Economia sorri sem que Temer tenha feito nada

  • 30/06/2016
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 Provém do ex-ministro Aloizio Mercadante o alerta nada original: “É a economia estúpido!” Mercadante captou os sinais de uma melhoria que Lula, Dilma Rousseff, Rui Falcão, o PT, e, em síntese, a própria esquerda não esperavam que se manifestasse tão rapidamente. Até agosto, data provável para a votação pelo Senado do impeachment de Dilma, é bem provável que esses indicadores antecedentes se tornem bem perceptíveis. Os índices de confiança meio que abençoam o governo Temer, a despeito dele não ter feito muito mais do que atiçar o imaginário coletivo. O presidente interino e sua equipe doiram as expectativas com juras, promessas e mudanças ministeriais e em outros cargos públicos relevantes. Segundo o livro texto da economia comportamental, quando todos querem que uma coisa vire realidade, ela vira. E não interessa que seja ou não racional. “Se eu acredito, é racional, e ponto final.”  As sondagens indicam que, independentemente de ideologia, as pessoas querem que a situação melhore rapidamente. O Índice de Confiança do Consumidor da FGV em junho subiu pela segunda vez consecutiva, o que não ocorria desde 2013, quando o indicador começou a desabar. O Índice Nacional de Confiança da Associação Comercial de São Paulo avançou em maio, após queda consecutiva desde junho do ano passado. A classe C e a Região Sul do país foram determinantes para a reversão do Economia sorri sem que Temer tenha feito nada pessimismo. Mas a classe E e as demais regiões do país também acusaram uma mudança no ânimo. O índice da Fecomercio-SP ascendeu em junho depois de 40 meses de queda. O empresariado seguiu pelo mesmo diapasão. A confiança do industrial, que foi quem mais sofreu na última década, subiu em junho, segundo a FGV, com a maior pontuação desde fevereiro de 2015. Para confirmar a tendência, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio, da Confederação Nacional do Comércio, atingiu no mês de junho seu maior nível em 11 meses.  Lula, Dilma, o PT e Cia. têm um considerável problema nesse cenário de bonança antevista. Lula apostou que Temer sangraria esfaqueado pelos mesmos problemas que tragaram Dilma para o precipício. Parece que o enredo será outro. Dilma atirou no próprio pé com a tese do plebiscito para consulta sobre eleições diretas. Uma superfria. Até seus algozes, como o presidente interino, se aproveitam da deixa para ironizar o seu projeto de testar a própria legitimidade. O PT está entre o rochedo e o mar: só pode criticar a política econômica de Temer caso se rebele contra Dilma. Afinal, a política é a mesma, só que agora está sendo aplicada. Vão sobrar o PCdoB e seus 17 filiados, em média, pelo Brasil, bradando palavras de ordem já envelhecidas e tentando tocar a militância. Convenhamos, é pouco para reverter a situação.

#Dilma Rousseff #Michel Temer #PT

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