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De um lado, um dos maiores grupos de energia renovável dos Estados Unidos; do outro, um dos principais investidores nacionais do segmento de usinas eólicas. Estas duas massas de ar estão perto de se unir em algum ponto do Nordeste. A nova-iorquina ContourGlobal negocia a compra de uma participação na Casa dos Ventos, pertencente ao empresário cearense Mario Araripe. Os norte-americanos já teriam apresentado uma oferta por 50% do capital da empresa. Segundo fontes que participam das negociações, a operação pode chegar perto dos R$ 800 milhões. A Casa dos Ventos é dona de uma carteira de projetos da ordem de 15 mil MW em sete estados – Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí, Pernambuco, Bahia, Mato Grosso do Sul e São Paulo. A ContourGlobal já sinalizou a Mario Araripe a disposição de investir cerca de US$ 4 bilhões na geração de energia limpa no Brasil ao longo dos próximos cinco anos. Parte desses projetos já conta com financiamento do BNDES. Existe ainda a possibilidade de uma associação com a GE, que já é parceria do grupo no fornecimento de turbinas. O mercado brasileiro é fundamental para os planos de expansão da ContourGlobal na América Latina – a empresa tem negócios ainda na Colômbia, Peru e no Caribe. Os norteamericanos já controlam uma usina eólica em Asa Branca (RN) e estão construindo outras duas no Piauí, projetos, aliás, que pertenciam originalmente a própria Casa dos Ventos. Operam também duas hidrelétricas em Goiás, mais precisamente nas cidades de São Domingos e Galheiros. O faturamento mundial da ContourGlobal ainda é relativamente modesto para os padrões do setor: deve ficar perto de US$ 1,5 bilhão neste ano. No entanto, boa parte dos projetos da companhia nos Estados Unidos e na América Latina ainda está em fase de implantação. Uma vez sacramentada, a associação com a ContourGlobal será mais um degrau na escalada de Mario Araripe. Dois movimentos, feitos sem qualquer alarde, garantiram ao empresário cearense seu ingresso no clube do bilhão. Em 2007, a venda da fabricante de jipes Troller para a Ford lhe valeu aproximadamente R$ 900 milhões. A soma que faltava para entrar no seleto grupo veio com folga no ano seguinte, leia-se exatamente os mais de R$ 300 milhões que Araripe já amealhou com suas usinas eólicas no Nordeste.
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