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“Mr. Oil Junior” sai na frente para comandar o conselho da 3R/Enauta

  • 11/04/2024
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Da porta para fora, a fusão entre a Enauta e a 3R Petroleum está definida. Intramuros, o entanto, há uma corrida pelos cargos de comando na nova companhia. Nesse quesito, ninguém estaria mais acelerado do que Paulo Thiago Mendonça. Segundo uma fonte envolvida nas negociações, nos últimos dias Mendonça tem se dedicado a articulações internas para assumir a presidência do Conselho da futura empresa. Ou seja: quer ampliar sua posição de poder na nova companhia. Mendonça é o chairman da Maha, uma das acionistas da 3R, e mantém ascendência sobre a petroleira por meio do fundo de participações Turmalina, gerido pelo seu asset management Starboard. O empresário tem moedas de troca. Pela intrincada costura societária de criação da nova empresa, a Maha se compromete a vender à companhia a sua participação de 15% na 3R Offshore, dona dos campos de Peroá e Papa-terra. Em troca, receberá 2,17% da futura petroleira. Com isso, passará a ter 4,5% da empresa resultante da fusão entre 3R e Enauta, tornando-se um dos cinco maiores acionistas.

No entanto, mais até do que o seu peso societário, o que conta a favor da Paulo Thiago Mendonça são as alianças. Um dos principais apoiadores da sua nomeação como presidente do board da nova petroleira seria o banqueiro André Esteves, de acordo com uma fonte que participa das negociações. O BTG detém uma participação de 5% na Maha e teria feito um acordo com Mendonça para brecar a intenção de outros sócios de referência da petroleira de indicar o chairman. A proximidade entre o banco e Mendonça não vem de hoje. Segundo informações apuradas pelo RR, Esteves teria indicado, em outubro de 2022, Bernardo Monteiro Lobato para administrar as finanças da Starboard, meses antes de a Maha vender seus campos no país para a PetroRecôncavo por cerca de R$ 1 bilhão. Outro importante aliado de Mendonça é Fabio Vassel, partner da Starboard e conselheiro tanto da Maha quanto da 3R Petroleum. Ou seja: joga em duas pontas da operação.

O protagonismo de Paulo Thiago Mendonça traz para a fusão entre a 3R e a Enauta e a criação da terceira maior produtora de petróleo do Brasil um gene da velha OGX. O investidor é filho de Paulo Mendonça, o “Mr. Oil”, como Eike Batista se referia ao estrategista da sua petroleira. Como se sabe, a empresa foi um fracasso. Por sinal, Paulo Thiago Mendonça é alvo de críticas de alguns sócios da 3R por ter levado para a companhia sete ex-funcionários da Petrobras com altos salários – entre eles, o diretor de E&P Maurício Diniz -, reproduzindo o modelo adotado por seu pai na OGX. Os acionistas da nova empresa resultante da fusão entre a Enauta e a 3R esperam que as similaridades com a petroleira de Eike Batista parem por aí.

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