Dívida do Exército fura os blindados da Iveco

  • 18/08/2016
    • Share

 O futuro da operação de blindados da Iveco no Brasil está nas mãos do ministro da Defesa, Raul Jungmann, e, em última linha, do presidente Michel Temer. O grupo italiano vai encerrar definitivamente a produção de veículos militares em Sete Lagoas (MG) caso não chegue a um acordo com o governo para a quitação de uma dívida de aproximadamente R$ 1,5 bilhão. O valor se refere aos mais de 160 blindados modelo Guarani já entregues pela companhia ao Exército. O passivo se acumula desde 2014, quando o governo começou a atrasar os pagamentos à Iveco. Do ano passado para cá, a situação se tornou insustentável: com os agudos cortes orçamentários, as Forças Armadas suspenderam os repasses à empresa. Esta, por sua vez, não teve outra alternativa se não paralisar a produção e interromper o fornecimento dos veículos. Consultada, a Iveco informou que não há pendência de pagamento, mas a fonte do RR garante que há valores em atraso sendo renegociados.  A Iveco não está sozinha. As Forças Armadas devem mais de R$ 10 bilhões a grandes fornecedores, como a Embraer – ver RR edição de 2 de maio. O caso do grupo italiano, no entanto, é mais delicado. A linha de montagem do Guarani em Sete Lagoas foi instalada exclusivamente em função do contrato com o Exército brasileiro. Originalmente, o acordo previa o fornecimento de dois mil blindados até 2020. Até agora, no entanto, não foram entregues sequer 10% desse volume. O fechamento definitivo da fábrica de Sete Lagoas significaria a demissão dos 250 funcionários envolvidos diretamente na operação. O impacto desta decisão, no entanto, irá muito além dos muros da companhia. A montagem do Guarani enfeixa uma cadeia de produção com mais de 50 empresas e cerca de três mil empregos.

#Iveco #Michel Temer

Leia Também

Todos os direitos reservados 1966-2024.