Macunaímas da elite financeira

  • 11/12/2015
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 A prisão de André Esteves inicia a era do tropicalismo bancário, com direito a cenas de tribalismo e antropofagia entre homens vestidos de instituições financeiras e vice-versa. Os operadores de mercado ostentam seus parangolés e ensaiam uma reza forte nas mesas de compra e venda. O caldeirão fervente dos cérebros aflitos vaporiza eflúvios de predição. Quem tiraria o BTG dessa feijoada? Grande Otelo berra do além com a voz esganiçada: “Lavínio, mangalô, três vezes”. Lavínio? “Não Armínio”, se corrige o Grande. As teclas dos computadores começam a digitar sozinhas, os visores piscam sem parar e repetem “Eureka!”, “Eureka!”. Só o pajé-mor, Armínio Fraga, teria o sacundim sacundô capaz de levar credibilidade à antiga moradia bancária de um suspeito de meliância.  Com a zabumba na mão e bananas para dar e vender, Armínio aportaria os ativos do Gávea no ex-banco de André Esteves e sopraria o apito na direção de um George Soros ou de um J.P. Morgan da vida. Eles tocariam na banda do baile do BTG, regido por Fraga, é claro. Dindin não faltaria. Nesse mundo bizarro, Armínio, um ex-futuro-ministro-banqueiro, a base de muito quebranto e patuá, chegaria ao tão almejado cargo de czar da economia, reproduzindo em condições distintas, com o quebra-galho Pérsio Arida, a relação fraternal que André Esteves manteve com Guido Mantega. O ex-presidente do BTG, em meio a essa carnavalização bancária, se mimetizaria mais uma vez, demonstrando que não suporta soluções simples. Esteves se livraria do xilindró e passaria a escrever livros de autoajuda. Com o apoio de Vicente Falconi e da Fundação Lemann se tornaria uma espécie de Michael Milken tupiniquim, ganhando um rio Amazonas de dinheiro. É o tico tico lá, o tico tico cá. Uma sopa de maxixe tropicalista.

#André Esteves #BTG Pactual

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