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Governo
A ministra Marina Silva, que anda um tanto apagadinha, pretende montar uma espécie de plano federativo de redução de emissões de CO2. A ideia é costurar caso a caso, com os governadores e secretários de meio ambiente, medidas específicas para frear o lançamento de poluentes nos respectivos estados. Marina e sua equipe tratam a iniciativa como condição sine qua nom para o Brasil cumprir sua meta de cortar as emissões de gases efeito estufa em 53% até 2030. Um dos objetivos é comprometer os governadores a fazerem a sua parte.
Uma das maiores preocupações da ministra Marina Silva é o Maranhão. Dados que chegam ao Ministério do Meio Ambiente apontam a cidade de São Luís na dianteira do ranking da degradação ambiental entre as capitais brasileiras. Entre outros dados, houve um aumento de incríveis 23.380% da poluição por conta da queima incompleta de materiais combustíveis ricos em carbono.
O Distrito Industrial de São Luís é uma linha de montagem de fuligem, com alguns dos piores índices de emissões entre congêneres no Brasil.
Em tempo: as intenções de Marina Silva despertam alguma preocupação no Palácio do Planalto. O receio é que a ministra decida pressionar os governadores dando visibilidade àqueles que não cumpriram o acordo. Marina, como se sabe, costuma transformar suas convicções em rusgas políticas.
No momento em que a gestão Lula costura uma aproximação com os chefes do Executivo estadual para diluir a força do Centrão, tudo o que Planalto menos precisa é de alguma poluição no relacionamento com os governadores. Ainda mais porque alguma fricção com a ministra seria difícil de resolver. Marina é emponderadíssima. Geraldo Alckmin, Fernando Haddad e ela são o trio indemissível do governo.
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