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Dentro da sua particular lógica política, deliberadamente ou não, Jair Bolsonaro pode ter acertado no timing da troca de comando na Petrobras. Existe uma razoável probabilidade de a estatal reduzir os preços dos combustíveis, coincidentemente logo no início da gestão de Adriano Pires. Isso, ressalte-se, sem que o novo presidente da Petrobras mude uma vírgula na política comercial da companhia, baseada no conceito de PPI (Paridade de Preço Internacional). Muito pelo contrário.
Segundo fonte da própria estatal, a hipótese de um corte dos preços em abril já está sobre a mesa em razão dos cenários e cálculos técnicos feitos pela área de Comercialização e Logística. Consultada pelo RR, a Petrobras afirmou que “não antecipa informações sobre reajustes”. Desde a semana do último reajuste anunciado pela Petrobras, no dia 10, o preço do brent no mercado internacional já recuou 21%. Cabe lembrar que, poucos dias antes do aumento, o valor do petróleo havia atingido o seu pico desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia (US$ 140 o barril).
Outro ponto que contribui para uma queda dos preços dos combustíveis é o alívio no câmbio: desde a primeira semana de março, o dólar caiu 6,4% – de R$ 5,11 para os R$ 4,78 de ontem. Ressalte-se que as projeções da área de Comercialização e Logística da Petrobras são atualizadas regularmente em função de um sem-número de variáveis. Mas, à luz dos números de momento, a tendência é que Adriano Pires assuma a presidência da companhia em um ambiente favorável para o anúncio de um corte dos preços. Do ponto de vista político e eleitoral, seria um prato cheio para Bolsonaro capitalizar a troca de presidente na Petrobras.
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