Uerj e a burguesia não cooperativa

  • 10/10/2017
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Um ex-empresário carioca indignado com o desmantelamento da Universidade do Estado do Rio de Janeiro lembrava saudoso de um tempo em que o governo e o setor privado jamais deixariam que a Uerj tivesse chegado ao atual estado de abandono. Recordou do Projeto Jari, de proporções muito maiores do que a universidade. Quando viu que o Jari não tinha jeito, o governo – leia-se Delfim Netto – convocou Azevedo Antunes, Amador Aguiar, Olavo Setubal, João Fortes e outros potentados para assumir o empreendimento.

O czar da economia não pediu. Ele delegou a missão. Dr. Antunes não refutou. Aceitou de chofre. Sabia que um chamado do Estado não era um pedido qualquer. Nos dias de hoje, estão desfilando na área de educação Jorge Paulo Lemann, Abilio Diniz, Julio Bozano, Cláudio Haddad, Armínio Fraga, Paulo Guedes e outros endinheirados.

São os papagaios da privatização generalizada. Mas, quando surge escancarada a oportunidade de uma privatização benigna, se fazem de cegos e mudos frente a um gritante problema da sociedade. Faltam elites empresariais que se preocupem com o bem público. Ou mesmo quem as convença com alguma virilidade que aquele bilhão amealhado legitimamente, com o suor do trabalho, não é eximido de contrapartida social. Faltam líderes políticos e dirigentes empresariais cidadãos. No caso do Rio, então, falta até governador… Um triste fim para a nossa instituição de ensino superior.

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