Crise sai pior do que a encomenda para os Correios

  • 23/03/2016
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  Além de um rombo superior a R$ 2 bilhões, o governo Dilma Rousseff poderá deixar outro indesejável legado para os Correios: a perda da histórica primazia no mercado de encomendas expressas. A grave crise financeira da companhia começa a abrir espaço para o avanço de grandes grupos internacionais em um segmento no qual a estatal sempre teve mais de 50% de market share. A maior ameaça atende pelo nome de FedEx. No momento em que os Correios acumulam seguidos prejuízos, fecham agências e perdem terceirizados, a empresa norte-americana tira do papel um programa de investimentos com o objetivo de quadriplicar sua operação no país. Embalada pela aquisição mundial da TNT Express, recém-aprovada pelo Cade, a FedEx pretende aumentar sua rede de 300 para 1,2 mil agências em três anos. Até 2019, o grupo espera cobrir até 90% das cidades brasileiras com mais de 500 mil habitantes. Além da abertura de lojas próprias, a FedEx mira nos próprios franqueados que a estatal deverá deixar pelo caminho. Segundo o RR apurou, os Correios deverão perder cerca de 200 das pouco mais de mil agências que operam no sistema de franchising – corte negado pela empresa.  A perda de participação no mercado de encomendas expressas tem forte impacto sobre as finanças dos Correios. O setor responde por mais de 40% da sua receita. Mantido o ritmo dos últimos três anos, a companhia deverá chegar a 2017 com menos de 45% de share. Cada pontinho desses que se vai leva junto R$ 250 milhões em faturamento. Do lado contrário, a FedEx sobe a ladeira. Desde 2012, saiu de 10% para 20% de participação. Sua meta é chegar a 30% até 2019. A atual fragilidade da estatal joga a seu favor. A direção da companhia chegou a solicitar um aporte de recursos do Tesouro Nacional, proposta já rechaçada pelo governo. Mais de 40% das agências dos Correios operam no vermelho. Não por outro motivo, a empresa já anunciou o fechamento de lojas próprias – conforme antecipou o RR na edição de 10 de março. O número deverá chegar a dois mil pontos. A FedEx agradece. Procurada pelo RR, a FedEx não comentou o assunto.

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