Um cidadão acima de qualquer suspeita

  • 15/05/2015
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É preciso inocentar sempre Fernando Henrique Cardoso porque é preciso inocentar sempre Fernando Henrique Cardoso porque é preciso inocentar sempre Fernando Henrique Cardoso. E impedir que esse mar sépia amoral, ardiloso, morno, oleoso, devore sua sumidade da forma como tem feito com aqueles não principescos. FHC é uma legenda, e é preciso que não se questione a existência, o montante e o usufruto de sobras de campanha eleitoral que línguas ofídicas serpenteiam com ares de veracidade. Elas não existem e ponto final. É preciso que jamais se associe esses falsos recursos, desavergonhadamente tidos como expatriados, com sua suntuosa piece de terre na Avenue Foch, em Paris, sítio da alta nobreza detentora do capital, que teria sido adquirido por 11 milhões de euros. Muito menos aquiescer quanto a s intrigas envolvendo a origem dos recursos levantados para a compra do seu apartamento na Rua Rio de Janeiro, em Higienópolis. FHC adquiriu o imóvel de 470 m2, até então pertencente ao banqueiro Edmundo Safdié, tão logo deixou o Planalto, no início de 2003. Segundo se divulgou a  época, pagou cerca de R$ 1,5 milhão. Há pouco mais de seis meses, antes da queda dos preços no mercado imobiliário, o apê estaria avaliado na casa dos R$ 5 milhões. Se, por acaso, o mestre dos mestres vier a com- prar o apartamento aventado na Zona Sul do Rio -são três quartos e uma grande sala com espaço para biblioteca, é claro -é preciso esclarecer que não há nada demais. O merecimento do sibarita tisna nuvens rosnentas de máfé. E que os céus despejem raios e trovões caso a gentalha queira chamar de “Lava Pouso” a tênue relação de vizinhança com a Camargo Corrêa, dividida por uma pista de decolagem construída pela maculada empreiteira e que atende pouquíssimas vezes a s prioridades de transporte aéreo privado do sociólogo, quando ele desfadiga, com todo direito, em sua estância em Buriti, Minas Gerais. Trata-se de uma fazenda comprada em sociedade com o falecido amigo Sérgio Motta. Portanto, antes que venham com o fel dos mal nascidos, saibam que cabe a “Serjão” toda a responsabilidade pela escritura. O príncipe é inimputável em relação ao domínio do fato. Tudo cabe na renda auferida pelo já lendário semideus. E que ninguém sequer acuse a intenção de transferência de provento do Instituto FHC, régia fundação mantida pelo baronato empresarial, para o gasto próprio – e, se assim fosse, ninguém teria nada com isso porque a instituição é de caráter privado e “Ele” pode fazer o que lhe aprouver. Por isso e ainda mais, é preciso defender sempre Fernando Henrique Cardoso. É preciso defender Fernando Henrique. É preciso.

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