Tag: Eletrobras

Empresa

Aporte de capital na ISA CTEEP pode ser a porta de saída da Eletrobras

4/04/2024
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O RR apurou que a colombiana ISA planeja um aporte financeiro na ISA CTEEP, uma das maiores empresas de transmissão do Brasil. O objetivo é reforçar a estrutura de capital da empresa para a execução do seu programa de investimentos, que prevê um desembolso de R$ 15 bilhões até 2028. A capitalização da CTEEP pode se desdobrar em mudanças ainda mais profundas na composição acionária da companha, eventualmente servindo como porta de saída para a Eletrobras. A ex-estatal parece um pouco zonza em relação ao que fazer com esse ativo. No fim de outubro do ano passado, a Eletrobras anunciou a intenção de vender sua participação na ISA CTEEP, equivalente a 35,7% do capital total. Uma semana depois, comunicou ao mercado ter desistido da operação. Consultada pelo RR, a ISA CTEEP não se pronunciou.

#Eletrobras #ISA CTEEP

Energia

Eletrobras não tem refresco: Aneel vai confirmar multa de mais de meio bilhão de reais

27/02/2024
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A Eletrobras está às vésperas de sofrer uma derrota na Aneel. O RR apurou que a agência reguladora deverá confirmar, ainda nesta semana, a multa aplicada à empresa, que terá de devolver R$ 558,3 milhões à conta da Reserva Global de Reversão – em cargo destinado a financiar o Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica (Luz para Todos). A ex-estatal foi punida no dia 26 de dezembrodo ano passado, mas recorreu ao órgão regulador. A empresa alegou prescrição do direito de cobrar pelo governo federal, tese recusada pela Procuradoria Federal da Aneel. Ressalte-se que o relator do processo, o diretor da agência Hélvio Neves Guerra, já votou contra o recurso da Eletrobras – informação confirmada ao RR pela própria Aneel. Também consultada, a empresa não se manifestou.

#Aneel #Eletrobras

Energia

Diamante Energia e QWEC repetem dobradinha em negociação com Eletrobras

22/02/2024
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A Diamante Energia, do empresário Nicolas Gutierrez Londono, conseguiu um aliado de peso na disputa pelo pacote de termelétricas colocadas à venda pela Eletrobras. A Qatar Electricity & Water Company (QWEC), que mantém investimentos com a empresa na área de gás, já teria se comprometido a entrar com uma parcela expressiva do funding. Trata-se de um negócio de alta voltagem. Os valores sobre a mesa giram em torno dos R$ 8 bilhões, e entre os concorrentes estão a Eneva e a Brookfield.

#Diamante Energia #Eletrobras

Energia

Setor elétrico quer abrir a porteira para a exportação de energia

8/02/2024
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Grandes grupos do setor elétrico, entre os quais Eletrobras, AES e Engie, pressionam o ministro Alexandre da Silveira para que o governo libere a exportação de energia hidrelétrica. O alvo é a Argentina, que, nas últimas semanas, aumentou a compra do insumo junto a países vizinhos, em caráter emergencial. O RR apurou que, desde o último dia 29, térmicas brasileiras situadas no Sul e no Nordeste despacharam 1.529 MW para o lado de lá da fronteira, a partir de contratos com a Cammesa, estatal argentina.

As empresas do setor querem aproveitar a janela de oportunidade para vender também energia gerada por hidrelétricas. No entanto, esse tipo de exportação está proibido pelo Ministério de Minas e Energia em meados do ano passado. Eletrobras, AES, Engie e cia. alegam que os reservatórios se encontram em níveis confortáveis e que estão perdendo dinheiro por excesso de conservadorismo do governo.

#AES #Argentina #Eletrobras #Engie #Ministério de Minas e Energia

Energia

Governo quer surfar na maré de investimentos em transmissão

1/02/2024
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O RR apurou que a Aneel e o Ministério de Minas e Energia trabalham para realizar três leilões de transmissão ao longo de 2024 – um a mais do que o previsto originalmente. O otimismo do governo é alimentado pela demanda verificada na mais recente licitação, em dezembro. Nos bastidores, a State Grid, que amealhou um pacote de linhas com investimentos somados de R$ 18 bilhões, avisou que quer mais.

E grupos que ficaram de fora, como a Eletrobras, já sinalizaram interesse nos projetos a serem leiloados. Outro indicador de melhora do cenário captado pelo governo: apenas pesos-pesados entraram na disputa de dezembro. Na cúpula da Aneel e do Ministério, ainda está viva a lembrança do controverso leilão de junho do ano passado, quando o Consórcio Gênesis, formado por empresas sem negócio no setor, apareceu do nada e arrematou dois lotes com investimentos da ordem de R$ 16 bilhões. Deu no que deu: o novato acabou desqualificado pela agência reguladora por “inconsistências de ordem jurídica, fiscal e trabalhista”.

#Aneel #Eletrobras #Ministério de Minas e Energia #State Grid

Energia

Colombianos querem fatia da Eletrobras em empresa de transmissão

25/01/2024
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Os dados ainda estão rolando na ISA CTEEP. A Eletrobras desistiu de vender sua participação de 34% na empresa de transmissão, mas a colombiana ISA não desistiu de comprar. Maior acionista da CTEEP, com 37,6%, a empresa quer assumir o controle majoritário do negócio.

#CTEEP #Eletrobras

Energia

O apagar das luzes da Amazonas Energia

23/01/2024
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A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) vai se reunir daqui a pouco para decidir o futuro da Amazonas Energia. Segundo o RR apurou, o órgão regulador deverá referendar a recomendação de que o Ministério de Minas e Energia decrete a caducidade e a consequente extinção do contrato de concessão. O entendimento é que não há muito a fazer. De acordo com informações filtradas da própria Aneel, em trecho do voto que lerá na reunião de hoje, o relator do processo, Ricardo Tili, destacará que foram dadas “oportunidades” nos últimos anos para que a companhia fizesse a troca de controle. No entanto, a avaliação é que faltou “eficiência na gestão econômica e financeira da concessão”.

Em novembro, a Aneel já havia determinado a caducidade do contrato. No entanto, o assunto voltou ao colegiado da Aneel após recurso interposto pelo Grupo Oliveira Energia, atual concessionário. O apagar das luzes da Amazonas Energia tem sido um processo lento e melancólico. Em dificuldades, o Grupo Oliveira tentou transferir o controle da empresa para a Green Energy Soluções em Energia. No entanto, a operação foi vetada pela própria Aneel. No entendimento da agência, a Green não comprovou capacidade técnica e econômico-financeira para assumir a distribuidora.

Caso o Ministério de Minas e Energia acate a recomendação da Aneel, o mais provável é que o próprio governo federal assuma a operação de distribuição no Amazonas até encontrar um novo concessionário. Não vai ser fácil. Com receita líquida negativa e dívida da ordem de R$ 9,6 bilhões, a Amazonas Energia não consegue mais garantir a qualidade dos serviços e muito menos realizar investimentos na rede. A companhia foi federalizada em 2001, com a sua transferência para a Eletronorte, então subsidiária da Eletrobras. Em 2016, a estatal não participou do processo de renovação do contrato. Posteriormente, a Amazonas Energia foi parar nas mãos do Grupo Oliveira. Hoje, há problemas em praticamente todos os 62 municípios amazonenses sob sua jurisdição.

#Aneel #Eletrobras #Eletronorte #Green Energy Soluções #Ministério de Minas e Energia

Destaque

Governo enxerga Cemig como uma fagulha para a reestatização da Eletrobras

15/01/2024
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A federalização da Cemig surge como a peça que faltava para a gestão Lula avançar em uma promessa de campanha, quase um fetiche: a reestatização da Eletrobras. A Casa Civil e o Ministério de Minas e Energia têm feito simulações em cima de diferentes cenários. Uma das fórmulas que fervilham nos tubos de ensaio do governo passa por uma capitalização da ex-estatal federal. Nesse caso, a Cemig teria um papel-chave nessa engenharia. A AGU já teria sido encarregada de elaborar um parecer sobre a possibilidade de o governo usar a empresa mineira como moeda na operação. Ou seja: o aporte de capital da União se daria com a incorporação dos ativos da Cemig pela Eletrobras. A depender da precificação das duas empresas e da decisão dos demais acionistas em acompanhar ou não a chamada de capital, o governo poderia sair dessa operação com uma participação acionária maior na Eletrobras, eventualmente até mesmo com uma posição majoritária. Em toda essa engrenagem, ressalte-se, há um fio que leva ao STF. A menor ou maior probabilidade desse cenário ocorrer está indexada à decisão do Supremo em relação ao processo movido pela AGU. O que está em jogo é a trava imposta pela Lei 14.182/2021, que autorizou a privatização da Eletrobras. Não obstante deter 43% do capital da companhia, a União só tem poder de voto equivalente a 10%. Se o Supremo decretar a inconstitucionalidade do dispositivo, o governo terá a faca e o queijo na mão para aprovar uma chamada de capital da Eletrobras.

O Plano A, B, C, D e E do governo é a retomada do mando de campo na Eletrobras. Mas o ideal e o real, por vezes, caminham no paralelo. A iminente federalização da Cemig, a partir do acordo de renegociação da dívida de Minas Gerais com a União, abre outras possibilidades. No caso de uma derrota no Supremo e na inviabilidade de costurar a capitalização da ex-estatal, um dos caminhos que se apresentam seria fazer da Cemig a “nova” Eletrobras. Ao assumir o controle da empresa mineira, o governo federal passaria a ter nas mãos uma estatal de energia com negócios em geração e distribuição. Ou seja: voltaria a dispor de um agente para fazer políticas públicas no setor elétrico. A Cemig reúne 89 usinas geradoras, com capacidade instalada em torno de 6 gigawatts, o correspondente a 15% da produção de energia da Eletrobras. Seria um ponto de partida. O governo poderia pedalar não só o crescimento como a nacionalização da companhia, estendendo sua atuação a outros estados. A empresa seria também um instrumento estratégico para investimentos estatais em transição energética. Ou seja: a Cemig pode ter mil e uma utilidades para o governo.

#Cemig #Eletrobras #Reestatização

Mercado

Eletrobras coloca os dois pés na porta de saída da ISA CTEEP

6/11/2023
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De primeira: a estratégia da Eletrobras é realizar sua saída da ISA CTEEP em duas etapas. Agora, com a já anunciada oferta de 52% das ações preferenciais; no início de 2024, viria o ato final, com a venda de 9,73% do capital ordinário da empresa de transmissão.

#Eletrobras

Energia

Sinal de alerta na Sala de Crise do setor elétrico

11/10/2023
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Eletrobras e Cemig levaram ao ONS (Operador Nacional do Sistema) e ao Ministério de Minas e Energia a proposta de antecipação para esta semana da reunião da Sala de Crise da Região Norte, inicialmente marcada para o próximo dia 20. Números levantados nas últimas horas mostraram mais um declínio nos reservatórios de hidrelétricas na Amazônia. E a previsão meteorológica indica chuvas em apenas algumas áreas do Norte do país para os próximos 15 dias. Ainda assim, as projeções apontam índices pluviométricos abaixo da média histórica dos últimos dez anos. A Eletrobras é controlada da Usina de Santo Antônio. E é sócia da hidrelétrica de Belo Monte, ao lado da Cemig.

#Cemig #Eletrobras #Ministério de Minas e Energia

Saneamento

Pulverização do controle é a nova roupagem para a venda da Copasa

20/09/2023
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Uma nova proposta para a venda da Copasa começa a ganhar força no governo de Minas Gerais. Segundo o RR apurou, a equipe de Romeu Zema avalia a realização de uma oferta de ações em Bolsa, com a pulverização do capital da empresa de saneamento. A rigor, seria um formato semelhante ao da Eletrobras e da recente diluição do controle da Copel. Os estudos têm sido feitos em conjunto com o BNDES. Esse modelo substituiria a ideia inicial de um leilão de privatização, com a venda em bloco do controle. De uma coisa, no entanto, o governador Romeu Zema não conseguirá escapar: a operação terá de passar pelo crivo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, uma arena em que Zema tem acumulado derrotas, mesmo com maioria na Casa.

#Copasa #Copel #Eletrobras #Romeu Zema

Empresa

Eletrobras cerca a última ilha no capital da usina de Santo Antônio

13/09/2023
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A Eletrobras estaria negociando com a Caixa Econômica a compra da participação de 5% do FI-FGTS na Madeira Energia, controladora da hidrelétrica de Santo Antônio. Trata-se da fatia que falta para a ex-estatal assumir 100% do capital da usina. Neste ano, a empresa adquiriu as participações que pertenciam à Cemig, Andrade Gutierrez e Novonor, antiga Odebrecht. A estratégia é um legado da gestão Wilson Ferreira Jr., que vinha trabalhando para a Eletrobras assumir integralmente o controle de seus maiores ativos em geração. É o caso de Belo Monte, onde a companhia tenta, há alguns meses, adquirir o pedaço pertencente à Aliança Energia, leia-se Vale e Cemig.

#Cemig #Eletrobras #Madeira Energia

Destaque

Marina Silva aperta o cerco à Usina de Belo Monte

12/09/2023
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Uma década e meia após o embate que precipitou sua saída do Ministério do Meio Ambiente, Marina Silva e a Usina de Belo Monte têm um novo “duelo”. Segundo o RR apurou, o Ibama vai impor rigorosas exigências para aprovar a renovação da licença ambiental da hidrelétrica, controlada pela Norte Energia – da qual a Eletrobras é a maior acionista, por meio da Eletronorte e da Chesf. O Instituto já teria identificado mais de 30 irregularidades da usina com impacto ao meio ambiente e à população que vive no seu entorno.

De acordo com um estudo do órgão, são condicionantes – como o termo sugere, requisitos obrigatórios para a operação do empreendimento – que vêm sendo seguidamente descumpridas desde a inauguração da geradora, em 2016. As autoridades apuram, por exemplo, a denúncia de que Belo Monte estariam secando a área conhecida como Volta Grande do Xingu, que engloba extensão de aproximadamente 130 quilômetros do rio. Haveria registros de açodamento de diversos trechos do manancial, com a consequente mortandade de várias espécies de peixe locais, atingindo as quatro etnias indígenas habitantes da região – Kuruaya, Xipaya e Yudjá/Juruna. Além de afetar a pesca, principal atividade econômica desses povos, há relatos de que a redução de peixes na Volta Grande do Xingu pode levar a população local a um quadro de insegurança alimentar.

Ao mesmo tempo, a hidrelétrica teria alagado florestas de igapó próximas à área do reservatório, dizimando parte da vegetação. A própria ministra Marina Silva tem citado a usina de Belo Monte como exemplo negativo de impacto ambiental na Região Amazônica.  

O espaço de negociação que a Norte Energia vinha encontrando dentro do Ministério do Meio Ambiente e consequentemente do Ibama durante o governo Bolsonaro se dissipou. Segundo o RR apurou, em reuniões internas, o próprio presidente do Instituto, Rodrigo Agostinho, próximo a Marina Silva, teria feito críticas contundentes à forma como as gestões anteriores conduziram o processo de renovação da licença de Belo Monte. Entre 2012 e início de 2019, ou seja, nas gestões de Dilma Rousseff e Michel Temer, a usina recebeu um total de R$ 91 milhões em multas do Ibama. Já no governo Bolsonaro, conhecido por deixar a “boiada” passar, o órgão não aplicou uma única penalidade à geradora.

O que se diz no Ministério do Meio Ambiente é que, entre 2019 e 2022, a direção do Ibama foi orientada a ceder em diversas condicionalidades dentro do processo de renovação da licença de Belo Monte. Ressalte-se que a usina vem operando com uma autorização temporária desde novembro de 2021. 

Em contato com o RR, o Ibama confirmou que existem “condicionantes (medidas que devem ser tomadas pelo empreendedor) a serem cumpridas e situações que podem ser melhoradas para que a população da região não seja prejudicada”. Segundo o órgão, o parecer técnico indicou “algumas pendências relativas ao pleno atendimento de condicionantes e solicitou complementações a serem atendidas pelo empreendedor para a emissão da Licença.” O Ibama esclarece que “Parte das informações solicitadas já foram apresentadas pela NESA (Norte Energia) e são objeto de avaliação, no momento. Contudo, ainda não se tem uma data para conclusão das análises.” 

A Norte Energia, por sua vez, garante que “Nenhuma Terra Indígena foi alagada pelo projeto do empreendimento e nenhuma comunidade precisou deixar seu local de origem. Segundo a empresa, “antes de Belo Monte, os indígenas da região eram 2 mil em 26 aldeias, hoje são cerca de 5.096 indígenas em 125 aldeias.”. A companhia afirma que “mantém diálogo permanente, aberto e transparente com os Povos Indígenas do Médio Xingu, que se dá de forma estruturada, respeitosa, inclusiva e participativa por meio de interações diárias mantidas pelo Programa de Comunicação e também de reuniões tripartites, que envolvem a participação de representantes indígenas e do órgão indigenista para discussão e análises das ações em execução.”. No que diz respeito ao manancial do Xingu, Norte Energia assegura que “Não há desvio algum, muito menos irregular. O que há é a aplicação do hidrograma.

É preciso esclarecer que a Norte Energia não estabeleceu ou definiu os hidrogramas de operação da Usina. A quantidade de água (hidrograma) destinada para a Volta Grande do Xingu foi estudada e estabelecida pelo Estado Brasileiro no âmbito do leilão de concessão da UHE.”. Com relação às penalidades já aplicadas pelo Ibama, a empresa diz que “as multas estão sendo discutidas administrativamente e posteriormente podem ser discutidas judicialmente.”

#Chesf #Eletrobras #Eletronorte #Ibama #Marina Silva #Ministério do Meio Ambiente #Usina de Belo Monte

Destaque

Saída de Wilson Ferreira dá mais voltagem à campanha pela reestatização da Eletrobras

18/08/2023
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Por uma via transversa, o Conselho da Eletrobras deu munição ao governo, que se movimenta no Supremo para ter mais poder na gestão da empresa, e, por extensão, ao discurso em defesa da sua reestatização. A abrupta saída de Wilson Ferreira Jr. da presidência alimenta a ideia de instabilidade no modelo de gestão e de uma permanente cacofonia entre o board e a diretoria executiva, decorrente do modelo “public company tupiniquim” – pulverização do capital acionário, com “pílula de veneno. Ao mesmo tempo, inverte o argumento de que uma gestão profissional e um “Conselho Independente” impedem a companhia de servir a outra finalidade ou interesses. Um personagem importante nesse enredo é Pedro Batista, sócio da 3G Radar – de Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, além de outros investidores. A gestora é um dos mais influentes, se não o mais influente dos acionistas da Eletrobras, tanto que Batista foi responsável pela indicação de boa parte dos conselheiros. Era ele também um dos principais interlocutores de Ferreira junto ao board. E vice-versa. Natural, Batista tinha quase um mandato informal para ser o interlocutor oficial de Ferreira.  Era ele quem, predominantemente, levava as decisões do Conselho não aceitas por Ferreira. Para efeito do melhor julgamento da governança da companhia, o ideal a se pensar é que o Conselho tomava suas decisões por critérios estritamente técnicos, pensando sempre no retorno da Eletrobras, não obstante, em algumas vezes, os interesses do país se colidirem com os seus interesses empresariais. 

Sim, seria bom se o mundo fosse virtuoso. Ocorre que Wilson Ferreira Jr. é considerado por ranking especializados, nos últimos 20 anos, no mínimo, o mais capacitado executivo na sua área de atuação. Foi convidado para assumir o comando da companhia para ser exatamente um “gestor profissional”. Algo parecido aconteceu na Petrobras, na gestão Bolsonaro. O ex-presidente Roberto Castello Branco foi defenestrado por não cumprir as ordens do “Conselho”- leia-se o presidente Jair Bolsonaro. Ocorre que Castello não foi alçado a titular da Petrobras por qualquer clausula do estatuto de uma empresa privada que exigia uma gestão profissionalizante. Sem qualquer juízo de valor sua competência era uma premissa. Com Ferreira Jr. era uma exigência. 

O presidente da Eletrobras foi admoestado diversas vezes por não cumprir “ordens” que contrariavam a “gestão profissional” para a qual foi contratado.  Em alguns casos, com decisões incomuns, para não dizer estapafúrdias. Após contratar uma consultoria, o Conselho da Eletrobras criou 18 vice-presidências, um número exagerado que acabou impondo amarras. Talvez nem nos tempos de Eletrobras estatal Ferreira tenha se sentido tão engessado para tomar decisões. Há um ingrediente a mais nessa novela. O board da ex-estatal  foi constituído à imagem e semelhança da 3G. Trata-se de executivos que rezam no altar dos sócios de referência das Americanas. São profissionais que prezam o resultado financeiro acima de quase tudo, e as bonificações acima de tudo. No compromisso de Ferreira Jr. com o board estava a obrigação de que o resultado seria melhor do que o realizado quando o executivo tomou posse. 

Por ora, existem apenas estilhaços dessa história. Da galeria de retratos dos ex-presidentes à demissão do então vice-presidente de comercialização da Eletrobras, João Carlos Guimarães, por denúncias de supostas fraudes, já se falou de tudo um pouco. O fato é que os reais motivos para o agastamento da relação entre Wilson Ferreira Jr. e o Conselho da Eletrobras ainda não são conhecidos. A transparência, que é um dos atributos mais graves de um modelo de “public company” foi rasgado. Seja como for, o acontecimento fortalece o argumento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), impetrada por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), contra a limitação do poder de voto de 10%. Querem mais? Pois há mais. Um total de 13 parlamentares do PT, liderados pelo deputado Carlos Zarattini, entrou com denúncia na CVM contra a influência do Grupo 3G Radar no Conselho de Administração da Eletrobras. O grupo é acionista minoritário. No entanto, é acusado pelos deputados de agir para participar de forma direta no controle da governança da Eletrobras. O documento pede que, caso seja identificada a infração ou outras possíveis irregularidades,  sejam adotadas medidas cautelares, no sentido de bloquear a continuidade das ações do Conselho de Administração da Eletrobras. Fica a batata quente também nas mãos da CVM.

#Eletrobras

Justiça

Um novo fio desencampado entre o governo e a Eletrobras

1/08/2023
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Procuradores da AGU estão debruçados sobre o contencioso em torno da indicação de Marcelo de Siqueira Freitas para a vice-presidência da Eletrobras. Dentro da Advocacia Geral da União, o que se diz é que o próprio órgão pode ingressar como parte interessada no processo movido pela Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel) para anular a indicação de Freitas à diretoria da companhia. A entrada em cena da AGU daria uma dimensão maior ao litígio – além de ser uma fagulha a mais nas relações entre o governo e a estatal. Freitas é ex-procurador da própria Advocacia Geral da União. A Aeel alega que ele não cumpriu as regras de quarentena para assumir a vice-presidência da jurídica da Eletrobras.

Em contato com o RR, a AGU informou que “Na data de 15 de abril de 2023, Marcelo de Siqueira Freitas ingressou formalmente com pedido de Licença para Tratar de Interesses Particulares, prerrogativa prevista na legislação.” Ainda segundo o órgão, “antes da conclusão da análise do requerimento por ele formulado, Freitas ingressou com pedido de exoneração do cargo público efetivo de procurador federal em 21 de junho de 2023. O pedido foi deferido na data de 3 de julho de 2023, conforme Portaria SGCS/AGU nº 228/2023. Ele, portanto, não possui mais vínculo com a Advocacia-Geral da União.” Perguntada especificamente se pretende entrar no processo movido pela Aeel como parte interessada, a AGU não se manifestou.

#Aeel #AGU #Eletrobras

Destaque

Venda de ativos da Cemig vira um curto-circuito na Justiça

28/07/2023
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O governador Romeu Zema deverá ter, nos próximos dias, uma amostra das dificuldades que enfrentará para levar adiante seus planos de privatização da Cemig. O RR apurou que o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro-MG) prepara uma ofensiva com o objetivo de barrar o leilão de 15 PCHs da estatal, marcado para o dia 10 de agosto. A entidade prepara duas ações em paralelo: uma no âmbito administrativo, com um recurso junto ao Tribunal de Contas de Minas Gerais, e outra no Judiciário – neste segundo caso, de acordo com a mesma fonte, por meio de uma ação conjunta com o PT. Em contato com o RR, o Sindicato confirmou que estuda “medidas jurídicas para tentar evitar a venda dessas usinas”. O argumento central é que a alienação das PCHs precisa de autorização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o que não ocorreu. O governo mineiro, por sua vez, tem se escorado em uma interpretação anterior do próprio TCE-MG. O Tribunal de Contas considerou que o Executivo podia vender ativos da Codemge – Companhia de Desenvolvimento do Estado – sem aval do Legislativo, sob o entendimento de que a venda de propriedades não depende de autorização da Assembleia. Por similitude, o governo tem extrapolado a decisão a outras estatais. Consultada pelo RR sobre a legalidade da operação e o risco de suspensão judicial do leilão das PCHs, a Cemig não se manifestou sobre os temas acima. 

O imbróglio vai além do leilão das 15 PCHs. Trata-se de um contencioso que traz algum risco para o próprio plano de desmobilização de ativos da Cemig, visto pelo governo mineiro como uma antessala para a posterior privatização da companhia. O objetivo do Sindiletro-MG – e do PT, minoria na Assembleia de Minas Gerais – é barrar a venda de outros negócios e de participações societárias da estatal. No pipeline da companhia está prevista, ainda para este ano, a alienação de hidrelétricas e de fatias societárias na Norte Energia, leia-se a Usina de Belo Monte, e na empresa de transmissão Taesa. O Sindicato promete artilharia pesada na Justiça. No entendimento da entidade, “o governador Romeu Zema tem buscado vender a empresa em fatias dilapidando o patrimônio e repassando para a iniciativa privada parcelas importantes das propriedades do povo mineiro, mesmo sem obter a autorização legal para isso”.  

Em tempo: os movimentos do Sindiletro-MG, em conjunto com o PT, reforçam a ideia de que há uma espécie de coalizão, ainda que tácita, entre o governo e o sindicalismo contra as privatizações – tanto as por fazer quanto as já feitas. Há pelo menos seis ações movidas por entidades representativas dos trabalhadores contra a privatização da Eletrobras. Essa ofensiva tem servido ao menos para fazer barulho – e aumentar a sensação de insegurança jurídica no país. Em março, o juiz Adriano Saldanha Gomes de Oliveira, da 28ª Vara Federal do Rio de Janeiro, determinou a realização de uma perícia para avaliar se a desestatização da Eletrobras trouxe um risco de desindustrialização do país, conforme alegam os sindicatos. No Rio Grande do Sul, após um imbróglio judicial, o contrato de venda da Corsan para a Aegea só foi assinado em julho, quase sete meses após o leilão de privatização da empresa. Ainda assim, o Sindiágua e a bancada do PT na Assembleia Legislativa já sinalizaram que vão entrar com novas ações judiciais na tentativa de reverter a operação.  

#Cemig #Eletrobras #Romeu Zema

Negócios

Prumo quer um mosaico de projetos em transição energética no Açu

20/07/2023
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O Porto do Açu, que um dia já foi um dos maiores projetos do Império X, de Eike Batista, avança para se tornar um dos grandes hubs de energia verde do Brasil. A Prumo Logística, dona do complexo portuário, tem conversado com importantes grupos do setor, como Engie e Eletrobras, sobre possíveis investimentos em geração eólica e solar na região. A companhia, controlada pela norte-americana EIG, quer atrair também novos projetos para a produção de hidrogênio verde. O primeiro passo para a transformação do Açu em um polo de transição energética foi dado em abril, quando a Prumo assinou um memorando de entendimentos com a chinesa SPIC para a instalação de parques eólicos offshore e de usinas eólicas.

#EIG #Eletrobras #Engie #Porto do Açu #Prumo Logística #Spic

Energia

Starboard e Perfin têm interesse em térmica a carvão da Eletrobras

18/07/2023
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As gestoras Starboard e Perfin estariam mantendo conversações com a Eletrobras para a compra da usina Candiota 3, no Rio Grande do Sul. Trata-se da última termelétrica a carvão da ex-estatal. A venda faz parte da estratégia da Eletrobras de ser carbono zero até 2030. A companhia busca também compradores para suas geradoras a gás. Curiosamente, a Starboard e a Parfin parecem estar na contramão da transição energética. Recentemente a dupla desembolsou R$ 2,2 bilhões para ficar com a térmica a carvão Pampa Sul, também no Rio Grande do Sul, até então pertencente à Engie.

#Eletrobras #Perfin #Starboard

Destaque

Governo quer reativar investimentos em energia nuclear

11/07/2023
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O governo Lula pretende avançar no programa nuclear brasileiro. A Pasta de Minas e Energia tem feito estudos em torno não apenas da conclusão das obras de Angra 3 – já anunciada pelo ministro Alexandre Silveira -, mas também da instalação de novas usinas atômicas no país. O ministro Alexandre da Silveira e seus assessores trabalham com a possibilidade de construção de até três geradoras, notadamente no Nordeste. Sob certo aspecto, é como se o Lula III estivesse voltando no tempo até o Dilma I: em seu primeiro mandato, a presidente Dilma Rousseff lançou o projeto de implantação de cinco usinas nucleares até 2030 – com o impeachment, a iniciativa viraria poeira atômica. Por coincidência – ou talvez não -, a própria composição da atual cadeia de comando da Eletronuclear sugere uma certa influência de Dilma Rousseff sobre a área. A ex-presidente indicou o presidente da estatal, Raul Lycurgo Leite. Foi responsável também pela nomeação do ex-diretor da Eletrobras Valter Cardeal para o Conselho de Administração da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), controladora da Eletronuclear.  

O governo enxerga a ampliação do parque nuclear brasileiro como parte de um projeto maior: ao lado de outras fontes de geração limpa, como eólicas, solares e hidrogênio verde, trata-se de mais um movimento com o propósito de consolidar o Brasil como uma das grandes potências globais da transição energética. É justamente a peça de mais difícil encaixe nesse quebra-cabeças. A retomada do programa nuclear é uma questão delicada. No front interno, resvala em grupos de interesse e agentes institucionais sensíveis, como ambientalistas e militares. Os novos investimentos esbarram também na resistência de auxiliares próximos a Lula. É o caso de Nelson Hubner, que comandou o Ministério de Minas e Energia no segundo mandato do petista e hoje também ocupa um assento no Conselho da ENBPar. Dentro do governo, Hubner é tido como uma das vozes mais fortes contra a construção de novas usinas atômicas e até mesmo a entrada em operação de Angra 3.  

Na área internacional, por sua vez, o tema também depende de intrincadas conexões. Em abril, o presidente Lula e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, aproveitaram a passagem do chanceler russo Serguei Lavrov por Brasília para discutir possíveis cenários de parceria no setor. O ponto focal foi o fornecimento de combustível para o reator do submarino de propulsão nuclear que está sendo construído pela Marinha do Brasil. Mas a conversa envolveu também Angra 3. Ressalte-se que, em 2021, a Eletronuclear e a estatal russa Rosatom assinaram um memorando de entendimentos em torno de investimentos em energia nuclear. O acordo continua em vigor, mas a declaração de guerra da Rússia à Ucrânia esfriou as tratativas entre as duas empresas. Neste momento, avançar em uma negociação com o governo Putin em uma área tão complexa como essa no mínimo criaria pontos de fricção com os Estados Unidos e a União Europeia. No governo Lula, a China é vista como a alternativa mais à mão para um possível acordo de cooperação na energia nuclear. Nesse caso, todos os caminhos apontam na direção da CNCC (China National Nuclear Corporation), que seria um potencial parceiro não somente para a construção de Angra 3 como de futuras usinas.

#CNCC #Eletrobras #Eletronuclear #ENBPar #Lula #Ministério de Minas e Energia

Energia

Empresas e países vizinhos pressionam por retomada das exportações de energia

23/06/2023
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A decisão do governo brasileiro de brecar a exportação de energia hidrelétrica para Argentina e Uruguai deflagrou reações por todos os lados. Nos últimos dias, autoridades dos dois países iniciaram gestões junto ao Ministério de Minas e Energia na tentativa de reverter a medida. Há também a pressão que vem de dentro, de quem vai sentir no caixa os efeitos da determinação. Um grupo de empresas encabeçado por Engie, Eletrobras e AES tenta convencer o ministro Alexandre da Silveira a voltar atrás. O trio, especialmente a Engie, se notabilizou nos últimos meses pela venda de energia para Argentina e Uruguai. As companhias do setor alegam que o governo está sendo exageradamente cauteloso e baseou sua decisão em uma premissa equivocada, de que pode haver risco no abastecimento interno de energia. Mesmo com o fim do período de chuvas no país, as empresas garantem que os atuais níveis dos reservatórios permitem a retomada da exportação de energia sem ameaça ao fornecimento doméstico. O setor conta com o apoio, ainda que discreto, do ONS, Operador Nacional do Sistema.

#AES #Eletrobras #Engie #Ministério de Minas e Energia

Política

PT engrossa a ofensiva do governo Lula contra a Eletrobras

19/06/2023
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Diretamente ou indiretamente, a investida do governo Lula sobre a Eletrobras se dá pelos mais diversos lados. Segundo um prócer do PT disse ao RR, o partido estuda entrar com ações cruzadas em diferentes instâncias questionando a privatização da empresa. Uma das ideias é ingressar com uma representação no TCU. Ao mesmo tempo, o partido planeja acionar Secretária de Defesa do Consumidor, do Ministério da Justiça, alegando que a venda da Eletrobras trouxe prejuízos ao consumidor. Um exemplo, neste caso: ao ser privatizada, a empresa foi obrigada a contratar oito mil MW de usinas termelétricas a gás, que vão entrar em operação entre 2026 e 2030. Esse custo será compartilhado com distribuidoras e, na última linha, vai bater na conta de luz. 

#Eletrobras #Lula #Ministério da Justiça #PT

Energia

Cemig e Vale negociam venda da participação em Belo Monte

14/06/2023
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Vale e Cemig, sócias na Aliança Energia, parecem caminhar em sentidos opostos. Ao menos no que diz respeito à participação da joint venture na Norte Energia S/A, controladora da Usina de Belo Monte. A estatal mineira não apenas quer vender a fatia de 9% na hidrelétrica para a Eletrobras como já teria até iniciado conversações nesse sentido. A Vale, no entanto, pensa diferente e estaria disposta a permanecer no negócio, seguindo ao lado da Eletrobras. No caso da Cemig, o que está em jogo é a própria parceria com a mineradora. Não é de que a estatal mineira busca uma saída para encerrar a joint venture com a Vale. No ano passado, chegou a contratar a BR Partners para buscar um comprador para a sua participação no negócio (45%). Mas as tratativas não avançaram. O assunto parece causar algum desconforto, notadamente no caso da Cemig. Perguntada sobre a venda da sua participação em Belo Monte e sobre a possibilidade de rompimento da joint venture, a estatal mineira disse ao RR que o assunto deveria ser tratado com a própria Aliança Norte Energia, o consórcio detentor da participação na hidrelétrica. Esta, no entanto, não quis se pronunciar, assim como a Vale. 

Em tempo: do lado da Eletrobras, a compra dos 10% de Belo Monte pertencentes à Aliança Energia seria um passo a mais na sua estratégia de consolidar posições acionárias em grandes empresas do seu portfólio de ativos. Foi assim na Usina de Santo Antônio, com a recente compra das participações da própria Cemig, Andrade Gutierrez e Novonor (antiga Odebrecht).   

#Cemig #Eletrobras #Usina de Belo Monte #Vale do Rio Doce

Destaque

Governo Lula faz contorcionismos para a “reestatização” da Eletrobras

9/06/2023
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O governo está quebrando a cabeça para achar uma solução no mínimo coerente para conter os arroubos e satisfazer minimamente o presidente Lula em seu desejo de romper o estatuto da Eletrobras e comprar ações compatíveis com a participação da União na empresa. Na prática, o Estado detém 40,18%, mas seu poder de voto está restrito a 10%. Na visão do presidente, a União ficou na empresa como boi de piranha, para ser espoliada e contribuir com parcela maior dos investimentos quando for a decisão do Conselho – do qual a União faz parte. Os missionários de Lula na Fazenda e no Planejamento estudam a criação de uma classe de ações diferenciadas ou a transformação do capital excedente em um bloco só de golden share, a instituição de uma “holding de fachada” ou mesmo fazer um spin off de parte da companhia. Lula talvez tenha razão em alguns pontos que ele deduziu.  A pílula de veneno é um bom invento, tudo bem. Mas para quem entra na companhia, sabendo as regras desde a decisão de capitalização. Quem está dentro com um caminhão de ações é “takeoverizado” na marra, na forma mais hostil existente no mercado.  

O discurso de Lula de “estatizar” a Eletrobras é velho e desinformado. A privatização com o modelo de public company, com uma pitada de golden share é o estado da arte. Faltam ao presidente as lições do professor Octávio Gouvea de Bulhões, ex-ministro da Fazenda, para quem não sabe ou não se lembra. Dizia o sábio professor: “O mercado de ações é um instrumento de democratização e não de concentração do capital. Quanto mais pessoas forem acionistas, melhor, porque amplia a base do mercado. Eu criaria uma lei para que fossem dadas, sob a forma de bonificação, ações a todos os trabalhadores de empresas que tivessem um porte compatível com esse programa.” Bulhões, com palavras mais escorreitas, definiu o modelo e a intenção da “pílula de veneno” – expediente que limita as decisões da empresa a um percentual de ações até certo patamar.  

A medida foi adotada justamente para pulverizar a base do capital acionário e evitar que um grupo detentor de um número de ações maior assuma o controle e faça do comando da companhia um feudo similar ao que é visto em várias estatais, cuja governança responde mais aos grupos de interesse do que às verdadeiras prioridades da corporação. A governança de qualquer empresa decente tem de ser profissional. Ponto. Além do mais, a Eletrobras é uma empresa madura, o governo está sem recursos e, portanto, sem condições de investimentos. E mais: o Estado possui instrumentos regulatórios que podem corrigir a rota da empresa – estratégica, sem dúvida – caso seja necessário. 

Em tempo: há uma questão que Lula traz à tona e o RR não sabe responder. A parte excedente aos 10% das ações permitidos seguirão recebendo dividendos similares ou haverá também uma “pílula de veneno” para a remuneração dos acionistas? O discurso de reestatização da Eletrobrás soa tão inconveniente como as loas a Nicolau Maduro e a sua “democracia incompreendida”. Mas pode até ser que no varejo Lula tenha algumas pequenas questões pertinentes. 

  

#Eletrobras #Lula #Ministério da Fazenda #Nicolau Maduro

Negócios

Venda da participação da Cemig na Taesa está por um fio

11/05/2023
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O RR apurou que a Cemig está em negociações avançadas para a venda da sua participação na Taesa para a colombiana ISA, também acionista da empresa de transmissão. Tomando-se como base apenas o valor de mercado, a fatia da estatal mineira – 21,6% do capital total – está avaliada em aproximadamente R$ 2,5 bilhões. De acordo com a mesma fonte, a Cemig foi sondada por outros grupos da área de transmissão, como a chinesa State Grid, e por fundos de private equity. Mas a ISA pretende exercer sua opção sobre a participação da sócia. Com a operação, assumirá o controle da Taesa, saltando de 26% para 52% das ações ordinárias.  

A Cemig tem acelerado o processo de alienação de ativos considerados não estratégicos. No mês passado, vendeu para Furnas/Eletrobras as hidrelétricas Retiro Baixo e Baguari Energia, por R$ 600 milhões. Em agosto, vai leiloar um pacotão com 15 PCHs. Os recursos serão destinados a investimentos em negócios nos quais a Cemig tenha controle acionário, sobretudo em geração renovável. 

#Cemig #Eletrobras #Furnas #ISA #Taesa

Energia

Aneel faz pressão por obras do Linhão do Tucuruí

24/04/2023
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A Aneel subiu o tom contra a Eletronorte, leia-se Eletrobras, e a Alupar, sócias do consórcio Transnorte Energia. A agência reguladora cobra a aceleração das obras de construção do chamado Linhão de Tucuruí, rede de transmissão de 720 quilômetros que interligará Roraima ao Sistema Interligado Nacional de Energia. O apagão de cinco horas no estado, registrado no fim de semana retrasado, aumentou a pressão sobre as duas empresas. O Linhão de Tucuruí é uma novela do setor elétrico, em cartaz há mais de uma década. A obra deveria estar concluída em 2015, mas travou diante da falta de licenciamento ambiental e dos questionamentos do povo indígena Waimiri Atroari. Em setembro do ano passado, a Justiça selou um acordo entre o consórcio Transnorte Energia e a comunidade originária local. Eletronorte e Alupar já sinalizaram à Aneel sucessivas datas para a retomada das obras, mas, até agora, nada. O novo prazo é julho deste ano. Ressalte-se que a pressão da agência reguladora coincide com uma mudança societária na Transnorte Energia. A Eletronorte/Eletrobras está assumindo a posição de acionista majoritária, antes pertencente à Alupar.

#Aneel #Eletrobras #Transnorte Energia

Energia

Eletrobras busca primazia societária nas grandes hidrelétricas do país

17/04/2023
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A Eletrobras quer fazer um arrastão no controle da Usina de Belo Monte. Segundo o RR apurou, a companhia vem mantendo conversações para a compra das participações da Neoenergia e do consórcio Amazônia Energia, leia-se a Cemig e a Light. Seria o suficiente para a ex-estatal ampliar sua participação de 49% para quase 70%, consolidando-se como acionista majoritária da hidrelétrica. E poderia ser mais. No ano passado, a Eletrobras chegou a entabular conversações com a Petros e a Funcef para a compra dos 20% do capital pertencente à dupla. O assunto morreu, o que não chega a causar nenhuma estranheza na atual circunstância. Ainda que indiretamente, a participação dos dois fundos de pensão é um tentáculo do governo federal no capital e na gestão da hidrelétrica de Belo Monte.  

Fica cada vez mais patente a disposição da Eletrobras de ter supremacia societária em algumas das maiores e mais estratégicas hidrelétricas do país. Assim foi na Usina de Santo Antônio. No mês passado, a companhia adquiriu as ações até então pertencentes à Cemig, à Andrade Gutierrez e à Novonor (antiga Odebrecht). Passou a ter 92% da Madeira Energia, a holding controladora de Santo Antônio. Sob certo aspecto, trata-se de um movimento geoeconômico relevante. A ex-estatal, que carregou, na privatização, alguns dos maiores parques hidrelétricos do país, se defende, por exemplo, da crescente presença dos chineses no segmento. Grandes companhias chinesas, como SPIC e Three Gorges, têm feito pesados investimentos em geração de energia no Brasil.  

#Cemig #Eletrobras #Madeira Energia #NeoEnergia #Novonor #Petros #Usina de Belo Monte

Empresa

Eletrobras é nome certo no leilão de transmissão

10/04/2023
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Em meio aos arroubos reestatizantes do governo Lula, a Eletrobras vai entrar pesado no leilão de transmissão marcado para junho. Segundo o RR apurou, a empresa olha com especial apetite para os ativos no Nordeste, que terão um papel fundamental no mapa energético brasileiro. As futuras linhas da região serão responsáveis pelo transporte de boa parte da energia gerada nas usinas eólicas e solares já em operação ou em construção na região. Um dos trunfos da companhia para a disputa está sentado na cadeira de presidente. Wilson Ferreira Junior, CEO da Eletrobras, conhece de cor e salteado cada quilômetro dos novos empreendimentos em transmissão. Na sua primeira passagem pelo cargo, entre 2016 e 2021 – portanto, ainda nos tempos da Eletrobras estatal – Ferreira tinha um papel importante na formulação de projetos no setor elétrico no país, tocando de ouvido com a Aneel e a EPE (Empresa de Pesquisa Energética). Em contato com o RR, a Eletrobras informou que “avalia constantemente oportunidades que estejam de acordo com sua estratégia”. 

#Eletrobras #Lula

Energia

Brasil empurra crise hídrica para longe

29/03/2023
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Uma ótima notícia para o Brasil – e para o governo Lula. Segundo o RR apurou, a energia armazenada nos reservatórios do Sistema Interligado Nacional deverá atingir até o fim desta semana os maiores níveis desde 2007. De acordo com informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, a estimativa é que o subsistema Norte chegue a 99%. Ou seja: as hidrelétricas da região estão praticamente a plena carga. No caso do Nordeste, as projeções apontam para um indicador próximo dos 91%. O índice mede a energia potencialmente disponível por área a partir do volume de água dos reservatórios e consequentemente da capacidade de geração das usinas. Os dados apontam reduzida necessidade de acionamento de térmicas no país no início do outono, estação marcada pela queda da ocorrência de chuvas. No mapa energético nacional, a região que mais preocupa as autoridades do setor é o sul do país. Há cerca de duas semanas, a energia armazenada nos reservatórios da área estava em 40%. Na próxima medição, é provável que este número caia ainda mais – as previsões na Pasta giram em torno dos 38%. 

Muito provavelmente, o puxão de orelhas de Lula na gestão das hidrelétricas do país não foi por acaso. Na semana passada, durante a posse de Enio Verri no comando de Itaipu, o presidente criticou o desperdício de água pelas grandes usinas, batendo na tecla de que o país não sabe lidar com a abundância dos mananciais. Nos últimos meses, por exemplo, as usinas de Belo Monte, Tucuruí, São Simão – as duas primeiras operadas pela Eletrobras e esta última controlada pela chinesa Spic – abriram suas comportas para reduzir o nível dos reservatórios, deixando de gerar a energia equivalente. 

#Eletrobras #Lula #Ministério de Minas e Energia

Destaque

BNDES é a ponta de lança do governo para a reestatização da Eletrobras

24/03/2023
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A gestão Lula pretende usar o BNDES como instrumento para a polêmica reestatização da Eletrobras. A ideia em discussão no governo passa pelo aumento da posição do banco no capital da empresa, seja com a aquisição de papéis em mercado, seja com a compra em bloco de ações pertencentes a outros sócios relevantes. Hoje, somando sua participação direta e os títulos na carteira do BNDES e da BNDESPar, a União detém 40,18% das ordinárias da Eletrobras. Apenas como um exercício meramente ilustrativo: a compra das ações em poder do BlackRock (5,1%) e do GIC, fundo soberano de Cingapura (6,4%), permitiria ao governo ter mais de 51% do capital da companhia – mais precisamente 51,6%. Significa dizer que a União voltaria a ser, matematicamente, a controladora da Eletrobras. Mas essa aritmética não basta. No quebra-cabeças petista da reestatização da Eletrobras, toda essa operação precisa estar encaixada com outra peça: a ofensiva do governo para modificar o estatuto da empresa.  

Conforme noticiou a jornalista Malu Gaspar, de O Globo, a Casa Civil e a AGU planejam entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) no STF. O objetivo principal é retirar o dispositivo que limita o poder de voto dos acionistas da Eletrobras a 10% mesmo que sua participação seja superior a esse patamar. Com essa barreira, tanto faz um investidor ter 10% ou 40%: vai mandar igual. A derrubada desse teto abriria caminho para o Estado retomar as rédeas na companhia, seja como o maior acionista individual, status que já possui, seja novamente em uma posição de controle, isto é, com 50% mais um das ações ordinárias. Esse segundo cenário é um motivo a mais para o governo tentar dinamitar o atual estatuto da Eletrobras. O governo Bolsonaro criou uma “cláusula de barreira” ou uma espécie de “trava anti-PT” – como se vê, com certa dose de razão. Trata-se da pílula de veneno estabelecida no Artigo 10 do estatuto: “O acionista ou grupo de acionistas que, direta ou indiretamente, vier a se tornar titular de ações ordinárias que, em conjunto, ultrapassem 50% do capital votante da Eletrobras e que não retorne a patamar inferior a tal percentual em até 120 (cento e vinte) dias deverá realizar uma oferta pública para a aquisição da totalidade das demais ações ordinárias, por valor, no mínimo, 200% (duzentos por cento) superior à maior cotação das respectivas ações nos últimos 504 (quinhentos e quatro) pregões”. Ou seja: pelas regras do jogo em vigor, se a União ultrapassar a marca de 50% das ONs, terá de pagar três vezes pelo restante das ações. Em sua sanha reestatizante, o governo quer dar um cálice de cicuta para essa poison pill, o que lhe permitiria reassumir o controle da companhia sem ter de desembolsar uma fortuna. 

Toda essa complexa arquitetura, que vai do mercado de capitais à Suprema Corte, junta a fome com a vontade de comer. De um lado, a disposição do governo de que o BNDES volte a ser um agente de participação do Estado em empresas ou setores estratégicos; do outro, a notória intenção do presidente Lula de promover a reestatização da Eletrobras, manifestada recorrentemente durante a campanha eleitoral. O governo teria novamente uma máquina para fazer políticas públicas na área de energia. Ao lado da Petrobras, a empresa seria também uma propulsora de investimentos em transição energética. Pelo menos é a lógica petista que rege todo esse movimento. Uma lógica tão tortuosa quanto contestável, em razão dos riscos que traz a reboque. 

As manobras do governo Lula para reestatizar a Eletrobras geram automaticamente insegurança jurídica. Caso a retomada do controle da empresa se concretize, estará aberta a porteira para outros casos similares. É como se o Brasil inventasse o modelo das privatizações por temporada, que poderão valer para um determinado governo, mas não para outro. Ao mesmo tempo, a investida joga por terra a ideia de public company, que poderia ser adotada para outras estatais. Não poderia haver recado pior para os investidores, já ressabiados. Recentemente, por exemplo, surgiram rumores de que a Petrobras poderia cancelar vendas de ativos fechadas na reta final do mandato de Bolsonaro. Se há um partido que deveria se preocupar em afastar a pecha de “rasga contratos” é o PT. 

Em tempo: sob certo aspecto, o Lula III está bebendo na fonte do Lula I. Guardadas as devidas proporções, a estratégia de usar o BNDES como ponta de lança para o Estado retomar seus antigos poderes na Eletrobras remete a uma operação conduzida pelo próprio banco em 2003. Na ocasião, sob o comando do economista Carlos Lessa, o BNDES comprou uma participação de 8,5% na Valepar, holding controladora da Vale, que pertencia à Investvale – fundo de investimento dos funcionários da mineradora. Com esse movimento estratégico, à época muito contestado pelos privatistas puro-sangue, Lessa fechou a porta para uma eventual desnacionalização da companhia e até mesmo uma transferência da sua sede para o exterior. Àquela altura a Vale tinha um bloco de controle definido. A Mitsui, por exemplo, poderia assumir o mando da empresa caso adquirisse as ações em poder da Investvale. Ainda que as circunstâncias não sejam exatamente as mesmas, a Vale da vez se chama Eletrobras. E o BNDES vai voltar a ser aquele BNDES.

#BNDES #Eletrobras #Lula #Petrobras #PT #STF #Valepar

Empresa

Light busca uma porta de saída de Belo Monte  

21/03/2023
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A Light busca um comprador para a sua participação na Usina de Belo Monte. Ao lado da Cemig, a distribuidora detém 9,7% da Norte Energia – a holding controladora da hidrelétrica, da qual a Eletrobras é a maior acionista. A Light tem pressa. A fatia acionária em Belo Monte é um dos ativos que a empresa pretende vender. A distribuidora fluminense vai catar tudo que é caquinho para fazer caixa frente a sua delicada situação financeira.  

No último balanço divulgado, em setembro de 2022, a dívida líquida estava em R$ 8,7 bilhões, o equivalente a três vezes o Ebitda. No terceiro trimestre do ano anterior, esse múltiplo era de 2,4. Além da excessiva alavancagem, a Light enfrenta notórios problemas de fluxo de caixa devido à erosão do seu faturamento. Entre janeiro e setembro de 2022, a companhia reportou receita líquida de R$ 9,4 bilhões, uma queda de 6,6% no comparativo com igual período em 2021. As ligações clandestinas de energia são um grave problema, com forte efeito corrosivo sobre o faturamento. Estima-se que o nível de perda de energia no que é fornecido a comunidades chegue a 80%, trocando em miúdos algo como R$ 600 milhões em prejuízo – conforme o RR já informou

#Belo Monte #Eletrobras #Light

Energia

Aumento da alavancagem provoca faíscas na Eletrobras

15/03/2023
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O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, elegeu como prioridade a repactuação da dívida da companhia. A empresa estuda instrumentos financeiros para alongar o perfil do seu passivo, entre os quais a emissão de títulos. A venda de ativos considerados menos estratégicos também é cogitada, segundo informações apuradas pelo RR. Hoje, o endividamento de curto prazo da Eletrobras está na casa dos R$ 7 bilhões – de um passivo total em torno de R$ 55 bilhões. Um fator de preocupação é o acelerado crescimento do nível de alavancagem da empresa. No balanço de março de 2022, o último publicado ainda sob controle estatal, a relação dívida líquida/Ebitda era de 0,9. Em setembro de 2022, esse múltiplo rigorosamente dobrou. Segundo a fonte do RR, Ferreira Junior tem repetido reiteradas vezes que, pelo seu porte, a Eletrobras tem de ter o menor custo de capital do setor elétrico no Brasil. Consultada, a empresa não se manifestou.

#Eletrobras #Energia

Destaque

Fraude da Americanas vira argumento para a reestatização da Eletrobras

15/02/2023
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O episódio da fraude da contabilidade das Americanas será usado como um dos motes da campanha do governo para a revisão do limite de participação acionária na Eletrobras. Lula já iniciou os trabalhos, afirmando que vai defender com unhas e dentes o direito da União aumentar sua participação no capital votante da antiga estatal. O Estado soma uma montanha de recursos esterilizados, mas não tem poder de decisão. E é proibido de comprar uma única ação em mercado além do teto estatutário. Hoje, a União detém cerca de 40% do capital da empresa, mas apenas 10% das ações com direito a voto.   

O modelo de capitalização adotado para a privatização da Eletrobras incluiu uma pílula de veneno, que restringe exatamente a 10% o total de ações com direito a voto que cada investidor pode deter. As decisões sobre a gestão da empresa são tomadas no Conselho de Administração, constituído pelos “acionistas de referência”. A 3G Radar, que tem entre seus controladores Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, através da associação com a 3G Capital, é acionista de referência da Eletrobras. Trata-se do maior detentor de ações preferenciais, com 10,8%. Ou seja, no atual modelo, hipoteticamente, caso firmasse parceria com o Banco Clássico, controlado pela controversa família Abdalla – uma instituição que possui patrimônio avaliado em pouco mais de R$ 5 bilhões e possui 5% das ações ordinárias preferenciais da ex-estatal –, e mais alguns fundos estrangeiros, a 3G Radar mandaria na Eletrobras.   

Não há nada que impeça o trio de operar na compra e venda das ações, estando em posição privilegiada. Um exemplo de como funcionam essas operações se deu pouco depois da privatização. No dia 13 de fevereiro de 2021, Lemann e seus sócios venderam ações da companhia. No dia 25 de junho, recompraram. Nesse jogo de estica e encolhe, que se repetiu várias vezes, os “acionistas preferenciais”, hoje sob suspeição do mercado, reduzem um pouco sua quantidade de ações, e aumentam depois, e vice-versa, buscando sempre manter no mesmo patamar sua participação no capital votante. Um jogo simples, conhecido por iniciantes em operações com valores mobiliários. Questionada, a 3G informa “que não há qualquer acordo ou contrato regulando o exercício do direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários de emissão da companhia da qual a signatária seja parte”.   

Lula, pelo que já disse, não concorda com o modelo em que o poder de decisão do Estado permanece diluído, independentemente da sua disposição em aumentar sua participação no capital da empresa. Uma solução para desbloquear a pílula de veneno está sendo pensada no BNDES. Lembrai-nos que foi no banco, sob o governo Lula, que o falecido Carlos Lessa, então presidente da instituição, montou uma engenharia de compra, através da BNDESPar, das ações da Vale. À época, com esse movimento, impediu a venda da mineradora para investidores externos. Por enquanto, o 3G, seja Capital seja Radar, de uma forma esperta, é quem dá as cartas.  

#3G Capital #Americanas #Beto Sicupira #BNDES #Eletrobras #estatal #família Abdalla #fraude #Jorge Paulo Lemann #Lula #Marcel Telles #privatização #Vale

Destaque

A água está subindo pela “cintura” da Eletrobras

7/02/2023
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O vazamento da Barragem da Pedra, que provocou severas inundações no sudoeste baiano, está arrastando a Eletrobras para um contencioso socioambiental de razoáveis proporções. Segundo uma fonte do Ministério Público Federal da Bahia, as primeiras investigações apontam negligência e graves falhas da Chesf, controlada da companhia, na operação de abertura das comportas do reservatório. O RR apurou que o MPF-BA deverá receber até amanhã relatórios técnicos e laudos periciais produzidos por diferentes entidades. De acordo com a mesma fonte, dados preliminares comprovam que o volume despejado na Bacia do Rio de Contas foi três vezes superior ao limite máximo permitido para evitar inundações, corroborando estimativa prévia do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). Há indícios de que a Chesf não teria cumprido o protocolo de aumentar gradativamente o nível de vazão, saltando em apenas um dia de 1,2 mil metros cúbicos por segundo para 2,4 mil metros cúbicos por segundo. Consultado pelo RR, o MPF-BA não se manifestou. Também procurada, a Eletrobras não se pronunciou. 

As investigações do Ministério Público deixam a holding Eletrobras em uma situação ainda mais delicada. Elas deverão embasar novos processos e pedidos de indenização contra a companhia. O governo da Bahia já saiu na frente: conforme o RR antecipou, entrou com uma ação civil pública cobrando da Chesf, sua subsidiária, cerca de R$ 100 milhões para cobrir os danos causados pela enchente. As inundações afetaram mais de 200 mil pessoas em 106 municípios baianos. O número de desabrigados e desalojados pela Defesa Civil passa dos 26 mil moradores. Além das eventuais sanções financeiras, o episódio afeta diretamente o capital reputacional da Eletrobras. Pouco mais de seis meses após a sua privatização, o vazamento e o consequente contencioso lançam dúvidas sobre as práticas ESG da companhia. O acidente joga foco nas demais estruturas similares da empresa: somando-se todas as suas subsidiárias, a Eletrobras tem 33 barragens de hidrelétricas.

#Eletrobras

Justiça

Estados do Nordeste cobram da Eletrobras indenização por enchentes

5/01/2023
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Governadores do Nordeste, à frente Jerônimo Rodrigues, da Bahia, discutem uma ação judicial em bloco contra a Eletrobras. O motivo é a recente decisão da Chesf, subsidiária da empresa, de abrir comportas de reservatórios de hidrelétricas, provocando cheias em diversas cidades da região. Os governadores querem que a companhia arque com os custos para recuperação das áreas atingidas e o socorro aos desabrigados. Uma das cidades mais afetadas foi Jequié (BA). O centro do município ficou debaixo d´água nos últimos dias após o aumento da vazão da Barragem de Pedra, na Bacia do Rio de Contas.

#Chesf #Eletrobras

Negócios

Acionistas da Usina de Santo Antônio pretendem vender ações em bloco

9/12/2022
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Novonor (antiga Odebrecht), Andrade Gutierrez e Cemig mantêm conversações em torno da venda conjunta de suas participações na Santo Antônio Energia, controladora da hidrelétrica de mesmo nome. A ideia do trio, que detém aproximadamente 20% do capital, é oferecer o quinhão à Eletrobras, acionista controladora. De certa forma, Novonor, Andrade e Cemig já começaram a preparar o terreno para a sua saída do negócio no recente aporte de capital da Santo Antônio, feito para assegurar o pagamento de uma dívida com o consórcio construtor da hidrelétrica. Na ocasião, as três empresas não acompanharam a capitalização, tendo suas participações diluídas. Na mão contrária, a agora privatizada Eletrobras aumentou sua fatia para 72%.

#Eletrobras #Novonor

Energia

Eletrobras avança no hidrogênio verde

1/12/2022
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O RR apurou que a Eletrobras planeja anunciar até março de 2023 a construção de sua primeira usina de hidrogênio verde. A produção do insumo se dará a partir da geração de energia solar, em plantas instaladas em reservatórios de hidrelétricas da empresa. A Eletrobras já iniciou análises técnicas em suas maiores usinas, como Paulo Afonso e Sobradinho, para decidir onde será construído o primeiro empreendimento. Na paralela, a empresa tem feito estudos em parceria com a Siemens Energy e o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica para a obtenção e domínio do ciclo tecnológico completo do produto. Procurada pelo RR, a Eletrobras não se pronunciou. 

O timing não poderia ser mais oportuno. O projeto vai ao encontro dos planos do futuro governo de estimular a produção de hidrogênio verde, tida como um passo vital para o Brasil se consolidar como uma grande potência energética global. Por sinal, há uma notória simpatia mútua entre Wilson Ferreira Junior, presidente da Eletrobras, e setores do próximo governo. O executivo desfruta de grande prestígio, por exemplo, junto a ex-presidente Dilma Rousseff.  

#Dilma Rousseff #Eletrobras #Siemens Energy

Destaque

China manifesta interesse em investir em energia nuclear no Brasil

29/11/2022
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O RR apurou que a China já fez chegar a auxiliares do presidente eleito Lula o interesse em participar de projetos para a expansão do parque nuclear brasileiro. Por meio da estatal CNCC (China National Nuclear Corporation), os chineses estariam dispostos a firmar parceria tanto para a conclusão das obras de Angra 3 quanto para a construção de novas usinas atômicas no país. Ainda que, por ora, sejam apenas acenos preliminares, não é de hoje que a China vem tentando se posicionar como parceira do governo brasileiro na área de energia nuclear. Em 2019, emissários da CNCC abriram tratativas com o então ministro de Minas e Energia, Almirante Bento Albuquerque, e com a direção da Eletronuclear. À época, uma comitiva da estatal chinesa chegou a visitar as instalações de Angra 3, cujas obras estão paradas desde 2015. No entanto, as conversações ficaram pelo caminho, muito em razão da inclinação do governo Bolsonaro pró-Rússia. Em setembro do ano passado, a Eletronuclear e a estatal russa Rosatom firmaram um memorando de entendimentos para transferência de tecnologia nuclear e gestão e construção de usinas. Desde então, a Rússia tornou-se o mais próximo de um parceiro estratégico do Brasil em geração nuclear. Ao menos no papel, já que na prática o acordo com a Eletrobras não rendeu qualquer consequência efetiva até o momento.

Qualquer iniciativa do futuro governo Lula no sentido de expandir a produção de energia nuclear no Brasil seria uma revisita ao passado do próprio PT. Durante seu primeiro mandato, a presidente Dilma Rousseff anunciou o plano de construir quatro novas geradoras atômicas até 2030 – ao menos duas das novas plantas ficariam no Nordeste. Agora o tema volta à baila. Mauricio Tolmasquim, um dos principais formuladores do programa de Lula para a área de energia, já disse publicamente da intenção do futuro governo de investir em energia nuclear e de buscar parceiros privados. Nesse caso, as circunstâncias podem favorecer tratativas com Pequim para eventuais investimentos conjuntos. Neste momento, em função da guerra contra a Ucrânia, qualquer parceria com a Rússia, de Vladimir Putin, traz inevitavelmente uma carga de desgaste e de pressões contrárias. Sobretudo tratando-se de uma área tão sensível, como a energia atômica, visceralmente imbricada com a própria segurança nacional. A guerra entre Rússia e Ucrânia e as tensões entre China e Taiwan aumentaram as preocupações internacionais em relação a novos projetos que envolvam energia atômica. O próprio Brasil, por exemplo, não tem conseguido aval da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) para a construção de seu primeiro submarino de propulsão nuclear.

#China #CNCC #Eletrobras #Lula

Política

Dilma Rousseff pode ter uma missão atômica

14/11/2022
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O nome de Dilma Rousseff tem sido especulado dentro do PT para comandar a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBpar), que assumiu o controle da Eletronuclear e de Itaipu após a privatização da Eletrobras. A princípio, pode soar como um cargo menor para uma ex-presidente da República. Mas Dilma teria missões nobres no seu métier de origem, a área de energia: além da conclusão da construção de Angra 3, regeria os estudos para a possível ampliação do programa nuclear brasileiro. Bastaria recorrer aos seus próprios arquivos. 

Durante seu primeiro mandato, o governo Dilma anunciou o plano de construir quatro novas geradoras atômicas até 2030 – a presidente chegou a tratar do tema durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU de 2011. No entanto, quem acabou sofrendo um processo de fissão foi o seu próprio governo. De qualquer forma, com a inevitável renovação da matriz energética, mesmo Dilma não pegando a picanha do setor, ela se torna manda-chuva da geração de energia nuclear, o que, em tempos de predominância do ambientalismo, é quase uma carne de primeira.

#Dilma Rousseff #Eletrobras #Eletronuclear #PT

Energia

Eletrobras busca uma solução para a dívida de Santo Antônio

7/11/2022
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A direção da Eletrobras está quebrando a cabeça em busca de uma engenharia financeira para o alongamento da dívida da Santo Antônio Energia. A controladora da hidrelétrica de Santo Antônio carrega um passivo elétrico, da ordem de R$ 20 bilhões. Uma das hipóteses sobre a mesa é uma emissão de bonds no exterior. A Eletrobras é a acionista majoritária da usina, com 72%. A tentativa de renegociação do passivo se dá em um momento ainda mais confuso, no qual a Santo Energia pode sofrer um “êxodo” de investidores. Andrade Gutierrez e Cemig buscam um comprador para as suas participações. Consultada pelo RR, a Eletrobras não se pronunciou, dizendo estar em período de silêncio. 

#Andrade Gutierrez #Cemig #Eletrobras #Santo Antônio Energia

Um almirante a caminho da Petrobras?

20/10/2022
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O nome de Ruy Flaks Schneider, oficial da reserva da Marinha, circula no Palácio do Planalto como candidato a uma diretoria da Petrobras. Seria mais um capítulo da sanha intervencionista de Jair Bolsonaro na estatal. Nos últimos dias, surgiram notícias de que o presidente estaria disposto a trocar diretores da companhia para brecar novos aumentos dos preços dos combustíveis antes das eleições. No início de 2021, Schneider esteve cotado para assumir a presidência da Eletrobras. Curiosamente, em agosto, foi indicado pelo governo para o Conselho de Administração da própria Petrobras. No entanto, seu nome não foi aprovado na assembleia de acionistas.

#Eletrobras #Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto #Petrobras

Acervo RR

Classificados

31/08/2022
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O governo pretende vender até novembro um lote de imóveis que pertenciam à Eletrobras e permaneceram com a União após a privatização. A modelagem do negócio está a cargo do BNDES.

#BNDES #Eletrobras

A conta de Itaipu ficou mais cara

25/08/2022
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O governo brasileiro cedeu alguns anéis para fechar o acordo com o Paraguai em torno da nova tarifa da energia de Itaipu. A ENBPar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional), sucessora da Eletrobras na hidrelétrica, terá de pagar US$ 130 milhões à estatal paraguaia Administracíon Nacional de Eletricidad. Segundo o RR apurou, a conta se refere à diferença entre o novo valor (US$ 20,75 KW/mês) e a tarifa média paga pelos paraguaios na compra de energia de Itaipu ao longo dos últimos sete meses (US$ 22,60).

#Eletrobras #ENBPar #Itaipu #Paraguai

State Grid junta os fios para entrar em Belo Monte

17/08/2022
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A State Grid ensaia um movimento estratégico no “novo” tabuleiro do setor elétrico no Brasil – leia-se o pós-privatização da Eletrobras. O grupo chinês está em negociações para entrar no capital da Norte Energia, que controla a Usina de Belo Monte. As tratativas passam pela compra das participações da Light, Cemig e Neoenergia, que somam 19,7%.

As três empresas conversam, inclusive, sobre a possibilidade de venda conjunta das ações em um único pacote. Tomando-se como base a transferência de 15% da Norte Energia da Eletrobras para a subsidiária Eletronorte, realizada em fevereiro deste ano, a participação somada de Light, Cemig e Neoenergia estaria avaliada em algo como R$ 2,5 bilhões. A compra das ações em poder do trio transformaria a State Grid no segundo maior acionista do consórcio, atrás apenas da agora privatizada Eletrobras, com seus 49% – por intermédio da Eletronorte e da Chesf.

Ou seja: os chineses passariam a ter uma posição privilegiada no setor. Para começar, a State Grid seria sócia da segunda maior hidrelétrica do país, com capacidade instalada de aproximadamente 11 mil MW, superada somente por Itaipu (14 mil MW). Ou seja: mais do que triplicaria seu tamanho no segmento de geração no país – a CPFL, sua controlada, soma cerca de quatro mil MW. Além disso, se tornaria parceira de uma Eletrobras repaginada, com maior capacidade de investimento não só em geração hidrelétrica, mas em novas fontes renováveis.

#Cemig #Eletrobras #Eletronorte #Light #NeoEnergia #Norte Energia #State Grid #Usina de Belo Monte

A Vibra foi um aquecimento

12/08/2022
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Prestes a voltar à Eletrobras, Wilson Ferreira Jr. já faz planos para a entrada da ex-estatal em novos segmentos no mercado de energia, como o setor de gás e a produção de biocombustíveis. Algo bastante similar ao que o próprio Ferreira fez em sua bem sucedida gestão na Vibra Energia.

#Eletrobras #Vibra Energia

O especialista

8/08/2022
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A nomeação do consultor Vicente Falconi para o Conselho da Eletrobras já provoca calafrios nos funcionários da ex-estatal. Falconi rima com downsizing.

#Eletrobras

Time Eletrobras

1/08/2022
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O ex-presidente da Light Raimundo Nonato de Castro está cotado para integrar a nova diretoria da Eletrobras. Entre outros acionistas, sua indicação contaria, sobretudo, com o apoio do banqueiro Juca Abdalla, do Banco Clássico. Castro chegou a ser cogitado para a presidência da companhia. Mas Wilson Ferreira Jr. é imbatível quando se trata de Eletrobras.

#Banco Clássico #Eletrobras #Light

Duplo desfalque na Vibra

29/07/2022
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Selma Fernandes, vice-presidente de Gente e Gestão na Vibra Energia, está cotada a seguir Wilson Ferreira Jr. rumo à Eletrobras.

#Eletrobras #Vibra Energia

Higienização

11/07/2022
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A “nova” Eletrobras quer ficar com as participações da Novonor (ex-Odebrecht) e Andrade Gutierrez na Santo Antonio Energia. Tenta também um acordo para encerrar o contencioso com as empreiteiras, que cobram quase R$ 1 bilhão em dívidas referentes à construção da usina.

#Andrade Gutierrez #Eletrobras #Novonor

Troca-troca

8/07/2022
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O governo vai nomear o almirante Ney Zanello, presidente da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional, para o Conselho de Itaipu. Zanello substituirá Rodrigo Limp, presidente da agora privatizada Eletrobras.

#Eletrobras #Itaipu #Rodrigo Limp

Os bons ventos da Eletrobras

4/07/2022
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A “nova” Eletrobras ensaia seu primeiro grande movimento no mercado após a privatização. A empresa está em conversações com o EIG Global Energy Partners para investimentos conjuntos em energia renovável. As tratativas envolvem, notadamente, a instalação de usinas eólicas no Porto do Açu. O fundo norte-americano é controlador da Prumo Logística, por sua vez dona do complexo portuário no Norte Fluminense. Os empreendimentos deverão ser tocados por meio de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE). Ou seja: a “Eletrobras privada” vai beber na fonte de um modelo bastante utilizado pela “Eletrobras estatal”. Hoje, cerca de 55% da capacidade instalada de energia eólica da companhia estão pendurados em SPEs com outros grupos.

#Eletrobras #Prumo Logística

Acervo RR

Bolsa de apostas

30/06/2022
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O ex-presidente da Petrobras Ivan Monteiro está muito bem cotado entre os acionistas da Eletrobras para assumir a presidência da empresa. Monteiro, hoje no Credit Suisse, já foi indicado para o Conselho da companhia.

#Credit Suisse #Eletrobras #Ivan Monteiro #Petrobras

Uma dupla elétrica na Eletrobras

28/06/2022
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A indicação do advogado Marcelo Gasparino para o Conselho da Eletrobras é um indicativo da nova – ou velha – composição de forças na companhia após a privatização. A presença de Gasparino na chapa leva a assinatura conjunta do investidor Lírio Parisotto e do banqueiro Juca Abdalla, do Banco Clássico, dois dos mais antigos acionistas da empresa. Parisotto e Abdalla mantêm, há anos, uma espécie de “coalizão” societária na companhia, votando sempre de forma uníssona no Conselho. Gasparino é homem de confiança de Parisotto. Entre outras missões, é a voz do investidor no Conselho da Eternit, onde ocupa o cargo de chairman. Ressalte-se que Marcelo Gasparino também coabita o board da Petrobras ao lado do próprio Juca Abdalla. Na prática, é como se Parisotto estivesse sentado na cadeira, votando junto com o dono do Banco Clássico.

#Banco Clássico #Eletrobras #Eternit #Marcelo Gasparino

Prêmio de consolação

10/06/2022
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Jair Bolsonaro cogita indicar o almirante Bento Albuquerque, ex-ministro de Minas e Energia, para o conselho da ENBpar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional), estatal que assumirá o controle da Eletronuclear e de Itaipu com a privatização da Eletrobras. Isso se der tempo.

#Eletrobras #Eletronuclear #Jair Bolsonaro

PT usa Eletrobras para animar sua torcida organizada

8/06/2022
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Na prática, a proposta do PT de reestatização da Eletrobras é uma pseudo-ameaça de expropriação, nacionalização ou algo do gênero que somente assusta o mercado. Como se daria essa mágica? Pela via da recompra das ações em bolsa é que não seria, devido aos custos absurdos que a operação teria para o erário. E não fosse isso, como impor ao Conselho de uma empresa privada que aprove a sua reestatização, ainda mais com a determinação vindo de um acionista minoritário? Só se Lula fosse resgatar o encampamento da Companhia de Energia Elétrica (CEE) do Rio Grande do Sul, então pertencente à americana Bond & Share, que tanto maculou a gestão do engenheiro Leonel Brizola em tempos de capa e espada. Se o PT não quiser apenas jogar para a arquibancada, pode discutir medidas factíveis para manter algum tipo de controle sobre a Eletrobras privatizada, notadamente no que diz respeito a políticas públicas. Um exemplo: bastaria dar mais poder de intervenção à Aneel para conter eventuais excessos de autonomia da empresa. A Agência, inclusive, poderia ser incluída na Constituição – a exemplo da ANP e da Anatel.

#Anatel #Aneel #Eletrobras #PT

Duelo de gigantes pela Eletrobras

1/06/2022
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A privatização da Eletrobras poderá se tornar um duelo de titãs: de um lado André Esteves; do outro, Jorge Paulo Lemann. Esteves entrou na lista de candidatos a uma posição de destaque entre os futuros acionistas da companhia. O banqueiro leva munição extra para a disputa: está carregado de moedas podres. Pretende, portanto, fazer algo parecido com o que Julio Bozano fez com a privatização da Embraer e os títulos da Sunaman. A briga vai ser boa. Há alguns anos, a 3G Radar – braço da 3G Capital, que reúne os investimentos do trio Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles – mantém uma posição cativa e privilegiada na Eletrobras. Sua fatia beira os 2% do capital total da empresa. Graças a esse cluster societário, Lemann acompanhou por dentro toda a elaboração do plano de capitalização da Eletrobras. Leva, portanto, um corpo de vantagem em relação a Esteves.

#André Esteves #Eletrobras #Jorge Paulo Lemann

Fio desencapado

12/05/2022
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O ministro Jorge Oliveira, “embaixador” do Palácio do Planalto no TCU, foi acionado pelo governo. Tem feito gestões junto ao colega Vital do Rêgo, tido como o principal oponente na Corte à privatização da Eletrobras.

#Eletrobras #Palácio do Planalto #TCU

O nome da vez

6/04/2022
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O presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, é um nome em alta no Palácio do Planalto. Jair Bolsonaro já confidenciou a assessores mais próximos a intenção de manter o executivo no governo mesmo após a eventual privatização da companhia.

#Eletrobras #Jair Bolsonaro #Rodrigo Limp

Energia na fronteira

25/03/2022
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O RR tem informações de que o Ministério de Minas e Energia retomou conversações com o governo boliviano para a construção de até duas hidrelétricas binacionais, cada uma com capacidade de até 6 mil MW. As usinas seriam instaladas no Rio Madeira ou em afluentes. O problema é que, do lado brasileiro, os projetos estão indexados à Eletrobras. Nas contas do governo, parte do financiamento depende da venda da estatal.

#Eletrobras #Ministério de Minas e Energia

O nome de Bolsonaro para o Tribunal de Contas

18/03/2022
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Segundo informação filtrada do Palácio do Planalto, a deputada Bia Kicis (PL-SP) entrou no páreo por uma cadeira no TCU, na indicação que cabe à Câmara. A parlamentar tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro e do seu núcleo político, a começar pelos filhos Eduardo e Flavio Bolsonaro, para ocupar a vaga de Ana Arraes na Corte. O bolsonarismo perderia uma colaboradora combativa e fiel no Congresso; por outro lado, ganharia uma ministra leal no TCU, por onde passam questões nevrálgicas para o Palácio do Planalto – da privatização da Eletrobras ao programa de concessões de infraestrutura. A disputa, no entanto, é intricada. Até o momento, o nome mais forte para a vaga é o do deputado Jhonatan de Jesus, que tem o apoio de Artur Lira – ver RR de 24 de fevereiro. Ressalte-se que as articulações dentro da Câmara para a indicação do substituto de Ana Arraes no TCU ganharam um aditivo. Nos últimos dias, circula no Congresso a informação de que a ministra poderá antecipar para abril a sua aposentadoria do Tribunal de Contas, inicialmente programada para julho. Ana deverá disputar as eleições, provavelmente à Câmara ou ao Senado.

#Artur Lira #Eletrobras #Jair Bolsonaro #TCU

Xodó de Bolsonaro

18/02/2022
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O rating do ministro Jorge Oliveira, braço de Jair Bolsonaro no TCU, subiu ainda mais no Palácio do Planalto. Em parte, Bolsonaro atribui a gestões internas de Oliveira a decisão do TCU de aprovar a privatização da Eletrobras, mesmo após os questionamentos ao valor de outorga da estatal.

#Eletrobras #Jair Bolsonaro #TCU

Preço da Eletrobras repete engodos das privatizações

17/02/2022
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Não é a primeira vez que os preços da privatização são subavaliados no Brasil. A desconsideração do valor econômico da potência instalada nas empresas da Eletrobras encontra similar nas desestatizações da CSN, no governo Itamar Franco, e da então Vale do Rio Doce, na gestão FHC. O motivo do “rouba montinho” da União foi a dificuldade de precificação de áreas mineralizadas e mineralizáveis de ambas as companhias.

No caso da CSN, a mina de Casa Pedra, um ativo considerado mais valioso do que a usina de Volta Redonda, passou quase batido no valuation. Em relação à Vale, a Docegeo – subsidiária da companhia onde estavam depositadas suas reservas prospectáveis – não foi computada no cálculo do valor de venda. Com isso, foi dada de graça uma fortuna incalculável em riquezas minerais. Em uma improvável dobradinha àquela altura, dois personagens lutaram como leões, nos bastidores, para que a comercialização da Vale a preço de banana não ocorresse: Eliezer Batista, ex-presidente da companhia, e o ex-prefeito do Rio, Césa Maia.

Hoje, inexistem personagens públicos com a mesma envergadura para tentar barrar a liquidação da Eletrobras. Segundo a decisão inicial do TCU, o cálculo da potência de geração futura da Eletrobras foi descartado, porque não é medível ou realizável para efeito de precificação. Ressalte- se que o relator Aroldo Cedraz ficou bastante incomodado com a decisão do colegiado. O veredito do TCU foi resultante de um tour de force do Ministério da Economia, para convencer o Tribunal.

Vale tudo para vender a estatal, inclusive sonegar a consulta a companhias especializadas em realizar a precificação correta. Paulo Guedes e cia. querem privatizar a toque de caixa, desprezando o valuation real para atender a agenda política. Portanto, sendo aprovado o atual preço de venda, o comprador levará um bônus muito além do valor fixado. O Ministério da Economia, de braços dados com o TCU, aproveita para, de lambuja, desmascarar o velho Marx, alterando a máxima de que a história se repete, primeiro como tragédia, depois como farsa. No Brasil, a fraude e a realidade são categorias indissociáveis. O engodo sobrevive ao tempo. Inalterável.

#CSN #Eletrobras #Ministério da Economia #Vale do Rio Doce

Oráculo

3/02/2022
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Paulo Guedes, só para não variar, falou demais. A “revelação” de que o ministro do TCU Vital do Rego apoia a privatização da Eletrobras, feita por Guedes na semana passada, caiu muito mal dentro da Corte. Quem sabe, na próxima, ele não antecipa o voto de um ministro do STF?

#Eletrobras #Paulo Guedes

Megawatts a menos na conta

2/02/2022
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O Ministério de Minas e Energia já trabalha com o cenário de que o Uruguai vai diminuir a venda de energia para o Brasil. O motivo é a forte seca no país vizinho, que tem reduzido o nível de água nas hidrelétricas locais – a exemplo do que acontece no Brasil. Hoje, a estatal uruguaia UTE comercializa 587 MW por dia à Eletrobras. O risco de soluços no fornecimento do insumo se dá justo no momento em que o governo Bolsonaro vinha aumentando a compra de energia junto ao Uruguai por conta da crise hídrica no Brasil. Em 2021, por exemplo segundo a fonte do RR, a importação chegou a 1,1 milhão de MWh, volume mais de 50% superior ao adquirido em 2020.

#Eletrobras #Ministério de Minas e Energia

Curto-circuito

27/01/2022
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Corria ontem na Eletrobras a informação de que o Sindicato dos Eletricitários planeja entrar na Justiça para impedir a Assembleia Geral Extrordinária da estatal marcada para 22 de fevereiro. A AGE foi convocada para tratar da capitalização e, consequentemente, da privatização da empresa.

#AGE #Eletrobras

Venda da dívida ativa da União ainda é um tiro no escuro

18/11/2021
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A venda da dívida ativa da União, estados e municípios lembra a independência do Banco Central, que demorou mais de 30 anos para ser aprovada. O projeto de securitização desses passivos e venda ao mercado com deságio começa há mais de uma década com projeto do Senador José Serra. O ex-ministro Joaquim Levy tentou implementar a medida.

Não conseguiu. Henrique Meirelles, na questão do presidente Temer, também buscou junto ao TCU a aprovação da venda da dívida ativa. Desistiu no caminho. Agora, o governo decidiu novamente pela comercialização dos tributos não pagos, ou seja a dívida ativa.

A ideia é boa. Só que não especifica se os passivos poderão ser usados como moeda em privatizações. E caso seja esse o intento, não esclarece se as dívidas adquiridas com altos deságios serão contabilizadas pelo valor de face para efeito da compra de ativos do Estado. Se for essa a intenção, será uma espécie de subsídio à privatização. Parece até que feito sob encomenda para alguns interessados na compra da Eletrobras.

#Banco Central #Eletrobras #Henrique Meirelles #TCU

E a privatização?

11/10/2021
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Astrogildo Quental, à frente da área financeira da Eletronorte, está cotado para voltar à diretoria da Eletrobras. Sinal da forte influência de José Sarney, seu padrinho político, junto ao presidente Jair Bolsonaro.

#Eletrobras #Eletronorte #Jair Bolsonaro

Muito barulho por nada

1/10/2021
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Há uma rebelião na bancada parlamentar do Rio contra a possível mudança da sede da Eletrobras caso a estatal venha a ser privatizada. Parece perda de tempo e de percepção da realidade.

#Eletrobras

Corrente elétrica

27/09/2021
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Corre no mercado que a 3G Radar, leia-se Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, estaria aumentando sua posição na Eletrobras, com a compra de ações em Bolsa. Já teria algo próximo dos 11% das preferenciais. Pode ser uma aposta de que a privatização vai mesmo sair do papel. Ou não.

#Eletrobras #Jorge Paulo Lemann

Não é comigo

8/09/2021
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Autoridades da área de Minas e Energia teriam feito gestões junto à Eletrobras para que a estatal adie a parada técnica da térmica a carvão de Candiota 3, no Rio Grande do Sul, programada para dezembro. Não é hora de abrir mão de um megawatt que seja da capacidade instalada no país. E a Eletrobras? Consultada pelo RR, a empresa diz que “a parada técnica é prevista pelos fabricantes dos diversos equipamentos da usina” e que “os órgãos do setor elétrico foram notificados”. Parece até que a Eletrobras já foi privatizada.

#Eletrobras

Lemann prepara uma guinada rumo ao padrão ESG

28/07/2021
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O RR acompanha com lupa o que pode vir a ser uma reviravolta na atuação de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. Segundo uma fonte encrustada nas conversações, o trio discute uma guinada na direção de negócios padrão ESG. O que se avalia intramuros é vincular praticamente todos os futuros investimentos a atividades econômicas e empresas com notório compromisso socioambiental. Seria uma forma de adequação ao novo cenário global, em que os mercados estão cada vez mais punitivos a negócios prejudiciais ao meio ambiente e ao social. De acordo com a mesma fonte, Lemann, Sicupira e Telles partiriam para um processo de higienização do seu portfólio, medida que poderia levar à diluição de participações societárias ou mesmo à saída do capital de algumas de suas empresas.

Na linha de tiro, estariam negócios como Burger King e Kraft Heinz – há poucas coisas menos saudáveis do que um hambúrguer encharcado de ketchup. Ressalte-se que, em março, Lemann deixou o Conselho de Administração da Kraft Heinz. Em sua origem, a montagem dos negócios em cerveja/refrigerante, hambúrguer e ketchup foi considerada um primor de sinergia. Hoje, esse mosaico é tido como o “padrão podre” do meio empresarial. E vai piorar. Esses setores podem até não figurar entre os grandes emissores de carbono. Mas, do ponto de vista da letra “S” de ESG – ou seja, do social -, são imbatíveis em produzir o mal. Até porque não há compensação dos danos causados à saúde humana.

O mal que se faz é o mal que fica. De alguma forma, os negócios e o perfil de investimentos da tríade já passam por um processo de reinvenção. O caso mais representativo talvez seja a entrada de Jorge Paulo Lemann e de Marcel Telles no setor de educação, por meio do Gera Venture Capital. A Eleva, controlada pelo fundo, se tornou um dos maiores consolidadores do setor. Neste momento, de acordo com a fonte do RR, Lemann, Sicupira e Telles analisam negócios pautados por uma pegada de responsabilidade socioambiental. Um exemplo: os três investidores teriam interesse em participar da privatização da Eletrobras. Ressalte-se que eles já mantêm uma posição acionária na estatal (10% das preferenciais), por meio da gestora 3G Radar.

Cabe lembrar ainda que Sicupira é dono também de 9,9% da Light. Como se sabe, quando um dos “Lemann Brothers” finca sua bandeira em algum negócio, os outros também estão presentes, ainda que não de forma explícita. Com um pé na Eletrobras e outro na Light, Lemann e cia. poderiam criar um cinturão verde, com foco na produção de energia limpa, o que incluiria a construção de uma série de Pequenas Centrais Hidrelétricas. Em outro front, os três investidores estudam também projetos de produção de gás metano a partir da decomposição de resíduos orgânicos. O RR enviou uma série de perguntas para a 3G Capital, holding que reúne os negócios do trio, mas a empresa não se pronunciou.

Nesse puzzle de ativos padrão ESG que Jorge Paulo Lemann e seus sócios podem vir a montar, há uma peça de difícil encaixe: a InBev, cujos produtos causam ainda mais estragos à saúde do que os da Kraft Heinz ou do Burger King. A cervejeira tem feito esforços para se tornar uma empresa menos maléfica. Já anunciou a meta de reduzir suas emissões de carbono em 25% até o ano de 2025. Nesse mesmo intervalo, vai investir cerca de US$ 1 bilhão em campanhas para reduzir o consumo nocivo de álcool. Contudo, é difícil remover a pecha de “não saudável” de uma corporação com mais de 80% de sua receita proveniente da venda de bebidas alcoólicas.

Trata-se de um “passivo” que talvez tenha de ser carregado por Lemann devido ao tamanho a que InBev chegou. No entanto, em um esforço de “descontaminação” da sua carteira de investimentos, o empresário e seus sócios poderiam, por exemplo, buscar alguma fórmula de diluição da sua participação societária entre fundos. Seria um dos últimos negócios “pecaminosos” de Lemann e cia. em meio a um colar de investimentos balizados pelo padrão ESG.

#Eletrobras #ESG #Jorge Paulo Lemann

Assunto (100%) de Estado

28/07/2021
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A proposta da Eletrobras manter uma participação minoritária na Eletronuclear mesmo após a sua desestatização – já aventada pelo presidente da companhia, Rodrigo Limp – encontra forte resistência na ala militar do governo. Na prática, ainda que indiretamente, seria dar um pedacinho de Angra 1, 2 e 3 a investidores privados.

#Eletrobras

Ferreira Junior mostra que o governo ficou para trás

8/07/2021
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Há duas versões para a decisão da BR Distribuidora de entrar na Justiça contra a União por supostas perdas decorrentes da greve dos caminhoneiros, em 2018. A primeira delas é que a medida causou surpresa nos ministros da Economia, Paulo Guedes, e de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Os dois foram os principais apoiadores do atual presidente da BR, Wilson Ferreira Junior, enquanto ele esteve à frente da Eletrobras.

Mas, o jogo mudou: agora, é cada um por si. Guedes e Bento teriam, inclusive, reagido mal ao fato de Ferreira Junior sequer ter sinalizado a disposição da BR em judicializar o caso. A postura do executivo teria sido ainda objeto de comentário ácido do presidente Jair Bolsonaro junto ao seu ministro da Economia. Na segunda versão, Paulo Guedes teria conversado preliminarmente com Ferreira Junior e dito que a decisão do Conselho de Administração da BR era correta e, se estivesse no board, também votaria da mesma forma.

Nas duas versões, Bolsonaro, que já tinha sua implicância com Ferreira Junior desde os tempos da Eletrobras, não gostou do comportamento do executivo. O presidente não entende muito bem essas coisas de governança. Em tempo: partindo-se do princípio de que a BR teve mesmo prejuízos, não deixa de ser curioso que a Petrobras não tenha levado o caso à Justiça. Até outro dia, a estatal era dona de 37,5% do capital da empresa e exercia notória influência nas decisões do Conselho. Procurados pelo RR, a BR e os Ministérios da Economia e de Minas e Energia não quiseram se pronunciar. A AGU, por sua vez, informou que “a União ainda não foi intimada”.

#BR Distribuidora #Eletrobras #Paulo Guedes

Há uma estranha fuligem de carvão solta no ar

17/06/2021
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Parece até uma coincidência provocada pelas energias crepitantes do inferno. Somente no mais profundo dos círculos de Dante estariam conjugados a disposição de senadores de incluir na MP da Eletrobras um financiamento de R$ 2,5 bilhões para “revitalização” da indústria carbonífera, o estímulo de termoeletricidade a carvão para os futuros leilões e uma controversa e eventual do gestão do ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, junto ao BNDES para o financiamento de termelétricas à base do combustível poluente. Tudo ao mesmo tempo e agora, junto com as declarações duríssimas do Departamento de Estado norte-americano, de que punirá financeiramente e comercialmente os países com mau comportamento ambiental. A termoeletricidade a carvão é um dos itens mais incandescentes nesse balaio de castigos que os EUA pretendem infringir ao Brasil.

A Europa seguirá a cartilha do governo Biden. Para todos os efeitos, Albuquerque teria o argumento de que vale tudo na crise hídrica. Mas será que cola? Não seria mais adequado ao “zeitgeist ambiental” buscar a cobertura energética apenas através das termelétricas a gás natural, biomassa e recuperação de resíduos? O ministro poderia justificar que a termoeletricidade a carvão é mais barata. Mas, qual o preço de “carbonizar” a matriz energética do país? Tudo indica que, para Albuquerque, esse não seja um dilema relevante. O RR enviou à assessoria do ministro uma série de questões.

Recebeu como resposta que as perguntas somente seriam atendidas na sexta-feira e mesmo assim com a ressalva de que “poderiam tentar”. O BNDES foi bem mais rápido. Informou que “não financia usinas térmicas a carvão e a óleo combustível e não há procedimentos em curso para que isso mude”. Vale lembrar que, em 2019, o assunto esteve em voga nas Minas e Energia. Na ocasião, o secretário de Planejamento da Pasta, Reive Barros, disse publicamente que o Ministério apresentaria um “programa específico de viabilização de termelétricas a carvão no Rio Grande do Sul e Santa Catarina”.

Citou ainda que a ideia era o Ministério de Minas e Energia conversar com o Ministério da Economia para que o BNDES voltasse a financiar essas usinas. O tema submergiu. A queda do nível dos reservatórios parece tê-lo deixado à mostra novamente. O RR considera, contudo, que o almirante Bento Albuquerque é uma autoridade responsável e respeitosa em relação ao meio ambiente. De qualquer maneira, é uma coincidência dos infernos.

#BNDES #Eletrobras #Ministério de Minas e Energia

Lusco-fusco

7/05/2021
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Paulo Guedes está convicto de que o presidente da Câmara, Arthur Lira, tem se empenhado muito pouco para acelerar a votação da Medida Provisória 1.031/21, que trata da privatização da Eletrobras. Guedes está incomodado com Lira por diversas outras pendências, inclusive a suspensão da comissão da reforma tributária.

#Arthur Lira #Eletrobras #Paulo Guedes

Luz apagada

22/04/2021
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Segundo informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, a Eletrobras não deverá exercer a opção de compra dos 49% da Transmissora Sul Litorânea de Energia (TSLE), que serão colocados à venda pelo governo gaúcho. A estatal é dona de 51% da TSLE por meio da Eletrosul.

#Eletrobras #Transmissora Sul Litorânea de Energia

Aparências

14/04/2021
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Segundo uma fonte, logo após assumir o cargo, o futuro presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, planeja fazer uma rodada de conversações com potenciais candidatos à compra da estatal. É preciso manter acesa a expectativa de que a privatização sairá, embora as circunstâncias apontem o contrário.

#Eletrobras #Rodrigo Limp

Fio desencapado em Itaipu

24/03/2021
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O general João Francisco Ferreira, futuro presidente de Itaipu, assumirá o cargo com uma bola dividida pela frente. Segundo fonte próxima à empresa, o governo do Paraguai, sócio da usina, alega que a Eletrobras teria uma dívida de cerca de US$ 70 milhões com a hidrelétrica. Consultada, Itaipu não se manifestou, pedindo que a questão fosse confirmada com a Eletrobras. Esta, por sua vez, disse que “Qualquer posicionamento a respeito deste assunto será oportunamente comunicado ao mercado por meio dos instrumentos cabíveis”.

#Eletrobras #Itaipu

Governo Bolsonaro lança dúvidas sobre o futuro da BR

23/03/2021
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A BR Distribuidora virou uma bola de pingue-pongue, rebatida de um lado para o outro da rede entre estratégias e interesses conflitantes entre si. Do Palácio do Planalto, surgem vazamentos sobre a ideia de reestatização da companhia. Nesse caso, a Petrobras, que mantém uma participação de 37,5% na distribuidora de combustíveis, seria usada pelo governo para a recompra de ações da BR em mercado. Essa hipótese quica sobre a mesa como um rebote da raquetada do presidente Jair Bolsonaro na governança da
petroleira.

Se é possível interferir na Petrobras, por que não na BR, ainda que a participação do governo na companhia se dê de forma indireta? Pelo silogismo bolsonarista, se a Petrobras é sócia da empresa, está resolvido: “La BR c ´est moi” No sentido contrário, está o projeto de privatização completa da BR, com a venda do restante das ações ainda em poder da Petrobras. Os fundos que coabitam o capital da empresa pressionam por esta solução. Esta, inclusive, seria a principal missão de Wilson Ferreira Junior, que as-
sumiu a presidência da distribuidora de combustíveis na semana passada. Ferreira tem o perfil de embalador de empresas para a privatização, ainda que não tenha alcançado sucesso na Eletrobras.

Na estatal, ele perdeu a viagem. Já na BR, o executivo vem calejado pela arritmia decisória do governo Bolsonaro. No meio dessa troca de bolas de um lado para o outro, o RR recebeu também a informação do interesse da Americanas em ter uma participação expressiva na BR. A rede varejista, ressalte-se, já enxerga o negócio por dentro: firmou recentemente um acordo operacional com a distribuidora no segmento de lojas de conveniência. A compra das ações da Petrobras faria da Americanas o principal acionista individual da BR. A operação significaria o ingresso do trio Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira em um setor extremamente disputado.

Além do varejo per si, com a gestão das lojas de conveniência, Lemann e cia. passariam a competir com Raízen, Ultra/Ipiranga, entre outros menos votados. No mercado especula-se também que a ida de Marcos Lutz para o conselho do Grupo Ultra teria como objetivo a aquisição da BR. Lutz, enquanto esteva na Cosan, era o executivo dedicado a uma operação de compra da estatal. Mas tudo ainda está no campo das conjecturas. Os 37,5% do capital nas mãos da Petrobras indexam o destino da BR aos humores de Jair Bolsonaro.

#BR Distribuidora #Eletrobras #Jorge Paulo Lemann #Petrobras

A aposta possível

15/03/2021
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Nas reuniões com sua equipe, o secretário Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Diogo Mac Cord, tem demonstrado entusiasmo com a possibilidade de privatização dos Correios neste ano. Entre seus próprios auxiliares, a leitura é que Mac Cord não aposta uma ficha na venda da Eletrobras.

#Correios #Eletrobras

Museu de grandes novidades

26/02/2021
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O governo insiste em apresentar a golden share como uma nova medida no esforço de privatização da Eletrobras. Ocorre que essa ação especial está prevista desde quando a desestatização foi aventada, há alguns anos. É um velho truque caiapó: apresentar propostas carecas de tão velhas como reluzentes e luzidias, notadamente no caso das privatizações.

#Eletrobras

Bolsonaro vai deixar?

25/02/2021
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O presidente da CPFL, Gustavo Estrella, é um dos nomes no radar para assumir o comando da Eletrobras. Isso, claro, se Jair Bolsonaro não atropelar o processo de headhunter conduzido pelo conselho da estatal e nomear um militar para o cargo.

#CPFL #Eletrobras

Um ministro de aparências

2/02/2021
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A permanência de Wilson Ferreira Junior no Conselho da Eletrobras teria se dado por um pedido direto de Paulo Guedes. O “Posto Ipiranga” tenta, ao menos, manter as aparências de que a companhia será privatizada

#Eletrobras #Paulo Guedes

Porteira aberta

28/01/2021
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Nos corredores da Eletrobras, o que se diz é que a diretora financeira, Elvira Baracuhy Presta, poderá seguir os passos de Wilson Ferreira Junior e deixar a estatal.

#Eletrobras

Tarcísio é o Dr. Pangloss da Infraestrutura

24/11/2020
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O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, está aproveitando o apagão ocorrido no Amapá para defender, dentro do Palácio do Planalto, a desestatização completa da Eletrobras. O desastre é a pedra de toque para desmontar o projeto de capitalização da estatal e colocar no lugar sua venda em bloco. Freitas tem como aliado o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. O lema do ministro é “agora ou nunca”.

Segundo a fonte do RR, nesse assunto, caminharão juntos a ele, Rogério Marinho e Paulo Guedes. Uma trinca inédita em se tratando de consenso. Os generais palacianos, como se sabe, seguem com Freitas. O ministro da Infraestrutura está em modo de otimismo. Antes de dar posse, no último dia 18, ao novo diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery, Freitas revelou que o projeto da BR do Mar (programa de incentivo à cabotagem) está na agulha para ser votado na Câmara, na semana que vem.

Aposta que a aprovação da medida sairá na íntegra. E lacra que no Senado a votação acontecerá em dezembro. Tudo nos. Porém, algumas lideranças no Congresso, com quem o RR conversou sobre a matéria, consideram que o ministro está animado demais em relação ao prazo. É preciso ainda debater com os agentes do setor sobre as mudanças propostas pelo governo. Coisa que não foi feita. Mas Freitas continua firme na sua encarnação do Dr. Pangloss, a personificação do otimismo na sátira de Voltaire, para quem “tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis”.

#Davi Alcolumbre #Eletrobras #Paulo Guedes #Tarcísio Freitas

Lusco fusco

16/11/2020
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É louvável o esforço do secretário especial de Desestatização, Diogo Mac Cord, em insistir na tese de que o caos elétrico no Amapá não interfere na privatização da Eletrobras. Ocorre que do presidente da estatal, Wilson Ferreira Junior, ao ministro Paulo Guedes, ninguém acredita nisso.

#Eletrobras

Alívio no preço da energia

28/10/2020
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O RR apurou que a tarifa da energia produzida em Itaipu deverá ser mantida em US$ 22,60/quilowatt para 2021. O Conselho da hidrelétrica vai se reunir na próxima sexta-feira para discutir o assunto. Procurada, a empresa confirmou o encontro e também a proposta de manutenção do valor, que posteriormente terá de ser referendado pela própria agência reguladora. Será um alívio para as distribuidoras. No mercado, havia um temor de que Itaipu reajustasse a tarifa para compensar aumentos das despesas também em dólar. A manutenção será possível, em grande parte, graças ao saldo financeiro positivo da conta de comercialização da energia da hidrelétrica, a cargo da Eletrobras.

#Eletrobras

O “infiltrado” no TCU

14/10/2020
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Jorge Oliveira, ex-secretário geral da Presidência e indicado por Jair Bolsonaro para o TCU, terá um papel estratégico na Corte. Tido no Palácio do Planalto como hábil e jeitoso, Oliveira tentará dobrar por dentro a ala menos “governista” do Tribunal de Contas, personificada, principalmente, pelo ministro Bruno Dantas. Uma de suas principais missões será reduzir os óbices impostos pelo TCU ao programa de desestatizações do governo. Recentemente, por exemplo, o Tribunal de Contas levantou nove riscos relacionados ao processo de privatização da Eletrobras.

#Eletrobras #Jair Bolsonaro #Jorge Oliveira #TCU

Resiliência

29/09/2020
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O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, está sendo cortejado por outras empresas do setor elétrico. Por enquanto, Ferreira Junior permanece firme na cadeira, apesar do desânimo com o adiamento da venda da estatal.

#Eletrobras

Dose dupla para a União

3/08/2020
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A exemplo do BNDES, a Eletrobras pretende reduzir ou vender integralmente sua participação na AES Tietê. Tomando-se como base a oferta apresentada pela norte-americana AES ao banco, sua fatia de 7,94% está avaliada em cerca de R$ 550 milhões. Procurada, a Eletrobras diz que “está sempre aberta a avaliar oportunidades de negócios”. Para bom entendedor…

#BNDES #Eletrobras

Tira bom e tira mau

5/02/2020
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O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, só fala com Davi Alcolumbre quando o assunto é a privatização da empresa. Já desistiu de negociar com o relutante Rodrigo Maia.

#Davi Alcolumbre #Eletrobras

Curto-circuito

27/01/2020
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Mapeamento feito pelo ministro da Secretaria de Governo, General Luiz Eduardo Ramos, mostra que há 52 senadores dispostos a eletrocutar a privatização da Eletrobras. Ou seja: neste momento, o Palácio do Planalto contaria apenas com 29 votos a favor do projeto. Não é à toa que o governo já retirou a estatal da previsão de receitas com privatizações.

#Eletrobras

Acervo RR

Fronteira elétrica

26/11/2019
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Em meio à intricada costura do acordo de Itaipu, a Eletrobras e a estatal paraguaia Ande abriram uma outra frente de discussão. Em jogo, a partilha da produção adicional de energia 200 GWh da hidrelétrica. A carga extra é decorrente de decisão do ONS, em função da seca na Região Sul. O Operador do Sistema autorizou Itaipu a gerar energia mesmo com reservatório a 217,2 metros acima do nível do mar, inferior aos 219 metros de outubro.

#Eletrobras #Itaipu Binacional

“Plano Lemann” de privatizações mira nos Correios e na Eletrobras

14/11/2019
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Jorge Paulo Lemann pretende fazer um arrastão nas privatizações do governo Bolsonaro. A investida sobre a Eletrobras já estava escrita nas estrelas, ou melhor, no RR, que antecipou na edição de 4 de janeiro deste ano a intenção do 3G Radar de participar do leilão da companhia – desde então, o fundo de Lemann já ampliou sua participação de 5% para 9,8%. Pois agora o 3G estaria debruçado também sobre os Correios. O plano de Lemann é transformá-los em uma grande companhia de logística, voltada ao e- commerce. A empresa se tornaria uma multiplataforma de distribuição, com a terceirização de sua megaestrutura de armazenagem e entrega para grupos que desejam entrar no varejo online no Brasil.

Os números são superlativos. Além de mais de 11 mil agências em 1.725 municípios, os Correios somam 115 centros de entrega, 49 centros logísticos integrados e 41 centros de transporte operacional. A compra dos Correios teria também, como plus, uma notória sinergia com a Americanas.com e demais operações de Lemann no varejo online, reunidas sob o guarda-chuva da B2W – Submarino, Shoptime e Sou Barato. Ao mesmo tempo, carregaria um componente de defesa do território. Seria um movimento profilático do 3G Radar para impedir que toda a estrutura da estatal caísse de bandeja nas mãos de um forasteiro, a exemplo de Amazon e Alibaba.

O grupo de Jeff Bezos já tem uma atuação razoavelmente significativa no país. O gigante chinês, por sua vez, mantém uma plataforma de varejo online em língua portuguesa e prepara seu desembarque no mercado brasileiro. Ambos são potenciais contratantes da nova empresa que Lemann idealiza para os Correios. Mais: o empresário teria uma valiosa moeda de troca para – por que não? – negociar mais à frente um M&A com a Amazon, o Alibaba ou outro grande grupo de e-commerce disposto a aportar por estas bandas. Ao melhor estilo Lemann, o roteiro poderia incluir ainda um IPO da nova companhia. Até lá, seria o tempo sufi ciente para o empresário arrumar a casa e moldar a estatal ao seu feitio. Nada que um Falconi da vida com seu kit tradicional – orçamento base zero, corte de 30% do pessoal etc – já não tenha feito inúmeras vezes a mando do próprio Lemann.

#Correios #Eletrobras #Jorge Paulo Lemann

Itaipu segue o “fuso” brasileiro

23/10/2019
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Uma alta fonte da Eletrobras sussurrou ao RR: o novo acordo de Itaipu que vem sendo alinhavado entre Brasil e Paraguai vai abranger o biênio 2020/2021. Trata-se de uma condição imposta pelo governo Bolsonaro, em contraposição à preferência original dos paraguaios, de que o contrato valesse por apenas um ano.

#Eletrobras

Um novo curto-circuito em Itaipu

9/09/2019
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Itaipu deixou de ser somente um assunto de Estado. O Brasil está se digladiando com o Paraguai em defesa de interesses corporativos. Segundo informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, o governo paraguaio quer assegurar o direito de comercializar diretamente no Brasil o excedente da cota que lhe cabe da energia produzida pela usina binacional. Vai encontrar um muro pela frente. A firme disposição no governo Bolsonaro é barrar a inclusão dessa cláusula no novo acordo de Itaipu, que começará a ser negociado a partir desta semana com a vinda ao Brasil do presidente da estatal paraguaia ANDE, Luis Alberto Villordo Recalde. A resistência do governo brasileiro vocaliza o interesse das grandes empresas de geração que atuam no Brasil – da Eletrobras, na fila das privatizações, a grandes grupos privados, a exemplo de State Grid/CPFL, Engie e EDP. Estes players não querem ter a concorrência da porção paraguaia de Itaipu no mercado brasileiro, notadamente na venda de energia para grandes clientes industriais.

#Eletrobras #Ministério de Minas e Energia #Tratado de Itaipu

Dosimetria

8/08/2019
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O PSL discute alguma punição aos seis parlamentares do partido que aderiram à recém-lançada Frente Parlamentar contra a Privatização da Eletrobras. A questão é saber se a sigla dará tratamento isonômico aos deputados que embarcaram na Frente Parlamentar pela Preservação da Soberania Energética, que também combate a venda da estatal. Entre eles está Eduardo Bolsonaro.

#Eletrobras #PSL

Pedra no sapato

17/07/2019
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O TCU vai investigar os termos da revisão do Tratado de Itaipu. Segundo alta fonte da própria Corte, na primeira semana de agosto o Tribunal expedirá ofícios para a Pasta de Minas e Energia, Eletrobras e Itaipu. A entrada em cena do órgão fiscalizador deverá retardar a já complexa negociação com o Paraguai. Por essas e outras, no Palácio do Planalto há quem diga que o TCU é hoje o “grande partido de oposição” ao governo.

#Eletrobras #Itaipu #Minas e Energia #TCU

“Medicina preventiva”

12/07/2019
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Por falar em barragem, a Eletrobras vai passar um pente-fino em suas hidrelétricas. Além da Chesf, Eletronorte e Eletrosul também farão uma ampla revisão técnica dos reservatórios de suas usinas.

#Chesf #Eletrobras

Acervo RR

Dueto elétrico

18/06/2019
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A dupla Votorantim Energia e Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) aquece as turbinas para o leilão de SPEs da Eletrobras. Na mira, as participações da estatal nas usinas eólicas Chuí IX e Hermenegildo III. No ano passado, os Ermírio de Moraes e a CPPIB desembolsaram R$ 1,7 bilhão pelo controle da Cesp.

#Eletrobras #Votorantim Energia

Dueto elétrico

18/06/2019
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A dupla Votorantim Energia e Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) aquece as turbinas para o leilão de SPEs da Eletrobras. Na mira, as participações da estatal nas usinas eólicas Chuí IX e Hermenegildo III. No ano passado, os Ermírio de Moraes e a CPPIB desembolsaram R$ 1,7 bilhão pelo controle da Cesp.

#Eletrobras #Votorantim Energia

Baixa na carteira

26/01/2019
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Os empregados da Eletrobras têm até 20 de fevereiro para adesões voluntárias ao Plano de Demissão Consensual, válido para a holding e as subsidiárias. A meta é desligar 2.187 funcionários, o que custaria cerca de R$ 731 milhões. A empresa estima uma economia de R$ 574 milhões por ano com o PDC. São as preliminares para a futura privatização.

#Eletrobras

Privatização da Eletrobras é a sintonia perfeita

4/01/2019
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, bem pode estar recitando curtos solilóquios que demonstram o seu estado de espírito. Um deles seria: “Vinde a mim sucesso pertencido”. Uma dessas muitas vitórias foi determinada pelo destino: a indicação do almirante Bento Albuquerque para ministro de Minas e Energia. Albuquerque era a peça que faltava para amalgamar a privatização da Eletrobras e amolecer as resistências que ainda existem no governo contra a venda das maiores estatais. O recado é soberba pura: Bolsonaro disse que não venderia a Eletrobras. Pois bem, agora ele aceita privatizar a companhia.

Bolsonaro disse que não se desfaria da Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica. Será? Guedes tomou conhecimento com antecedência da posição do almirante. As conversas se deram em meio à troca de informações sobre a complexa gestão e áreas de influência da Petrobras. O ministro da Economia queria eliminar qualquer ruído pelo fato de ter nomeado o presidente da estatal, Roberto Castello Branco. O almirante Albuquerque é o dono do setor. Ponto final. A identificação do presidente da Petrobras com o ministro remete à Marinha.

Ontem, em seu discurso de posse, Castello Branco fez questão de ressaltar sua passagem pelo Colégio Naval. A coincidência de pensamento em relação ao futuro da Eletrobras, estimulado pela evidência de que a empresa está financeiramente com a língua de fora, alinhou os ministros da Economia e de Minas e Energia, fortalecendo a argumentação para que o presidente Bolsonaro recuasse em sua posição contrária. A calda do pêssego foi a confirmação da permanência de Wilson Ferreira Jr. na presidência da Eletrobras.

A primeira função de Ferreira Jr. será vender a empresa; a segunda, vender a empresa; e a terceira, vender a empresa. A operação tanto pode ser uma privatização hard, com a transferência para um novo controlador, ou uma privatização soft, com a capitalização da empresa através do modelo corporation. O certo é que ela ocorrerá. Os entendimentos iniciais levam a crer que a área nuclear será separada da Eletrobras e inteiramente reestruturada. Os pruridos foram mitigados.

É possível, inclusive, a formação de uma joint venture com capital estrangeiro e gestão a cargo da Marinha. Bolsonaro tem planos especiais para o setor. Vale reiterar que o almirante Albuquerque exerceu os postos de diretor geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha e diretor do Programa de Submarinos da Força. Nesse ínterim, há sinalizações de que o 3G Radar permanece candidatíssimo à compra da Eletrobras. O fundo fez chegar a Paulo Guedes que, inclusive, estaria disposto a participar em modelos menos convencionais de privatização. Jorge Paulo Lemann, que hoje é um minoritário do 3G Radar, também colaborou acenando com o seu apoio. Pelo lado do capital estrangeiro, a italiana Enel já teria assoprado o seu interesse. Parece que os astros conspiram para transformar em realidade os sonhos mais lindos do ministro da Economia. A começar, quem diria, pelo presidente Bolsonaro, todos tocam de ouvido a mesma sinfonia privatizante.

#Eletrobras #Ministério de Minas e Energia #Paulo Guedes

Lusco-fusco na hidrelétrica de Jirau

5/09/2018
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A decisão da franco-belga Engie de suspender a venda de sua participação na hidrelétrica de Jirau jogou uma ducha de água fria sobre a Eletrobras. A estatal planejava aproveitar o embalo para se desfazer de parte da sua fatia na usina (40%) em conjunto com os europeus, como forma de valorizar o dote. Recentemente, teriam ocorrido duas reuniões com executivos da Engie para tratar do assunto. Seria um dos movimentos mais agudos no plano de desmobilização de ativos da Eletrobras. Agora, o negócio fica para 2019. Como, aliás, quase tudo neste crepúsculo do governo Temer.

#Eletrobras #Engie

Duplo chapéu

3/09/2018
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A chinesa Xinjiang Goldwind avalia entrar no leilão das SPEs da Eletrobras. Uma das maiores fabricantes de turbinas eólicas do mundo, com faturamento de US$ 4 bilhões, a companhia vislumbra a oportunidade de garantir o fornecimento de equipamentos para as usinas arrematadas. Os chineses desembarcaram no Brasil há menos de um ano e já teriam fechado dois contratos para a venda de turbinas.

#Eletrobras

Tropa de choque

24/08/2018
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Mais de uma dezena de advogados da AGU foi destacada para garantir a realização do leilão de três das distribuidoras de energia da Eletrobras, marcado para o próximo dia 30. O governo espera uma última e pesada ofensiva de entidades sindicais para barrar a licitação da Boa Vista Energia, de Roraima, da Ceron, de Rondônia, e da Eletroacre. A União, ressalte-se, já conseguiu suspender uma liminar da Justiça do Trabalho contra o leilão.

#Eletrobras

O estranho fadeout do governo Temer no setor elétrico

16/08/2018
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O setor elétrico brasileiro viveu um curto circuito no dia de ontem. Segundo o RR apurou, mais ou menos na mesma hora em que a Eletrobras anunciava a venda de 71 participações em SPEs, a área técnica do TCU fez questionamentos extraoficiais aos critérios adotados pela estatal para a formação de preço dos ativos. O piso estipulado para os 18 lotes, R$ 3,1 bilhões, se baseia no valor contábil das participações. De acordo com informações filtradas da própria empresa, a Eletrobras não procedeu a avaliação econômica dos ativos. Estima-se que o valor econômico potencial seria da ordem de R$ 8 bilhões, bem mais que o dobro da cifra fixada.

Ressalte-se que a maior parte das SPEs é composta por investimentos que já atingiram seu ponto de maturação. São parques eólicos e linhas de transmissão em operação, com fluxo de caixa, o que aumenta a sua atratividade. Consultada acerca da ausência do laudo de avaliação econômica, a Eletrobras não se pronunciou sobre o tema, limitando-se a reproduzir os fatos relevantes divulgados ao mercado com as condições gerais do leilão. A contestação do TCU coloca, desde já, uma espada sobre os eventuais compradores dos ativos, diante do  risco de um posterior embargo à operação.

A quarta-feira se mostrou ainda mais insólita. Das duas uma: ou o governo Temer está batendo cabeça no setor elétrico ou identificou uma oportunidade derradeira de impor problemas para vender suas habituais soluções. Somente uma destas hipóteses explica a dúbia mensagem passada ao mercado. No mesmo dia em que a Eletrobras anunciava a venda das 71 participações, sendo 21 delas usinas eólicas, o novo diretor-geral da Aneel, André Pepitone da Nóbrega, e o ministro Moreira Franco acenaram com a possibilidade de um corte radical nos subsídios para a geração de energia limpa.

Traçando-se uma linha reta entre os dois pontos, é como se o dono de um imóvel estivesse desvalorizando seu próprio patrimônio no momento em que o coloca à venda. Mas, de tão desordenados, talvez exista alguma coreografia entre estes dois movimentos. Tamanha contradição se dá justamente no instante em que investidores do setor elétrico têm a sua disposição, de uma só vez, a maior oferta de ativos em energia limpa dos últimos anos no Brasil. Este sinuoso enredo não pode ser dissociado do timing político. Após passar quase dois anos trabalhando em cima do melhor modelo para o leilão, fica a sensação de que a Eletrobras corre para realizar a licitação das SPEs dentro do mês de setembro, portanto antes das eleições. É o tempo que resta até o apagar das luzes de Temer, Moreira e cia.

#Eletrobras #Michel Temer

Um leilão marcado para morrer

24/07/2018
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A venda das distribuidoras da Eletrobras virou o “samba do leilão doido”. Ainda é considerável a ameaça de novo adiamento das licitações – a primeira delas, da Cepisa, está prevista para a próxima quinta-feira, dia 26, e as outras cinco, para 30 de agosto. A área técnica do Ministério de Minas e Energia considera de alto risco a decisão de ofertar as empresas sem a votação do projeto de lei que equaciona dívidas bilionárias da empresa, na prática dividindo a conta com os consumidores de energia.

#Eletrobras

Contencioso entre Eletropaulo e Eletrobras ganha nova voltagem

19/07/2018
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O que parecia ser a resolução de um contencioso de três décadas entre a Eletropaulo e a Eletrobras está se revelando, na prática, fator para um imbróglio talvez ainda maior. A Companhia Paulista de Transmissão de Energia Elétrica (CTEEP), o terceiro protagonista deste enredo, já está se preparando para contestar a fatura de R$ 1,5 bilhão que as outras duas empresas tentam empurrar na sua direção. Controlada pela colombiana ISA, a CTEEP concluiu uma perícia contábil constatando que o passivo em questão não é de sua responsabilidade.

O laudo será o seu trunfo para enfrentar a disputa judicial que se avizinha e, consequentemente, colocar em xeque o acordo firmado entre a Eletropaulo e a Eletrobras há apenas quatro meses. O caso é complexo, cheio de ziguezagues. Começa em 1986, quando a então estatal Eletropaulo contraiu um empréstimo junto à Eletrobras. Após a cisão da empresa paulista em diferentes subsidiárias e a sua privatização em fatias, a responsabilidade pelo financiamento ficou no limbo por todos esses anos, ricocheteando entre cobranças judiciais. Em março deste ano, enfim, a distribuidora Eletropaulo aceitou arcar com o passivo junto à holding federal – informação antecipada pelo RR na edição de 8 de fevereiro.

Mas condicionou o pagamento da dívida à posterior cobrança do valor à CTEEP, também nascida da fragmentação da antiga estatal paulista. Ou seja: um inusitado acordo, pelo qual Eletropaulo e Eletrobras se “livraram” do pepino empurrando a conta para um terceiro que não estava à mesa de negociações. Consultada sobre o caso, a CTEEP diz que “não há sentido na tese de uma parte assumir a responsabilidade de uma dívida e depois cobrá-la de uma terceira parte”, em referência à Eletropaulo. A empresa de transmissão afirma ainda que “não cabe sequer a informação de que ela se nega a assumir a dívida de R$ 1,5 bilhão”, uma vez que, “após perícia contábil realizada, foi constatado que o empréstimo em questão não é de sua responsabilidade”. Eletrobras e Eletropaulo não quiseram se pronunciar.

#CTEEP #Eletrobras #Eletropaulo

Nem a Eletrobras contribui para a privatização da Eletrobras

9/07/2018
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Como se não bastassem todas as incertezas de ordem política e jurídica que cercam a operação, a própria Eletrobras tem tratado de aumentar a insegurança dos investidores e tornar a sua privatização cada vez menos provável. O RR apurou que a companhia está devendo cerca de R$ 800 milhões a fornecedores e prestadores de serviços. Em alguns casos, a inadimplência já se arrasta há sete meses.

O risco potencial é grande: a tendência é que esse ovo da serpente ecloda sob a forma de uma sucessão de cobranças judiciais, por ora ainda não provisionadas em balanço. O plano de desmobilização de ativos que, a princípio, precederia o leilão de privatização é outro ponto cego na Eletrobras. A operação é considerada fundamental para abater o alto endividamento e, em tese, entregar ao investidor privado uma empresa menos carregada – o passivo de curto prazo gira em torno dos R$ 18 bilhões. No entanto, de acordo com informações filtradas da própria companhia, até o momento não há sequer um laudo de avaliação patrimonial das participações em 77 Sociedades de Propósito Específico (SPEs) a serem alienadas – entre parques eólicos e linhas de transmissão.

O que existe, por ora, é apenas uma estimativa para o valor contábil (de R$ 4,6 bilhões). A estatal chegou a contratar o BTG para levantar o valuation dos ativos, mas os estudos não seguiram adiante. Ressalte-se que o TCU já questionou algumas dessas operações e encaminhou à Eletrobras, na segunda semana de junho, um relatório com 18 recomendações. Até o momento, ao que consta, a estatal não atendeu às solicitações.

#BTG Pactual #Eletrobras

Curto circuito trabalhista

2/07/2018
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Nos corredores da Eletrobras corre a informação de uma nova greve logo após a Copa do Mundo – em junho, houve uma paralisação de advertência de 72 horas. O motivo principal é o impasse em torno do dissídio coletivo. Mote da greve anterior, ao que parece a campanha contra a privatização já não é mais tão necessária assim…

#Copa do Mundo #Eletrobras

“Feriadão” eletrocuta leilão de distribuidoras

25/06/2018
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O Palácio do Planalto já perdeu as esperanças de o Congresso votar, nos próximos dias, o projeto de lei que viabiliza a venda das distribuidoras de energia da Eletrobras da Região Norte. A semana legislativa será curtíssima. Na última sexta-feira, em grupos de WhatsApp, deputados e senadores falavam abertamente em encerrar os trabalhos amanhã, por conta do jogo da seleção brasileira contra a Sérvia, na quarta-feira. O governo corre contra a má vontade do Congresso e o relógio. O primeiro leilão, da Amazônia Energia, está previsto para 26 de julho. No entanto, sem o projeto de lei, que prevê o pagamento de parte das dívidas das empresas com a criação de fundos setoriais, a licitação corre sério risco de ser cancelada por falta de candidatos.

#Eletrobras

Privatização meia sola

14/06/2018
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No Palácio do Planalto, já se fala na hipótese de se licitar apenas duas das seis distribuidoras de energia penduradas na Eletrobras, a começar pela Cepisa, do Piauí. As demais ficariam para o futuro presidente, como mais um “legado” da era Temer.

#Cepisa #Eletrobras

Credores da Eletrobras cobram solução para dívida de R$ 15 bilhões

2/05/2018
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Grandes fundos internacionais detentores de direitos sobre empréstimos compulsórios do Sistema Eletrobras têm batido ponto no gabinete do ministro Moreira Franco. Os investidores cobram do governo regras claras em relação aos créditos em caso de privatização da companhia. Os fundos questionam como será o fluxo de pagamentos e, sobretudo, a quem caberá honrar essas dívidas após a eventual venda da estatal. São perguntas, por ora, sem resposta. O passivo de R$ 15 bilhões – fruto de cobranças a empresas do setor elétrico por quase três décadas – é alvo de uma longa disputa judicial entre a Eletrobras e a própria União no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Estima-se que cerca de R$ 5 bilhões desses créditos estejam nas mãos de fundos estrangeiros. A própria Petrobras também é credora e tem algo em torno de R$ 1,8 bilhão a receber. Em paralelo ao andamento do processo no STJ, o governo tem quebrado a cabeça em busca de possíveis soluções para o imbróglio. Segundo o RR apurou, pouco antes de deixar o Ministério da Fazenda, Henrique Meirelles chegou a se reunir com alguns dos detentores de títulos e discutir uma proposta inusitada. Ela passaria por uma cisão no balanço da Eletrobras, com um spin off das usinas nucleares de Angra e de Itaipu Binacional, que não entrariam no pacote da privatização. Todo o passivo, então, seria jogado em Itaipu. Meirelles só não teve tempo de explicar como se daria essa estranha engenharia contábil, uma vez que o Tratado Bilateral assinado com o governo do Paraguai veda esse tipo de operação.

#Eletrobras

Descarga elétrica

26/04/2018
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Segundo o RR apurou, a área jurídica da Eletrobras já recomendou à direção da estatal o lançamento contábil de quase R$ 2 bilhões em provisões por conta de um processo de arbitragem contra sócios de Belo Monte. A se confirmar, será um peso a mais no balanço da empresa, já pressionado pelo risco de perdas de R$ 20 bilhões em caso de liquidação das distribuidoras federalizadas.

#Eletrobras

Senhor Eletrobras

20/04/2018
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O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) cerca a Eletrobras por todos os lados. Relator do projeto de privatização da companhia, trabalha para fincar a engenheira Araciba Rocha na diretoria de Administração da estatal.

#Eletrobras

Baixa voltagem

19/04/2018
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Não tem tempo bom para nenhuma das seis distribuidoras federalizadas pela Eletrobras. Mas, no governo, há um consenso de que a Ceron, de Rondônia, não sobrevive se a privatização não sair até o fi m do ano. A empresa carrega um passivo de quase R$ 2 bilhões. Só com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), sua dívida é de R$ 700 milhões. O curto-circuito da Ceron seria um desastre para a Eletrobras. Segundo o próprio balanço da holding, o custo de liquidação da distribuidora é superior a R$ 3,5 bilhões.

#Eletrobras

Gato Angorá, o único

12/04/2018
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Responda rápido: você colocaria um político suspeito, mencionado 34 vezes na mesma delação, acusado por formação de quadrilha, com dois processos na Comissão de Ética da Presidência, apelidado de “Angorá” na planilha de controle das propinas da Odebrecht, condenado a devolver R$ 2 milhões ao estado do Rio por surrupiar a merenda de escolas do primeiro grau quando era governador, com outros processos por desviar gastos do estado do Rio em causa própria etc etc, que desconhece o setor de energia e finanças corporativas… Pois bem, você indicaria esse sujeito para liderar a privatização da Eletrobras, a maior já feita no país?

#Eletrobras #Odebrecht

Ação em curto-circuito

4/04/2018
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Os investidores, ao que tudo indica, não estão levando muita fé na privatização das seis distribuidoras de energia penduradas na Eletrobras. Desde o início do mês, quando o governo anunciou a data do leilão(4 de maio), as ações da holding acumulam queda de 18%.

#Eletrobras

No Rio

3/04/2018
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A Eletrobras colocou à venda um terreno no Centro do Rio. A área foi comprada por R$ 83 milhões. Mesmo com a desvalorização da cidade, a estatal garante que sua avaliação atual é de R$ 112 milhões.

#Eletrobras

Solução de emergência

28/03/2018
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Além de responsável pela modelagem do leilão, o BNDES poderá ter um segundo chapéu na venda das seis distribuidoras de energia federalizadas: financiador da operação. O clima no governo é de vai ou racha. O “racha”, neste caso, é um prejuízo de aproximadamente R$ 21 bilhões no balanço da Eletrobras caso o leilão fracasse e as distribuidoras sejam liquidadas.

#BNDES #Eletrobras

“Risco Abengoa” afugenta candidatos a leilão de transmissão

26/03/2018
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Como se não bastasse a Eletrobras, o ministro e pré-candidato ao governo de Pernambuco Fernando Coelho Filho deixará outro conturbado processo de privatização para o seu sucessor na Pasta de Minas e Energia. Segundo o RR apurou, a franco-belga Engie e a chinesa State Grid, entre outros grandes grupos, ameaçam ficar de fora do leilão de 24 linhas de transmissão marcado para 28 de junho. Na semana passada, representantes das empresas tiveram uma tensa conversa com o ministro Coelho Filho.

O motivo é o alto risco jurisdicional que cerca a licitação, risco este que atende pelo nome de Abengoa. O grupo espanhol briga na Justiça para retomar as nove concessões de transmissão cassadas pela Aneel no ano passado, três das quais incluídas no leilão de junho. Os ibéricos se movimentam nos tribunais para suspender a concorrência e forçar a Aneel e excluir as três concessões do pacote. Mesmo que a licitação ocorra, os investidores que arrematarem as três antigas licenças da Abengoa correm sério risco de ganhar, mas não levar, sendo posteriormente arrastados para um contencioso que, a princípio, não lhes pertence.

O grupo espanhol entra nesta história como franco-atirador. A esta altura, não tem muito a perder. Em recuperação judicial e com uma dívida de mais de R$ 3 bilhões, qualquer futuro acordo com o governo seria uma expressiva vitória. Do lado da Aneel e do Ministério de Minas e Energia, a solução profilática mais conservadora seria a retirada do leilão das três concessões, estancando assim o risco de judicialização do certame. Por sinal, as próprias empresas, notadamente a State Grid, pressionam o governo neste sentido.

No entanto, seja por uma convicção de vitória na Justiça, seja por alguma dose de teimosia, tanto a agência reguladora quanto o Ministério insistem em manter as antigas licenças da Abengoa no bolo que será ofertado ao mercado em junho. A posição pode custar caro, no limite até mesmo o adiamento de todo o leilão, o que significaria postergar investimentos de R$ 9 bilhões e um pacote de obras com potencial para gerar cerca de 20 mil postos de trabalho.

#Abengoa #Eletrobras #Engie

Operação casada

20/03/2018
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A Eletrobras pretende pegar carona nas negociações entre a Cemig e a chinesa SPIC Overseas para também vender a participação de Furnas na hidrelétrica de Santo Antônio. Sua fatia, de 39%, estaria avaliada em aproximadamente R$ 3,5 bilhões.

#Cemig #Eletrobras

Parisotto reduz sua voltagem na Eletrobras

27/02/2018
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O investidor ativista Lírio Parisotto estaria reduzindo gradativamente sua participação na Eletrobras, por meio do fundo Geração L Par. Talvez seja movido pela percepção de que, ao menos no curto prazo, a privatização da companhia já deu o que tinha que dar em termos de impacto sobre o preço da ação. Parisotto teria montado boa parte da sua posição quando o papel estava próximo dos R$ 16. Ontem, era negociado a mais de R$ 28.

#Eletrobras #Lírio Parisotto

Um passivo a menos para a Eletrobras

22/02/2018
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O RR apurou que a Chesf vai abrir mão do direito de preferência sobre a participação da Abengoa na Manaus Transmissão, responsável pelo linhão de 600 km entre Amazonas e Pará. A Eletrobras quer distância dos espanhóis e dos seus papagaios financeiros. A estatal considera altíssimo o risco de ter de assumir dívidas das concessões dos espanhóis, que somam mais de R$ 1 bilhão. Consultada, a Chesf diz que ainda tem 60 dias para decidir se fica ou não na Manaus Transmissão. A Eletronorte, também acionista da empresa, já repassou seus diretos societários para a Eletrobras. Recentemente, a própria Eletronorte, por determinação da diretoria da Eletrobras, desistiu de ficar com 51% da Abengoa em outra concessionária, a Norte Brasil. Os minoritários da holding, já obrigados a engolir R$ 20 bilhões em dívidas das distribuidoras federalizadas, agradecem.

#Abengoa #Chesf #Eletrobras #Eletronorte

Classificados

20/02/2018
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A Eletrobras está cortando no osso. Só com a devolução de um dos prédios que aluga no Rio, deverá economizar R$ 8 milhões ao ano.

#Eletrobras

Minoritários da Eletrobras abrem guerra contra a União

15/02/2018
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O samba da Eletrobras atravessou. O Ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, e seus assessores tiveram uma série de reuniões ao longo do Carnaval preparando-se para uma inevitável batalha jurídica. O governo tem informações de que minoritários da Eletrobras vão entrar na Justiça com o objetivo de anular a assembleia de acionistas realizada na última quinta-feira – quando foram aprovadas deliberações fundamentais para a privatização da empresa. Segundo o RR apurou, o grupo de insurretos é encabeçado pelo Banco Clássico, de Juca Abdalla, dono de 6,2% das ordinárias da companhia, e conta com a adesão de fundos internacionais.

Procurados, Eletrobras e Clássico não retornaram até o fechamento desta edição. O curto circuito gira em torno da decisão de que a Eletrobras assuma R$ 11 bilhões em dívidas das seis distribuidoras de energia federalizadas – valor, ressalte-se, que poderá pular para R$ 19 bilhões por conta de outras obrigações financeiras. Os minoritários alegam que a União não poderia ter votado na Assembleia, notadamente na matéria relacionada à transferência do passivo, por se tratar de parte interessada na questão.

No entendimento dos investidores, o acionista-mor, a União, empurrou para os minoritários dívidas de sua responsabilidade. O RR teve acesso à manifestação de voto do Fundo de Investimento em Ações Dinâmica Energia, administrado pelo Banco Clássico, contrário à transferência da dívida. O Fundo alerta que o passivo representa um valor “demasiadamente alto para que a Companhia dê continuidade às suas operações, ou seja, põe em risco a Eletrobras”.

#Eletrobras

Imbróglio com Eletrobras ameaça redução da dívida da Eletropaulo

1/02/2018
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A direção da Eletropaulo já trabalha com o pior cenário. Por “pior cenário” entenda-se o adiamento da emissão de ações para o segundo semestre e, consequentemente, uma recaída no processo de redução do nível de alavancagem. Segundo o RR apurou, sem a oferta de capital, destinada, sobretudo, à amortização do passivo, a relação dívida líquida/ebitda poderá se reaproximar do patamar de três para um, onde estava há pouco mais de um ano.

Esse índice se encontra hoje na faixa de 2,5 vezes. As cláusulas de emissão de seus bonds estipulam como teto um nível de alavancagem de 3,5 vezes. Caso esse limite seja rompido por dois trimestres seguidos, os credores podem solicitar o pagamento antecipado da dívida. Consultada sobre o passivo, a Eletrobras diz não “comentar dados prospectivos”. Com relação à emissão de ações, afirmou, em Fato Relevante, que “avalia a possibilidade”, sem “definição sobre estrutura e volume”.

O nó górdio da Eletropaulo é o contencioso com a Eletrobras, responsável pelo adiamento da oferta de ações que estava engatilhada. Intramuros, os norte-americanos da AES, controladora da distribuidora paulista, consideram pouco provável que o im- passe com a estatal seja equacionado antes de junho. As negociações voltaram praticamente à estaca zero devido a discordâncias quanto ao valor do passivo, que oscila entre R$ 2 bilhões, nas contas da Eletropaulo, e R$ 2,8 bilhões, nos cálculos da Eletrobras.

#Eletrobras #Eletropaulo

Último ato

25/01/2018
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O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, costura com a Aneel a realização de um leilão de transmissão até maio. Se a privatização da Eletrobras não sair até abril, o que é mais provável, seria o canto de cisne, ou melhor, de Coelho antes de deixar o Ministério para concorrer ao governo pernambucano.

#Aneel #Eletrobras #Ministério de Minas e Energia

Privatização será a agenda do próximo quadriênio

18/01/2018
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Não é possível dizer com absoluta certeza que as estatais têm um encontro marcado com a privatização no quadriênio 2019/2022, mas essa probabilidade é enorme. À exceção óbvia de Lula, que tem como bandeira a preservação do status quo das grandes empresas do Estado, os demais candidatos à Presidência ou defendem a desestatização abertamente ou se mostram ao menos sensíveis à medida. A julgar pelas suas próprias declarações ou de seus assessores, Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Eletrobras e Embrapa, só para citar as mais votadas, se tornarão public company ou serão simplesmente transferidas para o setor privado.

O ambiente político, segundo o discurso desses candidatos, estaria maduro para a privatização dos ícones do Estado. O exemplo da Eletrobras é convincente. Não houve nenhuma reação à medida além dos entraves de praxe na burocracia e na área jurídica. O candidato Jair Bolsonaro já afirmou que privatizaria a Petrobras, para início de conversa. Seu virtual ministro da Fazenda, Paulo Guedes, teria vendido todos os ativos da União há meio século. O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, o “Chuchu”, é mais cauteloso; murista conforme a tradição tucana. Mas seus assessores econômicos Marcos Lisboa, Roberto Gianetti e José Roberto Mendonça de Barros não deixam dúvida sobre suas convicções privatistas. Mesmo que alguma parte do estoque seja preservada.

Se Luciano Huck vier candidato, a desestatização já é dada como certa. Seu inconteste futuro ministro da Fazenda, Armínio Fraga, está rouco de defender a medida. Igualmente enfático é o principal assessor de João Amoedo, candidato do Partido Novo, o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco. O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, que namora uma candidatura pelo PSB, não tem dúvidas: “Tem que privatizar”. Ele enxerga na medida uma forma de coibir as práticas ilícitas que grassam no Estado. Marina não fala sobre o assunto, aliás, pouco fala sobre qualquer coisa. Mas seu vistoso assessor da área econômica, Eduardo Gianetti, está no time da privatização. Henrique Meirelles – o pré-candidato “dois em um”, que traz a tiracolo ele próprio como seu Ministro da Fazenda – já disse que a privatização é uma “agenda nacional” e “ainda tem muita a coisa a vir nesta área”. Sobra quem? Ciro Gomes, que oscila entre meter o pau nas estatais e afirmar que elas são fundamentais para alavancar o  projeto de desenvolvimento nacional.

Digamos que Ciro pouparia a Petrobras. Para o mal ou para o bem, o mercado já está valorando as estatais. A consultoria estrangeira Roland Berger estima que está entre R$ 400 bilhões e R$ 500 bilhões o preço de 168 estatais e 109 subsidiárias da União. Há razões ideológicas e até fetichistas na pulsão de venda ou destruição das estatais. Mas a verdade é que ela explicita o desespero em relação ao trade off entre as demandas legítimas da democracia – e suas despesas respectivas – e a incapacidade de cortar os gastos até o osso, atendendo ao mesmo tempo à exigência de crescimento com justiça social. É um enrosco e tanto a banalização do ajuste fiscal, quer seja pelos argumentos de direita ou de esquerda.

#Banco do Brasil #Eletrobras #Lula #Petrobras

Parisotto avança na Eletrobras

18/01/2018
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Em meio aos preparativos para a eventual privatização da Eletrobras, a Geração Futuro, do investidor Lírio Parisotto, estaria aumentando gradativamente sua participação na estatal. Sua fatia no capital já seria da ordem de 4%. Com uma fatia menor, não custa lembrar, Parisotto chegou a ter um representante no Conselho da Eletrobras. Em 2016, tentou emplacar o nome do advogado Marcelo Gasparino no board, mas foi derrotado na assembleia de acionistas.

#Eletrobras #Lírio Parisotto

Governo junta cacos para cumprir a “regra de ouro”

9/01/2018
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Mesmo se o BNDES conseguir pagar integralmente os R$ 130 bilhões em empréstimos que deve ao Tesouro Nacional, a conta para cobrir o buraco da “regra de ouro” não fecha. Ficam faltando ainda cerca de R$ 54 bilhões, de uma conta a pagar de R$ 184 bilhões. Uma parte, contudo, o governo já tem de onde tirar. Com o aumento da arrecadação, devem entrar R$ 30 bilhões além do necessário para a cobertura do déficit fiscal de R$ 159 bilhões, no ano passado.

O governo tem ainda projetados no orçamento R$ 10 bilhões para esses tropeços. Ficariam faltando ainda R$ 34 bilhões. Um dos caminhos para arrumar o dinheiro é a venda de parte da Eletrobras. Os ministros do Planalto e da área econômica vão fazer um ataque maciço no Congresso para demover as resistências. De qualquer  forma, o estrago foi feito. Primeiramente, nunca houve risco de quebra da “regra de ouro” nos outros governos. Em segundo lugar, justamente o governo que pautou seu discurso pelo ajuste fiscal é quem arreganha o descontrole das suas contas.

Em terceiro, prestes a cometer crime de responsabilidade, o governo busca a mudança da Constituição para salvá-lo da irrevogável punição. Em quarto, justifica que a emenda constitucional seria feita de forma que a quebra da regra de ouro não mais ocorresse, pois haveria mecanismos e contrapartidas obrigatórias para evitar o desacerto. Algo como um piloto automático. Em quinto, abre uma brecha para ser chamado de governo caloteiro na campanha política; que só pagou porque mudou a Constituição do país. Temer e Meirelles precisam correr para culpar Dilma Rousseff por mais esse desatino. Na medida em que a gestão da presidenta vai ficando mais distante, os equívocos de política econômica não vão mais colar nela com facilidade. Tenha sido ela responsável ou não pela lambança.

#BNDES #Eletrobras

Pato manco

9/01/2018
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Eliseu Padilha chamou para si a condução da privatização da Eletrobras. O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que deixa o cargo em abril, virou regra três.

#Eletrobras #Eliseu Padilha #Ministério de Minas e Energia

Pule de dez

8/01/2018
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Na própria Eletrobras, a Equatorial Energia é tratada como candidata n. 1 à compra das distribuidoras Cepisa (Piauí) e Ceal (Alagoas). A companhia monitora minuto a minuto os números das duas estatais.

#Eletrobras #Equatorial Energia

Queixume

2/01/2018
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Paulo Skaf tem falado poucas e boas do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho. Em seus comentários mais suaves, diz que é um “absurdo” que a maior entidade empresarial do país, a “sua” Fiesp, não tenha sido consultada sobre a privatização da Eletrobras. Sobre o presidente Michel Temer, amigo, correligionário e grande entusiasta da sua candidatura ao governo de São Paulo, nenhuma palavra.

#Eletrobras #Fernando Coelho Fillho #Fiesp #Paulo Skaf

Apadrinhados

19/12/2017
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Calcula-se que Romero Jucá tenha mais de uma dezena de apadrinhados em cargos de gerência para cima na Eletronorte. Assim fica difícil privatizar a Eletrobras.

#Eletrobras #Eletronorte #Romero Jucá

Com lupa

15/12/2017
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As gestoras Advent e BlackRock acompanham com lupa o processo de privatização da Eletrobras.

#Advent #BlackRock #Eletrobras

Assunto no BTG

27/11/2017
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A privatização da Eletrobras é assunto forte no BTG.

#BTG #Eletrobras

Unificação de fundos

31/10/2017
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Na paralela do processo de privatização da Eletrobras, o governo articula a unificação dos fundos de pensão do grupo, com a fusão da Eletros, Real Grandeza, Fachesf e Previnorte.

#Eletrobras #Eletros #Fachesf #Real Grandeza

Baixa voltagem

20/10/2017
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Uma medida do curto circuito financeiro das distribuidoras que serão vendidas pela Eletrobras por um valor simbólico: só a Amazonas Energia e a Ceron, de Rondônia, precisam de aportes próximos de R$ 1 bilhão.

#Amazonas Energia #Ceron #Eletrobras

“Juca Abdalla” atende de primeira à chamada da Eletrobras

18/10/2017
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O banqueiro José João Abdalla Filho, o “Juca Abdalla”, está decidido a ser personagem-chave na “descotização” da Eletrobras. O dono do Banco Clássico não esconde de ninguém que pretende aumentar sua participação na companhia, hoje em torno de 12% das ações ordinárias – somando-se os papéis em poder do banco e do fundo de investimento Dinâmica Energia. Mesmo sem uma data prevista para a privatização, Abdalla já está se preparando para a operação. Tem feito seguidas reuniões sobre o assunto com seus executivos mais próximos, notadamente José Pais Rangel, vice-presidente do Clássico e sua voz no Conselho da Eletrobras.

O próximo passo de Abdalla, segundo a fonte do RR, é a contratação de um banco de investimentos para ser o adviser da operação. “Juca Abdalla” parte de uma posição privilegiada. Sua fatia acionária é superior, por exemplo, à do 3g Radar, que tem como sócio Jorge Paulo Lemann. O fundo, tido como forte interessado na privatização da Eletrobras, detém apenas 5,1% das preferenciais.

Abdalla e seus executivos dedicam-se a desenhar possíveis cenários decorrentes da sua maior participação acionária, desde uma presença mais ativa na administração da Eletrobras – hoje ele tem apenas uma cadeira no Conselho – a eventuais oportunidades de parceria com outras empresas de energia. “Juca Abdalla”, cabe ressaltar, é um ponto de interseção entre grandes grupos do setor. Além da Eletrobras, tem participações relevantes na Cemig, Engie (antiga Tractebel), Eneva e Equatorial Energia.

#Eletrobras #Jorge Paulo Lemann

Prata da casa

14/09/2017
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A Brookfield, que já tem mais de R$ 60 bilhões em ativos no Brasil, está contratando um ex-dirigente da Eletrobras para assessorá-la nos assuntos da privatização da empresa.

#Brookfield #Eletrobras

Fernando Coelho desata o nó entre Eletrobras e Petrobras

8/09/2017
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O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho, acredita ter encontrado a solução para a dívida de quase R$ 16 bilhões da Eletrobras com a Petrobras, referente ao fornecimento de gás para termelétricas. O modelo sobre a mesa passa pela transferência de ativos da Amazonas Energia, controlada pela holding do setor elétrico. Fariam parte do pacote as usinas Mauá e Aparecida.

São as duas grandes térmicas da Amazonas Energia, responsáveis pela maior parte da encomenda de gás à Petrobras e, consequentemente, dos débitos junto à petroleira. A ideia da Pasta de Minas e Energia é que uma proposta seja alinhavada e apresentada aos Conselhos de ambas as empresas em outubro. Consultado pelo RR, o Ministério não quis se pronunciar.

O modelo muy amigo do ministro Coelho – e de um governo que tem conseguido impor suas vontades – não está sendo pensado exatamente para resolver o passivo da Petrobras, mas para evitar que o imbróglio possa atrapalhar a “descotização” da Eletrobras. E, ao mesmo tempo, impedir uma tungada fiscal e uma nova frustração de receita do governo. A petroleira já soltou um balão de ensaio solicitando a inclusão de um artigo na MP do setor elétrico que lhe dê primazia no recebimento de recursos amealhados com a “descotização” da Eletrobras.

Com as devidas ressalvas, a proposta guarda alguma semelhança com a operação feita entre o governo federal, o BNDES e a Cedae. A estatal de saneamento será jogada no colo do banco como lastro do empréstimo emergencial ao Rio de Janeiro, sem que possa ser privatizada agora. No seu caso, mesmo ganhando, a Petrobras vai perder. Se o projeto seguir adiante, a empresa acabará assumindo ativos que não serão vendidos no curto prazo e tampouco fazem parte do seu core business. Paciência! Quem sabe não surge uma proposta melhor para a Petrobras se um dia ela for privatizada…

#Eletrobras #Ministério de Minas e Energia #Petrobras

Eletrobras reluz aos olhos de Jorge Paulo Lemann

1/09/2017
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Não é novidade nos corredores da Eletrobras o interesse da trinca Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira na privatização da companhia. Trata-se de um casamento de interesses quase perfeito, a despeito do mérito da venda da empresa e do modelo a ser escolhido. Lemann está para a Eletrobras assim como um ketchup para um hambúrguer. A holding de energia elétrica seria um monopólio sob medida para os seus atributos e sua consagração como empresário do setor real da economia.

A gestora 3G Radar, associada da 3G Capital, do trio Lemann/Telles/ Sicupira, já é acionista minoritária da Eletrobras. Ela está vasculhando informações sobre a estatal, produzindo relatórios e colaborando informalmente com a modelagem da operação. Um dos quadros da 3G Radar é um interlocutor constante do Ministério de Minas e Energia.

Para o governo, a atração de Jorge Paulo Lemann vai ao encontro do seu cronograma prioritário: a privatização da Eletrobras tem de sair em 2018. O megaempresário traz a grife do sucesso internacional, carrega a bandeira verde amarela, é altamente capitalizado, tem crédito no mercado, é um gerador de ebitda, tem uma tradição de reestruturação de custos e ganhos de eficiência e será bem precificado pelas bolsas. Para Lemann, quanto maior for a barafunda nos passivos, contingências, contratos etc., mais atrativo torna-se o negócio.

A contradição em termos explica-se pela assimetria de competências: o que é um problema para uns é a oportunidade para o notório desbravador de complicados M&As. E a política? E a exposição da Eletrobras nesse universo de interesses locais? Não seria nada do outro mundo.

A Ambev deu a Jorge Paulo Lemann a experiência de lidar com as bancadas regionais de parlamentares do Brasil inteiro. E a disposição do governo em criar uma corporation com controle pulverizado? Moleza para Lemann montar uma engenharia que lhe permita ter o “controle sem ter o controle”. Basta lembrar do nascimento da Imbev, a associação entre a Ambev e a belga Interbrew.

#3G Capital #Eletrobras #Jorge Paulo Lemann

Erro de timing

29/08/2017
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Dessa vez, o costumeiro faro do investidor ativista Victor Adler não funcionou. Nos últimos meses, Adler se desfez de praticamente toda a sua posição no capital da Eletrobras – chegou a ter 36% das ações preferenciais e recentemente reduziu o quinhão para menos de 1%. Se esperasse um pouquinho mais, poderia ter embolsado uma bolada na semana passada, quando a ação disparou 50%.

#Eletrobras

Viúvo de Furnas

28/08/2017
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Mesmo antes da privatização da Eletrobrás virar realidade, Aécio Neves já se sente viúvo de Furnas. É um longo relacionamento que pode estar chegando ao fim.

#Aécio Neves #Eletrobras #Furnas

Sobre a Eletrobras

25/08/2017
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Existe pelo menos uma variável tranquilizadora em relação à privatização da Eletrobras: a presença de Wilson Ferreira Júnior à frente do projeto.

#Eletrobras

Dedo de prosa sobre o bazar das estatais

25/08/2017
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Se o governo está fazendo piruetas para misturar concessão com privatização e obter uma receita extra orçamentária de R$ 30 bilhões com a Eletrobras, só resta uma conclusão: o déficit primário projetado para o próximo ano não é de R$ 159 bilhões, mas, sim, de R$ 189 bilhões. Privatizações feitas a toque de caixa são a tradução perfeita para um buraco orçamentário maior do que o previsto. E o estouro dos fogos de artifício no céu do mercado leva a crer que o governo deu somente a sua primeira estocada mortal no triângulo das grandes estatais.

As 49 empresas elencadas no PPI têm um efeito mais confeiteiro. Várias delas já tiveram sua venda anunciada anteriormente inúmeras vezes. Mas a inclusão da Eletrobras muda o enredo completamente. O mencionado expediente da golden share tem mil utilidades, inclusive a de eventualmente não ter utilidade alguma ou ser uma trucagem eficaz. Sua insuficiência imunológica já forçou o BNDES a ingressar no capital de ex-estatal para evitar que fosse descumprido o escrito e o combinado.

Fica acertado, portanto, que a golden share funciona como uma apólice de segurança junto à sociedade para a venda de ativos com maior sensibilidade política. Alguém aí falou Petrobras? O Banco do Brasil e a Caixa Econômica já podem ir para a prateleira. A engenharia de privatização da Eletrobrás tem serventia para todo o triângulo das grandes estatais.

A Petrobras, sem dúvida, seria a missão mais difícil, pois necessitaria de negociação complexa no Congresso para a mudança constitucional que veda sua alienação. BB e CEF estão à disposição. A transferência de empresas públicas para a iniciativa privada é sempre desejável em termos de ganho de eficiência. Mas vender monopólios ou quase monopólios é uma contradição do capitalismo.

Em qualquer hipótese, a desmobilização deve ser feita com o maior retorno para a sociedade. Vender na baixa é condenável segundo cláusula pétrea das leis do mercado. O ex-ministro Mário Henrique Simonsen dizia: se por acaso privatizar, a receita tem de ir para abater dívida pública e não para saldar o gasto corrente. Ou seja: não é boa medida vender as estatais e esterilizar os recursos cobrindo o déficit primário.

O decano das privatizações, o economista Ignacio Rangel, pregava que o retorno das vendas de ativos maduros deveria ser aplicado em setores nos quais o país estivesse demasiadamente atrasado. Que tal tecnologia hospitalar, inovações, para não dizer da velha senhora, a infraestrutura? Há quem diga ainda que a privatização contribuiria para reduzir a cultura de corrupção no país. Mais ou menos.

A criação de empresas monumentais aumentaria a capacidade de corrompimento e captura do Estado por esses agentes. Ah, mas a urgência do ajuste fiscal justificaria atos de coragem. Pode ser. Mas, quando se trata de patrimônio público, é um despropósito fazer da correria uma estratégia para a alienação dos ativos. Para quem já chegou até aqui, melhor seria menos açodamento

#BNDES #Eletrobras #Petrobras

Sugere-se um “fundo elétrico” para a Previdência

23/08/2017
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A título de sugestão, o Ministério da Fazenda poderia refletir sobre um modelo alternativo ao de descotização, feito a partir das unidades regionais (Eletronorte, Furnas e Eletrosul, com a redefinição do papel da Chesf). Por essa ótica, as ações da União deveriam ser transferidas integralmente para um fundo de recursos vinculados ao financiamento da Previdência, que após a reavaliação e reestruturação, serviriam para dar liquidez às obrigações com aposentadoria e pensões. Em um horizonte mais longo, o modelo poderia evoluir para a privatização setorial, com a venda de participações nas controladas e a transferência dos recursos arrecadados para o fundo. Nos dois casos, haveria um contrato de gestão, com a seleção de um administrador profissional. Com esse “fundo âncora” o fluxo de necessidade de recursos para a Previdência tende a diminuir, e por conseguinte, as transferências do Orçamento. O sistema Eletrobras, reestruturado e saneado, vale pelo fluxo de dividendos e valorização dos ativos no mínimo dez vezes mais do que os R$ 10 bilhões estimados no comunicado ao mercado do Ministério de Minas e Energia. Basta que seja feita a reavaliação dos ativos pelo real valor econômico (atualizado pelos índices de correção monetária de balanço sem o expurgo). Esse modelo incorporaria o trabalho sério de reestruturação que vem sendo feito pela diretoria da Eletrobras.

#Eletrobras #Ministério da Fazenda

Cinturão nordestino

10/08/2017
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A Equatorial Energia surge como um forte candidato à compra das distribuidoras do Piauí (Cepisa) e de Alagoas (Ceal), que deverão ser privatizadas pela Eletrobras ainda neste ano. Logo ali “ao lado”, a Equatorial controla a maranhense Cemar.

#Eletrobras #Equatorial Energia

Governo busca uma saída para os passivos judiciais do setor elétrico

30/06/2017
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O governo trata como uma das condições sine qua nom para a retomada dos investimentos na área de energia a “desjudicialização” do setor elétrico, leia-se a redução do emaranhado de contenciosos que opõem o Estado e a iniciativa privada. O estoque de ações contra a União soma quase R$ 100 bilhões. O mais agudo movimento do governo para reverter esse cenário se dará nos próximos dias, quando o Ministério de Minas e Energia deverá apresentar uma nova proposta para o pagamento da dívida de R$ 62,2 bilhões referente à RBSE – Rede Básica de Sistemas Existentes, indenização paga a concessionárias de transmissão.

A solução prevê o parcelamento do valor devido – a área técnica do ministério e a Aneel ainda vão definir o prazo e os critérios para o cálculo das prestações. Metade do passivo da RBSE está “dentro de casa”: o governo federal deve à Eletrobras, sua controlada, R$ 36,5 bilhões. O equacionamento passa ainda pelas distribuidoras. O governo vai propor descontos graduais no repasse dessa dívida para as tarifas de energia.

Será uma tentativa de solucionar um imbróglio jurídico paralelo, criado no início deste ano, quando um percentual da RBSE passou a ser cobrado nas taxas de consumo. Conforme o RR antecipou na edição de 3 de abril, a Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace) entrou na Justiça contra a transferência do passivo para os preços da energia. O governo quebra a cabeça para resolver outros passivos judiciais do setor elétrico.

É o caso da dívida de R$ 10 bilhões das distribuidoras da Eletrobras com a Petrobras, referente à compra de gás. Nada, no entanto, se compara à extensão e às cifras da RBSE. Em valores, esta é a maior fatura decorrente do desarranjo regulatório que o governo Dilma provocou no setor elétrico. O instrumento funciona como uma indenização às companhias de transmissão por investimentos não amortizados realizados antes de maio de 2000. Estas concessionárias aceitaram renovar antecipadamente suas licenças em 2012, com base na MP 579. A partir daí, governo e empresas entraram em um quarto escuro, sem regras definidas para a valoração dos ativos e a quitação da RBSE.

#Aneel #Eletrobras #Ministério de Minas e Energia

Empreiteira chinesa é um atraso só em Belo Monte

26/05/2017
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State Grid e Eletrobrás, sócias da Belo Monte Transmissora de Energia (BMTE), deverão entrar na Justiça para rescindir o contrato com a Sepco, uma das maiores empreiteiras chinesas. A intenção é buscar uma construtora que assuma a toque de caixa as obras de instalação de um terço dos mais de 2,1 mil quilômetros de linhas de transmissão de Belo Monte, a cargo dos asiáticos. O imbróglio chegou a tal ponto que nem mesmo a State Grid, controladora da BMTE com 51%, parece disposta a salvar a pele da conterrânea.

Não há patriotismo capaz de apagar os maus serviços e atrasos da Sepco. Para quem acredita que abrir as portas da construção pesada aos chineses pode ser um remédio contra a hecatombe do setor, Belo Monte oferece um episódio didático. Até março, a Sepco já teria recebido cerca de R$ 9 milhões em multas aplicadas pela BMTE por descumprimento do cronograma.

Mesmo com as penalidades, pouco ou nada mudou. Das 1,5 mil torres de transmissão a cargo da Sepco, apenas 600 teriam sido fincadas. Dos oito lotes de construção, somente três estão atrasados: todos de responsabilidade de construtora chinesa. Os esforços da State Grid e da Eletrobras se concentram agora em reduzir o prejuízo e os atrasos. Ambas já dão como quase certo que dificilmente conseguirão energizar integralmente o linhão de Belo Monte em fevereiro de 2018, como prevê o cronograma original.

Consultada pelo RR, a BMTE não se pronunciou especificamente sobre os atrasos e as multas. Disse que “não confirma as informações”, mas admitiu que “está discutindo amistosamente com a Sepco para que ela atenda suas metas dentro do prazo”. Para bom entendedor… A empreiteira chinesa, por sua vez, não retornou.

#Belo Monte #Eletrobras #Power China Sepco #State Grid

Belo Monte em bloco

20/04/2017
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A chinesa Zhejiang Electric Power Construction (ZEPC) vai fazer um arrastão no capital de Belo Monte. Além de uma parcela das ações da Eletrobras, negocia também a compra das participações da Cemig e Light, que são uma só, e da Petros. A pescaria deverá dar à ZEPC mais de 30% da usina, transformando-a na segunda maior acionista, atrás apenas da própria Eletrobras.

#Belo Monte #Cemig #Eletrobras #ZEPC

Pêndulo

3/02/2017
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O governo ainda quebra a cabeça na busca por uma fórmula para a venda das seis distribuidoras de energia penduradas na Eletrobras. Ora, pende para a negociação conjunta do sexteto; ora, para a divisão do pacote em dois grupos de três.

#Eletrobras

Fiação elétrica

25/01/2017
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A Eletrobras pretende acertar com a Aneel um caminho alternativo que acabe com a proibição da Chesf e da Eletronorte de participarem de leilões de linhas de transmissão de energia elétrica em função de atrasos em obras no segmento. A tratativa passa pela concessão de um waiver pela agência às duas estatais, que poderiam disputar os próximos leilões mediante a assinatura de um termo de compromisso. Por ele, Chesf e Eletronorte terão novos prazos para acabar com o descumprimento de cronogramas, mas, se não forem honrados, as empresas perdem as concessões arrematadas nos novos leilões. A Chesf tem 1,5 mil dias de atraso médio nos empreendimentos e a Eletronorte, 500 dias.

#Aneel #Chesf #Eletrobras #Eletronorte

Eletrobras em curto

23/01/2017
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Contas feitas por uma fonte muito próxima da Eletrobras apontam para um balanço de 2016 inesquecível. No pior dos sentidos. Somente com Angra 3, Amazonas Energia e o empréstimo compulsório sobre grandes consumidores de energia, criado nos anos 70, as perdas devem chegar a R$ 10 bilhões.

#Eletrobras

Muralhas da China

16/12/2016
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  • A State Grid vai disputar a compra de quatro distribuidoras de energia que serão leiloadas pela Eletrobras na Amazônia. A vontade de aquisição é grande. O plano dos chineses é reunir as concessionárias do Acre, Rondônia, Amazonas e Boa Vista (RR) em uma subholding. A fonte do RR informou que a State Grid prevê gastar em torno de R$ 5 bilhões para raspar o tacho amazônico.

 

  •  A CNOOC já definiu os parceiros para dar sustentação em suas novas incursões na compra de blocos de exploração e produção de petróleo: o Bank of America e o conterrâneo Industrial and Commercial Bank of China (ICBC). O foco será o pré-sal. A boa nova é que a CNOOC decidiu participar das próximas licitações com ou sem a Petrobras, com quem tinha um acordo de investimento.

 

  • A Camargo Corrêa está vendo escorrer entre os dedos o maior interessado na compra da construtora, a China Communications Construction Company (CCCC). O grupo chinês, que adquiriu recentemente a Concremat, teria deixado a mesa de negociações sem dar muitas explicações. Procurada pelo RR, a Camargo Corrêa evitou, de todas as formas, se pronunciar sobre o assunto.

#Camargo Corrêa #CNOOC #Eletrobras #State Grid

Dentro do possível

1/12/2016
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A título de registro: a cifra de R$ 1,1 bilhão que a Eletrobras arrecadou com o leilão da Celg D, realizado ontem, mal cobre os cerca de R$ 960 milhões de prejuízos que a distribuidora goiana gerou para a holding federal apenas em 2015. Mas foi o possível.

#Eletrobras

Moto contínuo

23/11/2016
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O GIC, fundo soberano de Cingapura, não para de comprar ações da Eletrobras. Já teria rompido o patamar de 5% das preferenciais.

#Eletrobras #GIC

Acervo RR

Eletrobras

3/10/2016
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 A Eletrobras vai vender em até cinco lotes as 174 participações que tem em Sociedades de Propósito Específico (SPE) nas áreas de geração e transmissão de energia elétrica. Cada lote terá um adviser diferente e a divisão seguirá critérios de proximidade geográfica dos ativos e nível de receita. A estatal espera arrecadar ao menos R$ 20 bilhões com os negócios.

#Eletrobras

Eletrobras

3/10/2016
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 A Eletrobras vai vender em até cinco lotes as 174 participações que tem em Sociedades de Propósito Específico (SPE) nas áreas de geração e transmissão de energia elétrica. Cada lote terá um adviser diferente e a divisão seguirá critérios de proximidade geográfica dos ativos e nível de receita. A estatal espera arrecadar ao menos R$ 20 bilhões com os negócios.

#Eletrobras

Previdência

29/09/2016
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 A “reforma da previdência” vai começar pelos fundos de pensão do setor elétrico, que têm acumulado recorrentes déficits atuariais. O governo costura a fusão do Real Grandeza (Furnas), Eletros (Eletrobras), Fachesf (Chesf) e Previnorte (Eletronorte). O assunto é conduzido pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. A associação daria origem a uma fundação com R$ 15 bilhões de patrimônio.

#Chesf #Eletrobras #Eletronorte #Eletros #Fachesf #Furnas #Previnorte #Real Grandeza

Operação Decantação avança sobre a Celg

12/09/2016
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 Em meio a um turbulento processo de privatização, a Celg ainda enfrenta o risco de um escândalo policial. Segundo o RR apurou, a Polícia Federal apura o envolvimento da empresa no esquema de corrupção investigado na Operação Decantação, que levou à recente prisão do presidente do PSDB de Goiás, Afreni Gonçalves, e do ex-secretário de Fazenda de Marconi Perillo e atual número 1 da Saneago, José Taveira Rocha. Há indícios de que a distribuidora de energia goiana também teria sido usada para desviar recursos públicos por meio de licitações fraudulentas. As irregularidades teriam ocorrido entre 2010 e 2012, quando, então, a Celg, em grave crise financeira, foi federalizada. Neste momento, a empresa passou à gestão da Eletrobras, e a fonte secou. Com isso, o esquema de corrupção teria se mudado de mala e cuia para a Saneago.  Em Goiás, o caso já é chamado de “Lava Jatinho tucana”. Segundo cálculos preliminares da PF, cerca de R$ 4,5 milhões em recursos públicos teriam sido desviados da Saneago para beneficiar políticos do PSDB. Esta cifra, no entanto, tende a se multiplicar caso fique comprovado que o esquema também agiu na Celg. No último dia 24 de agosto, a Operação Decantação cumpriu 120 mandados judiciais.  Trata-se de um fato a mais a tumultuar a vida da Celg, justo no momento em que o governo federal tenta se desfazer do seu controle. O leilão marcado para o último dia 16 de agosto foi suspenso por falta de candidatos. Nova tentativa está prevista para o dia 25 de novembro.

#Celg #Eletrobras #Saneago

Linhão

17/08/2016
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 A Eletrobras pretende se desfazer de boa parte de sua rede de transmissão, com 61 mil quilômetros de linhas, metade do que o Brasil tem. A ordem é fazer caixa.

#Eletrobras

Eletrobras cola todas as peças do quebra-cabeças nuclear

9/08/2016
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 Na arrumação que será feita na Eletrobras o novo presidente da companhia, Wilson Ferreira Jr., passará uma borracha no atual diagrama de divisão de tarefas, responsabilidades, projetos e gestão do setor nuclear. Ferreira vai assumir a missão atômica de desmontar uma estrutura de blattarias ou isópteros, espécies que simbolizam a resistência de vida no planeta. As baratas são metáforas para o aparelho nuclear do Estado. Alinhado com a Casa Civil e os Ministérios de Minas e Energia e de Ciência e Tecnologia, Ferreira deverá refundar o segmento dos pés à cabeça. De cara, será criada uma empresa para integração da cadeia nuclear, juntando a INB – produtora e processadora do urânio –, a Nuclebrás Equipamentos Pesados e a Eletronuclear – operadora das usinas. Há ganhos para todos os lados na reorganização dessa estrutura esclerótica e fracionada. A consolidação compensa as perdas de capital humano qualificado devido aos programas de demissão, agiliza as decisões e reduz o custo administrativo de funcionamento da máquina em 30%.  Feito o dever de casa, Ferreira traz para o seu colo a retomada da instalação de Angra 3 com um novo modelo. A diferença, pela proposta em estudo, é que o novo construtor bancará com recursos próprios a obra, mas terá a garantia de retorno com a assinatura de um Power Purchase Agreement. Por esse modelo, parte da energia gerada será do construtor, mas a operação da usina ficará com a nova companhia criada para enfeixar a área nuclear.  A reorganização de toda a operação com a captura de multi sinergias, vai facilitar a celebração de acordos da Eletrobras com investidores privados para a viabilização das novas usinas. Isso acontecerá mesmo que não seja aprovada no curto prazo a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permite a participação majoritária de empresas privadas na operação de usinas nucleares. A nova estatal nuclear terá força suficiente para negociar com esses investidores, em um mesmo pacote, o fornecimento do combustível, a operação da usina e a venda da energia. Essas empresas podem entrar como minoritárias nos projetos – como já aconteceu em outros países, como Estados Unidos e França – e aguardar a aprovação da PEC para assumir o controle das geradoras nucleares. Ferreira promete reger essa orquestra de elementos radioativos com luvas de chumbo e batutas de urânio. Vai extrair mú- sica dos radioisótopos. Currí- culo para isso, ele tem.

#Eletrobras #Eletronuclear #INB #Nuclebrás Equipamentos Pesados

Acervo RR

Cadeira cativa

29/07/2016
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A Energisa, da família Botelho, é vista na própria Eletrobras como a mais forte candidata à compra da Celg. O leilão da distribuidora goiana está marcado para o próximo dia 19.

#Celg #Eletrobras #Energisa

Austeridade

29/07/2016
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 O novo presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira, vai cortar o número de secretárias (hoje são três), o efetivo de dez assistentes e as salas exclusivas no Rio e em Brasília. A ordem é reduzir tudo ao mínimo. Nenhum diretor terá mais secretária exclusiva. E vem mais por aí.

#Eletrobras

O crepúsculo dos deuses da estatização

14/07/2016
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 O secretário Moreira Franco parece ter lido a Filosofia do Martelo, de Friedrich Nietzsche. Moreira, assim como o filósofo alemão, quer bater na estátua de barro das concessões e privatizações para que ela tilinte como moeda, mesmo com o risco de quebrá-la. O tempo das marteladas no Estado brasileiro vai ter início com a votação do impeachment de Dilma Rousseff. A partir daí, às favas com os pruridos. O governo terá de emitir uma sinalização aguda. Entregar dedos e anéis. Pode ser redução do valor cobrado pela outorga, alívio na Taxa Interna de Retorno (TIR), diminuição das restrições à liberdade tarifária, apoio financeiro ao seguro garantia, desobstrução dos entraves ambientais, muita grana barata (não há mais dúvida que o BNDES voltará a ser o banco das privatizações) e desembaraço regulatório. A percepção é que Dilma deificou as dificuldades, afastando os investidores e construindo uma rota de fuga para aqueles que da boca para fora queria atrair.  O governo Temer só tem essa bala de prata: contratar o maior número de concessões e privatizações jamais visto na história deste país. Ou seja, fazer o Dilma III, só que com êxito. Dilma tentou o PAC e leilões e licitações, mas deixando o investidor na sala dos fundos. Temer, levado nas asas do querubim Moreira, vai alojar o investidor na sua cama. Há nessa decisão afinidade ideológica, racionalidade política e acerto com o empresariado pelo apoio ao impeachment. Uma parcela do ajuste fiscal teria de ser paga com a privatização e transferência do Estado. A lógica da desestatização é oportuna, no caso também oportunista, mas não tem nada a ver com fantasias lisérgicas de que o FBI estaria por trás de tudo – apud PT. Temer pretende entregar mais do que o bureau norte-americano jamais teria imaginado. Isso vale tanto para o número de projetos quanto para a intensidade dos leilões de oferta de ativos, cobranças mais baixas pelo Estado e liberdade de ações para os vencedores dos certames.  Mesmo nas áreas onde há resistência corporativa forte, a exemplo de Petrobras e Eletrobras, a ideia é forçar a venda de 100% de empresas controladas, tais como BR e Furnas, que, por serem emblemáticas, entrariam também na conta do efeito demonstração. Para os que pensam na contramão, más notícias: os preços de liquidação dos ativos no Brasil vão trazer, sim, interessados; uma grande parte desses investidores será composta por aqueles grupos esquisitos russos, chineses, árabes e africanos; o tal choque de eficiência previsto será grande parte em cima do emprego; e a dinheirama com a venda será impressionante em termos absolutos e decepcionante em termos relativos. Essas preocupações primitivas com entreguismo, qualidade dos parceiros e preço de banana estão banidas do governo Temer. Se depender do secretário Moreira Franco, que parece ter lido Nietzsche, mais precisamente o Crepúsculo dos Deuses – a outra face da Filosofia do Martelo – mitos existem para serem quebrados. E ele o fará a golpes de malho.

#BNDES #BR Distribuidora #Eletrobras #Furnas #Petrobras

Um espelho de Pedro Parente na Eletrobras

12/07/2016
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 O novo presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira, vai assumir o cargo, no próximo dia 22, em condições similares às de Pedro Parente, na Petrobras. Terá carta branca para tocar a gestão. Como primeira medida, Ferreira pretende acabar com as ilhas autônomas em que se transformaram Furnas , Chesf e Eletronorte. Vai apresentar ao ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, uma proposta de extinção das presidências das controladas e substituí-las por diretorias-gerais. É uma demonstração de força. Historicamente, as presidências das estatais são ocupadas por políticos ou seus protegidos. Ferreira quer um técnico em cada diretoria-geral. Motivos para a profissionalização não faltam: as elétricas estão envolvidas em suspeitas de corrupção, têm sido tratadas como feudos por gatos gordos da área política e precisam ser preparadas para uma eventual privatização, ocorra ela ou não. A premissa é que a gestão tem que ser privatizante.

#Eletrobras #Eletronorte #Petrobras

Descarga elétrica

27/06/2016
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 Uma das missões da nova diretoria da Eletrobras é a extinção da Eletropar . A controlada da holding estatal é acionista de cinco empresas de energia, com participações inferiores a 1,5% de cada uma. Em 2015, teve um modesto lucro de R$ 5 mil e despesas de R$ 1,5 milhão apenas com a remuneração de diretores e conselheiros.

#Eletrobras #Eletropar

Novo capítulo

20/06/2016
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A Petrobras, que já cobra judicialmente quase R$ 2 bilhões em dívidas da Eletrobras relacionadas ao fornecimento de combustíveis para distribuidoras do grupo, deverá acrescentar mais alguns valores no contencioso. A companhia estuda levar para os tribunais uma dívida de R$ 5 bilhões que a Eletrobras tem com a Cigás. Procurada, a Eletrobras diz que negociou a dívida. Faltou combinar com a Petrobras: segundo ela, o assunto ainda está pendente.

#Cigás #Eletrobras #Petrobras

Cepisa

17/06/2016
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 Os planos do governo de privatizar ainda neste ano a Cepisa, uma das distribuidoras federalizadas pela Eletrobras, podem esbarrar na Aneel. Na agência, já se discute a possibilidade de intervenção na distribuidora piauiense. A decisão seria motivada pela piora dos indicadores técnicos e operacionais e pela preocupante situação financeira da companhia. A Cepisa tem um passivo a descoberto da ordem de R$ 700 milhões. Ou seja: se a Aneel nada fizer, a questão é saber que investidor se candidata a pegar essa lâmpada incandescente.

#Aneel #Cepisa #Eletrobras

Eletrobras reduz o “custo Belo Monte”

16/06/2016
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Há uma negociação em curso para que a Eletrobras e suas controladas reduzam à metade a sua participação na Usina de Belo Monte, hoje de 49%. Segundo o RR apurou, a Chesf já teria oferecido sua fatia de 15% no consórcio Norte Energia para a chinesa Three Gorges. A tendência é que a própria Eletrobras negocie uma parcela das suas ações em conjunto com a subsidiária, reduzindo, assim, sua participação de 15% para 5%. A princípio, apenas a Eletronorte manteria sua fração atual, de 20%. A medida tem como objetivo reduzir a pressão sobre o caixa do Grupo Eletrobras. Ainda em construção, Belo Monte é um sugadouro de capital. Até o fim do ano, exigirá um aporte da ordem de R$ 1,1 bilhão.  De certa forma, com a redução da presença da Eletrobras, Belo Monte voltará ao figurino societário original. A licitação se deu no modelo de livro aberto: todos os investidores chamados a participar do projeto passaram a dividir o controle do empreendimento, com parcelas do capital não superiores a 10%. Posteriormente, a estatal viria a aumentar sua fatia acionária. Com as mudanças, a Eletrobras permanecerá como a maior acionista individual, mas não terá mais a primazia na escolha da maioria do Conselho e da gestão executiva da Norte Energia. Procurada pelo RR, a Eletrobras não comentou o assunto.

#Chesf #China Three Gorges (CTG) #Eletrobras #Eletronorte

Furnas é candidata a abre-alas do programa de privatizações

9/06/2016
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  Assim como encontrou no “Ordem e Progresso” um slogan para o seu governo, o presidente interino Michel Temer acredita ter achado o emblema do seu programa de privatizações. Furnas deverá ser a escolhida para puxar a fila de estatais ofertadas à iniciativa privada. No entendimento do governo, a subsidiária da Eletrobras tem o “physique du rôle” adequado para inaugurar o processo de desmobilização de ativos da União. Se não tem o porte de uma Caixa Econômica Federal ou, quiçá, de uma Petrobras, nem de longe resvala nas arestas que praticamente inviabilizam qualquer tentativa de venda de dois colossos como estes – no caso da petroleira, então, seria um suicídio político.  Ainda que não esteja no top five das estatais, Furnas tem um notório peso no setor elétrico. Responde por um quarto do parque gerador do Sistema Eletrobras, com 10 mil MW de capacidade instalada entre 12 hidrelétricas e duas térmicas. Concentra praticamente um terço da rede de transmissão do grupo, com 23 mil quilômetros de linhas. É bem verdade que o futuro controlador terá a missão de fazer um ajuste na companhia, que vem de recorrentes prejuízos – quase R$ 500 milhões nos últimos dois anos. Em contrapartida, quem comprar a estatal carregará mais de 20% da receita total da Eletrobras, ou algo em torno de R$ 6,5 bilhões ao ano. Por essas razões, o governo interino de Michel Temer está convicto de que Furnas tem o punch necessário não apenas para simbolizar o programa de desestatização, mas, sobretudo, para afiançar ao mercado que ele não é apenas uma “promessa de campanha”.  Caberá ao secretário de investimento, Moreira Franco, a missão de clonar o programa de privatizações puro-sangue da era FHC. Aliás, vem de lá a disposição de se desfazer da joia da coroa do Sistema Eletrobras. A ideia surgiu no segundo mandato de Fernando Henrique. Muito antes de Sergio Moro ou de Rodrigo Janot, o então governador Aécio Neves também se manifestava favorável à privatização da empresa. Com modelos diferentes, a alienação de parte do capital de Furnas foi cogitada também nos governos Lula e Dilma.  Bem recentemente, o presidente de Furnas, Flávio Decat, executivo de confiança da presidente afastada Dilma Rousseff, reuniuse com representantes sindicais para apresentar uma proposta de abertura de capital da empresa. A ideia era vender até 49% da companhia. A venda do pedaço com a manutenção do controle, no entanto, não interessa a Temer e cia. O secretário de investimentos já disse em boa voz: “Vamos privatizar de verdade e não para fazer cena”.

#Caixa Econômica #Eletrobras #Furnas #Michel Temer #Petrobras

Petrobras já conta com o dinheiro das elétricas no caixa

3/06/2016
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 O novo comandante da Petrobras, Pedro Parente, conta como líquido e certo que Michel Temer vai sancionar nos próximos dias a Medida Provisória 706, aprovada pelo Senado na última terça-feira, véspera da posse do executivo. Parente já ganhou do governo federal a promessa de que os reajustes dos preços dos combustíveis não mais estarão subordinados à política econômica. Conta agora com o apoio do governo federal para obter um reforço no caixa da companhia. Se a MP for sancionada, a Petrobras conseguirá receber ainda nesse ano a totalidade ou a maior parte do pagamento de uma dívida de aproximadamente R$ 10 bilhões da Eletrobras com a companhia. O débito está relacionado à compra de combustível para o abastecimento de termelétricas que fornecem energia a distribuidoras da holding de eletricidade na Região Norte. É o maior crédito da petroleira no mercado brasileiro, cujo valor chega bem perto do que a companhia pretende arrecadar com o plano de vendas de ativos em 2016 – aproximadamente R$ 14 bilhões.  O caso mais grave está localizado no Amazonas. A Eletrobras tem se valido de seguidas liminares na Justiça para impedir que a Petrobras venda combustível à distribuidora amazonense apenas mediante pagamento à vista. A MP 706 não apenas autoriza que as dívidas das distribuidoras de Rondônia, Roraima, Amapá e Amazonas sejam pagas parcialmente com o aumento das tarifas de energia elétrica em todo o país como também autoriza que o restante seja quitado com repasses do Tesouro para o grupo Eletrobras.  Joga a favor do pleito de Parente o fato de que, se não houver repasse das dívidas para as tarifas, o Tesouro terá de arcar com tudo ou, no limite, deixar o endividamento contaminar cada vez mais o caixa dessas distribuidoras até o limite da insolvência. A situação impediria a privatização das companhias e ainda abriria espaço para uma – há bem pouco tempo impensável – intervenção da Aneel nas quatro distribuidoras. —  Na cerimônia de posse da presidência da Petrobras, Pedro Parente deu a entender que não conta com um aporte do Tesouro na Petrobras. Bulhufas! Parente estava na frente de Henrique Meirelles, que projetou um déficit primário de R$ 170 bilhões; um déficit que pode ser ainda maior. Se dissesse o contrário, abriria uma crise no governo logo após a conclusão da sua posse. Mas todos sabem que cortar gastos e vender ativos não é suficiente frente ao tamanho do passivo da empresa. Uma forma mimética de capitalizar a estatal seria fazer um encontro de contas entre a Petrobras, BNDES e Tesouro Nacional. Em vez de repassar R$ 40 bilhões à União, conforme está previsto, os recursos seriam destinados à Petrobras. A capitalização, de uma forma ou de outra, não tarda. A não ser que haja intenções inconfessáveis em relação à estatal.

#Aneel #BNDES #Eletrobras #Petrobras

Enel Brasil busca ativos para não virar uma lâmpada queimada

2/06/2016
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O novo presidente da Enel Brasil, Carlo Zorzoli, chegou à empresa como um salvador da pátria. Das duas uma: ou o executivo consegue impor seu plano de negócios e inaugurar uma temporada de aquisições ou a companhia está fadada a virar uma mera produtora de fagulhas ou algo que valha, em razão do progressivo processo de esvaziamento da operação brasileira. Zorzoli está empenhado em transformar a primeira hipótese em realidade e já saiu a campo em busca de ativos para engordar a operação da Enel no Brasil. No topo da lista está a AES Sul. A norte-americana AES já decidiu vender a distribuidora para se concentrar no Sudeste, por meio da Eletropaulo. A intenção de Zorzoli é não apenas avançar em um mercado de razoável proporção, como o gaúcho, como também transformar a AES Sul em plataforma para a compra de outras distribuidoras na região. Com a empresa gaúcha, os italianos ficariam bem posicionados, por exemplo, para participar da privatização da área de distribuição da CEEE, que tem área de concessão contígua à da AES Sul. Muito provavelmente terá como adversária a CPFL, que já tem uma distribuidora no estado, a RGE. O cardápio de oportunidades para a Enel se estende ainda a outros estados, diante do desejo manifesto do governo em privatizar as nove concessões de distribuição penduradas na Eletrobras. Zorzoli chegou ao país em circunstância hostil e acabou se transformando na grande esperança de uma subsidiária que, gradativamente, vem perdendo poder na operação da Enel na América Latina. Os italianos estão transferindo o centro de decisões do grupo na região para o Chile, mais precisamente para a controlada Enersis. Neste momento, a companhia está passando por um processo de cisão, que dará origem a duas empresas, a Enersis Chile e a Enersis América – , ambas com ações na Bolsa de Santiago. A subsidiária brasileira ficará subordinada à segunda. Zorzoli se esforça para evitar que estas mudanças reduzam ainda mais a importância relativa da Enel Brasil e inviabilize seus planos para a companhia, que, além de aquisições, incluem uma reorganização societária. O executivo pretende juntar os ativos de geração e distribuição da antiga Endesa Brasil – incluindo a Ampla e a Coelce –, com os da Enel Green Power, de energias renováveis. Esta nova estrutura transformaria a Enel em um grande grupo integrado da área de energia elétrica, algo bem diferente do atual condomínio de empresas que operam praticamente uma de costas para as outras. * Citada, a Enel não retornou o nosso contato.

#AES #Ampla #CEEE #Coelce #CPFL #Eletrobras #Eletropaulo #Enel #Enersis #RGE

Controle chinês

27/05/2016
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 A Eletrobras colocou à venda um de seus principais ativos de transmissão: a fatia de 49% no primeiro linhão de Belo Monte. A participação já teria sido oferecida à State Grid, detentora dos demais 51%. Caso feche o negócio, os chineses controlarão todo o sistema de transmissão de Belo Monte. A State Grid já é dona de 100% do segundo linhão.

#Eletrobras #State Grid

Tropa de choque

23/05/2016
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 O Planalto escalou uma tropa de choque para garantir que o Senado aprove a polêmica Medida Provisória 706. Na linha de frente, estão os ministros Romero Jucá e Geddel Vieira Lima, que têm notória influência sobre o Congresso. Entre os senadores, o trabalho de convencimento é conduzido pelos peemedebistas Eduardo Braga e Edison Lobão – não por coincidência, dois ex-ministros de Minas e Energia. A MP 706 prevê o repasse aos consumidores de energia de R$ 3,5 bilhões relativos a perdas das distribuidoras federalizadas pela Eletrobras. A proposta passou sem problemas pela Câmara dos Deputados. Mas, devido à forte reação contrária das empresas de energia e da própria Aneel, o governo colocou seus centuriões em campo para evitar uma reviravolta no Senado.

#Aneel #Eletrobras #Geddel #Ministério de Minas e Energia #Romero Jucá

Acervo RR

Belo Monte

20/05/2016
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 O consórcio Norte Energia, responsável pela Usina de Belo Monte, está sofrendo um blecaute financeiro. Além da Chesf, Eletrobras e Eletronorte também estariam postergando repasses à empresa. Somados, os atrasos seriam da ordem de R$ 300 milhões. As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Norte Energia e Eletrobras.

#Chesf #Eletrobras #Eletronorte #Norte Energia

Belo Monte

20/05/2016
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 O consórcio Norte Energia, responsável pela Usina de Belo Monte, está sofrendo um blecaute financeiro. Além da Chesf, Eletrobras e Eletronorte também estariam postergando repasses à empresa. Somados, os atrasos seriam da ordem de R$ 300 milhões. As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Norte Energia e Eletrobras.

#Chesf #Eletrobras #Eletronorte #Norte Energia

Aviso prévio

13/05/2016
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O nº 1 da Eletrobras, José da Costa Neto, não deverá esperar pelo cartão vermelho. Segundo o RR apurou, entregará sua carta de demissão ao longo da próxima semana.

#Eletrobras

Aporte nas estatais está no topo da agenda Temer

12/05/2016
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 As capitalizações da Petrobras e da Eletrobras, com recursos do governo, já está contratada junto ao futuro ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. É consenso entre os próceres de Michel Temer que o nível de endividamento das duas empresas superou a instância corporativa e beira a irresponsabilidade cívica. Ambas as estatais têm uma participação no crescimento econômico insubstituível. E encontram-se aos frangalhos devido a um passivo que não tem solução fora da injeção de recursos públicos. A estimativa é que a Petrobras não sai do ponto em que se encontra se não for capitalizada em R$ 100 bilhões. Essa ordem de grandeza não dispensa corte de despesas e de investimentos e venda de ativos. É uma medida indispensável, conforme Armínio Fraga, que vem sendo cogitado para a presidência da Petrobras. Quando o economista se manifesta publicamente a favor de um aporte de capital na estatal, existem pelo menos três hipóteses: ou ele está com a carteira da sua gestora de recursos abarrotada de papéis da dita cuja; ou faz o seu próprio lobby para o cargo; ou exerce o hábito de ser palpiteiro. O RR considera a terceira hipótese como a mais provável.  O modelo que está sendo cogitado é um derivativo da proposta do BTG de conversão da dívida da Petrobras junto aos bancos públicos. Em um novo ambiente econômico, com um dólar na faixa de R$ 3,20, previsão da própria estatal, a regulamentação das leis que retiram a obrigatoriedade de participação em 30% nos campos do pré-sal e o fim da exigência do similar nacional, é razoável esperar que a capitalização da empresa seja acompanhada pelo acionista minoritário. No final do ano passado, ainda com Joaquim Levy na Fazenda, e no início deste ano, com Nelson Barbosa na Pasta, Aldemir Bendine bateu na porta de ambos com o mesmo pedido. Não foi atendido. A perspectiva agora é a de que a dívida pública bruta é um problema consumado, para se resolver apenas mais à frente. O débito das estatais não pode mais ser ignorado.  A capitalização da Eletrobras será menos espetaculosa, mas não menos relevante do que a da Petrobras. Há engenhosidades sendo preparadas no laboratório de Minas e Energia de Michel Temer. Elas passam fundamentalmente pela área de transmissão. As participações da Chesf, Furnas, Eletronorte e Eletrosul no setor seriam transferidas para a própria holding, mais precisamente para um novo braço da estatal: a Eletrobras Transmissão. Esta empresa já nasceria como dona do maior colar de ativos no transporte de energia elétrica do país, com participação em quase metade das linhas transmissoras em operação e em fase de implantação. Ou seja: em uma das mãos, ativos maduros, já amortizados; na outra, a garantia de receitas futuras com a entrada em cena das novas concessões. Um mix que seria ofertado ao mercado numa bandeja de prata com a abertura de capital da Eletrobras Transmissão. Por vias oblíquas, o governo captaria recursos para a empresa-mãe tocar projetos prioritários, notadamente na área de geração – a começar pela construção das usinas do Tapajós. Nesse caso, aliás, Temer já vai receber de herança o modelo e o edital para a concessão das hidrelétricas.

#Aldemir Bendine #BTG Pactual #Chesf #Eletrobras #Eletronorte #Eletrosul #Furnas #Henrique Meirelles #Petrobras

Fiação elétrica

12/05/2016
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 Ex-presidente da Eletrobras, Firmino Sampaio vem mantendo intensa interlocução com o novo diretor-geral do ONS, Luiz Eduardo Barata. Ligado ao DEM, Firmino é forte candidato a voltar ao governo na gestão Michel Temer.

#Eletrobras

Eletrobras é o fio de esperança na transmissão

30/03/2016
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 A Eletrobras é a Petrobras às avessas. Se, de um lado, o governo abriu mão da presença compulsória da petroleira no pré-sal; do outro, a holding do setor elétrico terá de engolir a fórceps quilômetros e mais quilômetros de linhas de transmissão. Diferentemente do que previa o modelo original, a Eletrobras vai entrar nos leilões do segmento previstos para abril e julho. A companhia terá participações minoritárias nos consórcios vencedores por meio das controladas Furnas, Eletronorte e Eletrosul. Apenas a Chesf ficará de fora – a companhia foi proibida pela Aneel de participar de novos empreendimentos de transmissão por conta de atrasos em antigos projetos. A entrada em cena da Eletrobras é vista no governo como a única maneira de viabilizar as novas licitações e evitar a repetição do fracasso registrado em novembro do ano passado: das 12 licenças ofertadas, apenas quatro receberam propostas. Na ocasião, a Aneel conseguiu arrecadar apenas R$ 3,5 bilhões, menos de 45% da receita estimada. Consultada, a Eletrobras não quis comentar o assunto.  A escassez de investidores e a ameaça de um novo insucesso falaram mais alto do que a intenção do governo de preservar o caixa da Eletrobras. Mesmo depois de a Aneel incorporar uma série de determinações feitas pelo TCU – a começar pelo fatiamento das licenças em dois leilões e o aumento da taxa de remuneração dos projetos de 8,5% para 9,5% –, faltam candidatos para a licitação. Segundo alta fonte do Ministério de Minas e Energia, até o momento apenas a Taesa – leia-se Cemig e o FIP Coliseu – garantiu sua presença na concorrência de abril. Ainda assim, condiciona sua participação à associação com a Eletrobras.  O desembarque nas duas próximas licitações da Aneel exigirá um contorcionismo financeiro da Eletrobras. A companhia terá de fazer ajustes no seu orçamento, remanejando recursos que estavam originalmente destinados a outros projetos na área de transmissão – o plano de investimentos da estatal prevê cerca de R$ 5 bilhões para este segmento.

#Aneel #Cemig #Chesf #Eletrobras #Eletronorte #Eletrosul #FIP Coliseu #Furnas #Petrobras #Taesa

Bota fora

22/03/2016
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Além da venda das nove distribuidoras federalizadas, a Eletrobras estuda reduzir sua participação em outras empresas para fazer caixa. A derrama começaria pela Celesc.

#Celesc #Eletrobras

Curto circuito

16/03/2016
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  Acionistas da Eletrobras, entre eles o BlackRock e Victor Adler, um dos mais agressivos minoritários do mercado de capitais brasileiro, se articulam para entrar na Justiça contra a estatal. O objetivo é barrar o aporte de R$ 150 milhões de Furnas na Santo Antônio Energia que foi aprovado pela subsidiária sem ser submetido ao Conselho de Administração da holding. Procurada pelo RR, a Eletrobras não comentou o assunto.

#BlackRock #Eletrobras #Furnas #Santo Antônio Energia

Acervo RR

Imobiliária

10/03/2016
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 A Eletrobras deverá ocupar o prédio da rua da Quitanda, 196, no Centro do Rio, que até dois anos atrás abrigava a sede do ONS. O Eletros, fundo de pensão da própria estatal e dono do imóvel, agradece. Desde que o ONS deixou o local, jamais conseguiu encontrar um novo inquilino.

#Eletrobras #Eletros #ONS

Imobiliária

10/03/2016
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 A Eletrobras deverá ocupar o prédio da rua da Quitanda, 196, no Centro do Rio, que até dois anos atrás abrigava a sede do ONS. O Eletros, fundo de pensão da própria estatal e dono do imóvel, agradece. Desde que o ONS deixou o local, jamais conseguiu encontrar um novo inquilino.

#Eletrobras #Eletros #ONS

Venda da Celg

8/03/2016
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 O Ministério de Minas e Energia deverá divulgar ainda neste mês o edital de privatização da goiana Celg, uma das distribuidoras sob gestão emergencial da Eletrobras.

#Celg #Eletrobras

Descarga elétrica

19/02/2016
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 A Amazônia Energia , uma das distribuidoras federalizadas, deverá receber um aporte emergencial da Eletrobras, da ordem de R$ 500 milhões. Consultada, a Eletrobras confirmou que marcará uma AGE para tratar do assunto.

#Amazônia Energia #Eletrobras

Furnas é um condado nas Minas e Energia

12/02/2016
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   O recente vazamento do eventual projeto de abertura do capital de Furnas, prontamente desmentido pelo governo, mostrou o quanto é sinuosa e cheia de atalhos a estrutura hierárquica na área de Minas e Energia. O presidente da estatal, Flavio Decat, levou o assunto para a reunião com sindicalistas realizada no último dia 13 de janeiro – e de lá para a mídia – sem consultar formalmente o ministro Eduardo Braga e o seu superior imediato, o nº 1 da Eletrobras, José da Costa Neto. Segundo o RR apurou, a proposta de IPO de Furnas chegou a ser discutida no ano passado, dentro de um plano maior que previa também a oferta de ações da Eletronorte, Chesf e Eletrosul. No entanto, ela foi engavetada pelo próprio Eduardo Braga, que considerou o timing inadequado – nas reuniões, o ministro chegou a usar como exemplo as dificuldades da Petrobras para vender parte da BR. Decat não tomou ciência de Braga e desarquivou essa agenda por conta própria. Não foi o primeiro curto-circuito entre ambos. Consultada, a Eletrobras informou que “não há, neste momento, qualquer autorização governamental para a operação”.  Em condições normais de temperatura e pressão, o prazo de validade de Flavio Decat na presidência de Furnas já teria se esgotado – talvez antes mesmo deste último episódio –, devido ao seu, digamos assim, excesso de proatividade. Mas o organograma da cúpula do setor elétrico tem suas sutilezas. Decat pertence à cota pessoal de Dilma Rousseff, a quem é muito ligado desde os tempos em que ela estava no Ministério de Minas e Energia. Costuma ser recebido no Planalto com frequência superior à de muitos ministros. O próprio Eduardo Braga tem dificuldade em medir se o vazamento dos planos para um IPO de Furnas ocorreu por mero voluntarismo de Decat ou se esse balão subiu aos céus soprado pelo Planalto. Braga talvez prefira nem saber.

#BR Distribuidora #Chesf #Dilma Rousseff #Eletrobras #Eletronorte #Eletrosul #Furnas

Acervo RR

Conta de luz

25/01/2016
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 Há uma articulação para que a Eletrobras e suas subsidiárias Chesf e Eletronorte assumam o novo aporte de capital na Usina de Belo Monte, aumentando sua participação no consórcio. Os demais sócios, que já injetaram R$ 590 milhões no fim de 2015, resistem a aportar mais de R$ 500 milhões. É o valor de que Belo Monte precisa para honrar seus compromissos de curto prazo.

#Chesf #Eletrobras #Eletronorte

Conta de luz

25/01/2016
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 Há uma articulação para que a Eletrobras e suas subsidiárias Chesf e Eletronorte assumam o novo aporte de capital na Usina de Belo Monte, aumentando sua participação no consórcio. Os demais sócios, que já injetaram R$ 590 milhões no fim de 2015, resistem a aportar mais de R$ 500 milhões. É o valor de que Belo Monte precisa para honrar seus compromissos de curto prazo.

#Chesf #Eletrobras #Eletronorte

A fagulha que falta para as usinas do Tapajós

16/12/2015
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  O ministro Eduardo Braga e a direção da Eletrobras estão montando uma tour de force financeira para viabilizar a entrada da Eletronorte na licitação das usinas do Rio Tapajós. A operação passa por um acordo com um pool de bancos de fomento da Alemanha e da China encabeçado pelo KfW e pelo China Development Bank. A própria participação da estatal no consórcio será dada como garantia para o empréstimo. Os pagamentos, por sua vez, serão vinculados à venda futura de energia das hidrelétricas.  Inicialmente, a Eletronorte ficaria de fora do leilão. Mas, na atual conjuntura, o governo está convicto de que a privatização das usinas só sairá do papel com a garantia de que a estatal participará do consórcio vencedor. A licitação das duas hidrelétricas do Tapajós – São Luiz e Jatobá – é o grande evento do setor elé- trico programado para 2016. Mais do que isso: é fundamental para o reequilíbrio das contas públicas em 2016. A expectativa do governo é arrecadar de R$ 15 bilhões a R$ 20 bilhões com a venda das duas usinas. A seguinte empresa não retornou ou não comentou o assunto: Eletrobras

#China Development Bank #Eletrobras #Eletronorte #Jatobá #KFW #São Luiz

Bazar elétrico

14/12/2015
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 A Eletrobras está contando dinheiro no fundo da gaveta. Além da venda das distribuidoras federalizadas, vai se desfazer de suas participações na Celesc e na CEEE. Tomando-se como base o valor de mercado das duas empresas, não dá mais do que R$ 100 milhões. Uma merreca. Eletrobras não comentou o assunto.

#CEEE #Celesc #Eletrobras

Alta voltagem

10/12/2015
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 A CPFL vai surpreender pelo tamanho do seu apetite. É candidata à aquisição de praticamente todas as distribuidoras federalizadas que serão negociadas pela Eletrobras nos próximos meses.

#CPFL #Eletrobras

Tractebel aposta suas fichas nas térmicas a carvão

2/12/2015
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 Para horror dos ambientalistas, o carvão venceu, tornando-se um elemento cada vez mais importante na equação energética do país. Que o diga a Tractebel, maior grupo de geração privado do Brasil. A companhia franco-belga está investindo cerca de R$ 2 bilhões para aumentar sua produção de energia térmica a carvão. Além da aposta no greenfield, o grupo articula uma operação capaz de lhe garantir a primazia sobre algo em torno de 8% das reservas do mineral em território brasileiro. Para isso, costura uma associação com a Copelmi, controlada pelo empresário gaúcho Roberto Faria. A Tractebel aportaria no negócio suas duas térmicas no país e uma terceira, ainda em fase de construção. Já a Copelmi entraria na operação com a termelétrica de Seival e sua participação de 70% em uma unidade de regaseificação de carvão – os 30% restantes pertencem à sul-coreana Posco. Mas o principal fio condutor da operação está no subsolo do Rio Grande do Sul. Pelo acordo, a Tractebel garantiria o direito de preferência na compra de carvão das seis minas da Copelmi, cujas reservas superam 2,5 bilhões de toneladas. Consultada, a Tractebel não quis se pronunciar. Já a Copelmi disse “não confirmar a informação”.  A Tractebel considera a operação estratégica. A participação do carvão na matriz energética brasileira tem crescido seguidamente. Entre 2013 e 2014, este índice passou de 2,4% para 2,9%. Neste ano, deverá atingir 3,5%. Mesmo com a retra- ção da economia e a queda do consumo energético, a expectativa é que este patamar chegue a 5% em dois anos. Além da usina em construção no Rio Grande do Sul, a Tractebel planeja a instalação de mais duas geradoras no país. Ao se associar à Copelmi e incorporar a térmica de Seival ao seu portfólio, o grupo passará a ter uma capacidade da ordem de 1,2 mil MW, distanciando-se da Eletrobras (816 MW no total) como o maior produtor de energia térmica a carvão do país

#Copelmi #Eletrobras #Tractebel

Eletrobras

2/12/2015
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 A Eletrobras trabalha com o prazo de fevereiro para concluir a venda de sua participação de 50,3% na Celg, uma das nove distribuidoras de energia federalizadas. Para a estatal, já vai tarde.

#Celg #Eletrobras

Tratamento de choque

25/11/2015
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 A diretoria da Eletrobras vai adotar um tratamento de choque para reequilibrar o caixa da Chesf, subsidiária do grupo em situação financeira mais delicada. Além da venda de participações em projetos de geração, a empresa deverá ficar de fora dos leilões de transmissão programados para 2016. A medida já teria o aval do Conselho da Eletrobras e do próprio ministro Eduardo Braga. A projeção de caixa da Chesf para o próximo ano não permite que a estatal se comprometa com novos aportes no segmento. Ressalte-se que a empresa já havia sido proibida pela Aneel de participar da última licitação de linhas de transmissão deste ano, realizada no dia 6 de novembro, por conta do atraso médio de mil dias em suas obras no setor.

#Aneel #Chesf #Eletrobras #Energia elétrica

Eletrosul fecha o ano com “saldão” de ativos

11/11/2015
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 Se depender do presidente da Eletrosul, Djalma Berger, o governo Dilma Rousseff vai se tornar o mais privatista da história. Berger encaminhou ao Conselho da Eletrobras um plano de desmobilização de ativos capaz de enrubescer os economistas tucanos. Entre as “mercadorias” mais relevantes destacam-se a hidrelétrica de Mauá, no Paraná, e metade da participação da companhia na usina de Jirau, hoje de 20%. Na categoria “contrapeso”, o prato da balança chega a transbordar. Entram nesse pacote as linhas de transmissão dos Lotes A e E arrematadas pela estatal no leilão da Aneel de agosto do ano passado, o Complexo Eólico Cerro Chato, em Sant’Ana do Livramento (RS), as PCHs Barra do Rio Chapéu e João Borges, em Santa Catarina, e a hidrelétrica de São Domingo, no Mato Grosso do Sul. O Credit Suisse já foi contratado para avaliar os ativos e formatar o modelo de venda.  O clima na Eletrosul é de barata-voa. A Eletrobras é, ao mesmo tempo, algoz e vítima. Ela foi a responsável por cortar em 30% o orçamento da controlada. Mas o que fazer se ela própria é vítima do degringolamento das contas públicas? O fato é que Djalma Berger pretende colocar a holding em córner. Vai levar como alternativa o atraso ou mesmo o cancelamento de projetos de geração. Todas as saídas são ruins, inclusive a própria desmobilização, já que não há candidatos e, se existirem,  será na bacia das almas. Procurada pelo Relatório Reservado, a seguinte empresa não retornou ou não comentou o assunto: Eletrosul.

#Eletrobras #Eletrosul #Energia elétrica

E o dinheiro?

3/11/2015
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 Segundo o RR apurou, o orçamento da Eletrobras para 2016 que será encaminhado ao Conselho nos próximos dias não prevê recursos para o polêmico projeto de construção de uma hidrelétrica na Nicarágua. Consultada, a empresa informa que “a participação em empreendimentos de geração em outros países faz parte da sua estratégia”.

#Eletrobras

Descarga

13/10/2015
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O presidente da Chesf, José Miranda, deverá ser eletrocutado do cargo até o fim do ano. A estatal virou recordista de atrasos no Sistema Eletrobras: quase uma centena de projetos da área de transmissão estaria com o cronograma descumprido. Aliás, o ministro Eduardo Braga costuma se referir a Miranda como “aquele que só me traz problema”.

#Chesf #Eletrobras

“Eletrolão”

23/09/2015
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Recentemente, com uma discrição pouco habitual, agentes da Polícia Federal e representantes do Ministério Público teriam ido à sede da Eletrobras, no Centro do Rio, para apreender documentos e computadores. Oficialmente, a estatal nega a operação.

#Eletrobras

Luz apagada

1/09/2015
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O nº 1 de Furnas, Flavio Decat, tem despachado diretamente com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. É como se o presidente da Eletrobras, José da Costa Neto, sequer existisse.

#Eletrobras #Furnas

Ajuste fiscal

31/08/2015
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A Eletrobras cancelou a construção da nova sede na Av. Chile. A Caixa Econômica, que faria o financiamento, já foi comunicada. A alta direção da estatal permanecerá no prédio da Av. Presidente Vargas, no Centro do Rio. Aliás, a Eletrobras deverá cancelar o aluguel de escritórios na cidade. Aperta daqui, encolhe dali, e todos os executivos serão agrupados no edifício sede. * A Eletrobras não quis comentar sobre o cancelamento.

#Ajuste fiscal #Caixa Econômica #Eletrobras

Cardeal fora

28/08/2015
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Citado em depoimento do empreiteiro Ricardo Pessoa, Valter Cardeal se licenciou da diretoria de geração da Eletrobras. Mera formalidade, um rito de passagem até o desligamento efetivo do cargo. * A Eletrobras não nos retornou.

#Eletrobras #Lava Jato #Ricardo Pessoa

Venda em série

24/08/2015
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Se conseguir emplacar a privatização da Celg neste ano, a intenção da Eletrobras é vender as distribuidoras do Piauí e de Roraima no primeiro trimestre de 2016.

#Celg #Eletrobras

Curto circuito

20/08/2015
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Está saindo faísca na relação entre Delcídio do Amaral e o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. O motivo é a pressão do senador petista em indicar nomes para a diretoria da Eletrobras e de suas subsidiárias. Noutro dia, Braga chegou a desabafar com um assessor: “O Delcidio sabe que não está em condições de pressionar ninguém”.

#Delcídio do Amaral #Eduardo Braga #Eletrobras

“Eletrolão”

18/08/2015
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Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, conversou longamente com o presidente do Senado, Renan Calheiros, sobre os riscos da Lava Jato avançar sobre as empresas do Sistema Eletrobras. Após o encontro, Braga confidenciou a um colaborador que saiu da reunião mais intranquilo do que entrou.

#Eduardo Braga #Eletrobras #Lava Jato #Renan Calheiros

“Eletrolão”

10/08/2015
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Em seu mais recente depoimento, o delator premiado Ricardo Pessoa, da UTC, teria feito novas revelações sobre desvios de recursos no Sistema Eletrobras.

#Delação premiada #Eletrobras #Lava Jato #Ricardo Pessoa #UTC

Papisa

16/07/2015
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Na famosa reunião da última sexta-feira no Palácio da Alvorada, entre os diversos impropérios que disparou, a presidente Dilma Rousseff citou, de forma nada lisonjeira, o diretor de geração da Eletrobras, Valter Cardeal. Mais novo “premiado” pela delação do empreiteiro Ricardo Pessoa, Cardeal sempre foi um dos colaboradores mais próximos de Dilma na área de energia.

#Dilma Rousseff #Eletrobras #Lava Jato

Eletrobras

15/07/2015
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O presidente da Eletrobras, José Carvalho Neto, tem trabalhado feito um mouro para montar o programa de desmobilização de ativos da estatal. Além das distribuidoras federalizadas, o pacote inclui as participações na CTEEP, de transmissão, na gaúcha CEEE e na catarinense Celesc.

#CEEE #Celesc #CTEEP #Eletrobras

Peneira elétrica

8/07/2015
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O presidente da AES Eletropaulo, Britaldo Soares, tenta convencer os norte-americanos a investir na compra de uma das distribuidoras de energia que serão vendidas pela Eletrobras. Soares defende que, no meio daquele joio, há algum trigo. Oficialmente, a companhia tira o corpo fora e nega o interesse nas distribuidoras federalizadas.

#AES #Eletrobras

Delcídio X

7/07/2015
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O senador Delcídio do Amaral tenta emplacar o ex-diretor da EBX Paulo Monteiro na Eletrobras ou em uma de suas controladas.

#Delcídio do Amaral #EBX #Eletrobras

Eletrocarma

29/05/2015
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Um sentimento derrotista paira sobre os executivos destacados pela Eletrobras para tocar a venda das distribuidoras federalizadas. Na própria companhia já se fala num Plano B – ou Z, como ironizam alguns: a criação da Eletrobras Distribuição, um braço que reuniria a participação da estatal nas seis concessionárias sob sua gestão. E haja estômago para suportar os prejuízos dessas empresas.

#Eletrobras

Eletrobras

7/05/2015
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O governo estuda transferir toda a diretoria da Eletrobras para Brasília. O objetivo seria aproximar o comando da estatal da cúpula do setor elétrico, a começar pelo próprio Ministério de Minas e Energia. Na prática, seria como tirar a sede da empresa do Rio. Consultada pelo RR, a Eletrobras disse “não confirmar a transferência da diretoria”.

#Eletrobras

Eletrobras

20/04/2015
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As motivações são distintas. Mas, a exemplo da Petrobras, a Eletrobras estaria embalando um pacote de ativos que será colocado sobre o balcão. O embrulho, segundo o RR apurou, teria de tudo um pouco: linhas de transmissão, projetos de geração e participações em distribuidoras. Oficialmente, a estatal nega estudos para a venda de ativos.

#Eletrobras #Petrobras

Oráculo

18/03/2015
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Paulo Leme, economista altamente nacionalista que Joaquim Levy queria indicar para a presidência da Petrobras, tem dito que a combinação de recessão com câmbio turbinado vai transformar o Brasil em um bazar de vendas. Paulo Leme é filho do também economista Og Leme, a quem Roberto Campos prestava tributo: “Ele consegue ser um liberal mais radical do que eu”.

#Eletrobras #Paulo Guedes

Eletrobras pluga seus investimentos na State Grid

26/01/2015
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 Se, no passado, a State Grid era uma pulga atrás da orelha do governo, desconfiado de suas reais intenções no país, agora os chineses pisam em tapete vermelho. Os asiáticos mereceram a distinção de uma reunião com Eduardo Braga no fim de dezembro, antes, portanto, de ele assumir formalmente o Ministério de Minas e Energia. Motivo do encontro: o governo quer estender a parceria entre a Eletrobras e a State Grid, por ora restrita a  construção da linha de transmissão de Belo Monte. O foco é a área de geração. Em pauta, a construção não apenas de hidrelétricas, mas também de termelétricas a gás natural, carvão e biomassa, usinas eólicas e solares. As duas empresas deverão assinar um protocolo de intenções tão logo seja definida a nova diretoria da Eletrobras. Em português claro: a área de Minas e Energia quer transformar o grupo chinês em parceiro preferencial da estatal para investimentos no segmento de geração. O que mais a Eletrobras precisa, a State Grid tem de sobra. Os chineses já desembolsaram mais de R$ 8 bilhões no Brasil em investimentos no setor de transmissão. Prometem outro tanto para os próximos quatro anos. A parceria com a estatal no segmento de geração envolveria aportes da ordem de R$ 12 bilhões em três anos, valor equivalente a um quarto do que a Eletrobras prevê investir no período para a expansão do parque gerador brasileiro. Ou seja: a aliança com os asiáticos, se consumada, trará um refrigério para o caixa da companhia. O estreitamento das relações entre a Eletrobras e a State Grid tem também um forte caráter profilático. Por razões mais do que óbvias, o Ministério de Minas e Energia trabalha com a expectativa de uma redução dos aportes das grandes construtoras em projetos hidrelétricos. Ao que tudo indica, ainda há muita água para passar pelas turbinas da Operação Lava Jato. As negociações com a State Grid preveem ainda a atração de outros parceiros internacionais, como as nipônicas Itochu e Sumitomo, interessadas em participar como investidoras de projetos na área de geração.

#Eletrobras #Lava Jato #Ministério de Minas e Energia #State Grid

Eletrobras

15/01/2015
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O presidente da Eletrobras, José da Costa Neto, não está sozinho na corda bamba. O diretor de distribuição, Marcos Aurelio Madureira, também está na lista de trocas da estatal. O substituto deverá sair da lavra do PMDB de Minas. A pasta cuida das problemáticas distribuidoras federalizadas.

#Eletrobras

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