Master Blenders requenta seu café

  • 28/01/2015
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Quando Juan Carlos Dalto, presidente da Master Blenders no Brasil, já acreditava que o pior havia passado, surgiu outra xícara de café frio em sua mesa. Ou fumegante, dependendo do ponto de vista. Após ficar quase dois anos cuidando da arrumação da casa, a s voltas com fraudes contábeis e perdas financeiras, Dalto agora tem de enfrentar sucessivas quedas da rentabilidade e a perda da histórica posição de líder de mercado puxada pela marca Pilão. Em 2014, a participação de mercado do grupo rompeu o piso de 20% – nos últimos cinco anos, cinco pontos percentuais de share viraram borra no fundo do coador. No caminho contrário veio a israelense Strauss e a São Miguel Holding, donas do grupo 3corações, que agora ocupa a dianteira da indústria de torrefação no Brasil. O foco está irremediavelmente sobre Juan Carlos Dalto. O atual cenário promete trazer sequelas para a gestão da Masters Blenders no Brasil. Na empresa, há a expectativa de que os holandeses criem uma diretoria para a América do Sul, que deverá ser entregue a um executivo europeu. Caso se confirme, a medida funcionaria como uma intervenção sobre a subsidiária brasileira e um esvaziamento das funções de Juan Carlos Dalto. O downgrade também tem impacto direto sobre os planos de crescimento da Master Blenders no Brasil, que passaram a não ser mais apoiados ostensivamente pela matriz holandesa. Para piorar, Dalto vem sendo cobrado por não ter adotado estratégia semelhante a  da própria 3corações, que caprichou na compra de diversas marcas e recentemente adquiriu a Café Itamaraty, do Paraná.

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