Pimentel recorre à venda da Light para acender a luz na Cemig

  • 24/06/2016
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 O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, quer fazer da Cemig a sua agenda positiva. Busca uma solução a jato para os péssimos resultados financeiros da estatal mineira. Pimentel foi denunciado por prática de corrupção na Operação Acrônimo e seu afastamento do cargo está sendo analisado pelo Superior Tribunal de Justiça. Dificilmente a Cemig conseguirá se livrar da desmobilização de ativos como saída para reduzir o passivo. O endividamento tem uma relação dívida líquida/Ebitda de quatro vezes. Segundo projeções da própria empresa, deverá bater em cinco vezes até o fim do ano. O resultado é exatamente o dobro do limite estipulado nos estatutos da Cemig, que é de 2,5 vezes.  O prato principal do programa de venda de controladas da companhia deverá ser a Light, da qual a Cemig tem 26%. Somente com essa transação, a estatal projeta receber em torno de R$ 1,5 bilhão – valor baseado na cotação média dos últimos dois anos, mais um prêmio de controle da distribuidora de energia elétrica carioca. O valor é equivalente a 10% do total do endividamento da companhia mineira. A opção pela venda da Light ganhou força após a aquisição esse mês da gaúcha AES Sul pela CPFL por R$ 1,7 bilhão. O acordo no Rio Grande do Sul é visto no mercado como o ponto de partida de um intenso processo de consolidação no setor de energia elétrica. Esse cenário torna a venda da Light muito mais atraente para investidores, já que a empresa ocupa o quinto lugar no ranking de distribuição do país, com receita de R$ 11 bilhões e área de concessão no segundo maior mercado consumidor de energia do país. A CPFL é vista pela Cemig como uma candidata natural ao negócio em função de sua estratégia de se consolidar como líder no segmento – tem 15% de mercado, à frente da Eletropaulo e da Cemig. A Enel, dona da Ampla, já teria sido procurada pela estatal. A Light e a Ampla têm áreas de concessão contíguas no Rio de Janeiro. Com a transação, a Enel terá ganhos operacionais e ainda passará a ter 8% de participação na distribuição de energia, do mesmo tamanho da Cemig. As seguintes empresas não se pronunciaram: Cemig.

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