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Anvisa joga uma guimba quente no ventilador

  • 13/01/2011
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O governo já avisou quenão vai sequer triscar naliberdade de imprensa. Jánão se pode dizer o mesmoem relação a  liberdade dosfabricantes e dos consumidoresde cigarros. De umasó tacada, a Anvisa preparamais duas rasteiras no pé deapoio da indústria do tabacoe dos fumantes. A agênciaquer proibir a adição de umasérie de ingredientes aos cigarros.Constam do possívelíndex produtos como açúcar,caramelo, chocolate,usados para dar aroma aofumo e diferenciar uma marcada outra. Simultaneamente,a Anvisa ensaia restriçõesainda mais rígidas a comunicação nos pontos devenda, praticamente a últimafronteira que restou aosfabricantes de cigarros emtermos de marketing. Segundoproposta publicada aoapagar das luzes de 2010,no dia 27 de dezembro, aagência quer que 80% dosdisplays instalados no varejosejam usados para a advertênciasobre o consumodo produto. Só os 20% restantesseriam utilizados parao anúncio da própria marca.A Anvisa quer ainda quea metade da frente do maçotambém seja reservada paraadvertências, a exemplo doque já ocorre no verso daembalagem. Ou seja: a agênciaparece disposta a inventaruma nova modalidade demarketing, uma publicidadea s avessas, obrigando osfabricantes a usar a embalagemde seu produto para se auto-imolar. A Anvisa garanteo chicote. Parece até queJosé Serra venceu a eleição.Mais uma vez, a Anvisabate na tecla de que as medidastêm por objetivo reduziro consumo de cigarro,notadamente entre os jovens.Como sempre, guiasepor um retrovisor que nãopermite enxergar o passado.Países que baniram o usode produtos como açúcar echocolate na fabricação decigarros e restringiram draconianamentea publicidadese depararam com um efeitobumerangue. É o caso doCanadá. No espaço de aproximadamenteuma década,o consumo de cigarros entrejovens no mercado ilegalcresceu 30%.Difícil evitar que o mesmoe indesejável efeito colateralse repita no Brasil. Aindústria formal, por exemplo,terá de gastar milhõesde dólares em pesquisa paradesenvolver produtos capazesde substituir o açúcar econgêneres caso a proibiçãoseja aprovada. Qualquercentavo a mais repassadoao preço final será motivomais do que suficiente paraque consumidores migrempara o mercado negro, embusca de produtos mais baratos.Ou alguém acreditaque a Anvisa dispõe de umcontingente suficiente parafiscalizar as centenas de fábricasde fundo de quintalque já dominam quase umterço da venda de cigarrosno país e sonegam por ano oequivalente a R$ 4 bilhões?

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