Para Temer não vale o fio do “Bigode”

  • 12/06/2015
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Foi e não foi com Aloizio Mercadante que Michel Temer espumou de raiva na reunião do Palácio Jaburu. Como se sabe, Mercadante não existe, é uma holografia: quem estava no encontro era Dilma Rousseff, materializada no ministro-chefe da Casa Civil. É da lavra intelectual de Dilma também a nota assinada por Mercadante pedindo de volta a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) para o núcleo duro do governo – atualmente a Secretaria está acéfala e serve de back office ao ministro Eliseu Padilha, coordenador político adjunto do governo. Irrita Temer essa dualidade na qual é obrigado a tratar de assuntos essenciais com um preposto, que, na realidade, é menos do que isto. Quando responde a Mercadante, valoriza o personagem que inexiste. E que detesta. Quem está ali é Dilma, mas sua vista só alcança o decadente “Bigode”. E Dilma é igualzinha: em política, erra quase tudo. De qualquer forma, é Mercadante quem aparece dividindo com Temer a ribalta. Responde, contradiz, vai para o título das matérias. É isso deixa o vice tiririca. O resultado é mais querosene na já denotada má vontade para aparar as arestas da base aliada. O adiamento na votação da lei das desonerações salariais é, em parte, expressão desse descontentamento. Uma batalha entre um ego que existe e um que é só o reflexo de outrem. Se pudesse, Temer diria para Dilma: “Não é assim que se joga o jogo, Presidente”. Mas se desse o recado via Mercadante, inflaria o seu balão, que é oco, embora ainda voe nas mídias. Melhor armar o bote para a próxima esquina. Essa simbiose da dupla palaciana está custando caro ao governo.

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