Okinawa é um sushi de Pasadena no estômago da Petrobras

  • 5/11/2015
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 O Conselho de Administração da Petrobras vive um dilema: divulgar a extensão da lambança feita com a compra da refinaria de Okinawa ou esperar que TCU, Ministério Público, Polícia Federal etc. prossigam seu trabalho de higienização da companhia com seu estilo espetaculoso? Todos sabem, na estatal, que a refinaria asiática é um carryover da gestão de José Sergio Gabrielli, do pantagruelismo corrupto de Nestor Cerveró e da omissão de Maria das Graças Foster, para resumir a história. O Conselho tem o caso todo mapeado e conhece de cor e salteado os prejuízos, malversações e resumos propositalmente incipientes do projeto. Uma opção é divulgar sua versão antes que a cavalaria de Sérgio Moro entre em campo, com o apoio dos órgãos de fiscalização e prisão. Imagine, entretanto, como tal notí- cia, vinda do esquadrão da justiça, vai contaminar a imagem da companhia, quando se esperava que ela tivesse construído uma compliance wall separando as bandalheiras de ontem da assepsia de hoje. E como explicar que o passado não tem um pé no presente?  A ilha de Okinawa está localizada a 1.500 km de Tóquio. A participação de 87,5% do estorvo que ela abriga foi comprada da Nansei, em 2007, por US$ 52 milhões. Três anos depois, a Petrobras pagou mais US$ 29 milhões à Sumitomo para ficar com os 12,5% restantes. Em março deste ano, a estatal anunciou a intenção de desativar a unidade, uma forma também de sepultar a arqueologia de equívocos do empreendimento. No entanto, o custo de retirada está orçado em aproximadamente US$ 130 milhões, montante que só multiplicará a contabilidade negativa. A companhia investiu ainda US$ 111 milhões – e só não gastou mais porque os meliantes foram descobertos. Apesar da dinheirama, a unidade trabalha com 40% da sua capacidade de 100 mil barris. O retorno do investimento exige aporte de bilhão. A associação com Pasadena é inevitável. Para o Conselho, ficam as batatas de decidir como as entranhas dessa Pearl Harbor petroquímica serão divulgadas. De qualquer forma, para prejuízo da companhia.

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