provável mesmo é que os espanhóis não queiram realmente recomprar as ações. Entre as tantas metas e compromissos soprados por Zabalza, o que mais chama a atenção é a garantia de que qualquer investimento ou operação no Brasil só será executada caso haja perspectivas firmes de um retorno de, no mínimo, 20%. Como assim, se o próprio Santander não consegue cumprir esta nota de corte? Nos últimos cinco anos, a rentabilidade da filial brasileira não chegou sequer perto deste patamar. No período, a média de lucro sobre o patrimônio foi de 13%. No ano passado, nem isso: parou nos 11%. Para efeito de comparação, em 2013 os demais integrantes do top five da banca privada (Itaú, Bradesco, HSBC e Safra) registraram, em média, uma rentabilidade de 15%. É importante ressaltar que, expurgando-se o HSBC, esse índice seria de 18%. Se for para confrontar o Santander com os dois maiores bancos privados brasileiros, aí, então, vira covardia. Pegandose os últimos cinco exercícios, o lucro médio de Itaú e Bradesco beirou os 20% ao ano.

BNDES e Odebrecht sofrem com a politização vulgar

28/05/2014
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Existe um megafone em cada esquina berrando que a exportação de serviços entrou no raio de destruição da campanha eleitoral e do “antidilmismo”. O BNDES é o alvo principal. O banco é responsável pelo financiamento da totalidade dessas operações e está sendo acusado de aumentar a dívida pública com “finalidade torpe”. Mas a agência de fomento não está só. A politização grosseira e vulgar que grassa no país elegeu três grandes inimigos do Brasil: a Petrobras, que não passaria de uma “organização criminosa”; o BNDES, que suga a seiva financeira do Estado para distribuir o dinheiro a plutocratas; e as empreiteiras, que são “corruptoras do governo”. Na visão da oposição, o banco e as empreiteiras, melhor dizer indústria da construção pesada, estariam trocando investimentos no Brasil pelo exterior, deixando de gerar empregos aqui em benefício de mais postos de trabalho nos países importadores. Essas acusações são do tempo do onça. Quando já pareciam ter virado bobice, eis que voltam a  baila, no bico dos seus defensores de outrora. As exportações de serviços envolvem a comercialização de mais de 500 mil itens da indústria nacional, que criam dezenas de milhares de empregos. Além de gerar divisas curativas das feridas do balanço de pagamentos. São poucos os setores da indústria que têm uma cadeia de produção tão ampla, envolvendo um número de unidades tão grande. Na africa, cer- ca de 600 empresas brasileiras foram beneficiadas; nas obras do Porto Mariel, em Cuba, serão mais de 400. O peso das operações no orçamento do BNDES, uma das outras críticas, é baixo – não chega a 3% -, e é grão de areia se comparado ao montante investido pelas agências de crédito e pelo Eximbank dos outros países. É certo que a campanha contra as exportações de serviços está pegando uma carona na circunstância peculiar que atravessa a Odebrecht, líder absoluta nesse segmento. A empreiteira baiana, primeira também no ranking da construção de obras estruturantes do país, foi arrastada para o centro de episódios controversos, como a Petrobras e o Itaquerão. A oposição vem chupando os dois casos de canudinho. Tanto a Petrobras quanto a Odebrecht pagam o ônus das corporações com megaescala, onde sempre existe o joio, por maior que seja o trigal. No momento, o que a interessa a  plateia é o joio. Paciência! O fato é que o BNDES, por meio do financiamento da exportação de serviços, tem feito uma política industrial singular, por via transversa, cujo único demérito é a ausência de divulgação dos seus benefícios para o país. Quanto a  Odebrecht, depois do Itamarati a empreiteira é a maior representante do Brasil no estrangeiro, o que não é pouca coisa. Porém, nada disso interessa se o objetivo maior são as urnas. Até outubro, a ordem é “malhar o Judas”.

GRSA e Sodexo disputam cada prato de comida no Brasil

27/05/2014
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É cada vez mais acirrado o duelo pela liderança do mercado brasileiro de refeições coletivas – um setor aparentemente sem sabor, na maior parte do tempo a  margem dos holofotes, mas que reparte entre os seus um banquete de aproximadamente R$ 17 bilhões por ano. Velhas rivais na Europa, a francesa Sodexo e a inglesa GRSA disputam cada ponto de market share como quem briga por um prato de comida. O próximo movimento deve vir dos britânicos. Segundo o RR apurou, a Compass, controladora da GRSA, aprovou um investimento de R$ 400 milhões até o fim de 2015. A maior parte dos recursos será destinada a  construção de centros de distribuição, notadamente no Nordeste. Os ingleses também vêm garimpando possibilidades de aquisição no Brasil. Olham com especial interesse para a paulista Cucinare, que, oficialmente, afirma com todas as letras que não está a  venda. Ressalte- se que qualquer movimento mais agudo da Compass será suficiente para destronar a Sodexo do posto de nº 1 do setor. Atualmente, a diferença entre ambas não passa de dois percentuais: o placar mostra 20% a 18% a favor dos franceses. A Compass entende que as circunstâncias são propícias para uma ofensiva contra a Sodexo. Aos olhos dos ingleses, a concorrente passa por um momento de fragilidade. Os franceses estariam sofrendo os efeitos colaterais da própria conquista da liderança do mercado, que veio, em 2011, com a compra da gaúcha Puras. O processo de digestão não tem sido dos mais fáceis. Sobreposições operacionais, problemas de integração entre as respectivas estruturas de TI e até mesmo as diferenças culturais tornaram a incorporação da Puras mais dispendiosa do que o esperado. Tanto que a Sodexo pisou no freio e reduziu consideravelmente seus investimentos no país. No entanto, a Sodexo tem um trunfo guardado no bolso do colete, que atende pelo nome de Santander. Uma parceria permitiu a  empresa comercializar produtos, notadamente os cartões Refeição Pass, Alimentação Pass e Vale Transporte Pass, nas agências do banco no país. Talvez seja o início de uma relação bem mais calórica. Na Sodexo, já se fala na possibilidade de uma associação com o Santander. Neste caso, o banco espanhol poderia entrar no capital da empresa de refeições coletivas por meio da GetNet, sua credenciadora de cartões.

Vento contrário

23/05/2014
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A norte-americana Clipper Windpower está negociando sua “anistia” junto ao BNDES. No ano passado, a fabricante de equipamentos de geração eólica foi descredenciada do Finame, por não ter cumprido as exigências impostas pelo banco. Em troca da clemência, os norte-americanos acenam com a construção de uma fábrica de turbinas no Brasil. Será?

Credores lançam luz na penumbra do Econômico

22/05/2014
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Os credores do Banco Econômico querem abrir uma caixa preta lacrada há quase duas décadas. No início do mês, um grupo peso-pesado, que soma mais de R$ 700 milhões em créditos contra a instituição, entrou com uma ação no Ministério Público da Bahia. O alvo principal é o liquidante do Econômico, Natalício Pegorini. Os credores quirografários, entre os quais se incluem o Banco do Brasil, o BNDES e o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), cobram de Pegorini esclarecimentos sobre os recentes dados contábeis apresentados pelo banco. Aos seus olhos falta transparência em relação a  real situação financeira da instituição. O liquidante insiste em dizer que as contas do Econômico estão ajustadas. Os credores, no entanto, estranham a matemática de Pegorini. O último balanço revelou um rombo da ordem de R$ 600 milhões. O trajeto da liquidação do Econômico é tão sinuoso e enigmático quanto os caminhos e descaminhos que levaram a  própria quebra da instituição. A começar pelo tempo em que esta novela está em cartaz. Por lei, o BC tem um ano para concluir um processo de liquidação bancária – prazo, no máximo, renovável por mais um ano. No entanto, o purgatório dos credores do Econômico já dura quase 19 anos. Enquanto eles mofam na fila para receber o que a instituição lhes deve, o ex-banqueiro a‚ngelo Calmon de Sá chegou a ter seus bens desbloqueados.

O inverno da Goldman Sachs no Brasil

20/05/2014
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O céu está cinzento na Goldman Sachs do Brasil. De um lado, o banco enfrenta um êxodo de talentos – no último ano, quase uma dezena de executivos de ponta teria cruzado a porta de saída; do outro, convive com seguidos prejuízos. Segundo informações filtradas junto a  própria instituição, os norteamericanos já trabalham com a projeção de um resultado negativo da ordem de R$ 40 milhões para este ano. Consultada pelo RR, a Goldman Sachs negou a cifra, mas não entrou em detalhes sobre as previsões de resultado para este ano. Caso se confirme, é bem verdade que o valor de R$ 40 milhões representaria uma queda de quase 40% em relação a s perdas de 2013 (R$ 66 milhões). Mas, para os norte-americanos, será mais uma temporada no vermelho. Os prejuízos acumulados nos últimos três anos passam dos R$ 220 milhões. E de onde vem tanto prejuízo? Bem, de acordo com uma fonte ligada a  própria Goldman Sachs, é um pouco de cada: má performance do braço de investimentos, queda das comissões nas operações de M&A e IPOs, excesso de custos por conta de uma estrutura de pessoal exagerada para o tamanho do banco no país.

Société Générale olha fixo para a porta de saída

14/05/2014
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O Société Générale está reavaliando sua atuação no Brasil. Segundo fontes próximas a  instituição, os franceses estariam trabalhando com dois cenários: a negociação do Banco Cacique ou, numa hipótese mais drástica, a venda de todas as suas operações e a consequente saída do mercado brasileiro. Nos últimos anos, a subsidiária tornou-se um intenso gerador de prejuízos para a matriz. As perdas acumuladas desde 2008 superam a marca de R$ 1,2 bilhão – somente no biênio 2011/12, o resultado negativo somou mais de R$ 900 milhões. Em 2013, graças a uma política de custos espartana e a  reestruturação da carteira de crédito para pessoa física, o Société Générale conseguiu fechar o exercício com um prejuízo de apenas R$ 29 milhões. Ainda assim, foi o sexto balanço consecutivo no vermelho. Desde 2008, o Société Générale mais do que dobrou de tamanho no Brasil, passando de R$ 6 bilhões para quase R$ 13 bilhões em ativos. No entanto, falhou na alquimia e, ao menos até o momento, não conseguiu transformar o aumento das operações em lucro. Há cerca de dois anos, os franceses tentaram virar o jogo com a troca de comando da subsidiária brasileira: Francis Repka foi convocado para o lugar de François Dossa – hoje nº 1 da Nissan no país. Por ora, a doença está derrotando o remédio. Os maus resultados do banco começam a minar o próprio prestígio de Repka, executivo com quase 30 anos de Société Générale e ótimos serviços prestados ao grupo, notadamente na Alemanha, onde também ocupou o cargo de CEO. Com presença historicamente discreta no mercado brasileiro, o Société Générale decidiu dar um salto no país a partir de 2007, quando comprou os bancos Cacique e Pecúnia. Talvez tivesse feito melhor se ficasse quietinho onde estava. Desde então, os franceses vêm apanhando um bocado na tentativa de aprumar as operações de crédito a pessoa física – segmento no qual o grupo tem reduzida experiência. Nos últimos dois anos, o Banco Cacique somou mais de R$ 220 milhões em prejuízos. Não faltam, portanto, motivos e cifras para o Société Générale remoer a ideia de pegar o boné e deixar o país. Desta forma, se juntaria a outros importantes bancos internacionais que sucumbiram no mercado brasileiro, como BankBoston, BBVA, Dresdner….

Pulo do gato

14/05/2014
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Poucos dias antes de os espanhóis anunciarem a recompra de ações do Santander Brasil, o fundo soberano Qatar Holding teria ampliado sua participação no banco de 5,2% para mais de 6,5%. Vai ter um lucrinho a mais na hora de entregar os papéis. Que bola de cristal, hein!

Santander

2/05/2014
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O Santander afirma que a recompra das ações dos minoritários no Brasil é uma prova da sua confiança na operação bancária íbero-tupiniquim. Pode ser que sim. Mas também seria o procedimento adequado se os espanhóis quisessem vender o banco aqui. Ou acolá.

Portigon Financial

30/04/2014
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O anglo-germânico Portigon Financial Services estuda abrir um escritório de representação no Brasil para atender grandes clientes europeus que atuam no país. De certa forma, trata-se de um retorno. O Portigon é o sucessor do banco alemão WestLB, que, há cerca de dois anos, vendeu todas as suas operações no mercado brasileiro para o grupo japonês Mizuho.

Controle remoto

28/04/2014
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O que se diz nos corredores do Bank of America Merrill Lynch é que Alexandre Bettamio, promovido ao comando do banco na América Latina, seguirá dando as cartas na gestão da subsidiária brasileira. Rodrigo Xavier, nomeado para a presidência da instituição no país, seria só uma espécie de vice-cônsul.

“Bode” deixa a sala da Energisa

24/04/2014
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A passagem de Antônio José de Almeida Carneiro, o “Bode”, pelo setor elétrico está com os dias contados. O investidor prepara-se para vender o que ainda resta da sua participação na Energisa. “Bode” chegou a ter aproximadamente 10% da empresa, mas atualmente sua fatia não passa dos 3%. No ano passado, não custa lembrar, ele negociou o equivalente a 5% do grupo para a Gávea Investimentos. O fundador do antigo Banco Multiplic ainda não teria decidido por qual porta deixará a Energisa: se por meio da oferta dos papéis em bolsa ou mediante a venda em bloco das ações. No mercado circula a informação de que o fundo InfraBrasil seria candidato a  compra da participação. Não obstante sua diminuta participação no capital da Energisa, a saída de “Bode” é um alívio para a família Botelho. A coabitação societária sempre foi motivo de incômodo para os controladores da companhia, em razão das frequentes divergências. A mais recente está relacionada ao complexo processo de incorporação do Grupo Rede. Para não perder o hábito, mesmo a s vésperas de sua despedida, “Bode” estaria contestando os números da operação, notadamente o valor referente a s dívidas da companhia. Para ele, o passivo do Rede seria superior aos R$ 7 bilhões anunciados.

Emergente

23/04/2014
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O vice-presidente de Negócios Emergentes da Caixa Econômica, Fabio Lenza, estaria em campanha aberta em Brasília para assumir o comando do banco em um eventual segundo mandato de Dilma Rousseff.

Uma agenda de governo Á  feição de Lula

14/04/2014
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Uma agenda de governo a  feição de Lula É consenso que os dois anos posteriores a s eleições exigirão correções duras na matriz da política econômica. O país terá de pagar o preço de um ajuste vigoroso. Os fundamentais estão abalados por erros de gestão, pela teimosia na manutenção de um ministro da Fazenda que estimula as expectativas negativas e por um bombardeio das oligarquias a  credibilidade do governo, a começar pela própria mídia. A priori, todos os candidatos a  eleição sabem da gravidade dos problemas. Mas, é indiscutível que ninguém teria tantas condições de apoio para executar essa “II Carta ao Povo Brasileiro” quanto Lula. Quem quer que seja, melhor inovar no ajuste e não apenas se ajoelhar frente a  ortodoxia. A agenda seguinte foi capturada junto a um grupo de colaboradores, simpatizantes e “companheiros de viagem” do PT. O RR montou-a ao seu jeito. Ela propõe um programa a ser anunciado no primeiro dia de mandato. E vai que dá certo. – Metas plurianuais de inflação e superávit fiscal para os quatro anos de governo. O compromisso assumido deveria ser formalizado no Congresso Nacional, e representaria uma vertente ou derivativo da Lei de Responsabilidade Fiscal, agora aplicada no plano federal. Com a medida, o governo poderia tirar os esqueletos das despesas públicas do armário e ser mais contundente no início de correção das tarifas elétricas e preços dos combustíveis. Somente no primeiro ano, a meta de superávit primário seria fixada entre 3% e 3,5% do PIB para reduzir a pressão sobre os juros, evitando um maior estímulo a operações de carry trade, apreciação do câmbio e piora do déficit em conta corrente. – Anúncio de que o Banco Central será autônomo, também formalizado no Congresso, com ênfase na diretriz de uma política monetária firme o suficiente. A meta de inflação será reduzida dos atuais 4,5% para 3% no prazo dos quatro anos de mandato. – Revisão na política de desoneração tributária e lançamento a prejuízo de todos os créditos duvidosos do BNDES. Os subsídios e incentivos fiscais do governo a s empresas serão lançados em balanço como prejuízo (imposto negativo) a não ser que as companhias divulguem demonstrações do valor adicionado, com informações sobre o retorno dos benefícios a  sociedade. – Alteração na política salarial, que passaria a incluir uma parcela variável do reajuste, nas empresas, em ações ou corrigida pelo percentual de crescimento da produtividade da economia, diferindo a liquidez da remuneração e alterando os índices de indexação. – Política pró-investimento, com a criação de um gabinete presidencial com plenos poderes para desbastar as adversidades que atravancarem os projetos, contratação de auditorias independentes para avaliação mensal do andamento das obras (depois do PAC ninguém acredita nas avaliações do governo) e regulamentação da figura do consórcio stand by, que assumiria os projetos a  medida que fossem verificados atrasos não justificáveis.

Fim da linha

7/04/2014
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As gestões para a fusão entre a Brasil Pharma, controlada pelo BTG, e a PanPharma, maior distribuidora de medicamentos do país, foram para o vinagre. Palavra de um alto executivo de um dos bancos envolvidos na operação.

Caixa Econômica lidera tour de force na energia renovável

7/04/2014
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No momento em que o fantasma do desabastecimento de energia arrasta correntes pelo Brasil, uma tropa de choque composta por investidores privados e estatais deverá se unir para financiar projetos de geração renovável. A operação é capitaneada pela Caixa Econômica Federal. O banco estaria criando um fundo de investimentos em participações (FIP) voltado a  construção de usinas eólicas, solares ou biomassa. Além da própria Caixa, os principais cotistas do FIP seriam fundos de investimento administrados pelo holandês Rabobank e pelo alemão KfW Bakengruppe. Quem também deve se unir a  empreitada é o InfraBrasil, private equity que reúne o BNDES e uma fieira de fundos de pensão, notadamente Previ, Petros e a própria Funcef. Segundo informações filtradas junto a  Caixa, o objetivo do banco seria captar cerca de R$ 1 bilhão. Caso esta meta seja batida, o FIP já nascerá como uma das maiores fontes de financiamento de projetos de energia renovável do país. Em tempo: na paralela, o KfW Bankengruppe pretende também abrir uma linha de crédito para financiar a venda de equipamentos para usinas que operam com fontes alternativas. O fundo, que terá a própria Caixa como gestora, deverá ser formalmente lançado até julho. Já na partida, há dois fortes candidatos a receber recursos do FIP: a espanhola Elecnor e a Renova. O grupo ibérico procura um sócio para a controlada Ventos do Sul, dona de dois complexos de energia eólica, localizados nas cidades gaúchas de Osório e Palmares do Sul. A associação com o futuro fundo administrado pela CEF permitiria a  Elecnor tirar do papel o antigo projeto de construir duas usinas no Nordeste ? provavelmente no Maranhão e no Piauí. O custo total está orçado em mais de US$ 500 milhões. Ressalte-se que os espanhóis também têm planos de investir em energia solar no país. A Renova, por sua vez, pretende montar um colar de usinas eólicas também no Nordeste. Há projetos engatilhados para o Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Neste caso, em vez de entrar diretamente no capital da empresa, o FIP poderia se associar especificamente a algumas destas geradoras por meio da criação de SPEs. Controlada pela Cemig e pela RR Participações, leia-se os investidores Renato Amaral e Ricardo Delneri, a Renova já controla o maior parque de energia eólica da América Latina. Localizado no interior da Bahia, o complexo de usinas tem capacidade instalada em torno de 300 MW.

Acervo RR

Fim da linha

7/04/2014
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As gestões para a fusão entre a Brasil Pharma, controlada pelo BTG, e a PanPharma, maior distribuidora de medicamentos do país, foram para o vinagre. Palavra de um alto executivo de um dos bancos envolvidos na operação.

Hyundai enxerga o Grupo Caoa pelo retrovisor

4/04/2014
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A perda dos R$ 600 milhões que enterrou no Banco BVA está longe de ser o maior dos problemas de Carlos Alberto de Oliveira Andrade. Conhecido pelo acrônimo que dá nome ao seu grupo, “Caoa” corre sério risco de sofrer um revés ainda mais duro, de consequências incalculáveis para o próprio futuro de seus negócios. Há sinais cada vez mais fortes de que sua associação com a Hyundai está chegando ao fim. Nos últimos meses, os sul-coreanos têm dado repetidas demonstrações de que se preparam para ejetar o parceiro e assumir integralmente todas as suas operações no Brasil. No início do ano, a Hyundai teria forçado o grupo brasileiro a suspender a importação dos veículos Veloster e Sonata, que estavam prejudicando a venda de outros automóveis da marca no país. No mesmo período, “Caoa” teria manifestado a  direção da Hyundai o interesse de trazer para o país dois novos modelos. Novamente, ficou sozinho na estrada. O pedido teria sido prontamente recusado pela montadora, sem sequer passar pela avaliação formal do board – uma atitude sem precedentes em mais de 14 anos de parceria. Antes mesmo que Carlos Alberto de Oliveira Andrade consiga assimilar os dois jabs em sequência, os sul-coreanos devem desferir um golpe bem mais doloroso. A Hyundai estaria disposta a suspender o acordo que permite ao Grupo Caoa comercializar em suas concessionárias uma cota dos veículos HB 20. Trata-se do primeiro modelo produzido pela montadora em sua própria fábrica de Piracicaba e hoje o grande sucesso de vendas da companhia no mercado brasileiro. Aliás, o próprio contrato de licenciamento do HB 20 já revela o quanto a Hyundai e o Caoa são duas estradas cada vez mais distantes. Para ter direito a vender uma fatia da produção do veículo, o grupo brasileiro teve de se comprometer a não abrir novas concessionárias num raio de dois quilômetros das lojas próprias da Hyundai. Foi mais uma derrota para a conta de “Caoa”. Oficialmente, tanto a Hyundai quanto o Grupo Caoa negam o rompimento da parceria. Em relação ao fim da importação do Sonata e do Veloster, o Caoa informou que se trata de uma “decisão mercadológica e de viabilidade econômica, visto o novo cenário do setor automotivo”. O fato é que hoje a Hyundai é uma corporação bifronte no mercado brasileiro. De um lado, está a Hyundai Brasil, controlada pelos sul-coreanos e responsável pelo complexo industrial de Piracicaba; do outro, o Grupo Caoa, representante da marca desde 2000 e com fábrica própria, em Anápolis (GO). Desde 2012, quando os asiáticos se instalaram no interior de São Paulo, uma pergunta não quer calar: “Afinal, quantas Hyundai cabem no Brasil?”. A se julgar pelas recentes decisões, os sulcoreanos começam a responder a esta indagação. A Hyundai sabe melhor do que ninguém que um eventual desacoplamento do Grupo Caoa exige muita cautela. Não há espaços para movimentos bruscos. Só agora a montadora está investindo na criação de uma rede própria de distribuição que lhe permitirá cortar este cordão umbilical. Mesmo assim quase metade das mais de 250 concessionárias da marca Hyundai no país ainda pertence ao Caoa. Ao mesmo tempo, os asiáticos correm com a expansão da fábrica de Piracicaba, o que possibilitará assumir gradativamente a produção tanto dos veículos importados pelo Caoa quanto dos modelos fabricados em Anápolis.

Acervo RR

Goldman Sachs

21/03/2014
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Após uma fugaz passagem pelo Clube de Regatas do Flamengo, onde fez não se sabe bem o que, o ex-presidente da NeoEnergia, Marcelo Correa, poderá vestir a camisa da Goldman Sachs. Teria sido sondando para assumir a nova área de energia que o banco está criando no Brasil. Oficialmente, o banco nega a contratação do executivo. De qualquer forma, é bom a Goldman se precaver: Correa é um jardineiro de intrigas.

Goldman Sachs

21/03/2014
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Após uma fugaz passagem pelo Clube de Regatas do Flamengo, onde fez não se sabe bem o que, o ex-presidente da NeoEnergia, Marcelo Correa, poderá vestir a camisa da Goldman Sachs. Teria sido sondando para assumir a nova área de energia que o banco está criando no Brasil. Oficialmente, o banco nega a contratação do executivo. De qualquer forma, é bom a Goldman se precaver: Correa é um jardineiro de intrigas.

Acervo RR

Citibank

20/03/2014
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 Talvez por que não tenha muito a exibir de si próprio, o Citibank está cada vez mais distante dos palcos brasileiros. Mais de uma fonte informa que o banco pretende encerrar o contrato de naming & rights que lhe permitiu batizar o Citibank Hall de São Paulo e do Rio. A T4F, dona das duas casas, já procura substituto. O Santander seria um candidato. Consultados, Citibank e T4F negaram o fim da parceria.

#Citibank #Santander #T4F

BTG Pactual é uma moeda de mil e uma faces

20/03/2014
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O BTG Pactual reabriu conversações com a família Ermírio de Moraes para a aquisição da sua parcela no Banco Votorantim, em mais uma de suas tacadas de efeito no mercado. A expectativa é que o modelo de negociação de alguma forma contemple uma contribuição mais generosa do Banco do Brasil, o sócio endinheirado do Votorantim. A operação é apenas uma célula do tecido adiposo do BTG. Falou BTG, falou André Esteves. O banqueiro, com o passar do tempo, se tornou um híbrido de Donald Trump, Eike Batista, Guido Mantega e Paulo Guedes. Talvez esteja faltando mais algum nome para definir melhor esse ornitorrinco. Na grife Esteves cabem muitas referências. É marqueteiro como Trump, megalomaníaco como Mr. Batista, enfurnado no governo, na aba do ministro da Fazenda, e pretensioso em sua auto avaliação como “Paulinho”, o ex-sócio no paleolítico do Pactual. Seu banco espelha sua personalidade esfuziante. O BTG Pactual, ao mesmo tempo que detém uma jazida de capital humano e indiscutível expertise no seu segmento, é especialista em ultrapassar a fronteira do convencional. O BTG participa e/ou intervém nos Conselhos de Administração e, simultaneamente, é adviser de operações no mercado? A EBX é um bom exemplo – existem vários outros, mas, se nem a CVM se importa, não é o RR quem vai ficar citando. O BTG utiliza o expediente de vazar informações na imprensa sobre operações de M&A? Perguntem ao Bradesco e ao próprio Eike quem soprou pela mídia as negociações para a suposta compra da Vale. O BTG age como braço do governo? Lembrem-se da aquisição do Banco PanAmericano. O BTG faz estripulias na busca de dinheiro público? Basta recordar a animada dobradinha com Abílio Diniz para tomar os recursos do BNDES, no episódio da fracassada tentativa de fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour. Parece coincidência, mas em boa parte das grandes e mais polêmicas operações de mercado, o BTG lá estava, intrépido e pintalegrete. Nos últimos cinco anos, o banco assumiu uma posição de destaque na mídia que se confunde ou supera o seu próprio sucesso. Em busca realizada ontem no Google, o total de citações ao BTG já representava 73% das inserções do Itaú e 27% do Bradesco. No mês de fevereiro, a aparição do BTG na mídia impressa correspondeu a 62% das menções ao Bradesco e a 52% das referências ao Itaú. Não custa lembrar que os dois últimos são bancos comerciais e, portanto, sujeitos a enorme exposição. Mesmo com todo esse chamariz, o BTG se lixa se dá bandeira ou não e age como uma subsidiária do aparelho de Estado, emprestando suas bases internacionais para o apoio da Fazenda e oferecendo uma assessoria direta, free lunch, ao ministro Guido Mantega. Boas fontes dizem, entretanto, que o banco já está fazendo hedge e aconselhando também o candidato do PSB, Eduardo Campos. O fato é que, numa conta grosseira, com a aquisição do Votorantim e somando-se também o PanAmericano, o BTG passa o Safra e o HSBC no ranking do setor bancário. Muda de patamar. Talvez hoje isso não faça nem mais diferença.

Citibank

20/03/2014
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 Talvez por que não tenha muito a exibir de si próprio, o Citibank está cada vez mais distante dos palcos brasileiros. Mais de uma fonte informa que o banco pretende encerrar o contrato de naming & rights que lhe permitiu batizar o Citibank Hall de São Paulo e do Rio. A T4F, dona das duas casas, já procura substituto. O Santander seria um candidato. Consultados, Citibank e T4F negaram o fim da parceria.

#Citibank #Santander #T4F

Pine costura novo aumento de capital

13/03/2014
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Noberto Nogueira Pinheiro, controlador do Banco Pine, está debruçado sobre uma intrincada negociação. Teria iniciado tratativas com seus dois sócios estrangeiros – o alemão DEG e o grupo financeiro francês Proparco – com vistas a um novo aporte de capital da instituição. Hoje, a dupla tem uma participação pequena no banco, respectivamente de 4,5% e 1,7%. Dentro do próprio banco, a operação é considerada complexa. Mesmo os dirigentes do Pine têm dificuldade em decifrar a estratégia e os interesses do DEG e da Proparco em relação não só a  instituição, mas também a  sua própria atuação no mercado brasileiro. A injeção de recursos capitaneada pelos alemães e pelos franceses seria mais um capítulo no processo de reestruturação societária do Pine. No fim de 2013, o banco recebeu um aporte, no valor de R$ 145 milhões, mediante a capitalização de recursos disponíveis nas reservas legal e estatutária. Pelo visto, foi pouco. Ressalte-se que, não obstante o resultado positivo, o Pine teve um ano menos próspero do que os anteriores. Fechou 2013 com lucro de R$ 162 milhões, uma queda de 13% em relação a 2012. No mesmo período, a rentabilidade sobre o patrimônio caiu de 16,8% para 13%.

Brasil é muito mais que um grão de trigo na mesa da Gruma

7/03/2014
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Um dos maiores fabricantes de alimentos da América Latina está com um pé no Brasil. O grupo mexicano Gruma deverá se instalar no país até junho. O desayuno se dará com a construção de uma fábrica de farinhas. Logo após o Carnaval, um grupo de executivos mexicanos virá ao Brasil para bater o martelo sobre o local do empreendimento. Estão no páreo São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Os dirigentes da Gruma pretendem também aproveitar a viagem para acertar os últimos detalhes de um acordo com a Dupont. A parceria prevê a venda de sementes de milho aos produtores agrícolas que fornecerão para a Gruma no Brasil. A fábrica de farinhas será apenas o ponto de partida na estratégia dos mexicanos para o país. A meta da companhia é ter três plantas industriais em até cinco anos. O grupo pretende fabricar localmente quase todo seu cardápio de produtos, que inclui ainda arroz, aveia, temperos e petiscos. A Gruma é uma das maiores empresas do México. Tem entre seus acionistas o principal banco do país, o Banorte, com uma fatia de 10% do capital. Com mais de 20 mil empregados e negócios nos Estados Unidos, China e Reino Unido, deverá faturar neste ano algo próximo dos US$ 6 bilhões. O Brasil, no entanto, é um grão entalado na garganta dos mexicanos. Esta não é a primeira vez que o grupo tenta aterrissar no país. Há cerca de dez anos, a Gruma embicou na direção do mercado brasileiro, mas desistiu por conta do alto custo de implantação da fábrica e da baixa rentabilidade projetada para a operação. Eram outros tempos. Hoje, na estratégia da Gruma, qualquer projeto de expansão na América Latina não passa de farelo de trigo sem o Brasil e seus mais de 100 milhões de consumidores apenas na classe C. A atuação do grupo na região se restringe a Costa Rica, Honduras, Guatemala e El Salvador, além do problema dos problemas: a Venezuela. Os mexicanos estão doidos para sair de lá. A subsidiária acumula tropeços operacionais e sucessivos prejuízos, potencializados pela grave crise econômica e social do país.

O Credit Suisse

25/02/2014
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O Credit Suisse teria congelado novas contratações no Brasil. No banco, o temor é que a decisão seja apenas uma antessala para uma temporada de cortes.

Credores buscam a raiz dos problemas da Usina São Fernando

24/02/2014
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É cada vez mais preocupante a situação da Usina São Fernando, uma das maiores produtoras de álcool e açúcar do Centro-Oeste. Os próprios credores, liderados por mais de uma dezena de bancos, estariam fazendo pressão pela venda da empresa, em recuperação judicial desde abril do ano passado. As instituições financeiras jogam a responsabilidade pela crise da companhia na conta de uma série de equívocos que teriam sido cometidos pelos atuais gestores. Nem mesmo a aprovação do plano de recuperação judicial, em setembro de 2013, aquietou os ânimos. Os credores estão numa encruzilhada. Tarefa difícil encontrar um comprador para a usina em meio ao breu da indústria sucroalcooleira no país. Sobretudo quando se trata de uma empresa que carrega uma dívida superior a R$ 1 bilhão. A alternativa seria a conversão dos créditos em participação acionária. Os próprios bancos assumiriam o controle e a gestão da companhia e tocariam o processo de reestruturação para a posterior venda do ativo. Qualquer solução nesse sentido passa obrigatoriamente pelo BNDES e pelo Banco do Brasil, os dois maiores credores da São Fernando. A dupla responde por quase um terço dos créditos contra a usina. O enredo da recuperação judicial da São Fernando é intrincado. A companhia está no meio de um tiroteio de informações desencontradas. Segundo fonte de um dos bancos credores, a empresa teria atrasado o pagamento das dívidas trabalhistas, que somam R$ 1,6 milhão. A São Fernando nega os atrasos e garante que os débitos com os funcionários foram totalmente quitados. Até mesmo o controle societário da companhia é objeto de controvérsia. No setor, o empresário José Carlos Bumlai sempre foi tratado como o dono da usina. Na própria mídia, Bumlai é recorrentemente citado como proprietário da companhia. Uma busca no Google unindo os nomes do empresário e da São Fernando gera 2.360 resultados. Oficialmente, no entanto, o grupo garante que nunca teve qualquer vínculo societário com Bumlai. A São Fernando é uma das maiores usinas construídas no país durante o boom do setor, na segunda metade da década passada. Dentre essa nova leva de unidades de refino de álcool e açúcar, foi também a primeira a entrar em recuperação judicial. No entanto, o que mais contribui para lançar os holofotes na direção da companhia é mesmo a suposta relação com José Carlos Bumlai. Nome importante do agronegócio no Centro Oeste, o empresário ganhou ainda mais notoriedade por conta da amizade com Lula. Durante os dois mandatos do ex-presidente, Bumlai sempre teve ótimo trânsito no Planalto. O próprio relacionamento entre o empresário e Lula foi fartamente mencionado pela mídia por ocasião do pedido de recuperação judicial da São Fernando. Não custa lembrar que a construção da usina foi viabilizada, em grande parte, graças ao financiamento do Banco do Brasil e do BNDES. Somente com a agência de fomento, a dívida da empresa passaria dos R$ 300 milhões.

O BC deve explicar por que o Brasil não é candidato Á  quebra

20/02/2014
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O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, exagerou em uma das suas maiores virtudes, a discrição, no recente episódio de desclassificação pública do Brasil pelo Federal Reserve. A ausência de uma nota formal do BC contraditando ponto por ponto os fatores de vulnerabilidade da economia brasileira denunciados pelo Fed causa estranheza. Trata se de um episódio sério de omissão em um assunto que envolve não somente órgãos técnicos, mas o interesse nacional em relação a  defesa da moeda. Se o BC cala, consente. Responder apenas que discorda da visão da autoridade monetária norte americana, conforme foi o procedimento de Tombini e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, diminui a credibilidade do país em questão essencial. Pronunciar se em teleconferência reservada com correspondentes estrangeiros, como fez o presidente do BC, coloca em dúvida a sua convicção e apequena a dimensão do seu próprio cargo . O mutismo oficial, não bastasse a sua inconveniência precípua, impede que aqueles interessados em se expressar contrariamente a  atitude do Fed assim o façam, pois não dispõem de subsídios avalizados para tratar da questão. Os pontos levantados pelo Fed são correlações que devem e po dem ser questionadas em sua ponderação e, em alguns casos, na presunção de irreversibilidade dos fundamentos, o que desidrata a acusação de fragilidade. De acordo com o Fed, as variáveis pelas quais o Brasil somente é superado pela Turquia em probabilidade de estilhaçamento econômico são as seguintes: déficit em conta corrente/ PIB, dívida interna/PIB, taxa anual de inflação nos últimos três anos, dívida externa/exportações e variação no quinquênio passado do crédito bancário ao setor privado/PIB. Imagina se que o BC tenha considerações a fazer sobre o assunto; que essas considerações interessem as demais Nações; que interessem ao povo brasileiro. Talvez fosse até o caso de um comunicado na grande mídia norte americana. Um texto moderado e técnico, sem o interesse nem a pretensão de transformar o tema em uma questão de Estado, mas um diálogo entre órgãos congêneres com opiniões legitimamente conflitantes. De nada adianta choramingar a arrogância do Império, sua disposição de capturar a política econômica do governo Dilma Rousseff, a aversão ao risco Brasil que a atitude provoca e a intromissão no contexto político de um ano eleitoral. Urge esclarecer, e tão somente, porque o Brasil não é candidato a  quebra.

Gás comprimido

19/02/2014
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Controladora da Gas Natural, a Repsol estaria sendo pressionada por seus sócios a reduzir os investimentos no Brasil. As maiores cobranças viriam do banco espanhol La Caixa. A Gas Natural controla duas das maiores distribuidoras de gás do país, a CEG, no Rio de Janeiro, e a paulista Gas Natural Sul.

Banco do Brasil

14/02/2014
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O BB teria voltado a  carga para assumir o controle do Banestes, um sonho antigo por conta da folha de pagamentos do funcionalismo capixaba. No entanto, é pouco provável que o negócio saia em ano eleitoral.

Acervo RR

Banco do Brasil

14/02/2014
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O BB teria voltado a  carga para assumir o controle do Banestes, um sonho antigo por conta da folha de pagamentos do funcionalismo capixaba. No entanto, é pouco provável que o negócio saia em ano eleitoral.

Bolada

3/02/2014
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O United Investment Bank (UIB), banco de investimentos de Dubai, quer pisar nos gramados brasileiros. Está trazendo para o país o Royal Football Fund, como o nome diz, um fundo de investimentos em futebol. Os árabes já teriam, inclusive, mantido contato com o Corinthians.

Credores empurram Grupo Hermes para o balcão

29/01/2014
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A quarta geração da família Bach luta para não entrar para a história pela porta dos fundos, como responsável pelo epílogo de uma das mais longevas sagas do varejo nacional. Tarefa difícil. Quanto mais o tempo passa, menor é a margem de manobra do clã, notadamente do empresário Gustavo Bach, ex-presidente do Grupo Hermes, rede fundada pelo seu bisavô, Siegfried Haberer, há mais de 70 anos. A família estaria sendo pressionada pelos credores a se desfazer da empresa, precursora da venda por catálogos no Brasil e dona de um faturamento anual superior a R$ 2 bilhões. Os bancos estariam trabalhando pela transferência do controle a um grupo do setor ou a fundo de private equity – nos corredores da empresa o que se diz é que o BTG Pactual seria um dos candidatos. A Hermes teria uma dívida em torno de R$ 600 milhões. A companhia entrou em recuperação judicial em novembro do ano passado. Desde então, na tentativa de ganhar tempo e conquistar um voto de confiança de bancos e fornecedores, Bach se afastou da gestão executiva e anunciou a contratação da consultoria Alvarez & Marsal. As medidas, no entanto, não teriam surtido o efeito desejado. Aos olhos dos credores, a crise financeira do grupo estaria indissociavelmente vinculada a equívocos administrativos e estratégicos cometidos pela família Bach, entre os quais uma excessiva alavancagem financeira e uma desordenada política de investimentos no comércio eletrônico, leia-se o portal CompraFácil. Na tentativa de salvar os dedos, os Bach já esparramaram seus anéis sobre o balcão. Colocaram a  venda um centro de distribuição no Rio de Janeiro e o site CompraFácil. A negociação destes ativos permitiria a  família capitalizar a Hermes e evitar uma dramática solução final, leia-se a negociação do próprio controle do grupo. No entanto, nada é simples na vida dos Bach. Com o perdão do trocadilho, o CompraFácil poderia mudar seu nome para “Venda Difícil”. Nos últimos três meses, o grupo ofereceu o site a Deus e o mundo. ViaVarejo e B2W, por exemplo, olharam os números da operação e torceram o nariz. As gestões prosseguem e os Bach já teriam, inclusive, reduzido em 30% o valor pedido pelo site de comércio eletrônico. No entanto, no meio do caminho, a família ainda sofreu outro duro baque. No fim do ano passado, o CompraFácil perdeu o contrato para a venda de produtos da AmBev.

FrieslandCampina encontra nova porta de entrada no Brasil

27/01/2014
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A compra da Itambé virou coalhada; a aquisição da Parmalat deu bolor. Depois de duas frustradas investidas, a FrieslandCampina, um dos maiores fabricantes de laticínios do mundo, ensaia sua terceira – e, espera, derradeira – tentativa de entrada no Brasil. Para quebrar o encanto, os holandeses foram buscar reforços. Negociam com a canadense Saputo uma parceria exclusiva para o mercado brasileiro. A associação prevê a construção de uma fábrica e a produção e comercialização de laticínios com as duas marcas. A dupla chega também com o apetite redobrado para comprar empresas nacionais. FrieslandCampina e Saputo miram numa espécie de Série B da indústria de laticínios, fabricantes de médio porte, mas com forte presença regional. As duas empresas já teriam, inclusive, contratado um banco de investimentos norte-americano para prospectar possibilidades de aquisição no Brasil. Dois dos alvos seriam a paranaense Confepar e a goiana Centroleite. A escolha não é aleatória. Os executivos do grupo holandês conhecem os números das duas companhias de cor e salteado desde a época em que negociavam a compra da Itambé. Na ocasião, Confepar e Centroleite faziam parte do pool de empresas que costuravam com a Itambé a criação de um grande fabricante de laticínios de controle nacional, projeto que ficou pelo caminho. FrieslandCampina e Saputo apostam que uma aquisição alavancará a outra, numa espécie de efeito dominó positivo. Sem qualquer operação no país e, ao menos na partida, com o projeto de construir uma única fábrica, os dois grupos querem montar o quanto antes uma estrutura de produção e distribuição que permita uma rápida expansão de sua presença no mercado brasileiro. A ideia é que a rede de fornecedores, a base industrial e a operação logística da Confepar e da Centroleite deem suporte para a aquisição de pequenos fabricantes, que não contam com a mesma estrutura. Ressalte-se que, embora estejam predominantemente concentrados em seus respectivos estados, tanto paranaenses quanto goianos têm presença em outras regiões.

O nome do “cara” Alexandre Antonio Tombini

24/01/2014
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O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, é a própria discrição em pessoa. Acorda todos os dias ansioso para acompanhar se o seu nome foi citado nos jornais. Nos últimos tempos, a última coisa que deseja ver publicada são especulações sobre sua indicação para o lugar de Guido Mantega. In- gênua esperança! Nos círculos palacianos já se dá como certa sua ida para a pasta da Fazenda. Trata-se de assunto a ser desmentido de véspera pelos diligentes assessores do governo. Primeiramente, porque Dilma Rousseff pretende pres- tigiar seu ministro até o último dia do governo. Com todas as trapalhadas cometidas no percurso, em dezembro deste ano Mantega terá cumprido lealmente, durante três mandatos presidenciais, sua missão de adjutor de Lula e Dilma. Em segundo, porque é consenso que uma mudança na Fazenda em meio ao processo eleitoral produziria uma espuma indesejável. Mantega tem prazo de validade, mas este não pode vencer no atual calendário. Tombini é uma solução a  feição de Dilma, sem marola, nem marolinha. Com a vantagem de acenar com um agrado aos mercados, novos onipotentes senhores da História. A ideia é que o novo ministro da Fazenda traga um discurso de “austeridade serena”, com firme sinalização de disciplina fiscal. O presidente do BC, conforme exemplo de seu ante- cessor, Henrique Meirelles, seria eleitor relevante na indicação do futuro comandante da autoridade monetária. Nada mais desejável do que a dobradinha da área econômica tocando, afinadíssimos, a mesma partitura. Os nomes mais prováveis são os do diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton Vasconcelos de Araújo, e do diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporati- vos, Luiz Awazu Pereira da Silva. Cada um deles, é cla- ro, tem vantagens e desvan- tagens. Carlos Hamilton é considerado o “falcão” da atual diretoria do BC. Fez doutorado em economia na Escola de Pós-Graduação em Economia da FGV e não transige com a inflação. Seria um recado de que o BC atuaria de forma ainda mais dura. Por outro lado, exigiria que o “ministro Tombini” estivesse muito forte para contribuir com a contrapartida do lado fiscal. Luiz Awazu, por sua vez, tem a seu favor um bom trânsito entre petistas. Estudou na Sorbonne e tem um leve perfume de heterodoxia. Os adversários, contudo, dizem que Awazu não tem estatura para ser presidente do BC. E o que pensa Tombini dessa turma? Bem, T ombini é um bom companheiro, amigo da rapaziada. Mas se pudesse escolher apenas pelo aspecto de identificação, seu sucessor seria o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações de Crédito Rural, Sidnei Cor- rêa Marques. Tombini e ele se entendem que é uma beleza. Ocorre que é tradição, e para alguns uma necessidade, que o presidente do BC tenha uma “pegada” em estudos econômicos, o que não é bem o caso de Sidnei Corrêa, com mestrado em Contabilidade e Auditoria pela Universidade de Brasília. Todas as alternativas parecem ser boas novas, principalmente porque estão capitaneadas pela ascensão de Tombini, uma promessa de que o tobogã da Fazenda tem os meses contados.

Suelto sobre o bom vinho e a borra esmagadora

20/01/2014
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Da cor da turmalina é a excepcional safra do vinho raro decantada por alguns bons brasileiros nos últimos dias. A reflexão servida por essa esquadra antialarmismo é um néctar da maior qualidade. Destaque para o professor Francisco Lopes, ex-diretor do Banco Central, que orquestrou a mais lúcida análise da política econômica do governo Lula/Dilma. Sem a mesma exposição, regeram magnificamente suas partituras o embaixador Jorio Dauster, o presidente da FGV, Carlos Ivan Simonsen Leal, e o professor da Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE), Aloisio Araújo, todos pensadores não alinhados com o PT. Esses enólogos da economia têm contribuído mais do que toda a inteligência de esquerda para demonstrar que não existe motivo para o terrorismo que vem sendo praticado por economistas financistas e acadêmicos a soldo, cujas opiniões hegemônicas vêm sendo disseminadas pela mídia comprometida. Mesmo que a maior parcela da résistance contra o pensamento econômico ideológico ou desonesto somente sirva sua iguaria em nichos pouco audíveis, o importante é que habbemos inteligência. Em linhas bem gerais, vocalizam que não crescemos o desejado porque, entre outras variáveis, optamos preferencialmente pela distribuição de renda a ampliar o bolo do PIB. Este, por sua vez, tende a crescer menos porque o pleno emprego diminui o exército de contingência recrutável para expandir a riqueza nacional. Desde o primeiro ano do governo Lula, essa acabou se tornando uma escolha da democracia. Informam que a manutenção do consumo, a elevação dos salário e a redução da miséria têm um custo inflacionário, ainda residual em relação aos benefícios citados. Elucidam que a dívida líquida é um Chateau Talbot, mas, vá lá, se quiserem um Petrus, deduzam da tão decantada dívida bruta as reservas líquidas em reais. Ainda assim, o paladar é magnífico. Em outras palavras, a nossa situação fiscal está tão boa ou melhor do que estrilam os locutores do mercado financeiro. Explicam ainda que a crise financeira internacional, as manifestações de rua e a queda do crescimento chinês são externalidades que influenciaram o afrouxamento fiscal, a carestia, os juros e a conta corrente. Lembram que o maior programa de concessões/privatizações do mundo está começando e tem potencial para ser extremamente ampliado. Ponderam que mais ou menos 2,5% a 3,5% é o nosso PIB estrutural ? o que não é motivo de vergonha ?, pois decidimos por um experimento de combinação de razoável flutuação cambial, Banco Central autônomo e rédeas fiscais sob controle em sintonia com a absoluta prioridade ao social. Informam que todos os ajustes necessários não são dolorosos e sim correções de rota simples, noves fora as reformas estruturais há muito aguardadas. O país tem do que se orgulhar. Portanto, recomenda-se a  presidente Dilma que se dispa desse estilo cleopátrico, pare de cultivar áspides a  quente em seu peito e acalente esses ainda escassos intérpretes lúcidos da realidade. Eles são a boa nova que surgiu nessa terra onde o vinho de uma extensa margem a  direita do rio é avinagrado.

Herdeiros da Coteminas semeiam terras cada vez mais férteis

17/01/2014
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Enquanto aguarda pelas nobres missões políticas que 2014 e Dilma Rousseff lhe reservam, Josué Gomes da Silva aduba ainda mais sua bem sucedida trajetória empresarial. E o uso do verbo não é mera metáfora. Josué é o mentor da forte expansão dos investimentos agrícolas da família, que está prestes a pisar em seu solo mais fértil. A Cantagalo General Grains, produtora de soja, milho e algodão controlada pelos herdeiros de José Alencar, negocia sua associação com a Sojitz. Uma das maiores tradings de commodities agrícolas do mundo, a companhia japonesa deverá comprar até 50% da Cantagalo, passando a dividir o controle com os Gomes da Silva. Segundo o RR apurou, a Sojitz terá também uma participação direta na CGC Trading, comercializadora de grãos controlada pelo grupo mineiro. Ressalte-se que os japoneses já têm um pé na Cantagalo, é bem verdade que um pezinho tamanho 36. São donos de 5% da empresa, basicamente um investimento feito com o objetivo de garantir suprimento de grãos para venda no mercado internacional. Os Gomes da Silva têm um latifúndio de motivos para abrir mão de alguns acres no controle e na gestão da Cantagalo – ainda que a Sojitz tenha fama de se portar como um samurai e se impor com mãos de ferro nas empresas de que participa. A associação com o grupo permitirá deslanchar os planos de internacionalização da empresa, notadamente no que diz respeito a sua capacidade de inserção no Mercado asiático. A companhia também tem planos para a africa, onde pretende comprar terras e instalar uma estrutura de processamento e distribuição de grãos. A tudo isso some-se a cifra de US$ 2 bilhões que a Sojitz teria reservado para investimentos na América Latina – metade da cifra endereçada ao Brasil. Além de capital próprio, a trading acena com o financiamento de bancos japoneses e até mesmo de fundos soberanos, como o China Investment Corporation (CIC). Estes recursos possibilitariam a expansão da área plantada da Cantagalo de 150 mil para 200 mil hectares. Segundo cálculos da empresa, tal expansão permitirá triplicar a capacidade de produção, hoje em torno de dois milhões de toneladas por safra.

Conta conjunta

16/01/2014
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A norte-americana First Data é forte candidata a se associar a  credenciadora de cartão de crédito que está sendo criada pelo BTG Pactual. Gigante do setor nos Estados Unidos, a empresa ainda é um grão de areia no mercado brasileiro – até o momento, tem apenas uma parceria com o Banco Cooperativo do Brasil. Ao fechar um acordo com o BTG, a First Data já pode pensar em concorrer com Redecard e Cielo.

Marfrig vira carne moída para os credores da IFC

16/01/2014
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Como se seu próprio passivo, na casa dos R$ 7 bilhões, já não fosse suficiente, o Marfrig está a s portas de um contencioso com os credores do frigorífico paulista International Food Company (IFC). O litígio remete ao recente arrendamento dos ativos da IFC, leia-se uma unidade de abate de bovinos em Nova Xavantina (MT) e uma fábrica de alimentos em Itupeva (SP). O acordo firmado ao apagar das luzes de 2013 é o fio que leva a uma sucessão de tortuosas operações deflagradas a partir da venda do frigorífico paulista. Neste caso, outro protagonista do enredo é a Brasil FoodService Group (BFG), holding controladora da rede de churrascarias Porcão e do restaurante Garcia & Rodrigues, no Rio de Janeiro. No fim de 2012, com o objetivo de verticalizar seu negócio e garantir o fornecimento de carne para seus restaurantes, a BFG comprou os ativos da massa falida da IFC, que estava em recuperação judicial desde 2008. Na ocasião, herdou cerca de R$ 320 milhões em patrimônio e, em contrapartida, teria se comprometido com os credores da empresa a pagar cerca de R$ 120 milhões em dívidas. Ressalte-se que a própria transferência do controle da IFC foi uma via crucis. Por três vezes, o juiz responsável pela falência da companhia recusou a homologar a operação, uma vez que a BFG não teria cumprido precondições para o acordo. Parecia prever o que ainda estava por vir. Segundo fonte de um dos bancos credores da IFC, ao longo de 2013 a BFG teria suspendido o pagamento das dívidas. De acordo com a mesma fonte, a empresa carioca chegou a atribuir a decisão a dificuldades financeiras. Procurada pelo RR, a BFG afirmou que os pagamentos estão em dia.O fato é que a companhia decidiu empurrar o negócio para terceiros. É exatamente neste ponto que o Marfrig entra em cena. Na última semana de 2013, a companhia controlada por Marcos Molina fechou o arrendamento dos ativos da IFC. Levou uma unidade de abate no Mato Grosso, com capacidade para 1,5 mil bois/dia, e uma fábrica em Itupeva voltada a  produção de beef jerky, um aperitivo a base de carne seca bastante consumido nos Estados Unidos. Mas o contrapeso do negócio promete ser gorduroso e de difícil digestão. Os credores do frigorífico paulista marcham famintos na direção do Marfrig. Com o arrendamento, enxergam carne nova no pedaço e a possibilidade de receber os créditos não quitados pela BFG. Desde o fim de dezembro, bancos e pecuaristas, devidamente escoltados por uma tropa de advogados, já teriam feito duas reuniões para tratar do caso. Eles alegam que o Marfrig manterá a atividade original da IFC, tanto em Nova Xavantina quanto em Itupeva, o que caracterizaria a sucessão do negócio e a transferência automática das dívidas com o contrato de arrendamento. A julgar pelos fatos recentes, a tropa de credores do Marfrig ganhou um alento. Afinal, não foi para colocar dinheiro no bolso do empre- sário Marcos Molina que o BNDES livrou a companhia do pagamento de uma dívida de mais de R$ 2 bilhões por meio de uma nova emissão de debêntures. Também consultado pelo RR, o Marfrig negou a cobrança por parte dos credores da IFC e garantiu não ter qualquer relação com a empresa ou sua massa falida.

Profarma avança a latere do BTG

9/01/2014
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A Profarma, uma das maiores distribuidoras de medicamentos do Brasil, olha para o amanhã como se não houvesse BTG Pactual. Em mais um sinal de que as negociações para a fusão com a Brasil Pharma, controlada pelo banco de André Esteves, esfriaram, a empresa mergulhou em outra importante operação. Está em conversações para a compra da paranaen­se Santa Cruz, que tem dez centros de distribuição e atende a mais de 90% das farmácias nacionais. Com o negócio, a Profarma passaria a abastecer 65 mil pontos de venda no Brasil. Chegaria ainda a  marca de 21 centros de estocagem. Nos últimos anos, a Profarma tem se notabilizado por uma agressiva estratégia de expansão, tanto no atacado quanto no varejo. Comprou as redes Farmalife, Drogasmil e Tamoio, todas com sede no Rio de Janeiro. A aquisição da Santa Cruz é sonho antigo. No ano passado, antes de abrir negociações com o BTG Pactual, a Profarma chegou a costurar um acordo com a empresa paranaense. Na ocasião, o que estava em jogo era uma possível fusão, que envolveria ainda um terceiro integrante, a PanPharma. Agora, no entanto, a prosa vai por outro rumo: a Profarma quer a compra pura e simples do controle da Santa Cruz.

RZD compra um bilhete de trem para o Brasil

6/01/2014
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A Estação Finlândia é aqui. A russa RZD, uma das maiores concessionárias de ferrovias da Europa, prepara sua entrada no Brasil. Executivos da companhia estiveram em Brasília nos primeiros dias de dezembro, cumprindo uma agenda de encontros na Casa Civil e no Ministério dos Transportes. Os russos manifestaram a intenção de participar das próximas licitações do setor e também de comprar participações em linhas férreas já em operação ou mesmo em fase de construção. Neste último caso, o nome que vem a  cabeça de nove entre dez autoridades do setor é o da Transnordestina, projeto a cargo da CSN. Para o governo, seria um sonho emplacar um operador do porte da RZD no empreendimento, marcado por constantes atrasos no cronograma e sucessivos aumentos de custos – o orçamento começou na casa dos R$ 5 bilhões e, segundo cálculos recentes, já beira os R$ 8 bilhões. De quebra, a chegada dos russos permitiria varrer Benjamin Steinbruch da condução da ferrovia. A RZD opera uma malha ferroviária com mais de 90 mil quilômetros – para efeito de comparação, a ALL, maior concessionária do país, soma pouco mais de 13 mil quilômetros. As tratativas entre a RZD e o governo Dilma Rousseff foram deflagradas em fevereiro do ano passado, por ocasião da visita oficial do primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, ao Brasil. A investida da companhia é uma das peças de uma grande engrenagem bilateral, um acordo que prevê, entre outros negócios, a venda de armamentos russos para as Forças Armadas brasileiras e, na contramão, contratos de longo prazo para a comercialização de carne e commodities agrícolas. A RZD acena com o financiamento do próprio governo russo e de bancos locais para a construção e expansão de linhas férreas no Brasil.

Mabe cozinha credores sem a capitalização esperada

2/01/2014
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O ano de 2014 começa com uma má notícia para os credores da Mabe no Brasil, em recuperação judicial há sete meses. A expectativa de uma capitalização da companhia por parte dos acionistas controladores ficou no passado, junto com 2013. Um dos maiores fabricantes de eletrodomésticos da América Latina, a mexicana Mabe sinalizou que não fará aportes na operação brasileira. Prevaleceu exatamente o cenário que os credores mais temiam: a reestruturação da empresa e o pagamento do passivo dependerão de recursos gerados pela própria subsidiária. Ou seja: a filha em dificuldades que se vire sem esperar por um centavo da mãe. Diante da postura adotada pelos mexicanos, a primeira medida da Mabe Brasil deverá ser a venda da fábrica de Itu, fechada logo após o anúncio da recuperação judicial, em maio do ano passado. Na empresa, discute-se abertamente a possibilidade de negociação de uma segunda unidade industrial ? a Mabe tem fábricas em Hortolândia e Campinas, ambas em São Paulo, onde trabalham 2,7 mil operários. Antes disso, provavelmente ainda no primeiro trimestre deste ano, outros imóveis, como centros de distribuição e escritórios comerciais deverão ser alienados. Estas medidas, no entanto, equivalem a tentar matar um elefante com um revólver 38. E o paquiderme, neste caso, são as dívidas superiores a R$ 400 milhões, que empurraram a empresa para a recuperação judicial. Entre os executivos da Mabe Brasil, a percepção é que a solução da crise financeira da companhia passa por um movimento bem mais drástico: a negociação de parte do capital. Segundo fonte de um dos bancos credores da Mabe, a própria matriz já teria demonstrado interesse em vender até 50% da operação brasileira, fabricante da tradicional marca de fogões Continental. A postura adotada pelos mexicanos tem causado perplexidade entre os credores e os executivos da Mabe Brasil. Nos bons tempos, a subsidiária chegou a responder por quase 25% do faturamento global do grupo. No entanto, a própria matriz vem enfrentando alguns percalços financeiros, o que também desencorajou o grupo a fazer qualquer aporte no Brasil. Pelo plano de recuperação judicial aprovado pelos credores em outubro do ano passado, a fabricante de eletrodomésticos terá dez anos para quitar seu passivo. Só as chamadas dívidas quirografárias, sem garantia real, somam mais de R$ 330 milhões.

Acervo RR

La Caixa

30/12/2013
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O banco espanhol La Caixa está criando um braço de investimentos para atuar em infraestrutura no Brasil. O foco são projetos de grupos patrícios.

Brasil trata sua abstinência em terras raras

27/12/2013
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O Marco Regulatório para a Exploração e Mineração das Terras Raras foi, enfim, aprovado pelo Senado Federal, ainda que com mais de cinco décadas de atraso. Esses valiosos minérios que atendem por nomes esotéricos, como tório, lantânio, cério, samário, disprósio, itérbio e gadolínio, entre outros, são papa fina no mercado. Parte deles, como o césio e o tório, é radioativa, com potencial de uso em artefatos nucleares; outros têm utilização na eletroeletrônica de ponta. A lentidão brasileira na compreensão desta riqueza nacional permitiu que os chineses, hoje praticamente monopólicos na exploração desses minerais, com as maiores reservas do mundo, colocassem um pé no mercado brasileiro, através do consórcio comprador de parte da Companhia Brasileira de Mineração e Metalurgia (CBMM). O potentado mineral foi um presente dado no governo militar, mais precisamente no período Médici, a Walter Moreira Salles – o embaixador gostava de dizer que o melhor negócio em suas mãos não era o banco, mas o nióbio, matéria-prima estratégica para a metalurgia de ligas de aço de alta resistência. Ingressaram no capital da CBMM com participação minoritária as japonesas Nippon Steel e JFA, a coreana Posco e as chinesas Citic Group, Anshan Iron & Steel Goup Corporation, Baosteel Group Corporation, Shougang Corporation e Tayuan Group Corporation. Reza a lenda que os chineses detêm a maior participação no consórcio, que, por sua vez, teria uma opção de compra do controle por uma fábula de dinheiro. O negócio vale cada dobrão investido, não somente por se tratar do maior complexo industrial e mineral de nióbio do mundo, mas também por estar encravado em um continente de terras raras. Em outra ponta, a Vale é quem se organiza para explorar suas reservas do minério. Na compra da Fosfertil junto a  Bunge, a “princesinha da mineração” levou de lambuja uma imensa jazida de terras raras envolvida com o papel de embrulho do fosfato abundante na região de Araxá (MG). Esse descaso com a riqueza quase custou a degola de cabeças no alto comando da Bunge. Paciência, agora é tudo da Vale, que pretende também atrair um parceiro minoritário para o projeto, conforme tem sido a política do presidente Murilo Ferreira de diluir os riscos. Deposita-se, inclusive, na Vale a grande expectativa de vingar tantas décadas de leniência com as terras raras, que, em meados do século passado, eram levadas junto com a areia monazítica para servir de “lastro” em embarcações estrangeiras.

Banco chinês

27/12/2013
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Um dos maiores grupos financeiros da asia, o chinês ICBC está a  cata de ativos bancários no Brasil.

Os maiores e melhores do RR no ano de 2014

23/12/2013
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O inigualável Millôr Fernandes costumava dizer “Viva o Brasil, onde o ano inteiro é primeiro de abril”. Talvez seja um exagero do mestre; talvez não! O fato é que, a s portas do dia primeiro, não de abril, mas de janeiro, o RR transmite a seus leitores os mais sinceros votos de felicidade, também estendidos a todos aqueles que protagonizam esta edição cheia de graça. Que os desejos de todos se realizem em 2014, assim como que o texto a seguir seja lido com a devida dose de bom humor e espirituosidade: Que André Esteves, parceiro da Caixa Econômica, consiga finalmente atrair Guido Mantega como seu sócio e tenha êxito não somente na associação com o Banco do Brasil, por meio do Banco Votorantim, mas também se junte ao Basa, ao Banco do Nordeste, ao Banrisul e, de quebra, ao BNDES. Que Joseph Safra faça uma próspera joint venture com Alex Haegler e sua filha, Bianca, para retornar ao sistema de investimentos em pirâmide, dessa vez sem os contratempos da era Madoff. Que Paulo Guedes, enfim, receba o Prêmio Nobel de Economia, do qual ele próprio se julga merecedor, conforme suas palavras ao RR em almoço na Casa da Suíça, no Rio. Que a santa Verônica Dantas ouça os conselhos do mano, Daniel Dantas, e não se derreta em tanta generosidade, bom trato e simpatia junto a toda a família Opportunity. Que o presidente do HSBC no Brasil, André Brandão, consiga, enfim, vender a Losango o triângulo e o retângulo e melhorar a imagem da sua gestão junto a  matriz. Que Celso Barros tenha sucesso na consolidação de todas as Unimeds, que, devidamente embaladas com o um laço de fita, passariam a se chamar ?Barrosmed?. Que o novo presidente do Walmart Brasil, Guilherme Loureiro, feche apenas 24 lojas e não as 25 anunciadas e, de quebra, adquira algumas mercearias em Taboão da Serra, São João de Meriti e Barcarena. Que Maria das Graças Foster não seja obrigada a fazer a feira toda a semana e a pesquisar o aumento de preços do chuchu, tomate e outros hortifrutigranjeiros para prever as chances de reajuste dos combustíveis. Que Carlos Alberto de Oliveira Andrade, o Caoa, munido de pá e picareta, desencave um baú no quintal de sua casa abarrotado com os R$ 600 milhões que enterrou no BVA. Que Pedro Moreira Salles, o grande vitorioso com a fusão entre Itaú e Unibanco, não precise ser o porta-voz do grupo no lugar de Roberto Setúbal quando, finalmente, os ativos totais do banco forem superados pelos do Bradesco. Que Armínio Fraga tenha atendido o desejo de ser presidente do Banco Central em um eventual governo de Aécio Neves, Eduardo Campos, Marina Silva, ou ? uai ? até mesmo Joaquim Barbosa. Que o presidente da Claro, Carlos Zenteno, seja ouvido no próprio telefone pela diretoria e por seus subordinados, que insistem em não escutar suas ordens de comando. Que Eike Batista e seus sócios minoritários tenham um feliz 2027!

Reestruturação volta ao palco do Grupo Silvio Santos

19/12/2013
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No mês em que o maior apresentador da história da TV brasileira completa 83 anos, o futuro do Grupo Silvio Santos está mais uma vez sobre a mesa. Nos últimos dias, o empresário, suas filhas e o sobrinho Guilherme Stoliar, presidente do conglomerado e histórico braço direito de Senor Abravanel, têm conversado com uma frequência superior a  habitual. Em pauta, um só assunto: a reestruturação dos negócios do grupo diga-se logo que no SBT ninguém mexe. A iminente venda da TV Alphaville motivada por questões de ordem regulatória deve ser a ponta de lança para a negociação de outros ativos. É grande a pressão da família para que Silvio se concentre quase que única e exclusivamente no SBT. Desde o triste desfecho do Banco PanAmericano, a estratégia de diversificação do grupo está em xeque e passou a ser alvo de constantes críticas por parte das próprias herdeiras do empresário. É pouco provável que o sorriso mais famoso do Brasil tenha dado o ar da graça nas recentes conversas entre Silvio Santos e suas herdeiras. O tema dói fundo ao empresário. Para Silvio, a reestruturação do grupo é um tabu, só superado por outro ainda maior: sua própria sucessão. Há cerca de dois anos, fragilizado pela hecatombe do PanAmericano, Senor Abravanel recuou de suas convicções mais profundas e aceitou contratar uma consultoria externa especializada em empresas familiares, a norte-americana Cambridge Advisors to Family Enterprise que, no Brasil, tem em seu currículo o processo que culminou na ascensão de André Gerdau Johannpe- ter ao comando da Gerdau. Na ocasião, além de apresentar um planejamento para a sucessão no grupo, a Cambridge teria recomendado a venda da Jequiti Cosméticos e do Hotel Jequitimar, no Guarujá. Mas logo Silvio voltou ao normal. Tal qual ocorria com os antigos calouros do apresentador, a campainha tocou e a Cambridge foi tirada do palco. O empresário deu de ombros a s principais sugestões da consultoria as francesas Avon e Coty chegaram a manifestar interesse na Jequiti, mas as tratativas não passaram sequer da primeira camada de pancake. Desta vez, no entanto, há um componente novo: mesmo que dentro de certos limites, as filhas de Silvio Santos vêm conquistando espaço na gestão das empresas. E a voz da segunda geração pressiona por mudanças. As herdeiras do empresário batem na tecla de que os demais negócios, embora rentáveis, são um fator de dispersão em relação a  joia da coroa, o SBT, que, depois de alguns percalços, voltou a viver bons momentos no ano passado, rompeu a barreira de R$ 1 bilhão em faturamento. Consultado sobre a reestruturação e a possível venda de ativos, o Grupo Silvio Santos disse “não confirmar a informação”. Segundo fontes próximas ao grupo, as filhas de Silvio defendem a venda de parte ou até mesmo da totalidade da Sisan Empreendimentos Imobiliários. Nascida da costela do próprio grupo, para administrar os imóveis de suas empresas, a Sisan tem hoje uma razoável carteira de projetos, tanto no segmento residencial quanto no comercial. Depois da Sisan, chegaria a hora da Jequiti e do Hotel Jequitimar. Bem, em se tratando de Silvio Santos, sublinhe-se o verbo no futuro do pretérito.

Banco de reserva

12/12/2013
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O presidente da CBF, José Maria Marin, quer tirar uma casquinha do crescente interesse da Caixa Econômica por futebol. E o conflito de interesses com o Itaú, patrocinador oficial da Seleção Brasileira? Marin é daqueles que pensam que sempre há um jeito para tudo. A Caixa poderia, por exemplo, patrocinar o Campeonato Brasileiro ou a Copa do Brasil, passando longe da seleção canarinho.

BNDES com um pé fora da Bematech

11/12/2013
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Um dos mais longevos investimentos do BNDES no setor de TI está com os dias contados. O banco estaria preparando o terreno para vender sua participação de 5% na Bematech, uma das maiores prestadoras de serviços de automação para o varejo do Brasil. A rigor, trata- se da crônica de uma operação anunciada: o BNDES, que chegou a ter mais de 15% da empresa, vem reduzindo gradativamente a sua presença no capital. No entanto, mais importante do que a venda das ações é o que pode estar nas suas entrelinhas. No início deste ano, o BNDES anunciou a disposição de estimular novos IPOs de empresas brasileiras de TI, possivelmente participando da oferta pública por meio da BNDESPar. A saída da Bematech seria um indício de que a agência de fomento está realocando seus investimentos no setor, deixando uma companhia mais do que consolidada para apostar em empresas em fase de maturação. Ressalte- se que o BNDES entrou no capital da Bematech antes mesmo da sua abertura de capital, em 2007.

Esteves acha um atalho para o Banco Votorantim

22/11/2013
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 É impressionante como Eike Batista, ou melhor, como a débâcle de Eike Batista faz bem a André Esteves. O banqueiro foi muito bem remunerado para ser adviser de uma reestruturação que sequer chegou a entregar. Só na venda da MPX, teria embolsado aproximadamente R$ 50 milhões, isso para não falar do valor intangível do acesso a s mais intestinas informações do Grupo EBX – um conhecimento que pode ter mil e uma serventias. No entanto, nessa curiosa e bem recompensada convivência, o maior dos ganhos obtidos por Esteves não deverá vir pelo seu figurino de conselheiro. Por vias transversas, Eike tem tudo para ser o responsável pela consumação do maior e mais cobiçado projeto do banqueiro: ser sócio, a um só tempo, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. O “X” da questão é a execução da garantia dada pelo Banco Votorantim ao empréstimo de US$ 228 milhões do BNDES a  OSX. Ao que tudo indica, o pagamento da carta-fiança, anunciado nesta semana, foi a gota d’água na conflituosa sociedade entre o BB e os Ermírio de Moraes, sócios no Votorantim. O desembolso dos US$ 228 milhões praticamente aniquilou qualquer possibilidade de o banco fechar o último trimestre do ano no azul e interromper a longa sequência de prejuízos. Somando-se os balanços de 2011 e de 2012, as perdas chegam a impressionantes R$ 2,2 bilhões. Nos noves primeiros meses deste ano, o déficit acumulado é de R$ 633 milhões. Ressalte-se que a direção do Votorantim teria aprovado a concessão da carta-fiança sem a anuência do BB. O resultado não poderia ser outro. Segundo fontes ligadas a  instituição, a situação acicatou de tal forma o relacionamento entre as partes que já se dá como certo o rompimento – leia-se a saída dos Ermírio de Moraes, que, aliás, querem deixar esse barco não é de hoje. Neste caso, todos os caminhos levam na direção do BTG Pactual. Há tempos que André Esteves se movimenta para fincar sua bandeira no Votorantim – ver RR edição nº 4.374. Desta forma, o dono do BTG fecharia seu tão sonhado Grand Slam bancário, tornando- se parceiro da Caixa, por meio do Banco Pan (o antigo PanAmericano), e do BB, no Votorantim. A partir daí, as derivações não têm limite. Esteves poderia, por exemplo, criar uma holding onde penduraria suas participações nos dois bancos. O passo seguinte? Bem ao estilo do BTG, que tal um IPO desta futura empresa? O disfarçado incesto da banca pública – o banqueiro privado fecha os vértices do triângulo com o BB e a CEF – deixará André Esteves em posição privilegiadíssima no setor. A interseção societária com o BB e a Caixa significará o acesso a dois dos maiores canais de distribuição do varejo bancário no Brasil: a dupla soma mais de oito mil agências. A operação, diga-se de passagem, viria em um momento oportuno. O Pan não é o sofrido Banco Votorantim, mas o BTG também tem suado para colocar a casa em ordem. Um caso emblemático é área de crédito imobiliário. Nem mesmo a coabitação societária com a Caixa tem sido suficiente para alavancar o negócio. Muito pelo contrário. Nos últimos meses, o Banco Pan reduziu a oferta de recursos e adotou critérios mais rigorosos para a concessão de empréstimos, inclusive com a suspensão de uma leva de contratos que já estavam pré-aprovados.

#Banco Pan-Americano #Banco Votorantim #BNDES #BTG Pactual #Caixa Econômica #EBX #Eike Batista #OSX

Biodiversidade

7/11/2013
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Há mais uma espécie, digamos assim, exótica na lista de candidatos a  compra do Standard Bank no Brasil. Além de Carlos Slim e do Banco Industrial e Comercial da China (ICBC), o National Bank of Abu Dhabi também entrou na disputa pelos ativos da instituição sul-africana.

Brasil marcha para o clube do urânio enriquecido

6/11/2013
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O Brasil ensaia o próximo passo rumo ao seleto rol de países que produzem pastilhas de urânio em escala comercial. O governo abriu negociações com o banco francês Natixis, que está disposto a financiar parte expressiva do projeto. O custo total gira em torno de R$ 5 bilhões. A expectativa do governo é que o Natixis traga a reboque outros três bancos franceses: o Societé Generale, o BNP Paribas e o Calyon Credit Industriel et Commercial. Não custa lembrar que o quarteto já tem um pé no programa nuclear brasileiro: integra o pool de bancos internacionais que financia o desenvolvimento de submarinos da Marinha. As tratativas têm sido conduzidas por uma tour de force, que reúne representantes de quatro ministérios – Casa Civil, Defesa, Minas e Energia e Ciência e Tecnologia. A julgar pelas negociações em curso, o francês é mesmo o segundo idioma do programa nuclear no Brasil. A presença dos bancos gauleses deve ser a senha para a entrada no projeto da conterrânea Areva, um dos maiores players de energia nuclear do mundo – ver RR edição nº 4.572. No entendimento do governo, o modelo de parceria público-privada (PPP) é o mais indicado para viabilizar a parceria com os franceses. Este formato permitiria atrair dois ou três grandes grupos nacionais para a empreitada. A produção interna de pastilhas de urânio reduzirá significativamente o custo da geração de energia nuclear no país. A futura usina de Angra 3, por exemplo, está prevista para entrar em operação com 100% de matéria-prima importada. É um contrassenso, uma vez que o Brasil é dono de uma das cinco maiores reservas de urânio do mundo.

Avibras é uma fênix voando na direção da Rosoboronexport

1/11/2013
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Quantas vidas tem a Avibras? Depois de atravessar uma gravíssima crise financeira, que praticamente paralisou sua produção, passar por uma complexa recuperação judicial e, no meio do caminho, ainda perder seu acionista fundador, João Verdi, morto em 2008, a fênix da indústria bélica parece estar renascendo. Mais uma vez. Poucos meses após fechar a compra de 9% da Harpia, fabricante de equipamentos e sistemas controlada pela Embraer e pela israelense Elbit, a companhia está envolvida em um negócio de proporções ainda maiores. Costura uma parceria com a Rosoboronexport, um dos grandes players internacionais da área de defesa. Um grupo de executivos da estatal russa deverá vir ao Brasil até dezembro para acertar os últimos detalhes do acordo. O contrato prevê a transferência de tecnologia para a Avibras e a montagem, no Brasil, de equipamentos desenvolvidos pela Rosoboronexport, notadamente mísseis portáteis, foguetes guiados e simuladores. A parceria combina os interesses de ocupação geoeconômica de parte a parte. A Avibras terá o acesso facilitado ao mercado internacional, a começar pelo Leste Europeu. Já a Rosoboronexport pretende montar uma cabeça de ponte na América Latina e, a partir do Brasil, prospectar negócios na região. Os russos também vislumbram no acordo uma oportunidade ímpar de se aproximar das Forças Armadas brasileiras e conquistar futuros contratos. Historicamente, a Avibras mantém um relacionamento estreito com a área militar e o governo como um todo. Ressaltese que o Banco do Brasil foi personagem central no soerguimento da companhia. Há cerca de três anos, a Avibras conseguiu uma garantia do BB que lhe possibilitou fechar um contrato de exportação de US$ 250 milhões, fundamental para o encerramento da recuperação judicial. Na esteira do acordo com a Rosoboronexport, a Avibras espera triplicar seu faturamento até 2017 – em 2013, a receita deve bater nos R$ 300 milhões. Em tempo: iminente acordo com um grande grupo internacional, dívidas renegociadas, faturamento em alta: quer dizer, então, que a Avibras navega em céu de brigadeiro, certo? Errado. No momento, a companhia está a s voltas com uma disputa societária. Um grupo de minoritários contesta uma conversão de dívidas em ações feita em abril do ano passado, que permitiu ao acionista controlador, João Brasil Carvalho Leite, aumentar sua participação para 94%.

Credit Suisse

1/11/2013
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Um concorrente figadal do Credit Suisse estaria oferecendo fortunas para cooptar o presidente do banco no Brasil, José Olympio Pereira. Dificilmente o assédio terá êxito. Olympio é homem de confiança dos suíços e praticamente o dono do banco no país.

Sete Brasil perfura ainda mais o caixa dos acionistas

31/10/2013
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As sondas da Sete Brasil já estão funcionando. Pelo menos para atingir as mais profundas camadas do caixa de seus acionistas, sobretudo os ligados ao governo. De um jeito ou de outro, praticamente todo o funding necessário para a execução do plano de investimentos da companhia – leia-se a construção de 29 sondas, ao superlativo custo de US$ 25 bilhões – virá de agentes públicos. Além dos US$ 6,3 bilhões obtidos no âmbito do Fundo da Marinha Mercante (FMM) e do empréstimo de US$ 9 bilhões do BNDES, há uma negociação para que Previ, Funcef e FI-FGTS façam um novo aporte de capital na empresa. Ao lado da Petrobras, as duas fundações e o fundo administrado pela Caixa figuram entre os principais acionistas da companhia, com mais de 40%. Segundo uma fonte ligada a  Funcef, a capitalização pode chegar aos US$ 3 bilhões. Uma vez confirmada, a operação significará a diluição da participação dos acionistas privados, entre eles BTG Pactual, Santander e Global Energy Partners. O mesmo se aplica a  Petrobras, que já admitiu publicamente a intenção de reduzir sua fatia no negócio. A Sete Brasil nasceu sob a égide de ser o grande fornecedor nacional de sondas para a indústria de exploração e produção de petróleo. Este propósito, é bom que se diga, segue de pé. No entanto, mais do que uma escolha, o governo hoje se vê forçado pelas circunstâncias a usar de farta munição financeira para garantir o cumprimento do plano de negócios da companhia. Vencedor ou não, é o cavalo que conduz o jóquei. O motivo é a Petrobras. Quase toda a carteira de pedidos da Sete Brasil esta pendurada na estatal. O receio do governo é que qualquer contratempo na entrega dos equipamentos comprometa a operação da Petrobras. Tanto que existe ainda a possibilidade de o próprio BNDES entrar também no equity do negócio – ver RR edição nº 4.668. Do valor total previsto no plano de negócios da companhia, cerca de um quarto, ou aproximadamente US$ 5 bilhões, virão do caixa da Sete Brasil. Após fechar os empréstimos do BNDES e do Fundo da Marinha Mercante – e somando-se também os recursos próprios – , os acionistas da empresa avaliaram a possibilidade de buscar no mercado os outros US$ 5 bilhões que faltavam para fechar a conta de US$ 25 bilhões. No entanto, teriam recuado diante da conjuntura pouco favorável. Com o eventual aporte liderado por Previ, Funcef e FIFGTS, o valor ainda a descoberto cairia para a “ninharia” de US$ 2 bilhões, montante que deverá ser obtido junto a bancos internacionais.

Contabilidade criativa adia PIB zero quilômetro

30/10/2013
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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, está refém da contabilidade criativa, expediente que permitiu, entre outros arranjos, repasses bilionários do Tesouro Nacional para o BNDES sem impacto sobre a dívida líquida da União. A camisa de força, no caso, não diz respeito ao manuseio dos passivos da União, mas ao adiamento das mudanças na metodologia de cálculo do PIB e da dívida bruta, que já estavam sendo encaminhadas junto a s agências multilaterais. A alteração na contabilidade do PIB é tida como fundamental pela Fazenda, até porque sua aceitação pelos stakeholders da área econômica, notadamente mercado e academia, já é dada como favas contadas. Ninguém, ninguém mesmo, nem o IBGE, nem os departamentos dos bancos ou economistas reputados, acreditam que o PIB não seja maior do que o atual. A estimativa feita na área econômica do governo é que o diferencial possa atingir até 1%. Se fosse possível, a partir da correção retrospectiva dos dados, rever a série histórica das contas nacionais, os indicadores do Brasil estariam muito melhores do que os apontados. Mas, como diz o aforismo, é para frente que se anda. A relação dívida bruta/PIB – atualmente em 65,8% e considerada pelos analistas internacionais como o indicador mais sensível na mensuração dos passivos da União – encolheria dos 4,2% que cresceu de 2010 até agosto deste ano. O déficit nominal, que alcançou 3,12% do PIB, não chegaria a ficar franzino com a nova metodologia de cálculo da soma da riqueza nacional, mas bem menos incômodo do que o atual. A mudança viria sob medida para impedir que a pressão de despesas sobre o Estado prevista para os próximos anos se reflita exageradamente sobre os índices. Os gastos de infraestrutura da União deverão subir de 2% a 4% até 2016. O pré-sal também será um sugadouro. A manutenção das políticas sociais exigirá um crescimento médio do PIB de 3,5% até 2018, de forma a não pressionar os fundamentos fiscais. Em síntese, o PIB estará no centro de todas as comparações, para o bem e para o mal. Diriam alguns que a mudança não passa de mera trucagem. Mas a Fazenda, no devido momento, está disposta a constituir um comitê de sábios, importando laureadas cabeças, inclusive um Prêmio Nobel, de forma a responder a s suspeições técnicas e mitigar as políticas. Afinal, é importante zelar pela credibilidade do IBGE, que, não obstante estar cumprindo seu dever técnico, poderia ficar exposto a um tiroteio. A mesma iniciativa valeria para a dívida bruta, na qual haveria ativos calculados como passivos. Ocorre que, nesse quesito, a sensibilidade é ainda maior. Por isso, Mantega estaria decidido a não mexer nesse item, pelo menos em um horizonte mais visível, sob o risco da acusação de estelionato da contabilidade nacional ou argentinização dos indicadores oficiais. Quanto ao PIB, a reforma virá. E mesmo que não represente uma medida de equilíbrio fiscal ou estruturante dos efetivos problemas do Tesouro – pacto fiscal, despesas compulsórias, gula do Legislativo pelas emendas orçamentárias – mostrará um país real melhor do que o que se enxerga. Afinal, para que servem métricas se não para isso?

Montadoras

29/10/2013
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O BNDES financia muita gente que nem sequer enxerga. Por uma operação triangular, este é o caso da General Motors da Argentina. A GM do Brasil é hoje uma das maiores mantenedoras da filial portenha. Já responderia por quase 40% dos investimentos do lado de lá da fronteira. Aliás, por falar em montadoras, segundo fonte ligada ao BNDES, a Honda teria buscado o apoio do banco para financiar a construção de sua segunda fábrica de automóveis no Brasil. Procurada, a empresa nega as tratativas. O projeto está orçado em R$ 1 bilhão.

Nomura abre sua carteira para a Ativa Corretora

21/10/2013
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No momento em que há uma articulação liderada pela XP Investimentos para a criação de uma “supercorretora” nacional, uma tradicional instituição do mercado de capitais pode virar a casaca e cair nas mãos de um grande grupo estrangeiro. O Nomura, um dos maiores conglomerados financeiros do Japão, negocia a compra da Ativa Corretora, pertencente aos investidores Jorge Salgado e Augusto de Freitas. Procurada, a Ativa informou que “no momento, não se encontra em negociação com nenhuma empresa”. No entanto, segundo uma fonte próxima a  corretora, os japoneses já teriam, inclusive, apresentado uma oferta, em torno dos R$ 180 milhões. Em meados de 2012, a Ativa passou por uma profunda reestruturação, com a saída de sócios e executivos. Nos últimos meses, os controladores da corretora adotaram algumas medidas que teriam como objetivo preparar a instituição para a venda. A principal delas foi o enxugamento do quadro de funcionários, notadamente na própria mesa de operações. Se confirmada, a aquisição da Ativa representará a entrada para valer do Nomura no Brasil. O grupo financeiro, que soma mais de US$ 500 bilhões em ativos e controla o maior banco de investimentos do Japão, mantém um escritório de representação em São Paulo. Basicamente, a equipe local apenas presta suporte a operações envolvendo grandes clientes corporativos instalados no país.

Gerdau nos trilhos

21/10/2013
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Jorge Gerdau levou ao BNDES o projeto de construção de uma fábrica de lingotes para trilhos ferroviários. Como há escassez do produto no Brasil, a justificativa para o ingresso do banco no empreendimento está mais do que dado.

Fibria e Suzano encenam um teatro de papel no BNDES

18/10/2013
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A recente coalizão entre os Ermírio de Moraes e os Feffer não passa de cenografia. a€ luz da manhã, Fibria e Suzano posam de aliados e lideram um tour de force para “ordenar” a implantação de novas fábricas de celulose no Brasil e evitar uma superoferta do produto; na penumbra da noite, protagonizam uma renhida disputa em que o único objetivo, de parte a parte, é puxar o tapete do outro. Conter a produção de celulose no Brasil? Só se for a do concorrente. A Suzano teria iniciado conversas com o banco em busca de financiamento para a instalação de uma fábrica no Piauí – o empreendimento, orçado em US$ 2,5 bilhões, já foi confirmado e adiado sucessivas vezes. Oficialmente, o projeto está suspenso, diz o próprio grupo. Mas, com o apoio do BNDES, tudo mudaria de figura. Do seu lado, a Fibria tenta arrancar da agência de fomento um empréstimo para a construção da segunda linha de celulose na fábrica de Três Lagoas (MS), ao custo de US$ 2 bilhões. Até aí, nada demais: a porta do BNDES está repleta de empresas em busca de financiamento – e nem poderia ser diferente. No entanto, há uma particularidade neste episódio que acentua a polarização e o clima de duelo entre Suzano e Fibria. Por conta exatamente do risco de excesso de oferta de celulose e também pela postura mais cautelosa da agência de fomento, as próprias empresas estão convictas de que dificilmente o BNDES apoiará simultaneamente a construção de duas novas linhas de produção. Um empreendimento automaticamente excluiria o outro. Ou seja: para Suzano e Fibria, é bola ou búrica. Diante do estreito funil, a disputa entre os dois “aliados” vem registrando golpes abaixo da linha de cintura. Executivos das duas empresas estariam protagonizando um jogo de intrigas nos bastidores do banco, tentando desqualificar o projeto da concorrente. “A fábrica de Três Lagoas tem problemas incontornáveis de logística que afetam a competitividade da operação”, diria a tropa da Suzano. “A unidade do Piauí é um descalabro do ponto de vista ambiental”, rebateriam representantes da Fibria. Enquanto os Feffer e os Ermírio de Moraes se digladiam pela preferência do BNDES, a família chilena Matte passou pela Avenida Chile sem fazer qualquer barulho. Com o luxuoso auxílio do governador Tarso Genro, a CMPC conseguiu um financiamento de R$ 2,5 bilhões para ampliar a capacidade da controlada Celulose Riograndense. Procurada, a Fibria não se pronunciou, alegando estar em período de silêncio. Já a Suzano afirmou que já manifestou, “em eventos recentes do setor”, sua posição em relação a  regulação de novos projetos para a produção de celulose. Disse ainda que não há qualquer aliança com a Fibria. Para todos os efeitos, não era o que parecia.

Wilson, Sons navega rumo Á  CBO

18/10/2013
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A Wilson, Sons está interessada na compra da Companhia Brasileira de Offshore (CBO), controlada pela família Fischer. A empresa atua no segmento de manutenção de plataformas. Tem também um pé na indústria naval, por conta da sua participação no Estaleiro Aliança. Controla ainda uma fábrica de módulos para embarcações, a Aliança Offshore. Segundo fonte de um banco de investimentos que escolta a CBO na operação, seis grupos, entre empresas do setor e private equities, já procuraram os Fischer. Entre eles, estaria o BTG Pactual – ver RR edição nº 4.699. A família estaria pedindo cerca de US$ 1 bilhão por este pacotão de ativos. De acordo com a mesma fonte, a Wilson, Sons deverá entrar no negócio em parceria com a chilena Ultramar, de quem já é sócia exatamente na área de suporte a plataformas e embarcações offshore. Além de prestar serviços para terceiros, a Wilson, Sons Ultratug Offshore (WSUT), braço do grupo inglês neste segmento, opera 14 barcos próprios. Se fisgar a CBO, os britânicos ampliarão consideravelmente sua posição no mercado brasileiro. Passarão a ter três estaleiros de apoio offshore, além de 33 embarcações próprias no país.

Woori Bank

18/10/2013
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A pequena equipe do Woori Bank Brasil, instalada na sede do banco, na Avenida das Nações Unidas, em São Paulo, está em polvorosa. Segundo um executivo ligado a  instituição, o governo sul-coreano estaria preparando o encerramento das operações no país. Procurado, o Woori Bank negou a saída do Brasil.

BNDES tem repelente guardado em casa

17/10/2013
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Uma singela recomendação ao BNDES para que ele prossiga prestando seus bons serviços a  Nação: adote a velha e boa receita caseira e produza um documento sobre o seu destino. Ato contínuo, coloque-o em discussão pública. Desde sua criação pelo ministro da Fazenda Horácio Lafer, não tem sido outra a fórmula. O soro antiofídico para as campanhas destrutivas solertes que o BNDES tem sofrido são os grandes planos estratégicos para sua própria atuação, produzidos integralmente pela nata dos profissionais da casa. Já na sua origem, através da Lei nº1.628, foi grande a preocupação de blindar o banco da interferência de neófitos e oportunistas, além de luminares com a cabeça em Júpiter. Passados cinco dias da sua criação, o jornal O Globo já publicava editorial sobre os riscos “de que o governo queira utilizá-lo para resolver situações partidárias”. “A única preocupação do Sr. Getúlio Vargas – dizia o jornalão – deveria ser não deixar que o banco se levasse por critérios políticos e reunisse homens adequados, com os atributos de idoneidade e experiência em assuntos técnicos”. Dito e feito. A regra da história do BNDES, com exceção de alguns acidentes como a “privataria” no governo FHC, é essa. E o banco produziu o asfalto das estradas por onde rodaria o país e se juntou ao comboio, ora como locomotiva. O primeiro documento estratégico de porte foi o Programa de Reaparelhamento Econômico. A partir daí, a lista de realizações não parou de crescer: Fundo de Desenvolvimento Técnico Científico (Funtec), funding para financiamento a  indústria através do PIS/Pasep, do FAT, o Programa de Insumos Básicos e Substituição de Importações e a BNDESPar. Neste rol entram também o documento da Integração Competitiva do Brasil na Economia Mundial e o Finsocial, Programa Nacional de Desestatização, e tantos outros. Agora, na esteira do episódio do Lehman Brothers, e repetindo o ocorrido com o Nixon Shock – episódios em que teve de fazer políticas compensatórias para evitar o desastre nacional – o banco volta a apanhar como boi ladrão. E querem que ele seja uma instituição de apoio ao mercado de capitais, que seja somente um repassador de funding aos bancos privados, que se restrinja a infraestrutura, que extermine a BNDESPar, que fique reduzido, que suma do mapa… É muita ladainha! Portanto, segue a boa dica. O corpo técnico que se reúna sob a batuta de Luciano Coutinho, mergulhe na questão e produza os “Cenários da Economia Brasileira e da Ação Estratégica do BNDES”. E faça com que o documento circule entre os stakeholders e abra o debate sobre o assunto. Aliás, como sempre foi.

Sonda e Angeloni entram na lista de compras da Falabella

8/10/2013
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A compra da rede de material de construção Dicico foi apenas o primeiro tijolo. A chilena Falabella pretende erguer uma grande operação integrada de varejo no Brasil, repetindo o modelo adotado em sua terra natal, onde controla de supermercado de bairro a loja de departamento. O próximo alvo é o segmento de super e hipermercados. Segundo fonte de um banco de investimentos que assessora a Falabella no país, há dois nomes na alça de mira dos chilenos: a rede catarinense Angeloni e a paulista Sonda. Uma é quase clone da outra, exceção feita a  atuação geográfica. Forte na Região Sul, a Angeloni tem 28 lojas e um faturamento anual na casa de R$ 2,3 bilhões. Já o Sonda reúne 35 super e hipermercados – a maior parte em São Paulo -, que devem somar, neste ano, cerca de R$ 2,5 bilhões em vendas. De controle familiar, ambas têm penado para enfrentar a consolidação do setor e a concorrência com as grandes redes. O que não falta a  Falabella – conglomerado com faturamento superior a US$ 12 bilhões e valor de mercado de quase US$ 30 bilhões – é fôlego para mudar este cenário. Os chilenos poderiam romper com as amarras regionais e levar as duas bandeiras a outros estados, algo, aliás, que o grupo pretende fazer com a própria Dicico, hoje restrita ao mercado paulista.

Dois cafezinhos sobre o BNDES

8/10/2013
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Faz quase duas décadas que o economista Arthur Candal produziu para a Associação Brasileira da Indústria Química um avassalador estudo prevendo que a africanização da indústria brasileira já começara e era irreversível. Candal tinha uma ponte com o então ministro da Fazenda, Pedro Malan, a quem salvou de uma perseguição do Dops ao passar uma noite inteira rodando de carro pela cidade. Mas esse nunca foi um assunto que o lendário economista fosse levar a Malan como um bilhete premiado do passado em troca de dois dedos de prosa sobre suas reflexões. Ao que se lembre, o governo só o ouviu durante o regime militar, por meio de João Paulo dos Reis Velloso, no Ipea. Alguns anos após Candal ter cometido o visionário paper, o economista Edmar Bacha começou a desenhar sua tese de que o BNDES é um desserviço completo a  indústria nacional, pois sua presença inviabiliza a consolidação de um sistema financeiro privado de empréstimos de longo prazo e, por outro, exige uma política de juros mais elevados para contrapor aos juros subsidiados da TJLP. Certa vez, Candal esbarrou com Bacha no Aeroporto Santos Dumont. Cumprimentaram- se com um meneio de cabeças. Para “Arthur, o petroquímico” Bacha era uma diva da macroeconomia a  procura de plateia. Bacha devia achar aquela encurvada figura meio amalucada, totalmente distante do seu estilo fashion da PUC-RJ. O fato é que Candal berrava até ficar rubro por um ajuste fiscal de 9% a 10% da dívida bruta como a única forma de evitar que a indústria sucumbisse. Uma violência! O seu BNDES, protagonista da política industrial, seria diferente. Ficaria voltado a  substituição de importações de setores com maior valor agregado, exemplo da química e petroquímica. Candal se foi, Antônio Barros de Castro, também, e do trio de industrialistas sobrou Luciano Coutinho, defendendo bravamente a bandeira do BNDES. Mas Luciano é outra história. De lá para cá, Bacha redescobriu a indústria e colocou-a no centro do seu novo Plano Real, que conjugaria aperto de mão de obra, liberação das importações, política fiscal austera, taxas de juros mais altas e, se possível, um míssil jogado em cima do BNDES. Se ele e Arthur Candal tivessem a oportunidade de se encontrar novamente, ainda não seria dessa vez que apertariam as mãos. Mas talvez topassem conversar em torno da ideia de fazer do banco uma agência de desenvolvimento do programa de concessões. O BNDES funcionaria como uma espécie de garantidor de última instância das operações com debêntures das empresas investidoras no setor de infraestrutura, leia-se, em grande maioria, concessões de serviços públicos.

Nextel passa um rádio Á  procura de um sócio no Brasil

7/10/2013
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Em meio a  fusão entre Oi e Portugal Telecom e a  conturbada transferência do controle da TIM, mais uma operadora de telefonia está na prateleira. A Nextel pretende vender parte do capital de sua subsidiária brasileira. Segundo uma fonte ligada a  companhia, um banco de investimentos norteamericano já foi contratado como adviser. A negociação deverá envolver até 30% da Nextel Brasil. A princípio, por se tratar de uma participação minoritária, o figurino da operação parece feito sob medida para um fundo de private equity. Ainda assim, ao menos um grupo da área de telecomunicações já teria manifestado interesse no negócio: a chilena Entel, que comprou recentemente o controle da Nextel Peru. Ao optar pela venda de uma fatia do capital, a Nextel parece seguir a velha e surrada máxima de “entregar os anéis para não perder os dedos”. O Brasil não é o Peru, de onde os norte-americanos saíram definitivamente. O mercado brasileiro é peça indispensável na engrenagem da companhia. A subsidiária responde hoje por metade do faturamento mundial do grupo – em torno de US$ 6 bilhões no ano passado. Ou seja: reforçar a Nextel Brasil significa injetar capital diretamente na veia de toda a operação global. Antes, no entanto, o grupo precisa salvar sua galinha dos ovos de ouro, que tem mostrado sérios problemas de fertilidade. A busca de um sócio para a Nextel Brasil reflete o momento delicado da empresa. O que era a grande aposta dos norte-americanos para alavancar a operação brasileira até agora tem sido o algoz da subsidiária. A empresa despejou mais de R$ 5 bilhões na implantação de sua rede 3G. O investimento, no entanto, está longe de render o retorno esperado. No ano passado, a Nextel Brasil registrou um faturamento da ordem de US$ 2,9 bilhões, US$ 550 milhões a menos do que em 2011. Por sua vez, a receita média por usuário (ARPU) caiu 24%. Ao longo do ano, a empresa perdeu cerca de cinco mil clientes no país. A rentabilidade também veio abaixo. Em 2012, a subsidiária ainda teve um ganho de US$ 317 milhões – mesmo assim, metade do valor alcançado no exercício anterior. Neste ano, no entanto, o lucro evaporou. No segundo trimestre, a empresa teve US$ 1,3 milhão de prejuízo, contra um resultado positivo de US$ 96 milhões no mesmo período em 2012.

Itaú e o “enquadramento de festim”

7/10/2013
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A megaemissão de R$ 4,4 bilhões em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) anunciada pelo Itaú causou estranheza no Banco Central. Segundo fonte da própria autoridade monetária, o BC está debruçado com uma lupa sobre os números da operação. Pode até haver um certo exagero, mas o redobrado zelo da instituição se deve a algumas particularidades daquela que tem tudo para ser a maior cessão de créditos imobiliários já feita no país. Por regra, todos os bancos brasileiros são obrigados a aplicar ao menos 52% dos seus depósitos em poupança em empréstimos realizados no âmbito do Sistema Financeiro Habitacional (SFH). Ocorre que, até recentemente, o Itaú estava desenquadrado em cerca de R$ 3 bilhões. É neste ponto que está o nó da questão. Em tese, com o lançamento dos R$ 4,4 bilhões em certificados, o Itaú teria equacionado este gap, enquadrando- se na norma do BC. Sublinhe-se o “em tese”. Os CRIs são uma colcha de retalho. De acordo com a mesma fonte, o expediente teria permitido ao banco misturar alhos e bugalhos, jogando no mesmo caldeirão contratos efetivamente fechados no âmbito do SFH com empréstimos para a compra de imóveis bem acima do teto do Sistema Habitacional – recentemente ampliado de R$ 500 mil para R$ 750 mil. Ou seja: o Itaú teria se aproveitado de uma brecha na regra para fazer uma espécie de enquadramento “meia-sola”. Procurado pelo RR, o Itaú não quis se pronunciar sobre o assunto, alegando estar em período de silêncio. Com a palavra, o Banco Central.

Adyen quer aparecer na primeira página do Buscapé

27/09/2013
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A holandesa Adyen – gigante do comércio eletrônico na Europa – nem precisou acessar o Google para achar o que queria, leia-se uma plataforma para alavancar sua operação no Brasil. O objeto de cobiça é o Buscapé, o maior site de comparação de preços da América Latina. De acordo com fonte de um banco de investimentos ligado a  Adyen, os holandeses são candidatíssimos a  compra de uma participação na empresa, controlada pelo grupo sulafricano Naspers – sócio também do Grupo Abril. Mais do que a própria operação do site de preços, o que atiça mesmo o interesse da Adyen é a Pagamento Digital, controlada pelo Buscapé. A aquisição permitiria a  companhia holandesa entrar no cobiçado segmento de pagamento online, para concorrer com o PagSeguro, do UOL, o MercadoPago, do Mercado Livre, além da norte-americana PayPal, pertencente ao eBay. O Brasil é uma das maiores apostas mundiais da Adyen. Os holandeses, que já atuam no segmento de pagamentos eletrônicos no país, pretendem investir mais de R$ 100 milhões nos próximos dois anos. O valor, ressaltese, não inclui o desembolso para o eventual desembarque no Buscapé. Como sinal da importância do Brasil no seu mapa de negócios, os holandeses estão concentrando .

Cemig encontra uma cerca eletrificada na entrada de São Paulo

26/09/2013
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Um dos mais aguardados negócios do setor elétrico está colocando do mesmo lado petistas e tucanos – e, de quebra, criando um racha entre duas lideranças do próprio PSDB. A operação em questão é a venda simultânea da distribuidora Eletropaulo e da geradora Tietê, ambas controladas pela AES e pelo BNDES, sócios na holding Brasiliana. Depois de tantas idas e vindas, os norte-americanos fecharam um acordo com o banco para a negociação das duas empresas. Já teriam, inclusive, contratado como adviser um banco de investimentos conterrâneo. A operação junta a fome dos norteamericanos em reduzir consideravelmente sua posição no mercado brasileiro com a antiga vontade do governo de colocar dois dos mais importantes ativos do setor no colo de um grande grupo nacional. No entanto, as primeiras articulações feitas pela AES desencadearam um curto-circuito político. O grupo vem mantendo conversações com a Cemig, interessada na aquisição tanto da Eletropaulo quanto da Tietê. Com este movimento, os norte-americanos conseguiram a façanha de unir os Montecchio e os Capuleto da política nacional. O próprio Palácio do Planalto, que acompanha as negociações, torce o nariz para a ideia de as duas empresas caírem nas mãos da Cemig. Quando o assunto é o fortalecimento de empresas nacionais, o governo tem suas preferências no setor, que passam longe das alterosas e de uma estatal sob jugo tucano. Reforçar a Cemig significa energizar um latifúndio político do PSDB e, sobretudo, Aécio Neves, uma espécie de cardeal vitalício na companhia. Curiosamente, o Planalto não está sozinho. No Palácio dos Bandeirantes, a repulsa é a mesma. Não obstante o sangue tucano em comum, Geraldo Alckmin está disposto a erguer uma barricada para fechar suas fronteiras elétricas e impedir que o governo mineiro dê as cartas no setor em São Paulo. Com a dupla aquisição, a Cemig teria um enclave de quase cinco mil quilômetros quadrados em território paulista e abduziria cerca de 16 milhões de clientes, o universo atendido pela Eletropaulo. Assumiria ainda o comando de um parque gerador formado por nove hidrelétricas, com capacidade para fornecer metade da energia consumida pela cidade de São Paulo em um ano. O RR pinta o quadro com cores fortes, e até talvez com algum exagero. Mas tudo indica que a Cemig está com os dois dedos na tomada. Se Geraldo Alckmin promete gastar munição política para evitar a venda da Eletropaulo e da Tietê a  estatal mineira, o governo federal detém armas de calibre ainda mais grosso para pressionar a AES a buscar outro candidato a  compra das duas empresas. Neste caso, mira diretamente no bolso dos envolvidos no negócio. O BNDES já teria se comprometido a financiar a venda da distribuidora e da geradora. Mas provavelmente a moleza não se aplica a  Cemig.

Credit Suisse

24/09/2013
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O Credit Suisse vai trazer para o Brasil um novo sistema de bonificação de seus executivos, já adotado em outros países. A partilha será calculada com base na variação dos ativos do banco. A moçada do banco acredita que o Credit Suisse vai fazer barba, cabelo e bigode com os investment banking nacionais.

Abengoa

23/09/2013
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O interesse da Abengoa pelo mercado sucroalcooleiro no Brasil parece estar evaporando. O grupo teria postergado para o segundo semestre de 2014 a construção de uma usina de etanol celulósico no país. Nem mesmo o apoio do BNDES serviu para adoçar a boca dos espanhóis – por meio da Finep, o banco já liberou neste ano mais de R$ 2 bilhões para projetos no âmbito do PAISS – Plano de Inovação Tecnológica Industrial no Setor Sucroenergético e Sucroquímico (PAISS). Ressalte-se ainda que, desde o ano passado, a Abengoa procura um comprador para duas de suas usinas de etanol de cana-de-açúcar no país – a São Luiz, localizada em Pirassununga, e a São João, de São João da Boa Vista, ambas em São Paulo.

Há pouco açúcar e muito fel na SJC Bioenergia

19/09/2013
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As relações entre a Cargill e o Grupo USJ, sócios na SJC Bioenergia, andam azedas. Os modestos resultados da joint venture, dona de duas usinas de álcool e açúcar em Goiás, estariam alimentando os desentendimentos entre as partes, colocando um ponto de interrogação no futuro da sociedade. Procuradas, as duas empresas negam as divergências. Mas segundo informações filtradas junto a  SCJ, Hermínio Ometto Neto, um dos controladores e presidente do Grupo USJ, estaria cobrando dos norte-americanos um volume maior de investimentos. Do seu lado, a Cargill até entende que o momento é propício para aumentar a aposta no mercado brasileiro, em razão da depreciação dos ativos no setor. No entanto, os norteamericanos não estariam dispostos a dar qualquer passo carregando os Ometto no banco do carona. De acordo com a mesma fonte, a coabitação societária caminha para o seu epílogo. Pressão por pressão, pode-se dizer que a situação é mais delicada para a Cargill do que para o Grupo USJ, não obstante a diferença de musculatura entre ambos. Os norte-americanos encontram-se em uma encruzilhada. A expansão no Brasil é fundamental para o fortalecimento da posição do grupo no mercado sucroalcooleiro mundial. Na safra 2012/2013, a Cargill perdeu para a Copersucar o posto de maior comercializadora global de açúcar.

Industrial Bank of China desperta da hibernação no Brasil

16/09/2013
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Um ano após receber autorização do BC para operar no Brasil, o colosso Industrial and Commercial Bank of China (ICBC) dá sinais de que finalmente vai sair da caverna. Maior banco do mundo, com mais de US$ 3 trilhões em ativos e valor de mercado superior a US$ 250 bilhões, o ICBC estaria negociando a compra da operação brasileira do Standard Bank. Parte das conversas é conduzida pelo seleto time de executivos chineses instalados no 6º andar do número 3.477 da Faria Lima, QG do banco asiático no país. Trata-se de uma operação quase doméstica. Os chineses detêm 20% da instituição sul-africana. No fim do ano passado, adquiriram também o controle do Standard Bank na Argentina. Para o tamanho do estômago do predador, a presa não passa de uma delicada codorna. O Standard Bank tem uma operação modesta no Brasil, com aproximadamente R$ 500 milhões em ativos. Ainda assim, a investida tem um importante valor simbólico para o ICBC. A aquisição seria um recado de que os chineses decidiram sair do estado de hibernação. A partir da plataforma do banco sul-africano, os asiáticos deslanchariam alguns dos projetos idealizados para o Brasil, notadamente o financiamento de companhias chinesas. Procurado pelo RR, o Standard Bank negou a venda da operação brasileira. Já o ICBC não retornou.

BB e CEF salvam seus arquivos na mesma pasta

12/09/2013
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A captura de sinergia entre o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal na área de processamento de dados pode gerar a maior empresa nacional de tecnologia. O projeto em questão passa pela integração operacional e societária de toda a estrutura de TI da dupla, incluindo a rede de atendimento ? só de caixas eletrônicos, são quase cem mil. Durante o governo Lula, as duas instituições financeiras chegaram a ensaiar um movimento semelhante. Na ocasião, a operação se daria por meio da entrada da CEF, mais precisamente da Caixa- Par, no capital da Cobra, braço de tecnologia do BB. No entanto, a tecla “enter” jamais foi apertada. Desta vez, o que está sobre a mesa é a criação de uma nova companhia, com o controle repartido diretamente pelos dois bancos federais. O projeto é um software livre, aberto a outros informatas. A princípio, BB e CEF ficariam com 50% da nova empresa. O restante das ações seria oferecido a um parceiro estratégico ou a um sócio investidor. Neste caso, um dos nomes que aparece na tela do computador é do BTG Pactual. Os motivos são óbvios: é banco, pode virar cliente, e ainda seria um valioso adviser para a eventual atração de outros parceiros. Seguindo a mesma linha, a nova empresa não serviria somente a  otimização das redes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica. Seria também uma plataforma para a prestação de serviços a outras instituições financeiras, a começar por Basa e Banco do Nordeste, apenas para citar os potenciais clientes mais a  mão. O mesmo poderia se aplicar aos bancos Votorantim e PanAmericano, que, de certa forma, também estão dentro de casa, por conta das participações, respectivamente, do BB e da Caixa Econômica. Ressalte-se que, na prática, o BB e a CEF já deram um passo importante para consumar este amálgama cibernético. Recentemente, montaram, em Brasília, um grande centro de dados, com mais de 25 mil metros quadrados e cerca de 120 quilômetros de rede de fibra óptica. Os ganhos de escala com a associação seriam brutais. Cálculos preliminares indicam que a aglutinação das respectivas áreas de TI em uma só empresa poderá gerar uma economia de até R$ 1 bilhão para as duas instituições financeiras. Em tempo: de quebra, o Banco do Brasil ainda resolveria um problema doméstico. No modelo idealizado para a operação, a Cobra Tecnologia seria incorporada a  nova companhia, levando a reboque uma carteira de contratos da ordem de R$ 600 milhões/ano. Este movimento abriria espaço para a extinção da marca, que remete aos tempos de reserva de mercado. BB e CEF e muito provavelmente o BTG se dedicariam, então, a pavimentar o porvir. O futuro, nesse caso, atende por três letras: IPO.

Aliança Navegação e CBO estão na rota do BTG Pactual

2/09/2013
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Navegar é preciso, reza a estratégia de negócios do BTG Pactual. O banco de investimentos está lançando sua âncora sobre o setor naval. Dono de uma participação na Bravante, que atua no segmento de apoio a atividades offshore, o BTG pretende transformar a companhia em plataforma para a criação de uma operação integrada, que incluiria construção naval, transporte marítimo e até administração portuária. Em se tratando dos engenheiros do BTG, mestres na edificação de M&As, as maiores e mais criativas invencionices podem sair da prancheta. A julgar pelos movimentos do BTG, André Esteves e cia. parecem dispostos a montar uma espécie de instalação societária, um mobile com diversos ativos pendurados e interligados em série. Ou seja: seu interesse estaria focado em negócios que tragam outros a reboque, conferindo escala e sinergia a  operação como um todo. É o caso, por exemplo, da Aliança Navegação, um dos nomes que piscam no sonar do BTG. Uma associação com a empresa permitiria a  Bravante não apenas entrar no segmento de transporte como também colocar um pé em infraestrutura portuária. A Aliança é sócia do Porto de Itapoá, em Santa Catarina – o controle pertence a  Portinvest Participações, leia-se o grupo Batistella e a Logz Logística. Em tempo: a Hamburg Sa¼d tem demonstrado sinais de insatisfação com o desempenho da Aliança Navegação, o que seria um facilitador para a Bravante atracar no negócio. O mesmo conceito se aplica a  Companhia Brasileira de Offshore (CBO), outro negócio na mira do BTG. A CBO não se encerra em si própria; é apenas parte de uma instalação de ativos. Associar-se a  CBO significa ancorar não apenas no segmento de suporte a plataformas, mas também em navegação de cabotagem e na construção naval – a empresa é sócia do Estaleiro Aliança. O Grupo Fischer, controlador da CBO, estaria disposto a vender parte ou até mesmo o controle da companhia. De acordo com fontes próximas a  empresa, nesta segunda hipótese a operação pode envolver algo em torno de R$ 2 bilhões. Consultado, o BTG informou que “não comenta rumores de mercado”. A CBO não quis se pronunciar. Já a Hamburg Sa¼d negou a venda da Aliança.

Credit Suisse

26/08/2013
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O Credit Suisse vai atuar no mercado imobiliário brasileiro, por meio da negociação de FIDCs. A meta do banco é movimentar cerca de R$ 1 bilhão até 2014.

Más notícias

21/08/2013
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O presidente do HSBC Brasil, André Brandão, prepara- se para um fim de ano espinhoso. A agenda incluiria nova retração das operações de crédito, queda das taxas de inadimplência aquém do esperado e resultados cadentes. No primeiro semestre do ano, o lucro do banco já caiu 24% em relação ao mesmo período em 2012. De qualquer forma, o futuro a Deus pertence.

Sulfabril encontra um fio de esperança

9/08/2013
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Um dos mais conturbados e longevos processos de falência envolvendo uma grande empresa nacional teve um novo e importante capítulo. A juíza responsável pelo caso, Quitéria Tamanini Peres, da 1ª Vara Cível de Blumenau, determinou a liberação de recursos para o pagamento de R$ 9 milhões aos funcionários da Sulfabril. Por si só, a cifra representa uma gotícula em um oceano: equivale a apenas 15% da dívida trabalhista ou menos de 2,5% do passivo total da tecelagem, que já estaria na casa dos R$ 400 milhões. A decisão, no entanto, vale mais pelo seu efeito simbólico e sinalizador. Ela reacendeu a expectativa de que a Justiça, enfim, autorize a realização de um leilão para a venda da Sulfabril, colocando um ponto final numa novela que se arrasta desde 1999, quando a falência da companhia foi decretada. Revigorados pela decisão judicial, nas últimas semanas os próprios funcionários têm procurado os bancos credores da empresa – uma extensa lista que reúne Itaú, Banco do Brasil, Citibank e Société Générale, entre outros. Os trabalhadores vêm tentando convencer as instituições financeiras a capitanearem um consórcio que se candidataria a  compra da indústria catarinense. A formação desta tropa de choque teria dois objetivos: pressionar a Justiça a marcar o leilão e atrair uma empresa do setor para a empreitada, o que, já na partida, garantiria o posterior desembarque dos bancos. Companhias do setor, como a também catarinense Malwee, teriam sido sondadas. Procurada pelo RR, a Sulfabril negou o interesse dos funcionários e dos bancos na aquisição do controle. Afirmou ainda que o “processo de venda segue normalmente e o tempo oportuno será definido pela Justiça”. É exatamente o que os credores mais querem ouvir. Ao longo destes 14 anos, a falência da empresa tem ricocheteado nas paredes dos insondáveis labirintos do Judiciário. Por duas vezes, o leilão para a venda da companhia esteve na iminência de ser marcado. Na mais recente, em 2009, o Grupo TKR Participações chegou a se candidatar a  aquisição da tecelagem. Em ambos os casos, no entanto, o sócio controlador e ex-presidente da companhia, Gerhard Horst Fritzsche, afastado da gestão durante o processo de falência, conseguiu embargar a operação. Fritzsche, aliás, é responsável direto por colocar mais tempero neste caldeirão jurídico. O empresário foi acusado de irregularidades na transferência de ativos da Sulfabril a terceiros. Em 2005, acabou condenado pela 1ª Vara Criminal de Blumenau por crimes falimentares que teriam sido cometidos antes da falência da companhia. Em um ponto, os funcionários da Sulfabril e os bancos já estão de pleno acordo: o leilão judicial é visto como a única possibilidade para o soerguimento da empresa e a consequente quitação da maior parcela possível do passivo. Mesmo carregando sobre as costas uma falência de quase uma década e meia, a companhia continua produzindo em sua fábrica de Blumenau. No entanto, como não poderia deixar de ser, a tecelagem está distante de seus melhores dias, quando chegou a faturar por ano mais de US$ 200 milhões e somou cerca de seis mil empregados. Nos últimos três anos, teria apresentado uma receita média na casa dos R$ 70 milhões

Credores da Imbra mostram os dentes para a GP

8/08/2013
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A Imbra, finada empresa de tratamento odontológico que já custou a  GP Investimentos um write off de US$ 180 milhões, promete causar ainda mais prejuízos e uma desgastante batalha jurídica para a gestora de private equity. Um grupo de ex-funcionários da companhia prepara-se para entrar na Justiça contra a GP. Deverá trazer a reboque bancos, fornecedores e clínicas credenciadas, que ficaram ao Deus-dará após a falência da empresa, decretada em 2010. Os credores da Imbra, que já davam o caso como perdido, ganharam novo fôlego com a recente decisão da Câmara de Arbitragem Brasil-Canadá no processo que opõe a GP e os sócios fundadores da operadora de planos dentários, Fernando Correa Soares e Rodrigo Martins de Souza. O conselho arbitral anulou a venda da companhia para o Grupo Arbeit, consumada em junho de 2010. Fernando Soares e Rodrigo Souza, que, a  época, eram sócios minoritários, acusam a GP de ter fechado a negociação da Imbra na calada da noite, sem consultá-los, descumprindo o acordo de acionistas. A operação é até hoje cercada de controvérsias. Na ocasião, a empresa foi vendida pelo valor simbólico de US$ 1. Apenas quatro meses depois, teve sua falência decretada. Consultada pelo RR, a GP disse que “não comenta boatos”. A decisão da Câmara de Arbitragem Brasil-Canadá reinflamou um doloroso siso que a GP já acreditava ter arrancado. Na prática, o posicionamento do conselho arbitral não apenas reabre o caso como reacende o risco de que todos os compromissos não honrados pela Imbra caiam no colo da gestora de recursos. A rigor, o veredito em questão beneficia apenas os fundadores da companhia, autores do processo, que, entre outras consequências, passam a ficar isentos de qualquer execução judicial. No entanto, está aberto o caminho para que os demais credores avancem na direção da GP, uma vez que a venda para a Arbeit e todos os atos posteriores seriam automaticamente anulados. Quando teve sua falência decretada, a empresa de planos dentários, que chegou a reunir a maior rede de clínicas especializadas do país, já somava um passivo de R$ 250 milhões. Em dois anos, a GP despejou no negócio quase US$ 200 milhões, dinheiro que acabou corroído pelas cáries financeiras da Imbra.

Credit Suisse

6/08/2013
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O presidente do Credit Suisse no Brasil, José Olympio Pereira, está cotado para assumir o cargo de CEO do banco nas Américas. Para Olympio, em um mundo ideal, ele acumularia os dois brasões.

Santander

5/08/2013
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Nem bem fechou a compra dos 50% da joint venture que pertenciam a  gaúcha GetNet, o Santander prepara uma série de medidas para chacoalhar sua operação de credenciamento de cartões de crédito no Brasil. Os espanhóis consideram o desempenho do negócio decepcionante. Até agora, têm apenas 5% do mercado brasileiro de credenciamento. Consultado, o banco negou estar insatisfeito com os resultados da operação.

Emissão de bônus

5/08/2013
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Depois do Banco do Brasil, agora é a Petrobras que estaria preparando uma emissão de títulos no exterior.

Caixa aberto

30/07/2013
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O banco português Caixa Geral de Depósitos (CGD) deu sinal verde ao governo brasileiro de que atuará como financiador de novos concessionários de rodovias, ferrovias e portos no país. A CGD está acertando os ponteiros com o BNDES.

Postalis lava com detergente os FIPs

29/07/2013
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Há muito mais dúvidas do que certezas em algumas aplicações feitas pelo Postalis, fundo de pensão dos Correios, que tem um histórico controverso, com participações nos bancos Cruzeiro do Sul e BVA, liquidados pelo Banco Central. A instituição resolveu passar a limpo, de uma vez só, os aportes realizados em fundos de investimento em participações (FIPs). Dois deles têm chamado muito a atenção do conselho fiscal: o RN Indústria Naval, do ex-Transpetro Mauro Campos, e o ETB, dos investidores Arthur Pinheiro Machado, Martin Cohen e Francisco Gurgel do Amaral Valente. Ambos apresentam valores de ativos questionados pela KPMG, auditora do Postalis, que deixou claro em relatório “não ser possível obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar nossa opinião”. Os valores estão sendo reavaliados e um novo relatório estaria para ser apresentado ainda este mês. Consultado pelo RR, o Postalis informou que a entrega do relatório ainda não tem data prevista. O fundo de previdência tem R$ 68 milhões aplicados no RN e R$ 264 milhões no ETB, cujo único ativo é o controle da ATG, empresa de tecnologia brasileira que pretende montar uma bolsa de valores para concorrer com a BM&F Bovespa. O conselho estaria questionando tamanho interesse do Postalis em montar uma bolsa de valores para enfrentar a gigantesca BM&F Bovespa. O Postalis tem 35% no ETB e é o maior cotista desse FIP.

Lácteos Brasil arrasta correntes nos corredores do BNDES

26/07/2013
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Nem mesmo depois da sofrida sessão de exorcismo, que lhe custou uma baixa contábil de quase R$ 700 milhões, o BNDES conseguiu se livrar do fantasma da Lácteos Brasil (LBR). Não bastassem os prejuízos impostos pela deterioração financeira da empresa, que entrou com pedido de recuperação judicial em fevereiro, o banco agora estaria a s voltas com um imbroglio de natureza política. Segundo uma fonte bem próxima a  LBR – a “superindústria de laticínios nacional” formada a partir da associação entre Bom Gosto, GP e Laep – estão havendo eventuais atrasos no pagamento de produtores de leite no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais. Diante da situação, os governadores Tarso Genro e Antonio Anastasia têm feito pressão para que o banco, patrocinador da criação da LBR e dono de 30% da fabricante de laticínios, injete com urgência mais recursos na companhia para normalizar o pagamento dos fornecedores de matéria-prima. Procurados, o BNDES não quis comentar e a LBR negou os atrasos nos pagamentos. A situação da LBR é cada vez mais complicada. A companhia, que entrou com pedido de recuperação judicial em fevereiro, já acumula uma dívida próxima de R$ 1,2 bilhão. A dificuldade de honrar compromissos com os fornecedores acendeu um sinal de alerta nos governos do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais. a€s vésperas de ano de eleição, ou melhor, de reeleição, Tarso Genro e Antonio Anastasia temem o custo político que o episódio pode gerar. Seu receio é que a crise financeira da LBR se espalhe como um rastilho de pólvora pelo setor, afetando pequenos e médios produtores rurais. Ambos sabem muito bem onde este leite quente pode transbordar. A economia de diversos municípios nos dois estados é altamente dependente das vendas para a companhia, dona de três unidades de produção em Minas Gerais e de outras duas no Rio Grande. Os dois governadores usam exatamente esta importância social da LBR como instrumento de pressão para constranger o BNDES e convencê-lo a fazer um novo aporte na fabricante de laticínios.

Sete Brasil procura novas plataformas financeiras

19/07/2013
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Menos de um ano após um aporte de R$ 5,5 bilhões, os acionistas da Sete Brasil estão de volta a  mesa de negociações pelo mesmo motivo. Os investidores – leiase Petrobras e uma miríade de fundos de pensão e de bancos – têm discutido alternativas para mais uma rodada de capitalização da fabricante de sondas. A empresa precisaria de uma nova injeção da ordem de R$ 1 bilhão. Este seria o valor necessário para a Sete Brasil cumprir a primeira leva de contratos de construção e afretamento de sondas. Desta vez, no entanto, a situação é um pouco mais complexa. Maior acionista individual da empresa, com 10%, a Petrobras convive com crescentes restrições orçamentárias e tem segurado ao máximo qualquer desembolso não contemplado em seu plano de negócios. A própria estatal já teria sinalizado aos demais acionistas da Sete Brasil certa resistência a  ideia de uma nova chamada de capital. Segundo uma fonte que acompanha as negociações, os acionistas da Sete Brasil trabalham com um plano B, de BNDES. A venda de parte das ações para o banco de fomento seria a alternativa para o caso de o novo aporte de capital não seguir adiante. Ainda assim, Previ, Petros, Funcef, BTG Pactual eSantander, entre outros acionistas da Sete Brasil, consideram pouco provável que a Petrobras vire as costas para a operação. A percepção é que, na hora H, a estatal vai acompanhar a capitalização, mesmo que a contragosto. Difícil imaginar que a petroleira se deixe diluir na sociedade. A Petrobras está no negócio como uma sentinela dos seus próprios interesses. Ela tem de estar dentro da fabricante de sondas para controlar as entregas de suas encomendas. Até porque a Sete Brasil foi criada praticamente como um braço de supply chain da estatal. Só de sondas, são 28 encomendas. Consultada, a Sete Brasil informou que tem equity próprio para cumprir os contratos. Sobre a capitalização, declarou que não comentaria. Com apenas dois anos de existência, a Sete Brasil já é a maior fabricante de sondas em águas ultraprofundas do mundo, graças aos pedidos da Petrobras. Mesmo assim, o cenário nem de longe é róseo. Além de sofrer com os efeitos colaterais resultantes das cãibras financeiras da estatal, a empresa teve de engavetar os planos de IPO, por conta da estiagem nos mercados internacionais.

Bertin nega serem suas as digitais na Blessed

17/07/2013
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Se Roman Polansky filmasse o contencioso entre o grupo Bertin e a Blessed LLC, com sede no estado de Delaware (EUA), a fita já teria um nome certo: “A dança dos peritos”. No lugar dos vampiros, que co-protagonizam o filme de Polansky estaria uma dívida exangue de R$ 100 milhões com o Banco do Brasil. Antes dos peritos entrarem em cena, há uma dança anterior: uma transferência de cotas do fundo Bertin-FIP para a Blessed , que seria supostamente ilícita, mas seria lícita, podendo ser ilícita ou não. Em síntese, um minueto entre aquilo que existe e o que nunca existiu. Os irmãos Bertin são sócios minoritários da JBS através do Fundo Bertin-FIP. As cotas do fundo teriam sido dadas em garantia de um empréstimo do BB para o Grupo Bertin. O processo começou no último dia 10 de junho, quando o duo resolveu questionar na Justiça a transferência dessas cotas para a Blessed. A disputa está sendo travada entre os peritos contratados de lado a lado para constatar a veracidade das assinaturas que validaram a transferência das cotas para a Blessed. O Bertin grita como se a Blessed tivesse cravado os dois caninos na sua jugular. Há diferenças de approach entre as partes. A empresa norteamericana chamou quatro especialistas em grafodocumentoscopia, que analisaram as assinaturas dos contratos, tanto o bilateral quanto o que foi chancelado pelo Citibank, gestor do Bertin- FIP, além das atas das últimas três assembleias dos cotistas do fundo. Na contramão de tanto rigor, o grupo Bertin contratou um único perito, Celso Mauro Ribeiro Del Picchia. A moviola não para de rodar nesse trecho. Enquanto os peritos da Blessed afirmam categoricamente que as assinaturas são verdadeiras, Del Picchia faz uma série de ressalvas para dizer o contrário. Para sangrar ainda mais a situação do grupo Bertin, há um inquérito sendo aberto por fraude em uma perícia feita por Del Picchia na 3ª Vara Criminal de Barueri (SP). O perito chegou a impetrar um habeas corpus para que fosse suspenso o processo, mas a medida não foi aceita pelo juiz. Procurado, o Instituto Del Picchia informou que o perito ainda não foi indiciado. Sobre a perícia do fundo, alegou sigilo profissional para não falar. Há detalhes nos autos que somente deveriam ser revelados em noite de lua cheia. Por exemplo: a transferência das cotas do Bertin-FIP para a Blessed ocorreu antes da incorporação do frigorífico Bertin pela JBS, o que afastaria o envolvimento desta, apesar da insistência do grupo Bertin de envolver a sócia no contencioso. Sobram elementos para inferir que se trata de uma atitude ardilosae vampiresca para desviar a atenção da dívida.  O enredo tem como um dos coadjuvantes o Citibank. O banco tem se fingido de morto porque fez a transferência em duas tranches das cotas do Bertin- FIP para a Blessed. Uma de 1,2 milhão de cotas e outra de 348 mil cotas. A pergunta que não quer calar é por que o Citi não conferiu as assinaturas dos contratos de venda das participações. Ou será que conferiu? O Banco do Brasil, por sua vez, tem sido implacável na cobrança do débito devido a  quebra de confiança provocada pela venda das cotas do Bertin-FIP, que servem de garantia do empréstimo bancário.Essa semana a Blessed deverá recorrer da decisão da 5ª Vara Cível de São Paulo de bloquear a comercialização das cotas. A expectativa é que o Tribunal de Justiça determine a realização de uma terceira perícia para constatar a veracidade das assinaturas. Procurados, o BB e o Citi não quiseram comentar e Bertin e Blessed não se pronunciaram.

Votorantim é candidato aos afagos do BNDES

2/07/2013
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O alívio financeiro do Votorantim estava baseado em três letras – IPO. Agora, tende a aumentar para outras cinco: BNDES. O abrupto cancelamento da oferta de ações da Votorantim Cimentos praticamente empurrou o grupo para os braços do banco. Não que a situação dos Ermírio exija uma intervenção “hospitalar”. Uma melhor imagem seria a de uma temporada em um “spa” para perder adiposidades e retomar a silhueta esguia. E o BNDES é o mais luxuoso “spa” conhecido na praça. Fora o fato que não desabona ninguém fazer uma visitinha ao banco. No IPO, a Votorantim Cimentos previa captar R$ 7 bilhões. É provável que a ordem de grandeza do pedido ao BNDES seja inferior. Mas, se alguém tem de ser responsabilizado, esse alguém são as externalidades. Todo o planejamento para a recuperação financeira da casa dos Ermírio foi abalroado pelas condições cada vez mais inóspitas dos mercados internacionais. Sem o chão do mercado de capitais, o bendito cimento não pode mais ser usado para concretar a lápide onde seriam enterrados os equívocos anteriores de gestão, entre os quais uma diversificação de negócios no mínimo questionável. Mas o pote dos valores mobiliários secou junto com o IPO. O BNDES surgiria, então, como uma espécie de avalista do Votorantim, ajudando a melhorar sua percepção de risco. Tudo o que grupo menos precisa neste momento é de um rebaixamento de rating. É bem verdade que, mesmo após a suspensão do IPO da Votorantim Cimentos, a Standard & Poor`s manteve as notas da Votorantim Industrial e da Votorantim Participações. Mas, como se sabe, agências de classificação de risco costumam dizer “saúde” antes do sujeito espirrar. O downgrade continua no ar, feito um ácaro. No passado recente, os Ermírio de Moraes chegaram a cogitar a venda de operações para capitalizar o grupo – a desmobilização se concentraria, sobretudo, na divisão de metais, uma das mais deficitárias junto com a operação bancária. No entanto, esta é mais uma porta momentaneamente fechada. O dólar valorizado surge automaticamente como um fator de depreciação dos ativos, potencializando outras variáveis, tais como o mercado deprimido, a superoferta de metais, a obsolescência de plantas metalúrgicas e os elevados custos de produção no Brasil. Hoje, a dívida líquida da Votorantim Industrial gira em torno dos R$ 18 bilhões. Esta cifra equivale a mais de três vezes e meia a geração de caixa. Segundo levantamento da própria Standard & Poors, caso a margem operacional fique abaixo de 20%, essa proporção pode chegar a quatro vezes no fim do ano, exatamente o limite do limite do aceitável nos critérios usados pelas agências de rating. A preocupação dos Ermírio de Moraes é evitar que o cancelamento do IPO da Votorantim Cimentos crie um gap de solução. Até porque, os resultados seguem sofríveis. No primeiro trimestre deste ano, a Votorantim Industrial só não fechou no vermelho mais uma vez por obra e graça da divisão de cimentos. As áreas de metais e siderurgia tiveram prejuízos acima dos R$ 100 milhões. Só no ano passado, as operações de metais, siderurgia e celulose jogaram nesta conta mais de R$ 2 bilhões. Por isso e por tudo o mais, espera-se que o BNDES atenda os Ermírio de Moraes com o mesmo carinho dos últimos 50 anos.

Anglo American põe seus fertilizantes de volta no balcão

27/06/2013
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Procura-se desesperadamente o futuro da Anglo American Fosfatos, a antiga Copebrás. Nem mesmo Ruben Marcos Fernandes, presidente da divisão de fertilizantes da Anglo American no Brasil, se arrisca a fazer uma aposta. O próprio executivo foi pego no contrapé com a notícia que veio de Londres: os ingleses decidiram retomar o processo de venda da subsidiária. O mandato, inclusive, já estaria nas mãos de um banco de investimentos norte-americano. Desta vez, a operação envolveria não apenas a unidade de fosfato, mas também a operação de nióbio, leiase a controlada Mineração Catalão. É mais um capítulo de uma novela cheia de zigue-zagues em exibição há mais de quatro anos. Em 2009, a Anglo American decidiu se desfazer da Copebrás, mas, depois de quase dois anos em busca de um comprador, não apenas desistiu do negócio como alardeou a promessa de pedalar o crescimento da controlada. Ao que tudo indica, não passou de uma sublimação psicoempresarial. Há muito que a operação de fertilizantes tornou-se um estorvo para os negócios da Anglo American no país, sorvendo recursos que deveriam ser destinados ao seu core business, ou seja, a produção de minério de ferro, níquel e cobre. Consultada, a Anglo American garante que continua “a avaliar o potencial de expansão” da divisão de fertilizantes. É bom que se diga que a antiga Copebrás está longe de seus piores momentos. No primeiro trimestre do ano, as vendas cresceram 25% no comparativo com janeiro-março de 2012. O índice deverá se repetir no balanço do semestre. Hoje, a taxa de ociosidade é de 10% da capacidade industrial, a menor dos últimos cinco anos. Na fabricante de fertilizantes, a expectativa é que este índice seja reduzido a  metade até o fim do ano, não obstante a retração da demanda. Os ingleses já acreditam que o faturamento da controlada possa bater nos US$ 800 milhões em 2013, contra os US$ 700 milhões previstos inicialmente. Esses números, contudo, não parecem encorajar os ingleses a permanecer a  frente do negócio. No momento, a recuperação é um estímulo a  venda da empresa, passo que a Anglo American não conseguiu dar nos tempos de entressafra financeira da controlada. Mas é difícil não acreditar que haverá uma reviravolta.

Schlumberger

27/06/2013
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A franco-americano Schlumberger carrega munição de grosso calibre para fazer um arrastão de contratos na esteira do pré-sal. Fechou com um pool de bancos norte-americanos e europeus uma linha de financiamento de US$ 2 bilhões para a venda de equipamentos e serviços a  área de exploração e produção de petróleo no Brasil.

UBS vs. UBS

26/06/2013
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Sylvia Coutinho, nova presidente do UBS no Brasil, estaria aos trancos e barrancos com os irmãos Daniel e Marcelo Mendonça de Barros, responsáveis, respectivamente, pela UBS Corretora e pela área de operações do banco. Bem, pode até ser… Sylvia vai acabar pensando que o RR quer pegar no seu pé.

Só os leilões lavam mais branco a roupa suja da economia

12/06/2013
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Os ministros Guido Mantega e Aloizio Mercadante, com a trepidante assessoria de Delfim Netto, foram encarregados pela presidente Dilma Rousseff de reverter o ambiente econômico até o final do ano. Primeira pergunta: o que faz Mercadante nessa história? Resposta rápida: ele virou primeiro- ministro de Dilma, que, por incrível que pareça, tem delegado ao rapaz tarefas que antes estariam vedadas a qualquer mortal. Mercadante e Mantega estão concentrados em fazer um “Brasil friendly”, atrativo ao capital estrangeiro e navegando na direção da main street. O primeiro passo foi aprovação da MP dos Portos, com mudanças no texto atendendo a s expectativas do mercado. A seguir, veio a guinada do Banco Central, elevando a taxa de juros acima do que previa o mercado. O presidente do BC, Alexandre Tombini, pela primeira fez disse que tinha o apoio direto de Dilma Rousseff em sua política de austeridade monetária. A área fiscal também deverá ser objeto de navalhadas por parte do governo. Acredite quem quiser: o encarregado dessa aparada nos gastos é o secretário do Tesouro, Arno Augustin, um representante da corrente trotkista no governo, aliás, um governo que transforma os mais radicais em pragmáticos. Mas o grande salto de banda será a reviravolta na regulamentação dos leilões do pré-sal, rodovias e ferrovias. Guido e o, por ora, plenipotenciário Mercadante estão debruçados sobre as modelagens de licitação pré-definidas, buscando com o apoio de Delfim e um forte suporte acadêmico independente fazer das futuras concessões um manjar apetitoso, fundamentado em sofisticadas teorias dos leilões. Para se ter uma ideia da disposição transformadora, o modelo do présal, que foi motivo de uma verdadeira guerra congressual, está na mira para ser alterado até o fim do mês. A situação externa mudou e o governo conta com esses dólares. Espera também ser reavaliado pelos decision makers internacionais ? bancos, mídia, agências de rating etc. Como se trata de um passo a  direita, no sentido ideológico da palavra, melhor preservar a presidenta, que será coberta de glória se tudo der certo. Se der errado, há em quem colocar a culpa: no bom e cada vez mais querido Mercadante e no prestativo Guido Mantega. Em tempo: Lula está ciente e de acordo com tudo.

Acervo RR

Terra firme

4/06/2013
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A Telefónica foi buscar reforço em suas próprias fronteiras para dar uma chacoalhada na operação do Terra no Brasil. O banco espanhol La Caixa negocia sua associação ao portal.

Banquinho do Sul

31/05/2013
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O BNDES costura um grande acordo com o Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata) voltado a  concessão de crédito para projetos de infraestrutura nos países do bloco – além do Brasil, fazem parte do grupo Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Guardadas as devidas proporções, trata-se de uma proxy da proxy do Banco do Sul, idealizado por Lula e por Hugo Chávez.

NeoEnergia

22/05/2013
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Acabou o cessar-fogo entre Previ e Iberdrola. A nova contenda se deve a  tentativa dos espanhóis de forçar a assinatura de um novo acordo de acionistas na NeoEnergia, que empurraria a fundação para o quartinho dos fundos na empresa. Ah, claro: tem também um colchonete para o Banco do Brasil, outro acionista minoritário do grupo. Consultada, a NeoEnergia disse não comentar “assuntos acionários”.

“Agripar” do BB

17/05/2013
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O Planalto usará o Banco do Brasil para adubar ainda mais o agronegócio. Além do financiamento direto a  produção agrícola, o BB vai colocar o chapéu de investidor e entrar no capital de empresas do segmento. Já existem conversas com o Grupo AMaggi, do senador Blairo Maggi. Caberia ao BB apoiar a internacionalização da companhia. Entre outros projetos, o Amaggi pretende montar uma empresa para produzir e comercializar soja.

Mercedes-Benz

17/05/2013
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Entre os tantos desafios entulhados no porta-malas, o novo presidente da Mercedes- Benz no Brasil, Phillip Schiemer, terá de dar uma chacoalhada nas operações financeiras do grupo. O banco da montadora não seria responsável sequer 40% das vendas totais no país. Os alemães consideram fundamental elevar este índice para a casa dos 60% em até dois anos. Acelera, Schiemer…

Santander paga até pela dívida que não lhe pertence mais

7/05/2013
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Como se não bastassem os graves problemas do Santander Brasil – a começar pela queda da rentabilidade, o desenfreado aumento da inadimplência e o crônico estado de letargia vis-a -vis a concorrência -, o novo presidente do banco, Jesús Maria Zabalza Lotina, já chega ao cargo com a missão de debelar um incêndio na área jurídica. A instituição está a s voltas com um bilionário imbróglio no segmento de crédito, que envolve ainda o BTG Pactual. Há cerca de três anos, o Santander repassou cerca de R$ 6 bilhões em empréstimos duvidosos para um Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (Fidc) administrado pelo BTG. Ato contínuo, o banco de André Esteves recrutou a empresa de recuperação de crédito Recovery do Brasil para bater a  porta dos inadimplentes e fazer a devida caça dos recursos não quitados. Aí que mora o problema. Ao que parece, os métodos utilizados pela companhia passariam longe das normas de etiqueta minimamente exigidas para este trabalho. Antigos clientes do Santander alegam que vêm sendo submetidos a diversos constrangimentos pelos representantes da Recovery. As reclamações vão da forma, estilo e recorrência da abordagem a  indevida inclusão em cadastros de serviço de proteção ao crédito. Resultado: o Santander estaria enfrentando uma enxurrada de ações judiciais. Os devedores jogam nas costas do banco, concedente original dos empréstimos, a corresponsabilidade pelo tratamento supostamente pouco cortês da Recovery. Ou seja: um rastilho de pólvora que o Santander imaginava ter soprado para bem longe voltou a passar por debaixo de sua porta. O contencioso tem tudo para ganhar proporções ainda maiores, com a entrada em cena de novos atores. A Associação Comercial de São Paulo e outras entidades do estado estariam dispostas a entrar com ações conjuntas contra Santander, Recovery e o próprio BTG, com o intuito de defender os interesses de seus associados, pessoas jurídicas que fazem parte do rol de devedores. O Santander deverá devolver a bola para o outro lado da rede. O banco estuda acionar o BTG e a Recovery. Neste caso, os espanhóis evocariam o próprio contrato de transferência dos créditos. O documento contém cláusulas rigorosas no que diz respeito aos procedimentos usados no trabalho de recuperação dos empréstimos e a eventuais consequências jurídicas decorrentes deste processo. O Santander teria, inclusive, direito a uma indenização em caso de abalo a  sua reputação. Com a palavra, a Justiça. Procurados, o Santander e a Recovery não retornaram. Já o BTG informou que “não comenta especulações de mercado”.

Fair play é produto em falta na prateleira da LBR

6/05/2013
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A Lácteos Brasil (LBR) está dando uma demonstração de ausência de fair play corporativo. Os controladores da empresa – GP, Wilson Zanatta e Marcos Elias, da Laep – aplicaram um carrinho por trás no BNDES, dono de 30% da LBR. Não obstante a delicada situação financeira da companhia, o trio teria se comprometido com o banco a manter todos os postos de trabalho, ao menos até a aprovação do plano de recuperação judicial e a eventual negociação de um novo aporte da agência de fomento. No entanto, o acordo de cavalheiros virou coalhada. Nas últimas semanas, a LBR teria dispensado cerca de 200 funcionários nas fábricas de Gaurama (RS) e São José dos Cedros (SC). No início de abril, a empresa havia anunciado a suspensão da produção de queijo nas duas unidades, que foram rebaixadas a meros postos de resfriamento de leite cru. O bota-fora atingiu também a fábrica de processamento de leite da Fazenda Vilanova (RS), onde o número de demissões já teria passado de 150. Não deve parar por aí. Segundo informações filtradas junto a  LBR, são grandes também as possibilidades de cortes nas fábricas de Votuporanga e Presidente Prudente, ambas em São Paulo. Procurada, a empresa disse que “não comenta rumores de mercado”. Os acionistas da LBR parecem gostar de brincar com fogo. Como se não bastasse o BNDES ser o BNDES, qualquer plano de reestruturação da empresa terá de passar obrigatoriamente pelo banco. Além de acionista, a agência de fomento é um dos principais credores da fabricante de laticínios. A LBR, que entrou com pedido de recuperação judicial em fevereiro, carrega sobre os ombros uma dívida superior a R$ 1 bilhão.

Silêncio de ouro

24/04/2013
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Alguém tem ouvido falar de Dan Conrado, presidente da Previ? Pois é… O que, em outras circunstâncias, poderia ser encarado como um sinal de fragilidade é justamente a sua maior virtude aos olhos do governo. Desde que ele assumiu o cargo, as notícias sobre disputa de poder entre Previ e Banco do Brasil sumiram do mapa.

Caixa e Espírito Santo marcam encontro na gestão de fundos

18/04/2013
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O Banco Espírito Santo (BES) e a Caixa Econômica Federal (CEF) estariam perto de selar uma parceria para a criação e gestão de Fundos de Investimentos em Participações (FIPs) – um dos principais instrumentos usados pelo banco estatal para financiar projetos de infraestrutura. Segundo informações obtidas junto a  CEF, o acordo incluiria o lançamento de quatro FIPs. Procurado, o Espírito Santo não quis se pronunciar. Já a Caixa negou o acordo com os portugueses. Entende- se até porque ela queira negar, já que a escolha do BES é um tanto quanto controversa. No entanto, segundo uma fonte próxima aos lusitanos, o contrato para a criação do primeiro fundo já estaria alinhavado. O lançamento ocorreria até junho. Segundo a mesma fonte, outro fundo sairia ainda nesse ano – os dois restantes ficariam para o primeiro semestre de 2014. A meta seria captar cerca de R$ 5 bilhões. O BES teria se comprometido a mergulhar de cabeça na derrama e arrancar uma parcela expressiva dos recursos junto a investidores europeus. Tomara! Até para afastar o mau agouro ao seu redor. A iminência do acordo entre a Caixa e o Espírito Santo vem causando perplexidade no mercado. Algumas cassandras chegam até a duvidar que um banco com uma operação tão restrita no país e com raízes fincadas em uma economia aos frangalhos tenha pernas para acompanhar a CEF em uma caminhada mais longa. No entanto, por mais paradoxal que possa parecer, talvez a fragilidade do Banco Espírito Santo seja o seu maior handcap para uma parceria com a Caixa. Para a instituição brasileira, o acordo com os portugueses traria a reboque a garantia de baixo risco de fricção e de mando absoluto na administração dos recursos. É pouco provável que o BES queira ser mais realista do que o rei e dividir a curva na gestão dos futuros fundos. Dificilmente isso ocorreria com um banco de maior porte e com expressivo poder de fogo no mercado nacional. É sintomático que, até hoje, a Caixa só tenha se associado a “bancos da família”, leia-se BB e BNDES, em operações congêneres. A própria direção da CEF teria questionado a viabilidade de uma parceria com um investidor privado na gestão dos FIPs, em razão das dificuldades para casar os interesses de parte a parte ? a começar pelo timing e pela expectativa de retorno dos projetos. No entanto, a promessa firme de captação de recursos no Velho Mundo, por um lado, e a possibilidade de colocar um pé no segundo maior banco do Brasil, de outro, são motivos para aplainar estas dúvidas.

Acervo RR

HSBC

15/04/2013
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O HSBC, que anda apagadinho, apagadinho no Brasil, estaria montando um fundo para financiar empreendimentos atrelados a projetos de sustentabilidade. Procurado, o banco informou ter quatro fundos com este perfil, mas negou a criação de uma nova carteira. No entanto, uma fonte ligada ao HSBC garante que o projeto está em curso e sopra até a cifra: R$ 2 bilhões. É isso, aí, HSBC! Vê se aparece!

Banco chinês

15/04/2013
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O China Construction Bank (CCB) tem se movimentado para comprar um banco no Brasil. Não é a primeira tentativa. No ano passado, os chineses disputaram a aquisição da subsidiária brasileira do WestLB, mas perderam o duelo para o banco japonês Mizuho.

Benjamin gostaria de ter Nildemar em casa

15/04/2013
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O que pensar de Benjamin Steinbruch? Dizem que é um dos maiores, senão o maior empresário do Brasil. O que pensar de Nildemar Secches? Afirmam que é simplesmente o Messi da gestão corporativa. E o que pensar dos dois juntos? Pois bem, seria uma das mais explosivas duplas do setor privado brasileiro. Steinbruch, segundo uma fonte do RR, flerta com a ideia de se restringir ao papel de chairman, profissionalizando a gestão das suas diversas empresas. Para isso, o executivo principal teria de ser um craque, respeitado pelos seus pares e com amplo trânsito no governo. No fundo, no fundo, Steinbruch não acreditava muito na hipótese. Isso até que o processo de desligamento de Secches da BRF começou a amadurecer. O executivo seria o homem certo, no local certo, na hora certa. As empresas de Steinbruch, exceção ao complexo CSN/Casa de Pedra, estão todas de costas umas para outras. Hoje, são companhias separadas pelo mesmo controlador, satélites que se distanciam cada vez mais da holding. Todas elas têm problemas organizacionais, muito em razão da própria estrutura corporativa do grupo, que mistura alhos com bugalhos, tecidos com placas de aço, cimento com financiamento para compra de geladeiras, e assim por diante. São companhias a  procura de upgrade administrativo, reestruturação nas suas diversas áreas e um banho de loja, por assim dizer. O passaporte de Nildemar Secches seria carimbado por Benjamin Steinbruch não somente para equacionar esses problemas mais “comezinhos”, mas, sobretudo, para enfrentar os megadesafios, criar uma identidade para o grupo e preparar sua expansão. Soa até estranho que Steinbruch deixasse outro, que não ele, exercer a missão. Mas o fato é que o “Barão do Aço” não conseguiu dar conta de carregar todos esses dólmens sozinho. A CSN tem de resolver o problema da Transnordestina; o grupo precisa expandir a operação de Casa de Pedra para se tornar uma grande mineradora; o crescimento da produção de cimento continua na gaveta; o Banco Fibria não para de dar maus resultados; a CSA, cuja aquisição é uma incógnita, exigirá um trabalho hercúleo para se colocar a casa em ordem. E existem planos para empreender na área de combustíveis renováveis, tecnologia e até mídia. Isso para não falar na disposição de Steinbruch de azucrinar os ítalo-argentinos da Ternium na Usiminas e prosseguir buscando ativos no exterior para consolidar seu plano de internacionalização da siderurgia. O ex-presidente da Perdigão e da BRF é a outra metade desses desafios. Nildemar Secches, egresso do BNDES, passeia pelo banco como se fosse o corredor da sua casa. E talvez seja hoje o executivo com melhor relacionamento junto aos maiores fundos de pensão do país. São dois predicados que Benjamin Steinbruch perdeu em sua trajetória errática entre sucessos e contenciosos. Querer Secches o empresário ainda nem sabe se quer. Ele pensa em voz alta, flerta solitariamente. Mas é provável, segundo o RR apurou, que nos próximos dias o convite seja feito. Daqueles ainda para pegar na mão, sem juras de amor. Quem conhece Nildemar Secches sabe que ele também é difícil. O executivo costuma exigir autonomia para tocar os negócios. Como Steinbruch é um problemão, resta saber se esse será um daqueles raros casos em que dois bicudos se beijam.

Banespa não merecia ter o Santander como dono

12/04/2013
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Quantos “Banespas” o Santander é capaz de destruir por década? Essa é uma pergunta que nem os 76 fouding fathers que criaram o banco espanhol em 1857, na cidade basca, seriam capazes de responder nos seus mais remotos devaneios lúgubres. A história do casamento entre o Santander e o Banespa parece ser uma versão adaptada da peça Macbeth, de William Shakespeare. Tomamos emprestado apenas o cenário enevoado no qual as três bruxas profetizaram a origem de uma linhagem de reis. Os dois bancos cumpriram o vaticínio. Só que, juntos, jamais atravessaram a fronteira da majestade. Ao contrário. Com o tempo, foram ficando cada vez mais distantes do reinado. A saga dos espanhóis no Brasil é merecedora de um folhetim. O Santander, nos idos dos anos 2000, deu a maior demonstração de virilidade flamenca ao pagar 280% de ágio na aquisição do Banespa, ou seja, mais do que o triplo do valor oferecido pelo segundo lugar, o Unibanco (outro dos que foram alcançados pela profecia das três bruxas). Para se ter uma ideia, a soma alcançou R$ 7 bilhões. O Santander prosseguiu pisando firme entre as desniveladas calçadas da Avenida Paulista, esperando que se confirmasse parte do presságio feito pelas três enrugadas benzedeiras. Os ventos da Espanha sopraram como o melhor dos agouros. Em 2007, a matriz comprou, de porteira fechada, o ABN Amro. Com o negócio, o Santander Brasil incorporou um banco maior do que ele próprio. A título de informação, com a aquisição do ABN, a instituição saltou automaticamente de R$ 116 bilhões para mais de R$ 270 bilhões em ativos. Daí para a frente, as castanholas choraram um lamento surdo da perda da rentabilidade e redução do porte bancário. E pensar que o Santander almejava ser o maior banco privado do Brasil. De 2008 a 2012, essas expectativas viraram uma tortilla intragável. Em apenas quatro anos, feitas as ressalvas a  precisão de cálculo e ao exercício de deflação, a instituição perdeu quatro “Banespas” em relação a sua participação no total de ativos do sistema bancário. Nesse período, esta proporção caiu de 10% para 8%. No mesmo intervalo, a fatia do Bradesco na soma de ativos bancários passou de 12,1% para 14,7%. No caso do Itaú, o índice caiu de 19,1% para 17% (as bruxas gargalham obscenamente dos consolidadores). Seria suave se o retorno não fosse ainda mais trágico. A rentabilidade do Santander é a mais raquítica entre os grandes bancos privados do país – o HSBC não é levado em consideração, pois já se conformou em ser uma espécie de tamborete. Esta afirmação não é resultado de um retrato instantâneo, mas da média dos últimos quatro anos. Nesse período, o retorno sobre patrimônio do Santander foi de 13,27%. Esse índice equivale a apenas 62% da rentabilidade alcançada pelo Bradesco (21,1%) e a 64% do ganho médio registrado pelo Itaú (20,6%) no mesmo hiato de tempo. As demais referências da performance do banco espanhol não merecem, a  luz de sua comparação com Bradesco e Itaú, sequer constar deste suelto. Das três, uma: a efeméride do banco é motivo de má gestão, de má sorte ou de algum quebranto. Com a palavra, as ignominiosas bruxas.

Biotônico

10/04/2013
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A Brazil Pharma, holding do varejo farmacêutico controlado pelo BTG Pactual, está revendo seu modelo de expansão. Sai de cena o investimento bancado unicamente pelo próprio BTG e entra em campo o modelo de franquias. O banco quer guardar fôlego para novas aquisições. Consultada, a Brasil Pharma confirmou o investimento em franquias.

Acervo RR

Global Payments

3/04/2013
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O Banco Regional de Brasília (BRB) é pouca areia para o caminhão da Global Payments. Após fechar um acordo com o BRB, a credenciadora de cartões norte- americana está a  caça de outras instituições financeiras que lhe permitam ganhar massa crítica no Brasil.

Acervo RR

O dia do gafanhoto na Telecom Italia

28/03/2013
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Ontem, nos corredores da sede da TIM Brasil, no Rio, não se falava de outra coisa: a situação do presidente da Telecom Italia, Franco Bernaba¨, tornou-se insustentável. A barca de Caronte, com Bernaba¨ a bordo, avançou ainda mais pelas águas do rio Aqueronte com o desmoronamento do valor de mercado da companhia. Atolada em uma dívida de aproximadamente 28 bilhões de euros e pressionada pela necessidade urgente de vender ativos tanto no exterior quanto no próprio Brasil, a empresa viveu uma jornada negra no pregão de ontem da Bolsa de Milão. Os papéis registraram a pior performance desde 1997, ano em que a Telecom Italia foi privatizada. Dois bancos do primeiro time, Bofa e Barclays, rebaixaram a ação. Não bastasse a depreciação do ativo, a gestão de Bernaba¨ é marcada ainda por escândalos policiais, incluindo o afastamento de Luca Luciani da presidência da TIM Brasil – não confundir, pelo amor de Deus, com Lucky Luciano -, em maio do ano passado.

Acervo RR

Mendonça de Barros carrega nas costas o caminhão da Foton

27/03/2013
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Tentar, Luis Carlos Mendonça de Barros tentou. E muito! Mas ainda não foi desta vez que ele conseguiu arrancar dinheiro dos chineses da Foton Motor Group, maior fabricante de caminhões do mundo. A Foton Aumark – empresa que representa os asiáticos no Brasil e é controlada por Mendonça de Barros e seus sócios, entre eles o rebento Ricardo Mendonça de Barros – vai arcar sozinha com a construção de uma fábrica no país. Palavra de um dos acionistas e vice-presidente da companhia, Orlando Merluzzi, que jogou para o acostamento a versão propalada pelo mercado nas últimas semanas. Nas curvas do setor, dava-se como certo que os chineses bancariam integralmente o empreendimento e o ex-ministro seria mero carona na operação, seguindo apenas como importador e distribuidor dos veículos. Ao menos no que diz respeito a  origem dos recursos o próprio Mendonça de Barros não acharia nem um pouco ruim pegar essa estrada. Não foi possível. Neste momento, a matriz está a s voltas com a instalação de fábricas na Rússia e na andia. Ou seja, sua aposta nos Brics tem limite. “C” já colocou dinheiro no “R” e no “I”. O “B” que se vire sozinho. O anúncio oficial do projeto está previsto para daqui a duas semanas – na disputa pela fábrica, Espírito Santo e Rio Grande do Sul entraram cabeça a cabeça na reta final. No total, o investimento deve chegar aos R$ 200 milhões. Mendonça de Barros terá o apoio de alguns bancos, a começar por sua antiga casa, o BNDES. Mas a maior parcela dos recursos sairá do bolso dos sócios da Foton Aumark, que, por sinal, já desembolsaram mais de R$ 30 milhões na homologação de veículos da marca chinesa e na abertura de cinco revendedoras em São Paulo. Mais cinco concessionárias serão abertas na esteira da nova fábrica. A planta terá cerca de um milhão de metros quadrados, com capacidade para a produção anual de 17 mil caminhões. Incialmente, serão fabricados três modelos, de 3,5, 8,5 e dez toneladas. O projeto prevê ainda a montagem de um veículo de 24 toneladas até 2017.

Cercadinho

22/03/2013
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Mal assumiu a presidência do Banco Regional de Brasília, Paulo Roberto Evangelista Lima já teve as asas aparadas. Não vem encontrando respaldo político para promover mudanças na diretoria – um de seus alvos seria a nevrálgica área financeira, nas mãos de Francisco Duda. E olha que Lima assumiu com 101% de apoio do governador Agnelo Queiroz.

Acervo RR

“PMDBB”

21/03/2013
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O PMDB não pode receber a mão, que já tenta arrancar os dois braços. O partido quer incluir no pacote da minirreforma ministerial uma vice-presidência do Banco do Brasil. Um dos alvos é a área de agronegócio, hoje ocupada pelo pedetista Osmar Dias.

Acervo RR

Champions League entra na briga do MMA

15/03/2013
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O Brasil tornou-se um grande octagon. Além do fenômeno UFC, um novo negócio, de controle 100% nacional, está subindo ao ringue. Trata-se da MMA Champions League, empresa formada por um grupo de investidores do Rio de Janeiro. Como o nome sugere, um dos principais apelos da nova organização será a presença exclusivamente de competidores que tenham conquistado cinturões em eventos nacionais de MMA. Outro atrativo será a comercialização de pacotes de payper- view, com transmissão pela internet, ao valor de R$ 9,90 por ano. O objetivo é ousado: disputar um nicho de mercado e uma parcela de consumidores ainda não atingidos pelo UFC. Uma prova do frenesi em torno do esporte no Brasil: antes mesmo da primeira luta, marcada para o dia 25 de março, no Rio, a MMA Champions League já vive em clima de disputa, não exatamente entre as oito paredes cercadas de metal, mas nos bastidores do negócio. Investidores nacionais e internacionais têm duelado para se associar a  operação. Dois dos principais candidatos são um banco de investimentos e uma gestora de recursos, ambos sediados em São Paulo. Esta última representaria os interesses do OneFC, um dos maiores eventos asiáticos de artes marciais. Paralelamente, há também uma contenda pelos direitos de transmissão das lutas. Três emissoras vêm mantendo conversações com os investidores da MMA Champions League.

PwC Brasil

14/03/2013
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O “Bigode”, líder inconteste da PwC Brasil, acha que este é um país que vai para frente. Diz a rádio-corredor que “Bigode” deu pulinhos de alegria com a divulgação pelo BNDES de que os investimentos no Brasil até 2016 alcançarão a cifra de R$ 3,8 trilhões. “Bigode” teria dito não alimentar qualquer dúvida em relação ao rigor dos critérios de levantamento de dados do banco. Eles seguiriam o modelo exemplar da sondagem de fusões e aquisições da PwC, baseado na consulta de fontes primárias e informações fidedignas das próprias companhias, e não apenas na compilação de jornais e outras mídias não necessariamente qualificadas. Se “Bigode” falou, está falado.

Acervo RR

UBS vai com toda sede ao pote do Banco Modal

13/03/2013
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Estava escrito nas estrelas – e no RR (ver edição nº 4.461) – que o UBS aguardava apenas a autorização do BC não só para voltar a atuar como banco no Brasil, mas, sobretudo, para deslanchar seus planos de expansão, leia-se novas aquisições. Dito e feito. Os suíços receberam o nihil obstat e partiram para cima do Banco Modal. De acordo com fontes próximas ao UBS, o grupo estaria disposto a pagar cerca de R$ 400 milhões pelo controle da instituição. O banco suíço enxerga a aquisição do Modal como um movimento estratégico para a remontagem de seus negócios no Brasil. Sua prioridade é dar massa crítica a  operação de investment banking. Após fincar bandeira no mercado de capitais com a incorporação da Link, o UBS herdaria uma instituição com razoável presença em outros segmentos-chave, como as áreas de fusão e aquisição e de lançamento de títulos privados – dois dos principais negócios do Modal. Segundo uma das fontes ouvidas pelo RR, o UBS quer repetir o modelo adotado na compra da Link, ou seja, um acordo porteira fechada que lhe permita levar do contínuo ao melhor cliente do Modal, passando por todos os seus gestores. Neste ponto, aliás, há uma questão um tanto quanto delicada. Um dos sócios mais importantes do Banco Modal e comandante da área de investimentos da instituição é Eduardo Centola, que deixou o UBS Brasil há pouco mais de um ano. No banco suíço, há dúvidas quanto a  possibilidade de permanência de Centola caso o Modal venha a ser incorporado pelo UBS. Nada a ver com critérios de meritocracia. Muito pelo contrário. Centola é reconhecidamente um dos mais renomados executivos do mercado financeiro. No entanto, o que se diz no UBS é que sua saída do banco teria sido conturbada. No fim de 2011, o Modal esteve praticamente vendido para o Banco Plural, mas o negócio acabou desfeito. Logo depois, em março de 2012, a chegada de Eduardo Centola foi associada ao discurso de que os acionistas estavam comprometidos em permanecer no negócio e pedalar o crescimento do Modal. No ano passado, no entanto, o lucro, de R$ 25 milhões, foi 46% inferior ao de 2011. Por sua vez, a rentabilidade sobre o patrimônio caiu praticamente a  metade: de 18% para 9,6%. Procurado pelo RR, o Modal não quis se pronunciar. Já o UBS disse “desconhecer a informação”.

Acervo RR

BB preenche o cheque para a compra do GNB Sudameris

12/03/2013
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O Banco do Brasil está retomando seu projeto de internacionalização. E, desta vez, nada de fisgar peixe miúdo, como o argentino Banco da Patagônia e o norteamericano Eurobank, este com apenas três agências – comprados, respectivamente em 2010 e 2011. O BB negocia a aquisição do GNB Sudameris, controlado pelo grupo colombiano Gilinski. A instituição tem cerca de US$ 6 bilhões em ativos e pouco mais de 100 agências na América do Sul. No ano passado, o GNB incorporou todas as operações do HSBC na Colômbia, Peru, Paraguai e Uruguai, por aproximadamente US$ 400 milhões. A proposta do BB envolveria a compra de 51% do GNB – o banqueiro colombiano Jaime Gilinski Bacal e seus herdeiros permaneceriam com o restante das ações. Segundo informações obtidas junto ao Banco do Brasil, as conversas com os Gilinski já contemplam até mesmo uma futura expansão do GNB, com a duplicação de sua rede até 2015. De acordo com a mesma fonte, somando-se a aquisição da instituição e a ampliação das agências, o desembolso do BB deverá passar de US$ 1 bilhão. Procurada, a instituição informou que “não comenta boatos de mercado”. Uma vez concretizado, o negócio representará uma dupla vitória de Aldemir Bendine. Os investimentos do BB no exterior estavam congelados há mais de seis meses, o que, inclusive, gerou atritos entre Bendine e parte do Conselho de Administração refratária a novas aquisições – ver RR nº 4.393. Além das resistências internas, o executivo vem minando também uma muralha chamada Jaime Gilinski. Os primeiros contatos com o banqueiro colombiano teriam ocorrido há mais de dois anos. Desde então, as conversas passaram por várias idas e vindas, sobretudo depois que a instituição colombiana comprou os ativos do HSBC, o que valorizou substancialmente o seu passe. Uma das razões para a postura mais flexível de Gilinski teria sido o aceno do BB de usar o GNB como ponta de lança para expandir sua presença na América do Sul.

Acervo RR

Citrovita e Citrosuco vivem o lado amargo da fusão

11/03/2013
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Quem poderia dizer que, um dia, a presença dos Ermírio de Moraes em um negócio seria sinônimo de inapetência empresarial, anemia financeira e paralisia de investimentos? Hoje, a família Fischer pode. Menos de três anos após a fusão da Citrovita e da Citrosuco – leia-se, respectivamente, os grupos Votorantim e Fischer -, a operação tem se revelado um azedume societário. De acordo com fontes ligadas a  fabricante de suco de laranja, são cada vez maiores os atritos e a dissonância entre as duas famílias no que diz respeito a  estratégia da companhia. Os Fischer querem pisar no acelerador; já os Ermírio de Moraes, certamente abalados pelos solavancos que têm enfrentado, seja no Banco Votorantim, seja em outras áreas de negócio, puxam o freio de mão com toda a força. Resultado: a dobradinha Citrovita/Citrosuco não consegue sair do lugar. Sua capacidade de produção é quase a mesma de três anos atrás, cerca de 140 milhões de caixas de laranja por safra. O mesmo ocorre com a rede comercial no exterior, praticamente estagnada desde 2010. Ressalte-se que o Cade levou mais de um ano e meio para aprovar a fusão entre a Citrovita e a Citrosuco, o que só ocorreu em dezembro de 2011. Natural, portanto, que, ao longo desse período de indefinição, os sócios da companhia tenham evitado qualquer investimento de maior porte. Porém, na hora do “vamos ver”, as diferenças entre os acionistas começaram a aflorar, acentuando-se nos últimos meses. A família Fischer está convicta de que é hora de aproveitar a estiagem da economia global e avançar nos fragilizados mercados norte-americano e europeu. O clã defende a abertura de escritórios de representação em diversas regiões. Seria apenas o desjejum. O investimento mais ousado ocorreria nos Estados Unidos: a construção de uma fábrica na Flórida. O problema é a outra metade da laranja. O Votorantim enxerga o negócio por lentes bem menos otimistas. Recusa-se a aprovar investimentos de maior monta e insiste que é momento de espremer custos e deixar qualquer plano de expansão para o porvir. Os Ermírio de Moraes se valem de argumentos endógenos e exógenos para justificar sua cautela. Internamente, defendem um ajuste mais rigoroso da estrutura financeira da nova holding, sobretudo da operação da antiga Citrosuco. A empresa vem de uma sequência de prejuízos. Entre 2010 e 2011, as perdas passaram dos R$ 320 milhões. No ano passado, a empresa teria fechado no vermelho mais uma vez. A Citrovita também tem passado por momentos cítricos. Pressionada pela menor rentabilidade e pelo aumento dos custos operacionais, a empresa fechou a fábrica de Matão, interior de São Paulo. Ao mesmo tempo, o Votorantim evoca a queda da produção de laranja no Brasil. Para a safra 2013-2014, as projeções mais conservadoras indicam um recuo de 20%. Nas discussões com os sócios, os Ermírio de Moraes têm citado até exemplos recentes da concorrência, como o caso da Pepsico, que cancelou a comercialização de suco de laranja integral pronto para beber no varejo norte-americano. Para os Fischer, todos estes argumentos não passam de um suco aguado. O Votorantim estaria buscando fora desculpas para encobrir os problemas de dentro, leia-se suas circunstanciais limitações financeiras decorrentes das perdas em diversas de suas operações. Consultada, a Citrovita/Citrosuco não quis se pronunciar.

Acervo RR

Shree Renuka semeia a discórdia entre os usineiros nacionais

8/03/2013
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O BNDES e a Petrobras são protagonistas de um enredo que tem tudo para despertar a ira da indústria sucroalcooleira nacional. A indiana Shree Renuka, uma das cinco maiores fabricantes de açúcar do mundo, estaria mantendo conversações com o banco de fomento e com a estatal em busca de um apoio de altíssimo teor alcoólico. As gestões passariam pela entrada da dupla no capital da Shree Renuka do Brasil. Segundo informações obtidas junto ao BNDES, a negociação envolve uma participação acionária superior a 30%. A subsidiária, que nasceu como a primeira grande investida internacional dos indianos, tornou-se uma ilha de dívidas e prejuízos dentro do grupo. A empresa carrega sobre os ombros um passivo de aproximadamente R$ 1,2 bilhão. A maior parte destas dívidas é decorrente das duas aquisições feitas pela Shree Renuka no Brasil – a divisão sucroalcooleira da Equipav e duas usinas da paranaense Vale do Ivaí. Os indianos acumulam ainda sucessivas perdas operacionais no país. Na safra 2011/2012, os prejuízos chegaram a R$ 200 milhões. Procurados pelo RR, BNDES, Petrobras e Shree Renuka não quiseram comentar o assunto. A aproximação da Petrobras e do BNDES com a Shree Renuka ocorre no momento em que a política do governo para a indústria sucroalcooleira é alvo de críticas cada vez mais intensas. Quem priva das conversas mantidas na cúpula da ašnica sabe bem o tamanho da irritação. Entre os usineiros, a reclamação mais comum é justamente a freada do BNDES e da Petrobras Biocombustíveis nas operações de equity. No caso da estatal, a bronca é ainda maior. Quando a subsidiária da Petrobras foi criada, o governo hasteou a bandeira de que ela seria um importante agente de capitalização e atração de investimentos para as empresas do setor, notadamente as usinas de controle nacional. Até agora, no entanto, a companhia protagonizou apenas duas negociações vistas pelo mercado como de grande porte: as associações com a Açúcar Guarani e a São Martinho. O setor pode até chiar. No entanto, muitas vezes os interesses da Petrobras e do BNDES não se coadunam com os dos usineiros. Além disso, nem a estatal é boba, nem o banco é burro, a ponto de tomar um risco político por nada. A qualidade dos ativos da Shree Renuka no Brasil é um ponto forte. Ao mesmo tempo, o eventual aporte do BNDES e da Petrobras pode ser entendido também como um esforço para manter o interesse dos indianos pelo país.

Acervo RR

NBAD ensaia uma aquisição das arábias na banca nacional

7/03/2013
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A abertura de um escritório em São Paulo é apenas a primeira das mil e uma noites. Ao anunciar seu desembarque no país, há cerca de duas semanas, o National Bank of Abu Dhabi (NBAD) não revelou sequer uma página das tantas histórias que já tem para contar. A instituição sinalizou ao BC o interesse não apenas de atuar como banco no Brasil como também de fazer uma aquisição já nos próximos meses. Neste caso, seus caminhos no país passam pelo próprio Oriente Médio. Segundo uma fonte do BC, o NBDA, controlado pelo Conselho de Investimento de Abu Dhabi, articula a aquisição do Banco ABC Brasil. O ABC pertence ao grupo Arab Bank Corporation, cujo controle, por sua vez, é compartilhado pelo Banco Central da Líbia e pelo fundo soberano do Kuwait. Com a operação, o NBAD iniciaria sua trajetória no mercado brasileiro partindo de uma plataforma bancária razoavelmente expressiva. Herdaria quase R$ 14 bilhões em ativos. Ressalte-se que, além da proximidade geográfica, há outro elo entre as duas instituições. A executiva Angela Martins, contratada para comandar a operação do banco de Abu Dhabi no Brasil, ocupou por muitos anos a diretoria de negócios internacionais do ABC. O RR entrou em contato com o ABC Brasil e o NBAD, mas ambos não retornaram. O ABC Brasil – que tem suas origens na compra do antigo Banco Roma, de Roberto Marinho – vive cercado de incertezas desde o fim de 2011, com a deposição e morte de Muammar Kadafi e a ascensão do novo governo líbio. Um dos mais importantes financiadores de empresas do Oriente Médio no país, o ABC deu uma pisada no freio nos últimos dois anos, não por coincidência período no qual se misturaram não apenas a troca de poder na Líbia como também o aumento da inadimplência no mercado bancário brasileiro. Seu grande salto se deu entre dezembro de 2009 e o fim de 2010, quando sua carteira de empréstimos cresceu 40% e chegou a  casa dos R$ 7,2 bilhões. Nos últimos dois anos, no entanto, o ritmo de crescimento foi muito menor. Hoje, suas operações de crédito somam cerca de R$ 7,6 bilhões, o que significa um aumento de apenas 6% em relação ao valor registrado em dezembro de 2010. Ainda assim, é importante ressaltar que o ABC Brasil é visto no mercado como uma instituição extremamente sólida, muito em razão de suas próprias origens. A maior parte de suas operações está lastreada em garantias de governos do Oriente Médio. Esta é justamente uma das condições que mais atrai o interesse do National Bank of Abu Dhabi. O NBAD aproveitaria a automática sinergia geográfica, política e étnica para alavancar um volume maior de recursos entre os países árabes, notadamente entre fundos soberanos e investidores institucionais dispostos a espalhar seus petrodólares no Brasil.

Acervo RR

Dilma entre o afago e as palmadas no empresariado

6/03/2013
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O road show que vem sendo realizado pela equipe econômica e os ministros Gleisi Hoffmann e Fernando Pimentel para atração de investimentos pode responder a uma pergunta que não quer calar no Palácio do Planalto: o relacionamento com o empresariado nacional não exigiria uma postura mais firme do governo? Se os recursos externos vierem, o sucesso é passível da interpretação de que o empresário nativo está reticente em investir por excesso de má vontade. Há quem chame de ideologização. O fato é que essa teoria conspiratória ganha corpo no núcleo do poder. Uma corrente dos assessores de Dilma, aqueles mesmos que o ex-presidente do BNDES Luiz Carlos Mendonça de Barros chama de “stalinistas”, considera ter “chegado a hora de cobrar responsabilidades”. Pode ter sido mera coincidência, mas Guido Mantega, no primeiro evento do tour, em Nova York, disse que “alguns empresários começaram a abusar e o governo está atento, podendo rebaixar ou retirar as tarifas sobre as importações” Mantega costuma ser um pouco destrambelhado em suas declarações, mas não é necessário uma visão panorâmica sobre a performance dos investimentos ou sobre a desinibição no aumento dos preços para constatar que, dessa vez, o ministro não delira. Dilma Rousseff tem buscado, ao máximo, seguir as lições de seu mentor, o ex-presidente Lula, acenando com paz e amor, mas superando-o quando se trata de agrados fiscais e creditícios. Se o retorno tem sido pífio, tanto do ponto de vista do aumento do investimento quanto da redução dos preços, não foi por falta de reunião, carinho e dinheiro. A joia da coroa, o orçamento do BNDES, alcançou cerca de R$ 250 bilhões, somados os dois primeiros anos da gestão Dilma. Não existe banco de fomento no mundo com valores como esses colocados a  disposição dos empresários – a taxas favorecidas, diga-se de passagem. O Banco Mundial, no mesmo período, teve um orçamento em torno de R$ 200 bilhões (valores convertidos). E foram baixadas tarifas contra importações. E lançados programas de concessões de serviços públicos. E desonerada a folha de salário. E o retorno, que é bom, tem sido fraquinho, fraquinho. Delfim Netto, assessor informal de Dilma, é contra broncas públicas, através da imprensa, mas acha que a presidente deve arrochar nos encontros privados. Ele sempre fez assim. Chamava uma turma representativa do PIB, perguntava o que ela queria para tocar os investimentos e dizia que daria mundos e fundos. Mas, se não houvesse reciprocidade, o que foi dado de mão beijada se desmanchava no ar. Os stalinistas do Planalto acham que o governo, meio que no desespero, vai trocar o bom investimento privado brasileiro por aumento do passivo líquido externo. Se o senso comum é de que o empresário pensa com números e responde ao ambiente de negócios, o “staff bolchevique” de Dilma acusa que não raro eles desastabilizam governos. Defendem que seja feito e divulgado um inventário de tudo o que foi dado ao empresariado. E que seja dada transparência a  participação individual dos empreendedores no investimento. Coação seria a palavra-chave. Cruz credo! Dilma teme que um aperto piore a comunicação do governo e o próprio empresário estrangeiro reaja mal ao jogo bruto. Pode ser que tudo não passe de teoria conspiratória. Mas é difícil entender porque o empresariado formador de opinião não sai pela mídia de estandarte em punho defendendo a mão que o acaricia. Sei lá, não sei…

Feitiço do tempo

5/03/2013
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E a velha discussão voltou a  tona no Banco Votorantim. De um lado, os Ermírio de Moraes pregam as sinergias da BV Financeira com o restante das operações da instituição; do outro, a direção do Banco do Brasil está cada vez mais convicta de que o negócio já deu o que tinha de dar e sua venda já está passando do prazo de validade. Alguma dúvida sobre quem ganhará a queda de braço?

Acervo RR

Alergia láctea

28/02/2013
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O BNDES, que acaba de engolir uma coalhada de R$ 600 milhões referentes ao write- off das perdas da Lácteos Brasil, tenta mais uma cartada para salvar a Leite Nilza. Dono de 35% do capital, costura a transferência do maquinário e da marca para uma nova empresa, que seria vendida. As dívidas permaneceriam na “Velha Nilza”, controlada pela Airex Trading. Consultado, o banco não quis se manifestar.

Acervo RR

Outubro

19/02/2013
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Outubro. Esta é a data com o qual o Banco do Brasil trabalha para o IPO da BB Seguridade. A expectativa é levantar mais de R$ 5 bilhões com a oferta de capital.

Banco Central

14/02/2013
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Mais um forasteiro bateu a  porta do Banco Central. O alemão HSH Nordbank solicitou autorização para atuar como banco de investimentos no Brasil.

Acervo RR

Amsted Industries é uma locomotiva sem freios no Brasil

8/02/2013
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A Amsted Industries está disposta a passar por cima de um dos sobrenomes mais tradicionais da indústria brasileira e, se for necessário, até mesmo do BNDES. Tudo para assumir o controle – e, consequentemente, promover a desnacionalização – de uma das maiores fabricantes de equipamentos ferroviários do país: a Amsted Maxion. O grupo tem feito forte pressão sobre a paulista Maxion, leia-se a família Ioschpe, sua parceira no negócio. O objetivo dos norte-americanos é aumentar sua participação na joint venture de 50% para 70%, empurrando os sócios brasileiros para o vagão de trás. A Amsted está jogando toda a sua supremacia financeira sobre a mesa, com o intuito de dar um rápido xeque-mate na Maxion. Segundo fontes ligadas a  família Ioschpe, além do pagamento referente a  compra dos 20% adicionais na joint venture, os norte-americanos acenam com um aporte de capital. O valor seria da ordem de R$ 150 milhões. Procurada pelo RR, a Amsted-Maxion não se pronunciou. A Amsted acredita ter a faca, o queijo e os sócios na mão. O grupo parte da premissa de que o futuro da Amsted-Maxion depende de seus movimentos e aportes no Brasil. Ou seja: por esta linha de raciocínio, a Maxion não teria fôlego, poder de barganha e muito menos capacidade de resistência para sair deste córner. Os norte-americanos estão convictos de que os Ioschpe nem têm muito o que pensar. Vão aceitar ser minoritários de uma operação bem maior e mais capitalizada em vez de ter a seu lado um sócio insatisfeito e com enorme má vontade em aportar recursos na joint venture. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas a Amsted sabe que esta leitura do jogo de xadrez só se aplica se a família Ioschpe permanecer solitária do outro lado da mesa. No entanto, os norte-americanos já se preparam para um duelo bem mais encarniçado. Neste caso, que venga el BNDES! O banco é dono de 7% da Maxion. O eventual avanço dos norte-americanos sobre o controle da Amsted-Maxion vai inteiramente contra a política de fomento do BNDES, baseada no fortalecimento de grandes grupos nacionais. Nada mais natural, portanto, que o banco resolva comprar o barulho da Maxion, erguendo uma barricada contra a investida da Amsted. Um caminho lógico para isso seria um aumento da participação do BNDES no capital da holding, o que daria ao grupo brasileiro munição financeira para brecar as intenções expansionistas dos norteamericanos na fabricante de equipamentos ferroviários. Adivinhem o que os Ioschpe estão esperando?

Acervo RR

Brinde duplo

6/02/2013
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Erra quem diz que Aldemir Bendine, presidente do Banco do Brasil, espocou uma garrafa de champanhe para celebrar a saída de Ricardo Flores da BrasilPrev. Menos de três não podem ter sido. Até porque Bendine teve participação direta na indicação do substituto, Miguel Cícero de Terra Lima.

Acervo RR

BTG vs. UBS

5/02/2013
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Há algo de vingança na incursão do UBS no mercado bancário brasileiro. Se puderem, os suíços atropelam André Esteves. Mas pode ser mais fácil que ocorra o contrário. Esteves já teve o UBS ao alcance de seu garfo e faca. Se fechar o “BBTG” – um acintoso banco de investimento em parceria com o Banco do Brasil (ver RR edição nº 4.539) – a instituição suíça vira fondue, para ser comido, não com garfinhos, mas com maionese e pão francês.

Acervo RR

Acordo de acionistas aumenta a voltagem na NeoEnergia

1/02/2013
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Os espanhóis não perdem a pompa. Apesar de fragilizados por uma situação econômica nacional que não recomenda voluntarismos, executivos da Iberdrola desembarcarão no Brasil logo após o Carnaval querendo, no mínimo, o máximo. A Iberdrola pretende simplesmente tomar a gestão da NeoEnergia, tirando a Previ e o Banco do Brasil do gramado e os jogando para o alto da arquibancada. Quer também, a fórceps, empurrar para dentro da holding a Elektro, distribuidora paulista pertencente ao grupo ibérico. É neste tom que os espanhóis vão começar as conversas para a elaboração do novo acordo de acionistas da NeoEnergia, motivo de sua vinda ao Brasil. O que se anuncia é um quadro de pinceladas nervosas. Os espanhóis querem pintar o fundo de pensão e o BB no melhor estilo El Greco, transformando-os em personagens esquálidos. Ainda que aos trancos e barrancos, Previ e BB mantêm um pé na administração da NeoEnergia. No entanto, a Iberdrola entende que tem o direito de assumir com plenos poderes a gestão da companhia em contrapartida a  sua “boa-vontade”. Por “boavontade” entenda-se a decisão do grupo de recolher os flaps e desistir da pressão que vinha fazendo para comprar parte das ações em poder da Previ e do BB, permanecendo com 39% do capital. No modelo idealizado pelos espanhóis, o fundo de pensão e o BB passarão a ter poder de veto e de voto apenas em decisões estratégicas, seja lá o que isso quer dizer. Procurada, a Neo- Energia informou que “não comenta assuntos relacionados a seus acionistas”. Outra questão polêmica diz respeito a  Elektro, comprada pelos espanhóis em 2011. A Iberdrola defende sua incorporação pela Neo- Energia. Alega ganhos fiscais e vantagens de escala para justificar a operação. a€ priori, o negócio soa como vantajoso para a Previ e o BB. Ambos passariam a ser sócios de uma NeoEnergia ainda mais encorpada e com um pé no mercado paulista. Seu faturamento pularia dos R$ 16 bilhões para mais de R$ 22 bilhões. No entanto, a fundação e o banco enxergam mais ônus do que bônus nessa operação. Neste caso, o slogan da Iberdrola poderia ser algo como “a paella é minha e as azeitonas são suas”. Aos olhos da Previ e do BB, a maior motivação dos espanhóis para jogar a Elektro dentro da NeoEnergia é dividir a conta referente ao programa de investimentos da empresa. Para os padrões do setor elétrico, os aportes não chegam a ser uma fortuna. O plano estratégico da Elektro prevê o desembolso de R$ 650 milhões no biênio 2013/2014. No entanto, duramente afetada pela grave crise espanhola, a Iberdrola tem feito enorme esforço para enxugar seus investimentos no exterior e compensar as perdas em sua terra natal. Tal qual um miúra, os espanhóis enxergam a Previ e o BB como sócios bons de sangrar. A crônica dos fundos de pensão e do banco, contudo, mostra que muitos touros já viraram churrasco

Acervo RR

Aché é um comprimido rachado em três pedaços

31/01/2013
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Não há dose de clonazepam capaz de acalmar os ânimos no Aché. As três famílias controladoras do laboratório farmacêutico racharam de vez. Os Baptista e os Siaulys, cada um do seu lado, saíram em busca de um comprador para suas participações. Já os Depieri querem permanecer no negócio e garantem ter a companhia de um grande fundo de investimentos para adquirir a parte dos sócios. Até agora, no entanto, segundo um executivo ligado ao Aché, nenhuma proposta apareceu a  mesa. Procurada, a companhia negou a venda do controle. No entanto, de acordo com a mesma fonte, as famílias Baptista e Siaulys contrataram dois bancos de investimento como advisers para a venda de suas respectivas participações. O Aché desmente o aforismo de que “em casa onde não há pão, ninguém tem razão”. Trigo e fermento não faltam. O laboratório tem recursos em caixa, está operando com margens de lucro próximas ao teto histórico (em torno de 30%) e, nos últimos dois anos, distribuiu mais de R$ 400 milhões em dividendos. Mas nem o cenário de prosperidade tem sido capaz de frear o processo de desintegração societária. Quem conhece a companhia de perto garante que a situação começou a degringolar em 2009, com a morte de Victor Siaulys, um dos fundadores do Aché. O empresário funcionava como o algodão entre os cristais, evitando que a relação entre as três famílias trincasse diante do menor resvalo. Em tempo: o impasse em relação ao futuro do Aché começa a preocupar o BNDES. A empresa é um dos vértices do BioBrasil, o superlaboratório que está sendo criado com as bênçãos da agência de fomento e reúne ainda EMS, Hypermarcas e União Química. Por ora, a postura do banco é de observação. Mas certamente o BNDES não hesitará em tomar as providências necessárias – sejam elas quais forem – para evitar que os atritos do Aché impeçam a conclusão de um projeto que demorou tanto para sair do papel.

Acervo RR

Sem crédito

30/01/2013
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Que recepção os norte- americanos reservaram a Fabio Fontainha, novo responsável pelas operações de varejo do Citibank no Brasil! Nem bem se ajeitou na cadeira, foi comunicado de que o banco pretende fazer cortes no orçamento da divisão. A navalha mais afiada deve sobrar para a Credicard. Consultado, o Citi não se manifestou.

Desembarque

25/01/2013
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No BC, há uma pequena fila de bancos do Oriente Médio e da China com a bagagem na mão ansiosos pelo visto de entrada no Brasil. Segundo informações filtradas junto a  autoridade monetária, são cinco os pedidos em análise neste momento.

Acervo RR

Equipav olha no espelho e enxerga a CAB Ambiental

24/01/2013
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A Equipav parece não estar preocupada com a “Síndrome de FHC”, que aceitou ser fotografado na cadeira de prefeito de São Paulo poucos dias antes de perder a eleição para Jânio Quadros. Nos corredores da empresa, seus executivos já cantam vitória na disputa pela compra da CAB Ambiental, operação que se arrasta desde o primeiro semestre do ano passado. Soberba? Otimismo? O tempo vai dizer. O fato é que os dirigentes da Equipav acreditam terem colocado sobre a mesa uma proposta imbatível. Segundo informações filtradas junto a  Equipav, sua oferta contemplaria a aquisição não apenas dos 67% da empresa de saneamento pertencentes ao Grupo Galvão, mas também do restante das ações, em poder da BNDESPar. Já não é de hoje que o BNDES pretende deixar a CAB. No entanto, nem a aguas do Brasil nem a OAS, também no páreo pela aquisição da empresa, teriam demonstrado interesse em abrir esta porta para a saída do banco. Segundo fontes ligadas a  Equipav, a operação giraria em torno dos R$ 400 milhões. Se concretizada, este será o maior investimento do grupo no setor de saneamento. Ao levar a CAB Ambiental, empresa com faturamento anual próximo dos R$ 250 milhões, a Equipav desaguará automaticamente em 14 concessões municipais em São Paulo, Alagoas, Mato Grosso e Santa Catarina, além de três PPPs. Juntos, estes projetos têm um orçamento próximo dos R$ 2 bilhões. Procurada, a Equipav negou ter feito uma proposta pela CAB. Esta, por sua vez, não quis se pronunciar.

Acervo RR

JP Morgan enfrenta um motim nacionalista

23/01/2013
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Alguém no JP Morgan não gosta do JP Morgan. E tampouco de argentinos. Não se sabe muito bem por quê, mas, nos últimos dias, o Relatório Reservado tem recebido repetidas correspondências apócrifas, com críticas a  crescente presença de executivos portenhos em alguns dos principais cargos do banco no Brasil. O que mais chama a atenção é que todas as cartas foram enviadas em envelopes timbrados do próprio JP Morgan. Atualmente, sete importantes unidades de negócios do JP Morgan Brasil estão nas mãos de conterrâneos de Cristina Kirchner: as áreas corporativa, de investimentos, de produtos de cash e tesouraria, de renda fixa, de crédito legal, de compliance e de tecnologia e controladoria. Esta última, aliás, duplicou a densidade demográfica portenha: é dirigida por um dueto de executivos egressos do país vizinho. Certamente, os norteamericanos têm seus critérios de meritocracia, que passam ao largo de motivações pátrias. Isso, no entanto, não impede que sua política de contratações e promoções venha causando melindres entre os executivos brasileiros. A reação, aliás, ultrapassou as fronteiras do banco. A inconfidência já chegou ao Banco Central. A autoridade monetária também tem recebido missivas recheadas de queixumes, reclamações e intrigas. Consultado, o JP Morgan não quis se pronunciar.

Acervo RR

Marfrig leva Daniel Dantas de volta para o futuro

22/01/2013
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Daniel Dantas estaria preparando seu retorno ao palco dos grandes negócios com um script espetacular. Sua caminhada de volta se daria pelas trilhas do agronegócio, mais precisamente através da Marfrig. A operação uniria sob um só teto o proprietário do maior rebanho bovino do Brasil – o banqueiro tem cerca de 450 mil cabeças de gado, por meio da Agropecuária Santa Bárbara – e o segundo principal frigorífico do país, com faturamento anual acima de R$ 22 bilhões. E carimbaria uma hiperbólica vitória de Dantas contra os mais diversos estamentos de poder após acirrados contenciosos jurídicos. Em razão das suas sutilezas e do seu contorno político, o projeto exige uma meticulosa costura, a começar pelo BNDES, dono de 12,25% da Marfrig. Até porque os caminhos que unem a agência de fomento e o frigorífico são tortuosos. No recente aumento de capital da empresa, o banco poderia, por contrato, converter integralmente os mais de R$ 2,5 bilhões em debêntures conversíveis da Marfrig que tinha em carteira. Este movimento faria sua participação acionária saltar para quase 40%, tornando-o acionista controlador. Para não estatizar a empresa, o BNDES abriu mão dessa opção e subscreveu apenas um terço das debêntures. A decisão causou enorme excitação no mercado. A generosidade com Marcos Molina, controlador do frigorífico, teria custado aos cofres do BNDES cerca de R$ 1,2 bilhão – a cifra leva em consideração o volume de ações que ele deixou de subscrever e o valor do papel em Bolsa por ocasião do aumento de capital. Independentemente da posição do banco, o fato é que, para Daniel Dantas, a compra do controle ou de parte da Marfrig passa necessariamente pelo BNDES, que no modelo ideal dividiria o controle. Mas não passa pelas divinas tetas do banco. Pelo contrário. Em vez de devedor, Dantas teria grande chance de se tornar credor, pelo menos moral, do governo, ao ingressar na problemática Marfrig, que carrega uma dívida de R$ 9 bilhões. A compra da Marfrig por Daniel Dantas enseja uma operação integrada gado/abate. Mas não é essa sinergia que leva o negócio a mugir seus encantos. Todo o rebanho do banqueiro está concentrado no Pará, enquanto a unidade de abate mais ao norte do frigorífico se encontra no Mato Grosso. A equação logística só se ajusta se Dantas comprar gado no Centro-Oeste e/ou a empresa arrendar unidades no Norte. Também não é comum um frigorífico manter um rebanho próprio. No entanto, coincidência ou não, o RR apurou que a própria Marfrig avalia a possibilidade de atuar no confinamento. Dantas pode muito bem comprar o Marfrig e manter as operações razoavelmente separadas. Hoje, a maior parte de seus negócios está concentrada na venda de bezerros desmamados, até 30% mais caros do que o gado para corte. Caso a boiada avance, Dantas e o BNDES se tornarão grandes players mundiais da cadeia da proteína, de certa forma se indexando aos quase 1,5 bilhão de estômagos chineses. E será, sem dúvida, um vira, vira, virou de um empresário que, nos últimos anos, ficou marcado mais por suas contendas do que por seus prósperos negócios. E o Molina? Ah, antes que se esqueça, Molina montará em um boi magro e sairá passeando pelo pasto como acionista minoritário. Procurada, a Marfrig informou que “não comenta rumores de mercado”. Por meio de sua assessoria, Daniel Dantas garantiu não ter interesse na verticalização da Agropecuária Santa Bárbara.

Acervo RR

Zaffari e Angeloni na mira de um alquimista das finanças

18/01/2013
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Os Zaffari e os Angeloni são duas famílias unidas pelas origens sulistas, pela tradição no varejo e, sobretudo, pela notória resistência a s investidas de pesospesados do setor. Parecem até sangue do mesmo sangue, sócios da mesma empresa. Tantas semelhanças não passaram despercebidas aos olhos de um arguto banco de investimentos, useiro e vezeiro em participar de algumas das principais operações de M&A e equity no mercado brasileiro. A instituição financeira assumiu sua porção de alcoviteira e tem se movimentado para promover o enlace entre as redes varejistas Zaffari e Angeloni. Trata-se de uma costura complexa, que precisaria da anuência dos mais de 20 sócios das duas companhias. O bônus, no entanto, é altamente recompensador para todos os envolvidos. Os dois conhecidos clãs do varejo teriam a possibilidade de tocar um negócio duas vezes maior e sem perder o controle acionário – ainda que ambos tivessem de se adequar a uma gestão compartilhada. Já o banco de investimento herdaria uma participação societária na nova empresa, posto capaz de despertar a inveja de muita gente graúda do setor. Procurado, o Zaffari negou a operação. Já o Angeloni não se pronunciou até o fechamento desta edição. Considerando-se que o Pão de Açúcar passou ao controle do Casino, a fórmula engendrada pelo alquimista das finanças consolidaria o novo grupo como a maior rede supermercadista de controle puro-sangue nacional, posto que já pertence a  empresa gaúcha. Juntos, Zaffari e Angeloni registraram um faturamento superior a R$ 5,5 bilhões em 2012. Ambas teriam sob seu guarda-chuva mais de 50 lojas, a maior parte na Região Sul. A nova rede teria uma posição ainda mais folgada no top five do mercado, posição hoje ocupada isoladamente pela empresa gaúcha. Passaria a ser responsável por algo em torno de 2,3% das vendas totais dos super e hipermercados nacionais – em 2011, o Zaffari participou com 1,3% do faturamento do varejo. Além de anabolizar suas operações de super e hipermercados, as duas empresas teriam um expressivo potencial de crescimento na área de shopping centers, no qual o Zaffari já está presente. Os gaúchos detêm sete empreendimentos em Porto Alegre e São Paulo, com a bandeira Bourbon. Em contrapartida, o Angeloni aportaria no novo grupo seu braço no varejo farmacêutico, composto por 19 drogarias.

Acervo RR

“BBTG” é a próxima parada de André Esteves

11/01/2013
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O banqueiro André Esteves atravessou o dia de ontem ainda mais irrequieto do que de costume. Quem conhece Esteves sabe que isso quer dizer, no mínimo, trepidante. O motivo de tanta excitação não é tão óbvio quanto parece, ou seja, a derrubada da ação do BTG Pactual na Bovespa. O frenesi deve-se ao prenúncio de mais uma tarefa épica: levar seu banco de investimento a figurar no top five das maiores instituições financeiras privadas antes do final da década. Hoje, este é um panteão restrito a bancos comerciais. Para uma missão colossal como essa, somente um parceiro igualmente colossal. A disposição manifesta do Banco do Brasil em criar um braço atacadista bifronte para concorrer com os grandes do mercado, na visão de Esteves, é uma correspondência acordada, recebida e aceita. Tamborilando seus dedos sobre o joelho e empurrando a cadeira para a frente e para trás, o hipertímico banqueiro idealiza os passos do porvir. O BTG Pactual teria, por exemplo, 51% – ou, no mínimo, 50% – de um futuro “BBTG”.A nova placa operando conjuntamente com o BTG se tornaria imbatível em um mercado no qual as instituições nacionais já fazem frente a  banca estrangeira. Para Esteves, o “BBTG” teria mil e uma utilidades. Uma delas seria fechar o cerco na área financeira do governo. O BTG já é sócio da Caixa Econômica Federal no PanAmericano, que funciona como uma espécie de “ação entre amigos” feita pelo banqueiro. a€ guisa de blague, só faltaria o BTG tornar-se sócio do BNDES. Nos seus frenéticos devaneios, Esteves bem poderia estar pensando: depois do “BBTG”, compraremos, finalmente, o UBS. No comando desse banco idílico, um perfil sob medida seria o do sócio Pérsio Arida. Aliás, não custa reparar que Arida parou de participar das tertúlias dos mosqueteiros da Casa das Garças. Esteves tira e põe, tira e põe seus óculos de aro no melhor estilo Jerry Lewis em “O Professor Aloprado” e cantarola baixinho, com a sua voz metálica: “O “BBTG” vem aí”, “O ?BBTG” vem aí”. No meio do caminho, existirão muitas pedras, mas, também, agradáveis afazeres, tais como os jantares com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, no cada vez menos frequentado restaurante do Maksoud Plaza. É bom ressaltar que, embora Esteves e Mantega sejam unha e carne, de antemão, este não é um fato decisivo para o enlace bancário. De jeito nenhum. Quem foi que disse isso? O que o “BBTG” tem, sim, de sobra é o manequim correto, único e hoje indiscutível no governo para a parceria. O BTG se encaixa nos objetivos e planos traçados pelo BB para a nova instituição. A maior e mais ousada das metas é fazer do futuro banco líder na área de mercado de capitais. No segmento de emissão de títulos no exterior, por exemplo, o BB já figurava na ponta do ranking da Anbima em novembro do ano passado. Somando- se seus valores aos do BTG Pactual, a cifra chega a US$ 35 bilhões em operações, US$ 10 bilhões a mais do que o então segundo colocado, o JP Morgan. No que diz respeito ao lançamento de ações no mercado interno, o “BBTG” dispararia na dianteira. Curiosamente, até novembro de 2012, BTG e BB ocupavam, respectivamente, o primeiro e segundo postos do ranking. Dentro das metas do BB, a associação também permitiria ao banco ter, enfim, uma posição de destaque na área de fusões e aquisições – muito embora o ano de 2012 não tenha sido dos melhores para o próprio BTG: até novembro, a instituição não figurava nem entre as seis primeiras deste segmento.

Dose dupla

8/01/2013
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A BNDESPar e o Banco do Brasil deverão atuar juntos na compra de participações em empresas de energia.

Acervo RR

Á€° de espinhos a estrada entre o Itaú e o Planalto

4/01/2013
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Brasília, leia-se o Palácio do Planalto e o Ministério da Fazenda, trocaram de mal com o Banco Itaú. A percepção é que provém daquela casa bancária a maior parte das críticas que vem sendo feita a  política econômica do governo. A fonte do RR está plantada na equipe de Guido Mantega. Os Setúbal receberam o recado e agiram rapidamente. Até porque já estavam isolados pelos seus próprios pares. O presidente do banco, Roberto Setúbal, marcou pessoalmente uma agenda com Lula, quase que antecipando o calendário da sucessão de 2014 para o setor bancário. Setúbal alinhavou também com uma agulha de fino bordado sua recente entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. É previsível que se espere mais mimos do Itaú a  política econômica do governo Dilma, já que, para a Fazenda, o rei está nu. Procurado pelo RR, o Itaú negou “veementemente que exista descontentamento do governo para com o banco”. Informou ainda que, “através das principais lideranças, tem um canal de comunicação com o governo de alto nível, sempre focado no desenvolvimento do país e no aprimoramento do sistema financeiro nacional.” Declarou também que, “via Febraban, faz parte do grupo que vem discutindo melhorias no sistema financeiro, contribuindo constantemente para esta agenda positiva.”

Acervo RR

Águas do BB

28/12/2012
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O Banco do Brasil vai atuar como uma parabólica capaz de atrair investimentos para o setor de saneamento. O cardápio prevê desde o financiamento de projetos até a compra de participações em concessões. A avaliação é que a presença do BB será um chamariz para grupos privados.

Espírito Santo

19/12/2012
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Seguindo a máxima do patrício Pero Vaz Caminha, de que “em se plantando tudo dá”, o Banco Espírito Santo pretende investir na compra de propriedades agrícolas no Brasil. Há duas hipóteses sobre a mesa: entrar no capital de uma empresa do setor ou associar- se a investidores nacionais e criar um novo negócio.

Acervo RR

BB e Mapfre são dois países separados pela mesma língua

18/12/2012
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Há uma Faixa de Gaza na associação entre a Mapfre e o Banco do Brasil. A zona de conflito envolve a tropa de corretores que trabalha para as duas instituições. A responsabilidade sobre a criação deste explosivo território vai para a conta de Marcos Eduardo Ferreira, presidente da divisão de seguros gerais e ramo de veículos, uma das duas holdings geradas a partir do acordo entre o BB e os espanhóis. Ferreira estaria arrochando cada vez mais as taxas de corretagem na venda de seguros com a marca Mapfre. Estas apólices são distribuídas exclusivamente por corretores e por redes de varejo com as quais a seguradora espanhola mantém parceria. O procedimento provocou uma resposta imediata e de grosso calibre dos corretores, classe tinhosa, que costuma reagir impetuosamente ao menor esbarrão em seu calo. O contra-ataque veio por meio de um boicote. Muitos destes profissionais estariam fazendo campanha contra as apólices com a marca da Mapfre e orientando seus clientes a comprar seguros com a bandeira do BB, que, historicamente, está habituada a tratar sua força de vendas com mais afago. O RR conversou com três grandes empresas de corretagem de seguros, que confirmaram, em off the records, o apartheid na venda dos produtos. Procurada, a Mapfre não se pronunciou. Em termos financeiros, nada muda. Pouco importa a marca da apólice. A receita com a venda dos produtos das duas holdings criadas por Banco do Brasil e Mapfre vai para o mesmo cesto e é dividida praticamente fifty to fifty – os espanhóis detêm 50,01% da sociedade apenas para caracterizar a empresa como de controle privado. No entanto, quando o assunto é o valor intangível e a reputação, o sinistro vai para a conta da Mapfre. Os corretores ainda são importantes formadores de opinião entre os clientes da área de seguros e podem envernizar ou arranhar a imagem da empresa. Não é de hoje que Marcos Eduardo Ferreira e os corretores de seguros se estranham. No fim do ano passado, o executivo teria estipulado taxas de comissionamento bastante apertadas, além de pré-requisitos fora dos padrões do mercado. Teria agido com o deliberado objetivo de desestimular os corretores a venderem os produtos mais sofisticados da Mapfre, caso, por exemplo, do seguro de vida Bien Vivir – ver RR – Negócios & Finanças edição nº 4.277

Acervo RR

Banco Regional de Brasilia

17/12/2012
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Bastou ser indicado a  presidência do Banco Regional de Brasília para Abdon Henrique ser alvejado de tudo que é lado. De líderes sindicais a executivos do próprio banco, espocam questionamentos a  sua capacidade técnica para o cargo.

Jorge Amado

17/12/2012
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Jaques Wagner está como água para chocolate. Tem feito forte pressão em Brasília contra o projeto da Embrapa e do Banco do Brasil de incentivo a  plantação de cacau no Pará. Garante que a iniciativa vai derreter os pequenos produtores baianos.

Acervo RR

ABC Brasil

17/12/2012
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O Banco ABC Brasil, leia-se o Arab Banking Corporation, está promovendo drásticas mudanças na área de crédito, a começar pela revisão dos procedimentos e critérios de avaliação. É como se tivesse deixado para reformar o telhado num dia de chuva. A medida é uma resposta, com certo atraso, ao aumento dos índices de inadimplência durante todo o ano. Procurado, o banco não se pronunciou.

Acervo RR

BTG empurra AutoBrasil para a Bolsa

14/12/2012
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O BTG Pactual e os demais acionistas da AutoBrasil, notadamente os sócios aninhados na Investparts, são dois bólidos em rota de colisão. O motivo é o IPO da companhia – ou melhor, a falta dele. Há dois meses, a empresa desistiu da abertura de capital, que estava prevista ainda para este ano. Na ocasião, o próprio BTG aprovou a decisão. No entanto, o banco quer retomar o processo de IPO já no primeiro trimestre de 2013. Aí é que mora a desarmonia. Entre os demais acionistas da AutoBrasil, a maior parte prega cautela e defende que a operação fique apenas para o segundo semestre. Consultada pelo RR, a AutoBrasil não quis se pronunciar sobre o assunto. O timing do BTG Pactual é quase que inevitavelmente diferente daquele seguido pelos demais acionistas da AutoBrasil. Idealizador da holding, que reúne 11 concessionárias especializadas na venda de veículos usados, o banco condicionou toda a operação a  abertura de capital e a  consequente redução de sua participação acionária.

Acervo RR

Ultrafarma entra no receituário do BTG

10/12/2012
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Sentado sobre um dos ativos mais cobiçados do varejo farmacêutico, Sidney de Oliveira tem sido meio empresário, meio leiloeiro. Sem pressa, desdenha dos candidatos a  compra da Ultrafarma e se recusa a bater o martelo, valendo-se da convicção de que sempre aparecerá uma oferta melhor. Que o diga o empresário cearense Francisco Deusmar de Queirós, dono da rede Pague Menos, que, entre idas e vindas, há mais de um ano mantém conversações para a compra da companhia paulista. Só que agora ele não está sozinho na boca do caixa. Sidney de Oliveira vem mantendo contatos o BTG Pactual. Dono da Brasil Pharma, holding que reúne diversas bandeiras no setor, o banco de André Esteves tem um espaço reservado em sua prateleira para a Ultrafarma. A Ultrafarma é uma ave rara do setor. Tem apenas quatro lojas físicas. Seu grande ativo é a operação de comércio eletrônico. As vendas online respondem por mais de 60% do faturamento da empresa, que deve bater na casa dos R$ 500 milhões neste ano. Procurada, a Ultrafarma negou a venda do controle. Já o BTG informou que “não comenta especulações de mercado” .

Acervo RR

Eduardo Saverin mostra sua face de investidor no Brasil

5/12/2012
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Cofundador e sócio do Facebook, o brasileiro Eduardo Saverin prepara a primeira grande investida em sua terra natal. Deverá desembarcar no país escoltado pela Andreessen Horowitz e a Benchmark Capital, dois dos mais importantes fundos de venture capital dos Estados Unidos. Saverin pretende trazer para o mercado brasileiro uma de suas mais recentes e bem-sucedidas peripécias cibernéticas: um novo sistema para pagamentos eletrônicos, já testado e retestado no México e nos Estados Unidos. Sua estratégia conjuga esta operação própria com a montagem de um colar de participações. Segundo o executivo de um banco de investimentos norte-americano que o assessora, seus alvos são publicidade online, comércio eletrônico e, claro, mídias sociais. Executivos dos dois fundos já estariam mapeando empresas no Brasil. Cabe de tudo um pouco na tela de alguns milhões de polegadas de Saverin: de desenvolvedoras de aplicativos para smartphones e tablets a sites de relacionamento, passando por portais hospedeiros de blogs e sites de comércio eletrônico. Segundo maior acionista do Facebook (5% do capital), atrás apenas do amigo de adolescência e hoje desafeto Mark Zuckerberg, Saverin encontra nos dados da própria empresa razões de sobra para investir no Brasil. O país está entre os cinco maiores mercados do site de relacionamento em todo o mundo, Somente entre fevereiro e outubro deste ano, o número de usuários saltou de 37 milhões para mais de 62 milhões. Some-se a estes números o exército de brasileiros que, a cada ano, se livram da pecha de excluídos digitais e se tem uma combinação mais do que convidativa para investimentos no setor. Saverin provavelmente enxerga o Brasil não como uma peça, mas, sim, como um tabuleiro inteiro. O país tem tudo para ser o QG de outros negócios do empresário na América Latina. Dinheiro não é problema. Experiência e inventividade, muito menos. Saverin saiu do Brasil aos 10 anos para morar em Miami. Nunca mais voltou. Aos 30, já havia escrito uma das mais célebres e míticas biografias entre os empreendedores da nova economia. Hoje, é dono de uma fortuna na casa dos US$ 3 bilhões e tem negócios espalhados na asia, nos Estados Unidos e na Europa. Mora em Cingapura, onde passa o dia com os olhos vidrados em três telas de computador. O Brasil tem piscado freneticamente em todas elas.

Acervo RR

ScotiaBank

3/12/2012
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Os executivos do ScotiaBank Brasil estão quebrando a cabeça para reencontrar o caminho do lucro. A próxima tacada será a entrada na gestão de fundos de investimento. O RR entrou em contato com o banco, mas não obteve retorno.

Acervo RR

Staples divide a Kalunga para depois colar suas metades

23/11/2012
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A Staples, uma das maiores redes de equipamentos de informática e artigos de escritório do mundo, parece ter adotado uma tática de guerrilha para avançar sobre novos territórios no Brasil. Por tática de guerrilha entenda-se atacar por dentro o ativo mais cobiçado pelo grupo no país: a paulista Kalunga. Os norte-americanos teriam não só se infiltrado na família Garcia, controladora da rede, como estariam inoculando a discórdia nas veias do clã. O enredo shakespeariano passa por um processo de cizânia entre a primeira e a segunda gerações. Diante da recusa do patriarca Damião Garcia em vender a Kalunga, a rede norte-americana buscou um atalho e estaria em conversações com os filhos do empresário, Paulo e Roberto Garcia. Teria colocado sobre a mesa um caminhão de dinheiro, capaz de provocar fissuras na mais sólida das estruturas familiares. Segundo uma fonte ligada a  rede paulista, a proposta gira em torno dos US$ 300 milhões. Procurada, a Staples informou que “tem avaliado todas as possibilidades de expansão no Brasil”. Já a Kalunga comunicou que analisa “todas as oportunidades” e, no momento certo, “a melhor decisão será tomada”. Os norte-americanos sabem bem aonde estão atirando. Tentam pegar carona nas fraquezas e nas brechas de uma família já há algum tempo dividida em relação ao futuro da Kalunga – ver RR edição nº 4.228. Aos 82 anos, Damião chega a se benzer quando lhe falam sobre a hipótese de se desfazer da empresa que fundou há quatro décadas. Já os filhos, mesmo a  revelia do pai, demonstrariam cada vez mais gana em aproveitar o interesse dos norte-americanos. Kalunga e Staples são duas paralelas, cujas histórias parecem fadadas a se cruzar, como se ambas fossem personagens de um filme de Robert Altman. A rede paulista tem mais de 70 lojas e um faturamento anual superior a R$ 1 bilhão. Mas estaria encontrando dificuldades para caminhar pelas próprias pernas, sobretudo depois que grandes redes varejistas e sites de comércio eletrônico invadiram o mercado de informática. Tanto que, nos últimos meses, a própria Kalunga tem acionado alguns bancos em busca de possibilidades de capitalização. Duas destas instituições seriam o BTG Pactual e o Crédit Agricole. Por sua vez, a Staples trilha caminhos tortuosos no Brasil. Desde que chegou ao país, com a compra do site Officenet, em 2005, tem cortado um dobrado para aprumar suas operações. Os norte- americanos sempre se ressentiram da falta de lojas físicas. Além disso, a Staples está pressionada pela recente parceria operacional fechada entre a também norte-americana Office Depot e a paulista Gimba, detentora de dois terços das vendas de material de escritório para o mercado corporativo no Brasil.

Acervo RR

BB marcha para cima do Banese

23/11/2012
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Após um período de hibernação, o Banco do Brasil despertou para a estratégia de crescimento por meio da incorporação de instituições estaduais. Não, ainda não se trata do Banestes, há tempos cobiçado pelo BB. O alvo da vez é o Banco de Sergipe (Banese), que tem quase 90% do capital nas mãos do estado. A direção do BB vem mantendo conversações com o govenador de Sergipe, o petista Marcelo Deda. Como de praxe, o que mais atiça o interesse do BB é o acesso a folha de pagamentos do funcionalismo estadual – são cerca de 40 mil servidores ativos e inativos. Procurado, o BB informou que “não comenta rumores de mercado”. Já o Banese negou a venda do controle. O Banese soma cerca de R$ 3 bilhões em ativos. Sua carteira de crédito está na casa de R$ 1,6 bilhão, metade em operações para pessoa física. O Banco do Brasil olha também para a possibilidade de ocupação geográfica do estado. O Banese tem 61 agências em Sergipe. A rede do próprio BB no estado está na casa das 50 agências.

Acervo RR

Fila de bancos

22/11/2012
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Depois dos chineses, o Brasil também deverá virar o porto seguro para grupos financeiros da andia e do Oriente Médio. Cinco bancos destas regiões estão na fila do BC, com pedidos de autorização para operar no país.

Acervo RR

CCB é o próximo chinês na banca nacional

14/11/2012
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O Industrial and Commercial Bank of China (ICBC) destravou a porteira. No vácuo do maior grupo financeiro local, outros bancos chineses abriram o trem de pouso e se preparam para aterrissar no Brasil. O próximo deve ser o também estatal China Construction Bank (CCB). A instituição já teria pedido autorização ao Banco Central para iniciar operações comerciais no país. Segundo alta fonte da autoridade monetária, o CCB alimenta planos de aquisição e já teria reservado cerca de US$ 800 milhões para a compra de ativos no Brasil. Esta é segunda tentativa do CCB de fincar sua bandeira no Brasil. No início do ano, o banco chinês teria feito uma oferta pelos ativos do WestLB no país, que acabaram nas mãos do japonês Mizuho. Na ocasião, de acordo com a mesma fonte do BC, executivos do CCB estiveram no Brasil, onde mantiveram contatos com a própria autoridade monetária e com alguns bancos de médio porte. Com valor de mercado acima de US$ 200 bilhões, a instituição é um dos mais importantes aríetes da estratégia do governo chinês de ampliar a presença global de seus principais grupos financeiros.

Acervo RR

Fabricantes de brinquedos arrumam suas peças societárias

7/11/2012
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Um felpudo banco de investimentos, acostumado a brincar de pique em algumas das maiores operações financeiras do país, está com os dados na mão. Não vai jogálos com o universo, mas, sim, com o destino da indústria brasileira de brinquedos. A instituição pretende costurar um projeto de consolidação de quatro dos maiores fabricantes do setor. Sua intenção é colocar na mesma roda Bandeirantes, Gulliver, Grow e Estrela. Como “brinde”, o banco, obviamente, quer levar uma participação no capital da nova empresa. Brincadeiras a  parte, o assunto é sério. A operação surge como um potencial antídoto a  notória e crescente fragilidade do setor. Não obstante a sua tradição e a força das marcas Estrela, Grow, Bandeirantes e Gulliver, o próprio quarteto é um exemplo bem talhado do esfarelamento da indústria nacional de brinquedos. Estas empresas faturam por ano apenas R$ 400 milhões. Este número representa pouco mais de 10% das vendas totais de brinquedos no Brasil – o que reflete a pulverização do segmento e, sobretudo, o notório crescimento da participação dos produtos importados, leia-se “Made in China”. O efeito deste processo é uma brincadeira sem qualquer graça, caracterizada pela queda do nível de emprego na indústria de brinquedos, a perda da importância relativa do setor e, na última linha, a crescente sangria de divisas. Ressalte-se que a costura em questão não é das mais fáceis. As vaidades pessoais envolvidas na operação são grandes. No próprio banco de investimentos artífice da negociação, há um consenso de que os empresários do setor preferem seguir sendo donos, sozinhos, de um soldadinho de chumbo do que dividir o controle de um exército inteiro. A Estrela é vista como a peça mais difícil de ser encaixada neste puzzle societário. Carlos Tilkian, controlador da empresa, é considerado um personagem cheio de idiossincrasias. Que o diga o próprio BNDES, por onde, naturalmente, a operação deve passar, com a perspectiva de um reforço de capital. Há cerca de um ano, a agência de fomento sentou- se a  mesa com as mesmas empresas e um projeto similar. Esbarrou, principalmente, na pontiaguda Estrela. Tilkian teria condicionado a participação da empresa na operação a uma elevada fatia societária na nova companhia. Procurados, Estrela, Gulliver e BNDES não quiseram se pronunciar. A Bandeirantes negou qualquer negociação. Já a Grow não retornou.

Acervo RR

Período de muda

7/11/2012
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Até os executivos do Banco do Brasil estão apreensivos com o período de menor exposição de seu vaidoso chefe, Aldemir Bendine. A história mostra que Bendine só costuma ficar tão distante da mídia quando está prestes ou já comprou alguma boa briga.

Acervo RR

Hibernação

5/11/2012
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Ao contrário do banco que nunca dorme, o plano do Citibank de criar um fundo para investimentos em infraestrutura no Brasil está com as pálpebras caindo, caindo, caindo… Nem a própria direção do Citi no país tem se esforçado muito para despertar o projeto. Procurado, o banco informou que “não comenta especulações de mercado”.

Acervo RR

Suzlon sopra o vento da discórdia entre Brasil e Ándia

26/10/2012
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Há um grave contencioso nas relações entre Brasil e andia. No centro da pendenga está a Suzlon, entre as cinco maiores produtoras de turbinas eólicas do mundo e uma das principais fornecedoras de equipamentos para geradoras no Brasil. O governo da andia transformou a decisão do BNDES de expurgar a empresa da lista de credenciados do Finame em assunto de Estado. Tem feito gestões junto a s autoridades brasileiras, leia-se, sobretudo, Casa Civil e Ministério do Desenvolvimento, para reverter a determinação do banco. A alegação é que a sanção vai significar um duro baque na operação da Suzlon no Brasil, com perda de competitividade, aumento dos custos e consequente repasse para os preços finais e, sobretudo, cancelamento de investimentos. Os indianos estariam insinuando que a decisão teria sido resultado de um exitoso lobby feito por alguns dos principais fabricantes do setor instalados no Brasil, como GE e Wobben Windpower. Não obstante a entrada em cena do próprio governo da andia, é pouco provável que o BNDES volte atrás, sob pena de ele próprio desmoralizar as regras do jogo. A Suzlon foi defenestrada do Finame por não cumprir o índice de nacionalização de seus serviços e produtos entre 62% e 65% – condição sine qua non para assegurar o direito a  linha especial de crédito. Parte expressiva da carteira de pedidos da Suzlon no Brasil – que soma cerca de R$ 1,3 bilhão – está vinculada ao Finame. Mas o problema, claro, não é o passado, mas o presente. Segundo uma fonte da Pasta do Desenvolvimento, os indianos fizeram chegar ao governo a informacão de que teriam perdido dois contratos já engatilhados por conta do descredenciamento do Finame. O governo brasileiro tem optado por tourear a Suzlon, na expectativa de vencer o duelo por cansaço. A empresa, no entanto, garante que, se precisar assumir ela própria parte do financiamento de seus contratos no país, terá de cortar na carne. Vai rever a estrutura de custos para compensar a perda de rentabilidade E pior: com a bola preta no Finame, os indianos já teriam sinalizado que vão rever o plano de investimentos no Brasil, orçado em US$ 1 bilhão para os próximos três anos. Com isso, estariam na corda bamba a ampliação de seus dois complexos industriais no Ceará e a intenção da companhia de entrar como sócia de parques eólicos para garantir a venda de equipamentos. Procurada pelo RR, a Suzlon informou que “ainda aguarda um posicionamento do BNDES quanto ao descredenciamento”. Garante ainda que não haverá qualquer ” alteração em seu plano de investimentos no Brasil. Já o BNDES confirmou que a empresa foi descredenciada por não atingir os índices de nacionalização. O banco comunicou ainda que a Suzlon poderá voltar ao cadastro desde que “seu processo produtivo esteja dentro das exigências”.

Acervo RR

Goldman Sachs e Barclays sobrevoam os canaviais brasileiros

23/10/2012
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As medidas adotadas pelo governo para conter o processo de desnacionalização da indústria sucroalcooleira – leia-se empréstimos do BNDES e, sobretudo, a associação da Petrobras Biocombustíveis com empresas brasileiras – têm se revelado um bagaço de cana. Como se não bastasse o sucessivo desembarque de grupos estrangeiros no setor, está em curso um segundo ciclo de invasão, desta vez capitaneado por fundos de investimento. A fila é puxada pela Goldman Sachs e pelo Barclays. Private equities administrados pelos dois bancos norteamericanos estão em busca de usinas de açúcar e álcool no Brasil. A dupla tem a companhia de um pool de fundos de alto risco, mais conhecidos no mercado de capitais como “abutres”. Como não poderia deixar de ser, as investidas dos norte-americanos estão concentradas em empresas com notórias dificuldades financeiras, presas fáceis para as aves de rapina prestes a pousar nos canaviais brasileiros. O script prevê a aquisição de parte do capital ou do controle, o saneamento destas empresas e sua posterior negociação. Um dos alvos dos fundos é o Grupo João Lyra, há anos em crise. Dono de três usinas em Alagoas e duas em Minas Gerais, o conglomerado carrega sobre os ombros uma dívida superior a R$ 1,2 bilhão. Por algum tempo, o empresário e deputado federal João Lyra contou com o luxuoso auxílio de antigos aliados políticos, a começar por Fernando Collor de Mello – o ex-presidente teria sido decisivo para garantir, por um bom tempo, um contrato de fornecimento de etanol entre o grupo alagoano e a BR Distribuidora. Mas a fonte secou e já há algum tempo Lyra busca um comprador para o negócio. Trata-se de uma operação intrincada. A venda do controle ou até mesmo de parte do Grupo João Lyra depende da anuência dos credores e, sobretudo, da Justiça. No fim de setembro, a 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Alagoas decretou a falência da empresa. Outra empresa na mira de Goldman Sachs, Barclays e cia. é a Shree Renuka do Brasil, controlada pelo grupo indiano de mesmo nome. A companhia também passa por uma entressafra financeira. Seus investimentos, notadamente a compra de duas usinas no Paraná, causaram um efeito colateral: uma dívida superior a R$ 1 bilhão. A empresa não estaria recebendo novos recursos da matriz, o que a torna um alvo em potencial para os fundos norte-americanos. Procurado, o Grupo João Lyra não retornou. Já a Shree Renuka não quis se pronunciar

Acervo RR

Boots chega ao Brasil disposta a se entupir de remédios

22/10/2012
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A fórmula de consolidação do varejo farmacêutico vai ganhar um novo e fortíssimo princípio ativo. A inglesa Boots, uma das maiores redes de drogarias do mundo, prepara seu desembarque no Brasil. Sua chegada leva a assinatura da norte-americana Walgreens, que, em junho, pagou US$ 7 bilhões por 45% da empresa, tornando-se seu maior acionista. Um grupo de executivos da Boots esteve recentemente no Brasil ciceroneado por um grande banco de investimentos dos Estados Unidos. Segundo informações filtradas junto a esta instituição financeira, a rede inglesa quer marcar sua chegada ao Brasil com a compra de uma participação ou do controle de uma grande varejista do setor. O RR apurou que há dois nomes na mira da Boots: a Brasil Pharma, holding controlada pelo BTG Pactual, e a cearense Pague Menos. Consultada, a Brasil Pharma não se pronunciou. Já a Pague Menos informou não ter qualquer contato com a Boots. O projeto farmacêutico semeado por André Esteves parece estar madurinho para a venda. Depois de uma série de aquisições, a Brasil Pharma se aproxima da marca de R$ 2 bilhões de faturamento por ano e de mil lojas, o que lhe dá a liderança do setor por número de farmácias. A Pague Menos é ainda maior do que a Brasil Pharma em termos de receita: deve faturar neste ano cerca de R$ 3 bilhões. No entanto, o Boots pode encontrar a companhia cearense em um momento de circunstancial fragilidade. Diante das condições do mercado, o empresário Deusmar Queiroz se viu obrigado a suspender o IPO do grupo, que era a grande aposta para transformar a rede em um negócio de abrangência nacional.

Acervo RR

Fundadores do Google sopram fraquinho no Brasil

18/10/2012
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A parceria entre os donos do Google, GE, Itochu e Sumitomo para investimentos em energia renovável no Brasil está por um triz. Larry Page e Sergey Brin, fundadores do site de busca, querem tirar os projetos da gaveta no início do próximo ano. Os planos envolvem a construção de um parque eólico no Nordeste e de usinas de biomassa. Por ora, no entanto, os investidores norte-americanos falam sozinhos. Segundo o executivo de um banco de investimentos que assessora o Google no Brasil, seus sócios ventam em direção oposta. GE, Itochu e Sumitomo não estão dispostas a abrir o caixa neste momento. Procurado, o Google informou que “não comenta especulações”. A GE não quis se pronunciar. Itochu e Sumitomo não retornaram. Se o negócio melar, esta será a segunda tentativa fracassada da dupla Page e Brin de investir em energia no Brasil. Há cerca três anos, a dupla conversou com investidores nacionais para entrar na produção sucroalcooleira. Ambos chegaram a vir ao Brasil para visitar terras e conversar com candidatos a sócio. Tudo se evaporou. E, o que é pior: o raio pode cair no mesmo lugar.

Acervo RR

Quem é o dono?

10/10/2012
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O Banco do Brasil e os Ermírio de Moraes estão travando uma queda de braço para ver quem é o dono de fato do Banco Votorantim. As maiores apostas são de que o BB, minoritário na instituição, evitará a venda da BV Financeira, como seria da vontade dos Ermírio de Moraes. Procurado, o Votorantim negou a operação. Já o BB não quis comentar a informação.

Acervo RR

Ultra veste o figurino de multinacional do GLP

9/10/2012
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A saga do Grupo Ultra ergueu-se sobre uma santíssima trindade – Pery Igel, Helio Beltrão e Paulo Cunha, três personagens de indiscutível importância não apenas para a empresa, mas para a própria indústria brasileira. No entanto, quem deve mesmo entrar para a história como o maior estrategista da companhia é Paulo Cunha. Responsável pela consolidação do Ultra como um dos maiores conglomerados empresariais do país, Cunha está debruçado sobre um projeto grandioso, capaz de transformar o grupo numa transnacional do mercado de gás liquefeito de petróleo. O Ultra retomou as conversações para a compra de ativos de GLP da Shell na Europa. A primeira investida se deu em 2010. Na ocasião, a proposta envolvia a aquisição de todos os negócios do grupo anglo-holandês no Velho Continente. Desta vez, no entanto, segundo informações filtradas junto ao próprio Ultra, seu interesse está concentrado na companhia francesa Butagaz, controlada da Shell. Com instalações na França, Reino Unido, Holanda, Bélgica, Polônia e nos países escandinavos, a Butagaz é considerada o suprassumo dos negócios da Shell neste segmento. A empresa engloba os ativos mais rentáveis e as unidades mais modernas, sobretudo na própria França e na Inglaterra. O RR apurou que a operação deve chegar a  casa de US$ 1 bilhão. O acordo poderá contemplar a permanência da Shell como acionista minoritária. Procurado, o Grupo Ultra não quis comentar as informações. Paulo Cunha vislumbra a operação como o ponto de partida para um projeto ainda maior. Sua ideia é fazer do Ultra um consolidador global de ativos no setor, com ramificações não apenas na Europa, mas também nos Estados Unidos e na América Latina. Cunha enxerga este movimento como algo que vai além das fronteiras do grupo. É quase um projeto de Estado, dada a estratégia de ocupação geoeconômica intrínseca ao empreendimento e o potencial de geração de divisas para o país. Por esta linha de raciocínio, nada mais natural que o BNDES viesse a se engajar nos planos do Ultra. O projeto se encaixa com a política do banco de estimular a criação de grandes grupos nacionais com capacidade de inserção no mercado global. Ressalte-se que o Ultra surfa na crise europeia. Cálculos internos mostram que, há cerca de dois anos, este mesmo pacote de ativos pendurados na Butagaz não sairia por menos de US$ 1,5 bilhão. Além do custo de oportunidade, não é de hoje que Paulo Cunha sonha em ampliar as operações internacionais do Ultra. Hoje sua atuação no exterior está restrita a  Oxiteno, que tem três fábricas no México, uma na Venezuela e outra nos Estados Unidos, além de escritórios comerciais na Argentina, Colômbia, Bélgica e China. Com a compra da Butagaz, a Ultragaz já desembarcaria na Europa com o status de uma das maiores distribuidoras de GLP em alguns dos mais importantes mercados do continente. A operação, ressalte-se, terá também desdobramento no próprio tabuleiro de forças das diferentes áreas do Ultra. Caso feche a aquisição da Butagaz, a Ultragaz se consolidará como a segunda maior fonte de receita do grupo, a  frente da própria Oxiteno e atrás apenas do negócio de distribuição de combustíveis, leia-se Ipiranga.

Acervo RR

New York loves “Bigode”

4/10/2012
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Nova York vai bombar. O presidente da PwC Brasil, Fernando Alves, está na Big Apple para o lançamento do US-Brazil Business Center, que vem a ser uma unidade de negócios para atender a empresas americanas que querem investir no Brasil. A participação de Fernando Alves, o popular “Bigode”, conforme é carinhosamente chamado pelos funcionários da PwC, é aguardada com enorme expectativa. Seus speechs são trepidantes, produtos de texto esmerado de própria autoria. Ressalte-se: sempre de própria autoria. As performances de ?Bigode? revelam seu profundo conhecimento sobre macroeconomia, antes mesmo das ciências contábeis. Apesar de tantos predicados, no entanto, “Bigode” vem sofrendo. Passa noites tendo pesadelos com Leo Wallace Simonsen Cochrane Jr., ex-presidente do Banco Noroeste, que acusa a PwC de não ter identificado um assalto nas contas da instituição. Acorda suando frio, com os bigodes arrepiados, cantantes, parecidos com os do Barão de Munchausen. Só pode ser uma fantasia no subconsciente de “Bigode”. Afinal, a PwC já ganhou em duas instâncias e, a essa altura do campeonato, uma preocupação excessiva, capaz de tirar o sono, é desmedida. O importante, como sempre, é dar todo apoio ao “Bigode”. Nova York nunca mais será a mesma.

New York loves "Bigode"

4/10/2012
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Nova York vai bombar. O presidente da PwC Brasil, Fernando Alves, está na Big Apple para o lançamento do US-Brazil Business Center, que vem a ser uma unidade de negócios para atender a empresas americanas que querem investir no Brasil. A participação de Fernando Alves, o popular “Bigode”, conforme é carinhosamente chamado pelos funcionários da PwC, é aguardada com enorme expectativa. Seus speechs são trepidantes, produtos de texto esmerado de própria autoria. Ressalte-se: sempre de própria autoria. As performances de ?Bigode? revelam seu profundo conhecimento sobre macroeconomia, antes mesmo das ciências contábeis. Apesar de tantos predicados, no entanto, “Bigode” vem sofrendo. Passa noites tendo pesadelos com Leo Wallace Simonsen Cochrane Jr., ex-presidente do Banco Noroeste, que acusa a PwC de não ter identificado um assalto nas contas da instituição. Acorda suando frio, com os bigodes arrepiados, cantantes, parecidos com os do Barão de Munchausen. Só pode ser uma fantasia no subconsciente de “Bigode”. Afinal, a PwC já ganhou em duas instâncias e, a essa altura do campeonato, uma preocupação excessiva, capaz de tirar o sono, é desmedida. O importante, como sempre, é dar todo apoio ao “Bigode”. Nova York nunca mais será a mesma.

Acervo RR

Burger King corta na carne antes de fermentar seu pão

28/09/2012
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Bernardo Hees, CEO mundial do Burger King, leva em uma das mãos o fermento e, na outra, uma faca bem afiada. Hees está colocando os últimos temperos no maior plano de expansão da rede de fast food no Brasil, que será executado a partir de 2013. O projeto prevê a duplicação do número de restaurantes nos próximos dois anos. Em contrapartida, os investimentos serão acompanhados de uma temporada de lágrimas. Segundo informações filtradas junto a  Burger King Brasil, a subsidiária não escapará do rigoroso programa de cortes implementado por Hees nos Estados Unidos e em outros países, notadamente na América Latina. A lâmina vai rasgar fundo. Até porque a própria ampliação da rede no Brasil está condicionada ao enxugamento da estrutura de custos. Para a direção do grupo, os antigos acionistas da BGK, máster franqueada da bandeira no país, incharam a empresa – e, o que é pior, sem uma rentabilidade capaz de suportar o excesso de peso. Procurado, o Burger King informou que “não comenta especulações de mercado”. Ressalte-se que a preocupação com o enxugamento de custos também está associada a uma série de medidas que vêm sendo adotadas pelo Burger King para melhorar sua percepção junto a acionistas e investidores e consequentemente alavancar seu valuation. Na visão dos acionistas controladores, o valor de mercado da empresa está subapreciado. Não por acaso, a redução de custos tornou-se uma das principais bandeiras da gestão de Hees. De acordo com o executivo de um banco de investimentos norte-americano, o presidente do Burger King tem batido quase que obsessivamente nesta tecla em eventos com analistas em Nova York. No caso do Brasil, quem sobreviver a  borrasca assistirá a um frenético processo de abertura de lojas. A meta para 2013 é inaugurar 15 restaurantes por mês. Na era pré-Jorge Paulo Lemann, a empresa levava, em média, seis meses para chegar a este número. Neste ritmo, o Burger King passará das 460 lojas no fim de 2014 – hoje são aproximadamente 240. Parte expressiva dos investimentos será aportada pela Vinci Partners, dona da BK Brasil. Esta última incorporou a antiga BGK Brasil, holding controlada pelo empresário Luiz Eduardo Batalha, responsável pela partida da operação da rede de fast food no país.

Acervo RR

Bradesco assombra os “meninos” do Itaú Unibanco

27/09/2012
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Se vivo fosse, José Carlos Moraes Abreu estaria certamente aconselhando seus “meninos”: “Eu conheço bem a concorrência e suas mumunhas. É a escola do “devagar e sempre”, portanto, a hora é de prudência. A soberba é a nossa pior conselheira”. Moraes Abreu, falecido recentemente, sucedeu Olavo Setúbal na presidência do Banco Itaú e, até o ano passado, comandava o Conselho de Administração do Itaú Unibanco. Juntamente com o patriarca Olavo Setúbal e o muitas vezes injustamente esquecido Eudoro Villela, terçou floretes na maior elegância com Amador Aguiar e Lázaro Brandão. Seus “meninos” são Roberto Setúbal e irmãos, que, junto com os Moreira Salles, representam o que há mais de esnobe no sistema bancário brasileiro. E o problema é que até as paredes do nº 100 da Praça Alfredo Egydio de Souza Aranha, sede do Itaú Unibanco, comentam entre si a indigestão tardia provocada pela fusão. Não se trata de uma situação de pânico, por assim dizer. Mas são preocupantes os custos decorrentes de um dos casamentos mais celebrados da banca nacional. Chama a atenção a cadente harmonia no comando da instituição bifronte, cujos principais executivos são, em número cada vez maior, egressos das fileiras do antigo Unibanco. Os Setúbal pagaram caro para disparar no ranking de ativos bancários e deter a primazia na gestão do gigante. Tanto em um caso quanto em outro, não se pode afirmar que tenham perdido, mas ninguém melhor do que os próprios acionistas controladores para perceber a corrosão acentuada dos seus alicerces. Os números são didáticos. Em setembro de 2008, os ativos totais do Itaú representavam R$ 396,6 bilhões. O dote do Unibanco era de R$ 179 bilhões. Os dois juntos ultrapassaram o Bradesco, a  época com R$ 422,6 bilhões, em 36%, somando R$ 574 bilhões. Foi uma goleada. E os Setúbal e os Moreira Salles, não obstante a decantada elegância, vaticinaram que a fusão significaria, senão a pá de cal do Bradesco, um tiro de morte na sua autoestima. A Cidade de Deus, sem dúvida, acusou o golpe. Mas repetiu como um mantra que reagiria por meio das suas operações no greenfield. Ninguém acreditou, muito menos os Setúbal e os Moreira Salles. De lá para cá, o que se verificou foi, das quatro uma: leniência do Itaú Unibanco, incompetência do Itaú Unibanco, eficiência do Bradesco ou todas as variáveis combinadas. Em 2009, a diferença entre os ativos das duas instituições caiu de 36% para 20%. Em 2010, recuou para 18,5%. Em 2011, o índice foi de 11%. Em junho de 2012, o gap atingiu 6,9%. Nessa velocidade, o placar vira antes da Copa do Mundo de 2014. O Itaú tem reclamado que esse encurtamento da diferença se deve ao intensivo uso, pelo Bradesco, das debêntures como forma de crédito. Em parte, o argumento procede, mas, no todo, não é verdadeiro. O Itaú também carrega uma expressiva carteira desses títulos, inclusive maior do que a do concorrente. Os Setúbal e os Moreira Salles têm procurado responder por meio do que sabem fazer de melhor: buscar aumentos de eficiência e rentabilidade, sobretudo por intermédio de cortes de pessoal. Faz parte do jogo e o mercado adora. Mas a partida de fundo pela liderança do ranking por ativos é a que, no momento, parece ferir mais os brios da realeza bancária. Se Moraes de Abreu pudesse intervir, repetiria várias vezes: “Cuidado com a soberba”.

Bradesco assombra os "meninos" do Itaú Unibanco

27/09/2012
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Se vivo fosse, José Carlos Moraes Abreu estaria certamente aconselhando seus “meninos”: “Eu conheço bem a concorrência e suas mumunhas. É a escola do “devagar e sempre”, portanto, a hora é de prudência. A soberba é a nossa pior conselheira”. Moraes Abreu, falecido recentemente, sucedeu Olavo Setúbal na presidência do Banco Itaú e, até o ano passado, comandava o Conselho de Administração do Itaú Unibanco. Juntamente com o patriarca Olavo Setúbal e o muitas vezes injustamente esquecido Eudoro Villela, terçou floretes na maior elegância com Amador Aguiar e Lázaro Brandão. Seus “meninos” são Roberto Setúbal e irmãos, que, junto com os Moreira Salles, representam o que há mais de esnobe no sistema bancário brasileiro. E o problema é que até as paredes do nº 100 da Praça Alfredo Egydio de Souza Aranha, sede do Itaú Unibanco, comentam entre si a indigestão tardia provocada pela fusão. Não se trata de uma situação de pânico, por assim dizer. Mas são preocupantes os custos decorrentes de um dos casamentos mais celebrados da banca nacional. Chama a atenção a cadente harmonia no comando da instituição bifronte, cujos principais executivos são, em número cada vez maior, egressos das fileiras do antigo Unibanco. Os Setúbal pagaram caro para disparar no ranking de ativos bancários e deter a primazia na gestão do gigante. Tanto em um caso quanto em outro, não se pode afirmar que tenham perdido, mas ninguém melhor do que os próprios acionistas controladores para perceber a corrosão acentuada dos seus alicerces. Os números são didáticos. Em setembro de 2008, os ativos totais do Itaú representavam R$ 396,6 bilhões. O dote do Unibanco era de R$ 179 bilhões. Os dois juntos ultrapassaram o Bradesco, a  época com R$ 422,6 bilhões, em 36%, somando R$ 574 bilhões. Foi uma goleada. E os Setúbal e os Moreira Salles, não obstante a decantada elegância, vaticinaram que a fusão significaria, senão a pá de cal do Bradesco, um tiro de morte na sua autoestima. A Cidade de Deus, sem dúvida, acusou o golpe. Mas repetiu como um mantra que reagiria por meio das suas operações no greenfield. Ninguém acreditou, muito menos os Setúbal e os Moreira Salles. De lá para cá, o que se verificou foi, das quatro uma: leniência do Itaú Unibanco, incompetência do Itaú Unibanco, eficiência do Bradesco ou todas as variáveis combinadas. Em 2009, a diferença entre os ativos das duas instituições caiu de 36% para 20%. Em 2010, recuou para 18,5%. Em 2011, o índice foi de 11%. Em junho de 2012, o gap atingiu 6,9%. Nessa velocidade, o placar vira antes da Copa do Mundo de 2014. O Itaú tem reclamado que esse encurtamento da diferença se deve ao intensivo uso, pelo Bradesco, das debêntures como forma de crédito. Em parte, o argumento procede, mas, no todo, não é verdadeiro. O Itaú também carrega uma expressiva carteira desses títulos, inclusive maior do que a do concorrente. Os Setúbal e os Moreira Salles têm procurado responder por meio do que sabem fazer de melhor: buscar aumentos de eficiência e rentabilidade, sobretudo por intermédio de cortes de pessoal. Faz parte do jogo e o mercado adora. Mas a partida de fundo pela liderança do ranking por ativos é a que, no momento, parece ferir mais os brios da realeza bancária. Se Moraes de Abreu pudesse intervir, repetiria várias vezes: “Cuidado com a soberba”.

Acervo RR

Iberdrola mexe nos fios societários da NeoEnergia

26/09/2012
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A Iberdrola acredita estar perto de um royal straight flush na NeoEnergia. Os espanhóis garantem ter a  mão uma carta capaz de encerrar o pôquer societário da empresa de energia elétrica. O curinga em questão atende pelo nome de State Grid. A Iberdrola costura a entrada da companhia chinesa no capital da NeoEnergia. Até agora, o que se viu nesse jogo foram apenas blefes. Mas uma alta fonte do Ministério de Minas e Energia assegura que os ibéricos promoveram recentemente contatos entre executivos do grupo chinês e Edison Lobão para tratar do assunto. Procurados, NeoEnergia, State Grid e o Ministério de Minas e Energia não se pronunciaram. Nessa história, tudo é oblíquo, pontiagudo, cheio de arestas. Para começar, os espanhóis querem vender o que não é seu. A Iberdrola vem tentando convencer a Previ e o Banco do Brasil a negociar sua participação para os chineses – a dupla detém 49% do capital ordinário. Trata-se de uma negociação difícil, sobretudo em função do histórico de atritos e antipatia mútua entre a fundação e os ibéricos. Um detalhe, no entanto, pode jogar a favor: segundo a fonte ouvida pelo RR, o governo defende que a Previ concentre seus investimentos em energia na CPFL, cavalgando o crescimento da empresa ao lado do BNDES. Outro óbice a ser superado diz respeito a  própria State Grid. A NeoEnergia parece ter escolhido a dedo o personagem de mais alta voltagem para subir neste palco. Há alguns meses, quando se aventou a possibilidade de o grupo chinês comprar as ações da própria Iberdrola na NeoEnergia, o governo se movimentou para barrar a operação. Mas o tempo passou. De lá para cá, a State Grid investiu quase US$ 2 bilhões em transmissão no Brasil. Deve aportar mais US$ 1 bilhão caso feche a compra de um pacote de ativos da Abengoa no país – ver RR – Negócios & Finanças edição nº 4.456. Ou seja: a  exceção de estatais como Eletrobras e Cemig, os chineses estão hoje entre os principais investidores em transmissão de energia elétrica no Brasil. A aposta da Iberdrola e da própria State Grid é que o governo pode até torcer o nariz para a acelerada expansão dos chineses no setor, mas daí a desperdiçar esse caminhão de dinheiro é outro departamento. Ainda mais no momento em que caçar recursos para o setor de infraestrutura praticamente virou o primeiro artigo da Constituição. Esta pode ser uma saída para a Iberdrola costurar todas as pontas neste carretel de arame farpado, e, enfim, consumar a reestruturação societária da NeoEnergia e seu divórcio da Previ e do Banco do Brasil. O desembarque da State Grid ampliaria consideravelmente o potencial de investimentos da empresa – justo em um momento em que a Iberdrola está espremida pela crise em seu país natal. Nos contatos mantidos recentemente com o ministro Edison Lobão, os chineses sinalizaram a disposição de transformar a NeoEnergia em ponta de lança para a formação de um grande conglomerado de negócios nas áreas de geração e transmissão, incluindo a compra de outras empresas. Desde que desembarcou no Brasil, os chineses sempre idealizaram a formação de uma operação verticalizada no país.

Acervo RR

Refresco

26/09/2012
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No Banco do Brasil, discute-se a possibilidade de renegociação de dívidas agrícolas, notadamente de pequenos e médios produtores. Não seria a primeira vez. E, provavelmente, não será a última. Consultado, o BB não se pronunciou.

Acervo RR

Espelho meu…

25/09/2012
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Se alguém quer ver o presidente do BB, Aldemir Bendine, espumar de raiva, basta repetir o elogio que teria sido feito por Dilma Rousseff em recente encontro com o nº 1 da Caixa Econômica, Jorge Hereda: “Falta alguém como você no Banco do Brasil”.

Acervo RR

Governo põe um pacote na garupa dos fabricantes de motos

19/09/2012
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A indústria de motocicletas também vai ter um pacote de bondades para chamar de seu. O governo prepara medidas para estimular o aumento da produção, a retomadas das vendas de veículos e, sobretudo, estancar a hemorragia de postos de trabalho no setor. Na semana passada, autoridades e representantes do setor se reuniram em Brasília para tratar de um plano de ações. Foi justamente a longa temporada de demissões entre as fabricantes de motos que acendeu a luz vermelha no painel da equipe econômica. A situação é considerada crítica. No período de apenas um ano, mais de 40% dos empregados do setor foram dispensados ou entraram em férias coletivas. Grandes empresas, como Suzuki e Yamaha, segunda no ranking nacional, não conseguiram escapar de significativos ajustes em seu quadro de pessoal. Duas medidas encabeçam as ações do governo na tentativa de tracionar a indústria de motocicletas. Na roda dianteira, desoneração tributária, mais especificamente redução do PIS/Confins; na roda traseira, aumento de crédito. Neste caso, os próprios bancos federais se integrarão a  tour de force. Banco do Brasil e Caixa Econômica vão aumentar o volume de recursos e reduzir os juros para a compra de motos. Nas conversas com executivos do setor, membros da equipe econômica se convenceram de que a escassez de crédito é um fator tão ou mais grave do que o custo tributário no atual cenário da indústria motociclística. No início do ano, de cada dez pedidos de empréstimo para a compra de uma moto, seis eram aprovados. Os bancos, no entanto, deram um cavalo de pau e praticamente se esconderam atrás de uma nuvem de fumaça. Hoje, a média de autorização de financiamento não chega aos 20%. Para se ter uma ideia, o Banco Honda, que há um ano era apenas o quinto maior financiador de motos no país, assumiu o primeiro lugar do ranking. Os japoneses podem até ter elevado a oferta de crédito, como, de fato, fizeram. Mas, na verdade, foram os grandes bancos deste segmento que deram marcha a ré. É o caso, por exemplo, do Votorantim e do PanAmericano, que reduziram em muitas cilindradas o volume de empréstimos neste segmento.

Acervo RR

WestLB

18/09/2012
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O japonês Mizuho Corporate Bank, que comprou a filial brasileira do WestLB, vai dar uma chacoalhada nas operações do banco. A primeira decisão é ampliar o financiamento para projetos industriais. Segundo um executivo próximo a  instituição, a meta é disponibilizar cerca de US$ 300 milhões em crédito nos próximos 12 meses. Consultado, o WestLB não quis comentar o assunto.

Losango

18/09/2012
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O HSBC acha pouco o encolhimento da sua operação bancária no Brasil. No alto-comando do banco, voltou a se falar abertamente na venda da Losango. Procurado pelo RR, o banco negou a intenção de vender a financeira.

Acervo RR

UBS Brasil é um relógio em descompasso com a matriz

14/09/2012
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O CEO do UBS no Brasil, Lywal Salles, está no meio de uma intrincada negociação com a matriz. Sua missão é acertar os ponteiros da subsidiária com o rigoroso relógio dos suíços, que parece correr mais devagar. O executivo vem tentando obter sinal verde para tirar do papel uma série de medidas que seriam implementadas no início do ano e foram adiadas pelo grupo. O que está em jogo é a expansão do banco no país, o que inclui tanto o aumento das áreas de atuação quanto a ampliação da própria estrutura física e do quadro de funcionários. O principal projeto sobre a mesa é a entrada no segmento de private equities, com a consequente criação de uma unidade específica para a gestão dos fundos. Ao mesmo tempo, Salles negocia com a matriz um aumento de capital que, entre outras consequências, permitiria ao UBS aumentar a oferta de crédito para grandes clientes corporativos. Para dar suporte a estas operações, o executivo também costura com o board a contratação de aproximadamente cem funcionários. A olho nu, pode parecer nada. No entanto, este número representa quase dois terços do atual quadro do banco no Brasil. Em tempo: a baixa densidade demográfica nos escritórios do UBS, na Faria Lima, em São Paulo, reflete o adiamento dos planos de expansão no país. No início do ano, dezenas de novos computadores foram instaladas no local. Até hoje esperam por seus usuários. Segundo informações filtradas junto ao UBS no Brasil, Lywal Salles está convicto de que dobra a resistência da matriz. Isso mesmo com a persistência de alguns fatores que contribuíram para a pisada no freio. O principal deles é a demora do Banco Central em conceder autorização para o grupo voltar a atuar como banco no país. Os suíços aguardam pela licença desde 2010, antes mesmo da compra da Link. Aliás, a rigor, nem a própria aquisição da corretora foi aprovada pelo BC, o que só ajudou a alimentar a cautela do grupo. Em seu trabalho de persuasão, Salles também acredita que convencerá a matriz a passar por cima da estiagem de IPOs, um dos principais negócios do UBS no Brasil, e até mesmo de recentes tropeços na área de M&A. O banco disputou e perdeu o posto de adviser de importantes operações fechadas no país nos últimos meses, como a compra da Comgás pela Cosan e a entrada do próprio grupo sucroalcooleiro na ALL. Procurado pelo RR, o banco informou que “não comenta especulações de mercado”.

Acervo RR

Anglogold Ashanti e Shandong são pingentes do mesmo colar

12/09/2012
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Dois dos maiores produtores de ouro do mundo estão montando uma operação de alto quilate no Brasil. A sul-africana Anglogold Ashanti e a chinesa Shandong Gold Group vêm mantendo conversações para criar uma joint venture voltada a  exploração do metal no país. O acordo, se consumado, representará a entrada dos asiáticos no mercado brasileiro. De acordo com o executivo de um banco de investimentos norte-americano que assessora a Anglogold Ashanti, a empresa vai ficar com o controle do negócio, muito provavelmente com 51% do capital. Os sul-africanos já estão presentes no Brasil. Têm minas no Mato Grosso e na Região Norte. Procurada pelo RR, a Anglo- Gold não se pronunciou. Para não dizer que só se falou em flores, ou em ouro, nem tudo reluz nas operações da Anglogold no Brasil. A parceria com os chineses seria condição sine qua nom para a empresa manter seus investimentos no país. Os sul-africanos têm enfrentado alguns percalços em outras operações internacionais e há algum tempo procuram um sócio bom de ourivesaria financeira. A cifra sobre a mesa gira em torno dos US$ 300 milhões. Este é o valor total dos projetos já alinhavados pela Anglogold no país, que serão herdados pela joint venture. Sem contar com a compra de novas concessões, a empresa tem planos de duplicar a produção em suas minas até 2020, chegando a 28 mil toneladas/ano. A Anglogold Ashanti vai pendurar na joint venture com a Shandong Gold todos os seus ativos no Brasil, a  exceção da participação de 50% na Mineração Serra Grande, em Goiás, sociedade com a canadense Kinross. Segundo a fonte do RR, a operação deverá contar com um terceiro personagem. Trata-se da Chow Tai Fook, que reúne sob o mesmo guarda-chuva uma das principais tradings de ouro da asia e uma das maiores redes de joalherias da China. Parceiro internacional da Shandong, o grupo negocia um acordo que lhe garanta exclusividade na compra de boa parte da produção da nova empresa no Brasil. A Chow Tai Fook aceita, inclusive, financiar uma fatia expressiva dos investimentos da futura joint venture. Esta é uma estratégia que tem sido adotada pela empresa em diversos países para assegurar o fornecimento de ouro e dar suporte ao aumento de sua rede de lojas na China e em outras regiões da asia.

Conta-gotas

10/09/2012
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Sinal dos tempos: o Banco ABC Brasil praticamente fechou as comportas para a concessão de crédito. Os novos empréstimos estariam restritos a condições excepcionais, como pedidos de grandes clientes internacionais de seu controlador, o Arab Banking Corporation. O RR entrou em contato com o ABC Brasil, mas não obteve retorno.

Acervo RR

State Grid puxa mais linhas para o seu carretel

6/09/2012
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A declarada resistência do governo a  expansão da State Grid no Brasil – vide as manobras para evitar a venda da NeoEnergia ao grupo – parece não passar de uma caspa sobre os ombros dos chineses. Sem se intimidar com a ambiência política desfavorável, a companhia prepara uma nova investida no país. Negocia a compra de 25,5% da Norte Brasil Transmissora de Energia, pertencente a  Abengoa. O consórcio é responsável por um dos maiores projetos em curso no segmento: a construção das linhas de transmissão entre as hidrelétricas do Rio Madeira e São Paulo, com extensão de 2,3 mil quilômetros. O empreendimento está orçado em R$ 2 bilhões. A operação é mais uma amostra do poder de fogo dos chineses. A State Grid ofereceu cash R$ 600 milhões por pouco mais de um quarto do capital da Norte Brasil. Quer também assegurar a opção de compra de mais 25% no prazo de dois anos, o que lhe daria o controle do consórcio. O grupo asiático já sinalizou também a disposição de bancar metade do valor necessário para a construção das linhas de transmissão. Assegura ter no coldre o financiamento de um pool de bancos chineses. Procurada pelo RR, a Abengoa não retornou. Já a State Grid não quis comentar o assunto. Esta não é primeira vez que a State Grid vai a  fonte da Abengoa para saciar sua sede de aquisições no Brasil. Em 2010, os chineses pagaram cerca de R$ 3 bilhões por sete concessões da Plena Transmissoras, controlada pelo grupo espanhol em sociedade com as conterrâneas Elecnor, Isolux e Cobra. Desta vez, a conjuntura favorece ainda mais os asiáticos. A Abengoa tem sido obrigada a vender ativos internacionais para cobrir perdas decorrentes da crise econômica espanhola. No caso da Norte Brasil, não está se falando de uma empresa qualquer. Trata-se da maior operação do grupo no país em que ele mais apostou suas fichas. É uma decisão sofrida, mas os ibéricos não têm muita margem de manobra. A State Grid joga justamente com a encruzilhada econômica da Espanha e seu impacto sobre a Abengoa para garantir a compra futura do controle da Norte Brasil. Com a aquisição, os chineses ampliariam ainda mais seu poder no segmento e passariam a operar mais de nove mil quilômetros de linhas transmissoras. Com esta marca, superariam a Cemig, que tem em seu novelo cerca de 7,5 mil quilômetros. E não vai parar por aí. Além dos recursos reservados para a negociação com a Abengoa, a State Grid promete investir mais US$ 1 bilhão no país nos próximos três anos. Esse valor inclui a construção das linhas já sob sua concessão e a compra de novos ativos

Acervo RR

Western Union

5/09/2012
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O norte-americano Western Union, que desembarcou no Brasil em 2011, elegeu como prioridade a compra de uma corretora de valores. Segundo uma fonte ligada ao banco, nos últimos dois meses, seus executivos visitaram quatro instituições no país.

Grande muralha

3/09/2012
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Mais uma montadora asiática deverá estacionar no Brasil. A chinesa Great Wall pretende instalar uma fábrica no país. O banco do carona está reservado para um investidor local.

Acervo RR

Traub Associates reserva um cabide para a Osklen

3/09/2012
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Insistência é a grife do norte-americano Marvin Traub, um dos maiores investidores do ramo da moda nos Estados Unidos. Após uma frustrada tentativa de negociação no ano passado, Traub voltou a  carga para comprar a Osklen. Sua holding, a Marvin Traub Associates, teria apresentado uma oferta por 70% da empresa. O atual controlador, Oskar Metsavaht, permaneceria com o restante do capital. Segundo executivo de um banco de investimentos que assessora o grupo norte-americano, o estilista brasileiro só poderia vender suas ações e sair da Osklen dentro de dez anos. Para os norte-americanos, trata-se da garantia de que eles terão a seu lado, por um tempo razoável, um conselheiro com notório conhecimento do mercado brasileiro. Procurada, a Osklen negou estar em conversações com Traub, mas confirmou ter mantido negociações com o empresário há pouco mais de um ano. A eventual compra da Osklen é apenas o primeiro ponto no croqui desenhado por Marvin Traub para o Brasil. O investidor tem planos de pendurar uma série de marcas no seu closet, sobretudo grifes com potencial de entrada ou expansão em outros países. É o caso da própria Osklen. Traub já sinalizou o interesse em investir na abertura de novas lojas da empresa nos Estados Unidos, onde existem dois pontos de venda, em Nova York e Miami. O mesmo valeria para a Europa. A atuação da grife no Velho Continente está restrita a  Itália – uma loja em Roma e outra em Milão.

Acervo RR

Rabobank

27/08/2012
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O Rabobank reduziu as operações de crédito no Brasil. O aumento da inadimplência deixou os holandeses com os dois pés atrás. Consultado, o banco nada disse.

Acervo RR

BB Mobile

24/08/2012
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Além dos Correios, mais uma estatal pretende vestir o figurino de empresa de telefonia. O Banco do Brasil estuda usar sua vasta capilaridade para vender celulares como operadora virtual. De acordo com o modelo autorizado pela Anatel, o BB poderá alugar a rede de terceiros e comercializar produtos com sua marca. Procurado, o banco não quis se manifestar.

Acervo RR

BNDES injeta mais insulina financeira na Biomm

22/08/2012
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Após a criação de dois grandes laboratórios nacionais, o BioBrasil e o BioNovis, mais um projeto na área farmacêutica está sendo desenvolvido nos tubos de ensaio do BNDES. O objetivo é transformar o país em um importante produtor de insulina e reduzir a dependência quase que total em relação a s importações. A ponta de lança da operação é a Biomm, empresa de biotecnologia criada por executivos egressos da Biobras – vendida para a dinamarquesa Novo Nordisk em 2002. Dona de 15% da empresa, por meio da BNDESPar, a agência de fomento vai financiar a construção da primeira fábrica da Biomm, em Minas Gerais. O investimento deve ficar em torno dos US$ 200 milhões. A dosagem de recursos não deve parar por aí. O BNDES e os demais acionistas – entre os quais está o ex-ministro do Turismo Walfrido dos Mares Guia – discutem a instalação de um segundo complexo fabril e de mais um centro de pesquisa e desenvolvimento. O laboratório tem uma unidade de P&D em Montes Claros (MG). De acordo com informações filtradas junto a  Biomm, as conversas envolveriam também uma reestruturação societária. Os novos investimentos devem passar por um novo aporte de capital vinculado ao aumento da participação do banco. Procurados pelo RR, a Biomm e o BNDES não se pronunciaram. O próprio governo é um dos principais interessados no projeto. O Ministério da Saúde é o maior comprador de insulina no país. Praticamente toda o medicamento consumido no mercado brasileiro vem do exterior, notadamente da Dinamarca, da Alemanha e dos Estados Unidos. É assim desde que a própria Novo Nordisk decidiu suspender a produção da Biobras e passou a atender o país a partir de suas fábricas na Europa. Em linha com a sua estratégia de escolher um cavalo vencedor, o BNDES decidiu apostar suas fichas na Biomm. Optou por um puro sangue do setor. A empresa já nasceu com um importante trunfo. Seus acionistas, ao deixar a Biobras, herdaram patentes para a produção de insulina. Mercado é o que não falta. Nos últimos anos, o consumo do medicamento no país tem crescido, em média, 15%

Acervo RR

Shree Renuka busca um adoçante para seus negócios no Brasil

21/08/2012
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A indiana Shree Renuka chegou ao Brasil prometendo uma hiperglicemia de investimentos. Logo na partida, pagou R$ 1 bilhão por duas usinas de álcool e açúcar da Equipav. Dois anos depois, o grupo vive um período de incertezas no país. Acumula uma dívida que já teria superado a marca de R$ 1 bilhão. Segundo informações filtradas junto a  empresa, a matriz teria reduzido investimentos, adiado projetos de expansão e praticamente terceirizado para a direção da subsidiária a missão de resolver seus percalços financeiros. No momento, a Shree Renuka do Brasil estaria a s voltas com uma dura negociação com um pool de bancos credores. A empresa teria solicitado um financiamento de R$ 100 milhões. As instituições financeiras estariam condicionando o crédito a um aumento de capital da subsidiária da ordem de US$ 100 milhões. De acordo com fontes próximas a  companhia, na Shree Renuka já se discute até a possibilidade de venda das duas usinas e a consequente saída do país. O RR entrou em contato com a Shree Renuka do Brasil, mas a empresa não quis se pronunciar a respeito das informações. Quando foram compradas pela Shree Renuka, as usinas Equipav e Biopav, rebatizada de Revati, processavam cerca de nove milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra. Na última colheita, a produção não teria passado de seis milhões de toneladas. Em 2010, a decisão dos indianos de pagar R$ 1 bilhão pelas duas usinas causou certa surpresa no mercado. Segundo dois empresários do setor ouvidos pelo RR, o valor foi razoavelmente elevado vis-a -vis o padrão das usinas. Os indianos têm sentido o problema no bolso. Os custos de manutenção são altos e as duas plantas exigem investimentos em modernização. Os gastos com logística para levar a matéria-prima ao local de produção também estariam acima da média do mercado. Além disso, na avaliação das mesmas fontes, a Shree Renuka cometeu um equívoco estratégico. Não comprou plantações de cana, o que a deixou na mão de produtores independentes

Acervo RR

Bote calculado

3/08/2012
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O próprio Aldemir Bendine, presidente do Banco do Brasil, não tem pressa para fechar a compra do Banestes. Acha que, se esperar até o fim do ano, o negócio sairá bem mais em conta para o BB.

Acervo RR

Shinhan Financial Group

31/07/2012
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O Shinhan Financial Group, um dos maiores bancos da Coreia do Sul, com aproximadamente US$ 300 bilhões em ativos, prepara seu desembarque no Brasil.

Toys"R"US

30/07/2012
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O executivo de um grande banco de investimentos que participou da venda da RiHappy e da PBKids garantiu ao RR que o Carlyle não vai brincar sozinho nas duas empresas. O private equity estaria esquentando o lugar para o desembarque no Brasil da Toys”R”Us, uma das maiores lojas de brinquedos do mundo. Procurado, o Carlyle informou que “não comenta rumores de mercado”.

Acervo RR

Toys”R”US

30/07/2012
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O executivo de um grande banco de investimentos que participou da venda da RiHappy e da PBKids garantiu ao RR que o Carlyle não vai brincar sozinho nas duas empresas. O private equity estaria esquentando o lugar para o desembarque no Brasil da Toys”R”Us, uma das maiores lojas de brinquedos do mundo. Procurado, o Carlyle informou que “não comenta rumores de mercado”.

Infraestrutura

25/07/2012
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O ING Bank prepara uma investida que soará como música aos ouvidos de Dilma Rousseff. Os holandeses vão entrar firme no financiamento de projetos de infraestrutura no Brasil. O banco teria reservado cerca de US$ 3 bilhões para o país. Consultado, o ING não se pronunciou até o fechamento da edição.

Acervo RR

IFC

20/07/2012
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O IFC, leia-se Banco Mundial, está com um pé na Companhia de aguas do Brasil (CAB), do Grupo Galvão. A entrada no capital se dará por meio de um empréstimo de R$ 120 milhões. Consultada pelo RR, a CAB não se manifestou até o encerramento da edição.

Acervo RR

BB faz pescaria no mercado de seguros

10/07/2012
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Se um Banco do Brasil incomoda muita gente, um Banco do Brasil seguradora incomoda muito mais. Guardadas as devidas proporções, o BB prepara uma operação-arrastão no mercado de seguros similar a  que fez com a incorporação em série de bancos estaduais. O objetivo da instituição é jogar a rede ao mar e comprar participações em seguradoras de médio porte, que, isoladas, pouco pesam na balança, mas, uma vez reunidas, poderão fazer diferença e alavancar a posição do banco neste mercado. A instituição já tem alguns alvos em seu radar. Segundo informações filtradas junto ao próprio BB, dois nomes têm sido repetidos com mais recorrência dentro do banco: Alfa Seguradora e Excelsior. O RR apurou que o BB já teria mantido contatos preliminares com a Alfa. Seu objetivo é comprar 49% da seguradora de Aloysio Faria. Este modelo de participação minoritária, aliás, deverá ser replicado nas demais aquisições para evitar que as empresas sofram com as amarras intrínsecas a estatais. A Alfa exemplifica o perfil de companhia que o Banco do Brasil pretende fisgar. No entendimento da estatal, trata-se de uma seguradora com potencial de crescimento, mas sem musculatura suficiente para competir, sozinha, com o andar de cima do setor. Com foco em produtos para pessoa física, notadamente nos ramos residencial e autos, a Alfa fechou 2011 com cerca de R$ 270 milhões em prêmios, alta de apenas 8% em relação ao ano anterior, e patrimônio líquido em torno de R$ 90 milhões. Para efeito de comparação, o patrimônio de apenas uma das seguradoras do Grupo BB, a Aliança do Brasil, é superior a R$ 1 bilhão. A pernambucana Excelsior, por sua vez, tem um cardápio de negócios bem mais sortido do que o da Alfa. Uma parte razoável de sua carteira está ancorada no ramo vida. No entanto, a empresa oferece seguros garantia, aeronáutica, habitacional, responsabilidade civil, entre outros. Controlada pelo empresário Luciano Bivar, ela registrou cerca de R$ 130 milhões em prêmios ganhos em 2011. Seu patrimônio líquido está na casa dos R$ 40 milhões. O que mais atrai o Banco do Brasil é o fator geoeconômico. Com a compra da Excelsior, o banco ampliaria sua operação no Nordeste, região considerada estratégica pelas expressivas taxas de crescimento nas vendas de seguros nos últimos anos. Procurado pelo RR, o BB comunicou que “não comenta boatos de mercado”. A Alfa, por sua vez, informou “desconhecer o assunto em questão”. A Excelsior negou qualquer negociação com o BB. Além de pedalar seu crescimento no setor, o Banco do Brasil está disposto a aproveitar a eventual temporada de aquisições como fator motivador de uma organização de seus ativos na área de seguros. Hoje, sua operação neste mercado é composta por uma ampla teia de subsidiárias específicas para cada segmento. A reestruturação destas empresas é uma missão complexa, até pelas diferenças na composição societária – embora, hoje, ao contrário do que ocorria no passado, o BB tenha basicamente um só parceiro: a espanhola Mapfre. Uma das ideias seria pendurar todas as empresas embaixo da Aliança do Brasil. A direção do banco entende que a reestruturação permitiria um melhor aproveitamento das sinergias entre as seguradoras do grupo. Em tempo: antes que alguém faça alguma ilação precipitada, ressalte- se que as seguradoras cobiçadas pelo BB vão muito bem, obrigado.

Mil e uma noites

10/07/2012
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Ahmad Mohamed Ali Al-Madani, presidente do Banco Islâmico de Desenvolvimento, virá ao Brasil até setembro anunciar a criação de uma linha de US$ 2 bilhões para financiar projetos de empresas árabes no país.

Acervo RR

Curto prazo

9/07/2012
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Carolina Lacerda, que assumiu o comando do banco de investimentos do UBS no Brasil em abril, já estaria balançando no cargo. O motivo seriam atritos com o nº 1 da área na América Latina, Gerard Cremoux. Procurado pelo RR, o banco informou que “não comenta rumores de mercado”.

Acervo RR

Sem estilo

3/07/2012
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Aldemir Bendine prepara uma chacoalhada na bandeira Estilo, braço do Banco do Brasil voltado a clientes de alta renda. Segundo informações filtradas junto a  própria instituição, as medidas incluem mudanças na gestão e revisão do portfólio de produtos. Procurado pelo RR, o BB negou a reestruturação.

Acervo RR

Japan Eximbank

2/07/2012
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O Japan Eximbank está criando uma linha de financiamento verde para o Brasil. O banco de fomento deverá disponibilizar recursos na faixa de US$ 5 bilhões, com vinculação dos empréstimos ao cumprimento de metas socioambientais.

Acervo RR

OGX é vítima das “piranhas” do mercado

29/06/2012
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A Comissão de Valores Mobiliários está de olho no frenético movimento de compra e venda das ações da OGX nos últimos dois dias. Na quartafeira, o papel caiu 25,33%. No pregão de ontem, em determinado momento, alguns bem instrumentados predadores entraram no mercado, elevando a cotação do papel. O suspiro dos preços foi direto para o bolso das rapinas. Logo depois, as cotações despencaram. Essa jogatina teria sido protagonizada por alguns dos bancos sobreviventes do fatídico 15 de setembro de 2008 – o mercado aposta suas fichas que um deles é o Morgan Stanley – e por uma grande instituição financeira brasileira, todos produtores de relatórios bastante negativos para a empresa. A operação “denigre, compra e vende”, alternando movimentos e anabolizada por um tiroteio de boatos, é comum nas bolsas. Mas, em se tratando da petrolífera de Eike Batista, tudo se torna superlativo. Há mais do que indícios de que a OGX é alvo de um ataque especulativo, ou seja, uma ação em bloco de players que usaram as mesmas ferramentas on time. A mudança nas estimativas de produção, sem dúvida, colaborou para a ação predadora. Mas, isoladamente, não seria o rastilho para um estouro tão agressivo. A OGX foi vítima de uma circunstância de múltiplos fatores. A aversão ao risco, decorrente da crise financeira internacional, teria colaborado com algumas gotas de veneno no caldeirão bruxuleante das bolsas. Não obstante a fuga de recursos para títulos do governo norte-americano, os negócios da holding EBX têm dado provas de sobra de solidez mesmo em ambiente de incerteza econômica, sendo um porto seguro para fundos soberanos, notadamente asiáticos. A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, acrescentou alguns galões de confusão inflamável ao episódio. Graça simplesmente desqualificou todo o planejamento da estatal e jogou abaixo do nível do mar as projeções de produção de óleo. A manobra é inteligente, porém manjada. Como colocou a base dos resultados bem baixa, muito provavelmente irá superar permanentemente suas estimativas, debitando na conta de José Sérgio Gabrielli os supostos “erros” do passado, e, na sua, os louros do presente. A operação de Maria das Graças contaminou em algum quantum a OGX. De qualquer forma, sem a virótica intervenção dos “piranhas” – como são denominados, pela professora Maria da Conceição Tavares, os bancos com maiores mandíbulas – dificilmente as ações da OGX passeariam de montanha-russa. Os predadores se esquecem dos fundamentos dos projetos em nome da lucratividade imediata. Não existe empreendimento sólido para os “piranhas”. A OGX tem sido vítima dessa anomalia, tratada como normalidade em um ambiente de negócios intrinsicamente enfermo. A memória geral é curta. O projeto de exploração da empresa já foi testado de todas as formas possíveis. Foi construído desde a concessão da licença das áreas de petróleo ao início das operações em um prazo de quatro anos, recorde no mundo. A qualidade dos poços foi auditada pelas mais respeitadas consultorias do setor. E o empresário que avaliza o empreendimento dispensa comentários. Eike aniquilou o estigma de que riqueza era um atestado de má conduta e mudou a cara do capitalismo brasileiro, resgatando os grandes investimentos privados em economia física. O pregão de hoje promete novas emoções. Com a palavra, a CVM.

OGX é vítima das "piranhas" do mercado

29/06/2012
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A Comissão de Valores Mobiliários está de olho no frenético movimento de compra e venda das ações da OGX nos últimos dois dias. Na quartafeira, o papel caiu 25,33%. No pregão de ontem, em determinado momento, alguns bem instrumentados predadores entraram no mercado, elevando a cotação do papel. O suspiro dos preços foi direto para o bolso das rapinas. Logo depois, as cotações despencaram. Essa jogatina teria sido protagonizada por alguns dos bancos sobreviventes do fatídico 15 de setembro de 2008 – o mercado aposta suas fichas que um deles é o Morgan Stanley – e por uma grande instituição financeira brasileira, todos produtores de relatórios bastante negativos para a empresa. A operação “denigre, compra e vende”, alternando movimentos e anabolizada por um tiroteio de boatos, é comum nas bolsas. Mas, em se tratando da petrolífera de Eike Batista, tudo se torna superlativo. Há mais do que indícios de que a OGX é alvo de um ataque especulativo, ou seja, uma ação em bloco de players que usaram as mesmas ferramentas on time. A mudança nas estimativas de produção, sem dúvida, colaborou para a ação predadora. Mas, isoladamente, não seria o rastilho para um estouro tão agressivo. A OGX foi vítima de uma circunstância de múltiplos fatores. A aversão ao risco, decorrente da crise financeira internacional, teria colaborado com algumas gotas de veneno no caldeirão bruxuleante das bolsas. Não obstante a fuga de recursos para títulos do governo norte-americano, os negócios da holding EBX têm dado provas de sobra de solidez mesmo em ambiente de incerteza econômica, sendo um porto seguro para fundos soberanos, notadamente asiáticos. A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, acrescentou alguns galões de confusão inflamável ao episódio. Graça simplesmente desqualificou todo o planejamento da estatal e jogou abaixo do nível do mar as projeções de produção de óleo. A manobra é inteligente, porém manjada. Como colocou a base dos resultados bem baixa, muito provavelmente irá superar permanentemente suas estimativas, debitando na conta de José Sérgio Gabrielli os supostos “erros” do passado, e, na sua, os louros do presente. A operação de Maria das Graças contaminou em algum quantum a OGX. De qualquer forma, sem a virótica intervenção dos “piranhas” – como são denominados, pela professora Maria da Conceição Tavares, os bancos com maiores mandíbulas – dificilmente as ações da OGX passeariam de montanha-russa. Os predadores se esquecem dos fundamentos dos projetos em nome da lucratividade imediata. Não existe empreendimento sólido para os “piranhas”. A OGX tem sido vítima dessa anomalia, tratada como normalidade em um ambiente de negócios intrinsicamente enfermo. A memória geral é curta. O projeto de exploração da empresa já foi testado de todas as formas possíveis. Foi construído desde a concessão da licença das áreas de petróleo ao início das operações em um prazo de quatro anos, recorde no mundo. A qualidade dos poços foi auditada pelas mais respeitadas consultorias do setor. E o empresário que avaliza o empreendimento dispensa comentários. Eike aniquilou o estigma de que riqueza era um atestado de má conduta e mudou a cara do capitalismo brasileiro, resgatando os grandes investimentos privados em economia física. O pregão de hoje promete novas emoções. Com a palavra, a CVM.

Carochinha

25/06/2012
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Acreditem, a história do Bradesco e do Santander nunca existiu. Ponto final. A título de curiosidade, no auge da crise dos subprimes, quando uns e outros diziam que o Bradesco deveria comprar o Citi nos Estados Unidos, o então maior banco do mundo custava menos do que o Santander Brasil custa atualmente. Tanto ontem como hoje, tudo não passou de ficção.

Acervo RR

BRB surfa na cachoeira de problemas de Agnelo

22/06/2012
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Em meio a uma grave crise política e a s sucessivas denúncias de envolvimento com Carlinhos Cachoeira, Agnelo Queiroz encomendou a sua equipe projetos capazes de dar uma chacoalhada em sua gestão, criar uma agenda positiva e, dentro do possível, amenizar o forte noticiário contrário ao seu governo. Uma das primeiras medidas a ser anunciada deverá ser o aumento de capital do Banco de Brasília (BRB). O aporte serviria como pé de apoio para uma série de decisões estratégicas, a começar pela expansão da oferta de crédito ao consumidor e, sobretudo, do financiamento imobiliário. Procurado, o BRB não se pronunciou até o fechamento da edição. As medidas em questão carregam um inevitável viés político e, não por acaso, têm forte apelo popular. Agnelo Queiroz idealiza o aumento de capital do BRB como um marco de soerguimento do seu governo. Com a injeção de recursos, ele espera dissipar as constantes especulações sobre a privatização do banco. Além disso, não é de hoje que o governador tem se queixado a seus assessores mais próximos da performance do BRB. No ano passado, o lucro líquido foi de R$ 96 milhões, uma queda de 51% em relação ao resultado em 2010. No primeiro trimestre deste ano, nova retração: o resultado do banco recuou quase 10% em comparação com igual período em 2011.

Caixa Econômica

20/06/2012
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Diante do comportamento errático do setor, Caixa Econômica e Banco do Brasil estudam novas linhas de financiamento para a compra de material de construção.

Acervo RR

Luz binacional

19/06/2012
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Os governos do Brasil e da Alemanha estão costurando um acordo na área de energia. Eletrobras e RWE devem se juntar para a compra de ativos na América do Sul, com financiamento de bancos públicos dos dois países.

Acervo RR

Banco do Brasil a dois passos do Banestes

13/06/2012
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É grande o frenesi na sede do Banestes. A próxima sexta-feira é considerada o Dia D para o futuro societário do banco capixaba. Essa é a data limite para os acionistas confirmarem ou não sua adesão a  proposta de split dos papéis da instituição na proporção de uma para mil ações. Segundo um executivo ligado ao Banestes, o Banco do Brasil aguarda apenas o desfecho da operação para oficializar sua oferta. As negociações vêm sendo mantidas desde o início do ano – ver RR Negócios & Finanças edição nº 4.295. Procurado, o Banco do Brasil informou que “não comenta boatos”. O Banestes, por sua vez, negou a venda do controle. Segundo informações filtradas junto ao próprio Banestes, a Fazenda e o Governo do Espírito Santo já teriam acordado um valor aproximado para a operação. O BB pagaria algo em torno de R$ 11 por ação, o que significaria um prêmio de controle superior a 70% sobre a atual cotação das ONs na Bolsa. Entre os executivos do Banestes, a convicção da venda é tão grande que, inclusive, há até quem tenha visto a interferência do Banco do Brasil na recémanunciada reformulação da identidade visual do banco. Neste caso, a nova logomarca do banco capixaba sugeriria duas letras “B” entrelaçadas.

Acervo RR

Marubeni é a nova esperança da Agrenco

12/06/2012
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Se é apenas mais um tufo de erva daninha só o tempo poderá dizer. Mas os acionistas da Agrenco estão tentando adubar uma nova solução para a empresa, a s voltas com um longo processo de recuperação judicial. O broto de esperança da vez atende pelo nome de Marubeni. A operação em questão envolve a venda de uma participação da Agrenco para o grupo japonês. Os sócios fundadores da companhia, a  frente o empresário Antonio Iafelice, estariam dispostos a se desfazer até mesmo do controle, permanecendo no negócio com uma participação menor. Se confirmada, a chegada da Marubeni representará praticamente a ressurreição da Agrenco. O aporte de capital permitirá a retomada da produção de biodiesel nas plantas do Alto Araguaia (MT) e de Caarapó (MS). Além da injeção de recursos, caberia ao grupo nipônico garantir mercado para a venda do combustível, notadamente na asia. Procurada, a Marubeni não se pronunciou até o fechamento desta edição. O RR também entrou em contato com a Agrenco, mas não obteve retorno. Marubeni e Agrenco já se conhecem de outras colheitas. As duas empresas foram parceiras no mercado asiático. Ainda assim, o passado pouco importa diante do turbulento presente da empresa brasileira, que carrega uma dívida próxima a R$ 1,5 bilhão. A negociação depende da aprovação dos credores, que têm participação no capital. Trata-se de uma costura extremamente complexa. Nos últimos anos, a Agrenco reuniu ao seu redor uma extensa lista de credores, composta por bancos, fornecedores, notadamente de matéria-prima, e funcionários. A falta de entendimento entre eles e os acionistas fundadores foi uma das principais razões para a falta de um acordo com a Glencore, que, por longo tempo, foi candidata preferencial a  compra da companhia. A trading de origem suíça, ressalte-se, continua no páreo, mas ficou algumas cabeças para trás, seja pelas dificuldades anteriores de acerto, seja pela crise econômica na Europa, que amainou seu apetite.

Scotiabank

12/06/2012
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Nos últimos dias, tem circulado no mercado bancário a informação de que o canadense Scotiabank estaria com um pé fora do Brasil. Não chega a causar espanto. Consultado, o banco não se pronunciou.

Acervo RR

Cizânia atrasa internacionalização do BB

11/06/2012
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A temporada de UFC na diretoria do Banco do Brasil, comandada por Aldemir “Shogun” Bendine, já teve um efeito colateral sobre a estratégia da instituição. Por conta das recentes disputas internas e do intenso jogo de intrigas, que, inclusive, custou a cabeça do vice-presidente de Governo, Ricardo Oliveira, o BB praticamente paralisou as negociações para a compra de mais um banco nos Estados Unidos. O próprio Bendine teria cancelado uma viagem ao país, onde se reuniria com acionistas da instituição. Não iria se ausentar do Brasil justamente no momento em que o vulcão no banco entrava em erupção – a mesma lava que atingiu Oliveira carregou também o presidente da Previ, Ricardo Flores. Consultado, o BB negou uma nova aquisição nos Estados Unidos. Garantiu ainda que não existe qualquer desavença na diretoria. No entanto, de acordo com uma fonte ligada ao banco, as negociações vêm sendo travadas há cerca de quatro meses. O alvo é uma instituição de pequeno porte, com volume de ativos na casa dos US$ 200 milhões. Tratase do dobro do tamanho do EuroBank, adquirido pelo Banco do Brasil em abril do ano passado. O congelamento momentâneo das negociações é uma pedra no caminho do processo de internacionalização do BB. No caso específico dos Estados Unidos, a percepção dentro do próprio banco é que a instituição não tem conseguido ampliar sua massa crítica no ritmo esperado.

Banco do Brasil

8/06/2012
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Dúvida diáfana: terá o Banco do Brasil apoiado a proposta do BTG Pactual ao FGC para a incorporação do Cruzeiro do Sul? O Conselho do FGC diz que a decisão contrária foi unânime. Deve ter sido, espera-se.

Acervo RR

Geradoras de energia recebem afago do governo

6/06/2012
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O setor elétrico também vai ganhar seu pacote de bondades. O governo trabalha em uma série de medidas com o objetivo de estimular novos investimentos privados na área de geração. Segundo uma fonte do Ministério de Minas e Energia, as propostas deverão ser anunciadas até o fim de agosto. BNDES e Eletrobras serão os protagonistas deste enredo elétrico. Como forma de viabilizar a instalação de usinas, o banco e a estatal vão entrar como sócios dos projetos. A tendência é que a participação somada da dupla não ultrapasse os 40%. Hidrelétricas e outros empreendimentos baseados em fontes renováveis terão preferência. As medidas passam também pelos órgãos reguladores. Aneel, Ibama e ANA serão instados pelo governo a acelerar a concessão das respectivas licenças. Segundo estimativas do próprio Ministério de Minas e Energia, até 2016 a expansão da oferta privada de energia vai girar em torno de quatro mil megawatts por ano. O cobertor pode até ser elétrico, mas é curto demais. Se o crescimento médio do PIB no período bater no patamar de 4%, esse aumento será insuficiente para atender a  ampliação da demanda. A preocupação do governo aumenta diante do ritmo de construção das grandes usinas hidrelétricas da Amazônia, que segue a passos mais lentos do que o previsto. Nesta coqueteleira, adicione-se ainda o apagão do programa nuclear brasileiro. Até 2020, apenas Angra 3 será construída. O projeto de instalação de outras quatro usinas nucleares foi jogado para escanteio. Não é por outro motivo que, além do pacote de estímulo a novos investimentos no setor, o Planalto deverá confirmar a renovação das concessões das geradoras que vencem em 2015.

Acervo RR

China Railway finca seus trilhos em solo brasileiro

31/05/2012
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No momento em que o setor ferroviário brasileiro vive importantes mudanças, a começar pela iminente associação entre Cosan e ALL, uma das maiores operadoras do mundo prepara seu desembarque no país. A China Railway Engineering Corporation (CREC), que controla metade dos 90 mil quilômetros da malha ferroviária do país asiático, está chegando ao Brasil com velocidade máxima. A companhia negocia com os governos do Pará e de Mato Grosso a construção e operação de uma linha entre Santarém, no Pará, e Cuiabá, que seguirá o traçado da rodovia BR-163. Executivos da empresa também já estiveram na Casa Civil e no Ministério dos Transportes apresentando seus planos para o Brasil. O apetite dos chineses pode ser medido pelas cifras envolvidas logo em sua estação primeira no país. A CREC garantiu aos governos do Pará e de Mato Grosso financiamento de bancos chineses que deverão cobrir até 40% dos investimentos necessários. O restante deverá ficar a cargo do BNDES, do Basa e dos governos de ambos os estados. O custo da ferrovia entre Pará e Mato Grosso ainda não foi oficialmente definido. Mas, pelos cálculos do grupo chinês, o investimento na implantação dos mais de mil quilômetros de trilhos desse trecho não sairá por menos de R$ 10 bilhões. O trecho entre Santarém e Cuiabá é apenas uma perna de um dos maiores projetos em infraestrutura de transportes em pauta no Brasil. O traçado completo da BR-163, referência para a ferrovia, vai da cidade paraense até o Rio Grande do Sul, cruzando o Centro- Oeste. Ao entrar nesta primeira etapa, a CREC acredita que se credenciará como um forte candidato a  construção de novos trechos ou até mesmo de toda a ferrovia. Má notícia para a própria ALL. A investida dos chineses é uma locomotiva na direção da empresa brasileira. A nova ferrovia construída pela CREC será uma alternativa de escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste. A ALL é justamente uma das principais responsáveis pelo transporte de grãos e derivados da região.

Acervo RR

Banca brasileira avança nos IPOs internacionais

30/05/2012
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Após conquistar território no mercado doméstico de emissões de títulos, a banca brasileira está avançando gradativamente seus pelotões no front internacional. A recente abertura de capital do Facebook completou uma trilogia. Os três maiores IPOs dos Estados Unidos contaram com a presença de instituições financeiras made in Brazil. Caçula deste segmento, o Bradesco BBI começa a ganhar musculatura e entrar no jogo de forma mais aguda. Na oferta de ações da Visa, em 2008, o banco foi responsável pela colocação do equivalente a 0,14% dos papéis. Dois anos depois, subiu alguns degraus na emissão de títulos da GM. Na operação, o Bradesco BBI recebeu mandato para a oferta de uma fatia correspondente a 2,55% do total de ações. O Itaú BBA também participou do lançamento, embora com um quinhão bem menor: 0,875%. Com o IPO do Facebook, o Brasil retornou ao palco das grandes operações internacionais, embora, desta vez, com uma boa dose de bipolaridade. O Itaú BBA experimentou as duas faces da moeda. Por um lado, voltou a garantir o mandato para uma grande e badalada colocação externa; por outro, teve de se contentar com um papel que beirou a figuração. O banco assumiu o lançamento de apenas 0,05% das ações do Facebook, não obstante os Setúbal terem feito um estardalhaço na mídia. Nesse ritmo, qualquer dia desses, o Itaú BBA ainda manda publicar um tombstone em todos os grandes jornais do país para anunciar a emissão de 0,0001% dos títulos de uma empresa.

Acervo RR

Cortes no Citi

28/05/2012
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A campanha publicitária recém-lançada pelo Citibank é a exceção a  regra. Uma fonte que conhece cada escaninho do Citi afirmou ao RR que o banco está revendo os investimentos em marketing no Brasil. Talvez sobre até para o contrato de naming & rights do Citibank Hall. Consultado, o Citi negou a redução de investimentos.

Acervo RR

Enterprise põe a mão no volante da Unidas

23/05/2012
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A presença da Enterprise no banco do carona da Unidas Rent a Car é apenas um rito de transição. O acordo de representação mútua nos Estados Unidos e no Brasil tem uma curva a  direita. O RR apurou junto a uma fonte ligada a  própria Unidas que o grupo norte-americano acertou uma opção de compra do controle da empresa em até dois anos. A operação envolve a aquisição integral da participação da portuguesa SAG, acionista majoritária, com 53%. A negociação teve o aval dos sócios minoritários da Unidas. Por mais paradoxal que esta inversão hierárquica possa parecer, Gávea, Vinci Partners e Kinea têm hoje um papel tão ou mais importante do que a própria SAG. Aos olhos do mercado, o trio, que se associou a  Unidas em 2011, tornou-se o fiador da reestruturação financeira e operacional da companhia. Procurada, a Unidas não se manifestou até o fechamento desta edição. O prazo de até dois anos funcionará para a Enterprise como uma apólice de seguro. A compra do controle está condicionada ao saneamento financeiro da Unidas. O maior problema é o passivo. O aporte dos fundos de investimento permitiu a  companhia reduzir o endividamento líquido em R$ 300 milhões. No entanto, ainda haveria dívidas em torno de R$ 250 milhões.

Esteves junta BB e CEF em uma "PPP bancária"

14/05/2012
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O laboratório de inovações, favores ao governo e “PPPs bancárias” de André Esteves está mais uma vez manipulando seus tubos de ensaio. A alquimia idealizada pelo jovem Midas das finanças busca juntar o BTG Pactual ao Banco do Brasil e a  Caixa Econômica Federal, criando uma espécie de Hidra de Lerna do setor. A operação passaria pela aquisição do controle do Banco Votorantim, pertencente a  família Ermírio de Moraes. Com aquisição dos 50,01% nas mãos do clã, o BTG passaria a ser sócio do BB, dono do restante das ações. O Banco Votorantim está na prateleira das liquidações. Apesar do esforço da nova gestão, as previsões do mercado são de que, nos próximos três anos, a instituição ainda realize prejuízos. Os Ermírio de Moraes preferem abrir uma fábrica de óleo de rícino a permanecer no segmento bancário, sobretudo com os pés atolados na areia movediça. Só no primeiro trimestre deste ano, o Votorantim amargou prejuízo de R$ 597 milhões. Para André Esteves, não chega a ser um bicho de sete cabeças. Ele tem know how de sobra em adquirir um banco pelas tabelas. O PanAmericano estava bem pior das pernas quando foi comprado pelo BTG. Ou seja: mais uma vez, o banqueiro colocaria sua expertise a serviço do governo. a€ época, a compra do PanAmericano teve um inestimável retorno intangível, elevando Esteves ao posto de um dos principais interlocutores do Palácio do Planalto. Antes que alguém anteveja uma potencial consolidação do Votorantim com o Pan- Americano, criando um banco mais corpulento no varejo, esta equação não fecha. Existem dispositivos, inclusive constitucionais, que não permitem a associação simultânea do BB e da Caixa com um banco privado. Uma das fórmulas estudadas no laboratório do BTG é a criação de uma holding, na qual o controle de ambos os bancos – PanAmericano e Votorantim – seria aportado, permitindo, assim, uma sociedade com os dois mega bancos estatais por vias paralelas. Quem pensou num futuro IPO dessa holding está em fina sintonia com o que vislumbram os engenheiros de operações avançadas do BTG. Mesmo que a abertura de capital seja uma ambição desmedida, esta empresa-mãe serviria, posteriormente, de porta de entrada de uma instituição estrangeira ou, quiçá, fundos de investimento no varejo bancário brasileiro através de aquisição de parte da holding. Não seria nada mal para algum forasteiro que nunca passeou nestas plagas desembarcar no país escoltado pela Caixa Econômica e o Banco do Brasil. André Esteves teria ainda outro benefício com a operação: entrelaçar os canais bancários do Votorantim e do PanAmericano com os do BB e da Caixa, de forma a que o BTG possa desovar seus produtos também por essa vasta capilaridade. Não custa lembrar que o banco de Esteves acabou de criar uma seguradora. O mais irônico de tudo isso é que ele reproduziu, anos depois, a fórmula que o fez se distanciar e, mais a  frente, tornar-se inimigo de Luiz Cezar Fernandes, ex-dono do Pactual. Ou seja: adquirir bancos de varejo de forma a usá-los também como marca distintiva. Como se sabe, para o grupo hegemônico no governo, os bancos de atacado não estão muito longe de serem visto como predadores. É um preconceito que vem de longa data.

Acervo RR

Esteves junta BB e CEF em uma “PPP bancária”

14/05/2012
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O laboratório de inovações, favores ao governo e “PPPs bancárias” de André Esteves está mais uma vez manipulando seus tubos de ensaio. A alquimia idealizada pelo jovem Midas das finanças busca juntar o BTG Pactual ao Banco do Brasil e a  Caixa Econômica Federal, criando uma espécie de Hidra de Lerna do setor. A operação passaria pela aquisição do controle do Banco Votorantim, pertencente a  família Ermírio de Moraes. Com aquisição dos 50,01% nas mãos do clã, o BTG passaria a ser sócio do BB, dono do restante das ações. O Banco Votorantim está na prateleira das liquidações. Apesar do esforço da nova gestão, as previsões do mercado são de que, nos próximos três anos, a instituição ainda realize prejuízos. Os Ermírio de Moraes preferem abrir uma fábrica de óleo de rícino a permanecer no segmento bancário, sobretudo com os pés atolados na areia movediça. Só no primeiro trimestre deste ano, o Votorantim amargou prejuízo de R$ 597 milhões. Para André Esteves, não chega a ser um bicho de sete cabeças. Ele tem know how de sobra em adquirir um banco pelas tabelas. O PanAmericano estava bem pior das pernas quando foi comprado pelo BTG. Ou seja: mais uma vez, o banqueiro colocaria sua expertise a serviço do governo. a€ época, a compra do PanAmericano teve um inestimável retorno intangível, elevando Esteves ao posto de um dos principais interlocutores do Palácio do Planalto. Antes que alguém anteveja uma potencial consolidação do Votorantim com o Pan- Americano, criando um banco mais corpulento no varejo, esta equação não fecha. Existem dispositivos, inclusive constitucionais, que não permitem a associação simultânea do BB e da Caixa com um banco privado. Uma das fórmulas estudadas no laboratório do BTG é a criação de uma holding, na qual o controle de ambos os bancos – PanAmericano e Votorantim – seria aportado, permitindo, assim, uma sociedade com os dois mega bancos estatais por vias paralelas. Quem pensou num futuro IPO dessa holding está em fina sintonia com o que vislumbram os engenheiros de operações avançadas do BTG. Mesmo que a abertura de capital seja uma ambição desmedida, esta empresa-mãe serviria, posteriormente, de porta de entrada de uma instituição estrangeira ou, quiçá, fundos de investimento no varejo bancário brasileiro através de aquisição de parte da holding. Não seria nada mal para algum forasteiro que nunca passeou nestas plagas desembarcar no país escoltado pela Caixa Econômica e o Banco do Brasil. André Esteves teria ainda outro benefício com a operação: entrelaçar os canais bancários do Votorantim e do PanAmericano com os do BB e da Caixa, de forma a que o BTG possa desovar seus produtos também por essa vasta capilaridade. Não custa lembrar que o banco de Esteves acabou de criar uma seguradora. O mais irônico de tudo isso é que ele reproduziu, anos depois, a fórmula que o fez se distanciar e, mais a  frente, tornar-se inimigo de Luiz Cezar Fernandes, ex-dono do Pactual. Ou seja: adquirir bancos de varejo de forma a usá-los também como marca distintiva. Como se sabe, para o grupo hegemônico no governo, os bancos de atacado não estão muito longe de serem visto como predadores. É um preconceito que vem de longa data.

Acervo RR

Juros do BB e da CEF envenenam relações de governo

11/05/2012
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A taxa Selic baixou e isso ninguém mais discute. Mas, apesar de todo o obaoba com a redução dos juros do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, a verdade é que os fatos estão aquém da versão. E mais: o custo dos empréstimos do BB e da CEF estão levando as autoridades do Ministério da Fazenda, Banco Central e os próprios diretores das duas instituições a se alfinetarem nos bastidores do governo. O projeto vendido por Guido Mantega a  presidente Dilma Rousseff foi trazer a taxa dos empréstimos dos dois bancos federais ao emblemático piso do mercado. Ou seja, no melhor estilo Lula, Dilma poderia dizer, com base nos juros do BB e da CEF, que nunca antes na história deste país os financiamentos foram tão baratos. O marketing vinha funcionando muito bem e colocou sob pressão da opinião pública a banca privada, que ficou com a pecha de vilã da história. Mas os dias que antecederam a divulgação pelo Banco Central do tradicional ranking com as taxas médias praticadas no mercado viraram de pontacabeça o clima de euforia até então predominante no governo. O BC sofreu calafrios para colocar os números na vitrine. Telefonemas teriam cruzado inúmeras vezes as linhas da Fazenda e da autoridade monetária, sem uma solução para atenuar os dados do ranking. O Banco do Brasil apresentou a trigésima melhor taxa entre 38 instituições. A CEF, por sua vez, ficou na vigésima- terceira posição. São dois orgulhos da nação, para os quais estava prevista a missão de ostentar os juros mais baixos do país. A celeuma dos juros, entretanto, não fica por aí. Apesar dos discursos empolgados de que juro baixo traz mais clientes e, portanto, mais lucro para os bancos, nas entranhas do sistema a engrenagem não funciona exatamente desta maneira. Os juros não caíram tanto assim, mas o suficiente para transtornar o ambiente. As direções do BB e da CEF já começaram a abrir suas trincheiras em volta do Ministério da Fazenda. O presidente da Caixa, Jorge Hereda, tem cumprido uma função de retaguarda, até porque vocaliza uma corporação bem mais acostumada a registrar prejuízos bancários. Já o presidente do BB, Aldemir Bendine, apesar de estar na linha de fogo do Planalto, vem partindo para a ofensiva com a desenvoltura de quem tem o cargo garantido. O discurso de Bendine está numericamente embasado. Só nos últimos 30 dias, seis mil operações de empréstimos no valor aproximado de R$ 400 milhões foram feitas por pequenas empresas junto ao BB. Parece bom, mas não é. São aqueles tomadores de crédito dos bancos privados com maior risco de inadimplência que estão pegando financiamentos novos do BB para amortizar os débitos anteriores. Se isso aumenta exponencialmente, o Banco do Brasil carrega uma bomba-relógio no ventre.

Acervo RR

Leite Nilza busca longa vida na mão de um novo controlador

10/05/2012
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Entre as inúmeras interrogações que cercam a Leite Nilza, parece haver uma única certeza: o futuro da companhia e o de seu proprietário, Sergio Alambert, dono da Airex Trading, são retas que não se cruzam. O empresário estaria aguardando a retomada da produção, prevista para este mês, para negociar o controle da fabricante de laticínios. A julgar pelas suas recentes movimentações, a venda da companhia não deve tardar. Há cerca de três meses, Alembert vem mantendo conversas com uma tríade de candidatos. Além da chinesa Mengniu Dairy Group – ver RR edição nº 4.305 -, dois gigantes nacionais do setor também estão interessados na Nilza: a Lácteos Brasil, leia-se a gaúcha Bom Gosto e a GP, e a Brasil Foods, dona das marcas Batavo e Elegê. Para os chineses, a aquisição representaria o passaporte para o mercado brasileiro. Já Lácteos Brasil e BR Foods miram no aumento da capacidade industrial, com a incorporação de duas fábricas, e, sobretudo, na possibilidade de herdar uma marca razoavelmente forte no setor, em especial no interior paulista. O RR fez vários contatos com a Leite Nilza, mas a empresa não retornou até o fechamento desta edição. Brasil Foods e Lácteos Brasil também não se pronunciaram. Ressalte-se que existe um astro de primeira grandeza nesta via láctea, capaz de interferir decisivamente no destino da Nilza: o BNDES, dono de 35% da companhia. Inicialmente, a instituição não se opôs a s gestões com a Mengniu – dentro do banco há um consenso de que a venda da Nilza é fundamental para o pagamento das dívidas dentro do plano de recuperação judicial. Mas esse sinal só ficou verde até a Lácteos Brasil e a Brasil Foods aparecem na pista. Entre o desembarque de uma companhia chinesa no mercado brasileiro e o fortalecimento de um grande grupo nacional da área de laticínios, adivinhem só qual é a preferência do BNDES? A contagem regressiva para a retomada das operações e a eventual venda da Nilza já foi deflagrada. Há cerca de 20 dias, a empresa conseguiu o registro no Serviço de Inspeção Federal (SIF), condição sine qua non para o reinício das atividades. De acordo com informações filtradas junto a  Nilza, a expectativa é de que, no primeiro ano de operação, o faturamento gire entre R$ 200 milhões e R$ 250 milhões. Ou seja: o futuro controlador terá de empurrar uma pedra montanha acima. Nos bons tempos, a receita chegou a  casa dos R$ 700 milhões

Acervo RR

Standard Bank flerta com a porta de saída

9/05/2012
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A trajetória do Standard Bank no Brasil tem sido marcada por sístoles e diástoles. Ora, o banco infla o peito e ensaia uma expansão no país; ora, se contrai bruscamente. Neste momento, é a própria diretoria do banco sul-africano no país que está com o coração apertado. Nos corredores do escritório da instituição em São Paulo, a possibilidade de saída do Brasil voltou a  ordem do dia, segundo relato de um executivo com acesso a s entranhas do banco. O frenesi cresceu diante do mau sinal vindo da matriz. Os sul-africanos teriam adiado pela segunda vez em pouco mais de um ano um aporte na subsidiária. O resultado do Standard Bank no Brasil no ano passado teria ficado abaixo do esperado. Algumas das operações nas quais o banco apostava suas principais fichas não deram o retorno esperado. A área de private equity foi desativada. As operações de crédito, sobretudo no segmento corporativo, não decolaram. Há cerca de um ano, os sul-africanos teriam discutido a hipótese de deixar o Brasil – ver RR edição nº 4.105 -. Na ocasião, no entanto, decidiram dar tempo ao tempo, na expectativa de que novos projetos pudessem alavancar a operação da subsidiária. Nada feito. Procurado pelo RR, o Standard Bank não se pronunciou especificamente sobre a possibilidade de sair do Brasil. Por meio de nota, informou que, em abril, iniciou uma reestruturação com foco em negócios que aumentem os vínculos do Brasil com a africa e a China. Comunicou ainda que as mudanças levarão a uma “redução dos ativos nacionais ao longo do tempo” e ao corte de “menos de 30 funcionários no atual quadro de pessoal”.

Acervo RR

Mantega faz lipoaspiração nos recursos do BNB e do Basa

2/05/2012
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A possível mudança das regras do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FNDE) e do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA) acendeu um rastilho de pólvora no relacionamento entre o ministro Guido Mantega e um grupo de governadores. O motivo é a proposta de que a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil passem a conceder empréstimos com recursos das duas carteiras, prerrogativa que sempre foi exclusividade dos bancos de fomento regionais, leia-se Basa e Banco do Nordeste. Uma tropa de choque de governadores do Norte e do Nordeste, capitaneados por Eduardo Campos (PE) e Simão Jatene (PA), tem feito pressão em Brasília para evitar a dispersão dos recursos. Um de seus principais interlocutores e aliados é o titular da Pasta da Integração Nacional, Fernando Bezerra, que, diga-se de passagem, está longe de ser um dos nomes mais fortes da Esplanada dos Ministérios. Para todos os efeitos, Mantega argumenta que a medida se deve a  necessidade de enquadramento do Basa e do BNB no índice da Basileia. No entanto, os governadores acham que tudo não passa de uma manobra da Fazenda com o deliberado objetivo de esvaziar os dois bancos regionais. Até porque Mantega já teria sinalizado a intenção de aumentar gradativamente o volume de recursos repassados a  CEF e ao BB. Qualquer tiro na direção do Basa e do BNB atinge em cheio os governadores do Norte e do Nordeste. Significa automaticamente uma perda de poder, seja no que diz respeito a  obtenção de recursos, seja em relação a  influência política sobre as duas instituições. Eduardo Campos, Simão Jatene e cia. temem ainda que a lipoaspiração do Basa e do BNB se estenda para a Sudam e a Sudene, que também usam recursos provenientes dos dois fundos. No entanto, os fantasmas que rondam os políticos nordestinos arrastam correntes ainda mais pesadas. Há um receio de que Guido Mantega nutra a maior simpatia pela ideia de extinção do Basa e do Banco do Nordeste.

Acervo RR

BNDES fecha a cancela na venda da Iochpe-Maxion

26/04/2012
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A família Ioschpe e o BNDES são duas locomotivas em sentido contrário. O futuro da fabricante de vagões Iochpe-Maxion colocou seus fundadores e a agência de fomento em rota de colisão. O motivo são as negociações para a venda do controle da empresa. Segundo um executivo ligado a  família Ioschpe, o principal candidato a  aquisição é a China Rail Construction Company (CRCC). Ela traz a tiracolo os conterrâneos da China North Railway (CNR), fabricante de equipamentos ferroviários que já atua no Brasil – entre outros negócios, tem um contrato de US$ 163 milhões com o Metrô do Rio de Janeiro. A dupla deve ter ainda o apoio do fundo soberano China Investment Corporation. Embora o capital da Iochpe-Maxion seja bastante pulverizado, inclusive entre os próprios sócios fundadores, o comboio chinês passaria a ser o principal acionista individual da empresa. Tudo muito bom, tudo muito bem, não fosse por um ilustre passageiro com poder para brecar o trem e interferir no destino societário da Iochpe. De acordo com a mesma fonte, o BNDES, dono de quase 7% do capital, é contra a venda para os chineses. Procurada, a Iochpe-Maxion negou a operação. O banco de fomento, por sua vez, não quis se pronunciar. O BNDES enxerga a operação com olhos de BNDES. O banco promete usar todo o seu arsenal para impedir a negociação da Iochpe-Maxion para os chineses. Seu objetivo é brecar o acelerado processo de desnacionalização de um setor considerado razoavelmente importante, em razão da necessidade de ampliação e modernização da malha ferroviária no país. Um número cada vez maior de encomendas tem caído nas mãos dos grupos estrangeiros que operam no Brasil, sobretudo GE e Bombardier. As relações entre os Ioschpe e o BNDES seriam cada vez mais tensas. Por questões estratégicas, a família está inclinada a aceitar a oferta chinesa, concentrando-se em outros negócios do grupo, como a produção de autopeças. Ainda de acordo com a fonte ouvida pelo RR, a direção do BNDES tem discutido alguns cenários para impedir a venda para os chineses. Dentro do banco, ganha força a hipótese de compra da participação da família, operação que faria da BNDESPar a maior acionista individual. Posteriormente, bem ao feitio da sua política de criação de grandes grupos nacionais, a agência de fomento usaria a Iochpe como estação primeira para um projeto de consolidação no setor.

Acervo RR

Itochu e cia. se jogam de cabeça no pré-sal

25/04/2012
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Um grupo de tradings nipônicas vai mergulhar nas profundezas do pré-sal. A Itochu está costurando a criação de um consórcio puro-sangue japonês para atuar em exploração e produção de petróleo e gás no Brasil. Seus sócios na empreitada deverão ser a Sumitomo e a Marubeni. Segundo um executivo ligado a uma das empresas, a operação envolve investimentos de US$ 2 bilhões, que serão destinados a s próximas licitações da ANP e a  compra de participações em blocos já em operação. De acordo com a mesma fonte, paralelamente a s negociações com os futuros sócios, a Itochu já saiu em busca de um nome para comandar a gestão da empresa. Os japoneses têm conversado com ex-executivos da Petrobras. Procurada, a Itochu não se pronunciou até o fechamento desta edição. A maior parte dos recursos virá de empréstimos junto a um pool de bancos do país asiático, a começar pelo Japan Bank for International Cooperation (JBIC). O financiamento será destinado principalmente a  compra de equipamentos. De acordo com a fonte ouvida pelo RR, Itochu, Marubeni e Sumitomo deverão ter participações iguais no consórcio. Os japoneses vão estudar caso a caso a possibilidade de associação com outras empresas do setor para a disputa de blocos específicos.

Acervo RR

American Airlines é um míssil rumo Á  Embraer

24/04/2012
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A crise financeira da American Airlines promete ser tornar um peso ainda maior sobre as asas da Embraer. A iminente devolução de 150 aeronaves vendidas a  companhia norteamericana há cerca de dez anos pode se tornar um problema ainda mais grave do que se imaginava para a fabricante brasileira por conta de uma série de procedimentos pouco usuais adotados na operação. Segundo uma fonte intimamente ligada a  Embraer, a origem da turbulência financeira é uma cláusula do acordo com o BNDES, que, a  época, financiou a venda dos aviões. A própria empresa – não o banco, como costuma ocorrer em operações desta natureza – assumiu o papel de garantidor dos contratos de venda das aeronaves. Na ocasião, a diretoria do BNDES não aceitou a responsabilidade devido ao valor envolvido na negociação, cerca de US$ 3 bilhões, e, sobretudo, ao elevado número de aeronaves comercializadas em um só contrato. O comando da Embraer estranhou o incomum posicionamento da agência de fomento, mas, diante da importância do contrato, aceitou as condições e o pedágio. Agora chegou a hora do efeito bumerangue. O contrato impõe a  Embraer outra situação inusitada. Com a devolução das aeronaves, a empresa é obrigada a garantir ao financiador – ou seja, o BNDES – 20% do valor original de venda de cada aeronave em caso de negociação para terceiros. Na época, não obstante o setor de aviação civil já apresentar sinais de crise por conta, sobretudo, do 11 de setembro, a direção da Embraer avaliou que o risco de devolução dos aviões era pequeno vis-a vis a importância da operação. Com a depreciação dos equipamentos ao longo de dez anos, calcula-se que cada avião valha hoje metade do preço fixado no contrato com a American Airlines, na época aproximadamente US$ 20 milhões. Ou seja: atualmente, cada avião está avaliado em cerca de US$ 10 milhões. Quanto mais a Embraer vai entrando nesse beco, mais as paredes vão se estreitando. Pelo contrato, para cada aeronave devolvida e revendida, a companhia terá de pagar, portanto, o equivalente a US$ 4 milhões ao BNDES; para cada avião encalhado, será forçada a engolir um prejuízo de US$ 10 milhões. Ou seja: tomando-se como base o número de aviões e seu atual valor de mercado, se a devolução das 150 aeronaves se confirmar, um ativo imobilizado da ordem de US$ 1,5 bilhão cairá sobre o colo da Embraer. A ela caberá encontrar comprador, pagar o tributo de 20% sobre o valor original ao BNDES e reduzir seu prejuízo. Este enredo é uma bombarelógio amarrada ao balanço da Embraer. Procurada pelo RR, a empresa não respondeu ao questionamento se é, de fato, a garantidora do contrato de financiamento. Tampouco informou se este procedimento é usual em contratos no setor, se é realmente obrigada a pagar 20% de comissão ao BNDES em cada aeronave revendida e se existe alguma saída jurídica para a questão. Também não esclareceu se já existem negociações para a venda dos aviões. A empresa limitou-se a enviar as demonstrações contábeis de 2011, na qual comunica ao mercado ter feito uma provisão de R$ 662,6 milhões “por conta do pedido de concordata da American Airlines e das exposições relativas a garantias financeiras quando do financiamento das 216 aeronaves”. O valor da provisão equivale ao quádruplo do lucro da empresa em 2011. Também consultado, o BNDES não se pronunciou até o fechamento desta edição.

Acervo RR

Itaú dança com a YPF o dolorido tango do calote

23/04/2012
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O Itaú e a Argentina não nasceram um para o outro. Como se não bastasse a frustrante performance da subsidiária portenha do banco, a reestatização da YPF deverá atingir o balanço do banco como um estilhaço. Segundo uma fonte umbilicalmente ligada a  instituição, os Setúbal têm discutido internamente o provisionamento do empréstimo de US$ 280 milhões concedido em 2011 ao Grupo Petersen, controlado pelo controverso empresário argentino Enrique Eskenazi. O RR apurou que a operação já é tratada dentro do banco como de difícil reversão. A questão agora é decidir se o provisionamento cobrirá apenas parte ou a totalidade do empréstimo. Os recursos se destinaram ao financiamento da compra de uma fatia adicional de 10% da YPF, que permitiu ao conglomerado atingir uma participação de 25% do capital. Pelo acordo com o Itaú, Eskenazi se comprometeu a pagar o crédito com dividendos da própria YPF. No entanto, segundo o RR apurou, o Itaú tem informações seguras de que o empresário, conhecido pela histórica relação com o casal “K”, articula com a presidente Cristina Kirchner a transferência da sua dívida para o governo argentino, em uma espécie de “estatização do passivo”. De acordo com a mesma fonte, os Setúbal dão como certo o repasse do financiamento. Afinal, não foi para prejudicar o empresariado nacional que Cristina Kirchner expropriou o controle da YFP. Para o Itaú, trata-se do pior dos mundos. O governo argentino é, reconhecidamente, um péssimo pagador, o que justifica o pessimismo dos Setúbal e o provisionamento do crédito em balanço. Procurado pelo RR, o Itaú não quis se pronunciar sobre o assunto. O imbróglio em torno da YPF é mais um capítulo da tortuosa trajetória do banco dos engenheiros em território portenho. A operação do Itaú Argentina jamais decolou. No ano passado, a subsidiária teve um lucro equivalente a R$ 25,6 milhões. Este valor correspondeu a um retorno sobre o patrimônio de 8,5%. Guardadas as devidas proporções, tratase de um número decepcionante se comparado ao desempenho do banco no Brasil. Ressalte-se que 2011 foi um ano positivamente fora da curva. Os Setúbal estão acostumados a resultados bem mais modestos na Argentina. O lucro somado de 2009 e 2010 não passou de R$ 3,7 milhões. Se serve de consolo para os Setúbal, o Itaú não deverá dançar este tango sozinho. Outros grandes bancos internacionais estão prestes a cair na milonga da YPF. Credit Suisse, Citibank, BNP Paribas e Standard Bank também financiaram a venda das ações da petroleira para Enrique Eskenazi. Isso para não falar da própria Repsol, que emprestou US$ 625 milhões ao empresário argentino.

Acervo RR

Host Hotels avança no Brasil pendurada na bandeira do Hilton

19/04/2012
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A norte-americana Host Hotels & Resorts vai dar sua cota de contribuição para a redução do déficit hoteleiro no Brasil. Dois anos após fazer seu check in por estas bandas, com a compra do imóvel onde está instalado o JW Marriott, na Praia de Copacabana, a Host Hotels & Resorts está prestes a tirar da gaveta seu primeiro grande plano de investimento no país. De acordo com um executivo do setor que assessora o grupo, o desembolso nos próximos dois anos deve chegar a US$ 400 milhões. A expansão será feita tanto com a construção de novos empreendimentos quanto por meio de aquisições. Neste caso, a primeira delas já está engatilhada. A Host Hotels negocia a compra do Hilton Morumbi São Paulo. Segundo a mesma fonte, estima-se que a operação possa chegar perto dos US$ 100 milhões. Os norte-americanos estão interessados também no Hilton Belém, cujo imóvel pertence a investidores paraenses. Por trás da dupla investida existe a possibilidade de um acordo maior. A Host Hotels e o Hilton vêm mantendo conversas ainda preliminares para a criação de uma joint venture, que administraria os dois hotéis e seria responsável pela construção de um terceiro, muito provavelmente no Rio de Janeiro. Todos operariam sob a bandeira Hilton. A Host Hotels teria uma participação majoritária na associação. Procurado pelo RR, o Hilton negou a operação. A assessoria de imprensa da Host Hotels não foi encontrada. Não obstante a negativa do Hilton, a fonte ouvida pelo RR garante que as negociações vêm sendo mantidas desde o início do ano. A Host Hotels acelera o passo para montar uma rede hoteleira expressiva até a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016. Por outro lado, a iminente parceria vai tirar um peso das costas do Hilton, que há tempos tenta se livrar dos imóveis e se concentrar exclusivamente na administração hoteleira com sua própria marca. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas há um quebra- molas no caminho dos dois grupos, mais precisamente no que diz respeito a  transferência do Hilton Morumbi. Quando construiu o hotel, o Hilton firmou um acordo com os bancos financiadores comprometendo-se a quitar o empréstimo integralmente e de uma só vez em caso de venda do hotel. O grupo tem feito diversas gestões junto aos credores na tentativa de alterar essa cláusula. Falta-lhe moeda de troca. A única contraproposta feita até agora pelo Hilton foi a antecipação do prazo de pagamento dos empréstimos, mediante uma ajuda da própria Host Hotels.

Acervo RR

Mercantil do Brasil é palco de uma intentona societária

16/04/2012
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Há mais um ovo da serpente prestes a eclodir no conhecido ofidiário do Banco Mercantil do Brasil. Em vez de selar um armistício, como se imaginava, a nomeação para o Conselho de Administração de Daniela e Patrícia Araújo, filhas do acionista minoritário Sergio Araújo, esgarçou ainda mais o tecido societário da instituição. Aproveitando- se desta nesga de poder que ganhou, Sergio estaria articulando uma operação com o objetivo de liderar um take over e assumir o controle do banco. Filho de um dos fundadores do Mercantil, Vicente Araújo, Sergio é dono de apenas 6% do capital ordinário, mas tem razoável ascendência sobre outros minoritários. A participação de seus aliados somaria cerca de 15%. A ideia de Sergio Araujo seria procurar reforço externo, um sócio que compartilhasse a fatura da compra das ações em poder dos majoritários e com o qual pudesse dividir o controle do Mercantil. Recentemente, Sergio teria procurado um banco de porte médio, mas as conversas não avançaram. Seu radar aponta também na direção de fundos de investimento. “Araújo versus Araújo” é um filme sempre em cartaz no Mercantil. Um dos mais recentes entreveros se arrastou por cerca de dois anos, mais precisamente até abril de 2011, quando os acionistas controladores autorizaram a posse de nomes indicados pelos minoritários no Conselho de Administração. Ainda assim, nada de cessar-fogo. Sergio Araujo reclama de ter sido alijado da gestão executiva por Milton Araújo, um dos maiores acionistas do Mercantil e seu principal desafeto. Ao mesmo tempo, tem feito críticas cada vez mais pesadas a Milton por conta da performance do banco. Procurado pelo RR, o Mercantil do Brasil informou que “não pode cercear eventuais iniciativas individuais de qualquer um de seus acionistas”. O banco esclareceu, no entanto, que seus acionistas majoritários não têm qualquer intenção de vender o controle. Negou ainda que exista qualquer pressão por parte dos minoritários em relação ao desempenho da instituição. No entanto, uma das fontes ouvidas pelo RR, ligada ao Mercantil, garante que Sergio Araújo tem feito recorrentes cobranças a  direção do banco e usado os números recentes para persuadir os minoritários a aderir a  sua articulação para a compra do controle. Em 2011, o Mercantil teve um lucro de R$ 90 milhões, queda de 33% em comparação com o exercício anterior. No mesmo período, a rentabilidade sobre o patrimônio caiu de 22% para 13,1%. Verdade seja dita, este último número está mais em linha com a lucratividade do banco nos últimos anos. Entre 2007 e 2011, a rentabilidade média sobre o patrimônio foi de 11,46%.

Acervo RR

BB e Banestes

9/04/2012
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Nas últimas semanas, as negociações para a venda do Banestes ao Banco do Brasil (ver RR edição nº 4.295) avançaram centenas de jardas. O BB estaria aguardando apenas o Banco Central aprovar a reestruturação estatutária da instituição capixaba para selar o negócio.

Acervo RR

Ectoplasma

9/04/2012
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Quando o presidente do Banco de Brasília, Jacques Pena, passa pelos corredores da instituição, sempre tem algum piadista de plantão pronto para soltar a frase: “Lá vai o José Dirceu”. É muita maldade!

Acervo RR

Ometto cobiça o posto de “maquinista do Brasil”

9/04/2012
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Com as mesmas passadas firmes que o levaram a costurar a associação entre Cosan e Shell, Rubens Ometto está urdindo o que pode vir a ser a grande companhia logística do país. Tudo depende da consumação do desembarque da Cosan no bloco de controle da ALL, operação ainda em curso. Ometto enxerga este movimento como a primeira estação de um negócio ainda maior. A partir da sua entrada na ALL, o empresário pretende se credenciar ao posto de maquinista dos grandes projetos ferroviários nacionais. Aos seus olhos, tratase de um cargo que está vago. Não por acaso um dos empreendimentos na sua mira é a Transnordestina. Ometto é candidato a assumir a construção e a operação da linha férrea. Joga a seu favor a expressa e manifesta irritação da presidente Dilma Rousseff com Benjamin Steinbruch, responsável pelo projeto. O empresário tem sido recorrentemente cobrado pelo governo por conta dos atrasos na construção da ferrovia. Inicialmente, o governo pretendia inaugurar a ferrovia em 2010. Após sucessivos adiamentos, a data foi empurrada para 2013. No entanto, segundo dados filtrados junto ao Ministério dos Transportes, a estimativa é que apenas metade do percurso total da Transnordestina, de 1,7 mil quilômetros, esteja concluída neste prazo. Com isso, a postergação para o fim de 2014 já é dada como favas contadas. Há uma insatisfação maior com a demora no início das obras em alguns trechos específicos. É o caso da ligação de 470 quilômetros entre Aurora e Pecém, no Ceará. O governo fez um enorme esforço para acelerar as desapropriações ao longo do traçado da linha férrea, mas nem um dormente sequer teria sido instalado. É importante frisar que os atrasos da Transnordestina têm um enorme efeito colateral negativo, pois diversos outros projetos dependem da construção da ferrovia. Com o interesse de Rubens Ometto, o governo poderia forçar a saída de Benjamin Steinbruch da locomotiva da Transnordestina, usando como aríete o BNDES. Ressalte-se que o banco é campeão em deslocar empresários do lugar. Neste caso específico, a agência de fomento teria uma motivação extra. É fácil antever que o projeto desenhado por Rubens Ometto tem grandes chances de cair na graça do BNDES. A operação parece feita sob encomenda para a sua política escolher um cavalo vencedor e estimular o surgimento de grandes grupos nacionais nos mais diversos setores da economia. Ao juntar a ALL e a Transnordestina em um mesmo comboio, Rubens Ometto ficaria no controle de uma das joias da coroa da logística no Brasil. Juntas, as concessões somariam mais de 37 mil quilômetros de linhas férreas. As duas ferrovias cobririam pontos importantes de produção industrial e agrícola, o que daria a Ometto maior escala e fôlego para investir no setor. Sob a ótica do governo, haveria ainda um valor simbólico em sua escolha como o “maquinista do Brasil”. Ometto é considerado um empresário clean. Não está marcado como um caçador de subsídios públicos – seus principais negócios, incluindo a associação entre a Cosan e a Shell, foram feitos sem a tradicional torrente de recursos do governo. Além disso, é visto como um empreendedor ecologicamente correto, sustentável.

Ometto cobiça o posto de "maquinista do Brasil"

9/04/2012
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Com as mesmas passadas firmes que o levaram a costurar a associação entre Cosan e Shell, Rubens Ometto está urdindo o que pode vir a ser a grande companhia logística do país. Tudo depende da consumação do desembarque da Cosan no bloco de controle da ALL, operação ainda em curso. Ometto enxerga este movimento como a primeira estação de um negócio ainda maior. A partir da sua entrada na ALL, o empresário pretende se credenciar ao posto de maquinista dos grandes projetos ferroviários nacionais. Aos seus olhos, tratase de um cargo que está vago. Não por acaso um dos empreendimentos na sua mira é a Transnordestina. Ometto é candidato a assumir a construção e a operação da linha férrea. Joga a seu favor a expressa e manifesta irritação da presidente Dilma Rousseff com Benjamin Steinbruch, responsável pelo projeto. O empresário tem sido recorrentemente cobrado pelo governo por conta dos atrasos na construção da ferrovia. Inicialmente, o governo pretendia inaugurar a ferrovia em 2010. Após sucessivos adiamentos, a data foi empurrada para 2013. No entanto, segundo dados filtrados junto ao Ministério dos Transportes, a estimativa é que apenas metade do percurso total da Transnordestina, de 1,7 mil quilômetros, esteja concluída neste prazo. Com isso, a postergação para o fim de 2014 já é dada como favas contadas. Há uma insatisfação maior com a demora no início das obras em alguns trechos específicos. É o caso da ligação de 470 quilômetros entre Aurora e Pecém, no Ceará. O governo fez um enorme esforço para acelerar as desapropriações ao longo do traçado da linha férrea, mas nem um dormente sequer teria sido instalado. É importante frisar que os atrasos da Transnordestina têm um enorme efeito colateral negativo, pois diversos outros projetos dependem da construção da ferrovia. Com o interesse de Rubens Ometto, o governo poderia forçar a saída de Benjamin Steinbruch da locomotiva da Transnordestina, usando como aríete o BNDES. Ressalte-se que o banco é campeão em deslocar empresários do lugar. Neste caso específico, a agência de fomento teria uma motivação extra. É fácil antever que o projeto desenhado por Rubens Ometto tem grandes chances de cair na graça do BNDES. A operação parece feita sob encomenda para a sua política escolher um cavalo vencedor e estimular o surgimento de grandes grupos nacionais nos mais diversos setores da economia. Ao juntar a ALL e a Transnordestina em um mesmo comboio, Rubens Ometto ficaria no controle de uma das joias da coroa da logística no Brasil. Juntas, as concessões somariam mais de 37 mil quilômetros de linhas férreas. As duas ferrovias cobririam pontos importantes de produção industrial e agrícola, o que daria a Ometto maior escala e fôlego para investir no setor. Sob a ótica do governo, haveria ainda um valor simbólico em sua escolha como o “maquinista do Brasil”. Ometto é considerado um empresário clean. Não está marcado como um caçador de subsídios públicos – seus principais negócios, incluindo a associação entre a Cosan e a Shell, foram feitos sem a tradicional torrente de recursos do governo. Além disso, é visto como um empreendedor ecologicamente correto, sustentável.

Zigue-zague

9/04/2012
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Afinal, qual é a do Banif no Brasil? Ora o banco português posa de comprador – teria sondado o Modal (ver RR edição nº 4.331); ora dá pinta de que vai deixar o país. Segundo uma fonte ligada ao Banif, o banco teria sido alvo de uma investida da Plural Capital. Procurada pelo RR, a Plural informou que “não comenta especulações de mercado”. Já o Banif não quis se manifestar.

Acervo RR

Macquarie Bank

5/04/2012
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O australiano Macquarie Bank está criando uma área para atuar no mercado de commodities agrícolas no Brasil. Um dos seus objetivos é trazer investidores internacionais para a compra de participações em empresas do setor. O próprio banco está disposto a entrar no equity do negócio, sempre com presença minoritária

Acervo RR

Mosaic e Yara adubam a compra da Fertilizantes Heringer

4/04/2012
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A Fertilizantes Heringer tornou-se a namoradinha do setor. A empresa vem sendo cobiçada por dois grandes grupos internacionais dispostos a adubar sua operação no país. A Mosaic e a norueguesa Yara estão interessadas na aquisição. Ambas já teriam iniciado conversações com a família Heringer. A Mosaic vem sendo assessorada por um grande banco de investimentos norte- americano. De acordo com um executivo ligado a  fabricante de fertilizantes de origem mineira, a empresa estaria avaliada em aproximadamente R$ 1 bilhão – o que representaria um prêmio de controle de quase 80% sobre o valor de mercado. Segundo a mesma fonte, no caso da Mosaic, há a possibilidade de os Heringer manterem uma participação minoritária na empresa ou receberem ações do próprio grupo norte-americano como parte do pagamento. O eventual comprador da Heringer herdará uma empresa com faturamento anual de R$ 4,7 bilhões. Incorporará ainda 19 fábricas de fertilizantes. Procurada pelo RR, a Yara informou que “não comenta especulações de mercado”. A Mosaic não se manifestou até o fechamento da edição. O RR também entrou em contato com a Heringer por meio de sua assessoria de imprensa, mas não obteve retorno. Yara e Mosaic têm vários fatos em comum. Nos últimos dois anos, na esteira da crise mundial e da retração da demanda por fertilizantes, as duas empresas pisaram no freio e reduziram seus investimentos no Brasil. Com a expectativa de recuperação do setor, noruegueses e norte-americanos ressuscitaram uma velha disputa. Em 2008, as duas multinacionais teriam procurado a Heringer. Primeiro, esbarraram em discordâncias quanto ao valor da operação. Logo depois, com o estouro da hecatombe dos subprimes, ambas baixaram suas armas. Mais um ponto de interseção entre Mosaic e Yara: além do interesse na Heringer, ambas retomaram os investimentos no greenfield. Em apenas um dos projetos previstos para este ano, os noruegueses vão investir cerca de US$ 50 milhões na ampliação de sua unidade misturadora de matérias-primas na cidade de Rio Grande (RS). A Mosaic, por sua vez, pretende desembolsar pouco mais de US$ 100 milhões para expandir sua produção no país. No caso específico da empresa norte-americana, a reviravolta é ainda mais emblemática. Há cerca de três anos, a Mosaic foi alvo de boatos sobre sua saída do Brasil – a Vale chegou a ser apontada como forte candidata a  compra de seus ativos.

Vaga certa

3/04/2012
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Perto de encerrar seu mandato, o diretor de seguridade da Previ, Ricardo Sasseron, não vai ficar ao relento. Filiado ao PT, o executivo já teria assegurada uma vaga na diretoria do Banco do Brasil. O governo só não avisou ainda ao presidente do BB, Aldemir Bendine.

Upgrade

2/04/2012
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Hoje restrito a empréstimos para o setor de agribusiness, o banco holandês Rabobank prepara voos mais altos no Brasil. Entre os planos, a abertura de um investment banking. Consultado, o Rabobank não se pronunciou.

Quem dá mais?

26/03/2012
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O Santander decidiu rever seu plano de abertura de agências no Brasil. Segundo um executivo ligado ao banco, o número de inaugurações previsto para este ano – 100 pontos de atendimento -, deverá ser cortado a  metade. Procurado pelo RR, o Santander informou que a meta está mantida.

Acervo RR

Ventos da Suzlon mudam de direção

26/03/2012
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Ao contrário do que possa parecer, a recente venda de cinco parques eólicos no Ceará não deve ser encarada como um rito de despedida da indiana Suzlon. Por uma lógica nada retilínea, a empresa recuou uma casa para dar dois passos a  frente no Brasil. Os indianos negociam com potenciais parceiros a construção de dez usinas eólicas no país, divididas entre as Regiões Sul e Nordeste. Os novos empreendimentos trarão a reboque uma mudança da estratégia societária da Suzlon. Em vez de ser controladora dos parques eólicos, a companhia indiana passará a ter apenas fatias minoritárias. Procurada pelo RR, a Suzlon informou que “seu objetivo é atender o mercado com soluções customizadas, o que pode incluir participação minoritária em empreendimentos” A pergunta que não quer calar: se o problema era a redução da fatia societária, por que não vender parte das ações das antigas usinas, em vez de construir novos empreendimentos? A instalação de parques eólicos de menor custo teria sido uma condição imposta pelos futuros parceiros da Suzlon: a Enerplan, leia-se o grupo gaúcho Oleoplan, e fundos administrados pelo Banco Votorantim e o Banco do Brasil. Além disso, há motivações de ordem tributária. Os indianos negociam com o governo de três estados benefícios para a construção dos parques eólicos. O que não muda é o objetivo estratégico da Suzlon. Fabricante de equipamentos para usinas eólicas, a empresa indiana enxerga na participação societária em projetos do setor uma forma de garantir cadeira cativa para o fornecimento de máquinas.

Acervo RR

Elektra e Banco Azteca formam um círculo vicioso

23/03/2012
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As operações do magnata mexicano Ricardo Salinas no Brasil estão diante de um enigma de Tostines: é a paralisia da Elektra que engessa o Banco Azteca ou o engessamento do Banco Azteca que paralisa a Elektra? A rede varejista e a instituição financeira caminham lado a lado no país como se estivessem com os pés atados, em um ritmo que nada tem a ver com os planos inicialmente traçados por Salinas. No caso da Elektra, a meta de chegar a 1,5 mil lojas até 2015 já havia sido lançada ao mar no Golfo do México há pelo menos dois anos. No entanto, a empresa não tem conseguido sequer abrir 50 pontos de venda por ano, como rezava o novo planejamento estratégico. A entrada em outros estados do Nordeste – a companhia permanece restrita a Pernambuco, com pouco mais de 60 lojas – deverá ser postergada para 2013. Os negócios de Ricardo Salinas no Brasil vivem um momento sui generis. É como se Elektra e Azteca fossem duas empresas separadas pelo mesmo dono. Haveria, inclusive, um quadro de rivalidade e um jogo de empurra entre seus dirigentes. Segundo um executivo ligado a  rede varejista, diretores da Elektra estariam atribuindo o lento crescimento a  ausência de maior empuxo financeiro do Banco Azteca, responsável pelas operações de crédito da rede. Na instituição financeira, o consenso é que o banco não avança em virtude dos limites de crescimento da empresa varejista. O fato é que, a exemplo do que ocorre no varejo, os planos de Salinas para o Azteca ainda não se consumaram na dimensão esperada. O empresário chegou a ensaiar um aumento de capital no ano passado, mas a operação foi adiada. Resultado; o Azteca em nada lembra sua matriz, dona de uma das maiores operações de crédito direto ao consumidor do México. Seu patrimônio líquido está estagnado na casa dos R$ 30 milhões há cerca de dois anos. Sua carteira de crédito soma algo em torno de R$ 40 milhões, um volume ínfimo para a ordem de grandeza das principais financeiras do país.

Acervo RR

Tishman e Related dividem o teto no Brasil

23/03/2012
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Os caminhos de três importantes empresas do setor imobiliário norte-americano estão prestes a se cruzar no Brasil. O Related Group, com sede em Miami, e o Related Companies, de Nova York, negociam uma parceria com a Tishman Speyer para investimentos conjuntos no mercado brasileiro. Esta última já é moradora antiga do país. As outras duas, por sua vez, estão desembarcando do lado debaixo do Equador. A Related Brasil, controlada pela dupla homônima, vai iniciar suas operações a partir de abril em parceria com a Tishman. Segundo um executivo brasileiro ligado ao Related Group e ao Related Companies, as conversações com a Tishman envolvem inicialmente a montagem de um banco de terrenos compartilhado, com foco no Rio de Janeiro, São Paulo e algumas capitais do Nordeste. Ato contínuo, os norteamericanos vão partir para a construção de condomínios residenciais de alta renda e shopping centers. As tratativas têm sido conduzidas pelo executivo Daniel Citron. Escolhido pelos norte-americanos para comandar a Related Brasil, Citron conhece muitíssimo bem quem está do outro lado da mesa. Por oito anos, presidiu a subsidiária brasileira da Tishman Speyer. Para a Related, a parceria permitirá estrear no Brasil ao lado de uma empresa com expertise no mercado local. Já a Tishman usará a associação como trampolim para o segmento residencial – sua atividade no país sempre esteve concentrada na área corporativa. Ao mesmo tempo, a empresa vai dar a s mãos a um grupo de investidores que promete abrir o bolso para se estabelecer no Brasil. De acordo com a fonte ouvida pelo RR, Related Group e Related Companies têm cerca de US$ 300 milhões para investir no país.

Caixa Econômica

22/03/2012
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Enigma brasiliense: para quem tem o BB e a Caixa Econômica de que servem o Banco do Nordeste e o Basa? O governo responderá em breve.

ABC Brasil

19/03/2012
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O Banco ABC Brasil está ampliando suas operações na Líbia. Esquisito, não?

Acervo RR

BB no etanol

16/03/2012
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Segundo uma fonte ligada a  instituição, o Banco do Brasil foi convocado pelo governo para estimular a construção de usinas de álcool e açúcar. Por meio do BBI, seu braço de investimentos, vai entrar como acionista minoritário de projetos greenfield no setor. Procurado, o BB negou a operação.

Acervo RR

Banco Itaú e o dilema da Basileia

9/03/2012
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Ao que tudo indica, o banqueiro Roberto Setúbal estava olhando para o próprio umbigo ao declarar recentemente no México que o governo brasileiro deveria ser mais flexível na aplicação das regras do Basileia 3 – caso contrário, os bancos teriam de reduzir o crédito. O Basileia 3 exige reforço no capital das instituições financeiras para aumentar a segurança do sistema. No caso do Brasil, alguns bancos precisam de mais capital e outros de menos, dependendo do chamado crédito tributário. Pelo jeito, o Itaú está no primeiro grupo, pois, internamente, já se fala em uma taxa de crescimento da carteira de crédito em torno de 10% em 2012, índice inferior ao prometido na divulgação do balanço de 2011 do banco. Na ocasião, a previsão anunciada ao mercado ficou ao redor de 17%. Dado o interesse do governo em estimular o crescimento econômico, esse discurso – o de que rigor na aplicação do Basileia 3 representa menos crédito – pode render frutos para o Itaú se o Banco Central amenizar a aplicação da regra. Até porque, no caso do banco dos Setúbal, a revisão no crescimento da concessão de financiamentos é também uma resposta forçada ao aumento dos índices de inadimplência da instituição, notadamente no início do ano.

Acervo RR

NeoEnergia 1

7/03/2012
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Comentário feito por Aldemir Bendine, presidente do Banco do Brasil, em recente conversa com um grande empresário do setor elétrico: “Por mim, o banco já teria vendido suas ações na NeoEnergia há séculos. A Previ é que insiste em embarreirar o negócio. Como o governo só aceita a venda casada, nada acontece”.

Banco do Brasil

5/03/2012
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O BB vai entrar em peso no financiamento para a produção de cana-de-açúcar e etanol e o lançamento de produtos financeiros relacionados ao mercado de futuros. O banco pretende desembolsar R$ 1,5 bilhão no negócio. Consultado, o BB não quis se pronunciar.

Casa & Vídeo

1/03/2012
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Os acionistas da Casa & Vídeo discutem o projeto de criação de uma financeira em parceria com um grande banco. Já existem trocas de olhares com o Banco do Brasil.

Acervo RR

Meliá troca o eclipse da Espanha pelo sol do Brasil

28/02/2012
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Dentro de alguns anos será difícil dizer se a Sol Meliá é uma empresa espanhola com negócios no Brasil ou vice-versa. Os ibéricos decidiram transferir para o mercado brasileiro boa parte dos investimentos que estavam programados para outras regiões ao longo dos próximos anos. O país passou a ser visto pela Sol Meliá como o porto seguro diante da queda acentuada dos resultados de sua operação na Europa – onde está a maior parte de seus 350 hotéis. O RR apurou que os aportes no Brasil deverão somar R$ 3 bilhões no período de dez anos. Os recursos serão usados tanto na construção de hotéis quanto na aquisição de ativos. O grupo contará com o apoio do Santander e da La Caixa. Além do financiamento, os dois bancos deverão entrar no equity do negócio, tornando-se sócios de alguns empreendimentos por meio de fundos de investimento. A meta dos espanhóis é pular de 14 para 50 hotéis em cinco anos, o que fará do Brasil a maior operação mundial da Sol Meliá, a  frente até mesmo da própria Espanha. Os planos de aquisição da Sol Meliá no Brasil seguirão critérios geoeconômicos. Os espanhóis consideram fundamental, por exemplo, a compra de uma rede com razoável presença em São Paulo. Neste caso, quem se encaixa como uma luva nas mãos espanholas é a Blue Tree, de Chieko Aoki. O grupo herdaria 23 hotéis, oito deles na capital paulista. Trata- se de um número expressivo levando-se em consideração as dificuldades dos grupos do setor em encontrar terrenos em áreas estratégicas de São Paulo para a construção de hotéis. Outra cidade considerada estratégica pela Sol Meliá é o Rio de Janeiro, por conta dos Jogos Olímpicos de 2016. Neste caso, os holofotes estão direcionados para a Rede Othon. Procurados pelo RR, Meliá e Othon não retornaram até o fechamento desta edição. Já a Blue Tree negou a venda do controle. Há método na escolha da Sol Meliá. Aos olhos dos espanhóis, existe uma interseção entre as redes paulista e carioca que pode facilitar as negociações. Tanto a Blue Tree quanto o Othon são vistas como empresas com limitações para enfrentar as grandes redes internacionais que estão se espraiando no mercado brasileiro. Outro ponto em comum visto pela Sol Meliá: ambas enfrentam dificuldades de sucessão. Em relação ao Othon, no entanto, o Sol Meliá terá de driblar problemas de ordem societária capazes de inviabilizar a venda da empresa. A estrutura acionária da rede é extremamente fragmentada. O bloco de controle é formado por diversos integrantes dos Bezerra de Mello. O futuro da rede Othon sempre provocou divisões dentro da família, criando grupos que falam línguas diferentes, de difícil tradução.

Acervo RR

Engevix mostra as armas para o setor aeroportuário

17/02/2012
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O presidente da Engevix, Cristiano Kok, tem na ponta da língua a resposta aos detratores que questionaram a capacidade da empresa de honrar os investimentos no Aeroporto de Brasília – concessão arrematada na semana passada em parceria com a argentina Corporación America. Nas próximas semanas, a companhia vai receber cerca de R$ 500 milhões referentes a  venda de 40,65% da subsidiária Desenvix para a norueguesa SN Power. Ressalte-se que a Engevix ainda embolsará uma segunda tranche, no valor de R$ 206 milhões. Todos estes recursos serão destinados aos investimentos no terminal aeroportuário de Brasília. O montante percebido com a venda de parte da Desenvix será mais do que suficiente para servir como contrapartida do financiamento que o grupo receberá do BNDES e de outros bancos. No total, a Engevix investirá R$ 2,8 bilhões no aeroporto de Brasília. Parte deste valor será suprida com a receita do próprio terminal. Além disso, a Corporación America também entrará no risco do negócio, aportando recursos do próprio caixa. Os argentinos dividem o controle do consórcio com a Engevix, cada um com 25,5%.

Acervo RR

Pé embaixo

7/02/2012
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Paulo Rogério Caffarelli assumiu a vice-presidência de atacado, negócios internacionais e private bank do Banco do Brasil com a prioridade de acelerar a expansão no exterior. Para o presidente da instituição, Aldemir Bendine, o antecessor de Caffarelli, Allan Toledo, vinha tocando o projeto como quem anda de muleta.

Acervo RR

Visões de outro mundo unem BTG e Santander

2/02/2012
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Uma rosa é uma rosa é uma rosa, disse Gertrude Stein. O banqueiro André Esteves, controlador do BTG Pactual, talvez replicasse, afirmando que um sonho dentro de um sonho é um sonho dentro de um sonho é um sonho dentro de um sonho. Lá, naquele distante condomínio onírico, Esteves poderia muito bem comprar o UBS – quase comprou na vida real – , o HSBC, o Itaú para ir mais distante, ou a operação do Santander Brasil, bem mais viável. Os segredos do sistema bancário nacional, como todos os demais, ziguezagueiam no inconsciente. Como diria Nelson Rodrigues, até as cotias do Campo de Santana sabem que há uma lógica, uma lógica e uma lógica no propósito de Esteves com a aquisição do Banco PanAmericano: o crescimento por aquisição. A expansão orgânica anda como um caramujo em um mercado hiperconcentrado. Ela é a antítese do temperamento do líder do BTG Pactual. Mas, voltemos aos sonhos, nos quais lá também uma lógica é uma lógica é uma lógica. Por exemplo, o BTG Pactual, com o suporte da Caixa Econômica Federal, sócia minoritária no PanAmericano, compraria, através deste último, a operação do Santander no Brasil, que já anda meio carcomida, com rentabilidade declinante e indexada aos problemas da matriz, materializando o fantasma da contaminação da crise financeira europeia no sólido ambiente da banca verde-amarela. Pausa para um profundo sonho de Dilma Rousseff, que se tornou próxima de Esteves: a presidente sorriria de soslaio, no seu sono profundo, se fosse nacionalizada a terceira maior instituição financeira privada do país em volume de ativos. A CEF pegou carona na primeira estação do PanAmericano para tentar evitar o pior. Quando chamou o BTG Pactual foi para não deixar o banco quebrar. Agora seria a hora de ser um esteio para a alavancagem de Esteves com objetivo da criação do Santander/PanAmericano. E quando se trata de alavancagem, o ex-Pactual boy não é de brincadeira. Nas libações inconscientes do nosso herói, o universo é uma vibração do diapasão perfeito. A CEF se torna minoritária com uns 30%, por exemplo, ficando forte, diversificada, rentável. Esteves se despiria dos 51% do capital e seria o controlador com uma margem mais folgada, com espaço para bons coadjuvantes, tais como a Funcef. Entre secos e molhados, o PanaAmericano vitaminado e idealizado seria uma versão do Banco Votorantim com colírio e comando efetivo dos Ermírio de Moraes. Um banco mais parrudo sem, sombra de dúvida, e com capacidade de fazer um estrago nos mercados de crédito ao consumidor e consignado, além das operações com fundos e créditos imobiliários. Nos seus devaneios em um plano inatingível, Esteves se sente um generoso credor do governo. No meio do tiroteio do PanAmericano aceitou ir para o front e engolir o ex-banco de Silvio Santos. Serviu de anticorpo para debelar uma infecção que poderia se espalhar pelo sistema financeiro. O apoio para deglutir o Santander, tornando-se o terceiro maior banco privado do país, seria um infinito frente a  crise sistêmica, cósmica, que ocorreria se o espadachim não assumisse o seu posto. Nesse mundo não linear, o que faz sentido não faz, mesmo quando deveria, e vice-versa. O Santander Brasil é um peixe enorme. Bons sonhos, André!

Acervo RR

BB e Caixa se enroscam na Cobra Tecnologia

1/02/2012
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Banco do Brasil e Caixa Econômica acreditam que, ao contrário do que dizia Marx, a história pode, sim, se repetir e não necessariamente sob a forma de farsa. Segundo uma fonte do BB, os dois bancos federais reabriram discussões em torno do projeto de associação na área de tecnologia da informação, avaliado originalmente há cerca de dois anos. Mais uma vez, o epicentro da operação é a Cobra Tecnologia, um réptil que, ao longo do tempo, jamais se cansou de envenenar as finanças de seu controlador, o BB. O RR apurou que as conversas passam pela entrada da Caixa no capital da Cobra. O controle seria dividido fifty to fifty entre os dois bancos, que se tornariam os principais clientes da empresa de tecnologia. Procurado, o Banco do Brasil não quis se pronunciar. A Caixa, por sua vez, negou estar em conversações com o BB. Em 2010, quando foi avaliado pela primeira vez, o projeto encontrou resistências dentro da Caixa Econômica, a começar pela então presidente da instituição, Maria Fernanda Coelho. Já o atual no 1 do banco, Jorge Hereda, veria a operação com bons olhos. Ele defende que a Caixa tenha um braço próprio de automação bancária. Do lado do presidente do BB, Aldemir Bendine, nem é preciso dizer o quanto ele fez força pela ressurreição do projeto. Nos últimos dois anos, as perdas da Cobra passaram dos R$ 60 milhões.

Acervo RR

Mengniu Dairy Group ordenha a compra da Leite Nilza

31/01/2012
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Parafraseando Jorge Benjor, os chineses estão chegando, estão chegando os chineses. O mais novo alvo de cobiça dos asiáticos no Brasil é o mercado de laticínios. A Mengniu Dairy Group, empresa com quase US$ 5 bilhões de receita anual, prepara-se para desembarcar no país. O RR apurou que executivos chineses estão no Brasil trabalhando na montagem do plano estratégico para a chegada do grupo. O projeto prevê tanto a construção de fábricas próprias quanto aquisições. A Mengniu vem rastreando o mercado em busca de ativos notoriamente depreciados. Neste caso, seus olhos estão voltados para a Leite Nilza. A empresa, que pertenceu a Adhemar de Barros Neto, ex-acionista da Lacta, encontra-se em recuperação judicial. No ano passado, chegou a ter sua falência decretada e posteriormente anulada pela Justiça – o processo ainda corre no STJ. Atualmente, a Nilza é controlada pela Airex Trading, do advogado Sergio Alambert, que tem 65% do capital – o restante pertence a  BNDESPar. Procurada pelo RR, a Airex confirmou que tem conversado com investidores do setor de laticínios. Aceita, inclusive, negociar o controle da Leite Nilza. Porém, garantiu que não houve contato com a Mengniu. O BNDES é uma peça chave nesta engrenagem. Dentro da instituição, a compra da Nilza pela Mengniu é vista com bons olhos. O banco nutre dúvidas quanto a  real possibilidade de Sergio Alambert tirar a companhia do atoleiro. A percepção é de que isso só será possível com a chegada de um grande grupo do setor, que serviria como estimulante para os próprios credores, céticos em relação a  hipótese de recuperação da Nilza. A empresa, de Ribeirão Preto, tem uma dívida superior a R$ 400 milhões. Ao mesmo tempo em que prepara o bote sobre a Nilza, a Mengniu vai pincelando os planos para a montagem de uma estrutura industrial própria no Brasil. Os chineses pretendem, na partida, construir duas fábricas. Goiás e Rio Grande do Sul são os candidatos mais fortes a receber o empreendimento. Se comprar a Nilza, o grupo asiático ainda herdará mais duas unidades de produção, uma em Minas Gerais e outra em São Paulo. Um dos principais objetivos da Mengniu é usar o Brasil como centro de exportação para a própria China, onde a demanda por laticínios tem crescido, em média, 20% ao ano.

"Seu José" já é passado na gestão do Banco Safra

30/01/2012
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Está sacramentada a sucessão em uma das mais tradicionais e longevas dinastias do setor bancário. A passagem do cetro no Banco Safra, processo que se desenrolou gradativamente nos últimos cinco anos, chegou ao seu ponto de consolidação. Ainda que não de direito, de fato Joseph Safra teria se afastado da gestão do grupo por motivos de saúde. O RR apurou junto a três fontes do Banco Safra, uma delas da operação de Mônaco, que o comando passou a s mãos dos filhos Alberto e Jacob. O primeiro assumiu a administração do Safra no Brasil. Jacob, por sua vez, tomou as rédeas dos bancos no exterior: Mônaco, Luxemburgo, Estados Unidos, Suíça e Israel. Estes últimos, aliás, são suas meninas dos olhos. As duas operações são mais rentáveis do que o próprio Safra no Brasil. Não custa lembrar que todas as instituições do grupo são independentes e não consolidadas. Procurado pelo RR, o Banco Safra, após inúmeros contatos telefônicos e por email, não se pronunciou até o fechamento desta edição. Algumas das atitudes mais extremas adotadas por Joseph Safra nos últimos anos em parte são atribuídas no banco a  evolução do seu estado de saúde. O banqueiro foi se distanciando gradualmente do comando do Safra. Aos poucos, tornou-se uma espécie de Rei Lear a s avessas, um monarca afastado, sim, de seu trono, mas sem qualquer episódio de intriga ou traição. A transferência de poder foi feita de maneira suave, consensual e silenciosa. Na linha direta de sucessão, independentemente da maior ou menor vocação para banqueiro, havia um four de ases – os filhos Jacob, Alberto, Esther e David. No final do jogo, ficaram apenas duas cartas no baralho: Jacob e Alberto. A meritocracia falou mais alto do que qualquer critério de consanguinidade. Esther sempre fez um ou outro trabalho dentro da instituição, mas sempre cumprindo missões de segunda linha. Já David é visto pela própria família e pelos executivos do banco como um aprendiz. Ainda é um homem a  espera de seu tempo. A relação entre Jacob e Alberto Safra é muito distante do que sempre foi a coexistência entre Joseph e seu irmão Moise, marcada por um permanente clima de incômodo mútuo, potencializado pelo bad end da sociedade. Ainda assim, os dois filhos de “Seu José” mantêm uma convivência relativamente tensa. Existe um ambiente contumaz de competição, como se houvesse uma medição constante do desempenho dos ativos sob controle de parte a parte. Dentro da casa bancária, a rixa não chega a causar perplexidade. A tese é que a desavença sempre esteve na veia dos Safra e nunca fez mal a  performance da instituição. Jacob e Alberto também não renegam a paternidade no estilo de gestão. Ambos praticamente tiraram quase todos os executivos com mais de 30 anos de casa e colocaram sua própria turma nos cargos. Ainda assim, fontes de dentro do grupo atestam que os dois herdeiros de “Seu José” têm todos os atributos para manter a linhagem de excelência do clã e dar sequência a uma das mais bem-sucedidas sagas financeiras da história, mantendo o epíteto do Safra: o banco dos banqueiros. Tradição e bons resultados, portanto, não faltarão. A torcida é de que haja paz.

Acervo RR

“Seu José” já é passado na gestão do Banco Safra

30/01/2012
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Está sacramentada a sucessão em uma das mais tradicionais e longevas dinastias do setor bancário. A passagem do cetro no Banco Safra, processo que se desenrolou gradativamente nos últimos cinco anos, chegou ao seu ponto de consolidação. Ainda que não de direito, de fato Joseph Safra teria se afastado da gestão do grupo por motivos de saúde. O RR apurou junto a três fontes do Banco Safra, uma delas da operação de Mônaco, que o comando passou a s mãos dos filhos Alberto e Jacob. O primeiro assumiu a administração do Safra no Brasil. Jacob, por sua vez, tomou as rédeas dos bancos no exterior: Mônaco, Luxemburgo, Estados Unidos, Suíça e Israel. Estes últimos, aliás, são suas meninas dos olhos. As duas operações são mais rentáveis do que o próprio Safra no Brasil. Não custa lembrar que todas as instituições do grupo são independentes e não consolidadas. Procurado pelo RR, o Banco Safra, após inúmeros contatos telefônicos e por email, não se pronunciou até o fechamento desta edição. Algumas das atitudes mais extremas adotadas por Joseph Safra nos últimos anos em parte são atribuídas no banco a  evolução do seu estado de saúde. O banqueiro foi se distanciando gradualmente do comando do Safra. Aos poucos, tornou-se uma espécie de Rei Lear a s avessas, um monarca afastado, sim, de seu trono, mas sem qualquer episódio de intriga ou traição. A transferência de poder foi feita de maneira suave, consensual e silenciosa. Na linha direta de sucessão, independentemente da maior ou menor vocação para banqueiro, havia um four de ases – os filhos Jacob, Alberto, Esther e David. No final do jogo, ficaram apenas duas cartas no baralho: Jacob e Alberto. A meritocracia falou mais alto do que qualquer critério de consanguinidade. Esther sempre fez um ou outro trabalho dentro da instituição, mas sempre cumprindo missões de segunda linha. Já David é visto pela própria família e pelos executivos do banco como um aprendiz. Ainda é um homem a  espera de seu tempo. A relação entre Jacob e Alberto Safra é muito distante do que sempre foi a coexistência entre Joseph e seu irmão Moise, marcada por um permanente clima de incômodo mútuo, potencializado pelo bad end da sociedade. Ainda assim, os dois filhos de “Seu José” mantêm uma convivência relativamente tensa. Existe um ambiente contumaz de competição, como se houvesse uma medição constante do desempenho dos ativos sob controle de parte a parte. Dentro da casa bancária, a rixa não chega a causar perplexidade. A tese é que a desavença sempre esteve na veia dos Safra e nunca fez mal a  performance da instituição. Jacob e Alberto também não renegam a paternidade no estilo de gestão. Ambos praticamente tiraram quase todos os executivos com mais de 30 anos de casa e colocaram sua própria turma nos cargos. Ainda assim, fontes de dentro do grupo atestam que os dois herdeiros de “Seu José” têm todos os atributos para manter a linhagem de excelência do clã e dar sequência a uma das mais bem-sucedidas sagas financeiras da história, mantendo o epíteto do Safra: o banco dos banqueiros. Tradição e bons resultados, portanto, não faltarão. A torcida é de que haja paz.

Acervo RR

Benjamin desenterra sua velha fábrica de trilhos

26/01/2012
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Benjamin Steinbruch, notoriamente chegado a anunciar o mesmo investimento por diversas vezes, está tirando da gaveta um antigo projeto. Trata-se da construção de uma fábrica de trilhos, empreendimento que o empresário sinalizou pela primeira vez há quase 16 anos. De acordo com uma fonte do BNDES, Benjamin demonstrou ao banco a disposição da CSN de investir US$ 250 milhões na operação. O plano passa pela construção de uma laminadora no complexo siderúrgico de Volta Redonda com capacidade para a produção de 150 mil toneladas de trilhos por ano. Costumeiramente afeito a se jogar sobre os ombros do BNDES, desta vez é provável que Benjamin nem precise fazer muita força para contar com o apoio do banco. O projeto é visto como estratégico pelo comando da agência de fomento. Hoje, o Brasil não produz um centímetro sequer de trilho. Todos os equipamentos são importados. A fábrica da CSN teria capacidade para atender a  metade da demanda nacional. Além disso, o BNDES ainda enxerga um possível efeito dominó positivo. A decisão de Benjamin serviria como um estímulo para que outras siderúrgicas também entrassem neste setor, contribuindo para reduzir ainda mais a dependência das concessionárias ferroviárias das importações. Os olhos do banco se voltam principalmente para a ArcelorMittal, que já produziu trilhos no Brasil, e a Gerdau, que tem um projeto semelhante ao da CSN. O maior incentivo para a fabricação no país está no custo da matéria-prima. O preço da tonelada do trilho importado tem saído, em média, a US$ 900,00. Já o ferro pode ser comprado a US$ 200,00 a tonelada no mercado interno. Pode até ser mais um dos tantos blefes de Benjamin Steinbruch quando o assunto são novos investimentos, mas há indícios de que o empresário pretende mesmo tirar a fábrica de trilhos do freezer. Benjamin tem se articulado junto ao governo na tentativa de garantir cotas de nacionalização para a compra de trilhos. O próprio Ministério dos Transportes vem promovendo estudos para fixar um percentual mínimo de conteúdo nacional nos equipamentos comprados pela Valec.

Acervo RR

UBS

26/01/2012
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O presidente do UBS no Brasil, Lywal Salles, tem sofrido um lento processo de esvaziamento. Seu espaço vem sendo invadido pelo nº 1 do banco nas Américas, Robert Wolf.

Acervo RR

GE e seus parceiros de vento investem em energia no Brasil

25/01/2012
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Imaginem só se o Brasil tivesse um marco regulatório para a geração de energia eólica. Mesmo sem regras definidas e sólidas garantias jurisdicionais, um número crescente de grandes empresas internacionais está soprando seus investimentos para estas bandas. Agora é a vez de um quarteto de pesos-pesados formado por General Electric, Itochu, Sumitomo e Google eleger o país como mercado fulcral para seus investimentos Estas empresas vão replicar no Brasil a parceria que mantém nos Estados Unidos para a produção de energia renovável. Os planos preveem a construção de até quatro parques eólicos, um investimento que deverá chegar perto de US$ 2 bilhões. Executivos da GE, operadora das usinas nos Estados Unidos, estiveram no Brasil na primeira quinzena de janeiro. De acordo com uma fonte do Ministério de Minas e Energia, reuniramse com representantes da Pasta e iniciaram a procura por áreas para a instalação das usinas. Para se ter uma ideia do apetite com que GE, Google, Sumitomo e Itochu pretendem desembarcar no Brasil, o investimento previsto para o Brasil se equipara ao maior projeto conduzido pelo quarteto nos Estados Unidos: a construção da usina eólica de Sheperds Flat, no Oregon. De acordo com a fonte do Ministério de Minas e Energia consultada pelo RR, o plano do grupo é chegar á produção de 900 megawatts em até quatro anos, o que o tornará uma dos três maiores produtores de energia eólica do país. De certa forma, o Brasil chega atrasado ao mapa de negócios do quarteto. Além dos empreendimentos nos Estados Unidos, GE, Sumitomo, Itochu e Google estão investindo mais de US$ 1 bilhão na produção de energia eólica na China. Há algum tempo prospectam também negócios na andia e na Rússia. No Brasil, a prioridade é o Nordeste, região onde notoriamente existe o maior potencial de produção eólica do país. A GE deverá ser majoritária dos negócios no país. O principal objetivo da companhia é o fornecimento de equipamentos para a construção das usinas eólicas. O grupo deverá trazer a reboque o financiamento de bancos norte-americanos.

Acervo RR

Banco do carona

24/01/2012
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A Audi procura parceiros, de preferência fundos de investimento e redes de concessionárias, para tirar do porta-luvas o projeto de retomada da produção de veículos no Brasil. A busca por sócios tem sido conduzida pelo próprio presidente da empresa no país, Paulo Sérgio Kakinoff.

Acervo RR

BV Financeira perde o crédito entre seus controladores

18/01/2012
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Há agonia por todos os poros, mas nem um pingo de êxtase nos corredores da BV Financeira. Os executivos têm chegado para trabalhar pela manhã sem saber se, ao fim do dia, ainda estarão em seus cargos. A direção do BB e os Ermírio de Moraes preparam uma drástica reestruturação na empresa, controlada pelo Banco Votorantim. O motivo é a insatisfação com a performance da financeira. A maior parte do descontentamento pesa sobre as costas de Dídimo Santana Fernandez Junior, diretor comercial de veículos. Responsável pela principal área de atuação da BV, o executivo é o mais forte candidato a puxar a fila dos guilhotinados. A lâmina que ora resvala em seu pescoço já fez miséria em seu bolso. Na esteira do mau desempenho da financeira, sua Participação nos Lucros e Resultados (PLR) referente ao exercício de 2011 teria sido cortada em 90% na comparação com o ano anterior. Dídimo também caiu em desgraça junto ao BB e ao Votorantim por conta do aumento da inadimplência da financeira. Os acionistas da BV entendem que o executivo adotou uma política frouxa na concessão de crédito para a venda de veículos e tardou a reagir ao crescimento dos contratos não cumpridos. Apenas no terceiro trimestre de 2011, a empresa reduziu o percentual de propostas aprovadas. O Banco do Brasil quer indicar o substituto de Dídimo Fernandez. Faz pressão também por mudanças em outros cargos na BV Financeira. Aliás, no que depender do banco federal, o troca-troca vai respingar no próprio Votorantim. A diretoria do BB entende que houve um cochilo no comando na instituição diante das sucessivas perdas de resultado da financeira. Fontes ligadas ao Votorantim garantem que a empresa fechou 2011 muito longe do lucro alcançado no ano anterior (R$ 507 milhões). Basta uma olhada no balanço do primeiro semestre para se imaginar o tamanho da distância. Entre janeiro e junho do ano passado, o ganho foi de R$ 98 milhões, bem abaixo dos R$ 241 milhões apurados no mesmo período em 2010. No mesmo intervalo, a provisão para créditos de liquidação duvidosa aumentou de R$ 753 milhões para mais de R$ 1 bilhão. Procurado pelo RR, o Votorantim informou que não se pronuncia sobre resultados financeiros não divulgados previamente pelo BB. Em relação a s mudanças na diretoria da BV, o banco divulgou que não “comenta boatos de mercado”. Além disso, classificou como especulação a informação sobre o corte no PLR de Dídimo Fernandez. Por uma questão de boa fé, o RR torce para que suas informações estejam erradas. Mas é difícil.

Acervo RR

Banco do Brasil avança na direção do Banestes

17/01/2012
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O Banco do Brasil decidiu retomar a estratégia de compra de instituições financeiras estaduais. O primeiro nome da lista é o Banestes. O RR apurou junto a uma alta fonte do BB que existem conversações entre a direção do banco, o Ministério da Fazenda e o governo do Espírito Santo. Na semana passada, houve duas reuniões na instituição para tratar do tema. O banco aguarda apenas a reestruturação acionária do Banestes para formatar uma oferta pela instituição capixaba – hoje haverá uma assembleia de acionistas para analisar a proposta de grupamento dos papéis na proporção de cem para um. Com a aquisição, o BB assumiria a folha de pagamento dos servidores estaduais e do funcionalismo público dos 78 municípios do Espírito Santo. Com base na atual cotação do papel em bolsa – noves fora o prêmio de controle – a participação do estado no Banestes está avaliada em quase R$ 690 milhões. Procurado, o BB não quis comentar o assunto. Já o Banestes não se pronunciou até o fechamento desta edição. Esta é a segunda investida do BB sobre o Banestes. Na primeira, no início de 2009, o banco federal chegou a iniciar o processo de due diligence. No entanto, o então governador Paulo Hartung brecou a operação. Desta vez, no entanto, o cenário é diferente. O atual governador, Renato Casagrande, tem um fator de pressão que não pesava sobre as costas de seu antecessor: a portabilidade da conta-salário dos servidores. Os clientes do Banestes vêm sendo assediados por todos os lados pelos grandes bancos do país para virar a casaca. O BB tem uma carapaça mais do que curtida para reter os correntistas, algo que não se poder dizer em relação a  instituição capixaba. Esta vulnerabilidade deixou o governo do Espírito Santo diante de um córner: manter o controle do banco sob o risco de ver sua base de clientes definhar ou negociá-lo agora enquanto seu principal ativo está intacto e a instituição ainda é objeto de cobiça? É um daqueles enigmas que praticamente já vêm com uma solução compulsória. Além do Banestes, tratado como prioridade, outros bancos têm sido mencionados dentro do BB. É o caso do Banpará e do sergipano Banese. O banco paraense mantém sob o guarda-chuva a conta dos mais de 100 mil servidores ativos e inativos do estado. No caso da instituição sergipana, seriam mais 45 mil correntistas na rede do BB.

Acervo RR

Morgan Stanley

13/01/2012
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A filial brasileira do Morgan Stanley recebeu a má notícia na semana passada. O escritório será atingido pelas demissões que o banco fará em diversos países. Os cortes devem ocorrer em fevereiro. Procurado pelo RR, o Morgan Stanley limitou-se a confirmar a demissão global de 1.600 funcionários sem se pronunciar especificamente sobre o Brasil.

Banco Safra

30/12/2011
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“Seu” José Safra instituiu a política da tolerância zero para os inadimplentes da área de pessoa jurídica. Basta ver o salto do número de pedidos de falência feitos pelo Banco Safra em varas de todo o Brasil nos últimos três meses. O RR entrou em contato com o Safra, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

Acervo RR

Banrisul X BB

29/12/2011
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Tarso Genro deverá virar concorrente do Banco do Brasil na disputa pelos brasileiros que vivem em países vizinhos. O Banrisul prepara-se para abrir agências em Buenos Aires, Montevidéu e Santiago. Das três cidades, o BB só não está presente na capital uruguaia, mas tem planos de desembarcar por lá em 2012.

Acervo RR

Alibaba e B2W aprontam um negócio da China com o Yahoo

28/12/2011
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De um lado, o maior conglomerado de comércio eletrônico da asia; do outro, a grande potência do setor no mercado brasileiro. A chinesa Alibaba e a B2W, controlada por Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, são fortes candidatas a um enlace cibernético. As duas empresas vêm mantendo conversações conduzidas por um banco de investimentos japonês. Uma das fontes que acompanha o negócio com lupa prevê que dessas tratativas poderá surgir uma das maiores empresas de comércio eletrônico do mundo. Através de uma operação de troca de ações entre si e da alavancagem de recursos em mercado, a dupla poderá partir para uma oferta pelo Yahoo. Parece algo extravagante até para Lemann e cia., mas diziam a mesma coisa por ocasião da fusão entre AmBev e Interbrew e, posteriormente, da compra da Anheuser-Busch. Jorge Paulo Lemann estaria disposto até a se tornar minoritário para participar de um dos maiores negócios do mundo da área de internet. Para se ter uma ideia das cifras envolvidas na operação, os valores de mercado do Yahoo e da Alibaba são, respectivamente, de US$ 18,5 bilhões e de US$ 32 bilhões. A B2W vale uma ninharia se comparada aos dois mastodontes, mas a capacidade de seus acionistas de alavancarem recursos em mercado não pode ser desprezada por nenhum concorrente. Além disso, a empresa tem um valor estratégico ainda imensurável. Ela serviria de porta de entrada da Alibaba no Brasil, mercado que os chineses consideram absolutamente prioritário para ampliar suas operações fora da asia. Essa aliança sino-brasileira poderia representar a ressurreição do Yahoo, hoje visto como o patinho feio do mercado mundial de internet em razão da forte perda de share. A nova companhia indexaria os dois principais mercados emergentes e poderia concorrer com os grandes nomes do setor, como Google e Facebook. Não obstante a B2W ser o menor elo de toda a cadeia, o impacto desta operação dentro da própria empresa tem tudo para ser grandioso. Até porque a holding controladora da Americanas. com, Submarino, Shoptime e Ingresso.com atravessa um momento nada festivo. A B2W se tornou sinônimo de mau atendimento ao consumidor. Seus notórios problemas logísticos para a entrega de mercadorias a transformou em campeã de reclamações em diversos Procons estaduais, com forte impacto sobre sua imagem institucional. Ao mesmo tempo, a empresa vive um período de vacas magras. Entre janeiro e setembro deste ano, acumulou um prejuízo de R$ 60 milhões, contra um lucro de R$ 47 milhões em igual período no ano passado. Em igual intervalo, seu faturamento ficou praticamente estagnado, passando de R$ 2,9 bilhões para R$ 3,05 bilhões. Parece um dote pequeno para entrar em um casamento portentoso. Mas o que conta é que o preço do Brasil ficou caro.

Acervo RR

HSBC embala um ano novo melhor

23/12/2011
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O HSBC rompe o ano de 2012 vivendo seu momento de decisão no Brasil. O banco tem a oportunidade de fazer do limão, a crise europeia, uma limonada, com a reversão do seu baixo desempenho histórico no país. Para isso, precisa resolver qual o caminho tomar em um turbilhão de interrogações. Optar pelo crescimento orgânico? Comprar um banco com expertise complementar? Vender ativos para melhorar a performance? Fazer uma grande aquisição que lhe permita criar massa crítica no Brasil? Nenhuma das opções exclui as demais e todas estão em estudo pelo banco. Mas as duas escolhas que parecem já ter sido feitas no silêncio do HSBC são a venda da Losango e a compra da operação bancária do Santander no Brasil – ver RR nº 4.267. A primeira iniciativa serviria para fazer caixa para a segunda. Em outra circunstância, o HSBC até esperaria mais para se desfazer do ativo, tendo em vista as condições de preço do mercado. No entanto, o custo de oportunidade para a aquisição do Santander exige que ele monte este cavalo antes que outro o faça. O assessor de imprensa do HSBC, Antonio Carlos Seidl, considera que o RR deveria ser nomeado para o – Oscar de ficção jornalística – devido a s menções a  compra das operações do Santander no Brasil. É dura a tarefa, sempre em ambiente hostil, de antecipar informações no mundo das fusões e aquisições. Seria bom que Seidl não fizesse como o finado Banco Nacional, que publicou um anúncio de primeira página para desmentir a fusão com o Unibanco, divulgada pelo RR – fato que se consumou cinco dias depois. O que a assessoria de comunicação do HSBC não pode desmentir em hipótese alguma são os pífios resultados no Brasil, por qualquer métrica que se utilize. Entre os grandes da banca nacional, a instituição segura a lanterninha. Seu lucro no primeiro semestre projeta uma rentabilidade anualizada em torno de 14%. Não dá nem para a saída em relação a  concorrência. No Bradesco, a estimativa de retorno sobre o patrimônio para este ano gira em torno de 22,5%. O Itaú está no mesmo patamar. O lucro do primeiro semestre aponta para uma rentabilidade de 22,4% em 2011. O Banco do Brasil vai além. A projeção é de um ganho sobre o patrimônio líquido superior a 25%. Esta goleada da concorrência não se restringe a 2011. Nos últimos dois anos, o HSBC ficou atrás de seus maiores oponentes. Em 2009 e 2010, teve uma rentabilidade média de 12,9%. No Bradesco, este índice foi de aproximadamente 21%. O Itaú, por sua vez, registrou um ganho sobre patrimônio de 22,7% na média dos dois últimos balanços. Neste período, o BB também ficou a  frente, com um retorno médio de 28,8%. Dependendo do critério contábil adotado, até o próprio Santander, duramente ferido pela crise financeira na Europa, vem apresentando um desempenho superior ao do HSBC. Excluindo-se o ágio pago na compra do Real, o banco espanhol teve uma rentabilidade sobre patrimônio de 17,8% na média dos últimos dois exercícios. Utilizando-se o mesmo padrão, o resultado da instituição no primeiro semestre deste ano projeta um retorno de 18% em 2011. Os resultados do HSBC só podem ser atribuídos a  incompetência de gestão ou a  falta de musculatura para concorrer no mercado bancário brasileiro. As evidências apontam para a segunda hipótese.

Acervo RR

Mapfre faz um apartheid entre seus corretores

22/12/2011
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Que o presidente da Mapfre no Brasil, Marcos Eduardo Ferreira, não espere efusivas e, muito menos, sinceras mensagens de “Feliz Natal” por parte dos corretores da companhia. Ferreira comprou uma briga com os mais de 10 mil distribuidores de seguros da empresa em todo o país. O motivo é o lançamento do Mapfre Bien Vivir, um seguro de vida altamente sofisticado, desenvolvido com base em produtos internacionais, notadamente do mercado norte- americano. Foram quase dois anos de estudos, conduzidos com o apoio de consultores do Brasil e do exterior. Ou seja: no entendimento da direção da companhia, trata-se de uma pedra preciosa demais para ser comercializada “por qualquer um”. De acordo com informações filtradas junto aos próprios corretores, a Mapfre teria decretado uma espécie de apartheid comercial. Há queixas de que os espanhóis fixaram uma série de pré-requisitos e, principalmente, margens de lucro extremamente draconianas com o deliberado objetivo de desestimular sua tropa de distribuidores a trabalhar com a nova apólice. Procurada pelo RR, a Mapfre informou que o produto “está aberto a todos os corretores, considerados o principal canal de distribuição da empresa”. A turma da corretagem enxerga uma manobra realmente segregacionista. A estratégia da Mapfre seria a de concentrar a distribuição da apólice em castas mais altas da área comercial, leiase um grupo seleto de consultores financeiros e de bancos parceiros. Em português claro: aos olhos dos espanhóis, sua trupe de pastinhas não estaria devidamente preparada para ofertar um seguro praticamente inédito entre as companhias que operam no país.

Acervo RR

Gangorra

20/12/2011
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O até então todo-poderoso Eduardo Centola, nº 1 do braço de investimentos do UBS no Brasil, está sofrendo um processo de fade out. Os suíços têm gradativamente aumentado sua interferência sobre a gestão do banco no país.

HSBC

19/12/2011
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Na última sexta-feira, quase no fim do dia, circularam fortes rumores no mercado bancário de que o presidente do HSBC no Brasil, Conrado Engel, estaria deixando o cargo em mais um dos deslocamentos promovidos pela matriz. Se servir de alento, é bom lembrar que Michael Geoghegan, presidente do banco no país entre 1997 e 2003, deixou a função para se tornar CEO mundial do grupo. Procurado pelo RR, o HSBC negou a saída de Conrado Engel.

Acervo RR

BB in USA

16/12/2011
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O Banco do Brasil vai aumentar sua teia nos Estados Unidos. Seis meses após a compra do Eurobank, prepara- se para abrir sua primeira agência, com a bandeira BB, na Califórnia, mais precisamente em Los Angeles. No pacote, ainda será inaugurado um escritório para a negociação de títulos agrícolas no mercado futuro do país.

Acervo RR

Banco ABC Brasil busca uma saída para a sua – primavera árabe –

16/12/2011
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A diretoria e o Conselho de Administração do Banco ABC Brasil têm mantido uma intensa agenda de discussões. Há um consenso de que a instituição está diante de um de seus maiores desafios desde que iniciou sua operação no país, em 1983, com a compra do Banco Roma, de Roberto Marinho. A missão é resgatar a reputação do ABC e a confiança do mercado, arranhadas com a recente crise na Líbia. Todos os caminhos apontam para um significativo aporte de capital do sócio controlador, o Arab Bank Corporation. Sediado no Bahrein, a instituição tem como acionistas o Banco Central da Líbia e o fundo soberano do Kuwait. Procurado pelo RR, o ABC Brasil informou que -não há aumento de capital previsto, pois a instituição já se encontra confortavelmente capitalizada, inclusive considerando- se a expansão prevista -. No entanto, segundo informações filtradas junto ao Banco Central, o Arab Bank teria manifestado a  autoridade monetária a intenção de injetar até R$ 500 milhões no ABC. O aporte seria uma demonstração de pujança e de compromisso de longo prazo com o Brasil. Além do seu valor simbólico, o aumento de capital permitiria ao banco dar um gás maior em sua principal atividade: os empréstimos para o segmento corporativo. Um dos principais artífices do aumento de capital seria o presidente do Conselho de Administração, Anwar Ali Al Mudhaf. O executivo tem excelente trânsito entre a cúpula do Arab Banking, onde ocupou diversos cargos, e o próprio BC líbio. Por muitos anos, foi consultor do Comitê de Finanças e Assuntos Econômicos do Parlamento do Kuwait. Persuadir o mercado talvez seja uma tarefa até fácil diante da necessidade do ABC Brasil de acabar com a cisma do Banco Central. Segundo uma fonte da autoridade monetária, o BC ainda prefere manter uma posição de cautela em relação a eventuais consequências da transição de governo na Líbia sobre as operações do ABC Brasil. Em setembro, no auge da caçada a Muamar Kadafi, a Advocacia-Geral da União determinou o bloqueio das ações e dos dividendos do banco e da ABC DTVM, alegando estar protegendo o interesse dos acionistas minoritários e dos clientes. Noves fora o possível excesso de zelo da autoridade monetária, os resultados do ABC Brasil jogam a favor do banco e da sua imagem. No terceiro trimestre deste ano, o lucro cresceu 14,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

Acervo RR

HSBC puxa a cauda de um touro ferido

8/12/2011
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Nos corredores do HSBC, é possível escutar uma voz roufenha, repetindo em forma de sussurros uma só palavra: – Santander… Santander… Santander…-. O banco de origem britânica tem acompanhado passo a passo com atenção obsessiva a errante trajetória dos espanhóis na América Latina. O HSBC enxerga o Santander como uma oportunidade de ouro para, enfim, montar uma grande operação de varejo no Brasil. Sua posição no país alcançaria outro patamar com a aquisição dos ativos do banco espanhol. Representaria também o cumprimento de uma promessa que jamais se materializou na proporção esperada. Quando comprou o Bamerindus, em 1997, o HSBC desembarcou no Brasil disposto a lutar pelo varejo bancário com todas as suas armas. No meio do caminho, no entanto, os ventos mudaram de direção. Hoje, a instituição está muito mais para um banco de atacado ou uma gestora de fortunas do que um player do varejo tradicional, não obstante ter mais de 5,4 milhões de clientes pessoas físicas e quase 900 agências em todo o país. Esta inflexão estratégica do HSBC, que o distanciou de seu propósito inicial, teve como principal artífice Michael Geoghegan, que comandou o banco no país entre 1997 e 2003. Mais recentemente, quando ocupou o cargo de CEO global do grupo, o executivo transferiu do México para o Brasil a sede das operações latino-americanas. Ainda assim, curiosamente, manteve o mercado brasileiro como uma bela adormecida, dando continuação a  visão que tinha no cargo anterior. Este estado de hibernação é página virada. A disposição do HSBC de finalmente se firmar como um banco de varejo no país deve ser creditada na conta do atual CEO mundial, Stuart Gulliver, para quem o Brasil não é uma Lilliput. Hoje, a subsidiária é o terceiro maior lucro global do grupo. Não por acaso, até segunda ordem, será poupada do corte de 30 mil empregos que os britânicos farão até 2013. Como bom predador, o HSBC fareja o momento de fragilidade de sua presa. Duramente afetado pela crise europeia, e, mais precisamente, pelo sangramento da economia espanhola, o Santander tem sido obrigado a vender ativos na América Latina para reforçar sua posição doméstica – entre outros problemas, o banco está abarrotado de títulos públicos. Anteontem mesmo, o chileno Corpbanca fechou a compra de 95% do Santander Colômbia. Automaticamente, os espanhóis caíram numa armadilha inevitável. Suas operações latino-americanas entraram em um processo natural de depreciação. O HSBC, por sua vez, encontra- se em uma situação diferente. Blindado pelo Canal da Mancha, o banco não está tão próximo do olho do furacão que varre a economia na Zona do Euro. Outro fator positivo é a sua forte posição no mercado asiático. Com a compra dos ativos do Santander, a instituição daria um salto triplo no Brasil. Passaria de R$ 116 bilhões para quase R$ 500 bilhões em ativos totais. O volume de depósitos pularia de R$ 9 bilhões para mais de R$ 22 bilhões. Em termos de capilaridade, o HSBC quadruplicaria sua presença no país. Ao incorporar as agências do Santander, chegará a aproximadamente 3,4 mil pontos de atendimento, contra cerca de 900 atualmente. Ou seja: o HSBC não vai virar um Bradesco ou Itaú, mas, ao menos, vai correr em um páreo no qual vinha fazendo um certo forfait.

Acervo RR

Itochu pula fora dos canaviais da Bunge

6/12/2011
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Uma parceria até certo ponto inusitada, mas com alto poder de combustão, está prestes a ser formada no mercado brasileiro de etanol. Larry Page e Sergey Brin, que há anos ensaiam sua entrada no setor, parecem finalmente ter encontrado uma alma gêmea para investir na produção de álcool. Trata-se da Itochu. A trading japonesa costura uma associação com os fundadores do Google para a construção de uma usina de etanol no Brasil. O enlace com Page e Brin muito provavelmente trará a reboque a Sumitomo. As duas tradings japonesas e os controladores do Google já são sócios em um parque eólico nos Estados Unidos. Curiosamente, este triângulo amoroso é resultado de um iminente divórcio. Em condições normais de temperatura e pressão, é provável que os caminhos da Itochu jamais se cruzassem com os de Larry Page, Sergey Brin e Sumitomo. Parceiro por parceiro no Brasil, a trading já é sócia de um grupo com notória expertise e inegável capacidade de investimento no setor: a Bunge. Os japoneses têm 20% das usinas Santa Juliana, em Minas Gerais, e Pedro Afonso, em Tocantins, controladas pela multinacional. No entanto, é a própria Bunge que tem empurrado a trading nipônica na direção dos fundadores do Google por conta de suas truculentas práticas de desgovernança corporativa. Masoquismo não é o esporte preferido da Itochu. Os japoneses se cansaram de levar bordoadas da Bunge. Não é de hoje que os dois grupos vivem a s turras. Os nipônicos vêm sendo alijados da gestão das duas usinas. No ano passado, teriam sido impedidos de avaliar as contas das empresas – ver RR edição nº 4.136. Esta é a principal razão para a mudança de posição da trading no mercado brasileiro. A Itochu quer vender sua participação nas duas empresas, deixar para trás este inevitável estado de submissão e ser acionista majoritária de suas operações no país. A Itochu trabalha com a expectativa de um forte aumento do consumo de etanol no Japão. A Jama, a Anfavea da Terra do Sol Nascente, tem pressionado o governo local a elevar de 3% para 10% a mistura de álcool na gasolina. Não por acaso, a intenção da Itochu é enviar para o Japão mais de 60% da sua produção no Brasil, algo inimaginável na sociedade com a Bunge. Os interesses comerciais das duas empresas são conflitantes. Além do mercado interno, a Bunge tem dado preferência a  exportação do seu etanol para os Estados Unidos. Enquanto as negociações com os possíveis sócios se desenrola, executivos da Itochu já procuram uma área no Centro-Oeste para a construção de uma usina. A primeira planta desta nova fase da trading no país deverá ter capacidade para o processamento de quatro milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano. O investimento previsto gira em torno de R$ 300 milhões. O grupo conta, desde já, com o financiamento de bancos conterrâneos. Os recursos amealhados na venda das participações nas usinas Santa Juliana e Santo Afonso também serão destinados ao projeto.

Acervo RR

Citibank entoa um réquiem para Gustavo Marín

1/12/2011
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Depois de mais uma década, a gestão Gustavo Marín está chegando ao seu crepúsculo. O Citibank prepara uma série de mudanças que, segundo uma alta fonte do próprio banco, terão como último capítulo a saída de Marín, número 1 da operação brasileira desde meados de 2001. As modificações – conduzidas diretamente por Manuel Medina-Mora, CEO global da unidade de Consumer Banking do grupo – seguirão uma espécie de efeito cascata. O venezuelano Francisco Arrigueta está assumindo o comando da divisão de Consumer Banking em toda a América Latina, a  exceção do México. As peças de dominó vão cair até a gestão do Citi no Brasil. Gustavo Marín permanecerá a  frente apenas das unidades de Consumer Banking e de pequenas e médias empresas. Todas as demais áreas da subsidiária até então pilotadas pelo executivo, incluindo a Credicard, já estão se reportando diretamente a Arrigueta e a  matriz. É o início do fim. De acordo com a mesma fonte, a mudança é apenas um rito de passagem para a saída definitiva de Marín. No próprio Citi, já se dá como certa a indicação de Leonel Andrade, presidente da Credicard, para o comando da operação brasileira. A iminente saída de Gustavo Marín representa o fim de um reinado que nunca existiu – a não ser na cabeça do próprio executivo, que sempre posou como se não houvesse Nova York e o Citi do Brasil começasse e terminasse nele próprio. Marín jamais gozou desta decantada autonomia. Mas, ao longo de sua gestão, foi se aproveitando de espaços vazios deixados pela matriz, o que lhe permitiu ocupar cavilosidades e parecer, ao menos fora do banco, maior e mais poderoso. Hoje, a imagem de Marín junto ao board do Citi caminha na direção contrária deste personagem que ele sempre se empenhou em vender. Durante a sua administração, o banco nem sequer avançou no varejo e tampouco compensou esta lacuna com um crescimento sólido na área corporativa. O próprio desinteresse da banca nacional por sua aquisição mostra a desimportância que o Citi alcançou no mercado brasileiro. O desgaste na relação entre o Citi e Gustavo Marín chegou a quele ponto do casamento em que qualquer gota vira uma tempestade. Um exemplo: recentemente, o grupo reuniu os head offices de suas 30 maiores operações mundiais para uma rotineira bateria de testes psicotécnicos, com o objetivo de medir a capacidade do executivo em quesitos como gestão de pessoas e gerenciamento de crises. Marín ficou em 30º lugar. Seus – súditos – não perdoaram. Seu desempenho tornou-se motivo de chacota nos corredores do Citi no Brasil.

Acervo RR

João Dória e Marcus Elias trocam unhadas e beliscões

25/11/2011
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Por trás das golas de camisa mais bem engomadas do Brasil, dos nós de gravata de causar inveja aos Windsor e do penteado de primeiro aluno da classe que costumam caracterizar João Dória Jr. esconde-se um lobista de práticas cada vez mais agressivas. Que o diga o investidor Marcus Elias, dono da gestora de recursos Laep. Ambos estão protagonizando um encarniçado duelo nos bastidores empresariais de São Paulo. O epicentro da questão é o contencioso entre a Laep e a administradora de fundos inglesa GLG. Os britânicos cobram de Marcus Elias uma dívida de R$ 160 milhões. O valor se refere a uma emissão de debêntures não conversíveis feita em 2007 pela Parmalat Brasil, então controlada pela Laep. Os títulos não teriam sido resgatados nos prazos estabelecidos. A GLG briga na Justiça para ficar com quatro fábricas da Parmalat, em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Rondônia, dadas como garantia no lançamento das debêntures. Os ingleses perderam em primeira instância. Tiveram ainda outra derrota na Justiça de Nova York. A Laep ganhou o direito de acesso a documentos internos da GLG referentes a  operação que ajudariam a comprovar a inexistência da dívida. O processo se arrasta há meses, mas, nas últimas semanas, ganhou novo combustível com a entrada em cena do misto de empresário, publicitário, apresentador de TV e organizador de convescotes empresariais. João Dória Jr. vem atuando como um aríete da GLG junto a empresários e formadores de opinião. No mesmo pacote, tem ciceroneado o encontro de executivos do fundo inglês com investidores, banqueiros e jornalistas. Sua atuação no episódio, no entanto, não estaria restrita ao trabalho strictu sensu de um public relations. Há quem enxergue as digitais de Dória por trás da tentativa de instauração de uma campanha difamatória contra Marcus Elias em curso na mídia paulista. Diversos jornalistas têm sido municiados com uma saraivada de informações com o claro objetivo de desconstruir a imagem de Elias. Como o investidor é reconhecidamente um personagem polêmico, qualquer dia desses alguma dessas maledicências emplaca. Seja ou não o responsável pelo tiroteio, o que mais chama a atenção na participação de João Dória em todo este episódio é o seu vira-casaca. Há pouco mais de um ano, Dória fez uma série de mesuras na tentativa de se aproximar do dono da Laep. Teria, inclusive, se oferecido a ajudá-lo na venda de ativos da Parmalat. Diante da recusa de Elias, deu meia volta, volver amuado para reaparecer, meses depois, já com o monograma da GLG bordado em suas camisas. Em meio a  queda de braço entre João Dória Jr. e Marcus Elias, o embate promete novos e acalorados capítulos. A GLG aposta suas fichas no julgamento do mérito e do recurso contra a decisão em primeira instância. Marcus Elias, por sua vez, está empenhado em desqualificar a atuação do Morgan Stanley, que foi o adviser da emissão de debêntures. O banco comprou 100% dos papéis e os alocou em um Fundo de Direitos Creditórios. Ato contínuo, teria feito uma operação de derivativos e transferido as debêntures para a GLG, que entrou no negócio por meio do -fundo abutre – Emerging Markets Special Situations 3. No entanto, o repasse das debêntures a  GLG teria desrespeitado cláusulas do contrato de emissão, o que desobrigaria a Laep do pagamento cobrado pelos ingleses.

Acervo RR

Santander vai a Dilma e diz ao povo que fica

23/11/2011
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O Santander está tendo que convencer a gregos, troianos, vascaínos, corinthianos, existencialistas, materialistas e até a própria presidente Dilma Rousseff de que sua permanência no Brasil são favas contadas. O Palácio do Planalto foi palco ontem de uma demonstração, ainda que tácita, de que os espanhóis consideram absolutamente estratégica a reversão das expectativas quanto ao seu futuro no país. Por trás do discurso protocolar e dos anúncios de boa vizinhança e de laços eternos entre Brasil e Espanha que marcaram o encontro com Dilma, o nº 1 mundial do Santander, Emílio Botín, tentou sensibilizar a presidente para que não acredite no ribombar do mercado. Assim é se lhe parece. Dilma tem suas próprias informações provindas da autoridade monetária. Segundo uma fonte do Banco Central, a instituição olha de soslaio para o Santander com uma preocupação velada de que os problemas que ocorrem na economia espanhola e, por extensão, com o próprio grupo acabem por corrente de transmissão afetando o bom momento do Brasil. Enquanto Emílio Botín falava com Dilma, as ações do Santander na BM&F Bovespa recuaram mais de 7%, a segunda maior queda do pregão. Há coisas que Emílio Botín não disse e nem precisava dizer porque Dilma Rousseff já sabia. Por exemplo: a decisão de venda de uma fatia entre 5% e 8% do capital do Santander Brasil e a disposição de se desfazer de parte do Santander Chile não se coadunam com o discurso de perenização no país. Ninguém, entretanto, está dizendo que o banco vai deixar a nossa praia. O Santander pagou mais caro do que todos os demais estrangeiros pelo seu ativo brasileiro. Por isso mesmo, no mínimo, deveria rever sua arrogância no tratamento com os stakeholders tupiniquins. O descaso dos ibéricos com os princípios mais elementares do bom relacionamento e das práticas sociais mais corretas já é folclore no mercado. O expresidente do ABN, Fabio Barbosa, por ocasião da compra do banco pelos espanhóis, migrou de casa e de presidência. Como titular do Santander no país, tentou arrumar esse comportamento cáustico que sempre imperou no grupo. Mas o touro miúra abateu as boas intenções do toureiro. A penca de espanhóis aboletada no Santander foi dizimando, inclusive, o projeto de Fabio Barbosa de clonar o programa de sustentabilidade do ABN. O banco vai ter de melhorar muito sua comunicação se quiser fazer do limão uma limonada. A flagelação da banca estrangeira, notadamente europeia, expõe uma intrigante contradição histórica. Os bancos lá de fora vieram para o Brasil quase que todos convidados pelo governo, que via no ingresso do capital externo uma solução para o crônico problema do balanço de pagamentos. Ironia do destino: hoje em dia, os sinais estão trocados. O outrora efervescente jet set bancário internacional atualmente chega como uma virose potencial na conta corrente brasileira. Ou seja: com uma perspectiva muito maior de remessa de capital hiperbolizada pela necessidade de reforço no patrimônio da matriz do que de atração de novos recursos. O Santander é mais um exemplo dessa mudança de mão. Emílio Botín vai ter de trabalhar muito para reverter a percepção do mercado. Em última instância, contudo, não faltará banco brasileiro que queira comprá-lo.

Acervo RR

Bancos

23/11/2011
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Cerca de 80% da fiança bancária dos grandes projetos de infraestrutura no Brasil têm como origem bancos europeus. Já viu, né?

Acervo RR

Cópia em branco

22/11/2011
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O Citi voltou a discutir com a direção da subsidiária brasileira um plano de expansão da rede de agências. O próprio presidente do banco no país, Gustavo Marín, que já ouviu tantas promessas iguais a essas, é o primeiro a fazer troça do projeto.

Acervo RR

Sinovel segue os ventos brasileiros

18/11/2011
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O mercado de energia eólica vai passar por uma transformação radical no Brasil a partir de 2012 e terá o mandarim como língua importante nas negociações. Uma avalanche de fabricantes chineses de aerogeradores, liderados pela Sinovel, está decidida a tomar conta do pedaço e deixar as indústrias já instaladas no país a ver o vento passar. Somente a Sinovel anunciou ao Ministério de Minas e Energia que vai investir R$ 100 milhões na construção de uma fábrica. Na verdade, a unidade será uma montadora que fará o acabamento final das peças importadas, um modelo muito usado em outros setores empresariais chineses. O comboio começa a assustar a francesa Alstom e a argentina Impsa. Ambas já esperavam pelo interesse chinês em participar da energia eólica no Brasil, cujo mercado é o segundo que mais cresce no mundo nesse segmento. Perde apenas justamente para a China. A novidade é o tamanho da voracidade dos concorrentes asiáticos. Atrás da Sinovel, deverão vir, pelo menos, mais 15 produtores, mas nem todos interessados em montar planta industrial no Brasil. A previsão é que cinco tenham fábricas, totalizando investimentos de R$ 550 milhões. Boa parte do capital será desembolsada com financiamento garantido por bancos de fomento do país asiático. O segmento deverá movimentar R$ 30 bilhões até 2015 e ampliar de mil megawatts para sete mil megawatts a capacidade do parque eólico. A Sinovel sozinha pretende abocanhar em torno de 10% do market share.

Acervo RR

Redemoinho

4/11/2011
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A biruta do Citibank no Brasil não para de rodar para tudo que é lado. O projeto da vez sobre a mesa de Gustavo Marín, nº 1 do banco no país, é a extinção da divisão Citi Empresas, que deverá ser absorvida pela Citi Microfinance. Como sempre, as mudanças são cercadas de expectativas que nem sempre se confirmam. A intenção do Citi é impulsionar suas operações de crédito para pequenas e médias empresas.

Acervo RR

Dilma promove um bazar hidrelétrico no exterior

3/11/2011
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Dilma Rousseff chegou a  conclusão de que o Brasil -vende- mal suas hidrelétricas no exterior. Até o fim de novembro, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, vai fazer um road show junto a investidores da Europa, Estados Unidos e asia. Contará com o suporte do Banco do Brasil – Banco de Investimentos (BB-BI). Lobão fará uma minuciosa apresentação dos futuros projetos hidrelétricos inseridos no Plano Decenal de Expansão da Oferta de Energia, a começar pelas usinas do rio Tapajós, com licitação prevista para 2012. O Ministério de Minas e Energia vai se comprometer com o leilão do equivalente a 10 mil megawatts durante o próximo ano. Com esta operação-arrastão, o governo pretende pescar na mesma rede private equities, fundos soberanos e financiamentos de bancos internacionais para os leilões das geradoras. Ainda que as estatais, como a própria Eletrobras e o BNDES, continuem sendo figuras obrigatórias na indução de investimentos do setor elétrico e na formação dos consórcios, a intenção do Planalto é ao menos reduzir a dependência de recursos públicos para a construção das futuras usinas. Em seu giro internacional, Edison Lobão vai também fazer paradas estratégicas no Conselho de Meio Ambiente da Comunidade Europeia e se reunir com dirigentes do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). A intenção é desconstruir o lobby internacional encabeçado pela OEA, que levantou a possibilidade de sérios impactos ambientais causados, principalmente pelas geradoras da Região Amazônica. A cantilena da OEA atingiu seu ponto máximo nos meses que antecederam o leilão da usina de Belo Monte. Na ocasião, o governo constatou uma queda do volume de consultas de bancos financiadores internacionais, o que foi diretamente atribuído a s denúncias feitas pelo organismo multilateral .

Acervo RR

InfraBrasil II está no ventre dos fundos de pensão

1/11/2011
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Mais uma vez, a conta caiu no colo dos fundos de pensão. O governo convocou as principais fundações do país para um remake do InfraBrasil. Previ, Petros, Funcef, ladeados pela BNDESPar, estão costurando a montagem da segunda versão do fundo de investimentos, voltado ao setor de infraestrutura. Os aportes devem somar cerca de R$ 800 milhões. Além das três maiores fundações do país, a forçatarefa vai contar com a participação de alguns integrantes da Série B da previdência privada, como Real Grandeza (Furnas) e Postalis (Correios). Há possibilidade de um reforço estrangeiro: o banco espanhol La Caixa. A exemplo da sua versão original, o InfraBrasil II deverá ser administrado pelo Santander. A estratégia de atuação também será mantida: sua presença em consórcios e projetos se limitará a fatias minoritárias. O novo fundo ficará praticamente circunscrito a s áreas de saneamento e transporte – neste segundo caso, o alvo são as concessões rodoviárias que serão licitadas pela ANTT no próximo ano. Contemplará, portanto, setores que não foram atendidos pelo Infra- Brasil I. Este último permanecerá focado na compra de participações em projetos de energia renovável e na área ambiental. Entre os ativos em carteira, destacam- se a Renova Energia, dona de PCHs e parques eólicos, e a Haztec Ambiental, empresa de tratamento de resíduos industriais.

Acervo RR

EMS parte para a carreira solo na aquisição de laboratórios

31/10/2011
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A pretensão de Carlos Sanchez, dono do laboratório EMS, de liderar o processo de consolidação da indústria farmacêutica nacional com as bênçãos do BNDES virou pílula de farinha. O empresário, que vinha mantendo conversações com a agência de fomento há mais de um ano, virou carta fora do baralho. Além de discordâncias de ordem financeira, o banco passou a olhá-lo com enorme antipatia. Segundo uma fonte do próprio BNDES, Sanchez ganhou fama dentro da instituição de ser um personagem intransigente e arrogante. Mudou a bula do BNDES, mudou o receituário do laboratório. Sem o biotônico da agência de fomento, o EMS vai ter de coçar o bolso para levar adiante o seu plano de aquisições. O principal objeto de cobiça de Carlos Sanchez é a União Química. Controlado pela família Castro Marques, o laboratório tem três fábricas – em Brasília, Pouso Alegre (MG) e Embu Guaçu (SP) – e faturamento anual em torno de R$ 500 milhões. O interesse do EMS coincide com um momento nevrálgico para o futuro da União Química. Fernando de Castro Marques, sócio majoritário, está negociando a compra da participação de seus dois irmãos, Cleiton e Paulo Marques, donos de 36% da empresa. As gestões vêm sendo conduzidas pelo Deustche Bank e pelo BTG Pactual. Há mais do que coincidências nestes dois movimentos. A intenção de Fernando de se tornar o único acionista da União Química estaria relacionada justamente a  investida do EMS. Sem os irmãos a tiracolo, o empresário terá maior poder de fogo para negociar um prêmio de controle ainda mais vantajoso. Procuradas pelo RR, a União Química informou que não está a  venda e a EMS não retornou até o fechamento desta edição. Após as frustradas negociações com o BNDES, Carlos Sanchez terá de buscar em outros frascos as drágeas necessárias para garantir a expansão do EMS. Além de utilizar recursos do próprio caixa, o empresário vai marchar na direção do mercado acionário e pretende abrir o capital do laboratório em 2012 caso a azia das bolsas de valores dê sinais de arrefecimento. Sanchez vai precisar mesmo da maior dose possível de fortificante. Além dos planos de aquisição, o empresário planeja construir ao longo de 2012 três fábricas de medicamentos, que serão instaladas em Brasília, Manaus e Jaguariúna, interior de São Paulo. O desembolso será de quase R$ 400 milhões.

Citibank

28/10/2011
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O Citibank, não é de hoje, precisa de uma bússola no Brasil. O banco reduziu consideravelmente o volume de empréstimos pessoais e está revendo a estratégia de acordos com redes varejistas, ambas as operações penduradas na Credicard. Há pouco mais de dois anos, ao fundir a Citifinancial e a Credicard, o banco anunciou um projeto de longo prazo no segmento de crédito a  pessoa física

Acervo RR

Águia Branca

28/10/2011
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A aguia Branca, um dos maiores grupos de transporte rodoviário do Brasil, está parando de estação em estação em busca de um sócio. Já teria, inclusive, contratado um banco de investimentos para caçar o futuro parceiro. O objetivo é se capitalizar para a disputa das linhas interestaduais que serão licitadas pela ANTT em 2012.

Acervo RR

Rothschild

26/10/2011
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De acordo com uma fonte do próprio Banco Rothschild, a instituição vai lançar no Brasil o seu maior fundo de private equity para mercados emergentes. A captação deverá chegar a US$ 1 bilhão. Sua mira aponta para os setores imobiliário e de varejo.

Acervo RR

Megafone

25/10/2011
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Três executivos de poderosos bancos de investimento passaram a maior parte do voo de ontem da TAM, Rio x SP, das 17h44, detonando o City Brasil. Diziam em voz alta que a área de distribuição do banco é insanável.

Acervo RR

Saraiva transforma internet em seu grande best seller

20/10/2011
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As grandes redes varejistas do Brasil estão iniciando uma nova era no comércio eletrônico, na qual os sites deixarão de ser mera extensão das lojas físicas e se tornarão negócios com horizontes mais amplos. Que o diga a Saraiva. A empresa prepara uma grande guinada estratégica na sua operação online. Após iniciar a venda de pacotes de viagens, a companhia vai partir para a comercialização produtos diversos, como joias, relógios, roupas, artigos para o lar, peças de decoração e material de construção. A Saraiva.com se tornará também um balcão para a oferta de produtos financeiros, como seguros e empréstimos pessoais, em parceria com bancos. Estudos preliminares projetam uma receita extra da ordem de R$ 150 milhões no primeiro ano de operação do novo site. Esta cifra equivale a cerca de 10% do faturamento total do grupo, englobando as vendas online e nas lojas físicas. Dentro da empresa, o projeto vem sendo chamado de shopping virtual. O objetivo da Saraiva para 2012 é chegar a  marca de 30 mil itens disponíveis em seu site. O modelo que mais se aproximaria desta operação é o do site Shopfacil, ligado ao Bradesco. No entanto, há duas diferenças fundamentais. Por razões óbvias, o portal está amarrado a um só banco, o que não acontecerá com a Saraiva. Além disso, a rigor, o Shopfacil não tem uma operação própria de varejo. Ele comercializa produtos de terceiros, como Americanas.com e Shoptime. O presidente da Saraiva, Marcilio D’Amico Pousada, é o maior entusiasta da guinada no comércio eletrônico. Ele carrega na ponta da língua cifras e indicadores que atestam, desde já, o potencial da operação. A previsão é que o número de transações anuais salte de 25 milhões para 35 milhões. A Saraiva está convicta de que a ampliação do portfólio criará um efeito de retroalimentação no site. Ou seja: o aumento do número de acessos, decorrente da maior oferta de produtos, levará automaticamente a um crescimento das vendas de itens que já constam no catálogo online. Além da importância per si, a expansão do portal tem um caráter de hedge para a atividade precípua do grupo. A Saraiva se fia em projeções do setor que apontam para uma queda, nos próximos anos, na comercialização de publicações impressas.

Acervo RR

A construção do Brasil pode trocar de dono

6/10/2011
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A iminente invasão de empreiteiras internacionais no país, sobretudo chinesas, começa a despertar preocupação em um setor que costuma pensar o Brasil em silêncio: a área militar. O ministro da Defesa, Celso Amorim, informou a uma fonte do RR que o assunto tem sido discutido entre integrantes do Alto-Comando das Forças Armadas. Há sinais de apreensão diante da perspectiva de que grandes obras públicas caiam nas mãos de construtoras estrangeiras. O fator prioritário para esta mobilização é um ponto ao qual, por definição, os militares são extremamente sensíveis: a soberania nacional. Há um receio cada vez maior de que construtoras forasteiras finquem bandeira em importantes projetos de infraestrutura, notadamente em áreas nevrálgicas, como a construção de grandes hidrelétricas, usinas nucleares e aeroportos. Outras questões igualmente importantes alimentam a inquietude em relação ao virtual desembarque de empreiteiras internacionais no país. Estas empresas causariam um inevitável deslocamento de mercado, ameaçando o poder de competitividade das construtoras nacionais. O assunto é sensível. Pois as empreiteiras brasileiras exportam crescentemente seus serviços. Seria uma contradição adotar uma postura explicitamente protecionista, até porque existe um efeito de reciprocidade. As construtoras nacionais se tornaram expressivas geradoras de divisas. A questão pode ser analisada de uma forma até mais ampla. O setor de serviços, que, historicamente, permaneceu intocável, quase que um club privé do capital nacional, começa a ser alvo de grupos estrangeiros. a€ exceção da área financeira, na qual fracassaram diversos dos ban cos estrangeiros que tentaram a sorte no Brasil, é crescente a participação de empresas internacionais nos mais variados ramos do setor terciário. No caso específico das empreiteiras, elas começam a ser atraídas por grandes projetos que estão na ponta da agulha, como o trem-bala e a modernização e construção de aeroportos. Prometem trazer no colete robustos financiamentos de bancos oficiais e garantias de seguro de performance, um pote de ouro em um país como o Brasil, onde a burocracia e outros tantos óbices costumam incinerar o cronograma de grandes projetos de infraestrutura. A mobilização contra as empreiteiras além-mar pode soar como um pensamento retrô, anacrônico, um saudosismo dos tempos de reserva de mercado. No entanto, não faltam argumentos absolutamente racionais e oportunos. A questão da importação de mão-deobra sem qualificação é um desses fatores. As empresas chinesas, por exemplo, costumam condicionar seus ingressos nas obras a  contratação de seus operários. Recentemente, assistiu-se a  invasão de trabalhadores chineses em pelo menos um grande projeto industrial construída por empreiteira mandarim. O emprego é, sem dúvida, a principal preocupação quanto ao risco de que o Brasil se torne uma espécie de mercado de Kasbah para a importação de serviços na delicada área de infraestrutura. Mas a exportação do centro de decisões das empresas de construção também é uma variável incômoda. Essa, que pode parecer uma paranoia rococó, ganha ares de maior relevância em setores considerados estratégicos. Sim, senhores, esta palavra ainda existe no dicionário.

Acervo RR

Tokyo-Mitsubishi

4/10/2011
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Aviso aos fabricantes de equipamentos para exploração e produção de petróleo. Na esteira do pré-sal, o banco Tokyo-Mitsubishi está trazendo para o Brasil cerca de R$ 1,5 bilhão para financiamento a empresas do setor.

Acervo RR

BB conjuga o público e o privado no crédito imobiliário

3/10/2011
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O Banco do Brasil vai aumentar substancialmente sua oferta de crédito imobiliário em 2012. O projeto une a fome com a vontade de comer. De um lado, o governo Dilma Rousseff pretende intensificar a atuação do BB no financiamento habitacional, considerada modesta vis-a -vis o patrimônio e o potencial de crescimento da instituição neste mercado; do outro, de olho na multiplicação dos resultados, a direção do banco considera fundamental ampliar a participação do BB no segmento, que tem se mostrado, ano a ano, cada vez mais rentável. Segundo uma fonte do RR incrustrada no Banco do Brasil, a meta é atingir a marca de R$ 20 bilhões de créditos em carteira no fim de 2012. Se alcançada, esta cifra representará um salto de quase 170% em relação ao valor projetado para este ano em torno de R$ 8 bilhões. Este índice equivale a quase o dobro do crescimento médio da carteira de financiamento habitacional do BB nos últimos dois anos. Historicamente, o BB sempre viveu o dilema de ser banco ou ser do Brasil. Não foram poucas as vezes em que o governo passou por cima da governança corporativa, virou as costas para os acionistas minoritários e usou a instituição como indutora de políticas públicas. Desta vez, no entanto, existe uma simbiose entre interesses políticos e corporativos. A própria presidente Dilma Rousseff considera que o BB ainda tem uma atuação subapreciada no financiamento habitacional, notadamente para as classes mais baixas. Na área econômica do governo, há um consenso de que o Banco do Brasil é um canhão capaz de impulsionar ainda mais o programa Minha Casa, Minha Vida e, guardadas as devidas proporções, dividir com a Caixa Econômica Federal o papel de fomentador do crédito imobiliário. Por sua vez, a diretoria do BB elegeu o financiamento imobiliário como uma das prioridades para 2012. Os resultados recentes são alvissareiros. Entre janeiro e agosto deste ano, a carteira de crédito habitacional cresceu 75% em relação a igual período em 2010. A estratégia do banco para o próximo ano prevê uma aposta maior nas parcerias com construtoras e incorporadoras. O BB pretende ainda fechar acordos com redes varejistas para instalar quiosques voltados exclusivamente a  oferta de empréstimos imobiliários. Nem mesmo a ameaça de uma eventual bolha de crédito parece frear o ímpeto do banco. O mínimo que se imagina é que a diretoria do BB é suficientemente responsável e sabe muito bem o que está fazendo. Se não for factível pensar isso do Banco do Brasil, nada mais é possível.

Acervo RR

BP e Grupo Ultra duelam pela Copersucar

26/09/2011
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O processo de consolidação da indústria sucroalcooleira chegou a um capítulo decisivo, capaz de alterar substancialmente o quadro de forças do setor. Há uma disputa tácita entre dois players por um dos maiores e mais cobiçados ativos do mercado: a Copersucar. Os contendores em questão são a BP, gigante mundial da área de combustíveis, e a Ipiranga, leia-se Grupo Ultra. O conglomerado britânico saiu na frente. Já manteve conversações preliminares com os acionistas da empresa paulista. A Copersucar é tratada pelos ingleses como o último grande ativo de controle nacional capaz de dar escala e musculatura a s suas operações em etanol no país. Juntas, as duas companhias criariam a maior processadora de cana-de-açúcar do país. BP e Copersucar somam capacidade de moagem da ordem de 128 milhões de toneladas por safra, praticamente o dobro da produção da Raízen, leia-se Cosan e Shell. A nova empresa teria um faturamento de quase R$ 10 bilhões por ano. Apesar de a BP ter largado na frente, a Ipiranga não pode, em hipótese alguma, ser considerada uma carta fora do baralho. A empresa conta com um potente anabolizante para acelerar suas passadas. O BNDES vê com bons olhos a possibilidade de criação de um grupo nacional puro-sangue com operações integradas na produção de etanol e na distribuição de combustíveis. Há no governo uma crescente insatisfação com o avanço do capital estrangeiro na produção de etanol. O poder de grupos internacionais na formação de estoques e na fixação dos preços do álcool é cada vez maior e só tende a crescer. A própria BP foi responsável pelo lance mais recente. Há cerca de dez dias, fechou a compra das participações da Brasil Ecodiesel e da Louis Dreyfuss na Usina Tropical, assumindo integralmente o controle da empresa. Aos olhos do governo, o BNDES pode e deve ser usado como antídoto contra a invasão dos grupos estrangeiros no setor. O apoio do banco – seja por meio de financiamento, seja por meio de uma participação societária no negócio – se tornaria um facilitador para a fusão entre a Copersucar e a Ipiranga. A associação daria origem a um grupo capaz de rivalizar com a Raízen – vista pelo governo como uma espécie de centauro do etanol, metade brasileira e metade estrangeira. A empresa resultante da fusão entre Copersucar e Ipiranga teria uma capacidade de moagem de 115 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano e uma rede de distribuição de combustíveis com mais de 5,5 mil postos. Para efeito de comparação, a Raízen deverá processar cerca de 58 milhões de toneladas de cana na safra 2011/2012 e tem cerca de 4,5 mil pontos de venda de combustíveis. No entanto, há ervas daninhas e gafanhotos no caminho tanto da Ipiranga quanto da BP. Se, por um lado, a associação com a Copersucar significa um bônus em termos de estratégia, ocupação de mercado e aumento da produção, por outro há o ônus de uma difícil convivência societária. A própria estrutura de controle da empresa é um complicador para uma operação deste porte. São quase 50 usinas em sistema de cooperativa, cada uma com seus interesses. Entre as usinas de pequeno e médio portes, há um grande e justificado receio de que a associação com outro grande grupo signifique a diluição de sua participação tanto na composição acionária quanto na gestão.

Acervo RR

BB na Flórida 1

23/09/2011
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Depois do Eurobank, o Banco do Brasil está negociando a compra de mais uma instituição de pequeno porte na Flórida. É negócio para cerca de US$ 30 milhões, uma fortuna se comparado aos US$ 6 milhões pagos pelo Eurobank.

Ultimate fighting

19/09/2011
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O Banco do Brasil quer despejar o HSBC e assumir a marca da arena multiuso da Barra da Tijuca, pertencente a  francesa GL Events.

Acervo RR

Leroy Merlin põe menos concreto no Brasil

19/09/2011
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Não obstante os índices de crescimento no mercado imobiliário, há algo de estranho no varejo de materiais de construção. A C&C, de Aloysio Faria, pisou no freio, a Dicico se viu forçada a entrar no modelo de franquias para reduzir o desembolso de recursos próprios na abertura de lojas e agora é a vez da Leroy Merlin reduzir o ritmo das suas passadas. A rede francesa está revendo seu plano de investimentos no país, que previa originalmente um aporte de R$ 1 bilhão para o período 2010-2014. O valor poderá ser diminuído em até 20%. A retração já pode ser observada pelo andamento da abertura de lojas, que perdeu velocidade. Para cumprir a meta de chegar a 2014 com 40 pontos de venda, a Leroy Merlin teria de duplicar no próximo triênio a média atual de inaugurações, em torno de três por ano. Curiosamente, o desempenho da Leroy Merlin no Brasil está longe de se jogar fora. Nos últimos três anos, o faturamento da subsidiária cresceu, em média, 25%. No entanto, a matriz teve de realocar recursos em operações deficitárias na Europa. Para compensar, a Leroy Merlin chegou a procurar o BNDES em busca de funding para manter parte dos planos de investimento no país. Bateu em muro de tijolos. O banco tem por regra não emprestar recursos a redes varejistas internacionais.

Acervo RR

Cedae conclui saneamento interno rumo Á  Bolsa de Valores

16/09/2011
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Poucos quilômetros separam a Cedae da Bolsa de Valores. A estatal já traçou o roteiro do que – a julgar pela expectativa dos analistas de mercado – deverá ser o maior IPO já feito por uma concessionária do setor de saneamento no Brasil. A operação está prevista para o primeiro semestre de 2012. O governo do Rio vai vender 25% do capital da empresa – com a previsão de uma segunda tranche de mais 10% caso a demanda ultrapasse a oferta inicial. A Cedae desembarcará diretamente no Novo Mercado, segmento que abriga apenas duas outras empresas de saneamento – a paulista Sabesp e a mineira Copasa. Nas últimas semanas, os preparativos para o IPO da Cedae avançaram significativamente. A companhia está dando os retoques finais em seu processo de reestruturação contábil, financeira e operacional. Cumpriu também uma etapa determinante para a operação. Entregou a  CVM os balanços de 2009 e 2010. Os dois últimos demonstrativos já foram adequados ao padrão contábil norte-americano, o IFRS. Com a publicação dos relatórios atrasados, a Cedae espera que em até um mês a CVM suspenda as restrições que a impediam de entrar com o pedido de registro de companhia aberta. Ainda neste ano, a companhia pretende iniciar o road show entre investidores nacionais e internacionais. A Cedae chegará ao balcão da BM&F Bovespa exibindo os primeiros resultados da profunda reestruturação por que passou nos últimos dois anos. O faturamento deste ano deverá superar a casa dos R$ 3,3 bilhões, o que representará um aumento de receita da ordem de 18% nos últimos dois anos. A estatal caminha para fechar 2011 com um lucro próximo aos R$ 200 milhões, o triplo do resultado amealhado há três anos. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas ainda há alguma água barrenta circulando pelos canos financeiros da empresa. O principal problema é o passivo de longo prazo. Apenas as dívidas com bancos somam mais de R$ 2 bilhões. Curiosamente, a estatal agora corre contra a contagem regressiva que ela própria acionou. A empresa tentará renegociar parte expressiva deste endividamento até o fim deste ano, com o objetivo de chegar a  Bovespa com as contas ainda mais filtradas.

Acervo RR

Citi

29/08/2011
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O presidente do Citi no Brasil, Gustavo Marín , está virando um personagem lilliputiano diante do crescente poder de Manuel Medina-Mora, nº 1 do banco nas Américas.

Acervo RR

BC

29/08/2011
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Número fresquinho obtido junto ao próprio BC: há 20 bancos estrangeiros na fila a  espera de autorização para desembarcar no Brasil.

Acervo RR

Rede da DHL

26/08/2011
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A DHL vai criar uma rede de franqueados no Brasil para fortalecer sua posição no segmento de cargas expressas. Qualquer dias desses, aproveita a estrutura e monta seu próprio -banco postal-.

Acervo RR

BNDES e Eletrobras pagam a conta das futuras hidrelétricas

25/08/2011
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As eventuais mudanças no programa nuclear brasileiro vão custar caro para o governo. O iminente atraso na construção das quatro usinas atômicas já aprovadas pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) será compensado com uma descarga extra de subsídios. Como forma de garantir as metas de produção de energia para os próximos anos, o Planalto vai acelerar a instalação de hidrelétricas com o apoio ainda mais escancarado do BNDES e da Eletrobras. O banco será o fiador-mor das geradoras. Todos os novos projetos passarão a ter financiamento pré-aprovado pela instituição. O BNDES usará como garantia os contratos firmes de compra de energia – os chamados Power Purchase Agreement (PPA) -, que serão ofertados a indústrias eletrointensivas e comercializadoras de energia. Da mesma forma, a fatura que o governo vai jogar no colo da Eletrobras não será pequena. O preço da estatal será a onipresença. Em todos os leilões, a holding e suas subsidiárias deverão ter 49% do consórcio vencedor. Ou seja: significa dizer que todas as usinas serão licitadas com financiamento a perder de vista, assegurado pelo BNDES, e com a garantia da participação de um sócio operador, a Eletrobras ou suas controladas. A estatal será ainda responsável pelos estudos prévios de viabilidade dos projetos hidrelétricos, em Parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a Aneel e o Ibama. O novo modelo contemplará, prioritariamente, usinas localizadas na Amazônia, com capacidade de geração individual superior a mil megawatts. Já valerá, portanto, para o leilão das hidrelétricas do Rio Tapajós, previsto para o primeiro semestre de 2012. Nos próximos 10 anos, o governo pretende injetar no Sistema Interligado Nacional (SIN) mais de 25 mil megawatts, o equivalente a quase duas usinas de Itaipu. Entusiasta dos grandes projetos hidrelétricos desde os tempos de Minas e Energia, Dilma Rousseff quer aproveitar as novas medidas para intensificar o uso do mecanismo de fast track criado pelo governo para agilizar as concessões no setor elétrico. O Planalto segue insatisfeito com o ritmo da liberação das licenças ambientais prévias e também com o excesso de rigor do TCU, que tem gerado atrasos na construção de usinas já leiloadas

Dois em um

24/08/2011
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O empresário mexicano Ricardo Salinas pretende montar uma operação de comércio eletrônico no Brasil reunindo seus dois principais negócios: de um lado, a venda de produtos da Lojas Elektra; do outro, a concessão de crédito ao consumidor por meio do Banco Azteca.

Acervo RR

O aggiornamento da sustentabilidade

15/08/2011
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Eliezer Batista é a própria sustentabilidade. Fonte renovável de contribuições para o Brasil, o expresidente da Vale é um dos artífices de uma inovação no conceito de desenvolvimento sustentável que começa a ser adotada por grandes grupos empresariais brasileiros. Açominas, Usiminas e V&M são algumas das empresas que já estão guiando seus futuros investimentos com base neste novo paradigma. Para simplificar, este aggiornamento da sustentabilidade atende pelo nome de Sistema de Gestão Integrada. Trata-se da última fronteira, um passo adiante em relação ao conceito original de desenvolvimento sustentável formulado pelo próprio Eliezer Batista e pelo empresário suíço Stephan Schmidheiny no início dos anos 90. O BNDES está apoiando a implementação destes novos parâmetros, Não é de hoje, o banco tem usado a avaliação das ações de sustentabilidade como critério para a concessão de empréstimos a projetos de economia física. Dentro deste processo darwiniano de evolução natural, variáveis como transversalidade da cultura e logística de integração ampla se juntam aos três vértices sobre os quais se equilibrou o conceito inicial de sustentabilidade ? econômico, social e ambiental. O Sistema de Gestão Integrada busca a simbiose da prosperidade dos empreendimentos com o seu entorno. O ensino das pessoas, por exemplo, está voltado para a combinação do interesse local e da tecnologia mais avançada. Outra questão fundamental: todos os projetos corporativos passam a ser certificados periodicamente, com o objetivo de atestar o cumprimento das diversas premissas.

Acervo RR

EDF retorna ao Brasil com menos voltagem

12/08/2011
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Cinco anos após vender a Light e deixar o Brasil pela porta dos fundos, a EDF prepara seu retorno. Há cerca de um mês, o presidente do Conselho de Administração da companhia francesa, Henri Proglio, esteve no país, quando se reuniu com autoridades do setor elétrico, a começar pelo ministro Edison Lobão. Garantiu que voltará em dezembro para anunciar oficialmente a rentrée da EDF no mercado brasileiro. Segundo uma fonte de alta voltagem do Ministério de Minas e Energia, Proglio acenou com investimentos da ordem de US$ 400 milhões em dois anos. O executivo garantiu que, além de recursos do próprio caixa, a empresa conta com uma linha de crédito de bancos franceses. Ao contrário de sua primeira passagem pelo Brasil, desta vez a EDF quer distância da área de distribuição. Será um retorno mais modesto. Os recursos serão destinados exclusivamente a  geração de energia. Além da construção de hidrelétricas, os franceses estão dispostos a participar dos próximos leilões do setor. O primeiro deles deverá ser a licitação das usinas do Rio Tapajós, prevista para o primeiro semestre de 2012. Em busca de parceiros para a empreitada, a EDF já flerta com alguns grupos nacionais. Houve conversas com a Cemig.

Acervo RR

AES pede ao BNDES um troco para deixar a Brasiliana

8/08/2011
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Em sua recente visita ao Brasil, o vice-presidente mundial da AES, Andres Gluski, bateu a  porta do BNDES com a proposta de um troca-troca societário que colocaria um ponto final em um dos mais longos imbroglios do setor elétrico. Segundo uma alta fonte da agência de fomento, o grupo está disposto a vender para o banco a sua participação de 50,01% na Brasiliana, controladora da Eletropaulo ? o restante das ações pertence ao próprio BNDES. Gluski teria afirmado que o grupo está revendo seus negócios no exterior e a saída da Brasiliana é tratada como um movimento-chave para a redução da exposure internacional. Em contrapartida, a AES contaria com o apoio do banco para seguir investindo no Brasil, só que, desta vez, apenas na área de geração. No alvo, hidrelétricas, usinas eólicas e solares. De acordo com a mesma fonte, o banco deverá entrar no negócio com dois chapéus: como financiador e como sócio dos projetos. No alto-comando do BNDES, todo e qualquer movimento do grupo norteamericano é visto com enorme dose de desconfiança e ceticismo. Dentro do banco, há quem diga que a AES não negocia, mas, sim, joga pôquer. O BNDES sabe bem onde lhe aperta o calo. O relacionamento com a multinacional é uma longa história de blefes e dissimulações. A própria passagem de Gluski pelo Brasil causou enorme estranheza. Ao mesmo tempo em que negociava com o BNDES, Gluski fazia um tour pela mídia negando qualquer intenção da AES de sair da Brasiliana. Incredulidades a  parte, o fato é que a proposta trazida por Andres Glusky foi vista com bons olhos dentro do banco. A operação representaria o fim do impasse societário em torno da Brasiliana, resultado da postura dúbia da própria AES, que nunca foi muito clara em relação a seus planos futuros na empresa. De quebra, o governo ainda contaria com a garantia de novos investimentos em geração. Mas tudo isso é peanut se comparado ao maior benefício que será gerado com a saída da AES da holding. A operação permitiria ao governo rearrumar várias peças no tabuleiro do setor elétrico e deslanchar o tão ambicionado projeto de criação de uma grande empresa nacional de energia. O caminho ficaria aberto para uma fusão entre a Eletropaulo e a CPFL, operação que teria como dínamos o próprio BNDES e a Previ. A associação daria origem a uma distribuidora com cerca de 25 milhões de clientes, atuação em mais de 600 municípios e faturamento superior a R$ 22 bilhões por ano.

Terra fértil

3/08/2011
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A crise na Europa e nos Estados Unidos virou um bom negócio para grupos agroindustriais brasileiros. O Banco do Brasil, por exemplo, aumentou em 30% o volume de crédito para que empresas do setor comprem ativos no exterior. O total de recursos em 2011 deverá chegar a R$ 600 milhões

HSBC

29/07/2011
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Hélio Duarte, que comanda a área de relações institucionais do HSBC no Brasil, anda meio acabrunhado. O executivo tem perdido poder ao longo da gestão de Conrado Engels, presidente do banco no país. Teme que não fique só nisso.

Acervo RR

Geração Futuro abre as portas para novo sócio

29/07/2011
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O banco Geração Futuro está na vitrine. A instituição, controlada por Amilton Bardelotti e pelos herdeiros de Edmundo Valadão, procura um sócio. A intenção dos acionistas é vender até 30% do capital para um fundo de investimentos. O banco manteve conversações com a gestora de private equity Tarpon, mas não houve acordo quanto ao preço. A fila andou. O candidato da vez é o fundo norte-americano Advent, que está interessado em ter participações em empresas financeiras no Brasil. Procurado pelo RR – Negócios & Finanças, o Geração Futuro não quis se pronunciar sobre o assunto. Os acionistas do Geração Futuro vêm analisando a venda de uma fatia do capital desde fevereiro do ano passado, não por coincidência depois do falecimento de Edmundo Valadão. Fundador e um dos principais acionistas da instituição, Valadão sempre se mostrou contrário a  negociação do banco, mesmo que se tratasse apenas de uma participação minoritária. Os demais controladores, no entanto, enxergam o futuro da instituição por outras lentes. A presença de um sócio capitalista é vista como fundamental para a entrada em outras áreas de negócio e o consequente aumento da rentabilidade. Hoje, a operação do Geração Futuro está praticamente restrita a  gestão de ativos. Nos últimos três anos, o Geração Futuro tem apresentado resultados modestos. Em 2009 e 2010, registrou um lucro acumulado em torno de R$ 17 milhões.

Banco do Brasil

28/07/2011
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O Banco do Brasil está de olho na financeira Omni, especializada no segmento de veículos. O que mais lhe apetece é a sinergia com o Banco Votorantim

Acervo RR

Tarso Genro joga a crise da Doux Frangosul no colo do BNDES

26/07/2011
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A crise financeira da Doux Frangosul virou assunto de Estado. Até então restrito ao Rio Grande do Sul, o problema foi parar nos mais altos gabinetes de Brasília, notadamente nos Ministérios da Agricultura, da Indústria e Comércio e da Fazenda. Tarso Genro negocia com o governo federal apoio para equacionar a delicada situação do frigorífico. Por apoio entenda-se a participação do BNDES, sempre ele, como um agente facilitador da venda da empresa e da consequente repactuação de suas dívidas. Genro entende que o banco deve não apenas financiar a negociação do controle da Doux Frangosul como entrar no capital da empresa, servindo como um duplo avalista capaz de atrair candidatos para a compra do frigorífico. O governador gaúcho já teria sido procurado por pretendentes ao negócio, como a norte-americana Tyson Foods e o Marfrig, que está disposto a ampliar sua operação no segmento de abate de frangos. As duas empresas, no entanto, não querem saber de carne de pescoço. Pedem um bife já moído e mastigado pelo BNDES. Ambas condicionam o investimento a  associação com o banco, que daria sua chancela a um plano de reestruturação financeira e de alongamento da dívida da Doux Frangosul. Procuradas pelo RR – Negócios & Finanças, tanto a Tyson quanto o Marfrig informaram que -não comentam especulações de mercado-. Tarso Genro jogou para Brasília a pressão que vem recebendo em suas fronteiras. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS) tem cobrado do governador uma posição mais firme e rigorosa em relação a  Doux Frangosul. Genro chegou a Brasília com o discurso pronto. Sua principal justificativa para a entrada emergencial do BNDES neste matadouro é o risco de uma crise sistêmica no setor avícola no Rio Grande do Sul. O governador teme uma quebradeira em série dos pequenos e médios produtores de matrizes do estado que fornecem para a companhia. As dívidas se sucedem há mais de dois anos e ameaçam a sobrevivência de um universo de mais de dois mil criadores integrados em todo o Rio Grande do Sul. Entre abril e maio, a empresa conseguiu reduzir o prazo médio de atraso nos pagamentos de 120 para 60 dias. A alegria dos produtores, no entanto, durou pouco. A situação voltou a se agravar no início de junho. Desde então, o prazo médio de atraso na quitação dos contratos já estaria próximo dos 90 dias. O passivo da empresa com os fornecedores cresceu 10% no ano passado e hoje estaria na casa dos R$ 250 milhões.

Chinese wall

15/07/2011
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O presidente do UBS no Brasil, Lywal Salles, e o CEO do braço de investimentos do banco, Eduardo Centola, estariam se bicando por conta da estratégia da instituição no país e até mesmo por questões menores, como contratação de pessoal.

Acervo RR

BNDES é o caminho mais curto entre o Marfrig e a China

13/07/2011
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 Marcos Molina e os irmãos Joesley e Wesley Batista são sócios remidos do mesmo clube. A exemplo dos controladores da JBS, o dono do Marfrig não dá um passo mais longo sem bater a  porta do BNDES. Molina está, mais uma vez, enfurnado na agência de fomento. O empresário conta com a mão amiga do banco para deslanchar o projeto de expansão do Marfrig na China. Os investimentos devem passar dos US$ 600 milhões. As conversações com o BNDES envolvem duas hipóteses: a concessão pura e simples de um novo financiamento ou o aumento da participação do banco no capital do Marfrig. Hoje, a instituição controla pouco mais de 13% do frigorífico. Trata-se de um bife bem magrinho se comparado a s arrobas que o banco detém no capital de outras empresas do setor, a começar pela própria JBS (31%). Isso para não falar da malsucedida compra de 22% do frigorífico Independência, hoje em recuperação judicial. Ressalte-se que o BNDES tem sido um personagem fundamental para o crescimento do Marfrig nos últimos anos. No ano passado, por exemplo, subscreveu R$ 2,5 bilhões em debêntures da empresa, operação que permitiu a Marcos Molina comprar o controle da norte-americana Keystone Foods por US$ 1,2 bilhão. Depois de enfileirar uma sucessão de aquisições no Brasil, Argentina e Estados Unidos, Marcos Molina considera a expansão na China como um movimento fundamental para consolidar o Marfrig como uma multinacional da área de alimentos. Os planos da empresa passam pela aquisição de empresas locais e pela construção de unidades de abate e de fábricas de alimentos. Todos os investimentos serão feitos por intermédio da Keystone Foods. A empresa norte-americana já tem uma razoável operação na China – leia-se um complexo fabril na região de Shenzen onde é produzida uma vasta linha de alimentos industrializados. A rigor, o Marfrig já deu a partida em seu plano de expansão na China, ainda que, por ora, a maior parte dos investimentos esteja concentrada na área de logística. O frigorífico anunciou recentemente a criação de uma joint venture com a Cofco para a construção de seis centros de distribuição e a montagem de uma frota de veículos para o transporte de carga.

#JBS #Marfrig

Acervo RR

Shree Renuka rivaliza com Petrobras no transporte de etanol

12/07/2011
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A Shree Renuka Sugars quer ser uma espécie de antagonista da Petrobras na logística de etanol no Brasil. Os indianos trabalham na montagem de um consórcio estrangeiro com o objetivo de criar uma estrutura própria de alcooldutos voltada a  exportação do combustível. O grupo está disposto a comprar uma briga encarniçada com a estatal. Além do transporte do etanol produzido em suas próprias usinas no país, a Shree Renuka pretende oferecer uma alternativa logística a empresas de médio e pequeno portes do setor. Desta maneira, vai competir diretamente com a Logum Logística, empresa criada recentemente pela Petrobras, que ainda leva na garupa sócios do porte da Copersucar, Cosan e Camargo Corrêa. Para bater de frente com a estatal, o grupo indiano está recrutando uma plêiade de parceiros pesos-pesados. A norte-americana Cargill e a japonesa Sumitomo são nomes quase certos na empreitada. Há conversações também com a Tereos, dona da Açúcar Guarani. A companhia, no entanto, está em uma zona de conflito. Vontade de participar do consórcio liderado pelos indianos é o que não falta. No entanto, os franceses temem se indispor com a própria Petrobras, sua sócia na Guarani. Não obstante o considerável risco da operação, notadamente no que diz respeito a  concorrência com a Petrobras, a Shree Renuka está disposta a gastar munição de grosso calibre no projeto. O investimento está orçado em quase US$ 4 bilhões. Não custa lembrar que o grupo está com o caixa recheado. No primeiro trimestre deste ano, fez uma captação de US$ 1,2 bilhão na Bolsa da andia. Além do aporte dos sócios, a empresa está fechando também contratos de financiamento com bancos indianos e com um pool de tradings asiáticas. A maior parte do etanol produzido pelo grupo no Brasil será destinada ao Oriente. O projeto prevê a implantação de um sistema integrado de logística. Além da construção de alcooldutos, os indianos vão se utilizar de navegação de cabotagem e de transporte rodoviário ? não por coincidência, um modelo similar ao da própria Logum. A Shree Renuka já investiu mais de US$ 400 milhões no Brasil. Comprou as usinas do Grupo Equipav e hoje soma uma capacidade instalada no país que permite a moagem de 13,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra.

Acervo RR

Azul perde altitude no BNDES

12/07/2011
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O empresário David Neeleman tem sido visto com crescente antipatia dentro do BNDES e, por extensão, no próprio governo. O motivo são as constantes encomendas de aeronaves feitas pela Azul no exterior. A ideia do governo de apoiar a empresa, por meio da agência de fomento, e, desta forma, criar mercado interno para a Embraer está se desmanchando no ar. Neeleman está longe de ser o dínamo para a fabricante de São José dos Campos idealizado pelo BNDES. Desde 2009, quando recebeu do banco um financiamento de R$ 254 milhões para adquirir quatro aeronaves da Embraer, a Azul praticamente passou ao largo de São José dos Campos em seus planos de expansão. O desvio de rota da Azul vai além de uma mera questão de livre arbítrio comercial. Tem impacto direto sobre o próprio IPO da companhia aérea, previsto para 2012. No início do ano, Neeleman chegou a manter tratativas preliminares com o BNDES para que o banco participasse da emissão de ações e comprasse parte do capital de sua empresa. Esta possibilidade, no entanto, vem perdendo altitude. No momento, a darling da Azul é a fabricante italiana ATR, uma associação entre a EADS e a Alenia. No ano passado, a companhia brasileira encomendou 20 aviões de transporte regional do modelo 72-600. Fechou ainda uma opção de compra de outras 20 aeronaves. No total, o pacote passa de US$ 1 bilhão

Acervo RR

Bradesco se joga por inteiro nos braços do povo

11/07/2011
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A estratégia do Bradesco para recuperar a liderança do varejo bancário está sendo implementada sem pressa, gradativamente. E é simples como o sorriso de um correntista. Ela se resume em três palavras: povo, povo e povo. O Bradesco trabalha para ser o banco de cada brasileiro, mesmo aquele que já seja cliente da concorrência. Parece pretensão, né? Mas os fundamentos são sólidos. O Bradesco é a única instituição financeira que está em todos os municípios do Brasil. Na Amazônia, por exemplo, há agência bancária em barcaças, atendendo a população ribeirinha. Para quem pensava que era o Banco do Brasil o verdadeiro banco do Brasil, uma curiosidade: o BB botou lá em cima o preço pela concessão do Banco Postal ? disputado justamente com o Bradesco, então parceiro da instituição ? para estender sua malha junto a municípios em que estava ausente. E continua sem fincar sua bandeira em outros tantos. Mas de que vale tanta presença física se no próprio Bradesco é o internet banking quem mais cresce? As unidades federativas são só a metade da laranja. A outra, de gomos tão saborosos quanto, é a chegada em todos os lares até o final do ano com o aplicativo do internet banking do Bradesco nos aparelhos de televisão a serem fabricados no país. A invasão da Cidade de Deus já começou, com um acordo pioneiro com a Samsung, que está produzindo suas novas TVs com os serviços do banco disponibilizados pela internet. As demais marcas seguem em fila indiana Se municípios e lares são uma métrica respeitável, o Bradesco quer fechar o circuito com uma agressiva política de abertura de agências. Também até o fim do ano, ele ultrapassa o seu principal concorrente, o Itaú. Hoje, o forte apache de Osasco contabiliza pouco mais de 3,4 mil agências. Esse número vai subir muito, mas precisamente quanto é uma informação bem guardada. Um dado novo dessa torrente de agências é que todas terão o chamado “espaço Prime” ? que vem a ser uma operação congênere a  do Personnalité, do Itaú ? dividindo a área de atendimento com o varejão bancário. A ideia é captar as sinergias dos diversos correntistas, democratizando o acesso e agilizando a mudança de patamar dos clientes. E tome de pôr cliente para dentro. Ainda recentemente, o Bradesco comprou a folha dos servidores do estado de Pernambuco. São 200 mil correntistas que deverão migrar para o banco. Para se ter ideia da representatividade desse número na operação da instituição naquela unidade federativa, a atual base soma 700 mil clientes. No Rio de Janeiro, o Bradesco também adquiriu a folha do estado. O contingente é ainda maior, com 440 mil correntistas, que, a partir de janeiro, deverão abrir suas contas no banco. Gente, gente, gente e mais gente. Na Cidade de Deus ninguém lambe os lábios quando se fala em aquisições ou internacionalização. O Bradesco quer fazer como o artista, e dedicar- se a ir aonde o povo está.

Acervo RR

Falta concreto na operação da Homex no Brasil

8/07/2011
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O chão está desabando sob os pés da presidente da Homex no Brasil, Érika Taboada. São cada vez mais estridentes as cobranças da matriz, que já não esconde a decepção com o desempenho da subsidiária. Os problemas da empresa no país envolveriam atraso na entrega de obras, dificuldades para a montagem de um banco de terrenos, equívocos na escolha de áreas e demora para encontrar um parceiro local. Há praticamente dois anos no país, a Homex só teria conseguido entregar até o momento pouco mais de mil dos cerca de cinco mil imóveis previstos para o período. A meta de entrar em dez cidades nos primeiros dois anos de operação também não foi alcançada. Por ora, há empreendimentos da companhia apenas em São José dos Campos e Marília, ambas em São Paulo, e em Campo Grande (MS). Ainda assim, dentro da própria Homex haveria fortes questionamentos aos locais escolhidos pela empresa para erguer seus primeiros imóveis no Brasil. O caso mais complicado seria o de São José dos Campos. A companhia está construindo um conjunto de casas voltado a  população de baixa renda em uma área com carências de infraestrutura, o que teria se revelado um empecilho para a venda dos imóveis na velocidade desejada. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a Homex não se pronunciou até o fechamento desta edição. Justiça seja feita! A responsabilidade sobre os tropeços da Homex no país não deve ser jogada apenas sob as costas de Érika Taboada e seus pares na direção da subsidiária. A matriz tem culpa no cartório. Musa inspiradora das construtoras brasileiras que entraram no segmento de baixa renda, com mais de 60 mil imóveis vendidos por ano no México, a Homex demorou a desembarcar no país. Quando o fez, deparou-se com um mercado já tomado pelas empresas nacionais. Ao menos até o momento, os mexicanos também falharam na tentativa de se associar a uma grande companhia local, como previa o projeto original. A Homex teria mantido conversações com algumas construtoras brasileiras, como Gafisa e Cyrela, mas as negociações não avançaram. Em 2008, antes de iniciar suas primeiras obras no Brasil, a companhia teve um parceiro local: a construtora EOM, que chegou, inclusive, a controlar 30% da Homex Brasil. A sociedade, no entanto, desfez-se de maneira ruidosa, em meio a desavenças estratégicas. Sem uma alma gêmea familiarizada com o mercado brasileiro, o grupo mexicano tem encontrado dificuldades para se adequar a  cultura do país.

Torquemada

7/07/2011
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O clima no Santander do Brasil é de inquisição. Os espanhóis estão promovendo uma caça a s bruxas na área de TI, por conta dos sucessivos problemas tecnológicos do banco no país.

Acervo RR

Privatização das usinas do Tapajós sai da prancheta

6/07/2011
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O governo fechou o formato da primeira grande privatização do setor elétrico na era Dilma Rousseff: a licitação das usinas hidrelétricas do Rio Tapajós. A definição mais importante diz respeito ao próprio modelo de venda das geradoras. De acordo com uma alta fonte do Ministério de Minas e Energia ouvida pelo RR ? Negócios & Finanças, as usinas serão leiloadas uma a uma, e não mais em dois blocos, como estava originalmente previsto. A primeira das hidrelétricas a ir a leilão, no primeiro semestre de 2012, será a São Luís do Tapajós, a maior do complexo, com capacidade superior a seis mil megawatts. A unidade entrará em operação em 2018. De acordo com a mesma fonte, o governo definiu também uma das questões mais importantes do leilão: as participações da Eletrobras e do BNDES. A estatal e suas subsidiárias não entrarão diretamente nas licitações, ao contrário do que ocorreu na privatização de Belo Monte e das usinas do Rio Madeira. A Eletrobras e suas controladas negociarão posteriormente com cada um dos consórcios vencedores seu eventual ingresso na operação. Em todas as usinas, a empresa terá uma fatia de, no máximo, 49% do capital e não deverá participar diretamente da gestão. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas, no que diz respeito a  Eletrobras, o governo sabe, de antemão, que terá pela frente um fio desencapado. Dentro do processo de fortalecimento da holding, toda a negociação com os investidores privados será conduzida diretamente pela diretoria da Eletrobras. Chesf, Furnas e Eletronorte serão meras espectadoras e seguirão o caminho que o andar de cima mandar. Este procedimento certamente enfrentará a resistência de partidos da base aliada, notadamente PMDB, PSB e o próprio PT, que têm o controle político das três subsidiárias. Com relação ao BNDES, o banco deverá entrar na operação com dupla missão. De um lado, financiará até 60% dos investimentos previstos para a construção das usinas; do outro, participará como acionista dos consórcios por meio da BNDESPar. Dentro do governo, há gestões também para que o InfraBrasil, fundo que reúne recursos do próprio BNDES e de fundações, como Previ e Funcef, participe dos grupos vencedores dos leilões.

Acervo RR

BB na América

5/07/2011
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Depois de comprar o Eurobank, o Banco do Brasil está em negociações com mais dois bancos de pequeno porte da Flórida. Somadas, as duas instituições têm dez agências.

Acervo RR

Salva-vidas

1/07/2011
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De olho na Copa do Mundo e na Olimpíada, o banco de investimentos Rothschild vai investir na construção e compra de hotéis no Brasil. Terá a seu lado, como operador dos empreendimentos, o grupo mexicano Posadas. Os hotéis deverão levar a bandeira Caesar Park.

Acervo RR

Quem convence o Casino a cair na arapuca de Abílio?

30/06/2011
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Os dirigentes do Casino não conseguem entender até agora onde está a Lei de Gérson ? aquela que permite levar vantagem em tudo ? na cilada armada por Abílio Diniz para a criação de uma nova empresa franco-brasileira no varejo. Para todos os efeitos, o grupo francês poderia fazer sozinho toda a parafernália societária proposta por Abílio, sem ter que engolir sua presença na operação por séculos, seculorum, amém! Mesmo o ?interesse nacional? poderia ser negociado a partir do ingresso do BNDES, com uma golden share, e da própria luxuosa participação do Banco BTG Pactual, ou ? quem sabe? ? do Bradesco ou do Itaú. Se quiserem mais, ainda caberia uma participação minoritária de uma cédula pignoratícia integrada por supermercados de porte médio que ficaram a ver navios com a sanha do BNDES de se tornar private equity dos empreendimentos de uma nova classe empresarial de verniz privado e raízes estatais. Pavonice e irascibilidade a  parte, nada contra Abílio Diniz. Mas o fato é que todas as negociações pelas costas do sócio, o oportunismo de identificar um suposto interesse cívico a s vésperas do exercício da opção e o esforço de convencimento do Casino de que ele estaria fazendo um bom negócio com esta joint venture entre o porco e a galinha (Abílio e parceiros entram com os ovos e o grupo francês com o pernil) não suportam uma defesa ética do encurralamento em prática. Não obstante, o esforço de argumentação é louvável: o Casino será minoritário de um negócio muito maior e o Brasil teria acesso a cadeias de distribuição de seus produtos em uma rede que, além da Europa, alcança a China e a andia. Até mesmo o velho e surrado pretexto do déficit de transações correntes vem sendo utilizado, de forma que a nova empresa evitaria a sangria de divisas de um setor não tradable e com enorme faturamento. Se o Casino vai topar ou não o negócio, isso vai depender muito do cerco do governo brasileiro. O tamanho da manifestação de descontentamento pode ser determinante para a decisão de investir no país. Não fosse isso, ser dono integral do melhor ativo supermercadista do Brasil e aguardar, sentado, que o principal concorrente, o Carrefour, caísse do cacho feito banana madura para lhe fazer uma oferta firme não parece ser mau negócio para ninguém. Existiriam muitas formas, caso fosse o interesse do BNDES, de conduzir essa operação sem favorecimentos explícitos e mirando o interesse dos consumidores, dos fornecedores, da inserção competitiva do país no exterior, além da possibilidade de ingresso e fortalecimento de redes varejistas menos dotadas que foram excluídas desta festa oculta. Pena que o banco tenha se esquecido do potencial purificador da luz do sol.

Meirelles

28/06/2011
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Nem tudo é uma questão de preço. Se fosse, o expresidente do BC Henrique Meirelles já estaria ocupando a presidência do Banco Pan- Americano. Pode parecer que é pouco fubá para um caminhão tão grande. Mas a ideia é anabolizar o banco, quem sabe até com a aquisição do Citibank no Brasil.

Acervo RR

Elektra briga contra sua inanição no Brasil

20/06/2011
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A venda das Lojas do Baú para o Magazine Luiza calou fundo no empresário mexicano Ricardo Salinas. Candidato a  compra da rede varejista de Silvio Santos, Salinas viu escapulir entre os dedos uma oportunidade de expansão das Lojas Elektra para o Sudeste. A perda do negócio coloca pressão sobre o futuro da cadeia mexicana no país. Salinas deverá acelerar o projeto de expansão orgânica da rede, diante da necessidade premente de equacionar a falta de massa crítica da empresa. Hoje, a Elektra tem apenas 28 lojas no Brasil, todas localizadas na Grande Recife. Na competição com as grandes empresas de varejo, não dá nem para a saída ? sobretudo depois que Ponto Frio/ Casas Bahia e Ricardo Eletro/Insinuante aumentaram seus investimentos no Nordeste, de olho nas taxas de crescimento do poder aquisitivo na região. O objetivo de Salinas é atingir a marca de 100 lojas em 2012. O investimento deve chegar a R$ 200 milhões. Além de reforçar a presença no Nordeste, a começar pelo desembarque no Ceará e na Bahia, a Elektra pretende se instalar no Sudeste, inclusive com a construção de um centro de distribuição na região. Os investimentos no segmento varejista serão acompanhados da expansão da operação financeira da Elektra no Brasil. O Banco Azteca, braço de crédito do grupo, deverá receber uma injeção de capital. A intenção de Salinas é abrir uma representação do banco em cada uma das novas lojas da Elektra no país.

Acervo RR

Banco Itaú discute com Walmart a alforria do Hipercard

13/06/2011
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Os Setúbal estão no meio de uma complexa e desgastante negociação com o Walmart. O objetivo é quebrar as algemas do Hipercard, leia-se o contrato de exclusividade do cartão com a rede norteamericana ? herdado pelo Itaú após a incorporação do Unibanco. As conversas vêm sendo travadas diretamente com a direção da empresa nos Estados Unidos. Um escritório de advocacia norte-americano teria sido contratado para auxiliar nas tratativas. O banco dos Setúbal quer a alforria do Hipercard para transformá- lo em sua principal bandeira de private label. Na prática, isso significaria a possibilidade de acordos com outras redes varejistas de diversos segmentos que não apenas na área de super e hipermercados. Isso daria ao Hipercard abrangência nacional. Estudos feitos recentemente pelo Itaú, com o assessoramento da Galeazzi, mostram que o Hipercard tem alto recall entre os consumidores das regiões onde é utilizado e seria o principal trunfo do Itaú para concorrer com outras bandeiras private label. A negociação com os norte-americanos, no entanto, tem sido complexa. O Walmart não estaria disposto a abrir mão do acordo de exclusividade para vendas por meio do Hipercard. A rede varejista entende que deve manter o goodwill da bandeira, identificada com sua marca no Brasil. Além disso, trata-se de uma marca representativa no mercado de cartões private label. O Hipercard detém mais de 8% das vendas neste segmento em todo o Brasil. No Nordeste, este market share chega a 22%. É lá que estão as lojas do Bompreço, que originalmente criou o cartão em parceria com o Unibanco. Posteriormente, a rede de supermercados acabou incorporada pelo Walmart.

Acervo RR

BB aterrissa na privatização de aeroportos

8/06/2011
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Aldemir Bendine tem passado os dias a cantarolar o Samba do Avião. O Banco do Brasil vai entrar na disputa pela privatização de concessões aeroportuárias. A direção do BB vem mantendo tratativas com Previ e Petros para a criação de um fundo voltado exclusivamente para participar das licitações. A operação será feita por meio do BB ? Banco de Investimentos (BBI), nos moldes do InfraBrasil, fundo de investimento para o setor de infraestrutura, que congrega o banco, o BNDES e as principais fundações de previdência privada do país. A intenção do BB e dos fundos de pensão é captar cerca de R$ 1 bilhão. O trio pretende ter uma participação de até 25% nos consórcios que serão formados para a licitação. Além dos 49% que deverão ficar com a Infraero, o restante das ações será dividido entre outros investidores que se juntarem ao negócio. A Previ, por exemplo, está tentando arrastar para a operação a Andrade Gutierrez. Há conversas também com a espanhola OHL. Os principais alvos são os aeroportos de Guarulhos e o Tom Jobim, cuja privatização deverá ser oficialmente anunciada nos próximos dias.

Acervo RR

Banco Concórdia estende a mão para novo sócio

30/05/2011
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As portas do Banco Concórdia estão escancaradas para um novo sócio. O Banco Rendimento, que comprou o antigo braço financeiro da Sadia no fim de 2009, procura um parceiro abastado, capaz de alavancar as operações da instituição. A ideia é vender uma participação minoritária, de preferência para um banco internacional. Em janeiro deste ano, o Banco Central autorizou o Concórdia a ter até 40% de seu capital nas mãos de investidores estrangeiros. O Rendimento já foi sondado por instituições financeiras dispostas a entrar no Brasil. Uma delas teria sido o grupo sul-coreano Mirae. Os asiáticos, que já mantêm uma corretora no país, têm planos de abrir uma operação bancária no mercado brasileiro, seja com a instalação de uma subsidiária, seja por meio de aquisições. Hoje, 65% do Concórdia pertencem ao Banco Rendimento, de Abramo Douek. A família Furlan manteve 25% do capital ? José Almeida Souza, antigo controlador do já extinto Banco Comercial de São Paulo, ficou com o restante das ações. Tanto Douek quanto os Furlan estariam dispostos a abrir mão de uma parcela da sua participação para a entrada do novo sócio. O aporte serviria para aumentar o fôlego do banco no segmento de operações estruturadas para empresas de médio e grande portes, seu core business.

Acervo RR

Fundo do Citi

30/05/2011
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O Citibank está montando um fundo para investimentos em infraestrutura no Brasil, sobretudo nas áreas de energia e transporte. O banco norte-americano pretende captar cerca de US$ 400 milhões.

Acervo RR

Fukushima

30/05/2011
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A decisão do governo do Japão de cancelar novos projetos na área nuclear acende uma luz amarela no Ministério de Minas e Energia. A aposta é que ela terá impacto negativo sobre a oferta de crédito por parte de bancos oficiais japoneses. O governo brasileiro negocia com o Eximbank local um empréstimo de US$ 1 bilhão para a construção de novas usinas nucleares mediante a compra de equipamentos japoneses.

Acervo RR

Fábio Barbosa é o trunfo do PT na eleição em São Paulo

26/05/2011
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Fábio Barbosa, presidente do Conselho de Administração do Santander, tornou-se o José Alencar do PT para as eleições municipais em São Paulo, em 2012. Trata-se de um pedido direto do ex-presidente Lula. Barbosa é visto como o vice sob medida para qualquer um dos candidatos que vier a disputar o pleito ? Marta Suplicy, Fernando Haddad ou Aloizio Mercadante. Este último, inclusive, mantém uma relação bastante estreita com o executivo. A exemplo do papel desempenhado por Alencar em 2002 em um nível mais abrangente, Barbosa funcionaria como uma espécie de avalista da candidatura petista entre o empresariado de São Paulo, no que promete ser uma das mais acirradas disputas já vistas pela Prefeitura da capital. Caberia a ele, principalmente, aproximar o partido da banca. Fábio Barbosa e Lula acabaram criando uma relação de proximidade ao longo dos últimos oito anos. Não custa lembrar que Barbosa foi convidado por três vezes para assumir a presidência do Banco Central. A primeira delas, em 2002, ocorreu por intermediação de Antonio Palocci. Barbosa era o primeiro nome da lista, a  frente do próprio Henrique Meirelles. A segunda convocação se deu em 2008, pouco antes de o Brasil receber o investment grade da Standard & Poor’s. Na ocasião, o então presidente Lula chegou a convidar também o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, no que certamente foi o período mais tenso de toda a gestão de Henrique Meirelles a  frente do BC. O terceiro e mais recente chamamento para que Barbosa assumisse o comando da autoridade monetária foi feito em dezembro de 2010, já com vistas a  montagem do governo de Dilma Rousseff. Mais uma vez, o executivo declinou. Não obstante ter posado de Pedro e negado o pedido de Lula por três vezes, Barbosa continuou em alta junto ao PT e ao próprio ex-presidente. Sua tríplice recusa foi feita com fundamentos consistentes e acabou compreendida pelo governo, muito em razão dos serviços prestados. Durante boa parte da gestão Lula, ele foi um canal permanente entre o governo e o setor financeiro. Entre seus pares, Barbosa ganhou o epíteto de ?o banqueiro do PT?. Em tempo: mais uma vez, os destinos de Fábio Barbosa e Henrique Meirelles se cruzam. Se o Congresso Nacional postergar ainda mais a aprovação da indicação de Meirelles para a presidência da Autoridade Olímpica, corre o risco de ter de sabatinar outro nome. Já antevendo a saída de Barbosa do banco, prevista para o fim do ano, o Santander sondou o excomandante do BC para assumir a presidência de seu Conselho de Administração no Brasil.

Acervo RR

Club Med vive seu inferno astral no Brasil

16/05/2011
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O tradicional tridente deixou de ser apenas uma logomarca para o Club Med. Tornou-se metáfora sob medida para o inferno em que vive o grupo hoteleiro no Brasil. O Metrus ? fundo de previdência privada dos funcionários do Metrô de São Paulo e sócio dos franceses no hotel de Trancoso, na Bahia ? declarou guerra ao grupo. A fundação contratou uma auditoria contábil e jurídica para passar um pente fino nos números da operação. A diretoria do Metrus está insatisfeita, para se dizer o mínimo, com a gestão e os sucessivos prejuízos do hotel. A entidade hospeda no seu balanço uma perda de aproximadamente R$ 25 milhões nos últimos oito anos. Trata-se de uma parceria que já nasceu torta e nunca mais endireitou. O acordo de acionistas firmado entre o Metrus, por meio da Epilife Empreendimento e Participações, e o Club Med em 2003 garantia ao fundo de previdência privada uma remuneração mínima correspondente a  variação acumulada do IGP-DI acrescidas de 6% anuais nos dois primeiros anos de operação. No entanto, esta meta jamais foi alcançada, muito em função da necessidade de novos aportes no hotel. Desde então, os prejuízos só fizeram aumentar. O embate com o Metrus é apenas uma das pontas do tridente que espeta o Club Med no Brasil. Há ainda um imbróglio com o Itaú. Após a fusão com o Unibanco, os Setúbal herdaram a propriedade dos imóveis onde estão instalados o Club Med de Itaparica, na Bahia, e Rio das Pedras, no Rio de Janeiro. A parceria remonta a  década de 70, quando o então banco dos Moreira Salles se associou aos franceses. Há cerca de dez anos, o Unibanco decidiu se desfazer de suas ações e, em troca, ficou com a posse dos imóveis. O Itaú considera o negócio um péssimo investimento. Com os prejuízos em sequência, que interferem no valor pago pelo aluguel, o banco decidiu colocar os dois empreendimentos a  venda. A medida tem causado calafrios no board do grupo francês. No contrato de locação, não há qualquer cláusula que garanta a permanência do Club Med nos dois hotéis em caso de venda. O comprador pode simplesmente chegar e despejar os franceses dos imóveis. A terceira haste do tridente encravada nas costas do Club Med é a dificuldade em levantar o complexo do Peró, resort projetado para Cabo Frio, Na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Os franceses têm penado na busca de parceiros para o empreendimento, orçado em R$ 150 milhões. A Agenco foi sondada, mas pulou fora. Houve também frustradas negociações com o empresário Ricardo Amaral.

Acervo RR

Banco Hyundai

13/05/2011
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A Hyundai pretende abrir um banco no Brasil. A instituição financiará a venda de veículos da fábrica que o grupo está construindo em Piracicaba, com capacidade para 160 mil unidades por ano. Será responsável também pela concessão de crédito aos fornecedores de autopeças que vão se instalar no complexo industrial na cidade paulista.

Contra-ataque

13/05/2011
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O Conselho de Administração da BM&F Bovespa tem discutido a redução das taxas cobradas a s corretoras e bancos de investimento que operam no mercado. Trata-se de uma reação a  iminente criação de uma nova Bolsa no Brasil, projeto desenvolvido pela norte-americana Bats Global Markets e pela gestora de recursos Claritas

Acervo RR

BB marcha na direção do Galícia e do Itaú Argentina

12/05/2011
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Um ano após a compra do Patagônia, o Banco do Brasil prepara um novo bote na Argentina. Desta vez, a presa é mais parruda: o Galícia, uma das quatro maiores instituições financeiras do país. O BB já teria iniciado as conversações para a compra do controle do banco, pertencente ao grupo financeiro Galícia. Tomandose como base o atual valor de mercado, a fatia de 51% das ações da instituição corresponderia a aproximadamente US$ 850 milhões. Já seria mais do que o dobro do que o BB pagou por igual participação no Patagônia, em abril de 2010. Com o prêmio de controle, o valor do banco poderia chegar a US$ 1,3 bilhão. Em termos de ativos, o Galícia é três vezes maior do que o Patagônia, com aproximadamente US$ 6 bilhões. Tem um total de US$ 4 bilhões em depósitos e um patrimônio líquido correspondente a US$ 500 milhões. Nos últimos três anos, o volume de ativos tem crescido em média 10% ao ano. O retorno sobre patrimônio, no entanto, está bem abaixo da média brasileira, que oscila entre 20% e 25%. Em 2009, o Patagônia fechou com rentabilidade de 8,41%, contra 10,5% no ano anterior. Parte da queda se deveu a  retração nas operações de crédito, que cresceram apenas 3,8%. Um dos principais objetivos do BB é utilizar a plataforma do Galícia ? mais de 250 agências ? para a oferta de empréstimos consignados, segmento que propiciou ao banco um grande salto em sua carteira de crédito no Brasil. A investida sobre o Galícia, ressalte- se, não deverá saciar o banco, que vislumbra a possibilidade de montar um cinturão de aquisições na Argentina e se tornar um dos três maiores grupos bancários do país. A depreciação dos ativos financeiros locais joga a favor. Outros bancos estão no radar da instituição. Na própria diretoria do BB, um dos nomes vistos como uma possível presa é o Itaú Argentina, que tem ativos de aproximadamente US$ 1,3 bilhão e quase US$ 1 bilhão em depósitos. A operação está longe de ser os quindins da família Setúbal. Há algum tempo que a subsidiária do Itaú opera no vermelho. No ano passado, teve um prejuízo acumulado equivalente a US$ 7 milhões. No ano anterior, fechou com um resultado modesto, de US$ 4 milhões, o que correspondeu a uma rentabilidade de apenas 3,7% sobre o patrimônio. Devido a s suas motivações geoeconômicas, o BB teria muito mais estômago para suportar os baixos resultados do Itaú Argentina e, mais a  frente, pedalar o crescimento da operação.

Acervo RR

Edir Macedo leva a maior fé no setor de telefonia

11/05/2011
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Quem quiser -falar- com Deus poderá usar o celular de Edir Macedo. O híbrido de líder religioso e empresário prepara um projeto arrasa quarteirão para entrar no mercado de telefonia móvel. A investida passa pela criação de uma operadora virtual, a partir da resolução aprovada pela Anatel em novembro do ano passado. A medida abriu a porteira para que empresas de diversos setores ofereçam serviços de telefonia valendo- se do aluguel das redes das grandes companhias do setor, leia-se Vivo, Oi, Claro e Telefônica. Macedo ainda estuda em qual das suas empresas o novo negócio ficará pendurado. A possibilidade mais forte é usar a própria Rede Record. Outra hipótese sobre a mesa é que a operadora seja vinculada ao Banco Renner, do qual Macedo tem 40% do capital. Neste caso, no entanto, ele teria de dividir os bônus com a família Renner, acionista controladora da instituição financeira. Pela decisão da Anatel, as operadoras virtuais só podem ser criadas por empresas do setor comercial ou financeiro, o que, para todos os efeitos, não é o caso da Igreja Universal. Mas é de olho em seus fiéis que Macedo pretende mergulhar na nova investida. O bispo/empresário olha para os seus milhões de seguidores em todo Brasil e enxerga em cada um deles um potencial usuário dos serviços de telefonia. A Igreja Universal seria um potencial canal de vendas, maior do que muita rede de atendimento bancário. São mais de cinco mil templos em todo o país e uma legião de mais de 13 milhões de fieis. Macedo terá ainda a seu dispor o canhão da Rede Record, seja para a veiculação de comerciais sobre a nova operadora, seja na distribuição de conteúdo. Além dos serviços tradicionais de telefonia, a oferta de programas da emissora, notadamente os de caráter religioso, seria um dos grandes apelos comerciais da empresa. A Anatel calcula que, em até três anos, de 20% a 30% do mercado de telefonia poderão estar nas mãos de operadoras virtuais. Noves fora o número aparentemente inflado, o fato é que diversas empresas já manifestaram interesse em oferecer serviços de telefonia. A seguradora Porto Seguro fechou uma parceria com a TIM. Redes varejistas, como Carrefour e Pão de Açúcar, e grandes bancos, a começar pelo BB e pela Caixa Econômica Federal, sinalizaram a disposição de criar suas próprias operadoras com o objetivo de aproveitar sua vasta capilaridade de vendas e seu elevado número de clientes.

Acervo RR

Conta inexata

10/05/2011
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Minoritários parrudos do Santander Brasil, notadamente fundos de private equity, estão questionando a decisão do banco de comprar quase US$ 900 milhões em créditos da matriz. Cobram da instituição disclosure quanto a  qualidade dos empréstimos incorporados pela subsidiária.

Acervo RR

Bolsa brasileira entra na mira da SEC, Nyse e FBI

5/05/2011
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A realização de treinamentos antifraude e contra crimes financeiros é apenas a ponta do iceberg da presença de representantes do FBI, da Securities and Exchange Comission (SEC) e do Departamento de Justiça dos Estados Unidos no Brasil. A tropa de elite de aproximadamente 150 pessoas que está enfurnada na BMF & Bovespa tem outras motivações menos transparentes para a visita ao país. Vem cuidar de um tema da maior gravidade que tem sido tratado como assunto de Estado pelo governo norteamericano: investigar as relações promíscuas entre o governo brasileiro e algumas das principais empresas com ações negociadas tanto na Bovespa quanto na Bolsa de Nova York. A questão é alvo de três processos na SEC (sob os números 676.5600.200, 207.648.894.3 e 323.950.536), de um na Nyse (nº 676.560.196) e de inquéritos abertos pelo próprio FBI. Estas ações nasceram do consenso entre as autoridades norte-americanas de que o mercado de capitais brasileiro, notadamente a Bolsa de Valores, apresenta hoje baixa taxa de confiabilidade e disclosure e descumpre regras globais para a negociação de ações. O principal motivo para as investigações conduzidas pela SEC, Nyse e FBI são as imbricadas relações entre o governo brasileiro e as maiores companhias abertas, seja por meio de participação direta do próprio Estado, seja por meio da presença dos fundos de pensão ligados a estatais. As autoridades norte-americanas partem do princípio de que o Estado joga os dados e arbitra o comportamento de mercado de algumas das maiores corporações do Brasil. Levantamento feito pela SEC mostra que, nos últimos anos, praticamente 90% das grandes operações de fusão e aquisição no país tiveram a participção dos 30 maiores fundos de previdência, especialmente Previ, Petros e Funcef, de fundos de investimento em ações do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal e do BNDES, por meio da BNDESPar. Juntas, estas instituições administram mais de US$ 600 bilhões em ativos. O assunto ganha maior importância para os Estados Unidos devido ao crescente peso dos ADRs das grandes companhias abertas brasileiras na Nyse. Em sua maioria, são empresas nas quais o governo exerce algum tipo de ingerência, parcial ou total, terminando por combinar estratégias corporativas e as próprias cotações no mercado. O caso mais recente e emblemático foi a postura do Estado na substituição do presidente da Vale, Roger Agnelli. Há outros exemplos menos sutis. O que o governo arbitrar como regras para o pré-sal terá impacto direto sobre o desempenho da Petrobras. Ressalte-se ainda a participação direta do Estado nos desígnios de empresas como JBS Friboi, Embraer, Embratel, Brasil Foods, todas com presença expressiva do BNDES ou de fundos de pensão em seu capital. Para as autoridades norteamericanas, um grupo restrito de pessoas do governo tem o poder de intervir no destino de algumas das maiores empresas nacionais com ADRs em Nova York. Tanto podem nomear seus dirigentes como influenciar diretamente em suas decisões estratégicas, criando uma relação incestuosa entre Estado e iniciativa privada sem paralelo entre as companhias estrangeiras com ações negociadas na Nyse. Neste contexto, um número seleto de acionistas, leia-se os fundos de pensão, o BNDES e, na última linha, o próprio governo, gera movimentos que indicam manipulação de ações tanto na Bovespa quanto na Nyse.

Citibank

29/04/2011
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Gustavo Marín, presidente do Citibank no Brasil, é um executivo encaixotado. É cada vez maior o poder do nº 1 do banco na América Latina, Manuel Mora, sobre a subsidiária.

Acervo RR

Frangosul pede socorro Á  matriz

29/04/2011
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A Doux Frangosul pediu arrego a  nave-mãe. A subsidiária está negociando um aporte emergencial com a matriz para o pagamento dos fornecedores no Brasil, problema que se arrasta há mais de dois anos. A capitalização seria da ordem de R$ 50 milhões. O apelo a  França foi o recurso encontrado pela subsidiária diante das dificuldades para obtenção de crédito junto a instituições financeiras. O próprio Banrisul estaria fazendo mil e uma exigências para proceder um novo empréstimo a  Doux Frangosul. Trata-se de uma posição emblemática, uma vez que o banco estatal tem sido um dos principais esteios da empresa. No fim do ano passado, emprestou cerca de R$ 20 milhões. O dinheiro, no entanto, só foi suficiente para a companhia abater parte de suas dívidas. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a companhia não se pronunciou sobre o assunto. A Doux Frangosul conta com os recursos da França para cumprir a proposta apresentada recentemente aos fornecedores. O plano da empresa prevê o pagamento escalonado de uma parte dos débitos até 20 de maio ? uma nova parcela foi quitada nesta semana. Trata-se da quinta proposta formulada pela Doux Frangosul desde fevereiro de 2009.

Acervo RR

Banco da terrinha

26/04/2011
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Tão logo conclua a compra do norte-americano Eurobank, o BB vai partir para a aquisição de bancos em outros países com forte presença de brasileiros. O próximo alvo é Portugal, onde os ativos estão a precinhos bem camaradas.

Acervo RR

Elektro é o novo aríete da Iberdrola

18/04/2011
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Os próximos passos da Iberdrola no Brasil passam ao largo da NeoEnergia. Os espanhóis vão pendurar seus futuros investimentos na Elektro, bem longe, portanto, das conflitantes relações com a Previ. Após comprar a distribuidora paulista, a mira da Iberdrola aponta na direção da Escelsa, do Espírito Santo. A EDP, dona da distribuidora, estaria disposta a vender a empresa devido a  falta de sinergia com o seu principal negócio no país, a Bandeirante. Sinergia, no entanto, é o que não falta a  Escelsa sob a ótica dos espanhóis. A empresa opera em um estado contíguo a  Bahia, onde a Iberdrola controla a Coelba. O grupo ibérico vislumbra ganhos operacionais decorrentes da proximidade entre as duas empresas. A investida sobre a Escelsa seria apenas um aquecimento para um projeto bem maior. Hoje, o grande sonho de consumo da Iberdrola no Brasil é a entrada no capital da Brasiliana, controladora da AES Eletropaulo. Segundo o RR apurou junto a uma fonte do BNDES, os espanhóis já mantiveram conversas tanto com o banco quanto com a AES, que dividem o controle da holding. Esta, no entanto, é uma operação complexa, notadamente pela sua costura política. Difícil imaginar que o governo, mediante o BNDES, facilitaria o desembarque da Iberdrola na Brasiliana uma vez que os espanhóis se tornaram um estorvo para a fusão entre a Neo- Energia e a CPFL.

Acervo RR

Standard Bank é um ponto de interrogação no Brasil

15/04/2011
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Qual será o futuro do Standard Bank no Brasil? A pergunta é motivo de angústia entre os principais dirigentes do banco sul-africano no país, a começar pelo próprio presidente, Fernando Negri. Dentro da subsidiária, é crescente o temor quanto ao porvir das operações no mercado brasileiro. Informações filtradas junto ao próprio Standard indicam que o grupo estaria até mesmo reavaliando sua permanência no país. UBS e BTG Pactual já teriam, inclusive, manifestado interesse em adquirir as operações da instituição no Brasil, cujo foco é o setor de fusões e aquisições. Procurado pelo RR – Negócios & Finanças, o Standard Bank negou sua saída do Brasil. Os dúbios sinais que chegam da matriz alimentam a inquietação e as especulações dentro do escritório do próprio Standard em São Paulo. Ora, os sulafricanos falam em novos aportes e expansão da operação; ora, não se percebe o mesmo entusiasmo que levou a matriz a aumentar seus investimentos no Brasil nos últimos dois anos. O Standard teria freado novas contratações no país. Recentemente, desmontou toda a operação de private equity no Brasil. A rigor, a decisão se deveu a  resolução do Banco Central da africa do Sul, que proibiu as instituições financeiras locais de comprar participações em companhias. No entanto, o Standard já havia, por conta própria, reduzido o ritmo de operações na área de private equity. Dos US$ 250 milhões reservados para a compra de ativos no Brasil, apenas US$ 40 milhões chegaram a ser utilizados, na compra da Casa do Pão de Queijo. Os sulafricanos estariam dispostos, inclusive, a se desfazer do controle da empresa ? um dos interessados é a IMC, braço do fundo norteamericano Advent para o setor de gastronomia (Negócios & Finanças nº 4.099). A eventual desaceleração do Standard Bank no Brasil seria uma das razões para a recente debandada dos principais executivos do banco. Em agosto do ano passado, Fabio Solferini deixou a presidência da subsidiária brasileira para se associar a  FCS Stone, empresa controlada pela International Assets Holding Corporation, que presta consultoria nas áreas de commodities, moedas e títulos. Foi uma deserção emblemática. Solferini foi um dos principais responsáveis pela montagem de toda a operação do Standard no país. Em outubro foi a vez de Eduardo Centola deixar a presidência do banco nas Américas seduzido por uma oferta do UBS. Na época, fez um arrastão. Levou consigo cinco pessoas da área de fusões e aquisições, o coração do Standard Bank no Brasil, incluindo a executiva Cristina Bueno. Ela foi responsável por assessorar a venda da Plena Transmissora para a chinesa State Grid, no valor de R$ 3 bilhões, uma das maiores operações coordenadas pelo banco sulafricano no Brasil.

Acervo RR

Banco da Coamo

12/04/2011
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A Coamo, maior cooperativa agropecuária do Brasil, quer ter seu próprio banco. A semente do projeto é a Credicoamo, braço de crédito da empresa, com operações da ordem de R$ 700 milhões. O objetivo da Coamo é que a nova instituição financeira se torne uma referência no financiamento de máquinas e equipamentos agrícolas, não apenas para os cooperativados, mas também para terceiros.

Acervo RR

O – Plano C- na estratégia de Benjamin Steinbruch

11/04/2011
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Diante da complexa investida sobre a Usiminas ? não obstante a tentativa de comprar 10% da empresa mineira, a CSN está longe de ser a preferida do governo para a associação ? Benjamin Steinbruch já tem a  mão não um plano B, mas sim um plano C. -C-de cimento. Ao contrário do que ocorre na siderurgia, notadamente no que diz respeito a  tentativa de entrada forçada na Usiminas, a CSN tem uma janela aberta para crescer na indústria cimenteira. A alternativa vem sendo discutida nas reuniões de diretoria da empresa. A expansão no setor tem notória sinergia com a operação siderúrgica do grupo, em razão do uso da escória para a produção de cimento. Os investimentos da CSN no setor inicialmente estavam focados no crescimento pelo greenfield. Mas, na empresa, há um consenso de que o grande salto no setor só virá por meio de aquisições. Neste caso, as atenções de Benjamin Steinbruch se voltam na direção da João Santos, segunda maior produtora de cimento do país e alvo constante do assédio de grupos internacionais, como a Lafarge ? ver RR – Negócios & Finanças edição nº 4.098. Com a aquisição, a CSN herdaria um conglomerado de 11 fábricas, sete delas no Nordeste, região com altas taxas de crescimento no setor de construção civil. Os planos de Benjamin Steinbruch para o setor de cimento são sinuosos. O apetite da CSN não para na João Santos. Uma vez fortalecida pela compra do grupo pernambucano, a empresa partiria para uma aquisição de mais fôlego, capaz de lhe dar maior envergadura e poder de fogo diante da inevitável concorrência com os Ermírio de Moraes. O barão da CSN sonha alto. Informações filtradas da própria companhia indicam que o ?Plano C? contemplaria a aquisição dos ativos de um grande grupo internacional no Brasil. Dinheiro é o que não falta. Os olhos de Benjamin brilham quando são mencionados os nomes da própria Lafarge ou da suíça Holcim. Cada uma delas tem uma participação próxima dos 7% no mercado nacional de cimento. Significa dizer que, eventualmente, ao engolir a João Santos e as operações brasileiras de uma das multinacionais, a CSN sairia de uma posição ainda pequena no setor para um market share superior a 19%. A companhia abriria uma razoável distância em relação a  Camargo Corrêa e a  Cimpor, detentoras, respectivamente, de 10% e 9% das vendas de cimento no país. Partir para cima da Holcim ou da Lafarge ? que acena com investimentos de peso no país, ver também RR nº 4.098 ? é uma ideia que encantaria o BNDES por estar em linha com a política industrial praticada pelo banco, ou seja, a consolidação de grandes grupos nacionais. Por um capricho do destino, Steinbruch voltaria a se bicar com os Ermírio de Moraes, embate que deu a tônica na privatização da Vale. Com as aquisições, a CSN passaria a brigar em condições bem menos desiguais em relação ao Votorantim, dono de mais de 40% de market share. O crescimento pelo greenfield seria a cereja no sundae. A companhia ainda poderia se dar ao luxo de prosseguir com os investimentos programados na área de cimento, leia-se a duplicação da unidade de Volta Redonda e a construção de três fábricas, que serão localizadas no Nordeste, Centro-Oeste e Sul. O investimento previsto apenas na instalação das três novas unidades é de aproximadamente US$ 700 milhões

Acervo RR

Lafarge põe mais cimento em sua operação brasileira

6/04/2011
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É tudo ao mesmo tempo agora na Lafarge. De um lado, a cimenteira estuda um ambicioso plano de capitalização de sua subsidiária brasileira; do outro, está prestes a anunciar seu maior plano de investimentos no país. Há duas hipóteses sobre a mesa para a captação de recursos. Uma delas é a abertura de capital da Lafarge Brasil na BM&F Bovespa, com a venda de até 25% das ordinárias. Outra possibilidade no cardápio dos franceses é a venda direta de um naco de ações para um grupo de investidores institucionais. A companhia teria sido sondada pela GP e por fundos de private equity ligados aos bancos conterrâneos BNP Paribas e Société Générale. As conversas também passam pela venda de uma fatia próxima dos 25%. Antes mesmo de escolher o formato da captação, a Lafarge já está gastando por conta. A cimenteira está colocando as últimas vírgulas em seu plano de investimentos no Brasil para o período 2011-2015. A cifra deve chegar a dois bilhões de euros. A dinheirama confirma o apetite do grupo. Não custa lembrar que, no ano passado, os franceses aportaram quase 750 milhões de euros em sua operação brasileira. No novo pacote, haverá recursos para a construção de novas fábricas e centros de distribuição e lançamento de produtos. No entanto, a grande cartada da Lafarge não virá pelo greenfield. Mesmo com o crescimento orgânico, os franceses consideram prioritário fazer uma aquisição de peso no país, como forma de consolidar sua posição no ranking. Neste caso, todos os caminhos levam na direção do Grupo João Santos, principal objeto de cobiça dos franceses a aquisição, a Lafarge saltaria de 7% para 18% de market share no mercado brasileiro, firmando-se como o segundo maior grupo cimenteiro do Brasil, o que, simbolicamente, significa ser o primeiro. O líder do ranking é a hors concours Votorantim que, em alguns segmentos e determinadas regiões do país, detém mais de 50% das vendas de cimento. A captação de recursos e a consequente aquisição de uma empresa do porte da João Santos são vistas pela Lafarge como movimentos estratégicos para se distanciar da Camargo Corrêa e da CSN. E dizer que há pouco mais de um ano, a empresa apenas fazia figuração no mercado brasileiro. O turning point foi o recebimento de três fábricas da Votorantim em troca da venda de sua participação de 17,2% na Cimpor para os Ermírio de Moraes.

Mirae

4/04/2011
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A sul-coreana Mirae – que já tem uma asset management no Brasil, operação polêmica devido a s baixas taxas de corretagem – vai abrir um banco de investimentos no país.

Banco ejetável

1/04/2011
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O Ford Ka vermelho, conversível, diariamente estacionado na sede da HP em São Paulo, deverá circular por outras bandas. Os norteamericanos já teriam incumbido um head hunter de buscar um substituto para o presidente da empresa no Brasil, o excêntrico Oscar Clarke, dono do estiloso veículo. Em pouco mais de um ano no cargo, Clarke não alcançou os resultados esperados. Além disso, tem colecionado desafetos entre seus pares na diretoria, sobretudo por conta da integração das três unidades da empresa – Imaging and Printing Group, Personal Systems Group e Enterprise Business.

Acervo RR

JBS Friboi revira o estômago do BNDES

31/03/2011
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 O simples comunicado de compra do Banco Matone, apenas quando o negócio já estava sacramentado pela JBS Friboi, foi entendido no BNDES como ponto final de um relacionamento que já estava prestes a desmoronar. Segundo informações obtidas junto a fontes do próprio banco, a agência de fomento não engoliu o movimento feito pela JBS, que, indiretamente, se aproveitou de subsídios públicos para comprar uma instituição financeira. Nas reuniões de diretoria do BNDES realizadas nos últimos dias, sempre que houve menção ao JBS foi em um contexto de profunda insatisfação e críticas aos controladores da empresa. Dentro do banco, os irmãos Wesley e Joesley Batista são considerados hoje péssimos parceiros tanto sob o aspecto empresarial quanto humano. A cúpula do BNDES permanece defendendo tecnicamente a consolidação dos frigoríficos, mas faz meia culpa em relação a  escolha dos dirigentes da JBS, que são chamados de “enganadores” para baixo. Os diretores da agência de fomento não têm dúvida sobre a origem do vazamento de informações tratadas com os irmãos Batista em reuniões reservadas, assim como do ponto de partida dos balões de ensaio sobre fusões e aquisições no setor. Por este motivo, há muita irritação com a recorrente divulgação na imprensa sobre o projeto de compra da Sara Lee com financiamento do BNDES. A interpretação é que os Batista estariam operando os meios de comunicação para obter facilidades do banco. O BNDES elegeu a JBS como uma companhia capaz de assumir o papel de consolidador da indústria de carne bovina, não apenas no Brasil, mas também no exterior. Mais do que isso, enxergou a possibilidade de criar um conglomerado capaz de evitar uma quebradeira de frigoríficos no país e, desta forma, conter demissões em massa no setor. Dentro do banco, no entanto, a percepção é de que o tiro se voltou contra o seu próprio peito. O que tem feito a JBS senão se aproveitar do dinheiro público justamente para aumentar as taxas de desemprego na indústria de carne bovina? A empresa costuma promover uma carnificina nas empresas que adquire. Segundo dados filtrados do próprio BNDES, quase um terço dos frigoríficos comprados ou arrendados pela companhia teria sido fechado. A compra do Matone era a gota que faltava em um copo que estava prestes a transbordar há algum tempo. Não obstante a efetiva formação de um conglomerado com inserção competitiva internacional, como previa o projeto original, diversos episódios têm estilhaçado as relações entre o BNDES e a JBS. Além do incômodo do banco em ver a empresa se valer de dinheiro público para fechar frigoríficos e decapitar funcionários, houve uma questão fulcral para o azedamento da convivência entre ambos. O grupo não efetuou o IPO da JBS USA, como previa o acordo pelo qual o BNDES subscreveu quase a totalidade dos R$ 3,4 bilhões emitidos pelo grupo para financiar a compra da Pilgrim’s. Após desgastantes negociações, a companhia pagou cerca de R$ 521 milhões aos debenturistas como multa pela não abertura de capital da subsidiária norte americana. Ainda assim, no BNDES, ficou a sensação de que os controladores da JBS agiram no limiar da boa-fé com o deliberado intuito de forçar a conversão das debêntures e, consequentemente, o aumento da participação do banco no capital da empresa.

#BNDES #JBS

Pré-sal

25/03/2011
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Além do Eximbank dos Estados Unidos, que vai liberar cerca de US$ 1 bilhão, o Banco Europeu de Investimentos (BEI) e o Export-Import Bank of India também estão formatando linhas de financiamento para a exploração de petróleo no pré-sal brasileiro. A exemplo da instituição norte-americana, as duas agências de fomento miram na venda de equipamentos de fabricantes europeus e indianos.

Acervo RR

Gerdau e Usiminas é aço forjado no próprio Planalto

25/03/2011
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Jorge Gerdau está cumprindo missão. A investida da Gerdau sobre as ações dos funcionários da Usiminas e os planos de fusão com a Açominas são apenas da missa a metade. Por trás deste enredo, há um chamamento do Planalto para uma operação muito maior. Para aqueles que se arrepiam com a estratégia do BNDES em criar conglomerados com inserção competitiva no exterior, vem aí mais um capítulo. O projeto do governo é fomentar a associação entre a Gerdau e a Usiminas e criar um agente consolidador do setor siderúrgico não apenas no Brasil, mas, sobretudo, com perspectiva internacional. Juntas, as duas empresas poderiam disputar a compra de empresas no exterior. Um dos alvos seria a Ternium, braço siderúrgico do grupo ítalo- argentino Techint, que também chegou a se candidatar a  aquisição das ações dos funcionários da Usiminas. Juntas, as três empresas formariam um conglomerado com produção anual de 35 milhões de toneladas de aço, plantas no Brasil, Estados Unidos, México, Argentina e Colômbia, e faturamento equivalente a R$ 60 bilhões. Curiosamente, há pouco mais de um mês, a própria Usiminas vendeu sua participação de 14,2% no capital da Ternium. . Para que a associação com a Usiminas seja concretizada, a Gerdau terá de avançar também sobre as ações da Camargo Corrêa e dos Ermírio de Moraes no bloco de controle da Usiminas. No entanto, esta operação não será apenas um acordo entre compadres do baronato empresarial. Toda esta engrenagem tem ainda duas peças fundamentais: o BNDES e a Nippon Steel. O banco entraria na operação com duplo chapéu: como acionista, ingres sando no bloco de controle da Usiminas, e como financiador da própria compra da Ternium ou de outras siderúrgicas no exterior. Os japoneses, por sua vez, cederiam parte de suas ações para o desembarque da Gerdau e do BNDES no controle da siderúrgica mineira. Guardadas as devidas proporções, a Nippon teria uma condição semelhante a  da Mitsui na Vale. A siderúrgica japonesa permaneceria com uma posição estratégica na empresa mineira. A redução da sua fatia societária seria amplamente compensada pela participação em um grupo de porte ainda maior. Mal comparando, seria uma negociação a  la Oi, em que todos cederiam um pouco daqui e dali em nome de uma operação de grande envergadura. Para Jorge Gerdau, este projeto seria a concretização de um sonho. O empresário, que sempre teve complexo por ser chamado de fabricante de vergalhão e arame, entraria no segmento de aços planos. Seria uma promoção de tenente para marechal. Se, na visão do Planalto, a Gerdau deve ser o cavalo vencedor, o páreo já começa com um grande perdedor. A intenção do governo de estimular a associação entre a Gerdau e a Usiminas é um tiro na femoral de Benjamin Steinbruch, que também alimenta a pretensão de comprar a siderúrgica mineira. Como de hábito, o empresário pecou pelo estilo. Benjamin entrou no negócio dando uma tesoura voadora. Comprou participações da companhia em mercado, soltou um comunicado sobre o seu interesse em ingressar no bloco de controle da Usiminas e desdenhou conversar com os japoneses. Não bastasse a ausência de tato, faltou ainda o principal: contar com a simpatia do governo.

Acervo RR

Lácteos Brasil tira seu passaporte internacional

23/03/2011
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Do laboratório de alquimias do BNDES está prestes a sair um novo projeto com o objetivo de criar a primeira multinacional da área de laticínios de origem brasileira. O passo inicial já foi dado com a formação da Lácteos Brasil, resultado da fusão entre a Monticiano, leia-se GP Investimentos, e a gaúcha Bom Gosto. Na condição de acionista da companhia, com 30,2% do capital, o banco está disposto a financiar a compra de ativos no exterior e, a partir daí, formar uma holding com operações em diversos países, a começar pelo Mercosul. Em duas recentes reuniões entre os dirigentes da companhia e os representantes do BNDES, o nome mais falado foi o da SanCor, uma das maiores produtoras de laticínios da Argentina. A aquisição transformaria a Lácteos Brasil em uma das maiores fabricantes de leite e derivados do país vizinho. Logo na partida, a empresa assumiria quase um terço do mercado local. Herdaria ainda 16 fábricas e um faturamento anual próximo de US$ 1 bilhão. O grupo brasileiro passaria a ser uma holding com quase 50 unidades fabris nos dois países e um faturamento total de US$ 2,5 bilhões. Na visão do BNDES e dos demais acionistas da Lácteos Brasil, a compra da SanCor daria musculatura para uma posterior operação-arrastão na Argentina, ou seja, a compra de fabricantes de pequeno e médio portes. A partir daí, a Lácteos do Brasil iria em busca de outros mercados. Estão no alvo Chile, México e, até mesmo, os Estados Unidos.

Acervo RR

Professor Pardal

23/03/2011
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Banco do Brasil, Itaú e Safra estão conversando sobre um investimento inusitado. Em pauta, a criação de uma empresa voltada ao financiamento, compra e revenda de patentes tecnológicas. O negócio é uma jabuticaba a s avessas; existe em diversos países, mas não no Brasil. A estimativa dos três bancos é movimentar até R$ 500 milhões nos primeiros dois anos.

Cartão de crédito

18/03/2011
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Para defender sua carteira de 150 mil estabelecimentos comerciais e cinco milhões de cartões de crédito emitidos no Brasil, o HSBC está apelando para todos os santos. De um lado, assinou um acordo de preferência com a Cielo para credenciamento de lojistas e, de outro, negocia uma parceria com a norte-americana Global Payments, recém-chegada ao país. O principal receio do banco é ficar descoberto na operação de credenciamento e, desta forma, perder clientes para concorrentes mais fortes no país.

BB DTVM

17/03/2011
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Na Fazenda e no altocomando do Banco do Brasil, há uma corrente favorável a que a BB DTVM parta para a aquisição de gestoras de recursos. Como efeito colateral, ela passaria a funcionar como um balizador das taxas de corretagem no mercado.

Acervo RR

Staroup procura um novo cabide societário

11/03/2011
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Uma das mais tradicionais marcas de jeans do Brasil, a Staroup vive momentos decisivos. Entre os próprios controladores ? a Atra Participações e a investidora de origem suíça Jacqueline Gordon, donas de 97% do capital ordinário ? a sensação é de que a companhia está dando suas últimas cartadas para sair da recuperação judicial e escapar de um futuro cada vez mais duvidoso. Os acionistas da empresa, desde 2007 rebatizada de Botucatu Têxtil, estariam dispostos a vendê-la na bacia das almas, por um valor simbólico. Desde o ano passado, há conversas com a InBrands, que administra uma série de grifes famosas. Os sócios da empresa também entabularam conversações com o BTG Pactual ? sempre ele ? e com a Laep Investimentos, de Marcos Elias, especializada na compra de junk companies. As tratativas, no entanto, esbarram no destino da dívida da Botucatu, que já estariam na casa dos R$ 50 milhões, para um patrimônio líquido negativo na ordem de R$ 30 milhões. Desde 2008, quando entrou em recuperação judicial, a Botucatu/Staroup vive uma via crúcis. O trabalho de reestruturação, que já passou pelas mãos de três presidentes, é conduzido pelo executivo Roberto Faconti. A empresa tem penado para equacionar suas dívidas com bancos e fornecedores ? alguns deles teriam, inclusive, ameaçado suspender a venda de matéria-prima. A estratégia de alienar imóveis, por exemplo, ainda não surtiu o efeito esperado. O plano elaborado pelos controladores é carregado de boas intenções, mas de difícil execução. Para começar, previa a saída da recuperação judicial até o fim de 2010, o que não ocorreu. A promessa de resgatar até 2018 o faturamento líquido de 2005 também parece difícil de ser concretizada. As vendas em 2009, em torno de R$ 25 milhões, não significam nem um terço do faturamento de 2005 e não há sinais de melhora desde então. Nos últimos meses, a companhia vem perdendo clientes tradicionais. Ao mesmo tempo, a Staroup se tornou uma calça apertada demais para seus minoritários. Os acionistas estão a s cegas. Desde 2009, a empresa não divulga balanço, o que impede uma avaliação precisa de sua real situação financeira. Em novembro do ano passado, a Bovespa chegou a suspender a negociação das ações da companhia por alguns dias por conta de um pedido de falência.

Banco do Brasil

2/03/2011
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Orlando Pessuti, exgovernador do Paraná, já pode encomendar o terno da posse. Dilma Rousseff e Guido Mantega bateram o martelo quanto a sua nomeação para a diretoria de agronegócio do BB.

Acervo RR

Banco ABC

2/03/2011
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O Arab Banking estuda um aumento de capital no Banco ABC. O objetivo dos controladores é reafirmar o compromisso com o Brasil e melhorar a expectativa dos acionistas. Os papéis do banco despencaram por conta dos conflitos no Oriente Médio.

Acervo RR

BB lança sua rede sobre Banestes e Banpará

28/02/2011
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O Ministério da Fazenda está namorando a federalização dos bancos estaduais, leia-se a incorporação destas instituições pelo Banco do Brasil. As discussões vêm sendo travadas pelo ministro Guido Mantega, pelo secretário executivo Nelson Barbosa e pelo próprio presidente do BB, Aldemir Bendine, responsável pelos estudos técnicos. A ideia é fisgar os poucos bancos estaduais que ficaram de fora do arrastão feito pelo BB nos últimos três anos. Há dois alvos prioritários na mira: o Banestes, do Espírito Santo, e o Banco do Estado do Pará (Banpará). A operação, no entanto, está longe de ser uma unanimidade no governo. as voltas com duras medidas políticas, como o corte de gastos e o aumento mais contido do salário mínimo, Dilma Rousseff ainda não se pronunciou a respeito do assunto. Mas sabe-se que gente muito próxima do núcleo duro do governo tem restrições a  federalização dos bancos estaduais, a começar pelo ministro Antonio Palocci e por Alexandre Tombini, que, em pouco tempo no BC, já mostrou ter trânsito livre no gabinete presidencial. Ambos são contra a  medida, Entendem que partir para a federalização de bancos renderia a Dilma um desgaste político com os governadores, além de colocar graxa no propósito de um maior controle da liquidez almejado pelo Banco Central. Ressaltese ainda que nem o Banestes nem o Banpará estão sequer próximos da situação de instabilidade financeira que levou outros bancos estaduais a serem incorporados pelo BB. bate político, a Fazenda é entusiasta do projeto e do seu impacto sobre o mercado bancário. Mantega sempre defendeu a engorda do Banco do Brasil como forma de fortalecer sua posição na arbitragem de taxas de juros e tarifas bancárias, obrigando o restante da banca a seguir os mesmos padrões. O próprio BB, por sua vez, enxerga a medida como um maneira oblíqua de crescimento orgânico, uma espécie de greenfield alheio. Não obstante a reação adversa dos grupos financeiros privados, o BB entende que nada mais natural do que uma institiuição federal assumir o controle de bancos estaduais. O Banco do Brasil mira no kit de benefícios que costuma vir acompanhado de incorporações como esta: gestão da folha de pagamentos do funcionalismo estadual, carteiras de operação de crédito, notadamente consignado, e rede de agências, além do aumento da base de correntistas. No caso específico do Banestes e do Banpará, este pacote de vantagens é multiplicado pelo bom desempenho recente das duas instituições. No banco capixaba, a carteira de crédito mais do que dobrou em 2010, chegando a  marca de R$ 3 bilhões. Do total de operações de crédito do Banestes, mais de R$ 500 milhões são empréstimos aos servidores públicos do Espírito Santo, um maná que o Banco do Brasil quer para si. Embora de menor envergadura, o Banpará também teve um 2010 de resultados expressivos. Em relação ao ano anterior, a carteira de crédito subiu mais de 40%. O banco fechou o ano com cerca de R$ 1,5 bilhão em empréstimos. Deste total, 65% correspondem a financiamentos com desconto em folha. Na ponta do lápis, o Banco do Brasil agregaria cerca de R$ 11 bilhões de ativos com a incorporação das duas instituições ? R$ 9 bilhões provenientes apenas do Banestes. Herdaria ainda quase R$ 7 bilhões em depósitos.

Acervo RR

Pane no cargo

22/02/2011
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O Santander deverá trazer um executivo da Espanha para assumir toda a área de TI do banco no Brasil. A catastrófica integração tecnológica com o ABN/Real, marcada por panes de toda a ordem, agravou a situação do vicepresidente Angel Oscar Agallano, responsável pela estrutura de TI do banco no país.

Acervo RR

Banco Azteca recebe transfusão financeira

22/02/2011
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Ricardo Salinas vai dar uma chacoalhada no Banco Azteca no Brasil. A instituição deverá receber um aporte de capital da ordem de R$ 200 milhões. O objetivo principal é aumentar a musculatura do banco para a concessão de crédito direto ao consumidor. As mudanças passam também pelo aumento da rede de atendimento. O Azteca, hoje restrito a uma única agência própria, em Recife, vai abrir unidades em cinco capitais do Nordeste, a começar por Salvador e Fortaleza. A instituição vai ampliar também o número de correspondentes bancários. Hoje, são 18 escritórios de representação, todos na Grande Recife. O Azteca quer chegar até o fim de 2012 com cem correspondentes nas principais cidades nordestinas. Os novos investimentos do Banco Azteca são fruto da insatisfação de Ricardo Salinas. Três anos após a chegada da instituição ao Brasil, Salinas considera que o banco chegou no seu turning point: ou cria uma estrutura de capital e uma rede de atendimento capaz de competir com as financeiras ou bancos de médio porte ou, então, é melhor pegar o sombrero e voltar para a casa. Do jeito que está, o Azteca não tem feito sequer cócegas na concorrência. A ampliação do Azteca dará suporte também aos planos de expansão de Ricardo Salinas no varejo. O empresário já anunciou investimentos de R$ 150 milhões para ampliar a rede Elektra. Serão abertas 80 lojas ao longo deste ano, todas no Nordeste.

Citibank

17/02/2011
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O Citibank está aumentando sua exposure em ADRs de empresas brasileiras. O carrinho de compras do banco está abarrotado de ações da Petrobras e da Eletrobras.

Rabobank

16/02/2011
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O Rabobank do Brasil vai ganhar nova patente. Será responsável por todas as operações do grupo holandês na América Latina. Em tempo: o Brasil está prestes a se tornar a segunda maior operação do banco em todo o mundo, atrás apenas da própria matriz. O forte do Rabobank é o financiamento de projetos na área agroindustrial.

Acervo RR

Na mira do UBS

16/02/2011
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O UBS, que comprou a Link Corretora no ano passado, saiu em busca de uma nova aquisição no Brasil. O principal alvo é um tradicional banco de investimentos com sede em São Paulo.

Banco do Brasil

11/02/2011
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O BB corre contra o relógio para, enfim, anunciar a compra de um banco na Costa Leste dos Estados Unidos até o dia 20 de fevereir

Acervo RR

Marfrig prepara novo abate de frigoríficos

10/02/2011
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Ontem pela manhã, ao embarcar em seu próprio jatinho que o levaria do Rio de Janeiro de volta para São Paulo, o empresário Marcos Molina não conseguia esconder o sorriso e o ar de satisfação. A missão da véspera havia sido muito bem cumprida. Na última terça-feira, o dono do Marfrig passou parte do dia reunido com dirigentes do BNDES, acionista da companhia. Saiu do banco com vontade de matar um boi e fazer um churrasco de arromba para celebrar o resultado da reunião. Molina recebeu sinal verde para novas aquisições. O BNDES está disposto, se necessário, a aumentar sua participação no frigorífico para financiar um novo e agressivo plano de expansão, com a compra de empresas tanto no Brasil quanto no exterior. Durante a reunião no BNDES, foi apresentada uma relação de empresas que são objeto de interesse do Marfrig. O primeiro nome da lista é o frigorífico Mataboi, com sede em Araguari (MG). Molina já teria mantido conversações com a família Dorazio, controladora da empresa. O Mataboi tem seis unidades de abate em cinco estados e seu faturamento anual está na casa dos R$ 600 milhões. Trata-se de uma companhia razoavelmente arrumada, ainda que o termo não pareça se encaixar ao setor de frigoríficos. A empresa tem significativa inserção comercial no exterior. Metade do seu faturamento é proveniente de exportações. Outras empresas avaliadas pelo Marfrig seriam a Arantes Alimentos, que tem uma dívida superior a R$ 1 bilhão, e a Quatro Marcos, também em recuperação judicial. Com o apoio do banco, Molina entraria em cena para desatar um nó que aperta a jugular do governo, evitando o risco de continuidade das duas empresas. De sua parte, o empresário também resolveria um problema. O objetivo de Molina com a nova rodada de aquisições é ampliar a capacidade de abate e, consequentemente, a produção interna de matéria-prima para a operação industrial do grupo, a começar pela Seara.

Acervo RR

Na palma do BB

8/02/2011
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Aloysio Faria deverá encostar no ombro amigo do Banco do Brasil. Nada a ver com o Banco Alfa, Deus que nos livre! O BB, por decisão do governo, prepara um pacote para financiar produtores e exportadores de biodiesel. Uma das primeiras beneficiadas será a Agropalma, produtora de biodiesel a base de palma. A empresa, queridinha de Faria, andou passando por alguns percalços financeiros.

Acervo RR

Banco do Bendine

24/01/2011
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Em alguns dos corredores do Banco do Brasil, funcionários engraçadinhos colaram uma caricaturas de Aldemir Bendine sentado em um colchão com milhares de reais saindo por todos os lados. Em todos os desenhos, a mesma pergunta: por que não depositar o seu dinheiro no BB, Bendine?

Acervo RR

HSBC procura um cartão para resistir Á  concorrência

20/01/2011
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O HSBC prepara uma reação ao rolo-compressor da Companhia Brasileira de Soluções e Serviços (CBSS), joint venture controlada por Banco do Brasil/Nossa Caixa, Bradesco e Santander e responsável pela administração da Visa Vale. Negocia sua associação a  Edenred, antiga Accor Services. O objetivo do banco é fincar sua bandeira no segmento de cartões-benefício. A Edenred controla a Ticket Refeição e a Ticket Alimentação. O HSBC negocia a compra de até 20% da empresa que os franceses estão criando para tocar a distribuição dos cartões Ticket Refeição e Ticket Alimentação. Ressalte-se que Edenred e HSBC se conhecem de outros carnavais. O banco já comercializa os cartões da empresa em sua rede de agências. A aliança junta a fome de comprar com a vontade de vender. O HSBC passará a ter sob seu guarda-chuva uma operação própria na área de cartões-benefício, o que lhe permitirá reduzir a desvantagem comparativa em relação a alguns de seus principais concorrentes. A parceria se encaixa ao esforço que a instituição tem feito para aumentar seu leque de produtos no país. A Edenred, por sua vez, procura já há algum tempo soluções para ampliar o balcão de distribuição do Ticket Alimentação e do Ticket Refeição no Brasil, ainda que o tamanho do HSBC seja um décimo da estrutura que a Visa Vale tem no seu costado. O banco de origem inglesa tem cerca de 900 agências no país. Já BB/Nossa Caixa, Bradesco e antander reúnem mais de 10.800 unidades. As temperaturas só tendem a crescer neste setor.Os grandes bancos do país se digladiam por um mercado em ebulição em razão do crescimento do emprego formal no Brasil. As administradoras de cartões-benefício se agarram a s projeções de que neste ano deverão ser criados até um milhão de novos postos de trabalho com carteira assinada, trazendo a reboque um enorme mercado em potencial. Não por acaso, os franceses já aprovaram um investimento de R$ 70 milhões no Brasil nos próximos dois anos para alavancar a oferta de produtos.

Acervo RR

Banco Carrefour

6/01/2011
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O Itaú e a Caixa Econômica Federal disputam a compra da participação do Cetelem/BNP Paribas no Banco Carrefour, em torno de 40%. O que está em jogo é o direito de pôr a mão na gestão de toda a carteira de crédito do Carrefour no Brasil.

Embaixador

5/01/2011
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Ricardo Salinas, dono da rede Elektra e do Banco Azteca, pretende montar um Conselho de Administração no Brasil composto apenas por notáveis. Um nome pule de dez é o do ex-ministro Delfim Netto, de quem Salinas se aproximou bastante nos últimos meses.

Acervo RR

Italika

29/12/2010
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Com todas as benesses tributárias de praxe, Manaus e Recife estão duelando pela fábrica de motocicletas que a mexicana Italika pretende instalar no Brasil. A montadora é controlada por Ricardo Salinas, dono da rede de varejo Elektra e do Banco Azteca.

Acervo RR

BB e Previ reescrevem a venda da Kepler Weber

28/12/2010
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Banco do Brasil, Previ e o empresário Fernando Francisco Heller entabulam conversas para a venda de suas participações na Kepler Weber, uma das maiores fabricantes de silos do mundo. Entre idas e vindas, o assunto está na mesa há nove anos. Historicamente, trata-se de um jogo não-cooperativo. No fundo, todos sempre quiseram sair da Kepler Weber, a começar por Previ e BB, mas nunca ninguém ajudou. Desta vez, no entanto, há alguns avanços no front. O quadro evoluiu com a saída do bloco de controle dos fundos de pensão Serpros e Aerus, o que diminuiu as arestas para a negociação. Tanto o BB Investimentos, braço de participações do Banco do Brasil, quanto a Previ já concordaram em um ponto fundamental: é chegada a hora de pularem fora e abrirem espaço para a entrada de um sócio relevante no mercado de fabricação de equipamentos industriais. Uma candidata de primeira a  compra das ações é a norte-americana GSI. Apesar da aparente convergência entre os sócios, ainda há ao menos um óbice a  venda da Kepler Weber. A operação passa pela miríade de acionistas minoritários, que reunidos têm mais de 50% do capital ordinário. O novo controlador terá de fazer uma oferta para a compra destas ações. Se serve de combustível, tanto quanto Previ e BB, os minoritários da Kepler Weber também devem estar ávidos por encerrar esta novela. O momento parece ser propício para a retomada das discussões sobre a venda da Kepler Weber. A empresa reverteu as perdas do ano passado. Entre janeiro e setembro, o lucro líquido foi de R$ 8 milhões, contra um prejuízo de R$ 6 milhões em igual período em 2009. A receita, por sua vez, mais do que duplicou. Outro quesito importante é a redução do passivo. Desde o ano passado, a Kepler Weber conseguiu cortar sua dívida líquida em 21%.

La Caixa

28/12/2010
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O espanhol La Caixa está a  procura de um banco de médio porte para entrar no Brasil. Tem algumas xepas de feira, mas pouca mercadoria de primeira a  mostra no balcão.

Acervo RR

Pem Setal se lança ao mar em busca de um melhor porvir

20/12/2010
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O empresário Augusto Mendonça, dono do Grupo Pem Setal, decidiu voltar no tempo. Seis anos após vender sua participação no estaleiro Brasfels para a Keppel Fels, de Cingapura, Mendonça prepara seu retorno a  indústria naval. Não se trata de um meia-volta, volver qualquer. A rentrée no setor é a grande aposta do empresário para dar uma chacoalhada na Pem Setal, que, nos últimos anos, ficou quase restrita ao binômio redução de investimentos/venda de ativos. O primeiro projeto está prestes a sair da prancheta. O grupo vai construir um estaleiro em São José do Norte (RS). O projeto ficará a cargo da Estaleiros do Brasil (ERB), subsidiária da Setal a“leo e Gás que andava a  deriva, praticamente esquecida, desde a venda do Brasfels. Mendonça pretende aproveitar o empreendimento como trampolim para a venda de parte do capital da ERB, ressuscitando o modelo societário da parceria com a Keppels Fels, encerrada em 2005. Já existem contatos com alguns grupos internacionais. As conversas mais avançadas se dão com a Kawasaki e envolvem a venda de até 50% do capital. Os japoneses oferecem um pacote que inclui transferência de tecnologia, financiamento de bancos nipônicos e a cessão de mão de obra qualificada para a construção do estaleiro no Rio Grande do Sul. A chegada de um novo sócio permitirá a  Pem Setal deslanchar outro projeto já engatilhado: a construção de um estaleiro na Bahia, em sociedade com a OAS. O negócio tem esbarrado nas desavenças entre os dois acionistas, notadamente no que diz respeito a  partilha dos investimentos. Ambos dividem o controle, cada um com 45% o restante das ações está nas mãos de investidores institucionais. A fatia que cabe aos acionistas do estaleiro baiano não chega a ser nenhuma fortuna gira em torno dos US$ 42 milhões. Ainda assim, há atritos entre a Pem Setal e a OAS quanto a  divisão e também a  participação na gestão. Focado na construção de plataformas completas e navios de apoio do tipo AHTS, o estaleiro terá financiamento do BNDES, por meio do repasse de recursos do Fundo de Marinha Mercante (FMM).

Acervo RR

“Banco do Sul” ressurge em versão pocket

16/12/2010
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O “Banco do Sul” está morto! Viva o “Banco do Sul”! A presidente eleita Dilma Rousseff pretende resgatar das cinzas o projeto de criação de uma agência de fomento na América do Sul. A proposta vai renascer com uma amplitude menor, ao menos em seus primeiros passos. Dilma planeja usar o conceito original como proxy para a montagem de um banco bilateral capitaneado por Brasil e Argentina. O objetivo será o financiamento do comércio entre os dois países e investimentos cruzados de empresas brasileiras e argentinas. O ministro Guido Mantega já iniciou entendimentos sobre o assunto com os ministros da Economia e da Indústria da Argentina, respectivamente, Amado Bodou e Débora Giorgi. Até março, os dois países deverão formatar um primeiro esboço da proposta. Os recursos para o novo banco virão do BNDES e dos também estatais Banco de La Nación Argentina e Banco de Inversión y Comercio Exterior (Bice). Ou seja: a Corporacion Andina de Fomento (CAF) e o Fondo Financiero para el Desarrollo de la Cuenca del Plata (Fonplata), partícipes do projeto original, ficariam de fora. Alguns fatores explicam o apartheid em relação ao projeto original, que previa a criação de uma agência de fomento englobando todos os países da América do Sul. Durante as negociações para a criação do “Banco do Sul”, diversos governos regatearam, sobretudo na hora de decidir o modelo de alocação dos recursos e a cota que caberia a cada nação. Por ora, só a Argentina demonstrou intenção em resgatar as negociações não obstante as tortuosas relações comerciais entre os dois países. Além disso, entre os assessores de Dilma Rousseff, a aposta é que o projeto acabará atraindo outros países do continente pela sua própria força gravitacional. Chile, Uruguai e Colômbia são vistos como os candidatos mais fortes a se engajar a  nova instituição em um segundo momento. No final, tudo se resume a um brado: “Samuel Pinheiro Guimarães está morto! Viva Samuel Pinheiro Guimarães”.

"Banco do Sul" ressurge em versão pocket

16/12/2010
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O “Banco do Sul” está morto! Viva o “Banco do Sul”! A presidente eleita Dilma Rousseff pretende resgatar das cinzas o projeto de criação de uma agência de fomento na América do Sul. A proposta vai renascer com uma amplitude menor, ao menos em seus primeiros passos. Dilma planeja usar o conceito original como proxy para a montagem de um banco bilateral capitaneado por Brasil e Argentina. O objetivo será o financiamento do comércio entre os dois países e investimentos cruzados de empresas brasileiras e argentinas. O ministro Guido Mantega já iniciou entendimentos sobre o assunto com os ministros da Economia e da Indústria da Argentina, respectivamente, Amado Bodou e Débora Giorgi. Até março, os dois países deverão formatar um primeiro esboço da proposta. Os recursos para o novo banco virão do BNDES e dos também estatais Banco de La Nación Argentina e Banco de Inversión y Comercio Exterior (Bice). Ou seja: a Corporacion Andina de Fomento (CAF) e o Fondo Financiero para el Desarrollo de la Cuenca del Plata (Fonplata), partícipes do projeto original, ficariam de fora. Alguns fatores explicam o apartheid em relação ao projeto original, que previa a criação de uma agência de fomento englobando todos os países da América do Sul. Durante as negociações para a criação do “Banco do Sul”, diversos governos regatearam, sobretudo na hora de decidir o modelo de alocação dos recursos e a cota que caberia a cada nação. Por ora, só a Argentina demonstrou intenção em resgatar as negociações não obstante as tortuosas relações comerciais entre os dois países. Além disso, entre os assessores de Dilma Rousseff, a aposta é que o projeto acabará atraindo outros países do continente pela sua própria força gravitacional. Chile, Uruguai e Colômbia são vistos como os candidatos mais fortes a se engajar a  nova instituição em um segundo momento. No final, tudo se resume a um brado: “Samuel Pinheiro Guimarães está morto! Viva Samuel Pinheiro Guimarães”.

Acervo RR

Bank of America

14/12/2010
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O Brasil vai se tornar o centro nervoso das operações de private banking do Bank of America Merrill Lynch para toda a América Latina. Com o upgrade, o presidente do banco no país, Antonio Costa, será alçado ao comando de toda a divisão latino-americana.

Sombrero

13/12/2010
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O mexicano Ricardo Salinas, dono da rede varejista Elektra, está disposto a comprar um banco no Brasil.

Acervo RR

Chip quebrado

10/12/2010
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Apesar de todas as mesuras do governo, especialmente do BNDES, a Intel, mais uma vez, tirou o corpo fora do projeto de construir uma fábrica de chips no Brasil. Para não dizer que nem sequer aceitou conversar, a empresa norte-americana fez exigências estratosféricas quanto aos prazos e a s condições de financiamento da operação. Vai que o BNDES aceita… Por outro lado, o banco está se derretendo para cima da GE, que seria candidata a desencantar a fábrica de chips brasileiros. O BNDES procura um sócio tupiniquim para poder escancarar o cofre.

Acervo RR

BB in Africa

10/12/2010
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O Banco do Brasil está negociando a compra de um banco em Moçambique.

Acervo RR

Participação do ING vira um vale-balcão para a SulAmérica

7/12/2010
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A venda da participação do ING na SulAmérica tornou-se o samba do seguro doido. O alardeado interesse de grupos como MetLife, Zurich ou Axa é visto com ceticismo entre os executivos da companhia brasileira e os próprios holandeses. A investida de uma destas empresas esbarra em uma questão fundamental: a falta de balcão. Assim como a própria SulAmérica, todas estas seguradoras carecem de uma vitrine própria com escala suficiente para competir com os grandes conglomerados financeiros, que combinam seu braço de seguros com uma vasta rede de agências bancárias. Em qualquer destes casos, seria uma associação de partes que não se completam. Por esta razão, o caminho para a saída do ING aponta em outra direção. Segundo uma fonte entronizada no Conselho de Administração da SulAmérica, dentro da empresa há um consenso e uma certa torcida de que a participação dos holandeses deverá cair no colo de um dos big five da banca nacional. Pela ordem natural, Banco do Brasil _ ver RR – Negócios & Finanças nº 3.969 _, Bradesco e Itaú despontam como os candidatos mais fortes. No entanto, Santander e HSBC têm motivos de sobra para ir com sede ao pote do ING. Tanto para os espanhóis quanto para os ingleses, a compra da participação do grupo holandês seria uma das últimas possibilidades de desembarcar no capital de uma grande seguradora no Brasil ainda não vinculada a um banco de varejo. A negociação dos 36% da SulAmérica pertencentes ao ING não deve ser vista como um movimento isolado, que se encerra em si próprio. Trata-se apenas da primeira pedra do dominó a cair sobre a mesa. O meia-volta, volver dos holandeses seria apenas um rito de passagem para a venda do próprio controle da SulAmérica, com a saída da família Larragoiti. Patrick Larragoiti que até amealhou bons resultados em sua gestão cansou de brincar de executivo. Hoje está restrito ao comando do Conselho de Administração, o que lhe permite ser feliz no palacete de algum luxuoso balneário, a milhas de distância da sede da seguradora na Cidade Nova, no Centro do Rio. O próprio processo de sucessão é uma peça importante no quebra-cabeças do futuro da SulAmérica. Para alguns, a seguradora passou por um processo de profissionalização; para outros, no entanto, é uma empresa acéfala desde o início do ano, quando Thomas de Menezes assumiu a presidência executiva. A única coisa certa é que a sua rentabilidade é diminuta em relação ao faturamento.

Acervo RR

Polvo coreano

6/12/2010
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A sul-coreana Mirae vai esticar ainda mais seus tentáculos no Brasil. O conglomerado financeiro, que já abriu uma corretora e prepara a criação de um banco de investimentos, pretende entrar no mercado de seguros. O alvo é o ramo vida, seu principal negócio na Coreia do Sul.

Acervo RR

Leite tipo BB

2/12/2010
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O empresário Adhemar de Barros Neto, dono da Leite Nilza, passou os últimos dias tentando convencer a direção do Banco do Brasil a aprovar a venda da empresa para a Airex. Credor da Nilza, que está em recuperação judicial, o BB votou contra a operação.

Acervo RR

Muro político

30/11/2010
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A indicação de Paulo Caffarelli, vice-presidente de Novos Negócios do Banco do Brasil, para a presidência da instituição tem um adversário de peso: Ricardo Berzoini. Em sua gestão, Caffarelli afastou do BB aliados de Berzoini ligados ao movimento sindical. O caso mais traumático foi o da saída de Alencar Rodrigues Ferreira Jr. da presidência da Companhia de Seguros Aliança do Brasil.

NA

29/11/2010
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É ferrenha a disputa pelo comando do Standard Bank no Brasil. Os principais postulantes ao cargo são o chefe de mercados globais e CEO em exercício do banco, Fernando Negri, e o diretor-gerente global de Desenvolvimento de Negócios e Investment Banking, Brad Coen, recém- chegado ao país. O duelo, no entanto, pode ser em vão. Os sul-africanos estudam uma terceira via, leia-se a contratação de um forasteiro.

Acervo RR

BNDES entra em cena na Doux Frangosul

16/11/2010
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As penas da Doux Frangosul podem acabar nas mãos dos BNDES _ e quem mais seria? Segundo alta fonte do Ministério da Agricultura, há entendimentos para que o banco compre uma participação na empresa, aporte este que seria condicionado a  normalização dos pagamentos aos fornecedores. Os constantes atrasos da companhia passaram a ser tratados praticamente como uma questão de Estado. Os governos federal e gaúcho temem que o problema possa se alastrar, trazendo a reboque uma crise sistêmica entre os pequenos e médios produtores de aves e suínos do Rio Grande do Sul. Boa parte deles mantém seus negócios em regime familiar. Sua sobrvivência seria uma justificativa mais do que plausível para o aporte do BNDES em um grupo francês. Se bem que de francês, a Doux já não tem muito. O Brasil é responsável por quase metade do faturamento global do grupo 1,3 bilhão de euros em 2009. O governo federal, mais precisamente o Ministério da Agricultura, tem sido pressionado a entrar em campo. A reivindicação dos produtores de aves e suínos gaúchos vem sendo verbalizada pelos dirigentes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul. Nos últimos meses, a Doux Frangosul voltou a atrasar o pagamento de fornecedores de animais para abate. Trata-se de uma relação que vem se esgarçando de forma mais acelerada desde o primeiro trimestre do ano passado, quando a empresa começou a postergar a quitação dos contratos. Em alguns casos, houve atrasos de até quatro meses. De lá para cá, a companhia chegou a adiar por três vezes a apresentação de um plano para o pagamento das dívidas acumuladas desde 2009. No início deste mês, propôs aos produtores que façam empréstimos nos valores equivalentes aos seus créditos em bancos indicados pela própria empresa. A Doux se compromete a ser a avalista da operação. A proposta, no entanto, foi vista com ressalva pelos ressabiados credores. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a companhia confirmou que ofereceu a solução do empréstimo bancário com garantia da Doux Frangosul. Sobre a negociação societária com o banco, nenhuma linha. O mais inusitado é que a Doux tem uma operação rentável no país. No ano passado, o lucro foi superior a R$ 80 milhões. No entanto, a subsidiária tornou-se uma espécie de arrimo de família dos franceses. Parte expressiva dos resultados no país vem sendo remetida a  matriz para compensar a modesta performance da empresa em sua terra natal. No ano passado, a receita da Doux na França caiu 33%. O dinheiro vai, mas não volta. Os franceses cortaram substancialmente os investimentos no Brasil.

Acervo RR

Andrade Gutierrez fecha o circuito

10/11/2010
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Sergio Andrade está prestes a completar a trilogia dos serviços públicos. Presente na telefonia, por meio da Oi, e no setor elétrico, por intermédio da Cemig, a Andrade Gutierrez vai agora esticar seus tentáculos na distribuição de gás. A empreiteira está criando um braço para o setor, internamente já chamado de Andrade Gutierrez Gás Natural. Cálculos preliminares mostram que os investimentos podem chegar a R$ 2 bilhões em até três anos. O arco de projetos da nova subsidiária envolve a construção e operação de gasodutos, a instalação de térmicas e, na última milha, a compra de participações em distribuidoras. Algumas concessionárias estaduais já estão na alça de mira da Andrade Gutierrez. Não por acaso, as primeiras conversações vêm sendo travadas com o governo mineiro, de quem Sergio Andrade é parceiro preferencial para as mais diversas empreitadas. As negociações passam pela venda de uma fatia de até 20% da Gasmig para a Andrade Gutierrez. E vão além. A própria estatal já se candidatou a subir na garupa da empreiteira e partir para a compra conjunta de participações em outras empresas do setor. O foco maior está no Nordeste. Há a expectativa de que os governos da Bahia e da Paraíba vendam parte do capital, respectivamente, da Bahiagás e da PBGás. A Andrade Gutierrez tem recursos em caixa para tocar os projetos previamente traçados. Mas as portas estão escancaradas para outros sócios, a começar pelo BNDES. A participação do banco viria a calhar, notadamente no que diz respeito aos empreendimentos de maior porte, como a construção de gasodutos e termelétricas. A presença do banco ainda poderia trazer a reboque o fundo Infra Brasil, do qual a agência de fomento é um dos principais cotistas. Na busca por sócios, a bússola de Sergio Andrade aponta também para os dois lados do Canal da Mancha. A Andrade Gutierrez já teria mantido entendimentos com a BG e a francesa GDF para a construção de termelétricas. Os planos da empreiteira preveem a instalação de três usinas em até dois anos, cada uma com capacidade para 600 megawatts.

Acervo RR

Numa fria

10/11/2010
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O frigorífico paulista Frigol, em recuperação judicial desde agosto, está acendendo vela para tudo que é santo no governo federal. Já reivindicou empréstimos ao BNDES e ao Banco do Brasil. O inferno astral da empresa vai além da dívida em torno de R$ 160 milhões. Em setembro, os empresários Djalma Gonzaga de Oliveira e Devaldo Gonzaga de Oliveira, sócios da Frigol, foram presos temporariamente pela Polícia Civil de Rondônia por suposto envolvimento em crimes de estelionato e formação de quadrilha.

Acervo RR

Alcoolduto da Petrobras já nasce em chamas

9/11/2010
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Incensada como um dos grandes projetos de logística do Brasil, a construção do alcoolduto entre o Centro-Oeste e o porto de Santos ainda tem arestas a serem aparadas. A recém-anunciada associação entre Petrobras, Cosan e Copersucar já nasceu sob o signo da discórdia. Há desavenças quanto ao aporte que caberá a cada acionista o projeto está avaliado em US$ 2 bilhões. Cosan e Copersucar estariam tentando jogar para cima da Petrobras uma fatia maior da fatura, não obstante o modelo inicial prever participações societárias isonômicas. Cada uma delas deverá ter algo entre 20% ou 25% do capital. O argumento é que a estatal poderá se valer do alcoolduto para transportar etanol produzido por usinas associadas a  Petrobras Biocombustíveis a empresa é acionista da Açúcar Guarani e da São Martinho. A saída da Mitsui do projeto também ajudou a embaralhar o quebra-cabeças, notadamente no que diz respeito ao funding. A trading trazia a reboque a promessa de financiamento de um pool de bancos japoneses. Como não poderia deixar de ser, o nome do BNDES já foi entoado na mesa de negociações. Ele entraria no projeto, não apenas como financiador, mas também como acionista, de forma a garantir o project finance. Entende-se também que a presença do banco, aliada a  da própria Petrobras, servirá de chamariz para a entrada de outros grupos privados. Até porque há um risco intrínseco ao projeto que nem explica a própria retração da Copersucar e da Cosan. O empreendimento, que estava engavetado há mais de dois anos, surge justamente no momento em que as exportações brasileiras de etanol evaporam. Em 2008, o país comercializou quase seis bilhões de litros do combustível no mercado internacional. Neste ano, o volume não deverá passar de 1,6 bilhão. A projeção para 2011 é semelhante.

Acervo RR

Sopro no ouvido

8/11/2010
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A chinesa State Grid, que comprou a Plena Transmissoras, levou ao Ministério de Minas e Energia o interesse de construir parques eólicos no Brasil. Garante ter financiamento de bancos chineses.

Acervo RR

Gas Natural monta um quebra-cabeça de espinhos

4/11/2010
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O espanhol Sergio Aranda Moreno, nº1 da Gas Natural Fenosa na América Latina, acredita estar purgando todas as suas culpas. Aranda vem sofrendo para montar um quebra-cabeça com peças que teimam em não se encaixar. O puzzle em questão é a reestruturação societária do grupo no Brasil, leia-se a criação de uma holding que enfeixará todas as suas subsidiárias locais CEG, CEG Rio e Gas Natural São Paulo. Por ora, o que existe é o croqui de um paletó apertado demais para vestir os interesses dos espanhóis e de seus principais sócios, a Petrobras e o BNDES. Os primeiros capítulos das negociações, conduzidas por Aranda, teriam sido marcados por discordâncias. Petrobras e BNDES não estariam de acordo com o modelo proposto pelos espanhóis. Por trás da resistência há um duelo de forças em torno das futuras participações na nova empresa-mãe. A Gas Natural não tem dúvidas de que a reestruturação vai sair. Ponto. O problema é quando e como. A complexidade reside na costura das pequenas teias societárias que hoje enredam as subsidiárias do grupo no Brasil. Cada distribuidora tem seus sócios e seus percentuais próprios, o que dificulta o cálculo de uma conta de chegada. Na CEG, os espanhóis controlam 53% e o BNDES detém 35%. Na CEG Rio, a participação dos sócios controladores é de quase 60%. Neste caso, o segundo principal acionista é a Gaspetro, com 37%. Pelos primeiros esboços do projeto, tanto o banco de fomento quanto a subsidiária da Petrobras teriam uma participação inferior a 30% na nova empresa. Por fim, ainda há sobre a mesa os interesses da Pluspetrol, minoritária da CEG e da CEG Rio. O grupo argentino só tem olhos para a porta de saída. Quer saber como e onde poderá usar a reestruturação para vender suas participações nas duas distribuidoras. A rigor, em toda esta história, o único caso simples é o da Gas Natural São Paulo, integralmente controlada pelos espanhóis. Ressalte-se ainda a disposição da Gas Natural de jogar mais um gato dentro deste balaio societário. Os espanhóis querem aproveitar a criação da holding para atrair um novo sócio, seja um grupo da área de energia, seja um fundo de investimento, que ficaria com até 20% do capital. A chegada deste quarto elemento forçaria uma diluição ainda maior da participação do BNDES e da Gaspetro. Ambas tentam barrar esta possibilidade, cada qual por motivos diferentes. A Gaspetro pretende manter seu grau de ingerência sobre a distribuição de gás no Rio de Janeiro. O BNDES, por sua vez, tem interesse em preservar o máximo que puder da sua fatia já mirando na posterior venda das ações.

Acervo RR

Minuano quer sair de baixo da asa da BRF

3/11/2010
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O acordo operacional com a Brasil Foods desperta reações antagônicas entre os empresários Sergio Jaeger e Paulo Vicente Sperb, controladores do frigorífico Minuano. Se, no passado, a parceria foi vital para que a empresa gaúcha suportasse períodos de estiagem financeira, hoje a relação é vista como um fator de paralisia. As amarras contratuais com a BRF estão engessando o planejamento estratégico do Minuano. O ponto principal é a venda de uma fatia minoritária do capital, preferencialmente para um fundo de investimento. Recentemente, executivos do frigorífico fizeram um road show em Nova York. Foram mais de 20 reuniões com gestores de recursos e bancos de investimento. Difícil que algum negócio saia antes de dezembro de 2012, quando expira o acordo com a BRF. Até lá, boa parte da produção do Minuano está comprometida com a dupla Sadia e Perdigão. O contrato prevê o abate e fornecimento obrigatório de 150 mil aves/dia. Ou seja: até 2012, o Minuano não dispõe de quase dois terços da sua produção, o que o impede de pedalar seu crescimento usando sua própria marca no setor de alimentos. Cálculos da própria companhia indicam que seu faturamento poderia triplicar em até dois anos com a expansão das fábricas e a venda de produtos com seu brand. O Minuano vive um momento bem diferente do cenário de 2002, quando entrou em concordata, processo que culminou no então salvador acordo com a BRF. Aos poucos, a empresa está retomando as atividades em suas plantas industriais. Entre 2003 e 2009, seu faturamento triplicou. Neste ano, a receita deve passar de R$ 140 milhões.

Acervo RR

Home Depot constrói sua casa no Brasil

1/11/2010
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A Home Depot uma das maiores redes de material de construção do mundo prepara sua chegada ao Brasil. De acordo com o executivo de um banco norte-americano que participou de encontro recente entre investidores e dirigentes da companhia nos Estados Unidos, o desembarque está previsto para o primeiro semestre de 2011. A Home Depot estuda a abertura de até três lojas próprias em São Paulo e no Rio de Janeiro, que servirão como uma espécie de test drive para a montagem de uma rede no país. Representantes da empresa norte-americana já fizeram duas viagens ao Brasil nos últimos três meses. A agenda incluiu a busca de terrenos ou imóveis para a instalação das primeiras lojas e conversas com fornecedores locais. A chegada da Home Depot promete mover placas tectônicas no varejo brasileiro de material de construção. A empresa surge como um predador natural para a compra de redes no país. Com faturamento anual superior a US$ 65 bilhões, o grupo é um gigante do setor, com mais de duas mil lojas nos Estados Unidos. Seus tentáculos avançam ainda pelo Canadá, México, Porto Rico e, mais recentemente, China, onde a empresa está desde 2006.

Acervo RR

Itautec e Cobra

29/10/2010
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O Itaú e o Banco do Brasil retomaram as conversas para a venda da Cobra Tecnologia a  Itautec.

Banco do Brasil

28/10/2010
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O deputado federal e ex-presidente do PT Ricardo Berzoini trabalha com afinco para que Joílson Rodrigues Ferreira, ex-diretor da Previ, fique com uma das vice-presidências do Banco do Brasil no governo de Dilma Rousseff. Vale como prêmio de consolação. Berzoini tentou, sem sucesso, emplacar Ferreira como substituto de Sergio Rosa no comando da Previ.

Sonho meu

27/10/2010
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Wagner Pinheiro tem garantia firme de Luis Gushiken que vai emplacar seu terceiro mandato na presidência da Petros no eventual governo Dilma Rousseff. Pinheiro, no entanto, gostaria de experimentar novos ares. Quem sabe uma diretoria da Petrobras ou, voando alto, a presidência do Banco do Brasil? Ressalte-se que o executivo construiu boa parte de sua trajetória no setor bancário.

Belo Monte

26/10/2010
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O Banco do Brasil deverá financiar mais de R$ 6 bilhões do custo total de construção da usina de Belo Monte, e não apenas R$ 5 bilhões, como estava previsto. O ajuste tem como objetivo reduzir a fatura que cabe ao BNDES, por conta das amarras impostas pelo acordo de Basileia. *** Por falar em Belo Monte, causaram calafrios entre os assessores de campanha do PSDB as recentes declarações de José Serra sobre a revisão dos critérios de aprovação ambiental da usina. A tirada foi de improviso e feita para agradar Marina Silva. Acabou sendo um tapa na cara de alguns dos financiadores de sua candidatura.

Sinal dos tempos

25/10/2010
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Há 20 anos, os banqueiros brasileiros não dormiriam com um candidato do PT a  frente nas pesquisas. Agora, o Citibank, em pouco menos de um mês, enviou a seus clientes dois relatórios recomendando enfaticamente a compra de ações de bancos brasileiros.

Banco do Brasil

22/10/2010
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O Banco do Brasil corre contra o relógio para fechar ainda neste ano um acordo de concessão de crédito com uma grande construtora e uma imobiliária presente em todo o país. No segundo caso, a parceira de preferência é a Lopes Consultoria Imobiliária. Ressalte-se que o BB já vai entrar na disputa em desvantagem em relação a um concorrente. Na semana passada, o HSBC fechou acordo similar com a BrasilBrokers.

Acervo RR

Reforço no UBS

22/10/2010
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O UBS voltou ao Brasil com a corda toda. O ex-Standard Bank, Eduardo Centola, está assumindo o comando do banco no país com carta branca e recursos para contratar um pelotão de executivos para a área comercial e para a operação de mercado de capitais. Vão se juntar a  tropa da Link, comprada pelo UBS em abril.

Acervo RR

Venda da Cagece

20/10/2010
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O governador reeleito do Ceará, Cid Gomes, vai retomar o projeto de privatização da companhia de saneamento Cagece. O negócio deverá ser irrigado com financiamento do BNDES e do Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Serão vendidos 51% das ações. O estado terá uma golden share para evitar, sobretudo, a redução dos investimentos em municípios de menor porte e, consequentemente, de retorno financeiro mais baixo.

Low cost

18/10/2010
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A política de remuneração e bonificação do Standard Bank no Brasil tem deixado um rastro de insatisfação entre os executivos do banco. Não por acaso, em pouco mais de um mês, o presidente da instituição no país, Fabio Solferini, e o nº 1 na América Latina, Eduardo Centola, deixaram seus cargos. Novas baixas são esperadas para breve.

Caixa Econômica

15/10/2010
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A Caixa Econômica Federal entrou na briga para comprar a participação do BNP Paribas/Cetelem na financeira do Carrefour. Banco do Brasil e Itaú também disputam o páreo.

Acervo RR

Cyrela e Homex duelam na porta da MRV Engenharia

14/10/2010
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A MRV Engenharia está no centro de um duelo. De um lado, a Cyrela; do outro, a mexicana Homex. Ambas são candidatas a  compra do controle da construtora mineira, um dos nomes principais da habitação para baixa renda. Apesar da musculatura financeira da Homex, a Cyrela está disposta a usar munição financeira de grosso calibre. A companhia, controlada pelo empresário Elie Horn, enxerga a MRV como o trampolim perfeito para saltar sobre a PDG Realty e reassumir o posto de maior construtora e incorporadora residencial do país. O modelo desenhado para a operação contemplaria a permanência do atual controlador da MRV, Rubens Menin, como sócio minoritário da nova empresa. Como bônus, ele passaria a ser acionista de uma companhia com valor de mercado de R$ 18 bilhões, um banco de terrenos avaliado em R$ 44 bilhões e faturamento anual na casa dos R$ 8 bilhões, contra aproximadamente R$ 6,5 bilhões da PDG. Apesar do apetite da Cyrela, a Homex também tem suas armas. Com a operação, Menin seria sócio da maior construtora para baixa renda da América Latina, empresa que serviu de musa inspiradora do modelo de habitação popular adotado pelas companhias brasileiras, a começar pela própria MRV. A Homex já está presente no país, mas ainda mantém uma operação incipiente, incompatível com o porte de seus negócios no México. Tem projetos em algumas poucas cidades do interior de São Paulo e, ao longo deste ano, investiu pouco mais de US$ 60 milhões, números diminutos para a escala deste mercado. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a MRV negou qualquer negociação para a venda do controle. O fato é que Rubens Menin está em uma situação extremamente confortável. Nos dois casos, a hipótese de abrir mão da condição de sócio majoritário da MRV significa tirar o passaporte para um projeto ainda maior. Apesar da histórica resistência a  venda da empresa, os olhos de Menin brilham diante das cifras superlativas que envolvem a operação. Ressalte-se ainda o poder de barganha do empresário, em razão do valor da MRV tanto para a Cyrela quanto para a Homex. A empresa montou um cluster na habitação de baixa renda, muito em função da proximidade com a Caixa Econômica Federal. O programa Minha Casa, Minha Vida foi responsável por mais de 80% dos lançamentos feitos pela MRV no segundo trimestre do ano, que somaram R$ 1,1 bilhão.

Acervo RR

BB no México

14/10/2010
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Além dos Estados Unidos, Chile e Uruguai, o Banco do Brasil está negociando a compra de um banco de médio porte no México. Não é para agora. No BB, a expectativa é de que a aquisição seja fechada no primeiro trimestre de 2011.

Acervo RR

Mercantil do Brasil se equilibra entre os Araújo e o Santander

11/10/2010
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A família Araújo dita o futuro do Mercantil do Brasil (BMB) ou é o Mercantil do Brasil que dita o futuro da família Araújo? O porvir do BMB está ligado a  resolução deste dilema de Tostines do setor bancário. As desavenças familiares vêm postergando importantes definições dentro do banco, a começar pelo próprio destino societário da instituição. As belicosas relações entre dois dos acionistas praticamente paralisaram as conversas com o Santander, que nos últimos meses estaria negociando a compra do controle do BMB. Os protagonistas do imbróglio são Milton Araújo, presidente do BMB e maior acionista individual, e Sergio Araújo, sócio minoritário e filho de Vicente Araújo, um dos fundadores do banco. Sergio briga para participar da gestão e ter um quinhão maior nos resultados do BMB. O embate remete ao ano de 1999, quando o estatuto da instituição foi alterado de modo a permitir a criação de um Conselho Consultivo. Na prática, a medida ampliou o poder de Milton Araújo. Procurado pelo RR – Negócios & Finanças, o Mercantil negou qualquer negociação com o Santander. Informou ainda que as demandas societárias do acionista Sergio Araújo não têm impacto sobre a gestão do banco. O fato é que o embate entre os acionistas já teve ao menos um efeito paralisante na história recente do Mercantil do Brasil. No início deste ano, Sergio Araújo conseguiu suspender um aumento de capital de R$ 45 milhões. O BMB informou ao RR que posteriormente obteve ganho de causa e o aporte de capital foi efetuado. O episódio, no entanto, acirrou a disputa societária. Além de discordâncias em relação ao preço da ação, a justificativa do acionista minoritário é que a capitalização foi urdida com o objetivo de dizimar os minoritários. Mais uma vez, o duelo gira em torno da eventual venda do BMB. Na última linha, a diluição teria como finalidade tirar os minoritários do jogo, leia-se a partilha dos recursos amealhados com a negociação do controle.

Acervo RR

Bunge faz blindagem contra os escândalos de família

8/10/2010
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É grande a apreensão no quartel-general da Bunge em São Paulo. Nos corredores da empresa, o assunto é um só. O alto-comando da subsidiária brasileira acompanha com aflição os escândalos fiscais protagonizados pelo grupo na Argentina. O temor é que o episódio contamine a imagem da companhia no Brasil. A inquietação dos dirigentes da Bunge no país cresceu exponencialmente desde a última semana, acompanhando a subida do nível da lama na Argentina. A partir de denúncia da Administración Federal de Ingresos Públicos (Afip), equivalente a  Receita Federal, a Justiça argentina iniciou uma devassa nas contas da Bunge para apurar a suposta evasão de 420 milhões de pesos em impostos referentes ao ano de 2007. A operação foi deflagrada com diligências simultâneas em diversos escritórios da empresa, em busca de documentos. O fio da meada apenas começou a ser puxado. A Afip tem indícios de que a Bunge teria sonegado mais de 1,2 bilhão de pesos nos últimos três anos. O cerco contra a companhia e o impacto do episodio sobre a opinião pública na Argentina chegaram a tal ponto que a própria presidente Cristina Kirchner se manifestou publicamente sobre o assunto. Na ultima terça-feira, por meio de seu Twitter ? www.twitter.com/cfkargentina ?, ela atacou a Bunge de forma veemente: ?La Cerealera Bunge habría evadido impuestos a las Ganancias por $ 1200 millones. Increíble, cuanto más ganan más evaden?. Nos últimos dias, o comando da Bunge no Brasil tem discutido medidas para blindar a empresa e evitar que o escândalo respingue na subsidiaria. O maior receio é que a mídia, fornecedores, credores e, principalmente, autoridades governamentais incorporem a ideia de que os procedimentos que valem para a Bunge Argentina valem também para a Bunge Brasil. É claro que são operações completamente distintas, mas não é de hoje que existem aventureiros e oportunistas buscando associações do gênero. Por esta razão, a empresa está convicta de que o episodio exige um trabalho específico e imediato de comunicação, acompanhado de um azeitamento nas relações institucionais com agricultores, bancos e o governo. Só não vai dar para fechar as fronteiras aos jornais argentinos, que têm tratado do tema com voracidade. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a Bunge Brasil informou que não recebeu qualquer consulta de fornecedores, clientes ou do governo sobre o episódio. Garantiu também que não pretende fazer qualquer comunicado oficial, uma vez que se trata de assunto exclusivo da Bunge Argentina.

Acervo RR

Gotas de participações para o fomento

5/10/2010
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O aumento considerável na demanda por recursos financeiros destinados a projetos de infraestrutura mudou a postura do governo federal em relação aos bancos de fomento. Para reduzir a pressão que recai sobre o BNDES, o Banco da Amazônia (Basa) e o Banco do Nordeste Brasileiro (BNB) deverão replicar o modelo da BNDESPar. A ideia é criar empresas de participações com o intuito de integrar o capital de negócios privados focados em concessões ou incluídos em projetos relacionados ao PAC. O montante a ser aportado poderá chegar a aproximadamente R$ 5 bilhões até o fim de 2011. A liberação dos recursos não estará condicionada ao pedido de empréstimos do projeto no respectivo banco. Os braços de participação do BNB e do Basa terão autonomia de decisão para avaliar os empreendimentos. Sua presença no capital não deverá exceder 10% de cada negócio. Alguns dos projetos contemplados são pule de dez. É o caso, por exemplo, das usinas hidrelétricas da Amazônia. Neste modelo, o Basa surge como potencial investidor nesses empreendimentos. No caso do BNB, entre outras missões, o banco dará suporte aos projetos em saneamento no Nordeste. Não é a primeira vez que o governo federal ensaia criar um braço de participações para o Basa e o BNB. A primeira delas ocorreu durante a tramitação da lei que alterou o figurino da Sudam e da Sudene. No entanto, o próprio governo considera que a vinculação entre os dois temas acabou sendo um empecilho para levar projeto adiante.

Acervo RR

JBS corta na carne e decepciona o BNDES

4/10/2010
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 A JBS Friboi será mesmo um cavalo vencedor ou uma aposta de duvidoso retorno? O BNDES procura uma resposta para o enigma. O que está em xeque é a própria política de crédito do governo para o setor. Não obstante ter possibilitado a criação de um potentado na área de carnes e alimentos industrializados, o fortalecimento da JBS via empréstimos do banco não tem gerado os efeitos esperados, notadamente no que diz respeito ao seu impacto social e ao funcionamento do próprio mercado. Segundo uma fonte do “BNDES profundo”, onde reside a essência do corporativismo da instituição, há setores do banco decepcionados com os procedimentos da JBS. A leitura é que o abate de frigoríficos e de trabalhadores tornou-se a especialidade da companhia.  Quase um terço das unidades compradas ou arrendadas pela JBS nos últimos dois anos teria sido desativado ou estaria com a produção parcialmente suspensa. De acordo com números filtrados junto ao próprio BNDES, o grupo teria demitido até 15% dos trabalhadores das unidades de abate incorporadas no mesmo período. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a JBS Friboi informou que, entre 2007 e 2010, passou de 21 para mais de 90 plantas industriais, “aumentando o quadro de colaboradores de 18 mil para mais de 50 mil”. A JBS, no entanto, tem feito sucessivas demissões nos últimos meses. A degola mais recente ocorreu há cerca de três semanas. Dispensou metade dos 700 funcionários de seu frigorífico localizado na cidade de Cáceres (MT). A expectativa na região é que os demais trabalhadores sejam demitidos até o fim do mês, com o fechamento definitivo da unidade de abate. O episódio ganhou contornos políticos e eleitorais. O governador do Mato Grosso, Silval Barbosa, candidato a reeleição com o apoio do PT, pediu a intervenção do governo federal para evitar a desativação das instalações em Cáceres. O impacto local será considerável. Com o fim das atividades, cerca de R$ 500 mil mensais vão deixar de girar na economia da região. Cáceres não está sozinha. Há cerca de duas semanas, a companhia demitiu quase 200 empregados em Sidrolândia (MS). Poucos dias antes, cerca de 270 trabalhadores das cidades paulistas de Barretos, Lins e Andradina também foram mandados para a fila do seguro-desemprego. Estava escrito nas regras do jogo que a consolidação do setor de frigoríficos teria como efeito colateral a redução do número de fábricas e, consequentemente, demissões. Era o inevitável preço a ser pago para a criação de um grande grupo brasileiro no setor. No entanto, a proporção do número de frigoríficos desativados chama a atenção. Aos olhos do BNDES, a JBS estaria adotando uma tática predatória. No banco, cresce a percepção de que o grupo tem se aproveitado da fragilidade do setor para arrendar ou comprar empresas de menor porte com o objetivo de fechar frigoríficos concorrentes em áreas estratégicas, sobretudo no Centro-Oeste. O bônus vai para a conta da família Batista, por ora a grande vencedora do páreo patrocinado pelo BNDES. Os controladores da JBS se tornaram quase plenipotenciários na formação de preços do setor. É a ditadura da escala. Hoje, de cada dez abates no Centro-Oeste, sete saem de alguma planta da empresa. Já o ônus tem sido despejado na contabilidade do BNDES, alvo de críticas cada vez mais ácidas por conta de sua política de financiamento para o setor.

#BNDES #JBS

Acervo RR

BNDES disputa o ouro da integraçao regional

29/09/2010
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O BNDES quer subir ao pódio da integração continental. Para isso, pretende usar como trampolim os eventos esportivos que serão realizados no Brasil – a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. As competições permitirão ao banco ter uma posição relevante na formulação de políticas de fomento regional. O pontapé inicial já foi dado. O BNDES fechou um acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o financiamento de obras relacionadas a  infraestrutura para a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos do Rio. O projeto passa pelo aumento da capilaridade do BNDES nos países vizinhos. O banco vai abrir representações em Buenos Aires, Caracas, Bogotá, Santiago, Quito e Nova York, que se juntarão a Montevidéu e Londres. Esses escritórios serão responsáveis pela garimpagem de grupos interessados em investir no Brasil, seja com recursos próprios, seja com as linhas de crédito ofertadas pelo BNDES em parceria com o BID. O montante total para esses negócios deverá chegar a US$ 4 bilhões ao ano até 2016. No rastro desse voo ao exterior, o banco envolverá a BNDESPar em alguns empreendimentos. A ideia é que o braço de participações faça parte do capital dos projetos de maior envergadura ligados a s competições. O objetivo do BNDES é usar toda esta engrenagem como ponto de partida para uma política de crédito que envolva não apenas o Brasil, mas outros países da América do Sul. Ou seja: a experiência voltada a  Copa de 2014 e a  Olimpíada de 2016 funcionaria como um dínamo para o financiamento de projetos de infraestrutura no continente. O BNDES assumiria, portanto, uma posição de liderança, com status igual ou superior a s próprias agências multilaterais da região – Fonplata e CAF.

Acervo RR

Sinochem investe fundo na Bacia de Campos

27/09/2010
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Um triângulo sino-norueguês está se formando no Brasil para atuar na exploração e produção de petróleo. Seus vértices são as chinesas Sinochem, protagonista do enredo, e Cnooc e a nórdica Statoil. O ponto de partida para a associação é o bloco de Peregrino, na Bacia de Campos. A Sinochem, que em maio deste ano comprou dos noruegueses 40% do consórcio responsável pela operação, pretende assumir o controle do negócio. Está disposta a desembolsar até US$ 1,5 bilhão para ficar com mais 20% das ações. Neste redesenho, a Statoil permanecerá com 30% do consórcio e como operadora do bloco. A Cnooc terá os 10% restantes. O redesenho societário serve de proxy para um projeto ainda maior. O trio vai repetir a parceria nas licitações do pré-sal, mantendo as mesmas proporções de participação societária. Nem Statoil nem Cnooc chegam perto do fôlego financeiro da Sinochem, que pretende investir mais de US$ 7 bilhões em exploração e produção no Brasil, fora os US$ 3 bilhões já alocados na compra dos 40% do bloco de Peregrino. Enquanto os novos leilões do pré-sal não chegam, o bloco de Peregrino é a grande aposta da Sinochem, Statoil e Cnooc no Brasil. O início da produção está previsto para o primeiro trimestre de 2011. Em uma primeira etapa, vão ser extraídos 100 mil barris de petróleo por dia. A estimativa de reserva varia de 300 milhões a 600 milhões de barris. As cifras da operação são superlativas. A Statoil descarregou no bloco parcela expressiva dos US$ 5 bilhões que já investiu no Brasil boa parte deste montante já foi recuperada com a negociação da primeira tranche de ações para a Sinochem. A projeção é que ainda seja necessário um aporte de US$ 1,5 bilhão em Peregrino para que a exploração atinja seu ponto máximo. A Sinochem vai trazer a reboque o financiamento de bancos de fomento chineses. Para a estatal, o bloco de Peregrino será a sua maior base de exploração e produção de petróleo fora da asia. A aposta no Brasil é enorme. Em até cinco anos, o país deverá ser responsável por quase 30% do petróleo refinado pela companhia na China.

Belo Monte

24/09/2010
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Não se deve convidar para o mesmo canteiro os empreiteiros Murilo Mendes e Sergio Andrade. Mendes está convicto de que a Andrade Gutierrez urdiu a saída da Mendes Junior do consórcio responsável pela construção de Belo Monte. Para todos os efeitos, a construtora deixou o negócio por conta de uma disputa judicial com o Banco do Brasil, um dos financiadores da obra. Basta um novo consórcio que ficam novamente de bem.

Camuflagem

24/09/2010
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Aldemir Bendine, o presidente do Banco do Brasil que guarda R$ 150 mil no colchão, foi orientado pelo ministro Franklin Martins a tomar chá de sumiço até as eleições. Caso se comporte, pode até parar no Banco Votorantim no governo de Dilma Rousseff. Pelo menos, é o que se diz no BB.

Acervo RR

Petrobras encolhe na Gasmig de olho no pré-sal

22/09/2010
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A necessidade premente de capital para fazer frente aos volumosos investimentos exigidos para a exploração de blocos de petróleo na camada de pré-sal está fazendo a Petrobras rever a sua participação no capital da mineira Gasmig. A estatal já deixou claro para o governo estadual que pretende reduzir pela metade o seu quinhão na sociedade e ficar com apenas 20% das ações. A escolha do momento para colocar esse assunto na agenda não poderia ser melhor. A Gasmig está iniciando um enorme programa de investimentos na ampliação da malha de dutos no estado, na distribuição, pela primeira vez, para o segmento residencial e na compra de companhias de gás de outros estados, em sociedade com investidores privados. A proposta da Petrobras é vender as ações para um outro investidor para não amarrar ainda mais a Gasmig a s restrições de investimento e de captação de recursos vinculadas a sua condição de estatal. A Andrade Gutierrez aparece como a principal candidata a ficar com as ações. Porém, não está sozinha no negócio. A nipônica Mitsui está de olho na participação, dentro do plano de se tornar a maior investidora privada na distribuição de gás natural no Brasil. Há ainda o interesse da AG Angra, sociedade entre a própria Andrade Gutierrez e o fundo Angra Partners. O montante que será aportado nos novos projetos será de R$ 1,5 bilhão em dois anos. Pelo menos, 40% do total serão bancados com recursos dos sócios e o restante virá de empréstimos de bancos de fomento. Tudo para poupar o caixa da Gasmig, que servirá como colchão para futuras emissões de debêntures e outras operações no mercado financeiro.

Acervo RR

Na campanha

21/09/2010
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O Banco do Brasil acelera o passo para anunciar a aquisição de uma instituição financeira nos Estados Unidos até a primeira quinzena de outubro.

Acervo RR

Fundo inglês Stonehenge imprime seu selo no Brasil

15/09/2010
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O mítico investidor inglês Guy Saxton, considerado um Midas da City londrina, resolveu colocar o Brasil no radar de seus negócios, após, pelo menos, dois anos de observação da performance de companhias nacionais na Bovespa. Virá ao país neste mês com o intuito de comprar o controle de empresas de transmissão e distribuição de energia elétrica. O perfil é o de companhias em consolidação, com ativos novos e que no business plan esteja incluída a compra de novas concessões neste e nos próximos cinco anos. Saxton trará ao país o fundo Stonehenge Capital Limited, com carteira de um bilhão de libras esterlinas e composto basicamente de pessoas físicas. Em todos os casos, as empresas compradas serão consolidadas com outras do mesmo mercado. Após o processo de engorda, a nova companhia terá o capital aberto na Bolsa de Londres. O investidor já tem dois parceiros locais, um do Paraná e outro de Goiás; este último com trânsito livre no governo federal. Saxton já foi apresentado ao comando de várias estatais, incluindo Furnas e Eletrobras, e deverá anunciar até o fim de outubro sua primeira aquisição. O Brasil será a base de negócios do Stonehenge Capital Limited na AméricaLatina. Os aportes na região, a maior parte no país, deverão consumir até um terço da carteira do fundo. A composição do equity para a compra dos ativos não terá exclusivamente recursos do fundo, já que os planos contemplam operações financeiras de mercado e financiamento de bancos de fomento nacionais e estrangeiros. O apetite de Guy Saxton pode ser medido por suas assertivas nas conversações com parceiros locais: pretende rivalizar com as espanholas Elecnor, Cymi Holding e Cobra Instalaciones na compra de ativos de transmissão de energia elétrica. Trata-se de um respeitável benchmarking, já que os grupos ibéricos figuram entre os players agressivos na compra de ativos nessa área. Nos planos de Guy Saxton, o mercado brasileiro será o maior beneficiado com investimentos do fundo fora da Europa. A entrada do Stonehenge Capital Limited será ainda uma espécie de chancela para outros fundos de perfil semelhante fazerem a sua estreia no Brasil. O nível alto de exigência do fundo é um padrão de referência no mercado londrino.

Reforço no UBS

10/09/2010
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O UBS voltou ao Brasil com a corda toda. O ex-Standard Bank, Eduardo Centola, está assumindo o comando do banco no país com carta branca e recursos para contratar um pelotão de executivos para a área comercial e para a operação de mercado de capitais. Vão se juntar a  tropa da Link, comprada pelo UBS em abril.

Acervo RR

JBS Friboi e Bertin caminham para o divórcio

10/09/2010
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Reviravolta a  vista em uma das maiores operações de fusão fechadas no país nos últimos anos: a associação entre a Bertin e a JBS Friboi. A família Bertin estaria se movimentando para entrar na Justiça com o objetivo de reaver o controle das mais de 30 plantas industriais e demais ativos incorporados a  Nova Holding, empresa criada a partir da associação com a JBS Friboi. Na prática, a retomada das operações significaria o rompimento do acordo de fusão sacramentado entre as duas empresas há um ano, que criou um grupo com faturamento anual de R$ 40 bilhões e responsável por mais de 40% do abate de carne bovina no país.  A decisão da família Bertin seria motivada por discordâncias quanto ao valuation dos ativos aportados na fusão e ao descumprimento de cláusulas do acordo, notadamente no que diz respeito a  relação de troca de ações entre as duas companhias para a formação da Nova Holding. A família Batista, dona da JBS, teria exigido um aporte extra dos Bertin para que eles assegurassem a participação de 40% na nova companhia, prevista no acordo original. Procurado pelo RR – Negócios & Finanças, o Grupo Bertin informou, por meio de sua assessoria, que qualquer pronunciamento sobre os negócios da família na área de frigoríficos cabe exclusivamente a  JBS Friboi. A JBS, por sua vez, garantiu que ?não há nenhuma pendência com o Grupo Bertin e a fusão está seguindo seu rumo conforme planejado?.  A eventual disputa jurídica e a consequente reversão da fusão mudará o status empresarial da família Bertin, que deixará de ser sócia da maior processadora de carne bovina do mundo. No entanto, o problema maior deverá cair na conta da JBS Friboi. Com a ruptura, a empresa perderia boa parte da sua estrutura fabril e cerca de R$ 11 bilhões em faturamento. Mais do que isso: o distrato representaria um downgrade do grupo como o grande consolidador de frigoríficos no Brasil, posição a que foi erigido pelo próprio BNDES. Além de a JBS perder a maior empresa que incorporou, a própria Bertin voltaria a ser um candidato potencial para a compra de ativos no setor. Caso se confirme, o imbróglio com a Bertin aumentaria o recente histórico de desavenças societárias da JBS Friboi. O grupo anda a s turras com a italiana Cremonini, que quer romper a sociedade na joint venture Inalca. A própria relação entre a família Batista e o BNDES, seu grande financiador, está abalada por compra da norte-americana Pilgrim’s. A JBS teria postergado o IPO de sua subsidiária nos Estados Unidos, a JBS USA, com o objetivo de forçar o aumento da participação do banco em seu capital ? ver RR – Negócios & Finanças edição nº 3.937.

#BNDES #JBS

Infraestrutura

9/09/2010
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A P2 Brasil, gestora de recursos comandada pelo Banco Pátria e pela empresa de engenharia Promon, vai coçar o bolso. Até o fim do ano, deverá fechar cinco aquisições, todas na área de infraestrutura. A P2 tem em caixa cerca de R$ 2,3 bilhões.

Acervo RR

Previ abre a porta da Brasil Foods para o BNDES

9/09/2010
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Para os acionistas da Brasil Foods, o Cade é um mero detalhe. Antes mesmo do órgão antitruste se pronunciar sobre a fusão entre a Sadia e a Perdigão, os acionistas da nova companhia deram a partida em uma reestruturação societária. Sobre a mesa o projeto de um aumento de capital na empresa. A cifra oscila entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão. Além do aporte per si, que alavancará a musculatura financeira da Brasil Foods, a operação serviria a dois propósitos: atender ao desejo da Previ de aumentar sua participação, hoje em torno de 13%, e abrir uma porta para a entrada do BNDES no capital da companhia. O banco teria uma fatia pequena, dificilmente superior a 5%, uma vez que não há muita margem de manobra entre os acionistas que integram o bloco de controle. Estes sócios a  frente Previ e Petros detêm apenas 31% das ações. O restante está pulverizado em Bolsa. Ou seja: a participação final do BNDES e dos próprios fundos de pensão dependerá excessivamente da proporção dos minoritários que atenderem a  chamada de capital. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a Brasil Foods preferiu não se pronunciar. As articulações para o redesenho do capital da Brasil Foods começaram há cerca de três meses, não por coincidência no mesmo período em que os fundos de pensão acertaram a renovação do acordo de acionistas que venceria apenas em abril de 2011. As fundações estenderam o acordo por prazo indeterminado, para todos os efeitos com o objetivo de “dar estabilidade societária e administrativa” para a fusão entre Sadia e Perdigão. Na verdade, ampliaram ainda mais seu poder de mando na Brasil Foods mesmo tendo uma participação que não chega a um terço das ações, já com o objetivo de preparar o terreno para o aumento de capital. As conversas entre Previ, Petros e BNDES têm como ponto central resgatar um dos princípios que nortearam a fusão entre Perdigão e Sadia: criar uma companhia consolidadora de ativos na indústria de alimentos não apenas no Brasil, mas também no exterior. A percepção dos fundos de pensão é que este projeto não irá adiante sem um novo aporte de capital e, sobretudo, a presença do BNDES. Mesmo com uma participação societária pequena, o banco seria o grande avalista da criação de um colar de empresas no setor de alimentos. Além do projeto de construir fábricas no Oriente Médio e na africa, a Brasil Foods avalia possibilidades de aquisição, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. O plano de expansão envolve principalmente o abate de aves, a área de laticínios e a compra de marcas de alimentos industrializados.

NA

9/09/2010
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De olho na Copa de 2014 e na Olimpíada de 2016, o Banco do Brasil vai dar um gás na BB Turismo. O projeto prevê a compra de agências de viagem regionais.

La Caixa

8/09/2010
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O La Caixa pretende encontrar refúgio no Brasil para recuperar as perdas que tem contabilizado na Espanha. Vai pedir autorização ao Banco Central para atuar como banco comercial.

Acervo RR

Haga se afasta alguns centímetros do precipício

8/09/2010
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A Haga, tradicional fabricante de fechaduras, deu um novo alento aos minoritários, bancos e fornecedores que estão agarrados a  chave da empresa há mais de três anos. Há cerca de duas semanas, quitou a segunda parcela de R$ 1 milhão do acordo firmado com o Banco do Brasil há pouco mais de um ano. O pagamento era requisito para um acerto ainda maior com o BB: o parcelamento de uma dívida de R$ 48 milhões em 120 meses. A renegociação vai tirar um peso dos ombros da Haga. O valor representa mais de 40% da sua dívida de longo prazo aproximadamente R$ 113 milhões para um patrimônio negativo em torno de R$ 100 milhões. Logo de cara, a empresa vai se livrar do custo de TJLP mais 6% ao ano que incidia sobre um quinto do passivo com o banco. O impacto, contudo, vai além dos demonstrativos financeiros. O acerto com o BB faz renascer entre os credores e acionistas a expectativa de que a Haga saia da recuperação judicial, o que abriria caminho para a venda do controle. Um dos candidatos é a Stam ver RR Negócios & Finanças de 1 de julho. A possibilidade de negociação também representa um alívio para os próprios empregados da Haga, hoje donos da companhia. A Associação dos Funcionários detém 72% do capital. Se o futuro da Haga ainda é uma incógnita, no presente a empresa se tornou um prato cheio para o cassino das Bolsas. O zigue-zague das cotações é frenético. Desde o início de agosto, a ação PN caiu mais de 20%. Em julho, havia subido 60%. Nesse mesmo mês, em um único dia, chegaram a ser registradas quase duas mil negociações, sete vezes mais do que a média nos 20 pregões anteriores.

Acervo RR

Google etanol

30/08/2010
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Larry Page e Sergey Brin, fundadores do Google, retomaram os planos de investir na produção de açúcar e álcool no Brasil. Um banco de investimentos norte-americano está tentando colocar a dupla na direção da Cosan para projetos conjuntos no país.

Acervo RR

State Grid vai da banda larga ao futebol

26/08/2010
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A compra da Plena Transmissoras, um negócio de mais de US$ 1,5 bilhão, é apenas a ponta do iceberg. Os planos da estatal chinesa State Grid Corporation para o Brasil vão além do setor de transmissão de energia. A empresa mira na área de telecomunicações e em construção pesada. O grande projeto já em pauta é a montagem de uma operação de banda larga usando como plataforma a rede de cabos da Plena. São mais de três mil quilômetros. A intenção dos chineses é atrair para o negócio empresas de telefonia do país, seja na posição de acionistas, seja como usuárias da estrutura da Plena. Os interesses da State Grid no Brasil são sortidos e não necessariamente harmônicos entre si. Em outro pólo, a empresa pretende participar de grandes projetos de engenharia civil, desde a instalação de usinas hidrelétricas até a construção de estádios para a Copa de 2014. Traz a reboque a garantia de financiamento de bancos chineses. Executivos da companhia vêm mantendo contatos com empreiteiras nacionais. A conversa mais recente se deu com a Andrade Gutierrez. A empreiteira participa de Belo Monte e está presente em alguns dos consórcios envolvidos nas licitações para a construção de arenas esportivas.

Acervo RR

Retratos sem retoques dos apóstolos de Dilma

25/08/2010
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Que sai Lula e entra Dilma – Serra? Que Serra? – não há novidade. A bolsa de apostas agora está concentrada nos primeiros dias do futuro governo. Os dados estão rolando primeiramente sobre o seu ministério. Os principais nomes já estão previstos. Mas as combinações dos cargos a serem ocupados são múltiplas. Antônio Palocci, por exemplo, pode vir a ser ministro-chefe do Gabinete Civil, com responsabilidade pela articulação política, ou ministro da Saúde, em uma reedição do modelo FHC/Serra. No entanto, as hipóteses para as funções de Palocci não se encerram em Brasília. Os franco atiradores do PT, que têm no futuro ministro sem pasta José Dirceu seu expoente principal, gostariam de vê-lo na Petrobras, até por motivos estratégicos. A estatal, símbolo máximo de poder nesses tempos de pré-sal, estará no centro de uma encarniçada disputa política, sendo difícil para a presidente definir o novo titular mesmo trazendo o cargo para sua cota pessoal. Palocci mataria dois coelhos com uma só cajadada, colocando a Petrobras na antessala do Planalto. E quem faria a coordenação política do governo Dilma? O ministro Paulo Bernardo divide as preferências com a ministra Erenice Guerra para a Casa Civil, ressaltando-se sempre que o pole position é de Antônio Palocci. Mais provável é que, se a disputa for entre os dois, Erenice seja a Dilma da Dilma. Paulo Bernardo seria mantido no Planejamento, que deixaria de ser ministério e voltaria a ser uma secretaria ligada ao Planalto. Há quem diga também que Bernardo tem vaga garantida no Banco do Brasil, mas aí pode ser mais desejo do que evidência. Comenta-se que é no BB que Sérgio Rosa gostaria de saltar de bancário a banqueiro. Mais um do time do “gostaria”. Erenice poderia ainda assumir a Secretaria da Presidência, tornando-se uma espécie de Gilberto Carvalho de Dilma. As maiores apostas, entretanto, cravam que esse cargo será ocupado por Miriam Belchior, atual coordenadora das obras do PAC. Ou seja: as dilmetes, Erenice e Miriam, permaneceriam no Planalto mais ou menos onde estão. O Ministério da Fazenda, que sempre esteve entre os maiores cacifes da bolsa de apostas ministerial, desceu para um segundo degrau. Isto porque a previsão de um superministro Luciano Coutinho está sendo desinflada pelo próprio. Luciano preferiria continuar onde está. No BNDES, tem o apoio absoluto da corporação e projetos para implementar por pelo menos duas décadas. Já Guido Mantega trabalha 25 horas por dia para sequer se levantar da cadeira. Será, contudo, um ministro mais fosco ainda do que é na atual gestão. Em cima da sua cabeça estarão Dilma, Palocci, Paulo Bernardo e Erenice, todos com disposição de apitar na economia. E do lado, existe o plano de criação de um ministério tonificado para o comércio exterior e indústria, no qual se imagina assentar o atual presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que passou a ser, digamos assim, da cota do próprio Lula. Mantega deverá continuar privando da companhia querida de Henrique Meirelles no BC. É muito provável, entretanto, que Meirelles somente faça a transição, saindo em agosto, quando ocorre a eleição para a presidência do BIS, o Banco Central dos Bancos Centrais. Este, por enquanto, é seu plano de voo. O núcleo duro ministerial de Dilma Rousseff seria finalizado com a presença de Aloizio Mercadante, que saltaria direto da derrota pela disputa do governo de SP para o Ministério da Educação. Bem, pode ser que o desenho final seja diferente. Mas não será muito. Façam suas apostas.

Acervo RR

BB DTVM 2

25/08/2010
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Aliás, o nome BB DTVM está com os dias contados. Em até dois meses, a gestora do Banco do Brasil vai apresentar ao mercado uma nova marca.

Acervo RR

“BNDES do Nordeste”

24/08/2010
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O governador do Ceará, Cid Gomes, está articulando a criação de uma espécie de “BNDES do Nordeste”. O projeto prevê a transformação do Banco do Nordeste Brasileiro em um banco típico de fomento, com recursos inclusive do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste. Ciro Gomes, irmão de Cid, não desgostaria de ser o primeiro presidente. O problema é que a proposta esvazia a Sudene, o que contraria o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Cid Gomes, porém, tem apoios importantes no Planalto.

Engorda

24/08/2010
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Está chegando ao fim a dieta do Citibank na área de private equity. O banco vai criar quatro fundos no Brasil ainda neste ano, todos focados em empresas com ações na Bovespa e ligados a  área de infraestrutura e serviços. A captação total deverá chegar a R$ 2 bilhões.

"BNDES do Nordeste"

24/08/2010
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O governador do Ceará, Cid Gomes, está articulando a criação de uma espécie de “BNDES do Nordeste”. O projeto prevê a transformação do Banco do Nordeste Brasileiro em um banco típico de fomento, com recursos inclusive do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste. Ciro Gomes, irmão de Cid, não desgostaria de ser o primeiro presidente. O problema é que a proposta esvazia a Sudene, o que contraria o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Cid Gomes, porém, tem apoios importantes no Planalto.

Acervo RR

Iberdrola sente o veneno da perfídia na NeoEnergia

23/08/2010
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Quem vê a performance do presidente da NeoEnergia, Marcelo Corrêa, nas reuniões internas e nas conversas com advisers para discutir uma eventual aquisição da Elektro até pensa que ele trabalha para a Iberdrola. Bem, formalmente, até trabalha. No entanto, entre os executivos do grupo espanhol, há cada vez mais dúvidas ? ou seriam certezas? ? em relação a  lealdade, a  postura e a s pretensões de Corrêa. Aos olhos da Iberdrola, o executivo é um pêndulo que se movimenta sempre na mesma direção, a favor dos interesses da Previ e, por extensão, do Banco do Brasil, sócios minoritários da NeoEnergia. Corrêa estaria trabalhando a  margem da Iberdrola em questões viscerais para a companhia, desde a definição do plano estratégico até mesmo a  possibilidade de fusão com outra empresa de energia. Visto como um executivo ardiloso e extremamente hábil, além de profundo conhecedor do setor, Marcelo Corrêa sempre se portou como um algodão entre cristais. Mesmo em períodos de crise de relacionamento entre Previ e Iberdrola, e não foram poucos, manteve insuspeita equidistância de ambas. Teatro na acepção mais traiçoeira da arte. A maior afinidade com a Previ é um débito pela sua nomeação. Os espanhóis sempre foram ludibriados com a ideia de que tinham a última palavra. Um momento de tensão ocorreu há cerca de dois meses, durante as tratativas para o ingresso da Neoenergia no consórcio vencedor de Belo Monte. Corrêa trabalhou com afinco a favor da operação, a despeito do restrito apetite da Iberdrola pelo investimento. Entre os sócios, ninguém fez mais força pela presença da NeoEnergia em Belo Monte do que a Previ, que, desta forma, usaria a empresa como anteparo para investir na hidrelétrica. No entanto, o maior ponto de fricção diz respeito a  possível associação da NeoEnergia com outra empresa do setor, projeto que está no radar da Previ. Todos os caminhos apontam na direção da CPFL, da qual a fundação também é acionista. O fundo, para não dizer o próprio governo, é o principal entusiasta da operação, que criaria uma das dez maiores distribuidoras de energia do mundo. Marcelo Corrêa vem mantendo uma intensa agenda de conversas com a direção da Previ sobre o projeto, sem o devido mandato da Iberdrola. A bola rola e, no entendimento dos espanhóis, o executivo joga o jogo da fundação. Ao contrário da Previ, a Iberdrola não está tão convencida assim das vantagens de uma eventual associação com outro grupo no país. Não nas condições que se anunciam, sobretudo em negociações que são urdidas por trás dos panos e deixam no ar um cheiro de perfídia e infidelidade. Os espanhóis têm sérios motivos para acreditar que a Previ faria o que estivesse ao seu alcance para diluir a participação da Iberdrola no negócio, tornando-se uma das principais acionistas da nova empresa. Marcelo Corrêa já escolheu de que lado da calçada andar, é claro. Resta ver se os espanhóis toureiam o rapaz ou vão virar chouriço na charcuteria da Previ.

Acervo RR

Sul América

19/08/2010
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A Sul América voltou a comprar produção. Mau sinal. Não obstante o acordo com quase 20 instituições financeiras e uma tropa com aproximadamente 30 mil corretores, a vida não tem sido muito fácil para a seguradora desde o fim da parceria com o Banco do Brasil.

Acervo RR

Mediterranée

18/08/2010
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O Banque de la Mediterranée (BankMed), com sede na Suíça e controle libanês, vai expandir a sua operação no Brasil. Transformará o escritório de representação, aberto em 2005, em uma subsidiária, que receberá um aporte de US$ 300 milhões. O banco vai dar prioridade a companhias do Oriente Médio dispostas a investir no Brasil.

Magnesita se abriga sob a marquise do BNDES

16/08/2010
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O presidente da Magnesita, o ex-Telemar Ronaldo Iabrudi, grudou feito tatuagem no BNDES. Sua missão é arrancar o apoio do banco aos planos da empresa de montar um colar de ativos no exterior. Iabrudi leva como bandeira o projeto de criação de uma grande fabricante mundial de refratários, com controle nacional, operações industriais em diversos países e musculatura suficiente para almejar a própria liderança global do setor ? discurso que se encaixa a  perfeição na atual política da agência de fomento. Várias possibilidades estão sendo estudadas. As hipóteses sobre a mesa de negociações vão da compra de fabricantes de médio porte a um passo bem mais ousado: uma associação com a austríaca RHI, segunda maior fabricante de refratários do mundo. A participação do BNDES garantiria uma espécie de “financiamento-calço”, isto é, recursos que permitiriam a  Magnesita colocar mais dinheiro na operação e, desta forma, compensar a distância que a separa da RHI ? o grupo fatura, por ano, cerca de US$ 1,8 bilhão, 50% a mais do que a empresa brasileira. Esta engenharia possibilitaria a  companhia ter uma posição de igualdade no caso de uma fusão com os austríacos. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a Magnesita não se pronunciou até o fechamento desta edição. Além de buscar o apoio do BNDES, a Magnesita estuda alternativas para se capitalizar via mercado e garantir o projeto de internacionalização. Por sinal, adviser para a operação é o que não falta dentro da própria empresa. Boa parte dos componentes da diretoria e do Conselho de Administração tem ligações com a GP Investimentos, controladora da companhia. A compra de empresas menores é uma opção, mas o alvo para valer é a associação com a RHI. A Magnesita se transformaria na maior produtora de refratários do mundo, com fábricas na Europa, Estados Unidos, asia e africa e faturamento anual superior a US$ 3 bilhões. A atual líder, a belga Vesuvius, fechou 2009 com receita em torno de US$ 2,5 bilhões. As conversas entre a Magnesita e o BNDES passam pelo aumento da participação do banco no capital da empresa. Em 2009, quando a fabricante de refratários passou por solavancos financeiros decorrentes da crise mundial, o banco desembolsou R$ 56 milhões para ficar com 3% das ações. Entre as partes, há um consenso de que o BNDES se tornou um personagem-chave para o próprio futuro da Magnesita. Com o apoio da instituição, a companhia se credencia ao posto de consolidadora de ativos no mercado internacional; sem ele, corre o risco de passar ao outro lado do balcão e se transformar em uma presa em potencial tanto para a Vesuvius quanto para a própria RHI. Sozinha, a Magnesita se ressente da falta de fôlego suficiente para retomar o projeto de internacionalização deflagrado em 2008. a€ época, comprou a alemã LWB no que prometia ser a primeira de uma série de aquisições no exterior. A crise econômica, no entanto, abalroou seus planos. O passivo se multiplicou, em parte em razão da alavancagem para a própria aquisição da LWB. Em poucos meses, a Magnesita ganhou a pecha de um dos piores negócios já feitos na história da GP. A empresa teve de mergulhar em uma drástica reestruturação e uma tensa renegociação com os credores, a começar pelo JP Morgan, principal financiador da compra da LWB. Ainda carrega uma dívida em torno de R$ 1,4 bilhão, o equivalente a quase 70% do patrimônio líquido.

Acervo RR

Goldman Sachs sobe ao palco na Time For Fun

13/08/2010
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Quase dois anos após cancelar seu IPO e praticamente se esconder atrás da coxia, a Time For Fun (T4F) prepara o retorno aos palcos. Em cartaz, a venda de parte do capital da empresa, dona da maior rede de casas de espetáculos da América Latina. Um fundo de investimentos capitaneado pelo Goldman Sachs está negociando a compra de uma participação de até 49% na T4F, controlada pelo empresário Fernando Alterio e pelo Gávea Investimentos, de Armínio Fraga. O acordo gira em torno dos US$ 100 milhões. Especializado na área de entretenimento, o private equity administrado pelo banco norte-americano reúne entre seus investidores uma miríade de nomes ligados ao show business e ao cinema, entre eles Steven Spielberg. São grandes as possibilidades de que o Gávea Investimentos aproveite a operação para vender integralmente sua participação da T4F, em torno de 20%. Além do próprio Fernando Alterio, hoje detentor de 64% das ações, a mexicana Corporación Interamericana de Entretenimento (CIE) também deve reduzir a sua posição no capital. Antigo controlador da empresa, quando ela se chamava CIE Brasil, o grupo ainda detém uma fatia de 16%. A tendência é que, além da participação minoritária, Alterio permaneça como o principal executivo da companhia. A entrada em cena do fundo do Morgan Stanley traz no script a promessa de expansão do colar de ativos de T4F, dona do Credicard Hall, do Teatro Abril, do Citibank Hall e ainda da Ticketmaster, site especializado na venda de ingressos. Além da abertura ou compra de novas casas de espetáculo e teatros, a empresa mira na Copa do Mundo de 2014. A T4F vai entrar na disputa pela gestão de arenas esportivas. Seu maior trunfo é a expertise na montagem de shows e espetáculos culturais, o que garantiria a múltipla utilização dos estádios e a redução da dependência de jogos de futebol. Nos últimos três anos, o faturamento da T4F cresceu mais de 60%. Em 2009, a receita consolidada das casas de espetáculo e do site Ticketmaster ficou em torno de R$ 400 milhões. Ainda assim, os planos de novas aquisições ficaram trancados no camarim por conta da crise econômica e do aumento da dívida da empresa ? o passivo estaria em torno dos R$ 200 milhões. A chegada de um novo sócio e a engorda das operações funcionarão como um atrativo para a oferta de ações em Bolsa, projeto que está na mira para 2011. O próprio fundo controlado pelo Goldman Sachs estaria vinculando sua entrada no capital a  retomada do IPO, suspenso em 2008.

#Blackstone #Petrobras

Banco Votorantim

2/08/2010
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O Banco Votorantim prepara sua entrada no crédito habitacional. A medida leva a assinatura do Banco do Brasil. Sócio dos Ermírio de Moraes, o BB vai usar o Votorantim em seu tour de force para alavancar a carteira de empréstimos imobiliários.

Acervo RR

BNDES deixa sedes da Copa no banco de reservas

29/07/2010
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Manaus, Brasília, Natal e Fortaleza são as bolas murchas no gramado do BNDES. Até o momento, as quatro cidades não atenderam a s condições impostas pelo banco para liberar os recursos voltados a  construção e reforma dos estádios da Copa de 2014. Segundo uma alta fonte do Comitê Organizador, a maior lacuna diz respeito a  gestão das arenas. Ao contrário das demais sedes, as quatro capitais não teriam apresentado o nome de um operador com notória experiência na administração de estádios multiuso. Esta é uma das principais recomendações do BNDES para a concessão do empréstimo ? cada cidade terá direito a até R$ 400 milhões. Todos os projetos terão de ser acompanhados de um plano de uso dos estádios após o Mundial de 2014, com o aval de um operador. Este plano deve estar vinculado a um estudo de viabilidade que contemple a utilização do estádio não apenas para partidas de futebol, mas também para eventos culturais, sociais e até corporativos. Cada cidade terá de apresentar um projeto capaz de reduzir a dependência da receita decorrente do próprio futebol. Um estudo do BNDES mostra que, nas grandes arenas da Europa e dos Estados Unidos, quase 40% da receita vêm de shows e aluguel para empresas privadas. A maior preocupação do banco é reduzir os riscos de que os estádios se tornem uma manada de elefantes brancos, sobretudo em cidades fora do eixo Sul-Sudeste. Na africa do Sul, por exemplo, cinco estádios construídos para a Copa do Mundo não terão jogos do campeonato nacional e não há qualquer garantia de receita para os próximos meses. Manaus, Brasília, Fortaleza e Natal não figuram exatamente entre os campeões de bilheteria do futebol brasileiro. Tomando-se como base os últimos campeonatos estaduais, os estádios das quatro cidades apresentam uma ocupação média de apenas 35%, o que só aumenta a preocupação no BNDES. A área técnica do banco já teria vetado a concessão do empréstimo a estas capitais sem a apresentação do estudo de viabilidade. O impasse deixa as quatro cidades em uma situação delicada. O empréstimo do BNDES é imprescindível para a construção e reforma de suas respectivas arenas. De acordo com a fonte do Comitê Organizador ouvida pelo RR, nenhuma das quatro cidades tem um Plano B.

Acervo RR

Brasil e Japão se unem no etanol

27/07/2010
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Os governos do Brasil e do Japão abriram conversações para investimentos conjuntos na produção de etanol. Do lado brasileiro, as negociações envolvem representantes do Ministério de Minas e Energia, da Casa Civil e do Itamaraty. O projeto prevê a construção de usinas de controle bilateral no Brasil. O Japão deverá entrar na empreitada, por meio de seu fundo soberano, que administra cerca de US$ 1 trilhão em ativos. Grandes tradings nipônicas, como Sumitomo, Mitsui e Itochu, serão estimuladas a participar do projeto, contando, inclusive, com apoio do Japan Bank for International Cooperation (JBIC). A Itochu já tem negócios em etanol no país ? é sócia da Bunge em duas usinas. A Sumitomo, por sua vez, ensaia sua entrada no setor há pelo menos dois anos. Pelo Brasil, todos os caminhos levam na direção da Petrobras Biocombustível, que seria a operadora das usinas e sócia majoritária, e do BNDES. O banco também deverá entrar no funding da operação. As tradings nipônicas terão um papel fundamental na operação. Todas as usinas terão uma cota da sua produção destinada ao país asiático. O investimento no Brasil faz parte do esforço do governo do Japão em aumentar a importação de etanol. A necessidade de abastecimento do mercado local tende a crescer ainda mais a partir do próximo ano. O governo japonês deverá aumentar de 5% para 10% a proporção de etanol na gasolina vendida no país. .

Dinheiro vivo

27/07/2010
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Eduardo Centola, presidente do Standard Bank no Brasil, recebeu uma oferta cheia de zeros para assumir a operação de um grande banco de investimentos no país.

Acervo RR

BB e Mapfre

26/07/2010
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O acordo anunciado pelo Banco do Brasil e pela Mapfre, que prevê a criação de duas holdings na área de seguros, está esbarrando em entraves. Há pendências em relação a  definição da carteira de produtos e, principalmente, a  indicação dos executivos para as duas empresas, a BB Mapfre SH1 e a BB Mapfre SH 2. Procurados pelo RR – Negócios & Finanças, BB e Mapfre informaram que o processo segue o curso normal.

Previ

19/07/2010
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O presidente da Previ, Ricardo Flores, pretende apresentar em até dois meses uma proposta ao Banco do Brasil para equacionar o imbróglio sobre o uso do superávit financeiro da fundação. O BB entende que os recursos devem ser partilhados. No entanto, há uma corrente na Previ contrária a  divisão do superávit com o mantenedor.

Acervo RR

Banco do Brasil em clima de reeleição presidencial

16/07/2010
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O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, está em campanha. O executivo tem se empenhado em criar uma ambiência favorável a  sua permanência no cargo em um eventual governo Dilma Rousseff. De um lado, vem buscando apoio político junto a figuraschave do governo e do próprio PT, ainda que as peças no quebra-cabeça só se juntem após a indicação do ministro da Fazenda; do outro, trabalha para deixar um testamento que fortaleça suas pretensões. A gestão de Bendine, notadamente na área de crédito, talvez seja o seu principal cabo eleitoral. A estratégia do Banco do Brasil joga a favor das pretensões de Aldemir Bendine. O BB prepara uma série de medidas que serão lançadas no segundo semestre com o objetivo de alavancar a carteira de crédito. Os principais projetos estão reservados para o financiamento habitacional. O banco vai intensificar as parcerias operacionais com construtoras e incorporadoras, na linha dos acordos fechados recentemente com a Rodobens Negócios Imobiliários e a paulista MBigucci, entre outras empresas. Vai também ampliar contratos de financiamento já firmados, notadamente dentro do programa Minha Casa, Minha Vida. Um dos candidatos ao puxadinho é a Living Construtora, braço de habitação popular da Cyrela. O banco vai apostar também em empresas de pequeno e médio porte que já estão dentro de casa. São mais de três mil construtoras e incorporadoras que são clientes do BB e surgem como potenciais parceiros para a expansão da carteira de empréstimos habitacionais. Estes próximos passos são tratados dentro do banco do Brasil como um aquecimento. O principal projeto de Aldemir Bendine, que poderá surgir como uma das grandes marcas da sua gestão, é a criação de uma joint venture com uma grande imobiliária que traga como dote uma vasta capilaridade no território nacional. A musa inspiradora é a Credipronto, financeira criada a partir da associação entre o Itaú e a Lopes Consultoria Imobiliária. Um forte candidato ao negócio é a Brasil Brokers, que briga com a própria Lopes pela posição de maior rede de imobiliárias do país. Outro alvo do BB é a Fernandez Mera. Neste caso, no entanto, há um entrave. A imobiliária já tem uma parceria operacional com o Citibank. Não custa lembrar que Bendine assumiu o cargo justamente após uma crise que culminou na saída de seu antecessor, Roberto Lima Netto. a€ época, o próprio presidente Lula fez pesadas críticas a  oferta de crédito e, sobretudo, a s taxas de juros praticadas pelo banco, episódio que respingou na Fazenda. Ao que tudo indica, a gestão Bendine não padece deste mal. O BB tem mais de R$ 7 bilhões em recursos disponíveis apenas para o crédito imobiliário.

Acervo RR

Cemex testa a resistência do Grupo João Santos

15/07/2010
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Pouco mais de um ano após o falecimento do industrial pernambucano João Santos, seus sucessores se veem diante do dilema que costuma atormentar dez entre dez herdeiros de grandes grupos empresariais: multiplicar o negócio ou sucumbir a s tentadoras ofertas de venda? A dúvida se aplica fundamentalmente ao futuro da Cimento Nassau, um dos principais ativos do Grupo João Santos. A família está dividida diante do crescente assédio da concorrência. A Nassau, vice-líder do mercado brasileiro, tornou-se a darling do setor. Além da suíça Holcim, ver RR ? Negócios & Finanças nº 3.898, a mexicana Cemex também entrou no páreo para a compra da cimenteira. A operação marcaria a entrada do grupo no país. Além da hipótese de a família permanecer no negócio, os mexicanos acenam com a possibilidade de internacionalização da Nassau. A Cemex usaria a marca para avançar no mercado sul-americano, levando a reboque os atuais controladores da companhia. Procurado pelo RR, o Grupo João Santos não quis se pronunciar sobre o assunto A investida sobre o Grupo João Santos significa uma inflexão na estratégia traçada pela Cemex para ingressar no Brasil. A construção de fábricas próprias não está de todo descartada, mas fica para um segundo momento, em razão do custo e, sobretudo, do demorado tempo de maturação do investimento. Os mexicanos precisam ser mais agressivos, até porque sua entrada no país faz parte de um movimento estratégico do ponto de vista geoeconômico. Com o mercado da América Central consolidado e, mais do que isso, saturado, o grupo considera o ingresso no Brasil fundamental. Além disso, os mexicanos ainda precisam compensar o tempo perdido, uma vez que seus grandes concorrentes internacionais já operam no país. A prioridade da Cemex passou a ser a compra de uma operação pronta que lhe permita desembarcar no país não apenas com uma estrutura industrial já montada, mas também com uma rede de distribuição em todo o território. A divisão de cimento do Grupo João Santos atende a todas estas exigências. Com 12% do market share nacional, atrás apenas do Grupo Votorantim, tem 11 fábricas, a maior parte no Nordeste, com capacidade instalada de seis milhões de toneladas. Os acionistas do Grupo João Santos já passaram por alguns sustos que teimam em não sair de sua memória. Na década de 90, o conglomerado pernambucano enfrentou um dos momentos mais difíceis de sua história. Entre outras consequências, teve de entregar a bancos credores uma fábrica em São Paulo, decisão que doeu muito ao patriarca João Santos, obrigado a deixar o território dominado por seus maiores concorrentes, os Ermírio de Moraes. As dificuldades ficaram no passado, mas serviram para aumentar ainda mais o apego da família a s empresas, em especial ao negócio de cimento, no qual o grupo milita há seis décadas. No entanto, o cenário da indústria cimenteira no Brasil mudou radicalmente, com a presença mais forte de grupos como Lafarge e Cimpor. A possibilidade de se juntar a uma grande empresa internacional capaz de reduzir a distância para a Votorantim no ranking nacional e ainda investir no exterior balança os herdeiros de João Santos. A investida da Cemex é um teste de fogo para a resistência da família.

Mil e uma noites

13/07/2010
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O Banco ABC Brasil, do Arab Banking Corporation, está arregimentando construtoras brasileiras para participar de projetos de infraestrutura na Síria, Líbia e Emirados arabes. Tem cerca de US$ 400 milhões para financiar os candidatos. No topo da fila, Andrade Gutierrez.

Acervo RR

AES busca uma brecha entre os muros do BNDES

9/07/2010
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A AES está disposta a queimar a energia que for necessária para equacionar, ou, ao menos, minimizar, o que considera o seu mais grave problema institucional no Brasil: a historicamente tortuosa, complexa, quase beligerante relação com o BNDES. O principal motivo para este trabalho de reaproximação é o novo planejamento estratégico do grupo para os próximos cinco anos. Os norteamericanos querem transformar a AES Brasil em uma empresa integrada de energia, com negócios em geração, distribuição, transmissão e até mesmo na produção de combustíveis renováveis, notadamente etanol. Pragmáticos como sempre, os norte-americanos estão tecendo uma ardilosa teia política com o objetivo de reconstruir sua capacidade de diálogo e entrada no BNDES. O lobby vai ser centrado em peças-chave de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. A AES busca interlocutores em comum, notadamente no próprio governo e no Congresso, capazes de atuar neste trabalho de reaproximação com o banco. Parte da premissa de que, direta ou indiretamente, todos os seus passos no Brasil estão amarrados ao BNDES. O epicentro é a Brasiliana, conturbada associação entre o banco e os norte-americanos que controla a AES Eletropaulo, maior distribuidora de energia da América Latina. A estratégia da AES para o país coloca novos ingredientes neste caldeirão. No cenário ideal, o grupo adoraria pendurar parte de seus futuros investimentos na própria Brasiliana, dividindo o risco com o BNDES. Os planos incluem a compra de concessões na área de transmissão e de usinas sucroalcooleiras ? um dos objetivos da AES é exportar etanol para o mercado norte- americano. O grande senão a todos estes projetos é a péssima imagem da AES dentro do BNDES, o que transforma qualquer tentativa de aproximação em um dos 12 trabalhos de Hércules. O problema não é nem o presidente do banco, Luciano Coutinho. Está na área técnica do banco, que nutre verdadeira aversão ao grupo. Os norte-americanos carregam a pecha de arrogantes, dissimulados e de sanguessugas do BNDES. A repulsa cresceu durante a gestão de Carlos Lessa, alimentada pela inadimplência da AES na rumorosa operação de financiamento para a compra de uma participação na Cemig. As tensas negociações em torno da Brasiliana só servem para colocar ainda mais pimenta na relação entre a AES e o banco. O pensamento hegemônico dentro do BNDES é que os norte-americanos devem sair da holding, abrindo caminho para a criação de uma grande empresa de energia de capital nacional.

Acervo RR

Copa de 2014

9/07/2010
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O banco espanhol La Caixa está montando uma operação no Brasil para a construçãoe e reforma de estádios de futebol, de olho na Copa de 2014. Pretende criar ainda um fundo de investimentos para participar dos projetos.

Acervo RR

Quarto Duplo

7/07/2010
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O italiano Mediocredito está se unindo ao Morgan Stanley para investimentos imobiliários no Brasil. O banco norte-americano pretende captar R$ 200 milhões para a compra de imóveis comerciais. Os italianos entram no jogo com metade deste valor.

NA

30/06/2010
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A estreita relação entre a Rodobens Negócios Imobiliários e os bancos federais começa a despertar ciúmes entre as grandes incorporadoras. A companhia negocia um novo financiamento do Banco do Brasil, superior aos R$ 230 milhões obtidos há dois meses. O BB estuda ainda conceder crédito diretamente para os compradores de imóveis da Rodobens. Em outro front, a empresa também tem recebido os maiores afagos da Caixa Econômica Federal. Na semana passada, a CEF comprou cerca de R$ 300 milhões em debêntures da Rodobens.

Acervo RR

Pastinhas

28/06/2010
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Além da nova missão de vender produtos e serviços do Banco do Brasil, os representantes da Previ em Conselhos de Administração têm sido orientados a captar recursos em suas respectivas empresas para fundos de investimento em participação (FIPs) administrados pela instituição financeira.

Acervo RR

BNDES sai em defesa da empresa privada nacional

25/06/2010
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As duras críticas de José Serra e Marina Silva ao BNDES não vão ficar sem resposta. A reação virá de dois fronts: do próprio banco e da candidata Dilma Rousseff. Os assessores da campanha petista já trabalham na coleta de números e argumentos que serão incorporados aos pronunciamentos de Dilma, com o objetivo de confrontar as declarações de Serra e Marina. A candidata vai defender o trabalho do banco a favor do capital nacional, por meio da consolidação de grandes grupos privados. Vai também associar a instituição aos projetos do PAC. Não por acaso, no núcleo de campanha de Dilma, houve até quem festejasse as críticas feitas por Serra e Marina ao BNDES. A percepção é que os dois candidatos acabaram levantando a bola sob medida para Dilma Rousseff e o próprio BNDES desfiarem as realizações do governo Lula. Segundo uma fonte da equipe econômica, o BNDES lustra suas armas. O banco prepara uma campanha publicitária institucional. Sem menção explícita aos dois candidatos, pretende desmontar as críticas desferidas por José Serra e Marina Silva ? e, de quebra, aproveitar a ocasião para fortalecer sua imagem diante da opinião pública. A intenção é vincular ainda mais o BNDES a  ideia do fortalecimento da empresa privada nacional, da geração de empregos e da mobilidade social. O governo e o comando do BNDES consideram que as declarações de José Serra e Marina Silva também têm de ser rebatidas na mesma moeda, ou seja, no espaço editorial de publicações de prestígio. A intenção é deflagrar um trabalho de comunicação que permita desarmar, ponto a ponto, as críticas feitas pelos dois candidatos. No banco, a leitura é que os ataques são frágeis e passíveis de desconstrução com razoável facilidade. Um exemplo é a contestação aos critérios usados pela instituição para escolher as empresas beneficiadas com juros subsidiados. A diretoria do BNDES está cansada de bater na tecla de que o banco não procura, mas é procurado por grupos com projetos de expansão ou de fusão e aquisição. A crítica a  opção do BNDES em privilegiar cavalos vencedores em diversos setores da economia tem função meramente destrutiva. É como se a oposição quisesse colocar vinagre no vinho dos projetos estruturantes que estão sendo tocados em razão da consolidação e do apoio a grandes grupos nacionais. Estes, por sua vez, trouxeram a reboque um processo virtuoso: redução da hegemonia do capital estrangeiro em fusões e aquisições, manutenção do centro de decisões empresariais no país e, em última linha, contenção do passivo externo líquido e retenção de divisas. O surgimento de empresas como Fibria, Brasil Foods, Oi/BrT, entre outras, permitiu também uma regulação interna do mercado, evitando a criação de oligopólios internacionais. O banco tem ainda a seu favor os resultados obtidos nos últimos anos por sua participação em grandes fusões e aquisições. Além do figurino de financiador, costuma entrar no equity do negócio, remunerando-se automaticamente com a valorização dos papéis das empresas. No entanto, nada causou mais excitação no BNDES do que as insinuações a  transparência operacional do banco feitas por José Serra. Esta agenda é um prato cheio para o governo Lula. Falta de transparência por falta de transparência, a participação do BNDES no processo de privatização foi um dos episódios mais palpitantes da era FHC, inclusive com registros que poderiam figurar no Museu da Imagem e do Som.

Acervo RR

Mercantil

25/06/2010
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O Santander puxou o freio em sua negociação para aquisição do Banco Mercantil do Brasil (BMB). Segundo uma fonte encravada nas conversações, os espanhóis encontraram insetos e baratas na contabilidade da instituição mineira. Em princípio, os trabalhos de escavação nos números do BMD prosseguem. Mas os cuidados foram redobrados. Imagine só, se sai uma lacraia lá de dentro.

Acervo RR

BNDES vê TTrans como a locomotiva do setor

23/06/2010
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O vagão do BNDES partiu rumo a  estação TTrans. O banco enxerga a empresa como uma plataforma em potencial para a criação de uma grande fabricante de equipamentos ferroviários de controle nacional, com fôlego não apenas para atender a  crescente demanda interna do setor, mas para disputar contratos internacionais. O ponto de partida é a mudança do controle societário em curso na empresa. A saga ferroviária dos irmãos Augusto e Roberto Mendonça, donos do Grupo Pem Setal, chegou definitivamente a  última parada. A dupla deixou o capital da TTrans. Em uma negociação que se arrastava há mais de dois anos, a Pem Setal acertou a transferência do controle para o empresário Massimo Giavina, ex-presidente da Alstom no Brasil e principal executivo da TTrans. A negociação foi acompanhada com lupa pelo BNDES. Ela abre caminho para uma aproximação com a TTrans. Antigas dívidas da Pem Setal com a agência de fomento sempre foram um empecilho para o apoio do BNDES a  empresa. Agora, não há mais barreiras para o financiamento puro e simples ou a entrada do banco no capital da fabricante de equipamentos ferroviários. Independentemente do modelo adotado, a chegada do BNDES seria mais do que oportuna para a TTrans. A missão de Massimo Giavina é tirar a empresa do estado de inanição em que ela mergulhou nos últimos anos. A companhia, que já foi a maior fabricante de equipamentos ferroviários do país, saiu dos trilhos devido a  falta de investimentos da Pem Setal. Os primeiros passos da reestruturação já estão traçados. A fábrica de Três Rios será ampliada e modernizada. A empresa está acertando um acordo com a espanhola Isolux para a produção de sistemas fixos usados nos carros de trem e metrô. Paralelamente, a TTrans costura parcerias com a chinesa M.O.R e a italiana Oclap S.R.L, sediada em Turim. No caso dos chineses, o acordo prevê a entrada conjunta na licitação do trem-bala Rio-São Paulo. Com a Oclap, a TTrans vai comprar um bilhete para o mercado internacional. A dupla está formando uma joint venture na Itália para a fabricação de portas de plataforma. A nova empresa já tem dois negócios na mira: entrará nas concorrências para a implantação do Metrô da Cidade do Panamá e para a instalação do Monotrilho de Manaus. Há negociações para que a joint venture forneça também equipamentos para a Demetrô, de Belo Horizonte, e para o Metrô de Recife.

Acervo RR

BNDES frustra a hotelaria

22/06/2010
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A euforia dos grupos hoteleiros não passou da conciergerie. A linha de financiamento para o setor criada pelo BNDES por conta da Copa do Mundo de 2014 é uma porta giratória com as travas acionadas. O banco está impondo uma série de exigências para a liberação dos recursos, no total de R$ 1 bilhão. A principal delas diz respeito a s contrapartidas que terão de ser cumpridas pelos grupos beneficiados. Os operadores hoteleiros precisarão apresentar garantias para cobrir, pelo menos, metade do valor do crédito. Terão também de se comprometer com uma meta para a geração de novos postos de trabalho. O jogo duro do BNDES, que não estava no script, tem provocado reações no setor. Grupos hoteleiros já foram ao ministro do Turismo, Luiz Barretto, pedir uma flexibilização das exigências. Levam na ponta da língua o argumento que as condições impostas pelo BNDES vão impedir que grupos de médio porte, sobretudo de controle nacional, tenham acesso aos recursos do banco. Pelo menos uma rede brasileira, com hotéis nas principais capitais do país, já figura no índex da agência de fomento. Entrou formalmente com o pedido de empréstimo, mas não apresentou as garantias financeiras. Corre sério risco de ver a Copa de 2014 pela TV.

Acervo RR

Cobra Tecnologia espalha seu veneno no Banco do Brasil

16/06/2010
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A Cobra Tecnologia destila um veneno mortal para os executivos do Banco do Brasil. Maiores detalhes podem ser obtidos com Luiz Carlos de Azevedo, que deixou a diretoria de reestruturação de ativos do BB para assumir o comando da empresa. Bastaram oito meses para a gestão de Azevedo cair em desgraça no grupo. Dentro do banco, já se fala até em novas mudanças na gestão. Um dos candidatos a assumir a presidência da ofídica subsidiária do BB seria Marcos Antonio Moser, diretor da estatal. Precipitada ou não, a pressão vem do andar mais alto do BB. O próprio presidente do banco, Aldemir Bendine, responsável pela indicação de Azevedo, é o insatisfeito-mor com os números da sua administração. Quem também seria favorável a  troca é o vice-presidente de finanças do BB, Ivan de Souza Monteiro. O executivo tem forte ascendência sobre os destinos da Cobra, aproveitando-se do vácuo de poder deixado por José Luis Salinas, vice de Tecnologia e Logística do banco. Formalmente, a subsidiária está no raio de ação da área de TI do BB, mas Salinas sempre manteve prudente distância da empresa. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a Cobra não se pronunciou sobre a possível troca no comando. Azevedo assumiu o comando da Cobra com a missão de fazer o que seu antecessor, Jorge Wilson, não conseguiu: fechar o balanço anual no azul. Mas, pelo andar da carruagem, o traiçoeiro réptil será letal para mais um dirigente do BB. No primeiro trimestre do ano, a Cobra teve um prejuízo operacional de R$ 30 milhões, contra R$ 3,4 milhões de perdas entre janeiro e março de 2009. É bem verdade que o resultado de janeiro deste ano ainda entra na conta de Jorge Wilson. No entanto, as perspectivas para os próximos meses não são nada animadoras. A performance do primeiro trimestre foi uma catarata de água fria. Projeções do banco apontam para um prejuízo próximo ao do ano passado, em torno dos R$ 85 milhões. A sucessão de perdas ganha ainda mais dimensão pelo momento decisivo por que passa a Cobra Tecnologia. O alto-comando do Banco do Brasil retomou os planos de venda de uma parte do capital da empresa. Há conversas com grupos internacionais da área de automação bancária. Um deles é a norte-americana Diebold. Outra possibilidade é uma solução “caseira”, envolvendo a Caixa Econômica Federal. Há cerca de quatro meses, o BB e a CEF assinaram um memorando de entendimentos para uma parceria na área de TI, um eufemismo para uma associação no capital da Cobra. Esta hipótese ganhou força com o recente movimento feito pelos dois bancos, que integraram seus serviços de atendimento nos caixas eletrônicos.

Nova casa

14/06/2010
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Fabio Moser, que deixou a diretoria de investimentos da Previ no início do mês, tanto pode parar em uma vice-presidência do Banco do Brasil quanto em uma grande empresa de telefonia. O também ex-Previ Sergio Rosa é o avalista de ambas as hipóteses.

BB DTVM

11/06/2010
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A BB DTVM vai tirar do forno um fundo de renda variável voltado aos afortunados clientes do Estilo, o braço de alta renda do Banco do Brasil. A cota mínima será de R$ 1 milhão. A carteira terá aplicações no Brasil e no exterior, neste caso dentro da parceria firmada recentemente entre o BB, a Alliance Bernstein e a Principal Financial Group.

NA

8/06/2010
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Já há uma aresta no caminho do novo presidente da Previ, Ricardo Flores. O motivo é o acordo com o Banco do Brasil para a distribuição do superávit acumulado pela fundação nos últimos três anos. Flores já se mostrou favorável ao pagamento em 36 parcelas, hipótese que não desperta simpatia nem na fundação nem entre seus antigos pares no BB.

Acervo RR

Renault busca combustível no BNDES

8/06/2010
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O presidente da Renault no Brasil, Jean Michel Jalinier, vai ter de buscar combustível extra para o plano de expansão da empresa. A subsidiária será obrigada a bancar do próprio bolso a maior parte do programa de investimentos para o período 2010-2012, orçado em US$ 600 milhões. Os franceses já sinalizaram a Jalinier que vão reduzir os aportes no país ao longo dos próximos dois anos ? a medida atingirá também outras filiais, notadamente em mercados emergentes. Trata-se de uma curva acentuada e sem precedentes na trajetória da Renault no país. Em uma década, a filial brasileira sempre teve amplo apoio financeiro da matriz. Eram outros tempos. A Renault tem sido forçada a reduzir seus investimentos globais por conta dos crescentes prejuízos. No ano passado, as perdas chegaram a três bilhões de euros. Não é de se estranhar, portanto, que Jalinier tenha parado seu carro no BNDES. Há cerca de três meses, o executivo tem mantido gestões com o banco em busca de uma aditivada linha de crédito. Estima-se que a subsidiária precise financiar mais de 60% dos investimentos programados até 2012. A maior preocupação de Jalinier é garantir recursos para o desenvolvimento de um novo utilitário esportivo, uma lacuna no portfólio da empresa no país. A Renault não atua no segmento das chamadas SUV?s, que tem acumulado algumas das mais altas taxas de crescimento do mercado. O novo modelo será feito com base em um veículo já produzido pela companhia na Romênia. O automóvel, que deverá ser fabricado a partir de 2011, traz a reboque mais uma tentativa da Renault de alavancar suas vendas no mercado brasileiro. Ao chegarem ao país, os franceses pretendiam ter 10% em market share em uma década. Conseguiram apenas 4%.

Acervo RR

BNP Paribas ensaia sua despedida do Brasil

2/06/2010
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A negociação da Cetelem – ver RR Negócios & Finanças nº 3.860 – é apenas o pelo do coelho. O BNP Paribas estuda a venda de todas as suas operações no Brasil, que, além da financeira, incluem o Banco BGN, comprado a  Queiroz Galvão em 2007. Segundo uma alta fonte da autoridade monetária, o BNP já teria comunicado ao Banco Central sua disposição de deixar o país. Há duas hipóteses sobre a mesa. Uma delas é a venda pura e simples do BNP Brasil, no qual estão pendurados os demais ativos. Outro caminho aventado pelos franceses é a negociação do controle vinculada a uma troca de ações, que permitiria ao BNP manter um pé no mercado brasileiro com uma participação minoritária em uma instituição financeira local. No entanto, no que depender do apetite dos bancos estatais, o destino do BNP Paribas no Brasil é a venda e ponto final. O BB está interessado na compra da Cetelem, conforme informou o RR na edição nº 3.860, mas a operação esbarra na intenção do BNP em vender seus ativos no país embrulhados em um só pacote. Candidato (quase) morto, candidato posto. Quem surge no cenário, com força redobrada é a Caixa Econômica Federal. Nas últimas duas semanas, teriam ocorrido dois encontros entre executivos da CEF e do BNP. Procurado pelo RR – Negócios & Finanças, o BNP Paribas Brasil informou, por meio de sua assessoria, que “sempre demonstrou seu amplo e consistente compromisso com o Brasil e tem projetos de investir ainda mais no país em diversas áreas.” O ativo que mais atiça o interesse da CEF é a processadora de cartões Aura, controlada pela Cetelem. A Caixa tem uma presença proporcionalmente modesta neste segmento se comparada a  atuação dos grandes bancos privados e do próprio BB. Com a eventual aquisição do BNP Brasil e a incorporação da Aura, a CEF adicionará cerca de três milhões de clientes a sua base de cartões. Ampliará também sua carteira de consignados, principal negócio do BGN, e sua operação no crédito direto ao consumidor ? o ponto forte da Cetelem é a participação no capital do Banco Carrefour. A operação do BNP Paribas no Brasil jamais alcançou o patamar idealizado pelos franceses. Noves fora a associação com o Carrefour, a Cetelem não foi capaz de ampliar a capilaridade do grupo no varejo no ritmo esperado. O BGN, por sua vez, não decolou. O banco vem ampliando suas operações de empréstimo ? entre 2008 e 2009, a cifra pulou de R$ 900 milhões para R$ 1,5 bilhão. No entanto, este salto não teve efeito na última linha do balanço. No ano passado, o prejuízo ficou em torno de R$ 20 milhões. Além disso, o BNP não conseguiu potencializar a rede de atendimento do BGN para a venda de outros produtos financeiros.

Acervo RR

Venda do Dresdner é um zigue-zague só

20/05/2010
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Os executivos Martin Duisberg, Yoji Ogawa e Alexandre Hideo Yoda, triunvirato que comanda as operações do Dresdner Bank no Brasil, precisam de um GPS. O trio e os demais dirigentes da instituição estão perdidos com o tiroteio de informações conflitantes sobre o futuro do banco. O desencontro tem sido alimentado pelo próprio Commerzbank, controlador do Dresdner. Há pouco mais de duas semanas, os alemães sinalizaram aos diretores da subsidiária que a venda do banco, que se arrasta desde o início de 2009, seria sacramentada até o dia 15 deste mês. O suposto “Dia D” e chegou e nada de um novo controlador. Os alemães passaram a trabalhar com uma nova data limite: primeira semana de junho. Quem sabe? Além do canadense ScotiaBank, nos últimos dias o UBS, que comprou a Link Corretora, também teria entrado no páreo. No entanto, o Commerzbank lançou mão de um expediente pouco usual, que tumultuou ainda mais as negociações. Em meio a s conversas com os candidatos, abriu um novo road show na Europa. Ao que parece, o próprio Commerzbank é que precisa de um sistema de navegação. Nos últimos dias, para aumentar o volume deste samba do alemão doido, informações ainda mais desconexas têm chegado a  sede do Dresdner Brasil, na Faria Lima. No Commerzbank, já haveria uma corrente favorável ao adiamento da operação. A linha de raciocínio é que o momento mais propício para a venda das operações no Brasil passou. O receio é que a crise financeira na Europa afete significativamente o valor do ativo. Neste caso, por mais paradoxal que possa parecer, o grupo alemão faria um aumento de capital para engordar o Dresdner Brasil e pedalaria o negócio por mais tempo, a  espera de uma conjuntura mais oportuna para a negociação do controle. No escritório do banco, em São Paulo, os executivos já estão mareados com tantas idas e vindas.

Acervo RR

Santinho

20/05/2010
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O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, parece até candidato. Tem circulado em gabinetes de Brasília alardeando feitos da sua gestão, notadamente o aumento da oferta de crédito e a contenção dos índices de inadimplência. Nem o ministro Guido Mantega escapou do comício. Por falar no Banco do Brasil, a Cobra Tecnologia tem sido motivo de aflição para Bendine. O veneno estaria na área de compras da subsidiária.

Cartão de visita

17/05/2010
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A Lojas Renner tem sido assediada por Banco do Brasil e Itaú, ambos dispostos a assumir o private label da rede varejista.

Acervo RR

Brasiliana

14/05/2010
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O presidente da AES Brasil, Britaldo Soares, comprometeu-se com a diretoria do BNDES a apresentar uma nova proposta para a compra do controle da Brasiliana até o fim de julho. Se depender do histórico da AES, todos no banco vão esperar sentados. Suas promessas costumam dar cãibras.

Santander

7/05/2010
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O Santander Brasil prepara uma nova emissão de bônus para o segundo semestre. O objetivo é captar cerca de US$ 1 bilhão. É o dobro do valor amealhado pelo banco no lançamento de eurobônus fechado no início de abril.

Acervo RR

Standard Bank

6/05/2010
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O Standard Bank está cercando por todos os lados a Socopa, controlada por Alvaro Vidigal e uma das mais tradicionais corretoras do país. A investida é comandada pelo próprio presidente do banco sul-africano no Brasil, Eduardo Centola.

Barricada

5/05/2010
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A possível nomeação de Robson Rocha, vice-presidente do BB, para o comando da Previ deflagrou uma reação em cadeia de grupos políticos da fundação ligados ao sindicato dos bancários. Nos últimos dias, cartas e e-mails têm sido disparados para a diretoria do Banco do Brasil e associados da Previ classificando Rocha como persona non grata entre os sindicalistas. O executivo teve participação decisiva para abafar recentes greves dos bancários.

Acervo RR

Banco de família

30/04/2010
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Luiz Carlos Mendonça de Barros entrou na disputa pela compra do Dresdner no Brasil. Leva a reboque os rebentos Daniel e Marcelo, que, ontem, fecharam a venda da Link Investimentos para o UBS.

Haztec

30/04/2010
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A Haztec, uma das maiores empresas de gestão ambiental do país, está prestes a fechar uma fusão com outro peso-pesado do setor. Na operação, um dos sócios deixará a companhia. O controle da Haztec está nas mãos do Grupo Synthesis, do Banco Santander e do fundo Infra-Brasil.

Acervo RR

GP é alvo de rebelião dos credores da San Antonio

27/04/2010
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A San Antonio International está prestes a se tornar uma mancha na biografia de fortuna e prosperidade da GP Investimentos. Os bancos credores se movimentam para tomar, por via judicial, o controle da empresa, algo que não combina com a história da gestora de private equity. O objetivo é assumir a participação da GP, dona de 55,3% do capital, reestruturar a companhia e buscar um novo controlador. É provável também que os bancos avancem sobre a fatia dos minoritários ? a Amber Investment e o Temasek, fundo soberano de Cingapura. O principal artífice da intentona seria o Citibank, maior credor individual da prestadora de serviços para a indústria petroleira. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a GP não quis se pronunciar. Do passivo da San Antonio, superior a US$ 700 milhões, quase US$ 600 milhões se referem a um empréstimo-ponte liderado pelo Citi. Em uma operação de compra alavancada, ainda pouco usual no Brasil, os recursos foram usados para financiar a própria venda da companhia para a GP. Além do Citi, a lista de credores da San Antonio é formada por Credit Agricole, Standard Bank, Itaú BBA e Deutsche Bank. Estes dois últimos emprestaram cerca de US$ 100 milhões a  San Antonio como adiantamento ao IPO da empresa, que ocorreria em 2008. Veio a crise mundial e a emissão de ações foi para o espaço. Desde então, os dois bancos, que coordenariam a abertura de capital, tentam, sem sucesso, reaver o dinheiro. Para os bancos credores, assumir o controle da San Antonio significa arrancar do pescoço da GP todo o colar de participações que a gestora de private equity montou no setor a partir de 2007. A lista de aquisições inclui Prest, HK, Unap e, a maior de todas, a Sotep, que custou aproximadamente US$ 110 milhões. Desde o início, a GP apostou alto no pré-sal, não por acaso enfeixando na San Antonio empresas com uma significativa carteira de encomendas junto a  Petrobras. Na teoria, tudo indicava mais um investimento blockbuster da gestora de private equity. No entanto, o timing não ajudou. O pré-sal ainda é um ponto futuro. Além disso, a San Antonio foi afetada pela crise mundial e a consequente redução dos investimentos no setor petroleiro. Desde 2008, estaria operando com uma capacidade ociosa perto de 40%.

Acervo RR

Banco do Brasil aponta seu canhão para a Cetelem

23/04/2010
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Se a concorrência já tinha motivos de sobra para se preocupar com o célere avanço do Banco do Brasil no mercado de crédito consignado, agora, então, vai se descabelar por completo. A direção do BB estuda uma proposta para a compra de uma participação ou até mesmo do controle da Cetelem, financeira do BNP Paribas. Nas últimas duas semanas, o nº 1 do banco, Aldemir Bendine, teria feito duas reuniões com seus vice-presidentes para tratar do assunto. Bendine também conversou com o próprio ministro Guido Mantega a respeito da possível investida. Recebeu sinal verde para seguir adiante. Os franceses estariam dispostos a reduzir sua participação até 30%, mas a prioridade é manter o controle. Publicamente, executivos do grupo francês têm negado a intenção de vender parte ou o controle da Cetelem. No entanto, segundo informações filtradas junto ao próprio BNP Paribas, além do Banco do Brasil outras três instituições vêm mantendo conversações com os franceses. Um dos candidatos seria o Itaú. A Cetelem é vista pela direção do Banco do Brasil como uma boa oportunidade para alavancar ainda mais as operações de crédito para pessoa física. Com a aquisição, o banco adicionaria cerca de R$ 1,3 bilhão a  sua carteira de empréstimos consignados, ? além de outros R$ 2,3 bilhões em operações de crédito direto ao consumidor. Na comparação com o próprio BB, os números são relativamente modestos. Graças aos acordos com prefeituras e governos estaduais, o banco federal já tem uma carteira de consignado acima de R$ 37 bilhões, praticamente um terço deste mercado. No entanto, o que mais atiça o BB é a possibilidade de esticar seus tentáculos até o Carrefour, um dos mais cobiçados balcões do varejo nacional. A Cetelem é dona de 40% do Banco Carrefour, responsável pelas operações de financiamento da rede de supermercados e hipermercados.

Acervo RR

Homex a caminho da Bolsa

22/04/2010
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A Homex, gigante da construção de habitações populares, estuda abrir o capital no Brasil. A data-alvo para o IPO é 2011, quando o grupo mexicano já terá uma carteira de empreendimentos capaz de atiçar o apetite dos investidores. No momento, além da montagem de um banco de terrenos, a Homex está tocando projetos em São José dos Campos, Marília e Campo Grande (MS).

Acervo RR

BB Filmes

22/04/2010
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O Banco do Brasil planeja recriar um fundo de investimentos para financiar a produção de filmes, notadamente documentários. Em 2004, o banco lançou o BB Cine, que teve a duração de um curta-metragem. Apoiou três produções cinematográficas e foi extinto em 2006.

Acervo RR

Pactual empurra Vanguarda para o IPO

19/04/2010
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Um dos principais conglomerados do agronegócio no país, o Grupo Vanguarda prepara seu IPO. Controlada pelo empresário Otaviano Pivetta, a companhia fatura aproximadamente R$ 1 bilhão por ano, tem 11 fazendas e atua no cultivo de milho, soja e algodão e na produção de alimentos industrializados e biodiesel. A abertura de capital da Vanguarda deve ser creditada na conta de André Esteves. Sócio da empresa desde 2008, quando comprou 10% das ações, o Pactual tem insistido na emissão de ações há praticamente um ano ? não por coincidência, o período em que Esteves voltou ao comando da instituição. Com a operação, o banco pretende deixar uma porta aberta para a sua futura saída do capital ? e, de quebra, acrescentar alguns milhões de dólares a  sua posição no ranking dos IPOs no Brasil. A disposição do Grupo Vanguarda de fazer seu IPO confirma a crescente influência do Pactual na empresa. A pequena participação societária do banco não reflete seu peso. A instituição ganhou mais importância após a crise econômica mundial. No ano passado, por conta da estiagem de crédito no mercado, a Vanguarda teria enfrentado problemas para a renovação de algumas de suas linhas de financiamento. A redução do crédito freou o ritmo de expansão do grupo, sobretudo na ampliação da produção agrícola ? entre 1998 e 2007, a área plantada cresceu, em média, 35% por ano. O passivo chegou a  marca de US$ 130 milhões ? 75% referentes a dívidas de curto prazo. Além do aporte de US$ 68 milhões para a compra da participação acionária, o Pactual auxiliou a Vanguarda na obtenção de recursos no mercado. No início do ano, o grupo anunciou o lançamento de US$ 200 milhões com o objetivo de saldar dívidas de curto prazo e pagar seus fornecedores.

Navegação

15/04/2010
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O banco alemão HSH Nordbank, especializado no financiamento a  navegação, vai criar uma linha para companhias da América do Sul, com foco no Brasil. A operação era a peça que faltava para o HSH abrir um escritório no país, o que deverá ser feito ainda neste ano.

Acervo RR

BB e Patagônia

14/04/2010
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As negociações entre o BB e o Banco da Patagônia vão além da compra da participação da família Stuart Milne, dona de 49,9%. Há uma costura, de governo para governo, para que o banco brasileiro assuma também os 15% em poder da Anses, o INSS argentino. Com isso, o valor da operação poderá passar de US$ 500 milhões para US$ 650 milhões.

Financeira

9/04/2010
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O Banco do Brasil e sua cara-metade BV Financeira, da Votorantim, saíram a s compras. Um dos alvos seria a Finanax, financeira especializada na venda de veículos e com atuação expressiva no interior de São Paulo.

Acervo RR

Brasil Foods prepara o abate do Independência

5/04/2010
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Ainda a s voltas com os despojos cambiais da Sadia, a Brasil Foods prepara sua primeira grande aquisição. Estão adiantadas as negociações para a compra do frigorífico Independência, em recuperação judicial desde o início de 2009. As duas empresas já teriam assinado um acordo de exclusividade. As gestões são travadas paralelamente em dois fronts: com a família Russo, acionista majoritária, e com os credores, entre eles JP Morgan, Banco Votorantim e Itaú BBA, todos personagens fundamentais para a venda do frigorífico. A operação depende de um acordo para a repactuação do passivo, com um deságio sobre o valor de face. Não será o primeiro abate no endividamento da companhia. Originalmente, a dívida do Independência era de R$ 3 bilhões. No fim do ano passado, as instituições financeiras aceitaram reduzir este valor em 50% dentro do plano de recuperação judicial da empresa. Em contrapartida, os bancos asseguraram o direito de um bônus para subscrever ações do Independência em caso de venda do controle. Entre as instituições financeiras, boa parte do esforço da Brasil Foods e do Independência está concentrada nas negociações com o JP Morgan. O banco norte-americano tem sido a carne de pescoço no processo de recuperação judicial do frigorífico. Há pouco mais de um mês, entrou com uma ação na Justiça de Nova York pedindo a execução de bens pessoais da família Russo que foram dados como garantia a empréstimos bancários. Os advogados do Independência alegam que o patrimônio dos controladores foi reinvestido na própria empresa e, portanto, estaria protegido pelo próprio plano de recuperação judicial. Caso chegue a um acordo com os credores do Independência, a Brasil Foods vai aumentar consideravelmente sua atuação no segmento de carne bovina. Trata-se de um negócio de menor peso no grupo, principalmente se comparada ao porte das grandes empresas do setor. A BRF é responsável por menos de 10% dos abates no país. Não por acaso, no fim do ano passado, a empresa solicitou ao Cade que acelerasse a análise da fusão dos ativos de Sadia e Perdigão na área de bovinos, já de olho na possível compra do Independência. Com a aquisição, a BRF herdará unidades de abate em Rolim de Moura (RO) e Janaúba (MG), as duas únicas fábricas do Independência em operação. Vai incorporar também outras nove fábricas localizadas em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás, desativadas.

Acervo RR

BB agrícola

1/04/2010
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O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, ressuscitou o projeto de compra de participações em empresas de agribusiness, que chegou a ser discutido no auge da crise econômica. Desta vez, a operação não teria como principal motivador a salvação de grupos agrícolas em dificuldades financeiras, como no nascedouro da ideia, há cerca de dois anos. O objetivo é fomentar investimentos e, em um segundo passo, estimular a consolidação entre empresas, com foco em grandes cooperativas agrícolas.

Banco 2

26/03/2010
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Daniel Goldberg vai marcar sua nomeação para o comando do Morgan Stanley no Brasil com uma farta temporada de contratações. O braço de investimentos, que o próprio Goldberg chefiou nos últimos três anos, vai praticamente duplicar.

Acervo RR

Brasil volta ao mapa de Donald Trump

26/03/2010
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Donald Trump está de volta ao Brasil. Três anos após desistir da construção do Villa Trump ? um condomínio de luxo de US$ 100 milhões, que ficaria em Itatiba (SP) ?, o magnata norte-americano entrou em um novo projeto. Trata-se de uma parceria entre a Trump Organization e a Gold & Bell Holdings, dos empresários Samuel Goldstein e Ricardo Bellino ? dois dos quatro antigos sócios do Villa Trump. As duas empresas vão criar um fundo de investimentos imobiliários com o objetivo de montar um banco de terrenos. A meta é formar uma carteira com Valor Geral de Vendas de até R$ 10 bilhões nos próximos cinco anos. A montagem do banco de terrenos é o alicerce de um projeto maior. A ideia da Trump Organization e da Gold & Bell é usar a carteira como ponto de partida para a construção de hotéis, complexos residenciais e empreendimentos comerciais. As duas empresas pretendem atrair sócios para cada um dos projetos, mantendo o controle acionário.

Acervo RR

Comgás acende a fusão com a Gas Brasiliano

11/03/2010
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Shell, British Gas (BG), Petrobras e Cosan querem ser as quatro irmãs do gás em São Paulo. O quarteto articula uma operação capaz de criar uma super-concessionária, com faturamento anual de R$ 7 bilhões e atuação em mais de 550 municípios paulistas. A engenharia tem como objetivo promover a fusão da Comgás ? da qual Shell e BG são acionistas ? e da Gas Brasiliano, colocada a  venda pela italiana Eni. A associação entre as duas concessionárias se consumaria a partir de uma operação cruzada, dividida em três atos. No primeiro deles, Petrobras e Cosan entrariam de mãos dadas na disputa pela Gas Brasiliano. Uma vez vencedora, a dupla desembarcaria no capital da própria Comgás, funcionando como elo para a posterior fusão entre as duas distribuidoras ? o terceiro e último ato da operação. Os dados ainda estão rolando no duelo pela Gas Brasiliano ? Cemig, Mitsui, Prisma Energy e um fundo do banco Santander também são candidatos a  aquisição. No entanto, entre as “quatro irmãos do gás” já existe um esboço para a execução do projeto caso Petrobras e Cosan fechem a compra da distribuidora controlada pela Eni. Tanto Shell quanto BG, maior acionista da Comgás, estão dispostas a transferir parte de suas ações para o novo controlador da Gas Brasiliano. Petrobras e Cosan passariam a ter até 30% do capital. A Shell reduziria sua participação de 8% para 3%. Já a BG recuaria de 87% para algo em torno de 62%. A fusão entre Comgás e Gas Brasiliano seria consumada por meio de uma troca de ações entre os quatro grupos. Este modelo cruzado pode ser um facilitador para a fusão entre as duas distribuidoras do ponto de vista regulatório. A negociação tem de passar pelo crivo da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp). Com a presença prévia de Petrobras e Cosan no capital tanto da Comgás quanto da Gas Brasiliano não se configuraria uma troca de controle em qualquer uma das duas empresas. Faltaria apenas combinar com o Cade. Juntas, as duas concessionárias dominariam aproximadamente 80% da distribuição de gás em São Paulo. A operação enfeixa interesses estratégicos de seus quatro protagonistas. Há tempos a Petrobras procura uma porta para entrar na distribuição de gás em São Paulo. Por mais de uma vez, tentou comprar uma participação na própria Comgás. Pelos lados da Cosan, a decisão de investir no setor está vinculada a  associação com a Shell. Dificilmente, a empresa entraria na disputa pela Gas Brasiliano se não tivesse a escolta dos anglo-holandeses. Por sua vez, a BG e a própria Shell, que já têm uma posição privilegiada no setor, se tornariam sócias de uma operação ainda maior.

Acervo RR

CMPC organiza sua papelada no Brasil

5/03/2010
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Após fazer dois grandes investimentos em sequência no Brasil ? a compra da Melhoramentos Papéis e de uma fábrica de celulose da Fibria no Rio Grande do Sul ? a chilena CMPC não vai ter tempo nem para respirar. Há planos distintos para cada uma das operações. Do lado da Melhoramentos, os esforços dos chilenos vão se concentrar na repactuação da dívida da empresa, de quase R$ 300 milhões. A CPMC já começou a convocar os bancos credores para o alongamento do passivo financeiro, na casa dos R$ 90 milhões. O restante se refere basicamente a dívidas fiscais, parcela expressiva já renegociada no âmbito do Refis. Em relação a  fábrica no Rio Grande do Sul, leia-se a Celulose Riograndense, a CMPC vai abrir o cofre. A prioridade é a ampliação da unidade industrial de 450 mil para 1,8 milhão de toneladas ao ano. A maior motivação é a recuperação dos preços internacionais da celulose ? a fábrica exporta mais de 95% da produção. O projeto, concebido ainda nos tempos da Fibria, está orçado em aproximadamente US$ 3 bilhões. Os chilenos acham caro. Pretendem contratar um novo estudo de viabilidade, com o objetivo de reduzir este valor em até 20%.

Acervo RR

Palmeirasnet

4/03/2010
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O assessor econômico informal do presidente Lula Luiz Gonzaga Belluzo negocia diretamente com o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, um financiamento para a construção do novo estádio do Palmeiras.

Kepler Weber

2/03/2010
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O Banco do Brasil Investimentos pretende vender metade da sua participação na Kepler Weber, em torno de 20% das ordinárias. Um dos candidatos ao negócio é o Santander, que já é sócio da fabricante de silos.

Acervo RR

Amanco gasta os tubos para encostar na Tigre

26/02/2010
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Que ano do tigre, que nada! No que depender do apetite e do caixa do Grupo Mexichem, 2010 será o ano da Amanco no mercado brasileiro de tubos e conexões de PVC. Os mexicanos preparam uma nova e generosa fornada de investimentos no país com o objetivo de encostar de vez na Tigre, líder histórica do setor. Os aportes no país deverão passar dos US$ 250 milhões. No QG da empresa, em São Paulo, o clima é de guerra. Uma equipe foi destacada única e exclusivamente com a missão de prospectar possibilidades de aquisição no Brasil. Na empreitada, conta com a escolta do JP Morgan, tradicional parceiro da Mexichem ? o banco norte-americano assessorou o grupo na compra da própria Amanco. No momento, há quatro empresas na mira da companhia. Duas delas seriam as paranaenses Obex e Plastilit. Esta última é a principal fabricante de tubos e conexões do estado e uma das cinco maiores do Brasil. O grande ativo da Plastilit é a sua rede de distribuição, composta por mais de 20 mil pontos de venda, a maior parte voltada a s classes B e C. A direção da Amanco no Brasil já percebeu que os novos investimentos da Mexichem virão acompanhados de uma intensa cobrança por resultados e aumento das vendas. A ordem dos mexicanos é que a empresa feche o ano com market share na casa dos 40%. Hoje, detém cerca de 33% das vendas de tubos e conexões de PVC no país, contra aproximadamente 49% da Tigre. A curva de participação das duas companhias aponta que o encontro entre ambas é praticamente inevitável a se manter o atual ritmo de investimentos de cada uma delas. Não custa lembrar que há cerca de uma década a Tigre chegou a ter mais de 70% do mercado. Além das aquisições, a Amanco vai destinar cerca de US$ 100 milhões ao greenfield. É praticamente o dobro do que a companhia investiu em 2009. Vai ainda ampliar a capacidade das fábricas de Joinville (SC) e do Sumaré (SP). Em média, a produção crescerá 20%.

Acervo RR

NTT DoCoMo retorna ao Brasil ao som da Banda H

25/02/2010
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Seis anos após deixar o capital da antiga Tele Sudeste, o embrião da Vivo, a NTT DoCoMo está de volta ao Brasil. A empresa montou um escritório em São Paulo. Nos próximos meses, vai contratar um executivo brasileiro para comandar a nova subsidiária. No mês passado, dois executivos japoneses desembarcaram no país para acompanhar o processo de licitação da telefonia celular de terceira geração (3G) na chamada Banda H. O leilão, previsto para abril, é o grande alvo da companhia no país. A NTT já saiu em busca de parceiros para a empreitada. Neste trabalho, contaria com os préstimos do ex-presidente da Anatel e hoje consultor Renato Guerreiro. A NTT não tem boas lembranças de sua primeira passagem pelo Brasil. Na Tele Sudeste, foi mera coadjuvante da Telefónica. Eclipsada pelos espanhóis, não conseguiu fazer da operação trampolim para outros investimentos no país, como previa seu projeto original. Desta vez, a NTT promete voltar bem mais preparada para a briga. Já garantiu junto a um pool de bancos japoneses cerca de R$ 2,5 bilhões para investimentos no Brasil. A NTT já mapeou quem deverá ser seu principal adversário nos leilões da Banda H. Suas armas estão voltadas na direção da Nextel, candidata declarada a  licitação das novas frequências de 3G. O duelo promete ser quente. Escaldada pela sua frustrada participação nos leilões de 3G em 2007, quando foi extremamente conservadora em suas propostas financeiras, a Nextel vai entrar na disputa pela Banda H com a faca entre os dentes. A empresa trata as novas licenças como fundamentais para expandir sua base de clientes e aumentar a oferta de serviços. O embate entre as duas empresas não deverá ficar restrito ao leilão da Banda H. A Nextel é uma espécie de musa inspiradora da NTT DoCoMo em seu retorno ao Brasil. Os japoneses pretendem concorrer na mesma faixa de mercado da operadora, com ênfase na prestação de serviço para corporações e no varejo para as classes A, B e C. A estratégia é oferecer inicialmente o serviço fora do eixo Rio-São Paulo e explorar regiões com grande potencial de expansão, como Bahia, Pernambuco, Goiás, Tocantins, Minas Gerais e Brasília. O objetivo é ganhar musculatura financeira e experiência para, aos poucos, entrar nos mercados mais disputados do país.

Acervo RR

Casa e Cor

24/02/2010
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O presidente do Citibank no Brasil, Gustavo Marín, anda se estranhando com a matriz por um motivo sui generis, para não dizer simplório. Marin quer porque quer retomar a reforma da sede do banco em São Paulo, avaliada em quase US$ 5 milhões. No ano passado, os norte-americanos suspenderam o projeto, considerado um capricho de Marín.

Acervo RR

NCR passa no caixa eletrônico e sai Á s compras no Brasil

23/02/2010
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O frenesi no mercado de auto-atendimento bancário não se resume a uma eventual diáspora societária na TecBan, que seria protagonizada por Banco do Brasil, Santander e Bradesco. A norte-americana NCR saiu a s compras, disposta a liderar um movimento de consolidação entre os fabricantes de caixas eletrônicos. Na mira da empresa estariam a Perto, controlada pelo grupo gaúcho Digicon, e a Cobra Tecnologia, pertencente ao BB. Existem motivações diferentes em cada uma destas investidas. A NCR vislumbra na eventual aquisição da Perto a possibilidade de reduzir a oceânica distância que a separa da também norte-americana Diebold, líder entre os fabricantes de terminais bancários no Brasil. A empresa passaria a ter quase 50 mil caixas eletrônicos em operação, algo em torno de 30% do mercado. Ainda ficaria bem atrás da Diebold, dona de mais de 50% de market share, mas seria o suficiente para superar a Itautec. O faturamento da NCR no país quase duplicaria, passando dos US$ 300 milhões. No caso da Cobra Tecnologia, o alvo da NCR é a prestação de serviços de TI, notadamente para o mercado bancário. A estatal, eterno motivo de dor de cabeça para o BB, está a s voltas com mais uma reestruturação. Desde o início do ano, trocou de presidente ? Luiz Carlos Azevedo substituiu Jorge Wilson ? e adotou uma nova estratégia comercial. Apesar dos sucessivos prejuízos, dos problemas de gestão e da marca desgastada, a NCR enxerga alguns atrativos na Cobra. O maior deles é a consanga¼inidade com o Banco do Brasil. Para os norte-americanos, o modelo ideal seria a compra de uma participação majoritária, com a permanência do BB no capital. É impossível dissociar o projeto da NCR do virtual redesenho do mercado de terminais bancários (ATMs). Há notícias de que o trio BB/Bradesco/Santander estuda deixar a Tecban e criar uma nova operadora de caixas eletrônicos. Uma vez sócia do BB na Cobra, a NCR entende que teria uma posição privilegiada no fornecimento de equipamentos a esta nova companhia.

Acervo RR

BB imóveis

22/02/2010
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O Banco do Brasil está ercando a Brasil Brokers por todos os lados. O objetivo é fechar um acordo para a concessão de crédito imobiliário. Seria uma jogada de mestre do BB para alavancar sua carteirahabitacional. O banco passaria a ser parceiro de uma rede com mais de 800 imobiliárias em todo o país e Valor Geral de Vendas de R$ 10 bilhões por ano.

Acervo RR

Atalho do BB

19/02/2010
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O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, tem uma carta-trunfo para acelerar o crescimento da carteira de crédito imobiliário. O BB vai criar uma linha diferenciada para o exército de funcionários públicos que recebem seus salários pelo banco.

Acervo RR

AES faz oferta pelo controle da Brasiliana

12/02/2010
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Surgiu um fato novo no tabuleiro do setor elétrico. Na semana passada, a AES apresentou ao BNDES uma proposta oficial para a compra da participação do banco na Brasiliana, controladora da Eletropaulo e da AES Tietê. A oferta gira em torno de R$ 4 bilhões. Os norte-americanos propuseram pagar metade deste valor a  vista e o restante em parcelas semestrais durante um período de cinco anos. A negociação com o banco tem sido conduzida pelo próprio presidente da AES no Brasil, Britaldo Soares. Sua missão é complexa. Britaldo tem não apenas de costurar uma operação exequível como dobrar a política do BNDES de consolidação de diversos setores da economia em grandes grupos nacionais. Olhando-se apenas pelos critérios ideológicos, o banco não quer a venda para a AES. Até certo ponto, a investida é um movimento surpreendente da AES. O declarado interesse do grupo norte-americano na participação do BNDES sempre soou como blefe aos ouvidos da própria diretoria do banco. A leitura hegemônica é que a companhia vinha fazendo jogo de cena para pressionar a agência de fomento a adquirir as ações da Brasiliana ou encontrar um comprador externo. Pode ser cisma ou birra, mas no BNDES ainda há quem duvide que a AES permanecerá na holding por muito tempo mesmo após comprar o controle integral. O discurso oficial da AES vai na mão contrária. Os norte-americanos pretendem mostrar ao mercado brasileiro que a temporada de contenção de investimentos e venda de ativos passou. A mudança de rota pode ser atribuída a  recente associação com o fundo soberano chinês, que despejou US$ 2 bilhões para a compra de 15%do grupo. A ordem é expandir os negócios no Brasil, considerado o mais importante mercado do grupo fora dos Estados Unidos. Em recente conversa com um importante executivo do setor elétrico, Britaldo Soares reafirmou que a AES pretende usar a Brasiliana para a compra de distribuidoras e geradoras no país. O plano é dobrar a capacidade de geração para cinco mil megawatts.

Acervo RR

Fim de papo

11/02/2010
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O Banco do Brasil tem uma listagem de 23 bancos que podem ser alvo de aquisição tanto na América do Sul quanto do Norte.

Acervo RR

O FHC de Lula

8/02/2010
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Brincadeira que virou mania no alto-comando do Banco do Brasil: dizer que o governo Lula precisa de um FHC para fazer a América. Explica-se: FHC é abreviação para Financial Holding Company, espécie de alvará do FED para operações em todas as áreas financeiras. Ah, bom!

Acervo RR

Saionara

3/02/2010
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O Banco do Brasil estuda fechar agências nas cidades de Nagoya e Nagano. Trata-se de um reflexo da crise econômica que afeta o Japão e tem provocado, nos últimos meses, o retorno ao Brasil de centenas de decasseguis, grande alvo comercial do BB no país asiático.

Acervo RR

Repsol YPF muda seu figurino de olho no mercado de capitais

2/02/2010
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A Repsol YPF prepara uma guinada no Brasil, que deverá ter como ponto final o mercado de capitais. Ainda neste semestre, a empresa pretende executar o último ato do processo de desmobilização de ativos iniciado há cerca de três anos. Após se desfazer da rede de postos, das empresas de distribuição de combustíveis e da sua participação em Manguinhos, negocia com a Petrobras a venda da sua fatia de 30% na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap). Do lado espanhol, as conversações são conduzidas pelo Banco Santander. A operação poderá chegar a US$ 100 milhões. Em 2002, quando Petrobras e Repsol YPF acertaram uma grande troca de ativos no total de US$ 1 bilhão, a participação de 30% na Refap foi avaliada em aproximadamente US$ 60 milhões. A valorização é consequência dos seguidos resultados positivos da refinaria. O lucro estimado para 2009 gira em torno de R$ 1 bilhão. Uma vez concluída a negociação com a Petrobras, a Repsol YPF assumirá um novo figurino no Brasil. O grupo vai se concentrar na área de exploração e produção de petróleo. Com o novo modelito, o grupo espera dissipar de uma vez por todas as recorrentes informações que circulam no setor dando conta da sua saída em definitivo do país. Os rumores ficaram ainda mais intensos após a venda da rede de postos para AleSat, em dezembro de 2008. O revigorado interesse da Repsol no Brasil passa pela hipótese de um IPO na Bovespa. Mais uma vez, os caminhos levam ao Santander. Os espanhóis contrataram o banco com o objetivo de avaliar possibilidades de capitalização no mercado brasileiro. Dentro do grupo, a proposta de emissão de ações em Bolsa ganha cada vez mais força. Estudos preliminares apontam grandes chances para um potencial de captação de, no mínimo, R$ 1 bilhão. A Repsol seguiria as pegadas de outras empresas espanholas que fizeram seu IPO no Brasil, como a OHL e o próprio Santander. O grupo chegaria a  Bolsa de Valores com uma operação vitaminada na área de E&P. Os espanhóis têm participação em 22 blocos no país, metade dos quais na posição de operadores. O destaque é o BM-S-9, na Bacia de Campos, uma das mais promissoras reservas na camada do pré-sal. Quatro poços já foram perfurados na região, todos com comprovada existência de petróleo e gás. A Repsol detém 25% do consórcio, em parceria com a Petrobras e o BG Group.

Acervo RR

General Motors faz uma lanternagem no Brasil

1/02/2010
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O presidente da General Motors no Brasil, Jaime Ardila, está diante de um dos maiores desafios de sua carreira: reposicionar a montadora no país e voltar a  briga pela liderança do mercado, duelo que na última década ficou circunscrito a  Fiat e Volkswagen. O caminho é longo e passa pela expansão da fábrica de Gavataí (RS), mudanças na linha de montagem em São Caetano do Sul e, sobretudo, a revisão do portfólio. Dentro da própria GM, há o consenso de que a carteira de produtos da companhia no país precisa rejuvenescer. A sede de mudança não deve poupar nem mesmo um dos campeões de venda da montadora no mercado brasileiro: o Corsa, mais precisamente a versão sedan. A montadora estaria aguardando apenas liquidação dos estoques na rede concessionária para descontinuar a produção. No ano passado, foram vendidas apenas 3,2 mil unidades do modelo flexfuel. Em 2008, mesmo com o impacto da crise, sobretudo no último trimestre, a GM comercializou quase 30 mil veículos. A eventual extinção do sedan seria um preparativo para uma gradativa retirada de mercado do próprio Corsa. Caso isto ocorra, já existe um forte candidato a ocupar seu lugar. Trata-se do Agile, uma das maiores apostas comerciais da GM na América Latina. O veículo já é vendido no país desde o ano passado, mas a produção ainda está concentrada na fábrica de Rosário, na Argentina. A ideia da empresa é montar o modelo na unidade de São Caetano do Sul. Colateralmente, seria também uma maneira de revitalizar a fábrica paulista, marcada por problemas que vão do elevado custo de produção a  turbulenta relação com as lideranças sindicais do ABC. A fábrica de Gravataí é outra peça fundamental na reorganização da GM no Brasil. Neste caso, todos os olhares da empresa estão voltados na direção do BNDES. É grande a expectativa quanto a  liberação do empréstimo do banco para a expansão da fábrica gaúcha. O investimento total beira US$ 1 bilhão. O grande projeto reservado para a unidade é a produção de um modelo popular, com valor de venda inferior até mesmo ao do Celta, o mais barato dos veículos da companhia no país. Não obstante o rareamento dos recursos da matriz, a GM do Brasil sobreviveu bem a  grave crise financeira do grupo nos Estados Unidos, que culminou com a sua estatização. Foi a mais lucrativa das subsidiárias da montadora em todo o mundo, superando, inclusive, a festejada operação chinesa. Ainda assim, o desempenho da empresa no Brasil foi inferior ao de seus principais concorrentes. Em número de veículos, as vendas da GM em 2009 subiram 9%. O crescimento da Fiat foi de 12%. A Volkswagen, por sua vez, teve um aumento das vendas em torno de 18%, índice superior ao da média do mercado: 14%.

Acervo RR

GP constrói novos andares no setor hoteleiro

26/01/2010
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A Brazil Hospitality Group (BHG), braço do GP na área hoteleira, prepara um plano de expansão a  altura da fama do private equity. Entre incorporações e investimentos no greenfield, pretende desembolsar cerca de R$ 1,5 bilhão nos próximos quatro anos. Os números revelam o apetite da companhia. Resultado da fusão entre a LA Hotels e a Invest Tur, a BHG estuda neste momento uma lista com cerca de 20 possíveis aquisições. Paralelamente, pretende construir cerca de 50 hotéis até o início de 2014, a tempo de aproveitar o boom de demanda que será gerado pela Copa do Mundo. Como se não bastasse a musculatura financeira da GP, a BHG estuda uma nova oferta de ações em Bolsa. Além da eventual ida ao mercado de capitais, o grupo tem buscado outras fontes de financiamento. Recentemente, fez uma expressiva venda de ativos. Negociou o equivalente a dois terços do antigo banco de terrenos da Invest Tur, o que rendeu mais de US$ 100 milhões. Como de hábito, a GP não faz por menos. A meta é criar o maior grupo hoteleiro da América do Sul. Além do Brasil, os planos incluem a compra e construção de imóveis em capitais do continente, a começar por Santiago e Buenos Aires ? o desembarque nestas duas cidades está previsto para 2011. A BHG pretende quintuplicar seu número de habitações nos próximos quatro anos, chegando a mais de 25 mil unidades. No mercado brasileiro, a intenção é superar a Accor, que hoje administra 150 hotéis no país. Aliás, a rede francesa é mais do que um parâmetro. Trata-se do grande objeto de cobiça da BHG. No ano passado, a empresa fez uma oferta para comprar 20 hotéis da Accor no Brasil, incluindo as bandeiras Novotel e Mercure ? ver RR – Negócios & Finanças nº 3.634. A proposta foi rechaçada pelos franceses, mas a primeira recusa não afugentou o braço hoteleiro da GP. A BHG segue no encalço da Accor, apostando na fragilidade do grupo na Europa. A rede hoteleira tem acumulado perdas financeiras na França e em países vizinhos, o que a levou, inclusive, a se desfazer de ativos fora do Velho Continente.

Credit Suisse

25/01/2010
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Os bônus do mercado financeiro estão retornando aos níveis pré-crise. Que o digam os executivos do Credit Suisse no Brasil. A remuneração relativa a 2009 ficou praticamente no mesmo patamar de 2007, ano em que o banco bateu recorde de IPOs no país.

NA

21/01/2010
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No Ministério da Agricultura, há uma crescente preocupação com a saúde financeira dos confinadores de gado do Centro-Oeste, especialmente Mato Grosso e Goiás. O temor é que as dificuldades dos frigoríficos da região, alguns deles em recuperação judicial, provoque um efeito dominó. Alguns abatedouros não pagam aos confinadores há mais de seis meses. No governo, há quem defenda a criação de uma linha especial de crédito para o setor no âmbito do Banco do Brasil.

Credit Suisse

14/01/2010
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José Olympio Pereira, nº 1 do braço de investimentos do Credit Suisse (CS) no Brasil, considera questão de honra retomar a liderança do mercado de emissão de ações ? em 2009, o banco foi ultrapassado pelo Santander. Além de reforçar a área com novas contratações, o CS vai adotar uma política comercial mais agressiva, notadamente no que diz respeito a s taxas de comissão.

Acervo RR

Santander aponta os canhões para o Safra

13/01/2010
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O atual objeto de cobiça do Santander no Brasil é o Banco Safra. Um executivo do banco espanhol foi destacado da matriz para comandar as gestões. Em dezembro, ele teria mantido contatos com o próprio Joseph Safra. O Santander trabalha com três hipóteses para a operação, todas elas com as dificuldades inerentes a qualquer negociação com Joseph: aquisição integral do controle, associação, que abriria espaço para a permanência do banqueiro no capital, ou acordo de operações conjuntas. Qualquer que seja o modelo adotado, trata-se de uma negociação extremamente intrincada. Aqueles que dividiram o teto com Joseph Safra não costumam sentir saudades da experiência. Que o digam, para dar exemplos mais recentes, Erling Lorentzen, ex-controlador da Aracruz, os Ermírio de Moraes e o próprio irmão de Joseph, Moise Safra. “Seu José”, conforme Joseph é chamado pelos funcionários, exercita um estilo tirânico de ser. É tido como uma personalidade intragável, concentradora e impiedosa. Por sua vez, a aquisição pura e simples do controle do Safra também esbarra em um problema. A compra do banco só vale realmente a pena se o investidor puder “comprar” junto o próprio Joseph Safra. Ou seja: se conseguir arrancar dele um acordo muitíssimo bem costurado, uma espécie de algema de ouro, que o impeça de remontar suas operações bancárias no país. Na história do clã, é lendária a fidelidade da clientela dos Safra. Quem comprar o banco, portanto, pode estar levando uma carcaça sem chassi. Não custa lembrar que o banqueiro mantém uma instituição congelada in vitro, o J. Safra, que poderia ser usado para abrigar uma eventual diáspora de clientes do Safra. Uma das alternativas mais prováveis é que um acordo de aquisição levasse em conta cláusulas de condicionalidade que permitissem aos Safra somente manterem operações bancárias no exterior. Procurados pelo RR – Negócios & Finanças, Santander e Safra não se pronunciaram até o fechamento desta edição. O Safra é uma das últimas grandes noivas do sistema bancário nacional, talvez só encontrando paralelo no Citibank, que hoje virou uma espécie de dilúvio financeiro controlado pelo governo norte-americano. Sólida e com uma tradição de ser um banco puro-sangue, a instituição de Joseph Safra sempre foi invejada por seus congêneres pelo reduzido índice de inadimplência. Recentemente, na esteira da crise mundial, o Safra fez uma depuração ainda mais rigorosa em sua carteira de crédito, forte nos empréstimos corporativos. Entre junho de 2008 e junho de 2009, o volume de operações recuou 20%. Em contrapartida, no mesmo período o total de ativos consolidados subiu 5,6%. Nos últimos três anos, o banco tem mantido uma rentabilidade média sobre o patrimônio em torno de 21% ? o resultado anualizado do primeiro semestre indica um número semelhante no fechamento do exercício de 2009. Com a compra do Safra, o Santander herdaria cerca de 100 agências e aumentaria seu poder de fogo junto a  clientela classe A, segmento não atingido a contento pelo Banespa. Em volume de ativos consolidados, o Santander Brasil passaria de R$ 327 bilhões para algo em torno de R$ 392 bilhões, segundo dados do Banco Central referentes a setembro de 2009. O banco ultrapassaria a Caixa Econômica Federal, que tem cerca de R$ 341 bilhões em ativos.

Contrapartida

13/01/2010
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Prestes a receber uma bolada do BNDES superior a R$ 1 bilhão, a Mercedes-Benz fez um afago no banco. Sinalizou a  direção da agência de fomento que, ao longo deste ano, abrirá mais de mil postos de trabalho no Brasil.

Acervo RR

Luiz Cesar Fernandes fica mais longe do Dresdner

12/01/2010
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O caminho para o retorno de Luiz Cesar Fernandes ao mercado bancário ficou um pouco mais longo. Fernandes não depositou no dia 4 de dezembro o valor necessário para a compra do Dresdner no Brasil, conforme estava acordado com o Commerzbank, controlador da instituição. Anteriormente, ele já havia perdido seu principal sócio na operação, Eugênio Pacelli de Holanda. O ex-dono do Pactual continua no páreo, mas agora sem os privilégios de antes. O acordo de exclusividade firmado com Fernandes teria sido desfeito e o Commerzbank já saiu em busca de novos candidatos para a compra do Dresdner. Procurado pelo RR ? Negócios & Finanças, Luiz Cesar Fernandes não se pronunciou até o fechamento desta edição. O Commerzbank tem pressa em selar a venda do Dresdner. A demora só ajuda a depreciar o valor do ativo. A instituição tem sofrido um contínuo processo de esvaziamento no Brasil, que se acelerou depois que o grupo alemão abriu o processo de venda do banco. Entre outubro de 2008 e outubro de 2009, o volume de depósitos caiu de R$ 956 milhões para R$ 339 milhões, segundo dados do BC. A carteira de crédito recuou de R$ 354 milhões para R$ 99 milhões.

Acervo RR

Suez abre as portas de Jirau para novo sócio

6/01/2010
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Prestes a comprar a participação da Camargo Corrêa na hidrelétrica de Jirau, a GDF Suez decidiu que não ficará com as ações por muito tempo. O objetivo do grupo é repassar a fatia de 10% do consórcio a fundos de investimentos, mantendo em carteira apenas o suficiente para assegurar o controle da usina. Já existem conversações com o Brasil Energia, fundo que reúne Petros, Funcesp, Real Grandeza, Banco do Brasil, BNDES, Pactual, entre outros. Outro candidato ao negócio é a Funcef, que já manifestou a  Camargo Corrêa e a  GDF Suez o interesse na parte da empreiteira. Em tempo: em relação aos demais sócios de Jirau, tudo seguirá como está: Chesf e Eletrosul permanecerão com 20% cada uma. A entrada do Brasil Energia no capital de Jirau ainda dependerá de um novo aporte dos acionistas. Recentemente, o fundo investiu cerca de R$ 300 milhões na empresa de energia renovável Ersa. Com isso, chegou praticamente ao limite de aplicações aprovada pelos cotistas, em torno de R$ 1,3 bilhão. A GDF Suez vislumbra na entrada de um investidor institucional a oportunidade de deslanchar a construção da usina. A Camargo Corrêa entrou no consórcio apenas para garantir o contrato de construção, oferecendo em troca a participação no risco do negócio. Porém, quando foi necessário fazer aportes de capital para compor o equity necessário a  viabilidade do projeto, a construtora preferiu pular fora.

Banco Central cogita um PIX para transações internacionais

26/11/1920
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Nos corredores do Banco Central há quem defenda um PIX em camadas. O próximo passo seria a adoção do sistema de pagamentos eletrônicos na área de transações internacionais. A medida teria impacto positivo para o comércio exterior. Hoje, toda a movimentação financeira em torno das exportações é uma barafunda. Da emissão do “conhecimento de embarque”, documento feito pelo comandante do navio, até a cobrança e o pagamento internacional, a média é de quatro dias para companhias de navegação estrangeira. No caso de uma empresa brasileira, esse prazo pode chegar a 10 dias. Isso para não falar da burocracia e dos custos que ela traz a reboque. Um exemplo: um armador relatou ao RR a via crucis que teve de atravessar no mês passado, ao embarcar três contêineres para o Porto de Hamburgo. O Bill of Landing (BL) – o “conhecimento de embarque” emitido pelo transportador – só foi expedido um dia antes da chegada do navio à Alemanha. Resultado: o armador teve de arcar com um gasto extra de 700 euros para bancar a estadia da carga no terminal até que toda a documentação fosse liberada e o pagamento, concluído. Com o “PIX das transações internacionais”, toda a operação financeira poderia ser feita em questões de minutos, sem a necessidade de qualquer documento físico. O sistema poderia ainda reduzir os custos bancários que incidem sobre o comércio exterior. Essa despesa é debitada diretamente no valor da fatura do exportador. Chega a custar até 1% do valor da carga.

Por falar em comércio exterior: grandes exportadores brasileiros têm cobrado do ministro Paulo Guedes que o Ministério da Economia entre em campo para solucionar a lentidão do governo argentino na expedição de guias de importação para produtos brasileiros. Em alguns casos, um procedimento que levava menos de uma semana tem demorado cerca de um mês. O governo Alberto Fernández estaria conduzindo uma espécie de operação tartaruga na autorização das importações para frear a escassez de dólares no país.

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