Aliansce e Gazit-Globe têm um encontro marcado no shopping

  • 14/07/2015
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No momento em que o consumo despenca e o varejo faz demissões em série, está em gestação o que pode vir a ser uma das maiores operações de M&A já realizadas no mercado brasileiro de shopping centers. De um lado, a israelense Gazit-Globe, um gigante global com 524 shoppings em 20 países e um total de ativos da ordem de US$ 21 bilhões; do outro, a Aliansce, uma das maiores empresas do setor no Brasil, com 30 centros comerciais em dez estados. Das conversas que vêm sendo mantidas no maior sigilo entre as duas companhias poderá surgir um grupo com quase 50 shoppings no país e uma receita anual superior a R$ 800 milhões. Estima-se que as operações dos dois grupos estejam avaliadas em mais de R$ 5 bilhões. Para efeito de comparação, desde 2007, quando algumas das maiores administradoras do país abriram o capital na Bolsa, a maior movimentação de ativos no setor se deu no ano passado, em um total de R$ 500 milhões. Procurada pelo RR, a Gazit-Globe negou as conversas com a Aliansce. Estranho seria o contrário. Por sua vez, a empresa carioca não quis se pronunciar sobre o assunto. O cupido deste enredo atende pelo nome de Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB), maior acionista individual da Aliansce, com 29%. Principal responsável pela aproximação com os israelenses, o CPPIB teria uma participação expressiva na nova companhia. O mesmo se aplicaria ao empresário Renato Rique, fundador e presidente da Aliansce, da qual ainda detém 23%. Uma vez confirmada, a operação com a Gazit- Globe será, portanto, uma demonstração do poder do CPPIB na Aliansce. Desde que desembarcou no negócio, em 2013, com a compra da participação da norte-americana General Growth Properties (GGP), o fundo de pensão canadense jamais escondeu o desejo de ver a companhia associada a outro grande grupo do setor. O encontro entre os dois grupos se dá em um período de contrastes. A Gazit- Globe avança a largas passadas no Brasil: foram oito aquisições nos últimos sete anos. Já a Aliansce está, digamos assim, fechada para balanço. Pressionada por um endividamento de R$ 1,5 bilhão (equivalente a 4,2 vezes o Ebitda) e pela queda das vendas no varejo, a empresa carioca, dona do Shopping Leblon, se viu forçada a reduzir seus investimentos.

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