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Glenn Greenwald, editor do The Intercept Brasil, passou os últimos dias costurando alianças de apoios internacionais para o caso de tentativa de encarceramento pela Polícia Federal. Nessa hipótese, Greenwald vai se declarar ameaçado de prisão política. De acordo com uma fonte próxima ao jornalista, as manifestações mais favoráveis vieram de países não centrais da Europa. Pelo menos três embaixadas lhe teriam acenado guarida firme, especialmente a da Dinamarca, localizada na Avenida das Nações, Lote 6, Brasília.
No entanto, um assessor do deputado David Miranda, companheiro de Greenwald, descartou as gestões junto a representações diplomáticas. Na linha do que disse o próprio presidente Jair Bolsonaro – “Talvez ele pegue uma cana aqui no Brasil” – o jornalista
acha alta a probabilidade de ver o sol nascer quadrado. Também teme o risco de um atentado. Glenn Greenwald nutre medo das milícias, as quais considera um esquadrão da morte bem amparado por “estamentos da República”. O jornalista tem conhecimento de que o presidente Bolsonaro e seus filhos são próximos de milicianos.
Mas também não é paranoico militante. Ele acha que os tempos de Marielle passaram. O jornalista tem saído mais de casa para atender a convites de entrevistas e manifestações de apoio. A mídia é considerada estratégica. Por enquanto, a orientação é ampliar os vazamentos e aumentar a temperatura do conteúdo. Greenwald pretende também desafiar o governo a divulgar os trechos de vazamentos complementares àqueles publicados pelo The Intercept. O jornalista detém o benefício da dúvida. Os seus hackers são os mesmos capturados pelo governo? Ainda que sejam – uma vez que Manuela D´Ávila confirmou ter feito a ponte entre eles e Greenwald –, o conteúdo das mensagens apreendidas pela PF é igual ao obtido pelo editor do The Intercept?
O que a PF, o Ministério Público e os Tribunais vão fazer com o material obtido através da invasão de privacidade? Vão apagar algumas partes, não divulgar nenhuma ou vazar trechos? Greenwald quase lacra que o governo não tem o que diz ter. Ou se tem, é diferente do seu. É como se conhecesse o hacker. Enquanto isso, usa o tempo para burilar os ataques do The Intercept, fazer sua política de guerrilha nas redes, além de selecionar material para escrever um livro. Tudo com alta qualidade, como sempre fez, a despeito dos mortos e feridos deixados no caminho.
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