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Política
Kwai entra na mira da AGU por vídeo falso com Lula, Alckmin e Haddad
16/04/2025Há um novo ponto de fricção no relacionamento entre o governo Lula e…

Destaque
Fraude da Americanas: Ministério Publico estende investigações a Itaú e Santander
10/04/2025O escândalo contábil da Americanas está empurrando o Itaú e o Santander para o mesmo lócus onde foi incubada a Lava Jato: o Ministério Público Federal. De acordo com informações filtradas pelo RR, o MPF vai abrir um procedimento para apurar as denúncias contra os dois bancos feitas pelo ex-diretor financeiro da rede varejista Fabio Abrate em sua delação premiada. O órgão deverá pedir à Justiça que determine uma auditoria para averiguar uma eventual participação do Itaú e do Santander na fraude contábil da Americanas.
Em seu depoimento ao Ministério Público, Abrate acusou as duas instituições financeiras de terem escondido dados referentes às operações de risco sacado, informações estas que deveriam constar das chamadas cartas circulatórias enviadas à auditoria da empresa. Segundo o executivo, a cumplicidade do Itaú e do Santander se deu após a Americanas ameaçar romper contratos com os bancos. Em seu depoimento, Abrate chega a dizer que a fraude poderia ter sido estancada em 2016 caso os dois bancos tivessem se negado a camuflar a trapaça contábil.
Consultado pelo RR acerca da instauração de um processo investigatório contra o Itaú e o Santander, o MPF não quis fazer comentários, alegando que “o processo encontra-se sob sigilo”. Também procurado, o Santander não se pronunciou. O Itaú, por sua vez, “nega qualquer participação, direta ou indireta, na fraude contábil que a Americanas sofreu.
O banco sempre prestou às auditorias e aos reguladores informações corretas e completas sobre as operações contratadas pela empresa, conforme legislação vigente e melhores práticas de mercado. Conforme já esclarecido, os informes enviados às auditorias sempre alertavam para a existência das operações de risco sacado e da exposição de crédito da companhia aos fornecedores”. Ainda segundo o banco, “os diretores da Americanas envolvidos na operação interagiram com representantes do Itaú no sentido de retirar os alertas, como admitiu o ex-diretor Fabio Abrate em seu depoimento.
O banco nunca concordou com esse pedido e, diferentemente do que informou Abrate, manteve o texto que sinalizava a exposição da companhia ao risco sacado. O Itaú, inclusive, interrompeu, por mais de 6 meses, as operações de risco sacado. O Itaú reforça que a elaboração das demonstrações financeiras é de responsabilidade única e exclusiva da administração da empresa e repudia qualquer tentativa de responsabilização de terceiros por falhas ou fraudes nessas demonstrações.”
Investigações como esta sabe-se como começam, mas nunca onde podem terminar. Um dos maiores fatores de apreensão para o Itaú e o Santander, neste momento, é que as acusações feitas por Fabio Abrate venham a ser corroboradas por outros ex-executivos da Americanas. Até o momento, dos 13 antigos dirigentes da rede varejista denunciados pelo Ministério Público Federal, três já fecharam acordos de delação premiada – além de Fabio Abrate, estão nesse rol Marcelo Nunes, ex-diretor executivo financeiro, e Flávia Carneiro, ex-diretora executiva de controladoria. Esse número pode crescer.
Segundo uma fonte do MPF, outros dois ex-executivos da empresa abriram tratativas para também firmar um acordo de delação. Colaboração premiada está longe de ser um instrumento imune a narrativas farsescas. A história recente no Brasil mostra que sempre há o risco de o delator criminalizar terceiros com acusações infundadas para livrar a própria pele – um exemplo momentoso é a delação do tenente-coronel Mauro Cid, que mudou cinco vezes.
Caberá ao Ministério Público e à Justiça dizer se este é ou não o caso de Fabio Abrate. No entanto, a simples acusação feita pelo executivo já é suficiente para ter um impacto brutal sobre a reputação do Itaú e do Santander e colocar em xeque a estrutura de compliance de ambos.
No caso específico do Itaú, o timing da acusação é ainda mais doloroso.
A denúncia do ex-executivo da Americanas arde como arnica nas feridas já abertas no banco quando o assunto é compliance. Nos últimos meses dois casos atingiram em cheio a reputação e o orgulho dos Setúbal. O Itaú demitiu o executivo Alexsandro Broedel Lopes, que ocupava o cargo de diretor financeiro, sob acusação de violar “gravemente o Código de Ética da instituição”.
A instituição financeira encontrou “fortes indícios” de que Broedel era sócio de uma consultoria que prestava serviços ao banco. Segundo a própria instituição financeira, entre junho de 2019 e junho de 2024, Broedel contratou 40 pareceres da Care com um total de 21 pagamentos, no valor somado de R$ 13,255 milhões. Quase que no mesmo período, veio à tona a notícia de que o Itaú demitiu Eduardo Tracanella, até então chief marketing officer, por gastos pessoais e “inapropriados” em seu cartão corporativo.
São episódios graves, que, no mínimo, escancaram porosidades no compliance do banco da família Setubal. Mas nada que se compare a uma denúncia de cumplicidade com o maior escândalo contábil do Brasil, que agora paira sobre Itaú e Santander.

Negócios
Grupo Faria avança para ser a grande multinacional do ovo
7/04/2025O apetite do Grupo Faria parece não ter limite. Maior fornecedora de ovos do Brasil, a empresa comandada por Ricardo Faria vem prospectando ativos no México. Portugal e Itália também estão no radar. São os próximos movimentos do Grupo Faria em seu firme propósito de se tornar uma multinacional da gema. Na semana passada, a companhia fechou a aquisição da Hillandale Farms, nos Estados Unidos, por US$ 1,1 bilhão. No fim de 2024, já havia comprado a espanhola Hevo, um investimento de 120 milhões de euros. Seu poder de fogo vai crescer ainda mais a partir da recente associação com o BTG. O banco está injetando cerca de US$ 300 milhões no grupo em troca de uma participação de 11%.

Negócios
Os estratagemas de André Esteves para brecar a operação entre o Banco Master e o BRB
4/04/2025O encontro suspeitamente realizado entre André Esteves e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, na última segunda-feira, foi uma tentativa de xeque-mate do banqueiro para impedir a associação entre o Master e o BRB. Esteves trabalha mais pela destruição do que pela construção do negócio. A mídia está repleta de análises fundamentalistas sobre as vantagens e desvantagens da operação. O que não é falado são as artimanhas de bastidor do banqueiro contra o acordo e suas partes. O RR apurou que grandes clientes do BTG com papéis do Master em sua carteira têm sido bombardeados com a recomendação de venda da sua posição. O RR teve acesso a um dos informes enviados por gestores de recursos do banco a investidores, com os seguintes dizeres: “Percebemos que sua posição em CDBs do Master está um acima do FGC.
Encaminho uma opção de investimento para a sua avaliação. Podemos realocar uma parte”. No fim da mensagem, o principal: “Para você não ficar a descoberto caso ocorra algo com o banco (Master) e garantir a cobertura para os valores totais do FGC”. No mesmo dia, o banco enviou outra mensagem a seus clientes: “Você sabe qual é o limite da cobertura do FGC? O Fundo Garantidor de Créditos cobre até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, considerando o valor principal mais os juros, e por conglomerado financeiro, independentemente do custodiante, com um teto de R$ 1 milhão em um período de quatro anos. No BTG Pactual, você pode conferir diretamente no app se os seus investimentos estão dentro dessa cobertura. Acesse o Monitor de Cobertura FGC e invista com mais segurança”. Poucos minutos depois, investidores do BTG receberam outra notificação: “Limite do FGC: A cobertura é de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ e por conglomerado financeiro. Acesse o Monitor Cobertura FGC”. Nos dois últimos casos, não há menção explícita ao Master. E nem seria preciso.
Além do Banco Central, André Esteves tem se movimentado junto a outras esferas do poder, valendo-se do seu notório trânsito e influência entre as mais distintas instâncias – governamental, empresarial, midiático ou mesmo no Judiciário. Neste momento, a depreciação dos ativos do Banco Master facilita os interesses de Esteves, especialmente no que diz respeito à carteira de precatórios da instituição. O Master tem cerca de R$ 7 bilhões em títulos dessa modalidade. A maioria é constituída em dívidas do estado de São Paulo, que hoje tem melhores condições de pagamento do que a própria União. Sabe-se também que uma parcela expressiva dos precatórios em poder do Master já conta com depósito em juízo ou tem previsão de recebimento no curto ou médio prazo. Trata-se de um maná para o BTG, que tem se notabilizado nos últimos anos como um voraz comprador de precatórios. Deteriorar a percepção em relação ao Master e consequentemente as condições de negociação do banco seria uma peça-chave na estratégia de Esteves. É uma espécie de operação-asfixia. Para o BTG, quanto pior melhor. Isso abriria caminho para o banco negociar a compra da carteira de precatórios do Master em termos mais vantajosos, com um deságio maior. Há informações também sobre um possível interesse do BTG na operação de consignado do Master, de aproximadamente R$ 920 milhões. Pode até ser. No entanto, parece muito mais um movimento diversionista, para desfocar o interesse maior de André Esteves.
Desde o anúncio da associação, na última sexta-feira, a operação entre o Master e o BRB tem sido alvo de uma torrente de aleivosias. Uma das narrativas mais batidas é que o negócio não passa de uma ação do governo para acudir o Banco Master. Por sinal, a julgar pelo que se diz aqui e ali, o acordo tem padrinhos na direita, na esquerda e no centro. Ora, a operação é atribuída a Ciro Nogueira, do PP; ora, a Antônio Rueda, do União Brasil; quando não ao petista Guido Mantega, passando, é claro, pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, do MDB. É como se o negócio entre o Master e o BRB tivesse ensejado a criação da maior frente ampla já vista no país. Esse tiroteio nas mais variadas direções pode ser mais uma manobra de Esteves. Ou não.
Escalando para ilações mais graves, André Esteves também estaria aludindo a operação ao convite de um risco de crise sistêmica no setor bancário, caso o acordo se concretize nos termos divulgados. Aliás, Esteves, com seu trabalho de transformar a operação em um escândalo, não ajuda em nada a afastar a versão do risco sistêmico. Não há, diga-se de passagem, qualquer dado contábil que aponte nessa direção. Pelo contrário: o Master reportou um lucro de R$ 1 bilhão em 2024. A construção dessa “realidade” sem comprovação chegou ao ponto de se espalhar que toda a operação foi feita ao largo do Banco Central.
Os próprios sócios do BTG dizem que é impossível ter visibilidade do que André Esteves pensa e quais são as operações no seu radar. No passado, ele foi o principal conspirador do levante que expulsou o fundador e controlador do Banco Pactual, Luiz César Fernandes. Esteves consegue fazer do brand do banco – na verdade, do seu próprio brand – um outdoor para convites junto a qualquer autoridade do país. No mercado não basta saber o que ele pretende, mas porque pretende. É absolutamente razoável que Esteves esteja olhando para onde ninguém está mirando. E usando o que melhor sabe fazer quando identifica um bom negócio ou um negócio que o atrapalha: usar o seu incontrolável poder de destruição.

Destaque
Recompra de ações da Serena Energia é uma operação cheia de fios desencapados
4/04/2025Ainda há muitos fios soltos na operação arquitetada pela General Atlantic para assumir o controle da Serena Energia. O plano da gestora norte-americana – maior acionista individual, com 26,8% – de recomprar o restante dos papéis e fechar o capital da empresa depende de dois fatores que se entrelaçam: tempo e preço. O timing da Oferta Pública de Aquisição (OPA) é maior dilema para a General Atlantic.
De acordo com o estatuto da Serena, entre as hipóteses previstas em caso de OPA, o valor apresentado deve corresponder a 125% da cotação mais alta em bolsa nos últimos 12 meses. Até o momento, o pico do papel no período foi R$ 9,73, atingido em maio do ano passado. Acrescido do prêmio previsto no estatuto, o preço mínimo da proposta teria de ser, portanto, de R$ 12,21 por ação.
Ocorre que as circunstâncias transformam o fechamento de capital da Serena Energia quase em uma operação de bet esportiva, com seus riscos e ganhos potenciais. O impasse da General Atlantic é justamente qual a melhor aposta a se fazer: lançar a OPA agora ou deixar o tempo correr?
Hoje, tomando-se como base a proposta de R$ 12,21 por ação citada acima, os norte-americanos teriam de desembolsar cerca de R$ 3 bilhões apenas pelos 40% da Serena em circulação no mercado – a conta não leva em consideração os papéis em poder de outros acionistas de referência.
No entanto, se a General Atlantic aguardar até maio, esse valor pode ser reduzido em aproximadamente R$ 100 milhões. Isso porque, se o papel se mantiver estável, a cotação máxima dos últimos 12 meses não seria mais o R$ 9,73 de maio de 2024, mas R$ 9,37 em junho do mesmo ano. Ou seja: 3,7% a menos.
Em um jogo como esse, faz diferença. Na mão contrária, porém, paira sobre a decisão dos norte-americanos a ameaça de um aumento do valor da ação a ponto de estabelecer um novo valor recorde para os últimos 12 meses e consequentemente elevar a cifra necessária para o fechamento de capital da Serena. Por ora, a cotação do papel em bolsa ainda está abaixo do teto dos últimos 12 meses: ontem, fechou a R$ 8,57.
Mas o viés é de alta. Desde o início do ano, a ação acumula uma valorização de 62%. Consultada pelo RR, a General Atlantic não quis comentar o assunto.
No mercado, fala-se na possibilidade de a General Atlantic não capitanear sozinha a recompra de ações da Serena. Nesse caso, a operação seria vinculada à entrada de um novo acionista na empresa.
Há informações de que, entre outros potenciais investidores, os norte-americanos mantém tratativas com o GIC, o fundo soberano de Cingapura. Ao mesmo tempo, a General Atlantic tem de tourear os demais acionistas de referência da Serena Energia, a começar pela Tarpon, dona da segunda maior participação na empresa (20,4%). De acordo com informações filtradas pelo RR, a gestora de recursos brasileira tem buscado o apoio de minoritários com o objetivo de pressionar a General Atlantic a pagar um prêmio de recompra superior ao mínimo estabelecido no estatuto.
Procurada, a Tarpon não se manifestou. Nesse enredo há ainda outro personagem relevante: Antonio Bastos Filho, fundador e CEO da Serena. Como informou o Pipeline, do Valor Econômico, em 28 de fevereiro, Bastos tomou recursos de quatro bancos para acompanhar o follow on da companhia no ano passado e não ter sua participação diluída.
Para todos os efeitos, foi uma demonstração de confiança do criador na sua criatura. No entanto, há quem diga que, ao acompanhar a chamada de capital, Bastos procurou se cacifar já vislumbrando a possibilidade de uma recompra de ações da Serena. À época do follow on, a General Atlantic estava fechando a aquisição da gestora inglesa Actis, o que resultou no seu desembarque no capital da empresa de energia.
Naquele momento, já se falava na hipótese de fechamento de capital. Bastos é um fio duplamente sensível pela superposição como sócio e principal executivo da Serena. O empresário é o responsável-mor pelas diretrizes estratégicas da companhia, incluindo sua entrada nos Estados Unidos, com a instalação do complexo de geração eólica Goodnight 1, no Texas, um investimento de US$ 300 milhões.

Destaque
Além do prometido aporte, o que Eike pode ganhar ao se unir a Mario Garnero?
28/03/2025O enlace entre Eike Batista e Mario Garnero não se limita aos US$ 500 milhões que este último promete investir alocar na produção da “supercana”. Além de recursos financeiros, há também o “combo Garnero”. Por meio da Brasilinvest, seu grupo de investimentos, o empresário vai aportar no negócio sua notória rede de colaboradores e conexões internacionais. No entorno de Eike, por exemplo, fala-se, e muito, no nome de Marcos Troyjo. Híbrido de diplomata, cientista social e economista, Troyjo foi secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, na gestão de Paulo Guedes, e antecedeu Dilma Rousseff na presidência do Banco dos Brics.
Bem antes de chegar a cargos públicos, foi vice-presidente de Estratégia Corporativa da Brasilinvest entre 2001 e 2003, período em que se notabilizou como braço direito e esquerdo de Garnero. Com notório trânsito no exterior e conhecedor do tabuleiro geopolítico global, Troyjo teria um papel relevante em um projeto que precisará de um volume ainda maior de recursos para atingir o patamar alardeado por Eike Batista. Segundo Eike, a “supercana” será capaz de produzir três vezes mais etanol e 12 vezes mais biomassa do que a tradicional.
Ao se unir a Mario Garnero, Eike Batista terá “por perto” nomes estrelados que compõem a constelação da Brasilinvest.
São personagens que Garnero costuma carregar para cima e para baixo há décadas, seja aninhando-os em conselhos de companhias das quais participa, seja exibindo-os em eventos empresariais ao redor do mundo, como se fossem uma insígnia do seu prestígio. Entram nesse rol, entre outros, o ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, seu vice, Dick Cheney, Ricardo Salinas, dono de um dos maiores conglomerados empresariais do México, incluindo o Banco Azteca, o ex-ministro das Finanças do Kuwait, Yousef Hamad Al-Ebraheem, e o CEO do fundo soberano Abu Dhabi Investment Group (ADIG), sheik Zayed Bin Rashid Bin Aweidha Al Quabaisi. O sheik Zayed, por exemplo, já é uma peça-chave no projeto da “supercana” de Eike.
O ADIG lidera o aporte de US$ 500 milhões anunciado por “Mr. Batista”. Foi Garnero quem ciceroneou o sheik Zayed em uma agenda de encontros com autoridades brasileiras no fim do ano passado, incluindo o próprio presidente Lula, o ministro Rui Costa e o governador do Rio, Claudio Castro.

Energia
Banco asiático energiza investimentos chineses no setor elétrico brasileiro
27/03/2025Informação que circula no Ministério de Minas e Energia: o Asian Infraestructure Investment Bank (AIIB) mantém entendimentos com grandes empresas chinesas do setor elétrico para financiar projetos em energia renovável no Brasil. Os valores sobre a mesa giram em torno dos US$ 5 bilhões. Uma das tratativas mais avançadas seria com a SPIC (State Power Investment Corporation). A estatal chinesa já investiu mais de R$ 14 bilhões ao longo dos últimos sete anos no país. E, em conversas com autoridades brasileiras, executivos da companhia mencionam novos aportes de até R$ 10 bilhões nos próximos anos. Entre outros negócios, a SPIC controla os parques eólicos Millennium e Vale dos Ventos (Paraíba) e os projetos termelétricos GNA I e GNA II.

Destaque
Cortes no orçamento colocam em risco pesquisas da Embrapa
26/03/2025O ambiente interno na Embrapa fervilha. Diretoria e servidores cobram do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, uma solução para o raquitismo financeiro da estatal, que está colocando em risco não apenas o cumprimento de despesas de custeio, mas, sobretudo, a execução de um dos maiores bancos de projetos em agrociência do mundo. A situação é delicada. No fim do ano passado, algumas unidades da empresa ficaram sem caixa para pagar até contas de luz e de água.
A estatal tem buscado junto ao ministro da Agricultura um orçamento maior e a liberação de recursos contingenciados no ano passado. Para se ter uma ideia do tamanho do buraco, entre janeiro e setembro de 2024 – último balanço publicado -, a Embrapa acumulou um resultado líquido negativo de R$ 374 milhões. Em contato com o RR, a Embrapa confirmou que, no seu planejamento para 2024, “havia uma necessidade de R$ 376 milhões para custeio da pesquisa, manutenção de rebanhos, despesas fixas e de gestão de suas estruturas – incluindo Unidades Descentralizadas, áreas administrativas e campos experimentais”.
No entanto, segundo a estatal, “o orçamento discricionário aprovado no Projeto de Lei Orçamentária de 2024 (PLOA) foi de R$ 176,5 milhões, cerca de R$ 200 milhões a menos do que o planejado, comprometendo a abertura de novos editais e ações de pesquisa e transferência de tecnologia já em curso”. Ainda de acordo com a empresa, “do valor aprovado, após vários contingenciamentos e cancelamentos orçamentários durante o ano, a Embrapa ficou com um déficit de R$ 26 milhões referentes a pagamentos que não puderam ser feitos no fechamento do ano e que estão sendo quitados nos primeiros meses de 2025”.
A Embrapa informou ao RR que “a diretoria executiva está em diálogo constante com o ministro da Agricultura e com a Casa Civil para mostrar a necessidade de ampliação do orçamento da empresa em 2025”. Segundo a estatal, “nas reuniões recentemente ocorridas com o Ministério e o governo houve sinalização de que haverá incremento no orçamento a ser aprovado para a Embrapa, a fim de possibilitar a retomada de sua capacidade de gerar novos resultados de pesquisa, inovações e soluções tecnológicas, por meio de novos projetos, contribuindo para a segurança alimentar da população, para as transições climática e energética e para a execução de políticas públicas”. Que assim seja!
A Embrapa entrou em 2025 com um cenário ainda mais inquietante do que no ano passado. Segundo a estatal informou na conversa com o RR, “a programação de pesquisa continua em execução, embora, devido à liberação reduzida de recursos orçamentários, as ações estejam sendo priorizadas para garantir a continuidade das atividades essenciais de campo e nos laboratórios, a fim de evitar qualquer interrupção em ensaios que possa comprometer resultados de médio e longo prazo”. A limitação de recursos ocorre fundamentalmente pela redução no orçamento global nos últimos anos.
De acordo com a Embrapa, o “principal impacto foi a impossibilidade de aprovação de novos projetos de pesquisa em 2024, que deveriam ser desenvolvidos a partir deste ano, com o objetivo de atender demandas emergentes, como mudanças climáticas, descarbonização da agricultura e saúde única”.
Outro motivo de insatisfação na Embrapa é a defasagem salarial. Segundo o RR apurou, líderes sindicais cogitam uma paralisação das atividades. Ao RR, a empresa disse que “está em negociação com o Sinpaf (Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Pesquisa e do Desenvolvimento Agropecuário) para o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho relativo ao período de 2024-2025”.
Segundo a empresa, “as negociações iniciaram em abril de 2024, mas não houve fechamento do ACT à época, porque o índice autorizado pela Sest – que foi de 80% do INPC para o primeiro ano, ou seja, 2024, e 100% do INPC para o segundo ano, 2025, ou seja, proposta de acordo bianual – foi inferior ao reivindicado pela categoria. No momento, as negociações encontram-se sob mediação do TST e uma nova reunião de negociação no tribunal está marcada para o próximo dia 24 de abril”.
No primeiro mês do governo Lula III, o ministro Carlos Fávaro criou o Grupo de Estudos Avançados de Aprimoramento do Sistema Nacional de Pesquisa em Agropecuária, um nome longo, bem ao feito do léxico da burocracia. Na prática, o objetivo desse colegiado – composto, entre outros, pelos ex-ministros da Agricultura Roberto Rodrigues e Luis Carlos Guedes Pinto – era apresentar um plano para a reestruturação da Embrapa. E isso foi feito, por meio de um documento encaminhado a Fávaro em novembro de 2023.
Até hoje, quase um ano e meio depois, nenhuma das propostas foi implementada. Graças à Embrapa, o Brasil se tornou um dos maiores produtores e exportadores globais de soja e tem um dos mais avançados programas de melhoramento genético do mundo, várias culturas foram tropicalizadas, o Cerrado e o Nordeste se transformaram em polos agrícolas por conta da consolidação de sistemas de irrigação. Em suma: o Brasil não seria a potência agrícola e grande supridor mundial de alimentos não fosse a estatal.
Portanto, a Embrapa merece ser mais bem tratada. Ponto final. A novidade é que, de que onde não se espera nada, às vezes sai alguma coisa. A estatal colaborou de forma definitiva na tremenda ascensão de uma agricultura que há 30 anos atrás ainda era dependente de importações e hoje é candidata à ancora da segurança alimentar do mundo.
Esse status, ressalte-se, não foi estimulado pelo capital privado com investimentos paralelos à manutenção do seu custeio pelo Estado. Este também não faz a sua parte como deveria. Os diversos governos desde a criação da agência mantiveram os repasses de verbas em dosagens minúsculas. Mas, ainda assim, fez-se uma enormidade com esses parcos recursos.
Agora, o milagre do óbvio pode acontecer. Inspirada pela militância e competência do ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, conforme reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico dia 23 de março, a Confederação Brasileira da Agricultura e Pecuária propôs uma parceria com a Embrapa, repassando R$ 100 milhões à agência. Rodrigues será o timoneiro do projeto. Mas devagar com o andor. Ainda não se encontrou uma forma legal para a transferência dos recursos.
De qualquer forma, e seja como for, a proposta é um gigantesco avanço em um modelo em que os beneficiados ou não pagavam nada – os empresários – ou pagavam pouco – o Estado. Agora, é torcer para que a iniciativa se torne concreta o mais rapidamente possível. E poder pensar que esse laivo de racionalidade abrirá a janela para um segundo passo excepcional: a abertura de capital da Embrapa em bolsa. Imagine uma “Petrobras da pesquisa agrícola”.
Se já se fez esse monumental celeiro com uma sacolinha de dinheiro, a capitalização da agência para valer tornará o Brasil o pilar absoluto da segurança alimentar do mundo.

Destaque
Fantasma da inadimplência paira sobre o BB às vésperas de um super Plano Safra
18/03/2025Como irrigar ainda mais o agronegócio com crédito – algo fundamental para o país e, de quebra, para o governo – e, ao mesmo tempo, amortecer o impacto da crescente inadimplência do setor sobre o balanço da instituição? Esse é o dilema que mobiliza a diretoria do Banco do Brasil. A primeira parte da equação será cumprida à risca. Os números ainda são guardados a sete chaves.
No entanto, segundo informações filtradas pelo RR, o BB trabalha com a meta de emprestar mais de R$ 325 bilhões no âmbito do Plano Safra 2025/26, que deverá ser lançado pelo governo até o fim de junho. É adubo na veia para o agro. Trata-se de uma cifra 25% superior à do ano passado, quando a instituição desembolsou R$ 260 bilhões. No total, a estimativa do BB é fechar o ano com uma carteira de crédito agrícola da ordem de R$ 450 bilhões, pouco mais de 10% acima do valor registrado em dezembro de 2024.
Tudo muito bom, tudo muito bem: dinheiro para o agronegócio não falta. O problema do BB é como equacionar a segunda parte do enigma, ou seja, conter o peso contábil da inadimplência no setor. Enquanto o banco prepara a terra para o próximo ciclo, o volume de empréstimos com atraso não para de crescer.
E, por razões óbvias – na condição de locomotiva do Plano de Safra -, o BB é disparadamente a instituição financeira com maior exposição a risco no setor. No ano passado, o nível de inadimplência da carteira de crédito agrícola do Banco do Brasil quase triplicou, saindo de 0,96% para 2,45%. Foi o principal motivo para o BB se ver obrigado a aumentar suas provisões para créditos duvidosos em 12% – de R$ 55 bilhões em 2023 para R$ 62 bilhões em 2024. Para além dos contingenciamentos em balanço, existe ainda um risco intangível, o político.
O crescimento da inadimplência do agro traz a reboque a pressão da bancada ruralista para que os bancos públicos lancem programas de refinanciamento de débitos, com generosos prazos de carência.

Destaque
Cruzeiro e Nike são obstáculos à candidatura de Ronaldo Fenômeno na CBF
10/03/2025O empresário Ronaldo Fenômeno tem muito a perder com o cartola Ronaldo Fenômeno. A não ser que chute a ética para escanteio, o ex-jogador precisará abrir mão de rentáveis negócios caso queira levar adiante a sua candidatura à presidência da CBF. Para começar, Ronaldo ainda é legalmente acionista da SAF do Cruzeiro.
Pelo contrato de venda firmado com Pedro Lourenço, dono dos Supermercados BH, ele só transferirá integralmente suas ações em 2034, quando embolsará a última parcela dos R$ 270 milhões que ainda tem a receber do empresário. Não poderia haver maior conflito de interesses do que um presidente da CBF sócio de um clube que disputa competições organizadas pela entidade. Mal comparando, é como se o presidente do Banco Central fosse sócio de uma instituição financeira.
A única saída, nesse caso, seria Ronaldo tirar seu time de campo, ou seja, refazer o acordo de forma a se desfazer de imediato de toda a sua participação na SAF do time mineiro. O que provavelmente lhe custaria um significativo deságio no valor de venda, hoje, para o conforto de Lourenço, diferido em quase dez anos.
Há ainda outra bola dividida no caminho do “presidenciável” Ronaldo. A holding “Fenômeno” mantém um contrato com a Nike, que lhe rende mais de R$ 1 milhão por mês. A fabricante norte-americana é a fornecedora de material desportivo da seleção brasileira desde 1996.
O mais novo contrato está com a tinta fresca. Foi assinado no último mês de dezembro. Estima-se que a Nike pagará cerca de US$ 100 milhões por ano à Confederação. Da mesma forma do caso do Cruzeiro, não parece adequado que o gestor-mor do contrato, ou seja, o presidente da CBF, seja patrocinado pela outra parte.
Ronaldo lançou sua candidatura ao comando da entidade tremulando o bandeirão da moralidade e da renovação, em contraponto ao atual ocupante do cargo, Ednaldo Rodrigues. Entre seguir trajado com o uniforme de empresário e de garoto-propaganda ou vestir a camisa de dirigente da CBF, o ex-jogador terá de fazer uma escolha. Não vai pegar bem nada bem jogar nos dois times.

Destaque
O que o BTG vai fazer com tantos precatórios e moedas podres
27/02/2025A compulsão de André Esteves por precatórios e créditos podres chega a ser intrigante. Nenhum outro banco no Brasil tem demonstrado tanto apetite pela compra desses papéis quanto o BTG. A instituição financeira não abre seus números no chamado segmento de “special situations”.
Mas a Enforce, seu braço de recuperação de crédito, diz ter R$ 100 bilhões sob gestão nas mais diversas classes de ativos. O que Esteves está enxergando nesse “junk money”? Que sussurros chegam aos seus ouvidos? Há algumas peças se mexendo no tabuleiro, notadamente no que diz respeito aos precatórios.
Existe, por exemplo, um lobby de fora para dentro do governo pelo uso desses títulos para pagamentos de concessões. Os defensores da medida alegam que seria uma forma de deslanchar o programa de concessões e consequentemente os investimentos em infraestrutura. Trata-se de uma pauta de crescente interesse do BTG.
O banco vem participando seguidamente de licitações rodoviárias. Recentemente, disputou – e perdeu – as licitações da Rota dos Cristais (BR-040/MG-GO), da Rota do Zebu (BR-262/MG) e da Rota Verde (BR-060 e BR-452). O assunto, no entanto, é repleto de ziguezagues. Em maio de 2023, a Advocacia Geral da União (AGU) suspendeu a possibilidade de quitação de outorgas por meio de precatórios.
Em abril deste ano, após o julgamento de uma matéria correlata no STF, a mesma AGU recomendou aos ministérios e agências que aguardem por uma nova regulamentação para definir se esses títulos podem ou não ser aceitos na compra de concessões. O tema está em análise na Fazenda. E o mais provável é que por lá derreta.
Julio Bozano é uma boa, talvez a melhor, inspiração para André Esteves. Em 1994, Bozano comprou a Embraer usando uma bolada de moedas podres – títulos da Sunamam e da Siderbrás. Quase três décadas depois, o então ministro Paulo Guedes chegou a pensar na ressurreição da proposta de criar um fundo de precatórios, que poderiam ser usados pelo seu valor de face para a compra de estatais – parte dos recursos ainda seria destinada a programas sociais.
A ideia não andou. E, agora, ao menos no curto prazo, não será em privatizações que Esteves poderá usar sua montanha de créditos embolorados. Pelo simples fato de que o governo Lula não vai fazer privatização alguma. Ainda assim, há outras possibilidades no horizonte. Uma delas seria o uso de precatórios para a compra de terras improdutivas.
A União é dona de um sem-fim de áreas devolutas ou desapropriadas. Outra hipótese eventualmente tateada pelo BTG seria a aquisição de imóveis da União. Existe um grande número de propriedades passíveis de serem vendidas – ressalte-se nada perto da cifra onírica de R$ 1 trilhão que um dia chegou a ser propalada pelo ministro Paulo Guedes.
Projeções lunáticas à parte, o próprio governo Bolsonaro mapeou uma relação de ativos imobiliários avaliados em US$ 89 bilhões. A gestão Lula pouco ou nada andou nessa seara – como em tantas outras. No ano passado, levantou míseros R$ 5,7 milhões com a venda de imóveis e terrenos da União.
O BTG é um intenso comprador de precatórios. Em seu site, tem uma página dedicada à aquisição desses papéis. Aos interessados, garante a quitação do pagamento em até cinco dias. Além de outras serventias que possam ter futuramente, os títulos públicos judiciais podem ser usados para o pagamento de dívidas ativas com a União mediante programas especiais de renegociação de débitos tributários lançados pela União, estados e municípios.
É o caso do governo de São Paulo. No fim do ano passado, a gestão Tarcísio de Freitas passou a aceitar precatórios para a quitação de tributos em aberto. Procurado pelo RR, o BTG não se pronunciou.
Cabe ressaltar que, além dos precatórios, o BTG tem também um caldeirão de moedas podres. Trata-se de um sopão que vem sendo misturado e fervido há mais de uma década. Começou em 2013, quando o banco comprou os despojos do antigo Bamerindus. Depois, foi engolindo créditos inadimplidos em sequência, como os do BVA e do Banco Econômico.
Em 2021, adquiriu uma carteira de crédito do Banco do Brasil no valor de R$ 2,9 bilhão, pagando apenas 10% desse valor. No ano seguinte, incorporou os ativos e passivos do finado Banco Econômico. No mercado, o BTG é apontado como forte candidato a ficar também com o espólio do Banco Santos.
A Enforce é uma empresa de recuperação de crédito. Ou seja: compra carteiras de empréstimos com elevados deságios e depois vai bater na porta do devedor para cobrá-lo. Qualquer cifra que receber a mais do que pagou, já está no lucro. Esse é o ganho, digamos assim, direto.
Mas existem outras possibilidades de o BTG tirar proveito da compra das carteiras de ativos e passivos de bancos quebrados. Uma delas é usar prejuízos fiscais para abater seu próprio custo tributário. Outra é extrair valor de disputas judiciais, precatórios ou títulos e valores mobiliários que vêm junto no mesmo bolo. Se bem espremidos, são frutos que ainda dão suco.

Agronegócio
Grandes produtores rurais também querem um “Desenrola”
26/02/2025
Destaque
Da Vibra à Margem Equatorial: onde Lula quer acertar ao mirar nos combustíveis
19/02/2025O Lula populista voltou com tudo. Junto com ele, o Lula que banaliza problemas e terceiriza responsabilidades. Ambos são historicamente indissociáveis. Mas ressurge também o ardiloso construtor de narrativas, que fala sem dizer e indica sem apontar, já sabendo muito bem aonde pretende chegar.
Nesse sentido, suas declarações contra os “culpados” pelo aumento dos combustíveis e a veemente defesa do retorno da Petrobras à área de distribuição suscitam interpretações ambíguas – e não necessariamente excludentes –, além de servir como um enredo diversionista. Os tradicionais adversários do Brasil – juros altos, remarcação de preços pelos supermercados, reformas que prejudicam o trabalhador – perderam a força ou estão sendo operados diretamente por aliados do governo.
Um bom exemplo do envelhecimento do discurso do presidente: ao que tudo indica, Lula está requentando o antigo plano de recompra da Vibra Energia, ex-BR Distribuidora, pela Petrobras. Ou pelo menos vai instrumentalizá-lo para tirar de cima da própria carapaça os equívocos do governo.
Na mão do presidente da República, o tema é uma carta coringa, lançada à mesa nas mais diferentes situações.
Lula começou a bater nessa tecla ainda na campanha eleitoral. Seja por meio de falas do próprio presidente (“Venda da BR melhorou em que para a sociedade?”), seja por meio de notícias vazadas na mídia, o assunto voltou à baila em maio e agosto de 2023, março, junho e setembro de 2024. A engenharia para a captura da Vibra é razoavelmente complexa.
A empresa é uma public company. Hoje, seu maior acionista individual, a Dynamo, tem 9,9%. Indiretamente, ou nem tanto, o governo detém 5,24% do capital por meio da Previ. Uma solução, digamos assim, mais barata seria a fundação ampliar essa participação por meio da aquisição de ações de mercado de forma a aumentar seu poder decisório na condução estratégica da companhia.
Agora, se o governo Lula quisesse partir para a reestatização à vera da Vibra, o custo subiria consideravelmente. O estatuto da empresa prevê uma poison pill: qualquer investidor que atingir 25% de participação é obrigado a lançar uma oferta para comprar o restante das ações em circulação e fechar o capital. Além disso, terá de pagar a cotação máxima do papel nos 18 meses anteriores, atualizada pela taxa DI mais um prêmio de 15%.
Em um exercício meramente hipotético, se essa operação fosse feita hoje, os papéis teriam de ser recomprados a R$ 33,84, um ágio de quase 85% sobre a atual cotação do mercado. Ou seja: o valuation da Vibra seria de R$ 38 bilhões – o market cap de momento gira em torno de R$ 20,7 bilhões. Para a Petrobras não chega a ser exatamente uma despesa inviável, não obstante, por outro lado, reduzir os dividendos pagos ao governo – o custo político é outra história.
A ideia de reestatização da Vibra é uma conexão automática quando se ouve Lula cobrando o retorno da Petrobras à distribuição de derivados de petróleo. No entanto, no atual cenário, sua diatribe contra o preço dos combustíveis pode ter não apenas segundas, mas também terceiras intenções. Nesse caso, o caminho apontaria para a Margem Equatorial.
Ao vitimizar a estatal (“Muitas vezes a Petrobras não tem culpa nenhuma no aumento dos preços) e falar diretamente à sociedade (“O povo precisa saber a quem xingar”), o presidente parece estar lançando uma nova arquitetura retórica para justificar a exploração de petróleo na Foz do Amazonas. É uma operação intrincada. Se, por um lado, cria um discurso de justificativa da inflação de alimentos, um dos maiores inimigos da sua popularidade, por outro, ele terá de dançar um tango trágico perante o mundo, na medida em que a COP 30 será realizada no Brasil.
Não existe palco pior para um presidente que tem marcado seu posicionamento internacional pela descarbonização, defender a medida à la Trump, mandando o acordo climático as favas. Se bem que Lula tem algumas saídas para a circunstância. Pode dizer que a pesquisa é uma questão de soberania nacional; que, a exemplo de países do mundo que se sentam em suas reservas ou em grande parte delas, não explorará a Margem Equatorial imediatamente; no limite, pode até falar que vai trocar barris de petróleo em operações Barter por alimentos mais baratos. Lula é Lula, como se sabe. E a coerência é um predicado que não está entre os seus atributos.
Pode ser mera intuição – e isso Lula sempre teve de sobra; para não irmos muito longe, pode ser apenas uma recomendação do chefe da Secom, Sidônio Palmeira. O fato é que bater nos preços da gasolina, diesel, gás etc serve ao discurso de que é fundamental para a Petrobras avançar sobre a valiosa fronteira petrolífera e aumentar a oferta de combustível no Brasil.
Trata-se de um raciocínio que torna a Margem Equatorial benéfica para a população. É como se Lula estivesse levando o assunto para o bolso do brasileiro. Sim, é populismo na veia. O presidente da República não tem muita possibilidade de manobra.
Com o Banco Central independente e, principalmente, a nomeação de Gabriel Galípolo, da sua cota pessoal, para a presidência da autoridade monetária – assim como indicação de quase toda a diretoria da instituição -, o espaço para interferir na taxa de juros se afunila; fica da espessura de um cateter. Os juros vão chegar aos 15% e é possível que Lula não dê um pio sobre as taxas escorchantes.
Baixar o preço dos alimentos na marra também é difícil. Sobra bater nos combustíveis e instrumentalizar o tema para o que interessa: seja a reestatização da Vibra, seja a perfuração da Margem Equatorial, seja, melhor ainda do ponto de vista de Lula, os dois. Se for o caso, depois ele desmente tudo o que disse.

Análise
Somente um pacto entre os Poderes salva a economia. Quem se habilita?
14/02/2025Quem acha uma esquisitice as ideias do economista Inácio Rangel, do ex-ministro Dilson Funaro, dos professores Maria da Conceição Tavares e João Manuel Cardoso de Mello e, agora, de André Lara Resende, um dos pais do Plano Real, ficaria apoplético com o pensamento de um grupo prestigiado de assessores que circula em torno da ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, Antes de cantar a pedra, é preciso situar quem é a moça. Dweck, doutora pela Universidade de Pisa, na Itália, escreveu um livro com críticas ao impacto social da austeridade. Portanto, não é apenas uma tecnoburocrata que saiu da cota do PT, mas uma economista militante desde os tempos de faculdade, na UFRJ. A partir daí somente ascendeu no alto comissariado da ala feminina do PT. Durante o governo de Dilma Rousseff, ocupou cargos no alto escalão da área econômica. Foi chefe da assessoria econômica do Ministério do Planejamento entre julho de 2011 e dezembro de 2014. Entre de 2015 e 2016 e ocupou a Secretaria de Orçamento Federal. Participou do grupo de planejamento, orçamento e gestão para o terceiro governo Lula. Em 2022, foi nomeada ministra na cota do PT. Nunca deixou o comissariado do partido. É quadro permanente do matriarcado que gravita em torno de Lula, integrado entre outras por Gleisi Hoffmann, Dilma Rousseff, mais recentemente pela economista Laura Carvalho e, acima de todas, Janja. É também muitíssimo ligada ao economista Luiz Gonzaga Belluzzo, assessor informal e influente de Lula, e ao secretário executivo do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, o segundo abaixo de Fernando Haddad.
Mas por que um nariz de cera tão extenso? Porque a ministra adora uma heterodoxia, tentação que comunga com Lula. E a corrente de assessores que gravita em torno dela é influente no partido. Um grupo de “economistas da Dweck” discorda inteiramente da política de Fernando Haddad, que praticaria o fabulário do menino que tapava o buraco de um muro que esguichava água com um dedo enquanto outro buraco vazava. Primeiramente, esse cluster de assessores enxerga que, se for para pensar no curto prazo e seguindo os cânones da ortodoxia, somente um choque de credibilidade junto ao mercado, com um corte extenso e radical de gastos de públicos, acalmaria o “Deus Mercado”. Essa hipótese é descartada pelo mesmo grupo porque fere a crença dos “economistas da Dweck”, de que ajuste fiscal, fora de tempos de guerra, não é para fazer “para ontem”. Além do que é do agrado do mercado papagaiar, mas é politicamente inviável. Esses economistas consideram que somente uma bala de prata resolveria a situação de disfuncionalidade do Brasil e a saída do corner de mediocridade do crescimento do país. Na verdade, uma bala de prata com vários estilhaços: a separação das medidas conjunturais, de curto prazo, das estruturais, de longo prazo; o compromisso com o corte de despesas diferido no tempo; a redução da relação dívida bruta/PIB como meta constitucional a ser cumprida em um prazo estendido (em um período de 15 anos, por exemplo); a perseguição inclemente de uma inflação baixa – mas não tão baixa quanto a da meta permanente, praticamente impossível de ser cumprida no tempo estipulado com o atual arcabouço, e talvez com qualquer outra fórmula de teto; o compromisso com as reformas profundas no mesmo prazo da redução dívida/PIB – ambos estão imbricados; o compromisso permanente com o crescimento da economia e o resgate do planejamento do desenvolvimento.
Para que um modelo com tantas arestas funcionasse, seria necessário um improvável pacto entre Poderes da República, que tornaria o conjunto de medidas inquebrantável, dissociadas das mudanças de governo. Assim como um arcabouço independente, algo muito acima das desmoralizadas Lei da Responsabilidade Fiscal, Regra de Ouro, teto dos gastos e outros tais compromissos que só serviram para que as autoridades fossem pedir desculpas ao Congresso pelo seu não cumprimento. Isso lá quando houve desculpas. A “Carta Magna da nova política”, antes de tudo, perseguiria a redução dívida bruta/PIB como tendência principal a ser conquistada, ou seja, a variável estabilizadora dos fundamentos macroeconômicos, além do crescimento do próprio PIB, ambos irmãos xifópagos. Se fosse possível, seria mais uma cláusula pétrea a ser inclusa na Constituição. A pergunta que não quer calar é: por que esse grupo de economistas se fixou na relação dívida bruta/PIB como astro rei da galáxia?
Na realidade, não existe um “ótimo” da relação dívida/bruta PIB. Também inexiste evidência científica de qual é o indicador ideal dessa relação, levando em consideração as peculiaridades de cada Nação. O que normalmente se usa são médias entre países. Só que essa comparação não leva em juízo critérios de tamanho e especificidades da economia de cada país em blocos diferentes (Brics, países desenvolvidos, 20 maiores economias do mundo, países da América Latina etc). Ignora-se que um apito e um apontador são coisas diferentes. Se for para fazer galhofa, o ideal dessa relação entre os dois indicadores seria zero. Mas o que interessa é combinar as boas práticas do que pensam os árbitros da economia mundial sobre a importância dívida brut/PIB. Quem são eles? As instituições financeiras, que detêm o dinheiro do mundo; o Estado norte-americano; agências multilaterais em franco processo de decadência (o FMI é chamado por economistas dos bancos internacionais de “instituição embriagada”); uma parcela hegemônica da academia; e agências de rating submissas a lobbies, como seu termômetro da boa ou má política econômica. É esse establishment que determina a “medida da solvência do país”. Noves fora questionamentos sobre variáveis mais ou menos importantes, a combinação dívida bruta/PIB é o centro do mundo produtivo, financeiro e social. Essa combinação é mais importante até do que o tamanho do PIB – o Brasil é o 8° maior do mundo, e daí? Não é somente esse vetor que traz investimentos.
O economista José Serra insistia em dizer que política fiscal é mirar na dívida bruta/PIB, o resto são secos e molhados. O saudoso ex-ministro Raphael de Almeida Magalhães defendia um “development target”, que se viabilizaria com a porta da redução dívida bruta/PIB no mínimo “entreaberta”. Num curto momento, sabe-se lá por que a importância desse indicador perdeu status. As ideias dos “Dweck’s boys” são louváveis, mas sem um compromisso (para lá de improvável) de Estado, morrem na praia. Para início de conversas, nunca tivemos um bom comportamento quando se trata do passivo bruto e sua relação com o PIB. Em um período que vai de 2006 até 2023, o governo somente esteve em situação mais confortável do que 19 dos 193 países reconhecidos pela ONU. A luz do pensamento dos analistas, a dívida/PIB segue em uma trajetória de risco. Na verdade, nunca foi muito diferente, à exceção de alguns anos do governo militar, até o fim do milagre econômico, A média do período 2006/2023 foi de 68,14%; a atual relação está em 76%; o governo prevê que ela estará em 81% em 2025; a pesquisa Prisma da Fazenda, projeta que ela se avizinhe de 100% em 2033. Em outubro de 2020, bateu 90%. É um stop and go de manicômio. Dependendo de onde se olhe, segundo os dados da Trading Economics, o Brasil está muito mal acompanhado nesse ranking, superando a relação negativa da dívida bruta/PIB apenas do Butão, Sudão, Suriname, Serra Leoa, República do Congo, Líbia, Eritreia, El Salvador, Jordânia, Lituânia, Gana, Bolívia, Venezuela, Argentina, Paquistão e Zimbábue. Por outro ângulo, estamos melhores do que os Estados Unidos, Japão, Índia, Reino Unido, Canadá, o que seria uma boa companhia.
O que fazer? Inverter a curva de crescimento do passivo interno/PIB. Provêm aí as condições de redução dos juros, queda do déficit nominal, desvalorização do dólar, aumento do PIB, redução da inflação, correção da esquizofrenia do Estado, corte de gastos inflados, melhoria do ambiente de negócios, melhores condições políticas para as reformas e outros benefícios. Claro que, no meio do caminho, pode haver loucuras de Donald Trump, sobretaxas, uma guinada do crescimento chinês, novas guerras etc. Mas, assim como um terremoto, são vetores exógenos. Cabe ao governo fazer o dever de casa e mudar a percepção de derrota contínua. Os “meninos de Dweck” assinam essa receita. Mas, ressalte-se, não é mais um plano espasmódico de solução dos problemas fiscais ou econômicos, em geral para ser implementado em um ano, dois, três ou quatro anos, que vai tirar o Brasil da estagnação ou regressão anunciada. Primeiro porque isso é uma captura permanente do Estado através de uma distopia econômica. É simplesmente impossível conseguir superávits primários contínuos de 2,5% a 3% que reduzam a relação dívida bruta/PIB, permitindo a redução expressiva dos juros reais, taxas de câmbio favoráveis, inflação no intervalo alto da meta contínua, crescimento sustentável do PIB, e bons indicadores sociais, no prazo que o mercado impõe e o governo, por falta de força, aceita impotente. E com os governos desmontando tudo a cada que se alternam não há solução possível para cumprir a exigência no timing que virou protocolo. É preciso desconstruir a chantagem de que o Brasil vive à beira da insolvência. Para conseguir um superavit primário em 2022, que, segundo o atual modelo, seria força motriz da redução do passivo/PIB foram necessários oito anos seguidos de déficit fiscal, que voltou logo em 2023. Atualmente, ainda é pior, porque há um nítido desequilíbrio entre Poderes que está minando a energia do país. Quem vai fazer, levar e bancar as diretrizes de reconstrução nacional aos Poderes constituídos? Quem galvaniza a sociedade em torno desse compromisso? O atual presidente da República? No coments. O satélite de economistas que gravita em torno de Esther Dweck tem até boas ideias. Mas hoje elas são impossíveis.

Empresa
“Risco Cade” paira sobre a recuperação judicial da Intercement
14/02/2025A recuperação judicial da Intercement passa não apenas por duras negociações com os bancos credores, mas também por gestões políticas em Brasília, leia-se uma forte operação de lobby junto ao Cade. O órgão antitruste é um dos maiores fatores de risco à reestruturação do passivo do braço cimenteiro da Mover Participações, no total de R$ 15,6 bilhões. No conjunto de dívidas, a InterCement lista uma obrigação financeira de R$ 7,6 bilhões com o Cade. A cifra se refere a multas aplicadas contra a companhia em processos de investigação de cartel no setor. No entanto, segundo consta no próprio plano de recuperação judicial, a ameaça de uma sanção adicional de R$ 15,9 bilhões paira sobre a cimenteira. O valor envolve uma ação coletiva aberta pelo Ministério Público Federal e outra do MP do Rio Grande do Norte. Na documentação apresentada aos credores e à Justiça, desse valor total a InterCement classifica como risco “provável” de perda apenas R$ 90 milhões. Outros R$ 7,4 bilhões são considerados risco “possível”. É uma dívida-pêndulo que tanto pode desaparecer no meio do caminho ou efetivamente cair no balanço da empresa. Nesse cenário, reduzir o impacto do tacape do Cade é visto como fundamental pelos acionistas da Mover.

Empresa
Compra da Tok & Stok ainda não fez bem aos acionistas da Mobly
13/02/2025O mercado pune. Que o digam Victor Noda, Marcelo Marques e Mario Fernandes Filho, fundadores e principais executivos da Mobly. Exatos seis meses após anunciar a compra da Tok & Stok, a plataforma de e-commerce de móveis e decoração idealizada pelo trio já perdeu mais da metade do seu valor de mercado, precisamente 54%. Entre os investidores, ao que parece, ainda mais dúvidas do que certezas quanto ao processo de integração entre as duas companhias. O ponto nevrálgico é a repactuação da dívida da Tok & Stok, de R$ 640 milhões. Em novembro, a Justiça homologou o plano de recuperação extrajudicial da empresa. Mas ainda há uma íngreme ladeira pela frente, leia-se a negociação com os bancos credores, entre os quais Santander e Banco do Brasil.
Outra situação sensível é o imbróglio com o casal Ghislaine e Regis, fundadores da Tok & Stok. Ambos têm uma dívida a receber da companhia. No acordo de M&A foi oferecido à dupla trocar o crédito por debêntures conversíveis em ações da “Nova Mobly”. Até o momento, os Dubrule não aceitaram. E, a julgar pelo track records, não parecem muito dispostos a fazê-lo. O casal chegou a acionar a Justiça com um pedido de suspensão da recuperação extrajudicial da Tok & Stok e da própria transferência do controle da empresa. Nesse cenário, o desafio dos acionistas da Mobly, à frente o grupo alemão Home24, é estancar a perda de valor da companhia pós-fusão. O RR encaminhou uma série de perguntas à Mobly, mas a empresa não se manifestou até o fechamento desta matéria.

Negócios
Santander injeta mais dinheiro em sua fintech no Brasil
13/02/2025O Santander deverá realizar um aporte de capital na operação brasileira da Ebury. A injeção de recursos daria sustentação aos planos expansionistas da fintech de origem britânica, comprada pelo conglomerado financeiro espanhol em 2019 por 350 milhões de euros. A ampliação dos negócios no Brasil está fortemente focada nas áreas de hedge, proteção cambial e gestão de risco, tudo temperado com uma boa dose de concessão de crédito para fisgar e fidelizar novos clientes. Aquisições também estão no radar. A Ebury já cravou uma compra no país: em 2022, incorporou o banco de câmbio Bexs. Consultado, o Santander não se manifestou.

Destaque
Governo Lula tenta aumentar sua aprovação com tijolo e cimento
4/02/2025O governo Lula tenta reagir à deterioração da sua popularidade. O presidente da República tem discutido com o ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, medidas para turbinar o Minha Casa, Minha Vida. Vai ter mais dinheiro em 2025 e, sobretudo, 2026, ano eleitoral.
O combustível virá principalmente do aumento do volume de crédito habitacional tanto por parte da Caixa Econômica quanto do Banco do Brasil. No caso da Caixa, circulam informações de que o banco deverá ajustar para cima o orçamento previsto para financiamento imobiliário neste ano, inicialmente de R$ 70 bilhões.
Não custa lembrar que, no ano passado, a instituição financeira errou a mão no seu planejamento orçamentário e, a partir de maio, o funding para empréstimos habitacionais começou a escassear, o que, inclusive, forçou a Caixa a mudar as regras dos financiamentos pelo SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo).
Ao mesmo tempo, o governo cogita também ampliar o montante de recursos do FGTS para a habitação, originalmente de R$ 126 bilhões. O assunto já teria sido levado a integrantes do Conselho Curador do Fundo. Na equipe de Jader Barbalho, já se fala na entrega de 2,5 milhões de moradias até 2026, um aumento de 25% em relação à meta original, de dois milhões de imóveis. Desse total, ressalte-se, mais de 60% já estão contratados.

Mercado
Na Engie Brasil, sai o follow on e entra emissão de dívida
31/01/2025A Engie Brasil está sondando bancos para uma emissão de dívida. A empresa busca reforço de caixa para cumprir seu plano de investimentos, que prevê o desembolso de mais de R$ 12 bilhões até o fim de 2026. A captação via debt surge como um Plano B. Inicialmente, o grupo franco-belga chegou a estudar um follow on, mas a ideia foi desenergizada diante das condições adversas do mercado. Na paralela, a Engie contempla também a possibilidade de venda de ativos. No setor não é de hoje que se comenta sobre o interesse da companhia em negociar mais um pedaço da sua participação na Transportadora Associada de Gás (TAG). Há pouco mais de um ano, a Engie vendeu 15% da empresa para a canadense CDPQ por R$ 3,1 bilhões. Ainda mantém em suas mãos 32,5%, hoje avaliada em torno de R$ 7 bilhões.

Finanças
Itaú está cumprindo à risca as exigências ambientais para concessão de crédito?
24/01/2025A política de crédito vinculada a compromissos ambientais do Itaú Unibanco está sendo contestada por alguns analistas de instituições financeiras. As especulações são de que há mais números vazios do que uma realidade construtiva na propaganda do banco. Nos últimos dias, circularam rumores de que o Itaú fará um estardalhaço em torno da sua atuação ambiental por ocasião da COP30, que será realizada em Belém no próximo mês de novembro.
A iniciativa, do ponto de vista do marketing e dos bons números da instituição financeira nessa área, parece correta. Mas a profecia de fontes do mercado é que não há números tão bons assim quanto supõe a vã filosofia dos dados bancários já jogados. O Itaú se gaba de ter concedido aproximadamente R$ 430 bilhões em crédito sustentável entre 2019 e 2024, acima da meta estabelecida para o período, de R$ 400 bilhões. E assegura que esse valor chegará a R$ 1 trilhão até 2030.
A princípio, as dúvidas compactuadas com o RR causam certa estranheza. Como se não bastassem as cifras divulgadas pelo Itaú, o banco consta tanto do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3 quanto do Dow Jones Sustainability World Index (DJSI World). Trata-se de dois importantes avalistas da performance da instituição na área ambiental. Bem, o mercado, por vezes, tem má índole.
Os Iagos financeiros estão sempre à procura de um Othelo, com um poder de envenenamento que não deve ser desprezado. O fato é que, entre analistas financeiros, começa a se espalhar a percepção de que o Itaú afrouxou as regras para concessão de crédito, flexibilizando suas exigências relacionadas a normas ambientais. Talvez seja a ânsia de cumprir a ousada meta ; talvez falte alinhamento interno. Ou pode ser que a lupa da auditoria não alcance alguns detalhes.
Os relatórios sociais das empresas são e serão cada vez mais um documento validador de boas práticas. Muito provavelmente em um mundo no qual as operações de greenwashing serão maiores do que o número de companhias realmente comprometidas com o acrônimo ESG. É difícil imaginar o banco dos Setúbal soltando números e metas irreais, mas muita instituição financeira internacional bem maior do que o Itaú já fez suas bobagens nessa área.
O enredo acima é apenas um pequeno trecho do script. As duas fontes que relataram ao RR as dúvidas em relação ao bom mocismo ambiental do Itaú – uma delas com notória capacidade de disseminação de informações no mercado – escalaram o assunto para o andar de cima da instituição. Afirmam que o disse me disse não apenas já chegou ao Itaú como subiu para o conhecimento dos grandes acionistas. Entre os controladores, já haveria um receio de que eventuais questionamentos à política de crédito do Itaú vinculada a compromissos ambientais possam gerar danos à reputação de um banco que se vende como líder dessa área no Brasil.
Os próprios acionistas da instituição sempre fizeram questão de associar sua imagem à agenda ESG. De Roberto Setubal – líder do banco, diga-se o que se disser – a Candido Bracher, ex-CEO e acionista minoritário, todos assinam os principais manifestos pró-ambiente do empresariado. Para não falar de nomes que estão fora da gestão do banco. Neca Setubal, por exemplo, liderou a criação de um fundo para investimentos na Amazônia. Milu Villela, por sua vez, tem uma longa e notável trajetória ligada à filantropia.
Portanto, qualquer percepção de relaxamento em relação a metas de ordem ambiental da parte do Itaú, ou mesmo do comportamento ESG, por menor que seja, cala fundo entre seus controladores.
Até hoje, por exemplo, ainda causa incômodo aos Setúbal um episódio ocorrido em 2023. Na ocasião vazou o áudio de uma suposta reunião interna em que o então coordenador de estratégia ESG do banco, Guilherme Treu, relatava ter sido pressionado por Pedro Barros, à época diretor de agronegócio da instituição, para liberar um financiamento de R$ 25 milhões à AgroSB, do banqueiro Daniel Dantas. O caso nunca foi devidamente esclarecido.
Consultado pelo RR, o Itaú reafirmou a meta de R$ 1 trilhão até 2030, ressaltando que os recursos serão direcionados para “setores estratégicos como energia renovável, saúde e educação, produção de alimentos, infraestrutura sustentável e obras de infraestrutura”. Segundo a instituição, a cifra não é destinada apenas “na forma de financiamentos, mas também de outros produtos que reforçam o engajamento do banco com os objetivos de transição dos seus clientes em direção a uma economia de baixo carbono e a promoção de um futuro mais sustentável”. O Itaú afirma ainda que “para serem classificadas como parte desse compromisso, as iniciativas passam por avaliações incluindo critérios que vão muito além do cumprimento da legislação, considerando também as melhores práticas de mercado e passando pela avaliação de órgãos independentes”. O banco assegura também que “é possível encontrar todas essas informações, de forma detalhada nos Relatórios ESG e Climático.

Mercado
Softbank reavalia o seu tamanho no Brasil
21/01/2025Há um bochicho no mercado de que o Softbank poderá reduzir sua equipe no Brasil, comandada por Alex Szapiro. A julgar pelo track records, faz sentido. Administrador do Vision Fund, o maior fundo de capital de risco do mundo, o banco japonês vem diminuindo seus aportes no país ao longo dos últimos dois anos. No passado, pesaram e muito as bilionárias perdas sofridas pela instituição financeira. No presente, há o que parece ser um deslocamento geopolítico do Softbank. Os japoneses estão fechados com Donald Trump. Em dezembro, o CEO global do banco, Masayoshi Son, esteve na Flórida para anunciar, ao lado do próprio Trump, um investimento de US$ 100 bilhões nos Estados Unidos ao longo dos próximos quatro anos. O RR entrou em contato com o Softbank, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

Destaque
BNDES completa uma década sem emprestar um centavo para a exportação de serviços
16/01/2025O BNDES não sabe o que fazer em relação ao financiamento à exportação de serviços. Uma década depois, os excessos da Lava Jato e da República de Curitiba ainda irradiam nocividade. Operações dessa natureza estão suspensas no banco desde 2015 – informação confirmada pela própria agência de fomento em conversa com o RR.
Neste momento, o BNDES está entre a cruz e a espada. Ou melhor, entre o projeto de lei e a PEC. O PL em questão é o 5719/2023, apresentado pelo Poder Executivo e em tramitação na Câmara dos Deputados. A proposta estabelece diretrizes para o financiamento do BNDES à exportação de serviços.
Ela autoriza a agência de fomento a criar subsidiárias integrais ou controladas, além de alterar a Lei nº 10.184, que dispõe sobre a concessão de crédito vinculado à exportação de bens ou serviços nacionais. Nas palavras do próprio banco, a aprovação do projeto é fundamental “para viabilizar a retomada dessa política pública, em linha com os padrões internacionais e o Tribunal de Contas da União (TCU)”.
Ocorre que na outra margem do Rio está a PEC 3/2023, já aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. A PEC dá ao Congresso a prerrogativa de autorizar ou barrar qualquer empréstimo do BNDES para negócios ou projetos fora do Brasil. Ou seja: se hoje a instituição financeira já está engessada em relação ao crédito para a venda de serviços no exterior, com a nova proposta passará a ter sobre si uma camada de concreto.
No contato com o RR, o BNDES não esconde seu incômodo diante dessa possibilidade. Diz, com todas as letras, que a PEC “prejudica a competividade internacional das empresas brasileiras, gerando insegurança jurídica e burocratizando desnecessariamente o processo de financiamento à exportação”. O banco ressalta que a proposta conta com “posicionamento público contrário de diversas entidades do setor produtivo, como CNI, ABDIB, Anfavea, Sinicon e Abimaq”. Ao RR, a instituição lembra ainda que “diversas economias globais reconhecem e incentivam seus sistemas públicos de apoio às exportações.
A título de exemplo, na China e na Coreia do Sul, o peso do setor público nesse tipo de operação é de 20% do volume exportado, enquanto no Brasil é menos de 0,5%.”.
A Lava Jato e a consequente anatematização do crédito para exportação de serviços dizimaram notadamente a indústria da construção pesada, historicamente um setores mais competitivos do Brasil no exterior. Em 2015, a participação brasileira no mercado global de serviços de engenharia era de 3,2%. Hoje, não chega a 0,5%.
Nesse período, os contratos obtidos por empreiteiras nacionais no exterior caíram mais de 85%, resultado direto da asfixia no crédito. Sem o BNDES, os empréstimos para o segmento recuaram praticamente 90% entre 2015 e 2020. No ano passado, estima-se que o mercado global de serviços de engenharia tenha movimentado cerca de US$ 1,6 trilhão, segundo levantamento da Mordor Intelligence. Em um mero exercício matemático, os 2,7% de market share que o Brasil perdeu na última década representariam algo em torno de US$ 43 bilhões.
A criminalização de todo um setor da economia pela Lava Jato condenou um grande gerador de divisas não apenas na venda de serviços, mas também no fornecimento de insumos. Mais do que isso: praticamente aniquilou toda uma estratégia geopolítica e econômica traçada pelo embaixador Celso Amorim durante os dois primeiros mandatos de Lula, com o objetivo de abrir mercados para a construção pesada brasileira, notadamente na África. Não é o caso de comparar Brasil e China, espécies de tamanhos muito distintos.
Mas, sem um Sergio Moro pelo caminho, a letra “C” dos Brics já exporta por ano mais de US$ 40 bilhões em serviços de engenharia e construção pesada para o continente africano. Algo como 20% da receita total das empreiteiras chinesas.

Destaque
Plano de recuperação da 123 Milhas enfrenta resistência entre os bancos
15/01/2025O RR apurou que o plano de recuperação judicial da 123 Milhas, protocolado no apagar das luzes de 2024, já desperta rejeição entre os maiores credores da empresa, notadamente bancos. Segundo fonte de uma das instituições financeiras, a proposta contém condições pouco usuais, que aumentariam a insegurança em relação à capacidade da companhia de honrar seus compromissos. O ponto mais sensível é o prazo de carência estipulado pela 123 Milhas.
No caso dos quirografários, aqueles que aceitarem um haircut de 40% na dívida começarão a receber um ano e meio após a homologação do plano pela Justiça. Faz parte do jogo. No entanto, para os credores que não toparem o deságio a 123 Milhas estabelece um período de seis anos e meio para iniciar o pagamento dos passivos.
Ou seja: na melhor das hipóteses, se o plano fosse aprovado a jato no mês que vem, o que não deve acontecer, os credores só começariam a receber em agosto de 2031. Ressalte-se que o prazo médio de carência nas recuperações judiciais no Brasil fica entre dois anos e dois anos e meio.
Entre os credores quirografários estão os bancos, personagens nevrálgicos para a aprovação ou não do plano. Entre eles, pontifica o Banco do Brasil, o nervo mais exposto desse, digamos, sensível sistema neurológico. O BB é o maior credor da 123 Milhas. Tem cerca de R$ 120 milhões em créditos inscritos na recuperação judicial – de um passivo total de R$ 2,5 bilhões da plataforma de viagens.
No entanto, uma auditoria realizada por decisão judicial apontou que a dívida com o Banco do Brasil pode chegar a R$ 448 milhões. A relação é complicada, pode se dizer hostil. Em 2023, o banco estatal entrou na Justiça para suspender o processo de recuperação judicial da 123 Milhas.
Nos bastidores, fontes do BB falam de irregularidades no processo. Procurado, o banco disse que não comenta o assunto. O RR também entrou em contato com a 123 Milhas, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
As estranhezas apontadas no plano da 123 Milhas se estendem também aos clientes da companhia, que compõem a grande massa da recuperação judicial – entre os cerca de 756 mil credores, mais de 600 mil são consumidores. Por meio de um dispositivo incomum, a 123 Milhas promete pagar mais àqueles que pagarem à empresa. Os clientes-credores que adquirirem novas passagens e outros serviços na plataforma terão um cashback, recebendo de 4% a 12% do valor da compra. Pode até ser que a novidade cole, mas entre os bancos credores a aposta é que esse gatilho será mais um empecilho para a aprovação do plano.

Negócios
BTG afia a navalha para cortar os excessos do Julius Bauer
10/01/2025No mercado já se dá como certo que o BTG vai enxugar consideravelmente a equipe do Julius Bauer no Brasil – operação adquirida no início desta semana por R$ 615 milhões. Além da natural superposição de cargos, o custo de manutenção dos principais gestores do banco suíço é tido como elevado. Nos últimos anos, na tentativa de conter o êxodo de executivos, a instituição elevou significativamente salários e bônus de performance. Com a aquisição, o BTG incorpora uma carteira de ativos sob gestão e custódia no total de R$ 70 bilhões. Segundo fonte que participou das negociações, desde o início do processo de venda, o banco de André Esteves foi o candidato que se sentou à mesa de forma mais agressiva, despontando como favorito para sacramentar a operação – conforme o RR antecipou. Procurado, o BTG não quis se pronunciar.

Governo
Governo e bancos travam nova queda de braço no consignado do INSS
9/01/2025
Política
Ruralistas pressionam governo por um refresco para dívidas do agronegócio
6/01/2025A bancada ruralista – sempre ela – colocou seus soldados na porta dos ministros Fernando Haddad e Carlos Fávaro na tentativa de arrancar um waiver do Banco do Brasil e da Caixa Econômica a dívidas do agronegócio. Nos últimos 12 meses, o índice de inadimplência na carteira rural do BB mais do que duplicou, passando de 0,71% para 1,9%. No caso da Caixa, a estressada é ainda mais aguda: no terceiro trimestre, os contratos com atraso de mais de 90 dias saíram de 0,75% para 3,3% na comparação com igual período em 2023. A maior parte das dívidas vem de grandes agricultores, notadamente produtores de soja do Centro-Oeste. O timing da pressão da bancada ruralista é péssimo para o governo. Há um pacote fiscal por aprovar no Congresso. E sem o apoio da Frente Parlamentar da Agricultura não se vota nem moção honrosa em plenário.

Destaque
China aumenta voltagem dos seus investimentos em energia limpa no Brasil
6/01/2025No Ministério, existe uma expectativa de que a parceria não apenas impulsione investimentos de empresas que já atuam no Brasil, mas também estimule a chegada de novos players. O primeiro grupo é encabeçado pela State Grid, CTG (China Three Gorges) e SPIC (State Power Investment Corporation). No segundo caso, as atenções se voltam para a Energy China International, que já anunciou a intenção de aportar cerca de US$ 10 bilhões em projetos de transmissão e energia limpa no país.
Do portfólio total do CIC, algo como 22% estão alocados em títulos privados, notadamente empresas chinesas. A área de energia ainda tem um pedaço pequeno da carteira de investimentos da instituição, não superior a 4,2%. No entanto, essa participação praticamente dobrou no último ano – geração renovável está entre os setores de maior potencial e considerados prioritários pelo fundo soberano chinês.
Ressalte-se que a China é o país que mais investe em energia limpa no mundo – em 2023, foram US$ 676 bilhões, 38% dos aportes globais no segmento. No caso específico do Brasil, não dá mesmo para pensar em transição energética sem capital chinês. Entre 2007 e 2023, empresas de energia do país asiático desembolsaram algo em torno de US$ 34 bilhões por aqui, o equivalente a 45% do total de investimentos chineses no país nesse período.
As conversas em torno de um novo acordo entre Brasil e China começaram durante o G20, em novembro. Na ocasião, por sinal, o BNDES e o Asian Infrastructure Investment Bank (AIIB) assinaram um memorando de entendimentos para o repasse de até R$ 16 bilhões a projetos em infraestrutura. Parte desses recursos será destinada a área de energia.
O AIIB é a segunda maior instituição financeira multilateral do mundo – atrás apenas do Banco Mundial. Reúne 48 países da Ásia e arredores e outros 50 chamados de membros não regionais, entre os quais o próprio Brasil. Não obstante essa Torre de Babel, na prática o que o BNDES firmou foi uma parceria com a China. Com sede em Pequim, o AIIB é um banco majoritariamente comandado por chineses – o país tem, disparadamente, o maior número de votos, 26% do total – e feito, sobretudo, para atender interesses chineses no mundo. E, como se sabe, Brasil e energia formam uma combinação do maior interesse para a China.

Infraestrutura
Governo Lula bate na porta do CAF em busca de recursos para a área de transportes
3/01/2025
Destaque
Não há diáspora societária capaz de abalar os planos e resultados do Safra
2/01/2025Que outro banco passaria incólume a uma disputa “fratricida” entre seus acionistas? Que outro banco atravessaria intacto uma segunda disputa “fratricida” entre seus acionistas? Que outro banco permaneceria impávido diante de uma terceira disputa “fraticida” entre seus acionistas? Assim como ocorreu no litígio entre Edmond, o irmão mais velho e mais bem sucedido, e Joseph e Moise, posteriormente entre os dois últimos e, mais recentemente, na rinha entre a segunda geração, com a contenda pública entre Alberto Safra e seus irmãos David e Jacob e a mãe, Vicky, o Safra saiu sem qualquer ranhura do seu próprio “gabinete do ódio”.
Sob o comando de David, o banco empilha resultados positivos e prepara os próximos movimentos. Segundo informações filtradas pelo RR, o Safra está rastreando o mercado em busca de novas aquisições na área de gestão de recursos. Em fevereiro deste ano, o banco comprou a Guide Investimentos, adicionando cerca de R$ 20 bilhões a sua carteira. Existem ativos interessantes na vitrine.
Um exemplo? Desde meados do ano, corre a informação de que a HSI Investimentos busca um comprador. A gestora tem cerca de R$ 13 bilhões em seu portfólio, a maior parte no setor de real estate.
O Safra entra em 2025 também com o desafio de tocar uma espécie nova em seu ecossistema de negócios: a Safra Sociedade de Crédito Direto (SCD), sua recém-criada fintech – a autorização do Banco Central saiu no último mês de outubro. O cardápio de serviços inclui crédito, cartão de crédito e contas de pagamento pré-pagas. O próximo alvo no radar seria a oferta de soluções de pagamento.
Para uma instituição vetusta e empertigada como o Safra – o “banco dos banqueiros” -, esse é um terreno que pede passos cautelosos. Até porque David Safra já carrega uma experiência malsucedida: o AgZero. O banco digital do Safra foi criado em 2020 no embalo da crescente digitalização dos serviços financeiros.
Três anos depois, sem grandes resultados, acabou extinto, sendo substituído pelo Safra One, uma conta corrente digital do próprio Safra. Uma rara poeira de insucesso na afortunada trajetória bancária do clã.
O Safra está empenhado também em ampliar sua carteira de negócios vinculados a metas de sustentabilidade.
Um dos focos é transição energética. Em agosto, o banco lançou o FIP Copérnico, de R$ 250 milhões, para financiar empreendimentos em geração solar. A própria família Safra estaria investindo na aquisição de terras para a instalação de usinas fotovoltaicas. Os projetos dedicados à temática ESG estão debaixo do guarda-chuva do ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, diretor de Estratégia Econômica e Relações com o Mercado do Safra. Levy, por sinal, é vice-presidente e responsável pelo Grupo Consultivo Brasil da Glasgow Finance Alliance for Net Zero, uma coalizão global de bancos comprometidos com a transição para o carbono zero.
Os Safra têm uma história de diásporas em seus negócios. Para ficarmos apenas nas gerações mais recentes, Edmond deixou o Banco Safra com os irmãos Joseph e Moise para cuidar do Republic National Bank of New York. Posteriormente, já nos anos 2000, foi a vez de Joseph, o “Seu José”, e Moise, se separarem, não sem antes uma disputa consanguínea. “Seu José” chegou a abrir outro banco, o J. Safra, para rivalizar e sorver parte da clientela do Safra.
Em nenhum desses momentos, no entanto, houve tanto fel de parte a parte quanto no embate entre os herdeiros de Joseph. Alberto acusou os irmãos e a própria mãe de terem agido deliberadamente para reduzir sua participação nos negócios da família. O armistício veio no último mês de agosto, quando Alberto vendeu sua participação no Banco Safra e na J. Safra Holding para David e Jacob – no fim de 2024 surgiu a notícia de que Esther Safra, igualmente filha de Joseph e Vicky, também está transferindo suas ações na holding para os dois irmãos.
Mesmo no auge da disputa societária entre os herdeiros de Joseph, o Safra jamais teve um abalo em sua performance. Entre 2022 e 2023, quando os filhos e a viúva de “seu José” se enfrentavam nos tribunais, o lucro do banco saltou R$ 2,2 bilhões para R$ 3,3 bilhões, um aumento de 50%. Nos nove primeiros meses de 2024, o ganho registrado chegou a R$ 2,26 bilhões, praticamente o mesmo verificado em igual período em 2023 (R$ 2,75 bilhões). É assim desde que o clã criou sua primeira instituição financeira, em 1840, em Alepo, na Síria. O “banco dos banqueiros” nunca chegou aos primeiros lugares do ranking, mas permanece onde sempre esteve: em uma boa colocação, logo após os líderes da tabela.

Economia
Dominância fiscal ou dissonância monetária? Eis a questão
20/12/2024O panetone do final do ano já foi aberto na semana passada e deve seguir nesse período até o Natal – espera-se que, na véspera do nascimento de Cristo, o mercado, os analistas financeiros e as mídias deem paz aos leitores de boa vontade. O panetone é uma metáfora da dominância fiscal (DF) e já vem embolorado. Esse estado em que os juros altos não conseguem baixar a inflação devido ao déficit fiscal – a exceção da “conquista de uma recessão” – começou a ganhar um espaço crescente no noticiário desde o último dia 10. Da sexta-feira, dia 13, até hoje, o termo dominância fiscal tornou-se predominante entre os assuntos vinculados à economia, por isso que explicá-lo em maiores detalhes tornou-se irrelevante. Somente na última quinta-feira, dia 12, quando foi anunciada a segunda cirurgia do presidente Lula, houve uma folga em relação à DF. Como se a dominância dependesse de uma piora da saúde de Lula, para dizer o mínimo. Uma análise breve com o uso de ferramenta de monitoramento revela que o termo foi citado em 93% das 80 mídias mais expressivas do país. O Boletim Focus da última segunda-feira, apesar de prever um resultado pouco saudável para as contas nacionais, não sanciona que o fiscal foi para o beleléu. Os números do IPCA projetados para 2025 (4,60%) e 2026 (4%) não estão distantes do intervalo de 1,5% para cima (4,5%). É bem verdade que sustentados por taxas de juros reais que chegam às alturas de 9%, no período 2025/2026.
A dominância fiscal, na realidade, há muitos anos ameaça pintar no cenário. O afamado economista do MIT e ex-chefe do FMI, Olivier Blanchard, diz que o Brasil ficou sob regime da DF entre 1999 e 2004. Há controvérsias, uma vez que os critérios para se definir se a economia está ou não sob o jugo da dominância são gelatinosos. Para muitos, a última vez que o Brasil flertou fortemente com a ideia de DF foi em 2002, com a iminente vitória de Luís Inácio Lula da Silva na eleição. Naquela época, a composição da dívida pública era bastante diferente da atual, com uma boa parte dela atrelada ao câmbio. Na ocasião, com o overshooting do dólar, para além de R$ 4, a dívida disparou, o que causou uma preocupação imediata com a DF. A ideia básica é que, se a dívida pública se encontra em uma trajetória instável, isto é, o risco de default (calote) aumenta muito, então não é possível utilizar a política monetária para controlar a inflação. De forma mais abrangente, as finanças públicas dominam o organismo econômico de modo que o mesmo fica paralisado frente à possibilidade de default.
No entanto, é curiosa essa menção permanente ao risco de default, visto que a dívida pública é toda fiduciária (André Lara Resende), e residualmente composta de moeda forte. O país é credor em dólar. É possível que a péssima comunicação do governo, desde a divulgação do arcabouço fiscal, o apequenamento da reforma tributária e agora do pacote fiscal – debitado injustamente ao ministro Fernando Haddad -, além das declarações desequilibradas de Lula desde sua posse, tenham sido combustível inflamável demais e contribuído em excesso para a volta da DF ao papel de top model. Mesmo assim, os números da dívida pública interna não parecem corroborar tanto terror: em outubro de 2020, ela estava em 87,7% do PIB; em 2024, deve bater nos 78% do PIB. Ressalte-se que, durante todo esse período, a fantasmagórica profecia de que a dívida pública interna bateria em 100% do PIB esteve presente. A questão, rememorando palavras do economista Edmar Bacha, é que a economia continua como um cachorro correndo atrás do próprio rabo.
A briga entre política monetária e fiscal tem sido cada vez mais acirrada devido à “Dominância do Congresso Nacional”, que colabora para que o déficit do governo se torne indomável. Nessa circunstância, o Banco Central é obrigado a elevar a taxa de juros, porque sem um arrocho fiscal, a inflação não entrará na meta, e o castelo de cartas vira ruínas. A meta de inflação de 3% – o RR já cansou de publicar – é incumprível. Assim como a redução da dívida pública para um patamar desejável – 50% ou 60% do PIB – através de superávits primários também não é viável. Para se ter uma ideia, o déficit do setor público deverá passar fácil de R$ 1,150 trilhão, o correspondente a pouco mais de 9,52% do PIB. Somente a despesa com os juros nominais será, muito provavelmente, bem próxima de 8% do PIB. O restinho do buraco pode ser atribuído ao resultado primário.
Portanto, as medidas de caráter conjuntural e não de longo prazo sempre serão insuficientes para atender à demanda do mercado, até porque ele próprio não acredita nas previsões do governo. O superavit primário de 0,25% do PIB em 2026 é considerado balela. O otimismo é desmentido pelo próprio Tesouro, que estima um déficit primário de 0,2% do PIB em 2026, segundo dados divulgados na última segunda-feira. O saldo é mais confusão e condições propícias para desinformação e especulação. Um bom exemplo é a avaliação do Morgan Stanley de que o dólar poderia testar “patamares entre R$ 6,70 e R$ 7,00 em um cenário hipotético de DF”. Nesse Natal, se esqueça dessa história toda de dominância fiscal. E coma seu panetone com a certeza de que o Brasil sobreviverá às pitonisas, sejam elas de que setores forem.

Energia
Fundo estatal francês ensaia novo investimento em geração renovável no Brasil
17/12/2024
Destaque
Regime de metas de inflação volta à pauta para a redução dos juros indecentes
12/12/2024O choque de juros aplicado ontem pelo Copom – a Selic foi a 12,25% – é só a metade da laranja. Como o efeito da medida tem um prazo para redução do IPCA que pode chegar a seis meses, a inflação somente caminharia para a banda mais alta da meta em meados de 2025. É um tempo razoável para o presidente Lula esbravejar contra a queda do desempenho econômico e do emprego e um patamar de juros que contradiz todas as cobras e lagartos vomitadas sobre Roberto Campos Neto.
A outra metade da laranja, com o condão de acalmar o presidente e – quem sabe? – fazer uma correção de rota na política monetária há muito defendida por influentes economistas, somente vigoraria a partir de janeiro de 2026, salvo alguma guinada do BC. Um paper científico defendendo a mudança da meta de inflação, que vem sendo discutido intramuros no Banco Central, parece ter convencido o corpo técnico da instituição. Os argumentos já permearam a diretoria. A correção do regime de metas não só teria um embasamento sólido, como, por tabela, atenderia objetivos políticos do governo.
O trabalho que pode mudar as regras do jogo é intitulado “Inflation Targeting Under Fiscal Fragility”. É assinado pelos economistas da FGV e do IMPA Vitor Costa, Paulo Lins, Rafael Santos e Serge Valk, com a coordenação de Aloisio Araujo, um economista matemático que já é considerado uma legenda na academia. O documento vem sendo motivo de um intenso debate no BC desde agosto, quando o paper foi concluído.
Se o trabalho tivesse chegado ao BC antes de junho, quando o Conselho Monetário Nacional anunciou o novo regime de meta contínua, talvez a história da política monetária fosse outra. E os juros pudessem ter parado na faixa de 9% ou 10%. No final, a meta de inflação contínua somente mudou o ano calendário de aferição.
O centro e as bandas da meta permaneceram no mesmo lugar (3%, com piso e teto de 1,5% para mais ou para menos) no período 2024/2025, passando a ser contínua a partir do último ano mencionado. Contudo, há uma brechinha deixada pelo CMN. Trata-se da inclusão do termo “horizonte relevante” na regulamentação. A princípio, o horizonte é de 24 meses, quando a meta de 3% efetivamente seria permanente.
Mas a meta não é um artigo constitucional e pode ser mudada pelo CMN a qualquer momento e sem empecilho. É o que está posto em diversos outros trabalhos que já circulavam no meio acadêmico e no mercado. O estudo que está abalando o sistema de metas, em síntese, é um documento de 67 páginas, que chama a atenção para um ponto relevante: o Brasil tem um déficit fiscal estrutural, portanto a definição da meta de inflação deve considerar sua tipicidade.
Ou seja: o “nível ótimo” de inflação depende de especificidades de cada país, tais como o grau de flexibilidade no mercado de trabalho e nível de fragilidade fiscal, dentre outros fatores. Essa mesma conclusão foi considerada pelos economistas Braulio Borges e Ricardo Barbosa, em artigo publicado no portal do IBRE/FGV, denominado “O debate sobre as metas de inflação no Brasil”. Logo na partida, Borges e Barbosa mostram a que veio seu trabalho: “A definição de metas de inflação no Brasil nunca levou em conta estudos mais técnicos, envolvendo a chamada ‘Inflação ótima’ e avaliação crítica do desempenho de outros países emergentes com metas semelhantes”.
As armadilhas são muitas: uma delas é não dissociar o conjuntural do longo prazo, além de ignorar o déficit estrutural do país. Nessas condições, a meta deveria ser mais baixa, e, de qualquer forma, ser resultado de uma análise científica para sua definição. No atual modelo, ela criaria uma espiral permanente de juros altos, dívida pública crescente, atividade produtiva em descenso e inflação, mesmo no “horizonte relevante”, com o risco permanente de correr por fora da meta.
Não custa lembrar, que durante os quatro anos em que perdurou o teto de gastos, um regime de contenção inflacionária considerado draconiano, o Brasil não cumpriu a meta de inflação, mesmo ela sendo mais alta – primeiro de 4,5%, até 2018, e depois de 4,25% a partir de 2019. O paper que alicerça a provável mudança do regime de metas, segundou apurou o RR, é tido como inatacável e dá sustentação técnica para que o futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo, se libere do engessamento à prática de juros altos. Para trazer os juros reais a um nível ainda alto, mas não indecente, seria necessário o equacionamento do déficit estrutural, o que é praticamente impossível fora de um prazo mais longo, dissociado do ditame conjuntural. No momento não há mais jeito a não ser engolir, possivelmente por mais alguns meses, o batráquio de juros de até 14% para alcançar uma meta ficcional de 3%.
O centro da meta sugerido não é nenhuma extravagância, mas um retorno ao 4,5% e 4,25% já praticados antes, podendo chegar a 6% se for considerada a banda de 1,5% para cima. O trabalho de Borges e Barbosa – e não o documento seminal que estaria sobre a mesa de Galípolo, um emaranhado de equações de matemática não linear – aponta que os 6% ainda seria uma inflação baixa para os padrões brasileiros. O IPCA médio de 1999-2022 foi de 6,4%, levemente fora da meta proposta.
Mas a mediana da inflação no mesmo período ficou em 5,9% a.a. Um dado curioso é que, segundo a metodologia de Korenok, adaptada pela MCM Consultores – um sistema que permite inferir a taxa de inflação causadora de maior ímpeto para indexação, sobretudo a gregoriana -, o IPCA seria da ordem de 3,7%, mais próximo de 4% do que da meta de 3%. Por enquanto, a política monetária é essa que temos. Mas já se vislumbra uma saída fora do túnel dos juros siderais

Destaque
As venturas e desventuras do “primeiro-ministro” da Caixa Econômica
9/12/2024O vice-presidente de Finanças e Controladoria da Caixa Econômica, Marcos Brasiliano Rosa, tem chamado a atenção de outros integrantes da diretoria pela alta dose de poder e por decisões que vêm gerando controvérsias dentro do banco. Visto por muitos como uma espécie de “primeiro-ministro” na gestão do presidente Carlos Vieira, Brasiliano é apontado internamente, segundo uma fonte da instituição, como um dos principais, se não o principal responsável pela crise de funding da Caixa, que afetou a concessão de financiamento habitacional. Formalmente, o banco atribui a limitação de recursos a um crescimento da carteira de crédito imobiliário acima do esperado e ao volume de saques na caderneta de poupança.
Pode ser. Dos muros para dentro, no entanto, o que se diz é que houve falhas na elaboração do orçamento do banco para 2024, missão a cargo de Brasiliano.
Ainda em maio, ou seja, apenas no quinto mês do exercício, surgiram os primeiros sinais de que o cobertor orçamentário era curto demais. Na ocasião, durante a divulgação dos resultados, ao se referir ao financiamento habitacional Carlos Vieira disse textualmente que a Caixa estava “trabalhando no limite da capacidade”. Em setembro, três meses antes do fim do ano, os problemas de funding se acentuaram, o que forçou a Caixa a baixar às pressas mudanças nas regras dos empréstimos pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Nas operações realizadas entre janeiro e setembro, o SBPE representou 36% do crédito habitacional concedido pelo banco.
Sem recursos, a Caixa limitou os financiamentos feios por meio do Sistema a imóveis de até R$ 1,5 milhão. Além disso, a instituição restringiu os empréstimos pelo Sistema de Amortização Constante (SAC) a 70% do valor da propriedade – até então, esse teto era de 80%. Já pelo sistema Price, o sarrafo desceu de 70% para 50%.
Antes de ocupar a vice-presidência de Finanças e Controladoria, Marcos Brasiliano Rosa atuou como diretor de Controladoria na gestão do ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães.
Funcionário de carreira do banco desde 1989, Brasiliano construiu sua trajetória para os cargos mais elevados da hierarquia apoiado por aliados estratégicos, como os ex-VPs Rafael Moraes e Gabriel Cardozo, ambos fiéis ao ex-presidente Pedro Guimarães. Durante sua presença na vice-presidência, Cardozo teve notória ascendência sobre a Caixa Asset. Durante a gestão de Guimarães e posteriormente na administração de Daniella Marques, ainda no governo Bolsonaro, Brasiliano transitou estrategicamente entre diferentes esferas de influência.
Não apenas viabilizava operações desejadas pela direção do banco, mas também atuava como “braço direito” da então conselheira Rita Serrano. Com a chegada de Rita à presidência da Caixa, Brasiliano se fortaleceu, até ser alçado à vice-presidência de Finanças. De acordo com a mesma fonte, passou também a ser uma figura central na articulação interna e no preenchimento de cargos estratégicos.
Nos corredores do banco, a informação é que o executivo aproveitou essa influência para criar uma equipe de fiéis assessores ao seu redor, entre os quais se destaca Saulo Farhat Paiva, atual diretor executivo responsável pela Tesouraria da Caixa.
Segundo a fonte do RR, com a nomeação de Carlos Vieira para presidência, Brasiliano rapidamente ajustou sua postura, tornando-se um aliado próximo do novo líder, o que lhe permitiu manter seu prestígio e acesso a diferentes áreas do banco. Mais recentemente, o executivo teria sido uma voz de peso para a transferência de Rafael Moraes, ex-vice-presidente, para o cargo de CFO da Caixa Vida e Previdência.
Os equívocos no orçamento de 2024 tiveram impacto não apenas sobre milhões de clientes da Caixa, mas sobre a própria engrenagem da oferta de financiamento habitacional no Brasil – o banco responde por quase 70% do crédito imobiliário no país.
Ainda assim, até o momento não há sinais de que a posição de Marcos Brasiliano esteja sob risco. O executivo conta com outros apoiadores de relevância, como Sérgio Henrique Bini, atual vice-presidente de Fundos de Investimento. Este último é responsável pelos fundos FI FGTS do banco. De acordo com a fonte do RR, Brasiliano trabalha nos bastidores para manter poder na Caixa mesmo com a sua iminente aposentadoria, prevista para o fim deste ano. A informação é que ele se articula para permanecer na vice-presidência de Finanças ou assumir a presidência de uma subsidiária da Caixa. A ver.

Infraestrutura
Iguá Saneamento estuda nova emissão de debêntures incentivadas
9/12/2024Há informações no mercado de que a Iguá Saneamento prepara um novo lançamento de debêntures incentivadas. Os olhos da empresa se voltam automaticamente para o BNDES, o grande comprador desse tipo de papel no Brasil. No ano passado, não custa lembrar, a companhia realizou a maior emissão incentivada da história no país, no valor de R$ 3,8 bilhões. Desse total, o banco de fomento garantiu a aquisição de R$ 1,8 bilhão. Desta vez, os recursos seriam destinados prioritariamente para a concessão de Sergipe, arrematada em setembro. Os investimentos obrigatórios somam R$ 6,3 bilhões ao longo do contrato de 35 anos, mas a maior parcela – R$ 4,7 bilhões – terá de ser desembolsada nos primeiros dez anos. Procurada pelo RR, a Iguá não se manifestou.

Destaque
Bancada ruralista se mobiliza para tirar Proagro do pacote fiscal
6/12/2024No que depender da bancada ruralista, o “pacotinho” fiscal de Fernando Haddad será ainda mais desidratado. A Frente Parlamentar da Agricultura já se movimenta para barrar a mudança na regra contábil do Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária). A proposta de Haddad prevê a transferência das despesas com o programa da conta do Banco Central para o orçamento da União.
Significa dizer que os recursos, que hoje saem limpinhos do BC para o agronegócio, ficarão sujeitos a limites e contingenciamentos orçamentários. Na prática, o Proagro passará a ter um teto pré-estabelecido, com o risco de que o valor previsto sequer seja plenamente executado. É justamente essa camisa de força que a bancada ruralista tenta rasgar antes mesmo de ser vestida.
Neste ano, a previsão de desembolso do Proagro é da ordem de R$ 12 bilhões. Para o ano que vem, o agronegócio pleiteia algo próximo dos R$ 14 bilhões.
O agronegócio nunca perde. Proporcionalmente, é um dos setores da economia menos taxados vis-à-vis a sua lucratividade e números sempre hiperbólicos. No ano passado, por exemplo, a balança comercial do agro teve um superávit de US$ 148 bilhões. O segmento tem um latifúndio de quase 19% do total de renúncias fiscais do governo federal – são mais de R$ 103 bilhões em isenções.
A julgar pelo track record, a probabilidade de a bancada ruralista ganhar a queda de braço com a equipe econômica e manter o Proagro onde está é alta. Qualquer pauta que importuna os interesses do setor e precisa passar pelo Congresso é logo atropelada pelo trator da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA). A FPA tem 290 deputados, de um total de 513. Se quiser, sozinha, faz um estrago na votação das propostas do pacote fiscal.
A mais recente demonstração do poderio dos ruralistas no Legislativo se deu na votação do Projeto de Lei 182/2024, que instituiu o mercado de carbono no Brasil. A realização simultânea da COP29, no Azerbaijão, eclipsou uma derrota política de Marina Silva. A ministra trabalhou dentro do próprio governo e junto a parlamentares da base aliada pela inclusão do agronegócio no chamado mercado regulado, como o nome sugere regido por metas de redução das emissões e critérios estabelecidos pelo Estado.
No entanto, o agro ficou no mercado voluntário, o das reduções espontâneas e não obrigatórias. Em Brasília, há informações de pressão de ambientalistas para que o presidente Lula não sancione o projeto. É mais fácil o CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, ser convidado para um churrasco por pecuaristas brasileiros.

Empresa
Banco do Brasil é a pedra no sapato da Agrogalaxy
5/12/2024Emissários da Agrogalaxy têm buscado uma interlocução com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, na tentativa de que ele interceda junto ao Banco do Brasil. O BB é um dos maiores credores da empresa e, até o momento, o principal obstáculo ao seu plano de recuperação judicial.
A instituição financeira entrou na Justiça requerendo que seus créditos não sejam incluídos no processo. O BB tem a receber cerca de R$ 390 milhões. A iniciativa teve um efeito estimulante sobre outros bancos, que também entraram com ações para ficar de fora da recuperação judicial, caso, por exemplo, do Santander e do Sicoob.
Mesmo que queira, vai ser difícil para Fávaro se esquivar do assunto. A Agrogalaxy protagoniza uma das maiores recuperações judiciais do agronegócio, com razoável impacto sobre toda a cadeia de negócios do setor. Ao todo, o passivo da empresa de distribuição de insumos agrícolas passa dos R$ 4 bilhões.

Política externa
Brasil busca recursos da União Europeia para transição energética
4/12/2024Em meio à complexa tratativa para o acordo entre União Europeia (UE) e Mercosul, o governo Lula conduz uma negociação bem menos áspera com o Velho Continente. Em jogo, a ampliação da parceria com o European Investment Bank (EIB), braço financeiro da UE, para investimentos em energia renovável. A ideia do governo brasileiro é costurar a liberação de recursos para outros bancos federais, a exemplo do BNDES e o Banco do Nordeste. No ano passado, o Banco do Brasil firmou um contrato para a captação de 350 milhões de euros voltados a projetos em transição energética.

Destaque
Os dilemas e desafios que travam a regulamentação do Drex
3/12/2024A regulamentação do Drex, moeda digital da autoridade monetária, que estava prevista para o início de 2024, depois foi revista para meados do ano, e acabou re-adiada para o fim do atual exercício, corre o risco de não sair sequer em 2025, data programada para que o ativo fiduciário virtual já estivesse em pleno uso. Os problemas mais complexos não são diretamente os 13 temas selecionados para que os 16 consórcios – quase todos constituídos de instituições financeiras – realizassem testes pilotos, mas, sim, as implicações no ecossistema da futura moeda digital. Os impactos são de ordem variada nas mais diferentes esferas: jurídica, tributária, comercial e até policial, entre outras.
Já há no mercado quem defenda a criação de um novo grupo para a regulamentação do Drex com representantes de outros segmentos do governo, além do Banco Central. Nessa comissão, caberiam órgãos como o Ministério da Justiça, Receita Federal e CVM.
O Drex pode vir a ser um sucesso como foi o PIX, mas sua implementação é bem mais complexa.
O PIX, em princípio, foi mais um problema de acomodação do sistema financeiro. O Drex vai direto na veia da economia popular. Um Drex será correspondente a um real. E as instituições que poderão operar com a moeda digital terão de ser autorizadas pelo BC. Mas há problemas de rastreabilidade, transferência patrimonial, riscos de uso criminal – lavagem de dinheiro, corrupção, sequestro -, relacionamento com as plataformas de stablecoins (há mais de uma centena regularizadas, mas um número incalculável de agregadoras correndo por fora da lei). Também estão nesse mesmo saco de dificuldades a rastreabilidade, as transferências patrimoniais imediatas, players internacionais, resistência de grupos de interesse e inúmeros outros questionamentos difíceis de serem contornados.
Um ecossistema complicadíssimo.
Somente para citar um dos pedregulhos no caminho, existem 13 mil cartórios no Brasil, todos devidamente protegidos pela Constituição Federal. Esse segmento perderia a exigência de presença física para registro em firma. Os cartórios são intensivos em trabalho. Além da alteração jurídica, portanto, há a discussão sobre o desemprego.
O pagamento em Drex faria tudo automaticamente. Todas as transações e registros patrimoniais seriam realizadas no mesmo momento, desde que o pagamento fosse realizado com a moeda digital. Pausa para um problema de ordem de segurança: como criar as condições de rastreabilidade para situações nas quais uma transação com Drex fosse usada com objetivo criminal e gerasse imediatamente uma transmissão concomitante do ativo? Os sequestros seriam um exemplo.
A regulamentação do Drex exige a maior prudência possível, pois se trata de economia popular, que pressupõe credibilidade absoluta. Nada pode arranhar a percepção da sua garantia fiduciária. No mundo, as referências dos países que têm moedas digitais não são edificantes. Até agora, 11 nações já lançaram suas moedas digitais: uma na África, a Nigéria, e ouras 10 no Caribe: Bahamas, Jamaica, Anguila, Antigua e Barbuda, Granada, São Vicente e Granadinas, Santa Lúcia, Dominica, Montserrat e São Cristóvão e Neves.
Equador e Senegal, por sua vez, cancelaram seus projetos de desenvolvimento, o que não contribui para maiores conclusões.
A boa notícia é que mais de 100 países, entre os quais todos do G20, estão debruçados sobre estudos para criação das suas próprias moedas digitais. Os meios de pagamento virtuais são um futuro inexorável. E têm lá suas virtudes.
A questão é saber se cobras e lagartos vêm junto no pacote. Por enquanto, são os bancos os protagonistas com maior capacidade de dar respostas aos desafios. Mas, o prazo para o lançamento do Drex, que parecia moleza na partida, pode ficar sem resposta por muito tempo ainda.

Futebol
Donos do Atlético-MG entram em campo para assegurar emissão de debêntures
29/11/2024Os acionistas da SAF do Atlético-MG – leia-se os empresários Rubem e Rafael Menin (MRV e Banco Inter) e Renato Salvador (Mater Dei) e o banqueiro Ricardo Guimarães (BMG) – têm conduzido pessoalmente uma série de contatos com fundos e bancos de investimento. Buscam compradores para os R$ 105 milhões em debêntures do futebol (debêntures-fut) que estão sendo emitidos pela empresa. A oferta tem encerramento previsto para março do ano que vem. Os recursos serão usados para a quitação de dívidas e o alongamento do perfil do passivo, hoje na casa de R$ 1,3 bilhão, um dos maiores entre os clubes brasileiros.

Agronegócio
Ruralistas pedem renegociação de dívidas junto ao BB e à Caixa
28/11/2024O agronegócio também quer “anistia”. Não exatamente para o 8 de janeiro, mas para a sua inadimplência. A bancada ruralista pressiona o governo para que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica abram um programa de renegociação de dívidas de produtores rurais. A alegação é que os extremos climáticos, notadamente as enchentes no Rio Grande do Sul, são a grande praga que atingiram o campo na safra atual. Os balanços dos dois bancos estatais mostram o quanto a erva daninha cresceu. No BB, a inadimplência na carteira de crédito rural subiu de 0,71% para 1,97% nos últimos 12 meses. Na Caixa, o problema é ainda maior. Em comparação com novembro do ano passado, os empréstimos com atraso de 90 dias ou mais saltaram de 0,75% para 3,35%.

Economia
Rui Costa é uma pedra permanente no caminho de Haddad
26/11/2024A finalização do pacote fiscal, que será anunciado a qualquer momento, esbarrou, em várias situações, não somente nas travas do presidente Lula, mas na intervenção do ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa. Não fosse a paciência de Jó do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o anúncio do corte de gastos teria ficado para algum ponto futuro no primeiro trimestre de 2025. Costa aludia a problemas de ordem política a cada proposta que era apresentada. Sensível a esses temas, principalmente na agenda social, Lula pediu tempo para pensar sempre que uma nova proposta chegava a sua mesa. Pensava e vetava. Vinha uma medida substitutiva, e o processo se repetia. Uma das questões levantadas por Costa passou pelo posicionamento de Lula em relação ao futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Se o plano de corte nas despesas for tíbio, os juros subirão, contaminando os demais indicadores macroeconômicos. O mercado já precificou que as medidas de ajuste fiscal serão rasas, por isso a projeção da Selic para 2024 e 2025 cresce a cada Boletim Focus. Para as instituições financeiras, a taxa básica fechará 2024 em 11,75%; e chegará ao fim de 2025 em 12,25%. No próximo ano, confirmando-se a projeção de uma inflação de 4,34%, o Brasil experimentará um juro real próximo a 8%.
Trata-se de uma taxa que redimiria o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, dos seus “crimes” na política monetária. Campos Neto sempre disse que a taxa de juros do Brasil era absurdamente alta, devido a variáveis crônicas, ou seja, expansão fiscal descontrolada, dívida pública elevada, taxa de poupança menor e crédito direcionado. Esses fatores influenciariam o juro neutro. Pois bem, o presidente do BC foi tratado como um pária por Lula. O seu sucessor, Gabriel Galípolo, vai receber o mesmo balaio de gatos. Com uma diferença para pior: a expectativa em relação ao corte de gastos. Se o ajuste fiscal for raquítico, a economia pode desandar. Dito isso, é dólar forte e juros altos, aqui e lá fora, como prevê o guru do mercado, Luis Stuhlberger, criador do mítico Fundo Verde, em entrevista ao Estado de S. Paulo, na edição de ontem.
Na reunião “definitiva” para que Lula batesse o martelo em relação às medidas de ajuste, Gabriel Galípolo foi chamado a participar, não só como deferência, mas para afinar sua opinião sobre as decisões futuras do BC na área monetária. O convite a Galípolo foi mais uma intervenção de Rui Costa. O ministro da Casa Civil já alertou o presidente sobre o risco político de alusões negativas a um eventual tratamento assimétrico em relação aos presidentes do BC. Afinal, o que Lula fará e dirá quando os juros reais forem à estratosfera já na gestão de Galípolo no BC? Segundo o RR apurou, na reunião, o presidente não chegou a tirar o assunto de letra, mas no final mandou tocar para frente. Afinal, “Galípolo é um dos nossos”, e Campos Neto sempre “foi deles”. Lula veste mal o figurino da coerência. Talvez tente se safar dos juros monstruosos mencionando o PIB, que poderá crescer 3,17% em 2024, segundo o Boletim Focus desta semana. Há instituições que já dão como certo um PIB de 3,5% no acumulado do ano. Mas também, segundo o mesmo Focus, o índice desabará para 1,95% em 2025 e permanecerá praticamente no mesmo patamar em 2026 – a estimativa de um crescimento de 2% é igual há 68 semanas. Males dos juros altos, que são antibióticos para a inflação e um purgante para o crescimento econômico. De qualquer forma, há um dilema moral a ser resolvido. E Rui Costa gosta de costurar esse tricô, que acaba, na maioria das vezes, sendo impeditivo das propostas de Fernando Haddad.

Bancos
BTG entra na disputa por operação do Julius Bauer no Brasil
21/11/2024O BTG é apontado no mercado como forte candidato à compra da operação do banco suíço Julius Bauer no Brasil. A instituição financeira de André Esteves já estaria em conversações com a Goldman Sachs, que detém o mandato para a venda. O que está em jogo é uma carteira de aproximadamente R$ 50 bilhões, a maior parte concentrada em wealth. Ressalte-se que o BTG tem apostado alto no segmento de gestão de fortunas. Em setembro, comprou o multifamily office Greytown Advisors, sediado em Miami. Procurado pelo RR, o BTG não quis se pronunciar.

Destaque
Quem tem mais cartas na mão (ou na manga) para ficar com a Avibras?
21/11/2024O processo de venda da Avibras tornou-se uma mesa de pôquer, com poucas cartas à mostra e uma boa dose de blefes. A chinesa Norinco, que já era dada como um jogador fora da disputa, está tentando voltar ao game por um caminho curioso. Os asiáticos têm feito gestões junto ao BNDES. No último dia 9 de outubro, dois diretores da Norinco no Brasil, Dagoberto Porto e Walter Haddad, estiveram reunidos com o próprio presidente do banco, Aloizio Mercadante.
A princípio, a investida dos chineses soa como um contrassenso, uma vez que o BNDES recebeu do governo a missão de costurar a negociação da Avibras para uma empresa brasileira. No entanto, os representantes da Norinco sinalizaram que o grupo aceitaria ter uma participação minoritária em um consórcio liderado por capital nacional. Seria uma forma de quebrar a resistência de vários setores do governo, a começar pelas Forças Armadas, à transferência do centro de decisões de uma Empresa Estratégica de Defesa (EED) para o exterior.
No entanto, a boa vontade da Norinco – um mega conglomerado industrial que, além de equipamentos de defesa (sistemas de ataque de precisão, armas anfíbias, armas de supressão de longo alcance, sistemas antiaéreo e antimísseis etc.), fabrica automóveis, caminhões, máquinas, produtos químicos – é vista com reservas no governo. Não parece fazer sentido que o grupo entre no negócio e coloque dinheiro na Avibras para ficar com uma posição subalterna. De boas intenções, Pequim está cheia.
Segundo uma fonte, há um receio em determinados segmentos das Forças Armadas de que um eventual sócio brasileiro, ainda que formalmente majoritário, na prática não passe de um mero figurante, cabendo aos chineses dar as cartas na Avibras. Trata-se de uma preocupação pertinente, até porque a negociação de venda da companhia brasileira virou um estranho jogo de esconde-esconde.
Nas últimas semanas, surgiu um candidato “mascarado” à compra da Avibras. Em tese um grupo brasileiro até agora sem nome e com um rosto só: o de Carlos Fortner, que presidiu os Correios no governo Temer.
Na última terça-feira, Fortner se reuniu com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que representa os trabalhadores da empresa. Foi a sua segunda visita à entidade em duas semanas. Em ambas, promessas de que a compra da Avibras está perto de ser fechada e que todos os débitos trabalhistas serão quitados.
Tudo pelas mãos do tal investidor “brasileiro”. Pode ser. A questão é que nacionalidade se tornou uma variável difusa na venda da Avibras. O investidor representado por Fortner tanto pode ser efetivamente nacional quanto ter outras colorações com uma leve camada de verde e amarelo por cima. Além da Norinco, nas últimas semanas surgiram notícias do interesse do fundo soberano da Arábia Saudita de comprar a fabricante brasileira de equipamentos de defesa.
Outro candidato citado é a australiana DefendTex. Em nota à imprensa, divulgada após a reunião de terça-feira entre Fortner e o Sindicato, a Avibras confirma as tratativas com “investidor brasileiro”, sem citar qualquer nome. Afirma que ambos “estão plenamente empenhados e confiantes na conclusão da transação, que poderá marcar o fim do processo de recuperação e o início de uma nova fase de crescimento para a companhia”.
Em contato com o RR, quando perguntada especificamente sobre as negociações com outros investidores, nacionais e estrangeiros, a Avibras não se manifestou.
A solução ideal para o governo Lula e o estamento militar ainda é a fusão da Avibras com outra empresa nacional do setor. A principal candidata é a Akaer, especializada no desenvolvimento de tecnologias e equipamentos para a área de defesa, especialmente o setor aeroespacial.
Há uma peculiaridade que conta ainda mais a favor da empresa. Em 2023, a Akaer voltou a ser uma companhia 100% brasileira. Por meio da Connectus Gestão e Participações, o acionista controlador Cesar Augusto Teixeira Andrade e Silva recomprou os 42,21% que estavam nas mãos da sueca Saab. A Akaer tem interesse em incorporar a Avibras, mas seu apetite estaria condicionado a um apoio financeiro do BNDES.
Entre cartas viradas de cabeça para baixo e blefes, a Avibras definha à espera de um novo investidor. Os funcionários não recebem salários há 19 meses. Em estado de greve desde setembro de 2022, os próprios trabalhadores chegaram a propor que o governo assumisse a empresa. Não colou. Em recuperação judicial, a companhia, controlada por João Brasil Carvalho Leite, filho do fundador, João Verdi Carvalho Leite, carrega um passivo de mais de R$ 600 milhões.
Quase metade corresponde a dívidas com o próprio governo, de débitos tributários a financiamentos contraídos junto a BNDES, Finep e Banco do Brasil. A erosão da Avibras se manifesta ainda em outros pontos. Fontes que visitaram a fábrica de Jacareí ficaram alarmadas com a obsolescência e a degradação do parque industrial.
Além disso, nos últimos anos, a empresa perdeu muito do seu capital humano, notadamente engenheiros de ponta, para outras companhias da área de defesa, especialmente a Mac Jee, que iniciou um programa espacial em parceria com a Força Aérea.

Mercado
Das criptomoedas ao crédito, Bitso ganha reforço de capital no Brasil
19/11/2024Há um zunzunzum na Faria Lima de que a Bitso, plataforma de criptomoedas mexicana com forte atuação no Brasil, deverá receber um novo aporte dos fundos investidores. A capitalização seria liderada pela Kaszek Ventures, maior gestora de capital de risco da América Latina. Em grande parte, a injeção de recursos mira o mercado brasileiro e o reforço das operações de crédito no país. No ano passado, a Bitso foi a primeira empresa de criptoativos a receber autorização do Banco Central para oferecer empréstimos no Brasil. Ressalte-se que recentemente a fintech passou por uma troca de comando no país, com a nomeação de Bárbara Espir para o posto de country manager.

Futebol
Há uma cadeira vazia no futuro estádio do Flamengo
18/11/2024O mandato de Rodolfo Landim no Flamengo vai chegando ao fim – a eleição está marcada para 9 de dezembro – com duas importantes lacunas. O clube ainda não tem um parceiro e nem o project finance para a construção de seu futuro estádio, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. As tratativas com bancos – um deles, o BRB (Banco Regional de Brasília), um dos maiores patrocinadores do clube – travaram justamente por conta de indefinição eleitoral. No que depender de Landim, ele deixará de tratar do assunto na função de presidente para retomá-lo como CEO. É o cargo que ele passará a ocupar a partir do ano que vem caso o seu candidato, Rodrigo Dunshee de Abranches, vença o pleito e assuma a presidência do Flamengo. No entanto, na política rubro-negra, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, ex-presidente da Sky Brasil, vem sendo apontado como o favorito para a eleição.

Destaque
Até quanto o Corinthians vai resistir à criação da SAF e à venda do seu controle?
18/11/2024O Corinthians, dono da maior dívida do futebol brasileiro – R$ 2,3 bilhões -, vem sendo pressionado por grandes credores a fazer dois movimentos considerados indispensáveis para o equacionamento de sua dramática situação financeira: a criação da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) e a posterior venda do seu controle. Entre as instituições financeiras, o senso comum é que o clube não conseguirá honrar seus compromissos sem a chegada de um investidor. O caso mais sensível é o da Caixa, maior credora do Corinthians – com mais de R$ 700 milhões a receber, referentes ao empréstimo para a construção da Neo Química Arena.
O clube já fechou e descumpriu ao menos dois acordos com a CEF. Na lista de bancos credores, figuram também Daycoval, Santander e BMG, entre outros. Segundo o RR apurou, a questão da SAF provoca discordâncias dentro do próprio Corinthians. Há informações de que o CEO, Fred Luz, defende a cisão do futebol.
Assim como seria favorável também a uma medida tão ou mais complexa: um pedido de recuperação judicial. Não é difícil ligar os pontos. Luz foi – ou está – “cedido” ao clube pela Alvarez & Marsal, consultoria especializada em processos de RJ.
No entanto, o presidente do Corinthians, Augusto Mello, responsável pela contratação do executivo, é contra o pacote completo: criação da SAF, venda do capital e recuperação judicial. O que se diz é que, por esse e outros motivos, a relação entre Mello e Luz está agastada. Em contato com o RR, por meio de sua assessoria, o Corinthians negou que existam divergência entre ambos.
E afirmou que “Não existe a possibilidade do Corinthians se tornar uma SAF”.
Em conversas reservadas, alguns credores abordam o que pode ser chamado de um certo “negacionismo corinthiano”. Como um clube que gasta cerca de 25% da sua receita anual apenas com o pagamento de juros conseguirá sair dessa areia movediça sem o aporte de um investidor? Bem, um aporte formal. Porque, nos bastidores da bola, corre de boca em boca que a gestão Augusto Mello vem recorrendo à ajuda financeira de empresários corinthianos.
Dois deles, inclusive, são apontados como candidatos à compra de uma participação em uma eventual SAF. Os empréstimos seriam uma forma de montar, desde já, uma posição estratégica no caso de separação do futebol, abrindo caminho para uma posterior conversão da dívida em participação acionária. Guardadas as devidas proporções, não seria um esquema tático muito diferente daquele que levou os empresários Rubem Menin, seu filho, Rafael Menin, e Renato Salvador, além do banqueiro Ricardo Guimarães ao controle da SAF do Atlético Mineiro.

Infraestrutura
IFC energiza hub de hidrogênio verde do Ceará
13/11/2024
Destaque
Aqua Capital tenta evitar o contágio pela crise da Agrogalaxy
11/11/2024
Infraestrutura
Pernambuco é o novo alvo da CPP Investments no saneamento
7/11/2024O que se diz no BNDES é que a CPP Investments abriu uma linha direta com o banco e o governo de Pernambuco. O fundo canadense é candidatíssimo a disputar a concessão de saneamento do estado, prevista para o ano que vem. Mira, sobretudo, o bloco da Região Metropolitana do Recife (RMR), composto por 160 municípios. A CPP já tem importantes investimentos em saneamento no Brasil. É acionista majoritária da Iguá e, por meio da Equatorial Energia, tem um pé na Sabesp.

Empresa
Banco do Brasil é a pedra no caminho da Intercement
6/11/2024
Bancos
Decálogo de incoerências que assolam o Fundo Garantidor de Créditos
5/11/2024Achar que os recursos do FGC jamais aumentam não é uma afirmação de boa fé. O Fundo cresce organicamente, já que seu montante é aplicado em ativos sólidos, basicamente títulos públicos. O FGC é uma instituição de direito privado, sem a ingerência dos bancos na sua gestão – os conselheiros não podem estar associados a instituições financeiras. Existe para evitar uma crise financeira sistêmica e tranquilizar toda a população de que seu dinheiro está seguro nos bancos. Ocorre que, além das suas próprias incongruências, a PEC do senador Ciro Nogueira acabou por estimular a imaginação do mercado, dando origem a especulações surreais. As propostas que surgem para o aumento do valor da cobertura do FGC e das cotas dos bancos mais parecem uma contribuição ao “Festival de Besteira que Assola o País” (Febeapá), uma antologia de textos hilariantes, criada pelo cronista Sergio Porto e publicadas em vários livros. O RR segue na mesma toada e cria o seu “Decálogo de Incoerências que Assolam o FGC”
1 – Algum gênio propôs que o aumento da garantia e da cota de contribuição saísse do recolhimento do compulsório bancário. Ora, são alhos e bugalhos. Os recursos do recolhimento, depositados no BC, pertencem aos bancos, portanto são contabilizados como um ativo bancário. Já a contribuição ao FGC é como se fosse um imposto – no caso, de 0,0125% dos depósitos elegíveis. É um custo e um dinheiro que, uma vez recolhido, não pertence mais aos bancos. A ideia é uma boa maneira de confundir ainda mais uma ideia já confusa.
2 – Quais foram os critérios adotados pelo senador Ciro Nogueira na sua proposta de aumento do FGC? Por que quadruplicar o limite do Fundo? Por que não duplicar? Ou quintuplicar? Ou setuplicar? Não se sabe que parâmetros o parlamentar usou. O fato é que, a cada múltiplo, maior o risco moral decorrente da medida.
3 – Considerar que o FGC também está aquém do valor necessário para dar conta do problema de uma ou outra instituição financeira é confundir o sistema bancário com ficção científica. O Brasil atravessou a grande crise internacional do sistema financeiro, em 2008, como se estivesse tirando caspa do paletó. Aliás, esse ponto levanta uma reflexão. Não será um sistema bancário concentrado uma forma de resistência a maiores cataclismas?
4 – Uma das mais divertidas argumentações pró aumento das garantias foi converter o teto de R$ 250 mil ao valor do câmbio no momento da aplicação. A indexação não faria o menor sentido. O que ia ter de gente torcendo contra o real e também para que bancos quebrassem…
5 – Um outro disparate é comparar as cotas e garantias determinadas pelas autoridades fazendárias e monetária do país ao valor de outras paragens. É como se o sistema financeiro fosse um monolito e não houvesse características diferentes na sua composição e necessidades em cada Nação. Se fosse para generalizar, seria o caso de fazer um novo Bretton Woods, ou seja, criar um padrão FGC. Ademais, os valores garantidos e a reserva do fundo, no Brasil, são maiores do que em outros países.
6 – Inventar mais uma PEC somente para engessar o FGC é mais ou menos como criar uma PEC para regulamentar o Imposto de Renda (IR). O FGC não deixa de ser um IR bancário, com finalidade específica: pagar permanentemente uma taxa para retirar qualquer dúvida sobre a solidez das instituições financeiras. Algo parecido com um Tesouro Nacional dos bancos.
7 – Aprovar a PEC do FGC também significaria transformar o Conselho Monetário Nacional (CMN) em um órgão de segunda categoria. Quem decide a regulamentação e suas mudanças é o CMN, composto pelos ministros da Fazenda e Planejamento e o presidente do Banco Central, e não por congressistas. O modelo decisório funciona que nem o do Banco Central, cujas determinações não passam pelo Congresso. Imagine só. Talvez fosse o caso de criar um Conselho Monetário Nacional independente e atrelar o FGC a ele. Que coisa!
8 – Achar que um aumento das cotas e da garantia do FGC seria engolido como água fresca pelos bancos é quase infantil. É claro que uma parte desse custo seria repassado sob a forma de aumento das taxas de juros pelas instituições bancárias. Por outro lado, a redução da margem de lucros correspondente retiraria o estímulo ao reinvestimento em ações espontâneas para o fortalecimento do sistema financeiro, adoção de novas tecnológicas e um avanço holístico, por assim dizer.
9 – Se existe uma medida pertinente para ser adotada em relação ao FGC, a PEC que trata do assunto passou ao largo. Trata-se de como as fintechs poderiam participar do fundo. Os grandes indivíduos da espécie, a exemplo do Nubank, Pag Seguro, PicPay, Creditas, Neon, para citar algumas, já têm sua licença bancária e estão inseridos no FGC. Pode até inexistir o risco sistêmico, mas a ameaça de calote ao correntista ou ao investidor continua sobrevoando o país. O BC ainda não acertou uma regulamentação que arrume o universo crescente das fintechs, que desfrutam de uma assimetria perigosa no sistema financeiro. O Brasil possui 2.712 fintechs ativas, sendo que 58,7% delas estão no país. As contas ativas de pessoas físicas em fintechs cresceram 77% em um ano, totalizando 251 milhões em 2023. O volume de crédito concedido pelas fintechs no Brasil em 2023 foi de R$ 21,1 bilhões, um aumento de 52% em relação ao ano anterior. Segundo levantamento feito por uma ONG, em 60% das favelas do Rio existe uma fintech, ou pelo menos, algum estabelecimento que assim se denomina. Já são motivos para uma preocupação maior dos ilustres congressistas.
10 – Com o aumento do risco moral que pode ocorrer em decorrência de uma cobertura excessiva pelo FGC, o RR corta e cola as palavras do diretor executivo do FGC, Daniel Lima. “É muito importante que uma fração relevante dos saldos não esteja coberta, para que o risco moral decorrente da existência da cobertura seja controlado. Esse risco moral surge porque os agentes podem deixar de arcar com os custos de suas decisões. Imagine que você comprou um seguro para o seu carro. Se você não tiver seguro, provavelmente não vai estacioná-lo em qualquer rua. Mas depois que você comprou o seguro, talvez seu comportamento mude e você inclusive deixe a janela do carro aberta. Está aí o risco moral.”

Destaque
BTG se une à chinesa Neta Auto para a produção de veículos elétricos
1/11/2024
Editorial
E se Artigo 192 da Constituição voltasse tabelando a Selic?
25/10/2024Se a Assembleia Constituinte estivesse em curso, as condições históricas fossem as mesmas da época e, principalmente, o deputado Fernando Gasparian estivesse vivo, talvez fosse o caso de retrofitar o polêmico artigo 192 da Constituição, que instituiu o tabelamento dos juros reais em 12%. E também de trazê-lo à baila. Voltemos no tempo, a 1988. Do lado de Gasparian estava o senador Fernando Henrique Cardoso; do lado da banca, por sua vez, se destacava o próprio presidente da República, José Sarney, com o aconselhamento do consultor geral da República, Saulo Ramos. A trava de 12% foi aprovada, só que estendida a todas as operações de crédito bancário, o que significa dizer que o spread de todas as instituições financeiras privadas não poderia, constitucionalmente, subir acima desse patamar. A medida não era autoaplicável e exigia uma regulamentação complementar. Como era sem pé nem cabeça, a lei nunca saiu.
Nesse ponto vale a pena rememorar uma conversa que ocorreu na véspera do nascimento da nova Carta Magna e está publicada na Revista Direito GV (V. 17 N. 2). Com a palavra, Saulo Ramos:
“Dia 4 de outubro, fim de tarde. No dia seguinte, seria promulgada a Constituição de 1988 […] O Presidente Sarney me chamou. Reunião no gabinete […]. Assunto: o art. 192 da Constituição […], que, segundo alguns, entraria em vigor ‘na data da promulgação’, e, segundo outros, dependia de lei complementar. A ameaça maior era o § 3º, que fixava os juros reais em 12% ao ano, coisa do Fernando Gasparian, que […] teve a ideia de fixar os juros no texto constitucional, único na história da humanidade e do dinheiro. Mas nem um nem outro sabia o que era juro real, nem a diferença de juro nominal. Muita discussão no gabinete. ‘O sistema vai quebrar!’; ‘Como não cuidaram disso antes?!’; ‘O texto era um inciso do artigo e, de repente, virou parágrafo!’; ‘Vai entrar em vigor?’; ‘Houve sabotagem!’. Resumindo: sobrou para mim. Sugeri elaborar um parecer jurídico que, aprovado pelo Presidente, vincularia o Banco Central, e esse baixaria ato, obrigando o mercado a esperar a lei complementar prevista naquele artigo. As pessoas ficaram aliviadas e se foram. (RAMOS, 2007, p. 277-278)
Pouco depois dessa reunião, Saulo Ramos encontrou Fernando Henrique Cardoso, então senador, em um restaurante de Brasília. Cheio de si, ele afirmou que seu parecer suspendera a Constituição:
Mais um aspecto curioso da discussão sobre o que entraria ou não em vigor deu-se na semana seguinte, no Piantella, restaurante de Brasília, onde fui almoçar e encontrei o então Senador Fernando Henrique Cardoso. Ele me questionou:
— Você pensa que vai impedir a vigência da Constituição com um simples parecer jurídico?
— Penso. E já está suspensa.
E o Supremo Tribunal pensou a mesma coisa. Quando atacaram meu simples parecer jurídico com uma Adin […], acabou a festa. Além de dizer que não entrava em vigor, o STF ainda declarou que a regulamentação legal de todos os comandos do art. 192 teria que ser feita por meio de uma única lei complementar. Uma só.
[…]
Somente em 2004, já no Governo Lula, o artigo 192 da Constituição foi reformado, e aqueles 12% de teto para os juros foram revogados (RAMOS, 2007, p. 278-279)”.
O curioso é que nem o Superior Tribunal sabia exatamente distinguir, nessa pendência, o que era juro real e nominal, tamanha a complexidade que foi dada à questão. Nesse momento caiu o tabelamento dos juros de morte morrida. Agora, se o tabelamento nominal da Selic, e não do setor bancário lato sensu, fosse de 12% ou qualquer outro percentual razoável a ser perseguido, daria o que pensar. Primeiro, forçaria um resultado primário capaz de mantê-la nesse patamar. Com a Selic controlada, ela deixaria de ser o maior vetor do aumento da dívida pública interna. E passaria a ser o pivô da política fiscal. O governo teria de buscar nas suas contas o resultado primário necessário para segurar a taxa básica no índice tabelado.
A medida daria um peso maior à Lei da Responsabilidade Fiscal – que cá entre nós, ficou meio sem sentido. Os 12% poderiam ser reconstitucionalizados. Em vez do teto de gasto de Michel Temer, depois apropriado por Paulo Guedes e politicamente incumprível, o teto de juros teria dois caminhos para ser realizado: por meio do fiscal ou da redução direta dos juros, portanto do déficit nominal. Fora que teria um apelo de comunicação muito mais fácil. Na verdade, esse mesmo caminho poderia ser feito ao contrário, com uma meta de dívida pública interna, que exigiria juros baixos e superavit primário, acrescidos, last but not least, de PIBs vitaminados. Os dois trajetos, ou seja, o tabelamento da Selic e a meta da dívida interna bruta, levariam aos mesmos resultados.
Se os Poderes quisessem contribuir para tornar a medida politicamente mais viável, responsabilizariam o Legislativo pelo corte no primário necessário para segurar os juros em 12%. Certamente ajudaria se fosse aprovada uma meta de inflação mais razoável para mitigar a pressão sobre a Selic. Hoje, com as previsões mais recentes, a dívida bruta interna voltou a se tornar uma ameaça. A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão de monitoramento das contas públicas, estima que, em 2026, a dívida vai subir para 84% do PIB. A OCDE é mais modesta e projeta um aumento menos acelerado no tempo. A dívida interna bruta cresceria com menos velocidade, alcançando o marco de 100% do PIB em 2037. Isso, sendo mantidas as metas de política fiscal que atualmente vigoram. Seja como for, a dívida bruta interna é o principal indicador de solvência de um país. No caso do Brasil, isso é ainda mais realçado na medida em que não temos passivo em moeda forte. Mas vai ser difícil, muito difícil, o governo enxergar uma tese que já atravessa décadas.

Destaque
BNDES desponta como rebocador das concessões de hidrovias
25/10/2024O BNDES terá um papel central no esforço do governo para desencalhar o programa de concessões hidroviárias. Segundo o RR apurou, a ideia em discussão na Casa Civil e no Ministério dos Portos e Aeroportos é que o banco entre no negócio como forma de viabilizar a primeira leva de licitações do setor, programada para o ano que vem. A atuação do BNDES se daria de maneira direta, leia-se participação acionária nos consórcios, ou pela garantia de subscrição de debêntures incentivadas de infraestrutura para o financiamento de obras, notadamente serviços de dragagem e a construção de instalações portuárias de apoio.
O que está em jogo é um pacote de investimentos da ordem de R$ 6 bilhões na ampliação de corredores logísticos vitais, sobretudo, para o agronegócio, como é o caso das hidrovias do Rio Madeira e do Rio Paraguai.
A maior preocupação do governo é exorcizar o fantasma dos leilões vazios, ou seja, sem interessados. Hoje, os riscos envolvidos para a iniciativa privada são razoavelmente elevados. Não há sequer um marco regulatório para as hidrovias – o governo promete concluir o texto da chamada “BR dos Rios” até o fim do ano. Na Casa Civil e na Pasta dos Portos, é consenso que, nesse contexto, dificilmente as licitações vão deslanchar sem um empurrão com recursos públicos.
Caberia ao BNDES ser esse rebocador. A leitura no governo é que, com a presença do banco na operação, será possível atrair não apenas investidores da área de infraestrutura, a começar pela Hidrovias do Brasil, leia-se Grupo Ultra, mas também empresas do agronegócio. No setor, há informações, por exemplo, do interesse da Amaggi e da Cargill em disputar os leiloes das hidrovias do Madeira e do Paraguai, duas importantes rotas para o escoamento da produção de grãos.
No ano passado, cerca de 130 milhões de toneladas de cargas foram transportados pelas principais rotas hidroviárias do país. Estudos do Ministério dos Portos indicam que esse volume pode duplicar com as concessões e o consequentemente aumento dos investimentos na dragagem dos mananciais, hoje o maior gargalo do modal.

Destaque
Fundadores da Tok & Stok buscam apoio de credores para retomar controle da empresa
24/10/2024Quem vai ficar com a Tok & Stok? Em tese, a resposta óbvia seria a Mobly, que, em agosto, anunciou um acordo com a empresa – uma aquisição em pele de fusão. No entanto, o momento da rede de móveis e artigos de decoração pode ser tudo, menos óbvio. O casal Regis e Ghislaine Dubrule – fundadores e acionistas da Tok & Stok, com 40% – se movimenta em diversas frentes para brecar a operação.
Ambos entraram na Justiça na tentativa de suspender o negócio. Paralelamente, segundo o RR apurou, têm procurado bancos credores em busca de apoio para recomprar o controle da companhia, em poder do Carlyle. Os Dubrule estimam que aproximadamente R$ 70 milhões já seriam suficientes para comprar os 60% nas mãos dos norte-americanos. A cifra se baseia no próprio valuation da Tok & Stok usado como referência no M&A com a Mobly – em torno de R$ 110 milhões.
Procurado, o Carlyle não se pronunciou. O RR tentou contato com a Tok & Stok, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
Regis e Ghislaine, ressalte-se, já vinham em tratativas com as instituições financeiras para levantar recursos e fazer um aumento de capital na Tok & Stok, de forma a recuperar uma posição majoritária na empresa. O que se diz é que havia até um acordo engatilhado com o Carlyle, por meio da SPX Capital, responsável pela gestão dos ativos dos norte-americanos no Brasil. Não teria passado de um blefe. Em conversas reservadas, o casal acusa o Carlyle de ter simulado as tratativas para ganhar tempo até fechar o acordo com a Mobly.
A disputa relacionada à venda da Tok & Stok é o ápice, ao menos até o momento, da relação hostil entre o Carlyle e os Dubrule, sócios que se tornaram inimigos. No ano passado, em meio à grave crise financeira da rede varejista, os norte-americanos convidaram Ghislaine Dubrule a reassumir a presidência da companhia.
Após fazer todo o “trabalho sujo” – quase R$ 400 milhões em dívidas renegociadas com os bancos, 17 lojas fechadas e centenas de demissões -, a empresária foi “desconvidada” e destituída do cargo.
Estava escrito nas estrelas – e no RR que a história acabaria nos tribunais. Os Dubrule, no entanto, perderam a primeira batalha. Em setembro, a CVM indeferiu o pedido de Regis e Ghislaine para suspender a assembleia de acionistas da Mobly, companhia aberta, convocada para discutir a compra da Tok & Stok.

Destaque
Operação casada de bets e crédito consignado é a nova dor de cabeça para o governo
23/10/2024O governo não para de descobrir brechas em relação às bets esportivas. No Ministério da Fazenda, há uma preocupação com a possibilidade de operações combinadas de crédito consignado e apostas eletrônicas. Ou seja: praticamente uma venda casada, com a oferta de empréstimos com desconto em folha atrelados a gastos em plataformas de bets.
A Lei no 14.790, que dispõe sobre as chamadas apostas de quota fixa, tentou criar travas contra essa dobradinha. Em seu Artigo 29, por exemplo, veda ao agente operador das bets “firmar parceria, convênio, contrato ou qualquer outra forma de arranjo ou ajuste negocial para viabilizar ou facilitar o acesso a crédito ou a operação de fomento mercantil por parte de apostador” ou “instalar ou permitir que se instale em seu estabelecimento físico qualquer agência, escritório ou representação de pessoa jurídica ou física que conceda crédito ou realize operação de fomento mercantil a apostadores.” Mas, como se sabe, o mercado é criativo e rapidamente engendra suas próprias soluções.
Não há na lei qualquer proibição a que sócios de casas de apostas tenham também participação acionária em instituições financeiras – o único impeditivo expresso é para “participação, direta ou indireta, em Sociedade Anônima do Futebol ou organização esportiva profissional” ou para atuação “como dirigente de equipe desportiva brasileira”. Significa dizer que qualquer investidor com um pé em cada canoa pode ser um ponto de interseção entre sites de apostas e financeiras, abrindo caminho para as mais diversas e inventivas engenharias capazes de viabilizar o “consignado das bets”.
Como evitar, por exemplo, que uma instituição de crédito tenha acesso ao banco de dados de uma determinada plataforma de bets e bombardeie os apostadores cadastrados com ofertas de empréstimo?
No governo, há uma apreensão ainda maior em relação aos beneficiários do Bolsa Família. É dinheiro na veia para pobre, que está escorrendo da melhoria da qualidade de vida, do consumo e do pagamento de dívidas para apostar quem será o vencedor do clássico de domingo. O programa assistencial é um território dos mais férteis para a proliferação de bets esportivas e da oferta combinada de crédito consignado.
Tanto que, na semana passada, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, anunciou a proibição para o uso do cartão do Bolsa Família em sites de apostas. É o que o governo pode fazer, nem que seja para constar. Mas, novamente, o mercado dispõe dos seus antídotos.
Têm chegado ao Ministério da Justiça informações de que um volume cada vez maior de cadastrados no Bolsa Família vem recorrendo a empréstimos informais. No governo, esse movimento é atribuído diretamente às bets. Na prática, os beneficiários do programa buscam antecipar recursos para fazer sua “fezinha”.
O empréstimo é cobrado, com os “devidos” juros, no mês seguinte, quando do recebimento dos recursos do Bolsa Família. É a velha prática da agiotagem, existente desde que o mundo é o mundo, a serviço do frisson quase neuro-hormonal provocado pelas apostas esportivas. Números divulgados recentemente pelo Banco Central mostram o tamanho desse frenesi. Segundo o BC, apenas em agosto os cadastrados no programa gastaram cerca de R$ 3 bilhões em apostas – a cifra representa 21% dos recursos distribuídos pelo Bolsa Família no referido mês.
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Economia
UBS aponta uma concentração ainda maior das riquezas globais
14/10/2024- Uma grande transferência horizontal de riqueza está em andamento Entre muitos casais, um dos parceiros é mais jovem do que o outro e, de modo geral, as mulheres vivem apenas quatro anos a mais do que os homens, em média, independentemente da expectativa de vida média de uma determinada região. Isso significa que a herança intrageracional geralmente ocorre antes da transferência intergeracional do patrimônio.
- Pode-se esperar que o cônjuge herdeiro mantenha esse patrimônio em média por cinco anos, antes de passá-lo para a próxima geração. A análise também mostra que, nos próximos 20 a 25 anos, US$ 83,5 trilhões de patrimônio serão transferidos. A estimativa é que US$ 9 trilhões desse total serão transferidos horizontalmente entre cônjuges, a maioria nas Américas. É provável que mais de 10% do total de US$ 83,5 trilhões sejam transferidos por mulheres para a próxima geração. O número de milionários está previsto para continuar crescendo. Em 2023, os milionários já representavam 1,5% da população adulta.
- Em 2023, o crescimento real da riqueza global superou o crescimento nominal. Ajustado pela inflação, ele atingiu 8,4%. O crescimento da América Latina é forte, mas a desigualdade está sempre presente O patrimônio médio por adulto no Brasil cresceu mais de 375% desde a crise financeira de 2008, quando medido na moeda local. Isso representa mais do que o dobro do crescimento do México, de pouco mais de 150%, e mais do que os 366% da China continental. No entanto, o Brasil tem a terceira maior taxa de desigualdade de distribuição da riqueza em nossa amostra de 56 países, ficando apenas atrás da Rússia e da África do Sul.
- O crescimento anual da riqueza caiu em mais de dois terços no Brasil, nos Emirados Árabes Unidos e na Austrália. Na primeira década deste milênio, nenhum mercado da nossa amostra apresentou crescimento negativo.
- Entre 2008 e 2023, a grande maioria dos mercados viu seu patrimônio médio por adulto aumentar. A evolução mais acentuada ocorreu na Turquia, onde o patrimônio médio por adulto nesse período disparou, atingindo 1.708% na moeda local. Os valores do Brasil e da China continental atingem um nível ainda notável acima de 360%, mais do que o triplo dos Estados Unidos. Um total de sete mercados excedeu durante esse período a marca de 300% de crescimento nas respectivas moedas locais.
- Em termos de patrimônio por adulto, a população mundial registrou um progresso substancial desde o início do milênio. A porcentagem de adultos na faixa de riqueza mais baixa, de menos de US$ 10.000, continuou diminuindo durante as recessões e as crises financeiras, quase caindo pela metade desde o ano 2000, até o ponto em que, mundialmente, já não é a categoria mais comum. Ela foi ultrapassada pela segunda faixa consideravelmente mais ampla, que cresceu 2,5 vezes, passando de pouco menos de 17% da população mundial para quase 43%. As duas faixas mais altas de riqueza também tiveram uma expansão significativa. A terceira mais do que dobrou, enquanto a última faixa de pessoas, cuja riqueza ultrapassa US$ 1 milhão, triplicou para 1,5% da população mundial.
- A riqueza pertencente ao grupo mais afortunado equivale a quase metade da riqueza global, ou seja, pouco menos de US$ 214 trilhões. Em contrapartida, os US$ 2,4 trilhões de propriedade coletiva da faixa mais baixa correspondem a apenas meio por cento da riqueza global. A propósito, essa rara faixa superior costumava representar 1,7% da população em 2021 e ainda não se recuperou desse nível.
- O topo da pirâmide de riqueza mundial tem apenas 14 pessoas que, coletivamente, possuem cerca de US$ 2 bilhões. Porém, esse nem é o menor segmento. Esse título vai para a segunda faixa mais alta, composta por 12 pessoas que possuem entre US$ 50 e 100 bilhões. Contudo, o segmento significativamente mais populoso é aquele que contém pouco mais de 2.600 pessoas, possuidor de um patrimônio entre US$ 1 bilhão e US$ 50 bilhões.
- Em todas as faixas de riqueza e em qualquer horizonte temporal, é sempre mais provável que uma pessoa suba a escada da riqueza em vez de descer. Após a queda em 2022, somos incentivados a ver que as pessoas em todo o mundo estão ficando progressivamente mais ricas — e isso se aplica a todos os níveis de riqueza.
- Espera-se que cerca de US$ 83 trilhões sejam transferidos nos próximos 20 a 25 anos. No entanto, considerando que as pessoas com mais de 75 anos detêm quase um quinto da riqueza global do mundo e que a expectativa de vida média para pessoas com 75 anos varia entre 82 e 86 anos na maior parte do mundo, é de se esperar que uma grande parte desses ativos seja transferida já nos próximos dez anos.

Indústria
Crise da Coteminas alimenta uma metralhadora de intrigas na Fiesp
7/10/2024Os adversários de Josué Gomes da Silva na Fiesp – e não são poucos – têm deitado e rolado na grave crise da Coteminas, em recuperação judicial, com dívidas de R$ 2 bilhões. Há quem diga que, além da relação de proximidade histórica com o presidente Lula, Josué tem sido omisso na defesa dos interesses da indústria e, sobretudo, nas cobranças ao governo por temer que isso possa atrapalhar uma eventual ajuda à empresa com recursos públicos.
O Banco do Brasil, por sinal, é um dos maiores credores da companhia, com mais de R$ 400 milhões a receber. Na linha de montagem de intrigas do Edifício Luís Eulálio de Bueno Vidigal Filho, na Avenida Paulista, os opositores de Josué costumam classificar como “vergonha” a entidade ter à frente um empresário que não consegue sequer pagar a conta de luz – uma referência maldosa ao recente corte no fornecimento de energia para uma fábrica da Coteminas na Paraíba por falta de pagamento. Talvez – e tragicamente – seja justamente o contrário: a indústria brasileira, que só no ano passado registrou 311 pedidos de recuperação judicial, tem em Josué e no grupo controlado por sua família uma triste, mas fiel representação.

Futebol
BTG quer acelerar o jogo da SAF do Fluminense
4/10/2024O BTG já demonstra impaciência com o vai e vem da direção do Fluminense, que dura quase dois anos. O banco quer acelerar as tratativas para a criação da SAF e, consequentemente, a busca de um investidor. Há perguntas fulcrais ainda sem resposta: o presidente do clube, Mario Bittencourt, vai topar abrir o capital da SAF ou apenas quer usar o modelo para buscar outras formas de financiamento, como a emissão de debêntures? Se abrir o capital, está disposto a vender o controle? E, no meio de tantas incertezas, ainda paira sobre o Fluminense e – por que não dizer? – sobre o próprio BTG o risco de rebaixamento no Campeonato Brasileiro. A queda alteraria as receitas do clube em 2025, por extensão depreciando o valuation da SAF. Consultado, o BTG não se pronunciou.

Governo
Caixa prepara sua transição das loterias “fósseis” para as bets esportivas
2/10/2024A Caixa Econômica tem sido abordada por sites internacionais de apostas esportivas, dispostos a se associar à plataforma de bets que o banco pretende criar. A diretoria da Caixa ainda não decidiu se o negócio será 100% tocado dentro de casa ou ao lado de um parceiro, mas vem dando corda nas conversas.
O banco quer iniciar seu processo de “transição lotérica”, ou seja, reduzir sua dependência das modalidades “fósseis” – como a loteria esportiva, mega-sena, quina etc. – e migrar para as novas fontes de geração de grana, as bets esportivas.
Gleisi Hoffmann disse recentemente que a liberação das apostas foi “como se a gente tivesse aberto as portas do inferno”; Lula declarou que “Através do celular, o jogo está dentro da casa da família, na sala.
Estamos percebendo o endividamento das pessoas mais pobres”; Haddad afirmou que “tudo está sendo discutido para limitar as formas de pagamento e proteger as famílias”.
Mas é aquela velha história: a iniciativa da Caixa apenas corrobora que, no fundo, no fundo, o governo pensa mesmo é em pegar a sua parte nessa fezinha. Sob esse prisma, Paulo Guedes foi muito mais sincero e transparente na célebre reunião ministerial de 22 de abril de 2020, quando defendeu com unhas e dentes a abertura de cassinos no Brasil: “Deixa cada um se foder (SIC) do jeito que quiser. Principalmente se o cara é maior, vacinado e bilionário”.

Empresa
O Itaú Unibanco está completando 100 anos? Assim é se lhe parece
1/10/2024A comemoração de 100 anos do Itaú Unibanco poderia constar como um ato da peça “Così è (se vi pare)”, do dramaturgo Luigi Pirandello. O marco tem muito mais de apelo publicitário do que de rigor histórico. Afinal, quem está completando um século? Dependendo do critério adotado, são diversas as respostas possíveis. O mais coerente seria a valorização da marca Unibanco. Esta, sim, chegou aos 100 anos cravados – a Casa Bancária Moreira Salles, que deu origem ao Unibanco, foi fundada exatamente em 1924. Outro parâmetro seria levar a marca Itaú Unibanco em consideração. Nesse caso, no entanto, ainda vai demorar muito para o banco celebrar seu primeiro século. A fusão, que criou uma nova marca, um novo conglomerado financeiro e uma nova estrutura de capital, foi realizada há apenas 16 anos. Por sinal, essa combinação de nomes – Itaú Unibanco – é a apresentada na campanha publicitária como o brand centenário. Bem, entre as hipóteses existentes, sobra o Itaú isoladamente. O Banco Itaú propriamente dito foi criado em 1944 por José Balbino Siqueira, no então distrito de Itaú, pertencente ao município de Pratápolis (MG). Apenas em 1964, ele seria incorporado pelo Banco Federal de Crédito, por sua vez sucessor do Banco Central de Crédito, fundado por Alfredo Egydio de Souza Aranha em 1943 e considerado o marco zero do Itaú. Ou seja: independentemente do critério utilizado – se vale a data de surgimento do Itaú original ou do Banco Central de Crédito -, o fato é que nenhum deles completa 100 anos em 2024. Em tempo: curiosamente, o nome de Balbino Siqueira não aparece em nenhum dos materiais institucionais ou reportagens sobre o “centenário” do Itaú Unibanco.
Coincidentemente, a participação do empresário Eudoro Villela na construção do Itaú foi ofuscada na celebração. Não é a primeira vez que Villela, o grande capitalista do banco nos seus primórdios, acaba sendo colocado para escanteio. Em outros idos, o eclipse do banqueiro foi interpretado como uma forma de dissociação do Itaú com a ditadura militar. Villela, para quem não se lembra, foi presidente da Associação Nacional de Programação Econômica e Social (ANPES), o equivalente, em São Paulo, ao Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), sediado no Rio de Janeiro. As duas instituições foram importantes think tanks criados com o objetivo de elaborar projetos para a reestruturação do Estado brasileiro durante o governo militar. Em 2014, um episódio, no mínimo, constrangedor vinculou o Itaú a um tempo que o próprio banco gostaria de apagar. Naquele ano, a instituição financeira distribuiu uma agenda que, no dia 31 de março, mencionava a data como o “aniversário da revolução de 1964”. O Itaú teve de recolher o material às pressas. Os herdeiros do banco não tiveram a mesma dignidade dos irmãos Marinho, que publicaram uma carta aberta fazendo mea culpa e admitindo que o apoio ao regime de 64 foi um “erro”.
A falta desses esclarecimentos em nada afeta a competência, o tamanho e a história de sucesso do Itaú, tenha ela começado em 1924, 1943, 1944 ou 2008. Os Setúbal e os Villela construíram um gigante do setor financeiro. Isso é incontestável. O que é um eventual deslize cronológico ou um artifício publicitário comparado à trajetória do banco? Até porque, como escreveu Pirandello, “La verità? Non esiste una sola verità. Ci sono tante verità quante sono le persone.”

Negócios
Novos investidores devem vestir a camisa do Sfera Futebol Clube
1/10/2024Bancos de investimento – um deles já com negócios nos gramados brasileiros – mantém conversações com o Sfera Futebol Clube, do interior de São Paulo. Em jogo, a compra de uma participação de até 40% na empresa, um híbrido de SAF (Sociedade Anônima do Futebol) e startup da bola. As negociações passam por um aporte de capital superior a R$ 40 milhões. Criada pelos investidores Gustavo Aranha, ex-Credit Suisse Hedging Griffo, e Fabio Francez, o Sfera se dedica exclusivamente às categorias de base e à formação de jogadores para a posterior venda dos seus direitos econômicos. É uma espécie de exportadora de commodities.

Mercado
Softbank desperta no Brasil, mas com prudência
30/09/2024
Destaque
Mercado de apostas esportivas já tem seus primeiros milionários no Brasil
27/09/2024Em meio a suspeições e seguidos escândalos – de manipulação de resultados a crimes financeiros -, o mercado de apostas esportivas no Brasil está na iminência de um frenético processo de consolidação. Um movimento sob medida para aumentar a fortuna dos primeiros grandes milionários do jogo no país. É o caso, por exemplo, de Ernildo Junior, da Paraíba, e Darwin Henrique da Silva Filho, de Pernambuco, fundadores, respectivamente, da PixBet e da Esportes da Sorte.
As duas plataformas de bets made in Brazil vêm sendo assediadas por grandes grupos internacionais. O mesmo se aplica à Lampions Bet, que concentra suas operações no Nordeste – como sugere a inusitada homenagem a Virgulino Ferreira. Do outro lado da mesa, segundo o RR apurou, estão a Entain, sediada na Irlanda e dona da bwin; o Betsson Group, de Malta, controlador, entre outros negócios, da Bet365 e NetBet; e a 888 Holdings, que reúne um vasto portfólio de cassinos online e sites de apostas, como o 888sport, comandados a partir do seu quartel-general em Gibraltar.
Todos são movidos por um duplo objetivo: ganhar market share rapidamente por meio de aquisições e tirar de circulação plataformas locais, que, mesmo com a chegada de grandes players internacionais ao Brasil, conseguem abocanhar uma fatia considerável do bolo. Um bolo, diga-se de passagem, cheio de fermento. Entre janeiro e agosto deste ano, os brasileiros gastaram cerca de R$ 20 bilhões com apostas esportivas, contabilizando-se apenas as transferências via PIX – segundo estimativa anunciada pelo Banco Central nesta semana. O RR fez contato com PixBet, Esportes da Sorte e Lampions Bet, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
O jogo da consolidação já começou. Há cerca de duas semanas, a Flutter, também com sede na Irlanda, anunciou a compra da brasileira NSX e a consequente fusão da Betnacional com a Betfair, que já era sua controlada. A operação deu origem a uma empresa da ordem de US$ 1 bilhão, por ora o maior M&A realizado no ainda incipiente mercado de bets esportivas no país. O que se diz à boca miúda no setor é que há outras duas negociações já engatilhadas envolvendo plataformas brasileiras, que deverão ser fechadas ainda neste ano.
Trata-se de um inexorável processo de seleção natural. Os sites estrangeiros chegam ao Brasil com uma montanha de dinheiro para “eliminar” a concorrência local. Há até quem diga que os sites brasileiros foram criados para isso mesmo: serem engolidos pelos gigantes internacionais e encher o bolso dos seus criadores. Uma aposta, ao que parece, certeira. Este é o momento de aproveitar o boom no preço dos ativos, decorrente da regulamentação das apostas no Brasil.
A questão é que este não é um setor qualquer da economia. Trata-se de um segmento repleto de peculiaridades, mais afeito ao noticiário policial do que ao de negócios. A onda de aquisições que se anuncia traz um desafio extra ao Ministério da Fazenda, ao qual está vinculada a Secretaria de Prêmios e Apostas, aos órgãos de controle financeiro e à própria Justiça. Como evitar que a transferência de ativos sirva de biombo para encobrir operações pouco ortodoxas?
Isso tratando-se de um setor sabidamente caracterizado por baixíssima transparência societária, com um elevado nível de ocultação dos reais investidores por trás das plataformas, empresas sediadas em paraísos fiscais, sonegação de impostos e suspeitas de fraudes, lavagem de dinheiro, apostas ilegais, envolvimento com esquemas de pirâmide etc. Algumas das maiores plataformas brasileiras são alvo, neste momento, de investigações e pesadas acusações.
A própria Esportes da Sorte está no olho do furacão. Darwin Henrique da Silva Filho ficou preso entre 5 e 19 de setembro. Investigado no âmbito da Operação Integration, da Polícia Civil de Pernambuco, ele é acusado de integrar um esquema de lavagem de dinheiro. Trata-se da mesma suspeita que pesa sobre o casal José André da Rocha Neto e Aislia Henriques Rocha, donos de outro site de apostas brasileiro, o Vai de Bet, e sobre o cantor Gusttavo Lima, acusado pela polícia pernambucana de ser sócio oculto da empresa.

Governo
Bancários x Bancários: PT articula troca no comando da Previ
20/09/2024O que se diz em Brasília é que uma ala do PT trabalha para derrubar o presidente da Previ, João Luiz Fukunaga. Já haveria até um nome para substitui-lo: José Ricardo Sasseron, atual vice-presidente de Governo do Banco do Brasil. Sasseron tem o apoio do Sindicato dos Bancários, Curiosamente, trata-se da mesma base política de Fukunaga – funcionário de carreira do Banco do Brasil, o atual presidente da Previ foi diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Tirá-lo do cargo talvez não seja uma missão das mais difíceis. No governo, não falta quem acuse Fukunaga de ter tido uma participação tímida no processo de sucessão da Vale.

Finanças
C6 Bank pisa nos calcanhares da concorrência
19/09/2024
Negócios
Eike busca recursos internacionais para adubar projeto da “supercana”
16/09/2024O projeto mirabolante da “supercana” de Eike Batista será levado à frente – se for – basicamente com capital estrangeiro. As pretensões são hiperbólicas, como em tudo que Eike faz ou não faz: a promessa é de uma produtividade de álcool muito maior do que a cana de açúcar (“dá para fazer um mega pró-ácool) e de um bagaço capaz de substituir “100% do plástico do mundo”. A questão é que o próprio Mr. Batista acha que seu crédito é maior lá fora do que aqui dentro. Não poderia ser de outra forma. Todos os grandes bancos perderam dinheiro com as estrepolias do empresário com o petróleo.
O Itaú, que ocupou a liderança entre os maiores ludibriados, sofreu praticamente uma surra financeira. Uma parcela dessa disposição de assumir o risco OGX deveu-se à amizade entre Eike e Cândido Bracher Botelho, o “Candinho”, à época já na pole position para comandar a casa bancária dos Setúbal e Vilella. A amizade com “Candinho”, é claro, foi para as calendas. Por ora, Eike rega dois terrenos ao mesmo tempo: a recuperação da sua imagem pessoal e a venda do projeto da “supercana”. Toda a divulgação está sendo feita com alta intensidade nas redes. O empresário já deu dezenas de entrevistas nos últimos dois meses.
Da equipe de Eike participam seus filhos Thor e Olin. Não que eles sejam do ramo, mas colaboram como palpiteiro das operações do pai. O que é o mesmo que nada, pois Eike repete o mesmo discurso em todas as suas aparições. Mr. Batista pode ser considerado estranho, mas é um exímio vendedor. Fica a torcida para que a tal “supercana” dê certo. Os projetos que Eike emplacou, noves fora o mico do petróleo, foram bons para o Brasil.

Destaque
BNDES faz contorcionismos para atrair investidores aos leilões de concessão
13/09/2024O BNDES está quebrando a cabeça para encontrar mais soluções voltadas a estimular a participação de investidores nas concessões. O banco acha que os ativos estão bem precificados e já contam com hedge cambial, garantias que não foram dadas em leilões anteriores, além do uso das debêntures incentivadas à infraestrutura.
Para não falar, é claro, de linhas de financiamento a um custo bem abaixo do padrão, que podem ser adicionadas aos recursos captados no mercado de capitais.
Os leilões sem participantes começaram a pipocar aqui e ali. Preocupam e muito. Cresce o risco de o governo não bater a cota prevista para as concessões neste ano. Ou, pior, ficar abaixo do realizado na gestão Bolsonaro, no mesmo período dos primeiros 24 meses de governança.
Já se ouviu de tudo um pouco, inclusive a proposta de uso de uma tranche das reservas para conceder incentivos ainda mais atrativos.
Outra ideia, muito heterodoxa, seria o governo sacar parte das suas cotas do FMI, que disponibilizou US$ 15 bilhões, caso o país quisesse aumentar suas reservas, um dinheiro que sairia praticamente de graça.
Trata-se de uma proposta paradoxal, já que o Brasil, junto a 40 países membros, se comprometeu a aportar recursos no Fundo para ajudar os países mais pobres.
Lembrai-vos: o Brasil é a oitava economia do mundo. Aos olhos do mundo, não pegaria bem passar o pires na instituição, mesmo tendo o direito de saque sem condicionalidades. Afinal, o dinheiro é das nações contribuintes, conforme a proporcionalidade das cotas de cada uma.
Bem, lisergias a parte, o fato é que tem havido mais editais e anúncios do que concessões propriamente ditas. Sem esquecer que os recursos provenientes da outorga ajudam no esforço fiscal do governo.

Empresa
Alpargatas pisa firme para ajustar sua logística e recuperar margens de lucro
4/09/2024O executivo Fernando Rosa, recém-contratado para comandar a marca Havaianas no Brasil, é visto dentro da Alpargatas como o homem certo na hora certa. Rosa terá a missão de acelerar a “reforma logística” da fabricante de calçados, leia-se o redesenho do seu sistema de distribuição no país, um processo complexo iniciado pelo CEO, Liel Miranda.
Na mira, revisão de rotas, correções de processos nos centros de distribuição de Extrema (MG) e de Campina Grande (PB) e ajustes ainda mais finos na política de estoques. Tudo em nome do tripé redução do tempo de entrega, corte de custos e, consequentemente, recuperação das margens de lucro. Rosa, ex-CEO da Kraft Foods, carrega toda a experiência que adquiriu em sua antiga casa na logística de produtos para o varejo.
A questão é vista dentro da própria Alpargatas e por investidores como o calcanhar de aquiles da companhia – foi, inclusive, um dos fatores que pesaram na saída do ex-CEO, Roberto Funari. Mesmo com os ajustes que vêm sendo feitos desde o fim de 2023, a empresa ainda teria problemas com a gestão de pedidos e com custos de estoque.
Mesmo que neste último quesito a Alpargatas já apresente melhoras consistentes, conforme consta no balanço do segundo trimestre. O custo dos produtos vendidos caiu 16% YoY (Year over Year). O volume de vendas subiu 22% na comparação com o segundo trimestre de 2023.
A diretoria da Alpargatas, no entanto, ainda vê espaço para cortar despesas e subir as margens. A própria reestruturação tem um impacto financeiro no curto prazo. No segundo trimestre, por exemplo, a margem Ebitda da divisão Havaianas Brasil foi de 11%, contra 14% no trimestre anterior. A queda se deu exatamente por conta da baixa e provisões de estoques.
De qualquer jeito, com ou sem write offs, o índice ainda está muito baixo do esperado pelos acionistas e pelo mercado. O desafio da empresa é voltar aos níveis de 2020. Com pandemia e tudo, a fabricante de calçados chegou a uma margem Ebitda de 25%. Perguntada pelo RR sobre os ajustes, a Alpargatas disse, por meio da assessoria, que “esses tópicos foram abordados durante o balanço da companhia no início deste mês. Seguiremos apenas com o que foi divulgado no relatório e na conferência à época.”
Consultada sobre futuras medidas e sobre o entendimento de analistas do mercado de que a estrutura de custos ainda é um gargalo, a empresa não se pronunciou.
A Alpargatas é uma espécie de Itaú Unibanco do setor calçadista. Seus controladores são as famílias Setúbal e Moreira Salles, por meio, respectivamente, da Itaúsa e da Cambuhy. O paralelo com o banco, no entanto, se limita à interseção societária.
O desempenho recente da empresa não se coaduna com os resultados de excelência com os quais os Setúbal e os Moreira Salles estão habituados. No ano passado, a Alpargatas teve um prejuízo de R$ 1,8 bilhão e um Ebitda negativo de R$ 1,3 bilhão, números que foram impactados pela necessidade de um impairment de R$ 1,2 bilhão relacionado às aquisições da marca de calçados sustentáveis Rothy’s e da empresa de softwares Ioasys.

Futebol
Não falta político querendo sair no pôster do Flamengo
3/09/2024Um grande elenco político tem atuado nos bastidores para destravar a compra do terreno e a consequente construção do futuro estádio do Flamengo. Além do próprio presidente Lula e do prefeito Eduardo Paes, há informações de que o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, também trabalha na costura do acordo final entre o clube e a Caixa Econômica. É tanto “atacante” junto que o banco recuou. Originalmente dona do terreno, a Caixa desistiu de brigar judicialmente para anular a desapropriação da área, feita pela Prefeitura do Rio, e o posterior leilão de venda do imóvel para o Flamengo. O banco ainda negocia contrapartidas para a cessão da propriedade. E Ibaneis Rocha tem ajudado a distribuir o jogo no meio de campo. O governador do DF, ressalte-se, é parceiro de quatro costados do rubro-negro, vide o contrato de patrocínio do BRB (Banco Regional de Brasília) ao clube, no valor de R$ 40 milhões.

Destaque
Credores apontam suas baterias para os donos da 123 Milhas
30/08/2024A relação entre a 123 Milhas e seus principais credores atravessa uma zona de turbulência. Há informações de que o Banco do Brasil, o maior deles, avalia entrar na Justiça para pedir o afastamento dos sócios controladores, os irmãos Ramiro e Augusto Madureira, da gestão da companhia. O BB não está sozinho. Outros importantes credores, como Google e Banco Itaucard, também estão dispostos a seguir o mesmo caminho.
Entre bancos e fornecedores de serviços, o entendimento é que os sócios teriam adotado expedientes contábeis que acabaram lesando os credores. Por esta razão, os credores entendem que ambos não poderiam seguir participando do dia a dia da 123 Milhas durante o processo de recuperação judicial. Entre os bancos, alguns executivos mais exaltados chegam a dizer que a empresa tinha sua própria espécie de “risco sacado”, em alusão às fraudes contábeis da Americanas.
Tomara que seja apenas uma mera figura de linguagem. Um laudo elaborado pela KPMG e pela perita Juliana Ferreira Morais, a pedido do desembargador Alexandre Victor de Carvalho, da 21ª Câmara Cível de Belo Horizonte, aponta que a 123 Milhas teria lançado em balanço mais de R$ 1 bilhão em gastos com publicidade como ativo. Segundo o relatório encaminhado à Justiça, a manobra contábil teria permitido à empresa distribuir R$ 44 milhões em dividendos aos seus controladores.
Ressalte-se que, durante dois anos seguidos, 2021 e 2022, a plataforma de viagens foi apontada em rankings como a maior anunciante do Brasil, com gastos somados de R$ 3,5 bilhões. Talvez não tenha sido apenas por uma decisão de marketing.
Entre os protagonistas do enredo, impera o silêncio. O RR enviou perguntas à 123 Milhas. No entanto, a assessoria de imprensa informou que a companhia não está comentando o assunto. O mesmo se aplica ao Banco do Brasil, Banco Itaucard e Google. Todos responderam ao RR que não iriam se pronunciar.

Destaque
Vivo quer ser uma das grandes fintechs do Brasil
29/08/2024Os dois serviços de crédito pessoal recém-anunciados pela Vivo – PIX parcelado e antecipação do saque-aniversário do FGTS – são apenas a ponta do iceberg. A operadora de telefonia pretende construir, tijolo por tijolo, um amplo ecossistema de produtos financeiros, nos moldes da estratégia desenvolvida pela Telefónica, sua controladora, na Espanha e em outros países. A empresa já solicitou ao Banco Central licença de Sociedade de Crédito Direto (SCD). Os ibéricos estão convictos de que têm uma jazida de ouro dentro de casa: sua carteira com mais de 110 milhões de clientes no Brasil, sendo 98 milhões na telefonia móvel.
Que fintech parte de uma base como essa?
Segundo informações apuradas pelo RR, a Vivo já tem estudos para comercializar crédito direto ao consumidor, empréstimos consignados, seguros pessoais e soluções de pagamento digital. Trata-se de um mosaico de produtos pensados para pessoa física. Mas a companhia vê espaço para, em um segundo momento, oferecer crédito e outros serviços mais para seus clientes corporativos.
As peças parecem se juntar em um encaixe perfeito. Além das operações de telecomunicação stricto sensu, nos últimos dois anos a Vivo avançou significativamente no segmento comercial por meio de contratos de armazenamento em nuvem, cibersegurança, big data e venda e aluguel de equipamentos de TI. Entre 2022 e 2023, as receitas com essas rubricas cresceram 20%, atingindo a marca de R$ 3,5 bilhões. Procurada pelo RR, a Vivo não se pronunciou.
Os espanhóis dispõem de instrumentos cruzados para alavancar os negócios dessa ˜Vivo fintech”. A princípio, todos os produtos financeiros ficarão concentrados na Vivo Pay, plataforma lançada, ou melhor, relançada no último mês de março, a partir da antiga Vivo Money. Esta última, ressalte-se, tinha como modelo a Movistar Money, app de crédito pessoal da Telefónica na Espanha e em países da América Latina, como México e Colômbia.
A Vivo dispõe também da Wayra, seu braço de venture capital. O fundo será um importante veículo para a incorporação de fintechs no Brasil. Intramuros, os ibéricos discutem também a possibilidade de atrair novos parceiros para o negócio. Ou, quem sabe, “velhos” parceiros. No mercado, fala-se do interesse da Polígono Capital, leia-se BTG e Prisma Capital, de aumentar seus investimentos na Vivo Pay.
A dupla já aportou cerca de R$ 250 milhões na plataforma. Há informações também de que a Vivo avalia aumentar os subsídios para a venda de smartphones em suas lojas ou, em determinados casos, oferecer o dispositivo quase que gratuitamente. Seria uma forma de colocar a sua “fintech” na mão de um número maior de clientes e de acelerar o ritmo de crescimento do seu braço financeiro.

E-commerce
Santander desacelera seu investimento na Webmotors
28/08/2024
Agronegócio
Alto endividamento é uma erva daninha no solo da AgroGalaxy
23/08/2024A AgroGalaxy – uma das maiores distribuidoras de insumos agrícolas do Brasil, com faturamento de quase R$ 10 bilhões por ano – teria iniciado conversações com os bancos credores para a renegociação do seu passivo de curto prazo, da ordem de R$ 1,5 bilhão.
O nível de alavancagem da companhia está se tornando um fardo difícil de carregar. A relação dívida líquida/Ebitda bateu em 8,5 vezes no segundo trimestre deste ano. A situação já está passando do “desconfortável” para o preocupante.
A AgroGalaxy tem contratos de financiamento e empréstimos com covenants que preveem um endividamento de curto prazo igual ou inferior a 2,8 vezes o Ebitda. Ou seja: tecnicamente, esses credores já poderiam executar a dívida antecipadamente. Em tempo: o mercado vem punindo a AgroGalaxy da forma que melhor sabe fazer.
Somente neste ano, a companhia perdeu cerca de 65% do seu market cap. Consultada pelo RR, a AgroGalaxy disse que “os efeitos das mudanças que fez nos últimos meses, em busca de mais eficiência e agilidade, se tornaram mais evidentes no 2T24”.
A empresa afirmou ainda que “permanece dedicada em melhorar diariamente sua produtividade e eficiência operacional. Tais medidas são essenciais para enfrentar a volatilidade e os desafios do mercado.” Sobre a dívida e a negociação com os credores, nenhuma palavra

Energia
Um vendaval chinês na geração eólica no Brasil
20/08/2024
Empresa
Credores abrem nova frente contra dono da Polishop
19/08/2024
Agronegócio
Uma potência agrícola frutifica no Nordeste
19/08/2024
Destaque
A “Reforma do Pacto Federativo” tem mais adversários do que aliados
16/08/2024A primeira fase da reforma tributária, sobre o consumo, já são favas contadas. Ainda que mais complexa, a segunda etapa, focada na renda, virá a seguir. Mas, aos olhos da equipe econômica, ainda falta um grande projeto reestruturante do país: a reforma orçamentária, ou o novo pacto federativo. Para muitos, trata-se da mãe de todas as reformas, fundamental para a organização fiscal do Estado brasileiro.
No entanto, a iniciativa traz riscos políticos, de implementação e governança. O governo Lula terá de cumprir a missão hercúlea de costurar um amplo acórdão, envolvendo Congresso, estados e municípios e – por que não dizer? – o próprio empresariado. Não há possibilidade de se fazer uma reforma do orçamento e, consequentemente, um ajuste bem-sucedido das contas públicas fora de um grande círculo de conciliação nacional.
O desafio é ceifar os inúmeros orçamentos paralelos que existem hoje dentro do Orçamento da União. Fernando Haddad e Simone Tebet e seus respectivos assessores estão debruçados sobre estudos e simulações, com o objetivo de elaborar uma proposta a ser levada ao presidente Lula. Como a própria Tebet já disse, “Tudo está na mesa”.
E o que tem nessa mesa? Difícil acertar. Talvez a definição ironicamente esteja na chamada agenda 3D – desindexar, desvincular e desobrigar -, que Paulo Guedes prometeu implementar, porém sem êxito. Ou em outra iniciativa da era Guedes que naufragou: o Plano Mais Brasil, mais precisamente a PEC do Pacto Federativo (188/19), que acabou arquivada pelo Senado.
Para o novo pacto federativo sair do papel, o governo terá de pisar em vários campos minados. A começar pelas mudanças no Fundo de Participações dos Estados e Municípios e nas transferências obrigatórias da União para os outros dois entes federativos. Será necessário quebrar a natural resistência de governadores e prefeitos em meio à gravíssima crise fiscal que os assola. A federação está quebrada.
Somente os estados acumulam uma dívida pública de quase R$ 800 bilhões com a União. A ministra do Planejamento já deixou claro ser favorável também à desvinculação do salário-mínimo da Previdência, do seguro-desemprego, do abono salarial e do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Da mesma forma, Tebet e Fernando Haddad, que trabalham em sintonia, defendem a flexibilização do percentual mínimo fixado na Constituição para os gastos em saúde e educação, que podem aumentar indefinidamente na mesma proporção do crescimento da arrecadação.
A redução dos percentuais mínimos poderia liberar até R$ 131 bilhões para gastos em custeio e investimentos até 2033, segundo relatório divulgado pelo Tesouro Nacional. No mosaico de proposições de Tebet e Haddad, consta ainda a incorporação dos gastos do Fundeb ao piso constitucional da educação.
Propostas não faltam à equipe econômica. Difícil mesmo será juntar todos os atores políticos que seriam impactados pela reforma orçamentária.
O que pode ser apurado é que Lula, bem ao seu estilo, vai dando linha aos seus colaboradores. Mas do presidente, uma raposa política, pode se esperar todo o tipo de esquiva ou reviravolta. Vide o caso do “orçamento secreto”, que está no centro de uma grande crise interpoderes. Na mais recente reunião ministerial, o presidente abordou a questão, conforme informou Maria Cristina Fernandes, colunista do Valor Econômico, na edição da última terça-feira. Como bem colocou a jornalista, trata-se de um “vespeiro”.
Na última quarta-feira, o ministro do STF Flavio Dino suspendeu as emendas impositivas ao Orçamento da União, acirrando ainda mais as relações com o Congresso. Como fazer um pacto federativo entre instâncias que não conseguem pactuar? Na própria quarta-feira, logo após a decisão de Dino, Arthur Lira rapidamente soltou mais uma das suas: “É bom lembrar que o Orçamento não pertence apenas ao Poder Executivo”. No enunciado, foi uma direta mais do que direta contra Dino; nas entrelinhas, uma indireta nem tão indireta ao próprio Lula.
E o que fez o ciclotímico Lula? Mordeu e assoprou. Ontem, em uma mesma entrevista, citou o “sequestro” do orçamento pelo Congresso para logo depois dizer que é necessário um diálogo e um acordo com o Legislativo em relação às emendas Pix. A conhecida multipolaridade política de Lula surge como um risco aos próprios anseios reformistas de Haddad e Tebet. Hoje, o presidente pode ser a favor de uma medida; amanhã, criticá-la e desautorizá-la. Ou seja: talvez um dos maiores entraves para a dupla de ministros levar adiante o pacto federativo não esteja exatamente no Congresso, mas no próprio Planalto.
Há ainda outras questões que compõe o imbróglio orçamentário. É o caso da PEC 65/2023, em tramitação no Senado, que prevê a autonomia financeira do Banco Central. Seria mais um orçamento dentro do orçamento. A título de exemplo: entre 2018 e 2023, o BC registrou um lucro acumulado de R$ 114 bilhões com senhoriagem. Desse total, cerca de R$ 91 bilhões foram repassados ao Tesouro durante o período. Com a PEC, esse dinheiro não passaria nem perto do caixa central da União.
Ficaria retido no BC. A conclusão da reforma tributária e da reforma do pacto federativo seriam a consagração do governo Lula e do alto-comando da economia. Esse é o sentimento na Fazenda e no Planejamento. No entanto, para que isso ocorra, a equipe econômica terá de dobrar diversos grupos de interesse, públicos e privados – vide, por exemplo, as renúncias fiscais e benefícios concedidos a centenas de milhares, que totalizam R$ 650 bilhões. É o que o economista André Lara Resende denominou de “balcanização do orçamento”, que, nas suas palavras, levou o país à desordem fiscal do tempo da inflação crônica.

Destaque
Brasil esbarra em uma “muralha chinesa” para chegar ao Pacífico
14/08/2024O projeto do governo Lula de criar cinco rotas de integração e comércio na América do Sul, sob a batuta da ministra do Planejamento, Simone Tebet, corre o risco de ficar sem um de seus principais, se não o principal pilar: a abertura de uma saída logística para a Ásia pelo Pacífico.
Segundo informações que circulam em Brasília, as tratativas com as autoridades peruanas para o acesso brasileiro ao megaporto de Chancay, com inauguração prevista para novembro, estão esbarrando em uma muralha chinesa.
No último mês de maio, o Congresso peruano alterou a Lei do Sistema Portuário. Com a nova regra, todos os proprietários de portos privados de uso público passaram a ter direito de “exclusividade automática” no uso da instalação.
O timing da mudança não poderia ser mais conveniente para a chinesa Cosco Shipping Ports, responsável pelo projeto do Porto de Chancay. O grupo, um dos maiores operadores portuários do mundo, terá a prerrogativa de usar 100% do terminal, sem a obrigatoriedade de abri-lo para terceiros. Ou seja: a Cosco poderá determinar que empresas e cargas terão acesso ao porto.
E, nesse caso, Pequim usará de todo o seu poder de influência no Peru, que pode ser medido pelas volumosas cifras, seja em investimentos diretos em logística, mineração, infraestrutura, energia etc, seja na balança comercial, como responsável por um terço das exportações do país sul-americano. É um soft power nem tão soft assim.
O governo brasileiro recebeu informações de que a Cosco já tem diversos contratos amarrados com grandes grupos chineses que atuam no Peru, notadamente da área de mineração. Nos últimos dez anos, a China investiu mais de US$ 15 bilhões em extração de minérios no país sul-americano. Ao que tudo leva a crer, Chancay será uma “República Portuária da China” em território peruano, com espaço reduzido para cargas de “terceiros”, caso do Brasil.
Não foi por outro motivo que a Cosco e um consórcio de bancos chineses liderados pelo Bank of China e pelo China Minsheng Banking Corp. desembolsaram mais de US$ 3,5 bilhões no empreendimento.
O cenário atual contrasta com o discurso otimista de Simone Tebet em março deste ano, quando visitou as obras do Porto de Chancay no Peru. O complexo portuário integra a chamada Rota 3 de integração da América do Sul, entre as cinco traçadas pelo governo brasileiro. Ela envolve os estados do Acre e Rondônia, o norte do Mato Grosso do Sul, além de Bolívia e Peru.
A dificuldade de acesso ao porto peruano desponta, desde já, como um fator de frustração para dois setores da economia brasileira em específico, o agronegócio e a mineração. Não quer dizer que as cargas brasileiras serão banidas de Chancay. No entanto, a prioridade será dos chineses, em função de seus negócios não apenas no Peru, mas em outros países da região.
No Chile, por exemplo, Pequim também tem investido pesado em mineração, notadamente de metais estratégicos para transição energética, como cobre e lítio. É dinheiro na veia para irrigar os interesses geopolíticos e econômicos dos chineses no continente. Mesmo com a ascendência natural do Brasil sobre a vizinhança sul-americana, é complicado competir com Pequim.

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Credores da SouthRock querem mudança na gestão para ontem
9/08/2024
Mercado
Banco do Brasil quer engordar seu fundo de venture capital
8/08/2024
Economia
A resposta mais importante sobre a política monetária não está na ata do Copom
7/08/2024A ata da última reunião do Copom – com um recado duro de que “caso julgue apropriado não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta”, além da avaliação natural de que o cenário de risco para inflação mudou – traz interrogações sobre como será o comportamento do futuro presidente do Banco Central e a efetiva autonomia que o mandatário terá à frente da autoridade monetária. Entenda-se autonomia como a redução das pressões do partido do governo, seus satélites e do próprio presidente da República, que se dedicaram a influir na condução da política de juros atacando duramente o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto. Não resta dúvida que este último abusou da sua independência, politizando sua função e desafiando gregos e troianos em relação a sua força no cargo. Campos Neto foi sendo minado por sua arrogância e por ser considerado um resquício do “bolsonarismo” no governo. Mas ele já é uma carta fora do baralho. Todos os olhos agora miram sobre quem será o nome do futuro titular do BC, que já pode emplacar antecipadamente em setembro, caso Campos Neto decida jogar a toalha antes do prazo estipulado para o fim do seu mandato, às vésperas do Ano Novo.
O placar para o futuro sucessor de Campos Neto está em 90% a favor do atual diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, que já posa como presidente do BC, participando de reuniões na alta cúpula do governo. Em junho, encontrou-se com Lula, Fernando Haddad e a secretária executiva do Gabinete Civil, Miriam Belchior, para uma conversa sem agenda previa. Campos Neto nunca teve essa regalia. Mas tudo isso são prolegômenos. A interrogação que se alevanta é até que ponto Galípolo será um “Henrique Meirelles” ou um “Alexandre Tombini”, o presidente frágil da gestão Dilma Rousseff. Caso venha a ter a autonomia de Meirelles, o que é difícil na versão Lula III, Galípolo receberá carta branca para exercer a autoridade monetária sem tomar pitos do chefe da Nação, e do próprio ministro da Fazenda. Verdade seja dita que Haddad reclama de Campos Netto com fala mansa, mais por estar obrigatoriamente alinhado com Lula. De qualquer forma persiste a dúvida: Galípolo terá a prerrogativa de ser um hawkish ou um dovish, com decisões mais técnicas, ou será um títere a serviço do interesse político do Planalto? O que também não é improvável.
Dos tempos de Henrique Meirelles, nos governos de Lula I e II, muita coisa mudou. A começar pela garantia de permanência de Meirelles no cargo dada junto ao governo norte-americano, conforme é público e sabido, devido às negociações em missivas trocadas entre o empresário Mário Garnero e o então vice-presidente dos EUA, Dick Cheney. A reunião articulada para que fosse escolhido um presidente do BC com a benção norte-americana foi conduzida por José Dirceu. Está tudo documentado. Desse encontro saiu confirmado o novo titular da autoridade monetária: o primeiro CEO brasileiro de uma instituição bancária dos EUA, Henrique Meirelles, então à frente do First Boston. Meirelles atravessou os dois governos Lula com liberdade para o manejo da Selic, sob o silêncio de seu chefe. Ganhou todas as paradas, a exemplo dos adversários Carlos Lessa, presidente do BNDES, Guido Mantega, ministro da Fazenda, e Dilma Rousseff, em sua passagem pela Casa Civil. É verdade que havia um risco iminente de ataque especulativo, e Meirelles serviu, no mínimo, para mitigar essa situação. Mas e Galípolo?
O candidato mais bem situado para exercer a presidência do BC, por enquanto, é uma falsa incógnita. Ele sai da cota direta de Fernando Haddad, o que já é um hedge em relação ao fogo cruzado que aos poucos foi encurralando Campos Neto. Os primeiros movimentos de Galípolo nas reuniões do Copom foram um passo para lá e dois para cá. Logo na entrada, divergiu da maioria do Colegiado e apoiou um ciclo de redução das taxas de juros. Nas duas últimas, mudou de opinião, já como virtual presidente do BC, votando com o colegiado para a suspensão desse mesmo ciclo. Lula parece ter arrefecido sabendo que as pancadas sobre Campos Neto já eram letra morta. A Selic estava de novo pronta para subir. A decisão do Colegiado é que a política monetária está há um triz de endurecer. A inflação bate na porta, e todos sabem disso. A tese que circula dentro do próprio Banco Central é que a elevação dos juros teria um impacto menor sob as eleições municipais – essa variável não dita certamente está no balanço de riscos do BC -, uma vez que o desaquecimento da economia somente se daria cerca de seis meses após o aumento da Selic. Ou seja: em 2025. Fora o fato de que a economia estar bombando com um PIB mais alto do que as previsões do mercado já estar encomendado. Até aí nada de novo.
Os analistas de mercado já esquartejaram o assunto post factum. Há um ponto que faz diferença: no próximo ano, o colegiado do BC será quase inteiramente de Lula. Portanto, as decisões de Galípolo serão ainda mais concentradas na sua pessoa. De antemão, pode-se prever que a comunicação do BC vai mudar, com empenho para que o mercado compre a meta contínua de inflação, que vigorará a partir de 2025. A medida relativiza o calendário mensal de aferição da meta de inflação. O verdadeiro índice somente será apurado em 24 meses ou 36 meses – ainda em discussão – a partir de janeiro do próximo ano. Galípolo já deu sinais de que não mexerá na meta permanente de 3% de inflação. Defendeu a medida no passado, mas as circunstâncias mudaram. Alterar a meta seria um choque de falta de credibilidade logo na partida.
Galípolo entrará no BC com muito mais facilidades do que Campos Neto desde a aurora da gestão Lula III. Mas para ser um Meirelles faltam ainda demonstrações efetivas de independência. A começar por como administrar politicamente – o BC inteiramente técnico é balela – a preferência de Lula quando o trade off de juros altos ou atividade econômica bombando for a decisão da vez. A voz rouca da ata do Copom insinua que isso pode acontecer bem mais rapidamente do que se esperava nesses últimos seis meses de Campos Neto como presidente do BC.

Destaque
FTV Capital caminha para a porta de saída da Vórtx
7/08/2024A Vórtx, administradora de fundos de Alexandre Assolini e Juliano Cornacchia, vive um momento de indefinições societárias. Segundo o RR apurou, o private equity norte-americano FTV Capital busca um comprador para a sua participação na empresa. Há rumores de que a B3 tem interesse no negócio, notadamente por conta da plataforma de liquidação e custódia da Vórtx. A iminente saída dos norte-americanos não seria uma mera decisão de desinvestimento.
Ela teria sido motivada por desentendimentos entre a FTV e Assolini. De acordo com a mesma fonte, os norte-americanos estariam insatisfeitos com a gestão e com o grau de acesso a informações financeiras da Vórtx. O desenlace societário tem um razoável peso simbólico. A FTV é o principal investidor da administradora: em 2021, na rodada Série B, liderou um aporte de R$ 190 milhões na empresa – ou seja, um valor equivalente a 23 vezes à capitalização de R$ 7 milhões realizada em 2018 pelo ex-acionistas da XP Marcelo Maisonnave, Pedro Englert e Eduardo Glitz.
O RR enviou uma série de perguntas para a Vórtx, mas a fintech informou que “os porta-vozes não estão disponíveis para comentários” e que “seguimos à disposição para uma oportunidade futura”. Também consultada, por e-mail, a FTV Capital não retornou até o fechamento desta matéria.
A saída da FTV, em meio a discordâncias com um dos sócios fundadores, pode gerar alguma turbulência, mesmo que temporária, para a Vórtx. Isso em um momento de forte crescimento, conduzido pela competente dupla Alexandre Assolini e Juliano Cornacchia. Fundada em 2016, com o objetivo de oferecer soluções de backoffice para o mercado financeiro, a fintech tornou-se um negócio multifacetado: opera como DTVM, administradora, custodiante, escriturador e agente fiduciário, segmento em que é uma das maiores do Brasil.
Em dezembro, recebeu licença do Banco Central para atuar como sociedade de crédito direto. A FTV tem um papel importante nessa ascensão. Desde o aporte do private equity norte-americano, a Vórtx fez seguidas aquisições, entre as quais a Capital Aberto, plataforma de conteúdo, educação e cursos para o mercado financeiro. No fim do ano passado, ao assumir a administração fiduciária dos fundos de investimento próprios e de terceiros da Warren, a Vórtx passou a ter quase R$ 50 bilhões em assets under administration (AUA).

Destaque
Até quando as fintechs permanecerão em um limbo regulatório?
5/08/2024O Banco Central está quebrando a cabeça para atualizar o arcabouço legal das fintechs. A regulação original para atuação dessas plataformas digitais caducou – um paradoxo tratando-se de um país que tem reconhecidamente umas das estruturas de regulação e fiscalização do sistema financeiro mais rígidas e eficientes do mundo. A conformidade para a existência, oferta de crédito e limites da área de atuação – contida em duas Resoluções, nos 4.656 e 4.657, criadas em 2018 pelo Conselho Monetário Nacional, por sua vez derivadas da Lei n° 12.865/2013, que modernizou o Sistema de Pagamentos Brasileiro – se tornou anacrônica e incapaz de fiscalizar o mercado de “instituições financeiras vagalumes”.
Posteriormente, em 2021, o BC criou a Lei Complementar no 182, conhecida como um pretenso Marco Legal das Startups, mas que, na realidade, se caracterizou mais por criar condições de ampliação do número de fintechs do que aprimorar o compliance dessas empresas. Por outro lado, as Leis de Proteção Geral de Dados e do Sigilo Bancário e a Política de Segurança Cibernética foram sendo desatualizadas pela velocidade dos fatos e já não conversam entre si da mesma forma como quando foram promulgadas.
Portanto, não existe, de fato, um marco regulatório das fintechs, que passaram, em múltiplos casos, a realizar uma espécie de “paymentwashing” nas operações de pagamentos. O BC sabe disso e também reconhece o potencial de informalidade dos vagalumes. Mas, assim como o mexilhão, está imprensado entre a rocha e o mar: de um lado, atrasar um segmento que tem enorme potencial de inovação: do outro, reduzir a assimetria da regulamentação entre os bancos e as fintechs.
Hoje existem, no Brasil, 1.481 empresas ativas identificadas nesse segmento. Há estimativa de que o número de fintechs informais no país chegue a quase o triplo. Essas empresas atuam com as mais diversas nomenclaturas: neobancos, bancos digitais, startups financeiras, bancos online, plataformas financeiras, instituições de pagamentos, entre outras. Apesar da pressão dos grandes bancos varejistas, o mercado de fintechs evoluiu exponencialmente, tanto de forma benéfica quanto negativa. O BC nada sem saber dar braçadas em um oceano de instituições que fogem ao seu controle e começam, além do risco de conformidade financeira, a ter forte impacto social. O mercado das fintechs cresce com velocidade junto às classes C, D e E, segmentos de baixa renda, com predominância para os dois últimos.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva revela que um em cada três brasileiros com mais de 16 anos não possui conta bancária. São 45 milhões de pessoas, um universo composto, principalmente, por mulheres (59%) e negros (69%), dos quais 39% vivem no Nordeste do país. É nesse grupo social que os “vagalumes” ora iluminam, ora escurecem, a vida de pessoas com menos condições de avaliação da garantia e segurança das operações. Estas enxergam o menor custo do empréstimo e de tarifas e a possibilidade de dar como contrapartida o pagamento com bens variados – carros e até móveis e eletrodomésticos – e antecipação salarial.
O BC navega em águas que vão dos aspectos criminais (lavagem de dinheiro e financiamento ao tráfico e ao terrorismo) até os sociológicos, ou seja, a ampliação das Igrejas e templos nesse mercado por meio de fiéis (laranjas), fidelizados devido ao apelo religioso. A Febraban tem se preocupado extremamente com o assunto. Não é por outro motivo que promove nos dias 15 e 16 de outubro o 4° Congresso de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento ao Terrorismo (PLDFT). Com relação à interseção com a religiosidade, o BC não teria grande dificuldade de identificar partes dos operadores formais e informais das Igrejas. Basta ver a propaganda feita pelo portal evangélico “Guia-me”, voltado à divulgação dos diversos projetos sociais em diferentes modelos, que são “financiados por doações de fiéis e repassados para os seus missionários, o que gera um volume ainda imensurável de transações diretas e indiretas”. Aí tem, é claro. Mas o assunto é delicadíssimo.
As fintechs oferecem quase todos os serviços bancários – cartões de crédito, contas digitais, empréstimos, crédito consignado etc. Em pouco tempo, sem um marco regulatório capaz de fiscalizar a participação dessas empresas em outros produtos financeiros, elas estarão presentes em diversos outros setores contíguos. Um exemplo é a perspectiva iminente – conforme o RR antecipou – do ingresso no Brasil da chinesa Ant Financial, braço de pagamentos do Alibaba e considerada a maior “fintech” do mundo. A Ant promete alternativas aos planos de saúde por intermédio de consórcios.
Hoje são notórias as “fintechs das comunidades”, leia-se favelas, que crescem, em grande parte, por meio da intimidação dos moradores. O open finance, que simplifica a troca de uma instituição financeira por outra, também está nessa cesta que permite maior facilidade de expansão da clientela. Antes que alguém entenda que a alcunha de vagalume, como as fintechs são denominadas no mercado, se estenda ao setor, há notáveis exemplos de instituições bem-sucedidas que são referências, inclusive internacionais, a exemplo do Nubank.
Por outro lado, o Nubank, assim com outras grandes fintechs, servem de “espelho” para os vagalumes. Há uma multidão de clientes potenciais para os quais os vagalumes podem ser um “Nubank”, por falta de esclarecimento e regulação. Essas micro instituições têm uma superlativa capacidade de elisão das regras de conformidade.
Os problemas são complexos. Abrangem, entre outros, a oferta de serviços financeiros descentralizados de modo geral. Blockchain e DLT (Distributed Ledger Technologies) já não são mais uma tendência, mas realidade. As fintechs trouxeram ganhos de inovação, custos baixos, mobilidade, mas estão na fronteira do risco sistêmico, conforme alerta do Fundo Monetário Internacional. O BC certamente não desconhece, por exemplo, paper do FMI, de 2022, que alerta para uma bolha de fintechs. Vale a pena reproduzir alguns trechos:
“Os bancos digitais estão adquirindo importância sistêmica em seus mercados locais. Também conhecidos como neobancos, estão mais expostos do que seus pares tradicionais a riscos decorrentes de empréstimos ao consumidor, que geralmente têm menos proteção contra perdas porque tendem a não contar com garantias. Sua exposição também estende à maior assunção de riscos em suas carteiras de títulos, bem como maiores riscos de liquidez (especificamente, a relação entre ativos líquidos e depósitos tende a ser menor nos neobancos do que nos bancos tradicionais)”.
“Esses fatores também criam uma dificuldade para os reguladores: os sistemas de gestão de risco e a resiliência geral da maioria dos neobancos ainda não foram testados em uma retração econômica. As fintechs não apenas assumem maiores riscos, mas também exercem pressão sobre seus rivais tradicionais. A rentabilidade dessas empresas prejudica consideravelmente a rentabilidade dos bancos tradicionais, e tudo indica que essa tendência será mantida.
Outra inovação tecnológica que cresceu rapidamente nos últimos dois anos é a de finanças descentralizadas, uma rede financeira baseada em criptomoedas sem um intermediário central. Também conhecidas como DeFi, elas oferecem a possibilidade de fornecer serviços financeiros mais inovadores, inclusivos e transparentes, graças a maior eficiência e acessibilidade. Contudo, as DeFi também envolvem acumulação de alavancagem, além de serem particularmente vulneráveis aos riscos cibernéticos, de liquidez e de mercado. Os ciberataques, que podem ser graves para os bancos tradicionais, são muitas vezes letais para essas plataformas, roubando ativos financeiros e abalando a confiança dos usuários. A inexistência de um seguro de depósitos nas DeFi aumenta a percepção de que todos os depósitos estão em risco. Em média, mais de 30% de um depósito é perdido ou sacado após um ciberataque”.
“Conforme mais serviços financeiros passam de bancos regulados para entidades e plataformas com pouca ou nenhuma supervisão, o mesmo ocorre com os riscos associados. Apesar das fintechs terem surgido para desafiar os bancos tradicionais em seu próprio território, elas trazem mais do que a simples concorrência. Com efeito, ambos continuam interligados, inclusive quando os bancos fornecem liquidez e alavancagem às fintechs. Isso representa desafios para as autoridades financeiras na forma de arbitragem regulatória (quando as empresas se mudam ou montam operações em setores e regiões menos reguladas) e interconexão, o que pode exigir medidas regulatórias e de supervisão, inclusive uma melhor proteção a consumidores e investidores.”

Destaque
Transição energética é a nova proteína dos irmãos Batista
2/08/2024A Âmbar Energia – leia-se a J&F, holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista – vai turbinar suas operações em geração renovável. O plano de investimentos que vem sendo alinhavado pela direção da companhia combina projetos greenfield e, sobretudo, aquisições. Intramuros, os irmãos Batista nunca esconderam sua preferência pelo crescimento via M&As, que permite queimar etapas e acelerar o ritmo de expansão dos negócios a um custo de capital de mercado. Principalmente quando ambos se veem diante da oportunidade de comprar ativos estressados e consequentemente mais baratos.
É o caso da 2W Ecobank. Segundo o RR apurou, a Âmbar tem interesse na aquisição da empresa, dona de dois complexos de energia eólica com capacidade de 400 MW – um já em fase operacional, o Anemus, no Rio Grande do Norte; e outro ainda em desenvolvimento, o parque de Kairós, no Ceará. A companhia atravessa uma delicada situação financeira. Carrega uma dívida de R$ 3 bilhões e está no meio de uma complexa tentativa de repactuação com bancos credores e debenturistas.
Trata-se de um incêndio que nas mãos da Âmbar muito provavelmente se transformaria em uma pequena fogueira. Uma coisa é as instituições financeiras e os debenturistas negociarem com uma empresa com notória dificuldade de cumprir suas obrigações financeira, como é o caso da 2W Ecobank. A outra é sentar-se frente a frente com uma companha altamente capitalizada que tem por trás um dos maiores conglomerados empresariais da América Latina, como é a Âmbar. Tudo muda de figura.
Engana-se quem pensa que a Âmbar pretende reduzir seus investimentos em energia fóssil. Pelo contrário, vide a recente aquisição de 13 usinas térmicas a gás natural – 12 delas operacionais, além do projeto de desenvolvimento de uma nova geradora em Manaus -, um negócio de R$ 4,7 bilhões. No entanto, a companhia quer reduzir a grande diferença que ainda existe em seu portfólio entre ativos de base fóssil e energia limpa. Contabilizando-se as usinas adquiridas junto à Eletrobras, são quase cinco gigawatts em térmicas, quase que totalmente a gás natural.
É praticamente 90% de toda a capacidade de produção da Âmbar. Por sua vez, a carteira de geração renovável ainda se resume a cinco usinas fotovoltaicas, uma a biogás e 16 PCHs. Mas esse enorme gap está com os dias contados. Procurada pelo RR, a Âmbar não quis comentar o assunto.
A investida em energia limpa reforça a posição de Joesley e Wesley Batista no rol – infelizmente restrito – de empresários capazes de liderar grandes projetos estruturantes no país. Além do potentado de proporções globais na proteína animal, os irmãos Batista têm diversificados seus negócios.
Estão na celulose, na mineração e na logística, com um porto fluvial próprio no rio Paraguai, e investimentos já engatilhados no modal ferroviário – a construção de um ramal para conectar a fábrica de celulose da Eldorado, em Três Lagoas (MS), à Ferronorte, ao custo de R$ 900 milhões. Com os planos de expansão da Âmbar, Joesley e Wesley vão colaborar para a consolidação do Brasil como um dos grandes players globais em transição energética. É capital de empresários nacionais alocado dentro do país em projetos no setor real. Lamentavelmente, trata-se de uma espécie rara por estas bandas.

Infraestrutura
Onde está o trem-pagador da Transnordestina?
29/07/2024Segundo o RR apurou, nos últimos dias, o governador do Ceará, o petista Elmano de Freitas, falou com Deus e o mundo em Brasília para viabilizar a liberação de recursos do Banco do Nordeste (BNB) para a Transnordestina, leia-se CSN. Cobrou do ministro da Casa Civil, Rui Costa; procurou o ministro dos Transportes, Renan Filho; e bateu até na porta de Fernando Haddad, na Fazenda, a quem o BNB é subordinado. Nada de conseguir destravar a tranche de R$ 1 bilhão que está prometida há meses. Qualquer hora dessas, Benjamin Steinbruch aciona o velho amigo Aloizio Mercadante, e os dois vão direto ao Planalto falar com quem manda. Ah, sim, as obras da Transnordestina voltaram a atrasar, agora no Ceará. Mas isso é para rodapé de página. Notícia mesmo seria se o cronograma estivesse no prazo.
Esclarecimento: A Transnordestina Logística (TLSA) entrou em contato com o RR para esclarecer que “Os recursos do FDNE em negociação nada mais são do que empréstimos diretos para a TLSA e o grupo CSN é o garantidor das operações, assumindo todos os riscos.”. A empresa informou ainda que “Já são mais de 930 km de ferrovia de primeiro mundo construída, o que certamente mudará toda economia da região Nordeste. Hoje a obra gera mais de 2,5 mil empregos diretos com possibilidade de alcançar até 8 mil ainda este ano.”

Meio ambiente
Helder Barbalho bate à porta do BID em busca de mais recursos para a Amazônia
25/07/2024
Futebol
Será que tem mais um gringo chegando no futebol brasileiro?
25/07/2024Um bancão de investimentos brasileiro com mandato para a venda de SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol) vem trocando passes com Boris Collardi, ex-CEO do banco suíço Julius Baer. Collardi é acionista do Lecce, time que disputa a Série A na Itália. E já tem um pé nos gramados brasileiros. Ao lado de Francesco Ciringione, da empresa de investimentos First Consulenza AG, fundou a Footbao, uma espécie de peneira da era digital. A startup conecta jovens talentos – jovens mesmo, crianças a partir de oito anos de idade – a clubes de futebol.

Infraestrutura
Lula comanda um governo que não faz concessões
24/07/2024
Finanças
Recebíveis viram o principal fermento do Banco Inter nos Estados Unidos
24/07/2024A maior aposta do Banco Inter para expandir sua atuação nos Estados Unidos é um bom e velho negócio das instituições financeiras convencionais: antecipação de recebíveis a empresas, notadamente fornecedores de grandes indústrias. Para isso, replicou no mercado norte-americano a parceria com a plataforma digital Monkey, um marketplace de antecipação de receitas – em português claro, um balcão de compra de faturas. A dobradinha já movimentou mais de R$ 12 bilhões nesse segmento no Brasil. O Inter é mais um exemplo dessa espécie exótica, as fintechs, que não são bancos, não se dizem bancos, mas têm nariz, orelha, boca, braços etc de banco.

Empresa
Maple Bear, de Chaim Zaher, prepara sua matrícula na Nasdaq
23/07/2024O empresário Chaim Zaher iniciou a contagem regressiva para o IPO da rede de escolas Maple Bear na Nasdaq. O burburinho no mercado é que dirigentes do grupo têm feito contatos com bancos de investimento e fundos, no Brasil e em Nova York, para aferir a demanda pelos papéis e calibrar o valor da operação. Zaher e seus executivos trabalham com a previsão de listar a Maple Bear – empresa do ensino fundamental e médio que surgiu no Canadá – no primeiro trimestre de 2025. Procurada, a empresa não se manifestou até o fechamento desta matéria.

Ciência
Programa Espacial Brasileiro insiste em não sair do chão
19/07/2024O Programa Espacial Brasileiro, a cargo do Ministério da Ciência e Tecnologia, está mais para “Programa Terrestre Brasileiro”. O projeto de desenvolvimento do VLM-1 – o novo Veículo Lançador de Microssatélites – vai sofrer mais um atraso. O teste em laboratório do motor S50, previsto para o mês de julho ou agosto, só deve ocorrer em 2025, segundo informações colhidas pelo RR. Com o adiamento, são reduzidas as chances do VLM-1 realizar sua primeira missão no primeiro trimestre de 2027, como estava programado.
Questionado, o Ministério confirmou a informação. Segundo a pasta, “estava previsto para junho de 2022 a realização do segundo Tiro em Banco do Motor S50, finalizando o processo de testes em solo. Este marco permitiria que o motor subsequente fosse testado em voo pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE).Contudo, a AVIBRAS, empresa contratada para fornecer os Motores S50 ao IAE, declarou recuperação judicial em março de 2022. Este fato impactou significativamente o cronograma do projeto, resultando em um atraso estimado em 36 meses na entrega dos motores contratados. Assim que a AVIBRAS retomar suas atividades fabris, será necessário um mês para a entrega do motor ao IAE. A partir daí, o IAE levará 80 dias úteis (aproximadamente 4 meses) para realizar a gamagrafia, instrumentação, integração e testes até o segundo Tiro em Banco. Em virtude da atual situação da empresa e das indefinições quanto ao término da greve geral, é prudente considerar que este segundo teste está previsto para ocorrer em 2025.”

Destaque
Católicos e protestantes disputam fiéis e correntistas
18/07/2024Atenção, Faria Limers: a concorrência em nome de Deus já está na praça, aliás nas redes. Pelo lado católico, ou pelo menos se apropriando do brand daquela que caminha para ser a segunda religião do país – por enquanto é a primeira, na frente dos evangélicos –, está o Instituto de Finanças Bíblicas. As primeiras aulas são de graça, feito o modelo que Paulo Guedes está praticando em seus cursos de investimento. A instituição dos bíblicos não tem um craque do marketing com a capacidade de Guedes, mas dispõe de uma legião de fiéis que não precisam ser doutrinados.
Já a turma evangélica, pretende lançar um título de capitalização e uma caderneta de poupança. Bancos para parcerias é o que não falta no mercado. Esses acordos seriam uma bênção para desvincular a oferta de produtos das igrejas – impedidas de atuar como instituições financeiras. Alguns exemplos? Vamos lá: o Christian Bank – “um banco digital; o Siaf Bank; o Karpos Bank – “Conta para Igreja”, entre muitos. Quem interage com essa banca religiosa é o ex-deputado Eduardo Cunha, uma espécie de representante do setor, entre outros dos seus tantos afazeres. Cunha sempre soube das coisas. Imagina se coloca esse povo para fazer fintechs. O Brasil será o país do sincretismo financeiro.

Destaque
O indomável Eduardo Moreira é o próximo nome de Lula para a diretoria do BC
10/07/2024Gabriel Galípolo deve estrear na presidência do Banco Central quase que junto com um “companheiro de viagem”. O economista Eduardo Moreira é pule de dez para compor a diretoria do Banco Central no início de 2025. Ele assumiria a vaga da atual diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, Carolina Assis, que antes ocupava a diretoria de Administração da autoridade monetária. Carolina deixa o BC em 31 de dezembro deste ano. Uma vez confirmada sua nomeação, Moreira tem tudo para ser o mais “sincrético” diretor da história do BC.
Além de uma carreira bem-sucedida no mercado financeiro, escreveu 10 livros, entre eles dois best sellers. Ambos alcançaram o primeiro lugar nas listas de mais vendidos do Brasil: “Encantadores de Serpentes”, no qual descreve os métodos de Monty Roberts, um dos mais famosos domadores de cavalos do mundo, e “O que os Donos do Poder não querem que Você Saiba”. Moreira também é formado como roteirista pela New York Film Academy. Em 2017, o ex-banqueiro estreou como dramaturgo ao escrever a peça infantil “Branca de Neve e Zangado”, e foi um dos mais cotados para vencer o prêmio Femsa de teatro, na categoria Revelação.
Da mesma forma que o atual presidente, Roberto Campos Neto, que foi diretor da área de Tesouraria no Santander, Eduardo Moreira ocupou função similar no Pactual, atual BTG. O combate à violência contra cavalos rendeu dividendos ao economista até junto à realeza. Em 2012, ele foi o primeiro brasileiro a ser condecorado pela rainha Elizabeth II, em cerimônia no Castelo de Windsor, no Guards Polo Club, durante a final de um campeonato de polo. Moreira é um desses personagens que parece não existir.
Em 2015, lá estava ele de novo no Castelo de Windsor, mais uma vez a convite da rainha Elizabeth II, para apresentar, junto a Sua Majestade e ao próprio Monty Roberts, um certificado de mérito ao ex-comandante da Academia de Polícia do Barro Branco (SP), José Maurício Peres.
O economista foi indicado pelo ex-presidente da Petrobras Jean Paulo Prates para uma das cadeiras do Conselho de Administração da Petrobras. Mas acabou ficando de fora. Afinadíssimo com o pensamento do presidente Lula, soltou uma frase afiada que define bem sua posição política: “O que a Petrobras está fazendo? Ela está servindo ao seu país gerando emprego, gerando oportunidade, gerando desenvolvimento”? Não, ela virou uma saqueadora para servir uma meia dúzia”.
Lula não diria uma vírgula de diferente. Moreira foi o balão de oxigênio do mercado, ao participar junto com o seu probabilíssimo futuro chefe, Gabriel Galípolo, de uma reunião reservada entre o presidente da República, seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e os economistas do PT, Guido Mantega, Luiz Gonzaga Belluzzo e Luciano Coutinho. O encontro foi revelado pela colunista do Valor, Maria Cristina Fernandes. Na comparação com o histórico dos presentes, Moreira não parece nem com Roberto Campos Neto, mas com Roberto Campos avô.

Futebol
BRB desponta como candidato a “batizar” futuro estádio do Flamengo
8/07/2024Há um zunzunzum no mundo da bola de que o BRB (Banco Regional de Brasília) teria sinalizado ao Flamengo interesse na compra do naming & rights do futuro estádio do clube. Ressalte-se que o banco já é um dos principais patrocinadores rubro-negros, um contrato da ordem de R$ 40 milhões. Além disso, há outra tabelinha entre ambos, o Nação BRB Fla, plataforma de venda de produtos financeiros. O BRB não é marinheiro de primeira viagem em “batizar” estádios: sua marca já está na Arena Mané Garrincha, em Brasília.

Destaque
BNDES desponta como o rebocador financeiro dos leilões de hidrovias
8/07/2024O governo estuda medidas com o objetivo de atrair o maior número possível de investidores para os leilões de concessões hidroviárias. O que está em jogo é um pacote de investimentos da ordem de R$ 5 bilhões, contabilizando-se apenas as quatro primeiras licitações já engatilhadas. Uma das propostas discutidas entre o Ministério dos Portos e Aeroportos e a Casa Civil é o apoio do BNDES aos futuros operadores das hidrovias. A participação do banco poderia se dar de duas formas: no modelo convencional, por meio de uma linha de crédito, ou por intermédio de debêntures incentivadas de infraestrutura.
Nesse caso, o BNDES garantiria a compra de uma parcela expressiva dos papéis emitidos pelas concessionárias. Este é um instrumento que tem sido crescentemente usado pelo banco, notadamente na área de saneamento. No ano passado, a agência de fomento subscreveu 26% das debêntures de infraestrutura lançadas no Brasil, o equivalente a R$ 18 bilhões. Além do BNDES, há informações de que o governo pretende utilizar também os fundos constitucionais – notadamente o FNO (Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Norte) e o FCO (Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Centro-Oeste) – para viabilizar os investimentos nas hidrovias. No momento, a Hidrovias do Brasil, agora sob o comando do Grupo Ultra, é dado como um nome certo nos leilões. É pouco.
O governo quer estimular a participação de grandes grupos da área de infraestrutura que ainda não operam nesse segmento. No próprio Ministério dos Portos e Aeroportos são citados os nomes da CCR e da dupla Equipav/Perfin Investimentos. Há quem veja também a possibilidade de atrair conglomerados do agronegócio, como o Grupo Amaggi.
O primeiro leilão no pipeline é o da Hidrovia do Rio Madeira, um corredor logístico vital para o escoamento da produção de grãos, notadamente do Mato Grosso. Hoje, circulam pelo manancial cerca de 12 milhões de toneladas de commodities agrícolas por ano. A estimativa é que, com os investimentos do futuro operador privado na dragagem do rio, esse número chegue a 20 milhões de toneladas/ano até 2034. Todo o processo de audiências públicas será concluído ainda neste ano.
O mesmo se aplica ao aval dos órgãos de controle, que deverá ser obtido até dezembro. Caso esse cronograma seja cumprido à risca, o governo pretende realizar o leilão no primeiro trimestre de 2025. Será o teste de fogo. Na Casa Civil e no Ministério dos Portos e Aeroportos, o entendimento é que a licitação do Rio Madeira vai regular a temperatura dos três outros certames previstos para o ano que vem – as hidrovias do rio Paraguai, no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, da lagoa Mirim, no Rio Grande do Sul, e da Barra Norte, no Amapá, na foz do Rio Amazonas, próximo ao Oceano Atlântico.

Economia
Making off de Meirelles no BC fala mais sobre o Lula III do que o Lula I
5/07/2024
Destaque
Embraer faz seus primeiros rasantes sobre a Força Aérea da Colômbia
5/07/2024A direção da Embraer e o próprio governo brasileiro estão irmanados em uma tour de force junto ao presidente da Colômbia, Gustavo Petro. Na área de Defesa, há informações de que a companhia, com o auxílio do Itamaraty, teria aberto conversações com autoridades colombianas para a venda dos caças que vão substituir 16 aeronaves Kfir da Força Aérea local. Em jogo, um negócio que pode chegar a US$ 3 bilhões. A Embraer fala por si e pela sueca Saab, sua parceira. A operação envolveria o fornecimento dos aviões Gripen montados pela dupla em Gavião Peixoto (SP).
A influência do governo Lula junto a Gustavo Petro, um de seus principais aliados na América Latina, é um trunfo importante da dobradinha Embraer/Saab. Trata-se de uma disputa comercial, mas, antes de tudo, uma concorrência de ordem geopolítica. Israel era um forte candidato ao negócio – o Kfir (“leãozinho” em hebraico) foi fabricado pela Israel Aircraft Industries. No entanto, a não ser que aconteça uma reviravolta, o país é carta fora do baralho. Em maio, a Colômbia rompeu relações diplomáticas com Israel por conta dos ataques à Palestina – Gustavo Petro se referiu a Benjamin Netanyahu como um “genocida”. Em 2022, o governo colombiano chegou a abrir conversações com a francesa Dassault para a aquisição da aeronave Rafale, mas as tratativas não avançaram. Nesse cenário, os Estados Unidos despontam como o principal concorrente da dobradinha Suécia/Brasil, com o F-16, fabricado pela Lockheed Martin. Procurada pelo RR, a Embraer não se pronunciou.
Fontes da área de Defesa entendem que a dupla Embraer/Saab ganhou alguns pontos preciosos com a visita do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, à Suécia, no mês passado. Na ocasião, Petro se encontrou com executivos da fabricante de aeronaves. Inicialmente, a fábrica da Embraer em Gavião Peixoto foi projetada para a montagem de 15 das 36 aeronaves Gripen compradas pela Força Aérea Brasileira. No entanto, além da transferência de tecnologia, o acordo firmado entre a Embraer e a Saab já prevê um volume maior de investimentos e o aumento da capacidade de produção para atender a encomendas na América Latina. Além da proximidade de Lula com Gustavo Petro, a dupla tem outra valiosa carta na manga: o BNDES. O banco de fomento é, historicamente, um dos maiores financiadores de contratos de exportação da Embraer.

Economia
Só falta o BC dizer que o câmbio não é problema dele
3/07/2024A única explicação possível para as sístoles e diástoles do câmbio parece ser de conteúdo político, já que por maior que seja a fieira de justificativas para o pulo do dólar, fica difícil entender uma volatilidade dessas com reservas cambiais de US$ 370 bilhões. A alta acumulada de 17% no ano – 5,5% apenas no último mês – já foi atribuída a uma miríade de razões, ao gosto do freguês: leniência fiscal, a incontinência verbal de Lula, acidentalidades, leia-se a tragédia do Rio Grande do Sul e seu impacto sobre o preço dos alimentos, ou mesmo fatores exógenos, tais como guerras, os juros do FED, preços das commodities, mais precisamente a subida da moeda americana no mundo.
Hoje, é a vez do dólar cair mais de 2% e chegar a R$ 5,55 supostamente por causa de uma reunião fora da agenda entre Lula e Fernando Haddad no Palácio Alvorada – talvez fosse o caso do presidente da República e do seu ministro da Fazenda se encontrarem mais vezes de surpresa…
Quanto maiores a arritmia e a profusão de justificativas que não conseguem justificar nada, mais fortalecido fica o discurso de que tudo não passa de uma jogatina de espertalhões.
Nesse caso, falta comunicação para esclarecer que o câmbio não é um cassino. Nesse vai e vem frenético, o que também não tem explicação é a inércia do Banco Central. Hoje o dólar abriu a R$ 5,67. A perspectiva é que com o aumento das eleições municipais a temperatura aumente. Há quem diga que se a autoridade monetária vender swaps, dependendo de onde as cotações forem parar, vai gerar um baita de uma perda de patrimônio público (leia-se reservas em moeda forte).
O lastro cambial poderia até cair um pouco, mas teria que ser necessário a perda de um Fort Knox para o Brasil queimar, com todo exagero do mundo, até 1/3 das suas reservas.
O BC tornou-se um síndico ausente e relapso do mercado de câmbio. A sua decisão de não intervir por meio de leilões de swap, deixa os agentes financeiros com uma pulga atrás da orelha. Será que, a exemplo do passado, o BC de repente vai inundar o mercado de swaps, deixando os investidores sem rumo? Por uma corrente de transmissão inevitável, essa disparada do dólar vai se refletir sobre a inflação, o que consequentemente forçará a autoridade monetária a retomar o ciclo de alta dos juros.
A atual direção do BC tem um estranho fetiche por cenários de risco. O último leilão de swaps realizado pela instituição foi há três meses, mais precisamente em 2 de abril, quando foram vendidos 20 mil contratos em uma oferta total de US$ 1 bilhão. Por que cargas d´água, o BC resolveu frear o dólar quando a cotação bateu em R$ 5,06 (início de abril) e cruza os braços quando rompe a barreira dos R$ 5,70? Parece até que o câmbio virou uma espécie de doença autoimune. Se Lula continuar falando sobre juros e câmbio, o que não é improvável, é capaz de o dólar ir à R$ 6,00 antes do início do ano. E o BC, o que fará? A autoridade monetária parece aprisionada na letra de Chico Buarque de Holanda. “O que não tem remédio. Nem nunca terá. O que não tem explicação. Nem nunca terá…”

Destaque
A “independência” de Roberto Campos Neto não faz nada bem ao Brasil
3/07/2024
Destaque
Corinthians e Alvarez & Marsal ensaiam tabelinha para a maior recuperação judicial do futebol brasileiro
26/06/2024A escolha do nome de Fred Luz, ex-Flamengo, para o cargo de CEO de Corinthians vai além das quatro linhas de uma mudança meramente administrativa. Entre os bancos credores, notadamente a Caixa Econômica, a contratação do executivo é interpretada como um preparativo para o que pode vir a ser a maior recuperação judicial já vista no futebol brasileiro. As peças parecem se encaixar como uma tabelinha entre Sócrates e Casagrande. Luz, que chegou a ser candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro pelo Partido Novo em 2020, comandava até então a área de Sportainment da Alvarez & Marsal, sinônimo de recuperação judicial no Brasil. Talvez o Corinthians não tenha contratado apenas um executivo, mas um “combo”.
A ida de Luz para o clube quase que atrairia por força gravitacional a própria Alvarez & Marsal. Caberia a essa dobradinha preparar o terreno para o pedido de recuperação judicial e conduzir a complexa negociação com os credores. O Corinthians carrega uma dívida superior a R$ 2 bilhões. Esse passivo daria ao clube paulista a oitava posição no ranking das recuperações judiciais em curso no país. Ainda para efeito de comparação, trata-se do dobro do valor incluído no maior pedido de RJ protocolado neste ano – o do Supermercados Dia, com débitos de aproximadamente R$ 1 bilhão. Procurados pelo RR, o Corinthians e a Alvarez & Marsal não se manifestaram.
A Caixa Econômica é, de longe, o caso mais intrincado para o Corinthians equacionar. A dívida referente ao financiamento para a construção da Neo Química Arena passa dos R$ 700 milhões, ou seja, mais de um terço de todo o passivo do clube. No fim de 2022, quando houve uma renegociação com o banco estatal, o valor de face era de R$ 611 milhões. Ou seja: o Corinthians enxuga gelo, pagando apenas os encargos da dívida – cerca de R$ 100 milhões no ano passado – e, ainda assim, a pedra em vez de derreter só aumenta de tamanho. Para piorar, esse é um passivo cheio de peculiaridades e, por isso mesmo, difícil de entrar na recuperação judicial. Em primeiro lugar, o dinheiro não saiu exatamente da Caixa, mas do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).
Além disso, os recursos não foram tomados diretamente pelo Corinthians; a dívida está em outro CNPJ, do Arena Fundo de Investimento Imobiliário – FII. Ressalte-se que o clube tem ainda um endividamento fiscal da ordem de R$ 590 milhões, não sujeito à recuperação judicial. Ou seja, somando-se o passivo tributário ao complicado empréstimo da Caixa, trata-se de um montante de quase R$ 1,3 bilhão que não entraria na RJ. Basicamente, as dívidas que tomariam haircut seriam as trabalhistas e cíveis.
Caso o pedido de recuperação judicial se confirme, o Corinthians entrará em um grupo no qual já estão Sport, Santa Cruz, Náutico, Coritiba, Figueirense e Cruzeiro, entre outros. O clube mineiro responde pelo maior processo, com mais de R$ 680 milhões em dívidas. Além da cada vez mais provável recuperação judicial, a crise financeira corinthiana também aumenta a pressão interna pela criação da SAF e posterior venda do futebol para um investidor. No entanto, tratando-se de quem se trata, esse não é um jogo vertical e muito menos em linha reta.
Além da deterioração financeira, o Corinthians vive internamente uma hecatombe política, com articulações da oposição para o impeachment do presidente Augusto Mello. A situação se agravou com a decisão da casa de apostas VaideBet de romper o contrato de patrocínio que, segundo a direção do clube, previa o pagamento de R$ 370 milhões até 2026. A empresa acionou uma cláusula anticorrupção após a descoberta do pagamento de comissões a uma suposta empresa laranja chamada Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda. – conforme revelou o jornalista Juca Kfouri em seu blog no UOL. E nesse turbilhão, o desgovernando Corinthians balança como um pêndulo entre a Libra, a LFU (Liga Forte União) e a Brax. Recentemente, recebeu desta última uma oferta de R$ 240 milhões pela venda dos direitos de transmissão de seus jogos no Campeonato Brasileiro a partir de 2025 – informação publicada pelo jornalista Rodrigo Capelo, do Grupo Globo.

Empresa
Casas Bahia corta na carne para fazer caixa
25/06/2024Entre os credores da Casas Bahia, a informação é que a rede varejista vai fazer novos cortes em sua estrutura de custos. Fala-se no fechamento de até 20 lojas em todo o Brasil. Há especulações também sobre a venda da fabricante de móveis Bartira. A gestão do presidente Renato Franklin escalou uma montanha ao conseguir negociar um acordo com os bancos. A Casas Bahia ganhou uma carência de 24 meses para pagamento dos juros e de 30 meses para a quitação do principal da dívida – seu passivo supera os R$ 4 bilhões. No entanto, há problemas de curtíssimo prazo a serem resolvidos. Com prejuízos em sequência – no primeiro trimestre do ano, as perdas passaram dos R$ 260 milhões -, a companhia não tem conseguido gerar caixa, o que aumenta a necessidade de reduzir despesas. Consultada, a Casas Bahia não se manifestou.

Destaque
Questionamentos judiciais ameaçam transferência de terras da Jari Celulose para o BTG
24/06/2024A intenção do BTG de incorporar ativos florestais da Jari Celulose como pagamento de uma dívida de aproximadamente R$ 700 milhões da empresa – ver RR tem esbarrado em obstáculos de ordem legal. O principal entrave é o procedimento administrativo contra a companhia aberto pela Corregedoria de Justiça do Amapá (Processo no 088630/2021). O governo do estado e o Instituto de Terras (IMAP), autarquia vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural, reivindicam a área de 296,5 hectares da Fazenda Santo Antonio da Cachoeira, propriedade que faria parte do acordo entre o BTG e Jari. O estado alega que as terras pertencem à Gleba Iratapuru, onde há uma reserva de desenvolvimento sustentável e o território indígena Terena.
O caso é enroscado – se não fosse, não seria Jari. O RR apurou que, a princípio, a companhia apresentou uma matrícula de propriedade regular, o que, em tese, significa dizer que não há qualquer ônus ou impeditivo para a transferência das terras. Sublinhe-se o “em tese”.
Os procuradores estaduais Wellington Bringel de Almeida e Otávio de Santana Neto acusam Jari de ter feito um “puxadinho” para inserção da chamada poligonal do imóvel da fazenda no Sistema de Gestão Fundiária, em 2006, com o objetivo de obter o Certificado de Cadastro da propriedade. Segundo a mesma fonte, essa “esticada” na área teria sobreposto o imóvel em Unidades de Conservação, o que impediria a concessão do Título de Reconhecimento de Domínio. Jari, por sua vez, alega em outra ação, na 6ª Vara Federal Cível do Amapá, que o governo do estado e o IMAP não têm direito à terra.
O acordo envolvendo a transferência de uma fração das terras pertencentes à Jari Celulose desponta como uma solução sob medida para o BTG. Como o RR informou no dia 3 de maio, seria um reforço para um negócio estratégico do banco: o Timberland Investment Group (TIG), seu braço de gestão de ativos florestais, dono de um portfólio de quase US$ 7 bilhões. Mas, tratando-se de Jari, tudo é absolutamente complexo.
No encontro de contas entre o passivo da empresa e o valor das terras, a instituição financeira teria um valor a pagar – estimado em torno de R$ 70 milhões. No entanto, no último dia 19, o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios Não-Padronizados Alternativa Assets I – administrado pelo BTG e veículo por meio do qual toda a operação seria feita – protocolou um ofício junto à Vara Distrital de Monte Dourado da Comarca de Almeirim (PA). O fundo afirma que “o pagamento somente deverá ser realizado quando satisfeita a condição suspensiva prevista na Cláusula 10.1.6. (x)1 do PRJ”. Em linhas gerais, significa dizer que o Grupo Jari tem três meses para obter o encerramento do processo na Corregedoria-Geral de Justiça do Amapá, “seja pela modalidade de acordo, desistência ou outra estrutura processual que seja pré-aprovada pelo proponente vencedor do certame — resultando na conservação da atual posse, domínio e propriedade daquela matrícula pela Jari Celulose.”. Trocando em miúdos, o acordo só será consumado se a companhia comprovar a posse das terras. Procurado pelo RR, o BTG não quis se pronunciar.
Ao que parece, essa propriedade tem mais “dono” do que hectares. Além do contencioso com o governo do Amapá, a Fazenda Santo Antonio da Cachoeira teria sido envolvida pela Jari Celulose em outra transação, a venda de créditos de carbono ao Banco do Brasil. A informação é que o contrato com o BB está na mira do próprio administrador judicial da Jari Celulose, o advogado, Mauro Cesar Santos, que deve apurar os termos do acordo.

Memória
Plano Real 30 anos: Bulhões Pedreira fincou um dos pilares da nova moeda
21/06/2024
Empresa
Mubadala quer mexer lá no fundo da xícara do Starbucks Brasil
21/06/2024Informação soprada por um dos maiores credores da SouthRock: o Mubadala, que assumiu a operação do Starbucks Brasil, avalia fazer uma devassa (e essa é a palavra usada nos bastidores) contábil na empresa. Seguro morreu de velho. O fundo de Abu Dhabi assumiu o negócio após a própria matriz do Starbucks afastar a SouthRock, de Kenneth Pope, da gestão da marca no país. Entre os bancos credores da gestora de Pope, em recuperação judicial, espocam questionamentos à prestação de contas da rede de cafeterias no país. Consultado, o Mubadala não se pronunciou.

Empresa
Aos credores da InterCement só resta esperar por um novo controlador
19/06/2024A última rodada de negociações com a Mover Participações (ex-Camargo Corrêa) deixou os detentores de debêntures da InterCement com a percepção de que a empresa não tem Plano B. A possibilidade da companhia honrar seus compromissos de curto prazo estaria condicionada a uma única solução: a venda do controle.
Além das restrições de caixa, a cimenteira vem encontrando dificuldades para obter crédito a um custo palatável. Foi o que levou a InterCement a buscar um novo acordo com seus debenturistas para adiar o vencimento de suas remunerações – conforme o RR antecipou em 22 de abril – Em meio ao contínuo processo de desgaste com os credores, as negociações para a venda do controle à CSN prosseguem.
As duas empresas assinaram um acordo de exclusividade válido até o dia 12 de julho. Mas as tratativas são complexas: sobre a mesa, um pacote de fábricas no Brasil e na Argentina, com razoáveis assimetrias de performance, e, sobretudo, uma dívida de R$ 9 bilhões.

Governo
Centrais sindicais dublam a voz de Lula em protesto contra pautas econômicas
18/06/2024Parafraseando Jorge Benjor, os sindicatos estão voltando; estão voltando os sindicatos. O protesto realizado hoje pela manhã em frente ao prédio do Banco Central na Avenida Paulista foi apenas uma avant-première do que está por vir. Há informações de que as grandes centrais sindicais do país, à exemplo da CUT, da Força Sindical e da CGT, preparam uma agenda de manifestações contra pautas econômicas contrárias aos interesses dos trabalhadores. Um dos atos que estaria sendo organizado – pasmem – seria um protesto em frente ao Ministério da Fazenda, em Brasília.
Se, na porta do BC, os megafones bradaram pela queda dos juros, a mobilização na Pasta da Fazenda teria como alvo as discussões sobre possíveis mudanças nas regras do salário-mínimo e a desindexação do mínimo da Previdência e dos benefícios sociais. Mas que ninguém pense que o protesto seria um sinal de fissura entre o governo Lula e o sindicalismo, a principal base histórica do petismo. Tampouco seria uma manifestação personalizada, como no caso do BC – essa, sim, concebida para ser a malhação do “Judas” Campos Neto. Seria, sim, um ato contra eventuais medidas danosas aos interesses dos trabalhadores. Ou seja, uma conveniente mobilização, com a regência tácita de Lula, que se opõe a qualquer discussão sobre a revisão das regras de vinculação das aposentadorias e benefícios sociais ao salário-mínimo.

Destaque
Transferência internacional de dados, enfim, será regulamentada pela ANPD
14/06/2024Quase quatro anos após a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), finalmente o governo vai acabar com uma zona cinzenta da nova legislação. Segundo o RR apurou, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) deverá publicar no início do segundo semestre a regulamentação sobre a transferência internacional de dados pessoais. Em contato com o RR, a própria ANPD confirmou a informação, com exclusividade.
Não é de hoje que a autarquia, vinculada ao Ministério da Justiça, tem sido cobrada em relação ao assunto. A normatização é uma preocupação, sobretudo, de empresas estrangeiras presentes no país que hospedam e tratam no exterior dados pessoais colhidos no Brasil. Em seu artigo 33, a LGPD dispõe sobre a transferência internacional de dados. No entanto, a menção praticamente se resume às situações em que essa comunicação é permitida.
E, ainda assim, é extremamente vaga. Por exemplo: a legislação autoriza a transferência “quando o país ou organismo internacional de destino oferece um nível de proteção de dados pessoais adequado ao previsto na LGPD”. Porém, a LGPD não explicita o que é um “nível adequado” e nem quais são os mecanismos de adequação que permitam à ANPD reconhecer os países que têm ou não uma estrutura robusta de proteção às informações.
Plataformas de streaming, sites de e-commerce e bancos digitais – ou seja, serviços usados por dezenas de milhões de brasileiros – estão entre os grandes hard users globais das transferências internacionais de dados.
O tema está na ordem do dia. No mês passado, a Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, recebeu uma multa recorde de 1,2 bilhões de euros do Comissário de Proteção de Dados da Irlanda, o principal órgão regulador da privacidade da União Europeia. A punição se deu pela transferência irregular de dados de usuários do Facebook da Europa para os Estados Unidos. Desde o ano passado, a própria ANPD negocia um acordo com a União Europeia para a adequação de normas. Hoje, com o gap regulatório ainda existente no Brasil, as empresas não têm qualquer balizador das circunstâncias em que estão autorizadas a remeter informações obtidas no país para o exterior.
Ou seja: no limite, é como se todas estivessem operando fora da lei, simplesmente porque não há lei para cumprir. Segundo a própria ANPD, “deve-se considerar que as transferências internacionais de dados pessoais continuam ocorrendo sem que haja regulamentação, devendo ser observada a LGPD, no que couber e no que for possível.”
As discussões se arrastam desde o ano passado. Em outubro, o diretor-presidente da ANPD, Waldemar Gonçalves, chegou a anunciar que a regulamentação sairia até o fim de 2023, mas o prazo ficou pelo caminho. Ao RR, a autarquia justificou o atraso dizendo que “o procedimento regulatório de qualquer órgão regulador é complexo e, por isso, leva tempo para sua conclusão. Assim como ocorreu com todas as normas já expedidas pela ANPD, o regulamento de Transferência Internacional de Dados passou por um profundo estudo sobre as reais necessidades da norma, e sobre as problemáticas e desafios”.

Governo
Funcef na alça de mira do maior sniper da República
13/06/2024O que se diz em Brasília é que a cúpula da Caixa, notadamente o presidente Carlos Vieira, tem buscado apoio político para mudar o comando da Funcef, com a saída do no 1, Ricardo Pontes. A movimentação se dá sete meses após a nova gestão do banco tomar posse. Se Carlos Vieira está no palco das articulações, significa que Arthur Lira encontra-se na coxia, dirigindo o espetáculo. Vieira chegou ao cargo pelas mãos do presidente da Câmara. E não costuma fazer qualquer deslocamento mais agudo sem o aceno de Lira.

Meio ambiente
Bancos federais podem usar ferramenta da ONU para auferir suas emissões
11/06/2024Informação que circula no Itamaraty: o governo brasileiro estaria em conversações com a ONU para usar uma ferramenta de medição da pegada de carbono em instituições financeiras criada no âmbito do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. O sistema seria utilizado, em uma primeira fase de testes, nos bancos de fomento federais, como o próprio BNDES, Banco do Nordeste e Basa. No governo, há quem enxergue um valor simbólico na medida. No momento em que o Brasil planeja uma nova emissão de títulos verdes , no valor de aproximadamente US$ 2 bilhões, toda sinalização de compromisso com metas ambientais é útil.

Destaque
Governo avalia seguro-rural obrigatório no rastro dos extremos climáticos
10/06/2024A tragédia do Rio Grande do Sul está alimentando uma discussão dentro do governo, mais precisamente no Ministério da Agricultura. A ideia debatida na Pasta é tornar o seguro-rural obrigatório para os produtores agrícolas, de forma a criar um colchão de proteção para o setor. A proposta leva em consideração o risco de que as quebras de safra passem a se repetir com alguma recorrência devido ao impacto de eventos climáticos extremos. Algumas linhas de financiamento privadas e produtos estruturados já obrigam o agricultor a ter cobertura para eventuais sinistros.
Com a força das mudanças no clima, a tendência é que as instituições financeiras passem a fazer exigências ainda mais rigorosas, condicionando a concessão de crédito. Mesmo porque já se especula no setor sobre a possibilidade de o BIS (Banco de Compensações Internacionais) elevar o índice de provisionamento bancário para as carteiras de empréstimos agrícolas. O entendimento no Ministério da Agricultura é que essas circunstâncias em cadeia fazem com que, mais dia ou menos dia, o seguro-rural tenha de ser obrigatório. O que se diz na Pasta é que o próprio ministro Carlos Fávaro já tem, inclusive, conduzido conversações neste sentido com lideranças da bancada ruralista. Hoje a regra no Brasil é não ter regra. Na maioria dos casos, ter um não seguro fica a critério do produtor. E o critério acaba sendo apostar na sorte. O mercado cafeeiro é um exemplo didático: estima-se que apenas 1% da produção tenha algum tipo de proteção. Nos Estados Unidos, para efeito de comparação, mais de 90% da safra agrícola têm seguro.
A medida se desenha tão necessária quanto complexa. Há obstáculos a serem superados para a implantação do seguro-rural compulsório. A primeira questão é quem financia o prêmio. A resposta parece óbvia. O governo muito provavelmente teria de anabolizar o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Hoje, já existe uma pressão permanente do agronegócio, vocalizada, sobretudo, pela bancada ruralista, pelo aumento dos subsídios oficiais. O atual orçamento do PSR é um grão de soja: o valor previsto para este ano, ao menos até a tragédia do Rio Grande do Sul, é de aproximadamente R$ 1 bilhão. Além disso, entre as seguradoras que atuam nesse segmento no Brasil não há escala para cobrir toda a produção agrícola brasileira. Provavelmente, o Ministério da Agricultura teria de realizar um plano de zoneamento e fazer escolhas: uma hipótese, por exemplo, seria aplicar a obrigatoriedade do seguro-rural a determinadas regiões, com base em riscos de extremos climáticos, ou por faixas de produção.
O fato é que, na equipe do ministro Carlos Fávaro, predomina o entendimento de que o governo precisa estabelecer algum tipo de regra para aumentar significativamente a proporção da safra agrícola coberta por seguro-rural. Até porque, no fim das contas, a bomba sempre acaba estourando na União. É o caso da catástrofe climática e humanitária do Rio Grande do Sul. Por meio do Pronaf, já foram liberados mais de R$ 4 bilhões para a agricultura familiar no estado. Some-se o gasto de R$ 2,3 bilhões para a importação de arroz. Não deve parar por aí. As enchentes no Sul destruíram aproximadamente 3,2 milhões de hectares de área cultivada no estado, com prejuízo estimado em R$ 3 bilhões. Esses números, no entanto, tendem a crescer uma vez que várias regiões ainda estão alagadas, o que impede uma avaliação mais precisa das perdas.
LEIA AINDA HOJE NO RR: SERÁ MESMO QUE O ARROZ IMPORTADO VAI CHEGAR NO PRATO DO BRASILEIRO EM 60 DIAS?

Empresa
Bancos credores querem ejetar CEO da SouthRock
7/06/2024O RR teve informações de que os principais credores da SouthRock, a exemplo de Banco do Brasil e Santander, avaliam entrar na Justiça pedindo o afastamento de Kenneth Pope da gestão da companhia. A relação entre os bancos e Pope, fundador da gestora, se esgarçou devido à dificuldade de renegociação do passivo de R$ 1,8 bilhão. Entre os credores, haveria também a percepção de que o empresário teria omitido informações contábeis sensíveis que sinalizariam, desde o ano passado, a deterioração financeira da empresa. Em abril, os bancos já pediram à Justiça a penhora de parte da remuneração de Pope. Em recuperação judicial, a SouthRock já perdeu a gestão do Starbucks e do Subway no Brasil. O RR fez tentativas de contato com a empresa, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. Também consultado, o Banco do Brasil informou que não comenta o assunto. O Santander não se pronunciou.

Empresa
BNDES pode ter um papel valioso em investimento da Arauco
5/06/2024As paredes do BNDES ouvem demais. Ouvem, por exemplo, que o banco poderá financiar a construção da primeira fábrica de celulose da chilena Arauco no Brasil. Trata-se de um dos maiores projetos previstos no setor: a unidade, na cidade de Inocência (MS), demandará investimentos superiores a R$ 15 bilhões. Em contato com o RR, o BNDES informou que “não comenta projetos ainda não aprovados.” Mas executivos do setor comentam e consideram mais do que sintomático o apoio do banco para a ampliação da Malha Paulista, concessionária da Rumo Logística, de Rubens Ometto. O banco subscreveu R$ 750 milhões do total de R$ 1,5 bilhão em debêntures incentivadas emitidas pela empresa. A ferrovia será uma peça importante no quebra-cabeças logístico para o escoamento da produção da fábrica da Arauco. São quase projetos “irmanados”.

ESG
JBS deixa as estranhezas no passado e se torna empresa-cidadã
5/06/2024Deu no jornal Valor Econômico de ontem: a JBS está abrindo mil vagas de empregos no Rio Grande do Sul, além de injetar R$ 30 milhões na economia local, por meio da antecipação do 13º para 15 mil funcionários, e distribuir 40 toneladas de alimentos, 40 mil kits de limpeza e 2,6 mil cestas básicas. Parabéns para a JBS. Nenhuma companhia chegou nem perto. Quem diria? Apesar das estranhezas na operação de financiamento estatal da companhia, a JBS é uma das empresas que propiciou maior rentabilidade à carteira de participações da BNDESpar; é o segundo maior conglomerado da área de alimentos do mundo; tem 400 unidades produtivas em 20 países; é a segunda empresa do Brasil em receita líquida operacional; é a segunda maior empregadora do país com 151 mil postos de trabalhos diretos (se forem adicionadas as vagas geradas pela sua cadeia produtiva, o número sobe para 2,9 milhões, ou 2,73% dos empregos do Brasil); é a líder no ranking de proteína animal; é a empresa de maior impacto socioeconômico do país, segundo a Fipe etc. Nada mau para quem começou com uma pequena planta com capacidade de processamento de cinco cabeças de gado por dia. Tornou-se também uma “empresa cidadã”, como o saudoso Betinho alcunhava as “empresas do bem”. Para se ter uma ideia da disparidade da contribuição social da JBS na tragédia do Sul em relação às demais companhias, basta comparar com o aporte de R$ 10 milhões feitos pelo Itaú, o maior banco privado do Brasil. Mas definitivamente não é o banco do povo brasileiro. A JBS, sim, até o momento é a companhia do povo mais desassistido do país.

Destaque
Nem tudo é o que parece ser no aporte de capital da Marisa
31/05/2024
Economia
Todo brasileiro adoraria viver no Brasil de Joaquim Levy
24/05/2024
Análise
Haddad fala mais do que devia e desancora a expectativa de inflação
23/05/2024
Empresa
Credores não poupam dono da SouthRock
23/05/2024Os credores da SouthRock, que operava a Starbucks e o Subway no Brasil, parecem decididos a cercar o empresário Kenneth Pope, dono da gestora, por todos os lados. Há informações, aqui e ali, de que os bancos pretendem pedir à Justiça o bloqueio de bens pessoais de Pope como garantia para as dívidas da empresa. O empresário é tido como responsável direto pela crise da SouthRock, que a levou a entrar em recuperação judicial, com dívidas de R$ 1,8 bilhão. Nos bastidores, pipocam contra ele acusações de negligência e falta de transparência sobre as dificuldades financeiras da gestora. Pode ser, pode não ser. O fato é que os credores têm avançado seguidamente sobre o empresário. Já solicitaram à Justiça a penhora de parte da remuneração de Pope – cerca de R$ 188 mil mensais -, conforme noticiou o Pipeline, do Valor Econômico.

Mercado
O próximo tijolo da BB Asset no setor de real estate
17/05/2024Corre à boca pequena que a BB Asset deverá aumentar sua aposta no setor de real estate. A informação é que a gestora do Banco do Brasil estuda a emissão de um segundo fundo “de tijolo”. Com base no êxito do primeiro, lançado há cerca de duas semanas, dentro da instituição financeira tem quem fale em uma captação próxima de R$ 1,5 bilhão. O fundo BB Premium Malls (BBIG11) levantou R$ 990 milhões, acima da oferta inicial de R$ 800 milhões. Mas a demanda pelos papéis bateu perto de R$ 1,2 bilhão. Em tempo: a Iguatemi, que prestou consultoria imobiliária para o BBIG11, já está a postos para carregar os próximos tijolos com a BB Asset. Procurada, a instituição não retornou até o fechamento desta matéria.

Finanças
Gestores independentes avançam no “Fla-Flu” com os grandes bancos
8/05/2024Há um enxame de asset managements, venture capitals, gestores de fortuna, family offices, escritórios de agentes autônomos, fintechs, etc, etc.., invadindo o mundo do dinheiro. No final de 2023, segundo dados da Anbima, o Brasil tinha R$ 460 bilhões administrados por 141 gestoras. Essas “empresas vagalume” competiam com os bancos, que administravam à época, R$ 1,99 trilhão por meio de private banking. Mas, apesar da queda da rentabilidade, da secura de IPOs e da concorrência mais forte, o setor das gestoras independentes tem crescido em um ritmo superior em comparação com praticamente todo o ano de 2023.
Dados obtidos pelo RR junto a um escritório de agentes autônomos que faz esse acompanhamento revelam que uma novidade vem estimulando essa expansão. Até o final do ano passado, o ritmo de consolidação dos “vagalumes” por grandes bancos era crescente. Hoje, houve uma reversão: aumentou o êxodo dos profissionais de alto desempenho das grandes instituições financeiras que vão tentar seus próprios negócios.
Os bancos continuam buscando as empresas de menor porte para acordos e gestão cooperativa, além das aquisições de sempre. Mas as gestoras mais antigas estão se aproximando das mais novas com uma velocidade maior. Há uma preocupação já antiga, e nem por isso menor, com a assimetria regulatória do tratamento da banca de maior peso e as condições diferenciadas desse enxame. Ou seja, esse custo comparativamente maior que os grandes bancos carregam pode aumentar ainda mais o volume de recursos destinado a agentes financeiros menores. Até porque as taxas de administração das gestoras independentes são inferiores às dos bancos. Esse é um corner que as instituições financeiras detetoras do bolo maior do mercado precisam resolver.

Finanças
Há uma fintech em gestação no Banco Regional de Brasília
6/05/2024A já anunciada intenção do BRB (Banco Regional de Brasília) de buscar um sócio para a BRB Card é parte de um projeto maior. A ideia do banco estatal é dar uma nova roupagem à sua subsidiária de cartões de crédito, transformando-a em uma empresa de soluções de pagamentos, praticamente uma fintech. Essa estratégia terá um peso significativo na escolha do futuro parceiro. Ou seja: fintechs especializadas em pagamento digital largam na frente. O projeto do BRB já parte de uma base de 1,4 milhão de cartões ativos, que geraram um faturamento de R$ 8 bilhões no ano passado – intramuros, o banco trabalha com a estimativa de que esse número chegue a R$ 10,5 bilhões neste ano. A ver. Consultado, o BRB limitou-se a reencaminhar Fato Relevante sobre a possível reorganização societária da BRB Card. Em relação aos demais planos para o negócio, nenhuma palavra.

Governo
Reajuste frustrado da diretoria do BB é um remake da era Paulo Guedes
2/05/2024Há uma razoável dose de memória curta em toda a celeuma causada pela tentativa da atual diretoria do Banco do Brasil de elevar sua remuneração em 57%. Em 2022, no que seria o último ano do governo Bolsonaro, o então presidente do BB, Fausto Ribeiro, propôs um reajuste de 40% nos salários de vice-presidentes, diretores e, claro, dele mesmo. Próximo a Paulo Guedes, Ribeiro articulou o aumento junto ao próprio ministro da Economia, que deu o sinal verde. Diante da repercussão negativa, Paulo Guedes foi Paulo Guedes: “desautorizou” em público o que ele próprio havia autorizado reservadamente. Tanto em 2022 quanto agora, os acionistas do BB barraram a proposta.

Destaque
Casas Bahia pode passar o Ponto para pagar suas dívidas
30/04/2024A recuperação extrajudicial anunciada pela Casas Bahia no último fim de semana, com a repactuação de R$ 4,1 bilhões em dívidas, é a ponta do iceberg de uma reestruturação ainda maior, que, no limite, pode culminar no desmonte de uma das maiores operações de M&A já feitas no varejo brasileiro. Segundo o RR apurou, o grupo avalia a venda do Ponto (ex-Ponto Frio), o que significaria o fim do enlace societário iniciado em 2009, quando o Pão de Açúcar, ainda sob o comando de Abílio Diniz, comprou as duas redes.
De acordo com a mesma fonte, as discussões se dão em um contexto mais amplo, em que diferentes cenários têm sido discutidos internamente com o objetivo de reforçar o caixa para honrar compromissos financeiros – hoje, o maior calcanhar de aquiles da Casas Bahia. A questão é que as demais hipóteses de desmobilização de ativos colocadas sobre a mesa – como, por exemplo, a negociação de parte do capital da BanQi, braço financeiro do grupo – teriam impacto mais restrito. Mesmo que com alguns arranhões e descascados, o Ponto ainda é a joia de maior valor, fora a própria Casas Bahia.
A venda da bandeira varejista seria um movimento realmente capaz de fazer diferença e destravar valor. Há ainda outros fatores que justificariam o negócio. Não é de hoje que a operação vem perdendo sentido para a holding. As sinergias entre o Ponto e a Casas Bahia já não são as mesas de outros tempos.
Principalmente após a volta ao passado feita pela rede varejista fundada por Samuel Klein. A Casas Bahia passou a dar prioridade ao velho comércio de rua, à venda de eletrodomésticos e móveis e muito crediário. A redução da importância do Ponto para o grupo pode ser medida pelo próprio tamanho da rede. Em dezembro do ano passado, eram apenas 135 lojas (84 de rua e 51 em shoppings), contra 943 da Casas Bahia (a maior parte delas a “céu aberto”, 765).
O RR fez seguidas tentativas de contato com a companhia, por meio de sua assessoria de imprensa, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
A Casas Bahia vive um momento sensível, de definições fulcrais para o seu futuro. O processo de recuperação extrajudicial surge como um avanço importante, obtido a duras a penas. Por trás do acordo com os credores esconde-se uma intrincada costura interna feita por Franklin.
Segundo o RR apurou, os acionistas da Casas Bahia chegaram a considerar um pedido de recuperação judicial. O nível de tensão intramuros teria atingido seu pico no início de março, quando a empresa sofreu para alongar passivos da ordem de R$ 1,5 bilhão que venceriam neste ano e em 2025, momento em que o mercado especulou fortemente sobre o risco de insolvência da companhia. Franklin trabalhou para evitar a RJ.
Em conversas com duas fontes do RR, teria dito: “Eu não vim para fazer recuperação judicial. Se for assim, pego meu boné e vou embora”. Nesse contexto, o pedido de recuperação extrajudicial é visto pelo corpo diretivo da Casas Bahia como uma vitória pessoal de Franklin.
Segundo informações apuradas pelo RR, além do acordo com Banco do Brasil e Bradesco, que concentram 54,5% da dívida da empresa, o executivo tem conduzido diretamente conversações com outros bancos para fechar um amplo apoio à proposta. A rigor, nem seria necessário. O instrumento da recuperação extrajudicial prevê aprovação automática da proposta quando os detentores de mais de 50% do passivo dão sinal verde. Mas a ampliação desse percentual tem um peso simbólico e – por que não? – psicológico, que a Casas Bahia poderá usar a seu favor na repactuação de outras dívidas, com fornecedores, por exemplo.

Destaque
Crise entre varejo e bancos se espalha um Dia após o outro
29/04/2024A varejista espanhola Dia está se revelando uma “mini-Americanas”, guardadas as devidas proporções. A comparação, ressalte-se, nem de longe passa pelas irregularidades contábeis da empresa de Jorge Paulo Lemann, mas, sim, pelo nível de tensão entre a rede de supermercados e seus credores, deflagrado com o seu pedido de recuperação judicial. Segundo uma fonte próxima ao Daycoval, o banco avalia medidas, notadamente de ordem jurídica, para assegurar o direito ao bloqueio de recursos da companhia aplicados na própria instituição financeira. Mais do que isso: o banco estaria em busca de mecanismos para “carimbar” esse dinheiro, usando-o para cobrir os créditos contra o Dia. É chumbo trocado.
Trata-se de um contra-ataque ao pedido feito pela rede de supermercados à 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de São Paulo não apenas para garantir o desbloqueio e o resgate dos seus investimentos no Daycoval, mas também para a aplicação de punição financeira ao banco no caso de eventual descumprimento da medida. Em conversa com o RR, o Daycoval esclarece que “não procurou a Justiça”, mas “está se defendendo das acusações feitas pela rede Dia no contexto da recuperação judicial, especialmente em relação às aplicações financeiras associadas à operação de crédito”. O Dia, por sua vez, disse que “não comenta o assunto.”
Além da contenda jurídica, há também uma batalha de narrativas. Vozes ligadas ao Daycoval dizem que o Dia não estaria dando a devida transparência a suas informações contábeis e aos dados relativos à recuperação judicial. A própria polêmica em torno do real valor da dívida da rede varejista alimenta críticas dessa natureza. Segundo o próprio banco disse ao RR, “a informação inicialmente divulgada durante o processo em relação ao saldo devedor da empresa ao Daycoval foi considerada improcedente e já foi corrigida pela própria varejista, sendo atualizado para R$ 15 milhões.”
Do lado oposto, ou seja, das trincheiras do Dia, sobram insinuações de “má-fé” contra o banco. Ressalte-se que a ofensiva do Daycoval não se limitaria a si próprio. De acordo com a mesma fonte, o banco estaria conversando com outras instituições financeiras em situação similar – ou seja, com um duplo chapéu de credor e de depositário de recursos do Dia – sobre a possibilidade de medidas coletivas contra a rede varejista. Perguntado especificamente sobre essa interlocução em grupo, a instituição não se manifestou.
A queda de braço guarda um paralelo com a Americanas: o Daycoval tenta um expediente similar ao que fizeram Safra, BV (antigo Banco Votorantim) e BTG. Cerca de R$ 295 milhões em contas e aplicações da Americanas foram retidos pelos bancos da família Safra e dos Ermírio de Moraes. No caso da instituição financeira de André Esteves, o bloqueio foi ainda maior: R$ 1,2 bilhão.
Posteriormente, a Justiça viria a liberar todos esses recursos. Em tempo: a título de curiosidade, há ainda outro ponto de interseção entre o Dia e a Americanas. Segundo maior credor da varejista de Jorge Paulo Lemann, o Santander subiu ao degrau mais alto desse indesejável ranking no caso da rede de supermercados. O Dia deve ao banco espanhol, seu compatriota, cerca de R$ 175 milhões, o maior passivo junto a instituições financeiras.
Em meio a esse estado de fricção, o Dia busca soluções para equacionar sua crise financeira no Brasil, a começar pelo passivo de R$ 1,1 bilhão. A empresa requisitou à Justiça autorização para a venda de 343 lojas, no melhor estilo “Passo o ponto”. Os espanhóis não são proprietários dos imóveis; apenas transfeririam frente os contratos de locação. Sobrariam pouco mais de 240 lojas no país. O que fazer com elas? É a pergunta que o Dia terá de responder a si próprio. As opções sobre a mesa vão da busca de um sócio investidor à venda de toda a operação brasileira.

Futebol
BRB é um banco de muito coração
24/04/2024O Banco Regional de Brasília (BRB) negocia um acordo de patrocínio com o Santa Cruz, de Recife. Em meio às conversações, os cartolas do tradicional clube pernambucano sonham alto. Querem que o BRB assessore a criação da SAF do Santa Cruz. E sonham mais alto ainda, com o banco estatal comprando uma parte das ações. Tanto otimismo talvez seja alimentado pela presença de um ilustre torcedor do “Santinha” na mesa de negociações: o próprio presidente do BRB, Paulo Henrique Bezerra Rodrigues Costa. Ressalte-se que o banco do Distrito Federal assinou recentemente um contrato com o Flamengo, que pode render ao clube carioca até R$ 155 milhões. Nesse caso, o coração que bate pelo rubro-negro carioca é o do próprio governador do DF, Ibaneis Rocha. Bate tanto que Ibaneis é dono de uma franquia de uma loja oficial do Flamengo em Brasília.

Judiciário
BB tenta salvar o seu quinhão no Tribunal de Justiça de São Paulo
24/04/2024O RR teve a informação de que o Banco do Brasil recuou e apresentou ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) uma nova proposta para renovar o contrato de gestão dos depósitos judiciais da Corte, uma montanha de dinheiro de quase R$ 120 bilhões. A oferta envolve taxas de remuneração mais altas. Pode ser tarde. Diante da inflexibilidade do BB nas primeiras rodadas de conversações, o TJ-SP abriu negociações com instituições financeiras privadas.

Mercado
Bancos credores pressionam Intercement
22/04/2024A demora em fechar a venda da Intercement está colocando uma espada sobre a cabeça dos dirigentes e acionistas da Mover Participações, a antiga Camargo Corrêa. A companhia já procurou Banco do Brasil e Itaú para renegociar uma nova prorrogação do vencimento de suas debêntures, série com valor total de US$ 584 milhões. A dívida vem sendo rolada seguidamente, mas tudo tem um limite. O novo vencimento está previsto para 8 de maio. O RR apurou que o Itaú vem adotando uma postura menos flexível nas tratativas. O banco dos Setúbal estaria condicionando uma nova extensão à venda da Intercement, com garantias já apresentadas pelo futuro controlador. Mas onde está ele? As negociações tanto com a Votorantim quanto com a CSN prosseguem a passos lentos. Consultado, o Itaú disse que “não comenta casos específicos de clientes”. Já a Intercement não se manifestou.

Economia
Para que servem as estimativas do Banco Mundial?
11/04/2024O Banco Mundial divulgou ontem suas previsões para a economia. A julgar pelo track records, quem usar as projeções para seus estudos e simulações vai perder tempo. A agência multilateral carrega um impressionante histórico de equívocos em suas estimativas. Ao longo da última década, o Banco Mundial não acertou sequer uma única vez a sua projeção para o Produto Interno Bruto no Brasil. Segundo levantamento feito pelo RR, somando-se todas as suas estimativas no período em 2014 e 2023, o PIB brasileiro teria um crescimento acumulado nesse intervalo de 7%. Na prática, no entanto, o que se viu foi um aumento de apenas 3,4%. Uma dispersão de 50% na década é mais do que suficiente para desacreditar os economistas do Banco Mundial. Ressalte-se que, para efeito de cálculo, o RR utilizou sempre a primeira estimativa divulgada pelo Banco Mundial a cada ano, de forma a dar uniformidade à pesquisa – à exceção de 2020, quando, em função da circunstância extraordinária, foi computada a primeira revisão já após o estouro da Covid-19. Como se sabe, ao longo do ano, a instituição vai dançando conforme a música e moldando as suas estimativas a uma série de outros dados que vão sendo gradativamente divulgando.
Em 2023, por exemplo, a primeira estimativa do Banco Mundial para a alta do PIB do país foi de 0,8%; ao final do ano, o que se viu foi um aumento de 2,9%. Em 2022, outro abismo: projeção de 1,5% e, na prática, crescimento de 3%. Em 2021, a bola de cristal da agência apontou 3% de avanço do produto interno; deu 4,6%. A bússola do Banco Mundial é tão descalibrada que, às vezes, aponta para o Norte, quando vento sopra para o sul. Foi assim em 2015. A projeção do Banco Mundial indicava um aumento do PIB no Brasil de 2,7%. Não podia ter errado mais: o índice desabou 3,8%.
As falhas preditivas do Banco Mundial não se limitam ao Brasil. Utilizando-se o mesmo critério, da primeira projeção divulgada ano a ano – mais uma vez, exceção feita a 2020 – as estimativas anuais da instituição indicavam um crescimento médio acumulado do PIB mundial de 24%. Na realidade, porém, o aumento médio do PIB mundial beirou os 31%, ou seja, uma dispersão, de 30%.

Destaque
“Mr. Oil Junior” sai na frente para comandar o conselho da 3R/Enauta
11/04/2024Da porta para fora, a fusão entre a Enauta e a 3R Petroleum está definida. Intramuros, o entanto, há uma corrida pelos cargos de comando na nova companhia. Nesse quesito, ninguém estaria mais acelerado do que Paulo Thiago Mendonça. Segundo uma fonte envolvida nas negociações, nos últimos dias Mendonça tem se dedicado a articulações internas para assumir a presidência do Conselho da futura empresa. Ou seja: quer ampliar sua posição de poder na nova companhia. Mendonça é o chairman da Maha, uma das acionistas da 3R, e mantém ascendência sobre a petroleira por meio do fundo de participações Turmalina, gerido pelo seu asset management Starboard. O empresário tem moedas de troca. Pela intrincada costura societária de criação da nova empresa, a Maha se compromete a vender à companhia a sua participação de 15% na 3R Offshore, dona dos campos de Peroá e Papa-terra. Em troca, receberá 2,17% da futura petroleira. Com isso, passará a ter 4,5% da empresa resultante da fusão entre 3R e Enauta, tornando-se um dos cinco maiores acionistas.
No entanto, mais até do que o seu peso societário, o que conta a favor da Paulo Thiago Mendonça são as alianças. Um dos principais apoiadores da sua nomeação como presidente do board da nova petroleira seria o banqueiro André Esteves, de acordo com uma fonte que participa das negociações. O BTG detém uma participação de 5% na Maha e teria feito um acordo com Mendonça para brecar a intenção de outros sócios de referência da petroleira de indicar o chairman. A proximidade entre o banco e Mendonça não vem de hoje. Segundo informações apuradas pelo RR, Esteves teria indicado, em outubro de 2022, Bernardo Monteiro Lobato para administrar as finanças da Starboard, meses antes de a Maha vender seus campos no país para a PetroRecôncavo por cerca de R$ 1 bilhão. Outro importante aliado de Mendonça é Fabio Vassel, partner da Starboard e conselheiro tanto da Maha quanto da 3R Petroleum. Ou seja: joga em duas pontas da operação.
O protagonismo de Paulo Thiago Mendonça traz para a fusão entre a 3R e a Enauta e a criação da terceira maior produtora de petróleo do Brasil um gene da velha OGX. O investidor é filho de Paulo Mendonça, o “Mr. Oil”, como Eike Batista se referia ao estrategista da sua petroleira. Como se sabe, a empresa foi um fracasso. Por sinal, Paulo Thiago Mendonça é alvo de críticas de alguns sócios da 3R por ter levado para a companhia sete ex-funcionários da Petrobras com altos salários – entre eles, o diretor de E&P Maurício Diniz -, reproduzindo o modelo adotado por seu pai na OGX. Os acionistas da nova empresa resultante da fusão entre a Enauta e a 3R esperam que as similaridades com a petroleira de Eike Batista parem por aí.

Destaque
Subsídio ao seguro rural vira antídoto contra risco de quebradeira no agronegócio
10/04/2024O governo está quebrando a cabeça e fazendo conta atrás de conta para aumentar os subsídios ao prêmio do seguro rural. O entendimento é que, sem essa medida, será muito difícil conter a onda de inadimplência no agronegócio e a consequente disparada dos pedidos de recuperação judicial no setor – o número de casos cresceu 535% em 2023. A iniciativa exigirá um contorcionismo fiscal. O orçamento do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) para este ano é de aproximadamente R$ 1 bilhão. Cálculos preliminares do Ministério da Agricultura indicam a necessidade de, no mínimo, se triplicar esse valor. Um dos mecanismos em estudo, que tem o apoio do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, seria a transfusão de R$ 2 bilhões em recursos do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Outra ideia discutida é despir parte de um santo para cobrir o outro, tirando o dinheiro do Plano Safra 2024/2025, que deverá ser anunciado até junho.
O mundo caminha inexoravelmente nessa direção. Tanto a Europa quanto, sobretudo, os Estados Unidos têm ampliado significativamente a subvenção ao seguro rural, já prevendo uma maior recorrência de extremos climáticos e o aumento do impacto sobre a produção agrícola. No Brasil, o cenário é saárico. Os subsídios públicos são ínfimos, assim como o próprio mercado de seguro rural. Nos Estados Unidos, na média, mais de 90% da produção agrícola estão cobertos por algum instrumento de securitização. No Brasil, estima-se que apenas 18% da safra de soja – a commodity de maior peso na balança comercial do agro – tenham seguro rural. No setor cafeeiro, esse índice não chega a 1%. Ou seja: dos 55 milhões de sacas produzidas por safra, apenas 550 mil estão protegidas de secas, inundações, pragas ou qualquer outro fenômeno que impeça o cafeicultor de entregar a mercadoria contratada. Haja fé em São Pedro e nos herbicidas!
Há uma série de circunstâncias cruzadas que aumenta a preocupação do governo – e a pressão dos produtores rurais por recursos públicos. Na década passada, o setor saiu de uma crise circular para um período de opulência e de oferta quase desmedida de crédito privado. No ano passado, o patrimônio do Fiagro (Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais) atingiu a marca de R$ 21,3 bilhões, um salto de 103% em relação a 2022 – conforme o Valor Econômico informou na edição do último dia 2 de abril. Os mecanismos de financiamento correram em velocidade muito maior do que os de garantia e proteção. As mudanças climáticas e a frustração de safra, notadamente no Sul, pegaram o setor em um momento de elevada alavancagem. No governo, o temor é que o aumento da inadimplência nos contratos de financiamento tenha um efeito dominó na cadeia do agronegócio e leve a uma espiral de contenciosos no setor. Há uma preocupação específica com o tamanho da contaminação dos Fiagros. O sinal de alerta veio com os recentes pedidos de recuperação judicial do Grupo Elisa Agro e da Agropecuária Três Irmãos Begarmasco e com o consequente risco de as duas empresas não honrarem o pagamento de seus respectivos CRAs (Certificados de Recebíveis Agrícolas), títulos que compõem a carteira de Fiagros.
As discussões dentro do Ministério da Agricultura levam em consideração outras variáveis preocupantes. Existem sinais no mercado de que gestoras de investimento administradoras de Fiagro já se movimentam para executar os contratos de crédito. Muitos desses financiamentos têm como garantia primária a entrega de produto físico e/ou terras. Com a quebra de safras, o risco de instituições financeiras tomarem propriedades rurais em troca da quitação da dívida aumenta. Este é um campo extremamente sensível. A começar pelo impacto simbólico. O agro no Brasil sempre trabalhou com a tese de que não perderia terras em caso de inadimplência. Até porque boa parte do crédito agrícola sempre esteve pendurada no Banco do Brasil e não faria sentido um agente público sair executando garantias e tomando plantações de agricultores, muitos deles de pequeno porte. Com o Fiagro, essencialmente nas mãos de instituições financeiras privadas, esse tabu tende a cair por terra. Literalmente. O que o governo teme é um efeito cascata, com bancos e gestoras de recursos assumindo propriedades rurais. Essa pode ser a semente de uma safra de litígios, com agricultores entrando na Justiça para evitar a perda de suas terras. Haveria ainda outros desdobramentos jurídicos. Por exemplo: a quem caberia o pagamento de dívidas trabalhistas de uma fazenda? Outra consequência é a ameaça de depreciação desses ativos. O que as instituições financeiras fariam com hectares e mais hectares de terras em suas mãos? Essas propriedades teriam liquidez imediata? Uma fazenda abandonada vira pó, no máximo, em dois anos. No mercado, a proporção do valor de uma terra preparada (ou seja, pronta para o plantio) e de terra nua é de cinco para um.
LEIA AINDA HOJE: Recuperações judiciais acirram fricção entre governo e agronegócio

Análise
Apesar do “risco petróleo” sobre a inflação, queda da Selic poderia ser maior
9/04/2024Bendita a hora que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conseguiu “mudar a meta de inflação sem mudar a meta de inflação”, com o regime de meta contínua. Caso contrário, o CMN (Conselho Monetário Nacional) já teria alterado o centro da meta de 3% para um patamar maior, com impacto sobre a credibilidade da política monetária. Há uma possibilidade de a inflação pipocar devido ao risco iminente de um choque na oferta do petróleo. De acordo com análise do Radar do Banco Itaú, se tornaram realidade “a extensão de cortes voluntários na produção de petróleo da OPEP+, além do maior prêmio de risco devido ao cenário geopolítico (na Ucrânia e em Israel), que causam temores de redução de oferta. Isso porque os ataques ucranianos nas refinarias russas reduzem a capacidade de produção de petróleo (o risco de uma escalada implicaria uma subsequente disrupção de mais refinarias). Além disso, há o risco de o Irã, que produz o equivalente a 3% da produção global, reduzir a oferta apor conta na escalada no Oriente Médio).”
Mesmo sem a batata da oferta das commodity ter assado, o petróleo atingiu o patamar mais alto desde outubro do ano passado, para cerca de US$ 90 o barril (Brent) no início deste mês. Do lado da demanda, o fortalecimento da economia global, o resiliente crescimento americano, além da recuperação em andamento na China, são fatores que jogam para cima os preços da commodity. By the way: segundo os dados do BC, o petróleo é a variável que tem mais efeito sobre a inflação no Brasil, seguido pelas commodities agrícolas. O cálculo aproximado é que um aumento de 10% no preço do barril de petróleo tem impacto de 0,66 ponto percentual no IPCA, após quatro trimestres, segundo estimativas apresentadas no último Relatório Trimestral de Inflação.
Amanhã, quando o índice de inflação for divulgado, é possível que a alta do petróleo já tenha provocado algum resíduo de aumento na medição da carestia. O resultado de abril confirmará ou não com maior consistência essa previsão, lembrando que o preço da gasolina já está com uma defasagem de 17% em relação aos valores de venda internacionais. Mas, com a santa meta contínua de inflação, o problema poderia ser mitigado e os juros prosseguirem sua marcha de queda a um patamar mais razoável em relação às taxas cobradas no exterior. Muito provavelmente, com um novo presidente do Banco Central.
O debate sobre a majoração da meta e o nível das taxas de juros necessárias para atingir o target esteve presente durante os dois últimos anos do governo Bolsonaro e parte do primeiro ano do governo Lula III. Já estava dado pelo mercado que a meta definida seria modificada. A mágica de Haddad foi a instituição da “meta contínua”. Explica-se a engenharia: na nova metodologia, o BC terá de perseguir a manutenção da inflação dentro da meta por prazos mais flexíveis e mais longos do que o calendário gregoriano. Assim o sistema de metas deixa de ter um “ano-calendário”. Mas o novo regime não é tão flexível a ponto de virar uma bagunça.
O ministro Fernando Haddad disse que o horizonte para o cumprimento da meta continua, na prática, será de 24 meses. Parece um estelionato monetário, mas é o contrário. Além do Brasil, somente Filipinas, Indonésia, Tailândia e Turquia usavam o calendário anual conforme nosso regime anterior à meta contínua. O motivo de toda essa rememoração é que, com Roberto Campos Neto na proa do BC, a promessa de baixar a Selic com mais intensidade foi contida. Ou seja: a sinalização de um ciclo maior de baixa dos juros foi suspensa. Com a meta contínua, talvez essa tenha sido uma medida demasiadamente conservadora. De qualquer forma, se o sistema de meta anual fosse mantido, Campos Neto teria acertado com o seu “devagar com o andor”, devido ao perigo de um choque do petróleo que se avizinha. A preocupação do presidente da autoridade monetária está ligada a algo a que o BC tem quase ojeriza: baixar os juros e, logo depois, precisar elevar as taxas rapidamente por razões que não estavam no script. De toda a maneira, atualmente analistas do mercado somente acreditam que a inflação ficará no centro da meta em 2025 caso a Selic saia dos atuais 10,75% e chegue a 9% no fim de 2024 e a 8,5% no ano que vem. Um cenário difícil.

Mercado
Movida quer encher o tanque com emissão de US$ 750 milhões
8/04/2024As primeiras reuniões com bancos e fundos de investimentos animaram a Movida. O RR apurou que a empresa de locação de veículos já identificou demanda suficiente para colocar em mercado o valor máximo previsto para a sua emissão de títulos no exterior, de US$ 750 milhões. Se confirmado, a operação responderá sozinha por quase 7% do volume total de títulos dívida emitidos por companhias brasileiras no exterior entre janeiro e a primeira semana de abril. Consultada pelo RR, a Movida informou que “não comenta rumores de mercado”.

Governo
Rui Costa, um head hunter no Palácio do Planalto
8/04/2024O espaçoso ministro da Casa Civil, Rui Costa, tem criado alguns embaraços dentro do governo por ‘invadir” territórios alheios. Costa vem tentando influenciar na indicação de cargos para estatais e autarquias federais na Bahia. As investidas do ministro são transversais. Estão na sua mira postos no Banco do Brasil e na Caixa, vinculados ao Ministério da Fazenda, na Codevasf, ligada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, e na Codeba (Companhia das Docas do Estado da Bahia), que pertence à jurisdição do Ministério de Portos e Aeroportos.

Política
Guilherme Mello surge como candidato à presidência do BNDES
5/04/2024Agora no fim da tarde, surgiu um bochicho em Brasília na esteira da eventual ida de Aloizio Mercadante para a presidência da Petrobras. O nome que desponta para substitui-lo no comando do BNDES é o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello. Ele seria para o banco no governo Lula o que Gustavo Montezano representou na gestão Bolsonaro, com sinais trocados. Ambos são jovens e com excelente formação. Mello é também primo de um influente consultor histórico do PT e de Lula, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo. Há, no entanto, um pequeno senão, que poderia dificultar sua transferência para o BNDES, uma razão prosaica: Mello carrega o piano para Fernando Haddad na Fazenda. Com a saída de Gabriel Galípolo da Secretaria Executiva da Pasta para o Banco Central, acabou ganhando ainda mais importância na estrutura do Ministério. Abrir mão desse auxiliar deixaria Haddad ainda mais assoberbado.

Negócios
Ibaneis Rocha tem um time de coração. E o BRB também
5/04/2024O acordo entre o BRB e o Flamengo anunciado nesta semana seria apenas o primeiro tempo da partida. O presidente do banco estatal de Brasília, Paulo Henrique Bezerra Costa, já manifestou a Rodolfo Landim o interesse de fechar o naming & rights do estádio que o clube carioca pretende construir. Na verdade, Costa dubla o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. A longeva e bem remunerada parceria entre o BRB e o Flamengo está mais para um projeto político de Rocha do que exatamente para uma estratégia de marketing delineada pelo banco. O próprio contrato divulgado há três dias chama a atenção por termos poucos usuais, notadamente em relação ao “banco” Nação BRB Fla, plataforma de venda de produtos financeiros voltada à torcida rubro-negra. A vigência do acordo é de 20 anos. Ou seja: pelos próximos quatro governos do DF, o banco estatal estará amarrado ao clube carioca. O Flamengo receberá ainda 45% dos lucros. E se der o negócio der prejuízo? Para o clube, tanto faz. 100% das perdas desaguarão no balanço do BRB. E perdas é o que a parceria mais tem produzido. No ano passado, o Nação BRB Fla chegou a acumular uma inadimplência de quase R$ 450 milhões, ou 25% da carteira de crédito. Nessa, o Acordo de Basiléia foi chutado para escanteio. Bem, imagina-se que o contrato tenha sido visto, revisto e re-revisto pelo compliance do BRB.

Mercado
Flourish Ventures joga sua rede sobre fintechs brasileiras
4/04/2024A Flourish Ventures está garimpando fintechs das áreas de crédito e de soluções de pagamento no Brasil. Segundo a fonte do RR, há conversas em curso com três startups. A Flourish é a gestora venture capital do multibilionário Pierre Omidyar, fundador do eBay. Com aproximadamente US$ 600 milhões sob administração, a gestora já contabiliza aportes no Brasil, o principal deles no Banco Neon.

Governo
Caixa Econômica faz uma aposta arriscada
2/04/2024Vá lá que seja um negócio promissor, mas a própria diretoria da Caixa Econômica está preocupada com o projeto de entrada do banco no segmento de bets esportivas. Um dos maiores fatores riscos é o futuro sócio – o próprio presidente da CEF, Carlos Vieira, já anunciou que vai buscar um parceiro para assumir a operação das apostas. Internamente, a área de compliance da Caixa já teria, inclusive, recomendando que qualquer acordo tenha o imprimatur do próprio TCU. O setor de apostas é sabidamente um terreno pantanoso, com empresas sediadas em paraísos fiscais e camadas e mais camadas em sua estrutura societária que, na maioria dos casos, torna quase impossível saber quem está por trás desse jogo.
Em tempo: a exemplo do que ocorre no próprio governo, com suas otimistas previsões de arrecadação fiscal, as apostas esportivas também são cercadas de números mágicos na Caixa. Em recente entrevista ao Poder 360, Carlos Vieira disse que o banco espera arrecadar até R$ 18 bilhões já no segundo ano de operação. É quase um quinto do que todo o setor – com uma miríade de plataformas extremamente avançadas – movimenta por ano no Brasil.

Destaque
Corretoras de criptomoedas pintam e bordam com a falta de regulamentação
26/03/2024O Banco Central e a CVM estão batendo cabeça sobre a regulação das criptomoedas. As duas entidades não conseguem chegar a um arcabouço normativo para o mercado de ativos digitais no país. Muito menos têm se mostrado capazes de fiscalizar a movimentação dessas moedas e rastrear os passos dos agentes que atuam nesse segmento. Há duas semanas, ao divulgar a sua lista de prioridades para a regulamentação do Sistema Financeiro Nacional em 2024, o BC citou “Estudo sobre a necessidade de regulação nos processos de emissão/escrituração e negociação de ativos tokenizados” e “Ajustar o arcabouço prudencial para incorporar o tratamento da exposição a ativos virtuais”. Não poderia ter sido mais genérico e evasivo. Assim como o diretor de regulação da entidade, Otávio Damaso, tem sido em relação ao assunto. Damaso costuma dizer que a regulação das criptomoedas deverá ser concluída ainda no primeiro semestre. Sem data, sem detalhes, sem responder às principais perguntas. A CVM também parece tatear o problema no escuro. Em outubro, anunciou o início de um “mapeamento” do ecossistema de criptoativos no Brasil. Até o momento, pouco ou nada se sabe sobre essa “cartografia”.
No fim de 2022, ao apagar das luzes do seu governo, Jair Bolsonaro sancionou o marco legal das criptomoedas, que entrou em vigor em meados do ano passado. No entanto, na prática, nada mudou. O marco legal praticamente não tem qualquer efetividade sem as devidas regulações. Quando elas virão? Em contato com o RR, o BC informou que o tema “passou por consulta pública” recentemente. De acordo com a instituição, “após o encerramento da consulta pública, a equipe técnica iniciará o processo de análise das contribuições para a construção de um arcabouço regulatório do mercado de prestação de serviços de ativos virtuais (criptoativos), em consonância com as diretrizes estabelecidas na Lei nº 14.478, de 2022.” E o prazo? O Banco Central não dá nenhum. Diz que “Oportunamente, haverá uma segunda consulta pública, na qual serão compartilhadas as minutas de Resolução BCB que regulamentarão esse mercado.” A CVM, por sua vez, afirmou ao RR que vem trabalhando em conjunto com o Banco Central (BC) nesta pauta, “com diálogo e cooperação entre os dirigentes das instituições, reconhecendo que a criptoeconomia demandará atuação tanto do BC quanto da CVM, dentro das suas respectivas esferas de competência.”. A autarquia afirma ainda que o Parecer de Orientação CVM 40 consolida o seu entendimento “sobre as normas aplicáveis aos criptoativos que forem considerados valores mobiliários. Além disso, o documento também apresenta os limites de atuação do regulador, indicando as possíveis formas de normatizar, fiscalizar, supervisionar e disciplinar agentes de mercado.” Mais uma vez, a exemplo do Banco Central, nada de prazos ou detalhes. Apenas generalidades.
Enquanto isso, as criptomoedas se tornaram uma mistura de casino e pseudo-moeda. Com a falta de regulamentação, o mercado brasileiro faz jus ao prefixo “cripto”, do grego kruptós – escondido, secreto, oculto. Plataformas de bitcoins e congêneres agem livres, leves e soltas, sem maiores preocupações com fiscalização e punição de eventuais fraudes. E os crimes se acumulam. Mais de 20 empresas estão sob investigação acusadas de golpes e montagem de esquemas de pirâmides com criptoativos, que teriam movimentado cerca de R$ 100 bilhões.
Não por outro motivo, corretoras do mercado de moedas digitais têm buscado formas de assear sua imagem institucional, com a contratação de estruturas de lobby e de comunicação poderosas. Uma das mais empenhadas nesse processo de higienização é a Binance, que opera no Brasil desde 2019. A instituição carrega um pesado histórico de acusações. No mês passado, para encerrar um processo que se arrastava há anos nos Estados Unidos, o fundador da empresa, Changpeng Zhao, se declarou culpado pelo descumprimento de leis norte-americanas, renunciou ao cargo de CEO e aceitou pagar uma multa de US$ 4,3 bilhões. Mais recentemente, a corretora optou por descontinuar depósitos em moeda nigeriana para estancar o debate sobre os impactos monetários que criptomoedas podem causar em economias nacionais. O naira amarga o menor valor histórico em relação ao dólar. Autoridades nigerianas atribuem o desmoronamento da sua moeda a operações da Binance no país. Na França, a empresa é alvo de investigação por suposta prestação ilegal de serviços e lavagem de dinheiro. No Brasil, à luz do dia, a Binance diz ser a favor da regulamentação. Na penumbra, estaria trabalhando contra a normatização.
Enquanto os órgãos reguladores brasileiros não regulam, o mercado de criptomoedas segue em efervescência. O Bitcoin tem batido recordes sucessivos. E curva é de alta. A liberação de ETFs (exchange-traded fund) de Bitcoins vai colocar para dentro do mercado uma enxurrada de “capital limpo” de grandes investidores globais, com o aval da SEC. Os fundos superam o volume de US$ 10 bilhões, puxados pelo BlackRock. Esses recursos estão se misturando com o estoque de moedas na blockchain e servirão como alvejante. Os agentes do mercado cripto serão embaixadores triple A desse clareamento.

Empresa
Banco do Brasil “intervém” na recuperação judicial da 123 Milhas
25/03/2024O Banco do Brasil decretou “intervenção” no processo de recuperação judicial da 123 Milhas. Nos bastidores, a indicação da KPMG para assumir a auditoria da empresa é atribuída a gestões do BB junto ao Judiciário. No início do mês, a Justiça mineira determinou a contratação da auditoria e a troca de um dos escritórios de advocacia à frente do plano de recuperação judicial da 123 Milhas. Há informações de que o BB – maior credor da plataforma de viagens, com mais de R$ 450 milhões a receber – estava insatisfeito com a condução do processo.

Financiamento
Banco dos Brics despeja um caminhão de dinheiro no Brasil
22/03/2024Dilma Rousseff, presidente do novo Banco de Desenvolvimento também chamado de Banco dos Brics, já está dizendo ao que veio. Dilma aprovou o que será um dos maiores empréstimos da instituição (R$ 4 bilhões) ao Programa de Modernização e Transformação Ecológica dos Correios. A liberação do estupendo ervanário depende da aprovação do Senado Federal, que ninguém duvida que virá. A Cofiex (Comissão de Financiamento Externo) do Ministério do Planejamento publicou no Diário Oficial a autorização do governo ao empréstimo. Mas nem o DO nem o release do Planejamento explicam para que servirá tanta grana. Imagina-se que tenha algo a ver com logística ou sistemas ou sistemas avançados de digitalização, segmentos que estão mais relacionados aos Correios. A operação é toda peculiar. De janeiro a setembro de 2023, os Correios acumularam prejuízo de R$ 824 milhões. O resultado contábil do ano passado ainda não está fechado e espera-se que o saldo negativo não decresça. Em 2022, o resultado também foi negativo e praticamente siamês, da ordem de R$ 809 milhões. O ministro da Economia do governo passado, Paulo Guedes, colocou os Correios no top five das estatais que deveriam ser privatizadas. As reações corporativas e políticas fizeram-no tirar o time de campo. O fato é que R$ 4 bilhões é muito dinheiro. O que Dilma e Tebet sabem que o Brasil ignora?

Economia
Copom embaralha política econômica e reacende ofensiva contra Campos Neto
21/03/2024A sinalização do colegiado do Copom de que a Selic pode não cair abaixo de 10% neste ano, afeta, por via direta, o diálogo entre o presidente Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. A taxa de 9% em dezembro que estava sendo prevista pelo Boletim Focus – ainda elevada, mas já digerida por Lula – volta ao epicentro do debate sobre a política econômica. Para o presidente, é ruim e bom. Ruim porque atinge desde já as expectativas de um crescimento do PIB de 3%, em 2024, que vinha sendo acalentado pelo mandatário e permitiria alcançar, ainda que fora do radar do mercado, uma taxa de expansão do Produto, em média e da mesma grandeza, durante seu governo – ver RR (https://relatorioreservado.com.br/noticias/governo-lula-flerta-com-um-pib-medio-de-3/). O percentual atenuaria as dificuldades da política fiscal já em 2025, e nos anos subsequentes. Como se sabe o crescimento do PIB foi meio que indexado ao fiscal. Se este último anda mal, em tese, a economia seguirá a toada de um crescimento medíocre. Bom, porque Lula, se mantiver a postura crítica do passado, responsabilizando o presidente do BC pela previsão de uma menor queda da Selic – uma besteira, porque a decisão cabe a um colegiado de 11 integrantes – terá mais um elemento para atribuir a culpa dos equívocos eventuais da sua gestão a Campos Neto. É aquela história: sempre que pode, o passado captura o futuro, já que não existe o presente.
Já Haddad não vai e não tem por que mudar a orientação de acompanhar os dizeres do chefe. Na verdade, o ministro acha que mesmo uma taxa de 9% já seria alta. Mas hoje tem acompanhado as decisões do Copom de forma intestina, devido à presença no Comitê de um agente “infiltrado”, o diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, seu ex-diretor executivo, cuja indicação para o BC é 100% de sua responsabilidade. Galípolo tem votado junto com o colegiado. E Haddad deve conhecer cada detalhe que motivou a decisão da autoridade monetária. Talvez por saber o que viria pela frente, antecipou suas críticas à mudança da sinalização do Copom em relação a queda dos juros há alguns dias atrás. Saiu batendo no órgão e afirmando que seu compromisso era com o Brasil e não com o mercado. Esse ente abstrato, é bem verdade, em muitas vezes atrapalha decisões que interferem no andamento da economia. Mas, na maior parte, é fetiche de analistas que temem em expor suas opiniões sinceramente.
E o papel de Mercadante nessa história? O presidente do BNDES tem o DNA do ex-titular da instituição, o falecido Carlos Lessa, que passou sua gestão no governo quase toda brigando com o então presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Mais uma vez, o “adversário” está no BC. Mas porque Campos Neto levará os cascudos? O BC troca chumbo com o BNDES afirmando que seus gastos reduzem a potência da política monetária, ampliando a liquidez, que é tudo aquilo que ele quer reduzir com uma Selic mais alta. Mercadante acha isso uma loucura, pois o dinheiro do BNDES irriga a economia, gerando investimentos que ampliarão a renda, o consumo e o emprego. Com essa sinalização, o Copom fere todo o ciclo de prosperidade devido a distribuição do dinheiro público a custo mais barato, além de impactar o presente devido ao efeito da curva de juros futuros sobre o custo do dinheiro quase que imediatamente, ao contrário do efeito dos juros no curto prazo. Este é quase o contrário, pois sofre de uma inércia em torno de seis meses para produzir o impacto desejado de aperto maior no PIB. Inevitavelmente Mercadante e Campos Neto vão bater boca. A diferença maior, no caso, deverão ser os fatores intensidade e elegância. Campos Neto mais parece um lorde inglês, inabalável. E Mercadante, desde sua passagem como professor da Unicamp e ingresso no PT, está acostumado a vociferar, espernear e bater sem luvas de box. Não são boas as prováveis relações futuras entre os principais responsáveis pela performance da nossa economia.

Destaque
Alckmin redobra os esforços para aumentar as exportações
21/03/2024Mais um pouco e Geraldo Alckmin acaba ressuscitando o slogan “Exportar é o que importa”, cunhado por Delfim Netto no início dos anos 80. O vice-presidente da República trabalha em duas frentes com o objetivo de turbinar a venda de produtos e serviços no exterior. Com o chapéu de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Alckmin costura uma parceria entre a ApexBrasil, vinculada a sua Pasta, e o Banco do Brasil. A ideia é que a entidade e o BB atuem conjuntamente no exterior com a abertura simultânea de representações na mesma cidade.
Caberá ao banco dar suporte financeiro a novas frentes de negócio abertas pela Apex. Alckmin já mostrou a importância que dá à Agência ao indicar Aloysio Nunes Ferreira, outro quadro histórico do PSDB e amigo de longa data, para chefiar a área de assuntos estratégicos da entidade. Caberá a Ferreira comandar, de Bruxelas, a expansão internacional da Apex.
A “pressão” de Alckmin deve acelerar o cronograma da parceria entre Apex e BB. Segundo o RR apurou, a primeira parada será em Lisboa. No ano passado, o presidente da Apex, Jorge Vianna, anunciou a intenção de instalar um escritório na capital portuguesa. De acordo com a fonte do RR, o projeto vai sair do papel até junho. Nesse mesmo período, o BB deverá abrir uma agência na cidade.
A estação seguinte seria a Arábia Saudita, mais precisamente a capital, Riad. Outro alvo, de acordo com a mesma fonte, é a Tailândia. Em contato com o RR, a Apex confirmou que “vem trabalhando na ampliação de suas representações” e que “Portugal e o Sudeste Asiático estão entre as prioridades.” Segundo a Agência, é possível que a estrutura física em Portugal “venha a ser compartilhada com outros órgãos e parceiros institucionais que também pretendem ter representação no país.” A entidade afirma que “A definição exata de tais parcerias ainda está sob análise e será anunciada em breve.” Também procurado, o Banco do Brasil não quis comentar o assunto.
O segundo movimento de Alckmin para alavancar as exportações passa pelo Congresso. O vice-presidente da República negocia diretamente com o presidente da Câmara, Artur Lira, na tentativa de acelerar a tramitação do Projeto de Lei 5.719/2023, encaminhado pelo governo no fim do ano passado. A proposta cria novas normas para o financiamento de exportações de bens e serviços pelo BNDES.
Mira, sobretudo, a retomada do crédito a obras tocadas por empreiteiras brasileiras no exterior. Até o momento, o projeto não se moveu um centímetro sequer na Câmara. Está parado desde o dia 27 de novembro, à espera de um despacho de Lira para iniciar seu périplo nas comissões da Casa. O desafio do governo é vencer o barulho – com acordes lavajatistas – feito pela oposição, que evoca os casos de corrupção de empreiteiras brasileiras no exterior durante os dois primeiros mandatos de Lula para brecar a proposta.
LEIA AINDA HOJE: Alckmin transforma ABDI no xerife do “Nova Indústria Brasil”

Economia
Futuro de Roberto Campos Neto alimenta sórdidas insinuações
19/03/2024Começou ontem em Brasília uma “campanha torpe” contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, segundo palavras de um assessor da própria diretoria do BC. As especulações vão todas na mesma direção: qual será o destino de Campos Neto, depois de 2024, prazo do encerramento do seu mandato. As apostas vão da criação de uma fintech nos Estados Unidos, a abertura de uma gestora de fortuna e venture capital, em sociedade com o ex-ministro da Economia Paulo Guedes, até a ida para o Banco Itaú. Mas, com relação a este último, não haveria conflito de interesse? Há precedentes em relação à promiscuidade do banco dos Setúbal com egressos da autoridade monetária. Para quem não se lembra, Fernão Bracher Botelho, que foi presidente do BC, em 1985, ao sair do banco, abriu o BBA Creditanstalt, uma associação com o grupo austríaco homônimo. Posteriormente, fundiu sua instituição financeira com o Itaú, tornando-se o braço de atacado deste último. Dizia-se na época que a associação costurada por Bracher havia sido o melhor negócio feito por um banqueiro no Brasil.
Apesar de ter sido vítima dos maus tratos de Lula, não falta quem diga que Campos Neto poderia renovar seu mandato caso assim quisesse. Desde que começou a baixa dos juros, o presidente da República parece ter esquecido sua pinimba com o titular do BC. E vozes da equipe econômica garantem que Fernando Haddad e Campos Neto hoje se entendem às mil maravilhas. Por outro lado, segundo especulações já antigas, Haddad teria seu candidato para a presidente do BC aguardando a vaga na própria instituição: o diretor de política monetária Gabriel Galípolo. Seja como for, fazer futrica contra Campos Neto, a essa altura, é um desserviço ao país.

Institucional
Brasil tem lugar cativo no banco dos réus dos Direitos Humanos
19/03/2024O Brasil está mal na fita em uma das mais importantes entidades de direitos humanos do mundo. Segundo o RR apurou, até julho o país deverá ser alvo de 11 julgamentos na CIDH – a Corte de Interamericana de Direitos Humanos da OEA. A maior parte dos casos envolve conflitos fundiários, uma lamentável “especialidade da casa”. Na semana passada, o Brasil foi duplamente condenado pelo Tribunal pelo assassinato de um integrante do MST no Paraná, em 2000, e pela morte de 12 pessoas pela PM de São Paulo em uma operação realizada em, 2002. O Brasil ocupa a nada honrosa liderança no ranking de processos em tramitação na CIDH, ao lado da Venezuela.

Política
Haddad dá sinais de incômodo com as seguidas trapalhadas do governo
13/03/2024A “reestatização” da governança da Vale e a interferência aberta na Petrobras têm incomodado Fernando Haddad. O ministro da Fazenda vem sendo o fiador das invencionices do grupo palaciano, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, à frente, seguido do inoperante ministro da Secom, Paulo Pimentel, e do ministro de Assuntos Institucionais, Alexandre Padilha, que, fora sua interlocução anódina com o Congresso, não consegue dar uma declaração capaz de distender as falas trapalhonas do chefe. Some-se a isso a resistência dos dirigentes das estatais em aderir a uma comunicação integrada e facilitadora da gestão do presidente Lula. No fim do dia, Haddad é o avalista quase solitário de toda essa disfuncionalidade.
Segundo uma fonte da cúpula do PT, é Rui Costa o principal responsável pelo anúncio das medidas intervencionistas do presidente Lula, que se embanana todo quando tem de explicar mudanças na política econômica. Haddad e Costa se bicam elegantemente, como se estivessem em uma mesa de chá de lordes ingleses. O fato é que toda a comunicação do governo relacionada à economia resulta em problema. Não que o eleitor dê pelota ao que acontece no andar de cima, mesmo porque as medidas populistas de Lula visam quase sempre a transferência direta ou indireta de renda para o bolso da população ou facilidades na qualidade de vida. Mas o ambiente, de uma maneira geral, fica permanentemente contaminado com a ideia de que o presidente está errando na mão – problema este agravado pela incapacidade da Secom de mudar a percepção da opinião pública – ver RR.
A orientação de que as ações do governo sejam todas direcionadas para adequação à energia renovável simplesmente é ignorada. Esse deveria ser o maior mote da comunicação do governo, justificando até a ida do mandatário aos canais de televisão no horário nobre. O “Brasil Verde” é um ativo de enorme valor que está sendo depreciado. A incompetência impera. E “amassa” Haddad, que pode vir a se tornar um ministro mais poderoso do que Paulo Guedes, não por atitude própria, mas por circunstâncias que fogem ao seu controle, notadamente a ausência de outros quadros de prestígio na gestão Lula. O ministro da Fazenda carrega sobre os ombros a missão de representar o governo em todos os caldeirões fumegantes. Haddad já dá sinais de cansaço. Seu incômodo é alimentado por vários fatores: por um lado, o ego da tecnoburocracia do PT; por outro, o trabalho de desconstrução permanente dos ministros palacianos; e, finalmente, a incompetência da comunicação do governo.
Um teste será a decisão e capacidade do BNDES de fazer do “Nova Indústria Brasil” um “Plano Real” do setor. Caberá ao banco explicar, analisar, destrinchar em minudências a estratégia para a indústria, tal qual fizeram os pais do Real por quase um mês – ver RR. Por enquanto, a nova política industrial é só uma carta de intenções. E tome lambada por parte dos ortodoxos, da Faria Lima e da classe média, que reproduz o que lê e ouve nas mídias. Mas, Senhor, esta última não sabe o que faz. Pelo menos, se serve de consolo, Janja está calada.

Empresa
Chery passa para o banco da frente nos negócios da Caoa
7/03/2024O Grupo Caoa trata como prioridade a ampliação da joint venture com a chinesa Chery. As conversas entre as duas companhias envolvem a produção de novos modelos na fábrica em Anápolis e o aumento da rede de concessionárias da marca no Brasil. Guardadas as devidas proporções, a Caoa usa a Chery para ocupar o espaço que vem sendo gradativamente deixado pela Hyundai, no processo de distanciamentos sucessivos entre as duas empresas.
No mês passado, o grupo e a montadora sul-coreana assinaram uma reformulação em seu acordo. O empresário Carlos Alberto de Oliveira de Oliveira Andrade Filho, herdeiro da Caoa, anunciou o novo modelo como uma vitória. Não foi bem assim. Foi o contrato possível, na linha do “entregar os anéis para não perder os dedos”. A Hyundai assumiu o controle de todo o processo, da importação à distribuição dos veículos da sua marca no país – que, em parte, estava nas mãos do grupo brasileiro. A Caoa terá uma comissão financeira pelas vendas e montará automóveis em Anápolis sob demanda dos sul-coreanos. O RR entrou em contato com a Caoa, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

Mercado
Apesar do resultado superior, valor da marca do Itaú cai o dobro do Bradesco
6/03/2024Os apostadores da valoração das marcas bancárias terão enigmas de sobra para decifrar, a julgar pela edição 2024 do Banking 500 da Brand Finance, disponível na internet desde a manhã de hoje. Há números que chamam a atenção. Em primeiro lugar, as dobradinhas: a marca do Bradesco teve uma queda no seu valor (-2%) menor do que a do Itaú (-4%). É possível inferir que o melhor resultado financeiro comparativo do segundo, e vice-versa, não foi suficiente para reduzir o recall da marca do Bradesco junto ao correntista nacional. Já na outra dobradinha clássica, das duas grandes instituições financeiras estatais, o brand do Banco do Brasil chegou na frente (+11%). A Caixa Econômica ficou a quilômetros de distância (-7%). Essa diferença colossal deixemos para as três bruxas de Macbeth, de Shakespeare, explicarem.
O que já era previsto: o Nubank teve uma megavaloração no seu brand de 30% em relação à edição anterior. O BTG permanece em sua escalada – sua marca valorou 23%. A grande surpresa é o Banco do Nordeste, que cresceu 27% na comparação com 2023. Fica a dica caso o governo Lula dê uma guinada radical e decida privatizar um de seus bancos públicos.
A Brand Finance é uma instituição que mede o valor das marcas bancárias do mundo inteiro. Ressalvadas as enormes diferenças, funciona como as agências de rating ou o Boletim Focus, que faz previsões macroeconômicas todas as semanas. Ambos têm critérios difusos, mas são referência.

Destaque
Governo Lula flerta com um PIB médio de 3%
4/03/2024Mesmo que a implicância com o presidente da República seja a mesma, já existe na Faria Lima quem esteja comemorando a gestão da política econômica de Fernando Haddad até o final do governo Lula. As pitonisas consultadas pelo RR consideram que está cada vez mais provável a mediana do crescimento do PIB até 2026 superar os 3%. Trata-se de um percentual que vem sendo considerado uma fronteira inatingível pela maioria dos analistas de mercado.
Ele estaria pelo menos 1 p.p acima do PIB potencial do Brasil calculado pelas instituições financeiras – entre 1,5% e 2%. O Ministério da Fazenda aumenta a aposta e estima que o PIB potencial é de 2,5%. Entenda-se como PIB potencial o patamar de crescimento da economia que não pressiona a inflação.
O Boletim Focus, em sua última rodada (23 de fevereiro), projeta um PIB de 1,75% para 2024. Parece baixo, mas, tratando-se do conservadorismo dos analistas, é um bom piso para o início do ano. Vale recordar que, em 2023, a previsão para o crescimento do PIB, nesse mesmo período, era de apenas 0,5%. No fim das contas, a economia cresceu 2,9% no ano passado, ou seja, quase seis vezes o índice esperado pelos analistas.
É provável que um erro tão grande do Focus não ocorra neste ano, mas os números do primeiro mês de 2024 foram bastante positivos e interpretados como um indicador de que a economia está andando dentro da pista, com baixa possibilidade de descarrilhar. Até 2026, o Boletim projeta uma mediana do PIB de 2%. Vale o registro de que o Focus estima o mesmo PIB de 2% para 2025 há 11 semanas e para 2026 há 29 semanas.
Arrisca até uma previsão dos mesmos 2% até 2027 – depois, portanto, do atual mandato presidencial – há 31 semanas.
Como foi dito antes, esses 2% podem ser considerados um piso. Com a confirmação desses índices, o resultado primário ficaria dentro da meta sem pirotecnias fiscais, quase que por inércia. A arrecadação deve garantir o cumprimento do arcabouço fiscal.
As projeções que fundamentam o otimismo são a combinação de uma atividade produtiva aquecida – com o aumento da renda e do consumo -, PIB em alta e inflação em baixa, e mais e mais investimentos públicos e privados. Antes que se esqueça, há ainda o fator Haddad, talvez a maior âncora atual da economia e o novo querido da Faria Lima.
A manutenção de um PIB mediano na casa dos 3% reposiciona o Brasil no patamar do crescimento global da economia – as estimativas para a alta do PIB mundial em 2024 vão de 2,4% (Banco Mundial) a 3,1% (FMI). Na última década, o país passou longe do Planeta Terra. Entre 2013 e 2022 (os dados gerais de 2023 ainda não estão consolidados), o PIB global subiu, em média, 2,74% por ano. No mesmo período, a economia brasileira cresceu (se é que o termo pode ser usado) ao ritmo de 0,46% ao ano.
Portanto, em relação à base de comparação, a mediana de 3% ao ano que se anuncia para o governo Lula soa como alvissareira. Mas, quando a referência são as necessidades do país, esse índice ainda é muito baixo. O Brasil precisaria crescer, ao menos, 5% ao ano para fazer frente às demandas em infraestrutura, saúde, educação, segurança etc, algo que hoje ainda não é possível devido às restrições do PIB potencial.
Além disso, não é só uma questão de aumentar o tamanho do bolo, mas também a forma como ele é dividido. O crescimento do PIB terá de vir acompanhado de uma alocação correta dos recursos, mesmo porque se espera uma presença maior do Estado em investimentos estruturantes cruciais.

Destaque
BYD acelera seus ônibus elétricos em São Paulo
29/02/2024A chinesa BYD está em conversações com a Prefeitura de São Paulo para o que pode vir a ser um de seus maiores contratos no Brasil. Segundo o RR apurou, as tratativas envolvem o fornecimento de até 500 ônibus elétricos. Ressalte-se que essa é apenas a primeira etapa do programa de renovação da frota de transporte público de passageiros da capital paulista. A meta já anunciada pelo prefeito Ricardo Nunes é adquirir cerca de 2,5 mil veículos movidos a eletricidade até o fim deste ano – encomendas que devem totalizar mais de R$ 8 bilhões.
A BYD está muito bem-posicionada da disputa. Em parte, por ter largado na pole position: 18 ônibus elétricos produzidos pela companhia chinesa já circulam em São Paulo. A empresa tem um modelo feito sob medida para as condições de trânsito da cidade, os chassis D11B, com carroceria de até 22 metros. Some-se a isso a munição financeira que a BYD carrega no coldre. O grupo deverá contar com um financiamento do Banco da China para a venda dos veículos à Prefeitura de São Paulo. Procurada, a BYD não se pronunciou.
Uma vez confirmado, o fornecimento para a Prefeitura de São Paulo vai colocar ainda mais combustível na já aditivada operação da BYD no Brasil. De acordo com a fonte ouvida pelo RR, além do megaprojeto de R$ 3 bilhões para a produção de carros elétricos em Camaçari (BA), os chineses avaliam a expansão da sua fábrica de ônibus em Campinas, hoje com capacidade para a montagem de dois mil veículos/ano.

Empresa
Fabricação de motores elétricos na China é o novo alvo da WEG
29/02/2024O futuro presidente da WEG, Alberto Yoshikazu Kuba, assumirá o cargo, no dia 1º de abril, com um grande projeto à sua frente: iniciar a produção de baterias e motores elétricos para veículos na China. Não começará do zero. A empresa já avançou alguns quilômetros nessa direção, inclusive com o acordo de exclusividade para o fornecimento de carregadores elétricos à montadora chinesa Great Wall Motors no Brasil. Na paralela, segundo o RR apurou, há conversas com o BNDES para o financiamento de pesquisas e desenvolvimento de produtos que poderão ser replicados no exterior. Ressalte-se que recentemente o banco de fomento liberou R$ 118 milhões para o plano de inovação da Weg. De onde saiu esse dinheiro, tem mais. E é merecidíssimo: a Weg é uma das campeãs em P&D no Brasil e um raríssimo case de sucesso da indústria nacional no exterior.

Economia
Consignado do INSS: novas divergências à vista entre governo e bancos
28/02/2024A reunião do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), que começa daqui a pouco, às 14h30, em Brasília, promete novas discordâncias entre governo e instituições financeiras. O ministro da Previdência, Carlos Lupi, vai propor a redução dos juros do consignado para aposentados e pensionistas do INSS de 1,76% para 1,72% ao mês. Os bancos são contra. Por sua vez, as instituições deverão pleitear o uso da taxa do DI como referência para o cálculo dos juros do consignado. A proposta esbarra em Lupi e nos demais representantes do Ministério da Previdência Social no CNPS, favoráveis à manutenção da Selic como balizador. Para completar a lista de desencontros entre os dois lados da mesa, uma questão de ordem: os conselheiros ligados ao setor financeiro se queixam de que têm sido convocados para as reuniões do colegiado em cima da hora. Segundo o RR apurou, o chamamento para o encontro de hoje só foi formalizado no fim da tarde de ontem.

Destaque
BTG e Pátria ensaiam associação no setor de telecomunicações
28/02/2024O RR apurou que BTG e Pátria Investimentos vêm mantendo conversas para uma possível fusão entre seus negócios em telecomunicações. De um lado, está a V.tal, dona de uma rede com mais de 400 mil km de fibra ótica e cerca de 26 mil km de cabos submarinos; do outro, a Winity Telecom, focada na construção e compartilhamento de infraestruturas de comunicação, notadamente 4G e 5G. As duas empresas estão em estágios bem distintos. Criada a partir da cisão dos ativos em fibra ótica do Oi e posteriormente adquirida pelo banco de André Esteves, a V.tal registrou no ano passado receita líquida em torno de R$ 5,5 bilhões e Ebitda próximo dos R$ 3 bilhões. A Winity, por sua vez, ainda tenta se encontrar no mercado de telecomunicações em meio à brusca mudança de estratégia imposta pelo Pátria.
O plano de se tornar uma operadora de telefonia celular foi repentinamente abandonado. No fim do ano passado, a empresa devolveu à Anatel a licença de 700 MHz adquirida no leilão de 5G de 2021. No setor, a decisão chegou, inclusive, a alimentar dúvidas sobre o interesse do Pátria de seguir à frente da companhia. Consultados pelo RR, BTG e Pátria não quiseram se manifestar.
Nesse contexto, a fusão entre V.tal e Winity teria motivações diferentes para dois dos gigantes da gestão de recursos no Brasil. O BTG daria mais um passo para transformar a V.tal em uma das maiores, se não a maior, prestadora de serviços de telecomunicações do país. Com um craque do setor à frente da sua gestão, – ex-CEO da GVT, Vivo e TIM, Amos Genish -, a companhia está avaliada hoje em torno dos R$ 25 bilhões. Ao se unir à Winity, colocaria um pé na implantação de infraestruturas de telefonia.
O maior ativo da empresa do Pátria é a sua carteira de contratos nessa área. O principal deles, firmado em dezembro, prevê a implantação de rede 4G e 5G no Metrô de São Paulo. Por sua vez, no caso do Pátria, a negociação pode ser interpretada como um recuo calculado.
A gestora deixaria de ser controladora de uma empresa que, até o momento, não emplacou, como é o caso da Winity, para se unir não apenas ao BTG, mas também ao GIC, fundo soberano de Cingapura, e à canadense CPPIB, outros acionistas da V.tal, em um negócio de proporções bem maiores.

Política
Lula desdenha da Avenida Paulista e aposta na agenda internacional
26/02/2024O presidente Lula não vê com preocupação o mal-estar causado pela menção a Hitler ao condenar o massacre realizado por Israel na Faixa de Gaza, seus efeitos negativos junto à comunidade internacional ou mesmo seu uso como insumo para a volta de Jair Bolsonaro às ruas e o resgate do bordão do impeachment. Pelo contrário. Lula considera que esses fatos aumentaram sua centralidade. O presidente talvez seja a pessoa no país que mais acredita na máxima “falem mal, mas falem de mim”. Na história recente do Brasil, ninguém teve sua imagem tão triturada quanto ele. Ontem, segundo informações filtradas do Palácio do Planalto, o presidente acompanhou com desdém a passeata do seu principal opositor, recebendo relatórios da área da Inteligência e telefonemas que só confirmavam seu ponto de vista. Lula é um especialista em amenizar discursos anteriores que foram “mal interpretados”. O presidente tem um Judiciário alinhado, está afinando as relações com o Congresso, tem uma economia que anda mais favoravelmente do que o esperado e vai usufruir da melhor agenda internacional que um mandatário recebeu de bandeja.
Segundo informa o jornal Valor Econômico na edição de hoje, só nas próximas semanas, Lula participa como destacado chefe de Estado da Cúpula da Comunidade do Caribe (onde certamente vai meter sua colher no conflito entre a Venezuela e Guiana), o encontro de chefes de Estado da Comunidade de Chefes de Estado Latino-Americanos e Caribenhos e do encontro dos presidentes dos Bancos Centrais em São Paulo. Mais à frente, tem presença garantida em reunião da Una-África. Depois, ainda vão rolar o encontro dos chefes de Estado do G20 e o discurso de abertura dos trabalhos na ONU. Ano que vem ainda terá o presentão da COP-30, em Belém (PA), um palco sob medida para Lula. No meio dessa miríade de eventos, a diplomacia brasileira está encaixando visitas consideradas estratégicas. No mais, Lula vai aguardar que a Polícia Federal, STF e aliados deem conta de Bolsonaro. O ex-presidente, conforme já se viu, não sabe lidar com uma “centralidade que lhe é negativa”. E Lula ainda guarda munição para ser usada na hora certa. Um exemplo: a palavra “genocídio” pode ser resgatada para se referir à gestão da pandemia no governo Bolsonaro.
O script é positivo. Ainda assim, é sempre provável que o Lula faça da limonada um limão, tropeçando nas próprias palavras. Seu histórico de tombos verbais é razoável. Há também o risco de que aliados cometam suas bobagens – Gleisi Hoffmann, por exemplo, é campeã em declarações desastrosas. Mas, para contrabalançar, sempre haverá Bolsonaro, um expert em discursos politicamente incorretos.

Governo
BNDES requenta o lançamento do Nova Indústria Brasil
22/02/2024O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, recebeu recomendações expressas do Palácio do Planalto para que o plano Nova Indústria Brasil seja reapresentado, com informações bem mais detalhadas e fartura de números e dados. Por enquanto, o banco divulgou praticamente um programa de intenções. A orientação é que Mercadante disponibilize seus técnicos à mídia e use o bom e velho modelo do power point.
O Nova Indústria Brasil, que era para ser um dos trunfos do governo, se tornou um saco de pancadas devido à pouca transparência das suas efetivas ações, prazos e números. Em tempo: a sugestão para que o BNDES corrija sua comunicação foi feita por agência que presta serviços à Secom.

Futebol
Corinthians está na marca do pênalti
15/02/2024Um grande banco de investimentos está rondando a pequena área do Corinthians. A aposta é que mais dia ou menos dia a bola vai sobrar no seu pé. Ou seja: o clube paulista será forçado a criar sua SAF e vender parte do capital na bacia das almas. Sua dívida disparou nos últimos meses e já teria superado a marca de R$ 2 bilhões – a maior do futebol brasileiro. Só o passivo com a Caixa Econômica referente à construção da Arena Itaquera passa dos R$ 700 milhões.

Empresa
Linha cruzada nas conversas entre Oi e credores
9/02/2024A Oi quer manter o ex-CEO e ainda conselheiro Rodrigo Abreu participando das negociações com os credores. Falta só combinar com o outro lado da mesa. O Itaú e o Banco do Brasil, dois dos maiores credores, querem outro interlocutor. As negociações com Abreu não saíram do lugar.

Empresa
BB quer um pente-fino na contabilidade da 123 Milhas
8/02/2024A recuperação judicial da 123 Milhas está deslizando do noticiário econômico para o policial. O Banco do Brasil pretende pedir judicialmente a realização de uma auditoria externa na contabilidade da plataforma de turismo. O objetivo é revirar o balanço e buscar eventuais irregularidades que tenham causado prejuízo aos credores – o BB é o maior deles, com cerca de R$ 500 milhões a receber.
A ofensiva do banco se deve, em grande parte, às investigações contra a 123 Milhas por suposta prática de lavagem de dinheiro. A empresa foi alvo recentemente da Operação Mapa de Milhas, do MP-MG. Em contato com o RR, a 123 Milhas informou que “sempre se colocou à disposição das autoridades e forneceu documentos sobre suas operações”.
A empresa diz que “disponibilizou toda a sua documentação bancária, fiscal e contábil, assim como a de seus sócios, à Comissão Parlamentar de Inquérito das Pirâmides Financeiras e à juíza responsável pela recuperação judicial do grupo”. A 123 Milhas “reafirma seus preceitos de responsabilidade e transparência com clientes, credores e autoridades e aguarda mais informações do Ministério Público para prestar os esclarecimentos necessários”. Perguntada especificamente sobre a possível ação do Banco do Brasil, a empresa não se pronunciou. Também procurado, o BB não quis comentar o assunto.

Destaque
Jari Celulose cambaleia entre o BNDES e a ameaça de falência
31/01/2024Em meio ao lançamento do “Nova Indústria Brasil”, uma velha, aliás, velhíssima empresa do setor atormenta o BNDES. Há uma pressão de parlamentares da Região Amazônica, liderada pelo senador David Alcolumbre (União-AP), para que a agência de fomento injete recursos na Jari Celulose, em recuperação judicial desde 2019. O apoio financeiro do banco é tratado como a única solução capaz de dar sobrevida a um dos mais conturbados projetos industriais da história do país.
O pleito, no entanto, não encontra eco dentro do BNDES, ao menos não na área de crédito. No ano passado, com o auxílio de uma consultoria externa, o banco fez um estudo sobre a fabricante de celulose encravada na fronteira do Amapá com Pará, às margens do Rio Jari. O trabalho apontou a necessidade de um aporte de R$ 360 milhões apenas assegurar a retomada das operações, interrompidas desde 2022.
De lá para cá, no entanto, o assunto esfriou e está parado dentro do BNDES. A agência de fomento, não custa lembrar, é um dos maiores credores da produtora de celulose, com exatos R$ 932 milhões a receber. Em contato com o RR, o banco informou que “está em fase de discussão com a empresa sobre o seu plano de recuperação judicial e não comenta negociações em curso”.
Perguntado especificamente sobre o pleito de lideranças políticas para um apoio financeiro à companhia, o BNDES não se manifestou. É importante ressaltar que um novo empréstimo do banco à Jari Celulose estaria condicionado à saída da companhia da RJ. As normas internas do BNDES vedam a liberação de recursos para empresas em recuperação judicial, como a própria instituição confirmou ao RR.
Bem, há caminhos e caminhos, alguns diretos; outros, oblíquos. Em 2016, a agência de fomento chegou a criar uma linha de crédito de R$ 5 bilhões específica para financiar a compra de ativos de empresas em recuperação judicial. No ano passado, no auge do escândalo contábil da Americanas, o próprio presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, cogitou a possibilidade de um financiamento especial para fornecedores da rede varejista impactados pelo escândalo contábil da empresa.
Já se vão quase 60 anos desde que o empresário Daniel Ludwig resolveu colocar uma fábrica de celulose inteira em uma balsa e transportá-la do Japão até os confins da Floresta Amazônica. De lá para cá, o empreendimento esteve ameaçado por diversas vezes, mas talvez nunca como agora. O lobby pró-Jari junto ao BNDES é impulsionado por justificativas de ordem social e econômica.
O reinício das operações representaria a salvação de aproximadamente 2,5 mil postos de trabalho. Além disso, mesmo com o estado permanente de crise da Jari Celulose, a economia de municípios da região – como Laranjal e Vitória do Jari, no Amapá, e Monte Dourado e Almeirim, no Pará – é bastante dependente da empresa. A mobilização política em torno de mais um transfusão financeira do BNDES é uma corrida contra o tempo.
Há pouca areia na parte da cima da ampulheta. No próximo dia 7 de fevereiro, às 11 horas, no Hotel Radisson Maiorana, em Belém, haverá uma assembleia de credores para avaliar o novo plano de recuperação judicial da companhia. A reunião ocorrerá sob um clima de tensão, alimentada pelas crescentes dúvidas sobre a continuidade da operação. No último dia 20 de dezembro, o advogado Mauro Cesar Santos, administrador da recuperação judicial de Jari, pediu à Vara Distrital de Monte Dourado (PA) a falência da empresa.
Em conversa com o RR, Santos disse que, se o plano de RJ, nos termos atuais, for aprovado no dia 7 de fevereiro, será uma decisão “surreal”. O advogado aponta alguns fatores, além do passivo total de R$ 1,75 bilhão, que tornam praticamente inviável a retomada das atividades. Um deles é a própria obsolescência do complexo industrial. Segundo Santos, a fábrica precisa ser feita totalmente.
Há outro grave problema: a falta de matéria-prima na região. “A questão do insumo não saltou aos olhos até agora porque Jari produziu muito pouco enquanto esteve operacional – cerca de cinco mil toneladas por mês. Caso fosse uma fábrica de celulose para valer, teria que trazer eucalipto de longe”.
O RR não conseguiu contato com a Jari Celulose até o fechamento desta matéria. Segundo o administrador judicial, há rumores de que na assembleia de credores haverá um movimento forte para alongar o pagamento da dívida por 25 anos, com 36 meses de carência. Seria uma forma dos credores e do atual controlador da companhia, o empresário Sergio Amoroso, fundador do Grupo Orsa, ganharem tempo na tentativa de buscar um novo investidor.

Justiça
Lesa Pátria avança sobre os “impulsionadores” do 8 de janeiro nas redes
30/01/2024A Operação Lesa Pátria avança em uma nova frente. Nos gabinetes do STF circula à boca miúda que o ministro Alexandre de Moraes e a PF investigam possíveis financiadores de postagens nas redes sociais relacionadas ao 8 de janeiro. O objetivo é puxar o fio da meada de quem bancou o custo de impulsionamento de mensagens convocando seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro para as manifestações em Brasília.

RR Destaques
RR Destaques – 30/01/2024
30/01/2024Lula e Tarcísio, Tarcísio e Lula
O acordo entre o presidente Lula e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, visando a construção conjunta (somada a uma PPP) do túnel Santos-Guarujá, tem significado para ambos.
Seria possível identificar, apenas, uma manobra do petista, no entanto, dado o histórico recente do governador de São Paulo (e a pressão que fez sobre o ministro de Porto e Aeroporto, do seu partido, o Republicanos) difícil crer que ele tenha sido “manipulado”, como se insinuou (Bolsonaro à frente) durante a Reforma Tributária.
De certa forma, os dois saem com o que queriam:
> Lula põe as digitais do governo federal e do PAC na obra, mesmo que “partilhada” com Tarcísio. E alimenta tanto a imagem de presidente “de todos os brasileiros” quanto a de fortes investimentos em São Paulo.
Sem falar em que instiga novo “racha” na oposição, tanto ao alinhar o Republicanos ao seu governo (Tarcísio chegou a ameaçar sair do partido de a obra fosse tocada apenas pelo Planalto/ministério) quanto ao “ganhar” outra foto com o governador de São Paulo;
> Tarcísio, por sua vez, mostra que aposta, sim, em manter a base do ex-presidente (daí as constates demonstrações marcando fortes diferenças com a esquerda e acenos a Bolsonaro, em áreas que vão da segurança à educação e saúde), mas conquistando parte do centro. Algo que Bolsonaro não conseguiu fazer – ou, na verdade, nem tentou.
A ver se a manobra de Tarcísio, consciente, provocará reações do ex-presidente, justamente em um momento no qual ele acusa a PF e o STF (e o governo Lula, por tabela) de exercerem uma perseguição política.
Enquanto isso, também em Brasília
Outro pé da estratégia presidencial, além de por o PAC na rua e dividir a oposição, conquistando os núcleos “pragmáticos” de centro e centro direita, é negociar em posição de mais força no Congresso.
Nesse âmbito, o adiamento da reunião de líderes, e consequentemente do posicionamento de Arthur Lira, dificulta as leituras de como o presidente da Câmara reagirá.
No entanto, como já ressaltou o Destaques, tem se falado muito pouco na “entrega” das vice presidencias da Caixa. Qualquer que seja a posição de Lira – e mesmo que venha na ofensiva – difícil crer que isso não seja um fator nas negociações a seguir.
Outro ponto em aberto será a movimentação de Rodrigo Pacheco. O presidente do senado vinha se aproximando da oposição, particularmente na pauta visando diminuir poderes do STF.
Mas, além de dar sinais favoráveis ao governo, vê-se compelido, agora, a enfrentar os ataques públicos do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Também pode contribuir para esfriar os ânimos a investigação da Abin, ainda que continue e embutir riscos importantes para o governo (e oportunidades para o ex-presidente Bolsonaro).
Do Fed ao BC
Os olhos estarão mais voltados amanhã para a decisão – e os recados – do Fed do que do BC, acerca da taxa de juros. Isso porque, aqui, as apostas são muito fortes não apenas em novo corte de 0,5pp quanto na sinalização da mesma tendência para a próxima reunião do Copom.
Ainda assim, o foco estará no que o Banco Central indicará como leitura acerca dos números abaixo do esperado no IPCA e sobre a questão fiscal.
Já nos EUA, as projeções de que o BC sinalizará um horizonte para a queda dos juros explodiram, em um primeiro momento, para depois se arrefecer. E o Fed tem mostrado conservadorismo. Mas os números e análises mais recentes apontam, efetivamente, para o arrefecimento da inflação e o “pouso suave” da economia norte americana. A conferir.
Emprego no Brasil e nos EUA
Em paralelo, destaque amanhã para a divulgação da PNAD de dezembro, que fechará os números anuais de desemprego – dado importante para a economia, claro, mas também para a comunicação do governo. E, nos EUA, sai a Variação de Empregos Privados ADP de janeiro.

Destaque
Fragilidade de tradings abre espaço para agronegócio avançar na comercialização
30/01/2024O escândalo contábil da ADM, nos Estados Unidos, traz a reboque um risco e uma oportunidade para o agronegócio brasileiro. No curto prazo, a investigação sobre supostas irregularidades na gigante norte-americana acende um sinal de alerta entre os grandes bancos internacionais. Até que o receio de uma crise sistêmica no segmento se dissipe, as instituições financeiras deverão adotar critérios mais rígidos na liberação de recursos, com impacto sobre a oferta global de crédito para as trading companies.
Trata-se de um efeito cascata preocupante para o setor agrícola no Brasil, devido ao possível impacto sobre o financiamento dos contratos de exportação. Esse é o copo meio vazio. Em contrapartida, de acordo com especialistas ouvidos pelo RR, dentro da má notícia há uma boa nova. O abalo da ADM deve acelerar um processo de fragilização das tradings que já se anunciava, até então em ritmo mais lento.
Esses potentados globais seguirão tendo um peso expressivo no financiamento de exportações e na circulação mundial de commodities agrícolas, mas com uma participação relativa menor. Nesse jogo de ocupação de espaços, nada mais natural que o Brasil, quarto maior produtor de grãos do mundo e responsável por mais de metade do mercado internacional de soja, seja um dos potenciais beneficiados. Esse fenômeno abre caminho para o agronegócio brasileiro avançar algumas casas e conquistar um terreno maior na cadeia comercial, apropriando-se de um negócio que hoje está majoritariamente nas mãos da própria ADM, Bunge, Louis Dreyfus, Cargill, entre outros. Ou seja: há uma oportunidade da “lavoura”, leia-se os próprios originadores, assumir ao menos uma parcela do processo de frete e colocação do produto no mercado internacional, absorvendo margens que hoje são contabilizadas pelas tradings.
Essa metamorfose, ressalte-se, não vai ocorrer de um dia para a noite. Trata-se de um rearrumação gradativa de participações entre os elos da cadeia global do agronegócio. Mas, de um lado ou de outro, há uma interseção de fatos e circunstâncias que empurram o setor nessa direção. Por parte das tradings, as supostas irregularidades contábeis da ADM, que já levaram o grupo a perder mais de 20% do seu valor de mercado, não são um ponto isolado de vulnerabilidade do setor.
Outro exemplo impactante é a Mercon Coffee Group, sediada na Holanda. A empresa, uma das maiores comercializadoras de café do mundo, entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, com uma dívida de quase US$ 400 milhões. No passado recente, a Louis Dreyfus vendeu 45% de suas ações para a ADQ, companhia de investimentos de Abu Dhabi – operação interpretada no mercado menos como uma oportunidade de negócio e mais como uma busca forçada de capital.
Na mão contrária, já é possível verificar avanços de originadores de grãos sobre outras casas do tabuleiro. No Brasil, por exemplo, o empresário Antônio Francischini, um dos maiores produtores de café do mundo, comprou recentemente 63% da Ipanema Coffees, grande exportadora de grãos. Não é de hoje que os grandes bancos vêm apertando as linhas de financiamento para tradings.
Na média, estas empresas operam hoje com uma alavancagem de 18 a 30 – ou seja, US$ 18 a US$ 30 em crédito para cada dólar de capital das tradings companies. Há cerca de 30 anos, notadamente no segmento de café, esse índice chegou a ser de 120 para um. Para que os produtores possam ocupar esse espaço, uma nova estrutura de crédito terá de ser construída no tempo. Ressalte-se que, no agronegócio, não é tão simples financiar a origem.
Pelas regras do BIS, o “Banco Central dos Bancos Centrais”, o crédito para o setor agrícola exige um nível de provisionamento maior, dados os riscos do negócio. O mesmo não ocorre nas linhas de empréstimo para tradings, considerado um crédito comercial. No caso específico do Brasil, a falta de grau de investimento também é um entrave.
Por essas razões, no melhor dos mundos, caberia ao governo dar um empurrão, via subsídios, para que o produtor possa avançar sobre o latifúndio das trading companies na colocação de commodities no mercado internacional. Um exemplo: o Funcafé tem cerca de R$ 4 bilhões para financiar a cafeicultura no campo. O descolamento de algo como 20% desse funding para financiar contratos de exportação já representaria um fôlego da ordem de R$ 800 milhões. Ou seja: no futuro, para que o agronegócio brasileiro possa ampliar seu raio de ação e incorporar margens das tradings, além do “Plano Safra”, um “Plano Entrega” viria muito a calhar.
Futebol
Vitória prepara o terreno para criação da sua SAF
26/01/2024O Vitória da Bahia prepara-se para entrar no “Clube da SAF”. A agremiação abriu conversações com bancos de investimentos para a cisão do futebol e a venda de parte do capital. Segundo informações apuradas, a intenção é se desfazer de uma fatia minoritária e não do controle acionário. No ano passado, o Vitória chegou a receber sondagens para aportes da ordem de R$ 250 milhões. Agora, com a subida para a Série A do Brasil, os cartolas do clube só topam começar a conversa de R$ 600 milhões para cima.
Infraestrutura
Governo busca financiamento internacional para o trem-bala
25/01/2024O presidente da estatal TAV Brasil, Bernardo Figueiredo, tem mantido conversações com diretas com bancos de fomento multilaterais. A missão é buscar financiamento para o projeto do trem-bala entre Rio e São Paulo, projeto que vem e vai, vai e vem há mais de uma década. Nos cálculos mais recentes, o empreendimento é orçado em R$ 60 bilhões. Duas das instituições com as quais Figueiredo vem dialogando de forma mais recorrente são o Banco Europeu de Investimentos (BEI) e o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o “Banco dos Brics”. Nesse último, o presidente da TAV Brasil está em “casa”. Figueiredo foi presidente da EPL (Empresa de Planejamento e Logística) e um personagem influente na área de infraestrutura durante o governo de Dilma Rousseff, presidente do NDB.

Empresa
Energisa tem linha direta com o BNDES
24/01/2024A Energisa, da família Botelho, negocia com o BNDES um novo financiamento para projetos em transição energética. O alvo principal é a construção de usinas eólicas. No ano passado, a companhia obteve um empréstimo de R$ 700 milhões do banco de fomento para a construção de 40 usinas fotovoltaicas em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Está tudo em casa. O BNDES enxerga a possibilidade de usar sua posição estratégica na Energisa – o banco detém 5,8% das ações ordinárias e 15% das preferenciais – para fomentar novos projetos em energia limpa no Brasil. Consultados, Energisa e BNDES não se pronunciaram.

Destaque
Banco do Brasil surge como uma rota de escape para Guido Mantega
23/01/2024A Vale continua sendo a prioridade. No entanto, diante das notórias dificuldades para emplacar Guido Mantega como CEO da mineradora, o governo cogita um Plano B. Ou melhor: um Plano BB. A presidência do Banco do Brasil seria uma alternativa para a obsessão do PT e do próprio Lula em encontrar um cargo de prestígio para o ex-ministro da Fazenda.
O governo teria de fazer muito pouco ou quase nenhum contorcionismo para aninhar Mantega no comando do banco estatal, na cadeira hoje ocupada por Tarciana Medeiros – funcionária de carreira da instituição e ligada ao Sindicato dos Bancários de São Paulo. Formalmente, cabe ao Conselho de Administração do Banco do Brasil aprovar a nomeação do presidente executivo. Conselho este em que cinco dos oito integrantes são indicados pelo acionista majoritário, o próprio governo. Ou seja: na prática, a governança do BB é a seguinte: a escolha do CEO se dá por uma canetada do presidente da República e ponto.
Há demandas do PT – e não são poucas – para as quais Lula costuma fazer ouvidos de mercador. Não é esse o caso. Seja por compromisso partidário, por lealdade, por razões de ordem afetiva ou por algum outro motivo insondável, tudo leva a crer que Guido Mantega não vai ficar ao relento.
Mesmo sendo um estorvo para o governo. Nesse contexto, além da maior flexibilidade para a nomeação, a indicação para o Banco do Brasil seria até mais fácil de justificar. Mantega continuaria sendo um contrabando, mas, ao menos, o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BNDES estaria na sua praia. Não consta que entre as suas expertises esteja o mercado mundial de minério de ferro.
Por essas e outras, fica até difícil entender o fetiche do governo pela Vale, uma manobra que mobiliza da Presidência da República a membros da cúpula petista. A escolha da mineradora parece ser a menos adequada. O que o Palácio do Planalto ganha ao assumir o desgaste político de praticamente takeoverizar o comando de uma empresa privada?
O governo teria de quebrar fortes resistências – na Vale já se fala até na extensão do mandato do atual presidente, Eduardo Bartolomeo, ainda que por um período mais curto, apenas para barrar a ofensiva pró-Mantega. Outra hipótese, a nomeação do ex-ministro para o Conselho, também seria um movimento intrincado. Ele dependeria da renúncia de um dos integrantes do board, cujo mandato vai até 2025.

Governo
FAT não vai gerar mais empregos por culpa do próprio governo
10/01/2024O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, vai dirigir, amanhã, reunião do grupo de trabalho criado para potencializar o Fundo de Aval para Geração e Renda. O Banco do Brasil é o gestor do Funproger, cujo objetivo é ajudar potenciais empreendedores sem condições de oferecer todas as garantias exigidas pela rede bancária para que possam implantar suas empresas, aumentando a oferta de emprego na economia.
Dentro do próprio GT é grande a incerteza sobre a real possibilidade do fundo ser turbinado por ora, com dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador. De acordo com um dos participantes da reunião de de amanhã, a falta de lastro do Funproger, deve-se à decisão do governo federal de financiar gastos da Previdência Social com recursos do FAT. O fundo destinou à Previdência R$ 11 bilhões em 2021, R$ 18,6 bilhões em 2022, R$ 22,7 bilhões em 2023 e deve repassar R$ 24 bilhões este ano. “Infelizmente não há margem para avalizar projetos de geração e renda com essa política que suga o caixa do FAT”, desabafou a fonte do RR.

Infraestrutura
Paraguai busca investidores para a área de saneamento no Brasil
9/01/2024Está surgindo uma nova privatização na área de saneamento no Brasil. Bancos com mandato do governo da província paraguaia do Alto Paraná têm sondado empresas privadas do lado de cá da fronteira sobre o interesse em participar do leilão do serviço de água e esgoto local. Aegea e Iguá estão entre as companhias procuradas.

Destaque
Fazenda e BC discutem mudança no cálculo da dívida pública
8/01/2024O Ministério da Fazenda e o próprio Banco Central, tradicionalmente mais resistente à mudança do conceito, estão trabalhando para alterar a referência maior da relação dívida bruta/PIB por dívida líquida/PIB. O melhor medidor do passivo, do ponto de vista técnico, é uma discussão eterna. Trata-se de uma opção do condutor das políticas econômicas do governo – já que o mundo usa os dois critérios –, e nem o FMI nem o BIS, que adotam a dívida bruta/PIB, consideram que as nossas contas foram postas em algum liquidificador, misturando os ativos do BC e do Tesouro Nacional. Mas por uma questão um tanto quanto óbvia, a dívida líquida aparenta ser o critério mais correto, pois incorpora as reservas cambiais. No critério da dívida bruta, é como se as reservas não existissem. Ou seja: se o país enriquece com as vendas do comércio exterior, do ponto de vista da dívida bruta, ele continua piorando. Ainda mais se o crescimento dos juros for acima da expansão do PIB – caso brasileiro a perder de vista.
As autoridades do governo pretendem, portanto, mudar a comunicação formal dos dados. Trata-se quase de um trabalho de alterar hábitos linguísticos, porque ambos os indicadores servem para a medição da qualidade fiscal do país. A diferença é que a relação dívida bruta/PIB, por ignorar o ativo cambial do governo, assim como outros ativos menores junto ao sistema bancário, joga o indicador lá para cima, permitindo a manipulação sobre a política fiscal. Assim, o problema da dívida bruta/PIB se torna quase eterno, porque, para alterá-lo significativamente, seria preciso um Brasil com juros bem baixos, PIB bem alto e um superavit primário permanente. No mercado financeiro, essa atrofia é usada permanentemente para piorar o quadro das contas públicas. É o grupo que vê uma insolvência potencial permanente do Brasil. A medição do Prisma Fiscal – espécie de Boletim Focus alternativo do Ministério da Fazenda – vai ter que mudar. O Instituto Financeiro Independente (IFI) – órgão do Congresso Nacional – também alterará a relevância do indicador.
O mercado, curiosamente, leia-se Boletim Focus, já usa o conceito de dívida líquida/PIB. Pois bem, há dois Brasis conforme a forma de avaliação das contas públicas. Há o Brasil da dívida líquida, cujo passivo estaria sobre um controle maior e nós teríamos um maior alinhamento com o mundo. De acordo com o Focus da última terça-feira, a projeção para a dívida líquida do setor público passou de 61,20% para 61,05% do PIB em 2023, enquanto a de 2024 foi de para 64,50% para 64,45% do PIB. Nos anos subsequentes, ela permanece praticamente estável, porque o governo leva em consideração avanços modestos na área fiscal, um aumento de reservas bastante tímido e um PIB na faixa de 3%.
Já a dívida bruta do governo geral subiu para 73,8% do PIB (Produto Interno Bruto) em novembro de 2023, alcançando R$ 8 trilhões. Em comparação ao mês anterior, houve um aumento de 0,1 p.p., quando atingiu 73,7%. Já é um indicador mais alarmante. A dívida bruta do governo geral inclui a União, Previdência e governos estaduais e municipais. Algumas instituições mais desinibidas, a exemplo do IFI, chegaram a prever uma dívida bruta da ordem de 100% do PIB antes de 2026. O fato é que toda a contabilidade deveria, pelo menos em tese, levar em consideração ativos e passivos. No Brasil não é bem assim.

Política Monetária
Selic parece estar de costas para os juros do crédito
3/01/2024A Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, deveria ser a régua para os juros de linhas de crédito como o empréstimo pessoal e o cheque especial, entre tantos outros. O empréstimo pessoal não consignado é popularmente conhecido como CDC (Crédito Direto ao Consumidor), tipo de financiamento utilizado em compras de bens duráveis como carros, casas e eletrodomésticos, sendo ofertado por bancos, financeiras ou pelas próprias lojas, no caso de crediários. Na prática, os juros dessas linhas de crédito deveriam ser influenciados diretamente pela Selic, mas a taxa básica acaba sendo pouco decisiva para a variação do custo desses produtos financeiros. Não raras vezes, parecem até descoladas. Isso pode ser analisado a partir dos dados do Relatório Anual de Taxa de Juros, divulgado anualmente pelo Procon-SP.
Ao final de 2015 (à época, a Selic estava no patamar de 14,25%), a Taxa Média Mensal equivalente ao ano do empréstimo pessoal terminou em 110,29%. Em dezembro de 2016, a Selic já havia recuado para 13,75%, enquanto a Taxa Média Mensal equivalente ao ano do empréstimo pessoal subiu para 113,07%. Nos anos subsequentes, a taxa recuou, mas não proporcionalmente à Selic: em 2017, os juros equivalentes ao ano do empréstimo pessoal encerraram em 110,80%. A Selic estava em 7,50%. Já em 2018, a taxa ficou em 107,73%, com a Selic no patamar de 6,50%. A taxa caiu uma migalha em relação a queda da Selic.
Usando o período de julho de 2015 como referência, quando a taxa Selic estava no patamar de 13,75% e a Taxa Média Mensal equivalente ao ano do Empréstimo Pessoal em 106,42%, é possível comparar os índices e verificar na prática a dissociação entre eles. Quatro anos depois, em 01/07/2019, a taxa Selic estava em 6,00% e a Taxa Média Mensal do Empréstimo Pessoal, anualizada, ficou em 108,51%. Analisando os dados mais recentes, referentes a dezembro de 2022, quando a Selic estava no patamar de 13,75%, mesmo índice de julho de 2015, os juros anualizados do empréstimo pessoal eram de 139,73%. Um aumento de 33% na comparação entre os dois momentos.
Não há uma norma ou lei que defina a cobrança dos juros no Brasil por parte das instituições que oferecem crédito pessoal. É assim que funciona. Só que no resto do mundo a dispersão é menor e a Selic impacta de forma expressiva as taxas das demais linhas de crédito. O órgão regulador do mercado de crédito (incluindo o Cheque Especial) é o Conselho Monetário Nacional (CMN), composto pelo Ministro da Fazenda, que também é o presidente do Conselho, e a Ministra do Planejamento (atualmente, estes cargos são ocupados por Fernando Haddad e Simone Tebet, respectivamente); além do presidente do Banco Central. Roberto Campos Neto, atual dirigente do BC, afirmou recentemente que os juros altos do crédito pessoal são influenciados pelo parcelamento sem juros oferecido pelos cartões de crédito: o primeiro estaria “pagando” pelo juro do segundo, que não o possui.
Argumentos, desculpas, justificativas existem aos montes. Fala-se que a imprevisibilidade da economia brasileira é um dos motivos dos empréstimos serem tão caros. Diz-se que o fator inadimplência pesa muito nessas bandas. Outros falam que é a alta tributação uma das variáveis responsáveis. Seja como for, as décadas se sucedem e os juros continuam lá, firmes nas alturas.
A jabuticaba dessa história é que, em nenhum lugar do mundo, a Selic é tão descolada das demais linhas de crédito, o empréstimo pessoal especialmente. Há algo de muito diferente na política monetária brasileira, que produz, entre outras estranhezas, a maior taxa de juros reais do mundo.

Destaque
BNDES despeja mais recursos para estimular debêntures de infraestrutura
3/01/2024O BNDES vai abrir o cofre em 2024 para turbinar os investimentos em infraestrutura no país. A liberação dos recursos se dará prioritariamente por meio de debêntures incentivadas. Segundo o RR apurou, o banco deverá disponibilizar algo em torno de R$ 30 bilhões para a compra desses papéis.
Esse valor representa um salto de 130% em relação ao total desembolsado pelo BNDES para a aquisição de debêntures incentivadas ao longo de 2023 – aproximadamente R$ 13 bilhões. Para se ter uma dimensão ainda maior do que o número representa, significa dizer que o BNDES vai alocar para a compra desses títulos privados 50% a mais do que todo o volume de financiamentos liberados para projetos de infraestrutura ao longo de 2023, da ordem de R$ 20 bilhões. Procurado pelo RR, o BNDES não quis comentar.
Em 2023, as debêntures incentivadas corresponderam a aproximadamente 65% dos empréstimos do BNDES para a área de infraestrutura. No banco, a estimativa é que esse índice possa chegar perto dos 75% em 2024. Esta é uma modalidade de crédito ainda pouco explorada pelas empresas privadas no Brasil, o que aumenta a importância do BNDES como seu principal fomentador.
Devagarinho, esse cenário tem mudado. Em agosto do ano passado, a Aegea Saneamento realizou a maior oferta de debêntures de infraestrutura já feita no mercado brasileiro, com a venda de R$ 5,5 bilhões. O próprio BNDES ficou com cerca de um terço dos papéis, ou R$ 1,9 bilhão. A boa notícia foi a forte demanda: havia comprador firme para R$ 9,6 bilhões.

Destaque
Grupo turco entra no páreo para a compra da InterCement
21/12/2023A disputa pela InterCement virou uma Torre de Babel. Segundo o RR apurou, a turca Oyak é a nova candidata à compra do braço cimenteiro da Mover Participações (a velha Camargo Corrêa). Entra em uma disputa multilateral que já reúne as brasileiras Votorantim e CSN, a chinesa Huaxin Cement, a grega Titan e a francesa Vicat.
De acordo com a mesma fonte, o interesse dos turcos envolveria apenas os ativos da companhia no Brasil. Ou seja: a Loma Negra, subsidiária argentina, ficaria de fora do negócio. As duas partes já se conhecem de outros M&As. Em 2018, os turcos pagaram US$ 800 milhões pelas fábricas da InterCement em Portugal e Cabo Verde. A Oyak – ou Ordu Yardımlaşma Kurumu – é um bicho esquisito.
Na origem de tudo está o fundo de pensão dos militares, da Gerdarmaria – a Guarda Nacional -, e da Guarda Costeira da Turquia, com mais de 400 mil beneficiários. Abaixo, vem um dos maiores conglomerados industriais do país, com empresas de mineração, metalurgia, química, energia, alimentos, construtoras e banco. No meio desse emaranhado, está a Okay Cement, maior cimenteira turca, com capacidade instalada de 22 milhões de toneladas/ano – quase o dobro da produção potencial somada de todas as fábricas da InterCement no Brasil (12 milhões de toneladas).
Votorantim e CSN são apontadas no mercado como as mais fortes candidatas à aquisição da InterCement. A companhia de Benjamin Steinbruch, inclusive, contratou o Morgan Stanley para conduzir as tratativas. No entanto, nos dois casos, há um entrave importante nas negociações. O RR teve informações de que tanto CSN quanto Votorantim condicionam suas respectivas propostas à repactuação prévia do endividamento da InterCement.
Nem Steinbruch nem os Ermírio de Moraes querem jogar para dentro dos balanços de suas empresas uma dívida líquida da ordem de R$ 8 bilhões sem um acordo firmado com os credores. Desse valor, cerca de um terço são compromissos em dólar. O banco norte-americano Houlihan Lokey tem auxiliado a InterCement na negociação com os credores.
Um trabalho formiguinha. Recentemente, a companhia conseguiu adiar para maio de 2024 o pagamento de US$ 124 milhões em debêntures que venceriam no último dia 8 de dezembro. Trata-se de menos de 10% do passivo com vencimento em 12 meses. Procurada pelo RR, a InterCement não se manifestou.

Futebol
Fundo inglês ensaia entrada nos gramados brasileiros
20/12/2023Um grande banco de investimentos brasileiro, que carrega um punhado de mandatos para a venda de SAFs (Sociedade Anônima do Futebol), vem mantendo conversações com a Aethel Partners, sediada em Londres. Em pauta, não apenas a possibilidade de compra de participações em clubes brasileiros, mas também a aquisição de direitos comerciais, como licenciamento de marca e contratos com TV. A gestora pertence ao investidor português Ricardo Santos Silva e à norte-americana Aba Schubert. No ano passado, a Aethel fez uma proposta de 2,4 bilhões de euros para comprar o Chelsea, então controlado pelo magnata russo Roman Abramovich. Mas perdeu o jogo para o empresário norte-americano Todd Boehly.

Mercado
BRB prepara lançamento de ações em Bolsa
15/12/2023O BRB (Banco Regional de Brasília) vai tirar da geladeira o seu follow on, que chegou a ser anunciado em junho e acabou cancelado. A oferta de ações deverá ocorrer em março. No banco estatal, fala-se na captação de algo em torno de R$ 1,5 bilhão.

Destaque
Fundos de pensão e Monte Capital discutem mudança de controle na Invepar
15/12/2023O trio Previ, Petros e Funcef e a Monte Capital, cada uma dona de 25% da Invepar, estão debruçados sobre diferentes cenários para a reestruturação do grupo. Umas das estradas aponta para a venda pura e simples de ativos. Nesse caso, a própria Monte Capital já se apresenta com um duplo figurino: de acionista e de comprador de concessões da Invepar – em uma negociação “intramuros”, a gestora fechou na semana passada a aquisição da Concessionária Litoral Norte, até então pertencente ao grupo. Há ainda um segundo caminho, que passa por mudanças societárias no grupo. Internamente, a Monte Capital teria manifestado interesse em assumir uma participação majoritária na Invepar. As pistas estão liberadas. Diferentemente do que ocorria em outros tempos, Previ, Petros e Funcef não encaram a redução da sua posição acionária como um anátema. Mesmo porque as concessões da holding, entre as quais Aeroporto de Guarulhos, Linha Amarela e VLT do Rio, ainda carregam as marcas da pandemia e despejam prejuízos no bolso dos aposentados do Banco do Brasil, Caixa e Petrobras – a perda consolidada entre janeiro e setembro deste ano passa dos R$ 435 milhões. Procurados, a Monte Capital e os fundos de pensão não se manifestaram.
No caso de uma reestruturação societária, há duas rotas que podem ser percorridas. Uma possibilidade é um aumento de capital, em que os fundos de pensão teriam a sua participação diluída. Outra hipótese é uma venda direta de parte das ações em poder do trio para a Monte Capital. A gestora entrou no capital da Invepar no início de 2022, com a compra das ações detidas pelo fundo Yosemite, basicamente uma reunião de credores da antiga OAS, antiga sócia dos fundos de pensão na companhia. Já naquele momento, a intenção da Monte Capital era concentrar na Invepar seus investimentos em concessões de infraestrutura.

Destaque
Acordo com Argentina mobiliza montadoras brasileiras
7/12/2023Daniel Scioli, embaixador da Argentina em Brasília, tem sido procurado, nos últimos dias, por dirigentes da indústria automobilística. A pergunta é uma só: se o futuro presidente Javier Milei vai manter ou não o acordo automotivo com o Brasil. Scioli, que permanecerá no cargo no próximo governo, vem sinalizando que a resposta é sim. Como abrir mão de um tratado comercial com o país que, neste ano, comprou mais de um terço de toda a produção automobilística argentina, como é o caso do Brasil? Do lado de cá da fronteira, a continuidade do acordo também interessa. É bem verdade que as vendas de veículos para o país vizinho engataram uma preocupante marcha a ré. Entre janeiro e novembro, caíram 15% na comparação com igual período no ano passado. A participação argentina nas exportações brasileiras de automóveis desceu ao menor nível em 30 anos. Ainda assim, no meio de uma crise sem tamanho e com uma brutal escassez de dólares, é um destino que responde por 27% das vendas das montadoras brasileiras no exterior. Ah, e mais: de uma forma sinuosa, Scioli tem feito o lobby pela moeda comercial do Brasil e Argentina. Isso resolveria o problema da falta de dólares. Mas a medida não é um “alakabum, mexicabum”. Ela tem outras implicações, que passam pelo Banco Central.
Dentro da Anfavea, o tema ganha ainda mais importância e premência pela perda de competitividade da indústria automobilística brasileira na América Latina como um todo. No ano passado, o Brasil perdeu para a China a liderança nas exportações de veículos na região. Em dez anos, o share dos asiáticos subiu de 4,6% para 21,2%, enquanto o das montadoras brasileiras caiu de 22,5% para 19,4%. De antemão, já se sabe que a diferença vai crescer neste ano: estimativas da própria Anfavea apontam para uma queda nas exportações de 12% em relação a 2022.

Destaque
BNDES pode ser o fiel da balança na capitalização da Iguá
6/12/2023A Iguá Saneamento é um pêndulo que balança entre dois modelos de capitalização. De um lado, está a proposta de um IPO, que contemplaria, em um segundo momento, a transformação em uma public company; do outro, uma solução “caseira”: os acionistas da empresa vêm mantendo conversações em torno de um possível aumento de capital. Esta segunda hipótese conta com um personagem-chave: o BNDES. Segundo o RR apurou, o banco já deu o firme que, em caso de aporte, acompanhará a chamada, assim como os dois maiores acionistas da Iguá, as canadenses CPP Investments e AIMCo (Alberta Investment Management Corporation). Consultado pelo RR, o BNDES informou que não comenta o assunto. A Iguá também não se pronunciou.
Do ponto de vista estratégico, o aporte talvez seja o formato mais conveniente para a dupla de gestoras do Canadá. Hoje, por meio da BNDESPar, o banco de fomento tem 10,9% do capital total da holding de saneamento. No entanto, sua importância para a empresa é proporcionalmente maior. O BNDES usa um duplo figurino na Iguá: acionista e um dos maiores financiadores da companhia. Em junho, por exemplo, o banco comprou R$ 1,8 bilhão de um total de R$ 3,8 bilhões em debêntures emitidas pela empresa. Foi o maior lançamento incentivado de papéis do setor de infraestrutura já realizado no Brasil.

COP28
O clima está bom para o meio ambiente no BID
5/12/2023Informação que circulou agora há pouco entre membros do governo brasileiro que participam da COP28: Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, sinalizou uma expansão expressiva do BID Clima em 2024. Trata-se do programa recém-criado pela agência multilateral, que prevê recompensas a países pelo cumprimento de metas climáticas e ambientais. Em linhas gerais, o “cash back” se dará com um desconto de 5% sobre o valor de face de empréstimos contraídos junto ao BID. Na primeira leva, o banco contemplará dez projetos-piloto em nove países, incluindo o Brasil, no valor total de US$ 1 bilhão. Essa cifra deverá ser duplicada em 2024.
Meio ambiente
BID irriga Amazônia com mais um empréstimo
1/12/2023O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), sob o comando de Ilan Goldfajn, tem sido um financiador regular da Amazônia. O Basa (Banco da Amazônia) negocia com a agência multilateral um empréstimo para projetos de bioeconomia e manejo sustentável na região. Recentemente, por meio de um acordo com o Banco do Brasil, o BID liberou cerca de US$ 250 milhões para o bioma amazônico.
Política
Ruralistas querem novo nome no Banco do Brasil
1/12/2023A bancada ruralista está tentando emplacar João Pinto Rabelo Junior na vice-presidência de agronegócio do Banco do Brasil, hoje ocupada por Luiz Gustavo Lage. Funcionário de carreira do BB, Rabelo já comandou a Pasta no governo Temer. Extremamente cobiçado, o cargo dá ao seu titular poder sobre um dos maiores orçamentos da República: só o Plano Safra 2023/24 soma R$ 240 bilhões.

Empresa
BB deve pedir à justiça republicação dos balanços da 123 Milhas
29/11/2023Credores da 123 Milhas, à frente o Banco do Brasil, pretendem exigir na Justiça que a empresa republique seus últimos cinco balanços. O objetivo é levantar possíveis irregularidades contábeis no período. Relatório técnico recém-concluído pela KPMG apontou inconsistências nas demonstrações financeiras que teriam permitido a distribuição indevida de R$ 44,4 milhões em dividendos aos acionistas no período entre 2020 e 2023. Procurado pelo RR, o Banco do Brasil disse que não comenta o assunto.

Futebol
SAF do Santos vai entrar em campo quase a fórceps
28/11/2023Grupos políticos de oposição pressionam o presidente do Santos, André Rueda, a dar a partida no projeto de criação da SAF. O assunto vai pegar fogo tão logo termine o Campeonato Brasileiro. Segundo o RR apurou, um banco de investimentos já está na porta da Vila Belmiro, pronto para tocar a operação. Rueda passou o ano dizendo que negociava uma parceria com a Qatar Sports Investments (QSI), dona do PSG, sem a necessidade de transformação do futebol em SAF. Nunca revelou como seria o modelo mágico e nem precisou, porque as conversas não avançaram.

Política
Mesmo longe, Dilma está perto de Jean Paul Prates
23/11/2023Empresa
Scania pisa fundo na venda de caminhões a gás no Brasil
23/11/2023A entrega de 100 caminhões movidos a biodiesel para a Amaggi é só a partida. A Scania lançou mão de uma agressiva estratégia comercial para tracionar as vendas do modelo 500 R 6×4 Super ao agronegócio. As negociações envolvem a garantia de financiamento do Scania Banco a taxas de juros próximas das oferecidas por bancos de fomento – BNDES, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia. Os caminhões a gás são a grande aposta da montadora sueca em seu processo de transição energética. Nas projeções da empresa, eles representarão 10% das suas vendas no Brasil até 2028. Ao contrário de concorrentes, a Scania se baseia na premissa de que ainda vai demorar para que o mercado de veículos pesados movidos a eletricidade amadureça no Brasil.

Energia
Brasil é rota obrigatória do Standard Bank em geração renovável
16/11/2023O sul-africano Standard Bank está prospectando ativos em energia renovável no Brasil. O RR apurou que emissários do banco sul-africano têm feito contato com dois grupos do setor que tocam empreendimentos em geração eólica e solar no Nordeste. O Brasil é peça relevante de um grande projeto global do banco, que pretende investir aproximadamente US$ 14 bilhões em transição energética até 2026.

Política
Ibaneis quer chutar “CPI do BRB” para longe
10/11/2023O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, entrou em campo para matar pela raiz a ameaça de uma “CPI do BRB”. Nos últimos dias, conversou diretamente com as principais lideranças da Câmara Legislativa do DF para desarmar a proposta. Só não conseguiu impedir a reunião fechada que o presidente do Banco Regional de Brasília, Paulo Henrique Costa, terá com os 24 deputados distritais na próxima segunda-feira. Costa foi “convidado” para explicar os termos da venda da carteira de consignado a aposentados e pensionistas para o Banco Pine e a Byx Capital. Outro polêmico são os contratos de patrocínio do BRB, em especial o acordo com o Flamengo. O banco estatal teve já perdeu quase meio bilhão de reais com a plataforma de empréstimos Nação BRBFla, criada em parceria com o clube.

Política externa
Brasil dá um tiro no pé ao dificultar exportações de armas
9/11/2023O controle de armas de fogo no Brasil é algo abilolado. Quando é bom para o país, prejudica-se a indústria; quando a circunstância é ruim, prejudica-se também. Há teses esquisitas. Por que a Polícia Federal é tão leniente na captura de armas de fora? Por que não faz um disclosure contábil do seu paiol? O que tem lá? Armas estrangeiras ou nacionais? Há uma incompreensão de que as três fabricantes existentes no país ganham dinheiro mesmo vendendo para o exterior.
A grana do armamento vem lá de fora. O que fica aqui dentro é proveniente de roubo de caminhões de entrega, arma velha herdada, furto de armas dos próprios policiais e a crescente demanda do “exército” das milícias e do tráfico. É claro que não é só isso. Mas é muito disso. Pois a política abilolada do governo, para variar, vai na mão inversa. Em um momento em que os bancos europeus aumentaram o financiamento para as indústrias de armas – não falta guerra, não falta cliente – notadamente os alemães, o Banco do Brasil suspendeu suas linhas de crédito.
O motivo seria um acordo com a ONU, que ninguém sabe, ninguém conhece, ninguém segue. A hora era de estimular a exportação de armas, com aumento ainda maior do controle dos artefatos. E botar os dólares no bolso. Imaginem se a Argentina tivesse essa condição. Com zero de moeda forte nas reservas, fabricaria até espingarda de rolha. O que é mais incrível é que a decisão final da indústria das armas foi tomada depois do mais democrático referendo da História do país. Era melhor conter essa tara legiferante e colocar balas, revólveres, pistolas e espingardas em um contêiner e mandar tudo lá para fora. A medida aumentaria o calibre da balança comercial.

Futebol
São Paulo sai a campo em busca de recursos para o Morumbi
8/11/2023O São Paulo procura parceiros para tirar do papel a reforma do Morumbi. Há conversas com um grande banco de investimentos, já presente nos gramados brasileiros. O clube também teria mantido contatos com a WTorre, mas, nesse caso, a tabelinha é mais difícil. A construtora deverá concentrar seus esforços na reconstrução da Vila Belmiro – o contrato com o Santos foi assinado em setembro.

Mercado
CTG Brasil estuda emissão de títulos ESG
7/11/2023A CTG Brasil, subsidiária da chinesa Three Gorges, estuda uma emissão de green bonds. Segundo o RR apurou, a empresa já tem feito sondagens junto a fundos e bancos de investimento internacionais. O lançamento de títulos verdes funcionaria como uma alternativa ao IPO. Desde o início do ano, o grupo de geração de energia já adiou por duas vezes a abertura de capital na B3.

Futebol
Libertadores vai jogar o valuation do Fluminense nas alturas
1/11/2023Se o Fluminense ganhar a Taça Libertadores, vai chover SAF em cima do clube. É que o Flu já entra em 2024 como uma das maiores agremiações em recebíveis do Brasil. O RR adianta que tem um banco paulista namorando a ideia.

Destaque
Banco do Brasil fecha o cerco aos acionistas da 123 Milhas
30/10/2023O Banco do Brasil, maior credor da 123 Milhas, está adotando uma postura agressiva no que diz respeito à recuperação judicial da empresa. Segundo o RR apurou, o BB vai pedir à Justiça para entrar como parte interessada na ação movida pelo Ministério Público de Minas Gerais que levou a 15ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte a determinar o bloqueio de R$ 900 milhões em bens dos sócios da companhia. Com esse movimento, o banco estatal fecha o cerco aos irmãos Ramiro Julio Soares Madureira e Augusto Julio Soares Madureira, aumentando a pressão no Judiciário para que o patrimônio pessoal de ambos eventualmente venha a ser utilizado para cobrir o passivo da empresa. Procurado, o Banco do Brasil disse que não comenta o assunto. O RR também encaminhou uma série de perguntas à 123 Milhas, mas não teve retorno até o fechamento desta matéria.
Em outro front, de acordo com a mesma fonte, o Banco do Brasil pretende questionar judicialmente a inclusão da recuperação judicial da Maxmilhas, pertencente aos mesmos investidores, no processo da 123 Milhas. O pedido de unificação, aceito pela Justiça, partiu dos próprios acionistas das duas companhias. Trata-se de um expediente previsto desde 2020, quando da mudança na Lei de Falências (nº 11.101). Na ocasião, a legislação tutelou alguns critérios de jurisprudência nas RJs, entre os quais a possibilidade de consolidação de processos distintos quando existe risco de contaminação entre empresas de um mesmo grupo econômico. Esse instrumento é motivo de polêmica entre os próprios juristas. Há companhias que se aproveitariam desse expediente legal para confundir credores. Em alguns casos, o passivo de uma empresa acaba por afetar o da outra, dificultando o pagamento das dívidas.
A posição do Banco do Brasil traz um grau de tensão adicional ao processo de recuperação judicial da 123 Milhas e Maxmilhas, que somam mais de R$ 2,6 bilhões em dívidas. O banco estatal é, ao mesmo tempo, o maior credor individual da 123 Milhas, com R$ 74,3 milhões a receber, e da Maxmilhas, com créditos de R$ 18,9 milhões.

Destaque
G20 aumenta a tensão do governo com o crime no Rio de Janeiro
26/10/2023As discussões no governo federal sobre os ataques criminosos no Rio de Janeiro não estão circunscritas às áreas da Justiça e Segurança e de Defesa. O tema transbordou para o âmbito da Comissão Nacional para a Coordenação da Presidência do G20, comandada pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira – da qual fazem parte ainda diversos outros ministros e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Há dois níveis de apreensão.
No aspecto reputacional, o que preocupa é a repercussão internacional da onda de violência no Rio a pouco mais de um ano do encontro do G20 na capital fluminense, em novembro de 2024. Existe o receio de uma repetição dos ataques no curto prazo, o que desmoralizaria o aparelho de segurança do Brasil, seja na esfera estadual ou federal. Ao mesmo tempo, os graves episódios da última segunda-feira, quando 35 ônibus e um trem foram queimados por criminosos, aumentam a tensão em torno do esquema de segurança que será montado para os sucessivos eventos oficiais do G20 programados para o ano que vem.
O momento crucial é a reunião de cúpula, com a presença na cidade dos chefes de Estado das 19 maiores economias do mundo e de altas autoridades da União Europeia. O temor é que o crime organizado aproveite as circunstâncias e a visibilidade global para dar uma demonstração de poder, com atos de violência no Rio durante o encontro dos líderes mundiais.
O governo dispõe de dados que permitem medir um pouco da temperatura no exterior em relação aos atos criminosos no Rio de Janeiro. A Secom vem monitorando o impacto que a violência na cidade tem na mídia internacional. Levantamento realizado a partir de uma base com mais de 614 mil veículos estrangeiros apontou, entre a noite da última segunda-feira e o início da tarde de hoje, 1.252 menções vinculando o Rio de Janeiro à criminalidade.
Os termos mais utilizados foram “mortes” e “homicídios” (427 registros), milícias (295) e violência (207). Ressalte-se que este é um recorte inferior a 48 horas. O mesmo trabalho de mineração traz outros indicadores ainda mais expressivos.
Considerando-se a mesma base, ao longo deste ano os veículos internacionais já publicaram 48.023 citações sobre o Rio associadas ao crime. Para se ter uma melhor noção do que representa, esse número corresponde a 39,8% da soma de todas as menções às outras 26 capitais do Brasil relacionadas à segurança pública (120.448). Destrinchando-se o mapeamento é possível observar as expressões mais associadas ao Rio.
Desde janeiro, são 25.418 referências vinculadas aos termos “homicídios” e “assassinatos”. Há 12.183 menções com a expressão “violência”. Além de 3.623 registros alusivos a “crime organizado” e “milícias”.
Em meio às conversas transversais entre diferentes áreas do governo, Lula adota manobras diversionistas, tentando ganhar tempo até encontrar medidas mais efetivas contra à crise na segurança pública. O primeiro movimento foi o envio de uma segunda leva de integrantes da Força Nacional de Segurança (FNS), uma solução que nada soluciona. No total, são 300 agentes, ou seja, na média um único homem para cada 25 quilômetros quadrados da Região Metropolitana do Rio. Outro balão de ensaio, que de tão usado por seus antecessores mal sai do chão, é o ressurgimento da proposta de criação do Ministério da Segurança Pública – ideia que já passou pelas gestões de Michel Temer, de Jair Bolsonaro e pela campanha eleitoral do próprio Lula.
Não passa de mais um truque de prestidigitação retórica para desviar o foco da plateia. Difícil achar uma saída que não passe por um movimento mais radical: muito provavelmente, a questão vai cair, mais uma vez, no colo dos militares.
Entre auxiliares próximos a Lula, existem vozes que defendem a intervenção federal como única medida possível para o enfrentamento do crime organizado no Rio de Janeiro. Há, inclusive, quem pondere que o envio de tropas das Forças Armadas para o Rio deveria ser feito logo agora, o mais longe possível de novembro de 2024, de forma a descolar a ação militar da reunião do G20. No entanto, independentemente do timing, Lula rechaça a ideia. Na última terça-feira, em entrevista, negou a intenção de decretar intervenção no Rio.
A recusa se deve a motivos óbvios: o presidente resiste a repetir Michel Temer e levar para dentro do Palácio do Planalto a responsabilidade pela crise na segurança pública, em última instância algo que compete aos governos estaduais.
Do ponto de vista político, os riscos são muito maiores do que o ganho potencial. Que o diga o próprio Temer. Durante a intervenção federal de 2018 no Rio, muitos dos índices de criminalidade regrediram. Mas os efeitos benéficos duraram pouco. Alguns meses após os militares se retirarem das ruas, os números voltaram ao patamar antigo.
É mais um motivo que pesa na balança e contribui para a resistência de Lula. Se 2018 deixou uma lição é que os oito meses de intervenção federal do governo Temer no Rio serviram apenas para varrer um pouco da poeira na superfície. Para ter de fato um impacto profundo, o Exército teria de permanecer um longo tempo à frente da segurança pública no Rio.
Em meio a pressões da opinião pública, assessores políticos do presidente Lula já monitoram também cobranças políticas, notadamente do Congresso, para a adoção de medidas mais duras e de caráter estrutural. Além de ações para a área de segurança stricto sensu, os ataques criminosos do início da semana fizeram recrudescer entre os parlamentares discussões em torno da proposta de que o Rio de Janeiro volte a ter o status de capital federal, coexistindo com Brasília. Em 2020, o então deputado federal bolsonarista Daniel Silveira chegou a divulgar a minuta de uma PEC sobre o tema. Mas o projeto não foi protocolado na Câmara. Diante das circunstâncias, o tema reaparece, mais atual e premente do que nunca. Seria uma medida de efeito reparador, na tentativa de fechar as chagas abertas com a transferência da capital. Foi um ato de violência do qual o Rio jamais se recuperou.

Empresa
Placa de “vende-se” está pendurada na porta da Ri Happy
26/10/2023O Carlyle procura um comprador para a Ri Happy, a maior rede de lojas de brinquedos do Brasil. Segundo o RR apurou, a decisão pela venda da empresa já teria sido levada ao conhecimento dos principais credores, notadamente Santander, Banco do Brasil e BV – o trio concentra 75% do passivo da companhia. De acordo com a mesma fonte, a Starboard Partners, contratada para conduzir a renegociação do passivo da Ri Happy, também assessora o Carlyle na venda da rede varejista. Recentemente, a gestora norte-americana fez dois movimentos fundamentais para arrumar a casa e, ato contínuo, colocá-la à venda.
O primeiro deles foi o aporte de capital de R$ 75 milhões. O segundo, o acordo fechado com os bancos credores para a repactuação de R$ 289 milhões em dívidas. Santander, BB e BV tiveram um papel determinante para aliviar o garrote sobre a Ri Happy, ao aceitar um prazo de carência de um ano para o pagamento dos passivos. Os vencimentos foram postergados para o fim de 2027 e 2028. Consultados pelo RR, Carlyle e Starboard não se pronunciaram.
Em tempo: a crise financeira da Ri Happy – além do passivo, a empresa acumulou prejuízos de R$ 96 milhões nos últimos dois anos – é mais um revés do Carlyle no varejo brasileiro. O script é praticamente uma cópia do que ocorre na Tok & Stok: a gestora norte-americana teve de fazer uma capitalização emergencial de R$ 100 milhões e enfrentou uma dura negociação com os bancos credores para o alongamento da dívida.
Infraestrutura
BNDES garante o “asfalto financeiro” para ponte entre Brasil e Bolívia
24/10/2023Segundo o RR apurou, o governo brasileiro confirmou às autoridades bolivianas que o BNDES vai financiar a construção da ponte entre a cidade de Guayaramerín e Guajará-Mirim (RO). A informação foi transmitida pelo Itamaraty na semana passada. O banco de fomento deverá entrar com a maior parte dos US$ 52 milhões necessários para a obra.
O DNIT pretende publicar o edital até a primeira semana de novembro. A obra consiste em apenas 1,2 quilômetro de pista, mas o suficiente para abrir um novo corredor logístico aos exportadores brasileiros, notadamente para o escoamento de produtos da Região Norte para Bolívia, Peru e Chile. Trata-se de uma pendência bilateral centenária. A construção da ponte está prevista desde o Tratado de Petrópolis, em 1903, quando da anexação do Acre pelo Brasil.

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É proibido proibir: Banco do Brasil volta atrás e mantém crédito para o tabaco
20/10/2023A pressão do agronegócio não tardou e tampouco falhou. O Banco do Brasil voltou atrás e reverteu a decisão que havia tomado na última terça-feira, quando homologou um acordo com a ONU em que se comprometia a não liberar crédito para a produção de tabaco – informação antecipada ontem pelo RR. Prevaleceu o argumento de que a medida teria um impacto expressivo sobre a agricultura familiar. Conforme o RR destacou, são mais de 70 mil famílias no Brasil diretamente envolvidas com a cultura do tabaco. O recuo do BB deixa no ar um sinal de fumaça: o episódio só reforça a dificuldade que o governo terá para impor o imposto do pecado, que mira, sobretudo, no cigarro e na bebida. Se o argumento da agricultura familiar vale para o Banco do Brasil por que não valeria também para brecar o novo tributo, um gravame que terá impacto sobre toda a cadeia de produção da indústria tabagista?

Economia
Banco do Brasil cria zonas esfumaçadas no agronegócio e nas armas
19/10/2023O Conselho do Banco do Brasil homologou na última terça-feira um acordo firmado com a ONU que proíbe a liberação de crédito para tabaco e armas e munições. A decisão vai na contramão do mundo inteiro. No caso do fumo, o grande problema é o impacto da medida sobre o Rio Grande do Sul, que responde por mais de 40% da produção nacional. O plantio representa muito para a economia local, para não falar do seu forte aspecto social: são quase 70 mil famílias que atuam na cultura do tabaco. Com relação às armas, o Banco do Brasil ignora as vantagens conjunturais das exportações para a balança comercial. O mar não está para peixe, mas, sim, para munição, pistolas e metralhadoras. Com os conflitos em curso na Europa e no Oriente Médio, o mercado está extremamente comprador desses artefatos. Parece que só o BB não vê.

Destaque
Iveco corre contra o relógio para colocar seus blindados na Argentina
19/10/2023Às vésperas das eleições presidenciais na Argentina, uma negociação comercial com o país vizinho agita os bastidores nas áreas diplomática e militar. A Iveco mantém gestões junto ao governo, notadamente ao ministro da Defesa, José Múcio, para que o Brasil feche até o fim de novembro os termos da venda dos blindados Guarani produzidos em Sete Lagoas (MG) ao Exército argentino. Por termos, entenda-se, principalmente, o financiamento do BNDES, condição fundamental para que a Argentina consiga sacramentar o pedido.
Segundo o RR apurou, na tentativa de viabilizar a operação, a companhia e o próprio governo brasileiro já trabalham com a hipótese de uma cisão na encomenda. Nesse caso, o banco financiaria uma primeira tranche, envolvendo a venda de metade dos 161 veículos previstos originalmente – o que significaria um contrato da ordem de R$ 1 bilhão.
O timing é fundamental. A negociação está diretamente ligada ao pleito do próximo dia 22, na Argentina. A Iveco tenta criar um fato consumado, um hedge para o caso do oposicionista Javier Milei vencer as eleições. Durante a campanha, o candidato de extrema direita tem repetido que vai aumentar consideravelmente os gastos na área de Defesa.
Fala, inclusive, em retornar a níveis de 30 anos atrás, quando o país investia quase 2,5% do PIB no setor – hoje, esse índice não passa de 0,8%. No entanto, em relação especificamente ao projeto de compra dos novos blindados para o Exército, Milei é uma incógnita. Até agora, não deu pistas do que pretende fazer.
O risco é que, uma vez eleito, ele enxergue a operação mais seu fardamento político do que militar. O negócio ficou razoavelmente carimbado como um acordo entre Lula e Alberto Fernandez, sobretudo pela garantia de financiamento do BNDES.
As tratativas para o fechamento do contrato são complexas. Passam não apenas pela Iveco, fabricante dos blindados, e também por canais diplomáticos e militares entre os dois países. O Exército brasileiro está diretamente envolvido nas negociações.
Em maio, o próprio comandante da Força, general Tomás Miguel Paiva, esteve em Buenos Aires, quando teria tratado do assunto com o seu congênere argentino, o general Guilherme Pereda. Além de trabalhar por uma operação importante para a indústria de defesa brasileira, o Exército tem um interesse especial no acordo: detentor dos direitos sobre o Guarani, a instituição pode arrecadar até R$ 140 milhões em royalties caso os 161 veículos sejam vendidos.
Em tempo: há ainda um componente adicional nesse enredo. Na leitura da Iveco, o governo Lula tem um “débito” para honrar. Em julho deste ano, o Departamento de Assuntos Estratégicos, de Defesa e de Desarmamento do Itamaraty vetou a negociação de 450 viaturas Guarani para a Ucrânia. Os veículos seriam transformados em ambulâncias blindadas.
Até hoje, as razões para a decisão não foram esclarecidas pelo governo brasileiro. A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados já requereu ao Itamaraty que explique os motivos do veto. O fato é que a Iveco viu escapar um contrato que poderia chegar a R$ 3,5 bilhões.

Finanças
O chairman da “digitalização” no Banco do Brasil
17/10/2023A nomeação do secretário-executivo da Fazenda, Dario Carnevalli Durigan, para a presidência do Conselho do Banco do Brasil vai além da função protocolar de representante da União e do próprio ministro Fernando Haddad no board. Durigan deverá ter um papel relevante na discussão de novas estratégias do BB para a para a área digital. O braço de direito de Haddad entende do riscado. Durigan foi diretor do WhatsApp em 2020, exatamente o ano em que o aplicativo lançou seu sistema de pagamentos e transferências no Brasil. Até o momento, o BB tem apostado mais na tática do “comprar pronto”, leia-se investimentos em startups da área financeira. Em menos de um ano, o banco estatal adquiriu participações na Pagaleve, fintech especializada em soluções de pagamento, na Yorus Bank, banco digital voltado a menores de 18 anos, e na Bitfy, da área de blockchain.

Infraestrutura
O trem-bala pode reencontrar sua “maquinista”
16/10/2023O trem-bala entre Rio e São Paulo não conseguiu assento no “Novo PAC”, mas continua no radar do governo. Renan Filho, ministro dos Transportes, e Bernardo Figueiredo, CEO da TAV Brasil – a estatal responsável pelo empreendimento – pretendem buscar o apoio de agências de fomento multilaterais para garantir o financiamento de parte do projeto, orçado em R$ 50 bilhões. Uma parada obrigatória é o chamado “Banco dos Brics”. Lá está aquela que talvez tenha sido a maior entusiasta do trem-bala, a ex-presidente Dilma Rousseff, hoje no comando do NDB (Novo Banco de Desenvolvimento). Quase todo o projeto foi desenvolvido no governo Dilma, quando o próprio Figueiredo comandava a EPL (Empresa de Planejamento Logístico).

Mercado
BTG monta fundo de investimentos lastreado em nova liga de futebol
16/10/2023O BTG estuda a criação de um fundo de investimentos atrelado à Libra (Liga Brasileira de Futebol). Entre os ativos estariam os direitos comerciais, notadamente publicidade e contratos de direitos de transmissão, dos 17 clubes que compõem a Liga, entre os quais Flamengo e Corinthians. Ao lado da Kodajás Sports Kapital, o BTG é um dos advisers da criação da Liga, que tem o Mubadala como o seu maior investidor.
- O novo fundo, ressalte-se, é mais um capítulo da disputa particular entre o banco de André Esteves e a XP por negócios relacionados ao futebol. Esta última joga com a camisa da LFF (Liga Forte do Futebol). A XP já anunciou a criação de um fundo similar e pretende captar no mercado R$ 800 milhões para investimentos nos 18 clubes integrantes da LFF e mais as quatro SAFs com as quais já fechou acordo para a compra de 20% dos direitos comerciais por 50 anos (Botafogo, Coritiba, Cruzeiro e Vasco). Procurado pelo RR, o BTG não quis se manifestar.
Empresa
Intercement negocia mais um perdão com seus credores
16/10/2023A Intercement deverá pedir um novo waiver a seus credores. O braço cimenteiro da Mover (a antiga Camargo Corrêa) sinalizou aos debenturistas a necessidade de adiar para 2024 o vencimento dos títulos. Já teria a concordância do Banco do Brasil, um dos principais detentores dos papéis. O prazo para o pagamento tem sido sucessivamente postergado: já passou de 8 de junho para 8 de setembro e, mais recentemente, para 8 de dezembro. São cerca de R$ 570 milhões em debêntures. A Intercement tenta ganhar tempo para fazer caixa. A empresa contratou o BTG para conduzir a venda de mais ativos no Brasil e na Argentina, leia-se a subsidiária Loma Negra. A cimenteira já acertou a negociação de três fábricas de concreto para a Votorantim, mas os recursos ainda não caíram na sua conta. Consultados pelo RR, Intercement e Banco do Brasil não quiseram se manifestar.

Política
PSD quer mandar no agronegócio do Banco do Brasil
10/10/2023O PSD, de Gilberto Kassab e Rodrigo Pacheco, entrou na disputa por uma cadeira no Banco do Brasil. O partido trabalha pela indicação de Gustavo Junqueira para a vice-presidência de Agronegócio, dona de um orçamento de fazer inveja a muitos estados e à maior parte dos municípios brasileiros. A área é a responsável pelo Plano Safra, ou verbas de R$ 240 bilhões a valores de 2023. Junqueira foi presidente da Invest-SP e atualmente é conselheiro da Sociedade Rural Brasileira, entidade que já comandou. Em 2016, no governo Temer, o PSD também tentou emplacar seu nome na diretoria do Banco do Brasil, sem sucesso.

Destaque
Governo estuda usar BNDES e Petrobras como “avalistas” dos green bonds brasileiros
9/10/2023O governo reserva um papel importante para o BNDES e a Petrobras no lançamento de títulos verdes já anunciado pelo ministro Fernando Haddad. A ideia em discussão na equipe econômica é usar o banco de fomento e a petroleira para garantir a emissão na Bolsa de Nova York, estimada em R$ 10 bilhões pela própria Pasta da Fazenda. BNDES e Petrobras entrariam comprando parte dos títulos, como forma de estimular a demanda e assegurar a colocação dos green bonds.
Seria quase uma operação de tesouraria soberana. As duas estatais funcionariam como uma espécie de avalistas do lançamento, em um gesto eivado de simbolismo. Ao investir nos papéis, as duas estatais, ou seja, o próprio governo afiançaria os títulos soberanos com selo ESG. Seria a União comprando a União. De quebra, BNDES e Petrobras colocariam em sua carteira papéis com um razoável potencial de rentabilidade.
A petroleira, ressalte-se, tem em tesouraria cerca de R$ 4,7 bilhões em títulos públicos. Já o BNDES é um tradicional financiador da União: carrega em carteira aproximadamente R$ 66 bilhões em papéis emitidos pelo Tesouro.
A medida é vista na equipe econômico como um “seguro emissão” ou algo que o valha. A necessidade do BNDES e da Petrobras entrarem ou não na operação e o volume de títulos adquiridos por ambos dependeriam da procura pelos papéis. O cuidado é mais do que justificável. Haddad e seus assessores tratam esse primeiro lançamento de green bonds do Tesouro fundamental, quando não determinante para o êxito de futuras operações similares. Conforme o RR já informou, a equipe econômica já tem planos de lançar outras duas tranches de títulos ESG: uma voltada à Europa e outra especificamente para o que seria um sindicato de fundos soberanos do Oriente Médio. A equipe econômica considera o lançamento dos bônus verdes como uma de suas iniciativas mais relevantes, algo capaz de mudar o patamar do Brasil na captação de recursos internacionais. O objetivo é engendrar um mercado permanente, com potencial de resiliência, que permita emissões com alguma regularidade.

Política
Com Haddad, está quase tudo dominado
6/10/2023A Faria Lima não comprou Lula. Nem vai comprar. Mas votaria em Fernando Haddad se ele trocasse de partido. Mesmo achando que a mistura de ortodoxia e heterodoxia econômica tem uma combinação maior do que a recomendável – o mercado sempre quer no mínimo uma pitada a mais de ortodoxia –, a política econômica está sendo bem aceita pelas instituições financeiras, conforme o RR apurou junto a três executivos do alto escalão dos seus respectivos bancos. Há senões. A insuficiência do corte de gastos para equilibrar o arcabouço fiscal, todo centrado na receita do governo, é um desses senões. A reforma tributária da renda, a que mexe com dividendos, redução do imposto de renda para pessoa física e aumento para empresas, taxação dos juros sobre capital próprio e etc são outros. No entanto, o que mais incomoda a banca é o timing. Os executivos acham que o governo Lula e, mais especificamente, Fernando Haddad se perdem em negociações muito longas de medidas econômicas que existem presteza.
O arcabouço, por exemplo, que chegou a ser festejado pela bolsa e pelo mercado de câmbio, não foi aprovado ainda. A reforma tributária, que está no Congresso há quatro anos e no início do governo Lula estava pronta para ser aprovada, ainda vem sendo revolvida por comissões e lideranças do Congresso. A disputa sobre quem perderá seus gravetos no inevitável rouba-montinho sobre o resultado das empresas – um arcabouço construído sobre a arrecadação exige que alguém pague mais – interessa menos à Faria Lima, mas está sendo acompanhada com atenção.
Fora uma ou outra lacuna menos expressiva, Haddad faz muito do que Paulo Guedes fez e faria. A principal diferença não é nem a miríade de medidas liberais que o ex-ministro tentaria emplacar, como a privatização, mas que Guedes achava que o Brasil não cabia nas suas necessidades e o governo Lula pensa o contrário. A conjuntura, se não vai muito bem, vai muito razoável. A questão dos juros, que deixava a Faria Lima com os nervos à flor da pele, já está resolvida. Já se sabe o quanto as taxas devem cair neste ano (1 pp a 1,5 pp, chegando a uma Selic entre 10% e 11%). Já está devidamente digerida a estratégia de que os juros podem cair menos do que se previa, ou seja, taxas “menos baixas” não receberão o ataque do governo. A relação entre Roberto Campos Neto e o Palácio do Planalto virou um namoro – o RR já publicou que Campos Neto é candidato e permanecer no cargo, em novembro de 2024. A inflação pode dar um ou outro repique, mas não sobe ao patamar de 5%. O desemprego, que está em 8%, pode chegar a 7% até o fim do ano. O PIB cresce bem em relação às previsões. Vai a 3% neste ano – no início de 2023, a projeção era de 1% – e pode passar um pouco desse índice, sem que o mercado acuse pressão inflacionária com o crescimento da economia. Está sendo construído com parcimônia o monte de dinheiro que o governo vai jogar na economia – BNDES, estatais, orçamento da União, corte de incentivos, fundos do exterior etc.
Que o governo vai gastar mais é líquido e certo. A emenda constitucional do arcabouço prevê aumento de despesa todo ano. Talvez a lentidão nas negociações com o Centrão e outros grupos de interesse tenha a ver também com a conta dos recursos a serem investidos. Lula quer garantir o PIB, que é um grande formador de expectativas no modelo de política econômica do seu governo. A nomeação do novo presidente da CEF, partilha de ministérios, dinheiro a ser distribuído para parlamentares gastarem aqui e acolá, tudo estaria na dependência do total dos dízimos a serem pagos aos mercadores do templo. É preciso ver quanto vai se dispender com os “emolumentos” para calcular os recursos que irão sobrar para fazer a economia crescer mais neste ano e, principalmente, no próximo. O fato é que, na aurora de 2023, quando os mais otimistas ficavam com um crescimento do PIB entre 0,5% e 1,5%, o RR dobrou a estimativa para 3%. Pois bem, a previsão já está dada como certa. Para 2024, o mercado não chega a 2%. O RR repete sua previsão de 3%. Quem quer fazer uma aposta?
O enigma, verdade seja dita, tem muito do fiscal. Só que o mercado acredita que o espaço para aumento de receita não é suficiente para fechar o resultado primário das contas públicas. A publicação considera o contrário. Entre cortes de incentivos, reonerações, dívidas transitadas e julgadas e outras judicializações, além do espaço enorme para medidas criativas, há dinheiro, sim, para se enquadrar nos limites do arcabouço e auferir uma receita adicional para aquecer a economia neste ano e em 2024. Um dos executivos consultados, contudo, considera que, se emplacar os bons índices de 2023 em 2024, arrumar um bocado o lado fiscal e conseguir fazer a reforma administrativa, Lula já garantiu números positivos até o fim do governo. Só não acerta no milhar se a economia mundial entrar em uma espiral de crise. Mas aí, não só o governo Lula, mas todos perdem.

Mercado
Softbank não vê mais benefício algum na Dotz
6/10/2023O Softbank quer se desfazer de sua posição na Dotz, plataforma de benefícios. A ideia é vender a participação em bloco no mercado secundário. E digerir as perdas. O investimento na empresa brasileira é responsável por um amargo prejuízo na carteira do SoftBank Latin America Fund LP, o principal fundo do banco japonês na região. O venture capital entrou na Dotz em junho de 2021, como âncora do IPO da companhia. Na ocasião, o papel foi precificado a R$ 13,20. Ontem, fechou o pregão da B3 a R$ 1,12, uma queda de 91%. Por sinal, o SoftBank, maior investidor em venture capital do mundo, é um exemplo gritante da crise que atinge o segmento. No último ano fiscal, registrou um prejuízo de mais de US$ 4 bilhões

Destaque
Credores querem exumar balanços da Americanas até 2002
5/10/2023O escândalo contábil da Americanas pode ganhar uma proporção ainda maior, com consequências mais graves para a empresa e seus acionistas de referência na esfera criminal. Segundo o RR apurou, Santander e Safra se mobilizam para exigir judicialmente que a rede varejista reapresente suas demonstrações financeiras até 2002. De acordo com a mesma fonte, há indícios de que a Americanas começou a adotar a prática do “risco sacado” a partir desse período, ainda que de forma incipiente.
A exumação das contas da companhia nesse intervalo de duas décadas tornou-se um movimento essencial para atestar ou não a suspeita e, consequentemente, para a estratégia jurídica dos bancos. Os credores trabalham com a tese de que, enquanto não for comprovado o momento exato do início do ilícito – ou seja, quando a Americanas começou a fraudar seus balanços – o crime não prescreve. Guardadas as devidas proporções, é como nos casos em que há ocultação de um corpo.
Na jurisprudência consagrada pelo direito penal brasileiro para alguns desvios cometidos durante o período militar, o crime de ocultação de corpos é considerado permanente, isto é, a prescrição somente começaria a fluir depois que o cadáver fosse encontrado. O direito criminal, ressalte-se, não pode julgar por analogia. Porém, advogados ligados ao caso cogitam lançar mão de tal equivalência. E uma das estratégias jurídicas por trás da exigência é a republicação dos antigos balanços da Americanas.
Em uma livre comparação, enquanto não aparecer o “cadáver” – ou seja, o momento em que a empresa passou a usar o risco sacado e consequentemente a fraudar suas demonstrações financeiras -, o crime não seria passível de prescrição. Ou seja: o caso não acaba enquanto não for resolvida a investigação contábil. O objetivo dos credores é evitar que a Americanas e seus sócios de referência, Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, consigam se livrar dos processos criminais. Procurada, a rede varejista não quis se pronunciar. Santander e Safra também não se manifestaram.
Há uma intrincada construção jurídica que está sendo feita neste momento pelos credores, a partir da investigação das antigas demonstrações contábeis da Americanas. A ofensiva do Santander e do Safra, à qual outros bancos ainda poderão aderir – se deve, em grande parte, à demora da própria empresa em examinar e averiguar suas demonstrações financeiras passadas. Até o momento, passados oito meses da revelação da fraude contábil, a companhia não republicou seu balanço de 2021, conforme havia se comprometido junto aos credores.
Tampouco divulgou seus resultados de 2022. A retificação das demonstrações financeiras é um processo chave, que pode ter grandes consequências no âmbito administrativo (CVM) e nas esferas cível e criminal.
A comprovação de fraude colocaria em xeque as contas aprovadas e, potencialmente, a legitimidade dos dividendos distribuídos a partir de lucros apurados a partir do uso de contabilidade criativa. Ou seja: caso a irregularidade contábil seja identificada, os credores poderão pedir na Justiça que os acionistas que receberam indevidamente dividendos restituam a companhia da participação nos lucros. Cabe enfatizar que a Lei de Recuperação Judicial não possui dispositivo específico determinando a devolução de dividendos distribuídos antes da recuperação judicial, ainda que baseados em lucros artificiais.
De acordo a própria Lei das S/A, em seu artigo 134 §3º, a aprovação sem ressalvas das contas pela Assembleia significa que os acionistas concordaram com as demonstrações apresentadas pelos administradores, dando a eles quitação e exonerando-os de eventual responsabilidade futura. É o chamado quitus, ato irrevogável e irretratável. Há uma única exceção, prevista no mesmo artigo: quando constado “erro, dolo, fraude ou simulação”, o que seria o caso da Americanas. No entanto, de acordo também com a Lei das S/A, em seu artigo 286, a ação para anular deliberações em assembleia geral decairia em dois anos. Ou seja: a rigor, os credores ou mesmo acionistas da Americanas só poderiam pedir a anulação das assembleias – e, consequentemente, da aprovação das demonstrações financeiras – até 2021. É pouco. Os bancos querem ir muito mais longe. Têm evidências de que devem ir muito mais longe.
Segundo o advogado Matheus Sousa Ramalho, especializado em litígios empresariais e presidente da Comissão de Assuntos Legislativos da OAB-RJ, alguns credores já estão se movimentado para anular a aprovação das contas da companhia como forma de viabilizar pedidos de restituição dos dividendos potencialmente distribuídos indevidamente. De acordo com Ramalho, a eventual republicação dos balanços e a consequente confirmação de que a contabilização correta da dívida financeira reverteria o resultado apurado teriam importantes implicações práticas.
Abririam uma brecha para que os credores burlassem o quitus e pleiteassem a devolução de dividendos distribuídos indevidamente referente a exercícios anteriores a 2021.
LEIA AINDA HOJE NO RR: Os balões de ensaio de Lemann e cia. para desviar o foco da Americanas
Justiça
STF mergulha nas relações entre o general Lourena Cid e o BB Americas
5/10/2023Segundo uma fonte do STF, o ministro Alexandre de Moraes pretende convocar para depoimento executivos do Banco do Brasil Americas que tiveram quatro reuniões com o general Mauro Cesar de Lourena Cid, quando este chefiava o escritório da Apex em Miami. Entre eles está João Fruet, então CEO da subsidiária do BB, que se encontrou com o militar em dezembro do ano passado. Pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, o general da reserva tem uma conta no BB Americas investigada peplo STF por suspeitas de lavagem de dinheiro.

Contencioso
Disputa judicial entre Lalamove e Vuxx vai além das fronteiras brasileiras
3/10/2023O RR apurou que a Lalamove, startup de entregas com sede em Hong Kong, pretende acionar a brasileira Vuxx em uma Corte internacional. Seria uma estratégia na tentativa de enfraquecer a oponente e, de quebra, criar uma manobra diversionista em relação ao litígio na Justiça do Brasil, mais precisamente na 1ª Vara Empresarial do Tribunal de São Paulo. O caso é rumoroso e agita o mercado de startups no Brasil.
A Lalamove é acusada de ter se apropriado indevidamente de um banco de dados sigiloso da Vuxx, com informações corporativas e de clientes. Onde está Vuxx, leia-se a gigante do delivery Rappi, que comprou a plataforma no ano passado e conduz a ofensiva judicial contra os asiáticos. A Lalamove já recebeu uma sentença desfavorável em primeira instância: a 1ª Vara Empresarial julgou procedente o pedido de indenização feito pela startup brasileira.
O que reforça a sua estratégia de arrastar o caso para um tribunal internacional. O contencioso e a acusação pegam a Lalamove em um momento sensível: sua holding está no meio do processo de abertura de capital na Bolsa de Hong Kong, uma operação que poderá movimentar cerca de US$ 1 bilhão. Consultada pelo RR, a Lalamove disse que “Referente à recente decisão da justiça brasileira em relação ao caso envolvendo a Vuxx, a empresa reitera sua posição de que não utiliza qualquer tipo de informação confidencial de terceiros em suas operações.”
A companhia afirmou que segue “cooperando totalmente com as autoridades legais neste processo, na expectativa de que a verdade seja revelada.” Diz ainda que “a sentença não é definitiva e, respeitando o sigilo do processo, informa que irá recorrer às instâncias cabíveis.” Perguntada sobre a estratégia de abrir um processo internacional, a Lalamove não se manifestou. Também procurada, a Vuxx não se pronunciou até o fechamento desta matéria.

Política
Ciro Nogueira só pensa dentro da Caixa
3/10/2023O PP que diz que não é governo entrou firme na disputa por cargos na Caixa Econômica. Ontem, no fim da tarde, corria em Brasília a informação de que o senador Ciro Nogueira, ex-ministro de Jair Bolsonaro, trabalha junto à articulação política do Palácio do Planalto para ocupar as vice-presidências de Governo e de Negócios de Varejo do banco. Um dos nomes colocados na mesa é o de Marcelo Lopes da Ponte, que presidiu o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) em 2022, no último ano de mandato de Bolsonaro.
Ponte é unha e carne com Nogueira. Foi chefe de gabinete do ex-ministro no Senado. E seu filho, Marcelo Henrique Ponte, integra o time de assessores do ex-ministro da Casa Civil. Em tempo: ressalte-se que Ciro Nogueira também pode aterrissar um dos seus na própria presidência da Caixa, neste caso em uma espécie de code share com Arthur Lira.
Gilberto Occhi, um dos cotados para assumir o comando do banco, é considerado um personagem bivolt dentro do PP: opera tanto na faixa de tensão de Nogueira quanto de Lira.

Destaque
Ameaça de take over paira sobre as negociações entre Petz e Cobasi
29/09/2023As negociações para o M&A entre a Petz e a Cobasi, as duas maiores redes de pet shops do Brasil, se transformaram em um jogo de cão e gato. Nos bastidores, as tratativas têm sido marcadas por movimentos sinuosos e uma certa dose de tensão. Nas últimas semanas, segundo o RR apurou, as conversas esfriaram pelo lado da Cobasi.
Para todos os efeitos, o motivo seriam divergências em relação à participação societária dos atuais acionistas das duas empresas na futura companhia. A família Nassar, controladora da Cobasi, não abre mão de uma posição majoritária. Por sua vez, o empresário Sergio Zimerman, fundador, CEO e maior investidor individual da Petz, com 27,5%, reluta em ter sua fatia diluída.
No entanto, há outra questão que traz uma voltagem adicional às negociações. Na Petz, o temor é que o recuo da Cobasi não passe de um blefe, uma camuflagem. A preocupação de Zimerman é que a concorrente esteja ganhando tempo para preparar uma oferta hostil pela companhia em bolsa. Há circunstâncias que facilitariam essa investida.
A Petz tem o controle pulverizado em mercado. E seu estatuto não prevê pílula de veneno, o que a deixa em uma posição vulnerável para uma proposta não solicitada – apenas a título ilustrativo, seu valor de mercado hoje é de R$ 2,1 bilhões. Ou seja: no tal jogo de cão e gato, a própria Petz se vê na incômoda posição de possível caça.
Existe ainda um terceiro e importante ator neste enredo: a Kinea Investimentos. O braço de private equity do Itaú Unibanco, dono de 8% da Cobasi, é apontado no mercado como um dos principais artífices do M&A. A gestora tem participado ativamente das conversações. É mais um motivo de atenção para a Petz, que enxerga uma postura um tanto quanto dúbia na Kinea. O private equity tanto pode ser um facilitador da fusão, incluindo a hipótese de um aporte de recursos na nova empresa, como um aliado da Cobasi em uma eventual tentativa de aquisição hostil. Procuradas pelo RR, Petz e Kinea não quiseram se manifestar.
A Cobasi, por sua vez, diz que “apesar de ter havido no passado conversas entre as companhias, não houve evolução e interesse para um acordo.” Perguntada especificamente sobre uma possível oferta não requisitada pela Petz, a companhia não se pronunciou sobre o tema.
Entre sístoles e diástoles, as conversas entre a Petz e a Cobasi ocorrem desde o fim do ano passado, quando esta última comprou a Mundo Petz e acirrou a concorrência pela liderança do segmento. O que está em jogo é a criação de um grupo com mais de 450 lojas, faturamento anual próximo dos R4 5 bilhões e uma participação de 15% no mercado de pet shops. Para efeito de comparação, a Petlove, a concorrente mais próxima da dupla, ficaria a léguas de distância, com uma receita da ordem de R$ 1 bilhão.

Mercado
Venture capital de Pierre Omidyar abre o caixa no Brasil
28/09/2023O norte-americano Flourish Ventures prepara uma nova fornada de aportes em startups no Brasil. O fundo teria reservado cerca de US$ 50 milhões. Segundo o RR apurou, o primeiro investimento deve ser fechado em até duas semanas. O Flourish pertence ao empresário Pierre Omidyar, fundador do site de leilões eBay e dono de uma fortuna estimada em mais de US$ 10 bilhões. Com uma carteira em torno de meio bilhão de dólares, o fundo já aportou recursos em oito startups no Brasil, entre as quais o Banco Neon, Swap e Kamino. Desde o ano passado, o venture capital mantém uma representação em São Paulo, capitaneada pela colombiana Diana Narváez

Destaque
Valor Capital reduz seus investimentos em startups brasileiras
27/09/2023A Valor Capital Group está enxugando seus investimentos no Brasil. O RR apurou que a gestora pretende vender uma parcela expressiva de suas participações em startups brasileiras, notadamente investimentos feitos por meio do Valor Venture Fund I. De acordo com a mesma fonte, o venture capital teria decidido zerar suas posições na Gympass, Rocket Chat, Descomplica e Beep Saúde, entre outras empresas no país. Na Gympass, por exemplo, o Valor Capital foi um dos líderes do aporte de US$ 220 milhões.
No Descomplica, esteve à frente de uma das rodadas de capitalização, da ordem de US$ 82 milhões. O desmonte de parte da sua carteira no Brasil é consequência direta das perdas globais sofridas pelo Softbank. O banco japonês é o principal investidor do Valor Venture Fund I e já avisou que não vai aportar mais capital.
Ressalte-se que a Valor Capital Group e o Softbank estão umbilicalmente ligados. Ligados até demais. Há pouco mais de um mês, Paulo Passoni tornou-se sócio da gestora norte-americana, com o cargo de managing partner. Há informações no mercado de que a sua chegada foi mal-recebida por investidores da Valor Capital por conta do conflito de interesses.
Passoni foi sócio do Softbank e um dos principais responsáveis pelos aportes do banco japonês no Valor Venture Fund I. O RR fez seguidas tentativas de contato com a Valor Capital, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
Com ativos da ordem de US$ 2 bilhões, a Valor Capital Group já tem uma vinculação natural com o Brasil. Seu fundador é o diplomata Clifford Sobel, que foi embaixador dos Estados Unidos em Brasília entre 2006 e 2009. Ele administra a gestora ao lado do filho, Scott Sobel. Ao contrário de suas congêneres na área de venture capital, a Valor Capital opera mais como um family office do que no modelo convencional de partnership. A excessiva pessoalidade não tem sido bem-vista no mercado, o que vem dificultando a captação de novos recursos.

Destaque
Passagem da Merqueo pelo Brasil vira um litígio transnacional
26/09/2023A efêmera atuação da startup colombiana Merqueo no Brasil está prestes a se transformar em um contencioso internacional. O RR apurou que ex-funcionários da plataforma de delivery se mobilizam para acionar a empresa na Justiça da Colômbia. O objetivo seria cobrar diretamente da matriz o passivo trabalhista da finada operação brasileira.
A Merqueo encerrou suas atividades no país em julho, deixando para trás mais de uma centena de demitidos e uma dívida de R$ 12 milhões. Uma das hipóteses aventadas é incluir esses débitos no processo de recuperação empresarial da startup aberto na Câmara de Comércio de Bogotá. De acordo com um advogado que atua no caso, o primeiro passo deve ser o pedido de declaração da falência da companhia à Justiça brasileira. A abertura do chamado juízo falimentar teria o condão de acelerar o rito do processo junto ao Judiciário da Colômbia.
Os credores têm um trunfo a seu favor. O país vizinho adota em seu ordenamento jurídico a lei da UNCITRAL (Comissão das Nações Unidas para o Direito Comercial Internacional) sobre insolvência transnacional), mais precisamente no Título III (“De la Insolvencia Transfronteriza”) dos artigos 85 a 116 da Lei 1.116, de 27 de dezembro de 2006. O Brasil segue as mesmas regras para o tratamento de falências e recuperações empresariais com implicações transnacionais, o que abre caminho para a cooperação entre o Judiciário dos dois países. O RR fez seguidas tentativas de contato com a Merqueo, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
A Merqueo chegou ao Brasil, em julho de 2021, com o status de maior supermercado 100% digital da América Latina. A empresa empreendeu uma expansão internacional na região após captar quase US$ 90 milhões no mercado. Entre os seus investidores, figuram fundos internacionais – como o norte-americano Digital Bridge, e a o dinamarquês IDC Ventures – e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A entressafra global no mercado de venture capital atingiu duramente a companhia, que não conseguiu realizar uma nova capitalização. No Brasil, a empresa sucumbiu à competição com o Rappi e, sobretudo, o iFood, um dizimador de concorrentes – vide a saída do Uber Eatsdo país. Além do revés no mercado brasileiro, a Merqueo encerrou também suas atividades no México. A crise abalroou os planos de startup colombiana de fazer seu IPO na Bolsa de Nova York. A empresa chegou a entrar com o pedido, mas cancelou a operação no mês passado.

Política
Uma nova peça no quebra-cabeças da Caixa Econômica
22/09/2023O nome de Nelson Antônio de Souza tem sido repetidamente citado por Arthur Lira nas conversas para a montagem da nova diretoria da Caixa Econômica. É o nome do PP para a vice-presidência de Governo do banco, hoje ocupada por Marcelo de Paula Bonfim, ligado ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. O cargo é cobiçado pela gestão de programas públicos. São cerca de R$ 4 bilhões em recursos disponíveis neste ano. Ex-presidente da própria Caixa, Souza ocupa hoje o comando da Brasilcap, braço de capitalização do Banco do Brasil.

Empresa
123 Milhas prepara contra-ataque contra decisão judicial
21/09/2023O RR apurou que a 123 Milhas pretende entrar ainda hoje com um recurso na tentativa de derrubar a decisão da 21ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que suspendeu a tramitação do processo da recuperação judicial da empresa. A determinação, proferida ontem, atendeu a um agravo de instrumento do Banco do Brasil, maior credor da companhia. A decisão é provisória até o resultado da chamada constatação prévia da situação financeira da 123 Milhas. Para todos os efeitos, a Justiça manteve o “stay period”, o período de blindagem que impede a execução de dívidas. No entanto, a empresa teme que outra instância do Judiciário interprete o caso de forma diferente, abrindo brecha para a cobrança de passivos.

Finanças
A “fintech” WhatsApp lança novo sistema de pagamentos no Brasil
21/09/2023O RR apurou que o WhatsApp vai lançar seu serviço de pagamento para grandes empresas no Brasil até dezembro. Desde abril, o aplicativo já oferece um sistema semelhante para pequenas e médias corporações. Trata-se de um passo a mais na escalada da empresa na área financeira no país, iniciada há dois anos, quando o híbrido de plataforma de mensagens e fintech passou a permitir a transferência de dinheiro entre pessoas físicas. Ainda assim, apesar da base de 170 milhões de usuários no Brasil, o WhatsApp está longe de concorrer com os bancos ou mesmo com o Pix. No ano passado, o aplicativo somou 56 milhões de transações financeiras, o que representou uma nano-participação de 0,03% no total de operações realizadas no país.

Destaque
Governo embala medidas para estimular investimentos em eólicas offshore
19/09/2023Enquanto o marco regulatório não sai, o governo está quebrando a cabeça em busca de medidas para estimular investimentos em usinas eólicas offshore. Uma das propostas em discussão no Ministério de Minas e Energia é vincular a cessão das áreas a contratos de venda de energia de até 20 ou 30 anos, ancorados no mercado cativo. Ou seja: o investidor teria, já na partida, a garantia de compra do insumo por acordos de longo prazo e com o chamado preço definido, ou seja, fixado pela Aneel, regime no qual os consumidores não têm liberdade para negociação das tarifas.
Segundo estudos da área técnica do Ministério de Minas e Energia, as eólicas offshore em funcionamento no mundo somente atingiram seu breakeven entre 15 e 20 anos. Os contratos de longo prazo seriam uma maneira de assegurar o retorno do investimento. Outra medida que ganha corpo no governo é a participação direta do BNDES no financiamento dos projetos.
Uma das ideias é o uso de debentures incentivadas de infraestrutura. As empresas ou consórcios à frente dos projetos emitiriam os papéis com a garantia firme de que o banco de fomento ficaria com uma parcela mínima. Seria um considerável reforço, além das linhas de crédito já criadas pelo BNDES para financiar projetos em energia renovável, que somam até o momento algo em torno de R$ 15 bilhões.
Um dos maiores óbices à construção de eólicas em alto-mar é justamente o seu elevado custo. Para cada 1 GW de capacidade instalada, estima-se que é necessário um investimento da ordem de US$ 2,5 bilhões, mais de duas vezes maior valor exigido em usinas onshore.
As discussões dentro do governo vêm sendo conduzidas diretamente pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira – à frente também das articulações junto ao Congresso para a aprovação do marco regulatório das eólicas offshore ainda neste ano. Um dos principais colaboradores de Silveira na formulação de propostas para o setor é Mauricio Tolmasquim, gerente de Estratégia e Planejamento da Petrobras. Durante o período de transição, Tolmasquim foi quem elaborou boa parte das diretrizes do governo Lula para a área de transição energética.
Na Petrobras, é o executivo responsável pelos projetos para o segmento. A própria estatal, conforme já anunciado pelo governo, terá um forte papel como indutora de investimentos em energia renovável e, mais especificamente, em geração eólica offshore. Na semana passada, a empresa divulgou já ter protocolado junto ao Ibama estudos para licenciamento ambiental em dez projetos na costa brasileira, com capacidade somada de 23 GW.

Destaque
Ser Educacional quer gabaritar a prova na área de medicina
15/09/2023A Ser Educacional guarda a sete chaves um projeto com potencial de alavancar consideravelmente o valuation de seus negócios voltados à área de saúde. Trata-se da cisão dos seus cursos de medicina em uma nova empresa. Segundo o RR apurou, um grande banco de investimento brasileiro já estaria trabalhando na operação. O spin-off poderá abrir caminho para a capitalização do braço de medicina da Ser Educacional, seja por meio de uma oferta em bolsa, seja pela entrada direta de um investidor no negócio.
Neste último caso, seria um modelo similar ao da Inspirali, empresa que reúne as universidades de medicina da Ânima Educação e tem como sócia a DNA Capital, da família Bueno. A Ser Educacional, do empresário Janguiê Diniz, mira em um setor que atraído investimentos não só dos maiores grupos de educação do país, mas de grandes fundos internacionais. É o caso do Mubadala, que, no ano passado, comprou duas faculdades de medicina na Bahia. Consultada, a Ser Educacional não se manifestou.
Em 2022, os cursos de medicina responderam por aproximadamente 75% do Ebitda da Ser Educacional, que foi de R$ 290 milhões. A empresa opera com uma taxa de ocupação no segmento superior a 80% das vagas – nos demais cursos, a média é em torno de 60%. Nos últimos três anos, a participação da área no faturamento do grupo mais do que duplicou, chegando a 15% do total. Este número tende a dar um salto.
A Ser tem dez pedidos de liminares para a abertura de universidades de medicina, incluindo grandes mercados, como Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O enrosco judicial remete a uma decisão do governo Temer, em 2018, proibindo a criação de novos cursos na área por cinco anos. Desde então, diversos grupos do setor entraram na Justiça para derrubar o veto. A questão foi parar no Supremo. Em agosto, o ministro Gilmar Mendes decidiu que grupos que já tiveram liminares deferidas e as análises de documentos concluídas pelo MEC poderão seguir com o pedido de abertura de cursos de medicina. É o caso da Ser Educacional. Não por acaso, nos últimos 30 dias, a ação da empresa acumula uma alta de 10%.

Destaque
Herdeiras de Aloysio Faria avançam na venda de ativos do Grupo Alfa
14/09/2023Um dos maiores conglomerados empresariais do Brasil se foi junto com o seu criador. Gradativamente, as herdeiras de Aloysio Faria avançam no desmonte do Grupo Alfa. Após a venda da joia da coroa, o Banco Alfa, para o Safra, Lucia, Junia, Flavia, Claudia e Cristiane Faria estariam em busca de um comprador para mais dois negócios da família: o hotel Transamérica, de Comandatuba, e a Águas Prata. Segundo o RR apurou, a engarrafadora de água mineral já teria sido oferecida à Coca-Cola e ao Grupo Edson Queiroz, dono das marcas Minalba e Indaiá. No caso da Transamérica, a venda do hotel na Bahia é o último ato do desmonte do que já foi uma das maiores redes do setor no Brasil. Em outubro de 2021, menos de um ano após a morte de Aloysio Faria, o Alfa transferiu a gestão de 24 hotéis para a Atlantica Hospitality International. Dos dois empreendimentos restantes de propriedade do grupo, o mítico Transamérica de São Paulo foi desativado, e o terreno vendido para o BTG. Sobrou a unidade de Comandatuba, colocada agora sobre o balcão. Procurado pelo RR, o Grupo Alfa não se manifestou.
Historicamente, as cinco filhas de Aloysio Faria pouco ou nada se envolveram na gestão das empresas. Pouco depois da morte do patriarca, passaram a integrar uma espécie de conselho híbrido, ao lado de executivos profissionais, para decidir o destino dos negócios do clã. Ao que tudo indica, a decisão já está mais do que tomada. Além do Transamérica e da Águas Prata, as herdeiras de Faria já colocaram à venda a rede de material de construção C&C, empresa com faturamento superior a R$ 2 bilhões. Entre os ativos de maior valor do Alfa, ficaria faltando apenas a Agropalma, fabricante de biocombustível com receita na casa de R$ 2,5 bilhões. Talvez só uma questão de tempo

Empresa
Bayer e Citi despejam crédito no agronegócio
14/09/2023A Bayer e o Citi vão adubar sua parceria no crédito ao agronegócio. Segundo o RR apurou, a multinacional e o banco trabalham na criação de um segundo FIDC para financiar a cadeia de produção e distribuição de insumos agrícolas, no valor de R$ 1 bilhão. O primeiro fundo lançado pela dupla em março, no montante de R$ 600 milhões, atendeu a mais de 50 parceiros da Bayer no Brasil. O negócio vai crescer nas cifras e no modelo. O banco norte-americano tem planos de vender cotas do FIDC em mercado. Procurados, Bayer e Citi não quiseram se pronunciar

Destaque
BTG busca aliados para aumentar seu poder na Eneva
13/09/2023Há uma espécie de guerra fria na Eneva, protagonizada pelos Moreira Salles e por André Esteves, as duas forças antagonistas no controle da empresa. Segundo o RR apurou, o BTG Pactual tem buscado o apoio de outros investidores para montar um bloco de acionistas e, dessa forma, ampliar seu poder na companhia. Entre os minoritários capazes de fazer diferença na balança figuram nomes como o norte-americano The Vanguard Group e a gestora brasileira SPX Capital.
O que está em jogo é uma disputa do BTG contra a Cambuhy, veículo de investimento da família Moreira Salles. Em dezembro do ano passado, em um movimento cirúrgico no tabuleiro societário da Eneva, o clã fechou um acordo com três outros investidores: Dynamo, Atmos e Velt Partners. Com isso, a Cambuhy, dona de uma participação de 19,5% na Eneva, passou a liderar um bloco com poder de voto de 35,7%.
Foi um duro golpe para o BTG. A instituição financeira perdeu peso decisório na empresa, mesmo sendo ainda o maior acionista individual, com 27,3% – somadas sua participação direta e as ações em nome do Partners Alpha, ligado ao próprio banco. Agora, o BTG tenta dar o troco na mesma moeda, formando uma coalizão societária que lhe permita sobrepujar os Moreira Salles. Procurados, BTG e Cambuhy não se pronunciaram.
Há divergências entre BTG e Cambuhy no que diz respeito à gestão da Eneva, empresa que nasceu dos escombros da antiga MPX, de Eike Batista. Segundo informações apuradas pelo RR, o banco de André Esteves seria defensor de uma política mais agressiva de investimentos. Já os Moreira Salles estão na direção oposta.
Não abrem mão de uma estratégia conservadora, dando prioridade à redução do nível de alavancagem e à revisão do portfólio de ativos. Nesse segundo quesito, uma operação em específico teria acirrado ainda mais as divergências entre BTG e Cambuhy. Em junho, a Eneva vendeu 15% do Complexo Parnaíba – um conjunto de seis termelétricas no Maranhão – para o Itaú Unibanco. Ou seja: um negócio em que os Moreira Salles atuaram nas duas pontas, a vendedora e a compradora.
Empresa
Demissões à vista na Goldman Sachs Brasil
13/09/2023Nos corredores da Goldman Sachs, no Itaim Bibi, circula a informação de que o banco de investimentos fará uma série de demissões no país. Os cortes atingiriam notadamente a área de investment banking, em decorrência da estiagem de M&As e, sobretudo, de IPOs no Brasil. O enxugamento da operação brasileira é parte um contexto dramático ainda maior, pautado pela pressão da matriz pela redução global de despesas. Segundo a mídia internacional, a ordem na Goldman Sachs é cortar mais de US$ 1 bilhão em custos operacionais, leia-se gente, gente e mais gente. Consultada, Goldman Sachs preferiu não se manifestar.

Futebol
Grêmio procura um parceiro de ataque para comprar estádio
13/09/2023O Grêmio aposta em uma nova estratégia para, enfim, comprar o “seu” estádio, em Porto Alegre. A diretoria do clube gaúcho busca um investidor, notadamente da área de real estate, para ser seu parceiro na operação. A arena pertence à Coesa, ex-OAS, e ao FI-FGTS, administrado pela Caixa Econômica. A negociação com o banco estatal seria a parte menos complexa. Mas as relações entre o Grêmio e a empreiteira andam pouco amistosas, sobretudo porque nos últimos meses o clube não tem cumprido compromissos financeiros referentes ao uso do estádio. Para embolar ainda mais o meio de campo, há outros três protagonistas neste enredo: Banrisul, Banco do Brasil e Santander. A trinca de bancos conseguiu recentemente na Justiça a penhora da arena por uma dívida de R$ 220 milhões ainda referente ao empréstimo para a construção do empreendimento.

Finanças
SoftBank sai de mais uma empresa brasileira
11/09/2023O SoftBank vai vender sua participação na Arco Educação, da família Sá Cavalcante. A saída em definitivo do capital se dará no âmbito da oferta lançada pela General Atlantic e pela Dragooner para o fechamento de capital da empresa na Nasdaq. Mau sinal. Trata-se de mais um movimento de retirada do banco japonês de empresas brasileiras. Maior investidor em venture capital do mundo, o SoftBank se desfez recentemente de suas posições na Avenue, corretora de valores digital, e na Pismo, empresa de tecnologia financeira vendida à Visa por US$ 1 bilhão.

Destaque
IG4 abre as comportas da Iguá Saneamento para um novo investidor
11/09/2023A recente venda de 11 concessões para Norte Saneamento, por R$ 466 milhões, é apenas a camada mais visível da reestruturação em curso na Iguá. Há mudanças mais profundas em gestação, que passam pela entrada de um novo investidor no capital. Segundo o RR apurou, a IG4 – maior acionista individual da Iguá, com 48,4% – tem mantido conversações para a venda de parte das ações em seu poder.
De acordo com uma fonte próxima à empresa, um dos nomes do outro lado da mesa é o Pátria Investimentos, que está montando um novo fundo de infraestrutura, da ordem de US$ 2,5 bilhões, e já anunciou seu ingresso no setor de saneamento. Há informações também de gestões junto ao International Finance Corporation (IFC), braço de investimentos privados do Banco Mundial. Ressalte-se que o IFC já teve uma posição em outra grande empresa privada de saneamento no Brasil, a Aegea Saneamento – a participação de 5,5% foi vendida para a Equipav em 2019. Procurados pelo RR, IG4 e Pátria não quiseram se pronunciar.
A venda direta de parte do capital surge como opção às frustradas tentativas de IPO da Iguá conduzidas pela IG4. Já foram duas, em 2019 e 2020. Em seu acordo de acionistas, a empresa assumiu o compromisso de empenhar “seus melhores esforços” para lançar ações em bolsa até abril de 2024.
Não se trata de uma obrigatoriedade, mas do que pode ser chamada de uma carta de intenções. Intenções estas, no entanto, que não têm sido muito respaldadas pelo mercado. As primeiras sondagens para um possível IPO no ano que vem têm sido recebidas com frieza entre os investidores.
Há uma razoável pressão pela entrada de capital novo na Iguá. A empresa precisa cumprir um plano de investimentos em suas concessões da ordem de R$ 6 bilhões – cerca de R$ 800 milhões apenas neste ano. Isso em um momento de reduzida margem de manobra devido ao elevado nível de alavancagem.
A relação dívida líquida/Ebitda da Iguá é de oito vezes – a maior entre as grandes empresas privadas do setor, leia-se também Aegea e BRK Ambiental. Há cerca de três meses, a companhia fez um movimento importante para aliviar o torniquete e alongar o perfil da sua dívida, com a emissão de R$ 3,8 bilhões em debêntures. A conclusão da operação, por sinal, se deve muito à presença do BNDES. Acionista da companhia, por meio da BNDESPar, o banco de fomento foi o tomador de R$ 1,8 bilhão em papéis, garantindo o fechamento da emissão

Empresa
PagBank mira no cobiçado setor de contas internacionais
11/09/2023O PagBank, do Grupo UOL, vai ampliar seu raio de atuação. Segundo o RR apurou, a fintech pretende entrar no negócio de contas digitais internacionais, leia-se a possibilidade de depósitos em real com a consequente conversão em moeda estrangeira para gastos no exterior. A operação depende de autorização do Banco Central. Trata-se de um movimento razoavelmente arrojado. Ao ingressar nesse segmento, o PagBank vai disputar um mercado em que outras fintechs já nadam de braçada. É o caso da Wise, de origem inglesa, e do Nomad, fintech brasileira criada por Patrick Sigrist, um dos fundadores do iFood, Marcos Nader e Eduardo Haber.
Recentemente, a Revolut, também fundada na Inglaterra, passou a operar no Brasil, permitindo a abertura de contas internacionais com a possibilidade de conversão de reais para dólar, euro e libra. Procurado pelo RR, o PagBank não quis se manifestar.
O desafio do PagBank, o antigo PagSeguro, é criar novas verticais de negócio para compensar a retração do segmento de adquirência, leia-se as maquininhas de pagamento. O setor fez, literalmente, a fortuna da fintech. Em 2018, a então PagSeguro realizou o maior IPO de uma empresa brasileira na Bolsa de Nova York, movimentando US$ 2,6 bilhões – esse valor só seria superado três anos depois com a oferta de ações do Nubank, que levantou US$ 2,8 bilhões.
O negócio de adquirência ainda representa mais de 90% do faturamento da fintech. Trata-se de uma dependência preocupante para o PagBank a médio prazo. O segmento deve perder importância gradativamente com a profusão de possibilidades de pagamento digital.

Destaque
Tiger Global reduz sua carteira de participações em startups brasileiras
8/09/2023O Tiger Global Management, uma das maiores gestoras do mundo, colocou à venda uma parcela significativa do seu portfólio no Brasil. Segundo o RR apurou, os norte-americanos buscam comprador para suas participações na Nuvemshop, especializada no armazenamento de lojas de e-commerce na nuvem, e na Jokr/Daki, do setor de delivery. São dois dos maiores investimentos feitos pela gestora na América Latina.
O Tiger Global pretende também se desfazer de sua posição na Zak, plataforma de gestão e pagamento para restaurantes, e na Swap, de soluções financeiras. As negociações têm sido conduzidas pelo banco de investimentos norte-americano Evercore. Procurado pelo RR, o Tiger Global não se pronunciou.
O recuo do Tiger Global representa mais um abalo sísmico na indústria de venture capital no Brasil, já afetada pela crise global no segmento. Ao lado do Softbank, a gestora norte-americana notabilizou-se como uma das maiores impulsionadoras de startups brasileiras nos últimos três anos. Sua importância no ecossistema como um todo pode ser medida pelo seu peso nas próprias empresas investidas.
O Tiger Global foi o líder da capitalização de R$ 80 milhões da Zak, em novembro de 2021. Capitaneou também o aporte de R$ 135 milhões na Swap, realizado em outubro do mesmo ano. A gestora norte-americana foi também a investidora-líder da capitalização da Jokr/Daki, em julho de 2021, uma operação de R$ 870 milhões. No caso da Nuvemshop, o tamanho da sua participação é ainda mais expressivo. O Tiger Global liderou a Série E da empresa, em agosto de 2021, que cravou o valuation em mais de US$ 3 bilhões.
Desde o ano passado, o Tiger Global já vinha reduzindo o ritmo e o volume de novos aportes no Brasil – conforme o RR informou. Não foi o suficiente. O agravamento da situação exige medidas mais radicais.
O enxugamento da carteira de participações no Brasil se dá na esteira dos ruidosos prejuízos acumulados pela gestora de venture capital criada pelo bilionário norte-americano Chase Coleman III. Somente o fundo hedge perdeu aproximadamente 55% do seu patrimônio no ano passado. Em 2022, o valor somado de todas as participações globais do Tiger caiu US$ 23 bilhões. Nesse cenário, a gestora tem enfrentado dificuldades na captação de seu 16º fundo de VC. A meta era amealhar US$ 6 bilhões. Segundo a mídia internacional, os norte-americanos não conseguiram chegar sequer à metade

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Banco Europeu aporta US$ 52 milhões em fundo de sustentabilidade da Vinci
6/09/2023Informação publicada há pouco pelo O Jornal Económico, uma das principais publicações de negócios e finanças de Portugal: o Banco Europeu de Investimentos (BEI) anunciou que vai investir US$ 52,5 milhões em projetos de infraestrutura ligados à área de sustentabilidade no Brasil. Entre os setores escolhidos estão energia renováveis e saneamento. Os recursos serão destinados ao Vinci Climate Change, fundo de investimento administrado pela Vinci Infraestrutura Gestora de Recursos – leia-se a Vinci Partners, de Gilberto Sayão. Em paralelo, o Fundo para Ação Climática em Mercados Emergentes (EMCAF), gerido pela Allianz Global Investors, anunciou investimentos de US$ 25 milhões em projetos sustentáveis no Brasil.
Obs RR: A Vinci Partners está se consolidando como uma importante catalisadora de fundos para projetos de sustentabilidade. Dentro e fora do Brasil. Em novembro do ano passado, o Vinci Climate Change recebeu US$ 10 milhões da Corporación Andina de Fomento (CAF). Pouco mais de um mês depois, o sarrafo subiu consideravelmente. O BNDES injetou R$ 500 milhões de no fundo.

Destaque
Alemanha quer fazer do Brasil o seu “hub” de energia limpa
6/09/2023O acordo bilateral entre Brasil e Alemanha para investimentos em transição energética começa a sair do papel. Segundo uma fonte do Ministério de Minas e Energia, há negociações para que o governo alemão seja um dos financiadores do futuro hub de hidrogênio verde no Porto de Pecém, no Ceará. Trata-se de um dos maiores projetos de geração renovável em curso no país. A previsão de aportes beira os R$ 70 bilhões.
A Alemanha surge como o primeiro investidor soberano a se associar ao empreendimento – unindo-se a mais de 20 grupos privados que já assinaram memorandos de entendimento para participar do projeto, entre os quais se destacam a Eneva e a australiana Macquarie. Os recursos deverão sair do Fundo para o Clima e a Transformação, criado pelo governo alemão. São mais de 210 bilhões de euros reservados para financiar projetos de transição energética em todo o mundo.
De parte a parte, há outras pontas que se juntam nessa costura bilateral. De acordo com a mesma fonte, as conversações passam também pelo KfW, o banco de fomento alemão. A instituição deverá entrar no projeto de criação do hub de Pecém financiando a compra de equipamentos. O fio dessa meada leva ao próprio BNDES. Na última segunda-feira, o banco brasileiro e o KfW IPEX-Bank, braço de exportações da agência de fomento alemã, assinaram um acordo para expandir sua cooperação comercial, com foco exatamente em projetos de transição energética, clima e preservação ambiental.
O Porto de Pecém deve ser apenas o ponto de partida. O Brasil tem tudo para ser um dos principais se não o grande hub de fornecimento de energia limpa para que a Alemanha consiga cumprir suas metas de descarbonização. Estima-se que o país europeu terá de importar o equivalente a 70% da sua demanda interna por hidrogênio verde para alcançar a neutralidade climática até 2045.

Infraestrutura
Investimentos do Brasil em infraestrutura arrancam elogio do BID. Apesar dos pesares
5/09/2023A América Latina terá de investir US$ 2,2 trilhões até 2030 em saneamento, energia, transportes e telecomunicações para cumprir os ODSs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) fixados pela ONU. É o que diz um estudo do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), publicado há pouco pelo La República, um dos principais jornais da Colômbia (https://www.larepublica.co/finanzas/estudio-del-bid-asegura-que-se-necesitan-us-2-2-billones-hasta-2030-para-los-ods-3696430). O documento foi apresentado hoje durante evento do Finance in Common, rede que reúne bancos públicos de desenvolvimento de todo o mundo. O Brasil aparece bem na foto: é citado ao lado do México, Colômbia e Chile no rol dos países em que as agências de fomento são mais ativas no financiamento de projetos de infraestrutura.
Obs RR: A menção ao Brasil no estudo do BID é um elogio, ainda que não explícito, ao BNDES e o seu peso nos investimentos em infraestrutura. Vide o PAC. O banco já tem reservados cerca de R$ 270 bilhões para financiar projetos do Novo Plano de Aceleração do Crescimento. Esse valor representa 75% do total de financiamentos públicos previstos no programa. Ainda assim, a ladeira é íngreme. Muito íngreme, como mostra estudo recente da consultoria Inter.B, de Claudio Frischtak, uma das maiores autoridades no assunto no Brasil. Em 2022, o Brasil investiu em infraestrutura o equivalente a 1,86% do PIB. Para este ano, a estimativa é que esse índice chegue a 1,94% do PIB. Pouco. Segundo o estudo, o Brasil precisaria de um investimento médio de 4,2% do PIB ao longo das próximas duas décadas para a efetiva modernização do setor.

Mercado
Grupo árabe se torna maior acionista da Telefónica. E, por tabela, da Vivo
5/09/2023O jornal espanhol El Mundo acaba de noticiar que a STC (Saudi Telecom Company) fechou a compra de 9,9% da Telefónica, tornando-se a maior acionista individual da companhia (https://www.elmundo.es/economia/2023/09/05/64f77b2de85ece4b058b4592.html). O STC é o maior grupo de telecomunicações da Arábia Saudita e um dos principais do Oriente Médio. Talvez não seja exagero dizer que a Telefónica está deixando de ser uma empresa espanhola. Não obstante o capital pulverizado, até então o Banco BBVA era o maior acionista individual, com 4,8%.
Obs RR: O negócio tem ligação direta com o Brasil. Ainda que por via indireta, a Arábia Saudita passa a ter uma posição estratégica no mercado brasileiro de telecomunicações, por meio da Vivo, controlada pela Telefónica. Isso no momento em que o setor vive a chegada do 5G, o que aumenta significativamente a oportunidade de negócios em banda larga e áreas correlatas, como a produção e distribuição de conteúdo. Há seis anos, outro país árabe ensaiou entrar no setor de telefonia no país. A Orascom, do bilionário egípcio Naguib Sawiris, fez uma oferta para comprar a Oi, então em sua primeira recuperação judicial.

Destaque
BNDES é o combustível financeiro da parceria entre Embraer e Saab
5/09/2023O BNDES terá um papel relevante para turbinar a operação da Embraer no setor de Defesa, notadamente a partir da parceria firmada com a sueca Saab. Segundo o RR apurou, há negociações para que o banco de fomento financie contratos de exportação do F-39 Gripen “made in Brazil”. Trata-se das aeronaves militares que serão montadas na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto (SP) e comercializadas conjuntamente pela companhia brasileira e pela Saab.
Estudos preliminares feitos pelas duas empresas indicam um potencial de encomendas da ordem de US$ 1,5 bilhão na América do Sul em um período de até três anos. A primeira parada deverá ser a Colômbia. Existem tratativas para a venda dos F-39 Gripen à Força Aérea Colombiana, que pretende substituir gradativamente suas 22 aeronaves israelenses IAI Kfir, em uso há mais de 40 anos. De acordo com a mesma fonte, as Forças Armadas do Equador e do Chile também já demonstraram interesse pelo F-39.
Os equatorianos querem tirar de linha os Atlas Cheetah, criados na África do Sul nos anos 1980 a partir de uma atualização do francês Mirage III. Já a Força Aérea chilena pretende desativar os caças norte-americanos Northrop F-5 E/F. Procurados pelo RR, Embraer e BNDES não quiseram se manifestar.
O BNDES, além de acionista, é historicamente um dos maiores financiadores da Embraer. Os números são hiperativos. Nos últimos 25 anos, a agência de fomento liberou cerca de US$ 25 bilhões para a companhia, que resultaram na venda de mais de 1,2 mil aeronaves.
No momento, a carteira do banco soma 26 operações ativas de empréstimo para a empresa. A mais recente foi firmada em novembro do ano passado: um crédito de R$ 2,2 bilhões para a produção e venda de jatos comerciais. Ao financiar a venda dos F-39 Gripen montados em Gavião Peixoto, o BNDES dá propulsão a um acordo bilateral costurado diretamente pelos governos do Brasil e da Suécia. Inicialmente, a fábrica de Gavião Peixoto seria responsável apenas pela montagem de 15 dos 36 caças F-39 Gripen comprados para a Força Aérea Brasileira.
A associação entre as duas empresas passou a ter contornos maiores após o memorando de entendimentos firmado em abril, com o objetivo de “buscar novas oportunidades de negócio”. Por novas oportunidades de negócio, entenda-se o que tem tudo para ser uma relação de ganha-ganha. A Saab passa a ter uma cabeça de ponte na América Latina, valendo-se do poder de influência do Brasil na região para a venda de aeronaves militares.
A Embraer, por sua vez, tem a chance de dar um novo impulso a suas vendas no setor, operação que perdeu alguma altitude nos últimos dois anos. Em 2021, a área de Defesa & Segurança respondeu por 13,7% do faturamento total da companhia. No segundo trimestre deste ano, esse índice caiu praticamente à metade (6,8%).

Destaque
Cervejaria Petrópolis e Santander disparam ataques cruzados
4/09/2023A recuperação judicial da Cervejaria Petrópolis virou um cabo de guerra entre a companhia e o Santander. Segundo o RR apurou, as tratativas entre os representantes da empresa e do banco estão travadas. Os espanhóis recusam a proposta de deságio de 70% do passivo apresentada pela empresa de Walter Faria.
E essa é a parte menos complexa e mais “amistosa” do enredo. Nos bastidores, a relação entre ambos é tensa e marcada por ataques recíprocos. O Santander acusa a empresa de pressionar credores menores, com reduzido poder de barganha, como fornecedores, para que aceitem o plano de recuperação. O banco estaria também vasculhando o patrimônio de Faria no Brasil e no exterior.
O objetivo é descobrir se o empresário estaria ocultando bens de forma deliberada, com o intuito de lesar os credores da cervejaria. O RR fez seguidas tentativas de contato com a Petrópolis e o Santander, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
O Santander é personagem central na recuperação judicial da Petrópolis. A cobrança de uma dívida de R$ 107 milhões feita pelo banco espanhol foi a gota d´água para a empresa entrar com o pedido de recuperação judicial. Esse valor, ressalte-se, é apenas uma parte do problema. Ao todo, a Petrópolis deve mais de R$ 450 milhões ao Santander, que, diga-se de passagem, não tem sido lá muito eficiente na análise de crédito de seus clientes – vide Americanas.
Em meio ao processo de recuperação judicial, Petrópolis e Santander deixaram de ser apenas devedor e credor para se tornarem litigantes. Em março, a empresa de Walter Faria protocolou uma queixa crime na Polícia Civil do Rio contra o banco, com graves acusações. A Petrópolis afirma que a instituição espanhola reteve mais de R$ 30 milhões em recursos da empresa e quebrou o sigilo de suas contas bancárias para usar os dados em ações judiciais.
Em tempo: a negociação entre a cervejaria e os demais bancos caminham vagarosamente. A Petrópolis teve algumas vitórias recentes, com avanços nas tratativas com o BMG, Daycoval e Banco do Uruguay. No entanto, a briga com o Santander tem o efeito de contaminar as conversas com outras grandes instituições financeiras, notadamente por conta das acusações cruzadas.
Empresa
Prioridade na CBA é reduzir alavancagem para o “padrão Votorantim”
4/09/2023A CBA (Companhia Brasileira de Alumínio) tem feito alguns movimentos cirúrgicos com o intuito de reduzir o peso do seu passivo de curto prazo. A empresa vem mantendo tratativas com bancos credores para alongar o perfil de sua dívida. Segundo o RR apurou, também com o mesmo objetivo, a CBA pretende realizar uma nova captação.
A ideia é lançar títulos atrelados à sustentabilidade. Na mais recente emissão de títulos verdes, em novembro do ano passado, a companhia levantou US$ 96,5 milhões.
O desafio da CBA é trazer seu endividamento para o que se pode chamar de “padrão Votorantim”, que historicamente sempre procurou trabalhar com níveis de alavancagem bastante conservadores. É uma das marcas da gestão de excelência das empresas dos Ermírio de Moraes. O grupo, por exemplo, fechou o ano de 2022 com uma relação dívida líquida/Ebitda pouco acima do um para um (1,2). A CBA está alguns metros acima.
No primeiro semestre deste ano, o múltiplo entre passivo de curto prazo e Ebitda chegou a 3,88 vezes, contra apenas 0,68 em junho de 2022. Baixar esse sarrafo tornou-se prioridade.

Destaque
Governo Lula costura aliança entre BRICs e banco de fomento da América Latina
31/08/2023O governo Lula está empenhado em redesenhar o mapa da geopolítica global. Após ser um dos artífices da entrada de novos membros no clube dos BRICs, ainda que em escala menor o Brasil quer fazer algo similar na CAF (Corporación Andina de Fomento). Segundo o RR apurou, o governo pretende liderar gestões para o ingresso de países dos BRICs no banco de desenvolvimento latino-americano. Já existem tratativas para a chegada dos Emirados Árabes e do Catar. Seria só um aquecimento.
O grande objetivo do Brasil é trazer, sobretudo, a China e a Índia, o que aumentaria o poder de fogo da CAF, hoje um organismo de pequeno calibre se comparado a outras agências de fomento multilaterais. Ressalte-se que os dois países já têm um pé na entidade: China e Índia, esta por meio do Eximbank of India, figuram entre os aliados globais da CAF.
Tão ou mais importante do que o efeito concreto dessa parceria é o seu impacto simbólico. O governo Lula tem sido uma força motriz importante para a reconfiguração das alianças multilaterais, a partir de uma nova análise combinatória entre países e blocos. Trata-se de uma construção que tem sido erguida gradativamente, como neste caso específico. Em junho, por exemplo, o New Development Bank (NDB) – o Banco dos BRICs – e a CAF renovaram um acordo de cooperação firmado originalmente em 2016. Na ocasião, Dilma Rousseff, presidente do NDB, e Sergio-Diaz Granados, presidente-executivo da agência latino-americana, citaram textualmente a disposição de “co-financiar projetos de desenvolvimento públicos e privados em países de interesse mútuo”.
Este é um movimento visto como estratégico dentro do Itamaraty. O apoio dos BRICs à CAF reforçaria a posição de liderança do Brasil na América Latina, colocando o país em uma posição ainda mais privilegiada nas relações de troca regionais. Ao mesmo tempo, evidenciaria a proeminência do Brasil entre os próprios BRICs. A inclusão dos Emirados Árabes Unidos e do Catar vai por este caminho. Sob certo aspecto, o ingresso dos endinheirados do petróleo no banco latino-americano seria uma espécie de contrapartida tácita ao empenho do Brasil para inclusão dos dois países entre os BRICs.
De acordo com uma alta fonte diplomática em Brasília, a iniciativa tem também o apoio da Argentina, um membro razoavelmente influente dentro do CAF. Nesse caso, em relação especificamente ao Catar, não há nada de tácito: o voto argentino seria mesmo uma retribuição ao recente empréstimo de US$ 775 milhões do país árabe para o governo de Alberto Fernández quitar obrigações financeiras junto ao FMI.
Como de hábito, não há jogo só de ida na geoeconomia global. Para nações como China e Índia, assim como outros membros dos BRICs, a associação à CAF seria um caminho para aumentar a influência em uma região chave para a economia do futuro. Na América Latina, a começar pelo próprio Brasil, estão alguns dos maiores projetos de transição energética em curso no mundo. O Mercosul, com sua produção de grãos, é um dos grandes fiadores da segurança alimentar no mundo. E quem quiser cobre, cobalto e, sobretudo, lítio terá de fincar bandeira na América do Sul.
Em tempo: além dos BRICs, o Itamaraty trabalha também pela inclusão de países menos abonados da América Latina na CAF. Os dois primeiros seriam Belize e Martinica. O assunto deverá ser discutido na reunião de cúpula da CAF prevista para o próximo dia 14 de setembro, em Madri.

Governo
Paulo Caffarelli é o nome novo na disputa pela presidência da Caixa
28/08/2023Há uma nova carta para embaralhar ainda mais a disputa pela Caixa Econômica: nos últimos dias, o nome de Paulo Caffarelli circula no Palácio do Planalto como um forte candidato a assumir o comando do banco. Caffarelli, funcionário de carreira do Banco do Brasil, tem apoios dentro do PT e do MDB, partidos nos quais sempre circulou com desenvoltura. No primeiro mandato de Dilma Rousseff, ocupou a secretaria executiva do Ministério da Fazenda durante a gestão de Guido Mantega; no governo Temer, foi presidente do BB. Por sinal, línguas ferinas no PT dizem que o próprio Mantega seria o maior interessado em emplacar o ex-colaborador na Caixa Econômica, no lugar de Rita Serrano. Recentemente, o nome do Caffarelli chegou a ser cogitado em Brasília para a presidência da Vale, cargo cobiçado pelo próprio Mantega.

Finanças
BB é mais um a precificar em balanço o possível calote da Americanas
28/08/2023A demora na aprovação do plano de recuperação judicial da Americanas está empurrando o Banco do Brasil para a ponta extrema do conservadorismo. O banco deverá provisionar 100% da dívida da rede varejista – R$ 1,6 bilhão – já a partir do balanço do terceiro trimestre. Ou seja: o passivo da Americanas passará a ser grau H, o pior nível de acordo com a classificação de risco de operações de crédito adotada pelo Banco Central. Atualmente, o Banco do Brasil provisiona o equivalente a 70% da dívida da Americanas, aproximadamente R$ 1 bilhão. O BB não será a primeira instituição a considerar a hipótese de não receber um centavo da companhia de Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles.
Ressalte-se que o Itaú e Bradesco já provisionou 100% dos créditos contra a companhia. Procurado pelo RR, o BB não quis comentar o assunto.

Destaque
Intercement pode ser o passaporte para a entrada da Argos no Brasil
23/08/2023Os Ermírio de Moraes e Benjamin Steinbruch poderão ganhar um concorrente de peso no mercado brasileiro de cimento. Segundo o RR apurou, a colombiana Argos vem mantendo conversas com a Mover, leia-se a antiga Camargo Corrêa, em torno da possível aquisição dos ativos da Intercement. Do lado brasileiro, a aproximação teria sido feita pelo banco norte-americano Houlihan Lokey; pelos colombianos, as gestões são representadas pelo Banco de Bogotá.
Há duas hipóteses sobre a mesa: a aquisição apenas da Loma Negra, leia-se a operação na Argentina, ou de todos os negócios da Intercement – modelo que mais agrada às herdeiras de Sebastião Camargo. Ao todo, são 23 fábricas – 15 no Brasil e oito na Argentina. A Intercement teve, no ano passado, uma receita em torno de R$ 8 bilhões, sendo R$ 3,7 bilhões decorrentes da operação brasileira.
A Argos é um dos maiores fabricantes de cimentos da América Latina, com fábricas não apenas na Colômbia, mas também nos Estados Unidos e Caribe. Esta não é a primeira vez que a empresa – controlada pelo maior conglomerado industrial da Colômbia, o Grupo Empresarial Antioqueño – ensaia entrar no Brasil. Há 10 anos, chegou a negociar a aquisição de ativos colocados à venda por ocasião da fusão entre Lafarge e Holcim. Procurados, Mover Participações e Argos não se pronunciaram.
A venda da Intercement para a Argos, assim como para qualquer outro grupo ainda não presente no Brasil, surge como uma solução mais palatável para as autoridades antitruste. Votorantim e CSN também têm, como sempre tiveram, interesse na operação cimenteira da Mover.
O problema é que muito provavelmente uma negociação com os Ermírio de Moraes ou Benjamin Steinbruch obrigaria a antiga Camargo Corrêa a esquartejar a subsidiária brasileira e vender fábricas em separado. Com a eventual aquisição integral da Intercement no Brasil, a Votorantim pularia de 35% para 52% de market share; a CSN, por sua vez, iria de 20% para 37%, com fatias ainda maiores em regiões específicas do país. Ressalte-se que, há pouco mais de um ano, a empresa de Steinbruch adquiriu os ativos da LafargeHolcim sem restrições do órgão antitruste. Pouco provável que o Cade dê sinal verde para uma operação ainda maior.
A Mover já se desfez das operações da Intercement na África. Não passou de um hors d’oeuvres. O que realmente fará diferença para o caixa da holding é a venda dos ativos no Brasil e na Argentina. Até porque ao negociar a Intercement, o grupo se livraria uma dívida líquida da ordem de US 1,5 bilhão. O elevado passivo foi o principal fator que levou a Fitch a rebaixar a nota de crédito da Intercement de CC para C. O downgrade se deu logo após a cimenteira pedir a credores um prazo adicional de 90 dias para pagar um passivo de US$ 180 milhões.

Política externa
Lula vai à Angola e Angola vem ao Brasil vender o seu petróleo
21/08/2023O petróleo terá um papel central na pauta da visita de Lula a Angola, nos próximos dias 25 e 26.Os angolanos pretendem buscar investidores no Brasil para atuar na exploração e produção de óleo e gás. Segundo tratativas preliminares entre os dois países, a própria Agência Nacional de Petróleo, Gás e Bicombustíveis de Angola pretende realizar um road show no Brasil para promover suas futuras rodadas de licitações. Há uma marcada logo ali na frente, em 30 de setembro, quando a agência vai leiloar as bacias terrestres de Kwanza e do Congo. Em tempo: cabe recordar que, em um passado recente, a Petrobras já teve operações de exploração e produção no continente africano, mais precisamente em Angola, Benin, Gabão, Tanzânia e Namíbia, por meio de uma joint venture com o BTG. Um negócio de incômoda lembrança tanto dentro da estatal quanto para André Esteves. Em 2019, a Lava Jato investigou suspeitas de irregularidades na venda dos ativos ao banco.

Meio ambiente
Fundo da União Europeia financia projetos de conservação no Cerrado
18/08/2023O governo brasileiro abriu negociações com a União Europeia para o apoio do Fundo Euroclima+ a projetos de manejo sustentável no Cerrado. É mais um acordo que deve ser creditado na conta do prestígio de Marina Silva. A ministra tem mantido um canal de interlocução direto com o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Frans Timmermans, que lidera a UE nas negociações de clima e assuntos congêneres. Os recursos devem ser destinados ao Programa Cerrado Sustentável, que engloba uma série de ações para conservação e restauração do bioma local. Entre outras institucionais internacionais, o projeto conta também com recursos do Banco Mundial. O Euroclima+ já desembolsou mais de 200 milhões de euros no Brasil em iniciativas que vão da gestão de riscos em lavouras a projetos de mobilidade urbana.

Mercado
Advent quer largar os chocolates da Kopenhagen aos poucos
17/08/2023A Kopenhagen está sobre o balcão. Mas talvez não inteira. Nas últimas semanas, a ideia de um IPO da fabricante de chocolates ganhou força na Advent, controladora da companhia. Executivos do fundo norte-americano e da Goldman Sachs, seu adviser, já teriam, inclusive, iniciado consultas a fundos de private equity e bancos de investimento para medir o interesse pela operação. A abertura de capital seria uma alternativa à venda integral do capital da Kopenhagen, comprada pelo Advent há menos de três anos. Os norte-americanos manteriam uma participação minoritária no capital, não deixando completamente um investimento que ainda não atingiu seu ponto de maturação. Essa saída se daria mais à frente, de forma gradativa. Procurado pelo RR, o Advent não se pronunciou.
Em 2020, quando da chegada do Advent, a rede tinha 800 lojas; hoje, são mil e a meta da gestora da private equity é chegar a 1,6 mil até 2027, ou seja, uma média de 150 inaugurações por ano. O Grupo CRM – a holding onde está não apenas a marca Kopenhagen, mas também a Brasil Cacau – faturou cerca de R$ 2 bilhões no ano passado. A meta do Advent é bater nos R$ 4 bilhões em quatro anos.

ESG
Starbucks faz nova emissão atrelada a metas ESG
17/08/2023O RR apurou que o Starbucks Brasil estaria preparando uma nova captação vinculada a metas de sustentabilidade. A operação seria fechada até outubro, com um valor superior à emissão de R$ 20 milhões realizada em novembro do ano passado. Uma tacada pioneira, diga-se de passagem: na ocasião, a empresa lançou a primeira nota comercial privada verde, em parceria com o Banco Votorantim. Mais uma vez, a Starbucks pretende lançar mão de Unidades de Crédito de Sustentabilidade (UCS), uma espécie de commodity ambiental ESG, com representação digital (em blockchain), que financia a conservação de florestas. Entre outras metas, a companhia se compromete a reduzir as emissões de suas operações direitas e de sua cadeia de fornecedores em 50% até 2030.

Política
Uma agenda sob medida para estreitar a distância entre Lula e o agro
16/08/2023Os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e da Fazenda, Fernando Haddad, têm discutido medidas emergenciais de apoio aos produtores de leite, que atravessam uma forte crise. É tudo a toque de caixa. A ideia é que Lula capitalize o “pacote” de ajuda. O anúncio seria feito pelo próprio presidente no próximo dia 26 de agosto, em Esteio (RS), na abertura da Expointer, um dos maiores eventos do agro no Brasil. Uma das propostas sobre a mesa é a criação de uma linha de crédito especial do BNDES, algo similar aos R$ 2 bilhões que o banco de fomento deverá liberar para financiar o setor de proteína animal. Fávaro também busca junto à equipe econômica verba suplementar que permita à Conab retomar os estoques oficiais de leite – conforme o RR já informou. O ministro da Agricultura tem pressa. Além da delicada situação enfrentada pela pecuária leiteira, devido ao boom das importações e à forte queda dos preços no mercado interno, Fávaro enxerga uma oportunidade política.
No cálculo tanto de Fávaro quanto do próprio Palácio do Planalto, seria um gesto importante de aproximação com o agronegócio. A Frente Parlamentar da Agricultura tem feito seguidas reivindicações para que o governo restrinja as importações de leite e libere recursos para o setor. Hoje mesmo, segundo o RR apurou, produtores vão se reunir com o presidente da Câmara, Arthur Lira. Vai ter mais pressão sobre Carlos Fávaro.
Em tempo: à medida em que a Expointer se aproxima, maior a preocupação de Fávaro e seus assessores com os movimentos do MST. Uma eventual escalada de invasões nas próximas duas semanas criaria uma ambiência inamistosa para a participação de Lula no evento.

Finanças
Governo abre as comportas do microcrédito no Nordeste
15/08/2023A recente redução dos juros anunciada na semana passada pelo Banco do Nordeste (BNB) é apenas o ponto de partida do que está por vir. Por meio do BNB, o governo Lula vai colocar em marcha uma série de ações para turbinar a oferta de crédito a micro e pequenas empresas do Nordeste – uma promessa de campanha repetida reiteradas vezes pelo presidente. As medidas já foram levadas pelo presidente do BNB, o ex-governador de Pernambuco, Paulo Câmara, a Lula em Brasília. O banco está fazendo um grande estudo em todos os estados do Nordeste para mapear as regiões e com maior carência de acesso a microcrédito. Essa varredura servirá de balizador para definir as áreas que receberão um maior volume de recursos, especialmente do Crediamigo, o maior programa de microfinanciamento do BNB. Já existe um projeto-piloto exatamente em Pernambuco, que será estendido a outros estados ainda neste ano. Outra missão do banco é ampliar a capilaridade da rede de atendimento do Crediamigo. A premissa é de que não basta mais dinheiro; ele também precisa chegar mais longe. Hoje, são 472 unidades avançadas do programa nos nove estados do Nordeste, além de parte de Minas Gerais e Espírito Santo. A meta, segundo o RR apurou, é chegar a mil pontos em três anos, ou seja, praticamente o fim do atual mandato do presidente da República. Em tempo: o próprio Lula quer ir ao Nordeste para anunciar as medidas. Nos bastidores já há, inclusive, uma “disputa” entre governadores para ser o anfitrião das boas novas.
Há pouco mais de dois meses, Paulo Câmara declarou publicamente que “Lula quer mais crédito para o povão”. Dito e feito. Só por meio do Crediamigo, o BNB deverá liberar cerca de R$ 13 bilhões neste ano, 30% a mais do que em 2022. É dinheiro na veia de uma parcela da população que trafega entre o microempreendedorismo e a informalidade, com pouco acesso a crédito em bancos privados. Cerca de 90% dos beneficiados pelo programa são empresas não formalizadas. Mais de 70% são famílias com renda de até R$ 5 mil por mês. Entre janeiro e julho, o tíquete médio dos empréstimos foi de R$ 2,9 mil, contra R$ 3,1 mil no ano passado. É um sinal de que os recursos estão alcançando empresas ainda menores.

Destaque
Marco das criptomoedas e Drex vão embalar discurso de Lula contra o crime
14/08/2023O presidente Lula fez chegar a Roberto Campos Neto que gostaria de participar de evento que conjugasse o lançamento do Marco Legal das Criptomoedas e na nova moeda digital, o Drex. Lula até já assinou a regulamentação de ambos os decretos. Mas enxerga o gancho político por um outro prisma: o combate à criminalidade e à lavagem de dinheiro. O crime de fraude com criptomoedas estará incluso no Código Penal Brasileiro. O presidente da República poderá dizer que prenderá tantos e recuperará zilhões em recursos. Afinal, esses números não existem. O slogan é mais ou menos o mesmo: “Nunca antes na história desse país um presidente fez tanto para combater o crime”. No caso, o crime digital, o mais difícil de ser identificado.
Do ponto de vista do Marco das Criptomoedas, faz sentido. A regulamentação organiza algumas ações de compliance meio mequetrefes, mas se esmera em tipificações de criminalidades das chamadas exchanges. Será complicado alcançar todas as corretoras – algumas delas operando na deep web. A maior dificuldade para fiscalização será bloquear as exchanges que custodiam criptomoedas de terceiros sem garantias e prestação de contas sobre os investidores. Afinal, uma das premissas das criptos é a não identificação do “verdadeiro dono”, com a existência somente de um “código de identificação”. Está nesse caso, por exemplo, o jogador Gustavo Scarpa, que teve prejuízo milionário ao aplicar seu dinheiro em uma empresa que não tinha autorização para operar no mercado.
O Marco das Criptomoedas virá em 2024/25, como um pé de galinha. Falta acertar com a CVM, a Susep, a B3, costurar um acordo com os países que têm legislação diferentes para as exchanges – o ideal seria um acordo que nem o feito com os bancos para troca de dados sobre depósitos irregulares, que gerou a repatriação de recursos. Lula, se quiser, terá subsídios de sobra para falar, ao lado do seu “novo companheiro”, Campos Neto, sobre o alvo e as medidas de controle. A estimativa é que o valor detido por brasileiros em criptomoedas seja da ordem de R$ 270 bilhões. A previsão é de que esse bolo seja de propriedade de apenas 3% da população brasileira. Nesse meio há “dinheiro bom”, reconhecido e negociado na B3, por exemplo. Mas o “dinheiro ruim” não é sequer estimável, tamanha a quantidade de elos da blockchain pelos quais ele trafega ilegalmente. O patrimônio líquido dos fundos de investimentos com exposição a criptoativos, o “dinheiro bom”, soma cerca de R$ 700 milhões. Um tiquinho.
Mas com ou sem o aperfeiçoamento da legislação, e testes necessários, o mercado vai mostrando que a banda toca à revelia do maestro. A previdência privada, por exemplo, por se tratar de captação de poupança popular, justifica uma maior vigilância sob os investimentos. Já a Susep ainda está emaranhada nas especificidades. A CVM, outro órgão regulador, responsável pelo enquadramento dos cripto em valores mobiliários, anunciou que ainda vai publicar um arcabouço regulatório neste ano – mais de metade do calendário já passou. Mas, como foi dito, o mercado não quer saber e já saiu na frente, incorporando as “cripto do bem” na sua carteira de investimentos ofertados. Em parceria com o BTG, a Empiricus lançou o Cripto Prev, antes de maiores costuras no Marco Legal. Uma parcela de até 20% do patrimônio desse fundo pode ser alocada em criptomoedas. A Hashdex, por sua vez, é a primeira gestora de um fundo, em parceria com a XP e a SulAmérica, que replica um índice específico e tem em seu portfólio dois fundos de previdência com criptos. Não faltarão fundos com a criptomoeda.
Com relação ao Drex, a moeda digital, Lula pode muito bem capturá-la como a segunda e mais avançada etapa da digitalização da economia brasileira, que se iniciou no Pix. No momento, ela está em teste com a participação de mais de uma dezena de instituições financeiras. Segundo a nota do BC, o Drex, ou seja, o Real Digital, propiciará “um ambiente seguro e regulado para geração de novos negócios e o acesso mais democrático aos benefícios da digitalização da economia e cidadãos e empreendedores”. Democratização será uma palavra-chave. O Drex terá paridade com o real. Ele vem sendo desenvolvido por 90 países, além do Brasil. Os bancos é que terão de rebolar. Os governos poderão enviar dinheiro diretamente para o cidadão sem intermediação bancária. A moeda digital promete também mudar conceitos na política monetária.
Em síntese, o Drex vai funcionar assim: Drex Digital, para o atacado ou interbancário; Drex Tokenizado, para o varejo, ou seja, versões tokenizadas do depósito bancário – o dinheiro em sua versão digital do que a pessoa física tem no banco; e títulos do tesouro direto, com possibilidade de compra e venda de títulos públicos federais no mercado primário e secundário. Separando as tecnicalidades, trata-se de uma revolução do sistema de pagamentos e do controle legal das criptomoedas. Basta arrumar a narrativa. E haveria melhor garoto propaganda para colocar esse bloco na rua do que Luiz Inácio Lula da Silva?

Mercado
Nem só de denúncias contra Bolsonaro vive o BB Americas
14/08/2023O Banco do Brasil está fazendo uma reestruturação no BB Americas, sediado em Miami. Os planos incluem a criação de novas diretorias e a abertura de um braço de operações digitais. Outro projeto sobre a mesa é a abertura de escritórios em outras regiões, a começar por Nova York e pela California. Em tempo: a repaginação do BB Americas ocorre justamente no momento em que o braço do Banco do Brasil é tragado pelo noticiário sobre as investigações contra Jair Bolsonaro. Foi lá que Bolsonaro abriu conta ao deixar o governo e por onde passaram movimentações suspeitas. Em todo esse enredo, ressalte-se, há ainda uma incrível coincidência. Conforme já informado pelo Banco do Brasil, o ex-diretor de Marketing e Comunicação da instituição, Delano Valentim, vai assumir presidência do BB Americanas. Em 2019, Valentim renunciou ao comando da área de marketing após pressão direta do então presidente Jair Bolsonaro, que implicou como um anúncio publicitário do BB que falava de diversidade. São as voltas que o mundo dá.

Destaque
Fator Mantega provoca forte mal-estar no comando da Vale
10/08/2023As sinalizações de que o governo Lula quer emplacar Guido Mantega na presidência da Vale têm provocado um grande mal-estar no comando da companhia. O mais incomodado é o atual CEO da mineradora, Eduardo Bartolomeo, que seria “sacrificado” para dar lugar ao ex-ministro. Segundo o RR apurou, conselheiros da empresa também já se manifestaram, intramuros, contra a possível mudança – em tese, a eventual indicação de um novo presidente da Vale teria de ser submetida ao board. Como se não bastasse a tentativa de ingerência do governo em uma empresa privada, a reação adversa é alimentada por outras informações que chegaram ao conhecimento de dirigentes da mineradora. Mantega já teria falado a terceiros de pelo menos dois nomes que levaria para as vice-presidências da Vale. O ex-ministro é boquirroto. Ele também teria dito que, se estivesse à frente da companhia, não faria agora a venda de parte da operação de metais básicos, leia-se a Vale Base Metals (VBM). Há cerca de duas semanas, a empresa anunciou a transferência de 13% do negócio para a Manara Minerals, joint-venture entre o fundo soberano da Arábia Saudita e a companhia de mineração estatal Ma’adene, e o fundo californiano Engine No.1. Ressalte-se que o mercado considerou o acordo bastante positivo para a Vale. A companhia amealhou US$ 3,4 bilhões, o que significou um valuation de US$ 26 bilhões para 100% da VBM. O RR enviou uma série de perguntas à Vale, mas a empresa não se manifestou.
Mantega prega a ideia de que a Vale Base Metals tem um valor ainda não mensurado de seus ativos, que permitiria uma precificação maior. Mais uma do ex-ministro: Mantega defende que a VBM ou a própria Vale seja um agente do Brasil para a costura de acordos multilaterais, a começar pela entrada do país na “Opep do Lítio”. Trata-se do grupo que está sendo criado por Bolívia, Argentina e Chile, detentores de quase 70% das reservas globais do metal. Até o momento, o Brasil, dono de algo em torno de 8% das jazidas já comprovadas, está fora da mesa de negociações. Hoje, por sinal, já haveria tentativas do governador Romeu Zema para que a Vale se tornasse um dos investidores no Vale do Jequitinhonha, onde estão concentrados cerca de 85% do lítio brasileiro. Ressalte-se que a VBM tem ainda outro ativo estratégico e com potencial de grandes reservas, o cobalto, também valioso para a transição energética.
Na Vale, a leitura é que as “confidências” de Guido Mantega foram feitas sob medida para serem vazadas. Elas quase que configuram um programa de campanha de Mantega na tentativa de emplacar seu nome na presidência da mineradora com o apoio ou talvez seja mais adequado dizer a intervenção direta de Lula. É como se o ex-ministro já estivesse atropelando o Conselho da companhia de antemão. Além disso, as afirmações atribuídas a Mantega foram interpretadas dentro da Vale como mais uma evidência da disposição do governo de “reestatizar” a empresa, sem necessariamente mexer na sua composição societária, mas, sim, com um take over da sua gestão. Desde 2020 a Vale deixou de ter um bloco de controle com a pulverização do seu capital. Ainda assim, o governo tem um certo peso decisório. A Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, é o maior acionista individual, com 8,72%. Não seria nada improvável que o fundo de pensão tivesse capacidade de aglutinar outros sócios relevantes para a construção de um bloco de influência, capaz, entre outras decisões, de impor mudanças na gestão da empresa.

Destaque
Queda nos dividendos das estatais já está “precificada” no ajuste fiscal
9/08/2023Haja aposta eletrônica, cassino, “imposto do pecado” e o que mais estiver ao alcance. O governo vai ter de cortar um dobrado para aumentar a arrecadação e cumprir as metas do novo arcabouço fiscal. Um dos grandes desafios da equipe econômica neste momento é encontrar formas de compensar a queda no pagamento de dividendos das estatais, que, nos últimos anos, se tornou uma importante fonte de receita para a União. A redução da derrama está dada, em razão de uma combinação de fatores, a começar pela própria redução da lucratividade das empresas, vide a Petrobras.
O lucro de R$ 28,7 bilhões no segundo trimestre representou uma queda de 47% em relação a igual período no ano passado. A petroleira não está sozinha. Ainda que não na mesma proporção, a Caixa Econômica também amargou um resultado decepcionante no primeiro trimestre – o ganho de R$ 1,9 bilhão representou um recuo de 5% na comparação com o mesmo intervalo em 2022.
Outro fator determinante para a queda da receita com os repasses de dividendos vem de uma decisão do próprio governo: é líquido e certo que, na gestão Lula, as grandes estatais – leia-se, sobretudo, Petrobras, BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica – voltarão a ter um forte papel na indução de investimentos e na ampliação de programas com impacto social. Em suma: vai sobrar menos dinheiro para remunerar os acionistas. Não faltam movimentos que apontam nessa direção. A Petrobras já sinalizou seu retorno ao setor de fertilizantes e a retomada dos projetos para a renovação da matriz energética – neste último caso, com a possibilidade de criação de uma subsidiária específica.
O Banco do Brasil, por sua vez, está abrindo o cofre para a agricultura. O Plano Safra 2023/24 será o maior da história, com R$ 240 bilhões, 27% a mais do que na edição anterior. Já na Caixa Econômica, a ordem é impulsionar o crédito habitacional. Só no primeiro semestre, o banco destinou R$ 85 bilhões para o financiamento da casa própria, 15% a mais do que em igual período no ano passado. A conta deve crescer nos próximos meses, diante da disposição do governo de turbinar o recentemente relançado Minha Casa, Minha Vida.
Somente em 2021 e 2022, a soma dos dividendos pagos à União pelas estatais foi de R$ 131,4 bilhões. Ressalte-se que o repasse correspondeu a 3,6 vezes a cifra prevista no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) totalizando-se os dois anos (R$ 36 bilhões). Na média, a Petrobras, sozinha, foi responsável por quase 70% do que o Tesouro arrecadou com a participação nos lucros das estatais. Em seus cálculos, o governo estima que terá de aumentar a arrecadação em até R$ 150 bilhões para cumprir as metas do arcabouço fiscal.
Para efeito de comparação, trata-se do equivalente a quase três vezes o montante que a Petrobras repassou à União em 2022 a título de participação nos lucros – em torno de R$ 55 bilhões. Valores como esse ficarão no passado. A locomotiva dos dividendos já começou a desacelerar. Na semana passada, a petroleira anunciou a distribuição aos acionistas de R$ 14,9 bilhões, relativos ao segundo trimestre deste ano.
O valor é 83% inferior aos dividendos pagos pela estatal em referência ao segundo trimestre de 2022. Banco do Brasil, Caixa e BNDES vão seguir a mesma toada. No caso da agência de fomento, a nova política nem esperou por 2023, retroagindo ao ano passado. O banco já anunciou que pagará à União o equivalente a 25% do lucro de 2022, e não mais 60% com estava previsto originalmente. Com isso, o repasse caiu de R$ 24 bilhões para R$ 10 bilhões.

Futebol
Um nome além-mar para a gestão da nova liga de futebol
8/08/2023O ex-CEO do Benfica, Domingos Soares de Oliveira, foi sondado por um grande banco de investimentos brasileiro para entrar no projeto de criação da nova liga de futebol no país. Oliveira é visto, inclusive, como um nome neutro, capaz de assumir a gestão do negócio. Antes, caberia ao executivo português a difícil tarefa de unir a Libra e a Liga Forte do Futebol (LFF). Do lado da primeira, estão 15 clubes, com o apoio financeiro do Mubadala; a LFF, por sua vez, reúne 26 agremiações, mais o fundo norte-americano Serengeti e a gestora brasileira Life Capital Partners (LCP).
Domingos Oliveira comandou a SAD (Sociedade Anónima Desportiva) do Benfica – equivalente à brasileira SAF – entre 2004 e este ano. Em sua longeva gestão, conduziu não apenas o IPO da empresa, em 2007, mas outras 13 ofertas públicas de ações subsequentes. Oliveira também teve seu nome associado a escândalos: já foi acusado pelo Ministério Público português de crimes de fraude fiscal e falsificação. Ainda assim, é um nome em alta no setor. Além das sondagens vindas do Brasil, a imprensa portuguesa especula que Oliveira teria um convite para assumir a direção executiva do Al-Ittihad, um dos quatro grandes clubes da Arábia Saudita que contam com o apoio do trilhardário fundo soberano local.

Negócios
Ebury vira uma importante aposta do Santander no Brasil
4/08/2023O Santander tem feito estudos para ampliar a atuação da Ebury, sua fintech, no Brasil. A ideia é estender os serviços da plataforma de transferências internacionais para pessoas físicas – hoje, a operação está restrita a empresas exportadoras de pequeno e médio porte. Os espanhóis miram em um mercado cada vez mais efervescente, de contas digitais internacionais. Fintechs como Wise, Avenue e Nomad têm nadado de braçada nesse segmento. O Santander tem apostado fichas cada vez mais altas na Ebury, startup de origem inglesa adquirida pelo conglomerado espanhol em 2020 por 400 milhões de euros. No ano passado, a fintech adquiriu o Bexs, banco digital brasileiro especializado em pagamentos internacionais. Consultado pelo RR, o Santander não se pronunciou.

Destaque
Bons ventos da economia levam Haddad até Nova York
3/08/2023Fernando Haddad já arrefeceu a desconfiança da Faria Lima. Agora, terá a oportunidade de fazer o mesmo com Wall Street. De acordo com informações provindas do Ministério da Fazenda, investidores estão organizando uma agenda de encontros de Haddad em Nova York. A ida aos Estados Unidos deverá se dar após a votação do arcabouço fiscal na Câmara, prevista para ocorrer até a segunda semana de agosto. Trata-se de um movimento eivado de simbolismo. Seria a primeira viagem internacional do ministro da Fazenda após a recente elevação do rating do país pela Fitch – informação antecipada com exclusividade pelo RR. Não poderia haver momento mais propício para o tête-à-tête. Além da melhora da nota de crédito do Brasil, Haddad terá a chance de capitalizar também outras importantes conquistas do governo na área econômica, a exemplo da própria aprovação do arcabouço fiscal e da reforma tributária. Como se não bastasse, o ministro chegará a Nova York embalado pelo aumento das projeções para o PIB. O FMI já elevou sua estimativa de 1,2% para 2,1%, além de elogiar a política econômica brasileira.
Fernando Haddad deverá aproveitar a viagem para mitigar dúvidas que ainda persistem em relação à economia brasileira. A reforma tributária em suas duas fases – a atual, sobre o consumo, e a próxima etapa, focada na renda – ainda enseja interrogações. Apesar dos inequívocos sinais de melhora e do avanço em medidas estruturantes nos sete primeiros meses do governo Lula, os indicadores mostram que os investidores estrangeiros ainda mantêm alguma dose de receio. De acordo com o Banco Central, o IDP (investimento direto no país) somou US$ 31,6 bilhões no primeiro semestre deste ano, ou seja, uma queda nominal (sem correção pela inflação) de 26,7% em comparação ao mesmo intervalo em 2022. De qualquer forma, Haddad passa a ser o primeiro-ministro da Fazenda celebrado pela banca estrangeira com 200 dias no governo.

Economia
Haddad ataca os juros com violência porque vê risco de resiliência no Copom
31/07/2023Entende-se a mais nova e aguda pressão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o Banco Central – e não só sobre Roberto Campos Neto –, defendendo uma queda da taxa Selic de 0,5 ponto percentual em cada reunião do Copom, até o final do mandato do presidente do BC, em novembro de 2024. Essa repetição corresponderia a 11 reuniões seguidas de revisão da Selic em 0,5 pp – ou algumas com menos e outras com 0,75 pp. A cobrança sobre Campos Neto diminuiu, porque ele tinha um significado simbólico maior – vinha do governo Bolsonaro. Haddad sabe que quem fixa os juros é o colegiado de 11 membros do Copom. O Comitê, aliás, se reúne nesta quarta-feira. Provavelmente já com a presença de um diretor de política monetária (segundo cargo mais importante do BC) de inteira confiança do governo. O colosso de Rhodes da redução dos juros que o ministro defende é uma queda consecutiva da taxa neutra da Selic, aquela que mantem a inflação na meta, em 0,5 pp a cada mês durante 10 meses.
Haddad pressiona porque está pressionado pelo novo arcabouço fiscal, ainda não aprovado pelo Senado. E na eventual resiliência do Copom em reduzir a taxa residualmente (de acordo com pesquisa do jornal Valor Econômico de hoje, 64% das instituições financeiras em uma mostra de 84 casas bancárias, projetam um corte da Selic de apenas 0,25%). Cabe lembrar que, nas últimas 182 reuniões do Copom, desde 2022, só houve um máximo de 3% de divergência nos votos da diretoria para fixação da taxa. E mais: o Boletim Focus, em sua última edição, ainda cravava uma Selic de 12% em dezembro deste ano. Um espanto!
Com juros altos, a economia tende a arrefecer o ritmo de crescimento. Com um crescimento menor, a arrecadação cai. Se não arrecadar, Haddad não gasta o limite que está previsto nova regra fiscal. E se não gastar o que está previsto, não atinge, exceto fatores atípicos ou acidentalidades, um PIB maior, principal variável que lhe permitirá um ciclo virtuoso da economia, até 2026. Não custa rememorar o imbricamento entre o resultado primário, a liberdade de gastos e o PIB.
Segue a cartilha: “O resultado primário agora tem de estar contido dentro da banda de 0,6% e 2,5%. Sempre que ele crescer dentro da banda estabelecida, ano seguinte, o crescimento real da despesa será igual a 70% do crescimento real da receita primária, acumulada em 12 meses até junho. Se, por acaso, o resultado primário ficar abaixo da banda inferior da meta, o crescimento do teto no ano seguinte ficará limitado a 50% do crescimento da receita, também limitado a um crescimento real mínimo de 0,6% ao ano e máximo de 2,5% ao ano. Para concluir, suponha que o crescimento real da receita foi de 2,5%. Caso cumprida a meta de superavit primário, o aumento real da despesa poderá ser no máximo 1,75%. Se o superavit não for cumprido, o governo poderá gastar no máximo 1,25% a mais que a despesa do ano anterior”. São dados extraídos do PLP 93/203, substitutivo aprovado pela Câmara dos Deputados.
Mas voltemos à noite dos desesperados. Haddad sabe que entramos em um regime de deflação e que se os juros, causadores desse regime, caírem de forma expressiva comprimirão a atividade produtiva em 2024, provavelmente jogando o PIB de 2% já contratado para este ano (o Focus prevê 2,24%; a maioria das casas bancárias já projeta de 2,5% para um pouco acima; e o FMI já crava 3%) para aquém de resultados até mais auspiciosos.
Não há dúvida que trabalhar com projeções é dançar no escuro. O Banco Mundial, por exemplo aposta em um PIB de 1,2%, neste ano e 1,4%, em 2024. O Copom, que previu 0,02% para o índice do Produto, já subiu para 1,3% do PIB. Ainda há casas bancárias que acreditam em um PIB inferior a 1%. Vá lá que entre os pessimistas lúgubres e os otimistas que querem ser mais felizes que todos, haja um intervalo razoável. Mas alguma estimativa sempre surge e, mal ou bem, é necessária como balizador. É como se fossem as marés. O RR se sente confortável em manter sua previsão de pouco acima de 3%, tendo em vista que há mais de 45 dias previu que, em 2023, um PIB de 3% já estava no radar.
Em 2024, contudo, o buraco pode ser bem mais embaixo. O longo período de juros na faixa de 13,75% deve se demonstrar na sua plenitude a partir do segundo semestre do ano, invadindo 2024. O estágio de deflação em que o país se encontra é um motivo para preocupação em relação a atividade produtiva. A deflação é sempre uma antessala de queda do Produto. Lula quer esfregar na cada da oposição que os números positivos de 2023 não são obra da captura do último ano da gestão Bolsonaro, ou, seja lá, Paulo Guedes. E o presidente não quer a mesma folha de jornal do último ano de Bolsonaro para esfregar na sua própria cara se o resultado de 2024 for a metade, para dizer o mínimo, da performance de 2023.
Neste ano, praticamente todos os indicadores serão superiores à média do governo Bolsonaro (é claro que tem de se levar a consideração os efeitos da pandemia). Nesse caso a recuperação deste ano, poderia se dever mesmo à política acertada de Bolsonaro em 2022, um ano de aperto que teria deixado “uma herança positiva”, de assunção dos sacrifícios que antecedem a bonança. De uma forma ou de outra, Lula está meio que recuperando um conceito criado pelo falecido e saudoso Raphael de Almeida Magalhães, em artigo na antiga do Conselho Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CBDES): o development target. Ou seja: o PIB seria o sol. De acordo com o atual arcabouço fiscal, depende do maior ou menor crescimento do PIB a maior ou menor arrecadação fiscal, que permitirá o maior ou menor gasto, que, por sua vez, permitirá ao Brasil ingressar em um ciclo virtuoso de expansão da atividade econômica com inflação baixa. Esta última, é claro, se não tivermos novamente um BC tétrico, verdade seja dita, com uma política fiscal que não conseguiu cumprir sua meta de compressão dos gastos uma única vez.

Destaque
Casa da Moeda terá um novo valor no governo Lula
31/07/2023No que depender do arco de propostas em estudo no Ministério da Fazenda para alargar o raio de atuação da Casa da Moeda, a estatal pode voltar a ser o potentado que já foi um dia. Um dos projetos sobre a mesa soa como uma maviosa canção para Lula e Marina Silva. Trata-se da criação de uma espécie de certificado de sustentabilidade, um selo a ser aplicado em embalagens de produtos de consumo, atestando o cumprimento das melhores práticas ao longo de toda a cadeia de produção. No entendimento do governo, além da tecnologia própria, a Casa da Moeda teria autoridade suficiente para ser essa certificadora. Para não falar da notória qualificação do seu corpo técnico.
As discussões travadas no Ministério da Fazenda passam também por ampliar os serviços da estatal em rastreabilidade. Na Pasta, há quem vislumbre, inclusive, um entroncamento entre o upgrade da Casa da Moeda e a reforma tributária. Com a iminente criação do chamado “imposto do pecado”, a estatal pode vir a ser uma valiosa parceira da Receita Federal para rastrear bebidas alcoólicas e cigarros, itens que muito provavelmente estarão entre os atingidos pelo novo tributo. Ressalte-se que, no passado recente, a Casa da Moeda foi a responsável pelo Sicobe, uma ferramenta de acompanhamento da produção de bebidas. O serviço vigorou entre 2008 e 2016. No governo Temer, foi suspenso pela Receita Federal sem muita explicação. Na ocasião, a Casa da Moeda acenou com o lançamento de uma tecnologia substituta, o que nunca ocorreu. Ressalte-se que o Sicobe deixou saudade na estatal: em determinado momento, o serviço chegou a ser responsável por mais de 60% da receita da empresa – em 2015, rendeu mais de R$ 1,5 bilhão em faturamento.
A ideia do governo é que a Casa da Moeda passe a ter um papel transversal dentro da estrutura de Estado, participando de projetos estratégicos em diversas esferas do governo, alguns dos quais já em curso. É o caso do Real Digital, a versão tokenizada da moeda brasileira, cujo projeto-piloto está sendo tocado pelo Banco Central em parceria com 16 instituições financeiras. No governo, há o entendimento também de que a Casa da Moeda deve ser uma peça-chave na implantação da nova Carteira de Identidade Nacional (CIN), a cargo do Ministério da Gestão e Inovação. Nesse caso, a proposta é que a estatal forme consórcios com empresas privadas com o objetivo de disputar contratos para a produção do documento – as licitações são de competência dos governos estaduais. A medida teria o efeito de corrigir uma estranha herança deixada pela gestão Bolsonaro. No fim do ano passado, a Câmara Executiva Federal de Identificação do Cidadão (Cefic), então subordinada à Secretaria Geral da Presidência, proibiu a formação de consórcios para a elaboração da CIN. Pelas regras, as empresas responsáveis pela confecção da nova identidade teriam de dominar todas as etapas de produção. As normas causaram perplexidade dentro do próprio governo, uma vez que alijavam a Casa da Moeda da operação. Além disso, há apenas duas companhias privadas no país que seriam capazes de atender a todos os requisitos.
Os estudos para a repaginação da Casa da Moeda partem da premissa de que a estatal tende a ser uma espécie em extinção caso permaneça majoritariamente concentrada na impressão de cédulas. A decadência desse setor é inexorável, por dois motivos principais: a brutal queda da circulação de dinheiro em espécie e a maior durabilidade das notas, por conta dos novos materiais e tecnologias empregados. Um exemplo didático do definhamento desse negócio vem daquela que é considerada a maior “Casa da Moeda” do mundo. A britânica De La Rue, que é responsável pela impressão das notas de libra e esterlina e mantém parceria com governos e bancos centrais de mais de 140 países, vem reportando seguidas quedas de rentabilidade. Em recente comunicado ao mercado, o grupo informou que a demanda por cédulas está nos níveis mais baixos em mais de 20 anos.
A Casa da Moeda do Brasil vai em uma toada ainda pior. Nos últimos anos, a estatal tornou-se uma linha de montagem de prejuízos. Entre 2017 e 2020, as perdas somadas chegaram a R$ 545 milhões. A empresa voltou a ter lucro em 2021 e 2022, mas os ganhos foram modestos – respectivamente R$ 30 milhões e R$ 23 milhões. No ano passado, o faturamento da Casa da Moeda subiu 15%, chegando a R$ 1,3 bilhão – muito em função das encomendas do governo argentino para a produção de cédulas de pesos. Ainda assim, olhando-se para um período mais longo, as receitas da Casa da Moeda são cadentes. Em 2016, a estatal chegou a faturar mais de R$ 2,6 bilhões.

Futebol
Mais um gringo a caminho dos gramados brasileiros
28/07/2023Um grande banco de investimentos brasileiro tem mantido conversações com a Kapital Football Group, do norte-americano Joseph Dagrosa. O objetivo é atrair a gestora para a compra de SAFs (Sociedade Anônimas do Futebol). Dagrosa é dono de um patrimônio pessoal da ordem de US$ 3 bilhões. Fez fortuna com negócios na área de fast food. Entre outros negócios, a Kapital já foi proprietária do clube francês Bordeaux.

Negócios
Flamengo e BRB já ensaiam sua próxima tabelinha
27/07/2023O Flamengo e o Banco Regional de Brasília (BRB), que renovaram sua parceria até dezembro, já ensaiam o passo seguinte. A direção do clube, à frente Rodolfo Landim, e o banco estatal conversam sobre novos modelos de negócio para 2024. O formato que começa a ganhar corpo é a substituição do atual contrato de patrocínio pela associação no Nação BRB, banco digital criado para sócios e torcedores rubro-negros. Além dos 50% da fintech, o Flamengo teria ganhos variáveis em função da performance do negócio. A instituição soma hoje aproximadamente três milhões de contas abertas. A meta é duplicar o número em 12 meses. Os planos sobre a mesa passam também pelo IPO do Nação Rubro-Negra, o que consolidaria a parceria entre o clube e o banco estatal como um negócio até o momento sem paralelo no futebol brasileiro. Noves fora o inegável valor da marca Flamengo, em parte toda essa engenharia pode ser creditada à relação de proximidade entre Landim e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.

Destaque
Qual será a próxima jogada de Marcos Molina no tabuleiro da BRF?
21/07/2023Marcos Molina, dono do Marfrig, já está debruçado sobre seu próximo movimento no xadrez societário da BRF. O empresário trabalha com dois cenários: o primeiro é a formalização de um bloco de controle e a elaboração de um acordo de acionistas, buscando, para isso, o apoio dos principais minoritários da companhia; a segunda hipótese é a compra em bloco de ações da empresa junto a outros investidores, de forma a atingir uma posição majoritária no capital. Em ambos os caminhos, há duas peças-chave nessa engrenagem: Previ e BlackRock, detentores, respectivamente, de 6,2% e 6% da BRF. Os dois investidores passaram a ter uma relevância maior no concerto de acionistas da companhia diante dos números finais do recente aumento de capital. Inicialmente, o Marfrig, de Molina, e o Salic, fundo soberano da Arábia Saudita e aliado do empresário, miravam uma participação de 53% na BRF. Na hora H, porém, a dupla subscreveu um número de ações menor do que o esperado, ficando com uma fatia somada de 43% – individualmente, a participação de Marcos Molina é de 33%.
Marcos Molina está com o caminho aberto tanto para costurar um bloco de controle ou para adquirir mais ações da BRF até atingir os 51%. Não custa lembrar que a “cláusula de barreira” que impedia as duas hipóteses, especialmente a segunda, caiu por terra. Recentemente, os acionistas da BRF derrubaram a pílula de veneno que obrigava qualquer investidor com mais de 33,33% da empresa a fazer uma oferta pública pelo restante das ações em mercado. Ou seja: Molina pode aumentar sua participação sem a obrigatoriedade de comprar o restante free float da BRF. Há um detalhe que não deve ser desprezado. Inicialmente, Molina aportaria R$ 2,5 bilhões no aumento de capital da BRF. No fim das contas, desembolsou apenas R$ 1,8 bilhão. Ou seja: guardou uma gordura financeira que, em tese, pode ser usada mais à frente para ampliar sua participação. De toda a forma, seja por meio de um acordo de acionistas e de mãos dadas com Previ e BlackRock, seja com a compra de mais ações, na prática as duas jogadas levariam ao mesmo lugar, dando a Molina maioria absoluta nas assembleias de acionistas e no Conselho de Administração da BRF. Procurado, por meio da assessoria do Marfrig, o empresário não quis se manifestar.
Em tempo: independentemente do movimento a ser realizado, a aproximação entre Marcos Molina e Previ pode levar a uma aliança entre dois antigos desafetos. Inicialmente, quando Molina começou a avançar no capital da BRF, ainda no governo Bolsonaro, o fundo de pensão demonstrou resistência a uma possível associação com o Marfrig. Posteriormente, no ano passado, a Previ se opôs à chapa de conselheiros apresentada pelo Marfrig, numa disputa por poder dentro do board da BRF. Aos poucos, os dois lados baixaram as armas. Um personagem importante no armistício foi Aldo Mendes, funcionário de carreira do Banco do Brasil e ex-diretor de Política Monetária do Banco Central entre 2009 e 2016 e hoje um dos mais influentes conselheiros da BRF.

Empresa
InBrands negocia entrada de bancos credores no seu capital
21/07/2023A InBrands, uma das maiores holdings do varejo de moda do Brasil, estaria negociando com os bancos credo
res a conversão de parte da dívida em participação acionária. Do outro lado da mesa encontram-se instituições financeiras como Itaú Unibanco e Votorantim. Na linha do “entregar os anéis para não perder os dedos, os controladores da InBrands, Nelson Alvarenga Filho e Americo Fernando Rodrigues Breia, tentariam, assim, reduzir a pressão do seu nível de alavancagem. A relação dívida líquida/Ebitda é de 5,2 vezes. Com um passivo de curto prazo superior a R$ 600 milhões, o grupo enfrenta turbulências financeiras já há algum tempo, inclusive com rumores de uma recuperação judicial. Dona de grifes como Ellus, Richards, Salinas, VR e Alexandre Herchcovitch, a holding chegou a oferecer algumas das marcas como garantia aos credores. Procurados, Inbrands, Itaú e Banco Votorantim não quiseram se pronunciar.

Empresa
WEG Motores acelera seus investimentos em transição energética
18/07/2023A direção da WEG Motores está debruçada em um plano de investimentos para o setor de carros elétricos. O projeto passa pela compra de participações em startups de toda a cadeia de produção do segmento, especialmente a última milha, ou seja, fabricantes de veículos movidos a eletricidade. Um dos alvos, segundo o RR apurou, é a Hitech Electric, que instalou uma fábrica de carros elétricos, utilitários e veículos comerciais de zero emissão no Paraná. A companhia já tem um pé no empreendimento, como fornecedora de baterias e motores da Hitech. A ideia é pular da posição de “carona”, como parceira, para ocupar um pedacinho do banco do piloto, na condição de sócia da empresa.
A WEG, um caso raro de multinacional brasileira, tem feito movimentos focando no processo de transição energética. Recentemente, fechou um contrato de exclusividade com a montadora chinesa Great Wall Motors para o fornecimento de carregadores elétricos no Brasil. Inicialmente, trata-se de equipamentos residenciais, a serem instalados na casa dos clientes. Mas a companhia catarinense já olha lá para a frente. De acordo com a fonte do RR, um dos projetos no visor é investir na montagem de postos de recarga no país, hoje um dos principais gargalos para a expansão da produção de veículos híbridos ou elétricos no mercado brasileiro. Consultada pelo RR, a Weg não se manifestou.

Economia
A quem interessa uma projeção de câmbio tão divorciada da realidade?
17/07/2023Há mistérios a borbulhar no interior de caldeirões efervescentes de cifras, morcegos e lagartixas. A projeção do câmbio, estabelecida em graníticos R$ 5 até quase o final dos tempos, parece as profecias das três feiticeiras que levaram Macbeth ao seu cadafalso. A apreciação do câmbio não resultará em nada tão trágico, mas, convenhamos, poderia haver um pouco mais de método nessa loucura. Pois, senão, vejamos. O Brasil praticamente alcançou um superávit estrutural na balança comercial. O Focus prevê três anos com taxas Selic altas, a despeito das quedas projetadas. Acabou o tempo do presidente do BC, Alexandre Tombini, e sua Selic a 2%. Vamos conviver com taxas de juros reais de 4% a 5%, no barato. Esse percentual garante que o fluxo financeiro, o pessoal do carry trade, ou o jocosamente chamado o capital moteleiro, vai continuar achando o Brasil uma boa pousada para arbitragem entre os juros externos e internos. Em tempo: mesmo com toda a disposição do Fed e a cada vez mais desimportante interferência do Banco Central da Europa, não há no front de dois mil anos, como diria Nelson Rodrigues, uma previsão de taxas reais de 5% ou 6%, disparatando o mercado internacional.
Com o país caminhando para a estabilização, torna-se ainda mais digno de estranheza esse câmbio nas alturas. No balanço de riscos não consta tensão política, descontrole fiscal ou uma inflação recalcitrante. Diversos analistas calculam o câmbio de equilíbrio em R$ 4,50, mas caminhando para R$ 4,30 ou R$ 4,00. E o maná da produção do agrobusiness não vai secar. Se Jair Bolsonaro estivesse por aí, poderia se dizer até que o câmbio estava capturando alguma tentativa de golpe. Mas o vulgo já foi. Por que, então, as projeções do câmbio estão tão descoladas – já há quem diga que voltam logo para R$ 5,30 a R$ 5,50? Talvez, com todas as análises fundamentalistas e modelos econométricos, haja um componente nas projeções intrinsicamente despreocupado com o acerto. Afinal, sejamos tautológicos, uma projeção não passa de uma projeção. E como a maior parte das estimativas tem um componente menor de ciência do que feeling, até o RR se sente confortável apostar em um câmbio de R$ 4,30 neste ano e um câmbio médio de R$ 3,90 nos três anos seguintes, inclusive o atual. Se acertarmos, vai valer a gozação.

Destaque
BC inicia estudos para uso de reservas cambiais em concessões
17/07/2023A pedido de Fernando Haddad, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vai realizar diversas simulações para encontrar o ponto ótimo de uso das reservas cambiais no fomento da economia. Serão chamados economistas do Brasil e do exterior para discutir o tema, que há mais de duas décadas vem sendo tratado de “forma irresponsável”, digamos assim. Já se falou, inclusive, em usar as reservas “jogando dinheiro de helicóptero na economia” sem ponderar que isso levaria ao crescimento da dívida pública. O atual projeto, mais precisamente, seria utilizar uma pequena parcela do lastro em moeda forte como garantia cambial para os investimentos em concessões de infraestrutura. A expectativa, ainda na base do “chutômetro”, é que o volume de recursos poderia triplicar, chegando a mais de R$ 300 bilhões – a estimativa para 2024 é que esses valores fiquem na casa de R$ 126 bilhões.
O lobby a favor da medida é forte, dentro e fora do governo. Na quinta-feira, dia 13 de julho – último dado disponibilizado pelo Banco Central -, as reservas cambiais estavam em US$ 346, 7 bilhões. Um pedacinho de 10% significaria, portanto, garantias da ordem de US$ 34,6 bilhões – o equivalente a R$ 166 bilhões. Parece pouco dinheiro frente ao montante de dólares entesourados no cofre do BC. Mas pode ser que não. Não existe na academia um modelo das “reservas ótimas”. O FMI considera que são suficientes recursos correspondentes a seis meses das importações. Mas os economistas mais sofisticados, aqui e no mundo, classificam essa “sacada” como algo desprovida de base científica. A China teria um modelo próprio, com argumentação teórica, mas muito influenciado pela atipicidade do país. As demais nações tocam o assunto ao ritmo de suas próprias orquestrações cambiais. Não têm um modelo científico.
O BC pretende se aprofundar no assunto, antes de dar um passo em falso. Uma das preocupações é o fluxo de recursos financeiros, inclusive de brasileiros com dinheiro no exterior. O investidor externo pode tirar seu capital do país em função da redução dos ganhos com a arbitragem das taxas de juros ou até mesmo por motivos sem uma fundamentação consistente, provocando o chamado efeito manada. Mas será que o uso de um tiquinho das reservas, algo na faixa de 10% ou 7%, até pouco menos, faria essa diferença toda? Qualquer afirmação é um pensar desejante. O BC nas suas gestões desde o primeiro mandato de Lula, quando o caixa de reservas começou a ficar mais cheio, repete que não há um modelo de referência que autorize o uso de um valor específico das reservas em relação ao estoque de dólares.
Sabe-se que Campos Neto não tem apreço pela ideia, até por considerar o mercado de câmbio extremamente arrítmico e sensível a especulações de toda ordem. Foi o atual presidente do BC que segurou insistentes pedidos do então ministro da Fazenda, Paulo Guedes, para meter a colher nas reservas. A discussão do uso ou não uso do lastro em moeda forte, portanto, é matusalêmica e até agora sem nenhuma conclusão. Mas com o argumento de que recursos serão para hedgear as concessões e o setor privado batendo bumbo atrás, pode ser que tenha chegado a hora de descascar um pouquinho do montante. Lula quer. E quer muito.

Economia
Banco do Brasil entra na lista de Arthur Lira
14/07/2023Além da presidência da Caixa Econômica, o PP, de Arthur Lira, quer aterrissar também na diretoria do Banco do Brasil. O partido já teria indicado o nome de Jorge Bastos para a vice-presidência de governo, hoje ocupada por José Ricardo Sasseron, funcionário de carreira do BB e ex-diretor da Previ. Ex-diretor-geral da ANTT, Bastos ocupa atualmente a presidência da Infra S/A, estatal criada a partir da fusão da Valec com a EPL. No governo Bolsonaro, ele esteve próximo do então ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI). Pragmaticamente, deslocou-se dentro do partido, aproximando-se do grupo liderado por Arthur Lira.
O apetite de Arthur Lira, como se sabe, é insaciável. O presidente da Câmara já dá como certa a conquista da presidência da Caixa, com a entrada do ex-ministro Gilberto Occhi no lugar hoje ocupado por Rita Serrano. Quer também esticar seus tentáculos no Banco do Brasil. Vai ser difícil cravar essa dupla vitória. Mesmo tratando-se de uma vice-presidência, no caso do BB, o governo entende que é dar espaço em demasia para Lira e o mando de campo em dois dos maiores bancos federais.

Empresa
Carlyle negocia um armistício com os credores da Tok & Stok
13/07/2023Em delicada situação financeira, a Tok & Stok tem experimentado um certo alívio nas últimas semanas. Graças ao poder de convencimento do Carlyle, seu principal acionista. O gigante norte-americano do private equity conseguiu costurar uma espécie de armistício com os principais bancos credores da rede varejista, a começar por Santander e Banco do Brasil. Há conversações em torno de um waiver de um ano para a retomada do pagamento da dívida da companhia, da ordem de R$ 350 milhões. O distensionamento das negociações está diretamente ligado ao aporte de capital feito pelo Carlyle na Tok & Stok, estimado em R$ 100 milhões. Não é só. Nas conversas com os bancos, os norte-americanos já sinalizaram que de onde veio esse dinheiro pode vir mais. Ou seja: a gestora está disposta a aportar mais recursos caso necessário para equilibrar as contas de curto prazo da empresa, dando sustentação a um novo plano de pagamento do passivo.

Destaque
Do mercúrio às finanças, uma megaoperação para asfixiar o comércio ilegal de ouro
12/07/2023“Follow the gold”. Essas palavras de ordem estão por trás de uma operação complexa, que congrega vários órgãos dos aparelhos de segurança, justiça e controle, com o objetivo de combater os garimpos clandestinos e o comércio ilegal de ouro no Brasil. Polícia Federal, Ministério da Justiça, Ministério Público e Receita avançam sobre uma ampla rede de conexões, que passa por contrabando na fronteira, associação do crime organizado com garimpeiros, extração ilegal, venda do metal a instituições financeiras de fachada que atuam como intermediárias e, na última milha, acordos com receptadores em grandes mercados internacionais. Um dos próximos passos contra essa bem azeitada linha de montagem do crime deve ser dado pela PF. Segundo o RR apurou, a Polícia Federal estaria preparando uma ação contra um esquema de contrabando de mercúrio da Bolívia para o Brasil. De acordo com a mesma fonte, mais de cem agentes já teriam sido destacados para a operação em Rondônia. O inimigo, nesse caso, já está identificado: investigações do setor de Inteligência da PF apontam na direção da Família do Norte (FDN), uma das maiores facções criminosas da região.
A principal rota de entrada do produto no país, comandada pela FDN, está na divisa entre a cidade boliviana de Guayaramerín e a vizinha Guajará-Mirim, em Rondônia. Consultada, a Polícia Federal disse que “não se manifesta sobre eventuais investigações em andamento”. A PF mapeou, nos últimos três meses, a entrada de mais de 200 quilos de mercúrio no país. Mas, na própria corporação, o número é tratado como uma amostragem residual. O produto é indispensável para separar o ouro de rochas ou areia, sobretudo na mineração a céu aberto ou de lavra. Além de ser preocupante per si, o aumento do contrabando de mercúrio traz um alerta para a PF: significa que, mesmo com todo o cerco aos garimpeiros ilegais, especialmente em territórios indígenas, caso do Yanomami, a extração clandestina de ouro na Região Amazônica está crescendo. Por sinal, na manhã da última segunda-feira, a própria PF deflagrou uma operação contra um grupo suspeito de movimentar ao menos R$ 80 milhões por meio de uma rede de extração clandestina de ouro em território Yanomami. Essa ponta leva a investigações iniciadas em 2019, a partir da apreensão de cinco quilos do metal no Aeroporto de Boa Vista.
Diversos fios se entrelaçam na teia da extração e do comércio ilegal de ouro. O crime organizado está na importação de insumos para a lavra, na manutenção de uma rede de milhares de garimpeiros e, na última ponta, no contrabando do metal para o exterior. As investigações revelam também conexões entre facções criminosas e instituições financeiras que atuam na evasão do ouro para o mercado internacional. Procuradores do Ministério Público Federal estão debruçados sobre uma relação de empresas suspeitas. Essa linha da teia criminosa começou a ser puxada há pouco mais de dois anos. Em 2021, o MPF pediu a suspensão das atividades de três instituições financeiras acusadas de despejar tanto no Brasil quanto no exterior mais de quatro toneladas de ouro ilegal entre 2019 e 2020.
Os números são razoavelmente impactantes. Segundo levantamento do Instituto Escolhas, em 2021 mais de 52 toneladas do produto extraído no Brasil apresentaram “graves indícios de ilegalidade”. O número correspondeu a aproximadamente 54% da produção nacional naquele ano. Quase todo o ouro extraído no país é exportado. Uma parcela expressiva – as estimativas indicam mais de um terço – sai ilegalmente do Brasil. Nesse fluxo está mais uma ligação na cadeia de conexões do crime: facções e instituições financeiras de fachada operam em parceria com quadrilhas internacionais. Mais de 70% das exportações vão para o Canadá, Reino Unido e Suíça. Em agosto do ano passado, as grandes refinarias de ouro suíças assinaram uma declaração pública comprometendo-se a rastrear a origem do metal importado do Brasil.
O Ministério da Justiça se junta ao MPF e à PF como o terceiro vértice dos órgãos federais que estão na linha de frente do combate à cadeia criminosa do ouro. Neste momento, os esforços do ministro Flavio Dino estão concentrados em duas áreas. Dino tem trabalhado junto a parlamentares para acelerar a votação do “PL do Ouro”, projeto de lei encaminhado ao Congresso pela Presidência da República com o objetivo de regular a compra, venda e transporte do metal no país. Como principal mudança, a proposta extingue a chamada presunção de boa-fé na comprovação da origem do ouro e torna obrigatória a emissão de nota fiscal eletrônica nas operações de compra e venda, além de exigir a transferência bancária como forma de pagamento. Enquanto a nova regulação não sai, a Receita Federal, que também integra a tour de force, usa os instrumentos que tem à mão. A partir de 1º de agosto será obrigatória a emissão da Nota Fiscal Eletrônica do Ouro Ativo Financeiro (NF-e Outo Ativo Financeiro), destinada ao registro de operações com o metal.
Ao mesmo tempo, o ministro da Justiça tem mantido tratativas com outros países, a começar exatamente por Canadá e Suíça, para que esses grandes importadores do metal imponham também regras mais rígidas para a entrada do produto em seu território. Na prática, seria uma forma de conter na ponta final da esteira o que o próprio Brasil não consegue barrar na partida.
Ressalte-se que todo esse cerco sincronizado das autoridades brasileiras se dá justamente em um momento em que bancos centrais de diversos países, especialmente China e Turquia, têm aumentado suas reservas físicas de ouro, na esteira da guerra entre Rússia e Ucrânia e como forma de proteção contra a inflação elevada. A demanda mundial pelo produto atingiu o ponto mais alto em 11 anos – mais de 4,7 mil toneladas em 2022. O Brasil, de certa forma, está na contramão desse “ciclo do ouro”, dada a enorme evasão criminosa do metal extraído no país.

Futebol
Grêmio quer dar ordem de despejo à antiga OAS
11/07/2023O Grêmio está tentando aproveitar o momento conturbado da Coesa, empresa criada a partir de uma das costelas da antiga OAS, para negociar a compra do seu estádio. A Arena é avaliada em aproximadamente R$ 700 milhões, mas os dirigentes do clube gaúcho trabalham com a premissa de que a companhia teria pouco a receber. Além disso, a aposta é que a Coesa não está em condições de endurecer as conversas. No fim do mês passado, a empresa teve sua recuperação judicial revertida em falência pelo TJ-SP. No total, a companhia carrega mais de R$ 4,5 bilhões em dívidas herdadas da OAS. A própria relação societária com a Arena do Grêmio é enrolada. O estádio pertence ao FI-FGTS, administrado pela Caixa, e à Coesa. Esa última comprou a KPE Engenharia, que reunia ativos imobiliários da própria OAS. Ainda que a investida do Grêmio surta efeito, os derivativos empresariais da antiga construtora baiana estão longe de ser o maior enrosco do estádio. Há uma dívida de R$ 226 milhões com o Banrisul, Banco do Brasil e Santander, referente ainda à construção da Arena. Recentemente, os três bancos conseguiram a penhora judicial do complexo esportivo por conta do endividamento.

Destaque
A comédia de Lula com o BC de comédia não tem nada
7/07/2023O presidente Lula, por desígnios do destino, mais fortuna do que virtù, pode faturar dobrado a mudança do horizonte de aferição da meta de inflação, a queda da taxa de juros e, finalmente, um IPCA mais comportado e dentro da margem de tolerância (4,75%), no final do ano. Os juros devem cair, mesmo que pouco. O Focus dessa semana prevê uma Selic de 12% em dezembro, mas já há instituições financeiras projetando uma taxa de 11%. É um índice extremamente alto, mas de serventia na arena política. O suficiente para o presidente provavelmente dizer que venceu o braço de ferro com Campos Neto. A guerra pelo aumento da meta de inflação Lula não ganhou, mas mudou a temporalidade, o que permite, com jeitinho, dizer que teve mais uma vitória contra o “BC do Bolsonaro”. Se der o samba que promete, o presidente vai tirar uma onda porque conseguiu o que seu antecessor tentou e não teve êxito – apesar dos méritos pelos atuais feitos, na maior parte, pertencerem à política monetária efetuada na gestão do ex-presidente.
O terceiro ato tem muito mais ressonância: é a inflação ficar dentro da meta em dezembro deste ano. A conquista é positiva por si só, mas ela soma em dobro, pois tem efeito simbólico de forte impacto político: a redução da carestia. Lula vai dizer que domou o monstro remarcador de preços. É uma inverdade, mas vai dizer. No quesito inflação, Bolsonaro e Campos Neto entrarão juntos na roda. Ambos receberão cocorotes em dosagem correspondente à importância que têm no jogo da política. O presidente do BC teve de assinar duas cartas de desculpas ao Congresso pelo não cumprimento da meta de inflação, todas, é claro, no governo Bolsonaro. Ou seja: precisou pedir arrego ao Parlamento nos atípicos anos de 2021 e 2022, período da pandemia. Mas Lula sempre poderá dizer que Bolsonaro somente cumpriu as outras duas metas, nos anos de 2019 e 2020, devido às margens de tolerância mais altas, respectivamente, 5,75% e 5,5%. E poderá dizer também que ele ficou com os ossos de bandas superiores das metas de 4,75%, neste ano, e 4,50%, em 2024.
Ainda existe a possibilidade de a fatura de Lula ser acrescida de um imprevisto crescimento do PIB de 3%, em 2023, conforme a expectativa do secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello. No início do ano, a previsão era de um aumento de apenas 0,8%. Depois a estimativa foi corrigida um pouquinho, para 1,2%. Agora o BC subiu o sarrafo para 2%. O diretor do FGV Ibre, Luiz Schymura, acha factível ser maior. Por que não? Ele lembra, conforme artigo publicado na última terça-feira no Valor Econômico, que, em 2022, a projeção inicial de elevação do PIB era de pífio 0,3%, e o crescimento verificado fechou em notáveis 2,9%. Previsão do PIB é um exercício de grande imprevisibilidade. Mas o show do agrobusiness e a gastança do governo ajudam a acreditar que os 3% do PIB estão na caçapa neste final de ano.
Se o crescimento da economia for nesse patamar, o que cada vez mais parece que vai acontecer, Lula fatura também em duas variáveis bastante vinculadas à política monetária: a dívida bruta pública interna e o resultado primário das contas públicas. Na lei orçamentária, o governo tinha previsto um déficit primário de 2,2% em relação a um PIB 2,5%. O que se dizia na ocasião é que seria no mínimo improvável alcançar essa projeção de crescimento da economia contida no PLOA. Hoje, no mercado se considera que chegar ao percentual de 2,5% não é nada demais. O Ministério da Fazenda já revisou sua projeção de déficit primário para 1% neste ano e não conta nessa alteração com os benefícios de uma reforma tributária e da aprovação do arcabouço fiscal. Se o PIB subir para 3% ou até um tiquinho mais, também, em grande parte, devido à sorte do presidente – e ao fato de Bolsonaro ter contribuído com a parte dura da tarefa – o déficit primário pode ficar próximo de zero, em dezembro. Fernando Haddad promete, formalmente, zerar o déficit só em 2024. Mas um número tão baixo, neste ano, não estava no radar do mercado.
A dívida bruta do Brasil vai subir para o equivalente a 73,63% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme dados divulgados pelo Banco Central na última sexta-feira. Mas também deve ficar abaixo desta previsão. O crescimento do PIB estimado pelo BC é de 2%. Portanto, é razoavelmente provável que, com o PIB subindo mais, a relação dívida bruta/PIB caia mais neste ano, até porque terá ainda uma ajuda da redução da taxa de juros, que impacta diretamente o custo do passivo interno.
Neste ponto da história em que estamos, o ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, teve sua nomeação como diretor de Política Monetária aprovada na última terça-feira pelo Senado Federal, e além de manda chuva da área, já está sendo empoderado, informalmente, como substituto de Campos Neto em dezembro de 2024, quando termina o mandato do atual presidente do BC. Lula nomeou também o diretor de fiscalização, Ailton Aquino dos Santos. Em 2024, com as mudanças já acertadas e as quatro alterações programadas, o presidente não terá ainda a maioria absoluta da diretoria colegiada do BC, que somente será conquistada em 2025, mas conseguirá a maioria simples. Por mais que todos os diretores tenham sido indicados devido sua competência técnica, o BC independente ficará, no mínimo, levemente inclinado em favor do governo. A elevação da meta de inflação de 3% seria algo para 2025. Isso se o cenário não mudar muito. É muito provável até que daqui para frente o presidente alivie Campos Neto das suas bordoadas. Afinal, está tudo dominado, como se diz na linguagem do funk. Essa é a comédia por trás da política monetária, que de comédia não tem nada.

Destaque
Falta transparência no processo de criação do real digital
5/07/2023O real digital já nasce debaixo de polêmica. A decisão do Banco Central de reabilitar a Caixa Econômica e o Mercado Bitcoin (MB) para o projeto-piloto da versão tokenizada da moeda brasileira causou mal-estar entre os demais participantes da iniciativa e, principalmente, entre as empresas que foram excluídas ou não puderam participar da seleção. De acordo com a fonte do RR, que participou do certame, tinha certeza da inclusão e foi desclassificada, dois dias depois do prazo limite para apresentação dos recursos – cinco dias a partir de 24 de maio, quando foram anunciados pelo BC os felizes participantes – já se sabia, no intra-mercado, que a CEF tinha sido reabilitada. O anúncio oficial só veio mesmo a público no dia 22 de junho. É uma acusação grave. Os mais incomodados relutam em fazê-la porque acreditam ter uma chance de repescagem no processo. Ao trazer a Caixa de volta para o game, o BC politizou um assunto que, até então, vinha sendo conduzido de forma eminentemente técnica, pelo menos nas aparências. O que se diz nos bastidores é que a instituição cedeu a pressões de dentro do próprio governo para aceitar o retorno do banco estatal. Para piorar a situação, todo o processo tem sido conduzido com baixa ou nenhuma transparência. O Banco Central não explicou os motivos para a exclusão da Caixa e do MB da seleção original e muito menos os recursos que permitiram a repentina reabilitação da dupla. Formalmente, limitou-se a dizer que “foram selecionadas aquelas instituições que conseguiram atender de forma mais clara e completa os requisitos estabelecidos no regulamento do piloto do real digital.”
É também motivo de incômodo que, em um primeiro momento, o BC tenha optado por não incluir consórcios liderados por tokenizadoras ou plataformas de ativos financeiros digitais. De repente, tudo mudou com o reaparecimento do grupo capitaneado pela Mercado Bitcoin, que reúne ainda a Mastercard, a corretora Genial, a registradora Cerc e a fintech Sinqia.
Outro fato atiça o ambiente do “disse me disse” entre as demais instituições financeiras envolvidas na iniciativa. Em abril, o coordenador do projeto para versão digital da moeda, Fabio Araújo, afirmou que “chegou-se ao número de 10 participantes porque o prazo é curto e o processo demanda recursos do banco”. Araújo, contudo, fez um hedge ao afirmar que “se houvesse demanda, o número poderia crescer.” Segundo uma das instituições que ficou de fora do grupo aprovado pela autoridade monetária, o Banco Central, deixou entender, nas consultas realizadas, posteriormente, que iria escolher 12 instituições, individuais ou reunidas em consórcios, para atuar no projeto-piloto do real digital. Ou seja: a despeito dos critérios de seleção, havia um limite máximo de participantes. O BC, porém, ampliou esse número para 14 – de um total de 36 candidatos inscritos, muito acima das expectativas iniciais. No meio do caminho, portanto, a definição de um contingente máximo de selecionados sumiu do processo. Seguiu-se a máxima de Araújo, que a demanda também determinaria a quantidade de escolhidos. Isto é: os estudos para o real digital poderiam ser feitos por um número maior de participantes desde que fossem habilitados conforme os critérios técnicos.
Por fim, com o recredenciamento da Caixa e da MB, são 16 grupos habilitados. Segundo a fonte do RR, não está claro se o jogo pode mudar a qualquer hora e sem sinalização prévia, em função de algum outro recurso ou “expediente temporão”. O choro é válido porque o processo é realmente confuso. Há consórcios que pressionam para serem reabilitados. Por exemplo: o Banco do Nordeste (BNB) se inscreveu para participar do projeto-piloto e ficou de fora. A previsão é que os testes durem 18 meses. Há motivos óbvios para que os excluídos dessa fase de estudos estejam com a irritação à flor da pele. Os bancos, fintechs e demais empresas envolvidas no projeto terão vantagem comparativa para começar a pensar antes em como monetizar o real digital e os serviços financeiros que poderão ser criados a partir da “nova” moeda. O BC diz que manterá um fórum aberto e sem limite de participantes para que se acompanhe a evolução do desenvolvimento do real digital.
Mas, como está tudo confuso, inclusive em relação a detalhes técnicos e cronograma, os excluídos consideram que os vencedores terão enormes vantagens para desenvolver seus negócios próprios. Faz sentido. Por enquanto o que se tem é uma nebulosa encobrindo detalhes para a escolha dos eleitos. Além das eventuais vantagens desse grupo caso no futuro sejam feitas outras chamadas para colaboração com o BC no desenvolvimento da moeda digital. Até agora, vale a tautologia: quem está dentro está dentro, quem está fora está fora.
Quais os critérios adotados pelo Banco Central para, inicialmente, desabilitar a Caixa Econômica e o Mercado Bitcoin do projeto-piloto do real digital? Que razões levaram o BC a reconsiderar a decisão e autorizar a participação da Caixa Econômica e da Mercado Bitcoin no projeto? Houve alguma gestão de ordem política junto ao BC, notadamente no que diz respeito à Caixa? Por que o BC decidiu aumentar o número de participantes? Diversos candidatos desabilitados estão fazendo pressão para serem integrados ao projeto. O Banco Central cogita aumentar o número de participantes mais uma vez? São perguntas que o RR fez ao próprio BC. A instituição, no entanto, não retornou até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para o posicionamento do Banco Central.

Destaque
Ame Digital está na mira do Mercado Pago
3/07/2023O RR apurou que o Mercado Pago está na disputa pela compra da Ame Digital, fintech colocada à venda pela Americanas em meio ao seu processo de recuperação judicial. Com a aquisição, o braço financeiro do Mercado Livre poderá se consolidar como um dos maiores bancos digitais do país, notadamente em soluções de pagamento e crédito ao consumidor. O Mercado Pago mira no que há de mais valioso da Ame: uma carteira com mais de 30 milhões de contas ativas. A fintech nasceu, em 2018, como um apêndice da Americanas, quase que exclusivamente para atender o ecossistema de vendas da rede varejista. Hoje, no entanto, é uma operação independente, que soma ainda cerca de dois milhões de cartões e um volume de movimentações financeiras da ordem de R$ 35 bilhões no ano passado. Ainda assim, está longe de ser um negócio rentável: em 2022, teve um prejuízo de R$ 696 milhões. Procurados pelo RR, Mercado Pago e Americanas não quiseram comentar o assunto.
Além de ser um negócio importante per si, com mais de 45 milhões de contas cadastradas, o Mercado Pago tende a ter um peso cada vez maior para a própria operação do Mercado Livre no Brasil. Principalmente por conta do ambiente de maior concorrência no e-commerce, diante dos investimentos já anunciados pelas chinesas Shein e Shopee no Brasil. Gradativamente, o Mercado Pago tem ampliado seu escopo de atuação: da conta digital e das soluções de pagamento, seus negócios originais, já espraiou sua atuação para a área de segurança, criptomoedas e, mais recentemente, investimentos, com a criação de fundos próprios.

Destaque
Contencioso entre os Safra deve ter novo capítulo na Justiça de Nova York
30/06/2023Há uma tensa expectativa na família Safra. É esperada para a próxima semana alguma decisão da Suprema Corte do Estado de Nova York sobre o processo aberto pelo bilionário Alberto Safra contra a matriarca da família, Vick Safra (viúva do antigo manda chuva, Joseph Safra) e seus irmãos, Jacob Safra, que comanda a operação internacional do grupo, e David Safra – responsável pelos negócios do clã no Brasil. A briga é feia. A família, à exceção da irmã Esther, quer deserdar Alberto, praticamente expulsando-o da SNBNY – holding que controla o banco americano Safra National Bank. Alberto afirma que foi diluído na SNBNY quando estava muito enfermo. A família diz que “pouco depois de receber a doação do Sr. Joseph como antecipação da herança, Alberto deixou o Banco Safra, sem atender os apelos feitos pessoalmente pelo seu pai, e iniciou negócio concorrente, tendo, inclusive, assediado e contratado vários executivos do Grupo.” Em nota oficial, os Safra em bloco chamam Alberto de conspirador. O fato é que quem deserdou Alberto foi o próprio Joseph.
Alberto Safra descarrega nos irmãos, dizendo que eles foram responsáveis por ações ilegais. Nas internas, fala-se que Vick Safra é a mais incomodada com o comportamento de Alberto e quem está apertando o torniquete da alienação do filho de todos os negócios. Pode ser. As mulheres da família Safra são notórias pela força e determinação, vide a falecida Lily Safra, duríssima na queda. Lily, mulher do também falecido Edmond Safra, deixou uma fortuna de US$ 1,3 bilhão para a caridade. Muita água – ou sangue metaforicamente – ainda vai rolar nessa guerra.
Os Safras são detentores de um império detentor de ativos estimados em US$ 90 bilhões em ativos. Alberto, sozinho, teria mais de US$ 8 bilhões, sem contar o quinhão em disputa. É uma pena todo o episódio. Apesar das recorrentes brigas em família, os Safra são reconhecidos pela elegância. O publicitário Nizan Guanaes define o marketing do banco com uma palavra: “silêncio”. Agora é torcer para que Hollywood não se anime com o enredo. Por enquanto, o relevante é aguardar o que dirá a Justiça de Nova York. Depois, é inevitável que uma enxurrada de ações seja impetrada. É muito, mas muito dinheiro em jogo.
Empresa
Quero-Quero negocia com bancos para reduzir pressão da dívida de curto prazo
30/06/2023A direção da Quero-Quero, maior rede de material de construção do Brasil, está empenhada em reduzir a dívida de curto prazo. O RR apurou que já há conversas em curso com bancos para o alongamento do passivo. Em termos absolutos, o endividamento líquido da companhia até caiu: de R$ 266 milhões em março de 2022 para R$ 180 milhões em março deste ano. Ocorre que a redução dos resultados serviu como uma gangorra que jogou o nível de alavancagem da empresa para o alto: no mesmo intervalo, a relação dívida líquida/Ebitda subiu de 1,4 para 2,1 vezes.

Finanças
Banco do Brasil amplia sua rede no exterior
29/06/2023Reviravolta no Banco do Brasil. A presidente Tarciana Medeiros não apenas engavetou a venda de subsidiárias e controladas internacionais – como o BB Américas, em Miami, ou o Patagonia, na Argentina -, como pretende ampliar a presença do BB no exterior. Entre os planos estariam a abertura da segunda agência na China e a instalação de um escritório no Oriente Médio. Há estudos também para o aumento da rede de operações na América do Sul, com a possível entrada em países como Colômbia e Peru

Energia
Banco de fomento alemão vai financiar projetos em geração renovável no Brasil
27/06/2023O Banco do Nordeste está em conversações com o KFW – banco de desenvolvimento da Alemanha – para obter uma linha de crédito voltada a projetos de transição energética na região. A operação tem como pano de fundo as tratativas entre os governos do presidente Lula e do primeiro-ministro Olaf Scholz para investimentos conjuntos em energia renovável no Brasil. Em janeiro deste ano, após reunião com Lula, Scholz falou textualmente do interesse da Alemanha em financiar projetos em hidrogênio verde no país.

Futebol
Investidor português pisa nos gramados brasileiros
26/06/2023Um grande banco de investimentos brasileiro está trabalhando com o objetivo de trazer a portuguesa Codecity Sports Management para os gramados brasileiros. Na mira, a aquisição de uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Uma possibilidade sobre a mesa é uma operação com o Sport, de Recife, que está ultimando os preparativos para a cisão da sua operação de futebol. A Codecity, do investidor Rui Pedro Soares, tem investimentos em Portugal, mas também alguns negócios controversos. Um deles tornou-se uma grande batalha judicial: a aquisição do Belenenses, tradicional clube de Lisboa.

Política
Mudanças à vista no Banco do Brasil?
23/06/2023O ministro da Educação e ex-governador do Ceará, Camilo Santana, trabalha com afinco para abrigar Nelson Martins, funcionário de carreira do Banco do Brasil, em uma das diretorias da instituição. No início do governo, Santana já havia tentado emplacar Martins – assessor especial do atual governador cearense, Elmano Freitas – na presidência do Banco do Nordeste. Mas o cargo acabou nas mãos do ex-governador de Pernambuco, Paulo Câmara. Martins tem uma longa história de militância no movimento sindical: por dois mandatos seguidos, presidiu o Sindicado dos Bancários do Ceará.

Destaque
O setor de construção pesada vai voltar. E quem diz é José Dirceu
21/06/2023Ainda sobre a breve, mas fulgurante, passagem de José Dirceu pelo Rio, na última sexta-feira, dia 16 de junho. Em palestra noturna, seguida de jantar com o grupo Prerrogativas – conforme noticiou o RR – Dirceu deitou falação no que considera o maior tumor produzido pela Lava Jato: a destruição da construção pesada. O ex-ministro diz que o presidente Lula tem a mesma opinião. Afirmou que tem contatos na América Latina, a mais atingida pelo escangalhamento do setor – “na verdade, quem foi mais atingido fomos nós mesmos”, sublinhou. Dirceu informou que vai trabalhar pelo soerguimento da construção pesada. Só não disse como. Seja lá como vai poder ajudar esse segmento, que já teve suas grandes empresas todas ranqueadas no topo das maiores do Brasil, a verdade é que a premissa de Dirceu está certa, certíssima.
Com a Lava Jato foi construída uma narrativa para “criminalizar” também as empreiteiras e não somente os dirigentes e sua rede de operadores, que cometeram falcatruas. Verdade seja dita: no desmonte da construção pesada, os juízes deram o kick off e se acumpliciaram, com omissões e associações indevida, aos demolidores da construção pesada. Mas não foram os protagonistas da destruição das companhias, papel que coube aos órgãos de controle, liderados pelo TCU. Este cometeu uma espécie de macartismo empresarial. Praticamente quebrou o top ten das empreiteiras. Atrocidades foram cometidas, como o cancelamento de contratos de obras e a suspensão do crédito público. Uma a uma, empresas como Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, que vinham, inclusive, investindo na diversificação das suas atividades, tiveram de vender todos os novos projetos. Um braço importante do seu core business, a comercialização no exterior de serviços de engenharia, simplesmente se desmilinguiu. Ao mesmo tempo, acabaram sendo “expulsas” das centenas de obras que construíam no Brasil.
Para bom observador, José Dirceu veio dar este recado como ventríloquo de Lula. O ex-ministro, apesar da grande discrição, toca de ouvido com o presidente, que já disse pública e enfaticamente que vai recuperar a construção pesada nacional e retomar a exportação de serviço. Lula tem, inclusive, relações de afeto no setor, a exemplo de Emílio Odebrecht.
De acordo com Dirceu, o presidente está, sim, decidido a destruir o legado do lavajatismo. E o resgate das grandes empreiteiras é uma das ações que vão nesta direção. O ex-todo poderoso chefe da Casa Civil observou que um dos eixos da geopolítica de Lula é justamente retomar o protagonismo nos continentes, sobretudo na América Latina e na África, contendo também a expansão da China nas mesmas regiões. A exportação de serviços assim como a defesa da inclusão ou fortalecimento da participação dos países de ambos nos foros multilaterais são instrumentos com os quais o assessor de Lula, Celso Amorim, conta para fazer valer a geopolítica brasileira. Segundo José Dirceu, as condições presentes são ainda mais favoráveis para o Brasil retomar seus mercados.
O movimento imediato no xadrez da defesa é a desmontagem na CCJ da PEC esdrúxula que vem sendo articulada pela oposição para impor a exigência de aval do Congresso Nacional em caso de financiamento de bancos públicos federais a engenharia de obras no exterior. Em tempo: Dirceu não gastou tempo falando em Cuba, um dos pivôs do discurso de satanização da venda de serviços de engenharia, apesar das sabidas fortes relações com a pequena ilha. Se Lula é eminentemente um pragmático, conforme já foi dito, Dirceu disputa com ele o posto de referência nesse quesito. O Grupo Prerrogativas é um coletivo de juristas e magistrados mais ativos no combate à Lava Jato e na defesa da democracia.

Destaque
Minoritários do Santander querem destrinchar as relações entre o banco, Sergio Rial e Americanas
16/06/2023O executivo Sérgio Rial, que já é réu em processo administrativo na CVM, por sua atuação no comando das Americanas, pode se se tornar igualmente réu em um processo bem mais desestabilizador, agora pelo lado do Santander. Um grupo de minoritários do Santander Brasil, segundo fonte do RR, já solicitou à CVM a abertura de outro procedimento para investigar as operações financeiras do banco com a Americanas. Os investidores estudam entrar também na Justiça para solicitar uma auditoria nos empréstimos. Seja no âmbito administrativo, seja na esfera judicial, a intenção dos minoritários, segundo a mesma fonte, é apurar o envolvimento de Rial na aprovação dos financiamentos e responsabilizá-lo por eventuais prejuízos impostos aos acionistas do Santander em razão das linhas de crédito concedidas à rede varejista. Os empréstimos totalizam cerca de R$ 3,6 bilhões.
Sérgio Rial assumiu o cargo de CEO do Santander em 2016. Ficou no comando do banco até 2022, quando subiu para a presidência do Conselho. É nesse intervalo de tempo que moram as suspeições. Os minoritários querem esmiuçar os contratos de empréstimo firmados entre o banco e a rede varejista ao longo da jornada de Rial frente às principais decisões do Santander. Olhando para um período mais recente, os investidores focam no que eles próprios chamam de relações promíscua entre a Americanas e Sergio Rial. Essa é a diferença crucial entre os demais grandes bancos credores, tais como Bradesco e Itaú, e a subsidiária brasileira do banco espanhol: o principal executivo tinha um pé no lado do credor e o outro do lado do devedor, além de manter uma relação “diferenciada” com os sócios de referência das Americanas (Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles), que estão igualmente tentando se livrar de qualquer envolvimento com as operações fraudulentas. Um dos objetivos dos reclamantes, por exemplo, é verificar se eventualmente a instituição financeira concedeu algum crédito à companhia a partir de agosto de 2022, quando já se sabia que Rial iria assumir o comando da rede varejista dali a quatro meses. Na ocasião, o executivo ainda era presidente do Conselho do Santander Brasil.
Conta a favor de Rial que, ao contrário de César, com seu célebre “veni, vidi e vici”, o executivo veio para as Americanas, viu e perdeu. Tanto não saberia das operações, que, ao se deparar com elas, teria saído batido do banco. É um bom argumento. Mas há outras hipóteses: se o propósito era ajudar por dentro a mitigar as inconsistências e fraudes, sua rápida – e amedrontada – saída da presidência somente serviu para piorar a percepção da crise. Segundo um dos acionistas, o criador teria tremido ao ver sua criatura de perto, o que justificaria a partida da varejista quase ao mesmo tempo da chegada. Talvez os malfeitos pudessem ser escondidos mais uns anos, o que abrandaria a eventual culpabilidade do executivo. De acordo com o acionista do Santander ouvido pelo RR, “simplesmente não dá para desresponsabilizar Rial nesse episódio. Ele controlava de perto tudo que ocorria no banco. Imagina um empréstimo dessa magnitude”.
Em contato com o RR, a CVM informou que “acompanha e analisa informações e movimentações no âmbito do mercado de valores mobiliários brasileiro, tomando as medidas cabíveis, sempre que necessário.” Perguntada especificamente sobre o pedido de abertura de processo contra Sergio Rial por parte dos minoritários do Santander, a autarquia disse que “não comenta casos específicos.”. Cabe lembrar que a CVM já tornou o executivo réu ao menos em um dos processos administrativos instaurados para investigar a fraude contábil da Americanas – ao todo são 12 ações. Na condição de CEO da rede varejista, Rial será julgado por supostas irregularidades na forma de divulgação do rombo da companhia, quando ele teria infringido artigos da Lei das S/A. O RR enviou também uma série de perguntas ao Santander, mas o banco não se pronunciou.

Mercado
Alckmin tenta destravar dívida da Argentina com transportadoras brasileiras
16/06/2023O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento e da Indústria, Geraldo Alckmin, tem feito gestões junto a autoridades argentinas na tentativa de equacionar um impasse na área de comércio exterior. Uma série de exigências impostas pelo governo de Alberto Fernández tem provocado seguidos atrasos no pagamento de frete a companhias brasileiras de logística que transportam carga para o país vizinho. A bola de neve acumulada entre abril e junho soma aproximadamente US$ 150 milhões. E vai aumentar. Segundo o RR apurou junto a uma das maiores empresas do setor, outros US$ 40 milhões em faturas emitidas vencem até o próximo dia 20 e, por ora, não há qualquer sinal de que serão quitadas.
Geraldo Alckmin e seus assessores têm feito gestões junto ao ministro das Relações Exteriores e Comércio Internacional da Argentina, Santiago Andrés Cafiero. O assunto, segundo o RR apurou, já foi levado também ao embaixador argentino em Brasília, Daniel Scioli. Historicamente, a remuneração pelo transporte de carga para a Argentina sempre se deu no ato da entrega. Agora, no entanto, os importadores locais têm demorado até 90 dias para quitar o débito. E jogam a culpa para cima do governo. A última novidade veio do Banco Central da Argentina, que passou a exigir das transportadoras uma licença prévia – na prática, um calhamaço de documentos emitidos tanto por autarquias federais quanto provinciais.

Mercado
Bancos tentam costurar venda da Tok&Stok
15/06/2023Os maiores credores da Tok&Stok, notadamente Banco do Brasil e Santander, vestiram o figurino de advisers e saíram a campo em busca de um comprador para a empresa. As instituições financeiras mantêm conversas especialmente com a Mobly, plataforma de venda de móveis e artigos de decoração. A empresa chegou a manter tratativas para uma fusão com a Tok&Stok, mas recuou diante da grave crise financeira da companhia, às voltas com uma dívida de R$ 600 milhões. A diferença agora é que os bancos estariam dispostos a entrar no negócio, convertendo uma parcela dos créditos contra a Tok&Stok em participação acionária na nova empresa como forma de viabilizar o M&A. Nestes tempos de Americanas, o que as instituições financeiras mais temem é ter de fazer novas baixas contábeis com seus empréstimos ao varejo. Consultada, a Tok&Stok não quis se pronunciar.

Governo
Haddad pressiona Banco do Brasil por solução para o Pronampe
13/06/2023O RR apurou que o ministro da Economia, Fernando Haddad, cobrou diretamente da presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, uma solução para o impasse do Pronampe. Em março, o Congresso aprovou Medida Provisória do governo estendendo de 48 para 72 meses o limite para a quitação de financiamentos no âmbito do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. No entanto, quase três meses depois, tudo segue como antes: os tomadores de empréstimo não conseguem alongar os prazos de pagamento. Tudo por conta da morosidade do BB, responsável pela gestão do Fundo de Garantia da Operação (FGO) – como o nome sugere um instrumento garantidor de financiamentos para pequenas e médias empresas. Até o momento, o Banco do Brasil não alterou o estatuto do FGO, condição necessária para a prorrogação dos prazos de pagamento do Pronampe.
Política externa
Casa da Moeda vai rodar mais dinheiro para a Argentina
12/06/2023Se há uma empresa brasileira que, literalmente, deve fazer ainda mais dinheiro com as boas relações entre Lula e Alberto Fernández é a Casa da Moeda. Há negociações para que a estatal brasileira fabrique uma nova remessa de pesos argentinos ainda neste ano. Por ora, as tratativas estão trancadas a sete chaves na empresa. Mas, segundo informações filtradas pelo RR, seria um contrato ainda maior do que o executado no ano passado, quando a Casa da Moeda produziu mais de 600 milhões de cédulas de pesos. A empresa brasileira deverá avançar atendendo uma parcela da demanda do Banco Central da Argentina que, nos últimos dois anos, foi suprida por encomendas a outros países, notadamente a China. Consultada pelo RR sobre o novo pedido, a Casa da Moeda disse que as “informações solicitadas sobre o contrato com a Casa da Moeda da Argentina são sigilosas”.

Esportes
Grêmio procura um parceiro de ataque para comprar estádio
7/06/2023O Grêmio busca um parceiro, leia-se um fundo de investimento, para comprar o seu estádio. Seu, em termos. A propriedade da Arena, em Porto Alegre, é um enrosco só. Atualmente, o estádio pertence ao FI-FGTS, administrado pela Caixa, e à Coesa, que, em abril, comprou a KPE Engenharia. Esta última reunia os ativos imobiliários da antiga OAS, responsável pela construção do empreendimento. No entanto, a empreiteira baiana ainda pisa nesse gramado. A gestão do complexo é feita pela Arena Porto Alegrense, empresa pertencente à Metha, novo nome da velha OAS. Ou seja: a bola rola, rola e parece voltar ao mesmo lugar. O Grêmio quer tirar todos esses players do negócio. Até porque o atual modelo contratual para a utilização do estádio corre sério risco. Em abril, Banrisul, Banco do Brasil e Santander entraram com uma ação na Justiça pedindo a penhora da Arena por conta de uma dívida de R$ 226 milhões ainda referente ao crédito para a construção do empreendimento.

Crédito
Equipe econômica elabora uma versão do “Desenrola” para os fornecedores da Americanas
6/06/2023Um dos novatos da Fazenda, levado por Fernando Haddad para o governo, sugeriu uma reunião com o Banco Central para propor a redução do recolhimento compulsório sobre os depósitos a prazo e à vista como uma solução temporária para o desengargalamento do crédito, provocado pela crise das Americanas. Os recursos que deixariam de ser recolhidos ao BC serviriam para cobrir a inadimplência da empresa junto aos fornecedores. Ou seja: essa espécie de “Desenrola” versão Americanas daria fôlego para os próprios bancos refinanciarem essas dívidas. Ressalte-se que a companhia e seus acionistas não ficariam livres de pagar um centavo do que devem. Na proposta idealizada pelo jovem economista da equipe econômica, o próprio BC ou a União passaria a ser o detentor dos créditos contra a rede varejista. Teria de ser feito um encontro de contas ou algum expediente que levasse em consideração a liberação dos recursos do recolhimento para o sistema financeiro e, em contrapartida, a assunção da cobrança da dívida por parte do Estado.
Trata-se de uma engenharia intrincada, mas com significativo impacto para aliviar o garrote da crise no crédito. O calote da Americanas atingiu mais de oito mil fornecedores, o equivalente a mais de 85% da lista total de credores apresentada pela empresa em seu plano de recuperação judicial (em torno de 9,4 mil). Em termos financeiros, o passivo com essa classe corresponde a aproximadamente 11% das dívidas totais inscritas na recuperação, de R$ 50,1 bilhões. Nesse rol, figuram grandes corporações, com fôlego para aguentar o tranco, como a Samsung, a quem a Americanas deve mais de R$ 1,2 bilhão. No entanto, a fila de fornecedores é, em grande parte, composta por empresas de menor porte, sem gordura para financeira para suportar a inadimplência da rede varejista.
No caso do recolhimento agir como funding, seria uma forma dos bancos resolverem o problema abrindo, indiretamente, o seu próprio bolso, porque os depósitos retidos no BC são, em última instância, das instituições financeiras. Caso a geringonça ande para frente, há que se ver o que acha o BC, que tem mantido os juros lá em cima para apertar a liquidez e cumprir a draconiana meta de inflação de 3,25%, neste ano, e 3% em 2024. A autoridade monetária teria de fazer um movimento contraditório de fechar a mão que fere com o ferro da Selic e abrir a outra mão, que afaga e irriga com o compulsório.
Atualmente, conforme a agência de rating Fitch divulgou ao jornal O Globo, o número de empresas no Brasil com chance real de calote subiu de três para 10. Na Fazenda, há quem compare – como a fonte do RR – o episódio das Americanas a uma versão pocket da crise da Federal Home Loan Mortgage Corporation – ou Freddie Mac – e da Federal National Mortgage Association Fannie Mae, os dois pilares do refinanciamento imobiliário dia Estados Unidos. A hecatombe levou o FED a intervir nas empresas e bancos afetados por um risco de quebra generalizado.
Agronegócio
Frente Parlamentar da Agricultura pressiona governo por um “Bolsa Pecuária”
5/06/2023Informação que circula a boca miúda nos corredores da Câmara: a bancada ruralista vai formalizar ao Ministério da Agricultura um pedido de auxílio financeiro aos pecuaristas. Entre os pleitos estão a antecipação de recursos do Plano Safra e a ampliação do Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária), do Banco do Brasil. A alegação é que os pecuaristas têm sofrido fortes prejuízos, em meio a uma tempestade perfeita: aumento dos insumos, notadamente ração, e queda dos preços do boi. Desde o início do ano, o valor da arroba cedeu de R$ 290 para a casa dos R$ 240, uma queda acumulada de 17%.
Negócios
Seguradora da Vinci Partners entra no radar do BTG
2/06/2023O BTG é um dos candidatos à compra da Austral, companhia de seguros e resseguros controlada pela Vinci Partners, de Gilberto Sayão. O mandato de venda da empresa está nas mãos da consultoria Seneca Evercore. A Austral fechou 2022 com R$ 5,2 bilhões em ativos, um aumento de 33% em relação ao ano anterior, além de um faturamento de R$ 3 bilhões. O interesse do banco de André Esteves repousa, sobretudo, na carteira de resseguros da empresa. Os prêmios ganhos somaram R$ 1,4 bilhão no ano passado, um salto de 65% na comparação com 2021. Por falar em salto, a eventual compra da Austral permitiria ao BTG galgar várias posições no ranking brasileiro do setor de resseguros, saindo da 9ª posição para o top four, atrás apenas do IRB, Munich Re e Mapfre. Procurado pelo RR, o BTG informou que não comentaria o assunto. A Vinci, por sua vez, não retornou.
Ressalte-se que esta não é a primeira vez que a Vinci coloca a Austral sobre o balcão. Nos últimos cinco anos, a gestora fez ao menos duas tentativas de negociar a empresa. Em uma dessas ocasiões, esteve perto de fechar negócio a chinesa Fosun, mas, na hora H, o acordo micou.

Negócios
Ex-sócio do SoftBank é candidato à compra de clubes de futebol no Brasil
31/05/2023Marcelo Claure, ex-sócio diretor do SoftBank na América Latina, tem sido assediado por dois grandes bancos de investimento brasileiros com mandatos para a venda de SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol). Na mesa, surgem os nomes do Juventude e do Guarani. Claure é visto pelas instituições financeiras como um player natural a entrar nesse jogo no Brasil, seja pelos negócios que mantém no país, seja por suas conexões internacionais e pelos investimentos já realizados no futebol. Nascido na Guatemala e filho de pais bolivianos, ele é dono do Bolívar, clube de La Paz, e sócio do Inter Miami e do Girona, na Espanha. Claure é uma holding. Acumula também o cargo de CEO da Shein no Brasil e está montando uma nova operação de venture capital no país, projeto, por sinal, que enfrenta alguns percalços, conforme o RR já noticiou (https://relatorioreservado.com.br/noticias/softbank-corta-investimentos-no-brasil/).

Mercado
Jive entra na disputa por precatórios da BRF
30/05/2023A Jive Investments, uma das maiores gestoras de ativos distressed do Brasil, está fazendo suas contas para ver a fatia na pilha de precatórios que a BRF colocou à venda. São mais de R$ 2 bilhões em valor de face, somando-se recebíveis judiciais e créditos tributários. Ainda que, indiretamente, a entrada em cena da Jive representa um duelo entre XP e BTG. O banco de André Esteves, que atua fortemente no mercado de aquisição de precatórios e congêneres, também está na disputa pela compra dos créditos da BRF. Do outro, a Jive tem como sócio a XP, dona de 20% do seu capital. O RR entrou em contato com a gestora e a BRF, mas ambos não quiseram se manifestar.

Negócios
Mubadala negocia com bancos credores para avançar no capital da Atvos
26/05/2023Após fisgar a participação do fundo norte-americano Lone Star, o Mubadala vai partir para o segundo tempo da aquisição do controle da sucroalcooleira Atvos (antiga Odebrecht Agroindustrial). O fundo árabe, dono de 31% da companhia, pretende comprar parte das ações em poder dos bancos credores. As instituições financeiras ficaram com aproximadamente 60% do capital ao trocar debt por equity. A engenharia societária e o avanço do Mubadala no capital da Atvos passam, ainda que indiretamente, pelo governo. Os dois principais bancos antes credores e agora sócios da empresa são o BNDES e o Banco do Brasil. Procurados pelo RR, os dois bancos estatais não quiseram comentar o assunto.

Especial
Decálogo das fatalidades na política econômica do governo Lula
23/05/2023Passados 144 dias de mandato do presidente Lula, é incontestável que pouco foi feito de efetivo, não obstante haver planos em gestação e medidas sendo refogadas pelos Poderes. Há dúvida se o governo se preparou para administrar o país ou se está capturado pela crescente dominação dos grupos de interesse. Mas, de favorável, a democracia pulsa com vigor e o Brasil tem condições bastante propícias para o fortalecimento da sua imagem junto ao concerto das Nações, muito em função da elogiável diplomacia da gestão Lula. Todas as previsões elencadas abaixo não estão muito acima ou muito abaixo do que dizem as diversas pitonisas do mercado e instituições acadêmicas. O RR não vai fazer juízo de valor. Apenas, à luz das notícias publicadas no seu site e nas mídias, colocar foco naquilo que parece irresolvível ou inexorável, mantido o caráter “impositivo” da atual conjuntura. Todas as afirmações estão ancoradas em diversas fontes – é fácil reconhecê-las na simples leitura -, mas o RR prefere não citá-las para não fazer uma competição entre os emissores de opiniões. Vamos ao decálogo do que deve acontecer, para o bem ou para o mal.
- Os juros não deverão descer de forma significativa, mantendo-se acima do 8% no final do mandato do presidente Lula, quem quer que seja o presidente do Banco Central. Mas, o BC dará alguma sinalização de queda, ainda que pequena, já em 2023.Em qualquer hipótese aventada na atual conjuntura, os juros brasileiros em 2026 ficarão no top ten dos maiores do mundo.
- A taxa de juros nominal vai se manter elevada, em 2026, entre 8,5% e 9%. A Selic real ficará entre 4% e 5%. As médias das duas taxas de 2023 a 2026 serão elevadíssimas.
- O regime de metas de inflação será alterado, provavelmente na reunião do Conselho Monetário Nacional dos dias 19 e 20 de setembro. Para esse ano, a meta será mantida, afinal mais um ou outro “furo” não fará tanta diferença assim frente ao histórico de descumprimentos pelo Banco Central. A mudança se dará no próximo ano no horizonte de aferição do cumprimento da meta.
- A taxa de inflação fechará o quatriênio na faixa de 4% no mínimo. Para o Brasil não é muito. Mas vamos suar juros altos para chegar nesse patamar. A discussão se a sua causa é de demanda ou devido a outras variáveis seguirá incontornável até o final do mandato de Lula. É provável que o fator indexação, maior responsável pela inércia inflacionária, seja citado aqui e acolá, sem que saia do limbo onde se encontra.
- Não é provável um crescimento da atividade produtiva além do resultado medíocre dos últimos 20 anos – de 2002 a 2022 –, quando o Brasil teve uma média de expansão do PIB de 2,2%. Esse indicador é o teto para o PIB, lembrando que é “impossível” um crescimento médio de 4,6%, o recorde desde 1990, conforme o realizado no segundo governo Lula, entre 2007 e 2010. A exceção é a prática de heterodoxias. Nesse terreno, quase ficcional, vale tudo. A desindustrialização permanecerá na pauta e o Brasil será um país agrícola.
- A renda per capita permanecerá como um retrato do “padrão iníquo da política econômica do país”. A projeção é que o PIB per capita recue entre 0,2% e 0,4% em 2023. Para 2024, a estimativa é de um crescimento de 0,3%. Em 2024, o Brasil teria um crescimento do PIB per capita da ordem de – oxalá – 1%. É tudo pouquinho.
- A concentração de renda vai aumentar em linha com o ocorrido – por incrível que pareça – nos últimos 100 anos. Entre 1822 e 2022, a população brasileira cresceu 46,3 vezes, o PIB aumentou 704 vezes e a renda per capita subiu apenas 15,2 vezes. O Brasil é o segundo do mundo no quesito concentração de renda, situando-se atrás apenas do Catar ou de Moçambique, segundo as diferentes fontes consultadas. O segmento de 1% detentor de mais de 50% da renda de toda a população vai crescer sua parcela em relação ao restante.
- Mesmo com os salários caindo em termos reais, o emprego deverá se manter no mínimo estável ou mesmo crescente no período entre 2023 e 2026, criando uma assimetria em relação à mediocridade da performance da atividade econômica, devido à redução dos salários e à desobrigação dos cumprimentos trabalhistas. São fatores estruturais e de acomodação de vetores que levam a essa dessintonia. A massa do rendimento do trabalho cresce. A expansão do consumo das famílias cai e a inadimplência aumenta.
- É inexorável que o ajuste fiscal, seja lá o que for considerado na prática “ajuste”, se dará por meio de aumento da arrecadação. A sociedade vai pagar o maior quinhão pelo equilíbrio das contas públicas.
- De bom, a garantia de tranquilidade da área cambial.

Destaque
BNDES estuda relançar a eterna ideia do mercado de acesso para as PMEs
23/05/2023O BNDES pensa em resgatar uma ideia que vai e volta aparece entre os projetos cotados do banco. Trata-se do mercado de acesso, iniciativa que se coaduna perfeitamente com as prioridades de apoio à pequena e média empresa, estímulo ao mercado de capitais e atração para as operações de valores mobiliários de companhias que ainda não têm as condições para a capitalização em bolsas. Todas as iniciativas estariam em sintonia com a prioridade ESG do banco. É como se fosse criada uma nova instância na economia: a dos jovens entrantes no mercado de capitais que podem ter uma alternativa a venture capital ou a outros fundos empresariais, além do BNDES, é claro. Seria uma maneira de reduzir o risco dessas operações, que já teriam passado pelo crivo da avaliação do risco de rentabilidade e sustentabilidade pelos advisers (O próprio BNDES, por que não?). Serão menos subsídios do banco e mais garantias aos underwriting dessas companhias de menor porte, além de ampliação da base de investidores do mercado acionário. O mercado de acesso é uma ideia que se arrasta pelos governos brasileiros como um réptil invertebrado. Volta e meia a ideia retorna, mas destituída da necessária vertebração para que caminhe com estratégia, objetivo e apoio. No site do BNDES consta que o “conceito de mercado de acesso” teve sua primeira ocorrência registrada com o lançamento do Alternative Investment Market – AIM, constituído pela bolsa de valores da Inglaterra, em 1995. Aqui, no vai e vem das boas intenções, a ideia, chamada muitas vezes de “mercado de balcão”, já rodou por todas as entidades do setor, tendo sido considerada de imprescindível até desnecessária. No mundo, inúmeros mercados de acesso foram estruturados, inspirados na bem-sucedida experiência inglesa. Alguns exemplos que servem de referência são os mercados de acesso do Canadá, Espanha, Coréia, China, Austrália e Polônia.
O BNDES, nos idos dos anos 90, criou um grupo de trabalho formado pela BM&F, CVM, BNDES, ABDI e Finep. Fizeram um diagnóstico e esse documento deve estar desaparecido, como tantos projetos estatais, em alguma das empoeiradas gavetas do tempo. Ainda na ocasião, o banco conseguiu que algumas empresas se tornassem companhias abertas e listassem suas ações no então segmento “Bovespa Mais”, sem a imediata oferta pública de ações – entre elas, a Altus Sistema de Automação, Biomm, Nortec Química, Nutriplant, Quality Software e Senior Solution.
A ideia que volta à tona é a de fazer algum mix entre os subsídios necessários ao financiamento dessas companhias de menor porte e a criação das condições para viabilidade delas ingressarem no estágio da capitalização. No momento, com juros de 13,75%, o projeto parece um sonho fugaz frente a longa noite de rentismo e concentração de renda. Mas a iniciativa do BNDES, caso se concretize, é muito bem-vinda. No fundo, o banco está tirando um atraso de década. É hora também de trazer o setor bancário para contribuir no projeto.

Justiça
Novo presidente do Basa teve disputa judicial contra o BB
22/05/2023Dentro da própria estrutura da Fazenda, a indicação de Luiz Claudio Moreira Lessa para comandar o Banco da Amazônia causou surpresa. Isso porque a longa passagem de Lessa como funcionário da carreira do Banco do Brasil – de 1982 a 2017 – terminou com um processo trabalhista. O executivo acionou o BB, requerendo pagamento das diferenças do FGTS quando atuou no exterior, mais precisamente na subsidiária Banco Brasil Américas Miami, devolução de valores descontados a título de Imposto de Renda sobre auxílio moradia, e férias não quitadas O Banco do Brasil foi condenado pela juíza Margarete Dantas Duque, da 9ª Vara do Trabalho de Brasília. Procurado, o Banco do Brasil não quis comentar o assunto. A Casa Civil, responsável pela checagem do currículo de nomeados para cargos no governo, disse ao RR que “a pesquisa se restringe a processos administrativos, judiciais e de contas relacionados aos indicados.” O Banco da Amazônia não retornou até o fechamento desta matéria.

Empresa
A Vale é bem maior do que seus números da superfície revelam
19/05/2023É difícil saber o que a Vale tem feito para ampliar o seu arsenal mineral. Está fazendo pesquisas? Em que áreas? Há descobertas novas? A companhia divulga de forma meio mequetrefe o seu estoque de reservas medidas e inferidas. Historicamente, a empresa sempre deteve áreas geológicas riquíssimas. Não houve nada que tenha feito isso mudar. A Vale tinha uma subsidiária, a Docegeo, voltada exclusivamente para a pesquisa e prospecção mineral. Foi extinta há exatos 20 anos. Era uma espécie de “mini CPRM” – Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais – só que com um portfólio de maior valor. Ficavam na Docegeo os alvarás de pesquisa, ou seja, a subsidiária funcionava como responsável pelas atividades geológicas e uma espécie de banco das potenciais jazidas da companhia. No intervalo entre os anos 70 e 90, a companhia atualizava duas a três vezes por ano descobertas e investimentos, através de comunicados e entrevistas à imprensa.
Lá nos idos da privatização da Vale, o histórico ex-presidente da empresa, Eliezer Batista, se levantou contra o modelo de venda em função da precificação indevida desses ativos. Na época dizia-se que somente as jazidas da companhia somavam R$ 100 bilhões, enquanto a mineradora foi privatizada por “somente” R$ 3,3 bilhões. Só para se ter um aperitivo dessa riqueza, apenas em Carajás a Vale tem grandes reservas inferidas de quase todos os minérios mais relevantes. No agregado, certamente elas são maiores e mais valiosas do que as pertencentes a qualquer outra empresa no Brasil, à exceção da Petrobras. Duvida-se que essa fortuna esteja contida no valor de mercado da companhia ou mesmo seja auditada nos seus balanços sociais. Aliás, quanto vale esse estoque? E por que a empresa, que atualiza seus dados minerais na CVM e na SEC, não divulga oficialmente os valores do seu maior ativo, aquele que está guardado debaixo da terra? Métodos para aferição existem. É só fazer conta. O RR encaminhou uma série de perguntas à Vale e fez seguidos contatos com a companhia, mas não teve retorno até o fechamento desta matéria.

Venture capital
SoftBank limpa seu portfólio após perdas bilionárias
16/05/2023Corre no mercado que o Softbank pretende reduzir suas participações no Mercado Bitcoin e na MadeiraMadeira, duas das empresas do seu portfólio no Brasil. Os japoneses estudam ainda zerar sua posição em outras companhias – seriam os casos da Loggi e da Loft. Trata-se de uma reação aos resultados extremamente negativos do banco na América Latina. O Softbank – a maior máquina de venture capital do mundo – perdeu US$ 4,1 bilhões na região no ano fiscal terminado no último mês de março.

Finanças
Política de boa vizinhança com a Argentina chega ao BB
16/05/2023O Banco do Brasil não apenas suspendeu o processo de venda da sua participação de 80% no Banco Patagônia como pretende fortalecer sua participação na instituição financeira argentina. Um dos projetos é transformar o Patagônia em ponta de lança para o financiamento de empresas brasileiras que atuam no país vizinho. Outra ideia é que o banco preste serviços a outras províncias argentinas. O Patagônia é o agente financeiro de Río Negro, administrando as contas e a folha de pagamentos de funcionários públicos da região. Em boa parte, a guinada estratégica do BB em relação à instituição financeira deve ser creditada na conta das siderúrgicas relações entre Lula e o presidente da Argentina, Alberto Fernández.

Empresa
Águas do Brasil quer beber na fonte do BNDES
15/05/2023A Águas do Brasil vem mantendo tratativas junto ao BNDES em torno de um empréstimo. Os recursos seriam usados fundamentalmente para refinanciar o empréstimo-ponte fechado com um pool de bancos em 2021 para o pagamento da outorga do bloco 3 da Cedae, arrematado por R$ 2,2 bilhões. A Águas do Brasil tem estudado outros caminhos para a repactuação desse passivo, como uma nova emissão de dívida ou o lançamento de debêntures. No entanto, as condições não vêm se mostrando as mais propícias. O financiamento do BNDES daria tempo ao tempo para a companhia adiar a ida ao mercado e manter o cronograma de investimentos. Procurada pelo RR, a empresa não quis se pronunciar.
Justiça
Esposa de Anderson Torres é um pote até aqui de mágoas
11/05/2023No clã Bolsonaro há uma forte preocupação com Flavia Michele Torres, mulher do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. Segundo informações que chegaram ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ela está bastante exaltada com a prisão do marido e faz pressão para que ele “conte tudo o que sabe”. Flavia teria dito reiteradas vezes a pessoas próximas que tanto o marido quanto ela própria teriam sido traídos e abandonados por Bolsonaro. Ressalte-se que ela ocupava um cargo de confiança na presidência da Câmara Legislativa do Distrito Federal, por influência direta do próprio ex-presidente junto ao governador do DF, Ibaneis Rocha. Em 30 de janeiro, portanto 22 dias após os atos do “8 de janeiro” e 16 dias após a prisão de Torres, foi exonerada, voltando ao posto de assistente operacional junior do Banco do Brasil, onde é funcionária de carreira.

Mercado
Venture capital de fundador do e-Bay faz nova rodada de investimentos no Brasil
4/05/2023Corre no mercado que a norte-americana Flourish Ventures prepara uma nova rodada de aportes em fintechs brasileiras, com foco em operações de microcrédito. A gestora já tem um portfólio com oito startups no país, entre as quais o Banco Neon. A Flourish tem por trás o bilionário Pierre Omidyar, fundador do Ebay e dono de uma fortuna acima dos US$ 10 bilhões. O “projeto Brasil” é comandado pelo sócio de Omidyar, radicado em Miami.

Destaque
Petroleiros cobram de Jean Paul Prates a “desbolsonarização” da Petrobras
4/05/2023Há uma intentona em curso na Petrobras. Os petroleiros estão cobrando do presidente da companhia, Jean Paul Prates, a “desbolsonarização” da diretoria da estatal, leia-se a saída de executivos identificados como apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o RR apurou, o movimento, liderado pela FUP (Federação Única dos Petroleiros), exige a cabeça do diretor executivo de Exploração e Produção, Joelson Falcão Mendes. Cobra também a demissão de Carlos José Travassos, que comanda a diretoria de Desenvolvimento da Produção. Ambos estariam abrigando em suas respectivas diretorias executivos que teriam feito campanha internamente a favor da reeleição de Bolsonaro. Mais do que isso: os representantes dos petroleiros acusam alguns desses gestores de terem perseguido funcionários apoiadores do presidente Lula. Nos corredores da Petrobras circula, inclusive, uma lista com dez nomes, notadamente de gerente executivos, classificados como “bolsonaristas”. Em contato com o RR, a Petrobras disse, como não poderia deixar de ser, que “Não há qualquer intenção da companhia ou do presidente Jean Paul Prates de substituir os diretores executivos de Exploração e Produção, Joelson Falcão Mendes, e de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Carlos José Travassos.”. Garante também que não foi entregue “à companhia uma suposta lista de gerentes executivos, com base em seus posicionamentos políticos.” Pode até ser que a relação não tenha chegado formalmente à direção da empresa. O RR, no entanto, teve acesso à lista de dez nomes de gerentes executivos apontados como “bolsonaristas” e compartilhada no último fim de semana em grupos de WhatsApp de gestores da empresa. O RR fez também seguidas tentativas de contato com a FUP, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
A pressão maior recai sobre Joelson Mendes, que praticamente já assumiu o cargo com o status de “persona non grata” junto ao “chão de fábrica” da Petrobras. Mendes foi escolhido à revelia das lideranças sindicais. O nome de preferência dos petroleiros para a diretoria de Exploração e Produção sempre foi o do geólogo Guilherme Estrella, que ocupou o cargo nos governos de Lula e Dilma Rousseff. Os petroleiros não desistem: exigem de Jean Paul Prates a substituição de Mendes por Estrella. A ofensiva contra o atual diretor de Exploração e Produção cresceu, sobretudo, nos últimos dez dias. De acordo com uma das fontes ouvidas pelo RR, representantes da FUP foram cobrar de Mendes a saída de gerentes apoiadores de Bolsonaro. Teriam ouvido, como resposta, que não haverá caça às bruxas. Em alguns setores da empresa já é dada como certa a queda de Mendes “para o lado”. Ou seja: a direção da empresa já estaria avaliando uma “missão” para ele em uma subsidiária da Petrobras.
Independentemente das consequências, por si só a mobilização dos petroleiros contra os bolsões pró-Bolsonaro na estatal já refletem o aumento da força dos sindicatos com a volta do PT ao governo. Essa onda tem chegado às mais diversas praias. O sindicalista João Fukunaga, funcionário de carreira do Banco do Brasil, assumiu a presidência da Previ; o ex-deputado Decio Lima, também de origem sindical, foi o escolhido para comandar o Sebrae Nacional; o ex-presidente da CUT Vagner Freitas aterrissou na presidência do Conselho de Administração do Sesi. Na Petrobras, a FUP já cravou uma vitória que denota poder. A Federação teve um papel importante para brecar o aumento da remuneração da diretoria da Petrobras. A primeira proposta levada ao Conselho de Administração previa um reajuste de 44%. A repercussão negativa, potencializada pelas gestões políticas feitas por petroleiros, levou o governo a interferir e barrar o aumento. No fim, o índice ficou em apenas 9%.

Mercado
Santander sai em busca de fintechs da área de crédito
3/05/2023O Santander abriu a temporada de caça a fintechs na área de crédito pessoal no Brasil. Segundo o RR apurou, o banco espanhol mira em plataformas de empréstimo dedicadas a segmentos específicos, como turismo (compra de passagens, hospedagens etc) e saúde (pagamento de procedimentos médicos e hospitalares). Este último setor tem crescido seguidamente. Estima-se que, no ano passado, o volume de crédito para consultas, cirurgias e internações cresceu mais de 150% no país. As aquisições serão feitas por meio da SIM, fintech de empréstimos pessoais controlada pelo Santander que começa a ganhar contornos de um hub dos espanhóis no Brasil. A empresa já tem mais de oito milhões de clientes cadastrados. No ano passado, somou cerca de R$ 4 bilhões em empréstimos. A meta é chegar a R$ 10 bilhões até o fim de 2024.

Destaque
Governo estuda medidas para impulsionar a produção de lítio
3/05/2023O RR apurou que o Ministério das Minas e Energia estuda a criação de um departamento nacional do lítio, que terá recursos para induzir a pesquisa e exploração do mineral estratégico. O departamento assumiria os estudos para a prospecção das reservas do metal no país, hoje conduzidos pelo Serviço Geológico do Brasil. Seria responsável, sobretudo, por estimular novos projetos de exploração do lítio, em parceria com grupos privados nacionais e estrangeiros. Atuaria em dobradinha com o BNDES. O banco teria um papel importante no financiamento de futuros empreendimentos – o que, aliás, se encaixaria na estratégia da agência de fomento de focar em setores ligados à inovação.
Entre as grandes nações produtoras de lítio, há um poder cada vez maior do Estado sobre o setor. O Chile, por exemplo, não apenas anunciou a criação da Empresa Nacional do Lítio como já sinalizou a intenção de nacionalizar toda a produção do metal, inclusive restringindo a atuação do capital privado a participações minoritárias em projetos de controle estatal. Antes dos chilenos, o México já havia nacionalizado, no ano passado, todos os seus depósitos de lítio. O governo brasileiro pensa distante das decisões políticas dos seus companheiros da América Latina. Quer fomentar, mas não quer controlar.
A produção de lítio no Brasil ainda é incipiente. Os poucos projetos já existentes são tocados por empresas privadas. A Companhia Brasileira de Lítio explora a Mina da Cachoeira. A AMG Brasil tem uma operação em Nazareno. O player mais novo é a canadense Sigma Lithium, que promete iniciar neste mês a produção em sua mina, na divisa entre os municípios de Araçuai e Itinga. Todos estão concentrados em Minas Gerais, que reúne as maiores reservas já conhecidas de lítio do Brasil. Não por acaso, Romeu Zema vem tentando atrair o protagonismo do estado no setor, sob certo aspecto saindo na frente até mesmo do governo federal. Na semana passada, Zema anunciou a criação do Lithium Valley Brazil, projeto que será apresentado na Nasdaq no próximo dia 9 e tem como meta atrair mais de R$ 5 bilhões em investimentos na cadeia do lítio em cidades mineiras.
Se, no front interno, o governo estuda a criação de uma autarquia para o setor, da fronteira para fora todos os esforços da política externa do governo Lula têm como prioridade a entrada do Brasil na “Opep do Lítio”. Trata-se do bloco que está sendo formado por Bolívia, Chile e Argentina, trio que detém quase 70% das reservas globais do metal. O Brasil tenta conquistar um lugar à mesa, ainda que com um poder de barganha bem menor do que seus vizinhos – estima-se que o país tenha algo com 8% de todo o lítio existente no mundo.

Empresa
CEO do Carrefour Brasil também vai para a guilhotina?
3/05/2023Nos corredores do Carrefour há um forte burburinho de que Stéphane Maquaire poderá deixar a presidência da empresa no Brasil. O executivo francês está no cargo há menos de dois anos – assumiu em setembro de 2021. Sua saída seria motivada, sobretudo, pela lentidão no processo de integração da rede Big, comprada em março de 2021. Além da demora, os custos operacionais para a incorporação estão acima das estimativas. A mudança de CEO seria o movimento mais agudo nas mudanças em série que vêm sendo feitas no alto escalão do Carrefour Brasil. Ao que parece, há uma insatisfação quase generalizada dos franceses com a gestão da subsidiária. Desde janeiro, quatro executivos já deixaram o grupo, entre os quais o então diretor financeiro, David Murciano, e Carlos Mauad, que ocupava a presidência do Banco Carrefour.

Destaque
Risco de recuperação judicial bate à porta da Tok & Stok
28/04/2023O RR apurou que a direção da Tok & Stok avalia a hipótese de entrar com um pedido de recuperação judicial da companhia. A medida vem sendo discutida com a consultoria Alvarez & Marsal, praticamente sinônimo de processo de RJ no Brasil. Segundo o RR apurou, o próprio retorno da empresária Ghislaine Dubrule à gestão executiva, formalizado na semana passada, estaria diretamente ligado ao possível pedido de recuperação judicial. A presença da acionista majoritária na linha de frente do processo seria uma tentativa de angariar o apoio dos credores à reestruturação da Tok & Stok e, ao mesmo tempo, estancar a desconfiança dos bancos e dos parceiros comerciais em relação à própria continuidade das atividades da companhia.
De acordo com a mesma fonte, dois fatores principais empurram a Tok & Stok na direção da recuperação judicial: a recusa dos maiores credores – entre os quais figuram Banco do Brasil e Santander – em renegociar o passivo e o impasse nas tratativas para uma possível fusão com a Mobly, varejista também especializa em móveis e artigos de decoração. Segundo informações apuradas pelo RR, as conversas prosseguem, mas a hipótese de associação tem esbarrado justamente no tamanho da dívida da Tok & Stok, na casa dos R$ 600 milhões. Consultada pelo RR, a Mobly limitou-se a repetir o que já divulgou ao mercado por meio de fato relevante. Confirmou que “esteve em conversas recentes com a Tok & Stok, porém, no momento, não possui qualquer acordo vinculante, de exclusividade ou envio de qualquer oferta referente a uma fusão com a referida empresa.” A Mobly diz ainda que “manterá seus investidores e o mercado informados sobre eventuais desdobramentos referentes ao assunto em questão.” O RR fez várias tentativas de contato com a Tok & Stok, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para o posicionamento da empresa.

Empresa
BB e Caixa enxergam além das janelas da Rossi Residencial
20/04/2023A mudança de governo veio a calhar para a Rossi Residencial. Segundo o RR apurou, as novas gestões tanto do Banco do Brasil quanto da Caixa Econômica passaram a adotar uma postura mais flexível na renegociação das dívidas da incorporadora, em recuperação judicial desde o ano passado. Segundo o RR apurou, os dois bancos já se mostraram favoráveis à aprovação do plano apresentado pela companhia, que prevê deságios escalonados de até 75% sobre o passivo. Consultado, o Banco do Brasil disse que “não comenta o assunto”. A Caixa também não quis se manifestar.
O posicionamento da Caixa e do BB sinaliza um receio do governo de que um revés na recuperação judicial da empresa venha a causar abalos sísmicos no setor imobiliário como um todo. A Rossi está majoritariamente focada na classe média, segmento em que a operações de crédito imobiliário não têm, por exemplo, a rede de proteção do Minha Casa, Minha Vida – o financiamento é subsidiado pelo governo e as taxas de juros são fixas. A Caixa é o maior credor da Rossi: a dívida soma cerca de R$ 450 milhões. No caso do BB, o passivo é bem mais miúdo – em torno dos R$ 30 milhões.

Finanças
Estados Unidos “volta” ao mapa do Banco do Brasil
17/04/2023O RR apurou que o Banco do Brasil estuda abrir três escritórios nos Estados Unidos – um deles em Nova York. A ideia é prioritariamente atender brasileiros que moram em território norte-americano. Trata-se de um passo a mais na estratégia de fortalecimento da operação do BB nos EUA. O primeiro movimento nesse sentido foi a recém-anunciada fusão entre o BB Americas e o BB Miami, que funcionavam como duas unidades de negócio distintas e distantes. Curiosamente, a associação, que saiu do papel na gestão da nova presidente do BB, Tarciana Medeiros, era um projeto de seu antecessor, Fausto Ribeiro. Só que com finalidade diferente: Ribeiro queria vender a operação do banco nos Estados Unidos. Só não foi adiante porque não apareceu uma proposta satisfatória.

Destaque
Empréstimo do BNDES para gasoduto argentino será vinculado a encomendas no Brasil
14/04/2023O financiamento do BNDES para a construção do gasoduto de Vaca Muerta, na Argentina, deve trazer algumas variáveis diferentes em relação a operações similares fechadas por governos petistas no passado. Uma delas é uma amarra que pode trazer dividendos para a indústria brasileira. Segundo o RR apurou, a ideia que começa a ganhar corpo no banco é vincular o empréstimo à garantia de aquisição junto a fabricantes no Brasil de parcela dos insumos empregados na obra. Ou seja: uma regra de “conteúdo local” por vias oblíquas. Seria a contrapartida para a liberação de aproximadamente US$ 700 milhões, cm o objetivo de financiar a construção do segundo trecho do pipeline, entre Buenos Aires e a província de Santa Fé, onde já existe uma rede de dutos até Uruguaiana, no Rio Grande do Sul.
Outro dispositivo seria buscar uma solução de funding – via Tesouro ou o próprio BNDES – para que essas indústrias efetivamente recebam pelo fornecimento de produtos. Há um histórico de não pagamento de empréstimos internacionais da agência de fomento, vide Cuba e Venezuela, que devem mais de R$ 4 bilhões à instituição. Ressalte-se que, no caso da Argentina, a classificação de risco é ainda maior. O país vive uma delicada situação financeira e uma crise cambial. Em matéria publicada pelo site Brazil Journal na última quarta-feira, o diretor de finanças da Suzano, Marcelo Bacci, descortinou um pedacinho do problema ao mencionar que o lucro de exportadoras brasileiras fica retido na Argentina.
Essa tentativa de hedge seria uma forma de aplainar as críticas ao governo Lula pelo financiamento de obras no exterior, algo, inclusive, que poderia vir a ser replicado em outros projetos. Ocorre que anteriormente, mesmo a condicionalidade não estando presente, o propósito da exportação de serviços sempre foi aumentar a demanda por produtos brasileiros. De uma forma ou outra, isso foi feito. Não deverá ser muito diferente.
Caso o acordo seja levado adiante, uma das potenciais beneficiadas com a medida seria a Tenaris Brasil, leia-se o grupo ítalo-argentino Techint. Desde já, a empresa, uma dos maiores fabricantes de dutos da América Latina, desponta como forte candidata ao fornecimento para Vaca Muerta, a partir de sua fábrica em Pindamonhangaba (SP). Ressalte-se que o grupo já atua na construção do primeiro trecho do pipeline, entre Neuquén e Buenos Aires.

Economia
Fazenda já projeta alta do PIB superior à do governo Bolsonaro
11/04/2023Em conversa antes da reunião de Lula com todos os ministros, ontem, Fernando Haddad animou o presidente com projeções do Ministério da Fazenda sobre a grande probabilidade de o PIB crescer, em 2023, acima da média de 1,5% do governo Bolsonaro. Todos os ministérios estão convocados para a realização de projetos e medidas que impactem positivamente o PIB sem arranhar o fiscal. As iniciativas serão consolidadas pela Fazenda e servirão de guia para projeções consolidadas das ações governamentais em relação ao PIB. Lula quer bater não só Bolsonaro, mas iniciar o primeiro ano de governo respondendo à “herança maldita” do Capitão, com um PIB superior à média dos últimos 20 anos, de 2,2%. A meta para valer, não dita, é superar os 2,9% de crescimento do Produto no último ano de gestão do ex-presidente.
Há cerca de quatro meses essa missão parecia impossível. Falava-se, inclusive, em uma pequena recessão técnica para 2023. Com o arcabouço fiscal e a decisão de que os recursos extraordinários – não previstos no orçamento – serão dirigidos para investimentos, a percepção em relação ao PIB tem gradualmente mudado para melhor. Isso para não falar da temporada de concessões, que deverá se iniciar antes do primeiro semestre. O Focus, cuja mudança das estimativas anda a passos de cágado – essa é a dinâmica natural do Boletim – subiu pela terceira vez a previsão do PIB para este ano. Atualmente está em 0,9%. Levando-se em consideração somente as 39 respostas nos últimos cinco dias úteis, a projeção para o PIB, em 2023, sobe para 1,0%. É devagar, devagarinho, como diz a canção de Martinho da Vila. O FMI também melhorou a estimativa para o crescimento do Brasil: 1,2%, frente a 1% da previsão anterior. O Banco Central seguiu na mesma direção, elevando a projeção do PIB, de 2023, de 1% para 1,2%. O IPEA foi além, e manteve sua estimativa de 1,4%.
Os cenários futuros indicam que as projeções positivas do Ministério da Fazenda para o PIB não são improváveis. Há uma combinação de fatores favoráveis, a saber: sinalização de crescimento da economia global; início do ciclo de queda de juros nos países centrais; apreciação do real; aumento do fluxo cambial para o Brasil; superávits recordes da balança comercial; início do plano de concessões com ênfase nos estados e municípios; envio da reforma tributária ao Congresso; apresentação do programa Desenrola; ações de fomento do BNDES; redução, ainda que paulatina, do índice de preços; e colocação na prática da cesta de projetos do governo voltados para o aumento da renda e do emprego. Falta o BC reduzir os juros. Mas isso vai acontecer de qualquer maneira, logo à frente.

Destaque
Atrasos do INSS causam prejuízos a bancos responsáveis pelo pagamento de aposentados
11/04/2023Como se não bastasse a polêmica redução dos juros do consignado para aposentados e pensionistas, há um novo ponto de fricção entre o governo e a banca privada relacionado ao INSS. Instituições financeiras responsáveis pelo pagamento dos benefícios da Previdência Social têm cobrado uma solução para o enorme volume de pedidos de aposentadoria represados na autarquia. São mais de cinco milhões de solicitações que estão paradas à espera da análise do INSS. Trata-se de um expressivo contingente de potenciais clientes que escapam entre os dedos dos bancos em razão da morosidade da máquina pública. Em 2019, Santander, Crefisa, Agibank. Itaú, BMG e Mercantil do Brasil venceram o leilão e assumiram o pagamento de todos os novos benefícios concedidos entre 2020 e 2024. No total, 23 bancos disputaram a licitação, realizada estado por estado. O sexteto vencedor ofereceu, em média, um ágio de 612%, número que dá a dimensão do interesse da banca pelo negócio.
As seis instituições financeiras se comprometeram a pagar ao INSS cerca de R$ 24 bilhões ao longo de cinco anos. O valor do dote foi calculado com base na estimativa de que cinco milhões de novos aposentados e pensionistas entrariam na base de dados dos bancos a cada ano. Bulhufas. Entre 2020 e 2022, dos mais de 15 milhões de beneficiários projetados, apenas a metade ingressou no sistema, ou seja, uma média de 2,5 milhões por ano. Tudo em razão da letargia do Instituto em analisar os pedidos de benefício, uma bola de neve que cresceu durante o governo Bolsonaro – e, até agora, ainda não deu qualquer sinal de que derreterá na gestão Lula. Ou seja: os seis bancos que ganharam a licitação estão pagando por algo que não vêm recebendo. Com isso, a conta não fecha. O grande apelo para administrar a folha do INSS é justamente a possibilidade de oferecer produtos financeiros a aposentados e pensionistas. Consultado pelo RR sobre as perdas causadas pela lentidão da Previdência Social, o Mercantil do Brasil disse que “essas informações são de uso e controle interno e que não divulga esse tipo de dado. Por essa razão, a instituição não irá se manifestar sobre o assunto.” Também procurados, os demais bancos responsáveis pelo pagamento dos benefícios do INSS não se manifestaram.

Negócios
Caixa Econômica entra no game do venture capital
11/04/2023O RR apurou que a diretoria da Caixa Econômica discute a criação de um fundo de venture capital. O passo seguinte seria a montagem de um ecossistema de participações em startups e fintechs. Na mira, soluções inovadoras para a área de crédito habitacional. A Caixa é, sabidamente, a maior financiadora da casa própria no Brasil, com uma carteira de empréstimos imobiliários próxima a R$ 650 bilhões. O banco busca também startups especializadas em sistemas de pagamento e soluções na área de crédito, entre outros segmentos. Seria algo similar ao que fez o Banco do Brasil, por meio do BB Ventures, lançado no ano passado. O fundo já aportou recursos em duas fintechs – a Pagaleve, startup de pagamentos, e na Bitfy, de criptomoedas. Procurada pelo RR, a Caixa não quis se manifestar sobre o assunto.

Economia
Governo monitora o humor do mercado em relação ao arcabouço fiscal
4/04/2023O governo está medindo diariamente a temperatura do mercado em relação ao anúncio do novo arcabouço fiscal. É como se tivesse criado o seu próprio Boletim Focus. A equipe econômica tem feito sondagens junto a bancos e grandes assets com o objetivo de aferir a receptividade às medidas divulgadas na semana passada. Os resultados até o momento revelam que as novas regras ainda não foram digeridas pelo mercado. A percepção é que a leitura dos agentes financeiros é eivada de ressalvas e desconfiança. A preocupação do governo pode ser resumida numa frase – segundo o RR apurou – dita pelo secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galipolo, em conversa com outros membros da equipe econômica: “Teremos de explicar mais, mais e mais”. Ressalte-se que Galipolo é egresso do mercado. Ele foi presidente do Banco Fator. Entre os assessores de Haddad, talvez seja aquele com maior capacidade de decodificar as mensagens e humores da Faria Lima.
A preocupação de Fernando Haddad e de seus quadros é amainar o pé atras do mercado antes do anúncio das mordidas tributárias. Não se sabe onde exatamente o governo vai cravar seus caninos; mas está dado que isso acontecerá. As propostas de gravame anunciadas até agora não dão nem para a saída. Por exemplo: segundo estimativas da própria Fazenda, a tributação do e-commerce e das apostas eletrônicas vão gerar uma arrecadação de até R$ 23 bilhões por ano, ou seja, não mais do que 15% dos R$ 150 bilhões em receita extra que o governo terá de arrumar para cumprir a nova regra fiscal.
As percepções captadas pela equipe econômica se refletem na cobertura jornalística. Por meio de uma ferramenta de busca, o RR verificou o sentimento expresso na mídia, que, na prática, em grande medida reproduz o discurso dos agentes financeiros. Entre quinta-feira e ontem, às 20h35, os 30 maiores veículos do êxito Rio, São Paulo e Brasília haviam publicado 1.372 citações ao novo arcabouço fiscal. Termos como “pessimismo”, “preocupação”, “incerteza”, “temor” e “desconfiança” apareceram em 21,1% das citações. Por sua vez, expressões como “otimismo”, “confiança” e “reação positiva” foram identificadas em apenas 15,2% das matérias. Trata-se de uma análise de sentimento absolutamente em cima de números, sem rigor científico. De toda a forma, sugere que o governo terá que gastar mais saliva para convencer o mercado.

Destaque
BNDES é a ponta de lança do governo para a reestatização da Eletrobras
24/03/2023A gestão Lula pretende usar o BNDES como instrumento para a polêmica reestatização da Eletrobras. A ideia em discussão no governo passa pelo aumento da posição do banco no capital da empresa, seja com a aquisição de papéis em mercado, seja com a compra em bloco de ações pertencentes a outros sócios relevantes. Hoje, somando sua participação direta e os títulos na carteira do BNDES e da BNDESPar, a União detém 40,18% das ordinárias da Eletrobras. Apenas como um exercício meramente ilustrativo: a compra das ações em poder do BlackRock (5,1%) e do GIC, fundo soberano de Cingapura (6,4%), permitiria ao governo ter mais de 51% do capital da companhia – mais precisamente 51,6%. Significa dizer que a União voltaria a ser, matematicamente, a controladora da Eletrobras. Mas essa aritmética não basta. No quebra-cabeças petista da reestatização da Eletrobras, toda essa operação precisa estar encaixada com outra peça: a ofensiva do governo para modificar o estatuto da empresa.
Conforme noticiou a jornalista Malu Gaspar, de O Globo, a Casa Civil e a AGU planejam entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) no STF. O objetivo principal é retirar o dispositivo que limita o poder de voto dos acionistas da Eletrobras a 10% mesmo que sua participação seja superior a esse patamar. Com essa barreira, tanto faz um investidor ter 10% ou 40%: vai mandar igual. A derrubada desse teto abriria caminho para o Estado retomar as rédeas na companhia, seja como o maior acionista individual, status que já possui, seja novamente em uma posição de controle, isto é, com 50% mais um das ações ordinárias. Esse segundo cenário é um motivo a mais para o governo tentar dinamitar o atual estatuto da Eletrobras. O governo Bolsonaro criou uma “cláusula de barreira” ou uma espécie de “trava anti-PT” – como se vê, com certa dose de razão. Trata-se da pílula de veneno estabelecida no Artigo 10 do estatuto: “O acionista ou grupo de acionistas que, direta ou indiretamente, vier a se tornar titular de ações ordinárias que, em conjunto, ultrapassem 50% do capital votante da Eletrobras e que não retorne a patamar inferior a tal percentual em até 120 (cento e vinte) dias deverá realizar uma oferta pública para a aquisição da totalidade das demais ações ordinárias, por valor, no mínimo, 200% (duzentos por cento) superior à maior cotação das respectivas ações nos últimos 504 (quinhentos e quatro) pregões”. Ou seja: pelas regras do jogo em vigor, se a União ultrapassar a marca de 50% das ONs, terá de pagar três vezes pelo restante das ações. Em sua sanha reestatizante, o governo quer dar um cálice de cicuta para essa poison pill, o que lhe permitiria reassumir o controle da companhia sem ter de desembolsar uma fortuna.
Toda essa complexa arquitetura, que vai do mercado de capitais à Suprema Corte, junta a fome com a vontade de comer. De um lado, a disposição do governo de que o BNDES volte a ser um agente de participação do Estado em empresas ou setores estratégicos; do outro, a notória intenção do presidente Lula de promover a reestatização da Eletrobras, manifestada recorrentemente durante a campanha eleitoral. O governo teria novamente uma máquina para fazer políticas públicas na área de energia. Ao lado da Petrobras, a empresa seria também uma propulsora de investimentos em transição energética. Pelo menos é a lógica petista que rege todo esse movimento. Uma lógica tão tortuosa quanto contestável, em razão dos riscos que traz a reboque.
As manobras do governo Lula para reestatizar a Eletrobras geram automaticamente insegurança jurídica. Caso a retomada do controle da empresa se concretize, estará aberta a porteira para outros casos similares. É como se o Brasil inventasse o modelo das privatizações por temporada, que poderão valer para um determinado governo, mas não para outro. Ao mesmo tempo, a investida joga por terra a ideia de public company, que poderia ser adotada para outras estatais. Não poderia haver recado pior para os investidores, já ressabiados. Recentemente, por exemplo, surgiram rumores de que a Petrobras poderia cancelar vendas de ativos fechadas na reta final do mandato de Bolsonaro. Se há um partido que deveria se preocupar em afastar a pecha de “rasga contratos” é o PT.
Em tempo: sob certo aspecto, o Lula III está bebendo na fonte do Lula I. Guardadas as devidas proporções, a estratégia de usar o BNDES como ponta de lança para o Estado retomar seus antigos poderes na Eletrobras remete a uma operação conduzida pelo próprio banco em 2003. Na ocasião, sob o comando do economista Carlos Lessa, o BNDES comprou uma participação de 8,5% na Valepar, holding controladora da Vale, que pertencia à Investvale – fundo de investimento dos funcionários da mineradora. Com esse movimento estratégico, à época muito contestado pelos privatistas puro-sangue, Lessa fechou a porta para uma eventual desnacionalização da companhia e até mesmo uma transferência da sua sede para o exterior. Àquela altura a Vale tinha um bloco de controle definido. A Mitsui, por exemplo, poderia assumir o mando da empresa caso adquirisse as ações em poder da Investvale. Ainda que as circunstâncias não sejam exatamente as mesmas, a Vale da vez se chama Eletrobras. E o BNDES vai voltar a ser aquele BNDES.
Negócios
Mercado Livre despeja crédito para crescer no Brasil
23/03/2023O Mercado Livre vai lançar uma estratégia agressiva para ampliar seu marketplace no Brasil. Os planos passam pelo Mercado Pago, fintech do grupo, e pelo aumento da oferta de crédito para os sellers – parceiros comerciais que operam na plataforma de e-commerce. Segundo o RR apurou, a meta do banco digital é chegar a dezembro com uma carteira de empréstimos no Brasil de US$ 2,5 bilhões, um aumento de quase 60% em relação a 2022. O salto vem sendo preparado há alguns meses. Em dezembro, o Mercado Pago praticamente duplicou o capital da Mercado Crédito, sua financeira, passando de R$ 615 milhões para R$ 1,1 bilhão.
O fortalecimento da operação financeira e da oferta de crédito acompanha o crescimento da base de vendedores do Mercado Livre no Brasil. Somente em 2022, a empresa adicionou 170 mil sellers ao seu marketplace. Para este ano, o avanço tem tudo para ser ainda maior. A crise da Americanas deverá provocar um êxodo de parceiros comerciais da plataforma Americanas.com para outras empresas de e-commerce.

Internacional
Brasil vota com Joe Biden na eleição do Banco Mundial
23/03/2023Segundo fonte do Ministério das Relações Exteriores, o governo brasileiro deverá formalizar nos próximos dias o apoio à candidatura de Ajay Banga para a presidência do Banco Mundial. De acordo com informações apuradas pelo RR, o Itamaraty já tem, inclusive, trabalhado junto a outros países da América do Sul angariando votos para Banga. Trata-se de mais um sinal do alinhamento entre o presidente Lula e a Casa Branca. O empresário de origem indiana, que comandou a Mastercard entre 2010 e 2022, foi indicado para o cargo pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Os países membros do Banco Mundial têm até o próximo dia 29 para apresentar outras candidaturas. Os Estados Unidos concentram o maior poder de voto na entidade, seguido por Japão, China, Alemanha e Reino Unido.
Infraestrutura
Hidrovia Brasil-Uruguai ganha seus primeiros contornos
23/03/2023Os governos dos presidentes Lula e Luis Alberto Lacalle Pou começam a tirar do papel o projeto da implantação de uma hidrovia entre Brasil e Uruguai. O primeiro passo mais agudo nessa direção será dado até o fim de abril: segundo o RR apurou, o Ministério dos Portos e Aeroportos vai abrir licitação para contratar a empresa que ficará responsável pela dragagem da bacia da Lagoa Mirim, na divisa entre os dois países. O trabalho se concentrará no canal de São Gonçalo, que conecta a Lagoa Mirim e a Lagoa dos Patos.
O projeto dará fôlego ao complexo portuário de Rio Grande, pertencente à Uniao, mas sob administração do governo gaúcho. Há estudos de que a abertura da hidrovia poderá aumentar em 20% o volume de cargas exportadas pelo porto. Entre idas e vindas, há mais de 50 anos que a ideia de criação da hidrovia povoa as relações entre Brasil e Uruguai. Durante a gestão de Jair Bolsonaro, a proposta avançou razoavelmente. A hidrovia faz parte do PPI (Programa de Parcerias de Investimento), herdado pelo governo Lula. A execução do empreendimento depende mais de uma decisão política dos dois países do que de exatamente de funding. O projeto é barato: está estimado em R$ 30 milhões. E há costuras para que a CAF (Banco de desenvolvimento da América Latina) financie uma parte.

Destaque
BNDES, BB e Caixa lideram o “frentão” da pequena e média empresa
22/03/2023O governo pretende descarregar um caminhão de recursos para as pequenas e médias empresas (PMEs). A ideia é usar a trinca BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica, de forma conjunta, para aumentar consideravelmente a oferta de crédito para esse segmento. É quase como se o governo estivesse criando um banco específico para as PMEs, a partir da atuação integrada das três instituições federais. O projeto vem sendo tratado pela equipe econômica como prioridade. Um dos objetivos é possibilitar a redução do elevado endividamento dessas empresas, com a concessão de linhas especiais de crédito a custo mais baixo. Nos três últimos anos, esse universo foi duramente penalizado pela pandemia e pela disparada dos juros, que jogou a inadimplência nas alturas. Há cerca de 5,5 milhões de micro, pequenas e médias empresas envidadas, segundo o mais recente levantamento da Serasa, divulgado em outubro do ano passado. Trata-se do maior número desde o início da série histórica, em 2016.
Durante a campanha, não custa lembrar, Lula fez seguidas promessas de medidas para aliviar o endividamento das PMEs. Esse “frentão” da pequena e média empresa, capitaneado pelos bancos federais, é também uma tour de force do governo para a redução do desemprego. Os pequenos e médios negócios representam geração de postos de trabalho na veia. Esse segmento foi responsável por mais de 70% dos novos empregos com carteira assinada criados no país em 2022.
De acordo com os balanços de setembro de 2022, as pequenas e médias empresas respondem por aproximadamente 15% da carteira de crédito dos grandes bancos brasileiros. Trata-se de uma fatia desproporcional ao seu peso na economia: as PMEs têm uma participação de aproximadamente 27% do PIB. Entre os bancos públicos, há um considerável espaço de crescimento. O BNDES é aquele em que os pequenos e médios negócios aparecem com maior representatividade entre os empréstimos totais (23%). No Banco do Brasil e na Caixa, esse índice é bem menor: respectivamente de 10% e 8%. Se serve de alento, todos os três bancos estatais ampliaram o volume de crédito para pequenas e médias empresas no comparativo entre setembro de 2022 e setembro de 2021 – BNDES (7%), Caixa (10%) e BB (18%). Ainda assim, trata-se de um ritmo insuficiente para dar fôlego às PMEs.
A disposição do governo em aumentar o crédito para as pequenas e médias empresas terá razoável impacto na estratégia dos grandes bancos federais, a começar pelo BNDES. O banco, por exemplo, já estuda tomar recursos no exterior para aumentar sua capacidade de concessão de crédito, muito com foco nas PMEs. O próprio presidente da agência de fomento, Aloizio Mercadante, já defendeu publicamente que o BNDES pague menos dividendos à União, passando a ter isonomia com o Banco do Brasil. Atualmente, o banco da Avenida Chile distribui 60% dos seus lucros aos acionistas, contra 40% do BB.
Agronegócio
Agricultura tenta destravar crédito extra para produtores de fumo
22/03/2023O RR apurou que o Ministério da Agricultura está articulando junto à equipe econômica a liberação de recursos adicionais, via Banco do Brasil, para os produtores de fumo da Região Sul. A falta de chuvas está impondo severos prejuízos aos fumicultores, especialmente no Rio Grande do Sul. Há um apelo de ordem social para o crédito extra: parte expressiva da produção é proveniente da agricultura familiar. O setor, ressalte-se, já vem uma safra esfumaçada. No ciclo 2021/22, a produção brasileira de fumo caiu 11%, também afetada por condições climáticas. A queda afeta também o desempenho do Brasil no mercado internacional. Quarto maior produtor de fumo do mundo, o Zimbábue vem adotando uma agressiva estratégia comercial. O país africano tem avançado em mercados consumidores importantes, especialmente Bélgica e Estados Unidos, os dois maiores importadores do fumo brasileiro. O RR apurou que o Ministério da Agricultura está articulando junto à equipe econômica a liberação de recursos adicionais, via Banco do Brasil, para os produtores de fumo da Região Sul. A falta de chuvas está impondo severos prejuízos aos fumicultores, especialmente no Rio Grande do Sul. Há um apelo de ordem social para o crédito extra: parte expressiva da produção é proveniente da agricultura familiar. O setor, ressalte-se, já vem uma safra esfumaçada. No ciclo 2021/22, a produção brasileira de fumo caiu 11%, também afetada por condições climáticas. A queda afeta também o desempenho do Brasil no mercado internacional. Quarto maior produtor de fumo do mundo, o Zimbábue vem adotando uma agressiva estratégia comercial. O país africano tem avançado em mercados consumidores importantes, especialmente Bélgica e Estados Unidos, os dois maiores importadores do fumo brasileiro.

Destaque
BNDES quer usar Biomm para reduzir déficit de insulina no Brasil
21/03/2023O RR tem informações de que o BNDES planeja aumentar sua participação na fabricante de medicamentos Biomm. Com 8,6% do capital, a agência de fomento é hoje o terceiro maior acionista da companhia – atrás da TMG Capital (12,8%) e do Lab Fundo de Investimentos (9,45%). Trata-se de um movimento feito com os dois olhos na saúde pública. A principal motivação do BNDES para o aporte na Biomm é acelerar a produção de insulina na fábrica da empresa em Nova Lima (MG), com o objetivo de reduzir a extrema dependência do Brasil em relação às importações. Atualmente, o país compra no exterior 100% da insulina glargina que consome. Esta é a última geração do medicamento. Hoje, a empresa atua basicamente na comercialização do insumo, a partir de parcerias com laboratórios internacionais. A Biomm distribui aproximadamente 10% da insulina glargina utilizada no país. Esse mercado é um duopólio concentrado nas mãos da Sanofi (64% de share) e da Lilly (26%). Procurado pelo RR, o BNDES não quis se pronunciar.
Para além da insulina, o entendimento no BNDES é que a Biomm pode vir a ser um dos maiores produtores de medicamentos biotecnológicos e também de vacinas da América Latina. Neste último caso, a atuação da empresa poderia ser potencializada a partir de uma parceria com a Fiocruz, referência na fabricação de imunizantes no país. Ressalte-se que a atual ministra da Saúde, Nísia Trindade, foi presidente da instituição. O aporte de capital do BNDES permitiria à Biomm avançar em outros projetos, como o desenvolvimento de remédios para tratamento de câncer e a fabricação própria de imunizantes, a começar pela Covid-19. Neste último caso, a empresa tem feito movimentos para entrar nesse setor, mas ainda por meio de parcerias. Recentemente, solicitou à Anvisa o registro definitivo da Convidencia, vacina contra o coronavírus produzida pela chinesa CanSino, mas o pedido foi negado pela agência.
Curiosamente, o BNDES olha para o futuro fazendo uma volta ao passado. O banco foi um dos primeiros financiadores da criação da Biomm, nascida a partir de uma costela da Biobrás, vendida em 2002 para a dinamarquesa Novo Nordisk. Nos primórdios, a agência de fomento chegou a ter 15% do capital, um negócio à época pautado por suspeições. Um dos idealizadores da Biomm é o empresário Walfrido dos Mares Guia, ainda hoje acionista da empresa, com 5,9%. Mares Guia foi ministro do Turismo no primeiro mandato de Lula.

Finanças
Itaú entra na disputa pelo Credit Suisse no Brasil
13/03/2023Agora, no final da tarde, circulou no mercado que o Itaú vai comprar a operação brasileira do Credit Suisse. O banco helvético seria o BBA da vez – uma alusão ao BBA Creditanstalt, adquirido pelos Setúbal em 2002. Pode ser. Mas lembremos que o BTG já andou estudando a mesma operação e estaria no páreo, segundo fonte bem posicionada do RR. E o Credit Suisse não dá demonstrações de que pretende deixar o país. Mas a verdade é que o banco suíço atravessa um momento difícil, no exterior. Consultado pelo RR, o Itaú não quis comentar o assunto. O Credit Suisse, por sua vez, afirmou que “não confirma a informação de que o Itaú está em negociações para comprar a operação brasileira.”
Se for sério o boato de aquisição, a hora seria essa. A investida provocaria mudanças no capital societário de um outro badalado asset: o Credit Suisse detém 25% Fundo Verde, do falante Luis Stuhlberger. Agora, segundo a newsletter Brazil Journal, a Lumina Capital Management, de Daniel Goldberg, estaria comprando um pedaço do Fundo Verde. A aquisição do Credit Suisse, portanto, faria um rolo na consolidação do setor. O RR acha que o negócio estaria mais para o BTG, pois o Itaú já tem uma operação de atacado consolidada. E também pode ser uma fofoca provinda do próprio pessoal do Itaú ou do Credit Suisse. Aguardemos o desenrolar do fio dessa meada.

Política
Sindicalistas param no gabinete de Haddad e Alckmin
10/03/2023Segundo o RR apurou, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, deverão ter, nos próximos dias, encontros com lideranças sindicais. Há reuniões engatilhadas com os presidentes da Força Sindical, Miguel Torres, e da CUT, Sergio Nobre. A presença de Alckmin se justifica pela pauta principal das conversas: os sindicalistas vão encaminhar propostas na tentativa de acelerar a geração de emprego, o que passa pelo aumento dos postos de trabalho na indústria. No entanto, sua importância vai além dos temas tratados. Durante a campanha eleitoral, o ex-tucano teve um papel relevante na interlocução com o movimento sindical, aproximando-se dos principais dirigentes do setor. No entorno do governo, há quem diga que essa relação tem um pé em 2026. Alckmin não quer ser identificado apenas com as questões e pleitos do empresariado.
Em tempo: as conversas de Haddad e Alckmin com os representantes da classe trabalhadora chamam atenção também pelo timing. Ocorrerão às vésperas dos protestos convocados pelas centrais sindicais para o próximo dia 21 de março. As entidades prometem manifestações contra os juros altos não apenas em frente à sede do Banco Central em Brasília, mas também em todas as demais cidades que tiverem representações da instituição. Um assessor próximo a Alckmin arrisca que todo esse fuzuê vai bater na porta do presidente do BC, Roberto Campos Netto, a quem é atribuída a responsabilidade dos juros altos e por zelar pelo pleno emprego. Todos os movimentos emanados do PT acabam desaguando também em pressão pela saída de Campos Neto.

Destaque
Bolsonaro pretende contra-atacar o escândalo das joias na mesma moeda
7/03/2023Olho por olho, dente por dente. Assim o clã Bolsonaro planeja contra-atacar o escândalo das joias. O RR apurou junto a fontes próximas à família de que o ex-presidente e seus filhos pretendem lançar um pedido de auditoria dos bens valiosos ofertados a Lula durante os seus dois primeiros mandatos. Por intermédio de Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, parlamentares aliados já teriam sido acionados para requisitar formalmente no Congresso uma devassa dos presentes recebidos pelo petista de outros chefes de governo entre 2003 e 2010. A ideia é atribuída, principalmente, a Carlos Bolsonaro, a quem caberia a missão de inflamar a militância “bolsonarista” nas redes sociais em torno da investigação. O objetivo não é apenas criar um fato diversionista, para eclipsar a denúncia de que Jair Bolsonaro supostamente tentou trazer irregularmente para o país joias doadas à ex-primeira-dama, Michele Bolsonaro, no valor de aproximadamente R$ 16 milhões. Os filhos do ex-presidente entendem que é possível enredar Lula na teia que seus próprios assessores lançaram ao vazar informações da Receita Federal contra Bolsonaro.
No fim de semana, segundo as fontes ouvidas pelo RR, os filhos de Bolsonaro já começaram a levantar munição contra Lula. A premissa é que o telhado do atual presidente é de vidro. Em março de 2016, por exemplo, a Lava Jato determinou a busca e apreensão de itens ofertados ao petista que estavam guardados em um cofre do Banco do Brasil em São Paulo. Os bens teriam sido indevidamente incorporados ao acervo pessoal de Lula e não ao da Presidência da República. Não consta entre esses itens a presença de joias ou de bens de notório valor. A parte não é necessariamente o todo. O entorno de Bolsonaro aposta que uma auditoria pode trazer à tona fatos ainda não devidamente apurados. Um exemplo: até hoje não ficou claro o papel da OAS nessa história. Tão logo Lula deixou o governo, a empreiteira teria ajudado a bancar o armazenamento de algumas das doações ao petista. Há ainda uma questão de escala que pode ajudar na vendeta dos Bolsonaro: estima-se que Lula tenha recebido cerca de 1,4 mil objetos de chefes de estado classificados como de “cunho pessoal” ao longo de oito anos.
Está claro que o governo Lula decidiu garimpar fatos e cifras para criminalizar Jair Bolsonaro. Foi assim, logo no início de mandato, com o vazamento de dados do cartão corporativo do ex-presidente. A família Bolsonaro quer pagar na mesma moeda, ainda que a sua esteja um pouco “depreciada”.

Negócios
Agronegócio ganha campo na Caixa Econômica
7/03/2023A presidente da Caixa Econômica, Rita Serrano, estuda criar uma vice-presidência de Agronegócio. A nova área viria acompanhada de uma forte estratégia para ampliar ainda mais a operação do banco no crédito rural. No fim do ano passado, a Caixa chegou à marca de R$ 40 bilhões em financiamento agrícola, um salto de mais de 220% no intervalo de 12 meses. Segundo informações filtradas do próprio banco, a meta é romper a barreira dos R$ 100 bilhões em empréstimos até o fim do ano, acelerando um movimento iniciado na gestão de Pedro Guimarães. Mas sem a empáfia do ex-presidente da instituição, que costumava desafiar publicamente o Banco do Brasil e dizer que a Caixa seria líder do crédito rural – o BB, ressalte-se, tem uma carteira no segmento da ordem de R$ 300 bilhões. De quebra, além do business em si, a criação da vice-Presidência de Agronegócio teria ainda uma serventia política. A área funcionaria como um canal de interlocução com o Congresso, administrando os pleitos da bancada ruralista, o que significa administrar os pleitos dos grandes empresários do agronegócio.

Governo
Neri Geller entra na disputa por vice-presidência do BB
1/03/2023
Política
Campos Neto lança um sinal de trégua ao presidente Lula
28/02/2023O que tem a ver o Pix internacional com a moeda do Mercosul? Dependendo da ótica, muito ou nada. A priori, a despeito da lógica ou prioridade, a medida não deixa de ser um agrado do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a Lula, que ouve como música qualquer manifestação favorável ao fortalecimento do bloco sul-americano, com o protagonismo do Brasil. O Pix internacional significaria, portanto, o aceno de Campos Neto para uma trégua com o Palácio do Planalto e o próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que apoiam a moeda comum do Mercosul – o “sur real”, como vem sendo chamada pelo mercado e internamente pelo próprio BC.
Chama a atenção o prazo estimado para a implementação do novo sistema: são dois anos, praticamente o prazo para o vencimento do mandato do presidente do BC. O Pix internacional é um meio de pagamento, sem os inconvenientes do “sur real”. Além do mais, é bem mais abrangente, porque atrai outros países além das fronteiras do Mercosul, a exemplo da Colômbia, Equador e Chile, conforme antecipou o presidente do BC. É curioso a Argentina não aparecer nas citações de Campos Neto. O seu presidente, Alberto Fernandez, foi o maior entusiasta da criação da moeda comum entre os países do bloco. Só falta agora, Campos Neto ceder e reduzir a Selic em um dedinho, buscando a partir daí um acordo de redução dos juros nos países do Mercosul. Mesmo em um tempo no qual pululam propostas hiper-heterodoxas, seria efetivamente surreal, não obstante o gáudio de Lula.
Esportes
V Sports estuda a compra de clubes brasileiros
28/02/2023Ainda que de forma incipiente, o futebol começa a despontar como um setor da economia importante para a atração de capital estrangeiro. O fundo V Sports, sediado no Reino Unido, surge como novo candidato à compra de clubes no país. O meio de campo tem sido feito por um grande banco de investimentos brasileiro, que vem assessorando a venda de SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol). Não faltam ativos sobre o balcão. Há mais de 20 clubes que já se transformaram em SAF e ainda buscam compradores. E a lista vai aumentar, não obstante as zonas cinzentas da nova legislação, sobretudo em relação à responsabilidade pelo pagamento de dívidas das antigas associações. Coritiba, São Paulo, Fortaleza, Atlético-MG estão entre as agremiações que já iniciaram estudos ou estão em processo avançado para a conversão em sociedade anônima e a consequente abertura do capital.
O V Sports pode se juntar a um clube ainda seleto de investidores que já fincaram sua bandeira nos gramados brasileiros, como o City Group, do sheik Mansour bin Zayed, de Abu Dhabi, que comprou o Bahia. Ou o fundo norte-americano 777, controlador da SAF do Vasco. Artilharia financeira não falta ao V Sports. Dono do Aston Villa, um dos clubes mais tradicionais da Inglaterra, o fundo tem avançado para novos territórios. Recentemente fechou a aquisição de 46% do Vitória de Guimarães, de Portugal. Ao mesmo tempo, mantém tratativas com a Major League Soccer, a liga de futebol dos Estados Unidos, para abrir uma equipe na cidade de Las Vegas. Por trás dessas múltiplas investidas estão os bilionários Nassef Sawiris e Wes Edens, fundadores do V Sports. O egípcio Sawiris tem um patrimônio estimado em mais de US$ 9 bilhões. É irmão de Naguib Sawiris, todo-poderoso das telecomunicações no país africano e dono da Orascom, que, em 2017, ensaiou a compra da Oi. O norte-americano Edens, por sua vez, é um dos fundadores da gestora de recursos Fortress Investment Group, que soma cerca de US$ 50 bilhões em ativos.

Destaque
O próximo ataque na guerra dos Safra
23/02/2023A disputa entre os herdeiros de Joseph Safra reserva ainda mais fel e fúria para os próximos capítulos. O RR apurou que Alberto Safra autorizou seus advogados a iniciar os procedimentos para a transformação da ASA Investments, sua gestora de recursos, em banco. De acordo com a mesma fonte, com o upgrade da ASA, Alberto passaria a ter a sua própria casa bancária, um lócus que lhe permitiria iniciar um segundo movimento: cooptar para a nova instituição uma parcela dos clientes do Safra. A genealogia bancária do clã guarda um episódio similar. No início dos anos 2000, Joseph, pai de David e Alberto, e seu irmão Moise travaram uma briga igualmente eivada de rancor e mágoa pelo comando do Banco Safra. Joseph abriu uma nova instituição financeira, o J. Safra, e carregou consigo uma parcela da carteira de clientes do Safra. O êxodo surtiu o efeito desejado, forçando o irmão a um “acordo”. Em 2006, enfim, “seu José”, como gostava de ser chamado pelos próprios funcionários, comprou a parte de Moise e assumiu sozinho o controle do Safra.
Alberto Safra tem feito seguidos movimentos para aumentar a musculatura da ASA Investments, que administra cerca de R$ 4,3 bilhões em ativos, segundo o ranking da Ambima. Há cerca de duas semanas, comprou a Tower Three, gestora especializada em renda variável, com aproximadamente R$ 90 milhões em ativos. No ano passado, incorporou a CORE Real Estate, como o nome sugere focada em fundos imobiliários. A metamorfose para virar um banco seria o passo mais agudo dessa escalada, passo este que ganharia uma dimensão maior em razão do timing. Alberto e David Safra, como se sabe, estão no meio de um ruidoso litígio. Deserdado pelo pai, Alberto entrou na Justiça contra a própria mãe, Vicky Safra, e David, assim como seus outros dois irmãos, Jacob e Esther. Jacob responde pelo banco suíço J. Safra Sarasin e pelo Safra National Bank de Nova York. David é o condutor de todos os negócios da família no Brasil, acirrando ressentimentos nutridos desde antes da morte de Joseph. Em 2019, em outro momento de fortes tensões, Alberto renunciou à sua posição no Conselho do Safra. Foi nesse momento que fundou a ASA Investments. Na semana passada, o litígio entre Alberto e David teve um novo capítulo: o Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou os conselheiros do Banco Safra indicados por Alberto, André Franco de Moraes e Ricardo Tepedino, a terem acesso a informações financeiras detalhadas do banco. Moraes e Tepedino alegam que só ficaram sabendo da exposição do Safra à Americanas pela imprensa. Segundo os conselheiros, o assunto teria sido levado ao board apenas no dia 18 de janeiro, uma semana após a fraude contábil da rede varejista vir à nota. Os representantes de Alberto no Conselho afirmam ainda que o Safra teria ainda elevada exposição a outras nove empresas.
Marx dizia que a história se repete, na primeira vez, como tragédia e, na segunda, como farsa. Neste caso, há só tragédia no jogo de repetições dos Safra. A história de um dos mais longevos e míticos clãs de banqueiros – iniciada em meados do Século XIX, com o Safra Frères & Cie, em Alepo, na Síria – é recorrentemente marcada por cismas e diásporas. No Brasil, essa saga teve início nos anos 50, com a chegada de Jacob Safra. A dinastia teve continuidade com seus filhos, Edmond, Joseph e Moise. Edmond se separou dos dois irmãos e, de certa forma, viraram concorrentes. No início dos anos 60, Edmond vendeu sua parte nos negócios no Brasil e se mudou para a Suíça. Abriu o Trade Development Bank e, posteriormente, o Republic National Bank. Ficou com o filé das operações bancárias dos Safra. Edmond vendeu o Republic Bank em 1999. Àquela altura, a relação entre os três irmãos estava deteriorada. Joseph já iniciara o momento de investir sozinho em negócios paralelos. Mais de duas décadas depois, Alberto mostra que não foi de todo deserdado. Joseph deixou-lhe como herança o ensinamento de como atacar um irmão tentando minar os seus negócios.

Empresa
Vale ganha um privilegiado maquinista para os seus “assuntos regulatórios”
17/02/2023A contratação do ex-ministro da Infraestrutura Marcelo Sampaio como diretor de assuntos regulatórios da Vale, apenas um mês meio após a sua saída da Pasta, ameaça criar uma perigosa jurisprudência. É como se não houvesse mais conflito de interesses entre o público e o privado. Segundo uma fonte da ANTT, Sampaio já estaria se movimentando junto a órgãos em Brasília, notadamente a própria agência, em temas de interesse da Vale no setor de transportes. Ou seja: com o oportuno beneplácito da Comissão de Ética da Presidência da República, que liberou Sampaio da necessidade de quarentena, a companhia passou a ter em seus quadros alguém que ainda cheira a ministro e carrega informações do aparelho de Estado extremamente atualizadas e, por isso mesmo, mais valiosas, além de acessos privilegiados. Guardadas as devidas proporções, é como se Roberto Campos Neto deixasse hoje o comando do BC e, daqui a 45 dias, não mais do que isso, já estivesse batendo ponto em um banco privado.
O ex-ministro cruza a porta giratória do governo para a iniciativa privada justo no momento em que a VLI, das quais a Vale é uma das principais acionistas, está envolvida em uma agenda das mais complexas: as tratativas para a renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica. Conforme o RR já informou (https://relatorioreservado.com.br/noticias/vli-tera-de-pagar-um-alto-pedagio-para-renovar-concessao-da-ferrovia-centro-atlantica/), há um impasse em torno do assunto. O governo exige pesados investimentos da VLI para estender o contrato de concessão. O RR perguntou à Vale qual será a área de atuação de Sampaio e se ele conduzirá assuntos relacionados a concessões ferroviárias do grupo. A empresa, no entanto, não se pronunciou até o fechamento desta matéria.
A contratação de Marcelo Sampaio, braço direito de Tarcísio Freitas, abre brecha para as ilações não apenas em relação ao futuro, mas também ao passado. Foi com Sampaio na secretaria executiva do Ministério da Infraestrutura que a Vale conseguiu, em 2020, fechar acordo com o governo para a renovação antecipada das concessões da Estrada de Ferro de Carajás e da Vitória-Minas. É a velha e surrada máxima da mulher de Cesar: não basta ser honesta; é preciso parecer honesta.

Destaque
Conglomerados bancários lideram consolidação das fintechs
16/02/2023As fintechs não vão entrar em extinção, podem até aumentar numericamente, mas uma parcela expressiva da espécie acabará nas mãos dos grandes conglomerados bancários do país e verá reduzida sua participação no total de ativos do sistema financeiro. Os próximos meses deverão ser marcados por uma sequência de aquisições sem precedentes desde o surgimento desses bancos que não são bancos, mas são. Ou seja: a tão esperada consolidação das fintechs virá, sim, mas não exatamente entre elas, como muitos acreditavam. Há uma combinação de fatores empurrando essas instituições para o colo da banca puro-sangue, a começar pela estiagem de funding.
Assim como as startups de uma maneira geral, as fintechs surfaram na onda de investimentos de venture capital no país. O Softbank, por exemplo, teve um papel determinante no boom do segmento, investindo em dez empresas, entre as quais Nubank e Creditas. No entanto, a maré desceu. Assim como o banco japonês, outros importantes players da indústria de VC no país têm reduzido seus aportes, caso do Tiger Global e Monashees, entre outros. Em 2022, as fintechs brasileiras captaram US$ 2,3 bilhões, 44% abaixo do valor recebido no ano anterior (US$ 4,1 bilhões). O recuo foi superior à queda de investimentos registrada na América Latina como um todo (31%). Indicadores recentes do setor apontam que algo em torno de 70% das startups do setor financeiro no país têm sido bancadas exclusivamente com recursos dos próprios acionistas fundadores. A tendência é que esse cenário se acentue ao longo deste ano, com pretensos predadores transformando-se em presas.
O próprio Nubank ilustra bem o momento de vulnerabilidade das fintechs. Por ocasião do seu incensado IPO, em dezembro de 2021, alardeou aos quatro cantos que havia destronado a banca raiz e se tornado a instituição financeira com maior valor de mercado do Brasil – e da América Latina. À época, seu market cap chegou a US$ 41,7 bilhões, então equivalente a R$ 232,4 bilhões. Um brilho efêmero. De lá para cá, a ação do Nubank despencou a ladeira. Seu valor de mercado caiu praticamente à metade – US$ 22,5 bilhões ou aproximadamente R$ 116 bilhões. Está abaixo do Itaú e do Bradesco.
Por outro lado, o aumento da bancarização não direcionou, conforme se imaginava, uma parcela maior dos meios de pagamento para as fintechs. O dinheiro procurou os grandes bancos, que mantêm o monopólio da percepção de segurança, uma das variáveis mais relevantes quando se trata do depósito do salário e das micro poupanças. O “entrante” no sistema bancária, com raras exceções, pertence a um público de baixa ou baixíssima renda, que quer olhar o banco na rua, saber que ele existe. Portanto, é possível fazer uma projeção de que o crescimento contínuo da bancarização aumentará a participação dos grandes conglomerados no volume total dos depósitos.
As novas regras impostas pelo Banco Central às fintechs, que começaram a entrar em vigor no mês de janeiro e serão gradativamente implantadas até 2025, também vão impor um processo de seleção natural no setor. O arcabouço normativo elaborado pelo BC ainda está longe de eliminar as assimetrias regulatórias em relação aos bancos convencionais, sujeitos a um ordenamento muito mais rigoroso. Ainda assim, muito provavelmente uma parcela expressiva das fintechs não conseguirá atender às exigências. Trata-se de um ecossistema inteiro de instituições financeiras que nasceram e cresceram em um limbo regulatório, quase que à margem do alcance do Banco Central. Mas há importante ressalva a ser feita: o espaço de crescimento para as fintechs é imenso, porém, proporcionalmente, elas decrescerão sua participação em relação aos grandes bancos no estoque de capital do setor financeiro.
Há cerca de quatro anos, o RR produziu um trabalho para bancos comerciais intitulado “Sistema bancário no Brasil desafio dos grandes conglomerados”. À época, apesar do incômodo demostrado na sondagem com o desequilíbrio regulatório e, consequentemente, concorrencial, os bancos convencionais consideravam que, no tempo, acabariam por absorver o impacto da enxurrada de fintechs. Não deu outra. Desde então, os grandes grupos têm feito sucessivos movimentos neste sentido. O Itaú investiu R$ 1 bilhão para comprar 50% da fintech da Totvs. No mercado, a aposta é que em algum momento, não muito distante, assuma o controle do negócio. O banco dos Setúbal adquiriu 35% da Avenue Securities, corretora digital norte-americana. O Santander incorporou 80% da Gira, especializada em recebíveis do agronegócio, e a Mobills e a Monetus, especializadas no desenvolvimento de aplicativos financeiros. O Bradesco, por sua vez, comprou empresas como a 4ward e a Aarin, focadas em meios de pagamento – a segunda por meio do Next, seu banco digital. Também cravou uma aquisição no exterior, a BCP Global, sediada em Miami. Estes são apenas alguns exemplos de fintechs que caíram na rede dos tradicionais conglomerados bancários brasileiros. Vem muito mais pela frente.
Empresa
Credores da Cultura avançam sobre patrimônio de acionista
15/02/2023O RR apurou que, um grupo de credores da Cultura, notadamente editoras, está se mobilizando com o objetivo de bloquear o patrimônio pessoal do empresário Sergio Herz, acionista majoritário da rede de livrarias. Não é uma tarefa simples: a lei brasileira prevê essa medida apenas quando o próprio acionista ofereceu bens de sua propriedade como garantia a créditos, o que não ocorreu nesse episódio, ou em caso de fraude. Nesta segunda hipótese, há um precedente por onde os credores pretendem caminhar. Em 2019, a pedido do Banco Original, dos irmãos Batista, a Justiça de São Paulo suspendeu a transferência de dois apartamentos de Herz para sua esposa. A doação, ressalte-se, ocorreu apenas 21 dias antes da Cultura entrar com pedido de recuperação judicial. Na semana passada, a Justiça decretou a falência da rede de livrarias, deixando no prelo mais de R$ 285 milhões em dívidas.
Negócios
Itaú cinde as perdas com a Americanas para alardear um passivo menor
14/02/2023O Itaú tem usado de prestidigitação para enevoar o óbvio: o banco é o maior credor da Americanas no sistema financeiro do país. A instituição dos Setúbal e dos Moreira Salles soma aproximadamente R$ 6,1 bilhões em créditos contra a rede varejista, uma exposição de altíssimo risco duplamente tonificada. De um lado, são R$ 2,7 bilhões em empréstimos; do outro, cerca de R$ 3,4 bilhões pendurados em 30 fundos do Itaú Asset, a maior parte dessa cifra referente a debêntures da Americanas. Como não poderia de ser, todas as 30 carteiras estão negativas no mês. Entre os fundos mais carregados de papéis da empresa despontam: Itaú Diferenciado FIC Renda Fixa Crédito Privado, Itaú Corp Plus Renda Fixa Referenciado DI – FICFI, Itaú Active FIX 5 RF CP FICFI, Itaú Empresa MIX FIC Renda Fixa Crédito Privado, Itaú Top Renda Fixa Referenciado DI FIC, Itaú Excellence Renda Fixa Referenciado DI FIC. É o top 6 da exposição dos Setúbal e Moreira Salles à maior fraude contábil da história do Brasil.
O objetivo desse truque de ilusionismo foi criar a percepção no mercado de que o Itaú foi menos impactado pela fraude da Americanas do que seus congêneres. De fato, olhando-se apenas para as operações de empréstimo, assim parece ser: nesse quesito, os R$ 2,7 bilhões que o banco tem a receber estão abaixo das cifras contabilizadas por BTG (R$ 3,4 bilhões), Santander (R$ 3,5 bilhões) e Bradesco (R$ 4,5 bilhões). Ocorre que, para o Itaú, este número tem cumprido o papel da assistente de palco do mágico, que está ali apenas para desviar a atenção da plateia. De alguma forma, a cortina de fumaça até permitiu uma visão mais otimista, que, no entanto, não encontra eco nos números consolidados.

Internacional
Bolívia também quer dinheiro do BNDES
14/02/2023Além do gasoduto Nestor Kirchner, na Argentina, outro projeto da “vizinhança” poderá cair no colo do BNDES. Segundo fonte do Itamaraty, o governo da Bolívia já fez uma primeira consulta ao Brasil sobre a possibilidade de o banco de fomento financiar a construção de usinas de biodiesel no país. A primeira leva envolveria a instalação de três plantas, um investimento previsto da ordem de US$ 150 milhões. A ideia dos bolivianos é que a primeira planta, com capacidade de produção de 1.500 barris de biodiesel/dia, entre em operação ainda neste ano. No Ministério das Relações Exteriores, há informações de que o próprio presidente da Bolívia, Luiz Arce, pretende se reunir com Lula para tratar do assunto.

Análise
Lara Resende desponta como favorito para a presidência do BC
13/02/2023Há uma disposição ferrenha do presidente Lula para levar André Lara Resende à presidência do Banco Central. Não há ninguém entre os colaboradores do governo que diga com tanta maviosidade o que Lula quer ouvir: taxa de juros, mudança da meta e, nas entrelinhas, uma autoridade monetária que toque o barco de forma afinada com a Presidência. Mas, sendo a versão válida, para que a substituição ocorra é preciso que Roberto Campos Neto jogue a toalha no chão. A blitzkrieg de Lula contra Campos Neto seria parte da operação para antecipar sua saída, prevista para ocorrer somente em dezembro de 2024, quando vence seu primeiro mandato, ou ainda em 2028, se ele decidir pela sua recondução. Pelo estatuto do Banco Central Independente, Campos Neto tem direito a oito anos de permanência no cargo, que somente podem ser abortados por desistência do titular do BC ou uma mudança sancionada pelo Congresso Nacional. Esta última hipótese é mais difícil: sondagens revelam a falta de apoio congressista à alteração da Lei Complementar n°179, de 2021, que sancionou a independência da autoridade monetária.
Lula, que se sente mais emponderado que nunca, adotou, ao que tudo indica, a tática de throwing in the towel, ou seja, de levar o regulador a pedir demissão com uma massa de críticas permanente a política da autoridade monetária. Trata-se de uma estratégia sistematizada por analistas políticos norte-americanos. Mario Shapiro, professor da FGV Direito SP, em artigo publicado no Valor Econômico em sua edição de hoje, avança na argumentação da malhação do judas no BC. Segundo ele, “diante das restrições impostas pelo BC, é típica a atribuição de culpa a autoridade monetária pelos infortúnios do governo (blame-shifting)”. Lula comprou a fórmula integral para retirar Campos Neto do cargo. É pau puro na política monetária inteira.
Do outro lado, Lara Resende tem sido tratado como um príncipe por Lula, Fernando Haddad e o comando do partido. Apoiou o presidente na primeira hora de campanha, participou do grupo de transição do governo na área de economia, integra o comitê de aconselhamento do BNDES, foi cogitado para ministro da Fazenda – quando chegou a se imaginar que Fernando Haddad poderia ser uma candidatura competitiva ao governo de São Paulo – e é nome cotado para um Conselho de Economistas para o Assessoramento Econômico da Presidência. Em tempo: nem Haddad, nem Simone Tebet, e aparentemente Geraldo Alckmin – que não dá um pio nessa discussão –, tem simpatia pelo tal Conselho.
Durante todo o período da campanha eleitoral à posse de Lula, Lara Resende foi um cruzado pela redução de taxas de juros, uma meta de inflação equilibrada, uma menor preocupação com a dívida pública e um diferimento maior da meta de inflação no tempo para avaliação da eficácia no cumprimento da política monetária. Tudo que Lara Resende diz é música para Lula. O presidente não suporta essa relação fria, equidistante, sem uma prestação de contas mais intima, que Campos Neto imprimiu à gestão do BC independente. Na verdade Campos Neto reza por uma cartilha única, sem improvisações. Lula detesta essa “autonomia” sem beija mão. É como se o presidente do BC fosse um cluster no seu governo. Quanto aos juros, são realmente inaceitáveis.
As fontes do RR arriscam a dizer que Lula quer romper com as algemas da ortodoxia. Gostaria de ter o seu “Plano Real monetário”. Para isso, teria de comprar a independência do BC, sem a qual Lara Resende não toparia a missão. Mas iriam de mãos dadas para a empreitada, já que um estaria mais ou menos sabendo como o outro se comportaria.
O BC precisa ser blindado
Em tese, um BC protegido constitucionalmente de interferências não é bom nem mau; apenas defende a autoridade monetária de virar um joguete dos interesses políticos dos governos. Quando o Banco Central eleva as taxas de juros, busca cumprir em sintonia fina sua tripla missão: controlar a inflação, perseguir o pleno emprego e zelar pela estabilidade do sistema financeiro. O sistema de metas de inflação procurou criar uma forma de definir e alcançar a carestia “razoável”. O Banco Central estabelece uma meta para a inflação e passa a persegui-la. É forçar a barra dizer que o BC ignora completamente o “pleno” emprego nos seus cenários, resultantes de centenas de variáveis que rodam nos seus modelos econométricos. A atual taxa de juros siderais está razoavelmente alinhada com uma subida do emprego formal e redução expressiva do desemprego – a taxa caiu de 14% para cerca de 8%. A percepção coletiva é que a autoridade monetária coloca o emprego no fim da fila, e a inflação à frente. Não há target para o nível “desejável” de desemprego.
Antes da criação do hoje anatematizado Banco Central independente, a autoridade monetária era instada a tomar decisões motivadas ou estimuladas por uma hierarquia de poder superior, ou seja, o Ministério da Fazenda e, em um andar ainda mais alto, a Presidência da República. O resultado, não raras vezes, eram medidas inconsistentes ou enviesadas, que, mesmo atingindo positivamente alguns dos seus objetivos – inflação mais baixa e/ou “pleno” emprego –, careciam de sustentabilidade. As decisões eram políticas e não técnicas, não obstante haver algum componente político em qualquer poeira do universo, quanto mais em uma gestão técnica do BC.
O assunto é complexo no mundo inteiro. Nem todas as coisas boas, contudo, estão condicionadas aos cânones da política econômica. Muitas vezes uma mudança na correlação de variáveis na lógica monetária e macroeconômica surpreende a todos com uma solução inesperada. Foi o caso do Plano Real, que, durante o seu período de formulação técnica, só tinha uma referência de efetiva operacionalização em Israel. Os jovens gênios da PUC, Persio Arida e o festejado André Lara Resende, trouxeram a ideia de inflação inercial para o campo de batalha da carestia e inventaram URV (Unidade Real de Valor). A sacada deu certo. A URV, planejada para ser transitória, teve como objetivo equilibrar preços relativos e remuneração de ativos. Ela funcionou como um transplante para adoção do real como moeda oficial do Brasil.
Não há nada mais óbvio do que afirmar que juros dependem do movimento de várias placas tectónicas da economia. Para tomar decisão sobre o a elevação, manutenção ou redução da Selic várias camadas do BC são acionadas. Um conjunto de técnicos altamente qualificados analisa previamente um oceano de dados, que serão rodados em modelos econométricos sofisticados, gerando os cenários variados para que o presidente do BC independente, juntamente com sua diretoria – todos indicados pelo presidente da República e aprovados pelo Congresso Nacional – batam o martelo. Todos esses atributos constam do “estatuto do BC independente”, que tanto incomoda Lula no presente.
Lembrai-vos de Henrique Meirelles
O presidente Lula é um animal político da estirpe mais elevada da sua espécie. Deve ter razões, certas ou erradas, que não são sua idade elevada e a irritação decorrente dos muitos anos já vividos – versão Faria Lima –, nem o poder superlativo concedido pelo 8 de janeiro, para bater de frente, publicamente, com Roberto Campos Neto. A impressão é que ele atira no pé do próprio governo. Lula insiste, com todos os exageros de retórica, o que o BC tem de fazer ou não. Parece não saber que suas declarações mais pressionam a taxa de juros de longo prazo, que é a que importa, do que resultam em um aumento de meio ponto da Selic.
No seu primeiro mandato, do qual se jacta de ter tido um BC autônomo e não independente, o presidente buscou intervir nas decisões do então titular da autoridade monetária, Henrique Meirelles. A literatura mais recente daquele período revela que Lula fritou Meirelles, ameaçou demiti-lo, mandou recados irritados, tinha até um candidato na manga do colete – o economista Luiz Gonzaga Belluzzo – tudo em função da taxa de juros. Achava que o elevado custo da moeda detonaria com a sua reeleição. Na época, não usou a estratégia do fazer barulho nas mídias: encomendou a Antônio Palocci que desse um jeito de rifar Meirelles sem as suas digitais. Mas a inflação começou a cair e os juros também. E, quando perguntado nas internas se o tempo de Meirelles já tinha se esgotado, respondeu: “Não me fale mais desse assunto, agora está dando tudo certo”. Essa era a “autonomia” do BC que Lula considerava adequada, sujeita ao vai e vem da circunstância e da sua visão política.
Lula piorou em relação ao passado ou está enxergando algo que ninguém viu, esbravejando diariamente contra a taxa de juros, o BC independente e a meta de inflação. A novidade é considerar o BC um bunker de Jair Bolsonaro porque o comandante da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, teria sido indicado pelo ex-presidente. Bobagem. Como demonstra o cientista político Alberto Almeida, Campos Neto poderia não ter elevado a taxa de juros pelo menos seis vezes no período relevante de campanha, mas fez o contrário, aumentando recorrentemente a Selic.
O presidente terá direito a indicar neste ano dois diretores do BC, nas áreas de Fiscalização e Política Monetária – este último talvez o cargo mais importante do colegiado, depois do comandante da instituição. Nem por isso, os técnicos serão espiões do presidente, ou muito menos seus paus mandados. Lula até pode acertar no atacado com a cantilena dos juros altos, mas erra na forma. Todos os seus incômodos na área monetária – juros e meta de inflação – são legítimos e, alguns, até comprováveis empiricamente por acadêmicos. São o caso dos juros, cuja taxa real da Selic, batendo já os 8,5%, e meta de inflação, fixada em 3%, podem, sim, ser chamadas “politicamente” de inaceitáveis ou inviáveis.
A Selic é a mais alta do mundo. A taxa de real de 8,5% é o dobro do segundo maior índice real do planeta. Olhando de fora do BC, o nível dos juros não faz o menor sentido. Quanto à meta de inflação, ela parece ser construída para que o Brasil tenha uma taxa de juros nas alturas permanentemente. Como se sabe, o nível de juros no modelo de inflation target é o principal instrumento para levar o índice de preços permanentemente para dentro da meta: em 2024, o centro está fixado em 3%, com uma banda superior de 4,5%. A meta ambiciosa faz com que os juros sejam pouco flexíveis, na medida em que qualquer choquezinho de oferta ou pressão atípica sobre o fiscal, forçam as taxas a saírem de dentro da casca. Um exemplo: no governo Bolsonaro a meta de inflação nunca foi cumprida.
No caso, curiosamente, Lula estaria alinhado com a discussão atual dos Bancos Centrais europeus, que deliberam sobre a redução do centro da meta para 4% a 4,5%, tendo em vista as previsões de que a inflação estrutural irá aumentar nos próximos anos. Ou seja: o mesmo percentual que o presidente defende para essas bandas.
Mais “indemissível” do que um general
A questão central é que Lula está misturando vários elementos ao mesmo tempo, repetindo esbravejando em praça pública contra seus novos inimigos figadais: Banco Central independente, meta de inflação, taxa de juros, Roberto Campos Neto, etc. Cabe dar ao presidente, um velho atirador de facas, o benefício de ter visto o que ninguém viu. Nesse caso, estaria mesmo precipitando uma eventual decisão de Campos Neto de não renovar seu mandato no BC, no fim de 2024. Lula quer que ele saia antes. De preferência, já! Deseja um experimento, melhor um invento de política monetária para chamar de seu. Um Plano Real do Banco Central. Mas, parece às vezes, que o presidente está carregando demais na estratégia do throwing in the towel.
Com a apresentação do pacote fiscal pelo ministro da Fazenda, os impactos do efeito inercial dos juros já se manifestando nas expectativas do aumento de preços, e o inevitável reequilíbrio das cadeias de produção mais fragilizadas pela pandemia, a Selic vai baixar, com Campos Neto ou Lara Resende. No caso, Lula poderá ficar enroscado no mesmo enredo da gestão Meirelles: demorou para sacar o seu presidente do BC “autônomo” e foi obrigado a mantê-lo porque os resultados prometidos surgiram, conforme relata Maria Cristina Fernandes, colunista política do Valor Econômico.
A mesma jornalista chama a atenção de que arrancar de forma autoritária Campos Neto do cargo que constitucionalmente ocupa pode ser mais difícil do que demitir oficiais de alta patente, a exemplo do que Lula fez com o comandante do Exército, general Júlio Cesar de Arruda. Campos Neto tem a claque do mercado financeiro, passagem entre os congressistas, respaldo na Lei e apoio corporativo.
Lula detesta quem não preste contas. Um bom exemplo do que arrepia o presidente da República é um tecnocrata com a autoridade do professor Octávio Gouvea de Bulhões, presidente da Superintendência de Moeda e Crédito (Sumoc) – o BC dos anos 60 – e titular do Ministério da Fazenda no governo do general Castello Branco. Consta que, durante a fase mais dura do ajuste econômico do primeiro ano do golpe de 1964, Bulhões recebeu uma visita do então maior empreiteiro do país, Sebastião Camargo. O empresário relatou as queixas e mais queixas dos dirigentes do setor privado em relação ao arrocho monetário. Bulhões, que tinha fama de não se alterar jamais, ouviu calado, com sua expressão de monge. Camargo, então, carregou nas tintas. Disse que dezenas de grandes empresas iriam quebrar, a economia iria pifar e os empresários iriam se jogar pela janela, como aconteceu no período do crash da bolsa de Nova York. Ao que Bulhões respondeu, serenamente: “A janela está logo ali”. Lara Resende, caso ungido, jamais teria uma atitude igual sem conversar com seu ministro ou o presidente. O economista tem o jogo de cintura, aprimorado por passagem bem mais agitada pelo governo no que diz respeito à adoção de teorias monetárias fora da caixa.
De qualquer forma, um sinal da disposição mudancista do presidente é quando ele lança mão do discurso do “nós contra eles”. Se Lula escalar, não é improvável que ele misture bolsonarismo, militarismo e “independentismo” do BC. O bordão da hora é “Autonomia, já, independência, nunca mais!” O presidente não quer só o cargo de Campos Neto ou juros mais baixos, mas um inventor na política do Banco Central que possa marcar sua gestão. A medida parece estar encomendada.
Aguardemos o embate político entre os dois candidatos. André Lara Resende expôs suas ideias há menos de 24 horas, no Programa Canal Livre, da Bandeirantes. Teve espaço para dar uma aula e argumentar, com sua teoria monetária alternativa, que é possível atender tudo o que Lula almeja, mudando o arcabouço do pensamento econômico que hoje rege as decisões do BC. Para Lula deve ter sido uma ópera.
Hoje, daqui a aproximadamente seis horas, Roberto Campos Neto dará entrevista no ao programa Roda Viva, da TV Cultura. É como se o curto intervalo de tempo tivesse sido combinado pelas partes. Vai servir de verificação da maior ou menor flexibilidade do presidente do BC. Sabe-se que Campos Neto já acena com uma meta menor – ainda que o seu menor seja residual, isto é, a manutenção da taxa de 3,25% deste ano para o ano que vem, contra os 3% fixados pelo Conselho Monetário Nacional. Pode ser que Campos modere o tom e acene com um tempo político mais razoável para a queda da inflação e dos juros. Pode ser. Mas os sinais vindos do entorno de Lula indicam que a preferência por Lara Resende é firme. Se não for agora, 2024 promete.

Política
Lula vai tatuar o 8 de janeiro na pele de Bolsonaro
13/02/2023O 8 de janeiro passou demais do ponto. Esta é a reflexão que vem sendo feita no bunker bolsonarista, notadamente por Eduardo Bolsonaro. Segundo o RR apurou junto a interlocutores do parlamentar, o “03” tem pregado intramuros que os ataques em Brasília tiveram um grande vencedor: Lula. E, por consequência, um grande perdedor: o próprio Jair Bolsonaro. Em uma espécie de mea culpa interna corporis, Eduardo, principal responsável por levar a “Cartilha Bannon” para dentro do clã político, tem defendido a tese que o estímulo aos protestos foi um enorme erro de cálculo. O raciocínio é que os protestos deram ao presidente da República munição de sobra para bombardear Jair Bolsonaro e colar nele a pecha de “golpista”, “conspirador” e “criminoso”. A barbárie na capital federal produziu cenas que poderão ser fartamente usadas por Lula na campanha do “terceiro turno”, “ quarto turno” etc.
O presidente não vai deixar o 8 de janeiro e seus mentores intelectuais caírem no esquecimento. Vide o discurso na reunião com líderes de partidos da base aliada na última quarta-feira, quando, mais uma vez, o presidente voltou à data: “Hoje não tenho dúvida de que isso foi arquitetado pelo responsável maior de toda pregação do ódio, da indústria de mentiras, de notícias falsas, que aconteceu nesse país nos últimos quatro anos”.
Na guerra de narrativas, trata-se de um enredo de difícil desconstrução por parte de Bolsonaro e de seus. Assim como Lula afugenta o eleitorado flutuante – ou seja, aqueles que não são nem “lulistas” nem “bolsonaristas” – com suas declarações raivosas contra o presidente do Banco Central ou ao recorrer à anacrônica e puída mensagem da “guerra de ricos contra pobres”, o mesmo se aplica a Bolsonaro quando seu nome é indexado a depredações, vandalismo e destruição.
A leitura dos fatos que Eduardo Bolsonaro tem verbalizado junto aos seus é eivada de pragmatismo. A essa altura, pouco importa quem financiou, quem mandou, quem viralizou ou quem depredou: o 8 de janeiro serviu para unir ainda mais os principais adversários de Jair Bolsonaro na República, com consequências políticas e, sobretudo, jurídicas ainda insondáveis. Os atos criminosos amalgamaram a coalizão entre os Três Poderes, notadamente entre o Palácio do Planalto e o STF – ou, dando nome aos bois, entre Lula e Alexandre de Moraes. Não se sabe se Bolsonaro chispou para a Flórida porque já tinha spoilers do 8 de janeiro, mas certamente não volta de lá muito em razão do 8 de janeiro.

Destaque
Contratos em aberto ameaçam o setor cafeeiro no Brasil
13/02/2023A ameaça de safras com “inconsistências contábeis” em cadeia paira sobre o setor cafeeiro no Brasil. O risco em questão vem da crescente exposição dos players centrais – produtores, tradings e bancos – a contratos mercantis de entrega futura em aberto. Segundo uma fonte do setor, o estoque atual soma cerca de 10 milhões de sacas ou aproximadamente US$ 1 bilhão – o equivalente a pouco mais de 25% das exportações brasileiras do produto no ano passado. Essa cifra tem causado apreensão no mercado, especialmente nas instituições financeiras, a ponta final onde está pendurada toda a estrutura de crédito que faz a roda girar. Como o nome sugere, essa modalidade de contrato prevê a entrega física do café a futuro com base em projeções de produção e preço para os anos subsequentes. Esse tipo de operação, existente apenas no Brasil e na Colômbia, carrega riscos consideráveis e coloca toda a indústria sobre o fio da navalha. Hoje há um razoável grau de alavancagem, que deixa o setor à mercê do imponderável. Uma eventual repetição das condições climáticas adversas registradas no país em safras recentes pode afetar consideravelmente a capacidade de entrega do café e cumprimento do contrato, criando um efeito dominó nos balanços das tradings e, sobretudo, dos bancos.
O compliance das grandes trading companies não permite que elas trabalhem com um risco excessivo. Essas multinacionais são obrigadas a fazer operações de hedge para o risco de preço e do não recebimento do produto. Ainda assim, não deixa de ser uma potencial bomba relógio: as tradings carregam o hedge para a frente e vão lançando sucessivamente em seus balanços a entrega do café a futuro. Com isso, a ameaça maior recai sobre as instituições financeiras. Não por acaso, diante do excessivo volume de contratos em aberto no país, já circulam rumores no setor de que bancos poderão brecar o crédito a tradings.
A preocupação dos agentes do mercado cafeeiro no Brasil tem sido alimentada pelo alerta que vem da Colômbia. A modalidade dos contratos mercantis de entrega a futuro criou um rombo no setor no país vizinho. Neste momento, há algo em torno de US$ 200 milhões em acordos não honrados. Essa cifra tende a ser ainda maior. O volume em questão corresponde apenas a exportações firmadas no âmbito da Federação de Cafeicultores da Colômbia, uma espécie de “grêmio cafeeiro” com vinculações paragovernamentais. A Federação responde por aproximadamente um terço das vendas internacionais de café da Colômbia ou algo como US$ 1,2 bilhão. Significa dizer que os contratos mercantis em aberto representam cerca de 18% das vendas feitas pelos membros da instituição. Em tese, a Colômbia tem um hedge natural. Em razão da ligação da Federação com o governo, muito provavelmente o Tesouro colombiano entrará em ação para cobrir as perdas. No Brasil, esse colchão estatal não existe.
O contrato mercantil para entrega física de café a futuro é um “produto” made in Brazil. A modalidade foi copiada do mercado de petróleo. Só que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Na indústria petrolífera, a imprevisibilidade é muito menor. Cada produtor tem suas reservas quantificadas e auditadas, com a garantia de que terá óleo para entregar. Além disso, um ponto fundamental: não tem seca ou geada a dois ou três mil metros de profundidade.

Análise
Lula precisa reduzir o spread das suas bravatas
9/02/2023Lula não tem que falar sobre política monetária. Se quer influenciar no assunto, que aja em silêncio, através dos seus ministros do setor, sem tumultuar o mercado. Simplesmente faça. Sem usar a opinião pública para politizar assuntos técnicos. Todas essas considerações já foram pontuadas pelo RR e também por economistas de diversas correntes e matizes ideológicos. Mas Lula não mentiu quando se referiu a um tempo em que industriais se amotinaram contra bancos, cindindo as partes mais dinâmicas da economia à época – hoje o agronegócio assumiu um protagonismo que não tinha. O bunker dos industriais era o Instituto Brasileiro do Mercado de Capitais (Ibmec), à ocasião um instituto de pesquisas vinculado às bolsas de valores do Rio e São Paulo, que aprimorava o argumento dos empresários. Vivia-se os idos do final dos anos 70. Eram tempos curiosos em que as entidades e instituições do mercado de valores mobiliários confrontavam os bancos comerciais. O presidente do Ibmec era o ex-diretor do Brasil no FMI Herculano Borges da Fonseca, antecessor das gestões de Roberto Castello Branco e Paulo Guedes, respectivamente. Apesar da predominância da tecnocracia liberal no comando da entidade, a instituição seguia um modelo ideologicamente plural, a exemplo do Ipea, liderado por João Paulo dos Reis Velloso.
Pois bem, foi nesse período que empresários paulistas encomendaram ao Ibmec uma pesquisa sobre a visão dos industriais em relação ao papel dos bancos na economia. Por trás da demanda estavam ícones da indústria manufatureira e de bens de capital, todos de capital nacional, tais como Paulo Vellinho, José Mindlin, Paulo Francini, Paulo Villares, Cláudio Bardella e Antonio Ermírio de Moraes. Lula não mentiu quando disse que Antônio Ermírio esculachava os bancos em função das taxas de juros elevadas. Aliás, todos os industrialistas de proa esculachavam.
A pesquisa, coordenada pelo cientista político José Luiz de Mello, era caudalosa. E o Ibmec divulgava as conclusões do trabalho aos poucos. A cada rodada – e elas duraram meses – Antônio Ermírio ia aos jornais e deitava falação contra a taxa de juros, acompanhado pelos seus pares da indústria. O embate com os bancos foi enorme. O país vivia o auge da ditadura, e esses empresários brigões enfrentavam diariamente os generais do regime militar. Tudo isso aconteceu há muito tempo.
Lula parece ter estacionado nessas priscas eras, quando a indústria representava mais de 30% do PIB, e Antônio Ermírio era o leão da economia nacional. Na época, o BC era apêndice do Ministério da Fazenda, com um papel coadjuvante como autoridade monetária. A roda girou e o país evoluiu para regulamentação de um BC independente, despolitizando um órgão que tem de ser de Estado e eminentemente técnico. Lula, assim como “Dom” Antônio no passado, estão certos quando se incomodam com o nível das taxas de juros. Afinal, há algo de demasiadamente estranho no ar quando o custo do dinheiro está entre os maiores do mundo durante décadas e décadas. Mas os dois miravam alvos diferentes com o mesmo objetivo.
Lula quer responsabilizar uma das grandes conquistas institucionais do país, a independência do BC, como detentora de uma perversão na área monetária: a disposição de manter a Selic nas alturas mesmo sem necessidade. Antônio Ermírio, quase que obsessivamente, batia firme no spread bancário, sua bête noire. Difícil imaginar Lula arrumando animosidade com a banca. O que diferencia o empresário e o velho político é uma certa dose de oportunismo. O presidente trouxe à baila a memória do antigo leão do Grupo Votorantim para engrossar seu proselitismo contra os juros altos. Mas evitou dizer que seus inimigos eram diferentes. “Dom” Antônio batia nos spreads absurdos do sistema bancário. O presidente quer associar o BC independente a Bolsonaro, não obstante uma coisa não ter nada a ver com outra. A briga de Lula é bravateira e serve tão somente para manter aceso o seu palanque permanente.

Política
Lula faz da posse de Mercadante o “8 de janeiro da política monetária”
7/02/2023Um dos ensinamentos do ex-ministro Mario Henrique Simonsen era o seguinte aforismo: “Quem não tem o que dizer não tem nada que falar”. Lula não deve ter lido ou ouvido Simonsen. O presidente está falando sobre o que não sabe e não deveria dizer sobre Banco Central independente, juros, câmbio e meta de inflação. O terreno é sensível e envolve uma corrente de transmissão terrível para os mais pobres: baixar a Selic no grito aumenta os juros futuros, afasta os investidores e deprecia o câmbio, o que eleva a inflação.
Desde o início do seu mandato, o impacto das declarações de Lula sobre política monetária e meta de inflação nas mídias foi muito superior ao das declarações moderadas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, buscando apagar os incêndios. Segundo levantamento exclusivo feito pelo RR, as declarações de Lula descendo a lenha no target de inflação geraram 7.102 notícias desde a posse, contra 2.739 de Haddad tentando acalmar a fúria do patrão. Com relação à Selic, foram 1.884 notícias com o presidente dizendo que os juros teriam de ser reduzidos na marra porque “são uma vergonha”, contra 253 matérias de Haddad tratando suavemente do nível da taxa básica.
Lula fala da ata do Copom e do relatório de inflação do BC. Ele não entende do assunto e nunca leu qualquer uma dessas peças. As intenções do presidente podem até ser boas. Os juros do Brasil estão entre os cinco maiores do mundo há décadas – atualmente estão em 1° lugar. Deveriam, sim, ser motivo de um debate acadêmico consistente. Mas isso teria de ser feito sem arroubos e não com gritaria no auditório do BNDES, como Lula fez, ontem, durante a posse de Aloizio Mercadante.
Lula descasca também a meta de inflação. Outro assunto que não foi feito para ser tratado pela Presidência da República. A meta deveria ser revista, sim. O RR, aliás, tem batido nesta tecla há tempos. Alguns dos maiores especialistas em política monetária defendem a iniciativa. Mas o assunto não deve ser motivo de bravata. Todas essas questões não podem ser antecipadas. Não há por que falar sobre meta de inflação excitando os mercados. Se o CMN (Conselho Monetário Nacional) entender que ela deve ser mudada, troca-se a meta e pronto. Sem alarido prévio.
Os juros, por sua vez, não são um desejo pessoal do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A fixação da Selic é resultante da análise de um modelo que roda centenas de variáveis no campo macroeconômico. O acompanhamento da evolução dos preços de cada produto pelo BC é mais amplo do que a apuração do índice de preços do IBGE. Quem decide sobre o patamar da Selic não é Campos Neto, mas ele e um colegiado. Lula quer que a decisão sobre os juros seja política, o que será um desastre. Era melhor que pensasse que os juros somente aguardam o novo arcabouço fiscal, a reforma tributária e a segunda fase das medidas de equilíbrio das contas públicas para caírem naturalmente.
É difícil entender o que o presidente pretende. Se quer fritar Campos Neto e tirá-lo do cargo, dessa forma hostil vai criar uma confusão nos mercados que pode levar, inclusive, a um ataque especulativo. O Banco Central independente é um assunto para o Congresso e não para o Palácio do Planalto. Aliás, BC independente ou autônomo é um eufemismo que, em última instância, quer dizer que o primeiro não é manipulável e o segundo, sim. O presidente tem tratado desses temas como se estivesse em um palanque de campanha, esbravejando e gesticulando furiosamente. Deveria falar dessa forma sobre a fome, a gestão hídrica no Nordeste e a tragédia humanitária nas aldeias Yanomami para as plateias respectivas. A postura de Lula é inexplicável. Pode fazer muito mal ao país. E amansar a memória dos desserviços que seu antecessor fez ao Brasil.
Negócios
Klim chega ao Brasil faminta por fintechs
6/02/2023A fintech colombiana Klim está desembarcando no Brasil com apetite redobrado. Além de trazer sua plataforma própria de negócios, tem planos de adquirir startups da área financeira no país. A instituição oferece crédito a empresas para capital de giro. Recentemente, recebeu um aporte de quase US$ 30 milhões do JP Morgan e do IFC, braço financeiro do Banco Mundial.

Economia
O Paulo Guedes de agora tem muito mais bilhões na cachola
2/02/2023Para onde vai Paulo Guedes? That´s the question. Segundo fontes ligadas ao ex-ministro, ele esperará o prazo da quarentena e voltará à parceria com o irmão, Gustavo Guedes. A mesma fonte do RR diz que o aconselhamento dado a Guedes é para que ele recauchute a antiga operação, tornando-a mais modesta e menos visível. O ex-ministro e seu irmão foram sócios na BR Investimentos. Ambos foram investigados por supostos crimes contra o sistema financeiro no uso de dinheiro de fundos de pensão estatais: Previ, Funcef, Petros e Postalis. A lambança foi enorme. A Previc, órgão fiscalizador dos fundos de pensão, descascou os investimentos feitos pelos “Guedes” na empresa HSM, que gerou um prejuízo de R$ 16 milhões. À época, Gustavo prestou depoimento ao Ministério Público, envolvendo megaempresas, que seriam partners no FIP BR Educacional. Tudo passou como se nada houvesse havido.
A nomeação de Paulo Guedes para o Ministério da Economia teve um papel cleaner em relação aos estranhos acontecimentos que envolviam sua ex-empresa e seu irmão. Gustavo continua sendo o porto de referência, mas Paulo pode muito bem dizer: “Sempre terei Serfaty”. O ex-ministro tem uma história de tapas e beijos – mais beijos, para ser verdadeiro – com o ex-sócio no Banco Pactual, Marcelo Serfaty. Foi no Pactual, ícone dos bancos de investimentos na década de 80, que Paulo Guedes converteu a sua murcha exposição na academia (um complexo que o ex-ministro sempre carregou) em um sucesso estelar na área financeira.
As idas e vindas da trajetória de Guedes como financista daria um filme candidato ao Oscar. O ex-ministro saiu do Pactual, ingressou como sócio na asset JGP – essa, sim, uma história de mais tapas do que beijos. Saiu da empresa e, em um período “de baixa”, foi acolhido pelo “parça” Serfaty. Reza a lenda que foi no escritório do ex-sócio que Paulo, ansioso e sequioso por resultados, perdeu e ganhou uma fortuna. Serfaty foi fundador e CEO da Fidúcia Asset Management. Pouco tempo depois criou o fundo de private equity G5 Partners. Paulo Guedes teria se tornado sócio deste fundo. É nesse ponto que começa um segundo episódio rumoroso. Já em pleno governo Bolsonaro, sem medo de qualquer responsabilização ou dilema ético, o então ministro indicou Serfaty para conselheiro do Banco do Brasil e logo depois para a presidência do Conselho do BNDES. A área de integridade do banco de fomento levantou objeções à nomeação. Mas quem naquele tempo bateria de frente com o todo poderoso ministro da Economia?
Em paralelo, já corria a investigação sobre as relações do fundo G5 Partners – private equity do qual o ex-ministro teria sido sócio com Serfaty – e o BNDES. Ou seja, o dono de um private equity, sócio ou ex-sócio de um ministro poderoso, conselheiro principal do maior banco de desenvolvimento do país, estaria se locupletando com contratos desse mesmo banco. O atual presidente da Petrobras e então senador, Jean Paul Prates, no dia 1° de agosto de 2020, entrou com requerimento de informações pelo Senado Federal sobre o conflito de interesse envolvendo toda a operação. De acordo com fontes ligadas a Prates, o Comitê de Ética do BNDES teria sentado em cima do processo. Pode-se concluir que interesses mais musculosos do que o tímido pedido do senador se levantaram, matando, juntamente com o auge da pandemia, a demanda por esclarecimentos. Naquele momento, Paulo Guedes mais parecia um foguete decolando em direção ao sol.
Recuando alguns anos e retornando ao período de parcerias com o mano Gustavo, ocorre mais uma daquelas coincidências que fazem do mercado financeiro um simulacro das famílias aristocráticas do século XVIII e XIX: todo mundo se conhece e os parentes se casam um com os outros. Serfaty tinha sido coordenador das áreas de planejamento estratégico e pesquisa macroeconômica do Banco Bozano Simonsen, um potentado dos anos 80 e 90. Ele teria feito uma ponte entre Paulo Guedes e Júlio Bozano, um verdadeiro mito entre os banqueiros. Bozano, além de ser uma águia, é um charme só. Mas quem conhece o ex-ministro sabe que na primeira hora ele é simplesmente irresistível. Paulo já estava mexendo com projetos de educação além de operações diversificadas de private equity. Apresentou, então, seu pacote a Bozano. Foi a mistura da fome com a vontade de comer.
Em 2013, faltando pouco mais quatro anos para se tornar o “posto Ipiranga”, Paulo Guedes deixou sua BR Investimentos ser incorporada pelo Grupo Bozano, associando sua grife de enfant terrible à do tradicional banqueiro. A partir daí, já sócio de Bozano, saboreou de tudo um pouco: fundos de ações, multimercados, quantitativos. E mais: operações de private equity nas empresas Estapar, Oba Hortifruti, Hospital Vera Cruz, Ânima Educação, Abril Educação e Amor aos pedaços, só para citar as mais votadas. O resultado desse refogado entre competência e rede de relacionamentos foi que a Bozano, gestora de recursos da qual Paulo era sócio, já administrava recursos da ordem de R$ 2,7 bilhões quando o futuro ministro despontou na aurora da campanha de Bolsonaro. Como há sempre um instrumento desafinado para atrapalhar a orquestra, a Lava Jato entrou no circuito associando o nome da Bozano a compra de dólares no paralelo, através de uma conta no banco Morgan Stanley, em Nova York. Até a Operação ser deflagrada, comprar dólares no black era tão simples como comer um biscoito de polvilho.
Não chegou a faiscar Paulo Guedes, mas para Bozano, o incomodo foi muito maior devido à prisão de um diretor na Operação “Câmbio, desligo”, que apontou o suposto envolvimento da instituição na compra e entrega das verdinhas. Como sempre, tudo se resolveu com bons advogados. Mas e agora José? – corrija-se para e agora Paulo? Para onde vai o performático ex-czar da economia, tão simbiótico com Jair Bolsonaro, que podia ser considerado praticamente uma costela do ex-presidente. Conforme é sabido, o poder de Guedes era tão grande, mas tão grande, que ele se negou a mostrar sua conta bancária offshore não declarada ao Congresso, e ficou tudo por isso mesmo. Paulo Guedes vale hoje um “pré-sal” em termos de informações guardadas na cachola e acessos acumulados durante o seu reinado no Ministério da Economia. Isso ninguém lhe tira.
Mesmo que a quarentena virasse uma década, ninguém proibiria o ex-ministro de recorrer ao bordão de Rick Blaine, no eterno Casablanca: “Sempre terei o mano Gustavo”. Um porto seguro onde Paulo Guedes poderá voltar a operar o mercado, agora com uma potência que vai além da sua decantada inteligência. Sim, a força de quem enxergou tudo, aprendeu tudo, conheceu tudo e todos. Em condições normais, vai ser difícil conter o poder de fogo do financista. O mercado que aguente.
Negócios
Governo português trava venda da Caixa Geral no Brasil
31/01/2023O governo português suspendeu o processo de venda da operação da Caixa Geral de Depósitos no Brasil. Segundo o RR apurou, trata-se de uma decisão temporária. De acordo com uma fonte ligada ao banco, as autoridades portuguesas pretendem fazer ajustes no modelo de venda e retomar as negociações no segundo semestre. O governo de Portugal recebeu mais de 20 ofertas pela subsidiária da CGD no Brasil, mas nenhuma atingiu o valor estipulado. Entre os candidatos que apresentaram propostas estariam os bancos ABC Brasil e Luso-Brasileiro.
A Caixa Geral tem uma história de altos e baixos – mais baixos do que altos – no Brasil. Em 1998, comprou o Banco Bandeirantes, com a promessa de se tornar uma consolidadora do setor. Não fez mais nenhuma aquisição. Ainda assim, manteve uma posição estratégica ao vender o Bandeirantes ao Unibanco e se tornar sócia do então banco dos Moreira Salles, com uma participação de 12,3%. Em 2005, negociou suas ações e deixou o país. Retornaria em 2009, mas, desde então, mantém uma operação acanhada, basicamente restrita a clientes do grupo em Portugal com negócios no Brasil.

Destaque
Governo Lula ensaia um arriscado remake na indústria naval
27/01/2023A gestão Lula ensaia um preocupante volta ao passado. O governo pretende usar o BNDES e, mais especificamente, o Fundo da Marinha Mercante (FMM) na proa de um projeto de ressurreição da indústria naval brasileira. A ideia é aumentar o orçamento do FMM e, consequentemente, os empréstimos feitos pelo banco de fomento com recursos do Fundo. O governo enxerga uma oportunidade de estimular a produção de plataformas e equipamentos destinados à instalação de eólicas offshore, segmento que deverá ter uma pesada onda de investimentos no Brasil. Outra proposta em discussão é usar o FMM para fomentar a renovação da frota de apoio à Petrobras – medida que, a julgar pelo track records dos governos do PT, viria acompanhada do aumento dos índices de conteúdo local.
A missão caiu no colo de Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. No que depender da sua vontade, Alckmin tem outras prioridades à frente da Pasta, como, por exemplo, o complexo industrial de saúde e área de defesa. No entanto, cumprindo os desígnios de Lula, que já manifestou por diversas vezes a disposição de reativar a indústria naval no país, Alckmin tem mantido interlocução com o setor. Segundo o RR apurou, representantes da construção naval já fizeram chegar a Alckmin a proposta de criação de um projeto nos moldes do antigo Prorefam (Programa de Renovação da Frota de Apoio Marítimo da Petrobras).
Ao longo do governo Bolsonaro, o Fundo da Marinha Mercante aguou. Entre 2019 e 2022, os repasses do FMM somaram aproximadamente R$ 3,3 bilhões. A cifra liberada em 2020, por exemplo (R$ 350 milhões), foi a mais baixa dos 13 anos anteriores. Nos quatro anos anteriores (de 2015 a 2018), o Fundo da Marinha Mercante havia financiado cerca de R$ 12,6 bilhões em projetos. Isso em um período em que a Lava Jato já havia destroçado boa parte da indústria naval.
Tudo muito bom, tudo muito bem, mas é difícil entender o que o governo pretende. Por mais que mire em novas oportunidades de impulso à indústria local – como no caso das eólicas offshore -, o projeto de apoio da indústria naval com dinheiro do FMM repete uma política adotada nos governos de Lula e Dilma que deu errado. Muito errado. Mais do que isso: a investida remete a episódios escabrosos com a aplicação de recursos públicos em empresas como Sete Brasil e OSX.

Negócios
Santander estuda provisionar até 70% do risco Americanas
26/01/2023O Santander, a ex-casa bancária de Sergio Rial, deverá tratar os créditos contra a Americanas com dose extra de conservadorismo. O banco já avalia provisionar até 70% da dívida da rede varejista, que soma R$ 3,7 bilhões. Cerca de R$ 1,8 bilhão desse valor se refere à modalidade do “risco sacado”, para o pagamento de fornecedores, justamente o terreno em que brotou a fraude contábil das Americanas. Ressalte-se que Sergio Rial acumulou por dez dias os chapéus de CEO da rede varejista e de chairman do Santander Brasil, cargo ao qual renunciou na última sexta-feira, dia 20. Essa interseção, ou promiscuidade, só reforça o cuidado com o que o Santander precisa administrar o caso Americanas.

Destaque
Americanas é a campeã de empréstimos do BNDES ao varejo
26/01/2023Entre tantos outros pontos até então na penumbra, o escândalo contábil da Americanas joga luz sobre a excessiva generosidade do BNDES com a companhia de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcelo Telles. A enorme diferença entre o volume de recursos disponibilizado pelo banco para a empresa e para suas principais concorrentes causa estranheza. Segundo levantamento feito pelo RR, entre 2002 e 2018 o BNDES liberou para a Americanas R$ 5,529 bilhões, em 12 operações de empréstimo. No mesmo período, Carrefour, Pão de Açúcar, Magazine Luiza e Via Varejo, somadas, receberam do banco um total de R$ 2,497 bilhões, ou seja, menos da metade do crédito concedido à companhia de Lemann, Sicupira e Telles. Entre as big five do varejo, quem chegou mais “perto” nesse intervalo foi o Carrefour, com um total de R$ 1,193 bilhão em financiamentos. Significa dizer que a rede francesa tomou junto ao BNDES apenas 21% da dinheirama obtida pela Americanas entre 2002 e 2018, como mostra a tabela abaixo.
De imediato, os números deixam no ar algumas perguntas: por que coube ao BNDES financiar a instalação de quiosques, por exemplo? Afinal não são as empresas de Lemann e sócios um exemplo de capitalização via mercado? A crítica ao acesso do dinheiro bom e barato do BNDES pelas empresas do varejo não deveria ser feita pelas próprias instituições financeiras que dinamitam o banco desde o governo Lula 2? Por que tanta condescendência com o trio? Não faz sentido desviar recursos de pequenas e médias empresas, infraestrutura e de todo o setor secundário da economia para o varejo. E o que é pior, praticamente uma única empresa do varejo. Trata-se de um setor responsável por mais de 26% do PIB brasileiro, enquanto a indústria segue a passos largos em seu processo de africanização – a indústria de transformação afunda na casa dos 11% do PIB, menor índice desde 1947.
Há outro número que salta aos olhos, conforme o gráfico abaixo. Os acordos firmados entre os “Lemann Brothers” e o BNDES cresceram significativamente ao longo das últimas duas décadas, até chegar à soma de R$ 4 bilhões obtidas em duas operações entre 2013 e 2108.
A maior soma anual de empréstimos foi registrada em 2018, no valor de R$ 2,4 bilhões – do valor contratado, segundo o RR apurou, a rede varejista utilizou efetivamente R$ 1,2 bilhão. A cifra bate o recorde anterior, de 2014, que, por sua vez, bate o recorde de 2010, que, por sua vez, bate o recorde anterior, de 2009. Outro dado chama a atenção e escancara ainda mais o abismo que separa a Americanas de suas concorrentes no ranking de empréstimos da agência de fomento. A partir de 2011, não há registro de novos empréstimos para Magazine Luiza, Via Varejo, Pão de Açúcar e Carrefour.
Ao se colocar uma lupa sobre o volume de recursos liberados pelo BNDES à Americanas, crescem também as dúvidas sobre a própria viabilidade do modelo de negócio da companhia. O objetivo dos empréstimos sugere uma crescente necessidade da empresa de Lemann e cia. de ir ao mercado para financiar o seu dia a dia. Das duas grandes operações de crédito fechadas entre 2014 e 2018, no já citado valor somado de R$ 4 bilhões, aproximadamente R$ 1,6 bilhão tiveram como finalidade declarada, de forma integral ou em parte, o financiamento ou reforço do capital de giro da rede varejista. É justamente onde foi depositado o ovo da serpente das “inconsistências contábeis” traduzidas em um rombo no balanço de ao menos R$ 20 bilhões. Talvez a maior esquisitice nessa relação materna do BNDES com a Americanas não seja especificamente a deferência do banco à varejista, e, sim, o intervalo de tempo em que esses empréstimos se realizaram. A transferência da grana do banco para o bolso corporativo de Lemann e seus sócios, digamos assim, se deu majoritariamente nos governos do PT. Ou seja, os ícones do financismo mamaram nas mesmas tetas que alimentaram, por exemplo, Marcelo Odebrecht e os irmãos Batista, da JBS. No momento, cabe aprumar o BNDES de forma a evitar que esses desvios de prioridade aconteçam e o dinheiro que deveria irrigar a economia física e estratégica do país vá parar nos dutos das “inconsistências contábeis” de espertos que se autointitulam os reis do mercado.

Política
Bancada ruralista quer permanência de vice-presidente do BB
25/01/2023Há uma articulação da bancada ruralista pela permanência de Renato Naegele na vice-presidência de Agronegócio do Banco do Brasil. Sob sua gestão, a carteira de crédito rural do BB chegou à marca de R$ 300 bilhões, com um acréscimo de R$ 100 bilhões em um período de um ano e meio. O lobby pró-Naegele tem algumas curiosidades. Um dos principais articuladores para que o executivo siga no cargo é o senador Wellington Fagundes (PL-MT), até outro dia um bolsonarista de carteirinha, que tem feito tentativas de aproximação com o governo Lula. Além disso, em certo momento da gestão Bolsonaro, a bancada ruralista chegou a ter entreveros com Naegele por dificuldades de ter alguns de seus pleitos junto ao BB atendidos. Pelo jeito, esse problema deixou de existir.

Destaque
Herdeiras de Aloysio Faria preparam seu check out no Transamérica
24/01/2023O desmonte do Grupo Alfa deverá ter um novo capítulo. Além da venda do Banco Alfa para o Safra e da busca de um comprador para a rede de materiais de construção C&C, as herdeiras de Aloysio Faria pretendem também se desfazer do Transamérica. Trata-se de uma das maiores cadeias hoteleiras do Brasil, com 26 unidades, a maior parte concentrada em São Paulo. Segundo o RR apurou, já haveria conversas com grupos do setor e fundos de private equity. Há pouco mais de um ano, as filhas de Aloysio Faria fizeram um movimento que apontava para a porta de saída do negócio: o Alfa fechou um acordo com a Atlantica Hospitality International, que assumiu a operação de todos os hotéis da bandeira Transamérica, à exceção do Transamérica Resort Comandatuba e Transamerica São Paulo, os dois únicos empreendimentos próprios do grupo. O RR entrou em contato com o Grupo Alfa, mas não teve retorno até o fechamento desta edição.
Historicamente, o Transamérica sempre foi tratado como um negócio de menor relevância dentro do Grupo Alfa. O que se diz no setor é que a decisão de venda da empresa já estava tomada pelas herdeiras de Aloysio Faria há mais de dois anos. No entanto, a pandemia e grave crise do setor hoteleiro em 2020 e 2021 adiaram a operação.

Infraestrutura
Planos de Alckmin passam longe de gasoduto argentino
24/01/2023O possível apoio do BNDES ao projeto de construção do gasoduto Nestor Kirchner, na Argentina, sinalizado ontem pelo presidente Lula, encontra, a princípio, um foco de resistência dentro do governo. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, alimenta outros planos para o setor. Segundo o RR apurou, em encontro na quarta-feira passada, com dirigentes de centrais sindicais, o também ministro da Indústria e do Comércio disse que está empenhado em acabar com a desindustrialização do Brasil e que, para tanto, além da reforma tributária, é preciso oferecer às empresas juros mais baixos, crédito e infraestrutura. Ato contínuo, mencionou a necessidade de investimentos internos na oferta de gás. De acordo com a fonte do RR, Alckmin citou, com eloquência, o gasoduto Rota 1 e Rota 2 da Petrobras (a Rota 3 atrasou e tem previsão de entrada em operação em 2024), que levará o gás do pré-sal à costa brasileira, com alguns trechos passando pelo mar. Alckmin defendeu a construção da Rota 4 e revelou já ter conversado com o seu colega Márcio França, ministro de Portos e Aeroportos, sobre a importância dos investimentos em gasodutos. Foi além, afirmando que ambos esperam a posse de Jean Paul Prates na estatal, para tratarem deste assunto. Segundo ainda o vice e ministro, não faz sentido a reinjeção de gás nos campos petrolíferos, em função da falta de gasodutos que leve o produto às empresas consumidoras.
O governo de Alberto Fernández solicitou um financiamento do BNDES da ordem de US$ 700 milhões para a construção de uma linha do gasoduto Nestor Kirchner, com cerca de 500 km, entre Vaca Muerta, na Patagônia, até a Província de Santa Fé, a nona cidade mais populosa daquele país, na região centro-leste. A partir dali, com outro aporte, o empreendimento traria o gás a Uruguaiana (RS), para em seguida abastecer Porto Alegre. Em dezembro, o banco admitiu que havia conversas sobre a operação de crédito, mas não confirmou o aporte.

Destaque
Complexo industrial da saúde está na lista de prioridades do BNDES
20/01/2023A ministra da Saúde, Nísia Trindade, receberá um presente do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Um dos setores escolhidos como prioridade na política de investimentos do banco é o complexo industrial da saúde. Nísia é presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Não é de hoje que defende a expansão da instituição para que ela se torne a maior exportadora de vacinas da América Latina. Agora, está há dois passos do paraíso. Ressalte-se que a Fiocruz já tem uma notória inserção no mercado internacional. Por intermédio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), a Fundação figura entre os 15 maiores fabricantes de vacinas para países-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2021, por exemplo, exportou mais de 7,4 milhões de doses de imunizantes contra meningite meningocócica e febre amarela. No caso desta última, estima-se que a Fiocruz já tenha comercializado mais de 180 milhões de unidades para aproximadamente 70 países. O apoio do BNDES poderá permitir um salto na fabricação desses produtos, mas, sobretudo, transformar a Fundação em uma fornecedora mundial de vacinas contra a Covid-19, globalmente competitivas. Atualmente, a Fiocruz tem capacidade de produzir, por ano, algo em torno de 180 milhões de doses e exportar até 75 milhões de unidades desse volume.
Nísia Trindade é a pessoa certa no lugar certo para comandar um plano de fortalecimento do complexo industrial da saúde no Brasil. Além da produção de vacinas, a injeção financeira do BNDES poderá se espraiar pela produção de equipamentos e de outros insumos. Um dos projetos com maior potencial de crescimento já está dentro de casa: a fabricante de insulina Biomm, da qual o banco de fomento tem 8,6%. A empresa tem ainda como acionistas uma miríade de fundos e investidores, entre os quais, por sinal, um velho conhecido do PT: o empresário Walfrido dos Mares Guia, que comandou o Ministério do Turismo no primeiro mandato de Lula. Após um início titubeante e uma longa demora para entrar na fase operacional, a Biomm já produz quatro tipos de insulina, além de medicamentos utilizados no tratamento de câncer de mama em estágio inicial e metastático e trombose venosa profunda.

Negócios
BB fica no Banco Patagônia
20/01/2023Circula no Banco do Brasil a informação de que a nova diretoria desistiu de vender a participação da instituição no Banco Patagônia, na Argentina. O que se diz nos corredores do BB é que não se trata exatamente de uma decisão corporativa, mas, sim, uma determinação de cima para baixo, ancorada nas boas relações entre os presidentes Lula e Alberto Fernández. Em contato com o RR, o Banco do Brasil preferiu não comentar.

Economia
Inflation target abaixo do razoável tem seus dias contados
19/01/2023Cada coisa na sua hora, e em seu devido lugar. Assim será com a meta de inflação de 2024. Uma fonte do RR, posicionada no ventre da equipe econômica, garantiu que a deliberação sobre a mudança do target da inflação do próximo ano já foi tomada. Lula emitiu um primeiro sinal na entrevista de ontem. A meta vai ser subir dos 3% fixados no governo Bolsonaro para 4% ou até 4,5% ( a meta deste ano está definida em 3,25% ), com intervalo mantido em 1,5% – o RR apoia a medida desde meados do ano retrasado, quando o ex-diretor do BC, Sergio Werlang, implementador do sistema de metas no Brasil passou a defender a ampliação do target. A ideia é que a mudança seja feita em reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), nos meses de junho, julho ou agosto.
A escolha do final do primeiro semestre tem relação direta com o timing considerado para apresentação da segunda fase do plano de melhoria do resultado primário, apresentação do novo arcabouço fiscal – com o substituto do teto de gastos – e votação da primeira rodada da reforma tributária. Os ministros da área econômica, Fernando Haddad e Simone Tebet, estão de acordo sobre a necessidade de uma demonstração firme de que o governo vai perseguir o equilíbrio das contas públicas para que a meta seja então alterada. A área econômica do governo estaria agindo em consonância com o Banco Central, que, em todas as suas atas de reunião do Copom, chama a atenção para o impacto do desajuste fiscal na resiliência inflacionária.
A mudança da meta reduziria a pressão sobre a política monetária, permitindo o BC praticar uma taxa Selic mais baixa e reduzindo a curva da taxa de juros futura. Na verdade, mexer na meta é uma forma dos Ministérios da Fazenda e Planejamento influenciarem na política monetária, a despeito da independência do BC. Se a Selic é fixada de forma a que a meta de inflação seja atingida, um target mais alto, em tese, permitiria juros mais baixos. Para que eles não venham acompanhados da manutenção ou alta da carestia, a receita é um “fiscal mais responsável, sinalizando um superavit estrutural”. Juros mais baixos são o insumo número 1 para reduzir a dívida pública, reaquecer a economia e obter o tão almejado crescimento sustentável.
A história da mudança da meta é tão antiga quanto cowboy que dá 100 tiros de uma vez. Até Paulo Guedes balançou com relação ao aliviar o arrocho do target. O economista Aloísio Araujo, do Impa e da FGV, uma espécie de sumidade unânime nos assuntos da área monetária e em microeconomia, já está cantando essa pedra há tempos. Roberto Campos Neto empacou com uma meta de inflação no nível dos países desenvolvidos. Ora, países desenvolvidos tem uma melhor distribuição de renda, economia robusta, menos desempregados e até mesmo bomba atômica. Noves fora o chiste, a equiparação com o nosso target não parece razoável. Campos Neto seria voto vencido em uma reunião do CMN com a atual composição. Além dele, lá estão Fernando Haddad e o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello. Muito provavelmente a composição do CMN será alterada para o ingresso de Tebet. Mas os exageros em relação ao inflation target têm seus dias contados.

Negócios
Fundação Zerrener teme que a cerveja da Ambev fique choca devido as estrepolias de Lemann e seus associados
17/01/2023O estado de abalo no ecossistema empresarial criado pelo trio Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles avança trepidante. Agora quem tem mostrado tensão nas reuniões internas é a Fundação Zerrener, antigamente vinculada à Companhia Antártica Paulista, que, posteriormente, já sob os auspícios de Lemann, viria a se fundir com a Brahma, constituindo a Ambev. Pois bem, a Fundação Zerrener, também chamada de Fundação Ambev, possui 10% das ações da cervejeira. Os episódios de compliance duvidoso nas empresas do trio (Garantia, ALL, Kraft e Americanas), no decorrer da história, deixaram dúvidas inevitáveis se as mesmas práticas não poderiam estar sendo usadas em outras companhias de Lemann e seu grupo.
A Ambev seria uma dessas galinhas gordas que poderiam estar sendo depenadas há muitos anos, a exemplo das Americanas. A cervejeira já valeu ouro. Há cerca de pouco mais de década, o ADR chegou perto de US$ 10; hoje na bolsa estava cotado a US$ 2,70. Uma fantástica destruição de valor para quem se anunciava como um Midas. Certamente não era esse case de gestão que Lemann e sua turma queriam ensinar na Eleva, empresa de ensino já vendida pelo trio, cuja proposta era uma educação de excelência para a formação de futuros homens públicos e empresários. Mas a Eleva é um capítulo passado. No momento é a Fundação Zerrener que se contorce em interrogações com o risco que cerca seu principal patrimônio – a instituição também é dona de 3% da Itaúsa.
Lemann sempre teve um escudeiro na companhia, o conselheiro e co-presidente do Conselho de Administração, Victorio De Marchi. Reza a lenda que foi De Marchi, então diretor-presidente da Antártica, o maior articulador, junto aos funcionários da empresa, da fusão, com pele de aquisição, entre a Brahma e a Antártica. Consta também que De Marchi tem conversado internamente sobre o assunto com os ares de quem já deixou para trás o papel de escudeiro dos “Lemann Brothers”. Talvez surja algum escriba para produzir um livro sobre a “A solidão da queda”, um derivado do que foi feito com Eike Batista. Mas, de qualquer forma, é melhor não subestimar a frieza e capacidade do trio em dar a volta por cima. Afinal, como tem sido demonstrado, auditoria independente, Conselhos de Administração e Fiscal, xerife do mercado de capitais, agências de rating e bancos que ficam escarafunchando as empresas para avaliar a compra das suas ações, no Brasil, são facilmente dribláveis. Que o digam os sócios de referência.

Negócios
Fosun estuda vender seus ativos financeiros no Brasil
17/01/2023A chinesa Fosun está reavaliando seus negócios na área financeira no Brasil. Segundo o RR apurou, o grupo estuda reduzir ou até mesmo vender integralmente suas participações na Guide Investimentos e na Rio Bravo, de Gustavo Franco. Os asiáticos detêm, respectivamente, 70% e 50,1% das duas instituições financeiras. Não é a primeira vez que o Fosun ensaia esse movimento: há quase três anos chegou a buscar compradores para seus ativos financeiros no Brasil. Desta vez, no entanto, o cenário é mais delicado: o grupo chinês se vê forçado a vender ativos internacionais para fazer liquidez e reduzir seu enorme passivo. A dívida é estimada em aproximadamente de US$ 35 bilhões. O elevado endividamento gerou uma crise de credibilidade, potencializada pela redução da nota de crédito do grupo pela Moody´s, em outubro. Nos últimos meses, o Fosun já vendeu mais de US$ 5 bilhões em ativos. O noticiário internacional aponta, inclusive, para a possível negociação do Club Med, um dos negócios mais míticos e representativos do seu portfólio. O Brasil é só uma ponta nos planos de redução dos negócios. Em Portugal, por exemplo, há informações de que os chineses poderão se desfazer da participação de 30% no banco Millennium BCP e de 85% na seguradora Fidelidade.

Negócios
Americanas cria um efeito dominó sobre os demais negócios de Lemann
12/01/2023O escândalo contábil da Americanas já não pertence apenas à Americanas. A “inconsistência” de R$ 20 bilhões no balanço da rede varejista desencadeia uma crise em cascata, de proporções ainda imensuráveis, colocando em xeque a lisura e a credibilidade das demais empresas pertencentes a Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. É possível confiar na gestão e, mais especificamente, nas demonstrações contábeis dessas companhias? Esta é a pergunta que grandes investidores internacionais têm feito nas últimas horas, desde o anúncio do “desaparecimento” de um passivo descomunal no balanço da Americanas. As primeiras consequências mais graves já começam a despontar. Desde cedo, corre no mercado que a Altria, dona de 10% da AB Inbev, vai pedir uma auditoria especial na contabilidade do grupo.
Além de inevitavelmente lançar dúvidas e suspeições sobre os demais negócios de Lemann, Sicupira e Telles, o rombo da Americanas dispara uma série de questionamentos e alimenta ilações que só aumentam o nervosismo nos mercados. Recentemente, o trio de investidores vendeu oito escolas do Grupo Eleva para a inglesa Inspired Education por R$ 2 bilhões. A erupção da possível fraude fiscal da Americanas suscita as interpretações mais perturbadoras. Há relação entre um fato e outro? Não obstante sua notória capacidade financeira, Lemann e seus sócios teriam negociado os ativos para gerar liquidez? Ou haveria a intenção de criar uma reserva com o objetivo de cobrir o rombo em suas empresas? Outras vendas de ativos estariam engatilhadas?
O track records de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles mais impulsiona do que aplaca a apreensão dos investidores e do mercado. Há estranhas coincidências ou aproximações entre o case Americanas e outros negócios do trio. Em 2021, a Kraft Heinz – também pertencente a Lemann e seus sócios – e dois ex-executivos da companhia aceitaram pagar US$ 62 milhões para encerrar uma investigação na SEC, a Comissão de Valores Mobiliários norte-americana. A gigante mundial da área de alimentos foi acusada de irregularidades contábeis por três anos seguidos, envolvendo a falsificação de contratos com fornecedores. Curiosamente, o possível rombo fiscal da Americanas também passa pela conta de fornecedores.
Bem antes disso, o Banco Garantia, que ajudou a construir a fama de Lemann, Sicupira e Telles, foi para o vinagre devido a operações perigosas. A instituição foi investigada e multada pela CVM devido à prática de fraude cambial e remessa ilegal de dinheiro para o exterior. Uma sucessão de operações heterodoxas levou à debacle do Garantia, vendido na bacia das almas para o Credit Suisse em 1998. Quase 25 anos depois, Lemann, Sicupira e Telles estão novamente na berlinda, como protagonistas do que pode vir a ser a maior fraude contábil de uma companhia aberta na história do mercado de capitais brasileiro. O festejado trio de investidores, tal como Midas, toca com uma mão os ativos e eles viram ouro. Com a outra, faz com que eles se tornem escândalos financeiros. Quem paga o pato são os acionistas, a credibilidade dos auditores independentes e a fé pública no mercado de capitais. O poder destrutivo dos “Lemann´s Brothers” é incalculável.
Negócios
GetNet passa o cartão para comprar fintechs no Brasil
9/01/2023A Getnet, leia-se o Banco Santander, vai partir para a compra de fintechs no Brasil especializadas em novas soluções de pagamento. O mercado de maquininhas, principal negócio da empresa, tende a perder cada vez mais espaço para as transações por celular e congêneres.

Negócios
Mastercard vai lançar pagamentos por WhatsApp no Brasil
4/01/2023O RR apurou que a Mastercard pretende lançar até o fim deste semestre o novo serviço de pagamentos de compras via WhatsApp no Brasil. A administradora de cartão de crédito já recebeu autorização do Banco Central para implantar essa modalidade de transação financeira no país. Será um passo a mais no cardápio de operações por meio da plataforma de mensagens: desde o ano passado, os clientes da companhia já podem fazer transferências usando o WhatsApp. Em conversa com o RR, a matriz da Mastercard, nos Estados Unidos, informou que “continua trabalhando com o Banco Central brasileiro para disponibilizar essa nova ferramenta em nosso ecossistema de pagamentos”. Perguntada especificamente sobre o timing, a empresa não se manifestou.

Política
Fávaro quer esticar seu latifúndio de poder até o BB
3/01/2023O senador Carlos Fávaro (PSD-MT), futuro ministro da Agricultura, tenta avançar mais algumas jardas na estrutura de Poder do governo Lula. Favaro quer emplacar o futuro vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, em substituição a Renato Naegele. O titular do cargo está sentado sobre uma dinheirama, leia-se a carteira de crédito rural do BB, acima dos R$ 300 bilhões.

Política
Vice do BB pode ter sobrevida no governo Lula
28/12/2022Assessores de Fernando Haddad cogitam a permanência do atual vice-presidente corporativo do Banco do Brasil, Ênio Mathias, no cargo. Mathias ganhou pontos entre os petistas durante a transição. Foi o principal interlocutor do BB junto ao próprio Haddad e também Aloizio Mercadante e Gleisi Hoffmann.

Negócios
Lone Star cobra um pedágio milionário para deixar a Atvos
27/12/2022O Lone Star vai vender caro sua posição na Atvos, antigo braço sucroalcooleiro da Odebrecht. O fundo norte-americano até está disposto a encerrar o contencioso para reassumir o controle da empresa. Mas, para isso, valendo-se do chapéu de credor, quer direito de preferência no pagamento das dívidas da companhia. Os norte-americanos alegam ter mais de R$ 1 bilhão a receber da Atvos. A briga é encarniçada. Conforme o RR antecipou, o Lone Star entrou na Justiça para brecar a transferência do controle da empresa para o fundo Mubadala, costurada pelos bancos credores, notadamente BNDES e Banco do Brasil. Por trás do Lone Star encontra-se o investidor norte-americano de origem irlandesa John Grayken, conhecido no mercado por transformar uma mesa de negociações em um campo de batalha, de onde quase sempre sai como vencedor.

Meio ambiente
Governo Lula estuda “Auxílio Lixo” para reduzir impacto dos resíduos orgânicos
27/12/2022O comitê de transição da área de meio ambiente elaborou um documento com propostas para a redução das emissões por resíduos orgânicos. A ideia principal é a criação de um programa para aumentar os índices de compostagem de dejetos, notadamente na indústria e no agronegócio. O grupo de trabalho propõe, inclusive, a concessão de crédito subsidiado, por meio dos bancos estatais e dos fundos regionais.
Algo como um “Auxílio lixo”. A compostagem permite a degradação da matéria orgânica no próprio local em que ela é gerada. Mais de 60% dos resíduos gerados no Brasil ainda vão para aterros sanitários, um processo custoso e com razoável impacto ambiental. Mas não é o pior: quase 18% da matéria orgânica produzida na indústria e no agronegócio vão parar em lixões irregulares, transformando-se em uma bomba irradiadora de gases efeito estuda.
Na América do Sul, o Brasil é o principal emissor de metano, com cerca de 4% do volume global. Na última Conferência do Clima das Unidas (COP27), realizada em novembro, reverter a tendência de crescimento das emissões de gás metano foi um dos assuntos debatidos.

Política
Um pedacinho de Henrique Meirelles no BNDES
26/12/2022A indicação de Alexandre Abreu para uma das diretorias do BNDES deve ser creditada na conta de Henrique Meirelles. Ambos são próximos desde o governo Temer. Foi Meirelles, ex-presidente do Conselho de Administração da J&F Investimentos, quem levou Abreu para ocupar o cargo de CEO do Banco Original, braço financeiro dos irmãos Batista. Antes, quando assumiu o Ministério da Fazenda, Meirelles trabalhou pela permanência do executivo na presidência do Banco do Brasil. Mas, na ocasião, acabou sendo voto vencido: Temer optou pela nomeação de Paulo Rogerio Caffarelli.
Negócios
Não falta clube querendo ser o Orlando City brasileiro
22/12/2022O empresário Flavio Augusto da Silva, controlador da Wiser Educação, tem sido sondado por um grande banco de investimentos para comprar participações em Sociedades Anônimas do Futebol (SAF). Silva é profundo conhecedor desses gramados: fundou o Orlando City, vendido no ano passado pelo equivalente a R$ 2 bilhões à família norte-americana Wilf.
Negócios
Brookfield coloca venda da BRK Ambiental em “modo espera”
19/12/2022A Brookfield ainda não bateu o martelo sobre o IPO da BRK Ambiental e sua saída do capital. A empresa avalia esperar o governo Lula assentar para decidir o que e quando vai fazer. Ainda que de forma indireta, os próximos movimentos do grupo canadense passam por Brasília, mais precisamente pelo que ocorrerá com a participação de 30% do FI-FGTS, administrado pela Caixa, no capital da empresa de saneamento. Por ora, são apenas conjecturas. Mas a eventual possibilidade de uma venda conjunta com o banco estatal aumentaria o valuation das ações em poder tanto da Brookfield quanto do FI-FGTS. A única certeza é que o grupo canadense quer se desfazer do controle da BRK, negociando parte expressiva ou mesmo a totalidade da sua participação, de 70%.

Negócios
Um amargo contencioso na Atvos
15/12/2022O fundo norte-americano Lone Star avalia medidas jurídicas para evitar a transferência do controle da sucroalcooleira Atvos ao fundo Mubadala. A operação conta com o apoio dos principais bancos credores da empresa, entre os quais BNDES e Banco do Brasil. Toda a negociação tem sido conduzida à margem da Lone Star, atual controlador da fabricante de açúcar e etanol. O fundo norte-americano tem uma relação conflituosa com os bancos desde que assumiu a Atvos, graças a uma decisão judicial, em dezembro de 2020.

Economia
Uma boa notícia para a indústria nacional: Abdib retorna ao palco do Poder
14/12/2022
Negócios
Acionistas da Metalfrio preparam venda do controle
14/12/2022Corre no mercado que os empresários Marcelo Faria de Lima e Erwin Russel procuram um comprador para a Metalfrio, maior empresa de refrigeração do Brasil. Nos últimos meses, a companhia passou por um desgastante processo de renegociação de suas dívidas com grandes bancos, no valor aproximado de R$ 1 bilhão.

Política
Economistas do PT são candidatas ao comando do BB
14/12/2022Os nomes de duas economistas do PT entraram na pauta de especulações para a presidência do Banco do Brasil: Juliane Furno e Laura Carvalho. Ambas pesam como chumbo nas ações do banco. Talvez seja melhor fechar o capital do BB.

Negócios
Venda da Paranapanema é o próximo capítulo de uma saga de fracassos
7/12/2022Os principais acionistas da Paranapanema estudam caminhos para a venda da companhia, que acaba de entrar com um pedido de recuperação judicial. O RR apurou que uma das hipóteses sobre a mesa é a transferência para uma empresa do segmento de não ferrosos. A Paranapanema seria oferecida a preços muito apetecíveis. A título de exemplo: o estatuto social prevê que “a alienação, direta ou indireta, de controle da companhia, tanto por meio de uma única operação, como por meio de operações sucessivas, deverá ser contratada sob a condição de que o adquirente do controle se obrigue a realizar oferta pública de aquisição de ações tendo por objeto as ações de emissão da companhia”. Ou seja: um novo investidor teria de lançar uma OPA para comprar o que ainda restasse de ações em bolsa – a empresa é uma public company, com 100% de free float.
Uma pechincha. Com base na cotação de ontem, o valor de mercado da Paranapanema é de apenas R$ 200 milhões. O papel é negociado ao preço mais baixo dos últimos cinco anos. Apenas nos últimos dois dias, após o anúncio do pedido de recuperação judicial, a ação caiu 23%. Procurada pelo RR, a Paranapanema informou que “não comenta especulações de mercado”.
Qualquer que seja o formato da operação, a transferência do controle da Paranapanema depende de uma costura complexa. O maior desafio é cerzir esse M&A a partir da intrincada teia societária da companhia. Trata-se de um balaio que mistura, entre outros, um banco estatal, a Caixa Econômica, investidores ativistas – Silvio Tini de Araújo e Luiz Barsi Filho -, um grupo da área de mineração, a Buritirama, e uma das maiores tradings do mundo, a Glencore. No entanto, entre os próprios acionistas, há um entendimento de que a recuperação judicial é apenas um paliativo. A Paranapanema precisa de um novo dono e de uma nova gestão. Precisa, sobretudo, de uma forte injeção de capital, algo que os atuais sócios não estariam dispostos a fazer.
Está para surgir no Brasil uma corporação com tamanha coleção de ziguezagues e de fracassos quanto a Paranapanema, ao menos nas últimas duas décadas. A exceção à regra são os primeiros anos, quando a companhia ainda estava nas mãos de seus fundadores, Octávio Lacombe, José Carlos de Araújo e Aloysio Ramalho Foz. Originalmente, a empresa era voltada à construção civil. A inflexão para a mineração veio na segunda metade dos anos 1960, notadamente a partir de 1969 com descoberta de minério de estanho na Amazônia. No início da década de 1970, a holding criou a Taboca, voltada à extração de cassiterita, e a Mamoré, dedicada à metalurgia do estanho e suas ligas. Em 1974, veio a primeira grande reviravolta, com a compra do grupo pelo BNDES. A promessa de construção de um grande grupo privado da área de mineração dava lugar a um projeto de Estado. Ou, como se veria nos anos seguintes, um projeto às custas do Estado.
Em 1995, na gestão de Fernando Henrique Cardoso, ocorreu a segunda grande rearrumação da Paranapanema sob a regência do governo federal e com recursos públicos, ainda que indiretamente. A “operação salvação” foi conduzida por um consórcio de fundos de pensão, à frente Previ, Petros e Funcef. Contando apenas o intervalo entre 1995 e 1997, as fundações e o próprio BNDES injetaram algo em torno de US$ 600 milhões para garantir a sobrevivência da empresa. À época, essa intervenção hospitalar do governo FHC foi acompanhada ainda da incorporação da Caraíba Metais e da Eluma, ambas do segmento do cobre, e da Paraibuna, que operava no mercado de zinco, pela Paranapanema. Àquela altura, a companhia já havia consolidado a fama de “mico” tamanho King Kong, um poço de dívidas e prejuízos.
Mais recentemente, um a um os fundos de pensão foram abandonando o barco – a Previ, dona da maior participação, deixou o negócio em 2019. Nos últimos anos, os gestores da Paranapanema foram adiando o inadiável, até que, na semana passada, a empresa entrou com o pedido de recuperação judicial. A companhia busca a proteção da justiça para negociar um passivo da ordem de R$ 450 milhões – no início do ano, já havia fechado um acordo com dez credores financeiros para o alongamento de uma dívida de R$ 2,6 bilhões. Contabilizando-se apenas os últimos cinco anos, a empresa teve um prejuízo acumulado de R$ 2,1 bilhões. A Paranapanema de hoje é igual à Paranapanema de quase sempre.

Negócios
Shopee mira a compra de fintechs no Brasil
2/12/2022Os planos da Shopee para o Brasil vão além do e-commerce. A gigante do varejo online, sediada em Cingapura, é candidatíssima à compra de fintechs, notadamente da área de soluções de pagamento. Os asiáticos têm adotado como prática adquirir startups do setor financeiro e bancos digitais em mercados estratégicos. Foi assim na Indonésia, com a compra do Bank BKE, no ano passado, e em Cingapura, com a incorporação das seguradoras AA Guaranty Assurance e Reliance Surety and Insurance, especializadas em proteção ao crédito. A Sea Limited, holding controladora da Shopee, já anunciou que vai destinar boa parte dos US$ 3 bilhões captados com uma recente oferta de ações, para a compra de fintechs. No Brasil, os asiáticos fizeram um movimento que sinalizam seus planos para a área financeira: recentemente, a empresa recebeu autorização do Banco Central para aumentar de R$ 4 milhões para R$ 44 milhões o capital da SHPP Brasil, sua instituição de pagamento no país.
Todos estes passos andam lado a lado com a forte expansão da operação de e-commerce da Shopee no Brasil. A empresa já conta com seis centros de distribuição no país. No setor, estima-se que os asiáticos tenham movimentado mais de R$ 16 bilhões em vendas no mercado brasileiro no ano passado.
Negócios
Destino da Oi deve ficar nas mãos de quem a criou
24/11/2022O mundo dá mesmo muitas voltas. Por um capricho do destino, o futuro da Oi deverá ficar nas mãos do governo do PT – onde nasceu o projeto da “supertele” brasileira, idealizado por José Dirceu ainda na gestão Lula. O fim ou não da recuperação judicial (RJ) da Oi depende basicamente da posição do Banco do Brasil e da Caixa, ou seja, na última linha, de uma decisão do governo brasileiro. Nestas últimas semanas da gestão Bolsonaro, não tem muita conversa. Segundo o RR apurou, a disposição da direção dos dois bancos federais, credores da companhia, é uma nova ofensiva na Justiça para brecar o levantamento da recuperação judicial nas atuais condições. Ambos alegam que a operadora não estaria cumprindo cláusula do plano de recuperação judicial que prevê o uso de recursos provenientes da alienação de ativos móveis para quitar dívidas quirografárias. Travam, portanto, uma queda de braço com o Ministério Público do Rio, que quer encerrar a RJ.

Negócios
Credit Suisse é alvo de um tiroteio de rumores
22/11/2022Nos últimos dois dias, circularam no mercado insistentes rumores de que o Credit Suisse prepara mudanças no primeiro escalão da sua operação brasileira. A informação que correu entre agentes financeiros é que um dos primeiros a deixar a instituição seria Enio Shinohara, head de Funds Solutions & Institutional Business Development. Sua saída se daria em razão de algumas operações não tão bem-sucedidas, como as capitalizações da Loft e do C6 Bank. O RR, como não poderia deixar de ser, consultou o banco. No contato com a publicação, o Credit Suisse Brasil fez questão de rebater os boatos, negando mudanças na administração, em especial a saída de Shinohara. Está feito o registro. O fato é que as circunstâncias não favorecem um dos mais míticos bancos de investimento do mundo. A grave crise global do Credit Suisse é terreno fértil para especulações das mais variadas naturezas.

Negócios
Uma fertilidade de soluções financeiras na Mosaic
22/11/2022A nomeação do ex-presidente da Copersucar João Teixeira para o Conselho de Administração da Mosaic no Brasil dá algumas pistas da estratégia que os norte-americanos estão bolando. No setor, a chegada de Teixeira é vista como um forte sinal de que a fabricante de fertilizantes pretende oferecer soluções de financiamento para tanto para a sua cadeia de fornecedores quanto para o próprio agronegócio. Teixeira é respeitado no mercado como um criador de engenhosas soluções financeiras. Entre outras experiências, foi CEO do Banco Votorantim e ocupou cargos na direção do Grupo Santander e no ABN Amro.

Negócios
Empréstimo da Embraer já estava “precificado”
18/11/2022Corre no mercado que um grande banco de investimento brasileiro entrou pesado na ponta compradora de ações da Embraer na quinta e sexta-feira da semana passada. Nesses dois dias, a média de negócios com o papel foi de R$ 184 milhões. Esse valor foi 74% superior à média do volume movimentado nos dez pregões anteriores (R$ 105,6 milhões). A forte investida da instituição financeira chamou ainda mais a atenção do mercado pelo seu, digamos assim, poder preditivo: na segunda-feira seguinte, dia 14, o BNDES anunciaria um empréstimo de R$ 2,2 bilhões à Embraer. Desde a quinta passada, dia 10, quando o premonitório banco iniciou a pescaria de ações, o papel acumula uma alta de 12%.

Política
Guedes e Mantega fazem do BID a rinha dos seu despautérios
14/11/2022O ex-presidente do BC, Ilan Goldfajn, foi sabatinado ontem para a presidência do BID. Deverá ser eleito no próximo domingo. Goldfajn é um quadro altamente qualificado. Esse é o novelo da história. O Valor Econômico de hoje praticamente bate o martelo do assunto. Mas o fio desencapado está no processo de indicação e no comportamento dos atores envolvidos. A história é tão non sense que vale a pena explorar suas nuances e despautérios. Guardadas as devidas ressalvas, Ilan Goldfajn e Elizabeth Guedes estão no mesmo balaio – o RR noticiou as vergonhosas minisagas de ambos em primeira mão – ver.
Assim como no caso da nomeação da própria irmã para o Conselho Nacional de Educação, nos estertores do governo, a mesma corrida para indicação e a insistência no nome de Goldfajn para a presidência do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) só demonstra a gula do ministro Paulo Guedes para a ocupação de cargos ao apagar das luzes da sua gestão. Ressalte-se que essa sofreguidão começou duas semanas antes das eleições. Nesse afã aparelhista, Guedes está atropelando praxes que deveriam ser respeitadas nesse processo, sobretudo tratando-se de um governo já com prazo de validade estabelecido. Primeiramente, o ministro e o presidente Jair Bolsonaro registraram oficialmente a candidatura de Goldfajn sem qualquer consulta à oposição. Há exemplos muito mais civilizados vindos do exterior, em que governantes, em períodos eleitorais, aguardaram o resultado do pleito, combinando devidamente com a agência multilateral, ou consultaram seus oponentes antes de uma indicação dessa natureza. Foi o caso do então presidente Nicolas Sarkozy, de direita, que indicou Dominique Strauss-Kahn, um socialista, para a presidência do FMI.
Em mais um procedimento fora dos padrões, o governo brasileiro indicou Ilan Goldfajn sem consultar outros países da região. Historicamente, candidaturas como essa são construídas em consenso, por meio de costuras diplomáticas. Segundo o RR apurou, o Brasil sequer analisou nomes indicados por outras nações latino-americanas, dentro do critério de analisar a melhor opção para a região como um todo.
Ressalte-se ainda que a pressa e a teimosia de Paulo Guedes jogam contra o próprio potencial de representatividade do Brasil em grandes organismos multilaterais. Ilan Goldfajn dirige atualmente o departamento do FMI responsável pelos programas do Fundo para todas as Américas. Trata-se de um posto estratégico. Seria mais proveitoso ter indicado ou trabalhado a candidatura de outro nome para o BID, sem abrir mão da presença de Goldfajn no FMI. Diante da oportunidade de fazer o próximo presidente do Banco Interamericano, o país passaria a ter dois representantes em altos postos internacionais. Por outro lado, é inacreditável a participação bizarra e deselegante do ex-ministro Guido Mantega, que sem ter nenhuma representatividade ou função definida no futuro governo – oremos que faça parte só do grupo de transição – escreveu uma carta de punho próprio à secretaria do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, condenando o nome de Goldfajn, como se tivesse autoridade para tal. Quem é Mantega para proceder dessa maneira?. Como pode isso? O resultado é que a tacanha iniciativa fortaleceu o nome de Ilan Goldfajn junto aos Estados Unidos e demais grandes sócios do BID.
De qualquer forma, Inês é morta. A eleição será na próxima semana, e, independentemente de trololó ou patati patatá na imprensa, o ex-presidente do BC e atual diretor do FMI, Ilan Goldfajn, já está eleito. Agora é permanecer atento e forte, como cantava Gal Costa, vigiando se Paulo Guedes seguirá loteando os cargos do governo em causa própria e torcendo para que Mantega seja interditado em alguma embaixada distante, no governo do PT.

Política
O que falta a Fernando Haddad para ser digerido pelo mercado?
8/11/2022Causa estranheza o mau humor do mercado com a possível indicação do ex-prefeito Fernando Haddad para o Ministério da Fazenda. Haddad tem mestrado em economia, experiência em gestão pública e foi professor do Insper, celeiro de economistas como Marcos Lisboa e Samuel Pessôa. Haddad seria uma espécie de Fernando Henrique de Lula, feitas as devidas ressalvas em relação à excepcionalidade do citado. Ontem, o dólar subiu 2,2%, com a alta bastante atribuída às especulações em torno do nome de Haddad para o cargo. Hoje, até o início da tarde, declinava em 0,5%. Pode sempre ser um ajuste de posições, pois existe uma série de variáveis influenciando no momento nas cotações – eleição norte-americana, guerra entre Rússia e Ucrânia, variação do preço das commodities, situação institucional do país e mesmo as dúvidas em relação a formação da própria equipe econômica. O Ibovespa, ontem, parece ter combinado sua variação com o câmbio: caiu pouco mais de 2%. Hoje, já sobe 1,29%, com a alta explicada pelas boas notícias vindas da Vale. Os índices e cotações de hoje foram registrados no horário de 14h23.
O RR fez um exercício para identificar o espaço de Fernando Haddad na mídia, em citações positivas e negativas, cobrindo 30 mil veículos entre impressos, onlines e TVs, no intervalo de 11 de maio até hoje. Haddad disparou na curva, com 113.350 menções, mais do que o dobro do segundo colocado, o ex-governador da Bahia, Rui Costa, com 51.720 citações. Sim, é isso mesmo: Rui Costa é o segundo da lista. Outra visão é que o mercado não é um ente tão intangível e estaria trabalhando colegiadamente para um outro nome para a Fazenda. Detonar Haddad seria uma forma de influir a indicação, não esquecendo que o personagem que está na língua dos agentes financeiros é Persio Arida.
Arida parece o mais talhado para o cargo de ministro da Fazenda. O economista, um dos pais do Plano Real, tem uma excelente formação acadêmica no Brasil e no exterior, passagem pela presidência do BNDES, foi conselheiro formal e informal em toda a gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, foi banqueiro – há quem diga que banqueiro, assim como general, padre e juiz, mesmo deixando a função jamais perde o nome de tratamento. Tanto participou de reuniões do comitê econômico da campanha de Lula como está escalado para o comitê de transição do governo Bolsonaro para o do presidente eleito.
Há quem diga que Pérsio Arida não é o que se chama de “operacional”. Mas, nos últimos tempos, o que conta é a equipe econômica do ministro, o que virá em um segundo tempo da partida. Outra curiosidade: a pesquisa do RR revela que a indicação de Pérsio Arida não é um sentimento geral – ele está no fim da fila entre os ministeriáveis especulados para o comando da economia, com apenas 8.181 citações no mesmo período supracitado. Portanto, somente competência pretérita e salamaleques, na prática, não são necessariamente os atributos que contam para a indicação do ministro.
Outros nomes têm sido insistentemente citados para a gestão da política econômica do país. São eles: Henrique Meirelles, Wellington Dias, Alexandre Padilha, Rui Costa e Camilo Santana, não necessariamente nessa ordem de presença constante na mídia. Meirelles dispensa apresentações, mas vamos lá: banqueiro, presidente do Banco Central e ministro da Fazenda. Outra curiosidade: Meirelles, com 18.992 citações, está, em um para lá de inesperado, terceiro lugar no fim da fila, sentado somente na cadeira da frente de Pérsio Arida e atrás de Alexandre Padilha, com 10.787 menções. Wellington Dias, ex-governador do Piauí, assina seu currículo de forma suscinta: bancário, político e escritor. É quem mais dá declarações sobre a futura política econômica do governo Lula. Alexandre Padilha tem em comum com o ex-ministro Antônio Palocci o fato de ser médico. Foi ministro de Relações Institucionais no governo Lula e ministro da Saúde na gestão Dilma Rousseff. Sabe tudo de política. É o terceiro colocado na pesquisa do RR para o cargo de ministro, com 22.771 citações na sondagem.
O “segundão do ranking”, Rui Costa é graduado em economia, trabalhou como consultor de projetos na petroquímica e é um político” PT de raiz”. Ao que indica a pesquisa, pode já estar com um pé na Fazenda. Finalmente Camilo Santana, que segue no último lugar da fila. Santana tem características especiais para o cargo em um momento que o meio ambiente e as commodities parecem ser um quesito importante para qualquer função. É engenheiro agrônomo, professor, foi secretário de desenvolvimento agrário e posteriormente formou-se como mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente, além é claro o posto de governador do Ceará. Santana ficou na fila do meio na sondagem, com 17.555 citações.
O que pode se depreender da análise é que os nomes para a Fazenda que estão na “boca do povo”, aliás, na boca da mídia, têm forte trajetória política e não são os medalhões do mercado financeiro. De qualquer forma Lula e Alckmin tem a palavra final.

Negócios
Itaú mantém um pé em Lula e outro em Bolsonaro
8/11/2022Curioso. Os donos do Itaú correram para apoiar Lula quando viram que a candidatura de Jair Bolsonaro ia fazer água. Mas a mesa de operações do banco permanece bolsonarista até a alma. Só falta usar a camisa do Brasil enquanto vendem e compram posições no mercado.

Destaque
Lula embaralha as cartas do seu Ministério
7/11/2022Lula pode “quebrar” as casas de apostas. Nos cenários traçados para a montagem do seu futuro gabinete surge a possibilidade de um Ministério de ponta cabeça, uma análise combinatória diferente do que vem sendo especulado até o momento. Em todas as listas de candidato à Fazenda, Henrique Meirelles assumiria o Ministério das Relações Exteriores. Caberia a ele comandar as grandes negociações no exterior, voltadas à captação de recursos internacionais. O ex-ministro e ex-presidente do Banco Central cuidaria também da pauta ambiental, cada vez mais geminada com a agenda econômica. Meirelles teria a missão de destravar, por exemplo, os investimentos de fundos soberanos para grandes projetos vinculados à Amazônia – dinheiro esse que sumiu do mapa devido à, literalmente, devastadora gestão de Bolsonaro no meio ambiente. Os governos da Alemanha e da Noruega já anunciaram a intenção de retomar os aportes no Fundo Amazônia. Ou seja: sob certo ângulo, Meirelles teria um pé na economia, ainda que da fronteira para fora do Brasil. Não custa lembrar que não seria a primeira vez que um banqueiro ocuparia o cargo. O “Barão” do Banco Itaú, Olavo Setúbal, também exerceu a função de ministro das Relações Exteriores, durante o governo Sarney.
A ida de Henrique Meirelles para o Itamaraty traz a reboque uma espécie de efeito dominó para a montagem novo Ministério, impactando diretamente em outras escolhas. Segundo um graduado assessor de Lula, nesse cenário crescem as probabilidades de Fernando Haddad assumir o Ministério da Fazenda. Sua nomeação atenderia o perfil idealizado por Lula, desde sempre, para o cargo: ter um político à frente da Pasta. Além disso, registre-se que Haddad não é um neófito no tema: o ex-ministro é mestre em Economia pela USP.
Por sua vez, com a indicação de Meirelles para as Relações Exteriores, Celso Amorim iria para o Palácio do Planalto. De acordo com a fonte do RR, seu nome é especulado dentro do próprio PT para ser um secretário especial de Lula ou até mesmo assumir a Casa Civil. Ainda que a maior expertise de Amorim não seja exatamente a articulação política, o presidente eleito tem profunda confiança em seu ex-chanceler. Mas ressalte-se que são apenas especulações colhidas em meio às feéricas discussões ocorridas no seio do PT.

Destaque
Um abismo fiscal espera pelo presidente Lula
31/10/2022Acabou a eleição. Agora é que são elas. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva terá de administrar um rombo nas contas públicas que pode superar os R$ 3 trilhões, nos quatro anos de governo. Trata-se de um abismo que foi praticamente ignorado na campanha eleitoral, talvez pelo medo dos candidatos de que, parafraseando Friederich Nietzche, o abismo olhasse de volta. De forma extremamente conservadora e deixando de lado qualquer aumento do salário-mínimo para além da inflação, está em pauta um fosso já na casa dos R$ 450 bilhões, não contemplados pela Proposta de Lei Orçamentária (PLOA) 2023. Para chegar a esse valor leva-se em conta o aumento do Auxílio Brasil; a postergação do pagamento de precatórios; os prometidos reajustes ao funcionalismo público; a revisão da tabela do imposto de renda; o peso dos juros sobre a dívida pública; a suspensão de dívidas e compensação aos estados pela redução do ICMS; a garantia do piso da enfermagem e o risco imediato com decisões prejudicais ao governo na Justiça. Caso esses gastos se concretizem, seria quase uma segunda pandemia nas contas públicas. Nada que um precatório hiper vitaminado não resolva ou – quem sabe? – a “milésima” PEC. Mas o problema permanece pendente como uma espada sobre a cabeça da Nação. Os precatórios apenas adiam os passivos, mas não a percepção de que há um risco de insolvência diferido no tempo.
Não é preciso nenhuma devassa no governo para entender a dimensão da encrenca criada, em boa parte para “financiar” a reeleição, como se não houvesse amanhã. Ou como se o amanhã decorresse, por geração espontânea, da cabeça do “Posto Ipiranga”, cuja inegável capacidade – e interminável autoconfiança – só podem ser superadas pela verve diante de plateias que querem ouvir o que ele quer dizer, independentemente do que ele diga.
A Proposta de Lei Orçamentária (PLOA) 2023 tem mais buracos do que um queijo suíço – ver RR de 20 de outubro. E olha que, para viabilizá-la, sem mexer no orçamento secreto, já foram desencavados tostões de todos os lugares possíveis e inimagináveis, como o programa Farmácia Popular e até os recursos para a merenda escolar; além de previsto um déficit de R$ 63,7 bilhões. Façamos os cálculos. De acordo com os boletins macro do FGV Ibre, a soma do aumento de R$ 200 no Auxílio Brasil, o reajuste do funcionalismo do Executivo pela inflação e a revisão das despesas discricionárias significarão um gasto de R$ 120 bilhões, cerca de 1,2% do PIB. Desse total, foram incluídos na PLOA apenas R$ 11,6 bilhões para os servidores do Executivo, valor insuficiente até para um aumento linear de 5% (que custaria entre R$ 14 bilhões e R$ 17 bilhões). Vale lembrar que o governo enfrentou, em 2022, greves de funcionários do BC e da Receita, que buscam reajustes na casa dos 20%, e prometeu para o ano que vem a restruturação de carreiras da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.
A PLOA 2023, é verdade, prevê a manutenção das desonerações sobre os combustíveis, para a qual destina R$ 52,9 bilhões, junto a uma reserva de R$ 27,2 bilhões para “demais desonerações”, em um total de R$ 80,1 bilhões. Ocorre que, além engessar ainda mais o orçamento, eliminando qualquer flexibilidade possível, os valores ficam abaixo das projeções e não incluem a prometida revisão na tabela do imposto de renda para pessoas físicas. Também segundo o FGV Ibre, esse total daria, por baixo, R$ 86 bilhões.
Não para por aí – longe disso. Mesmo com a interrupção no ciclo de alta, a elevação da taxa de juros já implementada pelo BC aumenta pesadamente o custo da dívida pública, fator que, “acoplado” à suspensão de pagamentos de parcelas da dívida dos estados com a União, pode ter um custo fiscal de R$ 77 bilhões. Segundo a projeção mais recente do FMI, a relação dívida bruta/PIB vai fechar 2022 em 88,2%, abaixo do índice de 93% registrado em 2021. No entanto, também de acordo com a estimativa do Fundo Monetária, voltará a subir em 2023 (89,9%) e vai se manter acima dos 90% nos quatro anos seguintes. O aumento percentual não chega a assustar quando no início do governo se esperava que ela batesse em 100% do PIB. Mas, com a disparada da inflação e alta dos juros pelo Banco Central, o passivo interno bruto se tornou 49% mais caro. Há quem diga que dívida é para se rolar. Mas, na percepção da insolvência do país e na avaliação das agências de rating, não é assim que se joga o jogo.
Como desgraça pouca é bobagem, ainda estão pendurados nessa conta o pagamento de precatórios, postergados via PEC, e a compensação aos entes federativos pela redução do ICMS sobre combustíveis, energia, transportes e telecomunicações. Uma facada da ordem de módicos R$ 144 bilhões. Sem falar nos custos para garantir o piso da enfermagem, que contam com mobilização do presidente do senado, Rodrigo Pacheco, declaradamente em busca de ao menos mais R$ 7 bilhões para compensações. Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, para tanto serão necessários repasses de R$ 10,5 bilhões da União, por baixo.
Ao mesmo tempo, a peça orçamentária apresentada pelo governo, para lá de otimista no que se refere ao crescimento do PIB em 2023, que estima em 2,5%, diante de uma projeção de 0,63% do último Boletim Focus, prevê uma queda de arrecadação de 22,9% do PIB, em 2022, para 21,2%, no ano que vem.
Para não se cometer uma injustiça, importante salientar que a PLOA projeta a redução do preço das commodities e só inclui receitas de concessões de ativos já destinados ao setor privado. Frente à instabilidade internacional e, sobretudo, à lentidão das privatizações no atual governo – e sua virtual paralisação na gestão Lula – é melhor do que nada, mas está a anos luz de ser motivo para tranquilidade.
Tudo isso, entretanto, abarca somente questões já consolidadas. O abismo pode atingir profundezas insondáveis. Explica-se: o risco fiscal calculado pelo próprio governo federal, em função de decisões judiciais negativas no radar, atingiu seu momento mais delicado dos últimos dois anos. De acordo com balanço de agosto, chega-se a um montante de potenciais R$ 2,6 trilhões de prejuízos aos cofres públicos, o que significa um aumento de 66% em relação ao estimado em março. É claro que o valor seria diferido no tempo, mas funcionará como uma guilhotina sobre a cabeça do Executivo – qualquer um que venha a assumir em 2023.
Para piorar, o principal componente desse montante vem da chamada “revisão da vida toda”, que muda o cálculo das aposentadorias no INSS no período anterior a julho de 1994. O STF ainda não oficializou o resultado do julgamento, mas já formou maioria em benefício dos aposentados. Uma facada de R$ 480 bilhões no pior cenário, segundo os técnicos do governo, e de R$ 48 bilhões no melhor.
A equação não fecha, independentemente do prisma em que se observe. O STF decidiu por unanimidade destravar mais de 15 mil processos para assegurar vagas de educação infantil a todas as crianças de zero a cinco anos, seja em creches, seja pré-escolas. A União vai sofrer, porque a arrecadação dos entes federativos no final também cai no seu colo, mas menos do que os municípios. O total da conta alcança R$ 120 bilhões. A garfada vai se somar às perdas dos estados, cuja redução de R$ 84 bilhões na receita com as perdas do ICMS promete prosseguir arrombando o cofre das unidades federativas, principalmente devido à manutenção da medida, em 2023, a esperada redução da inflação no futuro calendário e a aguardada desaceleração da economia.
Tem-se ainda alguns outros amargos acepipes; coisa pequena, mas não desprezível. Uma Medida Provisória aprovada pela Câmara, e em discussão no Senado Federal, joga um custo extra de pelo menos de R$ 4,5 bilhões por ano, durante três décadas, na conta de luz dos brasileiros. Originalmente, a medida tratava apenas do ICMS sobre combustíveis, mas foi serpenteando na Câmara até aumentar os subsídios nas contas de energia.
Em tese, não há mais termômetro fiscal no governo. O Ministério da Economia afirma que as contas vão bem, obrigado, projetando um superávit para este ano. Mas que superavit? Com a receita dos estados inflada pela carestia? Com a última parcela da mesada do BNDES, de R$ 50 bilhões, decorrente de uma interpretação ainda controversa das operações entre o Tesouro e o banco (é a penúltima tranche, que o governo correu para que fosse paga antes do fim das eleições)? Com PECs e mais PECs e dinheiro que é transferido para cá e para lá. Há ainda uma dívida passiva, cujos números até mesmo as autoridades fiscais têm dificuldade de esquartejar.
Haja PEC.

Destaque
O sonho helvético de André Esteves
21/10/2022André Esteves pretende ou não comprar o Credit Suisse? Essa era a pergunta feita ontem por executivos do próprio BTG. A crise do banco helvético reavivou um antigo sonho de Esteves: colocar os dois pés na Suíça e ter uma operação bancária de abrangência global. Há alguns caminhos para o negócio, uns mais curtos outros mais longos. A hipótese de compra de ações em bolsa seria a menos provável, uma vez que levaria um certo tempo para o BTG montar uma posição relevante. Outra possibilidade, essa com maior chance de êxito, seria o banco de André Esteves entrar aportando capital no Credit Suisse, em um voo solo ou ao lado de eventuais parceiros. De acordo com a Bloomberg, Abu Dhabi e Arábia Saudita estudam fazer uma injeção de recursos na instituição suíça por meio de seus respectivos soberanos, Mubadala e o Public Investment Fund (PIF). Procurados pelo RR, o BTG e o Credit Suisse não quiseram se manifestar.
O Credit Suisse precisa de um aporte no curtíssimo prazo. O banco tem hoje um rombo de capital da ordem de US$ 4,5 bilhões. Um relatório da Goldman Sachs aponta que, no ritmo atual, esse buraco pode chegar a US$ 8 bilhões em 2024, devido ao momento de “geração de capital mínima”. Para ganhar tempo, o Credit Suisse estuda se desfazer de participações acionárias, como uma fatia no Six Group, que administra a bolsa de valores de Zurique, 8,6% da gestora espanhola Allfunds e uma joint venture com a American Express, conforme publicou o Financial Times.
O Credit Suisse soma cerca de US$ 700 bilhões em ativos totais, ou algo em torno de R$ 3,9 trilhões. O BTG, por sua vez, tem pouco mais de R$ 450 bilhões em ativos totais. Dito assim, pode soar como uma mordida grande demais para a embocadura do banco brasileiro. No entanto, não obstante esses números, é importante ressaltar que o Credit Suisse não é mais aquele e vive um momento de notória vulnerabilidade, que se reflete na atual discrepância entre o valor de mercado das duas instituições. Desde o início do ano, com o agravamento dos rumores sobre a sua situação financeira, o banco suíço perdeu mais 50% do seu market cap. Hoje, tomando-se como base a cotação em bolsa, o Credit Suisse vale apenas meio BTG – no fechamento de ontem, o banco brasileiro estava avaliado em quase R$ 125 bilhões. Mais do que isso: hoje, o Credit Suisse é tido como um banco à beira do precipício.
Não é de hoje que André Esteves acalenta o desejo de iniciar uma saga helvética. Pouco após recomprar o velho Pactual do UBS, em 2009, tentou adquirir o controle do próprio banco suíço. Passados 13 anos, e alguns percalços pelo caminho, o BTG encontra-se em um momento de notória prosperidade. Entre março e junho deste ano, registrou os maiores resultados trimestrais da sua história. O lucro de R$ 2,1 bilhões foi 26% superior ao registrado em igual período em 2021., A receita, por sua vez, subiu 19,7% no mesmo intervalo, chegando a R$ 4,5 bilhões. Entre junho de 2021 e junho deste ano, o volume de ativos de terceiros sob gestão subiu de R$ 880 bilhões para aproximadamente R$ 1,1 trilhão.
A eventual compra do Credit Suisse faria jus à ousadia e à competência de André Esteves que o caracterizam desde os primeiros passos no velho Pactual. Ao mesmo tempo, a entrada na Europa diferenciaria o BTG do movimento de outros bancos brasileiros que miram notadamente a América Latina e a aquisição de instituições de menor porte. O Credit Suisse é um dos mais míticos bancos de investimento do mundo. Fundado em 1856, carrega um capital humano de alta qualificação, tem uma vasta capilaridade e é um brand que consta em qualquer lista do top ten do setor. É um dos líderes globais do cobiçado segmento de gestão de fortunas.
Acervo RR
Saneamento 1
20/10/2022O IFC teria reservado algo em torno de R$ 1 bilhão para novas operações de crédito ao setor de saneamento no Brasil. Recentemente, o braço do Banco Mundial emprestou R$ 760 milhões à Sabesp.

Destaque
Há um Bolsonaro vs. Lula na eleição do Banco Interamericano
19/10/2022Ilan Goldfajn não é o único brasileiro no páreo para assumir a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Segundo o RR apurou, há uma articulação em torno do nome do também economista Luiz Awazu Pereira da Silva, atualmente diretor-geral adjunto do BIS (Banco de Compensações Internacionais) – uma espécie de Banco Central dos Bancos Centrais. Sua candidatura ganha corpo de fora para dentro do Brasil. De acordo com a fonte do RR, Awazu conta com o apoio de países de peso, como Estados Unidos e Canadá.
A eleição está marcada para 20 de novembro – os candidatos devem ser indicados até 11 de novembro. O colégio eleitoral é composto pelos próprios diretores do BID, com peso proporcional à representatividade dos respectivos países. O governo norte-americano responde, sozinho, por 30% dos votos. O sistema para a eleição do presidente do BID estimula ou, mais do que isso, exige uma ampla articulação diplomática.
O Brasil, por exemplo, tem junto com o Suriname 11,4% de poder de voto. A representante do país na diretoria do BID é Martha Seillier, ex-secretária de PPI do governo Bolsonaro. Sob um determinado ângulo, não seria exagero dizer que a eventual disputa entre Ilan Goldfajn e Luiz Awazu reproduz o embate eleitoral entre Jair Bolsonaro e Lula. Goldfajn é o candidato da gestão Bolsonaro. Tem o apoio explícito de Paulo Guedes, que levou o nome do economista a Nova York na semana passada.
Ressalte-se que Bolsonaro quer fazer o presidente do BID mesmo que não venha a ser reeleito. Ou seja: no intervalo entre o segundo turno e a eleição no banco, vai seguir trabalhando pela candidatura de Goldfajn. Awazu, por sua vez, tem uma trajetória interligada aos governos do PT. Comandou a Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda no primeiro mandato de Lula. Posteriormente ocupou o cargo de diretor de Política Econômica e Assuntos Internacionais do Banco Central no primeiro governo Dilma.

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Bolsonaro e Lula miram na redução do câmbio
17/10/2022Um refresco cambial é o que os arautos da área econômica de ambos os candidatos à Presidência pretendem usufruir no início do seu governo. Todos preconizam uma inflexão no valor da moeda. Um dólar cotado na faixa de R$ 4,00 seria a meta. Mas ninguém pensa em mexer no tripé macroeconômico. Nem apreciar o real artificialmente, vendendo um pouquinho das reservas cambiais, usando de operações de swap, ou coisas assim. Não é disso que se trata. O governante que vier vai vender Brasil. Na equipe econômica de Lula há o entendimento de que o anúncio de medidas ambientais fortes – inclusive, com projetos de investimentos “limpos” na Amazônia – e um pacote vultoso de empreendimentos voltados à área de energia renovável, tendo a Petrobras e o BNDES como parceiros, trarão um caminhão de dinheiro.
Ainda mais se o petista for o garoto propaganda das medidas no exterior. Lula vende bem. A lógica virtuosa é a mesma de sempre: dólar entrando, real valorizando e inflação caindo. Bolsonaro já iniciou o mesmo movimento. Paulo Guedes aproveitou a reunião do FMI, em Nova York, para vender o Brasil. Apresentou, em diversos encontros com os bancos, a “espetacular” agenda de resultados macroeconômicos do governo: PIB subindo, desemprego e inflação caindo, superavit primário e dívida bruta sob controle.
Se o câmbio cair, melhoram todas as variáveis. Guedes quer que o governo faça marketing no exterior, que trate com ufanismo nossos triunfos: energia renovável e commodities agrícolas, principalmente – o ministro já pisou e repisou que o Brasil é o garantidor da segurança alimentar do mundo. Mas o tiro de maior calibre que Paulo Guedes pretende dar é a privatização da Petrobras. A equipe econômica considera que a operação amassaria o câmbio. O combo inclui também um número de concessões superior ao do “primeiro” governo Bolsonaro. Guedes sempre repete que tem muito dinheiro voando no mundo e que o Brasil, além de ter feito seu MBA em concessões na gestão do coronel Tarcísio Freitas no Ministério da Infraestrutura, reúne os ativos naturais que todos querem. Boas intenções, ideias animadoras, mas de complexa execução. Um real comportadamente apreciado todo mundo quer. A ver quem saca do coldre a tão difícil previsibilidade.

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Dias de turbulência para a Captalys
13/10/2022Circulam no mercado rumores sobre a forte insatisfação dos investidores com a governança do fundo Captalys Orion, da Captalys. Os boatos ganharam corpo após as notícias de que cotistas do Captalys Orion fizeram solicitações de resgate de cerca de 75% do patrimônio líquido. Diante da delicadeza do assunto, o RR consultou a Captalys. A empresa afirmou que o “fundo e seus investimentos são administrados por instituições financeiras reguladas pelo Banco Central do Brasil, sendo estes responsáveis pelo provisionamento dos ativos, todos com o mais alto padrão de integridade, diligência e compliance. O fundo e todos seus investimentos são auditados por empresas independentes de primeira linha, e também passam por auditoria de conformidade pelo PwC.” Disse ainda que o “Captalys Orion é um fundo de crédito high yield voltado para investidores institucionais experientes que fazem diligências próprias e profundas no fundo e sua carteira.” A newsletter procurou também a CVM. Perguntada se há algum processo em andamento relacionado ao Captalys Orion, a autarquia afirmou que “não comenta casos específicos”. Ficam os devidos registros, de parte a parte.
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Praça de pedágio
13/10/2022O governador reeleito do Mato Grosso, Mauro Mendes, bateu à porta da Caixa Econômica e do Banco do Brasil em busca de um acordo para a renegociação das dívidas da Rota do Oeste, operadora da BR-163. Em conversa com o RR, o governo mato-grossense confirmou as tratativas com os dois bancos federais. O passivo da empresa junto ao BB e à CEF soma R$ 458 milhões. O governador Mauro Mendes aposta na proximidade com o presidente Jair Bolsonaro para fechar a repactuação das dívidas ainda neste ano. O acordo é de suma importância para o governo do estado, que está assumindo a concessão da BR-163, por meio da MTPar. Na semana passada, o TCU deu o sinal verde para a transferência da Rota da Oeste, leia-se Odebrecht Transport (OTP), ao estado pelo valor simbólico de R$ 1. No pacote, o governo herdará uma dívida de quase R$ 2 bilhões. Mendes, ressalte-se, já prometeu investimentos de aproximadamente R$ 1,2 bilhão na rodovia

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O teto da Caixa
6/10/2022A RR apurou que a Caixa pretende fixar em 3%/mês a taxa de juros para empréstimos consignados a beneficiários do Auxílio Brasil. Ou seja: vai ficar abaixo do teto estipulado pelo governo na semana passada, de 3,5%. Consultado, o banco saiu pela tangente: “As condições do crédito consignado serão oportunamente divulgadas e oferecidas aos clientes.”

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Lula vai soltar algum spoiler na economia?
5/10/2022O comitê da campanha petista pressiona Lula a antecipar nomes da sua equipe econômica e anunciar propostas concretas, tudo o que o candidato não fez até o momento. Essa mobilização é um reconhecimento de um equívoco. Sob certo aspecto, Lula desdenhou da realidade eleitoral ao não assumir riscos e não dar pistas de sua política econômica na disputa do primeiro turno. Não são discussões em linha reta. Dentro do PT, há estratégias e propostas distintas, defendidas pelas diferentes correntes de pensamento econômico que foram se aninhando na campanha de Lula. A eminência parda da área econômica no partido, Aloizio Mercadante, defende que o candidato anuncie medidas mais afeitas ao ideário histórico do PT. Entrariam nesse rol o aumento do salário-mínimo, a promessa de correção da remuneração do funcionalismo público e a garantia de constitucionalização do Bolsa Família, que Lula promete recriar no lugar do Auxílio Brasil. Ou seja: o benefício passaria a ser uma ação de Estado e não do governo da ocasião. Mercadante entende, inclusive, que Lula deve explorar ao máximo essas propostas nos debates eleitorais do segundo turno. A premissa é que são medidas que Jair Bolsonaro não seria capaz de “bidar”. Ou seja: seriam ativos quase exclusivos do candidato do PT.
Por sua vez, Geraldo Alckmin defende um discurso mais ameno, voltado a crescimento, linha que encontra eco em Andre Lara Resende e Pérsio Arida, colaboradores na formulação do programa econômico petista. O duo “Larida” seria da opinião que Lula deve esmiuçar propostas para estimular investimentos, especialmente na área de infraestrutura, e fomentar a criação de frentes de trabalho.
Lula sempre foi da opinião que nome de ministro e política econômica só se anuncia depois da eleição. Foi o que fez em seu primeiro mandato, divulgando a nomeação de Antonio Palocci somente no dia 12 de dezembro de 2002, portanto um mês e meio após a vitória nas urnas. No entanto, a redução da diferença para Jair Bolsonaro no primeiro turno – bem inferior à apontada pelas pesquisas – joga um fator de pressão para que o petista antecipe fatos. Até como forma de conter especulações que, a essa altura, levam mais tensão à campanha petista. Nos últimos dias, surgiram rumores no mercado de que Lula estaria propenso a indicar um economista “puro-sangue” do PT para o Ministério da Fazenda. Nesse caso, o futuro ministro sairia da “lista tríplice” formada por Aloizio Mercadante, Guilherme Mello e Gabriel Galípolo.
Mercadante é uma espécie de decano dos economistas do PT, colaborador histórico de Lula e, por isso mesmo, talvez o nome com maior suporte político dentro do partido. Mello e Galípolo, por sua vez, são estrelas em ascensão. Com a mesma idade, 39 anos, ambos se destacaram durante a campanha como dois dos principais formuladores do programa econômico de Lula. Mello, da Unicamp, já disse que o governo Lula pretende revogar o teto de gastos e criar um novo arcabouço fiscal. O que isso significa? Pouco ou nada se sabe, o que só ajuda a alimentar tensões no mercado.
Já Galípolo tem uma trajetória, digamos assim, menos convencional para o perfil dos economistas historicamente próximos ao PT – ainda que seja um colaborador de Mercadante há mais de dez anos. Formado pela PUC, foi CEO do Fator, o que, em tese, talvez o coloque em uma situação de vantagem, como um nome um pouco menos rascante para o mercado. Galípolo também é próximo de Luciano Coutinho, o que em parte explicaria as especulações do seu nome para um BNDES vitaminado – ver RR de 5 de setembro.
Em conversas com assessores próximos a Lula, o RR apurou que, apesar de eventuais pressões do partido, Lula pende para a saída mais desejável pelo mercado, leia-se um Ministério “PTucano”. Na prática, a construção desse staff já vem surgindo aos poucos, de forma gradativa – em uma combinação antecipada pelo RR ao longo dos últimos meses. Geraldo Alckmin segue como forte candidato ao Ministério da Fazenda – como informou a newsletter no dia 19 de setembro. Dentro do próprio PT, ressalte-se, há focos de resistência ao nome de Geraldo Alckmin – e, consequentemente à “tucanização” da economia. Um dos argumentos é que o vice-presidente da República não seria um ministro demissível. Tudo tem seu jeito. Alckmin pode até não ser “demissível”, mas seria perfeitamente “deslocável”, caso assim fosse necessário. Por essa linha, Lula formalizaria também a presença de André Lara Resende e Pérsio Arida em sua equipe econômica. É outro movimento que não vem de hoje. Em março de 2021, mais precisamente na edição do dia 16, o RR foi o primeiro veículo a noticiar a aproximação de Lara Resende e Lula e a possibilidade do ex-tucano integrar um eventual governo petista.
O RR não acredita que Lara Resende seja o escolhido para o cargo de ministro. O mercado financeiro se ressentiria da escolha, em razão das suas “novidadeiras” teorias monetárias. Mas ele será um importante colaborador de Lula na formulação da política econômica, o que já foi endossado pelo próprio petista. O mesmo se aplica a Pérsio Arida, outro nome egresso do ninho tucano, que também confirmou sua colaboração com o comitê responsável pelo programa econômico e igualmente se achegou a Lula pelas mãos de Alckmin. A presença de Lara Resende e Arida traz para o governo petista o ativo da maior revolução monetária do país, com o fim da hiperinflação. Ou seja: Lula pode capitalizar o fato de que arregimentou das antigas fileiras tucanas a dobradinha que ajudou a idealizar o Plano Real e a resolver o maior problema do povo: a carestia. Mesmo que o petista não tenha apoiado o Real na sua origem.
O regra três da área econômica de Lula é, como sempre foi, seu ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Seu apoio a Lula não teria sido uma decisão destituída de qualquer acordo ou interesse. Meirelles é quindim do mercado. A newsletter aposta que seu nome está guardado para a saída de Roberto Campos Neto da presidente do BC daqui há dois anos – ver RR de 9 de setembro. Campos Neto já afirmou que não se recandidatará, o que também é o desejo do PT. Meirelles estaria sentado no Conselho da controversa corretora de criptomoedas Binance, aguardando a convocação. Será, então, o mais longevo presidente do BC e joia rara dos três governos Lula. Mas Meirelles não é papo para a campanha eleitoral. Os atores agora são outros.

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O rating de Paulo Guedes caiu
29/09/2022A ala política do governo e os próprios filhos de Jair Bolsonaro debitam na conta de Paulo Guedes um erro de timing grosseiro. O entorno de Bolsonaro atribui a Guedes a excessiva demora para a fixação do teto de juros dos empréstimos consignados a beneficiários do Auxílio Brasil. O entendimento é que o ministro da Economia e sua equipe dormiram no ponto e cometeram uma falha grave, tanto do ponto de vista da política econômica quanto, sobretudo, da política-política. A Portaria, com o limite de juros de 3,5%, foi publicada somente na terça-feira, a apenas cinco dias das eleições. Ou seja: Bolsonaro praticamente não terá tempo algum para capitalizar a medida, tratada no comitê de campanha como um valioso ativo eleitoral – ver RR do dia 16 de agosto. Nessa mesma edição, a newsletter já alertava que os bancos não emprestariam dinheiro sem a definição de um teto de juros. E não emprestaram mesmo. O teto veio. Mas, para Bolsonaro, talvez tarde demais.
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Poliana
29/09/2022O secretário-executivo do Ministério da Infraestrutura, Bruno Eustáquio, diz que o Porto de Santos vai ser privatizado na segunda metade de dezembro. Claro, claro… Certamente o governo vai vender também o Banco do Brasil no Natal e a Petrobras no Réveillon…
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O ESG do Credit Suisse
22/09/2022O Credit Suisse está montando um novo fundo ESG para o Brasil. Em todo o mundo, o banco tem mais de 50 veículos de investimentos em projetos de sustentabilidades, três deles voltados ao mercado brasileiro.

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Os dados já estão rolando para o Ministério de Lula
19/09/2022Ainda que seja eminentemente especulativo, devido à decisão do próprio Lula de omitir os nomes dos candidatos, o futuro Ministério de um eventual governo do PT já tem uma costura inicial. O ex-presidente é useiro e vezeiro em afirmar que ministro se anuncia depois que se ganha a disputa. Não é um consenso nem entre seus assessores mais próximos. Trata-se de uma das informações mais relevantes desse período eleitoral. Ela é determinante para sancionar a maior ou menor credibilidade de Lula, pelo menos junto a um espectro com grande poder decisório na iniciativa privada. Mas o candidato petista não larga o osso. O coletivo mais quente dos mais votados vai de um “museu de velhas novidades” até um balaio de “surpresas surpreendentes” – o RR de 30 de agosto antecipou alguns poucos nomes. O mais recente rumor é uma “velha e oportuníssima novidade”: o upgrade de Marina Silva após seu apoio à candidatura Lula. Desde que Marina deixou o ministro do Meio Ambiente, no primeiro governo do PT, os dois políticos se tornaram bicudos. O bordado para o desposório da ex-ministra e Lula antecedeu em algumas semanas o apoio de Marina ao candidato. Marina retornaria, segundo apurou o RR, como ‘’ministra ESG”, com força total, incluindo na sua pasta as mulheres, negros, índios e demais grupos sociais minoritários, além é claro do meio ambiente.
A ex-seringueira teria uma secretaria especial a parte para tratar dos aspectos e demonstrativos referentes à governança, dirigida por um especialista renomado em práticas e contabilidade das políticas de integridade, conformidade e compliance – fala-se em um técnico do Banco Mundial. Mas uma das funções mais nobres de Marina seria dar firmeza à demonstração do governo do PT em combater o desmatamento da Amazônia. O acrônimo ESG colado em Marina teria como um dos objetivos melhorar a imagem do Brasil no mundo. Queira-se ou não, ela é uma representação do país bastante positiva no exterior, notadamente na Europa, continente que se tornou o principal crítico do descaso ambiental e social do Brasil.
Marina Silva faz parte do time estelar do “ministério Lula”, mas não seria o astro de primeira grandeza. O n° 1 do primeiro time, como não poderia deixar de ser, será o ministro da Economia. A julgar pelo que apurou o RR, este está em fase de escolha entre o virtual vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e o candidato do PT para assumir o governo do Estado de São Paulo, Fernando Haddad. Como se sabe, Haddad está para o governo de São Paulo como Lula está para a Presidência, ou seja, bem à frente nas pesquisas, o que reduz suas possibilidades de assumir o Ministério mais nobre do país. Lula quer ter os dois maiores PIBs do país, o do Brasil e o de São Paulo, sob seu comando. Mais provável é que o candidato a ministro da Economia para valer seja mesmo o “Geraldo”.
Lula tem gratidão pelo “picolé de chuchu” ter aceitado o convite para compor sua chapa à Presidência e ser sua âncora junto ao centro e ao centro-direita. Há pistas já lançadas de que o “Geraldo” será recompensado. Lula já disse que não convidará nenhum dos quadros dos seus antigos governos e que a preferência para o Ministério da Economia recai sobre um quadro que não precisa ser um economista, mas sim que tenha habilidade política. “O que não quer dizer que não seja economista e político”, ressaltou o ex-presidente. Mas, a maior demonstração de que Alckmin tem tudo para ser o “cara” foi uma nada sutil declaração “daquelas bem Lula”. Em evento realizando em uma entidade patronal, um dos empresários presentes perguntou de chofre se o candidato do PT escreveria uma outra carta ao povo brasileiro. Lula respondeu igualmente de pronto, apontando para Alckmin: “Minha carta ao povo brasileiro está ali”.
Os assessores palacianos são uma grande incógnita mesmo no espaço amplo das especulações. Durante algum tempo, o senador Jaques Wagner foi cotado para a chefia do Gabinete Civil, mas a decisão de Lula de não repetir seus ex-colaboradores no atual governo meio que o tira de uma virtual competição. Segundo fontes bem próximas a Wagner, ele não gostaria de ter um papel de grande protagonismo no futuro governo. Junta pouca fome com a indisposição em comer. Nesta semana, o nome que ascendeu para os cargos de Gabinete Civil ou Secretaria Geral da Presidência foi o de Gleisi Hoffmann. Lula tem apreço pela presidente do PT, que lhe foi fiel em todos os minutos. Além do mais, o pequeno grande critério de não pertencer a seus governos passados não a atinge: Gleisi foi ministra do governo Dilma, não da gestão Lula. E um dado comportamental que o ex-presidente adora: Gleisi quer trabalhar o tempo inteiro, o que, portanto, lhe tira uma enorme bagagem das costas.
Há ainda uma possibilidade de um outro pé de boi, o economista Aloísio Mercadante, assumir um cargo no Planalto: o de secretário particular da Presidência. Trata-se de uma escolha pessoal, da qual Lula pode se proteger afirmando que a função não é a de ministro, nem que ele tenha comparecido em governo anterior, mas, sim, de um assessor pessoal. Quem sabe? Coisas de Lula.
Com Alckmin, conforme tudo indica que ocorrerá, ou mesmo Fernando Haddad, o ministério Frankenstein da Economia de Paulo Guedes, será desmembrado. O Ministério da Indústria e Comércio voltará à cena. O nome mais forte para a missão é o do atual presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, filho do vice-presidente de Lula, José Alencar. Essa é uma pule de dez. O pacote de Josué traz gratidão, lealdade, reconhecimento da competência e indiscutível representação de classe. Chegou-se a cogitar, inclusive, seu nome para o ministério da Economia. Ou mesmo da Infraestrutura.
Uma das outras pernas da centopeia criada por Guedes, o Ministério do Planejamento, iria para o economista Luiz Guilherme Schymura, atual presidente do Ibre, da Fundação Getulio Vargas, e ex-presidente da Anatel, ainda no governo Lula. Schymura não é o que se poderia chamar de um liberal clássico ou um neoliberal, mas um liberal modernizante ou progressista, com pensamento praticamente antagônico ao do atual gestor da Economia. Receberia o afortunado retorno do BNDES para a Pasta do Planejamento. Trata-se de uma questão em aberto. Também Josué deseja o banco debaixo do guarda-chuva do Ministério da Industria e Comércio. Como já foi dito e redito, Lula quer turbinar o banco e recolocá-lo no centro de importantes decisões econômicas. E o presidente do BC? Como o RR ressaltou no dia 13 de setembro, até meados do provável governo Lula – ou aliás, qualquer outro governo – Roberto Campos Neto será o titular da autoridade monetária. E daí para frente? Campos Neto já disse que não pedirá sua recondução.
Pelo menos 80% das cartas do baralho constroem as canastras que levam ao nome de Henrique Meirelles. O ex-presidente do BC no governo Lula tem a confiança do candidato do PT. Já sinalizou que ficará na moita, acumulando a participação em conselhos de empresas, fazendo hora até que seu tempo chegue. Ou não, conforme todas as hipóteses aventadas nesse texto. Até porque, só Lula escolhe quem vai, para onde vai e em qual hora anunciar.
Para o Ministério do Trabalho, extinto e recriado pelo governo Bolsonaro, três nomes de alta envergadura no PT são comentados para o cargo: Ênio Verri, Rui Costa e Wellington Dias. Verri é economista, atual vice-líder do PT na Câmara, tem excelentes relações com Roberto Requião – de quem foi secretário do Planejamento. Costa sucedeu a Jaques Wagner no governo da Bania. Teria o apoio de José Dirceu. Já Wellington Dias é considerado um dos quadros mais preparados e moderados do PT. Dias é especializado em políticas públicas. Foi vereador, deputado estadual, deputado federal, senador e governador do Piauí, todos os mandatos pelo PT. Atualmente – e bem provável que seja temporariamente – busca uma cadeira de senador.
Lula teria ainda uma novidade para a Educação, que pretende tornar uma das Pastas mais prestigiadas da constelação de ministérios do seu governo. Para o cargo seria convidado o economista Claudio Haddad, dono do Insper. O patrono da indicação de Haddad seria o candidato a governador e homônimo, Fernando Haddad, que, inclusive, deu aula no Insper – ver RR de 25 de julho. O economista assumiria um papel de “gestor da educação”, dando ordem nos gastos e sua destinação. Há muito dinheiro do governo dirigido à educação. O retorno, porém, é baixo porque sua alocação é ineficiente. Haddad seria o nome indicado para a missão.
Se depender do kaiser do PT, o suspense seguirá até o fim do provável segundo turno. Lula fez praticamente o mesmo no seu primeiro mandato. Sua festejada intuição parece dizer que é melhor jogar como um poste fincado na pequena área. Ele dificilmente criará fatos políticos capazes de deslocar o seu mando de campo. Fica tudo em suspense, para anunciar depois. Aguardemos.

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Brasil é a pedra de toque na sustentabilidade da Cofco
16/09/2022A Cofco vai intensificar os investimentos para monitorar sua cadeia de fornecedores no Brasil. A intenção dos chineses é antecipar a meta de rastreamento de 100% da soja comprada no país – inicialmente prevista para dezembro de 2023. O impulso vem, como em boa parte dos casos, de fora para dentro, do mercado. O Brasil é uma peça fundamental no empréstimo de US$ 1,6 bilhão obtido recentemente pela Cofco International junto a um pool de 19 bancos da China, Austrália, Europa, Japão, Cingapura e Estados Unidos. O financiamento está atrelado a metas de sustentabilidade, por sua vez relacionadas a três indicadores: nota de gestão ESG, medida pela agência de classificação Sustainalytics, a rastreabilidade e a análise socioambiental de seus fornecimentos diretos de soja brasileira.

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Softbank corta investimentos no Brasil
12/09/2022O Softbank – um dos grandes players mundiais do mercado de venture capital, com uma carteira de ativos de US$ 350 bilhões – está repaginando sua operação no Brasil. Marcelo Claure, head do Latam Fund, principal veículo de investimento no país, deixou a instituição. É a segunda baixa desde abril, quando outro executivo, Paulo Passoni, que se reportava diretamente a Claure, saiu do banco japonês.
Além das mudanças no management, o Softbank, que desembolsou mais de US$ 2 bilhões no país nos últimos dois anos, vai reduzir o volume e o ritmo de novos aportes em empresas brasileiras. Segundo o RR apurou, a medida vai afetar startups das quais a instituição financeira já é acionista. O banco não pretende participar de novas rodadas de capitalização de companhias como a Rappi e a healthtech Alice. Procurado, o Softbank não se manifestou.
O recuo do Softbank terá um inevitável efeito-dominó sobre a indústria de venture capital no Brasil. Entre janeiro e abril deste ano, por exemplo, a instituição respondeu por 20% de todos os investimentos em startups no país, com aportes de R$ 2,4 bilhões. A freada de arrumação no país se dá na esteira dos fortes prejuízos globais sofridos pelo banco japonês.
Entre abril e junho deste ano, a instituição registrou o maior prejuízo trimestral de sua história – US$ 23 bilhões. No mesmo período, o Vision Fund, fundo do Softbank focado em techs, reportou perdas equivalentes a US$ 21,6 bilhões – ressalte-se que agora o Latam Fund é parte justamente do Vision. Os prejuízos abalaram a reputação não só do banco, mas de seu fundador, Masayoshi Son. O banqueiro japonês é conhecido por ser centralizador e conduzir com rédeas curtas todas as estratégias de investimento do Softbank.

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BNDES será o “Ministério da Indústria” de Lula
5/09/2022O governo Lula já tem definido que voltará a fazer política industrial. O comitê de assuntos econômicos do candidato do PT, contudo, tem outros planos para a instância responsável pela indústria. Quem receberá esta competência não fica em Brasília nem é sequer um ministério. O dono da bola, ou para ser preciso, da indústria é um banco de fomento e está situado na Av. Chile, no Rio de Janeiro, quase em frente à Petrobras.
Trata-se do BNDES, que receberá uma verdadeira reparação do estrago cometido na gestão Bolsonaro e voltará a gerir a política do setor secundário da economia. A missão deixa de ser do Ministério da Economia – coisa que nunca foi mesmo -, e o antigo Ministério da Indústria e Comércio permanece extinto. É uma missão hercúlea para o banco: reduzir o hiato entre o crescimento do Produto Industrial de pouco mais de 30% do PIB, há cerca de 40 anos, para 11% do PIB, na atual gestão.
Apesar de Lula insistir em afirmar que o BNDES financiará primordialmente as pequenas e médias empresas – declaração comum a todos os candidatos porque dá voto – nas internas do comitê econômico do PT o programa para ressureição da indústria já ganhou os retoques finais. O banco vai financiar, sim, as PMEs, com a transferências dos Sebraes nacional e regionais e mais foco e aportes nessa operação. Mas não são as PMEs a pedra de toque do BNDES idealizado pelos petistas. A divisão de funções é bem mais ampla.
O BNDES voltará a atuar na substituição de importações – adubo, chips, aparelhos eletrônicos sofisticados, satélites aeroespaciais, complexo industrial de saúde, entre outros (ver RRs de 28 de janeiro e 28 de julho) – com financiamento ou cofinanciamento a empresas que se dispuserem a ingressar nesses setores. O banco se dedicará também às concessões, tocando o mesmo diapasão que permitiu a Paulo Guedes amealhar centenas de bilhões de compromissos de investimentos até 2030. Todos os projetos deverão estar em linha com a agenda ESG e a renovação da matriz energética. A ideia é que a combinação desses vetores potencialize a indústria e inverta a rota de “africanização” do setor. O BNDES é o órgão de governo mais abalizado para cumprir essa tarefa. Se vai conseguir, somente o futuro dirá.
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Uma gordurinha a mais na inflação
5/09/2022Segundo informações filtradas do Ministério da Agricultura, o custo de produção de suínos no Brasil registrou nova alta em agosto – os números serão divulgados nos próximos dias. No acumulado do ano, a elevação já beira os 10%. É o suficiente para o governo já temer um aumento da inadimplência entre os suinocultores em empréstimos de bancos públicos.
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A cautela consignada do BB e da Caixa
2/09/2022Há ruídos entre o Palácio do Planalto e o Banco do Brasil e a Caixa. O motivo é a demora dos dois bancos em iniciar a oferta de crédito consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil. As duas instituições ainda parecem tratar o assunto com prudência. Em contato com o RR, o BB disse que “avalia condições técnicas e negociais com base na regulamentação definida pelo governo federal.” A Caixa, por sua vez. informou que “as condições do crédito consignado, destinado aos beneficiários do Auxílio Brasil, serão divulgadas e oferecidas após a publicação de portaria do Ministério da Cidadania, com as normas complementares sobre a operação.”
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Comício rubro-negro
25/08/2022O governador Ibaneis Rocha, candidato à reeleição, quer levar um jogo do Flamengo no Campeonato Brasileiro para a Brasília. Ressalte-se que o banco estatal BRB já é o patrocinador master do clube.

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Bolsonaro quer destravar consignado para o Auxílio Brasil
16/08/2022A bondade de Jair Bolsonaro não acaba. No rol das propostas em estudo, a equipe econômica discute a construção de uma fórmula que viabilize o crédito consignado aos participantes do Auxílio Brasil utilizando-se uma combinação até então inédita: a criação de um teto de juros vinculado à garantia de um benefício mensal de R$ 500 pelos próximos quatro anos – tempo do “futuro” mandato do atual presidente. Ressalte-se que tanto Lula quanto Bolsonaro já prometeram a manutenção do valor de R$ 600 até o fim de 2023.
O presidente triplicaria a aposta, trocando 12 parcelas de R$ 600 por 48 meses de R$ 500. A conta dos assessores de Paulo Guedes leva em consideração uma redução dos benefícios fiscais, de forma a compensar os gastos adicionais com o Auxílio. Na verdade, a equipe econômica encontraria uma justificativa social e de forte apoio popular para cortar uma parcela das renúncias fiscais – são mais de R$ 300 bilhões por ano distribuídos àqueles que menos precisam.
Ao mesmo tempo, o governo usaria a medida para mitigar a resistência da banca privada em conceder crédito consignado aos que recebem o Auxílio Brasil. Os bancos não querem emprestar sem um teto de juros, com o risco de corrosão da assistência à pobreza. Com a proposta, Bolsonaro condicionaria o discurso de Lula à sua promessa de melhoria do padrão de renda dos mais pobres. Restaria ao petista aumentar a dose ou imitar o adversário. Seria a maior das “bondades” apresentadas por Bolsonaro no seu pacotão eleitoral. Difícil para a oposição criticar a concessão de dinheiro adicional aos mais pobres. Já que “Bolso” estaria dando os recursos e dizendo de onde eles vão sair, não haveria, a priori, comprometimento de ordem fiscal. Além de o governo garantir quatro anos de Auxílio Brasil na casa de R$ 500 e dar uma solução para o “microcrédito emergencial”. Seria um presentão para o 7 de setembro. Menos para Lula, Ciro Gomes e Simone Tebet.
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Pax federativa
15/08/2022O Banco Regional de Brasília tem se revelado um financiador da federação. A um só tempo, está negociando empréstimos aos estados do Maranhão e Sergipe para investimentos em infraestrutura. As duas operações somam cerca de R$ 360 milhões.

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Telecom Italia já pensa em colocar a TIM sobre o balcão
8/08/2022Há fortes rumores no mercado de que a Telecom Italia prepara sua saída do Brasil. Os italianos estariam apenas esperando a conclusão da compra da rede móvel da Oi – compartilhada com a Claro e a Vivo – para iniciar o processo de venda da TIM Brasil, maior operação do grupo fora da Europa. A incorporação desses ativos é fundamental para aumentar o valuation da empresa. Outro trunfo dos italianos para alavancar o preço de venda da companhia é a instalação da rede 5G, a começar pelo maior mercado do país: a operadora foi a primeira a ativar a nova frequência em 100% dos bairros da cidade de São Paulo.
Tomando-se como base apenas o valor em bolsa, a TIM Brasil é uma empresa da ordem de R$ 30 bilhões. Procurada, a TIM não quis se pronunciar. Na atual circunstância, a venda da companhia não é um negócio dos mais simples. Claro e Vivo, em tese candidatas naturais à aquisição, estão sobrecarregadas não só pela compra conjunta da rede da Oi, mas, sobretudo, pelos pesados investimentos feitos na implantação do 5G no Brasil. A empresa de Carlos Slim está desembolsando apenas neste ano cerca de R$ 11 bilhões no país; no caso do grupo espanhol, a cifra gira em torno de R$ 9 bilhões.
A alternativa para a Telecom Italia seria buscar um comprador fora do mainstream, leia-se um novo entrante no mercado. Seria, por exemplo, o caso da dupla BTG e Amos Genish? O banco de André Esteves e o executivo se associaram recentemente na vTal, criada a partir do spin-off da rede de fibra óptica da Oi. Genish conhece a TIM de forma intestina: entre 2017 e 2018 foi CEO da própria Telecom Italia. Não é a primeira vez que a venda da TIM Brasil entra na pauta da Telecom Italia. Agora, no entanto, a situação apertou.
A negociação da TIM daria fôlego ao grupo italiano para resistir a eventuais investidas de forasteiros, como a recente tentativa de compra pela gestora norte-americana KKR. Há forte pressão política na Itália para que a companhia permaneça sob controle nacional. A Telecom Italia é quase uma ex-estatal. O “quase” fica por conta da “golden share” que dá consideráveis poderes ao governo italiano sobre a companhia. A eventual negociação da operação brasileira é um movimento tão importante que teria pautado a própria sucessão do grupo, leia-se a nomeação de Pietro Labriola para o cargo de chairman. Labriola desponta como o nome certo para conduzir o processo de alienação da TIM Brasil: por pouco mais de dois anos e meio, ocupou a presidência da empresa brasileira.
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Dois pra lá, dois pra cá
8/08/2022A aprovação no Senado do empréstimo de US$ 500 milhões do Bird (Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento) para o estado de Goiás deve ser creditada na conta de Ronaldo Caiado. O governador costurou diretamente com Jair Bolsonaro o apoio da base aliada para acelerar a votação no Congresso. A contrapartida? Caiado já trabalha dentro do União Brasil para afastar qualquer movimento de aproximação do partido com Lula, como o que vem sendo ensaiado por Luciano Bivar.
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Baterias carregadas
29/07/2022A Guaimbê Solar Holding está formatando uma nova leva de projetos que devem somar investimentos da ordem de R$ 2 bilhões. A empresa de geração solar e eólica da AES Brasil recebeu recentemente uma carga extra com um aporte do Itaú. O banco passou a ser dono de 24% da companhia.

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Programa de Lula reserva um novo figurino para o BNDES
28/07/2022Bye Bye “cavalos vencedores” ou “campeões nacionais”. A política industrial que se discute no PT não acende sequer uma vela para as prioridades das gestões de Lula I e II e Dilma I e II. Não sobrou saudade do projeto de inserção internacional do BNDES nos tempos de Luciano Coutinho na presidência do banco.
Pelo contrário. A nova proposta é focar em produto e não em empresa. Coutinho, como se sabe, elevou à enésima potência o apoio a companhias como JBS, Odebrecht (e outras indústrias da construção pesada), Oi, BRF, Marfrig, entre as mais votadas. Não que tenha errado de todo. O estímulo à JBS, Marfrig e BRF permitiu que o Brasil se tornasse um gigante da cadeia da proteína e praticamente o player formador de preços no setor de carnes. Rememorando a origem dos “campeões nacionais”: a tese foi a resultante de uma disputa acadêmica entre Coutinho e o ex-presidente do BNDES Antônio Barros de Castro que defendia o financiamento a setores – o que não deixa de ser um apoio a produtos – e não a empresas. O PT vai resgatar o pensamento de Barros de Castro, colocando no centro da política industrial os insumos estratégicos, ou seja, os setores escolhidos.
As informações vazadas ao RR permitem algumas conclusões: primeiramente, vai ter política industrial, sim, com um BNDES proativo; em segundo, há um crossover da política de substituição de importações com a “nova política industrial do PT”; terceiro, os economistas que têm debatido o programa petista acreditam que ingressamos em uma era de “desglobalização”; quarto, as consequências geoeconômicas da guerra entre Rússia e Ucrânia podem estar apenas começando, com impactos enrustidos na cadeia global de suprimentos; quinto, o Brasil é dependente em demasia de produtos como fertilizantes, chips e itens essenciais do complexo industrial de saúde; Portanto, estes últimos estão entre os primeiros da fila de prioridades.
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Mudança de rumo
28/07/2022O BNDES decidiu não operar, a partir do ano que vem, a linha de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador. O banco vai seguir com empréstimos às atividades agropecuárias do pequeno produtor rural, mas utilizará dinheiro próprio. Com a decisão, o R$ 1,5 bilhão da rubrica Depósitos Especiais do FAT, a ser aplicado em 2023, que o BNDES utilizaria nos financiamentos, estará nas mãos de outra instituição financeira federal, talvez o Banco do Brasil ou o Banco do Nordeste.

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Uma “criptobolsa” para a negociação de commodities
19/07/2022Imaginem café, minério e petróleo sendo citados em moeda digital. Pois esta novidade está sendo aventada entre os agentes do comércio exterior. Trata-se da comercialização de commodities em uma bolsa de criptomoedas. Apenas mais uma ação disruptiva nos mercados a partir da ascensão do novo “meio de pagamento”.
Por ora, há uma disputa no mercado mundial de criptomoedas sobre quem vai regulamentar as operações com o ativo digital. No Brasil, de um lado estão o Banco Central, CVM e Susep, entre outros menos votados; do outro, Ambima e Abrapp, favoráveis à autorregulamentação. Outras entidades estão de olho nesse debate, querendo meter sua colher na definição das regras desse novo mercado. Todos querem fincar sua bandeira no mar revolto das criptomoedas, que, ao contrário dos fatos pretéritos, têm sido tratadas pelas consultorias e bancos espertos como águas plácidas de um estuário de lucros esplêndidos.
Os Bancos Centrais do mundo consideram que as criptomoedas são uma questão monetária dos Estados nacionais, na medida em que discutem as bases para criação de moedas digitais oficiais. Os autorreguladores, porém, entendem que a iniciativa é dar murro em ponta de faca, pois a tecnologia do blockchain torna no mínimo improvável que os BCs consigam deslocar a “soberania do mercado” sobre o livre trânsito desses ativos. A depender dessa contenda está a maior ou menor inserção dos bancos comerciais nas criptomoedas, hoje os maiores perdedores com a expansão das moedas digitais, desreguladas, deslastreadas e mal tributadas.
O que está em jogo é uma expansão, mais ou menos arriscada, das criptomoedas, com ou sem um marco regulatório, no mercado de aplicações financeiras. É desse caldo que surgirão novas fronteiras para negociação com as cripto, a exemplo das commodities. Por enquanto, corretoras que criaram o seu próprio limbo, como a XP e a QR Asset e agora também o Banco Itaú, seguem vendendo fundos em moeda digital sem medo de ser feliz. Os investidores que se cuidem. Entre os dois pontos que ligam a festa dos lucros e a ressaca dos prejuízos há uma linha reta que pode ser muito curta.
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Vai dar namoro?
14/07/2022Há rumores que o Nubank e o Banco do Brasil conversam sobre o futuro da BB DTVM. Se rolar o namoro, será um susto para todo o mercado.
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Duplo chapéu
12/07/2022O papel de Amos Genish na V.tal, criada a partir da compra da rede de fibras ópticas da Oi, não se limitará ao cargo de CEO. Genish, ex-CEO da TIM Brasil, está buscando investidores internacionais para a empresa, controlada pelo BTG. O banco diz que a informação não procede.

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O golpe não sai da cabeça de José Dirceu
8/07/2022José Dirceu só pensa no golpe. Cogita, inclusive, fazer contato com parlamentares democratas norte-americanos com o objetivo de sensibilizá-los evocando a Carta Democrática Interamericana da OEA. Dirceu ressalta que a democracia é, implicitamente, uma cláusula pétrea da Constituição brasileira. O ex-ministro considera que os Estados Unidos, em caso de golpe de Estado, poderiam congelar as reservas cambiais brasileiras, uma iniciativa similar à que foi feita com a Rússia por conta da invasão da Ucrânia. Como se sabe, Dirceu tem algum trânsito com os políticos norte- americanos. Foi ele o responsável pela articulação com o então vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, em torno da nomeação de Henrique Meirelles para o comando do Banco Central. À época, Meirelles era presidente do FleetBoston. Mas nem Dirceu, chamado pelos petistas de “Comandante de Ferro”, resiste aos prosaicos golpes do dia a dia. No momento, encontra-se recolhido em casa com Covid. Mesmo assim, pensando no golpe sem parar.

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O encontro das águas da Iguá e da BRK Ambiental
7/07/2022Faria Lima, 4.300 – 14° andar. No escritório da canadense CPP Investments no Brasil está sendo arquitetada o que pode vir a ser a maior operação de M&A já realizada no setor de saneamento no Brasil: a fusão da BRK Ambiental e da Iguá Saneamento. A gestora de recursos – braço do Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB), um potentado com mais de meio trilhão de dólares em ativos – negocia a compra de até metade das ações da Brookfield na BRK.
A conterrânea canadense tem 70% do capital. Estima-se que a fatia total da Brookfield valha algo próximo de R$ 6 bilhões. Uma vez dentro do capital da BRK, a CPP Investments estaria em uma posição privilegiada para o segundo movimento: costurar a fusão da companhia com a Iguá Saneamento, da qual a gestora canadense já é acionista, com 15%. Da associação poderá emergir um grupo com faturamento da ordem de R$ 5 bilhões e Ebitda combinado de R$ 1,1 bilhão, a números de 2021. A própria Brookfield seria um aliada importante da CPP nessa intrincada engenharia.
Ainda assim, não se trata de uma operação das mais simples. Algumas pontas precisam ser atadas de parte a parte. Do lado da BRK, uma incógnita é a posição da Caixa Econômica. O FI-FGTS, ad- ministrado pelo banco estatal, detém 30% da empresa – participação está avaliada em R$ 2,7 bilhões. Do outro lado, a CPP já mantém conversações com a BNDESpar, sua sócia na Iguá. Dona de 13% da empresa, a agência de fomento é vista pelos canadenses como um agente facilitador da operação. Dentro do banco há uma preocupação com o elevado nível de alavancagem tanto da BRK quanto da Iguá e seu impacto sobre a capacidade de investimento das duas empresas e sobre o próprio setor.
A primeira tem uma dívida de curto prazo equivalente a sete vezes o seu Ebitda. No caso da Iguá, esse peso é ainda maior: 14 vezes. Em fevereiro, a S&P rebaixou o rating tanto da companhia quanto de suas debêntures devido ao elevado endividamento. O aporte da CPP e a consequente fusão dariam o fôlego necessário à nova companhia. Sede de Brasil, por sinal, é o que não falta aos canadenses. Somente nos últimos meses, a gestora uniu-se à Votorantim para criar a Auren Energia, empresa com R$ 15 bilhões de valor de mercado. O próprio Canada Pension Plan, por sua vez, costurou por dentro outra grande operação de M&A: a recente fusão da BR Malls e da Aliansce. A Faria Lima, 4.300 – 14° andar – crepita.
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Cesta de três
6/07/2022Um grande banco de investimentos está buscando um fundo para comprar o NBB, a liga brasileira de basquete.
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Brisa forte
4/07/2022Emissários do Grupo Brisa, de Portugal, têm percorrido bancos de investimentos e empresas de concessões rodoviárias no Brasil. Buscam parceiros para entrar nos próximos leilões do setor no país. Seria a volta do Brisa ao Brasil: o conglomerado português foi sócio da CCR até 2010.
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A segunda chance da Elektra
1/07/2022A varejista mexicana Elektra ensaia seu retorno ao Brasil. Grandes fabricantes de eletrodomésticos já estão sendo procurados pelo grupo. Desta vez, a Elektra deverá se limitar ao e-commerce, diferentemente da sua primeira e mal sucedida investida no país. Em 2008, a rede do magnata mexicana Ricardo Salinas chegou ao Nordeste em uma operação casada com o Banco Azteca, do mesmo grupo. Era o auge do estímulo ao crédito e ao consumo no governo Lula. Ainda assim, o plano de montar uma grande operação com mais de mil pontos de venda em todo o Brasil naufragou. A Elektra chegou no máximo a 35 lojas, todas fechadas em 2015.
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BNDES na Defesa
30/06/2022O projeto de construção do novo Navio de Apoio Antártico (NApAnt) da Marinha do Brasil tem tudo para avançar mais alguns nós. Há tratativas para que o BNDES financie fabricantes de peças e equipamentos da indústria naval. Procurado, o banco confirma que “poderá apoiar os fornecedores da cadeia de suprimentos necessários para a construção do NApAnt”. A cargo da Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron), o projeto de montagem da embarcação está orçado em quase R$ 700 milhões. Depois do Prosub, o novo programa de submarinos da Marinha, é um dos maiores investimentos em curso na Força Naval. A construção do navio será feita pelo estaleiro Jurong Aracruz (EJA) e pela Sembcorp Marine Specialised Shipbuilding.

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O curto-circuito no papo dos “Economistas do Brasil”
28/06/2022A leitura da lavação de roupa suja do grupo “Economistas do Brasil”, vazada nas mídias no último fim de semana, não revela nada muito explosivo, além de teses fascistoides do ex-presidente do Banco do Brasil Rubem de Freitas Novaes. O RR teve acesso ao conteúdo das conversas. O ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco, que se desentendeu com Novaes no grupo de economistas, não disse nada de tão novo que já não tenha dito antes, por ocasião da sua conturbada saída do cargo. Castello, em vários pontos da conversa, reforça o que já tinha falado: a tentativa permanente de Bolsonaro em intervir na Petrobras e sua disposição de não ceder às demandas despropositadas. No mais, são pedidos do presidente para mudar a regra de correção dos preços dos combustíveis e queixas da comunicação da estatal. Quem posa de Darth Vader no lado negro da força é Novaes, com sugestões horrorosas para o combate à inflação e, diga-se de passagem, a busca obsessiva de fazer de uma afamada jornalista inimiga no 1 não só dos economistas interlocutores no grupo, mas de todo o Brasil.
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Nova roupagem
23/06/2022Após desistir da venda do BB Americas, o Banco do Brasil pretende dar uma guinada na operação, com foco na área de private banking e alta renda. Além disso, a controlada deixará de ser um negócio insular e será absorvida pelo próprio BB, em Miami.
Acervo RR
Campanha
22/06/2022Rodolfo Landim estuda levar alguns jogos do Flamengo para o Estádio Mané Garrincha, em Brasília. O governador Ibaneis Rocha, candidato à reeleição, agradece. Não custa lembrar que o Banco Regional de Brasília é o patrocinador master do rubro negro.
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Bola longa
20/06/2022Um grande banco de investimentos vêm tentando fazer uma tabelinha com o fundo americano RedBird, que acaba de comprar o Milan. Ao menos é o que a instituição em questão tem vendido para os clubes brasileiros que assessora.

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O bye, bye, Brasil da Vale?
15/06/2022Há na Vale um “manda chuva” que defende a mudança da sede fiscal da companhia para Bruxelas. O assunto é sério. E pode ir ao Conselho. Em seus idos de empresa estatal, a Vale, então conhecida pelas iniciais do seu nome, CVRD, tinha uma cabeça de ponte naquele país, a Rio Doce Europa. A subsidiária era comandada por Eliezer Batista, um mito entre os “valerianos”, o que por si só já justificava ser considerada uma segunda sede.
A partir de Bruxelas, a Vale lançava seus tentáculos pelo mundo, fazendo daquele país um corredor para suas vendas. A sede da Vale só não se foi de vez porque Carlos Lessa, em sua polêmica gestão na presidência do BNDES, comprou ações suficientes da empresa para evitar a medida. De certa forma, guardadas as devidas proporções, é o que acontece com a JBS. A expressiva presença do banco no capital da empresa (cerca de 20%) é um impeditivo ao velho projeto dos irmãos Batista de transferir o centro de decisões da companhia para o exterior.
No caso da Vale, ressalte-se, essa trava não existe mais: em fevereiro do ano passado, o BNDES zerou sua participação societária na mineradora. Consultada pelo RR, a Vale não se manifestou. Um ex-diretor da Vale afirmou ao RR que a ideia é muito difícil, quase impossível, devido a resistências de ordem política. Mas, se fosse para ser implementada, a escolha não deveria ser Bruxelas, mas, sim, Pequim, pois a China é o grande comprador de minério de ferro do Brasil e, portanto, o hub natural para vendas no Oriente.

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Os bons pagadores
15/06/2022Um indicador alvissareiro: o Banco do Brasil – administrador do Fundo de Garantia de Operações do Pronampe – projeta novas quedas no nível de inadimplência do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. O BB, segundo o RR apurou, já trabalha com uma estimativa para os pagamentos em atraso próxima dos 3% em agosto. Ressalte-se que, entre janeiro e abril, o índice de inadimplência do Pronampe já recuou de 5,3% para 4%.
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Créditos à vista
15/06/2022A Enforce, leia-se BTG, é forte candidata à compra da carteira de créditos duvidosos do BRB (Banco Regional de Brasília), da ordem de R$ 1,2 bilhão.
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Cofres abertos 2
14/06/2022A entrada no capital do Banco Neon foi apenas o ponto de partida. O espanhol BBVA pretende comprar participações em outras fintechs no Brasil. A área de crédito é o alvo.
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Uma longa jornada cambial noite adentro
14/06/2022O dólar fechou ontem a R$ 5,10. É grande a probabilidade que acorde hoje a um valor maior. Trata-se de uma resposta do mercado à sinalização de que o “minivolcker” está a caminho – uma alusão à disparada dos juros americanos liderada pelo então presidente do FED, Paul Volcker. As expectativas estão voltadas para amanhã, quando o banco central norte-americano anunciará sua taxa de juros. Ainda ontem, o mercado já projetava o dólar a R$ 5,50 no fim deste ano e a R$ 6 para 2023.
O BC tem bala na agulha para se proteger de incômodos cambiais. Desde 2011, as reservas estão acima de US$ 300 bilhões, valor bem acima do recomendado pelo FMI como colchão. O Brasil é credor líquido em títulos da dívida norte-americana. Já eliminou o imposto sobre o investidor estrangeiro que comprar títulos públicos. E as commodities não deixam de ser um hedge natural. Ou seja: a autoridade monetária tem espaço para outras desonerações na área cambial. As questões maiores parecem surgir na inflação e no endividamento empresarial.
Na inflação, porque o BC, provavelmente, será obrigado a elevar os juros acima dos 14% neste ano. Juros altos, como se sabe, é um “come-PIB”. Também deterioram a situação fiscal pela via do endividamento público e da redução da arrecadação. Pode estar chegando um novo tempo de heterodoxias na política econômica – vide a PEC do ICMS. Do lado do endividamento empresarial, há menos risco do que no passado, tempos de Aracruz e Sadia, que praticamente quebraram. Quase todas as companhias fazem hedge. A questão é que umas mais e outras menos.
Fora o fato de que o tamanho do passivo em dólar tem variações enormes em cada uma delas. São previsíveis, portanto, uma gangorra das cotações no mercado e a suspensão do pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio. No primeiro trimestre, a desvalorização cambial foi de cerca de 15%. Empresas com dívida em dólar elevada – como a Suzano, que tinha quase 85% do passivo tomado naquela moeda – ganharam muito no período em consideração. Aquelas que têm hedge natural, como a Vale, vão prosseguir surfando na onda. Tudo depende da força de vontade do BC e de até onde vai a disposição de ajuste fiscal por parte do Ministério da Economia. Esta última bastante improvável. Além, é claro, do impacto das eleições na tomada de decisão. Seja como for, todos os olhos estão voltados para o Norte. Na maior parte das vezes o que é bom para a América não é bom para o mundo.

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PEC do ICMS atinge o setor bancário na veia
9/06/2022Em primeiro, o Banco do Brasil; em segundo, a Caixa Econômica; em terceiro, o Itaú; em quarto, o Bradesco; e depois, a uma larga distância os outros. Esse é mais ou menos o ranking dos bancos que mais vão perder com a PEC do ICMS, segundo um integrante do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). O setor bancário – leia-se os quatro bancos citados, que representam cerca de 80% do segmento – é quem mais vai sofrer com a derrama dos estados e alguns municípios, caso a PEC venha a ser aprovada.
Há dúvidas maiores sobre a ordem da sangria entre o terceiro e o quarto lugares. Mas a dupla de bancos que está no pódio é campeoníssima nas perdas futuras e deverá, portanto, pagar bem menos dividendos à União. O Confaz já atualizou suas projeções para a queda da arrecadação dos estados: o rombo estimado subiu de R$ 83 bilhões para até R$ 110 bilhões. Mesmo que a União repasse entre R$ 25 bilhões e R$ 50 bilhões, esse dinheiro não cobre metade do buraco.
São 27 entes federativos que não terão solução a não ser o corte de despesas, incorrendo, em hipótese contrária, na Lei da Responsabilidade Fiscal por improbidade administrativa. Todos passam a ter teto de ICMS sobre combustíveis para compensar o furo no teto das despesas do governo. A partir de outubro a maior parte deles ficaria com o caixa negativo. Essa situação de crash estadual será, inevitavelmente, repassada à rentabilidade bancária, quer seja através da redução de floating, quer seja sobre impacto no caixa ou mesmo em função da queda do PIB dos estados. O RR perguntou à Febraban se há algum cálculo em relação ao impacto potencial da PEC do ICMS sobre a rentabilidade futura do setor. A entidade disse não ter “a informação solicitada”.
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Tabelinha
6/06/2022Um grande banco de investimentos brasileiro deve se unir ao Flamengo no projeto de compra de um clube de futebol
em Portugal. As conversas têm sido conduzidas diretamente por Rodolfo Landim, com o apoio de um ex-dirigente do clube que atua no mercado financeiro.

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Stone e Getnet querem passar o cartão na mesma maquininha
2/06/2022A reestruturação societária anunciada pela Stone – com a redução do poder do sócio fundador Eduardo Pontes – é vista na própria empresa como antessala para uma operação maior, leia-se uma fusão com outro grande player do setor financeiro. Além do decantado interesse do BTG, há algum tempo apontado como candidato ao negócio, o RR apurou que a companhia estaria mantendo conversações com a Getnet, pertencente ao Santander. No mercado, há, inclusive, quem enxergue mais do que uma mera coincidência no fato da Stone ter anunciado mudanças no bloco de controle simultaneamente ao fechamento de capital da Getnet, já divulgado pelo banco espanhol.
As operações seriam movimentos societários geminados, um preparativo para a posterior associação entre as duas companhias. Procuradas pelo RR, Stone e Getnet não se manifestaram. A eventual combinação de negócios das duas empresas de meios de pagamentos daria origem a um gigante do mercado de “maquininhas”. Stone e Getnet somam receita líquida da ordem de R$ 7 bilhões e um Ebitda superior a R$ 1 bilhão – a números de 2021. Tudo, ressalte-se, potencializado por um sem-número de possibilidades de sinergia com os demais negócios do Santander no Brasil.
Stone e Getnet têm um ponto fundamental em comum: ambas precisam encontrar uma resposta rápida para enfrentar a concorrência de espécies cada vez mais distintas do ecossistema financeiro, de empresas de adquirência a startups com novas soluções de pagamento. O Pix é outro adversário brutal. Não por acaso, as ações das empresas de “maquininhas” derretem. De junho de 2021 para cá, o valor de merca- do da Stone caiu impressionantes 86% – o equivalente a mais de R$ 130 bilhões. A Getnet não chega a tanto. Mas apenas sete meses depois da sua listagem direta em bolsa, o valor da ação da empresa acumula uma retração de 58%.
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Cemitério de bancos
1/06/2022Apesar da concentração do sistema financeiro em seis instituições, o Brasil anda possui 183 bancos. Segundo uma análise feita por uma raposa colaboradora do RR, dá para diminuir muito, pois quase 60% deles estão desativados.
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Ano eleitoral
19/05/2022O governador Ibaneis Rocha acenou ao Flamengo com a possibilidade de antecipar a renovação do contrato de patrocínio do Banco Regional de Brasília (BRB), que vence apenas em 2023.

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Haddad é a carta na manga para o Ministério da Economia
12/05/2022Se não emplacar na eleição para o governo de São Paulo, Fernando Haddad é candidataço ao posto de ministro da Economia caso Lula venha a ser eleito. A expectativa criada pelo ex-presidente em relação ao programa econômico e ao nome do seu ministro da Fazenda – Lula disse que só anunciará ambos “depois que ganhar as eleições” – é compreendida nas internas como “Operação Esperando Haddad”. O ex-ministro de Lula, e quem sabe futuro, não é o Godot da peça de Samuel Beckett.
Está com meio pé na missão. Haddad é entrosado com a turma do Insper, notadamente o presidente, Marcos Lisboa, que perfilou como secretário de política econômica no governo Lula. Já tem staff para a eventual missão. Haddad circula na área empresarial, tem uma pegada acadêmica e é tido como um negociador político plácido e conciliador.
É quase um liberal, um “mini FHC”. Ah, mas diria o mercado, em uma imaginária peça de Beckett: esperar Haddad tanto tempo é uma eternidade. Talvez não. Lembrais-vos do anúncio de Henrique Meirelles para o Banco Central. Lula só confirmou a escolha no dia 12 de dezembro de 2002, ou seja, apenas 20 dias antes de assumir a Presidência. Em tempo: o petista já tem seu presidente do BC, que atende por Roberto Campos Neto. Mas, para Haddad assumir o comando da política econômica, o PT terá de perder São Paulo, o maior PIB do Brasil.

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Lula e Alckmin planejam um choque regulatório
10/05/2022Lula e Geraldo Alckmin já estão trocando ideias para um futuro programa econômico. O petista e o ex-tucano estudam lançar uma espécie de choque de reafirmação regulatória. Esta pode ser uma das grandes surpresas da campanha. O projeto consistiria no fortalecimento da figura das agências. As atribuições de todos os órgãos reguladores do Estado passariam a ser definidas na própria Constituição. Hoje, apenas a Anatel (Artigo 21) e a ANP (Artigo 177) estão previstas na Carta Magna, ainda assim de forma superficial. As demais – a exemplo da ANAC, Aneel e ANTT, entre outras – nem isso.
Vivem em um limbo legal. Seu papel é definido de forma dispersa, a partir de uma algaravia de leis, portarias e decretos. A constitucionalização teria como objetivo tornar os órgãos reguladores independentes, a exemplo do Banco Central. Lula e Alckmin embalariam a medida com o discurso de que é necessário dar autonomia de fato às agências como forma de garantir o cumprimento de contratos em setores regulados da economia, como óleo e gás, energia elétrica, telefonia, concessões de infraestrutura etc. Ou seja: a dupla pretende passar um recado forte aos agentes de mercado de que, em seu governo, haverá segurança jurídica.
Tudo muito bom, tudo muito bem, mas, muito provavelmente, Lula não fará a autocrítica de que esse intervencionismo começou no governo de Dilma Rousseff, com sua nova matriz econômica. Entre outros artificialismos, Dilma segurou os preços da energia na marra. Deu no que deu. Como sempre, Lula vai mimetizando as circunstâncias. Há um algoritmo político na ideia de revigoramento dos órgãos reguladores. Seria um gesto exatamente na contramão do que o governo Bolsonaro tem feito. O presidente Jair Bolsonaro vem provando que é possível desacreditar as agências. Umas das marcas da sua gestão é que qualquer área regulada está à mercê dos caprichos do Executivo.
Trata-se da mesma e tortuosa lógica que pauta as seguidas intervenções do Palácio do Planalto na Petrobras, uma sociedade de economia mista. Isso quando a ameaça de descumprimento das regras do jogo não vem do Legislativo. Neste momento, por exemplo, o Congresso está acelerando a tramitação de um projeto que adia para 2023 o reajuste das tarifas de energia no Ceará, previsto para este ano. Uma vez aprovada, a proposta abre brecha para que o mesmo ocorra em outros estados.
Não haveria uma Carta ao Povo Brasileiro II. Lula e Alckmin apresentariam de forma picada propostas para a economia, notadamente com o intuito de acalmar os mercados. E, nesse caso, conforme já sinalizado, o ex-tucano terá um papel fundamental nessas inflexões ao centro e à direita. Uma das funções de Alckmin será testar esses projetos, medir a aceitação dos agentes privados e até mesmo abordá-los publicamente, de forma a diluir a vinculação do ex-presidente a temas menos afeitos ao seu eleitorado. É um dos temperos do “Risoto de Lula com Chuchu”.
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Cesta de três
10/05/2022A XP Investimentos não avança somente nos gramados. O banco estaria em busca de um sócio internacional para o NBB, a liga brasileira de basquete.

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Há uma inegável química entre a Unipar e a Braskem
6/05/2022O RR crava que a Unipar tem sido procurada por fundos de investimento para apresentar uma oferta conjunta pela participação da Novonor (antiga Odebrecht) na Braskem. A premissa é que a proposta atenda aos bancos credores da holding e à Petrobras, com a aquisição também das ações em poder da estatal. A Unipar tem sinergias com a Braskem e solidez empresarial para se tornar a sócia operacional da empresa, sem precisar de ajuda financeira do Estado. No ano passado, a companhia teve receita recorde de R$ 6,2 bilhões e lucro líquido de R$ 2 bilhões.
Ou seja: seria um projeto bem diferente da Quattor, empresa criada em associação com a Petrobras, que, à época, incorporou os ativos da Suzano Petroquímica. Na ocasião, em 2008, a Unipar foi praticamente forçada a entrar no negócio mais por razões de ordem política do que estratégica. A Unipar leva notórias vantagens sobre o refogado de empresas apontadas como candidatas à compra da Braskem. O Ultra, por exemplo, enfrenta sérios dilemas. Ao contrário da Unipar, está longe de concluir sua sucessão. Há divergências entre Pedro Wongtschowski, presidente do Conselho, e Marcos Lutz, CEO, em relação à estratégia para o grupo.
Wongtschowski, um industrialista raiz, defende que a empresa troque de posições em alguns ativos, a exemplo da Ipiranga, e assuma a Braskem. A rede de postos ampliou o endividamento e tirou foco do grupo. A J&F, por sua vez, até tem fôlego financeiro de sobra para levar a Braskem. E, ao contrário do Ultra, não enfrenta impasses sucessórios. A intenção nem tão velada da companhia seria levar a sede da petroquímica para o exterior, em linha com os seus planos para a JBS – conforme informou o RR em 10 de março. Porém, no setor há dúvidas quanto ao real interesse dos irmãos Batista pela Braskem. Nos últimos meses, espocam notícias sobre o avanço do grupo em negócios fora do seu core business.
Fontes próximas à J&F apontam que essas supostas investidas parecem atender a uma operação de “M&A Washing”. Seriam vazamentos oficialmente consentidos de aquisições que nunca se consumam. Fundos, como o norte-americano Apollo, também despontam como candidatos à compra da Braskem. No entanto, analisam o negócio com alta dose de prudência. Os fundos temem comprar Brasil neste momento, de incertezas institucionais. Além disso, carregam dúvidas do quanto ainda há de politização na Braskem. Ao comprar a empresa, teriam de sentar-se para negociar com a Petrobras, sabe-se lá em que ambiente político.

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BTG joga em todas as posições nos gramados brasileiros
27/04/2022Como se não bastasse a ferrenha disputa por agentes autônomos e pela aquisição de fintechs, XP e BTG estão duelando também pela consolidação da indústria do futebol. O mais novo movimento vem do banco de André Esteves. Segundo o RR apurou, o BTG teria planos de se unir a outros investidores no negócio de reformas e gestão de arenas esportivas. O campo é largo: vai dos estádios públicos – Maracanã, Fonte Nova, Mineirão, Arena Pantanal, entre outros – aos particulares.
Neste segundo caso, ressalte-se, a operação poderá se dar tanto em tabelinha com as novas SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol) quanto os “velhos” clubes associativos. Consultado, o BTG não se pronunciou. O desenho tático do BTG passa pela verticalização de seus negócios no futebol. De acordo com a mesma fonte, o banco estuda entrar também no licenciamento de marcas, um segmento que ainda engatinha no Brasil vis-à-vis a indústria global do esporte. Um dos alvos é o e-s- ports; outro é o lançamento de NFTs (non-fungible tokens).
O mercado dos chamados fan tokens é um dos mais promissores no futebol brasileiro. Parte desses negócios deverá ser conduzida sob o guarda-chuva da Win, empresa criada pelo BTG no ano passado em sociedade com Claudio Pracownik, ex-sócio do próprio banco e ex-CFO do Flamengo. Esse amplo arco de negócios não deixa de ser um contra-ataque do BTG à ofensiva do XP em áreas específicas do business futebol. A instituição assessorou Cruzeiro e Botafogo na constituição e venda de suas respectivas SAFs. Ao mesmo tempo, a XP está buscando investidores para bancar a criação de uma liga de futebol no Brasil.
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Último capítulo?
25/04/2022A saga da família Saraiva à frente da rede de livrarias de mesmo nome parece caminhar para o seu epílogo. Há tratativas para que a Travessia Securitizadora assuma o controle da empresa, em recuperação judicial. A Travessia se tornou a maior credora da Saraiva ao comprar a dívida da companhia junto ao Banco do Brasil, no valor de R$ 120 milhões. Consultada, a Travessia Securitizadora confirmou ser “credora de determinados créditos no âmbito da recuperação judicial da Saraiva.” Já a rede de livrarias não se manifestou.
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Dono do pedaço
13/04/2022Segundo fonte do RR, o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, descartou em alto e bom som a quatro deputados da bancada ruralista a demissão do vice-presidente de agronegócios, Renato Luiz Naegele. O executivo é tido pelos parlamentares como um osso duro de roer.

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Presidente da Fiesp movimenta suas peças no tabuleiro eleitoral
11/04/2022O novo presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, joga em duas posições. Aquela que tem uma ex-posição maior é o distanciamento público do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, de quem seu pai, José Alencar, foi vice-presidente nos dois mandatos. Josué assumiu a entidade como um reformista, que pretende atrair a nata do setor para colaborar em propostas de política industrial.
O presidente da Fiesp, ao contrário do seu antecessor Paulo Skaf, não quer saber da candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro. Se depender dele, Bolsonaro é passado. Mas, a outra posição no tabuleiro de Josué é a discreta colaboração com Lula para construção de uma política industrial “rebelde”, conforme os dizeres de Roberto Mangabeira Unger, que não siga apenas a receita única de incentivos, renúncias fiscais e dinheiro barato. Um dos interlocutores do manda-chuva da entidade é o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho.
Apesar do desgaste dos últimos anos do governo do PT, quando a política de fomento do banco foi associada a práticas pouco ortodoxas de financiamento, Coutinho é um dos maiores, senão o maior, economista industrialista do Brasil, posto que dividia, mano a mano, com os saudosos Arthur Candal e Antônio Barros de Castro. Josué sabe que Lula e Ciro Gomes são os candidatos mais sensíveis ao revigoramento da indústria, que hoje representa cerca de 12% do PIB. Só que a candidatura de Ciro desidratou. Lula é a alternativa, não porque “papai” era colado com ele, mas porque é o único sensível à causa entre os postulantes à Presidência que devem chegar ao segundo turno das eleições. Há muito tempo que a Fiesp é uma bola murcha, para não dizer furada. Cabe a Josué mudar isso. Agora, é aguardar a hora em que ele vai sair do armário.
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À beira do gramado
8/04/2022De primeira: o grupo chinês Fosun estuda investir na compra de clubes de futebol no Brasil. O meio de campo tem sido feito por um grande banco de investimentos brasileiro. A Fosun é um potentado, com tentáculos que se esticam pelas áreas de seguros, mídia, bancos e real estate. No futebol, é dono do clube inglês Wolverhampton.
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Os inseparáveis irmãos Weintraub
6/04/2022Arthur Weintraub, ex-assessor especial do presidente Jair Bolsonaro, está com um pé fora da OEA. Já confidenciou a pessoas próximas que deverá se desligar do cargo de Secretário de Segurança Multidimensional, em Washington, até o fim deste mês. É mais um indício de que seu irmão, o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, deixará o Banco Mundial para voltar ao Brasil e disputar as eleições. Caberia a Arthur a missão de coordenar a campanha. Ainda falta definir se Abraham vai concorrer ao governo de São Paulo ou a uma vaga na Câmara.
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A política monetária de dois gumes do BC
5/04/2022O presidente do BC, Roberto Campos Neto, pode bater com o pé no chão, gesticular, esbravejar, desmentir, mas a verdade é que a política monetária está voltada mais para o câmbio do que para a inflação. O que, na atual circunstância, não chega a ser um crime de lesa macroeconomia, e, sim, uma reedição do enigma galináceo de quem nasceu antes: o ovo ou a galinha. O BC diz que só mira a inflação e não o câmbio, que desabou para R$ 4,60.
Dois motivos teriam impactado o dólar: os preços das commodities e a astronômica taxa de juros real, que namora os 7% – a expectativa de instituições financeiras, como o Barclays, é de que a Selic alcance 13,75% em junho. O BC não tem influência sobre os preços das commodities. Mas manda e desmanda nos juros. A priori o que se diz é que os juros elevados são para baixar a carestia. Pode ser. Mas é curioso o remédio de juros altos quando a economia rasteja, há uma quebra das cadeias de produção e não se identifica pressão de demanda.
Só se o BC considerar que os auxílios dados por Jair Bolsonaro provocarão algum frenesi sobre o consumo, principalmente nos bens de primeira necessidade. Parece difícil. Há quem diga que o BC faz uma política de dois gumes. Combate a inflação através do câmbio, o que ajudaria também a reduzir a transmissão das cotações das commodities para os preços internos. De quebra, a autoridade monetária afastaria o risco de histerese provocado por uma insegurança crescente em relação às contas públicas. Lembrando que histerese é quando juros altos deixam de ter efeito na inflação.
Mas não deixam de ter no câmbio, pois o fluxo de moeda segue como uma manada para os países que oferecem taxas mais altas. Os únicos juros no planeta mais altos do que no Brasil são as taxas praticadas na Rússia. Mas aí não conta, pois o país está em guerra e sofrendo sanções de toda a ordem, inclusive o congelamento das suas reservas em bancos estrangeiros. Com o real fortalecido, as importações tendem a aumentar, e os preços a cair.
Tudo muito bom, tudo muito bem. No entanto, a cadeia de transmissão dos juros, câmbio e inflação, mesmo dando certo, também deixa mortos no caminho: a atividade produtiva e o emprego. Sob esse aspecto vamos mal, com projeções de um PIB inferior a 1% e um desemprego de 12%. A festa é só para o baronato das commodities, com rentabilidade superior a até 300%. Talvez fosse a hora de instituir um imposto sobre o setor, como fazem vários países do mundo, transferindo dinheiro para o combate à pobreza, investimentos em obras públicas e o próprio ajuste fiscal.
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Sem açúcar e sem afeto
31/03/2022O fundo norte-americano LoneStar busca um comprador para a Atvos, o antigo braço sucroalcooleiro da Odebrecht. O negócio, no entanto, é complexo, seja pela dívida da companhia – em torno de R$ 12 bilhões -, seja pela disputa jurídica entre os norte-americanos e os grandes credores financeiros. A LoneStar assumiu o controle da Atvos, mas enfrenta forte resistência do Banco do Brasil e do BNDES, entre outras instituições.

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Agricultores devem ter seu “auxílio emergencial”
25/03/2022O governo estuda medidas para mitigar os prejuízos impostos pela seca aos médios e grandes produtores rurais. Uma das ideias discutidas é a concessão de uma linha de crédito emergencial do Banco do Brasil. Outra iniciativa em análise é um waiver temporário para o pagamento de empréstimos realizados no âmbito do Plano Safra 2021-22, leia-se um volume total de R$ 250 bilhões – medida similar foi adotada em 2020 por causa da pandemia. A suspensão dos pagamentos beneficiaria ruralistas das áreas mais afetadas pela estiagem, notadamente a Região Sul.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, a quebra da safra de grãos foi a maior em dez anos. Os prejuízos apenas dos produtores de soja e milho superam os R$ 35 bilhões. No Centro-Oeste, por sua vez, as perdas somente com a soja chegam a R$ 15 bilhões. Não obstante os efeitos das secas, sob certo aspecto os agricultores estão pedindo ajuda de gulosos. O carry over é positivo: em fevereiro, por exemplo, as exportações do agronegócio subiram 65% em relação ao mesmo mês em 2021.
Ressalte-se que o governo já deu um refresco para os pequenos agricultores, com a liberação de R$ 1,2 bilhão por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). No entanto, há uma grande pressão do agronegócio, potencializada pela bancada ruralista, por medidas voltadas ao médio e grande produtor. Os pleitos têm sido levados ao presidente Jair Bolsonaro notadamente pelo senador Luiz Carlos Heinze, um dos próceres da Frente Parlamentar da Agricultura.

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Muito barulho por nada
25/03/2022Os US$ 9,5 milhões de Paulo Guedes depositados em uma offshore no Caribe correspondem a míseros 0,0017% do total de recursos de brasileiros no exterior – cerca de US$ 558 bilhões. Isso, claro, levando-se em consideração apenas a conta revelada nos Pandora Papers. Cabe lembrar que, inicialmente, o ministro se recusou a apresentar os números de seus investimentos ao Congresso, com a alegação de que já tinha declarado toda a documentação à Receita e ao Banco Central. No final da história, foi muita palha queimada à toa.
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Nova roupagem
23/03/2022Dentro do Banco do Brasil, começa a ganhar força a ideia de transformar o BB Americas em um banco digital. Seria uma forma de pedalar o crescimento do negócio, seja para permanecer sob o guarda-chuva do BB, seja para finalmente deslanchar a sua venda. O BB Americas, sediado em Miami, está sobre o balcão há mais de três anos.
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Próxima fatura
11/03/2022O Softbank está prestes a se tornar sócio de uma das maiores fintechs da área de pagamentos do Brasil, com mais de 20 milhões de usuários ativos. O banco japonês já investiu mais de US$ 3 bilhões na América Latina, a maior parte no Brasil.

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JBS prepara mudança da sede fiscal para os EUA
10/03/2022O RR apurou que a JBS retomou o processo de transferência da sua sede fiscal para o exterior, mais precisamente para os Estados Unidos. Ontem, de acordo com uma fonte do próprio BNDES, a mudança já era dada como praticamente certa nos corredores do banco, segundo maior acionista da companhia. Ressalte-se que a JBS USA, que engloba as divisões JBS USA Beef, JBS USA Pork e Pilgrim’s Pride, já responde por mais de 75% da receita do grupo. Ou seja: na prática, não é de hoje que o Brasil se tornou um satélite nos negócios dos irmãos Batista.
Além do tamanho da operação, outras questões empurram a JBS para os Estados Unidos, como menor risco sistêmico, redução do custo de financiamento e simplificação tributária. Ressalte-se que um movimento como este pode extrapolar os limites da companhia. A decisão da JBS de tirar sua sede do Brasil cria um estímulo para que outras empresas de commodities, a começar pela Vale, façam o mesmo. Levar a sede fiscal da JBS para o exterior é um plano antigo de Joesley e Wesley Batista.
Em 2016, a companhia tentou se transferir para a Irlanda. O movimento, no entanto, foi barrado pelo BNDES, então presidido por Maria Silvia Bastos Marques. Em 2019, sob o codinome de Projeto Hidra, o assunto voltou à baila na companhia. Na ocasião, a JBS trabalhou com a possibilidade de se mudar para a Holanda ou Luxemburgo. Mais uma vez, ficou no papel. Agora, no entanto, as circunstâncias são favoráveis aos irmãos Batista. O BNDES não tem mais o mesmo poderio de antes.
E, pelo jeito, nem quer ter. Nos últimos meses, vem se desfazendo de ações da JBS, no que parece ser um movimento de retirada gradativa da companhia. Além disso, o banco paga também o preço de ter comido mosca nas gestões anteriores. Não obstante o peso societário do BNDES, segundo maior acionista, atrás apenas da família Batista, não há no acordo de acionistas qualquer trava formal que dê à agência de fomento poder de veto sobre a transferência do centro de decisões da empresa. O RR fez várias tentativas de contato com a JBS, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. Também procurado, o BNDES informou que “não comenta nenhum tipo de especulação a respeito de transações envolvendo suas participações no mercado.”. Igualmente consultada, a CVM disse que “não comenta casos específicos.”
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Curtinhas de Brasília
7/03/2022O RR teve a informação de que, nos últimos dez dias, o deputado Marcos Pereira, presidente do Republicanos, tentou por duas vezes agendar um encontro com Jair Bolsonaro. Levou bomba em ambas. Por essas e outras, o partido tem ameaçado deixar a base do governo.
…
A relação entre o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o secretário executivo da Pasta, Rodrigo Otávio da Cruz, anda adoentada.
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O secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Luiz Antonio Nabhan, vem propalando aos quatros cantos que já foi sondado por Jair Bolsonaro para assumir a Pasta após a saída de Tereza Cristina.
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Após defenestrar Romildo Rolim do comando do Banco do Nordeste, Valdemar da Costa Neto trabalha agora para derrubar também o CEO interino da instituição, José Gomes da Costa. Valdemar não vai sossegar enquanto não colocar alguém seu na cadeira.

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A seca dos pequenos agricultores
23/02/2022Entidades que representam pequenos e médios agricultores – a exemplo da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Contraf) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) – estão articulando uma reunião para amanhã. O objetivo é discutir reivindicações que serão levadas à ministra da Agricultura, Tereza Cristina. O segmento cobra ações do governo para mitigar os prejuízos sofridos pelos produtores rurais em função das secas nas principais regiões agrícolas do país. Segundo o RR apurou, um dos pleitos é uma linha de crédito emergencial do Banco do Brasil para cobrir as perdas, notadamente nas Regiões Sul e Centro-Oeste.
O afago de Bolsonaro ao campo
O Palácio do Planalto planeja lançar uma campanha para propagandear os resultados da política de concessão de propriedades rurais do governo Bolsonaro – de acordo com a fonte do RR, os três primeiros anos de mandato totalizam cerca de 278 mil títulos rurais concedidos. Não é só: a partir de março, o presidente Jair Bolsonaro deverá cumprir uma intensa agenda de entregas de documentos de posse a pequenos agricultores, notadamente no Nordeste. O governo trabalha com a meta de conceder até 200 mil títulos neste ano, grande parte, como seria de se imaginar, antes das eleições.
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O day after do IPO do BV
21/02/2022Com anos-luz de atraso, o BV (antigo Banco Votorantim) pretende correr atrás da XP e do BTG. O banco dos Ermírio de Moraes tem planos de se tornar um consolidador de escritórios e plataformas de agentes autônomos. Uma parte dos investimentos necessários para a empreitada viria do seu IPO. Aliás, não custa lembrar que o RR antecipou, na edição de 9 de fevereiro, a abertura de capital do BV e as negociações para o fim da sociedade com o Banco do Brasil – informação publicada pelo jornal O Globo na última sexta-feira.

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Abilio Diniz é a porta de entrada da Auchan no Carrefour
15/02/2022O RR apurou que Abílio Diniz está disposto a negociar suas ações no Carrefour para a Auchan, outra das grandes redes varejistas da França. Diniz tem aproximadamente 8% do capital do grupo francês. A valor de mercado, sem contabilizar qualquer prêmio de controle, sua participação equivale a algo em torno de um bilhão de euros.
O empresário, ressalte-se, é peça chave na possível venda do Carrefour à Auchan, negociação que se arrasta desde setembro do ano passado. Trata-se do segundo maior acionista da companhia, atrás apenas da família Moulin. Procurada pelo RR, a Península Participações, holding da família Diniz, não se pronunciou.
As tratativas, ressalte-se, contemplam a possibilidade tanto de Abilio Diniz quanto da família Moulin receberem parte do seu pagamento em ações da própria Auchan. De toda a forma, aos poucos, Diniz está se tornando um dos empresários mais líquidos do Brasil, uma espécie de Aloisio Faria, que passou a ter parte da sua fortuna em dinheiro vivo após a venda do Banco Real. Entre outros negócios, o ex-controlador do Pão de Açúcar embolsou cerca de R$ 900 milhões com a venda da sua participação na BRF. Há cerca de três anos, amealhou também outros R$ 800 milhões ao se desfazer do equivalente a 2,5% do Carrefour Brasil.

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Banco do Brasil e Votorantim discutem seu divórcio societário
9/02/2022O RR apurou que os Ermírio de Moraes e o Banco do Brasil retomaram conversações para o IPO do BV (ex-Banco Votorantim). Segundo uma fonte do próprio BB, o banco estatal pretende aproveitar a oferta pública para reduzir substancialmente sua participação acionária, de 49,99%. Seria um primeiro movimento rumo à porta de saída. Posteriormente, de acordo com a mesma fonte, o BB colocaria o restante das ações em mercado, ou os papéis seriam recomprados pelo próprio Grupo Votorantim. Procurados pelo RR, o Banco do Brasil e o BV não quiseram se manifestar.
O fato é que o desenlace entre os Ermírio de Moraes e o BB tornou-se o caminho natural, tanto para um lado quanto para o outro. Para o BB, essa operação paralela não significa uma vantagem competitiva. Pelo contrário. Banco do Brasil e BV concorrem em diversas áreas, como, por exemplo, na concessão crédito para a compra de veículos. Não há nada que o antigo Banco Votorantim faça que o BB não possa fazer sozinho e com uma escala muito superior.
Por sua vez, os Ermírio de Moraes também têm motivos para aumentar sua participação no BV. O que antes era um patinho feio hoje se consolidou como um ativo estratégico no leque de operações do Grupo Votorantim. Mais do que isso: o banco virou um negócio bem azeitado e rentável. No ano passado, o BV teve lucro de R$ 1,5 bilhão – entre setembro e dezembro, registrou o maior ganho trimestral da sua história (R$ 421 milhões).
Nos três anos anteriores, o banco manteve um resultado médio sempre superior a R$ 1 bilhão, com um retorno sobre patrimônio também médio de 12%. Em nada lembra o BV do início da década: entre 2011 e 2013, a instituição teve um prejuízo acumulado de R$ 2,7 bilhões. Guardadas as devidas proporções, a associação entre o Banco do Brasil e o BV se assemelha ao ingresso da Caixa no Banco PanAmericano, ambas no governo Lula. Foram operações de ajuda. O BB entrou no capital do então Banco Votorantim, em 2009, em um momento em que a instituição passava por um delicado momento, no rastro da crise dos subprime. São águas passadas. Hoje, o divórcio societário é um jogo de ganha e ganha para o BB e para a Votorantim.

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Tiroteio político na gestão da Gocil
8/02/2022A recente demissão de praticamente toda diretoria da Gocil – um dos maiores grupos de segurança privada do Brasil, com faturamento de R$ 1,2 bilhão -, é atribuída nos corredores da companhia a uma explosão do empresário Washington Cinel. A razia teria se dado, sobretudo, por questões de ordem política. Cinel é um notório apoiador de Jair Bolsonaro. Em meio aos preparativos para a abertura de capital da Gocil, os executivos passaram a insistir que o empresário desvinculasse sua imagem de Bolsonaro. Em conversas internas teriam relatado o desconforto de bancos e investidores em participar do IPO dada a excessiva “politização” da companhia. Foram todos limados. Procurada pelo RR, A Gocil informou que “iniciou um processo de transição na sua diretoria.”. Segundo a empresa, “as mudanças foram conduzidas de maneira planejada e não impactam as operações”.

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Olavo de Carvalho não morreu
7/02/2022De acordo com uma fonte do RR no Itamaraty, o diplomata Henri Carrières, genro do recém-falecido Olavo de Carvalho, está cotado para substituir Abraham Weintraub no Banco Mundial – o ex-ministro da Educação deve voltar ao Brasil para disputar o governo de São Paulo ou uma vaga no Senado. Ex-assessor de Jair Bolsonaro, Carrières trabalha atualmente na Embaixada do Brasil em Washington.
…
Filipe Martins, assessor direto de Jair Bolsonaro para a área de política externa, trabalha junto ao presidente pela nomeação do diplomata Roberto Goidanich para uma Embaixada, mais precisamente na África. É mais um round na disputa entre “olavistas” e “itamaratecas” puro-sangue. Assim como Martins, Goidanich é um dos principais discípulos de Olavo de Carvalho no Itamaraty. Logo que assumiu o posto de chanceler, um dos primeiros atos de Carlos Alberto de França foi tirá-lo da presidência da Fundação Alexandre de Gusmão, think tank do Ministério das Relações Exteriores.

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BC estuda usar reservas para abater dívida bruta
3/02/2022O governo, leia-se o Banco Central, discute se desfazer de um volume maior das reservas internacionais do Brasil com o objetivo de abater a dívida bruta interna. Entre outros aspectos, a redução do lastro cambial contribuiria para o discurso de campanha do presidente Jair Bolsonaro. Para todos os efeitos, do ponto de vista fiscal, a dívida interna continuaria caindo mesmo que o resultado primário em 2022 seja menor do que no ano passado e as despesas aumentem em razão do calendário eleitoral.
As reservas brasileiras foram engordadas no dia 23 de agosto de 2021 com o aporte do FMI de US$ 15 bilhões, decorrente da distribuição de DES (Direitos Especiais de Saque) aos países membros da instituição. Esses recursos ficam contabilizados tanto no lastro cambial do país quanto na dívida externa. O governo, ressalte-se, quer dar uma cambalhota e abater não somente os US$ 15 bilhões da dívida interna, mas uma cifra ainda mais expressiva. Esse movimento, diga-se de passagem, vem sendo defendido por economistas de diversas correntes.
As reservas permanecem em um patamar confortável – US$ 358 bilhões na última terça-feira – mesmo tendo reduzido em relação ao fechamento de 2021 (US$ 362 bilhões). O colchão é bem superior à soma de três meses das importações brasileiras – na média, algo em torno de US$ 54 bilhões, tomando-se como base números de 2021. Trata-se do lastro mínimo necessário que o FMI adotou por mais de uma década para definir o risco cambial de um país. A título de exemplo: o eventual abatimento de US$ 50 bilhões das reservas – ou seja, cerca de R$ 265 bilhões ao câmbio de ontem – permitiria uma redução de 3,8% na dívida pública bruta (em torno dos R$ 6,9 trilhões no fechamento de 2021).
Também a números de dezembro, significaria um recuo na relação dívida/PIB de 80,3% para 78%. Para se ter uma ideia do que o valor representa, basta dizer que, desde 2010, último ano do governo Lula, o setor público acumula um déficit primário em torno de R$ 791 bilhões. Nesse período, ressalte-se, a relação dívida bruta/PIB saltou de 55% para os já citados 80,3%. A medida é tratada com todos os cuidados devido ao cenário externo de aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, conforme já sinalizado pelo FED. Ao mesmo tempo, haja sangue frio para adotar uma ação como essa em um ano de absoluta incerteza política, conjuntura internacional ameaçadora e sem uma análise precisa sobre o nível adequado de lastro cambial. Em tempo: o Banco Central está fazendo estudos econométricos para balizar qual seria esse montante na medida em que os parâmetros do FMI caducaram há muito tempo.

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Os planos de Lula para o futuro do BNDES
28/01/2022O BNDES vai completar 71 anos quando o futuro presidente assumir seu mandato. Mantido Jair Bolsonaro, pode-se esperar que o processo de desconstrução do banco prossiga. Caso o eleito seja Lula, a expectativa é de um banco de fomento fortalecido, diferente das gestões anteriores do PT, quando o crédito era uma função quase monotemática da instituição. O RR conversou com assessores de campanha do ex-presidente para a área econômica.
Do que a newsletter pode capturar das cercanias de Lula, a ideia é que o BNDES se torne em uma usina de projetos, dos mais diversos segmentos. O candidato da oposição pretende buscar recursos em todas as partes, mas para isso não considera suficiente a política de concessões do governo Bolsonaro. Concorda com o rumo, segundo assessores próximos, mas faz a velha crítica de que é preciso muito mais projetos greenfield.
O Brasil transfere muita coisa velha e oferta pouca coisa nova. Hipoteticamente, o BNDES se transformaria em algo como o BNDESP – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômica e Social e Projetos. Afinal, que outra instituição tem no país a capacidade de se tornar uma linha de montagem de propostas para novos investimentos além do BNDES? Quanto à carteira de ações do banco, que em grande parte será desfeita antes das eleições, o ex-presidente não é contrário à medida, de acordo com seus auxiliares ouvidos pelo RR. Ele entende se tratar de empresas maduras, que não precisam mais de apoio do BNDES.
Mas não renega a possibilidade de a BNDESPar vir a constituir uma nova carteira, resgatando o papel da instituição de capitalizar as empresas. Segundo assessores de campanha, Lula deixaria de lado a estratégia de apoiar o cavalo vencedor, ou seja, as megacorporações. Esses grupos podem se financiar através do mercado de capitais. Lula quer apoiar consolidações de empresas, criando novas companhias da indústria pesada, do complexo industrial médico-hospitalar e de tecnologia com porte competitivo no mercado. Tudo o que Bolsonaro não fez no seu governo.

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Mais um português no futebol brasileiro?
27/01/2022O fundo português Codecity Sports Management, liderado por Rui Pedro Soares, tem sido sondado para investir no futebol brasileiro. Ao menos dois bancos já contataram Soares. O investidor português carrega uma trajetória polêmica. No futebol, comprou o futebol do Belenenses, tradicional time de Lisboa, uma operação que deu origem a uma acirrada batalha judicial com o clube associativo. Foi ainda um dos principais executivos da Portugal Telecom durante o governo do primeiro-ministro José Socrates, preso posteriormente por corrupção. Sua gestão à frente da empresa de telefonia também é eivada de aquisições.

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Passivo tributário é uma bola dividida entre SAF e investidores
24/01/2022Quem vai pagar a dívida dos clubes brasileiros junto à União – uma cifra total da ordem de R$ 5 bilhões? Segundo o RR apurou, esta é uma bola dividida que tem provocado tensão e gerado atrasos nas negociações para a compra tanto do Botafogo quanto do Cruzeiro. Isso porque a Lei das SAF (Sociedade Anônima do Futebol) criou um perigoso ponto cego em relação ao passivo tributário dos clubes. A princípio, em caso de venda do de apartamento de futebol, esses débitos permaneceriam nas mãos do devedor original, isto é, os clubes associativos.
No entanto, de acordo com a mesma fonte, bancos e investidores envolvidos nas duas negociações já estão de posse de pareceres jurídicos que apontam na direção contrária. Ou seja: existe, sim, o risco de os acionistas da SAF serem futuramente responsabilizados pelas dívidas tributárias caso a agremiação não honre os pagamentos junto à União. Significa dizer que, no fim das contas, a parte “boa” e a parte “podre” da laranja continuariam sendo uma fruta só. Esse entendimento se baseia, sobretudo, no Código Tributário Nacional, mais precisamente em seus Artigo 131, 132 e 133, que tratam da responsabilidade dos sucessores sobre débitos.
O Art. 133, em seu parágrafo I, por exemplo, diz que a pessoa jurídica que adquirir “estabelecimento comercial” assume as dívidas tributárias “integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade”. É exatamente o caso em questão: ao criar e vender o controle da SAF, o clube associativo “cessa” a atividade, ou seja, o futebol. Diante dessa ameaça, os assessores do norte-americano John Textor e do ex-Ronaldo Fenômeno, candidatos, respectivamente, à compra do Botafogo e do Cruzeiro, estão quebrando a cabeça.
Buscam um modelo de negócio que afaste ou ao menos reduza esse risco fiscal e encaixe essas dívidas no valuation dos ativos. Não é uma conta simples de ser feita. O clube carioca tem cerca de R$ 175 milhões em débitos fiscais. O Cruzeiro, R$ 300 milhões. Recentemente, ressalte-se, ambos fecharam acordos com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para reduzir esses valores. No entanto, a renegociação cai por terra se os pagamentos deixarem de ser honrados. Em tempo: no limite, a conta pode cair no colo de sempre, o da Viúva, se os clubes associativos e os donos das respectivas SAFs mergulharem em uma disputa judicial empurrando um para o outro o pagamento de dívidas tributárias. Não é um cenário que deva ser desprezado.
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O dono da bola
17/01/2022O empresário Flavio Augusto da Silva, controlador da escola de idiomas WiseUp, tem sido procurado por bancos de investimento com mandato para a venda de SAFs (Sociedade Anônima de Futebol). Ele tem vários handicaps: é do ramo, tem bala na agulha para se associar a clubes brasileiros e ótimo trânsito junto a investidores norte-americanos. Flavio Augusto fundou o Orlando City, que disputa a Major League Soccer, nos Estados Unidos. No ano passado, vendeu o clube por US$ 400 milhões.
Acervo RR
Terras chinesas
11/01/2022Um grupo de investidores chineses liderados pelo banco Haitong está prospectando terras no Brasil, notadamente na Região Centro-Oeste.

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UBS aposta suas fichas na privatização do Banco do Brasil
4/01/2022A missão é difícil, mas não impossível. É o que pensa o UBS sobre a privatização do Banco do Brasil. O lobby do banco suíço em Brasília é feito à luz do sol, quer seja no Congresso, quer seja no Ministério da Economia. Neste último, conta com um aliado declarado: o ministro Paulo Guedes, que, na aurora do governo Bolsonaro, anunciou sua intenção de que o BB fosse desestatizado e que seu futuro dono fosse o UBS.
O banco helvético já está com um pé dentro da estatal. É sócio majoritário (50,01%) do banco de investimento e de uma corretora de valores, que operará em cinco países latino-americanos – Argentina, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai -, conforme comunicado feito à CVM. Com a associação, o UBS passa a dividir com o BB a administração de grandes fortunas, além das operações no mercado de capitais.
Procurados, o UBS e o Ministério da Economia não quiseram se pronunciar. O UBS tem usado essa “cabeça de ponte” para convencer o próprio funcionalismo do BB. Os suíços têm ainda no deputado Eduardo Bolsonaro seu maior aliado no Palácio do Planalto. Eduardo meio que comanda o lobby dos helvéticos no Congresso. Mas mesmo que seu pai, Jair Bolsonaro, se torne carta fora do baralho em 2023, o UBS acredita que poderá sensibilizar Lula, caso o candidato petista seja eleito, com uma “privatização meia bomba”, ou seja, com golden share, diferença mínima no controle acionário e restrição à venda para outra empresa.
Um dos argumentos usados pelos defensores da venda da instituição é matusalênico. Com a Caixa Econômica cada vez mais ingressando em áreas que eram circunscritas ao BB, como o crédito agrícola, não faria sentido a União controlar duas instituições financeiras. A privatização do BB, portanto, seria diferente da Petrobras. A questão é tirar do imaginário brasileiro o simbolismo de um Banco do Brasil estatal. Provavelmente, nem Lula consegue.

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Que venham 2022 e o “furos” nossos de cada dia
30/12/2021Ao longo de 2021, o RR foi a dose de reforço contra a desinformação. Ao todo foram 273 edições, com 3.986 notas e matérias. A newsletter levou seus assinantes para os bastidores do Poder, antecipando as notícias mais relevantes dos meios político e empresarial. A seguir, elencamos alguns dos principais acertos em 2021 – não caberiam todos aqui. No que talvez seja o grande fato macroeconômico do ano, o RR antecipou o desmoronamento do teto fiscal.
A publicação tratou do tema de forma mais aguda nas edições de 2 de setembro e de 20 de outubro. Nesta última, na matéria “Auxílio Brasil abre caminho para nova régua fiscal”, antecipamos uma guinada na política econômica, com a relativização do teto. Em 16 de novembro, o RR revelou também os estudos da equipe econômica para liberar um espaço de até R$ 150 bilhões nos gastos orçamentários – R$ 90 bilhões exatamente com a mudança na regra do teto, com a PEC dos Precatórios e a acomodação do Auxílio Brasil. Apenas três dias depois, o relatório final do Orçamento de 2022 era apresentado, com uma folga fiscal da ordem de R$ 113 bilhões.
O Auxílio Brasil, por sinal, é peça fundamental de toda essa reengenharia fiscal. Em 3 de março, o RR divulgou, com exclusividade, as discussões no Palácio do Planalto e no Ministério da Economia para que o benefício fosse estendido até o fim de 2021 ou transformado em benefício permanente, com valor entre R$ 250 e R$ 300. Dito e feito! O programa de transferência de renda perdurou até o final do ano e serviu de proxy para o Auxílio Brasil, com o pagamento fixo de R$ 400.
O assinante do RR soube também com exclusividade dos estudos de Paulo Guedes e cia. para a criação de uma espécie de fundo patrimonial, composto por imóveis da União, ações e dividendos de estatais, entre outros ativos. O RR tratou do assunto nas edições de 19 de agosto e 25 de outubro. No início de dezembro, Guedes falaria publicamente da medida, anunciando, inclusive, a intenção do governo de criar um Ministério do Patrimônio. Em 27 de julho, mais uma informação de primeira: a newsletter divulgou que o Ministério da Economia havia retomado os estudos para a fusão do IBGE e do IPEA. O “IBGEPea” tardou, mas não falhou: em dezembro, Paulo Guedes anunciava os planos de criação de uma Supersecretaria, juntando os dois institutos.
O fim do “golpe”
O RR acompanhou de perto – para não dizer de dentro – as tensões e distensões no relacionamento entre o presidente Jair Bolsonaro e as Forças Armadas. Em 6 de abril, poucos dias após a inédita saída conjunta dos três Comandantes das Forças Armadas, maquiada sob a forma de demissão, a newsletter já relatava articulações nos bastidores para o desmantelamento do “blefe do golpe” – leia-se a fantasia de uma ruptura institucional, com o apoio do Exército, alimentada por Bolsonaro. Ao longo do tempo, o esfriamento das relações entre os militares e o presidente se confirmaria.
À mercê dos hackers
O RR foi pioneiro em descortinar a fragilidade da defesa cibernética do Estado brasileiro, agravada pela concentração de dados pessoais nas mãos do governo. Em 12 de fevereiro, a publicação revelou a preocupação do GSI e da Secretária de Assuntos Estratégicos com possíveis ataques a sistemas de órgãos públicos. Em 8 de outubro, o RR divulgou, com exclusividade, que o TCU faria uma auditoria na estrutura de TI do Ministério da Saúde após detectar 24 “riscos significativos” de invasão da plataforma da Pasta. Estava escrito: no dia 10 de dezembro, cibercriminosos invadiram os sistemas da Saúde, tirando o Conect SUS do ar.
Pária nos direitos humanos
Além da catástrofe da Covid-19, com seus mais de 600 mil mortos, o presidente Bolsonaro também colocou o país na contramão das grandes nações e entidades multilaterais na agenda dos direitos humanos. Em 21 de setembro, a newsletter revelou que o Conselho de Direitos Humanos da ONU estava preparando um relatório com duras críticas às políticas do governo brasileiro para as populações indígenas. Assim foi: o documento viria à tona uma semana depois. Outras flechadas se seguiram. Em 27 de outubro, a publicação informou que a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira estava preparando um manifesto contra o presidente Bolsonaro a ser apresentado na COP 26. Somente dois dias depois, a notícia seria divulgada por outros veículos.
Roleta de cargos
A capacidade do RR de antever os movimentos do Poder permitiu também aos assinantes saber, com exclusividade, de mudanças em cargos importantes do governo. Em 27 de janeiro, a newsletter já tratava das articulações feitas pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, para defenestrar o presidente do Banco do Nordeste, Romildo Rolim. Custou até que Costa Neto conseguisse seu intento, mas Rolim acabaria afastado do cargo em setembro. Em 5 de fevereiro, o RR noticiou que Jair Bolsonaro estava prestes a dar um “cartão vermelho” ao presidente do Banco Brasil, André Brandão. O executivo deixaria o posto em meados de março. Na edição de 15 de setembro, o assinante da newsletter soube, em primeira mão, que o destino de Leonardo Rolim, então presidente do INSS, estava selado: ele seria demitido pelo ministro Onyx Lorenzoni. Bingo! A exoneração foi oficializada em 5 de novembro. Em 19 de outubro, o RR informou que mais dois auxiliares de Paulo Guedes estavam prestes a deixar seus cargos, apesar do apelo do ministro para que permanecessem. O fato se consumaria de forma ainda pior: dois dias depois, não apenas dois, mas quatro assessores diretos de Guedes deixaram o governo.
Por dentro das empresas
Como de hábito, o RR destacou-se também por antecipar algumas das principais informações do universo corporativo de 2021. Em 19 de janeiro, a newsletter cravou que o IPO da Caixa Seguridade seria realizado em abril, o que se confirmou três meses depois. Em 10 de fevereiro, a newsletter revelou o interesse da cearense Pague Menos em comprar a rede de drogarias Extrafarma, até então pertencente ao Grupo Ultra.
O negócio se consumaria em 18 de maio. Em 25 de março, o assinante do RR soube que a Equatorial Energia entraria na disputa pela Companhia Energética do Amapá. Não só entrou como arrematou a empresa. Em 14 de maio, a publicação revelou não apenas o interesse da CSN em comprar as operações da LafargeHolcim no Brasil, mas também as tratativas entre Votorantim e InterCement, leia-se o Grupo Mover (antiga Camargo Corrêa) para adquirir os ativos de forma fatiada. Em 30 de junho, outros veículos confirmariam as gestões entre Votorantim e Mover.
No fim das contas, a CSN sairia vencedora na disputa pelos negócios da LafargeHolcim. Em 13 de agosto, o RR publicou, de forma exclusiva, as negociações para a venda da fabricante de fertilizantes Heringer à russa Eurochem. Não deu outra: a operação seria fechada pouco antes do Natal. Em 8 de setembro, a newsletter antecipou que dificilmente o IPO da Unigel seria realizado em razão das condições financeiras da empresa.
Dois meses depois, a abertura de capital foi suspensa. Ao apagar das luzes de 2021, mais um furo. Em 22 de dezembro, o RR informou que a Petrobras estava prestes a fechar a venda de mais um ativo ainda neste ano. No dia seguinte, a estatal anunciou a alienação de um pacote de participações no Polo Carmópolis, em Sergipe, por US$ 1,1 bilhão. Por razões óbvias, 2022 promete ser um ano de fortes emoções. Mas, com o RR, não há polarizações. O único lado da newsletter é o compromisso de levar a seus assinantes informações e análises exclusivas. A todos, um Feliz Ano Novo!
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Dinheiro para o algodão
27/12/2021Pode ter sido só para encerrar a choradeira. Mas Jair Bolsonaro comprometeu-se com parlamentares baianos a liberar recursos, via Banco do Brasil ou Banco do Nordeste, a produtores de algodão do estado. As fortes chuvas no centro-sul da Bahia das últimas semanas impuseram perdas consideráveis aos produtores locais. As inundações coincidiram com a fase de plantio.

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Confissão de culpa?
8/12/2021O Ministério da Economia estuda transferir a gestão do Crediamigo, sob responsabilidade do Banco do Nordeste (BNB), para a Caixa ou o Banco do Brasil. A medida permitiria a expansão do programa de microcrédito para todo o país. Funcionaria também como uma resposta mais dura às suspeições que cercam a administração da carteira de R$ 7,5 bilhões. As denúncias, levantadas pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, custaram a demissão do então presidente do BNB, Romildo Rolim. Desde então, ressalte-se, o assunto virou uma novela dentro do próprio banco. A instituição abriu nova concorrência para a cogestão do Crediamigo, em substituição ao Instituto Nordeste Cidadania, alvo de denúncias de Costa Neto. Ocorre que as três empresas que se candidataram à licitação já foram inabilitadas. Procurado, o Ministério da Economia não quis se manifestar.
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A integridade de um economista candidato a ministro
30/11/2021O colunista de O Globo, Lauro Jardim, que costuma acertar quase todas, cantou a pedra, na edição do último domingo, sobre a nova predileção da avenida que é sinônimo do rentismo no Brasil. A Faria Lima já começou a oferecer seu rico apoio a Sergio Moro. Sabe-se que um banco especializado em estar muito próximo, às vezes dentro do governo, já teria corrido para ofertar recursos de campanha Moro, especialmente devido à presença do professor Affonso Celso Pastore como futuro ministro da Economia. Pastore é um inegável chamariz para a Faria Lima, por sua respeitabilidade e laços com o mercado financeiro. Mas não pensem que ele é o caminho para essas conversas. Se forem falar com o professor de dinheiro, provavelmente vão ouvir: “Porra, que papo é esse? Não estou entendendo. Esse assunto não é comigo, porra!”. O RR acha Pastore um personagem tão íntegro que deveria ser condecorado pela República.
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A indelicadeza de um economista que “está” ministro
30/11/2021Historieta contada por um investidor participante de seminário do Banco Itaú, onde Paulo Guedes era conferencista. Diz o fabulador que Guedes, em meio a uma palestra para potentados offshore, cismou de falar, sem motivo algum, que deu “bomba”, ou seja, reprovou a economista Elena Landau em um curso ministrado por ele na PUC-RJ. Guedes foi além: falou que ela não tinha privatizado nada e que Elena apenas pegou carona na turma dos economistas do Plano Real.
Os investidores teriam ficado perplexos, perguntando-se entre si: “Quem é Elena Landau? Deve ser uma pessoa importantíssima no Brasil para o palestrante abrir uma lacuna na sua apresentação e incluir menções a ela”. É por essas e outras que Pérsio Arida jogaria um paralelepípedo em Paulo Guedes. Elena Landau foi esposa de Pérsio, o que dá uma ideia da raiva do economista em relação ao ministro.
É difícil que Pérsio Arida não tenha sabido da deselegância cometida por Guedes. Ele tem relações próximas com o Itaú – inclusive, já presidiu o Conselho de Administração do banco. A bronca já rendeu alguns cascudos. Pérsio, que juntamente com André Lara Resende foi o autor do Plano Larida, embrião do Plano Real, já disse que Guedes “nunca escreveu um artigo acadêmico de relevo e tornou-se um pregador liberal que só fala, fala…”. Afirmou ainda que o ministro é “mitômano e cria falsas narrativas”. Chumbo de lá, chumbo de cá. Não é de hoje que Guedes faz suas piadinhas sobre o ex-casal Pérsio e Elena ou sobre cada um deles, individualmente. Essa é a crônica não dita de dois policy makers aclamados no país, vá lá, com toda a justiça.
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…Recuo na bolsa
29/11/20212021 já acabou. A oferta de ações do Banco Regional de Brasília (BRB), com valor estimado em cerca de R$ 1,5 bilhão, vai ficar para o segundo trimestre de 2022. Se o mercado ajudar.

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“Cripto-lavagem de dinheiro” pressiona CVM e Banco Central
23/11/2021A Comissão de Valores Mobiliários e o Banco Central estão se contorcendo com a regulamentação das criptomoedas. Trata-se de uma discussão de alcance mundial. As corretoras desse mercado de moedas alternativas estão crescendo barbaramente. O passo natural seguinte será o underwriting, com a capitalização das empresas em bolsas de valores.
Entre essas companhias, há candidatas a se tornarem as maiores instituições financeiras mundiais. Só que o mundo do blockchain ainda é um labirinto. São dezenas de criptomoedas, com operações de compra e venda desreguladas. Existem complicações tremendas para a prática do disclosure dessas corretoras.
Por outro lado, há uma pressão do Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi) para que essas operações sejam disciplinadas por lei. Se for possível “para ontem”. Procurada pelo RR, a CVM informa que “nos termos da Lei 6.385/76 os criptoativos não são, a princípio, considerados valores mobiliários.”. A autarquia, no entanto, afirma que “tem acompanhado e participado de diversas discussões a respeito dos criptoativos, debates esses que podem gerar eventuais aprimoramentos na legislação que disciplina o mercado de capitais brasileiro.”
O BC, por sua vez, foi lacônico: disse ao RR que “está acompanhando o andamento dos projetos de lei sobre o tema no Congresso”. O recado do Gafi é peremptório na cobrança da regulamentação do mercado de criptoativos para evitar ilícitos financeiros. O risco de vendas sem lastro algum, com a formação de “pirâmides”, é crescente, vide o caso do corretor da região de Cabo Frio que movimentou mais de R$ 30 bilhões em poucos meses. A mensagem foi para a CVM e, no caso, especialmente para o Banco Central. Os BCs planetários estão debruçados sobre como controlar as plataformas abertas e sem um controlador central. Por enquanto, as autoridades monetária e de valores mobiliários estão patinando. E as criptomoedas crescendo como provavelmente nenhum outro ativo “financeiro” no mundo.

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Wiz é a nova apólice da Vinci Partners na área de seguros
18/11/2021A Vinci Partners, de Gilberto Sayão, entrou na disputa pela participação de 25% da Caixa Seguridade – leia-se Caixa Econômica e a francesa CNP – na Wiz. O ativo é avaliado em aproximadamente R$ 600 milhões. As tratativas são conduzidas pelo Bank of America. A Vinci vislumbra a possibilidade de montar uma operação verticalizada na área de seguros.
A gestora de recursos já é controladora da seguradora Austral e da resseguradora Austral Re – ambas somaram pouco mais de R$ 2 bilhões em prêmios no ano passado. Ao colocar o pé na Wiz, passaria a operar também no segmento de distribuição. Nascida de uma costela da própria Caixa, a Wiz sofreu um duro golpe em 2019 quando deixou de ser o balcão exclusivo para a distribuição de seguros do banco estatal.
Aos poucos vem tentando preencher o vazio deixado pelo fim do acordo com a CEF. No ano passado, a corretora fechou uma parceria e assegurou exclusividade para a distribuição de seguros no balcão do BRB (Banco Regional de Brasília). Firmou ainda uma associação com o Itaú para a comercialização de produtos de consórcio.

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Governo patrocina uma “pandemia fiscal” em 2022
16/11/2021O governo não quer revelar essa conta, mas os seus arranjos e desarranjos fiscais buscam um espaço para gastos orçamentários e extraorçamentários da ordem de R$ 150 bilhões em 2022, segundo uma fonte do RR. É dinheiro que não acaba mais e um reforço enorme para o interesse declarado do presidente Jair Bolsonaro de se candidatar à reeleição. Uma parcela de R$ 90 bilhões surgirá com a sabida mágica da mudança na regra do teto, onde serão acomodados os passivos transitados em julgado e o Auxílio Brasil.
O espaço fiscal será preenchido também com algumas estranhezas, tais como o auxílio aos caminhoneiros e as emendas do “orçamento secreto”, esta última sob a fuzilaria do STF. Mas há a PEC do Imposto de Renda – que ainda repousa no Congresso – e o pedido para que os parlamentares relancem a CPMF. A nova contribuição, que desagrada o presidente Bolsonaro, mas tem o aval de Paulo Guedes, traria R$ 60 bilhões de novos recursos e seria a fonte financiadora da desoneração da folha de salários, que está prestes a ser aprovada sem que ninguém saiba de onde sairão as verbas pagadoras. Inicialmente os congressistas são contrários à CPMF, mas como tudo reverte para os seus interesses, leia-se o Centrão, a exemplo do “orçamento secreto” e aumento do fundo partidário, não há nada mais plástico do que a convicção dos políticos.
Quanto à defesa da velha contribuição por Paulo Guedes, trata-se de uma trucagem. O ministro diz que somente seria uma troca: o tributo entra pela porta da CPMF e sai pela da desoneração. Há também a tentativa de aprovar, no apagar das luzes de 2022, a reforma administrativa, que contribuiria para o fechamento da conta de gastos no nível esperado pelo Palácio do Planalto, e, é claro, pela equipe econômica, noves fora o mérito da iniciativa em si mesmo. O governo tem ainda no seu arsenal o Imposto do Pecado (açúcar, álcool e tabaco). E não custa rememorar que uma mordidinha já foi dada com o Imposto sobre Operações Financeira (IOF) e o aumento temporário da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido dos Bancos (CSLL). Ambos podem ser relançados no próximo ano. Sim, vai ter mais tributo, gasto e farra. Ah, e um aumento de juros indigesto e provavelmente muito maior do que o necessário para dar conta da carestia. Não há nada de neoliberal nessa geringonça fiscal.
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Banco do Brasil Power
16/11/2021O Banco do Brasil pretende chegar ao fim de 2024 com nove usinas solares “próprias”, construídas em parcerias com grupos do setor elétrico – segundo informação confirmada pelo próprio BB. Hoje, são sete geradoras fotovoltaicas que abastecem as próprias agências da instituição. A meta fixada pelo banco é atingir, até 2024, 90% do seu consumo de energia provenientes de fontes renováveis.
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Padrão ESG
28/10/2021Sergio Rial, que deixa a presidência do Santander Brasil para assumir o board em janeiro, está submerso em projetos na área socioambiental e em conversas com ONGs. Rial quer ser o chairman mais ESG da história do banco no país.

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Auxílio Brasil abre caminho para nova régua fiscal
20/10/2021O atraso no anúncio do valor do Auxílio Brasil – uma combinação do Bolsa Família com o auxílio emergencial, em R$ 400, até o final de 2022 – posterga a decisão de empurrar parte dos recursos para fora do teto de gastos. A medida assistencialista e “fura teto” não significa somente uma decisão eleitoreira, conforme parte do mercado interpretou. Mas, sim, uma provável guinada na política econômica, com a relativização do teto, foco no crescimento da relação dívida pública/PIB e um diferimento da meta do primário com acompanhamento bianual.
A equipe econômica quebrou a cabeça na frente do próprio presidente Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, para chegar à conclusão de que é preciso corrigir a arquitetura da política econômica, dando brecha para a redução do protagonismo fiscalista. No novo modelo, algumas das metas fiscais teriam um período de apuração mais longo. O tempo para aferição seria o biênio ou o triênio. Paulo Guedes tem piscado o olho para a estratégia de recuar um pouco para depois avançar novamente.
Uma fresta no teto de gastos, mesmo contrariando a lógica do ajuste fiscal, seria um exemplo de como dois passos atrás às vezes se revelam dois passos para frente. Em meio a esse recuo tático, Guedes prossegue sua cruzada pela privatização da Petrobras, uma medida que, a seu ver, teria um impacto positivo em todas as ramificações e capilares do ajuste econômico. A relativização do teto já estaria no radar das instituições financeiras há algum tempo. Elas já tinham pescado a moratória seletiva dos precatórios. Enxergaram agora o Auxílio Brasil no valor de R$ 400. A conta fiscal não fecha.
Pelo menos segundo os critérios vigentes. O Itaú, que tem um departamento de research prestigiado, preconiza que os riscos em torno da manutenção da disciplina fiscal estão elevados, “principalmente no que tange a possibilidade das despesas excederem a regra do teto de gastos”. Ontem, o mercado enlouqueceu com saltos no câmbio, queda das bolsas, tudo em função de um vácuo na narrativa do governo. Ou seja: a proposta que a equipe econômica anunciaria para suportar o auxílio de R$ 400 não foi apresentada. O cenário macroeconômico do Itaú foi preparado antes do anúncio do novo valor do Auxílio Brasil, bem mais elevado do que a expectativa.
O banco dá um bom subsídio para refletir sobre a vantagem de transformar a relação dívida bruta/PIB em novo target da política econômica. Mesmo com uma projeção de câmbio de R$ 5,25 até 2021 e 2022, uma taxa Selic no alto, na faixa de 9%, e crescimento medíocre de 0,5%, a dívida bruta alcançaria 81,8% do PIB, em 2021, e 83,2%, em 2022. Com um pouco mais de crescimento do PIB e aumento dos recursos extraordinários que possam abater a dívida interna (privatizações, venda de imóveis, tributação de dividendos e seja mais o que for), essa nova referência para a política fiscal torna-se inteiramente exequível.
Não se pode esquecer que a meta do primário, para 2022, deve atingir irrisório 0,7% na comparação com uma previsão que já chegou a 2%. Imagine se esse resultado é progressivo. O primário diferido em dois anos permitiria com muito mais facilidade o planejamento de um superávit fiscal. Isso mesmo com um suave relax no que diz respeito ao torniquete nos gastos públicos.
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Persona non grata
13/10/2021A bancada ruralista está pedindo a cabeça do vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Renato Naegele. O executivo não tem sido, digamos assim, sensível às demandas dos parlamentares.

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Mudança de rota
7/10/2021O RR apurou que o Banco do Brasil estuda o IPO da BB DTVM. Seria uma inflexão em relação à venda de parte do capital para um sócio, notadamente estrangeiro, proposta sobre a mesa desde o início da gestão Jair Bolsonaro/Paulo Guedes.
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Casa própria
6/10/2021O Banco do Brasil planeja aumentar consideravelmente a oferta de crédito imobiliário em 2022. Segundo informações filtradas da própria instituição, a meta é chegar a uma carteira da ordem de R$ 60 bilhões ao fim do ano que vem, contra os atuais R$ 46 bilhões.
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Trabalho de campo
30/09/2021O fundo de pensão holandês APG busca parceiros para a compra de terras no Brasil. Ressalte-se que a fundação é sócia do BTG em reservas florestais no Chile. E que o banco lançou recentemente um fundo para a compra de terras. De repente, dá match.
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O reincidente Weintraub
29/09/2021Segundo uma fonte do RR da área diplomática, funcionários do Banco Mundial, em Washington, estariam solicitando à entidade uma punição a Abraham Weintraub. O motivo são recentes postagens em defesa de políticos presos pela Justiça brasileira, como Daniel Silveira e Roberto Jefferson. Não custa lembrar que, em março, executivos do Banco Mundial pediram que o ex- ministro fosse investigado internamente por ataques à vacinação e pela defesa da cloroquina. Procurados, o Banco Mundial e Weintraub não se pronunciaram.
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Uma fatura previdenciária para o BB
10/09/2021A federalização de bancos estaduais, a maioria dos fim dos anos 1990, traz ônus ao governo até hoje. A Primeira Turma do TST reconheceu a competência da Justiça do Trabalho para julgar a ação civil pública em que funcionários do Banco do Brasil egressos dos antigos Banco do Estado do Piauí, Nossa Caixa e Banco do Estado de Santa Catarina reivindicam o direito de associação retroativa aos planos da Previ. Segundo fontes do TST, seriam grandes as chances de que a Corte dê ganho de causa aos trabalhadores. Com isso, o Banco do Brasil teria de arcar com parte da contribuição previdenciária desses funcionários. O prejuízo chegaria a algumas centenas de milhões de reais. Procurado, o BB disse ter conhecimento da posição do TST “por meio de publicação oficial” e que “está recorrendo da decisão.”

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É “caro” demais ser um BRIC?
3/09/2021Um dos fiscalistas de plantão da equipe de Paulo Guedes fez as contas e chegou à conclusão de que, do ponto de vista dos gastos públicos, seria melhor se o Brasil deixasse o Banco dos Brics. À luz da sua planilha, o país economizaria nas obrigações financeiras que tem como sócio da instituição multilateral – onde se senta em condições paritárias com Rússia, China, Índia e África do Sul. Essa é a cabeça do time de Paulo Guedes.

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Será que agora vai?
2/09/2021O Banco do Brasil estaria em conversações com o UBS para a venda do controle do Banco Patagônia, na Argentina. A instituição argentina mofa sobre o balcão há pelo menos três anos. Até agora, as poucas propostas apresentadas teriam ficado abaixo do esperado pelo BB. Os suíços, ao menos, já conhecem razoavelmente o negócio. O UBS tem uma parceria comercial com o Patagônia. Procurados, Banco do Brasil e UBS não se pronunciaram.
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O “rebatismo” do BRB
2/09/2021Nos corredores do BRB, a sigla que dá nome à instituição financeira já ganhou um novo e sarcástico significado: “Banco dos Rolos do Bolsonaro”. O banco financiou tanto a mansão comprada pelo “01” Flavio Bolsonaro quanto a casa recém-alugada pelo “04” Jair Renan, também em Brasília.

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Bolsonaro incomoda o empresariado de cima a baixo
31/08/2021O manifesto “A Praça é dos Três Poderes”, que será lançado nos próximos dias, revela uma metamorfose do presidente da Fiesp, Paulo Skaf. No lugar do Mr. Hyde, apoiador de primeira hora do presidente da República, surge um Dr. Jekyll empenhado em fazer um revisionismo da sua posição de bolsonarista raiz – ainda que o comunicado tangencie a conduta e a gestão de Jair Bolsonaro. A guinada de Skaf indica a influência do futuro presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, eleito para o cargo com o apoio do atual mandatário. Josué endossou o manifesto elaborado pela entidade.
Esse Skaf repaginado tenta, inclusive, dar um caráter mais plural à iniciativa. Segundo o RR apurou, emissários do presidente da Fiesp sondaram a CUT e a Força Sindical para que ambas assinem o documento. Na realidade, com a devida discrição, o próprio Josué estaria conduzindo os entendimentos para buscar o diálogo com a “esquerda”. Skaf não está tentando reinventar a roda. O Brasil tem uma história de união entre o capital e o trabalho em situações limítrofes, vide o movimento pela redemocratização nos anos 80.
O objetivo do empresariado, com esses atos, não é pautar o governo e muito menos mudar sua direção, mas, sim, apontar um novo rumo para 2022. E esse rumo não passa por Jair Bolsonaro. E tampouco por Lula. O próximo passo será a elaboração de um programa de governo. De certa forma, esse movimento já está em curso no âmbito do “Imagine Brasil”, iniciativa liderada pelo empresário Pedro Passos, que tem o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore como um de seus principais formuladores. Feito isso, o desafio seguinte das elites empresariais será encontrar o candidato da terceira via.
O RR não arrisca palpite, mas, neste momento, as setas parecem apontar para o governador João Doria. Paulo Skaf jamais pertenceu às elites empresariais, mas entendeu o Zeitgeist. O que ele está fazendo neste momento, no crepúsculo de seu longo mandato na entidade, é guiar seu rebanho “fiespiano” na direção dos seus parceiros do andar de cima. O espírito do tempo conduz também outro segmento empresarial que até então era um reduto fiel ao presidente Jair Bolsonaro. Ontem, diversas entidades do agribusiness – entre as quais a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Associação Brasileira dos Produtores de Óleo de Palma (Abrapalma) e Associação Brasileira dos Industriais de Óleos Vegetais (Abiove) – divulgaram uma nota conjunta em defesa da democracia e contra “aventuras radicais”.
Os produtores rurais também estão atendendo ao clamor silencioso dos mais poderosos. Essa junção entre diferentes castas do empresariado não chega a ser uma novidade no Brasil. A principal referência histórica são as Conferências Nacionais das Classes Produtoras (Conclaps), enormes congregações empresariais realizadas entre 1945 e 1977. A quarta e última Conclap reuniu mais de dois mil empresários no Hotel Nacional, no Rio, sob a coordenação técnica de Carlos Langoni. Na ocasião, a Conferência aprovou a divulgação da Carta do Rio de Janeiro, com propostas para a área econômica que foram encaminhadas ao então ministro da Fazenda, Mario Henrique Simonsen. O RR previu o óbvio: a entrada das elites no jogo – ver edição de 11 de agosto. Os manifestos dos empresários não vão se circunscrever ao documento encabeçado por Paulo Skaf ou à nota das entidades do agronegócio, que, por sua vez, se unem à peça “Eleições serão respeitadas”, lançada no início de agosto com o apoio, entre outros, de Roberto Setubal, Pedro Moreira Salles, Pedro Passos e Carlos Jereissati. Vem mais por aí, sejam manifestações multissetoriais, sejam ações conduzidas por segmentos específicos da economia. Como cravou o RR, as elites estão conversando.

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Governo estuda um “Bolsa Semente”
23/08/2021Vem aí o “auxílio emergencial do campo”. O governo está costurando um projeto para a renegociação de dívidas do agronegócio junto aos bancos públicos, sobretudo o Banco do Brasil. Os estudos vêm sendo conduzidos dentro da Casa Civil, com a participação do Ministério da Agricultura. A medida beneficiaria notadamente pequenos produtores rurais, contemplando passivos contraídos ao longo dos últimos 12 meses. Estima-se que o estoque de dívidas seja da ordem de R$ 10 bilhões. São mais de três milhões de agricultores. É gente que planta. E, principalmente, que vota. O alvo da proposta é certeiro: os compromissos em questão não estão cobertos pelo programa lançado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional no ano passado para a renegociação de débitos de agricultores familiares inscritos na Dívida Ativa da União. Procurada pelo RR, a Casa Civil não quis se manifestar.

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BRICs terão lugar especial na diplomacia de Lula
20/08/2021Devagar, devagarinho, Lula vai fazendo uma inflexão por trás dos panos no seu programa de governo para a política externa. O ex-presidente vem mantendo conversações tanto no âmbito doméstico quanto na esfera internacional – onde tem uma reconhecida rede de contatos – em torno de uma proposta para redesenho dos BRICs e da participação do Brasil no grupo dos países emergentes. A ideia orbita ao redor de dois eixos. O primeiro deles, nada original, é o alargamento dos BRICs, trazendo para o “clube” outas nações que não apenas as quatro originais do acrônimo (Brasil, Rússia, Índia e China), além da já incorporada África do Sul – cuja letra ainda não foi adicionada à sigla.
O segundo ponto é a transformação do Banco dos BRICs em algo mais próximo do Banco Mundial. A instituição teria um braço nos moldes e com a agilidade operacional do IFC (International Funding Corporation), passando, assim, a financiar não apenas Estados soberanos e entes subnacionais, mas também empresas privadas. Para Lula, a incorporação dos BRICs remodelados traria uma lufada de ar fresco a sua política externa. Não quer dizer que o petista esteja brigando com o passado. Tampouco negando a estratégia de intensificação das relações dentro da própria América Latina e com a África, que pautou o Itamaraty durante os oito anos do seu governo. No entanto, novos tempos pedem novas soluções.
Lula entende que há uma super oferta de liquidez no mundo e parte desses recursos poderia ser catalisada com o apoio do Banco dos BRICs e destinada às nações emergentes que fazem parte do grupo. Lula tem sido convencido de que o escopo do bloco precisa ser ainda mais ampliado. Hoje os BRICs são tudo, menos um mercado comum, com um tratado multilateral capaz de potencializar o comércio exterior entre os países. A proposta é de que o candidato pode usar seu prestígio internacional para galvanizar as conversas em torno dessa agenda.
Da mesma forma, o ex-presidente considera que o Brasil pode potencializar suas relações comerciais com os demais membros dos BRICs. Se o “MercoBRICs” fosse criado hoje, a situação comercial entre os países seria a seguinte: no ano passado, o Brasil teve déficit nas transações comerciais tanto com a Rússia (US$ 1,2 bilhão) quanto com a Índia (R$ 1,3 bilhão). No caso da China, por sua vez, o Brasil tem batido sucessivos recordes de superávit. Em 2020, o saldo a favor foi de US$ 33,6 bilhões, o correspondente dos terços do superávit da balança comercial brasileira. No acumulado dos últimos cinco anos, as exportações para o país asiático superaram as importações em R$ 120 bilhões. Em tempo: Lula pretende usar mais as reservas do Brasil depositadas nas demais agências multilaterais, ou seja, Banco Mundial, BID e CAF.

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Terrorista paquistanês entra na mira de autoridades brasileiras
18/08/2021O Ministério da Justiça estaria investigando a possível ligação entre o terrorista paquistanês Mohammed Masood Azhar Alvi e células de grupos radicais em território brasileiro, mais precisamente na região da Tríplice Fronteira com a Argentina e o Paraguai. De acordo com a mesma fonte, as autoridades apuram supostas movimentações financeiras de Azhar no país. No último dia 28 de junho, a Susep emitiu uma carta circular às sociedades supervisionadas com o assunto “Lista de sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU)”.
No documento, a Superitendência alerta para a “continuidade do seguinte indivíduo (Masood Azhar) na lista de sanções (da ONU) prevista por meio das resoluções 1267, 1989 e 2253, relativas à Al-Qaeda e ao auto- denominado Estado Islâmico do Iraque e do Levante”. A Susep informa ainda que “em caso de identificação”, deve ser feita uma “comunicação imediata ao Ministério da Justiça”. Procurada pelo RR, a Susep informou que “a divulgação da carta circular atende à orientação do Ministério da Justiça, que encaminhou lista atualizada de sanções do CSNU”. Diz ainda que “não foi reportada atividade financeira de Mohammed Masood Azhar Alvi nas áreas e mercados sob sua regulação e fiscalização, até a presente data.”
Também consultado, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) afirmou que “por força de disposições legais, não comenta casos específicos, sem prejuízo do devido acompanhamento”. Já o Banco Central informou que “o Ministério da Justiça distribui a informação do Conselho de Segurança das Nações Unidas a diversos órgãos reguladores e fiscalizadores, incluindo o BC”. A autoridade monetária ressalta ainda que não cabe a ela “identificar movimentações financeiras sobre as pessoas identificadas pela resolução do CSNU.” O Ministério da Justiça, por sua vez, não se pronunciou.
Masood Azhar é hoje um dos terroristas mais procurados do mundo. Ele é acusado de ter participado de uma série de atentados – um dos mais graves, o ataque ao parlamento indiano em 2001. Ressalte-se que já há algum tempo as autoridades brasileiras rastreiam possíveis conexões de terroristas internacionais no país. Em 2019, Brasil, Argentina, Paraguai e Estados Unidos criaram um grupo de coordenação antiterrorista para monitorar Tríplice Fronteira. Um dos nomes na mira seria o de Samuel Salman El Reda, apontado como o chefe de inteligência do Hezbollah na América Latina – ver RR de 18 de agosto de 2020. Há indícios de que El Reda teria tentáculos na região e estaria vinculado a crimes como lavagem de dinheiro e venda de armas para cartéis do tráfico.
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Rota de escape
13/08/2021O Banco do Brasil pressiona pela retomada do IPO do Banco Votorantim. O BB enxerga a operação como trampolim para a venda, ao menos, de uma parcela da sua participação de 49,99% das ações ordinárias. Mas, os Emírio de Moraes dão pinta de que não têm a menor pressa para abrir o capital. Consultados, BB e Votorantim não se manifestaram.

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As elites finalmente entraram no jogo
11/08/2021Está definitivamente aberta a temporada de conspiração na República. Chegou quem faltava: as elites nacionais, leia-se banqueiros, empresários e intelectuais vinculados aos donos das riquezas do país. O manifesto “Eleições serão respeitadas”, divulgado na última quarta-feira, é apenas a espuma dessa articulação. O que interessa está por debaixo, não é visível ainda e é mais relevante do que aparições em jornais ou nas redes sociais. O anúncio nas principais publicações do país, com 260 signatários, não deve ser interpretado como uma peça de marketing institucional e tampouco como uma mera operação de “democracy washing”.
Há dois recados nas entrelinhas do manifesto. O primeiro é que os grandes empresários do Brasil estão conversando. Não apenas entre si, mas com grupos de poder capazes de promover ou dar respaldo a uma mudança nos rumos políticos da Nação. A segunda mensagem está igualmente acasalada com a defesa da democracia: agora há uma costura a sério pela construção da terceira via. As eleições passaram a ter três candidatos: Jair Bolsonaro, Lula e a terceira via, seja quem for.
Portanto, não se trata de um manifesto por democracia com Lula ou com Bolsonaro. A mobilização teria como objetivo tácito criar as condições para um novo projeto de poder, encabeçado por uma liderança política de fora dos dois espectros que polarizam o país. Toda vez que essas “elites orgânicas” entram no jogo, a prática conspiratória é quase obrigatória no xadrez das articulações com os estamentos republicanos. A história ensina que em decorrência dessa agitação surgirá um programa de governo. Sempre foi assim. Nessas ocasiões, a plutocracia tupiniquim costuma ter um projeto modernizante no bolso do paletó.
Historicamente, não se trata da defesa de um ou de outro regime político, mas apenas da preservação da ordem desejada. A magnitude e as ambições por trás desse projeto podem ser medidas pelos signatários originais do manifesto. Uma boa parte dos figurões que assinaram o documento deve estar agora em alguma sala de estilo inglês, combinando com seus pares os próximos passos. Eles têm a conspiração no DNA. Para dar um exemplo: o principal acionista do Banco Itaú Unibanco, Roberto Setubal. Seu pai, Olavo Setubal, apoiou, financeiramente, as alquimias praticadas para a deposição de Jango. O sócio de “Olavão” no Itaú era o potentado Eudoro Villela, fundador e patrocinador da organização paulista Associação Nacional de Programação Econômica e Social (Anpes), irmã gêmea da carioca Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), comandado por um general cujo pseudônimo era “Gol”.
A Anpes revelaria para o país um jovem gordinho que usava óculos do tamanho de uma tela de televisão. O rapaz foi chamado para ser o secretário executivo da entidade, seu primeiro emprego. Atendia pelo nome do meio, Delfim. Outros tempos; outros propósitos. Posteriormente, “Olavão” participou de forma ativa das campanhas para a deposição da ditadura, que ele próprio havia apoiado anteriormente. Outros signatários do manifesto possuem a mesma pegada genética. O fato é que, enquanto os donos poder ficam, os demais atores institucionais passam. É natural que eles estejam preocupados. Como se sabe, o empresariado e seu círculo de colaboradores íntimos, que chamam a atenção no manifesto, só colocam a cabeça para fora do mar de invisibilidade criado por eles mesmos quando alguma coisa está fora da ordem, está se quebrando. Tudo indica, é o que está ocorrendo. Mãos à obra, pessoal
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From Honório Gurgel
6/08/2021Depois de Berlim, Lisboa deverá receber o próximo escritório do Nubank na Europa. Quem sabe a inauguração não será celebrada
com um show de Anitta, “sócia” do banco, para o enorme contingente de brasileiros na cidade.
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Era Ciro Nogueira
6/08/2021O vice-presidente de Varejo do Banco do Brasil, Carlos Motta, balança no cargo. O PP, de Ciro Nogueira, estaria trabalhando para emplacar em seu lugar o nome do atual presidente do Banco Regional de Brasília, Paulo Henrique Costa.
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Controle remoto
3/08/2021Sergio Rial foi voz determinante na escolha de seu sucessor na presidência do Santander Brasil, o atual VP de empresas, Mario Leão. No banco, a aposta é que o entrosamento entre ambos é tão grande que o Santander terá dois “presidentes” no país.

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Compra da Cimento Tupi pode ser a nova obra da CSN
30/07/2021Nem bem fechou a aquisição da Elizabeth Cimentos, a CSN já teria um novo alvo: a Cimento Tupi. Segundo o RR apurou, a empresa de Benjamin Steinbruch estaria em conversações com alguns dos principais credores da Tupi, a exemplo da suíça Tupacta AGT, que tem a receber quase US$ 230 milhões da companhia. É como se a estratégia da CSN fosse fisgar a cimenteira de “fora para dentro”.
O futuro da Tupi passa pelos credores, que hoje, sob certo aspecto, têm tanto ou até mais poder do que os próprios donos da empresa, a família Koraniy Ribeiro. Com um passivo de R$ 3,5 bilhões, a cimenteira está no meio de uma complexa negociação para a aprovação do seu plano de recuperação judicial. De acordo com a mesma fonte, entre bancos e fornecedores há dúvidas se a Tupi conseguirá se reerguer na mão dos atuais acionistas.
Procurada pelo RR, a CSN não quis se pronunciar sobre o assunto. Consultada sobre o interesse da companhia de Benjamin Steinbruch, a Tupi disse que “desconhece o assunto”. Perguntada se tem ciência de conversas entre credores e a CSN, a empresa disse que não iria comentar. Há uma natural sinergia entre as duas cimenteiras, a começar pelo fator geográfico. Uma das três fábricas da Tupi fica em Volta Redonda, onde está uma das unidades de produção de cimento da CSN.
Com a aquisição, a empresa de Benjamin Steinbruch passaria de uma capacidade de seis milhões para mais de nove milhões de toneladas/ano. Em tempo: tanto a incorporação da Elizabeth Cimentos quanto uma eventual aquisição da Tupi não passariam de aquecimento. Conforme o RR antecipou em 14 de maio, a CSN mira, sobretudo, na compra de ativos da LafargeHolcim no Brasil.

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Hackers se tornam o pesadelo do Estado brasileiro
22/07/2021A criação da Rede Federal de Gestão de Incidentes Cibernéticos, anunciada na última sexta-feira, pode ser muito mais uma reação do que uma ação profilática do governo. Segundo o RR apurou, a nova estrutura foi instituída a toque de caixa como uma resposta a quatros novos ataques cibernéticos que teriam sido identificados pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) nos últimos dois meses. De acordo com a fonte da newsletter, os alvos teriam sido o INSS, a Receita Federal, o Banco Central e o TSE.
O RR conversou com o GSI através de uma troca de e-mails. Consultado sobre os eventuais ataques, o Gabinete de Segurança Institucional disse que “cada órgão é responsável pela segurança de seus ativos de informação” e que “tais questionamentos deveriam ser dirigidos aos respectivos órgãos”. Consultado sobre a eventual invasão e os danos causados, a Receita, por meio de sua assessoria, respondeu com um sucinto “Nada a comentar”. O INSS disse que “Não há confirmação desses ataques”. O BC, por sua vez, garantiu que “a informação não procede”.
Já o TSE afirmou que “não há registros de qualquer ataque recente aos seus sistemas”. Ressalte-se que, em novembro de 2020, houve uma tentativa de invasão do banco de dados do Tribunal, confirmada pelo próprio presidente da Corte, Luis Roberto Barroso. Já o INSS está na berlinda devido às denúncias de vazamento de dados de aposentados e pensionistas, usados para empréstimos consignados irregulares. Em junho, a Câmara dos Deputados realizou uma audiência pública para discutir a questão. Neste momento, um dos receios do GSI seria a hipótese da proximidade do calendário eleitoral estimular ataques cibernéticos diretamente contra a Presidência da República.
No diálogo com o RR, o órgão negou que esta tenha sido uma das preocupações que levaram à criação da Rede Federal. Porém, não custa lembrar que, em 2017, o então ministro do GSI, general Sergio Etchegoyen, recomendou ao presidente Michel Temer a aquisição de equipamentos capazes de interferir no funcionamento de dispositivos eletrônicos e, com isso, impedir gravações e escutas no Palácio do Planalto e no Palácio Jaburu – ver RR de 18 de maio de 2017. A orientação foi ignorada. Resultado: Temer acabou sendo gravado por Joesley Batista na garagem do Jaburu. O GSI rebate também a informação de que a Rede Federal foi instituída a toque de caixa como resposta a novos ataques cibernéticos: “Toda norma do GSI é fruto de estudo meticuloso, que inclui oitiva, no mínimo, de cada órgão da administração pública federal”.
É importante ressaltar que a nova estrutura será circunscrita ao Executivo Federal, ainda que, segundo o Gabinete de Segurança Institucional, “é facultado aos demais Poderes, bem como ao Poder Executivo nos níveis estadual e municipal, sua adesão à rede”. Há um dado curioso no decreto 10.748. O artigo 3 cita que um dos objetivos da Rede Federal é “divulgar informações sobre ataques cibernéticos”. Quer dizer que antes eles não eram revelados? Segundo o GSI, “as informações sobre ataques cibernéticos que já eram divulgadas na rede dizem respeito ao método do ataque e às suas características, para que os demais componentes da rede possam se defender.
Os alertas e as recomendações sobre ataques cibernéticos que são de caráter geral já são difundidas há anos na página eletrônica do CTIR Gov (https://ctir.gov.br/)”. A deterioração das condições de defesa cibernética do Estado brasileiro têm sido motivo de atenção por parte de diferentes esferas de Poder. No fim de 2020, o TCU produziu um relatório de mais de 200 páginas sobre segurança da informação na Administração Pública Federal. Entre uma série de fragilidades, o Tribunal demonstrou especial preocupação com o armazenamento de dados da máquina pública nas nuvens. Em janeiro deste ano, a CGU, por sua vez, identificou vulnerabilidades na estrutura de segurança digital do próprio INSS. Segundo o relatório, havia perfis de estagiários menores de idade, servidores aposentados e ex-funcionários terceirizados ainda com acesso válido à plataforma.

Justiça
A prova dos nove da Candido Mendes
22/07/2021A proposta de recuperação judicial da Universidade Candido Mendes (UCAM) já teria recebido dez pedidos de impugnação por parte de credores, entre os quais o Banco do Brasil e escritórios de advocacia que atenderam a instituição. Segundo o sócio de uma dessas bancas, há divergências em relação aos valores das dívidas da empresa. A fonte do RR calcula, por exemplo, que o passivo da Universidade Candido Mendes com o condomínio do Edifício Assembleia 10, no Centro do Rio, chega perto dos R$ 80 milhões. Consultada, a instituição reconhece os atrasados, mas garante que a soma, “incluída no plano”, é de R$ 52 milhões.
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Divórcio elétrico
19/07/2021O BNDES planeja vender sua participação de 9,9% na AES Brasil. Tomando-se como base o valor em bolsa, a fatia do banco está estimada em torno de R$ 500 milhões.
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IFC despeja mais grana no Brasil
14/07/2021O IFC, o braço de investimentos do Banco Mundial, sinalizou ao Ministério da Infraestrutura a intenção de alocar recursos em projetos rodoviários no Brasil. O Brasil, ao que parece, está mesmo no radar da instituição. O IFC já anunciou que vai investir mais de US$ 6 bilhões no setor de saneamento no país até 2023.
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Ponto final
13/07/2021Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil, GAA Investments e CBF.
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Uma história cada vez mais enrolada
8/07/2021A enroscada saga da Usina São Fernando – ver RR de 25 de junho – teve um novo capítulo. Funcionários da sucroalcooleira vêm fazendo gestões junto ao BNDES e ao Banco do Brasil, os dois maiores credores da empresa, na tentativa de aprovar a venda do controle à Millenium Holdings. Esta última teria se comprometido a contratar parte dos 1,2 mil trabalhadores demitidos da usina. Ocorre que a Millenium venceu o leilão judicial, mas não levou. Foi desclassificada pela Justiça, que aceitou a oferta da segunda colocada, a Energética Santa Helena – pelo que se diz nos bastidores, com o apoio do BNDES e do BB.
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Ponto final
8/07/2021Não retornaram ou não comentaram o assunto: Sinopec, LyondellBasell, Banco do Brasil, BNDES, Great Wall, Presidência da República e Secretaria Geral da Presidência.
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Meia, volta, volver
7/07/2021A fintech inglesa Revolut, focada na abertura de contas correntes internacionais sem tarifas, está revendo sua operação no Brasil. Quase dois anos após desembarcar no país, o banco digital não conseguiu um parceiro local nem tampouco emplacar seu modelo de negócio.
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Da Anitta ao Gabigol
2/07/2021Entre os dirigentes à frente do projeto, o Nubank é apontado como um potencial patrocinador da nova liga de clubes que está sendo criada para organizar o Campeonato Brasileiro. A “sócia” Anitta poderia muito bem ser convocada para ser a cheerleader isolada do banco nas principais partidas do campeonato.
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Mourão no banco de reservas
1/07/2021Jair Bolsonaro vem sendo aconselhado a reforçar o time brasileiro que participará da Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP26), em novembro. O reforço em questão seria a escalação do general Hamilton Mourão, comandante do Conselho da Amazônia, ao lado do novo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite. A julgar pela distância cada vez maior entre Bolsonaro e Mourão, trata-se de uma hipótese pouco provável.

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Chineses querem colocar seu carimbo na moeda brasileira
30/06/2021Há uma possibilidade dos chineses imprimirem a moeda brasileira. Segundo informações filtradas pelo RR junto ao Ministério da Economia, a Aisino, um dos maiores grupos de documentação digital do país asiático, demonstrou interesse em participar da privatização da Casa da Moeda. A empresa identifica a estatal como uma janela de oportunidade para entrar no Brasil, peça-chave de um movimento geoeconômico mais amplo.
Após se espraiar pelo Oriente Médio e pela África, a Aisino elegeu a América Latina como prioridade. A companhia já atua no Chile e está na disputa para assumir dois serviços igualmente estratégicos naquele país: a impressão das carteiras de identidade e dos passaportes dos chilenos. Consultado, o Ministério da Economia não se pronunciou. A privatização da Casa da Moeda está prevista no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) e tem no ministro Paulo Guedes o seu principal defensor.
Ocorre que, historicamente, a venda da empresa sempre enfrentou resistência, devido ao seu forte simbolismo. Para se ter uma ideia da “sacralização” da estatal, há 50 anos, o ministro Roberto Campos chegou a preconizar a privatização do Banco Central, mas a Casa da Moeda era intocável até para os mais liberais entre os liberais. Neste momento da história, há ainda outro fator: a Aisino teria de enfrentar a “sinofobia” do governo Bolsonaro. Some-se o fato de que o próprio presidente tem uma postura pendular em relação à venda da Casa da Moeda. Talvez seja menos por razões de ordem estratégica e de segurança nacional e mais por escambo político. O Centrão, notadamente o PTB, está ávido para sentar na cadeira da presidência da estatal, hoje nas mãos do vice-almirante Hugo Cavalcante Nogueira.
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Menin multimídia
28/06/2021Rubens Menin, dono da MRV Engenharia e do Banco Inter, estaria envolvido no projeto de criação de uma plataforma de streaming focada em esportes. Ressalte-se que Menin tem feito avanços sucessivos na área de mídia. Dono da CNN Brasil, comprou recentemente a Rádio Itatiaia, de Minas Gerais.
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Uma vez Flamengo…
17/06/2021No governo do Distrito Federal já se cogita a possibilidade de o Banco Regional de Brasília (BRB) renovar antecipadamente o contrato de parceria ao Flamengo, que vence em 2023. Procurado, o banco informou que o acordo “possui cláusula de renovação automática e permite, ainda, a criação de uma nova empresa no futuro”.
…
Em tempo 1: segundo as pesquisas mais recentes, o clube carioca tem a maior torcida do Distrito Federal – com quase 50% da população local. Em tempo 2: o governador Ibaneis Rocha é candidato à reeleição em 2022.

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A nova fritura de Waldery Rodrigues
16/06/2021Há uma pressão dos senadores da base governista – a exemplo de Ciro Nogueira e Eduardo Girão – pela saída de Waldery Rodrigues Junior do Conselho de Administração do Banco do Brasil. Rebaixado de secretário especial da Fazenda para assessor de Paulo Guedes, Rodrigues fez desafetos no Senado durante a conturbada negociação do Orçamento. Ressalte-se que o Centrão está mandando e desmandando no BB: sancionou a nomeação de Fausto Ribeiro para a presidência do banco e emplacou Renato Naegele na vice presidência de agronegócio – indicação atribuída ao senador Wellington Fagundes (PL-MT).

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Itaú entra de sola em Rogério Caboclo
10/06/2021O RR teve a informação de que o Itaú ameaça romper o contrato de patrocínio à seleção brasileira caso Rogério Caboclo não seja afastado em definitivo da presidência da CBF. Caboclo se licenciou do cargo por 30 dias após ser acusado de assédio sexual contra uma funcionária. Consultado, o Itaú diz que “acompanhará de perto a apuração do caso e espera que a investigação seja profunda e célere.” Perguntado especificamente sobre a possível ruptura do contrato, o banco não se pronunciou. Itaú entra de sola em Rogério Caboclo.
Nos bastidores da CBF, um dos principais articuladores políticos do afastamento de Rogério Caboclo do cargo é Fernando Sarney. Guardadas as devidas proporções, a confederação é uma espécie de “Maranhão da bola” para o filho de José Sarney. Vice-presidente da CBF, Fernando manda e desmanda na entidade há mais de duas décadas.
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Os corpos que caem
2/06/2021Além da iminente mudança no comando da BB Seguridade, o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, deverá
estender à dança das cadeiras à Brasilprev. Ressalte-se que a atual presidente da empresa, Angela de Assis, está no cargo há apenas seis meses.
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Nome em alta
26/05/2021O nome do ex-presidente do Banco do Brasil Paulo Rogério Caffarelli, que acaba de deixar o comando da Cielo, circula nos corredores do Santander como candidato a assumir um cargo no banco.

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“Petrobolso”, o petrolão às avessas
24/05/2021A declaração de Jair Bolsonaro de que “gente de dentro da Petrobras ganhou dinheiro” em Bolsa com a mudança no comando da empresa faz parecer que o presidente tem um arsenal de denúncias para a criação de diversas CPIs. A afirmação mereceria, no mínimo, uma investigação da CVM, uma vez que a fala de Bolsonaro coloca sob suspeição do Conselho de Administração aos vários escalões executivos da companhia. Para os observadores mais íntimos do estilo de Bolsonaro, o próximo da fila é o Banco do Brasil. Não há motivo para desacreditar que, a qualquer momento, o presidente saque do bolso alguma acusação similar referente ao banco. Na última quinta-feira, em sua live, quando falou da Petrobras, Bolsonaro voltou a mencionar o fechamento de agências do BB. No fundo, no fundo, é tudo estratégia diversionista.
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Mais adubo financeiro para o Plano Safra
21/05/2021A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, está fazendo gestões junto ao Banco do Brasil para garantir que a instituição aumente o volume de recursos para o próximo Plano Safra – no ano passado, o BB liberou R$ 103 bilhões.
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Carrefour digital
18/05/2021O Carrefour planeja lançar um banco digital no Brasil. A ideia dos franceses é montar um colar de fintechs em torno da instituição.
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O retorno de Weintraub
14/05/2021Abraham Weintraub, hoje no Banco Mundial, tem dito a interlocutores no governo que está se preparando para voltar ao Brasil no fim do ano. Ou seja: não cumpriria seu mandato na instituição, que vai até outubro de 2022.
O motivo não é nada lisonjeiro: Weintraub está sendo investigado pelo conselho de ética do banco em função de sua conduta nas redes sociais. Apesar disso, não faltam partidos, a exemplo do PSL e do PTB, querendo emplacá-lo como candidato a deputado ou mesmo ao governo de São Paulo em 2022.

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Faxina de ativos no Banco do Brasil
15/04/2021O presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, está decidido a levar adiante duas operações que seu antecessor, André Brandão, deixou em banho-maria: as vendas da participação no Banco Patagonia e do BB Américas, em Miami. O que se diz no banco é que Ribeiro pretende selar os dois negócios até outubro. Nada que faça muita diferença: os dois ativos têm baixo valor ou relevância para o BB.
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Ponto final
15/04/2021Não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil, Multiplan e Forever 21.
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Nova fornada
13/04/2021O japonês SoftBank prepara uma nova e bilionária rodada de investimentos em startups no Brasil. Tudo sob o comando do ex-Amazon Alex Szapiro, que assumiu recentemente o comando do banco no país. Os japoneses reservaram algo como US$ 1 bilhão para aportes na América Latina.

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Embraer volta ao radar da diplomacia brasileira
9/04/2021A demissão de Ernesto Araújo do Ministério das Relações Exteriores reacendeu uma luz no painel da Embraer. Segundo informações auscultadas pelo RR no Itamaraty, o novo chanceler, Carlos Alberto França, está disposto a reabrir conversações no âmbito da OMC em torno da fixação de novas regras multilaterais para a concessão de subsídios do governo ao setor de aviação. O assunto é uma batalha aérea de parte a parte. Assim como a Embraer se queixa de subvenções para concorrentes, sobretudo a Bombardier, há um incômodo lá fora por conta das relações viscerais entre a empresa e o BNDES. O banco costuma financiar a venda de produtos da companhia, de jatinhos a aviões maiores. No início deste ano, por exemplo, o BNDES aprovou uma linha de crédito de R$ 450 milhões para a Embraer, mais precisamente para a exportação de aeronaves modelo E175 à norte-americana SkyWest Airlines. Por essas e outras, no exterior há quem veja a fabricante brasileira como uma “semiestatal”, com garantia de financiamento do governo – ainda que indiretamente – a taxas, no mínimo, competitivas.
Trata-se de uma questão complexa, dada a miríade de interesses comerciais cruzados, envolvendo países como França, China e Rússia. Além da Airbus – principal adversária da Embraer após assumir a divisão de jatos regionais da Bombardier -, a chinesa Comac e a russa Sukhoi despontam como ameaças emergentes à empresa brasileira. Ambas aditivadas com subsídios governamentais de alta octanagem. Ainda assim, cabe lembrar que existe um experimento diplomático razoavelmente bem-sucedido nessa área: o Entendimento Setorial sobre Aviação Civil (ASU), firmado na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2007, considerado um tento da diplomacia brasileira. Embora não seja membro da OCDE, o país participou do acordo, renovado quatro anos depois.
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Por falar em Itamaraty: a primeira missão – ou embate – de Carlos Alberto França nas Relações Exteriores está prevista para a próxima segunda-feira. França levará para a reunião do Mercosul a proposta de redução da Tarifa Externa Comum (TEC) do bloco econômico. Segundo o RR apurou, mesmo com a resistência do Paraguai e, sobretudo, da Argentina, o governo brasileiro vai defender o corte da TEC entre 15% e 20%. O projeto está sendo alinhavado pelo Ministério da Economia, mais precisamente pela equipe do secretário especial de Comércio Exterior, Roberto Fendt.

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“Operação casada”
9/04/2021Após a Caixa Econômica fechar a venda da sua participação no Banco Pan, agora é a vez do Banco do Brasil botar pressão para acelerar o IPO do Banco Votorantim. Se não será uma porta de saída em definitivo, a oferta de capital ao menos permitirá ao BB reduzir significativamente a sua fatia na instituição financeira dos Ermírio de Moraes. O Banco do Brasil estima arrecadar até R$ 2 bilhões com a venda de parte de suas ações no Votorantim.
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Ponto final
9/04/2021Não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil, Banco Votorantim, Gocil, João Doria e Americanas.

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Primeira baixa
7/04/2021O que se diz no Banco do Brasil é que o novo presidente da instituição, Fausto Ribeiro, já procura um nome para substituir o vice-presidente de gestão financeira e de relações com investidores, Carlos da Costa André. Com quase 40 anos de banco, o executivo chegou ao cargo em novembro pelas mão do ex-presidente do BB, André Brandão.
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Ponto final
7/04/2021Não retornaram ou não comentaram o assunto: Ministério da Justiça, Banco do Brasil e Shandong Haiying.
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Desgosto pessoal
31/03/2021Segundo uma fonte próxima a Helio Magalhães, sua renúncia à presidência do Conselho do Banco do Brasil teria menos a ver com uma reação à interferência de Jair Bolsonaro na instituição e mais com uma decepção particular. Magalhães era um dos cotados para assumir o comando do BB com a saída de André Brandão. Tinha, inclusive, o apoio de Paulo Guedes.
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Ponto final
31/03/2021O seguinte citado não comentou o assunto: Banco do Brasil.

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Pandemia 1
17/03/2021Enfim, o RR teve uma boa notícia: o governador da Bahia, Rui Costa, negocia com o Banco do Brasil um empréstimo de R$ 1,5 bilhão para a compra de aproximadamente dez milhões de doses da vacina russa Sputnik V.
Pandemia 2
Não que Jair Bolsonaro vá se preocupar com isso. Mas a cardiologista Ludhmila Hajjar tem uma grande rede
na comunidade dos médicos. Nos últimos dias, chegou-se a discutir um manifesto de desagravo a Ludhmila.
Pandemia 3
Mais um indicador do avanço da Covid-19 no Rio: a Rede D´Or, dona dos principais hospitais particulares da cidade, está recrutando médicos recém-formados para dar conta do atendimento dos infectados em UTIs.

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O Weintraub de sempre
15/03/2021O Banco Mundial já teria pedido ao Itamaraty a substituição do ex-ministro Abraham Weintraub como representante do Brasil na instituição. Os próprios funcionários do banco solicitaram que Weintraub seja investigado por disseminar informações falsas sobre a pandemia.

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Operação-abafa
12/03/2021Paulo Guedes tem procurado asserenar os ânimos entre os conselheiros do Banco do Brasil para evitar uma “Petrobras 2”, leia-se a renúncia de integrantes do board após as ingerências de Jair Bolsonaro na instituição.
…
André Brandão está disposto a deixar a presidência do BB antes do governo definir seu substituto. Virou uma questão de honra.
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Ponto final
12/03/2021Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil e Arena das Dunas.
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Sai Paulo, fica Pedro
10/03/2021Paulo Guedes tirou o corpo fora e abandonou o lobby pela indicação de Eduardo Dacache, atual presidente da Caixa Seguridade, para o comando do Banco do Brasil. Pedro Guimarães, presidente da Caixa, ficou sozinho na campanha pela nomeação de Dacache.

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Private banking
5/03/2021Após o polêmico empréstimo de R$ 3,1 milhões para Flavio Bolsonaro comprar uma mansão em Brasília, os funcionários do BRB cunharam, nos corredores da instituição, um novo significado para a sigla: “Banco Regional dos Bolsonaro”. Não custa lembrar que foi por influência de Jair Bolsonaro que o banco do Distrito Federal fechou um contrato milionário com o Flamengo.
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“O BB é meu”
5/03/2021O recado já está com Paulo Guedes: Jair Bolsonaro quer que o novo presidente do Banco do Brasil, seja ele quem for, reavalie o plano de fechamento de 300 agências em todo o país. Qualquer corte razoável nesse número já será uma festa para Bolsonaro.

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Corrida sucessória
4/03/2021Além do presidente da Caixa Seguridade, Eduardo Dacache, outro nome corre por fora, ou melhor, por dentro para assumir a presidência do Banco do Brasil: Hélio Magalhães, ex-no 1 do Citi no Brasil e atual presidente do Conselho do BB.
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Estilhaços da intervenção de Bolsonaro na Petrobras
23/02/2021- Até o fechamento desta edição (ontem, às 20h) Paulo Guedes completou 72 horas sem se pronunciar sobre a demissão de Roberto Castello Branco. Muy amigo…
- Depois do que fez na Petrobras, Jair Bolsonaro não deve estar mais querendo a aprovação da autonomia do Banco Central. Seria a única instância da República em que ele não poderia demitir o subordinado.
- Ontem, circulou a informação de que Jair Bolsonaro está consultando seu conselho militar em busca do nome de um oficial para a Eletrobras. Não é difícil de entender que a privatização foi para a o espaço.
- Também ontem, correu no mercado a informação de uma substituição da substituição na BR. Wilson Ferreira Junior, que deixou a Eletrobras e ganhou como prêmio de consolação a presidência da distribuidora, não assumiria mais o cargo. O novo indicado seria o ministro Bento Albuquerque. Sua missão seria tocar uma “nova BR”, com a reestatização da empresa. Segundo informação que circulou em uma grande corretora, a Petrobras compraria, até junho, 15% das ações da distribuidora que pertencem a fundos e bancos internacionais, reassumindo o controle.
- A possível indicação do almirante Bento Albuquerque para a BR enseja ainda duas interpretações. A primeira é que Bolsonaro quer colocar alguém seu na empresa para fazer política de preços e tarifas dos combustíveis. A segunda é que o presidente pretende abrir espaço no Ministério de Minas e Energia para o Centrão.
- A explosão de Jair Bolsonaro deverá atingir, ainda que de leve, a cota de Paulo Guedes. O secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues Junior, está na linha de tiro do presidente.
- O presidente do Banco do Brasil, André Brandão, já está espanando a cadeira. Sabe que sua demissão pode não ser agora. Mas será mais à frente, conforme já sinalizou Bolsonaro.
- Ontem era tido como certo no mercado que o programa de privatização do governo vai ficar restrito à xepa das estatais. A insegurança jurídica alimentada por Bolsonaro é um repelente para os investidores.
- O que se considerava, ontem, em Brasília é até que ponto a aprovação da PEC Emergencial será suficiente para mitigar o estrago feito com as mexidas conduzidas por Bolsonaro. Tá tudo dominado, mas não por Paulo Guedes…

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Bolsonaro atira em Castello Branco e bala ricocheteia no ministro Paulo Guedes
22/02/2021A forma impolida e desrespeitosa com que o presidente Jair Bolsonaro defenestrou do cargo o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, l coloca o ministro da Economia com um pé fora do governo. Mesmo que seja procedente uma suposta covardia de Paulo Guedes, ligando na madrugada para suplicar que Castello renunciasse da sua posição, os dois estão indexados. Para início de conversa, a intervenção de Bolsonaro na companhia, impondo um subsídio aos combustíveis, vai na mão inversa de tudo o que Guedes vem defendendo.
Na realidade, ela foi “assinada” pelo ministro durante todo o tempo. A medida já seria um bom motivo para que o ministro começasse a arrumar seus apetrechos. Mas digamos que Guedes seja subserviente ao chefe ao ponto de negar o que disse durante toda a sua gestão. Pois bem, vai carregar uma cruz: terá ressuscitado Dilma Rousseff com sua política de intervenção nos preços dos derivados de petróleo – só falta interferir nas tarifas de energia elétrica.
Dilma estará arrastando correntes, à meia-noite, pelos corredores da Petrobras sussurrando que a captura da estatal não foi um episódio exclusivo do seu tempo. Não bastasse isso, a diatribe do presidente cria uma situação de risco jurídico e regulatório que praticamente joga uma pá de cal no plano de desinvestimentos da Petrobras. Quem vai querer comprar um ativo da estatal se a qualquer momento Bolsonaro pode ter um faniquito e cismar de reduzir os preços? Muito provavelmente toda a diretoria deixará a empresa por ocasião da saída de Castello.
O Conselho de Administração ficará em uma situação constrangedora, pois sequer poderá discutir se renovaria ou não o mandato do atual gestor, conforme decisão que seria tomada em sua reunião de amanhã. Melhor acabar logo com o Conselho ou substituí-lo por um colegiado de generais. Se Paulo Guedes não aceitar a humilhação, ao contrário do que vem ocorrendo em sua gestão, teria chegado o momento do ministro da Economia afivelar as malas e voltar à paz do seu apartamento do Leblon.
Castello não é só o executivo mais renomado que Guedes trouxe para o governo como também é a mais perfeita tradução do seu pensamento. Não bastasse, há uma longa história de amizade e colaboração profissional entre ambos. Castello era presidente do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) nos idos dos anos 80, quando trouxe Paulo Guedes, então na Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex), para o cargo de diretor técnico. Logo a seguir, Castello foi para a diretoria bancária do Banco Central e fez de Guedes seu sucessor.
Ambos estudaram na Universidade de Chicago, uma fraternidade que envolve, além das ideias, a fidelidade entre seus discípulos. Castello tem feito uma gestão elogiada por todo o mercado. Conseguiu domar a fúria da corporação contrária a sua política liberal. Seu projeto sempre foi tornar a companhia enxuta, hiper focada e resistente às intempéries. Não previu que os raios e trovoadas viriam do Palácio do Planalto. Castello foi estorricado. E sua fritura flamba o ministro da Economia. É um desatino escangalhar a Petrobras e afastar o mais próximo colaborador de Paulo Guedes. A não ser que Bolsonaro queira flechar pelas costas o principal ministro do seu governo.

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Negacionismo rubro-negro
19/02/2021A diretoria do Flamengo caprichou no negacionismo. Originalmente, a previsão orçamentária do clube para 2021 estabelecia a volta do público aos estádios no início de abril. Com a campanha de vacinação a passos de cágado e a média móvel de mais de mil mortos por dia no Rio, os dirigentes rubro-negros acabaram refazendo a previsão e empurrando a data para setembro.
…
Por falar no Urubu, dirigentes do Banco Regional de Brasília e do Flamengo já cogitam a possibilidade de prorrogar o contrato de patrocínio que vence em 2023. O curioso é que até lá quem hoje manda tanto de um lado quanto de outro pode nem estar mais lá: o clube tem eleição neste ano; em 2022, será a vez do governador do DF, Ibaneis Rocha, enfrentar as urnas.

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Ao Deus dará
18/02/2021Assessores mais próximos de Paulo Guedes apostam que ele não vai mover um dedo para salvar a pele do presidente do Banco do Brasil, André Brandão, das garras do Centrão. Já bastou o desgaste que Guedes teve ao segurar Brandão no banco depois do recente anúncio das cinco mil demissões.
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Pendurado
5/02/2021“Ele está pendurado. Mais uma e leva cartão vermelho”. Em conversas reservadas, é assim que Jair Bolsonaro se refere ao presidente do Banco do Brasil, André Brandão.

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“Mengalomania”
3/02/2021Dirigentes do Flamengo e do Banco Regional de Brasília têm falado que o patrocínio da instituição financeira ao rubro-negro pode atingir R$ 1,5 bilhão em até três anos com base na abertura de contas digitais. Nenhum contrato similar no futebol brasileiro chegou sequer a um décimo desse valor.

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Crédito de sobra
2/02/2021A ministra Tereza Cristina vem pleiteando ao presidente do Banco do Brasil, André Brandão, a redução dos juros para o financiamento rural. O foco é o Plano Safra 2021/22, que será anunciado em junho. Tereza, por sinal, está com crédito na casa: foi uma das responsáveis por interceder junto ao presidente Jair Bolsonaro para evitar a demissão de Brandão.

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Ninguém enxerga que a indústria está morrendo?
1/02/2021O RR apurou que a Secretaria do Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério da Economia monitora, com preocupação, a situação da Audi no país. O receio é que a montadora alemã seja a próxima a encerrar sua produção no Brasil. Os movimentos recentes reforçam essa percepção. Em dezembro passado, a empresa suspendeu a fabricação do A3 Sedan, único modelo que era montado na unidade de São José dos Pinhais (PR). Ouvida pelo RR, a Audi foi diplomática. Afirmou que estuda um novo modelo para ser produzido no Brasil. Diz ainda que “boa parte dessa decisão passa pela definição do que irá ocorrer com os créditos de IPI acumulados durante os anos de Inovar Auto, que não foram integralmente devolvidos”.
O RR, contudo, reitera que a empresa estuda cair fora do país. Caso atravesse a porta de saída, a Audi se juntará a Ford, Ford Caminhões, Roche, Eli Lilly, Sony, Mercedes-Benz e Nikon, empresas que encerraram suas atividades industriais no Brasil desde o início do governo Bolsonaro. Diante do crescente êxodo de multinacionais, talvez tenha chegado a hora de rever o “super” Ministério da Economia. A “sub-pasta” da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação, colocada sob o guarda-chuva de Paulo Guedes tornou-se um apêndice menor e ineficaz, com graves reflexos para a economia, geração de empregos, retenção de talentos e mesmo estímulo à educação mais sofisticada no país. Com Guedes não vai haver policy para o segmento. O ministro despreza qualquer tipo de política industrial. Há uma bifurcação de motivos para esse “bye, bye, Brazil”.
De um lado, existe uma variável estrutural: o elevado Custo Brasil, uma questão que exige tempo para ser equacionada. Por outro, há um forte componente conjuntural. A gestão Bolsonaro não acena com PIB crescente, aumento de investimentos e muito menos incentivos – que não precisam, necessariamente, ser fiscais. O Chile, por exemplo, exige o compromisso de permanência de uma empresa por 10 anos para a concessão de benefícios. Por aqui, o governo Bolsonaro adota a política do “cada um por si”.
O BNDES hoje é tudo: estruturador de operações financeiras, adviser de privatizações, trem pagador do Tesouro, menos banco de fomento. Paulo Guedes diz que a indústria está crescendo. Como de hábito, ergue suas verdades sobre um terreno arenoso. Esse crescimento ao qual ele se refere se deve a três variáveis. Em primeiro lugar, a base de comparação usada – o mês imediatamente anterior – é baixa. Em novembro de 2020, a atividade industrial avançou 1,2% em relação a outubro. Por esse critério, foi a sétima alta consecutiva. No entanto, quando a comparação se dá com o mesmo período em 2019, foram 10 meses seguidos de baixa. Apenas em outubro e novembro de 2020 a indústria voltou a crescer frente aos mesmos meses no ano anterior.
Além disso, o auxílio emergencial e as políticas de cobertura de pagamento de salários dos trabalhadores durante a pandemia tiveram um impacto positivo circunstancial. Ressalte-se ainda o divórcio de boa parte dos brasileiros com as regras sanitárias: mais da metade da população determinou, com o apoio do presidente Bolsonaro, que o isolamento não precisava ser cumprido, o que antecipou a retomada da economia – ao custo de milhares de mortos a mais. Hoje, a indústria de transformação responde por 11% do PIB, o menor nível desde 1947. Há estimativa que chegue a 9% em 2024.
Segmentos vitais vão recuar ainda mais. A formação bruta de capital fixo deve cair 2,3% no quarto trimestre de 2020 em comparação com o terceiro, segundo projeção do Boletim Macro do Ibre-FGV. A construção civil, que tem peso no cálculo do PIB industrial, deu um piparote em dezembro, com a maior utilização de capacidade operacional desde 2014. Mas, a previsão da Câmara Brasileira da Indústria da Construção é de uma queda de 2,8% do PIB do setor em 2020. Esse cenário provoca efeitos colaterais que podem demorar anos para serem curados. Há uma crescente exportação de talentos no país, notadamente para países como Estados Unidos, Alemanha e Suécia. São profissionais de alta formação que potencialmente teriam de ser absorvidos pela indústria nacional. E daí.
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Adeus China
22/01/2021Depois de quase ser degolado, o presidente do Banco do Brasil, Andre Brandão, parece querer agradar Jair Bolsonaro. O BB está ultimando os preparativos para fechar seu escritório em Xangai. Curiosamente, mesmo com a patrulha bolsonarista, seu antecessor, Rubem Novaes, ampliou as atividades do BB na China.
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Escolha ou falta de escolha?
20/01/2021Mantido no cargo – ao menos, por ora -, o presidente do Banco do Brasil, André Brandão, pretende manter a operação do BB Americas, nos Estados Unidos. Não se sabe se é por convicção no negócio ou pela falta de comprador – o ativo está sobre o balcão há mais de um ano.
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Um xerife de olhos vendados
19/01/2021A CVM foi no mínimo omissa no caso do Banco do Brasil. Como pode haver interferência externa na decisão de fechamento de agências e cortes de pessoal já aprovada pelo Conselho de Administração? Assim como não é permitida a presença de ministros no board do BB, não cabe a ingerência do acionista controlador para criar embaraços à gestão. Se André Brandão, presidente da instituição, tivesse um pouco de juízo, pegava seu banquinho e saia de mansinho, como diria Raul Gil.
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A caminho da bolsa
6/01/2021O RR apurou que o governo do Distrito Federal estuda a abertura de capital da BRB Financeira, braço do Banco Regional de Brasília. Seria a missão prioritária do novo presidente da financeira, o ex-n.1 da Funcef Carlos Antonio Fernandes.
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Contramão
4/01/2021As seguidas declarações do novo presidente do Banco do Brasil, André Brandão, tratando a venda de subsidiárias como algo não prioritário, têm provocado um crescente incômodo no ministro Paulo Guedes.

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RR é a melhor vacina contra a desinformação
23/12/2020Em meio ao “novo normal” imposto pelo terrível ano de 2020, ao menos um ponto não mudou: o assinante do RR teve acesso irrestrito aos corredores do Poder. Em 20 de abril, um mês após Jair Bolsonaro decretar estado de calamidade pública, o RR foi o primeiro veículo a noticiar os estudos dentro do governo para a criação de uma espécie de “Plano Marshall” brasileiro, um amplo programa emergencial de geração de investimento e de empregos. Poucos dias depois, o ministro da Casa Civil, general Braga Netto, surgiria no noticiário confirmando os estudos e fazendo referência exatamente ao termo “Plano Marshall”. O RR antecipou o flerte entre Jair Bolsonaro e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Em 3 de julho, a newsletter informou que Marinho estava montando uma intensa agenda de viagens de Bolsonaro para inaugurar obras no Nordeste, o que de fato ocorreu nos meses seguintes.
O poder em marcha
Em 5 de maio, o RR descortinou o incômodo dentro das Forças Armadas diante da insistência do presidente Jair Bolsonaro em associar a corporação a um discurso de intimidação e de risco de ruptura institucional, tema que ganharia o noticiário nos dias seguintes. O RR também antecipou a importante missão que o general Hamilton Mourão passou a ter no governo: em 22 de julho, noticiou, em primeira mão, que o vice-presidente se tornaria uma espécie de “embaixador do meio ambiente” da gestão Bolsonaro. Em 20 de agosto, o RR publicou, também com exclusividade, que o governo estenderia a “Operação Verde Brasil 2”, prorrogando a presença de militares no combate aos incêndios na Amazônia até o fim do primeiro trimestre de 2021 – o que se confirmaria em novembro.
Militares x “olavistas”
Os assinantes da newsletter tiveram também informações exclusivas sobre a disputa de poder entre os generais palacianos e a ala olavista do governo. Em 12 de maio, o RR cravou que os militares se movimentavam para ter um número maior de assentos no Conselho Nacional de Educação (CNE), tradicional área de influência de Olavo de Carvalho desde o início da gestão Bolsonaro. Em 25 de setembro, o RR revelou articulações para a possível saída do “olavista” Ernesto Araújo do Ministério das Relações Exteriores. Desde então, o noticiário tem tratado da hipótese de substituição do chanceler. Na última semana, a mídia passou a abordar também a possibilidade de demissão do embaixador brasileiro em Washington, o igualmente “olavista” Nestor Forster, informação antecipada pelo RR em 7 de dezembro.
Laços de família
Em 7 de agosto, o RR revelou que, ao criar o Centro de Inteligência Nacional na Abin, o presidente Jair Bolsonaro estava instituindo um “Family office” dentro da agência, com o objetivo de usar o aparato de Inteligência do Estado em benefício de si próprio e dos seus. Em dezembro, estouraria a denúncia de que a Abin produziu relatórios para Flavio Bolsonaro. Em 8 de junho, o RR informou, com exclusividade, que o deputado federal Eduardo Bolsonaro estava trabalhando para viabilizar o desembarque no Brasil da Sig Sauer, fabricante de armamentos de origem suíça. Mais: a newsletter antecipou as articulações conduzidas com o auxílio do “03” para uma parceria entre a empresa e a Imbel. Três dias depois, o assunto estaria em toda a mídia.
Despedida antecipada
O leitor da newsletter acompanhou de muito perto o processo de sucessão do Itaú Unibanco. Em 9 de setembro, o RR informou que Marcio Schettini deixaria o banco caso não fosse o escolhido para suceder Candido Bracher na presidência. Dito e feito! No início de novembro, preterido em detrimento de Milton Maluhy Filho, Schettini, diretor geral de varejo, anunciou sua saída do Itaú. No dia 9 do mesmo mês, o RR voltou ao tema para detalhar os bastidores da escolha, conduzida pelo próprio Bracher, e o mal estar que ela causou junto aos acionistas do Itaú.
Em janeiro, o RR informou com exclusividade que a Petrobras lançaria um plano de redução de despesas da ordem de R$ 1 bilhão, o que se confirmaria pouco depois. Também em janeiro, a newsletter revelou que Embraer e Boeing haviam desmobilizado um grupo de trabalho que discutia o desenvolvimento conjunto de aeronaves comerciais, apontando a medida como um indício de iminentre rompimento da fusão. Três meses depois, a associação entre as duas companhias foi para o espaço. Ainda sobre a Embraer, em julho o RR antecipou que a empresa estava negociando um empréstimo do BNDES, operação oficialmente confirmada em dezembro.
Em março, o RR foi o primeiro a noticiar os estudos no BNDES para a compra de participações em companhias aéreas, como forma de reduzir os efeitos da pandemia sobre o setor. Menos de 15 dias depois, o projeto se tornaria público, ainda que, na prática, não tenha decolado. Outro furo que veio dos céus foi a notícia de que o empresário David Neeleman, fundador da Azul, venderia sua participação na portuguesa TAP, antecipada pelo RR em 12 de fevereiro. O RR antecipou também o que poderia ter sido uma das maiores operações de M&A do ano no país. Na edição de 26 de agosto, informamos que a Ser Educacional estava levantando recursos para fazer uma oferta de compra do controle dos ativos da Laureate no Brasil.
Menos de um mês depois, a proposta de R$ 4 bilhões estava sobre a mesa dos acionistas do grupo norte-americano. A Ser acabou perdendo a disputa empresarial para a Ânima Educação. Em 5 de novembro, mais um furo no noticiário corporativo: o RR antecipou que os principais acionistas da Qualicorp se movimentavam para comprar o restante da participação de José Seripieri Filho, fundador da operadora de planos de saúde, devido às denúncias de corrupção contra ele. Menos de um mês depois, os sócios da companhia e o empresário fecharam um acordo para a transferência das ações, quase no mesmo período em que o STF homologava a delação premiada de Seripieri.
Cortes no Ministério Público
No dia 8 de dezembro, a newsletter revelou os planos do procurador geral da República, Augusto Aras, para fechar escritórios de representação do MPF e reduzir custos operacionais devido à escassez orçamentária da instituição – informação que acabou confirmada pelo próprio Ministério Público.
Gol atrás de gol
Em 16 de março, o RR informou, com exclusividade, que o início do Campeonato Brasileiro seria adiado por conta da pandemia. Uma semana depois, a newsletter antecipou que os clubes haviam pedido ao governo a suspensão dos pagamentos do Profut, o programa de refinanciamento de dívidas das agremiações esportivas junto à União – medida que seria implantada pouco depois. Que 2021 seja um ano muito diferente em quase tudo, menos na capacidade do RR de entregar a seu assinante um conteúdo qualificado e exclusivo.
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“Minha terra, minha vida”
11/12/2020O Ministério da Agricultura, mais precisamente o Incra, vai lançar um programa de crédito fundiário voltado à venda de lotes para agricultores familiares. Em contrapartida, os produtores terão de se comprometer a negociar parte da sua colheita para o Programa de Aquisição de Alimentos da Pasta da Agricultura. O Banco do Brasil vai ser o agente financeiro do projeto, segundo as negociações do Incra. A primeira área prevista para ser ofertada está em Mato Grosso. No governo Lula, uma iniciativa semelhante fez grande sucesso. Mas, isso, claro, não será lembrado.
Acervo RR
Além-mar
10/12/2020A exemplo da XP, o Nubank estuda atravessar o Atlântico e abrir um escritório em Portugal. Procurado pelo RR, o banco diz que “no momento, não tem nenhuma expansão internacional para comentar ou confirmar”. Mas “que está sempre analisando oportunidades”. Ora, pois, pois, os mais de 150 mil brasileiros em Portugal são uma respeitável oportunidade.

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Troca de guarda à vista na Embaixada em Washington
7/12/2020O RR apurou que já estão sendo discutidas dentro do governo hipóteses para a substituição de Nestor Forster na Embaixada do Brasil em Washington. O nome mais cotado para o posto é o do diplomata Marcos Troyjo, ex secretário especial de Comércio Exterior e Internacionais do Ministério da Economia e, desde maio, na presidência do Banco dos BRICs. Sua indicação teria o apoio, sobretudo, do ministro Paulo Guedes, além de ser uma figura bem vista pela ala militar do governo. Troyjo tem muito bom trânsito junto à alta diplomacia internacional – como ficou patente na sua eleição por unanimidade para o comando do banco dos países emergentes.
Cofundador do centro de estudos dos BRICs na Universidade Columbia, nos Estados Unidos, é conhecido também pela capacidade de interlocução com os democratas. Pela tradição do Itamaraty, há uma entrave para a possível nomeação de Marcos Troyjo. Diplomata de carreira, Troyjo ainda não chegou aos níveis de ministro de primeira ou de segunda ordem, de onde normalmente saem os indicados para os postos de maior relevância no exterior. No entanto, a própria nomeação de Forster, ministro de segunda ordem, já quebrou um precedente no Itamaraty: nunca antes a Embaixada de Washington foi ocupada por um diplomata de carreira que não ministro de primeira ordem.
By the way: além de Troyjo, correm por fora outros dois nomes para o posto: Luis Fernando Serra, atual embaixador do Brasil em Paris, e Maria Luiza Viotti, ex-embaixadora do Brasil na Alemanha e hoje chefe de gabinete do secretário geral da ONU, Antonio Guterres. As discussões em torno da substituição de Nestor Forster partem da premissa de que sua permanência à frente da Embaixada será um dificultador para o diálogo entre o Brasil e a Casa Branca após a posse do governo Biden. Trata-se da mesma lógica que alimenta a pressão dentro do governo pela saída de Ernesto Araújo das Relações Exteriores – ver RR de 25 de setembro. Forster é tido como um diplomata até mais ideológico, ou seja, “olavista”, do que o próprio Araújo. Por sinal, foi ele quem apresentou o atual chanceler brasileiro a Olavo de Carvalho.

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Au revoir, Paris
1/12/2020Uma fonte do Banco do Brasil cravou com todas as letras: após desativar os escritórios de Milão e Madri, o BB vai fechar sua representação em Paris. Segundo o informante do RR, funcionários da filial já teriam sido comunicados da decisão. O motivo da medida é a baixa performance da operação. Consultado especificamente sobre o encerramento das suas atividades na capital francesa, o banco não se pronunciou. O Banco do Brasil informou que “promove, desde o início do ano, processo de reestruturação de suas unidades no exterior com o objetivo de ganhar mais eficiência para sua atuação internacional”.
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IPO no BRB
26/11/2020O governo do Distrito Federal prepara a abertura de capital do braço de cartões do Banco Regional de Brasília.
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BB Digital
9/11/2020Projeto tocado pelo novo presidente do Banco do Brasil, André Brandão, e ainda guardado a sete chaves: a cisão da carteira digital do BB e a criação de um novo a banco a partir dessa costela.
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Ponto final
9/11/2020Não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil, Vivo, Vale e Cemig.

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Banco Central cogita um PIX para transações internacionais
5/11/2020Nos corredores do Banco Central há quem defenda um PIX em camadas. O próximo passo seria a adoção do sistema de pagamentos eletrônicos na área de transações internacionais. A medida teria impacto positivo para o comércio exterior. Hoje, toda a movimentação financeira em torno das exportações é uma barafunda. Da emissão do “conhecimento de embarque”, documento feito pelo comandante do navio, até a cobrança e o pagamento internacional, a média é de quatro dias para companhias de navegação estrangeira. No caso de uma empresa brasileira, esse prazo pode chegar a 10 dias. Isso para não falar da burocracia e dos custos que ela traz a reboque. Um exemplo: um armador relatou ao RR a via crucis que teve de atravessar no mês passado, ao embarcar três contêineres para o Porto de Hamburgo. O Bill of Landing (BL) – o “conhecimento de embarque” emitido pelo transportador – só foi expedido um dia antes da chegada do navio à Alemanha. Resultado: o armador teve de arcar com um gasto extra de 700 euros para bancar a estadia da carga no terminal até que toda a documentação fosse liberada e o pagamento, concluído. Com o “PIX das transações internacionais”, toda a operação financeira poderia ser feita em questões de minutos, sem a necessidade de qualquer documento físico. O sistema poderia ainda reduzir os custos bancários que incidem sobre o comércio exterior. Essa despesa é debitada diretamente no valor da fatura do exportador. Chega a custar até 1% do valor da carga.
…
Por falar em comércio exterior: grandes exportadores brasileiros têm cobrado do ministro Paulo Guedes que o Ministério da Economia entre em campo para solucionar a lentidão do governo argentino na expedição de guias de importação para produtos brasileiros. Em alguns casos, um procedimento que levava menos de uma semana tem demorado cerca de um mês. O governo Alberto Fernández estaria conduzindo uma espécie de operação tartaruga na autorização das importações para frear a escassez de dólares no país.

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Banco Central cogita um PIX para transações internacionais
5/11/2020Nos corredores do Banco Central há quem defenda um PIX em camadas. O próximo passo seria a adoção do sistema de pagamentos eletrônicos na área de transações internacionais. A medida teria impacto positivo para o comércio exterior. Hoje, toda a movimentação financeira em torno das exportações é uma barafunda. Da emissão do “conhecimento de embarque”, documento feito pelo comandante do navio, até a cobrança e o pagamento internacional, a média é de quatro dias para companhias de navegação estrangeira. No caso de uma empresa brasileira, esse prazo pode chegar a 10 dias. Isso para não falar da burocracia e dos custos que ela traz a reboque. Um exemplo: um armador relatou ao RR a via crucis que teve de atravessar no mês passado, ao embarcar três contêineres para o Porto de Hamburgo. O Bill of Landing (BL) – o “conhecimento de embarque” emitido pelo transportador – só foi expedido um dia antes da chegada do navio à Alemanha. Resultado: o armador teve de arcar com um gasto extra de 700 euros para bancar a estadia da carga no terminal até que toda a documentação fosse liberada e o pagamento, concluído. Com o “PIX das transações internacionais”, toda a operação financeira poderia ser feita em questões de minutos, sem a necessidade de qualquer documento físico. O sistema poderia ainda reduzir os custos bancários que incidem sobre o comércio exterior. Essa despesa é debitada diretamente no valor da fatura do exportador. Chega a custar até 1% do valor da carga.
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Por falar em comércio exterior: grandes exportadores brasileiros têm cobrado do ministro Paulo Guedes que o Ministério da Economia entre em campo para solucionar a lentidão do governo argentino na expedição de guias de importação para produtos brasileiros. Em alguns casos, um procedimento que levava menos de uma semana tem demorado cerca de um mês. O governo Alberto Fernández estaria conduzindo uma espécie de operação tartaruga na autorização das importações para frear a escassez de dólares no país.

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Guilhotina afiada no Santander
4/11/2020É grande o zunzunzum no Santander de que o banco terá uma nova leva de demissões até o fim do ano. A rádio-corredor fala em até 500 cortes. Em tempo: em teleconferência com analistas na última terça-feira, quando consultado sobre as 1,2 mil demissões feitas no terceiro trimestre, o vice-presidente financeiro do Santander Brasil, Angel Santodomingo, disse que “ainda há espaço para melhorias no índice de eficiência do banco”.
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Tyson ganha calorias no Brasil
4/11/2020A Tyson Foods avança gradativamente no Brasil. Segundo fonte de um banco de investimentos que trabalha para os norte-americanos no Brasil, os norte-americanos estão em negociações para se associar a um grande produtor de carne de frango, com sede em Santa Catarina. No ano passado, o grupo comprou 40% do frigorífico mineiro Avibra. Os negócios da Tyson no Brasil são sempre cercados de muitas dúvidas pela volatilidade de humor dos norte-americanos. A companhia já esteve aqui com a sua marca própria e depois vendeu todos os ativos.
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Legado Novaes
29/10/2020Rubem Novaes ainda “manda” no Banco do Brasil. A nomeação de Marcio Hamilton Ferreira para a presidência da BB Seguridade deve ser creditada na conta do ex-presidente do banco. Ferreira foi um dos executivos mais próximos de Novaes durante a sua gestão. Também por indicação do ex-presidente do BB, comandou antes a Brasilprev.
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Fator de depreciação
28/10/2020Os bancos advisers do IPO do Grupo Big, ex-Walmart Brasil, temem que os pálidos números do e-commerce achatem o valuation da empresa. Após um ano desativada, a operação digital só voltou ao ar no início de 2020. Hoje, responde apenas por 2% do faturamento total. Longe ainda dos indicadores da concorrência, como Carrefour (8%) ou do Pão de Açúcar (6%).

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A Trump tudo, a Bolsonaro nada
26/10/2020De acordo com um informante do RR no Itamaraty, havia um acordo tácito para que o Brasil indicasse o vice-presidente do BID. Seria a contrapartida ao apoio brasileiro à eleição do norte-americano Maurício Claver-Carone para o comando do banco. Dito, mas não feito. A promessa caiu por terra na semana passada, quando Carone convidou para o cargo Benigno López, ex-ministro da Fazenda do Paraguai.
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Já não era sem tempo
26/10/2020O Ministério da Família vai lançar um banco nacional de dados de crianças desaparecidas. A plataforma integrará informações das secretarias de Segurança. Até hoje, o Brasil está no medievo nesse assunto, com cadastros dispersos e índices de identificação de desaparecidos inferiores à média mundial.

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ANPD é mais um braço do Leviatã dos dados pessoais
23/10/2020No que depender da ala militar do governo, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), autarquia criada pelo presidente Jair Bolsonaro no rastro da Lei Geral de Proteção de Dados, ficará vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A ideia é moldar a ANPD como um órgão do aparelho de Inteligência do Estado, uma espécie de istmo da Abin. Segundo fonte do RR, a proposta teria a simpatia do general Augusto Heleno, ministro-chefe do GSI.
A ANPD, ressalte-se, vai se juntar ao que pode ser chamado do “Grande Irmão” da identidade do brasileiro, uma fraternidade que congrega ainda o Pix, Dataprev, Serpros, entre outros. Ou seja: um Leviatã dos dados pessoais. Trata-se de um princípio de monopólio que traz a reboque efeitos colaterais preocupante. Qualquer invasão de uma base tão concentrada como essa daria acesso a uma imensidão de dados dos cidadãos brasileiros.
O Pix é um exemplo didático dos riscos envolvidos. Celebrado por proporcionar redução do custo e ampliar a velocidade das transações, o sistema de pagamentos do Banco Central já exibe algumas porosidades. Vide as acusações de que instituições financeiras, como o Nubank e o Mercado Pago, estariam cadastrando indevidamente informações pessoais de seus usuários como chaves de identificação no Pix. A título de esclarecimento, o GSI ressaltou ao RR que, “por dispositivo legal”, a ANPD não trata de dados do Estado brasileiro, “uma vez que sua competência restringe-se a dados pessoais”.
O Gabinete de Segurança Institucional nega também que o general Augusto Heleno defenda a transferência da ANPD para o âmbito do GSI. O fato é que já existe uma notória ascendência militar sobre a autarquia. Três dos nomes escolhidos para o Conselho da ANPD são egressos das Forças Armadas: o coronel reformado do Exército e atual presidente da Telebras, Oswaldo Ortunho Junior; o tenente coronel da reserva Joacil Basilio Rael e o coronel Arthur Sabbat, diretor do Departamento de Segurança da Informação do GSI. Segundo informações filtradas pelo RR do Palácio do Planalto, Sabbat teria sido indicado pelo próprio general Heleno. Consultado pelo RR, o GSI informou que o “General Heleno não indicou ninguém. O Cel Sabbat, como os demais escolhidos pelo Presidente, tem vasto currículo nessa área e é reconhecido em âmbito nacional e internacional como autoridade em segurança cibernética, em especial, segurança de dados pessoais

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A obsessão de Esteves
22/10/2020O RR já cantou a bola: o BTG quer ser o maior banco do Brasil. As palavras foram ditas pelo próprio André Esteves, que, muito modesto, desmentiu o RR. Agora, mais recentemente, a profecia foi feita novamente, em uma reunião do Conselho. Esteves disse que a mudança do paradigma bancário decorrente das oportunidades do universo digital favorece o banco, que será o maior do Brasil. Buona fortuna, signore Esteves!
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Aposta mais alta
20/10/2020A International Game Technology (IGT) engrossou o lobby no Congresso Nacional pela liberação dos cassinos no Brasil. Controlada pela italiana GTech, a IGT é uma das maiores fabricantes mundiais de máquinas de jogos eletrônicos. No início do mês, ressalte-se, a empresa devolveu a concessão das “raspadinhas” da Caixa após divergências com o banco. O que a IGT quer mesmo no Brasil é cassino.

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Cofco instala uma colônia de proteína no Brasil
16/10/2020O RR apurou que banco de investimentos recebeu mandato da chinesa Cofco para estudar diversas alternativas de negociação com a BRF, desde participação minoritária até uma joint venture com o controle da empresa. Maior demandante global de commodities brasileiras, a China passaria a ter uma posição privilegiada em uma empresa que figura entre as cinco maiores produtoras de carne de frango do mundo. A BRF soma aproximadamente 9% de todas as exportações globais de proteína animal.
É responsável por cerca de 12% de todos os embarques de carne de frango brasileira para o exterior, algo como 500 mil toneladas/ano. O apetite chinês pelo produto é considerável: a demanda do país asiático por frango brasileiro vem crescendo à média de 30% ao ano. Ressalte-se ainda o peso da BRF no mercado de suínos: a companhia concentra praticamente um terço das vendas brasileiras do produto para a China. A associação permitiria ainda à Cofco ampliar sua presença nos países árabes. As vendas para o chamado mercado halal (cerca de R$ 8 bilhões) representaram aproximadamente 25% da receita da BRF em 2019.
Se for considerado o valor de mercado da BRF, trata-se de um negócio sob medida para o tamanho da Cofco. A empresa brasileira está avaliada em Bolsa em R$ 15 bilhões. Para se ter uma ideia da diferença de peso entre uma e outra, a receita da Cofco é mais de 10 vezes superior à da BRF. No ano passado, o grupo chinês, que tem negócios em mais de 50 países, faturou quase US$ 80 bilhões, o equivalente, portanto, a mais de R$ 400 bilhões.
Já a receita da empresa brasileira em 2019 foi de R$ 34 bilhões. Qualquer tratativa envolvendo a BRF passa, ainda que indiretamente, pelo governo brasileiro. Os dois maiores acionistas individuais da companhia são Petros e Previ, respectivamente com 11,4% e 9,3%. A investida da Cofco poderia ser uma porta de saída para os dois fundos de pensão. Até porque os chineses não são muito afeitos a democratizar gestão e mando. Se bem que, se Donald Trump baixar em Jair Bolsonaro, é possível que a Cofco tenha problemas para avançar em suas pretensões. Guardadas as de- vidas proporções, do ponto de vista estratégico a cadeia da proteína está para o Brasil assim como a tecnologia para os Estados Unidos – não custa lembrar que Trump baniu a Huawei do país.

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O Big Brother do Banco Central
13/10/2020O Pix é a coisa mais próxima do Grande Irmão, previsto por George Orwell, no livro 1984. Por enquanto, tudo são flores com as transações instantâneas e custos mais baixos. Mas as condições para que o Pix se torne o dono da identidade dos brasileiros estão dadas. Só ir exigindo mais chaves para cadastramento – atualmente são cinco – o que inevitavelmente acabará ocorrendo. E daí? – diria Bolsonaro. E daí pode ser nada. Mas também pode materializar os riscos dos 3M: monopolizar, monitorar e manipular. O RR acredita que só os paranoicos sobrevivem.
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Prioridades
13/10/2020O governo do Distrito Federal está tão empolgado com o patrocínio do Banco Regional de Brasília (BRB) ao Flamengo que já cogita a aquisição do naming rights de uma grande competição, como a Copa do Brasil.
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Imposto sobre commodities entra no menu de Guedes
30/09/2020Entre a miríade de ideias e estudos para a construção de uma nova arquitetura tributária, uma proposta voltou à tona: a criação de um imposto sobre as exportações de commodities. Tomando-se como base números de 2019, o novo gravame incidiria sobre um manancial da ordem de US$ 118 bilhões – o total de itens básicos exportados pelo país no ano passado. Ainda que a taxação atinja também minério de ferro, petróleo, entre outros, o foco maior de Paulo Guedes e cia. é mesmo o agribusiness. Desde já é de se imaginar que o governo teria de domar a reação contrária de toda a cadeia do agronegócio e da bancada ruralista, importante pilar da base de sustentação de Bolsonaro no Congresso. Dentro de casa, seria necessário enfrentar ainda a discordância da ministra Tereza Cristina, hoje uma das mais influentes figuras do governo. Mas seria um custo marginal diante do ganho que a medida teria: essa espécie de “CPMAgro” seria uma tributação mais justa, por exemplo, do que a CPMF, um imposto em cascata e de impacto desigual que atinge toda a população.
O argumento de que a competitividade das exportações seria afetada pelo novo tributo é visto pela equipe econômica como conversa para boi dormir. Mesmo em longos períodos de preços em alta ou em queda, o volume de vendas das seis principais commodities comercializadas pelo Brasil (responsáveis por 52% das exportações do país no ano passado) permaneceu sempre crescente. Ao mesmo tempo, nenhuma outra atividade econômica do país está ganhando mais dinheiro do que o setor agropecuário.
Nem a pandemia tem sido capaz de frear esse avanço: no primeiro semestre do ano, o PIB do agronegócio cresceu 5,26% em relação a igual período em 2019. No mesmo intervalo, o PIB brasileiro despencou 5,9%. Não é exagero dizer que o campo assumiu o lugar dos bancos em ternos de rentabilidade. Ainda que indiretamente, não deixaria de ser uma forma de o governo Bolsonaro taxar grandes fortunas. Um indicador curioso da riqueza do campo: no embalo do agronegócio, o Paraná é o estado onde a Porsche mais vende seus automóveis de luxo no Brasil.
Nos últimos anos, vez por outra a proposta de taxação das exportações de commodities pulula por estas bandas. Em 2017, o governo Temer estudou o assunto – ver RR edição de 24 de agosto de 2017. O tema também foi discutido na campanha de Ciro Gomes, sob a batuta de Luis Carlos Bresser Pereira e Roberto Mangabeira Unger (edição de 5/9/18). Ao contrário do que muitos possam pensar, a medida está longe de ser uma jabuticaba. Vários países do mundo adotam a tributação sobre exportação de commodities. Os Estados Unidos taxam as vendas de trigo; a Argentina tributa todos os grãos que exporta desde 2018; países como China, Índia, Rússia, e Ucrânia aplicam tarifas de até 30% sobre produtos minerais; a tributação de arroz é uma importante fonte de arrecadação fiscal da Tailândia.
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Menos cérebro e mais fígado
25/09/2020A diplomacia do rancor conduzida pelo presidente Jair Bolsonaro está fazendo mais uma das suas. O RR teve a informação de que o governo brasileiro, na condição de um dos “acionistas” do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), tem criado óbices dentro da instituição para a concessão de um empréstimo de até US$ 500 milhões à Argentina. Seria uma vendetta à tentativa do governo de Alberto Fernández de adiar a recente eleição do BID, que escolheu o norte-americano Mauricio Claver-Carone, o candidato de Trump, para o comando do banco. Coitada da Argentina.
Acervo RR
Moeda de troca
15/09/2020O governo vai tentar empurrar Arthur Weintraub, irmão do ex-ministro Abraham Weintraub e assessor especial de Jair Bolsonaro para o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Seria a contrapartida pelo apoio do Brasil à eleição de Mauricio ClaverCarone, candidato de Donald Trump, para a presidência do BID. É queimar um cartucho diplomático para nada.
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Cadeira cativa
31/08/2020Dois grandes clubes brasileiros bateram à porta do Banco Regional de Brasília (BRB) em busca de patrocínio. Foram jogados para escanteio. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, só quer saber do Flamengo.
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Porta de saída
26/08/2020O Banco do Brasil espera apenas a pandemia dar uma trégua para vender sua participação de 17% na Kepler Weber. Procurado, o BB informa que “avalia periodicamente seu portfólio, na premissa de estudar todas as opções disponíveis”. Para bom entendedor…

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Agronegócio brasileiro fica ainda mais dependente dos chineses
25/08/2020Um motivo a mais para Jair Bolsonaro rever sua postura belicosa em relação à China: a indexação do agronegócio brasileiro aos chineses tende a crescer consideravelmente nos próximos meses. A Ásia, de um modo geral, desponta como a única grande alternativa ao vazio que a Europa começa a deixar no mercado global de commodities agrícolas. Importantes bancos europeus, a exemplo do ABN
Amro, BNP Paribas e Société Generale, já anunciaram o fade out de seus financiamentos para contratos de compra e venda de açúcar, grãos, café, entre outros, tanto a futuro quanto à vista.
Essas instituições respeitarão acordos em vigor, mas não vão disponibilizar novas linhas de crédito. A decisão afeta, sobretudo, as principais tradings europeias, como Louis Dreyfus, Glencore e EDF Man, todas com significativa exposição no Brasil. ABN, BNP e Société respondem por quase 30% de todo o credit finance – o mecanismo que faz a roda do agronegócio global girar. O movimento dos europeus aumenta a sino-dependência do agronegócio brasileiro. Somente uma maior participação dos asiáticos, tanto na concessão de financiamentos quanto na ponta compradora, será capaz de amortecer o impacto da escassez de crédito europeu sobre a cadeia agrícola.
A expectativa no setor é que parte desse vazio venha a ser ocupada pela chinesa Cofco, que traz a reboque dinheiro a perder de vista de bancos conterrâneos e do próprio Estado chinês. O mesmo se aplica a outros mercados players asiáticos, que não apenas a China. É o caso da Olam, maior trading de commodities agrícolas de Cingapura, vinculada ao GIC, o fundo soberano daquele país. O recuo das instituições financeiras da Europa já começa a provocar soluções na liquidez do mercado de commodities agrícolas.
Na semana passada, a própria EDF Man recorreu à Justiça para refinanciar créditos da ordem de US$ 1 bilhão, alegando que seu plano de venda de ativos para reduzir o endividamento foi dizimado pela pandemia e pela consequente depreciação do valor de seu patrimônio. O grupo inglês opera no Brasil principalmente em contratos de açúcar e de café, neste último com a marca Volcafé. A cadeia cafeeira, por sinal, é um dos setores que mais deverá acusar o golpe do movimento feito pelas instituições financeiras europeias. O Brasil já estava vendendo contrato de café a futuro para o prazo de três anos. Esses prazos deverão encurtar drasticamente até o mercado global encaixar o novo cenário e recalibrar suas taxas de juros.
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Cartão fidelidade
18/08/2020Em meio a tantas deserções na equipe econômica, o presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, tem repetido que seguirá com Paulo Guedes até o fim. Vá lá que a mocidade de Guimarães ajuda, mas também era o que Rubem Novaes, de saída da presidência do Banco do Brasil, costumava dizer.

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Santander Brasil pode ser o arrimo de família da matriz
17/08/2020O Banco Central acompanha com prudência o delicado momento do Santander. Segundo banco da Zona do Euro em valor de mercado, o grupo espanhol registrou entre março e junho o maior prejuízo trimestral da sua história, de aproximadamente 11 bilhões de euros. O rombo decorreu da baixa contábil de 12,6 bilhões de euros que o banco foi obrigado a lançar em balanço para cobrir possíveis perdas nos Estados Unidos, Espanha, Polônia e, principalmente Reino Unido.
O caso da Inglaterra é o mais grave, conforme destacado pela mídia especializada internacional: o Santander teve de fazer um impairment da ordem de 6 bilhões de euros. Junto com os resultados desabou também a confiança dos investidores. Desde o início do ano, o valor de mercado do Santander na bolsa de Londres despencou 45%, atingindo os níveis mais baixos em uma década. São números que levaram a presidente mundial do banco, Ana Botín, a dizer, consternada, que “os últimos seis meses estão entre os mais desafiadores da nossa história”.
A direção mundial do Santander garante que as perdas globais são não monetárias e não recorrentes, sem impacto sobre a liquidez ou as posições de risco de crédito. Ainda assim, o Banco Central monitora a possibilidade de efeitos colaterais sobre o Brasil. Antes que alguém faça ilações precipitadas, no BC não há preocupação de que algo similar ocorra com a operação brasileira. Neste caso, o “problema” é justamente o inverso: a notória saúde financeira da filial.
O receio é que o Santander Brasil seja convocado para cobrir perdas internacionais do grupo por meio de uma maior transfusão de lucros para a matriz, no limite sendo forçado até mesmo a reduzir sua exposure no país. Tomando-se como base o tamanho do banco no Brasil, essa cota de sacrifício seria absolutamente natural. A subsidiária brasileira é hoje a maior operação dos espanhóis no mundo, respondendo por mais de um terço dos ganhos globais do Santander. Não por acaso, sem qualquer modéstia, o próprio Sergio Rial, CEO do Santander no país, costuma dizer que já é o presidente mundial do grupo, tamanho o peso do Brasil no conglomerado. Nessa toada, talvez o próprio Rial seja uma das “remessas” da subsidiária brasileira para a matriz na tentativa de acertar os rumos do conglomerado financeiro.
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Canto do cisne
17/08/2020Na reta final de sua gestão à frente do Banco do Brasil, Rubem Novaes tenta insistentemente junto ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, acelerar a autorização para a parceria entre o Banco do Brasil Investimentos e o UBS. Está difícil.
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Mengão e Menguinho
12/08/2020Embalado pela parceria com o Flamengo, o governador Ibaneis Rocha já fala no IPO do braço digital do Banco do Brasília (BRB).
…
Em tempo: a maior torcida do país não é necessariamente garantia de recorde de público para bancos digitais. Que o diga o BS2, dos Pentagna Guimarães. Quando encerrou o contrato com o Flamengo, o banco não havia atingido nem 40% do número de contas previsto para os primeiros (e últimos) 12 meses da parceria.
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Banco do Brasil na malha fina do TCU
7/08/2020A compra de carteiras de crédito do Banco Votorantim pelo Banco do Brasil está na mira do Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo informações filtradas do TCU, a Corte deverá questionar os critérios utilizados pelo BB, sócio do Votorantim, para fechar a operação, no valor de R$ 395 milhões. O negócio, ressalte-se, foi sacramentado no apagar das luzes da gestão de Rubem Novaes à frente do banco estatal. Procurado, o BB informa que não recebeu “até o momento, notificação do TCU para o assunto mencionado”.

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Uma “praga” ronda o mercado brasileiro de café
4/08/2020O mercado brasileiro de café está em estado de alerta. A pandemia começa a atingir importantes players globais do setor, desencadeando um efeito cascata no fluxo financeiro de toda a cadeia internacional. O caso mais agudo e preocupante até o momento vem dos Estados Unidos: o colapso da Coex Coffee International, uma das principais tradings norte-americanas. A empresa entrou em bancarrota com uma dívida declarada de US$ 200 milhões.
Desse total, segundo o RR apurou, cerca de US$ 60 milhões são referentes a operações de compra de café brasileiro a preços fechados. Estima-se que um terço desse valor esteja pendurado em uma única exportadora nacional, que vendeu e muito provavelmente nunca vai ver a cor do dinheiro. O tamanho do buraco, no entanto, pode ser ainda maior. A Coex carrega uma caixa preta de operações contratadas a futuro, sem emissão de notas de débito e de crédito.
À primeira vista, o valor das perdas com a Coex pode parecer um grão se comparado ao total de exportações brasileiras de café – algo em torno de US$ 5 bilhões/safra. No entanto, é preciso lembrar que este já é o segundo baque mais forte sofrido pelo mercado em pouco mais de um ano. Em 2019, a Terra Forte, uma das maiores exportadoras do país, entrou em recuperação judicial com um passivo de R$ 1,1 bilhão. A ameaça maior, no entanto, vem mesmo de fora para dentro.
Entre os grandes exportadores e produtores brasileiros, o temor é de que outras tradings internacionais estejam indo pelo mesmo caminho, sufocadas por falta de liquidez. Há evidências nesta direção. Um exemplo: é cada vez maior o número de exportadores e importadores que estão recorrendo a bancos para fazer a liquidação dos documentos da operação de compra e venda. Em condições normais de temperatura e pressão do mercado, o comandante do navio é o fiel depositário da mercadoria, cabendo à companhia de navegação emitir um bill landing (BL), ou o conhecimento de embarque – um atestado que comprova a existência e envio do produto físico.
Ou seja: não há intermediação bancária. Ocorre que, nas últimas semanas, grandes exportadores e importadores, inclusive brasileiros, estão recorrendo a bancos para fazer a liquidação da operação – nesse caso, a instituição financeira se torna a avalista do negócio. É o tipo de movimento que costuma anteceder grandes “ventanias”. O procedimento sugere um aumento da percepção de risco no mercado internacional de café.

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Embraer recorre ao velho dono enquanto o novo não surge
28/07/2020A Embraer está voltando ao útero materno. A empresa vai bater novamente à porta do BNDES. O rompimento do acordo com a Boeing e a pandemia, com os consequentes atrasos na entrega de pedidos, formaram a tempestade perfeita. Até que as nuvens se dissipem, a empresa não vê outra saída se não buscar o calor e a segurança do ventre do Estado, seu ex-controlador, combinado a novas linhas de crédito de bancos privados. Mesmo porque o que já está ruim pode piorar. Entre os executivos da Embraer e os fornecedores, há um crescente temor com o risco de cancelamento de encomendas, o que provocaria um efeito-dominó sobre toda a cadeia de produção em torno da empresa – em São José dos Campos, são mais de quatro mil empregos diretos.
A Embraer já acusa as primeiras sequelas mais sérias do coronavírus: no primeiro semestre deste ano, apenas 17 aeronaves foram entregues, um terço do volume registrado entre janeiro e junho de 2019. Não por acaso, somente no primeiro trimestre, a empresa teve prejuízo de R$ 1,2 bilhão. A busca por crédito é um remédio apenas para o curto prazo. Na Embraer, o consenso é de que o longo prazo só será equacionado quando o vazio deixado pela Boeing na aviação comercial for preenchido. O novo CEO da área, o holandês Arjan Meiker, se debruça sobre o tabuleiro internacional em busca de um parceiro. O cancelamento da venda para a Boeing deixou a fabricante brasileira em corner, com um leque de opções reduzidas e menos atrativas.
A Airbus já tem a Bombardier. Não precisa mais da Embraer. O caminho, portanto, aponta para o Oriente. Na China, uma hipótese seria um acordo com a Comac. A empresa conta com farta ajuda do governo chinês. O problema é que sua atuação está praticamente restrita ao mercado local, que responde por 90% das suas vendas. Uma alternativa seria uma associação com a japonesa Mitsubishi. A companhia está desenvolvendo uma linha de aviões comerciais de menor porte, o Jet Star. Já gastou mais de US$ 6 bilhões no projeto. No entanto, o programa está sete anos atrasado. A Mitsubishi enfrenta ainda dificuldades na certificação internacional de suas aeronaves. Esse é justamente uma das grandes specialidades da Embraer. Os sinais que vêm do mercado internacional aumentam a apreensão. As duas grandes concorrentes globais da Embraer já amargam a suspensão de pedidos.
A Boeing acumula o cancelamento de 307 aeronaves. Na Airbus, são 67 encomendas suspensas. A diferença entre o trio é o lastro financeiro obtido por cada um em meio à pandemia. A Boeing levantou US$ 25 bilhões em uma oferta de títulos. E ainda tem como a possibilidade de recorrer à linha de crédito de US$ 17 bilhões aberta pelo governo dos EUA para o setor aeroespacial. Já a Airbus conseguiu um financiamento de 15 bilhões de euros. A Embraer, por sua vez, só teve até o momento a linha de US$ 600 milhões disponibilizada pelo BNDES e por um pool de bancos privados. Consultada sobre tratativas para um novo empréstimo da agência de fomento, a empresa não se pronunciou. A Embraer também não revelou se já teve alguma encomenda cancelada. A companhia informou que “tem hoje um backlog de US$ 15,4 bilhões, que corresponde a encomendas firmes” e que “na aviação comercial, acreditamos que os jatos regionais liderarão a recuperação do setor”.

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O sinal de alerta que vem do STF
28/07/2020É grande a apreensão na área de marketing do Banco do Brasil, comandada por Ana Kakinoff. O pedido de demissão de Rubem Novaes no mesmo dia em que o ministro Alexandre de Moraes notificou o banco a prestar esclarecimentos sobre anúncios em sites acusados de disseminar fake news alimentou a percepção de que algo mais grave está por vir. O temor na cúpula do marketing do BB é pagar com o CPF por eventuais erros no CNPJ.

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Crônica de uma demissão anunciada
27/07/2020Nos corredores do Santander, circula a informação de que o presidente do banco no Brasil, Sergio Rial, vai assumir o comando mundial do grupo já a partir de 2021. Se bem que, modesto, Rial costuma dizer que já é o “presidente global” do banco, uma vez que o Brasil responde por mais de um terço dos resultados do grupo espanhol.

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BID é de Trump e ninguém tira
20/07/2020O Brasil jogou a toalha em relação à possível candidatura de Rodrigo Xavier, ex-UBS, para a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Primeiro porque o governo Bolsonaro não vai bater de frente com Donald Trump: os Estados Unidos quebraram a tradição e indicaram um candidato próprio ao cargo, Maurício Claver-Carone, diretor sênior do Conselho de Segurança Nacional para Assuntos do Hemisfério Ocidental. Além disso, segundo fonte do Itamaraty, o Brasil ficou isolado na América do Sul. Argentina e Chile, que poderiam liderar um apoio do continente à candidatura brasileira, não vão se aliar à indicação de Xavier.

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Os indesejados irmãos Weintraub
9/07/2020O embaixador do Brasil na OEA, Fernando Simas Magalhães, já captou as primeiras reações contrárias dentro da entidade à iminente nomeação de Arthur Weintraub. Exonerado do posto de assessor especial da Presidência da República na semana passada, o irmão de Abraham Weintraub deverá ser formalmente indicado pelo governo brasileiro nos próximos dias para ocupar um cargo na OEA. Fará companhia ao mano em Washington.
…
Por falar nos Weintraub Brothers: o próprio Abraham estaria alimentando o boato de que sua nomeação para o Banco Mundial teve o
apoio do presidente norte-americano Donald Trump. Puro nonsense.
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Promessa vazia
7/07/2020Jair Bolsonaro acenou ao novo secretário de Cultura, Mario Frias, com a possibilidade de ingerência sobre verbas de grandes estatais, como Banco do Brasil e Caixa Econômica. Tem jeito de ser mais uma invencionice retórica de Bolsonaro. Ele fez a mesma promessa a Regina Duarte e nada ocorreu. Nem mesmo sua gestão.
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Cabo eleitoral
6/07/2020No papel, o contrato entre o Banco Regional de Brasília e o Flamengo não prevê jogos no Distrito Federal. Apenas no papel. O acordo tácito entre o governador Ibaneis Rocha e o presidente do clube, Rodolfo Landim, é que o rubro-negro leve algumas de suas partidas para o estádio Mané Garrincha, em 2021 – quando, espera-se, os jogos voltem a ser disputados com a presença de público. Mas o grande alvo de Ibaneis é mesmo o calendário de 2022, quando ele disputará a reeleição. O Mané Garrincha vai virar palanque.

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Capital de giro que não gira
2/07/2020O Proger Urbano/Capital de Giro, programa do Banco do Brasil para pequenas e médias empresas, está devagar, quase parando, mesmo com o funding adicional de R$ 2 bilhões em recursos do FAT. Em pouco mais de duas semanas, apenas oito operações foram fechadas, totalizando R$ 508 mil. Seis outros empréstimos deverão ser formalizados nos próximos dias, somando algo como R$ 864 mil. Em tempos de pandemia e morticídio de empresas, é pouco. Talvez seja o caso de o BB rever as condições para a concessão do empréstimo: a maioria das empresas não estaria conseguindo atender as exigências fixadas.
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Ponto final
2/07/2020Não retornaram ou não comentaram o assunto: Renner e Banco do Brasil.

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O FMI não está à altura de Guedes
30/06/2020Segundo o RR apurou, o Brasil foi convidado a participar da teleconferência realizada na última quarta-feira entre países da América Latina, Espanha, FMI e Banco Mundial para discutir os impactos econômicos da pandemia. Mas, Paulo Guedes preferiu ficar de fora. No que diz respeito ao FMI, Guedes acha que seus economistas “chutam demais” e “vão errar” na previsão de queda do PIB brasileiro de 9% em 2020. Quem conhece bem o ministro garante que, em outras circunstâncias, ele iria a Washington dar uma aula magna aos “meninos” do FMI.

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As portas se fecham para Romeu Zema
24/06/2020Apesar do alinhamento com Jair Bolsonaro, Romeu Zema não tem tido muito sucesso nas tratativas com o governo federal para vender recebíveis da Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais). Zema tentou pendurar o negócio no BNDES, mas não conseguiu. Agora, o alvo é o Banco do Brasil. Também vai ser difícil. Os créditos da Codemig são lastreados na venda de nióbio da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), dos Moreira Salles, que paga royalties para a estatal. Procurado, o governo de Minas Gerais informou que “mantém a intenção de disponibilizar para venda parte da Codemig ao Governo Federal”.
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Urubu
23/06/2020As negociações entre Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, e o Banco Regional de Brasília, novo patrocinador do rubro-negro, passaram diretamente pelo gabinete do presidente Jair Bolsonaro. Dali para o governador do Distrito Federa, Ibaneis Rocha, foi um pulo. Desce o pano.
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PIX do BC ameaça criar um monopólio estatal
22/06/2020O ex-governador do então estado da Guanabara Carlos Lacerda, em uma das suas impagáveis tiradas, dizia que Roberto Campos, à época ministro do Planejamento do governo Castelo Branco, queria matar os pobres de fome e os ricos de raiva. Descendente da mesma linhagem, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, parece querer matar os bancos comerciais com frouxidão regulatória e concorrência predatória. Ressalte-se que a concorrência mais assustadora não vem
da epidemia do “coronatech”, mas do “ultraliberalismo estatizante” do próprio governo. Sem um debate maior com sistema financeiro, o BC criou o “big banco” – em uma referência ao Big Brother, clássico do escritor George Orwell. Trata-se do PIX, uma empresa de meio de pagamento, na sua mais resumida definição.
O PIX é uma plataforma que promete transferir valores em até 10 segundos e funciona 24 horas por dia e sete dias por semana. O BC disponibilizará esse serviço para todas as instituições financeiras com mais de 500 mil clientes – são palavras da própria autoridade monetária. Vai passar o rodo em todos os bancos médios e nos novos animais digitais carnívoros da floresta financeira. A questão é que o PIX vai abranger – e diga-se por enquanto – praticamente todas as operações: pagamento
de contas, boletos, recolhimento de taxas de serviços (a exemplo da emissão de passaportes) e impostos. O aplicativo precisa somente da chave de endereçamento para transferir os valores.
Os bancos estão incomodadíssimos porque, com sua vantagem comparativa, o BC poderá, em futuro
breve, fazer todo o sistema de pagamentos do país. E bem pior ainda: estender sua malha de atuação para outras áreas, tais como concessão de crédito, depósito bancário etc, atividades fim e, por definição, exercidas pelos grandes bancos. Lembra de forma impressionista o monopólio para compensação de cheques exercido pelo Banco do Brasil em tempos jurássicos do sistema financeiro.
O PIX é a maior, mas não é a única ameaça à solidez do sistema bancário nacional e sua rede social.
O BC é um associado benemérito de todas as iniciativas concorrenciais com a banca comercial, uma
nuvem de gafanhotos que vai da nova ferramenta de pagamentos do WhatsApp, lançada na última
semana, à revoada de fintechs que não param de entrar no mercado. Ninguém discute que as big techs chegaram para ficar. O que chama atenção é a leniência do BC com as assimetrias competitivas no sistema financeiro e o seu descompromisso com o papel social do setor.
A banca comercial gera mais de meio milhão de empregos diretos e aproximadamente um milhão
de indiretos. Recolhe mais de R$ 70 bilhões em impostos por ano. Investe algo em torno de R$ 25
bilhões em tecnologia a cada ano, fora gastos com agências, fornecedores, segurança etc. Uma unidade bancária alvo de explosão, por exemplo, custa R$ 600 mil para ser reconstruída – criminosos mandam pelos ares mais de dois mil caixas eletrônicos por ano.
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Fora, Weintraub!
22/06/2020Ao que parece, tirar Abraham Weintraub do Brasil era mesmo a prioridade. Antes da decisão de
asilar o ex-ministro no Banco Mundial, Jair Bolsonaro cogitou nomeá-lo para uma embaixada.
Diante do grau de beligerância entre Weintraub e o Congresso e do risco da indicação ser reprovada
no Senado, desistiu da ideia.

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Capital sem giro
4/06/2020A direção do Banco do Brasil tem sido alvo de críticas dos conselheiros do Codefat. Em março, o colegiado autorizou o repasse ao banco de aproximadamente R$ 2 bilhões em recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para socorro às empresas de médio porte. O dinheiro foi destinado a engordar o orçamento do Proger Urbano Capital de Giro – programa de crédito para empresas com faturamento de até R$ 10 milhões por ano. Só que até agora o capital não girou: mais de dois meses depois, o BB ainda não disponibilizou um centavo desse dinheiro.
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Falta adubo financeiro no Plano Safra
4/06/2020Já que a batalha maior está difícil – leia-se o aumento do crédito rural de R$ 10 bilhões para R$ 13,5 bilhões –, a ministra Tereza Cristina tenta arrancar da equipe econômica uns cascalhos a mais para o Plano Safra 2020/2021. Um dos pleitos é a redução das taxas de juros praticadas pelo Banco do Brasil e pela Caixa em suas linhas de crédito agrícola. Há uma preocupação particular no setor com a agricultura familiar, especialmente no Sul, por conta da rigorosa seca. Segundo o RR apurou, agricultores reivindicaram ao Ministério da Agricultura o aumento do teto do financiamento por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), hoje de R$ 250 mil. No entanto, a Pasta informou que “a medida não está em discussão”. Sobre os demais pleitos, o Ministério diz que “não temos conclusão das negociações com o Ministério da Economia a respeito dos valores para a próxima safra agrícola”.

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Uma porta de entrada para o Wells Fargo?
26/05/2020O quarto maior banco norte-americano, o Wells Fargo, poderia estrear no Brasil caso o governo decidisse privatizar o Banco do Brasil. O rumor circulou no próprio BB, imerso em uma epidemia de boatos desde a divulgação do juízo de valor e das intenções privatistas do ministro Paulo Guedes em relação à instituição financeira. Guedes já declarou que sua preferência é o Bank of America, segundo maior no ranking dos EUA. O líder é o JP Morgan Chase, que não consta ter interesse em se tornar um banco varejista no Brasil. O Citigroup, que já teve uma operação até expressiva como banco de varejo, foi vendido para o Itaú afoito para deixar o mercado brasileiro. Difícil que voltasse.

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Reforma patrimonialista pode ser o respirador da economia no pós-coronavírus
25/05/2020Há razões e mais razões para que o governo se dedique à montagem de uma reforma patrimonialista. O lançamento de um amplo programa de desmobilização de ativos da União seria o pé de apoio para a retomada econômica no pós-pandemia. A medida seria acompanhada de soluções engenhosas. O governo poderia criar um orçamento específico para investimentos, notadamente em infraestrutura, a partir do funding obtido com concessões, privatizações e venda de imóveis.
Os recursos ficariam circunscritos ao financiamento de projetos novos. Outro ponto importante seria a modelagem do plano, que ganha ainda mais relevância no momento em que o mercado pode até estar líquido, mas com pouco apetite e uma dose maior de aversão ao risco. O êxito do programa dependeria da utilização de sofisticados instrumentos financeiros, como recebíveis e debentures com garantias públicas, combinados com a garantia de participação nos leilões de agentes indutores ligados ao próprio Estado, como BNDESPar e os fundos de pensão.
Em algum momento, a ideia de uma reforma patrimonialista já transitou pelas cabeças da equipe econômica, mas, assim como o imposto sobre transações financeiras, ficou pra trás, em alguma esquina. A pandemia e a grave crise econômica colocam o assunto mais uma vez sobre a mesa, com novas possibilidades. A medida, vinculada a investimentos e geração de empregos, abriria caminho, por exemplo, para a venda de uma grande estatal, trazendo para o game empresas cuja simples menção nesse contexto já costuma ser um anátema. Não custa relembrar que, no início do governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a mencionar estudos para a privatização do Banco do Brasil. O rompante de Guedes em relação ao BB, flagrado no vídeo da polêmica reunião ministerial do dia 22 de abril, deixa claro que seus planos em relação ao banco não mudaram.
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Vidas secas
12/05/2020A bancada ruralista gaúcha pressiona o governo pela criação de uma linha de crédito, via Banco do Brasil, específica para a agricultura
familiar do estado. Os pequenos produtores estão de pires na mão com o binônio seca e coronavírus. Mas dificilmente o pleito vai ser atendido.

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Três em um
29/04/2020O coronavírus infectou, de uma só vez, três operações que estavam no radar do Banco do Brasil: a venda da participação no Banco Patagonia, a negociação do BB Americas e a saída do capital do Banco Votorantim, vinculada ao seu IPO, já cancelado. São os uns R$ 4 bilhões que, por ora, viraram poeira.
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Ponto final
29/04/2020Os seguinte citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil e Goldwind.
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Cobrança mantida
24/04/2020O governo não vai cumprir, ao menos neste mês, a decisão do juiz Renato Borelli, da 9a Vara Federal de Brasília, que suspendeu a cobrança de créditos consignados a aposentados por quatro meses. O INSS já havia encaminhado aos bancos a folha de pagamento de abril, que começa hoje e se estende até o dia 8, contemplando os descontos. Procurado, o Instituto confirmou a informação.

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“Plano Marshall” começa a ganhar forma
20/04/2020O governo já discute possíveis modelos para o financiamento de um amplo programa emergencial de geração de investimento e emprego – o “Plano Marshall” brasileiro, como vem sendo informalmente chamado por economistas, entidades empresariais e pelas próprias autoridades. Segundo a newsletter Insight Prospectiva, que circula junto a um público seleto de empresários e formadores de opinião, um dos cenários mais prováveis envolveria investimentos da ordem de R$ 1,2 trilhão na execução de grandes projetos de infraestrutura. Nesse modelo, a maior parte dos recursos, aproximadamente US$ 100 bilhões – ou R$ 500 bilhões –, sairia da venda de reservas cambiais.
Entre outras fontes de receita estariam o BNDES, o Tesouro Nacional e os fundos de pensão. O banco de fomento, por exemplo, poderia entrar com R$ 200 bilhões – a esta altura, os pagamentos à União não fazem qual- quer sentido. Cerca de R$ 300 bilhões viriam da aplicação direta do Tesouro. Dentro do próprio governo, a percepção é que, para ser efetivo, o Plano de Recuperação Econômica precisa ser praticamente um Estado dentro do Estado.
Ainda segundo Insight Prospectiva, sua gestão caberia a um gabinete supraministerial, com orçamento separado e longe dos grilhões impostos pela PEC do Teto. E o governo nem precisaria perder tempo em busca de um nome para o comando dessa missão. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, é considerado um executivo talhado para o desafio. Além da competência, Freitas reúne outros predicados. É jeitoso, não deixa arestas políticas e goza de prestígio no Congresso.
Oriundo do Exército, teria o apoio do núcleo militar do Palácio do Planalto. Ressalte-se que já existem projetos avançados nas Forças Armadas, notadamente no âmbito do Centro de Estudos Estratégicos do Exército (Ceeex), para um grande plano de recuperação dos investimentos na área de infraestrutura. O déficit de investimentos no setor é um problema antigo: o Brasil soma mais de 14 mil obras públicas paradas; cerca de 48% da população brasileira não têm acesso a rede de esgoto; a competividade logística do comércio exterior se deteriora a cada dia; o programa de expansão energética entrou em blecaute.
Com a pandemia da Covid-19, a questão ganha contornos ainda mais sérios. Será necessária uma grande cruzada pela retomada da economia e da geração de empregos. O plano de recuperação econômica incorporaria toda a agenda de concessões, PPPs e privatizações do governo. Teria ainda um apêndice de política industrial.Se, há cerca de uma década ou mais, o Brasil tivesse um programa estratégico para o setor, parte do obsoleto e subaproveitado parque industrial poderia ter sido convertido para a produção de equipamentos de saúde, a exemplo de tomógrafos, aparelhos de raio-x e ultrassom.

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Coronavírus aumenta a espera pela aposentadoria
15/04/2020O coronavírus tornou-se um fator de risco adicional para os dois milhões de brasileiros que, desde outubro do ano passado, esperam para se aposentar. A Covid-19 ameaça atrasar ainda mais a análise e a liberação dos pedidos represados no INSS. O principal gargalo agora está na Dataprev. A partir desta semana, o sistema da estatal estará sobre-carregado com o processamento de todas as solicitações do “coronavoucher”, o benefício de R$ 600 que o governo concederá a trabalhadores informais.
Ao todo, a previsão do Ministério da Economia é que 54 milhões de pessoas se cadastrem para receber o auxílio – na semana passada, em um único dia, a Caixa Econômica recebeu 23 milhões de pedidos de inscrição. Trata-se de um trabalho formiguinha. A Dataprev terá de cruzar uma série de bancos de dados, que vão do Cadastro Único à Receita Federal, passando pelo próprio INSS.
Com essa sobre-carga, é pouco provável que todos os pedidos de aposentadoria acumulados há mais de seis meses no INSS sejam liberados entre agosto e outubro, conforme as previsões mais otimistas do próprio Instituto de Seguridade Social. Há outro empecilho também como sequela do coronavírus: todos os funcionários da Dataprev e do INSS em grupo de risco, notadamente com mais de 60 anos, estão em casa, o que reduz a força de trabalho das duas estatais – ressalte-se que ambas já sofrem com um déficit de pessoal. Some-se a isso o fato de que apenas na semana passada os sistemas da Previdência Social foram integralmente adaptados às novas regras estipuladas pela reforma das aposentadorias, em vigor desde 14 de novembro.

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Agricultura cobra supersafra de benefícios dos bancos públicos
14/04/2020A bancada ruralista, uma das principais bases de apoio de Jair Bolsonaro, cobra do governo medidas mais contundentes de ajuda aos produtores agrícolas. A principal reivindicação é um waiver amplo, geral e irrestrito dos bancos públicos, com a suspensão da cobrança de todos os empréstimos contraídos para a compra de sementes, defensivos e máquinas. O agronegócio classifica como tímidas as ações anunciadas até o momento, notadamente no âmbito do Banco do Brasil e da Caixa. Os dois bancos prorrogaram por 60 dias o pagamento de operações de crédito por parte dos pequenos e médios produtores rurais. No entanto, o benefício é restrito aos agricultores que estavam em dia. Os inadimplentes ficaram de fora. A Frente Parlamentar da Agropecuária e entidades representativas do setor alertam que o “apartheid” vai provocar um efeito bola de neve sobre os produtores que já enfrentavam dificuldades financeiras. O agronegócio também pressiona o governo por uma maior liberação de recursos novos pelos bancos públicos – o BB já anunciou que vai destinar R$ 25 bilhões para o setor. Os pleitos estão sobre a mesa dos ministros Tereza Cristina, sensível às reivindicações, e Paulo Guedes, nem tanto.
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Compasso de espera
31/03/2020As negociações para a venda do Banco do Brasil Americas, em Miami, travaram. A pandemia da Covid-19, associada ao fato de que a operação está longe de ser um ativo de primeira linha, jogaram os valores sobre a mesa lá para baixo. Entre os interessados que mantém conversações com o BB está a XP Investimentos – ver RR edição de 6 de fevereiro.
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Sem perdão para os armadores
31/03/2020Os planos do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima de reduzir as taxas cobradas no reescalonamento de empréstimos por meio do FMM (Fundo de Marinha Mercante) naufragaram. Caixa Econômica e Banco do Brasil, que repassam recursos do Fundo, brecaram a manobra. Valeram-se de uma resolução do Conselho Monetário Nacional de 2009, que permite a cobrança de um percentual de até 0,5% sobre o valor do financiamento.
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Ponto final
31/03/2020Não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil, Apple e Paranapanema.
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Banco de solidariedade
30/03/2020Os grandes bancos privados, capitaneados pelo Bradesco, assinaram uma página de humanidade em sua história. O banco da Cidade de Deus, o Itaú e o Santander vão ceder cinco milhões de testes rápidos de detecção do coronavírus, tomógrafos e respiradores. É uma iniciativa inédita que poderia se tornar frequente em um Brasil desigual, onde a miséria grassa e a saúde é uma dádiva de algumas minorias. Afinal, não dói nadinha, como está comprovando a banca. Palmas para todos eles.
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Falta um recolhimento compulsório do ajuste fiscal
17/03/2020O ministro da Economia, Paulo Guedes, brecou a proposta de liberação da totalidade do recolhimento compulsório. A ideia, que passeou no circuito do Congresso Nacional ao Palácio do Planalto, triplicaria a disponibilidade de recursos no sistema, dando um choque de liquidez. A medida, contudo, teria restrição para o saque dos recursos. Os médios bancos e as pequenas e médias empresas, por exemplo, teriam prioridade, assim como outras companhias diretamente afetadas pelo novo coronavírus. Hoje, o estoque de compulsórios sobre depósitos à vista no BC é superior a R$ 400 bilhões.
Recomendável para situações de crise em qualquer cartilha da teoria econômica, a medida causa calafrios no ministro Paulo Guedes. Não obstante a circunstância emergencial por conta da pandemia do coronavírus, no caso de Guedes a proposta significa ceder a uma de suas maiores aversões: liberar dinheiro carimbado. Em uma segunda leva, a concessão de dinheiro com endereço certo pode vir não pelo Banco Central, mas pelo BNDES. A agência de fomento tem cerca de R$ 100 bilhões disponíveis no caixa. Esses recursos seriam liberados para as unidades federativas com a maior carteira de obras públicas atrasadas – único caminho viável para a geração de empregos em maior escala, sobretudo em um ambiente de retração da economia.
O Brasil soma mais de 14 mil projetos de infraestrutura parados. Segundo o próprio Ministério da Infraestrutura, a retomada dessas obras demandaria algo em torno de R$ 90 bilhões. Os recursos aprovados pelo Ministério da Economia, por meio do FGTS, PIS-Pasep e Bolsa Família, têm sua função e importância. É dinheiro direto no bolso do brasileiro. Mas, é um remédio passageiro, a exemplo do que ocorreu no último trimestre do ano passado. O que falta à população é emprego.
Falta um recolhimento compulsório do ajuste fiscal, quanto mais sustentável melhor. O governo estuda outras medidas, além do aumento de crédito da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil já concedidos, de preferência que não o levem a desconstruir a arquitetura fiscal, ou seja, meta de déficit primário e teto dos gastos. Uma das iniciativas certas será o remanejamento de recursos do orçamento para a área da saúde – já foram aprovados R$ 5 bilhões, ou, ao preço médio de R$ 15 por frasco, o equivalente a um vidrinho e meio de álcool gel para cada brasileiro. Como o cobertor é curto, ou seja, as verbas discricionárias são justas, outros setores serão sacrificados. Não há outro jeito. Não há? Cresce no governo quem defenda a mudança da meta do déficit primário. No teto, há um buraco regulatório que permite gastos excepcionais em situações de emergência nacional. Portanto, o teto pode ser furado. A questão é aumentar o gasto e lembrar que o ajuste fiscal não salva vidas.
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Sete Brasil é um poço sem fundo
12/03/2020A velha novela da Sete Brasil promete novos capítulos. O STJ reúne indícios de que boa parcela das dívidas da companhia foi contraída em operações firmadas no exterior, e não no Brasil. Caso se confirme, uma parte do passivo deverá sair da esfera judicial brasileira, abrindo caminho para uma nova saraivada de ações de bancos e fundos de investimentos internacionais contra a malfadada fabricante de sondas criada e inflada no governo Lula.

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PIB sofre sequela estatística
4/03/2020O RR conversou com uma fonte no IBGE, mais precisamente da área de revisão estatística do PIB: os resultados não serão tão alvissareiros quanto no passado. Nos anos anteriores, a revisão chegou a promover um aumento de 5% no PIB. Em 2019, a mudança no índice foi dividida, com uma parte já tendo sido realizada. O coeficiente tende a ficar em torno de 1%.
O número do PIB de 2019 deverá ser divulgado pelo IBGE hoje. A expectativa quanto ao índice do crescimento não mudou. Deve ficar entre 1% e 1,1%, mantendo o mesmo patamar de crescimento de 2018 e 2017, respectivamente, 1,1% e 1%. A probabilidade do teto de 1% não ser quebrada é baixa, mesmo lembrando que o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), uma espécie de indicador antecedente do PIB calculado pelo IBGE, registrou um crescimento de 0,89% da economia brasileira, em 2019.
Qualquer migalha no PIB tem importância no ano seguinte, na medida em que implica menor ou maior herança estatística. Por enquanto, a previsão do carregamento do ano passado para 2020 é o onipresente número de 1%. Trata-se de um percentual que não deve ser erodido tendo em vista um cenário de coronavírus, com todas as previsões do PIB sendo rebaixadas.

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O dia em que o BC tratou os bancos como inimigos
21/02/2020A divulgação pelo Banco Central de estudo sobre a estratégia “atraia e extraia”, por meio da qual os grandes bancos usam a fidelização do cliente para aumentar o spread, incomodou a gregos e troianos. Aos bancos, essencialmente, por serem acusados formalmente de vilões, que usam seu poder de mercado para encurralar os tomadores de crédito. As instituições financeiras estranharam que o BC não tivesse realizado uma reunião prévia com a banca, o que seria mais eficaz para promover uma queda do spread, caso confirmada a tese dos economistas do BC.
Historicamente a autoridade monetária trata com os bancos previamente sobre assuntos que podem afetar a imagem coletiva das instituições financeiras. Mas, dessa vez, preferiu divulgar o estudo, meio que criminalizando os bancos. Uma parte da equipe econômica, na qual se inclui especialmente o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, também desgostou da divulgação. O motivo, porém, é exatamente o inverso dos grandes bancos privados. Ao informar que BB e Caixa Econômica atraem os clientes para baixar o spread na medida em que as operações de empréstimo se sucedem, o BC proporcionou uma forte argumentação antiprivatista.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, está entre aqueles que acreditam ser possível privatizar pelo menos um dos bancos públicos. Após a divulgação do documento, a autoridade monetária correu para dizer que o pensamento dos autores não representa necessariamente a sua opinião. Mas a atitude com o vazamento do “atraia e extraia” não significa um caso isolado. Faz parte de uma tendência. O Banco Central não perde oportunidade para demonstrar que agora tem um lado.
A velocidade com que são facilitadas as regras de acesso das fintechs ao mercado é muito maior do que a da regulação das startups bancárias. Os grandes bancos estão vivendo em um limbo, como se a regulação só valesse para eles. A Febraban, a quem caberia um papel de proeminência nesse debate, junto ao BC e à opinião pública, tem sido recorrentemente surpreendida com a vinda à tona das alterações no sistema, tais como a portabilidade dos créditos para fintechs. Em meio à dificuldade de nadar em um oceano regulatório na maior escuridão, os bancos têm pela frente ainda o open banking, que o próprio Banco Central considera uma obra aberta. Além da devassa nos números bancários, não se sabe que coelho pode sair daquela cartola.
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Quanto pesa cada integrante do time de Paulo Guedes?
19/02/2020Os Chicago´s Oldies e afins que gravitam em torno do ministro Paulo Guedes têm pesos diferentes no ranking de prestígio e aprovação no governo. Guedes universalizou ideologicamente sua equipe. São todos ortodoxos, egressos da universidade de Milton Friedman, mercado financeiro, Ibmec e Instituto Millenium. Destes dois últimos participam, respectivamente, o secretário geral de Produtividade e Competitividade, Carlos Costa, que privou com o ministro na unidade do Ibmec-SP quando ele era o dono da universidade, e Paulo Uebel, secretário geral de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, oriundo do Millenium. Também do Instituto é egresso o secretário de Comércio Exterior e Relações Internacionais, Marcos Troyjo. Com perfil de diplomata, trabalhou com Mario Garnero e Nelson Tanure, empresários que caracterizaram sua trajetória por operações ousadas.
Costa, Uebel e Troyjo mostram serviço e são prestigiados. No ranking da aprovação poderiam estar em um 3° lugar todos os três. O secretario do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, que já estava no governo antes da gestão Bolsonaro e chegou a aspirar a pole position nas categorias de prestígio e aprovação, teve uma queda drástica nos últimos cinco meses. Por pouco escapou a uma
fritura. Deixaria o Tesouro, por qualidade claudicante dos serviços, e cairia para cima, assumindo a diretoria executiva do Conselho Fiscal da República. Guedes, contudo, estancou a saída, brindando-o com a acumulação dos dois cargos. Mansueto poderia muito bem se situar no 5° lugar, com viés de baixa. Na gangorra do ranking estão o secretário de Desestatização e Desmobilização, Salim Mattar, e o Secretário Adjunto da Secretaria Especial de Fazenda, Esteves Colnago.
Mattar desceu para um 6° lugar, sem louvor. Era uma das novidades de Guedes: colocar um empresário para tocar a desestatização. Colnago, ao contrário, tinha pouca visibilidade, imerso na burocracia, mas mostrou grande proficiência e tomou conta do gabinete. Sai de um 7° para um 5°, com viés de alta. Empatados no 2° posto estão o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, e o secretário geral de Fazenda, Waldery Rodrigues Júnior. Os dois são os mastins de Guedes. Autorizadíssimos a falar com a imprensa, são os reis das planilhas com os dados macroeconômicos e de finanças públicas. Defendem o governo com unhas e dentes. Em franco descenso está o presidente do BNDES, Gustavo Montezano. Não acerta uma. Por pouco não foi demitido pelo próprio Bolsonaro, que o conhece desde criança.
Montezano também tem o coração de Guedes. Mas entregar o serviço, que é o que interessa, até agora não se viu. O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, é um quadro anódino. Parceiro de Guedes desde os tempos do Pactual e Chicago Old puro sangue, foi investigado pelo MP no caso Marka – e absolvido, diga-se de passagem – e se especializou em dar declarações defendendo a venda do BB e maltratando seu corpo de funcionários. Mas parece ter aprendido que o silêncio vale ouro, principalmente para quem não sabe lidar com as palavras. Leva um 6° lugar e olhe lá. O presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, é exatamente o contrário de Novaes. Tirou a CEF da condição de instituição abúlica e injetou eletricidade na gestão. Baixou os juros mais do que todos os bancos, demonstrando que é possível adotar a medida com sustentabilidade. Usa das palavras com grande eficiência. Um craque. Vai para o “2,5°” lugar. Empatados na mais alta posição estão os presidentes do Banco Central, Roberto Campos Neto, e da Petrobras, Roberto Castello Branco. Ambos são sacerdotes do silêncio. Falam pouco, erram pouco. BC e Petrobras não têm mesmo que ficar na ribalta. Castello toca a empresa que nem um violino e conseguiu um feito raro: lidar com a corporação se opondo ao que ela pensa. Campos Neto desabou com os juros e tem se comunicado com o mercado de forma cristalina e na medida certa. Os dois vão para o “1,5º” lugar. A 1ª posição ninguém leva.
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Ponto final
19/02/2020Procurados, os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Samsung e Banco do Brasil.
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BB Americas na mira da XP
6/02/2020A XP Investimentos avalia a compra do BB Americas, filial do Banco do Brasil em Miami. As tratativas são conduzidas pelo Citi, adviser do banco estatal – segundo o RR apurou, os norte-americanos mantém ainda conversações com outros dois candidatos ao negócio. O BB Americas tem cerca de US$ 600 milhões em ativos e uma rentabilidade baixinha. É quase um farelo para quem tem do lado a operação do Itaú em Miami, com seus mais de US$ 12 bilhões em ativos. Tem mesmo? De qualquer forma, a XP parece ter aberto sua temporada de aquisições – nesta semana anunciou a compra de um terço da gestora Augme, especializada em fundos de crédito de alto risco.
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Ponto final
6/02/2020Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: XP Investimentos, Banco do Brasil e Santander.
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Assim é se lhe parece…
29/01/2020O que o mercado não faz? A XP, até outro dia era um puxadinho, ultrapassou a casa dos R$ 100 bilhões de valor em Bolsa. Para efeito de comparação, o Banco do Brasil vale cerca de R$ 140 bilhões. Pelo andar da carruagem, talvez seja o caso de Paulo Guedes convocar a XP para participar de futuras privatizações no sistema financeiro.
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Em busca de energia
29/01/2020O empréstimo de R$ 94 milhões do Banco Regional de Brasília para a CEB é apenas um balão de oxigênio. O governo do Distrito Federal calcula que, por baixo, seriam necessários mais R$ 250 milhões para a distribuidora de energia arrumar a casa antes da sua privatização.
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Interventora?
28/01/2020No pacote de mimos que ofereceu a Regina Duarte, Jair Bolsonaro acenou com a possibilidade da atriz “aconselhar” na destinação das verbas de estatais para a área de cultura. Deve ser da boca para fora, como tantas promessas de Bolsonaro. Se bem que o Capitão até já tirou do ar propaganda do Banco do Brasil.
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O papel do BNDES
17/01/2020Nem tudo vai tão mal assim na política do governo Bolsonaro para o meio ambiente. Graças ao BNDES, o Brasil produzirá seu primeiro papel higiênico com selo ambiental. A novidade virá da fábrica da Copapa, de Santo Antônio de Pádua (RJ), que recebeu um empréstimo de R$ 33,9 milhões do banco de fomento. O papel carregará menos produtos químicos em sua composição, e todo o processo de fabricação terá emissão neutra de carbono. No país em que o desmatamento da Amazônia cresceu 85% em 2019 e a água marrom da Cedae leva a população do Rio ao hospital, não deixa de ser um alento.
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“Banco dos réus”
14/01/2020As empresas reunidas na Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa já elegeram os “culpados” pela morosidade na abertura de novas PCHs no país. Os players do setor entregaram à Pasta de Minas e Energia e à Casa Civil um estudo atacando a Aneel e a ANA pela burocracia na gestão dos recursos hídricos.
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A “Delaware” de Sergio Cabral
8/01/2020Ministério Público Federal do Rio de Janeiro vai pedir à Justiça a suspensão de pagamentos da Rio Previdência ao Banco do Brasil, referentes a operações de antecipação de recebíveis de royalties do petróleo. Montada durante o governo de Sergio Cabral, a engenharia financeira é alvo de investigação na CPI da Rio Previdência, na Alerj. À época, o fundo de pensão dos funcionários do estado fechou acordos similares nos Estados Unidos, operação que ficou conhecida pelo sugestivo nome de “Delaware”. O estado recebeu R$ 8 bilhões. Já pagou mais de R$ 19 bilhões.

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ABC Brasil já está com meio corpo na Caixa Geral
2/01/2020O Banco ABC Brasil – leia-se o Arab Banking Corporation, do Bahrein – está perto de fechar a compra das operações da Caixa Geral de Depósitos (CGD) no Brasil. São cerca de R$ 2 bilhões em ativos. As negociações são conduzidas diretamente pela matriz do banco português, em Lisboa. A saída da CGD do país estava escrita nas estrelas, ou melhor, no RR, que antecipou a informação na edição de 28 de novembro de 2018. Além da perda de fôlego no mercado brasileiro, a decisão se deve ao escândalo protagonizado pelo grupo. Auditoria conduzida pelo governo português, acionista controlador da CGD, descortinou desvios de recursos e passivos a descoberto na contabilidade da instituição.
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Um afago ao Nordeste
2/01/2020O ministro Paulo Guedes bateu o martelo: a gestão do Crediamigo, o programa de microcrédito do governo federal, permanecerá com o Banco do Nordeste. Banco do Brasil e Caixa Econômica cobiçavam a carteira de R$ 4,6 bilhões.
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O carrasco da Av. Chile
2/01/2020O BNDES de Gustavo Montezano tem sido o mais duro credor à mesa de negociações da Renova Energia, leia-se Cemig. Vem do banco a maior pressão para que a empresa se desfaça da sua participação na Brasil PCH. O BNDES é contrário também ao período de carência de dois anos para o início do pagamento das dívidas. O passivo da Renova é superior a R$ 2,5 bilhões.

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2019 foi um ano de acertos dobrados no RR
30/12/20194 de janeiro. O ano de 2019 e a era Bolsonaro nem bem tinham raiado quando o RR cravou não apenas a decisão do novo governo de privatizar a Eletrobras, mas também os movimentos de Jorge Lemann para comprar a empresa, por meio do 3G Radar. Poucas semanas depois, as duas informações estavam em toda a mídia. Foi o primeiro dos incontáveis furos aos quais o assinante do Relatório Reservado teve acesso, com exclusividade, ao longo deste ano – boa parte deles antecipando passos do Poder, notadamente do presidente Jair Bolsonaro e de sua equipe. Na edição de 8 de janeiro, a newsletter destrinchou o projeto da gestão Bolsonaro para murchar o Ibama e demais órgãos da área ambiental por dentro.
Não deu outra: o meio ambiente se tornaria um nervo exposto no primeiro ano de seu governo, como se veria mais à frente, em um dos episódios de maior repercussão de 2019. Em 21 de agosto, o RR informou, em primeira mão, que o Itamaraty tinha a informação de que governos da Europa preparavam um forte ataque à política ambiental do presidente Bolsonaro, com ênfase no desmatamento da Amazônia. A matéria do RR informava, inclusive, o Dia D e o lócus da ofensiva: 24 de setembro, data de abertura dos chamados debates de alto nível da 74ª Assembleia Geral da ONU. Dito e feito. O Brasil sofreu um bombardeio sem precedentes de grandes líderes globais por conta das queimadas na Amazônia, e o tema ditou o discurso de Bolsonaro nas Nações Unidas. Em 4 de setembro, o RR também foi o primeiro veículo a noticiar a coalizão entre a bancada ruralista e grandes tradings para evitar a moratória da soja, assunto que estouraria na imprensa duas semanas depois.
Nos primeiros dias de mandato do Capitão, precisamente em 9 de janeiro, o RR trouxe em primeira mão a determinação do Planalto de abrir a “caixa-preta” da Previdência, com uma devassa nos bancos de dados da Dataprev e nos pagamentos de benefício do INSS, que seria formalmente anunciada semanas depois. Em 17 de janeiro, a publicação revelou os planos de Bolsonaro de espalhar escolas cívico-militares pelo país – projeto que só seria formalmente divulgado em setembro, com o anúncio da construção de 216 colégios até o fim do atual mandato. Ainda em janeiro, no dia 21, o RR informou sobre a disposição de Paulo Guedes em rasgar a camisa de força do Orçamento, com a desvinculação das receitas. O ministro abriu essa guerra, ainda que, até o momento, sem vitória. Por dever de ofício, auscultar os gabinetes de Paulo Guedes e da equipe econômica foi um exercício quase diário do RR, o que permitiu antecipar decisões ou projetos ainda que no seu nascedouro.
Em 15 de fevereiro, o RR foi o primeiro veículo a colocar sobre a mesa que o Ministério da Economia cogitava um shutdown, ou seja, a suspensão geral dos pagamentos dos gastos públicos. O risco estava diretamente vinculado à não aprovação da reforma da Previdência e chegou a ser tratado em conversas entre Guedes e o presidente Jair Bolsonaro, conforme revelou a newsletter. O tema somente começou a aparecer na mídia em maio. Em novembro, o próprio ministro viria a falar na possibilidade de um “shutdown à brasileira”, com a adoção de medidas combinadas para “estancar a sangria de despesas até que o equilíbrio fiscal seja restabelecido”, como suspensão de reajustes para o funcionalismo, reestruturação de carreiras no serviço público etc etc.
Em 13 de junho, o RR noticiou a intenção de Paulo Guedes de soltar recursos pingados para adoçar a boca dos brasileiros e injetar uns trocados na economia – no que a newsletter chamou de uma estratégia “rouba montinho”, ou seja, tira um pouquinho de moedas daqui e empurra para ali. Pouco tempo depois, as migalhas começaram a cair sobre a mesa, com a liberação de dinheiro do FGTS, um pequeno puxadinho no orçamento do Minha Casa, Minha Vida e até um cata-cata de grana para honrar o pagamento de bolsas do CNPq. O drama fiscal foi acompanhado no detalhe do detalhe pelos assinantes do RR, a partir de informações exclusivas e análises argutas. O RR seguiu cada pegada do Copom, especialmente a sua intenção de acelerar a redução da Selic, tendo como meta juros reais de 1% neste ano, conforme a newsletter informou em 17 de setembro. Por falar em juros, o Relatório Reservado foi o primeiro veículo a chamar a atenção para a dissintonia entre os dois grandes bancos estatais diante da forte queda da Selic.
No dia 7 de outubro, a publicação abordou a posição do Banco do Brasil, de Rubem Novaes, nome historicamente vinculado a Paulo Guedes, de não reduzir suas taxas de juros, diferentemente da Caixa Econômica. Poucos dias depois, o restante da mídia abriu os olhos para o assunto e o próprio BB acabaria por anunciar um corte em suas taxas. Ainda percorrendo os bastidores das grandes decisões da economia, o assinante do RR soube antes, no dia 19 de agosto, que o governo estava prestes a lançar um programa de privatizações como o “país nunca viu”. Dois depois, a notícia se confirmava – ainda que sem fazer jus à expressão hiperbólica cunhada dentro do próprio Ministério da Economia. Em 21 de agosto, o secretário especial de Desestatização, Salim Mattar, divulgava oficialmente o plano de venda de nove estatais – à exceção dos Correios, e olhe lá, nenhuma de fechar o comércio. Por ora, o explosivo programa de privatizações anunciado por Bolsonaro e Guedes não passa de um estalinho.
Ainda na seara das concessões públicas, nos estertores de 2019, mais precisamente em 4 de dezembro, o RR noticiou um mutirão interministerial do governo para aprovar o marco regulatório do saneamento – condição sine qua nom para destravar a venda de estatais do setor. Cinco dias depois o próprio ministro Paulo Guedes confirmava que o governo havia intensificado a articulação política para acelerar a aprovação da lei no Congresso. Seguindo na agenda econômica, o RR foi o primeiro a puxar uma questão que somente dias depois seria fisgada pela mídia de um modo geral. Na edição de 8 de novembro, após consultar importantes juristas, a newsletter trouxe a informação de que o Conselho Fiscal da República – o ornitorrinco criado por Paulo Guedes juntando partes do Executivo, Legislativo e Judiciário – é inconstitucional. Do fiscal para o câmbio, em 22 de novembro o RR trouxe à tona a crescente preocupação do Banco Central com a escalada do dólar.
Quatro dias depois, a autoridade monetária entrou no mercado vendendo a moeda americana para segurar as cotações, expediente que ainda se repetiria mais algumas vezes. Em 20 de fevereiro, o RR esmiuçou o grande projeto do “governo digital” que começava a ser engendrado no Ministério da Economia, mais precisamente na área comandada pelo Secretário Paulo Uebel, com o objetivo de arrumar a máquina pública tanto para dentro quanto para fora, leia-se o atendimento à população. Somente mais para o fim do ano, o tema cairia no radar da mídia, com direito a capa de revista semanal. Ainda no âmbito da economia, em 11 de fevereiro, a newsletter informou sobre o convite do então presidente do BNDES, Joaquim Levy, a Gustavo Franco para assumir a presidência do Conselho de Administração, formalizado apenas no fim daquele mês.
Da mesma forma, em 19 de junho, o RR antecipou que o economista deixaria de ser o chairman da agência de fomento antes mesmo de assumir o cargo. Àquela altura, oficialmente Gustavo Franco e o próprio BNDES negavam o meia volta, volver, garantindo que o processo de indicação transcorria normalmente e a demora na posse se devia à burocracia do rito. Pois bem… Somente no fim de julho, mais de um mês após a notícia do RR, o economista e o banco admitiram o desenlace antes mesmo do casório. Em 16 de dezembro, o RR colocou foco sobre o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto de Almeida, antecipando os preparativos para a sua saída do governo.
Uma semana depois, Paulo Guedes e toda a equipe econômica fizeram um desagravo público a Mansueto. Chamou a atenção do empenho do ministro em garantir a permanência do economista no cargo por “pelo menos mais um ano”. Mais sintomático, impossível. Guedes desmentiu e o RR reafirmou e reafirma o que disse: Mansueto vai deixar o governo em breve. Ao longo de 2019, o RR manteve a tradição de acompanhar amiúde a área de Defesa, que, não bastasse sua importância per si, ganhou um destaque ainda maior no noticiário devido ao notório imbricamento entre o estamento militar e o governo Bolsonaro.
Em 25 de fevereiro e 13 de março, período marcado pelo agravamento da crise institucional na Venezuela e por forte tensão na fronteira, a newsletter revelou a preocupação das Forças Armadas com a fragilidade do sistema brasileiro de defesa, resultado da contínua asfixia orçamentária comum a todos os últimos governos brasileiros. Em 5 de abril, o RR abordou a tensão entre militares, ainda que da reserva, e o Judiciário. A publicação destacou o editorial da Revista do Clube Militar, por meio do qual o presidente da instituição, General de Divisão Eduardo José Barbosa, fez duras críticas ao STF. Na ocasião, o oficial da reserva classificou como uma “evidente ofensiva contra a Lava Jato” a decisão do Supremo de que processos de “caixa 2” migrem para a Justiça Eleitoral. Nos dias a seguir, o assunto ganharia evidência na mídia.
O RR também foi um intérprete das tensões institucionais que cercam o governo Bolsonaro. Em 2 de maio, em matéria intitulada “FHC é o maior conspirador da República”, a newsletter desvendou as movimentações do ex-presidente junto aos principais grupos de poder do país em um período de efervescência por conta dos seguidos episódios de quebra de decoro protagonizados por Jair Bolsonaro. Menos de duas semanas depois, FHC não se fez de rogado e verbalizou publicamente a palavra que tanto vinha sussurrando na penumbra: “O impeachment às vezes é inevitável”. Entre as várias “guerras” abertas por Bolsonaro em seu primeiro ano de mandato, está o embate com a própria mídia. Em 9 de agosto, o RR trouxe a informação de que o presidente da República determinaria o corte de assinaturas de grandes jornais e revistas nos órgãos federais. Bingo! Em 31 de outubro, o governo anunciava o cancelamento da assinatura da Folha de S. Paulo.
O ministro Sergio Moro e, por extensão, o Judiciário estiveram no centro de outros importantes furos do RR ao longo de 2019. Em 1 de abril, a newsletter divulgou a movimentação de Moro para aumentar o orçamento da sua Pasta e aumentar o efetivo da Polícia Federal. Um mês depois, Paulo Guedes soltou a grana, e o ministro da Justiça anunciou a convocação de 1.200 aprovados em concurso para a PF realizado no ano passado. Em 11 de junho, o RR antecipou uma grande ação da Justiça, notadamente da Polícia Federal, para combater a atuação do crime organizado, sobretudo do PCC, no contrabando de ouro. Sete dias depois, a PF deflagrava a Operação Ouro Perdido, desbaratando uma quadrilha que havia movimentado cerca de R$ 145 milhões. No agitado ano de Sergio Moro, talvez nenhuma outra agenda supere o vazamento dos seus diálogos com os procuradores da Lava Jato, iniciado pelo The Intercept Brasil. O assinante do RR soube, com exclusividade, das movimentações de Moro nos bastidores para administrar o escândalo.
Em 29 de julho, por exemplo, a publicação antecipou que o ministro, em uma ardilosa estratégia, ligou para uma relação de 26 autoridades dos Três Poderes para informar e “tranquilizá-los” sobre o hackeamento de seus celulares e computadores. Por falar em Lava Jato, ao longo de 2019, por diversas vezes o RR chamou a atenção para o desmonte do setor de construção pesada com a insistência do aparelho de Justiça em punir as empresas e não apenas seus controladores. Em 10 de outubro, na esteira da criação do Instituto Brasileiro de Autorregulação do Setor de Infraestrutura, o RR enfatizou que a redenção das empreiteiras e a salvaguarda de seus milhares de empregos – os que ainda restaram – deveriam ser tratadas como assunto de Estado. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Em 26 de dezembro, a imprensa divulgou um relatório da CGU levantando o risco de calote em acordos de inadimplência devido à falta de retomada da atividade no setor de construção pesada. Eureka!
No âmbito do Judiciário, o RR revelou a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de criar varas especializadas para o julgamento de integrantes do crime organizado, informação que somente seria divulgada pelos grandes jornais em 1 de julho. Em 23 de agosto, a newsletter antecipou a união entre os Ministérios Públicos do Brasil e do Paraguai para investigar o doleiro Dario Messer e sua abastada clientela nos dois países. Em 11 de outubro, o RR divulgou que os dois MPs tinham à mão uma lista de 36 clientes do doleiro. Mais uma vez, no alvo: em 20 de dezembro, o Ministério Público do Brasil indiciou 18 pessoas ligadas a Messer, entre elas o ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes. Os outros 18 que esperem. A sua hora vai chegar… Como não poderia deixar de ser, não obstante o peso do noticiário político institucional, a seleta rede de informantes do RR no ambiente corporativo permitiu à newsletter antecipar importantes fatos do universo empresarial em 2019.
Em 14 de fevereiro, a publicação noticiou os preparativos para a saída de Fabio Schvartsman da presidência da Vale, na esteira da tragédia de Brumadinho. No dia 2 de março, a mineradora anunciava o afastamento “temporário” de Schvartsman do cargo. Mero jogo de palavras: o executivo deixava o posto em definitivo, carregando no currículo 270 mortes. Em 29 de maio, o RR informou, com exclusividade, da parceria entre Starboard e Apollo para a compra da ViaVarejo. Dois dias depois o assunto estava estampado nos principais jornais do país. No fim, a dupla de gestoras perdeu o negócio. Michael Klein foi mais rápido no gatilho e ficou com a ViaVarejo. Em 30 de maio, o Relatório Reservado publicou, em primeira mão, a condenação da Volkswagen pelo TJ-RJ pelo escândalo da adulteração de resultados de emissão de poluentes em veículos a diesel. Outros veículos só noticiaram o veredito, no valor total de R$ 460 milhões, quatro dias depois.
Na edição de 24 de junho, o RR antecipou um movimento decisivo no processo de recuperação judicial da Saraiva: uma “rebelião” dos credores, condicionando a aprovação do plano ao afastamento da família da gestão da empresa. Mais um tiro certeiro: em 29 de agosto, a saída de Jorge Saraiva Neto do comando da companhia foi confirmada. Em 14 de agosto, o RR publicou, com exclusividade, a retomada dos planos da JBS de abrir o capital nos Estados Unidos. No apagar das luzes de 2019, o RR levantou ainda um caso inusitado: sete donos de embarcações incendiadas na Marina de Angra dos Reis (RJ) aguardam há meses pelo pagamento de seus seguros. Por ora, nem a BR Marinas, concessionária do atracadouro, nem a Tokyo Marine, responsável pela apólice coletiva do local, pagaram um centavo pelo sinistro.
Dez dias depois, o assunto estava em coluna de prestígio de uma revista semanal. Essa seleta de acertos foi apenas uma pequena amostra do número elevado de furos e análises premonitórias com que a newsletter brindou seus assinantes durante 2019. O leitor do RR não tem dúvida de que em nossas páginas pode enxergar o noticiário mais à frente. Em 2020, esperamos ter a honra de que nossos assinantes permaneçam nos prestigiando. Ainda em 2019, o Relatório Reservado adensou o volume de informações disponibilizadas ao seu assinante com o lançamento do Observatório RR – uma nota técnica diária sobre assunto específico e relevante – e o Termômetro RR, que antecipa a temperatura da agenda política e econômica do dia seguinte. Em 2020, podem esperar, teremos muito mais. Que venham novos acertos e muito mais assinantes!
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O que a XP faz pelo Brasil?
19/12/2019O Banco Central, independente ou não, deveria seguir os modelos internacionais de referência que monitoram os preços e o emprego. O exemplo destacado é o Federal Reserve, dos Estados Unidos. No Brasil, o BC não se preocupa nem com o emprego do país nem com o emprego do próprio setor financeiro. Com essa omissão, vai estimulando o surgimento de uma matilha do que poderia se chamar de “big smart banks”, ou numa tradução quase literal, os bancos espertalhões. O campeão desse grupo do valuation da esperteza é a XP Investimentos, geradora de dinheiro a rodo e roedora de emprego a granel.
Não há nada demais que a instituição fature uma grana. Mas a assimetria que a XP e seus congêneres trazem para o setor bancário dá a entender que o BC é mais dependente do que parece. A autoridade monetária não leva em consideração que os bancões gastam centena de bilhão com agências, segurança, funcionários e toda uma cadeia de fornecedores de A a Z. A XP não gasta nem com A nem com Z, tem 1,2 mil funcionários e opera em um prédio.
O futuro potencializado trazido pela instituição é o fim do valor adicionado na economia. A XP custa caro para o sistema financeiro porque seu gasto é baixo demais. Já os bancos arcam com uma carga tributária de 45%, pagando mais de R$ 70 bilhões em impostos por ano. Isso para não falar de gastos aparentemente residuais que somam uma pequena fortuna. Um exemplo: uma agência alvo de explosão por criminosos custa R$ 600 mil para ser reconstruída – são mais de dois mil caixas eletrônicos dinamitados por ano. Os “new banks” operam com reduzido nível de exigência e raquítica estrutura de compliance vis à vis os grandes bancos.
A XP e seus pares se escoram no Fundo Garantidor de Crédito (FGC), constituído e alimentado pelos bancões. Ou seja: se uma delas pegar um resfriado ou tiver um enfisema pulmonar, caberá ao FGC, portanto, aos grandes bancos, impedir que os clientes sejam lesados. Não custa lembrar que foi a banca puro-sangue que evitou uma crise sistêmica sem precedentes no rastro da crise dos subprimes, em 2008, e da consequente quebra de instituições financeiras – como Cruzeiro do Sul, PanAmericano etc etc. Não é por acaso que a XP começou sua sinuosa trajetória vendendo papéis ao valor máximo de R$ 250 mil, justamente o teto assegurado pelo FGC aos investidores em caso de liquidação da instituição financeira. A XP diz que seu grande mérito é promover a educação financeira. Mas como isso sai caro…
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Vale ensaia um bye, bye, Brasil para sua sede fiscal
13/12/2019A Vale está negociando todas as suas fichas com o governo para a mudança de sua sede fiscal para um paraíso tributário. A expectativa
da empresa é que a gestão liberal da economia e a nova política do BNDES de venda de participações da carteira da BNDESPar facilitem a iniciativa. Hoje, o que emperra a exportação da sede fiscal é a titularidade pela União das ações de classe especial, as golden share. Segundo o artigo 3.2.1 do edital de licitação da Vale, as golden share têm poder de veto sobre as seguintes matérias: alteração da denominação social, mudança da sede social, mudança no objeto social no que se refere à exploração mineral, liquidação, entre outras.
Um dos fatores que, no passado, poderiam dificultar essa medida é a participação expressiva da BNDESPar no capital, além da qualidade de titular das golden share, em nome da União.
Ressalte-se que a transferência da sede da Vale chegou a ser cogitada no governo FHC, responsável pela sua privatização, e, por incrível que pareça, até mesmo na gestão Lula, ambas sem êxito. A mudança de status do BNDES no capital acionário se deu justamente no mandato do petista, quando o presidente do banco era Carlos Lessa. O economista ampliou a participação da BNDESPar para evitar a desnacionalização da mineradora e consequentemente a transferência da sede. O tempo passou e o BNDES mudou. A expectativa agora é de venda expressiva de ações da Vale em poder do banco, o que facilita os entendimentos para o “bye, bye, Brasil” da companhia. Se for realizado, as ações disparam.
A priori, as prerrogativas da golden share não parecem existir para serem levadas tão a sério quanto outrora. As chamadas ações de “Classe A”, em uma de suas cláusulas, impediam a troca da razão social da empresa. A mudança de Vale do Rio Doce ou CVRD para a nomenclatura diminuta da Vale, em 2007, passou ao largo da golden share. E, se a aprovação ocorreu formalmente, o silêncio e a discrição deram a tônica do acordo. O RR enviou uma série de perguntas à Vale e estendeu seguidamente o prazo para pronunciamento, devido à gravidade do assunto. A companhia limitou-se a dizer que “as informações disponíveis estão no relatório anual 20F”, publicado em seu site.
A resposta representou a mesma coisa que fugir do assunto: a Vale não quer falar sobre a mudança de sede. Cabe o registro histórico de que, nos idos dos anos 70, a operação da então Vale do Rio Doce em Bruxelas, comandada por Eliezer Batista, era tão importante do ponto de vista estratégico e político quanto a própria sede da corporação no Brasil. Todos os contratos internacionais e mesmo projetos de economia física em solo brasileiro – a começar pelo maior de todos, Carajás – foram formulados a partir do QG na Bélgica. Hoje, a mudança da sede fi scal para o exterior seria bem-vinda também para a descontaminação da Vale em relação aos malefícios ambientais e mortes causadas pela responsabilidade da companhia em duas das maiores tragédias sociais da história do país – Mariana e Brumadinho.
Os acidentes têm dimensão para serem recordados ainda por muitos anos, e não custa lembrar que a mineradora pode estar sentada ainda sobre outras áreas de risco. Por isso, diz uma fonte estratégica, uma rearrumação de ativos seria bem vista. A medida seria uma forma de blindar a companhia contra possíveis e bilionárias indenizações e eventuais probabilidades de novos rompimentos de barragens. Do ponto de vista da lógica econômica, a diretoria da Vale estaria coberta de razão em sua blitzkrieg para a mudança da sede fiscal. Se não conseguir passaporte para um paraíso tributário, a empresa ainda poderia migrar para a Suíça, transformando a sua subsidiária internacional naquele país em sede. A Suíça já não é mais a mesma do ponto de vista fiscal, mas quebraria um galho
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Assunto encerrado
12/12/2019Nas palavras de Rubem Novaes, a privatização do Banco do Brasil é “assunto encerrado”. Só não disse que a venda do BBBanco de Investimentos é assunto aberto…
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Bye, bye, Votorantim
11/12/2019Rubem Novaes, presidente do Banco do Brasil, bateu o martelo. O IPO do Banco Votorantim, previsto para o início de 2020, será a porta de saída do BB do Banco Votorantim.
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Ponto final
11/12/2019Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Magazine Luiza, Livraria Cultura e Banco do Brasil.
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E os bancos?
10/12/2019O Pay Pal – o gigante global dos pagamentos eletrônicos – vai avançar duas casas de uma só vez no Brasil. Prepara-se para fazer operações de crédito tanto para o consumidor quanto para varejistas. Nos Estados Unidos, o Pay Pal já tem uma carteira de empréstimos da ordem de US$ 12 bilhões.
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Torneiras fechadas
2/12/2019Principais credores da PDG, Banco do Brasil e Caixa Econômica têm se negado a liberar dinheiro novo para a incorporadora. O temor na empresa é que a postura dos dois bancos provoque um efeito dominó, inspirando instituições privadas a seguir o mesmo caminho. O que está em jogo é o plano da PDG de retomar os lançamentos imobiliários no primeiro trimestre de 2020.
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Ponto final
2/12/2019Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Heringer, PDG, Banco do Brasil e Caixa.
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As líquidas convicções de Paulo Guedes
29/11/2019O ministro Paulo Guedes, “caso as labaredas do continente cheguem ao Brasil”, conforme os dizeres da jornalista Maria Cristina Fernandes, no jornal Valor, de ontem, pode muito bem bater continência ao capitão Jair Bolsonaro e dar um cavalo de pau na política econômica. Compartilhada por muitos, a aposta que Guedes não é pragmático e irá até a morte com esta política econômica é equivocada e desconhece a essência do personagem.
Nos episódios passados de aquisição do Ibmec do ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso – uma história à procura de um bom narrador – e da saída do Banco Pactual, Guedes mostrou malemolência e jogo de corpo. O ministro da Economia é, sim, um liberal convicto, mas, antes de tudo, é maquiavélico e não abre mão de poder. Guedes se preparou a vida toda para implementar no governo um experimento liberal. Está tentando. Mas já demonstrou que é capaz de engolir sapos para ficar onde está. Ou mesmo fazer atalhos que a sua igreja condena, tal qual estipular um teto mensal
para o juro do cheque especial. É liberal sim, pero no mucho se es necesario, así lo exige.
É bem provável que variáveis sociais resilientes, como o desemprego, combinadas com a agenda de uma eleição atrás da outra, e vá lá, o fogaréu de protestos nos países hermanos, levem o Capitão a ordenar a Guedes um meia volta volver na política econômica. Seria, então, procurada uma Ilhas Malvinas ou qualquer coisa que valha, quer dizer uma externalidade onde depositar o motivo da mudança. A guerra comercial entre os EUA e China,
que está comendo as exportações do Brasil, é um bom exemplo. Em nome da situação excepcional e da crise social decorrente, e ancorado nas suas “grandes conquistas”, o ministro poderia decretar uma pausa na política de ajuste e irrigar o social com recursos orçamentários e extraorçamentários.
Afinal, como gosta de dizer Guedes, citando seu grande ídolo Karl Popper, só é irrefutável aquilo que é dogma. E ele – quem foi que disse? – não é dogmático.
Seria, então, a hora de Guedes seguir o seu maior desafeto intelectual, John Maynard Keynes: “Se a realidade muda, eu mudo”, recitaria o ministro, ressalvando que é um liberal convicto, o momento é passageiro e logo à frente retornaria à ortodoxia que vinha salvando o país. Ao contrário do que vaticinou Maria Cristina Fernandes, que provavelmente não conhece o economista, a opção do Capitão não está restrita à repressão ou à demissão do ministro, caso o continente pegue fogo. Ambos já mostraram que sabem voltar atrás. Guedes, apesar das frases de efeito mostrando desapego ao cargo, não quer largar o osso de jeito nenhum. Basta perguntar a qualquer um que o conheça bem. O RR, por exemplo.
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Uma trava na porta giratória
28/11/2019Há uma discussão no Ministério da Economia em torno da possibilidade de conselheiros de estatais e sociedades de economia mista também terem de passar por quarentena antes de assumir novo cargo executivo na iniciativa privada. Hoje, apenas presidente, vice e diretores estão sujeitos a essa obrigatoriedade. Não por acaso, a questão ganha fôlego na esteira de um caso razoavelmente emblemático. Até o mês passado, Guilherme Horn ocupava uma cadeira no Conselho de Administração do Banco do Brasil. Agora, assumiu a operação digital do Banco Votorantim sabendo de cor e salteado a estratégia de um senhor concorrente.

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Câmbio acende o sinal no painel do BC
22/11/2019O problema pode não ser para o curto prazo, mas já acendeu a luz amarela na área cambial do Banco Central. São quedas de reservas (devido à venda de moeda para tentar segurar as cotações), o risco de formação de um déficit estrutural da balança comercial e o pior fluxo cambial para o mês de outubro desde o início da série histórica. Nunca saiu tanto dinheiro do Brasil. O Brasil está perdendo dinheiro com swaps cambiais e com as reservas internacionais, devido à desvalorização do real. A saída de capital estrangeiro das bolsas acumula o maior volume desde 1999, o pior ano da série.
Superou com razoável distância o êxodo de 2008, ano da famigerada crise dos subprimes. O dinheiro tende a sair mais devido ao ciclo de saúde monetária. Como todo bem traz seu mal junto também, a queda expressiva da taxa de juros está secando o dinheiro que vinha buscar as altas rentabilidades do carry trade. O nó pode aumentar na medida em que, à exceção das velhas e boas commodities, o Brasil está reduzindo sua pauta de produtos industriais tradables e parece ter desistido de vez de outros negócios geradores de divisas, a exemplo da exportação de serviços. Sob esse aspecto, o investimento direto em infraestrutura é benéfico no curto prazo e arriscado no longo, na medida em que as concessões e privatizações, passado o tempo, em sua esmagadora maioria, são exportadoras de dinheiro do Brasil, por intermédio da remessa de lucros, e não trazem nada do exterior.
Quanto ao impacto na competitividade das exportações, talvez o maior benefício econômico do investimento em infraestrutura, é preciso aguardar para ver o quanto de mau trato o governo ainda vai proporcionar à indústria. Segundo dados do jornal Valor Econômico de 18 de novembro, o déficit comercial da indústria, neste ano, deve ser quase 10 vezes maior do que o de 2018 – o déficit total da balança comercial deve encolher pelo terceiro ano. O perigo de um caráter estrutural é que o déficit cambial fabril não se deve às importações, que estão baixas, mas às exportações industriais, que estão baixíssimas.
O déficit, a depender de Bolsonaro & Guedes, tendem a largar, com o estigma da política industrial, o homicídio do BNDES e a suspensão de tarifas sobre importações. Para o ministro da Economia é tudo bullshit. Quem tem reservas cambiais do tamanho das nossas não tem porque se preocupar. Antes mesmo do presidente do BC, Roberto Campos Neto, sentar-se à cadeira, Paulo Guedes já tinha disparado que se o dólar subir entre “R$ 4,00 e R$ 5,00,” ele injetaria reservas no mercado, comprando moeda e ganhando uma grana para o país. O dólar está cotado a R$ 4,20. Resta ver o tamanho do intervalo a que se referiu o ministro e se ele tem mesmo garrafas para vender.

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Mil e uma utilidades
20/11/2019O oligopólio bancário tem multiuso. Um estudo que estaria sendo produzido por técnicos do Banco Central compara o Brasil com 10 países e aponta que a banca privada nacional (cinco bancos) é a que tem maior resistência à invasão das fintechs.
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As peças da Tencent
11/11/2019Após comprar um pedaço do banco digital Nubank, o gigante chinês Tencent busca ativos de e-commerce no Brasil. Depois é juntar seis com meia dúzia e oferecer uma miríade de soluções de pagamento digital.
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Os senhores do destino
1/11/2019Congressistas baianos – capitaneados pela deputada Dayanne Pimentel (PSL), presidente da Frente Parlamentar da Indústria Marítima – têm feito uma romaria junto aos presidentes do Banco do Brasil, Rubem Novaes, e da Caixa, Pedro Guimarães. Buscam um acordo que contemple a redução da dívida do estaleiro Enseada. A empresa, pertencente à Odebrecht e à OAS, entrou em recuperação judicial com um passivo de R$ 2,3 bilhões. Juntos, BB e Caixa são credores de quase 70% desse montante.

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“Cartel airlines” cruza os céus brasileiros
28/10/2019Fala-se muito de oligopólio bancário e de acordos que vão da fixação dos valores das tarifas às altas taxas de juros praticadas no mercado. Não que a satanização do setor financeiro seja de todo infundada, mas as companhias aéreas não ficam nada a dever aos bancos. O RR flagrou um exemplo irretocável de perfeita sintonia na formação de preços entre as duas maiores empresas de aviação do país, Latam e Gol. A amostragem em questão é a rota Brasília-São Paulo (Congonhas). A cotação de passagem para amanhã, 29 de outubro, apontava rigorosamente os mesmos valores, centavo por centavo, para as duas concorrentes. Para voos no início da tarde, 12h25 no caso da Latam, e 12h40 e 13h55 para a Gol, a tarifa light estava em R$ 1.065,90 (excluídas taxas de serviço e de embarque). A “coincidência” se repetiu para todos os demais horários. Entre 15h10 e 20h40, a passagem para todos os seis voos da Latam e quatro da Gol, sem exceção, custava R$ 1.248,90. É como se a clássica lei da oferta e da procura ou o horário de rush sequer existissem. Tamanha sintonia de preços entre “concorrentes” só é vista entre os vendedores de água de coco na orla do Rio de Janeiro. Talvez esteja se constituindo um novo normal na formação de preços do setor de aviação. Será que os conselheiros do Cade não andam de avião?

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Banca busca vacina para juros negativos
17/10/2019O eventual ingresso do Brasil no circuito dos países que trabalham com taxas de juros negativas tem gerado especulações de toda a ordem. O único consenso é o de que será enrolado fazer com que o investidor se acostume emocionalmente com a redução do valor da sua poupança no extrato das aplicações. Uma instituição beligerante, tenaz e genial (coincidência pura o acrônimo do BTG) chegou a pensar sobre a hipótese de agrados e mimos para atrair o aplicador, ou mesmo alguma derivada dos sorteios realizados nas operações de capitalização. Não bastasse o embrulho das taxas negativas, correm em paralelo as fintechs, com uma capacidade competitiva superior à dos grandes bancos em ambientes de retorno mais baixo. Se a banca não reagir com ligeireza, sua monumental rentabilidade vai para o museu dos ex-lucros espetaculares.
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Histerese é a palavra que Paulo Guedes não ousa dizer
16/10/2019Um banco paulista e uma revista de economia negociam a realização de um seminário com a pergunta que ninguém quer fazer: “E se não der certo?”. Afloram dúvidas se a nossa enfermidade resiste aos choques da ortodoxia. Até o ministro da Economia, Paulo Guedes, começa a suspeitar que surgiu um anticristo não previsto no seu catecismo liberal. O canhoto atenderia pela nomenclatura “histerese” e, mesmo constando dos livros-textos, é algo que a Universidade de Chicago sempre considerou mais próximo da literatura de terror de Stephen King do que dos cânones da teoria econômica.
Tecnicamente, a histerese se refere à resiliência de um sistema conservar sua propriedade mesmo na ausência do estímulo que o gerou. Caso emblemático da histerese econômica brasileira é o mercado de trabalho, que permanece oscilando nos mesmos patamares da recessão de Dilma Rousseff, dezenas de meses depois. Histerese que também atinge a atividade produtiva, que se arrasta como uma lagarta há pelo menos três anos. Nesse tempo, a taxa de juros Selic desabou, fenômeno que deveria se refletir na produção e na taxa de ocupação. Mas foi como se os juros tivessem plantados no céu.
Desemprego e estagnação permaneceram inalterados. Centros conservadores do pensamento econômico já estão alertando para a histerese. O Ibre, da FGV, recomendou formalmente um estímulo fiscal, além do monetário. Ironia da história: o Brasil vai se empanturrar de inflação baixa, possivelmente até com taxas negativas. Os departamentos de pesquisa já trabalham com projeções de taxa de juros real negativa e inflação correndo abaixo da meta, além de queda do PIB para 2020. As perspectivas mais otimistas são de melhoria residual dos índices, o que constituiria uma espécie de “estagdeflação”.
Enquanto Paulo Guedes declara que o fiscal é sagrado e intocável, crescem os riscos de que a manutenção prolongada da mediocridade do mercado de trabalho e do PIB afete o seu potencial futuro de crescimento. Quanto pior hoje pior amanhã. O fenômeno da histerese pode ser traduzido como uma crise sem crise. Não há desajuste cambial, hiperinflação, juros siderais ou quebras de safra. Mas a economia anda mal, sem querer levantar da cama, como em um quadro de depressão psicológica. A histerese é também decodificada através da expressão estagnação secular. Trata-se de uma concepção do professor de Harvard Alvin Hansen, que prevê a ocorrência do fenômeno quando se juntam as circunstâncias de queda da produtividade, perda de fôlego da demanda agregada, e a demografia passa a ser um ônus.
Só essa última variável nos incomoda menos. O ministro Paulo Guedes sequer arrisca a menção do termo histerese. Não cabe no seu credo. Não há novidade nas escolhas de Guedes. O que causa espécie é a incorporação do credo neoliberal exacerbado no entorno militar do presidente da República, o que de alguma forma refletiria também o pensamento dos generais da ativa, tradicionalmente desenvolvimentistas. Talvez a guinada ideológica dos fardados e “apijamados” do Palácio do Planalto e dos Clubes Militares seja uma “aliança” contra um inimigo maior.
Como disse o presidente Bolsonaro na ONU, “o socialismo quase nos apanhou.” E permanece sendo a grande ameaça ao país, na visão desse agrupamento. A coalizão entre Forças Armadas e neoliberais seria a fórmula para explodir os pilares do comunismo, erigidos por Lula sobre uma base de Estado Forte, que foi construída pelos militares de 64, antimarxistas, mas nacional desenvolvimentistas. Dilma Rousseff pavimentou a ameaça aos quartéis com a Comissão da Verdade. Portanto, além da histerese econômica, é possível que estejamos atravessando o risco de uma histerese militar. Não se sabe bem qual das duas é a mais perigosa.
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Alibaba avança sobre o .com da Saraiva
15/10/2019O RR traz em primeiríssima mão o que pode vir a ser a primeira aquisição da chinesa Alibaba no Brasil. O potentado do varejo online estaria em negociações para a compra da plataforma de e-commerce da Saraiva. A operação responde por aproximadamente um terço do faturamento da rede de livrarias, algo como R$ 260 milhões por ano. As tratativas estariam sendo conduzidas diretamente por bancos credores da empresa, os mesmos que conseguiram afastar a família Saraiva da gestão executiva.

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Banco do Brasil e Caixa ainda têm o mesmo dono?
7/10/2019Se não houver um alinhamento entre Caixa Econômica e Banco do Brasil no que diz respeito à redução das taxas de juros, muito provavelmente o divórcio será motivado pelas diferenças de perfil entre seus respectivos presidentes, sobretudo em relação a políticas do próprio governo. As semelhanças entre Pedro Guimarães e Rubem Novaes se limitam à proximidade com o ministro Paulo Guedes, patrocinador da indicação de ambos ao governo. Se Guimarães é, digamos assim, permeável a ordens superiores, Novaes é um muro de resistência. O “Chicago Old” tem voz própria e reduzida maleabilidade política, como já ficou patente em episódios nos quais bateu de frente com o próprio Palácio do Planalto. Em abril, por exemplo, Jair Bolsonaro pediu publicamente que o BB reduzisse os juros do crédito rural.
Novaes desconversou, classificou o puxão de orelhas como “brincadeira” e ficou o dito pelo não dito. Ao que tudo indica, Rubem Novaes está levando a ortodoxia ao pé da letra, ainda que a postura possa lhe custar caro. Segundo o RR apurou, ele vem sofrendo pressões dentro do governo para anunciar ainda no início desta semana a redução dos juros do Banco do Brasil. Por ora, segue como a antítese de Pedro Guimarães. Ao contrário do que disse o próprio presidente da Caixa, é difícil imaginar que a agressiva mudança do banco tenha se dado por uma decisão estratégica com “base na matemática” e não por uma política de governo.
Nada justifica uma mudança solitária da CEF nas taxas oferecidas ao cliente se não uma determinação vinda de cima para baixo. Independentemente do motivo, caso o Banco do Brasil mantenha a atual postura, vai se abrir uma inexplicável fenda concorrencial entre os bancos federais. Para além da questão política, a Caixa Econômica se tornará mais competitiva e atraente do que o BB, algo inusitado. Não se tem notícia de um diferencial tão largo de taxas de juros entre as duas instituições.
Neste momento, por exemplo, a taxa média anual praticada pela Caixa para o crédito pessoal não consignado é de 37,7%, ao passo que, no caso do BB, esse custo chega a 54%. No cheque especial para pessoa física, o Canyon é ainda maior: a CEF cobra 194%; o Banco do Brasil, 300%! Este hiato teria o Banco do Brasil e Caixa ainda têm o mesmo dono? beneplácito do governo? O objetivo é cindir os bancos públicos do ponto de vista da sua capacidade financeira? Hipótese ainda mais desnorteante seria o Banco do Brasil se perfilar ao lado do oligopólio privado.
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“Consultoria” do BID
1/10/2019O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) vai divulgar nos próximos dias um estudo apontando a “baixa produtividade” como maior obstáculo ao crescimento do Brasil. O diagnóstico tem gosto de iogurte vencido: uma rápida consulta ao Google mostra que o BID chegou à mesma e óbvia conclusão em relatórios similares datados de 2010, 2014 e 2018. A novidade, desta vez, fica por conta do compêndio de 48 recomendações, que vão da reavaliação do papel dos bancos públicos à reforma regulatória para fomentar o mercado de capitais, passando pela veemente defesa da redução do funcionalismo público.
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Credores do Mappin na cola de Mansur
27/09/2019Um grupo de credores do antigo Mappin – entre os quais um gigante norte-americano da indústria de eletrodomésticos – está tentando dar algum gás ao antigo contencioso contra Ricardo Mansur. Duas décadas após a quebra da rede varejista, bancos e fornecedores voltaram a investigar possíveis propriedades de Mansur nos Estados Unidos que não teriam sido não declaradas à Receita Federal no Brasil.
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A federação brasileira faz fila na porta do BID
26/09/2019O “ajuste fiscal” dos estados brasileiros está vindo não de Brasília, mas de Washington. Já chega a 16 o número de unidades da federação que fecharam ou negociam um empréstimo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no âmbito do Profisco II. Trata-se da linha de crédito do BID para financiar projetos de melhoria da gestão fiscal no Brasil. Segundo o RR apurou, dos pedidos na fila Santa Catarina deve ser o próximo a sair do forno, no valor de US$ 50 milhões. A maior solicitação (US$ 87 milhões), feita pelo governo Doria, ainda aguarda autorização. A carreata ao BID traz uma boa nova especialmente para a turma do comércio exterior. Entre outras obrigações, os estados que beberem na fonte do Profisco II terão de automatizar todos os impostos sobre exportações e importações.
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Plano B para o Banco de Brasília
23/09/2019O governo do Distrito Federal está traçando uma nova rota para o Banco Regional de Brasília (BRB). A privatização prevista para este ano daria lugar a uma oferta de ações em Bolsa, sem a venda do controle. O Distrito Federal reduziria sua participação de 75% para 51% das ordinárias.
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Bancos públicos deixam a proa do FMM
12/09/2019O governo Bolsonaro pretende reduzir o peso dos bancos públicos na gestão do Fundo de Marinha Mercante (FMM). A proposta tem como defensores os ministros Paulo Guedes e Tarcisio Freitas. A ideia é que Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES passem a ter, cada um, apenas um representante no Conselho do FMM – atualmente, são duas cadeiras. A medida seria mais um movimento do governo Bolsonaro para se distanciar dos governos do PT. BB, Caixa e BNDES passaram a ter maior interferência na gestão do FMM na era Lula, por ocasião dos grandes projetos para a indústria naval que surgiram no rastro da descoberta do pré-sal. Dali saíram mais de R$ 5 bilhões para estaleiros denunciados na Lava Jato, além do empréstimo para a malfadada Sete Brasil. É até surpreendente que Bolsonaro ainda não tenha falado em “abrir a caixa-preta” do FMM, que tem um orçamento para 2020 de R$ 6,3 bilhões.
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Ponto final
12/09/2019Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: BNDES, Banco do Brasil, Caixa, Alibaba e Hortifruti.
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As curvas de Witzel
6/09/2019Diante da reduzida probabilidade de tirar o Grande Prêmio Brasil de São Paulo, Wilson Witzel busca um novo traçado: negociar com a F-1 a realização de uma segunda prova no país, no Rio de Janeiro, que levaria o nome de GP da América do Sul. A manobra não é simples, embora tenha a seu favor o fato de que a categoria vem ampliando a cada ano o número de provas: em 2020, serão 22 etapas.
…
Emerson Fittipaldi estaria em conversações com os organizadores da Fórmula-E para realizar uma prova da categoria no Brasil. A F-E reúne apenas carros elétricos de grandes marcas como Jaguar, Audi e Renault. O ex-piloto acena, inclusive, com a possibilidade de uso do futuro autódromo do Rio. O problema é que Fittipaldi não anda com muito crédito na praça. A bordo de uma grave crise financeira, é réu em 20 ações judiciais movidas por credores e somente para bancos deve algo como R$ 23 milhões.

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O que se esconde nos contêineres das agências de navegação?
5/09/2019O governo Bolsonaro está disposto a abrir uma caixa-preta do comércio marítimo: a das taxas cobradas pelas agências das companhias de navegação que embarcam contêineres nos portos brasileiros. O segmento é uma balbúrdia, a começar pela própria natureza jurídica destes agentes. As agências atuam como intermediárias, têm jeito de intermediárias, mas, na verdade, não passam de filiais dos próprios armadores, a exemplo de Maersk, Hamburg Süd, Mediterranean Shipping Company (MSC), entre outros. Os critérios de precificação de seus serviços são insondáveis. Estas empresas costumam cobrar taxas diferentes para embarques feitos no mesmo dia e no mesmo porto.
Responsáveis pelo pagamento do bill of lading – o Conhecimento de Embarque Marítimo – e de todas as demais despesas portuárias, a do uso dos terminais a mais misteriosa, as agências não abrem para os contratantes o valor discriminado de cada rubrica. Ao mesmo tempo, operam praticamente à margem da Receita: não costumam emitir nota fiscal, apenas um recibo após o exportador enviar o comprovante de depósito. Uma caixa-preta dentro da caixa preta é o cálculo da taxa de câmbio praticada pelas agências das companhias de navegação. As seis empresas que atuam no transporte de contêineres nos portos brasileiros fazem o que bem entendem. Segundo o RR apurou, estas companhias têm praticado, em média, uma cotação 8% superior à taxa Ptax calculada pelo Banco Central. Um exemplo: na última segunda-feira, 2 de setembro, segundo informação disponível no próprio site da empresa, a MSC trabalhava com uma cotação de R$ 4,4696. Naquele mesmo dia, a Ptax estabelecida pelo BC estava em R$ 4,1575.
Para se ter uma ideia do que esse overprice significa, somente os exportadores de café, responsáveis pela movimentação de 110 mil contêineres por ano, têm um prejuízo da ordem de R$ 100 milhões. Contabilizada toda a carga conteinerizada do país (550 mil unidades/ano), as perdas passam dos R$ 500 milhões. Em função da sua complexidade, o assunto ainda é tratado com cautela e discrição pelo governo. Segundo o RR apurou, em junho o ministro Tarcisio Freitas teria se reunido com a Antaq e estipulado um prazo de 60 dias para a apresentação de propostas de regulação dos preços praticados pelas agências de navegação no Brasil. Consultado, o Ministério diz desconhecer a informação. Está feito o registro. A agência, por sua vez, diz que não “há nenhuma determinação ministerial nesse sentido”, mas “que está estudando a matéria”. Para bom entendedor…

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Argentina opõe ideológicos e pragmáticos do governo Bolsonaro
30/08/2019Há uma divisão no governo Bolsonaro em relação à Argentina, leia-se a maneira como o Capitão deve conduzir a agenda diplomática vis-à-vis a eleição presidencial de outubro no país vizinho. Uma parte do núcleo duro da gestão defende que Jair Bolsonaro precipite acordos bilaterais, ainda que a iniciativa venha a ser interpretada como uma manifestação de apoio à reeleição de Mauricio Macri. Despontam nesse grupo Eduardo Bolsonaro, principal condutor da política externa do governo, e o ministro Ernesto Araújo, na prática a segunda voz no Itamaraty.
Eles pregam que Bolsonaro deve, sim, manter a viagem a Buenos Aires que vem sendo preparada pelo Ministério das Relações Exteriores. Programada para outubro – não por coincidência pouco antes das eleições presidenciais argentinas do dia 27 – a visita teria como objetivo a assinatura do acordo para a construção de uma hidrelétrica binacional. Trata-se da primeira das duas usinas contempladas no Tratado de Aproveitamento Hídrico firmado entre os dois países em 1980. Os estudos para a instalação das duas geradoras foram iniciados em 1972, atravessaram quatro décadas e acabaram suspensos em 2015, pelo governo Dilma.
Não é difícil imaginar, desde já, o tom do discurso de Bolsonaro, dizendo que esse e outros investimentos conjuntos estão sob risco caso a “esquerdalha”, leia-se a chapa Alberto Fernández/Cristina Kirchner, ganhe as eleições. Do lado oposto está o Ministério da Economia, favorável a uma postura mais contida de Bolsonaro em relação à Argentina. Esta corrente é personificada, sobretudo, por Marcos Troyjo, secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais da Pasta. Troyjo não deixa de ser um adepto da “diplomacia ideológica”, mas, neste caso, age por puro pragmatismo. A batalha eleitoral na Argentina é vista como caso perdido.
As prévias indicaram que, salvo uma virada histórica de Macri, Fernández e Cristina estarão na Casa Rosada a partir de 2020. O que o governo Bolsonaro ganhará anatematizando o futuro presidente do terceiro maior parceiro comercial do Brasil? Por esta linha de raciocínio, a viagem do presidente a Buenos Aires e a consequente “ideologização” do acordo na área de energia trariam mais ônus do que bônus – ainda que as motivações para a campanha pró-Macri sejam perfeitamente compreendidas na Pasta da Economia. A julgar pelas últimas declarações de Jair Bolsonaro, a ala da “diplomacia do embate”, liderada por Eduardo Bolsonaro, vai prevalecer.
No Twitter, Bolsonaro publicou recentemente que “com o possível retorno da turma do Foro de São Paulo, agora o povo saca, em massa, seu dinheiro dos bancos. É a Argentina, pelo populismo, cada vez mais próxima da Venezuela”. Pouco depois, Eduardo também mandou o recado na rede social: “Nós que estamos aqui de fora olhando o que está acontecendo com a Argentina nem acreditamos. Mas ainda creio que a Argentina não naufragará em outubro”.
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“Banco de Brasília”
26/08/2019Só dá BNDES no Distrito Federal. Ou vice-versa. Além da privatização da Companhia Energética de Brasília e do metrô da cidade, o banco vai atuar também na formatação de uma Parceria Público-Privada para a Rodoviária do Plano Piloto. O local está um caos, devido à falta de investimento público. Para se ter uma ideia, parte das escadas rolantes está parada há mais de três meses. Por dia, cerca de 60 mil pessoas circulam pela Rodoviária.
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Venda casada
26/08/2019O Banco do Brasil articula com a Previ uma oferta para a venda conjunta de suas participações na Kepler Weber. Está longe de ser um movimento arrasa-quarteirão no plano de desmobilização de ativos do BB. A valor de mercado, sua fatia gira em torno dos R$ 80 milhões.
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26/08/2019Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Ministério da Economia e Banco do Brasil.
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Questão de timing
22/08/2019A venda da participação de 80% no Banco Patagonia voltou à pauta no BB. Mesmo com a crise na Argentina, a ação subiu 30% nos últimos quatro meses. O valor de mercado atingiu o segundo maior patamar em cinco anos.
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Ponto final
22/08/2019Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil e CJ CheilJedang.
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BNDES ainda é o banco do desenvolvimento nacional?
21/08/2019O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, deveria desviar sua mira dos empresários que compraram jatinhos com financiamentos do banco – afinal, quem compra jatinho são empresários – e colocar foco na produtora dos jatinhos. Bingo para quem falou Embraer. Aos neófitos vale o esclarecimento sobre a informação que Montezano se esmerou em deixar em terceiro plano: a linha de financiamento do BNDES para compra das aeronaves tem sido há vários anos um dos seus diferenciais de competitividade. Sem esses recursos, a Embraer perderia mercado para seus rivais, a exemplo da Bombardier, que teria condições de financiamento bem mais generosas para as três linhas que negocia no Brasil: Learjet, Challenger e Global. Certamente, a Embraer não teria chegado aonde chegou sem essa “parceria” com o banco. Todo mundo sabe disso no mercado de aviação executiva. E ao que consta, mesmo para o credo liberal, não é nenhum desatino uma agência de fomento financiar a comercialização dos produtos da companhia nacional – por enquanto – com o maior coeficiente tecnológico agregado. Essa história de caixa preta já está fazendo mal a todo mundo. Depois de empréstimo “não validado” à JBS, lá nos idos de 2005 – que todo mundo sabia, o TCU já tinha aprovado, e para o qual o banco já havia preparado sua argumentação considerando a operação lisa – agora surgem os jatos da Embraer como suspeita de comportamento inadequado. Fica um singelo conselho: melhor todo mundo começar a trabalhar e deixar essa “caixa malsinada” para quem não tem o que fazer a não ser ameaçar moinhos de vento.
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Turbulência
21/08/2019
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21/08/2019Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Lojas Zema e Banco do Brasil.

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Mattar embala um plano de privatizações superlativo
19/08/2019O secretário especial de Desestatização, Desinvestimentos e Mercados, José Salim Mattar, está insone, obsessivo com uma única missão: apresentar um pacote de desmobilização de ativos e privatizações “como o país nunca viu” – palavras do próprio. O plano é anunciar as medidas nos próximos dias. A pressão de Bolsonaro para privatização de ao menos uma “estatal pequenininha” é um sinal combinado. Mattar vai entregar bem mais do que isso. Mas que não se espere a venda de nenhuma big company.
É consenso no governo que não há ainda amadurecimento político para a privatização da Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica. Mas as subsidiárias e coligadas do BB e da CEF devem seguir o mesmo caminho das empresas satélites da Petrobras, a exemplo da BR Distribuidora. A privatização da Eletrobras são favas contadas. A data da venda da estatal, em 2020, será anunciada ainda neste mês. Por sua vez, o Correios é considerado um estorvo – vai para o pregão das empresas indesejáveis. As novidades virão através dos mercados de valores mobiliários e capitais.
Mattar estuda com carinho formas de securitização de terras e imóveis. A ideia é constituir fundos lastreados pelo menos em parte nos ativos imobiliários, e ofertar cotas a fundos de pensão do Brasil e exterior. Os grandes imóveis e terrenos – existem, inclusive, alguns das Forças Armadas – seriam vendidos em leilões. Está em estudos um surpreendente fundo da Amazônia. Paulo Guedes pediu ao seu secretário inovações. Não quer ficar preso ao modelo clássico de editais e leilões. A ideia é dar agilidade e trazer para o balcão ativos cuja venda nunca foi cogitada. Não custa lembrar, a título de chiste, que o ministro da Economia propôs recentemente a securitização do oxigênio da Amazônia. Virão novidades na área da desestatização, podem apostar.

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JBS prepara um banquete no maior silêncio
13/08/2019Mesmo para quem enxerga apenas os notórios contratempos da JBS, não há como negar que a empresa se tornou o maior colosso empresarial do país. A JBS venceu, playboy! O ano de 2019 promete ser o melhor da sua história.O grupo vai romper a barreira dos R$ 200 bilhões em faturamento – contra R$ 182 bilhões em 2018 –, consolidando-se como a maior receita entre as companhias privadas não-financeiras do Brasil. A emblemática cifra deverá ser celebrada com a extinção de todas as pendências junto às autoridades norte-americanas. Segundo o RR apurou, a JBS USA, responsável por mais de 80% do faturamento do grupo, estaria em negociações avançadas para fechar ainda neste ano um acordo com o Departamento de Justiça norte-americano (DOJ).
Guardadas as devidas proporções, o imprimatur do DOJ funciona como uma leniência, um atestado de que a empresa está quite com a legislação local. Com a vantagem de que, ao contrário do Brasil, todos os processos e eventuais punições ficam concentrados em um único órgão. O acordo com o Departamento de Justiça é a peça que falta para o grande salto do conglomerado: o tão aguardado IPO da JBS USA nos Estados Unidos. A operação deverá ocorrer no primeiro trimestre de 2020. O timing seria feito sob medida para evitar qualquer tipo de entrave junto ao BNDES, sócio do grupo.
A rigor, no entendimento dos acionistas controladores da JBS, a oferta de capital do braço norte-americano não precisaria da anuência do banco. No entanto, o atual acordo de acionistas da empresa – firmado em 2009 e renovado automaticamente em 2014 – vence no dia 22 de dezembro deste ano. Uma série de circunstâncias no mercado internacional conspira para o crescimento dos resultados da JBS. As vendas para os Estados Unidos vão de vento em popa com o impulso da economia local – o PIB norte-americano subiu 3,1% no primeiro trimestre. A companhia surfa também no surto da chamada febre africana que afeta as criações de porcos na China. A doença já dizimou mais de 10% dos animais no país asiático, detentor do maior rebanho suíno do mundo.
Na esteira da moléstia, há previsões de que o preço da carne de porco no mercado chinês deverá subir até 70% neste ano. A JBS ganha duas vezes. Além do efeito direto, com o crescimento dos embarques de carne de porco para a China, a companhia tem feito um banquete devido ao aumento do consumo de carne de boi no país asiático para compensar a queda na oferta de suínos. Nos primeiros quatro meses do ano, a subsidiária da JBS na Austrália ampliou em quase 80% as exportações de produtos de origem bovina para o mercado chinês. A JBS tem anticorpos naturais que lhe permitiram, do ponto de vista do business, passar praticamente incólume aos momentos mais conturbados da sua história recente. Ao contrário das empreiteiras, a empresa não foi atingida no plexo pela Lava Jato. É a vantagem de não ter o Estado brasileiro como cliente.
Seu mercado é o mundo. Desta forma, mesmo com os efeitos da Operação sobre seus acionistas controladores, a companhia conseguiu caminhar a latere. A título de comparação, se a Lava Jato atingisse a Vale, o efeito seria o mesmo da JBS. Apesar de todas as controvérsias e da instrumentalização política em torno dos aportes do BNDES, a participação na JBS é, com o perdão do trocadilho, o filé mignon da carteira da BNDESPar e, consequentemente, do já anunciado plano de desmobilização de ativos da instituição. Em 2007, quando o banco fez a primeira injeção de capital na empresa, a ação estava em R$ 7. Hoje, é negociada na casa dos R$ 28. Nesse intervalo, houve um natural período de queda pelos motivos mais do que óbvios, mas, nos últimos 12 meses, o papel acumula uma alta de 223%. Significa dizer que só nesse espaço de tempo o valor da participação do BNDES saltou de R$ 5 bilhões para mais de R$ 16 bilhões. Se houvesse uma simetria da Lava Jato, nivelando o impacto da operação sobre todos os cavalos vencedores, a JBS não seria a única a mostrar a potência da big company nacional. Faltou pensar no bem do Brasil, com maior amplitude.

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Montezano escuta os gritos da África no BNDES
12/08/2019O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, vai ter uma surpresa e se deparar com um problema quando abrir a suposta “caixa preta” do banco. A surpresa é verificar que a aposta geopolítica do Brasil em ocupar o mercado africano fazia total sentido, mesmo incorrendo em algum risco de inadimplência daqueles países – o que, por sinal, aconteceu. O problema vai ser como comunicar, ou omitir, que a exportação de engenharia para aquele rincão do mundo deveria ser, inclusive, resgatada, ao contrário de tornar-se um anátema.
A questão é como separar a imagem de setor corrupto por excelência dos serviços da engenharia nacional, conhecidos pela adição de valor tecnológico? Entre outras informações disponibilizadas no BNDES, Montezano passará a saber que: a conta da exportação de serviço de engenharia somente é inferior à da venda de commodities; o efeito multiplicador de renda é maior do que a da exportação de commodities – a cadeia de fornecedores ultrapassa 2.000 empresas, das quais 76% são pequenas e médias; o impacto sobre a interação dos negócios entre os países é de mais de 1,6 milhão de postos de trabalho diretos; desses, cerca de 600 mil já foram perdidos devido ao macarthismo com que o governo tratou o setor; foram gerados e/ou mantidos no Brasil 19.200 empregos a cada US$ 100 milhões exportados; à parte os referidos ganhos, acrescente-se o valor intangível da “Marca Brasil”, disseminada internacionalmente. É pouquíssimo provável que a China seja uma incapaz no jogo geopolítico.
A maior nação do Oriente apoiou as suas empresas exportadoras com US$ 70 bilhões em 2016. As exportações da China representam 45% do mercado africano. O Brasil não tinha praticamente nenhuma participação no mercado exterior africano em 2004. Com o dito apoio “nefasto” do BNDES, alcançou 4,1% em 2012. Em condições normais de temperatura, deveria estar detendo 7% do bolo do comércio daquele continente. Montezano chegou ao banco sabendo que uma parcela dessas operações foi realizada com o uso de práticas criminosas por parte dos acionistas controladores e gestores. Bingo! Ressalte-se que estão todos devidamente condenados e punidos. Talvez o presidente do BNDES não tenha evidências das perdas decorrentes do estigma das exportações de serviços e – por que não dizer? – da própria África. Mas, se tiver honestidade intelectual, Montezano dá meia volta e confessa a tintura ideológica. O RR aposta que ele se perfila entre os burocratas que ingressaram no BNDES para dignificar suas carreiras.
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CastleLake não passa pela agulha do BB
9/08/2019A área de crédito do Banco do Brasil teria travado a renegociação de um passivo de aproximadamente R$ 800 milhões do fundo CastleLake. A pendência se refere a um empréstimo contraído originalmente pela Queiroz Galvão Energia, que vendeu a dívida aos norte-americanos. A sinuosa proposta do CastleLake para o banco previa um desconto de 40% sobre o valor de face e o pagamento de R$ 240 milhões mediante cotas de fundos de terceiros. Não passou pelo funil do BB.
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Ponto final
9/08/2019Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Karoon, General Atlantic, Banco do Brasil e CastleLake.
Acervo RR
Sol nascente
8/08/2019A japonesa SoftBank tem mais US$ 1 bilhão no coldre para investir em fintechs e startups brasileiras. Entre o Banco Inter, o aplicativo Rappi e a Creditas, os nipônicos já aportaram mais de US$ 1,5 bilhão por estas bandas.

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Bilionários brasileiros também vão pedir maior tributação sobre sua fortuna
7/08/2019Reconheçamos: os americanos representam boa parte da alegria existente neste mundo (apud Caetano Veloso). Contudo, se depender de alguns notórios magnatas norte-americanos, os yankees vão exportar muito mais do que diversão e arte, e, sim, cases hiperbólicos de distributivismo tributário e de sua régia filantropia imperialista. O “tubaronato” de boutique dos EUA quer pagar mais imposto. O desejo dos plutocratas é de contribuir mais com o Fisco. Ele serve também ao interesse de publicizar uma elite hegemônica que, pelos sinais de desprendimento, “deve ser melhor do que as congêneres internacionais” – é batata que vão dizer isso no devido tempo.
Mas mentiras sinceras nos interessam. Os americanos revelam compreensão de que o caro sai barato quando se trata de conter futuras erupções sociais. Sim, alguma coisa se quebrou ou está se quebrando na engrenagem da acumulação primária de capital. Mas quebrando para melhor. Os 19 bilionários do Tio Sam, que querem porque querem ser taxados, são em sua maioria de segunda geração. Os sobrenomes são reluzentes: Soros, Hughes e Disney. A jovem Liesel Pritzker Simmons, uma das bilionárias dedicadas à causa, pretende inaugurar uma diplomacia distributivista na Europa. Pois saibam que uma fonte do RR no Itaú Unibanco confidenciou a boa nova: um grupo de empresários graúdos tupiniquins estaria seguindo o exemplo e arregimentando signatários para uma carta ao governo brasileiro. O quanto a decisão é firme, porém, ainda se trata de uma incógnita.
Por ora, devido à concentração geográfica da riqueza brasileira, o documento pode ser chamado de “Carta da Av. Paulista”. O informante revela que o Itaú Unibanco é o hub dos ricaços dispostos a ceder parte da sua fortuna. Mas nem todos os biliardários têm convicções tão profundas sobre a importância de uma distribuição de renda mais aguda entre os segmentos polares da sociedade. O RR fez uma leitura diagonal do perfil de cada um. O médico José Luiz Setúbal, um dos donos da instituição financeira, prega a doação como uma obrigatória medida de consciência. Atualmente, o médico já doa cerca de um terço dos seus rendimentos. Faz ainda filantropia nas áreas hospitalar e de startups para o setor de saúde. Se depender dele, o Leão da Receita pode rasgar os seus bolsos com garras afi adas e levar boa parte da grana.
Neca Setúbal está bem próxima do irmão em sensibilidade para a pobreza e a tributação regressiva do Brasil. Os irmãos Walter Moreira Salles Jr., João Moreira Salles, Pedro Moreira Salles e Fernando Moreira Salles são todos príncipes, habitués no exercício da cidadania empresarial. Sua eventual disposição de apoiar uma maior justiça nos impostos estaria perfeitamente em linha com sua postura na vida pública. A mais aristocrática representante da casa bancária fundada por Eudoro Villela e Olavo Setúbal, a socialite Milu Villela, não está perto de configurar um modelo de ricaça preocupada com o social. A filantropia da Sra. Villela é a das bienais e do Museu de Arte Moderna de São Paulo, contribuições tão importantes quanto estereotipadas, que cabem à perfeição em seus vestidos de grife da Av. Champs Élysées. Guilherme Leal, da Natura, veste as medidas certas da visão corporativa social. A uma segunda vista, porém, Leal pende mais para o lado corporativo do que o social.
Digamos que mais para o ambiental. Sócios da Península, Abilio Diniz e Ana Maria Diniz estariam fracionadamente, em menor e maior condição, prontos para abrir a carteira. Abílio não exibe, em sua história empresarial, qualquer atitude que mostre coerência com a decisão de se imolar frente ao Fisco com o objetivo de ser mais justo. Se confirmada sua intenção, estaria surpreendendo mesmo os parentes mais próximos. Que Abílio é esse? Bem ao contrário da filha, Ana Maria, cuja dedicação à área de ensino e compreensão da diferença abissal que separa as classes abastadas e as mais sofridas tornam naturalmente crível sua opção por uma tributação social. A empresária Luiza Trajano tem uma physique du rôle dúbia para fazer parte do time. É conhecida pelo estilo de gestão humanitária, já perfilou do lado do PT e por pouco não foi ministra de Dilma Rousseff.
Suas características tendem mais para uma colecionadora de coletivos identitários, a exemplo do Grupo Mulheres do Brasil, que lidera desde 2012. Mas fica o benefício da dúvida para Luiza. Miguel Krigsner e Artur Grynbaum, sócios da Boticário, se enxergam em um espelho e veem Guilherme Leal. Não se sabe bem quem é a cópia, quem é o original. Jaime Garfinkel e Bruno Garfinkel são pai e filho, controladores da Porto Seguros. O clã não tem lá grande empatia com o social. Espanta sua presença na lista. Além da associação com o Itaú Unibanco, não há muito mais que os vincule aos empresários elencados. Quem os conhece afirma que ambos estão na ponta adversa, ou seja, querem pagar menos à Receita. O RR, frente ao inusitado da informação, procurou, é claro, cada um dos nomes citados na lista dos bilionários dispostos a contribuir mais junto ao governo.
Fez seguidas tentativas de contato, por telefone e e-mail, com todos. Nenhum deles quis comentar o assunto. Tampouco negou a iniciativa. Ao que parece, os afortunados preferem manter discrição sobre a tour de force distributivista. Ao menos, espera-se que o silêncio não seja sinal de recuo. Na ponta dos dedos, a carta prótributo dos brazucas tem somente cinco signatários a menos do que a dos norte-americanos, ou seja, 14 bilionários. Segundo a consultoria PwC, os abastados brasileiros pagam menos tributos do que os seus congêneres no G-20. Os seis maiores biliardários do país, com patrimônio de R$ 280 bilhões e fortuna equivalente à soma de 100 milhões de brasileiros, não constam da lista dos defensores da justiça tributária.
Na ordem decrescente são eles: Jorge Paulo Lemann, Joseph Safra, Marcel Telles, Carlos Alberto Sicupira, Eduardo Saverin e Ermírio Pereira de Moraes. Desde que a direita trumpista e a bolsonarista transformaram qualquer ato de solidariedade fiscal na ameaça de um comunismo degenerado, Brasil e Estados Unidos não se viam alinhados em uma boa causa. Talvez nunca tenham se alinhado em boa causa nenhuma. Mesmo que as conversas fi quem restritas a gatos gordos pingados do andar de cima, vale a torcida para que o desprendimento seja convicto e se irradie em todas as direções. E que ele não se repita em nossas plagas sob a forma de fraude. A verdade é que a newsletter ficou cheia de orgulho com a simples hipótese de uma depurada parcela da nossa elite, porta bandeira secular do atraso, estar pensando em uma atitude tão bacana.

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O case às avessas de Ilan Goldfajn
6/08/2019O ex-presidente do BC Ilan Goldfajn encabeça a lista de palestrantes coroados do seminário “Futuro do Trabalho”. O evento será realizado pelo Massachusetts Intitute of Technology (MIT), no dia 29 de agosto, em São Paulo. A esfinge, ávida leitora de dilemas cognitivos, apresentaria de bate pronto enigma: o que faz Goldfajn palpitando sobre uma categoria que, muito antes do porvir, sofreu seus golpes de foice enquanto autoridade monetária. O ex-presidente do BC sempre digladiou contra a tese de que o banco deveria ter uma dupla meta: a emissão de moeda e a geração do emprego. Com sua política de juros desnecessariamente altos, a taxa de desocupação da mão de obra escorreu como água do balde de roupa suja chamado Brasil.
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Grupo inglês avança no câmbio
6/08/2019A britânica Moneycorp, que comprou recentemente a corretora de câmbio Novo Mundo, desponta como forte candidata a novas aquisições no Brasil. O setor passa por um inexorável processo de consolidação em meio à dura competição com os grandes bancos e o aperto regulatório imposto pelo BC nos últimos anos. Isso para não falar de players menos ou nada ortodoxos varridos do mercado pela Lava Jato.

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Criminosos nas nuvens
26/07/2019O CNJ montou uma força-tarefa para agilizar a implantação do Sistema Eletrônico de Execução Unificado (SEEU) nos Tribunais de Justiça estaduais. A cinco meses do prazo final estipulado pelo próprio CNJ, 14 Cortes ainda não instalaram a ferramenta, que integrará o banco de dados de execuções penais em todo o país. A força-tarefa, sob comando do juiz Eduardo Fagundes, vai concentrar seus esforços no Nordeste. Por ora, apenas um Tribunal da região conta com o sistema, o do Rio Grande do Norte. Hoje, há uma zona cinzenta no Judiciário brasileiro acerca do mapa das condenações em todo o país. Quando o SEEU estiver plenamente instalado, todos os TJs saberão quem cumpre pena e em que presídio está.

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Coreia do Norte
24/07/2019Depois da interferência direta na publicidade do Banco do Brasil, agora chegou a vez da Caixa Econômica. Segundo informações filtradas da própria CEF, o Palácio do Planalto teria exigido do presidente da instituição, Pedro Guimarães, a substituição de toda a equipe responsável por alimentar as redes sociais do banco – seja funcionários da casa, seja terceirizados. Paralelamente, de acordo com a mesma fonte, a direção da Caixa definiu que o acesso aos perfis da instituição nas mídias sociais será restrito a não mais do que cinco funcionários. São as trancas que o banco vai usar depois que a porta digital foi arrombada. Na semana passada, o Twitter oficial da Caixa postou um vídeo satirizando a indicação de Eduardo Bolsonaro para a Embaixada do Brasil em Washington. A publicação ficou no ar por alguns minutos, o tempo suficiente para fazer um estrago nas redes sociais. Procurada, a Caixa não quis se pronunciar.
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Dívida sem remédio
23/07/2019O Banco do Brasil vai fazer o write off do crédito de cerca R$ 50 milhões contra a BR Pharma. Com a decisão da Justiça de decretar a falência da rede de drogarias, o BB não acredita nem na possibilidade de venda de algum ativo para cobrir a dívida. O rombo total da empresa é de R$ 1,5 bilhão.
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Ponto final
23/07/2019Procurados pelo RR, os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Record, Previ e Banco do Brasil.

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André Esteves minera o maior banco de blockchain do mundo
18/07/2019A volta de André Esteves ao comando do BTG promete ser cesarista. Os planos incluem a aposentadoria do modelo mais radical de partnership, que caracterizou o regime societário do banco desde os tempos em que se chamava Pactual. Esteves pretende ser controlador “mesmo”, no estilo dos Setúbal e dos Moreira Salles com o Banco Itaú, com um domínio societário absolutista dos negócios, algo que durante décadas ele considerou uma fórmula ultrapassada.
O BC já está avisado sobre seu mimetismo, assim como devidamente informado sobre o seu projeto de tornar o banco um gigante de criptomoedas e fundos ativos digitais. Na visão do mais ousado dos banqueiros de investimentos tupiniquim desde Jorge Paulo Lemann, do Banco Garantia, a arquitetura de blockchain permite que uma instituição financeira brasileira almeje o protagonismo internacional. Consultado pelo RR sobre os planos de André Esteves, o BTG negou o projeto de ser uma das maiores instituições do mundo em ativos digitais.
Nega também que esteja buscando parcerias em blockchain e afins. Curioso! Parece que o banco esqueceu que acaba de fechar um acordo com a Dalma Capital, de Dubai, para a emissão de US$ 1 bilhão em ativos “tokenizados” no exterior. A ideia de um BTG full cyber money, uma gigantesca fintech mineradora de moedas digitais, faz nexo e tem todo sentido. André Esteves sempre esteve mais para matemático do que para banqueiro. Ele acredita que o país tem vantagem na estruturação combinada de lastros não convencionais, tais como ativos da natureza e criptomoedas. Esteves não quer desacelerar de jeito nenhum. Vai virar a própria mesa. A jato.

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Consolidação da construção pesada pode ser a grande obra de Montezano no BNDES
17/07/2019O engenheiro Gustavo Montezano, que tomou posse na presidência do BNDES ontem, vai surpreender os que apostavam unicamente no seu perfil estripador. A abertura da “caixa-preta” do banco já são favas contadas. Mas, de dentro dela, pode emergir uma gentil consolidação entre as maiores empresas de construção pesada do país. O pupilo de Paulo Guedes está convencido de que esse movimento é o mais indicado para robustecer o setor de forma higienizada.
As grandes empreiteiras já foram um cartel antes de se tornarem uma máquina de corrupção. Talvez esteja na hora de se concentrarem ainda mais para sobreviver às sequelas do “petrolão” e da Lava Jato. O governo excomungou as chamadas big five da construção pesada – hoje circunscritas a Odebrecht, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. Praticamente inviabilizou as empresas. Hoje as três construtoras, que já estiveram pela hora da morte, melhoraram seus fundamentos e estão reiniciando sua carteira de obras. Ao BNDES, que pariu o Mateus da exportação de serviço, caberia embalá-lo de forma sustentável, sólida, sem favorecimentos.
Questões à frente de Montezano: o maior impeditivo à consolidação corporativa não é econômico-financeiro, mas de diferença das culturas; a exemplo do que ocorreu na conglomeração final do setor bancário – Bradesco, Itaú e Unibanco – há lugar para a fusão de dois, o terceiro ficará sem a cadeira; o ideal é que a empresa nascente seja uma public company, o que vem a ser uma verdadeira alquimia societária em um setor marcado pelo controle familiar. O presidente do BNDES sabe que as mal faladas empreiteiras concentram o melhor capital humano da República – a Odebrecht é quase uma universidade. Rearrumar o setor e trazê-lo para o game da infraestrutura nacional representaria a remissão de um dos maiores desatinos com a indústria brasileira.
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Caixa aposta suas fichas na venda de loterias online
15/07/2019Após o quarto adiamento do leilão da Lotex, a popular “raspadinha”, a diretoria da Caixa Econômica coloca suas fichas na privatização das demais loterias do banco. Para isso, prepara medidas com o objetivo de alavancar a plataforma de apostas online. O projeto mais importante é o desenvolvimento de um aplicativo para celular – tanto para o sistema Android (Google) ou iOS (Apple). Hoje, as apostas online estão restritas ao site da Caixa. O banco estuda ainda reduzir o piso fixado para as apostas online, de R$ 30.
Esse valor é visto na Caixa como um muro para os apostadores de baixa renda e o público jovem. A cifra é seis vezes superior à média do montante gasto pelos brasileiros nas casas lotéricas. Consultada sobre a privatização, a Caixa informou que “estuda oportunidades quanto à monetização de ativos, dentre eles loterias.” Para bom entendedor… O modelo de venda das demais loterias ainda não está definido. Além dos produtos tradicionais, como a Mega-Sena, o pacote poderá incluir também um novo braço de apostas esportivas, informalmente chamado no banco de “SportBeting”.
A criação deste último ainda depende da aprovação do projeto de lei que libera esse tipo de jogo no Brasil – atualmente o brasileiro pode apostar nessa modalidade apenas em sites registrados no exterior. Certo mesmo é que a venda desses ativos depende de uma chacoalhada na atual plataforma de apostas online da Caixa. Pouco mais de sete meses após o seu lançamento, a operação está longe de ser um atrativo para os potenciais investidores do setor.
Pelo contrário. Segundo o RR apurou, o volume gerado pelo site estacionou na marca dos 3% da receita total arrecadada pela Caixa com as apostas. Ou seja: loteria no Brasil ainda é um negócio para ser feito no balcão físico – na Europa e nos Estados Unidos, a média de apostas eletrônicas é superior a 60%. No banco, a leitura é que a diretoria anterior sucumbiu à pressão das casas lotéricas ao lançar uma operação online meia-sola. Durante o governo Temer, a Federação Brasileira das Empresas Lotéricas, que representa mais de 13 mil correspondentes da Caixa, notabilizou-se por um intenso lobby para restringir os investimentos do banco no ambiente digital.
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O “Paulo Guedes do Paulo Guedes”
12/07/2019O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, é considerado dentro do BNDES o maior adversário da instituição. Quem lhe grudou a pecha de carrasco do banco foi o ex-presidente da agência de fomento, Joaquim Levy, bombardeado por Sachsida desde o primeiro minuto no cargo. O secretário de Política Econômica foi quem mais cobrou de Levy o pagamento antecipado de R$ 100 bilhões ao Tesouro, a venda da carteira da BNDESPar e a abertura da enigmática “caixa preta” do banco. Sachsida nunca fez segredo de que, entre reestruturar o BNDES e extinguir a instituição, preferia a segunda hipótese. O secretário de Política Econômica é chamado de o “Paulo Guedes do Paulo Guedes”, devido à combinação de racionalidade, ímpeto e radicalismo ideológico. Mas há quem diga, em Brasília, que ele lembra mais, no estilo, o ex-secretário do Tesouro, Arno Augustin, colocadas as enormes ressalvas em relação às preferências políticas de ambos. Augustin era chamado por Dilma Rousseff de seu “malvado favorito”. Quem assistiu ao seriado Game of Thrones vai entender a associação: Sachsida é a “mão” (hand of the king) de Paulo Guedes no Ministério da Economia.

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BB Tecnologia abre a venda de ativos do Banco do Brasil
8/07/2019A venda da BB Tecnologia e Serviços, braço de TI do Banco do Brasil, começa a sair do papel. De acordo com informações filtradas do próprio banco, grupos do setor já vêm sendo contatados pelo BB, a exemplo das norte-americanas Diebold e Unisys. A ideia é realizar a operação ainda neste ano. A principal isca para o negócio é a garantia de manutenção do contrato cativo com o BB, responsável por 95% das receitas da empresa, no valor aproximado de R$ 1 bilhão. O novo controlador teria ainda a possibilidade de oferecer serviços no mercado para terceiros. Hoje, a BB Tecnologia está integralmente indexada ao grupo: o restante do faturamento vem de contratos menores com Brasilprev, BB Previdência, Previ etc.
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Ponto final
8/07/2019Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil, Diebold, Unisys e Cargill.
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Gigante chinês avança sobre o Nubank
3/07/2019A chinesa Tencent, uma das maiores plataformas financeiras eletrônicas do mundo, negocia um novo aporte no Nubank. De acordo com a fonte do RR, o valor será superior aos US$ 200 milhões injetados em outubro de 2018, permitindo ao grupo asiático pular de
5% para mais de 10% de participação no banco digital. A Tencent deverá ampliar sua influência não apenas na gestão, mas na própria operação do Nubank. A fintech passaria a ser uma espécie de tubo de ensaio de luxo para os chineses testarem produtos e serviços no mercado brasileiro. A Tencent desenvolveu uma das maiores plataformas de pagamento digital do mundo. O sistema funciona no WeChat, o “WhatsApp chinês”. O WeChatPay reúne 700 milhões de clientes. Procurados, Nubank e Tencent não se pronunciaram.
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60 mil pagantes e uma empreiteira inadimplente
27/06/2019Os movimentos do Grêmio para a compra de sua Arena junto à OAS têm esbarrado nos credores da empreiteira. Santander, Banco do Brasil e Banrisul exigem uma série de garantias para autorizar a operação. A OAS deve aos bancos mais de R$ 150 milhões referentes à construção do estádio. O Grêmio tenta fechar acordo com um grande fundo de investimento que assumiria o passivo. O contrato original prevê que a Arena só passará para o controle do clube em 2032. No entanto, o tricolor gaúcho tenta mandar o acordo para escanteio e assumir a propriedade o quanto antes devido ao esfarelamento financeiro da OAS, em recuperação judicial.

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Um ex-futuro chairman no BNDES?
19/06/2019O episódio da demissão do ex -presidente do BNDES Joaquim Levy ainda vai render dividendos. A forma atabalhoada e deselegante como se deram o afastamento de Levy e a nomeação do novo titular do cargo, Gustavo Montezano, poderá provocar a defecção de outro colaborador do governo. Na verdade, candidato a colaborador. Gustavo Franco, convidado por Paulo Guedes para ocupar a presidência do Conselho de Administração, ainda não teve sua nomeação formalizada.
O economista, muito provavelmente, deve estar se perguntando: o que eu estou fazendo nessa posição? Franco tinha ouvido os ventos sussurrantes de Brasília soprando o seu nome para a direção do BNDES. O convite não passou sequer de raspão. O virtual presidente do Conselho foi comunicado da decisão da escolha de Montezano em tom marcial. Nada a consultar. Difícil imaginar que Franco aceite integrar um board que dispensa o chairman. O novo presidente do BNDES é tido como um “geniozinho”, mas nem de longe tem a senioridade do seu xará.
Gustavo Montezano adentra os corredores do banco com a pior imagem entre qualquer um dos presidentes que pisaram os tapetes da instituição. Trader de formação, tido como um cold killer no mercado, Montezano chega para cortar, desmontar, demolir, demitir. Mas, a pior missão destinada ao jovem é abrir em praça pública os contratos do banco. Pode expor a área técnica como ideológica somente por ter aprovado financiamentos à exportação de serviços de engenharia a países hoje degredados pelo governo. Esses dados já tinham sido divulgados no Livro Verde (um balanço de atividades da instituição de 2001 a 2016), com os cuidados para não gerar uma espécie de macarthismo com o pessoal do banco. Joaquim Levy não teve estômago para “construir” a demandada caixa-preta. Ele e seu antecessor, Paulo Rabello, ambos doutores pela Chicago University, não resistiram à densidade de conhecimentos e à competência do quadro técnico do banco. Passaram de carrascos a defensores. A ver o que acontece com o jovem Montezano.
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Descarga elétrica
19/06/2019A EDP vai ao mercado. Prepara uma emissão de debêntures para financiar seus investimentos em transmissão no Brasil – o pacote prevê um desembolso de R$ 3,5 bilhões nos próximos três anos. A captação deve chegar à casa de R$ 1 bilhão. Na busca por funding, o grupo sino-português, controlado pela Three Gorges, chegou a sondar o BNDES. Mas, na atual fase saárica do banco, as conversas sequer avançaram.

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O que Bolsonaro não disse sobre o projeto de atualização do valor dos imóveis no IR
28/05/2019O projeto de atualização dos valores de imóveis no Imposto de Renda pode ir muito além do que foi superficialmente soprado pelo presidente Jair Bolsonaro na semana passada. O governo tem à disposição um estoque de possibilidades para ampliar o escopo da medida e aumentar o potencial de antecipação de receita tributária, a partir da reavaliação do patrimônio imobiliário declarado no IR. Uma das hipóteses seria estender a proposta a fundos fechados com ativos imobiliários em seu portfólio. Outro manancial considerável são os bancos de terreno de incorporadoras. Neste caso, as empresas do setor teriam duas motivações para aderir à proposta.
Além de pagar um tributo menor no caso de eventual venda de terrenos, as incorporadoras teriam a possibilidade de lançar o reajuste de ativos em balanço como conta capital, o que, na prática, funcionaria como um aporte na companhia. O governo também poderia aumentar consideravelmente a antecipação de receita fiscal com a aplicação da medida sobre imóveis rurais. Além do desconto na tributação sobre o eventual ganho de capital em caso de alienação do ativo, os donos de fazendas, terras e outras propriedades no campo teriam a possibilidade de obter empréstimos bancários em condições mais vantajosas ao oferecer como garantia imóveis com avaliação maior. Há um senão, que precisaria ser avaliado pelo governo.
O valor da propriedade no campo serve como base para o ITR – Imposto Territorial Rural. Ou seja: ao atualizar o preço de seu imóvel no Imposto de Renda, o agricultor ou investidor seria obrigado a recolher automaticamente um tributo maior. Esta “punição” poderia ser evitada com algum tipo de dispositivo ou isenção aos proprietários rurais que aceitassem antecipar o pagamento sobre ganho de capital. Ainda que de forma indireta, a própria União, estados e municípios poderiam se favorecer com a medida. O reajuste de ativos imobiliários beneficiaria, por exemplo, sociedades de economia mista de controle estatal, caso de Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, além de um sem-fim de concessionárias estaduais.
A valorização do ativo seria, por exemplo, uma isca a mais para os investidores em caso de privatização. Por ora, todas estas são opções sobre as quais a equipe econômica pode avançar ou não. Intramuros, o governo sabe que precisa dinamizar a economia de qualquer maneira. A queda nas projeções de crescimento do PIB do próximo ano são dadas como certas, a despeito da aprovação da reforma da Previdência. Os recursos fiscais e extrafiscais para 2020 precisam ser encomendados agora. Todo o empenho no sentido de antecipar arrecadação tributária é pouco diante da conjuntura. É importante ressaltar que, por se tratar de mudança tributária, todas estas medidas não apenas exigiriam legislação específica como entrariam em vigor somente no ano seguinte a sua aprovação.
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Ingerência institucionalizada
27/05/2019Após dizimar os patrocínios da Caixa no futebol e determinar que a Petrobras rompa a parceria com a McLaren na Fórmula 1, o Palácio do Planalto mira no Banco do Brasil. O alvo é o contrato com a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), de aproximadamente R$ 55 milhões por ano. O acordo vai até o fim de 2020. Mas, no que depender do Planalto, a CBV deverá levar uma cortada antes disso. Não custa lembrar que o presidente Jair Bolsonaro já meteu a colher no marketing do BB ao vetar uma recente campanha publicitária.
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Mercosul policial
27/05/2019Vem aí uma espécie de “Interpol dos desaparecidos”. O Brasil vai propor na reunião do Grupo de Direitos Humanos do Mercosul, nesta semana, a criação de um comitê especializado na busca de pessoas desaparecidas, com o compartilhamento do banco de dados policiais de cada país.
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Ponto final
27/05/2019Procurados, os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: GP, Netshoes e Banco do Brasil.
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Curto circuito bilateral
21/05/2019Há um novo round na disputa entre Brasil e Paraguai pela energia de Itaipu. Na semana passada, o presidente Mario Abdo Benítez autorizou a construção de duas novas linhas de transmissão interligando a hidrelétrica à região de Colonia Iguazu, onde se concentra a maior produção de soja do país vizinho. Abdo, inclusive, já solicitou à CAF – o banco de desenvolvimento da América Latina – um empréstimo de US$ 170 milhões para financiar a obra. A construção das duas linhas de transmissão corrobora a disposição do governo do Paraguai em exigir o aumento da energia fornecida para o país, principal ponto de discórdia na renegociação do Tratado de Itaipu.

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Transfusão de sangue na Cassi
15/05/2019Os funcionários e aposentados do Banco do Brasil vão às urnas. A partir da sexta-feira, começarão a decidir se aprovam ou não a proposta de mudança do custeio do Plano de Associados da Cassi, a empresa de medicina de grupo da instituição. Vai doer no bolso de todos: no caso dos beneficiários, a cobrança passará dos 3% para 4%; o banco, por sua vez, contribuirá com 4,5%. Com mais de 600 mil participantes, a Cassi tem um déficit de R$ 377 milhões, número confirmado pelo BB. Sobre o risco de intervenção que paira sobre a empresa há algum tempo, o banco diz que “a ANS acompanha a situação financeira da Cassi e cabe à agência analisar os procedimentos a serem adotados”.
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“Samsung Bank”
15/05/2019A Samsung já pode ser considerada uma das grandes fintechs do país. Projeções da própria companhia indicam que o número de usuários do Samsung Pay, serviço de pagamentos eletrônicos, deverá crescer 600% no Brasil em 2019. É um salto sobre o salto de 400% registrado em 2018. Os sul-coreanos já fecharam acordos com mais de uma dezena de bancos no país.

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Bancos disputam a pole position no Autódromo do Rio
13/05/2019Três grupos financeiros disputam a condição de financial adviser do projeto de construção do novo autódromo no Rio de Janeiro: Credit Suisse, Santander e Rothschild. A negociação em curso com a Liberty Media previa que o circuito estivesse pronto no início do ano que vem, para uso a partir de 2021. Mas, diante da demora do prefeito do Rio, Marcelo Crivella, em topar a empreitada – as conversas com os governos estadual e federal foram mais fluídas), os organizadores brasileiros reviram as projeções. Estimam que o autódromo ficará pronto no segundo semestre de 2020. O investimento é de R$ 850 milhões. A construtora que tocará a obra é a espanhola Acciona.

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Campanha do BB deixa uma cicatriz em Rubem Novaes
3/05/2019O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, balançou no cargo. Não fosse pela intervenção do ministro Paulo Guedes, Novaes poderia até ter deixado o banco. A primeira reação do Palácio do Planalto contra a já famosa campanha de marketing do BB para o público jovem levou em consideração uma reprimenda pública ao melhor estilo Jair Bolsonaro. Novaes seria chamado ao Planalto para dar explicações. A medida evoluiu na direção da ideia de afastamento do presidente do BB. O grupo palaciano não é de hoje implica com Novaes. Guedes, porém, tratou da questão em um âmbito mais amplo: o presidente do BB foi nomeado não só por ter a sua confiança, como também pelo perfil talhado para a gestão privatizante do banco. Sim, o BB seria a estatal que, nas palavras do ministro, ninguém fala, ninguém pensa, ninguém imagina que será privatizada. Segundo informações filtradas do BB, a malfadada peça publicitária foi aprovada em reunião de diretoria com a presença de Novaes e dos nove vice-presidentes da instituição. Nada, portanto, foi decidido à revelia do alto-comando. Feitos os reparos e pedidos, ficou para o diretor de marketing, Delano de Andrade, pagar o pato sozinho. Na quinta-feira da semana passada, quando o caso estourou, sua cabeça já estava em um cesto ao lado da guilhotina. O RR enviou uma série de perguntas ao BB, que não quis se pronunciar.

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Governo Bolsonaro ajoelha no milho
29/04/2019Como se não bastassem os iminentes cortes no crédito agrícola por parte do BB e os atritos diplomáticos com os países árabes, surge mais um ponto de tensão entre a gestão Bolsonaro e os ruralistas. Produtores de milho, escoltados pela Frente Parlamentar da Agricultura, pressionam o governo a adotar medidas emergenciais para compensar o que se anuncia como uma das maiores quedas dos preços da commodity dos últimos cinco anos. Segundo a fonte do RR, as reivindicações vão de um pacote de subsídios para o segmento e incentivos fiscais para o aumento da fabricação de etanol de milho. Os produtores cobram também garantias de compra de parte da próxima safra. Procurado, o Ministério da Agricultura diz “desconhecer as reivindicações”. A Pasta informa que a produção de etanol “de milho ou de cana já possui forte apoio do governo federal, com a mistura obrigatória de 27% na gasolina”. O Ministério disse que “tem a responsabilidade de garantir o preço mínimo, mas não necessariamente pela de compra do produto, mas preferencialmente por equalização de preços”. Curiosamente, no momento, há falta de milho em algumas regiões. É o caso do Mato Grosso, onde a Conab tem feito leilões de estoques públicos. No entanto, o cenário tende a mudar significativamente nos próximos meses. Estudos do Ministério da Agricultura apontam que a colheita de milho na safra 2018-19 será recorde, com mais de 94 milhões de toneladas. Caso a projeção se confirme, serão 14 milhões de toneladas a mais do que no ano passado. Há estimativas de que os preços possam cair até 20% ainda neste ano.
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Na bola e nos palcos
18/04/2019Após fechar as portas aos grandes clubes do futebol brasileiro, agora a Caixa Econômica está passando o pente fino em todos os contratos de patrocínio na área cultural. São mais de 260 projetos sob risco de degola. Procurada, a Caixa confirmou que todos os contratos de patrocínio do banco estão “sob análise”.

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Renda mínima é carta-trunfo no bolso de Guedes
12/04/2019O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem um trunfo oportuno, flexível e capaz de unir críticos da Zona Norte à Zona Sul. Trata-se do imposto de renda negativo, uma invenção da Escola de Chicago, que lapidou um pensamento original de Friedrich Hayek, um dos expoentes da Escola Austríaca, junto com Carl Menger e Ludwig Von Mises. Guedes tangenciou a medida, também traduzida como renda mínima ou renda básica universal, durante a campanha eleitoral. Em algum momento, disse que Jair Bolsonaro poderia incluir a iniciativa entre os futuros feitos do seu governo.
Mais recentemente, em meio ao pau puro da luta pela aprovação da PEC da Previdência, soltou que o governo poderia instituir o imposto de renda negativo para complementar as contribuições no regime de capitalização. O ministro circunscreveu-o à reforma da Previdência. O anúncio, que devidamente explicado daria um empurrão na aprovação da reforma au grand complet, a julgar pelas perguntas que foram feitas na Comissão de Justiça da Câmara, passou batido – para ser mais preciso, nenhuma pergunta foi feita.
No dia seguinte, a mídia publicou a declaração do ministro de forma pouco entusiasmada. E nada mais se disse. A implementação da renda mínima no seu modelo clássico, no qual ricos e pobres são remunerados pelo Estado com o mesmo valor – forma de reduzir a burocracia e apropriações indébitas tão comuns no Bolsa-Família, por exemplo – simplificaria toda a política assistencialista praticada no Brasil, que tem uma dezena de rubricas e programas diferentes. Bastaria a renda mínima como pagamento, ao invés de uma miríade de benefícios sociais.
Imagine uma renda mínima de R$ 1.300,00, um valor que já foi calculado por técnicos do Banco Mundial. Nada mau para que todos os cidadãos no país tivessem esse piso como garantia de uma vida mais digna. Na revista Insight Inteligência – da Insight Comunicação, responsável pela edição do Relatório Reservado –, que começa a circular nesta sexta-feira, é republicada uma entrevista, originalmente de 2000, de Milton Friedman, Prêmio Nobel de Economia, ícone da Universidade de Chicago e ídolo de Paulo Guedes, sobre o imposto negativo. Friedman é entrevistado, por mais inusitado que pareça, pelo ex-senador Eduardo Suplicy, que carrega essa bandeira solitariamente há 20 anos.
O mais monetarista dos professores de Chicago considera a medida a mais eficiente política compensatória. Simples e universal. Seria bom que o ministro da Economia revisitasse a ideia do velho mestre em toda a sua amplitude. A implementação da renda mínima deixa o Bolsa-Família na traseira da História – mesmo com o 13º e outros eventuais aditivos. Ela ajudaria a azeitar as difíceis negociações que terão de ser feitas para a aprovação das reformas estruturais. Hoje, a torcida por Guedes é quase uma obrigação. Sua racionalidade é um das poucas divisórias entre a reorganização de uma economia esfacelada e a desorientação generalizada que provem do Palácio do Planalto. No modelo de Guedes, a purga e a dor sociais são quase que inevitáveis no processo de estabilização. A renda mínima pode minorar esse sofrimento e levá-lo a um reconhecimento que até os seus mais aguerridos combatentes terão de aceitar como merecido.

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A “despedalada” e a fritura de Joaquim Levy
10/04/2019A pressão do Ministério da Economia para que o presidente do BNDES, Joaquim Levy, devolva à União, “para ontem”, recursos da ordem de R$ 126 bilhões está deixando de ser uma guerra fria para se tornar uma guerra suja. Paulo Guedes saiu do front para evitar o desgaste de prosseguir apertando Levy. Seus assessores assumiram a missão de quebrar a resistência da “despedalada” dos recursos, com o pagamento antecipado ao Tesouro Nacional dos empréstimos realizados no passado. O presidente do BNDES, por sua vez, pretende que a operação seja coberta de todas as garantias, de forma a evitar mais um constrangimento pessoal junto às autoridades fiscalizadoras.
Levy permanece arrolado em inquérito civil de improbidade administrativa que tramita na Procuradoria da República no Distrito Federal. Segundo o inquérito, ele teria realizado de modo disfarçado e ilícito “suposta operação de crédito entre o Tesouro e os bancos públicos”. Levy teria pedalado em 2015, melhorando artificialmente as contas do governo. Assessores de Paulo Guedes foram escalados como tropa de choque do ministro da Economia. À frente, Daniella Marques Consentino, chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos da Pasta e uma espécie de “cão de guarda” de Guedes, acompanhada dos secretários da Fazenda, Waldery Rodrigues Júnior, e do Tesouro, Mansueto Almeida.
Os três colocam em xeque a permanência de Levy no cargo. Daniella ataca por todos os flancos. Waldery bate forte publicamente, dando declarações que diminuem o presidente do BNDES; Mansueto opera conversando com os jornalistas em off the records e criticando a falta de um compromisso firme em relação aos recursos solicitados. Levy, por sua vez, diz que o ressarcimento à União é uma prioridade, “mas que o retorno dos aportes deve estar atrelado ao pagamento dos financiamentos que a instituição concedeu com esses recursos, incluindo estados, municípios, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.”
Só para constar, são esses mesmos bancos que estão incluídos no inquérito contra o presidente do BNDES. Levy sabe que a operação é extremamente politizada. Há também o risco dela ser interpretada como um financiamento disfarçado do banco ao seu controlador. Por essa ótica, ele cairia nas garras da Lei de Responsabilidade Fiscal. A proposta implicaria redução de lucros e menos dividendos, impostos e contribuições. Ou seja: redução de receita primária para o Tesouro. Com relação às pedaladas de 2015, o presidente do BNDES diz que ocorreu exatamente o contrário. Ele não só conteve a prática como teria “despedalado” no final do ano fatídico. Por uma dessas travessuras do destino, Joaquim Levy experimenta no BNDES agruras parecidas com as vividas por Paulo Rabello de Castro, quando era presidente do banco. A diferença é que o ministro da Fazenda era Henrique Meirelles, uma verdadeira dama quando comparado ao obstinado Paulo Guedes e sua furiosa tropa de choque.
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Rebelião ruralista
10/04/2019A ministra Teresa Cristina foi escalada pelo Planalto para debelar um motim. A bancada ruralista ameaça votar em bloco contra a reforma da Previdência caso o Banco do Brasil leve adiante o projeto de reduzir substancialmente sua carteira de crédito agrícola. Mais de 60% do financiamento rural vêm do BB.
Acervo RR
Boca do caixa
5/04/2019A executiva Paula Cardoso, que assumiu o comando do Carrefour e-Business no Brasil, recebeu carta branca dos franceses para encher o carrinho de compras de startups e plataformas de pagamento eletrônico. O próprio Carrefour Soluções Financeiras tende a virar um banco digital.
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Breakpoint contra o Itaú
4/04/2019Ganha uma entrada para o Hard Rock Stadium quem decifrar o enigma de Miami: por que o Itaú vem gastando tanto dinheiro com o patrocínio ao Master Series 1000 da cidade? Pode ser que a resposta seja uma exclusividade da esfinge do banco, Fernando Beyruti, CEO do International Private Bank do Itaú. O desembolso – estima-se que de aproximadamente US$ 6 milhões por ano – é considerado no mercado desproporcional vis-à-vis o custo-benefício, sobretudo pelo target a ser atingido. A maioria dos clientes do private bank do Itaú em Miami não seriam norte-americanos, mas, sim, brasileiros residentes na Flórida. Fica a impressão de que a instituição está descarregando uma verba excessiva para se “apresentar” a um público que já a conhece. Ressalte-se que o banco dos Setúbal já renovou o contrato de patrocínio com o Masters de Miami até 2024.

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Bolsonaro dá um carinhosa freada no discurso de Paulo Guedes
2/04/2019É um caso típico do roto falando do esfarrapado. O presidente Jair Bolsonaro e o seu chefe da Casa Civil, Ônix Lorenzoni, se juntaram para aconselhar o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre suas declarações e a melhor condução política para aprovação da reforma da Previdência. Ficou decidido que Guedes vai negociar a mudança nas aposentadorias no Congresso, mas trará a decisão sobre a aprovação dos pleitos para o Palácio do Planalto. O ministro da Economia não será uma chave mestra, que abre as portas do Orçamento quando deveria fechar.
Ele vai ouvir os parlamentares, ponderar e levar as propostas para o grupo palaciano. Segundo a fonte do RR, Bolsonaro disse que Guedes deve se concentrar na Previdência e parar de prometer medidas que afetam antipaticamente diversos grupos de interesse. É a abertura da economia, com a queda das barreiras tarifárias, em uma hora; é mudança na lei do salário mínimo, em outra hora. São ameaças sobre a condução do Sistema “S”, em mais outra.
No momento, o que interessa mesmo são as grandes mudanças institucionais. “Não vai fazer diferença para a economia se o sujeito vai comer um iogurte francês mais barato do que aquele produzido com o leite das vacas de Minas Gerais”, teria dito Lorenzoni. O presidente Bolsonaro e o minitro da Casa Civil recomendaram também como desnecessárias as declarações recorrentes dos desejos liberais mais profundos, tais como a privatização da Petrobras e do Banco do Brasil e a terceirização do funcionalismo público.
Esses sonhos não se tornarão realidade. Pelo menos no horizonte da aprovação das reformas estruturais prioritárias. Paulo Guedes, de acordo com a fonte, assente a todas as recomendações de Bolsonaro e de seu colega de Ministério. Ao contrário do que aparenta em suas perfomances, de perto o ministro da Economia é manso, agradável e ponderado. Mas o próprio Guedes conhece a sua natureza. É difícil conter naquele frasco uma ebulição ideológica, que, tecnicamente correta ou não, vem buscando uma fresta de escapamento há muitas décadas. Bolsonaro, Lorenzoni, Guedes e outros ministros que não fazem parte desse enredo são uma combinação que desafia a lógica dos princípios ativos. Espera-se que os alquimistas estejam chegando.

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Paulo Guedes busca inspiração em Simonsen para relançar refinanciamento compensatório
27/03/2019Os elogios recentes do ministro da Economia, Paulo Guedes, ao professor Mario Henrique Simonsen podem revelar a atualidade e a inspiração em uma das ideias do mestre. Corriam os anos 70, e a economia derretia com a inadimplência de pessoas físicas e jurídicas. Simonsen, que nunca rezou pela cartilha da ortodoxia econômica, bolou uma forma de estimular a liquidez sem emissão monetária ou endividamento. Batizou o engenhoso instrumento de refinanciamento compensatório.
A receita de Simonsen determinava que o Banco Central liberasse recursos do compulsório bancário para que as instituições financeiras pudessem renegociar dívidas de empresas e pessoas físicas, evitando, assim, uma quebradeira em massa. Guedes, que à época não comungava com a medida, está tentando utilizá-la para sacudir o consumo. O assunto está em estudos pela equipe econômica. Sem expectativas de novos investimentos e com as despesas do governo contidas, o papel de desfibrilador da economia, neste ano, ficou restrito a algum aquecimento do mercado interno.
E qualquer resíduo a mais no PIB conta ponto. Durante a campanha presidencial, Ciro Gomes plagiou Simonsen e defendeu o refinanciamento de todas as pessoas físicas penduradas no SPC. No modelo original estavam incluídas as pessoas jurídicas. Hoje dar essa guarida para as empresas seria cometer um haraquiri político. Atualmente, mais de 60 milhões de brasileiros estão inadimplentes, sendo que a maior parte são idosos. A medida atinge, portanto, grande parte do público que é impactado pelas mensagens sobre a reforma da Previdência.
O “refinanciamento compensatório” vai direto na veia da taxa de desemprego, que está quase imóvel na faixa de 12%; suaviza a impopularidade das mudanças na Previdência; reconhece que os bancos, mesmo abarrotados de dinheiro, não acreditam mais na clientela, que se encontra com o nome sujo. O dinheiro seria carimbado. Somente poderia ser usado para renegociar as dívidas daqueles que penam no SPC e estão excluídos do mercado de consumo. Uma garantia para que os bancos voltem a emprestar. Seria uma iniciativa com impacto direto no bolso dos brasileiros que mais se ressentem da marcha lenta da economia. O fato de Paulo Guedes estudar a adoção da medida revela não só a atualidade do pensamento do mestre, mas também a inspiração em uma das suas ideias, que poderá ser relançada em breve. É um sincero, ainda que tardio, elogio a Mario Henrique Simonsen.
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Venda de reservas cambiais fica em stand by
20/03/2019Apesar das manifestações públicas em relação ao tamanho excessivo das reservas cambiais e as vantagens de trocar parte delas pelo abatimento de dívida pública bruta, os ministros da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Netto, interditaram a discussão sobre a medida. O assunto somente será retomado se a reforma da Previdência for aprovada. Mesmo assim, a probabilidade dela vir a ser adotada se tornou remota no médio prazo. Com a esperada redução mais agressiva da taxa de juros – sempre condicionada à votação da reforma e a manutenção de um cenário externo de risco baixo – e a queda do custo do carregamento das reservas, juntamente com a diminuição do déficit primário, o ritmo de crescimento da dívida pública bruta tende a diminuir.
Se o PIB subir mais, ela tende a cair em relação ao Produto Interno. As reservas também apontam viés de queda se comparadas ao PIB. Portanto, elas permaneceriam altas em termos absolutos, mas mais baixas em relação ao PIB e às importações, que aumentariam como razão direta do crescimento do Produto Interno. Valeria a pena reduzir o lastro cambial do país e subtrair a aura de fortaleza que o atual volume de US$ 380 bilhões oferece em nome de uma redução até certo ponto inexpressiva da dívida bruta?
Roberto Campos Neto, nos primeiros pronunciamentos após sua posse no BC, achava que sim, pois a baixa do custo de carregamento insinuava serem desnecessários tantos dólares estocados. Paulo Guedes pensava igual. Até o final de outubro do ano passado, um mês e pouquinho antes da sua posse, tinha até a cifra de quanto de reserva ele venderia: US$ 100 bilhões. Repetiu algumas vezes sua intenção. Em meados de novembro, mudou de opinião. Disse que mexeria nas reservas somente se houvesse um ataque especulativo e o dólar atingisse o patamar de R$ 5,00. Agora, sabe-se que a conversa foi para a geladeira. O volume de reservas brasileiras acima do que o FMI recomenda fica como insígnia da capacidade larga de solvência do país.

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Sempre alerta
12/03/2019O presidente do Banco do Brasil, Rubens Freitas Novaes, vai mudar o discurso, sempre crítico sobre o quadro de pessoal, corporativismo e controle da instituição pelo Estado. Novaes continua pensando a mesma coisa. Mas recebeu um conselho daqueles que devem ser seguidos.
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Financiamento capital
7/03/2019O governador Ibaneis Rocha abriu conversas com o BNDES em busca de financiamento para o programa de privatizações do Distrito Federal. No pacote, o metrô local e a Companhia de Saneamento do DF, além de ativos do Banco Regional de Brasília (BRB), que deverá se transformar em uma agência de fomento. Este último é o caso mais complexo. O MPF investiga, no âmbito da Operação Circus Maximus, um suposto esquema de pagamento de propinas a executivos do BRB em troca da liberação de recursos para projetos como o antigo Trump Hotel, no Rio de Janeiro.
Acervo RR
Tiro ao alvo
27/02/2019O governo Bolsonaro prepara uma espécie de “Lava Jato do esporte“. A ideia é realizar uma devassa na concessão de recursos públicos para federações e confederações desportivas, por meio de contratos de patrocínio. Somente no ano passado, sete estatais, a começar pelo trio Caixa Econômica, Banco do Brasil e Eletrobras, desembolsaram quase R$ 400 milhões em mais de sete dezenas de acordos de patrocínio.
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Ponto final
27/02/2019Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Vale, Banco do Brasil, Caixa e Eletrobras.

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O último uivo
21/02/2019Quanto custa para se livrar de Marcio Lobão? No caso do Banco do Brasil, a conta pela saída do filho de Edison Lobão da presidência da Brasilcap deverá chegar perto dos R$ 3 milhões, entre bônus e outros penduricalhos. “Lobinho” ficou dez anos na presidência da empresa. É um arquivo-vivo. Procurada, a Brasilcap informou que “o Conselho de Administração ainda não deliberou sobre qualquer pagamento ao ex-presidente da companhia”.

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Agricultura x Economia
18/02/2019Após vencer a queda de braço pela manutenção das tarifas de importação do leite em pó, a ministra Tereza Cristina e a bancada ruralista já abriram nova frente de batalha com Paulo Guedes. A missão da vez é a manutenção dos subsídios rurais, notadamente dos programas de crédito agrícola do Banco do Brasil, responsável por quase 50% do financiamento do setor.
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Carrefour digital
24/01/2019O Carrefour vai transformar seu banco no Brasil em uma gôndola de fintechs. Os franceses estão garimpando o mercado em busca de soluções digitais, notadamente para crédito e pagamentos eletrônicos.
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Cortar é o esporte preferido da Caixa
23/01/2019O corte nas verbas publicitárias da Caixa Econômica para o esporte irá além dos gramados. O banco já sinalizou ao Novo Basquete Brasil a suspensão do contrato de patrocínio da liga nacional ao término da temporada, em junho – o acordo que iria até 2020 é da ordem de R$ 5,5 milhões por ano. Segundo o RR apurou, a Caixa deverá podar também os patrocínios às Confederações Brasileiras de Ginástica e Atletismo, respectivamente cerca de R$ 5 milhões e R$ 14 milhões anuais. Informações filtradas na instituição revelam ainda um impasse em relação ao contrato com o Comitê Paralímpico Brasileiro (R$ 20 milhões/ano). Procurado, o banco informou que “os patrocínios para 2019 estão sob análise.”
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BB vs. BR Pharma
23/01/2019O Banco do Brasil deverá entrar na Justiça para suspender o plano de recuperação judicial da BR Pharma, holding do varejo farmacêutico que soma uma dívida de R$ 1 bilhão. A área jurídica do BB elencou uma série de irregularidades na proposta apresentada pela companhia.
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Ponto final
23/01/2019Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil, BR Pharma.
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Caixa Econômica põe todos os pingentes sobre o balcão
22/01/2019Uma das orientações de Paulo Guedes ao presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, é a venda de todos os penduricalhos do banco. Entenda-se como desmobilizar as loterias da CEF, empresas de seguros, capitalização e também sua participação no Banco Pan, do qual é sócia junto com o BTG. A boa nova é a movimentação na XP Investimentos para aquisição da parte da Caixa Econômica no Pan (49%).
A engenharia é complexa, pois pressupõe que o BTG venda parte ou totalidade das suas ações no Pan (51%), acompanhando a Caixa. Por outro lado, a XP deveria acertar a saída do Itaú do seu capital, assumindo plenamente a função de banco múltiplo – em dezembro o BC autorizou a XP Investimentos a operar nesta modalidade. Há quem diga que essa hipótese está prevista no acordo de acionistas. O contrário seria um banco com capital tripartite, composto por BTG, Itaú e XP, que se tornariam sócios diretos e indiretos.
Essa hidra de três cabeças provavelmente ninguém deseja. A torcida da equipe econômica é que venham candidatos de fora do clube dos cinco – Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Santander e CEF. O BTG poderia ser um deles, consolidando a participação acionária hoje pertencente à CEF. Mas o banco de André Esteves tem mostrado inapetência para tocar o Pan. Já a XP é sangue novo e vibração pura. É previsível que um banco estrangeiro venha azeitar o novo X-Pan. Fala-se, inclusive, no Bank of America Merrill Lynch. A associação daí resultante produziria um player marcado para concorrer pau a pau com os grandes em um horizonte de médio prazo.
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JAC busca um acostamento para Habib
22/01/2019A JAC Motors estaria em busca de um novo copiloto no Brasil. Por copiloto leia-se um substituto para Sergio Habib, sócio e representante da marca no país. Trata-se de uma manobra contratualmente complexa: a rescisão unilateral do acordo prevê pesadas multas de parte a parte. Os asiáticos, no entanto, temem que as derrapagens financeiras do empresário contaminem a reputação da JAC e dificultem seus planos de expansão no mercado brasileiro. Em novembro de 2018, o Grupo SHC, controlado por Habib, entrou com pedido de recuperação judicial com uma dívida superior a R$ 500 milhões. Os chineses têm dúvidas quanto à capacidade financeira do empresário de seguir no banco do carona da JAC e acompanhá-la no projeto de expansão da sua rede de distribuição. Hoje, os asiáticos estão umbilicalmente ligados a Habib: das 25 concessionárias no Brasil, 17 pertencem ao Grupo SHC. Não é de hoje que a JAC Motors trafega ao lado de Sergio Habib com o pisca-alerta ligado, por conta de episódios polêmicos protagonizados pelo empresário. Em 2017, o governo da Bahia denunciou Habib a autoridades chinesas. Em 2012, ele assinou um acordo comprometendo-se a construir uma fábrica da JAC. Em contrapartida, teria se beneficiado com cerca de R$ 200 milhões em créditos de ICMS. A fábrica ficou no papel.
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BB e Previ ensaiam saída da Kepler Weber
15/01/2019O Banco do Brasil já mantém conversações com a Previ para a venda conjunta de suas ações da Kepler Weber. O banco e o fundo de pensão detêm 35% do capital da empresa, maior fabricante de silos da América Latina. Em um mero exercício, tomando-se como base apenas o atual valor de mercado da Kepler, o quinhão da dupla vale algo como R$ 130 milhões. A operação poderá se dar por meio de uma venda direta ou por intermédio de um leilão em bolsa. Ressalte-se que no ano passado a norte-americana AGCO – uma das maiores fabricantes de implementos agrícolas do mundo – lançou uma oferta para comprar as participações do BB e da Previ. No entanto, a operação foi suspensa pela CVM.
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Ponto final
14/01/2019As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil, Caixa Econômica, Modal e Aché.
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Banco do Brasil busca uma cura para seu plano de saúde
10/01/2019A nova gestão do Banco do Brasil, comandada por Rubem Novaes, está convicta de que terá de lançar mão de medidas duras e impopulares se quiser conter o crescente rombo financeiro da Cassi (Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil). Uma das principais ações discutidas é a equiparação das contribuições entre os participantes e o mantenedor. Hoje, trabalhadores e aposentados do BB arcam com o equivalente a 4% do que recebem; já o banco entra com 5,85%.
A ideia em estudo é uniformizar as contribuições pelo índice mais alto. A maior derrama junto aos beneficiários aumentaria a arrecadação em algo próximo a R$ 100 milhões por ano. A premissa é que o sacrifício deve ser de todos – guardadas as devidas proporções, uma mensagem que guarda semelhanças com o discurso adotado pelo governo para a reforma da Previdência. A medida tiraria do BB a responsabilidade de bancar solitariamente o déficit do plano de saúde.
Em fevereiro do ano passado, o banco fez um aporte emergencial de R$ 324 milhões na Caixa de Assistência. Quatro meses depois, a entidade já acumulava um novo prejuízo de R$ 385 milhões. Procurado pelo RR, o BB não se pronunciou. Outra medida sobre a mesa promete ser tão ou mais inflamável do que o aumento da contribuição dos participantes. A nova direção do Banco do Brasil estaria disposta a ressuscitar uma agenda que causou razoável desgaste entre a gestão anterior e os beneficiários ao longo do segundo semestre do ano passado.
Trata-se da mudança do estatuto da Cassi, de forma a aumentar o poder de voto de veto do próprio BB na gestão executiva e nos Conselhos do plano de saúde. Em setembro, a diretoria do banco, à época ainda presidido por Paulo Rogério Caffarelli, levou à votação uma proposta de reforma do estatuto. No entanto, as mudanças não alcançaram os dois terços necessários entre os associados da Caixa de Assistência.
Neste momento, há um ingrediente a mais: a manifesta intenção do governo Bolsonaro de vender subsidiárias do BB traz a reboque o fantasma da terceirização da carteira da Cassi, com a contratação de uma administradora independente. Por mais amargas que sejam as medidas a caminho, a nova direção do BB não tem muita margem de manobra. A Cassi é uma bomba-relógio amarrada ao banco. Opera no vermelho desde 2011. No ano passado, o déficit teria batido na marca de R$ 1 bilhão. O descasamento entre receitas e despesas é cada vez mais grave, entre outros motivos devido ao envelhecimento da carteira. Em 2013, a fatia de participantes com mais de 59 anos era de 19%. Em 2017, esse índice chegou a 24%.
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Bolsonaro revela os “segredos” dos bancos públicos
8/01/2019De uma forma ou de outra, o governo vai flexibilizar a lei do sigilo bancário. A medida se aplicará somente aos bancos públicos. Mas não está decidido se valerá só para contratos pretéritos ou se tornará uma regra geral. Mesmo em relação aos financiamentos já acordados há dúvida se o disclosure seria aplicado de uma forma ampla ou somente nas operações com empresas envolvidas em investigações criminais.
No passado, o BNDES recusou-se a abrir os contratos de financiamentos de companhias envolvidas na Lava Jato, alegando a lei do sigilo bancário. A tendência é que apenas os termos dos empréstimos às empresas empepinadas sejam divulgados. Se dependesse de ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe, todos os grandes contratos de financiamento feitos junto ao Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social seriam abertos. A transparência seria um requisito para o financiamento público amplo, geral e irrestrito.
A medida pode até ter um anteparo de fundo ético, representando uma prestação de contas ao contribuinte, que é quem paga uma boa parte desses empréstimos. Mas ela tende a reforçar a desconfiança nos atos de governo, que diz uma coisa e faz outra. A Receita Federal recentemente ensaiou a tese de que a anistia em relação à origem dos recursos repatriados deveria ser suspensa, contrariando compromisso firmado em lei. Mexer no sigilo bancário, ainda que de forma estanque, pode suscitar insegurança regulatória.Outras operações financeiras legítimas poderiam ser abertas, sabe-se lá por quais critérios. A quebra de contratos e o devassamento da privacidade são dois corvos voando sobre a democracia. É bom que não se confunda liberalismo econômico e radicalização da transparência com aborto da fé pública.
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Privatização da Eletrobras é a sintonia perfeita
4/01/2019O ministro da Economia, Paulo Guedes, bem pode estar recitando curtos solilóquios que demonstram o seu estado de espírito. Um deles seria: “Vinde a mim sucesso pertencido”. Uma dessas muitas vitórias foi determinada pelo destino: a indicação do almirante Bento Albuquerque para ministro de Minas e Energia. Albuquerque era a peça que faltava para amalgamar a privatização da Eletrobras e amolecer as resistências que ainda existem no governo contra a venda das maiores estatais. O recado é soberba pura: Bolsonaro disse que não venderia a Eletrobras. Pois bem, agora ele aceita privatizar a companhia.
Bolsonaro disse que não se desfaria da Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica. Será? Guedes tomou conhecimento com antecedência da posição do almirante. As conversas se deram em meio à troca de informações sobre a complexa gestão e áreas de influência da Petrobras. O ministro da Economia queria eliminar qualquer ruído pelo fato de ter nomeado o presidente da estatal, Roberto Castello Branco. O almirante Albuquerque é o dono do setor. Ponto final. A identificação do presidente da Petrobras com o ministro remete à Marinha.
Ontem, em seu discurso de posse, Castello Branco fez questão de ressaltar sua passagem pelo Colégio Naval. A coincidência de pensamento em relação ao futuro da Eletrobras, estimulado pela evidência de que a empresa está financeiramente com a língua de fora, alinhou os ministros da Economia e de Minas e Energia, fortalecendo a argumentação para que o presidente Bolsonaro recuasse em sua posição contrária. A calda do pêssego foi a confirmação da permanência de Wilson Ferreira Jr. na presidência da Eletrobras.
A primeira função de Ferreira Jr. será vender a empresa; a segunda, vender a empresa; e a terceira, vender a empresa. A operação tanto pode ser uma privatização hard, com a transferência para um novo controlador, ou uma privatização soft, com a capitalização da empresa através do modelo corporation. O certo é que ela ocorrerá. Os entendimentos iniciais levam a crer que a área nuclear será separada da Eletrobras e inteiramente reestruturada. Os pruridos foram mitigados.
É possível, inclusive, a formação de uma joint venture com capital estrangeiro e gestão a cargo da Marinha. Bolsonaro tem planos especiais para o setor. Vale reiterar que o almirante Albuquerque exerceu os postos de diretor geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha e diretor do Programa de Submarinos da Força. Nesse ínterim, há sinalizações de que o 3G Radar permanece candidatíssimo à compra da Eletrobras. O fundo fez chegar a Paulo Guedes que, inclusive, estaria disposto a participar em modelos menos convencionais de privatização. Jorge Paulo Lemann, que hoje é um minoritário do 3G Radar, também colaborou acenando com o seu apoio. Pelo lado do capital estrangeiro, a italiana Enel já teria assoprado o seu interesse. Parece que os astros conspiram para transformar em realidade os sonhos mais lindos do ministro da Economia. A começar, quem diria, pelo presidente Bolsonaro, todos tocam de ouvido a mesma sinfonia privatizante.
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Caixa Econômica entra duro nos clubes brasileiros
3/01/2019A nova direção da Caixa Econômica, à frente o presidente Pedro Guimarães, vai bater de frente com o futebol brasileiro. De um lado, deverá rever os acordos de patrocínio com 24 clubes das Séries A e B, que somam aproximadamente R$ 180 milhões de desembolso por ano; do outro, vai apertar o cerco ao Corinthians. Em jogo, a cobrança do empréstimo de R$ 400 milhões concedido para a construção da Arena Itaquerão – um caso rumoroso e envolto em suspeições que, guardadas as de vidas proporções, está para o banco assim como a política de cavalos vencedores para o BNDES.
Segundo o RR apurou, o clube paulista vinha negociando com a antiga direção da Caixa uma revisão dos valores pagos pelo empréstimo. Chegou, inclusive, a conseguir uma diminuição pontual das parcelas referentes aos meses de dezembro e janeiro, que caíram de R$ 5,9 milhões para R$ 2 milhões. A nova cifra passaria a valer para o restante das prestações. No entanto, a nova diretoria do banco deve não apenas interromper as negociações mantidas até o fim do ano passado como cobrar do clube o pagamento imediato da diferença de R$ 7,8 milhões relativa a dezembro e janeiro.
Consultada, a Caixa informou que “em cumprimento ao sigilo previsto na Lei Complementar no 105 de 10/01/2011, não fornece informações a respeito de operações de crédito específicas.” Com relação à atuação no futebol de uma forma geral, o banco esclarece que “está em fase de definição de estratégia.” O Corinthians, por sua vez, disse que “não se manifesta sobre negociações em andamento com cláusula de sigilo”. A nova gestão da Caixa Econômica não tem alternativa. Sua missão é cortar gordura de tudo que é lado e preparar o terreno para a venda de subsidiárias do banco. É a nova regra do jogo.
De quebra, no caso específico do Corinthians, o aperto nas negociações pode render algum dividendo político ao governo Bolsonaro. Ainda que por vias oblíquas, barrar qualquer tipo de waiver para o Corinthians significa entrar de trava alta no cartola do futebol brasileiro mais identificado com Lula: o presidente do clube, Andrés Sanchez. O dirigente está prestes a encerrar seu mandato de deputado federal pelo PT. A notória relação entre Sanchez e o corintiano Lula teria sido determinante para a construção do Itaquerão para a Copa do Mundo, com o empréstimo de R$ 400 milhões do BNDES – repassados pela Caixa, responsável pela gestão e cobrança do empréstimo.
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O candidato de Bolsonaro
26/12/2018Parlamentares que estiveram com Onyx Lorenzoni no Centro Cultural Banco do Brasil pouco antes do Natal ouviram que o martelo está batido e o governo Bolsonaro apoiará a candidatura de Davi Alcolumbre (DEM-AP) para a presidência do Senado. O mesmo Lorenzoni, inclusive, articula para que as lideranças dos partidos aliados voltem a Brasília no dia 28 de janeiro, três dias antes do fim do recesso parlamentar para trabalhar a favor de Alcolumbre.
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Picadinho
14/12/2018
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Caixa Econômica na mira do privatista Paulo Guedes
13/12/2018O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, está disposto a relançar pela enésima vez a tese de que o país não precisa ter duas mega instituições financeiras estatais; e que pode muito bem privatizar uma delas. Estamos falando da Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, primeiro e segundo lugar no ranking de maiores instituições pelo critério de ativos financeiros. Desde o governo Collor, vai e volta, a ideia surge em algum lugar. Passou por FHC, por Lula e, mais recentemente, foi defendida por Henrique Meirelles.
Agora mesmo, na era Jair Bolsonaro, já surgiu algumas vezes com colorações diferentes. Primeiro, foi no afã privatista de Guedes, que queria se desfazer da Petrobras, CEF, Eletrobras e tudo mais o que estivesse pela frente. Bolsonaro fechou a porta para os excessos do ministro. As principais estatais não seriam privatizadas. Depois, Guedes cometeu uma inconfidência: comentou com um amigo e dirigente do sistema financeiro que queria ver o Bank of América Merrill Lynch associado ao Banco do Brasil. Ou seja: o Estado brasileiro venderia a sua parte. Ninguém mais sério quis comentar o desvario.
Agora, Guedes voltaria a mirar o seu alvo. A bola da vez seria a CEF. Qual o motivo? A União tem 100% do capital da instituição. Portanto seria mais dinheiro para redução da dívida pública bruta. Uma lufada de ares privatistas colaboraria para higienizar a CEF, uma instituição cercada de interesses políticos por todos os lados. Guedes também quer se livrar da coleção de riscos bancários. Prefere ficar, na área comercial, com o BB – se pudesse não ficava com nenhum. A CEF volta e meia precisa de injeções de capitalização do governo. Seu maior ativo é a vasta rede bancária. A proposta de vitaminar o BB em paralelo com a venda da CEF pode ser um estímulo para sensibilizar Bolsonaro que, no caso das instituições financeiras, reduzir é aumentar, mesmo que por via transversa. Se Guedes emplacar essa, vai para a galeria dos ministros que quebraram paradigmas.
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Superávit de apoios
7/12/2018O que há em comum entre o ministro Eliseu Padilha e o ex-presidente do Banco do Brasil Paulo Rogerio Caffarelli? Ambos fazem campanha pela permanência de José Mauricio Coelho à frente da Previ. Seu trunfo é o superávit da fundação de R$ 15,4 bilhões.
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ABC digital
6/12/2018Mais um banco digital vai surgir na praça. O ABC Brasil, controlado pelo Arab Banking Corporation, do Bahrein, está montando uma nova plataforma de investimentos.
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Kepler Weber rodopia nas bolas
5/12/2018A roleta gira freneticamente no cassino da bolsa. Desde o início de novembro, quando o superministro Paulo Guedes sinalizou a venda de participações societárias do Banco do Brasil em empresas, a ação da Kepler Weber já subiu mais de 35%. Segundo o RR apurou, um grande banco norte-americano tem atuado freneticamente nas duas pontas do balcão. O BB tem 17,4% do capital ordinário da fabricante de silos. A Previ, outro tanto
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O último uivo
5/12/2018O longo reinado de 11 anos de Marcio Lobão na presidência da Brasilcap está chegando ao fim. A substituição do fi lho de Edison Lobão é uma das prioridades do futuro presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes. Junto com “Lobinho” vão embora as acusações de corrupção que pesam contra ele no âmbito da Operação Leviatã, que investiga suposta propina na construção de Belo Monte.
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Um tiro pela culatra na concentração bancária
28/11/2018Se uma das justificativas de Paulo Guedes para esquartejar e vender pedaços do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal é reduzir a concentração bancária, como ele próprio afirma, a medida deve ter exatamente o efeito contrário. Diante da histórica dificuldade dos bancos estrangeiros, notadamente do segmento de varejo, de entrar e permanecer no mercado brasileiro, tudo leva a crer que os três maiores grupos privados do país – Bradesco, Itaú e Santander – serão os grandes absorvedores das operações da Caixa e do BB. Hoje, os cinco grandes bancos do país somam cerca de R$ 6,2 trilhões em ativos, ou mais de 80% do total do sistema financeiro – há pouco mais de uma década esse índice era de aproximadamente 60%.
Reúnem ainda 80% dos empréstimos e depósitos, 50% do mercado de seguros e 70% da área de cartões de crédito/débito. Com a venda de ativos do BB e da Caixa Econômica, estes percentuais provavelmente passariam a ser condensados nas mãos dos três maiores bancos privados. Em um exercício meramente especulativo, mas factível, caso o governo decida se desfazer integralmente das carteiras das seguradoras ligadas ao Banco do Brasil e à Caixa, a participação de Bradesco, Itaú e Santander poderia chegar a 70% do ramo de automóveis e a 80% no segmento de vida e previdência. No mercado de crédito, esta simulação é mais complexa, pois dependeria da extensão que a venda da carteira comercial da Caixa alcançaria.
De antemão, é possível dizer que a disposição da equipe econômica é tirar a CEF de todos os setores que possam representar risco para o governo e não sejam relevantes para as políticas públicas. Sob certo ângulo, o avanço dos grandes grupos financeiros não foi necessariamente de todo mal. Pelo contrário. Essa concentração sempre foi um fator de proteção do sistema financeiro nacional, permitindo que o país saísse ileso de grandes crises bancárias internacionais, notadamente a hecatombe dos subprimes, em 2008.
De qualquer forma, assim como há uma boa dose de exagero na manutenção pétrea de US$ 380 bilhões em reservas cambiais, talvez a concentração bancária não precisasse ser tanta. Existiria uma hipótese não mais tão remota de atração de banco estrangeiro para o mercado brasileiro por meio de privatizações. O próprio ministro Paulo Guedes deixou vazar que uma futura fusão entre o Bank of America Merrill Lynch e o Banco do Brasil seria benéfica para o setor financeiro nacional. Ocorre que a medida pode levar ao mesmo dilema, ou seja, mais concentrar do que elevar a competição bancária.
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Um estrangeiro a menos no sistema bancário
28/11/2018Por falar na difícil resiliência de instituições financeiras ao mercado brasileiro, a Caixa Geral é a “regra que confirma a regra”. Segundo o RR apurou, o banco português está se preparando para deixar o país. A instituição já iniciou tratativas para a venda de sua carteira de crédito corporativo. Além da perda de musculatura no mercado brasileiro, pesam na despedida os graves problemas enfrentados pela matriz. Auditoria conduzida pelo governo português, acionista controlador, desvendou a existência de passivos a descoberto na contabilidade da instituição. Apenas uma destas operações, com o empresário Joe Berardo, da Ilha da Madeira, soma cerca de 280 milhões de euros. Embora se trate de um figurante, com pouco mais de R$ 1,5 bilhão em ativos, o caso da Caixa Geral exemplifica o quanto o Brasil é um mercado refratário à banca estrangeira. Em 1998, o grupo português comprou o Banco Bandeirantes. O ímpeto durou apenas dois anos: em 2000, os lusos venderam sua operação de varejo para o então Unibanco.
Acervo RR
Exumação
27/11/2018O economista Rubem de Freitas Novaes, futuro presidente do Banco do Brasil, carrega uma missão espinhosa. A pedidos vai desencavar esqueletos no armário das gestões de Antonio Palocci e Guido Mantega. As ossadas já estão todas mapeadas.
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Exumação
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Está chegando a hora da onça beber água
26/11/2018O grande desafio do governo Jair Bolsonaro no ano da graça de 2019 não será a reforma da Previdência, que representará, sem dúvida, um tento, mas já está dada como pré-condição para o ajuste fiscal. O teste de força será a apresentação, nos primeiros seis meses do ano, da “agenda do incômodo”. São as medidas que baterão de frente com os grupos de interesse e lobbies mais poderosos do país. O RR considera que são três os maiores espinheiros: a desregulamentação, que envolve cortes de subsídios, renúncias fiscais, barreiras tarifárias e desonerações tributárias; o choque anticorporativista, que prevê alterações no fim da estabilidade dos cargos do funcionalismo público, demissões, um pacto pela produtividade, mudanças no Sistema S, entre outras medidas dolorosas; e o ajuste fiscal dos estados e municípios. É no interior desse mosaico que será capturado o complemento para zerar estruturalmente o déficit primário. As privatizações maciças são mais um discurso de campanha, já que a equipe econômica sabe que não é simples a venda de estatais a granel. Mas empresas vinculadas às estatais poderão ser vendidas sem a burocracia das licitações clássicas, tais como os ativos de distribuição e refino da Petrobras e subsidiárias do Banco do Brasil. Os grupos de interesse já estão se movendo para defender os seus territórios. Algumas federações de indústria já buscaram dar o seu apoio de praxe, para depois negociar alguns pontos. Isso teria provocado, inclusive, algumas rachaduras entre essas entidades. Espera-se que os cortes e fim das tarifas alfandegárias estejam vinculados, em alguns casos, a contrapartidas do aumento da produtividade. Haveria métricas próprias e prazos para que fossem cobrados os compromissos, algo que nunca foi feito nesses de distribuição farta de benefícios.
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O head hunter de Bolsonaro
26/11/2018Paulo Guedes recebeu carta branca de Jair Bolsonaro para indicar também os vice-presidentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Serão mais 20 integrantes da área econômica com o imprimatur do superministro. No caso da Caixa, que responde à Lei das Estatais, a rigor os nomes dos 11 VPs terão de ser submetidos ao Conselho de Administração. Trata-se de um mero detalhe.
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Sonhos de uma noite de dizimação
22/11/2018No mundo perfeito idealizado por Paulo Guedes, o sistema bancário público sofreria uma semi-extinção. O Banco do Brasil perderia o seu sobrenome e seria associado a um grupo estrangeiro. A Caixa Econômica, por sua vez, deixaria de ser uma instituição bancária para se transformar em uma certificadora e garantidora de empréstimos imobiliários, uma espécie de Fannie May tropicalizada – em alusão a uma das maiores empresas de hipoteca dos Estados Unidos. Mesmo com a inexorável concentração bancária decorrente da eventual fusão do BB com um estrangeiro, o argumento é que ela pelo menos se daria entre entes privados. Nesse universo lúdico ultraliberal, o Banco da Amazônia (Basa) seria incorporado pelo Banco do Brasil. Já o Banco do Nordeste e a Finep seriam agregados
ao BNDES. Nos prováveis devaneios do ministro da Economia, tudo são possibilidades. A única certeza é que o BNDES será desidratado. Esta dimensão paralela que permeia as divagações de Paulo Guedes buscaria tirar totalmente o governo do risco da atividade financeira, vista como uma potencial fonte de perdas de recursos. Isso incluiria alguns pingentes pendurados no sistema bancário estatal. Em tese, a gestão do FGTS e do FAT, a cargo da Caixa Econômica, e o financiamento agrícola, cujo repasse é de responsabilidade do BB, seriam licitados para a banca privada. O Fundo de Garantia, por sinal, seria gradativamente transferido para uma carteira de previdência complementar.
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A “ressurreição” do velho Pactual
21/11/2018O ex-banqueiro Luiz Cezar Fernandes, que viveu momentos de glória e caiu no ostracismo, passou a ter um canal privilegiado com o governo. O superministro Paulo Guedes tem por Fernandes uma consideração toda especial. O banqueiro foi buscá-lo no mercado quando ainda era um economista sem renome para fundar o Banco Pactual. Mesmo quando saiu do banco, Guedes não se incompatibilizou com Fernandes. Agora, nem que seja só para tomar um cafezinho, a velha amizade ganhou um novo valuation. Paulo Guedes é a “Estrela Dalva” do firmamento brasiliense.
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Decolagem forçada
14/11/2018Os bancos credores de Viracopos – à frente Banco do Brasil e Itaú BBA – vêm intercedendo junto a autoridades do setor na tentativa de acelerar a transferência da concessão à dobradinha Zurich Airport e IG 4 Capital. A dívida bancária da operadora do aeroporto de Campinas passa de R$ 1 bilhão.
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Ponto final
14/11/2018As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil, Itaú BBA e Nordeex-Acciona.
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BB vs. BR Pharma
5/11/2018Um dos principais credores da BR Pharma, o Banco do Brasil está entrando na Justiça para derrubar o plano de recuperação judicial da rede de drogarias aprovado pelos credores. Deverá ser acompanhado por pesos-pesados da indústria farmacêutica, que apontam irregularidades no plano. Sobre a mesa um passivo da ordem de R$ 1,2 bilhão.
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Ponto final
5/11/2018As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil, BR Pharma, Bertin e Polícia Federal
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Bancada ruralista e lobby privado duelam pela Pasta da Agricultura
31/10/2018O Ministério da Agricultura – dono de um orçamento de R$ 12 bilhões e por onde passam quase 24% do PIB – desponta como uma das esferas de Poder mais disputadas do governo Bolsonaro. A novidade é a entrada na arena da indústria da agrociência, que duela com a bancada ruralista pela indicação do futuro titular da Pasta. Segundo o RR apurou, grandes companhias do setor teriam feito chegar a Bolsonaro os nomes de Laércio Giampani e Rodrigo Santos.
O primeiro deixou a presidência da subsidiária brasileira da Syngenta, uma das maiores fabricantes mundiais de sementes, em julho deste ano. Santos, por sua vez, é o todo poderoso CEO da divisão de CropScience da Bayer-Monsanto na América Latina. De acordo com a fonte do RR, as indicações teriam chegado por intermédio do deputado estadual eleito Frederico D ´Avila (PSL-SP), que durante a campanha serviu de ponte entre o Capitão e empresários e grupos da cadeia do agronegócio.
A eventual escolha de um destes dois nomes seria um sinal de que o governo Bolsonaro pretende dar ênfase à agrotecnologia em suas políticas para a área da Agricultura. Em contrapartida, poderia ser encarada também como uma influência excessiva de grandes multinacionais da cadeia do agronegócio na futura gestão da Pasta. Não custa lembrar que embaixo do Ministério da Agricultura estão a Embrapa e seu cobiçado banco de patentes estimado em mais de US$ 1 bilhão – noves fora seu valor intangível.
Do lado da bancada do agronegócio, o presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan, que chegou a ser tido como favorito para o cargo, perdeu fôlego. De domingo para cá surgiram à mesa os nomes de Antonio Galvan, vice-presidente da Aprosoja, e do deputado Valdir Colatto (MDB-SC). Por sua vez, a Frente Parlamentar da Agricultura (FPA) intensificou o lobby pela escolha de Luiz Carlos Heinze, eleito para o Senado pelo Rio Grande do Sul.
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Eunício de Oliveira espalha seus anéis sobre o balcão
9/10/2018Derrotado nas urnas, o senador Eunício de Oliveira parece empenhado em virar determinadas páginas do passado. O RR apurou que, além da transferência da Transfederal Transporte de Valores para a espanhola Prosegur, o emedebista também teria colocado à venda outra de suas empresas, a Corpvs – Corpo de Vigilantes Particulares. De acordo com uma fonte próxima ao senador, há conversas com
um grande grupo brasileiro da área de segurança patrimonial, com sede no Rio.
Assim como a Transfederal, a Corpvs pertence à Remmo Participações. Segundo sua declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral, Eunício é dono de 99,99% da holding. Consultado por meio de sua assessoria, o senador não se pronunciou sobre a venda da Corpvs. Informou apenas que “está afastado da administração das empresas desde que foi eleito deputado federal pela primeira vez, em 1998”. Tanto a Transfederal quanto a Corpvs estão indexadas ao setor público.
Consta que as duas empresas somam mais de R$ 700 milhões em contratos de prestação de serviços de vigilância, limpeza e transporte de valores a estatais no intervalo entre 2011 e 2019, coincidentemente o período do mandato de Eunício, prestes a se encerrar. Com o Banco do Brasil, os acordos somariam R$ 542 milhões. No caso da Caixa Econômica, as cifras passariam dos R$ 147 milhões. Consultado sobre estes contratos, o senador não se pronunciou. O desafio dos compradores das empresas é manter a boa entrada junto ao setor público. E o de Eunício é seguir em segurança a partir de 1o de janeiro, sem a marquise do foro privilegiado.
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Bolsonaro não sabe que seu ministro é um furão
8/10/2018Nos idos dos anos 80 – quase 90 – o ex-governador Antônio Carlos Magalhães, em um dos seus raros intervalos fora do poder, decidiu criar um instituto de estudos na Bahia com o objetivo de manter seu nome em voga. ACM “fora do poder” é um eufemismo para ACM “com um pouco menos de poder”. O político baiano mandava à beça e os maiores nomes da academia iam discursar no instituto. ACM era muito amigo de Mário Henrique Simonsen – que foi discursar duas vezes no “think thank do Pelourinho”.
Pausa para uma ressalva: a iniciativa original do ex-governador da Bahia era quase informal, completamente distinta do atual Instituto Antônio Carlos Magalhães Ação, Cidadania e Memória, uma espécie de ONG voltada para iniciativas sociais e criada emm2010, três anos após o falecimento do orixá da política. Retornando a Simonsen, o ex-ministro era muito amigo do professor Moyses Glatt, seu fiel escudeiro. Glatt, que era criador – e excepcional vendedor – dos primeiros MBAs da FGV flertava com Paulo Guedes, à época presidente do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec). Negociavam fazer um MBA piloto das duas instituições – ressalte-se que Glatt não tinha autorização para isso; era apenas uma das suas travessuras.
Guedes, por sua vez, nutria uma relação de amor e ódio com Simonsen, que não lhe dava a menor pelota. O fato é que para agradar Simonsen, que queria agradar ACM, Glatt trouxe para si a missão de convocar economistas e empresários para palestrar no instituto baiano. Glatt consultou Simonsen sobre o nome de Paulo Guedes. O ex-ministro aquiesceu com um muxoxo. Guedes vibrou. Tudo certo e combinado. Quando chegou a vez da palestra de “Paulinho”, em Salvador, com convidados ilustres e empresários na plateia, o economista simplesmente sumiu. Guedes não foi, nem deu satisfação.
Glatt, lívido, tentou localizá-lo por dias sem êxito, mas ele não atendia o telefone. Tornou-se seu desafeto para o resto da vida. ACM rugiu que, quando o encontrasse, ia mostrar-lhe o que se faz com um “garoto sem palavra”. Simonsen, que desdenhava do economista, tomou-se de antipatia eterna por ele. As portas da FGV se fecharam de vez para Guedes. Durante anos, quando ouvia que Glatt o odiava e pintava e bordava com seu nome na imprensa, Paulo Guedes fazia cara de espanto e respondia: “Não consigo o entender o porquê disso. Eu até gosto dele. Quase fizemos negócios juntos”. Glatt nunca mais falou com Guedes, que foi obrigado a vender a contragosto o Ibmec e partiu para fazer fortuna no Banco Pactual. Mas o virtual ministro de Bolsonaro ainda daria muitos bolos homéricos em sua trajetória de furão. O último sabido foi no evento da corretora XP. É da sua natureza.
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IPO congelado no BB
4/10/2018A grave crise da economia argentina levou o Banco do Brasil a engavetar o plano de IPO do Banco Patagónia, do qual tem mais de 80% do capital. A operação fica para 2019 e, consequentemente, para o sucessor de Paulo Rogério Caffarelli no comando do BB.
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Cemig limpa balanço
1/10/2018Além do empréstimo de R$ 740 milhões pago ao BB, que venceria em 2021, a Cemig planeja quitar antecipadamente ainda neste ano cerca de R$ 1 bilhão em dívidas. Consultada, a empresa diz que “sempre considera a possibilidade de pré-pagar dívidas, se em condições satisfatórias”. Líder nas pesquisas ao governo de Minas, Antonio Anastasia agradece.
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Paulo Guedes conquistou a Goldman, aliás, Goldmann
20/09/2018A consultora financeira Goldmann tem feito uma certa confusão no mercado com a divulgação de um vídeo sobre as eleições. A empresa afirma que Paulo Guedes – “espetacular” – será o “melhor ministro da Fazenda de todos os tempos”. E aposta uma cerveja que Jair Bolsonaro ganha no primeiro turno. Não falta quem diga que a opinião é do megabanco de investimentos (e quase homônimo) Goldman Sachs, comandado no Brasil pela ex-presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, que prima pela discrição na área política.
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Banco do Brasil é Multishow
18/09/2018O Banco do Brasil – dono da maior verba publicitária do governo Temer – vai ser um dos astros do Prêmio Multishow de Música, no próximo dia 25. O BB patrocinará a performance de dois influenciadores digitais, que serão desafiados a realizar uma coreografia. A ativação será o mote para uma agressiva campanha nas mídias digitais, vinculada ao perfil do Multishow. E assim o BB vai tentando construir a imagem de uma instituição financeira mais descolada, com um toque de fintech aqui e outro acolá. Não falta verba de marketing para isso – cerca de R$ 500 milhões/ano.
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A intrigante sucessão na Kepler Weber
3/09/2018A escolha do novo CEO da Kepler Weber, Piero Abbondi, deixou os fundos de investimento que coabitam o capital da companhia bastante intrigados. Os minoritários da fabricante de silos se perguntam se o Conselho de Administração não poderia ter tido o cuidado de optar por outro nome, nem que fosse para evitar as interpretações enviesadas que agora circulam entre os investidores. Até o início deste mês, Abbondi comandava a operação sul-americana daGSI, controlada pela AGCO – gigante mundial do setor de máquinas e equipamentos agrícolas.
Trata-se exatamente do mesmo que grupo que, no ano passado, lançou uma oferta pública para comprar os 34% da Kepler Weber pertencentes ao Banco do Brasil e à Previ. A proposta seria posteriormente estendida aos demais acionistas, mas não deu tempo. A operação foi questionada pela CVM, e a AGCO retirou a proposta, no fim de 2017.
O enredo, no entanto, não se encerraria neste ponto. Nos meses seguintes, a ação da Kepler Weber passou a ser alvo de inusitadas negociações. Fundos de investimento iniciaram sucessivas operações cruzadas de compra e venda que derrubaram a cotação – ver RR edição 10 de maio. Desde janeiro a Kepler Weber perdeu mais de 50% do seu valor de mercado, tornando-se uma presa vulnerável para um take over hostil. Os minoritários esperam que o Cavalo de Troia já não esteja dentro de casa.
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Fintechs
27/08/2018Por meio do fundo Santander InnoVentures, o banco espanhol tem cerca de R$ 300 milhões para montar um cinturão de fintechs no Brasil. Os primeiros R$ 50 milhões já caíram na conta da Creditas, plataforma de empréstimos. Há outros 20 projetos sobre a mesa dos espanhóis neste momento.
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BTG e Mitsubishi manobram em direções opostas
24/08/2018A relação societária entre o BTG e a Mitsubishi Motors percorre seus últimos quilômetros. O RR apurou que os sócios do banco pretendem vender sua participação na companhia, representante da marca japonesa no Brasil e controlada pelo empresário Eduardo Souza Ramos. Mesmo que de forma indireta, o movimento pode ser associado ao esforço de higienização da imagem do BTG e de seus acionistas, uma árdua escalada que teve início após a prisão de André Esteves.
A Mitsubishi é considerada um ativo tóxico para a reputação do banco. A montadora desliza a instituição financeira na direção da Operação Zelotes. A Mitsubishi é uma das principais citadas no esquema de compra de sentenças no Carf. Paulo Ferraz e Robert de Macedo Rittcher, ex-executivosda MMC Automotores do Brasil (empresa que detém a licença técnica para comercializar os automóveis da marca Mitsubishi no Brasil), foram condenados em primeira instância. Acabaram funcionando como um escudo para o seu patrão.
Até o momento, Eduardo Souza Ramos tem escapado da Zelotes apenas com algumas escoriações. Foi absolvido em primeira instância por falta de provas. A coabitação entre o BTG e a Mitsubishi Motors é cercada por pontos de interrogação. As partes nunca divulgaram formalmente o tamanho da fatia societária – a informação no mercado é que ela é de 25%. Além disso, o BTG sempre negou ser acionista da montadora. Garante que a participação pertence a sócios do banco reunidos na empresa BTG MB Investments. Não há por que duvidar. De toda a forma, o negócio sempre foi visto dentro da instituição financeira menos como um investimento e mais como uma ação entre amigos, notadamente de André Esteves, chapa de Eduardo Souza Ramos.
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Cenografia
20/08/2018O Banco do Brasil escolheu a sua namoradinha. A atriz Giovanna Antonelli será a garota propaganda de um aplicativo que o banco pretende caracterizar como fintech. Aliás, pode ser que esta seja uma tendência dos big bankers: chamar de fintech coisas tão díspares como uva, banana, abacaxi e mamão. La bella Antonelli vai mostrar, com sua graça, como o App facilita seguir os investimentos
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A difícil reconstrução da PDG
10/08/2018Após resolver parte do seu passado, com a aprovação do plano de recuperação judicial, o problema maior da PDG é equacionar o futuro. A incorporadora reabriu conversações com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica, entre outras instituições, em busca de financiamento para retomar as obras que estão paralisadas. Há mais de uma dezena de empreendimentos que dependem de dinheiro novo. As tratativas com a alta direção dos bancos são conduzidas pelo próprio presidente da companhia, Vladimir Ranevsky. No entanto, BB e Caixa, dois dos maiores credores da PDG, resistem a reabrir as torneiras para a incorporadora.
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O 7×1 ainda cobra o seu preço no bolso da Viúva
8/08/2018A Copa do Mundo da Rússia já terminou e os cofres públicos brasileiros ainda pagam a conta da gastança de 2014. No quesito “imobiliário”, o Itaquerão e a Arena Pantanal despontam como os campeões de problemas. Segundo o RR apurou, uma nova tentativa de acordo entre o Corinthians e a Caixa Econômica naufragou.
O clube paulista não conseguiu renegociar o valor das parcelas e o prazo de financiamento feito pelo BNDES com recursos repassados pela CEF, responsável pela cobrança do crédito. O banco federal tem usado chuteiras com travas de alumínio nas negociações, até em função do tamanho da bola de neve. O passivo acumulado já estaria na casa de R$ 1,3 bilhão, quase três vezes o valor original do empréstimo (R$ 500 milhões).
Procurados, Corinthians e Caixa não se pronunciaram. Em outros gramados, o governo do Mato Grosso tenta dar um destino à Arena Pantanal. O governador Pedro Taques definiu o mês de novembro como o novo prazo para entregar o estádio a um operador privado. Que assim seja. No entanto, a concessão – a princípio, sob o regime de Parceria Público Privada (PPP) – já foi adiada duas vezes por falta de interessados.
Segundo o governo, uma empresa apresentou uma Manifestação de Interesse Privado (MIP) para a administração da Arena, mas a proposta ainda está em estudo. A Arena Pantanal parece ter sido erguida para dar errado. O Ministério Público investiga denúncias de propinas na construção; a Mendes Junior, responsável pelo empreendimento, abandonou os canteiros sem concluir as obras, e o estádio é um monumento ao desperdício de recursos públicos. Com poucos eventos no ano, o governo do Mato Grosso é obrigado a gastar R$ 300 mil por mês para cobrir os custos de manutenção.
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Azeite e vinagre
26/07/2018O ex-diretor do BNDES, Darc Costa, estaria flertando com o capitão Jair Bolsonaro. Darc, que era apelidado no banco de Darth Vader, é egresso dos quadros da Escola Superior de Guerra (ESG). É difícil, contudo, imaginar qualquer análise combinatória com Darc, o embaixador informal da Bolívia e Venezuela no Brasil, e Paulo Guedes, o coordenador da campanha de Bolsonaro.
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Meirelles quer fazer do governo Lula seu avalista eleitoral
20/07/2018O marqueteiro de Henrique Meirelles, Chico Mendez, já definiu uma linha para a campanha do candidato. A ideia é usar ao máximo possível a imagem de Lula, com o propósito de pegar carona na bonança econômica do seu governo e vinculá-la à gestão de Meirelles no Banco Central. Desta forma, o ex-ministro tentaria surfar nas boas lembranças da gestão do petista ainda resilientes na memória de um terço do eleitorado. O “Chame o Meirelles”, slogan bombardeado desde a semana passada na TV e nas redes sociais, ganharia, então, uma segunda linha: ao chamar Meirelles, o eleitor traria de volta a estabilidade econômica, distribuição de renda, emprego.
A iniciativa, é bom que se diga, tem prazo de duração: Lula não vai ficar calado até as eleições. Mas, ao menos, funcionaria como um ponto de partida para a campanha de Meirelles. No mundo paralelo concebido pelos publicitários do pré-candidato emedebista, o discurso implícito será na seguinte linha: o governo Lula só foi o que foi porque Meirelles fez parte dele durante cada um dos seus 2.921 dias. E os seus 694 dias à frente do Ministério da Fazenda de Michel Temer, com o desemprego na casa dos 13%? Será apenas um detalhe.
Não obstante o risco de soar como um cinismo escancarado, chega-se a dizer, entre os estrategistas de Meirelles, que ele poderia explorar sua saída da Fazenda, tratando-a como um sinal de discordância e oposição ao governo Temer. Conciliador como só ele, Meirelles teria adiado ao máximo seu desligamentdo Ministério para não aumentar a instabilidade política e institucional. A lógica é que a propaganda eleitoral suportaria o photoshop na realidade.
Segundo informações filtradas do comitê de campanha do emedebista, uma das peças de comunicação mais contundentes, que deverá ser veiculada antes da convenção do partido e da eventual homologação da cambaleante candidatura Meirelles, tem como base um discurso feito por Lula em 2010. A fala seu deu em Anápolis (GO), terra natal do ex-ministro da Fazenda. “Vocês já ouviram muitas pessoas falarem mal do Meirelles, porque os juros estão altos. Eu quero dizer ao povo de Anápolis que sou agradecido a este companheiro e à equipe econômica pela estabilidade e pelo respeito que o Brasil tem hoje no mundo”.
Acervo RR
Banco chinês
3/07/2018O chinês Haitong Bank está em busca de novos ativos bancários no Brasil. Os asiáticos desembarcaram no país em 2015, ao herdar o espólio do Banco Espírito Santo.
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Banco chinês
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Investidor russo caça fintechs no Brasil
19/06/2018Sócio do Nubank, um dos primeiros bancos digitais brasileiros, o magnata russo Yuri Milner tem se movimentado para comprar novas participações em fintechs no país. Mira, notadamente, em plataformas digitais de pagamento. Milner já teria sinalizado também o interesse em aumentar sua participação no próprio Nubank, do qual é acionista por meio do fundo DST Global. Procurado, o banco brasileiro disse “não confirmar a informação”. Dono de uma fortuna estimada em US$ 4 bilhões, o investidor carrega uma biografia pautada por controvérsias em torno da origem do seu patrimônio. Entre 2009 e 2011, o DST comprou participações no Facebook e no Twitter. Na ocasião, circularam informações na mídia internacional de que Milner era uma espécie de “front” do banco estatal russo VTB e do fundo Gazprom Investholding, ligado à estatal Gazprom, que teriam entrado no negócio camuflados sob uma rede de empresas offshore penduradas na DST.
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Complexo de Elektra
12/06/2018Três anos após a Elektra fechar suas lojas no Brasil, ex-funcionários da varejista mexicana ainda cobram na Justiça dívidas trabalhistas que somariam cerca de R$ 20 milhões. É o legado do bilionário Ricardo Salinas, que passou como um cometa pelo país e também deixou para trás o Banco Azteca, liquidado pelo BC. Talvez Salinas não tenha seguido os conselhos do consultor José Dirceu. Segundo as investigações da Lava Jato, o grupo mexicano pagou cerca de R$ 1,7 milhão à JD, a consultoria do ex-ministro
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Risco de ataque ao real deixa BC em estado de alerta máximo
11/06/2018O Banco Central não diz e nem vai dizer, mas está preocupadíssimo com a possibilidade de um ataque especulativo ao real. Os principais motivos, igualmente inconfessáveis, são o avançar da campanha eleitoral – na qual os candidatos vão apresentando seus programas de governo, que simplesmente desmontam a gestão Temer –, e as trapalhadas do atual mandatário e equipe, que perderam o controle das reformas, das medidas microeconômicas e das negociações com as entidades de classe. Existem ainda as externalidades, tais como um inconveniente rebaixamento da nota do Brasil pelas três irmãs – Fitch, S&P e Moody’s –, algum relatório de análise de uma dessas pitonisas do mercado de capitais, e ,um default mais grave desses países que estão com a corda no pescoço.
O BC tem munição pesada, não há dúvida, mas o mundo é um oceano de liquidez. Nunca foi tão perigoso dar brechas para o capital internacional. E o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, está cansado de saber desses perigos. As casas bancárias e o noticiário estão tratando o risco da disparada do dólar como algo corriqueiro, “coisas do câmbio flutuante”. Em ordem de artilharia, Ilan lançaria mão de uma bateria intensa de swaps – a despeito do previsível custo fiscal da medida e das críticas esperadas que a iniciativa vai lhe custar –, elevação dos juros Selic, imposto fiscal nas remessas para o exterior (o presidente do BC já ensaiou a mordida, aumentando a cunha fiscal de 0,38% para 1,1%), e, finalmente, a venda à vista de dólares das reservas internacionais.
Na visão do BC, apesar de o Brasil ter uma batelada de reservas, a última medida é a venda do lastro cambial. Ela sinalizaria uma enorme fragilidade do país. Seria como se uma pessoa vendesse o seguro do carro – ou abrisse mão de parte do seu valor – justamente quando sabe que vai irreversivelmente bater com ele. A compreensão é que a situação está pior porque ela tem de vender hedge na “hora da morte”.
É possível que nada aconteça, que as irrigações com swaps no mercado cambial sejam suficientes, que o câmbio seja só um espirro. Ou não. Para todos os efeitos, é preciso desviar a ideia de que a política monetária do BC está mais voltada para os juros do que para os preços. E que as decisões do Copom priorizarão os perigos de desvalorização da moeda. Seria uma confissão do que o BC não quer confessar sob risco de que o que não é pareça que é e se torne o que não deve ser. A questão é como administrar esse “coeficiente de Pinóquio” na condução das expectativas.
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Ciro Gomes acena com proposta de devassa patrimonial dos presidenciáveis
8/06/2018Ciro Gomes estuda propor publicamente aos demais concorrentes à Presidência da República que aceitem passar por uma rigorosa auditoria do seu patrimônio pessoal. A medida funcionaria como uma espécie de amplo inventário da idoneidade dos candidatos ao Palácio do Planalto, com a anuência e cooperação de diversos órgãos competentes, a exemplo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Receita Federal, Banco Central, Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) etc. Entre outras sugestões, Ciro discute com seus assessores a possibilidade de aproveitamento dos acordos operacionais feitos entre o Brasil e autoridades de outros países para a troca de informações financeiras e fiscais com o objetivo de gerar salvo-condutos para os presidenciáveis.
A medida, ressalte-se, teria um grau de profundidade e extensão muito maior do que o historicamente adotado em outros processos eleitorais. A perquirição se aplicaria não apenas ao candidato, mas também a parentes de primeiro e segundo graus. A investigação teria o devido, com a disponibilização pública das informações financeiras coletadas. A proposta embalada por Ciro Gomes pode até soar como demasiadamente invasiva. No entanto, há que se considerar que circunstâncias excepcionais pedem e justificam soluções excepcionais.
O país viverá um processo eleitoral sem precedentes, dado o grau de criminalização da política trazido – ou desvendado – pela Lava Jato. Um número de candidatos jamais visto chegará à urna eletrônica com a imagem encardida por acusações de corrupção, quando não com denúncias já formalizadas à Justiça – para não falar que o líder virtual das pesquisas à Presidência está na carceragem da PF, em Curitiba. Aos olhos da opinião pública, a premissa que prevalece hoje é a de que todos são culpados até que se prove o contrário.
Some-se a isso o fato de que o atual modelo de prestação de contas estabelecido pela legislação eleitoral revelou-se uma malha de trama larga demais, incapaz de reter devidamente indícios de enriquecimento ilícito e de eventuais malfeitos na vida pública. Em 2010, por exemplo, quando se reelegeu para o governo do Rio, Sérgio Cabral declarou ao TSE um patrimônio de R$ 843.094,42. O futuro desvendaria outras cifras. Originalmente, Ciro Gomes pensou em recuar da proposta de devassa patrimonial dos candidatos devido aos constrangimentos que ela poderia provocar junto ao PT, eventualmente um potencial aliado até mesmo para o primeiro turno. Mas, se hoje existe uma liderança política que já teve suas contas escancaradas e seus problemas assumidamente revelados é o ex-presidente Lula.
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Caminhoneiros atropelam GSI e aceleram aumento do efetivo da Abin
5/06/2018A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não passou na prova da greve dos caminhoneiros, ainda que não necessariamente apenas por sua culpa. A incapacidade de antecipar um movimento de tamanha magnitude expôs as fragilidades da agência e acentuou sua enorme demanda reprimida pelo aumento do quadro de funcionários, insuficiente para fazer frente às suas responsabilidades e atribuições. Segundo fonte da própria Abin e colaboradora do RR, a agência trabalha atualmente com um déficit de pessoal estimado em aproximadamente 1,5 mil agentes.
Por hierarquia, a percepção da opinião pública de que a área de Inteligência do governo não cumpriu seu dever, independentemente dos motivos, vai para a conta do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Não por acaso, o ministro-chefe do GSI, general Sergio Etchegoyen, tem se empenhado pessoalmente para aumentar o efetivo da Abin, acelerando a contratação dos candidatos que passaram no recente concurso para o órgão. A intenção do ministro é que ao menos 60 dos 300 aprovados sejam admitidos ainda neste ano. Outras 120 vagas seriam preenchidas no prazo máximo de 12 meses.
Está longe de ser o ideal, tanto nos números, quanto nos prazos, mas é o possível diante dos trâmites que precisam ser percorridos. Todos os aprovados ainda terão de passar por exames médicos e físicos, além do curso preparatório, que dura de três a quatro meses. Procurado pelo RR, o GSI não se pronunciou até o fechamento desta edição. O maior receio do GSI é que o próximo governo, tamanho o número de prioridades que o aguarda, sente sobre a questão e não autorize todas as contratações previstas para a Abin. O risco seria o fechamento da porta que se abriu com o recente concurso, válido somente por dois anos, ou seja, até maio de 2020. O temor é mais do que justificado diante do processo de esvaziamento dos serviços de Inteligência ao longo de sucessivos governos.
Criada em 1999, no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, a Abin é o órgão central, o músculo que bombeia o sangue para todo o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), que reúne as áreas de inteligência militares, das Polícias Federal e Rodoviária Federal, Banco Central, Ministério da Fazenda, Relações Exteriores e várias outras esferas de governo. No total, são 38 órgãos de 16 ministérios. No entanto, esse coração tem batido em ritmo cada vez mais fraco desde o governo Lula, quando teve início um gradativo processo de esvaziamento da Agência, acentuado durante a gestão de Dilma Rousseff.
Em 2015, no primeiro ano de seu segundo mandato, o desmonte do serviço de Inteligência teve o seu momento mais agudo, com a desativação do próprio GSI, reaberto pelo presidente Michel Temer. Não obstante a medida e os sucessivos gestos de aproximação das Forças Armadas feito pelo governo Temer, incluindo a própria nomeação do general Etche goyen para o comando do GSI e o aumento do orçamento militar, a Abin continuou recebendo menos do que o necessário. A manifestação dos caminhoneiros escancarou as limitações operacionais da Agência devido às restrições financeiras.
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BB e Mapfre passam por teste de fogo
30/05/2018A sociedade entre o Banco do Brasil e a Mapfre enfrenta o que talvez seja o seu momento de maior tensão em oito anos. Divergências em relação ao novo modelo societário e aos valores que os espanhóis terão de pagar para recomprar parte da antiga operação vêm atrasando sucessivamente a renovação da parceria. Outro ponto de fricção são os limites que cada um terá para fechar associações com outras companhias de seguro.
O contrato venceu em fevereiro, sob a promessa de que um novo acordo seria sacramentado até abril. Maio já foi para as calendas e até agora as partes ainda estão debruçadas sobre a mesa de negociações. Procurada pelo RR, a BB Seguridade não se manifestou sobre o assunto. Já a Mapfre informou ter assinado com o Banco do Brasil “um acordo de intenções, de caráter não vinculante”.
Ainda segundo os espanhóis, “esse documento se desdobrará em um contrato, que será aprovado por todos os envolvidos, Cade e Susep”. A Mapfre diz, no entanto, que “não há um prazo estipulado para essas ações.” Em vez das duas subsidiárias existentes desde o início da aliança, a nova estrutura prevê a existência de apenas uma joint venture com 75% nas mãos do Banco do Brasil e o restante pertencente à Mapfre.
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Aliados de aço
24/05/2018A passagem de Ciro Gomes pela CSN poderá ter um peso importante na montagem de seu eventual governo. Além da hipótese do próprio Benjamin Steinbruch ser o vice de Ciro em uma aliança com o PP, outro nome ligado à empresa e recorrentemente citado na campanha do pedetista é o do atual presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli. O executivo é visto como um forte candidato a integrar a equipe econômica de Ciro em caso de vitória na eleição. Ambos foram contemporâneos na CSN – Ciro como presidente da Trans-nordestina e Caffarelli na diretoria de RI da siderúrgica. Por sinal, coincidência das coincidências, entraram juntos, em março de 2015, e saíram juntos, em maio de 2016.
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Apple Pay
23/05/2018Os bancos e suas maquininhas de cartões vão ganhar um concorrente arisco. A Apple está entrando pesado no efervescente mercado brasileiro de pagamentos eletrônicos. Por meio do Apple Pay, a meta é chegar a mil estabelecimentos credenciados no país até o fim do ano.
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Segue o tango no Banco do Brasil
23/05/2018Em meio à crise argentina, o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, foi pessoalmente a Buenos Aires dissipar os rumores sobre uma possível venda do Banco Patagonia. Há cerca de duas semanas, participou de um evento com mais de 280 executivos e funcionários para afirmar que o BB mantém os planos de uma oferta de ações do banco, mas mantendo sua posição de acionista controlador. Hoje, sua participação é de 59%. Consultado, o Banco do Brasil informou que “a operação é rentável e o Banco Patagonia, promissor, e o que se avalia é a possibilidade do re-IPO.”
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Em caso de derrota
14/05/2018Com a adesão do Banco do Brasil, da Caixa e de outras instituições financeiras, o processo de arbitragem coletiva contra a Petrobras poderá passar dos R$ 25 bilhões. Esta é a estimativa com a qual a própria estatal trabalha em caso de derrota.
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As fintechs do Votorantim
10/05/2018A liquidação do Banco Neon é um limão que vai virar limonada nas mãos dos Ermírio de Moraes e do Banco do Brasil, seu sócio. O Banco Votorantim não só fechou a compra da Neon Pagamentos como pretende fazer um aporte de cerca de R$ 40 milhões no negócio. A ideia é transformar a empresa em ponta de lança para a aquisição de outras fi ntechs.
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Aumento de capital racha a Kepler Weber
10/05/2018A Assembleia Geral Extraordinária da Kepler Weber marcada para hoje será realizada sob um clima de tensão. Um grupo de acionistas – entre os quais o Banco Clássico, de Juca Abdalla – contesta o novo estatuto proposto pela administração. O ponto de fricção é o possível aumento do capital social da Kepler Weber, que tem como principais acionistas Previ e Banco do Brasil. O valor poderá chegar a R$ 1,8 bilhão, mais de sete vezes o atual (R$ 234 milhões).
Para os minoritários, a direção da companhia, presidida por Anastácio Fernandes Filho, estaria preparando o terreno para uma chamada de capital com o objetivo de diluir a participação dos atuais acionistas e permitir que um novo investidor assumisse uma posição majoritária. Desde já um dos investidores que possivelmente não acompanharia o aumento de capital é Fernando Heller Brochado, dono de 13% da empresa. O BC declarou seus bens indisponíveis após a liquidação da TOV Corretora. E Previ e BB? Atenderão à possível chamada ou terão suas participações diluídas? Consultados, ambos não se pronunciaram.
A Kepler Weber e o Banco Clássico também não se manifestaram. A história recente da Kepler Weber tem sido marcada por guinadas bruscas e suspeitas operações no mercado. No fim do ano passado, a AGCO, um dos maiores fabricantes de máquinas agrícolas do mundo, fez uma oferta pelos 34% da companhia pertencentes à Previ e ao BB – que seria estendida aos demais acionistas. A CVM, no entanto, questionou a operação e os norte-americanos desistiram do negócio. Pouco depois, a partir do mês de novembro, fundos de investimentos passaram a realizar negociações cruzadas com as ações da Kepler Weber em bolsa, o que fez o preço do papel desabar – ver RR edição de 21 de março. De lá para cá, a ação caiu de R$ 21 para R$ 11. Parece o cenário propício para o bote de um forasteiro.
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Amazon quer fazer um strike com a Saraiva e a Livraria Cultura
27/04/2018A Amazon está rascunhando o que pode vir a ser um best seller das operações de M&A no Brasil. A obra em questão passa pela aquisição conjunta da Saraiva e da Livraria Cultura e a consequente criação de uma rede com mais de 120 lojas e faturamento anual da ordem de R$ 2,5 bilhões. Segundo a fonte do RR, executivo de uma editora nacional credora das duas livrarias, as conversas são conduzidas por um grande banco europeu.
Por sinal, além do papel de adviser, essa instituição encarna outros dois personagens neste enredo: é credora das duas empresas e, desde fevereiro, vem comprando seguidos lotes de ações da Saraiva. A situação de vulnerabilidade das duas redes de livrarias joga a favor da Amazon. A Cultura, é bem verdade, ainda tem conseguido se aprumar graças à capitalização de R$ 150 milhões feita pela francesa Fnac no ano passado. O caso da Saraiva é bem mais complicado.
Com uma dívida superior a R$ 300 milhões, a companhia passa neste momento por uma dura negociação com 31 editoras para o pagamento de atrasados. Na semana passada, cortou à metade o número de diretorias. Não é de hoje que a Amazon ronda a Saraiva. Desta vez, no entanto, há uma série de variáveis que aumentam o interesse não só pela empresa, mas também pela Cultura.
O primeiro deles é aproveitar a “pechincha”. O valor de mercado da Saraiva hoje não passa de R$ 140 milhões – já foi de quase R$ 1,5 bilhão. Ao mesmo tempo, a Amazon considera estratégico montar uma grande estrutura física, diante de recentes movimentos feitos no Brasil. Há cerca de seis meses, iniciou a venda de eletroeletrônicos. No início deste mês, abriu sua plataforma de marketplace no país para livrarias e distribuidores. Há ainda um caráter defensivo na possível aquisição da Saraiva e da Cultura. O Alibaba, outra gigante do e-commerce global, também está se instalando no Brasil.
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Bancos precisam reduzir os juros antes que algum interventor o faça
2/04/2018A pressão que tem sido realizada sobre os bancos para que reduzam as taxas de juros é legítima e já vem tarde. O custo dos empréstimos no país é uma espécie de carcinoma que ignora ciclos, crescimento econômico, conjuntura internacional, lucratividade bancária e medidas de ajuste favoráveis ao setor. Os juros simplesmente não caem, ou, para ser mais preciso, invariavelmente sobem. A recente elevação das taxas, mesmo com a Selic baixando para seu piso histórico, é uma prova de que o sistema bancário se descolou dos fundamentos. Curioso, entretanto, é que a pressão para que os bancos reduzam as taxas surge justamente no momento em que as externalidades fortalecem sua motivação para manter os juros altos ou até avançar “ ”.
As discussões mais reservadas na Febraban indicam que as próximas eleições presidenciais serão as mais ameaçadoras para as instituições financeiras desde a abertura democrática. Nem mesmo com Fernando Collor e Lula houve tamanha imprevisibilidade. O primeiro, é bem verdade, surpreendeu o país com um plano de confsco da base monetária, que ninguém no planeta acreditaria se fosse avisado antes. Collor, contudo, devolveu as avarias causadas aos bancos com ganhos de rentabilidade. Lula garantiu a tranquilidade do sistema antes mesmo de assumir, assinando uma duplicata política na qual assegurava que tudo o que tinha dito não valia mais.
A partir daí passou a se gabar de que em seu governo o povo e os bancos foram grandes ganhadores. Nesse interim, a banca privada nacional mostrou solidez adquirindo quase uma dezena de gigantescas instituições estrangeiras que ousaram tentar a sorte no mercado brasileiro. O infortúnio de alguns concorrentes que quebraram no meio do caminho e a adoção de um Programa de Estímulo à Reestruturação do Sistema Financeiro (Proer) permitiram que cinco instituições viessem a se tornar donas de mais de 70% dos ativos bancários do país. Um relatório confidencial de 82 páginas elaborado no ano passado pela Insight Comunicação mostra a concentração bancária em terceiro lugar na sondagem feita a especialistas sobre os principais motivos para juros tão elevados.
Em meio a essa cobrança da sociedade e ao indiscutível reconhecimento da oligopolização bancária é que se darão as eleições de 2018. Neste certame, pela primeira vez o financiamento direto de campanha não será uma variável tão determinante nos resultados e nos compromissos dos candidatos. Os bancos tinham uma tradição de investirem grandes verbas nas campanhas. A redução dos juros deverá estar presente nos programas de todos os candidatos. Quem não considerar o assunto será acusado de omissão suspeita.
Dois candidatos bem situados, Ciro Gomes, pela esquerda, e Jair Bolsonaro, pela direita, são promessas de intervenção no intocável sistema financeiro. Por essas e por outras, os acionistas do Itaú fizeram a maior distribuição de dividendos da história. Melhor o dinheiro no bolso agora antes que surja algum percalço depois. Por uma outra lógica que não a bancária, o momento seria o de baixar os flaps dos juros, fazendo uma sinalização de boa política. Só que o sistema funciona ao contrário. Ao se depararem com o risco de serem abalroados, os bancos sobem ainda mais os juros. Tem nexo. Haverá um novo teste na próxima reunião do Copom, quando é prevista mais uma redução da Selic, desta vez para 6,25%. Se os juros bancários não descerem, e não deverão descer, não será provocação, mas, sim, a lógica do sistema em movimento. Em algum momento é fundamental quebrar essa inércia. Se não forem os próprios bancos a corrigirem suas disfunções, é temerário o que pode acontecer.
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José Marcio Camargo surge como alternativa para que o BNDES não se torne o “Banco do Jucá”
29/03/2018Aparentemente está tudo certo na sucessão da equipe econômica. O secretário executivo da Fazenda, Eduardo Guardia, assumiria a Pasta. O secretario de Acompanhamento Econômico, Mansueto de Almeida, iria para o Ministério do Planejamento. E o atual titular do Planejamento, Dyogo de Oliveira, que ameaçava sair se não fosse nomeado ministro da Fazenda, iria para o BNDES. Uma solução ao contento do que desejava Henrique Meirelles.
Em Brasília, comenta-se que a dança do miudinho, ritmo nordestino em que as partes se sacolejam com passos curtos, tem sido praticada, dia sim, dia não, por Michel Temer e Meirelles. Na sucessão da equipe econômica, Temer prometeu a Meirelles que pedido feito seria pedido aprovado. Teve de contornar as demandas de parte do MDB. O partido pleiteava o cargo de ministro da Fazenda para Dyogo de Oliveira.
A carga contra Guardia e Mansueto, por sua vez, era porque ambos estariam mais identificados com o PSDB do que com o MDB. Seria um contrassenso entregar o filé da reforma ministerial ao inimigo em um ano eleitoral. Até ontem, o senador Romero Jucá – um dos articuladores da campanha contra os pupilos de Meirelles, chamando-os de quinta coluna a serviço dos tucanos – trabalhava nos bastidores para que seu apadrinhado Oliveira emplacasse na Fazenda. O BNDES, segundo ele, seria um prêmio de consolação. O problema de Oliveira é que, em qualquer dos cargos, ele carregará o DNA de Jucá e, portanto, a marca da Lava Jato como legado do seu protetor.
Com a virtual confirmação de Guardia na Fazenda, a presidência do BNDES virou motivo de comemoração entre os emedebistas. Em meio às intrigas da Corte, um nome surgiu ontem como tertius: o do economista José Marcio Camargo. Sua indicação para a presidência do BNDES repetiria o modelo adotado na escolha de Paulo Rabello de Castro. Ou seja: seria da cota pessoal do presidente Temer. A medida teria por objetivo blindar o banco neste período eleitoral, desassociando-o de nomes e fatos políticos.
Camargo tem serviços importantes prestados ao Palácio do Planalto e à presidência da Câmara dos Deputados. Esteve presente em todas as reuniões com empresários e parlamentares para explicar as reformas. O ex-professor da PUC-RJ tem bom relacionamento com o núcleo duro do governo e é afinadíssimo com Guardia e Mansueto. Atualmente é economista da gestora de recursos Opus. Trata-se de uma candidatura eminentemente técnica, sem mácula de qualquer ordem. Um predicado de valor inestimável para um presidente do BNDES.
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Genso, o “imexível”
27/03/2018Apesar da sua ligação com Ademir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil, e de ter sido indicado para o comando da Previ por Dilma Rousseff, Gueitiro Matsuo Genso permanece prestigiado pelo Palácio do Planalto. Genso tem dito para os diretores do fundo de pensão que será reconduzido ao cargo em abril.
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Apoio mútuo
26/03/2018O diretor da GRT Partners e fundador do Banco Pactual, Luiz Cezar Fernandes, tem conversado com o controlador do BTG, André Esteves. Os dois, que já se detestaram, hoje mantêm uma relação afetuosa. Fernandes previu no ano passado que o Brasil decretaria o calote da dívida interna em breve. E Esteves permanece encalacrado com processos na Lava Jato.
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BB e Previ sofrem ataque especulativo na Kepler Weber
20/03/2018Banco do Brasil e Previ, os dois principais acionistas da Kepler Weber, têm fortes motivos para acreditar que estão no meio de um bombardeio especulativo. Nos últimos dois meses, fundos de investimento têm feito seguidas negociações cruzadas com os papéis da fabricante de silos, derrubando o preço da ação. Coincidência ou não, a blitzkrieg começou pouco mais de um mês depois da abrupta desistência da norte-americana AGCO em comprar o controle da Kepler Weber.
Segundo o RR apurou, um grande banco norte americano e uma importante gestora de recursos brasileira estão entre os operadores mais agressivos do papel. De meados de janeiro para cá, a cotação já caiu 40% – no mesmo intervalo, o Ibovespa subiu em torno de 6%. Tomando-se como referência o valor de mercado da Kepler Weber e suas respectivas participações acionárias, BB e Previ já perderam R$ 80 milhões nesse período. Segundo o RR apurou, BB e Previ já teriam acionado a CVM.
A velocidade de compra e venda das ações da Kepler Weber caracteriza operações atípicas com o papel, com considerável impacto sobre as cotações. O título da empresa é negociado ao menor preço dos últimos dois anos – ou o segundo menor desde 2013. Esse valor, ressalte-se, pode cair ainda mais por conta de outra variável que se entrelaça com as recentes operações em bolsa. No mercado circula a informação de que o liquidante da massa falida da corretora TOV deverá vender em leilão as ações pertencentes ao dono da instituição, Fernando Heller Brochado: trata-se de 12% do capital da fabricante de silos, um volume considerável, que, ao chegar à bolsa, muito provavelmente pressionará ainda mais as cotações.
Tudo parece conspirar para um bote sobre o capital da Kepler Weber. Procurado, o BB disse “não confirmar as informações”. Já a Previ não se pronunciou. Por sua vez, a CVM afirmou que “não comenta casos específicos, inclusive para não afetar trabalhos de análise ou apuração que entenda pertinentes.” No ano passado, quando a ação estava cotada na casa dos R$ 17, a AGCO, um dos maiores fabricantes de máquinas e implementos agrícolas do mundo, fez uma oferta de R$ 22 pelos papéis da Previ e do BB – que seria estendida aos demais acionistas. A CVM, no entanto, questionou a operação, uma vez que a proposta de recompra do restante dos papéis só poderia ser feita pela própria Kepler Weber ou por um acionista majoritário, o que, àquela altura, não era o caso dos norte-americanos. Sem conseguir dobrar o órgão regulador, a AGCO desistiu do negócio. Será que desistiu mesmo? Consultada, a empresa reafirma que sim.
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Credores triscam nos calcanhares de Benjamin
14/03/2018O acordo de alongamento da dívida da CSN, fechado em fevereiro, não trouxe o sossego esperado por Benjamin Steinbruch. Os principais credores, entre os quais Banco do Brasil e Caixa Econômica, pressionam o empresário a apresentar um plano de desmobilização de ativos. O temor dos bancos é que a bola de neve volte a crescer no curto prazo sem a adoção de medidas mais agudas para a redução da dívida. O passivo da CSN beira os R$ 29 bilhões.
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Previ sem sucessão
12/03/2018O presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, trabalha nos bastidores para assegurar a permanência de Gueitiro Genso no comando da Previ. O mandato de Genso se encerra neste ano. No Planalto, o encarregado do assunto é o ministro Eliseu Padilha.
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Térmicas a carvão renascem das cinzas com dinheiro do BNDES
9/03/2018O carvão vai sair do index do BNDES. O banco iniciou estudos para retomar o financiamento de termelétricas desta modalidade, praticamente banidas na gestão de Maria Silva Bastos. O projeto em discussão passaria pelo lançamento de um programa de renovação do parque térmico a carvão no país, cuja capacidade instalada caiu de 1,7 mil MW para 1,2 mil MW no intervalo de um ano devido ao fechamento de plantas obsoletas. O assunto já está sendo tratado com investidores do setor, representados pela Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM).
Segundo o RR apurou, o presidente da ABCM, Fernando Luiz Zancan, teria tido dois encontros recentes com o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro. Procurado, o banco confirmou ter recebido propostas da ABCM, que ainda serão “apreciadas em reuniões internas para avaliação de alternativas.” A proposta principal dos investidores é complexa: a substituição de todo o parque gerador por seis novas térmicas de 350 MW cada uma, ao custo total de US$ 5 bilhões.
O argumento é que é mais barato recomeçar do zero do que apostar nas plantas em operação, em sua maioria com alto grau de obsolescência. Como contrapartida, além da perspectiva de redução do custo da energia, com a construção de usinas mais eficientes, a proposta chega revestida por um apelo ambiental. As térmicas seriam construídas com tecnologia de captura de carbono.
Até onde é possível separar uma coisa da outra, a suspensão dos financiamentos a térmicas a carvão se deu mais por uma decisão de diretoria do BNDES do que por uma política de governo. O próprio Plano Decenal de Expansão de Energia, da Empresa de Pesquisas Energéticas, prevê o aumento da oferta de energia a carvão de 20% entre 2016 e 2026. Em que pese o risco ambiental, maior fator para a anatematização do mineral, dois pontos estimulam o aumento dos investimentos no setor: as expressivas reservas da matéria-prima no país e o fato de se tratar de uma energia não indexada a moeda estrangeira.
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Ecovix ganha fôlego
8/03/2018Contra todos os prognósticos, a Ecovix começa a submergir da grave crise que quase a levou ao naufrágio. Segundo o RR apurou, os principais credores do estaleiro já deram seu aval para a aprovação do plano de recuperação judicial da companhia na assembleia programada para o próximo dia 15. Trata-se de um passo decisivo para o equacionamento da dívida de R$ 8 bilhões. Além dos credores financeiros, a começar pelo Banco do Brasil, o plano conta com o apoio da própria Petrobras. A estatal foi parte diretamente envolvida na crise da Ecovix ao suspender, em 2016, a encomenda para a construção de três cascos para navios-plataforma. A recuperação do estaleiro significa a manutenção de aproximadamente três mil postos de trabalho. Não é pouca coisa.
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O fim de uma estruturadora de projetos
7/03/2018Discretamente, o BNDES e o pool de bancos privados associados à iniciativa desativaram a Estruturadora Brasileira de Projetos (EBP). A empresa foi criada em 2008 com a finalidade de elaborar estudos e modelos para concessões públicas, notadamente na área de infraestrutura. Teve alguma valia nas licitações realizadas no primeiro mandato de Dilma Rousseff. No governo Temer, no entanto, praticamente sumiu do mapa. No fi m de 2016, a Empresa de Planejamento Logístico, vinculada ao Ministério dos Transportes, assumiu a coordenação dos estudos para concessões rodoviárias, ferroviárias e portuárias, esvaziando consideravelmente a EBP.
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Safra flerta com um déjà vu na celulose
2/03/2018A eventual fusão da Suzano com a Fibria poderá trazer um gostinho de passado ao futuro da indústria brasileira de celulose. O Banco Safra estaria assessorando a empresa dos Feffer nas conversas com o Grupo Votorantim. Mais do que isso: para além da função de adviser, o banco de Joseph Safra já teria demonstrado interesse em vestir também o figurino de sócio na operação, com uma participação minoritária na nova companhia. Seria um tonitruante retorno ao setor. O Safra era sócio dos Ermírio de Moraes e do empresário Erling Lorentzen na antiga Aracruz, que posteriormente foi incorporada pela Votorantim Celulose e Papel para dar origem à Fibria. A Aracruz não terminou bem, mas essa é outra história.
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Cassi faz mal à “saúde” dos funcionários do Banco do Brasil
1/03/2018A reestruturação da Cassi, o deficitário plano de saúde do Banco do Brasil, tem provocado um tiroteio de informações desencontradas dentro da instituição. A questão que causa maior rebuliço envolve a possível mudança no modelo de contribuição para o caixa de assistência médica. A direção do BB estaria fazendo estudos e simulações para a equiparação dos percentuais pagos pelos trabalhadores e pelo banco.
Hoje, cada funcionário recolhe um adicional de 3% sobre o salário. A instituição financeira, por sua vez, entra com 4,5%. Procurado, o BB nega alteração das regras. Está feito o registro. No entanto, segundo o RR apurou, proposta nessa linha consta do plano de ações apresentado pela consultoria Accenture à diretoria do BB. O próprio tamanho do rombo da Cassi é uma incógnita. No ano passado, estava na casa dos R$ 150 milhões. Em poucos meses, no entanto, já teria superado os R$ 220 milhões.
O banco informa que os dados estão sendo apurados e serão divulgados até 31 de março. Até lá, o assunto deverá ganhar ainda mais decibéis dentro do BB, amplificado pelo clima eleitoral na Cassi. Entre os dias 16 e 28 de março, os funcionários do banco vão escolher
dois diretores, quatro integrantes para o Conselho Deliberativo e outros dois para o Conselho Fiscal da entidade. A direção do BB conseguiu amalgamar uma coalizão integral: todas as quatro chapas que disputam o pleito bombardeiam a má gestão gestão da Cassi e
o déficit acumulado.
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Credores caçam as contas de João Lyra no exterior
5/02/2018Os credores da Laginha Agro Industrial, a finada holding de João Lyra, estão com a faca entre os dentes diante da revelação da Justiça de que o usineiro mantém contas secretas naquele país. Bancos e fornecedores vão solicitar à Justiça brasileira o bloqueio de recursos do empresário no exterior para cobrir as dívidas deixadas pela Laginha. O passivo total é de mais de R$ 2 bilhões. Lyra, não custa lembrar, também está na mira da Lava Jato, que investiga possíveis irregularidades em empréstimos feitos pela BR Distribuidora às suas usinas, com a intermediação do senador Fernando Collor.
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Temporada de IPOs
30/01/2018O Credit Suisse é um bom termômetro do reaquecimento dos IPOs na bolsa brasileira. Entre ofertas de ações prestes a sair do forno e prospects bem engatilhados, o banco está envolvido com oito operações. A fila deverá ser puxada com a abertura de capital da RiHappy, rede de lojas de brinquedos controlada pelo fundo norte-americano Carlyle.
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Uma mensagem de alerta para o BC e a CVM
19/01/2018A notícia de que o Telegram vai lançar sua própria moeda virtual já mobiliza o Banco Central e a CVM. Tudo indica que a criptonovidade não tardará a chegar ao Brasil, dada a importância do mercado para o negócio – estima-se que o país concentre algo em torno de 20% dos usuários do aplicativo de mensagens em todo o mundo. O poder de alcance da nova moeda é justamente uma das questões que preocupam as autoridades e tornam o trabalho de fiscalização ainda mais complexo. Calcula-se que o Telegram tenha de 15 milhões a 20 milhões de usuários cadastrados no Brasil, todos potenciais investidores da futura divisa eletrônica. Ressalte se ainda que o aplicativo russo é conhecido por ser uma muralha inviolável, com um grau de sigilo das mensagens superior ao de seus congêneres, como o próprio WhatsApp. Tem a fama de ser o preferido daqueles que não querem ser lidos e vistos em hipótese alguma – segundo investigações, terroristas utilizaram o Telegram para organizar o atentado ao metrô de São Petersburgo, em abril do ano passado, que deixou 15 mortos.
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Privatização será a agenda do próximo quadriênio
18/01/2018Não é possível dizer com absoluta certeza que as estatais têm um encontro marcado com a privatização no quadriênio 2019/2022, mas essa probabilidade é enorme. À exceção óbvia de Lula, que tem como bandeira a preservação do status quo das grandes empresas do Estado, os demais candidatos à Presidência ou defendem a desestatização abertamente ou se mostram ao menos sensíveis à medida. A julgar pelas suas próprias declarações ou de seus assessores, Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Eletrobras e Embrapa, só para citar as mais votadas, se tornarão public company ou serão simplesmente transferidas para o setor privado.
O ambiente político, segundo o discurso desses candidatos, estaria maduro para a privatização dos ícones do Estado. O exemplo da Eletrobras é convincente. Não houve nenhuma reação à medida além dos entraves de praxe na burocracia e na área jurídica. O candidato Jair Bolsonaro já afirmou que privatizaria a Petrobras, para início de conversa. Seu virtual ministro da Fazenda, Paulo Guedes, teria vendido todos os ativos da União há meio século. O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, o “Chuchu”, é mais cauteloso; murista conforme a tradição tucana. Mas seus assessores econômicos Marcos Lisboa, Roberto Gianetti e José Roberto Mendonça de Barros não deixam dúvida sobre suas convicções privatistas. Mesmo que alguma parte do estoque seja preservada.
Se Luciano Huck vier candidato, a desestatização já é dada como certa. Seu inconteste futuro ministro da Fazenda, Armínio Fraga, está rouco de defender a medida. Igualmente enfático é o principal assessor de João Amoedo, candidato do Partido Novo, o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco. O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, que namora uma candidatura pelo PSB, não tem dúvidas: “Tem que privatizar”. Ele enxerga na medida uma forma de coibir as práticas ilícitas que grassam no Estado. Marina não fala sobre o assunto, aliás, pouco fala sobre qualquer coisa. Mas seu vistoso assessor da área econômica, Eduardo Gianetti, está no time da privatização. Henrique Meirelles – o pré-candidato “dois em um”, que traz a tiracolo ele próprio como seu Ministro da Fazenda – já disse que a privatização é uma “agenda nacional” e “ainda tem muita a coisa a vir nesta área”. Sobra quem? Ciro Gomes, que oscila entre meter o pau nas estatais e afirmar que elas são fundamentais para alavancar o projeto de desenvolvimento nacional.
Digamos que Ciro pouparia a Petrobras. Para o mal ou para o bem, o mercado já está valorando as estatais. A consultoria estrangeira Roland Berger estima que está entre R$ 400 bilhões e R$ 500 bilhões o preço de 168 estatais e 109 subsidiárias da União. Há razões ideológicas e até fetichistas na pulsão de venda ou destruição das estatais. Mas a verdade é que ela explicita o desespero em relação ao trade off entre as demandas legítimas da democracia – e suas despesas respectivas – e a incapacidade de cortar os gastos até o osso, atendendo ao mesmo tempo à exigência de crescimento com justiça social. É um enrosco e tanto a banalização do ajuste fiscal, quer seja pelos argumentos de direita ou de esquerda.
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Herança maldita
15/01/2018A venda da Continental para a Electrolux está longe de resolver o problema da multidão de credores da mexicana Mabe, antiga proprietária da marca de eletrodomésticos. O valor arrecadado, da ordem de R$ 70 milhões, será prioritariamente destinado ao pagamento dos débitos trabalhistas. Pouco sobrará para fornecedores e bancos – o passivo original do grupo supera os R$ 400 milhões. Uma das maiores fabricantes de eletrodomésticos da América Latina, a Mabe praticamente virou as costas para o Brasil da noite para o dia, deixando para trás duas fábricas e mais de dois mil trabalhadores.
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A cartilha de Levy
9/01/2018O documento encomendado pelo ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy ao Banco Mundial, que criou celeuma por sugerir uma dura “agenda liberal” para o país cumprir a PEC do Teto, está sendo usado a torto e a direito pela assessoria de Lula. Como se sabe, o ex presidente prometeu que seu governo será disciplinado do ponto de vista fiscal. Mas, não quer apenas repetir Michel Temer e Henrique Meirelles. Pretende buscar ideias novas de diversas origens. O documento do Banco Mundial é abundante em propostas para o equilíbrio das contas públicas. E grande parte delas extingue com benefícios dos, digamos assim, endinheirados do país. No mesmo documento, há uma proposta detalhada para a adoção do imposto de renda negativa, entenda-se como uma política de renda mínima para todos os brasileiros.
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Há mais do que aviões de carreira nos céus brasileiros
5/01/2018A Líder Aviação, empresa de táxi aéreo, estaria na prateleira. A companhia, que atravessou um período de resultados crescentes fazendo transporte para as plataformas de petróleo offshore, viu esse mercado desabar. As operações offshore ocupavam mais de 100 helicópteros no país e a projeção era de que esse número chegaria a 200 aeronaves em 2020. Hoje são menos de 70. Procurada pelo RR, a Líder nega a venda do controle. Está feito o registro. De toda a forma, a empresa está lustrada para a venda. Na feira da Labace, a Líder anunciou que tinha fechado quatro negócios que não se realizaram. A empresa está preocupada com sinalizações de que sua situação é decadente. E tome de marketing e ações confeitivas. É ver até quando dá.
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Se o governo topar e o Congresso aprovar a participação de 100% de capital estrangeiro nas companhias aéreas, o país não terá mais empresa nacional no setor. Todas as aerolinhas já sinalizaram que venderão integralmente suas ações. Dependendo da forma que se olhe, é bom à beça, pois as companhias serão capitalizadas; ou ruim, porque é mais uma parcela da burguesia nacional que se escafede e um centro de decisões que é exportado.
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O apoio de pai para filho do BNDES, assim como sua participação no capital e verbas de fomento concedidas à Embraer nestes anos todos, além da presença quase exclusiva no financiamento de aeronaves, são alguns pontos discutidos em um dos mais altos andares de Brasília. Gente que quer ordenhar os recursos do banco. O consenso é que a operação de maior envolvimento com a Boeing, quer seja uma amizade colorida ou matrimônio, pode ter senões de diversas ordens, mas é boa para o banco, que vai ter um dos seus ativos bastante valorizados.
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O chinês HNA Group, acionista do Galeão, teria aberto tratativas para a compra da participação da Triunfo no aeroporto de Viracopos. A companhia brasileira é dona de 45% da Aeroportos do Brasil, controladora da concessão. Ressalte-se que a Triunfo está com a corda no pescoço: carrega uma dívida de R$ 2,5 bilhões e segue às voltas com um intrincado processo de recuperação extrajudicial.
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Prazo de validade
5/01/2018A permanência de Conrado Engel no Conselho do Santander Brasil e no posto de chairman da Olé Consignado, subsidiária do banco, seria apenas um rito de passagem. Segundo o RR apurou, Engel, que está deixando a vice-presidência de varejo da instituição, se desligaria em definitivo das demais funções até o meio do ano. Para os espanhóis, o tempo de Engel, que foi também presidente do HSBC Brasil, estaria chegando ao fim.
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Na esteira
2/01/2018
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Segunda chance
28/12/2017
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“Chefão de Macau” tenta a sorte no leilão das loterias da Caixa Econômica
14/12/2017O governo atirou no que não viu e pode acabar acertando. Há indicações de que o “chefão de Macau”, Lui Che Woo, poderá participar da disputa pela concessão da Loteria Instantânea da Caixa Econômica Federal (Lotex). Trata-se de um peso pesado da jogatina internacional. É o segundo maior dono de cassinos do mundo, e controla corridas de galgo e apostas de cavalo, entre outros jogos de azar. Tem um singelo patrimônio líquido de US$ 21 bilhões.
O governo esperava o interesse dos players mundiais, até porque o Brasil sempre esteve fechado ao capital estrangeiro e há excesso de liquidez internacional para apostas no mercado brasileiro. Mas a expectativa era da vinda de operadores do segundo time, empresários mais focados na área de loteria. Segundo informações do próprio governo, dos 10 maiores principais grupos lotéricos mundiais, pelo menos cinco concorreriam pela concessão da Lotex. O coordenador do road show em Londres e Las Vegas foi o secretário de Acompanhamento Econômico, Mansueto de Almeida. Trata-se de um técnico fiscalista, que, com certeza, enxerga na privatização da Lotex uma avenida para concessões de diversas naturezas na área do jogo de azar.
É dinheiro que vai financiar o déficit público e adubar o investimento. A previsão para o leilão da lotérica é em fevereiro, no mais tardar em março. O governo, contudo, torce para que o Senado Federal aprove, no encerramento do ano, o projeto do senador Ciro Nogueira (PP), que legaliza o jogo do bicho, bingo, vídeo-bingo, apostas esportivas e não esportivas, cassinos on line e complexos de lazer integrados em torno da atividade do jogo. Em novembro, 15 governadores se reuniram em Brasília para aprovar o projeto. Eles agora já somam 19. O que uma história tem a ver com a outra? Elementar, meu caro Watson. Primeiramente, a sinalização da abertura ampla, geral e irrestrita do jogo do Brasil para o mundo aumenta sobremaneira o apetite em relação ao leilão da Lotex nessa primeira fase. Quem chegar primeiro ao mercado brasileiro acabará por ter vantagens em termos de futura integração dos jogos de azar. Segundo, porque a loteria é só um biscoito perto das demais operações, a começar pelos cassinos – ou complexos de lazer – de onde o governo espera uma arrecadação tributária de R$ 20 bilhões ano.
Além de Meirelles, Mansueto e outros paladinos do ajuste fiscal, quem está vibrando com a Las Vegas brasileira é a Caixa Econômica, que vai encontrar uma função nova e um fonte de receita em valores que jamais estiveram no seu radar. O banco participaria da jogatina através da Caixa Participações (CaixaPar) – criada para estimular projetos estruturantes. Assim, como hoje existe a Lotex, não há nada que impeça, futuramente, a existência da “Caixa Cassino”. A CEF, assim como o ministro Moreira Franco, o maestro das privatizações, pensa obsessivamente nessa janela de oportunidade.
Essas intrincadas configurações que, sob certa ótica, levam o país para o primeiro mundo, onde o jogo é legalizado na maior parte das nações, curiosamente acontecerão no Brasil em um ano eleitoral, quando se testará a legislação que proíbe o financiamento de campanha através de doações de empresas privadas. Fica uma pergunta no ar: o que tem a ver Moreira Franco com Sam Giancana, um dos capos das cinco famílias mafiosas que ajudaram a eleger John Kennedy? Simplesmente nada, nadinha. Pura provocação! Moreira é grande artificie das concessões e entusiasta da vinda dos “chefões do jogo” para o Brasil. Não tem aspirações presidenciais, mas de ser eminência parda. Por sua vez, Sheldon Adelson, presidente e CEO da Las Vegas Sands, e Stanley Ho, o “rei de Macau”, são chamados de godfathers dos grandes cassinos mundiais, mas não têm qualquer tipo de associação com a Yakuza, Vozdovac, Surcin, Carteis de Cali e Medelín, Cosa Nostra, Fratellanza Soincevskaja Mafi ya, Sun Yee On, Ndrangheta e outras organizações do gênero. A turma do jogo é tutti buona gente.
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Caixa paga menos a clubes
14/12/2017A Caixa Econômica promete entrar com o pé alto nas negociações dos contratos de patrocínio a times de futebol em 2018, entre eles Flamengo, Vasco, Atlético-MG e cia. O banco estuda um corte de até 10% no valor total dos acordos. Em 2017, o desembolso com os 26 clubes que estampam a logomarca da Caixa em suas camisas foi de R$ 145 milhões. Para a maioria dos times, sempre com o pires na mão, não há para onde correr. A Caixa se tornou praticamente monopolista no patrocínio ao futebol brasileiro.
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A hora é agora
13/12/2017A direção do Banco do Brasil avalia uma nova emissão de títulos no exterior. Os ventos sopram a favor das instituições bancárias brasileiras. Nas últimas semanas, Itaú e BTG captaram, respectivamente, US$ 1,25 bilhão e US$ 500 milhões. O próprio BB emitiu em outubro cerca de US$ 1 bilhão em bônus. Foi pouco vis-à-vis à demanda de investidores por papéis, que passou de US$ 5,5 bilhões. Procurado, o banco informou que “analisa regularmente oportunidades de captação em mercado”.
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Clima tenso
8/12/2017Nos corredores do JP Morgan circula a informação de que o banco vai limar boa parte da equipe de asset management no Brasil. A medida se daria depois de concluída a transferência da gestão dos fundos locais para o Santander, anunciada nesta semana. A administração dos fundos internacionais passaria a ser feita quase toda lá de fora.
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Triste corrida
6/12/2017Emerson Fittipaldi está levando mais uma fechada de seus credores. O Banco ABC Brasil teria solicitado à Justiça o leilão de um novo lote de bens do ex-piloto, incluindo dois dos itens mais preciosos do seu patrimônio: um Copersucar original da temporada da F-1 de 1977 e o Penske com o qual Fittipaldi conquistou o campeonato de F-Indy em 1989. Certamente, vai doer mais no ex-piloto do que a perda da fazenda de 410 hectares em Araraquara, no valor de R$ 10 milhões, leiloada pela Justiça no fim de novembro.
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Ponto final
6/12/2017Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco ABC Brasil, Emerson Fittipaldi, Carlyle e Polícia Federal.
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Kepler Weber entra no radar dos chineses
28/11/2017A fila andou e a chinesa Zeng Chang surge no caminho da Kepler Weber. Segundo o RR apurou, dentro da própria Previ e do Banco do Brasil, acionistas da fabricante de silos, o grupo asiático é apontado como forte candidato à compra da companhia. A bola está quicando à sua frente depois que a norte-americana AGCO supreendentemente desistiu de adquirir as participações do fundo de pensão e do Banco do Brasil – Banco de Investimentos (BBBI) na Kepler Weber – a operação já havia sido, inclusive, aprovada pelo Cade. Uma das grandes indústrias de equipamentos de armazenagem da China, a Zeng Chang já tem uma fábrica em Curitiba, na qual investiu pouco mais de R$ 100 milhões. A compra da Kepler Weber daria outra dimensão à operação dos asiáticos, que passariam a ter massa crítica para atender a toda a América do Sul.
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Ponto final
28/11/2017As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: PDG, Previ, Banco do Brasil e Zeng Chang.
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BB busca uma cura para o seu enfermo plano de saúde
24/11/2017O presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, prepara duras medidas na tentativa de sanear as finanças da Cassi, plano de saúde dos funcionários do BB, e, com isso, afastar o fantasma de uma intervenção por parte da ANS. Segundo o RR apurou, a proposta mais aguda e que certamente provocará maior celeuma no banco prevê um novo reajuste na contribuição obrigatória feita por funcionários e aposentados para a empresa de medicina de grupo. O remédio é amargo, sobretudo pela reincidência da dose.
No ano passado, o BB aumentou em 1% o repasse para a Cassi. A medida resultou em um valor adicional de aproximadamente R$ 40 milhões mensais – R$ 17 milhões egressos dos participantes e o restante, do caixa do próprio banco. A transfusão financeira, no entanto, não deu nem para a saída. A Cassi não consegue garantir sequer sua própria saúde. Nos últimos anos, tem acumulado déficit atrás de déficit.
Somente em 2015 e 2016, a hemorragia beirou os R$ 400 milhões. O descompasso atuarial é flagrante. No ano passado, o Plano de Associados, o maior da operadora, arrecadou R$ 1,7 bilhão e gastou R$ 2,1 bilhão. A reestruturação da Cassi prevê outras ações impopulares, como regras mais rígidas para a autorização de exames e demais procedimentos médicos.
Segundo informações filtradas do próprio BB, todas as medidas deverão ser levadas ao Conselho de Administração do banco ainda neste ano, tão logo a consultoria Accenture conclua a tomografia que está realizando nas contas do plano de saúde – o que está previsto para as próximas duas semanas. Consultado, o BB confirmou que o estudo está prestes a ser apresentado, mas disse que “não é possível falar sobre as conclusões e nem sobre medidas a serem implementadas.” Sobre o risco de intervenção da ANS na Cassi, o banco afirmou que “não vislumbra essa situação”.
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Parente prepara o descarrego da Braskem
22/11/2017O presidente da Petrobras, Pedro Parente, bate todo o dia na madeira e repete a ladainha: pé de pato, mangalô, três vezes. Parente pensa na umbanda, na Bahia e na petroquímica. Pensa, sobretudo, em como se livrar da Braskem. O executivo tem dez milhões de motivos para querer bem longe a companhia monopolista da petroquímica brasileira: as enroscadas negociações do preço da nafta, nas quais a estatal, sócia da Braskem, acaba quase sempre se dando mal; o risco Odebrecht, intrínseco ao negócio; a expectativa de resultados financeiros cadentes da empresa; e, principalmente, a necessária desmobilização de ativos da Petrobras. Os 47% que a estatal detém na Braskem podem valer mais do que a abertura de capital da BR Distribuidora.
Há ainda outra vantagem em relação ao underwriting da subsidiária: a companhia pularia fora por inteiro da petroquímica, que tem um histórico repleto de nebulosas transações. O Ministério Público denunciou perdas de R$ 6 bilhões da Petrobras em tenebrosos contratos de venda da nafta para a Braskem, no período de 2009 a 2014. O presidente da petroquímica, Carlos Fadigas, disse que se tratava de uma alucinação. Não fosse por uma delação premiada, estaria mofando na prisão. Eparrei, minha mãe Yansã. O medo, contudo, generalizou-se.
A Itaúsa, holding da família Setubal, e a Dow Chemical, grupos que demonstraram interesse, pularam fora antes mesmo das controladoras, Petrobras e Odebrecht, definirem a modelagem da venda. A Shell também foi cogitada e fingiu-se de morta. Os sócios da petroquímica depositam sua esperança em uma operação complexa de abertura do capital na NYSE e transferência da sede para os EUA.
A engenhosa tacada, a cargo do Santander, permitiria a redução dos riscos Brasil e Odebrecht, com consequente destravamento do preço da companhia, dando porta de saída para os controladores – pelo menos a Petrobras – com a pulverização das ações. Mas até mesmo o banco espanhol, bastante empenhado em faturar sua comissão, sabe que é uma pedreira exportar o centro de decisão de um monopólio, cuja existência se deve em grande parte a largos favorecimentos estatais. Some-se a isso o fato de a Braskem sofrer as agruras de um acordo de leniência que pode ser suspenso a qualquer momento pela miríade de órgãos fiscalizadores e reguladores envolvidos, Ministério Público, TCU, AGU, PGR. Por enquanto, Parente, com seus rasos e ouriçados fios de cabelos, faz até mais do que pode. Resta observar o horizonte, de onde provem o tam-tam dos atabaques no terreiro da Odebrecht. Valei-me, meu santo Atotô Obaluaê.
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“Facemoney”
20/11/2017Os bancos brasileiros terão a concorrência de uma “fintech” de peso. O Facebook planeja lançar no país até junho de 2018 sua plataforma de pagamentos móveis. O serviço é utilizado nos Estados Unidos e chegou recentemente à Inglaterra.
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Lula deixa o mercado com os nervos à flor da pele
17/11/2017Dirigentes do mercado financeiro estiveram, ontem (16/11), à beira de um ataque de nervos. O motivo foram os rumores de que Lula daria uma entrevista anunciando a espinha dorsal do seu programa econômico: anular todas as reformas realizadas pelo governo de Michel Temer, a exemplo da trabalhista e da PEC do Teto. O ex-presidente já arranhou o
assunto antes, mas um pronunciamento formal seria bem diferente de declarações a esmo.
O aumento da tensão não se refletiu no prêmio de risco dos ativos. No entanto, a verdade é que a temperatura vem subindo nas últimas duas semanas com a crescente probabilidade de Lula vir a se candidatar. As mesas de operações, que o consideravam alijado das eleições, trabalham principalmente com a hipótese de ele ser condenado em segunda instância, mas obter uma liminar no STF, o que garantiria, mesmo na condição de réu, sua presença no certame. O ex-diretor de política monetária do BC, Luiz Fernando Figueiredo, resume o sentimento: “Voltamos a dançar na borda do abismo”. O “fator Lula” pode não provocar a histeria de 2002. Mas incomodam as evidências de que a “margem de reconciliação” do ex-presidente com os mercados está se tornando mais estreita.
Lula não emitiu nenhuma mensagem ao empresariado. A ausência de comunicação tem preocupado, sobretudo, ao mercado financeiro, que enxerga o risco das agências de rating rebaixarem o Brasil. Ao contrário do primeiro mandato, o recurso a uma nova “Carta ao Povo Brasileiro” é descartado pelo próprio Lula, segundo apurou o RR. A interpretação é que o expediente seria considerado uma fraude.
Lula também tem pouca “gordura” de onde tirar o argumento para uma guinada à direita. Em 2002, o dólar estava a R$ 4,20 e dizia-se que o Brasil ia quebrar. Havia espaço para justificar a “Carta”. Hoje, o dólar está a R$ 3,20 e os juros Selic adormecem na faixa de 7,5%. Um cenário econômico bem mais suave do que o da primeira eleição. Também é bem diferente o naipe da sua equipe. Lula tinha Antônio Palocci, à frente, que era sua voz junto ao mercado. Isto para não falar de Henrique Meirelles, cuja presença no BC começou a ser cogitada antes da eleição. Lula agora está só.
Os bancos que lhe deram guarida estão assustados. As empreiteiras são peças fora do tabuleiro. E o empresariado da indústria nacional, atraído pelo vice-presidente José de Alencar, se sobreviveu, está retraído. O pavor é que o ex-presidente não acene com uma distensão até janeiro ou fevereiro. Este período seria a data limite para que as conquistas feitas na inflação, juros e câmbio fossem dinamitadas. O problema, contudo, é o que Lula vai dizer. Hoje é mais provável que nem mesmo ele saiba.
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BB Tecnologia é candidata a puxar o segundo time das privatizações
14/11/2017O governo discute a venda da BB Tecnologia e Serviços (BBTS), mais conhecida por seu nome de batismo: Cobra Computadores. A privatização da subsidiária do Banco do Brasil seria o pontapé inicial em um processo de alienação de estatais de médio porte, que formam uma espécie de segundo grupo da infraestrutura nacional, a exemplo da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O projeto está a cargo da Casa Civil.
Os estudos para a venda da BBTS ainda se encontram em fase de gestação, mas há um ponto pacífico no governo: qualquer que venha a ser o modelo, ele terá de contemplar a garantia de manutenção do contrato com a própria instituição financeira. O BB evitaria, assim, qualquer risco de continuidade na sua plataforma tecnológica; por sua vez, o futuro controlador da empresa teria assegurada a permanência de um cliente âncora, responsável por mais de 80% do faturamento da BBTS. Por um paradoxo, a dependência do BB seria um colchão que daria tempo ao novo dono da empresa de TI para pedalar o negócio, buscar clientes no mercado e justamente reduzir a dependência do banco estatal.
Procurado, o BB informou “que não há estudo no banco para a venda da BBTS.” Está feito o registro. Nos últimos anos, a negociação do braço de tecnologia do Banco do Brasil é um assunto que já foi e voltou no governo algumas vezes. A BBTS está longe de ser um primor em termos de resultado para o grupo. Nos últimos dois anos, deu um retorno médio de apenas 2% sobre o seu faturamento total (próximo de R$ 1 bilhão).
Além disso, desde os tempos da Cobra, a companhia de TI sempre foi terreno fértil para malfeitos. A BBTS não passou incólume à Lava Jato. A subsidiária do Banco do Brasil já foi citada em investigações sobre suposta fraude em licitações e desvio de recursos em contratos com empresas de TI, como a CTIS. Consultado sobre o tema, o BB disse que colabora “com qualquer investigação que envolva fatos relacionados às suas atividades.”
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Preleções sobre o banco de reservas da candidatura Lula
13/11/2017O presidente do PDT, Carlos Lupi, e o ex-governador Jaques Wagner têm proseado sobre a candidatura do campo da esquerda se Lula for impedido de participar da disputa. Não são muitas as alternativas. O nome de Wagner surgiu, é claro, em várias combinações. É um notório candidato a pré-candidato se o titular não for para a eleição. As outras hipóteses levam a Ciro Gomes. Na primeira, ele encabeçaria a chapa com o ex-prefeito Fernando Haddad como vice-presidente. Outra derivada seria Ciro sair para a presidência com um empresário como vice, repetindo o modelo dos Lula I e II. O nome ideal é o filho de José Alencar, vice de Lula. O dono da Coteminas, Josué Gomes da Silva, esteve cotado para ser ministro por pelo menos três vezes nos governos de Lula e Dilma Rousseff. E uma chapa com Haddad na presidência? O consenso é que o político paulista não agrega à esquerda e ainda fraciona o monolítico e majoritário eleitorado do PT no Nordeste. O que ambos querem é que Lula supere a Lava Jato. Se isto acontecer, sua eleição para presidente é a única coisa praticamente certa na política brasileira.
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Corretores de seguros fazem um “takeover” da Susep
7/11/2017A Susep está dominada por aqueles que deveria regular e fiscalizar. Os corretores de seguros tomaram a autarquia, colocando em xeque sua independência. Há uma concentração de representantes da área de corretagem nos postos de comando sem precedentes na trajetória do órgão regulador, a começar pelo superintendente, Joaquim Mendanha de Ataídes, presidente licenciado do Sindicato dos Corretores de Goiás. Ao seu lado, na diretoria de Administração, está Paulo dos Santos, que, até ser nomeado para o cargo, ocupava a presidência do Instituto Brasileiro de Autorregulação do Mercado de Corretagem de Seguros (Ibacor).
O trio de ferro dos corretores é completado por Marcelo Augusto Camacho Rocha, ex-assessor jurídico da Fenacor, que assumiu neste ano a diretoria de Organização do Sistema de Seguros Privados. Nos bastidores da entidade, é flagrante o mal-estar causado pela situação, notadamente junto à área técnica. O poder dos corretores na Susep tem criado situações de tensão entre agentes do mercado de seguros.
O caso mais ruidoso gerou uma crise dentro da própria estrutura de Estado, devido ao embate entre a entidade e a Caixa Econômica Federal, ambas subordinadas ao Ministério da Fazenda. A Susep negou o pedido da Youse – plataforma online de venda de apólices criada pela CEF – para atuar também como seguradora. A situação causou irritação na diretoria do banco, que enxergou a postura da Susep como uma represália ao canal de distribuição direta de seguros sem corretagem – um projeto no qual a Caixa Seguradora, leia-se a francesa CNP Assurances (52%) e CEF (48%), investiram mais de R$ 500 milhões.
Segundo o RR apurou, houve pressão em Brasília para a demissão de Joaquim Mendanha. Consta que quem segurou as pontas foi o deputado federal Lucas Vergílio (SD-GO), filho de Armando Vergílio, presidente da Fenacor. Procurada pelo RR, a Susep esclareceu que “só se manifesta formalmente em relação a fatos concretos, com origem confirmada, e não sobre boatos ou informações correntes em bastidores.”
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Alcateia
7/11/2017Mencionado nas delações da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, Edison Lobão segue inabalável. Já iniciou sua campanha de reeleição ao Senado pelo PMDB, sempre com as bênçãos de José Sarney.
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Não é só: no Banco do Brasil, já se dá como certo que Marcio Lobão, filho do ex-ministro, terá seu mandato renovado à frente da Brasilcap. “Lobinho” também está citado na Lava Jato. Mas isso não passa de um detalhe.
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Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa se unem contra Odebrecht
17/10/2017O oligopólio das empreiteiras vai ruir de vez. Agora, com um confronto aberto no setor de exportação de serviços de engenharia. De um lado do ringue, acusando golpes violentos, encontra-se a Odebrecht, até 2016 disparado o maior player brasileiro deste mercado; do outro, competindo em dupla estão Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa. As duas empreiteiras – por sinal, sócias na CCR – pretendem concorrer nesse segmento, agora sem o apoio do BNDES, por meio de consórcio, uma forma de otimizar as condições de financiamento.
Um dos alvos de Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez é Angola, historicamente um importante mercado da Odebrecht. Na semana passada, inclusive, surgiu na imprensa a informação de que a companhia baiana está fechando um pacote de obras no país africano da ordem de US$ 1,8 bilhão, sem detalhes sobre os projetos e, muito menos, a fonte de financiamento. Procuradas pelo RR, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez negaram a parceria para a exportação de serviços de engenharia. Está feito o registro.
A direção da Camargo Corrêa tem feito um lobby descarado, no Brasil e no exterior, para piorar ainda mais a imagem da Odebrecht. O slogan vai na linha “A reputação é fundamental nos quatro cantos do mundo”. Não é preciso explicar a quem se dirige. Já a Andrade Gutierrez divulgou que em até três anos os contratos no exterior deverão responder por metade do volume de negócios de sua construtora.
A novidade é a combinação entre ambas para isolar a Odebrecht, que teve seu nome mais danificado do que as rivais no mercado internacional. No fim do ano passado, por exemplo, autoridades do Panamá suspenderam um contrato de US$ 1 bilhão com a empreiteira baiana. O governo do Peru, por sua vez, proibiu a construtora de participar de licitações para obras públicas no país. Na teia dos acordos de leniência com os órgãos de controle, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez se encontram em estágio mais avançado – não obstante o recente recall de suas delações.
A Odebrecht tem a desvantagem de ser a única com o dono preso. Em contraposição, quando o assunto é o ranking das exportações de serviços de engenharia, os baianos sempre estiveram a léguas de distância de vantagem. Segundo estudo do Ipea, entre 2012 e 2016, antes, portanto, do banco praticamente zerar os empréstimos neste segmento, o BNDES financiou um volume de contratos de empreiteiras brasileiras no exterior da ordem de US$ 14 bilhões. A Odebrecht somou US$ 9 bilhões. A Andrade Gutierrez veio bem atrás, com US$ 2,8 bilhões. A Camargo Corrêa, então, comeu poeira, com US$ 441 milhões.
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Crônica da elite minúscula e ausente
11/10/2017Deu nas mídias, em pesquisa divulgada pela Oxfam, que 50% da riqueza da população brasileira são concentrados por seis brasileiros. Chama mais a atenção o envolvimento raso e fugaz dos biliardários com o Brasil. Os magnatas e suas respectivas empresas atendem por Jorge Paulo Lemann (AB Inbev), Joseph Safra (Banco Safra), Marcel Telles (AB Inbev), Carlos Alberto Sicupira (AB Inbev), Eduardo Saverin (Facebook) e Ermírio Pereira de Moraes (Votorantim).
O que une quase todos os biliardários é o desconforto com o Brasil. Em vários casos em sua origem, amadurecimento e ápice da acumulação o país foi plataforma ou rito de passagem. Melhor sem o epíteto nacional, diriam, pelo menos cinco deles. O mais emblemático, Jorge Paulo, é cidadão suíço, mora no exterior, seus negócios foram conduzidos para uma migração global, e certamente mais transferem divisas do que as remetem na mão inversa.
No momento se dedica a uma escola para superdotados, no Brasil. Pode ser seu reencontro com a função social, ainda que em benefício de poucos. A ver se não será uma cervejaria do ensino com capital aberto em bolsa. Os demais “AB Inbevnianos”, Marcel e Carlos Alberto, não enxergam além do perímetro que seu chefe alcança. Torcem para o Brasil como vaca leiteira, aliás, cervejeira. O banqueiro Joseph vem de uma família de linhagem no setor financeiro. Foram financiadores do mercado da seda há aproximadamente 200 anos. Uma parte da família, a menos próspera, veio para cá.
O manda-chuva, Edmond, foi tratar dos negócios pelo mundo. Morreu tragicamente em um incêndio em Monte Carlo. As joias dos Safras são bancos espalhados pelos Estados Unidos, Suíça e Mônaco. São cosmopolitas e estão de passagem onde quer que estejam. Não se sentem muito bem nessa terra. Saverin, por sua vez, é um ilustre desconhecido da torcida brasileira, até porque nunca esteve presente por estas bandas. Tornou-se biliardário ajudando no funding de Mark Zuckerberg, nos primórdios da criação do Facebook; brigou com o parceiro; ganhou uma bolada e foi viver em Cingapura. Exceção à regra é Ermírio.
Todos os donos do Votorantim podem ostentar as três estrelas de empresários nacionais. Nunca fugiram da raia, o capital é originado aqui, o ativo físico se encontra aqui e o lucro é reinvestido aqui. O máximo que se pode dizer é que sugaram em demasia as divinas tetas do Estado. Mas quem não o fez? A pesquisa da Oxfam inclui, correndo fora do páreo, em sétimo lugar na constelação dos endinheirados, o empresário João Roberto Marinho. O dono da Globo, junto com seus irmãos Roberto Irineu e José Roberto, milita em uma faixa de risco, dividida entre entreter a malta e cimentar uma ideologia. Deve ser difícil ser João Roberto Marinho. Mas, pelo menos, não foi morar em Mônaco e bate ponto no Rio de Janeiro todos os dias.
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Letrinhas miúdas
11/10/2017Cabe tudo no Banco do Brasil. O Conselho de Administração da instituição foi remexer caixas, pastas e escaninhos eletrônicos a achou novidades do arco da velha. O BB tem uma academia brasileira de letras e ninguém sabia. Com acadêmicos eleitos, e ninguém sabia. Quanto custa? Ninguém sabe.
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Rubens Ometto e Shell se alimentam do bagaço alheio
10/10/2017A Raízen tem se aproveitado como nenhum outro grupo da crise do setor sucroalcooleiro, que atingiu o número recorde de 81 empresas em recuperação judicial ou em processo de falência. A companhia, que, em julho, comprou duas usinas da encalacrada Tonon por R$ 820 milhões, avança agora sobre a Abengoa Bioenergia. O alvo seriam as unidades de Pirassununga e São João da Boa Vista, duas das três usinas dos espanhóis no interior de São Paulo.
Mais uma vez, a Raízen aposta na fragilidade da presa. A Abengoa Bioenergia entrou em recuperação judicial, com uma dívida superior a R$ 800 milhões. As investidas da Raízen sobre as enfermas do setor têm seguido um mesmo roteiro. Ele passa pela conquista do apoio dos credores – na prática, em um setor com oito dezenas de empresas à beira do precipício quem manda mesmo são os bancos. Assim foi na Tonon, assim deve ser no caso da Abengoa Bioenergia. Entre os credores da companhia espanhola no Brasil está o conterrâneo Santander, que, em julho, chegou a pedir a falência do grupo.
A Raízen mira também na operação da indiana Shree Renuka, que entrou em recuperação judicial no Brasil com uma dívida em torno de R$ 3 bilhões. São duas usinas em São Paulo, Madhu e Revati. Desde 2010, o grupo asiático fez significativos investimentos e ampliou a capacidade de ambas para mais de dez milhões de toneladas. Ainda assim tem sofrido para vendê-las. Os dois leilões foram suspensos a pedido do BNDES. Tanto em um quanto em outro, a Raízen fez que entraria na disputa, mas, na hora H, saiu do páreo. Segundo a fonte do RR, na paralela a empresa estaria tentando angariar o apoio dos credores – entre os quais figuram Itaú, Votorantim e Bank of America – para assumir os ativos da Renuka no Brasil. Procuradas pelo RR, Raízen, Abengoa Bioenergia e Shree Renuka não se pronunciaram.
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Temer abre as portas da Caixa para a banca estrangeira
9/10/2017O governo pretende atrair bancos estrangeiros para participar da privatização da Caixa Econômica Federal. A decisão de venda da CEF será anunciada em pronunciamento do presidente Michel Temer, no final do ano, junto com diversas outras medidas de reestruturação da máquina do Estado, além da comunicação solene de que o governo pretende incluir o Bolsa-Família na Constituição. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já confirmou que está estudando a operação.
A responsabilidade pelo desenho da privatização está nas mãos do presidente da Caixa, Gilberto Occhi. O governo quer tratar da comunicação com cuidado, devido à delicadeza política do assunto. A venda da CEF é uma das raras operações capazes de gerar os recursos extraordinários para o equilíbrio das contas públicas, em 2018, um ano em que os calendários fiscal e eleitoral se entrechocam.
Entre os cinco bancos do governo – Banco do Brasil, BNB, Basa, BNDES e a própria CEF – a Caixa sempre foi a instituição financeira preferencial para efeito de privatização. Muito provavelmente devido ao seu maior grau de superposição com o Banco do Brasil. A venda da CEF viria na esteira da anunciada privatização da Eletrobras. O modelo de negócios, contudo, seria o da privatização do controle em leilão, ao contrário da holding do setor elétrico. O motivo é que as instituições financeiras têm de ter dono; não podem ter seu controle pulverizado.
No passado, diversos bancos estrangeiros tentaram a sorte no mercado brasileiro. Não tiveram êxito. Sobrou apenas um de mais de uma dezena: o Banco Santander. A CEF faz parte de um seleto grupo de cinco instituições financeiras que detém 80% dos ativos bancários nacionais. A Caixa tem 95 mil funcionários, mais de quatro mil pontos de atendimento e aproximadamente 80 milhões de clientes. A expectativa é que venha um candidato chinês por ai. Vai ter de descascar um abacaxi social e político de dimensões épicas.
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BR Insurance luta para evitar o próprio sinistro
5/10/2017A BR Insurance nasceu com a pretensão de ser uma das maiores distribuidoras de seguros do Brasil. Hoje, tenta garantir uma apólice de vida para si própria. Os principais acionistas, à frente Edgar Safdié, filho do banqueiro Edmond Safdié, estariam à procura de um comprador para a companhia – criada em 2010 a partir da fusão de quase três dezenas de corretoras de seguros. Segundo o RR apurou, Pátria Investimentos e o norte-americano Carlyle chegaram a manter interlocução com os acionistas da empresa. No entanto, as conversas não avançaram. E como haveriam de avançar em meio à atual situação da companhia?
A BR Insurance chacoalha entre disputas societárias e as graves denúncias que pesam contra Safdié. No final de agosto, minoritários da BR Insurance, entre os quais fundos de pensão canadenses e uma gestora britânica, registraram uma denúncia judicial contra os acionistas controladores, acusando-os de gestão fraudulenta e estelionato. Não vão parar no primeiro tiro. De acordo com a fonte do RR, pretendem pedir à Justiça e à CVM o afastamento dos administradores indicados por Safdié e seu sócio Marcelo Faria de Lima – ambos detêm 35% da BR Insurance. Para isso contam com o apoio de uma parcela dos corretores que participam do capital, com 26%. Procurada pelo RR, a empresa não se pronunciou.
As acusações contra Edgar Safdié se cruzam com o escândalo que abalou o governo Temer. A Polícia Federal investiga a suposta participação do empresário no esquema de propina envolvendo a JBS e o deputado Rodrigo Rocha Loures. Seria ele o personagem citado no questionário de 82 perguntas enviado pela PF ao presidente Michel Temer em junho, – “Vossa Excelência tem alguém chamado ‘Edgard’ no universo de pessoas com quem se relaciona com certa proximidade?”
Edgar Safdié nega ser o “Edgard” a quem Rocha Loures se referia, nos grampos da JBS, como “homem de confiança do presidente”. O que o filho de Edmond Safdié não pode negar é a crise que ameaça o futuro da BR Insurance. A empresa, que captou R$ 645 milhões em seu IPO, em 2010, desandou. Nos últimos dois anos, teve um prejuízo acumulado de mais de R$ 200 milhões. A receita caiu 30% em 2016. A ação da BR Insurance chegou a valer R$ 477; hoje, não passa dos R$ 16. Fosse em outros tempos, Edgar daria uma passadinha na sala do general Golbery do Couto e Silva, diretor do Banco Cidade de São Paulo, do seu “papi”. Se Golbery não quisesse dar uma mão, andaria um pouquinho mais até a sala do Brigadeiro Delio Jardim de Matos, também diretor. E assim por diante. Época boa.
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Bendine II
4/10/2017Aldemir Bendine é um colecionador de proventos. Se, no Banco do Brasil, instituiu e se beneficiou da aposentadoria “cheia” – que hoje é alvo de questionamentos dentro da instituição (ver RR de ontem) –, também deixou sua marca na Petrobras. Como presidente da estatal, Bendine foi o maior defensor da proposta de quarentena remunerada, de seis meses, para os dirigentes que deixassem a empresa. O figurino lhe vestiu muito bem. Ele próprio foi o primeiro executivo favorecido pela regra. E, até agora, o único.
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Aposentadoria de Bendine na berlinda
3/10/2017A direção do Banco do Brasil e o Conselho Deliberativo da Previ têm sido pressionados por associações de funcionários e aposentados a rever o pagamento da chamada aposentadoria “cheia” a Aldemir Bendine. O assunto sempre causou incômodo dentro do BB. Ocorre que a Lava Jato e as graves denúncias contra a gestão de Bendine amplificaram os questionamentos à legitimidade dos valores recebidos pelo hoje hóspede da carceragem da PF em Curitiba. Foi justamente durante a sua administração que o BB alterou as regras de aposentadoria e permitiu a incorporação de benefícios (como férias e vale-alimentação) ao salário-base. A alteração favoreceu diretamente o ex-n. 1 do banco, além de aproximadamente 30 outros executivos que conseguiram pendurar uma série de pingentes na sua aposentadoria. Calcula-se que Bendine receba hoje algo próximo dos R$ 65 mil. Por falar em benefícios indiretos, consta que o ex-presidente do BB solicitou à instituição que custeasse a sua defesa na Lava Jato, alegando que as acusações contra ele se referem a atos administrativos no exercício da presidência da instituição – seus advogados negam o pedido.
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Ponto final
3/10/2017Procuradas, as seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil, Previ, BM&F Bovespa, Aneel e Isolux.
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Proteína é o que interessa
29/09/2017O China-Latin America Industrial Fund (Clai Fund) está em busca de ativos no agribusiness brasileiro, notadamente na área de grãos. A garimpagem é conduzida pelo Banco Haitong, seu conterrâneo.
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Força-tarefa contra o crime organizado é uma missão sob medida para Sérgio Moro
28/09/2017Se o diretor Brian de Palma filmasse uma versão brasílica de Os Intocáveis, o juiz Sérgio Moro seria um candidato imbatível para interpretar o papel do incorruptível policial Eliot Ness. Na vida real, Moro também cabe no figurino de paladino contra o crime. Só que dessa vez despido da toga de juiz. Como não poderia deixar de ser, o nome de Sérgio Moro foi citado repetidas vezes na reunião entre a Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen.
O encontro teve por objetivo discutir a criação de uma força-tarefa, no modelo da Lava Jato, para o combate ao crime organizado e ao estado paralelo financiado por ele. Veja-se que o enunciado da missão é extenso. O futuro Eliot Ness, que ficará subordinado ao Ministério Público, vai centralizar ações dispersas junto a diversos órgãos do governo. Porém, mais importante é que abaterá dois coelhos com uma única cajadada: criará uma efetiva operação integrada de combate ao crime e livrará as Forças Armadas do inconveniente abacaxi de serem chamadas a toda hora para fazerem figuração no palco de uma guerra na qual sua presença é indesejada pelos próprios militares.
O Rio de Janeiro é o foco da força-tarefa. Não somente em função do crime e da violência registrados na cidade, mas devido a sua capilaridade com todo o Brasil e suas fronteiras. Haja poder para o delegado que colocar essa estrela no peito. O juiz Sérgio Moro está acostumado a deter o mando absoluto na sua esfera de atuação. Teria de acrescer ainda mais em força e autoridade. Algo como um presidente de um Banco Central formalmente independente, com poder sobre tropas, serviços de Inteligência e ingerência sobre as unidades federativas. Um justiceiro judicializado, votado no Congresso.
Moro realizou cursos na CIA – sabe-se lá do que, é bem verdade; tem sua própria patota no Ministério Público, que vibraria em entrar nesse campo; e é obsessivo no combate à criminalidade. Para o governo, deslocá-lo para o centro das ações de segurança do país seria uma demonstração de desprendimento e isenção muito acima das investigações e suspeitas que pairam sob a cabeça de ministros e do próprio presidente. Coisa de estadista, diria a base aliada. E a Lava Jato? Não seria uma sinalização do seu final? Nada!
O próprio Moro validaria sua saída e a ascensão de quem fosse para o seu cargo. Continuariam presentes Marcelo Bretas, Deltan Dallagnol e companhia. E mesmo Lula já estaria tão enforcado que não precisaria de Moro para o golpe final. O juiz já afirmou que não irá para a política. Para o STF dificilmente um novo presidente o indicará. Melhor um juiz mais amigável. E a aposentadoria vem aí. O papel de Eliot Ness lhe caberia como uma luva. Contudo, por enquanto o que existe é um nome ao vento, puro wishful thinking. Já, já a resposta será dada.
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O jogador Bendine
25/09/2017O entorno de Dilma Rousseff interpretou a inclusão da ex-presidente entre as testemunhas de defesa do ex-Banco do Brasil e Petrobras Aldemir Bendine como um gesto na fronteira entre a pressão e a coação. Algo similar ao que fez Eduardo Cunha ao arrolar o nome de Michel Temer.
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Meirelles já está com um pé fora da Fazenda
22/09/2017Henrique Meirelles está morto! Viva Henrique Meirelles! Ou vice-versa. O enigma tem prazo de validade: dia 1° de abril de 2018, data limite para que o ministro da Fazenda se desincompatibilize do cargo com o objetivo de disputar as eleições para a Presidência da República. Meirelles não solta um pio sobre o assunto. Um interlocutor bastante próximo do ministro disse ao RR que a balança estava equilibrada sobre a decisão de deixar a pasta e subir nos palanques. Por ora, Meirelles mantém um pé cá e outro acolá. Mas o risco de contaminação com o mar de lama da Lava Jato tem pesado a favor da aventura.
Na contramão, não o temor da derrota, mas o ônus de deixar ao abandono o mercado, esse senhor de todos os oceanos, e ser a peça central da desintegração de um governo do qual representa rara reserva de valor moral e tecnocrático. A economia pode reagir mal a sua saída e ele ser acusado, em sua decisão frívola, da desancoragem das expectativas. A questão é ambígua, pois a mudança de humor da economia também pode ser interpretada como um trunfo da sua importância presente e futura. Henrique Meirelles ronda os palanques não é de hoje: esteve cotado para ser o vice da chapa de Dilma Rousseff em 2010 e flertou com a ideia de disputar o governo de Goiás.
Na semana passada, Gilberto Kassab se adiantou aos fatos e “lançou” sua candidatura à Presidência pelo PSD. Meirelles agradeceu afirmando que está concentrado na sua atual missão, e abriu um sorriso metálico cheio de dentes. Em nenhum momento, disse que não será candidato. Para todos os efeitos, o suspense permanece. O RR consultou uma pequenina amostra de um segmento do eleitorado bastante afinado com o ministro da Fazenda. Fez uma sondagem com 28 empresários e perguntou se, em sua opinião, Meirelles será ou não candidato. O “não” ganhou com alguma vantagem: 71% a 29%.
Questionados sobre as chances de vitória do “guardião da economia”, 83% afirmaram que Meirelles não será eleito caso entre na disputa. Não por falta de atributos. O RR perguntou aos entrevistados quem era mais habilitado para o exercício da Presidência da República, num confronto direto entre o ministro da Fazenda e todos os principais candidatáveis citados nas pesquisas eleitoras. Meirelles venceu todos eles, com índice acima de 70% das respostas. Seus três resultados mais baixos se deram na comparação com João Doria (78%), Geraldo Alckmin (76%) e Lula (71%).
Nas comparações com Ciro Gomes, Jair Bolsonaro, Marina Silva e o próprio Michel Temer, Meirelles disparou na sondagem. Se Henrique Meirelles, de fato, embarcar na viagem eleitoral, é razoável que leve um bilhete de volta cuidadosamente guardado no bolso do paletó. Esta segunda perna seria um eventual retorno à cadeira de ministro da Fazenda. Ou seja: Meirelles entraria na disputa à Presidência jogando por dois resultados. Mesmo perdendo nas urnas, seu segundo turno particular seria a recondução ao posto de maestro e fiador da economia.
Não é uma hipótese improvável. Sabidamente, o titular da Fazenda tem excelente trânsito entre correntes político-partidárias distintas. Tem o handicap de ser sócio de inegável impacto eleitoral: com Lula, entregou distribuição de renda; com Temer, assegurou a queda da inflação. Leva ainda consigo a marca de recordista de tempo na cabine de comando da economia – até ontem, contabilizando-se o período na presidência do Banco Central e na cadeira de Ministro da Fazenda, somava 3.420 dias ou 82.080 horas de horas de voo.
Henrique Meirelles é um homem abastado – sua fortuna pessoal se aproxima da casa de R$ 1 bilhão – e pode tranquilamente financiar sua campanha. Enricou acima de qualquer suspeita. Se ficar parado no mesmo lugar, corre o risco de ver seus ternos de corte bem talhados respingados pelos fluidos pútridos do entorno político. Cabe monitorar os bastidores. Faltam 4.608 horas para, no mais tardar, o Brasil saber se terá mais um candidato à Presidência e um novo ministro da Fazenda
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Banco Central e CVM estão de olho no mercado de bitcoins
15/09/2017Os órgãos reguladores, notadamente Banco Central e CVM, estão atentos ao crescimento do mercado de bitcoins e outras moedas digitais no país. Ambos criaram grupos de trabalho para acompanhamento e estudo destes novos ativos monetários. A CVM, inclusive, tem promovido encontros com agentes financeiros para debater o tema. O RR não conseguiu apurar se a Polícia Federal também está debruçada sobre o assunto.
Nos Estados Unidos, as questões criminais que assolam esse mercado são tratadas pelo FBI. Os riscos vêm dos mais diversos lados: ausência de regulação, falta de lastro físico, esquemas de pirâmides, bolsas falsas, ataques cibernéticos, roubo de dados. Procurada pelo RR, a CVM fez questão de deixar claro que não é de sua competência “a regulamentação de moedas”. Mas que é da sua alçada “atuar sempre que houver ofertas públicas de valores mobiliários ligados ou relacionados, de alguma forma, à aplicação em moedas”.
Consultada se já existe algum processo em tramitação ou análise referente a aplicações em bitcoins, a autarquia não se pronunciou. Estima-se que o total de moedas digitais em circulação no país passe de R$ 1 bilhão. A “olho nu”, trata-se de uma fatia pequena do bolo global: mais de US$ 140 bilhões. No entanto, o Brasil já é o quarto maior mercado do mundo em volume negociado, segundo dados do Bitcoin Average. A FoxBit, a maior bolsa local, tem mais de 50 mil registros de investidores – em seu site, é possível acompanhar em tempo real o frenético ritmo de compra e venda de moedas, com a “identificação” dos negociantes.
As autoridades reguladoras têm monitorado as empresas de investimento, corretoras e consultorias que estão invadindo a internet com propostas de intermediação ou “aconselhamento” para aplicações em bitcoins e congêneres. A mais conhecida é a Empiricus, pertencente à norte-americana Agora. A empresa diz possuir, “entre outros conteúdos, um estudo sobre cripto-moedas em que apresenta aos seus assinantes o potencial e os riscos deste novo mercado”.
E os órgãos reguladores, perguntou o RR? A Empiricus garante “ainda não ter recebido qualquer consulta sobre o tema”. O bitcoin é apresentado como se fosse o mercado mais seguro do mundo, embora seja uma terra de ninguém. Volta e meia surgem casos de assaltantes dos ativos digitais. Um dos episódios mais famosos foi o roubo de 96 mil bitcoins, avaliadas em US$ 56 milhões, realizado por hackers no site Sheep Marketplace. Mais recentemente, uma casa de câmbio de Hong Kong, a Bitfinex, foi furtada em moedas digitais no valor equivalente a US$ 72 milhões.
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Banco escolar
8/09/2017O Castor Ventures, fundo de venture capital norte-americano que nasceu nas salas de aula do MIT, é candidato à compra de fintechs no Brasil.
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Caixa Econômica é a estatal mais “privatizável”, dizem assinantes do RR
6/09/2017A Caixa Econômica Federal é a primeira da fila entre as grandes estatais que deveriam ser imediatamente privatizadas, segundo enquete realizada pelo RR junto a uma parcela dos seus assinantes. A amostragem atingiu 269 nomes, distribuídos entre empresários, executivos, advogados, parlamentares, militares e dirigentes de variadas entidades de classe. Foram escolhidas as quatro estatais que não constam de qualquer programa de privatização e são consideradas as mais cobiçadas pelo mercado.
Os assinantes receberam um breve questionário com as seguintes perguntas: “Que estatal deveria ser imediatamente privatizada?”; “De acordo com sua resposta, qual o principal motivo para a privatização?”; “Que empresa teria mercado comprador mais fácil?” A sondagem foi feita no modelo de respostas fechadas – cabe enfatizar que a Eletrobras não foi incluída na relação, uma vez que sua venda já foi anunciada pelo governo. A CEF despontou com 41% das preferências, seguida da Embrapa, 26%; Petrobras, 24%; e Banco do Brasil, 9%. O principal motivo apontado pelos assinantes do RR para a privatização da CEF foi o fisiologismo, com 38% – ou seja, aos olhos dos entrevistados, o banco tem sido um “cabide de emprego”.
A geração de caixa para o governo surgiu a seguir, com 20%. Logo depois, vieram ganhos de eficiência, 12%; e aumento de competitividade (8%). A corrupção foi votada por 5%. Na opção “outros”, quando o entrevistado pode citar um fator não apresentado nas respostas, chamou a atenção o expressivo número dos que indicaram a superposição de funções como razão para a venda da Caixa (12%). Ressalte-se ainda o índice residual de 3% que mencionaram a irrelevância estratégica da instituição.
No caso do BB, o quesito “ganhos de eficiência” foi o mais votado, com 52%. O item “geração de caixa para o governo” foi apontado como a razão maior por 18%. O aumento de competitividade somou 11%. Ressalte-se que o fisiologismo recebeu só 9% dos votos, um número muito inferior ao atribuído à Caixa. A corrupção teve 4%. Curiosamente, 2% dos entrevistados descartaram a privatização do banco, sugerindo, no item “outros”, a fusão do BB com a CEF.
Na Embrapa, considerada uma das joias do setor público, o motivo disparado para sua privatização foram os ganhos de eficiência, com 85% das respostas. A concentração nesse quesito é tamanha que os entrevistados parecem ignorar o fato da empresa ser um case de eficiência mundial – ou consideram que, mesmo sendo referência, a Embrapa poderia ser muito melhor caso estivesse sob controle privado. Um dado chama a atenção: juntos, fisiologismo e corrupção não somaram 1%.
No caso da Petrobras, para 41% dos entrevistados, a razão para uma venda imediata também seriam os ganhos de eficiência, livrando a estatal da burocracia e demais amarras do Estado. Em segundo lugar, ficou a corrupção, com 23% – certamente um reflexo dos fatos recentes. O critério do aumento de competitividade foi indicado por 12%. Ao contrário do esperado, o item venda imediata da Petrobras visando geração de caixa para o Estado somente foi assinalado por 7% dos consultados. Provavelmente, os assinantes consideram que o momento não é o melhor para a privatização, estando a empresa em processo de reestruturação e seu valor de mercado bem abaixo dos preços históricos.
O fisiologismo teve 6% das indicações. Quando consultados sobre que empresa teria mercado comprador mais fácil, a Embrapa surgiu como o bombom da enquete, com 34% de interesse na aquisição, seguida da Petrobras (29%). Depois aparecem Caixa (21%) e BB (15%). A fusão BB e CEF surge novamente nessa questão, com 1% dos consultados sugerindo que um banco resultante das duas estatais teria o maior mercado comprador entre todos os demais. Faltaria combinar a junção com o Cade, o que parece uma hipótese fora de consideração.
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Os “herdeiros” de Bendine
5/09/2017A eventual delação de Aldemir Bendine é um risco que paira sobre alguns dos atuais dirigentes do Banco do Brasil ligados ao executivo. A começar pelo próprio presidente da instituição, Paulo Rogerio Caffarelli, que quase chegou ao comando da Previ com a ajuda de Bendine. Sintomaticamente, Caffarelli tem se esforçado para se distanciar da figura do ex-presidente do BB. Entre seus pares, não se cansa de repetir que rompeu com Bendine antes mesmo de ele trocar o banco pela Petrobras. Outro executivo que tinha uma relação estreita com o agora detento é o atual vice-presidente de Negócios de Atacado do BB, Antônio Maurício Maurano. Consta que, mesmo já estando na Petrobras, Bendine também tentou emplacar o nome de Maurano no comando da Previ. Mas, pelo jeito, fazer presidentes do fundo de pensão não era o seu forte.
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Delação empurra Lava Jato para a lavoura
4/09/2017Guardadas as devidas proporções, Silval Barbosa está para o agribusiness como Antonio Palocci para o sistema financeiro. A delação do ex-governador do Mato Grosso tem causado forte apreensão entre grandes grupos agrícolas do país. Por dever de ofício, Silval semeou uma forte relação com as empresas do setor – muitas delas fizeram pesados investimentos no estado durante a sua gestão. Um capítulo especial é o Fundo de Financiamento do Centro Oeste (FCO), administrado pelo Banco do Brasil. Ao longo do seu mandato, o peemedebista Silval valeu-se da proximidade com o governo federal para aumentar o volume de recursos do FCO destinados ao Mato Grosso e, em especial, ao agronegócio. Grandes conglomerados como Cargill e Louis Dreyfus tiveram projetos financiados pelo fundo. Segundo o relato de uma fonte do RR, à época Silval tinha por costume se vangloriar em reuniões com executivos do setor privado, afirmando que os recursos não sairiam se não fosse ele o governador. A velha técnica
de vender dificuldades…
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Temer mostra aos chineses programa nuclear brasileiro
31/08/2017O memorando de entendimentos com a China National Nuclear Corporation (CNNC) para a conclusão de Angra 3 é apenas a ponta do iceberg. Segundo alta fonte do Ministério de Minas e Energia, em sua visita a Pequim Michel Temer terá conversas reservadas com o governo chinês sobre um projeto maior: a ressurreição do programa nuclear brasileiro. Os planos passam pela construção de quatro usinas nucleares, divididas entre o Nordeste e o Sudeste – duas a menos do que a proposta elaborada e engavetada ainda no primeiro mandato de Dilma Rousseff.
O reavivamento do projeto está visceralmente ligado à firme disposição do Palácio do Planalto de quebrar o monopólio estatal na produção de energia nuclear e abrir as portas do setor para o capital estrangeiro – ver RR edição de 9 de agosto. Como tudo que diz respeito à era Temer, o tempo é curto. O governo teria de aprovar a PEC 122/07 do deputado Alfredo Kaefer, que autoriza o ingresso de investidores privados na construção e operação de reatores nucleares, rever o programa, encaminhar as conversas com os chineses e fazer conta, muita conta.Por maior que seja o interesse dos asiáticos, um projeto dessa dimensão não se viabiliza apenas no plano privado. Inexoravelmente o Estado terá de entrar com alguma fatia dos recursos.
Não será simples encaixar esse gasto de longo prazo em um orçamento com projeção de déficit para os próximos cinco anos. Apesar de todos os pesares, o governo identificou uma janela de oportunidade com vista para Pequim. O término de Angra 3, um projeto de aproximadamente R$ 7 bilhões, é pouco para o apetite e o rol de interesses que a CNCC representa. A companhia carrega atrás de si toda uma cadeia de negócios, que engloba bancos de fomentos, empresas de construção pesada, fornecedores de equipamentos e tecnologia e até mesmo a oportunidade de trazer mão de obra chinesa para o Brasil.
Para os asiáticos a exclusividade no programa nuclear seria altamente estratégica em função desse múltiplo pacote de variáveis. Sob a ótica do governo, a ressurreição do programa nuclear é uma engenharia com impacto sobre a autoestima nacional. Ela seria embalada com um discurso de Brasil Grande, na mão inversa do regime militar, ou seja, com menor presença do Estado e consequentemente reduzido endividamento público. A abertura do setor ao capital estrangeiro seria acompanhada do instrumento da golden share, que desde já começa a assumir o papel de pau para toda obra nos planos de privatização do governo Temer.
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O duplo papel do Santander
29/08/2017O Santander foi um excelente adviser para si próprio na operação de venda da marca Fnac no Brasil. Contratado pelos franceses, o banco espanhol fez força para que a companhia fechasse negócio com a Livraria Cultura – a Saraiva também estava na disputa. Mais do que isso: a instituição financeira ajudou a formatar o inusitado modelo da operação. Pelo acordo, a Fnac transferiu o uso de sua bandeira no país e ainda repassou R$ 130 milhões à Cultura, que vai usar os recursos para o pagamento de dívidas. Um negócio sob medida para o Santander, ele próprio um dos credores da rede de livrarias paulista. Procurados pelo RR, Cultura e Santander não quiseram se pronunciar.
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Dedo de prosa sobre o bazar das estatais
25/08/2017Se o governo está fazendo piruetas para misturar concessão com privatização e obter uma receita extra orçamentária de R$ 30 bilhões com a Eletrobras, só resta uma conclusão: o déficit primário projetado para o próximo ano não é de R$ 159 bilhões, mas, sim, de R$ 189 bilhões. Privatizações feitas a toque de caixa são a tradução perfeita para um buraco orçamentário maior do que o previsto. E o estouro dos fogos de artifício no céu do mercado leva a crer que o governo deu somente a sua primeira estocada mortal no triângulo das grandes estatais.
As 49 empresas elencadas no PPI têm um efeito mais confeiteiro. Várias delas já tiveram sua venda anunciada anteriormente inúmeras vezes. Mas a inclusão da Eletrobras muda o enredo completamente. O mencionado expediente da golden share tem mil utilidades, inclusive a de eventualmente não ter utilidade alguma ou ser uma trucagem eficaz. Sua insuficiência imunológica já forçou o BNDES a ingressar no capital de ex-estatal para evitar que fosse descumprido o escrito e o combinado.
Fica acertado, portanto, que a golden share funciona como uma apólice de segurança junto à sociedade para a venda de ativos com maior sensibilidade política. Alguém aí falou Petrobras? O Banco do Brasil e a Caixa Econômica já podem ir para a prateleira. A engenharia de privatização da Eletrobrás tem serventia para todo o triângulo das grandes estatais.
A Petrobras, sem dúvida, seria a missão mais difícil, pois necessitaria de negociação complexa no Congresso para a mudança constitucional que veda sua alienação. BB e CEF estão à disposição. A transferência de empresas públicas para a iniciativa privada é sempre desejável em termos de ganho de eficiência. Mas vender monopólios ou quase monopólios é uma contradição do capitalismo.
Em qualquer hipótese, a desmobilização deve ser feita com o maior retorno para a sociedade. Vender na baixa é condenável segundo cláusula pétrea das leis do mercado. O ex-ministro Mário Henrique Simonsen dizia: se por acaso privatizar, a receita tem de ir para abater dívida pública e não para saldar o gasto corrente. Ou seja: não é boa medida vender as estatais e esterilizar os recursos cobrindo o déficit primário.
O decano das privatizações, o economista Ignacio Rangel, pregava que o retorno das vendas de ativos maduros deveria ser aplicado em setores nos quais o país estivesse demasiadamente atrasado. Que tal tecnologia hospitalar, inovações, para não dizer da velha senhora, a infraestrutura? Há quem diga ainda que a privatização contribuiria para reduzir a cultura de corrupção no país. Mais ou menos.
A criação de empresas monumentais aumentaria a capacidade de corrompimento e captura do Estado por esses agentes. Ah, mas a urgência do ajuste fiscal justificaria atos de coragem. Pode ser. Mas, quando se trata de patrimônio público, é um despropósito fazer da correria uma estratégia para a alienação dos ativos. Para quem já chegou até aqui, melhor seria menos açodamento
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BB faz mutirão anti-inadimplência
18/08/2017O Banco do Brasil prepara um mutirão para reduzir os atrasos em sua carteira de crédito imobiliário. A ideia é convocar clientes de todo o país para renegociar os pagamentos em aberto em condições especiais, válidas apenas por um determinado período. O chamamento deverá ser feito por meio de campanha publicitária e nas redes sociais. Será uma versão ampliada de ações pontuais que o BB tem realizado em cidades específicas para saldar pagamentos em atraso. Os números mais recentes da carteira de crédito imobiliário dispararam o alarme dentro do banco e convenceram a direção do BB da necessidade de medidas de maior calibre. No trimestre passado, o índice de inadimplência bateu em 3,4% – há dois anos, estava em 2%. Consultado, o banco não se pronunciou.
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Exumação
15/08/2017A Lava Jato está revirando as vísceras da gestão de Aldemir Bendine no Banco do Brasil. O BB já encaminhou aos procuradores documentação sobre as maiores operações de empréstimo fechadas entre abril de 2009 e fevereiro de 2015, período em que Bendine estava na presidência. Consultado, o BB disse “reafirmar seu compromisso de colaborar com as investigações.”
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Território de Jacob Barata começa a ser invadido
10/08/2017O iminente desmanche do baronato das empresas de ônibus do Rio, personificado na figura do empresário Jacob Barata, deverá abrir espaço para a chegada de outro nome não menos notório da área de transporte público: o empresário português José Ruas Vaz, radicado em São Paulo há quase 60 anos. Ruas é uma espécie de avatar luso-bandeirante de Jacob Barata, seja pela hegemonia na operação de ônibus urbanos – domina mais de 50% da frota paulistana –, seja pela relação de proximidade com políticos e autoridades. A “Operação Rio” começou há cerca de um mês.
O empresário comprou a participação de 58% da Odebrecht TransPort na Otima, assumindo o controle da concessionária de pontos e abrigos de ônibus no Rio e em São Paulo. Ao assumir o comando da Otima, o empresário passa a ter uma posição estratégica na Cidade Maravilhosa. Esse bilhete lhe permitirá estreitar relações com a Prefeitura e o governo do estado e aumentar seu poder de fogo para disputar concessões de ônibus locais, notadamente na Região Metropolitana. Como de hábito, Ruas está no lugar certo, na hora certa. Sua investida em terras cariocas se daria no momento em que a Lava Jato começa a rasgar a teia de esquemas no transporte público do Rio.
O empresário aposta que importantes empresas de ônibus ficarão pelo caminho, abrindo espaço para novos protagonistas. Consultado sobre a aquisição da Otima e os planos para o Rio de Janeiro, o Grupo Ruas disse que “não possui nenhum interesse em investir na cidade.” A Odebrecht TransPort, no entanto, confirmou a venda da participação para o grupo.
Aos 89 anos, José Ruas Vaz comanda uma frota com mais de 15 mil ônibus na cidade de São Paulo, que transportam aproximadamente dez milhões de passageiros por dia. Por meio da RuasInvest Participações, é acionista também de fabricantes de carrocerias, como a Caio-Induscar. Em março, adquiriu a montadora catarinense Busscar, com a promessa de retomar ainda neste ano as operações da empresa, que entrou em falência há três anos. Seus investimentos se ramificam ainda pela área financeira: é sócio do Banco Luso Brasileiro, onde tem a companhia do patrício Américo Amorim, um dos homens mais ricos de Portugal.
Os desafetos de Ruas o acusam de crescer à base do expediente de abrir e fechar empresas ao longo de décadas, deixando um rastro de dívidas. Consta que em determinado momento suas companhias chegaram a ter mais de R$ 750 milhões em débitos com a Previdência, como chegou a ser noticiado na imprensa paulista. Perguntado sobre eventuais fechamentos de empresa e dívidas já apontados pela mídia, o Grupo Ruas disse apenas que “se reserva em sigilo”.
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Banco imobiliário
10/08/2017Em recuperação judicial, a PDG tenta arrancar de seus dois maiores credores, Banco do Brasil e Caixa Econômica, uma dose extra de financiamento para acelerar obras em curso. Por ora,só tem ouvido “não”.
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Ponto final
10/08/2017As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Qualicorp, Golden Cross, PDG, Caixa, Banco do Brasil e Equatorial.
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Cultura e Fnac: um livro em busca de um epílogo
7/08/2017A Cultura comprou a Fnac no Brasil ou foi a Fnac que comprou a Cultura? Os credores da rede de livrarias paulista acreditam que é apenas uma questão de tempo para que a segunda hipótese venha à tona. Entre as editoras e os bancos, circula a informação de que o grupo francês teria acertado com a família Herz uma opção de aquisição futura
da companhia. Consultadas pelo RR, as duas empresas não quiseram falar sobre o assunto. Uma futura transferência ao avesso justificaria o inusitado pagamento de R$ 130 milhões que o “vendedor”, a Fnac, fez ao “comprador”, a Cultura. Oficialmente, os recursos serão usados pela rede paulista para saldar parte dos seus passivos.
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Cargill vende seu bagaço no Brasil
4/08/2017A Cargill busca um comprador para a sua fatia de 63% na Cevasa, usina de açúcar e álcool no interior de São Paulo. O RR apurou que um grande conglomerado agrícola chinês que atua no Brasil demonstrou interesse pelo negócio. Com um passivo de aproximadamente R$ 500 milhões junto a bancos e fornecedores, a Cevasa teria a necessidade de uma injeção de recursos da ordem de R$ 200 milhões. Nos últimos meses, a Cargill e seu sócio, a paulista Canagril, entabularam tratativas para um aporte, mas não houve consenso. Segundo informações filtradas da própria Cargill, a ordem para fazer o stop loss e bater em retirada veio diretamente dos Estados Unidos. Consultada, a companhia norte-americana não quis se pronunciar.
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Fresta aberta
1/08/2017O BB já enxerga a iminente oferta de ações da NeoEnergia como uma janela para reduzir sua participação ou mesmo deixar a empresa. A conferir.
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GranBio evapora no ar
1/08/2017Bernardo Gradin está vendendo a GranBio, produtora de etanol celulósico criada em parceria com o BNDES. A empresa é um daqueles projetos que foi sem nunca ter sido. Recebeu financiamento do banco no melhor modelo Eike Batista, em que o empréstimo ia para algo que nunca existiu fora do papel. Gradin aparenta querer se livrar de tudo no Brasil para ir viver sem riscos no exterior como bilionário que é. Permanecerá, a distância, em sua disputa judicial encarniçada com Marcelo Odebrecht pelo valor justo para a venda de parte minoritária da holding baiana. Mas é melhor mesmo ficar fora daqui. Gradin já foi citado por Paulo Roberto Costa na Lava Jato.
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Reserva Nacional do Cobre reluz feito ouro para os Moreira Salles
28/07/2017A família Moreira Salles está acompanhando de perto a decisão do governo de privatizar a Reserva Nacional do Cobre – uma gigantesca área metalogenética encrustada no estado do Pará, com enorme potencial de minerais não ferrosos e radioativos. A Reserva do Cobre ainda é um resquício do enrosco entre o empresário Daniel Ludwig,
idealizador do Jari, e os governos militares. A região pertencia a Ludwig, mas acabou sendo tomada na mão grande pelo então comandante do Grupo Executivo do Baixo Amazonas (Gebam), Almirante Roberto Gama e Silva. Foi fechada, lacrada e transformada em uma espécie de ativo estratégico da União.
Agora, Temer quer vender tudo. Na Reserva do Cobre, além do minério que lhe empresta o nome, encontram-se em abundância quase todas as matérias-primas: cassiterita, ferro, níquel, manganês, zinco, tungstênio, ouro – muito ouro, aliás – anatásio e nióbio. Os Moreira Salles querem comprar as reservas deste último minério e somá-las ao portfólio da Companhia Brasileira de Mineração e Metalurgia (CBMM), detentora do monopólio mundial de nióbio e localizada na região de Araxá (MG).
A monumental jazida foi repassada de bandeja pelo então ministro de Minas e Energia, Antonio Dias Leite, a Walther Moreira Salles, que sempre dizia que seu melhor negócio não era o banco, mas a CBMM. Recentemente, os Moreira Salles venderam 15% do seu latifúndio de nióbio para um grupo de empresas chinesas, que deverá acompanhar a tradicional família banqueira na incursão para abocanhar o nióbio amazônico. A Reserva Nacional do Cobre é cheia de lendas e histórias.
O general João Baptista Figueiredo dizia que, se alguém quisesse explorá-la, ele prendia e arrebentava. Mais recentemente, o empresário Eike Batista moveu montanhas junto a Dilma Rousseff no afã de comprar a região inteira de uma tacada só. As negociações estavam até se encaminhando bem quando Eike foi seduzido pelo canto da sereia do petróleo. O resto todo mundo sabe.
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Risco Bendine paira sobre a WTorre
28/07/2017A prisão de Aldemir Bendine ameaça empurrar um pouco mais a Lava Jato na direção da WTorre. Entre as operações de Bendine no radar da República de Curitiba, os procuradores investigam em que circunstâncias se deu o empréstimo de aproximadamente R$ 150 milhões do Banco do Brasil para a empresa, feito em 2010. Os recursos se destinaram à construção do Allianz Parque, o estádio do Palmeiras.
À época, Bendine – por sinal, palmeirense – estava na presidência do BB. O RR apurou que o financiamento à WTorre já teria sido objeto de auditoria interna no Banco do Brasil. O BB teria identificado indícios de irregularidades no empréstimo. Consultado, o banco disse que “as operações de clientes estão protegidas por sigilo bancário”. Afirmou ainda que “irá colaborar com qualquer investigação que envolva sua atuação”.
Consultado sobre a auditoria, o BB não quis se pronunciar. A WTorre, por sua vez, informou ao RR que “não há qualquer processo relacionado a empréstimos tomados junto a bancos e que não está envolvida na Operação Lava Jato, não tendo sido incluída em qualquer denúncia.” A empresa, no entanto, já foi citada no “petrolão“. Segundo o empreiteiro Ricardo Pernambuco Junior, da Carioca Engenharia, a empresa teria recebido propina de R$ 18 milhões para deixar de participar de uma licitação do Cenpes, o Centro de Pesquisas da Petrobras. Há cerca de um ano o empresário Walter Torre chegou a ser alvo de um mandado de condução coercitiva expedido por Sérgio Moro.
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Fado da despedida
28/07/2017O Banif já dispensou boa parte dos funcionários e vendeu seus imóveis no Brasil. Até o início de setembro, deverá encerrar suas operações no país, dentro do plano acordado com o Banco Central. No início do ano, o BTG chegou a negociar a compra das operações do banco português no Brasil, mas recuou. O Banif deixa o mercado brasileiro manchado pelos escândalos na matriz, que levaram à sua intervenção.
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Cadeira cativa
27/07/2017A Lava Jato não afetou as capitanias de Edison Lobão no governo. Que o diga o presidente do Banco do Brasil, Paulo
Rogerio Caffarelli, que tenta, tenta, tenta e não consegue tirar Marcio Lobão, filho do senador, do comando da Brasilcap.
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BB e Caixa pegam PDG no contrapé
26/07/2017A PDG enfrenta resistências de onde menos esperava. Banco do Brasil e Caixa Econômica têm se mostrado mais refratários do que as próprias instituições financeiras privadas ao pedido feito pela incorporadora para adiar a entrega do plano de reestruturação do seu passivo. Em recuperação judicial, a PDG carrega mais de R$ 5,75 bilhões em dívidas.
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Natura espalha o verde pelas capitais
24/07/2017A Natura é inovação pura. O laboratório de bolações sustentáveis da empresa estaria idealizando um projeto que vai dar o que falar: a adoção de parques urbanos para transformação das áreas em ambiente seguros, com cultura ambientalista e abertos a esporte e lazer. Algo assim como os “parques temáticos Natura”. O projeto seria compartilhado com o Banco do Brasil e o Sebrae. A grande novidade, contudo, é o convite de um grande clube de futebol local como parceiro. As quadras de futebol do Rio, por exemplo, teriam a assinatura do Flamengo. As de São Paulo seriam assinadas pelo Corinthians. E assim por diante. A ideia parece boa demais para ser verdade. Procurado, o Sebrae disse “não ter informações” sobre o assunto. O Flamengo, por sua vez, afirmou que “não há nenhuma negociação com a Natura”. A empresa, o Corinthians e o BB não se pronunciaram.
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Chinatown 1
20/07/2017Mais um gigante chinês está em busca de ativos bancários no Brasil. A bola da vez é o Industrial Bank Co.. Trata-
se de um dos dez maiores conglomerados financeiros da China, com aproximadamente US$ 800 bilhões em ativos.
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Henrique Meirelles já não consegue nem ser âncora de si próprio
14/07/2017A lua de mel de Henrique Meirelles com Michel Temer, os empresários e próceres da base aliada, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, eclipsou, ou, melhor, tornou-se pontilhada de fel. O ministro da Fazenda tem feito exigências, dificultado a liberação de verbas e mostrado soberba, inclusive nas reuniões com o grupo palaciano. A estratégia de Meirelles é capciosa: mantém sua palavra de permanecer no governo desde que suas diretrizes na economia sejam mantidas e ninguém o ofusque na sua esfera de atuação. O que em outras palavras quer dizer: “Não me contrariem que eu me mando”. Ocorre que a intocabilidade do ministro não é mais a mesma.
Meirelles é uma âncora em processo de corrosão e imersa em um chão viscoso. As reformas estruturais, sustentáculo do governo, já deixaram há muito de ser “As reformas que dependem do Meirelles”. A julgar pela velocidade dos fatos, caminham para serem as reformas de Rodrigo Maia ou de qualquer um que se apresente. O ministro reduziu bastante sua agenda de encontros com políticos – que já foi intensa quando a parte técnica da reforma da Previdência estava sob sua alçada. Sua presença no Congresso era algo de marcial.
Hoje a maior interlocução com os parlamentares é realizada pelo Secretário de Acompanhamento Econômico, Mansueto Almeida. Os políticos acham chato o papo com Meirelles. O sucesso na política anti-inflacionária e na redução dos juros já foi depositado na conta do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Na área fiscal, os números obtidos na gestão do ministro são os piores da história republicana. O Brasil vai acumular um déficit primário de cerca de R$ 500 bilhões no triênio que se encerra em 2018, o maior já registrado no país.
A dívida pública interna alcançará cerca de 90% do PIB. De âncora fiscal, portanto, o ministro não tem nada. Desemprego, recessão, atraso nas concessões, não há nada para ser mostrado na vitrine. Há ainda a presença de Paulo Rabello de Castro no BNDES, avaliada por Temer e pela Fiesp. Há o aconselhamento de José Marcio Camargo e Marcos Lisboa a Rodrigo Maia. Existe também a expectativa de respingo da delação de Antônio Palocci. E mais: foi iniciada a safra despudorada de Medidas Provisórias para compensar os parlamentares que votarem atendendo aos interesses palacianos.
A torrente de MPs corresponde a algo como “Não me enche o saco com política fiscal”. Finalmente, há o recurso ao aumento de impostos, que, na linguagem do mercado, pode ser traduzido como “Vai para casa, Meirelles”. Aos poucos, portanto, o ministro vai se transformando em uma cópia enrugada de Joaquim Levy, que, pelo menos, podia atribuir a calamidade a Dilma Rousseff. Meirelles é um busto encrostado em praça pública em homenagem ao ministro que ele foi um dia, sobrevoado por passarinhos prontos para fazer xixi na sua cabeça.
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A casa caiu no BTG e no Banco do Brasil
11/07/2017O desmoronamento do mercado imobiliário não poupa ninguém, do mais modesto senhorio a algumas das maiores instituições financeiras do país. Que o digam o BTG Pactual e o Banco do Brasil, também inquilinos da crise, como mostram as informações abaixo:
Maior fundo imobiliário listado em bolsa do país, o BC Fund, do BTG, acaba de sofrer duas baixas em sua carteira. Uma delas, doméstica, inclusive. O Banco Pan, associação do BTG com a Caixa Econômica, encerrou antecipadamente o contrato de locação de um andar inteiro do Edifício BFC, torre de escritórios triple A encravada na Avenida Paulista. Não foi o pior. A BV Financeira devolveu quatro dos cinco andares que ocupava no prédio. No início do ano, o BC Fund já havia sofrido um baque com a decisão da Petrobras de entregar toda a Torre do Almirante, no Centro do Rio. Por essas e outras, a vacância financeira do portfólio do fundo quase duplicou nos últimos 12 meses, saltando de 15% para 28,8% do portfólio.
O BB FII Progressivo, fundo imobiliário lastreado em contratos assinados com o Banco do Brasil, caminha para o seu epílogo. O banco decidiu não renovar a locação dos dois imóveis que compõem a carteira: o prédio do Centro Administrativo do BB no bairro do Andaraí, no Rio de Janeiro, e o Edifício Sede I, em Brasília. Nesse segundo caso, o BB FII negocia a venda de parte do imóvel para a norte-americana Tishman Speyer. Procurado pelo RR, o BB passou a bola para a Caixa Econômica, gestora do fundo, que também não se pronunciou.
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Padrão Itaú
7/07/2017A XP Investimentos vai ampliar sua operação internacional, com a abertura de novos escritórios no exterior – hoje, são cinco (dois nos Estados Unidos e três na Europa). Trata-se de uma estratégia à feição do Itaú, o banco que mais estimula os brasileiros a levar seu dinheiro para o exterior.
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Compliance derruba as paredes da Petrobras
4/07/2017A diretoria executiva da Petrobras, um colegiado capitaneado por Pedro Parente, autorizou que sejam tomadas providências para jogar abaixo os muros que separam as salas da empresa. A encomenda foi feita a um grupo interno, principalmente pelos diretores que vieram do mercado financeiro, a exemplo de Nelson Silva (Estratégia), João Elek (Compliance) e Ivan Monteiro (Finanças). Os motivos que mais contam pontos são os ganhos de produtividade previstos com os diretores bufando no cangote dos gerentes; e o fortalecimento das políticas de compliance e de integridade, uma verdadeira obsessão em uma companhia que se tornou benchmark mundial em corrupção. Nelson Silva, o mais avançado da turma, encomendou a esse grupo de trabalho que analise as práticas de open space (layout sem paredes) em outras grandes empresas. A iniciativa parece correta. Com a medida, além de ampliar o contato entre os empregados e os gestores que ficarão sem sala particular, a estatal poderá reduzir a quantidade de andares que aluga no Centro do Rio, cujo metro quadrado está entre os mais caros do Brasil. Recomenda-se, contudo, cuidado com os modelos de disclosure, notadamente no encaixe do capital humano. No Bradesco, pioneiro do grande salão sem parede, não se consegue pensar mais o banco de outra maneira. Já no BNDES, Maria Silvia Bastos Marques teve uma experiência tétrica quando jogou por terra os muros que a separavam da corporação que nunca a tolerou.
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Nem a Lava Jato desmata as florestas de André Esteves
29/06/2017André Esteves está acumulando um tesouro em recursos naturais, à espera que o Congresso Nacional aprove o projeto de lei que autoriza a venda de terras para o capital estrangeiro. Por meio da Timberland Investment Group (TIG), o BTG Pactual tem se mostrado um agressivo comprador de ativos florestais. Segundo o RR apurou, a Timberland entrou na disputa pelas reservas da Eldorado, a fabricante de celulose da J&F Investimentos – seus concorrentes são a chilena Arauco e a canadense Brookfield.
Em outro front, mantém negociações para a compra de bases florestais no país que somam mais de 200 mil hectares. Neste caso, contabilizando-se também a eventual aquisição dos ativos da Eldorado, o portfólio da Timberland no Brasil mais do que dobraria, pulando de 300 mil para aproximadamente 740 mil hectares. Consultado pelo RR, o BTG não quis se pronunciar sobre o assunto. Já a Eldorado informou que “não há qualquer discussão em andamento para a venda de florestas”. Está feito o registro.
Ao mesmo tempo, o BTG é comprador de terras em geral, notadamente áreas agrícolas, com negociações engatilhadas no Norte e Nordeste. A agressiva política de aquisições deixará o banco em uma posição privilegiada para negociar com os fundos internacionais que já aquecem as turbinas para desembarcar no Brasil. O projeto de lei no 2289/07, que permite a venda de terras e bases florestais para estrangeiros, deveria ter sido votado ainda no primeiro semestre. Esta era a expectativa do relator, o deputado Newton Cardoso Junior, e dos partidos aliados.
No entanto, a crise política e as reformas empurraram a questão. Enquanto a votação não ocorre, André Esteves vai adubando sua carteira de ativos florestais no país, que já estaria precificada em mais de US$ 1 bilhão. A Lava Jato não foi capaz de incinerar as árvores do BTG. Este é um dos raros negócios que passou incólume ao desmonte das participações societárias do banco após a prisão de André Esteves, em novembro de 2015.
Trata-se de uma operação que vai além das fronteiras brasileiras. A Timberland está ampliando seu cinturão de ativos florestais em todo o continente americano. Segundo o RR apurou, neste momento o fundo também está envolvido em negociações para a compra de áreas na América Central e, sobretudo, nos Estados Unidos, onde já tem quase 300 mil hectares. Recentemente, ao lado de outros investidores, o Timberland desembolsou cerca de US$ 400 milhões para comprar as reservas da norte-americana Weyerhaeuser no Uruguai. Foram mais de 300 mil hectares.
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Temer avança
26/06/2017O Banco do Brasil vai aumentar o volume de recursos disponíveis para o financiamento habitacional, em todas as faixas do mercado. Seguirá, assim, os passos da Caixa Econômica – ver RR de 13 de junho. Consultado, o BB não se pronunciou sobre o assunto.
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Por falar em banco público, a Caixa Econômica deverá se juntar ao BNDES no apoio à privatização de concessionárias de saneamento.
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Compra casada
23/06/2017
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Quem aprova a recuperação da Sete Brasil?
16/06/2017Se alguém ainda acredita na aprovação do plano de recuperação judicial da Sete Brasil, basta acompanhar a sequência de no shows da assembleia de credores. Segundo o RR apurou junto a um dos sócios da companhia, é grande o risco de que a reunião prevista para 26 de junho seja novamente postergada. A se confirmar, será o sexto adiamento desde janeiro. De acordo com a fonte, a ameaça se deve à falta de consenso entre acionistas e credores. Os bancos exigem um aporte de capital para dar o imprimatur ao plano de recuperação. No entanto, entre os sócios – uma colmeia que inclui Petrobras, Petros, Funcef, Previ, Santander, BTG etc – ninguém está disposto a colocar mais dinheiro em um projeto carcomido pela inviabilidade econômica e pela Lava Jato. Além disso, falta o salvo-conduto da própria Petrobras. O plano prevê a construção de quatro sondas para a estatal, o que ajudaria a abater 25% da dívida total, de R$ 20 bilhões. Procurada, a Sete Brasil reafirmou que a assembleia está marcada para 26 de junho. Disse ainda que “o processo de recuperação prevê a necessidade de novos recursos para a conclusão das sondas”. O RR torce para que, desta vez, a assembleia se realize.
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A “novíssima” matriz econômica de Henrique Meirelles
9/06/2017O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, retorna de Paris com a missão de irradiar boas notícias para a economia. O governo acha que sobrevive ao tormento político e aprova as reformas, ainda que aos trancos e barrancos. Mas precisa de alimento para os empresários e para a base aliada no Congresso, noves fora a população, órfã de novidades favoráveis.
Portanto, pelo menos por um tempo, sai o “Meirelles lobo mau”, entra o “Meirelles vovozinha”. A razão principal dessa guinada na política e na postura do ministro da Fazenda é a certeza de que a economia vai abortar sua tênue recuperação. Os cenários para o crescimento e o desemprego – efetivamente o que interessa – estão nublados.
O investimento em formação de capital fixo deve cair, assim como o consumo das famílias. E não adianta o governo ficar falando que “o país está saindo da recessão” – porque não está. Tampouco adiante dizer que o “PIB vai crescer 1%” – porque não vai. É preciso contrabalançar esse ambiente econômico ruim com boas novas, a exemplo do que foi o saque antecipado do FGTS para as contas inativas.
Henrique Meirelles é o “cara limpa” do governo Temer – pelo menos até agora. Servirá de anteparo para a presença espectral do presidente. Seria bom se as concessões pudessem ser agilizadas, sem dúvida. Algumas sairão até o fim do ano, mas bem menos do que o esperado. Há travas estruturais para que se chegue ao ritmo adequado dos leilões. Meirelles tem basicamente os instrumentos de crédito na mão. E é com eles que vai a animar a economia na medida do restrito possível. Vai ter BNDES para os empresários – o banco tem um caixa livre ainda razoável.
Vai ter recurso para as pequenas e médias empresas. Vai ter Caixa Econômica e Banco do Brasil para os consumidores. Vai ter financiamento para habitação e construção civil. Algo de parecido com o que fez o desesperado governo de Dilma Rousseff pouco antes do impeachment. Sem o disparate fiscal, é claro. Henrique Meirelles vai jogar um “rouba montinho” dos orçamentos. Talvez deixe algum esqueleto para ser somado ao déficit primário de R$ 122 bilhões já projetado para 2018. Talvez antecipe um recurso ali e dê acesso a outro acolá. O certo é que o ministro da Fazenda vai entregar algum alívio. Do jeito que está, não dá! O país está insuportável!
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Coelho da cartola
9/06/2017Apenas três meses após assumir, o diretor de relações institucionais da Brasilcap, Alberto Pinto Coelho, balança no cargo. Não deve resistir ao desmoronamento de Aécio Neves, que o indicou para o braço de capitalização do BB.
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Milonga bancária
5/06/2017O Itaú já teria feito uma oferta pela parte do BB e da família Stuart Milne no Banco Patagonia. A dupla aquisição lhe daria 78% da instituição argentina. Consultado, o BB afirma que “continua estudando oportunidades que agreguem valor ao acionista”. Já o Itaú disse que “sempre avalia oportunidades, com foco na geração de valor ao acionista”. Quanta sintonia…
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Por falar em Itaú, o bancão assumiu o papel de grande expatriador de capitais. Seu private bank e a área de asset são pródigos na recomendação de remessas bancárias para o exterior. A agência do Itaú em Miami se tornou um ponto de encontro dos brasileiros nos EUA.
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Meirelles aposenta as pedaladas e inova com precatórios para o ajuste fiscal
2/06/2017O governo estuda recorrer a um valor maior, entre R$ 10 bilhões e R$ 12 bilhões, dos precatórios depositados há mais de dois anos e não sacados pelos credores para reduzir seu buraco fiscal. Nas contas iniciais da Fazenda, a cifra ficaria em R$ 8,6 bilhões. Ninguém sabe de onde saiu esse número de precatórios ainda não resgatados, já que as estatísticas são de difícil precisão.
O total previsto para pagamento neste ano na proposta do Orçamento era de R$ 17 bilhões. Desconhece-se quais são os valores exatos disponibilizados referentes a ações já julgadas e depositadas há dois anos. Não se entende também porque os precatórios vencidos e julgados há três, quatro, cinco anos não entram na conta dos recursos disponíveis para mitigar o déficit fiscal. Essa receita extraordinária com o usufruto do dinheiro alheio é considerada relevante para que o governo tenha maior folga nas verbas contingenciadas no Orçamento, consiga arcar com suas despesas e ainda possa gerar alguma sobra de recursos para soprar uma brisa no péssimo ambiente econômico.
Sem um déficit primário nos eixos, a reforma da Previdência, caso ocorra, terá um impacto desagiado sobre as expectativas do mercado. Se o uso do estoque de R$ 8,6 bilhões com um biênio de descaso por parte dos titulares dos depósitos já era uma medida ousada tecnicamente e passível de contestação pelo TCU, o aumento da parcela de precatórios vencidos torna o expediente ainda menos convencional. O governo toma o risco político de estar cometendo um estelionato fiscal, ou algo interpretado como tal.
Quem se lembra das pedaladas de Dilma? As gestões anteriores já tinham pedalado seus orçamentos. Parecia bobagem quando foram feitas. Acabaram dando em um impeachment. A utilização como gatilho fiscal dos precatórios vencidos, já transitados em julgado, depositados em benefícios de quem de direito, para cobertura fiscal é inédita e inusitada, para dizer o mínimo. Ninguém utilizou essa prática.
Advogados consultados pelo RR disseram não entender esse fenômeno de um credor acompanhar um processo de 10, 11 e 12 anos e, depois de ter vencido a causa, simplesmente deixar o dinheiro no caixa do Tesouro por dois anos, como se tivesse desistido da quantia. Uma das hipóteses é que algumas sentenças já transitadas em julgado com precatório emitido podem ter problemas de execução por conta da lentidão dos procedimentos administrativos nas varas judiciais. Na conta da Fazenda, os que deixam abandonado o seu dinheiro legal, limpinho e disponível formam um exército de milhares.
Se fosse o Banco do Brasil, por exemplo, que tivesse uma ação judicial contra si ganha pela outra parte, ele teria de depositar o montante em uma conta bancária em benefício do credor, e não pegar os recursos e aplicar em operações ativas no mercado. A AGU tem colaborado para retirar a impressão de estranheza. Emitiu uma portaria determinando que os juizados estaduais intimem os credores a buscar o dinheiro que é seu.
Caso, nem assim, os beneficiários destes recursos saquem os valores, a AGU irá requerer a devolução para o erário. A julgar pela excelência da burocracia quando se trata de avisar os contribuintes e credores sobre seus direitos, tudo indica que o ajuste fiscal será feito, pelo menos em parte, com a trilha sonora de fundo: “Ei, você aí, me dá teu dinheiro aí, me dá teu dinheiro aí”.
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Pé na porta da PDG
2/06/2017Os grandes credores da PDG –notadamente BB, Caixa e Itaú – fecham o cerco. Exigem que os acionistas aportem dinheiro na construtora. Sem isso, não aprovam o plano de recuperação judicial.
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A propósito: a PDG promete apresentar seu plano de recuperação, no máximo, em até dez dias – o prazo inicial era a primeira semana de maio.
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Carne muito bem passada
31/05/2017No lado B da delação de Joesley Batista consta um negócio babilônico que estaria sendo urdido junto com Abílio Diniz e uniria a parte de alimentos industriais da JBS, notadamente de frango, e a BRF. O operador na montagem do “titã da proteína” seria o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, Aldemir Bendine, que até março ocupava um assento no Conselho da BRF. Caberia a ele costurar tudo com a Previ e a Petros. Com o BNDES, como se sabe, não haveria problema.
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Aécio Neves “vendeu” a Vale que não tinha
26/05/2017Em sua primeira reunião com o Conselho de Administração da Vale, na quarta feira (24), por volta de 9h30, na sede da companhia, Fabio Schvartsman, despiu-se dos constrangimentos que o acometeram no decorrer dos últimos oito dias, e disse, firme, a que veio. As diretrizes da sua gestão são: desempenho, estratégia, governança e sustentabilidade. Também não houve meias palavras em relação às prioridades.
Elas são duas: integridade das barragens e transformação da empresa em uma public company. Schvartsman foi atingido por um estilhaço da delinquência de Aécio Neves. Para alguém que, nos últimos cinco anos, esteve nos rankings dos 20 melhores executivos do país, frequentou todas as listas dos mais bem sucedidos dirigentes empresariais, conforme a avaliação da nata dos head hunters, e somente deu sete entrevistas no período (quase uma por ano), é possível imaginar a violência do impacto da notícia. A serena explanação de Schvartsman no Conselho é um ponto de partida para que o RR relate mais um capítulo da criminosa tentativa do ex-governador de Minas de usar a Vale como uma de suas falsas moedas de troca.
As primeiras conversas sobre a substituição de Murilo Ferreira da presidência da Vale começaram entre os acionistas-chave da companhia, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli. O assunto nunca foi tratado com Michel Temer, mas com o seu “entorno” no Palácio do Planalto. As “pressões” sempre se resumiram a assuntar como o processo estava sendo conduzido. As menções a influências de políticos mineiros, Aécio à frente, vinham de meados de 2016, antes da decisão de Ferreira de abdicar do cargo, antecipando-se, inclusive, ao próprio Conselho.
Em ordem decrescente de grandeza, o deputado Fabio Ramalho (o popular “Fabinho Liderança”), o deputado Newton Cardoso Jr., e Aécio fizeram chegar aos acionistas o interesse da “mineirada” que a solução para a presidência da Vale passasse pelo estado. Até então, Aécio falava com o “entorno do Planalto” e por meio da imprensa. Com a ampliação da Lava Jato e o aumento de operações da Polícia Federal, todos os sócios da Vale (os supracitados, mais BNDESPAR e Mitsui) entenderam que a nomeação do novo presidente deveria ser inteiramente blindada. A decisão foi levada ao “entorno do Planalto” há pouco mais de 60 dias.
O gabinete do Palácio, então, “autorizou” que fosse formado um comitê, presidido por Caffarelli, para definir a sucessão. Foi escolhida a Spencer Stuart, por consenso entre os sócios. A empresa de head hunter foi encarregada de apresentar diversas opções com um perfil desejado. A Spencer levantou 20 nomes. A lista, posteriormente, foi afunilada para cinco candidatos, entre os quais o presidente da Suzano Papel e Celulose, Walter Schalka, e o presidente da Nissan, Carlos Ghosn. O nome de preferência de Joesley Batista, o ex-presidente da Petrobras e do BB, Aldemir Bendine, sequer constou da relação inicial de 20 executivos.
A escolha de Schvartsman foi feita por unanimidade entre os acionistas. O processo estava sacramentado, por assim dizer, em 22 de março. No dia 23 de março, Aécio procurou os acionistas da Vale, pedindo uma reunião urgente, tendo em vista a “importância da decisão para Minas”. O encontro foi marcado para o dia seguinte. Na sexta-feira, 24 de março, às 10 horas, o senador foi ao encontro de Trabuco e Caffarelli, nasede do Banco do Brasil, no quarto andar do prédio localizado na Av. Paulista, n° 1.200.
A reunião durou pouco mais de uma hora. Aécio somente queria assuntar como estava o processo da sucessão na Vale. Não arriscou qualquer sugestão de nome. Sabia que os dados já tinham sido jogados. De lá seguiu para o Hotel Unique, onde foi gravado por Joesley Batista, bravateando que “tinha feito o presidente da Vale”. Levou os R$ 2 milhões que queria sem entregar a moeda que não tinha. No dia 27 de março foi anunciada a escolha de Fabio Schvartsman para a presidência e, ao que tudo indica, o bem da Vale.
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Heróis da resistência
24/05/2017Há uma história a ser contada sobre a sucessão de Murilo Ferreira na presidência da Vale. Um capítulo já foi revelado, com a divulgação da conversa indecente de Aécio Neves e Joesley Batista tentando lotear o comando da companhia. Outros capítulos igualmente indecorosos ainda virão à tona – o RR pretende contá-los. O raro destaque positivo nessa inescrupulosa articulação foi a heroica resistência dos acionistas da mineradora, notadamente Bradesco e Banco do Brasil, que evitaram a ocupação não somente da presidência, mas de qualquer cargo de diretoria.
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Sob medida
19/05/2017O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, que vinha se caracterizando por aparecer suado, ofegante e amarfanhado, falou ontem com a imprensa na porta da autoridade monetária, em Brasília, com o terno impecável, descansado e o rosto fresquinho feito bumbum de bebê. A exposição pública de Ilan é contracíclica.
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Palocci empurra Lava Jato na direção das montadoras
16/05/2017Assim como andou tirando o sono dos bancos, agora a possível delação de Antonio Palocci inquieta também as montadoras, que teriam participado de um suposto esquema de propina para a obtenção de benefícios fiscais. Segundo a fonte do RR, um dos operadores da indústria automobilística seria o empresário Carlos Alberto Oliveira Andrada, da Caoa. Ressalte-se que, de acordo com dados disponibilizados pela Receita Federal, o grupo desembolsou mais de R$ 12 milhões pelos serviços da Projeto, consultoria de Palocci. Os contratos foram firmados por meio de duas empresas – Hyundai Caoa do Brasil e Caoa Montadora de Veículos. Foi uma época bastante próspera para a Caoa. O RR entrou em contato com a Caoa, mas a empresa não quis se pronunciar.
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A missão de Temer na “Operação Troca Dono”
16/05/2017A operação Lava Jato e o governo de transição de Michel Temer têm objetivos complementares declarados e não declarados. O combate à corrupção e a caracterização de Lula e do PT como núcleo central da roubalheira são bandeiras explícitas do Ministério Público. No caso do governo Temer, há concordância plena com a punição dos entes privados envolvidos na Lava Jato.
O alvo não declarado, contudo, é a mudança da titularidade e da geografia no controle societário dos grandes grupos empresariais. Digamos que Lula e o PT tenham aparelhado o Estado brasileiro, com a nomeação dos cargos de primeiro, segundo, terceiro, quarto e outros escalões de estatais e do setor público. Temer, por sua vez, quer aparelhar a grande burguesia nacional. Está dito no não dito.
A inação sobre o imbróglio da leniência é eloquente. Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União, AGU, TCU e MP divergem em relação ao acordo, atrasam o processo de salvação das empresas e ninguém se apresenta para arbitrar o impasse. Com isso, BNDES, Petrobras, Banco do Brasil e governos importadores de serviço matam os principais conglomerados. Michel Temer et caterva não podem vocalizar oficialmente o projeto de “mudança societária na marra”. Mas, há francos porta-vozes à disposição. Exemplo: para o tucano Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, a Odebrecht deveria ser vendida.
No caso das empresas envolvidas na Lava Jato, ele sugere um modelo similar ao Proer, em que os controladores dos bancos foram afastados. A bola da vez dessa escalada para criação de um empresariado novo, cosmopolita – e, preferencialmente, sob o mando do capital estrangeiro – é a indústria da proteína (há sites que insistem irresponsavelmente que os bancos virão a seguir). Quando se fala nesse setor, fala-se da JBS. Há uma sequência de acontecimentos que induzem a pensar que os objetivos declarados da Justiça, do Ministério Público e da Polícia Federal e os não declarados do governo Temer se reencontram agora na cadeia da proteína e, mais especificamente, na empresa dos irmãos Batista.
Nessa linha do tempo, não obstante seu impacto nocivo sobre o setor e as contas externas brasileiras, a Carne Fraca teria sido apenas um aquecimento para a operação deflagrada na última sexta-feira, com as diligências na sede da JBS e no BNDES e os mandados de condução coercitiva contra o empresário Joesley Batista e o ex-presidente do banco, Luciano Coutinho. Grandes empresas do país podem ter cometido práticas condenáveis e devem ser punidas por elas. Isso não quer dizer que há de se concordar com um projeto de poder cujo objetivo seria deslocar o controle de algumas das maiores corporações do país que deram certo.
No caso da JBS, em 2009 a empresa empregava aproximadamente 19 mil pessoas. Cinco anos depois, esse número já beirava os 120 mil, contando apenas os postos de trabalho diretos no Brasil – hoje são 160 mil. Em 2007, as exportações da JBS somavam US$ 3,8 bilhões. No ano passado, bateram nos US$ 14 bilhões. Do ponto de vista do investimento em si, poucas vezes na história o BNDES fez um negócio tão rentável.
Se tivesse vendido sua participação na JBS quando a ação bateu nos R$ 17, em setembro do ano passado, o banco realizaria um lucro da ordem de R$ 6 bilhões – no momento do primeiro aporte da agência de fomento na empresa, em 2007, a cotação era de apenas R$ 7. O Brasil ganhou em todos os sentidos com a hegemonia no mercado mundial de proteína, o que tacanhamente é reduzido à aposta em um “cavalo vencedor”. Pode ser que haja um projeto em curso para desnacionalizar a JBS, entre outras corporações. Assim é, se lhe parece.
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BB com um pé fora do Banco Patagonia
15/05/2017A expectativa do BB é anunciar a venda dos 58,9% do Banco Patagônia até meados de junho, no lugar da oferta de ações em Bolsa que chegou a ser cogitada. BBVA e Banco Macro já apresentaram propostas. O BB informou ao RR que “novos fatos sobre o assunto serão prontamente comunicados ao mercado.”
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A admirável elegância do silêncio
15/05/2017Na noite de sexta-feira, no Rio, por volta de 21 horas, o restaurante Gero espocava de jovens financistas, celebridades e noveaux riches. Em meio ao frenesi e afetação, os comensais dispostos em uma mesa localizada à direita do generoso bar se destacavam pela extrema discrição. Os dois senhores de avançada idade, acompanhados de duas moças, falavam baixo e com gestos contidos.
O mais idoso vestia uma espécie de colete de nylon, desses usados em competições esportivas. Um senhor vistoso, distinto, que lá ficou sem que ninguém se apercebesse de quem se tratava. O RR rastreou o poder imanente e se manteve em alerta. A certa altura, o senhor se levantou com seus acompanhantes. Caminhou até a porta. O RR pensou em uma abordagem sorrateira, como de praxe.
O senhor virou-se, com instinto felino, e mirou com os olhos claros o jornalista indeciso. Era o ex-banqueiro e acionista da Embraer, Julio Bozano, a lenda. Dono de uma das maiores fortunas do país, estimada em R$ 5,5 bilhões, Bozano criou o mais emblemático banco de investimentos brasileiro em uma época em que Jorge Paulo Lemann ainda engatinhava. Quando saiu de cena, cobriu-se com o manto da elegância e do silêncio absoluto. A newsletter, normalmente intrusona, recuou em prudente atitude de respeito. Quem sabe em outra vez. São raros esses tipos, mas alguns personagens mitológicos merecem ser bem guardados. Até mesmo pelo RR.
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O quarto de despejo de Michel Temer na economia
2/05/2017Michel Temer não quer saber do povo – e a recíproca é verdadeira. Ponto final. Vai governar de forma impopular junto aos ministros que sobrarem e os novos colaboradores que estão por vir, enfurnado com políticos da base aliada e enfeitando fóruns, seminários e eventos festivos do empresariado. É o que tem. As reformas serão à meia bomba. É o que pode.
Agora que alguns cortes de subsídios foram realizados, removeu-se o marco do conteúdo local – notadamente no setor de óleo e gás – e flexibilizaram-se algumas tarifas de importação, além da vitoriosa mudança das leis trabalhistas, é hora dos ajustes microeconômicos. Temer fará a rearrumação da malha de benefícios creditícios e incentivos fiscais, impondo contrapartidas em pesquisa e tecnologia. O mesmo será exigido para a manutenção da desoneração das folhas de salários de alguns setores acarinhados.
No automotivo, o rearranjo dos benefícios contemplaria a produção de carros elétricos, mas é amplo o ceticismo sobre o êxito da medida. A Lei de Falência terá uma nova atualização – a bilionésima primeira. Um dos empresários paparicados por Temer sugeriu que ele criasse uma zona de esforço compartilhado entre as estatais – Petrobras, BNDES, BB, Eletrobras etc. – para puxar o investimento em algumas áreas onde a geração de emprego fosse emergencial.
Uma espécie de “Sudene das estatais”. Temer aquiesceu, naquele seu estilo de quem concorda discordando profundamente. Mexer com estatais nesse momento, nem morto! O presidente vai entregar a simplificação do sistema tributário e a agilização das licenças obrigatórias para novos investimentos, mas ninguém acredita muito que os pequenos consertos despertem o espírito animal do empresariado. De qualquer forma, pretende chamar tudo de reforma. Já encomendou a entrega de um pacotão de pequenas correções e aperfeiçoamentos na engrenagem da economia. É preciso dar na vista.
A novidade é que serão terceirizados profissionais da academia e tecnocratas do setor privado para participar desse mutirão econômico. Uma leva desses luminares de fora do governo irá para a conta da Fazenda. Seus nomes já foram, inclusive, publicados no Diário Oficial. Diversas medidas vão na direção certa, mas significam o mesmo que lustrar os móveis de uma casa soturna, empoeirada e assombrada por uma legião de larápios de dentro e de fora do governo; um desemprego que teima em aumentar; um crescimento que, não fosse a revisão das contas pelo IBGE, beiraria o negativo neste ano, e uma nada redentora taxa de expansão do PIB entre 0,5% e 1%, em 2018. Tudo miúdo. A gestão Temer na economia cabe em uma quitinete. Melhor, cabe em um quarto de despejo.
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Credores da Arena do Grêmio dão cartão vermelho para a OAS
28/04/2017Enquanto o ex-presidente da OAS Leo Pinheiro inflama as arquibancadas da Lava Jato, o cerco se fecha contra a empreiteira no gramado da Arena Grêmio. Os credores, à frente Santander e Banco do Brasil, vestiram a camisa do tricolor gaúcho e pressionam a construtora a aceitar a oferta do clube pelo estádio, hoje controlado pela empresa. O Grêmio já colocou as cartas sobre a mesa: topa assumir o financiamento de R$ 113 milhões obtido pela OAS para a construção da Arena.
Propõe ainda pagar diretamente aos bancos um valor mensal entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões pelos próximos 19 anos, dinheiro que inicialmente seria repassado à empreiteira. E a construtora? Para ela não sobraria nem uma moeda para tirar o cara ou coroa. A tabelinha entre os bancos e o Grêmio pode ser a pá de cal na esperança da OAS de fazer dinheiro com a venda da Arena.
As tratativas para a transferência da Arena se arrastam desde 2015. A OAS chegou a pedir mais de R$ 400 milhões, mas foi perdendo fôlego em meio à recuperação judicial. No mês passado, o clube suspendeu as conversas. Segundo uma fonte que acompanha as negociações, a última reunião entre os dirigentes do Grêmio e representantes da OAS se deu em meados de março. Do lado dos gaúchos, trata-se de um recuo mais do que calculado. A nova estratégia do Grêmio é jogar no desespero do “adversário”, valendo-se do apoio dos bancos para empurrar a empreiteira contra a parede.
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BR Pharma busca um remédio para a dívida
24/04/2017Fechar a compra da BR Pharma e de suas 822 drogarias foi a parte mais simples da história. A Lyon Capital, gestora do ex-CEO da WTorre Paulo Remy, já começou a peregrinação por bancos e fornecedores para renegociar as dívidas de curto prazo da rede de drogarias, na casa dos R$ 600 milhões. Entre os maiores credores estão Itaú, Santander e Banco do Brasil. Na tentativa de mostrar que “as coisas mudaram na BR Pharma”, a Lyon Capital vai apresentar um plano para a redução dos prejuízos da empresa, incluindo o aperto dos custos operacionais e o fechamento de drogarias deficitárias. É o que não falta: no ano passado, a BR Pharma teve um prejuízo de R$ 630 milhões. Por essas e por outras é que o BTG Pactual praticamente pagou para se desfazer da rede. O banco transferiu a BR Pharma para a Lyon por um valor simbólico e ainda se comprometeu a financiar a varejista com a compra de até R$ 400 milhões em debêntures nos próximos 30 anos.
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Avibras busca munição no BNDES
17/04/2017Ao menos um setor da economia não tem mais motivos para atirar contra o BNDES e sua contida política de crédito. Que o diga a Avibras, que saiu na frente e já mantém gestões com o banco para ter acesso à linha de crédito recém criada pela instituição com o objetivo de financiar exportações da indústria de defesa. A companhia tem novos pedidos engatilhados para o fornecimento dos lançadores de foguetes Astro II e Astros 20, notadamente para países da Europa e do Oriente Médio.
O valor potencial dos contratos gira em torno dos US$ 200 milhões – cada equipamento custa, em média, de US$ 8 milhões a US$ 10 milhões. O BNDES é peça-chave da estratégia do governo para aumentar a inserção da indústria bélica brasileira no mercado global, que inclui um esforço integrado das representações diplomáticas. A Avibras é muito bem cotada no exterior, sobretudo na produção de munição de fragmentação, que tem alto poder destrutivo.
O Brasil não assinou a Convenção sobre Munições Cluster (CMM), de 2008 – mais de cem países baniram a fabricação deste tipo de projétil. Não por acaso, a Avibras está sempre na linha de tiro de organizações antiarmamentistas. Recentemente a Anistia Internacional anunciou ter encontrado munição de fragmentação da empresa brasileira em ataques do Exército da Arábia Saudita contra o Iêmen.
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Caixa e BB no caminho de Benjamin
12/04/2017Como se não bastasse a Transnordestina, com seus atrasos e processos no TCU, Benjamin Steinbruch tem outra aresta pontiaguda com o governo. Trata-se da complexa e arrastada renegociação do endividamento de curto prazo da CSN com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica. Neste momento, a siderúrgica tenta alongar os passivos com vencimento em 2017 e 2018, que somam R$ 4,9 bilhões. É a menor parte do problema. A chapa esquenta ainda mais quando o assunto são as dívidas que vencem em 2019 e 2020, em torno de R$ 15 bilhões. No caso específico do BB, não custa lembrar, Benjamin tem do outro lado da mesa um ex-colaborador: o atual presidente do banco, Paulo Rogério Caffarelli, que foi diretor executivo da própria CSN. O que isso quer dizer? Até agora, nada!
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Ilan Goldfajn vira a âncora de Henrique Meirelles
10/04/2017Os cérebros dos luminares do BC crepitam em um dilema “shakespearmonetário”: Selic em queda de 1,25 ponto (quiçá 1,50 ponto percentual) e manutenção da meta de inflação em 2018 ou queda de um ponto e redução do inflation target no próximo ano? Quem lê o RR antecipou esse dilema, que se tornou um “trilema” com o pedido tácito ao BC para dar uma mãozinha à Fazenda devido à disenteria fiscal. Então, ficamos assim na bolsa da política econômica: Henrique Meirelles em baixa; Ilan Goldfajn em alta.
A previsão de um PIB mais baixo neste ano – a Fazenda cortou sua projeção de 1% para 0,5%, mas o mercado já acha que 0,3% será uma dádiva – encurralou a relação dívida pública/produto interno, que deverá receber mais sal grosso com o provável estouro do teto de R$ 139 bilhões para o déficit primário. O próprio Meirelles já admitiu elevar a estimativa do buraco orçamentário de 2017. Como se sabe é a relação dívida/PIB que as agências de rating enxergam. A Moody’s já tinha manifestado sua simpatia. Isto foi antes da lassidão fiscal – mimetizada como baixa arrecadação – ser revelada. Para as agências de rating, por tanto, o que interessa é o déficit nominal, tratado nessas plagas como mercadoria de segunda classe.
Caso o fiscal estivesse dentro do programado, a dívida pública bruta subiria dos atuais 70% para 77% do PIB. Agora vai a 79%, 80%, 81% do PIB e Deus for realmente brasileiro. Ou se o presidente do BC for “dovish”, conforme o jargão estereotipado do mercado. Ilan, depois uma maré de excessos, com juros altos por mais tempo do que o necessário (quem diz é a maioria dos analistas), criou um novo padrão de confiabilidade. “Ancorou”, como se diz. É ele, em última instância, quem decide a taxa Selic na reunião do Copom.
As instituições financeiras, estimuladas pelo próprio relatório de inflação do BC, começaram a projetar uma taxa mais baixa no final do ano, que, para os mais ousados, poderia chegar a 8%, contra as previsões majoritárias de 8,5%. A título de referência: cada queda de um ponto na Selic significa uma economia de R$ 26 bilhões nos juros. E cada redução de três pontos percentuais representa um encolhimento de 1% no resultado nominal.
Os três pontos já estão superados, pois 70% das instituições baixaram para a faixa de 8% a 8,75% a Selic de dezembro, contra os 9,25% que reinaram a maior parte do ano. Se cravar 8% de Selic no final do ano, isso significará uma redução de quatro pontos na taxa, ou seja, uma compensação do fracasso fiscal de Meirelles e seu efeito na relação dívida/PIB. Ilan tem bons motivos para puxar a Selic mais para baixo – 1,25 a 1,50 ponto – e outros igualmente respeitáveis para ir devagar com o andor.
A favor da queda acentuada estão as previsões de inflação na faixa de 3%, abaixo do piso da meta, a recessão econômica e um acerto de contas com os bancos, que, mesmo com as recorrentes reduções da Selic, não estão baixando os spreads. Com a Selic bem comprimida, a banca ficaria em corner. Essa alternativa ensejaria uma meta de inflação mais baixa para 2018, até para compensar a eventual interpretação de um BC moleirão.
Os riscos parecem baixos já que a inflação está mergulhando para o reino abissal (as apostas chegam a um IPCA de 3%, transformando o target de 4,5%, em uma espécie de objeto de desejo ultrapassado). A correção da Selic em módico um ponto, por sua vez, poderia ser interpretada por um BC insensível ao desemprego, sinalizando um recrudescimento da inflação e indisposto a alterar a meta e ser obrigado a uma política monetária errática caso haja qualquer repique da carestia. Nesse caso, a dívida pública que espere a sua vez. Nos dias 11 e 12, datas do Copom, e 27 de abril, quando o Conselho Monetário Nacional se reúne, parte do “trilema” será respondida.
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Forças Armadas são a instituição mais confiável do país; Congresso, a mais corruptível
6/04/2017Parece até que o Brasil voltou no tempo: as Forças Armadas são a instituição mais confiável do país, enquanto o Congresso Nacional é visto como a mais propensa de todas a corrupção. É o que revela sondagem realizada pelo Relatório Reservado junto a uma parcela da sua base de assinantes. A enquete, no modelo de respostas espontâneas, foi feita entre 27 e 31 de março.
Entre os 142 assinantes que participaram do levantamento, 67% apontaram a tríade Exército, Marinha e Aeronáutica como o estamento de maior credibilidade. A boa imagem das Forças Armadas não chega a ser uma novidade. O que chama a atenção é a diferença para os demais. A segunda instituição mais lembrada foi o MP, com distantes 10%. STF e Polícia Federal ficaram em terceiro e quarto, respectivamente com 7% e 5%. A seguir, a Igreja (4%), a imprensa (3%) e o TCU, com 2%. Por fim, apareceram o governo federal e o Congresso, cada um com apenas 1%. A reputação do Parlamento está mesma em baixa.
O Congresso foi citado por 36% dos entrevistados como a instituição mais propensa a atos de corrupção. O governo do Rio ficou em um nada honroso segundo lugar, com 13%. A Petrobras veio logo a seguir, com 10%, um indício de que a estatal ainda terá de trabalhar muito para recuperar sua imagem. Receita Federal e Polícia Militar empataram, cada uma com 6% dos votos. Ressalte-se a presença da própria Presidência da República na relação das instituições mais suscetíveis a corrupção, com 5%, mesmo percentual de citações ao Judiciário.
Na sequência, apareceram o Detran, a Polícia Civil e o governo de Minas Gerais, cada um com 4%. Com 3% surgiu o BNDES, possivelmente por conta das ilações que cercaram algumas operações do banco no governo do PT. Foram votados ainda a Fazenda, 2%, e o BB e a Polícia Federal, cada um com 1%. O RR também perguntou: “Qual é a autoridade que mais honra seu cargo?” Pule de dez: deu Sérgio Moro na cabeça, com 34%. Cármen Lucia ficou em segundo, com 17%. João Doria recebeu 15%; Jair Bolsonaro, 9%. Logo a seguir, Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato (7%).
O top five é uma evidência de que o Brasil está cada vez menos “político” e mais “judicializado”. Se não vinculados ao Judiciário, Doria e Bolsonaro personificam em seus discursos o “político que não é político”. Os assinantes do RR mencionaram ainda o presidente da Petrobras, Pedro Parente, com 5%, e ACM Neto (4%). Apenas 2% citaram Henrique Meirelles como um personagem que honra seu cargo público, certamente um reflexo da crise econômica.
Os entrevistados mencionaram ainda Rodrigo Janot e Geraldo Alckmin, com 2% cada um, além da presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos, e de Gilmar Mendes, cada um com 1%. E Michel Temer? Ele aparece no rodapé da enquete, também com 1%. Michel Temer “brilhou” também na quarta e última pergunta: “Se possível, quem você tiraria de um cargo público?”. Entre os entrevistados, 38% cravaram o nome de Temer, mais do que o dobro do segundo colocado, Eliseu Padilha (15%).
Aliás, o Planalto pontificou nos três lugares mais altos do indesejável pódio: Moreira Franco chegou em terceiro, com 11%. Logo atrás, Luiz Fernando Pezão, com 10%. A relação dos “impeacháveis” seguiu com Romero Jucá e Aécio Neves, cada um com 5%. Henrique Meirelles recebeu 4% das respostas. Certamente por outros motivos, o presidente do Senado, Eunício de Oliveira, também foi citado por 4%. Entre os assinantes, 3% disseram que gostariam de ver Maria Silvia fora da presidência do BNDES. Rodrigo Maia foi outro lembrado por 3% dos consultados. Por fim, um fato curioso. Para 2% dos entrevistados, Sérgio Moro é que deveria ser afastado de suas funções. Devem ter lá seus motivos.
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…E partidas
4/04/2017As ações do Banco ABC Brasil já acumulam alta de 37% no ano. A disparada só aumenta o burburinho no mercado sobre o fechamento de capital da instituição, controlada pelo Arab Banking Corporation.
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Crônicas do calote contra a previdência e o trabalho
13/03/2017Ao contrário do Campeonato Carioca, no qual ocupa até o momento o nada honroso último lugar entre os times grandes, o Botafogo de Futebol e Regatas ascende, devagar e sempre, no ranking dos maiores devedores do FGTS no país. Segundo levantamento feito pela Advocacia Geral da União (AGU), o clube alvi-negro passou de 12° para 11° lugar na lista dos 20 maiores inadimplentes da poupança de garantia trabalhista, com um débito de R$ 49 milhões. Da lista dos 20 maiores caloteiros do FGTS, não consta nenhum outro clube de futebol.
Notório caloteiro, já devidamente criminalizado e condenado, o Instituto Candango de Solidariedade (ICS) continua aumentando espetacularmente sua dívida com a Previdência Social. No último levantamento da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional sobre os 500 maiores devedores, chegou ao 8° lugar, com um passivo previdenciário de R$700,351 milhões. O Candango, que já foi até fechado, ficou famoso por ser “laranja” de Joaquim Roriz, que desviava recursos públicos através da egrégia instituição. Roriz foi governador do DF por quatro mandatos.
Um trio fabuloso de bancos espera a regularização dos leilões da dívida ativa do governo para fazer suas ofertas por três dos maiores parasitas tributários do país: as massas falidas da Varig, Transbrasil e Vasp. As três ocupam posição de destaque entre as maiores devedoras de impostos. Mas possuem, em média, cerca de R$ 6,5 bilhões para receberem cada uma, com sentenças já transitadas em julgado no TRF 1a Região, relacionadas à defasagem tarifária. Os precatórios podem valer bem mais dependendo do desconto que o governo vier a conceder à divida ativa.
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Concórdia, Spinelli e Planner podem somar seus valores
10/03/2017A luta pela sobrevivência no mercado de capitais brasileiro poderá ter um novo capítulo, protagonizado por três das mais tradicionais instituições do país. As corretoras Concórdia, Spinelli e Planner estariam mantendo conversações guardadas a sete chaves para uma fusão. Na prática, são três corpos que já têm um só coração.
Em setembro, do ano passado, a tríade criou uma empresa de infraestrutura de dados, a Nucleos. Desde então, todas as suas operações financeiras estão integradas em uma mesma plataforma digital. Procuradas, Concórdia e Planner negam as negociações e a Spinelli não se pronunciou. Está feito o registro. O que não dá para negar é que praticamente todas as corretoras de valores têm sido atropeladas pelos grandes bancos ou por instituições independentes com estratégias extremamente agressivas, como a XP Investimentos.
É o caso da trinca. Juntas, as três somam pouco menos de R$ 300 milhões em recursos administrados. A Planner ainda tentou desempenhar o papel de consolidadora – entre 1999 e 2009, comprou outras três corretoras, Sanvest, DC e Theca. Ainda assim, não conseguiu ganhar massa crítica suficiente. Do trio que negocia a fusão é a menor, com cerca de R$ 86 milhões sob sua gestão.
Nem mesmo a Concórdia, que nasceu de uma costela da antiga Sadia e carrega a grife Furlan – por um período, o ex-ministro Luiz Fernando Furlan chegou a dividir a gestão do negócio com o filho Luiz Gotardo Furlan e o genro Caio Villares – tem resistido à desigual concorrência com os grandes conglomerados financeiros. No ano passado, não chegou sequer a R$ 20 milhões em receitas com intermediação financeira. Em junho de 2016 (último balanço disponível), a Concordia amargava um prejuízo de R$ 204 mil. No ano anterior, já havia contabilizando cerca de R$ 700 mil em perdas.
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BNDES asperge tristeza sobre um governo carente de contentamento
2/03/2017Um relatório sobre a geração de boas notícias na área econômica, com base em anotações de clipping, foi enviado para poderosas salas da Esplanada dos Ministérios. A conclusão não insinua qualquer dúvida: as notícias que emanam do BNDES são espartanas, rigorosas, sob medida para nutricionistas adeptos da dieta da inanição. O banco se vestiu de cinza quando o Ministério da Fazenda, do Dr. Meirelles e o Banco Central, do Dr. Ilan, baluartes do mau humor monetário, se esforçam para espremer do limão da ortodoxia uma limonada de medidas microeconômica e abençoar as reduções da taxa básica de juros.
O BNDES dinamitou sua ponte com o empresariado, talvez o grupo que mais decididamente tenha apoiado o presidente Michel Temer. Com a sensibilidade à flor da pele, Maria Sílvia Bastos Marques fez, na terça-feira pré-carnavalesca, uma tour de force em Brasília, com uma providencial reunião com Temer seguida de entrevista pré-combinada para divulgar o que foi dito no encontro. Os dirigentes privados, não é de hoje, reclamam que o crédito se tornou mais seletivo, burocrático e com custos mais altos, justamente quando os potenciais investidores ardem sedentos de liquidez.
A direção do banco diz que está aberta a bons projetos, mas o empresário, elevadamente endividado, operando com capacidade ociosa, com os pátios cheios de estoques e ainda com uma ponta de dúvida sobre as reformas, se ressente dos maus tratos nesse momento de calvário. Um não leva projetos porque não se sente acolhido; o outro não empresta porque não recebe projetos. Há bons argumentos para ambos os lados. O BNDES, sem dúvida, teve de limpar a casa do tsunami da gestão anterior. No entanto, parece que se empenha em demasia na cruzada contra o crédito direcionado, que precisa ser reduzido, mas sem fúria religiosa.
Caso o seu mais longevo presidente, Marcos Vianna, estivesse vivo, desempataria a questão: “Se o BNDES estiver com o caixa cheio significa que não cumpriu sua missão. Se tiver lucro maior, tem que trocar a gestão”. Não falta quem reclame que o banco, em vez de caçar empreendedores de boa cepa, preferiu adotar o discurso da opção pelo saneamento, que não cria empregos no curto prazo, só atrai empresas periféricas – que não agregam valor frente ao eleitorado – e do mesmo modo que os governantes de entes federativos vai ter de justificar a venda de ativos em condições pouco transparentes.
Talvez mais recomendável fosse a agência de fomento sair garimpando projetos de engenharia básica para congregar os empresários reclusos em torno deles. O BNDES tem R$ 100 bilhões parados em caixa, e está lá aguardando, funéreo, que algum endinheirado com um “bom projeto” o convide para empinar a pipa. Gente que normalmente não precisaria do BNDES. Maria Silvia Bastos é uma pessoa solar. Por onde passa, deixa fileiras de sorrisos. Imagina-se que ela seja detentora de segredos, que o seu timing seja diferente, que dentro das paredes envidraçados da instituição ela esteja ultimando uma reviravolta para sacudir esse banco melancólico e fomentador do desânimo. Definitivamente, não combina ver Maria Silvia comandando o órgão mais triste do país.
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