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Há uma nuvem de gafanhotos chineses sobrevoando as lavouras da Bayer no Brasil. Os asiáticos têm se revelado uma praga para os planos de expansão do grupo no mercado brasileiro de defensivos agrícolas. A Chongqing Huapont Pharm atravessou o caminho da Bayer e está perto de fechar a compra da Biagro, fabricante de inoculantes líquidos para uso em lavouras. Os alemães vinham mantendo negociações com a empresa desde meados do ano passado. No entanto, a Chongqing teria entrado em cena com uma oferta arrasa-quarteirão. Caso a operação se confirme, será a segunda vez em um curto espaço de tempo que a Bayer perderá um ativo no Brasil para um concorrente asiático. No início deste ano, as também chinesas Langfeng e Tide Group, acompanhadas da italiana Agroventure, fecharam a aquisição da Prentiss, fabricante de defensivos sediada no Paraná. O enredo foi similar: os alemães correram, correram, mas, nos últimos metros, acabaram superados. A iminente perda da Biagro para a Chongqing Huapont vai doer fundo na Bayer. Neste caso, o que está em jogo não é apenas a operação em si, mas o que ela representa na disputa por cada hectare do mercado brasileiro de defensivos agrícolas – setor que movimenta mais de US$ 10 bilhões e cresce, na média, 14% por ano. A investida sobre a Biagro é apenas a ponta do iceberg de um projeto maior. A Chongqing promete deslanchar uma agressiva estratégia de aquisições no Brasil. Embora dominado por grandes players internacionais, como Basf, Dupont Syngenta e a própria Bayer, o setor é povoado de fabricantes de médio porte com razoável presença regional. Ressalte-se que os chineses já têm sua raiz fincada no Brasil. São sócios da Nutrichem e da CCAB Agro, neste caso em parceria com a francesa Louis Dreyfus e com um consórcio de produtores agrícolas do Centro-Oeste, de Minas Gerais e da Bahia.
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