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O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, se dá com todo mundo. É um sujeito jeitoso, meio mineiro, que se acha talhado para vender a política econômica junto aos grandes públicos. Como é o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, quem exerce esse papel, Barbosa tem trazido para si a função de negociador junto a áreas sensíveis para as principais decisões nacionais. É o caso do Congresso Nacional. Barbosa conhece os parlamentares de outras viagens, pois foi o negociador da reforma tributária no governo Lula e na primeira gestão de Dilma Rousseff. Nesse interregno, foi para a FGV, onde, entre aulas, palestras e articulações no Instituto da Cidadania, preparou-se para ser ministro. Barbosa é um aficionado pelo relacionamento com a imprensa, e o que ele pensa pode ser lido por aí quase diariamente, dito por ele ou em off the records. Preza a conversa amiúde com a presidente da República. Durante o mês de julho, despachou mais de 20 vezes com ela. Não é de brigar com os outros, é de fritar. Nesse papel, foi de grande ajuda para o então ministro Guido Mantega em suas rusgas com o expresidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Dificultou no que pôde a vida do vigoroso Meirelles. Barbosa contrasta seu 1,90 m com uma fala mansa e olhar fixo de atenção. Se fosse menos calvo e alourado, lembraria o jornalista Tintim, personagem das histórias em quadrinhos de Hergé. Sua jornada de trabalho é de uma intensidade comparável ao tempo em que era remador, no Rio de Janeiro. Defende um intervalo de flutuação sempre que se estabeleça uma meta de superávit primário, com um piso e teto para o resultado fiscal. à‰ favorável também que a meta de inflação seja estipulada para prazos mais amplos do que um ano – quatro anos de um governo, por exemplo. Implica com o BNDES desde a gestão de Carlos Lessa. Vê outro papel para o banco. Não gosta da política para o salário mínimo (“deveria subir em relação ao salário médio”). Defendeu as desonerações sobre folha de salário no passado. Hoje é contra, pois descobriu que é uma bomba de efeito retardado: se o governo cogitar em retirar, o empresário demite de antemão. Caso estivesse no manche, Nelson Barbosa daria um jeito de acelerar os programas sociais para suavizar os efeitos do desemprego e contrabalançar o impacto do ajuste. Corrobora com a tese de que foi a política cambial, e não tanto o consumo das famílias, o principal responsável pelo crescimento desmedido das importações. à‰ um entusiasta de que a hora é dos investimentos e não mais da absorção doméstica. Acha que é importante reunir a grande indústria, inclusive os empreiteiros, para afagá-los e estimulá-los. Deve ser observado de perto em suas articulações políticas. Esse é Nelson Barbosa. Para bom entendedor…
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