Uma missão de aço para o embaixador Sergio Amaral

  • 8/03/2018
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As linhas telefônicas no prédio da Avenida Massachusetts, número 3006, em Washington, têm estado permanente ocupadas nos últimos três dias. O embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Sergio Amaral, parece ter tentáculos para atender celulares e os telefones fixos da representação diplomática. A missão do embaixador é obter a suspensão ou pelo menos um desconto na taxação das importações de aço, imposta por Donald Trump.

O Brasil é deficitário na balança comercial com os Estados Unidos. Esse seria o ponto central da negociação de Amaral. A penalização deveria ser diferenciada. O nó da questão, como sempre, é a China. O desconto negociado pelo Brasil somente deveria incidir sobre o que o país exporta hoje. A cautela é motivada por uma possível triangulação com a China: importaria o aço dela para exportar para os Estados Unidos.

Mesmo pagando menos do que os países superavitários, o Brasil perde. A China deverá reabrir minas ineficientes de minério de ferro, para reduzir a queda do emprego. O país asiático produz hoje 220 milhões de toneladas de aço. O maior mercado para os produtos siderúrgicos chineses é o norte-americano. Um percentual dessa produção é abastecido pelo ferro brasileiro. E um percentual desse percentual irá para o espaço. A ver se com a S11D, mina de última geração da Vale, em Carajás, o país consegue fazer do limão uma limonada menos amarga e deslocar a concorrência – leia-se a Austrália – no mapa do comércio exterior de ferro.

#Sergio Amaral

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