Brasil é o adubo da Mosaic na América Latina

  • 6/06/2014
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A Mosaic vive o seu cio da terra. No que depender do apetite dos norte-americanos, a recente compra dos ativos em fertilizantes da ADM foi apenas o aquecimento para uma operação capaz de adubar ainda mais seus negócios no Brasil. O alvo da vez é a Heringer, a última grande fabricante nacional ainda imune ao processo de consolidação do setor. Pertencente ao empresário Dalton Dias Heringer, a companhia fatura por ano cerca de R$ 4,5 milhões. É dona de duas dezenas de misturadoras de matérias-primas, com capacidade total de seis milhões de toneladas. Significa dizer que, com a aquisição, a Mosaic duplicaria a sua produção no país, chegando a 25% das vendas de fosfatados no mercado brasileiro – a Vale, líder do setor, detém aproximadamente 40%. Herdaria da própria Heringer o posto de segundo maior produtor do país. Como contrapeso, seria obrigada a assumir uma dívida de longo prazo da ordem de R$ 1 bilhão, o equivalente a duas vezes o Ebitda – já foi pior: em 2012, esta relação chegou a ser de três para um. A Mosaic, resultado da associação entre a Cargill e a IMC, está decidida a concentrar no Brasil todos os seus investimentos em fertilizantes na América Latina. Os norte-americanos já anunciaram a disposição de vender suas operações de fosfato no Chile e na Argentina. Neste último caso, além de uma decisão motivada por critérios de ordem geoeconômica, pesam também os seguidos prejuízos causados pelo mau desempenho da atividade agrícola em terras argentinas. Tanto que sua fábrica de fosfatados na região de Rosário, que gera por ano mais de US$ 300 milhões, estaria avaliada em apenas US$ 50 milhões. Além da recente aquisição dos ativos da ADM e da eventual ofensiva sobre a Heringer, a Mosaic também aposta no greenfield. Recentemente, os norte-americanos desembolsaram US$ 120 milhões na expansão de sua capacidade instalada e na modernização de terminais portuários. O grupo já anunciou também a instalação de uma nova planta industrial em Cubatão (SP), em parceria com a Cesari, empresa da área de logística. Além disso, ao adquirir a Heringer, caberia também a  Mosaic levar adiante o projeto da empresa de construir duas novas unidades misturadoras, uma em Candeias (BA) e outra em Rio Grande (RS).

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