Governo
A falta que o velho Lula faz ao Lula “velho”
Ninguém diz a Lula, nem mesmo a Janja, mas há um consenso entre seus colaboradores mais próximos, dos antípodas Rui Costa e Fernando Haddad a Aloizio Mercadante e à própria desvairada Gleisi Hoffmann, que o presidente tem de falar menos para a população e mais para dentro dos Poderes no seu governo. Ele teria de ir mais ao Congresso defender o arcabouço fiscal, mostrar que entende da regra, falar sobre o horror que representa a volta da inflação; teria de se reunir com o STF em busca de declarações de apoio a princípios e medidas unânimes e urgentes; teria de se dirigir mais ao seu próprio Executivo, reforçando a mensagem que sem o ajuste fiscal hoje o ajuste futuro será muito pior. Onde está o Lula que se expunha todos os dias e dava nó em pingo d’água? O senador Jaques Wagner, um dos interlocutores mais próximos do presidente, canta a pedra: “Esqueçam. O Lula de hoje não igual ao que vocês conheceram.”
Ninguém está recomendando que Lula faça uma cirurgia nos miolos ou que abandone seus velhos e bons discursos nos palanques. Nesse aspecto, a caravana segue. Mas o presidente tem de falar para dentro do caldeirão fumegante do seu governo. A energia desse discurso é que dará a tônica ou não de uma reeleição em 2026 ou do poder de indicação de outro poste, a exemplo de Dilma Rousseff. Por enquanto, ao contrário da turma do Plano Real, que tem 30 anos de êxito para comemorar o sucesso e a unidade do governo de FHC, Lula não dispõe de qualquer efeméride ou data cheia para celebrar, e, volta e meia, até mesmo os seus lhe dão as costas. Não se trata mais da elaboração de policies, mas da tibieza do próprio presidente.
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