Eike é tão evangélico quanto biliardário

  • 11/08/2016
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 “Mas eu só fui lá para atender ao pedido de um empregado”, balbuciou um aturdido Eike Batista diante do vazamento de um vídeo sobre sua ida a um templo da Assembleia de Deus, em Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Quando viu na imprensa a gravação, sugerindo que ele tinha se convertido em evangélico, o empresário cuspiu marimbondos. Chegou a combinar com o seu reduzido staff negar veementemente a sua presença na igreja. Foi convencido de que ninguém acreditaria em mil palavras diante de uma imagem. Pensou, então, em soltar um comunicado para negar sua nova condição de evangélico. Difícil colar. Sua trajetória de práticas místicas emprestam credibilidade àquilo que o vídeo não prova, mas induz a crer. Numerologia, astrologia, a deificação do Sol – que virou o símbolo do seu grupo –, o poder dos cristais e a repetição de palavras e letras (o famoso símbolo “X”) sempre marcaram as decisões de negócios do ex-magnata. Sua mesa de trabalho é uma vitrine de símbolos incas.  Eike recorre aos astros não só para que protejam seus negócios, mas principalmente para que amenizem as chagas que lhe queimam o espírito. Não é de hoje que o empresário sofre frequentemente de surtos de depressão, o que apenas se agravou bastante após a morte de sua mãe, Jutta. Nas últimas semanas, ele tem amargurado uma daquelas fases de tormento agudo da alma. Foi ao templo evangélico como iria a qualquer outra paragem religiosa que lhe prometesse conforto. O problema de Eike não são os US$ 30 bilhões que lhe deixaram mais magro. A sua dor não se cura com cifras. E nem com passe de pastor evangélico. Freud ou talvez Philippe Pinel explique.

#Eike Batista

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