Nova gestão da Microsoft deleta até pensamento

  • 21/09/2015
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A executiva Paula Bellizia, depois de um pit stop no comando da Apple, desembarcou na presidência de sua antiga casa, a Microsoft , com uma missão prioritária: passar a única fábrica da companhia para frente. Paula vem vestida para matar – empregos e salários – e para vender. O comprador preferido é a chinesa Flextronics, parceira mundial da Microsoft. Os orientais têm uma operação no Brasil, mas ainda aquém das suas ambições. Ela se resume a duas fábricas em Manaus e uma em São Paulo. Mesmo assim, a Flextronics é líder na fabricação de produtos eletrônicos para terceiros no Brasil. Com a aquisição da planta da Microsoft, ela se capacitaria a disparar no ranking e se tornar forte fornecedora da própria empresa norte-americana, ou seja, compra a fábrica e o mercado. Até chegar a esse ponto, Paula vai ter de luzir e lipoaspirar a companhia. É importante subir o valor do ativo. Do lado das vendas, a Microsoft está enfrentando uma queda nas vendas de PCs, que nos primeiros meses do ano chegou a 20% em relação a 2014. O resultado terá impacto direto na comercialização do Windows 10, recentemente lançado, mas apenas para atualizações dos usuários dos sistemas operacionais anteriores. Paula Bellizia aposta que o produto é o melhor caminho para tirar o foco da queda na demanda dos smartphones e dos consoles. Tanto os celulares Lumia e Nokia quanto o Xbox têm apresentado crescimento bem abaixo das metas e da performance do ano passado. A expansão nas vendas está em média 50% inferior à do ano passado. A produção de celulares foi reduzida em mais de 70% e a planta está quase exclusivamente restrita à fabricação de consoles Xbox. Paula vai rodar a manivela do aumento da produtividade e colocar para funcionar o software da sangria dos postos de trabalho. O enxugamento do quadro de pessoal, iniciado no ano passado, já detonou quase mil vagas, sendo que 80% nos meses de junho e julho de 2015. Segundo um dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, restaram em torno de mil empregados dos mais de dois mil trabalhadores da empresa. Os contratos com fornecedores serão renegociados e os financiamentos alongados. Paula pretende colocar no colo da Flextronics, no fim deste ano, uma fábrica reluzente. Se conseguir, merece uma medalha entregue por Bill Gates.

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