Macrovaidades & microeconomia

  • 13/08/2015
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Marcos Lisboa, Mansueto Almeida e Samuel Pessoa. Você já ouviu estes nomes antes. É provável que tenha ouvido muito recentemente. Os três desencadearam uma ação cidadã por alterações na política econômica que contempla palestras em auditórios e entrevistas para a grande maioria dos veículos de imprensa vá lá, a mídia radiofônica ficou de fora. Todo o escarcéu foi para vender um paper chamado “O ajuste inevitável”, um nome autoexplicativo. Os três economistas da moda estão inovando. Querem ser ouvidos e intervir no espaço dominado por Joaquim Levy sem estar representados por nenhum partido ou instituição, a exemplo, com todas as ressalvas, da campanha “A fome tem pressa”, liderada pelo sociólogo Betinho. Por enquanto, o que mais se viu no paper dos “três amigos” foram conclusões bem adornadas sobre o esgotamento do Estado, que somente pode suprir suas necessidades com um crescimento permanente de 5% do PIB. Mesmo assim dá para se pinçar uma ou outra solução, a exemplo da extinção da “meia entrada”, como Marcos Lisboa denomina todos os subsídios a “setores estratégicos”. A escassez de propostas, vinda de economistas tão inventivos, tem uma explicação. Depois do diagnóstico, os três já estão trabalhando arduamente em um novo estudo, dessa vez propositivo e repleto de propostas microeconômicas. Não consta que essa iniciativa tenha sido articulada com Joaquim Levy, mesmo sabendo-se da sua excelente interlocução com Samuel Pessoa. Mas é coincidência que justamente na área em que os três economistas se proponham a laborar a Fazenda tenha o seu maior déficit de ideias. É boa nova essa guerra de guerrilha, onde do seio da academia surgem ações independentes lastreadas pelo inusitado, pelo criativo. Com a oferta de contribuições para tornar a política econômica menos monofásica, fica relevada até a egotrip de Lisboa, Pessoa e Almeida, os três únicos economistas na face da terra ungidos por Deus.

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